revista ti inside - 42 - dezembro de 2008

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Ano 4 | nº 42 | dezembro de 2008 www.tiinside.com.br O SPED AINDA ASSUSTA Seguradoras buscam competitividade com TI Crise impulsiona gestão de risco Portugal inova em projetos de inclusão Falta mão de obra para atender à demanda

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Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

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Page 1: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

Ano 4 | nº 42 | dezembro de 2008 www.tiinside.com.br

o sped ainda assusta

Seguradoras buscam competitividade com TI

Crise impulsiona gestão de risco

Portugal inova em projetos de inclusão

Falta mão de obra para atender à demanda

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>editorial

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Diretor de Marketing Leonardo Pinto Silva

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresCláudio Ferreira, Genilson Cezar

e Lilian Cunha (Comunicação Interativa)

TI Inside OnlineErivelto Tadeu (Editor)

Victor Hugo Alves (Repórter)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor) Glauco Forli e Fernanda

Siqueira (Gerentes de Negócios) e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Marketing e CirculaçãoGislaine Gaspar

AdministraçãoVilma Pereira (Gerente)

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

SucursalSCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B -

Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

Internet www.tiinside.com.brE-mail [email protected]

REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

PUBLICIDADE (11) 3214-3747E-mail [email protected]

Ano 4 | nº 42 |dezembro de 2008 | www.tiinside.com.br

A TI imposta pelo Fisco

>sumário

evitar o que se chamou de “Bug do Ano 2000”. Movimento que ao final, se revelou uma preocupação excessiva.

O Sped, projeto que reúne as iniciativas de nota fiscal eletrônica e os sistemas de escrituração contábil e fiscal, não deve impor o mesmo risco, porque se trata de uma regulamentação. Faz parte do Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA) que consiste na implantação de novos processos apoiados por sistemas de informação integrados, tecnologia da informação e infra-estrutura logística adequados.

A data limite é o quê leva o mercado a apelidar as mudanças de Tsunami Fiscal, Bug Fiscal e Tributário Big Brother e assim por diante. As corporações precisam correr para sanear seus bancos de dados e automatizar, de forma correta, o preenchimento e a emissão da nota fiscal eletrônica e dos livros contábeis e fiscais. Mas as empresas de software e serviços de TI não têm fôlego para atender a todos em tão pouco tempo. Mais uma vez falta mão-de-obra treinada. O que nos leva a concluir que, certamente, será importante acompanhar os desdobramentos da implantação do Sped no começo desse próximo ano e em 2010.

Boa virada!

Claudiney Santos / [email protected]

As corporações passarão mais um final de década tumultuado sob o ponto de vista das tecnologias da informação e comunicação. Em 2009, elas terão que

rever as suas infra-estruturas para se adaptarem aos requisitos do Sped (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e as multinacionais ou nacionais com ações nas bolsas de valores norte-americana ainda terão que ajustar-se à padronização das declarações contábeis, sob a sigla IFRS (do termo em inglês de International Financial Reporting Standards).

O papel tende a desaparecer na relação das empresas com o Fisco, o que na visão do mercado reduzirá custos inclusive com o espaço físico dedicado ao arquivamento, por lei, de notas e documentos. Ou seja, as empresas estão dando agora para colher mais tarde e estimulam, assim, a redução da burocracia e da sonegação.

O mais interessante é que, novamente, será difícil, mas não impossível, calcular o retorno do investimento (ROI) dos projetos de implementação dessas novas tecnologias. As empresas, guardadas as devidas proporções, estão vivendo o que aconteceu no final de 1999, onde as companhias foram levadas a mudar seus sistemas internos para se adequarem ao final de quatro dígitos no campo ano dos sistemas e formulários eletrônicos, a fim de

Capa: EDITORIA DE ARTE CONVERGE

NEWS4 Futuro high techEstudo aponta como a tecnologia afetará comportamento social

gESTão8 Seguro DigitalSetor busca eficiência investindo em TI

12 assistência 24HMondial aposta em VoIP e em entroncamento IP

INFrA-ESTruTurA14 alta performanceComputação científica mira mercado corporativo

MErCADo28 Gestão de riscosCrise abre oportunidade para novos sistemas

32 Inclusão portuguesaPaís traça plano para incluir empresas e cidadãos na era digital

SErvIço34 SintoniaCall centers ainda fazem ajuste fino à Lei do SAC

INTErNET36 SegurançaNovas brechas para crimes virtuais

38 Marketing viralCaso Obama ensina empresas a explorarem potencial da web INFrA-ESTruTurA

18 CapaEmissão de notas e declarações digitais revolucionam área de TI das empresas

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>news

SAP lidera campeonato alemãonão, não se trata de erP ou Crm e sim de futebol. o caçula Hoffenheim, recém chegado

à primeira divisão do país, é turbinado pela verba de um dos fundadores da companhia

Mecenas ou visionário, o empresário Dietmar Hopp, fundador da gigante alemã

SAP, resolveu ajudar o modesto time de sua cidade natal e transformou o Hoffenheim em emergente equipe estreante da

Bundesliga – como é chamada a primeira divisão de futebol daquele

país – e líder do campeonato local. Um feito incrível para um clube que em 1990

mantinha uma equipe amadora e disputava a 8ª Divisão do futebol alemão. O motivo para esse investimento, no

entanto, tem uma razão inicial quase prosaica. Hopp, criado em Hoffenheim – um pequeno vilarejo com menos de 3,3 mil habitantes localizado em Rhein-Neckar-Kreis, no distrito de Sinsheim, em Baden-Württemberg – jogou no clube quando era garoto e quis retribuir a boa acolhida. A primeira benesse foi a construção de um pequeno estádio, o Dietmar-Hopp-Stadion, em 1999, quando o TSG 1899 Hoffenheim, como o próprio nome denuncia, completava seu primeiro centenário.

De lá para cá se estima que o empresário tenha investido algumas dezenas de milhões de euros no clube, entre passes de jogadores, infra-estrutura de campos de treinamento e na jóia do Hoffenheim, um novo estádio para 30 mil pessoas – mais de 12 vezes a população local. Ao custo de 40 milhões de euros, o Rhein-Neckar Arena será um atrativo para toda a região. Mas, enquanto a nova casa não fica pronta – sua inauguração está prevista para fevereiro de 2009, o Hoff manda seus jogos no Carl-Benz Stadium, que fica em Manheim e tem capacidade para 26 mil pagantes e, surpreendentemente, atrai um bom e entusiasmado público.

Na bolaEm termos

futebolísticos, a ascensão da equipe para a primeira divisão era projetada apenas para a temporada 2009/2010 ou no campeonato seguinte. Porém a equipe se sagrou vice-campeã na “segundona” deles e estreou este ano. E, para surpresa de todos, segue já na 15ª rodada como líder absoluta na frente de gigantes como o Bayern de Munique, Hamburgo e Schalke 04.

A boa performance se deve a um elenco muito jovem, ao artilheiro do campeonato e ao meia Carlos Eduardo, jovem revelação do Grêmio e destaque da equipe. Ao lado dele, o Hoff conta com outros brasileiros como os desconhecidos Wellington e Luis Gustavo, ambos com passagens sem brilho por times de menor porte no Brasil.

A direção do Hoffenheim, formada por empresários, investiu pesado nas divisões de base e na revelação de jogadores. E não apenas alemãs como de todos os cantos do mundo, de nigerianos a croatas, de senegaleses a brasileiros. Na gestão, como não poderia ser diferente, o Hoff tem se mostrado um bom investimento para todos, inclusive para Hopp. Resta saber se terá consistência para seguir no topo da tabela ou se será, como se fala na gíria do futebol, mais um cavalo paraguaio, aquele que atropela no início e morre no final.

CláuDIo FErrEIrA

Larry ellison, dono da oracle, apaixonado por esportes náuticos e aviação, investiu pesado em 2002 na tradicional regata oceânica

America's Cup depois de pilotar barcos e velocidade, os maxi-boats. no total, na época, se falou em quase 100 milhões de dólares gastos,

mas a vitória não veio, apenas um modesto quinto lugar. Também temos o nosso ellison brasileiro, mas, claro, com cifras mais

modestas, o empresário Fernando Parra, dono da dTs Consulting, que por anos guiou carros de stock Car e segue investindo na categoria. Inclusive

apoiando a sua filha, Fernanda Parra, como piloto.

S e o campeonato alemão fosse uma competição de tamanho, o pequeno

Hoffenheim seria um anão. O pequeno vilarejo, com seus 2.272 habitantes é a menor localidade a possuir uma equipe na liga principal do país, antes, o “baixinho” era Kaiserslautern, com 97.770 habitantes no censo de 2007.

Menor da liga

esportistas de ti

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>news

Nos próximos cinco anos, as tecnologias devem apresentar um novo salto evolutivo,

trazendo novidades como a produção de energia solar em massa, a possibilidade de navegar na internet

por comando de voz e realizar compras com assistentes digitais. As previsões são do

estudo “IBM five in five”.Realizado anualmente, o

estudo diz que nos próximos cinco anos será possível criar energia solar por meio de

nossas calçadas, ruas,

revestimentos, pinturas, telhados e

janelas. Isso porque atualmente, os materiais e

o processo de produção de células solares para converter

energia são muito caros, mas

este fato está mudando com a criação de células solares de “filme fino”.

Outra novidade deve ser a “bola de cristal” para sua saúde. Segundo o relatório, os médicos serão capazes de oferecer um mapa genético detalhando quais os riscos de saúde que uma pessoa provavelmente enfrentará durante a vida e o que é preciso especificamente para evitá-los. Isso será feito com base no DNA individual e deve custar menos de 200 dólares.

As empresas farmacêuticas também serão capazes de criar medicamentos mais eficazes e direcionados a cada paciente individual. O mapeamento genético transformará radicalmente o atendimento na área da saúde nos próximos cinco anos e permitirá que as pessoas cuidem melhor de si mesmas.

Para os amantes de internet, no futuro será possível navegar na web com as mãos livres, usando apenas a voz, sem a necessidade de telas e teclados. A nova tecnologia mudará a forma como as pessoas criam,

constróem e interagem com websites de comércio eletrônico e de informação, usando a voz em vez de textos. Em lugares como a Índia, por exemplo, em que a fala é mais proeminente do que a escrita no ensino, “falar” com a web está superando todas as outras interfaces, até o celular já vem substituindo o PC.

Realizar compras sem a necessidade de esperar pelos vendedores deve ser outra realidade na vida das pessoas nos próximos cinco anos, segundo o estudo da IBM. Isso será possível pela combinação de novas tecnologias e com a próxima onda de dispositivos móveis, impulsionando significativamente a experiência de compra dentro da loja.

Com isso, os provadores serão equipados com assistentes digitais de compras, que nada mais serão do que quiosques com tela sensível ao toque e ativados por voz que permitirão a escolha de roupas e acessórios para complementar ou substituir a peça que a pessoa escolheu.

A compra da EDS foi um dos principais impulsionadores do crescimento de 28% da receita da HP no Brasil no ano fiscal de 2008, encerrado em 31 de outubro. A

fabricante, que deve concluir a incorporação da fornecedora de serviços somente em meados de 2009, já espera obter benefícios com a aquisição muito antes desse prazo.

Segundo o presidente da HP Brasil, Mário Anseloni, as estruturas de gestão e funções globais já foram definidas e a integração da gestão já foi concluída. Com isso, um dos focos da HP serão as vendas cruzadas, tanto de hardware quanto de software. Na avaliação do executivo, há um potencial de venda cruzada em cerca de 20% dos clientes da EDS, ou seja, o percentual de empresas em que não há sobreposição entre as soluções das duas empresas.

A HP tentará conquistar o parque instalado da carteira de clientes que adquiriu com a compra da EDS, principalmente de grandes empresas. Isso porque 90% do faturamento da EDS vêm das 50 maiores empresas instaladas no país, as quais operam com servidores de concorrentes, como a Sun Microsystems.

“Não queremos forçar a escolha do nosso cliente, mas tentaremos mostrar os ganhos que ele terá com a nossa

solução completa”, disse Anseloni, ressaltando que neste momento está sendo feito um trabalho conjunto para maximizar as ofertas e unidades de negócios.

Já em relação ao crescimento das operações da EDS, a meta da HP é elevar dos pouco mais de 50 clientes atuais, para cerca de 300 a 500 clientes. Para alcançar esse número, a empresa mudará o foco de atuação, hoje voltado para grandes clientes, para a oferta de serviços ao mercado de médias empresas. “Pretendemos levar para dentro da EDS uma operação de venda de contratos medianos, com a qual a HP já atua. Esse é um mercado com grande potencial de crescimento e expansão dos negócios”, revelou Anseloni.

Victor Hugo alves, da TI INSIDE Online

estratégia desenhada Com as estruturas de gestão e funções globais da eds definidas e a integração da gestão já concluída, um dos focos da HP em 2009 serão as vendas cruzadas de hardware e de software

o admirável mundo high techestudo da Ibm aponta as tendências para os próximos cinco anos

Mário Anseloni

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>gestão

de seguros -, será outro fator de impulsão para os aportes das seguradoras em TI.

Isso porque como a abertura do mercado de seguros representa a possibilidade das seguradoras brasileiras passarem a contar com parceiros e recursos globais para a ampliação e o aperfeiçoamento de seus serviços, esse movimento exigirá muito mais das estruturas de TI utilizadas, o quê necessariamente passa pela ampliação da infra-estrutura, incluindo a integração dos sistemas de gestão e controle com os

O segmento de seguros segue os passos dos bancos, seus primos ricos da área financeira, e passa a focar os investimentos em TI

para melhorar seus resultados. Aportes em web, outsourcing e integração de plataformas crescem segundo especialistas, a tendência é de alta dos investimentos. Estimativas de mercado indicam que as seguradoras ocuparão, no curto prazo, a segunda colocação no ranking dos maiores investidores em TI do País, perdendo apenas para o segmento bancário, que deve realizar aporte de aproximadamente 16,5 bilhões de reais neste ano, se mantendo o maior consumidor de insumos e serviços de TI.

A previsão é que o setor de seguros invista algo em torno de 1,4 bilhão de reais neste ano, o que representa uma expansão de 25% em relação aos gastos de 1,12 bilhão de reais em 2007. Em média as seguradoras investiram 2% do seu faturamento em TI, percentual que não inclui os aportes feitos pelos segmentos de saúde e capitalização e, no caso de previdência privada, só engloba a carteira de VGBL.

Para 2009, mesmo com a crise financeira, a estimativa é de que essa cifra se mantenha em crescimento de dois dígitos percentuais. Nem a crise, por enquanto, atinge as pretensões do mercado de seguros de investir forte em tecnologia, e é possível que os valores passem a representar 2,5% do total dos prêmios pagos, estimulado principalmente pelos desafios e necessidades que as empresas enfrentarão do próximo ano.

RadarA aceleração dos processos, a

partir da automatização proposta pelos sistemas, deverá ser uma constante no setor, em especial porque as empresas

precisam ser mais ágeis no atendimento dos novos padrões de relatórios contábeis e financeiros, estabelecidos pelo International Financial Reporting Standards (IFRS) e fixados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), e válidos a partir de 2010. Além disso, as mudanças implantadas no processo brasileiro de resseguros, em abril deste ano - as quais decretaram o fim do monopólio do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e abriram a possibilidade de as seguradoras negociarem livremente suas carteiras

recursos de TI permitem que seguradoras se diferenciem no mercado

Prospecção e fidelidadevICTor Hugo AlvES

64% dos executivos das seguradoras acreditaM que o seguro de autoMóveis é o produto que Mais se beneficiará dos investiMentos de ti; enquanto 52% citaM a área de saúde

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robErTo CICCoNE, DA IbM: FoCo No CorE buSINESS E TErCEIrIzAção DA INFrA-ESTruTurA São TENDêNCIAS globAIS NA árEA DE SEguroS

novos parceiros, assim como a substituição das soluções desenvolvidas internamente.

A maior necessidade tem origem nos serviços on-line, desenhados para facilitar a comunicação das seguradoras com os seus parceiros e agilizar o atendimento ao cliente - a partir de serviços como extrato on-line, 2º via da fatura e sinistro pela web -, além de alinhar a oferta de serviços ao conceito home banking. Dentre os principais alvos de investimentos, a estimativa é de que os gastos com software representem cerca de 50% dos gastos das seguradoras com TI, hardware responderá por 30% e o restante telecomunicações.

A partir dos investimentos em TI, as seguradoras visam três resultados: eficiência operacional, controle dos processos e redução de custos. Itens apontados por 60% dos principais executivos das 25 maiores seguradoras do País, de acordo com pesquisa realizada pela Accenture e pela Rating de Seguros, com o objetivo de avaliar as perspectivas e tendências do mercado de seguros brasileiro até 2015.

Dentre as principais áreas que necessitam de aportes em TI, segundo o levantamento, estão a de precificação e subscrição, citado em 60% das respostas; gestão de sinistros, com 58%; e serviços ao cliente, apontado por 48% dos executivos. O segmento de seguros de automóveis foi relatado como o setor em que os investimentos de TI mais contribuirão para o desenvolvimento de um diferencial competitivo (crença citada por 64% dos executivos), seguido pela área de saúde (com 52% das respostas).

pacotesO cenário representa uma grande

oportunidade para as empresas de tecnologia da informação. Principalmente porque a previsão global, segundo o Gartner, é que o setor de seguros chegue a 2010 com investimento de cerca de 8,5 bilhões de dólares em TI.

Especialistas da área apontam que a geração de processos mais ágeis será fundamental para os negócios das seguradoras que quiserem obter bons resultados diante das tendências de mercado para os próximos anos. Entre as possibilidades de alcançar

essa eficiência, o diretor comercial da BRQ, Fabiano Funari, aponta a integração das plataformas, sistemas e processos de TI, recursos fundamentais à superação de desafios primordiais para o setor como agilidade no desenvolvimento de novos produtos e aumento da capacidade de atendimento. “Não é possível alcançar sucesso nestes desafios se a evolução da TI da empresa não acompanhar a do mercado”, afirma o executivo.

Uma das saídas são os investimentos em canais de relacionamento via web, tanto para aumentar a velocidade de divulgação dos produtos como para aprimorar e agilizar a comunicação com os novos canais de venda, grande parte dominado por corretoras, bancos e varejo. Segundo Funari, as seguradoras têm foco muito grande nos canais de distribuição e a web é muito importante e abrangente, sendo o principal veículo da sociedade atual.

Além disso, ressalta o executivo, a internet permite que a seguradora leve seus produtos com maior velocidade ao corretor e trás facilidade no trânsito de informações com os clientes, gerando mais facilidade na conclusão de negócios. “Por esse motivo, as seguradoras devem investir mais em suas plataformas de web, agregando novos serviços e ficando

muito próxima do internet banking. Estes canais são as formas das seguradoras chegarem aos novos consumidores, marcados pela era da internet, principalmente os jovens”, observa Funari, ao lembrar que a web também é uma plataforma de baixo custo.

O diretor da vertical financeira da Stefanini, Ailtom Nascimento, compartilha da mesma opinião e complementa que a internet também permite uma melhor

abordagem e aumenta a velocidade com a qual o produto chega ao mercado. Ele lembra que as seguradoras já têm algumas aplicações em web, porém a comunicação entre os sistemas da empresa pela internet não está disponível aos corretores, o que dificulta a comunicação entre os canais. Assim, na visão de Nascimento, as seguradoras devem investir nessa integração para fazer o canal da web gerar um retorno maior.

pelo telefone“As seguradoras têm de procurar

distribuir com capilaridade e velocidade. Com isso, se vende mais e com custo mais baixo”, diz Nascimento. O diretor da Stefanini também lembra que o celular é outro importante canal de

massa que pode e deve ser explorado pelas seguradoras que querem se diferenciar no mercado e ganhar competitividade. “Existem várias maneiras de entregar a proposta a um cliente pelo celular. Uma delas é o SMS. A grande vantagem da mobilidade é levar o serviço ao cliente onde quer que ele esteja. É uma garantia de acessá-lo, além de tornar a decisão dele mais fácil e rápida”, completa.

RédeasNa visão da

diretora do segmento financeiro

carÊncia de tias principais áreas que Mais necessitaM

de aportes eM ti dentro das

seguradoras são:

60%precificação e subscrição

58%gestão de sinistros

48%serviços ao cliente

Fonte: Accenture e Rating de Seguros

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>gestãoda CPM Braxis, Patrícia Freitas,

o mais importante para uma seguradora é ter o controle dos gastos com TI e saber que rumo dar aos investimentos. Algo que passa por uma governança de TI baseada em três fundamentos: gerir e proteger o valor de TI; gerir o desenvolvimento operacional; e otimizar a comunicação com a organização e o seu entorno.

Para isso, a executiva acredita que as seguradoras devem investir em business process outsourcing (BPO), business process management (BPM) e também terceirizar áreas que não façam parte do objetivo do negócio, como data center e a infra-estrutura de TI. “As seguradoras têm de enfocar a sua atuação no desenvolvimento de produtos e buscar otimizar a TI por meio da terceirização. Esse cenário está começando a mudar e já sentimos diversas demandas pelo outsourcing das empresas. Elas já estão percebendo como esse investimento gera valor ao negócio e como facilita a sua atuação no mercado”, opina Patrícia.

A integração e a padronização das plataformas também devem ser levadas em conta pelas seguradoras para enfrentar os novos desafios do mercado. De acordo com Mauricio Ghetler, sócio-diretor da consultoria I4Pro, elas devem fazer mais com menos e buscar melhorias operacionais contínuas por meio do processamento interno e de sistemas, aplicando os processos em um curto espaço de tempo.

Com isso, para melhorar a eficiência operacional, as seguradoras deveriam convergir plataformas e padrões para tecnologias mais novas. Entre as formas disponíveis no mercado para concluir essa integração, a diretora da CPM Braxis aponta que a arquitetura orientada a serviços (SOA) deveria ser uma opção analisada pelas seguradoras. “Elas precisam integrar todas as plataformas e processos, gerando um modelo gerenciado de integração. SOA é uma das

melhores saídas para se fazer isso”, aponta Ghetler.

Segundo ele, muitos sistemas diferentes dificultam o manejo e a gerência dos processos, e que a integração das plataformas tem de ser padronizada entre as empresas, para interligar não só sistemas internos, mas os de seus parceiros e clientes. “Com isso, as operações serão otimizadas”.

Entre as seguradoras o movimento neste sentido já começa a

ocorrer. A Bradesco Seguros está investindo no ambiente SOA, enquanto que a Porto Seguros está em treinamento para implementar a arquitetura, os dois projetos realizados pela Sensedia. Em outra ação, a Sul América Seguros está investindo forte em um novo portal de serviços na web, construído sobre a plataforma Lumis. O website integra as iniciativas de extranet para os corretores, além do institucional da empresa, englobando todos os produtos.

Roberto Ciccone, executivo da área de consultoria da IBM para seguros, cita uma outra tendência mundial de as empresas se especializarem nos seus diferenciais dentro de casa e terceirizarem o que não é o core business, cenário que começa a ser observado no Brasil. A

partir de um estudo que fala sobre as tendências para o mercado de seguradoras para 2020, o executivo aponta que o sucesso futuro virá da exploração de novos modelos. Assim, em 2020, o segmento de mercado será configurado por quatro mega tendências que exigem respostas inovadoras: consumidores ativos e informados através de grupos demográficos recompensam operadores não tradicionais; a tecnologia virtualiza a cadeia de valores e diminui as barreiras de entrada; os produtos de seguros correntes são dinâmicos e apresentam um desempenho mais consistente; e, por fim, a coordenação regulatória e os padrões do setor ganham escala global.

Diante disso, o executivo aponta que as seguradoras devem utilizar os componentes de negócios e serviços da web para escapar dos modelos antigos e criar ‘Empreendimentos Especializados’. “Isso passa por investimentos em virtualização, serviços, outsourcing e infra-estrutura”, comenta Ciccone. Segundo o estudo, para ter sucesso, as empresas precisarão instalar redes de alta velocidade onipresentes e que suportem o compartilhamento de informações e conhecimentos necessários para competir, já que disputam o conhecimento do produto entre canais de distribuição, profissionais dedicados ao serviço e consumidores.

Além disso, serão necessários investimentos em “deep computing”, que habilitarão as funções administrativas de apoio em 2020, como precificação, modelagem da simulação de negócios, modelagem de catástrofes e cálculo quase em tempo real do valor de vida. Outro fator preponderante para o sucesso das seguradoras em 2020, segundo o estudo, são a necessidade de sistemas inteligentes - que busca padrões em dados estruturados e não-estruturados para aprimorar o marketing; a análise de conformidade; e a prevenção contra fraudes.

“Assim, o alto grau de flexibilidade necessário em 2020 será conquistado a partir dos padrões do mercado, os sistemas abertos, as comunicações de dados sem fio, o desenvolvimento avançado de TI e pelo maior uso de sistemas inteligentes”, conclui Ciccone.

“As seguradoras

devem investir mais em suas

plataformas de web, se

aproximando do internet

banking. esses canais são a

forma das seguradoras chegarem a seus novos

consumidores, marcados pela

era da internet”

FAbIANo FuNArI, DA brQ

a previsão global do gartner é que o setor de seguros chegue a 2010 coM investiMento de

cerca de 8,5 bilhões de dólares eM ti

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>gestãoemergenciais. “O usuário tem que poder ligar para um tall free”, destaca o gerente da Mondial.

LayoutJunto com a Nortel e a A. Telecom,

parceiro da fabricante na integração de sistemas de comunicação, a Mondial desenvolveu um projeto de integração das redes de comunicação e uso da plataforma IP para reduzir custos. Na nova configuração, os 1.100 colaboradores passaram a se comunicar por VoIP (voz sobre IP), que também foi aplicado no site de backup da companhia.

“O VoIP foi importante para fazer o entroncamento dos três PABX da Mondial e também para o entroncamento com as operadoras de telefonia”, diz Tort. Para reduzir os custos das chamadas recebidas pelo serviço 0800, a Nortel criou uma configuração na qual o entroncamento com as operadoras são feitos em IP, situação que reduz o tempo de conexão e permite que a Mondial negocie tarifas mais competitivas, já que o meio físico é mais barato.

O novo modelo também permite conectar alguns escritórios remotos, segundo Tort, “porque alguns clientes querem que o call center fique dentro deles, como é o caso das montadoras de automóveis”. A Nortel agora trabalha com a interconexão da operação nacional com os Estados Unidos.

O executivo da Mondial calcula que a economia foi de aproximadamente 20% e pode ser ainda maior a partir da integração com outros países. “Temos uma conta com telefonia de aproximadamente 600 mil reais por mês – 60% entrada e 40% saída. O VoIP talvez não dê muita vantagem nas chamadas de entrada, mas já foi significativo no nosso processo de redução de custos”, afirma Tort, ao dizer que somente nas ligações internas economizou algo em torno de 6 mil reais por mês.

Hoje a Mondial tem um ambiente híbrido, usando IP com softphones para os ramais administrativos e para os home offices. “Se tivermos que montar um novo site, que não seja de assistência 24h, a telefonia IP começa a se viabilizar, mas para os 450 pontos de atendimento (PAs) do contact center atual, ainda há resistência”, finaliza Tort.

A Mondial Assistence, empresa do Grupo Allianz, é um hub de expressão internacional na assistência de usuários. Opera com

dois produtos básicos: Mondial Travel Protection e Mondial Travel. E, para se manter eficiente no serviço de assistência 24 horas, baseia seus processos em um forte aparato de comunicação, agora sobre a plataforma IP.

O Grupo mantém 33 centros de operações, 24 horas por dia, em 26 países, cobrindo todos continentes. Conta com mais de 8 mil colaboradores, falando cerca de 40 idiomas, e com uma rede mundial de 400 mil prestadores de serviço, que incluem profissionais e instituições médicas, especialistas em reparos domésticos, mecânicos de automóveis, concessionárias e locadoras e companhias aéreas e ferroviárias.

As equipes operacionais do Grupo realizam aproximadamente 10 milhões de intervenções por ano, tendo à sua disposição uma ampla variedade de ferramentas e tecnologias, dentre elas telemática, telemedicina, cartografia, transmissão eletrônica de informações e sistemas de posicionamento GPS/GSM. Até este ano, a operação brasileira mantinha duas redes de comunicação, uma para transmissão de dados e outra para voz, esta passando pela telefonia pública. O ambiente, segundo Marcelo Tort, gerente executivo de TI da empresa, tinha um peso significativo nos gastos da companhia, primeiro porque todas as ligações de entrada –

chamadas dos clientes – ocorrem por linhas 0800 e depois porque as ligações entre os ramais das três unidades da companhia, dois sites operacionais em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, e um site administrativo em São Paulo, passavam pela rede pública de telecomunicações.

“Esta estrutura tinha um custo muito alto para atender à necessidade interna da empresa, fora o call center”, diz o gerente. A operação brasileira investe, por ano, algo entre 400 e 500 mil dólares em telecomunicações, tendo o parque atual avaliado em 2 milhões de dólares. “Hoje, a nossa maior despesa operacional é telecomunicações”, ressalta Tort. Predominam neste cálculo as ligações de entrega, já que todas as chamadas dos clientes são feitas por serviço 0800, por serem

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“Hoje, a nossa maior despesa operacional é

telecomunicações. Predominam neste cálculo as ligações de entrega, já que

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MoNDIAl ASSISTANCE

mondial Assistance, do Grupo Allianz, adota soluções para ter uma comunicação mais eficiente e de baixo custo

JACkElINE CArvAlHo

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>infra-estrutura

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Há dois ou três anos era impensável a aquisição de plataformas HPC (High Performance Computing) por

empresas fora do eixo de utilização do petróleo, universidades, governos e meteorologia. Porém, os valores para a aquisição de máquinas com algumas centenas de CPUs baixaram significativamente, e as aplicações começaram a sair das verticais que necessitam de alto poder de processamento para outras especialidades. No entanto, algumas questões, como saber quem está disposto a investir, ainda

os preços estão em queda e já possibilitam a aquisição de servidores de alto desempenho de forma menos assustadora. mas será que demanda e aplicações estão prontas?

ClAuDIo FErrEIrA

supercomputadores para quase todos

geram dúvidas quanto ao futuro da tecnologia.

Primeiro é interessante saber que o mercado de HPC ou de supercomputação tinha uma determinada linha de atuação – a de processamento vetorial – até recentemente. Mas a plataforma sofreu uma mudança com o advento da computação paralela e com o uso de chips padronizados, sejam eles Intel ou de outros fornecedores, que ampliam a escala em contraposição aos processadores especialmente criados para tal funcionamento.

Esse fator gerou como conseqüência uma queda brutal nos preços dos equipamentos e o mercado

meio que se reinventou. A tal ponto que um supercomputador com mil CPUs pode custar 1 milhão de dólares. O resultado é que, se antes possuir um ou alguns computadores HPC gerava status para um país, esse investimento tende a ser algo mais comum agora, mesmo diante das limitações inerentes ao mercado. “A plataforma é a base para uma nova computação, porém não existem muitos players que a dominam. É preciso hardware e software e altos investimentos em pesquisa”, aponta Alberto Araújo, presidente da Bull no Brasil.

alta estratégia A empresa francesa, aliás,

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“estamos fazendo investimentos importantes para trabalhar nesse mercado, não olhamos só a máquina e sim a aplicação”AlbErTo ArAúJo, DA bull brASIl

adquiriu a s+c (science + computing ag), uma das emergentes na área de serviços e soluções HPC, baseada na Alemanha e com prestígio e mercado na Europa. “Estamos fazendo investimentos importantes para trabalhar nesse mercado, não olhamos só a máquina e sim a aplicação. E não queremos vender apenas soluções com equipamentos Bull, buscamos trabalhar com o que existe no mercado. Um exemplo é o trabalho muito próximo da Sun Microsystems, na Europa”, admite Araújo. No Brasil, a empresa trabalha com a plataforma HPC há um ano e conquistou sete clientes, sendo que um deles está no Uruguai. “Estamos vivendo um momento de crescimento importante nos negócios”, completa.

Euforia à parte, a Red Hat tem uma posição de otimismo comedido. “A capacidade de processamento ou os preços não são mais limitantes, mas o mesmo não é possível afirmar quanto a contratação de pessoal capacitado a operar a plataforma. O mercado vai se expandir, porém não será algo em grande escala”, admite Rodrigo Missiaggia, pré-vendas e arquiteto de soluções da Red Hat. Como estratégia a companhia oferece o High HPC, uma camada do tipo “tudo em um”, no qual os usuários ganham uma ferramenta para a implementação, execução e gerenciamento de seus clusters HPC.

A distribuidora do sistema operacional Linux vai oferecer a ferramenta no modelo de serviço, podendo trabalhar ainda no desenho, treinamento e consultoria da solução. No entanto, existe uma ressalva no campo dos serviços agregados: “como a maior parte dos clientes está no mundo acadêmico, eles fazem muita coisa internamente, ao contrário das corporações”, explica Missiaggia. Como plataforma de hardware, a empresa possui acordos com os fornecedores HP, Dell e IBM, entre outros. E, de acordo com a aplicação em questão, a Red Hat pode oferecer as customizações.

Como diferencial, o executivo acredita que ao utilizar Linux as corporações podem montar uma solução com grande integração, aberta a todas as ferramentas de desenvolvimento e sem a necessidade de gastar tempo, além de diminuir significativamente o

específicas para os novos mercados não se viabiliza porque ainda não existe essa demanda, e pode não existir demanda se essas aplicações não forem feitas. Um “efeito Tostines” ao contrário. Na oferta da Unisys existem desde servidores com 2 CPUs até máquinas com 96 cores. “Temos condição de implementar e manter esse ambiente, mas não é todo mundo que vai fazer esse investimento”, alerta Vilela.

Construir ou prover aplicativos é uma necessidade para que o mercado cresça efetivamente. A Bull aposta no Linux e quer ser mais um motor do uso do software livre no Brasil, assim como já é reconhecida na Europa, especialmente no middleware das soluções. No entanto, também traz a Microsoft como sua parceira, inclusive auxiliando a companhia na montagem do seu Windows HPC.

Voltando ao hardware, a base do HPC é o bom e velho mainframe pela sua capacidade de centralização do processamento, o que pode gerar novos caminhos para a computação e para os data centers. “Seguimos como um celeiro de know-how de computação paralela, tanto que trabalhamos em conjunto com a IBM no AIX multiprocessado, que inclusive é desenvolvido na França, e a Intel nos contratou para desenvolver o paralelismo do Itanium”, argumenta Araújo, da Bull.

Mais inovaçãoO executivo revela que o caminho

está aberto para uma nova onda no HPC, a de tecnologia híbrida, usando processadores multicore da Intel, como o Xeon, e os Nvidia, voltados para processamento gráfico, algo que

Com a evolução dos processadores e das máquinas é possível equipar um servidor com quad-cores (quatro núcleos) e em breve com oito ou mais. Esta expansão traz algumas limitações embutidas, se as CPUs multicamadas estão chegando no

limite de refrigeração é possível pensar em supercomputadores chegando no limiar do consumo de água e energia, o que implica em uma TI “não-verde” e com problemas de outro nível super: o superaquecimento.

A saída pode ser o gelo. Isso mesmo, muitos fabricantes começam a pensar na utilização da água condensada como uma forma de minimizar os problemas de superaquecimento. O problema é que o seu uso ainda não está totalmente sanado, nem na escala, muito menos da capacidade técnica ideal e menos ainda no preço envolvido.

Servidor gela-a-a-a-do

desembolso. “Utilizamos uma série de ferramentas que automatizam o processo de implementação para dinamizar o processo de migração de aplicações”, conclui.

Um ovo sem galinha?Ainda mais tímido em seu

discurso, André Vilela, diretor de soluções corporativas para a AL da Unisys, acredita que o HPC terá dificuldade para sair do nicho no qual ele se encontra, mesmo com as facilidades de aquisição. “Ainda é algo muito focado em pesquisa científica e em empresas que necessitam fazer modelagem, além de ser um negócio com um tempo de decisão longo. É uma oferta que precisamos ter, entretanto não esperamos resultados de negócios significativos rapidamente”, completa.

A razão para essa visão é que a criação de soluções ou aplicações

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>infra-estruturapode gerar novas quedas nos

custos das máquinas e maior uso em aplicações voltadas para imagens. A primeira experiência da Bull no gênero será entregue no Centro de Energia Atômica da França, que se ocupa da simulação militar daquele governo e também de atividades civis, como medicina nuclear e projeções climáticas.

Entre as mudanças geradas pelo HPC é possível prever que o desenvolvimento de grandes sistemas de armazenamento será alterado, assim como o aspecto de segurança e mesmo o gerenciamento precisam estar adequados. “Todo provedor de conteúdo será um grande usuário, não tenho dúvida, o HPC deixará de ser algo isolado nos próximos anos”, assegura Araújo.

As aplicações e os nichos que utilizam a tecnologia, pelo menos por enquanto, ainda não se alteraram. Empresas que precisam de análise sismológica e petrolífera (como a Petrobrás e a Vale), universidades e institutos de meteorologia, e quem precisa processar cálculos complexos ainda são os principais consumidores. “É verdade, mas já temos projetos de simulação bancária, de fabricação de novos medicamentos e de gestão de risco em curso no mundo. Ainda no nicho acadêmico, no Brasil, temos o projeto do Sinapad (Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho) com sete supercomputadores dos quais três são da Bull, com o maior deles com 542 cores”, revela Araújo. Entre as aplicações está o estudo do genoma do semi-árido, cálculos do desvio do Rio São Francisco e projetos da Petrobras.

Mas será que o grande consumidor de TI brasileiro, o setor financeiro, realmente vai migrar para o HPC? As visões são contrastantes. Para o presidente da Bull existe um interesse real, enquanto que para Vilela, da Unisys, é algo ainda incipiente. “Nunca ouvi falar desse foco no setor, eles não vêem essa tecnologia como prioridade e estão trabalhando nos canais de atendimento, que ainda não estão totalmente equacionados. Pior, eles agora têm um outro trabalho a fazer: a integração dos sistemas e plataformas entre os bancos que

se juntaram”, completa. Suporte e futuroPara identificar a necessidade dos

clientes em adquirir plataformas de alta performance é preciso, ensina Vilela, saber se o uso será contínuo ou esporádico (veja mais no Box: Serviço em HPC). “É comum uma empresa montar um ambiente e de repente se deparar com uma subutilização. Temos uma ferramenta, o uAdapt, que consegue em tempo real mudar a função de um conjunto de servidores HPC clouding, criando uma nuvem de alta performance com outras funções agregadas, mudando a função das máquinas para outro

ambiente de produção e alterando o propósito dos servidores em apenas cinco minutos”, explica o executivo da Unisys.

O diferencial para alavancar novos clientes será a capacidade de provimento de serviços para a Unisys. Oferecer suporte a um único supercomputador pode ser mais simples que para um parque de 2 mil máquinas, entretanto é preciso ter uma estrutura de suporte muito bem montada. “Uma universidade me disse que muitas empresas não conseguem prover o básico em HPC. Como o mercado optou por trabalhar com máquinas mais simples e menos robustas, é preciso compensar isso com mais inteligência na administração. Já encontramos projetos com blades, com problemas de montagem e dimensionamento do ambiente, além de falhas na capacidade de suporte. Tenho gerenciamento remoto, capilaridade e logística, fatores que outras companhias não possuem”, compara Vilela.

Ainda otimista quanto ao futuro, Araújo, da Bull, aponta que confia no mercado e que este será o início do “boom” do HPC, mesmo com a previsão do cenário de crise econômica em 2009. “É factível, sim. Uma empresa de varejo, por exemplo, pode comprar um pequeno supercomputador por apenas 50 mil dólares e tirar vantagens competitivas”, assegura.

Uma oportunidade de negócios associada ao HPC começa a ser pensada. A idéia de HPC virtual, no qual uma empresa de data center pode oferecer a tecnologia de forma compartilhada para seus clientes. “Temos as ferramentas

para oferecer isso, o que traria um preço mais baixo para a utilização da plataforma e viabilizaria sua disseminação”, garante André Vilela, da Unisys.

Assim, um cliente que precisa de um uso pontual de HPC pagaria pelo cloud de uso, tendo a sua disposição um cluster de 100 máquinas, por exemplo, por um preço muito menor. No lugar de investir 1 milhão de dólares e arcar com uma série de custos agregados de luz, espaço, refrigeração, pessoas etc., ele compraria apenas a capacidade de processamento necessária e por tempo determinado. Na prática, uma análise feita em 36 ou 48 horas poderia ser resolvida em 1 hora.

“As universidades podem utilizar este tipo de serviço para amortizar seus investimentos, seja oferecendo a infra-estrutura das máquinas ou pessoas habilitadas, especialmente os profissionais que freqüentam seus cursos”, desenha Vilela. No exercício de futurologia, ele acredita que em 2010 é possível vislumbrar uma oferta madura nesse caminho, no campo dos provedores de hosting.

Serviço em HPC

“o HPC ainda é algo muito focado em

pesquisa científica e em empresas que

necessitam fazer modelagem,

além de ser um negócio com um

tempo de decisão longo”

ANDré vIlElA, DA uNISyS

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>infra-estrutura

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Pode ser coincidência, mas as corporações viverão um segundo fechamento de década tumultuado sob o ponto de vista de tecnologia da

informação. E o mais interessante é que, novamente, será difícil, mas não impossível, calcular o retorno do investimento (ROI) dos projetos de implementação de novas tecnologias. Em 1999, as companhias foram levadas a mudar seus sistemas internos para se adequarem ao final de quatro dígitos no campo ano dos sistemas e formulários eletrônicos, a fim de evitar o que se chamou de Bug do Ano 2000.

Grandes corporações correm para adaptar suas infra-estrutura de TI aos novos requisitos de declaração de movimentação financeira, previstos pelo sPed. o sistema Público de escrituração digital abarca a emissão de notas fiscais eletrônicas e as escriturações contábil e fiscal

JACkElINE CArvAlHo

Será um novo bug?A maioria aproveitou aquele

momento para repaginar os sistemas corporativos e implementou novos software de gestão empresarial (ERP), gastando verdadeiras fortunas em plataformas e serviços de implementação. Agora, em 2009, mais uma vez as empresas terão que rever as suas infra-estrutura de TI por razões externas, precisamente para se adaptarem aos requisitos do Sped (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e, em âmbito internacional, à padronização das declarações contábeis, sob a sigla IFRS (do termo em inglês International Financial Reporting Standards), veja mais na

reportagem Contabilidade Internacional.A visão geral é que o Sped

contribuirá para a redução dos custos com o armazenamento de documentos e também para minimizar os encargos com o cumprimento das obrigações acessórias, além de possibilitar uma maior segurança. “Através de ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), o Sped mudará a forma como os contribuintes se relacionam com Fisco. Nesse cenário, as empresas do setor têm importância fundamental. O objetivo é dar uma visão geral do Sped e apresentar a situação atual do projeto. Assim, as fornecedoras do mundo TIC

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“Um novo grupo de 12 mil foi obrigado a aderir ao sistema, mas apenas 2 mil conseguiram entrar, os outros não. muitos nem sabem que estão obrigados”MArCo zANINI, DA NFE Do brASIl

podem identificar oportunidades de negócio, além das adequações necessárias a seus produtos”, assegura o vice-presidente administrativo/financeiro do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação (ITIC), o TITAN do Ceará, Tales Rocha.

No âmbito da Receita Federal, o Sped faz parte do Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA) que consiste na implantação de novos processos apoiados por sistemas de informação integrados, tecnologia da informação e infra-estrutura logística adequados. Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o Sistema faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.

De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, e garantindo assim a validade jurídica dos mesmos na forma digital. Composto por três grandes subprojetos - Escrituração Contábil Digital (Sped Contábil), Escrituração Fiscal Digital (Sped Fiscal) e a NFe (Nota Fiscal Eletrônica) - o Sped representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas governamentais: federal, estadual e municipal e mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto.

Trinta e um mil estabelecimentos estarão obrigados a se adaptar ao Sped a partir do próximo ano. Daí os “apelidos” para o fenômeno – Tsunami Fiscal, Bug Fiscal e Tributário, Big Brother e assim por diante. Quem foi listado precisa de, no mínimo, um serviço de consultoria para sanear a base de dados e adequar os novos campos da nota fiscal eletrônica. Mas nem as empresas de software nem as consultorias têm condições de atender à totalidade das empresas em tão pouco tempo.

O cadastro de produtos e de fornecedores precisa estar atualizado

precisarão prestar contas lá fora, caso da Nestlé Brasil, por exemplo, que precisará seguir a norma 11.638, variável de um país para outro.

“O mercado agora está efetivamente em movimento. Lá atrás começou o barulho com NFe, que teve mais eco na mídia. Agora, em 1° de dezembro, um novo grupo de 12 mil foi obrigado a aderir ao Sistema, mas apenas 2 mil empresas conseguiram entrar, os outros não. Muitos nem sabem que estão obrigados”, alerta Marco Zanini, diretor comercial da NFe do Brasil. “O pequeno empresário não acompanha as mudanças na legislação e só vai tomar conhecimento quando o caminhão dele for parado pela fiscalização ou quando precisar de alguma renovação”, completa.

Em abril de 2009 mais 45 mil empresas estarão obrigadas a aderir ao Sistema, sendo necessário uma revisão urgente nos dados internos e na infra-estrutura de TI, uma vez que o novo padrão transforma todo o faturamento em eletrônico. “Por exemplo, nos campos da nota fiscal eletrônica tem logradouro em um campo e número no outro. Se fizer uma transmissão para a Sefaz (Secretaria da Fazenda) com o campo número em branco, a Nota será rejeitada. As empresas estão sendo obrigadas a sanear o banco de

dados, algo que ninguém pensou mas está pagando para que seja feito”, comenta Zanini.

TripéJosé Adriano Pinto, diretor de

soluções da IOB, lembra que, em termos de conceito, o Sped é um projeto criado a três mãos, sendo elas a Receita Federal, a Secretaria de Fazenda e aproximadamente 200 empresas (contribuintes) atuais. O projeto se baseia no tripé da simplificação, integração dos fiscos municipais, estaduais e federal, e de uma maior facilidade na identificação de fraudes. As 170 obrigações acessórias

para o Sped e a maioria das empresas enfrenta problemas, até porque a forma de fiscalização anterior não via este item como crítico e passível de autuação. “As empresas precisam entender que a grande demanda não está apenas no software fiscal, que na verdade é a última etapa do processo. É preciso ajustar os sistemas de origem e os processos, para que a informação passe a existir e chegue limpa ao ambiente de software”, prescreve Cláudio Coli, diretor de operações da Mastersaf.

Para tornar a situação mais

complexa, a digitalização fiscal e tributária coincide com a lei 11.638, do IFRS (normas internacionais de contabilidade), e causou um grande impacto no mercado sob o aspecto contábil tributário e tornou escassa a disponibilidade de profissionais com conhecimento em TI e tributos, capazes de acelerar o processo de implementação do Sped nas companhias.

Segundo especialistas ouvidos para esta reportagem, a lei 11.638 causa grande impacto nos ERPs, algo que força as empresas a contratar consultoria para fazer a adaptação. Afinal, são multinacionais que

a visão geral é que o sped contribuirá para a redução dos custos coM o arMazenaMento de docuMentos e taMbéM para MiniMizar os encargos coM o cuMpriMento das obrigações acessórias, aléM de possibilitar uMa Maior segurança

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>infra-estruturaserão reduzidas a aproximadamente

10%, sendo elas arquivos magnéticos e digitais entregues periodicamente pelas empresas e cujos requerimentos variam por estado, município e segmento de indústria.

A integração dos Fiscos vai evitar um grande exercício burocrático das empresas, que hoje entregam informações a estas instâncias. E, por fim, ficará mais fácil a identificação de ilícitos tributários, ou seja, reduzir sonegação e fraudes. “Para as empresas, isso se reflete também em muitos benefícios. Um deles é a redução de custos. Seja de elaboração das obrigações, hoje são 170 e vão ser algo em torno de 17, ou pelo fato de o Fisco conseguir fiscalizar mais e melhor para viabilizar uma competição mais justa entre as empresas”, diz José Adriano Pinto. “É também uma oportunidade para as empresas fazerem a gestão de riscos fiscais – governança tributária e compliance – além reduzir o volume de papel e o espaço para armazenamento”.

Etapas relevantesO Sped se baseia em ações

coordenadas e orientadas aos objetivos de melhoria, tanto por parte do governo quanto das empresas, em especial aquelas que aceitaram o convite de participar do projeto-piloto. A primeira ação foi a implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NFe); a seguir, já a partir de janeiro de 2009, virá o Sistema de Escrituração Contábil; e depois a Escrituração Fiscal.

A mudança será gradativa, ainda sob o convívio das mídias papel e digital, apesar da tendência de fim da primeira. No caso da NFe há, por exemplo, o documento Danfi que acompanha a mercadoria até o seu destino. “Mas este não tem todas as informações contidas no arquivo XML, que é o arquivo da NFe autorizado pela Sefaz do estado de origem da mercadoria”, diz o diretor do IOB, ao completar que o registro eletrônico possui mais de 400 campos. “Aumentou o número de campos no arquivo digital, mas nem todos aparecem no papel impresso, que é apenas um acompanhante da mercadoria”, explica.

Atualmente, mais de 2,9 mil contribuintes paulistas já emitem o documento eletrônico, e cerca de 15 milhões de notas já foram autorizadas no Estado - com destino para todos os

estados, para a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e em operações de comércio exterior. No país, até outubro, havia sido emitidas 42,3 milhões de notas fiscais eletrônicas, que totalizam 897 bilhões de reais em operações, segundo o auditor fiscal da Receita Federal, Jerson Aloísio Prochnow.

Contabilidade e tributosA obrigatoriedade da Escrituração

Contábil Digital ou Sped Contábil - em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008 - já vale para as empresas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB 11.211/07, e sujeitas à tributação

do imposto de renda com base no lucro real. As demais empresas optantes pelo lucro real entram no sistema a partir de janeiro de 2009 - quando 2.934 estabelecimentos paulistas da indústria e do atacado também estarão obrigados a se adequar. Aproximadamente 11 mil empresas, com lucro real e acompanhamento diferenciado, estarão obrigadas a cumprir a nova regra. Principalmente aquelas que faturam algo igual ou superior a 60 milhões de reais, sobre as quais a Receita Federal tem atenção mais constante no dia-a-dia. As demais empresas optantes pela declaração sob modelo de Lucro Real, grupo estimado em mais de 200 mil empresas, estarão obrigadas a partir de 2009, com entrega em 30/06/2010.

Três companhias participaram do projeto-piloto do Sped e já têm o Sistema Contábil em produção: Sadia, Usiminas e Gerdau. Nelas, os livros contábeis de 2007 foram gerados em meio digital. “Tenho certeza de que elas fizeram esta mudança porque identificaram algum benefício”, esclarece o executivo da IOB. “Fizeram isso de forma antecipada, porque viram benefícios e ganhos tanto no aspecto dos processos, quanto no aspecto de economia de papel e armazenamento. As críticas ao sistema partem mais das empresas que não estão visualizando as vantagens que isso vai trazer”, alfineta.

O Sped Fiscal, também conhecido por EFD, tem o objetivo de substituir os livros fiscais e demais obrigações em papel pela mídia digital. A primeira obrigação e a principal delas é o Sintegra, sigla do “Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços”, mais precisamente um sistema on-line de troca de informações sobre operações de entrada e saída de mercadorias e prestações de serviços realizadas entre as unidades da Federação e internas. No entanto, nem todos os estados definiram adesão ao sistema, neste primeiro momento.

“É facultativo”, diz Pinto, do IOB. “Acredito que a maioria dos estados adotará o modelo. Porém, já está certo que o Distrito Federal e Pernambuco não entram agora, porque têm o Ato Cotep 70 – uma espécie de pré-Sped desenvolvido por estes dois Estados”, esclarece. O

“Como cliente pequeno não tem

estrutura para armazenar e é

obrigado a guardar a

informação por cinco anos, a Linx

pretende funcionar como

um hub para arquivamento

dos documentos digitais”

NérCIo FErNANDES, DA

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JoSé ADrIANo PINTo, Do Iob:

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>infra-estrutura

2 4 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

objetivo do Fisco é identificar a possibilidade desta substituição no projeto-piloto, através do cruzamento dos arquivos do Sped Fiscal com o Sintegra e as GIAs. Caso não sejam aprovadas, estas obrigações permanecerão paralelas até que possam ser substituídas.

A obrigatoriedade do Sped Fiscal, a partir de janeiro de 2009, acontecerá em 25 estados, salvo DF e Pernambuco. São mais de 15 mil empresas e 31 mil estabelecimentos obrigados a gerar o Sped Fiscal, sendo que o período de janeiro a abril poderá ser entregue até 31 de maio. A partir daí a expectativa é que ele seja transmitido à Receita Federal mensalmente, por volta do dia 15 de cada mês.

A expectativa é que todos os contribuintes de ICMS e de IPI estejam obrigados ao final de 2010, mas tanto a Receita Federal quanto as Sefaz ainda não têm definição oficial sobre a data, que pode ser antecipada ou postergada.

E a TI?Todas essas mudanças, se vistas

individualmente pelas empresas, têm impacto direto na área de tecnologia da informação, grande aliada no tratamento e apresentação dos dados, além de oferecer a própria mídia para armazenamento das informações e também para o envio dos dados aos órgãos públicos. As empresas hoje precisam de autorização da Secretaria de Fazenda para imprimir blocos de notas. A partir da NFe, elas passam a requerer

autorização da Sefaz local para emissão de cada nota fiscal e, em segundos, receber de volta a autorização, já com avaliação sobre se o documento foi preenchido corretamente.

Se ainda não estiver obrigado à emissão da NFe, o recebedor do documento irá tratá-lo como se fosse um a nota normal, tendo como única obrigação o acesso ao website da Sefaz

local para conferir a sua validade. Hoje alguns municípios têm também a nota fiscal própria, mas um outro projeto em andamento que é a nota fiscal eletrônica de serviços, pretende convergir a nota municipal com a NFe.

Em abril de 2009, o documento eletrônico passará a ser obrigatório a mais um grupo de empresas, ocorrendo o mesmo processo em setembro. A expectativa é que até o final de 2010, todas empresas estejam emitindo NFe, principalmente porque todas as grandes empresas já estarão no processo e, fatalmente, forçarão a suas respectivas cadeias a fazer o mesmo.

“Tanto as Sefaz quanto as empresas tiveram que fazer um exercício muito

grande. O Sped traz uma evolução da tecnologia. Não cria novidade”, diz o diretor do IOB. Em termos práticos, as organizações que já possuem um sistema ERP (enterprise resource planning) precisam apenas fazer uma atualização tecnológica. Mas, mesmo assim, nem todos têm este recurso – a SAP, por exemplo, avisou que vai gerar as informações, mas a Oracle não seguirá a mesma estratégia – o que

pode exigir a adoção da plataforma de um terceiro.

Ou seja, sob a ótica da TI, as empresas precisam saber se o ERP possuirá ou não o recurso; se o servidor suportará uma nova carga; se há hardware disponível para armazenamento das NFe e dos certificados digitais (obrigatórios no processo de emissão da NFe); como será a comunicação com a Sefaz; o pessoal destacado para ao menos monitorar o processo, e assim por diante.

Um pouco mais complexa, a segunda necessidade identificada pelos especialistas é a verificação, validação e auditoria das informações geradas. Uma análise de conteúdo importante para evitar penalidades do Fisco. Segundo pesquisa feita pelo IOB, 8 em cada 10 empresas erram em algum passo do processo de transmissão de informação ao Fisco, por várias razões, que vão desde a falta de investimento e capacitação de pessoal, até o uso de ferramentas inadequadas.

O próprio IOB criou um sistema de auditoria eletrônica para minimizar os erros e os riscos das empresas neste novo cenário de relacionamento com o Fisco. Resultado da união entre a inteligência tributária da IOB e a tecnologia, o IOB SPED Diagnóstico e Certificação é uma solução que avalia os procedimentos fiscais, a forma de tributação e a rotina dos departamentos de uma empresa, identificando inconsistências e recomendando ajustes e adequações sob medida, seguindo os critérios de uma autêntica fiscalização.

O sistema permite avaliar e propor soluções quanto à qualificação da área usuária do Sped, à exposição de risco, à adequação de processos, à aderência à legislação e aos indícios de erros. E, simultaneamente, realiza um eficiente saneamento dos cadastros de produtos, clientes e fornecedores e ainda trata da homologação do arquivo gerado por qualquer ERP ou sistema fiscal.

Economia e praticidadeA entrega do Sped Fiscal foi adiada

para 31 de maio, mas a obrigação ocorre a partir de janeiro. Se empresa atrasar a emissão, não vai conseguir corrigir, sendo ideal concluírem seus projetos ainda neste mês de dezembro.

“As empresas precisam

entender que a grande demanda não está apenas

no software fiscal, que na verdade é a

última etapa do processo. É

preciso ajustar os sistemas de

origem e os processos, para

que a informação passe a existir e chegue limpa ao

ambiente de software”

CláuDIo ColI, DA MASTErSAF

a digitalização fiscal e tributária coincide coM a lei 11.638, do ifrs (norMas internacionais de

contabilidade), e causou uM grande iMpacto no Mercado sob o aspecto contábil tributário e

tornou escassa a disponibilidade de profissionais coM conheciMento eM ti e tributos

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d e z e m b r o d e 2 0 0 8 | T I I n s I d e 2 5

Para ajudar principalmente as pequenas organizações a se adaptarem à nova realidade, a NFe Brasil criou um modelo de baixo custo, que permite à pequena empresa emitir até 200 notas fiscais com 350 reais/mês. Isso sem se preocupar com a infra-estrutura de comunicação com as Sefaz nem com o sistema de geração e armazenamento de notas.

O modelo de serviço para as notas fiscais eletrônicas, aliás, tem sido uma tendência entre os fornecedores. Nércio Fernandes, diretor de desenvolvimento e pesquisa da Linx Sistemas, conta que a empresa criou uma divisão de serviços digitais, “que pega o cliente no colo e o leva até a fase final do Sped – desde emissão de certificados digitais, relacionamento com a Receita, equipamentos, software e sistemas de armazenamento”, diz o executivo.

Não se trata de um BPO (business process outsourcing), diz Fernandes, porque a Linx não opera o sistema do

cliente, mas a empresa pode receber o arquivo, enviar à Receita e armazená-lo. “Como o cliente pequeno não tem estrutura para

armazenar e é obrigado a guardar a informação por cinco anos, a Linx pretende funcionar como um hub para arquivamento dos documentos digitais”, conta Fernandes.

A Mastersaf, que prevê crescimento, este ano, acima de 100%, planeja uma oferta de um serviço Sped no modelo SaaS (software as a service), assim como a NFe Brasil, mas acha que o mercado atual ainda é de baixo volume. “Este é um ambiente mais complexo do que o de nota fiscal eletrônica, mas entendemos que vai evoluir mais no modelo como serviço do que em licenças”, diz Cláudio Coli.

Já a Benner, segundo Edélcio Sambrano Garcia, gestor da unidade de serviços e comércio, criou o módulo de gestão de transação do Sped. A empresa também reporta alto crescimento em função das mudanças, e prevê uma expansão de aproximadamente 30% a partir de 2009.

Em dia com a informaçãoA sodexo aproveita a obrigatoriedade do governo para reorganizar seus processos

Multinacional francesa e posicionada entre as maiores no gerenciamento de serviços para

alimentação, a Sodexo Brasil deu início, este ano, à implementação do SPED. O projeto de implementação, iniciado em outubro, tem sua conclusão prevista para junho de 2009, tendo como integradora a Interadapt, consultoria de processos de TI com especialização em projetos fiscais e tributários, e a tecnologia da Mastersaf, especializada neste setor.

A Interadapt atua como gestora do projeto e implementa o processo junto ao junto ao gerente da Sodexo, e a Mastersaf é responsável pelo fornecimento da tecnologia e suporte técnico do software. Isso implica fazer o mapeamento do cenário contábil, fiscal, sistêmico e de processos, de modo que se possam obter as informações necessárias ao desenho da solução total do Sped. Neste

mapeamento, são identificados eventuais lacunas, para que possam ser corrigidas e seja viável a implantação do Sistema, de acordo

com o diretor de Operações da Mastersaf, Cláudio Coli.

O Sped, segundo a Sodexo, é também uma oportunidade de revisão da maneira de conduzir modelos de gestão fiscal e contábil. Como passos importantes a serem percorridos no processo de adequação da empresa ao Sped, a companhia cita que, antes de mais nada, é preciso levantar as lacunas no processo e a gerar um relatório de recomendações ou passos importantes, a fim de mostrar quais ações serão tomadas para a adequação dos sistemas, processos e cadastros para o Sped Fiscal e Contábil.

O ponto principal é a correção do cadastro de origem das informações fiscais e contábeis, que geralmente é feito de maneira diversa e por áreas distintas na empresa. São envolvidos profissionais das áreas fiscal, contábil, tributária e de TI, conforme demanda.

A segunda etapa é a unificação deste cadastro e dos processos

“os processos antes burocráticos estarão sendo readequados pela eliminação de papéis e arquivos, o que sem dúvida é uma mudança de cultura nas empresas e trará resultados financeiros e ecológicos no médio e longo prazo”AlExANDrE vIDAl, SoDExo

EDélCIo SAMbrANo gArCIA, DA bENNEr: MóDulo gESTão DE TrANSAção Do SPED

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2 6 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

gerados pelos departamentos, através da carga de movimentação do sistema escolhido - no caso Mastersaf. A Sodexo fará, inicialmente, a implementação do Sped fiscal nas empresas e filiais do Estado de São Paulo e Alagoas, que foram incluídas na primeira lista de localidades obrigadas. Após isto, as filiais de todas as localidades do Brasil em que existem Sodexo serão adequadas, independentemente da

Contabilidade internacionalestá em curso a consolidação de uma linguagem única e global para a apresentação da contabilidade das empresas

Após já ter permitido, em 2007, que empresas sediadas fora dos Estados Unidos e listadas na Bolsa de Nova Iorque

pudessem arquivar suas demonstrações financeiras elaboradas sob o padrão IFRS (International Financial Reporting Standards) – norma adotada em mais de 100 países e da qual o Brasil terá de se aproximar no próximo ano, em atenção à Lei 11.638 – a Security and Exchange Commission, órgão que regula o mercado de capitais, expandiu a proposta de migrar as demonstrações financeiras para a norma internacional a todas as empresas nascidas e sediadas naquele país.

A relevância do IFRS para o ambiente de negócios se explica por sua abrangência, já que seu efeito não é apenas contábil, mas repercute na corporação como um todo. Uma linguagem única e que facilita o fluxo de informação. O calendário proposto compõe um cronograma de ações preparatórias para a adesão ao IFRS e projeta para 2009 o prazo para que algumas empresas norte-americanas apresentem seus balanços conforme a norma internacional. Estima-se que, entre 2014 e 2016, será obrigatória a apresentação das demonstrações com base em IFRS para todas as companhias listadas nas bolsas norte-americanas.

O Conselho Internacional de Normas Contábeis (IASB), entidade responsável pelo estabelecimento das

normas, acredita que, em 2011, 150 países já terão aderido integralmente ao modelo, o que permite ao mercado entender que está em curso a consolidação de uma linguagem única e global para a apresentação da contabilidade das empresas.

O Brasil prevê que, até 2010, todas as companhias locais baseadas em sociedades por ações e de capital fechado com ativos acima de 240 milhões de reais ou receita bruta superior a 300 milhões de reais estarão prontas a apresentar suas demonstrações contábeis segundo os Padrões Internacionais de

Relatórios Financeiros.A estimativa da Deloitte é que 110

companhias, de 34 setores, possam se enquadrar nesta primeira fase. As empresas norte-americanas que estão no caminho de apresentar informações em IFRS antecipadamente terão de fazê-lo em relação a três anos. No Brasil, as companhias apenas iniciaram a lição de casa para a transição entre o atual modelo contábil e o IFRS e, algumas, indicam que os principais impactos gerados no seu balanço ocorreram no patrimônio líquido e na reserva de avaliação da companhia.

A BBKO Consulting e a Sonda Procwork se anunciaram aptas a prestar serviços de consultoria e implementação do módulo SAP para IFRS. Em parceria com o Grupo FBM e Lógica, a primeira pretende suportar a demanda dentro do prazo legal e

oferecer a solução com custo compartilhado. Já a Sonda Procwork lançou uma oferta de parametrização do ERP às normas contábeis que passam a valer no mercado local.

Batizado de Central SAP IFRS, a solução da BBKO utiliza o módulo SAP Bank Analyser, que já está em uso na Europa, onde o IFRS vigora desde 2005. No caso da Sonda Procwork, o processo para desenvolvimento do projeto contempla duas fases: a primeira diz respeito ao planejamento e à preparação de um diagnóstico que compara as regras do IFRS ao modelo contábil utilizado tradicionalmente pela companhia, que extrai informações da solução SAP.

Numa segunda fase e com base nas instruções determinadas pelas auditorias, formatadas na metodologia desenvolvida, a Sonda Procwork adequa o SAP para atender às novas regras baseadas nos padrões internacionais. Utilizando o SAP ERP Financial, a extração é realizada a partir das informações que geradas diretamente pelo aplicativo para atender às regulamentações fiscais e contábeis brasileiras.

ifrs no sap

obrigatoriedade do Sistema, conforme opção da própria empresa. Assim, todas as unidades estarão integradas neste novo modelo de gestão dos dados.

Com a finalização da implementação, a empresa estará pronta para seguir os próprios passos neste “novo mundo tributário”, passando a trocar informações on-line com o Fisco de forma mais assertiva. “Os profissionais ligados a

esta demanda serão extremamente valorizados pela sua assertividade, já que a qualidade do serviço será percebida de forma instantânea. Os processos antes burocráticos estarão sendo readequados pela eliminação de papéis e arquivos, o que sem dúvida é uma mudança de cultura nas empresas e trará resultados financeiros e ecológicos no médio e longo prazo”, avalia o coordenador da Sodexo, Alexandre Vidal.

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O poder de tomar decisões inteligentes deve ficar com quem mais precisa delas. No entanto, na maioria dos sistemas de Business Intelligence, somente os especialistas de TI conseguem tirar algum proveito das informações. Por isso, em vez de continuar a subtrair a inteligência desta equação, vamos trazê-la de volta, e colocá-la em seu devido lugar: COM VOCÊ!

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Page 28: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

2 8 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

>mercado

gENIlSoN CEzAr

decrescentes, só há uma saída para as corporações: inovar e melhorar a produtividade e a gestão. “As áreas de negócios pressionarão ainda mais as de TI para diminuir riscos, reduzir custos, afastar incertezas e complexidade em busca de maior controle, visibilidade e velocidade das operações”, afirma.

Para a IDC, com a crise, a área financeira volta a ter maior controle sobre as decisões de investimentos nas empresas, direcionando as oportunidades especificamente para os sistemas que têm impacto direto sobre as vendas, controle de desempenho e de custos. “As mudanças na economia já desenham novos movimentos na indústria de software, com destaque para soluções que possibilitem maior incremento das vendas e controle de custos e despesas, como as funcionalidades de estoque, compras, gestão de ativos e performance financeira dos sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning)”, indica Julio Pagani, analista de software da IDC para a América Latina.

Crenças Os provedores de software estão

convictos de que as oportunidades de negócios só tendem a aumentar nesse momento de grandes dificuldades na área econômica-financeira. Por uma razão simples: os gestores precisam de indicadores cada vez mais precisos para monitorar e controlar o desempenho de suas operações. “Nosso otimismo está sendo alimentado pelas conversas com

A desaceleração global da economia, que inevitavelmente provocará impactos nas empresas brasileiras, está intensificando a adoção de

sistemas mais rígidos de controles e de gestão de risco nas áreas financeiras das organizações e aumentando as oportunidades de negócios para os provedores de software. O SAS, por exemplo, um dos principais fornecedores mundiais de sistemas de gestão analítica de negócios, com faturamento total de 2,1 bilhões de dólares em 2007, prevê para 2008 uma taxa de crescimento no Brasil em torno de 40%, maior que a registrada em 2007 (30%). O grupo Sage-XRT, fornecedor europeu de aplicativos, com faturamento global de 2 bilhões de euros e seis milhões de usuários em 70 países, espera crescer 40%, este ano, no mercado brasileiro, e mais 50% em 2009.

A CA, uma das gigantes de software do mundo, acredita ter um portIfólio completo de soluções para atender às necessidades mais críticas das corporações, mesmo em situações de extrema turbulência, pois é exatamente nesses casos que aumentam as exigências por sistemas de gestão de riscos e de gerenciamento de infra-estruturas tecnológicas. Por isso, a companhia mantém a previsão de continuar crescendo a taxas acima da média do mercado global de TI, que registrou 5,7% em 2008, enquanto a CA aponta uma expansão de 13% na América

Crise financeira global acende a luz da necessidade de gerenciar possíveis perdas dentro das corporações e altera as tendências na área de software

Latina, este ano, e estima se manter numa faixa acima de 12% até 2011.

Para os analistas de instituições de pesquisa de mercado, as projeções não são despropositadas, apesar do cenário de crise. “Mesmo com o desaquecimento, as perspectivas de investimento das companhias brasileiras nas áreas de TI continuam positivas”, diz Mauro Perez, country manager da IDC Brasil, assinalando que os gastos com tecnologia no País devem aumentar 10,6% em 2009 (antes da crise a previsão era de 11,3%), atingindo um montante de 30 bilhões de dólares.

Segundo ele, nesse cenário competitivo mundial, com margens

o risco sob controle

“esse tipo de oportunidade gerada pela

crise financeira também vai ter

desdobramentos interessantes

para as corporações,

que, isoladamente,

não percebiam esse novo cenário de gestão de

riscos”EDuArDo

SCHvINgEr, DA CA

Page 29: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

d e z e m b r o d e 2 0 0 8 | T I I n s I d e 2 9

executivos de empresas do segmento financeiro”, conta Cassio Pantaleone, diretor comercial da filial brasileira do SAS.

Segundo ele, um grande banco, cujo nome não pode ser revelado, confidenciou que não pode se dar ao luxo de reduzir os investimentos. A instituição pode até trabalhar na redução dos seus custos operacionais, mas a dimensão dos investimentos tem que se manter na mesma velocidade, ou até superior ao que vinha ocorrendo, em função da fragilidade da economia. Na verdade, o banco precisa de ferramentas de software que aumentem a sua capacidade de navegar num cenário de intranqüilidade.

O foco do SAS, de acordo com o executivo, são as soluções para análise de risco de crédito, gerenciamento de risco operacional e GRC (Gestão de Riscos e Conformidade). “O objetivo é propiciar ao segmento financeiro soluções que permitam analisar situações complexas, por exemplo,

análises de risco de mercado ou de crédito, risco operacional e ainda situações de risco como lavagem de dinheiro ou fraudes”, explica.

A empresa tem em sua carteira de clientes os maiores bancos brasileiros e tem participado, com suas soluções, intensamente dos movimentos de consolidação correntes atualmente no mercado bancário do País. “A consolidação dos bancos é uma oportunidade para alavancar novos negócios, pois toda integração de duas instituições financeiras traz riscos em termos de incorporação de culturas diferentes, e grandes contingentes de colaboradores, um volume muito grande de informações que estão em bases de dados distintas”, diz Pantaleone.

Ciclo da modaCom um portifólio de clientes mais

diversificado, a francesa Sage-XRT concentra foco na gestão da tesouraria. “Trata-se de um mercado excepcional, principalmente agora que passou a moda da gestão contábil, através de software de ERP, cujo maior foco era a gestão do contas a pagar e a receber. A tesouraria é um mercado novo no

País, mas está no sangue do brasileiro, sempre preocupado com a gestão do seu dinheiro”, diz Thierry Giraud, presidente da empresa no Brasil.

A plataforma da Sage-XRT para tesouraria conta com dois carros-chefes: um software para gestão de fluxo de caixa e outro para gestão

das operações financeiras. O Grupo Fiat, em Betim (MG), é um dos clientes dessa plataforma. “A Fiat obteve bons resultados com nosso software, e podemos dizer que a empresa está hoje mais preparada para enfrentar a crise financeira que já atinge o setor automobilístico nacional”, assegura Giraud.

Além dos setores de manufatura, editorial e telecomunicações, a Sage-XRT atua também no mercado imobiliário, um segmento com grandes preocupações na área de gestão de risco. Uma das boas experiências realizadas no setor, segundo Giraud, foi feita pela Klabin Segal, uma das maiores incorporadoras brasileiras, que adquiriu dois módulos da solução Universe de operações financeiras e gestão de caixa. “A eficiência de planejamento da Klabin Segal, a qualidade de seus projetos e a maior capitalização, tem lhe permitido beneficiar-se desse ambiente favorável e acelerar de forma significativa o montante de novos empreendimentos”, diz o executivo.

pirâmideA Sage-XRT, de acordo com

Giraud, se prepara agora para lançar no mercado uma versão de suas soluções para o middle market, empresas com faturamento de 60 milhões a 400 milhões de reais, e que hoje estão mais propensas a sofrerem os efeitos da crise financeira. “Será uma solução que custará apenas um terço do preço de um sistema vendido para grandes corporações, hoje numa faixa de 400 reais por módulo”, diz ele.

Eduardo Schvinger, vice-presidente de vendas técnicas da CA para a América Latina, considera que as soluções da companhia, que estão sob um guarda-chuva Enterprise IT Management (EITM), são hoje uma necessidade incontestável, assim como é hoje o telefone para qualquer empresa. “Não se pode imaginar que uma empresa possa funcionar sem telefone. Da mesma forma, as nossas soluções de gerenciamento de riscos, principalmente, vão continuar sendo necessárias, mesmo para empresas em processo de consolidação ou de fusão de suas operações”, diz.

O executivo explica que surgirão oportunidades para a CA oferecer seus produtos, que podem proporcionar mais performance às aplicações de negócios críticas das empresas. “Esse tipo de oportunidade gerada pela crise financeira também vai ter desdobramentos interessantes para as corporações, que, isoladamente, não percebiam esse novo cenário”, pondera.

segundo a idc, os gastos coM tecnologia no brasil deveM auMentar 10,6% eM 2009

“Trata-se de um mercado excepcional, principalmente agora que passou a moda da gestão contábil, através de software de erP, cujo maior foco era a gestão do contas a pagar e a receber”THIErry gIrAuD, DA SAgE-xrT

“As áreas de negócios pressionarão ainda mais de TI para diminuir riscos, reduzir custos, afastar incertezas e complexidade em busca de maior controle, visibilidade e velocidade das operações”MAuro PErEz, DA IDC

Page 30: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

Eventos Converge.Mais para quem patrocina.Mais para quem participa.

8ª EDIÇÃO O mais importante encontro brasileiro sobre tendências políticas e regulatórias do setor de telecomunicações e mídia.

DIA 5Auditório da FinatecBrasília, DF

FEVEREIRO

3ª EDIÇÃO Encontro ofi cial da Associação Nacional de Operadores Celulares, reunindo o público mais qualifi cado do segmento.

3ª EDIÇÃO Edição renovada do mais completo evento sobre a web 2.0 no Brasil, em três dias, incluindo feira, seminários, palestras e workshops.

DIAS 11 E 12Brasília Alvorada Hotel Brasília, DF

DIAS 17 A 19Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

1ª EDIÇÃO Evolução do evento de Software como Serviço (SaaS), incluindo tendências, modelos e soluções de software para gestão de negócios.

8ª EDIÇÃO A nova edição do encontro de maior abrangência sobre conteúdos para celular e entretenimento móvel da América Latina.

DIAS 20 E 21Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

DIAS 6 E 7 Amcham São Paulo, SP

Software!nnovation.

10ª EDIÇÃO O evento que inseriu o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual aproximando produtores, distribuidores e broadcasters.

4ª EDIÇÃO Feira e congresso com conteúdo ampliado, abordando também as novas soluções de CRM e inteligência de negócios.

DIAS 3 E 5Transamérica Expo CenterSão Paulo, SP

DIAS 24 E 25 Amcham São Paulo, SP

17ª EDIÇÃO Há 17 anos, o encontro obrigatório da TV por assinatura e novas plataformas de distribuição, no maior evento do gênero na AL.

DIAS 11 A 13Transamérica Expo CenterSão Paulo, SP

4ª EDIÇÃO Principal encontro sobre a integração de serviços de TI, abordando a arquitetura orientada a serviços e seu impacto nas empresas.

DIA 24Paulista PlazaSão Paulo, SP

5

5ª EDIÇÃO As novidades e tendências da prática que mais tem benefi ciado empresas na competição de mercado, com ênfase para BPO.

DIAS 14 E 15 Paulista Plaza São Paulo, SP

4ª EDIÇÃO As novas formas de ver e de fazer televisão, pensadas sob uma nova plataforma de distribuição de conteúdos audiovisuais.

DIA 14 Amcham São Paulo, SP

2ª EDIÇÃO A nova fronteira das aplicações móveis, num evento inteiramente dedicado às inovações que transformaram a realidade dos negócios.

DIAS 9 A 11 Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

9ª EDIÇÃO Regulamentação, desafi os e perspectivas no único encontro da indústria de satélites do continente.

DIAS 1 E 2 Sheraton Rio Hotel Rio de Janeiro, RJ

2ª EDIÇÃO Um panorama das soluções que trazem o melhor retorno sobre o investimento para os clientes corporativos.

2ª EDIÇÃO A mais abrangente discussão sobre a nova realidade da banda larga sem fi os e seu impacto nos lares e escritórios brasileiros.

DIA 1Paulista PlazaSão Paulo, SP

Seminário deServiços Gerenciadosde TI e Telecom

DIA 25Paulista PlazaSão Paulo, SP

MARÇO

JUNHO

SETEMBRO

NOVEMBRO

8ª EDIÇÃO

NOVO

ABRIL

MAIO

AGOSTO

OUTUBRO

Contando com o apoio editorial das publicações TELA VIVA, TI INSIDE e TELETIME, são 15 eventos anuais, que atraem públicos diversifi cados e altamente qualifi cados, com um diferencial em comum: máximo retorno para seu investimento.

Venha ser mais com a gente.

Telecomunicações. Comunicação e Conteúdo. Tecnologia da Informação. 2009

PARA PATROCINAR11 3138.4623 [email protected]

INFORMAÇÕES0800 77 15 028 [email protected]

JULHO

17 a 19 de março – World WEB Expo Fórum – Frei Caneca, SP

9 a 11 de setembro – Fórum Mobile+ - Frei Caneca, SP (não inclui almoço)

Page 31: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

Eventos Converge.Mais para quem patrocina.Mais para quem participa.

8ª EDIÇÃO O mais importante encontro brasileiro sobre tendências políticas e regulatórias do setor de telecomunicações e mídia.

DIA 5Auditório da FinatecBrasília, DF

FEVEREIRO

3ª EDIÇÃO Encontro ofi cial da Associação Nacional de Operadores Celulares, reunindo o público mais qualifi cado do segmento.

3ª EDIÇÃO Edição renovada do mais completo evento sobre a web 2.0 no Brasil, em três dias, incluindo feira, seminários, palestras e workshops.

DIAS 11 E 12Brasília Alvorada Hotel Brasília, DF

DIAS 17 A 19Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

1ª EDIÇÃO Evolução do evento de Software como Serviço (SaaS), incluindo tendências, modelos e soluções de software para gestão de negócios.

8ª EDIÇÃO A nova edição do encontro de maior abrangência sobre conteúdos para celular e entretenimento móvel da América Latina.

DIAS 20 E 21Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

DIAS 6 E 7 Amcham São Paulo, SP

Software!nnovation.

10ª EDIÇÃO O evento que inseriu o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual aproximando produtores, distribuidores e broadcasters.

4ª EDIÇÃO Feira e congresso com conteúdo ampliado, abordando também as novas soluções de CRM e inteligência de negócios.

DIAS 3 E 5Transamérica Expo CenterSão Paulo, SP

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17ª EDIÇÃO Há 17 anos, o encontro obrigatório da TV por assinatura e novas plataformas de distribuição, no maior evento do gênero na AL.

DIAS 11 A 13Transamérica Expo CenterSão Paulo, SP

4ª EDIÇÃO Principal encontro sobre a integração de serviços de TI, abordando a arquitetura orientada a serviços e seu impacto nas empresas.

DIA 24Paulista PlazaSão Paulo, SP

5

5ª EDIÇÃO As novidades e tendências da prática que mais tem benefi ciado empresas na competição de mercado, com ênfase para BPO.

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4ª EDIÇÃO As novas formas de ver e de fazer televisão, pensadas sob uma nova plataforma de distribuição de conteúdos audiovisuais.

DIA 14 Amcham São Paulo, SP

2ª EDIÇÃO A nova fronteira das aplicações móveis, num evento inteiramente dedicado às inovações que transformaram a realidade dos negócios.

DIAS 9 A 11 Centro de Convenções Frei CanecaSão Paulo, SP

9ª EDIÇÃO Regulamentação, desafi os e perspectivas no único encontro da indústria de satélites do continente.

DIAS 1 E 2 Sheraton Rio Hotel Rio de Janeiro, RJ

2ª EDIÇÃO Um panorama das soluções que trazem o melhor retorno sobre o investimento para os clientes corporativos.

2ª EDIÇÃO A mais abrangente discussão sobre a nova realidade da banda larga sem fi os e seu impacto nos lares e escritórios brasileiros.

DIA 1Paulista PlazaSão Paulo, SP

Seminário deServiços Gerenciadosde TI e Telecom

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MARÇO

JUNHO

SETEMBRO

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8ª EDIÇÃO

NOVO

ABRIL

MAIO

AGOSTO

OUTUBRO

Contando com o apoio editorial das publicações TELA VIVA, TI INSIDE e TELETIME, são 15 eventos anuais, que atraem públicos diversifi cados e altamente qualifi cados, com um diferencial em comum: máximo retorno para seu investimento.

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JULHO

17 a 19 de março – World WEB Expo Fórum – Frei Caneca, SP

9 a 11 de setembro – Fórum Mobile+ - Frei Caneca, SP (não inclui almoço)

Page 32: Revista TI Inside - 42 - Dezembro de 2008

3 2 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

>mercado

ClAuDINEy SANToS

idéia é que seja totalmente nacional, à exceção do microprocessador, até ao final desse o ano”, afirmou.

SubsídioO computador é gratuito para os

alunos que estão inscritos no primeiro grau escolar e custa 20 euros para os que estão no segundo. O custo para as crianças cujas famílias têm condições financeiras é de 50 euros. Como o Magalhães pode ser levado para casa, o Governo também fez um acordo com as operadoras, à época da privatização do setor de telefonia, para instalar nas residências acesso à internet com custos reduzidos ou gratuitamente conforme a condição social. O projeto também prevê a integração de uma lousa inteligente (smart board) onde as informações são automaticamente transferidas para os portáteis, permitindo maior interatividade entre professor e aluno na sala de aula.

De acordo com Luis Ribeiro, diretor da escola do município de

A partir de 2007, Portugal criou um plano de desenvolvimento tendo como base a área da tecnologia da informação e inovação, levando em

conta uma estratégia de sustentabilidade para garantir seu crescimento futuro. Um dos pilares desta agenda é o Plano Tecnológico, cuja proposta é estabelecer políticas públicas dedicadas a mobilizar a iniciativa privada, as instituições e a sociedade portuguesa, num esforço conjunto para a modernização dos serviços públicos, da educação, saúde e geração de empregos.

A estratégia é apoiada por diferentes ministérios, institutos de pesquisas e entidades, e já começou a dar os primeiros resultados a partir desse ano. “A sociedade portuguesa avançou a passos largos no sentido da modernização tecnológica. Em cerca de dois anos, o número de lares com internet de banda larga duplicou e mais de 90% dos serviços públicos passaram a estar on-line”, explica José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal.

Um dos principais projetos é o de oferecer notebooks nas escolas de 1º e 2º graus, o projeto Magalhães, em homenagem ao navegador português que descobriu o caminho para as Índias, uma alusão ao propósito de motivar novas descobertas pelas crianças. Ele prevê a instalação de 500 mil equipamentos, dos quais 8 mil já estão funcionando. Em paralelo, desenvolve-se um programa de treinamento dos professores com previsão de estar completo em 2010.

O hardware “Magalhães”, o primeiro portátil wireless 100% produzido em Portugal, é baseado na segunda versão do Classmate da Intel, com processador Atlon, 30 GB de disco, 512 mb de memória, tela de

Portugal avança na implantação de tecnologia da informação nos serviços públicos

CrIANçAS Do 1º grAu DA ESColA DE

PorTEl, Sul DE PorTugAl, APrENDEM

HISTórIA FAzENDo

rEDAção A PArTIr DE

CoNSulTAS No googlE

8,9 polegadas, pesando 1,4 quilo, à prova d’água, sistema operacional com dual boot, Windows XP ou o Linux e os pacotes de produtividade Microsoft Office ou Open Office. Tem também uma webcam e placa gráfica onboard, além de incluir diversos softwares educacionais.

Segundo Antônio Correia, diretor de projeto da empresa portuguesa JP Sá Couto, que foi escolhida para a produção do Magalhães, até abril de 2009 todas as 500 mil unidades estarão entregues, ao preço unitário de 185 euros. “Hoje estamos produzindo duas mil unidades por dia. Depois de 2009, a linha de montagem servirá para produzir equipamentos para novos alunos, de substituição e para abastecer as revendas, já que ele é também vendido no comércio por 285 euros. Temos inclusive um projeto de exportação (veja box “Descobrindo o caminho para Venezuela”). Na primeira fase de produção, a tecnologia será 30% nacional, mas a

TI em terras lusitanas

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d e z e m b r o d e 2 0 0 8 | T I I n s I d e 3 3

Portel, que fica ao Sul de Portugal, o programa está sendo implementado paulatinamente, pois inclui mais de 20 ações envolvendo os professores. A escola, entretanto, não dispensa biblioteca, livros e materiais audiovisuais. “Hoje, apenas um dia por semana as crianças trazem o Magalhães para a sala de aula, que ainda não tem a lousa eletrônica. E mesmo assim para algumas matérias, como História, por exemplo”.

Empresa na HoraOutro projeto do Plano

Tecnológico, em implantação, prevê o aumento da qualidade do serviço prestado pela administração pública aos cidadãos e às empresas, com integração de serviços multicanal (internet, telefone) e a procura de uma maior proximidade com o público, através de postos de serviços onde a pessoa pode resolver de forma rápida todas as exigências burocráticas, algo parecido com o Poupa Tempo brasileiro, que já existe em vários estados.

Uma das iniciativas é a Empresa na Hora, que permite a abertura de firma em menos de uma hora, após a entrega da documentação em um dos postos de atendimento existentes no país, tais como os Centros de Formalidades das Empresas ou as Conservatórias de Registro Comercial. Nestes espaços, também, os empresários podem conseguir certidões e outros serviços como prestação de informação sobre legislação inerente à atividade econômica e sobre passos a dar para a criação de um negócio próprio, entre outros serviços associados ao ciclo de vida das empresas. O interessado tem a

seu dispor os diversos modelos estatutários de empresa, pode saber se já existe o nome da empresa que quer registrar, e ainda obter o domínio web da nova organização e o e-mail comercial.

A iniciativa contabilizou até o ano passado o registro on-line de 40.521 empresas a nível nacional. Os processos de constituição foram finalizados num tempo médio ponderado de 31 minutos (mínimo) e a 1 hora e 4 minutos (máximo).

Os funcionários da Empresa na Hora já contam com carteira de identidade com chip e certificação digital para a garantia jurídica dos atos. O Governo português também está incentivando as pessoas a

adotarem o novo modelo de carteira de identidade, uma vez que servirá para facilitar o uso dos serviços oferecidos aos cidadãos. Além do registro on-line das empresas, outro serviço que será implantado brevemente é o de registro nacional de veículos, que aguarda uma lei que modificará o atual caráter estadual e permitirá a centralização dos dados.

O projeto Magalhães despertou interesse do governo na Venezuela, que se comprometeu a contratar dois milhões de unidades do portátil em 2009. A negociação começou em agosto passado, ocasião em que o ministro das

Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, manteve contatos com os responsáveis políticos da Venezuela, que manifestaram vontade de importar 500 mil portáteis numa primeira fase e depois estabelecer a fabricação dos demais 500 mil localmente.

A JP Sá Couto, fabricante do produto, deverá ainda assinar um segundo contrato com o estado venezuelano para prestação de assistência técnica e manutenção. O acordo está avaliado em 50 milhões de euros. Apenas um detalhe em relação ao modelo atual: não terá dual boot, ou seja, rodará apenas Linux. A Líbia também já demonstrou interesse pelo portátil.

O mercado português de TI somou no ano passado 3,6 bilhões de dólares, dividido em 1,8 bilhão de dólares em hardware, 1,619 bilhão de dólares em

software e 1 bilhão de dólares em serviços. A expectativa é que até o final desse ano o setor de hardware cresça 8,7%, o de software 7,9% e de serviços 5,3%.

Já a área de telecomunicações representou no ano passado 7,2 bilhões de dólares, divididos em serviços 6, 9 bilhões de dólares (sendo 60% de redes móveis) e 297 milhões de dólares de equipamentos. A previsão de crescimento, em 2008, é de 2% em serviços e 2,1% em equipamentos. Nesses números da IDC não estão

incluídas as exportações, que somaram 5 milhões de euros em produtos, 188 milhões em serviços de TI e quase 600 milhões de euros em serviços de telecomunicações.

O “Estudo sobre o setor de software e serviços informáticos em Portugal”, do Departamento de Prospectiva e Planejamento e Relações Internacionais do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional informa que em 2007 existiam em Portugal 4.477 Empresas (sociedades) e 30.214 empregados além de 843 Negócios Individuais nas atividades de Software e Serviços Informáticos.

descobrindo o caMinho da venezuela

o Mercado de tic eM portugal

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3 4 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

CláuDIo FErrEIrA

A adaptação dos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) ao Decreto Lei nº 6523 começou turbulenta, no início de dezembro. Uma

pesquisa da Fundação Procon, realizada já no dia 3, apontou que setores como transporte coletivo e telefonia fixa não conseguiram se adequar à nova legislação. Pior, apenas o Procon Porto Alegre recebeu 150 reclamações no dia 1º de dezembro, e as empresas de telefonia celular viraram alvo fácil e constante da mídia, principalmente das emissoras de tevê.

Tanto as operadoras como os serviços de call center, que ainda tentam se adaptar à nova realidade de atendimento e buscam agilizar seus processos para não incorrer nas pesadas multas, não se pronunciaram sobre o impacto dos primeiros dias. “Todas as companhias fizeram estimativas de adequação de pessoal (veja mais no box “Na rota do milhão”). Não sabemos ainda se super ou subestimadas, porém serão feitos ajustes ao longo do mês. O maior problema é na questão dos horários de companhias que não trabalhavam em regime de 24 por 7 e agora precisam ter esse regime”, admite Carla Kinugawa, executiva sênior da prática de consultoria para CRM da Accenture, empresa que participou de vários projetos de adequação.

De acordo com a executiva, dezembro, no mínimo, será um mês de monitoramento e balanceamento do serviço, com os players tentando entender os movimentos do

A reação do mercado aos primeiros dias de funcionamento da nova regulamentação dos call centers foi um misto de desinformação, desencontro de informação, protestos e ajustes por parte das operadoras

>serviço

consumidor. “É preciso reaprender o perfil e o fluxo de ligação, muita coisa vai mudar a partir das diretrizes da legislação”, pondera.

Sinais iniciaisPara entender melhor o

consumidor, é interessante notar que apenas em um dia e em uma capital, no caso Porto Alegre, foram registradas 150 reclamações no Procon, todas citando o funcionamento ruim dos call centers. Muitas de acordo com a nova legislação, porém não faltaram aquelas mais genéricas. O que gerou um esclarecimento do coordenador Omar Ferri Júnior. “Só podemos aplicar o disposto no decreto em companhias aéreas, empresas de energia elétrica, telefônicas, TV por assinatura, aviação civil, empresas de ônibus interestaduais, administradoras de cartão de crédito, bancos e planos de saúde”, esclareceu, citando muitos dos setores que são

afetados pela lei. O coordenador alertou que vem

recebendo queixas sobre call centers de grandes redes varejistas, segmento que não está incluso na lei. “As reclamações sobre estes serviços de atendimento ao cliente merecem o acolhimento por parte de nosso setor jurídico de atendimento ao público, porém elas não se enquadram no disposto no decreto federal 6.523 e portanto não estão sujeitas às mesmas normas”, pontua Ferri Júnior.

As normas recaem apenas sobre empresas sujeitas à regulação por agências ou órgãos federais e que se referem ao atendimento pós-relação de consumo, para informações genéricas e relacionadas a reclamações. Os setores são aqueles citados por Ferri, mais: abastecimento de água, acesso à internet e construção civil.

O prazo de 120 dias para adequação, considerado restrito demais pelo mercado, gerou ainda muitas dúvidas sobre as multas aplicadas pelos órgãos de defesa do consumidor. Por exemplo, se a demanda do cliente não for resolvida, a multa será imputada à empresa responsável pelo produto ou serviço, entretanto pode cair no colo da empresa de contact center contratada para o serviço de atendimento ao cliente.

“Ninguém sabe ao certo como a lei será interpretada”, explica Stan Braz, diretor-executivo da Abrarec (Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente). Assim como não se sabe ao certo como será definido o valor das multas, que variam entre 200 e 3 milhões de reais, para cada uma das falhas.

Em 2010, de acordo com a ABT (Associação Brasileira de Telesserviços), o setor de call-

center deve bater o primeiro milhão de empregos diretos. Essa é a expectativa a partir das projeções do setor, influenciadas pela nova lei do SAC. Apenas nos estertores do mês de dezembro, a associação acredita em mais 10 mil empregos, fechando em 75 mil o total apenas neste ano de 2008.

na rota do Milhão

os primeiros passos do novo SAC

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ClAuDIo FErrEIrA

lucro”, admite Marcelo Bezerra, gerente da IBM-ISS para América Latina. Uma das possibilidades, ao fugir da normalidade, é que o ataque tenha sido feito por um grupo novo querendo notoriedade.

Oportunidades e formatosChocante ou não, os

fornecedores de soluções de segurança para redes e web vêem o acontecido como mais uma forma de educar o mercado e tirar dividendos. “É possível analisar o fato sob o prisma da oportunidade. Para empresas como a nossa, ele serve como um bom momento para alertar o mercado, apontando que faltou uma camada de segurança nos servidores afetados. Como as empresas ainda estão focadas no trivial, no antivírus e firewall, e existem outras camadas, pode ser um modo de avançarmos na discussão”, especula Sephora Dantas, diretora de tecnologia da NetSafe.

A forma mais tradicional de ataques é o “bom e velho” Worm, que depois de inoculado na máquina, varre o alvo e descobre suas vulnerabilidades. E o alvo primordial ainda está ligado às falhas nos sistemas operacionais. No entanto, com a disseminação da oferta de recursos da Web 2.0 como vídeos,

Logo no primeiro embate da Segunda Guerra Mundial, o exército alemão surpreendeu o mundo com um ataque milimetricamente coordenado contra a Polônia. Nele os

tanques eram os atores principais com grande apoio de aviões, artilharia e infantaria. A estratégia desse ataque em massa totalmente coordenado, chamada de blitzkrieg – ataque relâmpago, em tradução literal do alemão – esmagou o exército inimigo em apenas 27 dias. Passados quase 70 anos, o termo voltou a ser utilizado quando crackers conseguiram posicionar links maliciosos em 10 mil servidores, utilizando a web como meio para disseminação de vírus, em apenas dois dias.

É interessante dizer que algo dessa magnitude não é inédito. “O raid do MS Blaster, de 2003, teve um impacto maior, mas, decorridos cinco anos, é incrível como ainda se alcança tamanha proporção e nos mostra como o problema da segurança no perímetro das redes segue atual. Não tenho uma confirmação, entretanto me parece que esse tipo de ataque foi feito por meio de robôs”, explica Alexandre José, gerente de engenharia da Enterasys.

Uma das causas possíveis para o sucesso da empreitada é a “abertura”

recente ataque de crackers pela web, posicionando links maliciosos em até 10 mil servidores, em apenas dois dias, não deve ser encarado como algo anormal, porém ainda surpreende pela velocidade e mostra como a segurança de perímetro permanece falha

que os serviços típicos da Web 2.0 acabam causando nas redes e nos servidores. Pior, como muitos data centers acumulam servidores com grande diversidade de serviços e múltiplos sites de empresas, a forma de disseminação nestes ambientes acaba sendo relativamente possível e rápida. “Não é uma novidade uma blitz desse nível, o problema é que há quatro ou cinco anos não recebíamos notícia de algo dessa magnitude. O próprio perfil dos crackers mudou nesse período, eles passaram a ser mais seletivos e optam por visar o

>internet

“não é uma novidade uma blitz

desse nível, o problema é que há

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Proteja-se da blitzkrieg

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d e z e m b r o d e 2 0 0 8 | T I I n s I d e 3 7

“É possível analisar o fato sob o prisma da oportunidade. Para empresas como a nossa, ele serve como um bom momento para alertar o mercado, apontando que faltou uma camada de segurança nos servidores afetados”SEPHorA DANTAS, DA NETSAFE

blogs e outras ferramentas de interatividade, os sites – e como conseqüência os servidores – se tornaram ainda mais expostos.

As aplicações da internet, por sua vez, reúnem brechas, especialmente na integração entre sistemas, e é comum a exploração das falhas de programação em linguagens como Java. E como a Web 2.0 prevê a troca constante de informação e comunicação entre servidores, as vulnerabilidades se avolumam. “A mais conhecida delas é chamada de Cross Site Scripting, e existe exatamente na comunicação entre aplicações web”, completa Bezerra.

Uma forma para se identificar se o formato de ataque da mais recente blitzkrieg foi via aplicação web é verificar se ele foi feito a partir de links embutidos que invadiram máquinas clients ou não – ainda não foi divulgado o formato exato. Mas existem estratégias já conhecidas. Recentemente, um cracker invadiu um serviço de contador de visitas que pode ser baixado gratuitamente pela internet. Como muitos sites “puxam” o contador para suas páginas, ele acabou se disseminando em servidores de domínio.

Uma questão de políticaMas não será muita ingênuidade

associar a Web 2.0 com brechas de segurança? “É preciso separar a segurança da conectividade. A área está explodindo e o acesso a qualquer coisa de qualquer lugar e com inúmeros dispositivos é uma realidade que não tem retrocesso. É preciso fazer com que os sistemas de segurança sejam melhor empregados”, admite José, da Enterasys. Uma forma é o uso de sistemas de análise comportamental da rede, que disparam alertas e travamentos quando algo estranho acontece.

O executivo aponta que essa idéia de melhoria não se traduz necessariamente em uma estratégia que pregue a restrição absoluta a aplicativos e acessos. “Não pode ser o modelo totalmente exposto e nem o de negação total. É óbvio que quanto maior a autovia, maiores os problemas, só que qualquer excesso traz problemas colaterais”, admite José. Uma empresa com política de troca de senhas muito rígida pode

acabar gerando a “Síndrome do post-it”, quando o sujeito precisa escrever e deixar um papelzinho grudado no monitor para lembrar qual a senha daquele momento, ou seja, para todo mundo ver. Nem 8, nem 8 mil.

Para Sephora, da NetSafe, o ideal seria começar por uma política mais restritiva, com exceções mínimas, para depois acrescentar camadas. “Começamos com a implementação pelo monitoramento de atividades, para não gerar impacto no usuário. O melhor é fazer uma

mistura da filosofia mais restritiva com o máximo de padronização possível, independente do nível executivo do usuário”, conclui.

No entanto, também existe quem defenda a criação de um grupo de incidentes interno para construir a melhor política para a empresa, até como forma dela não ser imposta por terceiros ou de cima para baixo. “Esse conjunto de usuários é que vai dar o norte para o projeto de segurança com auxílio de especialistas. O problema é que não vejo essa vontade nas corporações”, critica José, da Enterasys.

Construção do possívelAtualmente, as corporações já

possuem uma boa estratégia de segurança, na qual a maior parte delas se prepara para os ataques de sistema operacional, blindando as portas de maior ocorrência de ataques. No entanto, ao mergulhar nos benefícios da Web 2.0, a política de defesa não acompanha a mesma velocidade que as aplicações. “Existem boas práticas, por exemplo, que já na hora do desenvolvimento de aplicativos evitam erros e, no futuro, as invasões”, comenta Bezerra, da IBM.

Fica a pergunta: é algo comum e normal que os sites construídos em 2008 não tenham, na sua gênese de desenvolvimento, a preocupação com segurança? No global, o aspecto é olhado nos testes finais, quando já é tarde para se consertar algo. “Quem é que vai redesenvolver metade de um site? A companhia lança no ar e tenta corrigir com o “carro andando”, o que é um perigo”, admite Bezerra. E isso é comum em qualquer lugar do mundo.

Na infra-estrutura, a defesa contra ataques aos servidores passa por estabelecer duas camadas de proteção, a primeira ligada aos end-points, estações e servidores de dentro da rede e a outra na rede em si, no perímetro, com soluções do tipo IPS (Intrusion Prevention System). “O problema não é mais de custo, é de cultura mesmo. Ainda precisamos evoluir na proteção dos dados, o nosso planejamento para 2009 é ainda no sentido de catequizar o cliente a fazer o básico”, alerta Sephora.

A possibilidade de contratar um hosting ou uma empresa especializada e repassar ao

terceiro o problema de segurança de máquinas ou aplicativos pode ser alternativa ou um mero paliativo. É lógico que a tendência é melhorar o nível de segurança, porém, é preciso verificar e estabelecer contratos rígidos de nível de serviço para não ser lesado.

Uma forma para saber se o data center trabalha bem ou mesmo ter certeza que as suas aplicações possuem um bom nível de segurança é buscar uma auditoria ou ferramentas de verificação de sites. “Temos, dentro do portifólio da Rational, o App Scan, que verifica a construção e as falhas de aplicações web. O cliente pode contratar alguém que forneça esse tipo de serviço. E existem firewalls de aplicação”, explica Bezerra.

terceirizar é a solução?

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comunicação one-to-one. Não é uma novidade no mundo corporativo, mas sim no político. A diferença é o valor, a dedicação e as formas de contato e interatividade que extrapolaram, seja na campanha ou mesmo na arrecadação”, admite Moriael Paiva, diretor executivo de criação da Talk Comunicação Interativa e especialista em comunicação política na internet.

Voto com ar digitalNas últimas eleições, Paiva atuou

como coordenador da campanha online do reeleito prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, e sofreu com as limitações da legislação eleitoral da cidade que impunha uma série de restrições, além é claro da menor penetração da internet se comparada com os Estados Unidos. “Temos todo o instrumental que a campanha do Obama utilizou e vi avanços localmente. Quando coordenei a campanha do José Serra, em 2002, o número de internautas e o papel da internet eram menores. Mesmo com as dificuldades operacionais deste ano notamos que os usuários vêem a web e a presença dos políticos nela de outra forma”, argumenta.

Para trabalhar a campanha de Kassab na web, mesmo com todas as barreiras, foi criada uma equipe de 35 pessoas, todos com perfil blogueiro. “A cabeça de quem possui blogs é diferente, ele entende o usuário. Ninguém aceita posts pagos, por exemplo. E todos sabiam que não era o Kassab que escrevia no blog da campanha, ele aparecia em videoblogs e as palavras dele eram usadas. É preciso respeitar a inteligência do eleitor/internauta”, explica Paiva. Entre as ações realizadas estava o

Além do fenômeno eleitoral em si, a vitória de Barack Obama é também o triunfo de uma estratégia complexa que utilizou a web como um canal abrangente, múltiplo e

rico em suas possibilidades. Não é por acaso que se fala da campanha como a primeira eleição digital da história e em um divisor de águas. Mas será que existem lições que podem ser aplicadas no mundo corporativo?

“Com certeza, a campanha do Obama foi um case importante. Tudo o que ele fez está correto e bem feito. A estratégia foi bem amarrada em todos os sentidos. Ele usou o meio digital em sua plenitude, oferecendo uma aula de relacionamento com seus eleitores, e fomentou o uso de ferramentas que tornaram as pessoas verdadeiros cabos eleitorais virtuais”, elogia Eduardo Bicudo, presidente da Wunderman, agência de marketing de relacionamento e internet do Grupo Newcomm. Se não bastasse o sucesso da estratégia, os números são impressionantes: doações de 55 milhões de dólares advindos da própria web, mais de 2 mil vídeos no Youtube e 3 milhões de amigos no Facebook (veja mais indicadores no quadro Obama em números).

O reconhecimento de especialistas de marketing chegou ao ponto de Obama ser considerado o “Anunciante ano”, pela revista AdvertisingAge. “Não é

A estratégia bem-sucedida do Presidente barack obama na web pode ser aplicada pelas corporações brasileiras? especialistas afirmam que sim, analisam como e apontam os caminhos que podem gerar dividendos para marcas e produtos que desejam utilizar de forma mais produtiva e eficiente este canal chamado internet

estranho dizer que depois dessa eleição existe o AO e o DO ou o Antes do Obama e o Depois do Obama no que diz respeito a marketing digital político ou não”, argumenta Bicudo.

Esse entusiasmo se deve a forma como Obama utilizou ao máximo os componentes de interatividade típicos do ambiente web 2.0 – entrando em todos os sites possíveis de redes sociais, engajando os eleitores a serem seus amigos e abrindo canais de comunicação direta, entre outras atividades como o uso intensivo de telefonia celular – e mesmo 3.0, ao abrir uma página na Wikipedia para fazer uma espécie de diário de campanha (veja mais detalhes no Box: Ações coordenadas). “Ele privilegiou a

>internet

“A comunicação entre empresa e

clientes em comunidades criadas pelas

corporações em redes sociais

como o orkut é complicada.

Quem cuida de marcas não sabe

ouvir o que se fala delas”

CEzAr CAllIgArIS, DA AgêNCIA SAlEM

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Lições virtuais de obama

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4 0 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

>internetmonitoramento do Orkut e outras

redes sociais e a montagem de uma comunidade fechada para os participantes da campanha que atingiu 3 mil pessoas e que serviu para o engajamento, distribuição de informações e interatividade.

O coordenador político já percebeu mudanças no comportamento de políticos brasileiros, com Obama servindo como um garoto-propaganda para maior investimento no meio digital. Mas existem também alguns casos locais, não na mesma magnitude, que fazem o uso constante da ferramenta de blog, como o do atual Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. “Já em 2006 ele disse que a web era um canal importante para o Governo dele e estava certo”, relembra Paiva.

Porém, a idéia de um candidato alavancado pelo meio digital é algo raro, e para Presidente no Brasil é um mote ainda em gestação. Paiva acredita que nas eleições presidenciais de 2014 será possível um fenômeno quase Obama de acordo com a crescente penetração da web nas classes C, D e E, com algum peso já em 2010. Até lá, a TV segue majoritária em seu papel de construção dos candidatos eleitos.

É a webMas e o reflexo no meio

corporativo? É interessante fazer a analogia entre o Obama candidato e uma marca. Assim como um produto, o candidato fez propaganda, trabalhou o

relacionamento com seus consumidores e atingiu até mesmo a idéia de compra – afinal o número de doadores e o volume de recursos arrecadado fizeram dele quase que um objeto. “Um componente raro, era um “produto” com viral espontâneo associado, a partir do grande número de vídeos feitos pelas pessoas para apoiar a sua campanha”, completa Cezar Calligaris, diretor da área digital da agência Salem.

Essa ponte Obama-corporativo escancara uma crítica recorrente, a de que as empresas não trabalham bem o canal digital. “Eles não sabem mesmo e poucas agências trabalham com profundidade. O ferramental está disponível e a questão latente é costurar isto. No entanto, ainda precisamos educar o mercado. Quanto mais gente souber como foi feita a campanha do

Obama melhor, até para saber o que pode ser feito. Mas, claro, além do conhecimento é preciso disposição e recursos para investir”, aponta Bicudo.

Outro obstáculo, que agora pode se exacerbar, é a idéia de que é fácil criar um viral (veja um caso real no Box: Campanha com “vírus” inoculado). “O fenômeno Obama vai ampliar essa idéia estreita de buscar o viral sem saber nem mesmo para quê ele serve. O papel de quem trabalha nas agências é o de conduzir o executivo corporativo pelo caminho certo, ajudando nesse processo”, garante Bicudo.

Transparência e envolvimento Afinal, mesmo que não saibam

exatamente o objetivo, os meios e os fins, muitos executivos de marketing das empresas chegam nas agências e de pronto pedem: “queria que esse lançamento se tornasse um viral com milhões de acessos”, como se existisse uma fórmula e uma métrica que indicasse: você investe x e terá uma viralização de y milhões de acessos. “Essa demanda só tende a piorar com a idéia de que o Obama foi um grande viral. Quem é sério explica que viral é algo que não se tem controle algum na sua dinâmica. O investimento pode ajudar na sua construção, porém não existe fórmula pronta”, admite Calligaris.

Para Paiva, essa visão pode

O Sandero Stepway (www.renault.com.br/stepway), novo carro da Renault, foi lançado exclusivamente pela Internet com campanha desenvolvida e hotsite criado pela agência Salem,

e já recebeu mais de 1 milhão de acessos em pouco mais de um mês de operação. Um feito para um “viral” corporativo.

“Atribuímos o sucesso e o grande interesse dos internautas ao fato de se tratar de um carro muito atrativo, que traz a possibilidade de o consumidor expressar sua personalidade por meio de adesivos customizados. Há também a força de ser a primeira campanha exclusivamente on-line realizada no lançamento de um automóvel no Brasil”, aponta Vanessa Castanho, gerente de publicidade da Renault do Brasil. O hotsite criado possibilita diferentes formas de interação entre a marca e o consumidor e, virtualmente, o internauta pode descobrir diferentes dicas de várias capitais do Brasil, além de postar a sua própria descoberta.

Todo desenvolvido em 3D, o endereço eletrônico traz uma réplica virtual do Sandero Stepway e simula um passeio por ruas de algumas cidades brasileiras. A criação da campanha on-line

foi toda baseada no posicionamento estratégico “Renault Sandero Stepway. Um novo movimento urbano”, desenvolvido pela agência Neogama/BBH.

No hotsite, diversos personagens urbanos recomendam museus, bares, restaurantes e cafés de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Recife. O hotsite do Renault Sandero Stepway está também com novos cenários, como uma praia, uma escola de música, um estúdio de tatuagem, um muro grafitado, além de disponibilizar oito estilos de música diferentes para o usuário escolher aquela com que mais se identifica e aproveitar melhor o passeio virtual.

A campanha on-line, que teve início em agosto, contou com dois blogs – www.meucarrosematou.com e www.canseidacidade.com, o hotsite, anúncios nos principais portais do país, além de uma estratégia de guerrilha para viralização de vídeos inéditos. Ao todo, foram produzidos 16 filmes, sendo três para o blog “meucarrosematou”, quatro para o blog “canseidacidade” e outros nove para o hotsite do Renault Sandero Stepway.

caMpanha coM “vírus” inoculado

“Como a internet é relativamente nova e o comprometimento

com o canal, especialmente nas

verbas, é pequeno, o caminho é buscar

algo comprovado”EDuArDo bICuDo,

DA WuNDErMAN

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4 2 T I I n s I d e | d e z e m b r o d e 2 0 0 8

>internetainda restringir a estratégia do

Presidente norte-americano a um elemento: o viral. “Existem muitos elementos, virais ou não. Não podemos esquecer da colaboração, do conteúdo segmentado, da interatividade e do envolvimento com a “marca” que fez com que as pessoas consumissem fotos e até fizessem doações para a campanha. E a mensagem, que sempre era direta, sem rodeios”, assegura o coordenador da campanha digital do Prefeito Kassab.

Falando em envolvimento, será que uma marca do mundo corporativo conseguiria esse nível de comunicação? Afinal, eleger um Presidente na maior democracia do planeta é algo sem precedentes. No entanto, além da dimensão e da complexidade de ser reproduzida, existe o componente do comprometimento corporativo – e as empresas são avessas ao risco. O profissional de marketing tem, na maioria dos casos, urticária quando é convidado a arriscar. E, pior, a web ainda é algo de difícil mensuração de resultados, especialmente os ganhos indiretos que não são ligados a uma venda propriamente dita. “A opção ainda é fazer o arroz com feijão. Como a internet é relativamente nova e o comprometimento com o canal, especialmente nas verbas, é pequeno, o caminho é buscar algo comprovado”, explica Bicudo.

Uma visão que ganha eco com

Calligaris. “Esse medo de ousar é algo histórico, até porque a reação dos internautas ainda apavora. A comunicação entre empresa e clientes em comunidades criadas pelas corporações em redes sociais como o Orkut é complicada. Quem cuida de marcas não sabe ouvir o que se fala delas”, critica.

Algo que se amplifica quando um indivíduo encampa a idéia de compra de determinado produto e passa a reivindicar melhorias ou novas aplicações para aquilo que consumiu, mais ou menos como acontece agora depois que Obama foi eleito. Na analogia candidato/presidente com produto lançado/produto vendido, a

marca passa a ser vidraça. “Assim como o Obama fez, depois de construir um canal é preciso manter e até mesmo ampliar essa comunicação. Normalmente, as empresas se esforçam para vender, adquirir clientes e não criam um diálogo constante. É preciso manter a relação quente. O Presidente criou um site para falar das mudanças e da transição mesmo antes de assumir a cadeira e continua com uma relação transparente na web”, enumera Bicudo. Ou como lembra Paiva, existe a máxima: é mais fácil manter um cliente e ampliar os negócios com ele do que conquistar um novo. Será que essa lição está valendo para os projetos de Internet das corporações?

obaMa eM núMerosn Mais de 3 Milhões de doadoresn acuMulou cerca de us$ 650 Milhões (Mais do que

a soMa dos dois presidenciáveis eM 2004)n us$ 55 Milhões diretaMente pelas ações digitaisn us$ 2,9 Milhões destinados à publicidade no googlen Mais de 2 Mil vídeos no Youtuben 4 vezes Mais aMigos no MYspace que o adversário Mccain.n 3 Milhões de aMigos no facebookn base de dados eM torno de 10 Milhões de e-Mailsn bancos tiveraM uM auMento de 1 Milhão de ligações

eM seus phone bankings.

Fonte: Apresentação de Eduardo Bicudo, da Wunderman

Ações coordenAdAs VejA Alguns cAnAis e As Ações desenVolVidAs pelo noVo presidente dos estAdos unidos:

CHaNGE.GOVLançado depois do término da votação, o site change.gov é usado como blog para acompanhar todo o período de transição do Governo. Fomenta opiniões e reivindicações das pessoas sobre as mudanças desejadas e abre espaço para deixar on-line, por cinco dias, os comentários de futuras leis não emergenciais. FaCEbOOkCom a marca de 2 milhões de “amigos” a página de Obama contabilizou mais de 400 mil posts e disponibilizou widgets, lista de eventos da campanha, fotos, mini-depoimentos e vídeos, entre outras funcionalidades. LINkS paTROCINaDOSO investimento partiu de atividades de “bloqueio”, como a compra do termo “Obama as a muslim”, para conter as críticas sobre seu sobrenome ser o de um muçulmano, até

se tornar um dos nomes mais procurados nos buscadores. De janeiro a junho, a palavra Obama registrou em media 5,36 milhões de pesquisas/mês contra 1,3 milhão de pesquisas/mês do nome McCain. apenas no Google sua campanha investiu mais de US$ 2,9 milhões. MUNDO MóVELO candidato anunciou a escolha do seu vice-presidente por SMS para a base de eleitores que tinham seus celulares cadastrados. a estratégia incluiu ainda um aplicativo que ajudava o eleitor com I-phone a ligar para convencer os amigos de sua agenda a votar no candidato, e com uma funcionalidade que mostrava o status do “convencimento”. MySpaCEatingiu a marca de 540 mil “amigos” e bateu os 100 mil comentários em sua comunidade ao melhor estilo Orkut, como conhecemos esse tipo de rede social no brasil.

Fonte: Apresentação de Eduardo Bicudo, da Wunderman

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