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Imprudência, álcool e falta de respeito à sinalização são as principais causas de acidentes envolvendo motocicletas Uma radiografia do funcionamento das Unidades de Saúde da Família Movimento Revista das entidades médicas de Pernambuco – Ano IX – Nº 21 – Jan/Fev/Mar 2012 MÉDICO CONTRATO IMPRESSO ESPECIAL DR/PE CREMEPE Nº 4065.010.73.9 CORREIOS MOTO MATA Uma campanha para ajudar a encontrar crianças desaparecidas O centenário da Faculdade de Direito do Recife

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Revista das Entidades Médicas de Pernambuco

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Imprudência, álcool e falta de respeito à sinalização são as

principais causas de acidentes envolvendo motocicletas

Uma radiografi a do funcionamento das Unidades de Saúde da Família

MovimentoRevista das entidades médicas de Pernambuco – Ano IX – Nº 21 – Jan/Fev/Mar 2012

MÉDICO

CONTRATOIMPRESSO ESPECIAL

DR/PECREMEPE

Nº 4065.010.73.9CORREIOS

MOTOMATA

Uma campanha para ajudar a encontrar crianças desaparecidas

O centenário da Faculdade de Direito do Recife

A Medicina deve ser exercida por profi ssional habilitado e legalmente inscrito no Conselho de Medicina do seu Estado.

Em Pernambuco, o Cremepe.

PR NM

TU RI É IC Viu como é difícil entender uma informação quando ela está incompleta?O correto preenchimento do prontuário médico é muito importante para

o médico e para o paciente. Nesse documento devem estar registrados

todos os cuidados profi ssionais prestados ao paciente, de forma completa,

clara e precisa. O prontuário médico corretamente preenchido é obrigação

do médico e, eventualmente, pode ser a sua defesa.

MOVIMENTO MÉDICO | 1

Começamos mais uma edição da revista Movimento Médico desejando a todos os colegas médicos e à população em geral um Ano Novo promissor e repleto de saúde e felicidade. Nossas conquistas não devem servir de motivo para acomodações. Muito

pelo contrário, é a partir delas que iniciamos novas etapas de discussões para formatarmos nosso leque de reivindicações. Tudo em prol de melho-res condições de trabalho e salários mais justos para a categoria médica e também por uma saúde pública de mais qualidade e que atenda de forma eficiente e satisfatória a população pobre do Estado.

Nesta edição, de número 21, Movimento Médico traz como matéria de capa um alerta sobre os acidentes de motos, que já se tornaram uma epidemia em Pernambuco e no Brasil. No país, são 45 mil mortes por ano provocados por acidentes com motocicletas. Nosso Estado “contribui” com essa triste estatística: são seiscentas mortes por ano, o correspondente a cinquenta vítimas fatais por mês.

Nesta edição você vai ver ainda o lançamento de uma campanha pelo Conselho Federal de Medicina, idealizada pelo Cremepe, e que procura aju-dar as famílias brasileiras a encontrar seus filhos que desapareceram. Veja também uma reportagem especial sobre a recuperação do prédio histórico da Faculdade de Direito do Recife, que este ano comemora seu centenário. E leia também uma entrevista com a nova presidente da Associação Médica de Pernambuco, Sílvia da Costa Carvalho.

E para todos que têm acompanhado ao longo desses últimos nove anos as edições de Movimento Médico reiteramos nossos votos de um Feliz 2012.

EXPEDIENTE

CREMEPEPresidente: Helena Carneiro LeãoVice-presidente: José Carlos AlencarAssessoria de Comunicação: Mayra Rossiter - DRT/PE Estagiária: Camila GallindoWebdesigner: Michel Filipe

SIMEPEPresidente: Silvio Rodrigues Vice: Mário Jorge LoboAssessoria de Imprensa: Chico Carlos - DRT/PE 1268Nathália Gadelha

AMPEPresidente: Silvia da Costa CarvalhoVice: Anacleto CarvalhoCoordenação Editorial: Sirleide Lira Assessoria de Imprensa: Elizabeth Porto - DRT/PE 1068

FECEMPresidente: Aspásia PiresCoordenação Editorial: Sirleide Lira Assessoria de Imprensa: Elizabeth Porto - DRT/PE 1068

APMRCoordenação: Vander Souza

DA/UPEPresidente: Marcio BastosVice: Francisco de Assis

Redação, publicidade, administração e correspondência:Rua Conselheiro Portela, 203, Espinheiro,CEP 52.020-030 - Recife, PE Fone: 81 2123 5777www.cremepe.org.br

Projeto Gráfico/Arte Final: Luiz Arrais - DRT/PE 3054

Tiragem: 15.000 exemplaresImpressão: CCS Gráfica e Editora

Coordenação Editorial: Helena Carneiro Leão

Conselho Editorial: Helena Carneiro Leão, José Carlos Alencar e Ricardo Paiva.

Todos os direitos reservados.Copyright © 2012 - Conselho Regional de Medicina Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.

Nº 21 • Ano IX • Jan/Fev/Mar 2012

EditorialCapa: Foto de Jarbas Araújo

MÉDICO

O Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife

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2 | MOVIMENTO MÉDICO

Editorial

Opinião

Entrevista

Capa

Científica

Notícias do CFM

Patrimônio

Cremepe

Simepe

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Fecem

APMR

Academia

Sumário

Seções

8CapaMais de 600 pessoas morreram em 2010 vítimas de acidentes com motos em Pernambuco

16PatrimônioFaculdade de Direito do Recife: referência histórica nacional

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AÇÃO

O médico João Veiga coordena campanha de prevenção a acidentes com motos

4Entrevista

22CremepeQuase pronta a ampliação da sede do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco

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A primeira edição deste periódico no ano de 2012 é um espaço privilegiado para uma síntese de análise das políticas médicas

e de suas relações com a justiça social, no âmbito de sistemas inconsistentes com a construção do bem comum.

A satisfação dos anseios da classe médica e dos mais legítimos interesses sociais, dependentes de fatores econômicos e financeiros, estão coligadas por princípios humanísticos e humanitários. O desenvolvimento social, com fundamento na erradicação da pobreza, é indispensável ao exercício de uma prática hipocrática eficaz, igualitária e merecedora de justas remunerações.

Apesar das irrefutáveis melhoras dos indicadores sociais nos últimos anos, torna-se evidente nos dados do Censo de 2010, divulgados recentemente pelo IBGE, que a renda dos brasileiros é paradoxal a de um país desenvolvido: 25% da população tem uma renda mensal de até R$ 188,00 e 50% tem uma renda mensal que não ultrapassa R$ 375,00.

De acordo com o Dieese, os requisitos estabelecidos na lei do salário mínimo, se obedecidos, teriam elevado esse salário, em janeiro de 2011, ao valor de R$ 2.194,76.

A extrema pobreza de metade da população brasileira não pode ser atribuída à reserva do possível e, só se explica pela apropriação indébita da riqueza e da renda, em face de uma distribuição irreverente a um princípio basilar de justiça: o da equidade.

O Brasil é a 6ª economia do mundo. Porém, os 10% mais ricos detém 75% da renda e da riqueza nacionais, o que nos leva a ocupar a 84ª posição no campeonato da desigualdade social, disputado por 187 países.

Política médica e justiça social

OpiniãoCarlos Vital*

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ULG

AÇÃO

As políticas públicas de concentração da renda e da riqueza são definidas pelo Comitê de Política Monetária, o Copom.

Em consequência dessas políticas, desprovidas de razão, os títulos emitidos pelo governo brasileiro, por conta de uma imensa dívida pública interna, remuneraram os seus compradores, em 2010, com 45% do Orçamento Geral da União. O melhor rendimento do planeta e os lucros foram obtidos por investidores privados, bancos e fundos de pensão.

Os dispêndios feitos em 2010 com essas especulações financeiras alcançaram o patamar de R$ 635 bilhões, aos quais se somaram R$116,1 bilhões de isenções tributárias e reduções de impostos para os ricos e suas empresas, enquanto se enfrentava as angústias de um orçamento incompatível com o SUS e as agruras provocadas pelos parcos R$7,5 bilhões destinados ao saneamento básico, em uma nação que tem 45% dos seus municípios sem coleta de esgoto.

A visão de políticas corretas, com lastro nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, não admite o vilipêndio da classe média e exige a instituição de uma carga tributária que incida, de modo prevalente e significativo, sobre as grandes fortunas, depositadas nas mãos de um estreito segmento dos 10% mais ricos, armazenadas por 5 mil famílias que possuem 45% da renda e da riqueza nacionais.

A crença de um país desenvolvido ou a convicção de que se pode contemplar as reivindicações da classe médica, sem atenção aos direitos sócio-econômicos do povo brasileiro, são equívocos fomentados pelo hedonismo das políticas pessoais ou partidárias, com base na produção de engano, humilde parasita das ingenuidades humanas.

As entidades médicas, AMPE, SIMEPE e CREMEPE, sem ingenuidades, afirmaram-se no cenário da política médica, com desempenho em relevantes funções nas suas representações federativas, em virtude de exaustivos esforços em benefício da sociedade, observados por seus congêneres como elementos de crédito da população às causas médicas.

A importante contribuição das nossas entidades médicas, no amplo contexto de gestão das suas entidades nacionais, ressalta-se com a presença de 15 pernambucanos no CFM.

Nas Comissões e Câmaras Técnicas do CFM incorporou-se uma Comissão de Assuntos Sociais, coordenadora de programas que serão implementados nos Conselhos Regionais, promovendo-se a sinergia de ações entre os médicos e a sociedade, com influências diretas e positivas nas lutas específicas de classe: piso salarial e honorários dignos, condições adequadas de trabalho, autonomia profissional e uma carreira compatível com a da Segurança Nacional, a Fazendária, a do Poder Judiciário, da Advocacia Geral da União, da Procuradoria Federal e do Ministério Público, consideradas como essenciais ao Estado.

Comemoramos o despertar de um novo tempo com a consciência de atitudes coerentes com o honroso mandato outorgado pelos nossos colegas e com a determinação de continuarmos em caminhos que nos levem ao encontro da equidade, imprescindível à justiça social e à valorização dos médicos.

*Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina.

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ENTREVISTAJA

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JOÃO VEIGA Coordenador executivo do Cepam

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Nos 21 anos em que trabalhou como cirurgião do Hospital da Restauração, o médico João Veiga acompanhou de perto a escalada dos acidentes com motociclistas em Pernambuco. O agora coordenador executivo do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam) assume o cargo

com a tarefa de reduzir anualmente em 6,7% o índice de mortes em duas rodas, chegando a 50% até 2020. Com sinceridade desconcertante, acredita que nos dois primeiros anos a meta não será atingida.

Como mudar um cenário que o próprio poder público já classifica como epi-dêmico? Decidimos começar com o pé do chão. Temos que reduzir os índices de morte em acidentes? Sim. Mas primeiro pe-neiramos os dados. 77% das pessoas que andam de moto em Pernambu-co não possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Nesse momento nós temos 180 pacientes de acidentes de moto internados em três hospitais (Hospital da Restauração, Hospital Getúlio Vargas e Otávio de Freitas). Fizemos uma enquete com eles. Os donos de 47% dos automóveis em Per-nambuco não pagam DPVAT. Quando falamos de motos, chega-se a 90% no interior. A gente tá começando do zero. Primeiro é fazer com que as pessoas te-nham a carteira nacional de habitação. É o básico do básico. O comitê vai ficar responsável por essa ação das CNHs

e pela Lei Seca. Este último vai ser o braço da fiscalização e repressão. São seis equipes, todas comandadas por umoficial, com agentes públicos militares e civis. Teremos uma norma de abor-dagem. Ninguém vai abordar você no carro. O agente para seu carro, você sai do carro e vai numa tenda bem ilu-minada onde tem vários agentes de vários órgãos. O condutor tem que levar a carteira nacional de habilitação, o documento do carro e fazer o teste da alcoolemia. E para quê isso? Pra evitar prevaricação mesmo. A gente não tem que esconder porque isso acontece.

A campanha do governo veiculada na mídia tem imagens fortes. A ideia de chocar realmente surte efeito? Uma faculdade disse que a campanha estimula a cultura da violência. O que eu tenho nas mãos são 45 mil mortes, 225 mil feridos graves, 25 mil amputa-

“O custo global do atendimento aos motoqueiros é igual ao de um hospital novo”

dos, paraplégicos e sequelados por ano (no Brasil). O Mundo todo falou essa linguagem que nós estamos falando e diminuiu os índices. O que é que o motorista respeita em Pernambuco? O sinal verde. Não respeita calçada, faixa de pedestre, sinal vermelho, sinal amarelo, contramão. Quando estáva-mos planejando a campanha, insisti que deveríamos abordar a morte nas campanhas, mas ao mesmo tempo mostrar quando esses personagens estavam vivos.

Qual a dimensão desses acidentes com motos no custo da máquina pública, so-bretudo na saúde? Para cada paciente que morre, cinco precisam ser operados de média e alta complexidade. Pernambuco teve 602 pacientes mortos no ano passado por acidente de moto. Pela estatística, 3 mil motoqueiros foram operados. Com os

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hospitais privados, a conta deu 3,2 mil operados. Isso só com cirurgia, fora o internamento, o que não operou. A parte hospitalar desse paciente ope-rado de alta complexidade custa R$ 156 mil, segundo o IPEA. E essa parte hospitalar representa 13% do total de gastos. O custo real de dias parados, da produção - já que um trabalhador que ganha um salário-mínimo produz entre R$ 4 mil e R$ 5 mil ao mês - e da pre-vidência é de R$ 958 mil ao país para cada acidentado. Fora o pós-hospitalar, como fisioterapia e fonoaudiologia, que representa em média 8% do total. Se fizermos um cálculo aqui com os 3 mil acidentados de Pernambuco multipli-

cado por R$ 156 mil temos um gasto de R$ 46 milhões. Sabe quanto é que vai custar o Hospital Pelópidas Silveira por ano? R$ 60 milhões. Ou seja, só a parte hospitalar dos pacientes aciden-tados em motos é quase o custo de um hospital todo.

O governo estadual estipulou uma meta de redução de 6,7% nesses acidentes. Como isso será alcançado? A minha perspectiva é de que nos dois primeiros anos nós não vamos atingir esse índice. Por que? Por causa disso aqui (aponta para as estatísticas mais recentes). Estamos em franca ascensão de mortes com esse contexto. De 602 mortes em 2010, em 2011 deveremos

ter 650. Mostramos isso ao governador e ao secretário de Saúde. Eles criaram subcomitês em cada uma das onze Ge-rências Regionais de Saúde (Geres). Por que isso? As regiões do estado são total-mente diferentes, com ações diferentes, políticas de uso de moto diferentes. Na Região Metropolitana do Recife eu sei que os pacientes vão para 3 hospitais e eu conheço eles. Mas em Araripina o índice deu zero porque todos os pa-cientes graves vão pro Ceará e eu não estou sabendo de nada.

Na prática, o que vai acontecer? Primeiro nós temos que cumprir as leis e fazer com que as pessoas andem com

a CNH e documentação das motos. A outra ação caberá aos municípios. Eles terão que municipalizar os seus trânsitos. É lei. Não é opcional. Temos 186 municípios no estado e apenas 16 já agem dessa forma. O controle e a regulação do trânsito é uma obrigação do município. O governador Eduardo Campos tem a missão de municipali-zar os 186 municípios para cumprir a Constituição. No caso das carteiras, te-remos fiscalização e ao mesmo tempo propor medidas de incentivo, como a carteira-cidadã, que é uma cota so-cial que será aumentada. Para os que vão trabalhar com moto, será obriga-tório um curso de direção defensiva que é realizado pelo Sistema S. Para

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ENTREVISTA

“Uma faculdade disse que a campanha veiculada na mídia estimula a cultura da violência. O que eu tenho nas mãos são 45 mil mortes, 225 mil feridos graves, 25 mil amputados, paraplégicos e sequelados por ano no Brasil”.

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a pessoa que não vai trabalhar com moto, a ideia é dificultar a obtenção da carteira, de exigir maior reflexo, conscientizar essa pessoa da diferença de se pilotar na cidade e numa estrada. Nas estradas, os acidentes, geralmente são fatais. Das 602 pessoas que morre-ram em acidentes de moto no estado, a metade morreu no local e 50% foi para hospitais. Vamos georeferenciar os pontos de acidentes ao longo da BR-232 duplicada. Aqueles pontos vermelhos nós vamos analisar e saber quais foram o problemas: é falta de sinalização, é um erro na pista? Vamos ser mais explícitos. Tem uma curva num trecho entre Afogados e Tabira

que a própria população botou uma placa lá com o nome Atenção: Curva da Morte. Essa placa tem 30 anos, nin-guém mudava. Agora foi decidido pelo governo em fazer uma guard rail (mure-ta de proteção) lá. Depois que botaram essa placa o índice de mortalidade caiu muito, mas foi a população que colo-cou. Então é preciso ser mais explícito como eles foram.

E o que mudou em relação aos médicos que estão nas emergências recebendo esses pacientes? Eles cada dia recebem pacientes mais graves. Tanto que os pacientes das nos-sas salas de emergência, apesar da me-lhoria de equipamentos e de drogas,

os pacientes estão morrendo mais na nossa sala vermelha. E por que? Nós estamos mais incompetentes? Pode até ser isso, mas a gente está recebendo pacientes extremamente graves. Me-tade dos motoqueiros morreu numa sala de emergência graças ao serviço pré-hospitalar; no caso o SAMU e os Bombeiros. Significa que o atendimento está sendo rápido, caso contrário essas mesmas pessoas iam morrer lá na rua, no local do acidente. Trata-se de um paciente que chega cada vez mais na porta da emergência e que é multidis-ciplinar. É paciente que precisa de um neurocicurgião, de um cirurgião, de um vascular, de um traumatologista,

de UTI. Aí é o gargalo do estado. Qual é a única unidade do estado que tem isso tudo? Só o Hospital da Restauração. O Hospital Getúlio Vargas não tem neuro, o Otávio de Freitas não tem neuro, nemvascular, o Dom Helder também não tem vascular, nem neuro. E aí? O que falta nessa questão é a formação. Não existe neurocirurgião em todo canto. É muito mais fácil diminuir a quantidade dessas ocorrências do que aumentar a capacidade dos hospitais de atender pacientes graves. São onze anos para formar um neurocirurgião. Mas é claro que deve existir uma preocupação da parte de Pós-graduação, que é feita pela Secretaria de Saúde, e de graduação, por parte da pasta de Ciência e Tecnologia.

“Primeiro, nós temos que cumprir as leis e fazer com que as pessoas andem com a CNH e documentação das motos. A outra ação caberá aos municípios. Eles terão que municipalizar os seus trânsitos. É lei. Não é opcional”.

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CAPA

MotosA vida por um fioDe quem é a culpa por tantos acidentes?Texto: André Duarte | Fotos: Jarbas Araújo

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Doze prestações de R$ 224 no cartão e o sonho realizado sem burocracia. Por cerca de R$ 2,6 mil é possível le-

var para casa uma motocicleta de 50 cilindradas e já sair da concessionária montado na compra. Numa compa-ração com os carros, a ‘cinquentinha’ seria o equivalente a um automóvel 1.0 sem nenhum acessório, só que bem mais barata. Ágeis no trânsito caótico da Região Metropolitana, econômicas no consumo de combustível, ganharam terreno de forma meteórica, aboca-nhando 35% de toda a frota de veículos. Da mesma forma acelerada vieram os acidentes fatais, a saturação dos hos-pitais e o reconhecimento do poder público de que surgiu no seu retrovisor uma epidemia sobre duas rodas.

Se o assunto é moto, o valor de uma estatística depende do ponto de vis-ta. A despeito dos últimos recordes de venda da indústria automobilística e do grande número de pessoas que se livraram do transporte público precá-rio, os cofres públicos já sentem o golpe de problemas que surgiram à reboque, com efeitos colaterais na saúde e na previdência. O governo de Pernambu-co tenta sanar uma conta que já atinge cifras altíssimas e um patrimônio social incalculável. Afi nal, já são 602 mortos só em 2010, cerca de 650 vítimas em 2011 e um cenário de guerra nas emer-gências dos hospitais públicos. Os aci-dentes fatais envolvendo motociclistas já representaram 25,7% das mortes ex-ternas. Ou seja, um quarto dos óbitos não naturais, perdendo apenas para os homicídios.

As motocicletas multiplicaram-se rapidamente nas estradas locais como um símbolo da democratização do transporte e do aumento do poder de consumo do brasileiro. Hoje são mais de 710 mil em todo o estado, fatiando espaço no trânsito em meio a um total de 2 milhões de veículos. Entre 1990 e 2008, a frota de motos tornou-se 14 ve-zes maior, passando de 33 mil para qua-se 500 mil unidades emplacadas.

A reação governamental veio ini-cialmente através de um decreto esta-dual criando o Comitê Estadual de Pre-venção aos Acidentes de Moto (Cepam), que já está atuando em três frentes: edu-cação, fi scalização e repressão. “Esta-mos começando uma coisa que os euro-

peus já fazem há 40 anos, sobretudo na França e Inglaterra”, entrega o médico João Veiga, que está à frente do projeto.

Com uma meta já direcionada de redução anual de 6,7% das mortes, o comitê busca inspiração no trabalho a longo prazo dos países desenvolvidos, mas com foco imediato na diminuição de acidentes. Para isso, vem tentando estancar sintomas básicos, como a fi s-calização das habilitações e o combate a um dos principais vilões: o consumo de álcool. O arranque deu-se em de-zembro de 2011 com a Operação Lei Seca e culminou numa campanha de conscientização que tem o nítido pro-pósito de chocar com imagens fortes de acidentados e famílias dilaceradas pela

combinação moto e bebida. “Vários país no Mundo têm mais motos que o Bra-sil e não possuem índices tão altos de mortalidade. Nos países árabes e asiá-ticos há muito mais motos, só que neles existe um fator fundamental: ninguém bebe álcool. Na Itália, onde todo mun-do bebe, os índices também são baixos porque existe lei. Aqui a gente bebe e não existe lei. Pra diminuir essa tragé-dia precisamos de uma coisa: decisão política. Sem isso não adianta nada”, reconhece Veiga.

A França, que na década de 1970 re-gistrava 120 mil mortes do trânsito ao ano, inverteu os dados investindo em transporte de massa, sobretudo metrô e trens. É o único país signatário de uma

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resolução da ONU que não tem obriga-ção de baixar a meta (metade dos aci-dentes até 2020) porque já atingiu – dos 120 mil baixou para 3,3 mil.

A partir de 2012, as mortes de mo-tociclistas de Pernambuco serão com-putadas por cidade, e não pelo estado como um todo. A estratégia é compar-tilhar a responsabilidade com os muni-cípios, já que apenas 16 dos 184 cidades pernambucanas cumpriram com o bá-sico: municipalizar o trânsito e assumir a fi scalização. Mas há casos surpreen-dentes como o de São José do Egito, no Sertão do estado, que há 300 dias não registra uma morte ou acidente grave de moto depois implantar um cinturão de fi scalização na cidade.

Enquanto os ajustes são aguarda-dos, a saúde pública absorve com di-fi culdade um problema que Roberto Cruz, diretor-geral do Hospital Getú-lio Vargas, conhece bem. “Temos 120 leitos de traumatologia e ortopedia. A ocupação de acidentados por moto fi ca entre 56% e 60%”, enumera. Com 27 anos de profi ssão, o diretor do HGV acredita que “a sociedade já está pa-gando o preço” da falta de planeja-mento e enumera como um paciente dessa natureza pode custar: “O núme-ro de cirurgias tem sido muito grande. Se o caso for complexo, ele fi ca de 15 a 20 dias no hospital. Depois ainda tem custos com fi sioterapia e com o INSS”, opina Cruz, para quem o primeiro pas-so já foi dado com o reconhecimentodo problema.

Francisco Couto, coordenador do serviço de ortopedia do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, segue o raciocínio do diretor do Getúlio Vargas, mas faz um observação de quem trabalha dia-riamente no front de atendimento aos acidentados. ”Cada vez mais recebe-mos fraturas graves. São vários casos de amputação e invalidez. A grande quantidade de pessoas não habilitadas e alcoolizadas também assusta. Como tantos incentivos ao consumo de veícu-los e transporte público inefi caz, essas mudanças chegaram rápido demais nos hospitais. É uma conta que vai sair mui-to cara”, avisa o ortopedista, que super-visiona 80 pacientes, entre os quais 55 a 60 são motociclistas.

HISTÓRIAS TRISTESO breque na juventude sem limites de Alexandre Pereira, 33 anos, começou numa noitada regada a moto e cerveja em 2004. Na saída do segundo bar da farra, teve a primeira queda sem gran-des proporções após derrapar numa curva nas imediações de Paratibe, em Paulista, onde mora. Alcoolizado, re-solveu bancar o risco, levantou a moto e continuou o percurso de volta pra casa pilotando. Numa reta, acabou dormin-do. “Soltei o braço, o corpo relaxou, dei uma piscada e depois cochilei com-pletamente”. A moto foi de encontro ao meio-fi o. Submetido a um impacto violento na queda, o condutor acabou trincando dois ossos da coluna cervical, afetando a medula, e ainda teve fratura exposta na tíbia.

Com uma meta de redução anual de 6,7% das mortes, o comitê busca inspiração no trabalho a longo prazo dos países desenvolvidos, mas com foco imediato na diminuição de acidentes

CREATIVE COMMONS

12 | MOVIMENTO MÉDICO

CAPA

Os 18 dias no hospital e o diagnós-tico de paralisia da cintura pra baixo só não foram piores que os cinco anos se-guintes, pontuados pelo afastamento do trabalho, várias horas semanais de fi -sioterapia e pela lenta adaptação a uma cadeira de rodas. “Sabia que a recupe-ração só dependia de mim. Hoje eu digo que sou habilitado pra vida. Depois que eu consegui andar de ônibus sozinho foi como nascer de novo. Naquele dia eu ganhei minha autonomia de volta. Isso não tem preço”.

Com a ajuda de um aparelho ortopé-dico, já consegue dar pequenos passos em casa e agora vai trabalhar contando sua própria história. Alexandre foi con-tratado pelo governo estadual, junta-mente com mais de uma dezena de ví-timas de acidentes motociclísticos, para atuar como educador da Operação Lei Seca. Em visitas a escolas, a empresas e até em ações em bares, costuma repe-tir uma frase que soa como um mantra: “Eu tenho muito orgulho da minha his-tória, menos da besteira que fi z”.

Tão penoso quanto o de Alexan-dre, o caso de Adriel Santana, 32, car-rega uma particularidade: ele não teve

culpa no acidente. Há um ano e quatro meses, voltava pra casa de moto pela PE-60, em Ipojuca, quando um carro que vinha no sentido inverso invadiu a contramão quando tentava entrar numa estrada vicinal sem utilizar o acosta-

mento e o atingiu em cheio. Assustado, teve a tíbia esquerda amputada e pas-sou dois meses no Hospital da Restau-ração. O condutor do carro não chegou a fazer bafômetro, apesar das suspeitas de testemunhas de que estaria alcooli-zado. “A vida de qualquer um cai. Cai o lado emocional, o familiar e o fi nancei-ro. Tem que ser muito forte pra começar do zero”.

Pedreiro, Adriel teve que deixar o emprego, as partidas e futebol e reto-mar a vida com uma muleta sempre à mão. O trauma pessoal, no entanto, não abreviou a sua clareza de raciocínio quando fala da tentativa de vilanizar as motos, em detrimento da responsabi-lidade dos condutores. “Se proibirem a moto a economia do país vai parar. Os Correios e os motoboys, por exemplo, fazem um serviço importante. O pro-blema é a educação no trânsito, não é a moto. O meu caso é a prova disso, já que eu estava certo e fui atingido por um motorista. O caminho está na cons-cientização das pessoas. Isso pra mim é o mais complicado”, provoca.

*jornalista.

O breque na juventude de Alexandre (E), 33 anos, começou em uma noitada regada a moto e cerveja em 2004. Já Adriel (D), mesmo sem ter culpa no acidente que o vitimou, teve que retomar a vida com uma muleta sempre à mão

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DADOS QUE ESTARRECEM*

30,6% dos acidentes terrestres envolvem motos

46,6% dos condutores de Pernambuco são motociclistas (753 mil pessoas)

Das 1.879 mortes por acidente em 2010, 602 vitimaram motociclistas

Há mais motos que carros sendo registrados no estado. Em 2010 foram registrados 100 mil motos contra 82 mil carros

Somente no Hospital da Restauração, 29 mil vítimas de acidentes de moto foram atendidas entre 2000 e 2010

*Fonte: Cepam

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A ansiedade constitui um fenômeno universal e integra a estrutura organizacional da pessoa humana, com caráter

adaptativo. Quando existe perda deste caráter adaptativo, com sofrimento excessivo e/ou prejuízo funcional e desproporcional ao estímulo temos a Ansiedade.

A Ansiedade Social ou Fobia Social está inserida na CID 10 – Classificação Internacional das Doenças - 10ª versão - Grupo - F40-48 - Transtornos Neuróticos, relacionados ao Estresse e Somatoformes no subgrupo: F40 – Transtornos fóbicos – ansiosos – F40.1 – Fobias Sociais. A Fobia Social ou Ansiedade Social se caracteriza por intensa ansiedade em situações sociais (contato interpessoal) e/ ou de desempenho produzindo sofrimento intenso ou interferindo de forma acentuada no cotidiano da pessoa. Há um medo intenso e persistente de sentir humilhação ou vergonha devido a seu comportamento ou por sinais de ansiedade em situações sociais de interação ou desempenho em que o indivíduo sente estar sendo julgado pelos outros. Essas situações acarretam prejuízo significativo na qualidade de vida e no funcionamento profissional e social, além de maior risco de comorbidades como transtornos do humor e abuso de substâncias psicoativas.

A maioria das fobias sociais tem início na infância e na adolescência e há certo predomínio em mulheres. Difere da timidez, pois os tímidos apesar de sentirem-se muito incomodados com outras pessoas não experimentam intensa ansiedade de antecipação e não evitam circunstâncias consideradas fóbicas como nos portadores de fobia social, enquanto estes não são necessariamente tímidos.

Transtorno de Ansiedade ou Fobia Social

Jane Lemos*

Clinicamente existe a ansiedade antecipatória que aumenta pela proximidade das situações temidas e leva ao comportamento de evitação fóbica. Os tipos de Fobia Social são: Generalizada, caracterizado por ansiedade relacionada à maioria das situações sociais (por exemplo, iniciar e manter conversas, participar de pequenos grupos, paquerar e falar com figuras de autoridade) e a não generalizada ou circunscrita, que é restrita a uma ou duas situações, em geral ligada a desempenho. Ex. Falar em público, escrever ou comer na frente dos outros.

O tratamento visa o controle da ansiedade, a redução dos sintomas físicos, a extinção dos comportamentos de evitação, além da elevação da autoestima e tratamento das comorbidades. O tratamento farmacológico de primeira escolha são os antidepressivos inibidores seletivos da serotonina, havendo estudos duplos cegos controlados com placebo mostrando a eficácia superior

da Fluvoxamina. Também há estudos em relação a inibidores seletivos da noradrenalina e serotononina – a Venlafaxina. Entre os benzodiazepínicos, o alprazolam, bromazepam e clona-zepam têm mostrado eficácia. Deve ser lembrado o risco de dependência dos benzodiazepínicos. Nos casos de fobias circunscritas são utilizados os betabloqueadores que atuam sobre o comportamento melhorando os sintomas periféricos da ansiedade. Ressalte-se o caráter crônico e o risco de recaídas. Há ainda indicação de Terapia Cognitiva Comportamental que tem se mostrado muito eficaz.

CIENTÍFICA

*Psiquiatra – Especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselheira do Conselho Regional de Medicina.

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CFM Conselho Federal de Medicina

Notícias do CFMCarlos Vital*, de Brasília

Emenda 29 – IO Conselho Federal de Medicina (CFM), apesar de ver avanços na apro-vação do projeto que regulamenta a Emenda Constitucional 29, critica o fato de que a versão avalizada pelos parlamentares não prevê recursos no-vos para a saúde. O texto passou pelo plenário do Senado em votação tensa em 7 de dezembro. Para o Conselho, o projeto é pertinente ao definir que é e o que é não é investimento em saúde, entretanto não abriu perspectivas de mais recursos para o setor.

Emenda 29 – IIA regulamentação da Emenda Cons-titucional 29, entre outros pontos, estabelece as aplicações mínimas da União, dos estados e municípios na área da saúde. A proposta defendi-da pelas entidades médicas destinava 10% das despesas correntes brutas. O texto liberado ontem é originário da Câmara dos Deputados e define que a União destinará à saúde o valor aplica-do no ano anterior acrescido da varia-ção nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária.

Demografia médicaEstudo elaborado pelo Conselho Fede-ral de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) sobre a demografia médica no País indica que a população médica brasileira, apesar do constante crescimento, está mal distribuída, cada vez mais vinculada a planos de saúde e pouco afeita ao trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS).“Numa Nação onde são anunciados avanços econômicos e o combate à po-breza, torna-se imperioso que a saú-de ocupe a centro da cena. Para tanto,

temos reiterado a necessidade de mais recursos e o estabelecimento de políti-cas públicas justas para com o médico e com todos os profissionais da área”, ressalta o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila. O documento – disponí-vel no site do CFM (http://www.por-talmedico.org.br) – foi encaminhado às lideranças do movimento médico, aos parlamentares, aos gestores públicos e privados, a especialistas em ensino e trabalho, e entregue formalmente aos ministros da Educação, Fernando Ha-ddad, e da Saúde, Alexandre Padilha.

Medicina de FamíliaA necessidade de ampliação de resi-dência médica, a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Venci-mentos (PCCV), a criação da carrei-ra de Estado, a garantia de educação médica continuada e a extinção de contratos precários. Estes foram os principais pontos levantados duran-te o II Fórum de Medicina de Família e Comunidade do Conselho Federal de Medicina (CFM) e I Encontro das Câmaras Técnicas de Medicina de Fa-mília e Comunidade. Os eventos acon-teceram simultaneamente em 25 de novembro, na sede do CFM, em Brasí-lia (DF). Nos encontros, a formação e titulação como estratégia da Medicina de Família foi apontada como funda-mental. Do total de vagas em residên-cia médica no país (10.196) somente 7% são para destinadas para a Medici-na de Família e Comunidade o que foi considerado, pelo diretor de graduação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Thia-go Trindade, um problema a ser enca-rado: “Nossos desafios são expandir, ocupar e qualificar as residências. Pre-cisamos ser audaciosos. É preciso re-sidência para todos e com incentivo”.

Ensino médicoA má qualidade de ensino médico no país atingiu nível preocupante, que exi-ge adoção de medidas pela sociedade e pelas autoridades. Esse é o entendi-mento do plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM) que aprovou nota na qual comenta os resultados do Con-ceito Preliminar de Cursos (CPC), divul-gado pelo Ministério da Educação. Os números confirmam a fragilização do ensino médico ao mostrar que mais de 20 instituições alcançaram notas baixas (de 1 a 2) e nenhuma das 141 avaliadas conseguiu ser classificada na faixa má-xima (nota 5). O CFM entende que este problema afeta, sobretudo, a população que fica a mercê da assistência ofereci-da por indivíduos com formação defi-ciente.

Saudades do Dr. PinheiroEm dezembro, o plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM) organizou mais uma homenagem ao conselhei-ro Antônio Gonçalves Pinheiro, fale-cido no mês de outubro, em Brasília, em consequência de causas naturais. Emocionados, os integrantes do CFM relembraram o trabalho realizado pelo companheiro e sua importância para a entidade. A família dele compareceu à sessão solene e, na sequência, acompa-nhou o descerramento da placa que deu o nome de conselheiro Antônio Gon-çalves Pinheiro ao auditório do Conse-lho Federal. O conselheiro era atuante e defendia o exercício profissional de qualidade. Entre suas últimas realiza-ções, se destacam a elaboração de dois importantes documentos para a quali-ficação da assistência no país: os pro-tocolos com normas para a realização de cirurgia plástica e o com critérios de atendimento às vítimas de queimadu-ras. Ele era cirurgião-plástico no Pará, membro-titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), onde integrava o corpo de conselheiros.

*Vice-Presidente do CFM.

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PATRIMÔNIO

A Faculdade de Direito do Recife, que completa 100 anos na sua atual sede em 2012, passou por uma série de reformas que recuperaram tanto o edifício histórico quanto seu acervo patrimonialMariana Oliveira | Fotos: Hans Manteuffel

Casa pronta para o centenário

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PATRIMÔNIO

Em 1912, um prédio ocupan-do uma área de 3600 metros quadrados passou a compor a ajardinada Praça Adolfo Cirne,

no centro do Recife. O projeto arquite-tônico eclético, com predominância do estilo neoclássico, do francês Gustave Varin, hoje, 100 anos depois de ter sido construído para abrigar a Faculdade de Direito do Recife (FDR), faz parte da paisagem da cidade e é um de seus edifícios mais marcantes.

Em 11 de agosto de 1827, o impe-rador D. Pedro I decretou a criação de dois cursos de ciências jurídicas no Brasil, um em São Paulo e outro em Olinda, cuja instalação se deu um ano depois no Mosteiro de São Bento, em espaço cedido pelos monges. Porém, com o passar do tempo, o curso foi transferido para o Varadouro, depois seguiu para o Recife, num palácio lo-calizado na Rua do Hospício. Pela Fa-culdade passaram nomes importantes da história nacional, tais como To-bias Barreto, Joaquim Nabuco e Castro Alves. Mais que formar bacharéis em Direito, a instituição funcionava como uma escola de filosofia, ciências e le-tras, sediando polêmicas e discussões acaloradas. Foi lá, por exemplo, que nasceu o movimento intelectual co-nhecido como Escola do Recife, entre 1860 e 1880, liderado por Tobias Bar-reto. Não seria equivocado afirmar que durante muitos anos a nata da intelec-tualidade local estava concentrada ali.

Só em 1912 o curso seguiu para o edifício erguido especialmente para abrigá-lo, na Praça Adolfo Cirne. O projeto original era baseado num átrio central cercado por cinco anfiteatros reservados para as aulas. Em 1946, a instituição foi incorporada a UFPE e em 1980 teve o seu prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

DETERIORAÇÃO Em 2006, a FDR ganhou as páginas dos jornais não por sua importância histó-rica e patrimonial, mas devido a um incidente perigoso. Durante uma aula, parte de um adorno do teto de um dos anfiteatros despencou. O fato mostrava que o prédio secular necessitava de uma reforma urgente. Uma ação mo-vida pelos alunos, à época, apontava a existência de problemas de infiltração,

rachaduras, pichações, perda do acervo da biblioteca, entre outros.

Essa constatação levou a diretoria a iniciar movimentações, em várias fren-tes, para iniciar uma série de reformas. Algumas das etapas já foram entre-gues, outras ainda estão em andamen-to. “Todo esse processo foi muito lento e traumático, uma vez que estamos numa instituição pública, onde há vá-rias regras que precisam ser cumpridas. Além, é claro, do fato de estarmos tra-balhando em um edifício tombado pelo Iphan. Para realizar qualquer interven-ção precisamos de uma autorização e somos sempre fiscalizados”, explica a atual diretora da FDR, a procuradora do Estado, Luciana Grassano de Gou-vêa Mélo. As várias etapas da inter-venção foram viabilizadas através de

recursos diversos, vindos do Ministério da Educação, via UFPE, Lei Rouanet e de emendas de alguns deputados. “Procuramos aqueles parlamentares que tinham alguma vinculação com a Faculdade e conseguimos sensibilizá--los”, diz a diretora

O projeto que visava à reformulação dos forros, cobertas e fachadas foi o maior e ficou sob a responsabilidade do arquiteto Jorge Passos. Nessa etapa, foram restauradas as fachadas externas e todos os forros dos anfiteatros. Tam-bém estava incluída a parte dedicada ao restauro do Salão Nobre e seus bens.

NOVOS ESPAÇOSSegundo a diretora da Faculdade, um dos pontos importantes da reforma já foi entregue e tem contribuído bastante

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1 | A diretora Luciana Grassano vem coordenando as reformas2 | No entorno do átrio, estão os cinco anfiteatros3 | Hall de entrada da FDR, cujo prédio foi inaugurado em 1912

para a melhoria do clima e do ensino na instituição. Devido às condições ina-dequadas do prédio principal e a sua planta original, parte dos alunos da graduação do curso tinham suas salas de aula alocadas no Anexo 1, localizado há alguns metros do edifício central. Essa separação física era inadequada e contribuía para certa dispersão da comunidade acadêmica. “Na época da sua construção, os cinco anfiteatros eram suficientes para a quantidade de estudantes. Hoje, são insuficientes para abrigar os cerca de 1150 alunos que possuímos. Nessa série de adapta-ções, foi possível aproveitar espaços no subsolo para abrigarem salas de aula. Desde 2009, temos no prédio central as 16 salas que precisamos. Isso aumentou bastante o entrosamento na comuni-dade acadêmica”, destaca a diretora.

Aproveitando o bom momento, a Faculdade também aderiu ao ReUni, projeto do Governo Federal que visa ampliar a quantidade vagas e oferecer mais recursos para a infraestrutura. Houve uma ampliação no número de calouros que entram a cada ano na instituição, de 190 para 250, e, em contrapartida, foram enviados recur-sos para modernização dos espaços, com instalação de ar condicionados, retroprojetores, além de contratação de funcionários.

A Faculdade vem inaugurando novos e antigos espaços que passaram

pelo processo de restauração. A diretora destaca a criação do auditório Tobias Barreto, com 80 lugares, aberto em 2009. “Não tínhamos um espaço como esse em nossa Faculdade. Não tínha-mos como receber uma palestra, por exemplo”, diz. As antigas Salas Castro Alves e Rui Barbosa também foram re-formuladas e se transformaram no Es-paço Memória, inaugurado no mesmo ano. Lá os visitantes podem conhecer um pouco do legado deixado por esses dois importantes nomes e conhecer a rica história dos cursos jurídicos no país. Além disso, o espaço passou a ser mais bem aproveitado, receben-do atividades acadêmicas, culturais (a exemplo de lançamentos de livros) e administrativas.

Em 11 de agosto de 2011, Dia dos Cursos Jurídicos, foi reinaugurado o Salão Nobre, talvez a maior jóia da Fa-

culdade de Direito do Recife. Foram recuperados os forros, as paredes, os pisos e o mobiliário. Usualmente, o salão é utilizado apenas para solenida-des mais formais, como a sessão que, em 1922, marcou as comemorações do centenário da independência, a ar-guição dos candidatos a catedráticos, debates, sempre acirrados, pela pre-sidência do diretório acadêmico, entre outros.

A preocupação com a preservação da história da Faculdade de Direito do Recife não se limitou ao cuidado com o projeto arquitetônico, se expandiu pelos bens de inestimável valor que a insti-tuição possui. Boa parte da sua mobília foi feita fora do Brasil, quando da sua fundação, e pelos anos de uso mereceu atenção especial para sua manuten-ção. Já o acervo de gravuras, pinturas e fotografias, de mais de 103 peças, foi todo restaurado numa parceria com a Fundação Joaquim Nabuco.

Com as obras em bom estado, veio o desejo de mantê-las em exibi-ção permanente. Foi criado o Espaço Cátedra, nos corredores contíguos ao Salão Nobre, que o ligavam a Sala dos Espelhos e a Sala da Congregação. Lá estão exibidas as fotos dos catedráticos da Faculdade e foram instaladas salas de estudo individuais e coletivas, com internet sem fio para uso dos alunos. “Mudamos o contexto, o uso e o clima. O que queríamos era trazer os alunos

Pela Faculdade passaram nomes importantes da história nacional tais como Tobias Barreto, Joaquim Nabuco e Castro Alves

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PATRIMÔNIO

Em 11 de agosto de 2011, Dia dos Cursos Jurídicos, foi reinaugurado o Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife

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para conviverem com os catedráticos, para conhecerem a nossa história atra-vés de suas biografias, para se espe-lharem e também se congregarem”, defende a diretora.

A biblioteca que possui mais de 100 mil títulos, entre eles obras raras, como a coleção de livros de Tobias Barreto, originais da Prosopopéia de Bento Tei-xeira, entre outros, não foi esquecida. Numa parceria com o Ministério da Justiça e o BNDES, iniciou-se um pro-cesso de conservação e restauração de quatro mil volumes de obras publicadas entre os séculos 16 e 19, de grande valor histórico-cultural. No último dia 5 de dezembro, o trabalho foi concluído e algumas das publicações compuseram uma pequena exposição aberta ao pú-blico. Segundo Luciana Grassano, essa etapa garantiu outra grande conquista: foi montado um laboratório de restauro permanente para cuidar das obras e peças da instituição e será realizado um concurso público para contratação de dois funcionários para gerir essa nova área.

Contudo, as obras na biblioteca ainda não estão totalmente finalizadas. Como

não há espaço físico no prédio central para manter todo o acervo, está em an-damento uma reforma no Anexo 1, que vai abrigar parte desse material. “Vamos manter aqui o acervo patrimonial, os títulos raros, aqueles que só podem ser acessados por pesquisadores. No anexo, ficará o acervo circulante, que os alu-nos retiram normalmente”, explica a diretora.

Para 2012, já existem projetos apro-vados pelo Iphan para iniciar os traba-lhos na área externa do prédio, na Praça Adolfo Cirne. A ideia é reformular o plano da praça, ampliando o estaciona-mento, porém sem descaracterizá-la. Os gradis e as esculturas espalhadas pelo jardim vão receber atenção espe-cial. A diretora destaca, ainda, que exis-te o desejo de reorganizar a iluminação externa da Faculdade. “Essa medida garantiria mais segurança para a co-munidade acadêmica que atua durante o período da noite, além de destacar a estética do nosso edifício nesse horá-rio”, defende, lembrando que por se tratar de um prédio centenário haverá continuamente a necessidade de se res-taurar algum detalhe, seja da estrutura ou do seu acervo patrimonial. “Todo esse processo foi uma grande mudan-ça, muito bem acolhida por todos. A mudança não se deu apenas nos am-bientes, mas também no sentimento”, conclui a diretora. De todo modo, a Fa-culdade de Direito do Recife organizou a casa para o ano do seu centenário.

*Jornalista e editora executiva da Continente.

A biblioteca, que possui mais de 100 mil títulos, passou por um processo de restauração e conservação de obras publicadas entre os séculos 16 e 19 de grande valor histórico-cultural

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CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE

Cremepe participa de lançamento de campanha no CFM

CRIANÇAS DESAPARECIDAS

Material da Campanha foi aprovado em reunião da diretoria do CFM com os presidentes dos CRMs. Anualmente, o Brasil registra desaparecimento de 40 mil crianças

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 conselhos regionais de Medicina (CRMs) deram início, a partir de dezembro passado, a uma campanha permanente para pedir o engajamento dos 370 mil médicos do país na luta

em busca de crianças desaparecidas. O material foi aprovado, no dia 06 de dezembro, na 19ª Reunião da Diretoria do CFM com os presidentes dos conselhos regionais. O coordenador do Centro de Estudos Avançados do Cremepe (Ceac), Ricardo Paiva, participou da reunião representando o estado de Pernambuco. A iniciativa é da Comissão de Assuntos Sociais do CFM.

Anualmente, são registrados no Brasil 40 mil desaparecimentos de crianças. De acordo com especialistas no tema, 70% dos desa-parecidos fogem de casa por problemas domésticos e cerca de 15% nunca mais reencontrarão suas famílias.

Observar semelhanças com os pais, sinais de agressão, compor-tamento da criança com a família. Estas são algumas orientações para que os médicos fi quem atentos nos hospitais, prontos-socor-

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ros e clínicas do país. Outra recomen-dação indicada pelo Conselho é que os médicos sempre confi ram os documen-tos do menor e dos responsáveis.

O Conselho Federal vai enviar aos CRMs dos estados, cartazes com escla-recimentos que serão posteriormen-te repassados para postos de saúde. A campanha chamará atenção da socie-dade e dos médicos para o grande pro-blema do desaparecimento.

Um dos objetivos da ação é divulgar a Lei Federal nº 11.259/2005, conheci-da como “Lei da busca imediata” que prevê a busca imediata pela criança a partir da ocorrência policial. “Os brasi-leiros têm um mito de que é necessário aguardar 24 horas para fazer a denún-cia. Este tempo é crucial para encontrar uma criança desaparecida”, alertou o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital Corrêa Lima.

DIVULGAÇÃO Além dos cartazes, o Conselho lança-rá uma página eletrônica que trará in-formações para pais e médicos sobre a questão. As informações também serão encaminhadas por meios eletrônicos aos 370 mil médicos do país.

O CFM disponibilizará ainda no site ofi cial da entidade – www.portalme-dico.org.br – um banner da campanha, que também dará acesso ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (www.desaparecidos.mj.gov.br). O ob-jetivo da iniciativa é ampliar um esfor-ço coletivo e de âmbito nacional, para a busca e localização de crianças, adoles-centes e adultos.

Segundo o coordenador da Co-missão de Assuntos Sociais do CFM e secretário-geral da entidade, Henrique Batista, o cadastro é um importante instrumento de apoio à sociedade bra-sileira. “A entidade pede que a catego-ria médica fi que atenta aos retratos que estejam neste cadastro, pois as pessoas podem passar por uma unidade de saú-de e precisar de um tratamento médi-co”, apontou Batista.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.

Presidentes e Diretores de CRMs se reuniram na sede do CFM, em Brasília

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CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) divulgou,

no dia 12 de dezembro, um relatório con-solidado das fi scalizações realizadas nas Unidades de Saúde da Família (USFs) nos anos de 2010 e 2011. O trabalho, intitu-lado de O Médico na Atenção Primária em Saúde: Um Olhar sobre as Unidades de Saúde da Família do Recife, visitou 121 unidades e analisou a dinâmica de 251 equipes.

“O estudo é um olhar sobre o papel do médico, das suas rotinas e dos pro-cessos. Não nos limitamos em realizar apenas uma fiscalização clássica nas unidades”, afirmou Helena Carneiro Leão, presidente do Cremepe.

Entre as principais conclusões apontadas no estudo estão: a estrutura dos imóveis é, geralmente, precária, com infi ltrações e mofo, e não apre-sentam boa acessibilidade aos usuários e equipes, principalmente em dias de chuva. “Há algumas que são insalu-bres”, disse o médico fi scal do Creme-pe, Otávio Valença. As salas de espera, de acordo com estudo, são inadequadas (86%). O acolhimento, instituído como

dispositivo de organização da demanda no Recife, não conta com a presença de médico e não possui uma sala exclusiva em 77% das unidades. Já a sala de aten-dimento pré-consulta é inexistente em 76% das USFs.

Um aspecto positivo apontado pelo trabalho foi a higiene das salas de va-cinação. A grande maioria delas (86%) teve bom desempenho nesse item, em-bora tenham apresentado outras falhas como a ausência de bancada para aplica-ção de vacinas em crianças e adolescen-tes, além de maca para adultos. “Apesar de as salas serem limpas, a rotina de es-terilização é frágil. Não há segurança na higiene dos materiais”, aponta Valença.

O funcionamento das farmácias é considerado bom, com estoque de medi-camentos bem armazenado (50%). Por outro lado, o preenchimento do prontu-ário médico, documento essencial tanto para o médico quanto para o paciente, é precário. Quarenta e seis por cento são mal preenchidos. “Já presenciei um médico atender 40 pessoas em uma hora e meia”, revelou Valença. A falta de profi ssionais nas unidades, segundo

ele, difi culta o correto preenchimento do documento. Além disso, há pouco vínculo entre médicos e comunidades, bem como pouca disponibilidade dos profi ssionais, de acordo com o estudo.

O secretário de Saúde do Recife, Gustavo Couto, esteve presente durante a apresentação do relatório e prometeu analisar as questões apontadas. “É pre-ciso estreitar a relação entre prefeitura e entidades”. Mas, segundo ele, uma houve uma melhora significativa nos últimos anos. “Há 10 anos precisáva-mos colocar unidades de saúde em todo lugar. E fi zemos. Agora precisamos cons-truir um padrão”, admitiu Couto.

O consenso entre entidades e pre-feitura foi a criação de uma rede. “Sem complexo regulatório, dificilmente vamos dar certo”, concluiu Couto. “A construção de um sistema de rede é es-sencial”, fi nalizou Helena Carneiro Leão.

O estudo foi produzido pela equipe técnica do departamento de fi scalização do Cremepe, sob a orientação dos con-selheiros José Carlos Alencar e Roberto Tenório, vice-presidente e 2º secretário, respectivamente.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe..

Conselho divulga relatório de fiscalizações em USFs

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ESTUDO

Todas as Unidades de Saúde da Família do Recife foram vistoriadas pelo Cremepe. Os principais problemas encontrados foram a falta de estrutura e ausência de médicos

O Secretário de Saúde do Re-cife, Gustavo Couto (de paletó) participou da divulgação na sede do Cremepe

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Ref. Processo Ético Profi ssional n.º 45/10

EDITAL DE APLICAÇÃO DE PENALIDADE DE CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL

PENA DISCIPLINAR APLICADA AO MÉDICO DR. CARLOS ANTÔ-NIO DE SIQUEIRA ALENCAR - CREMEPE 10.870

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE PERNAM-BUCO - CREMEPE, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo Decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profi ssional n.º 45/10, realizada no CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, em 23/05/2011, vem aplicar ao médico DR. CARLOS ANTÔNIO DE SIQUEIRA ALENCAR - CREMEPE n.º 10.870, a pena de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na alínea “c”, do art. 22, da Lei 3.268/57, por ter o mesmo cometido as infrações previs-tas nos arts. 136 e 142 do Código de Ética Médica então vigente.

Recife, 27 de outubro de 2011.

Ref. Processo Ético Profi ssional n.º 04/08

PENA DISCIPLINAR APLICADA AO MÉDICO DR. FLÁVIO LUCIANO DANTAS CAVALCANTE - CREMEPE 3.766

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE PERNAM-BUCO - CREMEPE, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo Decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profi ssional n.º 04/08 realizada no CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, em 13/07/2011, vem aplicar ao médico DR. FLÁVIO LUCIANO DANTAS CAVALCANTE - CREMEPE 3.766, a pena de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na letra “c”, do art. 22, da Lei 3.268/57, por ter cometido infração aos arts. 38, 45 e 142 do Código de Ética Médica.

Recife, 10 de janeiro de 2012.

Cons. Helena Maria Carneiro LeãoPresidente do CREMEPE

Conselho Regional de Medicina de Pernambuco – Cremepe PUBLICAÇÃO DE PENAS PÚBLICAS

As obras na sede do Conselho Re-gional de Medicina de Pernambuco

estão chegando ao fim. A reforma, que teve início no dia 3 de janeiro de 2011, após a assinatura da ordem de servi-ço pelo então presidente da instituição, André Longo, foi financiada pelo Con-selho Federal de Medicina (CFM), e o investimento foi de R$ 4,8 milhões.

Inicialmente, a previsão era de que as obras fossem finalizadas em julho de 2012, mas a velocidade do andamento da reforma vai antecipar a entrega do prédio anexo e a ampliação do original. As atividades do Cremepe cresceram nos últimos 12 anos e o espaço físico estava sendo insuficiente para as demandas dos serviços. “A obra surgiu como uma ne-

cessidade de acomodar todos os setores e atender melhor os médicos e a socie-dade”, declarou o corregedor-adjunto Roberto Tenório, um dos integrantes da comissão de reforma.

O Conselho vai contar, agora, com uma ampla área de estacionamento e um prédio de dois andares. No primeiro, fun-cionarão os departamentos de processos e fiscalização, a assessoria jurídica e a corregedoria. No segundo, as câmaras de julgamento e o plenário com capacidade para 180 pessoas.

A construtora Potencial foi encarrega-da pela ampliação em 1.600 metros qua-

drados do Cremepe. O projeto foi assinado pela arquiteta Silvia Rangel, a ambientação por Ilka Rosas, a fiscalização coube ao engenheiro José Antônio Romaguera, sendo de responsabilidade do en-

genheiro Sérgio Mattos. “Tudo ocorreu de forma tranqüila, inclusive, no início, nós tínhamos 60 funcionários trabalhando, depois esse número caiu para 40”, disse Mattos.

O financiamento do CFM faz parte de um projeto de modernização e melhoria da estrutura dos CRMs de todo o Brasil. Além do financiamento da reforma, o CFM assumiu a despesa de parte dos equi-pamentos e móveis necessários.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.

Quase concluídas as obras de ampliação do Cremepe

REFORMA

O Conselho vai contar com uma ampla área de estacionamento e um prédio de dois andares

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Assessoria de Comunicação do CremepeAGENDÃO

CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE

Academia Pernambucana de Medicina completa 41 anos

A presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Helena Carneiro Leão, esteve presente no dia 21 de dezemebro nas comemorações dos 41 anos da Academia Pernambucana de Medicina. O coquetel foi realizado no Memorial da Medicina de Pernambuco, às 20h. A solenidade agraciou o professor Luiz Gonzaga dos Santos, com a Medalha do Mérito Médico Prof. Fernando Figueira, e o acadêmico Luiz Gonzaga Braga Barreto, com o título de Acadêmico do Ano. O Prêmio Salomão Kelner

foi entregue a quatro alunas do curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE).

Começam os preparativos para Caravana Cremepe/Simepe 2012 Representantes do Cremepe e integrantes da Rede Solidária Caranguejo Uçá reuniram-se no dia 12 de dezembro, sob a coordenação do diretor do Cremepe, Ricardo Paiva, e da coordenadora-executiva do Centro de Estudos Avançados (Ceac) do Conselho, Fernanda Soveral, com o objetivo de discutir as diretrizes da Caravana para o próximo ano. A Caravana deve direcionar as

atividades, que começam em março, para as comunidades do Recife, sendo a primeira a da Bomba do Hemetério. Vila Imbiribeira, Coelhos e Curado também estão inseridas nos planos da Caravana. A meta é que, até 2013, sejam realizados trabalhos em 120 comunidades. O projeto tem como foco fiscalizar as atividades de hospitais e postos de saúde, como também promover um diálogo nas escolas para saber as necessidades da população local.

Presidente do Cremepe passa a integrar Comissão de Bioética A presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão, participou no dia 05 de dezembro da solenidade de apresentação da Comissão de Bioética Clínica do Hospital da Restauração, no auditório do HR. É a primeira Comissão de Bioética formada no Estado, que terá como objetivo servir como consultório para profissionais, diante de conflitos e dilemas na assistência médica. A Comissão é composta por cinco especialistas do Hospital da Restauração, além da presidente Helena Carneiro Leão, sob a coordenação do professor Josemário Silva. A Comissão terá um papel de grande relevância, pois emitirá pareceres sobre situações clínicas de maior complexidade envolvendo, além dos aspectos clínicos, os legais e éticos, que envolvam profissionais, pacientes, familiares, institucionais, procedimentos de alto custo, indicações para UTIs, dentre outros.

No dia 20 de dezembro, representantes do Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos e da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho estive-ram reunidos no Cremepe visando encontrar soluções para os problemas na maternidade Padre Geraldo Leite Bastos, no bairro de Ponte dos Car-valhos. Dois dias antes (18 de dezembro), a unidade sofreu duas tentativas de arrombamento na mesma noite, o que causou uma sensação de medo e insegurança, tanto para os profissionais como para os pacientes do local. No encontro que durou mais de uma hora, além da questão da insegurança, foram colocadas em discussão as escalas de plantões incompletas e falta de ambulância em condições adequadas. Após a reunião, ficou garantida a se-gurança dos profissionais que trabalham no local, com a presença da polícia militar e da segurança armada do próprio município.

Entidades médicas cobram segurança na Maternidade Padre Geraldo Leite Bastos

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CAS aprova indicação de André Longo para diretoria da ANSA indicação da Presidência da Repú-blica de André Longo para o cargo de diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi aprovada pelo Senado, em dezembro. As prioridades de André Longo são a prevenção de doenças em vez de focar apenas em seu tratamento; oferecer melhor aten-dimento à saúde dos idosos, uma vez que aumentou a expectativa de vida da população; aprimorar os recursos tecnológicos da agência e mudar o foco do consumo de medicamentos para a valorização do médico. André Longo Araújo de Melo, de 40 anos, é cardio-logista e tem uma vasta experiência como dirigente de entidades médicas. Foi presidente do Sindicato dos Médi-cos de Pernambuc, vice-presidente e presidente do Cremepe. Atualmente ocupava o cargo de vice-corregedor do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e de conselheiro federal suplente no Conselho Federal de Me-dicina por Pernambuco. Foi também diretor da Federação Nacional dos Mé-dicos (Fenam). Mesmo tendo agora um ex-presidente como diretor da ANS, o Cremepe reafirma seu papel crítico e independente em relação às políticas públicas de saúde dos governos Fede-ral, Estadual e Municipais.

Formandos em medicinase reúnem no CremepeOs alunos de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que se formaram em 2011, compareceram no dia 5 de dezembro, na sede do Cremepe. Eles foram recebidos pelo secretário-geral, Luiz Domingues, que explicou como funciona o Conselho, falou também sobre as questões éticas que norteiam o exercício profissional e a importância do Cremepe. Esse encontro entre a direção da entidade e formandos de medicina é realizado todos os anos

na sede do Conselho. “Nós também tratamos da medicina como um aspecto humanístico, procurando acolher os concluintes, eles precisam de orientação”, disse Domingues.

Evento de ética e bioéticaO Cremepe promoveu nos dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, o IV Encontro das Câmaras Técnicas do Cremepe, no Mar Hotel, em Boa Viagem. “O evento foi voltado para as ações conselhais e para as atividades pertinentes aos integrantes das câma-ras. Também abordamos a importância dos documentos médicos”, afirmou a presidente do Cremepe, Helena Car-neiro Leão. Na programação, palestras, mini-conferências e mesas-redondas. Entre os temas discutidos: sigilo e documentação médica; bioética e as novas tecnologias em saúde; UTI e obstinação terapêutica; desafios éticos na relação médico-paciente e termina-lidade da vida. Também houve estudos de casos aplicados. Nos dias 1º e 02 de dezembro foram realizados, simulta-neamente, o II Encontro Regional de Bioética e o II Encontro de Comissões de Ética Médica. No último dia do evento, foi exibido o curta-metragem “A Casa dos Estranhos”, produzido pelo Cremepe com o patrocínio do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Conselho cobra melhorias no Oswaldo Cruz

Em reunião na sede do Cremepe, no dia 18 de novembro, com representantes do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), a equipe de fiscalização do Conselho cobrou da direção do hospital, ligado à Universidade de Pernambuco (UPE), melhorias na infraestrutura de atendimento aos pacientes, principalmente a referente ao pós-operatório e à anestesia. Segundo o chefe da fiscalização, Roberto Tenório, a equipe constatou a ausência de espaço adequado para as atividades.

Psicóloga do Médico Sem Fronteira faz palestra

“Abuso Sexual e Violência contra a Mulher em Catástrofe”. Esse foi o tema abordado durante palestra pela psicóloga e integrante da organização médico-humanitária internacional Médico Sem Fronteiras (MSF), Débora Noal, em 1º de dezembro. O evento, promovido pelo Cremepe, em parceria com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), trouxe reflexões importantes acerca do problema que atinge milhares de mulheres em todo o mundo.

Tesoureiro do Cremepe recebe prêmio Personalidade Profissional 2011

O tesoureiro do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Ricardo Paiva, foi agraciado com o prêmio Personalidade Profissional 2011 na categoria Medicina. A premiação é promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). O traba-lho de Paiva como idealizador da cartilha Diretrizes de Atenção Integral aos Usuários do Crack, do CFM, lançada em agosto, foi determinante para a homenagem. Na foto acima, Paiva aparece ao lado de Helena Carneiro Leão (Presidente do Cremepe) e de Roberto D’Àvila (Presidente do CFM), recebendo um outro prêmio, o Zilda Arns (do CFM), por serviços prestados na área social.

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SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Ogovernador de Pernambuco, Eduardo Campos, após aprovação da Assembleia Legislativa, sancionou a Lei

Complementar nº 187, de 07 de dezembro de 2011, que tor-na o cargo público de médicos no quadro de pessoal efetivo da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambu-co (Hemope) e da Fundação de Atendimento Socioeducati-vo (Funase), no plano de Carreira Médica do Estado.

Na verdade, foi mais uma das conquistas do Sindica-to dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e da categoria, que no dia 20/07/11, em Assembleia Geral, aprovaram por unanimidade a proposta de adesão à grade salarial já pra-ticada pela SES, assim como ao PCCV e o respectivo en-quadramento nesta Secretaria. Mais informações: www.simepe.org.br

Governador sanciona lei para médicos do Hemope e Funase

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Para homenagear os três mé-dicos que se destacam na sua atuação profi ssional (ética ou científica), a Associação de

Medicina (Ampe), o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), realizaram na noite do dia 14/10, a so-lenidade da outorga da Medalha de São Lucas, em comemoração ao Dia do Mé-dico. Os médicos Adailton de Alencar Vidal, Luiz Fernando de Oliveira Salazar e Valdecira Lilioso de Lucena, recebe-ram seus certifi cados e medalhas em solenidade das mais prestigiadas no auditório da Ampe, bairro da Boa Vista

A mesa de cerimônia foi composta pelo presidente do Simepe, Silvio Ro-drigues, pelas presidentes do Cremepe

Festa plural para três grandes profissionais

e da Ampe, Helena Carneiro Leão e Jane Lemos, respectivamente, o secretário de Saúde do Estado, Antonio Carlos Fi-gueira, o chefe de gabinete do ministro da Saúde, Mozart Sales, o então vice--corregedor do Cremepe, André Longo, e a presidente da Federação das Coo-perativas de Especialidades Médicas de Pernambuco (Fecem), Aspásia Pires.

RECONHECIMENTO E GRATIDÃO Silvio Rodrigues destacou a importân-cia da Medalha de São Lucas, instituída pelas entidades médicas desde 1969, como reconhecimento e gratidão aos médicos agraciados. “Os três home-nageados têm em comum a ética, o compromisso social e a competência profissional”, enfatizou Rodrigues.

Além disso, fez questão de ressaltar que o dia 14 de outubro de 2011 teve um signifi cado todo especial: os 80 anos de fundação do Simepe.

Em seguida, André Longo, de forma consistente e com toques poéticos, narrou as trajetórias pessoais e pro-fi ssionais de cada um homenageado, e ressaltou, principalmente, as lutas empreendidas em defesa da popula-ção, da medicina e das suas entidades representativas, afi rmando que eles são reconhecidamente discípulos de São Lucas. As medalhas de Adailton Vidal, Luiz Fernando Salazar e Valdecira Lu-cena foram entregues respectivamente pelos médicos Silo Holanda, Enio Can-tarelli e Wilson Oliveira Junior.

MOMENTO DE ARTEO médico Luiz Fernando Salazar, re-presentando os colegas homenageados, fez um discurso tranquilo e objetivo, com agradecimentos à família e, sobre-tudo, de gratidão às entidades médicas, ressaltando também valores pesso-ais e profi ssionais de Adaílton Vidal e Valdecira Lucena. O momento de arte musical foi, sem dúvida alguma, impe-cável com a apresentação dos médicos/cantores Fernando Azevedo e Léa do Carmo Correia (ex-presidente do Si-mepe) acompanhada pelo violonista Cláudio Almeida. Show de competên-cia e qualidade.

Antes do final do evento, houve o descerramento da placa alusiva no Espaço Ernesto Oliveira, seguido de coquetel em comemoração ao Dia do Médico/Medalha de São Lucas, com a presença de inúmeros familiares, ami-gos e convidados. Os três médicos que receberam a outorga, a partir de agora, fazem parte do grupo de 119 agraciados com a homenagem.

Adailton Vidal, Luiz Salazar e Valdecira Lilioso foram os homenageados deste ano | Chico Carlos

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Funcionários fantasmas em Camaragibe são denunciados

AProcuradoria da República Federal (PGR) em Pernambuco, através do

procurador Rafael Nogueira Filho, vem dando andamento às denúncias so-bre contratação indevida de servidores públicos por meio de empenho e sem prévio concurso público, bem como a existência de vínculos “fantasmas” no município de Camaragibe.

Esta denúncia foi ratifi cada, ao ser noticiada em jornal de grande circula-ção em Pernambuco. Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos de Pernam-buco (Simepe), Fernando Cabral, o Sindicato formulou representação de-nunciando as irregularidades na gestão da saúde no município de Camaragibe, relacionadas às péssimas condições de trabalho e aos precários vínculos dos servidores.

QUESTIONAMENTOS Além disso, o Sindicato denunciou ao Ministério Público que vários servidores estão questionando que apesar de não terem vínculo com o Município de Camaragibe, estão sendo chamados pela Receita Fe-deral para justifi car o recebimento de remuneração que chega a mais de R$ 20 mil quando recebem pouco mais de um salário-mínimo.

Vários servidores da saúde es-tão sendo indicados pelo Município de Camaragibe como servidor público, sem sequer trabalharem para o Muni-cípio. Várias denúncias foram feitas, o Ministério Público Estadual também está apurando as irregularidades per-petradas pela gestão do Município de Camaragibe. O Simepe espera que a

Sindicato cobra providências para coibir irregularidades e desmandos no município

Alunos encerram período letivo com almoço no SimepeClima de festa e muita alegria para alunos do 8º período de medicina da UPE | Thiago Graf

Atarde da terça-feira, 29/11, foi es-pecial. Cerca de 80 pessoas, entre

alunos e professores, estiveram no Si-mepe para comemorar o fi m do semes-tre letivo do curso de medicina na UPE. Eles se reuniram e participaram de uma deliciosa feijoada, regada de muito co-nhecimento e alegria.

Esse já é o oitavo ano que a cele-bração acontece, como explica a pro-fessora Tânia Falcão. “Durante esse tempo, o Simepe abriu as portas para a gente. Quando chegam no 2º período do curso, os alunos iniciam os estudos da cadeira de ‘Trabalho Médico e com-promisso social’ e sempre trazemos

um pequeno grupo a cada terça-feira. No fi m do semestre, fazemos a grande comemoração”.A docente ainda refor-ça a importância dos alunos conhece-rem um pouco mais sobre o Simepe. “É extremamente relevante integrar os estudantes com o próprio sindicato, que é uma entidade que luta pelos di-reitos dos profi ssionais médicos”, res-saltou.

A iniciativa agradou bastante a alu-na Rafaela Lima. “É legal porque é um espaço que a gente pode utilizar para prolongar a discussão”. As palavras da estudante foram reforçadas pela pro-fessora Tânia. “Utilizamos o momento também para ampliar o debate com os conteúdos estudados. É muito impor-tante”. A docente ainda explica o pen-samento para o futuro. “Esperamos continuar com essa parceria e com no-vos alunos sendo integrados”, pontuou. Agora, os estudantes irão aproveitar o merecido recesso. As atividades serão retomadas em fevereiro de 2012.

Procuradoria da República tome todas as providências para coibir as irregula-ridades, bem como para responsabilizar o gestor pelos desmandos com a admi-nistração do Município de Camaragibe, buscando punir os atos de improbidade administrativa denunciados.

Assessoria de Imprensa do Simepe.

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SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Dois dias de muito conhecimento. Assim pode ser defi nido o III Sim-

pósio Pernambucano de Integração Mé-dico-Mídia. Na edição de 2011, o evento contou com a participação de grandes nomes da comunicação e da medicina reunidos no auditório da Celpe, Boa Vis-ta, nos últimos dias 06 e 07 de dezembro. Os debates foram pautados por temáti-cas que variaram desde o poder da mí-dia, passando pela liberdade de expres-são, comunicação institucional, uso de mídias digitais, até a pauta da saúde nos veículos de imprensa.

No primeiro dia do evento, após a abertura dos trabalhos pelo presiden-te do Simepe, Silvio Rodrigues, quatro palestras trouxeram muita informação para o público presente. De início, Maria Luiza Borges, editora executiva do JC, e Sérgio Miguel Buarque, editor executivo do DP, trataram “O poder da mídia e a liberdade de expressão”, fazendo uma alusão histórica sobre o jornalismo e também o “modo de fazer” atual.

Temas relevantesEm seguida, as jornalistas Ana Ara-gão – Signo Comunicação – e Liseane Morosini – consultora em comunica-

ção para o terceiro setor, doutoranda em Comunicação, Informação e Saúde pela Fiocruz/RJ – explicaram o funcio-namento do “jornalismo em Assessoria de imprensa e o uso das novas mídias”. O debate teve mediação do diretor Si-mepe, Assuero Gomes. À tarde quem participou ativamente das discussões pôde acompanhar os ensinamentos de Marcos Baptista, (gerente da Petros) e Rinaldo Ferraz, jornalista e gerente de projeto da A-SIM Marketing e Comu-nicação, sobre a “importância do tra-balho da comunicação institucional e da agência de comunicação”. A mesa foi presidida por Edna Madalozzo, as-sessora de imprensa do Sindicado dos Médicos de Campinas-SP.

Encerrando o primeiro dia, a médi-ca e diretora do Simepe, Cláudia Bea-triz, mediou a mesa sobre “produção, reportagem e edição de notícias para televisão”, com as jornalistas Claris-sa Goés, apresentadora da TV Globo, e Mônica Carvalho, chefe de reportagem da TV Jornal. A palestra trouxe pontos importantes sobre o veículo televisão, bem como os aspectos relevantes sobre a produção de pautas, entre outras in-formações.

Já no segundo dia, a temática da vez foram os portais de notícias e as mídias digitais. Para debater sobre o assunto, os jornalistas Eduardo Cavalcanti, edi-tor geral do portal LeiaJá, e Carol Mon-teiro, editora executiva do Pernambuco.com, assumiram o microfone e trataram questões como o aumento de usuários no twitter,facebook e as mudanças acar-retadas pelo advento dessas novas ferra-mentas. Durante o debate, mediado por Gilvan Oliveira, do Jornal do Commercio de Pernambuco, ainda houve muita po-lêmica e discussão sobre o julgamento da utilização desses novos mecanismos. Eles ainda esclareceram as principais diferenças na atuação dos profi ssionais que trabalham para web.

JORNALISMO E MEDICINAA sexta palestra do Médico Mídia 2011 foi mediada pela jornalista e professora da AESO, Carolina Cavalcanti. Ela provocou o radialista Edvaldo Morais, da Rádio Fo-lha FM, como também o médico e con-selheiro do Cremepe, Ricardo Paiva, so-bre quais as formas em que o jornalismo e a medicina podem andar lado-a-lado. O tema gerou um bom debate, inclusive com casos interessantes envolvendo as duas áreas.

Já na tarde da quarta-feira, o rádio ganhou força dentro do Médico-Mídia 2011. Os jornalistas Mário Neto (CBN--Recife) e Marise Rodrigues (Rádio Fo-lha FM) explicaram as diferentes formas que a saúde está inserida neste veículo, considerado o mais instantâneo de todos. Eles ainda lembraram, com a mediação do diretor do Simepe, Tadeu Calheiros, os principais programas e destaques da saú-de no meio radiofônico, e de que forma o setor se insere nas pautas apresentadas.

Finalizando com o Simpósio, os jor-nalistas Bruno Fontes (Globo) e Silvia Bessa (Diario) trouxeram bons exem-plos de apuração, reportagens especiais e do tratamento com a fonte noticiosa. Com o presidente do Simepe Silvio Ro-drigues comandando a mesa, os profi s-sionais apresentaram vídeos e matérias demonstrando na prática o que é a pro-fi ssão do repórter e o compromisso com a informação de qualidade, encerrando de forma brilhante o III Médico-Mídia de Pernambuco.

*Estagiário de jornalismo da Assessoria de Comunicação do Simepe.

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O poder da mídia, a comunicação institucional e o uso de mídias digitais foram alguns dos temas em destaque | Thiago Graf*

Simpósio Médico-Mídia amplia relação entre

profissionais e estudantes

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AAssembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou na noite da segunda-feira, 21 de novembro passado, uma

sessão solene comemorativa aos 80 anos do Sindicato dos Mé-dicos de Pernambuco (Simepe), proposta do deputado Luciano Siqueira, do PCdoB. Na ocasião, foram homenageados com a Medalha do Mérito Sindical do Simepe as entidades do mo-vimento médico de Pernambuco: Associação Médica de Per-nambuco (AMPE) e o Conselho Regional de Medicina (Creme-pe), além do médico e sindicalista cearense Francisco Monteiro (Chico Passeata), que morreu em 2011, vítima de câncer.

Estiveram presentes a professora Helena Serra Azul Mon-teiro que, com Passeata, foi militante contra a ditadura e chegou a ser presa com o marido no Recife, diretores e funcionários do Simepe, diretores de hospitais, representantes do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), das centrais sindicais (CUT e Con-lutas), de entidades médicas locais e nacionais.

EM DEFESA DO SUS E DO POVONa opinião do deputado Luciano Siqueira, o Simepe, além de promover o bem-estar dos médicos, se diferencia por conta da defesa permanente dos interesses coletivos da população, buscando a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS). O par-lamentar destacou que, na verdade, a história da instituição representa a trajetória da atividade médica estadual em todos os sentidos. “Se nós não fi zéssemos essa sessão solene, a Ale-pe fi caria em dívida com o Sindicato dos Médicos, com os mé-dicos de Pernambuco e a história da luta sindical dos médicos do nosso Estado. E assim neste instante, nós prestamos esta homenagem na convicção de que estamos dando uma contri-

Simepe recebe homenagem do Poder Legislativo

buição para registrar na história de Pernambuco, no seu Poder Legislativo estadual, essa grande conquista que é a existência ininterrupta e vitoriosa do Sindicato dos Médicos”, destacou.

Para Luciano, a homenagem do Simepe a Francisco Mon-teiro simboliza “o reconhecimento não só a Chico e Helena, mas a toda uma geração de companheiros, estudantes de me-dicina, mais tarde médicos, que dedicaram o melhor de si à luta pela liberdade, pelos direitos humanos e contra a ditadura militar que operava naquela ocasião”, frisou.

CONQUISTAS E AVANÇOS Presidindo a reunião solene, o deputado Raimundo Pimentel, do PSB, destacou que a entidade médica vem atuando com determinação no Recife, Caruaru, Serra Talhada, Ouricuri, Garanhuns e Petrolina. Segundo ele, o Sindicato ampliou suas ações em 2011, conquistou vitórias que fortalecem e valorizam a atividade médica no Estado.

Em seu discurso, o presidente do Simepe, Silvio Rodrigues, frisou que a história da entidade e a tradição de lutas do povo pernambucano se irmanam no cenário nacional. Para Rodri-gues, o Sindicato obteve, por meio da unifi cação das entidades médicas, importantes conquistas para a categoria que sempre prestou relevantes serviços à sociedade em geral.

Durante a solenidade, foi exibido um fi lme de cinco minu-tos, em homenagem aos 80 anos do Simepe, às entidades mé-dicas (Cremepe e AMPE) e ao médico cearense Chico Passeata. No fi nal, foi servido um coquetel aos presentes no espaço do prédio anexo da Alepe, para consolidar uma noite festiva, so-lene, de caráter extremamente sindical e político.

A entidade médica superou desafios, avançou e conquistou vitórias ao longo de seus 80 anos | Chico Carlos

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SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Mais um problema na assistência materno infantil. Com agrava-

mento da crise, além do famoso “cal-vário” com a peregrinação de serviço em serviço, as gestantes sofrem com a superlotação. A Central de Parto regu-lando leitos que não existem, pois estes profi ssionais buscam fazer o milagre na regulação, geralmente recebem vaga ZERO dos diversos serviços de materni-dade e fi ndam por regular nos serviços que se encontram com equipe médica completa; acarretando na superlotação dos mesmos, quando não raro chegan-do a trabalhar com o dobro ou as vezes com o triplo da capacidade instalada. Profi ssionais de saúde vivendo situa-ções de extremo estresse sendo obri-gados a internar gestantes em cadeiras, mesas de parto e do centro cirúrgico, e ainda mais grave, duas puérperas na mesma cama com seus respectivos recém nascidos; extrapolando-se os princípios de higiene.

Não são raras às vezes em que se formam fi las, com longa espera nas triagens das maternidades; o que não

poderia ser de forma diferente; em tudo que se trabalha com sobre demanda, o número de procedimentos cresce (evo-luções, partos, cesarianas...) e, inclusi-ve, cresce também o risco de insucesso e complicações materno-fetal. Precisa-mos dar um basta nesta situação, cessar este sofrimento e exposição das nos-sas mulheres, famílias e profi ssionais da saúde, inclusive médicos que estão sempre denunciando o caos e lutando por dias melhores.

Senhores que fazem a Imprensa nos ajudem colocando o foco da produção de notícias na estruturação da rede ma-terna hierarquizada e que os municí-pios assumam seus partos, assim como já assumem o pré- natal e a puericultu-ra; pondo fi m as transferências e a su-perlotação das maternidades da capital. Temos que juntar forças e levantar uma só bandeira em prol de mulheres cida-dãs grávidas, quem vivem a incerteza de onde terão seus fi lhos, antes que seja tarde demais, e se tenha que colocar o foco em páginas policiais com denún-cias de morte ou danos.

Senhores gestores, que tem o poder de executar, centremos esforços no fa-

zer acontecer; vamos realizar concur-so e chamar de imediato os aprovados; vamos oferecer salários dignos e incen-tivos para interiorização; vamos estru-turar maternidades com leitos, equipa-mentos e recursos humanos adequados formando serviços regionalizados.

Senhores gestores eleitos pelo povo cidadão, vamos no comprometer com a sociedade, com saúde digna, com qualidade. A estas mulheres basta a ex-pectativa e a alegria da chegada de seus fi lhos, aliviando a angustia e a incerteza destas famílias e dos profi ssionais que estão na ponta prestando assistência. Não deixem que a situação piore e que gere nestes profi ssionais a intenção de abandonar sua profi ssão e carreira que tanto se empenharam para construir em seis anos de graduação na Universidade e três anos de residência, para se encon-trarem neste xadrez, em que refl etem qual a qualidade de onde vem tudo e oferecendo aos seus familiares e a de seus pacientes; pois nada mais justo que chamar estas gestantes de pacientes, pois haja paciência, para viver este caos.

*Médica ginecologista obstetra.

Cláudia Beatriz*

Superlotação compromete qualidade da

assistência nas maternidades

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VIOLÊNCIA NO CABO DE SANTO AGOSTINHOO Simepe cobrou providências da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho e Secretaria de Defesa Social (SDS) con-tra a agressão sofrida por um médico na madrugada do domingo (01/01/12), no Serviço de Pronto-Atendimento (SPA), praia de Gaibu/Cabo de Santo Agostinho. Um grupo de aproximadamente 20 pessoas entrou no hospital com a intenção de agredir um paciente. Ao tentar impedir, o mé-dico foi agredido. No local só havia dois guardas municipais na frente do SPA.

DESCASO NO SAMU DE OLINDA Médicos que trabalham no Samu de Olinda denunciam que frequentemente enfren-tam problemas como: falta de água e torpedos de oxigênio, lâmpadas queimadas, viaturas sem as mínimas condições de uso, além da falta de dedetização e equipamentos - ar condicionado, monitor cardíaco, cardioversor, bomba de infusão - e o decúbito que é elevado com o apoio de um cone. Os profi ssionais pediram intervenção das entidades médicas e providências dos gestores municipais por me-lhores condições de trabalho e de assistência à população.

CARUARU APROVA O PCCV DOS MÉDICOS A Câmara Municipal de Caruaru aprovou por unanimida-de, em 20/12/11, o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) dos médicos. A categoria aguarda que o PCCV seja

sancionado pela Prefeitura. Trata-se de mais uma impor-tante conquista do Simepe para os médicos do município. A categoria já começou a discutir a pauta da Campanha Sa-larial de 2012.

FALECIMENTO DE JOSÉ CAIRESO Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) mani-festou pesar pela morte do presidente do Sindicato dos Mé-dicos da Bahia (Sindimed-BA), José Caires, e se solidarizou com os familiares e amigos pela perda irreparável. O mé-dico, de 51 anos, faleceu vítima de um infarto fulminante no sábado, 07/01. O presidente do Simepe, Sílvio Rodrigues, lamentou o fato e afi rmando que Caires deixa uma lacuna no movimento sindical médico do Brasil. “Este lugar não tem como ser ocupado, devido ao grau de militância que ele tinha. Ele sempre foi incisivo na defesa das causas médicas da Bahia e do País”, disse.

COMISSÃO ESTADUAL DE HONORÁRIOS MÉDICOS (CEHM) Aprovada em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no auditório do Sindicato dos Médicos de Pernambuco em 22/12/11, a proposta das operadoras de planos de saú-de: Amil, Medial Saúde e Saúde Excelsior para os planos superiores dos novos produtos e planos básicos. Os no-vos valores estarão vigentes a partir de 01 de fevereiro de 2012. Em março, haverá nova rodada de negociação a fi m de reajustar novos índices, tendo como referência a Clas-sifi cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Mé-dicos (CBHPM).

De olho na notícia

Médicos de Caruaru aprovam Pauta Salarial com novas reivindicaçõesEm Assembleia Geral realizada ter-

ça-feira (10/01), no auditório da Associação Médica Regional de Carua-ru, os médicos vinculados à Prefeitura aprovaram a Pauta da Campanha Sala-rial deste ano com a inclusão de novas reivindicações, visando benefi ciar toda a categoria em geral. Durante a plená-ria foram incluídos: reajuste salarial de 25%em 2012; concurso público, em caráter de urgência: PSF, cardiologia, obstetrícia, neonatologia, intensivista; ade quação da remuneração de PSF com incentivo de interiorização (R$ 12 mil); incorporação de gratifi cação de plantão após 10 anos de serviço contínuo nesta função; convocação dos aprovados no último concurso para o SAMU; ade-quação para condições mínimas de tra-balho (segurança, equipamentos e in-

sumos, recursos humanos); reabertura imediata da UTI da Casa de Saúde Bom Jesus; seguro de vida para os médicos que fazem a remoção de pacientes en-tre Unidades de Saúde. Vale frisar que a Pauta Salarial de 2012 foi encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde

O diretor regional de Caruaru, Dani-lo Souza, fez uma avaliação positiva do movimento dos médicos, destacando

que a mobilização e a determina-ção da categoria, além das ações realizadas pelo Simepe junto aos gestores e à mídia local fi zeram a diferença em 2011. “A aprova-ção do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) pela Câ-mara de Vereadores representou uma grande conquista para os médicos de Caruaru. O tempo de

serviço, a progressão por classe e o ní-vel de graduação garantiram estímulo para os profi ssionais. Mas, temos que continuar lutando em defesa dos médi-cos”, frisou.

Uma nova assembleia geral foi mar-cada para o dia 24/01/12, às19h30, no auditório da Associação Médica/Regio-nal de Caruaru, quando será discutida e avaliada a resposta da municipalidade.

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AMPE Associação Médica de Pernambuco

Elizabeth Porto*

O 40º Congresso Médico Esta-dual de Pernambuco reali-zado em Caruaru, no perío-do de 27 a 29 de outubro de

2011, teve pleno êxito e foi promovido pela Associação Médica de Pernam-buco – AMPE com a co-participação da Associação Médica Regional de Ca-ruaru, contribuindo para atualização e aperfeiçoamento técnico dos médicos da região agreste e fortalecendo os la-ços entre as Associações. O evento teve o co-patrocinio do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CRE-MEPE) e do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE) e contou com expressivo apoio de outras entidades como a ACIC – Associação Comercial e Empresarial de Caruaru que inclusive cedeu suas instalações para a realiza-ção do conclave.

A Presidente do Congresso e Se-cretária Geral da AMPE, Dra. Helena Maria Carneiro Leão, fez a abertura ofi cial do evento ressaltando sua im-portância desde os seus primórdios até o momento atual destacando a pro-gramação que abordava temas atuais e

40º Congresso Médicoé realizado com êxito

relevantes e contava com a participa-ção de expressivos nomes da medici-na pernambucana e nacional. Helena Carneiro Leão é também a atual Presi-dente do Conselho Regional de Medi-cina de Pernambuco.

Em seguida o médico Dr. Reinaldo de Oliveira proferiu a Conferência de Abertura sobre Arteterapia – valori-zando o uso da atividade artística no contexto da relação médico/paciente com repercussões positivas sobre o tratamento através de uma diversida-de de mecanismos psicofi siológicas, vivenciando o prazer vitalizador do fazer artístico. A presidente da AMPE, Dra. Sílvia Costa Carvalho, empos-sada em solenidade que antecedeu a abertura do Congresso, assinalou que o 40° Congresso Médico Estadual foi idealizado e elaborado com mui-to zelo pela Comissão Científi ca, que teve a preocupação de colocar em seu programa temas de atualização em várias especialidades médicas. “Além de assuntos relacionados à questões técnicas foi dado ênfase aos aspec-tos éticos e bioéticos que envolvem a arte médica, sendo discutido entre outros assuntos, questões relaciona-

das à Terminalidade da vida”, lem-bra Sílvia. A dependência química ao álcool e ao crack, tema que na atua-lidade constitui um dos desafi os na prática médica, foi também abordado em Mesa Redonda que contou com a participação da psiquiatra e ex-presi-dente da AMPE Jane Lemos.

“O evento teve elevado nível técni-co sendo oportunidade ímpar de atu-alização de conhecimentos na nossa prática médica. Sinto-me agraciada, com o privilégio de assistir brilhan-tes exposições de profi ssionais de in-contestável competência. Expresso meus agradecimentos a todos que co-laboraram para o êxito do congresso e parabenizo os que lá estiveram na qualidade de participantes, por terem sido contemplados com evento de tal magnitude” - fi nalizou a médica Sílvia Costa Carvalho.

Após a solenidade de abertura foi servido coquetel com apresentação musical do grupo Flor de Muçambé com músicas regionais de excelente qualidade enquanto havia o congraça-mento dos presentes.

*Jornalista.

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A médica Silvia da Costa Carvalho Ro-drigues, dermatologista, é a nova

presidente da Associação Médica de Per-nambuco, para o triênio de 2011/2014. A solenidade de posse ocorreu no dia 27 de outubro de 2011, em Caruaru, juntamen-te com a posse da nova Diretoria daquela regional e por ocasião da realização do 40° Congresso Médico Estadual de Per-nambuco. Nesta entrevista, ela destaca o que pretende realizar na sua gestão.

Como nova presidente da AMPE, a se-nhora tem meta primordial para 2012?Dentre os muitos objetivos previstos no estatuto da Associação Médica de Per-nambuco, está a promoção do aperfei-çoamento cultural médico científi co. Os avanços tecnológicos em várias áreas do conhecimento médico impõem constan-te atualização científi ca e a necessidade de intercâmbio entre as diversas espe-cialidades. É meta de nossa gestão buscar junto às sociedades de especialidades, maior engajamento das mesmas nas ati-vidades científi cas desenvolvidas pela Associação Médica, possibilitando rea-lização de fóruns de discussão de temas de grande abrangência na prática médica, bem como de interface entre especialida-des. Pretendemos que fi quem integrados nessas atividades científi cas também os médicos residentes e estudantes de me-dicina, contemplando assim os propósi-tos e objetivos da AMPE.

O que a senhora pretende destacar na sua gestão?A Associação Médica de Pernambu-co tem marcado presença, junto com as demais entidades Médicas do Estado (CREMEPE e SIMEPE), nas lutas pelas bandeiras da categoria médica, tais como a implantação da CBHPM, regulamen-tação da Emenda 29, fortalecimento do SUS, ampliação de vagas para residência médica, promoção de educação conti-nuada aos médicos, para citar algumas. O trabalho em conjunto com essas en-tidades tem se mostrado extremamente frutífero, com benefícios à classe médica e à população. Entendemos que com a união de forças, sem comprometimento dos objetivos inerentes à cada uma das Instituições, as conquistas serão cada vez maiores e promissoras. Os resultados do trabalho em parceria, o perfeito engaja-mento das entidades médicas do estado nos incentivam e reforçam nossa posição em favor da sólida união dessas entida-des. Buscaremos manter e fortalecer essa parceria, que tem-se revelado a cada dia mais construtiva e salutar. Há quantos anos faz parte da AMPE?Como sócia, faço parte da Associação Médica de Pernambuco desde que deixei os bancos da faculdade, ou seja, há exatos 33 anos. Como todo jovem médico à épo-ca, ansiava por fazer parte de tão nobre, reconhecida e respeitada associação. Du-

rante o período acadêmico já participava dos eventos científi cos promovidos pela Sociedade de Medicina de Pernambuco (antiga denominação da AMPE). Ingres-sei como membro da Diretoria em 1999, início da gestão do Dr. Adriano Ernesto de Oliveira, assumindo o cargo de primeira secretária, permanecendo nessa função em duas gestões consecutivas, ou seja, até 2005 quando passei à primeira Vice--Presidência, reconduzida em 2008 ao mesmo cargo. A condição de membro da Diretoria possibilitou-me conhecer mais profundamente os méritos e grandiosi-dade da Associação Médica, da qual me orgulho de ser integrante.

O que a AMPE disponibiliza aos seus só-cios em sua sede?A Associação Médica de Pernambuco disponibiliza aos sócios, em sua sede, acervo bibliográfi co predominantemen-te relacionado à história médica, que pretende ampliar, viabilizando material de estudo e pesquisa aos sócios. Por cus-tos reduzidos, faz cessão de seus audi-tórios à classe médica e outras áreas de saúde, congregando inúmeros eventos científi cos e culturais. Para melhor aco-lher seus sócios e usuários, tem promo-vido melhoria dos espaços oferecidos para eventos, como ocorreu no último ano, com a reforma do Hall de entrada, que foi nominado de Espaço Adriano Er-nesto. Está em curso projeto de reforma de outras instalações, especialmente o primeiro andar do prédio, com propósito de oferecer melhores acomodações para os sócios, bem como a manutenção e va-lorização do prédio sede.

Há planos de conquistar mais sócios na Associação Médica?Certamente é intenção da Associação Mé-dica de Pernambuco a expansão do seu quadro associativo. Quanto mais nume-rosos, tão mais fortalecidos e reconheci-dos seremos. Pretendemos trazer o maior numero possível de colegas a se engajar no trabalho associativo e, especialmente, buscar a integração precoce do estudante de Medicina na nossa Instituição. Como primeiro passo, já contamos com a apro-vação em Assembléia de Delegados, para admissão de estudantes na qualidade de sócios, desde o seu ingresso na Universi-dade, o que, a nosso ver, representa gran-de avanço e traz novas perspectivas ao futuro da associação.

Sílvia Carvalho fala sobre sua nova gestão

36 | MOVIMENTO MÉDICO

AMPE Associação Médica de Pernambuco

O Comitê Acadêmico de Medicina de Pernambuco-CAMPE nasceu, no

ano passado, e já agregou estudantes das quatro universidades. O presidente do CAMPE, Diego Montarroyos Simões, da Universidade de Pernambuco-UPE revelou que o comitê nasceu depois de um encontro com os médicos Gilson Edmar Gonçalves e Silva e Nair Cristina de Almeida , que queriam o retorno da Sociedade dos Internos mas concorda-ram com o estudante da UPE Marcílio Oliveira sobre a visão dos estudantes, de hoje, que desejavam a formação do CAMPE.

A diretoria do CAMPE é formada por seis estudantes das quatro univer-sidades. A maioria, por enquanto, é da UPE. A criação do comitê é inovadora no nordeste. Hoje há comitês de Me-dicina em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. “Não podíamos fi car atrás dos núcleos do Sul e Sudeste. O comitê não está interessado em defender ne-nhum partido político. Nosso trabalho é no campo científi co. Promover cur-sos, seminários, congressos, simpósios. Nosso seguimento é científi co” afi rmou Marcílio Oliveira, membro da diretoria do CAMPE. “Queremos resgatar um congresso para que todos estudantes

de medicina possam mostrar o que fi -zeram em pesquisa e ser premiado por algum trabalho”, garante Montarroyos, que é também presidente da Liga Aca-dêmica de Mastologia da UPE.

Para a vice-presidente do CAMPE, Tatiane Indrusiak do 10º período da UPE, o CAMPE foi resultado de muito trabalho das ligas acadêmicas de Per-nambuco. As ligas foram criadas com o intuito de aprimorar o aprendizado dos acadêmicos como médicos a fi m de aproximá-los dos pacientes. “Essa idéia é possível através, dentre outras coisas, com aulas práticas nas mais diversas áreas, realizações de pesquisas e pro-jetos de extensão, principalmente esses dois últimos” acredita Tatiane.

NOVAS FACULDADESDiego, Tatiane e Marcílio (foto) não aprovam o aparecimento de novas fa-culdades de Medicina. “No Brasil não há nenhum estudo sobre a necessidade de novas escolas de Medicina. O cenário de prática no curso de Medicina é precário. Não existem hospitais sufi cientes para os acadêmicos. Os ministérios da Saú-de e da Educação deveriam pesquisar sobre esse problema”, conclui Diego. “E sabemos que faltam médicos no interior

e escassez de algumas espe-cialidades médicas”, lembra Marcílio. Por sua vez, Tatiane também discorda do aumen-to de faculdades no país, pelo simples fato de confundirem

quantidade com qualidade. “Na verda-de, acho que faculdade fi cou como sinô-nimo de empresa, lucro, etc. Claro que a busca por ensino superior aumentou signifi cativamente e o Brasil precisava responder por isso, já que a quantidade de vagas é insufi ciente. Só que muitas escolas, em nosso país são abertas sem o mínimo de qualifi cação, certifi cado de funcionamento, de aprovação. Assim, sou totalmente contra o aumento de fa-culdades porque isso não é garantia de um bom profi ssional no futuro”, critica Tatiane.

A abertura de uma escola de Medici-na exige critérios rigorosos. Atualmente isso não acontece, segundo Indrusiak por questões de interesses fi nanceiros e partidários, o governo vem tentando mostrar à população que o aumento de escolas de Medicina vai melhorar ainda mais a educação do nível superior. “Po-rém, mais uma vez está brincando de ‘mundo das idéias’, como dizia Platão, do fantástico ‘mundo de Bob’. Ques-tionar e não parar de questionar, como dizia Einstein, são para poucos”. Essa busca para todos ter acesso à educação de qualidade e construir uma capacida-de crítica é um dos meus maiores ob-jetivos de defesa e de certa forma, vejo isso sendo praticado nas ligas acadêmi-cas, e também no CAMPE” desabafou Tatiane.

O presidente do CAMPE é categó-rico afi rmando que não adianta for-mar um médico sem ele ter capacidade para atender o paciente. Nos países de primeiro mundo o médico recém-for-mado, para exercer a Medicina, precisa de acompanhamento. “Aqui no Bra-sil não há vaga de Residência Médica sufi ciente para novos médicos”, lem-bra Montarroyos. Ele participou de um congresso médico, em Belo Horizonte, em novembro do ano passado e um dos assuntos mais discutidos foi a Residên-cia Médica no país. “Em 2012 vamos reestruturar bem á diretoria do CAMPE e esperamos contar com o apoio da pre-sidente da Associação Médica de Per-nambuco, Silvia Carvalho”, fi nalizou Diego.

Acadêmicos de Medicina criam Campe

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A psiquiatra Jane Maria Cordeiro Lemos foi eleita Diretora de Comunicação da Associação Médica Brasileira- AMB, para atuar durante o biênio 2011/2014. A diretoria e funcionários da Associação Médica de Pernambuco – AMPE para-

AMPE INFORMAbenizam Jane Lemos - ex-presidente da AMPE - pelo novo cargo na AMB.

LANÇAMENTO DE LIVRO A AMPE lançou o livro 170 Anos de História e Contribuição Social, no dia 27 de dezembro passado, no auditório da entidade. São doze textos de profi ssionais da medicina que des-

crevem a atuação da antiga Sociedade de Medicina, além da AMPE no cenário nacional. Médicos, representantes das entidades médicas, jornalistas e outros convidados participaram do coquetel de lançamento do livro.

CONFRATERNIZAÇÃOUm almoço de confraternização promovido pela Associação Médica

de Pernambuco - AMPE no dia 20 de dezembro, do ano passado, marcou as comemorações natalinas entre a direto-ria, funcionários e convidados. A AMPE deseja FELIZ ANO NOVO para seus as-sociados, funcionários e colaboradores. SÓCIO ACADÊMICOEm Assembleia de Delegados da Associação Médica de Pernambuco, foi aprovada alteração estatutária no sentido de admitir como sócio acadê-mico o estudante de Medicina desde o seu ingresso na faculdade. Tal medida viabilizará a integração mais precoce do estudante com a Associação Médica, possibilitando-o participar e contribuir mais intensamente com as atividades da associação . Conforme previa o estatuto antes em vigor, o estudante só poderia ser admitido como sócio nos últimos quatro períodos do curso de medicina.

Em solenidade realizada no dia 14 de outubro passado, no auditório

da Associação Médica de Pernambuco, os médicos Adailton de Alencar Vidal, Valdecira Lilioso de Lucena e Luiz Fer-nando Salazar de Oliveira foram agra-ciados com a Medalha São Lucas.

A medalha, que recebe o nome do patrono da Medicina, é concedida anualmente pelas entidades médicas – Conselho Regional de Medicina, Sin-dicato dos Médicos e Pernambuco e As-sociação Médica de Pernambuco, a três médicos que se destacam no exercício da profi ssão médica, por ocasião em que se comemora o Dia do Médico.

A cerimônia foi presidida pelo mé-dico Silvio Sandro Rodrigues, presiden-te do SIMEPE, e, ao seu lado, compu-seram a mesa as médicas Helena Maria Carneiro Leão, presidente do CREMEPE e Jane Lemos, na época, presidente da AMPE, entre outros convidados.

Com o auditório repleto de paren-tes e amigos dos homenageados, apre-sentaram-se em show musical os mé-dicos Léa Correia e Fernando Azevedo,

Médicos recebemMedalha São Lucas

JANE LEMOS É ELEITA DIRETORA DA AMB

compondo a hora de arte do evento. Para conhecer um pouco sobre os mé-dicos homenageados, citamos abai-xo informações sobre suas atividades profi ssionais:

ADAILTON DE ALENCAR VIDALNatural da Paraíba,fez o curso de Me-dicina na Universidade Federal de Per-nambuco-UFPE, tendo-o concluído em 1974. Especializou-se em Cirurgia

Geral, sendo cirurgião conceituado. Foi conselheiro titular do CREMEPE, du-rante quatro mandatos e presidente do SIMEPE no período de 1993 a 1998.

VALDECIRA LILIOSO DE LUCENAParaibana, da cidade de Patos, con-cluiu o Curso de Medicina em 1972, na Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Especializou-se em Clí-nica Médica na FESP e em Endocrino-logia pela Universidade de São Paulo. É Conselheira do Cremepe na gestão atual, coordenadora dos programas de residência lato sensu da Faculdade de Ciências Médicas de PE, Presidente da Comissão Estadual de Residência Mé-dica (CEREM-PE) e Membro da Câmara Técnica da Comissão Nacional de Resi-dência Médica (CNRM).

LUIZ FERNANDO SALAZAR Natural do Recife, cursou Medicina na UFPE, tendo-o concluído em 1968 e foi classifi cado em 2º lugar entre os 171 concluintes. É cardiologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Também é membro fun-dador da Fundação para o Incentivo ao Ensino e Pesquisa da Cardiologia.

Veja na página 28 mais notícias sobre essa homenagem.

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FECEM

Fecem luta por melhor condição de trabalho para o médico

A Federação das Cooperativas de Especiali-dades Médicas de Pernambuco - FECEM trabalha em parceria com as entidades mé-dicas e a Comissão Estadual de Honorários

Médicos (CEHM) com o objetivo de conseguir melhor condição de trabalho e honorários dignos à classe mé-dica. O Conselho Administrativo da FECEM é formado pelos médicos Aspásia Pires (presidente), Pedro Pas-sos (diretor Financeiro), e Amaro Gusmão Guedes (di-retor administrativo).

Recentemente, a FECEM participou da Assembléia Geral Ordinária a qual contou com a participação do Grupo de Empresas de autogestão em Saúde para de-liberação de reajustes nos honorários médicos, o que após inúmeras negociações benefi ciou os profi ssio-nais médicos.

A Federação congrega a Cooperativa dos Médicos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (COPE-GO); Cooperativa dos Médicos Cirurgiões de Pernam-buco (COOPECIR); Cooperativa de Trabalho dos Mé-dicos de Especialidades Clínicas de Pernambuco Ltda (COOPECLIN); Cooperativa de Médicos Pediatras de Pernambuco (COPEPE) e a Cooperativa de Médicos Cardiologistas de Pernambuco (COOPECÁRDIO).

HONORÁRIOS MÉDICOS

A FECEM é a representante da Comissão Estadual de Honorários Médicos e está respaldada pela resolução do Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira –AMB na implementação da clas-sifi cação brasileira hierarquizada de procedimentos médicos.

A vantagem para os médicos de cooperativas é que podem re-alizar convênios, sem nenhuma restrição por parte das empresas. Além disso, a cobrança dos procedimentos médicos é efetuada pela FECEM.

FECEM TEM ASSISTÊNCIA JURÍDICA

A FECEM tem assistência jurídica para seus cooperados, através de convênio j com o escritório de advocacia Lira, Leite, Calado & Monte Advogados Associados. Os integrantes da FECEM poderão ter assistência jurídica trabalhista e civil – para ações de divór-cio, compra de imóveis, problemas com cartão de crédito, entre outros.

Esse contrato garante a prestação dos serviços advocatícios sem que o cooperado desembolse o pagamento dos honorários dos advogados. Os interessados devem procurar as cooperativas para obter mais informações.

COOPERADOS E CONVÊNIOS

As cooperativas que fazem parte da FECEM trabalham ativamente para aumentar o nº de cooperados e de convênios. É importante que à classe médica conheça e descubra a importância da coo-perativa na sua atividade profi ssional. As cinco cooperativas que integram a FECEM estão formadas da seguinte maneira:

COOPECIR 521 30COOPECÁRDIO 256 39COPEPE 138 23COPEGO 240 36 COOPECLIN 210 40

Nº de Cooperados Nº de Convênios

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2012: mais um ano de lutas pela Residência Médica

Thiago Henrique dos Santos Silva*

Oano de 2012 se inicia prometendo novos desa-fi os para todas e todos nós, Médicos Residentes do Estado de Pernambuco. Muitos estão nes-te momento curtindo suas merecidas férias, e

tantos outros estão nas correrias das últimas provas do ano, espalhadas pelo País, para adentrar nesta Moda-lidade de Pós-graduação que se coloca como o padrão--ouro da formação do Médico Especialista.

Porém, quem vive o dia a dia dos nossos Programas de Residência Médica (PRMs) sabe que nem tudo são fl o-res nesta tão importante fase de nossa formação. Nossos programas não estão imunes aos problemas que rondam o Sistema Único de Saúde, pois é parte deste e é funda-mentalmente para este que está formando os Médicos especialistas. Nós somos um elo importante da engre-nagem deste sistema, em muitos serviços podemos dizer o Elo fundamental, que sem ele a corrente se partiria, com toda certeza. Vivenciamos a falta de materiais, as difi culdades em conseguir exames complementares, os laboratórios defasados, a falta de equipamentos até para se realizarem cirurgias, e diante de todo o caos, apren-demos a cada dia a construir limonadas com os limões que a vida nos dá.

Porém, é com triste pesar que constatamos que este esforço não é reconhecido por alguns dos que fazem o dia a dia dos Programa de Residência Médica. Nós da APMR temos recebido denúncias sistemáticas sobre problemas em vários PRM’s, quase todas elas anônimas pois os Re-sidentes tem receio de que acontençam retaliações por parte de alguns preceptores e Chefes de Serviço. Em re-cente avaliação do MEC em alguns programas, residen-tes chegaram a receber recomendação de não expor os problemas do Programa, a fi m de que este não fosse mal avaliado pela comissão! Isto é um absurdo sem tamanho!

APMR Assoc. Pernamb. de Médicos Residentes

Tivemos colegas que, depois de toda esta situação, decidi-ram desistir do programa, prejudicando a sua carreira pro-fi ssional.

Outra questão que vem assolando nossos Programas é a falta de preceptoria em vários deles, principalmente os programas cirúrgicos dos grandes hospitais do Estado. Pre-ceptores se aposentam ou se afastam, sem aguentar mais trabalhar nas condições precárias que estes serviços se en-contram, e desta forma perde-se e muito a qualidade dos PRM’s, pois cirurgias deixam de ser realizadas, e os precep-tores que sobram tem de se desdobrar para manter o PRM de pé.

É neste cenario que iniciamos o ano de 2012. É com este cenário na mente e com a esperança de que dias melhores só virão amanhã se o construirmos hoje, que a Associação Pernambucana de Médicos Residentes convoca a todas e todos que nos mandem relatórios, nos façam as denúncias, procurem ajuda, pois é a nossa formação que está em jogo, e a Saude da População Pernambucana que sofre cotidia-namente com o descaso que tem sido tratada a Residência Médica em vários serviços. Nós daremos todo o apoio, le-varemos o debate à Comissão Estadual e até à Comissão Na-cional de Residência Médica caso seja preciso, mas precisa-mos conhecer este cenário, para melhor intervir nele junto com todas e todos vocês.

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos,dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética...O que me preocupa é o silêncio dos bons.”

Martin Luther King

*Médico Residente de Medicina de Familia e Comunidade HC-UFPE Presidente da Assoc. Pernambucana dos Médicos Residentes - APMRBlog - http://galinhacabidela.blogspot.com/81-96030755 - TIM Twitter - @galinhacabidela

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Os que andam por Olinda e até aqueles que residem na cida-de, talvez não saibam que lá em cima, no local onde hoje

existe a Academia Santa Gertrudes, com a sua Igreja de Nossa Senhora da Luz, funcionou a primeira Santa Casa do Brasil, fundada nos idos de 1539, antes que Brás Cubas instituísse a de Santos, que reclama a primazia. Na verdade, o hospital paulista é o mais antigo estabelecimento noso-comial em funcionamento no País. Mas, tudo começou nas colinas olindenses!

O “Guia das Santas Casas de Miseri-córdia no Brasil”, não apenas confirma a antecipação de Olinda, como publica fotografia na qual aparecem antigos pré-dios no Largo da Misericórdia; prédios que o documento explica tratar-se da irmandade em causa. A foto, certamente colhida no século XIX, porquanto não havia o recurso antes disso, mostra inclu-sive a igreja que ainda está de pé, mesmo que restaurada depois do incêndio dos holandeses.

A contraprova da questão está na obra do padre Serafim Leite, que escreveu uma extensa história da Companhia de Jesus. Diz o autor que em 1549 não havia na ci-

Geraldo Pereira*

Um pioneirismo de Olinda: a Misericórdia

APM Academia Pernambucana de Medicina

dade de Santos hospital algum. Mas, diz, sobretudo, que o padre Leonardo Nunes, tendo chegado a “Todos os Santos” em 1550, soube que não havia ali um hospital. É de Pereira da Costa a explicação de que essa dúvida fora criada pelo que escreveu o frei Gaspar da Madre de Deus. O autor, ainda, comenta que até 1654 não havia em Santos Casa da Misericórdia, pelo que os habitantes a requereram a D. Jerônimo de Ataide.

Contraprova, também, são as infor-mações do historiador Henrique Ivamo-to, quando se refere à iniciativa de Brás Cubas, dando como referência para o começo da construção o ano de 1542 e a inauguração em novembro de 1543. Ora, tanto na primeira data quanto na segunda a Santa Casa de Misericórdia de Olinda estava em franco funcionamento, a tirar pelo que existe de referência bibliográfica. Pereira da Costa, que dá 1540 como o ano de fundação em Olinda, faz alusão ao fato de que essa referência consta, inclusive, à página 17 do Livro de Tombo da freguesia de Nossa Senhora da Luz.

A organização pia foi criada em 15 de agosto de 1498, tendo como patronesse a Rainha Leonor de Lencastre, viúva de Dom João II. A Rainha, muito sofrida como era, depois de ter um filho morto

em episódio trágico e após perder um irmão e um cunhado, vítimas das atroci-dades de seu marido, resolveu dedicar-se à benemerência. Voltou-se, então, aos doentes, pobres, órfãos, prisioneiros e artistas. Ao assumir a regência interina-mente, aproveita e funda a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, dando início assim à mais antiga ONG do planeta.

Não admira essa antecipação olinden-se, quando se sabe de tantos pioneirismos de Pernambuco. Aqui, nesse rincão, foi escrito o primeiro poema épico do Brasil, publicado depois em Lisboa, com o título de: Prosopopeia. Aqui também Guilher-me Piso e George Marckgrave, partícipes da expedição de Nassau, escreveram os primeiros livros de Medicina Tropical, descrevendo doenças e indicando mei-zinhas. E, da mesma forma, daqui saíram os primeiros livros escritos em vernácu-lo sobre a nossa medicina, as obras de Morão, Rosa e Pimenta, que a Academia Pernambucana de Medicina vai reeditar, em parceria benfazeja com a Editora Uni-versitária da UFPE.

Eis mais um pioneirismo de Olinda: a Misericórdia!

* Presidente da Academia Pernambucana de Medicina. ([email protected])

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A Medicina deve ser exercida por profi ssional habilitado e legalmente inscrito no Conselho de Medicina do seu Estado.

Em Pernambuco, o Cremepe.

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TU RI É IC Viu como é difícil entender uma informação quando ela está incompleta?O correto preenchimento do prontuário médico é muito importante para

o médico e para o paciente. Nesse documento devem estar registrados

todos os cuidados profi ssionais prestados ao paciente, de forma completa,

clara e precisa. O prontuário médico corretamente preenchido é obrigação

do médico e, eventualmente, pode ser a sua defesa.

Imprudência, álcool e falta de respeito à sinalização são as

principais causas de acidentes envolvendo motocicletas

Uma radiografi a do funcionamento das Unidades de Saúde da Família

MovimentoRevista das entidades médicas de Pernambuco – Ano IX – Nº 21 – Jan/Fev/Mar 2012

MÉDICO

CONTRATOIMPRESSO ESPECIAL

DR/PECREMEPE

Nº 4065.010.73.9CORREIOS

MOTOMATA

Uma campanha para ajudar a encontrar crianças desaparecidas

O centenário da Faculdade de Direito do Recife