revista ti inside - 50 - setembro de 2009

52
Ano 5 | nº 50 | setembro de 2009 www.tiinside.com.br A adequação de empresas ao novo Sped Recrutamento e seleção mira as redes sociais Dispositivos de rede dão impulso à segurança MOBILIDADE NA ROTA DOS NEGÓCIOS Maturidade das aplicações traz novas perspectivas ao mercado

Upload: converge-comunicacoes

Post on 29-Mar-2016

326 views

Category:

Documents


68 download

DESCRIPTION

Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

TRANSCRIPT

Page 1: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Ano 5 | nº 50 | setembro de 2009 www.tiinside.com.br

A adequação de empresas ao novo Sped Recrutamento e seleção

mira as redes sociaisDispositivos de rede dão

impulso à segurança

mobilidade na rota dos negócios

Maturidade das aplicações traz novas perspectivas ao mercado

Page 2: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 3: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 4: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

4 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>editorial

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresCláudio Ferreira, Genilson Cezar e

Rodrigo Conceição Santos

TI Inside OnlineErivelto Tadeu (Editor)

Victor Hugo Alves (Repórter)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor) Glauco Forli e

Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online)

e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Circulação Gislaine Gaspar

Gerente de Marketing Pedro Tortamano

Gerente AdministrativaVilma Pereira

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

SucursalSCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B -

Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

Internet www.tiinside.com.brE-mail [email protected]

REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

PUBLICIDADE (11) 3214-3747E-mail [email protected]

Ano 5 | nº 50 |set de 2009 | www.tiinside.com.br

Os negócios estão nas pontas dos dedos

>sumário

É passado o período em que as operadoras de telefonia móvel só apontavam seus canhões na direção do usuário final. A briga por market share deu lugar a um

novo alvo: as soluções que podem atender ao mercado corporativo, e que elevaram o smartphone à categoria de ferramenta indispensável a qualquer executivo. Parafraseando Bill Gates, os negócios agora estão nas pontas dos dedos.

E ao mesmo tempo em que acontecia essa guinada, uma base de novas aplicações estava sendo elaborada por grandes e pequenas software-houses, que vêem na mobilidade uma oportunidade baseada principalmente em soluções inovadoras, que reduzem custos e trazem mais eficiência àqueles que precisam trabalhar fora dos escritórios.

As oportunidades não param por aí, pois uma nova onda está se prenunciando no horizonte. As aplicações financeiras, conhecidas no jargão pela alcunha de m-payment, m-finance, m-commerce, prometem transformar os mais simples celulares num talão de cheques virtual. Essas e outras soluções são mostradas no suplemento especial sobre Mobilidade, que circula no Fórum Móbile+, organizado anualmente pela Converge Comunicações, para retratar e discutir o atual estágio da cadeia de valor envolvendo a mobilidade para os negócios.

Essa edição está recheada de reportagens com temas especialmente

definidos a partir do nosso freqüente monitoramento do mercado TIC. Uma delas é a ascensão do Service Desk, segmento que ganha lastro financeiro a partir da qualidade dos serviços que oferece às corporações e da inovação que impõe a uma atividade, digamos, corriqueira nas corporações.

Também fomos conversar com corporações para saber a quantas andam os preparativos para a emissão de notas fiscais eletrônicas e adequação definitiva ao Sistema Público de Escrituração Fiscal. Descobrimos que o trauma não foi tão grande quanto o prescrito no início dos projetos e que as empresas, cada qual a seu modo, promoveu a mudança, visando ou não o retorno dos investimentos.

Por fim, porém não menos importante, a reportagem da editora Jackeline Carvalho relata o uso de redes sociais na internet para recrutamento e seleção e nos mostra o quão é importante aos profissionais manterem atualizados os seus perfis na Rede, independente dos objetivos. As consultorias de RH e as próprias empresas, em especial àquelas do universo TIC, ao menos consultam websites de redes sociais em busca de novos colaboradores. Uma oportunidade tanto para quem busca colocação quanto para quem garimpa novos talentos.

Boa leitura!

Claudiney SantosDiretor/editor

[email protected]

Capa: EDITORIA DE ARTE/CONVERGE

NewS6 Crime virtualCongresso debate possibilidades de mudanças no projeto de lei

8 apologiaBanco do Brasil economiza R$ 110 milhões com software livre

9 Crescimento a galopeServiços gerenciados de TI atingem US$ 848 milhões este ano

GeStãO

12 Nota Fiscal EletrônicaEmpresas contam os seus esforços para se adequarem ao Sped

16 Metrô blindadoEmpresa de transporte reforça segurança da informação

38 Suporte ao usuárioService desk conquista empresas e funcionários com modelo inovador

INfRAeStRutuRA42 SegurançaFabricantes inserem controle de acesso em roteadores e outros dispositivos de rede

44 Batalha pela virtualizaçãoGrandes fornecedores não querem ficar de fora deste segmento promissor

MeRcADO46 projeto NacionalEmpresa pública de Pernambuco se projeta nacionalmente com propostas inovadoras

INteRNet48 Nova ferramenta do RHEmpresas migram recrutamento e seleção para as redes sociais

MeRcADO18 CapaMaturidade das aplicações traz novas perspectivas ao mercado de mobilidade

Page 5: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Bem-vindo à nova era das comunicações corporativas.

Uma nova era impulsionada pelo avanço das comunicações unificadas.

Finalmente, estamos em um mundo onde você pode integrar diversos fornecedores enquanto mantém o seu atual

investimento em infraestrutura.

Um momento em que você pode reduzir custos e rapidamente implementar novas aplicações, experimentando

uma surpreendente velocidade e simplicidade com custo reduzido e eficiência.

TMO futuro das comunicações unificadas chegou - saiba mais sobre o Avaya Aura em avaya.com.br/aura

COMUNICAÇÕES INTELIGENTES

© 2009 Avaya Inc. Todos os Direitos Reservados.0

5

25

75

95

100

An_AURA_TIInside_01_OK

quarta-feira, 17 de junho de 2009 11:41:11

Page 6: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

6 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>newsclAuDIO feRReIRA*

Em meio às batalhas no Senado, que acabam contaminando todo o Congresso, a mais nova discussão sobre o PLC 84/99 – proposta de tipificação dos crimes cometidos através dos

meios informáticos, recentemente aprovado no Senado, é se ele pode sofrer alteração ou não. Para o “pai da criança”, o Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que realizou o feito de desagradar à comunidade de provedores a internautas heavy users, passando por blogueiros, analistas e que tais, não existe a possibilidade de mudança. No entanto, há uma movimentação na Câmara – a instância na qual o projeto se encontra hoje – para promover mudanças.

Os deputados federais Julio Semeghini (PSDB-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP), assim como membros do Ministério da Justiça, se reuniram para tentar costurar um acordo em relação às mudanças propostas pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI) ao projeto. Para Semeghini, entrevistado em 24 de agosto pela TI Inside Online, é possível uma “mexida” tanto em artigos como em parágrafos.

Ativista e representante do segmento de TI paulista, Semeghini busca corrigir pontos que despertaram a ira do mercado, como a criminalização que pode ser imposta aos provedores. Presente no artigo 22, o texto prevê o armazenamento por três anos de conexões realizadas através de equipamentos dos provedores, com informações como o endereço eletrônico da origem, hora, data e a referência do fuso horário (GMT), e afirma que eles seriam submetidos a auditorias regulares.

Primeiro, observa Semeghini, isto atenta contra o sigilo, além de transformar os provedores em instrumento de censura, com caráter policialesco, como também chamam a atenção os críticos ao Projeto. Apenas para essa adequação ao artigo 22, a Abranet (Associação Brasileira de Provedores de Internet) aponta que seria necessário um

investimento adicional de R$ 15 milhões por ano, principalmente em storage suplementar para suportar o volume de dados previstos.

polêmica em númerosAlém do artigo 22, outros temos são visados por Semeghini, em

especial os de número 17, 18, 19 e 21, que podem inclusive ser retirados da Lei no processo de revisão. Deles, o 17 é outro dos mais criticados, porque transforma dados que transitam pela web em bens protegidos de forma indiscriminada. A falta de critérios, neste caso, traz mais dúvidas do que soluções, alega o deputado.

Os artigos 18 e 21, que rezam sobre a criação de polícias estaduais e federais de combate ao crime cibernético, não têm qualquer respaldo dentro da comunidade de gerenciamento da Internet, ao dar um poder além das atribuições inerentes às corporações policiais, ou mesmo com o que é possível dentro da estrutura da grande rede. Já o artigo 19, que trata de crimes de raça e cor na web, pelo seu caráter de censura e punição mediante critérios subjetivos, também é forte candidato ao “corte”.

As claras e evidentes falhas na redação do texto também foram motivos de críticas do deputado, que, no entanto, reputa como fundamental a iniciativa de trabalhar

para a criação da Lei de Internet. O objetivo da revisão, reforçado por Semeghini, é eliminar os pontos polêmicos sem mexer ou acrescer no seu texto. A expectativa agora é correr contra o tempo para a realização das supressões para que a aprovação do PLC ocorra o mais rápido possível, propiciando que ele possa entrar em vigor ainda este ano.

Algo que não significa o fim dos debates. O deputado pretende reunir a comunidade de Internet e discutir a proposição e a elaboração de um novo projeto de lei – espera-se que mais “limpo” de erros e problemas de interpretação. A meta é chegar a um PLC que seja aprovado ainda em 2010. O Senador Azeredo, por N razões – entre elas a vaidade, discorda da premissa.

(*) Colaborou a cobertura do TI Inside Online

A mais nova discussão sobre a polêmico Projeto de Lei da Câmara (PLC 84/99), que criminaliza os delitos praticados por meio da Internet, é se ele ainda pode ou não ser alterado

DeputADO JulIO SeMeGhINI:

DefeNDe A cORReçãO De pONtOS que

DeSpeRtARAM A IRA DO MeRcADO,

cOMO A cRIMINAlIzAçãO

que pODe SeR IMpOStA AOS pROveDOReS

Lei contra o crime virtual:ainda é possível mudar?

A aprovação do Projeto de Lei 5.498/2009, tema de matéria em nossa edição de agosto da TI Inside, pode ter sido apenas o primeiro avanço na legislação eleitoral e de uso da web pelos candidatos. Um grupo de senadores, encabeçado pelos relatores do projeto de reforma eleitoral, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) – ele novamente – e Marco Maciel (PMDB-PE), pretende propor a permissão do uso

de banners e anúncios em portais ou mesmo em provedores de acesso.A nova proposta seria discutida em reunião conjunta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e da Comissão de Ciência e

Tecnologia. A idéia é cada vez mais aproximar a regulamentação da internet do que é feito nos canais de rádio e TV – como também antecipamos na reportagem do mês passado. Não custa lembrar que para ser válida na eleição de 2010 a reforma deve ser aprovada até o final de setembro.

eleição usará os portais?

Page 7: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Positivo Premium R430N• Processador Intel®

Core™2 Duo T6500 • Autêntico Windows

Vista® Business

Windows®. A vida sem limites.A Positivo recomenda o Windows.

O desafi o: Encontrar uma empresa que oferecesse preço competitivo, agilidade na entrega e qualidade incomparável.

A resposta:Positivo Empresas.

Positivo Informática - Líder em vendas de computadores no varejo, segundo relatório IDC (International Data Corporation) Q209. Core Inside, Intel, Logotipo Intel, Intel Core e Intel Inside são marcas registradas da Intel Corporation nos Estados Unidos e em outros países. Next Business Day - atendimento um dia após a solicitação. Produto benefi ciado pela Legislação de Informática. Imagens meramente ilustrativas.

Como encontrar uma empresa para montar parceria que se encaixe nos seus padrões de exigência?

Procurando no lugar certo. E a GVT, operadora de telefonia fi xa e banda larga com atuação nacional, achou com a Positivo Empresas. Uma empresa comprometida em fazer bons negócios de forma prática e efi ciente. O resultado da parceria foi a entrega de aproximadamente 1000 máquinas, sem atrasos e com garantia on site de 36 meses em todas elas. Tudo com a tecnologia e a qualidade da maior fabricante de computadores do Brasil.

Chegou um novo jeito de fazer negócios. Positivo Empresas. A tecnologia e a oportunidade certas para a sua empresa.

Saiba mais em www.positivoempresas.com.br

Page 8: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

8 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>news

Empresas Públicas e outros órgãos de governo como Serpro, Caixa Econômica e Banco do Brasil integram um grande grupo para o qual

investir e desenvolver software livre já é uma realidade. O vice-presidente de Tecnologia e Logística do Banco do Brasil, José Luiz Salinas, destaca que a independência tecnológica proporcionada pela substituição de programas proprietários por software de código aberto deverá gerar à instituição uma economia de cerca de R$ 110 milhões.

“Isso nos permite investir no relacionamento com os clientes, na eficiência do atendimento”, declarou Salinas durante o II Congresso Internacional de Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2009).

De acordo com Salinas, os terminais de auto-atendimento devem, baseados em software livre, incorporar com maior rapidez evoluções como reconhecimento de cédulas, pagamento com troco, identificação

de assinatura em cheques e outros avanços. Outra empresa que aponta que o software de código

aberto foi uma opção estratégica que rendeu bons resultados é a Caixa Econômica. A vice-presidente de tecnologia da Caixa, Clarice Coppetti, afirmou que as plataformas livres são utilizadas nas mais de 500 milhões de transações de negócios, como crédito, depósitos, financiamentos, saques, pagamento do Bolsa Família e outros. A tecnologia aberta é também a base de sustentação das 10 mil casas lotéricas e ações de responsabilidade social e empresarial.

Clarice ressaltou que a Caixa, atual responsável pela coordenação do Protocolo de Brasília, que defende o uso do padrão ODF para documentos públicos, tem exigido nas licitações de contratação o desenvolvimento de programas abertos e participação dos analistas em comunidades relacionadas à tecnologia adotada.

de acordo com o vice-presidente de Tecnologia e Logística do banco, José Luiz salinas, economia permitirá à instituição investir no relacionamento com os clientes e em uma maior eficiência do atendimento

JOSé luIz SAlINAS, DO BANcO DO BRASIl:

cOM SOftwARe lIvRe, teRMINAIS De AutO-AteNDIMeNtO DeveM INcORpORAR

INOvAçõeS cOM MAIOR velOcIDADe

ANtONIO cARlOS ReGO GIl, DA

BRASScOM: cuStO AtuAl De MãO-De-OBRA RepReSeNtA

eNtRe 70% e 80% DO fAtuRAMeNtO De uMA eMpReSA De SOftwARe e Deve

cAIR pARA 60% cOM A ReDuçãO DOS

IMpOStOS

A assinatura do Decreto 6.945 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que regulamenta a Lei 11.774, e reduz de 20% para 10% o recolhimento do INSS para as empresas de TI com foco na exportação pode representar um

benefício de até US$ 70 milhões para as companhias, além de aumentar a competitividade daquelas que atuam no mercado de offshore outsourcing.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), com a assinatura do decreto, as empresas brasileiras

entram no jogo global dos grandes contratos de terceirização de serviços de TI.

Segundo a entidade, o Brasil se torna uma grande alternativa à Índia na disputa pelo mercado de outsourcing de TI, que deve passar dos US$ 70 bilhões em 2008 para US$ 101 bilhões em 2010, segundo a AT Kearney.

Depois de exportar cerca de US$ 1,4 bilhão em serviços de TI no ano passado, as empresas brasileiras têm como meta atingir US$ 2,5 bilhões com vendas externas até 2010, o que, se confirmado, deve representar 71,5% dos US$ 3,5 bilhões da exportação de software e serviços deve exportar.

De acordo com a Brasscom, o custo atual de mão-de-obra representa entre 70% e 80% do faturamento de uma empresa de software, o qual deve cair para 60% com a redução dos impostos. Com a diminuição dos gastos com mão-de-obra, as empresas têm a possibilidade de reduzir os preços dos serviços terceirizados e de ganhar visibilidade no mercado de outsourcing, o qual disputa com a Índia, China, Rússia e México.

Menos imposto, mais recursosredução de impostos para o setor de TI pode deixar Us$ 70 milhões nos caixas das empresas

Software livre prossegue na atração de empresas públicas

Page 9: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

O mercado de serviços gerenciados de TI movimentará US$ 848 milhões neste ano, cifra que deve crescer 21% no ano que vem e atingir US$ 1,02 bilhão, segundo dados

da ASM Consultoria, apresentados no 2º Seminário de Serviços Gerenciados de TI e Telecom, evento promovido pela revista TI INSIDE e realizado pela Converge Comunicações. O tema também foi alvo da reportagem de capa da revista em agosto

A consultoria estima que a adoção desse tipo de solução continuará avançado de forma acelerada nos próximos cinco anos, e alcançar receita de US$ 2,44 bilhões ao final do período, o que, se confirmado, representará um aumento de 188% na comparação com 2009.

Segundo o estudo, 51% das empresas participantes da pesquisa disseram que pretendem investir em serviços gerenciados de TI neste e nos próximos anos. Além disso, 68% dos fornecedores de infraestrutura de TI declararam que passarão a prestar serviços gerenciados de TI.

Entre os impulsionadores dessa indústria, o diretor de consultoria da ASM, Bruno Rossi, aponta a maior adesão às

tecnologias de comunicações unificadas e de cloud computing, além da simplificação da gestão dos fornecedores.

“O mercado de serviços gerenciados manterá uma taxa agressiva de crescimento, com uma média de 23% ao ano entre este ano e 2014. Antes, a questão da confidencialidade dos dados era uma barreira, mas esta não existe mais”, afirma Rossi. De acordo com o executivo, 20% dos usuários de serviços gerenciados de TI são empresas com mais de 500 funcionários, 17% de companhias com 250 a 499 empregados e 14%, organizações com 100 a 249 funcionários.

crescimento a galopeserviços gerenciados de TI atingem Us$ 848 milhões este ano

Ano 5 | nº 49 | agosto de 2009 www.tiinside.com.br

A relevância da gestãona vida do aplicativo

Mobilidade avançanas corporações

Web 2.0 aquece negóciosna área do turismo

A ASCENSÃODOS SERVIÇOS GERENCIADOS

Especialização da oferta aumenta confiança e gera novos contratos

Capa_TI48.indd 40 12/8/2009 18:18:52

Page 10: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

1 0 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>artigo

*MANzAR feReS

indispensável. Além disso, é preciso ter ferramentas para que dispositivos possam ser desabilitados remotamente em caso de roubo ou furto. Assim o administrador pode apagar todos os dados contidos nos dispositivos, incluindo sua memória.

No entanto, se um dispositivo perdido ou roubado tiver suas conexões desativadas, não será possível inutilizar os dados remotamente. Isso acontece por conta da tecnologia lease key, que funciona como uma chave de hotel. A chave é ativada de acordo com a estadia. Por exemplo, ao fazer o check out, a chave é desativada e não é mais capaz de acessar o quarto. O quarto continua lá, mas não é possível ter acesso até se tomar as medidas corretas – ou, no caso de algumas soluções móveis de BI, até se conectar, reautenticar e receber uma nova chave de lease. A tecnologia de lease key funciona para que os dados armazenados em dispositivos móveis permaneçam seguros mesmo se o dispositivo estiver offline e não puder ser contatado por um administrador. Consequentemente, os dados ficam ainda mais seguros em dispositivos móveis do que em um e-mail.

Combinando-se a tecnologia de segurança fornecida com as soluções móveis de BI e as criadas pelos fabricantes de dispositivos, as organizações terão maior eficiência e proteção de suas informações utilizadas pelos profissionais em campo.

Smartphones e assistentes digitais pessoais (PDAs) estão entre as tecnologias que mais crescem atualmente. Essa expansão se deve

também pelo fato das empresas estarem equipando seus funcionários com dispositivos móveis a fim de que eles possam tomar decisões de negócios onde quer que estejam e a qualquer momento. Inteligência de negócios, ou Business Intelligente (BI), aumenta o valor dos dispositivos móveis, pois permite às organizações oferecerem informações precisas e customizadas aos funcionários a partir desses aparelhos.

A capacidade de acessar informações críticas e ferramentas analíticas de desempenho em dispositivos móveis possibilita uma tomada de decisão mais inteligente e rápida, gerando vantagem competitiva e maior produtividade. Isso permite que as organizações aproveitem melhor sua infraestrutura e ganhem velocidade para se reposicionarem à medida que o mercado se transforma. Com o uso do BI em dispositivos móveis se tornando cada vez mais popular, é preciso que as organizações considerem e reforcem cinco importantes orientações de segurança: autorização, autenticação, proteção, política de senhas e acesso remoto de prevenção em caso de roubo ou perda.

A autenticação é importante, pois garante que somente usuários com senhas e identidades válidas acessem os sistemas. Já a autorização garante que os usuários acessem aplicações ou editem dados de acordo com

Como qualquer outra aplicação que é acessada remotamente, maximizar a proteção por senha é um dos pré-requisitos de segurança indispensáveis

A mobilidade e o desafio da segurança da informação

critérios pré-definidos pela organização.O terceiro passo de segurança a

ser observado é o uso da criptografia, que já está incluído na maioria das soluções móveis, inclusive BI, Esse mecanismo é indispensável para garantir o bom nível de segurança dos dados e da comunicação. Somente as fontes e os usuários autenticados e autorizados podem decifrar e converter os dados em um formato legível.

A arquitetura de sistemas para dispositivos móveis deve ainda incluir um servidor protegido por firewall para armazenamento das informações sobre cada usuário. Isso minimiza a chance das transmissões serem interceptadas e, caso isso ocorra, garante que os dados estejam ininteligíveis.

Como qualquer outra aplicação que é acessada remotamente, maximizar a proteção por senha é outro pré-requisito de segurança

cOMBINANDO-Se A tecNOlOGIA De

SeGuRANçA fORNecIDA cOM

AS SOluçõeS MóveIS De BI e AS

cRIADAS pelOS fABRIcANteS De DISpOSItIvOS, AS

ORGANIzAçõeS teRãO MAIOR

efIcIêNcIA e pROteçãO

De SuAS INfORMAçõeS

utIlIzADAS pelOS pROfISSIONAIS

eM cAMpO

FOTO

: DIV

ULG

ãO

*Manzar Feres é é diretora da área de Comunicações da IBM para América Latina.

Serviços GerenciadosSoluções reais para negócios reais

Managed IP PBX: projeto, implementação e gerenciamento, permitindo a você atualizar seus recursos de telefonia corporativa reduzindo custos de aquisição com todos os benefícios e mobilidade da tecnologia IP.

Network Management: maximize a performance da sua rede com gerenciamento de capacidade e consultoria contínua de profissionais altamente capacitados.

Virtual Hosting: o suporte adequado para você implantar novos projetos, adequar ambientes para aplicações e atender demandas inesperadas ou sazonais com flexibilidade, rapidez e segurança.

www.globalcrossing.com0800 7714747

Confie na experiência de uma empresa com rede global em 690 cidades, em 60 países e 17 Data Centers World Class sendo 3 no Brasil (Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo).

Entre em contato para conhecer mais sobre Serviços Gerenciados e outros produtos:

Page 11: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Serviços GerenciadosSoluções reais para negócios reais

Managed IP PBX: projeto, implementação e gerenciamento, permitindo a você atualizar seus recursos de telefonia corporativa reduzindo custos de aquisição com todos os benefícios e mobilidade da tecnologia IP.

Network Management: maximize a performance da sua rede com gerenciamento de capacidade e consultoria contínua de profissionais altamente capacitados.

Virtual Hosting: o suporte adequado para você implantar novos projetos, adequar ambientes para aplicações e atender demandas inesperadas ou sazonais com flexibilidade, rapidez e segurança.

www.globalcrossing.com0800 7714747

Confie na experiência de uma empresa com rede global em 690 cidades, em 60 países e 17 Data Centers World Class sendo 3 no Brasil (Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo).

Entre em contato para conhecer mais sobre Serviços Gerenciados e outros produtos:

Page 12: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

1 2 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>gestão

próximo, porque uma das empresas estava enquadrada nos requisitos do Fisco. “Não sabíamos do enquadramento da atividade, porque primariamente somos prestadores de serviço de produção de refeições coletivas, e assim estaríamos obrigados a emitir NFe apenas ano que vem, mas como temos a atividade de atacadista, fomos incluídos agora”, esclarece Diene Nascimento, gerente de TI do Prato Feito.

ação voluntáriaPrudentemente, no entanto, o

executivo já vinha se preparando para a mudança. Até porque havia concluído que a migração para o novo ambiente lhe traria vantagens adicionais, uma vez que a empresa emite notas fiscais quinzenalmente, tudo em papel e postado pelos Correios. “Nos foi apresentada a opção integrada do ERP e partimos para o projeto. Fizemos ajustes na base de dados para atender à legislação e contratamos os certificados digitais. Num segundo momento, fizemos a parametrização e os testes de emissão das NFes”, conta, dizendo que manteve o modelo convencional em operação até que o novo processo estivesse estabilizado.

Foram necessárias duas intervenções por parte da NL, consultoria contratada para o projeto: os testes e a parametrização. Mas o Grupo Prato Feito conseguiu a habilidade de passar a emitir NFe em 30 dias a contar do início do projeto. Traumas? Nenhum. O Prato Feito já emite mensalmente de 3 mil notas fiscais e considera o seu projeto totalmente concluído. “A ferramenta da NL não causou problemas. Nos habilitamos antes do prazo”, enfatiza

Todos os contribuintes que recolhem ICMS e IPI, respectivamente, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI), serão obrigados, até o dia 30 de setembro, a enviar a Escrituração Fiscal Digital (EFD, ou Sped Fiscal) ao Fisco. Esta é última etapa do projeto Sped (Sistema Público de Escrituração Fiscal), instituído pelo governo para simplificar a fiscalização sobre as empresas. Nas fases anteriores, as organizações deram o pontapé inicial na transmissão da Escrituração Contábil Digital (ECD, ou Sped Contábil) e na emissão de nota fiscal eletrônica (NFe), algumas delas obrigadas a gerar o documento a partir deste mês de setembro.

Usuária do SAP ERP desde 2001 e das soluções SAP de Business Intelligence desde 2003, a ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo buscava, no final de 2008, se adequar à regulamentação para emissão de nota fiscal eletrônica, cujo prazo para a sua categoria se encerraria em abril deste ano. Para isso, a companhia, cliente global SAP e com o ERP hospedado na Alemanha, optou pela adoção do aplicativo SAP NFe 1.0, desenvolvido pela SAP Brasil.

“O interesse por esta solução foi natural, já que nossa empresa tinha consciência de que a escolha nos ofereceria total aderência e suporte ao restante de nossas aplicações”, conta Claudinei Zanotello, gerente sênior de TI do grupo ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo.

Dessa forma, a implementação foi feita nas quatro empresas do grupo, envolvendo uma equipe interna de seis

colaboradores de TI e outros 14 profissionais dos parceiros da SAP, Atos Origin (consultoria funcional R/3 e GRC Nf-e), Stefanini (infraestrutura e service-desk) e Hewlett Packard (fornecimento hardware e solução de “backup”), totalizando 20 pessoas no projeto.

Utilizando o NFe 1.0, para geração das notas fiscais eletrônicas, e a Aplied Solutions como fornecedora de serviços de EDI, as quatro empresas do Grupo ThyssenKrupp conseguem gerar, desde 1º. de abril, mais de 20 mil notas fiscais mensais.

Tão simples quanto o caminho trilhado pela ThyssenKrupp, foi a escolha feita pela Prato Feito Alimentação e Serviços, empresa fundada em julho de 1991, no Rio Grande do Sul. Denis Nascimento, diretor de TI da organização, conta que somente em julho último soube que o Grupo estaria obrigado a emitir nota fiscal eletrônica a partir de setembro

empresas contam seus esforços para iniciar a emissão da nota fiscal eletrônica (nFe) e como estão se preparando para o sistema de escrituração Fiscal

JAckelINe cARvAlhO

o relacionamento eletrônico com o fisco

FOTO

: DIV

ULG

ãO

“não sabíamos do

enquadramento da atividade,

porque primariamente

somos prestadores

de serviço de produção de

refeições coletivas, e assim

estaríamos obrigados a emitir

nFe apenas. no ano que vem, mas

como temos a atividade de

atacadista, fomos incluídos agora”

DIeNe NAScIMeNtO, DO pRAtO feItO

Untitled-1 1 28/8/2009 14:58:54

Page 13: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

o relacionamento eletrônico com o fisco

Untitled-1 1 28/8/2009 14:58:54

Page 14: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

1 4 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>gestão

TI, no entanto, fez total diferença. “Houve melhora do processo. As pessoas manifestaram satisfação com NFe, porque o próprio ambiente de trabalho melhorou (não tem ruído nem poluição visual, tem menos sujeira). Mas do ponto de vista econômico, para a realidade da Fiat, não precisa fazer muita conta para saber que o investimento não se paga em poucos anos. Se a motivação fosse econômica, provavelmente este projeto não faria feito”, diz o executivo.

OutsourcingEm conformidade com o Sped

Contábil há um ano, a Positivo Informática, uma das maiores produtoras de computadores do País, finalizou a implementação da solução de Nota Fiscal eletrônica da Neogrid um mês antes do prazo determinado pela lei do Sped, de 01 de setembro de 2009.

Com 14 dias de emissão em produção, o sistema já emitia 15 mil documentos autorizados em quatro estados (Paraná, São Paulo, Bahia, Amazonas). Um volume considerado crítico e que exigia um SLA mais agressivo, na visão do CIO da companhia, Flávio Alqueres de Souza. “Isso nos levou a optar pela solução da Neogrid, que faz o despacho e o monitoramento de entrega da nota fiscal eletrônica às Sefaz”, diz ele.

Para chegar a esse estágio, a Positivo Informática contratou o sistema e a consultoria da Neogrid, que instalou junto ao legado da Positivo o seu aplicativo de NFe. “Estávamos em meio à implementação do pacote de aplicativos para gestão empresarial (ERP) da SAP e, para não empreender em dois projetos simultâneos, optamos pela terceirização de uma solução e integração da mesma com o nosso legado”, relata CIO da Positivo, complementando que o modelo de outsourcing lhe permitiu colocar o sistema em operação sem dedicar tempo e recursos financeiros ao treinamento de pessoal.

Terminada a implementação do sistema SAP, a Positivo volta a avaliar se internaliza a operação de NFe ou se a mantém junto à Neogrid. “O pacote SAP tem a função de emissão de nota fiscal eletrônica, que funcionada muito bem quando a nota é aceita pela Sefaz. O problema é quando o documento é recusado, é preciso que tanto ele quanto a mercadoria percorram o caminho reverso da venda, o que é algo complexo”,afirma Souza. Segundo ele, a Neogrid foi contratada para prestar o serviço durante o mês de agosto e, talvez, setembro. “Agora já estendemos o prazo para setembro, no mínimo”, finaliza.

Nascimento, ao dizer que não precisou de hardware ou links de comunicação adicionais, sendo suficiente a infraestrutura que a empresa tinha às mãos. “O investimento foi na compra do módulo e na consultoria necessária à implantação”, diz.

Nascimento comemora o fato de ter antecipado, com o sistema de NFe, dois dias de faturamento em relação ao processo anterior e também ter reduzido o custo com os Correios e com transportadoras, além de ter abandonado os formulários de impressão das notas.

Escala Um pouco mais maduro no

processo de emissão de notas fiscais eletrônicas – iniciou em 01 de agosto de 2008 – o Grupo Fiat já emitiu 2.500 mil NFes. O projeto começou em fevereiro de ano passado, após a percepção da direção da empresa quanto à complexidade e o grau crítico do projeto, já que a emissão seria compulsória a partir de 01 de setembro. “Após esta identificação foi criado um time multidisciplinar com 30 profissionais e outras 150 pessoas foram envolvidas indiretamente”, conta Atalibas Gomes Neto, gerente do projeto Sped do Grupo Fiat.

Incluindo infraestrutura e a consultoria feita pela Signature South Consulting, o projeto consumiu algo em torno de R$ 9 milhões. Um aporte que o Grupo Fiat não estima prazo de retorno, uma vez que a demanda foi compulsória, segundo o executivo. “O retorno deste investimento não foi calculado”, afirma.

A qualidade imposta ao ambiente de

confira regras gerais sobre outros componentes do sped fiscal Prazo de entrega do arquivo digitaldeverá ocorrer até o dia cinco do mês subsequente ao encerramento do mês da apuração. É importante lembrar que a determinação, apesar de ser nacional, pode ser alterada pelos Estados, de acordo com a conveniência;obrigatoriedadesna entrega do arquivo digital no caso de fusão, incorporação ou cisão;retificaçãono caso de incorreção, os arquivos já entregues podem ser retificados, de forma muito parecida com o que ocorre atualmente com o Imposto de Renda Pessoa Física. Dessa forma, até o fim do prazo de entrega pode ser feita uma retificação, com substituição de todo o arquivo e detalhamento de que aquele novo documento se trata de uma correção. Após o prazo de entrega, é preciso pedir autorização para a retificação diretamente com a Receita.

“estávamos em meio à

implementação do pacote de

aplicativos para gestão

empresarial (erP) da sAP e, para não

empreender em dois projetos simultâneos,

optamos pela terceirização de uma solução e integração da mesma com o nosso legado”

flAvIO AlqueReS De SOuzA, DA pOSItIvO

INfORMátIcA

FOTO

: DIV

ULG

ãO

Page 15: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 16: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

1 6 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>gestão

tipo de trabalho realizado pelo colaborador. Como exemplo, páginas de bate-papo são proibidas a quase todos os departamentos, exceto para quem realmente necessita da ferramenta. Os operadores também não têm permissão de fazer download de arquivos e outros conteúdos, pois podem degradar a performance da rede e por em risco a sua integridade.

Login únicoPara Santos, o que prova a

efetividade da segurança da rede é a integração total dos sistemas. “O software de segurança conversa com a autenticação. Tudo o que é acessado está sendo logado, assim temos um controle maior do que acontece em nosso ambiente”, frisa. O executivo de negócios da Agtech, Marcelo Schiavo, complementa que o login é realizado na própria máquina, sendo necessária apenas uma autenticação. “A política de acesso é a mesma usada no Windows, o que traz mais agilidade ao funcionário”.

A proteção do ambiente Metronet (o nome da rede do Metrô) é feita pelo antivírus interno Norton, além do firewall contido no Astaro. O recurso permite o acesso somente a quem tem permissão, seja de dentro para fora da rede, ou vice-versa.

O contrato assinado vale por três anos, mas pode ser prorrogado por mais dois. Depois disso, uma outra licitação será aberta, cumprindo as exigências do Metrô-SP. Santos salienta que a solução adquirida protege a operação de gestão e não a operacional, que tem outra natureza e requisitos.

A rede de TI da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) conta com aproximadamente 8 mil usuários que utilizam 3 mil desktops, geram

um fluxo de 30 mil e-emails por dia e mais de 4 mil conexões simultâneas em um ambiente operacional Windows 2003. Além disso, possui uma infraestrutura com 12 sites distribuídos na Região Metropolitana de São Paulo, interligados pela rede Intra-Gov (serviço de comunicação prestado pela Telefônica ao Governo do Estado).

As chances de invasão e a complexidade do gerenciamento da segurança desse ambiente são altas, sendo necessário uma solução igualmente à altura para proteger todo este ambiente. Tal operação era realizada pela própria equipe da instituição, que sentiu necessidade terceirizar o sistema, já que as soluções caseiras utilizadas contra ataques externos se tornaram vulneráveis diante do aumento da violência virtual.

Em novembro de 2007, a companhia abriu um pregão eletrônico para dar início à reforma tecnológica. A Agtech, consultoria especializada em trabalhos de outsourcing, venceu a licitação para oferecer um serviço que incluía monitoração remota em regime 24x7 e uma solução de alta disponibilidade para ambiente Linux.

No primeiro mês do ano seguinte, a consultoria implantou outra solução, desta vez baseada em appliance (máquinas dedicadas e especificamente preparadas para segurança, que geram

relatórios de acesso indicando quem acessou o quê e quando, filtro de conteúdo e categorização de sites), recursos de firewall e VPN (virtual private network) para todos os usuários e o software Astaro Security Linux, além de redundância deste ambiente.

Zero de incidentesMarcos Antônio dos Santos, chefe do

departamento de infraestrutura de TI do Metrô-SP, informa que desde a incorporação da nova plataforma nenhum incidente foi identificado. “Em mais de um ano e meio de contrato, não foi registrada qualquer ocorrência, nem indisponibilidade, e isso trouxe mais tranquilidade para nós”, afirma.

O trabalho começou com a categorização de páginas antes do acesso livre aos colaboradores. Foram identificadas palavras-chaves para, a partir daí, bloquear ou liberar o acesso, levando em conta o

empresa está há mais de um ano sem registrar qualquer incidente. Como? substituiu soluções caseiras de segurança por pacotes de mercado

fAuStO feRNANDeS

“o software de segurança

conversa com a autenticação. Tudo o que é

acessado está sendo logado,

assim temos um controle maior do que acontece em nosso ambiente”MARcOS ANtôNIO

DOS SANtOS, DO MetRô-Sp

metrô de são Paulo bloqueia invasões

FOTO

: DIV

ULG

ãO

Page 17: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

o universo das aplicações e serviços móveis destinados às empresas é cada vez maior. esse cenário abre um universo de possibilidades para operadoras de celular,

desenvolvedores, integradores de serviços e, é claro, para aquelas empresas que decidam adotar a mobilidade em suas soluções de telecomunicações e ti.

no especial das próximas páginas estão alguns exemplos do que já está acontecendo e do que virá nos próximos anos. possibilidades de mobile crm, mobile payment, distribuição de

aplicativos de prateleiras, mobile marketing e machine-to-machine são só algumas das frentes que se abrem.

sUpleMeNtO especial Das ReVistas teletiMe e ti iNsiDe, set/09.

suplemento especial

mobilidadEsuplemento especial

Especial_Mobile+.indd 17 1/9/2009 16:37:58

Page 18: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

Executivos móveisBrasil vive Boom de moBilidade corporativa. demanda surge entre pequenas e médias empresas e operadoras se estruturam para venda pró-ativa de aplicativos.

Apesar da crise econômica mun-dial, o segmento de aplicações corporativas no celular cresce no País. A demanda por parte de pequenas e médias empre-

sas começa a surgir, enquanto entre gran-des corporações avançam na direção de integrar aos smarpthones seus sistemas de business intelligence (BI) e ERP. Cientes de que não podem ser meras vendedoras de acesso, as operadoras brasileiras se reestruturam internamente para serem mais pró-ativas nas vendas de aplicativos corporativos.

Faltam pesquisas que estimem o tama-nho desse mercado no Brasil, mas os números de alguns dos mais importantes desenvolvedores nacionais especializados nessa área ilustram o bom momento. Na Abacomm e na Fazion, os faturamentos cresceram, respectivamente, 104% e 50% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado. E pode-ria ter sido muito maior se alguns clientes não tivessem postergado projetos em razão da crise econômica. Na Compera nTime, a projeção é de que o segmento corporativo registre um aumento de receita da ordem de 80% este ano. Na Spring Wireless, a expectativa é de alcançar um faturamento de US$ 115 milhões em 2009, contra US$ 83 milhões no ano passado – metade disso advinda do mercado brasileiro.

O uso do celular para fins corporativos é algo recente, com mais ou menos uma década de vida. A primeira etapa aconteceu no fim da década de 90, com a digitalização das redes celulares, quando as grandes empresas começaram botar telefones móveis nas mãos dos seus exe-cutivos. O passo seguinte foi a adoção do e-mail móvel e da sincronização da agenda corpo-rativa no celular. Isso começou nos primeiros anos desta déca-da, a partir de soluções como a de alerta de e-mails por SMS. Por sinal, foi um aplicativo assim que fez a nTime, então uma

pequena desenvolvedora incubada na PUC-RJ, ganhar fama. Ainda na primeira metade desta década vie-ram os BlackBerries e outros smart-phones com soluções de push e-mail, e hoje praticamente todas as gran-des empresas brasileiras oferecem correio eletrônico móvel a seus exe-cutivos de alto e médio escalão.

A fase atual vivida no País e que tem gerado tão bons resultados

para desenvolvedores nacionais é a de popula-rização de aplicações móveis que deem mais agilidade e produtividade a funcionários que ficam prioritariamente fora do escritório. Versões para

celular de aplicações como automação de força de vendas, gestão de ordens de servi-ço externo e coleta de dados começaram a surgir em meados dessa década e agora estão extremamente populares. “Na TIM temos uma quantidade interminável de projetos com essas aplicações”, relata Renato Ciuchini, diretor de top clients da operadora. Os benefícios são percebidos rapidamente pelas empresas e o retorno do investimento costuma vir em menos de um ano. “Nenhuma empresa compra um apli-cativo móvel por ele ser cool, mas porque é útil. Tem que gerar redução de custos, dar mais agilidade etc”, resume Gustavo Risio, diretor da área corporativa da Compera nTime. No caso de gestão de ordens de serviço, por exemplo, economiza-se com ligações e com idas e vindas dos funcioná-rios ao escritório central para a entrega de formulários. É tudo feito via rede celular: o empregado recebe na tela do aparelho a lista de ordens de serviço e vai informando, também pelo telefone, o status de cada pedido, conforme o realiza. “Além da redu-ção de gastos com ligações e impressões, há ganhos intangíveis: precisão dos dados, visualização em tempo real etc. É até difícil mensurar”, comenta Mauro Faccioni, pre-sidente da Fazion.

Os setores financeiro, varejista e far-macêutico são apontados por especialistas como os que saíram na frente na adoção de aplicações móveis corporativas no Brasil. De maneira geral, qualquer empre-sa que tenha muitos processos realizados externamente, com funcionários em mobi-lidade constante, enxerga facilmente os ganhos de se adotar aplicações no celular. Na indústria e no agrobusiness, entretan-to, ainda há muito espaço para crescer, apontam desenvolvedores.

Um setor que definitivamente está atra-sado na adoção de aplicações móveis no Brasil é o governamental. Isso vale princi-palmente para a esfera do Poder Executivo. Uma exceção parece ser o governo estadual do Rio de Janeiro, que através do Proderj vem realizando diversos testes com aplica-ções corporativas. Um dos mais recentes é uma solução de clipping digital enviado diretamente para os smartphones do gover-

FErnando Paiva fe rnando .pa [email protected]

“nenhuma empresa compra um aplicativo móvel por ele ser cool, mas porque é útil”Gustavo risio, da compera ntime

especial mobilidadE mErcado

FOTO

S: d

ivul

gAçã

O

Especial_Mobile+.indd 18 1/9/2009 16:38:04

especial mobilidade | set_2009

nador Sérgio Cabral e de seus secretários estaduais.

Ainda dentro do setor de governo, aplicações móveis podem ser úteis também para forças de segurança. “Toda força policial de Londres usa Blackberries para checar a identidade de pessoas, placas de carros etc. Nos EUA, o FBI também usa Blackberry”, destaca Adriano Lino, gerente de inteligência de mercado da RIM na América Latina.

Se o Poder Executivo está um passo atrás em mobilidade corporativa, o mesmo não pode ser dito das empresas controladas pelo governo federal. Algumas, como a Petrobras, têm uma equipe própria de engenheiros de TI e telecom trabalhando em aplicativos móveis a partir de deman-das das áreas de negócios. A petroleira criou, por exemplo, uma aplicação para auditoria e inspeção de válvulas de gasodu-tos com dados enviados via smartphones, conta Orlando Pinna, gerente de arquitetu-ra corporativa da Petrobras.

PMEsNão são apenas grandes corporações

que podem se beneficiar de aplicações móveis. Pequenas e médias empresas tam-bém se interessam pelo assunto. O proble-ma são os custos dos dispositivos e, princi-palmente, das soluções. A maioria dos aplicativos é desenvolvida sob medida para grandes empresas, a um preço inviável para companhias de menor porte.

A saída para atender esse público é a oferta de aplicativos “de prateleira”, ou seja, sem qualquer customização. E de preferên-cia cobrados como um serviço, com uma mensalidade por terminal de acesso. A Fazion identificou esse nicho e acabou de lançar versões para pequenas e médias empresas de seus aplicativos móveis de automação de força de vendas, gestão de ordens de serviço e coleta de dados. O custo é de apenas R$ 40 mensais por terminal. O primeiro cliente é uma loja de sapatos, que adotou o aplicativo de automação de força de vendas.

Fabricantes de smartphones também se preocupam em oferecer aplicações corpo-rativas de prateleira, geralmente desenvol-vidos por parceiros certificados e disponibi-lizados em suas lojas de aplicativos. Neste caso o modelo de negócios costuma ser a cobrança pelo download.

As operadoras móveis, por sua vez, carecem de equipes de serviços de valor adicionado (SVA) corporativos. Na maioria delas, a área de SVA dedica-se à criação de

serviços ligados a entre-tenimento, como jogos, músicas e vídeos. “Os projetos da área de vare-jo sempre passam na frente daque-les da área corporativa”, comenta uma fonte do setor. Uma exceção é a Nextel, cujo foco sempre foi maior na venda para pessoas jurídicas. A operadora desenvolveu por conta própria alguns aplicativos de prate-leira para empresas, como um de localização de equipes em campo. “Esse aplicativo é muito usado por empresas de entrega e de seguran-ça. Aproveitamos o fato de que todos os aparelhos em nosso portfólio têm GPS embutido”, explica o gerente de produtos e serviços da Nextel, Tiago Galli. Os aplicativos da operadora são vendidos como serviços, por meio de cobrança de mensalidade na conta. Quando aparecem empre-sas de grande porte em busca de aplicativos customizados, a Nextel indica desenvolvedores parceiros.

A indicação de empresas parcei-ras para ajudar grandes clientes a encontrarem soluções de mobilida-de é algo comum entre as operado-ras brasileiras há bastante tempo. O problema é que essa indicação cos-tuma vir de forma reativa, a partir de uma demanda do cliente. Além disso, a empresa passa a ter duas contas diferentes: uma de voz e dados com a operadora e outra de licenciamento de um aplicativo móvel com um desenvolvedor. Uma

operadora disposta a mudar esse cenário é a TIM. A empresa está passando por uma reestru-turação de sua área corporati-va, que inclui o treinamento de cinquenta engenheiros de solu-ções para serem pró-ativos na venda de aplicativos móveis desenvolvidos por parceiros. A cobrança pelo uso das aplica-ções passará a ser feita na conta de telefone do cliente e a receita será dividida com o desenvolvedor, tal como é feito

hoje no segmento de SVAs de entreteni-mento. Toda a adaptação do sistema de billing da TIM já está concluída. As vendas devem começar para valer em outubro. “O cliente quer uma solução completa com um só ponto de contato. É o conceito de one-stop shopping. Isso já acontece na Europa”, explica Ciuchini, da TIM. Na opi-nião dele, ninguém melhor que a operado-ra para ser esse ponto único de contato.

No entender do executivo, essa mudan-ça será boa também para os desenvolvedo-res, pois as operadoras têm equipes maio-res e mais distribuídas de vendedores. Para o desenvolvedor será melhor vender mais vezes o seu aplicativo pela metade do preço do que vender pouco pelo preço cheio, explica Ciuchini.

A Vivo segue o mesmo caminho. Criou há seis meses o que chama de “programa de soluções de mobilidade”, no qual certifi-ca desenvolvedores parceiros cujas aplica-ções serão oferecidas para clientes corpora-tivos da operadora. Por enquanto, as ven-das de aplicativos continuarão sendo feitas em contratos dos parceiros com as empre-sas, mas é estudada para 2010 a evolução

Os aplicativos que as empresas mais procuram• Automação de força de vendas• E-mail móvel• Gestão de ordens de serviço em campo• Coleta de dados• Localizador de equipes em campo• Rastreamento de frota• Telemetria para utilities

“existem dezenas de caras programando aplicativos de

automação de força de vendas. é preciso criar algo novo”

KlEbEr mEira, da aBacomm

Especial_Mobile+.indd 19 1/9/2009 16:38:06

Page 19: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

nador Sérgio Cabral e de seus secretários estaduais.

Ainda dentro do setor de governo, aplicações móveis podem ser úteis também para forças de segurança. “Toda força policial de Londres usa Blackberries para checar a identidade de pessoas, placas de carros etc. Nos EUA, o FBI também usa Blackberry”, destaca Adriano Lino, gerente de inteligência de mercado da RIM na América Latina.

Se o Poder Executivo está um passo atrás em mobilidade corporativa, o mesmo não pode ser dito das empresas controladas pelo governo federal. Algumas, como a Petrobras, têm uma equipe própria de engenheiros de TI e telecom trabalhando em aplicativos móveis a partir de deman-das das áreas de negócios. A petroleira criou, por exemplo, uma aplicação para auditoria e inspeção de válvulas de gasodu-tos com dados enviados via smartphones, conta Orlando Pinna, gerente de arquitetu-ra corporativa da Petrobras.

PMEsNão são apenas grandes corporações

que podem se beneficiar de aplicações móveis. Pequenas e médias empresas tam-bém se interessam pelo assunto. O proble-ma são os custos dos dispositivos e, princi-palmente, das soluções. A maioria dos aplicativos é desenvolvida sob medida para grandes empresas, a um preço inviável para companhias de menor porte.

A saída para atender esse público é a oferta de aplicativos “de prateleira”, ou seja, sem qualquer customização. E de preferên-cia cobrados como um serviço, com uma mensalidade por terminal de acesso. A Fazion identificou esse nicho e acabou de lançar versões para pequenas e médias empresas de seus aplicativos móveis de automação de força de vendas, gestão de ordens de serviço e coleta de dados. O custo é de apenas R$ 40 mensais por terminal. O primeiro cliente é uma loja de sapatos, que adotou o aplicativo de automação de força de vendas.

Fabricantes de smartphones também se preocupam em oferecer aplicações corpo-rativas de prateleira, geralmente desenvol-vidos por parceiros certificados e disponibi-lizados em suas lojas de aplicativos. Neste caso o modelo de negócios costuma ser a cobrança pelo download.

As operadoras móveis, por sua vez, carecem de equipes de serviços de valor adicionado (SVA) corporativos. Na maioria delas, a área de SVA dedica-se à criação de

serviços ligados a entre-tenimento, como jogos, músicas e vídeos. “Os projetos da área de vare-jo sempre passam na frente daque-les da área corporativa”, comenta uma fonte do setor. Uma exceção é a Nextel, cujo foco sempre foi maior na venda para pessoas jurídicas. A operadora desenvolveu por conta própria alguns aplicativos de prate-leira para empresas, como um de localização de equipes em campo. “Esse aplicativo é muito usado por empresas de entrega e de seguran-ça. Aproveitamos o fato de que todos os aparelhos em nosso portfólio têm GPS embutido”, explica o gerente de produtos e serviços da Nextel, Tiago Galli. Os aplicativos da operadora são vendidos como serviços, por meio de cobrança de mensalidade na conta. Quando aparecem empre-sas de grande porte em busca de aplicativos customizados, a Nextel indica desenvolvedores parceiros.

A indicação de empresas parcei-ras para ajudar grandes clientes a encontrarem soluções de mobilida-de é algo comum entre as operado-ras brasileiras há bastante tempo. O problema é que essa indicação cos-tuma vir de forma reativa, a partir de uma demanda do cliente. Além disso, a empresa passa a ter duas contas diferentes: uma de voz e dados com a operadora e outra de licenciamento de um aplicativo móvel com um desenvolvedor. Uma

operadora disposta a mudar esse cenário é a TIM. A empresa está passando por uma reestru-turação de sua área corporati-va, que inclui o treinamento de cinquenta engenheiros de solu-ções para serem pró-ativos na venda de aplicativos móveis desenvolvidos por parceiros. A cobrança pelo uso das aplica-ções passará a ser feita na conta de telefone do cliente e a receita será dividida com o desenvolvedor, tal como é feito

hoje no segmento de SVAs de entreteni-mento. Toda a adaptação do sistema de billing da TIM já está concluída. As vendas devem começar para valer em outubro. “O cliente quer uma solução completa com um só ponto de contato. É o conceito de one-stop shopping. Isso já acontece na Europa”, explica Ciuchini, da TIM. Na opi-nião dele, ninguém melhor que a operado-ra para ser esse ponto único de contato.

No entender do executivo, essa mudan-ça será boa também para os desenvolvedo-res, pois as operadoras têm equipes maio-res e mais distribuídas de vendedores. Para o desenvolvedor será melhor vender mais vezes o seu aplicativo pela metade do preço do que vender pouco pelo preço cheio, explica Ciuchini.

A Vivo segue o mesmo caminho. Criou há seis meses o que chama de “programa de soluções de mobilidade”, no qual certifi-ca desenvolvedores parceiros cujas aplica-ções serão oferecidas para clientes corpora-tivos da operadora. Por enquanto, as ven-das de aplicativos continuarão sendo feitas em contratos dos parceiros com as empre-sas, mas é estudada para 2010 a evolução

Os aplicativos que as empresas mais procuram• Automação de força de vendas• E-mail móvel• Gestão de ordens de serviço em campo• Coleta de dados• Localizador de equipes em campo• Rastreamento de frota• Telemetria para utilities

“existem dezenas de caras programando aplicativos de

automação de força de vendas. é preciso criar algo novo”

KlEbEr mEira, da aBacomm

Especial_Mobile+.indd 19 1/9/2009 16:38:06

Page 20: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

para o modelo de one-stop shop-ping, com cobrança na conta telefônica. A operadora só não definiu se dividirá receita com os desenvolvedores ou comprará deles de uma vez os direitos para venda de determinados aplicati-vos corporativos.

Por trás dessa mudança estratégica das operadoras está a consciência de que não podem mais ser apenas um cano para tráfego de voz e dados. “Se con-tinuarmos no modelo de venda de acesso vamos brigar por cen-tavos. Não queremos virar commodity. Queremos agregar valor”, explica Alex Coutinho, gerente da Vivo Empresas. “Tenho que ajudar o cliente a encontrar soluções”, concorda Ciuchini, da TIM.

FuturoDepois do e-mail e das aplicações de

automação de forças de campo, qual será a próxima onda em mobilidade corporativa? Na bola de cristal dos especialistas apare-cem inúmeros caminhos. Uma tendência que já vem acontecendo e que deve ganhar força nos próximos anos é a integração de smartphones a sistemas de BI e ERP. A ideia é que executivos do alto escalão de uma empresa passem a ter acesso a indica-dores da performance de produção e venda na tela de seus celulares.

Conforme os smar-tphones começam a tra-fegar dados cada vez mais estratégicos e valio-sos, será preciso também tomar um cuidado redo-brado com a sua segu-

rança. Para Julio Ramos, gerente de soluções da Microsoft, o próximo passo em mobilidade corporativa será tratar o dispositivo móvel como membro efetivo da rede da empre-sa, o que requer políticas especiais de segurança, similares àquelas já usadas para laptops.

Outra tendência futura é agregar a informação de localização às apli-cações existentes. Se o sistema sabe onde um determinado vendedor está, pode indicar na tela do seu celular endereços de potenciais clientes próximos que poderiam ser visitados, explica o presidente da Spring Wireless, Marcelo Condé.

Aplicações de mobile banking e mobile payment, especialmente

transferência de dinheiro entre telefo-nes celulares, é outra área apontada como promissora por especialistas. “Vamos olhar mobile payment com bastante carinho a partir de 2010”, adianta Galli, da Nextel.

A própria necessidade dos desen-volvedores de se diferenciar deve con-

tribuir para a inovação. “Existem dezenas de caras programando aplicativos de auto-mação de força de vendas. É preciso criar algo novo. Um filão para os próximos anos são aplicações de distribuição de conteúdo corporativo no celular”, aponta Kleber Meira, presidente da Abacomm. Sua empre-sa criou um aplicativo com esse fim capaz de enviar vídeos, slides e textos para as telas de celulares de diferentes plataformas. Uma das principais utilidades é a de treina-mento à distância.

Por sua vez, o advento de redes celula-res com tecnologia HSUPA, que aumenta a velocidade de upload de dados, deve propi-ciar mais demanda por serviços que envol-vam transmissão de imagens, como moni-toramento de carros-fortes, prevê Coutinho, da Vivo.

As tendências para o futuro, pelo visto, são muitas. Mas os especialistas são unânimes em pelo menos um ponto: o potencial a ser explorado é enorme e a demanda continuará crescendo a passos largos por um bom tempo, com ou sem crises econômicas.

Não basta mobilizar, é preciso treinar

Entregar um celular com um aplicativo corporativo é fácil. Difícil é treinar os funcionários a usá-lo. Se até mesmo diretores de alto escalão às vezes têm dificulda-

de em utilizar um smartphone, o que dizer de técnicos de manutenção com baixa instrução que precisam informar via um aplicativo no celular o status de seus serviços?

A rede varejista Magazine Luiza se deparou com esse pro-blema quando decidiu adotar uma solução de automação de ordens de serviço para a montagem de móveis em São Paulo no fim do ano passado. A ideia era reduzir o tempo e o custo de deslocamento dos montado-res em uma cidade onde o trânsito é intenso. Em cidades menores, os montadores precisam ir até a loja para receber a lista de residências a serem visitadas. Em São Paulo, munidos de celulares Nokia série 40 com um aplicativo da Fazion embarcado, os montadores visualizam a lista direto na telinha do telefone. Ao longo do dia, conforme realizam as montagens, precisam atu-alizar, através do aplicativo, o status de cada serviço. Os dados trafegam pela rede celular e alimentam o sistema do Magazine Luiza.

Prevendo que alguns montadores teriam difi-culdades em usar o aplicativo, a empresa reali-

zou treinamentos e disponibilizou uma central telefônica de suporte especialmente para eles. Mesmo assim 15% dos mon-tadores tiveram problemas mais sérios na utilização do aplica-tivo e precisaram voltar ao esquema tradicional. “Como os montadores não precisavam mais ir nas lojas, tivemos casos de insubordinação e de não reconhecimento de chefia”, relata o gerente de planejamento de TI do Magazine Luiza, William Wada. A solução foi passar a exigir que os montadores compa-reçam pelo menos duas vezes por semana na loja para falar com seus chefes. “Nem oito, nem oitenta. Não precisa ir todo dia à loja. Mas também não é para nunca mais ir”, explica

Wada. Os novos montadores agora começam no sistema tradicional e depois, se estiverem se saindo bem, trocam para o sistema com celular.

Apesar dos percalços, a empresa está satisfeita com os resultados. Com os dados enviados via celular pode medir melhor a per-formance dos montadores e comparar o tempo médio para montagem de cada tipo de móvel. Wada calcula que o ganho de produtividade gira em torno de 10%. O Magazine Luiza pla-neja levar o mesmo aplicativo para outras capitais onde há trânsito pesado, levando em conta os erros e acertos da experiência paulis-tana. “Não se pode nunca esquecer do fator humano”, resume Wada.

“o cliente quer uma solução completa com um só ponto de contato”rEnato ciuchini, da tim

especial mobilidadE mErcado

FOTO

: ARQ

uivO

Especial_Mobile+.indd 20 1/9/2009 16:38:08

Page 21: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

para o modelo de one-stop shop-ping, com cobrança na conta telefônica. A operadora só não definiu se dividirá receita com os desenvolvedores ou comprará deles de uma vez os direitos para venda de determinados aplicati-vos corporativos.

Por trás dessa mudança estratégica das operadoras está a consciência de que não podem mais ser apenas um cano para tráfego de voz e dados. “Se con-tinuarmos no modelo de venda de acesso vamos brigar por cen-tavos. Não queremos virar commodity. Queremos agregar valor”, explica Alex Coutinho, gerente da Vivo Empresas. “Tenho que ajudar o cliente a encontrar soluções”, concorda Ciuchini, da TIM.

FuturoDepois do e-mail e das aplicações de

automação de forças de campo, qual será a próxima onda em mobilidade corporativa? Na bola de cristal dos especialistas apare-cem inúmeros caminhos. Uma tendência que já vem acontecendo e que deve ganhar força nos próximos anos é a integração de smartphones a sistemas de BI e ERP. A ideia é que executivos do alto escalão de uma empresa passem a ter acesso a indica-dores da performance de produção e venda na tela de seus celulares.

Conforme os smar-tphones começam a tra-fegar dados cada vez mais estratégicos e valio-sos, será preciso também tomar um cuidado redo-brado com a sua segu-

rança. Para Julio Ramos, gerente de soluções da Microsoft, o próximo passo em mobilidade corporativa será tratar o dispositivo móvel como membro efetivo da rede da empre-sa, o que requer políticas especiais de segurança, similares àquelas já usadas para laptops.

Outra tendência futura é agregar a informação de localização às apli-cações existentes. Se o sistema sabe onde um determinado vendedor está, pode indicar na tela do seu celular endereços de potenciais clientes próximos que poderiam ser visitados, explica o presidente da Spring Wireless, Marcelo Condé.

Aplicações de mobile banking e mobile payment, especialmente

transferência de dinheiro entre telefo-nes celulares, é outra área apontada como promissora por especialistas. “Vamos olhar mobile payment com bastante carinho a partir de 2010”, adianta Galli, da Nextel.

A própria necessidade dos desen-volvedores de se diferenciar deve con-

tribuir para a inovação. “Existem dezenas de caras programando aplicativos de auto-mação de força de vendas. É preciso criar algo novo. Um filão para os próximos anos são aplicações de distribuição de conteúdo corporativo no celular”, aponta Kleber Meira, presidente da Abacomm. Sua empre-sa criou um aplicativo com esse fim capaz de enviar vídeos, slides e textos para as telas de celulares de diferentes plataformas. Uma das principais utilidades é a de treina-mento à distância.

Por sua vez, o advento de redes celula-res com tecnologia HSUPA, que aumenta a velocidade de upload de dados, deve propi-ciar mais demanda por serviços que envol-vam transmissão de imagens, como moni-toramento de carros-fortes, prevê Coutinho, da Vivo.

As tendências para o futuro, pelo visto, são muitas. Mas os especialistas são unânimes em pelo menos um ponto: o potencial a ser explorado é enorme e a demanda continuará crescendo a passos largos por um bom tempo, com ou sem crises econômicas.

Não basta mobilizar, é preciso treinar

Entregar um celular com um aplicativo corporativo é fácil. Difícil é treinar os funcionários a usá-lo. Se até mesmo diretores de alto escalão às vezes têm dificulda-

de em utilizar um smartphone, o que dizer de técnicos de manutenção com baixa instrução que precisam informar via um aplicativo no celular o status de seus serviços?

A rede varejista Magazine Luiza se deparou com esse pro-blema quando decidiu adotar uma solução de automação de ordens de serviço para a montagem de móveis em São Paulo no fim do ano passado. A ideia era reduzir o tempo e o custo de deslocamento dos montado-res em uma cidade onde o trânsito é intenso. Em cidades menores, os montadores precisam ir até a loja para receber a lista de residências a serem visitadas. Em São Paulo, munidos de celulares Nokia série 40 com um aplicativo da Fazion embarcado, os montadores visualizam a lista direto na telinha do telefone. Ao longo do dia, conforme realizam as montagens, precisam atu-alizar, através do aplicativo, o status de cada serviço. Os dados trafegam pela rede celular e alimentam o sistema do Magazine Luiza.

Prevendo que alguns montadores teriam difi-culdades em usar o aplicativo, a empresa reali-

zou treinamentos e disponibilizou uma central telefônica de suporte especialmente para eles. Mesmo assim 15% dos mon-tadores tiveram problemas mais sérios na utilização do aplica-tivo e precisaram voltar ao esquema tradicional. “Como os montadores não precisavam mais ir nas lojas, tivemos casos de insubordinação e de não reconhecimento de chefia”, relata o gerente de planejamento de TI do Magazine Luiza, William Wada. A solução foi passar a exigir que os montadores compa-reçam pelo menos duas vezes por semana na loja para falar com seus chefes. “Nem oito, nem oitenta. Não precisa ir todo dia à loja. Mas também não é para nunca mais ir”, explica

Wada. Os novos montadores agora começam no sistema tradicional e depois, se estiverem se saindo bem, trocam para o sistema com celular.

Apesar dos percalços, a empresa está satisfeita com os resultados. Com os dados enviados via celular pode medir melhor a per-formance dos montadores e comparar o tempo médio para montagem de cada tipo de móvel. Wada calcula que o ganho de produtividade gira em torno de 10%. O Magazine Luiza pla-neja levar o mesmo aplicativo para outras capitais onde há trânsito pesado, levando em conta os erros e acertos da experiência paulis-tana. “Não se pode nunca esquecer do fator humano”, resume Wada.

“o cliente quer uma solução completa com um só ponto de contato”rEnato ciuchini, da tim

especial mobilidadE mErcado

FOTO

: ARQ

uivO

Especial_Mobile+.indd 20 1/9/2009 16:38:08

NB21.0394A-ANUNCIO 23x30,5 LANCAMENTO PREMIUM REV Ti Inside.indd 1 8/13/09 4:33:36 PM

Page 22: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

claudio FErrEiracar tas . te le t [email protected]

Welcome to the machinea moBilidade é utilizada por empresas para controlar equipamentos, monitorar serviços e até mesmo auxiliar em tarefas repetitivas de equipes remotas. conheça um pouco mais do potencial das aplicações machine-to-machine e algumas soluções existentes

desde o filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, realizado por Stanley Kubrick em 1968, que se conhe-cem as possibilidades do controle de máquinas por outras máqui-

nas. Ok, o computador Hal acaba se des-viando de suas tarefas para com os seres humanos, mas nunca antes vivemos um tempo, como o atual, no qual nos aproxima-mos das possibilidades benéficas expostas no clássico da ficção científica.

Estas possibilidades são inúmeras e vez por outra surpreendentes. “O mercado M2M (machine-to-machine) é muito pulve-rizado, mesmo em rastreamento temos muitas modalidades. É possível, por exem-plo, criar uma camada de serviços e usar um conjunto de tecnologias e dispositivos com um controle unificado”, explica Luiz Lisboa, vice-presidente comercial da Brisa. Apenas na prática de localizadores é possí-vel usar satélite, celular ou mesmo coleto-res, e seu uso pode ser analisado tanto pelo prisma do custo como é viável reunir algu-mas delas como forma de obter backup da rede principal.

Conceitualmente falando, a comunica-ção M2M é a comunicação wireless de dados que permite uma ligação eficaz e econômica entre sistemas, dispositivos remotos ou mesmo indivíduos. O mercado de mobilidade dentro desse segmento é caracterizado justamente pela possibilidade de transferência de dados de forma remota utilizando-se de smartphones/coletores de dados e aplicativos específicos. Uma solu-ção que é bastante utilizada por empresas que possuem equipes com atuação em campo, apesar das aplicações poderem ser tanto outdoor como indoor – um exemplo seriam os grandes galpões logísticos.

O preço dos dispositivos e mesmo de utilização das redes tem caído de forma significativa e a busca por efici-ência no monitoramento é um fator que alavanca o mercado. “Estamos ampliando a cobertura e a eficiência das nossas soluções com base no que há de mais avançado em termos de tecnologia móvel. Sempre fomos atu-

antes no segmento indoor e desde o ano passado começamos a atuar mais fortemente no segmento outdo-or”, explica Wagner Bernardes, dire-tor de marketing e vendas da Seal Tecnologia.

Pagar ou não pagar?Para Lisboa, da Brisa, o mercado

já busca uma maior integração entre informações e serviços, porém exis-tem barreiras. “A maior delas é a do custo, mesmo com os projetos em franca diminuição de valores. Como característica, a demanda existente tem como objetivo a eficiência e a interação entre máquinas e usuário com interfaces mais amigáveis”, completa.

No entanto, a grande alavanca de projetos ainda é a boa e velha força de vendas, que toma

aqui o nome de “equipe técnica ou de manutenção”, que atuam no “campo” em empresas de serviço (ver box). Soluções móveis para esses tipos de projetos geram informações em tempo real das ordens de serviço atendidas ou ainda o percurso ideal e/ou real realizado pelo técnico na rua. “Entre outras vantagens, algo no gênero gera um aumento de, no mínimo, 25% da produtividade da equipe”, contabiliza Bernardes, da Seal.

As oportunidades realmente são incon-táveis. Especialmente, como lembra Maurício Falck, diretor de vendas da Amdocs, quando se fala em conectividade entre os mais diversos dispositivos capa-zes de falar uns com os outros e para os serviços on-line agregados. Nesse sentido,

a companhia desenvolve apli-cações de rede; dispositivos e serviços de gestão; business intelligence e personalização; serviço de entrega e de parcei-ros de gestão; entre outros, projetados para a concretiza-ção do mundo interconectado à última potência.

Já a Seal acredita em um trabalho amplo, com diversos modelos e marcas de equipa-mentos capazes de atender as mais variadas necessidades e

“o mercado m2m é muito pulverizado, mesmo

em rastreamento temos muitas modalidades”

luiz lisboa, da Brisa

especial mobilidadE m2m

FOTO

S: d

ivul

gAçã

O

Especial_Mobile+.indd 22 1/9/2009 16:38:11

Page 23: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

claudio FErrEiracar tas . te le t [email protected]

Welcome to the machinea moBilidade é utilizada por empresas para controlar equipamentos, monitorar serviços e até mesmo auxiliar em tarefas repetitivas de equipes remotas. conheça um pouco mais do potencial das aplicações machine-to-machine e algumas soluções existentes

desde o filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, realizado por Stanley Kubrick em 1968, que se conhe-cem as possibilidades do controle de máquinas por outras máqui-

nas. Ok, o computador Hal acaba se des-viando de suas tarefas para com os seres humanos, mas nunca antes vivemos um tempo, como o atual, no qual nos aproxima-mos das possibilidades benéficas expostas no clássico da ficção científica.

Estas possibilidades são inúmeras e vez por outra surpreendentes. “O mercado M2M (machine-to-machine) é muito pulve-rizado, mesmo em rastreamento temos muitas modalidades. É possível, por exem-plo, criar uma camada de serviços e usar um conjunto de tecnologias e dispositivos com um controle unificado”, explica Luiz Lisboa, vice-presidente comercial da Brisa. Apenas na prática de localizadores é possí-vel usar satélite, celular ou mesmo coleto-res, e seu uso pode ser analisado tanto pelo prisma do custo como é viável reunir algu-mas delas como forma de obter backup da rede principal.

Conceitualmente falando, a comunica-ção M2M é a comunicação wireless de dados que permite uma ligação eficaz e econômica entre sistemas, dispositivos remotos ou mesmo indivíduos. O mercado de mobilidade dentro desse segmento é caracterizado justamente pela possibilidade de transferência de dados de forma remota utilizando-se de smartphones/coletores de dados e aplicativos específicos. Uma solu-ção que é bastante utilizada por empresas que possuem equipes com atuação em campo, apesar das aplicações poderem ser tanto outdoor como indoor – um exemplo seriam os grandes galpões logísticos.

O preço dos dispositivos e mesmo de utilização das redes tem caído de forma significativa e a busca por efici-ência no monitoramento é um fator que alavanca o mercado. “Estamos ampliando a cobertura e a eficiência das nossas soluções com base no que há de mais avançado em termos de tecnologia móvel. Sempre fomos atu-

antes no segmento indoor e desde o ano passado começamos a atuar mais fortemente no segmento outdo-or”, explica Wagner Bernardes, dire-tor de marketing e vendas da Seal Tecnologia.

Pagar ou não pagar?Para Lisboa, da Brisa, o mercado

já busca uma maior integração entre informações e serviços, porém exis-tem barreiras. “A maior delas é a do custo, mesmo com os projetos em franca diminuição de valores. Como característica, a demanda existente tem como objetivo a eficiência e a interação entre máquinas e usuário com interfaces mais amigáveis”, completa.

No entanto, a grande alavanca de projetos ainda é a boa e velha força de vendas, que toma

aqui o nome de “equipe técnica ou de manutenção”, que atuam no “campo” em empresas de serviço (ver box). Soluções móveis para esses tipos de projetos geram informações em tempo real das ordens de serviço atendidas ou ainda o percurso ideal e/ou real realizado pelo técnico na rua. “Entre outras vantagens, algo no gênero gera um aumento de, no mínimo, 25% da produtividade da equipe”, contabiliza Bernardes, da Seal.

As oportunidades realmente são incon-táveis. Especialmente, como lembra Maurício Falck, diretor de vendas da Amdocs, quando se fala em conectividade entre os mais diversos dispositivos capa-zes de falar uns com os outros e para os serviços on-line agregados. Nesse sentido,

a companhia desenvolve apli-cações de rede; dispositivos e serviços de gestão; business intelligence e personalização; serviço de entrega e de parcei-ros de gestão; entre outros, projetados para a concretiza-ção do mundo interconectado à última potência.

Já a Seal acredita em um trabalho amplo, com diversos modelos e marcas de equipa-mentos capazes de atender as mais variadas necessidades e

“o mercado m2m é muito pulverizado, mesmo

em rastreamento temos muitas modalidades”

luiz lisboa, da Brisa

especial mobilidadE m2m

FOTO

S: d

ivul

gAçã

O

Especial_Mobile+.indd 22 1/9/2009 16:38:11

especial mobilidade | set_2009

“conversas” entre si. Um mundo que inclui de handhelds (coleto-res de dados ou computadores de mão) a smartphones, passan-do por coletores de dados por comando de voz, etiquetas RTLS (Real Time Location System, ou sistema de localização em tempo real) e RFID (identificação por radiofrequência).

O papel da operadoraRecentemente, em fevereiro

deste ano, a Seal anunciou uma parceria com a operadora Claro visando a oferta de tecnologias de mobilidade para os segmen-tos de indústria, logística, varejo e serviços. Com essa estratégia, a Seal passou a fornecer solu-ções em conjunto com pacotes de dados da operadora de telefo-nia móvel.

Na prática, o projeto consiste na comercialização de coletores de dados e smartphones fornecidos pela Seal juntamente com um plano de minutos para a Internet, disponibilizado pela Claro. O principal objetivo é proporcionar ao har-dware da Seal acesso à web por meio das redes 3G (banda larga) e GPRS/EDGE, com pacotes de serviços agregados.

Na outra ponta, a Seal conta com a cola-boração de desenvolvedores parceiros para o desenvolvimento de sistemas e também para auxiliar na indicação de novos clientes e na divulgação da parceria. Com todas as atividades desempenhadas pela atuação conjunta centralizadas na Seal. “A iniciativa permite alimentar nossas expectativas de aumento na procura por soluções de mobi-lidade em áreas como varejo e logística”, avalia Bernardes.

Já a Brisa desenvolveu o Fleet Manager, um sistema de gerenciamento para rastre-adores automotivos desenvolvido sob demanda para a Quanta Tecnologia, empre-sa que fabrica e comercializa alarmes auto-motivos, sistemas e hardwares de rastrea-mento para segurança e logística. A solução permite ao operador logístico monitorar à distância todas as etapas do processo de transporte e estabelecer as medidas de segurança mais adequadas ao utilizar os rastreadores da família Tetros, da Quanta.

Anote a placa“Existia uma necessidade de negócios e

entramos com a tecnologia e com o conhe-cimento do business. E o sistema pode monitorar de um a milhões de veículos, o que terá aplicações para empresas de logís-

tica, de frotas ou mesmo para o consumidor pes-soal”, aponta Lisboa. Como existe o projeto da nova Lei do Trânsito que pretende impor a pre-sença de um localizador por veículo novo que sai das fábricas, o potencial no curto prazo é imenso. O executivo extrapola e fala, por exemplo, no auxilio que poderá ser

oferecido às cidades que fazem rodízio de veículos no controle da frota em circulação a partir do uso do sistema.

A demanda exigiu o desen-volvimento de um sistema

multiplataforma, para se encaixar em qualquer ambiente dos clientes, e deveria também ser open source para diminuir custos e estar em sin-tonia com as tendências tecnológi-cas. E assim foi feito. O Fleet possui nove módulos que podem atender diferentes demandas e processos da operação logística. Ao comercializar o sistema completo, a Quanta deixa em aberto a possibilidade do cliente habilitar ou desabilitar as funciona-lidades através da configuração de acesso do sistema e de acordo com o seu planejamento.

Luciano Fontes, gerente de enge-nharia de software da Quanta Tecnologia explica que o Fleet Manager permite que as empresas criem planos para operações logísti-cas com definição de roteiros, cole-tas, entregas, paradas, entre outras atividades, com controle total dos tempos planejados e executados, de forma automática, com intervenção humana opcional. Desta forma o cliente pode concentrar seu tempo nas exceções e não no ciclo comum da operação.

As perspectivas, principalmente com o abrandamento da crise eco-nômica, é que 2010 será um tempo de colheita. “Acredito que o merca-do estará muito aquecido e a compe-tição entre as empresas vai forçar um maior investimento em soluções M2M”, garante Bernardes.

“acredito que o mercado estará muito aquecido e a competição entre as empresas vai forçar um maior investimento em soluções m2m”WaGnEr bErnardEs, da seal

Controle pelo ar

Maior concessionária em volume de gás natural canalizado do Brasil, a Comgás (Companhia

de Gás de São Paulo) usa a telemetria em suas operações e controle dos gasodutos. Utilizando como provedora do ser viço a TIM, a empresa conseguiu viabilizar a expansão da telemetria na em presa e aumentar a eficiência na dis tribuição do gás natural, diminuindo a necessidade de manutenção de várias equipes de campo para monitoramento da rede.

A telemetria é instalada em todos os pontos de entrada do gás natural, nos mais críticos de redução de pres-são e nos principais clientes, em um trabalho de acompanhamento constan-te da rede. Assim é feita a medição de pressão, vazão, volume e controle da odorização do gás.

O sistema utiliza equipamentos UTR (Unidade de Transmissão Remota) capazes de transformar uma variável física em um número digital, que é transmitido via modem GSM/GPRS G24 da Motorola para a sala de con-trole da Comgás, utilizando a rede de dados da TIM. As informações são então comparadas com parâmetros de normalidade e, sempre que algum evento ocorre, a sala de controle iden-tifica o problema e aciona as equipes mais indicadas para a resolução. Atualmente, o projeto está em franca expansão: a Comgás fechou 2008 com 539 pontos fornecidos pela TIM e em 2009 estão previstos mais 300.

“O projeto é imprescindível para operarmos nossa rede e o próprio negó-cio da Comgás. Sem a telemetria seria necessário ter um número muito grande de equipes de campo ou não podería-mos dar um atendimento tão rápido quanto a operação exige”, explica Erivelto Silva Moreira, líder de instru-mentação, telemetria e proteção catódi-ca da Comgás. O executivo argumenta ainda que a TIM entendeu essa critici-dade e garantiu uma assistência inin-terrupta, por meio de hotline com dispo-nibilidade total. “Além disso, a rede GPRS nos dá muita segurança na manu-tenção da operação”, conclui.

A Comgás obteve ainda uma econo-mia de 80% nos custos de transmissão da rede GPRS, que passaram a ser tari-fados como tráfego de dados e não mais por tempo de uso da rede. A empresa adotou o conceito de polling, intervalos de tempo em que o software de controle pergunta para o campo como está cada estação. Com isso, a cada cinco minutos são transmitidas as informações de pressão, volume, vazão e odorização.

Especial_Mobile+.indd 23 1/9/2009 16:38:11

Page 24: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

crm em todo o lugara partir da lei do sac, a manutenção de altos índices de qualidade tornou-se uma oBrigação. um novo aliado nessa Batalha diária é a moBilidade, que surge em muitas soluções e tamBém na prática.

Quem nunca ouviu um atendente de call-center de uma operado-ra de celulares tentando ofere-cer planos novos e mais bara-tos que jogue o celular pela

janela! Porém, mais do que relembrar uma prática rotineira e cada vez mais comum, resultante da concorrência e da possibilidade de troca de assinatura de um player para outro, o uso do canal móvel em práticas de CRM começa a sair da futu-rologia para o mundo prático. Principalmente com a abundância de solu-ções disponíveis.

Assim como não se pode fugir da nova realidade imposta pela Lei do SAC, que prevê um atendimento mais rigoroso. Fabrício Cardoso, diretor de vendas de CRM da Oracle, dizia, durante o 1º Fórum Mobile+, realizado há um ano: “as empre-sas precisam ter processos abertos para facilitar a integração com esse mundo novo”. Em resumo, as corporações preci-sam analisar tanto a necessidade do ven-dedor ou atendente de serviço que está na rua como a do cliente que não tem tempo de se comunicar por outros canais, e ainda aquilo que a legislação impõe.

Desta forma, as soluções de CRM se adaptam aos devices, sejam eles celulares, PDAs ou mesmo notebooks, e não apenas são migra-das sem pensar na característica de cada um dos equipamentos em questão. E vai além: o CRM móvel deve ser integrado e fazer parte dos processos internos de negócios e não apenas ser uma vertente para-lela do business. Não é simples-mente investir em mais atendentes e software. É preciso pensar no processo como um todo, do back office ao atendimento.

O ferramental existe e os forne-cedores trabalham com metodolo-gias que trazem dinamismo e rapi-dez para a implementação. Mas colocar essas mudanças e essa cul-tura na prática, claro, leva tempo. O mercado, principalmente o brasi-leiro, ainda vislumbra uma longa estrada até atingir a maturidade de utilização. “A tecnologia existe e a disciplina começa a amadurecer, porém ainda é algo pouco utilizado. Discutimos com um cliente, sobre

uma oferta segmentada para o consumi-dor, com o envio de ofertas específicas, casando cadastro de telefonia com o de compras. Uma rede de varejo como o Pão de Açúcar, por exemplo, pode fazer esse cruzamento de informações com uma tele e realizar campanhas extremamente per-sonalizadas”, diz Cássio Pantaleoni, dire-tor de vendas SAS Brasil - Regional SP.

O executivo admite que ainda existe uma alta dificuldade de adoção (veja box) e explica as razões para essa timidez. “Ninguém deseja ser o early adopter neste campo. Embora as telcos sejam muito ousadas e o advento do 3G mostre um pouco da predisposição de oferecer servi-ços agregados como o de CRM Mobile, elas ainda gastam o maior tempo em evitar que o cliente fique com elas. Quando isso estabilizar o segmento poderá avançar mais rápido”, assegura.

Modo de usarAs soluções existem e estão disponí-

veis. Ainda no ano passado a Oracle lan-çou suas primeiras duas soluções de CRM Mobile voltadas para a plataforma do iPhone, a Siebel CRM e a CRM On Demand. Mais recente, em maio, foi anunciada a parceria entre a SAP e a Research In Motion (RIM), fabricante dos smartpho-nes BlackBerry. Ela prevê que a solução SAP CRM seja ofertada nos dispositivos de forma totalmente integrada. O objetivo é que as forças de vendas ganhem um acesso mais simples e em tempo real às informações dos clientes com a mesma experiência que eles já possuem na plata-forma móvel.

A solução, de acordo com a gigante alemã e seu parceiro, tem como foco bene-ficiar organizações que desejem aperfeiço-ar seu serviço e garantir maior produtivi-dade ao colaborador, ao mesmo tempo em que habilita os usuários móveis para aces-sar informações críticas dos clientes em qualquer lugar. Entre as funcionalidades estão o acesso instantâneo às informações atualizadas, notificações baseadas em envio automático e acesso aos dados de

especial mobilidadE crm

Especial_Mobile+.indd 24 1/9/2009 16:38:14

Page 25: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

CRM de qualquer dispositivo móvel. “Ampliamos as informações dos clientes em SAP CRM para o BlackBerry, aproveitando os pontos fortes da plataforma, incluindo a confiabilidade, tecnologia “push” em tempo real, integração de aplicações e segurança”, explicou Jim Balsillie, co-CEO da RIM.

Já a SAS tem como estratégia a oferta do CRM móvel como um componente do seu framework de Marketing Automation. “O SAS Mobile Interaction, por exemplo, é um plugin da nossa plataforma. Os con-correntes possuem ferramentas, mas não trazem o componente analítico desde a sua gênese. Usamos os mais modernos elementos de modelagem estatística desde o princípio”, compara Pantaleoni.

Aqui e agoraParceira da Microsoft, a L3 é uma con-

sultoria focada no segmento de CRM que montou uma oferta específica da solução MS para a plataforma de smartphones disponíveis no mercado local. O objetivo declarado é facilitar a utilização do aplica-tivo para a força de vendas, promotores e atendentes de campo, direcionado à “posi-tivação de vendas”, monitoramento geo-gráfico e também a integração com solu-ções de Business Intelligence e de planeja-mento estratégico.

“As funções que levamos ao mercado hoje são de características futuristas utili-

A experiência do CRM multiuso

Os cases ainda são raros, mas existe uma experiência que já acumula quatro anos de operação, a da Multibrás com o CRM da SAP, cuja implementação

terminou em abril de 2005. Um processo iniciado três anos antes, quando a empresa decidiu aproveitar a tecnologia existente no mercado para dar mais músculos e flexibilida-de a sua força de vendas.

O objetivo era eliminar a necessidade do funcionário per-correr diversos sistemas para reunir as informações necessá-rias ao atendimento e fortalecer o mix de marcas, que tem como carro-chefe as marcas Brastemp e Cônsul. O link do CRM com o mundo móvel teve início na empresa com a utilização do SAP CRM Field Applications, uma solução que permitiu que os colaboradores em trânsito tivessem acesso a funcionalidades de marketing, vendas e serviços, independente do local e por meio de uma variedade de dispositivos móveis, tais como com-putadores portáteis, assistentes pessoais (PDA) e Tablet PC.

Conectado ao novo sistema, o time de vendedores lançou-se a campo com seus devices para visitar grandes varejistas. “Havia um diferencial em relação a outros projetos de mobile implementados na época. Várias empresas usavam sistemas do mesmo tipo para gerenciar as atividades dos vendedores, definição de calendário e relato de oportunidades de negócio. Era mais um sistema de organização do trabalho do que de

venda propriamente dita”, explica Pedro Paulo Simão, gerente de tecnologia de informação da Multibrás. A empresa preferiu dar ao vendedor o poder de levar o ciclo do negócio até o fim: pelo notebook era possível realizar pedidos e fechar vendas. E desde então são colhidos os frutos.

Introdução ao temaA Salesforce também lançou

uma aplicação de CRM móvel, em abril último, que traz uma diferença: é grátis. O Mobile Lite permite que os usuários consultem informações direta-mente de seus aparelhos celula-res e, como o nome indica, é uma versão simplificada do CRM sob demanda da fornece-dora – produto que pode ser adquirido nas versões Professional e Enterprise no

regime de assinatura. O Lite serve como uma introdução e

um teste da solução para que as empresas migrem para a versão mais robusta quan-do se sentirem seguras do investimento. No primeiro momento, ele está pronto para operar com o iPhone e o BlackBerry e roda no Windows Mobile, mas existe a previsão para trabalhar com o Android.

A tarefa do mercado e dos players é juntar as duas áreas, as corporações e as teles em projetos que façam sentido, como o de agregar os cadastros e informações de ambos os lados. “Somos bem recebi-dos, mas nas duas pontas existem dúvidas quanto ao relacionamento. Porém é uma possibilidade de negócios importante e que pode moldar o que será o futuro da prática de CRM móvel”, completa Pantaleoni.

[ClAudIO FErrEIrA]

zando tecnologias exis-tentes, integração com mapas e recursos de inteligência analítica através de uma parceria com as principais desenvolvedoras de soluções de inteligência estratégica do merca-do”, destacou Leandro C. Lopes, CEO da L3. Com esta extensão da solução, o usuário pode visualizar a gestão do relacionamento com os clientes de sua empresa e também a atuação de sua equipe comercial baseado no conceito de vendas realizadas.

Até o momento, a L3 negocia a comercialização desta oferta com duas empresas. “Estamos em pro-cesso. Em breve, teremos novida-des sobre o assunto”, acrescenta o executivo. E, de acordo com a consultoria, a oferta deve ser apresentada nos próximos meses no mercado.

“a tecnologia existe e a disciplina começa a

amadurecer, porém ainda é algo pouco utilizado”

cássio PantalEoni, da sas

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 25 1/9/2009 16:38:19

Page 26: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 27: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 28: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

andré rossini*car tas . te le t [email protected]

mobilidade corporativa: nova realidadeo mercado Brasileiro viveu muitas mudanças nos últimos anos. desde a ampliação das redes 3g no Brasil, passando por aplicações de cloud computing, até o surgimento dos netBooks. isso aBre possiBilidades antes impensáveis para empresas e operadoras

O mercado de aplicações e serviços móveis vem crescendo no Brasil e, apesar da crise, as perspecti-vas são positivas para o ano de 2009. Isto se deve, principalmen-

te, à mudança de comportamento do usuá-rio móvel, que rapidamente se adapta às novas tecnologias e espera por novos servi-ços de valor agregado. Os maiores cresci-mentos serão observados no desenvolvi-mento de novos conteúdos e de aplicações para usuários finais, mas também para ambientes corporativos.

Muitas mudanças foram observadas no mercado brasileiro de mobilidade desde os últimos anos. Da ampliação das redes 3G no Brasil, passando por aplicações basea-das em cloud computing, que tornam dados disponíveis em ambientes web e, por fim, o surgimento e a forte adoção de netbooks. Todas estas mudanças estimulam o cresci-mento do mercado de mobilidade no Brasil, uma vez que proporcionam um ambiente muito mais maduro para o desenvolvimen-to desta tecnologia.

Os maiores desafios encontrados há alguns anos pelas empresas eram, justa-mente, a cobertura e o desempenho das redes de dados móveis. Em tempos recen-tes, principalmente nas regiões metropoli-tanas, as operadoras realizaram investi-mentos em suas redes de dados oferecendo uma conexão mais rápida, reduzindo o que há dois anos era um inibidor para a adoção destas tecnologias. O custo destas conexões de dados 3G também apresentou uma queda acentuada neste período.

O surgimento das soluções de cloud computing também acelera o uso de dispositivos móveis para acesso a dados. Uma das barreiras que diversas empresas encontram para o uso de mobilidade corporativa é a disponibilização de dados on-li-ne, característica proporciona-da pelos ambientes de compu-tação em nuvem.

Contudo, o crescimento deste mercado, especialmente no meio

corporativo, poderia ser mais acen-tuado. Apesar das aplicações móveis trazerem um claro e reconhecido ganho de produtividade, muitas empresas não têm uma estratégia definida para estas tecnologias. Isso porque, diferentemente do que acontece com os PCs, os ambientes móveis baseados em smartphones e handhelds não contam com uma plataforma predominante, o que dificulta a portabilidade das aplica-ções em uma escala mais ampla.

A falta de um padrão

também impacta o custo de operação desta tecnologia. A customização de aplicações, integração com a infraestrutura e alto custo da mão de obra especializada fazem com que os executivos de tecnologia questionem os benefícios obtidos.

Nesse sentido, o uso dos netbooks facili-taria este processo, uma vez que o acesso móvel está baseado em uma plataforma que já é amplamente adotada, mas muitas das empresas no Brasil ainda não enten-dem como os netbooks se encaixarão na estratégia de TI.

Ainda assim, o uso de aplicações móveis apresentou crescimento nos últimos anos. O uso móvel de ferramentas de CRM – especial-mente Sales Force Automation e Field Services – são percebi-das como mais maduras entre as empresas usuárias, que per-cebem um aumento na produti-vidade de seus colaboradores e um aumento na satisfação de seus clientes.

*COnsultIng MAnAgEr dA AsM COnsultIng.

especial mobilidadE oPinião

“diferentemente do que acontece com os pcs, os ambientes móveis baseados em smartphones e handhelds não têm uma plataforma predominante, o que dificulta a portabilidade das aplicações em uma escala mais ampla”

28 especial mobilidade | set_2009

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 28 1/9/2009 16:38:22

Page 29: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Untitled-2 1 26/8/2009 15:13:46

Page 30: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

o futuro está no presente?enquanto a feBraBan e os agentes financeiros não se decidem soBre a padronização do m-payment, os projetos ganham novas formatações e apresentam modelos que podem servir como Base para essa unificação.

Entra ano e sai ano e a discussão sobre uma padronização para as práticas de m-payment não deco-la. Sabe-se que a Febraban (Federação Brasileira de Bancos)

prepara uma plataforma de m-payment multibanco, e que esse projeto deve estar concluído nos próximos 18 meses. Será? Enquanto isso, os projetos existentes são específicos e isolados. Iniciativas que sur-gem tanto de parte das operadoras quanto de bancos, empresas de benefícios ou mesmo de desenvolvedores de sistemas.

Se o mobile banking se consolidou a partir das experiências de cada instituição financeira, o mobile payment cresce em ritmo forte, mesmo sendo uma prática incipiente. E isso pode ser dito globalmen-te. De acordo com recente pesquisa do Gartner, o número de usuários que utiliza o celular como meio de pagamentos vai saltar de R$ 43,1 milhões em 2008 para R$ 73,4 milhões este ano, ou algo como um aumento de 70,4%. A mesma pesquisa estima que serão 190 milhões usuários em 2012, o que representa algo como 3% do volume de usuários no mundo. Uma gota no oceano. Mesmo o mercado asiático, ávido por novidades, não vai ultrapassar a marca dos 4% de seus celulares fazendo m-payment. E a previsão para a América Latina (Brasil incluído) é ficar mesmo no patamar dos 3%.

“O m-payment engatinha no Brasil e no mundo, porém todo o mundo experimenta. O problema é que existem muitas iniciativas proprietárias e pré-determinadas, como a utilização de um modelo espe-cífico de aparelho celular, o que é um erro”, critica José Roberto Arruda, diretor de marketing da Sodexo Cheques e Cartões de Serviço, que também colocou na rua um projeto de m-payment (ver box). Perguntado se o governo ou mesmo a Febraban deve-riam estabelecer padrões, ele se mos-trou totalmente contrário: “o mercado é que deve se autoregular”.

Já para Carlos Zanvettor, diretor da área de cartões do Itaú Unibanco,

o lançamento de um modelo próprio de pagamentos via celular pela insti-tuição não entra em conflito com os esforços de padronização. “Endos-samos e participamos do grupo de trabalho da Febraban que discute esse sistema único, porém também queremos aproveitar a oportunida-de de juntar os dois maiores players de cada setor para colocar o modelo à prova. Além disso, o sucesso do nosso modelo pode auxiliar nos tra-balhos”, acrescenta.

Primeiros passosA oportunidade à qual ele se

refere é o projeto lançado em julho

último que uniu a Itaucard e a Vivo em uma parceria para a comercialização de um car-tão co-branded que também envolve m-pay-ment. No primeiro momento, em fase-pilo-to, existem 60 estabelecimentos convenia-dos em São Paulo e Rio de Janeiro.

O usuário se cadastra na central de atendimento do Itaucard, e seu número de celular é associado ao número de cartão de crédito. No momento do pagamento é pre-ciso apenas que ele digite o número de telefone no POS. O sistema então gera uma senha randômica, válida somente para aquela transação, e a envia, via SMS, ao celular do usuário. O comprador, então, digita essa senha no POS e a compra é fina-lizada e incluída na próxima fatura do car-tão de crédito.

Em um primeiro momento, o novo ser-viço da Vivo/Itaucard está disponível somen-te para os usuários dos celulares 5200, 6125, 6070, 6101, da Nokia, e V3i, V3r, V3e, V360, k1 e z3, da Motorola. E o proje-to-piloto só será aberto para as demais capitais e regiões do país mediante o suces-so das operações.

Veteranos no temaConcorrente da Vivo, a Oi é pioneira no

tema, tendo lançado há três anos o siste-ma Paggo, que traz diferenças como a não utilização do POS para efetuar a transa-ção. Para utilizar o serviço, o aparelho Oi do lojista deve estar programado para ini-ciar a transação, informando o valor da compra e o número do telefone Oi do con-

sumidor. A mensagem é proces-sada pelo Paggo e o valor envia-do ao cliente com os dados da compra para confirmação. Automaticamente, o lojista e o cliente receberão uma mensa-gem em seus handsets compro-vando a realização da compra, que só é finalizada mediante digitação, por parte do usuário, de senha pré-cadastrada.

Respaldado pelo sucesso de seu projeto de m-banking lan-çado há mais de dois anos, o

“o m-payment engatinha no Brasil e no mundo, porém todo o mundo

experimenta. o problema é que existem muitas

iniciativas proprietárias, o que é um erro”

José robErto arruda, diretor de marketing da sodexo

30 especial mobilidade | set_2009

especial mobilidadE mobilE PaymEnt

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 30 1/9/2009 16:38:26

Page 31: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009
Page 32: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Banco do Brasil lançou no ano passado o projeto Visa Mobile Pay, em parceria com a administradora de cartões, que permite compras com cartão de débito e crédito pelo celular. Sistema que foi disponibiliza-do para os milhões de portadores do cartão Ourocard Visa, do BB, para o pagamento de créditos até o valor de R$ 100 e restrito a algumas cadeias de lojas. Depois de se cadastrar, no momento de efetuar o pagamento o usuário informa o número do seu celular e recebe uma con-firmação por SMS.

Mas o que define o formato de m-pay-ment? “A tecnologia existe e é algo fácil. Nós não temos nenhum amor sobre uma tecnologia específica ou determinado for-mato. Olhamos a gestão de despesas e tra-zemos um menor custo tanto para o lojista como para o usuário. Assim como não podemos esquecer que a utilização do celu-lar no país está atrelado ao pré-pago”, garante Arruda, da Sodexo, ao explicar o uso de voz no sistema Mobility Pass.

Blue chip?Uma aplicação mobile que entra agora

no mercado e traz novidades é a ValeBroker, um serviço de distribuição de dados da Bolsa de Valores para celulares e outros dispositivos móveis que pode ser integrado ao processo de compra e venda das ações, que podemos chamar de m-broker. Criado pela Valemobi, a solução é uma opção plug-and-play para bancos e corretoras que queiram oferecer serviços mobile para seus clientes com baixo custo de propriedade.

“O processo não foi simples, investimos muito. Precisamos tratar o sinal da Bovespa com performance e depois desenvolvemos o framework de comunicação para supor-tar diferentes dispositivos. O primeiro é o iPhone, e em breve chegaremos em todos os dispositivos, acredito que em outubro”, garante Leonardo Rocha Magalhães, CTO da Valemobi. Um trabalho iniciado em julho do ano passado e que contou com a ajuda da tecnologia Push do Lightstreamer, um middleware de streaming para aplicativos Ajax, que faz a distribuição de dados em tempo real.

Magalhães aponta que o maior desafio era oferecer uma interface clean, e como não se achou nada interessante no mercado global, a empresa pas-sou a desenvolver também esse componente. “Fugimos do celu-lar normal e fomos para o 3G, que é voltado para o público

desse mercado. E desenvolvemos um algoritmo que dribla qualquer possível gargalo na conexão do apa-relho, diminuindo a taxa de atuali-zação se necessário”, explica.

Modos e segurançaSerão dois modelos possíveis de

negócios: o primeiro é a instalação da infraestrutura dentro da corre-tora e a customização do sistema dentro dos parâmetros do agente. Já no segundo modelo, a solução é operada no datacenter da Valemobi, e garante investimento mais baixo com pagamento conforme o uso e de acordo com o número de clien-tes finais. “Em menos de um mês, a corretora já pode ter o seu home-broker mobile em operação junto aos seus clientes, com um baixo

investimento”, afirma Magalhães. Além do real-time, a empresa pretende comercializar uma versão com atuali-zações de 15 em 15

minutos, para que instituições financeiras e portais de web possam oferecer o serviço aos usuários.

Um fantasma recorrente a todos os pro-jetos mobile é o da segurança, que gera críticas abundantes. Em junho, o HSBC integrou o seu canal de m-banking à plata-forma Digipass, da Vasco, buscando res-ponder ao problema. Assim, o cliente pode, entre outros serviços, realizar saques nos caixas automáticos (ATMs) utilizando o CPF e o telefone celular como um dispositivo de autenticação.

O cliente HSBC se conecta à aplicação com o seu número de CPF e um PIN de 6 dígitos criado por ele mesmo. A partir daí, o cliente tem em suas mãos um gerador de senha segura OTP (one-time password). Uma vez que essa senha é verificada pelo software de autenticação Vacman, o clien-te acessa qualquer canal HSBC Direct e consegue acessar os caixas automáticos, o Internet Banking e realizar transações como pagamentos on-line e transferência de fundos. “Ao disponibilizarmos uma solução de autenticação baseada no núme-ro do CPF em combinação com o Digipass

for Mobile, estamos aptos a pro-porcionar serviços seguros de m-banking de uma forma conve-niente e com um excelente custo-benefício”, explica Marcello Veronse, superintendente de canais diretos do HSBC Direct.

[CF]

Dinamismo na viagem

Agente emissor de benefícios e serviços ao trabalhador, a Sodexo concebeu o Mobility Pass com a ideia de permitir que empresas e usuários geren-ciem suas despesas com táxi em viagens e visitas corporativas. O formato

de pagamento é via voz (no celular), dispensando o uso de boletos, dinheiro e cartões. O modelo se inicia quando a corporação remete a lista de funcionários que vão usar o serviço com os respectivos celulares e a autorização de cada um a partir de regras de negócios ou de uso. Quando o usuário pede um táxi ele confirma o uso do Mobility e, ao chegar ao destino, o motorista confirma a via-gem com a sua central. Esta passa então uma confirmação do valor para o celular do usuário, por voz e através de uma URA, que confirma a transação.

“Optamos pela voz porque o SLA (acordo de nível de serviços) é melhor que o de SMS. A mensagem no primeiro momento é mais barata, mas a voz compen-sa pela garantia e dinamismo que nos oferece e, a partir de um volume, ela não é tão mais cara assim. Por outro lado, se a voz tem um uso simples, o desenvol-vimento do sistema acaba sendo mais complexo”, admite Arruda. Além de agi-lizar a utilização do serviço de táxi, o executivo afirma que o Mobility Pass permite às empresas automatizar o controle das visitas de seus funcionários, terceiros ou visitantes, gerando economia de tempo e custo.

Entre os primeiros clientes estão empresas de varejo e prestadores de servi-ço, além da própria Sodexo. “Encontramos uma pequena resistência nas empre-sas de táxi, que acham que terão mais trabalho, porém elas acabam convenci-das quando veem a garantia do recebimento e o maior controle que a solução oferece”, conclui.

“fugimos do celular normal e fomos para o 3g, que é voltado para o público desse mercado de m-payment”lEonardo maGalhãEs, da valemoBi

32 especial mobilidade | set_2009

especial mobilidadE mobilE PaymEnt

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 32 1/9/2009 16:38:28

Page 33: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Banco do Brasil lançou no ano passado o projeto Visa Mobile Pay, em parceria com a administradora de cartões, que permite compras com cartão de débito e crédito pelo celular. Sistema que foi disponibiliza-do para os milhões de portadores do cartão Ourocard Visa, do BB, para o pagamento de créditos até o valor de R$ 100 e restrito a algumas cadeias de lojas. Depois de se cadastrar, no momento de efetuar o pagamento o usuário informa o número do seu celular e recebe uma con-firmação por SMS.

Mas o que define o formato de m-pay-ment? “A tecnologia existe e é algo fácil. Nós não temos nenhum amor sobre uma tecnologia específica ou determinado for-mato. Olhamos a gestão de despesas e tra-zemos um menor custo tanto para o lojista como para o usuário. Assim como não podemos esquecer que a utilização do celu-lar no país está atrelado ao pré-pago”, garante Arruda, da Sodexo, ao explicar o uso de voz no sistema Mobility Pass.

Blue chip?Uma aplicação mobile que entra agora

no mercado e traz novidades é a ValeBroker, um serviço de distribuição de dados da Bolsa de Valores para celulares e outros dispositivos móveis que pode ser integrado ao processo de compra e venda das ações, que podemos chamar de m-broker. Criado pela Valemobi, a solução é uma opção plug-and-play para bancos e corretoras que queiram oferecer serviços mobile para seus clientes com baixo custo de propriedade.

“O processo não foi simples, investimos muito. Precisamos tratar o sinal da Bovespa com performance e depois desenvolvemos o framework de comunicação para supor-tar diferentes dispositivos. O primeiro é o iPhone, e em breve chegaremos em todos os dispositivos, acredito que em outubro”, garante Leonardo Rocha Magalhães, CTO da Valemobi. Um trabalho iniciado em julho do ano passado e que contou com a ajuda da tecnologia Push do Lightstreamer, um middleware de streaming para aplicativos Ajax, que faz a distribuição de dados em tempo real.

Magalhães aponta que o maior desafio era oferecer uma interface clean, e como não se achou nada interessante no mercado global, a empresa pas-sou a desenvolver também esse componente. “Fugimos do celu-lar normal e fomos para o 3G, que é voltado para o público

desse mercado. E desenvolvemos um algoritmo que dribla qualquer possível gargalo na conexão do apa-relho, diminuindo a taxa de atuali-zação se necessário”, explica.

Modos e segurançaSerão dois modelos possíveis de

negócios: o primeiro é a instalação da infraestrutura dentro da corre-tora e a customização do sistema dentro dos parâmetros do agente. Já no segundo modelo, a solução é operada no datacenter da Valemobi, e garante investimento mais baixo com pagamento conforme o uso e de acordo com o número de clien-tes finais. “Em menos de um mês, a corretora já pode ter o seu home-broker mobile em operação junto aos seus clientes, com um baixo

investimento”, afirma Magalhães. Além do real-time, a empresa pretende comercializar uma versão com atuali-zações de 15 em 15

minutos, para que instituições financeiras e portais de web possam oferecer o serviço aos usuários.

Um fantasma recorrente a todos os pro-jetos mobile é o da segurança, que gera críticas abundantes. Em junho, o HSBC integrou o seu canal de m-banking à plata-forma Digipass, da Vasco, buscando res-ponder ao problema. Assim, o cliente pode, entre outros serviços, realizar saques nos caixas automáticos (ATMs) utilizando o CPF e o telefone celular como um dispositivo de autenticação.

O cliente HSBC se conecta à aplicação com o seu número de CPF e um PIN de 6 dígitos criado por ele mesmo. A partir daí, o cliente tem em suas mãos um gerador de senha segura OTP (one-time password). Uma vez que essa senha é verificada pelo software de autenticação Vacman, o clien-te acessa qualquer canal HSBC Direct e consegue acessar os caixas automáticos, o Internet Banking e realizar transações como pagamentos on-line e transferência de fundos. “Ao disponibilizarmos uma solução de autenticação baseada no núme-ro do CPF em combinação com o Digipass

for Mobile, estamos aptos a pro-porcionar serviços seguros de m-banking de uma forma conve-niente e com um excelente custo-benefício”, explica Marcello Veronse, superintendente de canais diretos do HSBC Direct.

[CF]

Dinamismo na viagem

Agente emissor de benefícios e serviços ao trabalhador, a Sodexo concebeu o Mobility Pass com a ideia de permitir que empresas e usuários geren-ciem suas despesas com táxi em viagens e visitas corporativas. O formato

de pagamento é via voz (no celular), dispensando o uso de boletos, dinheiro e cartões. O modelo se inicia quando a corporação remete a lista de funcionários que vão usar o serviço com os respectivos celulares e a autorização de cada um a partir de regras de negócios ou de uso. Quando o usuário pede um táxi ele confirma o uso do Mobility e, ao chegar ao destino, o motorista confirma a via-gem com a sua central. Esta passa então uma confirmação do valor para o celular do usuário, por voz e através de uma URA, que confirma a transação.

“Optamos pela voz porque o SLA (acordo de nível de serviços) é melhor que o de SMS. A mensagem no primeiro momento é mais barata, mas a voz compen-sa pela garantia e dinamismo que nos oferece e, a partir de um volume, ela não é tão mais cara assim. Por outro lado, se a voz tem um uso simples, o desenvol-vimento do sistema acaba sendo mais complexo”, admite Arruda. Além de agi-lizar a utilização do serviço de táxi, o executivo afirma que o Mobility Pass permite às empresas automatizar o controle das visitas de seus funcionários, terceiros ou visitantes, gerando economia de tempo e custo.

Entre os primeiros clientes estão empresas de varejo e prestadores de servi-ço, além da própria Sodexo. “Encontramos uma pequena resistência nas empre-sas de táxi, que acham que terão mais trabalho, porém elas acabam convenci-das quando veem a garantia do recebimento e o maior controle que a solução oferece”, conclui.

“fugimos do celular normal e fomos para o 3g, que é voltado para o público desse mercado de m-payment”lEonardo maGalhãEs, da valemoBi

32 especial mobilidade | set_2009

especial mobilidadE mobilE PaymEnt

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 32 1/9/2009 16:38:28 Untitled-1 1 31/8/2009 17:12:23

Page 34: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

especial mobilidade | set_2009

vitrines móveislojas de aplicativos dão novo fôlego a ações de moBile marketing e podem ajudar a massificar moBilidade corporativa para pmes

O conceito de lojas de aplicativos abriu um novo leque de oportu-nidades para desenvolvedores de serviços para dispositivos móveis. Impulsionados pelo

sucesso da App Store, da Apple, outros fabricantes de handsets como RIM, Palm, Nokia e LG, além de Microsoft e Google, com sua plataforma Android, partiram na mesma empreitada e desenvolveram suas próprias lojas de aplicativos.

Apenas a loja da Apple permite, por enquanto, a compra de aplicativos. A BlackBerry AppWorld, da RIM, e a Ovi Store, da Nokia, já podem ser acessadas por consumidores brasileiros, mas a ofer-ta inclui apenas aplicativos gratuitos. Ambas preparam ainda para este ano um modelo de negócios que permita a com-pra de aplicativos com meios de paga-mentos locais, através de cartões de cré-dito ou em parceria com o billing das operadoras móveis nacionais. No caso da Nokia, de acordo com o diretor de vendas de serviços, Fiore Mangone, o modelo preferencial da fabricante é a cobrança dos aplicativos direta no billing das ope-radoras. “Ainda estamos negociando com as operadoras no Brasil, mas como já vendemos outros serviços via cartão de crédito, o provável é que disponibilizemos ambos os modelos”. A Nokia trabalha ainda com a possibilidade de criar canais específicos para cada operadora comer-cializar seus aplicativos e conteúdos den-tro da Ovi Store. “É importante ter a operadora envolvida para poder conse-guir massificar o acesso a esses aplicati-vos em uma base essencialmente pré-pa-ga”, pondera Mangone.

A concentração dos mais diversos tipos de aplicativos, do entretenimento a ferra-mentas de produtividade, em um único local, com mecanismos de pesquisas e uma interface simples, contribuirá para fortalecer todo o ecossistema de desenvol-vimento. Quando as aplicações são coloca-das numa loja, o consumidor tem a per-cepção de credibilidade, porque sabe que ele já passou por uma análise prévia e

lEtícia cordEirol e t i c [email protected]

legitima o desenvolvedor. “Dá chance até mesmo para desenvol-vedores que não são muito conhe-cidos no mercado terem a oportu-nidade de distribuir aplicativos para um grande número de usuá-rios”, avalia o diretor executivo da Pinuts Studios, Carlos Renato Camolesi. Para ele, conforme o volume de aplicativos for aumen-tando, as pessoas irão se acostu-mando a baixá-los, a demanda aumentará e haverá mais desen-volvedores. “Uma coisa puxa a outra. Essas novas lojas estão fazendo um esforço grande para chamar mais desenvolvedores e acho que até o final do ano já tere-mos um número bom de aplicati-vos”, comenta.

O gerente de inteligência de mercado da RIM, Adriano Lino, prevê que “as lojas de aplicativos criarão um universo de desenvol-

vedores dispostos a criar ferramentas de mobilidade corporativa para pequenas e médias empresas (PMEs), antes privilégio de grandes corporações”.

CorporativoÉ claro que grandes corporações têm

necessidades específicas e acabam entran-do em contato direto com o desenvolvedor para que seja criado um aplicativo corpo-rativo com grande customização, integra-ção com os sistemas internos da compa-nhia e implementação direta nos disposi-tivos móveis. É uma relação direta de business-to-business e que dispensa a loja como intermediária. “Mas existe um mer-cado enorme de PMEs e que pode ser atendido com soluções ‘de prateleira’, mais simples, com pequeno nível de con-figuração no próprio aplicativo. Essas empresas não teriam milhões para inves-tir numa solução sob demanda, mas esta-riam dispostas a pagar US$ 10, US$ 20 por um aplicativo”, enfatiza Lino.

Para Camolesi, da Pinuts Studios, exis-tem alguns processos utilizados dentro das empresas que são comuns em deter-minada atuação de mercado, com algu-mas regras que são claras e que permiti-riam aplicativos “genéricos”. “Fazer um aplicativo de controle de estoque, por exemplo, é relativamente simples e para uma pequena empresa funcionaria bem”. O diretor de vendas de serviços da Nokia, Fiore Mangone concorda e acrescenta que “aplicativos de aumento de produtividade, agenda, força de vendas e CRM também podem ser desenvolvidos de forma mais genérica para venda nas lojas virtuais”. Logística ou mesmo de controle de pedi-dos, como um cardápio de restaurante, também podem virar aplicativos ‘de pra-teleira’. “As comandas de anotação de pedidos geralmente não variam muito e poderiam ser colocadas como uma ferra-menta de produtividade numa loja e vários restaurantes poderiam usar com um baixo nível de customização”, acres-centa Camolesi.

Os desenvolvedores já perceberam o potencial desse mercado, não apenas para massificação de seus aplicativos, mas também como porta de entrada para novos projetos sob demanda. A Go Mobie, por exemplo, prepara para este ano o lançamento de seu primeiro aplicativo de produtividade para ser vendido na loja da Apple. “Até agora trabalhamos com o

especial mobilidadE loJas virtuais

Especial_Mobile+.indd 34 1/9/2009 16:38:29

Anuncie no Guia de Serviços de Telecomunicações e TI, um suplemento conjunto das revistas TELETIME e TI INSIDE.

O Guia é o principal canal de consulta de executivos com poder de decisão, num dos segmentos que mais recebe investimentos no mundo:

o de tecnologia da informação aplicada às telecomunicações.Nova edição com um levantamento completo dos serviços prestados

por mais de 1.000 empresas.

UM PRODUTO

PARA ANUNCIAR: (11) [email protected]

Seu investimento em publicidade não deu retorno?

Então, não perca mais tempo e anuncie no lugar certo:Guia de Serviços 2010.

Reserva de espaço: 08 de outubroEntrega de material: 13 de outubro

Circulação: novembroTiragem: 25.000 exemplares

Imag

em m

eram

ente

ilus

trativ

a

decisão, num dos segmentos que mais recebe investimentos no mundo:

Nova edição com um levantamento completo dos serviços prestados INÉDITOPESQUISA* DE

SATISFAÇÃO

DOS USUÁRIOS

CORPORATIVOS

* Pesquisa realizada pela consultoria independente ASM-Applied Scientifi c Methods

Page 35: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

Anuncie no Guia de Serviços de Telecomunicações e TI, um suplemento conjunto das revistas TELETIME e TI INSIDE.

O Guia é o principal canal de consulta de executivos com poder de decisão, num dos segmentos que mais recebe investimentos no mundo:

o de tecnologia da informação aplicada às telecomunicações.Nova edição com um levantamento completo dos serviços prestados

por mais de 1.000 empresas.

UM PRODUTO

PARA ANUNCIAR: (11) [email protected]

Seu investimento em publicidade não deu retorno?

Então, não perca mais tempo e anuncie no lugar certo:Guia de Serviços 2010.

Reserva de espaço: 08 de outubroEntrega de material: 13 de outubro

Circulação: novembroTiragem: 25.000 exemplares

Imag

em m

eram

ente

ilus

trativ

a

decisão, num dos segmentos que mais recebe investimentos no mundo:

Nova edição com um levantamento completo dos serviços prestados INÉDITOPESQUISA* DE

SATISFAÇÃO

DOS USUÁRIOS

CORPORATIVOS

* Pesquisa realizada pela consultoria independente ASM-Applied Scientifi c Methods

Page 36: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

desenvolvimento de aplicativos corporativos diretamente para as empresas, mas lançaremos ainda esse ano aplicativos de produtividade nas lojas com valor baixo, entre US$ 0,99 e US$ 5, e que terão um bom nível de relevância para as pes-soas”, revela o sócio e diretor comercial da Go Mobie, Lúcio Corrêa Santana.

Mobile MarketingAs lojas de aplicativos deram

também um novo sentido para o conceito de mobile marketing, e o que se tem observado é um número cada vez maior de empresas que patrocinam apli-cativos como forma de marketing de rela-cionamento. “O usuário tem o aparelho à mão 24 horas por dia e é possível aprovei-tar o contexto do uso dele para fazer publicidade”, lembra Lino, da RIM. “É o novo canal de comunicação das empre-sas”, pontua Mangone.

Santana, da Go Mobie, explica que aplicativos de marketing institucional geralmente são gratuitos, porque o objeti-vo das empresas não é gerar receita com ele, mas sim aproximar a marca dos seus consumidores.

O desenvolvimento de aplicativos white lable para mobile marketing, que é a prin-cipal fonte de faturamento da Pinuts Studios, teve um aumento de demanda de quase 50% no começo desse segundo semestre, segundo Camolesi, e a tendên-cia é que continue crescendo. “Com os aplicativos, temos condições de criar coi-sas muito mais interessantes do que o que tínhamos com SMS e Wap, ao integrar funcionalidades de conexão à Internet, GPS e câmera”, conta. Santana também está otimista: “o desenvolvimento de apli-cativos para lojas, incluindo mobile marketing e aplicativos de venda direta para usuário final, ainda não representa parte importante do nosso faturamento, mas o objetivo da empresa é que repre-sente 30% da receita até o fim de 2010”. O executivo da Go Mobie lembra que para o mobile marketing “é necessário fazer apli-cativos que sejam rele-vantes, com conteúdo interessante para que a pessoa não baixe ape-nas por curiosidade e depois nunca mais uti-lize o aplicativo”.

No Canadá, por

exemplo, uma monta-dora conectou o com-

putador de bordo de um de seus modelos ao smartphone do cliente e passou a usar o aparelho como ferramenta de marketing. “Com as informações colhidas do com-putador de bordo, a montadora consegue fazer recomendações ao cliente sobre a manutenção do carro, como troca de óleo e freios antes que o problema aconteça”, conta Lino.

Mercado internacionalAs lojas também podem funcio-

nar bem como vitrine para a venda de aplicativos de desenvolvedores nacionais no exterior. Embora a loja virtual de cada fabricante tenha uma interface customizada, com destaques de aplicativos de acordo com cada país, em geral não existem restrições para que estes aplicativos possam ser baixa-dos em outros países.

É o que acontece com a Ovi Store, da Nokia. “Geralmente os desenvolvedores locais têm privi-légio nas lojas de seus respectivos países porque têm um melhor entendimento das necessidades e preferências do consumidor local, mas é claro que conteúdos globa-lizados podem estar disponíveis em todo o mundo”, ressalta Man-go ne. Quando um

de sen volvedor inscreve uma aplicação para apro-vação na Ovi Store, pode escolher os países em que ela será ofertada. “Claro que tem de ser desenvolvi-da não apenas em portu-guês, mas se tiver uma ver-são em inglês ou espanhol, pode distribuir para qual-quer país que tenha Ovi Store”, afirma o diretor.

“O modelo de loja de aplicativos é muito bom

para quem está comprando, mas é melhor ainda para quem está vendendo”, afirma o gerente da RIM, Adriano Lino. “A partir do momento em que um aplicativo passa por todo o processo de certificação, será oferecido em todas as lojas de todos os países em que a RIM tem a loja virtual e o desenvolvedor pode vender um aplicati-vo para os nossos quase 30 milhões de clientes no mundo inteiro”, explica. Claro que o desenvolvimento bilingue, em por-tuguês e inglês, facilita o processo de distribuição no exterior.

“Atualmente, uma aplicação que foi desenvolvida no Brasil e que faz muito sucesso na BlackBerry AppWorld lá fora é um tradutor desenvolvido pela Navita”, conta Lino.

O BlackBerry Partners Fund pode ser um mecanismo valioso para auxiliar apli-cativos com bom potencial a deslanchar no mercado internacional. O fundo foi criado no final do ano passado com US$ 150 milhões da RIM e mais outros valores investidos por outras empresas. “Há vários aplicativos que começaram de maneira independente e que depois rece-beram investimentos para que a empresa ganhe mais escala e desenvolva o produto de forma mais profissional”, detalha Lino. Mais de 20 empresas já receberam inves-timentos deste fundo para desenvolver os aplicativos. Para se ter uma ideia, uma

empresa sozinha chegou a receber um aporte de US$ 4 milhões para aprimorar e glo-balizar um aplicativo de via-gens que informa vôos, permite a compra de passagens, reser-va de hotel e até mesmo alugar um carro.

“O dinheiro é aplicado para que a empresa possa profissio-nalizar o aplicativo, melhorar a interface com o usuário e exportá-lo para toda a nossa base de clientes”.

“as lojas de aplicativos trarão um universo de desenvolvedores dispostos a criar ferramentas de mobilidade corporativa para pequenas e médias empresas, antes privilégio de grandes corporações”adriano lino, da rim

“aplicativos de aumento de produtividade, agenda, força de

vendas e crm também podem ser desenvolvidos de forma mais genérica

para venda nas lojas virtuais”FiorE manGonE, da nokia

36 especial mobilidade | set_2009

especial mobilidadE loJas virtuais

FOTO

: ARQ

uivO

FOTO

: div

ulgA

çãO

Especial_Mobile+.indd 36 1/9/2009 16:38:29

Page 37: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

O 5º Seminário Outsourcing vai discutir os fatores críticos de sucesso, as melhores práticas e ferramentas usadas pelos usuários, fornecedores e consultorias especializadas, mostrando como o Outsourcing e o BPO (Business Process Outsourcing) podem trazer mais rentabilidade para os seus negócios.

NO DIA 14 DE OUTUBRO, VENHA PARA O MAIOR E MAIS QUALIFICADO FORUM DE DEBATES SOBRE OUTSOURCING DO BRASIL – 5º SEMINÁRIO OUTSOURCING

5

Prestação Serviços 22%

Fabricante / Fornecedor(Equip./Soft.) 24%

Advocacia 14%Usuários 40%

Gerente / Coordenador 50%

Presidente /VP / Diretor 28%

Técnico 13%

Consultor /Advogado 9%

Qualifi cação de público perfeita para seus negóciosATIVIDADE CARGOS

14 DE OUTUBRO, 2009HOTEL PAULISTA PLAZA - SÃO PAULO-SP

PARA PATROCINAR11 [email protected]

INFORMAÇÕES0800 77 15 028www.convergecom.com.br/eventos

Outsourcing 2.0 + BPO= mais valor para os seus negócios

PROMOÇÃO

REALIZAÇÃO

APOIO

BPOA QUEM SE DESTINA:

• Diretores de TIe TELECOM;• Diretores das áreas de Administração, Finanças,

RH, Fiscal, Compras, Serviços, Logística, Desenvolvimento

Page 38: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

3 8 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>gestão

total de 2,3 mil funcionários, que precisam ser treinados dentro de um mesmo padrão de atendimento, informa Cremm. Em 2008, os investimentos alcançaram algo em torno de R$ 3 milhões, indica ele.

O resultado disso é um avanço considerável dos negócios, destaca o executivo. “Hoje, atendemos mais de 70 mil chamados por mês in house, de forma corretiva, mas nosso atendimento remoto, bi-direcional (o cliente pede help ou a Scopus faz o suporte prévio) já chega a 320 mil chamados mensais”, afirma. Somente na área de telecomunicações, a empresa presta serviços a mais de 25 mil equipamentos diferentes. “São 526 mil equipamentos sob contrato de suporte e manutenção, entre servidores, desktops, ATMs e sistemas de comunicação de dados”, observa.

O faturamento da companhia também cresceu substancialmente, segundo Cremm. Só com suporte a software, um segmento em expansão acelerada, a Scopus faturou R$ 57 milhões em 2008, contra R$ 45 milhões de em 2007, um aumento de 13%. Os contratos de serviços na área de hardware renderam R$ 206 milhões (contra R$ 182 milhões em 2007). “Passamos de uma receita de R$ 200 milhões, em 2005, para R$ 354 milhões, em 2008, com previsão de atingir R$ 370 milhões este ano”, diz ele.

Novo modeloUma das maiores empresas de

serviços de manutenção de equipamentos, fabricados ou não pela companhia, a IBM acelera a migração

Colocados em xeque por sucessivas panes nos sistemas de telefonia e falhas dos sistemas de call centers de bancos,

companhias de seguros, TV a cabo, empresas de cartões de crédito, de transportes, entre outras, os provedores de serviços de manutenção e suporte de software e equipamentos de TI e de telecomunicações otimizam suas operações, fortalecem os centros de monitoramento e, principalmente, intensificam o atendimento remoto e on-site aos clientes. O objetivo é fazer o gerenciamento do ambiente de tecnologia das empresas, com um atendimento cada vez mais proativo, de mais baixo custo, identificando previamente eventuais incidentes, com vistas a assegurar maior disponibilidade e melhor qualidade dos serviços para os clientes e para os consumidores finais.

O UOL, principal portal da internet brasileira, por exemplo, inaugurou um modelo inovador de assistência técnica para levar o mesmo nível de service desk da pessoa jurídica para a pessoa física. Mais de 15 mil usuários de PCs que acessam o conteúdo UOL já fazem uso do novo serviço, cujo propósito é agilizar o atendimento e permitir maior interação com o suporte técnico, feito remotamente por uma empresa terceirizada, a Connectom. A Shell contratou a Scopus para prestar serviços de suporte aos sistemas das lojas de conveniência Select, envolvendo suporte de hardware e software remoto e on-site, além da

manutenção dos equipamentos de informática instalados nas lojas dos postos de combustíveis. “Um dos objetivos do projeto é que se possa atender aos SLAs, mas gerenciando a expectativa dos usuários, com agendamento e um comportamento diferenciado no campo”, diz Mauro Cremm, executivo de marketing e vendas da Scopus.

Segundo ele, a Scopus aproveita a onda de crescimento do mercado brasileiro de serviços de manutenção e suporte, que tem boa parte de sua receita lastreada em contratos de médio e longo prazo, de acordo com a IDC, para investir na expansão de suas unidades de atendimento em todo o País, na qualidade dos seus serviços e na capacitação técnica dos seus funcionários. São 147 pontos de atendimento no Brasil, com um

mercado brasileiro de serviços de manutenção e suporte tem boa parte de sua receita lastreada em contratos de médio e longo prazo, de acordo com a IdC

GeNIlSON cezAR

FOTO

: DIV

ULG

ãO

“É muito irritante para um cliente

ligar para um contact center, por exemplo, e

receber a informação de que o sistema

está muito lento ou fora do ar. Atribuir essa

deficiência ao prestador do

serviço de suporte e manutenção só se justifica se ele

não estiver entregando o nível

de serviço (sLA) realmente

contratado” SéRGIO MOttA, DA IBM BRASIl

A boa fase do service desk

RECO

NHECIMENTO

RECOO

NHECIMENTTOO

O que vai acontecer com a Internet nos próximos dois anos?

O evento mais completo da Internet brasileira.

WEB 2.0 | REDES SOCIAIS | BLOG | TWITTER | NEGÓCIOS | E-COMMERCE | YOU TUBE | WIKI | MARKETING 2.0

REALIZAÇÃOPROMOÇÃO

Para patrocinar(11) [email protected]

Informações0800 77 15 028www.convergecom.com.br/eventos

17 a 19CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

Março | 2010

FEIR

A

SEM

INÁRIOS

WOR

KSHOPS

PALE

STRAS

Page 39: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

RECO

NHECIMENTO

RECOO

NHECIMENTTOO

O que vai acontecer com a Internet nos próximos dois anos?

O evento mais completo da Internet brasileira.

WEB 2.0 | REDES SOCIAIS | BLOG | TWITTER | NEGÓCIOS | E-COMMERCE | YOU TUBE | WIKI | MARKETING 2.0

REALIZAÇÃOPROMOÇÃO

Para patrocinar(11) [email protected]

Informações0800 77 15 028www.convergecom.com.br/eventos

17 a 19CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

Março | 2010

FEIR

A

SEM

INÁRIOS

WOR

KSHOPS

PALE

STRAS

Page 40: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

4 0 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>gestão

adequado. Se o provedor tem dez empresas que usam um mesmo tipo de equipamentos, pode oferecer o mesmo estoque de peças e o preço cai. A questão da massa crítica é fundamental para ter um custo mais baixo no serviço”, adianta Motta.

ContrataçõesSegundo ele, a IBM tem essa massa

crítica para uma série de equipamentos, tanto para dar manutenção do break and fix como para os serviços gerenciados. “Temos centros de monitoração dedicados para fazer isso remotamente e identificar problemas que acontecem. Temos uma malha de profissionais de suporte muito maior que os concorrentes. Na área de segurança, por exemplo, a IBM tem no Brasil, em Hortolândia, uma dos maiores centros

de monitoração de segurança , que faz parte de uma rede global. No final do ano passado, a capacidade de operar dessa unidade foi ampliada em 50%, com a incorporação de mais 500 funcionários por turno.A operação brasileira presta serviços para mais de 50 clientes instalados no País e em diversas partes do mundo, incluindo operações da multinacional em outros países. “Trabalhar na distribuição e controle de aplicativos e na gestão dos ativos de software e hardware é alternativa que temos levado a nossos clientes para aumentar eficiência e reduzir drasticamente os custos”, diz Motta.

Medir o grau de satisfação dos clientes com os serviços dos provedores através de pesquisas sistemáticas também é fundamental para alinhar os níveis de serviços às exigências dos negócios. “À medida que crescem as ofertas no mercado, aumentam as exigências, por isso criamos ferramentas para melhorar não só o atendimento, como também para que o cliente possa avaliar a qualidade do serviço oferecido. Uma dessas ferramentas de apoio são as pesquisas do nível de satisfação do cliente final, com metodologias que auxiliam o controle de qualidade dos serviços prestados”, conta Valter Silva, sócio-diretor da Connecton, empresa de consultoria e provedora de serviços de outsourcing, sediada em São Paulo, com mais de 800 colaboradores, 50 clientes ativos e um faturamento de 40 milhões de reais em 2008.

“Além da pesquisa de satisfação no cliente final, criamos um produto para medir a satisfação dos clientes de empresas terceirizadas. Fazemos isso na Claro, operadora que tem vários contratos com fornecedores de serviços terceirizados. Avaliamos o resultado dos serviços prestados por essas empresas para a Claro e estipulamos padrões e níveis de qualidade que o cliente gostaria de alcançar”, diz Silva.

A empresa, que conta entre seus clientes o Banco Panamericano, Sodexho, Caixa Econômica Federal, Sul América e BMF&Bovespa, acredita que passará ao largo da crise, “pois trabalhamos com muitas receitas recorrentes, os contratos do ano passado permaneceram, apareceram novos clientes que procuram melhores modelos de terceirização”, diz o executivo. “Devemos fechar com o mesmo resultado de 2008, em torno de 40 milhões de reais”, afirma Silva.

dos seus contratos puramente break and fix (quebrou-consertou), na modalidade reativa, para modelos gerenciados, na qual o provedor oferece e garante níveis de serviço compatíveis com os requisitos de negócio. “Atualmente, o grande desafio é garantir disponibilidade e facilidade de manutenção para clientes que possuem milhares de pontos de atendimento aos seus consumidores. É muito irritante para um cliente ligar para um contact center, por exemplo, e receber a informação de que o sistema está muito lento ou fora do ar. Isso pode ser um problema de infra-estrutura, nas estações de trabalho ou na rede. Mas atribuir essa deficiência ao prestador do serviço de suporte e manutenção só se justifica se ele não estiver entregando o nível de serviço (SLA) realmente contratado”, explica Sérgio Motta, executivo da Integrated Technology Services (ITS) da IBM Brasil.

Na verdade, o serviço que mais cresce atualmente é o atendimento preventivo, onde a IBM gerencia o ambiente da empresa cliente – monitora a infra-estrutura, identifica problemas e pode agir muito antes da empresa perceber que pode sofrer um incidente. “Através dos instrumentos de monitoração, podemos descobrir que a empresa está sofrendo um ataque de um hacker, ou está tendo problemas com seus equipamentos, e atuamos na resolução muito antes do cliente perceber”, assinala. Nessa modalidade de serviços, a IBM monitora a infra-estrutura de TI, incluindo distintos elementos - desktops, servidores, redes, ou até sistemas de banco de dados - e vende contratos de disponibilidade de acordo com as exigências de negócios dos clientes. “Muitas vezes o mercado não entende que nível de serviço custa caro. Se o cliente comprar 60% de nível de serviço, o serviço é um; se comprar determinado nível de serviço com algo em torno de 99,99% de disponibilidade, o preço é outro“, afirma Motta.

De acordo com o executivo, o nível atual de exigências das empresas brasileiras, por conta da pressão dos consumidores e usuários por melhor qualidade dos serviços de atendimento, aponta para uma tendência de crescimento da terceirização dos serviços de suporte e manutenção no Brasil. “Mas os provedores precisam ter massa crítica para poder oferecer um serviço de melhor qualidade a um preço

MAuRO cReMM, DA ScOpuS: eMpReSA ApROveItA A ONDA

De cReScIMeNtO DO MeRcADO

BRASIleIRO De SeRvIçOS De

MANuteNçãO e SupORte pARA

INveStIR NA expANSãO De SuAS

uNIDADeS De AteNDIMeNtO eM

tODO O pAíS, NA quAlIDADe DOS

SeuS SeRvIçOS e NA cApAcItAçãO

técNIcA DOS SeuS fuNcIONáRIOS

“À medida que crescem as ofertas no mercado,

aumentam as exigências, por

isso criamos ferramentas para melhorar não só o

atendimento, como também

para que o cliente possa avaliar a

qualidade do serviço oferecido.

Uma dessas ferramentas de

apoio são as pesquisas do nível

de satisfação do cliente final” vAlteR SIlvA,

SócIO-DIRetOR DA cONNectON

Page 41: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

24 de novembro 2009hotel paulista plaza são paulo-sp

para patrocinar: 11 [email protected]

informações: 0800 77 15 028 www.convergecom.com.br/eventos

Venha conhecer um pouco mais sobre o ponto forte da Arquitetura Orientada a Serviços (SOA), uma estratégia cada vez mais utilizada pelas empresas que conseguem crescer reduzindo custos.

Cases de sucesso apresentados por profissionais do segmento financeiro, operadoras, governo, prestadores de serviço e indústria em geral.

aproveite para participar deste evento de sucesso.

Prestação de Serviços 28%

Consultoria 19%

Operadora de Telefonia 6%

Usuário 15%

Bancos / Investidores /Grupos de Mídia 11%

Fornecedores / Fabricantes(equip./soft.) 11%

Governo / Associação / Instituição 10%

Gerente /Coordenador 42%

Técnico / Analista / Especialista 28%

Presidente / VP/ Diretor 20%

Consultor 10%

atividade cargo

Prestação de Serviços 28%

Consultoria 19%

Operadora de Telefonia 6%

Usuário 15%

Bancos / Investidores /Grupos de Mídia 11%

Fornecedores / Fabricantes(equip./soft.) 11%

Governo / Associação / Instituição 10%

Gerente /Coordenador 42%

Técnico / Analista / Especialista 28%

Presidente / VP/ Diretor 20%

Consultor 10%

Qualificação de público empresas que estiveram conosco nas edições anteriores: • AES ElEtrOpAulO• AtEntO• AVAyA• BrAdESCO• BrASil tElECOm• CiSCO dO BrASil• COrrEiOS• EmBrAEr• FlEury• Hp BrASil• iBm• mEdiAl SAúdE• nEC• nEt

• nExtEl• Oi• OrAClE• pOrtO SEgurO• pOrtugAl tElECOm• priCEwAtErHOuSECOOpErS• SEnAC• SiEmEnS• tim• tiVit• tOtVS• tV glOBO• uSp• ViSA VAlE e outros

retorno sobre o investimento.

apoiopatrocínio GoLD promoção reaLização

Page 42: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

>infra-estrutura

Antes, o perigo das invasões nas redes vinha exclusivamente da internet, por meio de spams e acessos a determinados sites.

Hoje, a ameaça se tornou mais sofisticada e mora ao lado, ou pior, na ponta dos cabos de equipamentos como notebooks, impressoras, PDAs, servidores e até mesmo o pequeno pen drive, que danificam a função dos dispositivos ao serem conectados nas portas periféricas como o switch e o roteador.

De acordo com o relatório de segurança da Cisco 2009, que mostra como é a situação de evolução dos vírus, a invasão nas redes de computadores transformou-se em um grande negócio para o crime organizado. Há algum tempo são criadas ameaças específicas, como os botnets, worms e spamdexing, desenvolvidas com estruturas aprimoradas e que agem em um local específico da rede, como a captura de arquivos empresariais, equivalente ao caso ocorrido com o banco de dados do Google.

O gerente de produtos business solutions da fabricante D-Link, Jonathan Fratta, alerta sobre outro caminho que as ameaças utilizam para entrar nas redes corporativas: os equipamentos dos próprios funcionários. Por não haver uma solução de segurança de acesso

A preocupação com a segurança nos dispositivos de infraestrutura tornou-se constante entre as empresas, devido à maneira como os vírus passaram a invadir suas redes: pela conexão de periféricos. o perigo é bem maior do que se possa imaginar e as corporações precisam controlar o acesso à arquitetura ou terão que gastar mais do que imaginam para evitar os prejuízos

AlexANDRO cRuz

instalada, os empregados “desavisados” - que hoje são responsáveis por 40% das invasões, conectam seus notebooks e drives remotos infectados com malwares e os espalham por todo o banco de dados da empresa. “Vale lembrar que também acontecem os ataques por vingança de funcionários demitidos”, diz.

Regras, regras e mais regrasUma forma de minimizar o

problema é a existência de uma regulamentação de segurança de dados, o compliance, que obriga as empresas a se estruturarem adequadamente para que seus clientes não sejam prejudicados, por exemplo, por roubo de senhas bancárias. Para o

responsável da divisão de segurança da 3Com, Denis Prado, as empresas estão tendo que se adequar às exigências internacionais, para evitarem prejuízos futuros. “Recentemente houve o caso de uma grande loja de varejo que teve milhões de cartões de créditos roubados, pelo simples fato de não existir aplicativos de controle de acesso em sua arquitetura”, exemplifica.

Devido à mudança na política de mercado e, principalmente, pela aparição de ameaças mais avançadas, houve uma inovação na cultura mercadológica entre os fabricantes de dispositivos. Eles passaram a desenvolver produtos com políticas de organização segura e que oferecem controle total aos acessos pelas bordas. Ou seja, agora, os equipamentos devem disponibilizar aos usuários garantias de administração, credibilidade de informação, além de tornar as redes inteligentes com sistemas de detecção por comportamento.

A mudança de atitude teve início a aproximadamente seis anos, quando os fabricantes passaram a vender seus produtos com soluções de segurança, projetados para funções específicas, com a finalidade de dificultar a invasão de malweres segmentados. Há exemplo de empresas como a Cisco, que fabrica o roteador ASR 1000 com Firewall embutido; a D-Link com seu servidor VPN, DFL-1600, com

4 2 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

JONAthAN fRAttA, DA

D-lINk: AleRtA SOBRe O RIScO cAuSADO pOR

equIpAMeNtOS DOS

fuNcIONáRIOS

o perigo no cabo de conexão

Page 43: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

segurança Pró-ativa; ou a 3Com que desenvolveu o AirProtect RF Planning Tool, para rede LAN sem fio.

Há outros exemplos de soluções, como a NAC (Network Admission Control), da Cisco, e a NAP (Network Access Protection), da D-Link (alinhada à Microsoft), que gerenciam a entrada de dispositivos na arquitetura de rede com o endereço dos computadores, seja por LAN, WAN, Wireless ou VPN. Também existe a OfficeConnect Gigabit VPN Firewall, da 3Com, com plataforma de nível padrão e que permite a integração a outro sistema Firewall. São soluções customizadas que atendem a cada tipo de necessidade e estrutura de uma empresa.

Existe uma exigência entre os clientes para que todas as soluções, como medida de precaução e para manter a infraestrutura estável, devam oferecer condições de gerenciamento simples, além de informar com rapidez quais dispositivos estão se conectando ao sistema e se os mesmos proporcionarão algum perigo ao banco de dados.

a dedicação dos fabricantesÉ notório que as ameaças vêm de

toda parte. No entanto, será que as empresas estão atentas aos problemas que dispositivos sem segurança podem ser um sinal de perigo às redes? Segundo Ghassan Dreibi Junior, gerente de desenvolvimento de

negócios de segurança para a América Latina da Cisco, essa conscientização no Brasil é um processo lento. Ele recorda que há bem pouco tempo, quando se falava em segurança na infraestrutura, as corporações lembravam unicamente da autenticação do switch 802.1x. “Agora, com as novas ameaças, como é o caso do Conficker, a rede interna e os dispositivos móveis estão ocasionando mais problemas. Em outras palavras, o acesso ao perímetro de segurança tornou-se mais critico quanto ao uso da navegação na internet”, atenta.

Entre as empresas ainda existe uma cultura de não dar valor aos recursos de proteção de acesso periférico. De acordo com o executivo da Cisco, muitos empresários têm conhecimento sobre os problemas, mas acham caro o investimento. Também existe o fato dos donos não

conhecerem o procedimento de instalação e, com isso, imaginam que para implementar os aplicativos será necessário suspender o trabalho da empresa por um certo período, o

que pode ocasionar a perda de dinheiro. “Além disso, existe a lenda de que a segurança em rede é extremamente difícil de fazer”, aponta.

Segundo Jonathan Fratta, da D-Link, as empresas, ainda, se preocupam unicamente com a compra de produtos avançados, que ofereçam mais espaço para arquivamento de dados e ferramentas de comunicação sobre IP mais rápidas. Porém, “não adianta ter um equipamento de última geração se ele não é seguro. O empresário vai gastar duas vezes”, avalia.

não adianta ter um equipamento de última geração se ele não é seguro

Page 44: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

>infra-estrutura

No mundo, de acordo com o Gartner, as tecnologias de Green IT, cloud computing e virtualização são as que mais vão crescer

nos orçamentos de TI este ano. Destas, a que terá melhor performance em países emergentes, como o Brasil, será a de virtualização – tecnologia que serve ainda como propulsora das outras duas listadas anteriormente. Não por acaso, aproveitando-se do momento “quente”, os fornecedores lançaram novas versões de suas plataformas este ano, como Citrix, Red Hat, Sun e Microsoft.

Todos se movem no sentido de barrar a supremacia da VMware, que reina no mercado de servidores e conta com a máquina comercial e de marketing da sua dona, a EMC, para alavancar suas vendas. “Eles ganham muito nos consoles de gerenciamento, mas têm uma visão proprietária que o mercado começa a repudiar. A dinâmica do mercado de TI é soberana, quem não lembra da Novell que era absoluta no segmento de redes e viu o jogo mudar. Quem entra com mais força agora quer ganhar, como nós”, garante Alejandro Chocolat, country manager da Red Hat Brasil.

Mas um fato não pode ser esquecido, cada vez mais os ambientes corporativos são heterogêneos em cada uma das partes, sejam eles servidores, desktops ou mesmo storage. “O

mercado de virtualização comemora a boa presença nos orçamentos corporativos e as novas soluções lançadas este ano, fatores que mostram como o segmento pode sair do nicho das grandes empresas para uma maior disseminação

clAuDIO feRReIRA

hardware não se importa com qual sistema operacional está instalado nele. A maioria dos clientes executa redes heterogêneas e, havendo interoperabilidade entre as plataformas, se torna muito mais fácil para os clientes corporativos virtualizarem esses ambientes”, aponta Gary Chen, gerente de pesquisa e software de virtualização corporativa da IDC.

A gigante Microsoft, por exemplo, aposta em uma guerra de preços e de compatibilidade com o Hyper-V. De acordo com o analista Joe Clabby, da Clabby Analytics, em pesquisa encomendada pela própria MS, “a introdução da nova versão Hyper-V traz uma concorrência muito séria de um

fornecedor com muito dinheiro, uma organização mundial de marketing e vendas esmagadora, grande penetração nos mercados dos Fortune 500, pequeno e médio e com uma infraestrutura extensa e complementar e profundidade de produtos de gerenciamento”. Ufa! Guardadas as perspectivas de alguém escrevendo aquilo que o seu “patrocinador” deseja ouvir, a entrada para valer da Microsoft promete movimentar o setor, especialmente no investimento em interoperabilidade – veja mais no Box: Microhat ou RedSoft?

O meu é melhorPara Erika Ferrara, diretora de

vendas da Citrix, independente da maior concorrência, ainda existe muita oportunidade no mercado, mundial e mesmo local. “É nesse sentido que temos um diferencial, trabalhamos há 20 anos na área e ninguém possui um portifólio tão completo como o nosso, que pode responder às necessidades de servidores, storage, cloud computing ou mesmo de desktops”, conclui.

Um exemplo desse trabalho é a aquisição da XenSource, que gerou o lançamento de uma solução gratuita com a mesma grife, para qualquer usuário e com deployment de produção ilimitado. “Fizemos esse movimento para popularizar a tecnologia mesmo, e queremos entrar em outros segmentos de mercado. Esse investimento traz resultados entre

4 4 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

“Com a virtualização

conseguimos aumentar os

níveis de utilização dos servidores e

otimizar o espaço físico ocupado

pelos mesmos, e isso traz uma

economia direta para as

empresas”BORIS kuSzkA,

DA SuN MIcROSySteMS

A realidade é bem palpável

FOTO

S: D

IVU

LGA

çã

O

Page 45: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

s e T e m b r o d e 2 0 0 9 | T I I n s I d e 4 5

as médias empresas, nas pequenas e mesmo em Governo”, avalia Érika.

Questionada se o mercado busca um fornecedor único ou vai conviver com essa idéia de heterogeneidade, Érika argumenta que veremos de tudo. “Vamos continuar a coexistir

com ambientes mistos, porém já vemos clientes que querem Citrix como um todo também”, insinua. Como não poderia deixar de ser, o fornecedor possui um acordo com a Microsoft visando facilitar a interoperabilidade – bem semelhante ao acordo Red Hat-MS.

Juntos ou separados, unificado ou múltiplo, qual o tamanho do mercado? Falamos de um segmento que deve movimentar US$ 2,7 bilhões, algo que não chega a ser um dos maiores mercados em TI, porém o crescimento superior aos 40% previstos para este ano chama a atenção. Ou como pontua Alejandro, “não chegamos nem a 20% do potencial do mercado”.

agora e amanhãAlgo que tem suas razões. “É o

mercado de maior expansão especialmente por fatores de sustentabilidade. Com a virtualização conseguimos aumentar os níveis de utilização dos servidores e otimizar o espaço físico ocupado pelos mesmos, e isso traz uma economia direta para as empresas”, compara Boris Kuszka, diretor de tecnologia da Sun Microsystems. A companhia aposta em soluções como os LDOMs, que são uma virtualização nativa, da linha de servidores CMT (Chip Multi Threading), que é uma implementação de Hypervisor do tipo 1 baseado em firmware. E ainda em virtualizações físicas nos servidores high-end, como o Virtualbox, com o hypervisor 2. Dentro do sistema operacional Solaris também existem containeres de virtualização. E ainda há os produtos

de gerenciamento como o XVM Ops. Para Alejandro, o grande desafio

do mercado é o da própria Red Hat, ou seja, mostrar o valor que está além da solução. “Temos que superar as barreiras e desenvolver tecnologias aderentes aos padrões. Nossas soluções são tão boas quanto o que existe no mercado, o diferencial é a possibilidade de livre-escolha por parte do cliente, que pode usar consoles de padrões abertos como os nossos”, garante.

Uma fronteira que era dominada pela Citrix, a de virtualização de desktops, chama a atenção dos demais concorrentes. “A ideia é substituir o desktop convencional por thin clients ou PCs de menor configuração somente para o display. Esse é um mercado que está crescendo agora, apesar de existir há mais de 10 anos, mas a tecnologia atual tornou a solução mais interessante”, argumenta Kuszka, da Sun. A empresa investe na melhoria da interface com o usuário e em questões como a melhoria de performance. O Virtualbox 3.0 aproveita os recursos das placas aceleradoras gráficas e o Sun VDI (virtualização de desktop) e implementa a aceleração de multimídia e flash.

Todos os executivos admitem que o mercado ainda é dependente dos grandes clientes, como as operadoras de telecomunicações e o setor de finanças. Porém existe um grande otimismo na reversão dessa realidade. “Queremos mudar essa imagem. Uma das formas é com um sistema gratuito como o nosso, com ele o cliente pode começar e depois evoluir para uma versão mais elaborada”, ensina Érika.

Há alguns anos, uma parceria reunindo Microsoft e Red Hat seria inconcebível. No entanto,

os tempos mudaram...as plataformas Red Hat Enterprise Linux e Microsoft Windows Server validam e suportam as plataformas de virtualização das duas empresas.

O acordo de reciprocidade permite a interoperabilidade entre as plataformas de virtualização de ambas. Cada empresa adere desta forma ao programa de validação/certificação de virtualização da outra, provendo suporte técnico coordenado para ambos os clientes de virtualização de servidor. Iniciativa que permite ainda a implementação com segurança de soluções heterogêneas e virtualizadas da Red Hat e Microsoft.

“O mundo da TI hoje é uma mistura de ambientes virtualizados e não-virtualizados. A Red Hat procura ajudar seus clientes a avançar mais rapidamente nos ambientes virtualizados, incluindo os ambientes mistos Red Hat Enterprise Linux e Windows Server,” avalia Mike Evans, vice-presidente de desenvolvimento corporativo da Red Hat.

Os clientes da Red Hat e da Microsoft serão capazes de executar os servidores virtuais Microsoft Windows Server e o Red Hat Enterprise Linux em ambos os ambientes de hospedagem com configurações que serão testadas e suportadas pelos sistemas de operação e virtualização. “Os clientes estão adotando rapidamente o Windows Server 2008 Hyper-V e estão interessados no suporte para executar mais sistemas operacionais no Hyper-V no seu ambiente virtualizado, incluindo os ambientes da Red Hat”, afirmou Mike Neil, gerente geral de estratégia de virtualização da Microsoft.

microhat ou redsoft?

“Temos que superar as barreiras e desenvolver tecnologias aderentes aos padrões”AleJANDRO chOcOlAt, DA ReD hAt BRASIl

eRIkA feRRARA DA cItRIx: A AquISIçãO DA xeNSOuRce GeROu lANçAMeNtO De SOluçãO GRAtuItA

Page 46: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

4 6 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>mercado

AlexANDRO cRuz

consolidadas, junto com o secretário de planejamento e de administração. Com a solução, consegue-se comparar a gestão de frotas da educação com a da segurança pública, além de avaliar quem gerencia com mais eficiência, economiza mais energia ou quem esteja comprando demais.

Hoje as secretarias ainda não estão completamente integradas e existem, por enquanto, alguns sistemas soltos funcionando sem comunicação entre si. “Estamos desenvolvendo a plataforma GRP (Government Resource Planning), derivado do ERP (Enterprise Resource Planning), sistema integrado de gestão, para definir sistemas que abrangem toda a organização”, diz Guimarães.

Entre as soluções produzidas, foi desenvolvida o web serviço, para a realização de integração e a ligação de um sistema com outro. Os arquivos ficam alocados no data center, dentro da própria ATI, que serve a todo o estado e trabalha com discos de capacidade de 60 terabytes (na baixa plataforma) e 120 terabytes (na alta plataforma).

Foi instalada a ferramenta SOA, da InterSystems, para a realização de barramentos de serviços corporativos, com o objetivo de gerar a integração dos módulos. Também é usada a tecnologia BPM para gerenciamento de processos.

Gestão de riscoQuanto aos perigos de invasões,

foi criada a Unidade de Segurança da Informação (USI), que está ligada à

A carência de um sistema de gestão integrado é um fato que ocorre em todos os estados brasileiros. Hoje, o que se vê são soluções distintas – ímpares, onde

cada secretaria faz à sua maneira e isso acarreta a falta de controle governamental com os gastos e utilização da máquina pública. Uma retórica que não se repete em Pernambuco. O Estado segue um caminho inverso a essa falta de políticas públicas para o setor de TIC. Por lá, os projetos na área de tecnologia da informação estão se tornando referência nacional, graças à Agência Estadual de TI (ATI), órgão coordenador da gestão de TI no governo, que desenvolve sistemas e aplicativos para os órgãos do estado.

De acordo com o diretor presidente da ATI, Joaquim Costa, o desenvolvimento das soluções tiveram início na década de 90, quando o Governo Federal, junto com o Ministério da Educação, criou um projeto de gestão escolar na região do nordeste, para que fosse possível administrar as agendas e compromissos escolares. À época, uma empresa pernambucana ganhou a disputa e criou a plataforma SIG (Sistema de Informação Gerencial), cujo sistema funcionava unicamente como cliente-servidor, sem o conceito da internet. Infelizmente, o projeto não vingou e “como ele possuía módulos bons para a área administrativa, realizamos algumas adaptações, como uma aplicação para web, renomeamos para SGNet e resolvemos introduzi-lo para outras áreas do governo

Pernambuco se tornou pioneiro no registro de nascimento pela web e, atualmente, é considerado um pólo no desenvolvimento de projetos integrados de administração pública, já com perfil de exportador

estadual”, completa.Com o tempo, outras secretarias

adotaram a solução, com o objetivo de facilitar a gestão pública com a informatização das áreas administrativas dos órgãos do Governo, como gestão de frota, de almoxarifados, de contratos, de obras e outros. Isso melhorou a organização operacional dos procedimentos públicos.

EquipamentosPara o diretor de TI, Romero

Guimarães, Pernambuco busca trabalhar em uma arquitetura de sistema de informação onde já existiam alguns sistemas isolados, e agora tem a meta de integrá-los, além de complementar com novas aplicações da plataforma.

O motivo da integração é que o governo necessita de informações

Administração pública integrada

JOAquIM cOStA, DA AtI: pROJetOS

tIveRAM INícIO NA DécADA De 90,

quANDO O GOveRNO feDeRAl e O MINIStéRIO DA

eDucAçãO cRIARAM uM pROJetO De

GeStãO eScOlAR NA ReGIãO DO

NORDeSte

FOTO

S: D

IVU

LGA

çã

O

Page 47: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

s e T e m b r o d e 2 0 0 9 | T I I n s I d e 4 7

ROMeRO GuIMARãeS, DA AtI: peRNAMBucO BuScA tRABAlhAR eM uMA ARquItetuRA De SISteMA De INfORMAçãO ONDe Já exIStIAM AlGuNS SISteMAS ISOlADOS, e AGORA teM A MetA De INteGRá-lOS, AléM De cOMpleMeNtAR cOM NOvAS AplIcAçõeS DA plAtAfORMA

diretoria para o desenvolvimento de segurança em TI. O modelo de contrato com a empresa Tempest Security Technologies, tem como finalidade descobrir as vulnerabilidades do sistema e eliminá-los. “Temos o contrato de gestão de risco com a Módulo – Solutions for GRC, que nos oferece mapeamento de todos os riscos que existam dentro da rede, seja físico, de acesso, bem como da parte de lógica de TI mesmo”, completa Guimarães.

A solução começou chamar a atenção de outros estados e, principalmente, do Governo Federal, devido a sua eficiência de gestão. “Nossos projetos de sistemas administrativos demonstram muito interesse por outras regiões, principalmente, por causa da falta de um sistema sistema de gestão integrado”, diz Costa.

Romero Guimarães afirma que Pernambuco possui um modelo de gestão em TI diferente, sendo descentralizado e coordenado, ao contrário do que acontece em outros estados, onde é uma empresa contratada que executa o trabalho de tecnologia da informação. “Nós provemos uma infraestrutura central de rede e de servidores para internet. Conseguimos, com esse modelo, avançar e resolver uma série de projetos que já se tornaram modelo de nível nacional”.

Entre os projetos desenvolvidos na ATI, atualmente o carro-chefe é o Sistema Estadual de Registro Civil (SERC). A solução é considerada uma inovação, por se tratar de um processo do registro de nascimento eletrônico. Logo que a criança nasce, na própria maternidade, os pais realizam o registro em aproximadamente 20 minutos e tudo pela rede virtual.

A plataforma do SERC, toda desenvolvida pela agência pernambucana, integra os hospitais aos cartórios do estado, que recebem os documentos digitalizados e geram o certificado de nascimento pela internet. Trata-se de um projeto para reduzir o subregistro civil na região, fato corriqueiro entre as pessoas de baixa renda que demoram até dois anos para registrar seus filhos ou só fazem isso quando precisam inscrevê-las nas creches e escolas públicas.

A eficiência do projeto interessou

ao Governo Federal que tem em sua pasta o programa Sistema Integrado de Registro Civil (SIRC) e cujos moldes foram baseados na solução pernambucana de integração. Conforme afirma Guimarães, os outros estados que usarem a mesma plataforma da ATI estarão integrados, proporcionando uma rede de gerenciamento de natalidade federal. “Ele faz parte de um grande projeto de um sistema integrado, com informações unificadas”, diz.

Banco de dados nacionalO SERC funciona desde o final

dezembro de 2008, sendo implementado no início em duas maternidades, o Hospital Estadual Agamenon Magalhães e a Maternidade Barros Lima da Prefeitura de Recife, integrados a um cartório do bairro Casa Amarela. Toda a região metropolitana de Recife está na fase de finalização, onde 36 cartórios e 32 hospitais públicos ou conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) se comunicarão sobre IP. Até o final de 2010, o governo espera integrar todos os 230 cartórios de Pernambuco com as 299 maternidades.

O diretor de TI da ATI diz que os resultados são bastante positivos, principalmente pela redução do tempo gasto para o registro das crianças. “Conseguimos entregar 80% dos registros em menos de 1 hora, os 20% que levam mais tempo é decorrente a problemas com a própria documentação das pessoas, como o caos de rasuras, que precisa resolver o problema do documento”.

No entanto, a conclusão do processo é lenta, porque falta um modelo de governança de TI. Na região, existe o problema da visão parcial do governo, onde não há uma concepção como um todo, de governo em si. Isso acarreta na demora de integrar as pastas com mais eficiência e rapidez. “Eles não têm a cultura do uso de TI, principalmente na ala administrativa”, aponta Guimarães. “Todos querem trabalhar de forma individualista, cada órgão ser uma coisa completamente separada do governo. Quando você chama para integrar é muito difícil, gera um esforço para convencer as pessoas envolvidas de que desta forma podemos reduzir esforços”, completa.

Outro problema, até bem pouco tempo existente, era a falta de pessoas especializadas. Porém, a partir do fim de 2009 acontece a inclusão de gestores usuários de Tecnologia da Informação nas secretarias e, com isso, será mais fácil o processo de administração pública. Ao todo serão 350 pessoas encarregadas para trabalhar com as ferramentas.

Os custos do governo federal para manter às soluções funcionando são menores, em relação ao se gastava antes. Por exemplo, com a manutenção de segurança, de acordo com a parte de vulnerabilidade, são gastos anualmente R$ 600 mil, já a plataforma de GRP chega a quase R$ 2 milhões para a manutenção e integração. A parte do desenvolvimento de sistemas fica em torno de R$ 1 milhão, incluso a integração com outros sistemas.

Segundo o diretor de TI, em aproximadamente oito anos o estado terá um único cadastro de consultoria de todos os sistemas, não apenas no aplicativo de compras, mas também no financeiro e logística. Um exemplo bem típico é o SERC, que permitirá ao governo saber quando nasce um pernambucano em tempo real. Com esse modelo de informação calcular melhor as prioridades, dentre elas a construção de novas escolas.

“O tempo é longo, por causa da educação das pessoas e da mudança de cultura dentro do próprio governo. Trata-se de um projeto de Estado e não de Governo, ele servirá para qualquer governador, independente de que partido seja”, conclui Guimarães.

Page 48: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

4 8 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>internet

Multinacional contrata analista de sistemas, com especialização em sistema de gestão empresarial para início imediato. Boa

remuneração. Este anúncio poderia estar nos classificados de qualquer jornal ou revista. Mas com os exatos 136 caracteres cabe como uma luva no enquadramento de 140 caracteres exigido para os recados no Twitter. Um sinal de que os classificados de empregos também estão se rendendo aos apelos da internet, mais precisamente da web 2.0, na qual reina o relacionamento.

Consultorias de recrutamento e seleção e as áreas de recursos humanos das empresas identificaram que é mais simples, fácil, rápido e seguro buscar profissionais em redes sociais, nas quais é possível identificar pessoas a partir de diversos perfis. Afinal, são mais de 11 milhões de pessoas acessando redes sociais no Brasil, um número pouco desprezível para quem vive o dia-a-dia buscando gente compatível com o perfil da empresa.

Twitter, Orkut, Linkedin, Second Life e outras tantas iniciativas internet a fora, evidenciam esta nova tendência. “Nestes espaços o que vale é cuidar da imagem e do networking”, diz Diego Monteiro, consultor em web 2.0 da DirectLab. Pesa na contratação inclusive a rede de relacionamento que o profissional mantém no mundo virtual.

“O RH sempre utilizou redes de relacionamento para recrutamento e seleção. Estou nesta área desde os anos 70 e naquela época já existiam as redes,

mais e mais consultorias de recrutamento e seleção e mesmo empresas membros do universo TIC usam os recursos da web 2.0 para acelerar a contratação de novos colaboradores

>internet

JAckelINe cARvAlhO

mas eram grupos que trocavam informações, processos e também currículos. A internet facilitou muito o processo”, cita a diretora de capital humano da Firsteam, Carmen Fritzsche.

Como parceira da SAP, a empresa nacional, pretende faturar R$ 25 milhões este ano, tem 1,5 ano de operação e reúne 150 colaboradores, com previsão de encerrar 2009 com 200 empregados. O recrutamento de novos colaboradores da Firsteam começa sempre pela internet, em sites como o Grupos (www.grupos.com.br), mais técnico, ou o Linkedin (www.linkedin.com), mais executivo.

“No Grupos há várias discussões e, conseqüentemente, pessoas que já vivenciaram diferentes situações e que se colocam à disposição uma das outras para ajudar”, diz a executiva da Firsteam. A empresa possui na web uma entrevista eletrônica, que não é interativa, mas que serve para

esclarecimentos adicionais ao currículo.Multinacional européia, focada em

serviços de TI, a Indra possui com 29 mil profissionais no mundo todo, sendo mais de 500 no Brasil, e revela que 50% do contingente que consegue recrutar vem das comunidades virtuais, atualmente. “Por sermos uma empresa de TI, trabalhamos com um público antenado nestas questões. E isso é visto internamente. Nas nossas novas instalações em Campinas (interior de São Paulo), todos são antenados, a maioria tem duas telas para trabalhar, porque uma é insuficiente. E nada mais natural do que este pessoal buscar trabalho no mundo virtual”, diz Osvaldo Pires, diretor de RH da empresa.

Para recrutamento e seleção, Pires diz usar freqüentemente o Linkedin, o Facebook e outros grupos especiais, como a comunidade Java. Mas reconhece que muitas vezes enfrenta resistência da própria comunidade quando é reconhecido como empresa. “Alguns grupos têm administrador e eles dificultam a entrada de empresas para recrutamento”, revela.

A Indra considera mais importante as referências do profissional do que, por exemplo, o número de seguidores que ele mantém no Twitter. “A pessoa ter 50 seguidores no Twitter não é um grande atrativo. Os muito bons são meio ermitões – trabalham sozinhos e estão ali para se relacionar com pares”, acrescenta Pires.

Recrutamento virtualApesar desta visão, a Indra está

iniciando um amplo trabalho no Twitter para a divulgação de vagas, espaço no

“A pessoa ter 50 seguidores no

Twitter não é um grande atrativo.

os muito bons são meio

ermitões – trabalham

sozinhos e estão ali para se

relacionar com pares”

OSvAlDO pIReS, DA INDRA

Tá procurando emprego?entre numa rede social

Page 49: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

qual vai criar o perfil da vaga e prosseguir com todo o processo seletivo, inclusive a participação em grupos de discussão. “A grande dificuldade da empresa hoje é divulgar vagas de forma massiva e blindar os candidatos da ação da concorrência”, relata Pires, ao dizer que nas redes sociais também ganha agilidade. “Já tivemos ocasiões de divulgar uma vaga e 15 min depois termos 60 candidatos”.

Mas apesar do brilhantismo e de outras tantas contribuições do mundo virtual à área de recrutamento e seleção, nada substitui a entrevista presencial, concordam os especialistas ouvidos por TI Inside para esta reportagem. Marcelo Braga, sócio da Search Consultoria em Recursos Humanos, empresa especializada em outplacement e recolocação de executivos, afirma inclusive que, num primeiro momento, as redes sociais são apenas mais um recurso, e salienta que esta não pode ser a única forma para o recrutamento e seleção de profissionais. Quem faz a seleção deve avaliar o candidato por todos os ângulos. “Não são ferramentas para concentrar todos os focos. É um caminho para identificar um ou outro candidato”, finaliza.

recrutamento e seleção no second life

A T-Systems do Brasil, uma das líderes em serviços de Tecnologia da Informação e de Comunicações (ICT) da Europa, pertencente ao grupo Deutsche Telekom, é uma das pioneiras no segmento de TI nacional a utilizar o Second Life como

espaço para encontrar talentos. A empresa acaba de lançar no metaverso sua área de Recrutamento e Seleção, com o objetivo de buscar profissionais apaixonados por tecnologia e fazer com que eles conheçam e ingressem na T-Systems. “A T-Systems Brasil é a única das 22 unidades mundiais, a ter este tipo de iniciativa. Inclusive recebemos um prêmio pela iniciativa”, comemora Débora Toshi, gerente de RH da empresa. Ao acessar o endereço http://slurl.com/secondlife/Brasil%20Corporativo/128/128/0, o usuário entra num universo paralelo que reproduz as unidades da T-Systems da Quatá (São Paulo) e Demarchi (São Bernardo do Campo) e será recepcionado pela Pink Spirit, ou seja,

uma funcionária virtual da área de Recursos Humanos criada especialmente para atender o visitante. Durante a visita, Pink Spirit oferece as boas-vindas ao candidato, fornece informações sobre a companhia, vagas disponíveis, benefícios oferecidos e a oportunidade de participar de uma mini-entrevista para ingresso na empresa. A área de recrutamento 3D da empresa já está divulgando diariamente vagas em aberto para diversos cargos. Atualmente a T-Systems está recrutando pelo Second Life Arquiteto de Solução, Consultor de TI, Gerente de Projeto, Analista de Desenvolvimento, Analista de Suporte, além de oportunidades para estágio nas áreas técnica e administrativa da empresa.

“A T-systems brasil é a única das 22 unidades mundiais do grupo, a ter este tipo de iniciativa. Inclusive recebemos um prêmio pela iniciativa”DéBORA tOShI, DA t-SySteMS

Page 50: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

5 0 T I I n s I d e | s e T e m b r o d e 2 0 0 9

>artigo

DAN tuRkIeNIez

emprego, hoje, pode-se comunicar ao mercado de forma rápida e efetiva. Uma novidade agregadora neste cenário é a indicação de profissionais por meio de redes sociais focadas no mercado de trabalho. Os profissionais de RH conseguem encontrar candidatos em pouco tempo e, de forma organizada. Já os candidatos podem acompanhar o andamento da vaga e até receber um feedback em relação ao processo de recrutamento. Desta forma, elimina qualquer sensação de falta de comunicação com candidatos, mesmo que não-aprovados.

Com essa solução, é possível “navegar” pelos nós das redes sociais até alcançar o que se procura com um grande diferencial: a agilidade da Internet. No mundo offline, as notícias e informações são propagadas por meio de contatos diretos, como encontros e telefonemas entre as pessoas. Já no mundo online e, principalmente, nas redes sociais, a propagação é amplificada e repassada por contatos indiretos (e-mails ou posts), ganhando velocidade e alcance que nunca foram experimentados anteriormente.

Na minha visão, o grande desafio é gerar valor para todos os usuários através dessas interações. Gerar valor é ter um propósito, ou seja, um objetivo comum que possa ser alcançado com a colaboração entre as pessoas. Sendo esta a principal razão para que as redes sociais continue crescendo e se fortalecendo.

Na era da Web 2.0 existem muitos comentários sobre a finalidade das redes sociais. Sabe-se que, por meio delas, é

possível manter contatos atualizados, encontrar pessoas com as mesmas afinidades que as suas, saber o que seu amigo - ou até mesmo o que o presidente dos Estados Unidos - está fazendo no momento. De forma coletiva, há a possibilidade de transformar interações desordenadas em resultados. E as redes sociais são as ferramentas mais apropriadas dentro desse modelo. Por outro lado, parecem servir para

qualquer coisa e, sem um propósito definido, servir para qualquer coisa é o mesmo que servir para nada. Por isso, é grande o índice de usuários que “abandonam” seus perfis, deixando-os desatualizados e obsoletos.

No mundo corporativo, muitas empresas já tornaram um hábito pesquisar por profissionais cadastrados nas redes sociais. Porém, ainda é pouco comentado sobre a qualidade e a veracidade das informações. Os profissionais de recursos humanos penam horas e horas para encontrar um perfil interessante para suas posições. Perdem um tempo valioso do seu dia

Atualmente, é possível agregar conceitos de inteligência coletiva e de colaboração para alcançar resultados efetivos que melhoram a eficácia na busca de profissionais e, ao mesmo tempo, tornam o processo mais agradável para estes candidatos

As redes sociais e o Rh

sem saber se o trabalho de pesquisa foi em vão ou correspondeu à realidade.

Felizmente, há empresas preocupadas com o tempo, com a qualidade e com a velocidade das informações que só as redes sociais bem arquitetadas conseguem oferecer. Atualmente, é possível agregar conceitos de inteligência coletiva e de colaboração para alcançar resultados efetivos que melhoram a eficácia na busca de profissionais e, ao mesmo tempo, tornam o processo mais agradável para estes candidatos.

Se uma empresa abre um processo de recrutamento para uma vaga de

FOTO

: DIV

ULG

ãO

*Dan Turkieniez é diretor executivo do INDICA, empresa de hunting online da ALLIS S.A (www.indica.com.br).

Os prOfissiOnais de recursOs humanOs penam hOras e hOras para encOntrar um

perfil interessante para suas pOsições. perdem um tempO valiOsO dO seu dia sem

saber se O trabalhO de pesquisa fOi em vãO Ou cOrrespOndeu à realidade

O avanço da tecnologia se destaca pela velocidade. Acompanhe a dinâmica dessa evolução participando do Futurecom 2OO9

Promoção e Organização:

www.futurecom.com.br

Alta densidade de conteúdo no Seminário Internacional.Lançamentos de produtos, soluções e tendências no Business Trade Show.

Inscrições Abertas!www.futurecom.com.br

Page 51: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009

O avanço da tecnologia se destaca pela velocidade. Acompanhe a dinâmica dessa evolução participando do Futurecom 2OO9

Promoção e Organização:

www.futurecom.com.br

Alta densidade de conteúdo no Seminário Internacional.Lançamentos de produtos, soluções e tendências no Business Trade Show.

Inscrições Abertas!www.futurecom.com.br

Page 52: Revista TI Inside - 50 - Setembro de 2009