revista mundo fiat 108

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NÚMERO 108 - ABR/MAI 2011 Stralis NR Eurotronic e Trakker 8x4: os novos lançamentos Iveco Novo Uno duas portas chega ao mercado Iveco fornecerá veículos para o Exército Brasileiro Tarsila do Amaral e os modernistas em exposição na Casa Fiat de Cultura Um passeio pelos vinhedos do sul do Brasil CNH patrocina o Museu do Açúcar de Piracicaba Fundação Torino recebe prêmios Mobilidade: Fiat participa da Reatech A Fiat na Praça da Liberdade Ignácio Costa PREPARE-SE PARA DECOLAR.

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Colaboração: chefe de reportagem e editora-executiva

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Page 1: Revista Mundo Fiat 108

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 108 - ABR/mAI 2011

Stralis NR Eurotronic e Trakker 8x4: os novos lançamentos Iveco • Novo Uno duas portas chega ao mercado • Iveco fornecerá veículos para o Exército Brasileiro • Tarsila do Amaral e os modernistas em

exposição na Casa Fiat de Cultura • Um passeio pelos vinhedos do sul do Brasil • CNH patrocina o museu do Açúcar de Piracicaba • Fundação Torino recebe prêmios • mobilidade: Fiat participa da Reatech

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PREPARE-SE PARA DECOLAR.

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Page 2: Revista Mundo Fiat 108

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Page 3: Revista Mundo Fiat 108

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Page 4: Revista Mundo Fiat 108

por CledorvIno BelInI*

São crescentes as preocupações de setores da indústria nacional com o crescimento de importa-ções, sobretudo de bens de consumo, e com o consequente impacto sobre a balança comercial de manufaturados. No setor automotivo, a balança de comércio exterior de veículos e peças era

superavitária, chegando, entre 2005 e 2007, a saldos anuais positivos de até US$ 10 bilhões.A partir do final de 2008, entretanto, muitos fatores se combinaram e inverteram o sinal do saldo

comercial do setor. A crise econômica internacional contraiu muitos dos mercados importadores de veículos do Brasil, ao mesmo tempo em que a valorização do real frente ao dólar e outros sobre-custos logísticos e tributários afetaram notadamente nossa competitividade. Como resultado, o país começou a exportar menos e a importar mais, o que resultou em um déficit em 2010 no comércio exterior automotivo de US$ 6 bilhões.

Em 2005, as exportações de veículos montados representaram 31% da produção automotiva brasileira. Já em 2010 exportamos apenas 15% da produção de veículos montados. Paralelamente, os 90 mil veículos importados em 2005 representavam 5,1% do mercado interno. Em 2010, o quadro foi radicalmente diferente: as 660 mil unidades importadas somaram o equivalente a 20% do total de veículos novos comercializados no País.

Não se trata de condenar as importações em si, pois o comércio exterior desenvolve-se em mão dupla, com implicações positivas para a economia. O que preocupa é o descompasso do comporta-mento da curva de exportações frente a de importações. Na prática significa que o vigor da expan-são do mercado interno não está sendo apropriado pela indústria nacional, mas é crescentemente absorvido por produtos fabricados fora do país.

Como a capacidade exportadora brasileira está limitada pelo câmbio e por sobrecustos estru-turais, a competitividade do produto nacional está comprometida. Neste cenário, o aumento das importações sem a contrapartida da ampliação adequada de nossas possibilidades de exportação tem consequências deletérias, como a limitação dos investimentos, produção e emprego frente às potencialidades nacionais.

A indústria automotiva colocou a recuperação da competitividade do produto nacional como ponto central de suas preocupações e sua mais alta prioridade. Trata-se de um desafio complexo, cujo equacionamento exige medidas reestruturadoras de longo prazo, além de ações emergenciais de curto e médio prazos. É preciso agregar valor e competências ao parque industrial brasileiro, com políticas que promovam a inovação e a eficiência da indústria e seu entorno, de modo a estruturar a economia para os novos tempos, fortalecendo-a e criando diferenciais de vantagens comparativas.

É estratégico fortalecer as cadeias industriais de alta capilaridade e geradoras de dinamismo econômico, com a adoção de políticas de estímulo a investimentos públicos e privados em seu desenvolvimento tecnológico, da mesma forma que outros países desenvolvidos e emergentes fize-ram com êxito. O Brasil precisa elevar sua produção ao nível de excelência global, para tornar-se apto a competir nos mercados interno e externo, pois seus concorrentes na arena econômica global estão cada vez mais agressivos.

A competitividade é condição determinante para o futuro do Brasil como potência industrial. E somente a alcançaremos com a soma de vontades e inteligência das empresas, governo e sociedade.

* Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

A hora da competitividade

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EXPEDIENTE Mundo Fiat é uma publicação da

Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

www.eticagrupofiat.com.br

FIAT DO BRASIL S/APresidente: Cledorvino Belini

MONTADORASFIAT AUTOMÓVEIS

Presidente: Cledorvino BeliniCASE NEW HOLLAND

Presidente: Valentino RizzioliIVECO LATIN AMERICAPresidente: Marco Mazzu

COMPONENTESFPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES

Superintendente: Franco CiranniMAGNETI MARELLI

Presidente: Virgilio CeruttiTEKSID DO BRASIL

CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr.

SISTEMAS DE PRODUÇÃOCOMAU

Superintendente: Alejandro Solis

SERVIÇOS FINANCEIROSBANCO FIDIS

Superintendente: Gunnar MurilloBANCO CNH CAPITAL

Superintendente: Derci AlcântaraFIAT FINANÇAS

Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho

SERVIÇOS FIAT SERVICES

Superintendente: José Paulo Palumbo da SilvaFIAT REVI

Superintendente: Davide NicastroFIDES CORRETAGENS DE SEGUROS

Superintendente: Marcio JannuzziFAST BUYER

Superintendente: Valmir EliasISVOR

Superintendente: Márcia Naves

ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT

Diretor-Presidente: Adauto Duarte

CULTURACASA FIAT DE CULTURA

Presidente: José Eduardo de Lima PereiraEDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO TORINOPresidente: Raffaele Peano

COMITÊ DE COMUNICAÇÃOAlexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Cláudio Rawicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Mo-reira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Guilherme Pena (Fiat Automóveis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Ive-co), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ra-mos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil).

Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG

Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editores-Executivos: Frederico Alberti e Juliana Garcia. Chefe de reporta-gem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Carla Medeiros, Daniel Prado, Daniela Venâncio, Frederico Machado, Frederico To-nucci, Guilherme Arruda, José Otávio Lari, Juliana Garcia, Lilian Lobato, Izabela Abreu, Rubia Piancastelli e Téo Seixas. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517.Fale conosco: [email protected] Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – [email protected]

o anúncio de que a Casa Fiat de Cultural passará a integrar o Circuito Cultural Praça da Liberdade, instalando-se no Palácio dos Despachos, ao mesmo tempo em que os jar-

dins adjacentes abrigarão o Museu do Automóvel, é um evento de grande importância para o Grupo Fiat e para sociedade. Além de ser uma honra receber a missão de custodiar parcela impor-tante do patrimônio estadual, fazer parte do Circuito Cultural significa ser um agente de transformação de Belo Horizonte em um dos mais expressivos centros culturais e artísticos do País.

Inaugurada em 2006, a Casa Fiat de Cultura consolidou-se como um dos mais importantes espaços para discussão e exposição das artes no Brasil, atraindo mais de 250 mil visitan-tes desde sua fundação. Foram espectadores mobilizados por grandes mostras nacionais e internacionais das artes visuais, por apresentações inéditas de acervos brasileiros e de todo o mundo, além de debates acadêmicos e programas educativos. Coerente com sua missão de difundir a cultura e ampliar o aces-so às artes, destaca-se pelo caráter gratuito de suas iniciativas e pelo acolhimento privilegiado às escolas públicas das redes estadual e municipais.

O Museu do Automóvel, que será implantado e adminis-trado em parceria com o Veteran Car Club de Minas Gerais, será uma mostra dinâmica, com características diferenciadas em relação a museus organizados em outras partes do mundo. Contará, para isso, com o acervo dos colecionadores mineiros do Veteran Car Club, que é considerado o melhor do Brasil, em raridade, representatividade e qualidade do restauro. Estas pre-ciosas raridades deixarão o silêncio das coleções particulares para mostrarem ao grande público as diversas faces de um automóvel, como engenho de alta tecnologia agregada, como obra de arte do design, como expressão da sociedade contem-porânea e ícone da mobilidade e da liberdade individual.

A maior proximidade com o público, decorrente da localiza-ção inspiradora no Circuito Cultural, amplia as possibilidades de ação e aumenta as responsabilidades da Casa Fiat de Cultura como agente cultural, tornando-a uma referência mais expres-siva para a cultura de Minas Gerais e para a difusão da produ-ção artística local. Mais do que isto: ali se encontrarão passado e presente para projetar as ideias do futuro. Ali, o Grupo Fiat escreverá uma página nobre da história de seu relacionamento com a sociedade.

Boa leitura!

* Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

Cada vez mais próximos do públicopor MArCo AnTônIo lAge*

10 Grupo Fiat IveCo vAI proDUzIr BlINDADoS pArA o exérCIto Nova fábrica exigirá investimentos de r$ 75 milhões e será instalada em Sete lagoas, MG, para atender às encomendas do setor de defesa

14 lançamento IveCo StrAlIS Nr eUrotroNIC teM SISteMA INovADor De trANSMISSão Novo modelo extrapesado tem transmissão automatizada, aliando conforto, potência e economia

20 lançamento IveCo ApreSeNtA Novo MoDelo extrApeSADo Caminhão trakker 8x4 chega ao mercado nacional para atender demanda de empreiteiras e mineradoras

26 lançamento FIAt lANçA verSão DUAS portAS Do Novo UNo e também chega ao mercado o Novo Uno Sporting, concebido para o público jovem que busca mais emoção ao dirigir

30 Negócios Fpt AMplIA preSeNçA No MerCADo Fábrica de motores passa a equipar caminhões da Hyundai, dentro da estratégia de conquistar novos clientes

32 Capa CASA FIAt De CUltUrA No CIrCUIto CUltUrAl prAçA DA lIBerDADe o novo espaço ocupará o palácio dos Despachos e está previsto para ser inaugurado antes da Copa de 2014. Museu do Automóvel também fará parte do circuito

42 Cultura olHAr e Ser vISto A história de um dos gêneros mais tradicionais e importantes nas artes, o retrato, entra em cartaz em maio na Casa Fiat de Cultura

46 Cultura o BrASIl HeteroGêNeo e SeUS íCoNeS obras em exposição na Casa Fiat de Cultura a partir de 10 de maio mostram como o Brasil era interpretado por modernistas como tarsila do Amaral

4� Competição FoI DADA A lArGADA pArA o rAlly UNIverSItárIo FIAt 2011 A grande novidade desta temporada é a categoria “paixão Fiat”, aberta a quem tem um Fiat na garagem e espírito esportivo

52 vinhos do Brasil oS CeNárIoS e SABoreS SUrpreeNDeNteS Do vINHo BrASIleIro Há mais de um século, o cultivo da uva e produção de vinho são atividades econômicas importantes no rio Grande do Sul, introduzidas pelos imigrantes italianos

6� Agronegócio HIStórIA preServADA CNH patrocina a criação do Museu do Açúcar em piracicaba através da lei Federal de Incentivo à Cultura

�1 educação FUNDAção torINo reCeBe prêMIo por GeStão eDUCACIoNAl reconhecimento ao presidente raffaele peano e ao projeto econscienza

�2 educação eNSINo eUropeU eM Solo BrASIleIro Há mais de 30 anos na capital mineira, a Fundação torino se consagra como referência em escola Internacional

�4 Sustentabilidade por UM MUNDo MAIS ACeSSível Fiat apresenta veículos adaptados para pessoas com deficiência na reatech, segundo maior evento do mundo

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o Guarani, veículo blindado para transporte de pessoas (VBTP) que a Iveco desenvol-

ve em conjunto com o Exército brasi-leiro, será produzido, dentro de dois anos, na fábrica que a empresa come-ça a construir no complexo industrial de Sete Lagoas (MG). A nova unidade, já chamada Iveco Veículos de Defesa, produzirá também, a exemplo do que faz na Europa, caminhões adaptados para uso militar.

O anúncio do investimento de R$ 75 milhões foi feito pelo presidente da Iveco na América Latina, Marco Mazzu, especialmente ao governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia,

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T Iveco vai produzir blindados para o exércitoNova fábrica exigirá investimentos de r$ 75 milhões e será instalada em Sete lagoas, MG, para atender às encomendas do setor de defesa

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região de Sete Lagoas e maior cresci-mento para Minas Gerais”.

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culos de Defesa é a Iveco Defense Vehi-cles, com sede em Bolzano, na Itália, que desde 1937 constrói veículos de uso militar. Assim, a unidade brasilei-ra é um desdobramento natural nesse momento de ampliação acelerada das atividades da empresa no Brasil: já construiu um centro de desenvolvimen-to de produtos, o primeiro da empresa fora do território italiano; uma unida-de produtiva de caminhões pesados; um centro de distribuição de peças; e lançou no mercado mais seis novas fa-mílias de caminhões. Como resultado, as vendas cresceram cinco vezes nos últimos quatro anos: “A escolha da Ive-co é uma felicidade muito grande pra nós. A Iveco, nos últimos anos, teve um crescimento exponencial, diria até meteórico. A fabricante agora se des-dobra, através dessa nova divisão de veículos blindados e de veículos de de-fesa. Eu tenho certeza que aqui temos não somente o começo de uma nova era, mas o início de uma nova ativi-dade econômica para o Estado na área da defesa”, afirmou, com orgulho, o governador Antonio Anastasia.

A nova unidade, já em constru-ção, terá uma área de 18 mil metros quadrados e vai gerar 350 empregos diretos quando estiver em operação. A maioria deles para técnicos treinados para tarefas especializadas e pratica-mente inéditas no mercado brasileiro, como soldagem de aço balístico.

A Iveco Veículos de Defesa traba-lhará também na adaptação de ca-minhões para o uso militar, como já faz na Europa. “A Iveco cresceu muito nestes últimos dez anos. Os empregos diretos no complexo chegam a 2,6 mil, e os indiretos a cinco mil. Será mais uma grande etapa da expansão do polo automotivo de Sete Lagoas”, ex-plicou Marco Mazzu.

Boa parte dos componentes do Guarani e dos primeiros 16 tipos de veículos a serem produzidos virá da Europa. Mas a diretriz é elevar o uso de componentes nacionais acima de 60%, para reduzir os custos de produção e de manutenção. Para os dirigentes da Iveco, essa meta é perfeitamente fac-tível, uma vez que o parque nacional de fornecedores de componentes auto-motivos e motores é de alta qualidade. Estarão envolvidos na cadeia produti-va cerca de 110 fornecedores diretos e mais de 600 indiretos.

Fruto de uma licitação feita, de 2007, pelo Exército Brasileiro, e ven-cida pela Iveco, o Projeto Guarani exigirá recursos de R$120 milhões,

em solenidade realizada no começo de abril na sede do governo do esta-do e que contou com a presença do presidente da Fiat Automóveis e do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini; do comandante do Exército Brasileiro, general Enzo Martins Peri; da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Do-rothea Werneck e do prefeito de Sete Lagoas, Mário Márcio Paiva.

Para Marco Mazzu, “o projeto as-sinala uma etapa muito importante para a Iveco. Uma nova atividade tecnológica industrial, que representa um impulso para a indústria de defe-sa nacional, mais crescimento para a

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O Guarani foi apresentado às autoridades na sede do Governo de Minas Gerais

Governador Antonio Anastasia

cumprimenta o presidente da Iveco America Latina, Marco

Mazzu, sob olhar do comandante do Exército Brasileiro,

general Enzo Martins Peri. Eles

inspecionaram o veículo

acompanhados do presidente do

Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini

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incluída a unidade de produção. A FPT Industrial investirá outros R$ 35 milhões na produção do motor diesel a ser utilizado no veículo.

o guArAnIO veículo blindado para trans-

porte de pessoas (VBTP), batizado de Guarani, foi desenvolvido no Brasil por uma equipe de 30 especialistas do Exército, da Iveco e da Comau, empresa de engenharia automotiva do Grupo Fiat. É um veículo blindado anfíbio, de 18 toneladas, com tração 6x6, capaz de transportar 11 milita-res. Ele tem 2,34 metros de altura, 2,7 metros de largura, e 6,91 metros de comprimento. De grande mobilidade, tem grande capacidade para transpor trincheiras de degrau vertical e maior vão livre. O Guarani vem equipado com suspensão independente hidrop-

neumática, sistema de freios com disco duplo e ABS, além de ar con-dicionado, GPS, sistema automático de detecção e extinção de incêndio, capacidade de operação noturna de série e sistema de detecção de laser. O Guarani poderá vir em dois modelos: um equipado com torre de canhão automático, e outro com metralha-dora operada por sistema de controle remoto. Uma grande vantagem é que ele pode ser transportado por aviões tipo Hercules C-130. “É um motivo de orgulho para nós, mineiros, estarmos sediando aqui em Minas Gerais a fa-bricação de um veículo que permitirá, cada vez mais, a garantia que nos é mais importante na tranquilidade da certeza da manutenção da paz. O Guarani vai gerar empregos, divisas, e, mais do que tudo isso, aquilo que é mais importante para nós, que é o

valor agregado ao produto mineiro”, disse o governador.

O protótipo, exibido em frente ao Palácio Tiradentes, foi apresentado na maior feira militar da América Latina, a Latin America Air & Defense (LAAD), que aconteceu entre 12 e 15 de abril, no Rio de Janeiro. Após a exibição na feira, o Guarani seguiu para o campo de provas do Exército em Marambaia (RJ), para um período de testes. Nesse mesmo período, também começou a construção do lote-piloto dos 16 veí-culos previstos na etapa de desenvol-vimento do projeto.

O Guarani servirá como platafor-ma base para uma família de blinda-dos médios de rodas, com a possibili-dade de mais de dez versões – veículos de reconhecimento, carros de combate e socorro, posto de comando, comu-nicações, morteiro leve, morteiro pe-sado, central diretora de tiro, oficina

e ambulância. “Esse é um projeto de-senvolvido aqui, com a experiência e o know how dos engenheiros da Iveco junto aos nossos engenheiros milita-res. O Guarani servirá de plataforma para outros veículos dessa mesma família de defesa”, afirmou o coman-dante do Exército Brasileiro, general Enzo Martins Peri.

O modelo já está sendo cogita-do para exportação, assim como os outros blindados que possivelmente surgirão, como confirma o coman-dante: “Nós entendemos que toda indústria de defesa instalada aqui vai atender não só ao Brasil, mas especialmente para exportação. Até por uma questão de sustentação da indústria. Aquilo que é produzido no Brasil atrai automaticamente os ou-tros países da América do Sul, e faci-lita às empresas exportar para África e até Europa”.

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proporcionar a motoristas de cami-nhões capazes de puxar carretas de 70 toneladas uma sensação de

dirigir tão prazerosa quanto um auto-móvel de passeio. É exatamente esse o objetivo da Iveco ao lançar o Stra-lis NR Eurotronic, novo extrapesado que chega ao mercado agregando um moderno sistema de transmissão ao que temos de mais tecnológico existe em termos de potência, conforto e te-lemetria. Tudo sem deixar de pensar em economia, meio ambiente e baixo custo de manutenção.

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TO Iveco Stralis Nr eurotronic tem sistema inovador de transmissãoNovo modelo extrapesado tem transmissão automatizada, aliando potência, economia, conforto e segurança para o motorista

por FrederICo MAChAdo

“Ouvimos o cliente mais uma vez”, explica Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America. “O resultado é um produto excelente, econômico, de grande segurança, com reduzido custo operacional e que permite às empre-sas profissionalizar automaticamente suas frotas, conquistando maior lu-cratividade na operação”, destaca.

O lançamento do Stralis NR Eu-rotronic, que chega nas versões 4x2, 6x2 e 6x4, promete encorpar ainda mais a já consolidada gama Stralis NR no Brasil. Agora, a família conta

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TO com 22 versões. “A expectativa é ven-dermos mais de três mil unidades do novo modelo em 2011”, revela Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco no Brasil. Esse volume corresponde a cerca de 40% do volume total da gama Stralis NR previsto para o ano. “Com isso, esperamos ultrapassar 15% de participação entre os extrapesados em 2011”, acrescenta.

Segundo Cavalcanti, um dos grandes apelos da transmissão automatizada é que ela eleva e equaliza o nível técnico dos motoristas e, com isso, reduz o con-sumo médio e o custo de manutenção e aumenta muito a segurança.

Mas para chegar a esses benefícios, foi necessária uma parceria afinada entre a Iveco e o Grupo ZF, fabricante da caixa ZF AS-Tronic, visando à adaptação das centrais eletrônicas do motor e da trans-missão. Assim, o conjunto powertrain é capaz de trabalhar como um só, maximi-zando a eficiência energética na hora da aceleração e o poder de frenagem.

“Este é mais um exemplo da maturi-dade da engenharia brasileira da Iveco”, opina Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da empre-sa. “Nossos testes mostram que conse-guimos juntar menor consumo e mais segurança no mesmo pacote”, diz.

Ao AlCAnCe dAs MãosPara acionar a transmissão automa-

tizada do Stralis NR Eurotronic, basta o motorista pressionar teclas no painel,

sem que seja necessário pisar no pedal de embreagem. “Basta apertar a tecla D e acelerar. O câmbio automatizado é in-teligente e escolhe a marcha certa para a hora certa, com engates suaves e preci-sos, permitindo uma condução mais con-fortável, econômica e eficiente do cami-nhão”, explica Cristiane Nunes, gerente de Marketing de Produto da Iveco.

A tecla D coloca em operação as 16 velocidades (são quatro a mais que os concorrentes). Com a tecla N aciona-se o ponto morto e com a R entram as duas marchas à ré. Quando o motorista preci-sa manobrar em espaços reduzidos, en-gatar ou desengatar um implemento ou dar ré para entrar numa doca, basta pres-sionar a tecla D ou R por dois segundos e, assim, acionar o modo slow, que troca marchas em ritmo mais lento, evitando acelerações bruscas ou trancos e garan-tindo a precisão da manobra.

E para os motoristas pouco habitua-dos a passar marchas nas teclas, o sis-tema ainda oferece uma alavanca multi-funcional no lado direito do volante, em posição ergonômica.

InTelIgênCIA PArA eConoMIzArA perfeita sincronia entre motor e

transmissão pode ser sentida no bolso dos proprietários do Iveco Stralis NR Eurotronic. Depois de testes em labora-tórios e também em rotas consagradas dos clientes da marca, constatou-se que o lançamento economiza até 7% de com-

bustível quando comparado com seu si-milar de transmissão mecânica.

O caminhão conta com dois modos distintos de condução: o normal e o Eco-nomy (identificado no painel pela sigla Eco). O modo normal equilibra as neces-sidades de agilidade e o ótimo consumo. Já o padrão Economy tem por finalidade a economia de combustível, com uma rí-gida observação de parâmetros como me-lhor torque e potência de motor.

Mas quem pensa que é necessário ficar trocando de um modo para o outro, desde-nha da inteligência do sistema. Se o moto-rista precisar de maior potência para uma ultrapassagem, por exemplo, basta pres-sionar o pedal do acelerador até o final de seu curso e o veículo passa instantanea-mente para o modo normal de condução, voltando posteriormente, e de maneira automática, para o modo Economy.

Outro fator que contribui para a econo-mia é o Iveco Downhill Control (DHC), um sistema “inteligente” que sabe o que fazer e quando. Quando o caminhão está em uma descida, o sistema aproveita a aceleração gravitacional com o veículo engrenado, sem oferecer riscos para o motorista.

O piloto automático também é otimi-zado para a economia, pois mantém a velocidade preestabelecida pelo condutor sempre dentro dos parâmetros de econo-mia, tanto em terreno plano quanto em aclives e em declives acentuados.

“Ao final, com todos esses sistemas mais a troca automatizada de marchas, o Iveco Stralis NR Eurotronic faz com que a média de consumo de um ótimo motoris-ta fique ainda melhor. E que a média de um motorista ainda em fase de matura-ção melhore consideravelmente”, explica Cristiane Nunes.

ForçA nAs FrenAgensO Iveco Stralis NR Eurotronic também

surpreende na hora de frear. Ele possui o melhor sistema de freio motor do merca-do brasileiro e, aliado ao opcional intar-der, chega a uma potência de frenagem de 985 cv, de forma segura e progressiva. “O motorista mantém sempre o cami-

• Manutenção inicial para aplicações bitrens e rodotrens quando o veículo chega aos 30 mil quilômetros, em vez dos dez mil an-teriormente recomendados.

• revisões periódicas, antes feitas a cada 20 mil quilômetros, agora realizadas a cada 30 mil

• Filtro de combustível que dura 50% mais e pode ser trocado a cada 30 mil quilô-metros

• Intervalo para a troca da correia do motor 50% maior (aos �0 mil quilômetros)

• utilização de óleo sintético, com dura-bilidade de até 360 mil quilômetros (en-quanto o óleo mineral comum dura 60 mil quilômetros)

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Maior intervalo de manutenção

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Iveco Stralis NR Eurotronic chega nas versões 4x2, 6x2 e 6x4

Motor e transmissão automática operam sempre dentro de suas características téc-nicas ideais no stralis nr eurotronic, o que prolonga a vida do conjunto. e um sistema de freio motor com as características trazi-das pelo veículo evita o superaquecimento e desgaste prematuro de componentes do sistema de freios, pneus, dentre outros.

essa característica amplia um grande di-ferencial competitivo que já acompanha a linha Iveco stralis nr desde seu lançamento em abril de 2010: o menor custo operacional do segmento. “Com os avanços tecnológicos mais o trabalho de desenvolvimento em pla-taforma, que inclui a experiência de campo do pessoal de pós-venda, a Iveco pode projetar com segurança um aumento nos intervalos de manutenção do produto”, explica Maurício gouveia, diretor de Pós-venda da Iveco.

Maior intervalo de manutenção

Dados comparativos de manutenção

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Com o modelo Iveco stralis nr eurotronic, a gama stralis nr chega a 22 ver-sões disponíveis no mercado brasileiro, sem contar as possíveis variações de eixos e entre-eixos. são elas:

nhão ‘na mão’, com total controle do veículo”, comenta Túlio Rabelo, es-pecialista em transmissões da Iveco. “Caminhões com esses sistemas de freios podem trafegar em velocidades médias mais altas sem ultrapassar o limite da segurança, aumentando a produtividade”, diz o engenheiro.

O freio motor é acionado integral-mente pela alavanca multifuncional, que pode ser abaixada em seis está-gios. Em veículos equipados com o intarder ZF (acoplado à transmissão), a capacidade de frenagem vai além. No segundo estágio da alavanca mul-tifuncional, já são acionados 25% da potência do intarder. No terceiro está-gio, entra 50% do intarder. No quarto, 75%. No quinto, 100%.

E cada movimento é sempre acompanhado da simultânea redu-ção de marchas. No sexto estágio, as centrais puxam uma redução de mar-chas ainda mais agressiva, potencia-lizando todos os 985 cv combinados do sistema.

PoTênCIA TrAção CABIne ToTAl

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essa flexibilidade de escolha permite a perfeita configuração para qualquer aplicação do transporte, com composições de até nove eixos, como graneleiro, carga seca, basculante, baú carga geral, tanque, cegonheiro, baú frigorífico, por-ta-container, sider, canavieiro, tanque aço inox, entre outros.

Interior do Stralis NR Eurotronic: mais espaço e conforto

Para acionar a transmissão automatizada, basta o motorista pressionar teclas no painel, sem que seja necessário pisar no pedal de embreagem

Page 11: Revista Mundo Fiat 108

para atender a crescente deman-da de equipamentos pesados dos setores de mineração e

construção civil, a Iveco trouxe para

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TO Iveco apresenta novo modelo extrapesadoCaminhão trakker 8x4 chega ao mercado nacional para atender demanda de empreiteiras e mineradoras

por lIlIAn loBATo

o Brasil, em fevereiro, o caminhão Trakker 8x4. Desenvolvido inteira-mente para operações fora de estra-da, o extrapesado é sucesso mundial

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pelo seu desempenho operacional, mesmo que submetido às mais seve-ras aplicações.

Importado da fábrica da Iveco na Espanha, – especializada na produ-ção dos caminhões dessa linha – o Trakker 8x4 mostra que a empresa tem avançado no mercado off-road. Em 2008, já havia sido lançado o Trakker 6x4, que ganhou espaço e respeito pelo seu alto potencial e bai-xo custo nas operações.

Conforme a gerente de Marketing de Produto da empresa, Cristiane Nu-nes, o Trakker 8x4 recebeu adapta-ções do Centro de Desenvolvimento do Produto da Iveco em Sete Lagoas (MG) para se adequar à realidade brasileira. O objetivo, segundo ela, é atender as necessidades específicas de operação no país, bem como nas nações latino-americanas. Em 2011, a estimativa da Iveco é produzir 200 unidades. A pri-meira remessa de 45 unidades já está em operação na Nacional Minérios (Namisa), em Congonhas (MG).

Cristiane Nunes revela que o novo modelo deverá ter sua produção nacio-nalizada. “A expectativa é que, a partir de 2012, a fabricação passe a ser rea-

lizada na planta de Sete Lagoas. Com isso, será possível atrair novos clien-tes pela possibilidade de aquisição do veículo por meio do Finame (Financia-mento de Máquinas e Equipamentos), já que a linha de crédito é direcionada apenas à compra de máquinas nacio-nais novas”, afirma.

O Trakker 8x4 é equipado com o motor Cursor 13 da FPT, o mais eco-nômico da categoria, com 12,8 litros, seis cilindros, quatro válvulas por cilindro e gerenciamento eletrônico. A transmissão é automatizada, com caixa ZF Astronic de 16 velocidades com intarder, o que dispensa o pedal de embreagem, e o freio ABS é de sé-rie. O fora de estrada ainda entrega 420 cv de potência, com torque má-ximo de 1,9 mil Nm disponíveis entre 1 mil e 1,5 mil RPM, ideal para velo-cidades operacionais mais elevadas e grande capacidade para vencer acli-ves acentuados.

Com carga útil de 35,5 mil quilos e PBT técnico de 50 mil quilos, o ca-minhão tem capacidade máxima de tração (CMT) de 132 toneladas, che-gando, em condições excepcionais de operação, a 176 toneladas (a maior da categoria). Outro diferencial está na maior capacidade de carga na sus-pensão traseira: 32 toneladas contra 30 da concorrência.

O modelo também disponibiliza para-choque dianteiro tripartido, fei-to em aço, ideal para as difíceis con-dições fora de estrada, o que resulta em menor custo operacional. A sus-pensão da cabine é de quatro pontos, com molas helicoidais que absorvem os impactos transmitidos pelo chassi e garantem conforto para o motoris-ta, assim como durabilidade máxima do conjunto, quando comparada a uma suspensão a ar.

Segundo a gerente de Marketing de Produto, o veículo também possui itens que unem conforto e funciona-lidade. Exemplo disso é o volante que pode ser regulado pneumaticamente

Nos testes de campo realizados pela Iveco, a cabine foi considerada confortável pelos clientes

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Na Lear, sabemos o quão importante é ser ambientalmente focado. É por isso que um elemento fundamental da nossa missão é “apoiar as comunidades onde estamos presentes e proteger o meio ambiente”.

Como resultado, a Lear tem incorporado a consciência ecológica na estratégia dos nossos produtos, e continuamos dar prioridade máxima em trazer para o mercado produtos e tecnologias ecologicamente corretas.

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em altura e profundidade. O ar-con-dicionado é de série, bem como os vi-dros elétricos. “Nos testes de campo realizados pela empresa, nossa cabi-ne foi considerada a mais confortável pelos clientes”, avalia.

Pós-vendACom o lançamento do Trakker

8x4, a Iveco avançou também no pa-cote de serviços de pós-venda. O dire-tor de Pós-Venda da Iveco, Maurício Gouveia, explica que serão oferecidas seis opções de serviços de manuten-ção, batizadas como Iveco Service Combos. “Com isso, o cliente opta pelo pacote que melhor se adapta à sua realidade de operação”, explica.

Os combos vão da simples oferta da oficina móvel até formatos mais sofisticados, como é o caso da Nami-sa, que adquiriu os primeiros 45 Iveco Trakker 8x4 vendidos no Brasil. Neste caso, o pacote inclui até uma minicon-cessionária para atendimento exclusi-vo dentro da base do cliente. “Com um produto altamente competitivo para o

mercado e um serviço eficiente e pro-fissional feito sob medida para dar su-porte às operações, garantimos maior rentabilidade aos consumidores do novo modelo”, avalia.

O cliente do Iveco Trakker 8x4 ain-da pode contar com outros serviços especiais, como um Gerente Regional de Serviços da montadora, dedicado ao atendimento de grandes frotas, ou uma equipe residente de mecânicos para grandes frotas concentradas no seu local de operação. Além dos con-sagrados programas de atendimento rápido da empresa.

O serviço de pós-venda da Iveco também inclui Assistance Non Stop – serviço 24 horas, 365 dias por ano – Windelivery – entrega da peças 24 horas, 365 dias por ano – Entrega Técnica Personalizada e Top Driver – treinamento de condução econômi-ca e responsável. “Todos os serviços prestados são avaliados mensalmen-te pela Iveco, o que permite a contí-nua melhoria do atendimento”, afir-ma Gouveia.

Jornalistas e convidados puderam testar o Iveco Trakker 8x4 durante o lançamento do modelo

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Já está no mercado a versão duas portas do Novo Uno, disponível em todas os modelos da linha.

Mantendo o conceito moderno, o visu-al inovador e as inúmeras opções de personalização, o veículo traz como

Fiat lança versão duas portas do Novo Unoe também chega ao mercado o Novo Uno Sporting, concebido para o público jovem que busca mais emoção ao dirigir

por lIlIAn loBATo

atrativo adicional uma ampla e vi-brante paleta de cores.

Para melhorar, ao disponibilizar o novo Uno duas portas, a Fiat também passou a oferecer um preço competiti-vo ao consumidor. O modelo pode ser

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O Novo Uno está disponível em 12 cores convencionais ou vibrantes, como o amarelo citrus

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www.lamesgroup.com

O Novo Uno 2 Portas chegou e a Lames se orgulha de fazer parte do seu DNA.

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TO adquirido a partir de R$ 26,4 mil (Viva-ce, com motor 1.0 flex e duas portas).

A previsão de vendas da nova ver-são é de 30% do total da linha. A ex-pectativa tem como base a avaliação realizada junto ao modelo antigo, o Mille, em que 60% das unidades ven-didas são de quatro portas e 40% de duas. Para se ter uma ideia da parti-cipação do Novo Uno no mercado bra-sileiro, entre seu lançamento em maio de 2010 e fevereiro deste ano, 120 mil unidades foram comercializadas.

O sucesso pode ser atribuído, segundo a Chief Designer Color and Trim da empresa, Isabella Vianna, ao cuidado com cada detalhe. Para desenvolver o design e escolher as cores, a Fiat realizou um trabalho de pesquisa com jovens chamados de Geração Y, nascidos entre 1980 e fi-nal da década de 1990.

De acordo com ela, o diagnóstico foi feito com quase três anos de ante-cedência ao lançamento e verificou o que era preciso modificar no modelo antigo. “Por meio do estudo conse-guimos entender o que desejava esta geração. Mais que isso, percebemos que as pessoas estão abertas às no-vidades e que desejam mostrar sua personalidade. Ao todo, conversamos com 700 jovens, em 80 cenários dife-rentes como shoppings, escolas, par-ques e feiras de automóveis e acessó-rios”, explica.

A pesquisa também identificou que os clientes estão mais abertos a fazer escolhas emocionais de consumo, o que contribuiu para a boa aceitação das cores no carro. Segundo Isabella Vianna, o consumidor continua preo-cupado em comprar um veículo pen-sando no momento em que irá vendê-lo, a chamada compra racional, porém percebe-se um movimento grande de compra emocional, deixando desejos e vontades sobressaírem no momento da decisão. “As pessoas querem fugir do tradicional e estão mais preocupa-das em realizar um desejo”, afirma.

O Novo Uno pode ser encontrado em 12 cores. Entre as novidades está o Verde Box, exclusivo para versão Way. Já o amarelo Citrus é lembra-do pelo seu tom marca texto. O Azul Splash é metálico e faz referência às novas tecnologias. Por fim, o Laranja Nemo foi disponibilizado para a ver-são esportiva Sporting.

Dados da Fiat apontam que o Novo Uno Amarelo Citrus corresponde a 10% dos pedidos na fábrica, mesma fatia do Verde Box. O vermelho, um pouco

mais tradicional, colore 20% dos veí-culos e, na expectativa da montadora, a cor laranja deve chegar também aos 10%. O restante fica para as mais tra-dicionais, como preto e prata.

Por meio das novas cores, a mon-tadora italiana manteve a tradição – iniciada em 1996, com o Palio – de oferecer a diferenciação visual, com o mote “Fiat colorindo as ruas”. Outros modelos também seguem essa propos-ta, como Ideia, Strada, Dobló e o mais recente Bravo Azul Maserati.

Novo Uno Sportingo lançamento do novo uno duas portas tam-

bém foi uma oportunidade para que a Fiat apresen-tasse ao mercado a versão sporting, que já havia sido pré-apresentada no salão do Automóvel de são Paulo, em outubro do ano passado. o modelo 2012 chega focado, sobretudo, no público jovem e será oferecido em duas e quatro portas.

A versão também é mais um exemplo de que o novo uno é versátil e moldável às mais variadas ne-cessidades. o sporting reúne todas as qualidades e conteúdos do modelo, com a descontração, desem-penho e beleza das versões mais esportivas.

equipado com o novo motor Fire 1.4 evo da Fiat Powertrain, o uno sporting traz novos conteúdos, tecnologia, exclusividade em customização, além da adoção de suspensões que reforçam seu caráter de esportividade e de carro que proporciona gran-de prazer ao dirigir.

os amortecedores também receberam carac-terísticas específicas para as novas exigências de desempenho. A barra estabilizadora dianteira tem maior diâmetro e o eixo traseiro tem maior rigidez torcional. As rodas de liga leve, com aro de 15 po-legadas de diâmetro, estão calçadas com pneus na medida 1�5/60 r15.

o aspecto exterior foi fortemente espelhado nos modelos esportivos, tanto em cores quanto em itens de personalização e de eficiência de uti-lização. Ainda faz parte da sua personalidade fa-róis com máscara negra, anéis estéticos da grade anterior em vermelho e spoiler para o pára-choque dianteiro.

Além dos elementos diferenciados e exclusivos, a versão sporting oferece direção hidráulica, ar con-dicionado, faróis de neblina, trava e vidros diantei-ros elétricos. em termos de segurança o novo uno sporting ainda disponibiliza o High Safety Drive (hsd) – airbag duplo e freios com sistema ABs.

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Para desenvolver

o design e escolher as cores, a

Fiat realizou pesquisas

com jovens da Geração Y

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Foi em 2005, que o presidente mun-dial da Fiat, Sérgio Marchionne, deci-diu que toda a tecnologia de motores

da empresa tinha potencial de sobra para atender outros clientes fora do Grupo Fiat. O resultado foi a criação da Fiat Po-wertrain Technologies (FPT), implantada no Brasil efetivamente em 2008. A partir daí, foram realizadas várias pesquisas de mercado e de concorrência para verificar

quem eram os potenciais compradores dos motores da FPT. Após três

anos, frutos já estão sen-do colhidos com o lan-çamento do novo cami-nhão HD78 da Hyundai equipado com o motor S30 da FPT Industrial.

A ideia de firmar parceria com outras montadoras é primor-dial para poder expan-dir ainda mais a marca

do Grupo Fiat Industrial, explica o gerente comercial da

FPT, Leônidas Pagoto. “A FPT nasceu para vender fora do Grupo. Está em seu DNA fazer valer o seu objetivo que é ofe-recer seus serviços a outros clientes”. O gerente comercial conta ainda que o con-vite para participar da licitação da Hyun-dai veio em 2009, mas foram 18 meses de trabalho para adaptar o motor ao ca-minhão HD78. “A parceria foi firmada em 2009, mas a concretização do projeto só aconteceu depois de mais de um ano de muito trabalho. Foram indispensáveis vá-rias modificações no motor para atender às necessidades do utilitário”, afirma.

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CIOs Fpt amplia presença

no mercadoFábrica de motores passa a equipar caminhões da Hyundai, dentro da estratégia de conquistar novos clientes

por dAnIelA venânCIo

Segundo o vice-presidente da Hyundai Caoa do Brasil, Annuar Ali, a parceria com a FPT foi determinante para o sucesso da operação, além de contribuir fortemente para o crescimento da indústria automo-bilística brasileira. “O caminhão HD78 é um veículo com qualidade, conforto e ver-satilidade e que, equipado com o motor S30, oferece ao consumidor um produto com a melhor economia de combustível entre seus correntes”, comemora.

o ProduTo FInAlPara que os caminhões HD78 pudes-

sem se adaptar ao motor S30 da FPT fo-ram necessárias várias adaptações reali-zadas ao longo de vários meses. “Vários setores da empresa se movimentaram para fechar esse acordo. Todos nós que-ríamos efetivamente que o projeto desse certo”, contou o gerente comercial da FPT, Leônidas Pagoto.

O motor base passou por uma série de modificações para atender às especifida-des do veículo da Hyundai, envolvendo, entre outros aspectos, nova termodinâ-mica, fluidodinâmica, calibração, coletor de escapamento, cárter, coxim e volantes – parte que faz a conexão entre o motor e a caixa de marchas. “Podemos dizer que temos um produto novo, 100% adapta-do às demandas dessa nova aplicação”, completa Pagoto.

Até o meio deste ano, a Hyundai vai produzir 100 unidades do modelo por mês, mas a partir do segundo semestre, a produção deve subir para 400 veículos. Para o próximo ano, a expectativa é fabri-car mil caminhões, mensalmente.

divulgação

Motor S30 da FPT garante menor consumo de combustível

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CAPA

o Circuito Cultural Praça da Li-berdade, no coração de Belo Horizonte, está recebendo dois

novos destaques: a Casa Fiat de Cultu-ra e o Museu do Automóvel. Os proto-

colos de intenções foram assinados no final do mês de março, pelo Governo do Estado, Fiat do Brasil, Casa Fiat de Cultura e Veteran Car Club do Brasil, que é parceiro na criação do Museu do

Casa Fiat de Cultura no Circuito Cultural praça da liberdadeo novo espaço ocupará o palácio dos Despachos e está previsto para ser inaugurado antes da Copa de 2014. Museu do Automóvel também fará parte do circuito

por Téo seIxAs

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Antiga sede do Governo mineiro, a Praça da Liberdade torna-se um diversificado corredor cultural

Com influência europeia, a

centenária praça abriga diversos

museus, como o das Minas e dos

Metais, já em funcionamento

na antiga Secretaria de Educação (ao

fundo)

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CAPA

Automóvel. A Casa Fiat de Cultura será implantada no Palácio dos Des-pachos, antiga sede administrativa do governo de Minas, junto ao histó-rico Palácio da Liberdade. Já o Museu do Automóvel ocupará área que ser-via de estacionamento para veículos do Gabinete Militar do Governador, nos jardins do Palácio da Liberdade.

Justamente no ano em que se co-memoram cinco anos de atuação da Casa Fiat de Cultura e 35 anos da ins-talação da Fiat Automóveis em Betim (MG), este novo e importante passo reafirma a contribuição da empresa à área cultural. “Nossa integração ao Circuito representa a possibilidade de contribuir com o sucesso deste pro-jeto cultural de grande importância. Após cinco anos de atuação, e do re-conhecimento do público, a Casa Fiat deseja somar esforços, junto a ou-tros agentes culturais, para fazer do Circuito Cultural Praça da Liberdade uma grande referência no cenário ar-tístico brasileiro”, ressalta José Edu-ardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura.

O Circuito Cultural Praça da Li-berdade, maior complexo cultural da América Latina, é formado por 11 espaços culturais que já receberam, em apenas um ano, cerca de 500 mil visitantes. Sua instalação aproveita o conjunto de prédios em estilo ne-oclássico que abrigava as secretarias de Estado, antes da transferência do Governo de Minas para a Cidade Ad-ministrativa. Fazem parte do circuito cultural o Espaço TIM UFMG do Co-nhecimento, o Museu das Minas e do Metal, o Memorial Minas Gerais – Vale, já abertos ao público. Estão em implantação o Centro Cultural Banco do Brasil, Centro de Arte Po-pular, Museu do Homem Brasileiro, Museu Clube da Esquina. Ainda fa-zem parte do complexo, o Palácio da Liberdade, a Biblioteca Pública Luiz de Bessa, o Arquivo Público Mineiro e o Museu Mineiro.

As parcerias com empresas e uni-versidades que resultaram nos espa-ços culturais já demandaram investi-mentos de mais de R$ 90 milhões na recuperação dos imóveis e nas ins-

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Palácio da LiberdadeInauguração: 1���Antiga sede do governo de Minas, é o prédio central da Praça da Liberdade e serviu de moradia para governadores. O edifício passou por rigoroso processo de restauração, quando muitas obras de arte escondidas pelo tempo foram recuperadas. Nos últimos domingos de cada mês, é aberta para visitação.

O CIRCUITO CULTURAL PRAçA DA LIBERDADE

Destinação: Casa Fiat de CulturaO que era: Palácio dos despachosInauguração: 1�6�A nova sede da Casa Fiat de Cultura possibilitará a ampliação das atividades para o público. A instituição continuará a estimular a integração sociocultural, expandindo sua política de amplo acesso à arte e à educação. Além de apresentar acervos de importantes museus e coleções do Brasil e do mundo, será possível a realização de programação com artistas locais.

Destinação: Centro Cultural Banco do BrasilO que era: secretaria de estado de segurança Pública e de defesa socialInauguração: 1�30Destinado à arquitetura e à museografia, o Centro Cultural Banco do Brasil ocupará o antigo prédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e de Defesa Social, situado no entorno da Praça da Liberdade. O edifício é um das novas atrações do circuito e será restaurado pelo arquiteto Flávio Grilo.

Destinação: Centro de Arte Popular - CemigO que era: hospital são TarcísioInauguração: O atrativo ocupará as instalações do antigo Hospital São Tarcísio, na Rua Gonçalves Dias, e terá exposições com obras de artistas e artesãos populares mineiros, traduzindo a identidade cultural de diferentes povos no tempo e no espaço.

Destinação: Espaço do Conhecimento TIm e UFmGO que era: reitoria da universidade estadual de Minas gerais (ueMg)Inauguração: 1�61Abrangendo as mais variadas formas de conhecimento – da filosofia à arqueologia –, o espaço é voltado para o público jovem, com oficinas e palestras preparadas especialmente para a faixa etária, tendo como principais atrativos o planetário e o observatório astronômico.

Destinação: memorial minas Gerais - ValeO que era: secretaria de estado de FazendaInauguração: 1���Num passeio multimídia, o visitante é convidado a conhecer a história de renomados artistas mineiros. Desde os textos de Carlos Drummond de Andrade até o trabalho fotográfico de Sebastião Salgado.

Destinação: museu das minas e do metal – EBX

O que era: secretaria de estado de educaçãoInauguração: 1���A proposta do espaço é proporcionar ao visitante uma aula pela história do metal no mundo e sua ligação com o desenvolvimento econômico de Minas Gerais.

Destinação: museu do Homem BrasileiroO que era: secretaria de estado de viação e obras PúblicasInauguração: 1���Recontando a história do homem no país, o espaço detalhará as inúmeras formas de cultura encontradas em todas as regiões, desde os índios, passando pela colonização até a sociedade atual.

Destinação: museu Clube da EsquinaO que era: Anexo do Palácio da liberdadeInauguração: 1���A casa do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e antiga caixa d’água do Palácio da Liberdade, localizada na Avenida Cristóvão Colombo, será sede o museu. Homenagem a uma das principais vertentes musicais de Minas, o espaço será destinado à difusão, estudo e apresentação da música mineira, antes e depois da criação do Clube da Esquina.

Destinação: Arquivo Público mineiroO que era: residência do secretário de estado de Finanças e sede da Prefeitura de Belo horizonteInauguração: Final do século xIxReúne documentos públicos e privados que ajudam a reviver a história de Minas desde o período colonial até a República. O acervo possui manuscritos, mapas, fotografias, filmes, livros e outras importantes obras e está disponível para consulta, na avenida João Pinheiro.

Biblioteca Pública Estadual Luiz de BessaInauguração: 1�54Projetada por Oscar Niemeyer na década de 1950, a biblioteca tem acerto com mais de 200 mil títulos e diariamente recebe 1,5 mil visitantes.

Destinação: museu mineiroO que era: residência do secretário de estado de Agricultura e senado MineiroInauguração: Final do século xIx Instalado numa casa do século XIX, na avenida João Pinheiro, o Museu Mineiro reúne peça de arte sacra mineira.

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Um dos mais amplos acervos de carros antigos do país ficará exposto no novo Museu do Automóvel

Destinação: museu do AutomóvelO que era: Anexo do Palácio da liberdadeInauguração: 1��� ( data de inauguração do Palácio)O espaço irá contar a evolução do automóvel no mundo, por meio de imagens e vídeos, tendo como principal atração uma coleção de 150 veículos antigos e raros. Outros modelos também serão expostos em mostras temáticas e temporárias.

Arte lucas Costa val

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CAPA talações. A iniciativa de revitalizar

prédios históricos segue o exemplo de cidades europeias. O diálogo en-tre arte e conhecimento e a história por trás de edificações centenárias teve êxito, por exemplo, em Londres, com a ampliação do British Museum e sua cobertura em aço e vidro. O Museu do Louvre, em Paris, até os anos 1980, abrigou o Ministério da Fazenda e ganhou uma pirâmide de vidro. No Brasil, também há re-ferências na revitalização de espaço através de sua ocupação pela arte e cultura: a Pinacoteca do Estado de São Paulo ocupa o prédio do Liceu de Artes e Ofícios e, em Belo Horizon-te, o Museu de Artes e Ofícios está instalado na antiga estação central ferroviária.

CAsA FIAT de CulTurACriada em 2006, no Bairro Belve-

dere, a Casa Fiat de Cultura recebeu, nestes cinco anos, mais de 250 mil vi-sitantes, com apresentação de impor-tantes acervos, como as exposições que marcaram o Ano da França no Brasil, “Rodin, do ateliê ao museu”, e a mostra “O mundo mágico de Marc Chagall”. Essas mostras registraram recorde de público, confirmando o aumento crescente do número de vi-sitantes da Casa Fiat de Cultura. Com a inserção do espaço no Circuito Cul-tural Praça da Liberdade, a tendência é que o número de visitantes cresça ainda mais dada a maior facilidade de acesso ao espaço.

A área disponível também será bem maior. A Casa Fiat de Cultura atualmente dispõe de 3,6 mil metros quadrados e, no Palácio dos Despa-chos, terá quase cinco mil metros quadrados divididos em cinco pavi-mentos com vãos amplos e dimen-sões apropriadas para grandes expo-sições. Aliado a isso, a Casa Fiat de Cultura manterá seus modernos pa-drões de tecnologia ambiental, o que possibilita receber grandes mostras,

atendendo as exigências técnicas in-ternacionais quanto ao controle de climatização, segurança e sistema anti-incêndio. “A nova instalação terá uma localização privilegiada e a expectativa é que nosso público dobre”, afirma José Eduardo Lima Pereira. E mantendo a qualidade do atual espaço. “As condições técnicas serão as mesmas ou até mais avan-çadas”, afirma.

O novo espaço é parte importante da história política de Minas Gerais. Inaugurado na década de 1960, du-rante a gestão do governador Israel Pinheiro, o Palácio dos Despachos foi projetado pelo arquiteto Lucia-no Amédee Péret e a obra executada pelo engenheiro Alberto Bouchardet Pinheiro, tendo como finalidade abri-gar os servidores estaduais, dada a saturação do espaço do Palácio da Li-berdade. De arquitetura modernista,

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o prédio tem duas peculiaridades: a fachada é protegida da insolação por brise-soleil (quebra-sol) e o acaba-mento no hall é em mármore Marta Rocha. E numa coincidência históri-ca, foi nas dependências do Palácio dos Despachos que, em 1973, o go-verno mineiro assinou o acordo para trazer a Fiat para Minas Gerais. “A ocupação do Palácio dos Despachos pela Casa Fiat de Cultura significará uma proximidade mais imediata com o público. Ao confiar à Fiat este es-paço, o governo de Minas abre para nós a responsabilidade e a oportuni-dade de contribuirmos para a grande iniciativa que é o Circuito Cultural Praça da Liberdade”, disse Cledorvi-no Belini, presidente da Fiat para a América Latina.

Os projetos arquitetônicos dos dois novos espaços serão assinados pelos profissionais Márcio Baptista

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CAPA

de Oliveira e Carolina Arantes. Quem assina os projetos museológicos é a especialista Maria Ignez Mantovani. Por integrarem o Conjunto Arquitetô-nico da Praça da Liberdade, o Palácio da Liberdade e o Palácio dos Despa-chos são tombados pelo patrimônio e, por isso, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) está ela-borando estudos para adequação dos dois imóveis, de acordo com as regras de tombamento. Todas alte-rações propostas devem também ser submetidas às secretarias municipais de Meio Ambiente e Regulação Urba-na. Concluídos os estudos, as obras deverão ser iniciadas, com previsão para inauguração às vésperas da Copa do Mundo de 2014.

Mas enquanto a esperada inaugu-ração não ocorre, a Casa Fiat de Cul-tura continuará com sua programa-ção na unidade do bairro Belvedere. A futura destinação do espaço ainda

não está definida e novas exposições estão programadas até a ida para o Circuito Cultural Praça da Liberda-de. Em maio, terão início as mostras “Olhar e Ser Visto”, com exposição de retratos e auto-retratos dos grandes mestres da pintura e “Tarsila e o Bra-sil dos Modernistas”, que apresenta visões singulares de paisagens, tra-dições e tipos brasileiros do moder-nismo. E, em setembro, será aberta a mostra “Roma Imperial”, que integra a programação oficial do Momento Itália-Brasil.

No novo espaço, a Casa Fiat de Cultura continuará oferecendo entra-da gratuita, projeto educativo dife-renciado, de modo a garantir experi-ências qualificadas e enriquecedoras para todos os públicos. Além disso, dará ênfase às atividades permanen-tes de formação de público e atenção especial para artistas de Minas Ge-rais e do Brasil, ampliando dessa for-ma sua atual programação.

A evolução do automóvel

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A Fiat também constituirá o Museu do Auto-móvel, a ser instalado no espaço que era destina-do ao estacionamento de veículos do gabinete Militar do governador, na área interna do Palácio da liberdade. A área conta com aproximadamen-te seis mil metros, o que permitirá a construção de um amplo espaço que será devidamente pre-parado para acolher o acervo de raridades do ve-teran Car Club do Brasil, que assumirá a gestão do Museu dentro da parceria com o governo.

o museu terá uma mostra permanente de cerca de 150 veículos antigos, contando a his-tória do automóvel e sua evolução nos séculos xx e xxI. oriundos de coleções particulares de aficionados por “antigomobilismo” – como é chamada a arte de colecionar carros antigos – e antes reservados a pouquíssimas pessoas, os carros agora serão apresentados a um pú-blico mais amplo. há desde unidades fabrica-das nos primeiros anos do século passado até modelos clássicos dos anos �0. Poderão ser uti-lizados também modelos de acervos internacio-nais para mostras temporárias e temáticas. ”Por exemplo, podemos fazer uma exposição dedica-da exclusivamente ao design italiano ou de car-ros com relevância histórica”, diz o presidente do veteran Car Club do Brasil, oswaldo Borges da Costa, ressaltando que os mineiros possuem

as coleções mais cobiçadas do país, com mais de 500 carros raros.

década a década, a ideia é contar a evolução do automóvel no mundo. Além dos exemplares, serão expostas fotografias, vídeos e outras peças relacionadas ao tema. A museóloga Maria Ignez Mantovani foi contratada para as pesquisas e a conceituação do museu dentro de parâmetros internacionais. “vamos usar o que há de mais moderno na forma de mostrar o automóvel”, afirma oswaldo, colecionador desde os anos �0.

A proposta é manter o alto padrão tecno-lógico dos outros centros culturais do circuito. os sistemas interativos permitem ao visitante protagonizar a história lado a lado com ícones que vivenciaram o período em questão. entre as atrações para os apaixonados por automó-veis estará um centro de restauro, o que pos-sibilitará aos visitantes acompanhar o passo a passo do processo de recuperação de um car-ro in loco. o espaço será o primeiro do país e terá como finalidade adicional a formação de mão de obra especializada no restauro de car-ros, hoje tida como escassa e cara no Brasil. “é um trabalho muito interessante por dois lados: tanto o educacional quanto o de formação de especialistas”, ressalta o presidente da veteran Car Club do Brasil.

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Oswaldo Borges da Costa Filho, Veteran Car Club do Brasil; Eliane Parreiras, Secretária de Estado de Cultura; Governador Antonio Anastasia; Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina e José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura

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Job: 255889 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 255889-18932-47077-Uno-2Portas-35x25.5_pag001.pdfRegistro: 23715 -- Data: 16:51:21 25/04/2011

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Já imaginou quantos olhares são possí-veis em apenas um retrato? Façamos o exercício: existe o olhar da pessoa que

está sendo retratada e do artista que a pin-ta ou esculpe. Depois da obra pronta, tem-se o olhar do espectador sobre o trabalho e o inverso, pensando uma dimensão mais fantasiosa, mas muito perceptível. Afinal, quem nunca teve a sensação de estar sen-do “seguido” pelo olhar daquele que está pendurado à parede?

Parece simples, mas as reflexões por detrás de um retrato e suas caracterís-ticas podem ser amplas, especialmente quando se tem um grande número de obras e artistas de diferentes períodos da história para comparar. Este é o caso da nova exposição da Casa Fiat de Cultura,

CuLT

uRA olhar e ser visto

A história de um dos gêneros mais tradicionais e importantes nas artes, o retrato, entra em cartaz em maio na Casa Fiat de Cultura

por rúBIA PIAnCAsTellI

trato de ideias (menos parecidas com seus retratados e mais com ideias e emoções) e Desconstrução (a figura retratada sofre interferência de objetos, pinceladas, deva-neios e outros que desfazem a identidade central). Dentre as obras, destacam-se os retratos de Toulouse-Lautrec (Bailarina Loïe Fuller vista dos bastidores – A Roda), Modigliani (Lunia Czechowska), Picasso (Busto de homem – O Atleta) e os autorre-tratos de Pancetti e Darcy Penteado.

rIquezA esTéTICA“Olhar e ser visto” traz a um público

diversificado imagens igualmente multi-facetadas. Estão expostas obras familia-res, como as telas a óleo de Portinari e os rechonchudos corpos de Diego Rivera; ou mais estranhas, como a litogravura obs-cura do alemão Käthe Kollwitz. É nas dife-renças como técnicas e semelhanças como a forma de retratar os modelos e seu en-torno que o curador Teixeira Coelho apon-ta uma reflexão interessante: o que conta-vam os retratos e o que contam hoje?

As primeiras telas da exposição, do núcleo “O retrato da pompa”, mostram corpos inteiros, imponentes como os car-gos que ocupavam – eram quadros ge-ralmente encomendados por reis, figuras públicas de cargos de poder e egos igual-mente inflados. Aos poucos as imagens realistas ganham decorações, fundos campestres, acessórios. Em oposição, a arte moderna privilegia o modo particular do artista de ver as coisas, aceitando sua perspectiva e recorrendo, muitas vezes, às distorções, como mostram as referên-cias dos exemplares artísticos do núcleo “Desconstrução”. Ali está, por exemplo, a fotografia de Arthur Omar intitulada A

menina dos olhos, da série Antropologia da Face Gloriosa. Aliás, imagem que tem menos de glória e mais de deformação compondo sua estranha beleza.

Assim, a mostra traz grande riqueza e ainda celebra uma parceria de cinco anos entre a Fiat e o Masp, que teve início com a primeira exposição realizada nas insta-lações da Casa Fiat de Cultura: “Arte Ita-liana do Masp na Casa Fiat de Cultura”. “Ao enfrentar seu batismo de fogo, foi às portas do Masp que nossa Casa foi ba-ter. Assim, no nosso quinto aniversário, nada mais justo que festejar a parceria com a apresentação desse extraordiná-rio recorte do museu paulistano”, diz o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira.

A exposição é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do MASP, com patrocínio da Fiat Automóveis, parcerias da APPA e do Santander e apoio do Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cul-tura. A produção executiva é da Base 7 Projetos Culturais.

“Olhar e ser visto – a figura humana da Renascença ao contemporâneo”, levada diretamente do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e em cartaz de 03 de maio a 03 de julho. A curadoria de responsa-bilidade de professor José Teixeira Coelho Neto, curador do Masp, pretende propor-cionar aos visitantes uma compreensão sobre o que retrato representa nas artes, fazendo um recorte que se estende desde o final do século XIV até os dias atuais, apontando suas tendências e estilos.

“O retrato continua um gênero de pri-meira ordem no mundo das artes e, den-tre vários motivos, devido a uma aspi-ração fundamental do ser humano: a de saber como ele é aos olhos do outro”, diz Teixeira Coelho. A partir dessa afirmação é possível entender um pouco mais da aura que reveste uma pintura ou escul-tura que retrata alguém, seja com traços impecáveis e nítidos, como nos quadros de Almeida Júnior (Moça com livro) e Pa-ris Bordon (Retrato de Alvise Contarini); ou figuras abstratas que mais falam da alma do que do visível, como nas Flávio de Carvalho (Retrato de Assis Chateau-briand e Retrato da Pintora Tarsila) e Chemiakin (Retrato Duplo de Nijinski).

A mostra conta com 40 exemplares e está organizada em seis núcleos que re-montam a períodos e estilos diferentes: O retrato da pompa (primeiros retratos autô-nomos, com início no século XII); O recur-so à cena (onde os modelos principais são acompanhados por cenários, outras pes-soas e objetos); Eu mesmo (era dos auto-retratos e da atração narcisista pela ima-gem); Retratos modernos (retomada dos modelos enquanto foco, mas com certa estranheza e técnicas diferenciadas); Re-

Período: 03 de maio a 03 julho de 2011

local: Casa Fiat de Cultura - rua Jornalista Djalma de Andrade 1250, Nova lima - MG

horário: terças a sextas, de 10 às 21h; sábados, domingos e feriados, de 14h às 21h

entrada e transporte gratuitos

Informações: 31 3289 8900 e www.casafiatdecultura.com.br

visitas orientadas para grupos: 31 3289-8910 e [email protected]

“OLHAR E SER VISTO – A FIGURA HUmANA DA RENASCENçA AO CONTEmPORâNEO

NA CASA FIAT DE CULTURA”

Da esquerda para a direita: A Menina dos olhos (1��3), fotografia de Arthur omar; A revolta dos Tecelões (1�01), de Käthe Kollwitz; retrato da Pintora Tarsila (1��1), de Flávio de rezende Carvalho, integram a exposição

Busto de Homem (1909), de Pablo Picasso, é uma das obras expostas na Casa Fiat de Cultura

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um país que não para de crescerprecisa de uma marca que não para de evoluir.

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O Brasil está se tornando um grande canteiro de obras. Novas oportunidades surgem a todo momento. Para aproveitá-las, você vai precisar da força e do know-how da Case, há mais de 90 anos no País. De máquinas leves a mais pesadas, a Case tem uma linha completa de produtos e serviços que atendem a todas as necessidades deste novo Brasil que cresce como nunca. Porque Case é sinônimo de alta tecnologia aliada a um pós-venda eficiente e a uma rede que alcança todo o território nacional. Case, uma marca em constante evolução.

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esta não é somente mais uma ex-posição sobre modernismo e seus estilos. “Tarsila e o Brasil dos mo-

dernistas”, em cartaz de 10 de maio a 10 de julho na Casa Fiat de Cultura, pro-põe uma visão que vai além da análi-se do estilo produzido no rico período das artes brasileiras. A proposta é tor-nar claras as semelhanças e diferenças entre 140 trabalhos de diversos artistas modernistas, tendo como referencial as obras de Tarsila do Amaral.

Pinturas, esculturas, gravuras e de-senhos foram selecionados pela curado-ra da exposição e professora de Histó-ria da Arte, Regina Teixeira de Barros, e interpretados de acordo com os temas e figuras que exibem. São paisagens,

CuLT

uRA o Brasil heterogêneo

e seus íconesobras em exposição na Casa Fiat de Cultura a partir de 10 de maio mostram como o Brasil era interpretado por modernistas como tarsila do Amaral

por ruBIA PIAnCAsTellI

tradições e tipos brasileiros que for-mam um panorama das tentativas de representação visual de um país vasto e múltiplo. “A forma como o Brasil é repre-sentado nas artes é algo que nunca se resolveu. Nossa cultura é muito dinâmi-ca, se adapta, e por isso nunca terá um elemento único, uma cara.”

Apesar da vastidão, o universo simbólico do Brasil pode ser analisado considerando cada manifestação artísti-ca. No romantismo do século XIX, por exemplo, ainda antes dos modernistas, pintores e escritores já tentavam produ-zir elementos que interpretassem sua vi-são do nacional. Eles foram os primeiros a apresentar algo diferente da herança colonial estrangeira e suas influências burguesas predominantes.

Já no período modernista, Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago de 1928, estimulou a recuperação de ele-mentos anteriores à colonização e o so-matório, à eles, daquilo que interessava e advinha da incontestável herança cul-tural europeia.

vArIedAde de TeMAs e ProduçÕesAs obras apresentadas na exposição

foram agrupadas entre a semelhança de símbolos usados, mesmo que expres-sos de diferentes formas e em variadas constâncias: a beleza natural do país, a exuberância da fauna e da flora, as festas e a religião popular, o interior do Brasil preservado da influência dos es-

Floresta, óleo sobre tela de 1929: forte simbolismo

trangeiros e os tipos humanos, ícones favoritos dos modernistas para repre-sentar o Brasil.

Sobre os artistas, pode-se fazer a divisão de três grupos: os que trataram de modo explícito e constante da identidade brasilei-ra, como Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari; aqueles que tocaram no tema em momen-tos pontuais como Cícero Dias, Segall, Vi-cente do Rego Monteiro e Victor Brecheret; e um terceiro grupo não tão reconhecido como definidor de uma imagem iconográ-fica do Brasil, com produção relevante de obras que tangenciam o assunto, a exemplo de Ismael Nery, Oswaldo Goeldi, Flávio de Carvalho e Alberto da Veiga Guignard.

Tomando as paisagens do Rio de Ja-neiro como exemplo, Tarsila retratou ex-plicitamente a Guanabara e o Pão de Açú-car todos com muitas cores e vegetação exuberante (em Rio de Janeiro e Cartão Postal). Similares a ela, Segall, Goeldi e Cícero Dias abordaramdo mesmo tema. Já Guignard e Portinari pintavam tais ele-mentos em segundo plano. Ainda, Ismael Nery retratou a paisagem carioca como cena de fundo de várias aquarelas, dife-rentes ao apresentar também marcas de seu universo pessoal, como nos trabalhos Enseada de Botafogo e Baía de Guanabara e Morte de Ismael Nery.

A exemplo da diversidade acima, cada tema da exposição permite encontrar la-ços de união e de distanciamento entre os artistas. O fato inegável é o compar-tilhamento desses temas, seja com cores vibrantes, como as de Tarsila, ou mais obscuras, como as de Goeldi. Outra ob-servação que pode ser feita ao visitar a exposição são os conceitos remanescentes dessa época, como a valorização estética do popular, a valorização do simples como genuíno - daí os muitos quadros com te-mas como a favela e o carnaval.

Enfim, o Brasil heterogêneo mostrado na exposição é composto tanto pela lumi-nosidade de Tarsila, pelas mulatas de Di Ca-valcanti (como em Samba), as mães negras de Segall (Mulata com criança), o interior mineiro de Guignard (Noite de São João), o cenário nordestino de Cícero Dias (Condena-

ção dos usineiros), as investigações antro-pológicas de Flávio de Carvalho (Experiên-cia no. 2), quanto pelos portos sombrios de Goeldi e os índios de Brecheret.

A exposição é uma realização da Casa Fiat de Cultura e da Base 7 Produções Culturais, com patrocínio da Fiat Auto-móveis, co-patrocínio do Itaú, parcerias da APPA , Santander e apoio do Ministé-rio da Cultura através da lei de incentivo à cultura.

Carnaval em Madureira, óleo sobre

tela de 1924, é um exemplo da

luminosidade presente

na obra da artista

Período: 10 de maio a 10 de julho de 2011

local: Casa Fiat de Cultura - rua Jornalista Djalma de Andra-de 1250 – Nova lima-MG

horários: terças a sextas, de 10 às 21h; sábados, domingos e feriados, de 14 às 21h

entrada e transporte gratuitos

Informações: 31 3289 8900 e www.casafiatdecultura.com.br

visitas orientadas para grupos e escolas: 31 3289-8911 e [email protected]

“TARSILA E BRASIL DOS mODERNISTAS NA CASA FIAT DE CULTURA”

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MUNDoFIAT4� MUNDoFIAT 4�

Uma das principais entradas para as categorias profissionais de off-road, o Rally Universitá-

rio Fiat chega à sua quinta edição na-cional em 2011. A competição é dis-putada em dez provas classificatórias, além da finalíssima, que acontecerá no dia 4 de dezembro. O evento leva

Foi dada a largada para o rally Universitário Fiat 2011A grande novidade desta temporada é a categoria “paixão Fiat”, aberta a quem tem um Fiat na garagem e espírito esportivo

por FrederICo TonuCCI

em conta a regularidade das equipes e a vencedora da categoria Universi-tário é premiada com um automóvel Fiat. A abertura da temporada acon-teceu em São José dos Campos, no dia 10 de abril (veja página ao lado).

Neste ano, das dez cidades sedes das classificatórias, quatro estão de-

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A primeira prova do rally universitário Fiat contou com 266 competidores e percorreu 115 quilômetros entre os municípios paulistas de são José dos Campos, eugênio de Melo e Caça-pava. Participaram equipes dos estados de são Paulo, rio de Janeiro e Minas gerais.

quem subiu no lugar mais alto do pódio, na categoria universitário, foi a dupla Peterson Pe-reira e José renato da silva, que ganhou a com-petição na direção de um novo uno. o destaque feminino foi para a dupla Maria elisa siqueira e Mariana Caparroz. A dupla que chegou ao alto do pódio, residente em são José dos Campos, já garantiu presença na final, em dezembro.

na categoria Paixão Fiat - novidade da tem-porada - os vencedores foram Wagner Balieiro e gilson Faria, a bordo de um Fiat strada. Com as inscrições para a corrida foram arrecadadas 1064 latas de leite em pó, doadas para o gru-po de Assistência à Criança com Câncer.

etapa de São José dos Campos

butando: Campo Grande (MS) Maceió (AL), Montes Claros (MG) e Londrina (PR). A direção do evento ainda está estudando o melhor local para a dis-puta da grande final. As inscrições são feitas mediante doações de latas de leite em pó, roupas e brinquedos. Os produtos têm como destino proje-tos sociais de cada cidade.

A temporada 2011 traz mudanças no regulamento. Na categoria Uni-versitário podem participar duplas (piloto e navegador), sendo que um dos integrantes deve obrigatoriamen-te estar matriculado em uma institui-ção do ensino superior. Se a equipe contar com o “Zequinha” (o “carona” na linguagem do off-road), dois in-tegrantes devem ser universitários. Nesta categoria são permitidos carros de qualquer modelo, com data de fa-bricação superior a 1991, com limite de 120 carros por prova.

Como o Rally Universitário Fiat privilegia os pilotos inexperientes, neste ano está vetada a participação

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10 de abril - São José dos Campos (Sp)

01 de maio - Campo Grande (MS)

2� de maio - Maceió (Al)

05 de junho - João pessoa (pB)

03 de julho - Montes Claros (MG)

0� de agosto - Macaé (rJ)

04 de setembro - Brasília (DF)

02 de outubro - Bauru (Sp)

30 de outubro - londrina (pr)

20 de novembro - porto Alegre (rS)

04 de dezembro - Final (em local a ser divulgado)

AS ETAPAS DO RALLy UNIVERSITáRIO FIAT 2011

iniciativa partiu da grande demanda de grupos que expressaram a vonta-de de participar do Rally. “Recebemos inúmeros pedidos de universitários que terminaram seus cursos e que-riam continuar participando do even-to.”, comenta Regal. A Paixão Fiat tem limite de 30 inscritos e podem participar carros de qualquer data de fabricação, desde que Fiat.

o que é o rAlly de regulArIdAde?Diferente do rally de velocidade,

cujo campeão é aquele que cumpre a trilha em menor tempo, no rally de regularidade as equipes devem seguir à risca as regras preestabelecidas pela organização da prova – ganha quem cometer o menor número de erros. Nessa modalidade, é fundamental o entrosamento entre piloto e navega-dor, pois eles são obrigados a obede-cer fielmente a planilha de navegação e manter as médias horárias.

Durante todo o trajeto da prova os carros dos competidores são monito-rados por um GPS especial para rally, fornecido pela organização do evento. Quando cruzam o pórtico de chegada, estes aparelhos revelam a performan-ce de cada equipe ao longo da trilha. Se o carro estiver mais rápido ou mais lento do que o determinado pela pla-nilha, a dupla é penalizada em pon-tos. Vence aquela que tiver o menor número de pontos perdidos.

Em uma prova de rally vence quem comete menos erros

dos finalistas do ano passado ou de competidores que tenham no currícu-lo experiência na modalidade. “Não seria justo com os competidores inex-perientes permitirmos a inscrição de equipes que venceram provas em 2010”, justifica o diretor geral do evento, Eduardo Regal.

Os vencedores das provas clas-sificatórias garantem automatica-mente sua presença na grande final, quando terão todas as despesas pa-gas e concorrerão a um carro zero quilômetro.

Outra novidade neste ano é a in-clusão da categoria Paixão Fiat, aber-ta a qualquer um que tenha o espírito de aventura e um Fiat na garagem. A

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os cenários e sabores surpreendentes do vinho brasileiroHá mais de um século, o cultivo da uva e produção de vinho são atividades econômicas importantes no rio Grande do Sul, introduzidas pelos imigrantes italianos

por guIlherMe ArrudA

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“O vinho clareia o espírito e a compreensão, atenua a ira, tira a tristeza, nos dá felicidade e alegria”. François Rabelais [1494-1553] Escritor e médico francês.

Spa do Vinho: no alto da colina,

hotel e spa se impõem ao lado

dos vinhedos emblemáticos do Lote 43 da Miolo

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AsIL Ano após ano, o agricultor Lóris

Rasia repete o ritual trazido ao Brasil por seus antepassados

135 anos atrás: quando o mês de ja-neiro aponta no calendário, ele acorda mais cedo do que de costume, veste uma roupa surrada, um par de botas, chapéu de palha, mune-se de uma ba-cia de plástico, uma brítola (pequeno canivete com a ponta grossa e curva) e, depois do café da manhã, ganha as colinas verdejantes ao redor. É hora de colher uva na região serrana do Rio Grande do Sul, tarefa para oito ou nove semanas — depende das chuvas.

malino, que não reclama da idade que tem e aos 80 anos pendura a cesta de plástico no pescoço e, munido da sua brítola, esbanja energia para cortar os cachos, um atrás do outro. Seu Ro-malino parece sorrir a cada corte, em agradecimento. A colheita, para ele, é o último ato de um ciclo de oito meses de dedicação total ao cultivo. Para as vinícolas que se espalham pela região, contudo, o recebimento da uva é ape-nas o início de outra história.

No verde cenário montanhoso, a tristeza aparece vez ou outra, quando a natureza prega das suas e despeja gra-nizo no final da primavera, destruindo parreirais e adiando os planos da fa-mília de melhorar a casa. Até dezem-bro, todos ficam mais tempo olhando para o céu do que para a terra. A ex-posição ao sol e a chuva deixam mar-cas nos rostos e nas mãos desse povo simples, que gosta de puxar conversa, contar histórias sem se importar em pronunciar com um erre só palavras como carroça, carro ou então trocar o sufixo “ão” por “on” em palavras como coração. Garrafão vira garafon. “Vivo bem assim”, resume Lóris, sem ligar para o líquido doce liberado por bagas danificadas dos cachos e que escorre pelas mãos e se aloja nas unhas. Ele também não se incomoda com as abe-lhas atraídas pelo aroma adocicado, que amigavelmente disputam o mes-mo espaço e alimento.

Todas as gerações dos Rasia e de outras centenas de agricultores foram orientadas a colher a maior quantida-de possível de uvas por vinhedo. As vinícolas, antigamente, pagavam por volume entregue. A norma ainda vale para uvas destinadas a produção de sucos e de vinhos comuns, de baixo custo. Na elaboração de vinhos finos, entretanto, a regra é inversa: as viní-colas privilegiam produtividade menor por hectare e vinhedos que usam o sistema de condução das plantas com maior luminosidade, chamada de es-paldeira, no qual a parreira corre por

uma cerca, sem que as folhas cubram os frutos, que recebem mais luz solar. Essa combinação produz uvas de qua-lidade superior e melhor remuneradas ao produtor. Daí saem os vinhos finos do Vale dos Vinhedos. O consumidor os identificará por estamparem nos rótulos as classes as quais pertencem (premium, reservas, gran reserva e da família, entre outros) e pelo preço: as garrafas podem muito bem variar de R$ 20,00 a R$ 200,00.

Nem sempre foi assim. A adoção de práticas de qualidade e o reconhe-cimento dos vinhos começaram a ser incorporadas pelas vinícolas nas duas últimas décadas, precisamente, na Era Collor. A abertura do comércio interna-cional facilitou a importação de uvas geneticamente saudáveis e investi-mentos em tecnologia de vinificação. Mas, principalmente, pela substituição gradativa de parreirais de variedades americanas ou híbridas (próprios para vinhos comuns ou de garrafão) por espécies viníferas de origem europeia. Este processo recebeu o nome de re-conversão. Mais do que em qualquer outra época na curta história da vitivi-nicultura brasileira, nunca se deu tan-ta ênfase à matéria-prima como agora, e ela tem feito toda a diferença.

Antonio Dal Pizzol, da Vinícola Dal Pizzol, foi um dos pioneiros ao ante-cipar este movimento de mudanças. Em 1978, desafiado pelo pai, Atílio, ele elaborou um Cabernet Franc para cele-brar o primeiro centenário da chegada da família ao Brasil. Com orgulho, fez questão de registrar que era um produ-to local, dando ao vinho o nome Do Lu-gar, referência ao distrito de Faria Le-mos, em Bento Gonçalves. Ainda hoje o Do Lugar é um ícone e o carro-chefe da vinícola, que produz cerca de 300 mil garrafas anuais. “Mantemos até hoje o mesmo princípio: extrair da safra so-mente aquilo que ela pode oferecer de melhor”, acrescenta Dal Pizzol.

Até a década de 1990, o único ca-nal de vendas era uma rede de consu-

midores e admiradores do vinho, que hoje formam uma rede mais de cinco mil clientes. “Percebemos que, a partir daí, era preciso expandir para restau-rantes, hotéis e lojas especializadas”, conta Dal Pizzol. Hoje, os novos canais de vendas respondem por 50% dos ne-gócios, enquanto o atendimento direto responde pela outra metade. “O pesso-al liga para fazer pedido ou então para saber novidades”, comenta.

O vinhedo da família Rasia é antigo: as dezenas de fileiras que correm em paralelo formam túneis cobertos por folhagens que mal deixam a luz do sol atravessar. No verão, calor e umi-dade transformam a colheita em uma verdadeira sauna. A posição é descon-fortável, mas Lóris não reclama, já está acostumado, assim como outras 15 mil famílias que vivem da viticultura na Serra Gaúcha.

Esta é a vindima, época de colheita e celebração da uva, de música, religio-sidade e esperança de bons vinhos.

Aos 53 anos, Lóris é da quarta ge-ração dos Rasia que saíram de Vicenza, na Itália, e se instalaram no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Tudo o que sabe, ele aprendeu com o pai, Ro-

O agricultor Lóris Rasia em plena colheita. Abaixo, a brítola, instrumento utilizado para cortar os cachos

A paixão de vilmar Fabro, 4� anos, pelo tra-tor new holland surgiu em 1��4, para apoiar nos cuidados com o vinhedo e a produção de ameixa, pera, maçã e pêssego. “A máquina tem potência. é disso que preciso”, ressalta.

Antonio Dal Pizzol, pioneiro

na adoção de práticas de controle de

qualidade

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reConversão A reconversão não tem tido uma tra-

vessia simples nem para produtores de uvas nem para as vinícolas, pois envol-ve uma atividade com profundos signifi-cados sentimentais. “Não foi fácil mudar a cabeça do meu pai para cortar parrei-rais centenários e trocar o sistema para espaldeira”, conta Ademir Brandelli, lembrando que seu Laurindo defendia o sistema tradicional de latada, no qual a parreira se espalha horizontalmen-te sobre uma estrutura a cerca de dois metros do solo e os frutos pendem en-cobertos pelas folhas, recebendo pouca luminosidade. “Fui preparado para falar com ele, provando com números que se-ria melhor mudar”, recorda Ademir, um exemplo das transformações ocorridas na Serra Gaúcha nos últimos 20 anos - é filho de agricultor, estudou Enolo-gia, criou uma vinícola, a Don Laurin-do, cujos vinhos são reconhecidos como sendo de alta qualidade. Ademir optou por limitar a produção em 120 mil gar-rafas anuais e 100% das suas uvas saem de 15 hectares.

evoluçãoAlguns anos atrás, o vinho brasilei-

ro tinha má imagem – era sinônimo de bebida adstrigente, que provocava dor de cabeça. Em 1995, porém, o Brasil assinou convênio com a OIV — Organi-zação Internacional da Uva e do Vinho, integrando-se a um universo de práticas de cultivo e produção consagradas nos países denominados do Novo Mundo,

como o Chile, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelân-dia, que tem produtos diferenciados em relação aos vinhos do Velho Mundo. Os avanços se sucedem.

Cinco anos atrás, por exemplo, ao ser instado a citar cinco vinhos do Novo Mundo, um sommelier europeu certa-mente deixaria o Brasil de fora. Hoje, os conhecedores europeus já incluiriam espumantes brasileiros em sua lista de bons vinhos.

“A região fez em 20 anos o trabalho de 100 anos”, destaca Ademir Brandelli, que em breve vai brindar os admiradores de seus vinhos com uma edição come-morativa aos 80 anos do patriarca Lau-rindo e aos 20 anos da vinícola. “Que-ro compartilhar este vinho de aroma e paladar complexos”, afirma. O vinho escolhido conta com seleção de cachos com maior índice de maturação em dife-rentes partes do vinhedo. O corte inclui variedades Tannat, Merlot, Malbec, An-cellotta e Cabernet Sauvignon, sem por-centagem definida. São apenas 2.680 garrafas, que atualmente repousam nas caves. Destas, 1.980 serão disponibili-zadas para venda. Por conta do elevado índice de tanino, este vinho é propício para guarda, podendo evoluir por mais dez anos. “Vinho é prazer, satisfação e bem-estar. Precisa ter estas três qualida-des e o nosso vinho tem isso hoje”.

O ciclo de modernização das viníco-las intensificou-se nos anos 1990, quan-do a abertura da economia possibilitou a importação de equipamentos de vinifi-

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cação e de mudas europeias. Ao mesmo tempo, as empresas, muitas delas fami-liares e de pequeno porte, mandaram os filhos estudarem no exterior, conforme recorda João Valduga, enólogo da Casa Valduga. O consumidor brasileiro rece-beu bem às mudanças, educou seu pa-ladar e está cada vez mais propenso a consumir vinho de qualidade.

A Casa Valduga começou a produzir vinhos em 1975. No ano 2000, impor-tou mudas europeias e fez a reconversão dos vinhedos de latada para espaldeira, todos orientados no sentido Norte-Sul, para que ao longo do dia a planta seja iluminada em ambos os lados, garatindo maturação plena dos frutos. “Iniciamos com seis hectares e hoje já temos 86 hec-tares próprios”, conta Valduga, 55 anos, que largou o emprego na Embrapa Uva e Vinho para se dedicar à vinícola.

Foi uma decisão empresarial e sen-timental. “Nasci aqui na vinícola”, diz, apontando a casa. Orgulhoso, João re-

corda que o ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso introduziu os vinhos Val-duga na carta dos eventos diplomáticos realizados pelo Ministério das Relações Exteriores. O segredo para conquistar os diplomatas? Incontáveis sessões de degustações às cegas, nas quais avalia-se o vinho sem identificação de rótulo ou qualquer informação sobre procedên-cia e produtor. Na degustação às cegas, são os sentidos que atestam a qualidade do vinho.

Depois de tantos avanços, o vinho da Serra Gaúcha tem potencial para crescer mais? A resposta é unânime: sim. Vi-nhos brancos e espumantes levam van-tagem, devido às condições de clima e solo da região que geram uvas brancas de características atraentes. Os vinhos tintos procuram compensar com alta tecnologia de vinificação as deficiências decorrentes e a estratégia tem alcançado resultados: varietais como o Merlot tem merecido destaque internacional.

Os vinhos descansam 12 meses na garrafa antes de serem comercializados. Ademir Brandelli: “A modernização do cultivo da uva foi um longo processo na Serra Gaúcha”

Daniel Santon (esquerda) faz parte de uma

tradicional família de

vitivinicultores da Serra Gaúcha.

João Valduga é um dos

idealizadores do Vale dos

Vinhedos

rafael Tansini, diretor da Tansini Transportes, de Bento gonçalves (rs), adquiriu no ano passado o Iveco stralis 5�0s 41T 6x2, destinado ao transporte de produtos alimentícios e vinho a granel. “Como este é o primeiro caminhão Iveco, antes de fazer a opção, procuramos informações e todos falaram a mesma coisa: é um excelente caminhão, não dá oficina”, conta rafael, satisfeito com a escolha.

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A paixão do apresentador galvão Bueno pelos vinhos e a tradição da família Miolo se somaram para gerar dois vinhos superpremium: o tinto Bueno Paralelo 31 e o espumante Bueno Cuvée Prestige. Ambos foram lançados em agosto de 2010 e, de fato, impressiona-ram por suas características marcantes. “o Brasil precisa conhecer os excepcionais vinhos e espumantes elaborados aqui. somos ricos em solo e clima, o que nos confere uma posição única frente a outros países”, afirma galvão Bueno.

A vinícola Bueno Bellavista estate está localizada na Campanha gaúcha, reconhecida como uma das regiões mais promissoras para o cultivo de uvas, o Paralelo 31 – faixa do planeta onde se encontram algumas das melhores regiões vitivinícolas do mundo (Austrália, nova zelândia, África do sul, Argentina e Chile). os produtos têm a assinatura do renomado winemaker francês Michel roland e foram elaborados com a orientação técnica dos enólo-gos da Miolo.

galvão Bueno idealizou e participou ativamente da criação dos dois vinhos. o Bueno Pa-ralelo 31 é um assemblage das uvas Cabernet sauvignon (60%), Merlot (30%) e Petit verdot (10%). “é um vinho intenso, clássico e equilibrado, envelhecido 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Isso lhe conferiu maior complexidade de aromas que remetem a frutas maduras, tostado, couro e tabaco”, explica Adriano Miolo, enólogo da Miolo.

o espumante Bueno Cuvée Prestige é produzido com as variedades Chardonnay e Pi-not noir (50%), cultivadas no vale dos vinhedos, na serra gaúcha, na vinícola Miolo, pelo “método champenoise”, o mesmo usado na elaboração dos champanhes da França, em que a fermentação ocorre no interior da própria garrafa durante meses. “o Cuvée Prestige envelheceu 1� meses sobre as leveduras o que lhe conferiu grande intensidade aromática, elegância, cremosidade e persistência”, diz Miolo. o espumante remete a frutas como o abacaxi, maçãs verdes, pêra, damasco, além de manteiga e avelãs.

A história das vinícolas da Serra Gaú-cha tem um ponto de partida em comum, que é a chegada de imigrantes italianos à região nas duas últimas duas décadas do século XIX, atraídos por um programa oficial brasileiro de ocupação do território. Os imigrantes se instalavam em lotes de aproximadamente 25 hectares, situados em agrupamentos denominados colônias.

A história da família Miolo no Brasil tem como marco o ano de 1897, quando Giuseppe Miolo assumiu o Lote 43, na re-gião hoje denominada Vale dos Vinhedos. Nesta região, as famílias desenvolviam a agricultura de subsistência, com destaque para o cultivo de vinhedos, destinados à elaboração artesanal de vinhos para con-sumo familiar. Nos anos 1970, o potencial da região foi descoberto por vinícolas in-ternacionais e muitas se instalaram prin-cipalmente nos municípios de Bento Gon-çalves e Garibaldi, passando a comprar a produção de uvas das inúmeras famílias instaladas na região.

Os Miolo eram uma dessas famílias e investiram na produção de uvas finas, para atender à demanda das empresas que se instalavam na região. O modelo de arranjo produtivo que reunia viticultores e vinícolas perdurou até o final dos anos

1980, quando entrou em colapso. A crise levou os produtores de uva a elaborarem o próprio vinho e a comercializarem o pro-duto a granel. A vinícola Miolo é fruto deste processo, mas arriscou-se a experi-mentações, como a elaboração de um vi-nho fino a partir das uvas Merlot colhidas em 1990. Foram produzidas 8 mil garra-fas, que chegaram ao mercado em 1992. A acolhida foi positiva e a família, por ini-ciativa de Darcy, Antonio e Paulo, netos do pioneiro Giuseppe, desenvolveu um plano empresarial de expansão e, ao mes-mo tempo, investiu na educação de seus membros, em áreas estratégicas como enologia, administração e marketing.

A evolução foi exponencial. As 8 mil garrafas de 1992 transformaram nos 12 milhões de litros de vinhos finos produ-zidos atualmente. Os 24 hectares do Lote 43 multiplicaram-se em 1,15 mil hectares de vinhedos próprios. A pequena vinícola familiar agora é o Miolo Wine Group, líder no mercado nacional de vinhos finos, com cerca de 40% de market share e mais de 100 rótulos produzidos em seis projetos vitivinícolas no Brasil, em diferentes regi-ões, além de parcerias internacionais com Argentina, Chile, Espanha, Itália e França. Nos últimos dez anos, a Miolo Wine Group investiu R$ 120 milhões em expansão da produção, tecnologia de ponta, mudas importadas, instalações e equipamentos de última geração. Expandiu-se para a fronteira vitivinícola do vale do rio São Francisco, na Bahia, para a zona da cam-panha gaúcha, e para os campos do alto da serra, no norte do Rio Grande do Sul. Em outubro de 2009, anunciou a compra da Vinícola Almadén, uma das mais tradi-cionais marcas de vinhos do Brasil.

O planejamento estratégico da empre-sa prevê crescimento acelerado nos próxi-mos anos, ao ritmo da evolução dos hábi-tos de consumo no Brasil. Uma prova de que não é apenas o vinho que melhora à medida que amadurece.

Como nasce um gigante

MUNDoFIAT 5�

Bem, amigos do vinho...

MIolo

Darci Miolo, tendo na mão taça Cuvée Giuseppe, que será colocado no mercado em breve, com selo de Denominação de Origem

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Milhares de apreciadores de vinhos espalhados pelo País foram introduzidos na degustação do vi-nho nacional pela dedicação do enólogo argenti-

no Adolfo lona, que, recém formado em Mendoza, veio para o Brasil para dirigir a única divisão de vinhos do grupo italiano Martini & rossi, conhecido internacio-nalmente por seus vermutes. em 1��4, um ano após a sua chegada, ele lançou o espu-mante de gréville e quatro depois, o vinho Baron de

lantier, introduzido novidades pioneiras no pro-cesso de vinificação da região, como a utilização de caixas plásticas para transporte de uvas, impor-tação de barricas francesas, importação do primei-ro tanque de inox com temperatura controlada e a primeira prensa pneumática, equipamentos hoje de uso corrente nas vinícolas.

Ao lado do trabalho técnico, lona foi um pionei-ro nos cursos de introdução ao vinho e seu serviço. Por seus cursos passaram mais de 1� mil pessoas, todas devidamente certificadas, que se tornaram formadoras de opinião no processo de desenvolvi-mento do mercado consumidor de vinhos no Bra-sil. “Minha intenção era fazer as pessoas perderem o medo de beber vinho, dando dicas de como ser-vir, como guardar”, lembra lona, que ainda hoje é requisitado para dar palestras e cursos.

Foram mais de trinta anos à frente da produção em escala industrial e em 2004 chegou a hora de uma reviravolta na vida. lona tornou-se elaborador de seus próprios espumantes em escala artesanal, batizando-os com o próprio nome. ele elabora pelo método charmat, em que a fermentação é feita em tanques de aço inox, e também pelo método tra-dicional ou champenoise, em que a fermentação ocorre dentro da própria garrafa. sua produção é limitada e abrange espumantes brut charmat e champenoise, um rosé brut, um demi-sec elabora-do com a uva Moscatel e um nature pas dosé, pro-duzido sem a adição de açúcar que normalmente é empregada nos espumantes para concluir a segun-da fermentação.

são espumantes que expressam de modo so-berbo as características do terroir e que trazem a assinatura de um mestre respeitado e admirado.

A palavra terroir é difícil de tra-duzir. Os franceses a empregam para definir a interação geográfica e sócio-econômica de uma microrregião viní-cola, isto é, as características de solo e clima e os tratos culturais que forjam a personalidade de um vinho. O ter-roir evidencia a vocação vitivinícola de uma determinada microrregião.

A propósito: qual é a vocação da Serra Gaúcha?

Análises comparativas e o julga-mento de enólogos, críticos e espe-cialistas em vinhos de vários países indicam que a verdadeira vocação da Serra Gaúcha são os vinhos espuman-tes. De forma gradual e consistente, torna-se forte a convicção de que o Brasil possui terroirs muito favoráveis a espumantes, que se destacam pelo frescor, juventude, acidez e aromas frutados e florais.

A qualidade evolui ao lado da pro-dução. Em 2004, a comercialização de espumantes da Serra Gaúcha foi de 4,8 milhões de litros; em 2010 saltou para 9,6 milhões de litros. Um destaque são

os espumantes Moscatel (tipo Asti), cujas vendas evoluíram de 671 mil li-tros em 2004 para 2,9 milhões de litros em 2010, conforme dados da União Brasileira de Vitivinicultores (Uvibra).

O reconhecimento internacional é crescente. “Nossos produtos têm rece-bido prêmios em concursos interna-cionais e contribuem para consolidar a vocação da região”, diz Daniel Sal-ton, presidente da Salton, pelo sexto ano consecutivo a vinícola líder em vendas de espumantes finos do país, com cerca de 40% do mercado.

A desbravadora foi a Chandon, de Garibaldi, com pesquisas de ter-roir feitas pelo agrônomo e enólogo chileno Mario Geisse, em 1976. Três anos depois, o próprio Geisse adqui-riu terras na Serra Gaúcha para fazer seus espumantes, na Cave Geisse. Ele percebeu que havia grande potencial para desenvolver espumantes de alta qualidade. A Chandon, a propósito, parou de fazer vinhos tintos e bran-cos em 1998, para concentrar-se nos espumantes.

Um terroir propício a espumantes de qualidade

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lona, o mestre artesão

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O cultivo da uva está presente em 16 dos 28 municípios da Serra Gaú-cha, que reúnem cerca de 90 vinícolas. A fé e a religiosidade estão presentes em todos eles.

O frei capuchinho Jaime Bettega conta que os imigrantes que chega-ram à região trouxeram a fé cristã, a devoção e imagens dos santos, que se abrigaram em inúmeras igrejas e capi-téis construídas com esmero. Distantes da pátria, os imigrantes encontravam na fé a forma de animar e renovar a esperança. “Rezavam para pedir chu-va e agradeciam os primeiros frutos. Quando não celebravam a missa, reu-niam-se nas capelas para, através da oração do terço, agradecer a colheita. Rezavam para pedir saúde, pois com saúde poderiam trabalhar e garantir o pão na mesa”, ressalta o religioso.

Ainda hoje a abertura oficial da co-lheita é marcada por um ato religioso e depois vêm as festividades. A fé é fator de união e coesão das comunidades rurais, os distritos e cidades. “Os que têm mais ligação com a cultura e o cul-tivo são os que mais vivenciam estes momentos. Mas há uma ligação forte entre o céu e a terra”, diz o frei.

É comum pedirem ao frei a benção dos parreirais. Os viticultores sempre reservam em casa água benta e galhos de oliveira abençoados no Domingo de Ramos para queimar quando se apro-ximam os temporais. Derramam água benta nas parreiras. Colocam inten-ções nas missas contra as intempéries. Quando acontece a abertura da co-lheita, celebra-se uma missa em agra-decimento. A relação do homem com a terra e a natureza é transcendental, pois deixa claro que as forças naturais decisivas para a produção estão além de seu controle. Há algo mais para lá.

Fé & relIgIosIdAde

A bênção dos parreirais

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Em 1995, seis vinícolas tiveram a ideia de transformar uma área de 81,5 km² de vales e colinas nos ar-redores de Bento Gonçalves em um reduto destinado a elaboração de vinhos diferenciados, cujas caracte-rísticas expressassem a identidade dessa região demarcada. O nome escolhido, Vale dos Vinhedos, em menos de duas décadas tornou-se si-nônimo não apenas de bons vinhos, mas também de turismo, gastrono-mia e hotelaria. Atualmente, o Vale é conhecido internacionalmente e é as-sociado a itens que remetem a prazer, bem-estar, hospitalidade, requinte e relaxamento, em meio a paisagens de verdes intensos e ondulações agradá-veis ao olhar.

O Vale abriga hoje 31 vinícolas, que são responsáveis por 20% dos vi-nhos do Brasil, nove hotéis e pousadas e 13 restaurantes e cafés. Os vinhedos ocupam 26% da área total, a área re-florestada é de 43% e a população fixa não passa de duas mil pessoas. A tem-peratura média oscila entre 16º e 18ºC e a altitude média é de 742 metros aci-ma do nível do mar. Os historiadores contam que a região foi a primeira a

ser ocupada por imigrantes italianos, a partir de 1875. Eles desenvolveram, inicialmente, a agricultura de subsis-tência, na qual se inclui o cultivo da uva e do vinho.

Até a década de 1980, grande par-te da produção de uvas era entregue para as maiores vinícolas da região, como Aurora e Salton. Mas oscilações do mercado derrubaram os preços das uvas e muitos viticultores passaram a reter a produção para elaborar seu próprio vinho, buscando comerciali-zá-los diretamente, com possibilidade de lucros maiores.

Gradativamente, o novo modelo de negócios foi adotando normas e procedimentos correntes na França, referência global do setor. Assim, em 2002 os vinhos do Vale dos Vinhedos receberam a Indicação de Procedên-cia (IP), um selo certificado pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial, que atesta a procedência de vinhos da região. Ainda no primei-ro semestre, o Vale dos Vinhedos dará outro passo importante, ao receber certificação de Denominação de Ori-gem (DO), tornando os controles para elaboração mais rígidos.

Uma região mágicavAle dos vInhedos

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Algumas vinícolas já têm estoca-dos vinhos elaborados conforme as normas da DO, prontos para serem colocados no mercado. Mundo Fiat teve o privilégio de degustar o Cuvée Giuseppe, Merlot da safra 2009, da casa Miolo em companhia do patriar-ca, Darci Miolo. Este lote tem somente 85 mil garrafas e é irresistível.

As vinícolas, pousadas e restau-rantes recebem aproximadamente 190 mil visitantes por ano, o que o torna um dos mais importantes destinos turísticos do Rio Grande do Sul. Flexi-bilidade é a marca do Vale: o visitante pode montar seu próprio roteiro. As visitas às vinícolas são diárias, en-tre 8h30 e 17h, inclusive nos feriados. Cada vinícola tem sua própria progra-mação, mas o itinerário mais comum é iniciar a visitação mostrando os vinhe-dos, dirigindo-se depois para a vinifi-cação, o engarrafamento, e encerra no varejo, com uma sessão de degustação. Muitas vinícolas dão cursos rápidos de introdução ao mundo do vinho.

Por tudo isto, o Vale dos Vinhedos foi citado pela jornalista americana Patrícia Schultz em seu livro ‘1000 Lugares para conhecer antes de mor-rer’, da Editora Sextante.

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O Vale dos Vinhedos recebe cerca de 190 mil visitantes anualmente

A comercialização de vinhos e derivados no Brasil é de 240 milhões de litros anuais, na média dos últimos seis anos. Desse volume, 90% são produzidos em solo gaúcho, tendo a Serra Gaúcha como berço da vitivinicultura. Toda-via, continua forte no País a presença de vinhos comuns, elaborados a partir de uvas americanas e híbridas, cuja par-ticipação atinge 80% do volume de produção. Já o consumo de vinhos finos nacionais situa-se na faixa de 25,5 milhões de litros por ano. Isto corresponde a menos de 25% do con-sumo brasileiro, suprido em grande parte por vinhos impor-tados de diferentes regiões do mundo.

O consumo per capita situa-se historicamente abaixo da barreira dos 2 litros anuais. Mas pesquisas indicam que o consumidor reconhece a qualidade crescente do vinho brasileiro, conforme destaca Carlos Paviani, diretor exe-cutivo do Instituto Nacional do Vinho (Ibravin), principal entidade representativa do setor. À medida que a renda na-cional cresce e se distribui melhor pela sociedade, reforça-se a tendência de aumento de consumo de vinhos.

Ao mesmo tempo, no exterior há uma grande curiosi-dade em relação aos brasileiros, observa o especialista em marketing, Eduardo Muniz, da Top Brands. As ações do Projeto Setorial Integrado Wines of Brazil têm ajudado, de fato, a impulsionar as exportações, enquanto a parceria entre o Ibravin e Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) contribui para dar uma imagem forte ao vinho brasileiro.

Mas ainda é necessário trabalhar muito o consumidor brasileiro, para derrubar os preconceitos internos contra a bebida nacional. “É preciso atingir a emoção das pessoas para sensibilizá-las para o vinho”, diz Muniz.

Marcelo Copello, influente crítico brasileiro de vinhos, é taxativo: “Motivos para experimentar vinhos brasileiros não faltam. Primeiro experimente tintos e brancos de várias regi-ões, desde o nordeste até a campanha gaúcha, fronteira com o Uruguai, passando por Santa Catarina e pela tradicional serra gaúcha. Na serra gaúcha são os Merlots frutados que se destacam, enquanto na Campanha – mais promissora re-gião para tintos – há caldos de maior estrutura, como bons Cabernets e vinhos de castas portuguesas, como Tinta Roriz e Touriga Nacional. Feche o tour com chave de ouro com os espumantes, nosso “carro chefe”, que hoje já são bastante competitivos no mercado nacional, em preço e qualidade”.

Que tal começar já?

Produção & ConsuMo

em busca do consumidor brasileiro

Café 81,0

refrigerante 69,6

Cerveja 47,6

água mineral 32,0

Suco de laranja 12,0

Cachaça 12,0

vinho 1,7

Suco de uva 1,5

energético 0,10

CONSUmO PER CAPITA DE BEBIDAS NO BRASIL (LITROS/ANO)

Fonte: entidades setoriais

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Percorremos as elevações e estradas sinuo-sas da serra gaúcha a bordo de um Fiat linea, apropriadamente na cor bordô, muito expres-siva para uma visita à Bordeaux brasileira. Con-fesso que jamais tinha visto algo como linea. Tem uma beleza jovial, desliza suavemente, impressiona por sua elegância e sobriedade, típicas da realeza.

o melhor de tudo é que o carro aceitou minhas provocações. respondeu sem vacilar a todos os desafios com personalidade, entre os vales e colinas da serra e suas exigências de potência e estabilidade nas curvas.

é um carro apaixonante e marcante.

linea, paixão à primeira curvapor guIlherMe ArrudA

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pelos imigrantes, no sistema latada e todo de madeira e sem fios de arame. O projeto mais ousado da Dal Pizzol é o “Vinhedo do Mundo”, uma reser-va com 164 variedades de uvas de 23 países, entre os quais Líbano, Japão e Egito. Antonio Dal Pizzol o chama de laboratório vivo. “As uvas que fazem os melhores vinhos do mundo estão aqui”, destaca. Os vinhedos possuem telas (proteção contra pássaros e abe-lhas) e todos os suportes são de aço galvanizado. “Esse é o terceiro no mundo”, orgulha-se.

A maior parte dos roteiros enotu-rísticos propicia vivenciar situações em que predomina o levar a vida com leveza, com tranqüilidade, um tempo de descanso do trabalho, um tempo para si mesmo. A prática desse con-junto dá-se o nome de “slow living”. Contudo, para alem do vinho, há op-ções para amantes da aventura, como rafting, rapel, tirolesa, treking, canio-nismo, paraglider, escalada, passeio de Jeep e pêndulo. Compras? Em Guaporé há um pólo de jóias e de moda íntima e esportiva.

As vinícolas abriram seus portões e oferecem ao público a oportunida-de de um contato mais estreito com uma das atividades mais antigas e charmosas empreendidas pela huma-nidade: o cultivo da vinha e a elabo-ração de vinhos. Anualmente, 190 mil pessoas visitam o Vale dos Vi-nhedos e região. Muitos são turistas de lugares improváveis como Rússia, Croácia, Ásia e Oceania, atraídos pela crescente boa reputação internacional dos vinhos brasileiros.

Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Garibaldi, Flores da Cunha, Antonio Prado, Nova Pádua, Nova Roma do Sul, Farroupilha e Caxias do Sul são cidades que mantêm programações turísticas e receptivas o ano inteiro. No verão, muitas delas festejam a Vin-dima (colheita da uva e início da ela-boração de vinhos ) com eventos que exaltam a cultura e costumes locais, unindo música, dança, gastronomia italiana, artesanato e produtos colo-niais. As cantinas, por sua vez, incen-tivam o visitante a colher uvas nos parreirais e depois esmagá-las com os

pés, como faziam os antepassados. O programa também inclui acompanhar a fase inicial da vinificação.

Os roteiros mais conhecidos são: Caminhos da Imigração, Caminhos de Pedra, Caminhos de Faria Lemos, Caminhos do Salto Ventoso, Vale do Rio das Antas, Rota dos Espumantes, Rota dos Vinhos dos Altos Montes, Ca-minhos da Colônia, Eco Parque Nova Roma do Sul, Estrada do Imigrante e Estrada do Sabor, entre outros. Uma dica é visitar o Belvedere Sonda, em Nova Pádua, uma plataforma com 450 metros de altura, que proporciona uma vista do Vale do Rio das Antas.

No distrito de Faria Lemos, distante 12 quilômetros de Bento Gonçalves, a Vinícola Dal Pizzol, montou um parque temático em uma área de oito hectares, onde funcionou a olaria da família. Um dos fornos foi transformado numa espécie de sacrário, onde são conserva-das centenas de garrafas de safras an-tigas desde a fundação (na década de 70), unicamente, para contemplação.

Alguns metros dali foi montada a réplica do primeiro vinhedo construído

enoTurIsMo

De portas abertasRoteiros enoturísticos oferecem aos turistas contato com a natureza e com uma das atividades mais antigas da humanidade: o cultivo de vinhas e elaboração de vinhos

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o surpreendente Spa do vinho

entre as surpreendentes opções para os turistas, o vale dos vinhedos abriga o vila europa hotel & spa do vinho Caudalie vinothérapie, um pré-dio imponente, erguido no alto de uma colina com vista panorâmica de encher os olhos seja qual for a esta-ção do ano. distante 120 quilômetros de Porto Alegre, o spa é a única fran-quia no hemisfério sul da rede Cau-dalie, com sede em Bordeaux, França, e franquias apenas em Paris, sonoma (euA), reina (Portugal), la rioja (es-panha), Itália e Taiwan.

o spa disponibiliza tratamentos baseados no comprovado potencial rejuvenescedor da uva. há duas for-mas de acesso: através dos programas vinoterápicos ou da Carte du Jour. os programas vinoterápicos podem ser adquiridos para um período de um a seis dias. Todos os tratamentos pro-porcionam relaxamento e desintoxi-cação, com modernos tratamentos corporais e faciais auxiliados pelos polifenóis extraídos do mosto da uva após o processo de vinificação. Pisci-na térmica com água natural e hidro-massagem, banhos de vinoterapia, sauna vinoterápica e solário garan-tem uma estadia inesquecível.

FLORES DA CUNHACAMInhos dA ColônIA – roteiro pelo interior de Caxias do sul e Flores da Cunha, passando pelas regiões produtoras de santa Justina, otávio rocha e linha 40. são doze restaurantes, vinícolas, parques, igrejas, museus, hotéis, eco-aventura, produtos coloniais e convivência com descendentes de imi-grantes italianos.Tel. (54) 32��-��00 ou (54) 32�2.1�22, r.216www.caminhosdacolonia.com.br

ANTONIO PRADOCAMInhos dA IMIgrAção – distrito 21 de Abril, o centro histórico de Antô-nio Prado, linha 21 de Abril, Moinho Colonial Francescatto, Centro de Arte-sanato e Produtos Coloniais, linha 30, seguindo até o vale do rio das Antas na Capela santo Antônio (cenário do filme o quatrilho), Ponte do Passo do zeferino e Belvedere do vale do rio das Antas – rs 122.Tel. (54) 2�3-2021 ou (54) 2�3-1��1.

BENTO GONçALVESCAMInhos de PedrA – legítimos representantes da cultura camponesa. os imigrantes italianos, totalmente desprovidos de bens materiais, trouxeram para o distrito de são Pedro a riqueza de seus valores culturais, expressos na religiosidade, no trabalho e valorização da família. o roteiro é um museu vivo. Para melhor compreensão deste roteiro é necessário estar acompanha-do de guia de turismo.Associação Caminhos de Pedra pelos telefones (54) 3455-3555 e (54) 3454-5�02. www.caminhosdepedra.org.br

SANTA TEREZAPATrIMônIo hIsTórICo e ArquITeTônICo – Atrativos como patrimônio histórico e arquitetônico, artesanato cultural, a travessia do rio das Antas, através de Balsa e o rio Barra Mansa, através de uma secular Ponte Pêncil. o Campanário Trevisano é um marco bucólico e ao mesmo tempo romântico.Tel. (54) 3456-1310.

MUNDoFIAT 6�MUNDoFIAT66

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Farina Park HotelTel./Fax: 54 345� �033 www.farinaparkhotel.com.br

Hotel & Spa do Vinho Caudalie Tel./Fax: 54 2102.�200 www.spadovinho.com.br

Hotel Dall’Onder Tel. 0�00 �04 3000www.dallonder.com.br

Hotel mont Blanc Tel.: 54 3451-3�66 www.hotelmontblanc.com.br

Hotel Villa michelon Tel./Fax: 54 345�.1�00 / 2102.1�00 – 0�00.�033�00 www.villamichelon.com.br

Pousada Villa Valduga Tel./Fax: 2105.3154 www.casavalduga.com.br

Pousada Borghetto Sant’Anna Tel.: 54 3453.2355 / Fax: 54 3453.1226 www.borghettosantanna.com.br

Pousada Ca’Di Valle Tel.: 54 345�.12��

Zamek Hotel Boutique Tel.: 54 33��.33�� www.zamekhotelboutique.com.br

DICAS DE HOTÉIS

DICA DE ROTEIROS NA SERRA GAÚCHA

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preservar a memória e o caminho percorrido por uma pessoa ou grupo de pessoas em determina-

da atividade ou momento histórico é a razão de ser de um museu. Eles são construídos e mantidos em todos os cantos do mundo, sempre com a in-tenção de mostrar às gerações futuras o que fizeram os antepassados ou ain-da o que estamos fazendo agora, para servir aos que virão depois como guia ou exemplo. É pensando assim que a Case IH, fabricante de equipamentos agrícolas da CNH, investe na insta-lação do Museu do Açúcar que está sendo implantado em Piracicaba, no interior de São Paulo, com a missão de

História preservadaCNH patrocina a criação do Museu do Açúcar em piracicaba através da lei Federal de Incentivo à Cultura

por José oTÁvIo lArI

preservar a evolução histórica da pro-dução de cana-de-açúcar no Brasil.

Com previsão de abertura ao pú-blico em 2012 e investimentos de R$ 25,4 milhões, o Museu do Açúcar está sendo implantado nos três pré-dios do antigo Engenho Central de Piracicaba. O conjunto arquitetôni-co histórico, fundado em 1881, está sendo restaurado para abrigar o mu-seu responsável pela preservação da memória dos principais ciclos da pro-dução de cana-de-açúcar no Brasil e no mundo, com foco especial para o estado de São Paulo.

Os recursos para a implantação estão sendo captados junto à iniciati-

Protótipo do Museu do Açúcar: investimentos chegam a R$25,4 milhões

va privada, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, como explica Vag-ner Furlan, diretor industrial da fábri-ca Case IH de Piracicaba. “A Case IH já destinou recursos ao projeto atra-vés da Lei Rouanet e a parceria deve continuar durante a execução do pro-jeto.” De acordo com Furlan, o apoio da Case IH ao projeto é uma maneira de contribuir para a memória da pro-dução agrícola no Brasil. “A cana-de-açúcar faz parte da raiz da produção agrícola brasileira e está ligada inti-mamente com a história do país. Para a Case IH, ser parceira do projeto de criação de um museu que vai resgatar e preservar a história deste produto e, consequentemente, a história do povo brasileiro é motivo de muito orgulho e satisfação” esclarece.

O projeto de adequação dos pré-dios do Engenho ao novo museu, ain-da de acordo com Furlan, obedecerá às diretrizes de preservação do patri-mônio histórico, a partir de normas museológicas internacionais, “esta-belecendo novos espaços, mas sem descaracterizar o edifício que é, em si mesmo, parte da história resgatada pelo museu. O espaço será concebido a partir dos princípios do museu vivo, com salas de exposições temporárias e espaços dinâmicos de informação virtual, garantindo o dinamismo das atividades”, finaliza.

O Museudo Açúcar

será implantado

nos trêsprédios

do antigoEngenho

Central dePiracicabae colocará o visitante

em contato com os

ciclos da indústria

da cana-de-açúcar no

Brasil

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que abrigará o Museu do Açúcar, re-presentou um avanço fundamental na estrutura produtiva da cana-de-açúcar no Brasil. Fundado no final do século XIX, em 1881, industria-lizava a cana de forma centralizada e com equipamentos modernos de tecnologia francesa. Antes mesmo da assinatura da Lei Áurea (1888), que aboliu a escravatura no País, o Engenho já empregava mão-de-obra assalariada.

As atividades industriais do En-genho marcaram o início do primeiro ciclo de desenvolvimento de Piraci-caba e permitiu sua emancipação política e econômica. Em 1899, sob o comando de um grupo empresarial Francês, o Engenho chegou a liderar a produção de açúcar no Estado de São Paulo, com 100 mil sacas e 3 mil litros de álcool por mês.

InsTITuTo BrAsIl leITorResponsável pela gestão, coorde-

nação e execução geral do projeto, o Instituto Brasil Leitor (IBL), organi-zação voltada à criação e realização de projetos de estímulo à leitura, educação e preservação do patrimô-nio histórico brasileiro, como o Mu-seu da Língua Portuguesa em São Paulo e o restauro da Real Fábrica de Ferro em Iperó (SP), encontrou no Museu do Açúcar uma inicia-tiva que, ao mesmo tempo em que recupera um prédio histórico, está implantando nele um centro cultu-ral que pretende preservar a histó-ria e fomentar o desenvolvimento do setor. “O antigo Engenho Central revitalizado, pleno de atividades culturais e de negócios, deixará de ser visto como espaço abandonado e passará a ser, no decorrer dos anos, motivo de orgulho e referência para a comunidade de Piracicaba e de todo o Brasil”, afirma o diretor geral do IBL, William Nacked.

CHN e a cana-de-açúcar

A produção da cana-de-açúcar está inti-mamente ligada à história do Brasil. registros históricos dão conta que as primeiras mudas chegaram por aqui em 1533, tornando-se um dos principais produtos de exportação do Bra-sil colônia. Muita coisa mudou de lá pra cá, mas a cana continua sendo um dos principais produtos agrícolas do país e o estado de são Paulo o principal produtor no mundo.

Para atender a demanda de mecanização da produção da cana, a Cnh tem, em Piracica-ba (sP), sua plataforma mundial de pesquisa, desenvolvimento e fabricação de máquinas para a colheita de cana. é nesta fábrica Case Ih que são produzidas as colhedoras A4000, especialmente desenvolvidas para a colheita em áreas onde o espaçamento do plantio é reduzido e as colhedoras da série A�000, dis-ponível em dois modelos: com pneus (A�000) e com esteiras (A��00).

A série representa o que existe de mais moderno no mercado mundial de colhedoras de cana, sendo inclusive a primeira máquina do setor a contar com computador de bordo como item de série e de estar preparada para a utilização de todos os recursos da Agricultu-ra de Precisão, em especial o piloto automáti-co, responsável por um aumento de produção de até 15%.

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A Fundação Torino conquistou, em março, o Prêmio Nacional de Ges-tão Educacional (PNGE) em duas

categorias: Gestor Educacional do Ano para o presidente Raffaele Peano e Res-ponsabilidade Social, pelo projeto Econs-cienza. Iniciativa de um pool de parceiros, que incluem a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) e a Humus Consultoria Educacional, o prê-mio busca distinguir instituições e profis-sionais do setor privado que colaboram para o êxito da educação. A premiação aconteceu durante o IX Congresso Brasi-leiro de Gestão Educacional e I Congresso Internacional de Gestão Educacional, re-alizados em São Paulo.

Para Peano, o reconhecimento da escola se deve aos bons resultados dos anos recentes. “Nos últimos cinco anos, a Fundação Torino tornou-se referência: o número de alunos cresceu 96% (são qua-se 1,5 mil entre as classes de maternal, ensinos fundamental e médio e o curso de idioma) e o faturamento teve alta de 85%. Investimos na capacitação dos pro-fissionais em gestão e integração e hoje o próprio corpo docente participa da elabo-ração do plano de metas”, detalha.

Como exemplo, ele cita o Plano 2016, que tem como objetivo matricular 1,9 alunos criteriosamente selecionados, nú-mero que permitirá a autonomia finan-ceira da instituição. “É com orgulho que estamos conquistando nossa sustentabi-lidade. Quando alcançarmos a meta, po-deremos investir mais em projetos como o de inovação tecnológica”, acrescenta.

Feliz com a conquista dos prêmios, Peano dedica a vitória a toda a equipe da Fundação Torino. “Foi uma surpresa. É emocionante saber que estamos no cami-

Fundação torino recebe prêmio por gestão educacionalreconhecimento ao presidente raffaele peano e ao projeto econscienza

por CArlA MedeIros

nho certo. Conquistamos um diferencial e vamos melhorar cada vez mais. O su-cesso é acreditar. Eu acredito na escola e na contribuição que deixamos para o futuro”, completa.

eConsCIenzADesenvolvido desde 2008, o projeto

Econscienza visa incentivar alunos a in-corporarem ações sustentáveis em seus cotidianos escolares e familiares, como a prática da coleta seletiva e o uso racional de energia. Coordenado pela professora Maria Chiara Algisi, incentiva a reutili-zação de materiais recicláveis, transfor-mando-os em objetos para uso da pró-pria instituição, despertando nos alunos a consciência ecológica.

Sobre a amplitude do Econscienza, Chiara Algisi explica que a ideia de tra-balhar o tema sustentabilidade surgiu justamente pela abrangência da palavra, que envolve fatores sociais, econômicos e ambientais. “Com o projeto reforçamos que ser sustentável implica em respeitar o próximo e pensar em como nos relacio-namos diariamente”, explica.

Maria Chiara Algisi com o prêmio

pelo projeto Econscienza

e Raffaele Peano,

presidente da Fundação Torino, com

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ensino europeu em solo brasileiroHá mais de 30 anos na capital mineira, a Fundação torino se consagra como referência em escola Internacional

por JulIAnA gArCIA

A escola internacional Funda-ção Torino foi criada em 1970 com a proposta de educar os

filhos dos técnicos italianos que tra-balhavam na Fiat Automóveis. Nesta época, a Fundação seguia em 100% os padrões europeus de ensino. Ao final da década de 1980, com o aumento da mão de obra qualificada brasileira, o número de italianos diminuiu con-sideravelmente na empresa, e conse-quentemente, o número de alunos da Fundação Torino. “Foi preciso optar em fechar a escola ou abri-la ao pú-blico geral, como referência da cultura italiana no Brasil”, recorda o presi-dente da instituição, Raffaele Peano.

Peano explica que a nova fase exi-giu muitas mudanças na escola. “Fi-zemos uma adaptação do currículo es-colar, adequando matérias brasileiras e italianas, sem prejudicar nenhuma delas. O ponto de equilíbrio formou um novo programa de ensino, com as aprovações tanto do governo italiano quanto do brasileiro”, relata. A Fun-dação Torino segue o calendário eu-ropeu, considerando as necessidades brasileiras. As aulas são iniciadas na primeira semana de agosto e inter-rompidas no final de dezembro para férias. O segundo ciclo inicia-se em fevereiro e a conclusão do ano letivo é no final de junho, quando são reali-zadas as provas de certificação: Esami di Stado e Licenza.

Desde o maternal as crianças já mergulham no universo de dois idio-mas, o português e o italiano. E antes mesmo de saírem da Scuola Materna iniciam o aprendizado do inglês. Che-gando ao Ensino Médio, o aluno pode optar por uma formação voltada para o ensino científico, técnico em turis-mo ou administração, além de estudar espanhol e latim.

Pré-AdAPTAçãoPor ter uma rotina diferente das

escolas tradicionais, os alunos do 4º

ano Fundamental até o início do Ensi-no Médio que ingressam na Fundação Torino passam por um período de pré-adaptação. De janeiro a junho, eles participam do Processo de Integração Escolar (PIE,) no qual recebem todo o apoio e acompanhamento. “Este perí-odo é importante para integrar os alu-nos tanto ao ensino da nova língua, quanto à nova rotina do colégio. Eles passam seis meses se adaptando para vivenciar uma escola que é baseada em um modelo internacional”, explica Maria Clara Campos, psicóloga educa-cional e coordenadora do PIE.

A estudante Ananda Campolina do Valle, 17 anos, participou do Progra-ma de Integração Escolar no 1° semes-tre de 2010 e, um ano depois, recorda a importância do processo para sua adaptação na escola: “O programa foi indispensável para meu ingresso na Fundação Torino, principalmente por causa do italiano. Eu nunca havia es-tudado o idioma e finalizei o PIE com um conhecimento que não imaginava alcançar”. Além de aulas de Italiano - 12 horas semanais - os novatos têm diversas atividades que visam a inte-gração ao novo colégio e aos costu-mes que envolvem o aprendizado da nova cultura.

Aluno do PIE desde fevereiro des-te ano, Rômulo Bredt, de 15 anos, reconhece o valor do programa para sua adaptação aos novos costumes escolares. “Não é só pelo idioma que o PIE merece meu reconhecimento, ele nos auxilia em vários outros as-pectos da escola, onde tudo é novi-dade”, explica.

É também no PIE que o aluno é apresentado a uma realidade similar à existente na Europa. “Acho muito bacana a Fundação Torino se preocu-par com isso, esse processo de adap-tação maximiza nosso aprendizado e é também uma ótima oportunidade de fazermos amizades com outros nova-tos”, acrescenta o estudante.

Ananda Campolinado Valle, 17anos, e RômuloBredt, 15 anos,participaramdo Processo deIntegração Escolar(PIE)

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A Fiat esteve presente na Reate-ch - X Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação,

Inclusão e Acessibilidade, que acon-teceu na capital paulista entre os dias 14 e 17 de abril. Na ocasião, a empresa expôs os veículos adaptados para este público, em parceria com adaptadoras.

Os produtos oferecem funcionali-dade para transporte de cadeirantes, com o Doblò nas versões HLX e Ad-venture, e para a direção da pessoa com deficiência com os modelos da gama, o Palio Weekend, o Línea, o Novo Idea com novo design, o Novo Uno e o Fiat Bravo, o grande lança-mento da marca.

Na feira, o Fiat Bravo está adap-tado com acelerador eletrônico de aro e freio manual. Essas adapta-ções permitem ao condutor acelerar e frear com comandos no próprio volante. Também são apresentados veículos com inversão do pedal do acelerador, que permite ao condutor acelerar com o pé esquer-do e central de comandos elétricos, que é um pomo aclopado no volante que permite acionar todas as funções elétricas do car-ro como buzina, farol, limpador e etc, através de um controle com bo-tões que transmitem as informações por sinal para o veículo.

Todas essas adap-tações são removí-veis, o que pos-

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ADE por um mundo mais acessível

Fiat apresenta veículos adaptados para pessoas com deficiência na reatech,segundo maior evento do mundo especializado em acessibilidade

por FrederICo TonuCCI

grande sucesso e repercussão que a iniciativa obteve no ano anterior. Es-ses colaboradores podem, melhor que ninguém, entender o público e apre-sentar todas as soluções de direção nos modelos expostos.

TesT drIveA Reatech é o segundo maior

evento do setor no mundo e conta com inúmeros produtos e serviços para esse público. No Brasil, cerca de 40% dos negócios gerados nesse mercado são influenciados pela feira, que conta com mais de 250 exposi-tores e aproximadamente 45 mil vi-sitantes, movimentando mais de R$ 550 milhões. No estande da Fiat o público pôde, além de conferir os car-ros adaptados, experimentar os pro-dutos em uma área disponível para test drive.

O setor de produtos e serviços para reabilitação movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão no País, sendo R$ 200 mi-lhões só com vendas de cadeiras de ro-das e mais de R$ 800 milhões em au-tomóveis e adaptações veiculares.

Confira as principais adaptações e suas funções:

• ACelerAdor eleTrônICo de Aro �06 gvqr: o aro instalado por cima do volante proporciona uma aceleração com segurança e conforto. Poderá ser removido facil-mente quando o veículo for dirigido por outro condutor.

• FreIo MAnuAl �0� Fv: esta alavanca de freio representa a última geração de freio manual e se adapta melhor dentro do veículo, garantindo muita praticidade na sua utilização e resis-tência dos materiais. Possui trava de freio para maior conforto nas manobras.

• Inversão de PedAl do ACelerAdor �0� u: este equipamento permite o condutor acelerar com o pé esquerdo. Possui também uma proteção opcional para o pedal do acelerador do lado direito. Pode ser retira-do quando não estiver sendo utilizado pelo condutor.

• ACelerAdor euroPA lever: Acelerador e freio manual, operado através de uma pequena alavanca com acionamento vertical para aceleração e horizontal para frenagem.

• CenTrAl de CoMAndos eléTrICos: equipamento que transfere os principais comandos do veículo para o teclado acoplado ao pomo giratório.

sibilita o veículo ser usado também por pessoas que não tem mobilidade reduzida.

Para transporte de cadeirantes foram expostos dois veículos Doblòs – um adaptado com rampa manual retrátil e outro com rampa eletro-hi-dráulica.

InovAçãoA novidade da Fiat para este ano

é a extensão do Câmbio Automático Dualogic, que antes só era encon-trado nos modelos mais completos. O sistema oferece aos portadores de deficiência física mais conforto e fun-cionalidade por um preço mais aces-sível. Todas as adaptações são feitas por empresas parceiras Fiat, mas o câmbio é de fábrica, produzido com o veículo. Outra peculiaridade do es-tande foi a presença de cadeirantes como recepcionistas. Isso se deve ao

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elétricos fixada aovolante e pedal do

acelerador invertido

Doblò está equipado para oferecer comodidade aos cadeirantes

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Quando se fala em ergonomia, logo vem em mente o ambiente de trabalho. Entretanto, mais que avaliar as condições do meio, esse sistema

verifica o que é preciso fazer para oferecer quali-dade de vida aos empregados e, com isso, elevar a motivação e a produtividade. Foi o que mostrou o 1º Seminário de Gestão Estratégica em Ergono-mia, realizado em março pela Comau. Ao todo, o seminário reuniu 80 participantes de 46 empresas, incluindo Fiat Powertrain, Iveco, Teksid, Fiat Automó-veis e Fundação Fiat.

Na avaliação da fisioterapeuta do trabalho da Co-mau, Luciana Satler, o principal objetivo foi disseminar conhecimento em ergonomia e trocar experiências na área. “Mostramos a nossa conduta e tivemos a opor-tunidade de também ter acesso à ergonomia das demais empresas. Com isso, todos saíram ganhan-do”, afirma ela, que falou sobre a “Gestão estraté-gica em ergonomia no ambiente global” em sua apresentação no evento.

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ADE empresas de todo o país discutem

a ergonomia no trabalhoComau organiza seminário que aborda a ergonomia como fator de qualidade de vida dos empregados

por lIlIAn loBATo

Para Luciana Satler, o mercado está em constante evolução e as fer-ramentas de ergonomia precisam se ajustar às mudanças. “O foco da Co-mau é a qualidade de vida no ambien-te de trabalho. Com bem-estar, o em-pregado passa a atuar com motivação e, consequentemente, melhora sua produtividade. A nossa preocupação está em aperfeiçoar a ergonomia já praticada”, avalia.

Uma das convidadas do seminário foi a médica do trabalho e ergonomis-ta do Ministério do Trabalho, Lailah Vilela. Ela ressalta que a iniciativa da Comau é de suma importância para a ampliação da discussão sobre ergonomia no mundo corporativo. “Muitas empresas possuem alto grau de consciência sobre o assunto, mas não abordam a prática internamente e nem trocam experiências com outras empresas”, explica.

Durante a palestra, ela explicou o texto da Norma Regulamentadora 17, que estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psico-fisiológicas dos trabalhadores e es-clareceu pontos que não eram com-preensíveis aos presentes. “Muitas vezes, as empresas não entendem o texto da lei”, afirma.

A programação do seminário in-cluiu também as palestras “Introdução à gestão estratégica em ergonomia”, da médica do trabalho da Comau, Sa-rina Magalhães; “Gestão de times de ergonomia”, do médico do trabalho da Fiat Automóveis, Helder de Faria Ta-vares; “Implantação de um programa de ergonomia em ambientes multifun-cionais”, do enfermeiro do trabalho da Teksid, Rogério Fabel e “Alongue-se”, do professor de educação física da Co-mau, Pedro Biachetti.

O diretor de Recursos Humanos da Comau, Adriani Damazio, reforça que a ergonomia é o sistema que zela pela saúde e segurança do funcionário. Se-gundo ele, o seminário aproveitou para

apresentar como é a gestão estratégica em ergonomia nas empresas Fiat.

O primeiro seminário sobre o tema despertou o interesse dos colaborado-res da Comau. De acordo com a en-genheira de segurança do trabalho da empresa, Fabiana Siqueira, a iniciati-va foi uma maneira de dividir as boas práticas em ergonomia e contribuiu para aproximar as empresas Fiat. “Os gestores percebem o ganho que as em-presas têm ao seguir os preceitos de ergonomia e é fundamental dissemi-nar esse conhecimento”, avalia.

A mesma opinião tem a analista de saúde e segurança Wanessa Ca-valcanti, para quem o evento foi uma oportunidade de alinhar informações e agregar valores à Comau. “Foi pos-sível dividir experiências e também aprender com as demais empresas participantes”, acrescenta.

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LailahVasconcelos,Sarina OcchipintiMagalhães,e Luciana Satler: distintas abordagens

Rogério Fabel,

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FIAT PAlIo é novAMenTe o FAvorITo enTre rePArAdores

Pelo segundo ano consecutivo, o Fiat Palio foi o modelo mais recomendado pelos reparadores independentes de todo o Brasil. o modelo confirmou a supremacia con-quistada em 200� com 14,3% de preferência em 2010. o Fiat uno foi escolhido como modelo recomendado até 1.0, pelo terceiro ano consecutivo, com 21,1% de preferên-cia. Já o Fiat strada foi a picape leve mais recomendada pelo quarto ano consecutivo, com 3�,3%. A pesquisa “CInAu melhor carro/ imagem das montadoras” ouviu 1.16� reparadores de todo o Brasil entre os meses de novembro e dezembro de 2010, por carta e internet. A confiança na marca, a relação custo-benefício do modelo e o acesso a in-formação técnica são os três principais motivos para o voto do reparador. Além de ter sido bem avaliada nestes quesitos, a Fiat Automó-veis foi considerada a melhor fabricante na avaliação sobre tecnologia dentro da pesquisa da CInAu, unidade de negócios do veículo oficina Brasil.

CAsA FIAT de CulTurA levA A ArTe BrAsIleIrA PArA A ITÁlIA

enquanto se prepara para apresentar gran-des exposições para o público mineiro, a Casa Fiat de Cultura lançou, no dia � de abril, em roma, o 1º Festival de Cultura Brasileira na Itália. A programação, que contempla várias mostras e espetáculos, foi realizada na sede da embaixada do Brasil na Itália, no famoso Palazzo Pamphilj, na Piazza navona, uma das mais imponentes edificações do centro his-tórico de roma. o Festival é uma parceria da Casa Fiat de Cultura, da embaixada do Brasil em roma e do Ministério da Cultura e possui patrocínio da Fiat Automóveis através da lei Federal de Incentivo à Cultura. o Festival foi aberto com o grupo mineiro uakti que apre-sentou, na sala Palestrina, o espetáculo “4 Tempos”. Ao longo de 2011, o Festival levará à capital italiana o melhor da arte brasileira: música instrumental erudita, design, artes vi-suais, arquitetura e gravuras brasileiras, artes cênicas e debates. “não há fronteiras para a arte. A Casa Fiat de Cultura, um espaço de alma ítalo-brasileira, busca estimular a troca cultural entre os dois países”, ressalta José eduardo de lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura, que esteve presente à aber-tura. o Festival reserva uma série de grandes atrações brasileiras em território italiano.

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ProJeTo sTAndArd FIAT lATAM

o projeto standard Fiat latam busca a excelência no aten-dimento através da padroni-zação da estrutura e procedi-mentos nas concessionárias Fiat da América latina, ofere-cendo atenção especial a todos os seus clientes. em 2010, os mercados de Costa rica e Pa-namá iniciaram a implantação do sistema e participaram da primeira fase de treinamentos nas áreas de vendas e pós-ven-das. neste ano os mercados da Colômbia, Paraguai e república dominicana também passarão pelos mesmos processos.

ProgrAMA “evolução no CAMPo” esTÁ de volTA

o programa itinerante da Case Ih “evolução em Campo” está de volta às estradas, reali-zando ações de relacionamento com clientes como demonstrações com dinâmicas de má-quinas, dias de campo e participações em fei-ras. os objetivos da participação das conces-sionárias ao receber o caminhão-carreta nas suas cidades são o reforço da marca Case Ih, realizar demonstrações dos equipamentos da marca e promover a interação com clientes da região em que atuam. em 2011, o programa “evolução em Campo” realizará eventos em parceria com a rede de concessionários até o mês de novembro passando pelas principais regiões do agronegócio brasileiro.

BAnCo FIdIs InAugurA novA sede eM Belo horIzonTe

o Banco Fidis inaugurou, em fevereiro, sua nova sede em Belo horizonte (Mg). A unidade ocupa dois andares com �00 metros quadrados na avenida Barão homem de Melo, zona oeste da cidade. o Banco Fidis financia o relacionamento entre a Fiat e a rede de concessionários da marca e também atua no varejo, financiando as vendas da Iveco e da Chrysler. sua atuação dá suporte para o crescimento das três marcas. o banco estava sediado no interior da fábrica da Fiat, em Betim, e transferiu-se para uma região dinâmica de Belo horizonte. o presidente do banco, gunnar Murillo, e o Ceo de Fiat Finanças, gilson de oliveira Carvalho, reafirmaram a importância da retaguarda financeira para a expansão dos negócios do grupo Fiat. Cledorvino Belini, presidente do grupo para a América latina, destacou o papel do banco e lançou um desafio à equipe para acelerar o crescimento da instituição.

ConsulTor e ProFessor lAnçA lIvro soBre gesTão oPerACIonAl

o consultor e professor gilvam Ferreira acaba de lançar o livro Gerenciamento Operacional em Am-biente de Produção, no qual apresenta orientações para gerentes e supervisores utilizarem na rotina de trabalho. Com foco na obtenção de melhores resul-tados, a obra trata de questões como a condução de reunião de início de turno, o monitoramento de resultados operacionais, o uso da ferramenta ges-tão à vista e dicas para elevar e manter o moral da equipe. gilvam Ferreira atuou por 32 anos no grupo Fiat, onde adquiriu experiência internacional em gerenciamento da qualidade, desenvolvimento de pessoas e de produtos e gestão de fornecedores. o prefácio do livro é assinado pelo diretor do Fiat group Purchasing para a América latina, osias ga-lantine. A tiragem inicial da obra é de 2 mil exem-plares e podem ser adquiridos por meio do www.mavlig.com.br ou [email protected]

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eMPresA: Fiat do Brasil S.A.

A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. é a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA.

A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

loCAlIzAção: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, paraná e São paulo.

PresIdenTe: Cledorvino Belini

raio-x doGrupo Fiat no Brasil

www.casafiatdecultura.com.brCasa Fiat de Cultura

www.fundacaotorino.com.brFundação torino

www.fundacaofiat.com.brFundação Fiat

FIAT SpA

FIAT INDUSTRIAL

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

SERVIÇOS

CULTURA EDUCAÇÃO ASSISTÊNCIA SOCIAL

www.fiat.com.brFiat Automóveis

www.cnh.comCase New Holland (CNH)

www.iveco.com.brIveco latin America

www.fptpowertrain.comFpt – powertrain

technologies (Mercosul)

www.magnetimarelli.comMagneti Marelli

www.fptpowertrain.comFpt – powertrain technologies (Mercosul)

www.teksid.com.brteksid do Brasil

Fiat Finanças Banco Fidis

Banco CNH Capital

www.comau.com.brComau do Brasil

Fides Corretagens de Seguros

www.isvor.com.brIsvor Instituto para o Desenvolvimento

organizacional

Fiat revi

Fiat Services

MONTADORAS COMPONENTES

SERVIÇOS FINANCEIROS

MONTADORAS COMPONENTES SERVIÇOS FINANCEIROS

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RIA Motores Fire:

uma história de sucessoA linha Fire foi lançada na europa na década de 80 e desde então versões destes motores da Fiat powertrain equipam carros que são sucesso de vendas

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TEMOS 5 MILHÕESDE APAIXONADOS.

DE APAIXONADOS.

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O CORAÇÃO DO CARRO, TEMOS 5 MILHÕES

DE APAIXONADOS.

O MOTOR FIRE É UM VERDADEIRO SUCESSO DE PÚBLICO. E FAZER

PARTE DESSA HISTÓRIA, DESENVOLVENDO E PRODUZINDO UM MOTOR TÃO

CONSAGRADO, É MOTIVO DE MUITO ORGULHO PARA A FIAT POWERTRAIN.

AFINAL, NESSES 10 ANOS, NÃO PRODUZIMOS APENAS 5 MILHÕES DE MOTORES

FIRE. PRODUZIMOS 5 MILHÕES DE SONHOS REALIZADOS, 5 MILHÕES DE SORRISOS,

5 MILHÕES DE CLIENTES SATISFEITOS. PARABÉNS A TODOS OS CLIENTES FIRE.

FAÇA REVISÕES EM SEU VEÍCULO REGULARMENTE.

No Brasil há quase uma déca-da, a família de motores Fire da Fiat Powertrain é uma das

mais bem-sucedidas do mercado na-cional de propulsores automotivos. Recentemente, a empresa alcançou a expressiva marca de cinco milhões de unidades produzidas.

Lançada na Europa ainda nos anos 1980, a linha Fire desembarcou no Brasil no início dos anos 2000 para substituir o M201 e oferecer maior torque em baixa rotação, além de di-

mensões mais compactas, menor peso e consumo de combustível reduzido.

O primeiro modelo produzido foi um 1.3 16v a gasolina, desenvolvido para equipar o Palio. Era bastante si-milar ao europeu, com uma inovação para o mercado brasileiro: o sistema drive by wire, o acelerador eletrônico.

A partir de 2004, começaram a chegar ao mercado os modelos flex, com destaque para a versão 1.0 HP flex. O propulsor foi o primeiro brasi-leiro dessa faixa de cilindrada capaz de rodar tanto com gasolina quanto etanol, antecipando uma tendência atualmente consolidada no mercado nacional.

Atualmente, a família Fire conta com versões 1.0l 8v (Palio e Siena), 1.0l 8v Economy (Mille), 1.3l 8v (Uno furgão e Fiorino furgão), 1.4l (Idea), 1.4l 8v (Palio, Palio Weekend, Siena, Punto, Strada e Doblò), 1.4l 8v Te-trafuel (Siena), 1.4l 16v T-Jet (adap-tação para Linea e Punto) , Evo 1.0l (Novo Uno) e Evo 1.4l (Novo Uno).

“Tão importante quanto ofere-cer uma ampla gama de produtos que atenda aos desejos dos nossos clientes é estarmos preparados para atender também à sua demanda. Com muita dedicação, método e ino-vação, refletidos no envolvimento das pessoas, a Fiat Powertrain Betim tem alcançado uma expressiva taxa de crescimento da curva produtiva, fruto da confiança dos clientes na qualidade dos nossos produtos”, co-menta Marcos César de Lima e Sou-sa, plant manager da Área Motores da unidade de Betim (MG).

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Job: 255888 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 255888-18931-47076-AF-An Bravo Teto-175x255_pag001.pdfRegistro: 23708 -- Data: 16:43:55 25/04/2011