revista sim! 48

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COBOGÓS ø MOSTRA ARTEFACTO ø JARDINS EM LAJES ø SPA ø EUDES MOTA ø CARLOS MÉLO ø ANA GLAFIRA JCPM Trade Center A arquitetura, a tecnologia e os primeiros ambientes do mais novo empresarial do Recife. ANO VI - Nº 48 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA ø www.revistasim.com.br ø ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE . . .

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Revista sobre arquitetura, design e artes

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COBOGÓS ø MOSTRA ARTEFACTO ø JARDINS EM LAJES ø SPA ø EUDES MOTA ø CARLOS MÉLO ø ANA GLAFIRA

JCPM Trade CenterA arquitetura, a tecnologia e os primeiros ambientes do mais novo empresarial do Recife.

ANO VI - Nº 48 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA ø www.revistasim.com.br ø ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE . . .

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Detalhe do hall do JCPM Trade Center pelo fotógrafo Rodrigo Urquiza.

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Diretor Executivo Márcio Sena

([email protected])

Coordenação Gráfica e EditorialPatrícia Marinho

([email protected])

Produção Gráfica e EditorialPatrícia Marinho

([email protected])Felipe Mendonça

([email protected])

REDAÇÃOAriella Dias

([email protected])Flaviano Quaresma

([email protected])Paula Delgado

([email protected])Maria Leopoldina

([email protected])

ArteFelipe Mendonça

Liane Wanderley - Patrícia Marinho Rodrigo Urquiza

RevisãoFabiana Barboza

([email protected])

Consultoria EditorialRoberto Tavares

Arquiteto ColaboradorAlexandre Mesquita

Operações ComerciaisMárcio Sena

([email protected])

ComercialEliane Guerra (81) 9282.7979

([email protected])

Assessoria JurídicaAldemar Santos - O.A.B. 15.430

SIM! é uma publicação bimestral daMIRAI MÍDIA

Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep

Recife - PE - CEP [email protected]

[email protected] / Fax 81 - 3471.3705

ComercialR. Bruno Veloso, 603 - Sl 101

Boa Viagem - Recife - PECEP 51.021-280

[email protected] / Fax 81 - 3327.3639

Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente

a opinião da revista.

FIQUE POR DENTRO - 08 Novidades do mercado em decoração,

design, tecnologia e arte.

DESIGN DE MODA- 14Andréa Santiago mescla lycra, renascença e

macramê para compor sua Praia dos Carneiros.

DESIGN DE BARRO- 16Lorane Barreto aplica sua técnica Canapreta

à criação de acessórios femininos.

COBOGÓS- 18Elementos vazados que se popularizaram e

mantêm o estilo em diversas construções.

MOSTRA ARTEFACTO RECIFE - 24Uma canja da mostra que pelo sétimo ano

consecutivo reúne diversos arquitetos no Recife.

JARDINS SOBRE LAJES - 36Arquiteta Fany Galender fala sobre

projetos paisagísticos sobre lajes.

JCPM TRADE CENTER - 44O projeto arquitetônico e os primeiros escritórios

projetados no mais novo empresarial do Recife.

ARTE - 64 / 65Carlos Mélo ganha prêmio; SPA 2006; e

Eudes Mota comemora 40 anos de carreira.

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Editorial

Uma arquitetura inteligente! Esta é, sem dúvida, a primeira impres-são que se tem do JCPM. Isso não quer dizer simplesmente moder-no ou contemporâneo. É muito mais! O projeto de Jerônimo Cunha Lima consegue unir, entre outros aspectos, funcionalidade, confor-to, tecnologia e elegância. E o design de interiores seguiu o mes-mo caminho. É só conferir o trabalho de Romero Duarte, Zezinho Santos, Fernando Guerra, Viviane Mendonça e Luiz Vieira. Um em-preendimento inteligente! Esta é a conclusão inevitável de quem é apresentado ao JCPM. Comprovem!

A influência dos elementos vazados árabes em Pernambuco, os mu-xarabis, deu margem a uma matéria muito bacana sobre cobogós. Arquitetos e a ABCP-NE falam sobre o seu uso, os vários mate-riais, as formas, as vantagens... Além disso, Ana Glafira apresenta um pouco da sua exposição Cobogós de Jaguará. Pra lá das “Ará-bias”!

O design a moda está com tudo! Andréa Santiago, com sua coleção Praia dos Carneiros, foi uma das revelações dos Novos Talentos do Recife Fashion deste ano. Lorane Barreto, que já havia inovado com seus ladrilhos pintados com tinta canapreta, agora utiliza a tinta de cana-de-açúcar em acessórios femininos. Tudo muito criativo!

A decoração acontece com a Mostra Artefacto – Recife. Uma pro-va difícil para os decoradores, pois o ambiente pode ficar com cara de showroom e aí, perde a graça... Destacamos alguns momentos da Mostra, mas você pode ver muito mais no site da Sim! (www.revistasim.com.br). Parabéns à marca que comemora 30 anos e a Orismar Rodrigues que realizou a curadoria da 7ª Mostra Artefacto Banco Real. Um capricho só!

Muito bom é o artigo da arquiteta Fany Galender. Ela fala a respeito de jardins sobre lajes. Pensando bem, visto sobre o aspecto urbano, o assunto é quase uma utilidade pública. Na falta de jardins, quin-tais e oitões, são necessárias novas soluções para que o “verde” en-tre nas cidades. Mas tudo muito bem projetado, é claro!

Para trabalhar todos os sentidos e aguçar os cérebros: muita arte contemporânea. O SPA - Semana de Artes Visuais do Recife - já aconteceu, mas não poderia ficar sem o nosso registro. E deixou dois filhos maravilhosos: o Mapa das Artes 2006/07 e a ReviSPA. O bem e o mal fazem parte das lembranças de Eudes Mota em Espó-lio. E o nosso querido Carlos Mélo é um dos vencedores do Prêmio CNI Sesi Marcantônio Vilaça para Artes Plásticas. Viva!

Não perca tempo. Leia Sim!

Patrícia Marinho [email protected]

“...Tem mais fazer Em saber porque faz

Em mais querer Em querer por demais

Pra lá Do que é muito

Tem mais mundo mais que um...”

(Dante Ozzetti e Luiz Tatit – Pra lá)

“...Eu só acredito em liberdadeE estar sempre com saudade

De viver um grande amor”(Vinicius de Moraes -

O que é que tem sentido nesta vida)

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Fique por dentro

Carteira escolar inclusiva O Estúdio Índio da Costa Design e a ONG Noisi-nho da Silva, que luta pela inclusão das crianças deficientes físicas através do design universal, desenvolveram uma carteira escolar inclusiva, para estudantes portadores ou não de cuidados especiais. O conjunto de mesa e cadeira garante bom posicionamento, estabilidade e segurança para o estudante na realização de suas tarefas escolares. Este novo projeto foi premiado no concurso de design Handitec, na França, destina-do a profissionais e estudantes de design de todo o mundo que buscam facilitar a vida de pessoas com necessidades motoras especiais, cegas e am-blíopes (que possuem algum problema de visão).Contato: www.planin.com.

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Iluminação inteligenteO novo sistema Scenario oferece, em um único painel, o comando de todas as “cenas” de luz de um ambiente, inclusive por controle remoto. Ele elimina o excesso de pontos para instalação de cada dimmer ou interruptor. A tecnologia ainda é capaz de acionar cortinas elétricas ou tela de projeção e tem painel de comando de cor neutra que se adapta em qualquer ambiente. No Recife, o Sce-nario é comercializado pela Kriese Theater & Sound, com assistência e projeto de instalação. Contato: Kriese Theater & Sound | Rua Pe. Cabral, 215 | Setúbal | Recife/PE | Fone: (81) 3341.6918 | Site: www.kriese.com.br

Design no lavatórioUma da mais belas peças no showroom da loja Onda é a torneira 2877 C70, da linha Waterfall. Como o próprio nome da linha su-gere, a água sai da torneira como uma queda d’água, suavemente. A peça fabricada pela Lorenzetti é feita em aço monocromado e vidro. Contato: Onda | Av. Conselheiro Aguiar, 1472 | Boa Viagem - Recife/PE | Fone: (81) 3325.1722 — Av. Epitácio Pessoa, 2359 | Tambauzinho - João Pessoa/PB | Fone: (83) 3244.4046.

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Tecidos nas paredes e tetosOs tecidos de folhagem ganham cada dia mais espaço. Usa-dos em mantas e almofadas agora também estão toman-do espaço nas paredes e tetos com a proposta de tornar o ambiente mais acolhedor e temático. A idéia pode seguir temas específicos, como folhagens para casa de campo ou estrelas do mar para casa de praia, entre outras. Contato: A.Carneiro Home | Av. Domingos Ferreira, 2902 | Boa Via-gem | Recife/PE | Fone: (81) 3081.9192

Solução acústicaAs recomendações de conforto ambiental ditam que o nível sonoro nos restaurantes seja em torno de 55 decibéis. Entretanto, esses espaços chegam a apresentar níveis entre 65 e 75 decibéis. Para corrigir o problema, a Lafarge Gypsum criou o GypSOM, forro em drywall de absorção acústica. Sua tecnologia foi desenvolvida com um diferencial: as chapas são perfuradas para absorver o som ambiente. Além disso, o forro acrescenta uma solução decorativa, pois não necessita ser instalado com perfis metálicos aparentes. O GypSOM é um forro monolítico e pode incorporar os projetos de iluminação, ar condicionado e sprinklers, sendo compatível, inclusive, com outros tipos de forros. Consulte o site www.gypsum.com.br.

Representações exclusivasA Daluz Iluminação, no Recife, está com representações exclusivas na cidade. Além de lançamentos semestrais da fábrica mineira Iluminar, com 25 anos no mercado, a loja também oferece produtos da marca Bertolucci, no mercado de iluminação há 50 anos, e da Scatto Lam-padário, fábrica mineira especializada em peças de cristais e aço-inox. Diversos designers de luminárias também complementam a lista de ex-clusividades, como Wagner Archella, que confecciona peças em acrílico em tamanhos diversos, de acordo com o pedido do cliente e atendendo a execuções de peças exclusivas. Contato: Daluz Iluminação | Av. 17 de Agosto, 1417 | Casa Forte | Recife/PE | Fone: (81) 3304.1511 ou Rua Pe. Bernadino Pessoa, 238 | Boa Viagem | Recife/PE | Fone: (81) 3465.9433 | Site: www.daluziluminacao.com.br.

Coza BiosA linha Bios da Coza utiliza matéria-prima proveniente de fonte renovável: elementos orgânicos mesclados ao plásti-co. Os produtos se destacam pelo design, na aparência da madeira e na resistência do plástico. Os produtos da Coza podem ser encontrados em home centers e lojas de artigos para casa. A empresa mantém representante no Recife.Mais informações: (81) 3224.8522

Foto: Letícia Remião

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Tecnologia e designUma nova tecnologia utilizada no transfer possibilitou aos designers da Dupé a criação de produtos com imagens multi-coloridas de alta definição, até então impossível de se realizar pelo processo de serigrafia. Com o transfer é possível repro-duzir uma fotografia na sandália, como no modelo Post Card (foto), que retrata pontos turísticos do Brasil.A tecnologia GEL HXP possibilita um melhor acabamento nas sandálias, sendo possível, inclusive, colocar diferentes desenhos e texturas em suas laterais, combinando com a pal-milha. A tecnologia é exclusividade da Dupé em todo o mun-do. Mais humanizada, não polui o meio ambiente, gerando menos resíduo durante a sua produção comparada à sandália tradicional. E todo excedente é reaproveitado. Ainda segundo a Dupé, a sandália em Gel HXP é mais macia e o design do calcanhar com amortecedor absorve mais o impacto da pisa-da no solo. Entre no site: www.dupe.com.br.

Cara novaA loja Dona da Casa, no Recife, está de cara nova e com novidades. Além de ser o cenário para a exposição de telas com pinturas em acrílico da artista Lúcia Pereira até o dia 20 de outubro, o show room apresenta bonecas customizadas em cabaça de Andréa Santini e objetos de palha de bananeira. Vá lá: Dona da Casa | Rua Amélia, 470 | Espinheiro | Recife/PE | Fone: (81) 3427.9788.

Coleção Marcantonio Vilaça Editado pelo Instituto Cultural Banco Real, o livro Invenção de Mundos - Coleção Mar-cantonio Vilaça de Arte Contemporânea é lançado sob a organização de Moacir dos Anjos. Criando universos simbólicos ainda não existentes, a obra expõe diferentes maneiras em contextos diversos, apresentando a coleção através dos recordes curatoriais já apresentados na Galeria Marcantonio Vilaça do Instituto Cultural Banco Real (antigo Instituto Cultural Bandepe). O livro pode ser visto nas bibliotecas públicas estaduais de todo país.

"Quem tem medo de Arte Contemporânea?"O livro, de autoria de Fernando Colcchiarale, reflete sobre os temas da arte contemporâ-nea com erudição e bom humor. A bem humorada pergunta também é título do documen-tário da Massangana Multimídia Produções e Editora, da Fundação Joaquim Nabuco. Os trabalhos surgiram a partir de uma conferência que Cocchiarale — crítico de arte e diretor do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro — apresentou na Fundaj. A então diretora do Instituto de Cultura da Fundaj, Isabela Cribari, gostou do mote da palestra e o convidou para escrever o livro. O documentário também traz depoimentos do convidado in-tercalados com uma série de entrevistas com artistas, críticos e curadores, que falam das formas de confronto e entendimento da arte contemporânea. O argumento, o roteiro e a direção do vídeo são da própria Cribari em parceria com Cecília Araújo. Serviço: Funda-cão Joaquim Nabuco | Rua Henrique Dias, 609 | Derby | Recife/PE | (81) 3073.6679

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As novidades são a mistura da lycra com a renascença, o macramé de lycra e a renascença tingida.

Os biquínis e saídas de banho não são mais os mesmos, ainda que modelos acabem retornando com grande força e transformando-se em tendências atuais. Especialistas acreditam que a utilização de novos materiais nas peças é o fa-tor que define essas mudanças. Lantejoulas e aviamentos de madeira (coco) são dois exemplos entre muitos outros. Na coleção Praia dos Carneiros da marca Dunna, da estilista Andréa Santiago, os 15 looks apresentados no Recife Fashion 2006, em agosto, trouxeram novidades como o macramé de lycra e as combinações entre a lycra estampada e as renascenças tingidas.

Considerada revelação da moda local e selecionada pela primeira vez para o Recife Fashion, Andréa Santiago diz que desenhou os looks pensando na informação da moda nas peças. “Biquínis são roupas que oferecem apenas três espaços de

Andréa Santiago e sua Praia dos Carneiros

Design de Moda

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Por Flaviano Quaresma

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Serviço: Dunna – Andréa Santiago

Lojas: Allumette – Rua do Atlântico – Boa Viagem | Bendito Fruto – Paço Alfândega - Bairro do Recife

trabalho, por isso devem ser planejados com muito cuidado. Na minha coleção, dou ênfase aos trabalhos manuais (com a renascença), mas com um toque de exclusividade com a mistura de estampas das lycras e renascenças tingidas”, explica. A estilista quis fugir da tendência cultural que tem invadido os ateliês dos profissionais em Pernambuco e, mesmo utili-zando o artesanato, é no Litoral Sul que se sustenta para as criações e para a escolha da cartela de cores.

Do brilho ao estilo rústico, os biquínis apresentam sofisticação com o uso dos bojos e diferencial com as aplicações de crochê. Segundo Andréa, o verde representa os coqueirais e as águas da Praia dos Carneiros. A escolha pelo branco e preto afirma ser fundamental em qualquer peça de banho. O chocolate e o ouro velho representam a forte tendência afro e tribal acompanhada pelos tons de terra. “Escolhi o vermelho para quebrar a unidade das cores frias da coleção”, acrescentou. Tecidos como lycra, chifon, algodão e cambraia passeiam entre a nova coleção, que também contempla os shortinhos, sainhas, vestidinhos e caftas. “Preparei os looks para uma mulher antenada, mas também que gosta de sofisticação. Quis atender a todos os gostos”, completa.

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Design - Acessórios

As bijuterias de Lorane Silva Barreto dão novo suporte à técnica canabarro desenvol-vida pela artista e que utiliza a tinta canapreta, feita com açúcar queimado, na pintura em cerâmica.

Em cordões de algodão, as peças exprimem a rusticidade tanto da matéria-prima (bar-ro/argila), como da tinta (preta e opaca), ora em formato de bolinhas, ora em canudi-nhos, argolas e bolachas achatadas ovais.

A montagem das peças é feita por Lorane com o apoio das filhas, Juana (arquiteta e designer) e Mariana Barreto, e destaca feminilidade e delicadeza nos colares de diver-sas formas de uso. Alguns podem ser transformados em cintos, devido ao comprimento dos cordões. As contas destacam a regionalidade nordestina com muita beleza e per-sonalidade.

Sobre a CanapretaA canapreta é uma tinta feita com açúcar e adequada para a pintura em cerâmica. Desenvolvida pela artista plástica Lorane Silva Barreto, a técnica foi lançada com o propósito de oferecer aos artesãos a produção auto-sustentável, já que a tinta é de fácil preparo, atóxica e de firme fixação, resistente, inclusive, ao lixamento da peça.

Por Ariella Dias

Canabarro apresenta bijuterias

As bijuterias Canabarro são encontradas na loja Conceito, no Paço Alfândega, ou diretamente com a artista.

Lorane Silva Barreto

Ateliê - Rua da Aliança, 22 - Aflitos - Recife - PE

Fone: (81) 9126.8771

E-mail: [email protected]

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Por Flaviano Quaresma

“A ArquiteturA como construir portAs, de Abrir; ou como construir o Aberto; construir, não como ilhAr e prender, nem construir como fechAr secretos; construir portAs AbertAs, em portAs; cAsAs exclusivAmente portAs e tetos. o Arquiteto: o que Abre pArA o homem (tudo se seneAriA desde cAsAs AbertAs) portAs por-onde, jAmAis portAs-contrA; por onde, livres: Ar luz rAzão certA”.

(fábulA de um Arquiteto / joão cAbrAl de melo neto)

Design - Cobogós

Por Flaviano Quaresma

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O cobogó é utilizado freqüentemente nas construções modestas do Nordeste, com desenhos fantasiosos ou ingênuos, mas sempre um elemento simples, leve, resis-tente, econômico, sem exigências de manutenção e com alto grau de padronização dimensional. Na Região Me-tropolitana do Recife, muitos prédios datados trazem cobogós em suas fachadas, em suas áreas de serviço e nos corredores das escadas. Na Faculdade de Direito de Olinda ainda existem os antigos muxarabis trazidos das terras árabes e que foram conservados.

Barreto identifica um leque de funções dos cobo-gós: elemento de fachada, de promover jogo de luz e sombra, de textura, de privacidade e de ventila-ção. As variações são livres e podem apresentar es-pecificidades bem locais. O combograma, idealizado pelo arquiteto, tem as mesmas características dos convencionais cobogós, mas com função distinta: utilizado no solo dos jardins e das entradas das ga-ragens. “O combograma nada mais é que o cobo-gó subterrâneo que oferece apoio na superfície para que o gramado não seja danificado pelos pneus dos carros”, explica.

“Os elementos vazados são produtos que promovem convivência entre a obra e a natureza”, afirma o arquiteto pernambucano Aldênio Barreto, defensor da utilização de cobogós em projetos elaborados no Nordeste. Duas perspectivas históricas defendem a origem do termo “combogó” (como são popular-mente conhecidos), Barreto acredita que ele é uma adaptação do muxarabi, de arquitetura árabe, ao clima nordestino. “O clima daqui é muito parecido com o clima dos países árabes e do continente afri-cano. Os árabes trouxeram os muxarabis para serem utilizados nas construções coloniais para quebrar a forte luminosidade do ambiente interno, promover a ventilação e oferecer privacidade”, ressalta. Outra perspectiva, diz respeito a três engenheiros (Coim-bra, Boeckmann e Góis) que idealizaram o elemento vazado e que etimologicamente, segundo o Aurélio citado no dicionário Houaiss, as iniciais dos sobre-nomes desses engenheiros formam o termo. “Diz-se que a pronúncia cobogó soava mal e com o tempo as pessoas acabaram adaptando de acordo com o que se falava: combogó. Mas não acredito nessa segun-da perspectiva da origem do termo”, explica.

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Muxarabi em madeira

Visão interna dos cobogós da fachada do escritório do arquiteto Zezinho Santos.

Nesta casa, projetada por ALdênio Barreto, os cobogós foram utilizados na parede que separa as salas da área do jardim.

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O arquiteto Zezinho Santos diz que o elemento va-zado também pode ser uma alternativa sofisticada, dependendo do material utilizado na sua fabricação. “Além de contribuir na ventilação, o cobogó também pode ser um elemento de alta esteticidade no am-biente. Se fabricados em inox ou PVC, podem garan-tir um apelo estético muito interessante”, ressaltou. O arquiteto pensou apenas em alguns materiais que podem ser resistentes ao sol e à chuva. “O vidro, por exemplo, é uma alternativa, mas é preciso levar em consideração que ele pode sujar fácil e apresentar dificuldades na hora de limpar”, acrescentou. É pre-ciso compreender também que os cobogós podem ser idealizados junto com o projeto da casa, do prédio. É um elemento relativamente livre e dosa privacida-de e ventilação. Sempre recomendo, mas as pesso-as não agregam valor a essa alternativa, preferem o que sempre está na moda”, pontuou. Na fachada do escritório de Zezinho existe um cobogó datado de 1954, que fez questão de conservar.

Trabalhando junto às universidades, escritórios de arquitetura e órgãos públicos e privados, a Associa-ção Brasileira de Cimento Portland (ABCP) oferece apoio técnico às indústrias de pré-fabricados quanto à qualificação e à melhora do cimento e sua utiliza-ção na fabricação dos produtos. Segundo Eduardo A. Barbosa de Moraes, diretor regional Norte-Nordeste da ABCP com escritório no Recife, a associação é um centro de atendimento tecnológico. “Oferecemos orientação para o consumidor de cimento, seja ele pessoa física ou jurídica, universidades, indústrias. Isso é muito importante porque certifica a qualidade de produções normatizadas”, enfatizou.

Moraes disse que existe um selo de qualidade emitida pela ABCP e essa certificação tem um acompanha-mento trimestral feito pelos especialistas da asso-ciação. “A durabilidade depende das normas. Muitos podem não saber, mas, do cobogó aos blocos de con-creto, são avaliados a conformação, o volume, a re-sistência e a capacidade técnica”, explica. Comprar dentro da norma é algo muito importante, segundo Moraes, evitam-se desgastes e problemas futuros e sérios, como o risco de prédios construídos com blo-cos de concretos desabarem. “No Recife, não existem prédios feitos com blocos de concreto dentro da nor-ma”, ressaltou.

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“Combogós ou Cobogós — tijolo perfurado ou elemento va-zado, feito de cimento utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas, com a função de quebra-sol ou para se-parar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação. Adição, subtração, justaposição, corte, dobra, ar-ticulação ordenada ou ajuntamento entre partes — princí-pios presentes na construtividade dos cobogós como método e na tradição construtiva da história da arte em diversos mo-mentos: construtivismo russo, concretismo e neo-concretismo brasileiro e op-art, dentre os tantos hibridismos conceituais e matéricos decorrentes da modernidade e meta-modernidade, expandindo-se para os campos do design e da publicidade”.

Segundo Ana, o exercício estético deste olhar já é caracterís-tica da fotografia que vem desenvolvendo: a busca de ressig-nificação sígnica e estética de elementos do cotidiano, apli-cando-o sob a lente da contemporaneidade sobre o tema dos Cobogós, de Jaraguá (bairro portuário, histórico, berço de Maceió, onde são encontrados diversas edificações arquitetô-nicas de vários portes – desde o neo-clássico, passando pelo moderno, até o contemporâneo). Valorizando-os, enfatizando-os e mesmo abstraindo-os de seu entorno. Instaurando uma poética de interfaces (peculiar às suas funções e formas, trân-sito entre o fora e o dentro) ao tempo que são estabelecidas pontes e referências formais entre os dados da arquitetura e das artes visuais.

Ana disse que se ressalta assim as lateridades e analogias pos-síveis e passíveis existentes entre estas linguagens. Lembrando ainda que a arquitetura é também portadora de códigos, ima-gens e informações que sempre dialogaram e influenciaram-se mutuamente. A artista é professora de Artes Visuais, titular na Câmara Setorial de Artes Visuais Nacional / MINC / FU-NARTE, onde participa da elaboração do documento que sub-sidiará o Conselho Nacional de Política Cultural/MINC para formulação do Plano Nacional de Cultura, e membro funda-dora do Fórum de Artes Visuais de Alagoas.

Cobogós de Jaraguá nas fotos de Ana Glafira

Serviço:

Aldênio Barreto: (81) 3469-2993

Eduardo Moraes — ABCP: [email protected] | www.abcp.org.br

Ana Glafira: [email protected] | www.anaglafira.art.br

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Mostra Artefacto 2006

Decoração

30 anos de Artefacto Recife, 30 ambientes projetados por 30 escritórios de arquitetura e ambientação de Pernambuco e Paraíba. Estes são os primeiros números da 7ª Mostra Artefacto que numa área de 1.900 m2 evidenciam cerca de 50 lançamentos da marca entre móveis, tecidos e revestimentos.Com a curadoria de arte a cargo do escritor, poeta e colunista Orismar Rodrigues, a mostra expõe obras de artistas pernambucanos como: Edson Menezes, Ghita Charifker, Badida, Maria Carmen, Thereza Cos-ta Rego, Reynaldo, João Câmara, Roberto Ploeg e Roberto Lúcio, além de representantes das galerias Amparo 60, Mariana Moura e Dumaresq. Confira 5 dos 30 ambientes, como um exemplo do que mostra apresenta.

Tendo a chita como inspiração para quebrar o estilo clean predominante nos móveis brancos de madeira, a arquiteta Márcia Nejaim propôs para este espaço despojado a descontração através da atmosfera tropical com muita luz. Para isso, a linha de embutido Step – lançamento da Iluminar –, e a arandela remo foram grandes aliadas, como, por exemplo, uma das paredes em azul lápis lazúli evidenciada pelo efeito da mini-dicróica com facho fechado.

Living da Praia

Márcia Nejain

Rua Henrique Capitulino, 118-A - Boa Viagem - Recife - PE

Fone: 81 3326.4783 / 3326.6652 - E-mail: [email protected]

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Decoração - Mostra Artefacto 2006

Seguindo a idéia do loft – sem divisórias –, o arquiteto André Carício integrou os ambien-tes também através da cor. Utilizando grafite, a tonalidade dos móveis combinou com a das paredes, destacando com sutileza os embutidos chess Iluminar e decorativos assina-dos pelo designer Walter Archelle.Contando com a elevação do quarto através de um piso de 75 cm, propositalmente uma bancada é utilizada como mesa para estudo e/ou suporte para computador.O porcelanato Gyotoku Grigio polido (40x40) compõe o espaço com uniformidade.

Loft

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André Carício

Av. Domingos Ferreira, 890, sala 909 - Boa Viagem - Recife - PE

Fone: 81 3326.2242 - E-mail: [email protected]

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Decoração - Mostra Artefacto 2006

Descontraindo na utilização da estante – ambientada horizontalmente –, a arqui-teta Ana Cristina Cunha evidenciou o brilho no ambiente através do revestimento utilizado nas paredes da Finni, combinando com a pendente de cristal com corren-te de inox, assinada por Isabella Scatto.

Living com Jantar

Ana Cristina Cunha

Av. 17 de Agosto, 232 - Casa Forte - Recife - PE

Fone: 81 3441.3212

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A dupla apostou na modernidade com muita alegria, luminosidade e toques retrôs. Nas paredes, o revestimento – originário da década de 60 – har-moniza com a luminária italiana na cabeceira da cama, bem como com os objetos e móveis de design contemporâneo e cores pastéis. Destaque para o quadro do artista plástico Leo Vila e para a escultura de Suely Brasileiro.

Studio do Jovem Esportista

Fábio Benevides e Carlos Queiroz

Av. Boa Viagem, 4308 / 08 - Boa Viagem - Recife - PE

Fone: 81 3466.7381 - E-mail: [email protected]

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Decoração - Mostra Artefacto 2006

As arquitetas, homenageando Carlos Trevi do Instituto Cultural Bandepe/Banco Real, projetaram um ambiente com várias peças de artesanato inspiradas no gosto do curador. Os móveis de fibra natural são as peças-chaves neste contexto, lem-brando o estilo praiano do apartamento.As paredes do espaço pintadas de cal remetem à simplicidade, lembrando o estilo das vilas de pescadores.

Living com Jantar / Praia

Giuliana Zirpoli, Lorena Pontual e Elza Mendonça

Fone: (81) 3327.4222 / 9235.3554

E-mail: [email protected]

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A criação de espaços de lazer e de recreação ao ar livre em áreas edificadas, isto é, sobre lajes, remonta a tempos longínquos. Jar-dins suspensos já eram conhecidos desde os babilônios e chegam até os nosso dias com outros significados, atendendo a novas demandas geradoras de novos programas, atrelados ao modo de vida das metrópoles e grandes cidades.

Paisagismo

Jardins sobre lajesPor Fany Galender - Arquiteta - [email protected]

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No Brasil, pioneiros do trabalho em arquitetura pai-sagística como Roberto Coelho Cardozo e Waldemar Cordeiro, em São Paulo, e Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, têm expressiva atuação neste seg-mento, com projetos paradigmáticos de ambientação paisagística em situações onde predomina a criação de espaços livres em terrenos não naturais.

Nestes casos, aspectos como drenagem, irrigação, possibilidade de desenvolvimento pleno do elemento vegetal entre outros pontos a serem considerados em qualquer projeto, adquirem maior relevância, pois as condições são mais desfavoráveis do que nas situa-ções em que se trabalha em terrenos naturais. Nes-sa última situação, há o desenvolvimento radicular (independentemente do extrato vegetal plantado), a ausência de problemas com a impermeabilização e a percolação mais eficaz da água; eles encontram, normalmente, situação muito mais propicia ao su-cesso da proposta.

Especialmente nos primeiros casos, o paisagista deve participar das discussões desde o início do projeto, de modo a ver atendidas as suas solicitações quanto à pro-fundidade de terra que garanta o plantio de espécies de maior porte: a redução da altura e/ou eliminação de muretas para a contenção de canteiros; a inversão de vigas, entre outras questões. A compatibilização prévia

com os projetos de impermeabilização, drenagem, hi-dráulica e iluminação também é fundamental para as-segurar o bom resultado final da obra.

Voltando aos nossos mestres, podemos constatar em obras como o Edifício Sede do BNDS, a Fundação CAEMI, o Edifício Sede da Petrobrás (RJ), o Banco Safra e o Edifício Macunaíma (SP), o rebatimento dos conceitos de construção do espaço livre presente em outras obras de Burle Marx, porém com os cuida-dos necessários neste contexto específico. Os pisos, quase sempre utilizando o mosaico português, com o desenho e a palheta de cor característicos da lingua-gem deste artista, também estão presentes em suas obras sobre lajes e a vegetação também exibe sua exuberância, contudo relevando as condições espe-ciais em que se encontra. Para tanto, encontramos nos projetos de Burle Marx com este perfil, o empre-go de espécies de enraizamento superficial, como a Plumeria, diversas Erythrinas, Beaucarnea recur-varta, os ”totens” de xaxim recobertos com Bromé-lias ou ainda os morrotes de mosaico português com aberturas para o plantio de vegetação.

Já os paisagistas que criaram os fundamentos do pai-sagismo paulista atuaram, sobretudo, em projetos de edifícios residenciais, nos quais as extensas lajes de piso dos pavimentos térreos sobre os estacionamen-

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tos destes empreendimentos são alvo de propostas voltadas para o lazer e a recreação de seus moradores. Neste primeiro momento, a preocupação se limita à criação de estares com bancos e áreas com canteiros vegetados, sem a implantação de piscina, quadras ou equipamentos mais sofisticados de playground que passam a ser indispensáveis nas intervenções a partir da segunda metade da década de 1970.

Waldemar Cordeiro, cuja atividade como artista plástico concretista é muito mais conhecida do que a sua atividade como paisagista, projetou inúmeros edifícios residenciais em São Paulo. Destaque para o Edi-fício João Ramalho, construído no bairro de Perdizes em 1963, com seus gramados formando extensos quadrados de tonalidades e texturas diversas, fornecidas pela utilização de gramas de diferentes varie-dades, buscando expressar o conhecimento crítico da consciência humana em contraponto a uma visão naturalista da paisagem. Para este artista, a construção da paisagem é uma atividade cultural, criada pelo ser humano, que visa a comunicação e se transforma em arte.

Ao introduzir a disciplina de paisagismo no âmbito acadêmico, Roberto Coelho Cardozo, em 1952, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, traz de sua experiência norte-ame-ricana o convívio com o mestre Garrett Eckbo e dissemina este conhecimento entre os jovens estudantes da capital paulista, seja como seus ouvintes em sala de aula ou como estagiários em seu escritório. Seus projetos agregam esta influência estrangeira, porém são recriados em uma linguagem própria que se tornará referência para uma geração que sofre sua influência mais ou menos direta, como os arquitetos Miranda Magnoli, Rosa Kliass, Luciano Fiaschi e Benedito Abbud.

Em suas intervenções, Cardozo cria espaços com desenhos elaborados em consonância com a linguagem moderna do volume arquitetônico; leva o projeto do espaço livre do lote para a calçada e suplanta a lin-guagem eclética ainda então encontrada nos projetos paisagísticos. Em 1972, é inaugurado o Projeto da Praça Roosevelt, um marco das proposições de vanguarda modernista em São Paulo, com seu jogo de lajes que abriga um estacionamento, um espaço para atividades ao ar livre (como concertos e espe-

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táculos), além de escola e lojas. A proposta feita por um grupo de arquitetos, do qual faz parte Cardozo, é precursora de uma série de praças-edifícios, resultantes de alterações do sistema viário de São Paulo e seguida de inúmeras praças implantadas pela Cia. do Metropo-litano de SP junto de suas estações, como a Praça da Estação Paraíso (de autoria de Roberto Burle Marx) e a Praça da Sé (atualmente em processo de revitalização). São intervenções sobre grandes planos de laje, onde a preocupação com impermeabilização e manutenção são a tônica, devido ao seu intenso uso cotidiano por milha-res de usuários do sistema de transporte e circulação ali existente.

Um projeto emblemático, também fruto deste contexto, é o Projeto do complexo do Banco Itaú junto à Esta-ção Conceição do Metrô, no bairro do Jabaquara. Pro-jeto da arquiteta Maria de Lourdes Silva é um marco no paisagismo nacional com seu desenho de lajes que se interpenetram em cotas distintas, interligando os cinco edifícios que compõem o conjunto. O projeto se vale de grandes espelhos d’água e canteiros de dimen-sões consideráveis que criam, simultaneamente, espla-nadas e pequenos subespaços de feições mais intimistas para descanso, encontro e recreação de moradores da vizinhança e usuários do sistema de transporte público da região. O requinte no detalhamento, seu desenho de piso primoroso, o emprego de materiais nobres e resis-tentes (granito, mosaico português) e a seleção de es-

pécies vegetais diversificadas, compondo um rico painel de cores, volumes e formas, tornaram este projeto uma referência efetiva para os profissionais da área e para o próprio mercado consumidor deste tipo de projeto.

Soluções mais recentes abrem um leque para a criativi-dade do arquiteto ao permitirem a elevação dos pisos, constituídos por placas de concreto ou pedra (com re-forço estrutural) apoiadas em bases metálicas que faci-litam o acesso às instalações hidráulicas e elétricas de maneira mais rápida e menos onerosa e, sobretudo, sem os usuais reparos que alteram o desenho do piso, eviden-ciando a ação posterior sobre o mesmo. É uma significa-tiva alteração nas condições de implantação e manuten-ção dos projetos de jardins sobre lajes e que favorecerá, seguramente, a diversidade de soluções na construção das áreas livres nas nossas cidades.

Atualmente, temos uma gama de arquitetos e profissio-nais que produz obras de excelente qualidade, capazes de atender às demandas dos usuários e do mercado imo-biliário com criatividade e eficiência técnica. Projetos como o Bank Boston, na Av. Luis Carlos Berrini (ar-quiteta Isabel Duprat), Fleury (arquiteta Rosa Kliass), Brascan Century Plaza (arquiteto Benedito Abbud), são somente alguns exemplos que podem ser visitados por aqueles que querem conhecer o grau de sofisticação e competência do profissional brasileiro no tratamento do espaço livre urbano público e privado.

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Paula Delgado <::> Fotos: Rodrigo Urquiza

A partir da inteligência vem a funcionalidade, a segurança, a beleza, o conforto. Sem falar num item tão procurado pelas construtoras e pelos consumidores: o menor custo. Tudo isso pode ser encontrado no Empresarial JCPM Trade Center. As obras levaram pouco mais de dois anos para ficarem prontas e a Revista SIM! traz com exclusividade os detalhes de seu projeto arqui-tetônico e os primeiros ambientes dos escritórios que se instalam no empresarial.

Os aluguéis dos escritórios ainda não foram concluídos e, até agora, os arquitetos que puseram suas assinaturas ali, o fizeram de olhos fechados. A satisfação começa com a liberdade dada a cada profissional.

Todos os andares possuem pisos elevados com pilares apenas na periferia, que permitem a implantação de qualquer layout. O quilowatt-hora do empresarial é de R$ 0,31, enquanto em qualquer outro imóvel chega a R$ 0,42. A economia de 35% se deve à capacidade de co-ge-ração de energia que o edifício oferece por meio de três geradores, acionados no horário mais caro. Além disso, a refrigeração feita em sistema de termo-acumulação também permite eco-

Inteligência é a palavra chavePaula Delgado <::> Fotos: Rodrigo Urquiza

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nomia de energia. A refrigeração do ar vem do piso por insuflamento de ar, garantindo uma melhor qualidade e menor custo. Outro ponto positivo é que o sistema de esgotamento também fez com que os banheiros ficassem livres de pontos fixos, pois a descarga funciona a vácuo. Assim, elimina-se a necessidade da gravidade para levar os dejetos ao sistema de esgoto. No quesito segurança, o empresarial pode ser considerado um dos edifícios mais seguros de Per-nambuco. Sua área é vigiada 24 horas por 105 câmeras de vídeo fixas e móveis.

Ao elaborar a planta do projeto, Jerônimo da Cunha Lima fez com que todos os visitantes passassem obrigatoriamente pelo hall do edifício, o que facilita o controle de quem entra e sai do prédio. Até mesmo daqueles que entram pelo edifício-garagem que, por enquanto, tem ca-pacidade de 610 vagas, mas, em breve, podem ser ampliadas em mais 422 espaços. Fazendo uma mescla de economia de energia e maior capacidade de transporte dos passageiros, a inte-ligência também foi empregada nos sete elevadores, que apresentam a tecnologia Miconic 10, de última geração. O sistema é programado para fazer agrupamento de chamadas. É ele quem mostra ao visitante qual elevador deve tomar, com o menor número de paradas possíveis.

Na lista das prevenções, também está o combate a incêndios. Ao menor sinal de fumaça, os sensores de incêndio acionam os chuveiros. Há duas escadas de emergência ventiladas e pres-surizadas, anti-câmera e elevador de emergência, de forma que, ao abrir a porta corta-fogo num eventual caso de incêndio, a pressão interna não permite que as chamas entrem. Tudo monitorado por uma central computadorizada que controla, além dos sistemas de segurança, todos os equipamentos eletrônicos (dos elevadores ao sistema de ar-condicionado central).

A tecnologia e o conforto são apenas detalhes diante da bela vista para o mar e também para toda a cidade do Recife. Em dias de maior estresse, os executivos do JCPM bem sabem a fór-mula de acalmar a mente. O local é privilegiado e ainda não foi totalmente descoberto. Os fo-tógrafos estão perdendo uma boa oportunidade de registrar, do vigésimo andar, uma das vistas mais bonitas: visão panorâmica da praia de Boa Viagem, da bacia do Pina e do Recife Antigo. À noite, o JCPM Trade Center praticamente se transforma num outro edifício. O responsável por essa transfiguração é o projeto de iluminação externo da fachada, de autoria da T. Condos Associates. Quem assina o paisagismo do edifício é o arquiteto Luiz Vieira, que otimizou cada canto do prédio para conferir um ar mais verde ao ambiente. No piso externo, as plantas estão em sintonia com as cerâmicas de Francisco Brennand.

Para quem olha de longe, os quase 7 mil m2, 35 mil m2 de área construída que formam os 20 andares, causam uma grande imponência. Para quem entra no prédio, o deslumbre é ainda maior num hall com 7 metros de pé-direito. Ao longo de toda obra, a Construtora Andrade

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Mendonça e o arquiteto Jerônimo privilegiaram a liberdade na escolha da configuração ideal por parte de cada proprietário. Em cada andar, as salas puderam ser divididas em no mínimo 112 m2 e no máximo 822 m2. Na área comum do térreo, essa mesma flexibilidade é oferecida. Um bom exemplo disso é o centro de convenções do empresarial que tem capacidade para 200 pessoas, com acesso direto ao lobby, climatização independente, espaços modulados e que pode ser dividido, por conta de suas divisórias retráteis, em até cinco salas para reuniões simultâneas.

No último pavimento, encontra-se o heliponto. Os andares intermediários foram reservados aos escritórios que ocupam a lâmina principal do prédio, abrangendo 16% da área. A arquitetura é composta por duas curvas simétricas, uma opaca que protege do sol e outra transparente com vista para o mar, além de jardins visualmente integrados ao lobby. A torre de 20 andares em vidros laminados verdes reflete contemporanei-dade e avanço tecnológico, além de proporcionar isolamento térmico e acústico. Os materiais são de fácil manutenção e de grande durabilidade como mármore, alumínio e cristal, o que prioriza a flexibilidade dos espaços desenvolvendo sistemas de dados de voz, automação e controle predial, ar-condicionado, elevadores e segurança, com o compromisso de atingir a eficiência desejada com o menor custo operacional possível.

Jerônimo Cunha Lima

Rua Manoel Borba, 248 - Varadouro - Olinda - PE

Fones: (81) 3429-3478 / 8883-5577

E-mail: [email protected]

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O restaurante La Cuisine Clássico é projeto do arquiteto Zezinho Santos e segue uma linha elegante e sóbria. O espaço se divide em três ambientes diferentes e totalmente interligados. Um é o restaurante propriamente dito com mesas quadradas. O outro é uma mistura de restaurante e bar, que mescla também mobiliários formais e informais, sempre prezando pelo conforto. A altura menor da cadeira que se apresenta com braços e largas e a cor cinza mais escuro transmitem uma sensação de relaxamento, especialmente para aquela pessoa que está disposta a passar um pouco mais de tempo além daqueles 20 minutos do almoço. E o último é o bar mesmo, de estilo cadeira levantada só para se tomar um chopp ou um whisky num happy hour talvez.

O espaço reflete o toque alinhado sem ser ostensivo. O projeto de iluminação também re-cebeu a autoria do arquiteto, que privilegiou a iluminação indireta com dimerizador, para que a intensidade possa ser adequada a cada situação. Um rasgo numa parede de canto do restaurante serve para aproximar o cliente da natureza, do jardim, como também para mantê-lo ciente da hora.

Elegância e sutileza

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Zezinho seguiu a idéia de linha curva do empresarial e, no meio do restaurante, uma circun-ferência no teto marca o pé direito alto do edifício e esconde duas vigas da construção. Um lustre italiano colocado propositalmente fora do centro da elipse confere um ar moderno. Nos móveis, o tom sobre tom prevalece e as cadeiras de desenho mais formal ganharam personalidade com um tecido diferenciado no revestimento. Uma mesa no centro pode ser usada para uma ocasião especial ou como mesa de frios. Já uma mesa de canto é decorada por uma coleção de vasos de vidros transparentes. Destaque também para esculturas de Marianne Peretti e Mirella Andreotti

O cardápio do Clássico oferece a mesma proposta do La Cuisine, à base de muita salada, sanduíches, entradas e pratos quentes. Está funcionando de segunda-feira a sexta-feira, da hora do almoço às 21h. Às 17h, carrinhos com lanche passam de andar por andar para servir aos escritórios o chá da tarde. O La Cuisine Clássico também está responsável pelo serviço de buffet do centro de convenções.

Zezinho Santos

Rua Solidônio Leite, 200- Boa Viagem - Recife - PE

Fone: 81 3467.3731 / 3467.4835

E-mail: [email protected]

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Artistas locais em destaque

Os 822 m2 do 20º pavimento estão ocupados pelos escritórios do grupo JCPM. Logo na entrada, o arquiteto Romero Duarte quis que o visitante já notasse o requinte do hall, espaço que transmite sensação de ambiente limpo e sofisticado. As paredes de aço-inox combinam com as portas dos elevadores. Ainda na entrada, um painel de “almofadas” de fórmica branca esconde um shaft, responsável pela manutenção das instalações. Na sala de entrada, o logotipo em letras garrafais da marca JCPM recepciona o visitante. Assim como um crucifixo na parede feito pelo artista plástico pernambucano Corbi-niano. Uma tradição do empresário João Carlos Paes Mendonça. Dentro do escritório, o que se destaca são os móveis clássicos da Artefacto e as poltronas em couro da Te-perman. No piso, o carpete em placas vindo diretamente dos Estados Unidos facilita a substituição, caso necessário.

A iluminação funcional ficou por conta da Home & Office e a decorativa La Lampe. Por se tratar de um ambiente com várias divisórias, foi preciso um projeto mais bem ela-borado no quesito acústica. Por enquanto, um vidro duplo com uma persiana no meio tem atendido bem à necessidade.

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Nas salas de esquina, o layout dos gabinetes foi estrategicamente pensado. Todos os funcionários foram presenteados e colocados de forma a trabalhar com uma vista pri-vilegiada: de frente para o mar. Aqui, as persianas são diferenciadas e automatizadas. Alguns móveis recebem o design do próprio Romero.

Ao longo de todo o escritório, foram espalhadas fotos que destacam as referências po-pulares. Mais uma prova da preocupação do Grupo JCPM em valorizar as tradições culturais regionais. Os registros foram feitos por profissionais da Imago.

Mas um cantinho foi escolhido a dedo pelo empresário Paes Mendonça. Trata-se do Memorial JCPM, que conta toda a história do Grupo ao longo dos seus 30 anos de his-tória. Nas paredes, Romero também precisou reservar um espaço especial para artistas pernambucanos, como Brennand, Reynaldo, Manoel Veiga, Beth Gouveia, entre outros.

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Romero Duarte

Rua da Angustura, 62- Aflitos - Recife - PE

Fone: 81 3222.0971 - Fax: 81 3241.6159

E-mail: [email protected]

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O escritório da Repame segue a linha mais tradicional, embora bastante tecnológico e in-teligente (linha do empresarial JCPM).

Logo na recepção, o visitante dá de cara com uma novidade: a nova logomarca criada pela Módulo Design, que marca a nova etapa da Repame. O trabalho resultou de uma forte in-teração entre o arquiteto responsável, Fernando Guerra, e a empresa de design.

Destaque para os móveis e as estruturas de fino requinte: o piso importado da Bianco Pi-gues, o móvel em mármore preto da Forma, as poltronas da Artefacto e as paredes reves-tidas por um tecido especial para melhorar a acústica. A parte artística encontra-se nas paredes. São fotos do Recife no século XIX. Para os amantes do Recife, motivo de grande orgulho e vontade de conhecer a cidade ainda na época de menos turbulência e povoamen-to. A La Lampe bem soube destacar as fotos envelhecidas com uma iluminação direcionada e decorativa. Já a iluminação técnica ficou sob a responsabilidade da Rima.

Projeto já prevê expansão

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Além da recepção, logo na entrada, o visitante ainda encontra uma outra banca-da, como se fosse uma segunda recepção: área de distribuição dos trabalhos em função dos assuntos. Um corredor técnico faz a ligação de algumas salas com esse hall de distribuição e com a sala da diretoria. O intuito é estreitar a co-municação dentro do escritório. Entre os espaços comuns e as salas de reunião, quatro cores sóbrias predominam: branco, prata, preto e cinza, apenas adaptan-do a tonalidade de acordo com o tipo de ambiente. Por enquanto, o layout está folgado, mas o projeto arquitetônico já vislumbra a expansão do escritório com, pelo menos, 4 pontos de trabalho à espera das próximas contratações.

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Na sala do diretor, Reginaldo Mendonça, o clima já se diferencia. Como ele já foi o presidente do Clube do Vinho, Fernando Guerra projetou um mini-bar dentro de sua sala para que possa receber os amigos mais confortavelmente. A vista desse local do escritório tem sido sempre um dos assuntos mais comentados durante as conversas. No canto, um jardim natural confere o verde que os ambientes tanto precisam. E para fugir um pouco dos tradicionais móveis de escritório, alguns foram escolhidos de forma bem decorativa, tal como a poltrona Tahiti da Artefacto e o tapete de Adroaldo. A mesa de desenho do próprio do arquiteto em madeira na cor preta ebanizada permite que os fios do computador sejam escondidos. Destaque para os aparelhos de alta tecnologia, como o aparelho de tv de tela plana e o computador de última geração.

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Fernando Guerra

Rua Francisco Alves, Nº 75 - Coelhos - Recife - PE

Fones: (81) 3231.3612 / 9913-6688

E-mail: [email protected]

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São mais de 200 metros quadrados quase que totalmente virados para o mar. Foi assim que a arquiteta Viviane Mendonça idealizou o escritório da Emel. A prioridade foi tirar todos os possíveis obstáculos que podiam inter-ditar a bela vista para a praia do Pina, em Boa Viagem. Por isso, o intenso uso do vidro. As persianas roll-on na cor prata foram escolhidas a dedo: transparentes para permitir a visibilidade e ao mesmo tempo proteger o ambiente do sol. Em torno de um grande vão aberto (adaptado aos gabinetes dos funcionários) seis salas da diretoria e de reunião, que também foram projetadas de frente para o mar.

No escritório, a vista é mais valiosa do que qualquer outro aspecto. De acordo com uma pesquisa feita pelo pró-prio diretor da Emel, todos seguem a teoria de que o ambiente de trabalho influencia no resultado final. Prova disso é a melhor produtividade da equipe desde que se mudaram para o empresarial JCPM Trade Center. Por ser uma empresa na área executiva, optou-se pelo tom clássico, com armários e portas de madeiras e divisórias em aço. Tom que foi um pouco quebrado com o vermelho das poltronas.

Embora a sala central concentre uma certa quantidade de pessoas em um espaço pequeno, a refrigeração tem dado conta. Isso se deve ao insuflamento de ar que, através de um difusor linear, solta o ar frio do chão, forman-do uma cortina de ar justamente onde é necessária, ou seja, onde há movimentação de pessoas.

Trabalho de mente arejada

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No piso, o carpete — importado e com proteção antialérgica — facilita a remoção das placas, já que se trata de piso elevado, além de otimizar a acústica. As estantes foram desenhadas para que cada espaço possa ser aproveitado com bastante divisórias e de maneira utilitária. Isso sem falar no painel de correr em madeira colocado entre a sala da diretoria e a sala de reunião que, dependendo da ocasião, propor-ciona privacidade ou contato entre a equipe.

No quesito iluminação, todos os detalhes foram pensados, até mesmo a forma que a luz iria aparecer para quem olhasse o empresarial à noite. Sendo assim, Viviane Mendonça sugeriu a instalação de lumi-nárias sempre redondas para seguir o padrão do prédio, arredondado, com o detalhe de que as linhas de iluminação foram preenchidas com uma luminária a cada 2,5 metros de distância. Em termos de funcio-nalidade, a vista agradece à projetista e, em relação à estética, quem olha de longe parece estar diante de um céu estrelado.

Viviane Mendonça

Rua Manoel Borba, 248 - Varadouro - Olinda - PE

Fone: (81) 3429.3478

[email protected]

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O artista pernambucano Carlos Mélo recebeu no dia 30 de agosto, o Prêmio CNI SESI Marcantonio Vi-laça para Artes Plásticas. Junto com ele, mais cinco profissionais foram premiados: Laura Lima, Lucia Laguna, Sara Ramo e a dupla Gisela Mota e Lean-dro Lima. Além de cada um dos premiados receber uma bolsa no valor de 30 mil reais e acompanha-mento de um curador ou crítico de arte pelo período de um ano, também vão exibir suas obras em uma exposição itinerante que percorrerá várias cidades do país.

"O Prêmio é muito importante, principalmente por-que permite o desenvolvimento do trabalho com acompanhamento de um curador", disse o pernam-bucano, durante a cerimônia de premiação realizada no Museu Oficina Francisco Brennand, em Recife. A obra de Mélo e dos outros quatro premiados foram selecionadas entre os 724 trabalhos inscritos na edi-ção 2006 do Prêmio bienal. Carlos Mélo aborda em fotografias, performances e vídeos as questões ínti-mas do indivíduo e os dramas da sociedade contem-porânea. Ele ganhou o Prêmio com uma foto sem nome da série Carnos (2003).

Arte

Carlos Mélo recebe o Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas

p41. Fotografia sem título

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Eudes Mota: 40 anos de carreiraChegando ao seu quadragésimo ano de atuação no mundo das Artes Plásticas, o pernambucano Eudes Mota apresentou a exposição Espólio, como o próprio título expõe: como algo deixado como herança a alguém.

Como legado, a mostra, exibida na galeria Ampa-ro 60, faz uma retrospectiva da vida e da carreira do artista através de esculturas, pinturas, gravuras e instalações, remetendo à memória e aos elementos do seu cotidiano, como as instalações "Palmatórias" e "Escapulários" que exprimem as peculiaridades de sua infância.

"Como o bem e o mal", comenta, lembrando também a época em que as palavras cruzadas eram a sua diversão: "eu era muito solitário por conta da perda auditiva e as palavras cruzadas foram por, durante muito tempo, parte de minha ocupação", expõe.

Em 32 módulos sem repetições, essa superação é emitida em gravuras, contando com outros elemen-tos que exibem o seu universo, como o confessioná-rio, as prendas (brincadeiras das festividades de São João), a casa de pombos correios, o carrinho de ma-

deira e o jogo de xadrez, entre outras lembranças retratadas nos meios diversos das artes plásticas.

Ao todo 20 obras são expostas, destacando também a matéria prima das esculturas - feitas em madeira desvencilhada de demolições de antigos casarões do século XIX. “As duas bandeiras, porta-janela, era usadas para ventilar o ambiente”, destaca as anti-gas funções das novas peças artísticas, que não dei-xaram de lado parte de seus antigos moldes.

Aproveitando carona na exposição Espólio que acontece até o 14 de outubro, a próxima mostra de Eudes Mota aproveitará o mesmo mote, com data prevista para o lançamento em abril. Amparo 60 Galeria de Arte | Av. Domingos Ferrei-ra, 92 A - Pina - Recife | Fone: (81) 3325.4728

p33. Foto da exposição na Ampareo 60. Em pri-meiro plano a obra "Confessionário 2". Na parede ao fundo, "Palmatórias e Escapulários".

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Em sua 5ª edição seguida, o SPA vem se consolidando como um dos maiores eventos de artes visuais do Brasil. Entre 10 e 16 de setembro, pode-se ver em Recife, PE, trabalhos de arte que envolvem inter-venção, ação urbana e interação com o público.

A cidade pode vivenciar as nuances que envolvem o mundo das artes visuais. O evento promoveu, entre outras coisas, palestras e debates com críticos, curadores e pesquisadores, bate-papo com artistas, oficinas; além de contar com uma programação de exposições, performances e intervenções artísticas em espaços urbanos.

Além da mostra, o SPA também lançou com o Mapa das Artes 2006/07 e a ReviSPA. A publicação tem objetivo de funcionar como uma espécie de guia da produção cultural da cidade do Recife. O Mapa tem atualização a cada edição do SPA, com distribuição gratuita, durante todo o ano, nos principais pontos culturais e turísticos da capital. Já a ReviSPA, a revista do SPA, é um instrumento de registro e difusão da memória do SPA. Este ano, a revista saiu com um projeto gráfico mais arrojado — com formato maior e toda em policromia —, além de uma tiragem maior com 3 mil exemplares. A publi-cação tem a proposta de servir como veículo para a discussão do campo da arte, aberto às reflexões e necessidades que norteiam (e, por que não?) desnorteiam os artistas do Recife, inseridos, também, num contexto nacional.

www.ufodesign.com.br/spa_2006

Cinco anos de SPA

Arte

p7. Maicyra Leao p.25 Gregorio Vieira

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