revista it forum edição 02

140
REVISTA Junho de 2014 Luiz Felipe Pondé Paulo Vicente Alves Mario Sergio Cortella EXECUTIVO DE TI DO ANO 2014: CONHEÇA OS VENCEDORES DE CADA CATEGORIA A SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO DA ERA INDUSTRIAL À ERA DIGITAL www.itforum365.com.br

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  • REVISTA

    Junho de 2014

    Luiz Felipe Pond

    Paulo Vicente Alves

    Mario Sergio Cortella

    EXECUTIVO DE TI DO ANO 2014: CONHEA OS VENCEDORES DE CADA CATEGORIA

    A SOCIEDADEA SOCIEDADEA SOCIEDADEA SOCIEDADEEM TRANSIO

    DA ERA INDUSTRIAL ERA DIGITAL

    I N T O S H A R P N E S S

    TVS AND PROJECTORSTO UP YOUR HD ANTE

    T H E 4 K E F F E C T

    w w w. i t f o r u m 3 6 5 . c o m . b r

    Lay Capa.indd 1 26/05/14 19:17

  • Untitled-1 2 26/05/14 17:58

  • Untitled-1 3 26/05/14 17:58

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  • REVISTA IT FORUM

    6 itforum365.com.br

    PROJE

    TADA

    REAL

    IDADEPGINA

    | 58 IT FORUM DEBATE

    Analytics, nuvem, dilogo com reas de negcio, direito digital, integrao de sistemas e inovao: o que empresas esto fazendo frente aos desafios de uma TI complexa e onipresente?

    PGINA | 100 MOMENTOS

    Relembre cenas do IT Forum 2014

    PGINA | 126 EXECUTIVO DE TI DO ANO

    Conhea os vencedores do prmio que evidencia no apenas projetos bem-sucedidos, mas a TI alinhada aos objetivos de negcio

    PGINA | 14 DUAS FACES

    Filsofo Luiz Felipe Pond chama ateno para benefcios e riscos de uma sociedade controlada por dados

    PGINA | 44 DESCOMPASSO

    Antes da TI, a Estratgia mostra que as 500 maiores empresas no Brasil caminham para adoo de novas tecnologias mas a ritmo diferente do que a indstria impe

    100

    NDICEREVISTA IT FORUM JUNHO 2014

    Lay_indice.indd 6 28/05/14 18:38

  • Revista IT Forum | Junho 2014 7

    PROJE

    TADA

    REAL

    IDADE

    AA44

    100 126

    58

    14

    NDICE8 EXPEDIENTE12 EDITORIAL138 INFOFI

    XAS

    Lay_indice.indd 7 28/05/14 18:39

  • E X P E D I E N T E

    IT Mdia S/APa Prof Jos Lanes, 40 Edifcio Berrini 500 17 andar 04571-100 So Paulo SP

    Fone: 55 11 3823.6600 | Fax: 55 11 3823.6690www.itmidia.com.br

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    REVISTA IT FORUMA Revista IT Forum uma publicao da

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    USA: Huson International MediaTel.: (1-408) 879-6666 - West Coast | Tel.: (1-212) 268-3344

    East Coast [email protected]

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    itforum365.com.br

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  • Untitled-1 1 27/05/14 12:01

  • Untitled-1 2 26/05/14 18:00

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  • 1 2 itforum365.com.br

    EDITORIALFo

    to: R

    icar

    do B

    enic

    hio

    EM COMUNIDADE,

    ue futuro queremos? Que mundo deixaremos para os nossos filhos? Questes como essas, to ligadas s discusses sociolgicas e filosficas de uma viso de mundo, permearam boa parte do IT Forum 2014.

    Sob o tema Sociedade em Transio da Era In-

    VITOR CAVALCANTIEDITOR

    [email protected]

    ITF

    dustrial Era Digital, Luiz Feli-pe Pond, Mario Sergio Cortella e Paulo Vicente Alves, que ilustram a capa da Revista IT Forum, levaram cada um sua maneira um discur-so que traz, no mnimo, um alerta para a sociedade que est em cria-o, muito em funo da influncia da tecnologia.

    O narcisismo, to discutido nas aulas de filosofia, foi trazido por Pond, que enxerga na sociedade atual comportamentos narcisistas evidenciados sobretudo pela gera-o selfie, que busca popularidade enquanto cria sua rede de contatos. Aos usurios com mais de 30 anos, por j possurem sua rede de conta-tos, ele v at um sofrimento pela no popularidade na rede.

    Alves, da Fundao Dom Ca-bral, ao tratar do mundo em 2050, relatou como a tecnologia pode e vai melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas trouxe, com pre-ocupao, o dilema do crescimento econmico x qualidade de vida x meio ambiente. Qual caminho essa humanidade seguir?

    O fim das discusses ficou a cargo de Cortella, que discursou

    sobre o que ganhamos e perdemos nos relacionamentos pessoais na era digital. A fala do filsofo est totalmente atrelada ao tema esco-lhido para este editorial: Em co-munidade, sempre!. Para ele, es-tamos nos distanciando cada vez mais do ideal humano, perdendo contato, o olho no olho, a confian-a, caractersticas essenciais para se viver bem em sociedade.

    Assim, ele prega um resgate vida do campo, que ajudaria na busca pela pacincia e respeito ao tempo das coisas, evitando que caminhemos para uma sociedade mesquinha, imediatista, narcisista e que pouco se conhece. Ou seja, o fim da vida em comunidade. Um termo at engraado usado por Cor-tella para ilustrar o momento que vivemos a despamonhalizao da vida. Precisamos pamonhaliz--la novamente. E isso no significa abrir mo da tecnologia e todos os seus benefcios, mas balancear seu uso e retomar nossa essncia de vi-ver em comunidade...

    At a prxima!

    Vitor Cavalcanti

    Q

    SEMPRE

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  • Untitled-1 4 26/05/14 18:00

  • 1 4 itforum365.com.br

    KEYNOTE | LUIZ FELIPE POND

    1 4 itforum365.com.br

    PERSON

    A

    POSITI

    VA XKAREN

    FERRAZ

    BIG DA

    TA:

    Lay_Luiz Ponde.indd 14 22/05/14 12:32

  • Revista IT Forum | Junho 2014 1 5

    Foto

    s: P

    hoto

    gam

    a

    ois pontos de vista antagnicos sob os quais conduzimos nossas avaliaes e julgamentos. Enquanto a persona positiva tende sempre a enxergar o lado positivo da vida, a persona ne-gativa nos leva a encarar aspectos negativos e inconvenientes sobre ns mesmos, situaes diversas e sobre o mundo ao redor.

    As personas positivas construdas na estra-tgia de comunicao das empresas so aspira-cionais e nos fazem querer chegar a um mundo onde as coisas acontecem, a um mundo onde as coisas funcionam desse jeito, diferentemen-te da persona negativa, elucidou o lsofo Luiz Felipe Pond, ao falar na abertura do IT Forum 2014, na Praia do Forte (BA).

    PERSON

    A

    NEGA

    TIVA

    NA SOC

    IEDADE

    BURGU

    ESA, NA

    RCISIS

    TA E

    COMODI

    TIZADA,

    O USO

    DE DADO

    S POR

    INSTITU

    IES

    S TER

    LADO

    POSITIV

    O SE RE

    GULAME

    NTADO,

    ENXERG

    A FILS

    OFO LUI

    Z FELIPE

    POND

    D

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  • 1 6 itforum365.com.br

    KEYNOTE | LUIZ FELIPE POND

    ESTAMOS NUM MUNDO ATUAL COM UMA BELEZA QUE VOCS AJUDAM

    A CONSTRUIR, MAS UM POUCO PERPLEXOS. VIVEMOS UM SONHO DE

    MOBILIDADE, SIMULTANEIDADE, TEMPO REAL. MAS H UMA SENSAO DE UM PESADELO E QUE UMA HORA VAMOS

    ACORDAR, OU QUE NO VAMOS, OU QUE PRECISO ACORDAR. SE CONSTRUMOS ESSE MUNDO E ELE PODE NOS TOCAR DE MANEIRA NEGATIVA, PODEMOS MUDAR

    O especialista inaugurou o en-

    contro com uma re exo sobre o

    momento de transio vigente na

    sociedade contempornea, mar-

    cado pela instaurao de uma so-

    ciedade orientada pelos meios de

    tecnologia da informao, o que

    muitos tericos chamam de hiper-

    modernidade. Nessa nova era, a

    tecnologia exerce um papel cen-

    tral no direcionamento do modo

    de vida, especialmente um concei-

    to que empresas de TI e o mundo

    dos negcios tm discutido bas-

    tante nos ltimos anos: big data.

    O big data, claramente, a

    prxima ruptura da sociedade,

    vislumbrou, propondo plateia

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  • Untitled-1 4 26/05/14 18:12

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    KEYNOTE | LUIZ FELIPE POND

    composta por CIOs das 500 maio-

    res empresas do Pas uma re exo

    sobre quais as rupturas sero tra-

    zidas por uma sociedade dirigida

    por dados, ou seja, pautada pelo

    acmulo de dados. Da a necessi-

    dade de entender a importncia

    da persona negativa nesse contex-

    to. Segundo Pond, ela que nos

    faz entender o mundo, perceber di-

    culdade reais e propor solues.

    O prprio conceito de big data

    apresenta-se nebuloso at mesmo

    para o mundo dos negcios, onde

    temos uma presso evidente nas

    empresas pela adoo de ferra-

    mentas capazes de coletar, arma-

    zenar e analisar grandes volumes

    de dados. Contudo, muitas compa-

    nhias buscam encontrar formas de

    extrair valor dessas tecnologias e,

    mais, esbarram na di culdade de

    montar equipes com pro ssionais

    capacitados, os cientistas sociais e

    de dados.

    Quando pensamos em socie-

    dade em transio, a existncia de

    dvidas e incertezas so inerentes,

    considerando o quo recente se de-

    ram transformaes que alteraram

    a forma como vivemos e nos rela-

    cionamos a partir de tendncias

    tecnolgicas, como a mobilidade,

    redes sociais e computao nuvem.

    O caso Edward Snowden, o Marco

    Civil, so tentativas de construir

    uma cidadania em torno do big

    data, mas tudo ainda muito di cil

    porque algo muito novo, a rmou.

    O big data um big brother

    da sociedade descrita por George

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    KEYNOTE | LUIZ FELIPE POND

    presas. Seria um retorno origem do marketing,

    em que as aes eram mais pautadas na arte, ou

    seja, na intuio dos profissionais?

    Pond - A partir da perspectiva apontada pela em-presa de consultoria WGSM, a intuio romntica cada vez mais importante nesse contexto, ou seja, a capacidade que voc tem de se arriscar e propor alguma coisa, ainda que no se tenha a totalida-de das informaes isso porque ningum nunca mais vai ter essa totalidade das informaes. As empresas vo continuar precisando de pessoas de estatstica, mas vo precisar de algum dentro da equipe que possua outros conhecimentos. Ou seja, uma pessoa que consiga olhar esses dados sob a perspectiva da intuio.

    ITF 365 - E como voc define essa intuio aplica-

    da ao big data?

    Pond - A intuio no algo que voc fala acho que isso, na realidade ela propiciada pelo ac-mulo de repertrio que vai alm da estatstica, alm do dado puramente bruto. a forma como voc consegue agregar valor quela estatstica e aquele dado advindo de outros repertrios. preciso uma gama de experincia de vida, leitura, cincias hu-manas. Essa capacidade de sntese, de arriscar um juzo em cima de dados. na verdade uma habili-dade que s algumas pessoas tm. A tecnologia no oferece isso ainda, talvez um dia oferea.

    ITF 365 - E qual a dica que voc d para as empre-

    sas e para os CIOs?

    Pond - Buscar consultores em fsica social e de gente que trabalhe com fsica social e com intui-o, e essa uma rea que ainda est no comeo. E tambm investir mais em anlise estratgica de comportamento, como os publicitrios fazem. As agncias de publicidade descobriram h muito tem-po que o conhecimento ampliado uma ferramenta e o que, por tradio, falta s pessoas do mundo de tecnologia da informao.

    IT Forum 365 - A contradio entre persona

    positiva e persona negativa permeou toda

    a sua palestra de abertura do IT Forum 2014

    sobre a sociedade em transio. Na prtica,

    como as empresas e gestores de TI devem

    pensar nesse conceito?

    Luiz Felipe Pond - s vezes as pessoas que ficam somente dentro desse mundo da tecnologia da in-formao acabam ficando meio cegas, no sabem onde esto inseridas nesse contexto e o que acon-tece ao redor. E isso vai contra o que chamamos na anlise de comportamento da persona negativa. Quando se est no negcio voc s pensa na perso-na positiva, no que legal. E quando voc s pensa no legal voc esquece de que a vida tambm tem uma dimenso negativa. Ela tem uma dimenso de limite, de insegurana, de perdas e na verdade isso domina grande parte da vida. E por causa disso que as pessoas buscam solues.

    ITF 365 -E como o CIO pode aplicar tal conceito

    em meio s transformaes lideradas pela tec-

    nologia na atualidade, especialmente o big data,

    ao qual voc se referiu como a prxima ruptura

    da sociedade?

    Pond - Acho que algum que trabalha e lidera o negcio em tecnologia da informao, lida com es-sas estruturas, tem que necessariamente construir um repertrio e procurar ajuda externa, se neces-srio, para entender o que uma persona negativa associada a essas estruturas, considerando inclusi-ve o fato de que a sociedade tende a ter um enorme controle da vida das pessoas, alm da invaso de privacidade. E no adianta dizer que no, porque histria da carochinha. Ento temos que nos pre-parar e aprender como vamos lidar com esse lado negativo do big data.

    ITF 365 - Voc falou tambm sobre a necessidade

    de uma intuio romntica na anlise de dados

    como caminho que pode ser utilizado pelas em-

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    KEYNOTE | LUIZ FELIPE POND

    Orwell no romance 1984, em que todas as pessoas esto sob vi-

    gilncia constante de autoridades por meio de telas, comparou

    o lsofo. Ignorar a existncia do acmulo de dados e da evolu-

    o de uma sociedade cada vez mais pautada pelas informa-

    es no mais uma opo.

    Assim, temos a persona positiva, ou seja, uma sociedade com

    um enorme potencial de controle para prever doenas, analisar

    o mercado, identi car per s de consumo. Mas tambm temos a

    persona negativa: o risco de pessoas obcecadas por sade e do

    controle do comportamento a partir do big data, apontou Pond.

    Se voc somar exames, mensagens, emails, tudo isso descreve

    um per l, uma vida, um comportamento, os tipos de relaciona-

    mento que a pessoa teve. So muitos dados disponveis para

    empresas e governos, e algo vai ter que ser feito em cima disso.

    Diante do que chamou de cincia e economia de troca de

    ideias, h uma forma correta de estabelecer as relaes pau-

    tadas no uso desses dados? No entendimento do lsofo, o ca-

    minho ser algo assim como a relao que os bancos tm hoje

    com o dinheiro. Da mesma forma que as instituies nancei-

    ras ganharam credibilidade para lidar com o dinheiro, as em-

    presas devero conquistar o mesmo nvel de con ana para

    controlar a persona negativa do big data. Para termos um lado

    positivo, que avance, o uso dos dados dever ser regulamenta-

    do assim como regulamentamos o dinheiro. ITF

    O RETRATO DA SOCIEDADE DIRIGIDA PELO BIG DATAPOND APONTA AS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS QUE MOLDAM A PERSONALIDADE DO SUJEITO CONTEMPORNEO

    VIDA BURGUESA: PAUTADA PELA LGICA DA EFICINCIA, DO DINHEIRO E DO ACUMULO MATERIAL.

    AMBIVALNCIA: SINTOMA QUE VAI CONTRA O RACIONALISMO MODERNO E TEM FORTE PRESENA DA PERSONA NEGATIVA. QUANTO MAIS VOC ACHA QUE VAI ESCLARECER AS COISAS, MAIS CONFUSAS ELAS FICAM, EXPLICA O FILSOFO.

    CULTURA DO NARCISISMO: PSICANALITICAMENTE, O CONCEITO DE NARCISISMO DEFINE UMA PESSOA QUE, POR NO CONSEGUIR GOSTAR DE SI MESMA, CHEGA A UM ESTADO QUE CONSEGUE S PENSAR EM SI. POR ISSO PESSOAS TO PREOCUPADAS COM SEUS PERFIS NAS REDES SOCIAIS, EXEMPLIFICOU.

    COMODITIZAO:TUDO TRANSFORMADO EM BEM AGREGADO VALOR FINANCEIRO.

    RELATIVIZAO:ENQUANTO SOCIEDADE EM TRANSIO, A CERTEZA SOLAPADA, J QUE TUDO EST EM MUDANA, DANDO LUGAR S INCERTEZAS.

    PROJETO SELFIE: AS REDES SOCIAIS TORNARAM-SE O ESPAO PARA OS INDIVDUOS TEREM CADA VEZ MAIS NO MUNDO VIRTUAL A VIDA QUE NO POSSUEM NO MUNDO REAL.

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  • 2 4 itforum365.com.br

    KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES

    2 4 itforum365.com.br

    ESTAMOS PRESTES A VER A RECONFIGURAO DA ORDEM MUNDIAL, APS UM CONFLITO MARCADO POR FORTE PRESENA TECNOLGICA QUE CULMINAR NA ASCENSO DE UMA NOVA POTNCIA MUNDIAL

    GABRIELA STRIPOLI

    tecnologia,

    CONFLITO E RUPTURA

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 24 26/05/14 14:01

  • Revista IT Forum | Junho 2014 2 5

    Foto

    : Shu

    tter

    stoc

    k

    o possvel prever o futuro. Mas com base no passado possvel traar hip-teses viveis para o caminho do presente. Logo, assim como no passado houve naes dominantes que caram, guerras que quebraram sistemas econmicos e tecnologias que impactaram consideravelmente os poderes e a ordem mundial, a condio hoje estabelecida na geopoltica e no cenrio tecnolgico ir ruir.

    Hoje vivemos a hegemonia americana. Se a estrutura de causa e efeito no se alterou, o passado boa evidncia de futuro. E em 2065 teremos uma guerra de transio, que durar aproximadamente 30 anos, e uma nova potncia sur-gir, defende o professor da Fundao Dom Cabral, Paulo Vicente Alves, no incio de sua palestra O Futuro em Quatro Atos, durante o IT Forum 2014.N

    CONFLITO E RUPTURA

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 25 26/05/14 14:02

  • 2 6 itforum365.com.br

    KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES

    IT Forum 365 - Voc refora a ideia de objetos

    conectados ao corpo humano. Mas e a tendncia

    de Internet das Coisas, com vrios objetos conec-

    tados entre si, voc a v nesse contexto de evolu-

    o tecnolgica e ruptura de paradigmas?

    Paulo Vicente Alves - As duas coisas vo aconte-cer ao mesmo tempo. Vejo a lgica da Internet das Coisas, com objetos se comunicando por meio da rede, mas clara a tendncia de ciborguizao e ns tambm temos que ficar atentos a isso. Tem muito investimento indo nessa direo. Inicialmen-te por conta de estgio de guerra, repor braos de veteranos de guerra, uma quantidade grande de dinheiro j... O que se sabe que, l na frente, tudo isso ir gerar produtos para medicina. Junto com biotecnologia e nanotecnologia, um interesse mui-to grande por parte do governo nessas tecnologias para melhorar o ser humano, para sermos mais produtivos e eficientes. Nas prximas duas dca-das, na ordem de dezenas de milhes de dlares sero aplicados em pesquisas sobre isso.

    ITF 365 - interessante mencionar a ligao do

    ciborgue com a guerra... Melhores tecnologias

    de melhoria humana podem influenciar no re-

    sultado dos conflitos que iro apontar a nova po-

    tncia, numa nova ordem mundial?

    Alves - Vejo isso ocorrendo j, e uma parcela so os avies por controle remoto, os chamados drones. Hoje ainda so controlados remotamente, mas al-guns j tm protocolos internos em caso de perda de contato, independente do humano. Hoje, o pro-tocolo de inteligncia artificial deles muito sim-ples, algo como caso perda de contato por um perodo de tempo, acionar navegao reversa para o ponto de origem.

    S que mostram alguns analistas e estudiosos de guerra que em alguns casos, no h tempo para tomar deciso. Ento h uma autorizao se o dro-ne vai disparar ou no uma arma. Quer dizer, na verdade j um rob fazendo uma deciso aut-

    5 PERGUNTAS PARA O PROFESSOR PAULO VICENTE ALVESKEYNOTE || PAULO VICENTE ALVES

    Foto

    : Pho

    toga

    ma

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 26 26/05/14 14:03

  • Untitled-1 4 26/05/14 18:14

  • 2 8 itforum365.com.br

    KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES

    noma de tirar ou no a vida humana. A h uma discusso tica.

    ITF 365 - A tecnologia e a tica sempre vo andar em conflito?

    Alves - Uma desafia a outra. Sempre foi assim.

    ITF 365 - Alm das mquinas conectadas, como fica a influn-

    cia da conexo entre pessoas nos conflitos mundiais at com

    o maior nmero de possibilidades de mobilizao virtual hoje

    com redes sociais e disseminao da internet?

    Alves - Vai ter influncia sim, e quando voc fala de mdia so-cial e mdias de comunicao em massa, na verdade, para mim a primeira tecnologia que influenciou isso foi o jornal impresso. A imprensa, o chamado quarto poder. Quando isso comeou a se transformar o poder? No final do sculo XVIII, incio do sculo XIX, tem uma frase que se aplica: Se a monarquia tivesse apren-dido a lidar com a imprensa, ela no teria cado. Poucas pessoas comunicando para muitos j conseguem fazer uma manipulao de um lado para outro, tica ou no tica, voc consegue alterar a percepo das pessoas.

    O que temos agora so novas tecnologias fazendo isso, em vez de poucos para muitos temos muitos para muitos. E, na verdade, voc comea a ter o processo de auto-organizao. Os grupos se organizam em torno de ideias e interesses comuns, e quando se gera uma massa crtica, isso comea a criar um movimento de ma-nada o que a gente viu na Primavera rabe, o que a gente viu em Occupy Wall Street, nas rebelies da Europa agora na Ucrnia e at mesmo no Brasil, em junho de 2013.

    Mais forte, mais intenso, mais rpido, mas no muito diferen-te da lgica do sculo XIX.

    ITF 365 - Qual o ponto de ligao das tecnologias sociais, tidas

    como ruptura tecnolgica, e a mdia tradicional? Alves - Ainda um meio de comunicao sobre o qual as pes-soas podem conversar e trocar ideias. Mas no uma telecomu-nicao... mais intenso e menos controlvel, por isso mesmo chamado de auto-organizvel, o sistema se controla sozinho e a est a ruptura. No final do sculo XIX e XX, muitos governos tentaram controlar a mdia. E hoje em dia isso impossvel, na prtica. Voc pode at limitar Facebook, Twitter, etc, mas have-r outro caminho. Na minha percepo, isso muito positivo. E quem aprender a lidar com isso vai se manter no poder.

    Em um convite para todos re e-

    tirem sobre os caminhos de nossa

    sociedade, o professor menciona

    os ciclos de potncias hegemni-

    cas que se sucederam desde 1492,

    na poca das grandes navegaes.

    Uma potncia quela poca em

    Gnova, com os Habsburgos per-

    manece no topo por perodo de

    aproximadamente 120 anos, que

    quebrado com uma guerra de tran-

    sio e ento outra potncia surgir.

    A aposta do professor que a

    potncia atual, os Estados Unidos,

    deve comear a enfrentar o per-

    odo de transio e isso teria sido

    antecipado por duas pequenas

    crises, como a do petrleo, a incer-

    teza econmica mundial que vive-

    mos agora, e quem sabe pequenos

    con itos iminentes como a crise

    generalizada nos sistemas de apo-

    sentadorias, com o aumento da ex-

    pectativa de vida e diminuio do

    nmero dos jovens.

    PROBLEMAS REAISE qual o sistema que sobrevive a

    essas rupturas? Um sistema exvel

    e aberto, que ainda est por surgir.

    E para voc que acha que o se-

    tor de tecnologia alheio a esse

    cenrio macroeconmico, est en-

    ganado. Esse ciclo acontece acom-

    panhado de tecnologias, desde

    a mecanizao inicial, passando

    por vapor e ferrovias, eletricidade

    e engenharia pesada at chegar,

    en m, a telemtica e internet. Para

    provar o relacionamento da tecno-

    logia com con itos e guerras, basta

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 28 26/05/14 14:03

  • Untitled-1 4 26/05/14 18:15

  • 3 0 itforum365.com.br

    KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES

    lembrar que a web nasceu com o

    Departamento de Defesa dos Es-

    tados Unidos, em uma poca de

    rupturas e incertezas frente a uma

    guerra de desestabilizao uma

    vez que havia a necessidade de

    manter-se a comunicao caso a

    Guerra Fria se tornasse real com

    batalhas nucleares.

    DESENVOLVIMENTO HUMANO

    O caminho para a tecnologia, se-

    gundo a aposta de Vicente, o que

    se chama de HET, sigla para Human

    Enhancement Technologies. Trata-

    -se da incorporao de biotecnolo-

    gia, unindo TI e at mesmo alta tec-

    nologia mdica, para melhoria da

    qualidade de vida e, quem sabe, a

    imortalidade. Vocs acham isso es-

    tranho? Quem aqui nessa sala usa

    culos ou lentes de contato? Quem

    aqui nessa sala j foi injetado com

    um microcomponente chamado

    vacina?, provoca o professor.

    E novamente chama a ateno

    para qual pas liderar a corrida

    tecnolgica em prol da hegemo-

    nia. Nesse ponto, Vicente conta

    que, no Sudeste Asitico, j exis-

    tem sinais de coopetio a m de

    responder a esse desa o com coo-

    perao antes da competio com

    naes rivais. Trata-se da unio de

    pro ssionais de diferentes reas

    e at mesmo de diferentes pases

    da regio a m de um objetivo em

    comum. A presso de competio

    muito superior. Assim, eles coo-

    peram para fazer a tecnologia agir

    mais rpido. E ns vamos aos pou-

    cos nos ciborguizando, s que at

    hoje achamos tudo normal. A tec-

    nologia ir chegar ao corpo e daqui

    a alguns anos, isso vai car cada

    vez mais frequente, projeta.

    O que ele quer dizer que a

    tecnologia um dos caminhos ine-

    vitveis que iro ajudar a trilhar a

    prxima potncia do futuro para

    resolver o problema mundial atu-

    al: preservao do meio ambiente,

    controle populacional e erradica-

    o da pobreza. Hoje, com os recur-

    sos disponveis, s possvel resol-

    ver dois deles, permanecendo a

    evidncia de um con ito iminente.

    Iro sobreviver os sistemas (tanto

    tecnolgicos como polticos) mais

    exveis e descentralizados, em

    detrimento de regimes centraliza-

    dos e no exveis.

    Ciclos de Hegemonia

    1492-1618 1648-1785 1815-1914 1945-2065?

    1618-1648 1785-1815 1914-1945 2065-2095?

    Hegemonia

    Guerras Napolenicas

    Guerra dos30 Anos

    Guerras Mundiais ?

    EUAReino UnidoHolandaGnova/

    Habsburgo

    Guerra de Transio Guerra de Transio Guerra de Transio Guerra de Transio

    Hegemonia Hegemonia Hegemonia

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 30 26/05/14 14:03

  • Untitled-6 1 18/12/13 15:59Untitled-1 4 26/05/14 18:15

  • 3 2 itforum365.com.br

    KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES

    Nesse sentido, h trs correntes

    para o futuro do ser humano: cibor-

    gues, com aproveitamento de par-

    tes tecnolgicas no corpo humano;

    ciberpunks, com pequenos atribu-

    tos tecnolgicos no corpo; e imor-

    tais, cuja prpria de nio est no

    termo. E isso j est acontecendo,

    segundo Vicente. Ele menciona os

    telmetros arti cias que, em uma

    explicao simplista, a recoloca-

    o de partes do nosso DNA que

    perdemos com o passar dos anos e

    que causam o envelhecimento.

    Essa tecnologia j existe e j

    foi testada em ratos, trazendo um

    aumento na expectativa de vida.

    Assim, nos humanos, a promessa

    de evoluo a melhora fsica e o

    retardamento da velhice. Os pes-

    simistas dizem que o primeiro

    ser humano a viver 135 anos nas-

    ceu na dcada de 60. E o primei-

    ro a viver quase mil anos nasceu

    nos anos 90. Quem aqui tem filho

    que nasceu nessa poca?, provo-

    ca o professor.

    SINAIS DE MUDANAE j vemos sinais de mudan-

    a em nossos estilos de vida que

    evidenciam a entrada no tempo

    de transio. At bem pouco tem-

    po atrs, por exemplo, coisas que

    hoje parecem simples eram im-

    pensveis, como o trabalho e lazer

    em rede (no camos todos co-

    nectados em redes sociais?); tra-

    balho em movimento (responde-

    mos e-mail e acessamos sistemas

    em nossos smartphones); concei-

    to de casa expandida (quantas

    vezes voc no deu aquela para-

    dinha no trabalho para reservar

    uma mesa para jantar com sua

    famlia?); e trs faixas de fuso ho-

    rrio (atire a primeira pedra quem

    nunca checou o e-mail noite, de

    casa, para ter certeza se recebeu

    uma resposta vinda da costa oes-

    te americana).

    E para quem est curioso sobre

    quais as apostas do professor sobre

    quem ser a grande potncia dos

    prximos anos? Ele tem algumas

    apostas: Europa uni cada; Estados

    Unidos de la Amrica, formado

    pela fora latina-imigrante; China;

    ndia aliada a novas colnias afri-

    canas... e o Brasil. ITF

    Tecnologias

    1770-1820

    1820-1870

    1870-1930

    1930-1980

    1980-2030?

    2030-2080?

    Mecanizao inicial

    Eletricidade e engenharia pesada Telemtica

    Vapor e ferrovias Produo em massa e Fordismo

    ??

    Lay_KEYNOTE_PAULO VICENTE ALVES.indd 32 26/05/14 14:04

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    Untitled-1 4 26/05/14 18:16

  • 3 4 itforum365.com.br

    KEYNOTE | MARIO SERGIO CORTELLA

    3 4 itforum365.com.br

    EMBORA ENALTEA BENEFCIOS TRAZIDOS PELAS TECNOLOGIAS DIGITAIS, MARIO SERGIO CORTELLA SUGERE UMA REFLEXO SOBRE O USO EXAGERADO DO ARSENAL TECNOLGICO PARA EVITAR IMPACTOS NEGATIVOS NAS RELAES INTERPESSOAIS

    VITOR CAVALCANTI

    ESTAMOS EXAGERA NDO?

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 34 22/05/14 12:50

  • Revista IT Forum | Junho 2014 3 5

    Foto

    s: P

    hoto

    gam

    a

    comportamento das pessoas seja na vida pessoal ou no ambiente corporativo tem sido tremendamente impactado pelo uso massivo das tecnologias digitais. Horas de dilogos e interaes diversas so substitudas com frequncia por mensagens no WhatsApp, e curtidas e compartilhamentos nas redes sociais, facilitadas por sua vez pela popularizao de tablets e smartphones. Um processo que se iniciou de forma lenta e gradual no h uma dcada, mas h algumas - haja vista que a chegada da TV no nal dos anos 1920 modi cou hbitos de convivncia familiar - caminha para ter consequncias talvez irreversveis para a humanidade. A anlise no tem a inteno de amedrontar ningum e nem de trazer uma mensagem apocalptica, mas sim de servir de alerta e provocar uma re exo sobre como cada um de ns temos nos com-portado e agido diante de situaes simples do dia a dia. E o aconselhamento no vem da reportagem, mas do lsofo Mario Sergio Cortella.

    DENISE CIAVATTA, Lder de TI do Grupo LATAM Airlines no Brasil

    O

    ESTAMOS EXAGERA NDO?

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 35 22/05/14 12:50

  • 3 6 itforum365.com.br

    KEYNOTE | MARIO SERGIO CORTELLA

    Nascido em Londrina, interior

    do Paran, mas radicado em So

    Paulo h 46 anos, o lsofo, escri-

    tor e professor da PUC-SP, ao falar

    durante o IT Forum 2014, ressaltou

    por diversas vezes a magnitude

    do mundo digital e todos os be-

    ne cios por ele trazidos. De longe

    pregou qualquer dio tecnologia,

    mas frisou que cada vez mais nos

    distanciamos daquilo que a vida

    real. Para discursar sobre a proble-

    mtica o que ganhamos e o que

    perdemos nos relacionamentos

    pessoais na era digital, o educador

    recorreu at ao livro Alice no Pas

    das Maravilhas. Ele lembrou da pri-

    meira passagem da personagem,

    que logo ao se encontrar no mun-

    do estranho no entende se aqui-

    lo real. Para o lsofo vivemos o

    mesmo estado atualmente dentro

    de um espao como o Facebook.

    Estamos num mundo atual com

    uma beleza que vocs ajudam a

    construir, mas um pouco perple-

    xos. Ser que iremos ou temos que

    acordar de algum pesadelo?, inda-

    gou em certo momento.

    O mundo digital tem coisas

    magni cas na conectividade, mo-

    bilidade, instantaneidade, mas no

    pode fazer o que zemos com vrias

    coisas de nossas cidades: tirar a ferti-

    lidade. Vivemos um sonho de mobi-

    lidade, tempo real, mas h uma sen-

    sao de pesadelo. Somos homens e

    mulheres que construmos o magni-

    co que o mundo digital, mas esse

    magni co no pode nos soterrar,

    re etiu, diante de uma plateia for-

    mada por CIOs representantes das

    500 maiores empresas do Brasil e

    executivos das principais marcas da

    indstria de TI.

    O imediatismo, bom para to-

    mada de deciso nos negcios,

    foi transposto para a vida pesso-

    al, causando um sentimento de

    viva como se no houvesse o

    amanh. Os jovens, como

    lembrou Cortella, justi cam

    uma festa em qualquer dia

    da semana tendo isso em

    mente, como se existisse

    um desespero por viver,

    por aproveitar a vida. Per-

    demos um pouco da sere-

    nidade da existncia, da

    pacincia, nos distancia-

    mos do mundo agr-

    cola que oferecia a

    ideia do tempo de

    espera. Vivemos

    a despamonha-

    lizao do mun-

    do. Por que se

    fazia pamonha?

    Para car junto.

    No sbado os

    homens co-

    lhiam o mi-

    lho na roa,

    as crianas

    tiravam a

    casca e o

    cabelo do mi-

    lho, a mulher

    o cozinhava e se

    comia pamonha

    por volta das 4 da tarde.

    Agora estamos conectados

    MARIO SERGIO CORTELLA

    mada por CIOs representantes das

    500 maiores empresas do Brasil e

    executivos das principais marcas da

    indstria de TI.

    O imediatismo, bom para to-

    mada de deciso nos negcios,

    foi transposto para a vida pesso-

    al, causando um sentimento de

    viva como se no houvesse o

    amanh. Os jovens, como

    lembrou Cortella, justi cam

    uma festa em qualquer dia

    da semana tendo isso em

    mente, como se existisse

    um desespero por viver,

    por aproveitar a vida. Per-

    demos um pouco da sere-

    nidade da existncia, da

    pacincia, nos distancia-

    mos do mundo agr-

    cola que oferecia a

    ideia do tempo de

    espera. Vivemos

    a despamonha-

    lizao do mun-

    do. Por que se

    fazia pamonha?

    Para car junto.

    No sbado os

    homens co-

    lhiam o mi-

    lho na roa,

    as crianas

    tiravam a

    casca e o

    cabelo do mi-

    lho, a mulher

    o cozinhava e se

    comia pamonha

    por volta das 4 da tarde.

    Agora estamos conectados

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 36 22/05/14 12:51

  • Revista IT Forum | Junho 2014 3 7

    e longe, mesmo que na mesma

    sala e no mesmo espao.

    O lsofo brincou dizendo

    que em uma casa com seis pes-

    soas, enquanto um dos lhos est

    conectado pela internet com al-

    gum no Nepal, este mesmo no

    sabe informar se os pais esto em

    casa. Outro exemplo a imerso

    a um contedo distante e ao qual

    damos importncia como se a

    pessoa do noticirio estivesse ao

    lado de nossa casa. Ele exempli-

    cou dizendo que o lho sabe o

    salrio de um jogador de basque-

    te no Canad ou se uma mulher

    teve quadrigmeos em Tessal-

    nica, mas no consegue informar

    qual o gosto musical da me.

    E diante disso tudo, vem a

    clssica pergunta: o que quere-

    mos? O que perderemos ou j

    deixamos para trs em meio a

    esse turbilho de coisas as quais

    somos expostos diariamente?

    Para ensaiar uma resposta, o

    filsofo recorreu ao come-

    diante francs Pierre Dac ao

    citar: O futuro o passado

    em preparao. Que pas-

    sado teremos em 20 ou 30

    anos? E volto novamente

    ao livro Alice. O personagem

    que mais aprecio o gato, que

    encontra a Alice duas vezes na

    histria. Na primeira nada acon-

    tece, na segunda, ela est perdi-

    da naquele mundo, como ns

    nesse, e o questiona: voc pode

    me ajudar. Para onde vai essa

    estrada? O gato responde: para

    onde voc quer ir?. E a menina

    diz: no sei, estou perdida. Ao

    que o gato devolve: para quem

    no sabe para onde vai, qual-

    quer caminho serve. Por isso, a

    grande questo, junto com o que

    ganhamos e perdemos, para

    onde queremos ir. Que passado

    estamos construindo.

    O filsofo usou parte de sua

    apresentao tambm para cri-

    ticar a forma errada com que se

    utiliza a palavra evoluo para

    justificar qualquer tipo de mu-

    dana comportamental, como

    essa pela qual a sociedade pas-

    sa. Ele pede muito cuidado com

    a interpretao, uma vez que,

    em sua essncia, evoluo mu-

    dana e no melhoria. Evoluir

    pode ser bom ou ruim. Darwin,

    como lembrou Cortella, usava

    evoluo com significado certo,

    e longe, mesmo que na mesma

    sala e no mesmo espao.

    O lsofo brincou dizendo

    que em uma casa com seis pes-

    soas, enquanto um dos lhos est

    conectado pela internet com al-

    gum no Nepal, este mesmo no

    sabe informar se os pais esto em

    casa. Outro exemplo a imerso

    a um contedo distante e ao qual

    damos importncia como se a

    pessoa do noticirio estivesse ao

    lado de nossa casa. Ele exempli-

    cou dizendo que o lho sabe o

    salrio de um jogador de basque-

    te no Canad ou se uma mulher

    teve quadrigmeos em Tessal-

    nica, mas no consegue informar

    qual o gosto musical da me.

    E diante disso tudo, vem a

    clssica pergunta: o que quere-

    mos? O que perderemos ou j

    deixamos para trs em meio a

    esse turbilho de coisas as quais

    somos expostos diariamente?

    Para ensaiar uma resposta, o

    filsofo recorreu ao come-

    diante francs Pierre Dac ao

    citar: O futuro o passado

    em preparao. Que pas-

    sado teremos em 20 ou 30

    ESSA TRANSFORMAO TROUXE VANTAGENS, MESCLEI TELEFONIA FIXA COM CARTAS PARA AMIGOS. PORQUE O TELEFONE ERA CARSSIMO. OU AINDA TELEGRAMA COBRADO POR CARACTERES. MEUS FILHOS DEIXARAM DE ESCREVER PORQUE O USO DA TELEFONIA FOI MAIS INTENSO. ESSA NOVA GERAO VOLTOU A ESCREVER, ESCREVE NO TWITTER, FACEBOOK, BLOG E MUDOU AT O NOSSO TRABALHO ESCOLAR. SOU DA REA DA EDUCAO E FUI SECRETRIO QUANDO COMEOU USO DO COMPUTADOR NO TRABALHO PEDAGGICO

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 37 22/05/14 12:51

  • 3 8 itforum365.com.br

    KEYNOTE | MARIO SERGIO CORTELLA

    ainda que muitos o interpretem

    erroneamente. Ele ainda provo-

    cou dizendo que cncer tambm

    evolui e a falncia progride.

    No preciso ter viso catas-

    tro sta do futuro, mas no pode

    ser triunfalista, se essa mudana

    no for adensada, re etida, se no

    pensar para onde se quer ir, daqui

    20 ou 30 anos teremos di culdade

    de imaginar algo decisivo. O mun-

    do que deixaremos para os lhos

    depender dos lhos que deixare-

    mos para esse mundo. comum

    ouvir eles so assim, s querem

    tecnologia, querem car a noite

    toda na internet. Se o seu lho s

    quer car na internet, trate-o, ele

    tem obsesso. Toda obsesso

    doentia. Algum que s tem um

    interesse tem ausncia de outros

    interesses, a rmou.

    Por outro lado, ele citou algo

    positivo dessa transformao: os

    jovens esto lendo mais e volta-

    ram a escrever, ainda que com

    textos mais curtos e sob crticas

    de que escrevem errado. E em-

    bora seja verdade que eles come-

    tam erros gramaticais terrveis,

    abreviam tudo e fazem um uso

    demasiado de grias, preciso

    olhar para isso de maneira mais

    positiva. Todo mundo escreve

    errado antes de escrever certo.

    Eles escrevem vc em vez de

    voc. Mas h 300 anos seria vos-

    sa merc, h 200 anos vosmec,

    depois voc e o mineiro oc. A

    expresso refri, como diminuti-

    vo de refrigerante, ou uma cerva,

    para cerveja, podem ser incorpo-

    QUANDO ENTRO NO HOSPITAL DESEJO UMA TECNOLOGIA

    ADEQUADA, MAS NO QUERO UM MDICO QUE NO PONHA A MO

    EM MIM E ME VEJA COMO OBJETO. ISSO EVOLUO NO SENTIDO DE

    MUDANA, NO DE MELHORIA, MUITAS COISAS EVOLUMOS PARA

    MELHOR E OUTRAS NO

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 38 22/05/14 12:51

  • Untitled-6 1 02/09/13 08:15Untitled-1 4 26/05/14 18:17

  • 4 0 itforum365.com.br

    KEYNOTE | MARIO SERGIO CORTELLA

    radas como parte da lngua for-

    mal em 20 anos.

    O fato que realmente a tec-

    nologia tem tomado boa parte da

    ateno das pessoas. E isso pode

    criar uma humanidade que estra-

    nha o contato pessoal, que est

    em sua essncia de comunida-

    de. Se na exploso do fenmeno

    mvel e das redes sociais era le-

    gal chegar no bar com os amigos

    e ficar fotografando e postando,

    esse comportamento que foi

    moda j comea a incomodar e a

    criar movimentos contrrios, nos

    quais, na mesma mesa, uns pe-

    dem aos outros que no atendam

    ligaes ou consultem as redes

    sociais o tempo todo. Seria uma

    tentativa de resgate? Talvez. Mas

    importante ter em mente que

    no se pode considerar saudvel,

    normal ou evolutivo a falta de

    dilogo, o olhar no olho, o aperto

    de mos, os jantares em famlia, o

    jogar tempo fora com vizinhos ou

    mesmo com os colegas de traba-

    lho em happy hours.

    O magn co mundo que faze-

    mos e precisamos, que o estupendo

    mundo digital, no pode de maneira

    alguma afundar nossa capacidade

    de relao, retirar nossa humanidade

    e dizer que evoluo. No se dis-

    pensa o mundo digital, que nos ajuda

    a ganhar muita coisa, mas nos distrai,

    nos distancia da conversa, no [IT] f-

    rum a gente vive, d risada, se cum-

    primenta, usa crach e se trata pelo

    nome. Isso nos preenche, porque no

    dia a dia deixamos essas circunstn-

    cias annimas. ITF

    Mundo DigitalA cada 60 segundos

    + DE 70 DOMNIOS SO REGISTRADOS

    + DE 510 MIL COMENTRIOS SO FEITOS NO FACEBOOK

    + DE 690 MIL BUSCAS SO

    FEITAS NO GOOGLE

    +DE 13 MIL APLICATIVOS PARA IPHONE SO BAIXADOS

    +DE 98 MIL TWEETS SO POSTADOS

    Brasil DigitalEm abril de 2014, o Pas chegou a 273 MILHES de celulares e 114 MILHES de assinantes de banda larga mvel, segundo a Anatel

    Em 2012, o brasileiro passou em mdia 46 HORAS conectado por ms

    Pesquisa da FGV contabilizou em 2013 118 MILHES de computadores pessoais, 3 MQUINAS a cada 5 HABITANTES

    Do total de PCs, 5 MILHES so tablets no Pas, segunda a FGV

    Lay_KEYNOTE_CORTELLA.indd 40 29/05/14 12:09

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  • 4 4 itforum365.com.br

    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    GABR

    IELA S

    TRIPO

    LI

    ESTUD

    O ANTE

    S DA T

    I, A ES

    TRATG

    IA MOS

    TRA

    AMAD

    URECI

    MENTO

    DA TI,

    MAS A

    INDA C

    OM

    DISSO

    NNC

    IA ENTR

    E TEN

    DNCIA

    S, VIS

    O DE

    NEG

    CIO E A

    REA

    DE TEC

    NOLOG

    IA NO D

    IA A

    DIA DA

    S 500

    MAIOR

    ES EM

    PRESA

    S DO B

    RASIL

    PROJE

    TADA

    REAL

    IDADE

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  • Revista IT Forum | Junho 2014 4 5

    Painel - antes da ti, a estratgia

    Fo

    tos:

    Pho

    toga

    ma

    xiste crescimento e evoluo no papel da tecnologia da informao entre as 500 maiores empresas do Brasil. Fica claro quando olhamos alguns dados trazidos pelo estudo Antes da TI, a Estratgia, realizado pela IT Mdia em par-ceria com o consultor Srgio Lozinsky: aproximadamente metade dos CIOs prev aumento de mais de 6% do ora-mento para este ano, 42% pautam seus investimentos por um Plano Diretor de TI e mais CIOs (32%) indicam partici-par amplamente das discusses estratgicas do negcio em comparao com os resultados do ano passado.

    E pro

    jEta

    da

    rEal

    idadE

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  • 4 6 itforum365.com.br

    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    no nosso funcionrio padro... Dar suporte incremental inte-

    ressante, mas sempre tem algum fora de nossa empresa fazen-

    do algo diferente, pondera Lozinsky.

    INOVAO E RUPTURASDurante o debate promovido no IT Forum 2014, veio tona o

    tema da inovao liderado pela TI, j que a tecnologia capaz de

    causar quebras de paradigmas e promover rupturas. Vale lem-

    brar, conforme ponderam Lozinsky e o consultor Cezar Taurion,

    moderador do debate durante o IT Forum, que o conceito de

    inovao ideal multidisciplinar, com a TI permeando todos os

    pontos estratgicos da operao.

    No caso da BRF, empresa formada pela fuso da Sadia com

    a Perdigo, embora a TI no esteja frente dos projetos, ela par-

    ticipa por conta da multidisciplinaridade do conceito aplicado

    na empresa. O CIO Ney Santos conta que a companhia montou

    um comit de inovao liderado por marketing. A TI, apesar de

    Esses dados no so to otimis-

    tas quando consideramos as pon-

    deraes de Lozinsky, que so: o

    cenrio econmico provavelmente

    revisar esses percentuais para bai-

    xo at o m do ano; os Planos Direto-

    res muitas vezes no so cumpridos

    porque surgem outras prioridades

    (em 2012, foram 41% nessa situao);

    38% ainda tratam o planejamento

    de TI de maneira departamental e

    ainda o percentual de CIOs que a r-

    ma participar dos debates estratgi-

    cos considerado baixo.

    Com a TI acendendo o alerta

    entre as 500 maiores empresas do

    Pas, questionar a inovao na-

    tural. Muitas vezes, para o lder de

    tecnologia, simplesmente apoiar

    uma deciso de negcio pode ser

    classi cado erroneamente como

    algo inovador. Lanar um novo

    produto no mercado nem sempre

    inovar. Tudo bem, algo novo,

    mas o per l de inovao outro,

    O PERFIL DE INOVAO NO NOSSO FUNCIONRIO PADRO. DAR SUPORTE INCREMENTAL INTERESSANTE, MAS SEMPRE

    TEM ALGUM DE FORA DE NOSSA EMPRESA FAZENDO

    ALGO DIFERENTE

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  • Untitled-1 4 26/05/14 18:35

  • 4 8 itforum365.com.br

    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    no causar uma ruptura, entra planejando a demanda de siste-

    mas para cada novidade. E importante: projeto, inovao, ou

    qualquer coisa que entra, logo aps a aprovao j entra no ora-

    mento do ano ou no do ano seguinte para garantir a entrega de

    resultado, conta.

    No h aprovao de nenhum projeto, seja ele qual for, sem a

    TI. Demorou um tempo para elas [reas de negcio] perceberem

    que no tem empresa sem participao de TI. Voc no conse-

    gue de nir o produto na gndola sem sistema, ou o preo, por

    exemplo. O sistema nanceiro, como o caso dos bancos aqui, j

    nasceu entendendo isso e aos poucos as outras indstrias vo

    entender tambm, pondera.

    No toa que um dos setores mais poderosos da econo-

    mia, o nanceiro, viu na unio de concorrentes a ttica para

    combater agentes externos muito pequenos mas que, com ino-

    vao tecnolgica a seu favor na tendncia de mobilidade, des-

    pontaram no radar e provocaram essa quebra de paradigma. O

    exemplo, trazido no painel Antes da TI, a Estratgia do IT Forum

    APENAS 10% DOS CIOs PRETENDEM SER

    PIONEIROS NA ADOO E APLICAO DE NOVAS

    TECNOLOGIAS

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  • Untitled-1 4 26/05/14 18:18

  • 5 0 itforum365.com.br

    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    2011

    2014Diretores ou Vice-Presidentes

    2011

    2014

    Antes da TI, a estratgia 2014 500 maiores empresas do Brasil

    Menos de 50% dos CIOs entendem que suas empresas percebem TI como estratgica

    TI Investimentos

    Mobilidade

    Segurana

    Sistemas de Gesto

    esperam o maior impacto nos negcios

    dos projetos liderados pela TI

    60%

    65%

    68%

    Mobilidade70%

    46%

    Risco interno50%: Estreitamento das margens de lucro**Primeira vez que ultrapassa reteno de mo de obra qualificada

    Risco externo:Baixo crescimento/estagnao

    33% 40%

    2013 2014

    INOVAO

    + de 50% veem inovao como departamento- de 20% enxergam conceito de inovao como multidisciplinar

    63,5% indicam oramento especfico31% tm acompanhamento da diretoria

    GOVERNANASubordinados Presidncia

    32%50%

    52%

    64%

    Avaliao do ROI

    Gesto de Projetos o processo que se destaca (72%) em formalizao importante avaliar a eficcia dos projetos, na prtica

    2014

    201318%

    28%

    Lay_Antes da TI.indd 50 23/05/14 18:09

  • Untitled-1 4 26/05/14 18:20

  • 5 2 itforum365.com.br

    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    2014, elucida bem o ponto levanta-

    do por Lozinsky.

    Como? Empresas como PayPal

    e outras carteiras digitais passaram

    a abocanhar uma importante fatia

    das transaes digitais pela facilida-

    de aos usurios que os bancos tradi-

    cionais no eram capazes de suprir.

    Em mobilidade, ns [bancos] temos

    que estar juntos. Nossos maiores

    concorrentes no so bancos, mas

    o monte de aplicativos criados pe-

    las empresas que tm a capacidade

    de ser um novo entrante, justi ca

    Marcelo Frontini, do Bradesco. Ele

    se refere unio do Bradesco com

    o Banco do Brasil para a criao da

    Stelo, anunciada em abril.

    NUVEM E MOBILIDADE importante, contudo, no

    classi car as companhias tradi-

    cionais como atrasadas em tec-

    nologia. Na verdade, conforme in-

    dicam os dados do estudo, existe

    um descompasso entre o discurso

    da indstria de TI em cima das

    quatro grandes tendncias da era

    digital mobilidade, nuvem, big

    data e social e a realidade do dia

    a dia dos negcios. Apesar de no

    serem termos novos nas conversas do CIO, o dia a dia mostra

    que as tendncias ainda esto comeando a amadurecer e, por-

    tanto, h muito caminho pela frente.

    Mobilidade e nuvem parecem ser as que mais tiveram espao

    para uma certa evoluo. Do nosso lado temos o parque de dis-

    positivos muito grande. Eu e meus pares estamos investindo em

    tecnologia para gerir esse parque, mas o que falta so aplicaes,

    diz o CIO da Rhodia, Fernando Birman. Alm dos sistemas, ele se

    refere aos processos de negcios que poderiam ser aprimorados

    se smartphones e outros dispositivos mveis chegassem a eles,

    sem se restringir apenas s mos de executivos e gestores nos

    projetos que acabam sendo mais conhecidos e recorrentes.

    Se voc perguntar o que a indstria est fazendo em mobili-

    dade, muitas vezes a resposta decepcionante, muito pouco dos

    processos de negcios feito em dispositivos mveis. Entende-

    mos que uma tendncia, mas o que h hoje pouco, analisa. At

    por conta desse potencial, no de se espantar que o Antes da TI,

    a Estratgia mostra que mobilidade segue como a tecnologia da

    qual espera-se o maior impacto nos negcios nos prximos anos.

    Geraldo Dezena, do Banco do Brasil, menciona que 11% das tran-

    saes bancrias da companhia nanceira j so feitas via smar-

    tphone. Muitas delas no so nanceiras, mas j h algumas, como

    crdito. O que preciso entender que, para isso, o investimento

    que precisamos fazer grande e existe todo um trabalho de apren-

    dizado, pondera. E mais uma vez enfatiza a condio do mercado:

    Estamos em um nvel que h um mundo todo pela frente.

    Birman complementa que a nuvem se mostra um pouco

    mais desenvolvida ao lado da mobilidade por conta de uma cer-

    ta imposio de ritmo pelo mercado. Est virando uma espcie

    de padro, algo muito bom para a indstria de so ware, resolve

    uma srie de questes como licena e para a gente muito prti-

    Geraldo Dezena, do Banco do Brasil

    Marcelo Frontini, do Bradesco

    Cezar Taurion, consultor

    Ney Santos, da BRF

    Fernando Birman, da Rhodia

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  • Untitled-3 1 26/05/14 18:48

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    PAINEL - ANTES DA TI, A ESTRATGIA

    co, simpli ca o investimento e toda

    a arquitetura, detalha o executivo.

    E assim, at o setor nanceiro,

    tradicionalmente conhecido por

    muitas regulamentaes, j adota

    algumas de solues de nuvem.

    Frontini, do Bradesco, lembra que

    o core ir sim continuar dentro de

    casa at pelo volume. Pela quanti-

    dade de transaes que o Brades-

    co tem, j possumos essa alta es-

    cala. Mas j sentimos que vo nos

    forar os fornecedores falam ou a

    gente vai para nuvem, ou no tero

    mais como oferecer [uma determi-

    nada soluo], conta.

    BIG DATA E SOCIAL: O DESCOMPASSO

    Agora, quando consideramos os

    temas da TI que ainda no demons-

    traram con rmao dos ganhos, big

    data e social business ganham des-

    taque com 68% e 71% das menes

    entre os participantes do estudo,

    respectivamente. E a as impres-

    ses de lideranas experientes tra-

    zem luz a essa questo.

    Dezena, do Banco do Brasil, re-

    conhece que o departamento de

    TI v o potencial justamente por-

    que o big data promete retirar im-

    portantes insights de dados no es-

    truturados, como de redes sociais,

    trabalhando em decises em cima

    disso, e por isso a TI j est se orga-

    nizando para tal.

    E sua opinio compartilhada

    por Birman, da Rhodia. Sobretudo

    big data, do lado industrial, est lon-

    ge de ser uma realidade. Tem mui-

    tos tesouros escondidos, mas no s comear a cavar para achar.

    Precisamos planejar, pensar, veri car se realmente h chance de

    encontrar alguma coisa. No s comear a torturar os dados para

    que eles confessem, brinca.

    PIONEIRISMO E PARCERIASEntre tantas tendncias e esse diagnstico, no de se espantar

    que apenas 10% dos CIOs consultados pelo estudo pretendem ser

    pioneiros na aplicao de novas tecnologias. E j que as palavras

    cloud, mobilidade, social e big data esto na boca dos fornecedores,

    interessante observar a relao dos executivos com a indstria.

    Estejam os fornecedores conscientes disso ou no, o fato

    que os CIOs das 500 maiores empresas ainda no os veem como

    parceiros na demonstrao do valor estratgico das solues de

    tecnologia, alerta Lozinsky. Somente 22,6% dos lderes de TI si-

    nalizaram isso, o menor nmero nos quatro anos do estudo. Para

    quase 90% dos respondentes, os fornecedores cam nos basti-

    dores, eventualmente apoiando a TI na venda interna da ideia,

    ou parte das discusses na empresa.

    Isso mostra que o alerta est acendendo para a indstria.

    Quase metade dos consultados a rma que as empresas de tec-

    nologia no conseguem e evoluir seu discurso centralizado no

    produto que vendem. A situao do fornecedor mais confort-

    vel quando o assunto tcnico e envolve somente a TI. Mesmo

    assim, os nmeros ainda so modestos, pondera Lozinsky. Ou-

    tro aspecto relevante que o CIO, pessoalmente, no se envolve

    no relacionamento direto com todos os fornecedores. Muitos

    mantm contato com as posies abaixo do lder da rea, e isso

    di culta ainda mais o lado do fornecedor para posicionar suas

    solues de maneira estratgica ao negcio.

    Por m, o estudo neste ano acrescentou trs perguntas para

    se ter uma ideia mais ampla de como ocorrem as escolhas dos

    fornecedores e a deciso de liberar oramento da TI. A concor-

    rncia formal adotada em 55% dos casos, mas h vrias exce-

    es para fornecedores preferenciais por conhecer o segmen-

    to de negcios, ter um histrico positivo com a empresa ou ser

    destaque de mercado na tecnologia que est sendo adquirida.

    interessante saber que uma parte (ainda pequena, menor do

    que 15%) tem preferncia por fornecedores que j comprovaram

    sua qualidade, ou que estejam bem posicionados no mercado,

    naliza Lozinsky. ITF

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  • Untitled-2 1 27/05/14 15:44

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  • 5 8 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | ANALYTICS

    ANALYTICS: ANTES DE

    Lay_IT FORUM DEBATE_ANALYTICS.indd 58 26/05/14 14:16

  • Revista IT Forum | Junho 2014 5 9

    Ilust

    ra

    o: S

    hutt

    erst

    ock

    Aprofuso de informaes no estruturadas dispon-veis na internet propiciou novas formas de conhecer melhor quem o consumidor que est na ponta. Mas antes de evoluir para esse estgio, o do big data, im-perativo deixar a casa em ordem e encontrar os par-ceiros certos para extrair valor dos dados nessa nova jornada da TI e do analytics, incluindo talentos para lidar com tudo isso.

    KAREN FERRAZ

    INTELIGNCIAFERRAMENTA

    TECNOLOGIA SOZINHA NO FAZ MILAGRE. ENCONTRAR AS PESSOAS CERTAS PARA ANALISAR

    DADOS O GRANDE DESAFIO DE PROJETOS DE BUSINESS INTELLIGENCE E BIG DATA

    Lay_IT FORUM DEBATE_ANALYTICS.indd 59 26/05/14 14:20

  • 6 0 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | ANALYTICS

    evidencia Possani. Nem sempre fcil, contudo, en-

    contrar as pessoas com essas capacidades analticas.

    E o CIO contou que busca esse per l de pro ssional

    constantemente no mercado. A questo entender

    aonde eu quero ir, por isso voc precisa de gente for-

    mulando hipteses, vendo como o negcio se com-

    porta e buscando essas informaes em seus dados

    internos e, se precisar, ir para fontes externas.

    J o Banco Volkswagen comeou h trs anos um

    projeto de dados estruturados que visava inicialmen-

    te deixar a casa em ordem para que no futuro seja pos-

    svel evoluir para o conceito de big data. Hoje, o big

    data est mais na fase de conhecimento na empresa.

    Investimos na preparao da base na gesto de dados

    corporativos e implantamos uma plataforma de ges-

    to de dados mestres, explica o CIO Rafael Rolla.

    Alm de impactar decisivamente na anlise de cr-

    dito para a compra de automveis, o projeto de dados

    estruturados da instituio nanceira, atrelada ao do

    Grupo Volkswagen, conta com um time de inteligncia

    de negcio responsvel por entender o per l de com-

    pra e recompra de cada cliente para que a estratgia

    de negcio seja elaborada. Atualmente conseguimos

    entregar equipe de vendas uma lista com clientes no

    perodo de recompra para montar uma oferta em cima

    do que temos, e isso j est dando retorno, disse.

    Segundo ele, o desa o iminente est no acultura-

    mento do negcio para explorar o potencial muito A QUESTO DO CUSTO NO TO SIMPLES ASSIM. NO

    SIMPLESMENTE JOGUEI NA NUVEM E ESQUECE...

    VOC TER QUE MONITORAR, GERENCIAR, SE PREOCUPAR

    COM RECUPERAO DE DESASTRES, SEGURANA

    Queiroz, da Globo

    Essa a lio compartilhada pelos CIOs da Anhan-

    guera Educacional, Mondelez e Banco Volkswagen,

    que participaram do IT Forum Debate Analytics:

    transformar dados em informao, durante o IT Fo-

    rum 2014. Apesar de pertencerem a indstrias bem

    distintas, as trs empresas tm hoje nos dados uma

    fonte importante para a tomada de decises e condu-

    zem abordagens com pontos em comum.

    No mercado de educao, como o caso da Anhan-

    guera Educacional, a entrega das reas recorrente por-

    que todo ms o estudante tem a deciso de pagar ou no

    a mensalidade. E para suportar a estratgia de reteno

    de 500 mil alunos, entre cursos presenciais e a distncia,

    a instituio desenvolve um projeto de business intelli-

    gence com base no cruzamento de dados sobre o per l

    de cada aluno, bem como na anlise comportamental

    de aprendizado a partir de sua plataforma de ensino.

    Essas informaes tm sido decisivas para o neg-

    cio, tanto para captao de novas matrculas quanto

    para reteno das atuais, e so utilizadas para reduzir

    a inadimplncia e diminuir a taxa de evaso escolar.

    Contudo, o CIO Luciano Possani ressalta que o projeto

    s faz sentido graas existncia de uma inteligncia

    estratgica. Alm da formao de uma equipe respon-

    svel por implantar o projeto, o gestor de TI da Anhan-

    guera destaca que houve em paralelo a criao de

    uma equipe para analisar os metadados.

    O desa o entender a riqueza dos dados, conse-

    guir formular as hipteses e testar se elas so vlidas,

    LUCIANO POSSANI, da Anhanguera Educacional

    Fotos: Photogama

    CARLOS BUSS, da Mondelez

    Lay_IT FORUM DEBATE_ANALYTICS.indd 60 26/05/14 14:20

  • Untitled-1 4 26/05/14 18:22

  • 6 2 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | ANALYTICS

    duto est posicionado no lugar certo no ponto de

    venda; e por fim o terceiro, ainda em estgio inicial

    de implantao, envolve o conceito de big data na

    compreenso experincia do consumidor com as

    marcas na rede social.

    A discusso no avanava porque no era uma

    discusso de tecnologia, e sim de negcios. Ns ach-

    vamos que o desa o era implantar novas tecnologias,

    mas o desa o estava em achar pessoas para extrair a

    anlise certa desses nmeros, revelou. Assim, a op-

    o foi criar uma equipe focada em inteligncia de ne-

    gcio com objetivo de analisar esses dados, buscando

    cada vez mais oferecer informaes para embasar de-

    cises no ponto de venda.

    A Mondelez comeou o projeto e viu que no es-

    tava no caminho certo. Assim, criamos uma rea para

    dar nfase a essa mudana organizacional e cultural.

    E essa nova mentalidade tem que passar pelo board

    da empresa, nalizou Buss. ITF

    maior que a ferramenta capaz de fornecer, mas big

    data ainda no est em vista por enquanto: h muitas

    informaes nas reas de negcios que ainda no so

    exploradas. Existe uma confuso entre arquitetura

    de informaes com falta de informaes. Muitas

    empresas tm dados muito relevantes dentro de casa

    que no so aproveitados. Primeiro temos que atacar

    a capacidade analtica das pessoas do que gastar mi-

    lhes em ferramentas, opinou o executivo.

    O mesmo diagnstico foi compartilhado por Car-

    los Buss, CIO da Mondelez. A empresa do ramo ali-

    mentcio conquistou a habilidade de tomar decises

    em trs momentos cruciais para a natureza do setor:

    quando o produto chega gndola, quando o consu-

    midor efetua a compra e quando ele interage com as

    marcas nas redes sociais. Porm, o projeto esbarrou

    em di culdades logo no incio da implantao, pois

    estava mais centrado na TI.

    O BI hoje tem importncia crucial no negcio

    da Mondelez, uma vez que os produtos de bens de

    consumo oferecidos envolvem compras por impul-

    so. No primeiro momento, o desafio entregar os

    itens para 700 mil lojas; no segundo, garantir que

    isso est sendo feito da melhor maneira e se o pro-

    RAFAEL ROLLA, do Banco Volkswagen

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  • Untitled-1 4 26/05/14 18:22

  • 6 4 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | CLOUD

    Os argumentos em defesa da economia trazida pela computao em nuvem, em compasso com o oramento cada vez mais enxuto do departamento de TI, so conhecidos. Eles passam por desde a troca do capex pelo opex, at na vantagem de expandir as arquiteturas sem a necessidade de investir altas cifras em hardware como servidores e a ns. Esse no , contudo, o grande diferencial da cloud para os CIOs. Sobretudo quando a nuvem o agente via-bilizador de novos projetos, e at mesmo de novos modelos de negcio em companhias tradicionais.

    NOVOS NEGCIOS QUE VM

    DA NUVEM

    Lay_IT FORUM DEBATE_CLOUD.indd 64 23/05/14 15:15

  • Revista IT Forum | Junho 2014 6 5

    Foto

    s: P

    hoto

    gam

    a

    Gabriela Stripoli

    A computAo em nuvem permite muito Alm do que

    otimizAo de custos Ao propiciAr novos modelos

    de negcio e operAes mAs sem deixAr de lAdo questes importAntes de

    gerenciAmento e governAnA

    Lay_IT FORUM DEBATE_CLOUD.indd 65 23/05/14 15:15

  • 6 6 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | CLOUD

    hardware. Para ns que

    temos um legado, a hist-

    ria um pouquinho dife-

    rente, compara.

    LIDAR COM O IMPREVISVEL

    J o CIO da Rede

    Globo, Carlos Queiroz,

    compartilha da opinio

    e tem dentro de casa ou-

    tro exemplo de como a

    nuvem permitiu a rede-

    nio das relaes com

    a audincia da emissora.

    Foi a cloud que garantiu

    a realizao do programa

    musical SuperStar, com

    apresentao de bandas

    ao vivo e com o qual a au-

    dincia interage em tem-

    po real com o contedo

    apresentado na telona,

    via internet.

    O executivo classi ca

    como completamente

    invivel a realizao do

    produto sem uma arqui-

    tetura de computao

    em nuvem estvel. Hoje

    eu viabilizo toda a esteira

    do programa na nuvem.

    Porque existe todo um

    timing de infraestrutu-

    ra. Eu no sei se naquele

    horrio terei milhes ou

    milhares de usurios par-

    ticipando num mesmo

    momento, detalha, evi-

    denciando a imprevisibi-

    lidade do nmero de in-

    justamente nesse tipo de situao que vem

    tona seu principal bene cio, responsvel pelo desen-

    volvimento de projetos de cloud no Pas. Um bom

    exemplo a fabricante de produtos cosmticos Na-

    tura que, sem a estrutura de nuvem, no conseguira

    colocar em prtica o e-commerce e oferecer novas

    possibilidades de venda a suas consultoras.

    Usamos nuvem para nosso e-commerce, pensan-

    do na possibilidade de criao de lojas virtuais para

    cada uma das consultoras. A nuvem deu muita velo-

    cidade para alavancar isso, a partir de dois pilotos em

    duas cidades, e permitiu que ns lanssemos o pro-

    jeto para valer no prazo que precisvamos, conta o

    CIO Agenor Leo, que participou do debate Cloud:

    Viabilizando Novos Modelos de Negcio, durante o

    IT Forum 2014.

    Por isso, Leo taxativo ao listar o principal atri-

    buto positivo do modelo: exibilidade que, na carona,

    traz escalabilidade. Isso porque a capacidade de es-

    calar a arquitetura para atender demanda crescen-

    te de consumidores virtuais, alm da exibilidade e

    rapidez com a qual ela foi implantada, a Natura pde

    criar um modelo de negcios diferente da tradicional

    venda em catlogos.

    O executivo contou que foi desenvolvido um estu-

    do de ROI em cima do projeto piloto, esse feito com es-

    trutura em nuvem pblica. Assim, depois do perodo

    de testes, a nuvem ainda se mostrou vivel porm,

    na modalidade privada. Precisamos de cases com-

    parativos em grandes volumes. Vejo que [a nuvem]

    ainda deve ser estudada muito bem caso a caso, mas

    conveniente principalmente quando voc precisa

    colocar algo em prtica rpido. Voc minimiza muito

    os custos em relao a isso, conta Leo.

    Para ele, outro caso que atrela a cloud criao de

    novos modelos operaes e de captao de receita

    justamente a criao de novas empresas de tecnolo-

    gia que, sem ela, seriam completamente inviveis de

    comearem a atuar. So aplicativos de txi, por exem-

    plo, que surgiram nos ltimos anos: Para quem est

    comeando hoje, no vale comprar um centavo de

    A QUESTO DO CUSTO NO TO SIMPLES ASSIM. NO

    SIMPLESMENTE JOGUEI NA NUVEM E ESQUECE...

    VOC TER QUE MONITORAR, GERENCIAR, SE PREOCUPAR

    COM RECUPERAO DE DESASTRES, SEGURANA

    Queiroz, da Globo

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  • 6 8 itforum365.com.br

    IT FORUM DEBATE | CLOUD

    CLOUD

    ITF

    teraes de acordo com

    cada apresentao.

    Tanto o comrcio ele-

    trnico da Natura quanto

    o programa da Rede Glo-

    bo so dois grandes pro-

    jetos bem-sucedidos que

    nasceram com a nuvem.

    Ainda assim, Queiroz de-

    ne o momento do mo-

    delo como infncia, e

    por isso a indstria de TI

    ainda se apoia na ques-

    to mais fcil na hora de

    argumentar a m de fe-

    char negcio: o custo, o

    preo baixo, a economia.

    A questo do custo

    no to simples assim.

    No simplesmente

    joguei na nuvem e es-

    quece... Voc ter que

    monitorar, gerenciar, se

    preocupar com recupe-

    rao de desastres, segu-

    rana. Claro que h uma

    otimizao de custo, mas

    existem outros gastos associados com seus proces-

    sos de governana, pondera. E por isso aconselha

    outros CIOs a no deixarem a rea de TI como a ni-

    ca responsvel por qualquer instabilidade, falha ou

    queda no convencimento das lideranas executivas,

    que levantam questes como segurana, privacida-

    de, entre outras. A nal de contas, um projeto desse

    que conta com cloud tem o subsdio de TI, mas ainda

    um projeto de negcio. Se o negcio no quer, me-

    lhor no fazer.

    O executivo evidencia a importncia de se man-

    ter um forte controle de governana das operaes

    em projetos pilotos desse tipo. E no necessrio

    fazer adequaes ou adoo de novos modelos de

    governana histricos adotados pela companhia ao

    integrar a nuvem com o legado. Queiroz divide sua ex-

    perincia: No tenho padro para todo tipo de dado.

    Tenho desde coisas que extraio de consoles e inputo

    isso na ferramenta de governana interna, e tenho ex-

    tratores automticos que o provedor j fornece. Mais

    uma vez, ainda no h padro de nido. Se eu de nir

    isso, fao com todos os provedores.

    Por m, o caminho para a nuvem inevitvel.

    uma tendncia da qual no vamos fugir, seja orques-

    trada ou no por TI. O melhor que a gente exera

    essa liderana, e minha recomendao : abrace, no

    fuja, resume Leo.

    VEJO QUE [A NUVEM] AINDA DEVE SER ESTUDADA MUITO BEM CASO A CASO,

    MAS CONVENIENTE PRINCIPALMENTE QUANDO VOC PRECISA COLOCAR

    ALGO EM PRTICA RPIDOLeo, da Natura

    AMAZON WEB SERVICES (AWS), MICROSOFT, E SAP ELEVARAM AS VENDAS EM 100% OU MAIS EM 2013

    Fonte: Frost & Sullivan, 2014

    44% A ALTA ESTIMADA DO MERCADO DE NUVEM NO BRASIL EM 2014, SOMANDO US$ 473,3 MILHES

    EM 2013, A RECEITA CRESCEU 51%, CHEGANDO A US$ 386,7 MILHES

    51%100%

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    IT FORUM DEBATE | DILOGO ENTRE REAS

    A CULPAO PROJETO MULTIDISCIPLINAR, MAS NO FINAL QUEM EST NA BERLINDA A TI.

    COMO RESOLVER ESSE CONFLITO?

    DA TILay_IT FORUM DEBATE_DILOGO ENTRE REAS.indd 70 22/05/14 15:20

  • Revista IT Forum | Junho 2014 7 1

    IT FORUM DEBATE | DILOGO ENTRE REAS

    Foto

    s: P

    hoto

    gam

    a

    N

    KAREN FERRAZ

    o preciso mais discutir o quanto a TI tornou-se substancial para os neg-cios no contexto da economia digital. Praticamente todos os departamentos dentro de uma empresa dependem de sistemas para operar processos e en-tregar resultados, e a tendncia que isso seja crescente.Projetos envolvendo tecnologia deixaram de ser responsabilidade exclusiva do departamento de TI e hoje tm participao conjunta de outras reas. E nesta nova realidade, ser cada vez mais comum que departamentos de ne-gcios, como o de marketing, conduzam projetos em que a tecnologia exerce papel crtico e decidam a compra de suas prprias ferramentas.N

    Foto

    s: P

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    FABIO FARIA, da CSN

    NELSON CARDOSO, da Distribuidora

    Petrobras

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  • 7 2 itforum365.com.br

    Por natureza, habilidades comunica-

    cionais so pontos fracos de pro ssionais

    do mundo da TI. No entanto, nos ltimos

    anos, gestores da rea tiveram como desa-

    o aprender a negociar melhor com seus

    clientes internos e, sobretudo, a ouvir o ou-

    tro lado para gerenciar demandas e conci-

    liar expectativas.

    Hoje vejo muitos CIOs liderando gran-

    des projetos em companhias e acredito

    que os executivos que carem na rea nos

    prximos anos tero que conversar melhor

    com todos os seus parceiros, dividiu Nel-

    son Cardoso, CIO da Petrobrs Distribuido-

    ra, que participou como debatedor do IT

    Forum Debate Dilogo entre reas: como

    o CIO transita entre seus pares, juntamente

    com Fbio Faria, CIO da Companhia Side-

    rrgica Nacional (CSN), durante o IT Forum

    2014.

    Nem tudo so ores. Os executivos

    presentes na discusso compartilharam a

    mesma ideia de que sempre existe o con-

    ito da TI com as outras reas, seja marke-

    ting, nanceiro, jurdico, ou, principalmen-

    te, vendas. Porm, esse embate ca mais

    evidente quando um projeto multidisci-

    plinar est em jogo. O que antes era pau-

    tado pelo discurso todos juntos, na hora

    de implantar um projeto, quando vemos

    s resta a TI, mencionou Mendel Szlejf, da

    Leroy Merlin.

    Para contornar a situao, s vezes ine-

    vitvel, Fbio Faria acredita na construo

    de um dilogo transparente entre as reas,

    tomando como premissa a governana,

    isso proporcionou resultados positivos na

    relao com os pares nas empresas em que

    atuou anteriormente, como o Grupo Vo-

    torantim, e hoje buscado frente da TI da

    CSN. Temos que arrumar a casa para pres-

    tar um bom servio, e isso passa por inme-

    ros processos da TI. E a tendncia que os

    problemas iro mitigar muito. Alm disso,

    o papel da TI ca mais alinhado quando

    passa pelo board da companhia: o projeto

    deixa de ser s de tecnologia e passa a ter o

    compromisso de outras reas. A chance de

    sucesso muito maior, destacou.

    NEGOCIAONo geral, foi consenso entre os CIOs a

    necessidade de adotar uma postura po-

    sitiva (a tal da persona positiva, aborda-

    da na palestra conduzida por Luiz Felipe

    Pond) no con ito por meio de um dilogo

    transparente com seu cliente interno para

    IT FORUM DEBATE | DILOGO ENTRE REAS

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    IT FORUM DEBATE | DILOGO ENTRE REAS

    ITF

    encontrar solues. Eles defendem, por

    exemplo, que caso a TI atrase na entrega

    de um projeto, essa realidade seja passada

    para as reas envolvidas. A funo do CIO

    fazer a parte positiva, fazer reunio, bus-

    car resolver solues. E isso os problemas

    vo sendo resolvidos, criando um clima

    melhor, destacou Cardoso.

    No entanto, muitas vezes os interlocu-

    tores que acabam fazendo esse meio de

    campo no dia a dia so os mais tcnicos

    que geralmente no conseguem traduzir

    situaes para as outras reas de maneira

    simples. Para contornar essa barreira, o

    CIO da Ipiranga, Plnio Figueiredo, com-

    partilhou uma iniciativa da TI de criar

    uma rea de relacionamento para entender

    e antecipar a demanda do outro lado, que

    tem apresentado bons resultados. O uxo

    contrrio, ou seja, identi car algum de

    negcios que entenda da rea TI tambm

    pode ser uma soluo, como apontou Faria.

    Mas esse relacionamento cultural, e no

    acontece do dia para a noite e encontrar as

    pessoas certas na equipe pode ser o cami-

    nho, apontou o executivo.

    Construir um relacionamento de proxi-

    midade com as outras reas o caminho

    vislumbrado pelos CIOs para a TI ser inclu-

    da nas decises dos outros departamentos

    e impedir o surgimento de outras TIs. A rela-

    o no deve ser a ferro e fogo e, se assim for,

    eles vo continuar decidindo TI sem a gente,

    enfatizou Regina Pistelli, CIO do Grupo ABC.

    Mapear os usurios para entender como

    funciona o outro lado e treinar a equipe para

    atender a essas demandas e uma boa dose

    de humildade para assumir os erros e dispo-

    sio para ouvir, integra a soluo vislumbra-

    da por Faria, da CSN. Porm, no h um mo-

    delo certo para melhorar o relacionamento

    entre as reas. O fato que essa necessidade

    e habilidade de conversar melhor com os pa-

    res ser um imperativo para a TI daqui para a

    frente, a nal, temos tendncias tecnolgicas

    disruptivas que pretendem chacoalhar ain-

    da mais as fronteiras entre os departamentos

    com projetos interligados como o conceito

    de Internet das Coisas, lembrado por Cardo-

    so, da Petrobrs Distribuidora

    O CIO precisa estar sintonizado cada vez

    mais com as mudanas que esto acontecen-

    do na TI e ampliar sua viso do negcio, pois

    ela ser cada vez mais necessria na conversa

    tanto com clientes internos como com forne-

    cedores nos projetos inovadores que esto por

    vir, pontuou Cardoso.

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    IT FORUM DEBATE | DIREITO DIGITAL

    KAREN FERRAZ

    TI DEVE ESTAR ALINHADA AO DEPARTAMENTO

    JURDICO PARA DEFINIR LIMITES NO USO DA

    MOBILIDADE E PROTEGER INFORMAES CRTICAS DO

    NEGCIO. E QUEM NO CUMPRIR, EST FORA DO JOGO!

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  • Revista IT Forum | Junho 2014 7 7

    IT FORUM DEBATE | DIREITO DIgITAl

    Foto

    : Shu

    tter

    stoc

    k

    P ense como a nossa forma de trabalhar mudou nos ltimos anos. Hoje conseguimos acessar informaes corporativas para

    tomar decises importantes sem precisar estar dentro da em-

    presa, simplesmente utilizando nossos smartphones e tablets.

    A mobilidade, apoiada pela nuvem, provocou uma revoluo

    nas fronteiras que antes dividiam claramente o que era trabalho

    e vida pessoal. O movimento de traga seu prprio dispositivo

    (BYOD, na sigla em ingls), iniciado mais recentemente, causou

    certo desespero para as organizaes e para os CIOs. Afinal, quais

    os limites para proteger informaes crticas do negcio?

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    IT FORUM DEBATE | DIREITO DIGITAL

    Desde que assumiu a TI da Le-

    roy Merlin, Szlejf levantou a ban-

    deira da mobilidade na corpora-

    o. Aderir tendncia, segundo

    ele, implica necessariamente em

    assumir os riscos inerentes a ela.

    Hoje a empresa tem plena con-

    ana no que a TI est fazendo,

    dos riscos segurana. E, para isso,

    montamos uma equipe compos-

    ta por pessoas da TI e do jurdico,

    assumimos os riscos, e implanta-

    mos. At hoje no tivemos muitos

    problemas, conta.

    Na Odebrecht o desa o da TI

    gerenciar cerca de 7 mil smar-

    tphones utilizados pelos colabora-

    dores e no dava para fazer isso

    sem uma regra, destacou Schnei-

    ter. Os riscos no BYOD existem e,

    A questo no mais aderir ou no. Por mais que a TI no oferea,

    essa realidade vai existir e os funcionrios vo utilizar seus dispositi-

    vos no trabalho, comentou a advogada especialista em direito digital

    Patrcia Peck durante o IT Forum Debate Direito Digital. O encontro

    reuniu tambm Mendel Szlejf, CIO da Leroy Merlin, e Andr Schneiter,

    CIO da Odebrecht, para discutir as implicaes jurdicas dessas ten-

    dncias digitais.

    As duas empresas que participaram da mesa aderiram mobi-

    lidade e ao BYOD, com o suporte de uma poltica de uso que de ne

    claramente quais as regras do que pode ser feito ou no pelos cola-

    boradores com o uso de smartphones e tablets, no que diz respeito

    segurana de informao corporativa e regras trabalhistas. Para tanto,

    a implantao dos projetos contou com a ajuda de orientao jurdica

    especializada para superar, antes de tudo, desa os internos: o alinha-

    mento entre TI e o departamento jurdico.

    O departamento jurdico tem por tradio dizer no ao BYOD.

    S que se ele disser no, isso vai extrapolar os limites e as pessoas

    vo usar mesmo assim, afirmou Mendel Szlejf. Isso acontece, na

    opinio dos debatedores, pelo prprio desconhecimento do jurdi-

    co sobre a mobilidade.

    O DEPARTAMENTO JURDICO TEM POR TRADIO DIZER

    NO AO BYODMendel Slejf, da Leroy Merlin

    JURDICO BEM ORIENTADO SE CONVERTE TOTALMENTE

    MOBILIDADEPatrcia Peck, advogada

    Foto

    s: P

    hoto

    gam

    a

    S FOMOS PARA O BYOD COM A POSSIBILIDADE DE GERENCIAR

    AS INFORMAESAndre Schineiter, da Odebrecht

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    IT FORUM DEBATE | DIREITO DIGITAL

    BLINDAGEM EM 4 PASSOS

    ITF

    por meio de uma orientao jurdi-

    ca, zemos nossa poltica de BYOD

    e a partir dela conseguimos limitar

    acesso a servios e de nir as regras

    de uso, contou o CIO.

    Com apoio do departamento

    jurdico, Schneiter explica que a

    TI criou algumas vacinas jurdi-

    cas para se resguardar no caso de

    eventuais problemas que possam

    ocorrer no futuro. Dessa maneira,

    ele a rma que foi possvel avan-

    ar nas questes sobre segurana

    da informao, sobretudo na pro-

    teo corporativa para eventuais

    questes trabalhistas. Houve at

    determinao de investimento

    por parte do departamento jurdi-

    co, em solues que permitem a

    discriminao do acesso de deter-

    minados servios de acordo com o

    per l dos usurios. S fomos para

    o BYOD com a possibilidade de ge-

    renciar as informaes e separ-las nos dispositivos para tratar o que

    pessoal como pessoal e o que corporativo como corporativo. Alm dis-

    so, montamos polticas de uso diferentes para prevenir riscos trabalhistas

    de acordo com o acesso e os servios dados ao colaborador, acrescenta.

    A empresa que no d regras informao corporativa dentro desses

    ambientes mveis uma hora ou outra ir enfrentar questes como vaza-

    mento de informao ou cobrana de hora extra. Isso no signi ca, con-

    tudo, que a melhor opo virar s costas para esse movimento que j

    acontece. Manter uma postura contra a mobilidade, concordam Patrcia,

    Szlejf e Schneiter, no medida preventiva, mas sim a possibilidade de

    criar um ambiente que no gerenciado dentro da organizao.

    Outra questo que merece alerta, segundo a advogada Patrcia, o

    compliance, indo alm de simplesmente responder auditoria as medi-

    das necessrias. Segundo ela, preciso ter procedimentos de coleta de

    logs, pois a TI responsvel por guardar todas as provas que acontecem

    na empresa, por exemplo para identi car uma fraude interna.

    A informao tem que estar alinhada entre TI e jurdico. E um jurdi-

    co bem orientado se converte totalmente para a causa da mobilidade. E

    para dar o primeiro passo, o CIO deve conscientizar o board da empresa

    de que o maior risco hoje no ter uma regra espec ca para uso desses

    dispositivos, a rmou a especialista em direito digital. Em resumo, os ris-

    cos existem, contudo, possvel estar preparado para quando eles chega-

    rem, ter as respostas e mitigar ou minimizar as perdas.

    REGRA CLARA: AS REGRAS DE USO DEVEM ESTAR BEM CLARAS E EXPLCITAS AOS COLABORADORES, O QUE PODE SER FEITO COM A AJUDA DE RECURSOS HUMANOS

    A ADVOGADA PATRCIA PECK INDICA O ROTEIRO PARA IMPLANTAO DO BYOD CAPAZ DE ENDEREAR QUESTES DE NVEL TECNOLGICO, QUANTO NORMATIVO E CULTURAL

    PENALIDADE:EM CASO DE DESCUMPRIMENTO DAS POLTICAS DE USO, A COMPANHIA DEVE COBRAR AS CONSEQUNCIAS JUNTO AOS USURIOS

    MONITORAMENTO: IMPLANTAR FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO A NICA FORMA DE GERIR COMO AS INFORMAES ESTO SENDO TRATADAS PELOS USURIOS

    ACULTURAMENTO: AQUI TAMBM ENTRA O SUPORTE DO RH PARA INCENTIVAR O USO CORRETO DOS MECANISMOS DE ACESSO S INFORMAES

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    IT FORUM DEBATE | INTEGRAO

    INTEGRAO: DESAFIO ETERNO?

    ENTRE LEGADO E MUNDO DIGITAL, GESTORES DE

    TECNOLOGIA SEGUEM COM DESAFIO DE INTEGRAR

    A ANTIGA TI COM AS POSSIBILIDADES

    OFERECIDAS POR MODELOS COMO O DE NUVEM

    La