revista mais conteúdo #04

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PERSONALIDADE Jorge Duaik Junior MAIS NOTÍCIAS Nove Anos OURO FINO MOSTRA SUA FORÇA CULTURA Amaury Echeverria e Mel Ravásio

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Edição de março de 2012

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Page 1: Revista Mais Conteúdo #04

PERSONALIDADEJorge Duaik Junior

MAIS NOTÍCIASNove Anos

OURO FINOMOSTRA SUA FORÇA

CULTURAAmaury Echeverriae Mel Ravásio

Page 2: Revista Mais Conteúdo #04
Page 3: Revista Mais Conteúdo #04

A Estância Turística de Ribeirão Pires completa este mês 58 anos de eman-cipação-político administrativa. Desde essa conquista até aqui, quanta coisa aconteceu... O município, que já foi considerado cidade-dormitório, há dois anos bateu recorde em contratações, ocupando a 24ª posição do ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), órgão do Ministério do Trabalho.

A Educação, sempre um destaque. A rede municipal de ensino já che-gou a superar a média das demais escolas municipais e estaduais de São Paulo.

O turismo da cidade vem ganhando forma. A tradicional Festa do Pilar foi repaginada e tomou cunho mais histórico; o Festival do Chocolate já se consagrou como um dos maiores eventos do Estado e tornou-se símbolo do município; Ribeirão Pires ganhará ainda um Hotel Escola que, além de hos-pedar turistas e visitantes, promete ser uma incubadora para novos profissio-nais da área.

Embora a agitação venha se instalado na cidade serrana, alguns lugares estão alheios a toda essa correria e preservam a tranquilidade de um típico município de interior. Ao se infiltrar nas ruas de Ouro Fino Paulista, por exem-plo, paira-se um silêncio, às vezes quebrado pela passagem de carroças.

Muito se foi feito até aqui, mas ainda há outro tanto a se fazer. A infraestru-tura precisa chegar a todos os bairros, a saúde carece de trabalho intenso, o turismo precisa de investimentos para que Estância Turística seja mais do que um título, enfim, a cidade ainda precisa passar por muitas mudanças para melhorar a qualidade de vida de seu povo.

Para que tudo isso aconteça, a população ribeirãopirense – que a gente percebe no olhar, o amor que sente por essa cidade – precisa cobrar, fiscali-zar, exercer seu papel de cidadão.

Em 2012, encerra-se um ciclo na cidade. Após oito anos, a atual adminis-tração cederá o espaço a outro grupo, que esperamos dar continuidade a tudo o que foi feita nesta e em outras gestões e possa fazer muito mais. Na corrida eleitoral de outubro, passado e presente se enfrentarão e, dessa dis-puta, sairá o futuro. Que o vencedor, com a ajuda da população, faça com que não seja apenas “bom viver aqui”, mas seja o máximo.

Vanessa de OliveiraJornalista Responsável da Revista Mais Conteúdo

Que seja o máximo

4. Artigo Prof. Nelson Camargo

14. Casa e LazerOleiro

33. CulturaMel Ravásio

8. Mais NotíciasJornal completa nove anos

25. Construção e decoraçãoPaulo Silotti

6. Direito Josenito Barros Meira

23. EsporteDeusdete Vasconcellos e Antônio Carollo

11. MulherDiva do Posto

31. Ala VoloshynNão me pessa para voltar

28. DestaquesDia Internacional da Mulher

5. CurtasNotícias do Brasil e do Mundo

17. Matéria de CapaOuro Fino mostra sua força

34. CrônicaPaulo Franco

10. PersonalidadeJorge Duaik Junior

27. TrânsitoLandau, um carro de luxo e requinte

7. Prefeito respondeClóvis Volpi

24. PolíticaSaulo Benevides

12. SaúdeLeandro Luongo de Matos

32. CulturaAmaury Echeverria

29. EducaçãoFIRP - Faculdades Integradas de Ribeirão Pires

Page 4: Revista Mais Conteúdo #04

Edição 4 - Março / 2012

Publicação Mensal de Mais Notícias Empresa Jornalística Ltda.

CNPJ: 05.531.420/0001-18email: [email protected]

Editor: Antonio Carlos Carvalho

Jornalista Responsável: Vanessa de Oliveira - Mtb: 53.573

Redação:Danilo Meira - Mtb: 43.013

Thiago Quirino - Mtb: 61.451

Editoração:Gustavo Santinelli

Departamento Comercial: Sidnei Matozo / Claudio Sant’anna

Departamento Jurídico: Dr. Gilmar Andrade de Oliveira

Dr. Eric Marques Regadas

Colaboraram: Nelson Camargo

Josenito Barros MeiraAla Voloshyn / Paulo Franco

Gazeta / Raul CarlosDr. Leandro Luongo de Matos

Diego Simi

Administração: Elisete Helena Pimenta

Esta Edição:10.000 exemplares

Tiragem Auditada por ASPR Distribuição Gratuita em:

Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Região da Represa Billings

Rua Olímpia Catta Preta, 194 1° Andar, Sala 2 • CEP 09424-100

Centro • Ribeirão Pires • SP Fone: 4828-7570 • Fax: 4828-1599

A revolta iniciada contra o governo do coronel Muamar Kadafi, na Líbia, iniciou-se em fevereiro de 2011, na cida-de de Benghazi, com o apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos, Reino Unido e França. Contra as primeiras manifestações de revolta, o governo Kadafi respondeu com violência, como ocorreu em outros países árabes. Haja vista que vem ocorrendo na Síria, onde a família de Bashar al-Assad está no poder desde 1963! Também como está acontecendo na Síria, na Líbia houve um grande número de desertores nas forças de Kadafi, que passaram para o lado dos chamados rebeldes. Alguns desses desertores ocupavam altos pos-tos no regime do coronel e hoje fazem parte do atual governo, CNT, Conselho de Transição Nacional, um “saco de ga-tos”, ou seja, um governo do qual fazem parte grupos opostos das mais variadas tendências, cujo chefe, Mustafá Abdul Jalil, ex-Ministro da Justiça de Kadafi, an-tes de o início da revolta, tenta coman-dar como pode.

Na realidade, como era de se espe-rar, está difícil comandar esses grupos. Todos reivindicam a si, os louros da vitó-ria. Milícias armadas durante a Revolu-ção negam-se a depor as armas e vol-tar ao trabalho que exerciam antes do conflito. Negam-se a entregar prisionei-ros aos tribunais. Torturam prisioneiros de guerra e grupos étnicos minoritários.

É claro que essa divisão, esse enfra-quecimento do poder central, favorece aos interesses das grandes potências internacionais voltadas para a posição militarmente estratégica da Líbia e os

interesses num petróleo de boa quali-dade. A desculpa em “libertar o povo da perigosa tirania” sempre foi mero pretexto para justificar a intervenção ar-mada, desde época anterior à antiga Roma dos Césares. Se fosse esse o real e único interesse, por que antes foram aliados de Kadafi, por que não o de-puseram antes? Dizia o ex-presidente Richard Nixon que o Oriente Médio só terá paz quando acabar o petróleo e, recente pesquisa de opinião públi-ca feita na Líbia pela Universidade de Benghazi revela que a maioria dos líbios (25%) quer um governo forte, centrado numa “única figura tutelar”. Outros que-rem regimes semelhantes aos Emirados Árabes (21%). Alguns defendem outras formas de governo, mas apenas 4,6% querem uma democracia à América do Norte.

Nelson Luiz de Carvalho Camargo é pesquisador, professor de Ciências Humanas, Lín-gua Portuguesa, Literatura e de Língua Latina. Leciona nas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires. Nasceu na Vila de Tarumã, estado de São Paulo, em 1947. Veio para Ribeirão Pires, com sua família em 1952, aos cinco anos de idade.

PESQUISA REVELA: Povo Líbio quer um único homem

forte para substituir Kadafi

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Pode parecer redundante, mas o novo tablet da Apple conseguiu o que parecia im-possível: estabelecer um novo padrão em dispositivos móveis. A nova versão, lançada na última quarta-feira, tem como destaque a tela, que ganhou o nome de Retina e apresen-ta o dobro da resolução de seu antecessor, o iPad2, superior até mesmo à da HDTV.

Além disso, a câmera de 5 Megapixels e o novo processador podem tornar o “apare-lhinho” um concorrente até mesmo dos poderosos videogames de mesa, como o Xbox 360 e o Playstation 3. Todas estas novidades, ao menos nos Estados Unidos, não custarão muito mais, com o preço inicial partindo de US$ 500. No Brasil, não há previsão de lança-mento, mas a estimativa é de que o preço inicial seja de R$ 1799.

Diretamente de Gotham City, o Cavaleiro das Trevas voltará a ativa para ajudar Taubaté, no interior de São Paulo no combate ao crime. Calma pessoas, não se trata de um devaneio ou de um novo filme a ser rodado no Brasil, mas sim de uma nova iniciativa. O militar aposentado André Luiz Pinheiro, de 50 anos, que se fantasia de Batman em festas de aniversário e afins, irá ajudar no traba-lho de combate à criminalidade do Movimento pela Paz, uma ação para levar paz a bairros com índices elevados de criminalida-de. A primeira ação será realizada no dia 17 e, caso dê certo, será levada a outros bairros.

No Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8, a presidente Dilma Rousseff anunciou uma importante mudança nas regras do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que facilita a obtenção de financiamento habi-tacional pela população. A partir de agora, em caso de divórcio de um casal dono de imóvel com renda até 3 salários mínimos e com 95% do imóvel financiado pelo governo, a posse do bem será da mulher. A única exceção será para os casos em que o pai mantiver a guarda exclusiva dos filhos. A regra também vale para casais em união civil estável.

O tenista Gustavo Kuerten que, ao lado de Maria Esther Bueno detém a condição de melhor da história do Brasil, foi indicado para ser imortalizado no Hall da Fama do Tênis. Emocionado, ele ressaltou o orgulho em ter ajudado a popularizar o esporte no país: “Con-segui trazer o tênis para a esfera popular, a ponto das pessoas comentarem sobre tênis no açougue, na padaria, no supermercado. Pude tirar o mito do tenista e levá-lo ao povo”, afirmou.

Em sua carreira, ele conquistou 20 títulos, com destaque para os três de Roland Garros, em 1997, 2000 e 2001, e uma Masters Cup também no ano 2000. “Às vezes me belisco para ver se é tudo verdade. Alguns feitos meus chegaram a ser assustadores”, concluiu.

Novo iPad revoluciona padrão de dispositivos móveis

Batman combaterá o crime em Taubaté

Minha Casa, Minha Vida muda regras para beneficiar mulheres

Guga entra para o Hall da Fama do Tênis

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Page 6: Revista Mais Conteúdo #04

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Falta de segurança? E eu com isso?!Já há algum tempo nossa cidade não é tão pacata

como outrora. Tem sido comum ocorrências de furtos e roubos* de veículos e residências. Como não podemos nem devemos cruzar os braços e achar tudo normal, te-mos que fazer algo. É bom instalar alarmes, fazer seguro residencial e cobrar providências das autoridades. E além disso, o que fazer? Comecemos por freqüentar as reuniões mensais do Conseg que acontecem toda primeira quarta-feira do mês na Câmara de Vereadores de Ribeirão Pires, que fica na Rua João Domingues Oliveira nº 12, Centro, a partir das 19 horas.

Veja no site www.conseg.sp.gov.br: “Os CONSEGs são grupos de pessoas do mesmo bairro ou município que se reúnem para discutir e analisar, planejar e acompanhar a solução de seus problemas comunitários de segurança, desenvolver campanhas educativas e estreitar laços de entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais. Cada Conselho é uma entidade de apoio à Polí-cia Estadual nas relações comunitárias, e se vinculam, por adesão, às diretrizes emanadas da Secretaria de Seguran-ça Pública, por intermédio do Coordenador Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança. As reuniões ordi-nárias de cada Conselho são mensais, realizadas normal-mente no período noturno, em imóveis de uso comunitário, segundo uma agenda definida por período anual. A Se-cretaria de Segurança Pública tem como representantes, em cada CONSEG, o Comandante da Polícia Militar da área e o Delegado de Polícia Titular do correspondente Distrito Policial. Sua legitimidade tem sido reconhecida pe-las várias esferas de Governo e por institutos independen-tes, o que permite afirmar que os CONSEGs representam, hoje, a mais ampla, sólida, duradoura e bem sucedida ini-ciativa de Polícia orientada para a comunidade em curso no Brasil”.

O CONSEG - Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança é ligado à Secretaria de Se-gurança Pública, à Polícia Civil, à Polícia Militar e à Polícia

Científica. Esta última, popularmente chamada de polícia técnica, é quem cuida da colheita de prova no local da ocorrência, para tentar identificar o criminoso, providên-cia muito importante para prevenir práticas idênticas e melhorar o bem estar geral. A segurança de todos tam-bém é de nossa conta. Vamos botar a boca no trombone! Vá você também ao Conseg!

(*) Roubo = furto + violência.

JOSENITO BARROS MEIRA é advogado, milita na área cível, trabalhista e desportiva. Email: [email protected]

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1 - O Brasil está começando a sentir os efeitos da crise internacional. A cidade de Ribeirão Pires está pronta para eventuais turbulências?

Ribeirão Pires é uma cidade economicamente saneada.

As finanças estão em ordem, as dívidas herdadas equacio-nadas e pagas em dia e como não foram geradas novas dívidas atingimos um equilíbrio financeiro que nos permite atravessar eventuais períodos de turbulência macroeconô-mica sem prejudicar a qualidade dos serviços prestados.

2 - O Consórcio Intermunicipal está estudando um plano

de mobilidade urbana para a região. Qual será a participa-ção da cidade?

Ribeirão Pires pretende apoiar ações conjuntas que re-

sultam na melhoria da mobilidade urbana. 3 - Ainda sobre mobilidade regional, a CPTM deve ini-

ciar em breve as obras da nova estação de trens. Haverá algum tipo de integração com o transporte municipal?

Esse assunto está em estudo, já que depende de parce-

rias com o governo estadual. 4 - As escolas da cidade tem sido premiadas pela qua-

lidade e a evolução nos últimos anos. Isso tem causado uma migração de alunos da rede privada para a pública. Há condições de atender à essa demanda ampliada sem prejuízo ao bom nível educacional?

A migração para a escola municipal mostra que esta-

mos no caminho certo e nossa expectativa é continuar com o crescimento planejado de vagas para atender o maior número possível de alunos.

5 - Em breve teremos a inauguração do hotel-escola

na cidade, para formar novos profissionais de turismo. Há a previsão da chegada de outros empreendimentos neste sentido, como uma extensão do campus da UFABC na ci-dade?

No momento, o foco é terminar o Hotel Escola e tornar o

local um centro de referência na formação de profissionais das áreas de hotelaria e gastronomia. 07

Page 8: Revista Mais Conteúdo #04

No dia 19 de março, Ribeirão Pires está em festa, não apenas devido à comemoração do aniversário da cidade, mas também pela celebração da fundação do jornal Mais Notícias, que em 2003, fixou-se como o veículo de comunicação que teria o compromisso de levar à população três princípios: imparcialidade, independência e inovação – tudo o que prega o bom jorna-lismo.

A meta vem sendo cumprida desde a primeira edição – não é à toa que a publicação semanal está completando nove anos de sucesso.

Ao levar informação e prestação de serviço todas as quintas-feiras à socie-dade ribeirãopirense e também de Rio Grande da Serra, Antonio Carlos Car-valho, o Gazeta, proprietário do periódico, realiza um antigo sonho. “Desde os 18 anos desejava ter um veículo de comunicação, pois achava que a cidade precisava disso, seria um instrumento importante para a população”, conta ele, hoje com 64 anos.

A oportunidade surgiu quando Gazeta expôs, em uma conversa informal com os irmãos e publicitários Márcio e Marcelo Marques, e Eduardo Kakizaka, o desejo de criar um jornal. Márcio, então, disse que tinha um projeto pronto, faltava apenas nomear a ideia. A união de Gazeta, que era gráfico, com os rapazes da área de publicidade, foi o início de um “casamento”, que teria como fruto dessa parceria, o Mais Notícias.

Gazeta ficou encarregado de procurar um investidor para que a proposta se viabilizasse. Ao ser apresentado ao piloto do jornal, o empresário Pedro Luiz de Oliveira, o Tio Pedro, ficou certo de que o empreendimento seria um suces-so e investiu na iniciativa.

A chegada do Mais Notícias, impresso pela gráfica que publica o famo-so “Diário Lance” e com tiragem de 10 mil exemplares (ambos mantidos até hoje), abalou a concorrência. A qualidade editorial e as novidades tecnológi-cas e visuais (como várias páginas à cores), mudaram a cara da imprensa na cidade. Sem dar o braço a torcer, os concorrentes vaticinaram que o recém-lançado jornal não alcançaria mais do que seis meses de vida. “Esse era o tempo médio que eles tiveram para derrubar todos os concorrentes anterio-res. Entretanto, as previsões fizeram água. Nosso crescimento foi constante, ganhamos credibilidade em função do profissionalismo e por sempre prezar a ética, independência e inovação”, conta Gazeta.

Mais Notícias:

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Nove anos de imparcialidade, independência e inovação na região

Outro diferencial foi a distribuição gratuita. “Coinci-dentemente, o concorrente ‘Folha’ havia começado, al-gumas semanas antes, a cobrar por seus exemplares e o lançamento do Mais Notícias foi um balde de água fria nos planos da concorrência, tanto que, tempos depois, voltaram a entrega gratuitamente”, lembra.

Com o passar do tempo, surgiram algumas mudanças. De quinzenal, o Mais Notícias passou a cirular semanal-mente. Os companheiros de Gazeta deixaram a socie-dade para investrirem em outros projetos. Estar sozinho à frente do veículo de comunicação foi um impacto, em um primeiro momento. “Sozinho, não, com a minha fiel companheira Elisete (esposa de Gazeta)”, corrige ele. “Com a saída dos sócios, aumentou demais a responsa-bilidade, porém, tivemos a felicidade de encontrar profis-sionais de alto nível, que compensaram, de certa forma, a ausência deles”, acrescentou.

Com o apoio de valiosos colaboradores, a tarefa foi ficando menos árdua. “É inestimável a importância dos nossos colaboradores que participam das edições, enri-quecendo-as ainda mais”.

Hoje, o Mais Notícias possui um quadro com três jorna-listas, um diagramador, dois representantes comerciais, uma pessoa no departamento de arte, duas no setor ad-ministrativo, além de oito distribuidores do jornal.

Mais ConteúdoA credibilidade diante dos leitores, colaboradores e

anunciantes, fez surgir um outro produto: a revista Mais Conteúdo, lançada em novembro do ano passado.

“Ela foi criada para preencher uma lacuna que as outras revistas existentes na cidade deixaram de lado. Queríamos falar muito de política e dos políticos, além de trazer informação variada e de qualidade, com tiragem de 10 mil exemplares, que consideramos a ideal para o público de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra”, fala Ga-zeta, acrescentando que a revista é distribuída nos 380 pontos de entrega do Mais Notícias e também em outros comércios.

O empresário explica o porquê da ideia de focar a Mais Conteúdo à área política. “As revistas de Ribeirão Pires, de forma geral, acham esse assunto muito árido e o

tratam sem dar a ênfase que a política municipal mere-ce. Temos aberto um espaço maior para que nossos po-líticos se manifestem e coloquem suas ideias e projetos. Estamos obtendo retorno dos leitotes, elogiando a inicia-tiva de colocar os políticos em foco”.

Acompanhando de perto a política na cidade, Gazeta faz uma avaliação da atuação dos representantes atuais e dos que já passaram pelo governo municipal. “Temos observado, através de duas gestões bem diferenciadas - do PT, de Maria Inês; e do PV, de Clóvis Volpi. Ambos, à sua maneira, procuraram imprimir desenvolvimento a cidade. Nesses nove anos, o que temos visto materialmente é pro-gresso, embora a população reclame de que as coisas poderiam ser melhores se houvesse maior compromisso moral das duas adminsitrações”, pontua, completando: “Torcemos para que os próximos eleitos nos tragam o mesmo progresso, porém, com maior compromisso com a moralidade e a gestão do bem comum”.

PlanosGazeta, que nasceu na capital paulista, mas chegou

à Ribeirão Pires aos oito meses de vida, sente-se orgulho-so dia após dia por ver seu projeto se concretizar. “Sem-pre desejei contribuir de alguma maneira para a cida-de e tenho certeza que estou fazendo meu papel; se à contento ou não, cabe às pessaos que acompanham esse trabalho julgar. Todos os riscos que corro, as dificul-dades que enfreto de toda a ordem e atualmente tendo a Administração contra nós, tudo isso, só tem um objeti-vo: contribuir para uma Ribeirão Pires melhor, para nós e nossos filhos”.

Os projetos futuros do empresário são consolidar a re-vista como mais um veículo de comunicação sério e em-penhado no desenvolvimento e moralidade da cidade, e voltar com a edição do Mais Notícias às terças-feiras, “o que esperamos seja para o início de 2013, mas que pode ocorrer ainda este ano”, projeta.

“Pretendo fazer a empresa continuar crescendo e que ela, através de seus descendentes ou outras pessoas in-teressadas, possa continuar à prestar esse imprescindível serviço à comunidade ribeirãopirense e riograndense, de levar informação confiável, com ética e profissionalismo”, finaliza Gazeta.

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Quando o emancipador de Ribeirão Pires, Abdalla Chiedde, se casou com Nefage Chiedde, ele jamais poderia imaginar a grandeza e o respeito que sua posteridade poderia alcançar, tornando-se uma das famílias mais tradicionais da cidade. Con-forme os anos foram passando, a família produziu engenheiros, professores, empresários, políticos e pessoas de destaque na so-ciedade, entre elas, Jorge Duaik Junior.

Jorge é filho de Maria Chiedde e Jorge Duaik, empresários de Ribeirão Pires, que juntos com Abdalla Chiedde, foram responsá-veis pelo saudoso Cine Damasco, um sucesso dos augustos anos dourados da cidade, quando Ribeirão Pires sequer sonhava em ser uma Estância Turística, hoje transformado no Shopping Duaik, um importante ponto comercial na região central da urbe.

Depois de se formar como engenheiro na FEI e atuar como micro empresário na cidade, Duaik Jr se aplicou no aperfeiçoa-mento pessoal e familiar, de forma a contribuir significativamen-te com o desenvolvimento da região. Mas isso deve ser uma característica familiar. Seu irmão, José Jorge Duaik, mais conhe-cido como Zeca Duaik, por exemplo, também engenheiro, foi um dos mais atuantes gerentes na companhia onde trabalhou, a Constanta, hoje adquirida pela Phillips do Brasil. Suas irmãs Ar-lete, Anice e Alizete atuaram na área da Educação, levando aos alunos o amor pelos estudos, colaborando com a formação de centenas de pessoas.

Outro legado da família é a política. Jorge é sobrinho dos ex-vereadores Álvaro de Souza Vieira e Chicralla Chiedde (este úl-timo foi vereador por três vezes em uma época em que não ha-via remuneração pelas legislaturas). Talvez esse vínculo familiar fizesse com que Jorge Duaik Jr desenvolvesse um interesse espe-cial pela política. A convite do jornalista Gemecê de Menezes,

o empresário começa a trilhar uma carreira que tem tudo para ser promissora. “Ingressei no PPS para seguir a carreira política e obter legenda para concorrer à Câmara de Vereadores de Ribeirão Pires, nas eleições municipais de sete de outubro deste ano. Junto a minha pré-candidatura, estarei apoiando o Dedé, atual vice-prefeito e pré-candidato a prefeito”, disse Jorge an-tes de concluir: “O Gemecê e o Dedé são afilhados de minha mãe e sei que são pessoas idôneas, por isto, aceitei o convite para me filiar ao PPS, um partido decente. Caso tenha oportuni-dade gostaria de retribuir de forma íntegra e competente tudo o que esta cidade fez por mim e por minha família”.

Após todos esses anos bem vividos na cidade, Jorge enxerga a crescente necessidade de melhorias públicas para aumentar a qualidade de vida da população. Dentre alguns pontos ava-liados, ele destaca como imperativa o aprimoramento do pro-gresso no atendimento à Saúde e o aperfeiçoamento do setor educacional. “A Saúde é problema em qualquer município bra-sileiro, mas acredito que, com a participação da população, é possível conquistar mais, cobrando as autoridades. Devemos também fazer a nossa parte, acompanhando de perto os proje-tos definidos para o setor”, expõe. Quanto à área educacional, “sempre acreditei ser o ponto fundamental para o desenvolvi-mento de qualquer município. Uma Educação forte e moderna se traduz em melhoria na qualidade de vida de todos”. São es-sas e outras ideais que, ao longo da vida, sempre acompanha-ram Jorge Duaik Junior.

Hoje, ele é casado com Suzel Zimpeck Duaik e pai de três filhos (Melissa, Rafael e Guilherme). O ditado de que “os opostos de atraem” não funcionou com o casal, pois Suzel é dotada de qualidades tão incríveis quanto a família Duaik, que impressio-nam! Ela é professora aposentada e lecionou por 15 anos na Es-cola Ruth Neves, outros 16 anos foram de serviços prestados na escola Valberto Fuzari, ambas em Ribeirão Pires. Após assistir uma aula com essa pro-fessora, não há alu-no que esqueça o amor aplicando no ensino da bondosa educadora.

E com o sangue do emancipador Abdalla Chiedde correndo em suas veias, a família tem tudo para continu-ar seu legado em Ribeirão Pires.

Por Thiago Quirino

Jorge Duaik Junior parabeniza Ribeirão Pires e pensa em uma Estância com mais qualidade de vida

Parabéns Ribeirão Pires pelos 58 anos de Emancipação Político-Administrativa!

Page 11: Revista Mais Conteúdo #04

Diva de Souza Bartolo, 54 anos, mais conhecida como Diva do Posto (PR), é a única presença feminina na bancada da Câmara de Ribeirão Pires. A representante da população ribei-rãopirense nasceu em São Bernardo do Campo e veio para a Estância com quatro anos de idade. De origem humilde, teve uma infância muito pobre. Os pais trabalhavam em olaria e com apenas sete anos, ela começou a trabalhar como empre-gada doméstica na casa de sua professora, com quem passou a morar. “Fui como filha dela”, lembra.

Aos 14 anos, Diva deixou a residência da docente para se casar. Tempos depois, inscreveu-se em um concurso público para o setor da saúde, no qual passou em primeiro lugar, con-correndo com mais de 700 pessoas.

Em 1998, a política lhe foi apresentada, quando Diva conhe-ceu o advogado Ailton Andrade, que lhe fez o convite para sair como candidata à vereadora. Naquele instante, Diva pensou que a ideia era loucura, mas aceitou o desafio. Concorreu ao Legislativo em 2000 e 2004, mas a conquista da cadeira veio em 2008, quando venceu a eleição pelo Partido da República (PR), com 920 votos. Diva conta porque persistiu na candidatura. “Fa-zemos política o tempo todo e cada dia você tem um motivo a mais para tentar fazer alguma coisa”. A presença feminina traz ainda um diferencial à área: “A mulher pensa muito com o coração”, completa.

Conciliar a vida pública com a familiar (além do marido, Diva tem três filhos, oito netas e um bisneto) é um verdadeiro turbilhão. “É um pouquinho difícil, mas como diz meus filhos, sou ligada nos 220 volts, não tem o que me faça parar”.

Fim do cicloEste ano, Diva do Posto encerra o ciclo de seu primeiro man-

dato. O valor dessa experiência, ela conta que é inestimável. “Senti um pouco de dificuldade no início, pois, mesmo sabendo qual é a atribuição de um vereador, não conhecia a prática. Mas o tempo foi passando, fui aprendendo e acredito que hoje tiro de letra”, fala.

Um dos aprendizados foi de que um legislador não pode fa-zer determinados projetos que cabem ao Executivo, por onera-rem os cofres públicos. Uma ideia que Diva tem em mente, mas lamenta ter sido vetada por essa razão é a “Farmácia Solidária”. A ação - que conheceu no Hospital São Paulo, durante o trata-mento contra um câncer do qual seu marido passou -, consiste na doação de medicamentos que, não usados na sua totalida-de, acabam vencendo e indo parar no lixo comum, agredindo o meio ambiente. “Seriam três projetos dentro de um só: doar medicamento para quem precisa; encaminhar as embalagens

para reciclagem; e a incineração de remédios vencidos para não contaminar a natureza”, explica. Não podendo concretizar a iniciativa como vereadora, Diva tenta colocá-la em prática através de uma Organização-Não-Governamental, na igreja que frequenta, a Batista Missionária.

Dentro do que lhe compete fazer na Casa de Leis, a parla-mentar diz que encerrará o mandato com a satisfação de ter ajudado a população, ou pelo menos oferecido apoio moral quando as limitações da função não lhe permitiram executar algo.

Como boa chefe-escoteira que é, a vereadora quer dar continuidade ao lema do escotismo: Fazer sempre o melhor possível. Para isso, buscará a reeleição nas eleições de outubro. “Sou como o Carnaval: ele está passado e outro já vem vindo”, ressalta.

Disputar o Executivo um dia para ter mais liberdade nas ações, quem sabe. “O futuro à Deus pertence”, conclui.

Por Vanessa de Oliveira

Diva do Posto dá toque feminino ao Legislativo de Ribeirão Pires

Page 12: Revista Mais Conteúdo #04

A tireóide é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo. Está localizada na parte cen-tral do pescoço e produz dois hormônios (t3 – triiodotironina e t4 – tiroxina) que atuam na re-gulação de todo o corpo. As principais doenças da tireóide são os nódulos e as alterações na produção de hormônios pela glândula.

Nódulos na glândula tireóide são muito comuns. Estima-se que cerca de 40% das mulheres acima de quarenta anos apresentem essa alteração, que é facilmente detectada com o exa-me do pescoço pelo médico e complementado com a realização de uma ultrassonografia. Esses nódulos devem ser cuidadosamente investigados e, na grande maioria dos casos, são alterações benignas que necessitam apenas de acompanhamento clínico.

Alterações na produção de hormônios pela glândula são também muito comuns e podem vir ou não acompanhadas do desenvolvimento de nódulos na tireóide. Quando a produção de hormônios é baixa - quadro chamado de hipotireoidismo - a pessoa apresenta queixas de sono-lência, ganho de peso, queda de cabelo, cansaço, etc. Em caso de hipotireoidismo prolonga-do, ou seja, não tratado, o paciente pode inclusive evoluir com coma e até mesmo morte em casos extremos. O hipertireoidismo é o quadro clínico oposto: há estímulo à produção hormonal pela glândula e o paciente apresenta agitação, insônia, taquicardia, aumento dos olhos, ema-grecimento, etc., e em casos graves pode apresentar arritmias cardíacas que necessitem de atendimento de emergência. Essas alterações somente são diagnosticadas com a realização de exames de sangue (dosagem dos hormônios tireoidianos) e devem ser prontamente trata-das com administração de hormônio tireoidiano (levotiroxina) nos pacientes com hipotireoi-dismo e com uso de medicações que bloqueiam a produção de hormônios pela glândula no caso de hipertireoidismo.

A cirurgia para retirada da glândula tireóide é simples, porém, muito delicada. Somente é indicada em cinco situações: 1) nódulo tireoidiano maligno (câncer da tireóide) ou se há a sus-peita de malignidade; 2) tireóides muito grandes que geram dificuldade de engolir ou respirar; 3) tireóides que “crescem” para dentro do tórax; 4) hipertireoidismo que não se pode controlar com remédios; 5) nódulos visíveis e esteticamente não aceitáveis.

Dessa forma, se você notar nódulos no pescoço ou sintomas de cansaço ou agitação, ga-nho ou perda de peso, quedas de cabelo ou alterações de pele frequentes, procure o seu médico, você pode estar com problemas na sua tireóide.

Leandro Luongo de Matos é mé-dico cirurgião de cabeça e pescoço e professor associado da disciplina de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina do ABC, pela qual ministra o curso de Bioestatística. O profissional tem mestrado em Ciências da Saúde e atualmente desenvolve doutorado em Biologia Molecular pela Universi-dade Federal de São Paulo. Também atua como cirurgião de cabeça e pescoço no Hospital Ribeirão Pires e em outros hospitais do Grande ABC. Como pesquisador, soma 33 trabalhos publicados na íntegra em periódicos científicos nacionais e internacionais, 90 resumos em anais de eventos e 85 trabalhos apresentados em congres-sos nacionais e internacionais.

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ePor Leandro Luongo de Matos - CRM 127.075

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Com o crescimento econômico do Brasil, os investi-mentos em lazer têm crescido no orçamento familiar, fa-zendo com que, cada vez mais, a qualidade de vida dos brasileiros melhore.

Desta feita, além de passeios, restaurantes e afins, a casa, o local onde passamos a maior parte do tempo, também entra no foco, afinal, conforto e aconchego são sinônimos mais do que perfeitos da expressão “qualida-de de vida” e, para esta área, Ribeirão Pires conta com uma loja especializada, uma solução completa que alia preço e qualidade: o Oleiro.

Na loja, que está instalada na mesma sede há quase 30 anos, podem ser encontrados os mais diversos tipos de fornos, churrasqueiras e lareiras em alvenaria, além de material para a sua construção, aliando tudo o que o consumidor mais deseja: preços competitivos e atendi-mento de primeira qualidade.

“Hoje contamos com os mais diversos tipos de chur-rasqueiras, desde as montadas na residência até as pré-fabricadas, que a própria pessoa pode montar”, explica Luiz Pedro Savieto, o dono do estabelecimento.

As pré-fabricadas, diga-se de passagem, trouxeram uma verdadeira revolução no mercado. Se antes eram meras estruturas de concreto, hoje, elas vem inclusive re-

vestidas com cerâmica, o que lhes dá um acabamento próximo ao visto naquelas tradicionais, que são monta-das no próprio local. “Pela facilidade de instalação, este tipo de equipamento tem muita saída”, afirmou, antes de ressaltar: “mas é preciso analisar a melhor opção para cada caso”.

Para personalizar o “cantinho do churrasco”, o Olei-ro também trabalha com uma linha completa de artigos decorativos para personalizar e também todo o tipo de acessórios para lareiras e churrasqueiras, como grelhas, panelas e chapas além de outros itens, para fazer de sua área de lazer mais do que um espaço para preparo de alimentos: um verdadeiro centro pessoal de lazer.

Com a aproximação do inverno, uma outra espe-cialidade da loja também fica evidenciada: as lareiras. “Temos diversos tipos, inclusive aquelas fabricadas em chapa naval”, disse o proprietário. É importante destacar que, além da questão do aquecimento, a lareira também pode ser usada para reunir a família e amigos: “ela cria um clima aconchegante na sala de estar, dando todo o conforto necessário para as reuniões em dias frios”.

A loja fica localizada na Avenida Capitão Jose Gallo, 1164, em Ribeirão Pires. Telefone: (11) 4828-5221. E-mail: [email protected].

Oleiro: tudo o que você precisa para as melhores horas de lazer

Por Danilo Meira

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Com cerca de 20 mil habitantes, o Distrito de Ouro Fino é uma das mais importantes regiões de Ribeirão Pires. Sua densidade populacional também representa a importância que tem para a cidade,

com geração de empregos, arrecadação de impostos e também com seu peso político, sendo notório que, o candidato que vencer por lá, terá boa parte do caminho para o Paço Municipal trilhado.

Nos últimos tempos, a região tem sido alvo de reclamações por parte de seus moradores, que apresentaram diversas demandas nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento e,

principalmente, segurança, uma vez que os índices de criminalidade cresceram sobremaneira.Nesta edição, a revista Mais Conteúdo conversou com cinco personalidades que moram na região. Além de traçar um perfil de alguns deles, procuramos revelar o que alguns pensam e o que podem

fazer para colaborar com o desenvolvimento do Distrito. Dentre algumas ideias, até a emancipação de Ouro Fino virou pauta de discussão.

Confira a seguir os cinco nomes, representantes de diferentes segmentos da sociedade, que fazem parte da história da região.

Ouro Fino: a força da população em prol do desenvolvimento

Por Thiago Quirino, Danilo Meira e Diego Simi

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Durante a Segunda Guerra Mundial, uma atriz filha de ita-lianos decidiu promover uma ação social inusitada. Como havia muitas crianças sem quaisquer condições de ir ao te-atro, ela preparava apresentações gratuitas para grupos de pessoas, o que criava um ambiente de alegria na vida de muitos pequeninos, desamparados pelos conflitos da época. Este perfil social foi deixado como herança para as futuras gerações e hoje está intimamente ligado à vida de sua neta, Mercedes D’Orto que, por sinal, tem o mesmo nome da avó.

A Mercedes dos dias de hoje parece ter nascido com o dom de sua antepassada: o amor pelos menos favorecidos. Desde muito jovem já colaborava, dentro de suas condições, com quem necessitava de ajuda. Aos 14 anos, em parceria com uma pedagoga, Mercedes abriu uma escola infantil par-ticular, a “Doce Afeto”, que atendia mais de 100 crianças de uma só vez, a grande maioria por meio de bolsa de estudo, já que Mercedes, uma pessoa de grande coração, não sabia dizer “não” a quem quer que fosse pedir uma ajudinha para a educação de um filho. Por conta disso, o negócio não deu lucro para a empreendedora, mas garantiu uma educação de qualidade para muitas pessoas. Assim começou o traba-lho dedicado de Mercedes que sempre esteve envolvida em um cunho social. O fim da escola marcou mais uma fase em sua vida, que incluiu a faculdade de Direito, um curso de aprimoramento no exterior, casamento, filhos. Em cada uma dessas fases, Mercedes trabalhou para desenvolver ações que possibilitassem um alívio para pessoas que vinham lhe pedir ajuda. A família dela é conhecida na cidade por uma série de benfeitorias realizadas em Ribeirão Pires.

Doutor Humberto D’Orto Filho, pai de Mercedes, é um empresário bem sucedido que não poupou recursos para in-vestir na região. Proprietário de vários imóveis e comércios na cidade, Dr. Humberto pretende investir ainda mais, só que desta vez, em uma área diferente. Sua ideia é lançar a filha como pré-candidata a vereadora nas eleições deste ano. “Investi muito nessa menina e estou certo de que fiz um bom negócio”, brinca o pai orgulhoso dos ideais da filha. “Cresci em Ribeirão Pires, minha família tem um sítio em Ouro Fino desde antes de eu nascer. Meus amigos são daqui e criei um amor profundo por Ribeirão Pires, com isso quero trazer desenvolvimento para a cidade”, afirma Mercedes. Para se ter uma ideia de seu amor por Ribeirão, ela está lutando por um importante projeto em parceria com o deputado estadu-al Jooji Hato (PMDB). Mercedes está buscando autorização para construir, por conta própria, um posto policial no centro comercial de Ouro Fino, o que promoverá maior segurança para a população. “Não quero me promover, essa questão nem passa pela minha cabeça. O que eu quero é colaborar com minha cidade dentro daquilo que eu posso conseguir”, disse. Com essa mentalidade, idealismo e muita boa vonta-de, a população pode esperar uma verdadeira revolução na forma de se fazer política, já que Mercedes D’Orto agora quer ampliar ainda mais seus projetos sociais, defendendo bandeiras como segurança, infraestrutura, saúde e prote-ção da mulher, juventude e 3ª Idade. “Minha avó era uma revolucionária. Eu também terei de ser”, concluiu Mercedes, mostrando toda a disposição que tem para melhorar Ribei-rão Pires.

Mercedes D’Orto

Um legado familiar

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O Distrito de Ouro Fino Paulista, em Ribeirão Pires não seria o mesmo sem a figura conhecida e carismática do instrutor de au-toescola, Jorge Luís de Moraes, hoje vereador pelo DEM. Por dar aulas de direção há mais de 30 anos, é comum na cidade ouvir o seguinte bordão: “Metade dos motoristas de Ribeirão tirou a carta com o Jorginho, esses são os bons motoristas”.

Jorge já fez muito por seu município, o qual não titubeia a demonstrar todo seu amor, seja pela terra, seja pela população. Com um coração maior do que se imagina, o “vereador de to-dos nós”, como também é chamado por amigos, se aplica a três grandes paixões: ações sociais, política e o espiritismo. “Quantas e quantas vezes esse gabinete não fica cheio de gente pedindo uma ajuda e nos desdobramos para atender esse povo?”, reconhece o Jorginho.

Desde 1992, Jorge da Autoescola faz parte do Centro Espírita de Estudo “A Caminho da Luz”, um grupo dedicado a estudar e aplicar os ensina-mentos cristãos relativos ao amor ao próximo e a caridade den-tro do contexto da filosofia espírita, o que tem rendido muitas e diversas ações sociais em Ribeirão Pires, aliviando os necessita-dos e dando alento a quem precisa.

Quando o assunto é Ouro Fino, o vereador Jorginho sabe res-saltar exatamente os problemas e sugerir soluções. Com os cons-tantes e recentes casos de violência na região, Jorge afirma que a população tem reclamado com veemência da falta de se-gurança no Distrito. Como solução, o vereador fez uma reunião com responsáveis e conseguiu uma patrulha e uma viatura para fazer rondas dia e noite. “Infelizmente no Município não há con-

tingente suficiente de policiais”, detecta.A via mais importante da região, a SP-31, também conheci-

da como Rodovia Índio Tibiriçá está na lista de preocupações do vereador, que se preocupa com a segurança dos pedestres e dos motoristas que trafegam por ela. “Já estou brigando por isso há bastante tempo. Encaminhei ofícios, conversei com de-putados, mas ainda estamos com dificuldades para solucionar esse problema. O que nós pedimos é que se coloquem mais lombadas na parte da rodovia que passa por Ouro Fino para

que seja facilitada a travessia do pedestre. Outro ponto é que se criem acostamentos para a en-trada nos bairros e para que os veículos tenham onde parar”, destaca o vereador, interessado em alcançar uma solução para o problema.

Quando o assunto é emancipação do distrito, Jorge da Autoescola é categórico a se posicionar contrário por entender que falta mais desenvolvi-mento antes de uma medida tão grande. “Acre-

dito que Ouro Fino ainda não tenha condições de ser emanci-pada justamente pelas carências que possui em diversos setores. Rio Grande da Serra, por exemplo, tem 47 anos e apenas agora está começando a se erguer, a crescer. Não adianta emanci-par Ouro Fino sem as condições básicas para tal. Além disso, a receita de Ouro Fino não vai conseguir suportar as despesas de um município”.

Dessa forma, o vereador Jorge consegue mostrar que a ci-dade já fez muito, no entanto, ainda há muito que fazer e são pessoas como ele que poderão transformar Ouro Fino no melhor lugar para se viver.

“Um povo educado é tudo

para uma cidade e vou trabalhar para que Ribeirão seja

um exemplo”

Quem não conhece o Jorge da Autoescola?Morador de Ouro Fino, vereador, instrutor e acima de tudo, um munícipe a serviço de seu próprio povo

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Morador e comerciante em Ouro Fino. Vereador por cinco mandatos, líder de governo na Câmara e detentor de um senso crítico apurado em relação aos problemas da cidade. A Revista Mais Conteúdo conversou com Antônio Muraki (PTB), que expôs sua opinião sobre diferentes situações vividas no Distrito. Confira:

Mais Conteúdo – A população de Ouro Fino tem reclamado com veemência da falta de segurança no Distrito. Como você acha que o problema pode ser resolvido?

Muraki – Não só a população de Ouro Fino sofre com a falta de segurança, toda a cidade tem problema com assaltos, fur-tos e invasão de residências. Quando fui secretário (por mais de um ano) em Ouro Fino, reservamos um local bem centralizado às margens da Rodovia para construção de um posto policial, com espaço para a Polícia Rodoviária, Militar e Guarda Munici-pal. Empresários do bairro custeariam toda a obra. Infelizmente a falta de contingente da PM e da Delegacia Civil, que teria de deslocar 16 soldados para atender um posto avançado, tornou inviável o projeto. A polícia tem dados estatísticos das ocorrên-cias registradas no bairro, mas os números baixos não justificam o investimento. Por isso é importante que a população registre devidamente as ocorrências.

Mais Conteúdo – Considerando que o Distrito se desenvolve às margens de uma rodovia, quais seriam as soluções ideais, em sua opinião, para equacionar o problemas da segurança do pe-destre e do trânsito local?

Muraki – Às margens da rodovia temos sérios problemas. Primeiro, os motoristas não respeitam a sinalização e transitam em alta velocidade. Segundo, a Prefeitura não pode intervir em nada, sequer tapar buracos, sendo tudo de responsabilidade do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). Estive reunido, em fevereiro, com engenheiros do DER em São Paulo solicitan-do providências, inclusive para refazer a lombada em frente ao posto Shell mas, até o momento, não fui atendido. Lembro bem quando em meu primeiro mandato em 1990, a população inter-rompeu a rodovia queimando pneus. É errado, mas o descaso leva a esse tipo de ato, prejudicando a todos. Sinto que a situ-ação está para se repetir devido ao número de acidentes no local. Uma solução seria instalar lombadas eletrônicas ao longo

do trecho urbano. Mais Conteúdo – Distando o distrito quase 10 km do centro

da cidade e do Hospital São Lucas, qual seria a alternativa para atender a urgências médicas entre a população de Ouro Fino?

Muraki – Todos estamos cientes de que o trajeto até o Hospi-tal São Lucas em caso grave é muito longo e que o risco para o socorro é elevado devido à distância e ao trânsito. Nesse semes-tre está para ser inaugurada a primeira etapa do novo hospital, ficando a distância mais curta e um melhor trajeto para a popu-lação de Ouro Fino. O Distrito já ultrapassou a marca dos 20 mil habitantes, tem mais de 4.400 residências e é o segundo maior bairro da cidade. O próximo governo deverá dar maior estrutura à UBS com ambulância a disposição e alguns especialistas pron-tos para atender aos moradores e evitando o deslocamento de pacientes até o centro.

Mais Conteúdo – Hoje, está em voga a educação profissio-nalizante, uma maneira de capacitar a população para o mer-cado de trabalho. Tendo visto que o processo de industrialização do Distrito está acelerado e deve gerar uma série de empregos que poderiam ser ocupados por moradores da região, quais ações você vê como fundamentais para esta área?

Muraki – Primeiramente, a profissionalização dos trabalhado-res está longe da realidade mas, neste governo, a prioridade foi a Educação e estamos obtendo ótimos resultados, inclusive a ETEC e a unidade da Paulo Freire, formando centenas de jovens para o mercado de trabalho na cidade. A grande novidade prestes a ser inaugurada é o Hotel Escola, o primeiro do Estado a oferecer cursos de hotelaria, gastronomia e pronto para formar mão-de-obra para todo o país. Temos que dar continuidade e investir na Educação e implantar mais escolas profissionalizante na cidade, em especial em Ouro Fino, o bairro que claramente mais crescerá em Ribeirão Pires.

Mais Conteúdo – O Distrito conta hoje com quase 20 mil ha-bitantes e há deficiências em setores básicos, como Saúde, Se-gurança, Educação, Transporte e até mesmo Lazer. Você seria favorável à emancipação, já que a vizinha Rio Grande da Serra se emancipou quando tinha menos de um 1/3 da população de Ouro Fino?

Muraki – Os transportes coletivos ainda não atendem a con-tento, embora a Prefeitura tenha triplicado a quantidade de vias asfaltadas. Na Educação, em 1993, quando eu era vereador de segundo mandato, reivindicamos junto ao governo Fleury, com abaixo assinado com milhares de assinaturas, a entrega de uma escola no Jardim Santista, vitória que alcançamos em 1996. Hoje a E.E. Antônio de Pádua Paschoal de Godoy atende a comuni-dade mais distante. Consegui levar o apelo da população para a instalação de suas creches no bairro (a Escola Palmira Antônia Pereira, e a Escola Mercedes D’Orto). Pavimentamos várias vias importantes como a Eduardo Nardelli, Estrada do Soma e Vere-ador Aroldo Neves, totalizando mais de 9 km de asfalto, várias outras vias foram pavimentadas enquanto eu atuava como se-cretário na Regional. Entendo que é preciso conquistar mais es-trutura e indústrias, escolas para oferecer um equilíbrio financeiro compatível para a região. Para custear uma prefeitura, câmara municipal e maquinários é preciso toda uma infraestrutura que hoje carecemos muito, por isso sou contra a emancipação.

Entrevista: Opinião de quem tem experiência e sabe do que está falando

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Desde que passou a ser uma cidadã ribeirãopirense há mais de quatro décadas, a superintendente da APRAESPI Dra. Lair Moura - a Lair da APAE – sempre defendeu os interesses da ci-dade. Como moradora do distrito do Ouro Fino Paulista, região que possui mais de 15 mil habitantes, Lair se mantém atenta aos problemas da população, como a falta de uma unidade de saúde, segurança e infra-estrutura.

Durante 43 anos na APRAESPI, Lair lutou para melhorar a vida das pessoas com deficiências, muitas de Ouro Fino, pesso-as que conseguiram se recuperar e que hoje levam uma vida normal graças ao atendimento especializado que receberam na associação.

Como moradora do bairro, Lair se empenha para trazer melhorias na qualidade de vida na região. Segundo Lair, “o primeiro passo para aumentar a qualidade no atendimento na área da Saúde do Distrito é a transformação da Unidade Bási-ca de Saúde em uma unidade com mais resolutividade, e que tenha uma ambulância de plantão no Ouro Fino”.

Lair Moura continua: “O mais importante, entretanto, é o trabalho que venho desempenhando, garantindo uma reabi-litação de qualidade e exigindo do poder público um com-promisso com os cidadãos de Ribeirão Pires em oferecer um hospital de qualidade com UTI e hemodiálise”.

Ainda segundo Lair, a região de Ouro Fino teve experiências

negativas de pessoas com AVC que foram encaminhadas no Hospital São Lucas e vieram a falecer por falta de atendimento adequado.

Nos quesitos Educação, Esporte e Lazer, a região de Ouro Fino também deixa a desejar segundo a superintendente da APRAESPI. Para ela, a construção de uma escola profissiona-lizante e um centro de recreação é “um grande passo para elevar a qualidade de vida do local e, consequentemente, di-minuir o índice de ociosidade, desemprego e criminalidade”.

Para que essas melhorias se confirmem na prática, Lair da APAE conta com fortes aliados em Ribeirão Pires. É o caso da própria irmã, Leo Moura, que também está engajada para fa-zer de Ouro Fino um lugar melhor e proporcionar aos cidadãos seus direitos básicos.

“Qualidade de vida também passa por desenvolvimento sustentável. Ouro Fino pode se desenvolver preservando o que tem de melhor, que é o verde de suas matas”, destacou a dire-tora técnica e irmã de Lair, Leo Moura.

Além da irmã, Lair Moura também conta com o apoio do vereador Saulo Benevides (PMDB).

Com significativo apoio político, competência e disposição, Lair e Leo mostram estar capacitadas a trazer a mesma qua-lidade que proporcionaram à APRAESPI para o progresso de Ouro Fino Paulista.

Lair mora em Ouro Fino e luta por Ribeirão Pires há 43 anosJuntamente com sua irmã Leo, busca o melhor para a cidade

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A figura é alta, imponente, com olhar profundo, voz forte e sorriso singular. Qualquer um em Ouro Fino sabe quem ele é, de onde veio, e quais são suas in-tenções, afinal, há mais de meio século ele trabalha para o desenvolvimento da região.

O inconfundível Mirão (poucos o conhecem pelo seu nome de batismo: Admir Augusto) nasceu e pas-sou toda sua vida em Ouro Fino. Desde sua juventu-de, casamento e criação das duas filhas, o corretor de imóveis procurou se empenhar em todo tipo de ação que resultassem em melhorias para a localida-de. Por isso foi vereador, subprefeito, presidente da Sociedade Amigos de Bairro (SAB) e da Federação das SABs de Ribeirão Pires. Hoje atua como chefe de gabinete na Secretaria de Desenvolvimento Regional de Ouro Fino Paulista.

Com todo esse histórico de constantes lutas por melhorias para Ouro Fino, Mirão se tornou um verda-deiro mito na região e sabe, melhor do que ninguém, o que o Distrito precisa para se tornar independente.

Mirão dá o tiro certeiro nos problemas: “Ouro Fino cresceu e vem crescendo muito nos últimos anos, consequentemente, com o crescimento populacio-nal, há o crescimento de vários outros problemas so-ciais, inclusive a falta de segurança. Em minha opi-nião e também de grande parte da população de Ouro Fino, acredito que a instalação de uma base da Guarda Civil Municipal no Distrito, com pessoal os-tensivo e rondas, tanto no centro como nos bairros, aumentaria a segurança da população na região”.

A responsabilidade pela segurança não seria de exclusividade da Prefeitura. Mirão destaca que Es-tado e Município precisam trabalhar em conjunto vi-sando soluções básicas e emergentes, como o envio de verbas para que a cidade mantivesse uma UBS funcionando 24h, com ambulância, pelo menos um médico e enfermeiro de plantão para atender a de-manda local que precisa percorrer cerca de 10 km para chegar ao hospital mais próximo. “Em muitos casos, essa distância chega a ser fatal”, ressalta ao concluir que a Educação também carece se incenti-vo, em especial um núcleo de formação profissiona-lizante voltado para a necessidade das empresas da região, abastecendo o mercado com mão-de-obra qualificada e local.

Na contramão do que pensam outras personali-dades abordadas nessa reportagem, Mirão defende a emancipação do Distrito de Ouro Fino. “Na época de sua emancipação, acredito que foi conveniente ao município de Rio Grande da Serra, mesmo hoje em dia apresentando deficiências em vários setores básicos. Com certeza eu sou favorável à emancipa-ção de Ouro Fino, pois acredito que, no momento, preenche os requisitos básicos à formação de um município, sendo necessária apenas a adequação de alguns setores, nada que não possa ser solucio-nado”.

Mirão – o verdadeiro filho de Ouro FinoQuero dar os parabéns à cidade pelo aniversário de 58 anos de emancipação

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O último dia 18 de fevereiro foi de luto para o boxe bra-sileiro que perdeu um de seus maiores incentivadores, o treinador Antonio Ângelo Carollo, que faleceu aos 87 anos de idade após sofrer um mal súbito enquanto nadava em sua piscina, em Pereiras, no interior de São Paulo.

Carollo, como era chamado carinhosamente por seus pupilos, esteve presente a nada menos do que cinco olim-píadas, em 1968 (México), 1972 (Munique), 1976 (Montre-al), 1980 (Moscou) e 1992 (Barcelona), sendo o técnico que mais levou atletas brasileiros aos Jogos Olímpicos, dei-xando um importante legado não só para a Nobre Arte, mas também para o esporte brasileiro.

Um deles é o ex-pugilista de peso galo Deusdete Vas-concellos, de 65 anos, que falou sobre o fato ao Mais No-tícias: “ele arrumou trabalho e condições de treinamento.

Em troca, lhe davam títulos”. E não foram poucos. O pró-prio Vasconcellos, que é morador e comerciante em Ribei-rão Pires foi três vezes campeão sulamericano nos anos 70 e, de quebra, ainda foi para os Jogos Olímpicos de 1972, na Alemanha. “É uma perda irreparável”, ressaltou.

Mais do que isso, Carollo teve parte fundamental em sua vida: “ele me arrumou um emprego na Pirelli, onde eu pude conciliar o trabalho e os treinamentos”. À época, a empresa mantinha, em Santo André, um dos clubes mais poderosos do Brasil, em diversas modalidades, com des-taque justamente para o boxe e o vôlei, modalidades em que conquistou até mesmo títulos mundiais.

Ele concluiu externando seus sentimentos em relação a ele: “Carollo foi um verdadeiro pai para todos os atletas, inclusive eu”.

Deusdete Vasconcellos se despede de seu mestre Antônio Carollo

Por Danilo Meira

Carollo, lenda do boxe brasileiro, treinou Deusdete nos anos 70

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Desde que iniciei minha participação na polí-tica municipal de Ribeirão Pires em 1997, quando fui eleito vereador por maioria de votos, busquei gerir o bem comum da população de acordo com as demandas que o Município necessitava naque-le momento, o que considero ser uma obrigação de qualquer um que ocupa cargos públicos.

Naquele tempo ajudei a construir o Plano de Governo (na época do Partido Verde), plano esse que não foi executado como deveria e, não foi posto em prática na sua totalidade, como infe-lizmente previ. Esse foi o motivo pelo qual rompi com o Governo em 2006 e, desde então, tenho buscado fazer uma “Oposição Responsável”, de forma a resgatar a dignidade e a qualidade nas políticas públicas de nosso Município, as quais to-dos os cidadãos merecem e tem total direito.

Sou vereador por quatro mandatos, totalizan-do 16 anos de serviço público. Neste período tive, por convicções ideológicas e esperança na melho-ra da qualidade de vida do povo ribeirãopirense, que me posicionar como oposição frente algumas situações que divergiam de meu conceito ético-político. E é por esta razão que vejo a Oposição Responsável como um norte para meus projetos políticos e para a realização de ações que aten-dam às necessidades da população de Ribeirão Pires, como por exemplo a precária e inadequada Saúde que o ribeiraõpirense vem recebendo do

atual governo. Para mim, esse é fator decisivo para um Plano de Governo diferente do atual.

Tenho como sonho uma Saúde de qualidade que resgate a dignidade das pessoas, com aten-dimento humano e altamente responsável, desde o atendimento primário até os mais longínquos pontos do campo da Saúde.

Para o momento, faço desta minha declaração uma exposição de minha história política neste município bem como a ratificação de minha opo-sição face ao atual governo. Não quero levantar brigas pessoais contra figuras públicas na cidade. Reconheço que aprendi muito com bons exemplos dados por integrantes do atual governo, mas também reconheço que existem sérias falhas que precisam ser resolvidas, do contrário, nossa socie-dade irá caminhar gradualmente ao caos.

Entendo que é necessário haver uma oposi-ção em todas as situações, a natureza é assim e é por meio dela que aprende-se a distinguir o que é bom e o que pode melhorar.

Dessa forma, me comprometo a respeitar a população apresentando um posicionamento in-cisivo contra tudo aquilo que deveria estar sendo uma prioridade, mas que a Administração tem deixado em segundo plano.

Agradeço ao apoio da população que confia em meu trabalho e tem me ajudado a fazer meu trabalho como vereador.

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Por Vereador Saulo Benevides (PMDB)

com responsabilidade

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Cachoeiro de Itapemirim, a quinta maior cidade do Espíri-to Santo, é detentora de uma herança única. Localizada na região montanhosa do território capixaba, o clima, a vegeta-ção e os efeitos naturais, ao longo dos séculos, permitiram a várias famílias da região se aperfeiçoar na arte de trabalhar a “pedra bruta”, transformando-a em lindas peças de uso na construção civil. É muito comum encontrar boas marmorarias e outros empreendimentos que trabalham a pedra, abun-dante no local.

O melhor dessa cidade é que ela não detém exclusivida-de de seus talentosos “talhadeiros” e, de vez em quando, um filho da terra se arrisca Brasil afora para levar a arte da pedra para outros lugares. É o caso de um popular empresário de Ribeirão Pires, Paulo Silotti, proprietário da marmoraria que leva seu nome. Como um legado, transmitido de geração a geração, Silotti tornou-se um especialista no que faz e hoje Ribeirão Pires não seria a mesma sem as inúmeras peças que sua empresa fabrica e distribui.

Na cidade desde 1975, o empresário faz parte da história

do município. Casado e pai de um casal de filhos, iniciou sua carreira em outro setor, o químico. Após se formar na área, por 15 anos Paulo Silotti trabalhou com elementos e fórmulas antes de se dedicar para aquilo que faz de melhor: peças de decoração em pedra.

Mas como não é só com mármore que o “pedreiro” traba-lha, ao longo de muitos anos Silotti procurou se envolver em obras sociais. No Rotary Club de Ribeirão Pires, onde atuou como presidente, Paulo pôde desenvolver projetos de auxílio humanitário e colaborar para que várias pessoas despertas-sem um desejo por aliviar os fardos daqueles menos favoreci-dos. A cada evento, um progresso; a cada passo, uma nova experiência.

Assim se desenvolveu um caráter único, respeitado e com fundamento no cuidado ao próximo. “Por onde eu vou, as pessoas se propõem a me servir, mas é justamente o contrário do que eu gosto. Aprecio muito usar meus talentos e quali-dades para melhorar a sociedade onde vivo”, relata Paulo Silotti. E foi exatamente esse perfil que o encaminhou para a política.

Com um jeito próprio de fazer campanha (Silotti já con-correu três vezes ao cargo de vereador), o empreendedor nunca viu obstáculos em expor sua imagem na procura por uma oportunidade de contribuir com o progresso da cida-de. Com um olhar crítico, ele propõe mudança constante no quadro de servidores eleitos dos Três Poderes. “Sou a favor de uma única reeleição no Legislativo, o que daria mais espaço para que outros cidadãos tivessem a oportunidade de contri-buir com a sociedade exercendo um cargo eletivo”, opina.

Não é de se admirar que esse pensamento tenha coloca-do Silotti no grupo de oposição em Ribeirão Pires. Sua forma peculiar de ver os fatos induz a seguinte analise: “Defendo o lado da renovação. O Clóvis fez um bom trabalho nos últimos oito anos, mas agora é preciso mudança. Valorizo muito o que já foi feito e acredito que quando há renovação, a cida-de progride melhor”.

Hoje, Paulo Silotti está filiado no PSD, um partido novo, com cara de renovação e irá trabalhar, como sempre, para conquistar uma vaga na Câmara, onde poderá levar além os seus projetos de apoio social. “Tento fazer minha política do lado mais saudável e ético possível”.

Uma coisa é certa, quando o empresário destaca que o melhor para a cidade é a Câmara Municipal ter representan-tes de diferentes seguimentos, ele não está errado, já que isso amplia a visão de quem planeja as leis que transformam a so-ciedade. Dessa forma, dos recantos montanhosos do Espírito Santo até a região serrana de São Paulo, a arte de construir, seja física ou social, acompanha a família Silotti, agregando amizades, respeito e muita experiência.

Silotti – um construtor social

Por Thiago Quirino

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O Ford Landau é um dos ícones da indústria automobilística mundial. Também conhecido como Galaxie, marcou época desde o início de sua produção, em 1959 nos Estados Unidos, por seu estilo e elegância até hoje elogiados e únicos.

Ele chegou ao Brasil em 1966, como o primeiro carro de passeio da montadora e, quase que instantaneamente, virou o veículo preferido de chefes de estado, personalidades e endi-nheirados, se tornando um símbolo de status e poder até o final de sua produção, em 1983, quando deixou as concessionárias para viver no imaginário de seus fãs. Para se ter um exemplo, foi o carro oficial da Presidência da República entre 1982 e 1990 – prova de que se trata de um verdadeiro ícone das ruas.

Seu estilo incomum fez com que vários deles fossem adap-tados para se tornarem luxuosas limousines. Um destes exem-

plares encontra-se em Ribeirão Pires, no acervo da Clássicos Caslini e pode ser usado em casamentos e eventos, ou ainda pelos fãs apaixonados que desejarem relembrar os bons tem-pos, através do serviço de locação que a empresa disponibi-liza.

A reportagem da revista Mais Conteúdo teve a oportunida-de de constatar o conforto e o requinte de estar a bordo do Landau durante a realização desta sessão de fotos que teve como locação o recém-inaugurado Castelo dos Lagos e pôde avaliar: é uma experiência única, um verdadeiro sonho que se torna realidade e está ao alcance de todos.

A Clássicos Caslini fica na Avenida Francisco Monteiro, 1.651, Santa Luzia, em Ribeirão Pires. Mais informações pelo telefone 4828-3271 ou pelo site www.classicoscalini.com.br

Limousine habita sonhos de noivas e aficionados por veículosInterior luxuoso, com habitáculo privativo, ar condicionado exclusivo e frigobar

Landau: luxo e requinte que atravessa gerações

Por Danilo Meira

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Cléo Meira, presidente municipal do PTN foi uma das anfitriãs da festa do Dia Internacional da Mulher

A vereadora Diva participou da home-nagem às mulheres ribeirãopirenses

Dr. Mauro Poderoso contribuiu com sua presença ao evento brindando as mulheres no seu dia.

O jornal Mais Notícias e a revista Mais Conteúdo realizaram no dia 08 de março o tradicional evento em homenagem às mulheres no Dia Internacional a elas dedicados.

Empresários e cidadãos colaboraram doando 200 dúzias de rosas para serem ofertadas a todas que passassem pela tenda armada na Praça Central. A SEJEL colaborou cedendo

as tendas e a Secretaria de Educação ofereceu o equipamento de som.

Denise e Thiago Quirino, jornalista do Mais Notícias e Mais Conteúdo

Carla Soares, presidente do Conselho Municipal de Segurança homenageia a ala feminina da GCM e PM

Lair e Leo da APRAESPI prestigiaram o tradicional evento do Mais Notícias

A professora Maria Inês posa ao lado de duas homenageadas

Josi, vereador Jorginho e a secretária de Educação, Rosi Ribeiro de Marco

Mercedes D’Orto distribuiu rosas em homenagem às mulheres

Por Gazeta

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Não são todas as cidades que podem se gabar de ter uma instituição de ensino superior em seu território, muito me-nos quando esta instituição leva o nome da própria cidade. Desde 1971, quando foi criada, a FIRP vem desenvolvendo um trabalho que era pouco reconhecido tanto pela popula-ção local quanto pela região. Acontece que as coisas estão mudando muito - e para melhor. A nova gestão administra-tiva da entidade, usando de uma política mais ousada, está transformando a faculdade em um verdadeiro centro de pesquisa formador de intelectuais. Conheça um pouco mais da Faculdade de Ribeirão Pires.

Coordenando o curso de Letras, o professor Ítalo Mene-ghetti, explica como a faculdade avançou e possibilitou uma considerável ampliação no número de novos ingres-santes. “A atual administração tem aumentado o acesso do público interessado na faculdade, flexibilizou e modernizou o processo seletivo do aluno”, explica.

Agora, há uma versatilidade na execução do vestibular. Em três meses, cinco provas são realizadas. Sabe aquela des-culpa: “Perdi o prazo, agora não vai dar para estudar”? Pois é, quem tem interesse pode fazer a prova pode fazer já que a FIRP facilitou o ingresso de novos alunos. E se mesmo assim o “interessado” perder o período de inscrição, a instituição aplica um vestibular agendado, onde a prova de seleção é preparada pelo corpo docente da própria faculdade, po-dendo ser realizada a qualquer dia e horário. Ou seja, só não estuda quem não quer.

Embora a facilidade seja garantida, a FIRP preza pela qualidade, mesmo a do novo aluno, e não é qualquer um que pode estudar lá. “A redação vale 20 pontos e quem ze-rar é eliminado. A instituição entende que, por melhor que seja o candidato, se ele não consegue se comunicar devida-mente ele não tem capacidade de cursar uma faculdade”, aponta Meneghetti.

Com essa filosofia aplicada, em um momento em que as instituições vêm perdendo alunos, a FIRP cresce em números expressivos. No início deste ano, a entidade atingiu a marca de 1.450 alunos matriculados, com o ingresso de mais de 600 novos estudantes. A procura pela faculdade fez com que o quadro gestor desenvolvesse novas ideias para aperfeiçoar o serviço prestado pelo grupo. Hoje, estuda-se a proposta de reabrir o curso de Geografia, de aplicar uma turma de pós-graduação em Letras (gramática ou literatura) e, de forma inovadora, a FIRP deseja ampliar sua atuação na cidade por meio de núcleos de expansão universitária, onde aulas se-riam dadas fora da instituição em locais específicos voltados para a temática do curso (nada melhor que usar um hotel para ter aulas de hotelaria, não é verdade?).

Dessa forma, Ribeirão Pires tem muito que se orgulhar do avanço do ensino superior aplicado na cidade. As Faculda-des Integradas de Ribeirão Pires estão dando oportunidade ao munícipe de se livrar da sombra da ignorância e assumir a postura independente que só a educação de qualidade pode dar.

Por Thiago Quirino

Faculdades Integradas de Ribeirão PiresUma instituição humana em constante evolução

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Ala Voloshyn, nascida em agosto de 1956, em São Paulo, filha de imigrantes ucranianos, estu-dou Psicologia na atual Universidade Metodista de São Paulo. Formou-se em 1980 e desde então atua como psicóloga. Já trabalhou com a edu-cação de surdo-cegos e deficientes auditivos. Apresentou programa de entrevistas em Web TV.

Ministra palestras e contação de histórias. Mantém blogs pela internet sobre literatura infan-til e textos de sua autoria. Tem editado um livro de literatura infanto-juvenil intitulado Pimenta do Reino. É membro da Academia Popular de Letras da Biblioteca Paul Harris de São Caetano do Sul e colaboradora do jornal Enfim, de São Caetano do Sul, e Mais Notícias, de Ribeirão Pires.

Textos: http://alavoloshyn.blogspot.comLiteratura infantil: http://livrosvivos.blogspot.comLivro: http://ala-voloshyn.blogspot.comEmail: [email protected].: (11) 8275-7609Fone: 3565-6609

Não me peça pra voltar“Não me peça pra ficar só porque não quer me acompanhar”, Vander Lee escreveu em sua canção, mas

quantos poderiam dizê-lo sem titubear? Escolher seu caminho, deixar para traz aquilo que gosta, amigos, amores ou coisas, em função de necessidades. É mais fácil se deixar levar, ter quem opine em sua vida, ter quem lhe mos-tre o caminho, ter quem elimine a angústia da escolha.

Palpiteiros, guias é que não faltam. Geralmente parecem bem intencionados, sábios, firmes e de certa forma impositivos, pois para influenciar é preciso ter talento, força, poder de convencimento e gente preguiçosa tam-bém existe em bom número, assim o par está selado, dominante, dominado. Um não existe sem o outro e quando a parceria se estabelece fica difícil interferir, pois o dominador precisa exercer seu poder e o preguiçoso não quer o conflito. Santo conflito! Já parou para pensar que é de conflitos que nascem as melhores decisões? Olha-se para um lado e depois para o lado oposto e com alguma dose de angústia chega-se ao resultado, ao novo, à transformação.

Angústias levam para frente, confortos levam à estagnação e dependência. Maldita dependência daquele que escolhe o caminho fácil de ser conduzido! Sem citar aquele que conduz que parece fazer algo de bom, mas ao eliminar o poder de escolha do outro faz na verdade muito mal!

Quem tem sua Vontade inibida não consegue penetrar no seu íntimo, não consegue ouvir a voz de seu cora-ção, não sabe o que quer, pois não sabe quem é e por isso está perdido a precisar da mão de quem o conduz, sabe Deus para onde, mas com certeza não será para o caminho de sua própria vida e assim seu tempo se esvai sem que perceba o tamanho da prisão em que se encontra!

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Por Danilo Meira

Amaury Echeverria é uma destas pessoas que sempre têm muitas histórias para con-tar. Também, não é para menos. Com 60 anos recém-completos, ele é simplesmente o mais antigo músico em atividade de Ribeirão Pires, contabilizando 47 anos “de estrada, de chão, de água e de mar”, como gosta de dizer, incontáveis apresentações no Brasil e no exterior e muitos outros trabalhos paralelos em diversas áreas artísticas. Por isso, não é exagero dizer que uma conversa com ele é uma verdadeira aula.

Sua história começou em Santos aos 5 anos, quando iniciou no piano. Mais tarde, aprendeu outros instrumentos, tocando em festas e bailes: “fui muito inspirado pelos Bea-tles e pelos Rolling Stones, as principais bandas da época”, afirmou, antes de ressaltar que não ficou só no rock and roll: “toquei de tudo, menos pagode. Samba das antigas sim, como Pixinguinha e Adoniran Barbosa, toquei muito e ainda toco”.

Em 1968, subiu a Serra do Mar para morar em Ribeirão Pires. E, como não poderia dei-xar de ser, orgulha-se de ter feito parte das primeiras bandas da então recém-fundada cidade: “Toquei no Crown e nos Enigmas”, afirmou, antes de relembrar: “nessa cidade, toquei em todos os bares”. Isso lhe deu uma bagagem para alçar vôos maiores e se apre-sentar com artistas como Terry Winter, Rosemary e outros famosos da época. “De todos, o melhor músico foi o finado Manito, ex-Incríveis, que faleceu no ano passado”, revelou. Amaury também conviveu com o grupo Novos Baianos, cujos integrantes chegaram a morar na cidade: “eu e Pepeu Gomes, que tocou nos Enigmas, nascemos no mesmo dia e no mesmo ano e chegamos a fazer o alistamento militar juntos. Depois veio a Baby Consuelo, o Paulinho Boca de Cantor e o Moraes Moreira. Morava todo mundo na mes-ma sala”, contou. Posteriormente, o grupo foi ao Rio de Janeiro, mas Amaury acabou voltando.

Certa vez, Echeverria encontrou casualmente Adoniran Barbosa, seu ídolo de crian-ça: “numa ocasião, estava na Avenida Ipiranga e passei em frente a um banco. Quando olhei, lá estava ele em uma fila de caixa. Aí pensei: ‘tenho que falar com esse cara’. Fui até ele e disse: ‘Adoniran, sou seu fã desde criancinha’. E ele me recebeu super-bem”. Anos depois, reecontrou o ídolo: “nunca sonhei que fosse participar de um filme com a Vera Fischer, mas participei. Se chamava ‘A Superfêmea’ (1970) e Adoniran era parte do elenco. Da mesma maneira, era fã dos Incríveis quando era garoto e nunca tinha ima-ginado tocar com eles. A vida está sempre em movimento e você vai parar em lugares que nem imagina”, completou. Um desses lugares foi o outro lado do mundo, onde fez 268 shows. “Tinha uma rádio, a Aquarius, e um amigo me ligou para uma turnê na Ásia. Atravessei o ano 2000 tocando por lá em todos os países com um trio mexicano, o Los Angels Calientes, tocando violão e cantando. Se pudesse, viveria no mar e no ar”, dis-se. Além da China, “marcante pela cultura”, como disse, outros dois países marcaram seu coração: o Uruguai, que o encantou “pelo lugar e pelas pes-soas”, e a Espanha: “ali bate forte meu coração, até pela origem da minha família. Adoro o Brasil, mas amo a Espanha”.

Músico, produtor, ator, locutor, enfim, multi-artista. Assim podemos descrever este homem cheio de histórias que ilustram perfeitamente sua personalidade inovadora, sonhadora e, acima de tudo, apaixonada pela vida. Echeverria re-sumiu tudo em uma frase: “Não se deve desistir nunca. A estrada é muito longa e infinita. A vida é cheia de surpresas, um barato e o mais importante é ter o dom de viver”.

60 anos na longa estrada a bordo da música

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Uma das bandas mais elogiadas da nova geração do rock é o Lipstick, trio for-mado apenas por mulheres da região do Grande ABC. E, dentre as integrantes, destaca-se uma ribeirãopirense, a vocalista Mel Ravásio, que conversou com a Re-vista Mais Conteúdo sobre sua carreira.

Engana-se quem pensa que as atividades do grupo são recentes. “O grupo tem nove anos de estrada e eu estou com elas há seis”, explicou Mel. Foi um período de muitas conquistas, é verdade, mas também de muita luta, começando pelo preconceito: “muitas vezes, chegávamos para tocar em alguns lugares e éramos barradas por pensarem que éramos groupies (fãs). Era uma coisa que aconteceu bastante, já que não existiam muitas bandas femininas”.

Essas dificuldades fizeram o Lipstick também construir uma história com a quebra de paradigmas, inclusive o do famigerado jabá, recurso usado por muitos artistas para tentar viabilizar seu sucesso: “é muito difícil chegar onde a gente chegou sem pagar nada”, afirmou Mel, antes de completar: “mas foi possível porque tudo o que fizemos foi parte de um plano de carreira”, afirmou. A ajuda dos fãs, que se multipli-cam a cada dia e tem se mobilizado, especialmente pela Internet, também foi fun-damental: “Eles entram em contato e sempre respondemos. Temos muito carinho por eles, que são parte fundamental do nosso trabalho, nos ajudam bastante”.

Nos últimos tempos, o Lipstick conseguiu bom destaque, tendo participado de diversos programas de televisão, inclusive o Domingão do Faustão da Rede Globo e também sendo primeiro lugar na parada da MTV Brasil, tendo canções na rotação do canal e também em várias rádios do país, tendo, inclusive, assinado com a Som Livre e com a EMI, duas das maiores gravadoras do Brasil. É um trabalho intenso, feito por elas mesmas: “nunca precisamos de produtor”, afirmou, Mel, que, junto às outras integrantes da Banda, Carol Navarro e Dedê Soares, cuida de todos os assuntos da banda: “É um controle artístico que temos para fazer um trabalho mais autêntico, afinal, apenas o que é feito com verdade tem futuro”, ressaltou a vocalista.

As atividades com a banda também renderam a Mel Ravásio outros convites fora da música. O mais recente deles é uma participação no reality show “Amazô-nia”, da TV Record, que ainda está em exibição e terá sua fase final gravada em breve. Gravado na maior floresta do planeta, rendeu a ela emoções diferentes: “foi incrível. Fiquei apaixonada pelo que vivi, uma experiência única de vida”, afirmou.

Voltando à musica, Mel concluiu dando um conselho àqueles que estão come-çando: “para quem quer fazer esse sonho se tornar real, praticar, treinar e aprender é fundamental. O primeiro passo é ser bom, o resto vem com o trabalho duro e persistência”.

Mel Ravásio: a voz e a cara do novo rock brasileiro

Por Danilo Meira

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Teoricamente o Estado existe para conter a insaciabilidade dos individualismos sobre as necessidades do coletivo. Sem a mão do Estado, possivelmente o homem voltaria à barbárie, em-bora não se saiba ao certo se em algum momento da história ele já tenha saído plenamente dela. As corrupções, os latifúndios, os tiranos dos lares e dos países, as alienações, as ignorâncias (mes-mo em época de internet), as crianças em trabalho escravo, chacinas, salário mínimo, o carnaval, são alguns dos muitos sinais de que a barbárie continua presente e absolutamente globali-zada neste momento de novo neoliberalismo.

Entretanto, há sempre uma nova bandeira em mastro velho tremulando a ideia de um modelo de Estado mais eficiente que contenha a nossa involução. E todos têm a alternativa para solu-cionar o caos que o capitalismo insiste em instalar com discursos socializantes. É como se a Revolução Francesa não terminasse nunca. A Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade são os velhos jargões dos que querem o poder para ampliar a desigualdade ou mantê-la sobre controle, acabar com a liberdade do homem e quebrar as fronteiras para o comércio e para a produção, vi-sando desqualificar a cada dia mais a mão-de-obra sempre desvalorizada. E a Fraternidade, é claro, sem a igualdade e sem a liberdade, não há. Inimaginável um Estado fraternal enquanto os Partidos, as Igrejas e os Sindicatos se fizerem necessários!

E assim, a mão podre do Estado está sempre a retalhar os so-nhos dos homens. E geralmente com discurso de boa fé, de boa vontade, de esperança, de paz, de redução das desigualda-des, de moralização, de boa saúde, boa educação. Contudo, quase sempre, a cada ato mais um passo é executado rumo ao sucateamento das funções estatais.

E os exemplos estão sempre muito próximos a nós em relação à mão podre do Estado. Em nossa região, por exemplo, temos Câmaras Municipais com uma quantidade absurda de verea-dores (cargo que nem mesmo precisaria ter salário, consideran-do o que fazem – ou não fazem), além de assessores, automó-veis individuais e outros gastos, e em contrapartida há hospitais sem o número mínimo necessário de médicos e enfermeiros e escolas funcionando em condições precárias. Um exemplo re-

cente desta mão podre do Estado é o que aconteceu com os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos – CEEJAs – que funcionavam bem, mas tiveram uma drástica redução na quantidade de professores (apenas 15 para atender quase 1.500 alunos) e hoje estão funcionando apenas parcialmente. E o interessante é que a redução na quantidade de docentes foi para conter gastos. Que matemática esdrúxula! Menos dez professores, mais seis vereadores é igual à barbárie!

E neste mesmo momento histórico, a gente vê pela TV que alguns homens lutam por escolas de samba e matam e morrem pelo futebol. É homérico! É bizarro! A alienação gera um tipo de reação inofensiva para o Estado. A educação de qualidade geraria, com certeza, um outro tipo de contravenção.

O fato é que, nas últimas décadas, onde o Estado põe a mão ele estraga: sucateia, terceiriza, privatiza. Seria para se desfazer de suas funções? Mas qual a utilidade de um Estado sem papel? Gerenciar a barbárie?

A mão podre do Estado e a barbárie

Por: Paulo FrancoFormado em Letras e em Pedagogia e Pós-graduado em Docência para o Ensino Superior. Poeta e escritor, tem 7 livros publicados e dezenas de premiações em nível nacional.

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