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REVISTA PARAENSE DE MEDICINA Órgão oficial daFundação Santa Casa deMisericórdia do Pará Vol. 19 (3) julho-setembro 2005 ISSN01015907 GOVERNO SIMÃO JATENE Presidente -Paulo Sérgio Mota Pereira Vice-Presidente -RosângelaBrandão Monteiro Coordenador administrativo- Iacy Walter Soares Coordenadora de finanças -Maria de Lourdes Ferreira Gouvêa Editor responsável- Alípio Augusto BarbosaBordalo -Editor adjunto -Manoel Barbosade Rezende RS SP PA MA PA PB PA RT PA PA GO PA PA PA PR PE PA PA PA PA PA DF PA Conselho Editorial Arival Cardoso deBrito Eliete daCunha Araújo Geraldo Ishak Geraldo Roger Normando Jr Marcus Vinicius HenriquesBrito Assessoriade estatística Mariseth Carvalho deAndrade Assessoria de informática Vera Lúcia Alves VIrgolino KátiaMaria PintoCorrêa Laércio Brito Barbosa Kassio Navarro Neiva Assessoria de língua inglesa Manoel Antonio Costade Rezende Thaís Maria de Souza Contente Natália Sayuri Muto Conselho Científico Antonio CelsoAyub Antônio Spina França Alexandre da Costa Linhares Carlos Salgado Borges Cléa Carneiro Bichara Geraldez Tomaz Habib Fraiha Neto Ítalo Suassuna Jamilson Femandez da Silva João José Neiva Neto Joffre Marcondes de Rezende Manoel de Almeida Moreira Manoel do Carmo Soares Manoel Santos Coimbra Maria de Lourdes Biondo Simões Maria RosângelaDuarte Coelho Mário Ribeiro de Miranda Nara Botelho Brito Octávio Gomes de Souza JR Raimundo Nonato Queiroz Leão Reinaldo Silveira de Oliveira Simônides da Silva Bacelar William Mota Siqueira Secretaria Sandra do Carmo Silveira Walber Mandu de Abreu Biblioteca ReginaCélia Coimbra Membros honorários Guaraciaba Quaresma da Gama, José Monteiro Leite, ManuelAyres,Clodoaldo Ribeiro Beckmann e Camilo MartinsVianna Menção honrosa In memoriam Clóvis de Bastos Meira e Leônidas Braga Dias

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REVISTA PARAENSE DE MEDICINAÓrgão oficial da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

Vol. 19 (3) julho-setembro 2005

ISSN01015907

GOVERNO SIMÃO JATENEPresidente -Paulo Sérgio Mota Pereira

Vice-Presidente -Rosângela Brandão MonteiroCoordenador administrativo- Iacy Walter Soares

Coordenadora de finanças -Maria de Lourdes Ferreira Gouvêa

Editor responsável- Alípio Augusto Barbosa Bordalo -Editor adjunto -Manoel Barbosa de Rezende

RSSPPAMAPAPBPARTPAPAGOPAPAPAPRPEPAPAPAPAPADFPA

Conselho EditorialArival Cardoso de BritoEliete da Cunha AraújoGeraldo IshakGeraldo Roger Normando JrMarcus Vinicius HenriquesBrito

Assessoria de estatísticaMariseth Carvalho de Andrade

Assessoria de informáticaVera Lúcia Alves VIrgolinoKátia Maria Pinto CorrêaLaércio Brito BarbosaKassio Navarro Neiva

Assessoria de língua inglesaManoel Antonio Costa de RezendeThaís Maria de Souza ContenteNatália Sayuri Muto

Conselho CientíficoAntonio CelsoAyub

Antônio Spina FrançaAlexandre da Costa Linhares

Carlos Salgado Borges

Cléa Carneiro Bichara

Geraldez Tomaz

Habib Fraiha Neto

Ítalo Suassuna

Jamilson F emandez da Silva

João José Neiva Neto

Joffre Marcondes de Rezende

Manoel de Almeida Moreira

Manoel do Carmo SoaresManoel Santos Coimbra

Maria de Lourdes Biondo Simões

Maria RosângelaDuarte Coelho

Mário Ribeiro de MirandaNara Botelho Brito

Octávio Gomes de Souza JRRaimundo Nonato Queiroz Leão

Reinaldo Silveira de Oliveira

Simônides da Silva Bacelar

William Mota Siqueira

SecretariaSandra do Carmo SilveiraWalber Mandu de Abreu

Biblioteca

Regina Célia Coimbra

Membros honoráriosGuaraciaba Quaresma da Gama, José Monteiro Leite, ManuelAyres,Clodoaldo Ribeiro Beckmann e Camilo

MartinsVianna

Menção honrosa In memoriamClóvis de Bastos Meira e Leônidas Braga Dias

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TOXOPLASMOSE OCULAR ADQUIRIDA PÓS-NATAL EM BELÉM-PARÁ 1

ACQUIRED POSTNATALL Y OCULAR TOXOPLASMOSIS IN BELÉM CIn PARÁ

Ediclei Lima do CARMO 2, Cléa Nazare Carneiro BICHARA 3 e Marinete Marins PÓVOA 4

RESUMO

Objetivo: investigar a ocorrência de toxoplasmose ocular adquirida pós-natal em Belém-PA, pela análisesorológica do binômio mãe-filho. Método: estudados 18 pacientes com diagnóstico oftalmológico detoxoplasmose ocular e suas respectivas genitoras, ambos encaminhados ao Laboratório de Toxoplasmose doInstituto Evandro Chagas; os testes soro lógicos utilizados foram a Imunojluorescência indireta -IFI (lgG/IgM)e o ensaio imunoenzimático ELISA (IgG; IgM; IgA). Resultados: pela IFL todos os pacientes apresentaramIgG positivo e IgM negativo; em relação às genitoras, duas apresentaram positividade tanto para IgG quantopara IgM; uma foi negativa para ambos anticorpos e as demais positivas somente para IgG Pelo ELISA, 2pacientes foram positivos para todas as classes de anticorpos pesquisados, 1 positivo para IgG e IgM e osdemais positivos somente para IgG Quanto às genitoras, uma foi negativa para as três imunoglobulinas, umapositiva para IgG e IgM; três positivas para IgG; IgM e IgA, três positivas para IgG e IgA e as demais positivassomente para IgG Conclusão: apesar da casuística ter sido pequena, a análise sorológica do binômio mãe-filho, confirmou que há ocorrência de toxoplasmose ocular adquirida pós-natal na cidade de Belém. Assim, hánecessidade de implementar medidas de prevenção para toxoplasmose, devido ao risco de desenvolvimento demanifestações oculares decorrentes da infecção adquirida após o nascimento.

DESCRITORES: Toxoplasmose, sorologia.

INTRODUÇÃOA toxoplasmose ocular é uma das mais graves fonnas alta, foi verificado que a forma ocular adquirida após o

clínicas ocasionadas pela infecção por Toxoplasma gondii. nascimento, é bem mais freqüente do que se acreditava 6,7.Esse protozoário é considerado responsável pela maioria A sintomatologia observada em ambas as formas dedos casos de uveítes posteriores em todo o mundo. A toxoplasmose ocular são semelhantes e caracterizam-sedoença caracteriza-se por lesões, principalmente, na por: dor, ~strabis~~ nistaFo, fotofobia, escotomas, perdacoróide e retina levando o indivíduo à perda progressiva progressIva de vIsao, etc .da visão 1,2 ' Em Belém, uma avaliação soroepidemiológica,

Por ~uito tem o a maioria dos casos dessa forma realizada no Instituto Ev~dro Chagas, dem~nstrou que ap '. " o -"0 toxoplasmose ocular e bastante frequente, com

de toxoplasmose era atribuIda a transmIssao congernta, I " . 1 d ' d. d 90 3°~ 8C tudo o fi -1íni pod o o d . adas 1 soropreva enCIa a cançan o m Ice e , /0. on o,

CUJas m~ estaçoes c. cas Iam ser eVl en~I ogo na referida avaliação não foi possível estabelecer a origemao nascImento, ou maIs comumente, anos maIs tarde por dessa forma de toxoplasmose se congênita ou adquiridarecidivas da lesão primária. Acreditava-se que o L gondii, pós-natal. '

devido à barreira hemato-ocular, dificihnente atingiria o olhode um indivíduo imunocompetente, o que caracterizaria a OBJETIVOfonna adquirida pós-natal de toxoplasmose ocular3,4,5. No Investigar a ocorrência de toxoplasmose ocularentanto, a partir de estudos realizados em cidades do sul adquirida pós-natal em Belém-Pa, pela análise sorológicado Brasil, onde a prevalência de toxoplasmose ocular é do binômio mãe-filho.

Recebido em 06.06.2005 -Aprovado em 24.08.2005

I. Trabalho realizado no Laboratório de Toxoplasmose -Seção de Parasitologia (SEPAR) do Instituto Evandro Chagas (IEC) Secretaria de Vigilânciaem Saúde (SYS)/Ministério da Saúde (MS), Belém, PA.

2.Mestre em Ciências Biológicas/UFPA; Pesquisador / Consultor do Convênio UNESCO-IEC/SYS/MS.3.Mestre em Ciências Biológicas/UFPA; Professora/Médica / UEPA.4.Doutora em Parasitologia Médica/University ofLondon-Inglaterra; Pesquisadora do IEC/SYS/MS.Suporte Financeiro: Instituto Evandro Chagas/SYS-MS, Projeto RENOR/FADESP (No 249), FUNTEC-SECTAM (079/01

21Revista Paraense de Medicina V.19 (3) julho -setembro 2005

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do fabricante dos reagentes. Como ponto de corte positivo,utilizou-se os títulos ~ 80 e para resultados negativos,considerou-se a ausência de fluorescência.

No teste ELISA utilizou-se kits comerciais(Platelia@Toxo IgG/ IgM/ 19A -BIORAD). O protocoloutilizado e o cálculo dos pontos de corte seguiram asrecomendações do fabricante.

RESULTADOSA análise sorológica dos pacientes pela IFI,

demonstrou que todos apresentaram positividadepara Igo,com títulos variando entre 320 a 10.240, e IgM negativo.Já a análise sorológicadas genitoras mostrou duas positivaspara IgG e IgM (M9, MIO), ambas com títulos de 10.240

(IgG) e 80 (IgM), uma negativa para ambos anticorpos(M7) e as demais positivas somente para IgG com títulos

entre 320 e 10.240.Pelo teste ELISA, observou-se dois pacientes

positivos para todas as classes de anticorpos pesquisados,um paciente positivo para IgG e IgM (P 16) e os demaispositivos somente para IgG No grupo das genitoras, emuma foi confirmada a negatividade para todas as classes

de anticorpos (M7), em três observou-se positividade paratodas as classes de anticorpos pesquisadas (M4, M9,MIO), uma positiva para IgG e IgM (M2),três positivaspara IgG e IgA (Ml, M3, M6), as demais genitoras com

po~itividade somente para IgG .Os perfis sorológicosobtidos pelos dois testes nos binômios mãe-filho estudados

estão expressos no quadro 1.

MÉTODODe outubro de 2000 a janeiro de 2001, foram

investigados 18 pacientes com idade variando de 6 meses

a 28 anos de idade, encaminhados por seus oftalmologistasao Laboratório de Toxoplasmose do lristituto Evandro

Chagas. Todos os pacientes apresentavam diferentesmanifestações oculares causadas portoxoplasmose

lricluiu-se também no estudo as genitoras de todosos pacientes, para que fosse possível a formação do

binômiomãe-filho.Do profissional médico e por carta infonnativa, todos

os pacientes e/ou seus responsáveis receberam os

esclarecimentos sobre objetivos e procedimentos a seremutilizados, de acordo com as recomendações do Comitêde Ética em Pesquisa do lristituto Evandro Chagas/SVS(CEP/IEC-N° 003/2002). De todos os indivíduos incluídosno estudo, foram preenchidas fichas clinico-epidemiológicaspróprias da SEPAR/IEC.

Para a avaliaçãosorológica, empregou-se a reaçãode Imunotluorescência indireta (IFI) para detecção de IgGe IgM, e o ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto paradetecção de IgG e de captura para detecção de IgM e

IgA.NaIFI, utilizou-se o antígeno lmunoToxo@(Biolab-

Mérieux S.A.), constituído de formas liofilizadas de

taquizoítos de T gondii. Utilizou-se, também, osconjugados anti- IgG e anti- IgM marcados com fluoresceína(Biolab-Mérieux S..A.). O protocolo da técnica seguiu adescrição feita por Camargo (1964)9 e as recomendações

Quadro 1: Perfil soro lógico (IgG/IgM/IgAanti- l' gondii) pelos testes IFI (IgG e IgM),ELISA (Igo, IgM, IgA) de 18 binômios mãe-filho

com toxoplasmose ocular, atendidos no Instituto Evandro Chagas (Belém- Pará) entre 10/2000 e 01/2001.

TESTES

ELISA

IgAIFI-IgG(Titulo)

IFI-IgM(Titulo)

ELISA

IgG

ELISA

IgMMãe/Paciente

PIMlP2M2P3M3P4M4

PSM5

P6M6P7M7

P8M8P9M9

PIO

++++++

+++++++

-- - -+

- -+

-

- -+

+

-

- +-

- ~ -+

-~ '-

+++++

--

--80

~

++

++

22

1.2805.120

1.28010.240

5.1205.120

2.5605.120

2.5601.280

1.2802.560

320

2.5602.5602.56010.240

10.240

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jaquelineratis
jaquelineratis
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Poso Positivo; Neg. Negativo; IFI (Ponto de corte ~80); ELISA-IgG (ponto de corte 0,203-0,274); IgM (Ponto de Corte 0,1 06-0,197);ELISA-lgA (Ponto de Corte 0,148-0, l61)

DISCUSSÃOA toxoplasmose ocular freqüentemente vem sendo

associada à reativações de infecções toxoplásmicas de

origem congênita. Sabe-se, no entanto, que a forma

adquirida pós-nascimento pode ocorrer e ainda ser maisprevalente do que a forma congênita, a exemplo do queacontece no Sul do Brasil 3.4.5.6,7. Vários são os fatores que

podem influenciar o surgimento dessa forma detoxoplasmose, sendo os mais prováveis, as diferentes cepasde 1: gondii, reinfecções em virtude do contato contínuocom o parasita e hábitos alimentares 6.

Neste estudo, dentro dos binômios mãe-filhoavaliados, apenas uma das mães (M7) não apresentounenhuma das classes de anticorposanti- l' gondii. Seu filho,com 17 anos de idade, possuía somente anticorpos IgG,não apresentava manifestação sistêmica, relatava perda deacuidade visual, apresentava coriorretinite toxoplásmica

unilateral e não relatou ausência do seu domicílio nos últimos2 anos. Em relação aos fatores de risco, o paciente relatou

contato contínuo com gatos jovens e adultos, além de

possuir o hábito de consumir carne mal-passada, fatoresdiretamente relacionados com casos de toxoplasmoseocular adquirida, observados por Silveira et aI., 19871°.

De acordo com os dados epidemiológicos, clínicos esoro lógicos do paciente e o fato de sua mãe sersoronegativa e portanto não haver nenhuma possibilidadede transmissão congênita, confirma-se este caso como

sendo decorrente de toxoplasmose ocular adquirida pós~natal. Silveira (1997) 11 realizando estudo em casos

familiares de toxoplasmose ocular constatou dois casosde mães soronegativas e filhos apresentando toxoplasmoseocular adquirida pós-natal.

Em dois binômios analisados (pIM 12, 16), a fonnaocular de toxoplasmose dos filhos (4 e 11 anos de idade

respectivamente), que apresentaram positividade paraanticorpos IgG, IgM e/ou IgA e manifestações ocularesunilaterais, provavelmente, foi decorrente de infecçãoadquirida pós-natal recente, mesmo com suas respectivasmães apresentando apenas anticorpos IgG No entanto, apossibilidade de reativação de infecção congênita não pode

ser descartada, porque estes pacientes não apresentaramoutras manifestações sistêmicas. Estudo realizado por

Gomez-Marin et aI (2000) 12, demonstrou que anticorposIgM e IgA, considerados marcadores de infecção recente,podem estar presentes nas recidivas de toxoplasmoseocular congênita ou adquirida.

A situação observada em outros seis binômiosestudados (PIM 1,2,3,4,6,9) é diferente dos dois casos

anteriores, visto que, foram as genitoras que apresentarampositividade para anticorpos marcadores de infecçãorecente (IgM e/ou IgA); tal fato praticamente descarta a

origem congêriita da toxoplasmose ocular dos seus filhos.

Além disso, foi relatado que tanto as mães como os filhos,mantinham contato constante com gatos e tinham o hábito

de se alimentar de carnes mal-passadas, reforçando assima hipótese de origem pós-natal dessa forma detoxoplasmose.

Em outra situação, onde a tanto a mãe quanto o filho(PIM 10) apresentavam positividade para as três classesde imunoglobulinas, foi descartada a origem pós-natal datoxoplasmose ocular do filho, visto que, o mesmo tinhasomente seis meses de idade, bilateralidade dasmanifestações oculares e sua alimentação era

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PI0MID

PllMIl

P12MI2

P13MI3

P14MI4

PISMIS

P16MI6

P17MI7

PISMIS

10.240

10.240

5.120

1.280

10.240

5.120

2.560

1.280

5.120

1.280

10.240

1.280

5.120

1.280

320

320

5.120

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exclusivamente leite matemo, assim sendo, admitiu-se quese tratava de um caso de toxoplasmose ocular congênitacom manifestações oculares precoces. Essa observaçãose enquadra nos critérios de classificação clínica detoxoplasmose ocular estabelecidos por Hogan et alo (1964)13

toxoplasmose ocular adquirida e congênita, para que seIpossa entender melhor a fisiopatogenia da doença,

identificar pacientes com risco de desenvolverem lesõesoculares e elaborar programas de prevenção.

CONCLUSÃONa cidade de Belém, ocorre a fonna adquirida pós-

natal de toxoplasmose ocular, fato importante, por ser a Iavez que se demonstra esta fonna na região Amazônica eainda por mostrar a necessidade da implementação demedidas profiláticas, visando diminuir a transmissão dainfecção e conseqüentemente diminuir o risco dedesenvolvimento de lesões oculares graves causadas pelo1: gondii.

Nos demais casos (8 pacientes) em que se fez aanálise sorológica conjunta de mãe e filho, pelos perfisobtidos (somente positividade para IgG), não foi possívelestabelecer a origem da fonna ocular de toxoplasmose dosmesmos.

Segundo Ongkosuwito et al, (1999) 14 é muito

importante que se estabeleça a diferença entre

SUMMARY

ACQUIRED POSTNATALLY OCULAR TOXOPLASMOSIS IN BELÉM CITY, PARÁ

Ediclei Lima do CARMO, Cléa Nazaré Carneiro BICHARA e Marinete Marins PÓVOA

Objective: to investigate lhe ocurrence of postnatally acquired toxoplasmosis at Belém-Pa, by serological analysisof lhe mother-son binomial. Method: it was studied 18 patients with ophthalmological diagnosis of oculartoxoplasmosis and their mothers, directed to lhe Laboratory of Toxoplamosis, of Evandro Chagas Institute. Theused serological tests were lhe Indirect Iimmunojluorescence test -IFI (IgG/IgM) and enzyme linked immunosorbentassay -ELISA (IgG; IgM, IgA). Results": by IFI, ali patients were IgG positive and IgM negative. About lhe moth?rs,2 were positivefor IgG and IgM, 1 was negative for both antibodies, lhe others were positive only for IgG ByELISA, 2 patients were positive for ali antibodies class, 1 was positive for IgG and IgM and lhe other only for IgGAbout lhe mothers, 1 was negative for three class of tested antibodies, 1 was positive for IgG and IgM, 3 positivesfor IgG; ./gM and IgA, 3 were positive for IgG and IgA, and lhe others were positive only for IgG Conclusion:beside of lhe casuistic had been small, lhe serological analysis of lhe mother-son binomials confirmed lhe occurrence iof acquired postnatally ocular toxoplasmosis at Belém. Therefore, is necessary to implement measures of prevention :

for toxoplasmosis, due to lhe risk of development of ocular manifestations caused by infection acquired afterbirth.

KEY WORDS: Postnatally ocular toxoplasmosis, mother-son binomial, serology.

REFERtNCIAS

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jaquelineratis
I
jaquelineratis
immunosorbent occurrence i :
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Endereço para correspondênciaEdiclei Lima do Carmo. Seção de ParasitologialInstituto Evandro Chagas.Rod.

BR 316-KM 07, sin° -Levilândia, 492.66090-000 -Ananindeua PATel: (91)3214-2148. Fax: (91)3214-2043.e-mail: [email protected]

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