revista showrural 2014

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FEVEREIRO DE 2014 ESPECIAL SHOW RURAL COOPAVEL Duplicação da BR-163 alivia MS e sobrecarrega o Oeste do PR Página 22 Show Rural promete novo avanço na produtividade das lavouras Páginas 8 Produção mundial supera o consumo de grãos em 62,9 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. Ainda acima de patamares históricos, cotações recuam e acendem sinal de alerta. No Brasil, expectativa é que consumo crescente dê sustentação ao ciclo de expansão. Páginas 10 a 15 AJUSTE GLOBAL

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Primeira edição da revista especial do Agronegócio Gazeta do Povo em 2014.

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Page 1: Revista ShowRural 2014

FEVEREIRO DE 2014ESpECiAL SHOW RURAL COOpAVEL

Duplicação da BR-163 alivia MS e sobrecarrega o Oeste do PRpágina 22

Show Rural promete novo avanço na produtividade das lavouraspáginas 8

Produção mundial supera o consumo de grãos em 62,9 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. Ainda acima de patamares históricos,

cotações recuam e acendem sinal de alerta. No Brasil, expectativa é que consumo crescente dê sustentação ao ciclo de expansão.

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AJUSTE GLOBAL

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4 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

[editorial

Garantir um crescimento sustentável. No Brasil e no mun-do, será esse o grande desafio do agronegócio. Um ambiente que estabelece, na safra 2013/14, um novo divisor de águas. Oferta e demanda invertem suas posi-

ções e a taxa de crescimento deve ser maior na produção e menor no consumo. Uma equação que tem impacto direto nas cotações. Mas que, na prática, revela-se um pouco mais animadora. A forte e cres-cente presença da China, aliada ao surgimento de novos mercados, reserva um alento ao Brasil.

A produção ainda encontra espaço na demanda, além da recom-posição dos estoques mundiais, que ficaram comprometidos com o forte revés de uma seca histórica sofrido em 2012 pelos Estados Unidos. Maior produtor de commodities agrícolas do mundo, o país abriu espaço ao expressivo aumento da produção brasileira nos últimos anos. Agora, com a recuperação norte-americana e uma nova safra recorde na América do Sul, tudo será diferente.

Pode ser, inclusive, que a oferta tenha que reduzir o ritmo de crescimento. Não para acompanhar a demanda, mas como condição à sustentabilidade, que envolve metas de expansão, avanço em tec-nologia, custos e rentabilidade.

A tendência é avançar. A pergunta que busca resposta é a veloci-dade desse incremento. Nos últimos cinco anos, por exemplo, a pro-dução brasileira saltou de 135 milhões para 200 milhões de tonela-das. São 65 milhões de toneladas adicionais que, entre outras con-quistas, consolidaram o país como o maior produtor e exportador mundial de soja.

Em busca do equilíbrio, ajustes serão necessários. O importante é que eles ocorram de forma consciente e planejada. O ano, portanto, será desa-fiador. Mas nem por isso desanimador. O ciclo ainda é, com certeza, de oportunidade, com preços sustentáveis e câmbio favorável à exportação.

Tudo aponta para um ano mais previsível, o que não é ruim. Ao contrário, o cenário permite mais planejamento, incluindo as metas de ganho de eficiência e competitividade. Uma tarefa que, pela natu-reza do negócio, só pode ser cumprida com investimento, em infraes-trutura e tecnologia. Uma busca constante que avança com iniciativas como o Show Rural Coopavel, espaço que mostra o futuro da pro-dução e abre caminho para os debates em torno de temas como a logística.

Giovani FerreiraAgronegócio da Gazeta do [email protected]

Ano desafiador [índice

trutura e tecnologia. Uma busca constante que avança com iniciativas como o Show Rural Coopavel, espaço que mostra o futuro da pro-dução e abre caminho para os debates em

da Feira À Ferrovia

renda reconFigurada

novidade naS SementeS

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Presidente da Coopavel e do Show Rural, Dilvo Grolli diz que investimentos da empresa no embarque ferroviário vão baratear a exportação de grãos.

Valor Bruto da Produção (VBP) cresce na agricultura e na pecuária. Maior regularidade de 2013 (e 2014) promete devolver à região de Toledo liderança na arrecadação do setor produtivo.

Estandes de novas variedades montados no Show Rural mostram o que a pesquisa preparou para que a produtividade das lavouras continue crescendo.

A indústria de máquinas apresenta novas tecnologias na feira da Coopavel e testa poder de compra dos produtores rurais depois de ano de recorde nas vendas.

Soja e milho ainda têm amplo espaço para ocupar como matérias-primas nas indústrias de biodiesel e etanol no Brasil.

Além da China, o Brasil busca novos clientes no Sudeste Asiático e no Oriente Médio para grãos e carnes.

Show Rural espera 200 mil visitas reunindo tecnologias que tentam atingir a meta de aumento de 35% na produtividade na agricultura.

Page 5: Revista ShowRural 2014

ExpEdiEntEA revista Agronegócio é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Edito r Execu tivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocher. Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Alexandre L. De Mari, Carlos Bovo e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos Tavares. Diagra ma ção: Rodrigo Montanari Bento. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas. Foto Capa: Daniel Castellano. Re da ção: (41) 3321-5050. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: [email protected] Site: www.agrogp.com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão e acabamento: Posigraf.

Sobrecarga a caminho

A duplicação da BR-163 em Mato Grosso do Sul vai elevar o fluxo de veículos pesados no Paraná, principalmente no Oeste, e exige reforço na estrutura de transporte rodoferroviário.

colheita em curSo

Com avanço das máquinas, MT e PR embalam safra de 91 milhões de toneladas de soja, confere a Expedição Safra. Essa é a principal meta para uma temporada de 200 milhões de toneladas de grãos.

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Produção supera demanda nesta safra em 62,9 milhões de toneladas. Expectativa é que consumo crescente dê sustentação ao ciclo de expansão da produção brasileira de soja e milho.

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6 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

[Entrevista

Aposta na ferrovia

A produção cada vez maior sobrecarrega a estrutura de escoamento de grãos do Oeste do Paraná e faz dos investimentos no embarque ferroviário uma necessidade, avalia o presidente da Coopavel e do Show Rural, Dilvo Grolli

rodovias e o restante de ferrovia. Queremos ampliar o embarque ferroviário de 800 mil para 4 milhões de toneladas ao ano.

no campo e no Show Rural, o foco é a produtividade?Desde que a feira começou, em 1989, a produtividade das lavouras de grãos dobrou. Essa é a maior contribuição do Show Rural Coopavel. Criamos uma vitrine para mostrar as tecnologias que são eficientes, estimular o empreendedorismo nas propriedades, melhorar o setor desde o preparo do solo. Neste ano temos 440 expositores, e de 60 a 80 aguardam na fila para entrar nas próximas edições. Vamos ter 200 mil visitas, como em 2013, e movimentar mais de R$ 1 bilhão.

José RocheR

O ano é de recuperação para a agricultura? Depois da quebra pelas estiagens da safra passada, está prevista uma safra normal, com algumas lavouras rendendo mais que o esperado, principalmente as de alta tecnologia de sementes, preparo de solo e manejo. Esperamos receber [na Coopavel] 360 mil toneladas de soja, 20% a mais. No milho, ainda dependemos da safra de inverno. Se o preço chegar a R$ 22 por saca, o plantio não será reduzido como foi previsto. E isso define também a renda de 2014.

Os investimentos em infraestrutura mudam o escoamento?Colocamos em operação uma estrutura de recepção de cargas frigorificadas junto à Ferroeste em 2013. E está em construção nosso primeiro terminal para recepção de grãos [com espaço para 120 mil toneladas], que entra em operação em 2015. Nossa expectativa, com os parceiros da Cotriguaçu [central que reúne Coopavel, C. Vale, Copacol e Lar, com investimento de R$ 200 milhões nesses projetos] é economizar US$ 1 dólar por saca de soja no embarque por trem. O frete cai de R$ 90 para R$ 60 por tonelada.

As rodovias continuarão sobrecarregadas?A duplicação da BR-163 em Mato Grosso do Sul vai ampliar o f luxo de veículos no Oeste do Paraná. Os investimentos nas rodovias e ferrovias se tornam uma necessidade. Do Sul de Mato Grosso Sul, será possível percorrer só 200 quilômetros de

“Com os investimentos necessários

para usarmos mais a Ferroeste,

vamos economizar R$ 100 milhões

por ano a partir de 2015 em

transporte. Queremos usar a ferrovia

para levar soja até Paranaguá e para

trazer adubo importado e calcário.

Esses R$ 100 milhões vão ficar no

agronegócio.”

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8 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

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José RocheR

:: O Show Rural Coopavel abre o calendário anual das feiras do agro-negócio brasileiro nesta segunda--feira (3), em Cascavel, com indicati-vo de crescimento na produção nacional de grãos e de fortalecimen-to do setor como um todo. Focado em tecnologia para a agricultura, no entanto, mantém seu perfil de escola a céu aberto, como o Dia de Campo que reuniu cerca de 110 produtores

e deu origem ao evento em 1989, apontam os organizadores.

Sem estabelecer números visioná-rios, a organização prevê desempe-nho próximo ou melhor que o de 2013, quando foram registradas 202 mil visitações e movimentação de R$ 1,1 bilhão. Até sexta, em cinco dias de feira, os participantes poderão confe-rir 440 estandes numa área de 720 mil metros quadrados – o equivalen-te oito campos de futebol (veja o mapa da feira na página 30).

Nada mal para um evento que nas-ceu despretensioso. “O Dia de Campo que deu origem ao Show Rural na verdade durou só meio dia. No segun-do ano é que houve programação de um dia inteiro, com sanduíche e Coca-Cola”, lembra Rogério Rizzardi, coordenador geral da exposição. Hoje, quando toda a estrutura está montada, ele se vê diante de uma “universidade a céu aberto”. “O foco é a tecnologia de produção, o conhe-cimento ligado à agricultura, e há

Feira da Coopavel mostra tecnologias que prometem 35% de expansão na produtividade da soja

e do milho. De segunda a sexta, são esperadas 200 mil visitas e mais de R$ 1,1 bilhão em negócios.

Nada mal para um evento que era só uma demonstração na lavoura

Cinco dias no futuro

[ Show Rural 2014

1989O Show Rural estreia como um Dia de Campo. Os 250 participantes visitam áreas demonstrativas e discutem problemas que limitam a produtividade. Era como dividir preocupações e buscar soluções em grupo.

1994Com três vezes mais experimentos (720) e três dias de duração, o Show Rural se mostra breve demais. Os 2,5 mil participantes fomentam discussões que, no ano seguinte, dariam à feira programação de quatro dias e abrangência estadual.

1999O público de 80 mil participantes

mostra o quanto a agricultura precisava conhecer as novas tecnologias de produção. Já

eram 4,5 mil experimentos, em apresentações que passavam a atrair produtores e técnicos

de todo o país e inclusive de fora do Mercosul.

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9GAZETA DO POVO AGRONegócio

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2004Com público crescente, o evento atrai 260 expositores. O número de experimentos passa de 5 mil. Um resultado que consolidaria o Show Rural como vitrine tecnológica para a produção de grãos e o desenvolvimento da agropecuária.

2009Com 20 anos de história, as apresentações técnicas (200), os experimentos de campo (4,9 mil) e a adesão de expositores (320) pareciam ter atingido a estabilidade, mas o público cresce novamente e atinge 187 mil visitações.

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Em 2014, evento é resultado de investimento direto de R$ 5 milhões e envolve mil trabalhadores.

“Para ver o que há de novo no Show Rural, o produtor precisa de dois ou três dias. Não adianta ter pressa, porque é cansativo percorrer muitos estandes de uma vez. Quem participar a semana inteira vai ter sempre o que conhecer.”

Rogério Rizzardi, coordenador geral da feira.

“O produtor não é mais o colono que participava de um evento técnico ou outro. É um empresário que acompanha a evolução de tecnologias complexas, que administra sua atividade como a uma empresa. Temos condições de avançar muito mais com o que vem por aí.”

Jorge Knebel, gerente do Show Rural.

espaço também para equipamentos da avicultura, suinocultura, pecuária de corte e leite, piscicultura, fruticul-tura. Esse mundo é muito dinâmico, transforma a feira.”

Ao atingir um tamanho avaliado como satisfatório, o Show Rural ten-ta avançar em qualidade, o que exi-giu investimento em banheiros e paisagismo e contratação de aten-dentes. Mais de mil pessoas traba-lham no vento, com custo estimado em R$ 5 milhões.

A relação do evento com o incre-mento da produtividade de soja e milho “não é uma coincidência, é lógica”, defende o gerente do Show Rural, Jorge Knebel. A soja avançou de 1,8 mil para 3,4 mil quilos por hec-tare e a meta do evento é mostrar tec-nologias que levem essa média a 4,6 mil kg/ha. No milho, o avanço foi de 3,8 mil kg para 9 mil kg/ha, com pre-visão de 12 mil kg/ha nos próximos anos. A expansão esperada é de 35% nas duas culturas.

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10 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio Fevereiro de 2014Fevereiro de 20141010 AGRONegócio AGRONegócio GAZETA DO POVOGAZETA DO POVO

Produção além do consumo não

deve interromper ciclo de

crescimento na produção, mas exige

expansão planejada e atenção

redobrada sobre o comportamento

das cotações internacionais

[oferta e demanda

com novos fundamentosMERCADO

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cassiano RibeiRo e luana Gomes

:: Logo depois de uma temporada de forte quebra na produção mundial de grãos, o Brasil está produzindo a sua maior safra da história. A tem-porada é de incremento também nos Estados Unidos, na Argentina e no Paraguai – o grupo dos maiores produtores e exportadores de soja e milho. Resultado: a oferta global dos três grãos mais negociados no mer-cado internacional, incluindo o tri-go, deve superar em 62,9 milhões de toneladas o consumo mundial em 2013/14, ante um déficit de 22,5 milhões de toneladas no ciclo ante-rior, aponta o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). A oferta não vinha acompa-nhando o ritmo da demanda, o que faz deste ano um momento de vira-da na relação oferta X demanda, e também no mercado. A produção é estimada em 1,97 bilhão de tonela-das e o consumo calculado em 1,90 bilhão de toneladas.

De Norte a Sul do país, o que os produtores tem feito nos últimos anos é aumentar a produção, mes-mo onde toda a terra é cultivada. “Rotação de culturas, novas tecno-logia de produção, modernização em equipamentos e acesso contí-nuo a informações sobre o mercado se tornaram obrigatórios”, relata o produtor Ricardo Wolter, de Palmeira (Campos Gerais), que cul-tiva 700 hectares e busca elevar a produção constantemente.

Nesta safra de verão, o Brasil ampliou área de soja e milho (que somam 36,39 milhões de hec-tares) em 3,44 %. A maior parte do incremento de 1,2 milhão de hec-tares ocorreu em Mato Grosso e na nova fronteira do Centro-Norte (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará). Mas será que essa ampliação intensiva da oferta é sustentável?

Nos Estados Unidos, produtores começam a se questionar. Depois de

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Onde não há mais terras disponíveis, a produtividade faz a safra crescer, relata o produtor Ricardo Wolter, de Palmeira.

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caírem cerca de 50% de uma safra para a outra, os preços do milho já estão batendo nos custos de produção e devem empurrar muitos agricultores de volta para a soja na próxima temporada. No Brasil, o câmbio tem compen-sado parte das perdas registradas no mercado internacional, mas o momento é de cautela.

“Chegamos a um ponto de inf lexão. Em primeiro lugar, porque o mundo tem respon-dido aos altos preços das commodities com produção recorde. Em segundo lugar, porque a demanda por biocombustíveis provavel-mente atingiu o pico. O único fator que não mudou é a robusta demanda por soja da China”, pontua Darrel Good, economista da Universidade de Illinois (EUA) especializado

no mercado de grãos.Nos EUA ou no Brasil, a avaliação dos analis-

tas é praticamente unânime: a partir de agora, o cenário se inverte e o crescimento do consu-mo é que fica atrás da ampliação da oferta.

Essa nova conjuntura exige atenção, mas não deflagra, necessariamente, um ciclo de bai-xa no mercado de grãos. “Novas demandas”, especialmente no continente asiático, devem evitar fortes desvalorizações das commodities agrícolas, considera Aedson Pereira, analista da Informa Economics FNP em São Paulo.

Ele acredita que o consumo mundial vai con-tinuar crescendo, mas a passos mais lentos, não na mesma intensidade com que vinha avançan-do nos últimos anos. “O cenário continua

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O agricultor norte-americano Matt McGinnis (Indianola, Iowa, EUA) mostra milho afetado pela seca, em 2012. Quebra histórica elevou preços e provocou onda de incremento na produção global.

“A elevação dos preços internacionais das commodities agrícolas a novos patamares foi o resultado de uma combinação de fatores. Três se destacam: o boom dos biocombustíveis, que aumentou substancialmente a consumo mundial de milho e óleos vegetais; o rápido crescimento da demanda de soja da China; e uma sequência de quebras climáticas entre 201O e 2012, especialmente nos EUA e na América do Sul.”darrel Good, economista da Universidade de Illinois (EUA)

80 dias de consumo é o tempo que os estoques mundiais poderão atender ao final da safra 2013/14, segundo o Usda – 5 dias a mais do que na safra passada, de quebra, mas 20 dias a menos do que o registrado no início dos anos 2000.

Desde os picos de 2012, o milho caiu de US$ 8,30 para US$ 4,30 por bushel (-48%), o trigo de US$ 9,40 para US$ 5,70 (-39%) e a soja saiu de US$ 17,70 para US$ 13 (-27%) na Bolsa de Chicago.

Depois de uma queda de 2%, a produção mundial de grãos deve dar um salto de 10% neste ano – o dobro do crescimento de 5% projetado para a demanda global.

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13GAZETA DO POVO AGRONegócio

demonstrando firmeza, mas a pressão altista sobre os preços começa a perder fôlego nesta safra”, alerta.

Os mercados de grãos vivem duas situações distintas, acrescenta Good. “As cotações do milho e do trigo já atingiram níveis que refletem total-mente o retorno da oferta mundial a níveis ade-quados e, por isso, vão continuar oscilando nos patamares atuais”, prevê o analista norte-ameri-cano. Os preços da soja, por outro lado, têm sido mais lentos na transição para níveis mais baixos, em parte devido à forte demanda chinesa. “A grande safra sul-americana, juntamente com um provável aumento na produção dos EUA no próximo ciclo, deverá resultar em cotações mais baixas que as atuais, mais em linha com os pre-ços do milho e do trigo”, explica.

Com um quadro de oferta e demanda mais folgado, os preços tendem a responder mais rapidamente às decisões tomadas no campo, alertam os especialistas. O aviso cabe principal-mente à América do Sul, que nos últimos anos vem liderando o movimento de crescimento da produção em resposta ao boom das cotações internacionais dos grãos.

Das cerca de 400 milhões de toneladas de soja, milho e trigo que foram adicionadas à produção mundial, na comparação com o volume de uma década atrás, 95 milhões vie-ram da América do Sul – 70 milhões de toneladas só do Brasil. Neste período, a pro-dução global cresceu a uma taxa de 3,8% ao ano, ritmo bem inferior ao sul-americano (5,4% ao ano).

NOVO PATAMARCom aumento dademanda porgrãos para fabri-cação de biocom-bustíveis e carnes,cotações da sojaentraram em umnovo patamar depreços na Bolsade Chicago. Em2012, preçoschegaram aromper a barreirados US$ 17 porbushel.

Fonte: Bolsa de Chicago e USDA.Infografia: Gazeta do Povo.

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1960 - 1973Produção: 5,56% ao anoConsumo: 5,43% ao ano

Preço médio: US$ 2,75/bushel

1973 - 2005Produção: 5,98% ao anoConsumo: 5,09% ao ano

Preço médio: US$ 6,30/bushel

2005 - 20121,95% ao ano3,41% ao ano

US$ 10,20/bushel

1973Choquedo petróleo

2005Lei energética

dos EUA

Em US$ por bushel (27.216 quilos)

Montanha russaDemanda aquecida fazcom que cotações da sojaoscilem em níveis bemsuperiores à médiahistórica de US$ 6 porbushel, mas sucessivasquebras climáticasampliam volatilidade dospreços no mercadointernacional.

2000 - 2014

Em US$ por bushel (27.216 quilos)

Crise econômica mundial

Quebra de safra

Quebra desafra

Quebra desafra

Quebra desafra

20181614121086420

Safra 2013/14Produção: +6,92%Consumo: +4,93%

Preço médio: US$ 14,00/bushel

As commodities têm subido des-de 2007, quan-do a expansão da política de biocom-bustíveis dos EUA alçou as cotações a um novo patamar. Dificilmente retornarão às médias de US$ 6 (soja) e US$ 2,50 (milho).

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A cadeia brasileira do frango cultiva novos clientes como o Iraque, que mostra expansão.

Além da importação de grãos, que avançou 25% em uma década nos países do Sudeste Asiático e do Oriente Médio que liberam as compras externas, a demanda por carnes anima o Brasil.

prato iraquianoAs importações de frango do Iraque triplicaram nos últimos sete anos (chegando a 700 mil toneladas em 2014). O país tende se tornar um cliente importante para o Brasil, como a Arábia Saudita, que expandiu suas compras externas em 62% no mesmo período (e está comprando 825 mil toneladas de carne da ave).

Ração asiáticaA produção avícola chinesa, que conta com matéria-prima estrangeira para fabricação de ração, teve incremento de 21% nos últimos sete anos, e a da Índia, 62%. Esses índices contrastam com o mercado internacional. Nos últimos anos, segundo o especialista Carlos Cogo, a demanda global por proteína animal teve um “crescimento vegetativo”, de 1% a 2% no máximo. Importantes produtores e exportadores globais, Estados Unidos e Brasil registraram até redução no consumo médio interno em alguns períodos.

cassiano RibeiRo

:: O agronegócio brasileiro amplia o campo de visão para além do seu principal cliente externo. A deman-da internacional, que vem sendo impulsionada principalmente pela China, tende a se manter aquecida graças a países concentrados no Sudeste Asiático e no Oriente Médio. Nações como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Arábia Saudita e Iraque têm elevado suas importações de grãos e prometem manter em alta seu apeti-te também por proteína animal estrangeira.

Esses oito países devem importar 69 milhões de toneladas de soja milho e trigo em 2013/14. Houve crescimento de 25% em uma década, sobre 45 milhões de toneladas. Tais mercados são considerados estratégi-cos para manter o crescimento da demanda mundial em torno de 2% a 3% ao ano no médio prazo, avaliam os analistas.

“O governo da Indonésia [que tem 240 milhões de habitantes], por exemplo, até derrubou a taxa de importação de grãos para atender esse crescimento do consumo domés-tico. É uma das economias que estão em franca ascensão”, afirma o analis-ta de mercado da Informa Economics FNP Aedson Pereira. O aumento no consumo do Sudeste Asiático está diretamente associado ao crescimen-to econômico e à expectativa de ele-vação na renda da população, que tem mudado seu hábito alimentar consumindo mais carne.

Os novos players prometem com-pensar inclusive uma acomodação no consumo de frango, boi e suínos em países como os Estados Unidos, que teriam alcançado o teto na demanda per capita, afirma o consul-tor Carlos Cogo, especialista no assunto. Ele explica que tanto as compras de grãos como as das carnes devem se sustentar em função da fal-ta de um parque industrial no sudes-te da Ásia. “Eles até devem fortalecer a cadeia de esmagamento, mas isso não vai ocorrer da noite para o dia.”

Sudeste Asiático e Oriente Médio na mira de exportadores

ConSumo CRESCEntE

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Experiência da Usimat, em Mato Grosso, indica que uso de milho para etanol é viável no Brasil.

Os programas de biocombustíveis se caracterizam pela flexibilidade na produção. tradicional nos Estados Unidos, o uso de milho na fabricação de etanol ainda é novidade no Brasil.

Cana ou milhoDuas destilarias de Mato Grosso (Usimat e Libra) monitoram o mercado e, dependendo dos preços do milho e da cana, optam pelo cereal como matéria-prima. O uso de grão na produção de combustível consumiu apenas 200 mil toneladas em 2013 (três navios e meio de carga). Em 2014, esse volume deve dobrar. O país prefere a cana, cuja colheita deve passar de 615 milhões

de toneladas em 2014/15 para produção de açúcar e combustível.

interesseEm 2013, a pedido de investidores, INTLC FCStone elaborou um estudo de viabilidade econômica de usinas flex de etanol. Após o lançamento do estudo, seis investidores brasileiros buscaram a empresa e se mostraram interessados em apostar na ideia, conta o executivo Thadeu Silva. “Os projetos interessam cooperativas de Mato Grosso, empresas que já têm esmagadora de soja e podem usar a mesma estrutura, tradings e usinas de cana- de-açúcar.”

cassiano RibeiRo

:: Se nos Estados Unidos a políti-ca de incentivo ao consumo de grãos para geração de energia atinge um teto, no Brasil ela está apenas começando. Com a reto-mada da produção e dos estoques nacionais, um volume maior de soja e milho deve ser destinado à fabricação de biodiesel e também de etanol combustível, preveem os especialistas e investidores.

“A demanda por combustível cresce muito forte no Brasil e a tendência é que o governo aumente a mistura de biodiesel no diesel. O setor espera isso há anos e parece que agora estamos mais perto da concretização por conta da escala na produção”, afirma Thadeu Silva, diretor do Departamento de Inteligência de Mercado da INTL FCStone.

Hoje, com a legislação B5, mistura-se 5% de biodiesel ao diesel, o que demanda, ao ano, cerca de 4 milhões de toneladas de soja – matéria-prima mais usada. Se houver aumento da mistura para B7, a tendência é que o volume salte 2 milhões e alcance 6 milhões de toneladas anuais.

A produção de biodiesel cresce a passos largos no Brasil. Em 2013, foram fabricados 2,9 bilhões de litros, 10% a mais do que no ano anterior. Mas a taxa média de crescimento tem sido de 4% a 5% ao ano. “Se houver acréscimo na mistura de bio-diesel, aumentará o esmaga-mento de soja”, avalia o execu-tivo da FCStone.

Outro mercado que tem futuro no Brasil é o etanol a partir de milho. A produção do cereal vem crescendo além da demanda inter-na, o que reduz os preços pagos aos produtores e torna o grão compe-titivo em relação à cana, como acontece em Mato Grosso. Essa tendência deve ter impacto sobre a matriz energética nos próximos três ou quatro anos.

Biocombustíveis prometem puxar demanda no Brasil

novidadE paRa o milho

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16 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

José RocheR

:: Uma safra de grãos com potencial para 200 milhões de toneladas come-çou a se desenhar em 2013 e está se confirmando com o avanço da colheita, num movimento de expan-são que desafia o próprio mercado. Esse é o retrato da temporada 2013/14 registrado quadro a quadro pela Expedição Safra Gazeta do Povo, que monitora 14 estados produtores de soja e milho.

O número emblemático surge do cruzamento das informações colhi-das junto aos produtores de cada região, agrônomos e técnicos de coo-perativas, consultorias, sindicatos e órgãos públicos, além de analistas de mercado e lideranças do agronegó-cio. Refere-se aos 15 grãos mais pro-duzidos no país e se embasa na pers-pectiva de que a soja está atingindo 91 milhões e o milho de verão, 34,84 milhões de toneladas. São 126 milhões (t) em duas culturas, volume

que representa 63% da projeção de 200 milhões (t), mesma proporção ante os 187 milhões (t) confirmados em 2012/13.

“O agronegócio tende a continuar investindo. O plano é de longo prazo e considera o crescimento do consu-mo principalmente da China, mes-mo que seja numa proporção menor que a dos últimos anos”, aponta o agrônomo Robson Mafioleti, analis-ta técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar)

Projeto de sondagem da produção documenta o movimento contínuo de incremento

no cultivo no Brasil, que deve resultar em 200 milhões de toneladas de grãos em 2013/14

Campo desafia a demanda[ expedição Safra

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Equipe percorre lavoura de Mato Grosso, que confirma safra cheia e aguarda resultados de áreas mais tardias para determinar médias.

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17GAZETA DO POVO AGRONegócio

Países percorridos na colheitaRoteiro especial na ÁfricaPaíses visitados em edições anteriores

No Mundo

Fonte: Expedição Safra Gazeta do Povo e Organização das Nações Unidas (ONU). Infografia: Gazeta do Povo.

EUA

Argentina Uruguai

ParaguaiAngola

Moçambique

África do Sul

ChinaÍndia

Bélgica Holanda

Alemanha

França

65 mil quilômetrosestão sendo rodados do plantio à colheita deverão nas Américas e na África.

8 paísesserão percorridos numamesma temporada, cominclusão de Uruguai, Angola,Moçambique e África do Sul.

Brasil

A VEZ DA ÁFRICAHá sete anos naestrada, a ExpediçãoSafra chega à África eamplia suas aborda-gens na temporada2013/14.

Roteiro especialO potencial de consumo e de produçãoagrícola do continente africano estádiretamente ligado ao agronegócio eaos investimentos do Brasil.

AngolaPossui 45 milhões de hectares aptos à agricultura, mas só aproveita2 milhões, conforme as Nações Unidas. Já foi o quarto maiorprodutor de café do mundo e era autossuficiente em milho. Hojeimporta praticamente tudo o que consome.

MoçambiqueRecebe apoio do Brasil e do Japão para financiar a produção agrícolano Corredor de Nacala, onde há um porto para exportação e cerca de14 milhões de hectares aptos não cultivados, mas prometidos paraarroz, milho, algodão, girassol e amendoim.

África do SulMaior economia do continente, tem agricultura deexportação. O principal cultivo é o milho, base daalimentação local. Colhe 13 milhões de toneladase exporta 2 milhões por ano. Cultiva ainda girassol,trigo, cana-de-açúcar, batata, maçã e uva.

que participa da Expedição. As proje-ções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são de que, daqui dez anos, a colheita anual de milho será 17% maior (de pelo menos 93,6 milhões de t) e a de soja, 9% superior (99,3 milhões de t).

“A motivação vem do mercado, embora haja preocupação com a lon-gevidade desse ciclo de crescimento na demanda”, aponta o coordenador da Expedição, Giovani Ferreira. Desde a safra 2006/07, a Expedição Safra

Gazeta do Povo vem registrando cres-cimento contínuo na área plantada. Só neste verão, soja e milho ganha-ram, juntos, 1,2 milhão de hectares.

Nas últimas semanas, as equipes de técnicos e jornalistas verificaram que Mato Grosso e Paraná, responsá-veis por 45% da produção de soja e 15% do milho de verão, alcançam safra cheia, apesar de quebras pon-tuais atribuídas à falta de chuvas em dezembro. Contornada a ameaça de ataques da lagarta Helicoverpa

armigera, o clima segue como a principal variável.

Sondagem ampliadaDepois do Brasil, a Expedição vai per-correr Argentina, Paraguai e, pela primeira vez, o Uruguai. O quarto país da América do Sul incluído na projeto amplia a abrangência da sondagem e as discussões sobre o mercado. A viagem especial desta edição será para três países da África (veja infográfico).

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18 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

José RocheR

:: Dois números do governo federal revelam que está acontecendo uma reacomodação no ranking dos setores e das regiões que mais faturam com o agronegócio no Paraná: o avanço de 11,3% no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária estimado para 2013 e o crescimento de 7,5% previsto para 2014. Esses índices, aplicados ao estado, refletem expansão linear na agricultura (que está registrando duas safras recordes consecutivas) e na pecuária. Esse quadro contrasta com os sobressaltos de 2012, quando o saldo de R$ 54 bilhões, valor 1% acima do referente a 2011, escondeu oscilações decisivas para a economia paranaense.

Os números de 2012 deram a lide-rança estadual no VBP agropecuário a Castro e região. Agora a tendência é que Toledo e região, rebaixados pela seca que afetou as lavouras de soja e milho de 2011/12, recuperem espa-ço, aponta Carlos Hugo Godinho, agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. Os números de 2013 e 2014 ainda serão consolidados, adverte.

Quem manda?Na medição de forças entre a região de Castro e a de Toledo, a batalha, na ver-dade, acontece entre a suinocultura e a pecuária leiteira – especialidades regionais. A criação de suínos se tornou mais importante que a soja, tradicional líder na composição do VBP toledense.

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Concentrada na região de Toledo, criação de suínos rende R$ 1,9 bilhão no Paraná.

Quebra na soja, que rebaixou a

região de Toledo em 2012, fica

para trás. Faturamento do setor

produtivo depende cada vez mais

de expansão na pecuária

VBP recompõe renda agropecuária[dentro da porteira

8 pontosporcentuais foram perdidos pela soja no VBP do Paraná em dez anos (2003-2012). O trigo e o milho também recuaram, de 4,5% para 2,3% e de 13% a 11%. Enquanto isso, o frango avançou de 10% para 14% e o leite, de 3,7% para 6,2%.

“O VBP é a renda bruta do campo, não representa lucro, mas indica quais setores são mais fortes e mais importantes para uma região. A tendência é agregar valor, embora isso não signifique que o produtor, na base de cada cadeia, esteja ganhando mais.”

Carlos Hugo Godinho, técnico do Deral.

Assim, as variações relacionadas ao grão acabam sendo provisórias.

O suíno de corte passou de 17% para 27% do VBP em uma década (2003-2012) em Toledo. A soja, que era líder e detinha 21%, caiu para 14% (2011) e 6% (2012, ano da quebra climática), mos-tram os números do Deral. Em Castro, a soja também caiu, de 30% para 20%, enquanto o leite evoluiu de 8% para 15% e o frango, de 3% para 12%.

A carne e o leite sustentaram os faturamentos municipais em R$ 1,13 bilhão em Castro e R$ 1,09 bilhão em Toledo em 2012. Como a soja tende a voltar para o patamar de 13% no VBP do município do Oeste, o retorno da região à liderança é dado como certo. Castro não teve seca naquela época e a oleaginosa manteve-se forte. A safra de grãos 2013/14, que promete ser recorde em todo o estado, prorroga a liderança de Toledo, apontam os dados do Deral.

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19GAZETA DO POVO AGRONegócio

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20 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

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O produtor Richard Bosmuller está construindo três silos, com capacidade total de 2 mil toneladas, nas suas propriedades em Castro.

caRlos GuimaRães Filho

:: A ampliação do crédito rural para construção de armazéns obrigou as empresas do setor a reformularem, às pressas, seus planos de investi-mento. Diante do aumento substan-cial no número de projetos, as com-panhias se viram pressionadas pela demanda a investir na ampliação das fábricas e na contratação de fun-cionários para atender agricultores e cooperativas.

“O aumento [de projetos] foi enorme, tanto que tem empresa que não aceita mais obra porque não vai conseguir atender. Muitos dos nossos associados que antes entregavam [a produção] na coope-rativa estão aproveitando a linha de crédito para construir silo na propriedade”, afirma Alcebíades Alves da Cruz, coordenador de recepção e secagem de cereais da Castrolanda, cooperativa de Castro, nos Campos Gerais.

Nos primeiros seis meses do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), lan-çado em julho do ano passado den-tro do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14, perto de R$ 2 bilhões em recursos para construção de silos e armazéns foram aprovados. Somente o Banco do Brasil, princi-pal operador do programa, aprovou R$ 1,3 bilhão até o dia 31 de dezem-bro de 2013.

O produtor Richard Bosmuller é um dos que aproveitou a linha de crédito para financiar R$ 1,5 milhão para construir três silos em proprie-dades que somam 600 hectares em Castro. A montagem das estruturas, que terão capacidade total para abri-gar 2 mil toneladas, começa neste mês e deve ser concluída em 30 dias. “Sempre entreguei na cooperativa, mas a fila estava atrasando muito o serviço. Com meus silos poderei ter um ritmo próprio e otimizar o uso das máquinas”, conta.

Empresas antecipam investimentos para atender aumento da demanda.

Mesmo assim, o tempo de execução é maior e, em alguns casos, há recusa de contratos

Demanda a todo vapor[ armazenagem

:: Puxada pelo crédito extra, a parana-ense Granfinale viu os pedidos cresce-rem 150% após o PCA entrar em vigor. Antes, a empresa realizava, em média, 20 obras por ano, número que saltou para 50. Para dar conta da demanda, a companhia está investindo R$ 3 milhões na ampliação da estrutura física da fábrica e contratação de fun-cionários. “Mesmo assim, o prazo de entrega da obra aumentou de 70 dias para 120 dias”, ressalta Paulo Bestolini, diretor comercial da Granfinale.

O cenário é semelhante na Kepler Weber, que está investindo em maqui-nário, melhoria das instalações e ampliação do quadro de funcionários. Apenas nos últimos seis meses, foram 450 novos contratados. “Dá para aten-der aos pedidos, mas é preciso seguir investindo e contratando”, diz o supe-rintendente comercial da empresa, João Tadeu Franco Vino. (CGF)

De olho no mercado

R$ 25 bilhõesdevem ser financiados pelo PCA em cinco anos - R$ 5 bilhões até a metade de 2014. Atualmente, perto de 80 milhões de toneladas de grãos não têm abrigo no Brasil.

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21GAZETA DO POVO AGRONegócio

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22 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

caRlos GuimaRães Filho

:: A obra de duplicação do trecho de 847,5 quilômetros da BR-163 no Mato Grosso do Sul, prevista no con-trato de concessão que será assinado em março pela Companhia de Participações em Concessões (CPC), parte do Grupo CCR, irá elevar o trá-fego de veículos na região Oeste do Paraná. A explicação está no aumen-to do fluxo de caminhões carregados com grãos do estado vizinho rumo ao Porto de Paranaguá.

Hoje, mesmo com pista simples e sem qualquer melhoria na rodovia, o terminal paranaense é a principal via de saída para a safra de grãos sul-

-mato-grossense. Para transportar toda essa carga, 4,6 mil caminhões transitam por dia na BR-163. De acor-do com estudo desenvolvido pela Ritmo Logística, o número deve subir para 5,1 mil veículos pesados/dia. “A duplicação vai cortar 20 cidade no Mato Grosso do Sul e o ganho de pro-dutividade no tempo de viagem será de 10%”, aponta a coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da empresa, Angela Fagundes.

Outro ponto que deve contribuir para o aumento de carga na divisa dos dois estados é a possibilidade de enviar grãos pela Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), a partir de Cascavel.

Os dois lados da moedaApesar da futura cobrança de pedá-gio no trecho, que deve ter quatro praças, o setor produtivo sul-mato--grossense avalia que a concessão será benéfica para o agronegócio. As obras irão diminuir os congestiona-mentos, agilizando o escoamento e gerando economia de combustível e menor custo de manutenção dos caminhões.

Se do lado de lá da divisa há moti-vos para comemoração, o sentimen-to do lado paranaense é de preocupa-ção. As associações do Oeste do esta-do afirmam que as rodovias na região já estão no limite e que o aumento de carretas geraria mais transtornos.

Duplicação do trecho sul-mato-grossense da BR-163 terá reflexo direto no

tráfego da região Oeste do Paraná. Estudo aponta 500 caminhões a mais por dia

Alívio ao MS e sobrecarga ao PR[ logística

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Pista única, sinalização deficiente e buracos: condições atuais da BR-163 nas proximidades da capital Campo Grande (foto) são precárias.

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23GAZETA DO POVO AGRONegócio

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Considerado um dos maiores gargalos logísticos da região Oeste, “Trevão” de Cascavel concentra o tráfego das BRs 277, 467 e 369.

“O aumento do f luxo [de cami-nhões] vai gerar filas na rodovia [BR-277] e prolongar em 30% o tempo de viagem até Paranaguá. Isso é mais custo para os produtores e cooperati-vas”, lamenta Paulo Roberto Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel, José Torres Sobrinho, a solução para o futuro aumento do tráfego passa por antigas reivindicações, a começar pela duplicação de vários trechos da BR-277 e a construção de um Contorno Norte, evitando que os caminhões carregados de grãos cortem Cascavel. “Essa obra tiraria

cerca de 10 mil veículos por dia, principalmente os caminhões vin-dos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e da nossa própria região”, afirma.

O contorno Oeste, inaugurado recentemente com extensão de 17,3 quilômetros, permite que cargas vin-das de Mato Grosso com destino ao Porto de Rio Grande (RS) sigam sem obstáculos. “Só essa obra evita que 8 mil veículos por dia cortem a cida-de”, ressalta Sobrinho. Ainda segun-do o executivo, a obra está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3.

Colaborou José Rocher

4 milhões de toneladas de grãos poderão ser escoadas pela Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) nos próximos anos, de acordo com presidente da Coopavel, o Dilvo Grolli. Atualmente, a operação anual atinge 800 mil toneladas.

2,28 milhõesde toneladas de soja e 550 milhões (t) de milho de Mato Grosso do Sul deixaram o país por Paranaguá em 2013. Exportações pelo terminal paranaense equivalem a 41% da safra sul-mato-grossense da oleaginosa e 30% da produção do cereal.

:: A solução de um problema anti-go do município de Cascavel pode sair do papel ainda neste ano. O Trevo das Cataratas, conhecido como “Trevão”, é considerado um dos principais estrangulamentos do tráfego na região, por concen-trar o trânsito das rodovias BRs 277, 467 e 369.

De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel, José Torres Sobrinho, uma obra que contempla quatro trincheiras, sendo três no local e outra 100 metros à frente, está pre-vista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3.

Outra possibilidade seria a cons-trução de um viaduto. Conforme a Ecocataratas, concessionária res-ponsável pelo trecho, um projeto foi aprovado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná em 2010, mas a obra esbar-ra na falta de orçamento, já que o custo não está previsto no contrato de concessão.

“Existe um projeto mas é preciso fazer uma revisão do contrato e saber quem paga a conta”, diz o diretor superintendente da Ecocataratas, Jeancarlo Mezzomo. (CGF)

Projeto prevê substituição do “Trevão” por trincheiras

Page 24: Revista ShowRural 2014

24 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

Preço apertado freia crescimento

do cultivo no segundo ciclo de

2013/14. Áreas do Paraná

e Mato Grosso, principais

produtores, se aproximam

da plantada um ano atrás

caRlos GuimaRães Filho

:: A expansão no plantio de milho de inverno registrada nas últimas tem-poradas está sendo freada pelos pre-ços neste ano. Diante das cotações apertadas (próximas dos custos), os agricultores recuaram e muitos até reduziram o cultivo, optando por soja ou reservando área para trigo, aveia, cevada e pousio. As projeções públicas e privadas indicam redução e manutenção da área plantada.

No Paraná, de acordo com o acom-panhamento realizado pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o produtor recebeu média de R$ 19,8 por saca

(60 kg) em janeiro, 24% a menos do que no mesmo período de 2013 (R$ 25,8). O estado reserva cerca de 2 milhões de hectares ao milho de inverno. A previsão de recuo vem sendo revisada em regiões como o Oeste e a colheita deve passar nova-mente de 10 milhões de toneladas.

Com os preços em queda durante todo o ano de 2013, a segunda safra de milho, em fase de plantio, deve atingir 44,7 milhões de toneladas, segundo projeção da Expedição Safra Gazeta do Povo. A produção é prati-camente a mesma da temporada pas-sada, quando os agricultores colhe-ram 45,4 milhões de toneladas. O fiel da balança é Mato Grosso, que planta 3,3 milhões de hectares e produz 20 milhões de toneladas num único inverno.

“O melhor adubo para o produtor rural chama-se preço. No ápice da crise do milho, gerada por uma seca sem precedentes nos Estados Unidos, em 2012, o cereal alcançou preços jamais conhecidos nos últimos 50 anos. Com a recomposição parcial dos estoques mundiais em 2013, é natural que os preços caiam”, aponta o analista Osler Desouzart, da OD Consulting.

Milho em banho-maria[ safra de inverno

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Tamanho da área a ser dedicada ao cereal está sendo revisto em pleno plantio.

23 milhões de toneladas de milho foram acrescentadas à produção de inverno em dois anos. Colheita nacional passou de 22 milhões (2010/11) para 45 milhões (2012/13), aponta a Expedição Safra.

26,6 milhões de toneladas de milho foram exportadas em 2013 pelo Brasil, o que aliviou a pressão sobre os preços internos. “Não é um bom preço, mas cobre custos”, analisa o agrônomo Robson Mafioleti, que assessora as cooperativas do Paraná.

“A cultura de milho no Brasil pode ser altamente afetada se o país não começar á tratar o grão como

uma commodity global. O cereal não deve ser considerado apenas um irmão caçula da soja.”

pedro dejneka, presidente da PHDerivativos Consultoria,

de Chicago, EUA.

A COOPAVEL

Convida a todos a prestigiarem o Show Rural Coopavel que tem como objetivo difundir tecnologiasvoltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais.

LOCALShow Rural Coopavel - BR-277 - Km-577 - Cascavel - Paraná - Brasil

HORÁRIO: 8h às 17h

INFORMAÇÕESwww.showruralcoopavel.com.br www.coopavel.com.br

[email protected] [email protected].: (45) 3225-6885

2014

Entrada e estacionamento gratuitos

Page 25: Revista ShowRural 2014

A COOPAVEL

Convida a todos a prestigiarem o Show Rural Coopavel que tem como objetivo difundir tecnologiasvoltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais.

LOCALShow Rural Coopavel - BR-277 - Km-577 - Cascavel - Paraná - Brasil

HORÁRIO: 8h às 17h

INFORMAÇÕESwww.showruralcoopavel.com.br www.coopavel.com.br

[email protected] [email protected].: (45) 3225-6885

2014

Entrada e estacionamento gratuitos

Page 26: Revista ShowRural 2014

caRlos GuimaRães Filho

:: A projeção de 200 milhões de tone-ladas para safra 2013/14, conforme levantamento da Expedição Safra Gazeta do Povo, parece não ser o limite para os produtores brasileiros. Novas variedades lançadas no Show Rural 2014 prometem avanços como mais resistência a pragas e ao clima seco ou frio. O que tende a dar corda ao incremento de 77 milhões de toneladas registrado entre 2002/03 e a temporada em curso.

Além de fatores como aumento de área cultivada, principalmente

na nova fronteira do MaToPiBa, e a “colaboração” do clima, os sucessi-vos incrementos na safra nacional têm como pano de fundo o avanço das tecnologias das sementes. A cada ano, as empresas do setor colocam novas variedades no mer-cado, com a promessa de ganhos de produtividade e perdas menores, inclusive no combate a lagartas e doenças.

Durante os cinco dias do Show Rural Coopavel, os estandes de lan-çamento de sementes funcionarão como uma janela para o futuro da produção, garante o gerente da

Sociedade Rural de Cascavel (SRC), Jorge Knebel. Em sua avaliação, pelo menos 12 sementes apontam avanço de rendimento nas três cul-turas – soja, milho e feijão - nos próximos anos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vincula-da ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), irá utilizar uma área de oito mil metros quadrados para apresentar variedades e tecnologias referentes às culturas da soja, feijão, milho, sorgo e forrageiras. Serão cerca de 20 cultivares e 10 tecnologias

Novas variedades de sementes

lançadas durante a feira

prometem ganho de

produtividade e menores perdas,

inclusive com lagartas

Vitrine para o futuro[ tecnologia

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Estande mostra nova variedade demilho. Pesquisas buscam resistência à geada e à seca.

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26 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2014AGRONegócio

Page 27: Revista ShowRural 2014

desenvolvidas nos 18 centros nacionais da Embrapa reunidas em um só local.

“É preciso pensar em um sistema produtivo mais amplo. O produtor sempre espera que as novas tecnolo-gias resultem em uma produção maior”, aponta a pesquisadora da entidade Divania de Lima.

Para o líder de Marketing para sementes de milho da multinacional Dow AgroSciences , Aldenir Sgarbossa, o critério adotado pelos produtores funciona como um espé-cie de seleção natural. “O requisito é que o produto seja mais produtivo do

que o que já existe no mercado. Importante ter vários híbridos que encaixem tanto em áreas de geada como de seca”, ressalta.

Os organizadores da feira orien-tam os produtores a reservar mais de um dia para conhecer os estandes e conversar com os técnicos que apresentam os novos materiais genéticos. “Quem frequentar a feira a semana inteira terá o que desco-brir todos os dias”, garante o coorde-nador-geral do Show Rural Coopavel, Rogério Rizzardi.

Colaborou José Rocher

:: A soja Intacta RR2 PRO, que teve estreia no plantio em escala comer-cial nesta safra, terá o valor do royal-ty e a forma de cobrança mantidos para a próxima temporada. De acor-do com a multinacional Monsanto, detentora da tecnologia, o valor de R$ 115 por hectare e o pagamento no momento da compra da semen-te irão permanecer na safra 2014/15.

“O valor cobrado se justifica pelo ganho de produtividade, calculado em seis sacas por hectare na compa-ração com outras sementes”, expli-ca o gerente de Biotecnologia soja da empresa, Guilherme Lobato. Para o assessor da presidência da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Carlos Augusto Albu-querque, a multinacional deveria esperar. “Os testes foram em alguns talhões. Não sabemos a produtivi-dade real. O ideal seria aguardar a colheita”, ressalta.

Apesar dos números ainda não estarem consolidados, a estimativa é que 10 mil produtores tenham plantado cerca de 1,2 milhão de hectares em todo o Brasil com a tec-nologia na safra que está sendo colhida. Os técnicos da Monsanto monitoram as lavouras de 4 mil agricultores. (CGF)

Monsanto mantém royalty em R$ 115. Setor aguarda resultado da colheita

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Conheça algumas variedades lançadas durante o Show Rural Coopavel.

- Soja BRS 359RR (Embrapa) – Cultivar transgênica de ciclo precoce, possui crescimento indeterminado e alto potencial produtivo. A variedade é indicada para as regiões Norte, Oeste e Noroeste do Paraná, regiões Sul e Centro-Sul de Mato Grosso do Sul e para o Vale do Paranapanema, em São Paulo.- Milho Vt pRO MAx RiB Completo (Monsanto) – Recomendado para plantio nas áreas de safrinha no Paraná. A tecnologia possui três proteínas diferentes para ação contra as cinco principais lagartas: cartucho, broca-do-colmo, espiga, elasmo e rosca.- Soja Cd 202ipRO (Coodetec) – Cultivar aliada à tecnologia Intacta RR2 PRO, que garante proteção contra as principais lagartas da cultura e possui tolerância ao glifosato.- Milho 2B610pW (dow AgroSciences) – Opção para regiões com necessidade de sanidade de grão associada a precocidade. Variedade utilizada para verão e safrinha.

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Soja resistente a insetos experimentada nesta temporada deve ganhar área na safra 2014/15

27GAZETA DO POVO AGRONegócio

Page 28: Revista ShowRural 2014

caRlos GuimaRães Filho

:: A conjuntura do agronegócio bra-sileiro fez com que as previsões mais otimistas em relação à comercializa-ção de máquinas agrícolas se concre-tizassem em 2013. Diante da rentabi-lidade das commodities, principal-mente da soja, e do crédito farto com juros baixos à disposição no merca-do, os produtores foram às compras, colocando o ano passado na história do setor. Mais de 83 mil unidades dei-xaram as concessionárias para ganhar o campo, de acordo com rela-tório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Agora, na primeira feira agropecuária do ano – o Show Rural Coopavel –, a indústria testa a capa-cidade de compra dos agricultores em 2014, com lançamentos e mode-los que se mantêm na linha de frente em novas tecnologias.

As previsões são de queda na comercialização anual, mas sobre um índice elevado. O ano de 2013 ultrapassou o recorde de 1976, quan-do 80,2 mil unidades foram vendidas em plena fase de mecanização da agricultura. O segmento de tratores de roda foi o principal responsável pelo recorde, com 65,1 mil unidades, seguido por colheitadeiras, com 8,5 mil unidades. As estatísticas ainda contam com tratores de esteiras (942 unidades), cultivadores motorizados (1,6 mil) e retroescavadeira (6,8 mi).

“Acredito que 2014 será um ano muito bom, próximo de 2013. Talvez o segundo melhor ano da história”,

Indústria testa o poder de compra

dos produtores rurais com novas

tecnologias no Show Rural 2014

Renovação após ano imbatível[ máquinas agrícolas

Meta do setor é se aproximar dos índices de vendas verificados no plantio da safra 2013/14.

diz, otimista, Nilson Righi, gerente de produto da New Holland. “O Show Rural é um termômetro do ano. A partir do resultado [das vendas] é pos-sível imaginar como será até dezem-bro”, acrescenta. A companhia con-

sidera tendência de queda de 5% nas vendas anuais do setor.

O otimismo prevalece entre as prin-cipais indústrias de máquinas agríco-las. O crédito a juros baixos (3,5% ao ano) deve segurar as vendas num pata-

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na linha dE fREntE

Conheça máquinas agrícolas apresentadas como destaques no Show Rural Coopavel e que têm a missão de segurar as vendas.

trator de precisãoLíder na venda de colheitadeiras no ano passado, a John Deere lança três modelos de tratores (5078E, 5085E e 5090E) cabinados no Show Rural. As máquinas (de 78 a 90 cavalos) oferecem 9 velocidades de frente e 3 velocidades de ré. Os modelos podem ser equipados com o sistema AMS de tecnologia de precisão.

Família maiorCom a marca de 13,5 mil tratores comercializados em 2013, a New Holland incrementa a linha T7 com outros seis modelos, todos em exposição no Show Rural. Na versão mecânica, são os T7.140, T7.150 e T7.180 com 15x12 de velocidade; e, na versão Semi Powershift Command, são os modelos T7.175, T7.190 e T7.205 com 18x6 de velocidade. A transmissão possibilita trocas automáticas de marchas.

Autonomia no plantioCom 15,8 mil tratores vendidos em 2013, a Massey Ferguson apresenta uma nova tecnologia para as plantadeiras MF 500 e MF 700. A nova linha promete trabalho eficaz mesmo em solos irregulares. O aumento da capacidade do tanque de 55 para 65 litros, somado a outras alterações, faz com que o produto possua mais autonomia no plantio.

nova geraçãoA Valtra, com mais de meio século no mercado nacional de máquinas agrícolas, apresenta no Paraná os modelos de trator BH Geração III, com motor 4 cilindros ou 6 cilindros, com ou sem intercoller. Fazem parte desta geração máquinas de 137, 200 e 210 cavalos. As inovações aparecem em itens como o novo sistema hidráulico. Os motores trabalham com diesel ou biodiesel B100, ou seja, até 100% de biodiesel.

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pulverizador de alto rendimentoO destaque da paranaense Montando na feira é o pulveri -zador autopropelido Parruda Stronger. O produto tem o maior vão livre da categoria (1,80 metro), molas pneumáticas que absorvem mais impactos e painel de controle multifuncional.

mar elevado, considera a John Deere. Apesar das avaliações positivas, a AGCO (das marcas Challenger, Fendt, Massey Ferguson, Valtra e GSI) tam-bém assume possibilidade de recuo de 5% na comercialização.

Fotos: divulgação

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A exposição ocupa 720 mil metrosquadrados à margem da BR-277. Apartir do trevo Cascavel-Toledo-Foz doIguaçu, são 7 quilômetros. A entradacontinua sendo gratuita.

4404,9 mil

5 mil

12 mil

250

SHOW RURAL COOPAVEL 2014

3 a 7 de fevereiroem Cascavel

BR-277

estandes deexpositores

estações de cultivoexperimental

metros decorredores cobertos

apresentaçõestécnicas

vagas de estacionamentogratuitas

BancoWC Sanitário

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EM TODOS OS CAMPOS,CULTIVANDO NOVOS TEMPOS.

O Tarcísio Meira sempre acreditou na New Holland. Desde o seu primeiro trator, ele não tevedúvidas. A New Holland é a marca que lhe traz mais satisfação e resultados. Não é à toa quehoje a New Holland tem amaior colheitadeira do Brasil, bem como amais vendida. Além disso,conta com a maior linha de tratores do mercado, de 55 a 670 cavalos, e uma completa ofertade semeadoras e pulverizadores. Tudo isso com o suporte de uma rede de assistência técnicapresente de norte a sul do País. Essa é a New Holland. A marca de confiança do produtor.

NO CAMPO OU NA TV,TEM QUE SER MUITO PROFISSIONAL

PARA TER SUCESSO.

NewHolland apresenta: