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ISSN 2179-7285 REVISTA Publicada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Grandes dimensões Características, oportunidades e desafios da endoscopia digestiva praticada na região norte do País ARTIGO Negociação de honorários e custos em endoscopia digestiva RADAR Confira a programação da SOBED na Semana Brasileira do Aparelho Digestivo DNA Herberth Toledo, um dos responsáveis pelo Simpósio em Maceió (AL) Abril-Junho 2015 Edição n o 29

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ISSN 2179-7285

REVISTAPublicada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva

Grandes dimensõesCaracterísticas, oportunidades e desafios da endoscopia digestiva praticada na região norte do País

ARTIGONegociação de

honorários e custos em endoscopia digestiva

RADARConfira a programação da SOBED na Semana Brasileira

do Aparelho Digestivo

DNAHerberth Toledo,

um dos responsáveis pelo Simpósio em Maceió (AL)

Abril-Junho 2015

Edição no 29

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abril/junho 2015 REVISTA SOBED 3

índice Revista SOBED Edição 29

abril-junho 2015

censoResultados do Censo SOBED

realizado em 2014

ArtigoSaiba mais sobre a negociação de honorários

médicos e custos em endoscopia digestiva

6 rAdAr soBedUnidades estaduais realizam ações e eventos.

Confira a programação da SOBED na SBAD

32

38

12

dnAHerberth Toledo, vice-presidente da SOBED-AL e

um dos responsáveis pela organização do

simpósio internacional de Maceió (AL)

EM AçãoPanorama da endoscopia digestiva na região norte do País

24 coBertUrABalanço do IX Simpósio Internacional

de Endoscopia Digestiva da SOBED

28 inFoConheça as vantagens de se registrar na Rede

Informática de Medicina Avançada (RIMA)

46 AMBAlterações na CBHPM são vitória

para a saúde brasileira

14

18

in LocoCobertura do 1o Mutirão de

Colonoscopia em Campinas (SP)

50 AgendAVeja as datas dos principais eventos

nacionais e internacionais da especialidade

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1824

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abril/junho 2015revista sOBeD4

editorial Palavra do Presidente

Esta edição da Revista SOBED marca um importante momento na história da Sociedade.

É quando entramos definitivamente na luta pela prevenção, diagnóstico e tratamento

do câncer colorretal. Desde o começo dessa gestão, encampamos como um de nossos

objetivos a criação dos mutirões de colonoscopia. Em março, realizamos o primeiro, em

Campinas (SP) e, em abril, aproveitando a realização do IX Simpósio Internacional de

Endoscopia Digestiva, promovemos o segundo mutirão em Maceió (AL). Somados os

dois mutirões, foram feitos aproximadamente 250 exames com o objetivo de divulgar

e conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal, além

de permitir o acesso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) à realização do

procedimento. Confira mais sobre o assunto na cobertura do Simpósio e do mutirão

realizado em Campinas.

A edição traz ainda uma reportagem especial sobre o panorama da endoscopia

digestiva na região norte do País. Profissionais do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e

Tocantins falaram sobre as dificuldades, curiosidades e características da formação,

remuneração e do exercício profissional na maior e menos populosa região do Brasil.

Pela primeira vez, a publicação traz dois artigos de grande interesse sob o ponto de

vista associativo e, principalmente, profissional. O primeiro trata sobre o resultado do

censo realizado pela SOBED em 2014 para determinar o perfil do endoscopista no País e

foi produzido pelo nosso primeiro-tesoureiro, José Celso Ardengh. O segundo traz dicas

para fazer uma negociação de honorários médicos e custos em endoscopia digestiva.

O trabalho é de autoria de Ana Maria Zuccaro, membro da Comissão de Ética e Defesa

Profissional da SOBED.

Por fim, informamos que a pesquisa de opinião da Revista SOBED, feita com os

associados ao longo do primeiro trimestre, está em fase final de apuração e os resultados

serão utilizados para o aprimoramento de nossa publicação nas próximas edições.

Desejamos a todos uma excelente leitura!

Campanha pela prevenção

Ramiro Mascarenhas

Presidente da SOBED Nacional

ISSN 2179-7285

revista SoBeD é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira

de Endoscopia Digestiva distribuída gratuitamente para médicos.

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores

e não representa necessariamente a opinião da SOBED.

Jornalista responsável Roberto Souza (Mtb 11.408)

editor Rodrigo Moraes

reportagem Lais Cattassini

Renato Santana de Jesus Vinícius Morais

revisão Paulo Furstenau

projeto editorial Rodrigo Moraes

projeto Gráfico RS Press

Luiz Fernando Almeida

Designers Lenon Della Rovere

Leonardo Fial Luiz Fernando Almeida

Willian Fernandes

Tiragem 2.800 exemplares

Impressão Gráfica Mundo

Foto de capa Shutterstock

Rua Cayowaá, 228, Perdizes São Paulo - SP CEP: 05018-000

11 3875-6296 [email protected]

www.rspress.com.br

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revista sOBeD abril/junho 2015

RADAR sobeD Notas

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A SOBED foi eleita, ao lado de outras 13 associações e sociedades de especialidades médicas, para compor o conselho deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB). A decisão foi confirmada em reunião do conselho científico da AMB, realizada no dia 18 de abril.

Segundo a representante da SOBED na AMB, Dra. Maria das Graças Pimenta Sanna, a pre-sença da sociedade nesse conse-lho representa uma vitória para a SOBED. “Participar do conselho

deliberativo significa participar dessas decisões e ter uma parti-cipação maior na AMB”, afirma.

O conselho deliberativo é for-mado por 14 sociedades que tam-bém fazem parte do conselho científico da AMB. Os represen-tantes opinam, por meio de votos e definições, sobre a direção da associação frente a importantes questões da classe médica.

A primeira reunião do novo conselho deliberativo foi reali-zada no dia 8 de maio.

A SOBED participou de uma reunião da Associação Médica Brasileira (AMB) em 29 de abril, com o objetivo de discutir as prin-cipais questões que permeiam o exercício profissional da catego-ria médica.

Durante o encontro, foi abor-dada a Resolução Normativa no 364 (RN 364), que determina

critérios de qualidade para a prática da medicina e a revisão da CBHPM.

A representante da SOBED na Comissão de Defesa Profissional da AMB, Adriana Furtado Costa, esteve presente na reunião e defendeu alterações na CBHPM com relação a procedimentos endoscópicos.

SOBED esteve presente na reunião realizada em 29 de abril

Reunião de defesa profissional na AMB

A inclusão de procedimentos

na tabela, revisão de valores e

revisões de textos são impor-

tantes medidas para garantir

a qualidade do serviço médico.

A adequação de custos de

materiais e procedimentos com

as necessidades de médicos e

pacientes é um dos compro-

missos da SOBED. No dia 4 de

março, a Sociedade participou

da Reunião da Câmara Técnica

permanente da CBHPM na sede

da Associação Médica Brasileira

(AMB). Tomazo Franzini e Ana

Maria Zuccaro defenderam as pro-

postas que já haviam sido apre-

sentadas pela gestão anterior e

propuseram novas alterações.

Tais conquistas são fruto do

empenho e dedicação de vários

profissionais comprometidos e

focados na melhoria das condi-

ções de trabalho dos endosco-

pistas e no desenvolvimento da

endoscopia digestiva brasileira.

A reinclusão dos auxiliares já

está em vigor, conforme comuni-

cado oficial disponível no site da

AMB desde 19 de março de 2015.

Com relação às novas inclu-

sões de auxiliares, bem como, as

aprovações ocorridas na reunião

da Câmara Técnica da CBHPM,

serão divulgadas por meio de

Resolução Normativa da AMB,

que já está em fase de finali-

zação para divulgação.

AltErAçõES nA tABElA CBHPM PrOPOStAS PElA SOBED SãO APrOvADAS

SOBED é eleita para conselho deliberativo da AMB

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Pioneiro em drenagem biliar ecoguiada no Brasil e na América Latina, Everson Artifon par-ticipou de uma mesa-redonda sobre o tema, com atenção à EUS Terapêutica. Além de apresentar a experiência, o endoscopista nominou aspectos gerais da técnica.

A CPRE também foi tema da palestra de Júlio Pereira Lima, Colocação de Stents em Vias Biliares em Estenoses Benignas e Malignas. Segundo o endoscopista, 98% das novas tecnologias dispo-níveis na área já são utilizadas no Brasil. “Temos muita experiência nesses procedimentos e pude-mos apresentar dados tão bons ou até melhores que os americanos e europeus.”

Outra técnica que teve destaque na DDW foi a endomicroscopia confocal. De acordo com Fauze Maluf Filho, o tema foi um dos assuntos trabalha-dos pelo grupo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), que também apresentou sua experiência em próteses esofágicas e de cólon.

Brasil se destaca na DDW 2015

Capital dos Estados Unidos recebeu evento entre 16 e 19 de maio

Um dos eventos mais aguardados por endoscopis-tas de todo o mundo, a Digestive Disease Week (DDW 2015) teve um sabor especial para os brasileiros neste ano. O congresso, realizado entre 16 e 19 de maio em Washington (EUA), sagrou o Brasil vice-campeão da Copa do Mundo de Endoscopia.

Com o videofórum Tratamento Endoscópico na Fístula Esofágica, apresentado por Fernando Marson, o País deixou para trás potências da especialidade, perdendo apenas para a Espanha. “Essa conquista prova que a endoscopia está em pleno desenvolvi-mento no Brasil, sobretudo no campo do ensino”, avalia Marson.

A crescente participação de brasileiros na DDW como palestrantes corrobora a análise. “Esse é um motivo de orgulho para a SOBED, pois prova que nossa sociedade é forte e composta por médicos com exce-lente formação profissional”, diz Eduardo de Moura, que ministrou a palestra Inovações no Tratamento Endoscópico da Obesidade.

Adriana Vaz Safatle-Ribeiro e Vitor Arantes foram convidados para apresentar O Melhor do Intestino Delgado e O Melhor de Vias Biliares e Pâncreas, res-pectivamente. “Foi uma grande satisfação participar deste evento que é referência mundial em termos de pesquisa e abordagens clínicas e cirúrgicas.”

A Comissão de Comunicação da SOBED lançou em abril uma nova ação de divulgação científica a par-tir do site da Sociedade. Trata-se da seção Artigos Comentados, criada com o objetivo de trazer artigos científicos relevantes para a espe-cialidade, publicados recentemente,

com considerações de especialistas. Os novos textos são publicados

semanalmente e divulgados a partir das ferramentas de comunicação da SOBED – site, Facebook, Twitter e SOBED Online.

Saiba mais em www.sobed.org.br/ciencia/artigos-comentados.

Artigos comentados no site da SOBED

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RADAR sobeD Notas

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Estão abertas as inscrições para a XIV Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), que acontece entre 21 e 25 de novembro em Curitiba (PR). Participantes que se inscreverem até 7 de agosto terão desconto na taxa de inscrição. Para participar, é necessário cadas-trar-se no site do evento e realizar o pagamento da taxa, que vai de R$ 250 a R$ 1.200. Sócios quites da SOBED têm desconto, assim como estudantes de medicina e residentes. Confira no site www.sbad2015.com.br as datas limites para inscrição com desconto.

SOBED na SBADFique atento à programação específica oferecida pela SOBED durante o evento. Vale lembrar que para fazer a inscrição dos cursos da SOBED é preciso, primeiro, estar inscrito na SBAD. Confira a lista dos cursos:

21/11 - Sábado- Hands On - Ecoendoscopia e CPRE da SOBED- Suporte Avançado de Vida em Endoscopia (SAVE)

da SOBED- Teste seus Conhecimentos Baseado em Evidências

da SOBED- Oficina de Balão Intragástrico- Hands On em Endoscopia Digestiva da SOBED

22/11 - DomingoCurso de Pós-Graduação SOBED-ASGE(gratuito para associados quites da SOBED)

Endoscopia na emergência baseada em evidências- Remoção endoscópica de corpos estranhos- Tratamento endoscópico da HDA de A a Z- Tratamento endoscópico da HDB: Truques, desa-

fios e acessórios- Perfuração do trato gastrointestinal: e agora?

Endoscopia bariátrica e intestino delgado- Tratamento endoscópico das complicações da

cirurgia bariátrica- HDM: Capsula ou enteroscopia? Fluxograma base-

ado em evidências

Câncer precoce do sistema digestório- Recursos diagnósticos e vigilância endoscópica- Mucosectomia e ESD? Limitações e perspectivas

Vias biliares e pâncreas- Tratamento endoscópico dos cálculos difíceis:

papiloplastia ou papilotomia? Basket ou balão?- Tratamento endoscópico das complicações pós-

-operatórias: estenoses, fístulas e outros- Ecoendoscopia no diagnóstico e tratamento das

lesões císticas de pâncreas- Papilectomia endoscópica: ainda é necessária a

colocação de prótese endoscópica?Inovações em endoscopia digestiva

- Miotomia endoscópica: resultados e análise crítica- Ecoendoscopia terapêutica avançada- A ultramagnificação de imagem substitui a

patologia?- Quais as perspectivas atuais do uso da endomicroscopia

23/11 – Segunda-feiraVII Curso Internacional Interativo Ao Vivo (gratuito para associados quites da SOBED)Endoscopia digestiva diagnóstica e terapêuticaApoio: Hospital de clínicas da UFPR, Serviço de endos-copia digestiva do Hospital de Clínicas da UFPR

CoordenadoresMarcos Bastos da Silva e Artur Adolfo ParadaCoordenadores do hospitalSergio Luiz Bizinelli e Gustavo Andrade de Paulo

OrganizadoresDjalma Ernesto Coelho, Esteban Sadovsky, Flávio Heuta Ivano, Gustavo Andrade de Paulo, Herberth José Toledo Silva, José Flávio Ernesto Coelho, José Celso Ardengh, Júlio César Pisani, Júlio Cesar Souza Lobo, Luiz Fernando Ferreira Campos, Maria Cristina Sartor, Marcos Bastos da Silva, Rachel Canzi Almada de Souza, Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas, Ricardo Anuar Dib, Viriato João Leal da Cunha

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XIV SBAD tem inscrições abertas

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São Paulo recebe a Semana Pan-Americana de Doenças Digestivas

Eleito presidente para o biê-nio 2016-2018 da Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva (SIED), Júlio Pereira Lima conta que os preparativos para a Semana Pan-Americana de Doenças Digestivas já come-çaram. Ele será o presidente da área de endoscopia no congresso a ser realizado em novembro de 2018, em São Paulo.

De acordo com o endosco-pista, a SIED e as sociedades que organizam a SBAD fizeram um acordo para que os eventos acontecessem simultaneamente,

congregando um maior número de participantes. A expectativa é que os eventos reúnam de seis a sete mil médicos, incluindo mui-tos latino-americanos. O futuro presidente adianta que foram feitos convênios com diversas sociedades internacionais, como a europeia e a americana, que permitirão que os congressos batam recorde de palestrantes estrangeiros. “O objetivo é ter, no mínimo, o dobro de pales-trantes internacionais na SBAD em relação aos anos anterio-res”, conta.

Preparativos para o Pan 2018

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RADAR sobeD In loco

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Por Raquel Ribeiro

Iniciativa de prevenção de câncer colorretal realizada em Campinas teve êxito social e foi destaque na imprensa

Primeiro mutirão

D urante os dias 25,26 e 27 de março, a SOBED realizou na cidade de Campinas (SP) o primeiro Mutirão de Prevenção de

Câncer Colorretal. Ao todo, foram reali-zados cerca de 100 exames de colonosco-pia, aplicados em pacientes acima de 50 anos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital e Maternidade Celso Pierro. A iniciativa, que irá percorrer outras partes do Brasil, tem como objetivo divulgar e conscientizar a população sobre o diagnós-tico precoce do câncer colorretal (CCR), além de permitir o acesso dos pacientes aos exames de detecção.

O presidente da Comissão de Mutirões e Prevenção de Câncer Colorretal da SOBED, Lix Oliveira, afirmou que o muti-rão foi extremamente proveitoso e satis-fatório para todos que trabalharam pelo benefício aos pacientes na prevenção do câncer colorretal. “Nos procedimentos rea-lizados foram detectadas várias lesões em pacientes assintomáticos. Os exames, com prognóstico em relação ao câncer color-retal, sem dúvida mudarão suas vidas. A mensagem que a Sociedade quer deixar é que vale a pena investir nesse tipo de ajuda social em um país que tem necessi-dade e carência nessa área de prevenção

do câncer colorretal. A sensação é de dever cumprido! Estamos felizes espe-rando o próximo.”

De acordo com o coordenador do Serviço de Endoscopia do Hospital e Maternidade Celso Pierro, Pedro Ishida, os exames do segundo dia de mutirão foram mais complexos devido à detec-ção de um grande número de lesões nos pacientes com uma certa idade. “É claro que gostaríamos de ter descoberto antes essas lesões em pacientes que já chegam em um estágio avançado, mas com esse mutirão temos a oportunidade de propor-cionar o tratamento a eles. Isso é o que vale a pena,” declarou Ishida.

Já para o coordenador de coloproc-tologia do Hospital e Maternidade Celso Pierro, Silvio Ciquini, o número de pacien-tes atendidos foi maior do que havia sido planejado inicialmente e, portanto, a pre-sença de convidados e estudantes fez a diferença. “Realizamos vários diagnósticos importantes que fazem diferença na vida dessas pessoas e que contribuem direta-mente para o objetivo principal do muti-rão, que é prevenção e detecção precoce. Além disso, tivemos o privilégio de receber pessoas que contribuem na formação téc-nica profissional, como o vice-presidente da Associação Brasileira de Prevenção

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 13

Participantes do mutirão ao

longo dos três dias de ação

realizada em Campinas (SP)

Tudo foi realizado com grande esforço e recepção de todos os envolvidos. Para a nossa surpresa, encontramos mais lesões do que esperávamos, mostrando que a colonoscopia é um exame muito importante para a prevenção do cân-cer colorretal.”

Mascarenhas ressaltou ainda que a ideia é que o mutirão se repro-duza para outros locais do País, como foi feito em Maceió (AL) durante o Simpósio Internacional da SOBED e em Curitiba (PR), onde irá aconte-cer a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (XIV SBAD). “Sabemos que este mutirão é ainda uma pequena

do Câncer de Intestino (Abrapreci), Benedito Rossi, e os alunos da PUC, que serão nossos futuros especialistas. Só temos a agradecer à Sociedade e a todos que têm indiscutivelmente contribuído bastante para que tudo aconteça.” Vale lembrar que a presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Maria do Carmo Friche Passos também prestigiou a iniciativa.

O presidente da SOBED, Ramiro Mascarenhas, esteve presente durante o mutirão e realizou diversos procedi-mentos nos pacientes. “A SOBED, a par-tir deste momento, entra na luta contra o câncer colorretal com este mutirão.

ação, mas estamos fazendo a nossa parte com um grupo de especialis-tas bastante engajados. Acredito que conseguiremos sensibilizar o poder público e despertar na comunidade a necessidade de fazer a prevenção de uma doença que é 100% curável se diagnosticada precocemente”, con-cluiu o presidente da SOBED.

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revista sOBeD abril/junho 2015

DNA Herberth Toledo

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Um médico

Por Rodrigo Moraes

de atitudeHerberth Toledo fala sobre os esforços feitos

para levar o Simpósio Nacional a Maceió

D urante o IX Simpósio Nacional de Endoscopia Digestiva da SOBED, realizado em 10 e 11 de abril, conversamos com o endoscopista alagoano, ex-presidente da esta-

dual da Sociedade e membro da Comissão Organizadora do evento, Herberth Toledo.

Durante o bate-papo, realizado no pri-meiro dia do encontro, Toledo falou sobre a importância da prevenção do câncer co-lorretal e do projeto em andamento que tem por objetivo atender aproximadamen-te 34 mil pessoas no interior de Alagoas. O programa, que tem o apoio de institui-ções nacionais e internacionais, se coloca como uma das principais ações de combate à doença no Brasil.

Conte-nos um pouco da sua história.Sou do interior, do agreste de Alagoas, nascido na cidade de Igaci. O nome é de origem indígena, da tribo tembé. É uma cidade pequena, que pertencia à região de Palmeira dos Índios, para onde tínhamos que ir para estudar. Fiz a faculdade em Maceió, na antiga Escola de Ciências Mé-dicas, que hoje é a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Formei-me em 1987, fiz residência médica no serviço do professor Arthur Carrilho e depois realizei a formação em cirurgia di-gestiva, endoscopia e colonoscopia no ser-viço da professora Angelita Gama, em São Paulo (SP). Desde então, venho atuando na área de cirurgia digestiva e endoscopia

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 15

digestiva alta e baixa. Trabalho em Maceió, na Uncisal, e tenho duas clínicas privadas na capital e uma em Arapiraca, a segun-da maior cidade de Alagoas. Lá tenho uma dedicação especial, porque desenvolvemos uma clínica especializada na prevenção de câncer intestinal.

Como é esse trabalho?Queremos estudar 34 mil pessoas de Arapi-raca, na faixa etária de 50 a 75 anos, assin-tomáticas, com pesquisa de sangue oculto nas fezes. O trabalho surgiu em uma das reuniões da SOBED em Alagoas com o pro-fessor Marcelo Averbach. Eu demonstrei interesse e, com a ajuda dele, cheguei até a Tokyo Medical and Dental University. Em

meados de agosto do ano passado, fomos até Santiago, no Chile, e fizemos um trei-namento em pesquisa de banco de dados para a prevenção de câncer colorretal. A equipe do Japão foi até a cidade de Ara-piraca conhecer o nosso serviço. Fizemos reuniões científicas e depois fomos ao Japão. Foi fundamental estabelecer uma parceria público-privada, com a Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca.

Qual é o papel dos médicos japoneses nesse projeto?

Os médicos da universidade de Tóquio são os maiores especialistas nessa área de in-tervenção em razão da alta incidência de câncer intestinal no Japão. Eles têm nos ©

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revista sOBeD abril/junho 2015

DNA Herberth Toledo

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orientado a como fazer esse rastreamen-to. Além disso, há a perspectiva de virem médicos japoneses para orientar em uma colonoscopia de melhor precisão. Esta-mos aguardando que médicos brasileiros também possam ir até lá para aprender.

Quantas pessoas fazem parte desse programa no Brasil?

Fazem parte o Santa Fé Medical, que é o nosso serviço em Arapiraca, o Hospital de Base de Brasília, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC), o AC Camargo Cancer Center e a Fungastro, de Porto Alegre.

Já é possível avaliar os resultados desse projeto?

Ele ainda está em fase inicial. Já avalia-mos cerca de 500 pacientes com sangue oculto nas fezes, com uma taxa inicial de sangue oculto positivo em 6% e ade-nomas em mais de 50% dos casos. Os casos positivos estão um pouco abaixo do registrado no Japão e no Chile. Já a descoberta de lesões polipoides está um pouco acima da média do que é visto aqui no Brasil, em torno de 30%.

Quais os planos para o futuro?A ideia é que em 2015 avaliemos três mil pacientes. Estamos fazendo um pro-jeto para que o Governo do Estado de Alagoas aprove-o como programa esta-dual. Atualmente, estamos organizan-do exames diários na clínica. Para esse projeto, temos uma equipe de três colo-noscopistas. Quanto ao programa, pode-remos dar uma importante contribuição à Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e sociedades afins, tentando sensibilizar também os órgãos públicos. Isso é muito gratificante, porque temos conseguido salvar vidas com um proje-to que ainda é pequeno. Por enquanto, foram só 500 pessoas avaliadas, mas uma vida que você consiga salvar já tem uma importância especial. Fui convida-do pelo Dr. Ramiro Mascarenhas, jun-tamente com o Dr. Lix de Oliveira, de Campinas, para fazer parte da Comissão de Prevenção ao Câncer Colorretal e de Mutirões. Isso significa que nosso traba-lho está sendo reconhecido pela Socie-dade. Participar da SOBED, para mim, é muito especial. Sou titular há mais de 15 anos e participo ativamente dos congressos e cursos. É a Sociedade que me dá um retorno de relacionamento e aprendizado científico. Conviver com es-sas pessoas só engradece o nosso conhe-cimento. Um simpósio como esse, além do aprendizado científico, proporciona o relacionamento entre as pessoas.

Simpósio foi

organizado em

um modelo dinâmico

e internacional

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 17

Como o senhor avalia a atuação da SOBED hoje em dia na prática profissional?

Isso é uma evolução da SOBED, de sua maturidade. Outros presidentes já vi-nham trabalhando esse processo de ama-durecimento, tentando profissionalizar mais a entidade como uma sociedade na-cional. Há cerca de oito anos, realizamos o primeiro curso ao vivo da SOBED aqui em Maceió. Fizemos depois em Brasília (DF), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Nessa gestão do Ra-miro, ele quis reforçar a prática de reci-clagem médica, focar o associado, mas mostrar também o papel social da SO-BED, que é um dos mais importantes em qualquer sociedade médica. Tem de ha-ver uma sociedade tanto pública quanto privada. E a SOBED é a grande máquina propulsora para a formação de projetos, para convocar o Governo. No mutirão es-tiveram as Secretarias Municipal e Esta-dual de Saúde, que ficaram maravilhadas com o trabalho da SOBED, totalmente gratuito. Algumas pessoas viajaram mais de 300 Km até o evento - estavam sem acesso à colonoscopia há mais de 10 anos e aqui no mutirão puderam realizar o exame. Ambas as Secretarias já solicita-ram à SOBED parcerias para a formação de novos médicos e transferência de co-nhecimento. No futuro virão outras cam-panhas de prevenção.

A diretoria da SOBED e vários palestrantes res-saltaram o esforço realizado pelo senhor para trazer o evento a Maceió. Conte-nos mais sobre esse processo.

Temos aqui uma unidade estadual muito organizada. Apesar de sermos poucos só-cios, somos unidos e temos uma atividade científica muito boa. Isso motivou o grupo a trazer o Simpósio para Maceió. Há cin-co anos trabalhávamos para que o evento fosse realizado aqui. Perdemos uma vez para Salvador (BA), para Goiânia (GO), para Gramado (RS). O Ramiro, porém, criou alguns critérios para a definição da

cidade-sede. Submeti as normas aos cole-gas quando ainda era o presidente, eles deram o aval e conseguimos. Começamos com o Simpósio, depois veio a ideia do mutirão, depois um curso de colonosco-pia, uma festa de congraçamento e até mesmo a possibilidade de trazermos um intestino gigante para cá, o que infeliz-mente não se concretizou. Eu parei meu consultório a semana inteira para cuidar do evento e ganhei muito. Ganhei em aprendizado, reforcei amizades e ajudei a atender milhares de pessoas carentes em nosso estado.

Que avaliação o senhor faz do Simpósio?Estamos cumprindo o papel do evento. A grade científica foi montada com mui-to cuidado, os horários foram cumpridos rigorosamente, os convidados compare-ceram quase que em totalidade, havendo apenas algumas ausências por questões de saúde. A equipe da Comunic corres-pondeu a nossas expectativas, sempre de forma democrática, discutindo caso a caso. E a sede da SOBED deu todo o su-porte e apoio. Os colegas que formam a diretoria sempre estiveram presentes em todas as discussões. Cumprimos nosso pa-pel. Saio muito feliz com tudo isso. Falhas existiram, mas a vontade de acertar não faltou em nenhum momento.©

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“Tem de haver uma sociedade tanto pública quanto privada. E a SOBED é a grande máquina propulsora para a formação de projetos, para convocar o Governo”

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revista sOBeD abril/junho 2015

em ação Região Norte

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Por Lais Cattassini

Desafios e soluções na região norteEspecialistas que atuam em estados do norte do Brasil contam quais são as dificuldades e vantagens de trabalhar em uma região ainda em desenvolvimento

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 19

Região detém aproximadamente

45% do território nacional e,

em contrapartida, possui a

menor densidade demográfica

do País. De acordo com os

últimos dados do IBGE, o estado

do Pará representa quase

50% dos 17,2 milhões de

pessoas que vivem na região

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revista sOBeD abril/junho 2015

em ação Região Norte

20

aextensão da região norte do País impressiona. Com mais de três milhões de quilômetros quadrados, a área com sete estados enfrenta dificuldades e desafios particulares, principal-mente para quem pratica a medicina. Talvez o principal deles seja justamente a distância. Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins somam cerca de 17 milhões de habitantes, menos da metade da população do estado de São Paulo. A densidade populacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de cerca de quatro habitantes por metro quadrado. Capitais como Palmas, Manaus e Rio Branco ficam mais de mil quilômetros distantes de outros centros populacionais.

A vida de endoscopistas que decidiram fir-mar consultórios e laboratórios na região norte é marcada por vários tipos de jornada: até o interior, para conquistar direitos, incentivar outros profissionais a olharem os estados dis-tantes do sudeste, consertar equipamentos e buscar especializações ou parcerias. O caminho árduo parece valer a pena e é recompensado com a qualidade de vida, difícil de encontrar no sudeste ou sul do Brasil, ou ainda a opor-tunidade de crescer junto com suas cidades.

Era exatamente isso que buscava o presi-dente da SOBED-Tocantins, Eduardo Komka Filho, quando deixou o Rio Grande do Sul e se mudou para Palmas há 20 anos. “Logo que o estado foi criado eu vim para cá. Achava que, por ser uma capital, Palmas iria crescer em uma velocidade maior do que outras cidades. Vim buscando uma melhora, um avanço dentro da minha área. E foi isso o que aconteceu”, conta.

Os médicos e profissionais de saúde que trabalham no Tocantins são bastante depen-dentes do estado, segundo Komka Filho. Os atendimentos ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) são praticamente restritos aos hospitais públicos, enquanto hospitais par-ticulares e consultórios operam com padrão de salário Unimed, que segue a tabela da Associação Médica Brasileira (AMB). “Para vir para cá e se estabelecer é necessário ter um vínculo com o estado. O problema é que médicos de fora não se sentem atraídos a vir trabalhar no Tocantins. Temos uma escassez N

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 21

“Na rede pública, apenas o Hospital de Base do Estado de Rondônia disponibiliza infraestru-tura e profissionais especialistas 24 horas por dia para procedimentos eletivos e de urgência.”

Na rede pública, o acesso a equipamentos modernos e a manutenção do material exis-tente apresentam um desafio ainda maior aos profissionais. “Existe um problema sério de logística na região. O Acre, por exemplo, fica distante dos grandes centros, portanto, as opções de serviços de manutenção dos apare-lhos é igualmente distante. O serviço de manu-tenção mais próximo que temos é em Cuiabá, que fica a 3 mil km”, afirma Feltrin. Segundo ele, a dificuldade de acesso prejudica o ser-viço, que atualmente é realizado com apenas um equipamento, enquanto outros cinco estão em reparo.

O problema também atinge drasticamente a região do Amazonas. A presidente da esta-dual da SOBED no estado, Jeanne Monique Pimentel, afirma que nem todos os hospitais da rede pública do estado têm aparelhos e acessórios disponíveis para realizar procedi-mentos e exames endoscópicos. “Temos seis hospitais de grande porte, dos quais somente três estão bem equipados. A endoscopia é uma especialidade muito específica e dispendiosa. Não é fácil manter aparelhos endoscópicos e é extremamente necessário que o governo entenda essa necessidade”, avalia.

Em Belém, no Pará, a diferença de acesso a equipamentos não acontece entre rede pública e privada, mas sim entre a capital e o interior do estado. “Muitas vezes o interior não tem o equipamento, então o profissional precisa levar o seu. Isso desgasta, tem um custo, um risco, onerando tanto o endoscopista quanto a prefeitura”, afirma o presidente da SOBED-Pará, Marcos Moreno Domingues.

Os municípios distantes dos grandes centros são os que mais necessitam de profissionais, e não apenas endoscopistas. Cidades como Manaus, Rio Branco, Porto Velho e Belém con-centram demandas não apenas do estado como um todo, mas atendem também pacientes de países vizinhos como Peru e Bolívia.

A necessidade de atender à demanda em todos os estados significa que não é difícil

1- Eduardo Komka

Filho, presidente da

SOBED-TO, se mudou

para o estado

em busca de

desenvolvimento

2- “Nossa grande

dificuldade é a

questão de recursos

técnicos“, afirma o

endoscopista do Acre,

Fabiano Feltrin

3- Ramiro Mascarenhas,

presidente da SOBED

Nacional, Jeanne

Monique Pimentel,

presidente da

SOBED-AM e Marcos

Moreno Domingues,

presidente da SOBED-PA

de especialistas na região porque o estado, que é o grande pagador, é o que está pagando menos”, avalia o endoscopista.

Esse vínculo também é essencial em outros estados da região norte. Segundo Fabiano Feltrin, endoscopista do Acre, os profissio-nais que trabalham em Rio Branco costumam se dividir entre setor privado e setor público. “No setor público realizamos, na sua imensa maioria, exames endoscópios de diagnóstico. Nossa grande dificuldade aqui é a questão de acessórios e recursos técnicos para realizar procedimentos endoscópicos mais elabora-dos. Somente no serviço particular consegui-mos realizar alguns exames de maior comple-xidade”, conta.

A diferença de infraestrutura entre hospi-tais particulares e públicos também é notada em Rondônia. De acordo com o presidente da SOBED estadual, Marcelo Pereira da Silva, os grandes hospitais da rede particular dispõem de serviços de endoscopia bem estruturados.

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revista sOBeD abril/junho 2015

em ação Região Norte

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encontrar vagas dentro da especialidade. “Vivemos uma situação peculiar, porque somos um polo industrial muito bom. Então existe a demanda para atender a essa população, que tem convênio médico”, afirma Jeanne. Ela acredita que a construção de grandes cen-tros médicos bem equipados no interior do Amazonas e em outros municípios do norte do País seja crucial para atrair um número maior de endoscopistas e profissionais da saúde para a região. Ainda segundo a médica, 40 profis-sionais realizam endoscopia no estado e 22 são associados titulares à SOBED. O número é semelhante ao encontrado em outros esta-dos. Em Rondônia, segundo Pereira, são cerca de 30 profissionais e metade deles trabalha em Porto Velho.

A criação de centros médicos mais distan-tes é imprescindível também para garantir o atendimento de pacientes que não habitam os grandes centros. Para aqueles que têm dificuldade de chegar à capital do estado, o diagnóstico acaba sendo tardio e o trata-mento mais difícil.

Para os profissionais a distância dificulta o acesso à informação. “Em um país de dimen-sões continentais como o nosso, sem dúvida alguma a distância dos grandes centros é um desafio, dificultando o acesso a cursos e trei-namentos práticos e/ou Hands On, visto que, do ponto de vista teórico, a internet cumpre o papel de promover o acesso à informação atualizada. Um ótimo exemplo disso é o webcast da SOBED”, observa Pereira.

Programas de residência e cursos de profis-sionalização também permitiriam não apenas a entrada de novos médicos no mercado de tra-balho, como fixaria os residentes na região. De todos os estados do norte, apenas o Pará possui um programa de residência, criado em 2014.

Os desafios, encontrados em todas as regiões do País, não intimidam. Domingues, que é natural do interior de São Paulo, fez sua especialização no Rio de Janeiro antes de voltar para o Pará, estado que, desde criança, apren-deu a chamar de lar. “Aqui temos qualidade de vida. Você fica mais próximo da família, con-segue trabalhar e almoçar em casa”, conta.

Até mesmo a distância é apontada como uma vantagem para o desenvolvimento da medicina na região. “Somos uma região bem central e é por conta dessa distância muito longa de outros centos que a nossa área médica tem se desenvolvido mais. Temos uma neces-sidade muito grande de resolver os problemas aqui mesmo”, afirma Komka Filho. O endosco-pista gaúcho fez sua especialização no Rio de Janeiro antes de se mudar para o Tocantins.

Assim como ele, outros profissionais que fize-ram especializações em outras regiões do País rumaram ao norte certos de que as dificuldades não são maiores do que os benefícios de viver com a tranquilidade do interior. “É uma boa região para o profissional médico em qualquer especialidade”, resume Pereira. “Nossa terra é muito hospitaleira”, convida Feltrin.©

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Marcelo Pereira da

Silva, presidente

da SOBED-RO, aponta

diferenças de estrutura

como desafio na

região norte

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revista sOBeD abril/junho 2015

cobertura IX Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED

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Conciliando um programa cien-tífico de qualidade, convida-dos nacionais e internacionais e uma intensa programação social, o IX Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED,

realizado em Maceió (AL), deixou uma marca: a entrada definitiva da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva na luta pela preven-ção, diagnóstico e tratamento do câncer color-retal. Assim avaliou o presidente da SOBED, Ramiro Mascarenhas, durante a cerimônia de abertura do evento: “Este é um ano extrema-mente importante para a SOBED, que completa 40 anos de história com uma série de ações sociais, políticas públicas e eventos científicos que têm por objetivo difundir e consolidar a endoscopia digestiva no cenário nacional, com foco na valorização e qualificação do endosco-pista. Por isso é importante agradecer princi-palmente aos endoscopistas dos 23 estados e do Distrito Federal do País, que prestigiaram o encontro”. Mascarenhas lembrou ainda o sucesso do Mutirão de Colonoscopia de 8 e 9 de abril, em que foram realizados 142 exames – foram feitas várias polipectomias e identifica-dos 3 casos de tumores em estágio avançado. Esses pacientes já foram encaminhados para tratamento e cirurgia. Os procedimentos foram divididos entre: Hospital Universitário, Hospital ©

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E SOCialCientífico

Simpósio Internacional da SOBED reúne mais de 500 pessoas em Maceió e é

marcado por mutirão de colonoscopia

Por Rodrigo Moraes

do Açúcar, Hospital Hélvio Auto (Universidade Estadual de Alagoas) e Santa Casa de Misericórdia de Maceió.

A solenidade foi marcada pela presença de autoridades e gestores de saúde do estado de Alagoas e pelos agrade-cimentos à Comissão Organizadora. Além do presidente da SOBED Nacional, compuseram a mesa diretora o presi-dente da SOBED-AL, José Wenceslau da Costa Neto, o pre-sidente da Comissão Científica do Simpósio, Julio Carlos Pereira Lima, a secretária de Estado da Saúde de Alagoas, Rozangela Wyszomirska, a secretária municipal de Saúde de Maceió, Silvana Medeiros, e o membro da Comissão Organizadora local, Herberth Toledo Silva.

Para o primeiro-tesoureiro da SOBED Nacional, José Celso Ardengh, o Mutirão de Colonoscopia é uma das melhores ações realizadas pela SOBED nos últimos anos sob o ponto de vista social. “Já havíamos feito o primeiro mutirão em Campinas. A partir disso, a Sociedade começa

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 25

a chamar a atenção das autoridades, da mídia e da socie-dade como um todo sobre o câncer colorretal e do quanto a colonoscopia é importante para a detecção e acompa-nhamento da doença.”

Para o endoscopista e coloproctologista do Hospital Universitário (HU), Guy Gama, que participou do Mutirão, a ação foi extremamente positiva para a região. “A realização desses procedimentos e a identificação de lesões pequenas foram extremamente benéficas para o estado, tanto sob o ponto de vista do atendimento, mas também em relação ao custo que a evolução desses pacientes – se não fossem avaliados precocemente – representaria para o sistema de saúde.” Já a coloproctologista Aline Apel, também do HU, lembrou outro importante aspecto da ação, que foi a oportu-nidade de acesso ao exame em pacientes de outras regiões do estado. “Alguns pacientes vieram de cidades como Santana do Ipanema, Atalaia e Arapiraca, por exemplo.”

O presidente da SOBED-AL, José Wenceslau da Costa Neto, acredita que o evento pro-porcionou grandes experiências: “A progra-mação científica foi feita com muito critério, com temas diversificados e interessantes. Além dos novos conhecimentos, tivemos o maior entrosamento entre os endosco-pistas presentes”. O membro da Comissão Organizadora local e vice-presidente da SOBED-AL, Herberth Toledo Silva, aposta na dedicação empenhada por todos para o sucesso do Simpósio. “Tudo foi pensando com muito carinho. Uma programação científica excelente, além de atrações sociais em um ambiente bonito e confortável. Estou muito feliz com tudo o que vi.”

Dentre as atividades científicas, houve a transmissão ao vivo de casos direto do Hospital Erasme, na Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica). O belga Jacques Devière realizou quatro procedimentos ao vivo e res-pondeu a dúvidas e questionamentos dos congressistas de Maceió. No Brasil, Dalton Marques Chaves e Beatriz Monica Sugai estiveram à frente da ação. “Vimos casos não rotineiros, mais complexos. Foi possível discutir as condutas médicas. Também vale destacar a integração com outros serviços internacionais”, diz Chaves.

Ainda, pela primeira vez, foi realizado um Curso de Colonoscopia. “A atividade visa melhorar a capacidade de diagnóstico, prin-cipalmente em relação às lesões precoces do câncer colorretal. Vale apontar na programa-ção as apresentações sobre como chegar facil-mente ao íleo e dicas de como fazer e quando parar colonoscopias difíceis, ambas as pales-tras com dados importantes para jovens pro-fissionais”, destaca o presidente da SOBED.

1- Cerimônia de abertura do

IX Simpósio Internacional de

Endoscopia Digestiva da SOBED

2- Reunião com os presidentes

das unidades estaduais

3- Mutirão realizado em quatro

hospitais ao mesmo tempo

2 3

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revista sOBeD abril/junho 2015

cobertura IX Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED

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PrOva DE TíTulO

Noventa e cinco candidatos fizeram a Prova de

Título de Especialista em Endoscopia e/ou Certificado

de Área de Atuação em Endoscopia Digestiva. O presi-

dente da Comissão de Título de Especialista da SOBED,

Vitor Nunes Arantes, agradeceu a presença dos can-

didatos e enalteceu o trabalho feito pela Comissão

para que tudo transcorresse da melhor forma. Ele

ressaltou a satisfação da SOBED em receber tantos

profissionais interessados na titulação e no fortale-

cimento da especialidade.

O médico Juvenal Gomes de Souza Neto, de

Teresina (PI), que faz endoscopia, gastroenterologia

e hepatologia, ressalta a importância da titulação: “É

fundamental possuir o título. Para me preparar para a

prova, estudei em casa e também participei do curso

Teste Seus Conhecimentos realizado em Maceió antes

do início do Simpósio”.

O curso Teste seus Conhecimentos Baseado em Evidências, com 113 inscritos, e o curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia (SAVE), com 29 inscritos, também foram destaque da programação e elogiados por participantes e pela organização.

ConvidadosOs convidados internacionais participaram de uma ver-dadeira maratona de apresentações no segundo dia de evento. O primeiro a falar foi o diretor de Gastroenterologia e Endoscopia Intervencionista no Beth Israel Deaconess Medical Center e docente na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, Ram Chuttani. Ele apresentou a acurácia diagnóstica e o tratamento de esôfago de Barrett e o que há de novo no diagnóstico e tratamento das estenoses malig-nas das vias biliares.

O segundo convidado foi o vice-presidente da Sociedade Espanhola de Endoscopia Digestiva (SEED) e chefe do Departamento de Endoscopia e Hepatologia do Hospital Universitário Rio Hortega, em Valladolid, na Espanha, Manuel Pérez-Miranda Castillo, que apresentou uma série de casos clínicos de procedimentos terapêuticos feitos a partir de ecoendoscopia. “Depois de 30 anos de desenvol-vimento dessa técnica, vivemos hoje um momento com diversas possibilidades para a ecoendoscopia em casos de impossibilidade de CPRE e para substituir cirurgias interven-cionistas”, finalizou o convidado. Essa foi a segunda visita do especialista ao Brasil. “Obviamente não posso traçar um panorama da especialidade no País, mas se tomarmos como base o que vi durante o Simpósio, o Brasil possui um grupo de especialistas engajado, dinâmico e com muito interesse em promover as novas técnicas endoscópicas e garantir o standard na realização dos procedimentos.”

O terceiro especialista convidado foi o português José Cotter. Ele é diretor do Serviço de Gastroenterologia no Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA), em Guimarães, e foi responsável pela conferência sobre a indicação de cápsula, enteroscopia ou enteroressonância do intestino delgado.

Reunião com as EstaduaisA diretoria da SOBED Nacional esteve reunida com

os presidentes e representantes das 24 unidades estaduais durante o Simpósio. A reunião teve início com a apresentação de um compilado de informações enviadas pelas unidades estaduais, suas principais características, aspectos científicos, administrativos e legais. Os presidentes tiveram a oportu-nidade de falar sobre a realidade de seus estados, desafios, problemas e sugestões para melhoria do trabalho.

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revista sOBeD abril/junho 2015

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 29

Por Vinícius Morais

Milhares de publicações médicas estão disponíveis aos membros da SOBED por meio da RIMA

O endoscopista associado à SOBED agora tem acesso a mais de 2.600 publicações de todas as catego-rias médicas e importantes perió-dicos especializados em endosco-

pia digestiva por meio da biblioteca digital RIMA (Rede Informática de Medicina Avan-çada), uma parceria estabelecida pela nova diretoria (gestão 2015-2016).

A RIMA é totalmente voltada a periódi-cos de saúde, permitindo ao usuário acessar e navegar, de forma muito fácil, programas e informações úteis para a formação do pro-fissional, docência e pesquisa científica. Se-gundo a presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Maria do Carmo Friche Passos, a base de dados e conteúdo da RIMA tem atualização contínua, assim como os vários programas que integram a rede. “A Biblioteca RIMA coloca à nossa disposição atualizações científicas por meio de revistas internacionais, pesquisas personalizadas de informação médica sobre temas específicos, trabalhos de medicina baseada em evidên-cias, coleções de diretrizes da prática clínica

e calendário acadêmico de eventos nacionais e internacionais, entre outras informações.”

Segundo o Manifest for Digital Libraries, documento da Federação Internacional de As-sociações e Instituições Bibliotecárias (IFLA, sigla em inglês), órgão pertencente à Unesco, a biblioteca digital é definida como uma co-leção online de objetos digitais “de qualidade garantida, que são criados ou coletados e or-ganizados de acordo com princípios interna-cionalmente aceitos para o desenvolvimento de coleções e acessíveis de forma coerente e sustentável, apoiados por serviços necessá-rios para permitir que os usuários recuperem e explorem os recursos.(...) Dentro de uma biblioteca digital, coleções são criadas, geri-das e disponibilizadas de tal forma que elas são facilmente e economicamente acessíveis ao uso de uma comunidade definida ou con-junto de comunidades”.

As bibliotecas digitais eliminam as barrei-ras físicas, facilitando o acesso de todos ao conhecimento. “Nas bibliotecas em rede, a gestão de conteúdos informacionais amplia fronteiras, revendo métodos e abordagens e

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revista sOBeD abril/junho 2015

info RIMA

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expandindo funcionalidades”, explica Maria do Carmo. A lin-guagem digital também contri-bui para que o pesquisador e o profissional incorporem o aces-so à RIMA em sua rotina. O sis-tema permite que o usuário lo-calize tópicos e publicações por meio de associação de temas, além de ter acesso ao acervo de diferentes equipamentos, como tablets e smartphones. O siste-ma está em crescimento e apre-senta possibilidades bastante diferentes de um acervo físico. “Para a área médica, as biblio-tecas digitais representam ilhas de informação de qualidade reconhecida. São espaços que ganham novos impulsos a cada dia, não apenas com a melhoria dos mecanismos de indexação, recuperação e navegação, mas também e principalmente pela integração e interligação de acervos, graças a possibilida-des de conexões automáticas a novos recursos”, afirma a presi-dente da FBG.

Apesar do grande número de artigos e publicações, a navega-ção na RIMA é facilitada, pois o usuário pode acessar submenus divididos de acordo com a neces-sidade. A seção Miríada informa sobre congressos, cursos, semi-nários, conferências e simpósios de âmbito nacional e internacio-nal, agrupados geograficamente, classificados por especialidades e com o contato direto dos orga-nizadores. Repórter para Investi-gadores é um buscador automá-

tico de temas fixos. “O usuário pode realizar estratégias de bus-ca sobre temas de seu interesse, com a particularidade de que os resultados se atualizam sema-nalmente, de forma automáti-ca. Por meio dessa ferramenta, é possível classificar o material pesquisado em fichários indi-viduais e definitivos”, explica Maria do Carmo.

Core Journals, por sua vez, dá acesso às principais revis-tas editadas no mundo sobre uma determinada especialida-de. O usuário pode ler o con-teúdo de revistas classificadas em 54 especialidades médicas e realizar ainda uma busca por temas e autores. A seção tam-bém é atualizada semanalmen-te e permite a impressão de artigos completos.

Associados cadastrados tam-bém podem, por meio da se-ção Biblioteca Virtual, solicitar informações científicas sobre casos ou temas concretos à Central de Inteligência Médica. Para isso, não é preciso seguir qualquer regra ou norma pré-estabelecida. É possível fazer a solicitação em português e até mesmo com linguagem co-loquial. O resultado abrange 31 fontes internacionais e permite que os artigos sejam impressos ou copiados integralmente.

Para encontrar e acessar di-ferentes sites e fontes de infor-mação, há a seção Brasil RIMA com o Mundo. A busca selecio-na as melhores páginas da web ©

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A Biblioteca RIMA, a meu ver, é uma grande conquista da atual diretoria

para os sobedianos, pois possibilita uma orientação sobre o que há de novo em gastroenterologia, contribuindo para

a nossa atualização médica. O sistema apresenta possibi-lidades de novas condutas e princi-palmente dá aos

sobedianos o acesso às principais e mais

atuais diretrizes mundiais

Otávio Micelli Neto

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 31

para cada especialidade médi-ca, inclusive sites de hospitais, universidades, sociedades cien-tíficas e farmacêuticas.

A base de dados do submenu Medline Pearls é inspirada nos preceitos da medicina baseada em evidências e, por isso, a busca pode ser feita a partir de filtros metodológicos. O resultado é uma seleção mensal dos melho-res trabalhos publicados nas mais relevantes revistas mundiais, classificados por especialidade. Sinopses analíticas em português oferecem um fórum de discussão para debate de casos.

Maria do Carmo conta que costuma pesquisar todas as pu-blicações na área de gastroen-terologia. Muitas vezes, a mé-dica encontra um artigo novo em uma base de pesquisa como a PubMed e solicita o artigo na íntegra à RIMA. “Ele é enviado para a Minha Biblioteca, que eu tenho dentro do portal. Os artigos chegam em, no máxi-mo, 48 horas. Somos avisados por meio do e-mail cadastrado. Utilizo a RIMA para todas as minhas atividades docentes e profissionais. É de enorme va-lia para minha atualização em gastroenterologia.”

O endoscopista Otávio Micelli Neto, assistente do Setor de Eco- endoscopia do Hospital Nove de Julho e do recém-inaugurado Hospital Moriah, aproveita os recursos da RIMA para se infor-mar sobre atualidades e gran-des publicações em gastroen-

terologia. “Uso a RIMA como uma ferramenta de pesquisa a respeito de grandes publicações de impacto, que mudam nossa forma de conduzir o paciente.”

Para ele, a biblioteca digi-tal fornece novas diretrizes na ’orientação’ de condutas médi-cas, o que pode mudar tanto o prognóstico quanto a qualidade de tratamento dos pacientes. O acervo dá acesso a informa-ções de atualizações médicas e também a experiências de ou-tros hospitais na implantação de novas condutas. “A RIMA possibilita também a busca de referências para a publicação de trabalhos científicos, já que podemos consultar as prin-cipais publicações e revistas científicas em gastroenterolo-gia do mundo. Utilizo muito a base de dados como forma de pesquisa para o meu projeto de pós-graduação. O sistema é uma biblioteca com as princi-pais e mais atuais publicações da área. E o principal é que é fácil de usar e gratuito.”.

O curitibano Julio Cesar Sou-za Lobo, segundo-secretário da SOBED Nacional, afirma que a RIMA auxilia muito sua rotina profissional: “Podemos realizar buscas em várias publicações internacionais indexadas e de grande importância científica. A própria plataforma RIMA faz uma busca de acordo com o seu cadastro e informa, via e-mail, as novidades da sua especialidade de forma rápida e concisa”.

Julio Cesar Lobo

A RIMA é um grande avanço para a nossa

Sociedade, além de uma econo-mia importante aos associados. Antes, os profis-sionais deveriam

arcar com os custos de publi-cações individu-almente, o que

gira em torno de US$ 200 anuais para cada publi-cação e, portan-to, ficavam atre-lados a apenas

uma revista

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revista sOBeD abril/junho 2015

artigo Censo SOBED 2014

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hoje dividem a endoscopia digestiva, o tempo de atuação na área e uma base sobre a remu-neração de cada um dos procedimentos endos-cópicos; 3) Arsenal de equipamentos e legisla-ção: analisamos, através de questionamentos objetivos, o atual parque de equipamentos que servem nossa população e também se as novas exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão sendo cumpridas; 4) Relação sócio/SOBED: neste capítulo, pedi-mos uma avaliação da relação entre a SOBED e seus associados de maneira bem objetiva; 5) Avaliação de forma sucinta dos comentários e sugestões de nossos associados.

1. Dados demográficosA população de médicos é jovem e se encon-tra em fase ativa, pois 55,3% estão entre 41 e 60 anos. Outro dado importante revelou que 48,1% dos que atuam na área da endoscopia digestiva encontram-se em cidades com mais de 500 mil habitantes e que, desse universo, 37,5% encontram-se em cidades com mais de um milhão de habitantes. Outro dado que chama a atenção é o fato de que apenas 0,6% dos médicos encontram-se em cidades com até 10 mil habitantes. Os estados da federação que mais concentram médicos endoscopistas

A pesquisa foi levada a cabo através de ins-trumentos encontrados em programas compu-tacionais de fácil acesso. A adesão foi satis-fatória, pois 468 sócios (21%) responderam aos questionamentos. Essa fração de médicos é uma amostra razoável e representa bem os anseios e desejos de todos os nossos associados dispersos por todo o Brasil. Para fins didáti-cos, a pesquisa foi dividida em cinco capítulos, a saber: 1) Dados demográficos, onde foram aferidos de forma concisa os locais e a faixa etária de concentração dos médicos que atuam na área; 2) Atividade médica: nesse contexto foi possível mostrar quais as tendências em relação à realização dos grandes exames que

Uma Radiografia da Endoscopia Digestiva no BrasilEm 2014, a diretoria SOBED gestão 2012/2014,

sob a presidência do Dr. João Carlos Andreoli, junto com seus colaboradores Dr. Jairo Silva

e Dra. Silvana Dagostin, promoveu uma pesquisa para conhecer as atividades dos sócios atuantes na área da endoscopia digestiva, com o obje-tivo de planejar políticas de desenvolvimento de projetos junto à nossa especialidade no Brasil. O universo de sócios da SOBED é aproximada-mente 2.300 médicos aptos à prática da endos-copia digestiva em todo o Brasil, por possuírem o título de especialista em endoscopia digestiva oferecido pela SOBED.

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são os seguintes: São Paulo (23,7%), Minas Gerais (11,8%), Rio de Janeiro (10,3%), Paraná (9,4%), Rio Grande do Sul (7,9%) e Santa Catarina (7,9%). Esses dados evidenciam a maior concentração de médicos endoscopis-tas nas regiões sudeste (38,3%) e sul (25,2%), enquanto 36,5% dos médicos restantes se divi-dem pelas regiões nordeste (11,8%), centro--oeste (8,1%) e norte (7,8%).

2. Atividade médicaEm relação à formação de médico endosco-pista, foram formuladas três questões: 1) Há quanto tempo você é médico?; 2) Há quanto tempo você pratica endoscopia digestiva?; 3) Quais procedimentos endoscópicos você

pratica? Observamos que os nossos sócios atuantes no mercado são experientes, pois 85% deles têm mais de 10 anos de formado (29,9% > 30 anos). Em relação à prática da endoscopia digestiva, a maioria absoluta (74%) realiza procedimentos endoscópicos há mais de 10 anos.

Em relação aos procedimentos endoscópi-cos realizados, a maioria esmagadora realiza endoscopia digestiva alta (99,6%); a colonos-copia é o segundo exame mais praticado, com 77,6%; em seguida, a CPRE, com 23,5%; a ecoendoscopia, com 7,7%; e, por fim, a ente-roscopia, com apenas 6,2% dos médicos pra-ticando esse ato médico.

Chama a atenção que a maior parte da atividade médica é realizada em ambiente

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artigo Censo SOBED 2014

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que é no mínimo um fato curioso. Um país continental como o Brasil necessita ter mais médicos preparados para realizar esse tipo de procedimento de forma segura e eficaz, visto que os casos de câncer de pâncreas e via biliar têm aumentado sobremaneira nos últimos 10 anos.

A ecoendoscopia (EE) e a enteroscopia (ENT) mostram números semelhantes. Em relação à EE, 92,3% dos entrevistados não a realizam e apenas 3,4% realizam até 10 exames em média por mês. A ENT mostra números ainda maiores, mas semelhantes aos da EE, onde cerca de 93,8% não rea-lizam o exame e 6% dos médicos fazem até 10 ENTs em média por mês. Vale des-tacar que esses exames ainda carecem de centros de excelência para o aprendizado e foram incorporados à prática clínica diá-ria muito recentemente.

b) Remuneração obtida comos exames endoscópicosAo analisarmos os dados, podemos obser-var que 24,1% dos entrevistados recebem abaixo de R$ 100,00 por uma endoscopia digestiva alta e só 3,8% têm remuneração adequada acima dos R$ 400,00. Os demais encontram-se entre R$ 101,00 e R$ 400,00. Em relação à colonoscopia, a distribuição é um pouco mais uniforme e um pouco melhor, onde apenas 3,6% recebem abaixo de R$100,00 e 20,1% recebem mais de R$ 400,00 pelo mesmo procedimento.

A CPRE remunera melhor, pois a maio-ria, 11,5%, recebe acima de R$ 900,00, enquanto apenas 0,4% recebe menos que R$ 200,00.

Em relação à EE e ENT, 1,7% e 0,9% dos entrevistados recebem menos que R$ 500,00 por procedimento, 4,8% e 1,4% recebem entre R$ 501,00 e R$ 1.500,00 e apenas 1,7% e 3,4% da população entre-vistada recebe acima de R$ 1.500,00, res-pectivamente. Esses dados demonstram que ambos são os procedimentos melhor remunerados da endoscopia digestiva.

particular: hospitais particulares (56,8%), clínicas particulares (48,9%), consultórios (28,8%) e laboratórios (3%). Apenas 32,7% de nossa massa crítica de médicos realizam os procedimentos endoscópicos em hospitais universitários ou públicos.

Esses dados revelam uma situação nada confortável, pois há uma defasagem grande de parques endoscópicos nos hospitais públicos em relação às clínicas particulares.

Lembremos que as políticas de saúde em rela-ção às clínicas privadas, consultórios e labora-tórios têm mudado muito. Essa situação revela que a SOBED deve se preparar para orientar o associado a respeitar as novas regras governa-mentais, pois cerca de 50% deles ainda usam essa ferramenta de trabalho em clínicas priva-das, consultórios particulares e laboratórios.

a) Quantidade médiade procedimentosendoscópicos realizadosAproximadamente 37,6% dos médicos realizam até 100 EDAs; 36,5% de 101 a 200 exames; 24,6% entre 201 e mais de 400 EDAs em média/mês, enquanto ape-nas 1,3% dos entrevistados não realizam esse exame. Chama a atenção o número crescente de colonoscopias realizadas em média/mês por nossos associados, sendo que 60,9% deles realizam até 100 colonos-copias (número maior se comparado aos que realizam EDAs), 17,4% realizam em média de 101 a 400 colonoscopias/mês, enquanto 21,8% não realizam esse exame. Esse dado mostra que a SOBED deve dire-cionar mais esforços para a capacitação de médicos para realizar colonoscopias, visto que as políticas de saúde mundiais direcionam-se para a luta contra o câncer colorretal e sabe-se hoje que a colonosco-pia é o principal exame com vocação para o diagnóstico precoce desse tipo de tumor.

Não menos importante é a CPRE - cerca de 13,7% dos nossos pares realizam entre 11 e 20 exames/mês, mas 77,4% deles não realizam esse procedimento endoscópico, o

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online (30%); cursos, reuniões e o Simpósio Internacional estão alocados em terceiro, quarto e quinto lugares na preferência do nosso público.

Considerações geraisHouve pedidos de uma SOBED mais dinâmica. A atual diretoria tem se esforçado para tornar a Sociedade mais dinâmica e atuante junto aos associados. Ao analisarmos a seção de nossa pesquisa Faça seus comentários e sugestões, podemos dividi-la em:

Comentários esugestões científicasVários foram os elogios à parte cientí-fica desenvolvida até o momento pela SOBED. Isso nos deixou felizes e anima-dos para continuar nosso trabalho, que foi considerado por muitos como exce-lente. Outros, no entanto, solicitaram a implantação de oficinas de aprendizado em outros estados, cujos temas abor-dados deveriam ser cápsula endoscó-pica, balão intragástrico e ENT. A atual Comissão Científica e Editorial (CCE) está programando eventos itinerantes por todo o Brasil - de cápsula endoscó-pica e balão intragástrico, sendo dois por ano, na gestão 2015/2016.

3. Arsenal de equipamentose legislaçãoO equipamento de endoscopia digestiva é próprio do médico em 73,1%. Por outro lado, o parque instalado de equipamentos parece estar em boas condições de uso, pois tem menos de cinco anos em 72,2%. Em 27,8% dos casos, o parque de equipamentos parece estar obsoleto, pois tem mais de cinco anos de uso e, desse grupo, 7,1% necessita ser trocado urgentemente, pois tem mais de 10 anos e trata-se, segundo as normas interna-cionais, de aparelhos obsoletos.

A nova RCD da endoscopia já foi implan-tada em 51,9% dos serviços de endoscopia do País e outros 28,6% dos serviços estão em fase de implantação. Por outro lado, 19,4% estão à margem dessa legislação e precisam urgen-temente se adequar.

4. Relação sócio/SOBEDSegundo a entrevista, a maioria absoluta

dos entrevistados demonstrou satisfação com a SOBED (91,2%). A totalidade de médicos satisfeitos com a SOBED e uma diminuta parcela daqueles não satisfeitos participam dos eventos científicos preparados pela Sociedade(91,9%). Os eventos científicos da preferência dos nossos sócios são SBAD (> 30%), seguido de outros congressos e aulas

A população de médicos é jovem e se encontra em fase ativa, pois 55,3% estão entre 41 e

60 anos. Outro dado importante revelou que 48,1% dos que atuam em endoscopia digestiva

encontram-se em cidades com mais de 500 mil hab. e que, desse universo, 37,5% estão

em cidades com mais de um milhão de habitantes

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artigo Censo SOBED 2014

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fator importante para a indicação dos nomes para as palestras. Apenas aque-les que possuem expertise nos assuntos são convidados a falar.

Outro sócio pediu para formarmos um banco de imagens permanente no site. Essa proposta está sendo contemplada pela CCE, pois estamos criando um atlas de imagens endoscópicas patrocinado pela indústria farmacêutica em associa-ção com a SOBED, onde todos os sócios poderão participar enviando imagens. Outra prerrogativa dessa diretoria e que foi sugestão de diversos associados é que os temas básicos da endoscopia digestiva devem sempre ser respeitados nos gran-des congressos de nossa Sociedade. Além disso, as mesas multidisciplinares serão sempre realizadas. Queremos dizer aos nossos associados que essas reivindicações serão sempre contempladas pela CCE. Em relação ao pedido de alguns sócios pela realização de cursos Hands on em POEM e ESD, queremos deixar claro que estamos nos esforçando e em conversação adian-tada para a realização desse tipo de curso.

A implantação de projetos para a detec-ção de câncer precoce de tumores tam-bém foi lembrada por alguns de nossos sócios. A atual diretoria criou a Comissão de Mutirões, capitaneada pelo Dr. Lix Alfredo Reis de Oliveira, para a detecção do cân-cer colorretal, pois a SOBED, junto com a

Alguns foram a favor do Curso ao Vivo na SBAD e outros contra, mas a maioria pediu seu retorno. O que concordamos, visto que neste ano a SBAD oferecerá aos nossos associados o Curso ao Vivo sem ônus para os associados, acreditando ser esta uma importante ferramenta de aprendizado.

Houve pedidos para ‘enxugarmos’ a SBAD, o que foi feito já neste ano de 2015 para a SBAD de Curitiba, com dois dias e meio de congresso e outros cursos Hands on em CPRE e Ecoendoscopia em Procedimentos Básicos de Endoscopia Digestiva Alta e o curso de pós-gradu-ação em convênio da ASGE. Foi pedido que a SOBED atue mais no interior do País e ajude os sócios em momentos de neces-sidade. Essa é uma necessidade premente da diretoria atual, que está tentando nor-matizar e otimizar esse tipo de ajuda de fundamental importância ao sócio.

Houve indagação sobre os critérios usados pela SOBED para o convite de palestrantes da SBAD. Alguns pediram uma explicação de como é feita a pesquisa de nomes para os palestrantes na SBAD e foi sugerida a troca de nomes para sair do eixo SP-RJ. Lembro que a Comissão Científica e Editorial tem usado o curri-culum vitae Lattes para indicar colegas para ministrarem aulas e, dependendo da complexidade do tema, usamos o índice H do site www.researcherid.com como

A atual diretoria tem se esforçado para atender a todos os comentários e sugestões dos associados. Além disso, faz parte dessa gestão a transparência e integridade para gerir todas as diferenças regionais que existem em um país como o Brasil, de dimensões continentais e diferentes culturas

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José Celso Ardengh, MD PhD FASGELivre-Docente de Cirurgia e Anatomia da FMRP-USP, 1o Tesoureiro da Sociedade Brasileira de Endoscopia

Digestiva 2015/2016, Presidente da Comissão Científica e Editorial da SOBED 2015/2016

Ramiro Mascarenhas, MDPresidente da Sociedade Brasileira de

Endoscopia Digestiva 2015/2016

combatida com a boa prática da endosco-pia digestiva e somente com a obtenção da excelência dos serviços credenciados pela SOBED poderemos reverter esses abusos. Por sua vez, outros pediram maior aten-ção aos sócios do norte e nordeste e acre-ditam que a SOBED deveria manter linhas de crédito para a compra de equipamen-tos. O combate aos cursos formadores de ‘endoscopistas de fim de semana’ é uma de nossas metas – esta foi uma reivindica-ção que apareceu com frequência. Alguns pedem intercâmbio maior com os EUA e a facilitação de acesso aos periódicos online. Lembro que a gestão atual con-seguiu implantar a Rede Informática de Medicina Avançada (RIMA), que dá aos membros acesso a diversos números de periódicos de peso para a prática clínica endoscópica diária. Outra reivindicação foi o investimento em propaganda de estí-mulo para que as pessoas façam endosco-pia com especialistas da SOBED. Achamos essa uma frente importante para atuar-mos, bem como uma maior fiscalização da SOBED junto aos centros que fazem endoscopia digestiva e a criação direta-mente com os fabricantes de uma linha de crédito para a compra de equipamentos.

A atual diretoria tem se esforçado para atender a todos os comentários e sugestões dos associados. Além disso, faz parte dessa gestão a transparência e integridade para gerir todas as diferenças regionais que exis-tem em um país como o Brasil, de dimensões continentais e diferentes culturas.

Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), está empenhada em fomentar esse tipo de política. A ampliação dos centros de treinamento também é um dos objetivos dessa atual diretoria, bem como a criação de sites de ‘Quiz’ e uma possível publica-ção com essa finalidade.

Comentários e sugestões sobreos honorários médicosInúmeros foram os comentários sobre a omissão da SOBED em relação aos hono-rários médicos dos procedimentos endoscó-picos. Acreditamos ser esse um ponto fun-damental e até mesmo, por que não dizer, o ‘calcanhar de Aquiles’ da SOBED. Todos imaginam a dificuldade da Sociedade em negociar com os planos de saúde, visto que sob o ponto de vista legal fica difícil impor uma agenda aos planos de saúde, pois eles nos reconhecem como uma sociedade de classe. Parece óbvio que é nosso dever exi-gir uma boa remuneração, mas os planos de saúde parecem alheios a isso, pois ao pedirmos aumento, eles simplesmente arru-mam outros colegas endoscopistas, sócios ou não sócios, que se sujeitam a realizar pro-cedimentos por honorários menores. Essa foi uma queixa comum nos comentários e sugestões de nossa pesquisa. Acreditamos que a Câmara Técnica de Honorários deve ser mais atuante junto aos CRMs. A bandeira de nossa Sociedade deve ser a melhoria dos honorários médicos através de sua padroni-zação, estabelecendo valores mínimos dos procedimentos endoscópicos.

Comentários e sugestões emrelação à prática e treinamentoem endoscopia digestivaMuitos sócios pedem a intervenção da SOBED em serviços sem segurança para a prática da endoscopia e alegam que aque-les que têm boas práticas são penaliza-dos em relação à obtenção de bons hono-rários. Essa é uma verdade que deve ser

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revista sOBeD abril/junho 2015

artigo Honorários

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rotulado como saúde suplementar, constituída por seguradoras, operadoras de saúde, coo-perativas, empresas de medicina de grupo e autogestão. Em 2000 foi editada a Lei 9.961, criando a Agência Nacional de Saúde (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde, responsá-vel pela regulação desse mercado, de modo a assegurar o interesse público.

Na prática, surgiram estruturas empresa-riais complexas, bem estruturadas e fortes, que se expandiram, tornando-se ‘donas’ dos clientes e ‘determinadoras’ dos honorários médicos. Deixamos de ser profissionais libe-rais, no conceito de quem tem total liberdade para exercer sua profissão e estabelecer o valor de seu trabalho. Passamos a ser ‘credenciados’. Uma figura híbrida, com todas as despesas do exercício da profissão e sem os benefícios das leis trabalhistas que protegem os empregados formais. Os honorários médicos deixaram de ser livremente acordados com os pacientes e passaram a ser fixados por terceiros, seguindo suas próprias conveniências e as mais diver-sas tabelas foram publicadas pelos planos de saúde. Entretanto, todo o ônus do profissional liberal foi mantido, acompanhando o aumento dos preços de mercado: despesas com infra-estrutura, manutenção, aparelhagem, folha de pagamento, insumos e todo o naipe de

Em épocas anteriores à existência dos planos de saúde, lidávamos com uma relação médico--paciente direta, na qual fornecíamos o ser-viço e éramos remunerados diretamente pelo paciente. Os valores do ato médico eram pactu-ados entre as partes. A outra opção era ser fun-cionário do setor privado ou público. Na mesma época, o Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, garantiria o acesso integral, universal, iguali-tário e gratuito para toda a população do País. Paralelamente, os primeiros seguros de saúde e operadoras surgiram timidamente, visando à cobertura durante hospitalização e o reembolso de despesas médicas, tendo como referência as tabelas da AMB. A saúde pública, com todas as suas dificuldades, ainda era a grande garanti-dora de assistência médica no País.

Nesse período, acompanhamos o início e o crescimento do que seria posteriormente

Negociação de Honorários Médicos e Custos em Endoscopia Digestiva: É possível? Como Conduzir?

Nós, médicos, fomos treinados e capacitados para ouvir, diagnosticar, intervir, tratar e pre-venir doenças. Não fizeram parte de nossa

formação matemática financeira, teorias macro e microeconômica, mercado financeiro, planejamento estratégico, fundamentos de marketing e comporta-mento do consumidor, gestão de carteira e investi-mentos, análise e formação de custos.

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impostos e encargos. Assistimos passivamente à saúde, um bem imaterial e garantido pela Constituição, se transformar em mercadoria e assim ser negociada .

Nos últimos 15 anos, ocorreu o crescimento vertiginoso dessas empresas com uma carteira de clientes que evoluiu de 31,2 milhões para 50,7 milhões de beneficiários. E, em curva inversa, a desvalorização e estagnação dos hono-rários médicos e o serviço ofertado à população. Embora a Associação Médica Brasileira (AMB) tenha empenhado esforços no aprimoramento e atualização das listas de procedimentos nas quais estão inseridos os valores referenciais de honorários médicos editando tais listas, o que vivenciamos na prática é a imposição de preços, restrição de escolha, custos e procedi-mentos ditados pelos planos de saúde.

Essa dismorfia do sistema de saúde com-plementar transformou a relação dos médicos

com as empresas de saúde em uma verdadeira batalha. Nesse Coliseu entram os médicos despreparados para o confronto, apenas com seu conhecimento técnico para enfrentar um exército de gestores, advogados, economis-tas, administradores e todo um segmento de mercado criado para gerenciar a saúde como mercadoria, tendo como foco o lucro empre-sarial e não a assistência médica de qualidade.

Atualmente, em pleno século 21, é viven-ciado um confronto no mercado de trabalho, permeado de incertezas e concorrência nem sempre éticas. Nesse modelo de organização empresarial em saúde, encontramos duas fon-tes de poder e legitimidade, divergentes e anta-gônicas: dirigentes de empresas objetivando reduzir custos e garantir o lucro das empresas e os profissionais liberais ou assalariados procu-rando melhores condições de trabalho, a remu-neração justa pelos atos médicos praticados e

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artigo Honorários

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No início, a conversa é difícil porque os inte-resses são antagônicos. Dá a impressão de dois monólogos, ou melhor, um diálogo falado em duas línguas distintas, como em dálmata, língua morta da região da Dalmácia, e em arbëreshë, também quase extinta. Mas como ambas têm em comum os povos no entorno do Mar Adriático, aos poucos podemos identificar alguns fonemas e construir uma interlocução minimamente com-preensível. Do mesmo modo, temos em comum o paciente. É importante para nós, prestar assis-tência médica de qualidade e para as empresas, obter a satisfação e fidelização do comprador do seu produto: o plano de saúde.

A grande pergunta é: o que fazer para entrar em uma mesa de negociação com empresas gigantes, estruturadas, detentoras de ‘poderes’ e ‘armas’ dos quais somos des-tituídos? De um lado o médico, com o saber científico, e do outro um indivíduo que não possui apenas um saber. Na realidade, é um interlocutor representando uma conduta construída na retaguarda por inúmeros pro-fissionais qualificados, em áreas distintas do conhecimento já discriminadas anteriormente. E o principal: são os donos da carteira – de clientes e de moedas.

Primeiramente, precisamos nos capaci-tar individualmente. Isso não significa fazer outro curso superior de economia ou admi-nistração, porque somos médicos, já temos um saber e nosso objetivo é aprimorá-lo cada vez mais para prestar a melhor assistência médica. Entretanto, necessitamos aprender como funciona esse mercado, ter um conhe-cimento mínimo de gestão para ‘entender’ o que será falado e poder desenvolver uma argumentação sólida.

Em segundo lugar, é importante a criação de grupos estruturados, com alguma forma-ção para sentar nessa mesa de negociação. É recomendável que seja um grupo pequeno, onde os saberes se somam, em um discurso alinhado, em que cada um possa comple-mentar a fala do outro. Os maiores erros na negociação com as empresas ocorrem quando

valorização do ato médico. O grande desafio que se impõe é a articulação e negociação des-sas duas forças, pois não se garante a sobre-vivência de ambas sem o empenho em uma relação financeira equilibrada entre as partes.

Para entrar nessa negociação, é necessá-rio compreender que não existe ‘receita de bolo’ e sim ‘ingredientes’, considerando-se os ‘temperos regionais’ de um país de tamanho e diversidade continental. É completamente diferente a abordagem durante uma negocia-ção em grandes centros como São Paulo, com população metropolitana de 21 milhões de habitantes e uma concentração também ele-vada de especialistas, daquela a ser realizada em uma cidade de médio porte com poucos profissionais especializados.

Em qualquer rodada de negociação com as operadoras, empresas de autogestão ou coopera-tivas, de qualquer tamanho, em qualquer região, a primeira frase que ouvimos é: “Precisamos cortar custos”. Como lidamos com pessoas e não com um ‘armazém de secos e molhados’, devemos, do mesmo modo, responder sempre com a mesma frase: “Precisamos tratar o indi-víduo considerando o indicado para cada caso, de acordo com a melhor evidência científica e respeitando as normas de segurança ditadas pelas normas legais vigentes”.

Para entrar nessa negociação, é necessário compreender que não existe ‘receita de bolo’ e sim ‘ingredientes’, considerando-se os ‘temperos regionais’ de um país de tamanho e diversidade continental

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• Assessoriajurídica:defesaprofissional,defesado consumidor, direito civil, direito trabalhista, direito econômico e direito empresarial.

• Assessoriaemeconomiadasaúde:conhe-cimento em análise de processos e ativi-dades (etapas, profissionais envolvidos, tempo dispendido, impostos, ferramentas de gestão, análise e formação de custos, incorporação de novas tecnologias).

Ao falar em ‘incorporação de novas tecno-logias’, devemos ser claros e explícitos que isso não é ‘overdiagnosis’, palavra na moda entre os gestores para negar acesso às novas tecnolo-gias que resultem em aumento de custo para o sistema. Do mesmo modo, ao calcularmos nossos custos, devemos fazê-lo da forma mais transparente possível, tornando-os inquestio-náveis por parte das operadoras.

Honorários médicosPrimeira pergunta: O que é honorário médico e a que se destina? É o valor monetário de cada tra-balho realizado; a soma desses honorários deve permitir sua sobrevivência profissional e de sua família, cobrir gastoscom atualização profissio-nal, pagar suas ‘incontáveis contas’ fazer alguma reserva financeira para a velhice, criar filhos e ter um pouco de lazer. Você já parou para ava-liar se é justo o estabelecido pelo ‘mercado’ da saúde suplementar para o seu trabalho? Dá para pagar a conta? Precisou arrumar mais um tra-balho, mais um plantão para melhorar o caixa?

Segunda pergunta: em qual tabela seus honorários médicos estão referenciados? AMB 92 com CH 0,30? Isso significa honorários com valores de 1996! CBHPM de 2005 com banda de menos 20%? Isso é igual a receber o mesmo que em 2003. Quantas operadoras praticam HM norteado pela CBHPM 2010, 2012, 2014? É público e notório que a maioria ainda recebe HM tendo como base a AMB 92 com CH 0,30 ou CBHPM 2005 com banda de menos 20%, o que significa dizer que você recebe o mesmo desde 1996 ou 2003. Seu custo de vida é o mesmo desde 2003?

o médico sozinho e isolado senta para discu-tir valores ou um grupo de médicos possui interesses dispersos e comprometimentos em graus diversos.

Do mesmo modo que as operadoras, segu-radoras, autogestão e cooperativas se unem através de associações – Abramge, Sinamge, FenaSAúDE, Unidas, Susep, Anab, CNS, Confederação Nacional das Cooperativas Médicas e outras -, necessitamos nos associar às demais instituições médicas.

Para que essa negociação tenha sucesso, o ponto mais simples é na realidade o mais difícil: a união entre os médicos especialis-tas. Se conseguíssemos bater essa meta, seria o melhor dos mundos. Isso não significa esta-belecer um preço mínimo de HM inegociável, mas sim que o profissional qualificado deveria saber o valor de seu conhecimento e trabalho, assim como o custo real para exercer a espe-cialidade dentro das normas vigentes.

Estaríamos todos falando a mesma língua, com uma margem de negociação para mais ou para menos, de acordo com as características e complexidade de cada serviço e da região onde se encontra. Certamente esses ‘valores do trabalho e do custo’ seriam bem superiores aos praticados atualmente.

Sabemos que não existe legislação que impeça que médicos não especialistas prati-quem a endoscopia digestiva ou que qualquer um, especialista ou não, o faça por preços irri-sórios. Mas se os especialistas se unissem, o próprio mercado se encarregaria de excluir os demais, em face da prestação do serviço ina-dequado, os erros diagnósticos e o não aten-dimento às normas estabelecidas.

Nossa argumentação nessas rodadas de negociação deve sempre ser pautada no Código de Ética Médica enas normas legais estabele-cidas para o exercício da medicina e para a especialidade médica que praticamos.

Como ninguém é onisciente, precisamos de assessoria. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva deve estabelecer canais de assesso-ria para endossar suas ações:

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revista sOBeD abril/junho 2015

artigo Honorários

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perguntas: quando foi seu último reajuste e qual foi o percentual?

Outra questão frequente na relação com empresas de grande porte é a oferta de ‘refe-renciamento ou direcionamento’, de modo que o profissional possa ‘dar um desconto para ganhar no volume’. É valido, lucrativo, ético? Não tem problema, porque é a lei do mercado? Tem sempre um médico que aceita trabalhar por menos? É verdade. Sempre terá alguém disposto a trabalhar por menos. Alguém que não sabe fazer contas, que desconhece as regras normativas ou que não as siga.

É inquestionável que não podemos econo-mizar em materiais e medicamentos neces-sários para cada procedimento; da mesma forma no atendimento às normas para o pro-cedimento seguro. Também é claro que, res-peitadas as premissas acima, o aumento de volume, associado a ressarcimentos abaixo dos custos reais, gera aumento de custos fixos e variáveis na estrutura física e funcional: móveis, utensílios, insumos, telefone, ener-gia elétrica, impostos, funcionários, vida útil dos equipamentos. Este “desconto” nos cus-tos se refletirá apenas na redução do HM do profissional. Portanto, nessas condições des-critas, volume gera prejuízo e não lucro. Por outro lado, o desrespeito às premissas gera risco cujo desfecho pode ser catastrófico para o profissional.

Custos em endoscopia digestivaPara levarmos a bom termo o equilíbrio finan-ceiro entre as partes, ao falarmos de ‘custos’, necessitamos abrir qualquer pacote que nos seja proposto e analisarmos cada item:

• Custosfixos.RepresentadospeloCustoOperacional (UCO) na CBHPM, abrangem área física – aluguel, manutenção, impos-tos, luz, telefone, empregados e encargos sociais, material permanente, aparelha-gem, depreciação da aparelhagem, apa-relhos periféricos para suporte de vida exigidos, equipamentos para desinfecção e esterilização.

Terceira pergunta: você tem conhecimento d os índices de reajustes oficiais, os praticados pelas empresas e os aplicados aos honorários médicos no mesmo período?

• IGPM–2003aabrilde2015:77,53.• IPCA–2003aabrilde2015:73,46.• Reajustedosplanosindividuaisde2003a

2014: 100,64.• Reajustedosplanosempresariaise‘porade-

são’: não existem regras estabelecendo índi-ces de reajuste ou rescisão, podendo ser can-celados unilateralmente e imotivadamente. As operadoras negociam os reajustes livre-mente de acordo com a sinistralidade, isto é, os gastos de seus participantes. A média de reajuste anual é de 15% – 20%. O rea-juste é aplicado sempre que as despesas da operadora com o grupo ultrapassam os 70% do que arrecadam com as mensalidades.

• DadosdaANSdemonstramqueexistem50,6 milhões de contratos com planos e seguros-saúde em vigor no Brasil. Desse total, apenas 10 milhões são planos indivi-duais com reajustes regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

• Cadavezmaisaofertadeplanosdesaúdeindividuais está restrita. Não existe interesse em comercializá-los porque os reajustes anuais são regulados. Segundo os dados da própria Agência, o número de planos individuais cresceu aproximadamente 7,5% desde 2010. No mesmo período, o numero total de planos subiu 12,6%.

• Estamosfalandodeummercadode40,6milhões de planos que são reajustados livre-mente, de acordo com a sinistralidade do grupo, sempre que a despesa alcança 70% da receita. Não há prejuízo na operação. E quando ocorre algum fator inesperado, como câncer ou doença de alto custo em um grupo pequeno, as cláusulas dos con-tratos autorizam que as empresas cancelem o plano unilateralmente.

Esclarecidos esses pontos sobre a ‘regu-lação do mercado’, volto a fazer as mesmas

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de consumo em ecoendoscopias e ente-roscopia do intestino delgado com cáp-sula endoscópica, em similaridade com os demais procedimentos endoscópicos, serão cobrados de acordo com as listagens de preços vigentes no mercado.”

Para facilitar a negociação e unificar valo-res, podemos ‘empacotar’ procedimentos, desde que se tenha claramente estabelecido, por escrito, os itens que compõem o pacote: o que é HM, o que é custo fixo e custo variá-vel, para que possamos reajustar esses itens do ‘pacote’, independentemente. Os custos variáveis, quando subirem além do valor acordado e os fixos, pelos índices oficiais de preço. Os HM agora têm garantidos o reajuste anual e a possibilidade de arbitramento da ANS, através da Lei 13.003 de 24 de junho de 2014. Essa será uma nova etapa de nego-ciação com as operadoras, com a qual lida-remos a partir deste ano.

De antemão, já sabemos que nos serão oferecidos percentuais dos índices oficiais. É necessário ressaltar que, uma vez pactuados, estaremos abrindo mão de todos os reajustes que poderiam ter ocorrido no período entre o valor de referência da tabela estabelecida no seu contrato até os dias atuais. Exemplo clás-sico: recebemos hoje valores de HM estabe-lecidos em 2005 com uma banda de menos 20%. O reajuste será sobre o valor recebido no seu contrato vigente, isto é, será aplicada

• Custosvariáveis.Materialdeconsumo–acessórios endoscópicos de uso único ou reutilizáveis, materiais diversos, insumos e medicamentos. Devemos enfatizar que os custos variá-

veis são aqueles necessários para o proce-dimento seguro e em conformidade com a legislação vigente, devendo ser ressarcidos em sua integralidade pelas empresas de planos de saúde. Mesmo quando ressarci-dos, geram impostos para o prestador de serviço porque são pagos somados aos HM e, desse modo, entram como receita e não como reembolso de despesa.

O reconhecimento de que a segurança do paciente está em primeiro lugar e que esse material de consumo deverá ser ressarcido pelas operadoras adquiriu caráter inquestio-nável na última reunião da Câmara Técnica da CBHPM ocorrida na AMB. Nessa reunião, realizada em 4 de março de 2015, foi aca-tada a solicitação da SOBED no item 4 das ObservaçõesGerais,dosetordeEndoscopia,que passa a ter a seguinte redação:

“Os custos operacionais de endoscopia digestiva (CO) não incluem materiais de consumo (acessórios endoscópicos de uso único ou reutilizáveis, descartáveis e medicamentos), que deverão ser ressar-cidos tomando-se como base as listagens de preços vigentes no mercado. Os cus-tos operacionais referentes ao material

Para facilitar a negociação e unificar valores, podemos ‘empacotar’ procedimentos, desde que se

tenha claramente estabelecido, por escrito, os itens que compõem o pacote: o que é HM, o que é custo fixo e custo variável, para que possamos reajustar

esses itens do ‘pacote’, independentemente

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revista sOBeD abril/junho 2015

artigo Honorários

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avalistas da qualidade do serviço negociado. Nosso objetivo é realizar o ato médico dentro dos preceitos legais e éticos e da melhor evi-dência científica para cada caso.

Outro problema que vivenciamos, cada vez mais, é a interface do paciente com a opera-dora, que recai sobre o médico. É “o plano não autoriza”, “o plano está demorando a autori-zar”, “o plano disse que o senhor não enviou a solicitação ou o relatório como devia”, “sua secretária não enviou o pedido certo”, “o código está errado” e por aí vai, uma série de ‘culpas’ que nos são atribuídas no dia a dia. E as chan-ces de tais eventos aumentarem é grande, com solicitações e autorizações impessoais através de sistemas online.

Antes de aceitarmos passivamente essa mea culpa, devemos lembrar que ‘o plano’ é um pro-blema do cliente da operadora. Não devemos dividir com o paciente a responsabilidade de resolver seus problemas com a operadora de sua escolha. Não é uma atribuição do médico resolver os problemas dos pacientes com os pla-nos. Nossa atribuição é realizar o ato médico seguro e fornecer os documentos necessários – solicitações, relatórios, laudos e registro em prontuários. A dinâmica dos eventos é uma questão a ser resolvida entre o indivíduo e sua operadora. Fica uma sugestão: compartilhar com o paciente cada negativa de autorização, cada glosa, cada postergação no atendimento,

uma correção de um índice anual sobre um valor estagnado há mais de 10 anos.

A SOBED está realizando um trabalho na organização de fluxos e composição dos cus-tos para a especialidade, de modo a oferecer aos seus associados uma ferramenta de gestão para que cada um possa calcular seu custo fixo e variável, na sua realidade local.

Estratégias para a negociaçãoEntre as possíveis estratégias para a negocia-ção, devemos deixar claro que necessitamos atender às boas práticas regulamentadas pela Anvisa para a especialidade. Não podemos ser condescendentes com as operadoras, quando para reduzir seu custo afirmam “não pago este ou aquele material”, “não pago uso único”, “não autorizo”. Solicite que o diretor médico da empresa escreva e assine sobre materiais ou medicamentos que se recusam a pagar. É importante registrar as reuniões em ata assi-nada por todos os presentes.

Sabemos que qualquer reajuste na espe-cialidade não impacta de modo significativo os custos das operadoras, considerando-se que respondemos por menos de 1% das des-pesas. A cada reunião, devemos nos compor-tar como médicos. Entendemos a estrutura empresarial e conhecemos nosso papel nesse cenário. Somos os prestadores do serviço que as empresas vendem e, consequentemente, os

Entre as possíveis estratégias para a negociação, devemos deixar claro que necessitamos atender às boas práticas regulamentadas pela Anvisa para a especialidade. Não podemos ser condescendentes com as operadoras, quando para reduzir seu custo afirmam “não pago este ou aquele material”, “não pago uso único”, “não autorizo”

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 45

Ana Maria Zuccaro, Comissão de Ética e Defesa Profissional – SOBED; Mestre em medicina; Membro

titular da SOBED, FBG e CBC; Membro da Câmara Técnica de Endoscopia Digestiva – Cremerj; Chefe

do Serviço de Endoscopia Digestiva – Hospital Federal de Ipanema; Ex-presidente SOBED-RJ

digestiva, em toda a sua complexidade e diver-sificação, proporcionando a prevenção, diag-nóstico e tratamento com o melhor desfecho clínico possível para sua doença. Trata-se de uma redução de custos com tempo de inter-nação, cirurgias extensas, leito de UTI, hemo-transfusão, radioterapia, quimioterapia. Para o paciente pode significar um tratamento menos invasivo, uma chance de cura. Isso não é ‘over-diagnosis’. Isso é evolução científica, é acesso à assistência médica atualizada. É importante lembrar que ‘overdiagnosis’ se refere ao uso do exame em qualquer pessoa, independentemente de seus fatores de risco ou quadro clínico.

Um fato ocorrido durante uma reunião na AgênciaReguladoraemabrilúltimomecausouum grande impacto. A SOBED pleiteava a inclu-são da enteroscopia com cápsula endoscópica, ecoendoscopia com cistoenterostomia e ecoen-doscopia com neurólise do plexo celíaco no rol de procedimentos mínimos das operadoras. Tais inclusões foram negadas e ouvimos, boquiaber-tos, entre outras afirmações, “que não autori-zariam nenhum novo método diagnóstico ou procedimento em câncer de pâncreas, porque o desfecho final esperado era a morte”. Como seres humanos, acreditamos que nos casos de tumores avançados, sem possibilidade de cura, os pacientes têm direito a um tratamento palia-tivo humanizado com atenuação do sofrimento, imposto pela própria doença: redução da dor, manutenção da alimentação oral, se possível, pelo pouco tempo esperado de sobrevida; redu-ção da icterícia; hemostasia do sangramento; nutrição enteral quando indicado, entre outras paliações. Negar acesso a esses tratamentos por-que “são de custo elevado e o desfecho espe-rado para a doença é a morte” é redundância. O único desfecho esperado para todos que estão vivos é a morte, não conheço outro.

de modo que ele tenha conhecimento de que ‘a culpa’ não é do médico.

Nessas rodadas de negociação, é oportuno sinalizarmos que qualidade inferior não produz economia na assistência à saúde. Pelo contrário, baixa qualidade leva a complicações e necessi-dade de tratamentos adicionais, que elevam os custos para as operadoras e causam prejuízo aos pacientes. Em endoscopia digestiva, o custo da falha diagnóstica ou procedimento incorreto é elevado. Erros diagnósticos levam a tratamentos inapropriados, repetição de exames ou procedi-mentos e necessidade de tratamento adicional, endoscópico ou cirúrgico. A prática de restringir custos e acesso aos serviços especializados não gera economia para a empresa, pelo contrário, a disfunção do sistema gera, sim, ações judiciais.

O modelo atual do sistema de saúde suple-mentar baseado em restrição de escolhas e custo está esgotado. Os clientes não conse-guem mais pagar a conta de toda a engrena-gem empresarial em sua musculatura atual e os prestadores não conseguem arcar com os custos para prestar o atendimento de quali-dade, sem a remuneração adequada. Alguns exames e procedimentos altamente resolutivos praticamente não são mais ofertados, pela sua remuneração irrisória. Será necessário que o sistema se reinvente em curto prazo, focando a redução dos erros, qualificação, ampliação de escolhas, redução da máquina administrativa e priorização do alvo para o qual foi criado: garantir assistência médica.

Todos os endoscopistas necessitam ter apare-lhos com magnificação de imagem, ecoendosco-pia, realizar dissecção de submucosa? Não! Mas precisam ter ganhos que permitam a atualização de seu conhecimento e equipamentos, de modo a garantir diagnósticos e procedimentos segu-ros. Você se sentiria confortável, nos dias atuais, em se submeter a um exame endoscópico para rastreio de câncer de cólon com um fibroscópio com várias fibras quebradas e uma fonte de luz velha que não permitirá a identificação de uma lesão plana ou um câncer precoce?

Necessitamos proporcionar aos pacientes o acesso à evolução científica ocorrida nos últi-mos 20 anos na especialidade da endoscopia

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amb Associação Médica Brasileira

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Florentino Cardoso,Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)

tetraplégicos e vários outros grupos de pacien-tes que, a partir desse documento, oriundo de criterioso estudo, poderão ter sua vida melho-rada graças às inovações médicas.

Se você acha que o ciclo entre as evoluções nos procedimentos médicos que beneficiam os pacientes e a valorização do trabalho desempe-nhado pelos profissionais da saúde está fechado, analisou bem. Mas não é o que pensam todas as instâncias e instituições com poder neste país.

Há alguns anos as entidades médicas vêm dialogando com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na tentativa de mostrar que a CBHPM não é um instrumento de carteliza-ção de preços cobrados pelos serviços de saúde, mas sim um facilitador para balizar as ativida-des desenvolvidas pelos médicos brasileiros, por listar os procedimentos ética e cientificamente reconhecidos no País. Infelizmente, isso não tem sido de tão fácil entendimento pelo Cade.

Chegamos ao absurdo de sermos condena-dos pelo Cade, assim como outras entidades médicas, a pagar multa, após sentença cheia de vícios jurídicos e impropriedades. Tanto é verdade que conseguimos neste último mês de abril uma vitória importante nos tribunais, com a anulação dessa decisão do Conselho, que nos garante direito a ampla defesa, algo que fomos cerceados em outras oportunidades.

Mas essa luta está longe de terminar, ainda haverá novas batalhas pela frente, mas que iremos encarar como sempre fizemos, de frente e embasados em verdades e naquilo que acreditamos ser o melhor para a saúde no Brasil. Como escreveu Maquiavel: “Uma mudança sempre deixa o caminho aberto para outras”, e a CBHPM tem sido um marco nas relações dos médicos com as operadoras de saúde brasileiras.

A CBHPM foi criada em 2003 (antes existia a Lista de Procedimentos Médicos) e desde então é reconhecida pelo sistema de saúde suple-mentar brasileiro, como base da Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS) adotada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de também ser por vezes adotada para nortear editais de contra-tações médicas e decisões do poder judiciá-rio. Uma das exigências da ANS para que um determinado procedimento faça parte do rol de procedimentos (cobertura obrigatória), que determina o que as operadoras devem ou não pagar, é que este procedimento já esteja inclu-ído na CBHPM. Ou seja, se algum procedimento não está na CBHPM, diminuem as chances de que seja coberto pelos planos de saúde.

Essa confiança na CBHPM pelo sistema de saúde existe devido ao trabalho da equipe extre-mamente competente e séria coordenada pelos Drs. Emílio Zilli e Miyuki Goto, que são crite-riosos e hábeis tecnicamente para avaliação de todo procedimento que entra e sai a cada edi-ção da CBHPM, uma vez a cada dois anos. Esse trabalho conta também, evidentemente, com a participação das sociedades de especialidades, que possuem profissionais apaixonados pelo que fazem e são estudiosos dentro de sua área de atuação, se informando e inteirando de tudo o que há de melhor na medicina no mundo para trazer e propor ao paciente brasileiro.

Nessa nova edição da CBHPM, há inova-ções e avanços em procedimentos médicos para transplantados de córnea, com arritmia,

Uma vitória da saúde brasileira

A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) é um grande avanço para a relação entre médicos e opera-

doras de saúde, pois possibilita termos procedimen-tos reconhecidos no Brasil distribuídos de maneira hierarquizada, contemplando formação, complexi-dade, tempo de treinamento etc.

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 47

Por dentro Diretorias nacionais

Gestão 2015-2016Presidente: Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas (BA)Vice-Presidente: Admar Borges da Costa Junior (PE)1° Secretário: Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)2° Secretário: Julio Cesar Souza Lobo (PR)1º Tesoureiro: José Celso Ardengh (SP)2ª Tesoureira: Maria Elizabeth Cardoso de Castro (RJ)Diretor de Sede: Tomazo Antonio Prince Franzini (SP)

Conselho FisCalAlice Mendes de Souza Cairo (BA)Carlos Alberto Cappellanes (SP)Carlos Alberto da Silva Barros (MG)Dalton Marques Chaves (SP)Rodrigo José Felipe (BA)Sergio Luiz Bizinelli (PR)

Diretoria eleitaGestão 2017-2018Presidente: Flavio Hayato Ejima (DF)Vice-Presidente: Jairo Silva Alves (MG)1º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)2º Secretário: Ricardo Rangel de Paula Pessoa (CE)1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi (SP)2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Junior (PR)

• comissões estatutáriaseleitoral, De estatutos, reGimentos e reGulamentos

Presidente: Laercio Tenório Ribeiro (AL)

aDmissãoPresidente: José Olympio Meirelles dos Santos (SP)Antonio Gentil Neto (MS)Mario Sérgio Lombardi Kassar (MS)Cristiane Kibune Nagasako (SP)Viviane Pinheiro Gomes (PE)Glaucio Nobrega Souza (PB)

CientíFiCa e eDitorialPresidente: José Celso Ardengh (SP)Claudio Rolim Teixeira (RS)Djalma Ernesto Coelho Neto (RJ)Edivaldo Fraga Moreira (MG)Eloa Marussi Morsoletto (Pr)Everson Luiz de Almeida Artifon (SP)Gilberto Reynaldo Mansur (RJ)Luiz Claudio Miranda da Rocha (MG)Marcos Clarencio Batista Silva (BA)

ÉtiCa e DeFesa ProFissionalPresidente: Paulo Afonso Leandro (BA)Adriane Graicer Pelosof (SP)Ana Maria Zuccaro (RJ)Geraldo Ferreira Lima Junior (MG)Jece Freitas Brandão (BA)

avaliação e CreDenCiamento De Centros De ensino e treinamento

Presidente: Admar Borges da Costa Junior (PE)Daniela Medeiros Milhomem Cardoso (GO)Eduardo Guimarães Houneaux de Moura (SP)Eloá Marussi Morsoletto (PR)Fauze Maluf Filho (SP)Fernando Pavinato Marson (SP)Giovani Antonio Bemvenuti (RS)João Paulo de Souza PontualRenato Luz Carvalho (SP)Simone Guaraldi da Silva (RJ)

título De esPeCialista e sua atualizaçãoPresidente: Vitor Nunes Arantes (MG)Secretário: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho (MG)Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)Antonio Carlos Coelho Conrado (PE)Daniela Medeiros Milhomem Cardoso (GO)Edson Ide (SP)Ermelindo Della Libera Junior (SP)Luis Fernando Tullio (PR)Luiz Leite Luna (RJ)Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves (SP)

• diretoria nacional Mauro José Wagner Moreira Maia (RS)Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)Sylon Ribeiro de Brito Junior (BA)

• comissões não estatutáriaseventos sobeDXiv Sbad 2015

Presidente XIV SbaD: Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas (BA)Secretário XIV SbaD: Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)Tesoureiro XIV SbaD: José Celso Ardengh (SP)

CurSo ao vivoPresidente: Artur Adolfo Parada (SP)

TeSTe SeuS ConheCimenToSPresidente: Jairo Silva Alves (MG)

assessoria À PresiDênCiaIgelmar Barreto Paes (BA)Luiz Felipe Paula Soares (PR)

Conselho eDitorial e livrosLuiz Leite Luna (RJ)Paulo Sakai (SP)

ComuniCaçãoCoordenador: Bruno da Costa Martins (SP)Gustavo Andrade de Paulo (SP)Jarbas Faraco M. Loureiro (SP)José Celso Ardengh (SP)Rodrigo Azevedo Rodrigues (SP)

Diretrizes e ProtoColosCoordenador: Claudio Lyoiti Hashimoto (SP)Adorisio Bonadiman (PR)Alexandre de Sousa Carlos (SP)Caio Cesar Furtado Freire (SP)Cristina Flores (RS)Fernando Pavinato Marson (SP)Gustavo Andrade de Paulo (SP)Huang Ling Fang (RJ)Juliana Dantas Ramos Brito (PB)Lix Alfredo Reis de Oliveira (SP)Luana Vilarinho Borges (SP)Luiza Maria Filomena Romanello (SP)Marcela Paes Rosado Terra (SP) Maria Das Graças Pimenta Sanna (MG) Paulo Roberto Alves de Pinho (RJ) Rafael Gonzaga Nahoum (SP) Ricardo Teles Schulz (SC) Rodrigo de Rezende Zago (SP) Wladimir Campos de Araújo(BA)

imPlantação De honorários mÉDiCos e CooPerativas nas uniDaDes estaDuais

Coordenador: Oswaldo Luiz Pavan Junior (ES)Ana Celia Rego Sales (BA)Antonio Gentil Neto (MS)Artur Adolfo Parada (SP)Julio Cesar de Soares Veloso (DF)Lincoln Eduardo V V de Castro Ferreira (MG)Luiz Paulo Reis Galvão (PE)Sergio Luiz Bizinelli (PR)Viriato João Leal da Cunha (SC)Wander Campos Marcos (MG)

Prevenção De CânCer Colorretal e mutirõesCoordenador: Lix Alfredo Reis de Oliveira (SP)Carlos Eduardo Oliveira dos Santos (RS)Claudio Rolim Teixeira (RS)Flavio Heuta Ivano (PR)Herbeth Jose Toledo Silva (AL)José Olympio Meirelles dos Santos (SP)Lincoln Eduardo V V de Castro Ferreira (MG)Luiz Claudio Miranda da Rocha (MG)Marcelo Averbach (SP)Paulo Roberto Alves de Pinho (RJ)Rodrigo José Felipe (BA)Sergio Luiz Bizinelli (PR)

relações internaCionaisCoordenador: Glaciomar Machado (RJ)Admar Borges da Costa Junior (PE)Jairo Silva Alves (MG)José Celso Ardengh (SP)Julio Carlos Pereira Lima (RS)Simone Guaraldi da Silva (RJ)Vitor Nunes Arantes (MG)

rePresentantes em instituiçõesCFm / Cnrm

Flavio Hayato Ejima (DF)Admar Borges da Costa Junior (PE)

anvisa / Comsu

Carlos Alberto da Silva Barros (MG)Flavio Hayato Ejima (DF)

amb Câmara TéCniCa implanTeS

Wagner Colaiacovo (SP)

ConSelhoS deliberaTivo e CienTífiCoMaria Das Graças Pimenta Sanna (MG)

CnaCarlos Alberto da Silva Barros (MG)Renato Baracat (SP)

eDitores revista CientíFiCaEverson Luiz de Almeida Artifon (SP)

rePresentantes revistasGed – GaSTroenTeroloGia e endoSCopia diGeSTiva

Paulo Roberto Arruda Alves (SP)

arquivoS de GaSTroenTeroloGiaEverson Luiz de Almeida Artifon (SP)

• núcleosColanGioPanCreatoGraFia enDosCóPiCa retróGraDa (CPre)

Coordenador: Everson Luiz de Almeida Artifon (SP)Djalma Ernesto Coelho Neto (RJ)Julio Carlos Pereira Lima (RS)Julio Cesar Pisani (PR)Luiz Paulo Reis Galvão (PE)Ricardo Rangel de Paula Pessoa (CE)

eCoenDosCoPiaCoordenador: Fauze Maluf Filho (SP)Cesar Vivian Lopes (RS)Eloy Taglieri (SP)Marcos Clarencio Batista Silva (BA)Rodrigo Roda Rodrigues da Silva (MG)Simone Guaraldi da Silva (RJ)Wladimir Campos de Araújo (BA)

enDomiCrosCoPia ConFoCalCoordenadora: Adriana Vaz Safatle-Ribeiro (SP)Claudio Rolim Teixeira (RS)Elisa Ryoka Baba (SP)Fauze Maluf Filho (SP)José Celso Ardengh (SP)Lucio Giovanni Battista Rossini (SP)Simone Guaraldi da Silva (RJ)

intestino DelGaDoCoordenador: Artur Adolfo Parada (SP)Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)Paula Bechara Poletti (SP)Thiago Festa Secchi (SP)

PatoloGia enDosCóPiCa

Coordenador: Filadelfio Eucliedes Venco (SP)

PeDiatriaCoordenadora: Cristina Helena Targa Ferreira (RS)Juliana Cristina Eloi (RS)Mário César Vieira (PR)Silvia Regina Cardoso (SP)

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revista sOBeD abril/junho 201548

Por dentro Diretorias estaduais

Av. Luiz Calheiros Junior, 110, Maceió | CEP: 57055-230 (82) 8811-3339 | [email protected]

Presidente: José Wenceslau Da Costa Neto Vice-Presidente: Herbeth José Toledo Silva 1ª Secretária: Maria Marta Braga de Albuquerque2º Secretário: Gilson de França dos Santos1º Tesoureiro: José Nobre Pires2º Tesoureiro: Francisco Milton Lucio Melo

• ALAGOAS

Rua do Congresso, 90, Manaus | CEP: 69010-970(92) 9152-9119 | [email protected]

Presidente: Jeanne Monique Guimarães PimentelVice-Presidente: Ricardo Paes Barreto Ferreira1º Secretário: Edilson Sarkis Gonçalves2ª Secretária: Deborah Nadir Ferreira Botelho1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana2º Tesoureiro: Lourenço Candido Neves

• AMAZONAS

Rua Baependi, 162 - sala 03, Salvador | CEP: 40170-070(71) 9338-0220 | [email protected]

Presidente: Durval Gonçalves Rosa Neto Vice-Presidente: Luciano Magalhães Oliveira 1º Secretário: Wladimir Campos de Araújo 2º Secretário: Marcus Melo Martins dos Santos 1º Tesoureiro: Daniel Barreto Lira Cavalcante 2º Tesoureiro: Luiz Sergio do Amaral Junior

• BAHIA

Av. Santos Dumont, 1168 - Sala 301, Fortaleza | CEP: 60150-160 (85) 9985-5636 | [email protected]

Presidente: Miguel Angelo Nobre e SouzaVice-Presidente: Eder Janes Cavalcante Guerra1º Secretário: Tarciso Daniel Dos Santos da Rocha2º Secretário: Marcellus Henrique Loiola P. de Souza1º Tesoureiro: Daniel de Paula Pessoa Ferreira2º Tesoureiro: Decio Sampaio Couto Junior

• CEARÁ

Setor de Clubes Sul - SCS - Trecho 03- Conj 06- Sala 208, BrasíliaCEP: 70200-003 | (61) 9989-4131 [email protected]

Presidente: Julio Cesar Soares VelosoVice-Presidente: Flavio Hayato Ejima1º Secretário: Rodrigo Aires de Castro2º Secretário: Tecio de Araújo Couto1º Tesoureiro: Bruno Chaves Salomão2ª Tesoureira: Zuleica Barrio Bortoli

• DISTRITO FEDERAL

Associação Médica do Espirito Santo – Sede SOBED/ESRua Francisco Rubim, 395, Bento Ferreira, Vitória/ES (27) 3324-1333 | (27) 9902-3779 | Whatsapp: (27) 99222-9826 [email protected] | [email protected]: Luis Filipe Duarte da SilvaVice-Presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Antonio Zanotelli2ª Secretária: Roseane Valeria Bicalho Ferreira Assis1º Tesoureiro: Antonio Luiz Lazzari2º Tesoureiro: Roger Luiz de Oliveira Costa

• ESpíRITO SANTO

Av. Portugal, 1052, Goiânia | CEP: 74150-030 (62) 3251-7208 | [email protected]

Presidente: Daniela Medeiros Milhomem CardosoVice-Presidente: Américo de Oliveira Silvério1º Secretário: Marcos Vinicius da Silva Ney2º Secretário: Marcius Vinicius de Moraes1º Tesoureiro: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos2ª Tesoureira: Mirela Rebouças Fernandes de LimaConselho Fiscal: Fabiano Pizzo Reis e Eduardo Aguiar S. Neto

• GOIÁS

Rua Carutapera, Quadra 37 B, nº 2, Jd. Renascença, São Luis CEP: 65075-690 |(98) 6227-7106 | [email protected]

Presidente: Djalma dos SantosVice-Presidente: Nailton Jorge Ferreira Lyra1ª Secretária: Keila Regina Matos Cantanhede2º Secretário: George Hermes Rêgo de Oliveira1º Tesoureiro: Milko Abrantes de Oliveira2ª Tesoureira: Jerusa Santos dos Reis

• MARANHãO

Rua 25 de Agosto, 33, Apto 1801, Edificio Maison Du Park, CuiabáCEP: 78043-382 | (65) 9983-1701 | [email protected]

Presidente: Roberto Carlos Fraife BarretoVice-Presidente: Carlos Eduardo Miranda de Barros1º Secretário: Benedito Borges Almeida Filho2º Secretário: José Geraldo Favalesso1º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira2º Tesoureiro: Ubirajarbas Miranda Vinagre

• MATO GROSSO

Av. Afonso Pena, 4455, Campo Grande | CEP: 79020-000 (67) 92143687 (67) 33823826 | [email protected]

Presidente: Antonio Gentil NetoVice-Presidente: Carlos Marcelo Dotti1ª Secretária: Eduarda Nassar Tebet Ajeje2º Secretário: Adriano Fernandes da Silva1ª Tesoureira: Agatha Christie Fernandes Gonzáles Molinari2º Tesoureiro: Fernão Gonçalves MagalhãesC. Fiscal: José K. Tobaru, Thiago A. Domingos e Rogério N. Martins

• MATO GROSSO DO SuL

Av. João Pinheiro, 161, Belo HorizonteCEP: 30130-180 (31) 3247-1647 | [email protected]

Presidente: Christiane Soares PoncinelliVice-Presidente: Elmar José Moreira Lima1ª Secretária: Patrícia Coelho Fraga Moreira 2ª Secretária: Karen Orsini de Magalhães Brescia1º Tesoureiro: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva2º Tesoureiro: Geraldo Henrique Gouvêa de Miranda

• MINAS GERAIS

Rua Roberto Camelier 202/501 VC, BelémCEP: 66025-420 | [email protected]

Presidente: Marcos Moreno DomingosVice-Presidente: Erivaldo de Araújo MauésSecretária: Aida Lopes Sirotheau CorreaTesoureira: Lilian Costa Almeida

• pARÁ

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REVISTA SOBEDabril/junho 2015 49

Av. Ipiranga, 5.311, sl. 210, Porto AlegreCEP: 90610-001 (51) 3014-2072

Presidente: Carlos Eduardo Oliveira dos SantosVice-Presidente: Alexandro Vaesken Alves1º Secretário: Ari Ben-Hur Stefani Leão 1º Tesoureiro: César Vivian Lopes

• rio GranDe Do sul

Serviço de Endoscopia-Hospital 9 de Julho de Rondônia Rua Senador Álvaro Maia, 1600, Porto Velho | CEP: 76801-270 (69) 3224-7917 (69) 3216-1187 | [email protected]

Presidente: Marcelo Pereira Da SilvaVice-Presidente: Olavo Raimundo dos Santos Filho1º Secretário: Spencer Vaiciunas2ª Secretária: Adriana Silva Assis1ª Tesoureira: Márcia Coelho De Mello Bach2º Tesoureiro: Victor Hugo Pereira Marques

• ronDÔnia

Rodovia SC 401, nº 3854, Km 04, FlorianópolisCEP: 88032-005 | (48) 3231-0324 | [email protected]

Presidente: Odemari Miranda FerrariVice-Presidente: Amilton Carniel Guimarães1º Secretário: Francisco José Salfer do Amaral2º Secretário: Luiz Carlos Bianchi1º Tesoureiro: Jolnei Antonio Hawerroth2º Tesoureiro: Juliano Coelho LudvigConselho Fiscal: Silvana Dagostin e Felipe Paludo Salles

• santa Catarina

Rua Itapeva, 202, sl. 98, São Paulo | CEP: 01332-000(11) 3288-6883 | [email protected]

Presidente: Dalton Marques ChavesVice-Presidente: Gustavo Andrade de Paulo1º Secretário: Renato Luz Carvalho2ª Secretária: Regina Rie Imada1º Tesoureiro: Marcel Langer2º Tesoureiro: Ricardo Anuar Dib

• são Paulo

R. Guilhermino Rezende, 462, 1º andar, São José – AracajuCEP: 49020-270 | (79) 9977-7653

Presidente: Patrícia Santos Rodrigues Costa1ª Secretária: Simone Déda Lima Barreto1º Tesoureiro: Miraldo Nascimento da Silva Filho2º Tesoureiro: Jilva Pinto Monteiro

• serGiPe

Qd 206 Sul – Alameda 12 – Lote 41, Palmas | CEP: 77020-521 (63) 3215-1877 (63) 8428-2571 | [email protected]

Presidente: Eduardo Komka FilhoVice-Presidente: Mery Tossa Nakamura1º Secretário: Francisco Valtercio Pereira2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos1º Tesoureiro: Zoroastro Henrique de Santana2º Tesoureiro: Jose de Brito Filho

• toCantins

Av. Epitácio Pessoa, 3360, João Pessoa | CEP: 58840-000 (83) 2106-0900 (83) 9121-9144 | [email protected]

Presidente: Pedro Ferreira de Sousa Filho Vice-Presidente: Edigar Targino da Rocha Junior1º Secretário: Francisco Sales Pinto2º Secretário: Carlos Antônio de Melo Feitosa1º Tesoureiro: Fábio da Silva Delgado2º Tesoureiro: Héliton Aurélio de Lima

• Paraíba

Rua Candido Xavier, 575, Curitiba | CEP: 80240-280 (41) 3342-3282 | [email protected]

Presidente: Flávio Heuta IvanoVice-Presidente: Marco Aurelio D’Assunção1ª Secretária: Camila Leticia Leiner2º Secretário: Eduardo Aimoré Bonin1º Tesoureiro: Ricardo Taqueiyoshi Sugisawa2º Tesoureiro: Luciano Okawa

• Paraná

Av. Boa Viagem, 462, Ap 1201, Pina, Recife | CEP: 51011-000 [email protected]

Presidente: Antônio Carlos Coelho Conrado Vice-Presidente: Admar Borges da Costa Junior1º Secretário: Carlos Eugênio Gantois2º Secretário: José Alberto de Melo e Lima1ª Tesoureira: Júlia Corrêa de Araújo2º Tesoureiro: José Julio Ribeiro VianaComissão de Honorários Médicos: Luiz Paulo Reis GalvãoConselho Fiscal: Luis Carlos Gondim Sampaio, Mário Brito Ferreira e Luiz Paulo Reis Galvão

• PernambuCo

R. Magalhães Filho, 476, Teresina | CEP: 64001-350 (86) 3223-7314 (86) 9981-6350| [email protected]

Presidente: Carlos Dimas Carvalho SouzaVice-Presidente: Antonio Moreira Mendes Filho1º Secretário: Valdeci Ribeiro de Carvalho2º Secretário: Lucidio Balduino Leitão1º Tesoureiro: Wilson Ferreira Almino de Lima2º Tesoureiro: Artur Pereira e Silva

• Piauí

Rua da Lapa, 120, sl. 309, Rio de Janeiro | CEP: 20021-180(21) 2507-1243 | [email protected]

Presidente: Ronaldo TaamVice-Presidente: Luiz Armando Rodrigues Velloso1ª Secretária: Lílian Machado Silva2ª Secretária: Paula Perruzi Elia1º Tesoureiro: Flávio Abby2º Tesoureiro: João Carlos de Almeida Soares

• rio De Janeiro

Rua Jundiaí, 512 - Apto 202, Natal | CEP: 59020-120 (84) 9982-8401 (84) 9643-4901 (84) 3211-4962 [email protected]

Presidente: Verônica de Souza ValeVice-Presidente: Conceição de Maria Lins da Costa Marinho1ª Tesoureira: Licia Villas Boas Moura

• rio GranDe Do norte

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50 revista sOBeD abril/junho 2015

Por dentro Agenda

17 de julhoOficina de Balão Intragástrico,

com o apoio da AllerganSão Paulo

www.oficinabalao.com.br

25 de julhoDia do Endoscopista e aniversário de

40 anos da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)

6 a 8 agostovII Semana Cearense do Aparelho Digestivo

Fortaleza (CE)www.jqinfo.com.br/scad2015

1 e 2 outubroCurso de Enteroscopia por

Cápsula – Módulo I

30 e 31 outubroCurso de Enteroscopia por

Cápsula – Módulo II

julho

agosto

outubro

21 a 25 de novembroXIV Semana Brasileira do Aparelho

Digestivo (SBAD)Local: ExpoUnimed

Curitiba (PR)www.sbad2015.com.br

novembro

Confira na relação abaixo os principais eventosligados à gastroenterologia e à endoscopia

digestiva dos próximos meses

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