revista mundo fiat 112

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Entrevista: Windson Paz, diretor de Qualidade e Sustentabilidade da Fiat Automóveis Pegada de carbono: é preciso conhecê-la para reduzi-la Empresas do Grupo Fiat mobilizam os colaboradores para a sustentabilidade Cursor 9 utiliza etanol e diesel gerando redução nos custos e ganhos ambientais Inovação tecnológica contribui para o aproveitamento da biomassa Ecodrive: direção e consciência ambiental Fiat compartilha suas práticas sustentáveis com cadeia de suprimentos Responsabilidade Social: a inclusão por meio da educação, cultura e geração de renda REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NÚMERO 112 - EDIÇÃO ESPECIAL SUSTENTABILIDADE - 2011 Mobilizar para a sustentabilidade Jumbo Produtora/Elias Kfoury

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Colaboração: gestão editorial

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Page 1: Revista Mundo Fiat 112

Entrevista: Windson Paz, diretor de Qualidade e Sustentabilidade da Fiat Automóveis • Pegada de carbono: é preciso conhecê-la para reduzi-la • Empresas do Grupo Fiat mobilizam os colaboradores para

a sustentabilidade • Cursor 9 utiliza etanol e diesel gerando redução nos custos e ganhos ambientais • Inovação tecnológica contribui para o aproveitamento da biomassa • Ecodrive: direção e consciência ambiental • Fiat compartilha suas práticas sustentáveis com cadeia de suprimentos • Responsabilidade

Social: a inclusão por meio da educação, cultura e geração de renda

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 112 - EDIÇÃO ESPECIAL SUSTENTABILIDADE - 2011

mobilizar para a sustentabilidade

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Page 2: Revista Mundo Fiat 112

por ClEdorvino BElini*

A sustentabilidade abrange muitos conceitos e comporta múltiplas definições, mas tem um único ponto central: o homem. O ser humano é, ao mesmo tempo, a razão de ser de toda ação sustentável e o agente capaz de conceber e executar o processo transformador necessário para

consolidar um modo de vida e um modelo sustentável de negócios, permitindo que atendamos no presente nossas necessidades sem comprometer os recursos necessários às gerações futuras.

Temos sempre presente que o modelo sustentável que estamos construindo estrutura-se sobre três pilares – econômico, ambiental e social. Nosso desafio é encontrar o justo equilíbrio entre de-sempenho econômico, menor impacto ambiental e melhor retorno social, convictos de que as três dimensões se entrelaçam e são totalmente interdependentes. A degradação de qualquer uma destas dimensões afeta enormemente os demais pilares, de modo que não se pode pensar em uma empresa economicamente sustentável em uma situação de precarização social ou ambiental. A perenização do negócio pressupõe uma postura pró-ativa de interação com todos os stakeholders, destacando-se entre elas as futuras gerações, de modo a alargar a visão estratégica para o longo prazo.

A consolidação de uma estratégia sustentável extrapola os limites físicos das instalações pro-dutivas, alcançado fornecedores e outros parceiros comerciais, a comunidade, consumidores, auto-ridades, formadores de opinião e vários grupos de interesse que se relacionam com os negócios da empresa. Significa criar uma base comum de valores, que possa ser comunicada e compartilhada com todos os parceiros e ao longo da cadeia produtiva.

O Grupo Fiat consagrou em seu Código de Conduta o conceito de cadeia produtiva sustentável e já avançamos muito com relação ao engajamento de fornecedores. O Fórum de Fornecedores é uma instância importante de debate e compartilhamento de boas práticas, que reúne e mobiliza a alta gestão das empresas fornecedoras e das empresas do grupo. E gradativamente vamos estendendo estes conceitos para os concessionários.

Este esforço se traduz em novas práticas e, sobretudo, em inovação. Ao revermos nossos pro-cessos em busca de formas mais sustentáveis de executá-los, deparamo-nos com o novo, com a possibilidade de superar limites. O processo de inovação será mais acelerado quanto mais coletiva for nossa inteligência, isto é, quanto mais eficientes formos ao articular pessoas para liberar energia em torno de objetivos comuns claramente estabelecidos. O desafio, portanto, é ir além da cadeia de produção e ampliar o debate em torno dos fundamentos da inovação para toda a sociedade.

Assim, voltamos ao ponto central: o ser humano. Máquinas podem desempenhar inúmeras etapas industriais, mas somente as pessoas podem criar o novo. O modelo sustentável de negó-cios que estamos construindo depende da qualidade do relacionamento que se estabelece com as pessoas, na perspectiva de seu desenvolvimento pessoal e profissional, pois a inovação e a sustentabilidade são obras humanas. Construiremos uma sociedade sustentável à medida que se disseminem as condições para que as pessoas realizem plenamente suas potencialidades, em um ambiente de amplas oportunidades.

*Presidente da Fiat-Chrysler para a América Latina

o homem no centro do modelo sustentável

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Job: 278432 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 278432-23177-94823-22358-093-Fiat-Features 500 Vermelho-175x255_pag001.pdfRegistro: 51485 -- Data: 15:23:10 14/10/2011

Page 3: Revista Mundo Fiat 112

MUNDoFiAT4 MUNDoFiAT 5

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EXPEDIENTE Mundo Fiat é uma publicação da

Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

www.eticagrupofiat.com.br

FIAT DO BRASIL S/APresidente: Cledorvino Belini

MONTADORASFIAT AUTOMÓVEIS

Presidente: Cledorvino BeliniCASE NEW HOLLAND

Presidente: Valentino RizzioliIVECO LATIN AMERICAPresidente: Marco Mazzu

COMPONENTESFPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES

Superintendente: Enrico VassalloMAGNETI MARELLI

Presidente: Virgilio CeruttiTEKSID DO BRASIL

CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr.

SISTEMAS DE PRODUÇÃOCOMAU

Superintendente: Gerardo Bovone

SERVIÇOS FINANCEIROSBANCO FIDIS

Superintendente: Gunnar MurilloBANCO CNH CAPITAL

Superintendente: Derci AlcântaraFIAT FINANÇAS

Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho

SERVIÇOS FIAT SERVICES

Superintendente: José Paulo Palumbo da SilvaFIAT REVI

Superintendente: Marco PierroFIDES CORRETAGENS DE SEGUROS

Superintendente: Marcio JannuzziFAST BUYER

Superintendente: Valmir EliasISVOR

Superintendente: Márcia Naves

ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT

Diretor-Presidente: Adauto Duarte

CULTURACASA FIAT DE CULTURA

Presidente: José Eduardo de Lima Pereira

EDUCAÇÃOFUNDAÇÃO TORINO

Presidente: Raffaele Peano

COMITÊ DE COMUNICAÇÃOAlexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fun-dação Torino), Luiz Arthur Peres (FPT – Powertrain Technologies), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Ma-relli), Fernanda Palhares (Isvor), Jorge Görgen (CNH), Marco An-tônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil).

Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comu-nicação da Fiat). MTb: 4.247/MGGestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editora--Executiva: Andréa Castello Branco. Colaboraram nesta edição: Frederico Machado, Igor Guimarães, Jamerson Costa, Júlia Costa, Letícia Villas, Lilian Lobato, Marcelo Ambrosio, Queila Ariadne e Téo Seixas. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produ-ção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 20.000 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517.Fale conosco: [email protected] Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 –

(31) 9993-0066 – [email protected]

Esta edição de Mundo Fiat é inteiramente dedicada à sus-tentabilidade, tema definitivamente incorporado ao pla-nejamento estratégico das empresas do Grupo Fiat no

Brasil e no mundo. A edição oferece um amplo panorama das práticas adotadas pelas várias empresas do grupo e dá ênfase a dois eixos condutores: o levantamento da pegada de carbo-no dos processos industriais e produtos e a mobilização para a consolidação de um modelo sustentável de negócios.

A cada passo que damos, a cada movimento que faze-mos, deixamos uma marca sobre o planeta. São nossos ras-tros invisíveis, que podem ser medidos em carbono emitido. Conhecer a pegada de carbono dos processos industriais e dos produtos é um passo essencial para aprimorar os próprios procedimentos e para planejar uma estratégia sustentável.

Ao mesmo tempo, é preciso compartilhar conceitos, prá-ticas e objetivos, para que todos possam caminhar na mes-ma direção. As empresas do Grupo Fiat estão implementan-do diversos programas de formação e de mobilização para a sustentabilidade, colocando o homem no centro do processo. O diálogo é permanente com todos os stakeholders, mas é particularmente intenso com o público interno, devido à sua condição estratégica de propulsor das inovações e mudanças necessárias ao justo equilíbrio entre desempenho econômico, menor impacto ambiental e melhor retorno social.

Ao percorrer este caminho, as empresas do Grupo Fiat têm obtido reconhecimento por seus esforços. As duas holdings que compõem o grupo, a Fiat Spa e a Fiat Industrial, integram o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, o mais prestigioso indicador do mercado global de capitais, ao qual têm acesso apenas as empresas cujas práticas demonstram o compromis-so de sua gestão com os critérios e princípios de um modelo sustentável de negócios. A Fiat SpA integra este índice pelo terceiro ano consecutivo, enquanto a Fiat Industrial, que co-meçou a operar em janeiro de 2011, foi admitida no ano de sua estreia no mercado de capitais e com a maior nota obtida entre as empresas do setor de veículos e motores industriais.

Ainda há muito a fazer, mas, ao assumir e conhecer nos-sos próprios rastros, tornamo-nos mais seguros no caminho a seguir.

Boa leitura!

(*) Diretor de Comunicação da Fiat-Chrysler

o caminho a seguirpor MArCo AnTônio lAgE*

08 Mobilização SEMEANDo NovoS háBitoS Empresas do Grupo Fiat realizam ações para disseminar entre os colaboradores os conceitos da sustentabilidade e estimular as boas práticas ambientais, sociais e econômicas entre os empregados

26 Entrevista por UM MoDElo SUStENtávEl DE NEGócioS Windson paz, diretor de Qualidade e Sustentabilidade da Fiat Automóveis, fala sobre o equilíbrio entre desempenho econômico, preservação ambiental e comprometimento social na construção de um modelo de gestão sustentável

32 Gestão MEDiNDo AS pEGADAS levantamento das emissões de co² e do uso dos recursos hídricos irá permitir que as empresas identifiquem onde e que de forma atuar para reduzir o impacto de suas atividades

42 Gestão i SUStENtABiliDADE DE poNtA A poNtA A Fiat Automóveis elaborou um diagnóstico para criar uma gestão de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva que possibilitará ampliar o alcance das ações a partir de 2012

54 Meio Ambiente ENErGiA liMpA case New holland desenvolve máquinas para o melhor aproveitamento da palha da cana-de-açúcar e de cavacos do eucalipto, contribuindo para a produção de energia limpa a partir da biomassa

63 Meio Ambiente i EFiciêNciA ENErGéticA A comau é a primeira empresa brasileira a receber o certificado iSo 50001 que atesta a eficiência da empresa no consumo de energia

65 Meio Ambiente ii tEcNoloGiA Motor-conceito cursor 9, desenvolvido Fpt powertrain , reduz o consumo de combustível fóssil e a emissão de dióxido de carbono ao operar com etanol e diesel

70 Mobilidade Sustentável EcoDrivE Sistema de informação de bordo do Fiat 500 permite que usuário utilize o combustível de forma eficiente e com menos danos ao meio ambiente

72 Mobilidade Sustentável i pAriS/ÍNDiA Índia, França e portugal investem na integração do transporte para melhorar a mobilidade e alcançar a sustentabilidade em suas metrópoles

80 recursos humanos cUiDADo iNtEGrAl programas de saúde, educação e lazer desenvolvidos pela Fundação Fiat proporcionam mais qualidade de vida para os colaboradores do Grupo Fiat e seus familiares

86 responsabilidade Social plANtANDo o FUtUro programa árvore da vida contribui com o desenvolvimento humano e social de dezenas de comunidades por meio da capacitação profissional e geração de renda

92 responsabilidade Social i rUMo à ciDADANiA Alunos das escolas pública da cidade de Sete lagoas agora podem contar com aulas especializadas de esporte, uma das diversas ações do programa próximo passo

95 responsabilidade Social ii iNclUSão E GErAção DE rENDA Jovens e crianças em situação de risco social encontram apoio e oportunidade nos projetos desenvolvidos pelo case Multiação

99 responsabilidade Social iii pASSAGEM livrE pArA A ArtE Ao oferecer transporte gratuito aos visitantes, a casa Fiat de cultura amplia o acesso do público às exposições e contribui para a difusão da arte e da cultura

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Page 4: Revista Mundo Fiat 112

MUNDoFiAT6 MUNDoFiAT 7

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IL Fatos & Números da Sustentabilidade

Fiat SpA é confirmada e Fiat industrial é

admitida nos índices dow Jones de

Sustentabilidade

new Holland investe em tecnologia para

geração de energia a partir da biomassa

Fórum de Fornecedores adota

indicadores Ethos

Fiat Trabalha para mensurar sua pegada hídrica

Fundação Fiat atinge 159 mil consultas nos

centros de saúde

Cada novo pallet da CnH utiliza 32

quilos de plástico reciclado

Comau é pioneira na obtenção da

certificação iSo 50001 de consumo eficiente de energia

Programa Árvore da vida vai ter sede própria em

Betim (Mg)

iveco otimiza uso de energia na cabine de

pintura

linha Ecoline da iveco ganha potência com menos emissões

4641 pessoas se cadastraram como

doadores de medula óssea

Teksid recebe certificação internacional por

monitorar emissões de gEE em toda sua

cadeia produtiva

Fundação Torino elimina barreiras

arquitetônicas e amplia acessibilidade

FPT Powertrain lança motor bifuel, que utiliza diesel e etanol

Transporte gratuito da Casa Fiat retira 50 mil veículos do trânsito

de Belo Horizonte

Fiat mensura a pegada de carbono

de seus veículos

Page 5: Revista Mundo Fiat 112

MUNDoFiAT8 MUNDoFiAT 9

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todos pela sustentabilidadeEmpresas do Grupo Fiat realizam ações para disseminar

entre os colaboradores os conceitos da sustentabilidade e estimular as boas práticas ambientais, sociais e econômicas

por AndréA CASTEllo BrAnCo

Page 6: Revista Mundo Fiat 112

MUNDoFiAT10 MUNDoFiAT 11

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ãO O avanço tecnológico e o aprimora-mento das ferramentas de gestão são importantes para consolidar

um modelo sustentável de negócios. Mas no centro desta equação ambiental, so-cial e econômica está o homem, agente e razão fundamental para que a sustenta-bilidade seja, de fato, o objetivo perma-nente a ser alcançado.

Já somos sete bilhões de habitantes no planeta e precisamos pensar em no-vos hábitos e em novas formas de orga-nizar a vida, para que a Terra continue a ser suficiente para todos. É preciso aprimorar as máquinas e motores para que consumam menos energia e emitam menos Gases do Efeito Estufa, desenvol-ver processos produtivos com cada vez menos desperdício, reutilizar e reciclar o máximo possível. “Mais do que isto, po-rém, é preciso incutir a sustentabilidade no coração das pessoas”, diz o líder do Comitê de Sustentabilidade da Fiat Auto-móveis, Ivan Alves.

Isto se traduz na ênfase que as em-presas do grupo têm dado à mobiliza-ção em torno do tema sustentabilidade, para incorporar seus conceitos definiti-vamente à forma de pensar dos funcio-nários, que formam o público essencial a todo e qualquer processo de mudança e inovação. Em cada uma das empresas do grupo, a mobilização tem conseguido estimular uma nova postura entre os co-laboradores que, somados, têm impor-tante contribuição a dar à consolidação de um modelo sustentável de negócios e grande poder de influência sobre suas comunidades.

O processo de mobilização pode ter muitas formas. Uma delas é a Maratona Cultural, um exercício de cidadania atra-vés do qual filhos dos colaboradores de 14 empresas do Grupo Fiat têm a oportu-nidade de pensar e desenvolver projetos que ajudem a tornar realidade os Objeti-vos de Desenvolvimento do Milênio.

Também pode ser lúdico, como na Magneti Marelli, que adotou o bom--humor como receita para conquis-tar as mentes e os corações para a

sustentabilidade.A empresa criou super--heróis e promoveu uma série de ativida-des lúdicas para despertar em cada em-pregado a vontade de fazer a diferença. Realizada desde junho, a Campanha do Meio Ambiente apresenta a cada mês um divertido super-herói que simboliza um aspecto do meio ambiente a ser debatido: Resildo, Reciclado, Capitão Verde, Aria-na, Cristalina e Energético. Eles são os protagonistas da campanha e estão pre-sentes nos comunicados, palestras, ex-posições e intervenções teatrais, fazendo com que os conceitos da sustentabilidade sejam incorporados de forma prazerosa e passem a fazer parte do dia a dia.

SolidAriEdAdENuma outra ponta, colaboradores da

Teksid se uniram em torno de um projeto para ajudar a transformar a vida de fa-mílias que vivem a muitos quilômetros da fábrica: minimizar a escassez de água potável provocada pela seca em Monte Formoso, cidade no Vale do Jequitinho-nha. O projeto Água em Casa, elaborado pelos colaboradores da Teksid, implantou reservatórios d’água em locais estratégi-cos da cidade e próximo das nascentes dos rios, em uma ação que terá grande impacto na saúde e no desenvolvimento dos moradores de Monte Formoso e que já tem desdobramentos. A próxima etapa do Água em Casa será a preparação de hortas comunitárias e a formação de pes-soas da comunidade para retransmitir os benefícios nutricionais de cada alimento produzidos ali. Uma caravana formada por empregados da Teksid deixou Belo Horizonte no dia 26 de novembro levan-do, além de conhecimentos, toda a doa-ção arrecadada durante meses na fábrica em Betim, região metropolitana da capi-tal mineira.

Na Comau, a mobilização tem um foco diferente e assumiu outro forma-to. Há seis anos, os empregados desti-nam voluntariamente 6% do Imposto de Renda devido ao Programa Semear que, através do Fundo da Infância e da Ado-lescência, já destinou R$500 mil a insti-

tuições voltadas para crianças e adoles-centes. São oficinas de música, dança, teatro, esporte (judô, capoeira, futebol, vôlei, circo) e cursos profissionalizantes que fazem a diferença na vida de mais de mil crianças.

Algumas vezes, é preciso visualizar o tamanho do desperdício para mudar a atitude. Um medidor de papéis impres-sos e abandonados na copiadora, insta-lado na entrada do Banco CNH, alterou o comportamento dos colaboradores. Ali eles puderam visualizar o impacto do papel desperdiçado, quantificado em ár-vores cortadas e recursos gastos. A ação envolveu as dimensões ambiental, so-cial e econômica e mudou o hábito dos empregados, segundo o responsável por Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Case New Holland, Giuliano Marchiani. “As pessoas não têm noção da perda que provocam”, diz.

Ivan Alves, líder do Comitê de Sus-tentabilidade da Fiat Automóveis, diz que desde as pequenas práticas cotidia-nas até as grandes decisões da empresa precisam estar permeadas pelos concei-tos de combate desperdício, de melhor aproveitando das fontes de energia e de comprometimento com a comunidade. “Entender o que é sustentabilidade é o primeiro passo. Se as pessoas racioci-narem de forma sustentável, elas vão colocar esses três conceitos nos seus projetos, sejam eles profissionais ou pessoais. Se a equipe não estiver envol-vida, acreditando no tema, é mais difícil promover a mudança”, afirma.

Para isso, é preciso conciliar infor-mação e ação, o discurso e prática, ofe-recendo os recursos necessários para que os colaboradores possam incorpo-rar uma nova atitude não apenas den-tro da empresa. “Fazer uma campanha pelo descarte correto e não colocar as lixeiras em locais estratégicos não vai adiantar nada. O discurso não pode es-tar descompassado da prática. A em-presa pode ser uma grande escola para a vida pessoal, mas isso depende de cada um de nós”, diz.

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Pequenas atitudes podem mudar o mundo. E se cada um tiver consciência do impacto de suas ações, a transfor-mação será mais rápida e para melhor. Com este objetivo, a Fiat Automóveis re-alizou entre os dias 17 e 21 de outubro a Semana da Consciência Sustentável.

Com o tema “O presente é seu Fu-turo”, a Semana contou com estandes estrategicamente instalados na fábrica em Betim, nos quais os colaborados pu-deram conhecer as ações desenvolvidas pela Fiat a partir dos cinco pilares do seu modelo de sustentabilidade: Nossas Pes-soas, Nossos Produtos, Nosso Planeta, Nossa Comunidade e Nossos Parceiros.

Nos estandes, os empregados en-contraram informações detalhadas de cada uma das ações de atenção à saúde desenvolvidas pela Fiat para os empre-gados e seus familiares. Também pu-deram admirar os produtos da Coope-rárvore, cooperativa para a geração de trabalho e renda do Programa Árvore da Vida, formada por mulheres do Jar-dim Teresópolis, e descobrir que sobras do processo produtivo da Fiat – como retalhos de cinto de segurança e de te-cidos dos bancos – podem ser transfor-madas em bolsas, chaveiros, carteiras, nécessaires e muitos outros produtos.

Um dos espaços foi dedicado à maquete da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da fábrica, uma das mais modernas da América Latina, e mostrava todo o percurso da água até o seu reúso, alertando para os cuida-dos simples e necessários para pre-servar os recursos hídricos. Também foi possível conhecer o processo de reciclagem de isopor, projeto pioneiro desenvolvido pela Fiat em 1996.

A sustentabilidade aplicada ao produto pôde ser vista bem de perto no protótipo do Uno Ecology, carro--conceito produzido com matérias-pri-mas alternativas, como fibra de coco nos bancos e fibra de cana-de-açúcar nos materiais plásticos, e no Palio Elé-trico, movido à eletricidade.

PrêMioSAlém de todas as demonstrações,

quem visitou os estandes concorreu a visitas guiadas ao Instituto Inhotim, à Casa Fiat de Cultura e a um test dri-ve no Palio Elétrico. Os colaboradores ainda participaram de um jogo e ga-nharam, na hora, uma ecobag confec-cionada pela Cooperárvore.

De acordo com o líder do Comitê de Sustentabilidade da Fiat, Ivan Alves, a Semana da Consciência Sustentável foi o marco de uma campanha perma-nente que irá manter o tema em deba-te na empresa durante todo o ano. “A Semana tem a missão de comunicar aos colaboradores o que é sustentabi-lidade para Fiat. É muito importante que esse público entenda bem do as-sunto. Cada vez mais a sociedade e o mercado estarão atentos à questão da sustentabilidade e queremos trazer essa reflexão para todos empregados e de forma permanente”, afirma.

Ele ressalta que, além dos mi-lhares de empregados, a Semana da Consciência Sustentável atingiu tam-bém as famílias dos colaboradores, amplificando os efeitos dos conceitos adquiridos. “Levar o tema a todos os empregados aumenta a chance de mais pessoas se sensibilizarem. Ver uma luz acesa, uma torneira pingan-do tem que doer na consciência”, diz.

Foi a partir da Semana da Cons-ciência Sustentável que o operador Emerson Jaques do Carmo percebeu que a sustentabilidade faz parte de seu dia a dia. “O simples gesto de apa-gar uma luz que não está sendo usa-da gera economia não só para o bolso, mas para a preservação dos recursos

naturais. Se preocupar com isso é ter uma atitude sustentável”, afirma.

ColEção dE PoPCArdSLogo após a Semana da Consciên-

cia Sustentável, teve início a Coleção Consciência Sustentável, um con-junto de 20 popcards que traduzem as ações da empresa no esforço da sustentabilidade. A coleção envolve os empregados Fiat, Fiat Powertrain, Comau, Banco Fidis, Fiat Services e Fundação Fiat.

Semanalmente, os colaboradores recebem diferentes cards e, à medida

que vão completando a coleção, podem concorrer a viagens para o GP Brasil de Fórmula 1 e um carro zero quilômetro. Entretanto, para conseguir completar a coleção, é necessário trocar os cards re-petidos com os colegas, o que faz com que a sustentabilidade se transforme em tema de conversas entre os colabo-radores e promova a interação.

O especialista em desenvolvimento de fornecedores da área de Compras da Fiat, Edson Silva, é estrela de um dos cards junto com a filha Clara e a esposa Elisângela, grávida de outra menina, Serena. Para ele, a coleção criou um envolvimento de todos os empregados com o tema. “A sustentabilidade exige uma mudança na estrutura organiza-cional e essa mudança depende muito da nossa atitude”, ressalta Edson Silva.

compartilhando práticas sustentáveiscom o tema “o presente é seu futuro”, a Semana da consciência Sustentável envolveu os colaboradores da Fiat Automóveis numa série de atividades que compartilharam conceitos sustentáveis através de games e coleções de popcards que distribuíram prêmios

por QuEilA AriAdnE

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Semana da Consciência Sustentável

levou informação a

milhares de empregados

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Atuar de maneira sustentável é aten-der um modelo econômico, social e am-biental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer as gerações futuras. O con-ceito pode parecer simples, mas a prática demanda dedicação para incorporá-lo à rotina diária. A Iveco conta com o apoio do seu público interno para isso. A empre-sa, que tem a sustentabilidade como va-

lor, desenvolve uma série de projetos para mobilizar os funcionários em prol de um comportamento mais consciente.

“A sustentabilidade é muito mais que plantar árvores, é otimizar recursos natu-rais e custos e desenvolver iniciativas que possam contribuir para a comunidade. A Iveco reforça esse conceito em todas as ações e campanhas destinadas aos seus colaboradores. O modelo é amplo e bus-ca o envolvimento das pessoas”, explica a coordenadora de Comunicação Interna e Relações Públicas da Iveco, Gabriela Lobo.

Para disseminar o conceito de susten-tabilidade em todos os setores da fábrica, a Iveco criou iniciativas de conscientiza-

ção. Por meio do programa “Faça a Coi-sa Certa”, por exemplo, os funcionários aprendem que pequenos detalhes podem fazer a diferença. O projeto tem o objetivo de alertar sobre o desperdício tanto no tra-balho como em casa.

Segundo Gabriela Lobo, o programa sugere atitudes simples como utilizar as es-cadas em trajetos curtos, ao invés do eleva-dor; ter cuidado com a quantidade de papel utilizado em impressão sem necessidade; não desperdiçar água; diminuir o consumo de copos de plásticos utilizando canecas ou squeeze; e também manter as máquinas e ar condicionado desligadas quando não houver ninguém nos ambientes.

rEinAugurAção dA ilHA ECológiCAOutra ação que mobilizou os colabo-

radores da Iveco pela preservação dos recursos naturais foi a Semana do Meio Ambiente, realizada entre 6 e 10 de ju-nho. A Iveco desenvolveu diversas ativi-dades para o público interno e reinaugu-rou a Ilha Ecológica – instalação em que todos os resíduos industriais gerados na empresa e a água utilizada no processo produtivo são tratados antes de serem corretamente destinados à reciclagem, reutilização ou disposição final – que pas-sou por diversas melhorias.

Ainda de acordo com a coordenadora, os funcionários estão mais atentos para agir com responsabilidade social. A arre-cadação de doações para os que precisam já é prática constante na empresa. O Natal Solidário, campanha interna para o reco-lhimento de doações entre os colaborado-res, na época que antecede o Natal, contri-bui para as comunidades carentes de Sete Lagoas, onde está a fábrica da empresa.

A sustentabilidade não é obra de uma única pessoa na empresa, mas de to-dos. O Banco CNH realiza diversas ações para que a preocupação ambiental não se limite à diretoria e ao setor de Meio Ambiente, mas envolva todos s colabo-radores promovendo o desenvolvimento ambiental, social e econômico da organi-zação.

Uma das ações que abarcou essas três dimensões foi a instalação de medidor de uso de papéis impressos e não utilizados na entrada do banco. Este medidor in-forma três elementos. A primeira régua mede a quantidade de papéis que são im-pressos e não são utilizados. A segunda mede a quantidade de árvores cortadas para a produção do papel e a última, o montante financeiro desperdiçado.

“O impacto disso foi imenso. As pes-soas não tinham noção da perda que provocavam. A redução do desperdício após essa ação tem sido superior à nossa expectativa”, relata Giuliano Marchiani, responsável por Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Case New Holland Latin America.

O Comitê de Sustentabilidade, cria-do em 2011 pelo Banco CNH, já tem outras ações previstas para 2012. Entre elas, está a disseminação entre os cola-boradores do conceito da pegada de car-bono e o repasse de informações sobre como reduzi-la. “A mudança climática já faz parte do repertório das pessoas e é preciso que nossos colaboradores tam-bém tenham conhecimento sobre o as-sunto “, explica Giuliano.

A campanha prevê ações diretas, como gincanas e competições entre equi-pes de empregados, com grades de pon-

tuação. “A nossa pegada vai diminuir ou aumentar de acordo com nossas atitu-des. Diminuir a emissão de CO² depende de cada um de nós”, diz.

Segundo Maria Luiza Kuhn, respon-sável pela área de arketing e desenvol-vimento de produtos financeiros e coor-denadora do Comitê de Sustentabilidade do Banco CNH, o objetivo para o próxi-mo ano é envolver todos os empregados na discussão sobre sustentabilidade. A primeira ação planejada é uma série de palestras para debater temas como ener-gia, resíduos sólidos e água para todos os colaboradores, de forma a consolidar a cultura na instituição.

O Comitê também já planeja ultra-passar os limites internos e envolver os steakholders na discussão sobre susten-tabilidade. “Fazemos isso ainda de forma incipiente, com ações nas feiras que par-ticipamos. Agora queremos aprofundar esse trabalho de forma consistente, con-vidando-os a repensar sua gestão”, diz.

Atitudes que fazem a diferençaiveco mantém mobilização permanente para utilização racional dos recursos naturais e desenvolve projetos para incentivar o comportamento responsável e sustentável dos colaboradores, como o “Faça a coisa certa”

A instalação de medidor de papéis impressos e não utilizados na entrada do Banco cNh lançou a discussão sobre o desperdício entre os empregados, agora mais conscientes

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Comitê de Sustentabilidade pretende atingir

também os steakholders

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Monte Formoso, no Vale do Jequi-tinhonha, tem o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) en-tre os municípios que circulam a ci-dade de Padre Paraíso, às margens da BR 116. Contudo, a comunidade, que fica a 650 quilômetros de Belo Hori-zonte, tem recebido o apoio valioso dos colaboradores da Teksid para se desenvolver.

Há três anos, a cidade é protago-nista da Campanha Natal Solidário,

desenvolvida pela empresa e que este ano completa uma década de ativi-dade. Depois de passar por Araçuaí, Ponto dos Volantes e Santana do Araçuaí, comunidades que têm em comum os baixos índices de desen-volvimento humano e um cenário de insegurança alimentar, os emprega-dos voluntários da Teksid chegaram a Monte Formoso em 2009.

Na Zona Rural do município en-contraram uma enorme carência de

água, o que impedia os moradores de manterem pequenas lavouras para o consumo familiar ou criação de ani-mais. O resultado era uma alimenta-ção extremamente restrita do ponto de vista nutricional. A primeira mis-são dos empregados e da área de Res-ponsabilidade Social da Teksid foi en-contrar uma forma de levar água aos moradores. “Daí nasceu projeto Água em Casa. Percebemos que o abasteci-mento de água era crítico”, explica o supervisor de Recursos Humanos da Teksid, Marcos Almeida.

A ação dos colaboradores da Tek-sid no município resultou na instala-ção de 14 caixas d’água distribuídas nas áreas mais carentes da cidade. Sete delas foram doadas pela empre-sa e instaladas na zona rural. “Nes-ses lugares, foram feitos poços de até 150 metros de profundidade. Para se ter uma idéia, é possível ter água com um poço de 5 a 6 metros em Belo Ho-rizonte”, compara o coordenador. A outra metade foi instalada nas proxi-midades das nascentes de rios, o que impactou até mesmo as políticas pú-blicas do município.

HorTA CoMuniTÁriATradicionalmente, a campanha

Natal Solidário é realizada por dois anos em cada cidade, mas o projeto de abastecimento de água fez com que o trabalho se estendesse em Monte Formoso. Este ano, a ação continuou com a implantação do projeto Horta Comunitária Escolar em sete escolas municipais nas áreas com maior carência hídrica.

Cada uma delas recebeu canteiros onde foram plantados alimentos que, muitas vezes, são buscados no Ceasa de Belo Horizonte. Com uma tabela nutricional em mãos, os voluntários repassaram informações aos mora-dores sobre o valor nutritivo de legu-mes e verduras e formas de incorpo-rá-los à alimentação. A partir do ano

que vem, todos que participarem do manejo das hortas poderão levar os produtos para casa.

A estimativa é que ação beneficie mais de 1,5 mil pessoas, entre alunos, familiares e funcionários das escolas. “Esse é o formato que vamos dar ao projeto a partir deste ano. O Natal So-lidário, que antes tinha um foco mais assistencial, agora está migrando para ações voltadas para a sustenta-bilidade”, aponta Marcos Almeida.

nATAl SolidÁrioA última caravana rumo a Monte

Formoso contou com a participação 30 funcionários e deixou Belo Ho-rizonte no dia 26 de novembro. Na bagagem, roupas, calçados, brinque-dos e material de higiene pessoal que desde setembro foram arrecadados na empresa, gerando uma grande mobili-zação entre os empregados.

Cerca de 100 colaboradores da Teksid trabalharam, voluntariamen-te, separando as doações e organi-zando-as. Tudo para que a cidade de Monte Formoso tenha, de fato, um Natal com o tempero da solida-riedade. “Os voluntários levaram kits escolares, de higiene e escovação e orientações sobre saúde e nutrição”, detalha a coordenadora da Campa-nha Natal Solidário e uma das volun-tárias que viajou ao Vale do Jequiti-nhonha, Marta Bodevan.

O operador de empilhadeira Ge-fferson Ricardo de Almeida também participou da caravana e disse que duas coisas o impressionaram: a extrema pobreza e a capacidade dos moradores dividirem o pouco que têm. “O carinho com que eles nos re-ceberam foi impressionante. Mesmo vivendo numa situação muito difícil, eles têm uma alegria e não se inco-modam de dividir o pouco que têm em casa. É incomparável o sentimen-to de poder doar e ajudar os morado-res do Vale”, relata.

A água, antes uma raridade, já brota nos quintais e permite a moradores de Monte Formoso melhores condições de vida

Quem planta, colhecolaboradores da teksid se unem para ajudar famílias do vale do Jequitinhonha a ter acesso à água potável em Monte Formoso, um dos municípios com menor Índice de Desenvolvimento humano do país

por JAMErSon CoSTA

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Intervenções teatrais, exposições e até mesmo biscoitos da sorte. A Mag-neti Marelli lançou mão de recursos lúdicos e de uma linguagem direta para conscientizar seus colaborado-res sobre a importância de preservar os recursos naturais. A campanha do meio ambiente vem sendo realizada desde o mês de junho e conta com a

participação de uma equipe de diver-tidos super-heróis, os Guardiões da Natureza, com seis personagens de-fensores do meio ambiente: Resildo, Reciclado, Capitão Verde, Ariana, Cris-talina e Energético.

Ao longo das etapas da campa-nha, cada um deles é apresentado e serve de mote para que temas dife-rentes sejam trabalhados com os co-laboradores da empresa, como água, resíduos e emissões atmosféricas. “Desenvolvemos uma forma diferente de conscientizar o público interno. Os personagens não tratam os temas de

forma complexa, mas com uma lin-guagem que atinge pessoas de todos os níveis. Isso gerou uma mobilização muito grande, porque a campanha foi feita de maneira leve e agradável”, conta Heber Braida, responsável cor-porativo pela área de meio ambiente e segurança do trabalho da Magneti Marelli para o Mercosul.

A iniciativa comprova que, às ve-zes, é preciso muito pouco para gerar uma mudança de comportamento. “O que fizemos foi sair da linguagem convencional de treinamento para algo criativo, como na etapa sobre energia elétrica com distribuição de biscoitos. Dentro de cada um, havia uma mensagem estimulando boas práticas”, diz.

Para Heber, o esforço pela susten-tabilidade se torna mais produtivo quando os colaboradores reconhecem a importância da mudança de postu-ras simples no seu dia a dia. “Esse tipo de ação é fundamental porque são eles que estão no local de traba-lho e que fazem as coisas acontece-rem. Todos nós somos os ‘guardiões’ do meio ambiente e precisamos agir de forma coletiva”, afirma.

Isto não elimina a responsabilidade individual na preservação da natureza e, por este motivo, a campanha tam-bém estende a conscientização aos familiares, levando dicas para econo-mia de energia elétrica e desperdício de alimentos. “Temos o costume de jogar para o coletivo dizendo ‘a sociedade é assim’, ‘as pessoas fazem isso’. Esque-cemos que a atitude de cada um faz a diferença”, comenta Heber.

Muitas vezes, fazer a coisa certa exige apenas informação e boa von-tade. Poucos brasileiros sabem que podem utilizar 6% do Imposto de Renda devido para financiar progra-mas para que crianças e adolescen-tes tenham acesso à cultura, lazer e cidadania. Os empregados da Comau já sabem disso e doam parte do im-posto devido ao Fundo da Infância e da Adolescência (FIA).

Nos últimos seis anos, os cola-borares e a Comau destinaram, por meio do FIA, R$500 mil reais para

o Programa Semear, que apoia nove instituições de atendimento à crian-ças e adolescentes em cinco estados brasileiros. Para facilitar a doação, a área de Responsabilidade Social da empresa criou um mecanismo de compensação. “Fazemos uma espé-cie de empréstimo para que o cola-borar faça a sua doação. No ano se-guinte, quando o empregado recebe a restituição do imposto, ele devolve o valor”, explica Tarcísia Ramalho, da área de Responsabilidade Social da empresa.

Diversão e aprendizagempersonagens criados na Magneti Marelli tornam mais fácil e divertida a comunicação de práticas que contribuem para a preservação dos recursos naturais

por AndréA CASTEllo BrAnCo

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Trabalhadores aprenderam e se divertiram com os Guardiães da Natureza

Semeando um futuro melhorpor meio do programa Semear, empregados da comau destinam 6% do imposto de renda para dar uma nova perspectiva de vida para crianças e adolescentes do bairro vila Kennedy, em Betim

por lETíCiA villAS

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Edson Meneghini sabe que a sua contribuição para o Semear é também uma colaboração para uma socieda-de mais sustentável. “A gente sempre ouve que devemos deixar um mun-do melhor para as crianças, mas eu também acredito que devemos deixar crianças melhores para o mundo”, diz o responsável pelo centro de negócios.

MulTiPliCAdorA ideia lançada pela Comau fez

surgir uma mobilização dentro da empresa. Edson e outros colegas deci-diram não só participar do programa como mobilizar os colegas que ainda não doavam parte do imposto. “Com meu papel de liderança, comecei a sensibilizar minha equipe para par-ticipar também usando, primeiro, o incentivo do Imposto de Renda. Mas

Na escola, em casa, nas ruas. As boas práticas para preservar os recur-sos do planeta são dever de todos os cidadãos. Descartar resíduos de forma correta, não desperdiçar recursos natu-rais e doar o que já não tem uso, são ações simples que podem melhorar o futuro. Na Escola Internacional Fun-dação Torino, os alunos são incentiva-dos constantemente a agirem de forma sustentável, seja do ponto de vista eco-nômico, social ou ambiental.

o programa Semear foi criado em 2006

valor arrecadado em seis anos: r$ 500 mil

instituições apoiadas: 9

Crianças e adolescentes atendidos: 1.400

Atividades: Aula de música, dança, curso profissionalizante para os familiares e reforço escolar

Estados: rio de Janeiro, Alagoas, pernambuco, paraná rio Gran-de do Sul e Minas Gerais

PROGRAmA SEmEAR

pequenas atitudes geram grandes mudançasFundação torino dissemina os conceitos da sustentabilidade e as boas práticas dentro e fora da escola e conta com pais e alunos para envolver o bairro em que está instalada

por liliAn loBATo

Edson Meneghin convenceu

praticamente toda a sua

equipe a doar parte do

Imposto de Renda

como conheci o projeto, também dei meu depoimento sobre o que vi e a im-portância de colaborar”, conta.

Com isso, ele conseguiu que praticamente a totalidade da sua equipe aderisse ao Semear e passou a acompanhar o trabalho da ONG Pró-Viver, no bairro Vila Kennedy, em Betim, a primeira instituição a ser apoiada pelo programa. Tarcísia diz que o envolvimento dos empre-gados é mais importante do que o valor doado. “O colaborador passa a entender o significado de doação, se compromete com a comunidade e pode ver o resultado na vida de cada criança. Acompanhamos de perto o trabalho da Pró-Viver e in-centivamos os nossos colaboradores a fazerem o mesmo. Todos que vão, voltam surpreendidos com o resul-tado na vida das crianças”, afirma.

A cada ano, o programa Semear lança uma campanha e a deste ano é “Quando você leva a solidariedade a sério, um futuro melhor para as crianças não fica só na brincadeira”. Além da doação voluntária dos cola-boradores, a Comau também repassa para a entidade o valor máximo per-mitido para a dedução, que é de 1% do Imposto de Renda. Todos os anos, o projeto começa no mês de outubro e segue até dezembro. A expectativa é que este ano o valor supere os R$126 mil doados em 2010.

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Tor

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Pais e alunos participaram da Caminhada Ecológica, que incentivou o uso consciente do carro

Mais que isso, as iniciativas se estendem além dos muros da insti-tuição de ensino e contribuem para uma sociedade ainda mais conscien-te do seu papel. O próximo passo nesse sentido é tornar a Fundação Torino um ponto de referência para o descarte de material reciclável para toda a comunidade do bairro Belve-dere, local onde está inserida.

Segundo o diretor administrativo da Fundação Torino, Magno Braz, a

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Mateus de Oliveira Luciano tem apenas 11 anos, mas, apesar da pouca idade, já encontrou um jeito de mudar o mundo. No ano passado, ele ficou em primeiro lugar na categoria Ensino Fun-damental das Escolas Públicas, da Mara-tona Cultural – programa desenvolvido pela Fundação Fiat que incentiva o de-sempenho escolar dos filhos dos colabo-radores das empresas Fiat. O projeto de Mateus teve como tema a valorização da mulher, um dos Objetivos de Desenvol-vimento do Milênio, também conhecidos como os “8 jeitos de mudar o mundo”.

Com a ajuda da família, Mateus apli-cou uma pesquisa, elaborou e distribuiu panfletos em pontos de ônibus do bairro onde mora para conscientizar a comuni-dade sobre a violência contra mulheres

e passar informações sobre a Lei Maria da Penha. De acordo com o vencedor, durante a pesquisa muitas mulheres di-ziam que nunca tinham ouvido falar da lei e, no final, algumas acabaram con-fessando que já haviam sofrido algum tipo de violência doméstica.

“Não sei quantas mulheres chega-ram a denunciar, mas o importante é que eu levei informação a elas. Fiz um pouquinho para ajudar a situação”, con-ta Mateus, que é filho de Julimar da Cos-ta Luciano, da área de Funilaria da Fiat.

Segundo a analista de Desenvolvi-mento Social da Fundação Fiat, Elenise Girardi Reis, mais do que um programa de incentivo à educação e cidadania, a Maratona Cultural é uma ferramenta para ajudar os estudantes a pensarem o mundo de uma forma diferente. “Esse exercício de buscar alternativas para mu-dar a realidade tem um impacto multipli-cador. É um aprendizado que tem início no ambiente familiar, passa pela escola e se dissemina pelas empresas e comuni-dade”, afirma Elenise.

CHAnCE dE APrEndEr A Maratona Cultural teve início em

2001 e até hoje já participaram mais de 30 mil estudantes. Esta é a 11ª edição que, neste ano, traz duas grandes no-

vidades. No ano passado, cada série es-tava vinculada a um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, porém, neste ano, a escolha do objetivo é livre. E o número de premiações aumentou significativamente: passou de 18 para 72 premiados, abrangendo da 1ª à 9ª série do Ensino Fundamental, além da 1ª à 3ª do Ensino Médio.

Cada categoria terá primeiro, segun-do e terceiro lugares, para escolas públi-cas e privadas. O projeto vencedor ga-nha um notebook, o segundo colocado será premiado com uma Mountain Bike e o terceiro recebe uma máquina foto-gráfica digital. O resultado será divulga-do no primeiro trimestre de 2012.

Pelo segundo ano consecutivo, a Ma-ratona Cultural tem como tema principal os Objetivos de Desenvolvimento do Mi-lênio. Os estudantes terão até o dia 16 de dezembro para inscreverem os trabalhos, que podem ser nos formatos redação ou projeto. Aqueles que anteciparem a en-trega, participam da promoção “Como você daria um jeito no mundo?”, que vai distribuir prêmios, semanalmente, até o último dia das inscrições.

Na página ao lado, Mateus

Luciano desenvolveu

um dos projetos vitoriosos da

Maratona Cultural no

ano passado: uma campanha pelo respeito à

mulher

Num exercício de cidadania, filhos dos colaboradores desenvolvem projetos para tornar realidade os objetivos de Desenvolvimento do Milênio

por QuEilA AriAdnE

Acabar com a Fome e a Miséria

Dar acesso a Educação Básica de Qualidade para todos

igualdade entre os Sexos e valorização da Mulher

reduzir a Mortalidade infantil

Melhorar a Saúde da Gestante

combater a AiDS, a Malária e outras doenças

trabalhar pela Qualidade de vida e respeito ao Meio Ambiente

todo Mundo trabalhando pelo Desenvolvimento

inscrições: até 16 de dezembro

Quem pode participar: Filhos de colaboradores das em-presas: Fiat – comau – iveco – Fiat powertrain – Fpt – Fiat do Brasil – Fiat Services – Fiat revi – isvor – Fast Buyer – Fiat Finanças – Fides – Banco Fidis – Fundação Fiat.

Mais informações sobre o programa: www.maratonacultural.com.br

POR Um mUNDO mELhOR – OS 8 OBjETIVOS DO mILêNIO

escola trabalha a sustentabilidade em todos os âmbitos, entretanto, o foco está em conscientizar crianças e jovens quanto às boas práticas para a preservação do meio ambiente. “Explicamos a importância da coleta seletiva, as salas de aula possuem lixeiras adequadas para cada tipo de material e existem recipientes de coleta de óleo, pilhas e baterias em alguns pontos da escola. Além disso, são previstas durante as atividades didáticas oficinas de reaproveita-mento de material”, afirma.

Para sensibilizar as famílias dos alunos e a sociedade sobre a impor-tância do tema, a sustentabilidade passou a ser estimulada também em eventos esportivos, sociais e culturais da escola. De acordo com Magno Braz, eventos como a Corrida e Caminhada, o Passeio Ciclístico e a Feira da Cultura têm papel fundamental na dissemina-ção do conceito de sustentabilidade e, o que é melhor, são fruto da mobiliza-ção dos alunos.

SuSTEnTABilidAdE SoCiAlIniciativas de responsabilida-

de social também são praticadas na Fundação Torino, como o Natal Ami-go, desenvolvido com as crianças da Scuola Materna (Educação Infantil) e Elementare (Ensino Fundamental I). Os alunos recebem crianças de cre-ches de bairros próximos e dividem um momento de alegria, brincadeiras, lanches e doação de brinquedos e rou-pas arrecadados.

Já na Scuola Media (Ensino Funda-mental II) e Scuola Superiore (Ensino Médio), o ato de solidariedade está atrelado à diversão. Na Scuola Media, o Natal Solidário é organizado com gincanas de arrecadação de donativos. A Fundação Torino também promo-ve quatro vezes ao ano o “Dia D So-cial”, nos quais os alunos do Ensino Médio vão fantasiados para a escola e aproveitam para arrecadar donativos e entregá-los a instituições cadastradas.

Qual o seu jeito de mudar o mundo?

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Job: 278443 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 278443-23180-94973-22650-039-Fiat-An Freemont Traseira-35x25.5_pag001.pdfRegistro: 51527 -- Data: 16:41:16 14/10/2011

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conhecer o próprio rastro para escolher o melhor rumo

por igor guiMArãES

Encontrar o justo equilíbrio entre desempenho econômico, menor impacto ambiental e melhor retor-

no social é o desafio de qualquer em-presa comprometida com um modelo sustentável de negócios. As empresas do Grupo Fiat têm percorrido este ca-minho e, nesta trajetória, têm obtido reconhecimento por seus esforços. As duas holdings que compõem o grupo, a Fiat Spa e a Fiat Industrial, integram o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, o mais prestigioso indicador do mercado global de capitais, ao qual têm acesso apenas as sociedades cujas práticas, submetidas a avaliação externa, de-monstram o compromisso de sua ges-tão com os critérios e princípios de um modelo sustentável de negócios. A Fiat SpA integra este índice pelo terceiro ano consecutivo, enquanto a Fiat Industrial, que começou a operar em janeiro últi-mo, foi admitida no ano de sua estreia no mercado de capitais e com a maior nota obtida entre as empresas do setor de veículos e motores industriais.

Paralelamente, a Fiat Group Auto-mobiles confirmou-se, mais uma vez, como a marca automobilística com me-nores emissões médias em sua gama de veículos comercializados na Europa. A

conquista reflete o esforço tecnológico do grupo para projetar, desenvolver e produzir motores e veículos eficientes, com consumo energético otimizado e reduzido nível de emissões.

O diretor de Qualidade da Fiat Au-tomóveis, Windson Vieira Paz, que co-ordena o Comitê de Sustentabilidade do grupo, analisa nesta entrevista os fundamentos do modelo sustentável de negócios que o Grupo Fiat adota em suas operações. Ele destaca o crescen-te compartilhamento de boas práticas entre as empresas do Grupo, como a adoção dos Indicadores Ethos e o le-vantamento da pegada de carbono dos processos e produtos.

Para Windson, é preciso enfocar os negócios em uma perspectiva ampla, que abranja também os parceiros comer-ciais, como fornecedores e concessio-nários, além dos consumidores. Assim, teremos a visão global da cadeia de pro-dução e de todo o ciclo de vida do produ-to, planejando melhor a forma de torná--lo mais sustentável. Esta abordagem é, também, uma oportunidade de fazer um melhoramento nos sistemas industriais. Trata-se de um impulso à inovação.

A seguir, os principais pontos da en-trevista:

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z Mundo Fiat: Por que adotar um modelo sustentável de negócios?Windson Paz: As empresas, os ci-dadãos e a sociedade não podem pensar só no presente. Precisamos organizar nossa vida e produção hoje de modo a não comprometer as futuras gerações, isto é, de modo a permitir que nossos netos e seus netos também contem com recursos para satisfazer suas necessidades. Para as empresas, a consolidação de um modelo sustentável de negócios é essencial à sua própria sobrevi-vência e desenvolvimento, pois um sistema insustentável esgotará ra-pidamente recursos naturais indis-pensáveis à produção, tornando-os indisponíveis ou muito caros.

É preciso enfocar os negócios em uma perspectiva ampla, que abran-ja também os parceiros comerciais, como fornecedores e concessioná-rios, além dos consumidores. Assim, teremos a visão global da cadeia de produção e de todo o ciclo de vida do produto, planejando melhor a forma de torná-lo mais sustentável. Esta abordagem é, também, uma oportunidade de fazer um melho-ramento nos sistemas industriais. Trata-se de um impulso à inovação.

Mundo Fiat: Como tornar a produ-ção mais sustentável?Windson Paz: Este é um processo inesgotável de aprimorar a forma

como fazemos as coisas. Mas o passo essencial é conhecer o próprio impac-to de suas ações. E uma das formas de fazer isto é calcular a pegada de carbono de seu produto, que signifi-ca conhecer o total de suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) ve-rificadas durante o ciclo de vida do produto, ou seja, as emissões que ocorreram desde a produção de ma-térias-primas até o descarte final. O levantamento da pegada de carbono permite compreender o peso de cada etapa da produção, logística, utiliza-ção e descarte do produto, oferecen-do ferramentas para atuarmos neste processo. É um mapa que nos mostra onde podemos melhorar. É preciso conhecer o próprio rastro para es-colher o melhor rumo. O Grupo Fiat tem seguido este caminho: várias empresas do grupo já concluíram ou ainda trabalham no levantamento de sua pegada de carbono e também se preparam para conhecer sua pegada hídrica, isto é, o consumo de água re-lacionado aos seus produtos.

Mundo Fiat: Mas a sustentabili-dade vai além da questão ambien-tal. Como as outros aspectos se articulam?Windson Paz: A sustentabilidade tem três pilares – o econômico, o am-biental e o social. Podemos dizer que se trata de encontrar o justo equilí-brio entre desempenho econômico, menor impacto ambiental e melhor retorno social. Para isto, é preciso identificar os públicos com os quais a empresa se relaciona e estabelecer uma interação consciente, baseada em fundamentos sustentáveis. Estes públicos são chamados de stakehol-ders e são internos e externos à empresa. Exemplificando: quando abordamos o pilar social, identifica-mos aí stakeholders externos, como a comunidade que nos cerca e o meio

ambiente em que estamos inseridos, mas também públicos internos, como os empregados. As empresas do Gru-po Fiat são pró-ativas em políticas de relacionamento com os funcio-nários que estimulam sua constante evolução pessoal e profissional, com ações focadas em saúde, educação e convivência que envolvem também suas famílias. O modelo sustentá-vel de negócios abrange, portanto, a qualidade do relacionamento que se estabelece com as pessoas. E estamos sempre trabalhando para o desenvol-vimento das pessoas.

Mundo Fiat: Como isso se encai-xa no modelo sustentável de ne-gócios?Windson Paz: As pessoas são a cha-ve de qualquer processo de inova-ção. Máquinas podem desempenhar inúmeras etapas industriais, mas somente as pessoas podem criar o novo. A qualidade e a inovação são obras humanas e os saltos que as empresas e a própria sociedade darão depende de como iremos capacitar e mobilizar as pessoas.

Mundo Fiat: Em 2009 foi criado o Comitê de Sustentabilidade com representantes das várias empre-sas do Grupo. Como este processo avança?Windson Paz: Etapas muito impor-tantes já foram cumpridas no Comi-tê de Sustentabilidade. Desenvolve-mos um processo de conhecimento mútuo entre as empresas, comparti-lhando as melhores práticas de cada uma. Os resultados foram estimu-lantes. Havia grande diferença en-tre o estágio de adoção de práticas e processos sustentáveis entre as vá-rias empresas e esta distância está sendo reduzida. Estamos falando a mesma linguagem e caminhando na mesma direção e à mesma velocida-

de. Temos em comum procedimentos como a avaliação pelos Indicadores Ethos e o levantamento da pegada de carbono. Estamos constituindo uma base comum de ação.

Mundo Fiat: De que forma as ideias são colocadas em prática?Windson Paz: Todas as empresas do Grupo já constituíram ou estão cons-tituindo Comitês de Sustentabilida-de, pelos quais passam os processos. Isto estimula o fluxo de ideias e pro-postas, que brotam em todas as áre-as das empresas e cria um ambiente favorável ao debate. Como resultado, vemos que as empresas estão em constante evolução, descobrindo for-mas novas de otimizar o consumo de

energia, de melhorar a logística, de adotar novos materiais, de aperfeiço-ar processos de produção, de reduzir a geração de resíduos e de aumentar sua reciclabilidade, de desenvolver produtos mais eficientes, de motivar as pessoas... Tudo isto é sustentabi-lidade. É fazer cada vez melhor para ser capaz de fazer sempre.

Mundo Fiat: A adoção de práticas sustentáveis exige investimen-tos? Como se equaciona economi-camente esta questão?Windson Paz: De fato, pode ser que no momento zero do projeto, no mo-mento de colocar em prática algo novo, você tenha que fazer um in-

“A sustentabilidade tem três pilares – o econômico, o ambiental e o social.

podemos dizer que se trata de encontrar o justo equilíbrio entre desempenho

econômico, menor impacto ambiental e melhor retorno social”

“Desenvolvemos um processo de conhecimento mútuo entre as empresas.

os resultados foram estimulantes. havia uma grande diferença entre o estágio de adoção de processos sustentáveis e esta distância

está sendo reduzida”

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MUNDoFiAT30 MUNDoFiAT 31

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z vestimento. Mas é preciso levar em conta que os novos processos susten-táveis, no médio e longo prazos, tra-zem grande retorno, seja em redução de custos, seja em participação de mercado, seja em força da marca.

Mundo Fiat: Volta-se à ideia de que a sustentabilidade está muito conectada com inovação. Há limi-tes para a inovação na indústria automobilística?Windson Paz: Não, não há. Nosso limite é o que conhecemos hoje como tecnologia de ponta, mas este limite está sempre se expandindo. Há 20 anos, não tínhamos telefone celular e o limite do telefone era dado pelo comprimento do fio ou pelo alcance

limitado do sinal do telefone sem fio. Hoje, a inovação tecnológica avança a uma velocidade sem precedentes, pois há um número gigantesco de cientistas e técnicos pesquisando e trabalhando em busca de novas so-luções. Isto também acontece com os veículos e seus componentes, o negócio central do Grupo Fiat. Cres-ce a utilização de novos materiais, a eletrônica embarcada, novas solu-ções de engenharia. A eficiência dos motores atuais é muito maior do que há alguns anos e tende a aumentar. Nós estamos trabalhando para isto.

Mundo Fiat: Como o modelo sus-tentável de negócios se propaga

para os parceiros do Grupo?Windson Paz: O Código de Conduta do grupo traz o conceito de que os fundamentos de nosso modelo sus-tentável devem ser compartilhados por nossos parceiros, para que a cadeia seja sustentável. Avançamos muito com relação aos fornecedores. O Fórum de Fornecedores é uma ins-tância importante de debate e com-partilhamento de boas práticas, que reúne e mobiliza a alta gestão das empresas fornecedoras e das em-presas do Grupo. E gradativamente vamos estendendo estes conceitos e práticas para os concessionários. Já há muitas experiências a serem compartilhadas, como a reciclagem e destinação de resíduos ou a captação de água da chuva para utilização nas operações do dia a dia. Em ambos os casos, de fornecedores e concessio-nários, estimulamos a aplicação de ideias e propostas que contribuam para a sustentabilidade do negócios.

Mundo Fiat: E quanto aos consu-midores, como podem ser inseri-dos neste esforço?Windson Paz: A sociedade, de um modo geral, ainda não desenvolveu uma clara consciência ou uma com-preensão mais elaborada sobre o de-safio da sustentabilidade. Há uma preocupação com as mudanças cli-máticas, porque este é um fenômeno perceptível, mas pouco esclarecimento sobre suas causas. Neste aspecto, as empresas estão muito à frente, pois já elaboraram diagnósticos abrangentes e implementam programas com obje-tivos quantificáveis e definidos.Por isto, é preciso despertar nos ci-dadãos a consciência de que seus atos e decisões têm grande impacto sobre o meio ambiente, sobre as re-lações sociais e também na dimensão econômica. Os hábitos de consumo, a maneira de dirigir, a forma como

se lava o próprio carro, os meios de transporte que utilizamos no dia a dia, todas estas escolhas fazem a diferença entre um comportamento pessoal sustentável ou não. A soma destes impactos individuais tem um peso enorme. Vejamos o exemplo de um automóvel: sua produção cor-responde a uma pequena fração das emissões de Gases de Efeito Estufa de seu ciclo de vida, concentradas em sua utilização. O consumidor tem responsabilidades quanto à forma de utilização do veículo, assegurando seu bom funcionamento através do programa de manutenção em dia, escolhendo o combustível de me-nor impacto, usando o produto com consciência, descartando-o de modo adequado. Assim, é preciso incluir o consumidor no modelo sustentável de negócios. E esta é uma fronteira a ser explorada, pois há aí inúmeras possibilidades de ação conjunta.

Mundo Fiat: O que fazer para edu-car esse consumidor?Windson Paz: Esta pergunta não tem uma resposta única e definitiva. A educação é a chave para a cons-ciência e a mobilização em torno de boas causas e de comportamentos sustentáveis. As empresas têm um papel educador, assim como o Estado, as escolas, as ONGs, os setores mais conscientes das sociedade. Estamos falando, porém, de algo muito com-plexo, pois o comportamento social é algo fundado na própria cultura, nos anseios individuais e nas aspirações coletivas. Mais uma vez o exemplo do automóvel: seu uso consciente prevê deixá-lo na garagem quando isto for mais racional e adequado, dando preferência a outros meios de trans-porte e alternativas de deslocamento.

Mundo Fiat: Mas isto não contra-ria os interesses de uma empresa

que produz e vende automóveis?Windson Paz: Ao contrário. Para nós, a venda de veículos se insere em algo mais amplo, que denominamos mobilidade sustentável. Trata-se de proporcionar a liberdade de ir e vir, de expandir o alcance e os horizontes de todos. Veja o exemplo europeu. A densidade de veículos por habitante na Europa é três vezes maior do que no Brasil. Aqui, há um veículo para cada seis habitantes, enquanto na Europa esta relação é de um auto-móvel para cada dois habitantes. No entanto, a Europa tem sistemas de transporte público bons, abrangentes e eficientes, que respondem por gran-de parte dos deslocamentos mesmo de quem tem um carro à disposição.

Nos Estados Unidos também as pes-soas combinam transporte público e deslocamento em automóvel. E não há nos países mais desenvolvidos o preconceito de que transporte públi-co seja coisa de pobre. Um dos de-safios brasileiros para a construção de uma sociedade mais sustentável é acabar com a ideia de que os ser-viços públicos, seja o transporte ou a escola, são coisa de pobre e, por isto, não precisam ter qualidade. Uma sociedade sustentável é aquela que diminui as diferenças entre os cidadãos e assegura a todos a todos oportunidade e mobilidade, seja fí-sica ou social, através de serviços públicos de qualidade.

“é preciso despertar nos cidadãos a consciência de que seus atos e decisões têm grande impacto sobre o meio ambiente... é preciso incluir o consumidor no modelo

sustentável de negócios. E esta é uma fronteira a ser explorada”

“Um dos desafios brasileiros para a construção de uma sociedade mais

sustentável é acabar com a ideia de que os serviços públicos, seja o transporte ou a

escola, são coisa de pobre e, por isto, não precisam ter qualidade”

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A cada passo que damos, deixa-mos uma marca. Ao acionar um interruptor de luz, ir para

o trabalho de carro ou comprar um produto feito em outro país, deixamos rastros invisíveis mas marcantes no planeta. Para realizar cada um desses pequenos atos, ocorre o consumo de energia e consequente liberação de Gases de Efeito Estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO²). O conjunto das emissões de uma mesma empresa ou pessoa é sua pegada de carbono. Conhecê-la e estabelecer metas para reduzi-la é hoje um dos propósitos do Grupo Fiat.

Qual o tamanho da sua pegada?para enfrentar o aquecimento global e suas consequências, é preciso conhecer e reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) desde a geração da matérias-primas até a distribuição e uso do produto, definindo ações e metas em cada etapa do processo

por igor guiMArãES

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tock delas quantifica as emissões de carbo-

no desde a geração da matéria-prima até a distribuição do produto. A outra, mais completa, leva em consideração não somente a fabricação, mas tam-bém as emissões de carbono ao longo de todo o ciclo de vida do produto, ou seja, incluindo também a forma como o consumidor o utiliza.

Calcular a pegada de carbono está na pauta das ações das empresas do Grupo Fiat. Algumas se encontram em processo de certificação do levanta-mento. Outras já concluíram o estudo e partem para o compromisso de re-duzir as emissões, como é o caso da Teksid do Brasil, que recebeu, em ju-nho, a certificação internacional que comprova que a empresa monitora as emissões de Gases de Efeito Estufa em todos os estágios do processo de pro-dução de blocos de motor.

A Iveco preferiu quantificar o vo-lume de carbono relacionado aos pro-cessos internos. A empresa já trabalha com base neste inventário e com metas de redução das emissões no processo produtivo. Na Fiat Automóveis, o re-cente levantamento da pegada é mais abrangente: ele contabiliza, inclusive, quanto o consumidor emite de carbo-no no uso de seus produtos. Os dados seguem agora para certificação. Tam-bém a CNH – Case New Holland con-centrou seu inventário das emissões de GEE no processo produtivo, calcu-lando o valor em carbono-equivalente para cada máquina produzida.

“O tipo de levantamento depende muito da atividade econômica de cada empresa. No caso da indústria de ve-ículos, como a Fiat e a Iveco, pode-se mapear não somente as emissões de gases durante a produção do carro ou caminhão, mas na etapa de uso tam-bém. Já a Teksid, por exemplo, que faz bloco de motor, faz mais sentido quantificar a cadeia produtiva”, expli-ca Vinicius Ambrogi, gerente técnico da Geoklock, empresa de consultoria e Engenharia Ambiental, que assessora

a Fiat, Iveco e Teksid nas certificações de pegada de carbono.

Na Magneti Marelli, o inventário já foi realizado nas unidades de Am-paro e Hortolândia e planos de ação para redução das emissões já estão em andamento. Segundo Heber Brai-da, responsável corporativo pela área de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho da Magneti Marelli, o pla-nejamento é concluir o trabalho até o primeiro semestre de 2012 em todas as unidades da empresa no Brasil.

Apesar disso, a Magneti Marelli já trabalha há bastante tempo com foco nos critérios da sustentabilidade, desde o desenvolvimento de tecnolo-gias – foi pioneira no lançamento do sistema flex no Brasil e busca sempre desenvolver produtos que reduzam a emissão de CO2 ou utilizem matérias--primas eco-friendly, como por exem-plo os novos coletores de ar (um dos componentes do sistema de injeção eletrônica) feitos de plástico reciclado a partir de resíduos têxteis. Os pro-cessos da empresa também têm apelo ambiental: utilização de luz natural, reuso da água e coleta seletiva são práticas comuns em suas diversas unidades, além de novos prédios e galpões construídos dentro dos pa-drões Green Building.

invESTiMEnToNa prática, o levantamento per-

mite que a empresa identifique onde atuar e de que forma para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. “O inventário norteia, com precisão, onde estão os pontos críticos. Se al-guém quer efetivamente trabalhar nesse sentido, tem que passar pelo in-ventário de emissão de carbono”, diz Cristiano Félix, responsável pela área de Engenharia Ambiental da Fiat.

A partir do diagnóstico, é possí-vel detectar, por exemplo, etapas do processo produtivo ou logístico que podem ser otimizados. “O levanta-mento da pegada de carbono fornece

Para isto, porém, é preciso percor-rer um longo caminho que passa pri-meiro pelo mapeamento da pegada, a partir do cálculo que quantifica o volume de Gases de Efeito Estufa emi-tidos durante a produção de um pro-duto ou mesmo na oferta de um ser-viço. Feito o balanço de quanto CO², metano e outras substâncias que con-tribuem para o aquecimento global são lançados na atmosfera, é possível traçar estratégias de melhoria da efici-ência energética e redução da própria pegada.

O levantamento pode ser feito, basicamente, de duas formas. Uma

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também um mapa para a inovação, a fim de reduzir a demanda de energia nos processos”, explica o diretor de Qualidade e Sustentabilidade da Fiat Automóveis e coordenador do Comi-tê de Sustentabilidade do Grupo Fiat, Windson Vieira Paz.

O Brasil, conforme ressalta Win-dson, tem um perfil singular no mundo quanto à matriz energéti-ca, por utilizar predominantemente fontes de energia renovável e mais limpa quando comparadas aos pa-íses mais desenvolvidos. A energia elétrica é, em grande parte, prove-niente de fonte hidrelétrica e não da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, enquanto o etanol usado nos motores flex é um combustível amigável, pois o carbo-no liberado em sua combustão é ab-sorvido pela cana-de-açúcar em seu ciclo de crescimento vegetal.

Se, por um lado, esta é uma van-tagem brasileira, por outro lado é um fator torna mais desafiador reduzir os níveis de emissão de GEE, consideran-do-se que os níveis de emissões já são relativamente baixos. ”Para diminuir ainda mais, precisamos estar aten-tos à inovação tecnológica, buscando alternativas cada vez mais sustentá-veis”, argumenta Windson Paz.

EConoMiAPara Giuliano Marchiani, respon-

sável pelas áreas de Meio Ambien-te, Saúde e Segurança do Trabalho da New Holland , o levantamento da pegada de carbono ganhou força nos últimos anos como um elemento importante na gestão de processos e serviços. A empresa já quantifica as emissões por máquina fabricada no Brasil e este ano iniciou um nova eta-pa para estender este levantamento para a América Latina.

Para ele, o setor automotivo deve abranger também a avaliação das emissões indiretas, como aquelas ori-ginadas do consumo de energia elé-trica. “Através do inventário de emis-sões, pode-se conhecer os processos de maiores emissões e, consequentemen-te, de maior consumo de energia elétri-ca. Reduzindo esta emissão, reduz-se o consumo de energia, garantindo bene-fícios econômicos ao projeto”, afirma.

Por outro lado, continua Marchia-ni, conhecendo as emissões de gases de efeito estufa, tem-se um maior con-trole sobre o impacto do processo pro-dutivo sobre o ambiente. “A redução das emissões favorece não apenas o compromisso ambiental da CNH, mas também sua responsabilidade sócio--ambiental e econômica”, diz.

Já é possível mensurar a emissão de carbono (CO²) de um carro durante toda sua vida útil levando em conta até mes-mo os hábitos dos motoristas. Um estudo coordenado pela empresa de assessoria ambiental Geoklock rastreou toda a pe-gada de carbono dos modelos Novo Uno (Vivace), Punto e Linea, desde a extração das matérias-primas, fabricação, comer-cialização, uso e descarte. Os modelos fo-ram escolhidos por representarem todas as categorias da gama Fiat.

Com os dados em mãos, a Fiat já sabe qual o volume de carbono que esses veí-culos deixam na atmosfera durante todo seu ciclo de vida. Pode, assim, atuar so-bre inúmeras variáveis para reduzir sua pegada de carbono.

De acordo com Cristiano Félix, res-ponsável pela área de Engenharia Am-biental da Fiat, o inventário leva em consideração todos os possíveis perfis de usuários, como o que usa exclusiva-mente gasolina ou aquele que prefere mesclar o combustível fóssil com etanol ou ainda os proprietários cuidadosos com a manutenção do carro e os desa-tentos também foram incluídos nas va-riantes que compõem o estudo.

“A nossa intenção é mostrar como isso impacta nas emissões do veículo du-rante todo o seu ciclo de vida. É possível saber agora qual volume de carbono dei-xará de ir para a atmosfera caso tenha-mos um motor 1% mais eficiente”, expli-ca Cristiano Félix. Ele também vê outros benefícios em conhecer profundamente a pegada de carbono. “A grande vantagem do sistema de mapeamento do carbono é saber realmente os impactos da operação sobre o aquecimento global”, acrescenta.

O trabalho prossegue e o próximo passo é definir as ações para reduzir as emissões, avançando depois para a eta-pa de certificação. Este processo é desa-fiador, pois nem todas as variáveis estão sob controle da Fiat. A empresa pode atu-ar diretamente sobre seu ciclo produtivo,

Seguindo os passos do produto

mas como influenciará o modo de com-portar-se e dirigir dos proprietários de seus produtos, para que emitam menos gás carbônico? No mundo, há pouquís-simos trabalhos como esse na indústria automotiva e as iniciativas das empresas do Grupo Fiat são importantes para mos-trar alternativas.

A ideia de fazer o levantamento de pegada de carbono na Fiat teve início em 2009, a partir da implantação da metodologia World Class Manufacturing (WCM), sistema de produção enxuto, que combate todo tipo de desperdício e apon-ta para a redução do impacto ambiental da produção. “Vimos que já estávamos com uma pontuação muito boa, mas que poderíamos dar um salto para melhorar ainda mais. Há dois anos, aceitamos o desafio de reforçar o WCM, através do levantamento da pegada de carbono e da pegada hídrica. Isso nos permite co-nhecer melhor nosso próprio processo e reforça nosso compromisso com um mo-delo sustentável de negócios”, lembra o diretor de Qualidade e Sustentabilidade da Fiat Automóveis, Windson Vieira Paz.

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Mapeamento da pegada pode incluir até mesmo a emissão de GEE durante a utilizaçãodo veículo Na Fiat, foi

feito um diagnóstico da emissão de carbono em todas as

etapas da produção

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Ao terminar de assar um bolo, o que uma dona de casa faz para apro-veitar o calor escaldante que ainda resta no forno? Normalmente, nada. Em uma situação análoga, relativa à secagem da pintura das cabines dos caminhões, a Iveco Latin America aprimorou seu processo para aprovei-tar essa energia, que poderia se dissi-par sem utilização.

Diariamente, 22 carrocerias pas-sam pelos megafornos da empresa, mas as duas últimas da fila completam o processo expostas ao calor residual. “A energia armazenada é suficiente para concluir o processo de produção e podemos reduzir o consumo nesta etapa. Uma medida simples, que não requer investimento e já dá resultado”, destaca a coordenadora do programa Próximo Passo, Júnea Sá Fortes.

Tal solução seria improvável em uma empresa alheia a um ambiente sustentável de negócios. Em agosto, a Iveco concluiu o inventário de emis-sões de Gases Efeito Estufa (GEE), o primeiro realizado por uma montado-ra de caminhões na América Latina. O estudo irá permitir que a empresa trabalhe medidas de redução de suas emissões.

O inventário GEE abrangeu as emissões diretas, associadas às diver-sas atividades internas – geradores de energia, transporte, caldeiras, empi-lhadeiras – e indiretas, ligadas à com-pra de energia (elétrica e vapor).

TrAnSPArênCiASe algumas medidas já foram im-

plantadas, como a mudança no pro-cesso de secagem das cabines, outras estão por vir. Está em fase de estudo a troca das empilhadeiras movidas a gás por elétricas. A mudança represen-taria uma redução de 70% nas emis-sões de CO² provocada pelo transporte realizado dentro da empresa.

Júnea diz que o objetivo da Iveco com esse raio X da produção é de-monstrar transparência em todos os seus processos para minimizar os im-pactos do ciclo fabril. Foram avaliadas a Unidade Industrial de Sete Lagoas (MG), o Centro de Operações de Peças Iveco, em Sorocaba (SP), e as sedes comerciais e administrativas em Nova Lima (MG) e São Paulo (SP).

Futuramente, a empresa poderá ainda trabalhar na compensação dos Gases do Efeito Estufa de uma manei-ra planejada. “Várias empresas têm feito isso sem um diagnóstico claro e adotam medidas paliativas sem sequer conhecer o próprio grau de emissões. A partir do mapeamento, vamos reduzir o que for possível internamente, para depois fazer o trabalho de compensa-ção”, explica Júnea Sá Fortes.

Concedida pela Carbon Trust Foo-tprint Company, organização inglesa, a declaração ambiental significa que a empresa realiza o monitoramento das emissões de gases de efeito estu-fa (GEE) em toda a sua cadeia produ-tiva. Com a certificação, a Teksid al-cançou emissão de GEE 25% inferior à média mundial das indústrias de fundição no processo de fabricação de blocos de motor.

Ao obter a certificação, renovada a cada dois anos, a empresa assu-miu o compromisso de aprimorar e tornar seus processos cada vez mais sustentáveis. É o que destaca o res-ponsável pela Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da Teksid, Ezequiel Oliveira Filho. “Conseguir o certificado demonstra que tivemos um plano de ação para reduzir os níveis de emis-são de GEE. A expectativa é prosseguir com iniciativas que garantam índices inferiores aos exigidos como limite pe-los órgãos ambientais”, explica.

Para a construção do modelo de avaliação da pegada de carbono (carbon footprint, em inglês) foram levantadas todas as informações ine-rentes à cadeia produtiva. O procedi-mento ainda utilizou o inventário de GEE, atualizado em 2009, que ma-peou as informações acerca dos insu-mos, respectivos fornecedores, loca-lização dos clientes e os transportes intrínsecos.

A captação de dados foi realizada por meio de visitas e coleta de infor-mações nos fornecedores estratégicos e também através de questionários preliminares, que têm o intuito de as-segurar a confiabilidade das informa-ções que compuseram o carbon foot-print. Os resultados são inseridos na ferramenta de cálculo disponibilizada pela Carbon Trust.

Para qualificar a pegada de car-bono, a Teksid teve que obter a cer-tificação de cada parte do processo produtivo com base na norma PAS 2050/ DEFRA do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido: especificação para avaliação das emissões de gases causadores do efeito estufa no ciclo de vida dos produtos e serviços.

O processo para a conquista da de-claração ambiental durou cerca de 10 meses e terminou no final de junho. O trabalho contou com a consultoria da Geoklock – empresa do Grupo Ecogeo,

É possível otimizar o uso de energia no processo de secagem de carrocerias na linha de pintura

Soluções que fazem a diferença

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teksid recebe certificação carbon trust Footprint

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O processo siderúrgico foi

analisado na certificação

da Teksid

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líder no mercado ambiental – que reali-zou um estudo para quantificar a emis-são de gases de efeito estufa por quilo-grama de bloco de motor produzido.

Segundo Ezequiel Oliveira, a Geoklo-ck reconheceu o pioneirismo da Teksid em seus processos produtivos e fez os es-tudos de acordo com o padrão internacio-nal. “O trabalho teve como base um pro-tocolo mundialmente reconhecimento, o GHG Protocol. A certificação é resultado de muita dedicação e é um passo impor-tante para a empresa”, avalia.

Ainda de acordo com ele, foram analisados todos os ciclos de vida dos produtos, o que inclui extração da ma-téria-prima, processos na siderurgia, produção e transporte até o cliente. O resultado surpreendeu a consultoria e o procedimento de fabricação dos blocos de motor de ferro obteve a certificação da pegada de carbono.

Alguns processos internos se desta-caram durante a análise e contribuíram para que a certificação fosse concedida. A utilização do gusa líquido, transporta-do em veículos especiais diretamente da siderúrgica produtora de ferro gusa até a Teksid, está entre os mais importantes em função de gerar menor gasto energé-tico e maior segurança.

O uso de fornos a arco elétrico, cuja base energética é mais sustentável que o coque de petróleo utilizado nos fornos tipo cubilô – que geram emissões mais significativas de GEE – também foi fun-damental para o processo.

O diretor industrial da Teksid, Je-fferson Villafort, ressalta que a empresa prima por estar na vanguarda dos pro-

cessos sustentáveis e por atuar de forma responsável. “A Teksid tem um vasto co-nhecimento da sua cadeia produtiva com benefícios quantificados das suas ações, o que a permitiu ser pioneira em diver-sas iniciativas voltadas para a susten-tabilidade. Conseguir esse resultado nos mostrou o ponto que alcançamos e onde queremos chegar”, avalia.

A certificação ainda teve reconhe-cimento no mercado corporativo, o que surpreendeu Villafort. Segundo ele, ga-rantir a certificação de pegada de car-bono também se tornou um diferencial competitivo. “O resultado refletiu positi-vamente em clientes do mundo inteiro, como Renault, Scania, GM, Ford e FPT, entre outros. A tendência é de a maioria das empresas passarem a exigir uma ati-tude ecologicamente correta de seus for-necedores”, afirma.

O diretor industrial explica que tanto a sociedade como os clientes e o público interno da Teksid estão mais conscientes com relação à sustentabilidade e prezam por uma produção mais atenta às emis-sões de GEE. Ele ressalta que para se manter competitivo no mercado é preciso se adequar a essa realidade.

De acordo com Villafort, o investi-mento em novas tecnologias faz parte do planejamento da empresa, bem como ini-ciativas para reduzir a emissão de GEE. A Teksid ainda exige que seus fornecedores operem seguindo princípios sustentá-veis. A Metalsider é um exemplo disso, já que faz o reflorestamento de algumas áreas com a plantação estruturada de eucalipto. A ação contribui para diminuir os impactos causados pelas emissões.

Num mundo cada vez mais preocupa-do com o uso dos recursos naturais, um pingo de desperdício é algo gra-

ve. Por isso, a fim de identificar o destino de cada gota d’água usada no ciclo útil de seus automóveis, da produção ao descar-te, a Fiat firmou uma parceria com a em-presa de consultoria ambiental Geoklock para elaboração de um estudo que pode-rá mensurar todo volume de água usado pelos carros. A proposta é verificar toda a cadeia produtiva e fechar o registro para possíveis “vazamentos”, diminuindo os custos de produção e, ao mesmo tempo, preservando os recursos hídricos.

O conceito, batizado de Pegada Hídri-ca (tradução de water footprint), foi criado

pelo holandês Arjen Hoekstra, fundador do instituto Water Footprint Network (WFN), na década passada, A partir de 2009, com a elaboração de um manual com a metodo-logia de análise, o conceito disseminou-se pelo mundo. Trata-se de um mapeamento do consumo de água para fabricação e uti-lização de um produto, desde a produção de matéria-prima até o descarte.

Assim, é possível quantificar quanto de água é usado em todo o ciclo de vida de um bem. Inicialmente, a ferramenta era voltada para identificar o fluxo entre dois países – se o Brasil exporta camisas de algodão, produto com alto consumo de água, está vendendo água –, mas logo percebeu-se que seria possível calcular o

O transporte do gusa líquido até a Teksid foi essencial para

reduzir a pegada de carbono

pegada hídrica mensurao consumo de águapara usar de forma responsável um recurso abundante no Brasil, mas finito, a Fiat prepara um diagnóstico de toda a água consumida desde a produção da matéria-prima à utilização de seus carros pelos consumidores

por Téo SEixAS

Estação de Tratamento

na Fiat promove

99% de recirculação

da água

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MUNDoFiAT40 MUNDoFiAT 41

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ENTE fluxo da água de um produto, de uma pes-

soa e também de uma localidade.No caso do mapeamento em curso na

Fiat, os consultores selecionam três carros distintos e, durante seis meses, acom-panham o passo a passo de sua cadeia, avaliando-os em distintos cenários e res-pondendo a uma série de perguntas: se consomem mais água quando abastecidos com etanol ou gasolina, qual a origem dos fornecedores e quanta água consumiram, dentre várias outros questionamentos.

Mas o levantamento não se restringe ao volume total usado para a produção de um carro. É feita uma diferenciação pela característica da água e do efluente, com classificação de acordo com os impactos causados nos diferentes meios. Ou seja,

diferenciam-se e classificam-se em água de chuva, água potável, água de recírculo e água pura.

dEvEr dE CASAAtualmente, a Fiat consegue mensurar

o consumo de água dentro da empresa, ou seja, consumida no processo de fabricação do automóvel ou ”para dentro de nossa cerca”, como explica o diretor de Quali-dade e Sustentabilidade da Fiat, Windson Paz. A partir do estudo, será possível es-tabelecer também quanto é gasto na base da cadeia, com os fornecedores, e no seu topo, com os consumidores. Será possível ver claramente qual o consumo de água

de um automóvel em um horizonte de, por exemplo, dez anos, sabendo-se exata-mente quanto foi gasto para a produção das matérias-primas, processo industrial, logística e utilização pelo consumidor fi-nal, explica Windson.

No ano passado, a Fiat elaborou o ma-peamento da Pegada de Carbono (Carbon Footprint) de três carros da marca: Uno, Punto e Linea. O conceito assemelha-se ao da pegada hídrica, diferenciando-se apenas por tratar da cadeia do CO² em vez da água. Os resultados mostraram que a concentra-ção do impacto ambiental ocorre na etapa de utilização do veículos, devido ao uso permanente de combustíveis. Fazendo um paralelo em relação a estes resultados, a ex-pectativa é que o mapeamento aponte para uma concentração de demanda de água na ponta da utilização do veículo.

Se esta tendência se confirmar, ficará claro para a indústria o desafio de incluir o consumidor final no esforço de reduzir o impacto do ciclo de vida do automóvel sobre os recursos hídricos, através de um movimento de conscientização para a mu-dança de hábitos. Trata-se de um desafio e tanto, considerando-se a dispersão dos consumidores, mas é algo que pode e deve ser feito wem conjunto por empresas, go-verno, ONGs e a própria sociedade, rumo a um padrão de consumo consciente, con-forme observa Windson Paz.

Ao mesmo tempo, o mapeamento da pegada hídrica permite identificar possí-veis ‘vazamentos’ dentro da fábrica, para que se possa atuar sobre eles. Cristiano Félix, responsável pela área de Engenha-ria Ambiental da Fiat, destaca, porém, que 99% da água utilizada no processo indus-trial é tratada e reutilizada, de modo que a empresa não demanda suprimento de água da rede pública para fins industriais. Além disto, a evolução dos processos pro-dutivos tem levado em conta a necessi-dade de alternativas mais limpas e com menor demanda de insumos.

vAlor AgrEgAdoNum mercado cada vez mais com-

petitivo e exigente, o diferencial pode

estar na estratégia de construção de uma imagem ligada à conservação de recursos naturais e à preocupa-ção com o meio ambiente. “Àquelas organizações que considerarem esta nova variável dentro de suas estra-tégias, como a gestão do consumo de água em seus processos produti-vos, terão vantagens competitivas e comparativas a curto e médio prazo. O respeito ao patrimônio ambiental não é algo voluntário, mas man-datório ao setor privado”, afirma o responsável pelas áreas de Meio Am-biente, Saúde e Segurança do Traba-lho da New Holland para a América Latina, Giuliano Marchiani. Apesar de a água no Brasil não ser um pro-duto de alto custo por sua abundân-cia, a opinião pública, nos últimos anos, vem dando maior atenção à sua utilização e as empresas devem estar atentas a este comportamento.

“O entendimento é que, mesmo abundante, a água é um recurso fini-to e em escala exponencial de degra-dação”, alerta Marchiani. Nesse sen-tido, avalia que o resultado do estudo de pegada hídrica pode ser uma opor-tunidade de a empresa conhecer me-lhor seus próprios processos e avaliar suas prioridades, potencializando es-tratégias em busca de um objetivo: reduzir o impacto ambiental das ati-vidades e firmar compromisso com a sociedade de ser uma companhia que respeita o meio ambiente. Para ele, a simplicidade é a forma mais indicada para se trilhar o caminho da susten-tabilidade.

“Grandes ideias residem, muitas vezes, no óbvio. Temos que buscar, incessantemente, que os passivos ambientais, resultado dos processos e serviços da companhia, tornem-se ativos com valor agregado tanto do ponto e vista econômico e ambien-tal como também social. Esta é a chave do sucesso da implantação de um sistema de gestão de sustentabi-lidade”, afirma.

iTEM ÁguA uSAdA nA Produção

1 taça de vinho 120 litros

1 xícara de café 140 litros

1 quilo de açúcar refinado 1.500 litros

100 gramas de chocolate 2.400 litros

1 hambúrguer 2.400 litros

1 camiseta de algodão 2.700 litros

1 quilo de carne bovina 15.500 litros

méDIAS GLOBAIS DA PEGADA híDRICA

complexo de tratamento de Efluentes é exemplo

de uso racional As empresas do grupo Fiat já têm claro que, em

se tratando de consumo de recursos hídricos, me-nos é mais. na Fiat Automóveis, o Complexo de Tra-tamento de Efluentes líquidos da fábrica de Betim promove 99% da recirculação de água graças à mo-dernos sistemas de membranas filtrantes (MBr) e ao processo de osmose reversa (or). isso permite que a indústria funcione sem a necessidade de captação de água potável na rede pública, economizado um recurso natural precioso.

o Complexo de Tratamento também recebe os efluentes da Comau do Brasil e da divisão de po-wertrain.

Além de recircular a água, o aperfeiçoamento dos processos industriais reduz a demanda de água por unidade de produto. Assim, a quantidade de água necessária para a produção de um motor caiu 82% ao longo dos últimos anos. Ao mesmo tempo, na Comau, o consumo de água por hora também caiu de 8,33 litros para 6,78 litros.

outro exemplo de boa utilização dos recursos hídricos dentro do grupo Fiat vem da Magneti Ma-relli, que recicla efluentes líquidos para utilização no resfriamento de equipamentos em suas instalações industriais.

Hábitos como a lavagem doméstica de veículos elevam o consumo de água durante o ciclo de vida do carro

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teksid avança em todos os pilares

na Teksid, a autoavaliação e o planeja-mento estratégico têm sido usados inten-samente para gerir os negócios de forma socialmente responsável. Por meio dos indicadores Ethos, a empresa tem conse-guido analisar a gestão e elaborar ações sociais e empresariais cada vez mais as-sertivas para o avanço dos negócios, bem como para uma sociedade mais justa.

Embora a avaliação do instituto Ethos ocorra anualmente, o Comitê de Susten-tabilidade da Teksid adotou um acompa-nhamento interno trimestral para o mo-nitoramento. o supervisor de recursos Humanos da Teksid e líder do Comitê de Sustentabilidade, Marcos Almeida, explica que após o diagnóstico inicial da gestão nos pilares dos indicadores Ethos, foi pos-sível perceber que boa parte das deman-das já era atendida pela empresa. Ficou claramente indicado em quais aspectos a empresa deveria atuar em relação à sus-tentabilidade.

“A boa notícia é que a Teksid avançou em todos os pilares, sobretudo em Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes”, diz Marcos, atribuindo o resulta-do à prática da excelência no atendimento, ao compromisso com a qualidade e à cer-tificação de pegada de carbono. Ele ainda destaca as mudanças nas ações sociais em prol das comunidades de Betim e do vale do Jequitinhonha, que deixaram de ter cunho assistencial, para priorizar o desen-volvimento autônomo das comunidades.

os programas de desenvolvimento profissional também impulsionaram o pi-lar Público interno. um deles é o progra-ma Crescer, em que um grupo de funcio-nários foi avaliado e alguns chegaram a ser promovidos em função dessa análise. “A iniciativa também contemplou o pro-jeto de recrutamento e os colaboradores participaram da seleção, disputando car-gos melhores. Foi uma oportunidade de crescimento profissional”, avalia.

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A empresa está atenta à preservação da biodiversidade? Tem programas para a redução do consumo de ener-

gia? Desenvolve programas voltados para a qualidade de vida dos funcionários?

Ao responder perguntas como essas, as empresas fazem um autodiagnóstico abrangente de suas práticas nos pilares econômico, social e ambiental, a partir do qual podem elaborar um plano de ges-tão sustentável. Trata-se dos Indicadores Ethos, uma ferramenta que ajuda a criar uma base comum de avaliação e detectar os aspectos que devem ser trabalhados para uma gestão mais sustentável.

“Este diagnóstico é a base para desen-volvermos um plano de ação para gestão da sustentabilidade com integração entre todas as áreas da empresa”, afirma Ivan

Para alinhar as políticas de gestão em sustentabilidade, Fiat quer levar Indicadores Ethos para concessionárias e fornecedores

Disseminando o conceito da sustentabilidadecom base nos indicadores Ethos, a Fiat Automóveis elaborou um diagnóstico que irá permitir a criação de uma gestão de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva e que possibilitará ampliar o alcance das ações a partir de 2012

por QuEilA AriAdnE

TrABAlHo inTEgrAdoO líder do Comitê de Sustentabilidade

da Fiat, Ivan Alves, conta que a empresa responde aos indicadores há três anos, mas, em 2011, através do projeto Cons-ciência Sustentável, a empresa ampliou o diagnóstico, que agora vai

nortear um plano de gestão susten-tável a ser implantado a partir de 2012. “Antes, cada área envolvida diretamente com o tema de um sete pilares respon-dia o questionário. Agora, montamos um grupo com 46 pessoas de diversas áreas, fizemos um workshop e, para cada res-posta, há um debate antes. Dessa forma, conseguimos uma fotografia de como somos em sustentabilidade, sob vários pontos de vista”, destaca.

Alves ressalta que, por enquanto, a Fiat está em fase de diagnóstico para elaboração de projetos. Mesmo assim, já é possível visualizar algumas mudan-ças – necessárias e possíveis – que os indicadores ajudaram a identificar. Um exemplo:“Desde 2009, à luz das discus-sões e do amadurecimento do conceito e processode sustentabilidade com base nos Indicadores Ethos, estamos melhorando nossasdemandas, especificações e relacio-namento, focando o desenvolvimento da-sustentabilidade em nossas relações com a cadeia de fornecimento”, afirma osuper-visor de compras da Fiat, Ricardo Ramos.

Ramos conta que, em 2009, a empresa registrou em cartório um documento con-tendo as “Condições Gerais de Compras e Requisitos Específicos do Cliente” para ofornecimento sustentável. Dentre elas,

Alves, o supervisor da área de garantia e líder do Comitê de Sustentabilidade da Fiat

AuToMóvEiS.Para radiografar o estágio atual e as

oportunidades de avanço nas relações com clientes, fornecedores, empregados, comunidade, meio ambiente e autorida-des, a Fiat adotou os Indicadores Ethos, um instrumento de autoavaliação das práticas empresariais. Desenvolvida pelo Instituto Ethos, o modelo de autoavalia-ção existe desde 1999 e, recentemente, passou por uma atualização. É um ques-tionário baseado em sete pilares: Valores, Transparência e Governança; Público In-terno; Meio Ambiente; Fornecedores; Con-sumidores e Clientes; Comunidade; Gover-no e Sociedade.

As perguntas são detalhadas em tó-picos e cada resposta corresponde a uma pontuação de um a quatro, indicando o estágio da empresa naquele pilar. O re-sultado da avaliação é divulgado para o próprio grupo, pois foi concebido para ser utilizado como um instrumento de autoa-valiação e de gestão.

“Ao todo são 40 indicadores que aju-dam a empresa a fazer seu diagnóstico. No relatório de avaliação feito pelo UniE-thos, a empresa recebe uma nota em cada indicador e a sua pontuação média, além da média geral de todas as empresas que utilizam o sistema. Funciona como um parâmetro para aferir suas ações de res-ponsabilidade social, planejar e executar melhorias”, explica o representante do UniEthos, João Serfozo.

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“Nós entendemos que, quanto mais o tempo passa, mais a

sociedade está alinhada com o tema da sustentabilidade e mais

vai cobrar isso das empresas. hoje não se busca apenas qualidade, as pessoas não vão comprar produtos

que agridam o meio ambiente”ivan Alves, líder do comitê de

Sustentabilidade da Fiat Automóveis

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A Comau do Brasil, empresa do grupo Fiat, também adotou o diag-nóstico feito a partir dos indicadores Ethos para alinhar sua gestão aos princípios da sustentabilidade. Para envolver toda a equipe nesse pro-cesso de identificação dos pontos de melhoria, a empresa promoveu a campanha “Movimento Comau pelo Planeta” envolvendo 200 líderes.

“Primeiro fizemos uma campa-nha virtual para informar e expli-car cada um dos sete pilares dos indicadores Ethos. depois um pré--diagnóstico em que os líderes res-ponderam o questionário para que pudéssemos fazer um levantamen-to”, conta Tarcísia ramalho, coor-denadora de responsabilidade So-cial da empresa.

Em abril deste ano, os membros do Comitê de Sustentabilidade par-ticiparam de um encontro, assisti-ram a palestras e, divididos em gru-pos, responderam o questionário presencialmente, debatendo cada tema. “o questionário é momento de reflexão e avaliação. identifica-mos que a Comau está acima da média em diversos itens, mas que também é possível avançar em ou-tros. o Comitê se reúne mensal-mente e já estamos elaborando os projetos a partir dos pontos a se-rem aprimorados”, explica.

Ela destaca que o programa Se-mear, que incentiva entre os cola-boradores a doação de 6% do im-posto de renda devido, via Fundo da infância e da Adolescência (FiA), é um exemplo de relacionamento com governos e sociedade. “nos-so desejo é fazer melhor a cada dia”, finaliza.

o QuE éFerramenta de autoavaliação empresarial sobre práticas de ges-tão em sustentabilidade.

CoMo FunCionAA empresa responde um questionário detalhado, dividido em temas, para identificar oportunidades de melhoria para implan-tar políticas de sustentabilidade. o UniEthos avalia as respostas e prepara um relatório que permite à empresa identificar os pontos a serem melhorados através de um plano de ação abrangente.

oS SETE PilArES dE AvAliAção1- valores, transparência e Governança

2-público interno

3-Meio Ambiente

4-Fornecedores

5-consumidores e clientes

6-comunidade

7-Governo e Sociedade

INDICADORES EThOS

* cada tema é subdividido em tópicos que, no total, dão origem a 40 indicadores

comau finaliza projeto de gestão sustentável

“Só conhece as pedras quem já passou pelo caminho”, diz o provérbio sobre a importân-

cia de aprender com os erros e não re-peti-los. Este é um bom caminho para

Flávio Del Soldato,

coordenador do Fórum Fiat de Fornecedores

práticas sustentáveis se propagam na cadeia de fornecedores Fórum de Fornecedores é instância de alto nível onde os preceitos e as melhores práticas das empresas do Grupo Fiat são compartilhadas com toda a cadeia de suprimentos, através da adoção de ferramentas comuns, para alcançar um modelo sustentável de negócios

por FrEdEriCo MACHAdo

o sucesso, principalmente quando é possível evitar os tropeços observando o percurso de quem já chegou lá.

Quando o assunto é sustentabili-dade, isto fica mais nítido, já que a

estão a utilização de madeira certificada e a adoção de práticas comerciais justas, éti-cas e solidárias, baseadas na erradicação do trabalho infantil e escravo. Em 2010, o setor realizou fóruns para compartilhar com os fornecedores as melhores práticas.

Em 2011, já mais familiarizada com o tema, a Fiat ampliou o projetosusten-tabilidade para toda a cadeia produtiva. “Passamos a envolver alguns de nossos-fornecedores em conjunto com o time do Comitê de Sustentabilidade para ampliar-nossa visão do processo e melhorar nosso plano, que é formativo e colaborativo.

Entendemos que atuando desta ma-neira certamente perpetuaremos ao longo detoda a nossa cadeia produtiva as exi-gências para um relacionamento minima-mentesustentável através da simplifica-ção e exemplo”, afirma Ivan.

Como uma empresa sustentável preci-sa de parceiros sustentáveis, o Consciên-cia Sustentável tem a meta de disseminar o uso dos Indicadores Ethos entre os for-necedores e concessionárias. “Dessa for-ma, ficará mais fácil criar uma referência e alinhar nossas práticas de sustentabili-dade”, ressalta.

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ãO troca de experiências e práticas pode encurtar o caminho e reduzir os in-vestimentos para a difusão de um modelo sustentável de negócios.

Esse é um dos propósitos do Fó-rum Fiat de Fornecedores, criado em 2004 para estabelecer um canal de comunicação entre a empresa e a ca-deia de suprimentos do grupo. Nele, os fornecedores são convidados a compartilhar um modelo sustentável de negócios, tendo como parâmetros instrumentos do Instituto Ethos, Ins-titute For Supply Management (ISM) e European Foundation Quality Ma-nagement (EFQM).

O Fórum Fiat de Fornecedores é composto por presidentes dos 35 for-necedores estratégicos do Grupo Fiat na América Latina e coordenado pela Fiat Group Purchasing (FGP), a divi-são mundial de compras do grupo. O líder do Fórum é o diretor de Compras para o Grupo Fiat-Chrysler América Latina, Osias Galantine. Também fa-zem parte do grupo a Fiat Automó-veis, FPT Industrial, CNH e Iveco.

Para que o modelo sustentável de produção definido pelo Código de Conduta do Grupo Fiat seja incor-porado pela cadeia de fornecedores, trimestralmente os representantes das empresas que participam do processo produtivo da Fiat realizam um encontro. A proposta é estreitar o relacionamento com os fornecedo-res e proporcionar um ambiente para discussão de temas relevantes, como responsabilidade social e a impor-tância da busca de fornecedores de insumos e matérias-primas compro-metidos com princípios éticos e am-bientais, dentre vários outros temas que envolvem a gestão.

“Nossa ação seria incompleta se não envolvêssemos os fornecedores nas discussões. Não adianta você fazer uma lapidação da gestão e dos processos dentro da empresa, mas não a ter certeza que os produtos que vêm de fora estão dentro dos padrões

exigidos pela Fiat. Com o Fórum de Fornecedores poderemos evitar uma série de problemas na nossa produ-ção”, explica o gerente de otimização do valor do produto da FGP, José Fran-cisco Maciel Romero.

dESEnvolviMEnTo E PrESErvAçãoEntre os grupos de trabalho do

Fórum de Fornecedores está o de sus-tentabilidade, tema que está no cen-tro da estratégia de gestão do Grupo Fiat. Através dele, é possível estender para os fornecedores e demais parcei-ros da Fiat os preceitos e práticas do modelo sustentável de negócios que o Grupo está construindo. E, claro, absorver novas ideias que aparecem por toda a cadeia produtiva.

“O conceito fundamental com-partilhado é a visão da sustentabi-lidade como a promoção do desen-volvimento econômico e social no presente sem a exaustão dos recur-sos naturais para as futuras gera-ções, através da criação de valor a curto e longo prazos para nossos stakeholders, com elevados padrões de governança, gestão de recursos e transparência”, explica José Fran-cisco Maciel Romero.

O grupo de sustentabilidade con-ta com seis empresas fornecedoras: Automotiva Usiminas, Goodyear, Randon, Saint Gobain, Teksid e TRW. O coordenador do grupo de Susten-tabilidade é o presidente da Usiparts (empresa do grupo Usiminas) e dire-tor do Sindipeças, entidade nacional de representação do setor de autope-ças, Flávio Del Soldato.

O coordenador ressalta a impor-tância da troca de experiências nesse tema que, cada vez mais, faz parte da rotina de planejamento das empre-sas. “A Fiat é muito exigente e atenta às práticas sustentáveis. Para nós, fornecedores, é fundamental ade-quar-nos a essa política da empresa”, avalia Del Soldato.

como funciona o Fórum de Fornecedores da Fiat

• O Fórum conta com os seguintes grupos: Competitividade, Inovação, Oportunidades fi-

nanceiras/fiscais e tributárias, Parcerias, Qualificação e formação de fornecedores; e Sus-

tentabilidade.

• As sedes do Fórum variam a cada edição. Muitas vezes ele é realizado durante o lança-

mento de veículos ou produtos de relevância da Fiat, em momento de valorização dos

fornecedores.

• As reuniões acontecem a cada três meses.

• Todo ano, a terça parte dos membros do Fórum é renovada, através da incorporação de

novas empresas na discussão dos temas.

uM PASSo A FrEnTEPara que o trabalho no grupo de

sustentabilidade possa ser propagado a partir de bases comuns a todos os fornecedores, foi feita uma parceria com o Instituto Ethos/Uniethos, ins-tituição voltada à pesquisa e capaci-tação do meio empresarial nos temas de responsabilidade social e desen-volvimento sustentável. Por meio dos Indicadores Ethos, as empresas são auxiliadas a buscar em seu processo produtivo práticas mais sustentáveis.

“A adoção dos Indicadores Ethos alinha as empresas às principais tendências e iniciativas nacionais e internacionais na gestão da susten-tabilidade, incorporando os conheci-mentos adquiridos por outros projetos acompanhados pelo Instituto Ethos/Uniethos”, afirma José Francisco Ma-ciel Romero.

O trabalho está na etapa de levan-tamento das ações de sustentabilidade nas empresas. “Toda a primeira fase foi a de compreensão de como os Indicado-res Ethos funcionam, contextualizando a importância do tema sustentabilidade no mundo dos negócios e percebendo a oportunidade que a Fiat está nos dan-do de uniformizar conceitos dentro do tema”, afirma Del Soldato.

A coordenadora técnica do Insti-tuto Ethos/Uniethos, Carla Stoicov, que acompanha o processo, diz que a principal dificuldade percebida en-tre as empresas que responderam o questionário está em estabelecer uma gestão sustentável. “Muitas vezes, o tema está presente em alguma ação pontual, mas tornar isso uma estra-tégia é um desafio maior. Em susten-tabilidade, a dificuldade é internali-zar boas iniciativas e transformá-las em processos de gestão”, explica Car-la Stoicov.

Após o raio-X nas empresas que participam do grupo de sustentabili-dade, o trabalho com os Indicadores Ethos deverá ser estendido a todos os fornecedores que compõem o Fó-rum de Fornecedores. “Sustentabili-dade é um tema essencial, mas que ainda não é tão presente na gestão das empresas. Algumas estão muito à frente, outras estão começando. O Fórum é fundamental para aju-dar a trocar ideias e fazer negócios cada vez mais sustentáveis. Temos a chance de nivelar os conhecimentos e compartilhar as experiências que deram certo”, conclui o coordenador do grupo de sustentabilidade, Flávio Del Soldato.

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Uma planta de baixo impacto ambientalFiat utiliza a experiência de práticas bem sucedidas e novas tecnologias para fazer da planta de pernambuco um pólo automotivo sustentável

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Planta deverá contar com estação de tratamento de efluentes semelhante a da fábrica em Betim

A fábrica que a Fiat construirá em Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco, e que entrará em

operação no início de 2014, será de

baixo impacto ambiental, pois repro-duzirá as melhores práticas consagra-das no Sistema de Gestão Ambiental Fiat, implantado em Betim (MG) há

um abrangente e profundo diagnóstico socioeconômico e ambiental de Goiana e região. Os dados colhidos são e serão utilizados para, em associação com o poder público, orientar o desenvolvi-mento da fábrica para o máximo bene-fício social para a população local, por meio da educação, capacitação, empre-gabilidade e expansão ordenada.

A fábrica será um pólo irradiador de capacitação de mão de obra não apenas para produzir automóveis, mas também para projetá-los e de-senvolvê-los. Por isto, foi estabelecido um acordo de qualificação de enge-nheiros, envolvendo as universidades federal e estadual de Pernambuco e o Instituto Politécnico de Turim, para a formação de um grupo inicial de 50 jovens engenheiros na tradicional ins-tituição italiana.

SOBRE A FáBRICAA fábrica da Fiat em Pernambuco

será construída em Goiana, a 62 qui-lômetros de Recife e a 51 quilômetros de João Pessoa, capital paraibana. A previsão é concluir as obras e entrar em operação no início de 2014.

onde: Goiana, Zona da Mata Norte de pernambuco

Área: 14 milhões de metros quadrados

investimento: r$ 3,5 bilhões

Capacidade: 250 mil veículos por ano

Empregos: 4.500

Fornecedores: cerca de 100

Previsão de término das obras: 2014

o que será feito:

• Planta para produção

• Campo de provas

• Pista de testes

• Centro de desenvolvimento de tecnologia

• Centro de treinamento e capacitação

• Parque de fornecedores

RAIO X DA FáBRICA

mais de duas décadas. Neste período, a Fiat aprendeu muito sobre como oti-mizar o processo produtivo, reduzir a geração de resíduos e reciclá-los, para minimizar o impacto ambiental do ciclo fabril. Todo este conhecimento e as novas tecnologias atualmente disponíveis estão sendo aplicadas ao projeto.

A fábrica de Pernambuco terá um layout moderno, otimiza-do, com fluxos de materiais e de produtos concebidos dentro dos mais elevados parâmetros da World Class Manufactu-ring (WCM). Concebida como um centro dinâmico do polo automotivo pernambucano, sua arquitetura permitirá a integração com o parque de fornecedores, centro de ca-pacitação de mão de obra, centro de desenvolvimento tecnológico, pista de teste e campo de provas. Esta configuração acarretará alta eficiência logística, com reduzida deman-da de movimentação de insumos, matérias--primas e componen-

tes e potencial redução da pegada de carbono relativa a estas etapas.

No pilar ambiental, destacam-se no projeto da fábrica práticas como a utilização de asfalto produzido a par-tir de pneus reciclados para pavimen-tar as ruas internas, instalação de ci-clovias, coletas seletiva e tratamento e reutilização da água destinada ao processo industrial. Será utilizada como base a experiência da fábrica de Betim, que recicla 100% de seus resí-duos sólidos e 99% da água utilizada no processo industrial.´

A fim de que a instalação da nova fábrica em Goiana seja um fator de progresso econômico e social para a região, com o menor impacto ambien-tal possível, a Fiat está investindo em

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pelo terceiro ano consecutivo, a Fiat S.p.A., holding global que re-úne as operações de automóveis,

componentes e serviços do Grupo, foi reconhecida líder de sustentabilidade e foi confirmada nos índices Dow Jo-nes Sustainability (DJSI) World e Dow Jones Sustainability Europe. A Fiat ob-teve a máxima pontuação do setor au-tomotivo (94/100) em relação a uma média de 72/100 das empresas do seg-

Marchionne: reconfirmação

da empresa nos índices Dow Jones

Sustainability demonstra

reconhecimento dos valores que a

Fiat estabeleceu como guias dos

negócios

Fiat S.p.A. é confirmada nos índices Dow Jones de SustentabilidadeMontadora recebe a maior pontuação do setor automotivo e é nomeada como aquela de melhor desempenho ambiental entre as principais marcas da Europa pelo quarto ano consecutivo

uma média de 49/100 das empresas do seu setor analisadas por SAM.

O DJSI World e o DJSI Europe são os mais prestigiosos índices do mer-cado de capitais, aos quais têm acesso somente as sociedades com alta avalia-ção pela gestão do próprio negócio con-forme critérios de sustentabilidade. São admitidas somente as empresas líderes tanto do ponto de vista econômico--financeiro quanto social e ambiental.

O CEO da Fiat, Sergio Marchionne, comentou: “A reconfirmação de nossa empresa entre os líderes de sustenta-bilidade nos índices Dow Jones Sus-tainability demonstra que os valores que a Fiat estabeleceu como guias do seu modo de fazer negócios foram reconhecidos e apreciados em nível internacional. Aquilo que obtivemos é um resultado que consideramos im-portante não pela imagem que pode dar, mas porque é uma prova concre-ta de que existe uma ética por trás do cumprimento dos nossos objetivos. O trabalho que estamos fazendo é sério e digno de respeito e o reconhecimento alcançado nos estimula a nos empe-nharmos em fazer cada vez melhor e a manter elevados os nossos padrões”.

A Fiat obteve a máxima pontuação em quase todas as áreas de análise da dimensão ambiental (luta contra a mu-dança climática, desempenho dos pro-dutos, processos logísticos), na seção social, pelo desenvolvimento do capital humano, engajamento dos stakehol-ders, a gestão responsável da cadeia de abastecimento e as atividades em favor das comunidades. Máximo reco-nhecimento também para a gestão dos riscos e do processo de inovação.

Em 2010 a Fiat SpA alcançou resultados muito importantes. No campo ambiental, a Fiat obteve, pelo quarto ano consecutivo, a liderança ecológica entre as principais marcas na Europa, graças ao menor nível de emissões de CO2 dos seus veículos. Fiat Powertrain desenvolveu e apre-sentou o motor de dois cilindros Twi-

nAir, capaz de reduzir as emissões de CO2 até 92 gramas por quilômetro, o nível mais baixo na Europa entre os motores a gasolina.

A Magneti Marelli prosseguiu no desenvolvimento de tecnologias tele-máticas a serviço de uma mobilidade cada vez mais sustentável e o Centro Ricerche Fiat (Centro de Pesquisas Fiat) foi confirmado como polo de de-senvolvimento científico nos projetos e nas plataformas de pesquisa inter-nacionais orientadas à segurança do veículo e à redução do consumo.

Progressos significativos foram obtidos também na redução do im-pacto ambiental dos processos pro-dutivos. Em relação ao ano preceden-te, por exemplo, as fábricas de Fiat Group Automobiles no mundo redu-ziram em 11% as emissões de CO2 por veículo produzido.

mento analisadas por SAM, sociedade especializada nos investimentos de sustentabilidade.

A Fiat Industrial também se des-tacou no ano de sua estreia nos mer-cados financeiros, sendo admitida nos índices Dow Jones Sustainability (DJSI) World e Dow Jones Sustaina-bility Europe também com a máxima pontuação do segmento de veículos industriais, de 81/100 em relação a

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quarto ano consecutivo a liderança

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A Fiat industrial, holding global que reúne a produção de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas, de cons-trução e seus motores, estreou este ano no mercado de capitais e já foi admitida nos índices dow Jones Sus-tainability (dJSi) World e dow Jones Sustainability Europe, com destaque em ambas as categorias. A pontua-ção obtida foi de 81/100 em relação a uma média de 49/100 das empre-sas do seu setor analisadas por SAM, sociedade especializada nos investi-mentos de sustentabilidade.

no dJSi World foram 99 as empre-sas do setor convidadas a participar e somente 13 as admitidas, enquanto no dJSi Europe, em 33 convidadas a participar, só nove foram admitidas. A inserção nos índices dJSi é fruto de importantes resultados alcançados pelas empresas que compõem a Fiat industrial. no campo ambiental, por exemplo, em 2010 a CnH consolidou a oferta de ampla gama de produtos já conformes às mais rígidas normas so-bre as emissões poluentes, enquanto a iveco apresentou o Eurocargo Híbri-do, o primeiro veículo comercial com

propulsão diesel-elétrica vendido no mercado europeu, além de dispor de uma gama completa de veículos que respondem às mais severas normas ambientais, tanto com alimentação diesel, quanto com gás natural.

A FPT industrial apresentou a ex-clusiva tecnologia SCr only para o respeito dos padrões de emissão Euro vi, que além de reduzir as emissões de nox (óxido de nitrogênio) e de material particulado, permite obter desempenhos excelentes em termos de consumo de combustível.

Paralelamente, prosseguiu o com-promisso de reduzir o impacto am-biental dos processos produtivos. no final de 2010 são 45 os estabelecimen-tos certificados iSo 14001 que repre-sentam, em conjunto, mais de 80% do faturamento industrial do grupo.

no que diz respeito aos aspectos sociais, no final de 2010 são 54 os es-tabelecimentos, para uma cobertura de mais de 90% dos funcionários do grupo todo, que adotam um Sistema de gestão da Saúde e da Segurança no trabalho certificado conforme o padrão oHSAS 18001.

No âmbito social, a Fiat continuou investindo em projetos voltados a promover a saúde e a segurança das pessoas. Prosseguiu o processo de sensibilização da cadeia de fornece-dores em direção a uma gestão mais responsável do negócio, através da difusão de diretrizes sobre o tema.

Os critérios de seleção do DJSI examinam numerosos parâmetros das três diferentes dimensões -eco-nômica, ambiental e social - nas quais se articula o conceito de sus-tentabilidade. Para a dimensão eco-nômica são analisados a governan-ça corporativa, a gestão do risco, o

Código de Conduta, a gestão da mar-ca e o processo de inovação. Para a dimensão ambiental são avaliados os relatórios, a política e o sistema de gestão ambiental, a gestão res-ponsável dos produtos, a estratégia para as mudanças climáticas e para a redução das emissões, a eficiência energética. Na dimensão social fo-ram levados em consideração o de-senvolvimento e a gestão do capital humano, o compromisso em favor das comunidades, a saúde e a segu-rança no local de trabalho, a gestão dos fornecedores e o engajamento dos stakeholders.

Fiat industrial é destaque no Dow Jones A ideia é simples: diminuir o impacto dos automóveis sobre o planeta por meio da tecnologia. Esse tem sido o nosso desafio seja nas pistas ou nas ruas.

O desafio diário da Magneti Marelli é desenvolver sistemas e soluções inteligentes que contribuam com a evolução da mobilidade, de acordo com critérios da sustentabilidade, segurança e qualidade de vida a bordo dos veículos. Isto significa trabalhar na vanguarda de novas modalidades tecnológicas focadas em uma mobilidade mais econômica e sustentável. Este é o desafio, este é o caminho.

Faz parte do seu ambiente. 0

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Sustentabilidade

quarta-feira, 23 de novembro de 2011 11:00:07

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ENTE De resíduo a fonte de energia

case New holland desenvolve estudos de enfardadora e máquina multifunção que irão permitir melhor aproveitamento da palha da cana-de-açúcar e de cavacos do eucalipto, impulsionando a produção de energia limpa a partir de fontes da biomassa dentro do conceito Clear Energy Leader

por FrEdEriCo MACHAdo

A biomassa — matéria orgânica de origem animal ou vegetal que pode servir para a produ-

ção de energia —torna-se uma alter-nativa cada vez mais importante para a diversificação da matriz energética brasileira, ajudando a suprir necessi-dades de combustíveis sem pressionar a demanda por recursos fósseis.

Sintonizada com esta tendência, a Case New Holland vem desenvolven-

do estudos em torno de dois projetos inéditos para facilitar e impulsionar a produção de energia por meio de fontes de biomassa largamente dis-ponível no agronegócio brasileiro: a cana-de-açúcar e o eucalipto. As pro-tagonistas nesses projetos são duas máquinas desenvolvidas pela empre-sa: a enfardadora BB9080, que pro-cessa a palha da cana-de-açúcar que sobra da colheita em fardos que serão

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BB9080 processa

a palha da cana-de-açúcar

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geração de energia a partir

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ENTE

aproveitados nas usinas, e a forragei-ra FR9000, uma máquina multifun-ções que colhe o eucalipto, processa e distribui os cavacos que serão utiliza-dos para geração de energia.

O estudo da enfardadora BB9080 é desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) desde maio de 2010 e indica que pode avançar muito. O CTC, ór-gão sediado com Piracicaba (SP) e mantido pelo setor canavieiro, rea-liza diversos estudos nesta área há mais de 40 anos.

“Existia uma demanda recíproca do CTC e da New Holland em achar um parceiro para desenvolver um sistema adequado de aproveitamento da bio-

massa da palha de cana. O CTC bus-cava uma empresa de renome e com competência para assumir a pesquisa e o desenvolvimento de um processo completo. Já a New Holland buscava uma entidade de reconhecimento nacional no setor canavieiro para desenvolver e validar os processos agrícolas e industriais”, explica Samir de Azevedo Fagundes, responsável pe-los projetos de biomassa desenvolvi-dos pela New Holland.

Segundo ele, com o aproveita-mento da palha de cana-de-açúcar, o produtor completa o ciclo produ-tivo da cadeia da cana-de-açúcar. A palha em fardos é incinerada e gera energia elétrica. O avanço do processo

pode, inclusive, tornar usinas autos-suficientes em energia elétrica e até mesmo gerar receita com a venda da energia excedente. O sistema de apro-veitamento da biomassa é possível nas áreas em que se faz a colheita mecânica da cana, que dispensa a queimada prévia.

“Em mais da metade da área cultivada no país já não se usa a queimada para a colheita. Assim, o volume da palha disponível nestas áreas é muito elevado e tende a cres-cer, já que até 2021 a utilização da queimada para colheita da cana será banida”, prevê Fagundes. “Se consi-derarmos que cada tonelada de cana pode gerar cerca de 0,88 MWh, temos

Enfardadora BB9080 acoplada ao trator recolhe a palha e produz os fardos

Entenda a produção

A biomassa já responde por 13% da ma-triz energética brasileira em sistemas de co--geração e vem crescendo ano após ano. um dos principais fins desta energia é o supri-mento de eletricidade para demandas isola-das da rede elétrica. o processo de produ-ção de energia pela palha da cana-de-açúcar começa pelo acúmulo da palha gerada após a colheita mecanizada da planta. Após a co-lheita, a palha permanece exposta ao tempo por um período de até dez dias para secar. depois é feito o aleiramento, que reúne a palha em linhas (leiras).

Em média, há cerca de 150 quilos de pa-lha seca para cada tonelada colhida, o que totaliza, aproximadamente, 15 toneladas de palha por hectare ao ano. Após o acúmulo da palha em leiras, a enfardadora BB9080 acoplada ao trator passa recolhendo o ma-terial e fazendo os fardos. Chamados de gi-gantes, cada um tem cerca de 2 metros de comprimento e 450 quilos. A máquina pro-duz fardos de 120 cm de largura, 90 cm de altura e até 250 cm de comprimento.

Com sistema de amarração duplo, a BB9080 possibilita uma maior densidade de fardo, menor esforço sobre o sistema de amarração e maior confiabilidade nos nós. Por último, a carreta recolhedora de fardos encaminha o material para o ponto de car-regamento, de onde seguem para a usina.

na usina, a palha da cana-de-açúcar pas-sa por um processo de trituração para que fique do mesmo tamanho do bagaço da cana, com o qual será mesclada para a quei-ma em caldeiras. Esta queima gera vapor que aciona um gerador, é transformado em energia elétrica. Parte da energia produzida é consumida na própria usina e o excedente é comercializado.

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tudo em uma máquinaO aproveitamento do eucalipto como fonte ge-

radora de energia se baseia nas diversas funções desempenhadas por uma mesma máquina: a for-rageira FR9000. As análises e estudos começaram na Europa, com a colheita em florestas de salguei-ros e álamos e, posteriormente, de eucalipto na Flórida, Estados Unidos.

O projeto ganha dimensões ainda maiores em terras brasileiras, já que o país possui a maior área de floresta plantada do mundo, com 6,5 milhões de hectares, de acordo com a Associação Brasilei-ra de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF). “A CNH apresenta o conceito inédito deste sistema no Brasil, enquanto desenvolve diversas pesqui-sas para comprovar o desempenho das máquinas nas florestas de eucalipto brasileiras”, diz Rober-to Jonker, especialista de produto da New Holland que está acompanhando o projeto.

A máquina autopropelida FR9000 é equipa-da com a plataforma especial 130 FB, chamada de picadora, por transformar a árvore em cava-cos de madeira. Ela foi projetada para trabalhar em área de plantação do eucalipto adensado. Isso porque, nessas áreas, o espaçamento entre as plantas é menor do que em uma plantação normal, possibilitando a otimização na colhei-ta. “Em uma plantação adensada é possível ter mais de 7.000 plantas por hectare, enquanto uma área comum em média tem 1.500 plantas”, explica Jonker.

MulTiFunçõESDe acordo com estudos realizados pela Universi-

dade Estadual Paulista (UNESP), em Botucatu (SP), parceira da New Holland na pesquisa, a maior taxa de crescimento do eucalipto ocorre até os dois anos de idade. “Os estudos estão sendo aplicados para que a máquina opere em áreas nessas condições. Assim, o eucalipto adensado ultrapassa a produção de 40 to-neladas de matéria verde por hectare”, garante Jonker.

O especialista da New Holland aponta os diferen-ciais do projeto. “O grande diferencial deste processo é que disponibilizaremos a primeira máquina capaz de realizar três funções ao mesmo tempo: colher floresta adensada, processar a planta em cavacos e descarregar diretamente no transbordo, que levará o material para a usina, onde será transformado em energia”, explica Roberto Jonker.

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ENTE um potencial de geração em torno

de 44,9 milhões de MWh”, estima Fagundes. Este potencial equivale à metade da energia gerada pela Hidre-létrica de Itaipu.

BoM nEgóCio Os benefícios do aproveitamento

da palha da cana são muitos. É um recurso renovável, disponível junto aos centros de consumo de energia, de custo marginal e que permite flexibi-lizar o fluxo de geração de energia. A proximidade dos centros de consumo minimiza as perdas de transmissão.

De acordo com o especialista em Tecnologia Agroindustrial do CTC, Marcelo Pierossi, os custos do projeto são animadores. “Atualmente o custo para produzir um megaWatt/hora é de R$45. Queremos baixar para algo em torno de R$42”, aponta o especialis-ta. Assim, além de produzir energia renovável por meio de um processo pouco complexo e de fácil implanta-ção, é gerada uma receita extra para a indústria, o que barateia os custos de produção do açúcar e do etanol.

Outro diferencial é que a produ-ção dessa energia pode acontecer du-rante os períodos mais secos, de sa-fra complementar, quando os níveis das barragens das hidrelétricas estão mais baixos. Desta forma, é possível economizar a energia produzida por meio dos métodos tradicionais, como hidrelétrica.

“A geração de energia de forma sustentável vem de encontro ao que nós, da CNH, enxergamos quando tra-balhamos o conceito de Clear Energy Leader. Somos reconhecidos mun-dialmente por esta preocupação em colaborar com a utilização de fontes de energia limpa. A utilização da bio-massa como fonte de energia é uma realidade não só no Brasil como em outras partes do mundo e buscar a melhor solução econômica e operacio-nal é nosso dever”, conclui Samir de Azevedo Fagundes.

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ENTE

Uma conversa no final do expe-diente regada a um cafezinho. Assim nasceu um dos projetos

sustentáveis mais inovadores dos úl-timos tempos na Case New Holland (CNH): a substituição dos pallets de madeira pelos de plástico. A troca do material de composição dessa peça fundamental para a movimentação de cargas pode trazer impactos ambien-tais, econômicos e sociais para além das fábricas. O papo descontraído sobre novos materiais e processos de reciclagem foi levado a sério e uma equipe interdisciplinar foi formada para tocar o projeto.

Madeira dá lugar ao plástico recicladocNh inova com projeto de substituição do pallet de madeira pelo de plástico, mais resistente, econômico e ecológico

por FrEdEriCo MACHAdo

sos nas nossas empilhadeiras. Muitas vezes os pallets de madeira se quebra-vam e danos eram causados nesses produtos”, revela Kovalchuk. A solu-ção estava bem próxima de todos: o plástico, tão abundante nas sobras dos processos produtivos de diversas empresas. De maio do ano passado até hoje, o trabalho foi intenso para se chegar a um modelo de plástico eco-nomicamente viável e que atendesse aos padrões necessários à produção de uma fábrica.

“No total, foram seis protótipos. Não sabíamos onde precisávamos chegar e, no começo, o pallet ficou muito forte e pesado. Corremos atrás da melhor composição química, con-versamos com fornecedores. Mas, a maior dificuldade foi a de convencer as pessoas da necessidade desse pro-jeto, já que havia abundância de pal-lets de madeira. Tivemos que introdu-zir os benefícios do pallet de plástico na cabeça das pessoas”, conta João Kovalchuk.

O resultado desse esforço coletivo foi um produto que já se mostra um su-cesso operacional. Enquanto um pallet de madeira dura cerca de 20 ciclos (car-ga e descarga), o produzido com plásti-co é capaz de operar durante mil ciclos. Além da durabilidade, a resistência do novo material também chama a aten-ção: enquanto o pallet de madeira su-porta cerca de 900 quilos, o de plástico carrega 1,7 tonelada, quase o dobro.

gASTo MEnorEconomicamente, o projeto tam-

bém se mostra viável, já que o pallet de madeira custa em torno de R$20, enquanto o de plástico sai a R$80. “Por durar muito mais (50 vezes mais), conseguimos compensar essa diferença do preço de unidade. Além disso, economizamos no transpor-te dos pallets, já que a troca demora mais para acontecer. Se analisarmos a durabilidade, trata-se de um excelente negócio”, afirma Giuliano Marchiani.

Além de um preço competitivo, o pallet de plástico evita outros gastos gerados com a utilização da madeira, como a fumigação, um banho quími-co para evitar que vetores sanitários entrem na fábrica infiltrados na ma-deira. “No plástico, esse processo não é necessário, pois não tem matéria or-gânica para esses vetores se alimenta-rem. Se elimino esse risco, tenho duas vantagens: acabo com os custos de fumigação e o tempo que o pallet fica na aduana para ser submetido a esse processo”, conta Marchiani.

Segundo os criadores do novo pallet, ele também seria menos infla-mável do que o de madeira e de ope-ração mais segura. Cerca de 100 pallets de plástico já

estão sendo testados nas plantas da CNH em Curitiba e Sorocaba.

Quem já lida diretamente com a novidade tem gostado. “Tive contato com muitos colaboradores que já ope-raram o novo pallet e eles gostaram muito. Evita acidentes de trabalho e é de fácil manuseio. Creio que é uma inovação que veio para ficar”, explica o vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes da planta de Curitiba da CNH, Jorge Vasconcellos.

O diretor industrial da planta da CNH em Curitiba, Jefferson Teixeira, aprovou a ideia. “Essa é uma ideia que pode parecer simples, mas tra-balha a sustentabilidade em vários aspectos. Traz ganhos ambientais, operacionais e econômicos. Tem tudo para se tornar uma tendência em ou-tras plantas da CNH, até mesmo fora do Brasil”, avalia Jefferson Teixeira.

Os dois autores da ideia são o res-ponsável por Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da CNH Amé-rica Latina, Giuliano Marchiani, e o coordenador da qualidade de manufa-tura da empresa, João Kovalchuk. Os diversos problemas da utilização dos pallets de madeira incomodavam. “O pallet de madeira durava pouco e se desgastava pelo uso e exposição ao tempo. Quebrava muito, estragando equipamentos e causando acidentes de trabalho”, explica Marchiani.

Os pallets de madeira também geravam prejuízos. “Transportamos muitas peças e equipamentos valio-

Giuliano Marchiani e João Kovalchuk, os mentores da ideia

Novo modelo: durabilidade

é 50 vezes maior e

dispensa de fumigação

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Para se produzir o novo pallet são utilizados 32 quilos de plástico reci-clado, o que estimula a prática do re-aproveitamento do material. “A cada pallet em uso na fábrica são 32 quilos de plástico a menos despejados no meio ambiente. Só em Curitiba são 30 mil pallets em uso por ano na nossa fábrica. Multiplicando isso, temos 960 toneladas de plástico recicladas anu-almente”, projeta Marchiani.

Outro benefício ambiental é que não era possível saber se a madeira utilizada nos antigos pallets era pro-veniente de planos de manejo que res-

peitam uma série de critérios sócio--ambientais. “Sempre há o risco de a madeira ser fruto de desmatamento, apesar de todo rigor com certificações. Assim, diminuindo o uso da madeira, não incentivamos desmatamento irre-gular”, observa Marchiani.

A nova demanda pelo plástico

fortalece a formalização do trabalho de pessoas que vivem do reaprovei-tamento desse material, como os ca-tadores nas grandes cidades. “Grande parte da indústria de reciclagem de plástico no Brasil está na informa-lidade. Com os pallets forçaríamos a reciclagem e a formalidade no setor, o que pode gerar emprego e renda para muitos setores da sociedade”, afirma João Kovalchuk.

O próximo desafio é incorporar os pallets plásticos nas cargas que chegam de outros países às plantas da CNH no Brasil. Por não utilizar a madeira, os novos pallets geram eco-nomia de tempo e dinheiro na entrada dos produtos no país. “Temos um des-conto de 80% sobre o valor da arma-zenagem nos aeroportos, pois com o pallet plástico não é necessária a ins-peção do Ministério da Agricultura”, explica a gerente de logística indus-trial da CNH, Miriam Pereira.

Segundo a gerente de logística, o plano é utilizar os pallets plásticos nas cargas aéreas que chegam da Eu-ropa até o final desse ano e, depois, estender para as importações de ou-tros países. Em uma segunda etapa, os pallets plásticos também seriam incorporados às importações que che-gam por fluxo marítimo.

Bom para o meio ambiente

para a produção de um pallet são usados 32 quilos de plástico. Anualmente,

a produção pallets irá representar 960 toneladas de plástico reciclados

PAllET dE MAdEirA PAllET dE PlÁSTiCo

Durabilidade 20 ciclos 1000 ciclos

Necessidade de fumigação Sim Não

preço por unidade r$20 r$80

capacidade estática 900 quilos 1,7 tonelada

inflamabilidade Alta Baixa

COmPARATIVO DO PALLET DE mADEIRA COm O DE PLáSTICOEm junho deste ano, a Interna-

tional Organization for Standar-dization (ISO), organização res-

ponsável pela elaboração de padrões e normas de qualidade para diferen-tes áreas e atividades, publicou a ISO 50001, uma certificação relacionada à eficiência no uso e consumo de ener-gia. Apenas seis meses depois, a Co-mau do Brasil comemora a aprovação de sua gestão energética e o fato de ser a primeira empresa brasileira a re-ceber a ISO 50001.

“A certificação é um diferencial competitivo para o mercado, mas também é o reconhecimento do nosso

A colocação de telhas

translúcidas foi uma

das ações adotadas

para reduzir o consumo de

energia

Eficiência energética reconhecidacomau do Brasil colhe frutos do planejamento iniciado em 2008 e se torna pioneira ao obter certificação internacional iSo 50001, que atesta o uso e consumo eficiente de energia

por JAMErSon CoSTA

compromisso com o meio ambiente. Estamos à frente de uma mudança de postura que traz benefícios para a empresa e para os colaboradores, que adotam práticas de eficiência energé-tica também em suas casas”, aponta o gerente de Qualidade, Sílvio Ferreira.

A Comau foi auditada pela Bri-tish Standards Institution do Brasil (BSI Brasil), a primeira certificadora referência em ISO no país, conforme lembra Ferreira. Segundo ele, a certi-ficação é resultado do planejamento e do trabalho que começou em 2008, ano em que a Comau foi certificada pela ISO 14001, norma que define

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ENTE com padrões de eficiência em gestão

ambiental.“Na época, foram definidas estra-

tégias com base em indicadores am-bientais e um deles era em eficiência energética. A partir disso, definimos o sistema de gestão nessa área. A 50001 é uma extensão da 14001”, ex-plica o gerente.

dE 628 PArA 320 W/HorAPara alcançar o ISO 50001, vá-

rios procedimentos foram adotados. A substituição de monitores de com-putadores antigos por telas de LCD gerou uma economia de 49%. A troca de luminárias e a colocação de telhas

A ISO 50001 pretende mobilizar empresas para uma redução de mais de 60% em seu consumo de energia. A norma estabelece planos para im-plementação, manutenção e melhoria do desempenho no uso e consumo da energia proveniente de fontes energé-ticas como eletricidade, combustíveis, ar-comprimido, vapor e calor.

O comunicado de lançamento res-salta que a eficiência energética é cha-mada de “combustível esquecido”, já que o assunto costuma ser ignorado

nas discussões sobre fontes alternati-vas. A ISO 50001 é baseada nos mes-mos elementos encontrados nas de-mais normas, sendo compatível com os selos ISO 9001 (qualidade de ges-tão) e ISO 14001 (gestão ambiental).

O texto reúne o conjunto de nor-mas técnicas elaboradas com base nos estudos realizados por uma co-missão, coordenada por brasileiros e norte-americanos, e com a presença de técnicos e especialistas de 61 na-cionalidades.

translúcidas nos telhados foram ou-tras ações para reduzir o consumo e usar de forma mais eficiente a energia elétrica. Mudanças simples que fize-ram uma grande diferença.

“A certificação é uma demanda da sociedade e de grande importân-cia para o mercado. Porque, quando você certifica, você mostra que aquele produto, serviço ou empresa é con-fiável”, explica o analista técnico da Associação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT), Eduardo Lima. Ele é in-tegrante e secretário da Comissão de Estudo Especial de Gestão e Economia de Energia, um grupo com 20 repre-sentantes brasileiros que participou da elaboração da norma ISO 50001.

A proposta da nova certificação partiu da American National Standar-ds Institute (Ansi), agência de norma-tização norte-americana que convidou a ABNT, responsável pela padroniza-ção no Brasil, para ser co-responsável pelo desenvolvimento da certificação de eficiência energética. Os primeiros workshops sobre o tema, com especia-listas de todo o mundo, foram reali-zados em 2007. Em 2008, começaram os estudos que culminaram na publi-cação da ISO 50001 este ano.

Brasileiros à frente da iSo 50001

A troca dos monitores de computador gerou uma economia de 49%

os motores flexfuel já são uma realidade nos automóveis de passeio no Brasil, dando ao

motorista a liberdade de utilizar ga-solina ou etanol, um combustível renovável e que reduz a emissão de dióxido de carbono, um dos gases res-ponsáveis pelo efeito estufa. Mas por-que não diminuir o consumo de com-bustíveis fósseis também em veículos pesados, com motores de ciclo diesel?

Mistura que veio para ficarMotor-conceito cursor 9 desenvolvido pela Fpt powertrain, presente nos caminhões da linha Ecoline, da iveco, utiliza etanol e diesel e traz ganhos econômicos e ambientais ao reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa

por FrEdEriCo MACHAdo

Esse foi o ponto de partida para a FPT Industrial desenvolver o motor--conceito Cursor 9, que pode operar com etanol e diesel, diminuindo os custos e gerando ganhos ambientais com a redução do uso do diesel nos caminhões e, consequentemente, me-nor emissão de dióxido de carbono.

O Cursor 9 começou a ser desen-volvido em 2009 pela FPT Powertrain Technologies em parceria com a Bosch

Tecnologia bi-fuel utiliza

mistura diesel-etanol

com eficiência energética

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e a Iveco. “Talvez os grandes desafios tenham sido elaborar um duplo siste-ma de injeção para os dois combustí-veis e adequar todos os componentes para as características do etanol”, res-salta o gerente de Engenharia da FPT Industrial para a América Latina, Gio-vanni Violano.

O motor-conceito foi projetado para responder às necessidades da indústria da cana-de-açúcar. Por isto, a intenção é utilizá-lo, primeiramente, em cami-nhões nesse setor. O Cursor 9 utiliza uma proporção entre 40% e 50% de eta-nol em substituição ao diesel e permite uma menor consumo do combustível fóssil. “Quase todo o gás carbônico li-berado na queima do combustível nes-se motor é absorvido no ciclo vegetal da cana-de-açúcar no processo de fo-tossíntese”, explica Violano.

EFiCiênCiA gArAnTidAA proporção de utilização do eta-

nol em substituição ao diesel pode ser ampliada e reduzir ainda mais o custo com o consumo de combustíveis tradicionais. O melhor é que a ado-ção do combustível alternativo não

significou perda de potência no novo motor. “Conseguimos manter o mes-mo torque e potência dos motores que funcionam somente com o diesel”, ex-plica o gerente de Engenharia da FPT.

O Cursor 9 também pode ser alte-rado para funcionamento estritamen-te com o diesel. “Este é mais um ponto a favor da tecnologia bi-fuel, porque torna mais fácil a revenda depois do uso no setor da cana-de-açúcar”, afir-ma o diretor de Desenvolvimento de Produtos da Iveco na América Latina, Renato Mastrobuono.

O Cursor 9 pôde ser visto durante a Fenatran 2011 – 18º Salão Internacio-nal do Transporte, realizado em outu-bro, em São Paulo, equipando mode-los da da linha Ecoline, nova geração de veículos da Iveco que será lança-da no mercado entre 2012 e 2014. A motorização de toda a gama Ecoline atende às normativas do Proconve P7/L6 (Euro V). “Teremos caminhões ainda mais confortáveis e robustos, motores mais potentes, com melhor desempenho e menor consumo de combustível”, explica Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America.

Motor pode ser alterado para funcionar apenas com diesel

A Iveco começa a colocar no mer-cado uma nova geração de produtos, em um ciclo de lan-

çamentos que se estenderá até 2014. A linha Ecoline é formada por cami-nhões mais confortáveis e robustos, com novos motores mais potentes, com melhor desempenho, menor con-sumo de combustível e totalmente en-quadrados nas normas do Proncove P7, equivalente à Euro V, que estabe-lece, a partir do próximo ano, padrões mais rigorosos de emissões de poluen-tes para os motores diesel. A partir de janeiro de 2013, a norma valerá tam-bém para o segmento de caminhões leves.

A fase P7 do Proconve estabele-ce limites restritos de emissão de CO (monóxido de carbono), HC (hidrocar-bonetos), NOx (óxidos de nitrogênio), MP (material particulado) e teor de enxofre, que são poluentes e/ou Gases do Efeito Estufa.

tecnologia mais limpaNova geração de caminhões iveco atende às normas do proncove p7. A adoção de tecnologias de ponta deu origem a veículos e motores energeticamente mais eficientes e que geram menos emissões

por liliAn loBATo

Segundo o engenheiro de produto da gama leve da Iveco, Christiano Gar-rido, um dos responsáveis pela ade-quação da linha de produtos às novas normas, “os níveis de emissões fica-rão mais restritos, equivalentes aos padrões aceitos na Europa, através da norma Euro V”. Para se ter uma ideia, hoje o nível de MP emitido por um único caminhão Proconve P5 equivale

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Linha Ecoline já atende aos padrões mais rigorosos de emissões de

poluentes

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ENTE à emissão de cinco caminhões que se-

guem o Proconve P7. Já nos níveis de NOx, as pesquisas mostram que um Proconve P5 polui o equivalente a 2,5 caminhões que estão sendo produzi-dos dentro da nova norma.

A mudança para o Proconve P7 propiciou a renovação da gama de produtos da Iveco, a maior e mais importante já feita pela empresa. “O emprego de novas tecnologias resulta na oferta de motores mais potentes e novos equipamentos de conforto e se-gurança, proporcionando um produ-to mais ecológico e com maior valor agregado”, afirma Garrido.

Até o nível atual de exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Pro-conve, era tecnicamente possível atin-gir os níveis estabelecidos de emissões concentrando-se no motor, sua cali-bração e sistema de injeção eletrôni-ca. A partir do Proconve P7, porém, a redução na emissão de poluentes foi

tão significativa que, para enquadrar--se nos limites de emissões, os veícu-los deverão utilizar sistemas de pós--tratamento dos gases de escape, com adoção de novas tecnologias: o EGR (Exhaust Gas Recirculation – Recir-culação dos Gases de Exaustão), DPF (Diesel Particulate Filter - Filtro de Ma-terial Particulado) e o SCR (Selective Catalitic Reduction – Redução Catalí-tica Seletiva).

AdAPTAçõES nECESSÁriASA tecnologia EGR+DPF será utili-

zada, sobretudo, nos veículos leves. A vantagem está no fato de ter menor quantidade de componentes e não ne-cessitar o uso de ureia. O ponto nega-tivo é que essa tecnologia é mais sen-sível ao teor de enxofre presente no diesel e, em função da sua aplicação, o motor necessita de um sistema de arrefecimento mais robusto. Já a tec-nologia SCR é empregada nos veículos pesados e, além de mais resitente ao

alto teor de enxofre do diesel, possui como principal vantagem uma poten-cial redução no consumo de combus-tível em relação a um veículo equiva-lente ao Proconve P5.

A desvantagem da tecnologia é exatamente a necessidade de utilizar a ureia, uma solução aquosa chamada de AdBlue na Europa e que no Brasil terá o nome de Arla 32 (Agente Redu-tor Líquido de NOx Automotivo). Em conjunto com o catalisador, ela reduz quimicamente as emissões de NOx e deve ser injetada no sistema de exaus-tão após o turbo e antes do muffler.

A utilização da ureia nessa tec-nologia requer a inclusão de mais equipamentos no veículo, como um tanque separado para o agente, as tubulações para a sua circulação, um sistema de injeção e o módulo eletrô-nico que gerencia a quantidade de Arla 32 injetada no escapamento.

Com o uso do EGR+DPF, o nível de NOx é reduzido no motor e o MP é filtrado no escapamento. Já no siste-

ma SCR, o motor é calibrado de modo que faça a redução do nível de MP. Depois, o tratamento do NOx é feito no sistema de exaustão.

A coordenadora do programa de sustentabilidade da Iveco, Júnea Sá Fortes, diz: “Com a nova geração de caminhões já adaptados à legisla-ção, a Iveco irá oferecer uma gama completa de veículos com maior eco-nomia de combustível, conforto nas cabines e interiores e menor emissão de poluentes, o que representa van-tagem para o consumidor e menor impacto ambiental”.

Ela ressalta que a Iveco já proje-tava, nos últimos anos, o desenvol-vimento de produtos que atendes-sem antecipadamente à legislação ambiental brasileira. Para isso, a empresa contou com o empenho da equipe, treinamentos especializados e reuniões constantes da diretoria, no intuito de aproveitar a nova lei para tornar os caminhões ainda mais competitivos no mercado.

Nas cabines, novos equipamentos proporcionam mais conforto e segurança

A partir do próximo ano,

controle sobre veículos com

motores diesel será mais

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Muito se fala de avanços que saíram das pistas e que fo-ram incorporados aos carros

de passeio. Mas o desenvolvimento acelerado da tecnologia de informa-ção, a miniaturização e a necessidade de um uso mais racional dos recursos naturais geraram um movimento em

Ecodrive: direção conscienteSistema de informação de bordo do Fiat 500 permite ao usuário saber como utilizar o combustível de forma mais eficiente e com menos agressão ao meio ambiente. os dados simples e ilustrativos das rotas percorridas ainda podem ser transferidos via porta USB ou smartphone

por MArCElo AMBroSio

pela central de injeção”, explica o consultor técnico Ricardo Dilser. Ainda segundo o consultor, são cin-co parâmetros pontuados de 0 a 20: trocas de marcha, aceleração, desa-celeração, velocidade e consumo. O programa estabelece ainda três ambientes para essa aquisição de dados, que são Cidade, Extra-cida-de (quando se roda em velocidade constante de 90 km/h em uma via expressa, por exemplo) e estrada.

“Existe um regime de giro ideal do motor entre 2.600 e 2700 rpms. Quan-to mais o motorista ganhar velocida-de sem forçar e trocar a marcha perto desse ponto, então sua pontuação será próxima do máximo. O princípio é o mesmo para os outros parâmetros, já que não adianta deixar o carro ir

rápido se o trânsito parou; a frenagem tem de ser equilibrada”, acrescenta Dilser. O ideal é estar o mais próximo dos 100 pontos, atuando com suavi-dade nos comandos.

No perfil da internet, o usuário vai receber, ainda, vídeos educativos com orientações específicas nos itens em que perdeu mais pontos, assim po-derá gastar menos e seu índice será melhor. As diferenças de ambiente são importantes para adequar, prin-cipalmente, o resultado de consumo ao local onde o carro foi usado. “Fazer 9 km/l na cidade é bom no Ecodrive, mas se for em estrada nem tanto”, explica o consultor, acrescentando que nos automáticos ou automatiza-dos, o índice já parte com os 20 pon-

outro sentido: desde o lançamento do Fiat 500, o veículo informa ao seu usuário de que forma ele foi usado e qual é a melhor maneira de fazer com que o combustível seja consumi-do com mais eficiência e ganhos de qualidade ambiental.

Trata-se do Ecodrive, uma manei-ra inteligente encontrada pelos proje-tistas da Fiat e da agência Click – en-carregada do desenvolvimento – de explorar a interação máquina-homem proporcionada pela conexão via celular em prol do meio ambiente. O Ecodri-ve é uma ideia simples para entender, mas resultou de um projeto bastante sofisticado, desenvolvido inicialmente na Itália. Tal qual o sistema de teleme-tria que os carros de F1 carregam, ele

tos da troca de marcha, uma vez que esse equipamento faz a mudança na posição ideal. Do ponto de vista do desenvolvimento, o mais desafia-dor para a equipe brasileira da Click foi a adaptação dos parâmetros aos motores flex e o desenvolvimento da plataforma para smartphone, o que permitirá uma interação mais rápida entre o motorista e seus contatos no Facebook e no Twitter.

“Criamos um modelo mais en-gajador, adaptando não só o tipo de combustível como também o compor-tamento do trânsito brasileiro”, expli-ca Ernani Melo, diretor da agência Cli-ck. Foram oito meses de projeto, nos quais os times trabalharam simulta-neamente no software e no estudo dos motores. “Foi trabalhoso porque preci-

sávamos entender a legimitidade dos dados que eram passados, mas os re-sultados foram bastante bons”, acres-centa Ernani, lembrando que o tráfego brasileiro é muito mais travado.

Desempenho geral

consumo

Níveis de emissão de poluentes

trocas de marcha

Aceleração

Desaceleração

velocidade

DADOS REGISTRADOS PELO ECODRIVE

armazena na central computadoriza-da vários indicadores. A novidade é a transformação desses mesmos dados, quando reunidos pelo Blue&Me e de-pois de transferidos via porta USB ou smartphone, em gráficos simples e ilustrativos das rotas percorridas, ge-rando uma nota média final.

Desempenho geral, consumo, ní-veis de emissão de poluentes, são alguns dos indicadores obtidos. No caso da Fiat no Brasil, o pioneirismo foi a transferência de dados para os celulares inteligentes, já prevista nos 500 fabricados no México, mas que está sendo introduzida na Europa com o novo Fiat Panda, lançado re-centemente no Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha. Por en-quanto, a interação com smartpho-nes é possível só com os usuários que utilizam o sistema Android, contudo, o desenvolvimento para outras plata-formas está sendo planejado.

“Essa telemetria tem um cálcu-lo matemático que gera um index a partir da captura de dados feita

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Ônibus lotados, metrô abarrota-do e, dentro dos carros, moto-ristas impacientes para vencer

a longa fila de veículos à sua frente. Não importa em qual parte do mundo você esteja: a combinação do aumen-to populacional com a necessidade de se locomover tem como resultado a

De paris a Nova Delhi: os mesmos desafiosA mobilidade urbana está no centro das preocupações dos gestores e a alternativa para aliviar o trânsito das metrópoles passa, necessariamente, pela integração e investimento no transporte público

por JúliA CoSTA

Fiat foi até a Europa e a Ásia para mostrar o que está sendo feito e pen-sado do outro lado do Atlântico. Em países como Índia, França e Portugal, a ordem é integrar os diversos tipos de transporte, ampliando as possibilida-des de locomoção sem deixar de lado o que já faz parte do sistema.

Na Índia, segundo país mais popu-loso do mundo – com seus 1,21 bilhão de habitantes –, o espírito que impe-ra é “meios de transporte para tudo e para todos”. A diversidade de opções impressiona e atende a todo tipo de necessidade ou classe social. Uma das grandes vedetes são os rickshaws (ri-quixás), espécie de carroça acoplada a uma bicicleta. Há também a versão mo-torizada – os autorickshaws, pequenos carros de forma oval que custam muito pouco e transportam de tudo.

pressão no trânsito das grandes cida-des. Assegurar a mobilidade urbana é um desafio para os gestores públicos e para todos aqueles preocupados com a sustentabilidade nas metrópoles.

Em todos os países, novas estraté-gias surgem e podem culminar em ex-periências a serem seguidas. A Mundo

O primeiro tipo leva pessoas, ma-las e até móveis. São conduzidos por homens tão franzinos que o olhar estrangeiro tem certeza de que não conseguirão chegar ao destino final. É muito comum ver uma carga até cinco vezes maior que o peso de quem está no guidom.

O preço mínimo é de 10 rúpias (ou R$ 0,40), para um deslocamento de aproximadamente 10 minutos. O mo-torizado tem espaço para três pesso-as, mas, entre os indianos, comporta facilmente seis ou mais passageiros. Uma corrida custa cerca de 50 rúpias (cerca de R$ 2).

Os ônibus também estão entre as opções para o deslocamento dentro da cidade e entre municípios e estados. Para distâncias mais longas, o trem é o principal meio de transporte e ofere-

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tar ainda mais a rede de transporte e garantir a mobilidade, a exemplo do que ocorre em Mumbai, uma das maiores metrópoles do planeta, com 22,4 milhões de habitantes.

Todos os dias, o centro financeiro indiano recebe milhares de novos mo-radores vindos de diferentes regiões do país e atraídos pelas oportunidades de trabalho. A projeção da Mumbai Metro-politan Region Development Authority (MMRDA) é que a população alcance os 34 milhões de pessoas até 2031.

invESTiMEnTo dE r$ 90 BiDiante dos números superlati-

vos, é preciso investir na mobilidade para evitar que a cidade pare. Linhas de metrô, monotrilho, viadutos e de-zenas de passarelas estão previstas para as próximas duas décadas. Tudo isso para aliviar um cenário no qual 89% das pessoas usam o transporte público. Desse total, 57% se deslocam no trem metropolitano (que fazem a ligação dos subúrbios com a Região Central) e 32% de ônibus. Os outros 11% usam carro próprio para se loco-mover. Por dia, surgem 250 novos au-tomóveis nas ruas, com uma taxa de ocupação de uma pessoa por veículo.

O custo das intervenções é estima-do em quase US$ 50 bilhões (cerca de R$ 90 bilhões). Parte desse valor será

usado em estudos de demanda de trá-fego para os próximos 25 anos. O pro-jeto mais caro, o metrô, terá uma rede de 150 quilômetros, distribuídos em nove linhas. A primeira delas tem con-clusão prevista para o ano que vem.

Já o monotrilho (trem de superfí-cie que trafega num único trilho sus-penso por pilastras construídas acima das vias urbanas) passará ao longo de outro trajeto de 100 quilômetros. O diretor de projetos da MMRDA, Dilip Kawathkar, afirma que os dois terão a função de interligar a área Central aos subúrbios das regiões Leste e Oeste, hoje atendidos apenas por ônibus.

Também estão previstos viadutos que se estendem por quilômetros em um modelo semelhante às vias expres-sas. Quem passa por lá encontra flui-dez no tráfego, evitando a perda tem-po em sinais e os congestionamentos. Para os pedestres, a novidade são as passarelas cobertas, também em escala quilométrica, construídas no entorno das estações de trens, metrôs e do mo-notrilho. O objetivo é garantir acesso fácil, seguro e confortável.

PrioridAdEO diretor-geral do MMRDA, Papara-

ju Radhakrishna Murthy, ressalta que as mudanças são urgentes. “Mumbai já teve o maior número de usuários de transporte público do mundo, com quase 100% da população dependendo dessa modalidade. Mas, infelizmente, não tivemos condições de manter a qualidade, então, o uso caiu 10% e as pessoas começaram a usar o carro, o que contribuiu para um aumento de 50% a 60% de aumento no tráfego. Por isso, o governo entende o transporte público como prioridade”, diz. “É um investimento ambicioso, mas neces-sário”, completa.

Em Nova Delhi, o metrô implanta-do em 2009 ganhou adjetivos elogio-sos: seguro, limpo e de efeito verde. Além de facilitar a mobilidade, o metrô está contribuindo para a preservação

ambiental ao retirar 160 mil veículos das ruas e estradas diariamente – ao todo, são 3,5 milhões de automóveis em trânsito. A segunda fase do modal será concluída ainda este ano e a ter-ceira, em 2016.

De acordo com estudos da Central Road Research Institute (CRRI), enco-mendados pela companhia de trem da capital indiana, a retirada desses milhares de automóveis significa que 200 mil toneladas de gases poluentes, como dióxido e monóxido de carbono, deixarão de ser emitidos na atmos-fera. Segundo estimativas, a rede de 189 quilômetros será ainda responsá-vel ano pela prevenção de 660 aciden-tes, dos quais 132 com mortes.

dA ÁSiA PArA A EuroPAInvestir em modelos que garantam

a mobilidade urbana é uma caracterís-tica de países do Velho Continente. Mas a implantação de novos sistemas é pen-sada para corroborar com aqueles já existentes, como ocorre em Praga (Re-pública Tcheca), Barcelona (Espanha) e Genebra (Suíça). Exemplo disso são os três ascensores de Lisboa, em Portugal, espécie de teleféricos que entraram em operação entre 1914 e 1926 e ainda hoje levam passageiros da parte baixa para a região alta da cidade, em ladei-ras inacessíveis por outro meio.

ce assentos em vagões com diferentes níveis de conforto. Viagens em primei-ra classe podem sair por menos de R$ 50, para trajetos de até 14 horas. Pre-ço bom para estrangeiros, pois, para os nativos de classe social mais baixa, o jeito é se amontoar uns sobre os ou-tros e seguir viagem. Na capital, Nova Delhi, o metrô também tem espaço ga-rantido na vida das pessoas e um bi-lhete custa apenas 8 rúpias (R$ 0,32).

Mesmo com um leque tão varia-do, o que existe não é suficiente, e não é raro ver pessoas penduradas em ônibus e trens. O poder público se debruça em estudos para aumen-

Em Portugal, sistemas

modernos convivem com

antigos bondes

Transporte público atende a 89% da população indiana, 32% optam pelos ônibus

Autorickshaws é um dos mais populares meios de transporte na Índia

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Nas estreitas ruas, não são apenas os casarões históricos que remetem ao passado. Trens elétricos fabricados em 1995 são replicas perfeitas dos bon-des. Os trilhos dividem espaço ainda com os trens elétricos articulados, que trafegam pelo Centro e bairros tra-

dicionais, fazendo a ligação de pon-tos históricos da capital portuguesa, como a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos.

Tudo em perfeito diálogo com um sistema de transporte moderno forma-do por ônibus confortáveis e metrô. Para viagens intermunicipais, duas rodoviárias em pontos diferentes da cidade oferecem ônibus para destinos em todo o país. As empresas estão presentes nos dois pontos e não há distinção de partidas em um ou outro lugar. Uma comodidade para os pas-sageiros, que podem escolher de onde sair conforme sua conveniência.

Em outra capital, Viena, na Áus-tria, é dispensável enfrentar o trânsito caótico típico das grandes cidades. A população tem à disposição um acesso para a estação de metrô a cada quar-teirão. Automóvel só mesmo para pas-sear nos fins de semana. Ao entrar nas estações, nada de catracas. Basta ir di-reto aos trens – que também interligam as cidades da região metropolitana.

METrô, FAçA CHuvA ou FAçA SolO metrô é a primeira opção para

os moradores de Paris, na França. Em horários de pico, o intervalo en-tre os trens chega a, no máximo, um minuto. Depois das 23h, eles podem demorar até 10 minutos em algumas linhas. Com um mesmo ticket é pos-sível pegar metrô e ônibus e os horá-rios e tempo de espera dos coletivos estão expostos em painéis eletrôni-cos instalados nas paradas. Tudo é seguido à risca e, quando o cronôme-tro zera, o veículo estaciona para os passageiros entrarem.

A facilidade de se locomover num meio de transporte rápido e eficaz atrai pessoas de todas as classes so-ciais. Mais da metade dos parisienses deixam o carro na garagem durante a semana. Diretor de um importante banco do país, Olivier Lacroux, de 52 anos, não abre mão do metrô para ir

ao trabalho e voltar para casa. A esta-ção fica a dois quarteirões do prédio onde mora, bem próximo ao símbolo da capital francesa, a Torre Eiffel.

Mesmo tendo que fazer baldea-ção, o ganho é enorme, segundo ele. A explicação é simples: “Se eu sair até as 8h gasto 20 minutos de carro até o banco. Mas na volta, à noite, leva-ria 1h15 a 1h30. Optei pelo metrô por uma questão prática. É confortável, é regular e em 40 minutos exatos, faça sol, chuva ou tenha neve, chego ao meu destino”, explica. Na viagem, tempo para ler os jornais do dia e nada de estresse no trânsito.

A família de Olivier compartilha a mesma atitude. “As pessoas precisam ter consciência, deixar o carro em casa e procurar um meio de transporte que polua menos. Por isso opto pelo metrô ou pela bicicleta”, afirma a mulher do executivo, Marie-Ange Lacroux. Peda-lar é uma das opções prediletas dos franceses, seja nas próprias bikes ou naquelas disponibilizadas pelo poder público na capital e em cidades da re-gião metropolitana – as velibs.

Para ter acesso, basta usar o car-tão de crédito. O aluguel custa 1 euro (cerca de R$ 2,50) a hora, sendo que a primeira meia hora é gratuita. As bi-cicletas podem ser retiradas num dos vários estacionamentos espalhados pela cidade e entregues em qualquer um deles. “O metrô e o ônibus são muito práticos e funcionam bem em Paris, mas, quando faz um tempo bo-nito, o melhor é andar de bicicleta”, afirma o filho do casal, o advogado Arnaud Lacroux.

CArroS EléTriCoS E PúBliCoSA população de Paris e de cidades

da Ile de France, região metropolitana parisiense, vão contar, a partir de de-zembro, com carros elétricos públicos. A exemplo do que ocorre com as bi-cicletas, será possível passar o cartão de crédito nos equipamentos instala-dos nos estacionamentos, liberar o ve-

ículo e entregá-lo em qualquer outro ponto da cidade.

A contagem de tempo e, portanto, a tarifa que será debitada, é concluída no ato de entrega. O sistema já está em testes com cerca de 50 veículos. No fim do ano, entrarão em operação outras mil unidades.

Outra tentativa de garantir a mo-bilidade é o Grand Paris, um projeto que tem como objetivo melhorar a qualidade das vias das regiões peri-féricas na Ile de France. Ele é carac-terizado como um grande programa de requalificação urbana. Vários ar-

quitetos apresentaram propostas, que estão em estudo. Entre as ações, estão a melhoria e valorização de equipa-mentos e espaços públicos e reforço do transporte coletivo.

Esse último item inclui a moder-nização dos RER, trens que ligam ci-dades do subúrbio de Paris à capital. O investimento está orçado em 11,9 bilhões de euros (cerca de R$ 30 bi-lhões). Outros 20,5 bilhões de euros (R$ 51 bilhões, aproximadamente) serão usados na implantação de um metrô no anel que contorna Paris. No projeto ainda há o prolongamento de uma linha para servir os aeroportos Charles de Gaulle (atualmente o aces-so é feito pelo RER), no Norte de Paris, e Orly, no Sul da capital.

Olivier Lacroux, executivo financeiro, aguarda o metrô, enquanto turistas estudam o táxi em bicicleta como opção de transporte

Bicicletas públicas

para aluguel passaram

a fazer parte do

transporte em Paris

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Através do programa Próximo Passo, a Iveco

desenvolve ações sustentáveis que englobam

várias iniciativas ambientais, sociais e culturais.

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As pessoas estão no centro de toda estratégia sustentável de negócios. Mas, na Fundação

Fiat, mais do que um conceito, a aten-ção às pessoas é a razão de ser e se traduz em Programas de saúde, edu-cação e lazer voltados para os empre-gados da Fiat e de outras 14 empresas do Grupo e seus familiares.

Com mais de três décadas de atuação, a instituição consolidou-se como referência mundial para o Gru-po Fiat no que diz respeito à saúde, o desenvolvimento social e o lazer. Para se ter uma dimensão do traba-lho da Fundação, mais de 60 mil pes-soas são atendidas em seus diversos serviços e Programas.

O investimento da Fundação Fiat nas pessoas inicia-se no planeja-

Uma vida com mais qualidadeprogramas desenvolvidos pela Fundação Fiat proporcionam mais qualidade de vidaaos colaboradores e suas famílias através de ações de saúde, educação e lazer

por QuEilA AriAdnE

Júnia Fabiane de Souza Nunes Guedes é uma das beneficiadas. Ela trabalha como atendente no Núcleo de Saúde e Bem-Estar da Fundação Fiat em Betim e está no oitavo mês de gestação, aguardando a chegada do primeiro filho, Matheus.

“Uma consulta com a ginecolo-gista não é suficiente para esclarecer todas as dúvidas. No Programa Vida Nova, a cada trimestre temos uma palestra que condiz com o período da gravidez”, conta Júnia.

As crianças maiores podem contar com outro Programa da área da saú-de da Fundação Fiat, o Respirar. Ele é direcionado aos filhos dos empregados com doenças respiratórias, um dos pro-blemas de saúde mais comuns na in-fância. “Temos 531 crianças atendidas pelo Programa. Oferecemos palestras aos pais, fazemos o acompanhamen-to dos Núcleos de Saúde e Bem-Estar e também arcamos com 50% do custo dos medicamentos”, diz Ruth.

A área de saúde da Fundação Fiat também possui os Programas de Pla-nejamento Familiar – que oferece pa-lestras sobre reprodução, métodos anticoncepcionais e sexualidade – e o Prosa, voltado para os adolescentes de 11 a 19 anos e que aborda temas im-portantes de acordo com a faixa etária.

mento familiar, segue na gestação e acompanha todo o desenvolvimen-to da família do empregado. Desde 1987, as gestantes podem participar do Programa Vida Nova, recente-mente ampliado para acompanhar os recém-nascidos até completarem dois anos de vida. Atualmente 968 gestantes e 630 bebês são acompa-nhados pelo Vida Nova.

“Além das consultas médicas do pré-natal e da puericultura, fazemos palestras sobre diversos temas, como os cuidados com alimentação, com o bebê e orientações sobre a licença--maternidade. Também fazemos a vacinação preconizada pelo Minis-tério da Saúde”, afirma a gestora da Promoção da Saúde da Fundação Fiat, à médica Ruth Dias.

SAúdE

57.500 beneficiários em 2011

124.281 consultas na rede credenciada

159.691 consultas nos centros de

saúde da Fundação

163.767 procedimentos odontológicos

em centros de saúde

401.106 caixas de medicamentos

adquiridas

EduCAção

2.100 inscritos na Maratona cultural

8.636 beneficiados com o kit escolar

lAZEr

250.000 metros quadrados de área

no Fiat clube

5 piscinas

3 campos de futebol

15 quadras poliesportivas

7.000 pessoas por fim de semana

18 quiosques para realização de churrasco

2 saunas

1 ginásio coberto

1 pista de atletismo

2 lanchonetes

1 salão social multiuso com restaurante

1 salão de jogos

1 enfermaria

CulTurA

34 eventos organizados em 2010

FUNDAÇÃO FIAT Em NúmEROS

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Junia é uma das

gestantes atendidas

pelo programa Vida Nova

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DIETA SAUDáVELO sobrepeso que afeta grande parte da po-

pulação mundial também é uma realidade en-tre os trabalhadores das empresas Fiat. Dos cerca de 21 mil profissionais avaliados, 10% são obesos e 40% estão com sobrepeso. A esta-tística chamou a atenção da área de Gestão da Saúde, que intensificou o Programa de Nutrição e Saúde da empresa. “Antes as consultas eram apenas nos três Núcleos de Saúde e Bem-Estar da Fundação Fiat em Belo Horizonte, Betim e Contagem. Agora, trouxemos o Programa para dentro da fábrica, o que tem feito diferença pela facilidade de acesso”, afirma Ruth.

O Programa não tem como objetivo apenas a perda de peso, mas também a mudança dos hábitos alimentares, o incentivo à prática re-gular de exercícios físicos e a recuperação da autoestima. “O que eles aprendem, eles repas-sam para a família”, conta a gestora de Pro-moção da Saúde.

Atualmente, 1.472 pessoas estão sendo acompanhadas nos núcleos e 736 na fábrica em Betim. O analista sênior de controle de ges-tão da Fiat Automóveis, André Vasconcellos, já conseguiu emagrecer 15 quilos com a aju-da do Programa. “Minha primeira consulta foi em dezembro do ano passado. Estava com 112 quilos e hoje estou com 97 quilos. Mas tenho uma meta pessoal de chegar aos 88 quilos”, projeta André.

Para ele, o mais importante foi a reeducação alimentar. “Aprendi a comer de três em três ho-ras, com orientação sobre qual tipo de alimen-to é melhor para cada horário”, afirma André, que complementa a dieta com muita ginástica. “Exercício é fundamental”, diz.

Os Programas de saúde da Fundação Fiat interagem entre si. Se durante uma consulta do Programa MelhoAR outra doença é diagnosti-cada, um novo encaminhamento é realizado (como exemplo, hipertensão arterial, para o Programa Bate Coração). “Existem diversas for-mas de identificação dos empregados elegíveis aos Programas, que vão desde a apresentação espontânea até o encaminhamento pela Medi-cina do Trabalho ou assistencial para adesão a um dos Programas”, afirma Ruth.

Promover a qualidade de vida no am-biente de trabalho é um compromisso com colaboradores que a Fiat consoli-dou com o Programa Vivere. Lançado em abril de 2010 por iniciativa de um grupo multidisciplinar, o modelo de promoção da saúde leva em conta as dimensões biológica, psicológica, social e organi-zacional. O Programa tem como foco a prevenção, promoção da saúde, o bem--estar e a qualidade de vida no trabalho. As primeiras ações estão focadas na di-mensão biológica, sendo o marco inicial o Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida, um questionário aplicado a 11 mil em-pregados em parceria com o Serviço So-cial da Indústria (SESI).

“Três Programas de Saúde foram dis-ponibilizados de imediato, o Caminhada e Corrida, Nutrição e Saúde e MelhorAR, todos em parceria com a Fundação Fiat”, explica Sônia Oliveira, da Saúde Ocu-

viverepacional da Fiat. Os Programas são um estímulo ao autocuidado e a adoção de hábitos saudáveis. “Uma ação desse por-te valoriza o empregado e reconhece sua importância na estrutura”, diz Sônia.

Os resultados já são visíveis. Após várias tentativas frustradas de abando-nar o cigarro, a auxiliar técnica da Fiat Automóveis, Maria Auxiliadora Costa, parou de fumar no ano passado. A con-quista veio com o Programa antitabagis-mo MelhorAR, implantado na empresa no fim de 2010. “Minha vida mudou. Hoje eu sinto o gosto dos alimentos, melhorei minha respiração, tenho mais ânimo e trabalho com mais disposição”, conta Auxiliadora.

Segundo ela, se não fosse o acom-panhamento médico oferecido pela Fun-dação Fiat, ela não teria conseguido. “Já havia tentado várias vezes sem sucesso. Só consegui com a orientação médica e a medicação”, revela. O índice de aproveita-mento do MelhorAR tem superado as ex-pectativas. Segundo a gestora da promo-ção da saúde da Fundação Fiat, a médica Ruth Dias, dos 80 primeiros inscritos, 56 (70%) pararam de fumar em três meses.

“Esse índice está bem acima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que avalia como eficiente um percentu-al de 30% a 40% de abandono do cigarro em um tratamento antitabagismo”, diz a médica. Ruth afirma que os benefícios do Programa vão além do empregado e atin-gem toda a família.

“O fumo é a primeira causa de mor-te evitável. A terceira causa é o fumo passivo. Hoje em dia, saúde deixou de ser sorte e passou a ser uma opção”, ressalta a médica. O auxiliar técnico da Fiat, Sérgio Silva Gontijo, optou pela saúde. Fumante durante 33 anos, ele também conseguiu abandonar o vício com o apoio do MelhorAR. “Minha fa-mília achou maravilhoso. A principal mudança que percebi foi na minha voz, que era muito rouca”, conta.

Doação de esperança

As chances de encontrar um do-

ador de medula compatível entre ir-mãos são de 25% a 30%. Entre não parentes, é de apenas uma em cada 100 mil. é difícil, mas não é impossí-vel. iniciativas como a campanha da Fiat para incentivar os colaboradores a se cadastrarem no registro nacio-nal de doadores de Medula óssea (redome) aumenta as esperanças de pacientes que estão à espera de um transplante.

A campanha nasceu do grupo cli-ma Connect EdP, da Engenharia do Produto da Fiat. Com a coordenação da área de Saúde ocupacional da em-presa, a campanha se estendeu para os demais setores, com uma forte ação de sensibilização sobre o tema.

“Temos 4.641 pessoas cadastra-das que já fizeram a coleta de sangue. uma delas nos procurou querendo le-var o movimento para sua comunida-de”, conta Sônia oliveira, da área de Saúde ocupacional da Fiat.

o redome conta com mais de 2 milhões de pessoas cadastradas e é feito a partir do preenchimento do formulário próprio, assinatura do ter-mo de consentimento e da coleta de 5 ml de sangue. Essas informações são utilizadas para cruzar dados com os pacientes que esperam um trans-plante. Quando é verificada a compa-tibilidade, a pessoa é chamada pelo redome e, após uma bateria de exa-mes, a doação é feita por meio de um procedimento cirúrgico simples.

“A campanha é muito importan-te, pois a maioria das pessoas não tem noção de o quanto é fácil aju-dar e de como podem participar”, afirma Sônia. Em fevereiro de 2012 uma nova mobilização pela doação de medula será feita na empresa e a expectativa é que mais empregados sejam sensibilizados.

Maria Auxiliadora deixou o cigarro com a ajuda do Programa MelhorAr

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Imagine uma empresa onde é pos-sível adaptar o horário trabalho aos compromissos pessoais. Essa é uma das ações implantadas pelo Fiat Mais Você, um Programa que tem como ob-jetivo promover o bem estar do fun-cionário a partir das demandas apre-sentadas pelos mesmos. A analista de desenvolvimento e competências da Fiat, Rafaella Ribeiro, explica que o Mais Você teve início com uma pes-quisa de clima no ambiente de traba-lho, usando a metodologia do Great Place to Work, que mede a satisfação dos funcionários.

Cerca de 5.300 empregados res-ponderam o questionário e, a partir das respostas, foram identificadas oportunidades de melhorar as condi-ções de trabalho e a qualidade de vida dos colaboradores. O Horário Flexível é uma delas. O empregado pode ini-ciar a jornada de trabalho entre 7h e 9h e, com isso, planejar melhor o seu dia, ganhando flexibilidade e maior qualidade de vida. Atualmente, cerca de 1.300 pessoas utilizam o benefício. “O empregado pode se programar para resolver questões pessoais, como ir a uma reunião na escola do filho”, ex-plica Rafaella.

Outra ação que merece destaque é a disponibilização do plano de pre- transformando o sonho em realidade

A valsa, o vestido, o presente e a festa de 15 anos é um sonho caro que nem sempre pode ser realizado pelos pais, embora eles também sonhem com tudo isso. As empresas Fiat já transforma-ram esse desejo em realidade para mais de 6 mil adolescentes no Baile de debutantes.

A supervisora de Eventos da Fundação Fiat, danielle Medrado viana, explica que o baile é promovido uma vez por ano, no segundo semestre, no Fiat Clube, e já está na 24ª edição. “Cada debutante tem direito a 20 convites. no momento da valsa, ela recebe do pai uma joia e, depois de cantar parabéns, cada uma recebe um bolo para os convidados e um kit com bolsa personalizada, as fotos tiradas junto ao padrinho e uma lembrança da festa”, explica danielle.

nesse ano, o baile foi realizado nos dias 28 e 29 de outubro e o padrinho foi o ex-BBB, rodrigão. o Programa abrange os colaboradores da Fiat Automóveis, Fiat Powertrain, FPT, CoMAu, Fundação Fiat, Banco Fidis, Fiat do Brasil, revi, isvor, Fiat Finanças, Fiat Services, Fides Corretagens, Fast Buyer e iveco.

essenciais ao negócio e atende às ne-cessidades de cada diretoria. Por meio de ações de auto-desenvolvimento, pa-lestras e treinamentos, os colaborado-res estão tendo a oportunidade de am-pliar seu repertório profissional. Cerca de 1.900 empregados e 350 estagiários já passaram pelo Programa.

Rafaella Ribeiro, analista de de-senvolvimento e competências da

Fiat, destaca que todas as ações têm como objetivo comum fazer com que as pessoas trabalhem com satisfação. “Para direcionar as ações da empresa de maneira mais assertiva é preciso escutar os colaboradores. Assim, esta-remos construindo uma empresa onde as pessoas querem trabalhar e tere-mos resultados mais sustentáveis”, avalia Rafaella.

Fiat Mais você

André Vasconcelos: 15 quilos a menos

após o Programa de Nutrição e Saúde

vidência privada complementar como forma de incentivar o empregado a in-vestir no futuro. A contribuição men-sal é descontada em folha, sendo que a empresa contribui com parte do per-centual, além de custear as taxas ad-ministrativas. O plano também signifi-ca uma vantagem fiscal, uma vez que o valor do benefício é deduzido da base de cálculo do Imposto de Renda. O Fiat Mais Você também identificou possibi-lidades de melhoria na infraestrutura dos locais de trabalho, como a amplia-ção dos estacionamentos, maior con-forto nos restaurantes e a organização mais eficiente do transporte interno.

FORmAÇÃODentre várias outras ações, o Fiat

Mais Você também oferece incentivo à capacitação por meio de Programas como o Desenvolvimento de Líde-res, implantado em parceria com o Isvor e instituições de ensino reno-madas. Voltado para colaboradores que ocupam posições estratégicas, o Programa busca melhorar a gestão das equipes e formar novos líderes alinhados aos objetivos da empresa. Mais de 400 profissionais estão par-ticipando do Programa.

Já o Trilhas do Desenvolvimento visa o aprimoramento de competências

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A beleza dos frutos está direta-mente relacionada às sementes plantadas e ao modo com que a

árvore é regada e cuidada. O Programa Árvore da Vida, da Fiat Automóveis, é uma prova disso e já colhe muitos frutos: as vitórias dos cidadãos que participam do programa. Ao fortalecer o relacionamento da empresa com as comunidades em que está instalada, o Árvore da Vida também promove a in-clusão social tanto dos moradores do

Jardim Teresópolis, em Betim, como de várias outras cidades do Brasil.

Aliando desenvolvimento econô-mico às práticas sustentáveis, o pro-grama garante o futuro das novas ge-rações e proporciona um novo olhar perante as oportunidades de desen-volvimento. “Por meio dos programas, criamos oportunidades de qualifica-ção, trabalho, estudo e elevação da autoestima, assim como melhoria nos relacionamentos pessoais e profissio-

colhendo bons frutosprograma árvore da vida promove a educação, cultura e inclusão social por meio de atividades que estimulam o fortalecimento da comunidade, a formação humana, a capacitação profissional e a geração de renda através do trabalho em rede, que envolve centenas de gestores e lideranças locais

por liliAn loBATo

nais”, ressalta a coordenadora de Re-lacionamento com a Comunidade da Fiat Automóveis, Ana Luiza Veloso.

A artesã Jussara Cintia da Silva viu sua vida se transformar, há quase três anos, quando passou a fazer par-te da Cooperárvore, cooperativa social do Programa Árvore da Vida – Jardim Teresópolis. Ela, que tem dois filhos e estava desempregada, passou a gerar renda e contribuir com o orçamento doméstico. O Programa se tornou a realização de um sonho.

Jussara ressalta que a Cooperárvo-re foi uma oportunidade de aprendi-zado profissional e também pessoal. “O Árvore da Vida elevou a minha autoestima por me possibilitar traba-lhar em algo realmente significativo. Se hoje posso ajudar nas despesas de casa e viver bem, é graças ao Progra-ma”, avalia a cooperada, que produz chaveiros e bolsas artesanalmente.

A Cooperárvore foi criada em 2006 para contribuir com o desen-volvimento humano e social da co-munidade, por meio da capacitação profissional e geração de trabalho e renda. Muitos foram os avanços da cooperativa, que já conta com 26 co-operadas e reutiliza materiais descar-tados pela produção automotiva para criar peças inovadoras, que alinham design, versatilidade e usabilidade.

Em agosto deste ano, a experiên-cia da Cooperárvore e dos resultados do Árvore da Vida no Brasil marcou presença em um dos maiores encon-tros da Europa, o 32° Meeting de Rí-mini, na cidade da Itália. As coopera-das estiveram presentes no evento e, tiveram a oportunidade de encontrar e falar do programa com John Elkann, presidente do Conselho de Adminis-tração do Grupo Fiat; e o presidente mundial do Grupo Fiat/Chrysler, Ser-

Mais de 2 mil adolescentes já receberam formação nas

oficinas do Árvore da Vida

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L gio Marchionne, que visitaram o estande da Fundação AVSI.

Para Claudinéia Alvarenga da Silva, uma das cooperadas, o intercâmbio cul-tural foi proveitoso. “Conhecer outro país e representar a Cooperárvore foi marcan-te e inesquecível. Vivenciei outras experi-ências e trabalhos que são realizados no exterior. Voltei para o Brasil com ideias para a nova coleção”, explica.

Além de atuar na geração de tra-balho e renda, o Programa Árvore da Vida – Jardim Teresópolis desenvolve ações com base em outros dois eixos. O primeiro é destinado às atividades socioeducativas, em que são atendidas

anualmente mais de 1,8 mil crianças e jovens por meio do esporte, reforço es-colar e apoio à alfabetização, supletivo, oficinas de canto, dança, percussão e formação humana.

A iniciativa educacional já apresenta resultados positivos na região. De 2004 a 2010 foi registrado um aumento de 25% no número de alunos aprovados na escola regular (de 71% para 96%). A per-manência na escola passou de 83% para 96% no período. O interesse, frequência e participação dos alunos passaram de 58% para 86%, crescimento de 28%.

No mês de setembro, os jovens da Oficina de Canto Coral viveram o seu momento mais especial desde o início da atividade quando se apresentaram

com o tenor italiano Andrea Bocelli, em Belo Horizonte. O show de Bocelli cele-brava o aniversário de 35 anos da Fiat no Brasil e contou com a participação de outros artistas como a cantora Sandy e a Orquestra Sinfônica do Estado de Mi-nas Gerais .

Para a jovem Bianca Aragão Esteves, de 16 anos, monitora da Oficina de Can-to, dividir o palco com o tenor foi emo-cionante. “É um cantor belíssimo, ma-ravilhoso! Nos dedicamos nos ensaios para cantar junto com ele. Foi inesque-cível não só para mim, mas para todos os participantes do Árvore da Vida!”, revela.

TrABAlHo EM rEdEJá o segundo eixo, denominado for-

talecimento da comunidade, tem como base a formação, engajamento e envol-vimento de gestores e lideranças locais. A iniciativa deu origem à Rede de De-senvolvimento Social do Jardim Teresó-polis, atualmente formada por 34 insti-tuições da comunidade. Os participantes reúnem-se periodicamente para buscar soluções para os principais problemas identificados na região.

Segundo um dos integrantes da Rede, Gilton Carneiro dos Santos, anteriormente, não havia comunicação entre as institui-ções do bairro, mesmo que muitas atuas-sem no mesmo setor. Com isso, o resultado final era prejudicado, já que não havia tro-ca de informações e experiências. “A partir da criação da Rede, montamos um grupo de trabalho que passou a articular políti-cas sociais para melhorar a qualidade de vida da comunidade”, explica.

O trabalho da Rede foi sistematizado e, em 2010, replicado para todo o mu-nicípio de Betim por meio da criação do Centro de Apoio às Instituições Comuni-tárias (CAIC). A partir da ideia, foi possí-vel compartilhar um modelo de sucesso que pode tornar-se mais um instrumen-to na promoção e garantia dos direitos da criança e do adolescente. Mais de 70 instituições ligadas ao trabalho com esse público aderiram ao CAIC Betim.

Também como mobilizadora de uma atuação em rede para o desenvol-vimento territorial, a Fiat foi uma das impulsoras para a criação, em 2010, do Movimento Nossa Betim, que está sem-pre atento ao que acontece no municí-pio de Betim. O secretário-executivo do projeto, Luiz Guilherme Gomes, ressal-ta que o Movimento está em busca de uma cidade sustentável construída pela comunidade. Para alcançar o objetivo, o Movimento reúne 30 pessoas somente em seu comitê gestor, além de dezenas de instituições da cidade, entre repre-sentantes sindicais, entidades empresa-riais, ONGs e universidades de Betim.

“O Movimento contribui para que a população tenha acesso às informações e possa exigir melhorias do poder público”, afirma Gomes. Ele ainda destaca o Ob-servatório Nossa Betim ferramenta que irá reunir indicadores de todas as áreas – como educação, saúde, habitação, juven-tude, emprego, saneamento básico, meio ambiente e segurança – e repassá-los aos cidadãos para que eles possam unir pro-postas e experiências em busca de uma solução em conjunto para a melhoria contínua da qualidade de vida em Betim.

CAPACiTAção ProFiSSionAlConseguir uma qualificação pro-

fissional aliada a possibilidade de um emprego é sempre um grande desafio, sobretudo, pelo fato de o mercado de trabalho estar cada vez mais exigente. Para Lion Coutinho da Silva, hoje com 24 anos, a oportunidade surgiu por meio do Árvore da Vida – Capacitação Profissional. O Programa possibilitou que ele fizesse o curso de estoquista e tivesse condições de se inserir no merca-do de trabalho. “A capacitação foi feita no Isvor e refletiu positivamente na mi-nha experiência profissional”, explica.

Lion conseguiu não só o primeiro em-prego por intermédio do Programa, como os outros três trabalhos por onde passou nos últimos anos, todos em concessioná-rias Fiat. Hoje, ele atua como auxiliar de estoque na Scuderia Fiat, em Betim. Com

a casa própria quitada, a vontade de vol-tar a estudar poderá ser concretizada e o jovem pretende fazer um curso na área de logística ou finanças.

A história de Lion somente foi possí-vel em virtude do Capacitação Profissio-nal, braço do Programa Árvore da Vida que qualifica jovens de 18 a 24 anos na área automotiva. Ao concluir os cursos, eles são contratados pelas concessioná-rias da Rede Fiat. O Programa já aconte-ce em Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Salvador (BA), com excelentes resultados: 87% dos jo-vens já formados estão empregados.

ESTÁgio gArAnTidoA rede de concessionárias da Fiat

também tem um papel importante no Programa em função de repassarem sua demanda de qualificação e número de jovens que podem ser contratados. As empresas também garantem o estágio e fazem o investimento financeiro.

Na Tecar Minas, em Belo Horizonte, não faltam oportunidades de emprego, conforme o gerente de Assistência Téc-nica da concessionária Adalto Leite. Após o término dos cursos que têm, em média, 9 meses de duração, os jovens são contratados.

Para reduzir a evasão ao longo do curso, segundo Adalto, os participantes

John Elkann, presidente do Conselho de Administração da Fiat SpA (o segundo da esquerda para a direita) visita estande da Cooperárvore em evento internacional

Cooperárvore: oportunidade

de aprendizado profissional e

pessoal

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L têm aulas comportamentais de direi-tos e deveres. “Estamos aprendendo muito com todo o processo. O Árvo-re da Vida é uma iniciativa excelente e realmente oferece oportunidade a quem precisa”, avalia.

Bons frutos também são colhidos em São Paulo, onde o Grupo Paulitália reúne seis concessionárias Fiat na ca-pital e região do ABC paulista. Segun-do o gerente de qualidade do grupo, Marcelo Greghi, os cursos são realiza-dos de acordo com as necessidades. A empresa ainda avalia o perfil de cada um dos jovens e direciona para a área em que o profissional se enquadra.

Para garantir a excelência duran-te a formação, o Programa conta com a parceria do SENAI em todas as ci-dades participantes. A instituição é responsável pela capacitação e, junta-mente ao Isvor, Universidade Corpora-tiva da Fiat, os conteúdos são defini-dos e preparados a partir dos padrões da montadora.

inTErCâMBioS PArA o ForTAlECiMEnTo dE PArCEriASIncentivar a promoção da cultura

educação e do esporte também se tor-

nou um importante caminho quando o assunto é inclusão social. O Árvore da Vida – Parcerias viabiliza a parce-ria da Fiat a projetos realizados por meio das leis de incentivo fiscal, como a Lei Rouanet, Lei do Esporte e Fun-do para Infância e Adolescência (FIA). Somente este ano, 40 projetos foram apoiados e cerca de 12 mil pessoas foram diretamente beneficiadas, em vários estados brasileiros.

Em andamento desde 2008 com o apoio da montadora, o Descentra-lizando o Acesso é um exemplo de parceria de sucesso. O projeto, desen-volvido pelo Instituto Inhotim, é dire-cionado para a formação de professo-res e acesso de alunos da rede pública de Betim. Em 2010, através de inicia-tiva da Fiat, o projeto proporcionou o intercâmbio cultural para mais de 500 crianças e adolescentes e a capacita-ção de educadores de outras quatro entidades apoiadas pela Fiat.

De acordo com a curadora de Arte e Educação do Inhotim, o projeto proporciona uma experiência edu-cativa diferenciada que potencializa o conhecimento em diversas áreas, sobretudo no que se relaciona a arte contemporânea. “O Descentralizando o Acesso reafirma a importância da ampliação do território escolar. Com isso, é possível envolver os alunos”, avalia Janaina Melo.

“Promover a imersão cultural des-sas crianças e das suas famílias, que na maioria dos casos se encontram em situação de vulnerabilidade social, é uma experiência imensurável. Além disso, a visita foi um momento de for-talecimento do vínculo entre pais e filhos; bem como uma oportunidade de incentivar a reflexão sobre a aces-sibilidade de pessoas com deficiência em espaços públicos”, considera a coordenadora do projeto Educação In-fantil Inclusiva, Fabíola Fernanda do Patrocínio Alves, uma das instituições de Betim beneficiadas com a articula-ção entre projetos.

Para que o Árvore da Vida – Jardim Teresópolis continue a fortalecer a co-munidade e se mantenha firme em sua jornada, o Programa irá ganhar uma sede própria. A pedra fundamental da nova estrutura foi lançada no início de setembro. O projeto de engenharia foi doado pela Comau do Brasil – empresa do Grupo Fiat – e o arquitetônico foi elaborado e doado pelo premiado ar-quiteto Gustavo Penna. Com o início da construção, a expectativa é de con-clusão do novo espaço em 18 meses.

Criado em 2004, pela Fiat Automó-veis em parceria com as ONGs Fundação AVSI e CDM (Cooperação para a Morada Humana), o Árvore da Vida – Jardim Teresópolis funciona em um prédio alu-gado, na rua Duque de Caxias, 956. “A sede própria significa a afirmação do programa. O Árvore da Vida foi desen-volvido para ser sustentável e gerido pela comunidade. A construção desse espaço é mais um fruto que colhemos e um passo para o futuro”, ressalta o diretor de Comunicação Corporativa da Fiat, Marco Antônio Lage.

A nova sede será implantada em uma área de 1,5 mil metros quadrados e oferecerá atendimento direto a apro-ximadamente 300 pessoas por mês. A estrutura ainda irá reunir a Cooperár-vore, bem como salas para o desenvol-vimento das atividades relacionadas ao percurso formativo proposto pelo

programa aos adolescentes, espaço para cursos de qualificação profissio-nal e um auditório para os encontros da Rede de Desenvolvimento Social do Teresópolis e da Rede de Empreende-dores do Jardim Teresópolis (Rejat).

programa ganha sede própria ÁrvorE dA vidA – PArCEriAS

Nº de projetos apoiados: 40

Nº de pessoas atendidas: 12 mil

ÁrvorE dA vidA – CAPACiTAção ProFiSSionAl – dESdE 2006

Nº de cursos realizados: 25

Nº de pessoas atendidas: 528

ATIVIDADES SOCIOEDUCATIVAS

Nº de adolescentes incluídos nas oficinas: 2643

GERAÇÃO DE TRABALhO E RENDA

Nº de instituições parceiras do crt: 28

Nº de pessoas encaminhados para vagas de trabalho: 1775

Nº de jovens formados no percurso Menor Aprendiz: 165 formados

Nº de moradores do teresópolis trabalhando na cooperárvore: 26

Nº de empreendedores integrantes da rejat: 120

FORTALECImENTO DA COmUNIDADE

instituições integrantes da rejart: 49

Nº de voluntários do Grupo de referência: 27

Nº de jovens Grupo de referência Mirim: 33

REDE FIAT DE CIDADANIA

Nº de instituições parceiras - 57

CENTRO DE APOIO à FAmíLIA (CAF)

Nº de famílias em encontros do cAF: 22 famílias

Nº pessoas atendidas pelo cAF: 130 pessoas

A áRVORE Em NúmEROS

Descentralizando o Acesso levou mais de 500 crianças ao museu

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Uma das formas de promover a inclu-são social é proporcionar aos jovens o acesso ao esporte, à educação e à

cultura. A partir do programa Próximo Pas-so, da Iveco, projetos sociais, de preserva-ção ambiental e geração de renda passaram a ser desenvolvidos em Sete Lagoas (MG), onde se localiza a fábrica da empresa.

Os avanços são significativos e a Ive-co já desenvolve diversas iniciativas para envolver, capacitar e formar os moradores do município. Dentre as ações, a coorde-nadora do Próximo Passo, Júnea Sá Fortes, destaca o Esporte na Cidade, projeto da Or-ganização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) De Peito Aberto, que ofere-

ce aulas de iniciação esportiva para alunos da rede pública de ensino da cidade.

Os primeiros beneficiados são os alu-nos da Escola Municipal Juca Dias, no bairro Cidade de Deus, e da Escola Estadu-al Cândido Azeredo, no bairro Boa Vista, além de associados do Clube Náutico. O Esporte na Cidade vai trabalhar com me-todologias de capacitação e treinamento, a fim de formar atletas e avançar nas áreas de saúde, socialização e inclusão social.

A oportunidade de apoiar a iniciativa surgiu por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. O projeto teve início em agosto e se estende até julho de 2012. A expecta-tiva é beneficiar 300 crianças, entre 7 e 17

passos firmes rumo à cidadaniaprojetos da iveco promovem desenvolvimento humano e cultural, em Sete lagoas, ao apoiar iniciativas como o Esporte na cidade e investir na recuperação de um dos exemplares do patrimônio histórico do município, o teatro redenção

por liliAn loBATo

anos, nas modalidades de futsal e vôlei, com possibilidade de recreação em han-debol e basquete. “É a primeira vez que o município conta com a Lei de Incentivo ao Esporte para dar continuidade a um projeto. Agora será possível promover a inclusão social a partir da prática espor-tiva, bem como a educação dos jovens”, explica a executiva.

Júnea Sá Fortes ressalta que o critério para a escolha dos participantes do proje-to é o rendimento escolar durante o ano letivo e a frequência. Com isso, o aluno terá um estímulo adicional para se dedi-car mais aos estudos, para ser mais disci-plinado durante as atividades esportivas e em suas relações interpessoais. De acordo com a coordenadora, o projeto ainda pode contribuir para um melhor relacionamen-to entre os alunos e as famílias.

dESEnvolviMEnTo SoCiAlAntes de escolher as instituições que

participariam do projeto, o Esporte na Cidade avaliou as escolas que em algum momento do dia ficavam com suas qua-dras esportivas ociosas. A coordenadora do Próximo Passo explica que ainda fo-ram avaliados alguns requisitos impor-tantes como a infraestrutura das quadras e a localização para facilitar o acesso. Se-gundo Júnea, essas exigências são uma garantia para reduzir a evasão dos parti-cipantes. “Não podemos ficar suscetíveis às chuvas e precisamos fazer com que o jovem não desista de participar do proje-to por dificuldade de acesso”, afirma.

O projeto oferece uniformes aos alu-nos e materiais esportivos à escola, como redes para vôlei e futsal e bolas. O Espor-te na Cidade cobre essas despesas para que as atividades aconteçam nas melho-res condições possíveis e atraia os alunos à prática do esporte. Ao fim do projeto, o material esportivo ficará na escola.

Mais que o patrocínio de R$ 250 mil, a Iveco também investe e participa com o acompanhamento do projeto. “O intuito é o desenvolvimento social da comunidade por meio do esporte, além de fazer com que os jovens possam ocupar o tempo livre

com as atividades e também com os livros. É fundamental levar um projeto dessa magnitude a Sete Lagoas”, destaca Júnea.

Um dos educadores do projeto, Pablo Henrique Lanza Silva, sabe da importância do esporte para a educação dos jovens do município. Ele, que se forma em Educação Física ainda este ano, é professor de futsal no Esporte na Cidade. “Participei do pro-cesso seletivo e vou atuar nos três locais selecionados. As aulas já começaram e os alunos estão bastante animados”, relata.

Para ele, participar do projeto é tan-to uma experiência profissional como pessoal enriquecedora, já que também aprende com as crianças. De acordo com o professor, dedicação não vai faltar para motivar os jovens. “É uma oportunidade de se tornarem mais aplicados, mais es-tudiosos e de praticarem um esporte, o que é sinônimo de saúde”.

ACESSo à CulTurA As ações em prol do desenvolvimen-

to social ainda contam com outra linha de atuação. A Iveco é a patrocinadora master do Projeto Sei (Serviço de Escola Integrada), ligado ao Fundo da Infância e Adolescência (FIA), que irá oferecer ofi-cinas de arte e cultura, música, esporte, idiomas e informática para 300 jovens de Sete Lagoas, com idade entre 6 e 16 anos. O convênio foi assinado pela Unifemm e prefeitura da cidade, em setembro.

O Projeto Sei é voltado para a inclu-são social de crianças e adolescentes mo-radores de regiões de vulnerabilidade so-cial de Sete Lagoas, e oferece atividades que fortaleçam o relacionamento do alu-no com a família e a sociedade. Segun-do ela, o projeto é destinado ao ensino integrado e proporciona acesso a ativi-dades extracurriculares e reforço escolar. “Queremos oferecer a oportunidade de formação intelectual e profissional aos participantes”, explica Júnea.

Antes de escolher os locais das aulas, foi feito um mapeamento na cidade e se levou em consideração, dentre outras coisas, a infraestrutura dos locais dispo-nibilizados pela prefeitura.

Esporte na Cidade é uma das ferramentas de inclusão social

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O Próximo Passo também está con-tribuindo para a preservação de um sím-bolo com 110 anos de história: o Teatro Redenção, patrimônio histórico de Sete Lagoas que está fechado há 40 anos, será devolvido à comunidade restaura-do. A Iveco é patrocinadora master da ação e vai investir R$ 620 mil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, nas obras de reforma.

As intervenções têm o custo total es-timado em R$1 milhão, por isso a empre-sa busca outros patrocinados dispostos a investir o valor restante. Com os re-cursos, será possível reformar o edifício e adquirir os equipamentos necessários para seu funcionamento.

“O Redenção será um espaço multiu-so e irá abrigar exposição de fotografias e mostras de arte, bem como a área des-tinada ao artesanato”, revela a coordena-dora do Próximo Passo, Júnea Sá Fortes. Para fortalecer as ações culturais na co-munidade, a Iveco também apoia proje-tos que têm potencialidade e que promo-vem o bem estar, o desenvolvimento e a formação educacional e social da popula-ção de Sete Lagoas.

Apoio e fomento à literatura

o Sempre um Papo é um dos mais respeitados projetos de incen-tivo à leitura do Brasil e a iniciativa foi levada a Sete lagoas graças a uma parceria com a iveco. Além de promover encontros entre escritores e seu público, o Sempre um Papo adota e qualifica bibliotecas comuni-tárias e produz dvds educativos que são distribuídos para as escolas.

desde 2009, mais de quatro mil pessoas participaram das edições do projeto, que já levou nomes como Mv Bill, Fernanda Takai, Márcia Tibu-ri, Carlos Alberto Sardenberg, Sérgio Abranches, Juca Kfouri, Miriam lei-tão e laurentino gomes para deba-ter com a comunidade temas como desenvolvimento econômico, cida-dania, família e cultura.

de acordo com Júnea Sá Fortes, a parceria com o Sempre um Papo fortalece ainda mais as ações a fa-vor da cidadania e da integração da população. “Buscamos trazer per-sonalidades que possam discutir a realidade vivida pela cidade e seus moradores”, ressalta.

preservação do patrimônio

Ao iniciar um curso de informáti-ca através do Projeto Pérola, em Sorocaba (SP), há quatro anos,

Franciele Aparecida de Lima não espe-rava que sua vida fosse mudar com-pletamente. A oportunidade oferecida, porém, fez com que, de aluna, ela se tornasse atendente e, posteriormente, supervisora de núcleo do projeto. Para melhorar, hoje, aos 21 anos, ela cursa Ciências Contábeis e já tem emprego garantido, já que atua como supervi-sora da área de finanças do Pérola.

Franciele faz parte de um grupo de jovens atendidos por um dos projetos sociais apoiados pela Case por meio do programa Case Multiação, iniciativa de responsabilidade social que a empresa mantém nas comunidades em que está

case Multiação apostana inclusão social

os diversos projetos desenvolvidos ou apoiados pelo case Multiação têm o mesmo objetivo: oferecer um futuro melhor para crianças e adolescentes em situação de risco por meio da profissionalização, do esporte e da cultura

por liliAn loBATo

inserida. Desde 2008, aproximada-mente R$ 3 milhões já foram destina-dos à entidades locais através das leis de incentivo à cultura e ao esporte e também através do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA).

“Temos instalações industriais nas cidades de Sorocaba e Piracicaba, com geração de empregos e receitas aos municípios. Entretanto, nossa função social vai muito além desse papel. Queremos participar da vida da comunidade e o Case Multiação é a ferramenta ideal para alcançar o ob-jetivo”, avalia o gerente de marketing da empresa Case IH, Alfredo Jobke.

O diretor geral da Case CE para a América Latina, Roque Reis, reforça a parceria. “Acreditamos no trabalho

CFV atendia 300 jovens e com o apoio

do Case Multiação

saltou para 1.025

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dessas entidades e na parceria das empresas com o terceiro setor para o crescimento sustentável. Esse apoio é a contribuição da Case para a melho-ria de vida nas cidades onde mante-mos nossas atividades”, afirma Reis.

O apoio da Case é ressaltado pelo supervisor de marketing do Pérola, Tiago Vieira Mesquita. Segundo ele, a empresa contribui para o avanço das ações, que já ocorrem há 11 anos e são destinadas à inclusão social e digital de crianças e jovens. O proje-to está presente em sete cidades do estado de São Paulo – Iperó, Itapeti-ninga, Mairinque, Piracicaba, Salto, Sorocaba e Votorantim – e soma mais de 50 unidades.

O diferencial do Pérola, de acordo com Mesquita, está no ciclo virtuoso do projeto. O aluno que se destaca tem a chance de se tornar monitor, instrutor e supervisor de núcleo e ain-da pode almejar cargos no setor ad-ministrativo e até na coordenação do

projeto. “Após alcançar o topo da hie-rarquia, o jovem está apto a assumir posições de liderança no mercado de trabalho, além de se tornar um empre-endedor ou um empreendedor social, padrinho, conselheiro ou membro da diretoria”, explica.

MAiS PArA QuEM TEM MEnoSEm Sorocaba, um dos destaques

do projeto é o programa Sabe Tudo, em parceria com a Prefeitura. O Pé-rola faz a gestão do programa, que tem 30 unidades, e a Prefeitura arca com as despesas de infraestrutura e repasse de verba para a gestão. To-dos os cursos do Pérola têm foco na inclusão social, por isso a premissa do processo seletivo está em atender alunos de baixa renda.

Além do Projeto Pérola, o Case Multiação contribui com outras en-tidades locais que atuam junto a jo-vens em situação de risco. O Centro de Formação de Atletas (CFA) Vânia e Vanira, por exemplo, foi criado em 2000 e utiliza o basquete para via-bilizar o acesso de crianças e ado-lescentes à educação, saúde, lazer e cultura. “O objetivo da iniciativa é

maximizar a participação dos jovens e proporcionar integração, desenvol-vimento social e formação de valores e princípios”, explica a presidente do projeto, Vanira Hernandes de Souza.

Inicialmente, o CFA atendia pouco mais de 300 jovens, número que sal-tou para 1.025 crianças em 2011. Há dois anos, o apoio da Case, por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, passou a fazer a diferença e a expecta-tiva é de manter o avanço do projeto.

De acordo com Vanira, a escolha do basquete se deve ao histórico das irmãs nas quadras de todo o mundo. “O esporte faz parte da nossa vida há mais de 25 anos. Fomos atletas cam-peãs mundiais, com atuação na sele-ção brasileira. Quando encerramos a carreira, passamos a estudar e colocar em prática o desejo de ter uma escoli-nha de basquete que também formas-se cidadãos”, destaca.

Contribuir para que os jovens te-nham um futuro digno também faz parte da Associação Bola da Vez, lo-calizada em Sorocaba. Fundada em 2002, por Marzukevicz Faria, tam-bém conhecido por Kedão, a iniciati-va utiliza o futsal como ferramenta de inclusão social. O intuito, segun-do ele, é estimular os jovens por meio

do esporte à formação educacional, cultural e social.

O projeto também conta com o apoio da Case, via Lei de Incentivo ao Esporte, o que contribuiu para que um maior número de jovens tenha acesso às aulas de futsal. Atualmente, 1.100 jovens, de 7 a 17 anos, são atendidos pelo projeto. “Para participar, a crian-ça precisa ter um bom desempenho escolar, assim como bom rendimento e comportamento na escola. Com isso, os jovens ficam mais disciplinados e responsáveis”, explica Kedão.

A Associação Bola da Vez também recebe apoio dos familiares, que po-dem trabalhar como voluntários no projeto. Cleonice Belima, mãe de Gui-lherme Belima, de 9 anos, participa de todos os treinos de futsal. Além de assistir, ela monitora as crianças, faz o transporte em viagens e até lava os uniformes, quando necessário. “O projeto foi excelente para o meu filho, que ficou mais disciplinado, compor-tado na escola e até mais tranquilo em casa”, relata.

TrABAlHo EM EQuiPEO auxílio da Case também é des-

tinado à Associação Cultural Pintu-ra Solidária. A iniciativa, criada em

Associação Pintura Solidária realiza oficinas em hospitais, casas de apoio e orfanatos

Case Multiação também apóia o trabalho de reintegração social da Pastoral do Menor

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toneladas de solidariedade

o dia da Solidariedade re-alizado em Sorocaba, interior de São Paulo, em dia 22 de outubro, arrecadou aproxima-damente duas toneladas de alimentos não perecíveis, enca-minhadas ao Fundo Social do município para a distribuição em entidades que atendem crianças em situação de risco social. o evento reuniu gran-des nomes do futebol nacional para uma partida entre a equi-pe de Masters do Palmeiras e Masters de Sorocaba. o jogo fez parte da terceira edição do evento dia da Solidariedade Case Multiação e foi promovi-do pela Case com o apoio da Prefeitura de Sorocaba.

o pontapé inicial da partida foi dado pela primeira-dama da cidade e presidente do Fun-do Social de Solidariedade, de-nise lippi, marcando o início de uma partida com atletas consa-grados como Ademir da guia e Paraná. o dia da Solidariedade contou ainda com a apresenta-ção de crianças e adolescentes dos projetos sociais Centro de Formação de Atletas vânia e vanira, Associação Pintura So-lidária, Associação Bola da vez, Pastoral do Menor e Projeto Pé-rola, todos apoiados pelo Case Multiação, o programa de res-ponsabilidade social da Case. A equipe da liga Sorocabana de Basquete (lSB), patrocinada pela Case / Fiat industrial, tam-bém esteve presente.

2003, estimula crianças e adolescen-tes a desenvolverem e expressarem a criatividade por meio da pintura. Os jovens também aprendem a trabalhar em equipe e desenvolver o respeito uns pelos outros. As oficinas trazem temas alinhados com os objetivos do milênio, como a preservação do meio ambiente e a melhor qualidade de vida para todos.

O projeto é realizado dentro de instituições como hospitais, creches, casas de apoio e orfanatos. Dentre os benefícios, está a elevação da auto--estima dos jovens, o fortalecimento do sistema imunológico em crianças doentes, bem como a descoberta de talentos.

A empresa ainda contribui para o fortalecimento da Pastoral do Me-nor, localizada também em Sorocaba. Fundada em 2002, a Pastoral acolhe crianças, adolescentes e jovens para promoção do desenvolvimento psi-cossocial, apoio às famílias em con-dição de extrema pobreza, promoção à reintegração social. Também realiza cursos e palestras profissionalizantes para a inserção no mercado de traba-lho. O projeto já atende mais de 2.500 pessoas e desenvolve atividades de socialização, apoio escolar e alimen-tar, lazer, artesanato, noções básicas de higiene e cidadania.

Incentivo ao esporte é uma das ações voltadas para o desenvolvimento psicossocial

passagem livre para a arteAo oferecer transporte gratuito aos visitantes, a casa Fiat de cultura amplia o acesso do público às exposições e contribui para a difusão da arte e da cultura

por JúliA CoSTA

Visita guiada amplia a compreensão de estudantes sobre as exposições Fo

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No fim da tarde de uma sexta--feira ensolarada, o aposen-tado Rogério José dos Santos,

de 62 anos, se preparava para vi-ver um de seus grandes momentos. Com um jeito inquieto, ele pôs-se a bordo de um micro-ônibus que faz parada na Praça da Liberdade, no coração de Belo Horizonte. O desti-no: a Casa Fiat de Cultura, na zona sul da cidade.

Ele mal via a hora de recuar dois milênios no tempo, para apreciar um cenário de arquitetura refinada, objetos e joias reluzentes, estátuas de deuses e obras que dão a medi-da exata do poder dos imperadores, tudo reunido na exposição Roma – A vida e os imperadores. A visita à exposição da Casa Fiat de Cultura é parte da preparação de Rogério para sua primeira viagem internacional. “Um dos países que visitarei é a Itá-lia. É um sonho que realizarei e fiz questão de visitar a exposição para já sentir o gostinho do que verei na Europa”, disse.

O micro-ônibus teve papel de destaque nesse passeio. O apo-sentado aproveitou o transporte

disponibilizado gratuitamen-te pela Casa Fiat de Cultura a seus visitantes para dei-

xar o carro na garagem. Morador do Centro de BH, ele foi a pé até a praça. “Optei por essa

facilidade para ir tranquilo para a

exposição. Não quero chegar lá estressado por causa do trânsito. E, na volta, quero ter

o prazer de po-der refazer o cir-cuito na minha memória, cal-mamente e sem p r e o c u p a ç ã o ,

pois esse é um momento único para mim”, relatou.

ACESSo gArAnTidoO transporte gratuito é uma das

marcas da Casa Fiat. A iniciativa foi implantada em 2007 e, desde então, já possibilitou a mais de 50 mil pes-soas a oportunidade de acesso ao local de forma confortável e gratui-ta. Somente este ano, incluindo a exposição Roma – A vida e os impera-dores, aberta no último dia 21 de setem-bro, 11,5 mil pessoas se beneficiaram da iniciativa.

O presi-dente da ins-tituição, José Eduardo de Lima Perei-ra, lembra que a proposta de oferecer transporte gra-tuito para o público surgiu de for-ma inesperada e surpreendente. “Um dia antes da inauguração da Casa Fiat (em 2007), uma pessoa me perguntou se ofereceríamos transporte coletivo e, mesmo tendo sido pego de surpresa, minha resposta foi sim. Então, a ideia me veio pelo fato de perceber que uma atividade ligada a uma indústria au-tomobilística gera essa expectativa nas pessoas”, relata.

Lima Pereira ressalta que conside-ra natural essa correlação com a ativi-dade do Grupo Fiat feita pelo público. “É natural que as pessoas despertem para iniciativas como a nossa, pois é automático ligar um fato ao outro. E faz parte da responsabilidade de quem atua nesse campo. A ideia foi muito bem recebida na empresa e, hoje, vivemos uma expectativa con-cretizada”, destaca.

O transporte gratuito foi criado, inicialmente, para atender idosos e pessoas com dificuldade de locomo-ção. Mas, diante de tanto sucesso, ganhou força e popularidade e, por isso, agora é disponível para todos. “As pessoas se surpreendem com isso. No nosso site (www.casafiatdecultu-ra.com.br) e no facebook, é incrível o retorno do público sobre o transporte gratuito. Já que fazemos exposições com gratuidade total e sendo uma instituição criada por uma empresa automobilística, o transporte gratuito é prioridade”, afirma.

“Além disso, o acesso à nossa Casa é difícil. Quando conseguimos levar 120 mil pessoas para assistir a Cha-gall e Rodin, foram 120 mil pessoas que não estariam passando por acaso naquele local, normalmente”, com-pleta. Em 2009, O mundo mágico de Marc Chagall – O sonho e a vida, com pinturas da juventude e da maturida-de e esculturas do artista bielorusso, e Rodin, do ateliê ao museu, com escul-turas e fotografias do mestre francês que saíram pela primeira vez de Paris, movimentaram a vida cultural da ca-pital mineira.

CidAdE SuSTEnTÁvElA facilidade é sinônimo, ainda, de

uma ajuda extra ao meio ambiente. Afinal, com a opção do transporte co-letivo confortável, muitos carros dei-xam de ir para as ruas. Se cada um dos visitantes que optaram pelo trans-porte gratuito nesses últimos anos ti-vesse usado carro próprio, teriam cir-culado 50 mil veículos a mais em Belo Horizonte.

“Essa iniciativa deveria ser co-piada por outras empresas e insti-tuições, não só de cultura, como de outros ramos. É um ganho para os visitantes, para o meio ambiente e para toda a cidade. Em grandes cen-tros, como BH, soluções como essas são cada vez mais urgentes”, afirmou a secretária Luzia do Rosário Abreu,

A casa Fiat de cultura fica na rua Jornalis-ta Djalma Andrade, 1.250, Belvedere, em Belo horizonte. A entrada é gratuita.

SERVIÇO

moradora do Bairro Minas Caixa, na região Norte de BH.

Exposições grandiosas, atendi-mento diferenciado para portadores de necessidades especiais e acesso fa-cilitado e gratuito fazem parte de um rol de serviços da Casa Fiat, segundo os quais o importante é garantir que a cultura não se restrinja a apenas uma parcela da sociedade. Entre as ações, estão as visitas orientadas para ce-gos, mudos e surdos, que começaram em 2008 - durante a exposição A arte

nos mapas na Casa Fiat de Cultura – e contam com o apoio de uma equipe especializada.

A experiência ajudou a formatar o Caderno de Acessibilidade, um guia completo com orientações e informa-ções sobre como ampliar e aprimorar a relação das instituições ligadas à arte com seus públicos especiais. O material, de autoria da museóloga Maria Ignez Mantovani, foi lançado ano passado, com o patrocínio da Fiat Automóveis e apoio da Casa Fiat de Cultura. Este ano, a Casa Fiat implan-tou iniciativa inédita entre museus e espaços culturais de Belo Horizonte: pela primeira vez o programa educati-vo da instituição conta com profissio-nais especializados na Língua Brasi-leira de Sinais (Libras), cuja equipe é integrada por um educador surdo.

Esculturas do período Romano mostram a grandiosidade da cultura

O transporte gratuito

retirou 50 mil veículos do trânsito da

capital

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Magno Braz, diretor da Fundação Torino, diz que é preciso construir uma cultura de inclusão

Uma escola para todosFundação torino reforça a cidadania em seu projeto pedagógico ao eliminar barreiras arquitetônicas e garantir a acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida em todos os ambientes da instituição

por JúliA CoSTA

Todas as instalações da Fundação Torino, como salas de aula e os espa-ços comuns de convivência agora têm garantidos o acesso a deficientes. As instalações sanitárias também con-tam com um espaço exclusivo para cadeirantes e as rampas foram dota-das de corrimãos específicos. O objeti-vo, segundo Braz, é garantir não só o cumprimento das regras de seguran-ça, mas, principalmente, proporcionar o conforto e o bem-estar da comunida-de acadêmica sem qualquer distinção. As modificações já foram atestadas pelos órgãos fiscalizadores estaduais e municipais.

“Dispor de instalações adequadas aos portadores de deficiência é uma obrigação. As instituições que não as possuem se diferenciam negativa-mente em relação às outras e deixam de cumprir seu papel como instituição de ensino, que é educar para o respei-to aos direitos básicos conferidos pela Constituição da República”, ressalta.

inCluSão SoCiAlPara Magno Braz, a Fundação To-

rino se diferencia, pois algumas ins-tituições, por questões técnicas, não dispõem de estruturas adequadas que garantam a plena acessibilidade. “Um dos importantes papéis das institui-ções de ensino, em qualquer segmen-to educacional, é buscar a inclusão daqueles que, por vários motivos, se encontram marginalizados dentro do contexto social, cultural e educacio-nal”, afirma, destacando que oferecer instalações adequadas é elemento bá-sico para o desenvolvimento de um projeto pedagógico. “Nesse campo, a Fundação Torino procura sempre ino-var em suas práticas educacionais de forma a garantir e consolidar-se como uma escola internacional, seja em re-lação aos requisitos legais, seja em re-lação ao seu projeto de educação”, diz.

Magno Braz vislumbra o dia em que o direito de ir e vir seja ampla-mente disseminado e incorporado pe-

las instituições de ensino. “Pequenas iniciativas são de grande importância para contribuir para a inclusão social dos portadores de deficiência e fazer com que outras instituições adotem a mesma postura, de forma a garantir o acesso a todos aqueles que a procu-ram, sendo portadores de deficiência física ou de alguma enfermidade”.

POLíTICA PúBLICA

A educação inclusiva é uma ação que está sen-do incentivada em nível nacional e está merecendo atenção especial no Ministério da Educação (MEC). nas escolas públicas, o Programa Escola Acessível, da Secretaria de Educação Especial, vinculada ao MEC, busca adequar o espaço físico das institui-ções estaduais e municipais para promover a aces-sibilidade na rede pública de ensino.

Subir uma escada, percorrer lon-gos corredores e até mesmo en-trar no banheiro pode se transfor-

mar num desafio cheio de obstáculos para pessoas que possuem alguma limitação física. Se há alguns anos os espaços públicos e privados consi-deravam apenas as necessidades da maioria em sua infraestrutura, agora a palavra inclusão está deixando de ser um modismo para se traduzir em uma cultura de respeito às diferenças.

Para a Fundação Torino, garantir a acessibilidade faz parte da história da escola, mas as adequações ganharam, recentemente, uma nova abordagem

e mostram que o programa pedagógi-co fica ainda mais completo quando a cidadania deixa de ser um discurso para ser materializada no espaço físi-co da escola.

O projeto arquitetônico da escola internacional, localizada no Bairro Bel-vedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi executado em meados de 1998 e desde sua concepção já contem-plava o acesso às pessoas portadoras de deficiência física. O diretor adminis-trativo da instituição, Magno Braz, ex-plica, entretanto, que mais de dez anos depois de sua construção, o edifício de-mandou algumas adequações.

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Ações Econômicas

Atividade: produção de veículos de passeio e comerciais leves.mercado: representa cerca de 31,4% do total de vendas de automóveis do Fiat group Automobiles no mundo. o Brasil é o principal mercado da empresa e o maior polo de produção e desenvolvimento de veículos da marca, fora da itália. A Fiat obteve, pelo oitavo ano, a liderança no mercado brasileiro de automóveis e veículos comerciais leves, com 736.973 veículos emplacados, atingindo a produção recorde de 736.620 veículos. A empresa fechou 2009 com market share de 24,5%.

Ações Sociais

árvore da Vida – jardim Teresópolis: visa o desenvolvimento da comu-nidade e para isso promove ações baseadas em três eixos: atividades socioe-ducativas, geração de trabalho e renda, e fortalecimento da comunidade. Essas ações têm sempre como foco as crianças e jovens, e seus núcleos de relacionamento, como a família e a escola.árvore da Vida – Capacitação Profissional: capacita jovens de 18 a 24 anos na área automotiva. Ao concluir os cursos, eles são contratados pelas concessionárias da rede Fiat. o Programa já acontece em Curitiba (Pr), São Paulo (SP), Belo Horizonte (Mg), Betim (Mg), Brasília (dF), recife (PE), Porto Alegre (rS) e Salvador (BA) com excelentes resultados: 87% dos jovens já formados estão empregados.árvore da Vida – Voluntariado: a partir de uma avaliação das necessidades dos moradores do Jardim Teresópolis, são propostas diferentes atividades com o envolvimento dos funcionários da Fiat, que atuam como voluntários.árvore da Vida – Parcerias: viabiliza o apoio da Fiat a projetos que promo-vem educação, cultura e esporte, por meio das leis de incentivo fiscal: lei rouanet, lei do Esporte e Fundo para infância e Adolescência (FiA). Conhe-ça os projetos apoiados em 2011:• Biblioteca Comunitária: projeto do instituto Educacional Tia dulce, com o

objetivo do projeto é estimular e cultivar o interesse pela leitura e também a capacidade de interpretação, contribuindo para formação pessoal de crianças e adolescentes do bairro Jardim Teresópolis, em Betim, onde a Fiat tem uma importante atuação de promoção do desenvolvimento territorial.

• Cidadania para o Presente 2011: projeto do instituto Casa Santa (inCAS) que visa proporcionar o fortalecimento das atividades ligadas à aquisi-ção do conhecimento a crianças e adolescentes moradores da regional Citrolândia, em Betim, oferecendo atividades de inclusão digital, música, jornalismo, redação, e literatura, tendo sempre em vista o estímulo ao protagonismo infanto-juvenil.

• valores de Minas: projeto do Serviço voluntário de Assistência Social (Servas) e do governo de Minas gerais que oferece a jovens de 14 a 24 anos de escolas públicas estaduais, formação em habilidades artísticas de circo, dança, música, teatro e artes plásticas, com o intuito de possibilitar a formação cidadã e o crescimento pessoal.

• Trilhas Comunitárias de Educação e Cultura: projeto desenvolvido em São Paulo pela Associação Cidade Escola Aprendiz, com o objetivo de estimu-lar jovens a tornarem-se facilitadores do processo de desenvolvimento local, atuando como agentes comunitários de comunicação e cultura.

• Trilhas Educadoras - Escola na Praça: projeto desenvolvido em São Paulo pela Associação Cidade Escola Aprendiz, que tem como proposta desen-volver trilhas educadoras a partir da articulação de atores e equipamen-tos do bairro vila Madalena, na perspectiva do desenvolvimento integral; bem como fomentar o diálogo entre as escolas e outras organizações educadoras.

A construção de um abrigo para 140 idosos em Barbacena, na Zona da Mata mineira, começa neste final

de ano com ajuda da New Holland. A em-presa da Fiat Industrial emprestou o ma-quinário necessário para abrir terreno no local onde será feita mais uma obra da Sociedade São Miguel Arcanjo.

A entidade irá criar um abrigo com área construída de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados e capacidade

para atender entre 120 e 140 idosos nos primeiros anos, sendo 60 deles internos. Para começar os trabalhos, um trator de esteira modelo D150B ficou disponível para a associação.

A sociedade São Miguel Arcanjo foi fundada em 1998 por um jovem missio-nário italiano. A ação se mantém, princi-palmente, com doações de entidades ita-lianas, mas recebe apoio de empresários brasileiros e o repasse de recursos prove-nientes da renúncia fiscal.

lar, doce larcom o apoio da New holland, Sociedade São Miguel Arcanjo inicia a construção de um abrigo que irá atender 140 idosos

por JAMErSon CoSTA

Conheça mais sobre o trabalho da Sociedade São Miguel Arcanjo no www.padrepellegrino.org

Atualmente, a Sociedade São Miguel Arcanjo atende 420 crianças e adoles-centes, de 3 a 18 anos de idade, sendo que 100 deles vivem abrigados. A inten-ção é integrar os idosos aos jovens, que “adotarão” avôs e avós como novos mo-radores do local.

“O que tentamos despertar nos meni-nos é o senso de caridade. Hoje eles são destinatários da nossa misericórdia, mas, futuramente, podem ser protagonistas”, diz o fundador e responsável pela Socieda-de São Miguel Arcanjo, o missionário ita-liano Roberto Bertoli. “Esperamos que o úl-timo trecho de vida dos idosos seja o mais digno possível. Mas o mais importante é a integração deles com as crianças”.

TrAdiçãoEsta não é a primeira vez que a fabri-

cante de equipamentos para construção se envolve em trabalhos assistenciais, sociais e humanitários. No início do ano, três tratores foram emprestados para a recuperação das áreas afetadas pela chu-va no Sul de Minas.

“As empresas da Fiat Industrial têm esse tipo de iniciativa, porque é sempre importante ajudar”, comenta o gerente da Nwe Holland, Nicola D’Arpino. “Geralmen-te, pedidos de apoio como este da Socieda-de São Miguel Arcanjo chegam de forma institucional para depois serem direciona-dos às áreas internas apropriadas”.

A New Holland também apóia, desde 1994 e de forma permanente, os projetos Casa de Apoio à Criança Carente e O Som da Nossa Vida, ambos de Contagem, na Grande Belo Horizonte.

O missionário Roberto Bertoli e parte das 420 crianças atendidas pela Sociedade São Miguel Arcanjo

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Ações Sociais

• Capacitação em gestão de Produção e vendas de Produtos de Padaria: desenvolvido pela Associação Jaibense de Apoio ao Menor, em Jaíba, interior de Minas gerais, proporciona a adolescentes que se encontram em situação de risco social e a seus familiares conhecimentos técnicos e práticos em panificação e confeitaria. o processo de formação promove a inclusão social e a inserção no mercado de trabalho.

• Programa de descentralização Cultural do instituto inhotim: desenvol-vido pelo instituto Cultural inhotim, localizado em Brumadinho, região Metropolitana de Belo Horizonte, o projeto viabiliza visitas orientadas ao instituto para estudantes do ensino fundamental e médio de escolas pú-blicas de Betim. os professores dessas escolas também são beneficiados, pois o projeto proporciona formação a eles, contribuindo para o melhor aproveitamento das atividades educativas.

• Projeto de Apoio à inovação e Humanização: desenvolvido pelo Hos-pital Pequeno Príncipe, em Curitiba-Pr, o projeto prevê a aquisição de equipamentos e materiais para uma oferta melhor do atendimento e uma assistência mais moderna ao paciente. Contempla as alas de ortopedia, Emergência, laboratório Clínico, Centro de diagnóstico de Câncer, Cardio-logia, uTi’s, neurologia e Centro de imagem.

• orientação nutricional para Humanização do Tratamento oncológico: desenvolvido pelo Hospital da Baleia, de Belo Horizonte, promove a qua-lidade de vida de crianças e adolescentes em tratamento oncológico, por meio da orientação e acompanhamento nutricional adequado, envolven-do as famílias no cotidiano da reabilitação e tratamento.

• Associação São Miguel Arcanjo - Salvando vidas: projeto da Associação São Miguel Arcanjo, em Barbacena, interior de Minas gerais, que promove a proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente, ofere-cendo acolhimento em regime de abrigo e trabalho com as famílias para restabelecimento do vínculo familiar.

• Construtores do Futuro: projeto do Salão do Encontro desenvolvido em Betim para ampliação das atividades de formação das crianças e ado-lescentes da cidade, por meio de oficinas de reforço escolar, formação artística e lúdico-esportiva.

• Artes de Minas: projeto do Salão do Encontro que tem como objetivo formar artesãos da comunidade e/ou que sejam membros de associações que desenvolvam projetos de geração de renda no campo do artesanato, por meio de nove oficinas: tear mineiro, tear chileno, tapeçaria de sisal, cerâmica, cestaria, bonecas de pano, flores e arranjos, cartões ecológicos e confecção de brinquedos pedagógicos.

• Add Cesta de 3 - Escola de Esporte Adaptado: projeto desenvolvido em São Paulo pela Associação desportiva para deficientes, que promove a inclusão de deficientes físicos por meio do esporte, educação e cursos de capacitação, facilitando sua inclusão na sociedade.

• Esporte para Todos: projeto da Prefeitura de Betim que prevê a realização de oficinas de 24 modalidades esportivas no ginásio Poliesportivo divino Braga, com o objetivo de democratizar as condições de acesso à prática consciente de atividades físico-esportivas.

• Atendimento físico-esportivo às pessoas com necessidade: projeto da Prefeitura de Betim que oferece o atendimento físico-esportivo às pessoas com deficiência em 16 modalidades, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

• Jogos da Juventude: projeto criado pelo Coni Brasile que estimula a prática esportiva por meio da realização de um campeonato envolvendo jovens de cinco estados brasileiros, em competições nas modalidades de natação, Atletismo e Futebol de Campo.

• natação rio 2016: iniciativa do Minas Tênis Clube focada no alto ren-dimento. o projeto propõe a preparação de atletas de natação para a participação nas olimpíadas de 2016.

• Manutenção da Programação da rede Minas 2010: pelo terceiro ano consecutivo a Fiat é uma das empresas mantenedoras da programação da rede Minas, emissora estatal mineira de televisão, levando aos telespecta-dores programas de conteúdo cultural, jornalístico, de emprego e renda, educação, ciência e tecnologia e sustentabilidade.

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Ações Sociais

• Acervos Museológicos - democratização do acesso e formação de agen-tes: Projeto do instituto Minas pela Paz que propõe a realização de visitas de alunos da rede pública de Belo Horizonte aos museus da cidade. Para ampliar o envolvimento dos alunos, o projeto realizará um concurso cultural com os trabalhos de desdobramentos das visitas e a capacitação de profes-sores como agentes culturais em curso de pós-graduação, em parceria com a Pontifícia universidade Católica (PuC).

• Sempre um Papo - Ano 24: projeto da Associação Sempre um Papo que propõe a realização de palestras gratuitas na Casa Fiat de Cultura sobre educação, cultura e filosofia, com artistas e referências dessas áreas.

• Teatro em Movimento: projeto proposto pela rubim Produções Culturais e Eventos que promove a circulação de peças teatrais pelo interior de Minas gerais, promovendo a descentralização e democratização do acesso à cultura.

• Encontros com o Professor: encontros com o Professor é um programa comandado por ruy Carlos ostermann em formato de talk-show, realizado quinzenalmente com intelectuais gaúchos e expoentes da cultura nacional, em Porto Alegre e outras oito cidades do interior do rio grande do Sul. As entrevistas são publicadas anualmente em um livro lançado durante a Feira do livro de Porto Alegre.

• lendas do Sertão – Cultura e arte no rio São Francisco: exposição realizada em Belo Horizonte pelo estilista ronaldo Fraga em 2010, tendo como tema central as várias manifestações artísticas da população ribeirinha. Em 2011 a exposição irá percorrer dez cidades cortadas pelo rio São Francisco.

• Jovens designers: a Mostra “Jovens designers” é uma exposição que reúne projetos de estudantes do último ano de 50 escolas de design do Brasil. São selecionados para a mostra os melhores trabalhos apresentados. dessa forma, a Fiat estimula a inovação e o reconhecimento à criatividade de novos talentos.

• 1º. Festival do Choro: o 1º. Festival do Choro vai revelar jovens talentos da música por meio de um concurso com realização prévia de uma oficina. os dez finalistas gravarão um Cd.

• Educação infantil inclusiva: contribuir para que crianças com deficiência do município de Betim tenham respeitado seu direito à educação básica, por meio da redução do preconceito por parte das educadoras, melhoria do nível de condições de acessibilidade física, preparação dos educadores para a promoção da educação da criança com deficiência e conscientização dos pais dos alunos em relação aos direitos à educação formal.

• Tecendo Sonhos, Construindo vindas: este projeto tem como objetivo pro-porcionar às crianças e adolescentes atividades de formação cidadã, preser-vando sua identidade e história, e estimulando as relações sociais positivas num ambiente de aprendizagem permeado pela arte e pela cultura. A me-todologia utiliza oficinas de reforço escolar e literatura, iniciação artesanal, iniciação em artes circenses, jogos pedagógicos e raciocínio lógico, inclusão digital e padaria escola.

movimento Nossa Betim: mobilizar e articular os diversos segmentos da sociedade para construir e estabelecer compromissos com um conjunto de indicadores e metas de melhoria contínua da qualidade de vida na cidade. é com esta perspectiva que nasce o Movimento nossa Betim, uma iniciativa au-tônoma e apartidária que tem como objetivo promover a co-responsabilidade solidária pela promoção do desenvolvimento justo e sustentável no muni-cípio. inspirado nos movimentos similares iniciados há mais de dez anos, o nossa Betim integra as redes Brasileira e latinoamericana por Cidades Justas e Sustentáveis. o Movimento nossa Betim tem uma estrutura horizontal e seus integrantes se organizam em grupos de Trabalho temáticos, abertos à participação de todos. Suas iniciativas, estratégias e posicionamentos são de-cididos pelo Comitê gestor, formado por seus fundadores e por representan-tes dos grupos de Trabalho, que se encontram sistemática e periodicamente. uma Secretaria Executiva apoia as atividades. os recursos do Movimento nossa Betim vêm de pessoas e empresas, como a Fiat. Rede Fiat de Cidadania: conjunto de parcerias formadas com fornecedores da empresa, concessionários, governo e terceiro setor na busca do fortaleci-mento das ações desenvolvidas pelo programa Árvore da vida.

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Ações Sociais, Culturais e Esportivas

Case Construction• Patrocínio à dupla (piloto e navegador) da equipe Total Source rally, parti-

cipante da Mitsubishi Cup 2011.New holland Construction• doação de recursos, por meio do Fundo da infância e Adolescência de

Barbacena (Mg), para a Sociedade São Miguel do Arcanjo, instituição que atende cerca de 400 crianças carentes. A new Holland Construction também emprestou o trator d150B para auxiliar nas obras de expansão da instituição.

• �Em parceria com a Casa Fiat de Cultura e Sempre um Papo, promoveu, no primeiro semestre de 2011, o seminário “Felicidade? – com Márcia Tiburi e Convidados”.

• incentivo à Casa de Apoio à Criança Carente de Contagem. A instituição atende cerca de 3.200 crianças e adolescentes em situação de risco social.

• incentivo à Associação Embaixada do Altíssimo – geração de davi, em Contagem (Mg). A instituição promove atividades para crianças, adoles-centes e mães advindas de situação de risco e abandono, como abuso sexual infantil e violência doméstica.

• Elaboração das publicações: “new Holland: 60 anos construindo histórias” e “60 anos de grandes obras e histórias – A construção do Brasil”.

• doação e empréstimo de máquinas para obras sociais e ambientais no Brasil.

Case (Case Construction e Case Ih)• Case é fornecedora oficial do grande Prêmio de Fórmula 1. As marcas

entrarão na pista com minicarregadeiras Skids Case Sv300, e tratores Maxxum 135 Case iH, para fazer o trabalho de resgate dos carros em diferentes pontos do autódromo.

• Patrocínio para o Palmeiras.• Programa Case multiação: Atende hoje cerca de 14.000 crianças e

promove ações de cunho social, cultural e esportivo para as comunidades locais. As instituições apoiadas são:

♦ liga Sorocabana de Basquete (lSB), time de basquete profissional de Sorocaba.

♦ Associação Cultural Pintura Solidária (Sorocaba).♦ Apoio ao Centro de Formação de Atletas vânia e vanira (Sorocaba).♦ Projeto Pérola (Sorocaba).♦ Associação Bola da vez (Sorocaba).♦ Pastoral do Menor (Sorocaba).♦ Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo.♦ Museu do Açúcar e do Álcool (Piracicaba).♦ Centro de referência de registros e Atenção aos Maus Tratos na infân-

cia de Piracicaba (CrAMi).Através do Programa também é realizado o empréstimo/doação de má-quinas para obras sociais e ambientais no Brasil.

CNh• Prêmio de jornalismo Econômico: lançado como Prêmio Fiatallis, em

1993, o Prêmio é dirigido à imprensa e tem como principal objetivo estimular a boa informação e o debate sobre a economia brasileira, valorizando as matérias e reportagens do setor que contribuam para o de-senvolvimento do país, traduzindo fatos e prestando serviço aos leitores. Em 2011, o Prêmio chegou à sua 19ª edição.

Ações Ambientais

• implementação de programas de coleta seletiva nas unidades CnH lAr em 2011.

• desenvolvimento de programas orientados na gestão e redução do consu-mo de energia nas unidades CnH lAr em 2011.

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Ações Econômicas

Atividade: produção de máquinas agrícolas e equipamentos para constru-ção, incluindo as marcas: new Holland Agriculture, Case iH, new Holland Construction e Case Construction.Receita Líquida 2010: u$$ 2,9 bilhão (América latina).Market Share 2010: as colheitadeiras detêm 47,2% do mercado nacional, os tratores agrícolas 24,5% e colheitadeiras de cana 40%. na área de máquinas de construção, a Case new Holland detém 29,3% de participação.

Ações Sociais, Culturais e Esportivas

New holland Agriculture• Realização do Prêmio New holland de Fotojornalismo: em sua sétima

edição, o concurso recebeu fotografias do Brasil, uruguai, Paraguai, Ar-gentina de cerca de 310 fotógrafos, entre profissionais e não profissionais.

• Realização do projeto cultural Brasil de Bombachas: promovido um concurso que premiou o melhor relato de gaúchos e descendentes que sa-íram do estado para colonizar o Brasil. A vencedora ganhou uma viagem para a Fábrica da new Holland em Zedelgem, na Bélgica.

• Lançamento do livro Brasil de Bombachas: em parceria com o jornal Zero Hora, o livro traz uma série de reportagens que contam as histórias de gaúchos espalhados por diferentes regiões agrícolas brasileiras.

• Programa Bem Nascer: implementado em 2004 na unidade de Curitiba, tem o objetivo de acolher, informar e cuidar das futuras mães. direcio-nado para as colaboradoras diretas e terceiras, dependentes de colabo-radores e moradoras da comunidade próxima à fábrica. Em 2011, foram atendidas 142 gestantes.

• Programa Atleta do Futuro: iniciado em 2002, na unidade de Curitiba, atende crianças e adolescentes da comunidade e filhos de funcionários, proporcionando atividades esportivas e socioeducativas. Em 2011, foram atendidos 82 alunos.

• Feira Social: com o objetivo de alavancar a promoção social das institui-ções, a unidade de Curitiba, em 2010, oportunizou a comercialização de produtos artesanais junto aos seus colaboradores.

• Campanha do Agasalho: em 2011, a unidade de Curitiba arrecadou em torno de 350 kg de roupas e acessórios de inverno, beneficiando institui-ções carentes que atendem moradores de rua e idosos.

• Apoio ao Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

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Ações Premiadas

2011: Prêmio Cidadãos do Mundo para o programa Árvore da vida, na categoria responsabilidade Social Empresarial, promovido pelo jornal Hoje em dia. 2010 e 2009: “Melhor Empresa na gestão da responsabilidade Social, recursos Humanos e Sustentabilidade Financeira” no setor de veículos e indústria de Transporte, reconhecida pela publicação “As Melhores da dinheiro”, da revista istoé dinheiro.Pelo quarto ano consecutivo, o projeto Árvore da vida é premiado pela Aberje, nas seguintes categorias:• 2009: A Comunicação como Catalisadora da Transformação Social – Co-

municação e relacionamento com a Comunidade• 2008: Tv Árvore da vida (parceria com a Puc Tv) – Comunicação e relacio-

namento com a Comunidade• 2007: rede Fiat de Cidadania – Comunicação e relacionamento com

Fornecedores• 2006: Projeto Árvore da vida – Comunicação e relacionamento com a

Comunidade

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Ações Ambientais

• A planta de Piracicaba possui o iSo 14.001, norma internacional de “Sistema de gestão Ambiental”. As demais fábricas estão em processo de certificação, atestando que a CnH lAr tem cada vez mais responsabilida-de com o meio ambiente nos locais onde ela atua.

• Unidade de Piracicaba (SP): a água tratada na Estação de Tratamento de Efluentes é utilizada para alimentar um lago com peixes, antes de ser despejada na rede pública. na ilha Ecológica, o índice de reciclagem é de aproximadamente 95% do resíduo gerado. A maior parte se transforma em combustível em usinas fabricantes de cimento.

• Unidade de Contagem (mG): reciclagem de mais de 90% dos resíduos sólidos gerados. Efetiva redução do consumo de energia com “programas de redução de perdas de ar comprimido”.

• Unidade de Curitiba (PR): reciclagem de 95% dos resíduos sólidos gera-dos. 100% dos efluentes recebem tratamento.

• Complexo Industrial de Sorocaba (SP): Fábrica e Centro de distribuição de Peças:. Tratamento de borra de tinta – ciclo de reciclagem da tinta evita o descarte para o meio ambiente.

• água potável: não é utilizada água da rede pública e há controle da água do subsolo, com monitoramento semestral através de poços profundos.

• Tratamento de água: 100% de reaproveitamento da água utilizada no processo industrial; resíduo biológico 100% tratado antes de ser lançado na rede pública de esgoto.

• instalação de telhas translúcidas, permitindo a passagem de luz e filtro do calor (economia de energia elétrica).

• Áreas verdes amplas nos terrenos da fábrica permitem maior absorção da água, menor desgaste do solo e retenção de calor.

• Área de proteção dos mananciais do rio Pirajibu,afluente do rio Sorocaba (Bacia Hidrográfica do rio Tietê).

• Centro de Distribuição: foi construído sob o conceito de green Building. Ecologicamente correto, o edifício adota uma série de soluções inteligen-tes, que melhoram o conforto térmico,economizam energia e racionali-zam o consumo de água.

Ações Premiadas • Pelo sexto ano consecutivo, a Case new Holland está entre as 150 melho-res empresas para se trabalhar, em ranking das revistas Exame e você S/A.

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Ações Sociais

• Oficinas de Gestão e Empreendedorismo: a iveco também vem pro-movendo oficinas de empreendedorismo social, educação ambiental e desenvolvimento profissional dos moradores da comunidade Cidade de deus, realizadas pela lenum Ambiental, empresa voltada para gestão de projetos socioambientais, parceira do Próximo Passo.

• Evento Próximo Passo: realizado em julho, o evento promoveu atividades diversas para os moradores do bairro Cidade de deus, em Sete lagoas, como aferição de pressão, venda de artesanato e comidas como geração de renda, brincadeiras para crianças, teatro ambiental, entre outros.

• Projeto Esporte na Cidade: oferece aulas de iniciação esportiva para alunos da rede pública de ensino de Sete lagoas. o projeto atende 300 crianças com as modalidades Futsal e vôlei, podendo se estender para o handebol e basquete, e os participantes são escolhidos de acordo com o desempenho escolar. o Esporte na Cidade trabalha com metodologia de capacitação e treinamento, com objetivo de formar atletas e promover a saúde, a socialização e a inclusão social.

• Projeto SEI (Projeto SócioEducativo Integrado): o projeto faz parte do Fundo da infância e Adolescência (FiA), e vai oferecer a 300 jovens de regiões de vulnerabilidade social de Sete lagoas oficinas de arte e cultura, música, esporte, idiomas e informática. o objetivo do projeto é fortalecer o relacionamento do jovem na família e na sociedade, além de proporcio-nar o acesso à atividades extracurriculares que proporcionam o desenvol-vimento intelectual e profissional.

• Projeto Ciência: foco no desenvolvimento ambiental, em parceria com o instituto de Arte Contemporânea inHoTiM.

• Teatro Redenção: a iveco vai patrocinar a restauração do teatro reden-ção, um dos imóveis mais importantes do patrimônio histórico de Sete lagoas. Com a finalização da obra, a comunidade ganhará um novo espaço para eventos culturais e mostras.

• Literata: pelo segundo ano consecutivo, a iveco realiza a literata, festa literária de Sete lagoas. neste ano, o grande homenageado será o autor Fernando Sabino, que vai inspirar temas de discussões literárias, mesas--redondas, oficinas, exposições e apresentações diversas, para públicos de todas as idades, entre os dias 23 e 26 de novembro, no Casarão. Em 2010, o evento reuniu mais de 3 mil pessoas para discutirem guimarães rosa.

• Teste Drive Solidário: desde 2010, a iveco adotou em todos os lançamen-tos de caminhões o Teste drive Solidário. Trata-se de uma ação em que, a cada teste-drive do novo caminhão lançado realizado por jornalistas, con-vidados e concessionários, uma cesta básica é doada para comunidades carentes próximas ao local onde o evento de lançamento é realizado.

Ações ambientais

Ilha Ecológica: A iveco recicla hoje 93% de todo o resíduo sólido gerado em sua fábrica de caminhões, o que equivale a mais de 15 mil toneladas por ano. o processo de reciclagem dos resíduos inicia-se na ilha Ecológi-ca, que foi inaugurada junto com a fábrica, em 2000, com o objetivo de receber, segregar, armazenar e destinar corretamente os resíduos sólidos gerados no processo produtivo. Além disso, na ilha, é tratado 100% dos resíduos líquidos nas duas estações de tratamento de efluente.nos últimos meses, a ilha passou por uma reforma que aumentou a sua capacidade de armazenamento em 77%., e só nos últimos 3 anos, a montadora aumentou 5 pontos percentuais na reciclagem de resíduos e a expectativa é que até 2013 o índice de reciclagem chegue a 99%.• Emissões atmosféricas: opera abaixo dos limites legais de lançamento

de poluentes atmosféricos. Já foram implantados sistemas de pós-com-bustores de pintura, aspiração de sola de carroceria e escapamento de veículos, exaustão de Co2 no interior do galpão de montagem e sistema de insuflamento de ar.

• ISO 14001: a iveco conquistou a certificação ambiental pelas melhorias nos indicadores e às reformas na ilha Ecológica. o iSo 14001 estabelece normas de gerenciamento da área ambiental, e o levantamento de aspec-tos e impactos ambientais foi realizado em todas as áreas da empresa.

• Desenvolvimento produtos: investimento no desenvolvimento de pro-dutos com baixo consumo de combustível e pioneirismo nos combustíveis alternativos.

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Ações Econômicas

Atividade: produção de caminhões leves, médios e pesados, ônibus, veícu-los comerciais para aplicações militares, fora de estrada, bombeiros, defesa civil, entre outros. A linha de produtos é composta pelos modelos iveco dai-ly, iveco Stralis, iveco EuroCargo, iveco Cavallino, iveco Tector, iveco Cursor, iveco Trakker e iveco vertis.Market Share até jul/2011: cerca de 9,2%.

Ações Sociais

• Projeto Top Driver: treinamento e capacitação de motoristas para torná--los melhores condutores, além de garantir redução de custos com trans-porte e manutenção da frota de caminhões.

• Programa Próximo Passo: desenvolvido desde 2007 com o objetivo de promover ações de curto e longo prazo em benefício da comunidade, clientes, funcionários e fornecedores, o Próximo Passo é baseado em três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Suas ações envolvem o uso racional de recursos, a reciclagem, a ética, a cidadania, a capacitação e o desenvolvimento.

• Projeto Sempre Um Papo na Comunidade: série de palestras realizadas na comunidade de Sete lagoas, sede da empresa no Brasil, que discute temas voltados para a responsabilidade social, empreendedorismo, saúde e a família.

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ELLI Ações Sociais

• Bom de Bola, Bom na Escola: em parceria com a associação Beneficente recreativa e Educacional, incentiva a prática esportiva na vida de 180 jovens da comunidade, com idades entre 6 e 17 anos, estreitando a rela-ção do aluno coma escola por meio de reforço escolar, suporte médico, assistência odontológica, avaliação nutricional, além de acompanhamento social e psicológico

• Projeto Dançando e Transformando: a Associação Conquista visa trabalhar por meio deste projeto com a inclusão social das pessoas com deficiência e conscientização das crianças, adolescentes e comunidade no todo, mostrando a importância do respeito às diferenças na sociedade. Público alvo: Professores e alunos.

• Projeto Cozinha Escola: coordenado pela Fundação Padre dehon, o pro-jeto tem como objetivo a capacitação profissional e formação das pessoas, com temas centrados em alimentação, tais como: cuidados, processamen-to e reaproveitamento de alimentos no sentido de desenvolver hábitos ali-mentares, privilegiando-se uma educação voltada para uma alimentação equilibrada e saudável, promovendo a oportunidade de capacitação para o trabalho de forma autônoma ou não, e condição de geração de renda para os participantes. Público alvo: mães e donas de casa.

• Projeto Escola de Arte musical: coordenado pela Corporação Musical e Euterpe operária de lavras, o projeto visa desenvolver atividades de capacitação relacionadas com o ensino musical com instrumentos de so-pro e percussão, promovendo condições ideais para que jovens e adultos exerçam atividades profissionais através da arte musical

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• Projeto Vida Nova: apoio ao programa da Escola Evangelho Esperança, que oferece a população da região atendimento para prevenção ao uso de drogas e outras substâncias psicoativas

• Ler e escrever é bom saber: apoio ao programa da Casa Betânia da Paz, que promove trabalhos educacionais e sociais, além de prestar serviços de assistência social e saúde para crianças, adolescentes e suas famílias.

• Ampliando horizontes com arte: apoio ao projeto do Centro de Convivência, Aprendizagem, reabilitação e Trabalho (CCArT), que visa a capacitação de pessoas com deficiência intelectual (mental) para possível inclusão no mercado de trabalho através de vivencias práticas em grupo.

• Projeto Colorindo a Vida: apoio ao projeto ConTATo – obras sociais e educacionais, visa possibilidades de melhoria na qualidade de vida, apon-tando para a comunidade alternativas sociais, educacionais e de saúde.

Santo André, mauá e São Bernardo do Campo

• Jovens em Ação (Casa matheus): apoio ao projeto que visa qualificar adolescentes de 15 a 18 anos para ingressarem no mercado de trabalho como aprendizes contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das famílias e a formação de jovens conscientes do seu papel como transfor-madores da realidade social de exclusão e maginalização.

• Bom de Bola, Bom na Escola: apoio ao programa da Associação Bene-ficente recreativa e Educacional Magneti Marelli Cofap (ABr), dirigido a crianças e adolescentes. São oferecidas aulas de futebol com obrigatorie-dade da apresentação de notas.

• GR mauá: apoio ao projeto da Assocaiação Educacional, esportiva e cultural Tryade que visa contribuir para a formação integral da criança e da adoles-cente (meninas de 6 a 20 anos) propiciando através da ginástica rítmica, o desenvolvimento global valorizando sua participação na sociedade.

Ações Ambientais

• Resíduos sólidos: reciclagem e reaproveitamento de mais de 80% dos resíduos, com destaque as sucatas (sucata de amortecedores é utilizada como matéria-prima na fundição de São Bernardo do Campo). implan-tação da coleta seletiva em todas as plantas. Programa recicle Melhor nas unidades do ABC, no qual parte da verba gerada com os materiais reciclados é destinada para a compra de kits de material escolar para os filhos dos colaboradores.

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Ações Econômicas

Atividade: produz componentes automotivos nas áreas de powertrain, sistemas eletrônicos, iluminação, amortecedores, escapamentos, suspensão, camisas de cilindro, pedais e plásticos.Market Share 2009: s istemas de injeção 41% (Powertrain), Painéis 36% (Sistemas Eletrônicos), Faróis 37 % (iluminação), Amortecedores 63% (Amortecedores), Sistemas de Exaustão 41% (Escapamentos), Travessa 14% (Suspensão), Camisas de cilindro 35% (Camisas), Filler neck 9% (Módulos e Componentes Plásticos).

Ações Sociais

• Formare: o Programa Formare tem como objetivo desenvolver as po-tencialidades de jovens de populações de baixa renda para integrá-los à sociedade como profissionais e cidadãos. o curso proporciona aos alunos uma formação profissional. Com duração de um ano, é realizado dentro da empresa e os jovens recebem benefícios como bolsa-auxílio, transpor-te, alimentação, convênio médico e odontológico. A Escola formare na Marelli está instalada nas unidades: lavras, Mauá e Santo André, Amparo, Hortolândia e São Bernardo.

Amparo• Formação Técnico Profissional de Adolescentes: apoio ao programa da

Associação guarda Mirim, que promove capacitação profissional e desen-volvimento de habilidades psicossociais, para inserir e manter adolescen-tes no mercado de trabalho.

• Projeto Sócio Educativo: apoio ao projeto do Educandário nossa Senho-ra do Amparo, voltado para o acompanhamento de crianças e adolescen-tes, com aulas de reforço escolar, atividades de lazer e habilidades sociais, artísticas e manuais.

• Educação e Qualificação para o Trabalho: entidade responsável é a APAE Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais - AMPAro, quando se iniciou a inclusão da pessoa Portadora de necessidades Especiais – PPnES no mercado de trabalho. Em resumo o objetivo do projeto é o de Cooperar com a inserção do portador de necessidades especiais, estando de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, e em conformida-de com a legislação vigente, de forma a capacitar 30 alunos no período de 11 meses, em habilidades básicas, que tem como objetivo a educação e a qualificação para o trabalho, utilizando-se de ferramentas como a leitura, comunicação, raciocínio lógico, conhecimentos gerais e a prática da cidadania, visando prepará-los para o mercado de trabalho.

• Apoio Pedagógico, Orientação às Famílias e Incentivo Cultural: da Associação da Mulher unimed de Amparo e visa promover o envolvimen-to e a integração das crianças e adolescentes e adultos portadores de deficiência visual no sistema regular de ensino, promovendo ações que contemplem a inserção e a permanência no contexto educacional e social, através de recursos apropriados para o desenvolvimento de suas ativida-des escolares, utilizando materiais didáticos, tecnologia da informática, recursos ópticos e não ópticos, suprindo as necessidades individuais dos nossos assistidos, reforçando assim, a melhoria da qualidade de ensino e minimizando as dificuldades apresentadas pelo deficiente visual nos dife-rentes aspectos de sua vida, através de profissionais qualificados.

• O projeto movimento Arte: do MArP – Movimento de Ação rural do Bairro Pantaleão, tem como objetivo: Promover a geração de renda e a valorização do trabalho, bem como capacitar as mulheres para o mercado, despertando a importância da autonomia para a subjetividade humana e cidadania, afim de promover melhora da auto estima, qualidade de vida e aumento no orça-mento doméstico para as envolvidas e para toda a comunidade.

Lavras

• Projeto Acamar/Associação dos Catadores de materiais Recicláveis: promove o exercício da cidadania e novas práticas de sociabilidade, além de favorecer a geração de empregos e despertar a consciência ambiental da população por meio de parceria com a Fundação Pró-defesa Ambiental.

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FPT – PoWErTrAin TECHnologiES

Ações EconômicasAtividade: desenvolve, produz e comercializa sistemas de propulsão para caminhões leves, médios e pesados; máquinas de construção e agrícolas; geradores de energia; aplicações industriais e marítimas. Em Sete lagoas (Mg), produz os motores F1A, F1C, 8140, nEF (4 a 6l), Cursor 9, Cursor 13, S 8000 e g-drive.

Ações Ambientais

Sete Lagoas• ISO 14001: certificada desde 2009.Consumo de energia por ítem produzido:• o consumo cresceu de 62,1 kWh para 67,7 kWh de 2008 para 2009, com

projetos de melhorias reduziu de 67,7 para 48,26 em 2010 e Superou o record de redução até setembro de 2011 com consumo médio 44,52 kWh.

TEKSid

Ações Econômicas

Atividade: maior grupo de fundição de autopeças do mundo com mix de produtos composto por mais de 200 tipos de peças em fundidos de ferro e alumínio destinadas à indústria automotiva mundial.Market Share: líder na produção de blocos de motor automotivos, detendo 70% do mercado nacional.Nova fábrica de alumínio: Fábrica moderna que produz cabeçotes para motores 1.0 e 1.4 Evo. Capacidade produtiva de 10 mil toneladas ano, o equivalente a 250 mil peças.

Ações Sociais

• Filhote do Salão do Encontro: projeto social que oferece oficinas de marcenaria, cestaria e tapeçaria de sisal, flores, tear chileno, informática, literatura, sala de jogos pedagógicos e circo para crianças e adolescentes de Betim (Mg).

• Projeto água em casa: Construção de caixas de captação e armazena-mento de água no vale do Jequitinhonha, região norte do estado de Minas gerais, amplamente castigada pela seca.

• Projeto horta Comunitária: Construção de hortas nas escolas no vale do Jequitinhonha. iniciativa em parceria com a Prefeitura Municipal de Monte Formoso e a Emater-Mg, cujo objetivo é contribuir para a redução dos índices de desnutrição da região e estimular o respeito e o cuidado com o meio ambiente.

• Campanha Natal Solidário: campanha interna (anual) de arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas e brinquedos para doação a entidades e famílias carentes do vale do Jequitinhonha e região metropolitana de Belo Horizonte. Mais de 900 toneladas já foram doadas desde o início da campanha, em 2001.

• Projeto Creches: apoio a 16 creches da região metropolitana de Belo Horizonte, totalizando 2 mil crianças beneficiadas.

• Teksid Solidária: programa de estímulo ao voluntariado. • Escola Teksid de Fundição: voltado para jovens com formação técnica,

que tem a oportunidade de participar de aulas práticas e teóricas sobre fundição, manutenção mecânica, elétrica e projetos.

• Adolescente Aprendiz: parceria com a ramacrisna visa dar oportunidade de experiência profissional à jovens de baixa renda.

• Formare: oferece cursos de capacitação, com foco no negócio da empre-sa, a jovens que cursam o Ensino Médio.

• Aprendiz Social: oferece o curso de aprendizagem a jovens de 18 a 23 anos.

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Ações Ambientais

• Redução do consumo de água: a unidade de São Bernardo do Campo (SP) reutiliza 100% dos efluentes orgânicos gerados. A unidade de Santo André, reutiliza cerca de 600m3/mês, por meio de circuito fechado para refrigeração dos fornos de sinterizados. A unidade de Amparo também implantou o reuso de água do sistema de remediação, cujo tratamento atende aos padrões de potabilidade e evita o descarte de cerca de 2.200 m3/mês. outras plantas, como Hortolândia e itaúna estão em fase final de implantação do projeto. outras ações: substituição gradativa das torneiras convencionais por torneiras com controle de fluxo, substituição de tubula-ções e controle de vazamentos.

• Redução do consumo de energia: utilização de máquinas e equipamen-tos com dispositivo de economia de energia, uso de telhas translúcidas para redução da utilização de iluminação ambiente, substituição de lâmpadas convencionais por do tipo lEd, energia solar para aquecimento de vestiários (concluído em Suspensão Contagem e Amortecedores Mauá), identificação de perdas ar comprimido, entre outras ações.

• Substituição de produtos químicos utilizados nos processos fabris por outros de menor toxicidade, em linha com as diretrizes do rEACH – Comu-nidade Européia.

• Green Building em hortolândia: construção de Tech-Center e galpão in-dustrial conforme os requisitos do uS green Bulding, visando à eficiência no uso de energia e materiais sustentáveis.

• Investimento total em ações relacionadas ao meio ambiente nos últi-mos 5 anos: r$ 46,0 milhões.

• Inventário GEE – Gases do Efeito Estufa: concluído nas plantas de Amparo e Hortolândia e em andamento nas demais plantas, com previsão para conclusão no início de 2012.

• A Magneti Marelli investe fortemente em produtos ecológicos (Flex, Tetra, Free Choice, farol a full-lEd).

Ações Premiadas

• Prêmio de melhor performance Challenge Bibendum - Sistema Flexfuel e menor emissão de Co2 2010.

• Prêmio da revista Autodata - Categoria “Sustentabilidade”.• Prêmio rEi (reconhecimento à Excelência e inovação) elege melhor case

na categoria Autopeças Eletroeletrônicos - fornecimento do sistema de injeção eletrônica, desenvolvido pela Magneti Marelli, para o primeiro ôni-bus elétrico híbrido com motor à combustão movido a etanol do mundo.

• Prêmio III mérito Amigos da natureza: esta premiação ambiental é concedida às empresas que se sobressaem no município de Contagem pela realização de ações voltadas à preservação do Meio Ambiente e ao desenvolvimento Sustentável.

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Ações Ambientais

Consumo de água por ítem produzido:• o consumo reduziu de 280 litros para 240 litros – uma diminuição de 15%

entre 2008 e 2009, com projetos de melhorias atingiu uma eficiente de 240 litros para 213 litros em 2010 e até setembro de 2011 um consumo médio de 232 litros.

Gestão de resíduos por ítem produzido:• A geração de resíduos reduziu de 60 Kg para 40,7 Kg – uma diminuição

de 30% de 2008 para 2009.• Em 2010 atingiu mais uma meta de redução de 30% na geração de

resíduo, caindo para 28,55 kg/und e até setembro de 2011, 26,33 kg de geração de resíduo / und produzida. Tendo como ações importantes as atividades de reciclagem e có-processamento de todo o resíduo gerado no processo produtivo.

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CoMAu

Ações Econômicas

Atividades: projeto, construção e montagem de equipamentos e linhas automatizadas para o setor automotivo e de manufatura; automação robo-tizada para linhas de prensas; linhas de montagem final para o segmento automotivo; centros de usinagem de grande porte, bem como o forne-cimento de linhas de montagem para motores e câmbio, engenharia de produto para a indústria automotiva; fornecimento de células robotizadas; gestão de ativos industriais em diversos segmentos da indústria, incluindo serviços, planejamento e engenharia de manutenção de linhas de produção, operação e manutenção de utilidades e gestão predial, com contratos de preço fechado e/ou por desempenho; manutenção corretiva, preventiva e preditiva em equipamentos; engenharia de processos para a indústria auto-motiva, aeroespacial e militar.

Ações Sociais

• Programa Inclusão Eficiente: visa à qualificação e inclusão profissional de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Através deste, a empresa promove a convivência saudável e produtiva de pessoas com deficiência no ambiente organizacional.

• Programa Semear: a Comau incentiva seus colaboradores a doarem parte do imposto de renda ou através de doações voluntárias ao Fundo para a infância e Adolescência (FiA), capitalizando recursos para ajudar institui-ções de caridade.

• Linha do Saber: em parceria com o Senai e a Prefeitura de Betim, a Comau promove cursos de mecânica industrial para 40 jovens em situação de vulnerabilidade social. o curso está no segundo semestre de quatro previstos e alguns já trabalham conosco.

• Projovem: a Comau realiza ações em parceria com o Projovem, programa do governo federal que busca a reinserção dos jovens no processo de escolarização. As ações da empresa incluem palestras para profissionais e jovens e qualificação profissional com cursos de aprendizagem. 20 alunos foram contratados pela Comau.

• Voluntariado: a Comau incentiva seus colaboradores a participarem de ações voluntárias em todo o país. Em determinadas datas do ano, são realizadas campanhas em prol da arrecadação de donativos que são enca-minhados a instituições indicadas pelos próprios colaboradores.

♦ Aprendiz: mais de 100 jovens envolvidos. neles, aprendem uma profissão e participam de palestras com colaboradores da Comau. os cursos podem ser técnicos, em parceria com o SEnAi, ou administrati-vos, em parceria com o CESAM.

♦ Sustentabilidade: em 2010 foi realizada a Campanha Movimento Co-mau pelo planeta com um grupo de 200 líderes e a criação do comitê de sustentabilidade. Em abril deste ano, o comitê participou de um encontro de sustentabilidade, assistiu a palestras e, depois, respondeu presencialmente o questionário Ethos. A partir deste trabalho surgi-ram projetos que serão desenvolvidos a partir de 2012.

Ações Ambientais

• Ecomau: Programa de gestão ambiental, que tem como lema “uma atitude de todos” e visa a sensibilizar os colaboradores para a preservação do meio ambiente, em cumprimento às normas da iSo 14001. inclui as seguintes ações: Programa 5S, 3r (reduzir, reutilizar e reciclar) e Coleta Seletiva.

♦ Não ao Desperdício: campanha que incentiva os colaboradores a evitarem o desperdício no dia a dia de trabalho. Essa iniciativa possui valor universal, já que pode ser adotada tanto na empresa quanto ser adaptada na vida doméstica.

♦ ISO 14001: a sede da Comau do Brasil, em Betim (Mg), conquistou a Certificação Ambiental em 2008.

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Ações Sociais

• Inclusão Eficiente: promove a inclusão produtiva de pessoas com defici-ência no mercado de trabalho.

• Telecurso: oferece o curso de Ensino Fundamental aos colaboradores que não possuem esta escolaridade.

• Bem Nascer: orientações e acompanhamento a colaboradores e esposas que aguardam a chegada de um bebê.

• Papo Família: oferece palestras para colaboradores e familiares sobre te-mas como planejamento financeiro, familiar, sexualidade na adolescência, direção defensiva e uso de drogas.

• Colônia de Férias: oferece cultura, esportes e lazer para filhos de colabo-radores de 6 a 12 anos.

• Prêmio Fiat de Educação: Premia os filhos de colaboradores com as maiores notas no Ensino Médio e na graduação.

Ações Ambientais

• ISO 14001: primeira fundição do Brasil a obter a certificação.

• Gusa líquido: primeira fundição no mundo a receber o ferro-gusa em estado líquido de fonte externa diretamente em sua linha de moldagem, o que possibilitou uma economia de 32% no consumo de energia elétrica.

• Acompanhamento de fornecedores: visa a garantir práticas sustentáveis em toda a sua cadeia produtiva.

• Emissões atmosféricas: única fundição do mundo a obter a certificação Carbon Footprint que assegura o monitoramento das emissões dos gases de efeito estufa.

• Efluentes Líquidos: todos os tipos de líquidos que circulam na empresa, gerados nos processos domésticos ou industriais, são tratados nas Esta-ções de Tratamento de Efluentes Biológicos, industriais e Pluviais.

• Regeneração de areia: processo de recuperação da areia utilizada no pro-cesso produtivo, permitindo a reutilização do material que seria descarta-do em aterros controlados.

• Novo processo de pintura de machos: mudanças no transporte, esto-cagem e manuseio da tinta utilizada na pintura de machos garantiram redução do consumo de água, eliminação do uso de até 2,7 mil tambores por mês entre transporte e movimentações internas, além da otimização do processo com redução da geração de resíduos.

• Resíduos Sólidos: implantação da coleta seletiva com destinação dos materiais para ilha Ecológica. A madeira dos pallets é destinada ao projeto Filhote do Salão do Encontro, para a realização da oficina de marcenaria.

• Otimização de recursos e processos: são adotadas as metodologias TPM (Manutenção Produtiva Total) e Seis Sigma para uso racional de recursos, otimização de processos e eliminação de desperdícios.

• hPI (High Performance Iron): nova liga de ferro fundido para motores de nova geração, que possibilita menor emissão de poluentes e menor consumo de combustível.

• PSIU (Programa de Sugestões e Ideias úteis): estimula colaboradores a sugerirem ideias que visem, dentre outras coisas, à sustentabilidade.

• Semana do meio Ambiente: evento anual com palestras, apresentações teatrais e intervenções sobre a importância da preservação dos recursos naturais e conservação do planeta.

Ações Premiadas• Qualitas Awards: responsabilidade Social, oferecido pelo Fiat group

Purchasing.• Prêmio Autodata: inovação Tecnológica com a liga HPi.

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Ações Sociais

• Ampliação do hospital Pequeno Príncipe em Curitiba (PR): desde 2006, destina recursos para aumentar em 26% a capacidade de aten-dimento clínico da instituição, que é referência nacional no tratamento médico infantil pelo SuS. A construção da Sala de recreação e lazer foi concluída em 2008.

• Campanha de doação de roupas e material de higiene: arrecadados para os atingidos pela enchente do rio de Janeiro e Blumenau, em janeiro de 2011.

Ações Ambientais

• Criação do Comitê de Sustentabilidade BCNh: ações de conscientização para público interno, visando o uso racional de recursos como luz, água e redução de impressões.

• Ação Squeeze: os copos plásticos foram substituídos por garrafas de inox reduzindo pela metade o consumo deste material.

• Ação Régua de Papel: implantação de régua que mede o desperdício semanal de papel.

• Ação Impressão Frente e Verso: configuração de impressoras para im-pressão frente e verso.

• Ação Plante um Ipê: distribuição de mudas de ipê roxo e branco para funcionários e dealers.

• Ação Pense Bem Antes de Imprimir: incentivo de inserção de uma ima-gem ecológica nas assinaturas digitais conscientizando sobre a impressão de emails desnecessários.

• BCNh Informer Verde: Canal de comunicação interno que informa dados do Comitê de Sustentabilidade e ações propostas.

FiAT SErviCES

Ações Econômicas

Atividade: realiza contabilidade, controle fiscal, contas a pagar e tesoura-ria, controle ativo fixo, contas a receber, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, arquivo e gestão de atividades de pessoal. Atua na área de Comércio Exterior (consultoria, desembaraço alfandegário, gestão logística e transporte).Implantação do WCA: programa que visa à sustentabilidade do negócio e eficiência dos serviços.

Ações Sociais• Eventos sociais do Grupo Fiat: apoio e patrocínio.• Fundação Fiat: incentivo e apoio em ações sociais.

Ações Ambientais

• Campanha interna de utilização consciente de energia: colocação de adesivos em pontos estratégicos da empresa para reforçar essa atitude.

• Implantação do Housekeeping: programa de 5S que incentiva e viabiliza o uso eficiente e moderado de vários recursos, como papel, água e energia.

BAnCo FidiS

Ações Econômicas

Atividade: suporte financeiro para a rede de concessionários Fiat, iveco e Chrysler por meio de linhas de crédito para capital de giro e financiamento de estoques de veículos novos e usados. Financiamento ao consumidor final de Caminhões e onibus da marca iveco, oferecendo uma linha completa de produtos financeiros, tais como CdC, leasing e Finame. Financiamento ao consumidor final de veículos de passeio da marca Chrysler nos produtos CdC e leasing.

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Ações Premiadas

2008• Prêmio Segurança e Qualidade da Petrobras/regap.• Prêmio Qualitas Awards – Compras de Materiais indiretos e Serviços, ofe-

recido pelo Fiat group Purchasing.• reconhecimento nacional em responsabilidade Social - Prêmio Talentos

em rH, promovido pela revista gestão & rH.2009• Prêmio Segurança e Qualidade da Petrobras/regap.• Prêmio Qualitas Awards – Compras de Materiais indiretos e Serviços, ofe-

recido pelo Fiat group Purchasing.• Melhores marcas da Manutenção – www.manutencao.net

FiAT FinAnçAS

Ações Econômicas

Atividade: atua na área de investimento, financiamento e cobertura de riscos, gestão das operações de financiamentos subsidiados, trade finance, project finance, administração de fundos de pensão dos funcionários do grupo Fiat, governança, análise e estabelecimento de parâmetros macro-econômicos e distribuição de títulos (CdB) das empresas financeiras do grupo. é representante oficial dos interesses das sociedades junto ao Banco Central do Brasil, órgãos do governo em geral e agências de rating.Volume negociado 2010: r$ 336 bilhões.

Ações Sociais

• Patrocínio de projetos da Casa Fiat de Cultura (instituto Tomie ohtake) por meio de leis de incentivo.

• Projeto mesa Limpa: visa à organização do ambiente de trabalho, favorá-vel à concentração, criatividade e produtividade.

• Disseminação de práticas sustentáveis: ação de incentivo ao uso de copos e xícaras de vidro para redução dos descartáveis. Eventos dirigidos aos colaboradores e familiares.

Ações Ambientais

• Campanhas educativas: foco no público interno para redução do consu-mo de papel e de energia elétrica e para incentivar o consumo de etanol em substituição à gasolina.

• Utilização de papel certificado FSC (Forest Stewardship Council).

BAnCo CnH

Ações EconômicasAtividade: financiamento de máquinas agrícolas e de construção das marcas new Holland e Case. oferece seguros para máquinas e implementos da Case new Holland. Em 2010, foram financiadas 2.821 máquinas e até setembro de 2011, 3.180.

Ações Sociais

o Banco participa de todas as iniciativas da CnH indústria com destaque para as seguintes ações:

• Apoio ao Lar o Bom Caminho: desde 2005, destina recursos à entidade, que atende crianças de até dois anos, negligenciadas ou abandonadas pelos pais e que aguardam na fila de adoção (onde está localizado).

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IDIS

Ações Sociais

• Apoio ao ministério Criança Feliz por meio do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA): localizada em Belo Horizonte (Mg), a instituição aten-de crianças e adolescentes com trajetória de vida nas ruas e em situação de risco, promovendo sua reintegração familiar e comunitária por meio de uma pedagogia voltada para o desenvolvimento cognitivo psicológico, intelectual e visão empreendedora. Este ano, uma das instituições atendi-das com as doações foi a CdM (Cooperação para o desenvolvimento e a Morada Humana) através do projeto Árvore da vida.

• Apoio ao Programa Viva o Esporte para Todos: têm o propósito de ofertar a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, junta-mente com outras crianças, opções de ocupação de sue tempo de forma saudável e segura. o projeto visa reduzir a evasão escolar, proporcionando a integração dos participantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e de educação.

• Patrocínio de projetos realizados pela Casa Fiat de Cultura.• Patrocínio de peças teatrais.

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iSvor

Ações Econômicas

Atividade: contribuir para a competitividade das empresas clientes por meio do desenvolvimento humano e organizacional. um dos nossos desa-fios é transformar as estratégias das organizações em um processo contí-nuo de mudanças, por meio da educação corporativa. As ações do isvor são voltadas para toda cadeia de valor – funcionários, clientes, fornecedores e comunidades –, sempre de acordo com a perspectiva da cultura empresarial e o modelo de liderança de cada organização, com propostas inovadoras e sustentáveis. o iSvor desenvolve mais de 300 mil pessoas por ano, com projetos construídos pelas áreas Desenvolvimento Humano e Organizacio-nal, Soluções para a Rede de Concessionárias, Tecnologia Automotiva e Design Intelligence.

FidES – CorrETAgEM dE SEguroS

Ações Econômicas

Atividade: há mais de 40 anos no mercado brasileiro, a Fides atua na área de corretagens de seguros e gerenciamento de risco, dando suporte aos contratos das empresas da Fiat SpA, Fiat industrial e demais clientes. A Fides possui as mais inovadoras soluções em seguros e gerenciamento de riscos. Conta com uma equipe de profissionais capacitados e comprometi-dos com a construção de relações comerciais confiáveis e duradouras. Sua vivência internacional permite oferecer aos clientes uma assessoria com-pleta nos principais ramos de seguros: riscos patrimoniais, financeiros, de pessoas, energia, responsabilidade civil, engenharia, transportes, automó-veis e caminhões, máquinas agrícolas e de construção, saúde e planos de previdência privada aos funcionários do grupo Fiat.

Ações Sociais

• Casa Fiat de Cultura.• Asilo Nossa Senhora da Piedade – Lar da Vovó: desde 1992 destina

recursos à entidade. o lar da vovó abriga dezenas de idosas, dando-lhes carinho e respeito, além de um lar digno em um ambiente composto por capela, sala de fisioterapia, ambulatório médico e espaço para a realização de trabalhos manuais.

• Projeto mesa Limpa: visa à organização do ambiente de trabalho, favore-cendo a concentração, criatividade e produtividade.

Ações Ambientais• Consumo consciente de água, energia, copos descartáveis e papel, além

da coleta seletiva dos resíduos: realização de campanhas internas.• incentivo ao consumo de etanol em substituição à gasolina.

ISV

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Ações Sociais

• árvore da Vida / Capacitação Profissional: o iSvor atua como um parceiro do Programa no processo de desenvolvimento dos cursos e no treinamento dos jovens, capacitando-os para trabalharem nas concessio-nárias Fiat.

• Nossa Betim: participa e patrocina o Movimento nossa Betim – uma aliança entre cidadãos, empresas, entidades da sociedade civil e institui-ções de ensino, para construir e comprometer a sociedade e os gover-nos com um conjunto de metas para o desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida em Betim. o nossa Betim é um movimento autônomo, apartidário e aberto à participação de todos que queiram contribuir com seus objetivos. integra a rede Brasileira e a rede latinoa-mericana, por cidades justas e sustentáveis.

Ações Ambientais

• Coleta seletiva: destinação de papel e copos descartáveis para institui-ções que trabalham com reciclagem desses resíduos:

♦ Ascapel (Betim)♦ Asmare (BH)♦ ASTrAPi (ibirité)

Em junho deste ano foram doadas mais de 17 toneladas de papel para a Asmare!

• Priorização de materiais reaproveitáveis na oficina:♦ uso de luvas laváveis sempre que possível, deixando as novas para

operações mais detalhadas ou em casos mais extremos.♦ Preferência ao uso do jaleco de tecido (lavável) nas atividades rotinei-

ras de oficina. • Reciclagem do óleo utilizado na oficina: 100% do óleo usado na oficina

é reciclado! A empresa lWArT faz a coleta de todo o óleo e refina-o 2 vezes, para que o mesmo possa ser reaproveitado nas refinarias.

• Descarte correto do líquido que lava as peças da oficina:Este líquido é substituído, em média, uma vez por ano, quando deve ser descartado.

♦ Quando o líquido está sujo é adicionado um outro líquido que ajusta o pH da água;

♦ é usado um medidor de pH descartável (de piscina);♦ Quando o pH for 7, a água pode ser jogada no esgoto sem gerar pro-

blemas, pois não reage quimicamente neste pH e, logo, não polui.Em agosto deste ano, foi criado e divulgado, oficialmente, o iSvor Sus-tentável – o Comitê de Sustentabilidade do iSvor.

FundAção FiAT

Ações Econômicas

Atividade: responsabilidade social interna para colaboradores e familiares das empresas Fiat, tendo como principal oferta de produtos e serviços: pla-no de saúde (assistência médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica via rede própria e credenciada), entretenimento (eventos e clube corporativo) e desenvolvimento social (educação, cultura, esporte, assistência psicossocial e previdenciária, convivência).

Ações Sociais

• Programas de Promoção da Saúde:1. Respirar: prevenção de doenças respiratórias para o público infantil.2. Imunização: vacinas para adultos e crianças.3. Vida Nova: acompanhamento médico e educativo para o casal grávi-

do e o recém-nascido até completar 2 anos de idade.4. Nutrição e Saúde: combate à obesidade e reeducação alimentar.

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Ações Sociais

5. Prosa: grupo de discussão com temas como sexualidade e drogas,

voltados para a saúde dos adolescentes.

6. Programa de Planejamento Familiar: controle de natalidade e orien-

tações sobre o uso de métodos contraceptivos.

7. melhorAR: Programa de combate ao tabagismo através de acompa-

nhamento médico individualizado.

8. Bate Coração: Programa que ajuda o beneficiário a manter o controle

de saúde no caso de doenças crônicas como hipertensão arterial,

diabetes, alteração de colesterol e cardiovasculares.

• Incentivo à Educação:

♦ maratona Cultural: valorização e incentivo aos estudos, com envolvi-

mento direto dos pais, escolas e estudantes do ensino fundamental e

médio.

♦ kit Escolar: material escolar para estudantes do ensino fundamental.

♦ Portas Abertas: ciclo de palestras educativas sobre diversos temas

relacionados à família.

• Promoção da Cultura: teatro, cinema, dança, circo e variada oferta de

shows musicais por meio dos eventos e programação no Fiat Clube.

• Estímulo ao Esporte: competições desportivas de diversas modalidades,

como futebol, peteca, natação e kart e um clube corporativo (Fiat Clube),

que dispõe de uma ampla estrutura para a prática esportiva (piscinas,

quadras poliesportivas, campos de futebol, pista de atletismo, ginásio

etc.).

• Assistência Psicossocial: importante suporte de uma equipe de psicólo-

gos, que é extensivo aos familiares.

• Assistência jurídica: advogados à disposição gratuitamente, em parceria

com a PuC Minas.

• Assistência Previdenciária: orienta e auxilia os empregados do grupo Fiat

com relação aos benefícios oferecidos pelo Posto Prisma (Posto do institu-

to nacional do Seguro Social – inSS – dentro das empresas).

Ações Ambientais

• Eventos: promovidos com forte atenção à sustentabilidade e ao com-promisso com os recursos financeiros por meio da utilização de materiais possíveis de serem reaproveitados e também da destinação das sobras para projetos sociais. Em alguns eventos, são abordados temas relaciona-dos à preservação do meio ambiente (exemplos: Colônia de Férias 2009, Maratona Cultural 2010 etc.).

• Destinação adequada de resíduos: além de realizar devidamente a cole-ta seletiva em todas as suas unidades, a Fundação Fiat também divulga e pratica a coleta seletiva em todos os eventos realizados.

• Doação de lonas utilizadas em eventos para o programa árvore da Vida: reaproveitamento.

CASA FiAT dE CulTurA

Ações Econômicas

Atividade: realização de programas culturais e educativos, com atividades nas áreas de artes plásticas, música, cinema, educação, seminários e pales-tras, além de edição de publicações. Em cinco anos de atuação, apresentou 1.850 obras de arte entre pinturas, esculturas, gravuras, joias, objetos e fotografias. o público alcançado nesse período foi de mais de 350 mil visi-tantes, sendo 100 mil estudantes e grupos atendidos no programa educati-vo com a participação de 2.300 escolas e instituições. A cada exposição são envolvidos cerca de 200 profissionais, estimulando a geração de trabalho e renda no mercado cultural.

Ações Sociais

• Ampliação do acesso à cultura por meio da gratuidade de toda a progra-mação, com serviço de transporte gratuito oferecido, desde 2007, para escolas e visitantes. Entre 2007 e 2011, 55 mil pessoas foram beneficiadas com o transporte gratuito.

• infra-estrutura e equipamentos que possibilitam acessibilidade universal.

• Programa educativo para escolas e visitantes, incluindo material didático, palestras, oficinas, programação de cinema, visitas orientadas, além de assessoria ao professor.

• Programa de visitas direcionado a deficientes visuais e auditivos e porta-dores de necessidades especiais, além de grupos integrantes de projetos sociais.

• Pela primeira vez em Belo Horizonte, um espaço cultural disponibiliza profissionais com conhecimento de língua Brasileira de Sinais (libras) em sua equipe de educadores, com o objetivo de ampliar o atendimento espe-cializado.

• Apoio na edição do Caderno de Acessibilidade – reflexões e experiên-cias em exposições e museus, um guia com orientações práticas e infor-mações sobre como ampliar e aprimorar a relação das instituições ligadas à arte com seus públicos especiais.

Ações Ambientais• doação de todo o material utilizado na cenografia das mostras – madeira,

tecidos, acrílicos, placas de sinalização, banners e outros – para insti-tuições públicas e do terceiro setor, para reciclagem e apoio a projetos sociais.

Ações Premiadas

• Prêmio Minas desempenho 2008 da Revista Mercado Comum – categoria Excelência institucional de Minas – iniciativas Culturais de destaque.

• Prêmio Amide 2009 – Homenagem especial recebida da Associação Mi-neira de decoradores pela notória contribuição cultural e artística da Casa Fiat de Cultura prestada a Minas gerais e ao país.

• Ano da França no Brasil 2009 – Homenagem especial recebida do governo de Minas gerais e do Comissariado Franco-Brasileiro, pela realização das exposições O Mundo Mágico de Marc Chagall – o sonho e a vida e Rodin, do Ateliê ao Museu – fotografias e esculturas.

• Prêmio Minas desempenho 2009-2010 da Revista Mercado Comum – categoria Excelência institucional de Minas – iniciativas Culturais de destaque.

• Prêmio Aberje 2010 – categoria nacional de Comunicação de Programas, Projetos e Ações Culturais, com as exposições O Mundo Mágico de Marc Chagall – o sonho e a vida e Rodin, do Ateliê ao Museu – fotografias e esculturas.

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Ações Econômicas

Atividade: Escola internacional, da Educação infantil ao Ensino

Médio,reconhecida pelos governos brasileiro e italiano. Adota o padrão

europeu de ensino, alfabetização bilíngue e formação global, com o ensino

de inglês a partir da educação infantil, espanhol no ensino médio e opção

de latim. Também agrega o Centro de língua e Cultura italiana, que oferece

cursos do idioma, culinária italiana, arte, entre outros, que possibilitam a

difusão da cultura italiana em BH.

Ações Sociais

• Projeto Atentado Poético: realizado desde 2003, o projeto visa o

incentivo a leitura. A cada ano um formato diferente para tratar do tema:

Atentado Ecopoético, que focava a valorização ambiental; inspiração no

Bookcrossing, que estimula a distribuição de livros em pontos estratégicos

da cidade; distribuição de poesias e intervenções culturais como declama-

ção de poemas e distribuição de contos de escritores italianos, brasileiros,

ingleses e espanhóis, traduzidos pelos próprios estudantes.

• Doação a creches e asilos: duas vezes por ano os alunos se envolvem em

campanhas de arrecadação de alimentos, agasalhos e brinquedos, doados

a entidades filantrópicas. As crianças da Scuola Materna recebem alunos

de uma creche para o lanche coletivo e todos se divertem juntos.

Ações Ambientais

• Projeto Econscienza: alunos do Ensino Médio promovem palestras, ela-

boram materiais de conscientização e distribuem ecobags como forma de

disseminar idéias e ações ecologicamente corretas. o projeto já implantou

a coleta seletiva (papel, plástico, metal, óleo, pilhas e baterias), utiliza ven-

tiladores eólicos em alguns espaços e incentiva a redução do consumo de

água e energia. A grande meta é tornar a instituição uma referência para

os moradores do bairro como ponto de coleta para todos.

• Adoção da Praça da Criança Ney Werneck (Belvedere): mais conhecida

como Praça da Criança, no Belvedere, o local recebe cuidados e limpeza

semanal da Fundação Torino.

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AmBIENTALmENTE AmIGáVEL (Ecofriendly)o termo aplica-se às atitudes ecologica-mente corretas tomadas por empresas, ins-tituições ou pessoas. Atesta a concordância com o que há de mais sustentável naquele segmento.

AQUECImENTO GLOBALTermo utilizado para a elevação da tempera-tura do planeta. Especialistas afirmam que, nos últimos anos, o aquecimento tem sido causado principalmente pela alta concen-tração de poluentes na atmosfera. de acor-do com o iPCC (sigla em inglês para Painel intergovernamental sobre Mudanças Climá-ticas), o aumento da temperatura pode in-terferir nas diferenças entre as estações do ano, prejudicando a atividade agropecuária devido ao excesso de calor e à irregular dis-tribuição das chuvas.

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV)Método científico que faz o inventário dos fluxos de matéria e energia que entram e saem nos processos de transformação e avalia os impactos potenciais de um produ-to ou serviço sobre o meio ambiente, duran-te todo o seu ciclo de vida.

BIODEGRADáVELMaterial que pode ser decomposto por agentes biológicos. Plásticos, como o PET, podem levar mais de 200 anos para desa-parecer. A estimativa de decomposição da folha de papel é de três a seis meses. o vi-dro demora mais de quatro mil anos para ser eliminado. Já a latinha de alumínio, mui-to utilizada para armazenar bebidas, não é biodegradável.

BIODIESELCombustível alternativo produzido a partir de vários tipos de matérias-primas, como soja, canola, girassol, pinhão-manso, ma-mona, dendê e gordura animal. Pode ser utilizado em seu estado puro ou misturado ao óleo diesel.

BIODIVERSIDADEConjunto de todas as espécies de seres vivos do planeta. é a célula mãe do desenvolvi-mento sustentável, pois afeta a qualidade da vida humana.

BIOGáSgás combustível constituído principalmen-te de dióxido de carbono (Co2) e metano (CH4), produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até a qualidade do gás natural, para utilização como biocombustí-vel ou gás de madeira.

BIOmASSAMatéria de origem orgânica (vegetal, animal e micro-organismos) usada como combustível. A utilização como combustível pode ser feita a partir de sua forma bruta, como madeira na forma de briquetes, carvão e licor negro. Ao contrário das fontes fósseis de energia, como petróleo e carvão mineral, a biomassa é reno-vável em curto intervalo de tempo.

CADEIA DE VALORConceito criado pelo professor norte-ameri-cano Michael Porter, para identificar as ativi-dades dentro de uma empresa que agregam valor aos produtos e/ou serviços e que, como consequência, geram recursos, podendo ser fontes de diferenciação competitiva. o

conceito também se aplica ao conjunto de empresas de uma mesma cadeia de abaste-cimento. “(…) De nada adiantam esforços no sentido de inovar processos que nada podem acrescentar à competitividade da organização, à melhoria no relacionamento com os clientes/usuários, à entrada de novos nichos de mercado etc.” – Michael Porter

CONSUmO CONSCIENTEé consumir de forma consciente, buscando o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as conse-quências positivas desse ato não só para si mesmo, mas também para as relações so-ciais, a economia e a natureza. o consumi-dor consciente busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos gestos realizados por um número muito grande de pessoas pro-movam grandes transformações.

CRéDITO DE CARBONOA organização das nações unidas (onu) convencionou que uma tonelada de dióxi-do de carbono (Co2) equivale a um crédito de carbono, com valor monetário determi-nado pelo mercado. os créditos de carbo-no são oficialmente chamados de redução Certificada de Emissões (rCE). Para cumprir as regras referentes às emissões de carbo-no determinadas no Protocolo de Quioto, uma empresa deve comprar créditos de carbono de outras companhias localizadas em países em desenvolvimento, visando à compensação.

DESENVOLVImENTO SUSTENTáVELdesenvolvimento capaz de suprir as necessi-dades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades

das futuras gerações. é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e desenvolvimento, criada pelas nações unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conserva-ção ambiental.

DIóXIDO DE CARBONO (CO2)é um dos gases de Efeito Estufa (gEE), in-color e inodoro, produzido pela respiração, fermentação e combustão. é um dos com-postos essenciais para a realização da fotos-síntese. A produção de Co2 é um processo natural e fundamental para a vida.

DOW jONES SUSTAINABILITY INDEX WORLDCriado em 1999 pela Bolsa de valores de nova iorque, é o primeiro índice global para avaliar o desempenho financeiro das prin-cipais empresas do mundo que atuam com práticas de governança corporativa e de responsabilidade socioambiental orientadas pela sustentabilidade.

ECOEFICIêNCIAé alcançada mediante o fornecimento de bens e serviços, a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas e tra-gam qualidade de vida ao mesmo tempo em que se reduz progressivamente o im-pacto ambiental e o consumo de recursos, ao longo do ciclo de vida, a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sus-tentação estimada da Terra.

ECOLOGIA URBANACampo da Ecologia que estuda o ambiente e sistemas naturais dentro das áreas urbanas,

Sustentabilidade – conceitos Fundamentais

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de maneira a avaliar as interações entre plan-tas, animais e seres humanos, tratando as ci-dades como parte de um ecossistema vivo.

ECOSSISTEmAComplexo dinâmico de plantas, animais, mi-cro-organismos e características físicas am-bientais que interagem umas com as outras.

EDUCAÇÃO AmBIENTALno capítulo 36 da Agenda 21, é definida como processo que busca “desenvolver uma população que seja consciente e pre-ocupada com o meio e com os problemas que lhes são associados. uma população que tenha conhecimento, habilidades, ati-tudes, motivações e compromissos para tra-balhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos”.

EFEITO ESTUFAFenômeno decorrente do acúmulo de gases na atmosfera, que provocam a retenção de calor e o aumento de temperatura na Terra. Sem o efeito estufa, a temperatura média do planeta seria 33° C mais baixa. o aumen-to dos gEE na atmosfera tem potencializa-do esse fenômeno natural, provocando o aumento da temperatura global (aqueci-mento global).

ENERGIA NÃO RENOVáVELFontes de energia que se encontram na na-tureza em quantidades limitadas. Exemplos: carvão mineral, petróleo bruto, gás natural e urânio (matéria-prima necessária para ob-ter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear).

ENERGIA RENOVáVELFontes de energia que não se esgotam na natureza. Exemplos: energia solar, energia eólica (do vento), energia hídrica (da água

ao movimentar turbinas) e biomassa (que tem como fonte resíduos da agricultura e das florestas e tudo que é biodegradável).

GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE)gases listados no Protocolo de Quioto, res-ponsáveis pelo efeito estufa. São eles: dió-xido de carbono (Co2), metano (CH4), óxido nitroso (n2o), gases do grupo hidrofluorcar-bonos (HFC), gases do grupo perfluorocar-bos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI)organização não governamental internacio-nal, com sede em Amsterdã, na Holanda, cuja missão é desenvolver e disseminar glo-balmente diretrizes para a elaboração de re-latórios de sustentabilidade utilizados volun-tariamente por empresas do mundo todo.

GOVERNANÇA CORPORATIVAExpressão utilizada para designar assuntos relativos ao poder de controle e direção de uma empresa. A governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigi-das e monitoradas, envolvendo o relaciona-mento entre acionistas, conselho de admi-nistração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de gover-nança corporativa visam ao aumento do va-lor da sociedade, acesso facilitado ao capital e contribuição para a sua perenidade.

ImPACTO AmBIENTALQualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que, direta ou indiretamente, afetem a saú-de, a segurança e o bem-estar da popula-ção; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

LAVAGEm VERDE (Greenwashing)Ato de enganar os consumidores sobre as práticas ambientais de uma empresa ou os benefícios ambientais de um produto ou ser-viço. o termo greenwashing, da língua in-glesa, surgiu na década de 1990, da junção de duas palavras: green (verde) e wash (la-var), em referência à prática de whitewash, nome dado a um tipo de tinta branca ba-rata (tipo a pintura a cal, no Brasil), usada para pintar fachadas de casas com o objeti-vo de disfarçar a sujeira.

mETANO (Ch4)um dos gases de Efeito Estufa (gEE), gera-do pela decomposição de resíduos orgâni-cos, digestão animal, extração de combustí-vel mineral, dentre outros processos.

mONóXIDO DE CARBONO (CO)gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis. os efeitos da exposição de seres humanos ao monóxido de carbono estão associados à capacidade de transporte de oxigênio no sangue. o mo-nóxido de carbono compete com o oxigênio na combinação com a hemoglobina no san-gue, uma vez que sua afinidade com esse gás poluente é 210 vezes maior do que com o oxigênio.

mUDANÇAS CLImáTICASAlterações no sistema climático geradas pelo aquecimento global, provocado pela emissão de gases de Efeito Estufa (gEE) em atividades de responsabilidade dos seres humanos. o aumento da temperatura mé-dia do planeta acarreta mudanças na inten-sidade e frequência de chuvas, evaporação, temperatura dos oceanos, entre outros fe-nômenos.

OBjETIVOS DE DESENVOLVImENTO DO mILêNIO (ODm)Compromisso aprovado por 191 países, no

ano de 2000, que prevê um conjunto de oito objetivos para melhorar a qualidade de vida, saúde, educação e meio ambiente do planeta.

POLUIÇÃOé qualquer interferência danosa nos pro-cessos de transmissão de energia em um ecossistema. Pode ser também definida como um conjunto de fatores limitantes de interesse especial para o homem, constituí-dos de substâncias nocivas (poluentes) que, uma vez introduzidas no ambiente, podem ser efetiva ou potencialmente prejudiciais às plantas e aos animais, inclusive ao homem ou ao uso que ele faz de seu habitat.

PRODUÇÃO mAIS LImPA (P+L)Aplicação contínua de uma estratégia am-biental preventiva integrada a processos, produtos e serviços, para aumentar a efici-ência global e reduzir riscos para a saúde humana e o meio ambiente. Pode ser aplica-da a processos usados em qualquer indús-tria, a produtos e a vários serviços providos à sociedade.

PROTOCOLO DE QUIOTOnegociado em 1997 e ratificado dois anos depois, no âmbito da Convenção sobre Mu-danças Climáticas da organização das na-ções unidas (onu), é um acordo pelo qual os países signatários se comprometem a reduzir, até 2012, os níveis de emissão de gases de Efeito Estufa (gEE) em 5,2%, ten-do como base o ano de 1990.

RELATóRIO BRUNDTLANDdocumento intitulado nosso Futuro Co-mum, publicado em 1987, no qual desen-volvimento sustentável é concebido como “o desenvolvimento que satisfaz as ne-cessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. o relatório foi

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elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e desenvolvimento da or-ganização das nações unidas (onu), en-tão presidida por gro Harlem Brundtland.

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSE)Forma de gestão que se define pela rela-ção ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se rela-ciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desen-volvimento sustentável da sociedade, pre-servando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

STAkEhOLDERSão as partes interessadas, ou seja, qual-quer indivíduo ou grupo que possa afe-tar o negócio, por meio de suas opiniões ou ações, ou ser por ele afetado. Entre os stakeholders estão o público interno, for-necedores, consumidores, comunidade, governo, acionistas etc..

SUSTENTABILIDADEQuando se fala em sustentabilidade, sem-pre surgem muitos conceitos e definições, e é normal que seja assim, já que se trata de um assunto abrangente. Em síntese, sustentabilidade é harmonizar os interes-ses econômicos, sociais e ambientais na gestão de uma empresa. Sua prática está cada vez mais presente no universo cor-porativo e tem repercussão na reputação das companhias, desempenho dos negó-

cios, valor das ações, forma da marca, custo do dinheiro que toma no mercado, simpatia ou antipatia de consumidores e sociedade. outras definições de sustenta-bilidade são:

• “Aquela sociedade capaz de satisfazer suas necessidades sem comprometer as chances de sobrevivência das ge-rações futuras” – lester Brown, fun-dador do Earth Policy institute, que utilizou pela primeira vez o termo sustentabilidade com o sentido que a palavra tem hoje.

• “é o equilíbrio dos resultados econô-mico-financeiros, com resultados am-bientais e sociais” – John Elkington, fundador da SustainAbility.

TECNOLOGIA LImPAdesenvolvimento de técnicas e alterna-tivas viáveis de minimização do impacto ambiental. definem-se como tecnologias limpas aquelas que reúnem as seguintes características: utilizam compostos não agressivos e de baixo custo, exigem me-nor consumo de reagentes, produzem pouco ou nenhum resíduo e permitem controle mais simples e eficiente de sua eliminação.

TRIPLE BOTTOm LINESão os três pilares da sustentabilidade. o inglês John Elkington criou, em 1994, o conceito de Triple Bottom Line, que con-sidera que a sustentabilidade, na pers-pectiva empresarial, deve estar baseada de forma equilibrada em três dimensões: econômica, humana e ambiental.

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Fontes: www.ecodesenvolvimento.org.br; www.wwf.org.br; www.iflorestal.sp.gov.br; www.cebds.org.br; www.mitsloan.mit.edu; www.ibgc.org.br; www.globalreporting.org; www.mma.gov.br; www.stopgreenwash.org; www.objetivosdomilenio.org.br; www.pactoglobal.org.br; www.ethos.org.br; United Nations Environmental programme; ronaldo ávila (Fiat Automóveis)

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