revista medicina nuclear - edição nº 3

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Fevereiro/Março 2013 | Ano 15 | Número 01 | ROCHE NEWS 1 ANO 1 JUL•AGO•SET 2013 03 medicina nuclear uma publicação da SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA NUCLEAR VOAndO ALTO SBMN se reúne com autoridades para incentivar as empresas do setor aéreo a ampliarem transporte de radiofármacos cApAciTAçãO SBMN realiza curso de atualização técnica para equipes multidisciplinares O ESpEciALiSTA Oncologista fala sobre a importância da MN no diagnóstico e qualidade de vida dos pacientes

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Page 1: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

Fevereiro/Março 2013 | Ano 15 | Número 01 | Roche News1

ANO 1 JUL•AGO•SET 2013

03medicina nuclearuma publicação da Sociedade BraSileira de Medicina nuclear

VOAndOALTO

SBMN se reúne com autoridades paraincentivar as empresas do setor aéreoa ampliarem transporte de radiofármacos

cApAciTAçãO SBMN realiza curso de atualização técnica para equipes multidisciplinares

O ESpEciALiSTAOncologista fala sobre a importância da MN no diagnóstico e qualidade de vida dos pacientes

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 3

índiceeditorial

Celso Darío ramosPresidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear

Incrementar o transporte de produtos radiofármacos

é um dos fatores fundamentais para viabilizar o cres-

cimento da medicina nuclear no Brasil. Isso porque

dado o tamanho territorial do País, a modalidade

aérea tem função estratégica na ampliação da área

e é a melhor ferramenta para que os radiofármacos

cheguem a todos os brasileiros que deles necessitam.

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear

(SBMN) recentemente participou de uma reunião com

representantes da Agência Nacional de Aviação Civil

(Anac) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear

(CNEN) para discutir essa questão. Confira detalhes

na matéria de capa desta edição.

Na seção C&T há um balanço do encontro anual da

Society of Nuclear Medicine and Molecular Imaging

(SNMMI), que celebrou sua 60ª edição e teve a pre-

miação de um estudo brasileiro. Já em Capacitação

há a cobertura do 4º Curso de Atualização Técnica em

Medicina Nuclear, realizado no Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares (Ipen), para atualizar a

padronização do trabalho da equipe multidisciplinar

da medicina nuclear conforme a RDC nº 38/2008.

Entrevistamos o oncologista João Nunes, que relata

a importância da medicina nuclear na oncologia

e como a inclusão dos exames PET/CT no SUS é

fundamental para proporcionar qualidade de vida

aos pacientes. Além disso, ele destaca que os

profissionais da área estão preparados para lidar

com essa tecnologia. E para finalizar, no Especial

você pode conferir matéria sobre os preparativos

do 27º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear.

Tenha uma excelente leitura!

Medicina nuclearseM fronteiras

Veja a Versão digital no sitewww.sbmn.org.br

SBMN se reúne com as entidades

do setor paraaumentar o

transporte aéreo de radiofármacos

no País

20

in vivoNotícias institucionais da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear4o especialistaJoão Nunes expõe sobre interaçãoentre medicina nuclear e tecnologia 12capacitaÇÃo e mercaDoCurso de atualização para padronizaro trabalho da especialidade16c & tEncontro anual da Society of Nuclear Medicine and Molecular Imaging26especialConfira detalhes do 27º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear30agenDaPrograme-se para participardos principais eventos do setor34

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in vivo notícias institucionais da sBMn

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com apoio da Eletrobras Eletronuclear, concederá bolsas de estu-do a programas de pós--graduação, em institui-ções públicas ou privadas, que tenham cursos na área nuclear. Ao todo serão 60 oportunidades, sendo ofe-recidas 35 bolsas de mes-trado no País com duração máxima de dois anos no valor de R$ 1.350, 15 bolsas de doutorado com duração de até quatro anos, com previsão de doutorado--sanduíche no exterior, no valor de R$ 2 mil, e 10 bol-sas de pós-doutorado no

Capes ConCede bolsas a Cursos de área nuClear

pós-graduação

País com duração máxima de dois anos no valor de R$ 3.700. Foram seleciona-dos sete projetos de uni-versidades e institutos de pesquisa de todo o País. Temas como materiais para aplicações nucleares e combustíveis nucleares com taxa de queima ele-vada estão entre os assuntos da pesquisa. O objetivo da iniciativa é apoiar a formação de recur-sos humanos voltados ao setor nuclear para atuarem em projetos de pesquisa e desenvolvimento científi-co, tecnológico e de inova-ção e também em núcleos de inovação e transferência de tecnologia.

foram selecionadossete projetos deuniversidades e

institutosde pesquisa de

todo o país©

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sBmn realizareunião soBre

rol deprocedimentos

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encontro

Representando a SBMN, o presi-dente Celso Darío Ramos, Juliano

Cerci e Cláudio Tinoco participaram de reuniões com a Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a inclusão de novas

indicações para PET-Scan oncológi-co. Os encontros ocorreram nos

dias 7 e 23 de maio, respectivamen-te nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Após muitos debates,

foi definido o texto com a proposta das inclusões que foram posterior-

mente colocadas em consulta pública. Nelas estão incluídas

novas indicações em situações clí-nicas específicas dos cânceres de

cólon, mama, cabeça e pescoço (inclusive com primário desconhe-

cido), melanoma, esôfago e nódulo pulmonar solitário. A inclusão de uma diretriz para a indicação de

cintilografia do miocárdio também foi colocada em consulta pública após intensos debates para apri-

morá-la “A ampliação do rol de pro-cedimentos da ANS é um fato posi-

tivo, que mostra a importância da articulação da SBMN com outras

sociedades e o governo federal. Quase triplicar o número de proce-

dimentos cobertos será um grande feito”, relata Cerci.

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in vivonotícias institucionais da sBMn

jornadas deradiologia

eventos regionais

Nos dias 30 e 31 de agosto, ocorreu em Goiânia (GO) a 5ª Jornada Goiana de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, organizada pela Sociedade Goiana de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SGOR). Já a 12ª Jornada Gaúcha de Radiologia foi realizada em Porto Alegre (RS) no final de junho. O evento abordou os seguintes temas: imagem na oncologia, radiologia geral, mamografia, ultrassonografia, tomo-grafia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear, gestão em radiologia, simpósio de enferma-gem em radiologia e informática apli-cada ao diagnóstico por imagem. Já entre 14 e 16 de junho, a cidade de Fortaleza (CE) recebeu a 4ª Jornada Cearense de Radiologia, promovida pela Sociedade Cearense de Radiologia (Soceara). Os módulos

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seletiva guiada (linfonodo sentinela) em oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com justificativa da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec) no SUS, o linfonodo sentine-

la é o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfá-tica do tumor primário, sendo assim considerado o primeiro a receber célu-las metastáticas. De acor-do com o documento, “a pesquisa de linfonodo sentinela é multidiscipli-

procedimento é incorporado ao suslinfonodo sentinela

nar”, na medida em que envolve médicos nucleares, cirurgiões oncológicos, mastolo-gistas, ginecologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, além de radiologistas, patologistas.

No dia 13 de junho de 2013, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a Portaria nº 28, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos sobre a deci-são de incorporar o proce-dimento linfadenectomia

foram divididos em neurorradiologia, ultrassonografia geral e doppler, oncologia e ultrassonografia em gineco-logia e obstetrícia e medicina fetal. Todos os eventos tiveram o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

sociedades de radiologia realizaram diversos eventos

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in vivo notícias institucionais da sBMn

Conselho do inCa disCutesobre o pet/Ct no sus

inca

Em agosto, o Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), presidido por Luiz Antonio Santini, diretor-geral do órgão, promoveu reunião sobre a inclusão do PET/CT no Sistema Único de Saúde (SUS) com represen-tantes de hospitais de sociedades médicas, como a de oncologia clínica, e gestores do SUS.

Durante o encontro, o vice-presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita, apresentou proposição de incorporação do PET/CT na lista de procedi-mentos de diagnóstico em câncer do SUS; Ricardo Guterres, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), apresentou dados que mostram a presença de equipamentos em quase todos os estados brasileiros e de cíclotrons em quantidade suficiente para suprir a demanda, e o chefe do setor de medicina nuclear do Inca, Michel Carneiro, mostrou dados que atestam a importância do PET/CT na prática clínica e de sua utilização favo-rável em pacientes do SUS. Na ocasião, foi discuti-da a importância da cobertura nacional do exame, tendo em vista sua dinâmica e a necessidade de regulação do Ministério da Saúde para a utilização racional dos procedimentos. Após o encontro, o Conselho decidiu encaminhar comunicado oficial à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde para subsidiar a próxima discussão de incorporação de tecnologia.

santini encaminhará comunicado oficial à conitec soBre a

importância do pet/ct no sus

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No dia 10 de julho de 2013, no Ministério da Saúde (MS) em Brasília, o presidente da SBMN, Celso Darío Ramos, e os representantes da Sociedade Cláudio Tinoco Mesquita e Juliano Cerci, reuniram-se com a dire-tora da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do MS, Clarice Petramale, e com a secretária-executiva do órgão Ana Claudia S. Murahovschi, para discutir

a importância da implementação dos exames PET/CT no SUS. Na ocasião, os argumentos foram bem aceitos pela Conitec e uma nova participação da Sociedade ocorreu na reunião plenária da Comissão, em 4 de setembro, tam-bém com a presença de representan-tes do IPEN e CNEN. Aparentemente os membros da Conitec entenderam que não faz sentido deixar de oferecer o procedimento aos pacientes do SUS.

sociedade se reúne com a conitecpet/ct no sus

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in vivonotícias institucionais da sBMn

curso de pet/ctocorrerá em novemBro,no rio de janeiro

participação internacional

Em novembro, o pro-fessor e diretor do Departamento de Medicina Nuclear do Zurich University Hospital, Gustav von Schulthess, ministrará cursos de PET/CT e ima-gem híbrida avançada. Cada módulo terá a dura-ção de uma semana, com conteúdo teórico e práti-co. O aluno poderá optar entre o módulo geral, o avançado ou ambos. Nas três primeiras semanas de novembro haverá o módulo geral e o aluno poderá escolher em qual semana deseja fazer, na dependência de vaga. A última semana será do módulo avançado. Haverá 12 alunos para a parte

prática, e serão seis estações de trabalho, com dois alunos em cada. Informações e inscrições no site www.cdpi.com.br.

regionalrio de janeiropromoveenControCientífiCo

sementes radioativas

No dia 13 de agosto, a Regional Rio de Janeiro da SBMN promoveu encontro sobre o Uso de Sementes Radioativas de Iodo-125 na Marcação de Lesões Impalpáveis da Mama para Cirurgia Radioguiada (Roll-Snoll). O evento, que ocorreu no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, contou com os pales-trantes Lea Miriam Barbosa Fonseca, médica nuclear, Mauricio Magalhães Costa, mastologista, e Antonio Belmiro Campbell Penna, radioterapeuta.

Se você tem interesse em receber a Medicina Nuclear em revista gratuitamente e em sua casa, entre em contato com a secretaria da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) pelo e-mail [email protected],informando seu nome e endereço completo.

medicina nuclearem revista na sua casa

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em novemBroocorrerão cursos de

pet/ct e imagemhíBrida avançada

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in vivo notícias institucionais da sBMn

Lançado em abril, o Inova Saúde – Equipamentos Médicos encerrou sua fase de inscrições com uma demanda de R$ 1,3 bilhão. Denominado Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor de Equipamentos Médicos e Tecnologias para Saúde, o programa foi lançado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério da Saúde para apoiar projetos de inovação no setor de equipamentos médicos e tecnologias para saúde. O principal objeti-vo do programa é coordenar as ações de fomento à inovação na área de saúde, inte-grando os instrumentos de apoio disponibili-zados pelas três instituições. O programa

inova saúde -equipamentos médiCos

parceria

conta com quatro linhas temáticas: diag-nóstico in vitro e por imagem, dispositi-vos implantáveis, equipamentos eletro-médicos e odontológicos e tecnologias da informação e comunicação para saúde. Dentre essas, a que recebeu a maior demanda de empresas com interesse em desenvolver projetos de inovação foi a de tecnologia, com 70 solicitações. A partir da apresentação do plano de negócios, serão indicados os instrumentos finan-ceiros mais adequados para cada propos-ta, que poderá ser financiamento, partici-pação acionária, apoio não reembolsável ou a combinação desses instrumentos.

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médicos foi lançadopela finep, Bndes e

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in vivo notícias institucionais da sBMn

apoio aos médicos

defesa desaúde púBlica

No dia 3 de julho, a SBMN se juntou à Associação Paulista de Medicina (APM), ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), à Academia de Medicina de São Paulo e aos sin-dicatos de médicos em uma manifestação nacional, repu-diando a intenção anunciada pelo governo federal de trazer ao Brasil milhares de médicos do exterior sem passar pelo REVALIDA. Após o encontro, os representantes das entidades médicas protocolaram uma carta em defesa da saúde pública, dirigida à presidente Dilma Rousseff e entregue na repre-sentação da Presidência da República na capital paulista. A SBMN denuncia, também, a enorme falta de médicos nuclea-res no Brasil e o fato de a medici-na nuclear ser praticamente ine-xistente em extensas regiões do norte, nordeste e centro-oeste do Brasil e, inclusive, na vasta maioria das universidades federais de todo o País. “Aparentemente há preconceito do Ministério da Saúde em rela-ção à medicina nuclear em geral e ao PET/CT em particular, que, às vezes, parecem ser considera-dos supérfluos. O conceito é totalmente infundado e perigoso para o País”, relata o presidente da SBMN, Celso Darío Ramos.

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1º simpósio Brasileiro soBre

regulamentação de radiofármacos

registro no brasil

Na sede da Anvisa, em Brasília,no dia 14 de agosto, ocorreu o

1º Simpósio Brasileiro sobre Regulamentação de Radiofármacos, organizado pela SBMN. Participaram do evento representantes de todosos produtores de radiofármacos que atuam ou pretendem trabalhar no

Brasil: Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), universidades,produtores privados nacionais e indústria internacional. O tema

principal foi o registro de radiofárma-cos no País e o evento foi considerado

por todos um grande sucesso.

ipen realiza cursosoBre fundamentos

de radiofarmácia

produção de radioisótopos

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizou, nos dias 19 e

20 de agosto, por meio de seu Centro de Radiofarmácia (CR), o curso teórico e prá-

tico sobre produção de radioisótopos, radiofármacos e controle de qualidade. O curso destinou-se a profissionais da

área de medicina nuclear: farmacêuticos, químicos, biomédicos, tecnólogos, físi-

cos, residentes atuantes ou já formados.

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in vivonotícias institucionais da sBMn

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o especialista

Parceria necessáriaPara o profissional, a interação entre a medicina nuclear e a oncologia éfundamental para melhorar a qualidadede vida dos pacientes

Por samantha cerquetani

Nascido na Bahia, no ano de 1969, o

oncologista João Nunes de Matos

Neto decidiu ser médico ainda na

infância, época em que mudou-se

para Brasília. Formado pela

Universidade de Brasília (UnB) em

1995, se especializou em oncologia

na mesma instituição, é membro

titular da Sociedade Brasileira de

Oncologia Clínica (SBOC), da

Sociedade Brasileira de

Cancerologia (SBC) e da Sociedade

Brasileira de Mastologia (SBM). Ele

faz parte ainda da American Society

Of Clinical Oncology (ASCO) e da

European Society of Medical

Oncology (ESMO), e atualmente rea-

liza doutorado em biologia molecu-

lar na UnB. Em entrevista exclusiva

à Medicina Nuclear em revista, o espe-

cialista relata o papel importante que

a Medicina Nuclear atualmente

desempenha, juntamente com a área

oncológica, e os benefícios que ela

proporciona, como os exames de

PET/CT, àqueles que necessitam

desse tipo de tratamento.

Em 2011, quando ainda era presi-

dente da SBC, o especialista partici-

pou de audiências públicas promo-

vidas pela Comissão de Seguridade

Social e Família da Câmara dos

Deputados, para que ocorresse a

inclusão desses exames na tabela

unificada do Sistema Único de

Saúde (SUS). O oncologista reforça

que os médicos brasileiros estão

bastante preparados para utilizar

esse tipo de procedimento para

combater o câncer. Para ele, são

diversas as vantagens que a tecnolo-

gia pode oferecer aos pacientes, sen-

do fundamental na melhora da qua-

lidade de vida de muitas pessoas.

Afirma também que já passou do

momento de o Brasil aderir a essa

tecnologia nas redes públicas.

Entretanto, o profissional revela que

o custo elevado ainda é um fator

limitante para seu uso por aqui e,

quanto mais pacientes realizarem os

exames, mais baratos eles se torna-

rão. Confira a seguir esses e outros

temas que o oncologista baiano

aborda nesta edição.

Atualmente qual é a importância da medicina nuclear na oncologia?A medicina nuclear nos dias de

hoje tem papel de destaque na área

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o especialista

de oncologia. A investigação e tra-

tamento de vários tumores atual-

mente passam necessariamente

pela avaliação de um médico

nuclear. Seu papel vai desde o

estadiamento e acompanhamento

transoperatório com cirurgias

radioguiadas, até o tratamento

definitivo de alguns tumores.

Sendo assim, sua relevância é fun-

damental para o tratamento de

câncer. Qualquer oncologista com

acesso a imagens de PET e, princi-

palmente, de PET/CT, rapidamen-

te reconhece o quanto o método

facilita e acelera as decisões clíni-

cas no tratamento e acompanha-

mento do paciente com câncer.

Quais vantagens essa tecnologia pode oferecer aos pacientes com câncer?Diversas. Os exames podem pro-

porcionar um diagnóstico mais

preciso, evitando assim tratamen-

tos desnecessários, criando possi-

As pesquisAs nAáreA provAm A importânciA

de como iniciAtivAs locAis podem trAzer benefícios,

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o especialista

bilidade de cirurgias menos invasi-

vas, o que causará uma melhor

recuperação ao paciente e controle

local e sistêmico de alguns tumo-

res. Além disso, é possível avaliar

se há suspeita de malignidade, o

grau da doença, o estadiamento

inicial, a avaliação precoce da res-

posta a tratamentos, biópsias

podem ser evitadas ou mais corre-

tamente direcionadas e recidivas

podem ser mais precisamente

detectadas, aumentando as chan-

ces de cura ou de aumento da

sobrevida do paciente.

O que acha da inclusão dos exames PET/CT na tabela do SUS?Os exames PET/CT trouxeram e

continuam trazendo algumas

mudanças importantes no dia a

dia da oncologia, mudando muito

a qualidade de vida dos pacientes

com câncer. É inegável que é uma

ferramenta fundamental para

alguns cenários clínicos, em que

estratégias de tratamento impor-

tantes podem ser mudadas, sendo

essa mudança motivada pelo uso

desse tipo de exame. Devido ao

grande volume de pacientes aten-

didos na rede pública por meio do

Quais são os exames nucleares mais indicados para a oncologia? Todos os exames de medicina

nuclear utilizam moléculas ligadas a

substâncias que emitem radiação. A

molécula pode ter afinidade por

uma parte do corpo ou por determi-

nada célula, por onde ela vai se ligar.

Quando ocorre a ligação, há uma

concentração dessa molécula no

sítio da ligação. Como essa molécula

está ligada a uma substância que

emite radiação, há uma concentra-

ção de radiação no local. Existem

máquinas que podem captar essa

radiação e revelar em que local do

corpo a radiação se concentrou, per-

mitindo, assim, diagnósticos e trata-

mentos direcionados.

Temos vários exemplos de exames

que utilizam tal princípio, como o

PET/CT, a cintilografia óssea,

a identificação de linfonodo senti-

Sistema Único de Saúde (SUS), o

uso dessa tecnologia terá impor-

tância avassaladora. Porém, como

todo procedimento novo, deve ser

utilizada com critérios técnicos

para que não haja uso desnecessá-

rio. Mas um bom uso proporciona-

rá, a médio e longo prazos, dimi-

nuição no custeio do sistema como

um todo. Lembrando que o PET/CT

pode ser utilizado em cânceres de

pulmão e intestino grosso e linfo-

mas. Entretanto, quando bem indi-

cado após avaliação médica preci-

sa, vários outros tumores, em

cenários clínicos específicos, têm

um grande potencial de benefício

do uso desse exame.

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pArA o especiAlistA,o pet/ct é fundAmentAl pArA trAtAmento do câncer

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 15

o especialista

nela em câncer de mama e melano-

ma por meio de radiotraçadores,

entre outros.

 Como andam as pesquisas de radio-fármacos no Brasil?Durante algum tempo, em parte

devido ao acidente com o césio em

Goiânia, que, aliás, não teve

nenhuma relação com a medicina

nuclear, os investimentos na pro-

dução de radiofármacos no Brasil

ficaram parcialmente inibidos, o

que freou as pesquisas no setor.

Com a regulamentação e liberação

de exploração do setor pela indús-

tria e iniciativa privada, a necessi-

dade de conhecimento de produ-

ção ficou clara. As pesquisas na

área provam a importância de

como iniciativas locais podem tra-

zer benefícios, tanto no diagnósti-

co mais preciso como no tratamen-

to tão efetivo quanto outros méto-

dos, mas menos tóxico.

 Como avalia a evolução da medici-na nuclear brasileira?Acredito que estamos muito bem

posicionados em âmbito mundial.

Temos recursos humanos bem

qualificados e estrutura de atendi-

mento privada com uma rede de

alto padrão técnico. Vejo, porém,

dois grandes gargalos: o paciente

usuário do SUS tem enorme difi-

culdade de acesso à medicina

nuclear e a produção industrial de

radiofármacos ainda é muito tími-

da quando comparada a outros

países com perfil econômico seme-

lhante ao Brasil.

 

A interação com outras especialida-des pode ser favorável?

Sem dúvida. Um serviço de onco-

logia que pretenda fazer um aten-

dimento de bom padrão necessita

ter uma interface intensa com a

medicina nuclear. Atuar hoje em

oncologia sem um forte apoio da

medicina nuclear é temerário.

Cada dia mais presenciamos entre

os oncologistas um aumento de

interesse pela medicina nuclear e

imagem molecular.

 

Quais dificuldades os especialistas da área de oncologia enfrentam no Brasil para usar as modernas tec-

um serviço de oncologiAque pretendA fAzer um Atendimento de

bom pAdrão necessitA ter umA interfAce intensA com A medicinA nucleAr

nologias oferecidas pela medicina nuclear e imagem molecular?Além do processo lento da absor-

ção de novos conceitos tecnológi-

cos pelas instâncias regulatórias

nacionais, o custo ainda é o grande

fator limitante para seu uso.

Talvez a desoneração de impostos

e taxas, com diminuição do custo

agregado, fosse uma estratégia

interessante e que traria a possibi-

lidade de maior acesso da popula-

ção, desde que tal diminuição de

custo gerasse preço menor do exa-

me para o consumidor final.

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c apacitação e merc ado

UNIFORMIZAÇÃO TÉCNICA

por MARINA PANHAM

e controle de qualidade do calibra-

dor de dose, gama-câmara e

PET/CT e indicadores para

gestão da qualidade.

Ao longo dos quatro cursos, as

palestras foram conduzidas por

especialistas de várias regiões do

País, sob a coordenação de Solange

Amorim Nogueira, do

Departamento de Biomédicos e

Tecnólogos e membro do Comitê

Científico da SBMN. Ela explica que

o conteúdo dos cursos abrange a

RDC nº 38/2008, da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa), que estabelece novos

requisitos e parâmetros de controle

sanitário para o funcionamento de

serviços de medicina nuclear. Estes

SBMN promovecurso de atualização para padronizar otrabalho da equipemultidisciplinar da medicina nuclearconforme aRDC nº 38/2008

O 4º Curso de Atualização Técnica em

Medicina Nuclear, realizado no

Instituto de Pesquisas Energéticas e

Nucleares (Ipen), nos dias 27 e 28 de

julho de 2013, encerrou o ciclo de ati-

vidades em prol da atualização da

equipe técnica de medicina nuclear

conforme as normas estabelecidas

pela RDC nº 38/2008. Com o apoio

da MMC – Logística e Embalagens

para a Saúde –, aproximadamente

25 biomédicos, tecnólogos, físicos,

farmacêuticos, biólogos e outros

profissionais de áreas correlatas à

medicina nuclear, revisaram funda-

mentos de radiofarmácia, cuidados

na marcação e controle de qualidade

dos kits, proteção radiológica e

ações de contenção, instrumentação

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 17

c apacitação e merc ado

devem ser adaptados às rotinas das

equipes técnicas em benefício da

saúde dos pacientes e dos próprios

profissionais envolvidos.

Como a equipe técnica é multi-

profissional e a base de formação de

cada profissional é muito diferente,

a coordenadora enfatiza que além de

promover atualização, a SBMN pro-

curou uniformizar e adaptar o tra-

balho das equipes técnicas de acor-

do com as novas normas.

“Buscamos contemplar na progra-

mação o que toda equipe técnica

necessita saber sobre a RDC

nº 38/2008”, elucida.

A biomédica destaca que a ini-

ciativa visa reforçar a importância

da gestão da qualidade e da segu-

rança no serviço e aproximar a equi-

pe técnica do corpo clínico. “Os pro-

fissionais que atuam nos serviços de

medicina nuclear precisam ter uma

boa noção de radioproteção e segu-

rança”, afirma. Antes dessa RDC,

Solange conta que as normas para

proteção radiológica eram estipula-

das pela Comissão Nacional de

Energia Nuclear (CNEN) e contem-

plavam controle de qualidade de

dosimetrias e de equipamentos, mas

nada se falava sobre kits.

Responsável pela abertura do

curso, o 1º secretário da SBMN,

George Barberio Coura Filho, consi-

dera a RDC uma das mudanças

mais relevantes para a medicina

nuclear nos últimos anos.

Segundo ele, as instituições

governamentais de regulação,

como a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) e a

CNEN, atualizam as normas regu-

larmente e a SBMN se prontifica a

promover cursos de atualização

para acompanhar a evolução da

especialidade. “Os profissionais

que já trabalham com medicina

nuclear e os que vão se inserir no

mercado de trabalho devem se

atualizar periodicamente, para

que possam prestar o melhor ser-

viço possível de acordo com a

legislação vigente”, afirma.

Solange revela que a temática do

próximo ciclo de cursos de atualiza-

ção técnica promovidos pela SBMN

será sobre os exames PET/CT.

“Como os participantes são multi-

plicadores, a ideia é sempre trazer-

mos coisas novas para a equipe téc-

nica, para disseminarmos o conhe-

cimento em medicina nuclear o

máximo possível”, explica.

As informações sobre data, local

e programação científica do 1º Curso

de Atualização em PET/CT para a

Equipe Multiprofissional serão divul-

gadas em breve no site da entidade.

Acompanhe: www.sbmn.org.br.

AproximAdAmente 25 pessoAs,entre biomédicos, tecnólogos, físicos,

fArmAcêuticos, biólogos e outros profissionAis de áreAs correlAtAs

à medicinA nucleAr,pArticipArAm do curso

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spre

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Page 18: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista18

c apacitação e merc ado

ConteúdoprogramáticoA física médica Danielle Wiecek

inaugurou a programação da quarta

edição do curso com palestra sobre

Proteção Radiológica, Monitoração,

Limpeza e Ações de Contingência. Na

ocasião, ela destacou a importância

da monitoração diária pessoal, de

área e de superfície para a proteção

radiológica, e deu dicas de desconta-

minação aos participantes. Ao iden-

tificar a contaminação, a física

médica relatou que o próprio profis-

sional deve isolar a área e efetuar a

limpeza e descontaminação do local.

“Para evitar a disseminação da con-

taminação, o resíduo deve ser enxu-

gado imediatamente com material

absorvente em um movimento pon-

tual”, explicou. Em situações de alta

exposição, Daniela indicou que toda

a equipe do serviço de medicina

nuclear seja prontamente avisada.

Ainda de acordo com ela, qualquer

ocorrência de contaminação deve

ser devidamente registrada no

prontuário do serviço.

Em seguida, a farmacêutica

Marcela Forli Catanoso conduziu a

palestra Fundamentos de

Radiofarmácia - Gerador de

Tc99m, Marcação dos Kits e Controles

de Qualidade. Ela discorreu sobre a

marcação e os controles de qualida-

de do gerador de tecnécio e dos kits

que passaram a ser exigidos após a

RDC nº 38/2008.

Na palestra Artefatos de Imagem

Relacionados à Marcação dos

Radiofármacos, a biomédica Ivani

Bortoleti Melo apresentou alguns

Número total e distribuição por estadodos participaNtes Nas 4 edições do curso

3

3

2

1

2

5

7

2

92 10

262

1

1

3

4

4

63

58

25

241o curso

2o curso

3o curso

4o curso170

parTiCipaNTes

foNte: sbmN

Page 19: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 19

c apacitação e merc ado

as iNsTiTuições goverNameNTais de regulação aTualizam as Normas Com frequêNCia,e a sBmN se

proNTifiCa a promover Cursos de

aTualização para

aCompaNhara evolução da espeCialidade

tipos de artefatos que podem

surgir em uma imagem cintilo-

gráfica caso haja algum proble-

ma relacionado à marcação dos

radiofármacos. Na apresenta-

ção, ela enfatizou a importância

de o profissional que atua em

serviços de medicina nuclear ter

ciência sobre a distribuição do

radiofármaco no corpo do

paciente para saber identificar

os artefatos. A especialista em

radiofarmácia Marycel Figols

abordou os fundamentos da

Garantia da Qualidade na

Medicina Nuclear - RDC 38 e

revisou alguns conceitos da

radiofarmácia e suas divisões.

Diretamente de Salvador

(BA), o físico especialista em

medicina nuclear Daniel Coiro

da Silva conduziu a palestra

Instrumentação e Controle de

Qualidade - Gama Câmara e

Calibrador de Dose. Segundo ele,

o primeiro controle de qualida-

de em medicina nuclear é a mar-

cação. “Quando o paciente pro-

cura um serviço de medicina

nuclear com um pedido de cinti-

lografia miocárdica, ele está te

entregando, direta ou indireta-

mente, o que tem de mais

importante: sua vida”, expôs.

Coiro advertiu que se a marca-

ção for errada, pode gerar arte-

fatos capazes de comprometer o

tratamento do paciente.

“Físicos, tecnólogos, farmacêu-

ticos, biomédicos e médicos têm

um compromisso social com a

vida, então eles têm que cum-

prir esse papel da melhor

maneira possível”, afirmou.

Já o físico médico Renato

Dimenstein discorreu sobre con-

ceitos de controle de qualidade

de PET/CT durante a palestra

Instrumentação e Controle de

Qualidade - PET/CT. O especia-

lista abordou as bases físicas de

CT e de PET-Scan simultanea-

mente e enfatizou que poucos

tecnólogos, biomédicos, médi-

cos, físicos e outros profissionais

que atuam em serviços de

medicina nuclear entendem

de PET-Scan ou de CT.

Na palestra sobre Aquisição

de Imagens – Estáticas, Dinâmicas,

SPECT e PET, o biomédico

Sildomar Cardoso de Lima dis-

correu sobre os princípios e as

técnicas de aquisição de imagens

estáticas, dinâmicas e tomográfi-

cas. O médico Guilherme de

Carvalho Campos Neto apresen-

tou as Noções de Processamento de

Imagem e Solange finalizou a

programação com palestra sobre

Gestão da Qualidade – Notificação,

Investigação e Eventos Adversos.

Para balizar o aproveitamen-

to do curso, Solange explica que

foram aplicadas duas avaliações.

No início, os participantes tive-

ram 20 minutos para responder

a um teste com questões relacio-

nadas à programação. Ao final,

responderam às mesmas per-

guntas do exame inicial e a orga-

nização conseguiu assim avaliar

o conhecimento absorvido

durante a atualização.

GeorGe BarBerio Coura Filho,1º seCretário da sBMN

Page 20: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista20

na pr átic a

SBMN Se reúNe

coM eNtidadeS do

Setor aéreo para

que MaiS eMpreSaS

ofereçaM o Serviço

de traNSporte de

radiofárMacoS

No paíS

MEDICINA NUCLEAR bUsCA vOOs

mais altos

Page 21: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 21

na pr átic a

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opor ANDERSON DIAS

Brasil oferece condições para o crescimento

da área de medicina nuclear, mas para que a

especialidade consiga se desenvolver, um ponto

crucial é o transporte de produtos radiofármacos.

Isso porque, dada a extensão continental do País,

a modalidade aérea tem função estratégica.

E é exatamente esse ponto que evidencia uma das

reivindicações da atual direção da Sociedade

Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

Page 22: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista22

na pr átic a

Atualmente, a única empresa aérea

que realiza o transporte de radiofár-

macos plenamente no País é a TAM. A

Avianca também passou recentemente

a oferecer alguns voos para a modali-

dade, mas em menor escala.

Para incentivar a discussão em

busca da ampliação da malha aérea

para o atendimento neste tipo de

transporte, o presidente da SBMN,

Celso Darío Ramos, esteve no Rio de

Janeiro (RJ) para uma reunião com

representantes da Agência Nacional

de Aviação Civil (Anac) e da

Comissão Nacional de Agência

Nuclear (CNEN). “Fomos bem rece-

bidos pela Anac. A instituição nos

explicou o que diz a legislação sobre

esse tipo de transporte. Fomos

informados, por exemplo, de que as

regras nesse contexto são interna-

cionais e não podem ser nacionali-

zadas”, explica Ramos. Esse conjun-

to de leis é aplicado e organizado de

acordo com a Agência Internacional

de Energia Atômica (AIEA).

A legislação internacional deter-

mina, inclusive, os tipos específicos de

aeronave que podem trafegar com

radiofármacos, o que proporciona

dificuldades para as empresas nacio-

nais e internacionais. Uma das razões

citadas pelo presidente para incenti-

var a entrada de novas empresas nes-

se ramo é a maior oferta e variedade

de voos. Ramos reforça que se mais

empresas oferecessem o transporte,

seria possível que os compradores

pudessem contar com melhores

opções de horários, valores e comodi-

dade. Vale lembrar que Fortaleza

(CE), Aracaju (SE), Maringá (PR),

Goiânia (GO) e Uberlândia (MG) são

alguns dos exemplos de municípios

com grande população sem produção

de material nuclear.

O especialista conta que nem

sempre as empresas optam pelo voo

com preço mais acessível. Um dos

fatores mais importantes é o horário

em que o produto estará no laborató-

rio ou onde quer que seja seu destino.

“Alguns medicamentos têm vida útil

de duas horas. De nada adianta esse

material chegar ao comprador no fim

da tarde, por exemplo.”

A demanda é um dos pontos que

justificaria o ingresso de mais

empresas aéreas para o transporte

de radiofármacos. “Temos cada vez

mais laboratórios, hospitais e

demais interessados em contar com

esses produtos. Certamente, mais

opções teriam encomendas suficien-

tes para ocupar esse trabalho”, diz.

Pela Anac, o superintendente de

segurança operacional, Airton

Scheffer, cita uma facilitação especí-

fica aos materiais radiofármacos:

“Ficam isentos de autorização da

CNEN os materiais radioativos para

uso médico definidos pela Anac em

conjunto com a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa)”. Entre

as determinações previstas em lei,

ele relata que esses materiais deverão

ter prioridade sobre as bagagens e

demais cargas preparadas para o

embarque. A lista completa de mate-

À direita, tam é

a empresa responsável pela

maioria absoluta de voos

com radiofármacos no brasil e, na

página ao lado, embalagens destes

produtos recebem atenção especial

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Page 23: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 23

na pr átic a

riais isentos de autorização da CNEN

está disponível também no site da

Anac (www.anac.gov.br).

Detalhes e riscosAs regras, determinações e especifi-

cidades para o transporte de mate-

riais nucleares é rígida e nem sempre

diferenciam os materiais de elevada

radiatividade e risco, como os usados

em radioterapia e na indústria,

daqueles de baixa radioatividade e

risco mínimo, como os utilizados em

medicina nuclear. Por isso, qualquer

tipo de acidente com esses produtos

é considerado como potencialmente

grave, com risco de ser fatal. Por con-

ta dessa responsabilidade, a CNEN

criou, em 2012, o Serviço de

Avaliação de Segurança no

Transporte de Materiais Radioativos

(SASTR), chefiado por Natanael de

Carvalho Bruno. O especialista con-

firma que são necessários cuidados

extremos para transporte e manu-

seio em geral de materiais nucleares.

De acordo com Bruno, existe até

uma limitação de material a ser

transportado por cada embalagem,

pensando sempre no pior cenário

possível – o rompimento das emba-

lagens – o que liberaria o conteúdo

radioativo e provocaria contamina-

ção de pessoas e do meio ambiente.

Existem determinações específi-

cas para cada tipo de transporte

(aéreo, terrestre ou marítimo), defi-

nidas pelas agências reguladoras,

que são a Anac, Agência Nacional

de Transportes Terrestres (ANTT) e

Diretoria de Portos e Costas (DPC),

da Marinha. “Os regulamentos des-

sas instituições exigem também que

as embalagens sejam testadas para

demonstrar sua capacidade em

resistir às condições adversas que

podem ocorrer durante o transpor-

te”, pontua Bruno.

As empresas aéreas que tiverem

interesse em oferecer esse tipo de

serviço, de acordo com o diretor da

CNEN, devem cumprir todas as exi-

gências previstas no Regulamento

Brasileiro de Aviação Civil (RBAC)

nº 175. A legislação completa pode

ser conferida no site da Anac.

“Ao cumprir esses requisitos, a

empresa se habilita a obter da Anac

a homologação para transportar

cargas perigosas - entre elas, os

materiais radioativos”, explica

Bruno. Vale lembrar que ao cumprir

a legislação, as corporações aéreas

estarão aptas a transportar qual-

quer tipo de material radioativo,

incluindo os radiofármacos.

Bruno concordou com o presiden-

te da SBMN sobre a alta da demanda

no transporte de radiofármacos. “A

razão principal é o significativo

aumento de serviços de exames não

TODAs As exIGêncIAs pArA esTe TIpO DeTrAnspOrTe esTÃO preVIsTAs nO serVIÇO

De AVALIAÇÃO De MATerIAIs rADIOATIVOs DA cnen

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Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista24

na pr átic a

Um ponto-chave para a segurança do transporte de produtos radiofárma-cos é a embalagem do material. “A matéria-prima escolhida deve ser

cada vez mais resistente aos impac-tos, quedas e deslocamentos perti-

nentes ao processo. Atualmente o maior desafio durante um transporte

terrestre são as condições nas vias, que dificultam ainda mais o trabalho

das transportadoras”, esclarece a gerente comercial da MMComex,

especializada na produção desse tipo de embalagem, Giovana Gallo. Ela explica ainda que as embalagens

passam por testes em diversas situa-ções, como queda livre, jatos d’água e penetração, de acordo com deter-minação da CNEN. o transporte ter-restre também é muito utilizado no país para deslocamento de radiofár-

macos. Em casos de congestiona-mentos ou atrasos pelas mais varia-das causas, não há muitas alternati-

vas. “São perdidos os produtos de meia-vida curta ou ultracurta. No

melhor dos casos, quando há atraso, chega ao hospital material com

menos atividade (radioatividade), o que acarretará em menos exames

possíveis de serem realizados”, diz a diretora da transportadora rEM, Ana

Célia Sobreira. A profissional lembra também que os motoristas e demais profissionais envolvidos nesse trans-

porte são treinados para casos de acidentes e para entrar em contato

com as autoridades competentes, caso seja necessário.

EMBALAGENS E TRANSPORTE

TERRESTRE

invasivos, que fazem uso de materiais

radioativos. As chamadas ‘máquinas

PET’ estão se espalhando por hospitais e

clínicas em todo o território nacional.”

O aumento do número de exames

com uso de materiais radioativosfez tam-

bém com que aumentasse a demanda por

aceleradores Ciclotron, o que representa

um grande volume de remessas. “Como a

meia-vida desses materiais é curta, o

transporte aéreo é a única opção para que

eles cheguem até cidades afastadas dos

centros produtores”, esclarece Bruno.

De acordo com ele, do ponto de vista

da segurança, as empresas TAM e

Avianca têm realizado um bom trabalho.

No entanto, ainda há desinformação

sobre o assunto. Os pilotos, por exemplo,

têm autonomia total nesse sentido.

Objetivamente, se o comandante da aero-

nave se posicionar contrariamente ao

transporte de materiais radioativos, não

há nenhuma legislação que o obrigue a

fazê-lo. “As recusas e demoras no trans-

porte de materiais radioativos provocam

prejuízos significativos, aos hospitais,

médicos mas, principalmente, aos

pacientes.” Trata-se da “percepção equi-

vocada de risco”. De acordo com o diri-

gente da Anac, o desconhecimento da

regulamentação por parte de alguns pro-

fissionais é o motivo para recusas e atra-

sos cruciais por parte de algumas empre-

sas transportadoras, não apenas aéreas.

Em 2010, pensando na maior divulga-

ção de informações sobre o assunto, foi

criado o Comitê de Sustentabilidade do

Transporte. Nele, estão inseridos produ-

tores de radiofármacos, transportadores,

usuários e agências reguladoras (nesse

caso, Anac e ANTT). A CNEN oferece

estrutura e apoio técnico para o anda-

mento dos trabalhos do grupo. “Temos

conseguido importantes avanços, princi-

palmente na desmitificação dos riscos do

transporte e quanto à necessidade de um

sistema sustentável para o transporte dos

radiofármacos”, lembra Bruno. Esse

comitê funciona também conforme reco-

mendação da AIEA.

A partir desse trabalho, foi montada

uma rede de comunicação entre CNEN,

Anac, ANTT, Ibama, empresas e agên-

cias estaduais e municipais. O objetivo é

esclarecer dúvidas e evitar recusas de

transporte. Procuradas pela reporta-

gem, a Gol esclareceu que não há novi-

dades com relação a esse tipo de trans-

porte, enquanto a Avianca não se pro-

nunciou sobre o assunto.

proteção para transporte de radiofármacos passa por

diversos testes

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 25

na pr átic a

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Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista26

C&T

vitrine

Estudo brasileiro é premiado no principal encontro educacional e científico de medicina nuclear e imagem molecular do mundo

por MARINA PANHAM

Vitrine para as inovações em medi-

cina nuclear e imagem molecular, o

encontro anual da Society of Nuclear

Medicine and Molecular Imaging

(SNMMI) comemorou seu aniversá-

rio de 60 anos no Vancouver

Convention Centre, no Canadá, entre

8 e 12 de junho. Aproximadamente

5.700 congressistas participaram da

comemoração e prestigiaram mais

de 110 sessões de educação conti-

nuada e apresentações de 1.600

resumos científicos e pôsteres.

O programa científico possibili-

tou médicos, físicos, farmacêuticos,

técnicos e outros profissionais de

áreas correlatas, atualização nas

futuras direções da medicina

nuclear e imagem molecular em

pesquisa e perspectiva clínica.

Além disso, eles puderam se atuali-

zar em temas como as últimas indi-

cações e aplicações de imagem

híbrida e os impactos no manejo do

paciente; novos e relevantes avan-

ços em imagem molecular, incluin-

do aplicações em oncologia, cardio-

logia e neurologia; novos agentes

terapêuticos e de diagnóstico que

estão impactando a prática da

medicina nuclear e imagem molecu-

lar; dose de radiação e qualidade de

imagem em imaginologia médica.

Além da programação científica

direcionada aos profissionais de medi-

cina nuclear e imagem molecular, a

SNMMI mantém um compromisso de

longa data com os pacientes. Em par-

ceria com instituições de apoio, o

Conselho Consultivo de Defesa do

Paciente da SNMMI promove o Patient

Education Days pela terceira vez no

encontro anual. O programa educacio-

nal aborda temas importantes para os

pacientes e para a comunidade que

atua em defesa dessas pessoas.

Presente ao encontro, o presiden-

te da Sociedade Brasileira de

Medicina Nuclear (SBMN), Celso

Darío Ramos, prestigiou a celebração

e a ampla programação científica que

abrangeu abordagens práticas sobre

o que há de mais moderno em medi-

cina nuclear e imagem molecular.

“Os destaques foram as apresenta-

ções sobre terapias em medicina

nuclear e as abordagens relacionadas

a PET/CT e SPECT/CT”, avalia.

O 1º secretário da SBMN, George

Barberio Coura Filho, também parti-

cipou do encontro e destacou as

apresentações sobre as principais

áreas de atuação da medicina nuclear

médicas e não médicas, como medi-

cina nuclear diagnóstica, terapias em

medicina nuclear, radiofarmácia,

instrumentação técnica, radioprote-

ção e pesquisa pré-clínica. Segundo

ele, o nível das apresentações e deba-

tes foi alto, com palestrantes reno-

mados e de reconhecimento científi-

co internacional, bem como as apre-

sentações orais e de pôsteres de tra-

balhos recentes e inovadores.

O novo presidente da SNMMI

(gestão 2013-2014), Gary Dillehay,

declara que os avanços em pesquisa e

novas tecnologias, apresentados

durante o encontro, revelam a pro-

messa e o potencial de campo da

especialidade. Dillehay assumiu o

cargo durante a sessão plenária espe-

cial, enquanto Peter Herscovitch tor-

nou-se presidente eleito e Hossein

Jadvar vice-presidente eleito.

científica

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 27

C&T

AproximAdAmente 5.700 congressistAs puderAm prestigiAr mAis de 110 sessões de educAção continuAdA e ApresentAções de 2 mil

trAbAlhos científicos e pôsteres no VAncouVer conVention centre. cercA de 150 empresAs expuserAm seus produtos e

serViços no sAlão de exposições do 60º encontro AnuAl dA snmmi

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Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista28

C&T

gAry dillehAy, à esquerdA, tornou-se o noVo presidentedA snmmi durAnte sessão plenáriA especiAl

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pAtrick flAmen, Autor dA imAgem eleitA A melhor do Ano

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Coordenador do Comitê Científico da

SNMMI, Herscovitch recorda que a pri-

meira reunião anual foi realizada em

Seattle, Washington, em 1954, e reuniu 109

participantes. “Hoje, o encontro anual da

SNMMI é reconhecido por milhares de

especialistas e é o principal evento educa-

cional e científico de medicina nuclear e

imagem molecular do mundo.”

Em duas sessões plenárias, a SNMMI

homenageou líderes da especialidade.

O professor de radiologia e diretor do

Programa Conjunto em Medicina Nuclear

da Harvard Medical School, Ted Treves, foi

nomeado destinatário deste ano do prêmio

Georg Charles de Hevesy Nuclear Pioneer por

suas contribuições para a medicina nuclear.

Já o professor e vice-coordenador da disci-

plina de radiologia e professor de psiquia-

tria, neurociências e ciências da saúde

ambiental na Johns Hopkins University, Dean

Wong, foi prestigiado com o prêmio Paul C.

Aebersold, por sua atuação em medicina

nuclear básica. Uma sessão especial home-

nageou ainda o ex-presidente e cofundador

da medicina nuclear como especialidade

científica e médica, Henry Wagner Jr.,

falecido no ano passado aos 85 anos.

Na ocasião, também foi anunciada a ima-

gem do ano da SNMMI 2013. O pesquisador

Patrick Flamen e sua equipe obtiveram uma

imagem por meio de tomografia por emissão

de pósitrons/tomografia computadorizada

(PET/CT) com 18F-FDG que ilustra a eficácia

do dicloreto de rádio-223 no tratamento de

metástase óssea em paciente com câncer de

mama com doença óssea dominante.

Para Coura Filho, as apresentações

sobre PET/CT e terapias com radiofármacos

foram os destaques da programação científi-

ca do encontro, sendo explicitamente referi-

das como as principais áreas da medicina

nuclear em um futuro breve. Segundo ele,

Page 29: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 29

C&T

muitas sessões focaram em terapias

inovadoras, dosimetria e efeitos bioló-

gicos das radiações ionizantes, novos

radiotraçadores para PET e aplica-

ções clínicas e investigacionais do

exame acopladas à ressonância mag-

nética. “As principais palestras con-

duzidas no encontro foram Henry

Wagner Jr. Lecture e Hal Anger Lecture,

focadas em terapias com radiofárma-

cos e dosimetria das radiações em

medicina nuclear”, aponta.

Para os especialistas que não

puderam se deslocar para

Vancouver, a SNMMI oferece trans-

missão virtual das 70 sessões mais

populares do 60º Encontro Anual,

com mais de 100 horas de conteúdo.

Acesse: conference-cast.com/SNM/common/default.aspx.

Reconhecimento científicoDesenvolvido por médicos do Serviço

de Medicina Nuclear do Hospital de

Clínicas da Universidade Estadual de

Campinas (HC-Unicamp), o estudo

Evaluation of Soft Tissue Lesions with

18F-FDG PET/CT - A Prospective Trial

foi considerado o melhor trabalho de

PET em oncologia clínica pela

SNMMI entre os enviados por médi-

cos nucleares de países membros da

Associação Latinoamericana de

Sociedades de Biologia e Medicina

Nuclear (ALASBIMN).

As autoras Aline Leal e Elba

Etchebehere representaram o res-

tante da equipe – Celso Darío

Ramos, Maurício Etchebehere,

Gustavo Kalaf, Elisa Pacheco, Eliane

Amstalden, Sérgio Gapski, Carlos

Eduardo Hanasilo e Edwaldo

Camargo – e receberam o prêmio

Alexander Gottschalk durante o

60º Encontro Anual.

Aluna de mestrado na Faculdade

de Ciências Médicas da Unicamp,

Aline Leal comenta que o prêmio é

um estímulo para continuar na área

de pesquisa em medicina nuclear.

“Receber esse prêmio foi uma surpre-

sa gratificante, porque fazer pesquisa

no Brasil é muito difícil”, comemora.

A equipe analisou o papel do

exame PET/CT com FDG-18F na

avaliação de lesões de partes moles e

constatou que o flúor-18 tem a capa-

cidade de diferenciar lesões benig-

nas de malignas nos tecidos moles.

Durante a pesquisa, foram avaliados

48 pacientes com lesões em tecidos

moles, nos membros superiores,

inferiores e na parede abdominal.

Dentre os casos clínicos analisados,

31 eram lesões benignas e 17 malig-

nas, e o PET/CT com FDG-18F

apresentou 100% de sensibilidade,

80,6% de especificidade, na detecção

das lesões malignas.

o 61º encontro Anual da Society of Nuclear Medicine and Molecular Imaging (SnMMi) já tem data marcada. entre 7 e 11 de junho de 2014, médicos, físicos, farmacêu-ticos, técnicos e outros profissio-nais de áreas correlatas, se reuni-rão em St. Louis, no Missouri, nos estados Unidos, para conferir os avanços em medicina nuclear e imagem nuclear. Acompanhe os preparativos para a próxima edi-ção do encontro anual da SnMMi no site www.snmmi.org/am2014

Save the date

Segundo Coura Filho, a princi-

pal conquista de um prêmio dessa

natureza é o reconhecimento inter-

nacional do valor científico de uma

pesquisa realizada exclusivamente

no Brasil e, portanto, do potencial

inovador da pesquisa brasileira.

o encontro AbrAngeu o que há demAis moderno em medicinA nucleAr e

imAgem moleculAr. os destAques forAm As ApresentAções sobreterApiAs em medicinA nucleAre As AbordAgens relAcionAdAs

A pet/ct e spect/ct Celso Darío ramos, presiDente Da sBmn

Page 30: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista30

especial

Congresso teráConvidados importantes

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te do Congresso, Juliano Cerci, que é

também diretor científico da SBMN

e especialista da Quanta Diagnóstico

e Terapia Nuclear, em Curitiba,

salienta o valor da parceria entre a

SBMN e o CBR. “Essa integração, já

histórica, deve render um evento

incomparável em termos, principal-

mente, de convidados e programa-

ção científica”, comenta.

Outro ponto valorizado por Cerci

é em relação aos convidados interna-

cionais, que podem ser conferidos,

A cidade de Curitiba, capital do

Paraná, receberá o 27º Congresso

Brasileiro de Medicina Nuclear entre

os dias 9 e 12 de outubro. E pela pri-

meira vez na história, o encontro da

Sociedade Brasileira de Medicina

Nuclear (SBMN) será realizado

simultaneamente ao Congresso

Brasileiro de Radiologia, organizado

pelo Colégio Brasileiro de Radiologia

e Diagnóstico por Imagem (CBR).

O que os congressistas poderão

encontrar nesse evento? O presiden-

Encontropromovido pela

SBMN ocorre em Curitiba de 9 a 12

de outubro,com palestras de

profissionais internacionais

consagrados

Page 31: Revista Medicina Nuclear - Edição nº 3

medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 31

especial

assim como todas as informações do

evento, no site www.sbmn.org.br/con-

gresso. Vale lembrar que os progra-

mas estão divididos entre medicina

nuclear (MN) I e MNII, em que estão

inseridos os diversos temas, como:

MN em Cardiologia, MN Geral,

PET/CT e SPET/CT. Sendo assim, ele

destaca Sharmila Dorbala e Piotr

Slomka, ambos dos EUA. O francês

Henri Guerini e o brasileiro naturali-

zado norte-americano Salvador

Borges-Neto também foram citados

por ele como referências na área de

cardiologia em MN.

Entre os especialistas em MN

geral, ele acredita que toda a lista

de convidados está contemplada

com nomes considerados como

referência mundial na especialida-

de. O módulo de PET/CT, um dos

mais procurados por médicos

nucleares, contará com três espe-

cialistas italianos renomados.

“Arturo Chiti, presidente eleito da

Sociedade Europeia de Medicina

Nuclear, e Stefano Fanti, diretor

do Departamento de Medicina

Nuclear na Universidade de

Bologna, são dois nomes mundial-

mente conhecidos”, conta Cerci.

O presidente do Congresso tam-

bém cita a presença do presidente

da Federação Mundial de Medicina

Nuclear e Biologia, Enrique

Strada, do México.

Destaques geraisAntes mesmo de seu início, serão

realizados eventos, no chamado

período de pré-congresso. “Ressalto,

como característica importante des-

se encontro, a parceria que desen-

volvemos com a Sociedade

Brasileira de Oncologia Clínica

(SBOC), Sociedade Brasileira de

Mastologia (SBM), e a Sociedade

Brasileira de Cardiologia (SBC), o

que mostra o amadurecimento des-

sas uniões”, aponta Cerci.

As especialidades administradas

pelas sociedades médicas citadas

realizarão diversos eventos e discus-

sões no dia 9, também no Expo

Unimed Curitiba. Outro ponto bas-

tante valorizado por ele é a qualida-

de dos convidados nacionais e inter-

nacionais. “Quando é possível trazer

nomes conhecidos e valorizados

como os que conseguimos, o

Congresso ganha em qualidade no

que se refere a toda sua programa-

ção científica”, avalia.

A pArceriAentre sbmn e cbr,

já históricA, deve render um evento incompArável em

termos dequAlidAde

de convidAdose progrAmAção

científicA

juliano cerci,presidente do congresso

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Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista32

especial

cApitAl pArAnAense presenciou A neve em 2013, o que não ocorriA desde 1975

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ão

A cidade-modeloSobre Curitiba, Cerci também se

propôs a opinar. Isso porque o

médico nasceu e mora em

Curitiba desde então. “A cidade é

famosa por seus diversos par-

ques. É um local que se enquadra

muito bem na forte temática atual

de sustentabilidade”, resume.

Para aqueles que gostam de

comer bem, a capital paranaense

também oferece diversas opções.

“Como Curitiba foi colonizada por

diferentes povos europeus, há res-

taurantes para todos os gostos e

bolsos”, conta. O especialista rela-

ta também que, em comparação

com São Paulo e Rio de Janeiro, a

gastronomia curitibana apresenta

valores mais acessíveis.

Bom conhecedor da cidade,

ele fez ainda algumas sugestões

de bons restaurantes para os

congressistas. “Frequento muito

o restaurante Famiglia Caliceti,

especializado em massas e culi-

nária italiana em geral e o

Taisho, de culinária japonesa”,

indica. Para quem quiser seguir

as dicas do presidente, os sites

dos estabelecimentos são, res-

pectivamente, www.caliceti.com.br

e www.taisho.com.br.

Sobre a hotelaria da chamada

cidade-modelo, Cerci diz que é pre-

ciso se programar. “Especialmente

nesse período, Curitiba receberá

outros grandes eventos. Por isso,

poderemos ter problemas nesse

sentido. É bom que nossos con-

gressistas se programem e reser-

vem com antecipação”, recomenda.

A agência de viagens oficial

do Congresso é a M.Leal (conta-

tos diretos podem ser feitos pelo

e-mail [email protected] ou

pelo telefone 41 3343-4300), que

tem diversas opções de hotéis,

inclusive alguns bem próximos

ao Expo Unimed. Já a empresa

aérea parceira do Congresso

Brasileiro de Medicina Nuclear é a

TAM, que disponibilizou des-

contos de até 25% nas passagens

dos congressistas.

Para os apaixonados por

automobilismo, Curitiba recebe

um evento interessante entre 11 e

13 de outubro. Trata-se da sétima

etapa Copa Bana Pneus, que será

realizada no Autódromo

Internacional de Curitiba, na ver-

dade localizado na cidade vizinha

São José dos Pinhais, com fácil

acesso via ônibus ou carro.

O que não deve estar presente

na cidade, ao menos não intensa-

mente, é o frio. A capital para-

naense foi uma das mais afetadas

pelas baixas temperaturas no final

de julho. O local viveu temperatu-

ras de -2ºC, inclusive com a visita

da neve, algo que não ocorria des-

de o ano de 1975. Em outubro, a

temperatura deve estar amena.

O que favorece aos congressistas

conhecerem alguns pontos turísti-

cos tradicionais, como a Ópera de

Arame, o Jardim Botânico, a

Arena da Baixada (que sediará a

Copa de 2014) e o sistema de ôni-

bus curitibano, um dos responsá-

veis pela capital ser conhecida

como exemplo. (AD)

jArdim botânico dA cidAde é um dos mAis visitAdos do pAís

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medicina nuclear em revista | Jul • Ago • Set 2013 33

especial

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Jul • Ago • Set 2013 | medicina nuclear em revista34

agendae xpediente

Programe-se para participar dosprincipais eventos da especialidade

nos próximos meses

MEDICINA NUCLEAR EM REVISTAé uma publicação trimestralda Sociedade Brasileira de

Medicina Nuclear,Av. Paulista, 491 Conj. 53

Bela Vista, CEP: 01311-909São Paulo - SP

Tel: (11) 3262-5438Fax: (11) [email protected]

PresidenteCelso Darío Ramos Vice-Presidente

Cláudio Tinoco MesquitaPrimeiro Secretário

George Barberio Coura FilhoSegunda SecretáriaIrene Shimura EndoPrimeira Tesoureira

Miriam Cassia Mendes MoreiraSegundo Tesoureiro

Allan de Oliveira SantosDiretor de Ética e Defesa

ProfissionalAdelanir Antonio Barroso

Diretor CientíficoJuliano Julio Cerci

COORDENADORESDE DEPARTAMENTOS

RadiofarmáciaJair MengattiFísica Médica

Cecil Chow RobilottaBiomédicos e TecnólogosSolange Amorim Nogueira

PET/CTSérgio Altino de Almeida

Centros FormadoresSônia Marta Moriguchi

Informática e ComunicaçãoCarlyle Marques Barral

Imagem EstruturalHenrique Carrete Júnior

www.rspress.com.br

Jornalista ResponsávelRoberto Souza (MTB: 11.408)

Editor-chefe Fábio Berklian

EditorRodrigo Moraes

SubeditoraTatiana PivaReportagem

Anderson Dias Marina Panham

Samantha CerquetaniRevisão

Paulo Furstenau Projeto Gráfico

Luiz Fernando AlmeidaDiagramaçãoLeonardo Fial

Luiz Fernando AlmeidaFelipe Santiago

Renomados especialistas em medicina nuclear discutirão o uso de PET-CT, ressonância magnética e PET-SPECT-CT em diversas doenças, incluindo esqueléticas, cardíacas e endócrinas.

British Nuclear MediciNe society autuMN MeetiNg

19/09

Pela primeira vez, o evento acontecerá simultaneamente com o Congresso Brasileiro de Radiologia, no Expo Unimed Curitiba (PR). Os congressis-tas poderão conferir os temas de medi-cina interna, radiologia, emergências, pediatria, mama e curso baseado em estudos de casos, entre outros.

27º coNgresso Brasileiro de MediciNa Nuclear

09 a 12/10

A SBMN promove, no dia 1o de feve-reiro de 2014, o Curso de Atualização Técnica em Medicina Nuclear, volta-do para biomédicos, tecnólogos, físi-cos, farmacêuticos, biólogos e outros profissionais da área da saúde. O curso, com carga horária de 12h, visa informar pontos importantes relacio-nados à operação e atuação da equipe técnica de medicina nuclear.

5º curso de atualização técNica eM MediciNa Nuclear

FeV/2014

Considerado o principal evento do setor nuclear no Brasil, a Conferência Internacional Nuclear do Atlântico (Inac 2013) é promo-vida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) e reúne pesquisadores, técnicos, estudan-tes, autoridades governamentais, empresários e demais interessados nos benefícios da energia nuclear para a inclusão social, tema dessa sexta edição.Informações: www.inac2013.com.br

coNFerêNcia iNterNacioNal Nuclear do atlâNtico

24-29/11

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