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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ANO II N° 7 FEVEREIRO A MAIO DE 2014 São Lourenço - MG

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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ANO II N° 7 FEVEREIRO A MAIO DE 2014

São Lourenço - MG

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A ORIGEM DOS MISTÉRIOSJ. H. Souza“Se a humanidade aceitou algum dia uma verdade para depois negá-la ob-cecadamente, não é retrocesso o tornar a reconhecê-la”.

4

REFLEXÕES SOBRE AS REGRAS DO NOVO PRAMANTHAMaurício de Castro Govêa da Silva e Mario Chagas“O objetivo do texto que aqui se oferece ao leitor é levantar ou identificar algumas questões que, de algum modo, estão contidas ou situadas no âmbito das denominadas Regras do Novo Pramantha”.

14

A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE E A EUBI-OSE

Darci Lopes“Como é sabido por todos, um dos grandes dif-erenciais em nossa vida é o fator educacional, quer advindo de nossos pais, quer por meio da sociedade: ensino fundamental, ensino médio, ensino superior etc.”

23

MENS SANA IN CORPORE SANO

Claudia Hohl Orsi“O homem traz em si mesmo o dínamo gera-dor de suas dores e alegrias: a mente”.

29

A EXPERIÊNCIA HUMANA DO PRAMANTHALaudelino Santos Neto

“Este texto é uma versão atualizada e resumida de dois outros do autor: O trabalho no Novo Pramantha e O Trabalho do Pramantha, este último em coautoria com Armando Ferrante

Jr., Fabíola Maceo e Marcelo Maceo. O fulcro do texto é a noção de que a realização huma-

na, tanto quanto a divina, é essencial para a evolução”.

8

ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO DE 2014

Celso Agostinho Martins de Oliveira“A poucos meses para a realização das eleições

no Brasil, convido os Vs. Is. a se concentrarem na escolha dos candidatos com as qualidades

eubióticas capazes de trabalhar pela RECONSTRUÇÃO GERAL do nosso país, como Santuário da Iniciação do Gênero Humano a

caminho da sociedade futura”.

25

ARAUTOS DA NOVA ERA

Francisco Feitosa“Conhecimento, Liberdade e Responsabilidade

são, essencialmente, as características do homem e, também, do caminho direto de seu

progresso para outros estados superiores”.

30

O LUZIMENTO DE UM PRAMANTHAHugo Faria de Almeida

“Na oportunidade em que a Sociedade Brasile-ira de Eubiose comemora, por meio de uma

conversação realizada pela Ordem do ARARAT, o CINQUENTENÁRIO das primeiras luzes de

um Pramantha Novo, nada mais justo do que conceituar o termo, bem como os seus afins,

com base no Glossário Teosófico de autoria de Helena Petrovna Blavatsky”.

17

SUMÁRIO

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A literatura, que transmite a Sabedoria Iniciática das Idades de forma velada e re-velada, faz menção em várias ocasiões de acepções diversas do termo Pramantha, dependendo da época em que foi escrita e de qual Avatara veicula suas manifestações. Um destes conceitos-chave, para que se possa compreender as dimensões sutis do que é revelado, é o da Cruz Pramânthica, com suas hastes vertical e horizontal.

A haste vertical, que vai do mundo celeste ao centro da Terra, aos mundos interiores, representa a descida dos céus do conhecimento divino, trazido pelos Avataras como forma de acelerar a evolução, não só humana, mas de todo o planeta. A haste horizontal corporifica o esforço histórico, temporal, de todas as hierarquias celestes e humanas voltadas para o desenvolvimento espiritual da humanidade. Representa também o esforço gigantesco dos humanos seres em direção ao sagrado, ao imperecível, ao “oceano sem praias” do budismo esotérico.

A Cruz Pramânthica não é estática. Está sempre em movimento evolucional, num eterno atrito cósmico-terrenal-humano para a destruição das coisas desnecessárias e construção das coisas necessárias à evolução. Podemos concebê-la também como uma imensa usina, transformando os registros de experiências negativas do passado em atitudes positivas, em harmonia com o que a Eubiose denomina de Lei Justa e Perfeita.

Usando-se a imaginação criadora, podemos conceber que, do ponto de vista da Divindade, evoluir é aumentar a espiritualidade da Terra e dos seus habitantes – aqui incluindo os das suas diversas dimensões, através de um trabalho de transmissão da Sabedoria Iniciática das Idades aos seres com estados de consciência menos sutis em relação a Ela própria.

Do ponto de vista humano, evoluir é aproximar-se cada vez mais da

EDITORIAL

Divindade, transformar as energias negativas em forças direcionadas ao aumento do coeficiente divinal na face da Terra, entrar em harmonia com o seu Deus Interno, santificando a cada dia o seu corpo e a sua mente através do hálito divino.

Aqui surge uma nova concepção de Pramantha, que supera a posição meramente religiosa da relação humanidade-divindade. Esta vê o ser humano a caminho da sua santificação e espiritualização como alguém que, mercê seus novos atributos, torna-se merecedor de uma vida melhor, torna-se merecedor de graças obtidas por fenômenos inexplicáveis, por milagres.

Por esta nova abordagem a evolução espiritual dá-se pela ligação pramânthica Homem e Divindade, permeada pelo esforço humano efetivo em prol do trabalho dos Avataras na Face da Terra. Assim, o Pramantha torna-se o local e o tempo onde esta mediação entre os humanos seres e os seres divinos acontece com o objetivo maior de acelerar a evolução.

A maioria da humanidade busca na Divindade, através de rituais, ritos e celebrações, quer coletivas, quer individuais, um alento, um consolo para sua vida de sofrimentos, em grande parte causados pela não observância das leis evolucionais. O milagre, a proteção e a graça a ser alcançada tornam-se um objetivo em si mesmo, poucas vezes alcançado.

Por sua vez, o neófito que segue o caminho difícil e estreito para o discipulado, procura servir à Divindade, trabalhando para a humanidade. Dá voz a seu Deus Interno, e aos poucos começa a vislumbrar o seu papel

perante sua família, seus amigos, nas comunidades em que interage. Com o tempo e com esforço, sente-se intuitivamente integrado ao caudal do grande rio evolucional.

A Cruz Pramânthica e o próprio Pramantha deixam então de ser conceitos. Passam a ter concretude divinal, terrena e humana.

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Perde-se, na noite dos tempos, a existência da Doutrina Esotérica. Conheciam-na todos os grandes povos da antiguidade, tanto na Ásia como na África, Europa, América e Oceania, segundo o demonstra a universalidade de seus símbolos, gravados em caracteres indeléveis, nos respectivos templos. E quem houver penetrado nas profundezas da Ciência, lerá sempre as mesmas verdades, tanto nos muros de Palenque, como nos de Luxor; nos pagodes lavrados na entranha das rochas, na Índia, como nos restos ciclópicos de toda a região mediterrânea, e nos colossos da Ilha de Páscoa, reveladores da existência de raças e continentes submersos.

Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que os iogues do mesmo país; os hierofantes do Egito, os profetas de Israel, os essênios cabalistas, os gnósticos, os cristãos, como ainda, todos os filósofos e pensadores, possuíram Doutrinas Esotéricas, ou melhor, a mesma Sabedoria Infinita das Idades.

O Livro dos Mortos do antigo Egito contém a Doutrina Esotérica do Egito; a Filosofia Yoga, o Esoterismo da Índia; a Cabala, a dos hebreus. E assim por diante.

Pela tradição, tem Ela vindo até os nossos dias, embora com certas lacunas e erros, devido a falsas interpretações, pois, como já dizia o mesmo Jesus, “é por baixo da letra que mata, que deve ser descoberto o Espírito que vivifica”.

“Os ensinamentos da Doutrina Arcaica, por sua vez, dizia Blavatsky, tem uma origem divina, que se perde na noite dos tempos. E “origem divina” não quer dizer uma revelação feita por um Deus antropomorfo, em cima de uma montanha, cercado de raios e trovões, mas segundo o compreendemos, uma linguagem e sistema de ciência comunicado à Humanidade primitiva, por outra tão adiantada, que parecia divina aos olhos daquela.”

Diz-se que, no começo, não havia necessidade de Mistérios Iniciáticos. O conhecimento (Vidya) era propriedade de todos, e predominou universalmente

A ORIGEM DOS MISTÉRIOSJ. H. Souza (1)

“Se a humanidade aceitou algum dia uma verdade para depois negá-la obcecadamente, não é retrocesso o tornar a reconhecê-la”. – A. Butlerof (ex-

catedrático da Universidade de São Petersburgo)

durante a Idade de Ouro ou Satya-Yuga. Segundo o comentário, “os homens não haviam ainda praticado o mal, naqueles dias de felicidade e pureza, por serem justamente de natureza mais divina que terrena. Porém, ao se multiplicarem rapidamente, múltiplas foram também as idiossincrasias do corpo e da mente. E o espírito encarnado manifestou-se em debilidade. Nas mentes menos cultivadas e sãs, enraizaram-se certos exageros contrários à natureza e consequentes supertições. Dos desejos e paixões, até então desconhecidos, nasceu o egoísmo, pelo qual abusaram os homens de seu poder e sabedoria, até que, finalmente, foi preciso limitar o número de conhecedores. Assim teve lugar a Iniciação e seus Mistérios.

Cada povo adotou um sistema religioso de acordo com a sua capacidade intelectual e necessidades espirituais. Porém, como os sábios prescindissem do culto e das simples formas, restringiram a bem poucos o verdadeiro conhecimento (“Muitos serão os chamados e poucos os escolhidos”...). A necessidade de encobrir a verdade (donde o termo “Isis velada”), para resguardá-la de possíveis profanações, fez-se sentir, cada vez mais em cada geração, e assim se converteu em Mistério.

Foi Ele, então, adotado entre todos os povos e países, procurando-se, ao mesmo tempo, evitar discussão a respeito, permitindo, entretanto, que nas massas profanas (os “impúberes-psíquicos”) fossem

www.imagick.org.br

Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que os iogues do mesmo país; os hierofantes do Egito, os profetas de Israel, os

essênios cabalistas, os gnósticos, os cristãos, como ainda, todos

os filósofos e pensadores, possuíram Doutrinas Esotéricas, ou melhor, a mesma Sabedoria

Infinita das Idades.

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introduzidas crenças religiosas esotéricas inofensivas, adaptadas, no começo, às inteligências vulgares – como “róseos contos infantis” – sem receio de que a fé popular prejudicasse as filosofias e transcendentais verdades, ensinadas nos Santuários Iniciáticos, mesmo porque não devem cair no domínio público (Margaritas ante porcus ou “Não atireis pérolas aos porcos”) as observações lógicas e científicas dos fenômenos naturais (tido como milagres pelos ignorantes), conduzem o homem ao conhecimento das Eternas Verdades, destinadas a aproximá-lo dos umbrais da observação, livre de prejuízos, mais capaz, por isso mesmo, de melhor distinguir as coisas, não com os olhos físicos, mas sim com os espirituais.

O grande místico hindu Shri Aurobindo teve ocasião de dizer em seu maravilhoso livro APERÇU ET PENSÉES, o seguinte:

“Cada religião ajudou a humanidade. O paganismo aumentou no homem a luz da beleza, a largura e a altura da vida, a tendência para uma perfeição multiforme (2). O Cristianismo deu-lhe uma visão de Caridade e Amor Divinos. O Budismo mostrou-lhe um nobre meio de ser mais SÁBIO, mais doce, mais puro. O Judaísmo e o Islamismo, como ser religiosamente fiel em ação, e zeloso na sua devoção por Deus. O Hinduísmo abriu-lhe as mais vastas e as mais profundas possibilidades espirituais. Seria uma grande coisa se todas essas visões de Deus pudessem se abraçar (a Frente Única Espiritualista, pela qual vem trabalhando a S.T.B. desde seu início) e se fundir uma na outra; porém, o dogma intelectual e o egoísmo cultural barram o caminho. Sim, todas as religiões salvaram um grande número de almas, mas nenhuma foi ainda capaz de espiritualizar toda a Humanidade. Para isso, não é o culto e a crença o necessário, mas um esforço contínuo, englobando tudo que seja de desenvolvimento espiritual próprio”.

Blavatsky, por sua vez, corroborou com as nossas palavras: “O Teósofo não crê em milagres divinos, nem diabólicos, nem bruxos, nem profetas, nem augúrios, mas tão somente em Adeptos (Iniciados) capazes de realizar fatos de caráter fenomênico a quem julgar “por palavras ou atos” (isto é, aos que se fizerem dignos de tamanha honra...).

E é a razão por que, para os não iniciados nos referidos Mistérios, tais fenômenos não são mais do que “extravagâncias e fantasias”. Mas, em verdade, “fatos estranhos” para os que com eles jamais se preocuparam. Não se deve, pois, negar, seja o que for, sem conhecimento de causa... Ou melhor, sem investigação própria.

São ainda, da Blavatsky, as seguintes palavras:

“O estudante de Ocultismo (ou Teosofia) não deve professar religião alguma, embora deva respeitar qualquer opinião ou crença para chegar a ser um adepto.”

Seu único dogma, como “livre pensador” é o da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de crença, sexo, casta, cor etc. Seu único e Supremo Mestre, o Eu Interno ou Divino, o Espírito, cuja voz é da Consciência emancipada.

Quanto à Ciência oficial, tudo quanto julga como seu – do mesmo modo que as religiões, filosofias, línguas, seja o que for – já pertenceu à Teosofia (ou Ocultismo). Mas, infelizmente – como foi dito em outros lugares – se acha completamente adulterado. Desse modo, a Teosofia começa onde a Ciência oficial termina.

E é assim que a astronomia de hoje é a Astrologia de outrora: a Química, a Alquimia; a Medicina, a Magia Teúrgica etc., etc.

Em resumo: se no grego tal Sabedoria tem o nome de TEOSOFIA, no sânscrito possui ela outros muitos; chama-se Sanatama-Dhârma, Gupta-Vidya, Brahmâ-Vidya, respectivamente Sabedoria da Lei, Ciência Secreta, Sabedoria Divina, ou ainda, Iluminação, Conhecimento etc. O mesmo termo Gnose não quer dizer outra coisa senão Iluminação, Conhecimento Perfeito, donde, Gnósticos, Iluminados, Sábios etc.

Blavatsky, por sua vez, corroborou com as nossas palavras: “O Teósofo não crê em milagres divinos, nem

diabólicos, nem bruxos, nem profetas, nem augúrios, mas tão somente

em Adeptos (Iniciados) capazes de realizar fatos de caráter fenomênico a quem julgar “por palavras ou atos” (isto é, aos que se fizerem dignos de

tamanha honra...).

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Teósofos e neoplatônicos, ecléticos ou harmonistas, eram chamados os filósofos alexandrinos que, com Amônio Sacas, quiseram deduzir da Gnose, o estudo comparado das religiões, normas científicas de conduta.

O mesmo Amônio Sacas não conseguiu religião alguma concreta, e seus sucessores, embora de campos opostos, como Porfírio (o mosaísmo), Jâmblico (a Teurgia egípcia), Proclo (o ocidentalismo), Plotino (Gnose cristã) etc., foram chamados “filaléteos” ou “amantes da verdade” sem véu religioso.

“Ecléticos ou sincretistas” por seu espírito de crítica; “harmonistas”, por buscarem a Suprema Síntese filosófica; “analogistas”, por aplicarem a chave hermética de que, “o que está em baixo é como o que está em cima”; e Teósofos, enfim, por buscarem para o homem vulgar a Suprema Ciência da SUPERAÇÃO, que há de fazer dele um rebelde, um Titã, um Prometeu, um Herói, um super-homem, enfim, como diria o vulgo, mas em verdade, um Iluminado.

Os termos Buda e Cristo não pertencem a nenhum indivíduo, mas representam categorias a que podem chegar os homens, porquanto, Buda, provém de Bodi sânscrito que quer dizer Sábio, Iluminado etc. Do mesmo modo que Bod tibetano com o mesmíssimo significado, com prova ao Tibet se lhe chamar Bod-Yul, ou “País do Conhecimento, da Sabedoria Perfeita” etc. Quanto ao termo Cristo, provém do Krestus grego, que quer dizer: Ungido, Iluminado. (3).

Só o desconhecimento dessa mesma Sabedoria Eterna pode levar os prosélitos de várias religiões existentes, a se digladiarem mútua e estupidamente como se todas elas não fossem “pálidos raios seus”. Ou como disse o grande Teósofo espanhol, Mario Roso de Luna, “embaciados espelhos onde a mesma (Sabedoria Eterna) se reflete”.

Amônio Sacas foi um grande e eminente filósofo, que viveu em Alexandria, entre o segundo e terceiro século de nossa era. Foi o fundador da “Escola Neoplatônica” dos Filaléteos ou “Amantes da Verdade”, como foi dito anteriormente. Nasceu de pais cristãos e era pobre. Possuía, entretanto, uma bondade tão grande, que o cognominaram, desde logo, Theodidactos ou “ensinado (guiado) por Deus” etc. Venerou a tudo quanto de bom existia no Cristianismo, porém, rompeu com o mesmo e com as suas Igrejas, ainda jovem, por não ter encontrado, em seu seio, coisa alguma superior às antigas religiões, mas apenas cópias e adulterações suas.

Seus Mestres foram: Pitágoras e Platão.

Ensinou ele que “a religião das multidões correu sempre pari passu com a filosofia, e que com esta foi se corrompendo gradualmente, por vícios de conceitos, mentiras e supertições, puramente humanos. Era necessário, portanto, restituí-la à sua original pureza, por isso mesmo, expurgando-a da escória e interpretando-a filosoficamente, pois o propósito de Jesus foi restabelecer à sua prístina integridade, a Sabedoria da Antiguidade; reduzir o domínio da superstição que prevalecia no mundo, corrigir os erros introduzidos nas diversas religiões e quanto pudesse servir de obstáculo à rápida evolução do homem, na sua marcha para o divino”. Pelo que se vê, era um verdadeiro teósofo sem deixar por isso, de ser cristão, budista etc.

Blavatsky, por sua vez, ensinou “que teósofo não deve sujeitar-se às opiniões alheias, formando ele as suas próprias convicções, de acordo com as regras de evidência, que lhe proporciona a ciência a que se dedica, sem atender a encômios de fanáticos sonhadores, nem a dogmatismos teológicos, Jesus pregou a doutrina secreta e “secreta” (tanto naquele tempo como hoje) quer dizer: Mistérios da Iniciação” (4).

Voltaire caracterizou, em poucas palavras, os benefícios dos Mistérios, ao dizer que, “entre o caos das supertições populares, existia uma Instituição que evitou sempre a queda do homem na mais degradante animalidade: a dos “MISTÉRIOS”.

Os termos Buda e Cristo não pertencem a nenhum indivíduo, mas representam categorias a que podem chegar

os homens, porquanto, Buda, provém de Bodi sânscrito que quer dizer Sábio, Iluminado etc. Do mesmo modo que Bod tibetano com o mesmíssimo significado, com prova ao Tibet se lhe chamar Bod-Yul, ou “País do Conhecimento, da Sabedoria Perfeita” etc. Quanto ao termo Cristo, provém do

Krestus grego, que quer dizer: Ungido, Iluminado. (3).

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E justamente por ser “Mistério”, é que não pode chegar ao domínio de todos, mas de uma elite (ou de “eleitos”, na razão, repetimos, de “muitos serão os chamados e poucos os escolhidos”) capaz de conduzir a maioria pelo Caminho do Dever, da Honra, do Amor e da Justiça, até que não seja mais necessária a referida seleção, isto é, quando a Humanidade inteira (utopia para os pessimistas de todas as épocas) estiver equilibrada por tão elevados princípios que, a bem dizer, representam os “eubióticos princípios”, com que a mesma Humanidade, queira ou não, terá que se regular, sob pena de continuar por muitos séculos ainda, sacudida pelos terríveis vendavais que há tanto tempo servem de obstáculo à sua marcha evolucional para o Divino. E cujos “vendavais” estão muito bem simbolizados nos Quatro Cavaleiros do Apocalipse: DOMÍNIO, GUERRA, FOME e PESTE.

(1) Fundador e dirigente espiritual da SOCIEDADE TEO-SÓFICA BRASILEIRA (nota da redação)(2) O mesmo Jesus, ao entrar num Templo anterior à sua missão (nesse caso “pagão”), dele expulsou os “vendi-lhões”, chamando-o de “Casa do meu Pai”, o que é um belo exemplo para a intolerância religiosa dos dias atuais (notas do autor).(3) A “Chave etimológica” é uma das mais importantes “chaves” interpretativas, que frequentemente será utili-zada para demonstrar, ao leitor atento, que todo o saber humano, nas suas múltiplas formas, científica, religiosa, filosófica, artística, linguística etc., provém de uma fonte única que é a SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES (nota da redação).(4) Referindo-se aos Grandes Iniciados que passam por fundadores de várias religiões existentes no mundo, o grande sábio de nosso século, que foi o Dr. Mário Roso de Luna, tem as seguintes palavras:

“Foram todos Eles seres superiores que nos deram dou-trinas eficazes para que nos redimíssemos por nossos próprios esforços (de acordo, dizemos nós, com o “Faze por ti, que Eu te ajudarei”, e não pagando a outros para que o façam por nós...). Nenhum deles fundou a religião que se lhe atribui. Quem fundou todas elas foram seus pretensos discípulos que, escravos do inerte dogma que criavam, esqueceram que religião não é crença, mas a dupla ligação de fraternidade entre os homens, segundo sua etimologia latina (religio, religare, religar ou tornar a ligar)”.

Em outros lugares:

“Nenhuma das religiões – desde a mais antiga à mais moderna – se fundou em absoluta ficção, nem tão pouco foi objeto exclusivo e ad hoc de uma revelação feita espe-cialmente para elas. Dogmas ulteriores acabaram sem-pre por destruir a verdade religiosa primordial. E nenhu-ma doutrina de humano interesse, por mais santificada que esteja pelo hábito, pelo tempo ou por seus homens, pode ser comparada em santidade, com a Religião da Natureza. A Chave da Sabedoria, que abre as ebúrneas portas que nos impedem o acesso nos ARCANOS dos mais recônditos Santuários, se acha oculta em um Seio Misterioso. E esse seio, não se encontra, propriamente, na face da Terra. É a razão por que, de tempos em tem-pos, se faz sentir, ora no Oriente, ora no Ocidente, como se fora o próprio Loto nascido no fundo das águas” (nota do autor).

Transcrito de O Luzeiro nº 5 - Ano 1 - outubro, 1952 - págs. 51, 52 e 53.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Revista Dhâranâ - Ano LII - Série Transformação - nº 2 - 4º trimestre 1977 - págs. 48 a 52.

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Este texto é uma versão atualizada e resumida de dois outros do autor: O trabalho no Novo Pramantha e O Trabalho do Pramantha,

este último em coautoria com Armando Ferrante Jr., Fabíola Maceo e Marcelo Maceo. O fulcro do texto é a noção de que a realização humana,

tanto quanto a divina, é essencial para a evolução.

Pramantha é trabalho. O Novo Pramantha é um Novo Trabalho.

É sobre este Novo Trabalho que vamos discorrer. Antes, porém, alguns esclarecimentos para facilitar a compreensão do arcabouço conceitual desse texto.

Pramantha é aqui entendido como o trabalho organizado e realizado por diversas hierarquias, das mais celestiais às mais humanas, focado no desenvolvimento da humanidade. O Novo Pramantha, inaugurado em 25 de fevereiro de 1963, tem como ponto fulcral a construção do Quinto Sistema de Evolução.

Este conceito de Pramantha, de Novo Pramantha, encerra alguns corolários. Vamos nos ater a apenas um deles. Ora, se o Novo Pramantha é o trabalho organizado e realizado por hierarquias celestiais e humanas, para a construção do Quinto Sistema de Evolução – que segundo alguns textos deverá estar no seu apogeu dentro de 30 mil anos – existe uma dimensão, um estado de consciência, em que o celestial, o humano, o presente e o futuro se articulam.

Esta dimensão, no nosso entendimento, é a do mental abstrato. Nas tradições esotéricas e orientais,

inclusive no escopo da doutrina eubiótica, o ser humano é formado por sete naturezas: física, vital, emocional ou astral, mental concreto, mental abstrato, búdica ou intuitiva e crística ou atman.

Segundo estas tradições, em decorrência dos diversos atrasos ocorridos na evolução, a maioria da humanidade encontra-se com sua consciência focada entre o emocional e o mental concreto. Existe uma minoria já no mental

abstrato, e alguns poucos que conseguem, por lampejos, penetrarem nas dimensões do búdico e do crístico.

Ainda segundo os ensinamentos divulgados pela Sociedade Brasileira de Eubiose, o plano mais denso que as hierarquias divinas podem atingir, é o mental abstrato. Do mesmo modo, o plano mais sutil que a humanidade, como um todo, pode atingir, em breve, também é o mental abstrato.

É então no mental abstrato que ocorre o diálogo entre o divino e o profano, ou humano. Para os deuses, a dificuldade apresenta-se em representar o saber, ou me-lhor, o amor-sabedoria das suas respectivas dimensões de atman e búdico numa linguagem racional. Isto porque o mental abstrato ainda é uma expressão, mesmo que sutil, da mente racional. Para o ser humano, é necessário

Momento 1 – Construindo o Abstrato

A EXPERIÊNCIA HUMANA DO PRAMANTHA

http://www.uni.edu/~reineke/violence_and_religion.htm

Laudelino Santos Neto

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romper as amarras do comparativo, analógico, do mental concreto (este ainda impregnado das incertezas, inse-guranças e frustrações do emocional) e construir pontes para o mental abstrato.

Esta passagem do concreto para o abstrato não se faz facilmente. E como nas lendas que narram a transformação do homem comum em herói, as principais dificuldades são as criadas na mente e no coração do candidato. Há que se romper as amarras mentais e emocionais que davam sustentabilidade ao estado anterior e, ao mesmo tempo, dissipar os véus maiávicos criados, principalmente, pelo emocional/astral. Estas criações maiávicas são interpretadas pelo discípulo como oriundas de estados superiores de consciência (mental abstrato e búdico), mas, em verdade, são produtos da estratégia de sobrevivência do ego, que estruturado nos limites seguros (apesar de sofridos) do emocional/astral com o mental concreto, não ousa romper o pseudoequilíbrio e lançar-se em direção ao futuro, ao novo.

O fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, professor Henrique José de Souza, afirmou que “A humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício, e do amor um pecado”. Este sacrifício está na própria origem da palavra trabalho. Ela vem do latim vulgar tripaliari, que quer dizer martirizar, sacrificar, torturar com o tripaliu, instrumento de tortura, uma espécie de chicote com três pernas, alguns com as pontas de ferro. Assim, quando falamos de trabalho, a palavra remete-nos a um contexto longínquo de castigo, pena, expiação.

Na Grécia antiga existiam dois conceitos para o trabalho, que vão ser essenciais para o que aqui pretendemos desenvolver. O primeiro deles é ponos, que significa o trabalho realizado pelo escravo e, por isso mesmo, com o caráter de fadiga, pena, expiação. O outro é ergon, o trabalho realizado pelo homem livre, de caráter criativo, artístico, filosófico, científico, realizado com

Momento 2 – Trabalho com Prazer

sucesso. Há algumas décadas, os estudos voltados à melhor adaptação homem/máquina receberam o nome de ergonomia, resgatando a antiga palavra grega.

Também é importante ressaltar que no decorrer dos séculos, no interior da língua grega houve uma deturpação, uma deterioração do significado da palavra ergon. Ela perdeu a significação de trabalho

criativo, prazeroso, e passou a ser simplesmente trabalho no sentido de execução de uma obra qualquer. É como se a característica divina do trabalho fosse se diluindo e desaparecendo e, ao mesmo tempo, em ergon foi se incorporando o de ponos, punição.

Bem, a história do trabalho como castigo, punição e sacrifício já é bem conhecida de todos. Sempre existiu e persiste até hoje, como um grande empecilho para a evolução humana, como observou o professor Henrique José de Souza. Vamos então resgatar ergon,

A passagem do mental concreto para o mental abstrato, no nosso entendimento, implica uma série de transformações. Algumas acontecem no território da subjetividade, quando o ego se reposiciona na psique, deixando de ser um reflexo interno do mundo exterior para se tornar um referente da individualidade. Outras ocorrem quando o mundo objetivo é reordenado em no-vas bases. Vemos como fascinante o estudo e a pesquisa das possibilidades deste trânsito mental, do concreto para o abstrato. São desafios para novos trabalhos, novos enfoques.

Dentro do âmbito do que no momento nos propomos refletir – o trabalho como valor essencial no Novo Pramantha – cabe apenas uma pequena observação: operar no mental abstrato significa trabalhar com conceitos e construir modelos. Tanto uns quanto outros são ferramentas para a construção do abstrato.

http://lasogaalcielo.blogspot.com.br/2010/06/sistema-mimesis-i-seguimiento.html

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como um tipo de trabalho sem culpa, sem pena, sem expiação, mas prenhe do novo, do futuro, como essencial para a objetivação do Novo Pramanha.

Detalhando ergon, podemos afirmar que este possui três grandes eixos, três grandes possibilidades de realização, de construção. E todas são importantes para o avanço do estado de consciência da humanidade, para transformar o trabalho no âmbito do mental abstrato como uma atividade cotidiana, em que homens e deuses interagem com alegria e prazer. Estes três grandes vetores que apontam para o Quinto Sistema de Evolução são: mímesis, práxis e poiésis. Mantivemos os termos em grego, tendo em vista sua ampla abrangência de significação.

Mímesis era a base do trabalho criativo na Grécia antiga. Aristóteles, na Poiética, afirma que a imitação é o primeiro estágio da criação intelectual, artística. O ato de imitar, diz o filósofo grego, é congênito no homem e, mais ainda, este se deleita com o imitado. É algo prazeroso. Dentro da perspectiva da Eubiose, podemos afirmar que mímesis remete-nos à Idade de Ouro, quando os deuses viviam na face da Terra, e os homens esforçavam-se para imitá-los.

Ainda do ponto de vista aristotélico, quando mais próximo o trabalho de mímesis da reprodução da natureza, dos mitos, da sociedade, das revelações sagradas, mais este é verdadeiro. Assim, já se estabelece um critério de verdade para a poesia, para as obras de arte, para a educação, para as instituições humanas. Mas como tudo que é humano é também contraditório, nunca o homem na sua inteira dimensão humana poderia recriar totalmente verdadeiro, idêntico, à natureza, ao divino. Aristóteles supera este problema com o conceito de verossímil. (Mais uma vez o conceito mostra-se uma ferramenta indispensável para a construção do mental abstrato). Diz ele que a verossimilhança não expressa ipso facto a verdade, mas a possibilidade de uma obra, de um trabalho ser verdadeiro.

A práxis é alguma coisa muito citada nas últimas décadas. Mas aos poucos foi também perdendo seus conteúdos semânticos. Para resgatá-los, vamos refletir sobre práxis partir de théoria. Théoria vem do verbo grego theorein, que significa olhar, contemplar. Mas não é um simples olhar. É um olhar sobre a natureza como expressão divina, como fornecedora de conhecimento. É um olhar de quem quer conhecer. O verbo, por sua vez, vem do substantivo theoi, que quer dizer Deus. Do olhar que busca o conhecimento, que reflete, que medita, a princípio sobre algo que transcende o pensador, Deus, este theorein, com os séculos, transformou-se em théoria, que entre muitas acepções pode-se afirmar ser a capacidade de construir modelos abstratos para

reproduzir o real em outra dimensão, em outro nível de conhecimento, além do simples conhecer.

Mas, se no tempo dos gregos, podia-se falar em théoria, um trabalho de reflexão sobre a realidade, já há algum tempo não se pode desgrudá-la da práxis. Esta última entendida como a capacidade de trabalho do homem, com sua criatividade, de mudar o ambiente externo, a natureza, a realidade, mas, também, com isso, mudar a si mesmo, sua subjetividade. Daí a acepção clássica de Marx em sua terceira tese sobre Feuerbach: os homens estão condicionados pelo ambiente e pela educação, mas também é verdadeiro que são precisamente os homens que são capazes de mudá-las. E Marx disse com todas as letras, numa crítica ao idealismo alemão, que não basta interpretar o mundo. Tem que modificá-lo.

Como consequência, no mental abstrato, lócus onde se processa a construção do Quinto Sistema de Evolução, não podemos mais falar isoladamente em théoria e práxis, e sim em théoria/práxis, conceito que pressupõe o diálogo, o trabalho conjunto entre homens e deuses. Em outras palavras, o Novo Pramantha.

O conceito de trabalho como poiésis ultrapassa em muito os de mímesis e de théoria/práxis. A poiésis é um trabalho criador essencialmente fundador. Ele coloca na cultura, na história humana (e talvez até na história divina) um novo Significante, que pelo seu poder de germinação e multiplicação, é capaz de fundar novos paradigmas. Pelo seu caráter de fundação, a poiésis é profundamente revolucionária, não apenas porque muda e transforma o mundo, mas também e principalmente, aparentemente sem raízes no passado, instala um marco a partir do qual o mundo nunca mais será o mesmo. Alguns exemplos: o Cristianismo, a Mecânica de Newton, o Heliocentrismo de Copérnico, a Relatividade de Einstein, a Psicanálise de Freud e a Eubiose de Henrique José de Souza.

Mímesis era a base do trabalho criativo na Grécia antiga. Aristóteles, na Poiética, afirma que a imitação é o primeiro estágio da criação

intelectual, artística. O ato de imitar, diz o filósofo grego, é congênito no homem e, mais ainda, este

se deleita com o imitado. É algo prazeroso. Dentro da perspectiva da Eubiose, podemos afirmar que

mímesis remete-nos à Idade de Ouro, quando os deuses viviam na face da Terra, e os homens

esforçavam-se para imitá-los.

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Momento 3 – Superando a Incompletude

Do ponto de vista humano, Jiva, preparar-se para o 5° Sistema implica, entre muitas coisas, avançar em direção ao Androginismo Perfeito. Em Os mistérios do sexo, o Professor Henrique José de Souza esclarece muito bem a questão do Andrógino Perfeito, que não é 50% masculino e 50% feminino, formando um todo de 100%, como pensam alguns esotéricos que tentam entender algumas das orientações sexuais minoritárias. O Andrógino Perfeito surgirá com os homens soli-lunares 100% masculinos em sua natureza externa e 100% femininos em sua natureza interna. As mulheres luni-solares serão o inverso, 100% femininas em sua natureza externa e 100% masculinas em sua natureza interna.

No Androginismo Perfeito, portanto, o conflito hoje existente na parte subjetiva homem/mulher, entre anima e animus, estará totalmente superado. Este conflito é muito mais uma angústia de ausência causada pela incompletude subjetiva, psíquica – do feminino no homem e do masculino na mulher, gerando uma desarmonia, uma carência ancestral, que vem desde a divisão dos sexos na Lemúria. Esta falta que nos empurrou aceleradamente para a evolução, trouxe com ela o mental e a noção de egoidade, essenciais para o Sistema seguinte.

Mas a humanidade do 4° Sistema ficou até certo ponto incompleta, atrasada no aspecto emocional. Sofre de uma incompletude psíquica, subjetiva, da ordem do afetivo-emocional. Esta falta, este vazio a empurra a uma busca permanente, a uma demanda de amor, para em vão tentar suprir esta ausência. Como esta busca de amor ocorre colada ao mental, como se fossem duas faces da mesma moeda, ela vem sempre acompanhada de uma

vontade de saber, uma vontade de conhecer. Isso tudo nos im-pulsiona ao progresso, à evolu-ção, apesar de ter um preço, um custo em ansiedade e sofrimen-to.

Como possui um mental concreto estruturado, uma parte da humanidade procura preencher este vazio, de uma maneira ou de outra, através de vários processos de sublimação. Só que ele nunca é preenchido com a parte de Ser que nos falta, e sim através de várias suplências ao longo da vida. Estas suplências de certa forma tamponam o que nos falta em termos afetivo-emocionais. De suplência em suplência, de

maya em maya, como denominamos na SBE, trilhamos um processo de amadurecimento, de conhecimento, de evolução.

Superar a incompletude é o que realmente interessa. Um dos passos importantes é termos consciência de que as suplências, as sublimações, as mayas, inclusive as iniciáticas (por exemplo a formação profissional, as diversas experiências com o sexo oposto, a criação artística, o conhecimento esotérico, etc.), são vestes que usamos em determinadas épocas e sua importância e prioridade deverão ser descartadas e substituídas por outras durante a caminhada evolutiva. Um outro passo, outro vetor, é a vivenciação dos ensinamentos do Prof. Henrique José de Souza relativos ao amor-sabedoria, em que o primeiro termo deixa de ser uma mera busca para suprir uma falta, mas se associa à sabedoria, que é um processo integral de conscientização. Superar a incompletude é saber da impossibilidade de preencher totalmente o vazio ancestral, a não ser com a paulatina inserção consciente no Pramantha.

http://autoriaemrede.wordpress.com/2011/01/02/0101-dia-do-dominio-publico/

O domínio do mental concreto e o não bloqueio do abstrato, associado à consciência da sua situação afetiva – uma falta que não pode ser totalmente preenchida – leva o discípulo Jiva à queda das penúltimas identificações imaginárias. Uma com a ciência, que esperava resolver todos os problemas universais. Outra com a forma idealizada de alguém do sexo oposto, isto

Momento 4 – O Trabalho Consciente

é, não ama uma pessoa concreta, mas sim um lugar imaginário que pensa representar um outro.

Ao colocar o conhecimento científico em sua ver-dadeira dimensão, de precariedade e instabilidade, o dis-cípulo começa a se tornar apto para vislumbrar o mental abstrato. Ao mesmo tempo, ao despir a pessoa amada

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De uma maneira ou de outra, toda a humanidade está englobada no projeto do Pramantha. Mas para alguns, principalmente os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose, não basta ser atingido pelos reflexos do trabalho realizado pelo Novo Pramantha. Há que se inserir conscientemente nele. E a inserção consciente pressupõe ao mesmo tempo trabalho na humanidade e reflexão, meditação pessoal. Um realimentando o outro.

das formas idealizadas pela carência afetiva primordial, prepara-se para o futuro androginismo, passa a ver o outro que ama não como alguém que irá responder às suas demandas afetivas imaginárias, mas sim um outro sujeito, de sexo diferente, que irá ajudá-lo a entender a si mesmo e ao mundo.

A evolução humana não é um processo linear. Ao mesmo tempo em que estas últimas mayas são superadas, destruídas, o discípulo estará trabalhando em outro vetor essencial para sua jornada iniciática. É a construção da sua singularidade. Cada pessoa é um ser especial entre seis bilhões de habitantes da Terra. Saber desta diferença absoluta entre um e seis bilhões, ter consciência profunda dela, é também compreender que determinadas ações só nós podemos realizar no mundo.

Consciente da nossa singularidade absoluta, passamos a entender nossas ações como a expressão da vontade individual em termos de processo evolucional. Há então um salto vertiginoso, sublime, em que conseguimos transformar as angústias difusas e inconscientes, as culpas passadas e presentes, em algo esplendoroso que é a integração e a responsabilidade consciente no trabalho do Pramantha. Neste momento que podemos considerar como de grande esplendor, cai a última maya, que é a nossa identificação idealizada com o nosso Orientador, com o nosso Mestre, com o Avatara.

Ao cair a identificação mayávica com o Mestre, estabelece-se entre Ele e o discípulo uma verdadeira relação pramânthica, em que o Um torna-se Múltiplo e o Múltiplo torna-se Um. O V. Antônio C. Ferreira, em aula de 24.2.1945, publicada pelo CEP-SBE no livro Aulas da Coluna J, explica esta integração no Pramantha sob a ótica do Adepto, que age sempre em correspondência com uma determinada força cósmica. Diz ele:

“Assim, o Pramantha, não é mais do que o conjunto das forças cósmicas, maiores e menores, agindo com vida e forma humana, na Face da Terra. Vê-se, pois,

que cada Adepto tem o seu lugar bem determinado, em correspondência com a força cósmica que representa e faz transmitir; daí não poder haver dois Adeptos ligados à mesma força.”

Na mesma aula explica o Venerável Ferreira que apesar de não poder haver dois Adeptos ligados à mesma força cósmica, poderá haver

[...] “subaspectos encarregados de concentrar for-ças menores da mesma qualidade, e em última análise e grau, cada homem vem a se tornar um desses subaspec-tos, de pequena ordem, é claro, mas, o que é importante, - ligado a uma bem determinada Linhagem, que, com o evoluir, só poderá se ligar a um dos aspectos do Praman-tha, e jamais a outro.”

Ao colocar o conhecimento científico em sua verdadeira di-mensão, de precariedade e instabilidade, o discípulo começa

a se tornar apto para vislumbrar o mental abstrato. Ao mesmo tempo, ao despir a pessoa amada das formas idealizadas pela carência afetiva primordial, prepara-se para o futuro androgi-nismo, passa a ver o outro que ama não como alguém que irá

responder às suas demandas afetivas imaginárias, mas sim um outro sujeito, de sexo diferente, que irá ajudá-lo a entender a si

mesmo e ao mundo.

Momento 5 – A Inserção no Pramantha

Com certeza existem centenas de maneiras, de formas, de possibilidades de trabalhar integrado no Pramantha. Apenas para não fugir do nosso referente principal, pois fazemos parte de uma instituição iniciática, a Sociedade Brasileira de Eubiose, digamos que existem 777 portas de entrada, funções a serem realizadas ...

Como discípulo, o membro da instituição iniciática é necessariamente um elo de ligação entre

http://michendangel.blogspot.com.br/2011/05/casais-anime.html

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Ao colocar o conhecimento científico em sua verdadeira di-mensão, de precariedade e instabilidade, o discípulo começa

a se tornar apto para vislumbrar o mental abstrato. Ao mesmo tempo, ao despir a pessoa amada das formas idealizadas pela carência afetiva primordial, prepara-se para o futuro androgi-nismo, passa a ver o outro que ama não como alguém que irá

responder às suas demandas afetivas imaginárias, mas sim um outro sujeito, de sexo diferente, que irá ajudá-lo a entender a si

mesmo e ao mundo.

a humanidade e aquele ou aqueles que elegeu como Mestre, existe então claramente uma questão de transmissão do conhecimento, transmissão do saber, transmissão da consciência, a partir do diálogo, do trabalho conjunto entre homens e deuses no lócus do mental abstrato.

Nós estamos implicados no Novo Pramantha, quer dizer, estamos envolvidos, estamos enredados na espiral da evolução. Não é mais uma relação de quem recebe ensinamentos, novos conhecimentos, os elabora e retransmite. Isso já é muito, mas não o suficiente. Implicar-se significa inserção no Pramantha, com todas as dimensões humanas comprometidas com o trabalho de evolução. Implicar-se é aumentar em muito os pontos de contato, de cruzamento, do projeto pessoal de vida com o Pramantha.

Sob a ótica da evolução, da história humana, tivemos o trabalho sendo realizado pelo próprio corpo, ou por ferramentas que eram extensões deste. Milhares de anos a humanidade levou lavrando o campo, construindo habitações, tecendo etc. O trabalho como fator de modificação da natureza era ainda incipiente. Para ficarmos na mitologia grega, foi época de Atlas, o deus que carregava a Terra nas costas, e os trabalhos heroicos eram realizados por Hércules.

Mas aconteceu um momento em que as ferramentas não eram mais suficientes. E o fogo que Prometeu doou aos homens, como conhecimento, foi literalmente domado, domesticado, na primeira máquina a vapor, corretamente chamada de máquina de fogo. O conhecimento e domínio da termodinâmica, com Carnot e Kelvin, fizeram as revoluções industriais, e a entropia e a entalpia entraram no dia a dia das pessoas.

Agora estamos iniciando também uma nova época. O fogo de Prometeu não é mais mistério. O trabalho mais fascinante, que se inicia, é não mais o da produção e transformação do calor, mas sim o da informação. E o deus desta era é, sem dúvida alguma, Hermes, Mercúrio, que transporta o conhecimento entre os deuses e, por que não, para e entre os homens.

http://michendangel.blogspot.com.br/2011/05/casais-anime.html

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ARISTÓTELES. Os pensadores. São Paulo: Editora Abril, 1984.BOBBIO, Norberto y MATTENCCI, Nicola. Dicionário de política. México: Siglo Veintiuno Editores, 1982.BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor, 1988.FERRANTE JR., Armando; MACEO, Fabíola; MACEO, Marcelo; SANTOS NETO, Laudelino. O Trabalho do Pramantha. Trabalho apresentado na Convenção da SBE em São Lourenço, em 25.2.2005.FERREIRA, Antônio Castaño. Aulas da Coluna J – CAF. CEP, SBE.FEYERABEND, Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.FORTIS, Antonio Carlos. O buscador e o tempo: um estudo antropológico do pensamento esotérico e da experiência iniciática na Eubiose. Dissertação de Mestrado apresentada no Departamento de Antropologia Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. São Paulo, 1997.FREUD, Sigmund. Leonardo da Vinci e uma lembrança de infância. In cinco lições de psicanálise. Obras Completas, volume XI - Imago, Rio de Janeiro, 1990.GRIMAL, Pierre. Dicionário da mitologia grega e romana. Bertrand, Rio de Janeiro.LACAN, Jacques. Seminário 8 - a transferência. Jorge Zahar. 1995SANTOS NETO, Laudelino Santos. A escola eubiótica e a transmissão do conhecimento. Episteme, Tubarão, v. 3, nº 9/10, p. 67-84, jul./fev. 1996/1997.SANTOS NETO, Laudelino. A razão prática como acesso ao real. Revista Episteme, Unisul, Tubarão, 1993.SANTOS NETO, Laudelino. O real feminino na construção do androginismo. Trabalho divulgado na 8ª Convenção da SBE, setembro de 1997, Itaparica, BA.SANTOS NETO, Laudelino. O 5° Sistema de evolução e o an-droginismo perfeito. Trabalho apresentado na Convenção da SBE, fevereiro de 2003, São Lourenço, MG.SANTOS NETO, Laudelino. O trabalho no Novo Pramantha. Trabalho apresentado na 51ª Convenção da SBE, fevereiro de 1999, São Lourenço, MG.SOUZA, Henrique José. Árvore simbólica da sétima sub-raça. in Dhâranâ nº 69 – julho/setembro de 1931 – órgão oficial da SBE.SOUZA, Henrique José. O verdadeiro caminho da iniciação. CEP-SBE, São Lourenço.SOUZA, Henrique José. Os mistérios do sexo. CEP-SBE, São Lourenço.VIDAL, Sebastião Vieira e ESTRELA, Margarida. Série Cultural. CEP, SBE.

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REFLEXÕES SOBRE AS REGRAS DO NOVO PRAMANTHA

No entanto, antes de avançar na direção dessas questões é importante dizer que o vocábulo pramantha é aqui compreendido com o sentido de movimento, ação, transformação, mudança.

No Glossário Teosófico, obra de referência escrita por Helena Petrovna Blavatsky (HPB), consta que palavra pramantha tem origem no sânscrito e servia para designar o acessório usado pelos brâmanes para produção do fogo e consistia basicamente numa haste de madeira vertical (expressão do aspecto masculino) que friccionada sobre uma base horizontal, o arani (expressão do aspecto feminino), gerava uma terceira coisa: o fogo, agni, o filho1. Nesse sentido, trata-se de uma relação entre o móvel e o imóvel, o volátil e o fixo, a mudança e a permanência e, por isso mesmo, expressa a cruz que traduz a evolução na Terra.

O encontro mítico e dramático entre Prometeu (cujo nome remete à Pramantha) e a deusa IO, ele condenado à prisão, e ela condenada ao movimento, encena, em certa medida, a dramaturgia do Pramantha que se faz e se refaz e que de tempos em tempos se renova.

A simbologia do Pramantha em movimento ou do movimento pramânthico também está expressa na décima lâmina dos Arcanos Maiores que compõem o

Taro (Rota), conhecida como a Roda da Fortuna, a Roda da Vida, a Roda dos Renascimentos e Mortes.

A roda remete-nos de volta à ideia de movimento. O Dicionário de Símbolos, de autoria de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, indica, por exemplo, que:

“A roda participa da perfeição sugerida pelo círculo, mas com uma certa valência de imperfeição, porque ela se refere ao mundo do vir a ser, da criação contínua, portanto da contingência e do perecível. Simboliza os ciclos, os reinícios, as renovações”.

[...]

“A significação cósmica da roda está expressa nos textos védicos. Sua rotação permanente é renovação. Delas nasceram o espaço e todas as divisões do tempo. É também a Rota Mundi dos Rosa-Cruzes. Só o centro da roda cósmica é imóvel: é o vazio do cubo que o faz girar (Tao, 11), o umbigo (nadhi ou omphalos). Nesse centro se mantém

o Chakravarti, aquele que faz girar a roda2.

Pois bem, se Pramantha é movimento permanente, é renovação e deslocamento de um ponto no espaço e no tempo para outro ponto espaço-temporal, tendo entre eles um diferencial específico de energia e consciência, fica claro que para nortear (ou sulear) esse deslocamento

O objetivo do texto que aqui se oferece ao leitor é levantar ou identificar algumas questões que, de algum modo, estão contidas ou situadas no âmbito das denominadas Regras do Novo Pramantha.

(1) H.P.B. Glossário Teosófico eletrônico.(2) Chevalier, Jean e Gheerbrant, Alain. Dicionário de símbolos: (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). Rio

de Janeiro: José Olympio, 1999, pág. 783/784. 13ª Ed.

Maurício de Castro Govêa da Silva e Mario Chagas

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de consciência e de energia, é preciso que existam orientações (ou ocidentações), ou simplesmente, regras e diretrizes que funcionem como vetores e sinalizadores espirituais, sem o que reinaria o caos.

Com esse sentido e com outros que de certo nos escapam foi que o professor Henrique José de Souza (JHS), para dar continuidade à Obra do Eterno na Face da Terra, codificou as Novas Regras do Pramantha. Principal motivo: as Regras do Antigo Pramantha remontavam ao transbordo das raças lemuriana e atlante para a raça ariana. O trabalho espiritual contemporâneo exigia novas diretrizes, visando ao devir, ao divino e ao advento das raças bimânica e atabimânica.

Por tudo isso, no dia 20 de dezembro de 1936, JHS, na condição de Manu, codificou as “Regras da Grande Fraternidade Branca”, também conhecidas como LOURENÇO PRABASHA DHARMA (LPD), contendo sete capítulos com 49 parágrafos, sendo datilografadas em 49 folhas de papel liso com todos os carimbos atinentes ao Codificador da mencionada Lei3.

Reza um dos parágrafos constantes destas Regras que todos os Capítulos e Parágrafos possuem caráter indestrutível e inviolável estando todos os homens e coisas a eles subordinados. Interessante observar que as Regras passaram a vigorar a partir de 9 de maio de 1937, por força de preparativos necessários para a implantação da Obra na Terra.

Umas das definições de importância cabal introduzidas pelo Manu nas Regras do Novo Pramantha foi a proibição da aplicação de castigos físicos impostos aos discípulos por mestres ou gurus, quando aqueles começavam a trilhar o caminho iniciático4.

De outro modo: o Mestre do Novo Pramantha deixa claro que não é pelos castigos físicos que os discípulos entenderão o sentido da iniciação, mas sim, através da elevação do estado de consciência que será adquirida por cada um em seu tempo. É evidente que isso que se aplica ao discípulo também se aplica à sociedade. Pelas Regras do Novo Pramantha desde 1937 o castigo físico,

(3) Ata Esotérica datada de 20/12/1936. Convém aqui esclarecer que a denominação de Regras dada por J.H.S não tem a mesma conotação de regras em nosso ordenamento jurídico. Em questão de hermenêutica jurídica regra é “preceito legal de natureza técnica, que estabelece previsão, mas sem estatuição, o que a distingue da norma. A regra jurídica á apenas autorizante: a norma é, em geral, coercitiva”. In Dicionário Jurídico, SIDOU, J. M. Othon, 5ª ed. - Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999, pág. 716. Portanto, as Regras do Pramantha são normas endereçadas a todos os seres e pautam todo o dinamismo evolucional do mundo, tanto que aqueles que desobedecem seus ditames estão sujeitos a certas penalidades.(4) Para se ter uma noção do que eram tais provas e castigos basta deitar um olhar na vida de Milarepa , para se ter uma ideia do quanto era doloroso para o discípulo estas provações. EVANS-WENTZ W. Y. MILAREPA - História de Um Yogi Tibetano. Ed. Pensamento. 14ª ed. 1995.

Umas das definições de importância cabal introduzidas pelo Manu nas Regras

do Novo Pramantha foi a proibição da aplicação de castigos físicos impostos aos discípulos por mestres ou gurus, quando aqueles começavam a trilhar o caminho

iniciático.

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a palmatória, o açoite e a tortura (consequentemente) estão abolidos.

Um dos grandes instrutores da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE) e discípulo direto do Mestre JHS, conhecido como Sebastião Vieira Vidal, inspirado ensinava, que as leis do Pramantha obedecem a uma dinâmica universal e, por isso mesmo, “são modificadas em cada avatara”. Segundo o venerável Vidal, “por isto é que foi dado aos Munindras, o dístico at niat niatat, que não quer dizer apenas, ‘um por todos e todos por um, mas como dizia JHS (Prometeu Libertador) no começo, ‘um no todo e o todo no um’, ou que todos devem ser iguais àquele que os criou ou fazer-se à sua semelhança (para ser um Prometeu Libertado)”.

O Mestre JHS sabedor da natureza humana em toda a sua profundidade ensinou que é só através da união dos irmãos que a roda pramânthica entraria na movimentação exigida pelo Novo Ciclo.

Além de conter capítulos referentes às Fraternidades, aos Discípulos e aos Adeptos, como também aos seus direitos e deveres, as Regras do Novo Pramantha consignam que o Novo Ciclo entraria em funcionamento no ano de 1983 e seria tocado pelos pupilos da Obra que naquela época já estariam em condições de instruir a semente que comporia o 5º Sistema de Evolução.

Em virtude dos misteriosos encaminhamentos das Leis do Darma e do Karma (que de algum modo, refletem a relação do divino com o humano), no dia 25 de fevereiro de 1963, JHS recebeu a visita dos Cadetes da Ordem do Ararat, na Vila Helena e, num saque contra o futuro, antecipou em vinte anos o início desse Novo Ciclo. A comemoração dos 50 anos desse acontecimento foi celebrada pelo Mestre da Ordem do Ararat com pompa, circunstância, alegria, vigor e energia.

Recapitulando, em 1937 as Regras do Novo Pramantha entraram em vigor e passados 26 anos o Novo Ciclo começou a luzir. Ora, 2 + 6 = 8 (a Lei). Logo, temos a Lei Universal (Darma) antecipando o trabalho (Karma) do Novo Pramantha.

JHS esclarece que este Pramantha abarca vários Estados Brasileiros, como um Grande Sistema Geográfico, ficando no centro a cidade de São Lourenço.

O presente texto é singelo. Seu objetivo não é examinar em profundidade as Regras do Novo Pramantha - até porque os autores entendem que

Um dos grandes instrutores da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE)

e discípulo direto do Mestre JHS, conhecido como Sebastião Vieira Vidal, inspirado ensinava, que as

leis do Pramantha obedecem a uma dinâmica universal e, por isso mesmo,

“são modificadas em cada avatara”. Segundo o V. Vidal, “por isto é que foi dado aos Munindras, o dístico at niat

niatat, que não quer dizer apenas, ‘um por todos e todos por um, mas

como dizia JHS (Prometeu Libertador) no começo, ‘um no todo e o todo no um’, ou que todos devem ser iguais

àquele que os criou ou fazer-se à sua semelhança (para ser um Prometeu

Libertado)”

Sebastião Vieira Vidal

é fundamental uma relação direta dos estudantes e discípulos com as referidas Regras - e sim contribuir com algumas reflexões e estimular o estudo delas, o que permitirá, entre outras coisas, a compreensão da centralidade do trabalho a ser feito com as crianças e adolescentes no âmbito do Novo Pramantha, trabalho que hoje é a razão de ser da Ordem do Ararat.

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O LUZIMENTO DE UM PRAMANTHA

I - CONCEITUAÇÃO NECESSÁRIA

a) PRAMANTHA – Termo sânscrito utilizado para designar um acessório cilíndrico de madeira, um bastão, necessário para a produção do Fogo Sagrado;

b) ARANI - (sânscrito) – Nome atribuído a um acessório complementar que consiste num disco de madeira, com um orifício central, no qual os brâmanes produzem o fogo, por meio da fricção com o pramantha;

c) TWACHTRI - (sânscrito) - É o fogo plástico, um dos aspectos de Agni. Este, o Fogo Sagrado, em sua condição de Akta (ungido), é idêntico a Cristo, o Filho.

As fagulhas que resultam da fricção atingem os pequenos feixes de crina, untados com gordura animal, que os brâmanes colocam em torno da área de atrito, para facilitar o manejo.

A produção do Fogo é uma cerimônia mística de vastíssima significação oculta e muito sagrada, que o materialismo grosseiro do nosso século se encarregou de corromper, atribuindo-lhe apenas um significado lascivo, luxurioso (HPB).

Enquanto o primeiro representa a fecundação, portanto, um símbolo masculino, o outro, esotericamente chamado “A Matriz do Mundo”, no plano geral da Criação, é o princípio feminino universal.

Tamanho simbolismo constitui uma portentosa CHAVE, por meio da qual o iniciado pode desvendar os mais recônditos mistérios celestes e compreender a unidade.

Trata-se, pois, do “número TRÊS do Governo Oculto do Mundo, seja o Espiritual, como o Temporal, o Candelabro das três velas”. O SHIM, a Tríade Superior, o mistério do próprio Avatara (CR 29.12.1950).

Apesar de sofrer desvirtuamentos ou limitações, ao longo dos tempos, tal simbolismo não deixou de se refletir nas civilizações, influenciando o pensamento humano, nos campos da religião, da filosofia, das artes, bem assim no das ciências, de humanas a exatas, como exemplificado no quadro posto a seguir:

Na oportunidade em que a Sociedade Brasileira de Eubiose comemora, por meio de uma conversação realizada pela Ordem do Ararat, o cinquentenário das primeiras luzes de um Pramantha Novo, nada mais justo do que conceituar o termo, bem como os seus afins, com base no Glossário Teosófico de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.

Hugo Faria de Almeida

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Essa concepção dialética é o que colhe basicamente das Escolas de iniciação, Sim, a compreensão a respeito do estabelecimento da conciliação entre os opostos.

Por isso mesmo, tais Escolas sempre difundiram o pensamento dialético, sustentando, sem tréguas, que “Da união do Pai e Mãe Cósmicos surgiram os Mundos”, o que se acha expresso no antiquíssimo livro Estâncias de Dzian, nos termos seguintes: “no início, pai e mãe cósmicos se manifestam, para dar combate à harmonia”.

Pouco importa o nome que se lhe dê, de polaridade de conflito, contradição, de antagonismo ou dicotomia e doutrina maniqueísta, pois todos valem, mas nenhum diz exatamente o que representam. Somente a iniciação é capaz de proporcionar ao neófito, ainda que de maneira pálida, uma compreensão de sua grandiosidade.

A UNIDADE - OS TERNÁRIOS - A DIALÉTICA CÓSMICAAPLICAÇÃO PRAMANTHA ARANI TWACHITRI

PRINCÍPIOS CRIADOR TRANSFORMADOR CONSERVADOR

TRINDADE CRISTÃ PAI MÃE (ESPÍRITO SANTO) FILHO

TRINDADE EGÍPCIA OSÍRIS ÍSIS HÓRUS

TRINDADE BUDISTA BRAHMA SHIVA VISHNU

TRINDADE CALDAICA ANU HEA BEL

TRINDADE SEPHIROTAL KETHER CHOCHMAH BINAH

PODERES DA REPÚBLICA LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO

NATUREZA/PLANOS ESPIRITUAL PSÍQUICO FÍSICO

CONSTITUIÇÃO (Ser) ESPÍRITO ALMA CORPO

NO HOMEM MENTE EMOÇÃO AÇÕES

A DIALÉTICA (Filosofia) TESE ANTÍTESE SÍNTESE

A verdade é que a Dialética perpassa todos os setores da experiência humana e, sendo de conhecimento generalizado, deixa marcas profundas na história das civilizações.

Assim, no campo da crença, o conceito cristalizou-se, sob forma de dogma, em Trindade Santíssima, que é o quanto basta aos religiosos, sem necessidade de maiores explicações.

No terreno da especulação filosófica, permitiu abrir portas e portas; nas artes, propiciou um amadurecimento efetivo dos homens e, nas áreas da ciência, propiciou avanços expressivos, inspirou o enunciado de grandes teorias, entre muitas, a heliocêntrica, a da relatividade e a dos Quanta, mais recentemente.

II - CITAÇÕES APENAS, COMO EXEMPLOS

1) HERÁCLITO (Grécia, Éfeso – 540 a.C. - 470 a.C.)

- “Tudo o que existe está em constante movimento. O conflito é o pai de todas as coisas”.

- “Das coisas surge a unidade. E, da unidade, todas as coisas”.

- “Da luta dos contrários é que nasce a harmonia” (de yin e yang).

2) ZENÃO (Grécia, Eléia - 490 a.C.- 430 a.C. {?})Zenão, discípulo de Parmênides e defensor

árduo de seu pensamento, passa por ser o fundador da Dialética.

3) ARISTÓTELES (Grécia, Estagira - 384 a.C. - 322 a.C.)

- “A virtude está no meio”.

4) KANT, Immanuel (Alemanha, Königsberg - 1724 - 1804)

Obs.: no kantismo, raciocínio fundado em uma ilusão natural e inevitável da razão, que por isto permanece no pensamento, mesmo quando envolvido em contradições ou submetido à refutação.

5) HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich (Alemanha, Stuttgart - 1770 - 1831)

- Diz-se hegelianismo da lei que caracteriza a realidade como um movimento incessante e contraditório, condensável em três momentos sucessivos (tese, antítese e síntese) que se manifestam simultaneamente em todos os pensamentos humanos e em todos os fenômenos do mundo material

6) MARX, Karl Heinrich (Alemanha, Tréveris - 1818 - 1883)

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- Considera-se o marxismo uma versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na história da humanidade.

7) EINSTEIN, Albert (Alemanha, Ulm -1879 - 1955)

- “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

8) HEIDEGGER, Martin (Alemanha, Messkirch - 1889-1976)

- WELT IST NIE, SONDERN WELTET, ou seja: “O mundo não é; o mundo se mundifica” (ou se mundializa, na forma atual).

KantZenão Aristóteles Hegel

Marx Einstein Heidegger

Heráclito

Dalí

9) DALÍ, Salvador (Espanha, Figueres - 1904 - 1989)

- “É preciso provocar sistematicamente confusão - isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida”.

Nessa perspectiva, segue-se, afinal, o epílogo das incessantes contradições, senão a Neutralidade Sempiterna, nas palavras dos irmãos Castor e Pólux modernos:

Um diz: “Este é o meu testamento, o testamento do fogo com a luz, onde o bem com o mal se confundindo negam a própria existência do mal”, ao que o outro replica: “Nem bem nem mal, senão a sublime e extasiante grandeza de formas palpitantes”.

O TERMO PRAMANTHA, NA ACEPÇÃO DA ESCOLA EUBIÓTICA JHSQuando um grupo de 777 seres supera a sua condição de humanos, por esforços próprios, diz-se que foi formado

ou recolhido um Pramantha, o que significa, em sentido lato, que “Deus” tornou-se mais inteligente. Blasfêmia ou o que será?

Esta heresia, assim considerada numa visão teológica, assume uma feição superior, transcendental, sob o ponto de vista teosófico ou eubiótico, pois representa um gigantesco avanço evolucional, na medida em que 777 “Filhos Pródigos” retornam à “Casa Paterna”, com as experiências acumuladas, segundo o Arcano 9.

III – UM NOVO PRAMANTHA QUE COMEÇOU A LUZIR

metabolismo da obra. Então, aquilo que era apenas de conhecimento de seres espiritualizados fora transmitido pelo Professor Henrique José de Souza aos jovens, naquele 25.2.1963.

Assim, segundo o Plano da Lei, o mundo iria passar por convulsões, cataclismos, pela falta de entendimento

O anúncio desse Pramantha sinalizava que uma nova ordem de coisas haveria de repercutir no mundo, exigindo dos homens novíssimas posturas, pelo menos comportamentos condizentes com os valores propalados para o período aquariano.

Tal situação significava uma alteração no

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entre homens, povos, e nações, em razão de uma sentença kármica, imposta pelo julgamento cíclico, cuja execução o Avatara sustentava em seus próprios ombros.

Cumpre esclarecer que a expressão começa a luzir estava a indicar que eram dados apenas os primeiros passos para a superação futura de mais um grupo, embora todos classificados pelo Amoroso como Adeptos da Boa Lei.

Como também foram chamados nesse dia de adeptos do Pramantha da Era de Aquarius, vale ressaltar que tal designação não era privilégio daqueles jovens presentes ou de alguns grupos específicos que costumavam frequentar o Templo, mas de todos, surgidos a partir de 1935, sem qualquer ressalva ou exceção.

Por oportuno, também merece ser prontamente descaracterizada a falsa concepção de o Novo Pramantha equivale-se a uma Ordem Iniciática.

Essa pseudoexclusividade de uma Ordem em relação às demais, além de dificultar a compreensão do que seja dinâmica evolucional, a que todos nós estamos sujeitos, pode gerar desconforto e desconfiança, do que decorrem uma imensa confusão e sérios desentendimentos. É o que ocorre em nossos dias.

Em resumo, dir-se-á que os integrantes de um Pramantha a ser formado podem muito bem estar distribuídos, atuando nas Ordens Iniciáticas em que se apóia a Instituição, como também distribuídos por todo o mundo, atuando nos mais variados campos do conhecimento humano, considerando-se o seu merecimento.

Por isso mesmo, torna-se imperioso ressaltar que as Escolas de Iniciação sempre tiveram seus olhos voltados para as novas gerações, pois representam o futuro, sendo os primeiros beneficiários dos conhecimento sagrados por elas ministrados.

Cumprindo essa linha história, vemos que, de longa data, a SBE mantém inalterado o seu lema Spes Messis in Semine, a demonstrar extrema confiança naqueles que haverão de dar continuidade ao trabalho redentor das mônadas em evolução. Daí, o total compromisso da Instituição para com a sementeira do futuro Sistema.

Secundando a Augusta Ordem do Santo Graal, vem a Ordem do Ararat e elege como lema “Realização através do caráter e da cultura”, não para incorporar ou assumir as tarefas da instituição, mas acrescentar um novo ingrediente para tornar integral o preparo da sementeira sob a guarda do Amoroso.

É que, por força de uma “Revelação-Decreto” de 15.11.56, a Suprema Chefia da Obra deu como definitiva a passagem de todos os direitos espirituais firmados em El Moro para o Roncador, o Glorioso Ararat, passando para a história da Obra como sendo “O Dia dos Dois Impérios”.

Assim, para olhos mais atentos, o périplo avatárico do Irmão Rigoroso, perpassando os Postos Representativos, deu ensejo à criação da Ordem do Ararat, pois teve a significação de um chamamento aos membros de sua Corte dispersos pelo mundo, como uma luz a despertar sua atenção.

Na verdade, funcionou como um toque de clarim, alertando aos seus que assumira o comando de um Sistema Evolucional, bem como serviu de convocação, para o início de um trabalho quintessenciado e, possivelmente, para a vinda de muitos para as terras do Brasil.

Fácil, então, é concluir que as mônadas sensibilizadas com o dito chamado, rumando ou surgindo em nova roupagem na Pátria do Avatara, deveriam ser atendidas de forma compatível com uma nova ordem de coisas, de modo a justiçar a frase: “As crianças sob a guarda do meu irmão são minhas”.

A partir de então, os Discípulos constataram a carência de uma maior profundidade em suas concepções, maior precisão na sua oratória e ainda um comportamento exemplar, no dizer da Excelsa Mãe, uma vez que, iniciados pela Escola JHS, certamente já teriam despertado o Eu Interior.

Principalmente além do ano 2.000, já não havia mais espaço para pensamentos, palavras e obras destituídos da dimensão superior, característica da Iniciação Akbelina.

Inúmeros personagens da história universal já demonstraram a grandeza de suas postulações, em

IV - LINGUAGENS CONDIZENTES COM AS LINHAS DO PRAMANTHA

singelas palavras que atestam as suas qualidades espirituais,

O conhecido Mahatma Gandhi (1869 - 1948), líder nacionalista religioso indiano, na pregação de sua ideologia pacificadora, anunciava que a não-violência não se limita à ausência de agressão física, pois que também se pratica a violência guardando, por dentro, ódio, rancor e mágoa de seus semelhantes.

Dizia, ainda, que não fazer mal a qualquer ser vivo é, certamente, uma parte dela, mas na sua expressão mínima. Seus princípios são violados por cada pensamento nocivo, pressa indevida, mentira, ódio,

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por desejarmos mal a qualquer pessoa e também por retermos alguma coisa de que o mundo necessita.

Também Martin Luther King (1929-1968), ativista político e religioso norte-americano, anunciava que: “O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

Sim, realizar o minimum minimorum não é o que a Lei espera dos filhos da Família Espiritual JHS. Por isso mesmo, quando se apregoa, em nosso meio, que ler as Cartas-Revelação e participar dos Rituais são obrigações dos Munindras, há que se concordar plenamente, pois estas são tarefas diárias.

Mas, de outra parte, cumpre reconhecer que ambas representam a expressão mínima de suas ações, necessitando ser complementadas com realizações em benefício de seu próximo e em nome da Grande Lei, como uma exigência pramântica dirigida aos que se submeteram a elevados processos iniciáticos.

Eleger um mínimo como parâmetro para a sua atuação diuturna significa uma verdadeira acomodação, fazendo supor que, para ele, nada mais há a ser realizado, uma vez que a salvação já lhe está assegurada, quando as hierarquias que nos prepararam supõem que sejamos capazes de agir como assuras iluminados.

Mahatma Gandhi Martin Luther King

É chegado o ano de 2005 e tudo fazia crer que era o marco inicial de uma nova fase de trabalhos, a exigir dos Munindras, a par do seu esforço pessoal, a maior das vigilâncias de seus sentidos, sob pena de se tornarem impossíveis as realizações de ordem superior.

Sim, o momento da vinda do Avatara Integral, como regente de um novo período evolutivo da humanidade, anunciada de longa data, e referida no Apocalipse de João (1.7) nestas palavras: “Eis que vem com as nuvens e todos os olhos o verão”.

Naquela oportunidade, competia-nos fazer um minucioso exame de consciência, de modo a verificar se os nossos pensamentos e as nossas ações estariam em sintonia com os ideais da Obra, para sermos merecedores da dignidade de tão Augusta Presença.

V – UMA EQUAÇÃO PRAMÂNTHICA NO SÉCULO XXI

É do conhecimento de todos que o nosso Colégio Iniciático, representativo da Fraternidade Branca, por cultivar o conhecimento arcano e transcendental no mundo, é o único capaz de fazer do homem vulgar um Titã, um Herói, um Gigante, um Prometeu, tal como difundido em antigas revistas Dhâranâ.

Ora, se não conseguimos fazer o justo aproveitamento do que de mais sagrado nos proporcionou o Revelador, até a iluminação, qual a nossa expectativa em relação à presença do Supremo Instrutor do Mundo?

O que estamos esperando, então? Se presente, talvez nos pergunte de forma simples e direta: “O que vos posso dizer, além do que já vos dissera o planetário daquela ronda?”

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Se ausente, a mesma pergunta teria perfeito cabimento.

Por acaso, pretendemos que Ele nos venha trazer apenas benesses pessoais, de maneira gratuita, sem que, em contrapartida, lhe ofereçamos trabalho consciente?

Como nada referente à personalidade figura na programação do Logos, pouco importa o plano em que se encontre o Redentor, pois para os munindras a Lei exige que, estando além de meros discípulos, empenhem-se na realização de seus trabalhos, como verdadeiros adeptos, donos de sua própria vontade.

Assim, cumpre considerar que os filhos da família espiritual do Avatara, desde que familiarizados com

A considerar as concepções, os raciocínios, as conclusões então expostos, vê-se que PRAMANTHA, antes de tudo, é um gigantesco saldo evolucional; é conquista da imortalidade; é o aproveitamento das experiências colhidas no mundo da forma; é o palmilhar do nivritti-marga, a subida ou caminho de retorno ao Pai Celestial.

PRAMANTHA, enfim, é uma vigorosa onda de vida universal, que se nutre da dialética cósmica, pressupondo, ação, com movimentos e pausas, bem e mal, construção e desfazimento, ousadia e prudência, arte e ciência, análise e símbolo, sintetizados nas palavras lapidares do Professor Henrique José de Souza:

“A realidade é o mistério, tal a altura a que pode chegar a nossa filosofia”.

Nessa sábia expressão, que serviu de epígrafe ao Capítulo I do Livro Ocultismo e Teosofia, o autor utilizou-se de uma visão pramântica, que substitui uns cem números de livros, para explicar o que os discípulos da Escola JHS poderiam compreender de maneira sintética.

uma visão pramântica, senão dialética, da própria Obra, têm todas as condições de descortinar, a cada dia, novos aspectos da Verdade Una.

A esse propósito, não há como rememorar as palavras do conhecido pensador e romancista francês Marcel Proust: “A verdadeira viagem de descoberta consiste, não em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”.

Em resumo, é justamente esse o procedimento a seguir para se chegar a uma maior compreensão da realidade e minimizar os desgastes, frutos de ansiedades e de sofrimentos.

VI - CONCLUSÃO

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Quando esses conhecimentos tradicionais são corroborados com uma terceira variável, na qual estão englobados a Filosofia, a Religião, o Esoterismo, o Misticismo ou a Iniciática (Rosa Cruz, Maçonaria, Teosofia, Eubiose etc.), aí então, podemos dizer que o indivíduo consegue criar subsídios emocionais e mentais para compreender o grande mistério da existência humana chamado vida.

Quando o indivíduo sente o grande chamado para a compreensão do que é a vida em si mesma, ele ou seu Eu Maior, ou sua consciência, começa a entrar numa frequência elevada em ressonância com os Deuses, com uma hierarquia superior de homens e mulheres que forjaram e continuam forjando um novo padrão de humanidade, porém de uma maneira oculta e silenciosa.

Mas afinal, qual é o objetivo fundamental dessa hierarquia de Seres que trabalha anonimamente para o aprimoramento da humanidade? É justamente para a elevação moral e intelectual da raça humana. A resposta pode ser até paradoxal ou absurda. Numa escala superior seria o desabrochar integral das potencialidades divinas que jazem adormecidas no mais profundo da alma humana: a sua verdadeira origem divina devidamente conectada com uma determinada hierarquia espiritual.

Nessa grande odisseia em busca da conexão com seu eu maior, o homem continua evoluindo todas as suas potencialidades. Principalmente sobre um novo estado mental e emocional mais refinado, burilado e com menos neuroses e traumas, como tem ocorrido desde a grande tragédia evolucional da raça humana na Atlântida.

Nessa época os valores Divinos manifestaram-se nos chamados Gêmeos Espirituais, um casal que representava a síntese da evolução espiritual da humanidade naquele período. Ambos foram mortos, assim como aconteceu milhares de anos mais tarde com a figura de Jesus Cristo, e também em outras ocasiões, quando seres dotados de potencial divino vieram à Terra para servir de exemplo e orientação ao homem, o qual, infelizmente, tem sido dominado por valores sombrios e decadentes.

A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE E A

EUBIOSE

Como é sabido por todos, um dos grandes diferenciais em nossa vida é o fator educacional, quer advindo de nossos pais, quer por meio da sociedade: ensino

fundamental, ensino médio, ensino superior etc.

Darci Lopes

Na Terra, os Gêmeos Espirituais foram mortos por aqueles que buscavam, além do poder material, o poder espiritual. Certamente, o homem pagou muito caro por tamanha ousadia, pois buscava a supremacia deste poder, como que querendo se comparar aos Deuses.

No entanto, a misericórdia divina nunca abandona a sua criação, o homem.

Os Gêmeos Espirituais foram colocados no céu em forma de constelação, como alegoria desse grande acontecimento ocorrido no hemisfério Norte da Terra. Exemplificando: o Professor Henrique José de Souza assim escreveu na revista Dhâranâ: Profecia da volta dos Gêmeos Espirituais.

Diz uma lenda antiquíssima que Castor e Pollux (Gêmeos da mitologia grega) virão um dia daquela

mesma latitude norte (Trópico de Câncer 23° 30’) para a sua antípoda no Trópico de Capricórnio 23° 30’.

(Revista Dhâranâ 104-1946)

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CONSTELAÇÃO DE GÊMEOSEm 1993, o jornal Folha de São Paulo publicou um

caderno especial intitulado “Dois mil dias para o ano dois mil”, sobre as conquistas humanas em diversas áreas durante 2.000 anos de história. Todas as atividades levaram à construção de um gráfico que traduz muito bem o significado da profecia citada pelo Professor Henrique.

Por volta do ano de 1800 ocorre uma alteração do gráfico que, deixando de ser horizontal, sofre uma inclinação ascendente, tornando-se quase vertical. Coincidência ou não, os Gêmeos Espirituais nascem no mesmo ano.

Este salto quântico da humanidade deveria prevalecer somente quando a Divindade, em toda sua luz, voltasse novamente à Terra, para que a raça humana atingisse o seu esplendor de evolução, no qual reconheceria de fato e de direito as verdadeiras hierarquias vindas do alto, bem como o profundo respeito e solidariedade para com os seus semelhantes. Todos, enfim, trilhando o verdadeiro caminho da Luz e da Paz.

O Professor Henrique deixou claro que o caminho para atingir essa grande culminação é por meio de novos paradigmas existenciais: uma só bandeira, um único padrão monetário, um único idioma e uma só religião-Ciência.

O gráfico em questão é o seguinte:

Observando atentamente o gráfico vê-se que entre 1750 e 1850 ocorreu uma grande inclinação ascendente, quase 90°, ou seja, a partir destas datas a humanidade não seria mais a mesma com o nascimento das altas hierarquias espirituais, da Revolução Francesa, do nascimento de Henrique e Helena (Gêmeos Espirituais), das Guerras Napoleônicas das Revoluções Latino-Americanas e da independência dos Estados Unidos ao Norte e do Brasil ao Sul das Américas.

A partir deste momento o sinal de uma nova era para a humanidade fora dado com a manifestação dessas hierarquias altamente evoluídas, para que pudessem redimir os homens por todas as tragédias ocorridas ao longo da sua evolução.

O nascimento desses seres tem por objetivo a construção oculta e silenciosa de uma nova humanidade baseada na justiça, na fraternidade e no amor universal.

Esta categoria de seres (as hierarquias) somente estará definitivamente formada a partir de 3005, quando, finalmente, sete deles deverão dirigir espiritualmente uma nova humanidade na Era de Aquário.

Em 1963, os gêmeos espirituais determinaram que os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose deveriam agir como os seres acima citados, auxiliando a humanidade no preparo de uma nova civilização que será desenvolvida no Brasil.

Esta nova civilização surgirá na região sul do estado de Minas Gerais, composta por oito cidades da Serra da Mantiqueira, a saber: Itanhandu, Maria da Fé, Pouso Alto, São Lourenço, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, Aiuruoca e São Tomé das Letras.

Essas oito cidades, de acordo com orientação do Professor Henrique José de Souza, estão em conformidade com a constelação de Órion, que possui também oito estrelas! É o céu refletindo-se na Terra.

Este tipo de configuração relacionada à constelação de Órion e outras civilizações já ocorreu anteriormente com os egípcios e os maias.

Afinal, onde estaria todo o aspecto espiritual divino, descrito no texto acima?

A reposta pode ser simples demais, porém profunda àqueles que conhecem o esoterismo. Este aspecto advém unicamente da constelação do Cruzeiro do Sul, representada como um dos símbolos do Brasil.

Sobre esta visão, conclui-se que é do Brasil que surgirá uma nova raça humana altamente evoluída material e espiritualmente, como nunca houve na Terra.

É com este propósito que a Sociedade Brasileira de Eubiose vem trabalhando há mais de 80 anos em prol do engrandecimento moral, cultural e intelectual da nação brasileira, sob as orientações dos Gêmeos Espirituais, Henrique e Helena.

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Constelação de Órion

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Em nosso artigo intitulado “Brasil fenício, Brasil ibero-ameríndio, Brasil de hoje”, publicado em o último número desta revista tivemos ocasião de dizer (pág. 31):

“Do ponto de vista político, estamos em plena luta para descobrir um candidato ao Governo de São Paulo. Diógenes, novamente, com a sua lanterna, ‘procura o nosso Homem, e acha muita graça naqueles que se apresentam com os cartazes que não possuem’.”

Embora nossa instituição seja de caráter puramente cultural-espiritualista, mas tendo “Missão definida” que, acima de tudo, apresenta o Brasil como “Santuário da iniciação do gênero humano a caminho da sociedade futura”, não poderia, absolutamente, alhear-

ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO DE 2014Celso Agostinho Martins de Oliveira

Compilador

A poucos meses para a realização das eleições no Brasil, convido os Vs. Is. a se concentrarem na escolha dos candidatos com as qualidades eubióticas capazes de trabalhar pela RECONSTRUÇÃO GERAL do nosso país, como Santuário da Iniciação do Gênero Humano a caminho da sociedade futura.

Não nos deixemos levar pelo desânimo e pelo pessimismo. Sugiro até que façamos uma análise dos fatos que estão acontecendo no mundo – e, principalmente, no Brasil – sob o ponto de vista social, político, religioso e econômico, para compreendermos e aceitarmos tudo que está acontecendo.

Tomo a liberdade de transcrever abaixo um artigo do Professor que, apesar de ter sido escrito há, praticamente, sessenta anos, tem a sua essência intocável.

Espero que a lanterna de Diógenes ilumine a nossa mente.

Diógenes teria encontrado um Homem?H. J. Souza

[Diógenes – filósofo da Grécia Antiga. Nasceu em Sinop (Turquia) em 412 a.C. e faleceu em Corinto (Grécia) em 323 a.C. Exilado de sua cidade natal, mudou-se para Atenas. Tornou-se mendigo fazendo da pobreza extrema uma virtude. Não tinha casa. Vivia em um tonel e andava pelas ruas portando uma lamparina, durante o dia, alegando “estar procurando um homem honesto”. Dedicou a vida combatendo os seguidores dos valores sociais da época, que ele considerava corruptos. – Nota do Compilador. Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre].

se da escolha de um candidato, tanto para o Governo de São Paulo, como para a Presidência da República. Sim, um Homem com as qualidades eubióticas capazes de trabalhar pela RECONSTRUÇÃO GERAL desse mesmo País, em vez dos que temos assistido – principalmente da Revolução de 1930 até 1954 (1) – que concorreram para um diminuendo, como se diria em teoria musical, tão alarmante, que acabaria por levar o País a um “Galope final” para o abismo da decadência e da miséria, contrariamente a um golpe rítmico, melódico e harmônico, que seria o de um crescendo de Paz e Prosperidade, como o exige a própria Lei que a tudo e a todos rege. E para o qual foi fundada a nossa Instituição em 1924.

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Pelo que se vê, de todos os candidatos até agora aparecidos, Diógenes só encontrou valores no HOMEM de “braço forte”, que deixou para lançar sua candidatura no dia 14 de julho, ou da “Tomada da Bastilha”, pois que, em verdade, uma nova Bastilha se apresenta para ser derrubada, e sobre os seus escombros construída a da cultura e da espiritualidade, como ÚNICA capaz de fazer ressuscitar das suas cinzas, a Terra de Badezir, Basil ou BRASIL posteriormente, TERRA DE SANTA CRUZ ou de Anchieta, Manoel da Nóbrega, Martim Afonso e tantos outros nomes dignos de figurar neste momento em que São Paulo comemora o seu QUARTO CENTENÁRIO, como verdadeiros Bastiões da integridade BRASILEIRA.

E para provar o acerto da escolha de semelhante candidato ao Governo de São Paulo – e, a seguir, da Presidência da República, como quem conquista, ao mesmo tempo, um dos preciosos ramos da BRASÍLICA ÁRVORE e seu próprio Tronco, onde flui a seiva espiritual da ERA NOVA, destaca-se o fato de, não tendo sido ele convidado, no entanto, foi a São Lourenço para assistir à nossa Sexta Convenção PELA FRENTE ÚNICA ESPIRITUALISTA, obrigando-nos a dizer, na legenda da fotografia onde o mesmo figura na mesa da Diretoria, ao falarmos das pessoas presentes, o seguinte:

“E, finalmente, como gratíssima surpresa, no final desta legenda, S. Exa. o Dr. Adhemar de Barros, Chefe do Partido Social Progressista, que foi especialmente a São Lourenço, acompanhado de S. Ex.ª o Vice-Governador de São Paulo, Dr. Erlindo Salzano, para assistirem à SEXTA CONVENÇÃO DA S.T.B. PELA FRENTE ÚNICA ESPIRITUALISTA. O Dr. Adhemar de Barros, que já foi Interventor (‘por lei de causalidade nomeado pelo Sr. Getúlio Vargas, na mesma estância de S. Lourenço’) e Governador de São Paulo (‘o marechal da sua vitória’, como disse, ainda, o Sr. Getúlio Vargas), procura cada vez mais aumentar o seu cabedal de cultura científica, social e política, a fim de poder melhor servir à Pátria Brasileira e aos seus concidadãos, sem se alhear, entretanto, das necessidades atuais de todos os povos, na hora mais aflitiva da sua própria evolução na Terra. Já o grande Rui dizia: ‘Os grandes Homens são aqueles que não ficam radicados nas mesmas ideias’.”

E que dizer desse mesmo Homem em tudo mais quanto tem feito para saber administrar, com acerto, os destinos de um povo, que está passando, entretanto, pela situação mais crítica da sua História? Os rincões mais afastados dos Estados tem ele visitado, para melhor conhecer as necessidades dos FILHOS DESSE PAÍS,

que deveria ser “o celeiro do mundo” e, no entanto, vive a mendigar de países estrangeiros até o trigo com que faz o pão, que a bem dizer, “é o pão que o diabo amassou”, tais os ingredientes que no mesmo figuram para arruinar a saúde desse mesmo Povo? E cujo Homem é sempre recebido como “o querido Adhemar”, e não, como “messias político”, com gestos melodramáticos, a bem dizer, “contorções epilépticas”, a desmanchar os cabelos com as mãos, chamando a si mesmos de “predestinados”? E tudo isso, como diria um bom francês, pour épater le bourgeois (2), pois as promessas que fazem (os homens cultos já estão fartos das mesmas) não são mais do que recursos políticos para abocanharem os próprios cargos? E isto, aos pobres “impúberes psíquicos” ou de mental jovem (para não dizer outra coisa), que se deixam levar pela “demagogia” dos sabidos, mas nunca dos sábios de nossa Terra, que, em verdade, ainda são muitos, mas coragem lhes falta para enfrentarem a fúria dos concorrentes...

O fato, porém, é que nós outros – dentro em pouco “representando ONZE MILHÕES de espiritualistas em todo o Brasil” – como teve ocasião de dizer, em brilhante artigo publicado na Gazeta de Notícias de 5 de fevereiro p. p., o grande jornalista Enock Lins, da Secretaria do Ministério da Justiça – não podemos admitir que dirijam os destinos desta Pátria privilegiada, que é o BRASIL – desde um Presidente da República, aos Governadores, Senadores, Deputados, Vereadores etc., homens que não estejam de acordo com as diretrizes culturais e espirituais do Novo Ciclo que vai reger o mundo e, consequentemente, o nosso caro BRASIL. Haja vista estarmos agora em pleno ciclo decadente para o alvorecer de um outro, portador de Paz e Felicidade para o mundo, ou seja, aquele para o qual estamos trabalhando. E assim, com a própria queda do ciclo, apresenta-se justamente o momento apregoado pelo mesmo Jesus, ou seja, “o dos sinais dos tempos”, com seus falsos messias (inclusive os políticos que se confundem com os religiosos) e profetas, as guerras, os terremotos, os crimes, os vícios e tudo mais quanto

Adhemar de Barros

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diz respeito, completamos nós, a um FIM DE CICLO APODRECIDO E GASTO. E com isso, a ronda fatal dos QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE: DOMÍNIO, GUERRA, FOME E PESTE.

Quem pode, pois, negar que estamos atravessando o ciclo a que se refere Jesus como o “da Vinda do Filho do Homem”, sendo Ele o maior de todos os profetas?

Por tudo isso, e muito mais ainda, é que S. Paulo – justamente quando comemora o seu QUARTO CENTENÁRIO – precisa trabalhar sem as férreas cadeias do ciclo agonizante, inclusive, liberto das insinuações de terceiros (espécie de “eminências pardas”) para não chamar de “Mefistófeles a segredar nos ouvidos dos Faustos modernos” tudo quanto aos mesmos interessa, mas nunca à PÁTRIA BRASILEIRA, quanto mais a todos os seres da Terra...

E assim, o homem encontrado por Diógenes nos dias atuais não é mais o mesmo homem do passado, no sentido antes apontado na sentença do grande estadista brasileiro. E mesmo que o fosse, apresentaria um tesouro inestimável de serviços prestados a São Paulo, e, consequentemente, a seu POVO, a menos que este mesmo POVO já tivesse esquecido de todos esses tesouros: ora rastejando pelo solo, em verdadeiros coleios, quando não, em retas admiráveis, que são os milhares de quilômetros de estradas de rodagem; do mesmo modo, confundindo-se com as nuvens, nos arranha-céus do Hospital das Clínicas. Aqui, além, acolá, escolas para alfabetização da criança paulista. No seu grande amor pátrio, socorrendo os homens do Nordeste, enviando-lhe milhares de enxachas (3), que aos mesmos foram negados pelos governadores dos seus Estados. Que dizer mais desse Homem que o Povo encontrou primeiro que o mesmo Diógenes da atualidade? Fale esse mesmo Povo de acordo com a sua Consciência. Querer apontar pretensas falhas a um homem que teve o Governo da União, “por madrasta de São Paulo” ...! e quase toda a sua assembleia, por inimiga? Sem falar no Banco do Brasil, que a bem dizer, o colocou noutro banco, o banco dos réus da mendicância paulista, querendo fabricar dinheiro pouco importa como, contanto que se tornasse “valores” para esse mesmo Estado bandeirante, ao qual tanto ama, e por Ele fez mais do que qualquer outro paulista? Sim, esse povo que herdou o sangue dinâmico e estoico dos Bandeirantes de outrora. E que também fez do seu Estado uma das mais brilhantes estrelas que ornam o Pavilhão Nacional, a ponto de ser considerado pelos americanos do Norte, no que diz respeito à indústria, “como um dos colocados nas

primeiras fileiras entre os demais do mundo”. Sim, porque, mesmo sem estar a par de todas essas coisas, basta entrar nos subúrbios paulistanos, para aquele que, pela primeira vez visita a capital bandeirante, extasiar-se diante de “uma floresta de chaminés”, como fomos o primeiro a compará-la desse modo. E, portanto, esse mesmo Povo a quem Adhemar de Barros chama “de povo querido” é o primeiro a dizer que “no tempo de Adhemar a vida era bem outra, os preços dos gêneros alimentícios e tudo mais quanto faz parte da vida humana eram acessíveis aos pobres, mas hoje a fome, a miséria, e por que não dizer, a anarquia se manifestam por toda parte”. Assim como quem diz que outros não souberam governar o seu Estado como o Homem encontrado hoje por Diógenes, por lhes faltarem coragem, amor e inteligência.

E quem assim fala – que sofre desde que nasceu, trabalha desde os quinze anos de idade, como podem provar aqueles que o acompanham. E que se eles não fossem, o mesmo nada poderia fazer pelo mundo, por que não dizer? pelo próprio Estado de São Paulo – o que tem feito até agora, à parte o velho aforismo de que “elogio em boca própria é vitupério” – pois o fato de ter saído de suas comodidades, da sua verdadeira residência, que é São Lourenço, para vir residir na capital bandeirante. E algo fazer – com os seus companheiros de Cultural e Espiritual Movimento – a favor desse mesmo Estado queridíssimo, inclusive o de prestar homenagens ao seu QUARTO CENTENÁRIO, como provam os últimos números de O LUZEIRO, e desta

O fato, porém, é que nós outros (...) não podemos admitir que dirijam os destinos desta Pátria privilegiada, que é o BRASIL – desde um Presidente da República, aos

Governadores, Senadores, Deputados, Vereadores etc., homens que não estejam

de acordo com as diretrizes culturais e espirituais do Novo Ciclo que vai reger o

mundo e, consequentemente, o nosso caro BRASIL.

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mesma revista, na qual se fundiu o primeiro, repetimos não se faz visando cousa alguma, muito menos pago para isso. Quem se fez escravo da sua própria Missão na Terra não conhece senhores, por isso mesmo assume a responsabilidade, não só do que diz como do que faz, “por não temer coisa alguma na Terra”, inclusive a Morte que do mesmo se aproxima a passos agigantados.

De fato, nós não estamos em luta a favor de ninguém, mas tão somente a favor de um Brasil mais feliz, pois, como tem sido dito inúmeras vezes, o Brasil é o Santuário da Iniciação do gênero humano a caminho da sociedade futura.

Se os nossos próprios leitores soubessem “ler por baixo da letra que mata, o espírito que vivifica”, como disse o meigo Nazareno, num simples comentário aos versos de Fagundes Varela, publicado na pág. 47 do número anterior desta revista. E, muito mais ainda, acreditassem nas duas sábias leis de Reencarnação e Karma (pouco importa que muitos, por conveniência própria... nelas não acreditem), descobririam algo de transcendente a respeito daquele que estas linhas escreve, no momento em que o Povo Paulista deve pedir a Deus que lhe dê intuição para a escolha daquele que deve dirigir os seus destinos, e, consequentemente, da Pátria que todos nós amamos e respeitamos.

No mais, em vez do Ave, Caesar, morituri Te salutant (4), dos fanáticos romanos de outrora, e que até hoje ainda encontra eco nos bajuladores dos césares modernos, inclusive os que se dizendo cristãos, no entanto, perseguem a quantos não seguem as suas interesseiras ideias, equivalente a “pautar a vida pela mesma cartilha”, saudaremos ao nosso ÚNICO e VERDADEIRO SENHOR, ao Qual servimos desde que nascemos, principalmente depois que a nós se manifestou no alto de uma Montanha, à qual o próprio Povo da sua Terra cognominou de “Nossa Montanha Sagrada” (5). E o maior gênio de nosso século, que foi o grande cientista e Teósofo espanhol Dr. Mario Roso de Luna, por sua vez, à cidade que possui semelhante “Montanha”, de “capital espiritual do Brasil”.

Repetimos, em vez daquela frase bajuladora, com que agonizavam nos circos romanos os que até naquela hora temiam a esquizofrenia de um Nero, por exemplo, diremos, com o coração voltado para Aquela mesma Divindade, muito mais, talvez, de como faziam os cristãos perseguidos pela fúria do homem que mandou incendiar Roma, como um simples deleite para os seus olhos, sempre enevoados pela cobiça, a imoralidade e pedantismo “de histrião da sua época”. E até à sua própria Mãe, Agripina, mandou matar, para se extasiar diante do lugar onde o mesmo foi gerado, pois achava ele que deveria ser bem diferente do das outras mães, por ter dado aquele monstro, que na hora da morte, na maior das covardias, proferiu estas memoráveis palavras: “que artista vai perder o mundo”!

Sim, nós outros diremos: AVE, JEHOVAH, MORITURI TE SALUTANT!

Fonte: revista Dhâranâ nº 3, julho/agosto de 1954

Notas do Compilador(1) Em 20 de setembro de 1929 apresentaram-se como candidatos à Presidência da República, Julio Prestes e Getúlio Vargas. Julio Prestes venceu a eleição. Vários fatores políticos criaram um clima propício a uma revolução. Era Presidente da República Washington Luiz quando estourou a revolução no dia 3 de outubro de 1930. Três militares assumiram o governo e no dia 24 de outubro de 1930 depuseram o Presidente. No dia 1º de novembro de 1930 passaram o governo a Getúlio Vargas e as etapas do novo governo podem ser assim classificadas: I) Governo Provisório – de 3.11.1930 a 20.7.1934; II) Período constitucional – de 21.7.1934 a 10.11.1937; III) Estado Novo – de 11.11.1937 a 29.11.1945. Getúlio Vargas vol-tou à Presidência da República eleito pelo povo em 31.1.1951 e em 24.8.1954 suicidou-se. (2) Para chocar a burguesia.(3) Assim no original.(4) Salve César, os que vão morrer te saúdam.(5) O Autor se refere ao fato acontecido em 28 de setembro de 1921, na Montanha Moreb, em São Lourenço.

Se os nossos próprios leitores soubessem “ler por baixo da letra que mata, o espírito que vivifica”, como disse o meigo Nazareno (...) descobririam algo de transcendente a respeito daquele que

estas linhas escreve, no momento em que o Povo Paulista deve pedir a Deus que lhe dê intuição para a escolha daquele que deve dirigir os seus destinos, e, consequentemente, da Pátria que

todos nós amamos e respeitamos. JHS

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Num parecer puramente científico, o que sabemos até agora é que quando se tem um pensamento, o cérebro produz substâncias que afetam o indivi-duo, e o que ele sente é produzido pela assimilação destas substân-cias que recebem o nome de neu-ropeptídios.

Os neuropeptídios são substâncias químicas complexas produzidas pelos neurônios que, por meio delas, podem transmitir informações a outras células e atuar como mensageiros entre corpo e mente.

O sistema imunológico percebe e reage de acordo com o pensamento gerado.

As células que defendem nosso organismo têm pontos receptores de neuropeptídios, as substâncias que produzimos no cérebro com cada pensamento.

Imaginemos então, o nosso sistema imunológico, grande guerreiro, alerta 24 horas, defendendo-se destes ataques constantes.

Este guerreiro perde algumas das lutas e é assim que as doenças se instalam em nosso organismo.

Fica então a pergunta: perde algumas lutas para quem?

Para nossos próprios pensamentos negativos, que geram angústias, depressão, baixa autoestima.

A solução para isso é muito simples e acessível a todos.

Existe um nutriente de fantásticos efeitos terapêuticos. É de uma eficácia muito superior à ingestão de vitaminas, remédios naturais e as ervas medicinais.

Chama-se “AMOR”. Sentimento puramente positivo, o mais positivo deles. Incrível, mas conforme nós fortalecemos o nosso amor por nós mesmos, aumentando nossa autoestima, a

MENS SANA IN CORPORE SANO (*)

Claudia Hohl Orsi

“O homem traz em si mesmo o dínamo gerador de suas dores e alegrias: a mente.”Henrique José de Souza

resposta do nosso organismo às ofensas e às doenças dá ao sistema imunológico força e condições apropriadas de nos defender.

Não é somente o que fazemos que nos traz consequências emocionais e físicas, mas também aquilo que deixamos que nos façam.

Portanto, devemos nos amar, vivendo sempre positivamente!

Quando deixamos que o amor flua em nós mesmos, só poderemos responder ao mundo com o mesmo amor.

“O Homem é o que pensa”.

Teremos um corpo são se obtivermos uma mente sã.

Um pensamento do Professor Henrique José de Souza dentre tantos deixados por ele, será citado para reforçar a importância de termos pensamentos positivos e amorosos.

“Nossa mente é como um aparelho de rádio, que transmite nossos pensamentos e recebe os de outrem. Depende de nós fixarmos nossa mente numa elevada faixa de vibrações de bondade e de amor, para que só sejamos atingidos por pensamentos idênticos.”

(*) “Uma mente sã num corpo são” citação derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. Esta frase é uma parte da resposta de Juvenal à questão sobre o que as pessoas deveriam almejar na sua existência.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICALouise L. Hay - psicóloga americana, Livro Common Sense Health and Healing, do Dr. Richard Schulze.http://tratamentodadepressao.orgPequeno Oráculo – Seleta de pensamentos de Henrique José de Souza por Helena Jefferson de Souza - Editora Arabutã.

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O título desta matéria, além de bem sugestivo, revela-nos um primoroso trabalho a espera de ser desenvolvido em prol da evolução humana, cantado em versos no hino eubiótico O Alvorecer do Novo Ciclo: “Arautos da Nova Era, Obreiros da Evolução!”

De fato, evolução não atingirá o seu propósito se o conhecimento ficar retido, reservado a alguns. O mundo, por força de LEI, aspira evoluir e cabe a nós, como Discípulos do Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, retransmitir seus excelsos ensinamentos, de forma que a humanidade possa absorvê-los.

Para os “Buscadores da Verdade”, APRENDER transcende, em muito, ao ato de angariar ensinamentos. Em uma análise mais profunda, ousaríamos dizer que o “Aprendizado”, somente, estará completo após vivenciarmos três etapas distintas: a primeira, quando pesquisamos, estudamos, colhemos as informações; a segunda (imprescindível), quando colocamos esses ensinamentos em prática, no teatro de nossas vidas; a terceira, quando repassamos aos demais. Em nossa ótica, sem perpassarmos por essas etapas não aprenderemos, de fato. Não nos conscientizaremos daquilo que ousamos aprender, não estará intrínseco em nós!

A trilogia, expressa na metodologia da Iniciação eubiótica, Escola - Teatro – Templo, é a sua mais perfeita tradução. É um privilégio para poucos deparar com os ensinamentos de nosso Mestre, em contrapartida, tal privilégio remete-nos à responsabilidade de cumprir com todas essas etapas, praticando-os no teatro de nossas vidas e, de forma inteligente, repassando-os aos que têm “ouvidos de ouvir”, e que, por força de LEI, merecerão, também, tal oportunidade.

Nossa iniciação reveste-nos, além da responsabilidade para com a nossa evolução, do

ARAUTOS DA NOVA ERAFrancisco Feitosa

“Conhecimento, Liberdade e Responsabilidade são, essencialmente, as características do homem e, também, do caminho direto de seu progresso para outros estados superiores.”

JHS

compromisso de espargir o conhecimento adquirido, pois o Trabalho do Avatara não deverá ficará restrito a alguns, e sim, envolvendo a tudo e a todos, em prol da evolução do planeta. Por isso, ao apresentarmo-nos como Arautos de uma Nova Era que surge, consequentemente, estaremos cumprindo o que de nós a LEI tanto espera.

Diversos de nossos valorosos Irmãos, concebendo a importância desse Trabalho de Arauto, predispuseram-se, cada um a seu modo, a difundir os ensinamentos de nosso Augusto Mestre, e, de forma muito eficiente, têm contribuído para que a Obra de JHS chegue a todos os quadrantes da Terra. Dentre essas nobres iniciativas, permitam-nos destacar algumas, não que sejam mais importantes, já que existem outros Irmãos, também, realizando trabalhos fantásticos nesse sentido.

Citaria, como um belo exemplo disso, o nosso I. Nilton Schütz, que através de seu blog Caminhos da Consciência ( http://caminhosdaconsciencia.blogspot.com.br/), tem difundido, com mestria, a instituição e seus ensinamentos. O Irmão Schütz possui um programa de rádio, que vai ao ar, aos sábados, das 13 às 13h30, na Rádio Mundial-SP, em FM 95,7 e em AM 660, no qual diversos outros valorosos Irmãos convidados já tiveram a oportunidade de participar, contribuindo e elucidando seus ouvintes, sobre os mais variados temas, à Luz dos excelsos ensinamentos eubióticos. Instrutor da SBE, pesquisador e palestrantes de Ciências Ocultas, nosso Irmão ministra diversas palestras sobre os mais variados assuntos.

Destacaria, também, o belíssimo trabalho do Irmão Jorge Antônio Oro, através do Programa de TV Vida Inteligente, semanalmente, exibido na TV Floripa (canal 4 da NET) e na Internet (vidainteligente.blogspot.com), às quintas-feiras, às 20h. Jorge Antônio Oro e os Mosaicos do Novo Ciclo já atingiram o expressivo número

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de mais de 100 programas gravados, disponíveis no site e em DVD. Os trabalhos do Irmão Oro, assim como os do Irmão Schultz, poderão ser encontrados através de diversos textos, palestras e vídeos, na Internet, sempre, enfatizando a hercúlea e primorosa Obra do Professor Henrique José de Souza.

Dentre outros, citaria, também, o belo trabalho, em vídeo, distribuído na Internet, no Youtube, encabeçado pela nossa Irmã Iramar Rodrigues: Revelando JHS; o do Irmão Márcio Cambahuba, divulgando diversos artigos sobre a Eubiose e temas à luz dos ensinamentos eubióticos, todas as quartas-feiras, na Coluna Eubiose, do jornal Diário de Cuiabá, de Mato Grosso. Vale lembrar-se do já saudoso Irmão Antônio de Carvalho Filho, com o programa Conversinha ao Pé do Ouvido, que ia ao ar às 4 horas da madrugada, na Rádio Bandeirantes-SP. Falecido desde 2008, ainda hoje, sua contribuição como Arauto dos ensinamentos eubióticos está sendo prestada, sendo possível acessar através de seu blog, mantido no ar até hoje, um acervo de mais de 20 anos de programas, http://conversinhaaopedoouvido.blogspot.com.br/.

Nossa humilde contribuição, difundindo a Obra do Professor Henrique José de Souza, vem através da criação da Revista Maçônica Arte Real, em 24 de fevereiro de 2007, aniversário de uma nobre efeméride de nossa instituição. Em um primeiro momento a produzimos na versão virtual, direcionando-a para o público maçônico, abordando os mais variados assuntos, sempre, à luz dos ensinamentos de nosso Mestre. O sucesso foi tão expressivo que passamos de menos de 2.000 leitores e atingimos mais de 24.000 e-mails de leitores cadastrados, espalhados por todo o Brasil e pelo exterior, em sete anos de trabalho, com a publicação de exatas 70 edições virtuais.

No início do ano de 2012, firmamos um convênio com a Maçonaria Matogrossense, através da Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso, o que nos possibilitou a publicação da Revista Maçônica Arte Real na versão impressa. A partir de julho de 2012, iniciamos esse novo projeto e, atualmente, já estamos em sua 7ª edição, caminhando a passos largos.

A Revista está sendo distribuída a todos que a queiram assinar, sejam Maçons ou não, e, como anteriormente, quando de sua versão virtual, continuamos como principal propósito, o de difundir, em suas entrelinhas, a Obra de nosso augusto Mestre, o que, pela nobreza do propósito, tornou-se um enorme sucesso, recebendo o apoio de diversas instituições, dentre elas, em especial, destacamos a Maçonaria dos estados de Minas Gerais, da Bahia e de Mato Grosso, justamente, nos estados onde estão localizados os três Templos da Sociedade Brasileira de Eubiose.

Essa empreitada tem a devida autorização do Presidente da Sociedade Brasileira de Eubiose, Sr. Hélio Jefferson de Souza, e o apoio de seus Vice-Presidentes, Sr. Jefferson Henrique de Souza e Sra. Selene Jefferson de Souza.

No Convênio firmado com a Grande Loja do Estado de Mato Grosso, fizemos questão de constar em uma das cláusulas do Convênio, que, além da difusão dos ensinamentos à luz da Eubiose, estaremos doando parte do que for arrecadado com assinaturas e publicidade, em ajuda, aos Departamentos da Sociedade Brasileira de Eubiose localizados no Sistema Geográfico do Roncador, no estado de Mato Grosso.

As assinaturas poderão ser realizadas através do site da Revista Arte Real (www.entreirmaosnet); pelo site da Grande Loja do Estado de Mato Grosso, através do link http://www.glemt.org.br/2012/revista_formulario.php e, também, pelo site da SBE, através do link http://eubiose.org.br/?do=site:conteudo:exibir&pid=Y2Q2Mjc0MzE0Mvbf4lhSaAAyGsePQCXyEA. .

Parabenizamos a todos esses abnegados Irmãos, que, aproveitando a singular oportunidade para colocar em prática a terceira fase de seu aprendizado, têm contribuído, de forma imprescindível, com o altruístico trabalho de Arautos da Nova Era, incansáveis Obreiros da Evolução!

Revelando JHSVida Inteligente

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

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Fundador: Henrique José de Souza

Presidente: Hélio Jefferson de Souza

1º Vice-Presidente: Jefferson Henrique de Souza

2º Vice-Presidente: Selene Jefferson de Souza

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Editora Geral: Ana Maria Muniz de Vasconcellos Corrêa

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Conselho Editorial: Alberto Vieira da Silva, Ana Maria Muniz de Vasconcellos Corrêa, Angelina Debesys, Celina Tomida, Dirceu Moreira, Eurênio de Oliveira Jr., Francisco Feitosa

da Fonseca, Laudelino Santos Neto (Presidente) e Silvio Piantino.

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Dhâranâ On-line - Revista de Ciência, Filosofia, Arte e Religiões Comparadas. É uma publicação quadrimestral,

Órgão oficial da Sociedade Brasileira de Eubiose - SBE.

Editada pelo Conselho de Estudos e Publicações - Setor Editorial. Ano II – edição 7 – fevereiro a maio de 2014

O conteúdo dos artigos assinados é de total responsabilidade de seus autores. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação, em qualquer meio, sem a prévia autorização da SBE. Os

trabalhos para publicação deverão ser enviados para o e-mail: divulgaçã[email protected]