revista nossa uenf 2015

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Equipe Técnica Cilênio Tavares, Fúlvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle (jornalistas responsáveis) Alexsandro Cordeiro, Felipe Moussallem e Marcus Cunha (projeto gráfico e diagramação) Ascom: (22) 2739-7119 / 0800-025-2004 / [email protected] Reitoria: (22) 2739-7003 www.uenf.br Expediente Nesta Edição Governador do Estado Luiz Fernando Pezão Secretário de Ciência e Tecnologia Luiz Edmundo Horta B. da Costa Leite Reitor Silvério de Paiva Freitas Vice-reitor Edson Correa Diretor do CBB Gonçalo Apolinário de Souza Filho Diretor do CCT Annabell Del Real Tamariz Diretor do CCH Sergio Arruda de Moura Diretor do CCTA Henrique Duarte Vieira 02 Casa arrumada Sangue Novo Em boa companhia O que houve com o Paraíba Entra e sai Ampliação e atualização da infraestrutura de internet A quantas anda a EDUENF Diretor de Informação e Comunicação Vanildo Silveira

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Revista da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, edição de 2015 - Universidade Viva

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Page 1: Revista Nossa UENF 2015

Equipe Técnica

Cilênio Tavares, Fúlvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle (jornalistas responsáveis)Alexsandro Cordeiro, Felipe Moussallem

e Marcus Cunha (projeto gráfico e diagramação)

Ascom: (22) 2739-7119 / 0800-025-2004 / [email protected] Reitoria: (22) 2739-7003

www.uenf.br

Expediente

Nesta Edição

Governador do EstadoLuiz Fernando Pezão

Secretário de Ciência e TecnologiaLuiz Edmundo Horta B. da Costa Leite

ReitorSilvério de Paiva Freitas

Vice-reitorEdson Correa

Diretor do CBBGonçalo Apolinário de Souza Filho

Diretor do CCTAnnabell Del Real Tamariz

Diretor do CCHSergio Arruda de Moura

Diretor do CCTAHenrique Duarte Vieira

02

Casa arrumada

Sangue Novo

Em boa companhia

O que houve com o Paraíba

Entra e sai

Ampliação e atualização da infraestrutura de internet

A quantas anda a EDUENF

Diretor de Informação e ComunicaçãoVanildo Silveira

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Ela foi festivamente lan-çada em 2003, publicou vá-rios títulos antes de se es-truturar e finalmente está pronta para deslanchar. A EDUENF, editora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, teve seu conselho editorial constituído em 2012 e o regimento inter-no publicado em 2014. Até hoje foram 31 obras publi-cadas, entre livros, atlas, anais, manuais e outros produtos editorias, sendo 12 posteriores à constitui-ção do conselho. Mas o que faltaria para a EDUENF re-almente acontecer? Segun-do seu editor-chefe, Sergio Arruda de Moura, apenas “um pouquinho de dinhei-ro” para lançar o primeiro edital de seleção de novas publicações, aberto a auto-res externos à Universida-de.

Sérgio Arruda, também diretor do Centro de Ci-ências do Homem (CCH/UENF), conta que o recen-te aperto orçamentário da Universidade e de outros órgãos estaduais não tem permitido que a EDUENF execute integralmente seu plano de ação. A rigor, nem mesmo na proposta orçamentária aprovada

A quantasanda a EDUENF?Editora dribla escassez de recursos e lança novos títulos; editor-chefe

sonha com primeiro edital aberto ao público

pelo Conselho Universi-tário (que é enviada ao governo e posteriormente ajustada para votação na Assembleia Legislativa) a EDUENF tem uma fatia do bolo, pois isto não chegou a ser proposto. É que as despesas mais importantes da editora — com a impres-são dos livros — foram pre-

vistas na licitação de servi-ços gráficos. O problema é que o contingenciamento orçamentário não tem per-mitido muitas encomendas

à empresa contratada.- Dá para produzir um

bom livro com cerca de R$ 10 mil. Se a gente tivesse uma dotação pequena, da

ordem de R$ 100 mil, faria uma festa! – brinca o edi-tor-chefe. Do seu ponto de vista, a primeira providên-cia após a disponibilidade de recursos seria lançar um edital abrangendo di-ferentes áreas do conheci-mento.

Lançamentos - Mesmo sem dotação orçamentária própria, a editora não está parada. Várias obras foram avaliadas e passaram pelo crivo do Conselho Editorial, tendo sido lançadas graças à cap-tação de recursos feita pelos pró-prios autores. Alguns submetem o projeto de publicação de suas obras à Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesqui-sa do Estado do Rio de Janeiro), que mantém linha específica para financiar este tipo de ação. Desde que foi criado, em 1999, o pro-grama de auxílio à editoração da Faperj já apoiou a publicação de aproximadamente 1,2 mil títulos,

entre livros, manuais, números especiais de revistas científicas, vídeos, CDs e DVD’s.

Mas há quem consiga outras fontes de financiamento, como os organizadores de uma das obras mais recentes da EDUENF: “Ações investigativas na forma-ção de professores: experiências do PIBID/UENF”. Marília Paixão, Eliana Luquetti, Roberto Franco e o próprio Arruda conseguiram verba do PIBID, o Programa Ins-titucional de Bolsas de Iniciação à Docência mantido pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Ensino Superior, vinculada ao Ministério da Edu-

cação). Também o “Manual de aulas práticas produzido a partir de projetos em Ensino de Ciên-cias”, organizado pelo professor Renato DaMatta, do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT/CBB/UENF), e “Aprendi-zagem participativa de Ciências no Ensino Fundamental:aulas de campo e práticas de laboratório”, organizado pela professora Ma-ria Eugênia Totti, são exemplos de publicações financiadas por agências públicas — desta vez a Secretaria de Educação Básica do MEC. Em outubro de 2014, duran-te a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, foi lançado o livro

“Gestão Hidráulica na América La-tina e Espanha”, organizado pela professora Simonne Teixeira, do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico (LEEA/CCH/UENF).

Para os próximos meses, a EDUENF tem outras obras para publicar. Uma delas é o segundo volume de “Ações investigativas na formação de professores: ex-periências do PIBID/UENF”, já em gestação, e por fim uma coletânea de artigos sobre o Parfor (Plano Nacional de Formação de Profes-sores), que a UENF abraçou e que tem recursos provenientes da Ca-pes/MEC para publicação, por ser um programa também federal.

Ségio Arruda

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Casa arrumada

Estação experimental da UENF na Pesagro é reestruturada e volta a abrigar muitas pesquisas

Com recursos da Faperj, a UENF está re-cuperando sua estrutura de pesquisa na área experimental da Pesagroem Campos. Lá está a Estação Evapotranspirométrica oficial da Universidade, instalada na década de 1990, que passa a contar com novos dispositivos ele-trônicos e em breve emitirá automaticamente e em tempo real dados meteorológicos para publicação na internet. Os equipamentos já fo-ram adquiridos e se encontram na Gerência de Informação da UENF para configuração.

A recuperação da infraestrutura de ener-gia envolveu a instalação de 350 metros de rede elétrica de baixa tensão. Isto permitiu ativar um poço de 98 metros de profundida-de, aberto há cerca de seis anos e que agora se torna uma nova opção para a necessidade de irrigação dos experimentos. É que a redu-ção histórica do nível do Paraíba do Sul, que passa em frente à Pesagro, impediu a captação convencional de água. Graças à ativação do poço artesiano, não faltou água para as pes-quisas com as culturas de café, capim elefan-te, milho, pimenta, feijão, coco, dentre outras culturas agrícolas, desenvolvidas por vários laboratórios do Centro de Ciências e Tecnolo-gias Agropecuárias (CCTA), dentre eles o de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV), o de Fitotecnia (LFIT), o de Solos (LSOL) e o de En-

genharia Agrícoal (LEAG). As melhorias foram possíveis graças a um

projeto de pesquisa aprovado no edital Faperj nº 22/2013 – Programa “Apoio à Implantação, Recuperação e Modernização da Infraestrutu-ra para a Pesquisa nas Universidades Estaduais do Rio de Janeiro” coordenado pelos profes-sores Elias Fernandes de Sousa e José Carlos Mendonça, do Laboratório de Engenharia Agrícola (LEAG), vinculado ao CCTA/UENF. Ao todo, estão sendo investidos R$ 280 mil no local. Ali o espaço é dividido entre equi-pamentos de alta precisão, como lisímetros de pesagem (que medem o consumo e a perda de água pelas plantas), estações micrometeo-rológica e agrometeorológica e radiômetros (que quantificam os índices de radiação solar incidente e refletida), além de equipamentos analógicos baseados em técnicas muito anti-gas e ainda em uso, como o heliógrafo, que mede a quantidade de luz solar durante um dia. O instrumento conta com uma lente esfé-rica (sugestivamente chamada “bola de cristal dos meteorologistas”) que focaliza os raios solares oriundos diretamente do disco solar sobre uma fita de papel graduada em horas. A queima do papel marca o período em que a radiação direta chega em grande quantidade e fornece o números de horas de luz solar ocor-

José Carlos Mendonça em meio aos equipamentos metereológicos e no detalhe o Heliógrafo (bola de cristal). Fotos: Alex de Azevedo

ridos em um dia. Dedicação - A instalação dos equipamentos

envolveu grande esforço pessoal da equipe, composta ainda por técnicos e pós-graduan-dos. O técnico agrícola Romildo Domingos Gottardo, também mestrando do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, é um dos mais empenhados. Graças às novas condições, ele pode tocar seu experimento sobre irrigação de café em boas condições. Seu capricho não se limita ao que se refere à pesquisa. Várias fruteiras foram plantadas no entorno da unidade, ajudando a humanizar o ambiente, e hoje retribuem generosamente com seus frutos.

Com a recente instalação de novas casas de vegetação no campus Leonel Brizola, muitos pesquisadores preferiram desenvolver seus ex-perimentos no próprio campus. Isto, aliado às condições da estação da Pesagro, vinha deses-timulando a realização de pesquisas no local. Agora há um novo movimento de pesquisas sendo desenvolvidas na estação.

— A UENF não possui uma fazenda experi-mental e por isso utiliza áreas do Colégio Agrí-cola Antônio Sarlo e da Pesagro, em Itaocara. O uso mais intensivo da área da estação eva-potranspirométrica e de seu entorno é muito importante, inclusive porque a Pesagro, em Campos, está localizada praticamente dentro da zona urbana da cidade e possui um am-biente de tradição na pesquisa agrícola - avalia José Carlos Mendonça.

Page 4: Revista Nossa UENF 2015

Sang

ue no

Conheça quem são os mais recentes docentes e técnicos

admitidos pela UENF, suas expectativas e realizações

voTendo completado 22 anos em 16 de agos-

to de 2015, a UENF conta com a oxigenação trazida por novos servidores para se manter longe do risco da acomodação e da chamada zona de conforto. Treze deles tomaram posse a partir de agosto de 2013, sendo oito profes-sores associados, quatro profissionais da car-reira técnico-administrativa e um professor titular. NOSSA UENF foi em busca destes pro-fissionais para ouvir suas expectativas, realiza-ções e frustrações, apresentando à sociedade os rostos mais recentes da Universidade.

Entre os 13, tem gente que já conhecia bem a UENF, pois foi estudante antes de passar em concurso para professor. É o caso de cinco novos professores associados, que, mesmo co-nhecendo a UENF, em geral tiveram passagens por outras instituições, inclusive no exterior, durante sua formação. Há ainda os que vêm de outros estados e aos poucos se familiarizam

com a nova realidade.Entre surpresas positivas e outras nem

tanto, os mais jovens parecem mais otimistas. Empossado em 08/10/13 como professor asso-ciado do Laboratório de Fisiologia e Bioquími-ca de Micro-organismos (LFBM), vinculado ao Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB/UENF), Alessandro Coutinho Ramos espera desenvolver pesquisas importantes em parce-ria com outros pesquisadores da Universidade e também com renomadas instituições do Bra-sil e exterior. Em 2014 foi contemplado com a Bolsa de Produtividade do CNPq e em 2015 como Jovem Cientista do Nosso Estado, além aprovar outros três projetos em editais da Fa-perj.

— Almejamos produzir conhecimento bá-sico e aplicado no entendimento do diálogo iônico e molecular entre fungos e plantas vi-sando uso combinado de micro-organismos

benéficos para uso em programas de bior-remediação e/ou inoculação controlada em áreas contaminadas por ferro no Norte/Noro-este Fluminense. Por meio de um projeto do professor Arnoldo Façanha, a UENF se tornou pioneira na aquisição de um equipamento de medições de fluxos de íons e gases em superfí-cies celulares na América do Sul, e esperamos contribuir na formação de jovens cientistas nesta técnica inovadora — avalia Alessandro. Tendo-se graduado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, Alessandro se considera “fruto da UENF”, onde fez o mes-trado e o doutorado-sanduíche (parte em Por-tugal), que abriu caminho para o pós-doutora-do em terras lusitanas. Com esta experiência, o Alessandro vem ministrando cursos sobre o uso de técnicas não-invasivas para estudo da fisiologia vegetal em Cabo Verde, Portugal, e muito recentemente na China.

Aline Chaves Intorne, empossada no mesmo cargo em 08/08/13, para atuar no mesmo laboratório de Alessandro, está feliz porque seu projeto de ensino, pesquisa e extensão “já deslanchou”. Foi criada a disciplina “Microbiologia Ambiental” na graduação presencial da UENF e no Ce-derj, e Aline foi credenciada para coorientar estudantes de mestrado e doutorado. Também está criado o grupo de pesquisa de Microbiologia Ambiental (LFBM/CBB), que trabalha com bactérias benéficas resisten-tes a contaminantes ambientais aplicadas na fitorremediação com fim na construção civil. Fitorremediação é o uso de plantas para remover, imobilizar ou tornar inofensivos contaminantes orgânicos e inorgânicos presentes no solo e na água. Além da cooperação com pesquisadores de outros Laboratórios e Centros da UENF, Aline atua em parceria com empresas privadas, com a UFRJ e com os pesquisadores Libo Shan e Ping He, da Texas A&M University, que tem aberto portas para receber alunos através do programa “Ciências sem Fronteiras”, do governo federal.

— Na extensão, também avançamos muito contando com projetos, aprovados na UENF e FAPERJ, que contemplam a produção de material didático para Educação Ambiental, tendo a colaboração da professora Marina Suzuki (LCA/CBB) e um grande interesse da população — conta a pesquisadora, feliz com o fato de o projeto ter sido premiado na Mostra de Extensão 2014, contemplando o tema da sua primeira monografia. Ela diz que já foi gravado até um programa de TV (EcoVia) divulgando o projeto e acrescenta duas informações: (a) o grupo de pesquisa recebeu menção honrosa em trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental (ENAMA, 2014); e (b) mais um trabalho de ex-tensão foi premiado no IV Seminário Regional sobre Gestão de Recursos Hídricos (2014).

Alessandro Coutinho Ramos

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Nilo de Azevedo tomou posse em 07/07/14 como professor asso-ciado do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas (LGPP/CCH). Seu projeto para os primeiros anos envolve o estudo das prá-ticas participativas do governo local, em especial os Conselhos Municipais. Trata-se, explica Nilo, de órgãos híbridos, pois são for-mados por membros do governo e representantes da sociedade. Em tese, são instâncias que pen-sam, debatem e decidem sobre políticas locaiscomo educação, saúde, assistência social e meio ambiente, entre outros.

Tendo ingressado em 05/08/14 no mesmo Laboratório, o profes-sor associado Roberto Dutra Tor-res Junior se empenha para dar continuidade à prática de pesqui-sas em grupos ou redes de cien-tistas, como vem fazendo desde a graduação. Para Dutra — que em 2015 foi convidado para assumir uma diretoria do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea) —, o trabalho coletivo não apenas é mais produtivo, mas também tem enorme poder de inspirar os alunos, gerando uma espécie de “carisma coletivo” e colaborando para alimentar uma cultura uni-versitária “estimulante e produti-va”.

A história do bioquímico Már-cio Alves Pereira Junior começou a cruzar com a da UENF quando decidiu prestar concursos públi-cos e tomou conhecimento do edital de seleção para a carreira técnico-administrativa. Formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Márcio buscou re-ferências da instituição e se en-tusiasmou com as avaliações da qualidade do ensino feitas pelo Ministério da Educação (MEC).

— Espero contribuir ajudan-do a comunidade acadêmica e realizando as atividades com excelência — diz o novo técnico especializado do Laboratório de Ciências Químicas (LCQUI/CCT), empossado aos 16/12/13.

Daniel Oliveira de Carva-lho, empossado aos 07/08/14, é técnico de nível superior do Laboratório de Ciências Físicas (LCFIS/CCT). Antes de ingressar no quadro técnico, atuou como tutor presencial no Consórcio Cederj, do qual a UENF faz par-te na oferta de ensino superior semipresencial. Ele espera expe-rimentar crescimento profissio-nal e pessoal e, após o estágio probatório, buscar formação em nível de pós-graduação, além de passar por outras áreas e assumir novas responsabilidades.

A atuação como tutora do Ce-

derj também marcou a trajetória de Cibele Maria Stivanin de Al-meida, empossada aos 20/12/13 como professora associada do Laboratório de Ciências Quími-cas (LCQUI). Seu objetivo é dar prosseguimento à pesquisa de-senvolvida no doutorado, que empreendeu análises sobre o vinho produzido no Brasil. Atual-mente, Cibele coordena projeto de iniciação científica intitulado “Emprego de técnicas quimio-métricas multivariadas para a classificação e diferenciação de vinhos tintos brasileiros através de parâmetros físico-químicos de análise”.

Também professora asso-ciada, lotada no Laboratório de Fitotecnia (LFIT/CCTA), Cláudia Lopes Prins tomou posse aos 27/02/14. Empolgada com a con-quista da nova posição, Cláudia nota que o vínculo de servidora do quadro permanente suscita maiores possibilidades de envio de projetos a agências de fomen-to e parcerias com colegas de ou-tras instituições. Entre os proje-tos que já apresentou, considera um indispensável para orientar futuros trabalhos.

— Trata-se de um levanta-mento sobre a olericultura nas regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro. O intuito é conhecer

Roberto Dutra Torres Junior

Crescer com a universidade, com ou sem crise

melhor quais hortaliças estão sendo produ-zidas, como estão sendo produzidas, quais os potenciais das regiões e como podemos contribuir com pesquisas e atividades de ex-tensão para melhorar a produtividade, a qua-lidade e o segmento da olericultura nessas regiões.

Durante o período a UENF recebeu ainda um novo professor titular de Sociologia, José Manuel Resende. Nascido em Moçambique, filho de família portuguesa, o pesquisador acabou voltando para Lisboa, onde atuava, após ficar apenas na UENF pelo período de

maio de 2014 a maio de 2015. Segundo levantamento da Gerência de

Recursos Humanos (GRH) da UENF, a lista dos novos servidores, admitidos a partir de agosto de 2013, tem ainda os seguintes no-mes: Bruno de Souza Barcelos (assistente técnico profissional do Laboratório de Mate-riais Avançados – LAMAV/CCT), Clícia Grati-vol Gaspar (professora associada do Labora-tório de Química e Funções de Proteínas e Peptídeos (LQFPP/CBB), Djalma Souza (pro-fessor associado do Laboratório de Materiais Avançados – LAMAV/CCT), Fausto Vianna

Azeredo de Souza (técnico em Informática no campus de Macaé), Leonardo Mota de Oliveira (professor associado do Laboratório de Ciências Físicas – LCFIS/CCT), Nelson Ma-chado Barbosa (professor associado do La-boratório de Ciências Matemáticas – LCMAT/CCT) e Rafaela da Silva Ferreira (assistente técnico administrativo, lotada na Prefeitura da UENF). Completa a lista Gilberto Soares Albuquerque, que era professor associado desde 1995 e assumiu em 13/02/14 como professor titular.

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Em boa companhiaUENF coleciona destaques em avaliações nacionais e aparece

com desenvoltura em rankings internacionais

Uma foto histórica sem dúvida. Os criadores em estátua e quatro reitores em pessoa: Raimundo Braz, Almy Junior, Wanderley de Souza e Silvério de Paiva Freitas (da esquerda para a direita).

Variam os critérios e as instâncias avaliado-ras, mas a UENF tem se mantido em alta nas avaliações externas de qualidade elaboradas nos últimos anos. É o caso do Guia do Estu-dante, da Editora Abril, que destaca dez dos 16 cursos presenciais da UENF na edição 2015 da publicação GE Profissões Vestibular.

Cinco cursos receberam quatro estrelas, que significam o conceito “muito bom”: Agro-nomia, Ciências Biológicas, Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo, Medici-na Veterináriae Pedagogia. Estes dois últimos subiram de cotação em relação à edição ante-rior (2014), que lhes atribuía três estrelas. Na edição 2015, cinco outros cursos repetiram o destaque de 2014, ganhando três estrelas (“bom”): Ciências Sociais, Engenharia Civil,

Engenharia de Produção, Engenharia Metalúr-gica e Zootecnia.

A avaliação do Guia do Estudante é feita todos os anos por equipe formada por pro-fessores, coordenadores de cursos, diretores de departamento e avaliadores do Ministério da Educação (MEC). São utilizados, entre ou-tros, os seguintes critérios: titulação do corpo docente, aspectos didáticos e pedagógicos, atuação dos professores na prática docente do curso e fora da instituição e ainda atuação do docente em projetos de pesquisa e extensão.

Nas avaliações oficiais do MEC, baseadas no Índice Geral de Cursos (IGC), a UENF mante-ve a melhor pontuação entre as universidades do Rio de Janeiro nas três últimas edições — 2011, 2012 e 2013, divulgadas respectivamente

em 2012, 2013 e 2014. Desde a instituição do índice, já são seis os anos em que a Universida-de do Norte Fluminense tem flutuado entre as 15 de melhor pontuação no país: 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013. Nesta última edição, divulgada em 2014, a UENF foi apontada como a 11ª do ranking.

No RUF (Ranking Universitário Folha, ela-borado pelo jornal Folha de São Paulo), um aspecto da UENF acabou em grande evidên-cia: sua vocação para a pesquisa. No quesito “publicações por docente”, indicador da pro-dutividade científica, a Universidade concebi-da por Darcy Ribeiro ficou na quinta posição no Brasil. Acima dela, somente a Unicamp, a USP, a Unifesp (Federal de São Paulo) e a Ufla (Federal de Lavras).

Na ponderação final de todos os quesitos (pesquisa, inovação, inter-nacionalização, ensino e mercado), a pontuação da UENF ficou aquém de sua real condição — 74º lugar entre as 192 universidades do país — graças ao peso de variáveis subjetivas. Como explica a Folha de São Paulo, o número de alunos formados, por exemplo, acaba influindo de-cisivamente na posição no ranking. Mesmo tendo parâmetros objetivos de qualidade no ensino, uma instituição recente ou com relativamente poucos egressos (como a UENF) deixa de ganhar pontos por ser menos conhecida e citada pelos responsáveis pela área de recursos humanos das empresas.

— A UENF é a prova viva de que Darcy Ribeiro tinha razão ao ide-alizar uma universidade com ênfase na pesquisa. É uma universidade jovem e pequena, se comparada às demais, mas que figura sempre entre as melhores — opina o estudante MayconRohen Linhares, do sétimo período de Administração Pública. Para Maycon, que diz ter “elogios e críticas” à instituição, é preciso lutar junto ao governo estadual por uma autonomia financeira baseada na garantia da destinação à universidade de um percentual da arrecadação, escapando dos constantes contingen-ciamentos orçamentários.

Rankings internacionais - Mesmo com bons desempenhos em vá-rios índices, nenhuma universidade poderia dar-se por satisfeita sem se submeter a avaliações internacionais. E a UENF tem frequentado algu-mas das principais listas publicadas por agências internacionais. No âm-bito dos Brics (grupo de países emergentes que congrega Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a UENF é relacionada entre as 140 melho-res universidades. Quem o afirma é a edição 2014 do ranking Brics da consultoria britânica QS (QuacquarelliSymonds). A avaliação se baseia em pesquisas globais efetuadas junto a acadêmicos e empregadores combinadas com dados sobre relação corpo docente/aluno, publicações e citações de artigos científicos, proporção de professores com doutora-do e ainda porcentagem de estudantes e professores estrangeiros atuan-do na instituição. Duas universidades brasileiras se situam entre as dez melhores do grupo: USP, em 7º lugar, e Unicamp, em 9º.

No mais recente ranking latino-americano elaborado pela mesma QS, publicado em 2015, a UENF se situa na 141ª posição. A UENF é des-taque absoluto no subcontinente em dois parâmetros: professores com doutorado, onde aparece em primeiro lugar junto com outras 11 uni-versidades, e número de artigos publicados pelos pesquisadores (7ª po-sição, ao lado da Universidad de Chile). A avaliação leva em conta ainda parâmetros como reputação acadêmica, empregabilidade de egressos, qualidade de ensino, citações por artigo e impacto na WEB.

Especificamente na pós-graduação, a UENF passa a ter, desde o final de 2013, seu primeiro programa de nível internacional. Na avaliação da Capes, o mestrado e o doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas receberam nota 6 (escala de 1 a 7). Outros dois programas re-ceberam nota 5, que corresponde ao nível de excelência em âmbito na-cional: Ecologia e Recursos Naturais e Produção Vegetal. Nos últimos anos, outros grandes avanços: a implantação dos cursos de doutorado em Cognição e Linguagem, iniciado em 2014, e em Políticas Sociais, iniciado em 2015.

Page 7: Revista Nossa UENF 2015

O que houve com o

Estiagem severa foi ponta de iceberg na longa lista de agressões ao Rio Paraíba do Sul

Paraíba?As chuvas de novembro trouxeram alguma melhora para o nível

dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul, que no conjunto chegaram a apenas 5,88% do volume útil em 2014 e atingiram 8,5% em fins de novembro. Mas a retenção de água nas represas não deve ser revertida até que elas recuperem um nível razoável.

Em Barra do Piraí (RJ), onde se encontra a barragem de Santa Cecí-lia, ocorre a transposição de grande parte das águas do Paraíba do Sul para o rio Guandu. Houve tempo em que a vazão mínima na altura da barragem era de 250 m3/s, com 160 m3/s transferidos para o Guandu e 90 m3/s mantidos no Paraíba do Sul. Antes da crisehíddrica, uma reso-lução da Agência Nacional de Águas (ANA) estabelecia que, em condi-ções adversas extremas, essa vazão mínima poderia ser reduzida para 190 m3/s, sendo destinados 119 m3/s para o Guandu (transposição) e 71 m3/s para o Baixo Paraíba, como explica o diretor do Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, João Gomes de Siqueira, técnico da UENF. Por conta da estiagem a partir de 2014, a ANA autorizou su-cessivamente a redução da vazão na barragem, chegando, em 30/08/15, ao patamar de 110 m3/s, sendo 75 m3/s para o Guandu e 35 m3/s para o resto do curso do Paraíba. Outros 10 m3/s são transpostos do Rio Piraí, afluente do Paraíba, também para abastecer parte da região me-tropolitana.

Velho amigo dos campistas e fluminenses, o rio Paraíba do Sul este-ve irreconhecível em 2014e na maior parte de 2015. O recorde negativo do seu nível foi registrado em 23/10/14, com a marca histórica de ape-nas 4,43 metros acima do nível do mar— quando o normal seria 5,80. Em 2015, a menor cota foi 4,60 metros, também em outubro.De tão esquálido, o Paraíba permitiu ser atravessado a pé de uma margem a outra por João Gomes de Siqueira. Ele fez a travessia no dia 28/09/14, em um ponto distante cerca de 25 quilômetros do Centro de Campos, rio abaixo, e na maior parte do percurso a água mal molhou os joelhos do João. Apenas em alguns poucos metros, onde o rio se apresentou como um pequeno canal com correnteza, a água atingiu a cintura. Mas isto não significa que o rio tenha estado raso em todos os pontos. Ao

longo desse período, continuou a haver mortes por afogamento no rio do qual depende a maioria da população do estado do Rio de Janeiro.

Desde que começou a ter seu nível monitorado, em 1922, o Paraíba nunca apresentou tão pouco volume por tão prolongado período. Mas a redução drástica na vazão, acentuada pela severa estiagem que atingiu o Sudeste do país, também se explica pela sangria que sofre ao longo de seu curso.Além do desvio para o Guandu, o Paraíba do Sul é sangrado em até 26 m3/s para a irrigação de lavouras, segundo diagnóstico publi-cado em setembro de 2014 pela consultoria COHIDRO por solicitação da Agevap (Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul). Outros 16 m3/s são usados para abastecimento urbano no resto da bacia (ou seja, sem computar o Grande Rio) e 4 m3/s são destinados à pecuária, conforme artigo acadêmico de 2009 de autoria de Karla Aguiar Kury e diversos colaboradores. À época do estudo, Kar-la era mestranda do Instituto Federal Fluminense (IFF), sob orientação do professor Carlos Eduardo de Rezende, do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da UENF. Tudo somado, incluindo a transposição para o Guandu, a conta da sangria chegaria a 131 m3/s. Isto equivale praticamente a toda a vazão do Paraíba em Campos (RJ) em períodos agudos de estiagem. Na crise de 2014, por exemplo, a vazão mínima medida pelo LCA/UENF foi de 130 m3/s no dia 02/10/14. Como indicam estudos da pesquisadora Marina Suzuki, do LCA/UENF, a vazão média em Campos fora da estação chuvosa é de 450 m3/s. Ao longo de um ano inteiro, a variação pode ser muito grande: por exemplo, no ano de 2011 variou de 260 a 4.500 m3/s, perfazendo média geral de 1.070 m3/s.

Para o historiador ambiental Arthur Soffiati, dois rios Paraíba do Sul estão progressivamente se consolidando: um da nascente até a Baía de Sepetiba, tomando o Guandu e o Canal de São Francisco como trecho final, e outro da nascente do Rio Paraibuna de Minas até a foz em Ata-fona. Ambos são ligados por um trecho de 101 quilômetros, que mais parece um córrego, entre a barragem de Santa Cecília e a cidade de Três Rios (RJ), onde o Paraíba recebe o reforço do afluente Paraibuna, que desce de Minas Gerais.

Reflexos na zona costeiraSegundo o professor Carlos Eduardo de Rezende, do Laboratório de

Ciências Ambientais da UENF, um dos possíveis impactos com a redu-ção da vazão está diretamente ligado aos manguezais que ocorrem na região estuarina. Para o pesquisador, é preciso promover o monitora-mento contínuo deste importante ecossistema na interface continente oceano, pois ele fornece habitat e alimento para várias espécies de in-vertebrados e vertebrados marinhos de grande importância econômica para a região.

Com a redução da vazão, avalia, ocorrem duas possibilidades: (1) o ecossistema de manguezal poderá sofrer mais as ações dos agentes

físicos e a mudança no transporte de sedimentos de origem marinha, apresentando, portanto, mortalidade da faixa externa do ecossistema; (2) poderá ocorrer uma migração do ecossistema de manguezal para regiões superiores do estuário, pois haverá uma maior penetração da cunha salina. Ainda em relação à redução da vazão, prossegue o pes-quisador, toda a região costeira adjacente ao estuário do rio Paraíba do Sul sofrerá novas alterações até que se encontre um novo equilíbrio dinâmico no transporte de material de origem continental e marinha. Em outras palavras, podem-se prever novos fenômenos de avanço do mar sobre a costa.

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Esgoto doméstico ainda é o grande vilão

Em tempos de baixa vazão, a combinação entre a manutenção da carga de nutrientes de origem dos esgotos, a baixa concentra-ção de material particulado em suspensão e a maior penetração de luz na água gera as condições ideais para a proliferação de de-terminados grupos de microal-gas, entre elas as cianobactérias. A proliferação de cianobactéria pode se tornar uma séria ques-tão de saúde pública nos corpos d’água utilizados para o abaste-cimento geral, uma vez que estas são potenciais produtoras de fito-toxinas. A produção de compos-tos tóxicos por cianobactérias já ocasionou, em outubro de 2002, o desabastecimento por três dias em Campos (RJ), quando popu-lações de Anabaenacircinalis produziram geosmina, uma subs-tância organoléptica que confere odor e sabor de “pó-de-broca” à água e provoca irritações cutâ-neas e diarreia. Nos últimos dias da estação seca, populações de

outra cianobactéria, do gênero Cylindrospermopsis, também po-tencial produtor de toxina, foram observadas em elevada densidade nas águas do rio Paraíba em Cam-pos.

— Em 2014 tivemos inclusive um fenômeno que são formações de grandes bancos de algas co-loniais e filamentosas no fundo do rio, formando tapetes visíveis, o que jamais ocorreria em con-dições normais — avalia Carlos Rezende. A professora Marina Su-zuki coletou amostras deste ma-terial biológico e identificou os seguintes táxons: Spirogyracflon-gata e Hydrodictyonreticulatum. Além das algas, podem ainda ser observados bancos de macrófitas aquáticas submersas, das espé-cies Ceratophyllumdemersum e Egeria densa. Segundo os pesqui-sadores, estes tipos de ocorrência são raros em ambientes fluviais e só aparecem devido às condições excepcionais como as que carac-terizaram o Paraíba do Sul.

Para completar, o Paraíba do Sul vem sendo periodicamente vi-timado por grandes sinistros am-bientais, como recorda Carlos Re-zende. Em 1989 o derramamento de metanol em Barra do Piraí (RJ) resultou na suspensão do abaste-cimento d’água nos municípios banhados pelo Paraíba do Sul, provocando uma corrida para abertura de poços domiciliares. Em 2003, o Paraíba ficou negro com o rompimento de um reser-vatório da Indústria Cataguazes de Papel, em Cataguases, Zona da Mata mineira, que causou o vaza-mento de mais de 20 milhões de litros de soda cáustica, provocan-do uma diminuição drástica dos teores de oxigênio dissolvido e um aumento das concentrações de carbono orgânico dissolvido e condutividade. Como resulta-do, houve grande mortandade de peixes e crustáceos, provocando uma esterilização da vida no rio durante um período. Naquela ocasião, o abastecimento ficou

comprometido por cerca de oito dias. Em 2006, novo derrame, desta vez devido ao rompimen-to de uma barragem de rejeito de bauxita: a lama originária do minério atinge o Rio Paraíba do Sul, e o vazamento dura três dias. O rompimento da barragem ar-rastou 400 mil metros cúbicos (400 milhões de litros) de lama provenientes do tratamento de bauxita, sendo que o volume do reservatório era de 3,6 milhões de metros cúbicos. Em 2007, pelo menos 2 milhões de metros cúbicos de lama misturada com bauxita e sulfato de alumínio va-zaram novamente da mesma in-dústria. Em 2008, houve derrame do inseticida Endosulfam, mas o volume é incerto, variando de 1,5 mil a 30 mil litros, e, mais uma vez, observou-se mortalidade de peixes devido às características toxicológicas do composto.

A escassez de água provocada pela estiagem no Sudeste mostra que as preocupações com a pre-servação dos mananciais e com o uso racional dos recursos já não pode ser exclusividade dos am-bientalistas, mas precisa entrar na pauta não apenas dos governos, mas também de todo cidadão. No caso específico do Paraíba, é pre-ciso que todos contribuam para sua preservação e minimizem o desperdício de água no seu coti-diano.

Fotos aéreas: Paulo Damasce-no - cedidas pelo Laboratório de Ciências Ambientais (LCA/UENF)

Texto: Gustavo Smiderle, com a participação de Carlos Eduardo de Rezende, João Gomes de Si-queira e Marina Satika Suzuki

Ampliação e atualização da infraestrutura internet

Está sendo finalizado o pro-jeto de ampliação e reestrutura-ção da infraestrutura de redes do campus da UENF, iniciado há um ano e meio com recursos da Faperj. Primeira obra deste tipo desde a implantação da Univer-sidade, em 1993, o projeto não só aumenta o alcance da rede — fazendo-a chegar a pontos até en-tão inacessíveis — como também melhora substancialmente a capa-cidade da rede, sendo possível, a partir de agora, a substituição da rede Megabit pela rede Gigabit.

Aprovado no âmbito do pro-grama ADT1 (Auxílio ao De-senvolvimento Tecnológico), da Faperj, o projeto custou R$ 1,25 milhão e compreende a reforma das redes física e lógica do cam-pus Leonel Brizola. Os trabalhos incluem a recuperação de seis pontos de obstrução em todo o campus, bem como o prolonga-mento da rede para áreas de ex-pansão da Universidade, como os locais próximos ao Curral e ao prédio da Unidade de Biologia Integrativa (P8). A implantação plena de toda a estrutura ocor-rerá nos próximos meses, devido à complexidade e magnitude do campus.

O gerente de Informação da UENF, André Matos, destaca que o projeto priorizou maior segu-rança, com economia e otimiza-ção dos recursos. Como um dos problemas detectados na rede antiga era a avaria dos dutos sub-terrâneos, foi feita a opção pela utilização de uma tecnologia di-

ferente, que dá maior proteção à rede. Todo o trabalho foi execu-tado pela empresa especializada MFNET, contratada pela coorde-nação do projeto.

Dentre outras coisas, os 1.700 metros infraestrutura seca para passagem de cabos subterrâneos foram construídas usando a tec-nologia do envelopamento, ou seja, os dutos receberam uma ca-mada de concreto ao redor para evitar possíveis danos futuros. Além disso, os trechos são forma-dos por quatro dutos de três po-legadas com caixa de passagem, no padrão Telebrás R2, com dis-tância máxima de 40 metros.

— A partir da execução desse projeto conseguimos atender áre-as que não eram contempladas pela fibra óptica, com telefone e internet. As áreas foram pre-paradas para o futuro, para que nos próximos 20 anos não sejam necessários grandes investimen-tos, podendo a Universidade se expandir sem problemas no cam-pus principal — afirma coordena-dor do projeto e diretor de Infor-mação e Comunicação da UENF, Prof. Vanildo Silveira.

Além da infraestrutura física, todo o cabeamento de fibra ópti-ca foi revitalizado. Foram utiliza-dos 11.600 metros de fibra óptica de oito pares e 36 pares, depen-dendo do porte e da área de utili-zação. Nas áreas de expansão, foi usado cabeamento estruturado óptico, que consiste na passagem de um cabo óptico de 36 fios, fi-nalizando em um distribuidor in-

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Obras de instalação da nova estutura de cabos

terno óptico, que permite mano-bra através de outro distribuidor óptico que recebe as fibras dos prédios adjacentes atuais e os que venham a ser construídos.

— Com isso houve uma re-dução da ordem de 40% da fibra óptica utilizada e uma menor de-pendência de contratação de em-presa para a realização de fusões tendo em vista que as manobras serão realizadas através de cor-dões ópticos — explica André, ressaltando que todo o cabea-mento óptico utilizou a marca Furukawa. Segundo ele, no pro-cesso de execução foi realizada a certificação de todas as fusões e será fornecido pela empresa con-tratada a documentação As-Buit (documentação de tudo o que for feito).

Para dar suporte a essa nova estrutura de rede foram adquiri-dos sete servidores de alta capa-cidade, ao custo aproximado de R$ 15 mil cada um, para atender o Datacenter e as operações da Diretoria de Informação e Co-municação (DIC), além de outros cinco servidores para atender o desenvolvimento de plataformas em nuvem do Laboratório de Ciências Matemáticas (LCMAT), coordenadas pela professora An-nabell Tamariz, e dois servidores para aplicações de Bioinformáti-ca em nuvem, sob coordenação do professor Jorge Hernandez, do Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos (LQFPP). Estes servidores serão administrados pelos grupos de pesquisa de cada professor.

— Todos os servidores foram virtualizados, dando suporte aos serviços de infraestrutura de rede. Foi implementada uma nova plataforma de administra-ção de e-mails (Zimbra) e a re-

estruturação lógica através da segmentação de toda a rede da Universidade — afirma André.

Além disso, foram adquiridos 54 Switches da marca Cisco, com 50 portas cada um, para a infra-estrutura de rede nos prédios da UENF e dois Switches principais para formar o núcleo da rede no Datacenter. Esses equipamentos vão concentrar toda a infraestru-tura óptica oriunda dos prédios e os servidores de apoio à adminis-tração de rede.

Projeto DIC - Servidores e SwitchesAs áreas de expansão já estão aos poucos sendo conecta-das à nova infraestrutura, como é o caso da área de expansão do Curral, UAP e do prédio P8. Com a finalização da migração dos demais prédios da universidade nos próximos meses toda a in-ternet atual no campus migrará para nova estrutura. A estrutura e cabeamentos por fibra da in-fraestrutura atual, assim como os servidores em funcionamento será aproveitada para ampliação da nossa rede wireless.

— Os desafios da DIC ainda são enormes. Precisamos substi-tuir todo o cabeamento de inter-net nos prédios antigos para ca-bos de alta performance usados atualmente. Outra prioridade é aumentar a velocidade do link de internet, que hoje é de 60 Mbps para atender a 2 mil pontos de acesso em Campos e 2 Mbps em Macaé. Estas velocidades de cone-xão estão abaixo da demanda real da UENF e dificultam o avanço das pesquisas em algumas áreas, afetando diretamente todas as outras atividades da instituição — afirma Vanildo.

Segundo ele, com a nova es-trutura em funcionamento a DIC terá condições de gerenciar links

de maior velocidade. Neste sentido, na última quarta-feira, 23/09/15, o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, se reu-niu com o presidente da Faperj, Augus-to da Cunha Raupp, para reforçar uma demanda antiga da Universidade, que é a ampliação dos links RedeRio/Faperj. O presidente da Faperj se sensibilizou

com a questão e se comprometeu a estudar junto à RedeRio condições téc-nicas e financeiras para viabilizar a de-manda de aumento das velocidades dos links UENF para 300 Mbps e 50 Mbps para atender, respectivamente, Campos e Macaé.

— Ficou decidido que o aumento

das velocidades dos links da UENF será viabi-lizado com a renovação do edital Infovia3, que atende à RedeRio e que será elaborado este ano para vigorar em 2016 — informa Vanildo, que também esteve presente à reunião, junta-mente com o técnico de redes da Universida-de, Leandro Vieira, e com o chefe do Labora-tório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP), Fernando Moraes.

— Neste projeto o investimento não é facil-mente percebido pela comunidade científica, pois os dutos estão enterrados e os equipa-mentos adquiridos não estão nos laboratórios de pesquisa e sim na Gerência de Informação. Entretanto, sem este investimento não seria possível pensar em avanços em áreas impor-tantes das pesquisas da UENF que dependem de grande fluxo de dados pela internet. Estou certo que estamos deixando um legado impor-tante para o crescimento da nossa universida-de – afirma o reitor da UENF.

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EntraEstudo foca movimentos migratórios e pendulares na Bacia de

Campos; população de Rio das Ostras é a que mais cresce É intuitivo que a economia do petróleo,

incluindo os repasses de royalties e participa-ções especiais, tenha atraído muita gente para os municípios fluminenses que compõem a Bacia de Campos. É igualmente lógico que o empreendimento do Porto do Açu, na frontei-ra de São João da Barra com Campos, já esteja contribuindo para o aumento da população de ambos os municípios. Mas o que os dois últimos censos do IBGE revelam sobre os mo-vimentos migratórios entre os próprios muni-cípios da região? Um grupo de pesquisadores da UENF se debruçou sobre os dados dispo-níveis para encontrar a resposta. Aliás, várias respostas, muitas delas surpreendentes. Por exemplo: Campos — o município mais exten-so, de maior população e de maior orçamen-to da região — teve saldo migratório negativo: se ninguém imigrasse (entrada) e ninguém emigrasse (saída), a população campista teria crescido mais do que de fato cresceu.

O estudo foi conduzido por três pesqui-sadores do Laboratório de Gestão e Política Pública (LGPP) do Centro de Ciências do Ho-mem (CCH) da UENF, todos graduados em Economia: Joseane de Souza, que fez mes-trado e doutorado em Demografia; Denise Cunha Tavares Terra, mestre em Ciência Polí-

tica e doutora em Geografia; e Mauro Macedo Campos, mestre em Ciências Sociais / Gestão de Cidades e doutor em Ciência Política.

Campos - Os dados do IBGE mostram que Campos teve um crescimento populacional médio de 1,31% ao ano entre 2000 e 2010, ganhando 56.563 habitantes ao longo do pe-ríodo (aumento de 407.168 para 463.731 ha-bitantes). O número de pessoas que resolveu se mudar para Campos foi de 11,9 mil entre 1995 e 2000 e de 16,9 mil entre 2005 e 2010. Mas o pessoal que decidiu deixar a cidade foi mais numeroso nas duas épocas: 21,3 mil en-tre 1995 e 2000 e 23,2 mil entre 2005 e 2010. Trocando em miúdos, o saldo migratório foi negativo nos dois períodos: menos 9.350 pes-soas entre 1995 e 2000 e menos 6.302 pesso-as entre 2005 e 2010.

- Se ninguém entrasse e ninguém saísse, a população campista hoje estaria maior – explica a demógrafa Joseane de Souza. Este entra e sai de migrantes explicaria, segundo a demógrafa, a sensação subjetiva dos campis-tas de que a cidade estaria crescendo rapida-mente em função dos movimentos migrató-rios. É que o cotidiano propicia a observação de muita gente de fora circulando pela cida-de, sem que isto necessariamente traduza a

permanência dos que chegam. Efeito Macaé - O grande fenômeno de-

mográfico da década 2000-2010 na região foi Rio das Ostras, cuja população cresceu a inacreditáveis 11,24% ao ano. Em dez anos, a população local praticamente triplicou, passando de 36.419 habitantes em 2000 para 105.676 em 2010. Já a população de Casimiro de Abreu passou de 22.152 para 35.347 mora-dores, com uma taxa de 4,78% ao ano entre os dois últimos censos. Macaé (4,55%), Cara-pebus (4,42%) e Armação de Búzios (4,23%) também tiveram médias anuais de crescimen-to populacional superiores a 4%.

Para Joseane de Souza, os dados sugerem que o crescimento populacional de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Carapebus seja induzido pela dinâmica econômica e pelo caráter altamente especulativo do mercado imobiliário da vizinha Macaé, onde está insta-lada a estrutura de apoio operacional às ativi-dades de exploração e produção de petróleo na região. A hipótese é que em vista do custo de vida em Macaé e da proximidade em re-lação a Rio das Ostras, muitos trabalhadores tenham decidido morar no vizinho município e fazer o deslocamento para trabalhar todos os dias.

e saiAs diferenças de dinamismo econômico

não provocam apenas migrações, que são movimentos de mudança de município de re-sidência, mas também o que os demógrafos chamam de pendularidade. Trata-se do fenô-meno, cada vez mais comum na região da Ba-cia de Campos, em que o indivíduo trabalha em um município diferente do município de residência. Joseane de Souza e seus colegas extraíram dos censos do IBGE um retrato da movimentação diária entre os municípios membros da Ompetro (Organização dos Mu-nicípios Produtores de Petróleo). Os dados se referem apenas aos deslocamentos entre os municípios considerados, sendo que Niterói, mesmo sendo integrante da Organização, não entra nesta conta por estar geografica-mente distante.

Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, levando em conta somente os deslocamentos para fins de trabalho, cerca de 42 mil pesso-

as vão e vêm periodicamente pelas estradas do Norte Fluminense e Região dos Lagos. Os pendulares dos municípios litorâneos de Ar-raial do Cabo até São João da Barra somam o dobro da população inteira de Quissamã, por exemplo. Mais da metade deste contingente se dirige especificamente a uma cidade, e não é difícil supor qual seja. Sem contar os que chegam de outras regiões, Macaé é pressiona-da por cerca de 25 mil indivíduos pendulares, o que potencialmente representa acréscimo de 12% em vários tipos de demandas ao Po-der Público em relação à população do muni-cípio, que é de 206 mil habitantes.

Campos experimentou aumento na in-tensidade dos movimentos pendulares entre 2000 e 2010. Segundo o Censo de 2000, o saldo pendular era negativo em 2.414, com 1.143 entradas e 3.557 saídas. No Censo 2010, cresceram tanto as entradas (2.345) quanto as saídas (8.072), mas o saldo ficou ainda mais

negativo: 5.727. Todos estes números se refe-rem exclusivamente aos movimentos entre os municípios considerados.

O petroleiro Anderson Duarte, 36 anos, pai de dois filhos (“um para cada mãe”), tra-balha na Petrobras há 13 anos. Nos primeiros dez, de 2001 a 2011, atuou embarcado na es-cala de 15 dias no mar por 15 dias de folga. Atualmente, trabalha em terra e se desloca com frequência para Macaé.

— Atualmente minha rotina é assim: de segunda a quinta, acordo às 4h40 e pego o ônibus às 5h10, para estar no trabalho às 7h10. Faço uma hora de almoço e retorno às 17h, chegando em casa às 19h20, se o trân-sito estiver bom. Vou dormir entre 22h30 e 23h30. De sexta a domingo, fico em Macaé com minha namorada na primeira semana, pois na segunda eu retorno com ela na sexta para Campos e fico com meu filho — afirma Anderson.

Anderson Duarte começa o dia viajando

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Fluxos diáriosDentre os cerca de 42 mil indivíduos pendula-res, 31,6 mil saem de sua cidade e voltam para ela diariamente. Em números absolutos, o município de onde mais saem moradores para trabalhar fora é Rio das Ostras, com 10,3 mil pessoas indo e voltando todos os dias. A esma-gadora maioria (9.250 pessoas) se desloca para Macaé. Vale lembrar, os dados se referem ao Censo 2010, não captando efeitos recentes da crise do setor de petróleo. O segundo fluxo de saída mais intenso é o de Cabo Frio, de onde partem todos os dias 9,2 mil pessoas. Mais da metade (cerca de 5 mil) vai a Búzios, mas é significativo o número de cabofrienses que se deslocam para Macaé (1.729) ou para Rio das Ostras (1.320). Os ou-tros municípios não chegam nem perto destas marcas, como se pode ver pelo gráfico. Casi-miro de Abreu, por exemplo, embora tenha o

terceiro maior fluxo de saída, conta 3.362 mo-radores se deslocando diariamente, enquanto Campos, quarto maior, contabiliza 2.910.No sentido inverso, quem mais recebe traba-lhadores diariamente é Macaé, com mais da metade do total: 16.217. O segundo município a receber mais pessoas diariamente é Armação de Búzios, com 5.103, seguido de Rio das Os-

tras, com 3.626. Campos recebe 1.338 pendu-lares por dia, em sua grande maioria (1.009 ou três quartos) vindos de São João da Barra. Tanto em Macaé quanto em Búzios, a atração é mais forte sobre homens do que mulheres, embora no primeiro a predominância mascu-lina seja maior (66,4%, contra 60,3% no segun-do).

Joseane de Souza e Mauro Macedo Campos

Efeitos do Açu em SJBO Censo de 2010 captou crescimento de

18,3% na população de São João da Barra em relação ao levantamento de 2000. A população do município subiu de 27.682 para 32.747 ha-bitantes no período — acréscimo de 5.065 mo-radores, perfazendo média de 1,69% ao ano de crescimento populacional —, já refletindo os primeiros impactos da construção do comple-xo portuário do Açu, iniciada em outubro de 2007.

Já os dados de pendularidade apontam for-

te incremento nos números sanjoanenses. Ape-sar do grande aumento nas entradas (de 327 pessoas em 2000 para 1.321 em 2010), São João da Barra permanece, segundo o último Cen-so, com saldo pendular negativo, embora de-crescente. A conta é simples: considerando os sanjoanenses que saem diariamente para tra-balhar e voltam para casa e ainda os moradores de outras cidades que trabalham em São João e voltam todos os dias para seus municípios de origem, o saldo ainda é negativo. Apesar das

1.321 entradas, há 1.417 saídas, perfazendo um saldo pendular de - 96. No Censo 2000, o saldo negativo era maior: - 634 pessoas.

Como, além da proximidade (41 Km), São João da Barra só tem ligação rodoviária com Campos, os números sugerem que tem bastan-te gente morando em Campos e trabalhando no Complexo do Açu. Em Campos há maior oferta de infraestrutura em saúde, educação e serviços, o que explicaria a opção de muitos por morar na cidade.

Pendularidade: 2000 e 2010

Municípios 2000 2010

Entradas Saídas Saldo pendular Entradas Saídas Saldo pendular

Armação de Buzios 2.574 203 2.371 5.370 309 5.061

Arraial do Cabo 517 847 -330 516 1.440 -924

Cabo Frio 1.218 3.873 -2.655 2.105 10.475 -8.370

Carapebus 188 497 -309 224 2.297 -2.073

Campos dos Goytacazes 1.143 3.557 -2.414 2.345 8.072 -5.727

Casimiro de Abreu 609 1.054 -445 1.462 3.752 -2.290

Macaé 5.494 434 5.060 24.272 908 23.364

Quissamã 177 521 -344 323 1.129 -806

Rio das Ostras 881 1.193 -312 3.965 12.113 -8.148

São João da Barra 327 949 -622 1.321 1.408 -87

Total 13.128 13.128 0 41.903 41.903 0

Fonte: IBGE - Censos Demográficos de 2000 e 2010

Fluxos diários - origem e destino

MUNICÍPIO ONDE TRABALHA

Armação de Búzios Arraial do Cabo Cabo Frio Carapebus Campos Casimiro de Abreu Macaé Quissamã Rio das

Ostras São João da Barra

Total

MU

NIC

ÍPIO

DE

RE

SID

ÊN

CIA

A.Búzios 0 12 240 0 0 0 0 0 11 0 263

A.Cabo 38 0 937 0 0 10 65 0 0 0 1.050 Cabo Frio 4.992 463 0 0 21 677 1.729 0 1.320 0 9.202 Carapebus 6 0 0 0 24 0 1.823 54 23 0 1.930

Campos 0 0 40 11 0 11 1.590 154 21 1.057 2.884 C.Abreu 18 0 249 0 17 0 1.187 0 1.881 0 3.352 Macaé 10 0 25 34 113 47 0 11 343 8 591

Quissamã 0 0 0 136 86 0 384 0 5 0 611 R.Ostras 29 0 304 7 38 583 9.250 16 0 8 10.235 S.J.Barra 0 0 0 0 1.009 0 45 0 0 0 1.054

Total 5.093 475 1.795 188 1.308 1.328 16.073 235 3.604 1.073 31.172

Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2010