apostila de medicina nuclear 2015

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 1 MEDI CI N NUCLE R

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apostila para estudo de medicina nuclear e para ser usado com alunos

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  • 1

    MEDI

    CINA

    NUCLEAR

  • 2

    Introduo J no final do sculo XIX, a primeira aplicao interna das radiaes em seres humanos, consistiu

    em administrar Rdio-226 para determinar a velocidade da circulao sangnea entre os dois braos de

    um ser humano. O conceito de marcador radioativo evoluiu muito com a chamada Medicina Nuclear, ramo da cincia responsvel pela realizao de diagnsticos e tratamentos utilizando radionucldeos e

    radiofrmacos, sendo uma especialidade mdica e fsica.

    Obs: Os radioncldeos so tomos com ncleos instveis;

    Os radiofrmacos so preparaes farmacuticas em suas frmulas qumicas;

    No diagnstico, as imagens obtidas so retratos internos de como e onde ocorrem (nos rgos examinados) as concentraes de radiofrmacos em um indivduo examinado. A imagem adquirida de

    dentro para fora. Tais imagens so chamadas de cintilografias, cintigrafias, ou ainda, brilhografias, e so formadas em telas de computadores aps a deteco da radiao emitida pelo paciente em

    equipamentos chamados de Gama-Cmaras que podem possuir uma, duas ou mais cabeotes de deteco, posicionados ao redor do paciente, com a inteno de detectar a radiao eletromagntica que este paciente emite. As tcnicas SPECT e PET (que sero apresentadas mais adiante) tambm fazem

    parte da rea de diagnstico em medicina nuclear.

    J na terapia com radiofrmacos, o objetivo concentrar estes produtos ao redor de um tecido ao

    qual se deseja concentrar doses, isto , depositar as energias que as radiaes emitem. Nestes casos, so

    usados radioistopos que geralmente emitem partcula beta preferencialmente.

    Tanto no diagnstico quanto na terapia com radiofrmacos, no existe encapsulamento das fontes,

    de forma que o paciente permanece contaminado com material radioativo aps o procedimento

    realizado por mais algum tempo.

    Para que o rgo-alvo (stio alvo) seja estudado na em Medicina Nuclear, necessrio que o

    radiofrmaco seja absorvido pelo tecido em questo. Essa absoro condicionada pelo funcionamento do

    rgo alvo. Neste sentido a medicina nuclear se diferencia das demais especialidades mdicas por imagem

    por se tratar de uma modalidade totalmente fisiolgica, ou seja, a distribuio do radiofrmaco e a

    formao da imagem ocorrem por intermdio do metabolismo do paciente.

    Nesta disciplina, alguns aspectos da fsica das radiaes e tambm de proteo radiolgica,

    aplicados medicina nuclear, sero importantes para compreenso do preparo e aplicao dos

    radiofrmacos. Caractersticas das fontes produzidas e utilizadas, assim como dos aparelhos de deteco

    tambm sero abordados, em conjunto com os aspectos clnicos resultantes dos procedimentos realizados

    em uma clnica de medicina nuclear.

  • 3

    Bases Fsicas das Radiaes Aplicada Medicina Nuclear

    Estrutura da Matria

    Todas as coisas existentes na natureza so

    constitudas de tomos ou suas combinaes. Atualmente,

    sabemos que o tomo a menor estrutura da matria que

    apresenta as propriedades de um elemento qumico. A estrutura

    do tomo semelhante a do Sistema Solar, consistindo em um

    ncleo, onde fica concentrada a massa, como o Sol, e em

    partculas girando ao seu redor, denominadas eltrons,

    equivalentes aos planetas. Como o Sistema Solar, o tomo

    possui grandes espaos vazios, que podem ser atravessados por

    partculas menores do que ele. O ncleo do tomo formado

    por partculas de carga positiva, chamadas prtons, e de

    partculas de mesmo tamanho, mas sem carga, denominadas nutrons. O nmero de prtons ou nmero

    atmico identifica um elemento qumico, comandando seu comportamento em relao aos outros

    elementos. O elemento qumico natural mais simples, o

    hidrognio, possui apenas um prton, contudo o nmero de

    nutrons pode ser varivel e sua quantidade ir definir

    diferentes istopos, e um determinado elemento qumico

    pode existir com diferentes nmeros de nutrons. Um

    exemplo disso o caso do urnio, que na natureza aparece

    sob a forma de trs istopos, que so: Urnio-234, U-235 e

    238. Todos eles possuem 92 prtons e, respectivamente 142,

    143 e l46 nutrons.

    Semelhana entre os elementos qumicos

    Os tomos se assemelham entre si no que diz respeito ao nmero de prtons, nutrons, massa e

    nmero atmico, a esta propriedade chamamos de Semelhana atmica. Para facilitar seu entendimento

    so usadas letras que representam:

    Nmero de prtons: P

    Nmero de nutrons: n

    Nmero de massa: A

    Nmero atmico: Z

    Vejamos como se classificam os tomos de acordo com este princpio:

    Isbaros: esses tomos possuem o mesmo nmero de massa (A), mas se diferem na numerao atmica

    (Z), os elementos Clcio (Ca) e Argnio (Ar) so isbaros.

    18Ar40

    20Ca40

    Representao Atmica do Elemento

  • 2

    Como os isbaros acima no pertencem a elementos qumicos iguais, suas propriedades qumicas se

    diferenciam.

    Istonos: tomos com nmero de nutrons (n) iguais que se diferem pelo nmero atmico (Z) e de massa

    (A). Magnsio (Mg) e Silcio (Si) so exemplos de Istonos.

    12Mg26

    14Si28

    P = 12 n = 14 P = 14 n = 14

    Estes istonos pertencem a diferentes elementos qumicos, o que nos leva a concluir que possuem

    diferentes propriedades qumicas e fsicas.

    Istopos: tomos pertencentes a um mesmo elemento qumico, portanto possuem nmeros atmicos

    iguais. Os istopos se diferenciam com relao ao nmero de massa, acompanhe os exemplos:

    O elemento qumico Magnsio (Mg) possui os seguintes istopos:

    12Mg24

    (presente na natureza com a porcentagem de 78,9%)

    12Mg25

    (presente na natureza com a porcentagem de 10,0%)

    12Mg26

    (presente na natureza com a porcentagem de 11,1%)

    Os istopos de hidrognio recebem nomenclatura prpria, veja:

    1H1 Hidrognio comum, prtio, hidrognio leve;

    1H2 Deutrio;

    1H3 Trtio, tritrio, tricrio.

    Ismeros: tomos pertencentes a um mesmo elemento qumico. Alm da semelhana do nmero atmico

    tambm existe semelhana entre os nmeros de massa. Esses tomos apenas se diferem pelo seu estado de

    energia. o caso do Elemento Tecncio. A letra m colocada logo aps a massa indica a metaestabilidade do ncleo.

    99Tc

    99mTc

    As radiaes nucleares podem ser de dois tipos:

    a) Corpuscular ou particulada (Alfa, Psitron, Negatron): possui massa e carga eltrica. Sua energia

    depende de sua velocidade;

    b) ondas eletromagnticas (Gama, X, Luz Visvel etc.): no possuem massa e se propagam com a

    velocidade da luz de 300.000 km/s, para qualquer valor de energia.

  • 3

    A identificao desses tipos de radiao foi feita, utilizando-se uma poro de material radioativo, com o

    feixe de radiaes passando por entre duas placas, polarizadas com um forte campo eltrico.

    O espectro eletromagntico

    O espectro eletromagntico a distribuio da intensidade da radiao eletromagntica com

    relao ao seu comprimento de onda ou frequncia.

    Ao observar a figura acima, pode-se notar uma diviso das radiaes ionizantes das radiaes no

    ionizantes. Ondas de rdio, microondas e luz visvel so exemplos de radiaes com energia insuficiente

    para ionizar significativamente a matria. A partir da radiao ultravioleta, a energia suficientemente alta

    para ionizar os tomos, isto , retirar eltrons de suas eletrosferas. Quanto menor o comprimento de onda,

    maior sua freqncia e maior a energia. Da esquerda para a direita temos um aumento gradual de

    energia dos diferentes tipos de ondas eletromagnticas. As radiaes X e Gama possuem tanta energia,

    que podem penetrar a matria to melhor quanto menor for seu comprimento de onda. Na medicina

    nuclear a radiao gama tem importante papel, pois a partir dela que as imagens cintilogrficas podem

    ser adquiridas.

  • 4

    Decaimento Radioativo

    A radioatividade um fenmeno nuclear, isto , tem origem no ncleo do tomo. Ela no afetada

    por nenhum fator externo, como presso, temperatura etc.. regida por trs Constantes Fsicas: Tipo de

    Radiao, Energia e Meia-Vida. O decaimento consiste em um fenmeno natural em que o tomo libera

    energia ao emitir partculas e ondas

    eletromagnticas. Ele pode emitir radiao

    diversas vezes at que encontre o equilbrio, isto

    , a estabilidade. Os elementos radioativos

    naturais emitem trs tipos de radiaes

    principais: alfa (), beta (+ ou -), gama (). Umncleo radioativo natural emite radiao ou radiao , nunca as duas simultaneamente. Para diminuir a energia, o ncleo emite

    radiao junto com a radiao ou . A natureza dessa radiao (se Alfa ou Beta)

    condicionada pelo nmero de prtons e nutrons

    que o tomo possui. Sempre que o ncleo de um

    tomo emite uma partcula ele transformado em

    outro tipo de tomo. A exemplo disso, o Iodo-131

    ao liberar a partcula beta negativa se transforma

    no Xennio-131; o Rdio-226 ao liberar uma

    partcula Alfa se transforma em Radnio-222.

    Durante o processo de decaimento radioativo, o

    elemento PAI libera energia e o elemento

    resultante denominado FILHO.

    Energia de ligao Nuclear

    Os elementos nucleares (Prtons + Nutrons) se mantm

    unidos no ncleo graas a energia de ligao nuclear. um tipo de

    energia invisvel que evita que essas pequenas partculas sejam

    expulsas do ncleo. Porm, com o aumento considervel do nmero

    de prtons e nutrons, a energia de ligao nuclear passa a ser

    insuficiente, e o ncleo do tomo fica instvel, necessitando liberar

    energia para entrar em equilbrio. Neste caso, elementos com alto

    nmero atmico emitem partculas Alfa.

    Entretanto, elementos de baixo nmero atmico tambm

    podem emitir radiao. Isto possvel, pois a quantidade de prtons

    (carga positiva) e nutrons (carga neutra) mantm uma relao

    numrica bem definida em ncleos estveis. Se essa relao for

    desfeita, mesmo ncleos pequenos podem emitir radiao. Este

  • 5

    grfico relaciona o nmero de prtons ao nmero de nutrons e prev a estabilidade ou instabilidade de

    um tomo qualquer. Elementos que esto esquerda da Linha de Estabilidade (LE) apresentam um

    decaimento por Beta Negativa, e os que esto direita, por Beta Positiva. Os elementos que esto sobre a

    LE encontram-se estveis, isto , no necessitam emitir radiao, pois a ralao do nmero de prtons e

    nutrons encontra-se em equilbrio.

    Esse conhecimento possui importante aplicao dentro da medicina nuclear, visto que cada tipo de

    radiao Beta possui uma aplicao bem definida. O quadro abaixo lista as trs constantes fsicas de

    decaimento radioativo dos elementos mais utilizados nessa modalidade.

    Radiao Alfa

    Primeira Lei da Radioatividade: quando um ncleo emite uma partcula Alfa, h um decrscimo de

    2 no Nmero Atmico (Z) e 4 na Massa Atmica (A).

    Caractersticas:

    Ncleos de Hlio (He) ejetados do tomo (2 prtons e 2 nutrons); Possuem carga positiva; Esse tipo de decaimento comum para elementos de alto n atmico (Z) da tabela peridica; Poder de penetrao: pequeno. So detidos pela pele, folha de papel ou 7 cm de ar. Conduz o ncleo filho a um Nmero Atmico (Z) menor; Essa radiao no utilizada em aplicaes diagnsticas ou teraputicas (altas doses radioativas no

    paciente);

    So exemplos desse decaimento o Urnio e o Rdio.

    Radionucldeo Decaimento

    Principal T1/2

    Energia do Fotopico

    (KeV)

    Molibdnio-99 Beta Negativo 66 Horas 740

    Tecncio-99m Radiao Gama 6 Horas 140

    Iodo-131 Beta Negativo 8 Dias 364

    Flor-18 Beta Positivo 2 Horas Dois ftons com 511

  • 6

    Radiao Beta Negativa - (Negatron)

    Segunda Lei da Radioatividade: quando um ncleo emite uma partcula Beta negativa, seu nmero

    atmico aumenta em uma unidade e seu nmero de massa no se altera;

    Caractersticas:

    Trata-se de um eltron negativo ejetado do ncleo; Sua massa desprezvel; Condiciona a Transio isobrica; Poder de penetrao (um pouco maior que Alfa) Esse tipo de decaimento comum para elementos ricos em nutrons; H a converso de um nutron em um prton e a produo de um eltron negativo; A relao N/P diminui como resultado desse decaimento; So exemplos de desse decaimento o 99Mo e o 131I;

    Radiao Beta Positiva + (Psitron)

    Quando um ncleo emite uma partcula Beta Positiva, seu nmero atmico diminui em uma

    unidade e seu nmero de massa no se altera;

    Caractersticas:

    Partcula com carga positiva (eltron positivo); Ocorre em radionucldeos pobres em nutrons; Sua massa desprezvel; Condiciona a Transio isobrica; H a converso de um prton em um nutron e a produo de um eltron positivo. O principal exemplo desse decaimento o 18F - Flor

  • 7

    Transio Isomrica

    Nenhum radionucldeo sofre decaimento radioativo por emisso de radiao Gama apenas.

    Contudo, alguns elementos radioativos se mantm num estado metaestvel aps a emisso de uma

    partcula (estado excitado dura mais que 10-9

    segundos, e a letra m colocada logo aps o nmero demassa para indicar o fenmeno). Aps isso, o tomo libera apenas energia eletromagntica (radiao

    Gama). Esse fenmeno grande interesse em aplicaes diagnsticas. A transio (isobrica) do Mo-99

    para o Tc-99m marcada pela liberao de uma partcula Beta Negativa e um fton de Radiao Gama.

    Porm o tecncio formado permanece no estado metaestvel, isto , com excesso de energia, que

    posteriormente liberado em forma de Radiao (transio isomrica). Sua aplicao na medicina

    desejvel, pois desta forma pode-se esperar que o Mo-99 se transforme em Tc-99m para s ento

    administr-lo em pacientes, poupando-o da dose radioativa liberada na transio isobrica. Observao: A

    transio isomrica no transforma o elemento qumico em outro elemento.

    Outras Consideraes do Decaimento Radioativo

    Meia-Vida

    Fenmeno fsico aleatrio, pois no possvel prever quando um tomo de uma amostra ir decair

    (emitir , , , etc.), mas de tal sorte que possvel prever quantos tomos de uma amostra ainda estaro ativos (radiativos) aps certo intervalo de tempo. Em outras palavras: o tempo necessrio para a desintegrao da metade dos tomos radioativos presentes em uma amostra qualquer

    Obs: Decair significa Perder energia.

    TOMO INSTVEL EMISSO DE PARTCULAS e/ou de RADIAES ELETROMAGNTICAS

  • 8

    Funo Exponencial

    Trata-se de um ESTUDO ESTATSTICO, isto , analisa-

    se o comportamento de uma amostra radiativa, e no de

    um nico tomo, sendo:

    A(t) = atividade de uma amostra

    A0 = atividade inicial

    = constante de decaimento radiativo t = tempo de decaimento

    T = tempo de meia- vida

    Chama-se de Meia-vida fsica (Tf) ao tempo

    necessrio para que o nmero de tomos instveis na

    amostra decaia para a metade do inicial.

    A atividade utilizada para se medir o processo de decaimento de uma amostra radioativa. Esta

    grandeza mede o nmero de transformaes que um ncleo radioativo est realizando por unidade de

    tempo, ou seja, conta-se o nmero de ftons e partculas que o tomo est emitindo num determinado

    perodo de tempo. . A unidade da grandeza Atividade o Bq = Becquerel, e 1 Bq correspondem a uma

    transformao por segundo ou s-. Matematicamente calcula-se atividade pela seguinte equao:

    OBS: Antigamente a unidade da atividade era o Curie (Ci), que correspondia atividade de uma amostra

    de 1 grama de rdio (1 Ci = 3,7 x 1010

    s-1

    ).

    Meia-Vida Biolgica (Tb): Quando um

    elemento qumico, radioativo ou no,

    introduzido no organismo, sofre

    metabolizao e eliminado pelas vias

    normais. Chamamos de meia vida

    biolgica ao tempo necessrio para que

    metade deste elemento metabolizado pelo

    organismo seja eliminada. Descreve o

    clareamento biolgico de um dado

    radionucldeo num tecido em particular ou num rgo.

    Meia-Vida Efetiva (Tef): a meia-vida real de um radiofrmaco num sistema biolgico dependente da meia-vida fsica e da meia-vida biolgica. Como o decaimento fsico e o decaimento (clareamento)

    biolgico ocorrem simultaneamente em paralelo e a relao entre eles dada por:

    T1/2 f = 0,693

    A(t)=Aoxe-t

    Tef = Tb x Tf

    Tb + Tf

  • 9

    O conceito de meia-vida biolgica no to preciso quanto o de meia vida fsica. Este pode variar

    entre os indivduos e no segue necessariamente um processo exponencial regular. Por exemplo: a meia-

    vida do xennio 133

    Xe no estudo da ventilao pulmonar determinado pela freqncia e profundidade da

    respirao, alm da presena ou no de doena pulmonar; entretanto, o termo meia-vida biolgica, til

    quando se pensa na real taxa de exposio do paciente radiao, durante os procedimentos de imagem.

    Vida-mdia (): Embora a desintegrao seja um processo probabilstico, e no seja possvel prever o momento em que o tomo vai sofrer a desintegrao, podemos matematicamente calcular a durao mdia

    de um ncleo instvel ou a vida mdia dos seus tomos. A vida mdia de um elemento radioativo

    avaliada como sendo a soma das idades de todos os tomos, dividida pelo nmero total de tomos. = 1 / (obs: meia-vida diferente de vida-mdia)

    Tabela de decaimento radioativo

    Tabelas de radionucldeos de meia-vida fsica curta, como

    a do tecncio-99m abaixo simplificam clculos da atividade de

    uma amostra radioativa ao longo do tempo que s seriam possveis

    com o uso da equao exponencial do tpico. A tabela apresentada

    ao lado foi construda com base na fsica de decaimento do

    Tecncio-99m. Todo elemento qumico radioativo possui uma

    tabela semelhante a esta

  • 10

    Bases Tecnolgicas Aplicadas Medicina Nuclear

    Radiofarmcia:

    Radiofarmcia um ramo da cincia que estuda os aspectos qumicos, farmacolgicos,

    bioqumicos, fisiolgicos e disciplinas similares que se relacionam com o desenvolvimento de substncia

    marcada com radioistopo.

    Atualmente todos os radioistopos de uso clnico so produzidos em reator nuclear e cclotron. Os

    radioistopos naturais, como, por exemplo o urnio, possuem meia vida longa, emisses inadequada para

    deteco, so pesadas e txicas, por isso no tm funo clnica ou diagnstico em medicina nuclear.

    O reator nuclear promove bombardeio de ncleos de peso atmico mdio, originando radioistopo

    ricos em nutrons que sofrem decaimento beta negativo. Esta reao denomina-se ativao por nutrons.

    Uma vez que o produto filho o mesmo elemento, os tomos radioativos e os estveis no podem ser

    separados, resultando num produto de baixa atividade especfica e quantidade significativa de carreador de

    material alvo original. A ativao por nutrons de 98

    Mo foi o primeiro mtodo usado para obter o

    molibdnio- 99 para o sistema de gerador de 99

    Mo/99m

    Tc. Atualmente a fisso do Urnio tem sido o

    mtodo empregado como a forma mais eficiente dessa produo.

    Radiofrmacos

    Os radiofrmacos so compostos sem ao farmacolgica, que tem na sua composio um

    radionucldeo, e so utilizados em Medicina Nuclear para diagnstico e terapia de vrias doenas. uma

    substncia que, por sua forma farmacutica, quantidade e qualidade de radiao, pode ser utilizado no

    diagnstico e tratamento de doenas qualquer que seja a via de administrao utilizada. Pode-se dizer que

    radiofrmacos so molculas ligadas a elementos radioativos que so utilizados em uma especialidade

    mdica denominada medicina nuclear. Sua finalidade , aps ser administrada no paciente, ser absorvido

    pelo tecido de interesse e, do seu interior, emitir radiao para os detectores da Gama-Cmara, a qual

    transformada em sinal digital (imagem).

    Os radiofrmacos so compostos de duas partes:

    Traador (frmaco): tem a capacidade de se ligar a um rgo-alvo especfico e ligar-se aum radionucldeo;

    Radionucldeo: elemento radioativo que, ao ser carreado pelo frmaco, ter a capacidadede evidenciar o rgo-alvo de acordo com sua assimilao pelo mesmo e ser identificado

    pela gama-cmara.

    As caractersticas fsico-qumicas do radiofrmaco determinam a sua farmacocintica, isto , a sua

    fixao no rgo-alvo, metabolizao e eliminao do organismo, enquanto que as caractersticas fsicas

    do radionucldeo determinam a aplicao do composto em diagnstico ou terapia.

  • 11

    Quando a finalidade diagnosticar patologias, utiliza-se na composio dos radiofrmacos,

    radionucldeos emissores de radiao gama. Quando a finalidade teraputica, o efeito deletrio da

    radiao utilizado para destruir clulas tumorais. Nesse caso, os radiofrmacos so compostos por

    radionuclideos emissores de radiao particulada - que possuem pequeno poder de penetrao, mas soaltamente energticas, ionizando o meio que atravessam e causando uma srie de efeitos que resultam na

    morte das clulas tumorais.

    Radiofrmacos de tecncio metaestvel 99m

    Tc so os mais utilizados para a obteno de imagens

    em medicina nuclear.

    Gerador de 99

    Mo/99m

    Tc

    Histrico

    O campo da medicina nuclear teve grande impacto com o desenvolvimento do gerador 99

    Mo/99m

    Tc. O gerador original foi desenvolvido no Brookhaven National Laboratory (BNL) em 1957, por

    Walter Tucker e Margaret Greene. O primeiro pesquisador a utilizar 99m

    Tc foi Dr. Claire Shellabarger no

    BNL em 1960. Somente em 1961, quando o Argonne Cancer Research Hospital adquiriu seu primeiro

    gerador de 99m

    Tc, vrias outras instituies iniciaram a utilizao deste radionucldeo, que se tornou

    rotineira a partir do final dos anos 60, experimentando desde ento um crescimento exponencial. A partir

    de 1966, os geradores de 99m

    Tc passaram a ser produzidos e distribudos, e nesta poca foi desenvolvido

    um gerador encapsulado e esterilizado por E. R. Squibb e Sons. Desde ento, o uso de 99m

    Tc tornou-se

    comum e uma variedade 7 compostos marcados, foram desenvolvidos para aplicao na medicina nuclear.

    At 1981 o 99m

    Tc utilizado no Brasil era obtido de geradores importados. A partir deste ano o IPEN vem

    produzindo geradores cromatogrficos em coluna de alumina, utilizando o molibdnio obtido por fisso

    do 235

    U importado do Canad. Atualmente, 7 tipos de geradores so oferecidos classe mdica, com

    atividades de 99m

    Tc de 9,25 at 74 GBq ( 250 mCi at 2000 mCi ). Durante o perodo de 1956 a 2006, o

    monoplio de produo de radioistopo pertenceu, por lei, Comisso Nacional de Energia Nuclear. A

    partir do ano de 2006 foi flexibilizado o monoplio para a produo de radionucldeos de meia vida curta,

    o que inclui aqueles utilizados em Medicina Nuclear como, por exemplo, o 18

    F e o 99m

    Tc. O IPEN produz

    e comercializa geradores de 99

    Mo/99m

    Tc e os distribui a todos os servios de medicina nuclear do Brasil. A

    embalagem do gerador contm 13 frascos com vcuo, 13 frascos de soluo salina isotnica.

    Composio

    O tradicional sistema gerador cromatogrfico que utiliza 99

    Mo oriundo da reao nuclear 235U,

    adsorvido em xido de alumnio, constitui o principal mtodo atualmente empregado para obteno de 99m

    Tc. Esta tcnica envolve a eluio do pertecnetato (99m

    TcO4-) com soluo salina. O 99

    Mo (elemento

    pai) retido numa substncia inerte, como alumina, decaindo para o 99mTc (elemento filho), sendo ento,

    separado com cloreto de sdio, sob a forma de pertecnetato de sdio (Na99m

    TcO4-). Nesse mtodo o 99m

    Tc

    separado com elevada eficincia (> 90%), com excelente perfil de eluio , de fcil operao e

    manuseio, alm de requerer pouca massa de alumina para a adsoro, devido alta atividade especfica do 99

    Mo, constituindo assim a tcnica mais adequada de separao do 99m

    Tc pelo 99

    Mo, quando este obtido

  • 12

    como um dos produtos da fisso do 235U. O tecncio-99m produzido na forma de pertecnetato 99m

    TcO4,

    que no se liga coluna de alumina, e assim pode ser eludo facilmente com uma soluo salina (soluo

    de NaCl). Aps uma eluio uma nova retirada com atividade mxima s poder ser realizada

    aproximadamente 24 horas.

    Antes dos geradores serem comercializados eles devem passar por um controle de qualidade,

    certificando que este atende aos requisitos necessrios para a aplicao mdica. Alm do controle antes da

    comercializao, cada instituio deve realizar testes de controle de qualidade, alguns deles so o de

    pureza radionucldica, que analisa a quantidade de outros radionucldeos no eluato. No caso do gerador de 99

    Mo/99m

    Tc, o contaminante mais comum o prprio molibdnio-99.

    Funcionamento

    Vrios sistemas de

    geradores foram explorados

    no decorrer dos anos. O

    gerador mais importante e

    utilizado na medicina nuclear

    o gerador de 99

    Mo / 99m

    Tc

    Aps a produo de 99

    Mo ele

    quimicamente purificado e

    passa por uma coluna de

    troca aninica composta de

    alumnio (Al3 O2 ). A coluna

    carregada colocada num

    invlucro de chumbo, com

    tubos inseridos nas

    extremidades da coluna para

    permitir sua eluio. O gerador de 99m

    Tc trata-se de um invlucro blindado que contm 99

    Mo radioativo

    dentro de um frasco selado. Este 99

    Mo utilizado, pois a partir do seu decaimento pode ser gerado o99m

    Tc.O gerador deveria ser trocado semanalmente, para que o servio de medicina nuclear no trabalhe

    com geradores de alta atividade inicial. Porm isto depende da demanda de cada servio, pois existem

  • 13

    geradores com atividade de 250 mCi at de 2000 mCi, que so utilizados conforme sua necessidade. O

    gerador consiste de um pequeno frasco contendo 99

    Mo radioativo diludo em alumina (Al2 O3). Como o99

    Mo ao decair gera 99m

    Tc , logo o frasco contm molibdnio misturado com tecncio. Para retirar o 99m

    Tc

    do gerador, utiliza-se um frasco com soluo salina para que se misture ao frasco gerador e consiga

    remover o 99m

    Tc. O frasco com soluo salina colocado na entrada do gerador onde h uma agulha curta

    e fina, que serve para a retirada da soluo salina, e outra agulha mais longa para que o ar entre no frasco.

    Na sada do gerador colocado outro frasco com vcuo. A soluo ento ir circular devido a diferena de

    presso, por uma tubulao muito fina at a coluna de molibdnio e agregar o 99m

    Tc e assim, chegar pela

    tubulao de sada at o frasco com vcuo. Como o frasco contm 99m

    Tc, aps a eluio, ele deve ser

    blindado para proteo do trabalhador. Aps um perodo de crescimento ideal (aproximadamente 24

    horas), o gerador pode ser novamente eludo com rendimento terico mximo de 99m

    Tc .

    A cada dia, uma atividade menor de 99m

    Tc eluda devido ao prprio decaimento do elemento

    pai.Geradores que demoram a chegar ou que no foram eludos por muito tempo, podem apresentar uma

    quantidade significante de Tc-99 no eluato. O que pode prejudicar na marcao dos frmacos j que no

    se comporta quimicamente da mesma forma que o 99m

    Tc .Os radiofrmacos que se destinam ao

    diagnstico clnico efetuado em cmara cintilogrfica (gama-cmara) tm na sua composio um

    radionucldeo emissor de radiao gama. Nesse caso, prefervel que o radionucldeo incorporado no

    radiofrmaco no emita radiao beta, uma vez que esse tipo de radiao apenas serviria para aumentar a

    dose de radiao absorvida pelo paciente; alm de provocar degradao de imagem devido energia das

    partculas beta.

    Rentabilidade do Gerador

    As figuras ao lado demonstram a relao entre o

    decaimento do Molibdnio-99 e o mximo de Tecncio-99m,

    atingido 23 horas aps a eluio. Isto muito conveniente se a

    atividade do 99m

    Tc disponvel adequada ao consumo dirio;

    caso no seja, o gerador pode ser eludo ou ordenhado mais de uma vez por dia. A segunda eluio do dia, se realizada 7

    horas depois da primeira, ter uma rentabilidade de

    aproximadamente 50 % e 75 % aps 14 horas. Apesar de se dar

    muita ateno taxa de crescimento (recuperao) do 99m

    Tc,

    bom lembrar que ele est sempre decaindo ao mesmo tempo

    que cresce dentro do gerador. Geradores recebidos aps envio

    comercial ou que no foram eludos por longo tempo tm uma

    quantidade significante do carreador 99

    Tc no eluato

    (pertecnetato). Como o carreador 99

    Tc se comporta

    quimicamente da mesma forma que o 99m

    Tc, ele pode

    prejudicar a marcao dos frmacos, isto , o tecncio

    radioativo (99m

    Tc) competiria com o tecncio no radioativo

    (99

    Tc) pelos stios de ligao com o frmaco, resultando em

    marcao deficiente e contaminantes radioqumicos

    indesejados na preparao final.

  • 14

    Impurezas do Pertecnetato

    X

    ___

    Horrio da

    Ultima eluio

    X ___ Fator de Recuperao do

    Tecncio - 99m

    X X Fator de Decaimento do Molibdnio - 99

    Horrio de

    Previso

    Horrio de

    Calibrao

    Clculo de Rentabilidade Deve ser observado o intervalo de tempo entre o primeiro e o ltimo horrio

    Fator de decaimento do 99

    Mo

  • 15

    Como produto da eluio, o que se espera apenas o pertecnetato, isto , o 99m

    TcO4- e o Cloreto

    de Sdio 0,9 %. Qualquer outro elemento que aparea nesse composto considerado um tipo de impureza.

    Abaixo esto listadas algumas das principais impurezas que podem estar presentes no pertecnetato:

    Tipos de impureza:

    Radionucldica: Presena de Molibdnio (99Mo). Radioqumica: Presena de 99mTc no estado qumico indesejado, isto , que no seja o

    estado de oxidao + 7 ( 99mTcO4-). Qumica: Presena do on Al3+

    Biolgica: Presena de microrganismos ou pirognios.

    O tecncio o elemento qumico mais utilizado na preparao de

    radiofrmacos de imagens, dentre suas contribuies sade da populao

    brasileira, destaca-se o seu papel na oncologia e cardiologia. Atualmente, a

    medicina nuclear brasileira realiza mais de 8.000 procedimentos dirios utilizando

    geradores de tecncio-99m, isso por que esse elemento emite radiao gama cujo

    valor energtico igual a 140 keV e apresenta um tempo de meia vida igual a 6

    horas o que suficiente para seu preparo e administrao. Abaixo esto listados

    alguns dos motivos que fazem do Tecncio-99m o radionucldeo mais utilizado em

    Medicina Nuclear:

    Caractersticas ideais dos radionucldeos utilizados em diagnstico:

    Fton gama com energia adequada para sua deteco (so ideais entre 100 a 200 KeV);(Tecncio = 140 keV)

    Meia-vida relativamente curta (Tecncio = 6 horas); No emitir partculas, somente radiao Gama (O Tecncio possui transio isomrica, isto

    , radiao gama pura);

    Biodistribuio adequada; Ausncia de toxicidade ou efeitos secundrios; O radioativo e o frmaco no devem sofrer dissociao nem in vitro nem in vivo; Marcar um grande nmero de frmacos; Facilmente disponvel (em forma de gerador)

    Caractersticas ideais dos radionucldeos utilizados em Tratamentos:

    Ter capacidade de se concentrar o mais especificamente possvel no tecido alvo para quesuas clulas sofram o maior impacto (dano) possvel da ao da radiao;

    Transferir ao tecido alvo alta taxa de dose de radiao para destruir o tecido; No prejudicar os tecidos sadios adjacentes; Emissores beta negativo, de energia elevada, preferencialmente acima de 1000 KeV; A meia vida depender de vrios fatores dentre eles a cintica de concentrao no tecido

    alvo;

  • 16

    Deve haver uma compatibilidade entre o tempo necessrio para o radiofrmaco seconcentrar no tecido alvo (tumor) e a meia vida efetiva do radiofrmaco (tempo de

    absoro e eliminao);

    Exemplos: Iodo-131 (ablao da tireide ou tratamento de hipertiroidismo); Samrio-153 eEstrncio-89 (terapia da dor ssea). Estrncio-89 (Beta Terapia Evita aparecimento deQuelides).

    Marcao do Radiofrmaco (Complexao)

    A marcao do radiofrmaco deve ser realizada cuidadosamente, obedecendo a uma srie de

    normas pr-estabelecidas para cada tipo de frmaco. Lembre-se que o Radiofrmaco formado por dois

    componentes: O Material radioativo (responsvel por produzir o sinal radioativo do interior do paciente) e

    o Frmaco (biomolcula sinteticamente produzida para participar de um processo fisiolgico, sendo

    absorvido pelo seu tecido-alvo).

    Aps a eluio, o Pertecnetato de Sdio aspirado numa seringa e, aps o ajuste da dose,

    colocado no frasco que contem o frmaco desejado. A unio entre o material radioativo e o frmaco

    chamada de Marcao. A dose deve levar em conta o nmero de pacientes, o decaimento entre os

    momentos de marcao e administrao da dose, alm da durao da estabilidade in vitro do produto

    marcado. O Radiofrmaco marcado colocado num recipiente de chumbo apropriado. As doses so

    tiradas individualmente do frasco e ajustadas para cada paciente.

    O material radioativo mais utilizado, como j foi comentado, o 99m

    Tc. O frmaco a ser utilizado

    depende de qual o rgo que se quer estudar. Existem numerosos frmacos, cada qual com sua

    especificidade por algum tipo de tecido. Para estudar o tecido cerebral, por exemplo, devemos proceder a

    Marcao de 99m

    Tc + ECD, ou seja, do Radionucldeo mais o frmaco apropriado para este exame. Abaixo

    esto relacionados os principais frmacos que so marcados com 99m

    Tc:

    SESTAMIBI: Perfuso do Miocrdio ECD: SPECT Cerebral ou perfuso Cerebral MDP: Cintilografia ssea DTPA: Exame renal dinmico (Funo Glomerular) DMSA: Exame renal esttico (Funo Tubular) DISIDA: Estudo das Vias biliares FITATO: Cintilografia de fgado e bao e Ndulo Sentinela DTPA: Cintilografia Pulmonar (Inalao) MAA: Cintilografia Pulmonar (Perfuso) e ROLL (Localizao Radioguiada de Leso Oculta) DEXTRAN: Linfocintilografia ESTANHO COLOIDAL: Esvaziamento gstrico; RGE (refluxo gastroexofgico) PIRO: Hemcias Marcadas (Ventriculografia, pesquisa de sangramento digestivo)

    Observao: O pertecnetato, quando injetado sozinho, se biodistribui pelas glndulas

    salivares, tireide e estmago.

  • 17

    Para o ajuste da dose de marcao utiliza-se um calibrador especial, chamado Curimetro; A dose de pertecnetato deve ser ajustada conforme indicao do fabricante do frmaco

    utilizado e, por meio de seringa/agulha, o eluato deve ser adicionado ao frasco de forma estril;

    Adicionar de 3 a 5 ml de pertecnetato e agitar o frasco suavemente; Cada radiofrmaco necessita de tempo determinado (geralmente 15 minutos) temperatura

    ambiente para completar a reao de marcao;

    Assim que as doses forem retiradas do frasco, a seringa deve ser imediatamente identificadacom o nome do seu respectivo radiofrmaco e colocada dentro da blindagem apropriada;

    Procedimentos Normais de Preparo e Administrao de Radiofrmacos

    Radiofrmacos somente podem ser administrados mediante pedido mdico; O Mdico Nuclear e a radiofarmcia devem conferir o pedido mdico para assegurar o

    radiofrmaco e a dose corretos;

  • 18

    Os testes de Controle de Qualidade (tanto do pertecnetato quanto do Radiofrmaco) devem serfeitos antes da administrao nos pacientes;

    Inspecionar cada dose antes da administrao para pesquisar partculas ou outros materiaisestranhos, como fragmentos de borracha da tampas dos frascos etc..

    O valor das doses podem variar somente 10 % da dose prescrita.

    Gravidez e Lactao

    Indagar s pacientes em idade frtil a possibilidade de Gravidez; Em situaes teraputicas, o radiofrmaco somente pode ser administrado mediante resultado de

    exame Beta HCG.

    Alguns exames podem ser realizados em mulheres grvidas, porm o mdico deve ser informadosobre a situao para avaliar os riscos da administrao do radiofrmaco.

    Radioiodetos possuem a capacidade de atravessar a placenta e podem ser nocivos ao feto, o qualdesenvolve a tireide na 10 semana de gestao.

    Se lactante, suspender a amamentao por trs semanas aps a administrao do 131I, 125I, 67Ga,201

    Tl. Se o radioistopo for 99m

    Tc a suspenso da amamentao deve ser feita por duas meias vidas,

    no mnimo.

    Pacientes Peditricos

    A dose administrada em crianas no deve seguir a mesma proporo da dose dos adultos; Clculos para doses peditricas:

    O mdico deve ser consultado para aprovao da dose.

    Cuidados a serem tomados. Conferir:

    Paciente certo Dose certa Radiofrmaco certo Via de administrao certa Hora certa

  • 19

    Contaminao Radioativa e Procedimentos de Descontaminao

    A contaminao radioativa pode ser definida como a presena de material radioativo indesejvel

    em qualquer meio ou superfcie podendo oferecer riscos sade das pessoas envolvidas que podem ser

    irradiadas externamente ou incorporar os radionucldeos contaminantes. Alm disso, ela pode interferir

    nos dados de trabalhos radiomtricos, ou comprometer a qualidade de um produto.

    A contaminao considerada de superfcie quando o contaminante radioativo estiver localizado

    na superfcie dos objetos, das reas de trabalho ou na pele das pessoas. considerada fixa quando no for transfervel de uma superfcie contaminada para a outra no contaminada.

    Os riscos apresentados por uma contaminao radioativa dependem do tipo e da quantidade dos

    radionucldeos contaminantes e da facilidade com que eles podem ser transferidos para outros locais.

    A transferncia pode se dar pelo contato com a superfcie contaminada ou pela suspenso dos

    contaminantes no ar.

    As atividades que envolvem a utilizao de materiais radioativos devem ser planejadas e

    executadas para se evitar ou reduzir a contaminao radioativa, quer seja dos trabalhadores, das reas de

    trabalho ou do meio ambiente.

    A descontaminao de superfcie o processo que tem como objetivo remover o material

    radioativo indesejvel das superfcies contaminadas, tais como objetos, roupas, equipamentos,

    ferramentas, pisos, paredes e a pele das pessoas.

    Num processo de descontaminao, o material radioativo no destrudo, porm apenas removido

    do local contaminado para outro. Por exemplo, ao descontaminar um objeto com uma soluo aquosa, o

    material radioativo removido do objeto para a soluo, a qual pode exigir cuidados adicionais. Portanto,

    a descontaminao de superfcie no simplesmente um processo de limpeza, pois deve ser realizada com

    procedimentos prprios que no coloquem em risco a sade dos trabalhadores nem disseminem a

    contaminao para outros locais ou ao meio ambiente.

    Todos os trabalhadores que manuseiam os materiais radioativos devem manter o cuidado constante

    para que a contaminao radioativa seja evitada e conhecer os procedimentos bsicos para se lidar com a

    contaminao, caso ela venha a ocorrer.

    Os materiais radioativos devem ser manuseados ou tratados em instalaes apropriadas,

    procurando-se evitar a contaminao radioativa das pessoas ou do meio ambiente.

    As medidas preventivas podem envolver o planejamento prvio do local de trabalho, o

    confinamento das reas sujeita contaminao e o controle de acesso a essas reas, bem como um

    programa efetivo de monitorao da contaminao.

    Dependendo do material radioativo e do tipo de trabalho a ser realizado, podem ser necessrias

    instalaes como capelas de laboratrio, caixa de luvas (glove boxes) ou clulas blindadas.

    O nvel de contaminao das reas de trabalho deve ser periodicamente verificado pela

    monitorao. Um aumento significativo da contaminao pode indicar uma possvel falha no sistema de

    confinamento e a necessidade de reparo, ou a necessidade de se efetuar uma descontaminao da rea.

    A monitorao da contaminao de superfcie importante para se estabelecer se os objetos tais

    como ferramentas, peas, materiais de laboratrio e roupas necessitam de descontaminao.

    A contaminao de superfcie avaliada em termos da atividade do contaminante por unidade de

    rea contaminada. A unidade normalmente empregada becquerel por centmetro quadrado (Bq/cm2). H dois mtodos comumente utilizados para se avaliar a contaminao de superfcie: o direto e o indireto.

  • 20

    A monitorao pelo mtodo direto feita com instrumentos que detectam as radiaes emitidas

    pelos radionucldeos, diretamente na superfcie contaminada. Esses instrumentos geralmente so portteis

    e so levados aos locais onde se deseja realizar a monitorao.

    O mtodo indireto consiste em se examinar a contaminao coletando-se amostras da superfcie

    contaminada (teste de esfregao).

    O teste de esfregao no detecta a contaminao fixa. Por sua vez, a monitorao direta no

    distingue a contaminao transfervel da fixa. Portanto, para se avaliar a contaminao de superfcie,

    normalmente so usados os dois mtodos de monitorao.

    A Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) tem estabelecido os limites derivados para a

    contaminao de superfcie. Esses valores so importantes para a interpretao dos resultados obtidos na

    monitorao da contaminao de superfcie.

    Acidentes com Radioistopos (contaminao)

    So divididos em duas categorias: Menor e maior importncia, dependendo do radionucldeo e daquantidade derramada;

    Valores at 1,0 mCi de 131I so considerados menores, enquanto valores acima disso so considerados maiores;

    Para 99mTc, 67Ga e 201Tl o valor limtrofe de 100 mCi;

    Acidentes em MN - Quando ocorrer uma contaminao de superfcie:

    - 1 passo: possuir controle sobre a situao, mantendo os membros da equipe informados;

    - 2 passo: dar ateno ao membro da equipe ou paciente contaminado;

    - 3 passo: descontaminar o local de trabalho;

    - 4 passo: verificar se a contaminao foi removida;

    - 5 passo: registrar o ocorrido, seus motivos e, posteriormente, as providncias tomadas.

    Processo de descontaminao: Regras Bsicas

    Procurar os mtodos que gerem menor volume possvel de rejeitos radioativos, para evitar osproblemas de tratamento posterior;

    Um papel-toalha absorvente indicado para iniciar a descontaminao de pequenos volumes; Os mtodos suaves devem ser usados antes daqueles

    mais rigorosos que podem prejudicar as superfcies

    envolvidas;

    O processo de descontaminao no deve permitir oespalhamento da contaminao.

    Se possvel, a superfcie contaminada porradionucldeos de meia-vida curta deve ser isolada, para

    permitir a seu decaimento natural.

    A descontaminao deve ser realizada to logo sejavivel. A contaminao pode se espalhar ou se fixar

    ainda mais na superfcie, com o passar do tempo.

  • 21

    Bases Tecnolgicas Aplicadas Medicina Nuclear

    Instrumentao:

    A deteco da radiao fundamental para a prtica da Medicina Nuclear. A quantidade e o tipo

    de radioatividade administrada aos pacientes deve ser medida e documentada, as reas onde este trabalho

    exercido devem ser monitoradas para manter a segurana tanto da equipe de trabalho quanto dos

    pacientes. A radioatividade emitida pelo paciente deve ser detectada para permitir uma localizao

    temporal e espacial, necessria para a criao de imagens. O denominador comum de todos os dispositivos

    usados na prtica da Medicina Nuclear contempornea, para calibrao das doses administradas,

    monitorao de rea e obteno de imagem a converso da radiao ionizante em energia eltrica. Nos

    equipamentos modernos de imagem esses sinais eletrnicos so frequentemente gravados e processados

    por computadores dedicados Medicina Nuclear. Dispositivos de imagem nuclear, incluindo cmara de

    cintilao, podem ser vistos como detectores especializados de radiao, altamente modificados e

    adaptados para gravar a localizao temporal e espacial da radioatividade no paciente.

    Detectores de Radiao

    Existem dois tipos bsicos de detectores de radiao que so utilizados em Medicina Nuclear: Os

    Gasosos e os Slidos.

    Detectores Gasosos:

    Uma das formas de deteco de radiao o uso de cmaras de ionizao, cujo conceito genrico uma

    cmara cheia de gs com dois eletrodos, positivo e negativo, dispostos em stios opostos dentro da cmara,

    ou numa geometria cilndrica concntrica. Uma Diferena de Potencial (DDP ou Voltagem) criada de tal

    forma que haja fluxo de corrente entre os eletrodos quando houver exposio da Cmara radiao. A

    interao da radiao ionizante com o gs da cmara cria ons positivos mais eltrons livres. Os eltrons se

    movem para os eletrodos positivos produzindo uma corrente eltrica. Existem trs tipos de detectores

    gasosos: Cmara de Ionizao Bsica, Contadores Proporcionais e Contadores Geiger Mller. Esses

    detectores se diferem pela sensibilidade e habilidade que cada um possui em detectar a radiao, desta

    forma possuindo aplicaes bem especficas.

    Funcionamento genrico de um detector Gasoso

  • 22

    No interior do tubo existe um gs, normalmente argnio, a baixa presso, e um eletrodo positivo de

    tungstnio (W). A radiao penetra pela janela e colide com os tomos de argnio no interior da sonda,

    ionizando-os e causando uma descarga eltrica entre o fio central, para onde migram os eltrons, e as

    paredes do tubo, para onde migram os ons positivos. Tal descarga eltrica aciona, ento, um alto-falante.

    O grau de radiao existente contado eletronicamente em pulsos eltricos por segundo.

    O contador Geiger-Mller um tipo de detector gasoso e tem sido muito empregado na procura de

    minerais radioativos. Na Medicina Nuclear, aplica-se em mensurao de Taxa de Exposio e

    rastreamento de contaminao (quando associado ao Pancake). Seu uso dirio. Recomenda-se duas

    medidas ao dia, uma pela manh, antes de iniciar o trabalho, e outra no meio do dia, em pontos

    predeterminados e de provvel contaminao. Ao final da jornada de trabalho ele deve ser utilizado para

    monitorar os trabalhadores que manipularam direta ou indiretamente os radionucldeos. Esse

    procedimento e evita exposio desnecessria radiao.

    Outro tipo de detector gasoso muito utilizado na Medicina Nuclear o

    curimetro ou calibrador de dose. O curimetro um detector de radiao do

    tipo Cmara de Ionizao Bsica capaz de mediar a atividade de vrios

    radioistopos utilizados nas rotinas de exames. Possui um contador de poo, onde introduzido o material radioativo, e o monitor ou display, onde se faz

    os ajustes e se observa a quantificao da radiao. A medida da atividade

    muito importante para que se saiba exatamente a dose administrada no

    paciente. Por isso, o procedimento correto fazer a leitura da atividade

    diretamente na seringa pouco antes da administrao.

    Sonda

    Pancake

    Contador Geiger Mller

    Curimetro

  • 23

    Detector Slido ou de Cintilao:

    Cmaras de ionizao gasosa dos tipos descritos na seo anterior no so

    muito sensveis para detectar raios-X ou radiao Gama, devido baixa

    probabilidade de interao dessa radiao ionizante com o gs. Na prtica, o que

    se usa correntemente o Cristal de Iodeto de slido Ativado com Tlio (NaI [Tl]),

    que um detector slido, mais eficiente para sistemas de imagem com fton

    nico. Este cristal oticamente transparente e tem a capacidade parar a radiao, suficiente para ser sensvel deteco das radiaes gama.

    J foi visto previamente um importante denominador comum aos vrios

    tipos de detectores, que a converso de energia ionizante em energia eltrica.

    Sistemas de detectores de cintilao tem um processo interessante de converso.

    Os Raios Gama incidem no cristal de iodeto de sdio e cedem energia aos eltrons de valncia, durante a

    interao fotoeltrica e Compton. A energia cedida eleva os eltrons para a Banda de conduo da rede

    cristalina. A diferena de energia entre a Banda de valncia e a Banda de conduo a da ordem de alguns

    eltrons-volt. O eltron libera energia ao retornar ao estado de origem, isto , ao retornar da banda de

    conduo para a banda de valncia, e so liberados ftons de luz. Esses ftons tem um espectro com o

    pico do comprimento de onda de 4150 angstrons, ou aproximadamente 3 eV. A eficincia de converso de

    energia do cristal de iodeto de sdio de 13%. A energia remanescente dissipada dentro do cristal na

    forma de movimentao ou calor. O tempo de decaimento da cintilao ou a durao do tempo para que

    ocorra o evento da cintilao de aproximadamente 1 s (10-6

    segundo).

    O Cristal de Iodeto de Sdio Ativado com Tlio tornou-se o detector de radiao preferido em

    Medicina Nuclear por uma srie de razes. Os cristais so relativamente baratos e permitem uma grande

    flexibilidade em tamanho e forma. O poder de parar a radiao muito bom para a faixa de energia usada nas aplicaes clnicas dos emissores de fton nico, isto , de 70 a 365 keV. As impurezas de tlio

    funcionam como centros de ativao ou centros de luminescncia que favorecem o caminho de volta da

    banda de conduo para a banda de valncia dos tomos do cristal que requerem eltrons para manter sua

    neutralidade eltrica. Basta uma pequena poro de impurezas de tlio (0,1 a 0,4 mol%) na rede cristalina

    para tornar o efeito facilitador do processo de cintilao desejado mais eficiente. A eficincia de

    converso de 13% relativamente alta, e os cristais so internamente transparentes luz dos ftons

    produzidos, de tal forma que eles atingem os fotocatodos das fotomultiplicadoras. A desvantagem do

    cristal do Iodeto de Sdio a sua fragilidade e a sua natureza altamente higroscpica, da a necessidade de

    ser hermeticamente selado. Na maioria das aplicaes o cristal selado por um invlucro de alumnio,

    exceto na face de contato com as fotomultiplicadoras, onde recoberto por uma janela de quartzo para

    permitir que os ftons escapem e atinjam as fotomultiplicadoras.

    O prximo passo no processo a interao dos ftons luminosos que chegam ao cristal com o

    fotocatodo da vlvula fotomultiplicadora. Num sistema de deteco tpico, com cristal de iodeto de sdio,

    o cristal opticamente acoplado ao fotocatodos por um guia de luz ou um tubo luminoso para assegurar a

    eficincia da coleta de luz. Os ftons luminosos deslocam os eltrons dos fotocatodos e estes so

    acelerados por series de eletrodos (Dinodos) no tubo da fotomultiplicadora. Com o aumento da acelerao

    o nmero de eltrons aumentado, e estes so coletados no anodo ou coletor do tubo fotomultiplicador. O

    fator de multiplicao da ordem de 3 a 6 por cada estgio de dinodo, ou de milhes de vezes aps passar

    por todos os dinodos. O pulso resultante da vlvula fotomultiplicadora processado posteriormente. Este

    processo pode tomar a forma de amplificao seguida de uma anlise de pulso para determinar a energia

    Cristal

  • 24

    incidente no cristal (anlise de altura de pulso) ou para a localizao espacial do evento (anlise de

    posio), no caso da cmara de cintilao.

    O ponto chave para entender o processo de deteco da cintilao que a proporcionalidade

    mantida em cada etapa, isto , o nmero de ftons liberados pelo cristal proporcional energia liberada

    no cristal, proveniente da radiao incidente. O nmero de eltrons deslocados nos fotocatodos

    proporcional ao nmero de ftons luminosos do cristal e corrente eltrica gerada pela vlvula

    fotomultiplicadora. Assim a altura do pulso eltrico proveniente da fotomultiplicadora proporcional

    energia da radiao absorvida pelo cristal. Isto permite que energias diferentes provenientes de

    radionucldeos diferentes possam ser distinguidas entre si pela anlise da altura de pulso. Isto tambm

    permite diferenciar os ftons primrios dos ftons que foram espalhados pelo efeito Compton antes de

    serem detectados. Os ftons que sofreram difuso Compton tem menor energia que os ftons primrios,

    consequentemente tem altura de pulso menor. O reconhecimento desses ftons crucial nas aplicaes

    clnicas da deteco da cintilao, pois s os ftons primrios tem interesse na construo da imagem.

    Funcionamento da Gama-Cmara Imagem Digital

  • 25

    Vista interna de uma cmara de cintilao

    Radionucldeos diversos so usados para obter

    imagem em Medicina Nuclear, pois emitem, de forma

    contnua, um sinal raios gama, que detectado por aparelhos especiais, denominados Gama - Cmaras que,

    por sua vez, tm associados sistemas de computadores

    que transformam a radiao gama emitida pelo doente

    numa imagem, a cintilografia. Esta, depois de

    trabalhada no computador e fotografada, interpretada

    pelo mdico com a especialidade de Medicina Nuclear,

    que elabora um relatrio sobre o exame efetuado. Este

    relatrio dirigido ao seu mdico assistente, para ser

    usado para o seu diagnstico e escolha de teraputica

    adequada.

    Outras Gama-Cmaras

  • 26

    Colimadores

    O colimador a primeira parte da gama-cmara potencialmente encontrvel pelo fton ao sair do

    paciente. O objetivo do colimador definir o campo de viso geomtrico do cristal e a direo especfica

    de entrada dos ftons para incidir no cristal. O colimador discrimina os ftons indesejados com base

    apenas na direo. O colimador no distingue ftons primrios de difundidos ou mesmo de energias

    diferentes. O analisador de altura da pulso que discrimina os ftons que chegam, isto , os primrios, os

    Compton-difundidos ou outros no desejveis. O colimador uma pea constituda de septos de chumbo e

    furos que permitem a passagem da radiao de um lado a outro de sua estrutura.

    Colimadores de Furos Paralelos: o mais utilizado na prtica clnica diria. Consistetipicamente em uma folha de chumbo com milhares de canais ou furos paralelos distribudos

    uniformemente. Sua caracterstica manter o tamanho real do objeto projetado no cristal.

    Quanto energia eles podem ser:

    Baixa Energia (energias de 140 keV - 99mTc)

    Mdia Energia (energias at 400 keV - 67Ga)

    Alta Energia (energias at 600 keV - 131I)

    Quanto resoluo eles podem ser:

    Baixa Resoluo

    Alta Resoluo

    Septo de Chumbo

    Furo

    O que determina a energia

    suportada pelos colimadores a

    espessura de seus septos. Quanto

    maior a espessura do septo maior a

    capacidade que ele tem de barrar os

    ftons gama. Por isso, no se pode

    utilizar o Colimador de Baixa

    Energia empregando-se o

    Radionucldeo 131

    I, pois seus ftons

    teriam energia suficiente para

    atravessar estes septos.

    Alta Resoluo

    Baixa Resoluo

    O que determina sua resoluo a

    profundidade dos furos. Quanto mais

    profundo o furo mais Resoluo Espacial

    ele confere imagem. O ideal que todos os

    exames sejam feitos em colimadores de alta

    resoluo. Em alguns so indispensveis; em

    outros, nem tanto.

  • 27

    Colimadores de Furos Convergentes e Divergentes: So colimadores que modificam a otamanho da projeo do objeto no cristal detector. O Colimador de Furos Convergentes magnifica a

    imagem do objeto estudado, enquanto que o Colimador de Furos Divergentes minifica a imagem.

    Colimadore de Furo nico PINHOLE: Este colimador tem sido utilizado para examinarpequenas estruturas anatmicas, como na cintilografia da tireide, paratireide, necrose de cabea de

    fmur ou ainda das vias lacrimais. Sua caracterstica a magnificao da imagem se a distncia da

    abertura ao objeto for menor que a distncia do detector abertura.

    Convergente Divergente

    Magnifica a

    Imagem

    Minifica a

    Imagem

  • 28

    Aquisio das Imagens Cintilogrficas

    As imagens cintilogrficas podem ser:

    Planares ou SPECT Estticas ou Dinmicas Spot (localizada) ou Whole Body (Corpo Inteiro) Sincronizadas

    Imagens Planares

    So imagens reconstrudas em um nico plano, possuindo apenas duas

    dimenses, altura e largura. o tipo mais comum de imagem diagnstica. Um

    bom exemplo de imagem planar e a radiografia. Assim como na Radiologia

    Convencional, a Medicina Nuclear tambm produz imagens planares. Para isso,

    a gama-cmara adquire a imagem em apenas um plano ou angulao nica.

    Imagens SPECT

    SPECT significa Tomografia Computadorizada por Emisso de Ftons Simples. Como se trata de uma tomografia, o aparelho, Durante a aquisio das

    imagens, colheu imagens em diferentes ngulos. Essas imagens possuem grande

    quantidade de informaes, pois so adquiridas em vrios planos diferentes. Como

    resultado, tem-se a soma de todas essas aquisies em uma nica imagem em trs

    dimenses. Em outras palavras, uma tcnica que gera imagens em planos dentro de

    um volume radioativo a partir de projees desses volumes obtidas em diferentes

    ngulos. Quando a imagem 3D formada, podem-se traar os trs cortes tomogrficos:

    Transversal, Sagital e Coronal.

    Exame sseo

    (A) Sagital e (B) Axial

    3D Transversal Sagital Coronal

  • 29

    Exame Cerebral

    Imagens Estticas

    As contagens so acumuladas em uma nica imagem

    planar at que seja atingido um determinado intervalo de

    tempo ou nvel de contagens. Cada contagem deve ser

    entendida como um fton de radiao gama que emergiu do

    paciente chegou at a gama cmara e foi transformado em

    sinal digital.

    Imagens Dinmicas

    Essa tcnica empregada quando o fenmeno a

    ser estudado varivel no tempo. Nela vrias imagens

    seqenciais so adquiridas, das quais cada imagem

    composta de contagens acumuladas em um perodo pr-

    fixado de tempo.

    A limitao desta

    tcnica a baixa

    estatstica de

    contagens por

    imagem. Quando

    todas as imagens

    so adquiridas, pode-se produzir um vdeo. Normalmente se

    utiliza essa tcnica em exames renais dinmicos (DTPA), Refluxo

    Gastroesofgico (RGE), Fluxo Sanguineo sseo, dentre outros.

    Imagens SPOT (Localizadas)

    So imagens adquiridas de um nico segmento anatmico.

    DTPA

  • 30

    I

    Imagens Whole Body

    Esta tcnica permite a varredura de corpo todo. Atua como imagem piloto para vrios exames.

    Sincronizada (Gated)

    a aquisio de dados de imagem sincronizada com algum sinal fisiolgico, como, por exemplo, o

    eletrocardiograma. Permite que a imagem seja reconstruda com os movimentos fisiolgicos do paciente.

    Glio

    Cintilografia ssea

  • 31

    PET Tomografia por Emisso de Psitrons

    A Tomografia por Emisso de Psitrons (PET) assemelha-se Tomografia Computadorizada por

    Emisso de Ftons Simples (SPECT) no que diz respeito aos procedimentos de preparo do paciente,

    administrao do radiofrmaco e pelo fato de utilizar fontes radioativas. Porm existem grandes diferenas

    no tipo de radiao, no mecanismo de deteco e no processamento. Na

    PET, em primeiro lugar, deve-se injetar um radionucldeo que seja

    emissor de Psitron. O 18

    F (meia-vida de 110 minutos) hoje o

    radionucldeo mais utilizado na prtica clnica. Esse material

    produzido em um cclotron e, pelo fato de ter meia-vida curta, deve ser

    levado rapidamente ao hospital ou clnica onde ser realizado o exame

    PET.

    O flor-18 produzido a partir do bombardeio do oxignio-18

    com prtons. A incorporao do flor-18 molcula de desoxiglicose d

    origem ao radiofrmaco Fluordesoxiglicose-18

    F (FDG). Essa molcula

    tem sido amplamente empregada dentro da oncologia, entre outras aplicaes, no rastreamento de tumores

    pelo corpo. As clulas necessitam de acar para gerar energia imediata. Porm algumas clulas geram

    mais energia que outras e, para isto, consomem maior quantidade de acar. Exemplos disso esto as

    clulas cardacas, as clulas cerebrais e as clulas tumorais. O FDG utilizado como anlogo da glicose,

    isto , ele imita esse acar dentro do

    organismo. Pois o tumor obtm

    energia do metabolismo da glicose, e

    ento a captao de Fluordesoxiglicose

    torna-se um marcador do metabolismo

    e da viabilidade do tumor. A

    distribuio do FDG indica a presena

    ou ausncia, conforme o caso, de

    tumores, malignos ou benignos, no

    corpo do paciente. Isso se deve ao

    acmulo do radiofrmaco em regies

    de alto consumo de glicose, decorrente

    do alto ndice metablico daquele tecido.

    Essa modalidade diagnstica indicada para: Planejamento do

    tratamento (Cirurgia, Radioterapia Quimioterapia); revelao das melhores regies para bipsias;

    Investigao do tamanho, posio e distribuio de tumores; Diferenciao de tumor Maligno do Benigno;

    Controle de tratamentos.

    PET um tipo de tomografia possvel apenas por que

    ocorre a aniquilao dos psitrons com subseqente emisso de

    radiao gama. Quando psitrons se aniquilam por combinao

    com eltrons negativos, do origem a dois ftons de 511 keV na

    mesma direo, porm com sentidos opostos (180). Em

    contraste com a imagem SPECT, que detecta eventos

    individualizados, a imagem PET requer dois detectores dispostos

  • 32

    em lados opostos do objeto para poder detectar os pares de ftons produzidos na aniquilao.

    A deteco da radiao feita pelo sistema DETECTOR DE COINCIDNCIA. Basicamente

    composto por um anel com mltiplos detectores colocados em arco de 360 para circundar o campo de

    viso do objeto ou rgo estudado. Esse circuito especial na tomografia PET permite a deteco dos dois

    ftons provenientes de uma nica aniquilao. A janela de coincidncia da ordem de 10 nanossegundos

    (10-9

    ). Quando eventos so registrados em pares de detectores num intervalo de 10 nanossegundos, eles

    so aceitos como eventos verdadeiros. Quando um evento no pareado dentro do tempo estipulado ele

    descartado. Isto prov uma colimao eletrnica para definir planos tomogrficos de imagem. Por no

    terem elementos de colimao fsica, as tomografias PET tem maior sensibilidade.

    Os cristais aqui utilizados, feitos de Germanato

    de Bismuto, so duas vezes mais densos que os cristais

    de Iodeto de Sdio Ativados com Tlio. Esse material

    permite ao cristal detector barrar a passagem dos raios

    gama de 511 keV produzidos na aniquilao do psitron,

    pois s assim podem ser transformados em imagem.

    Atualmente os aparelhos PET podem ser

    associados aos equipamentos de Tomografia

    Computadorizada (CT) ou aos de Ressonncia

    Magntica (RM). Isso

    permite que as imagens da

    Medicina Nuclear, que so

    fisiolgicas, sejam fundidas

    s imagens anatmicas de

    CT e RM.

    Comparaes entre PET e SPECT

    As vantagens de PET so sensibilidade e resoluo superiores. A desvantagem o custo

    consideravelmente maior que o sistema SPECT, alm de requerer a presena de um Cclotron para poder

    realizar todas as aplicaes.

    A SPECT tem vantagens significativas em relao aos custos, ao tamanho menor e facilidade de

    instalao em hospitais. Tem a vantagem singular de ser aplicvel na grande maioria dos procedimentos

    realizados em Medicina Nuclear, incluindo as imagens de perfuso miocrdica, com emprego de Tlio-

    201 ou de Tecncio-99m, e imagens oncolgicas usando citrato de glio-67. As imagens SPECT ainda

    abrangem radionucldeos como o Iodo-131 e ndio-111.

  • 33

    Profissionais e Procedimentos em Medicina Nuclear

    Estudos Clnicos

    In vivo: Obteno de dados realizada diretamente do paciente.

    Exemplo: Mapeamento heptico com colide de enxofre marcado com 99

    Tcm

    .

    In vitro: Composto administrado ao paciente, e amostra de sangue ou da excreo so

    coletados para anlise posterior.

    Exemplo: Estudos da absoro da vitamina B12

    Equipe e suas atribuies: Mdico especialista (mdico nuclear), Radiofarmacutico, Fsico-Mdico,

    Enfermeiro, Tcnico em medicina nuclear e Tcnico em enfermagem.

    Tcnico em medicina nuclear Atribuies:

    1. Preparar o paciente no aparelho, posicionando-o nas incidncias desejadas,

    2. Realizar os exames, sob orientao do mdico especialista,

    3. Proceder a operao, manuteno e limpeza de todos os equipamentos utilizados no exame,

    4. Calibrar os aparelhos antes da realizao do primeiro exame do dia.

    Enfermeiro e Tcnico em enfermagem

    Atribuies:

    1. Encaminhar o paciente a sala de exames,

    2. Administrar a dose recomendada e orientar o paciente quanto aos procedimentos do exame,

    3. Controlar a liberao dos pacientes internados e ambulatoriais,

    4. Marcar os exames preliminares de medicina nuclear, coletar o sangue para dosagem hormonal,

    controlar a medicao prescrita, a internao e a alta,

    5. Atender, de imediato, as eventuais intercorrncias clnicas.

    Radiofarmacutico

    Atribuies:

    1. Receber, registrar e armazenar, em local apropriado, o material adquirido para o servio,

    2. Eluir os geradores de tecncio, marcar os kits de radiofrmacos e fracionar as respectivas doses,

    3. Controlar as qualidades dos kits e dos radionucldeos,

    4. Controlar os rejeitos radioativos gerados no servio.

    Fsico-Mdico

    Atribuies

    1. Fazer o levantamento radiomtrico de todos os setores de servio,

    2. Fazer o controle dirio da qualidade de imagem,

    3. Gerenciar os rejeitos radioativos,

    4. Acompanhar mensalmente as doses individuais recebidas pelos trabalhadores,

    5. Treinar e reciclar periodicamente, em proteo radiolgica, todo o pessoal do servio,

    6. Implantar novas tcnicas e testes regulares dos aparelhos.

  • 34

    Mdico Especialista em Medicina Nuclear

    Atribuies

    1. Prestar atendimento clnico ao paciente,

    2. Decidir pelo exame, elucidao do diagnstico e eficcia do tratamento,

    3. Prescrever o radiofrmaco e determinar a rotina,

    4. Avaliar a imagem obtida,

    5. Acompanhamento na realizao do exame.

    6. Operacionalidade de um Servio de Medicina Nuclear

  • 35

    Cintilografia Clnica

    o Cintilografia de Perfuso Miocrdica:

    A cintilografia de perfuso miocrdica repouso/estresse tornou-se um dos procedimentos mais

    realizados nas clnicas de Medicina Nuclear. Este exame permite a identificao de reas isqumicas,

    infartos, visualizao da motilidade das paredes e medio da frao de ejeo do ventrculo esquerdo,

    tendo como suas principais indicaes a investigao, acompanhamento e avaliao de resposta

    teraputica em doena isqumica do corao, principalmente naqueles casos em que o teste ergomtrico

    foi inconclusivo ou inefetivo. Com a cintilografia possvel avaliar a reserva coronariana mesmo naqueles

    pacientes incapazes de realizar esforo fsico, onde o stress fsico substitudo pelo stress farmacolgico

    sem que exista prejuzo em termos diagnsticos.

    Permite avaliar:

    Presena e gravidade da leso isqumica

    Localizao (territrio coronariano)

    Extenso (nmero de territrios vasculares comprometidos)

    O exame realizado em duas fases: Repouso e Estresse, geralmente em dias diferentes. Pode-se

    iniciar o exame por qualquer uma das fases. A dose radioativa deve ser equiparvel entre as fases.

    Preparo: Confirmar tipo de stress:

    a) fsico (ergomtrico)

    b) farmacolgico (dipiridamol ou dobutamina);

    Retirar qualquer o objeto que possa ser um artefato do trax do paciente.

    Stress e Repouso: jejum de 2 horas, aps pequena refeio (po, bolacha, leite ou suco).

    Administrao: Endovenosa

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 99m

    Tc + MIBI = de 20 a 30 mCi para cada fase do exame

    (Stress/repouso) em Protocolo de 2 dias.

    REPOUSO: o paciente recebe a injeo do radiofrmaco e deve, ento, aguardar para entrar na salade exames e realizar as imagens.

    ESTRESSE FSICO: o paciente caminha na esteira ou recebe uma medicao, conforme orientaomdica, e aps recebe a injeo do radiofrmaco; necessrio aguardar alguns minutos antes de

    entrar na sala de exames e realizar as imagens para que o radiofrmaco chegue ao corao.

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Gama-Cmara de detector duplo em formato L Incio: Repouso - 45 min a 1 h aps injeo do traador e Estresse - 30 a 45 min aps injeo

    do traador.

    Para estudos sincronizados com Gated, colocar 3 derivaes do ECG. Posicionamento: decbito dorsal horizontal, braos elevados.

  • 36

    Projees: SPECT (Equipamento de 1 detector) : inicia em OAD 45 e roda 180 at OPE 45. Aquisio: SPECT: 64 steps de 20 segundos.

    Eventos seqenciais do exame:

    O radiotraador deve chegar at o miocrdio; Deve haver clulas miocrdicas metabolicamente ativas, viveis, para permitir a entrada

    do radiotraador (radiofrmaco).

    o Cintilografia ssea

    A cintilografia ssea identifica precocemente pequenas alteraes no metabolismo sseo, e est

    indicada na pesquisa de metstases e de tumores sseos primrios, na avaliao de prteses de quadril e

    joelho, nas necroses asspticas, nas leses em atletas (fraturas de estresse), fraturas de difcil visualizao

    aos raios-x como as de costela, de pequenos ossos das mos, na distrofia simptico-reflexa, nas

    osteomielites/celulites, doenas mono e poliarticulares, nas doenas sseas metablicas, na investigao

    de dor, na avaliao de enxertos sseos, na avaliao de pseudoartroses e de artrodeses. Em alguns casos,

    realiza-se, aps a injeo na veia, imagens em 3 fases: fluxo, equilbrio e tardia, conforme a indicao do

    exame. Pode ser realizada de corpo inteiro ou de uma regio especfica.

    Preparo: Beber 4-6 copos de gua aps a injeo; retirar artefatos, como relgio, moedas, calados,

    carteira, cinto ou qualquer outro objeto de considervel densidade.

    Administrao: Endovenosa

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 15 a 30 mCi (740 a 1.110 MBq) de 99m

    Tc + MDP ou HDP

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: 2 a 3 horas aps administrao por via endovenosa. Posicionamento: decbito dorsal horizontal. Projees: Anterior e posterior de corpo inteiro ou SPOT (localizada); SPECT - se necessrio: 360 graus (ou 180 posterior no caso de coluna),

    Exame Normal Infarto do Miocrdio

  • 37

    Uma particularidade deste exame o

    torna muito importante para a

    oncologia, pois permite avaliar o

    esqueleto inteiro procura de

    alteraes do metabolismo sseo. o

    principal estudo para investigao de

    metstases sseas, sendo suas

    alteraes detectadas com

    precocidade de at seis meses,

    quando comparados aos exames

    radiolgicos.

    Aquisio: Esvaziar bexiga imediatamente antes do estudo.

    Fluxo Sanguneo sseo

    Alm da vantagem de rastrear todo o esqueleto, a fase de fluxo e "pool" sanguneos avaliam

    hiperemia e auxiliam no diagnstico e acompanhamento de patologias inflamatrias e traumticas. O

    fluxo sanguneo permite a diferenciao entre um processo inflamatrio/infeccioso agudo do crnico.

    Indicao: Dor localizada, fratura por estresse, osteomielite, inchao...

    O exame composto de: Fluxo sanguneo, equilbrio venoso (pool sanguneo) e tardia.

    Tcnica de Aquisio

    Colimador: LEHR ou LEAP Incio: imediato aps administrao por via endovenosa em bolo. Posicionamento: decbito dorsal horizontal, posicionar rea de interesse. Projees: Mdico dever definir Aquisio: (Fluxo) 1 imagem a cada 1 seg durante 1 minuto e imagem de equilbrio (Pool)

    com 180 segundos adquirida aps 3 minutos.

    Paciente jovem: Estudo sseo Normal

    Hipercaptaes fisiolgicas das regies

    epifisrias

    Metstases sseas CA de Mama: Estgio avanado de disseminao de

    metstases no arcabouo sseo.

    Presena de leses caractersticas

    Equilbrio

    venoso

    Fluxo

    Sanguneo

    Tardias 3

    horas aps

    Fluxo

    Sanguneo

    Equilbrio

    venoso

    Tardias 3

    horas aps

    Processo Inflamatrio crnico Processo Inflamatrio agudo

  • 38

    Terapia da Dor ssea

    o Cintilografia Pulmonar

    A cintilografia de perfuso/inalao tem como sua principal indicao o

    diagnstico de Trombo Embolia Pulmonar (TEP) sendo til tambm na avaliao

    pr-operatria de pneumectomias e na quantificao de shunts, alm de disfunes

    bronco-alveolares como a doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC). Avalia a

    aerao dos pulmes e sua perfuso. As imagens so realizadas aps a injeo intravenosa (no caso da cintilografia perfusional) ou inalao do material (no

    caso da cintilografia inalatria).

    Em adultos, realizado em duas fases: Inalao e Perfuso

    Perfuso

    SSPPEECCTT

    SSiinnggllee PPhhoottoonn EEmmiissssiioonn CCoommppuutteedd TToommooggrraapphhyy

    O SPECT permite

    ao mdico angariar

    mais informaes a

    partir dos cortes

    tomogrficos

    Utilizada para pacientes com metstases sseas disseminadas e dor que noresponde a tratamento medicamentoso. Pode ser utilizado SAMRIO-153 ou

    ESTRNCIO-89.

    Os radionucldeos so absorvidos pelas leses sseas e, por serem Beta-emissores, queimam as terminaes nervosas que o tumor detm.

    Diminui a imunidade do paciente; Dose: 1 mCi/Kg Infiltraes inadmissveis

    Fase Terminal

    Aparelho

    utilizado na

    Inalao ou

    Ventilao

  • 39

    Fase da Inalao: Realizado necessariamente antes da Perfuso

    Preparo: Tomar 1 copo de gua antes da inalao.

    Administrao: Inalao (feito com difusor de gases, como na nebulizao durante 5 a 10 minutos)

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 40 a 75 mCi de 99m

    Tc-DTPA ou Fitato diludo em gua destilada

    ou Cloreto de Sdio (apenas 5 a 10% chega at os pulmes).

    Tcnica de Aquisio

    Colimador: LEHR Incio: aps 5 a 10 min de inalao. Pode ser feito bochecho com gua para remover

    atividade residual da boca.

    Posicionamento: decbito dorsal horizontal, braos elevados. Projees: Anterior, posterior, laterais, OPD e OPE (ocasionalmente incluir OAE, OAD,

    caso mdico nuclear solicite).

    Aquisio: Imagens com 300 mil contagens.

    Fase da Perfuso: Realizado geralmente depois da Inalao

    Preparo: No h.

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 15 mCi de 99m

    Tc-MAA, com cerca de 500 mil partculas (ateno

    ao n de partculas por frasco). Em crianas devem reduzir para 100 mil partculas. Agitar frasco e a

    seringa imediatamente antes de injetar. O paciente deve ser injetado deitado e respirando profundamente

    por 2-3 vezes.

    Tcnica de Aquisio

    Colimador: LEHR Incio: aps 3 minutos da administrao por via endovenosa. Posicionamento: decbito dorsal horizontal, braos elevados. Projees: Anterior, posterior, laterais, OPD e OPE (ocasionalmente incluir OAE, OAD,

    caso mdico nuclear solicite).

    O SPECT de 360 pode ser solicitado nesta fase. Aquisio: Imagens com 750 mil contagens.

    Observao: Quando a dose radioativa da perfuso (que 3

    vezes maior que a dose da inalao) administrada no paciente,

    a imagem de inalao, a qual antecedeu a perfuso, substituda

    por esta, sem que haja perdas de qualidade na imagem.

    Inalao

  • 40

    o Cintilografia de Refluxo Gastroesofgico

    O refluxo de material cido do estmago para o esfago no significa necessariamente doena. Ele

    comum e ocorre diversas vezes ao dia em todas as pessoas, mas por curtos perodos de tempo, esse cido

    eliminado do esfago rapidamente. A mucosa do esfago pouco resistente ao cido, mas tem a

    capacidade de suportar esse refluxo normal.

    Em alguns casos, a mucosa do esfago pode ter sua resistncia diminuda ou o cido refluir mais

    vezes ou por mais tempo que a mucosa esofgica pode resistir. O cido pode ainda refluir at a garganta,

    ou causar sintomas pela simples irritao do esfago. Nessas situaes, o refluxo deixa de ser considerado

    normal e trata-se de Doena do Refluxo Gastresofgico (DRGE).

    A cintilografia de RGE consiste na observao do refluxo na rea esofagiana, aps a ingesto de

    uma soluo marcada com tecncio (substncia radioativa). Hoje em dia, pela sua boa tolerncia, a

    cintilografia tem sido muito recomendada em crianas. Esse exame considerado mais sensvel que os

    mtodos radiolgicos, sendo tambm mais fisiolgico e apresentando uma menor dose de radiao para o

    paciente

    O radiofrmaco utilizado o Estanho coloidal (SN) marcado com 99m

    Tc administrado por via oral.

    realizado como procedimento de rotina a imagem tardia dos campos pulmonares (3 a 5 horas aps a

    ingesto do radiofrmaco), para a pesquisa de aspirao pulmonar. Esta fase poder ser dispensada a

    critrio do mdico solicitante.

    Preparo: jejum de 4 horas (lactente - suspender a ltima mamadeira). Lactente: mamar um pouco, depois

    colocar o traador na boca atravs de uma seringa e em seguida voltar a mamar. Crianas: Trazer 2

    mamadeiras: 1 com leite da forma que a criana toma habitualmente em casa (de preferncia no

    engrossado) e 1 vazia. Adultos ou crianas maiores: trazer 1 copo de suco de laranja.

    Anatomia Segmentar do Pulmo

    Exame Normal Trombo Embolia Pulmonar

  • 41

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 0,5 a 1 mCi (18,5 a 37 MBq) de 99m

    Tc- Estanho coloidal ou Fitato

    misturado em 30 ml de leite ou suco (criana: a seguir mamar leite no marcado at a saciedade, arrotar;

    adulto: a seguir tomar 1 copo de suco de laranja no marcado).

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: imediato aps ingesto via oral e eructao. Posicionamento: decbito dorsal horizontal. Projees: Posterior de trax e poro superior do abdmen. Aquisio: Em adultos e crianas maiores fazer o estudo em 2 fases. Primeira Fase: Iniciar

    com trnsito esofgico; Segunda Fase: Pesquisa de Refluxo, com imagens de 5-10

    segundos por 30 minutos.

    Importante: Observar a frequncia, durao e intensidade dos refluxos

    o Cintilografia da Tireide

    A cintilografia de tireide continua sendo importante ferramenta diagnstica. Entre suas indicaes

    destaca-se a avaliao ps tireoidectomia, a caracterizao de ndulos quanto ao grau de captao de Iodo,

    deteco de ndulos autnomos, confirmao de tireoidite, tireide ectpica, agenesia e hemiagenesia.

    Valores de captao do iodo-131 so teis no diagnstico e tratamento de patologias da tireide. A

    pesquisa de corpo inteiro com iodo-131 o mtodo de escolha para rastrear metstases de cncer de

    tireide e para avaliar restos tireoidianos.

    Preparo: Evitar substncias que contenham iodo ou interfiram na funo tireoidiana (alimentao,

    medicao, cosmticos, estudos contrastados).

    Trnsito Esofgico Refluxo Gastroesofgico

  • 42

    Captao

    Inicia-se o exame administrando uma pequena dose de iodo radioativo via oral no paciente. Aps

    isso realiza-se monitorao (Captao) de 2 e 24 horas para que seja investigada a taxa metablica da

    tireide, isto , a quantidade de iodo que a tireide absorveu em perodos diferentes.

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): a 50 Ci - 0,37 MBq de Iodo-131 via oral.

    Tcnica de Aquisio

    Probe (Captador ou Espectrmetro) ajustado para 364 keV. Incio: 2 e 24 horas aps ingesto oral (de acordo com pedido mdico); Posicionamento: sentada (no captador); No caso de bcio mergulhante contar regio

    cervical / trax e padro afastando 2 x a distncia padro;

    Projees: Anterior com sonda (captador) na distncia padro, perpendicular a regiocervical e, para avaliar a radiao de fundo, na coxa ou brao;

    Aquisio: 1 minuto; comparar com padro adquirido nas mesmas condies. Calculo: %captao = cervical - coxa / padro x (correo de decaimento). Alguns equipamentos

    mostram o valor final na tela.

    Cintilografia da Tireide

    Aps a captao de 24 horas, deve-se realizar a Cintilografia da tireide, isto , adquirir as imagens

    da funo tireoidiana.

    Preparo: no h

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 5 a 10 mCi (185 a 370 MBq) de pertecnetato.

    Tcnica de Aquisio Primeira fase: Colimador Pinhole e janela de 364 keV. Posicionamento: decbito dorsal horizontal, pescoo em extenso, distncia fixa de 6 cm

    entre colimador e regio cervical.

    Projeo anterior e com aquisio de 10minutos.

    Administra-se o Pertecnetato e troca-se a janela

    Segunda fase: Colimador Pinhole e janela de140 keV.

    Incio: 10-20 minutos aps administrao porvia endovenosa.

    Posicionamento: a mesma da fase 1 Projees: Anterior, OAD e OAE. Aquisio: 100 mil contagens por imagem

    (mais ou menos 3 minutos). Pode beber gua p/

    lavar o esfago.

  • 43

    Ndulos Concordantes Positivos

    Ndulo Quente na imagem do iodo e tecncio; Alta probabilidade de benignidade; Indicado a Iodoterapia (doses at 30 mCi)

    Ndulos Discordantes

    Ndulo Quente na imagem do tecncio e Frio naimagem do iodo;

    Alta probabilidade de malignidade; Indicado a Cirurgia e, em caso de remanescncia, a

    Iodoterapia (doses at 200 mCi).

    o Cintilografia das Glndulas Salivares

    Avalia a funo das glndulas salivares. Utilizado principalmente em pacientes com "boca seca".

    Permite o estudo em tempo real da dinmica das glndulas salivares, sendo possvel a avaliao dos

    estgios da sndrome de Sjgren. O exame pode ser realizado em protocolo dinmico (imagens

    sequnciais) ou por imagens estticas.

    Preparo: Jejum de 2 horas (inclusive chicletes e balas). Trazer 1 limo.

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 25 a 30 mCi de 99m

    Tc-pertecnetato

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: imediato aps administrao por via venosa. Posicionamento: decbito dorsal horizontal

    131I - Anterior

    99mTc - Anterior

  • 44

    Projees: Anterior da cabea. Aquisio: Fluxo com dinmica de 25 com 75 imagens dinmicas de 20 segundos. Aos

    20 de exame administrar 3 mL de limo sublingual (sem movimentar a cabea do paciente

    ou interromper a aquisio) e pedir para o mesmo engolir.

    Durao do Exame: aproximadamente 30 minutos.

    o Cintilografia Renal Esttica - DMSA

    A cintilografia renal esttica com DMSA permite avaliao da funo renal de cada rim. Est

    indicada nas patologias infecciosas agudas dos rins, na deteco de cicatrizes, nas ectopias renais, nos

    traumas e tumores. Avalia a funo renal tubular, sendo possvel quantificar a funo renal em termos

    relativos e absolutos, permitindo acompanhamento evolutivo. Excelente para o diagnstico de pielonefrite.

    Preparo: No h.

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 5 mCi (185 MBq) de 99m

    Tc-DMSA.

    RIM

    UURREETTEERR

    BBEEXXIIGGAA

    UURREETTRRAA

  • 45

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: 3 horas aps administrao por via venosa. No caso de reteno pilica: importante

    deve ser a realizao da imagem posterior de 24 horas.

    Posicionamento: decbito dorsal horizontal. Projees: Anterior/ Posterior, OAD/OPE, OAE e OPD. Aquisio: Imagens com 3 min ou 500 mil contagens.

    o Cintilografia Renal Dinmico - DTPA

    Avalia os rins, ureteres e bexiga, fornecendo informaes sobre o fluxo sanguneo renal, funo

    glomerular e excretora. Permite a anlise da funo renal diferencial, obstruo das vias urinrias,

    hipertenso renovascular, insuficincia renal e avaliao de transplante renal.

    Preparo: Ingerir bastante lquido e esvaziar a bexiga antes de iniciar o exame.

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 10 mCi (370 MBq) de 99m

    Tc+DTPA.

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: imediato aps administrao por via venosa em bolo. Posicionamento: decbito dorsal horizontal. Projeo posterior de abdmen com centro do detector 7,5 cm abaixo do xifide (projeo

    anterior em transplantados - conferir cicatriz cirrgica).

    Aquisio: Esvaziar a bexiga antes da injeo. Conta seringa cheia, injeta, adquire fase defluxo com 1 imagem a cada 2seg por 1 minuto e sequncia dinmica com 1 imagem por

    Cicatrizes Renais

    Exame Normal

  • 46

    minuto por 30 minutos. Em seguida adquire uma imagem esttica Pr- Mico de 3min,

    paciente urina e adquire uma Ps- Mico. Conta seringa vazia. Ao final do estudo pode ser

    adquirida imagem cervical anterior com 100 mil contagens para avaliar presena de

    tecncio livre.

    o Cintilografia de Perfuso Cerebral (SPECT)

    A cintilografia de perfuso cerebral realizada com ECD marcado com Tecncio 99m. Este um

    radiotraador que se distribui no crtex cerebral proporcionalmente ao fluxo sanguneo e atravessa

    livremente a barreira hemato-enceflica (BHE). Por isso ela til nas mais diversas patologias

    neurolgicas e psiquitricas. As principais indicaes so os acidentes vasculares enceflicos e demncias:

    Parkinson, Alzheimer, multi-infartos, hidrocefalias etc. Na epilepsia, capaz de localizar o foco

    epileptognico, atravs de estudo basal e ictal. A cintilografia de perfuso utilizada tambm para

    avaliao da eficcia de tratamentos na perfuso de uma regio cerebral. Embora em decrescente uso, a

    cintilografia cerebral convencional permite deteco de leses que determinam permeabilidade de BHE,

    sendo til em hematomas e tumores.

    Preparo: Jejum de cafena por 12 horas; retirar brincos, aparelhos auditivos ou ainda qualquer tipo de

    presilha de cabelo.

    Administrao: Endovenosa

    Radiofrmaco e dose usual (adulto): 25-30 mCi (740 a 1.110 MBq) de 99m

    Tc + ECD. O paciente deve

    estar com veia pega e em ambiente tranqilo por cerca de 30 minutos antes da injeo.

    Tcnica de Aquisio Colimador: LEHR Incio: 30 a 60 minutos aps administrao por via endovenosa. Posicionamento: decbito dorsal horizontal, cabea deve ser fixada com faixa, determinar

    posio que permita menor raio na rbita do SPECT.

  • 47

    Projees: SPECT 360. Aquisio: SPECT matriz 128 com 60 steps (de acordo com protocolo do aparelho).

    Antes da administrao do

    radiofrmaco, o paciente deve

    relaxar em uma sala escura e

    silenciosa por cerca de 30

    minutos. Isto faz com que as

    regies cerebrais responsveis

    por esses sentidos no estejam

    to aguados no momento da

    absoro dos radiofrmaco, o

    que ocasionaria uma

    hipercaptao nessas regies

    desnecessariamente, ou seja, um

    artefato.

  • 48

    Outras Consideraes Sobre Aplicaes Clnicas

    Observaes sobre aplicaes clnicas:

    A- O Iodo-131 aplicado tanto para fins diagnsticos como teraputicos, porm o mais indicado para

    diagnsticos seja o Iodo-123 que alm de sem emissor gama puro, tem meia vida de apenas 13 horas. J o

    Iodo-131 emissor gama e beta, sendo que a maior parte dos beta emitidos tm energia de 364 KeV;

    B- O Glio-67 liga-se s molculas transportadoras do Ferro (Fe) tais como a desferrioxamina, a

    lactoferrina e molculas bacterianas transportadoras de ferro (siderforas). Neste caso, as bactrias

    siderforas liberadas por organismos patognicos nos abscessos purulentos constituem no fator mais

    importante para o acmulo de Ga67

    nos abscessos comuns em pacientes com Aids;

    C- O Tlio-201 injetado na forma de cloreto de tlio e comporta-se como o potssio, de forma

    proporcional ao fluxo sangneo. Na realizao do exame, o tlio injetado quando o paciente est no

    pico de um exerccio fsico, isto , com aumento do trabalho cardaco, e tambm em repou