revista sindipi nº 25

52
Revista SINDIPI 1 Revista Informativo Bimestral do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região - SC Setembro/Outubro de 2007 - Ano V - Número 25 Ilha da Magia Onde todos os caminhos levam ao mar Projeto Isca-Viva Promoção em latas de atum Defesos e captura Caderno de Gastronomia Entrevista com o Presidente da AMB Rodrigo Collaço fala sobre valores éticos no Brasil

Upload: sindipi-da-pesca

Post on 26-Mar-2016

261 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Revista Sindipi Nº 25 - Referente aos meses Janeiro e Fevereiro de 2008.

TRANSCRIPT

Revista SINDIPI 1

Revista

Informativo Bimestral do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região - SC

Setembro/Outubro de 2007 - Ano V - Número 25

Ilha da MagiaOnde todos os caminhos levam ao mar

Projeto Isca-Viva Promoção em latas de atum Defesos e captura Caderno de Gastronomia

Entrevista com o Presidente da AMBRodrigo Collaço fala sobre valores éticos no Brasil

2 Revista SINDIPI

Editorial....................................................................................................................4

Palavra do Presidente - Contra a internacionalização dos portos.......................6

Entrevista - Presidente da AMB, Rodrigo Collaço..................................................8

Especial - Projeto Isca-Viva...................................................................................12

Segurança sanitária - Controle de resíduos e contaminantes...........................16

Câmara Setorial - Defesos e captura no cerco...................................................18

- Sugestões na pesca de emalhe.............................................19

Marketing - Promoção Surpresas do Mar.............................................................20

Mercado - Método aplicado pela Gomes da Costa..............................................22

Legislação - Água de lastro nos navios................................................................24

Inovação - Novo produto no mercado de alimentos.............................................26

Economia - Financiamento pelo BNDES..............................................................28

Responsabilidade Social - Programa Escola Aberta.......................................30

Turismo - Florianópolis, de todos os sonhos........................................................32

Qualidade de Vida - Saúde, Trabalho e Felicidade.............................................40

Arte - Pedro Pires....................................................................................................42

Livro - Obra aborda pesca e turismo.....................................................................44

Gastronomia - Caderno especial de receitas.......................................................46

Mensagem - Atitude é tudo...................................................................................50

Especial - Pesca com isca-viva

Arte - Pedro Pires

Inovação - Mercado de pescado

Gil R

eiserG

eraldo Rossi

Divulgação

A Revista Sindipi é uma publicação do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e RegiãoDiretoria do Sindipi: Antônio Carlos Momm( Presidente); Dario Luiz Vitali (Vice-Presidente); João Manoel da Silva ( Tesoureiro)- Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini(OAB/SC 15.939)- Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina-Cep: 88301-030; e mail: [email protected] Fone: (47)3348.1083 site: www.sindipi.com.br. Coordenação Editorial: Antônio Carlos Momm.Jornalista Responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Designer Gráfico: Geraldo Rossi; Direção Comer-cial: Adriana Cardoso; Fotografia: Marcello Sokal. Impressão: Gráfica Coan - Circulação: setor pesqueiro nacional, profissionais do setor, parlamentares, imprensa.As matérias jornalísticas e artigos assinados na Revista Sindipi somente poderão ser reproduzidos, parcial ou integralmente, median-te autorização da Diretoria. A Revista Sindipi não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Eles não represen-tam, necessariamente, a opinião da revista.Fale conosco: REDAÇÃO: envie cartas para a editora, sugestão de temas e opiniões: [email protected]: para anunciar na Revista, entre em contato: [email protected] ou por telefone: (47)-3348.1083

Índice

Foto capa: Ponte Hercílio Luz em Florianópolis - Aureo Berger - www.maximagem.com

Turismo - Florianópolis

Divulgação

4 Revista SINDIPI

EditorialR

afael Firpo

Apostar em mudanças e trazer novidades no visual da Revista e na logomarca do Sindipi. Assim,comemoramos Bodas de Prata da Revis-ta, ou seja,nossa 25ª edição.

Apostamos em profissionais de SC. O no projeto gráfico foi desenvolvido pelo designer Geraldo Abud Rossi. A proposta é deixar a publicação mais moder-na e “clean”, de acordo com os parâmetros das conceitua-das revistas nacionais. A diagramação das matérias foi tra-balhada para facilitar a leitura, deixando-a mais atraente.

A nova identidade visual do Sindipi, a logomarca, foi desenvolvida pelo designer Márcio Novaes. A função da nova marca é transmitir através de suas cores e formas uma série de informações da atual diretoria do Sindipi aos associados e para o público em geral. As cores vivas, com-binadas a uma ilustração com forma limpa e traços arre-dondados, procuram repassar todas as ações inovadoras do Sindicato.

A nova marca procura captar de forma sintetizada um dos momentos mais sublimes para os pescadores. A hora em que a rede é retirada do mar . A ilustração mostra o mar, o peixe e a rede integrados de tal forma, que representam um só elemento. Este foi o maior desafio da marca, trans-mitir graficamente harmonia, integração e dinamismo.

Vale destacar a recém criação do site do sindipi, www.sindipi.com.br, uma aposta em mais uma ferramen-ta moderna de comunicação.

Além das inovações apresentadas, convido você a

compartilhar esta 25ª edição, que está especial. Elabora-mos um caderno de gastronomia de dar água na boca. Confira as matérias sobre os estudos nas pescas de cerco e emalhe; a parceria do Sindipi no Projeto Isca-Viva e o relatório na embarcação Viviane F;participações do profes-sor Alex Augusto e do fiscal federal agropecuário Leandro Feijó e outros destaques.

A mensagem publicada no final desta edição mostra o quanto nós somos responsáveis por nossa vida e que tudo depende de escolhas e de nossa atitude. Uma excelente leitura!

Daniela Maia, [email protected]

(47)3348-1083/8836-2325

Revista SINDIPI 5

6 Revista SINDIPI

Palavra do Presidente

Desde junho deste ano a mídia divulga que o estado da Bahia e a região espanhola da Ga-lícia aproximaram posições para a criação de um porto pesqueiro no litoral baiano. Esta in-formação deixou todos os representantes do

setor pesqueiro nacional temerosos e perplexos. Encami-nhei uma carta ao Presidente da República, esclarecendo a nossa opinião contrária a internacionalização do Porto e enfocando a importância da pesca oceânica brasileira e como é praticada.

Existe em nosso país uma frota que realiza a pesca oce-ânica com embarcações de pequeno porte (14 metros) e que não é computada pelos órgãos oficiais, a segunda fro-ta apresenta capacidade de navegabilidade e segurança, porém com capacidade de captura e conservação do pes-cado limitada. A terceira frota é formada por embarcações construídas em nosso país especificamente para a pesca de atuns e afins (long-line), porém sofre restrições compa-radas com as frotas estrangeiras. Nossos armadores se alto financiam e ainda pagam alta carga de impostos para importação de equipamentos modernos. A quarta frota é constituída por embarcações para pesca de atum de isca viva, praticamente limitada nas regiões Sul e Sudeste, que basicamente abastecem as enlatadoras na região em fran-co desenvolvimento. E o Brasil tem um espaço oceânico de aproximadamente 4,3 milhões de km2.

A frota estrangeira que vem bater na nossa porta soli-citando apoio logístico só o faz porque nosso país é dito como a última fronteira a ser conquistada. Esclarecendo: é uma frota migratória que pescou ao redor do mundo com sua eficiência e tecnologia de ponta, agora vislumbra no Brasil a oportunidade de dizimar os melhores estoques existentes de atuns e afins, onde os peixes são de tama-nhos grandes e rentáveis economicamente. Além disso, segundo dados repassados pelo pesquisador Fábio Ha-zin, anualmente são capturados no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, cerca de 600 mil toneladas de atuns e es-pécies afins equivalendo a um valor de comércio de US$ 4 bilhões e o Brasil participa apenas com cerca de 7%. Um valor pequeno, que se aumentado vai ao desencontro de interesses de países como Espanha, Japão, no qual as quotas sempre foram conquistas de acordo com o históri-co das capturas. É uma briga por espaço, por um patrimô-nio brasileiro e não podemos ceder os nossos portos.

Vale aqui ressaltar que o Conepe, através do seu Pre-sidente Fernando Ferreira acionou todos do setor da pes-ca, encaminhando um ofício ao Presidente Lula desacon-selhando a abertura de um porto pesqueiro nacional para embarcações estrangeiras. Um documento muito bem elaborado pelo Diretor do Departamento de Pesca e Aqüi-cultura da UFRPE e representante da ICCAT, Fábio Hazin, serviu de base científica para nossas considerações. Va-mos defender o direito do País em desenvolver a pesca oceânica. Não podemos voltar à condição de país colônia, se existe por parte do mundo interesse em nossas reservas que estas sejam levadas com todos os valores agregados possíveis, gerando receitas e empregos em um país pobre e necessitado como o nosso. Estamos tratando de nada mais, nada menos que alimento e proteína animal da mais alta qualidade.

Antônio Carlos MommPresidente Sindipi

Manifesto contra ainternacionalização de Portos Pesqueiros

Alencar C

abral

Revista SINDIPI 7

8 Revista SINDIPI

Entrevista

Revista SINDIPI 8

A postura independente e insubmissa, somada ao respeito pelos valores éticos do presidente da AMB

Há quase seis décadas atu-ando na defesa dos ma-gistrados, no fortalecimen-to do Poder Judiciário e na promoção dos valores do

Estado Democrático de Direito, a AMB, Associação dos Magistrados Brasileiros, considerada a maior associação de Ma-gistrados no país e no mundo, destaca-se com ações de interação com a socieda-de. Com diálogo e respeito mútuo entre todos os segmentos da justiça brasileira, o atual presidente da AMB, juiz Rodrigo Collaço, natural de Santa Catarina, está à frente da Associação desde dezembro de 2004. Em sua gestão, a iniciativa em fazer diversas campanhas, a aproxima-ção da Associação com a sociedade e a participação em grandes debates foram ações relevantes para nós, da equipe da Revista Sindipi, convidá-lo a participar da nossa entrevista. Afinal, todos do setor pesqueiro, e todos os cidadãos lutam por uma sociedade brasileira em defe-sa da ética em todas as esferas, princi-palmente na política pública, a base do desenvolvimento do Brasil. Ser represen-tante de uma associação com cerca de 14 mil associados, sabemos que é difí-cil, mas não impossível. E aí vai uma das citações de Michael Walzer defendidas pelo presidente da AMB: “a tolerância torna a diferença possível e a diferença torna a tolerância necessária”.

Revista SINDIPI 9Revista SINDIPI 9

SINDIPI - Como o senhor avalia o preparo dos magistrados no Brasil, em termos de aperfeiçoamento técnico, científico, cultural e humanístico?

Collaço - A capacitação e atuali-zação dos magistrados brasileiros é uma das bandeiras da AMB. Estamos sempre investindo em cursos de for-mação e aperfeiçoamento, que são promovidos pela Escola Nacional de Magistratura. A ENM trabalha pela conscientização dos magistrados e da sociedade brasileira em relação às importantes questões que envolvem as escolas da magistratura de todo o país, além de oferecer cursos de espe-cialização e aperfeiçoamento cultural, jurídico e humanístico, no Brasil e no exterior. Neste momento, por exemplo, somos parceiros do I Congresso Ibe-ro-americano sobre Cooperação Judi-cial, que será realizado em novembro na Espanha.

SINDIPI - Quais as principais ini-ciativas adotadas para estimular o de-bate e a busca de soluções para os problemas da magistratura no Brasil?

Collaço - Entendemos que a pre-ocupação maior é com a causa da justiça, desbordando de questões restritas a carreira da magistratura. Com esse enfoque é preciso reafirmar que a nossa maior preocupação diz com o prestígio do judiciário perante a sociedade, porque ele é essencial à democracia. Assim, a busca por um judiciário mais eficiente e efetivo, com a adoção de métodos que reduzam a morosidade é fundamental. No mes-mo sentido, reafirmando a credibilida-

de do judiciário, lutamos pelo fim do nepotismo (hoje é o único poder sem nepotismo), fixação de um teto remu-neratório transparente, simplificação da linguagem jurídica e a luta impla-cável contra a corrupção.

SINDIPI - De que forma a AMB colabora ou até onde pode contribuir com as questões sociais?

Collaço - Vivemos em um país em

que a AMB entende as campanhas deflagradas em favor das ELEI-ÇÕES LIMPAS, CONTRA O FORO PRIVILEGIADO e pelas crianças e adolescentes que vivem em abri-gos - MUDE UM DESTINO. O mais importante, porém, é desencadear debates no meio da magistratura para que a realidade de nosso país seja cada vez mais compreendida por nossos juízes.

SINDIPI - Segundo dados di-vulgados pelo IBPT em 2006, 32% de todos os tributos arrecadados no país são desviados pela corrupção e desleixo com a máquina pública. Que país é esse?

Collaço - É o país que resultou do domínio das elites sem compro-misso com o desenvolvimento. É o país que resultou de uma legislação permissiva com aqueles que pos-suem poder político e econômico. É o resultado de um país, onde parcela significativa dos cidadãos é jogada na mais absoluta miséria e exclusão. A conseqüência mais devastadora dessa realidade é o crescimento desenfreado da crimi-nalidade. O sentimento gerado pela realidade é gravíssimo - de impuni-dade e de descrédito nas institui-ções.

SINDIPI - O setor produtivo, exemplifico aqui o setor pesqueiro, é uma atividade que como outras depende de infra-estrutura terrestre, marítima, aérea para operar, uma “guerra” aos tributos para tentar

HISTÓRIA DA AMB

Embora sua certidão de nasci-mento registre o dia 10 de setembro de 1949 como a data de sua cria-ção, a história da Associação dos Magistrados Brasileiros começou a ser delineada alguns anos antes. Em 1936, o juiz mineiro José Júlio de Freitas Coutinho lançou a se-

mente do que, posteriormente, viria a ser a AMB, ao enviar cartas a colegas de todo o País, convocando-os para organizar uma entidade nacional que congregasse todos os juízes brasilei-ros. Já em 1941 foi a vez do ministro do STF, Edgard Costa, convocar uma nova reunião dos futuros fundadores. O nome Associação dos Magistrados Brasileiros foi dado em 1948, ano em

que 50 magistrados se reuniram para eleger a primeira Diretoria e a Comissão de Propaganda e Cultu-ra. A AMB, na verdade, só foi regis-trada com um ano e nove meses de vida, época em que começou a emitir os primeiros posicionamen-tos e discursos. O dia da posse de sua primeira Diretoria passou a ser considerado o seu aniversário.

“A tributação em nosso país é um aspecto que cha-ma a atenção de

todos, empresários e trabalhadores. Há uma unânime

percepção de que ela é excessiva.”

que pouquíssimas pessoas têm aces-so à educação e cultura. Como asso-ciação de magistrados, sentimo-nos obrigados a ocupar o espaço público, suscitando o debate em favor daque-las questões que entendemos como base de uma nação social e econo-micamente desenvolvida. É assim

10 Revista SINDIPIRevista SINDIPI 10

sobreviver; competitividade desleal com outros países etc. Em sua opi-nião quais ações emergenciais po-deriam ser tomadas para evitar um colapso?

Collaço - A tributação em nos-so país é um aspecto que chama a atenção de todos, empresários e trabalhadores. Há uma unânime per-cepção de que ela é excessiva. A incidência tributária deve ser enfoca-da em dois aspectos. O primeiro, o da necessidade. Em um país pobre como o nosso, onde as necessida-des básicas da população não estão atendidas, seria razoável pagarmos impostos elevados. Em geral, todos os países desenvolvidos enfrentaram isso. Ocorre, entretanto, que parale-lamente o país deveria colher os fru-tos da educação para todos, da saú-de para todos, da habitação digna para todos, etc. Esse seria um fator de crescimento, com a qualificação da população e a conseqüente baixa dos impostos. Vivemos um quadro diferente. Os vultuosos recursos ar-recadados não são canalizados para o desenvolvimento social e, além de tudo, têm a sua função desviada. Paradoxalmente, significativa parce-la da sociedade sonega impostos e direitos, por exemplo, contrata tra-balhadores sem a observância da legislação, etc. Tudo para permitir um mínimo de competitividade com os demais países exportadores. Não há, por parte do governo, um míni-mo de planejamento estratégico. Há, sim, a crescente precarização da infra-estrutura. Basta ver o que ocorreu recentemente com a avia-ção. Penso que o mais importante é a pressão política. A unificação de todos os interessados, em uma ver-dadeira cruzada pelo controle dos orçamentos públicos, na ponta dos gastos. Ainda são parcas as campa-nhas que visem ao esclarecimento da população acerca dos malefícios dessa realidade.

SINDIPI - Uma das bandeiras de luta da Associação é contra o foro

privilegiado. Qual a perspectiva de mu-dança e o que efetivamente mudaria em relação ao autor do crime?

Collaço - A luta contra o foro pri-vilegiado depende, para o seu su-cesso, de mudança da legislação. É necessário que o Congresso altere a Constituição da República, pondo fim a algo que tem beneficiado em muito os políticos. O foro privilegiado deve ser combatido porque remete aos tri-bunais superiores o conhecimento e julgamento de situações que exigem muita estrutura para que os processos

Já colhemos alguns indícios de que a consciência da punição deve imperar, para tanto basta atentar para o recebi-mento da denúncia dos implicados no chamado “MENSALÃO”, pelo STF.

SINDIPI - Sempre ouvimos que

a justiça é lenta no Brasil e que em alguns casos acaba favorecendo os criminosos. Como fazer para que haja mais ação por parte do judiciário e mu-danças na legislação?

Collaço - Recentemente colhemos o resultado de uma análise do Banco Mundial, que aponta os juízes brasilei-ros com os mais produtivos do mundo. É preciso sublinhar que os magistra-dos no Brasil trabalham muito. Ocor-re que o volumoso trabalho encontra entrave na legislação processual. Há um culto excessivo ao processo, ao instrumento, em detrimento do direito material. O complexo regramento pro-cessual vem favorecendo aqueles que dispõem de melhores condições ma-teriais de enfrentarem o processo. Há recursos e mais recursos, incidentes e mais incidentes que, nestes casos, fa-vorecem o acusado. A AMB, da mes-ma forma como promoveu com rela-ção ao regramento processual civil, encaminhou ao Congresso uma série de modificações que entendemos ur-gentes, todas no sentido de tornar o processo mais pragmático. Mais uma vez esbarramos na vontade política do parlamento. Se houvesse vontade po-lítica, poderia ser construída uma pro-posta de alteração legislativa, contan-do com o concurso de todos aqueles que vivem o problema.

SINDIPI - A prática de nepotismo nos poderes Executivo e Legislativo ain-da persiste. Qual seu ponto de vista?

Collaço - Não há dúvida que per-sistem. O judiciário deu o exemplo, banindo de seu meio essa prática. O nepotismo coloca em dúvida a credi-bilidade dos poderes perante a popu-lação. Lamentamos que os casos de nepotismo nos demais poderes não tenham um contunde interesse da im-prensa. Vejamos, por exemplo, o que

“Há uma ver-dadeira epidemia de corrupção e

um generalizado sentimento de im-punidade. Isso é gravíssimo. Num quadro como o

que vivemos é ne-cessário evitar-se, ao máximo, qual-

quer idéia de privilégio.”

sejam rápidos. Os STJ e o STF, têm estrutura para cumprirem a sua função recursal. Há uma verdadeira epidemia de corrupção e um generalizado senti-mento de impunidade. Isso é gravíssi-mo. Num quadro como o que vivemos é necessário evitar-se, ao máximo, qualquer idéia de privilégio. Aqueles que praticam atos de corrupção deve-riam ser julgados como todos os cida-dãos, pelo primeiro grau de jurisdição.

Revista SINDIPI 11Revista SINDIPI 11

ocorre com os ministros do governo federal. Significativa parcela acumula cargos em conselhos de estatais, em-pregam parentes, etc. Apenas a pres-são e a exposição pública dos casos é capaz de estimular uma reação que ponha fim a essa mazela.

SINDIPI - Quais são os principais

desafios a serem conquistados pela AMB?

Collaço - A AMB tem uma rica e longa história, já caminhamos muito, mas há muito a ser feito. Penso que o maior deles é o de fazer com que a população creia cada vez mais no Judiciário. Que a sociedade brasileira saiba que o Judiciário é a última porta para bater, quando se quer fazer valer direitos sobre violações.

SINDIPI - Como está o andamen-to da proposta sobre a participação de todos os juízes na escolha dos dirigen-tes dos Tribunais?

Collaço - Ganhando espaços. É preciso lembrar que a proposta põe em debate a tradição reinante. Len-tamente estamos avançando, apesar da resistência da cúpula dos tribunais. Quem conhece a realidade estrutural dos tribunais, sabe que no judiciário a participação democrática é minús-cula. Não há sentido que as direções dos tribunais sejam eleitas sem com-promissos públicos, sem o debate e a participação dos juízes, em especial os de primeiro grau.

SINDIPI - Comente sobre a Cam-panha por um Judiciário Mais Forte. Quais as principais ações?

Collaço - A AMB tem procurado, ao longo dos anos, representar o pen-samento e os anseios da maioria dos juízes brasileiros. A campanha Por um Judiciário mais Forte foi um esforço nesse sentido. Entre outras ações, pu-blicamos uma cartilha com os temas mais importantes para a magistratura em debate no Congresso Nacional e na comunidade jurídica. Entre esses temas, destaco o combate ao nepo-tismo; o voto aberto e motivado nos

tribunais; a eleição para metade dos membros do órgão especial dos tribu-nais; e a eleição direta para os mem-bros da administração dos tribunais.

SINDIPI - A AMB lançou uma

campanha para estimular a adoção de crianças. No entanto, as pessoas re-clamam que seguem com dificuldades de adotar, em razão de não haver um banco de dados integrado, e de que muitas Varas exigem documentos ex-cessivos. A AMB tem alguma propos-

de criança ou adolescente aceitam. Normalmente as famílias não procu-ram crianças com mais de um ano, negras ou que estejam com irmãos nos abrigos. Esse é o verdadeiro entrave no processo de adoção e não os documentos que, via de regra e salvo alguma exceção, são aqueles que usamos para todos os atos da vida civil. Em relação ao ca-dastro, não penso que o problema seja a falta dele, já que a partir da implantação teremos sim estatísti-cas mais confiáveis a respeito do tipo de criança que está abrigada e poderemos mostrar que, só não acontecem mais adoções, porque o brasileiro é extremamente seletivo quando se trata deste assunto.

SINDIPI - O que ainda é preci-so para acelerar os trâmites da ado-ção no Brasil? Desde a demora na realização de pesquisas sociais, por falta de assistente social, acúmulo de processos, estrutura etc. A cam-panha da AMB “Mude um Destino” atende a esses pontos?

Collaço - O principal motivo da demora são as escolhas excessi-vas dos pretendentes. Mas, existe também a necessidade de aprimo-ramento de uma série de questões entorno do processo de adoção. Nossa campanha, ao chamar a atenção para esta questão, penso, contribuiu para uma maior atenção dos tribunais em relação a estrutura das varas da infância e juventude.

SINDIPI - Algumas ações da AMB envolvem crianças na Escola, como o projeto da Cartilha da Jus-tiça em quadrinhos. Acredita que os resultados são imediatos ou em longo prazo?

Collaço - Os resultados são a longo prazo, não imediatos, fato que não altera nossa disposição em realizar estas ações. Não preci-samos dos dados para mostrar que estamos fazendo algo certo e, com resultados demonstráveis ou não, nossa função deve ser exercida.

“O complexo regramento pro-

cessual vem favo-recendo aqueles que dispõem de melhores condi-ções materiais

de enfrentarem o processo. Há re-cursos e mais re-cursos, incidentes e mais incidentes que, nestes ca-sos, favorecem o

acusado.”

ta prática para estimular os tribunais a melhor articular o cadastro?

Collaço - Nossa campanha está relacionada com as crianças e ado-lescentes que vivem em abrigos, onde a adoção se mostra como uma pos-sível solução para alguns casos. E uma das principais dificuldades está relacionada aos critérios que as pes-soas colocam quando dizem que tipo

12 Revista SINDIPI

Nova fase do Projeto Isca-Viva

O Projeto Isca-Viva, inédito a nível internacional, avalia o desenvolvi-mento tecnológico do cultivo de sar-dinhas e manjubas. A coordenadora do Projeto, Daniela Occhialini desta-ca que esta nova fase envolve, além da produção de isca-viva em labora-tório, o desenvolvimento a bordo dos atuneiros e do protocolo da isca-viva que contempla: infra-estrutura e pro-cedimentos de captura, manejo e manutenção das iscas-vivas nas ti-nas das embarcações. A proposta é aumentar a sobrevivência dos peixes nas tinas, reduzindo os custos e o tempo da pescaria de atuns e afins.

O desenvolvimento do protocolo da isca-viva surgiu durante um em-barque do Oc. Gil Reiser no atunerio Vivivane F, solicitado pelo grupo de armadores dos atuneiros associados ao SAPERJ, orgão parceiro do Proje-to Isca-Viva desde junho de 2006.

Neste primeiro embarque foram registrados 93 itens divididos entre infra-estrutura (tamanho da malha e da tina, potência da bomba d’água, etc.) e procedimentos (passa o sari-co no embalo, sarrama a isca, etc.) Segundo o oceanógrafo esses pro-cedimentos influenciam direta ou indiretamente na sobrevivência das iscas nas tinas.

A identificação da infra-estrutu-ra da embarcação; o acompanha-mento e registro dos procedimentos de coleta; manuseio; estocagem e manutenção das iscas-vivas; iden-tificação; medição e quantificação das espécies utilizadas - determi-nação da densidade de peixes por

Especial

SINDIPI e CEPSUL/IBAMA fortalecem o Projeto Isca-Viva A utilização de iscas-vivas poderá ser otimizada, diminuindo o consumo de sardinhas e manjubas, com custos menores na captura de atuns e afins, aumentando, conseqüentemente, a produtividade dos atuneiros e traineiras.

O acordo de cooperação assinado no último dia 30 de agosto entre o SINDIPI e o CEPSUL/IBAMA agrega um im-

portante representante do setor pro-dutivo - o Sindipi ao Projeto Isca-Viva. A iniciativa do Sindicato tem como fi-nalidade garantir o desenvolvimento do setor e o fortalecimento da pes-ca. Segundo o Presidente do Sindipi, Antônio Carlos Momm, este acordo representa a busca pela sustenta-bilidade da pesca de atum e sardi-nha. “Esta pesquisa vai possibilitar a

maior produção de atum, atualmente limitada pela disponibilidade de isca, além de reduzir os conflitos entre os setores artesanais e industriais”, analisa.

De acordo com o termo de coo-peração, o SINDIPI também assume a contratação de dois oceanógrafos: Gil Anderson Reiser, responsável pelo Laboratório de Piscicultura Marinha (LPM/CEMar/UNIVALI) localizado na Armação do Itapocoroy, Penha/SC e Fabíola Schneider, consultora téc-nica, responsável pelo banco de da-dos e pela logística.

A Assinatura do termo de cooperação, na foto a coordenadora do Projeto, Daniela Occhia-lini, o Presidente do Sindipi e como testemunha, Francisco Carlos Gervásio.

Dan

iela

Mai

a

Revista SINDIPI 13

tina; monitoramento da qualidade da água nas tinas através de leituras da temperatura, salinidade, amônia, pH e oxigênio dissolvido e a quantificação da mortalidade das iscas, são as prin-cipais etapas”, enumera Reiser.

Para o Presidente do Sindipi, es-sas etapas mostram a importância de incentivar o embarque na busca por informações e resultados. “A colabo-ração da frota industrial é imprescin-dível para a execução do Projeto e co-leta de informações. Por isso vamos incentivar os embarques de nossos pesquisadores aos atuneiros, possi-bilitando a troca de experiências entre os profissionais da pesca (mestre e tri-pulação) e pesquisadores”, ressalta.

Gil Reiser avalia que o desenvol-vimento desta ação a bordo permiti-rá esclarecer de forma participativa como cada um dos 93 itens afetam a sobrevivência das iscas nas tinas das embarcações, tendo como resultado principal o aumento da sobrevivência e do rendimento da isca-viva utilizada para pesca de atuns e afins. “Abrirá caminho para que no momento da coleta de informações, os pescadores possam identificar juntamente com o

oceanógrafo como os materiais e mé-todos utilizados influenciam na sobre-vivência das iscas”, explica.

Recém contratado pelo SINDIPI, o oceanógrafo Gil Reiser é um incansá-vel pesquisador da aqüicultura mari-nha (cultivo de organismos marinhos)

o qual vem desde abril de 2005 se de-dicando especialmente às iscas-vivas. Por isso, vamos compartilhar com o leitor o relato do oceonógrafo em via-gem no atuneiro Viviane F, de proprie-dade do nosso associado, o armador Antônio de Pinho Faustino.

A pesca do gaiado na Borracha no atuneiro Viviane F. A embarcação construída em Itajaí pelo estaleiro Santa Luzia dispõe de todos os equipamentos eletrônicos, além de sonar e computador para leitura da temperatura de superfície do mar através de satélite.

Gil

Rei

ser

14 Revista SINDIPI

Acompanhe o relato do oceanógrafo Gil Anderson Reiser a bordo do atuneiro Viviane F

No dia 27 de maio de 2007, o atuneiro Viviane F, co-mandado pelo Sr. José “Carne Seca” Petito, zar-pou do cais da Empresa

Brasilmar em Itajaí/SC rumo a Ilha de Santa Catarina, dando início a procura de iscas-vivas para captura de atuns e afins.

As dificuldades para encontrar as iscas na região de Florianópolis e Gov. Celso Ramos (Ganchos), a preocupa-ção em evitar conflitos com pescado-res artesanais de tainha (período de safra), aliado as notícias de ocorrência de isca na Baia de Guanabara/RJ e a intimidade dos pescadores na região resultaram na opção de se deslocar

ao litoral fluminense dando continui-dade à procura por isca-viva.

Ao amanhecer do dia 1o de junho iniciaram-se os cercos capturando os primeiros saricos de sardinha-verda-deira. Devido a perda de escamas ser um fator determinante da mortalidade, foi dada especial atenção as etapas que provocam este dano.

Durante este embarque foi observa-do que: cerco, transporte das iscas do raso até a embarcação principal, bal-deação e soltura nas tinas estão dire-tamente relacionados à perda de esca-mas. Na seqüência exemplos de ações que podem elevar a sobrevivência.

Com o nascer das anilhas inicia o paneio da rede, momento em que se evita ao máximo o contato das iscas com a rede e com o ar, ainda assim ocorreu perda de escamas das iscas capturadas. Neste sentido é importante tomar o cuidado sempre que panear.

O franzimento das paredes do en-sacador provoca choques das iscas com a rede; assim como a forma do ensacador permite as iscas “fazerem” e nadarem acompanhando o deslo-camento até a embarcação principal. Segundo as observações é conve-niente estar atento ao franzimento e a forma do ensacador, assim como a “natação” das iscas.

Evitar arrastar o sarico ao pegar as iscas reduz a sarrama, assim como passar o sarico de mão-em-mão no embalo. O uso de baldes ao invés de saricos reduziria ainda mais a perda de escamas.

Oc. Gil Reiser digitando os dados coletados para o projeto Isca-Viva

1 - A saricadacerco para um novo lance. 3 - Dimencionamento do número de peixes por sarico, resultando na quantidade de peixes por tina.

1 2 3

Revista SINDIPI 15

Afundar o sarico na tina antes de virar diminuiu o atrito dos peixes com o aro do mesmo, colaborando com a sobrevivência.

No final da iscada um sarico com as iscas que morreram durante a cap-tura foi utilizado para avaliar o volume de isca contido no sarico. Na seqüên-cia as iscas que encostavam mortas no ralo das tinas foram utilizadas para estimar a quantidade de peixes por sarico e conseqüentemente o número aproximado de peixes em cada tina. O método de estocagem dos peixes nas tinas é também determinante na sobrevivência da isca.

Na madrugada do dia 03/06, após a realização de aproximadamente 12 cercos, foi concluído o processo de captura da isca-viva. Neste momento foi iniciado o monitoramento da quali-dade da água nas tinas.

A temperatura é o principal limitante da solubilidade do oxigênio na água, associada à salinidade e à densidade de peixes, reflete na produção de amô-nia que tem sua toxicidade potenciali-zada pelo pH elevado, o que não é raro de acontecer na água marinha.

Conforme relatado a bordo, duran-te o verão há sérios problemas devido a falta de oxigênio provocada, princi-palmente pela densidade elevada de peixes e pela alta temperatura. Este cenário é combatido com o aumento do fluxo de água nas tinas. O atuneiro Viviane F não apresentou limitações no suprimento de água do mar.

Não observamos problemas com a qualidade da água (salinidade, amô-nia, pH) nas tinas, primeiramente por-que a temperatura se manteve abaixo de 25oC e devido a consciência dos pescadores em estocar quantidade

4 5 6

4 - Medindo o comprimento das iscas. 5 - Isca-viva. 6 - Pesca de atum com vara e isca-viva.

adequada de iscas nas tinas.A concentração de oxigênio tam-

bém se manteve em níveis satisfa-tórios, contudo, na tina com maior densidade de peixes foi registrada a menor concentração, refletindo a rela-ção inversa entre densidade de peixes e a qualidade da água.

Cerca de 8 horas depois da con-clusão da iscada chegamos em uma plataforma de petróleo onde foram capturados os primeiros gaiados e atuns. Permanecemos neste pesquei-ro até o dia 06/06. No final deste dia seguimos rumo a um atrator distante cerca de 4 horas de navegação da plataforma.

As últimas iscas foram utilizadas no amanhecer do dia 9/6 concluindo a pescaria dos gaiados e atuns e retor-nando a Empresa Fridusa, Niterói/RJ, onde foi realizada a descarga.

DEPOIMENTO DO OCEANÓGRAFO GIL REISER“Não pretendemos com esta frente de trabalho formar uma equipe de fiscais ou observadores de bordo. Almejamos sim, o

desenvolvimento sustentável da atividade através da otimização do uso das iscas-vivas e da redução dos custos da produção, resultando no aumento da produtividade de atuns e sardinhas abrangendo as duas principais cadeias produtivas de pescado do Brasil.

Aproveitamos esta oportunidade para registrar sinceros agradecimentos a todos os profissionais do Atuneiro Vivivane F, os quais permitiram iniciar este importante trabalho em sua embarcação, bem como não mediram esforços para fazer deste embarque o mais agradável e produtivo possível.

Pioneiro na história da pesca e pesquisa brasileira, o Projeto Isca-Viva já contou com diversos apoios, firmando parcerias com Abrapesca, Bernauer Aqüicultura, Cabral Com. e Transp. de Pescados Ltda, Engepesca, Femepe, Saperj, Sitrapesca, Justiça Fede-ral, IBAMA e com o Centro Experimental de Maricultura da Universidade do Vale do Itajaí (CEMar/UNIVALI) e agora, outra grande e importante parceria: Sindipi, considerado o maior sindicato do setor pesqueiro”.

DEPOIMENTO DO MESTRE DO BARCO VIVIANE F, O “CARNE SECA”“A presença do oceanógrafo Gil na embarcação foi muito importante, nós aprendemos algo mais, temos uma noção melhor do

que é capturado. Começamos a medir o tamanho da sardinha e seu peso. Tenho a consciência de não colocar a sardinha muito miúda nas tinas e a pesquisa a bordo ajuda a comprovar isso. A presença do oceanógrafo. Gil não atrapalhou em nada. Acredito que de vez em quando é necessário, pois há uma troca de experiência, da pesca na prática e na teoria”.

Fotos:Gil Reiser

6

16 Revista SINDIPI

Segurança sanitária

Controle de Resíduos e ContaminantesAcompanhe o relatório e ponto de vista do Fiscal Federal Agropecuário Leandro Feijó sobre asexigências da União Européia, um panorama do Brasil sobre a questão e perspectivas futuras.

Analito Número deamostras analisadas

Resultadosnão conformes

PESCADO DE CULTIVO

Metabólitos de Nitrofuranos 126 -

Cloranfenicol 75 -

Metais Pesados 58 3

CAMARÃO DE CULTIVO

Metabólitos de Nitrofuranos 152 -

Cloranfenicol 95 -

PESCADO DE CAPTURA

Metais Pesados 230 8

O Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abaste-cimento – MAPA possui um programa oficial que tem por objetivo monito-

rar a presença de resíduos de medica-mentos veterinários e contaminantes ambientais em produtos de origem animal: Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes – PNCRC/MAPA. A coordenação deste programa está sob a responsabilidade da Coor-denação de Controle de Resíduos e Contaminantes – CCRC da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA.

O escopo analítico do exercício de 2007 foi oficialmente publicado no Di-ário Oficial da União por meio da Ins-trução Normativa nº 09 de 30/03/2007. Neste documento a sociedade brasi-leira pode encontrar todas as infor-mações relativas ao escopo de todos os resíduos de medicamentos vete-rinários e contaminantes ambientais pesquisados em produtos de origem animal (inclusive peixe e camarão).

Os resultados do PNCRC/2006 fo-

ram oficialmente publicados no Diário Oficial da União por meio da Instrução Normativa nº 08 de 30/03/2007. Se-guem os resultados deste programa nos produtos de aqüicultura no ano de 2006. Foram coletadas e analisadas 736 amostras, conforme tabela abaixo:

Como o atual escopo oficializado pela IN nº 09/2007 não era suficiente

RESULTADOS DO PROGRAMA EM 2006

para fornecer todas as garantias sa-nitárias exigidas pelos padrões sani-tários da União Européia, o Ministério da Agricultura, em conjunto com o setor produtivo pesqueiro nacional, envidaram esforços para elaborar um plano de ação que foi apresentado e aprovado pelas autoridades sani-tárias do Food and Veterinary Office – FVO em junho de 2006. Este plano de ação incorpora uma série de no-vas substâncias a serem monitoradas pelo PNCRC/Pescado. Este Plano de Ação encontra-se em fase adiantada de implantação e foi auditado pelas autoridades competentes do FVO em

Revista SINDIPI 17

Leandro Diamantino Feijó- Fiscal Federal Agropecuário- Coordenação de Controle

de Resíduos e Contaminantes- CCRC/SDA/MAPA

auditoria realizada em março de 2007. De acordo com as conclusões do Re-latório Final (FINAL REPORT), publi-cado no site da UE em agosto/2007, as autoridades competentes do MAPA têm trabalhado duramente e estão, portanto, aumentando a confiança da segurança química dos produtos de origem animal do Brasil exportados para a União Européia.

Para colocar em prática este Plano de Ação o MAPA dispôs de laborató-rios privados credenciados pela Coor-denação Geral de Apoio Laboratorial - CGAL/SDA/MAPA que estão validan-do todos os métodos analíticos para a pesquisa de resíduos em pescado. Atualmente existem 8 laboratórios que

estão localizados principalmente nos estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Dentre as novas substâncias incorpo-radas na rotina de coleta de amostras de pescado, destacam-se: Verde Ma-laquita, Penicilina, Estreptomicina, Te-traciclina, Sulfonamidas, DES, Zeranol. Outras substâncias estarão sendo in-corporadas em breve no PNCRC/Pes-cado (ex: Dioxinas e PHA´s, etc).

A partir do exposto a Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio da CCRC/SDA têm realizado ações e de-monstrado que não têm desprendido esforços para finalizar a implementa-ção deste Plano de Ação junto ao se-tor pesqueiro nacional. As autoridades sanitárias da União Européia tiveram a

oportunidade de checar estas ações in loco neste ano e, portanto, oferecer um crédito de confiança para que o corpo técnico da SDA possa definiti-vamente assegurar a finalização deste processo.

A CCRC/SDA pode concluir que a união de esforços entre o MAPA, SEAP e o setor produtivo nacional foi funda-mental para que este trabalho fosse realizado de forma técnica e que este “espírito de equipe” deve ser consoli-dado e carreado doravante.

Laboratório (LAB DOP-LABETEC) do Instituto de Química da UFRJ que faz a análise de controle de resíduos em alimentos

Gabriela d´A

raújo

18 Revista SINDIPI

Um grupo de armadores e industriais representantes da pesca de cerco deu o ponto de partida para uma das iniciativas mais

importantes da modalidade: traçar um panorama científico, econômico e social da frota. O debate, coordenado pela Câmara Setorial do Cerco do Sin-dipi foi realizado no dia 31 de julho, na sede da entidade. Segundo o coorde-nador da Câmara, o armador Wilson Cabral, a pesca da tainha foi um dos temas motivadores da reunião. Cabral explica que pesquisadores do Cepsul já acenaram para o defeso da tainha, paralisando a captura da espécie en-tre 45 dias fixos ou 30. Porém, o setor produtivo defende que não há funda-

mentação técnica para a proposta e que a tainha é um recurso disponível e não há choque de interesses (arte-sanal e industrial). Por esse motivo, o setor quer contrapor com questiona-mentos técnicos, de acompanhamen-to e evidências. Partindo deste ponto, a Câmara acenou aos armadores e industriais a realização de um estu-do mais ousado e que pode garantir maiores resultados. “A proposta é apresentar uma radiografia do cerco, desde os investimentos para captura, comercialização e beneficiamento; equipamentos modernos utilizados; o trabalho da tripulação; toda a cadeia produtiva envolvida; levantamento da frota e seu custo operacional”, explica o coordenador da Câmara.

Câmara Setorial

Ações que podem regulamentar os defesos e capturaTainha, anchova, corvina, sardinha-laje e palombeta são algumas espécies da pesquisa. A intenção é manter a viabilidade econômica, compatibilizando-a com a disponibilidade e manu-tenção destes recursos pesqueiros

Além disso, ações que podem ser aplicadas para o crescimento da mo-dalidade, um estudo mais aprofunda-do das principais espécies capturadas pela frota, com propostas de ordena-mento que serão contempladas no tra-balho. “A nossa meta é garantir os esto-ques pesqueiros, apontar os direitos da categoria, trabalhando com organiza-ção e fundamentação técnica”, avalia o armador Agnaldo Hilton dos Santos, membro da Câmara Setorial do Cerco.

Para a realização do trabalho, a Câmara indicou os serviços da Tar-get Consultoria, do oceanógrafo Mar-co Aurélio Bailon, também presente na reunião. Segundo Bailon, o prazo sugerido para a elaboração do tra-balho é de pelo menos um ano, com acompanhando de uma comissão de representantes da pesca de cerco. “O trabalho também prevê a elaboração de uma avaliação sobre a produtivida-de, biologia, rentabilidade da pesca-ria, analisando todas as medidas de ordenamento e restrições existentes. Espera-se, com este trabalho, con-tribuir com os órgãos de gestão da pesca com informações atualizadas que possam enriquecer o conteúdo das discussões e interagindo com o Governo na tomada de decisões, de acordo com a política de gestão com-partilhada”, explica.

Traineiras, embarcações de cerco que capturam a tainha, espécie alvo da pesquisa.

Reunião da Câmara Setorial do Cerco realizada no final de julho no Sindipi.

Alencar C

abral

Marcello S

okal

Revista SINDIPI 19

A Instrução Normativa nº 166 de 2007 que trata de nor-mas da pesca de emalhe, desde tamanho de rede, restrições para a pescaria,

entre outras, foi o tema da reunião re-alizada em Brasília, na sede do Ibama, no último dia 23 de agosto. A reunião com o Presidente do Ibama, coorde-nada pelo Conepe recebeu o apoio de todo o setor pesqueiro do país, assim como de deputados federais e senadores, que compõem a Frente Parlamentar da Pesca no Congresso Nacional.

De acordo com o Presidente do Sindipi, Antônio Carlos Momm, o en-contro foi produtivo e proporcionou a discussão de diversos pontos ligados a pesca de emalhe. “ Somos a favor

Pesca com rede de emalhe em fase de discussãoA polêmica Instrução 166 mobilizou todo o segmen-to pesqueiro do Brasil. O Sindipi contesta alguns artigos e defende a proibição de novas licenças e sugere um defeso da modalidade por 60 dias.

do desenvolvimento sustentável, do trabalho ordenado das modalidades de pesca, apenas defendemos o que é de direito, justo e ações que vão ao encontro do desenvolvimento”, desta-ca.

Segundo o Presidente do Sindipi,

uma das propostas apresentadas ao órgão federal foi a suspensão da Ins-trução. Tanto que, após o encontro, o Presidente do Ibama, Bazileu Neto acordou a suspensão da Instrução por um período de 120 dias. A sus-pensão só é válida após a publicação da Portaria no Diário Oficial da União. Além da suspensão, Bazileu propôs ao setor que fosse criado um Grupo de Trabalho,GT,formado por represen-tantes das indústrias, dos pescadores artesanais e dos trabalhadores da pesca, de forma palitária entre o setor produtivo e o Governo. A proposta é discutir as medidas que preservem a biodiversidade sem causar impacto na pesca comercial. Segundo o Presi-dente da Câmara Setorial do Emalhe do Sindipi, Giovani Genázio Monteiro, a Câmara indicou o profissional José Emiliano Rebelo Neto como represen-tante no Grupo de Trabalho.

De acordo com dados do Conepe, cerca de 800 mil trabalhadores vivem da pesca com rede de emalhe.

Baseado no relatório técnico sobre a pesca de emalhe no litoral brasileiro (Cepsul/Ibama) os barcos estão operan-do até 25.928 metros de rede na região de SC; portanto é sugerido uma redução progressiva do comprimento máximo da rede, ou seja, limitar nos dois primeiros anos o comprimento total de panagem para a rede de emalhe de deriva de fundo em 20 mil metros. E para a rede de emalhe de superfície, 2.500 metros de comprimento.

Sobre a tralha superior da rede de emalhe de superfície, durante a ope-ração de pesca: não há condições tecnológicas para ampliar o limite para dois metros na operação, tendo em vista, os cálculos estruturais para manter o equilíbrio da panagem du-

Propostas defendidas pelo Sindipi rante a faina de pesca. Com o limite de um metro é possível adequar a opera-cionalidade do petrecho e possibilitar o escape seletivo de espécies resul-tantes da captura incidental.

Complemento do artigo 5º da IN 166: o setor já encaminhou ao Ibama em 2006 e reforçou em 2007, a suges-tão de defeso por um período de 60 dias, de 01 de dezembro a 31 de ja-neiro para todas as embarcações da região sul e sudeste que operam na pesca com redes de emalhe de fundo e superfície, toda frota de emalhe ar-tesanal e industrial. A proposta é pro-teger o estoque desovante (corvina, cações etc).

Revogar os artigos 6º e 7º. O setor não concorda com a exigência de ob-

servador de bordo. Sobre o artigo 7º, restringir a dois anos o prazo de ope-ração das embarcações pode incor-rer num déficit de dados ecológicos dependendo das distintas estações do ano que ocorre na região. Ainda não há estudos para que tal medida seja tomada. Na avaliação do setor, em um prazo de cinco anos o Gover-no deverá apresentar uma alternati-va viável direcionando a pesca de emalhe para uma pesca sustentável economicamente e ecologicamente.

Sobre o artigo 8º, que limita a concessão de novas permissões para atuação da pesca de emalhe de superfície e de fundo, o Sindipi concorda plenamente com este arti-go e gostaria que fossem inibidas as pescas clandestinas através de uma fiscalização mais rígida.

Representantes da pesca e parlamentares reunidos em Brasília com o Pres. do Ibama

Divulgação

20 Revista SINDIPI

Promoção coloca mais de mil latas premiadas com jóias em PDVs (Pontos de Venda). A Bullet é a responsável

pela criação da “Pro-moção Surpresas do Mar” e por todo o material promocional para a linha Coqueiro, da Pepsico, que coloca latas de atum Co-queiro premia-das com jóias em pontos-de-venda de todo o Brasil. A promo-ção iniciada em agosto é na-cional com foco no pequeno e grande varejo.

Na compra de uma lata de atum Coqueiro, o consumidor pode encon-trar um colar e um dos quatro modelos diferentes de pingentes de ouro ama-relo: peixe, cavalo-marinho, concha e golfinho. No total, são mais de mil la-tas premiadas. Nessas embalagens, não haverá produto.

O consumidor que encontrar a jóia deve ligar para o 0800 que está indicado na tampa, do lado de dentro do produto, para receber um kit de produ-tos Coqueiro, incluindo o Atum. A promoção, com duração de dois meses, encerra no dia 31 de outubro deste ano.

Na estratégia criativa da agên-

Marketing

Indústria aposta em estratégia criativa Inovar na mecânica e surpreender o consumidor com um brinde encontrado direto na lata de atum. Esta é a proposta da Bullet que cria “Promoção Sur-presas do Mar” para a linha Coqueiro da Pepsico.

cia, uma receita: inovar na mecânica e surpreender o consumidor com um brinde encontrado direto na lata, sem

vale-brinde, fácil, rápido e práti-co como os produtos da

marca. A idéia é esti-mular a surpresa

e a curiosidade dos consumi-dores ao fu-gir do óbvio e explorar o glamour da jóia no mer-

cado de pei-xes.

Como todo processo criativo,

a ação envolve um grupo talentoso. Na equipe

da Bullet participaram desta propos-ta que envolve o consumo de pes-cado: Atendimento: Fernando Melo e Fernando Figueiredo; Planejamento: Juliana Wallauer e Denise de Cássia; Criação: Ro-gerio Harsanyi, Jairo

Gruenberg, Cesar Leite e Mentor Mu-niz Neto; Operações: André Mencaro-ni e Caio Carvalho; Produção Gráfica: José “Neno” Formiga.

Banner de divulgação da Coqueiro e ao lado o prêmio: jóias inspiradas no mar

Produtos que fazem parte do material promocional

Divulgação

Revista SINDIPI 21

22 Revista SINDIPI

Mercado

Comercialização de pescado de acordo com os padrõesA Gomes da Costa apostou no método Allegra por 5 pontos: simplicidade, baixo custo, rapidez, viabilida-de e a tomada rápida de decisões.

recomendados de quantidade de mercúrio. Para evitar prejuízos tanto para as indústrias de pescado quanto para o consumidor é primordial fazer análises sistemáticas do teor de mer-cúrio no pescado, o que já é exigido pela União Européia (UE) e recomen-dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2006, a UE chegou a suspender as importações de pes-cado brasileiro em função do Governo Brasileiro ainda não ter implementado

o Plano Nacional de Controle de Re-síduos.

Através das análises é possível ga-rantir a qualidade do pescado visando o consumo seguro e em caso de evi-dências de contaminação redirecioná-lo para outras aplicações. Para o con-sumidor, a indústria poderá oferecer um produto com diferencial no mer-cado demonstrando a sua preocupa-ção com a segurança alimentar. Além disso, o Governo também poderá ga-nhar com esta iniciativa, pois além de garantir as exportações estará contri-buindo na prevenção.

No país alguns laboratórios ofere-cem a análise de mercúrio com dife-rentes custos, mas nem sempre de

O consumo de pescado é recomendado por médi-cos e nutricionistas para toda a população. É considerada a mais sau-

dável fonte de proteína animal, além de ser de fácil digestão e de conter substâncias benéficas ao organismo como ômega 3, fósforo e vitamina B. Todas essas vantagens do consumo podem perder o valor caso o pescado não esteja de acordo com os padrões

Pesquisadora Allegra Yallouz demonstra método

Div

ulga

ção

Pesquisadores da Gomes da Costa no laboratório da empresa

Revista SINDIPI 23

Classificação Teor em ng/g

Próprio para o consumo freqüente Menor que 300

Próprio para o consumo eventual Entre 300 e 600

Impróprio para consumo Maior que 600

Comercialização permitida Menor que 1000

Classificação das amostras de pescado com o teor de mercúrio e as reco-mendações da Organização Mundial de Saúde e a Legislação Brasileira.

fácil acesso. Pensando nisso, a pes-quisadora do Centro de Tecnologia Mi-neral (Cetem), Allegra Viviane Yallouz, desenvolveu um método de determi-nação semiquantitativo de mercúrio em pescado e em amostras ambien-tais, mostrado na edição passada da Revista Sindipi. A pesquisadora traba-lha com o tema a mais de dez anos e já apresentou o método em congres-sos e seminários no Brasil e no exte-rior e instalou laboratórios no interior do Pará. É importante ressaltar que o método necessita de infra-estrutura simples e tem baixo custo operacional e de manutenção, podendo ser opera-do por auxiliares de laboratório.

A pesquisadora Allegra reforça que o método apresenta custo até dez ve-zes menor do que os tradicionais e são necessárias no máximo quatro horas para emitir o resultado. A análise é feita em três etapas: pré-tratamento, determinação e comparação visual.

Empresas do setor pesqueiro, prin-cipalmente de Santa Catarina onde estão concentradas as maiores indús-trias pesqueiras do país estão atentas ao problema e buscam cada vez mais agregar segurança alimentar em seus

produtos. Prova disso é a Gomes da Costa Alimentos, considerada uma das maiores empresas do setor, que apostou no método. De acordo com Emmanuelle Benedet, inspetora de Qualidade da Gomes da Costa, a sim-plicidade de execução, o baixo custo e a rapidez de resposta do método, viabiliza o monitoramento da presen-ça de mercúrio e permite a tomada rápida de decisões. “Com a implan-tação deste método, a Gomes da Costa agrega mais um diferencial de segurança e qualidade aos seus pro-dutos”, afirma.

O Cetem possui vários equipa-

mentos para a análise quantitativa do mercúrio em pescado e amostras ambientais, que estão alocados no Lema, Laboratório de Especiação de Mercúrio Ambiental. A diferença entre as análises quantitativas e semiquan-titativas está na precisão e no custo. Dependendo dos objetivos do estudo, há necessidade de maior ou menor precisão e urgência na resposta.

Texto:Renata Hinge

24 Revista SINDIPI

Plano de Gerenciamento da água de lastro nos navios

Legislação

De acordo com a Portaria da Marinha do Brasil, a não apresentação do Plano de Gerenciamento da Água de Lastro do Navio sem a aprovação da Sociedade Classificadora credenciada ou da Autoridade Maríti-ma, implicará autuação e multa da embarcação.

No início de 2004, foi ado-tada a Convenção Inter-nacional para Controle e Gerenciamento de Água de Lastro e Sedimentos,

incluindo diretrizes, recomendações e técnicas a serem adotadas nesse sentido. O Brasil assinou a convenção em 25 de janeiro de 2005. Ainda em 2005, a Diretoria de Portos e Costas publicou a NORMAM-20/DPC que teve como propósito “Estabelecer re-quisitos referentes à prevenção da po-luição por parte das embarcações em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), no que tange ao Gerenciamento da Água de Lastro”.

O sistema proposto tem como base fundamental a troca da água de lastro, conforme preconiza a Conven-ção da Organização Marítima Interna-cional (IMO), e será aplicado a todos os navios que possam descarregar

água de lastro nas águas jurisdicio-nais brasileiras. É importante ressal-tar que a Norma prevê que à medida que novos métodos para tratamento da água de lastro e sedimentos forem sendo desenvolvidos, a mesma será adaptada a fim de atender às novas situações.

Atualmente, o procedimento que vem sendo adotado no Brasil, no que tange ao gerenciamento de água de lastro, como medida fiscalizadora, é a exigência por parte da ANVISA (Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária) do preenchimento de um Formulário de Informações sobre Água de Lastro, medida sugerida pela IMO. De acordo com a Conferência Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos de Embarca-ções, a obrigatoriedade do cumpri-mento dos padrões aprovados variará entre 2009 e 2016, dependendo do

ano de construção da embarcação e da capacidade dos seus tanques de lastro.

TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO

O método recomendado atual-mente pela Organização Marítima Internacional (IMO) consiste na troca oceânica da água de lastro, o único procedimento atualmente disponível em larga escala para reduzir o risco epidemiológico e ambiental dos des-lastramentos. Esse procedimento está baseado em duas premissas: i) a con-centração de organismos é, via de re-gra, muito mais baixa em alto mar do que em águas costerias; ii) a proba-bilidade de sobrevivência de espécies oceânicas no ambiente de entorno dos portos, tanto na costa quanto em águas interiores, é muito pequena ou virtualmente nula. A troca de água de lastro no mar, conforme recomendado pelas diretrizes da IMO, consiste na melhor medida para reduzir o risco de transferência de espécies aquáticas nocivas disponível no momento.

Entretanto, esta técnica pode com-prometer os limites de segurança dos navios, e mesmo quando é possível implementá-la por completo, ela não é 100% efetiva na remoção de organis-mos na água de lastro. Nessas condi-ções, muitas espécies podem perma-necer no fundo do tanque de lastro, inclusive associadas aos sedimentos que sobre ele se depositam, sendo eventualmente introduzidas no novo ambiente quando do deslastramento no porto de destino.

Algumas entidades sugerem até que a troca da água de lastro no mar pode contribuir por si só para aumen-tar a dispersão de espécies nocivas, e que ilhas localizadas próximas a áre-as onde ocorrem trocas de água de

O QUE É A ÁGUA DE LASTRO?

O lastro consiste em qualquer ma-terial usado para dar peso e/ou man-ter a estabilidade de um objeto. Um exemplo são os sacos de areia carre-gados nos balões de ar quente tradi-cionais, que podem ser jogados fora para diminuir o peso do balão, permi-tindo que o mesmo suba. Os navios carregaram lastro sólido, na forma de pedras, areia ou metais, por séculos.

Nos tempos modernos, as embar-cações passaram a usar a água como lastro, o que facilita bastante a tarefa de carregar e descarregar um navio, além de ser mais econômico e eficiente do que o lastro sólido. Quando um navio está descarrega-do, seus tanques recebem água de lastro para manter sua estabilidade, balanço e integridade estrutural. Quando o navio é carregado, a água é lançada ao mar.

Revista SINDIPI 25

Prof. Dr. Alex Augusto GonçalvesDepartamento de Tecnologia de Alimentos

Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal do

Rio Grande do Sul - Coordenador do GI-Pescado

http://paginas.terra.com.br/educacao/se-afoodgroup/

De acordo com a Conferência Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos de Embarcações, a obrigatoriedade do cumprimento dos padrões aprovados será entre 2009 e 2016, dependendo do ano de construção da embarcação e da capacidade dos seus tanques de lastro.

BASEADO NO QUE FOI EXPOSTO ATÉ O MOMENTO DEVE-SE, PORTANTO, SUGERIR MEDIDAS PARA SUA GESTÃO

lastro, em alto mar, podem estar espe-cialmente em risco com essa prática.

Assim, a troca oceânica tem sido con-siderada uma alternativa transitória, até que novas tecnologias para o tratamento da água de lastro, em fase de avaliação técnica e econômica, sejam implemen-tadas nas embarcações novas e adapta-das para as embarcações em operação.

As opções que vêm sendo conside-radas compreendem: métodos de trata-mento mecânicos como filtragem e se-paração; métodos de tratamento físicos tais como esterilização por ozônio, luz ultra-violeta, correntes elétricas e trata-mento térmico; métodos de tratamento químicos como adição de biocidas na água de lastro para matar os organis-mos; várias combinações dos métodos acima descritos.

Qualquer medida de controle desen-volvida deve ir de encontro a um número de critérios, incluindo: deve ser seguro; deve ser ambientalmente aceitável; deve ser custo-efetivo e deve funcionar.

Explorar métodos de tratamento alternativos de gerenciamento de água e sedimentos de lastro que sejam eficazes, ambientalmente seguros, viáveis e que minimizem custos e atrasos para os navios que por algum motivo não puderam realizar a substituição da água de lastro e fornecer informações sobre sua aplicação;

Estudar um projeto de viabilidade técnico-econômica da aplicação do ozônio no tratamento de água de lastro;

Disponibilizar instalações para receber, tratar e descartar sedimentos de lastro de forma ambientalmente segura.

ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS NA GESTÃO DA ÁGUA DE LASTRO:Comando da Marinha

Ministério do Meio Ambiente

Ministério dos Transportes

Ag. Nac. de Vigilância Sanitária

Prof. Dr. Alex Augusto GonçalvesDepartamento de Tecnologia de Alimentos

Inst. de Ciência e Tecnologia de Alimentos

Universidade Fed. do Rio Grande do SulCoordenador do GI-Pescado

Marcello S

okal

26 Revista SINDIPI

Inovação

A empresa The Solae Com-pany desenvolveu para o mercado de pescado uma nova aplicação da tecnolo-gia SoleCinaTM, lançada em

2006 para a indústria cárnea. A tecno-logia combina exclusiva proteína ve-getal com carne de pescado de baixo valor comercial, melhorando a textura do produto final. O ingrediente foi de-senvolvido para possibilitar à indústria alimentícia a fabricação de produtos prontos ou semi-prontos, com alta qualidade sensorial, mais saudáveis, com qualidade e diversidade em deri-vados de peixe que traz consigo todos os benefícios da soja.

SoleCinaTM: inovação no mercado de alimentosO produto inédito à base de proteína de soja, que possibilita o desenvolvimento de produtos commenos gordura, calorias e colesterol, está pronto para o mercado de pescado.

Segundo a gerente de marketing regional para América Latina e África do Sul, Iara Bastos, a empresa de-senvolveu uma tecnologia ao pes-cado processado que une textura e sabor, disponibilizando mais opções para o mercado pesqueiro e ao con-sumidor final. Iara cita como exem-plo, a polpa do peixe, que pode ser aproveitada com esta nova tecnolo-gia.

Assim será possível oferecer ao consumidor final uma variedade de pratos processados a base de peixes, utilizando uma tecnologia versátil que não exige grandes investimentos nas plantas.

SEGREDOS DOS ALIMENTOSPROCESSADOS

O mercado de alimentos pro-cessados cresce rapidamente. Para se ter uma idéia, de acordo com o GNPD (Global New Products Data-base) - do grupo Mintel, só nos últi-mos 12 meses, foram lançados no mundo 5,4 mil produtos. No mesmo período, na América Latina, 560 no-vidades preencheram as gôndolas dos supermercados com diferentes posicionamentos, entre eles: contro-le de peso, conveniência (preparo no forno microondas, porções menores

UMA TECNOLOGIA REVOLUCIONÁRIA

A SoleCinaTM é uma nova gera-

ção de proteínas de soja e carrega todos os já conhecidos benefícios dessa leguminosa. Com isso, pos-sui substâncias que podem cola-borar na redução do risco de várias doenças. Existem estudos que rela-cionam a proteína de soja à redução do chamado “colesterol ruim” (LDL) e atribuem à soja a possibilidade de contribuir para a redução dos sinto-mas da menopausa e da osteoporo-se. Além disso, vale lembrar que um grão de soja contém 40% de proteí-na e zero de colesterol.

“Esta tecnologia permite o pre-paro de um alimento tão saboroso quanto um produto tradicional que não contenha SoleCinaTM e, ao mes-mo tempo, altamente nutritivo. Des-sa forma, as mães poderão manter as opções preferidas pela crian-çada, sem perder o sabor e muito mais saudáveis”, lembra o diretor de Marketing para América Latina e África do Sul, Jordan Rizetto.

Fotos: Divulgação

Revista SINDIPI 27

Pratos preparados com 50% de Sole-CinaTM e 50% de carne de pescado. A assinatura é da renomada chef de cozinha Mara Salles, proprietária do restaurante Tordesilhas (SP).

Juliana Wruck

ou individuais), indulgentes (pratos especiais) e até éticos, que refletem a preocupação com o desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente.

De acordo com Iara Bastos, a pre-ocupação com esses posicionamen-tos e principalmente com a saúde é incentivo para o desenvolvimento de novas linhas de produtos e aplicações diferenciadas. “Nos últimos anos, nos-so crescimento se manteve em torno dos dois dígitos na América Latina e investimos fortemente em pesquisas para entender os benefícios da soja à saúde do consumidor”, relata.

Pratos CinaTM e 50% de carne de pescado. A assinatura é da renomada chef de cozinha Mara Salles, proprietária do restaurante Tordesilhas (SP).

28 Revista SINDIPI

Lançado em setembro de 2003, o Cartão BNDES é um sistema de crédito rotativo e automático, com prazo de até 36 meses. É uma forma

de financiamento que abre maiores oportunidades de negócios. De acor-do com a diretoria do Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômico e Social o limite do financiamento pré-apro-vado no Cartão BNDES, é de R$ 250 mil. Mas isso não significa que o empresário esteja limitado a este teto de financiamento, uma vez que é possível solicitar cartões a todos os emissores disponí-veis.

Com o uso do Cartão, a empresa de até médio porte (faturamento bruto anual in-ferior a R$ 60 milhões) pode fazer in-vestimentos, comprando produtos de fabricação nacional ou que recebam agregação de valor no País, que este-jam disponíveis no catálogo de produ-

Economia

Cartão BNDES: financiamento automático ao cliente A empresa pode utilizar de forma automática uma linha de financiamento pré-aprovada de até R$ 250 mil por banco emissor.

tos do Portal de Operações do Cartão BNDES.

O Cartão BNDES vem apresen-tando um crescimento expressivo e se firmando como importante instru-mento de crédito às micro, pequenas e médias empresas. O desafio

agora é levar o produto ao uni-verso dos diversos arranjos produ-tivos locais (APLs) espalhados pelo País”, disse Rodrigo Bacellar, chefe do Departamento de Operações de Internet.

SAIBA COMO OPERAR ATRAVÉS DO CARTÃO

BNDES

Todas as operações são realiza-das no Portal de Operações do Car-tão BNDES (desde a solicitação do cartão e credenciamento de fornece-dores, até a aquisição dos produtos a partir dos catálogos exibidos), cujo

acesso se dá pelo endereço eletrônico www.cartaobndes.gov.br. Preenchido o cadastro e feita a solicitação do Cartão, o usuário precisa dirigir-se ao banco emissor selecionado com a documentação ne-cessária. cabendo ao banco emissor definir o limite de crédito da empresa e conce-der o cartão. Nesta modali-dade operacional, o risco de crédito é do emissor do cartão. O Bradesco, o Ban-

co do Brasil e a Caixa Econômica Federal são, atualmente, os bancos emissores do Cartão BNDES e a VISA e MASTERCARD as bandeiras de cartão de crédito.

Revista SINDIPI 29

Os juros são definidos mensal-mente pelo BNDES, e divulgados no Portal. Porém, a partir da transação efetuada, a taxa é fixada até o final do prazo do financiamento, permitindo o pagamento em prestações mensais fixas.. Atualmente, a taxa do Cartão BNDES está fixada em 1,00% ao mês, enquanto os juros cobrados no merca-do financeiro para desconto de dupli-catas estão custando cerca de 1,90% a.m. e as linhas de capital de giro pré superam 2,10% ao mês.

O cartão BNDES não funciona como cartão de crédito comum, usa-do para compras em lojas. Todas as compras, necessariamente, precisam ser feitas pela internet, a partir dos equipamentos e produtos oferecidos pelos fornecedores cadastrados no site do BNDES.

Vantagens – Para os fornecedores, as principais vantagens são a capa-cidade de realizar transações comer-ciais com financiamento automático ao cliente no prazo de 12, 18, 24 ou 36 me-

ses, em prestações fixas, com garantia de recebimento do valor da venda em apenas 30 dias. Assim, o fornecedor não precisa comprometer seu capital de giro próprio para oferecer melhores condições de pagamento ao cliente. A maior vantagem desta modalidade de crédito é sua simplicidade. O sistema dispensa análise de crédito do clien-te a cada item comercializado (dentro do limite pré-aprovado), agilizando o fechamento do negócio. Além disso, há permanente exposição do catálogo dos produtos no Portal de Operações do Cartão BNDES.

CREDENCIADOSO sucesso do Cartão BNDES é

comprovado pelo fato de já existi-rem mais de 4,7 mil fabricantes cre-denciados, que oferecem mais de 64 mil produtos, como veículos utili-tários, equipamentos de automação comercial, computadores, refrige-radores, máquinas, motores, bom-bas, equipamentos para postos de combustíveis, kits para gás natural veicular, mobiliário comercial, papel para gráficas, entre outros itens.

MAIS INFORMAÇÕESO BNDES colocou à disposição dois canais de comunicação,

por meio dos quais técnicos estarão prontos para prestar os escla-recimentos necessários: os telefones RJ: (21) 2172-6337 e demais regiões: 0800-702-6337 da Central de Atendimento do Cartão BN-DES e a função Fale Conosco, no Portal de Operações do Cartão BNDES, além da Ouvidoria do BNDES ([email protected])

30 Revista SINDIPI

Responsabilidade Social

Pular os muros da escola aos finais de semana era uma cena comum em Itajaí há cerca de dois anos. Sem espaço em casa ou praças

para brincar, a garotada se arriscava para jogar bola. Da aventura, surgiu a idéia: por que não abrir os portões das unidades de ensino? Afinal, a es-trutura escolar já é um bem público. O “pedido” infantil foi atendido em 2005, quando o prefeito Volnei Morastoni decidiu implantar o Programa Escola Aberta.

A iniciativa surgiu com a meta de que um dia a própria comunidade tomasse conta do programa. Os mo-

Programa Escola Aberta em ItajaíCom o objetivo de tirar as crianças das ruas, reduzir a violência e proporcionar às classes de baixa renda atividades educativas, o Programa oferece espaços para a prática de diversas atividades

radores de cada bairro utilizariam e zelariam por suas escolas durante os finais de semana. O programa ainda não alcançou esta maturidade, mas deu o primeiro passo rumo a tal obje-tivo este ano. Foi assinado um convê-nio transferindo a gerência do projeto à Associação dos Moradores de Cor-deiros, sob a supervisão da Secretaria Municipal de Educação.

Pelo fato de ser a mais antiga e possuir todos os documentos em dia, a entidade foi escolhida entre tantos outros grupos competentes para de-signar a tarefa: mobilizar os moradores de Itajaí. “Aceitamos o desafio porque o programa tem a mesma proposta

da nossa associação: a promoção humana, a justiça e a igualdade, sem quaisquer formas de discriminação, através de atividades de lazer, cultura e saúde”, explica a presidente da As-sociação Ivani de Souza.

Hoje, o programa oferece dentro das escolas públicas espaços alterna-tivos para a prática de atividades cul-turais, esportivas, artísticas, de infor-mática e outras ações educacionais dirigidas aos alunos e às suas comu-nidades. As atividades ocorrem todos os sábados, das 9h às 17h, em 10 es-colas da rede municipal de ensino.

De 17 de fevereiro a 30 de junho de 2007, a Associação dos Moradores de Cordeiros contabilizou por meio de listas de presença as várias oficinas, mais de 49 mil atendimentos presta-dos no Escola Aberta. O programa re-alizou aulas de artesanato, como cro-chê, ponto russo, pintura em tecido, ponto cruz, origami. No esporte, de-senvolveu aulas de futebol, basquete, vôlei, bike radical, ginástica olímpica, entre outros. Na arte, propiciou aulas de ballet, hip hop e dança gaúcha. Sem contar as sessões de filmes edu-cativos, teatro, apresentações de dan-ça, de música e festas para celebrar a passagem de algumas datas, como Carnaval, Aniversário do Município, Festa Junina. “O grande objetivo de tudo isso é tirar as crianças das ruas, reduzir a violência e proporcionar às classes de baixa renda atividades educativas. Muitas crianças procuram também carinho e atenção dentro dos portões das escolas”, acrescenta Ivani.

De acordo com a articuladora ad-ministrativa do Escola Aberta e mem-bro da associação, Cleonice Weth, os recursos financeiros são aplicados na compra de material didático, esporti-vo e no pagamento dos funcionários. “Todo o trabalho, esforço e dinheiro in-Crianças aprendem a escovar os dentes com a ajuda da Secretaria Municipal de Saúde

Foto

s: C

amila

Kni

ss

Revista SINDIPI 31

vestido vale a pena. Primeiro, por ser um lugar onde as crianças recebem desde atividades recreativas até refei-ção, mas principalmente pelo carinho que ganham. Suprimos por algumas horas o que elas, muitas vezes, não têm em casa”, acredita Cleonice.

Para atender o público, o Escola Aberta conta ainda com a ajuda de mais de 20 voluntários e doações do comércio e empresas do município. As contribuições vêm em forma de do-ces, biscoitos e brindes para presen-tear as crianças, em gincanas, com-petições esportivas e eventos como Páscoa e Dia das Mães.

O que é o Escola Aberta?

O Escola Aberta é um programa que

utiliza o espaço físico de es-colas da rede rede municipal de

ensino para a prática de lazer, esporte, cultura, saúde e orientação profissional à

comunidade.

PúblicoAlém dos alunos matriculados nas escolas,

podem usufruir das oficinas todos os moradores da comunidade de diferentes faixas etárias.

Quando:Aos sábados, das 9h às 17h

Contato: (47) 3344-4762

é um programa que utiliza o espaço físico de es-

colas da rede rede municipal de ensino para a prática de lazer, esporte,

cultura, saúde e orientação profissional à

Além dos alunos matriculados nas escolas, podem usufruir das oficinas todos os moradores da

comunidade de diferentes faixas etárias.

Aos sábados, das 9h às 17h

Além do futebol, do vôlei e de vários jogos, as crianças também têm acesso a capoeira, taekwondo, bike radical, ginástica olímpica e outros diferentes esportes

Todos os sábados são oferecidas refeições gratuitamente à comunidade A presidente da Associação dos

Moradores de Cordeiros, Ivani de Souza, ensina a comunidade

a fazer sabão com óleo

OUTRAS AÇÕESCriada em 1996, a Associação

dos Moradores de Cordeiros de-senvolve outras ações comunitá-rias. Hoje, a entidade também ofe-rece em sua sede cursos gratuitos de violino, yoga, fisioterapia, além de administrar o projeto do Gover-no Federal Casa Brasil, uma inicia-tiva voltada à inclusão digital. As atividades são mantidas com re-cursos provenientes de convênios, acordos, contratos e contribuição dos próprios associados.

Texto:Camila Kniss

32 Revista SINDIPI

Quem nunca sonhou pas-sar as férias numa ilha paradisíaca, cercada de praias maravilhosas, ve-getação exuberante, du-

nas que se movem com os ventos, cascatas, lagoas e riachos de águas límpidas? E ainda por cima não preci-sar abrir mão do conforto e das facili-dades da vida moderna?

FLORIANÓPOLIS A ILHA DE TODOS OS SONHOS

Turismo

Quarenta e três praias emolduradas por montanhas cobertas pela Mata Atlân-

tica, conferem à Ilha uma verdadeira visão de paraíso. Uma cidade ao mesmo

tempo cosmopolita e provinciana.

rio colonial açoriano, igrejas e fortale-zas, cujas paredes foram edificadas com cal de conchas e óleo de baleia, que resistem imponentes ao passar dos séculos.

A Catedral de Nossa Senhora do Desterro (antiga denominação de Flo-rianópolis) é um bom exemplo desse ecletismo. Edificada no mesmo lo-cal onde existia uma capela, erguida em 1678 pelo fundador da cidade, o

Este local responde carinhosa-mente pelo apelido de “Floripa”. Flo-rianópolis, a capital dos catarinenses ou a Ilha da Magia, como quer a pro-paganda oficial, é sinônimo de para-íso. Para se entender melhor Floripa é bom saber que mais da metade da cidade fica numa ilha oceânica, cujo nome oficial é Ilha de Santa Catarina. Está ligada à parte continental por três pontes, sendo uma delas, a Hercílio Luz, verdadeiro patrimônio da huma-nidade.

Partindo do centro da cidade, to-dos os caminhos levam ao mar. Flo-rianópolis é sem dúvida uma cidade de múltiplas e incomparáveis belezas. Sua face urbana, formada pela área central, pela parte continental e pelos belos balneários, vive plenamente o século 21. Já as comunidades do inte-rior da Ilha e as pacatas povoações de pescadores à beira mar, remanescen-tes da imigração açoriana do século 18, parecem viver no compasso das quatro estações do ano, no vaivém das marés e das mudanças da Lua.

Com pouco mais de 350 mil habi-tantes, Florianópolis é uma cidade ao mesmo tempo cosmopolita e provin-ciana. Largas avenidas, prédios ar-rojados, universidades e shoppings centers dividem espaços com o casa- Calmaria na Praia do Pântano do SulPraia do Santinho no norte da Ilha

Iolit

a C

unha Iolita C

unha

Revista SINDIPI 33

bandeirante Francisco Dias Velho, o prédio sofreu várias reformas ao lon-go dos anos. A mais significativa foi efetuada em 1922, porém, com o cui-dado de preservar a portada original. No seu interior predominam as linhas neoclássicas, com destaque para a escultura “Fuga do Egito” talhada no Tirol, Áustria, pelo artista Demetz.

PONTE HERCÍLIO LUZ. O símbolo mais consistente, não só

do ilhéu, mas de todos os catarinen-ses, é a Ponte Hercílio Luz. Sua inau-guração, em 13 de maio de 1926, foi um marco decisivo para o desenvol-vimento da Capital, diminuindo o seu isolamento do restante do território ca-tarinense. A ponte tem 821 metros de extensão e 339 metros de vão central. Suas duas torres metálicas medem 74 metros de altura, sendo atualmente a única no mundo com sistema pênsil. Na época da construção representava uma obra pioneira e da maior expres-são no campo da engenharia, tanto no Brasil como no mundo.

PROCISSÃO DO S. DOS PASSOS Há 241 anos a Procissão do Se-

nhor Jesus dos Passos mantém-se como uma das maiores festas de fé e de religiosidade popular de Santa

Catarina. Ela está ligada à tradicional Irmandade que lhe dá o nome e ao Hospital de Caridade que se consti-tuiu no braço social e assistencial da bicentenária instituição.

DESTINO IDEAL PARA EVENTOS Florianópolis tem capacidade para

realizar grandes eventos nacionais e internacionais e pode destacar estru-turas como o Centro de Convenções

de Florianópolis e o Costão do Santi-nho. O CentroSul, como é conhecido, no centro da cidade, tem capacidade para mais de 22 mil pessoas e permite a realização de várias promoções si-multâneas.

CULINÁRIA Centenas de restaurantes servem

comida deliciosa e farta, cuja varieda-de vai desde a cozinha internacional,

Ponte Hercílio Luz à noiteCalmaria na Praia do Pântano do Sul

A paradisíaca praia da Lagoinha do Leste, acesso apenas por uma longa trilha através das montanhas e costões

C&

VBF

Claudio S

aldanha

34 Revista SINDIPI

com ênfase às receitas da cozinha típica muito peculiares e que deli-ciam a todos os comensais. De forte influência açoriana, os frutos do mar, - peixes, crustáceos e camarões for-mam a base de um banquete natural na Ilha de Santa Catarina. Quem nun-ca se deliciou com uma seqüência de camarões, em um dos restaurantes à beira da Lagoa da Conceição, ain-da não conhece boa parte da essên-cia ilhoa. O mesmo pode-se dizer de quem ainda não degustou as saboro-sas ovas de tainha no Mercado Públi-co. Ou quem ainda cometeu o pecado de não experimentar uma fumegante ostra gratinada, nos restaurantes do Ribeirão da Ilha e Sambaqui.

PRAIAS MAIS BADALADASEm qualquer direção que o turis-

ta tomar vai encontrar praias no seu caminho. Ao Norte, ficam as de maior infra-estrutura turística como Daniela, Jurerê, Praia do Forte, Canasvieiras, Ponta das Canas e Lagoinha. Todas são de águas calmas e mornas, ide-ais para famílias com crianças e para a prática de esportes náuticos como vela, windsurf, jet-ski, esqui aquático, banana boat e kitesurf. As vizinhas praias Brava , Ingleses e Santinho têm águas mais agitadas, mas atraem grande número de veranistas.

Ingleses, praticamente uma ci-dade. Tem vida noturna própria com bares, restaurantes e danceterias sempre lotados. A praia do Santinho ficou conhecida pelo mega empreen-dimento Costão do Santinho, um dos maiores resortes do país.Planejada com esmero arquitetônico, a Brava re-duto de “vips”, de ministros a artistas de televisão. É ali que o tenista Gusta-vo (Guga) Küerten costuma passar o verão e surfar.

Na Costa Leste encontram-se as praias de Moçambique, Barra da La-goa, Galheta, Mole e Joaquina. Volta-das para o mar aberto, apresentam as melhores ondas para a prática do sur-fe. Conhecida internacionalmente por sediar importantes etapas do circuito mundial do surfe, a praia da Joaqui-na tornou-se um ícone do esporte na Ilha. Enquanto surfistas dominam on-das radicais, os adeptos do “sandbo-ard” (surfe sobre areia), deslizam nas

Praia da Cachoeira do Bom Jesus

Praia de Ponta das Canas

Praia de Ingleses

Q L

itora

lQ

Lito

ral

Q L

itora

l

34 Revista SINDIPI

Revista SINDIPI 35

imensas dunas da Joaquina e Ingle-ses. O naturismo é praticado na praia da Galheta que tem o seu espaço pro-tegido por lei municipal. Gente bonita e sarada de todas as partes fazem da praia Mole o maior “point” da badala-ção jovem do sul do país. A apenas 17 quilômetros do centro, está um dos mais belos cartões postais de Floripa: a Lagoa da Conceição. A lagoa tem espelho d´água de 15Km de extensão no sentido Norte-Sul e largura que va-ria de dezenas de metros a 2,5 Km. Liga-se ao mar por pitoresco canal que desemboca na Barra da Lagoa. Redu-to das mais variadas tribos, a Lagoa é ponto de encontro de velejadores e praticantes de asa delta, kitesurfe e paraglides. Em suas águas imperam lanchas, jet-skies, windsurfes e barcos à vela de todos os tipos e tamanhos. No verão torna-se o local de maior agito da Ilha, lotando restaurantes, ba-res e danceterias até o amanhecer. O local é um rico reduto açoriano, com pescadores, rendeiras, benzedeiras que convivem em meio aos surfistas e a nobre área residencial. Para com-pras, vale ir aos quiosques de venda da renda de bilro. Uma boa sugestão é conhecer as paisagens bucólicas da Costa da Lagoa. A trilha margeia a Lagoa da Conceição, com belas pai-sagens do espelho d´água e da Mata Atlântica, passa por uma peculiar vila e termina numa cachoeira.

MAGIA DO SUL DA ILHAO Sul da Ilha é uma região onde a

magia de Florianópolis revela-se com maior intensidade. Quem visita o local certamente sentirá a forte influência da colonização açoriana, manifestada através das festas religiosas, como a Festa do Divino Espírito Santo, do fol-clore, do artesanato, da gastronomia e da pesca artesanal. O patrimônio natural é formado por morros com en-costas revestidas pela Mata Atlântica, restingas, mangues, dunas, lagoas, rios, ilhas, cachoeiras, cascatas, cos-tões, grutas e baias com praias des-lumbrantes.

Um dos maiores conjuntos de ins-crições rupestres e tesouros arqueo-lógicos (inscrições milenares, samba-quis, oficinas líticas) do litoral brasileiro está localizado na ilha do Campeche,

C&

VBF

A badalada praia Mole, cercada pela natureza

Vista de parte da Lagoa da Conceição a partir do Mirante da Lagoa

As antigas inscrições rupestres na Ilha do Campeche

Iolita Cunha

Iolita Cunha

Revista SINDIPI 35

36 Revista SINDIPI

em frente à praia do mesmo nome, onde Antoine Saint-Exupéry, autor do livro “ O Pequeno Príncipe”, conviveu com os pescadores, quando era pi-loto do correio aéreo francês. Para os nativos, o famoso escritor era apenas o “Zé Perri”. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Ilha possui trilhas que conduzem os visi-tantes até as inscrições rupestres pré-históricas feitas há 5.000 anos.

A pesca artesanal, com barcos conhecidos como “baleeiras” é prati-cada de forma tradicional nas praias da Armação e Pântano do Sul. Maior colônia de pescadores artesanais de Florianópolis, as “freguesias” de Pân-tano do Sul e Ribeirão da Ilha reme-tem ao passado com ruas estreitas, casas geminadas e aspecto de vila colonial. A praia de Pântano do Sul referência para gente de todas as tri-bos. Um dos lugares mais exóticos é o restaurante do Arante. Nas paredes da antiga casa açoriana estão fixadas milhares de mensagens deixadas por visitantes, encantados com a magia do lugar. Do Pântano do Sul parte uma trilha até a praia da Lagoinha do Leste. O trajeto, contato direto com a vegeta-ção nativa, riachos, fauna, flora e a vi-são deslumbrante da praia selvagem. Na praia da Armação até hoje se en-contra o vestígio da caça às baleias que eram abatidas para extração do óleo, utilizado na iluminação pública e nas construções.

LUGARES IMPERDÍVEIS EM FLORIPA:

Centro Histórico - Integrado pelos prédios da antiga Alfândega, Mercado Público e casario colonial, é o espaço mais democrático da cidade. Abriga pontos de venda de artesanato, pei-xarias e pequenas lojas que vendem de tudo. Nos bares e restaurantes dos arredores é possível saborear iguarias da culinária típica açoriana ou então curtir um chope gelado no vão central do prédio.

MUSEUS Florianópolis têm uma série de

museus que contam os quase 300 anos da sua história. Além do tradi-cional Palácio Cruz e Souza (Praça XV de Novembro, 227 - Fone: (48) 3028-

CORREDOR CENTRALO calçadão da rua Felipe Schmi-

dt vive em permanente agitação. No “Senadinho”, imperam as conversas sobre política, economia e futebol, por isso conhecida como “Boca Mal-dita”.

Paralela a essa, fica a rua Con-selheiro Mafra, que concentra o co-mércio popular e alguns dos mais

belos exemplares da arquitetura neo-clássica da cidade, como os prédios da Alfândega e do Mercado Público, conjunto arquitetônico conhecido como “Largo da Alfândega” e que já foi referência das atividades portuá-rias na Ilha. Hoje, o local é palco de encontro de artistas, boêmios e inte-lectuais.

MIRANTE DO MORRO DA CRUZ Privilegiado ponto de observação

panorâmico da cidade, não pode faltar em qualquer visita que se faça à Floripa. Seu topo está a 450 m aci-ma do nível do mar. A vista é mag-nífica, proporcionando uma visuali-zação belíssima de Florianópolis e

seus arredores. Do alto do Morro da Cruz é possível vislumbrar-se com as baías recortadas, o paredão de edifí-cios à beira-mar, a história ponte Her-cílio Luz, enfim, ambiente que compõe um incrível cartão postal. É no Morro da Cruz que estão também a maioria das emissoras de televisão.

Típico artesanato no centro histórico

Tradicional refeição a base de peixe e frutos do mar no Sul da Ilha

Epa M

achado

Nicko D

el Guercio

Revista SINDIPI 37

8092), que abrigou a sede do Poder Executivo Catarinense até 1985, exis-tem outros menos conhecidos mas nem por isso menos importantes. No museu Victor Meirelles (Rua Victor Meirelles, 59 - Fone: (48) 3223-0883), a dois passos da Praça XV de Novem-bro, além de conhecer a casa onde o autor da famosa tela “A primeira Missa no Brasil” nasceu e morreu, pode-se apreciar algumas das principais obras do pintor.

SANTO ANTÔNIO DE LISBOA Esta pequena comunidade dis-

tante apenas 13 Km do centro de Florianópolis foi umas das primeiras comunidades açorianas fundadas por imigrantes que chegaram na metade do século XVIII. Vale a pena conhecer a Casa Açoriana (Rua Cônego Serpa, 30, Fone: (48) 3235-1136, que abriga importante acervo de artistas locais e o “ Mundo Ovo”, onde a artista primiti-va Eli Heil expõe sua criatividade oníri-ca em telas, esculturas e cerâmicas.

RIBEIRÃO DA ILHA Primeira povoação açoriana de

Florianópolis, distante a 36 Km do centro, o lugar guarda a magia do ca-sario colonial agrupado em volta da pracinha, a igreja centenária (1806) de frente para o mar e as ruas estreitas por onde a vida passa mansamente. Possui um eco museu onde o visitante poderá conhecer a história da imigra-ção açoriana, iniciada a partir de 1748, através de explanação, vídeos e acer-

vo histórico. O Ribeirão possui várias opções em restaurantes, baseados principalmente nas ostras cultivadas no local.

CAMINHOS E TRILHAS O Trekking é a atividade mais uni-

versal de turismo de aventura - não re-quer equipamentos especiais e pode ser praticado numa variedade grande de ambientes.Dois parques municipais estão no percurso dos mais famosos trekkings: o da Lagoinha do Leste e o da Lagoa do Peri, ambos no Sul da Ilha. A Lagoinha do Leste é uma praia cercada de morros, selvagem e tran-qüila, como uma bela lagoa no seu canto esquerdo, dunas e restingas.

Palácio Cruz e Souza

Casas açorianas no Ribeirão da Ilha

Mercado Público com sua iluminação noturna

Epa

Mac

hado

C&

VBF

Iolita Cunha

38 Revista SINDIPI

FORTIFICAÇÕES NA ILHA DE SANTA CATARINA

A Ilha de Santa Catarina foi uma das primeiras localidades do litoral sul do país a ser ocupada. Os portugueses protegeram o nosso litoral construin-do fortalezas e depois estimularam a imigração açoriana para garantir o ter-ritório sob seu domínio.As fortalezas mais antigas do sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina, construídas entre 1738 e 1744, são: Santa Cruz de Anhatomirim, Santo Antônio de Ratones e São José da Ponta Grossa, que formavam um sistema de defesa triangular ao norte. Ao sul, foi cons-truída a fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, na Ilha de Araçatuba. Nas três décadas seguintes, para dar mais proteção à localidade e controlar o movimento de contrabando, foram construídos os fortes: São Francisco Xavier, Sant´Ana, São Luiz, Santa Bár-bara, Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, na Lagoa da Conceição, São João, no continente, e a Bateria de São Caetano, junto a fortaleza de São José. Dentre as onze edificações construídas na ilha de SC, a de Santa Cruz de Anhatomirim é, sem dúvida, a mais importante: construída em 1739, veio a ser a primeira sede do governo da Capitania de Santa Catarina.

A Fortaleza Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba fica na Ilha de Araçatuba - Sul da Ilha. Visitação em embarcações em ocasião de mar calmo.Nossa Senhora da Conceição foi a última das quatro fortalezas pro-jetadas pelo Brigadeiro José da Silva Paes para defender a Ilha de Santa Catarina. Complementando as defe-sas da Barra Sul, entre 1909 e 1913 foi construído o Forte Marechal Moura, equipado com apenas três peças de artilharia. Hoje ainda existem as suas ruínas, e também se avista o Farol da Ponta dos Naufragados.

ARMAZÉM VIEIRANo bairro do Saco dos Limões,

metade do caminho do aeroporto in-ternacional Hercílio Luz e o centro fica um dos bares mais peculiares da cida-de. A casa, prédio açoriano, tombado pelo patrimônio histórico, por si só já é uma atração. O ambiente aconche-gante e acolhedor, tornou-se um lugar

C&

VBF

Epa

Mac

hado

Mar

cio

Dav

id

Forte de Anhatomirim

Forte de São José

Fortaleza Nossa Senhora de Araçatuba

Revista SINDIPI 39

SANTUR Santa Catarina Turismo S.A.

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS: 0800 644 -6300

agradável para ouvir MPB, degustar os deliciosos petiscos à base de fru-tos do mar e provar a famosa cachaça da ilha, conservada em enormes barris de madeira, no interior do próprio bar. (Fone: 48 - 33333-8687/ Site: www.ar-mazemvieira.com)

BOX 32 Conhecido como “o balcão mais

democrático do Brasil”, possui requin-tadas iguarias internacionais, frutos do mar típicos da ilha e 800 marcas de variedades em bebidas, o Box 32 (Fone: (48) 3224-5588 - Site: www.box32.com.br), no vão do Mercado Público, é parada obrigatória para qualquer pessoa que visita Florianó-polis, famosa ou não. Nesse eclético lugar, o atendimento é vip para qual-quer cliente, onde todos são tratados pelo nome, sendo senador ou pesca-dor. Destaque para a famosa cachaça Box 32, reserva especial da Casa.

Sugestões de passeio na Ilha

• Admirar a Ponte Hercílio Luz do Forte Sant´Ana, na Avenida Beira-mar.• Visita às fortalezas históricas.• Passeio de escuna saindo do Centro ou de Canasvieiras, com destino à Ilha de Anhatomirim, Ratones Grande com passagem pela Baía dos Golfinhos.• Passeio no Iate Casablanca.• Caminhadas ecológicas na Lagoinha do Leste, Naufragados, Costa da Lagoa, Lagoa do Peri, Moçambique, Ingleses entre outras.• Passeio de barco com almoço na Costa da Lagoa.• Mergulho, caminhadas e visita às inscrições rupestres na ilha do Cam-peche.• Visita ao casario colonial das localidades de Ribeirão da Ilha (Sul), Santo Antônio de Lisboa (Norte) e Lagoa da Conceição.• Degustar ostras no Ribeirão da Ilha.• Vôo duplo de parapente sobre a Praia Mole.• Sand board (surf na areia) nas dunas da Joaquina ou Ingleses.• Inscrições rupestres na Praia do Santinho.• Artesanato na Alfândega (Centro), Casa Açoriana (Santo Antônio de Lis-boa) ou diretamente com as rendeiras de bilro, na Avenida das Rendeiras, Lagoa da Conceição.• Passeio no Centro Histórico: Praça XV, Palácio Cruz e Sousa, Catedral Metropolitana.• Mercado Público e Prédio da Alfândega.• Museu de Arte de Santa Catarina e outros museus como a casa de Victor Meireles, no Centro.• Vista panorâmica dos muitos mirantes da ilha: Morro da Cruz (Centro), Morro das Pedras (Sul), Ingleses (Norte), Morro das Sete Voltas, Praia Mole e Lagoa da Conceição.

Colaboração:SANTUR - Santa Catarina Turismo S.A.ASCOM - Assessoria de Comunicação

Assessoria de Comunicação: Lucimar Gonzatto FranceschiniEquipe Técnica: José Castilho, Graciano Piacentini,

Inês Bail e Silvia Westphal

Mesmo as praias muito freqüentadas como Canasvieiras à esquerda e Ingleses possuem recantos de paz e de pura beleza e sonho

Q LitoralQ

Lito

ral

40 Revista SINDIPI

Quando me foi requisitado para falar sobre a experi-ência vivida durante um trabalho de qualidade de vida na empresa, a

primeira idéia que me veio à cabeça foi um ditado que diz mais ou menos o seguinte: “quando o trabalho dei-xa de dar prazer e o prazer passa a dar trabalho é sinal de que estamos velhos”. Há algumas variações des-se ditado, mas prefiro ficar com essa, pois ela me fez refletir sobre algumas temáticas, dentre elas, a questão da saúde do trabalhador. Na atualidade temos várias doenças relacionadas ao trabalho: stress, LER, DORT, Bour-not, entre outras. Também é comum ouvirmos que segunda-feira é o pior dia da semana, pois é sinal de que teremos uma semana inteira de tra-balho, já a sexta-feira é o melhor dia, porque geralmente é o último dia de trabalho. Trabalho tem que ser duro, “tem que suar a camisa”, outro dita-do comum. Quando li sobre o ditado que o trabalho deve gerar prazer, sou sincero em afirmar que, primeiramen-

te, me surpreendi, mas, num segundo momento, fiquei feliz ao refletir sobre a importância de realmente o trabalho gerar prazer.

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PARA O SER HUMANO

Podemos observar o quanto o tra-balho nos constitui enquanto sujeitos. Pense a seguinte situação: quando você conhece uma pessoa, você per-gunta seu nome, conversam sobre assuntos aleatórios, porém cedo ou tarde virá a pergunta – “O que você faz?”. Outra situação: você em um espaço para palestrar, fala seu nome, formação e sua experiência profis-sional. Mais uma situação: você vai fazer cadastro em um banco vem a pergunta – “Qual é a sua profissão?”. Não podemos fugir dessa fatídica realidade: boa parte do que somos, ou do que entendemos que somos, vêm das relações que estabelecemos com nossa profissão, com nosso tra-balho!!! Então, se o trabalho não for uma atividade prazerosa, mas sim um sofrimento, teremos sujeitos humanos

Saúde, Trabalho e FelicidadeAs empresas mais produtivas são aquelas que tra-balham com funcionários felizes. Muitas buscam tornar o ambiente de trabalho e, conseqüentemente, as relações estabelecidas, mais prazerosas.

Qualidade de Vida

em constante sofrimento. Assim, po-der discutir a relação entre saúde e trabalho necessariamente implicaria nessa prévia argumentação da impor-tância do trabalho no nosso processo de constituição.

PROGRAMA “VIVER QUALIDADE”Muitas empresas vêem buscan-

do tornar o ambiente de trabalho e, conseqüentemente, as relações ali estabelecidas, mais prazerosas, bus-cando melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Dentre as empresas que preocupam-se com a qualidade de vida de seus colaboradores (numa mudança de perspectiva sobre o fun-cionário) venho relatar aqui a experiên-cia vivida na Unimed Litoral, empresa na qual trabalho e onde conheci a pro-posta do “Viver Qualidade”, ou como é chamado pelos colaboradores, VQ.

O Programa “Viver Qualidade” tem por objetivo promover o desenvolvi-mento profissional e pessoal dos co-laboradores, bem como a saúde inte-gral dos mesmos, além da interação interpessoal entre os vários setores e departamentos da empresa, buscan-do a qualidade de vida. A programa-ção do VQ modifica-se quinzenalmen-te, para que todos os profissionais das mais diversas áreas e setores possam participar das atividades do VQ sem

Revista SINDIPI 41

interferir em seus afazeres cotidianos, acordando o melhor horário para parti-cipação das atividades, respeitando a logística do setor. O planejamento de cada VQ pode incluir atividades para desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional que podem envolver jogos cooperativos, dinâmicas de gru-po, debates, vídeos, realização de ati-vidade física, etc.

A ARTE DA FELICIDADEComo estagiário e educador físi-

co, fui convidado a estar planejando, organizando e realizando, parte de um dos VQ’s. Escolhi passar o filme da palestra “A arte da felicidade” de Chris Linnares, que pode contribuir muito para o crescimento pessoal e profissional dos colaboradores da empresa. A palestra fala justamente de que para sermos felizes precisa-mos nos responsabilizar por nossa felicidade, precisamos construí-la co-tidianamente nas relações diárias que estabelecemos, e que tudo que nos acontece é nossa responsabilidade.

Dessa forma Chris Linnares apon-ta que tudo que está a nossa volta são ferramentas que podemos tirar proveito e crescer com elas, tanto no que diz respeito às questões profis-sionais quanto pessoais. Outra opção é não utilizá-las e ficar “parado” re-clamando da vida e culpando tudo e todos pelos acontecimentos que nos acometem e pela situação em que se encontra nossa vida. De acordo com a realidade da empresa, pode-se apontar algumas ferramentas, tais como: momentos com colegas, es-paço para atividade física, dinâmicas, conversas, trabalhos interdisciplinares

entre outras; que visam o aperfeiçoa-mento pessoal e profissional dos fun-cionários, mas que somente cada um deles vai poder individualmente fazer bom uso dessas ferramentas disponi-bilizadas.

Essa edição do VQ teve grande repercussão e com vários elogios dos colaboradores que participaram, mostrando a relevância de traba-lhos que visem a qualidade de vida do colaborador, fazendo com que o trabalho não seja ruim, mas, pelo contrário, que seja uma atividade/relação prazerosa. Além disso, ofe-rece a possibilidade de reflexão so-bre ações e seu “lugar no mundo”, ultrapassando os muros da empresa e proporcionando o colaborador a refletir sobre o trabalho/empresa na

O educador físico Tiago aponta a importância do Programa “Viver Qualidade”

sua vida e sobre a sua vida na em-presa/trabalho.

Acredito que este relato pode ser-vir de fundamento e motivação para empresários investirem mais em qua-lidade de vida do trabalhador, em momentos em que este sujeito possa refletir sobre a empresa, sua importân-cia para esta, tendo uma visão do seu papel dentro da empresa e da empre-sa como um todo, pois, como bem lembra Chris Linnares em sua palestra citando Demasi, as empresas mais produtivas são aquelas que trabalham com funcionários felizes.

Daniela M

aia

Tiago Cristiano Régis BarbozaEducador Físico – CREF5286-P/SC

E-mail: [email protected] Fone: (47) 91351759

42 Revista SINDIPI

Obras poéticas, com expressões e que nos remetem a “autonomia do olhar”. São design de objetos e obras de arte em desenho, gravuras, pinturas em aquarelas, telas e murais cerâmicos para edificações.

A arte de Pedro PiresArte

Um artista autodidata, com uma sensibilidade imen-surável, além do senso criativo que ultrapassa barreiras e permite entrar

no interior da alma humana. Assim é Pedro Pires, que exerce seu talento em seu atelier no Sul da Ilha de San-ta Catarina, em um dos lugares mais tranqüilos e em conexão com a na-tureza: Pântano do Sul. Os trabalhos são variados: design de objetos e obras de arte em desenho, gravuras, pinturas em aquarelas e telas e murais cerâmicos para edificações. Mesmo utilizando materiais diferentes, persis-tem nestas obras os mesmos compo-nentes gráficos e a realização gestual e de raiz expressionista. “O resultado são composições dinâmicas, qua-se musicais, onde a fluidez do traço,

transparências e texturas estruturam-se em densas tramas compositivas”, opina João Otávio Neves Filho (mem-bro da ABCA).

Com uma trajetória artística inten-sa, Pedro Pires também participou de projetos gráficos, cenários e figurinos para teatro, cinema de animação e ilustrações para literatura. Neste mes-mo período, o artista ainda realizou dez exposições individuais e participou de 17 coletivas, garantindo espaço para suas obras em importantes acervos de instituições públicas como MASC, IPHAN, e em coleções particulares no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, EUA, Portugal, França e Japão.

Sua arte emerge do cotidiano, como um diário ao qual vão se acres-centando anotações, cicatrizes aci-dentais, compromissos, memórias e sobretudo o inesperado. “Emoção

42 Revista SINDIPI

Pintura aquarela sobre papel de algodão

Obra realizada em 2005. Aquarela sobre papel Fabriano; 100% algodão

Revista SINDIPI 43

transformada em energia plástica” é a definição de Pires para seu trabalho. Para o artista, as obras de arte são feitas a partir das impressões sobre a realidade que nos cerca. Pedro Pires espera que sua arte cumpra a fun-ção atribuída pelo próprio artista ao seu trabalho: “creio que é função da arte iluminar a vida. Espero que estas obras possam deixar algo que amplie nossa visão de mundo, como um de-poimento sobre a realidade que nos cerca. Uma marca em uma superfície gera uma tensão no espaço, que pede uma resposta e assim engendra outra marca, como passos vão formando um caminho”.

Confira as fotos da mostra “Cons-trução Naval”, composta por pinturas, em linguagem contemporânea, uti-lizando telas em acrílica sobre tela e aquarelas sobre papel de algodão. A exposição teve o apoio do FIESCultu-ra, projeto que divulga os trabalhos de artistas catarinenses ou que residam no Estado há mais de cinco anos.

Pedro PiresSite: www.pedropires.com.br E-mail: [email protected]

Revista SINDIPI 43

Pintura acrílica sobre tela

Pintura aquarela sobre papel de algodão

Pintura acrílica sobre tela

44 Revista SINDIPI

Livro

Obra aborda relações entre pesca e turismo O livro é resultado de mais de 20 anos de estudos com a participação de 13 pesquisadores de SC e RS.

“A obra é fundamental aos estudos de pes-ca e turismo no Brasil, relata Carmen Rial”.

O livro “pesca e Turismo - Etnografias da globali-zação no litoral do Atlân-tico Sul”, reúne textos de pesquisadores que

formam o que já se poderia chamar de uma escola de estudos de comuni-dades pesqueiras na antropologia de Santa Catarina.

A obra é organizada por Carmen Rial, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Fede-ral de Santa Catarina e Matías Godio,

d o u t o r a n d o

em Antro-pologia Social.

O livro de 240 páginas reúne textos de 13 autores, iniciando com a parti-cipação de Anamaria Beck em: “Ca-racterização cultural, econômica e so-cial das comunidades pesqueiras da Grande Florianópolis”. A maior parte dos textos faz parte de dissertações e

teses desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Antropologia So-cial da Universidade.

“O presente livro é um convite ao leitor para adentrar nas diversas ma-nifestações sócio-culturais e econô-micas, bem como no processo de construção/reconstrução da identida-de étnica dos contingentes açorianos que migraram para o Sul do Brasil, em particular para a Ilha de Santa Catari-na e vizinhanças”, comenta Sílvio Co-elho dos Santos- professor emérito da UFSC e um dos mais importantes e

reconhecidos antropólogos do Sul do país.

A professora Carmen Rial considera a obra fundamental aos estudos de pesca e turismo no Brasil, além de servir de po-tencial utilidade a outros segmen-tos de público que se interessam por pesquisas etnográficas de lugares e grupos de Santa Cata-rina. “A obra relata e interpreta o que ocorre em locais tão próximos geograficamente, mas nos quais se processam práticas simbólicas mui-tas vezes distantes ou desconhecidas, como na Barra da Lagoa, em Ganchos, na Costa da Lagoa, na Lagoa da Concei-ção”, analisa.

A publicação “pesca e Turismo - Et-nografias da globalização no litoral do Atlântico Sul” foi uma iniciativa do NAVI - Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem, coordenado pela professora Carmen Rial, apoiada pelo NUPPE - Núcleo de Publicações de Periódicos do CFH, pela FAPESC e pelo PPGICH - Programa de Pós-Gra-duação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC.

De acordo com Matías Godio, ain-

da não há um projeto sobre a continui-dade da obra neste mesmo enfoque, mas ele revela que muitos pesquisa-dores estão estudando nesta linha. O próprio Godio continua seu trabalho, usando como ferramenta de pesquisa o audiovisual e tendo realizado docu-mentários com pescadores da Barra da Lagoa em Florianópolis. O pes-quisador revela que a pesca industrial sempre é um dos temas que apare-cem nas conversas dos pescadores, e, principalmente porque a maioria de-les foi durante vários anos pescadores industriais em Santos e Rio Grande.

Serviço

Ponto de venda: Revistaria do

CFH, Campus da UFSC, Trindade,

Florianópolis.

Fone: (48) 3721-9457

Colaboração

Mário Xavier

Divulgação

Revista SINDIPI 45

46 Revista SINDIPI

Gastronomia

Caderno Especial

ReceitasPaellaMarinheira

Rendimento : 8 porções

INGREDIENTES:-300g de robalo, cortado em cubos-12 camarões grandes, com cabe-ça e casca-12 mexilhões com casca-6 cavaquinhas com casca -12 vieiras com conchas-300g de lulas em anéis -½ k de arroz “bomba “ espanhol (próprio para paella ) ou - arroz agulha parabolizado, tipo 1-3 litros de caldo de peixe ( receita adicional) -2 g de açafrão diluído em um pouco do caldo quente-200g de cebola picada-10 dentes de alho picados- 200g de vagem, tipo macarrão, cortada em bocados - azeite para untar- sal e pimenta a gosto- p/ finalizar:- 1 ½ pimentão vermelho, em rodelas- 2 colheres (sopa) de salsa pica-da

PREPARO Unte a paelleira (panela própria

para paella) com azeite.Coloque os camarões , as cava-

quinhas e mexa durante uns 5 minu-tos ou até ficarem dourados . Retire e reserve .

Na mesma paelleira, coloque a ce-bola, o alho, o peixe, as lulas e mexa mais uns 5 minutos, também até dou-rarem.

Acrescente o arroz e misture bem.

Junte a vagem, o caldo de peixe em quantidade suficiente para cobrir todos os ingredientes e deixe cozi-nhar durante aproximadamente 15 minutos, até o arroz ficar cozido.

Acrescente as vieiras ,os mexi-lhões, e deixe cozinhar, mexendo, mais 5 minutos .

Enfeite com salsa picada e as rodelas de pimentão e sirva na pró-pria paelleira .

46 Revista SINDIPI

Gladstone Campos

Revista SINDIPI 47

- 1 tainha (1kg e meio), - 1 colher de sopa colorífico extra, - 1 perna de ova sem pele, - 100gr de moela de tainha, - 100gr de camarão sem casca, - 1 cebola grande, - 100ml de óleo de soja, - 200ml de azeite extra virgem, - 2 batatas inglesa grande, - 300gr de farinha de mandioca, - palito de dente, limão, 3 dentes de alho, sal a gosto.

PREPAROTempere a tainha limpa com sal e alho à gosto e deixe descansar. Recheio da Tai-nha: Em uma panela, coloque 200ml de azeite extra virgem, em seguida o alho e a cebola para dourar. Coloque a ova sem pele, a moela e o camarão para fritar por 5 minutos. Quando estiver pronto, acres-cente a farinha de mandioca e mexa até ficar no ponto. Acrescente o sal à gosto, o colorífico e mexa até virar uma farofa amarela. Pegue a tainha e recheie com esta farofa, feche com os palitos, colo-que numa forma de alumínio sobre as batatas em rodelas e regue com 100ml de óleo de soja. Corte os limões em ro-delas para decorar. Temperatura: 250°. Tempo aproximado: 45 minutos

Sérgio Vignes

Restaurante OliveiraRua Henrique Veras do Nascimento, 57.

Lagoa da Conceição - Florianópolis / SC (48) 3232-0201

Tainha recheada ao forno

INGREDIENTES (6 PESSOAS):

- 1 maço de cheiro verde- 1 cebola média/ 4 dentes de alho/ 2 tomates / 1 pimentão- 1 colher de cominho- 5 folhas picadas de manjericão- 1 lata de massa de tomate- 3 colheres de amido de milho- 1 pitada de leite - 1 colher de margarina- 200g de camarão médio- 200g de lula- 200g de filé de peixe sem espinha- 200g de siri ou marisco- 1 vidro pequeno de leite de coco- 1 lata de creme de leite- 1 xícara pequena de óleosal a gosto

Encontro de Amigas Nada melhor que jogar conversa fora, relaxar após o trabalho e ainda sabo-

rear com os amigos uma deliciosa sopa de frutos do mar no forno à lenha. Para completar, uma sobremesa especial:mousse de atum.

A Revista Sindipi sempre estará oferecendo este espaço, compartilhando com os leitores as festas, encontros, refeições em casa que tenham no car-dápio peixes e frutos do mar. Confira o encontro de um grupo de amigas em Itajaí. Inspiradas na arte da culinária a base de pescado, desfrutaram uma sopa; sobremesa de atum e como acompanhamento, um saboroso vinho. Anote as receitas e organize uma noite especial!

Mousse de atumINGREDIENTES:- ½ xícara de água quente- 1 cubo de caldo de galinha- 6 folhas de gelatina branca ou ½ en-velope de gelatina em pó- 1 lata de atum (para esta receita foi utilizado o atum Coqueiro)- 1 vidro de 250 gramas de maionese- 1 lata de creme de leite sem soro- 4 colheres de catchup- 1 colher de sopa de molho inglês

MODO DE PREPARO: Na água quente desmanchar o cal-do de galinha e a gelatina. Bater todos os ingredientes no liquidificador. Colo-car em uma forma untada com azeite de oliva. Colocar na geladeira, espera ficar com consistência de gelatina, de-senforme e está pronto para servir.

MODO DE PREPARORefogue a cebola e alho no óleo e coloque 1 colher de margarina. Acrescentar o pi-mentão e os tomates (sem pele) cortados, além do manjericão e cominho. Coloque a massa de tomate e um litro de água. Deixe ferver. Acrescente em seguida a lula e deixe por mais 30 minutos. Colocar mais um litro de água e deixe ferver. Acrescente o peixe, camarão, siri e deixe na panela por mais ou menos 40 minutos. Desmanchar 3 colheres de amido de milho com leite e ir acrescen-tando aos poucos.Em separado, bata no liquidificador o cre-me de leite e leite de coco até ficar cremo-so. Coloca o creme na panela, misture bem, acrescente o cheiro verde e deixa ferver por cerca de 15 minutos, desligue o fogo, tampe a panela e deixa cozinhar no vapor. Acompa-nhamento: com farinha, torradas.

Sopa de frutos do mar

Gabriel Vargas

Revista SINDIPI 47

Preparado por Rubia BallesterPreparado por Eliane de Amorim

Mara Saturnino, Semida Fortes, Daniela Maia, Célia Rodriguez, Rubia Ballester e Lilian Bini

48 Revista SINDIPI

O Grupo Rubaiyat - dos restaurantes A Figueira e Baby Beef Rubaiyat - inaugurou seu quarto empreendimento na ci-

dade de São Paulo. É o Porto Rubaiyat, instalado no Itaim Bibi, que apresenta um variado cardápio especializado em pescado e frutos do mar. A casa conta com um conceito gastronômico baseado na cozinha saudável, sem fri-turas e enriquecida com os melhores ingredientes de cada estação.

O novo investimento é a realização de um sonho antigo da família Iglesias, que também comanda restaurantes nas cidades de Buenos Aires (Cabaña Las Lilas) e Madri (Baby Beef e Porto Rubaiyat, casa homônima, que expor-tou o modelo para o Brasil). A coorde-nação dos 45 cozinheiros e auxiliares fica a cargo do chef Francisco Game-leira, que já trabalhou em dois esta-belecimentos do grupo. Ele é respon-sável pela distribuição dos trabalhos e pela operação dos fogões, grelhas e fornos a lenha, que são aquecidos a uma temperatura de 600º C. Inicial-mente, Gameleira atuará em conjunto com o consultor Benjamín Urdiain, ex-chef do Zalacaín, em Madri, primeiro restaurante espanhol a receber três estrelas do Guia Michelin.

Peixes vivos em aquário e luz natu-

ral - O projeto arquitetônico do Porto Rubaiyat, assinado por Fernando Igle-sias, segue o estilo moderno e arroja-do das demais casas do grupo, com a presença de toques rústicos, como o piso feito com madeira de demolição e as lajotas de um antigo terreiro de café dispostas nas paredes. O restau-rante é uma grande caixa azul e toda sua decoração remete ao mar. Na en-

Porto Rubaiyat abre suas portas no Itaim Bibi

trada da casa, à frente do bar, fica um aquário com ostras e peixes de água doce e salgada. A intenção dos pro-prietários é ter sempre uma grande quantidade de pescado vivo para va-lorizar o frescor dos pratos. Ao lado, fica um balcão com gelo onde estão expostos os frutos do mar já limpos, como centollas chilenas, mexilhões, ostras, lagostas e vieiras.

A cozinha e a fachada são envi-draçadas e uma clarabóia de 90 m2 permite a incidência de luz natural no salão, que conta com um pé direito de 6m de altura. Em seu centro, ficam dois pandanos, plantas ornamentais semelhantes a palmeiras. Para com-pletar a decoração, uma das paredes exibe trabalhos de fotógrafos, que es-tarão disponíveis para a venda e serão trocados semestralmente. Paisagens clicadas por Valentino Fialdini e Bian-ca Cutait dão início ao projeto.

O restaurante é uma grande caixa azul e toda sua decoração remete ao mar. Na foto abaixo, a entrada da casa, à frente do bar, fica um aquário com ostras e peixes de água doce e salgada.

Porto RubaiyatRua Leopoldo Couto de Magalhães Jr. 1.142

Itaim Bibi - São Paulo - tel.: 3077-1111

Divulgação

Revista SINDIPI 49

Salada Porto Rubaiyat

INGREDIENTESFRUTOS DO MAR

- 05 lulas picadas abertas ao meio- 02 camarões grandes (um inteiro e um picado)- 02 tentáculos de polvo cozido por 45 minutos, depois picados em pe-daços- 02 vieiras

MODO DE PREPARO

Grelhar todos os frutos do mar em uma frigideira com azeite, sal e pi-menta do reino a gosto.

BASE DA SALADA

- 02 tomates picados em cubos sem sementes- 01 tolete de palmito cortado em rodelas- 01 punhado misto de alface

Polvo a Feira6 porções

INGREDIENTES

- 1,5 k de polvo - 4 folhas de louro- 4 cebolas cortadas em ¼- Sal

PREPAROCozinhar o polvo em abundante

água fervente com as cebolas, sal e louro dentro da panela de cobre por 45 minutos, coar e reservar.

No momento de servir, cortar o pol-vo em pedaços com uma tesoura e colocar uma pitada de pimentão doce espanhol e azeite de oliva.

TEMPERO DA SALADA

- 02 colheres de sopa de azeite extra virgem- 02 colheres de sopa de aceto bal-sâmico- 01 pitada de sal- 01 pitada de pimenta do reino preta

MONTAGEM TORRE DE SALADA - Colocar o tomate picado na parte de baixo do prato.- Acrescentar a alface e em seguida colocar o palmito cortado em rodelas.- Para decorar, dispôr o camarão in-teiro em cima do palmito e o restante dos frutos do mar ao redor da salada.

Gladstone Campos

Gladstone Campos

Revista SINDIPI 49

50 Revista SINDIPI

Jerry é o tipo de cara que você adora odiar. Ele estava sempre de bom humor e ti-nha sempre algo de positivo para dizer. Quando alguém

lhe perguntava como ele estava, ou-via a resposta: “melhor, impossível! Ele era um mestre de barco único, porque tinha vários tripulantes que o seguiam de embarcação para em-barcação. A razão porque eles o se-guiam era devido a sua atitude. Ele era um motivador natural. Se algum pescador estava num mau dia, lá estava Jerry dizendo para ele o lado positivo da situação.

Ver este estilo realmente me dei-xou curioso, então, um dia eu fui até ele e perguntei: “eu não entendo, você não pode ser otimista o tempo todo. Como você consegue? Ele res-pondeu:” a cada manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry, você tem duas escolhas hoje: você pode escolher estar de bom humor ou pode escolher estar de mau humor. Eu escolho estar de bom humor.

E cada vez que algo de ruim acon-tece, eu posso escolher ser uma vítima ou eu posso escolher aprender com a situação. Eu escolho a p r e n - der. Todas as vezes que al- guém me vem com reclama- ções, eu posso escolher aceitar as recla-mações ou eu posso a p o n - tar o lado positivo da vida. Eu

A ATITUDE É TUDO

escolho o lado positivo da vida. “É, tudo bem, mas não é tão fácil assim”, eu protestei. “Sim, é”, disse Jerry. A vida se refere a escolhas. Quando você descarta o superficial toda situação é uma escolha. Você escolhe como rea-gir à situação. Você escolhe como as pessoas vão afetar o seu humor. Você escolhe estar de bom humor ou mau humor. Em conclusão: é uma escolha sua, como você vive a vida”.

Eu refleti sobre o que Jerry me disse. Pouco tempo depois, eu dei-xei meu ramo de revenda de pescado para começar o meu próprio negócio, o de armador. Nós perdemos conta-to, mas freqüentemente pensava nele, quando eu fazia uma escolha sobre a vida, ao invés de simplesmente reagir impulsivamente.

Muitos anos depois, eu soube que Jerry havia feito algo que você sempre deve ter o cuidado: ele deixou a por-ta de frente da sua casa aberta. Sorte que sua família estava viajando para a casa dos seus pais. Pela manhã, ele estava cercado por três assaltantes armados e enquanto ele tentava abrir o cofre (todas as suas economias que guardava em seu lar), suas mãos, tre-mendo pelo nervosismo, erraram a combinação. Os assaltantes ficaram em pânico e atiraram nele.

Por sorte, Jerry, foi encontrado logo e levado para o hospital. Após 18 horas de cirurgia e semanas na UTI, Jerry teve alta do hospital, mas com alguns fragmentos de bala em seu corpo. Eu encontrei Jerry após

Mensagem

seis meses do acidente. Quando eu lhe perguntei como ele estava, ouvi a resposta: “melhor impossível, quer ver as cicatrizes?” Não quis ver seus fe-rimentos, mas perguntei o que havia lhe passado pela cabeça quando os assaltantes apareceram.

“A primeira coisa que me veio à ca-beça, foi que eu deveria ter trancado a porta de casa”, ele respondeu, “então, quando estava no chão, eu me lem-brei que eu tinha duas escolhas: eu poderia viver, ou poderia morrer. Eu escolhi viver”.

“Você não ficou com medo? Você perdeu a consciência?”, perguntei. Jerry continuou: “a equipe médica foi ótima. A equipe me dizia que eu ia ficar bem. Mas quando eles me leva-ram para a sala de emergência e eu vi a expressão dos médicos e enfermei-ras, eu fiquei com muito medo. Nos olhos deles eu podia ler esse é um homem morto. Assim, eu soube que precisava reagir”.

“O que você fez?”, perguntei. “Bem, havia uma enfermeira grando-na, robusta, me fazendo perguntas. Ela me perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu disse que sim. Os médicos e enfermeiras pararam tudo e esperaram a minha resposta. Eu respirei fundo e gritei: Balas! Em meio às gargalhadas, eu gritei que estava escolhendo viver e que devia ser tra-tado como se eu estivesse vivo, não morto”.

Jerry viveu gra- ças as habilidades dos mé- d i c o s , mas também por causa da sua surpreenden- te atitu-de. Eu aprendi com ele que todos os dias, nos temos a es- colha de viver plena- m e n t e . Enfim, a atitude é

Compartilhe esta surpreendente história de vida, que nos faz refletir o quanto nós somos responsáveis por nossa vida e que tudo depende de escolhas.

50 Revista SINDIPI

posso escolher aprender com a situação. Eu escolho a p r e n - der. Todas as vezes que al- guém me vem com reclama- ções, eu posso escolher aceitar as recla-mações ou eu posso a p o n - tar o lado positivo da vida. Eu

guardava em seu lar), suas mãos, tre-mendo pelo nervosismo, erraram a combinação. Os assaltantes ficaram em pânico e atiraram nele.

Por sorte, Jerry, foi encontrado logo e levado para o hospital. Após 18 horas de cirurgia e semanas na UTI, Jerry teve alta do hospital, mas com alguns fragmentos de bala em seu corpo. Eu encontrei Jerry após

guardava em seu lar), suas mãos, tre-mendo pelo nervosismo, erraram a combinação. Os assaltantes ficaram em pânico e atiraram nele.

Por sorte, Jerry, foi encontrado logo e levado para o hospital. Após 18 horas de cirurgia e semanas na UTI, Jerry teve alta do hospital, mas com alguns fragmentos de bala em seu corpo. Eu encontrei Jerry após

Jerry viveu gra- ças as habilidades dos mé- d i c o s , mas também por causa da sua surpreenden- te atitu-de. Eu aprendi com ele que todos os dias, nos temos a es- colha de viver plena- m e n t e . Enfim, a atitude é

guardava em seu lar), suas mãos, tre-mendo pelo nervosismo, erraram a combinação. Os assaltantes ficaram em pânico e atiraram nele.

Por sorte, Jerry, foi encontrado logo e levado para o hospital. Após 18 horas de cirurgia e semanas na UTI, Jerry teve alta do hospital, mas com alguns fragmentos de bala em seu corpo. Eu encontrei Jerry após

Francie Schwartz (adaptação Daniela Maia)Centro Universalista Cristão Nossa Casa de

Oração de Balneário Camboriú

Revista SINDIPI 51

52 Revista SINDIPI