revista inox - ed. 36

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MAIS INOX NA CENA PAULISTANA MAIS INOX NA CENA PAULISTANA Publicação da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox – Janeiro / Março de 2011 36 FACHADA DA ESTAÇÃO BUTANTÃ DO METRÔ SE DESTACA NA PAISAGEM DE SÃO PAULO ACADEMIAS A CÉU ABERTO EQUIPAMENTOS DE MUSCULAÇÃO EM INOX GANHAM AS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO PRÊMIO INOVINOX 2010 CONFIRA OS TRÊS PROJETOS VENCEDORES QUE INCENTIVAM O USO DO INOX MOBILIÁRIO URBANO COMO ARQUITETOS PODEM TIRAR PARTIDO DAS VANTAGENS E PROPRIEDADES DO INOX

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Revista Inox - Ed. 36

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MAIS INOX NA CENA

PAULISTANA

MAIS INOX NA CENA

PAULISTANA

Publicação da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox – Janeiro / Mar ço de 2011

36

FACHADA DA ESTAÇÃO BUTANTÃDO METRÔ SE DESTACA

NA PAISAGEM DE SÃO PAULO

ACADEMIAS A CÉU ABERTOEQUIPAMENTOS DE MUSCULAÇÃO EM INOX GANHAM AS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO

PRÊMIO INOVINOX 2010CONFIRA OS TRÊS PROJETOS VENCEDORES QUE INCENTIVAM O USO DO INOX

MOBILIÁRIO URBANOCOMO ARQUITETOS PODEM TIRAR PARTIDO DAS VANTAGENS E PROPRIEDADES DO INOX

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negócios ..........................................................................6Academias à beira-mar adotam equipamentos de inoxRio de Janeiro e outras cidades do país

ganham academias ao ar livre, com

aparelhos de musculação em inox.

Material resiste à corrosão, à poluição

e dispensa manutenção

entrevista ..............................................................10Acessibilidade no ambiente urbano A arquiteta Eliete Mariani fala sobre a

substituição de corrimãos nas estações do

Metrô de São Paulo por elementos de aço

inox, que reduzem custos de manutenção

capa ........................................................................................................................................................16Inox reveste fachada da Estação Butantã do Metrô, em SP Formas sinuosas e inclinadas compõem a inusitada volumetria

da fachada de inox da estação Butantã do Metrô,

da Linha Amarela, na capital paulistana

JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 3

sumário

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1610

O aço inoxidável vem conquistando cada vez mais espa-

ços em grandes obras públicas no país como mostramos

nessa edição da Revista Inox. O destaque é a presença do

material na estação Butantã do Metrô de São Paulo, cuja

fachada de inox se sobressai na cena paulistana e também

seu grande potencial de uso em mobiliário urbano.

Em razão de suas propriedades físicas e estéticas, além

de ser um produto nobre, moderno e bonito, suas caracte-

rísticas como resistência à corrosão e facilidade de limpeza

o tornam imbatível como opção que resiste às mais seve-

ras condições de uso e que ajudam a reduzir os investi-

mentos públicos em manutenção, já que seu longo ciclo de

vida compensa um possível custo inicial mais alto.

Utilizado em estruturas e itens de segurança, o aço ino-

xidável responde aos critérios de segurança e conforto dos

usuários, fundamentais nos projetos de equipamentos de

mobiliário urbano. Leve e ao mesmo tempo robusto, conse-

gue suportar agressões do ambiente sem se deteriorar.

Leia também o artigo que trata da avaliação do custo ini-

cial de investimento do aço inox, considerando que, apesar

de mais elevado, apresenta melhor relação custo-benefício

quando aplicada a metodologia do Custeio de Ciclo de Vida

(CCV) em equipamentos públicos. Esse método leva em

conta, além dos investimentos, todos os demais custos

existentes durante as diferentes fases do ciclo de vida. Ou

seja, desde produção, transporte, instalação, operação,

manutenções, desativação, reposição, reuso e reciclagem

dos materiais residuais.

Apesar dessas enormes vantagens, no Brasil a utilização

do aço inoxidável em equipamentos urbanos ainda está

muito abaixo do desejável, considerando os aspectos rela-

cionados à sustentabilidade, economia de custos de manu-

tenção e otimização de recursos públicos.

Conheça também os três projetos vencedores da primei-

ra edição do Prêmio InovInox, para estudantes de arquite-

tura e design, cujos trabalhos, em sua maioria, foram consi-

derados de alto nível pelos jurados.

Leia ainda reportagem sobre a empresa Muscle Beach

que criou as academias a céu aberto no país, começando

pelo Rio de Janeiro, onde os equipamentos de musculação

e ginástica são fabricados em inox a fim de resistir ao

ambiente marítimo.

Boa leitura!

O GRANDE POTENCIAL DO INOX EM OBRAS PÚBLICAS URBANAS

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prêmio ................................................................................22InovInox: conheça os três vencedores Primeira edição do Prêmio InovInox, para

estudantes de arquitetura e design, cumpre

objetivo de ampliar as aplicações do inox

no país e revela trabalhos de alto nível

evento ........................................................................................................................26Visitantes aprovam Feinox e Coninox 2010Nível de satisfação do público visitante foi alto

e 96% consideraram a feira como boa oportunidade

de prospectar negócios, adquirir conhecimentos

e fazer networking

artigo..........................................................................................................................28Mobiliário urbano em aço inoxidável Com ciclo de vida longo, o aço inox é, na maioria dos

casos, a opção mais interessante em termos de custos

e resistência para uso em peças de mobiliário urbano

seção ........................................................................................................................33Notícias InoxAs novidades das empresas que compõem

a cadeia produtiva do Inox

Publicação da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox

Av. Brigadeiro Faria Lima, 1234 cjto. 141 – cep 01451-913

São Paulo/SP – Fone (11) 3813-0969 – Fax (11) 3813-1064

[email protected]; www.nucleoinox.org.br

Conselho Editorial: Celso Barbosa, Francisco Martins,

Osmar Donizete José e Renata Souza

Coordenação: Arturo Chao Maceiras (Diretor Executivo)

Circulação/distribuição: Liliana Becker

Edição e redação: Ateliê de Textos – Assessoria de Comunicação

Rua Desembargador Euclides de Campos, 20, CEP 05030-050; São Paulo (SP);

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Diretora de redação e jornalista responsável: Alzira Hisgail (Mtb 12326)

Editora: Heloisa Medeiros; Repórter: Adilson Melendez

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Salvador E. Giammusso Fhº - (11) 9137-2516 [email protected]

Para anunciar: Tels.: (11) 4208-4447 / 4133-0415 - Dulce

(11) 9178-0930 - Junior; (11) 9137-2516 - Salvador

Edição de arte e diagramação: Francisco Milhorança

Serviço de fotolito e impressão: Estilo Hum

Foto da capa: Marcelo Scandaroli

A reprodução de textos é livre, desde que citada a fonte.

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Malhar ao ar livre, na orla marí-

tima ou em praças com muito

verde e ainda por cima de

graça. Essa é uma combinação que

está caindo no gosto da população das

grandes cidades. No Rio de Janeiro,

com a implantação do Projeto Rio Praia

Maravilhosa, que contempla a orla

carioca com a instalação de 40 novos

conjuntos de equipamentos para alon-

gamento e ginástica, é uma tendência

sem volta. Além disso, professores de

educação física ficam disponíveis para

avaliações gratuitas, orientação espe-

cializada e auxílio à população na práti-

ca continuada de atividades físicas.

Mas o mais importante é que os equi-

pamentos são produzidos em aço inoxi-

dável, material resistente à corrosão e à

poluição, o que aumenta sua vida útil e

dispensa manutenção constante. A ini-

ciativa pioneira é da empresa Muscle

Beach, sediada no Rio de Janeiro, onde já

montou unidades nas cidades de

Búzios, Rio de Janeiro, Campos, Cabo

Frio e Macaé, além de academias ao ar

livre instaladas em Vitória (ES), Toledo

(PR), entre outros municípios.

O empresário Marcus Vinicius de

Moraes Correia, diretor da Muscle

Beach, se inspirou quando fez uma via-

gem à Califórnia, em 1996. Lá, ele par-

ticipou do Campeonato Pan-Americano

de Jiu-Jitsu e conheceu a academia ao

ar livre de Venice Beach, famosa praia

de Los Angeles (veja Box). “Porém, ao

contrário das academias que implanta-

mos no Brasil, a americana utiliza equi-

pamentos de aço carbono, que preci-

sam ser trocados a cada três ou quatro

anos. No Brasil, acredito sermos os úni-

cos a utilizar os equipamentos de mus-

culação em aço inox. Com isso, a dura-

bilidade é muito grande, evitando

investimentos constantes em trocas e

em manutenção”, explica Correia.

Os primeiros projetos foram desen-

volvidos junto a governos municipais,

que enfatizaram o caráter social e turís-

tico. O sucesso foi imediato. Existem

diferentes modelos de academias. Elas

podem ser projetadas para atender à

população em locais públicos, como

praças e praias, ou podem ser configu-

radas para hotéis, resorts, empresas,

academias particulares e residências

de campo ou praia.

Segundo ele, as academias implanta-

das pela Muscle Beach são lugares

democráticos. “Promovem o convívio

harmonioso entre pessoas de diferentes

classes e idades. Um projeto como este

mostra a preocupação, de um governo

ou empresa, em oferecer a uma boa par-

6 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011

negócios

Equipamentos de ginástica e musculação

ganham as praias do Rio de Janeiro, além de

outras cidades brasileiras. A Muscle Beach,

empresa que produz os aparelhos em inox, é

pioneira na montagem das academias ao ar livre,

que estão conquistando a população

INOX A SERVIÇO

Equipamentos de inox paraginástica no Rio

Foto

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DA BOA FORMA

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Há muito tempo a população dos Estados Unidos cultua o fitness. A paixão começou na década de 30, no Sul da Califórnia, na Praia de Santa Mônica,num lugar batizado depois de Muscle Beach.No começo, o foco dos jovens era a ginástica,aliada à diversão. Mas, depois, durante asdécadas de 1930, 1940 e 1950, homens emulheres se reuniam ali para praticar saltos,acrobacias e torres humanas. A fama desse movimento se espalhou ecresceu tanto que, nos fins de semana, atédez mil pessoas compareciam à praia paraacompanhar as performances.

Em 1959, o espaço de Santa Mônica foifechado. No entanto, logo em seguida, a praiavizinha Venice vinha ganhando espaço emrelação às atividades físicas, com umpequeno número de levantadores de peso,que se exercitavam lá. Comprada e operadapelo Departamento de Recreação e Parques da Prefeitura de Los Angeles, a Academia "The Pen" passou a ser o local dos entusiastas do culto ao físico e à saúde. E acabou virando moda.Mais tarde, durante os anos 1960 e 1970, a academia passou a ser chamada, pelosmoradores e visitantes, de Muscle Beach.

O investimento do governo alcançou US$ 500 mil e possibilitou a montagem deuma infraestrutura tornando-se famosa nomundo inteiro. Mas, em relação ao projetobrasileiro, essa academia apresenta algumasdiferenças. Além de não ser gratuita, possuiequipamentos mais simples, fabricados emaço carbono, o que ocasiona um aceleradoprocesso de oxidação. Por isso, o objetivo daMuscle Beach brasileira foi adotar uma visãode longo prazo e de economia de recursospara as prefeituras, desenvolvendo aparelhosem aço inox, com maior vida útil e resistênciaà atmosfera marítima.

SONHO CALIFORNIANO

cela da população a chance de um con-

vívio social. É um lugar de diversão, con-

vivência e saúde”, destaca Correia.

AÇO INOX 304Além de sua beleza e facilidade de

limpeza, os equipamentos são fabrica-

dos com perfis retangulares de aço inox

304 (austenítico), de acabamento poli-

do, que oferece alta resistência à corro-

são e à exposição a agentes agressivos

presentes nas áreas urbanas. A Muscle

Beach possui uma unidade de produção

própria na Ilha do Governador (RJ), e

conta também com parceiras que, em

certas épocas, atuam como fornecedo-

ras, fabricando projetos sob licencia-

mento da empresa.

Os principais equipamentos são apa-

relhos de musculação e ginástica, com

mancais especiais importados dos EUA.

Utilizam estofados como os de embar-

cações, iates e lanchas de lazer, que

têm resistência à chuva, ao vento e aos

raios solares. “Em um novo equipamen-

to, um módulo de ginástica e alonga-

mento, implantado na orla do Rio de

Janeiro, utilizamos ‘madeira plástica’ no

piso, material que além de ser reciclado

é mais econômico, tanto do ponto de

vista da manutenção como em durabili-

dade”, destaca Correia.

Com equipes de manutenção dos

equipamentos instalados na orla do

Rio, a principal medida de segurança é

a presença obrigatória de profissionais

de educação física durante o uso dos

equipamentos pelos alunos. De acordo

com Correia, como o projeto envolve

saúde, esporte, turismo e integração

social, as academias ao ar livre são

amplamente aceitas pelo público e,

nestes 12 anos de história, já são mais

de 150 mil pessoas cadastradas no

projeto, e mais de 30 unidades implan-

tadas pela Muscle Beach.

“Nossos projetos têm financiamento

privado (patrocinadores) e público

(prefeituras municipais). Hoje, conta-

mos com grandes empresas como par-

ceiras, entre elas, os bancos Santander

e Itaú, além da CSN, Amil, patrocinadora

desde 2005, e a Cedae”, conta Correia.

Heloisa Medeiros

Fabricados com perfis retangulares de aço inox 304 polido, equipamentos têm alta resistência à corrosão

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entrevista

Estações do Metrô de São Paulo buscam acessibilidade universal A arquiteta Eliete Mariani, da Gerência de Operações

da Companhia do Metropolitano de São Paulo, vem

acompanhando as alterações realizadas nas estações para

que elas possam atender aos usuários com necessidades

especiais e dificuldades de mobilidade. Nessa entrevista

à Revista Inox, Eliete fala sobre acessibilidade

e explica os motivos da substituição dos corrimãos

de todas as estações pelos de aço inoxidável

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Atualmente todas as estações do Metrô de SãoPaulo possuem corrimãos de aço inox. Por que ocor-reu a troca?

As estações tinham dois tipos de corrimãos. Um

deles, em aço inox, com seção retangular, presen-

te nas estações mais antigas. Era belíssimo, de

design italiano, mas não apresentava continuidade

entre os trechos de escadas, nem a empunhadura

exigida pelas normas de acessibilidade. Para o

portador de deficiência visual, a falta de continui-

dade gera uma enorme insegurança. Esse tipo de

corrimão também não oferecia apoio seguro para

as pessoas mais idosas, ou com alguma deficiên-

cia motora, pois não conseguiam segurá-lo com

firmeza por ser retangular. O outro modelo, presen-

te nas estações mais novas, era em alumínio, de

seção redonda, com 6,5 cm de diâmetro, dimen-

são considerada muito grande para empunhadura

e que também não nos permitia resolver o proble-

ma da continuidade.

As peças foram substituídas em todas as esta-ções? Como foi essa operação?

Foi uma revolução porque precisávamos trocar

todos os corrimãos de todas as estações. Para de-

cidir qual material empregar, entre outras exigên-

cias, era preciso estimular o usuário a fazer uso do

corrimão. As pessoas só seguram naquilo que

olham e consideram limpo. Ninguém coloca a mão

num corrimão mal pintado ou, muitas vezes, enfer-

rujado. E se não segura, a pessoa corre o risco de

se acidentar. Como o aço inoxidável permite uma

limpeza mais fácil e, mesmo que não ocorra uma

limpeza frequente, mantém um bom aspecto, opta-

mos por ele. Além da facilidade de limpeza, tem

uma durabilidade muito grande, como é necessário

numa estação. Esse material não enferruja, não

desgasta e permite encaixes com solda, tornando

possível fazer todas as curvas necessárias para

emendas nos trechos de escadas, resolvendo a

questão da continuidade.

Chegou-se a estudar o uso de outros materiais?O aço carbono seria uma alternativa inicialmente

mais econômica, mas teria de ser pintado. E não con-

seguimos viabilizar uma pintura que resistisse ao

desgaste provocado pelo tráfego de pessoas em uma

estação de Metrô. Tudo o que é pintado e que as pes-

soas precisam colocar a mão vai, necessariamente,

se desgastar. De uma forma geral, nas estações pro-

curamos ter materiais de acabamento íntegro, de

modo que mesmo que ocorra o desgaste sua aparên-

cia não mude. Por exemplo, o granito do piso de algu-

mas estações pode se desgastar, mas o aspecto con-

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tinua sendo o mesmo. Com

o aço inoxidável, ocorre a

mesma coisa. Ele pode ser

tocado por muitas pessoas,

ir se desgastando, mas

mantém sempre o mesmo

aspecto. Fizemos estudos

junto com uma empresa que trabalha com o mate-

rial, sobre qual seria o brilho ideal no acabamento.

Procuramos um equilíbrio para que o inox não

ficasse marcado pelo contato das mãos e também

não fosse áspero demais, a ponto de dificultar o

correr das mãos e as operações de limpeza. Com o

alumínio, já tínhamos experiências em várias esta-

ções, mas, com o uso, a camada de anodização se

desgastava.

Quanto tempo demorou o processo de substitui-ção dos corrimãos?

Como empresa pública, existe todo um processo

para contratação de serviços, que foi cumprido.

Depois disso, foram cerca de dois anos para fazer a

substituição em todas as estações. O resultado foi

bastante satisfatório sob todos os aspectos.

Além dos corrimãos, o Metrô emprega o aço inoxem outros acabamentos?

O projeto do Metrô, que data do final dos anos

1960 antevia a necessidade

de contar com materiais re-

sistentes ao uso público. Nas

estações mais antigas, da Li-

nha 1 – Azul, os edifícios são

de concreto, os pisos em gra-

nito e há vários itens em aço

inoxidável, como corrimãos, acabamento de muretas

de concreto e fechamentos de quadros elétricos ou

de outros tipos de quadros. Em todos os acabamen-

tos que estavam ao alcance do público optou-se pelo

aço inox pois, além de ser resistente, tem aspecto

agradável. Já nas estações da Linha 3 – Vermelha,

procurou-se fazer acabamentos mais econômicos.

Com o tempo, verificou-se que a economia inicial não

compensava os gastos com a manutenção. No proje-

to de novas estações, no final dos anos 90, foi feito

um balanço do que deu certo ou não, e voltamos

para o aço inoxidável. O aço carbono ainda é usado

em áreas externas, em acessos distantes, pois, há

problema de furto em razão do valor do aço inox.

Nas mais de duas décadas de trabalho no Metrô,como você acompanhou a adequação das estaçõesàs necessidades de usuários portadores de defi-ciência física?

Desde 1992, quando me formei em arquitetura,

atuo na área de acessibilidade. Inicialmente, o que me

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“O aço inoxidável pode ser tocado por muitaspessoas, ir se desgastando,

mas mantém sempre amesma aparência”

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chamou a atenção para o assunto foi a constituição

da Associação Amigos Metroviários dos Excepcio-

nais (AME). Eu e o presidente da associação traba-

lhávamos em áreas próximas e conversávamos

bastante. Tomei consciência de que essas pessoas

não são incapazes, podem e devem produzir. Na

época, já existiam entidades que atuavam em favor

das pessoas portadoras de deficiência, mas eram

pouco conhecidas. Mas, os movimentos foram

aumentando e surgiu legislação obrigando empre-

sas a contratarem pessoas nessas condições. As-

sim, os meios de transporte passaram a ter grande

foco com relação à acessibilidade. Foi uma época

de movimento muito intenso para a criação de

legislação e normas. Não existiam parâmetros téc-

nicos detalhados sobre o que as pessoas realmen-

te precisavam para utilizar, de maneira autônoma e

segura, um trem ou um ônibus, como, por exemplo,

o tamanho ideal de uma porta ou inclinação ade-

quada de uma rampa.

Na época, não existiam normas sobre o tema?Já existia a NBR 9050, que trata da acessibilida-

de nas edificações, mas que, na época, apresenta-

va poucos detalhes. Essa norma começou a ser

revisada no final de 1999. Mas o período da revisão

se estendeu, pois eram muitos dados a abranger ao

máximo as especificidades. Assim, a revisão da

norma foi aprovada em 2004. No caso dos corri-

mãos, por exemplo, participaram das reuniões mui-

tas pessoas portadoras de deficiência, que expu-

nham seus pareceres. Contamos com terapeutas

ocupacionais, que conhecem profundamente as

diversas especificidades, e todos puderam chegar

a um consenso. Se você conversa com um portador

de deficiência, ele fala da sua necessidade particu-

lar, mas quando se pensa em ambiente público é

necessário se considerar o maior número de

necessidades existentes. É preciso ir pela maioria,

considerando-se todas as dificuldades. São neces-

sários estudos técnicos. Foi dessa forma que che-

gamos, por exemplo, aos diâmetros de corrimãos e

suas formas, às inclinações de rampas, ao tipo de

guarda-corpo e à sinalização tátil no piso, item que

todos reconheciam como necessário, mas que até

aquela ocasião ninguém sabia o que era ideal.

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Como se deu o processo de adequação às normasde acessibilidade no Metrô?

O Metrô sempre se preocupou com o conforto,

segurança, limpeza, padrão de atendimento, entre

outros itens de qualidade. A acessibilidade não era

um conceito difundido pela sociedade décadas

atrás. Mas, com a disseminação do conceito de

inclusão de pessoas portadoras de deficiência hou-

ve necessidade de se adequar edifícios e serviços.

As estações já contavam com escadas rolantes. Já

as estações da Linha 3 – Vermelha e Linha 2 – Verde

foram concebidas com elevadores e rampas, e a

Companhia possuía um serviço de atendimento,

com empregados treinados para atender e conduzir

portadores de deficiência. Porém, conforme mencio-

nei anteriormente, não havia parâmetros técnicos

rigorosamente definidos e passamos, então, a rece-

ber visitas de entidades e portadores de deficiência

para ouví-los e analisar a questão. Isso ocorreu em

consonância com os movimentos de revisão e elabo-

ração das normas técnicas, culminando com a publi-

cação do Decreto Federal Nº 5.296, em 2004. Este

estabelece parâmetros e prazos para que todos os

edifícios públicos e meios de transporte se tornem

acessíveis. E faz referência às normas técnicas de

acessibilidade, dando-lhes força de lei. O Metrô ela-

borou então um plano de adequação de suas esta-

ções e trens, que está em fase final de implementa-

ção, antecipando o prazo de dez anos.

As normas foram aprovadas em 2004, há quasesete anos. Elas estão atualizadas?

As normas estão passando novamente por uma

revisão. Mas não deve mudar muita coisa em relação

ao que nós já temos adaptado. Está em vias de ser

publicada uma norma específica – tra-

balho que coordenei – sobre piso tátil.

Apesar de abordar esse item, a NBR

9050 versão 2004, não fechou todas

as questões. E o piso tátil é um item

de acessibilidade ainda pouco conhe-

cido. Certos itens de acessibilidade

são mais simples de serem conheci-

dos e resolvidos. Em rampas, por

exemplo, uma vez definidas a inclina-

ção e a largura, fica fácil aplicar, aten-

dendo-se um grande número de pes-

soas em cadeiras de rodas. Já para

pessoas portadoras de deficiência

visual, é mais complicado orientar quanto ao caminho

a ser percorrido. Um dos aspectos a serem considera-

dos é a variação de visão que essas pessoas muitas

vezes têm. Estima-se que 85% tenham baixa visão e

conseguem visualizar luzes. É por isso que fazemos

os pisos táteis com cores diferentes. Tão importante

quanto a textura tátil é o contraste de cor.

Foi o Metrô ou grupo participante das normas quelevantou esses dados?

Foi o grupo responsável pela norma. Mas o Metrô

participou intensamente. Fizemos testes para ter-

mos referências, já que a melhor forma de você ter

certeza é fazer na prática. E sempre colocamos

para a sociedade aprovar ou não. Diversas entida-

des voltadas aos portadores de deficiência partici-

param da elaboração da norma.

Atualmente, o Metrô de São Paulo atende a todas asnecessidades dos portadores de deficiência física?

Ele está preparado para atender, mas é importan-

te que as pessoas conheçam melhor esses recursos.

Alguns itens, como o piso tátil, por exemplo, são me-

lhor utilizados por pessoas que recebem treinamen-

to. Os especialistas recomendam que pessoas porta-

doras de deficiência visual sejam treinadas para cir-

cular em ambientes públicos, pois essa orientação

sobre mobilidade passa informações importantes de

segurança e facilita o deslocamento. Os projetos de

adequação foram todos concebidos baseados em

padronização. Dessa forma, essas pessoas poderão

encontrar soluções semelhantes em estações dife-

rentes, aumentando sua autonomia e segurança.

Adilson Melendez

“Os especialistasrecomendam que pessoasportadoras de deficiênciavisual sejam treinadas para usar o piso tátil a fim de circular emambientes públicos comsegurança e facilidade no deslocamento”

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capa

Formas sinuosas einclinadas compõem a inusitada volumetriadas fachadas de inox da estação Butantã doMetrô, em São Paulo

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INOX DESTACA ESTAÇÃODE METRÔ NA PAISAGEMDE SÃO PAULO Aço inoxidável que

reveste fachada da

estação Butantã, da

Linha Amarela do Metrô

paulistano, altera para

melhor o cenário urbano

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Numa vizinhança de construções semi-anônimas e

entorno pouco atrativo, o edifício da nova estação

Butantã do Metrô de São Paulo desperta a atenção em

função de pelo menos dois motivos. Em primeiro lugar vem o

gabarito mais alto, pois raramente as estações de Metrô são

verticalizadas. E a inusitada volumetria de suas fachadas, reco-

bertas de aço inox, uma delas sinuosa, acompanhando a curva-

tura do poço de acesso à área de embarque, e outra inclinada.

A estação Butantã, um dos pontos de parada da Linha 4 –

Amarela, faz parte do ramal que ligará a Vila Sônia (zona

oeste) à Luz, região central da capital paulista. Em janeiro,

as obras físicas da estação estavam praticamente concluí-

das e o terminal de ônibus a ela acoplado também se encon-

trava em fase final. A previsão é de que o conjunto comece a

operar no primeiro semestre desse ano.

O prédio mais alto, onde fica a área de acesso para quem

vem da rua, e as salas técnicas e operacionais da estação,

nos pavimentos superiores, faz

conjunto com um bloco de embar-

que complementar, mais baixo e

envidraçado, com testeira em aço

inox. Este se liga ao terminal de

ônibus, a um edifício com bicicletá-

rio, sanitários e salas comerciais.

Atualmente, o procedimento adota-

do pelo Metrô é que o projeto conceitual da arquitetura de

suas estações seja criado internamente por funcionários do

departamento de arquitetura. Numa outra etapa, a compa-

nhia delega a outras equipes o desenvolvimento dessa con-

ceituação. No caso da estação Butantã, o consórcio vencedor

da licitação entregou a incumbência de aprofundar o estudo

preliminar à Themag Engenharia, que subcontratou a Tetra

Arquitetura para formatar o projeto executivo do conjunto.

RECORTE E SOBREPOSIÇÃOO arquiteto Arno Hadlich, da equipe da Tetra, conta que a

estação Butantã encontrava-se volumetricamente definida

e a opção inicial para o revestimento das fachadas eram os

painéis de alumínio composto (ACM). “As primeiras anima-

ções em 3D que criamos foram com base nesse material

em tom azul”, informa. No entanto o aço inoxidável se

mostrou competitivo. “Nesse momento, o consórcio avaliou

que poderia ser mais interessante

aplicar o aço inoxidável”, relata Ha-

dlich. Entre outros motivos, acres-

centa o arquiteto, por tratar-se de

um material que praticamente dis-

pensa manutenção.

A solução para o projeto do siste-

ma de instalação idealizada em con-

Chapas dobradas de inox foram especificadas por suaresistência à ação do vento

e redução nos custos demanutenção

Bloco de embarque complementar, mais baixo e envidraçado, com testeira em aço inox que se liga ao terminal de ônibus

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junto pela Aperam, que fabrica o material, e pela Sul Metais, res-

ponsável pela conformação das peças e instalação, avalizada

pelos arquitetos da Tetra, levou em consideração os aspectos

estéticos, concebidos pela arquitetura, e os técnicos, de

desempenho do material e a facilidade de instalação na obra.

A Aperam, fabricante do aço inoxidável no Brasil, demons-

trou que o material tem versatilidade para atender às formas

curvas e inclinadas previstas no projeto de arquitetura. Além

da durabilidade e baixa manutenção, importantes nesse tipo

de aplicação, devido ao alto tráfego de pessoas.

Os autores buscavam algo diferente, inovador. A Aperam

propôs então uma solução bastante utilizada na Europa, onde

a tendência é fazer fachadas com chapas não planas. As vanta-

gens são a repetição aliada à versatilidade e a viabilidade

econômica, trabalhando com painéis menos espessos, sem

perda das características do material. No caso da estação

Butantã, trata-se de um sistema modular simples e fácil de

instalar e uma opção bastante competitiva.

RESISTÊNCIA AO VENTO“Os estudos preliminares de arquitetura e de viabilidade

técnica nos indicaram que seria possível aplicar chapas de

menor dimensão e espessura, para garantir a planicidade e

a resistência mecânica”, explica Adriano Dal Colina, diretor

da Sul Metais que fez o beneficiamento e instalação das

réguas de inox. Na obra, foi utilizado o aço inoxidável 444

(ferrítico) com espessura de 0,80 mm e acabamento esco-

vado, tanto na fachada como nas áreas internas.

“Testes em laboratório simularam ventos de até 150 quilô-

metros por hora, tanto com forças de pressão, como de arran-

camento. O material mostrou-se resistente e confiável”, asse-

gura Hadlich. As chapas de aço inox estão encaixadas em uma

estrutura metálica que, por sua vez, fica ancorada na alvenaria

de blocos de concreto da estação. Em ambos os lados da edifi-

cação, existem aberturas circulares, além de recortes retangu-

lares envidraçados com as laterais menores arredondadas.

Durante a conformação do material, a Sul Metais desen-

volveu um sistema de fixação que dispensa o uso de parafu-

sos. “A aplicação é feita através de um esquema de encaixes

que garantiu agilidade, alinhamento e prumo, além da es-

tanqueidade de toda a fachada”, detalha Colina.

O resultado é uma edificação com personalidade marcan-

te que, de fato, se sobressai no entorno. “Atualmente, bus-

cam-se condições diferentes das estações da primeira linha

1 – Azul, cujas edificações praticamente desapareceram na

malha urbana”, justifica o arquiteto da Tetra. O revestimento

em aço inoxidável, no caso da estação Butantã, e das super-

fícies de intenso colorido nas fachadas das estações Faria

Lima e Paulista, são exemplos dessa orientação.

Bem visível na face externa da estação, o aço inoxidável

também está presente no interior do prédio. Desde os fecha-

mentos dos painéis elétricos que protegem a cablagem, até

nas catracas de acesso e nos corrimãos, além dos armários,

onde aparecem combinados com outros materiais como o alu-

mínio anodizado e alumínio composto colorido. Foram tam-

bém as superfícies internas de aço inox que o engenheiro Pli-

nio Godoy utilizou para inserir a iluminação. “O material reflete

melhor a luz e apresenta melhor rendimento”, atesta Hadlich.

CONFORTO DO USUÁRIOSegundo Hadlich, na concepção arquitetônica de esta-

ções de Metrô não se pensa unicamente no edifício, mas,

sobretudo, nas sensações que provocará nos usuário e nos

funcionários. Até 2004, Hadlich foi funcionário do departa-

mento de arquitetura da companhia e integrou a equipe que

definiu as diretrizes da implantação do ramal 4.

Ele argumenta que a arquitetura das estações busca satis-

fazer ao usuário em termos de conforto ambiental e visual,

mesmo no curto espaço de tempo que as pessoas permane-

cem no local. “A visão de arquitetura deve atender aos padrões

da companhia no que se refere às circulações e iluminação,

Durabilidade e baixa manutenção do inox são importantes devido ao altotráfego de pessoas

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mas, sobretudo, precisa fazer com que o usuário se sinta con-

fortável”, reforça. Esse é um dos motivos de o Metrô de São

Paulo praticamente não registrar atos de vandalismo. “O usuá-

rio tem a percepção de estar sendo bem tratado se o espaço é

agradável. Esse respeito ao patrimônio deve-se ao acerto quan-

to à arquitetura das estações”, destaca o arquiteto.

Adotado em maior escala na estação Butantã, na verdade, o

aço inoxidável está presente no Metrô de São Paulo desde o

começo, tanto em função da beleza quanto de suas qualidades

típicas, como, por exemplo, a baixa manutenção e resistência

ao vandalismo. Em todas as estações, os corrimãos são fabri-

cados exclusivamente com inox. Porém, o inox ainda sofre o

preconceito de ser um material caro, o que é um mito, já que há

algum tempo vem se tornando competitivo em termos de cus-

tos iniciais. Sem falar do custo/benefício proveniente de sua

durabilidade e resistência à corrosão, que praticamente elimina

custos de manutenção. “Quando me perguntam sobre a esta-

ção Butantã e informo que o aço inoxidável foi mais barato que

o alumínio, as pessoas ficam surpresas”. A estação Butantã,

avalia Hadlich, pode contribuir para desmistificar essa imagem.

Adilson Melendez

JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 21

Em função da beleza, baixa manutenção e resistência ao vandalismo, o inox foi adotado em grande escala na estação Butantã, tanto nas áreas externas como internas

As réguas da fachada são de aço inox 444 (ferrítico) com espessura de 0,80 mm

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A tarefa do júri de escolher os melhores trabalhos, entre os

67 projetos inscritos, para o primeiro Prêmio InovInox

2010, promovido pela Associação Brasileira do Aço

Inoxidável – Núcleo Inox, Falmec e Departamento de Design da

PUC Rio, não foi fácil. A grande maioria apresentou um alto nível

técnico e de criatividade. Os vencedores foram Bike-E, que con-

quistou o primeiro lugar, de Eduardo Machado e Leone Fragassi,

da Faculdade de Design Mauá; Suporte para refeição, segundo

lugar, de Marcelo Coelho Pereira, Nathalia Siqueira Totti e Alvaro

Assis Pontes, da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e Uten-

sílios de cutelaria, com terceiro lugar, de Alex Braga Tonda, Timon

Eidi Tio e Raphael de Barros Costa, do Centro Universitário Senac.

prêmio

A primeira edição do Prêmio

InovInox para estudantes

de arquitetura e design foi

um sucesso. Os trabalhos,

em sua maioria, foram

considerados de alto nível

pelo júri. Criada pela

Associação Brasileira do

Aço Inoxidável – Núcleo

Inox, Falmec e PUC-Rio, a

premiação visa ampliar as

aplicações do inox no país

DESIGN DE ALTA

QUALIDADE

Primeiro colocado:

Bike E, bicicleta

conceitual de inox,

assistida por motor elétrico

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A unanimidade entre os promotores

da prêmio e jurados foi a de que primei-

ra edição do Prêmio InovInox foi um

sucesso. O objetivo da premiação, de

incentivar o uso do inox, tirando partido

de suas qualidades, foi totalmente atin-

gido e os participantes conseguiram

explorar com o máximo de proveito a

oportunidade oferecida. O júri do con-

curso, formado por profissionais da

Associação Brasileira do Aço Inoxidável

– Núcleo Inox, Falmec do Brasil, Casa

Cor e Aperam, também contou com

designers atuantes no mercado nacio-

nal e professores universitários de fa-

culdades de Design. Segundo Helio

Levcovitz, gerente de comunicação da

Falmec do Brasil, esta diversidade dos

jurados possibilitou uma riqueza de

olhares em relação aos trabalhos apre-

sentados no processo de votação. Os

projetos inscritos vieram de faculdades

de Design e Arquitetura de São Paulo,

Rio de Janeiro e Minas Gerais.

TENDÊNCIAS A tendência mais marcante dos

projetos selecionados foi a utiliza-

ção do aço inox com outros mate-

riais, tais como vidro, polímeros e

madeira. Outro dado interessante:

a maioria dos trabalhos apresenta-

dos foi acompanhada por um pro-

fessor orientador, o que mostrou

um direcionamento mais eficaz do

aluno em termos de inovação e

criatividade. Tanto que os concor-

rentes superaram todas as expec-

tativas da comissão organizadora e do

júri do concurso.

O primeiro colocado, a Bike E, bicicle-

ta conceitual de inox, assistida por

motor elétrico, foi contemplado pelo

ineditismo, criatividade e qualidade, de

acordo com os jurados. As pranchas de

apresentação do projeto surpreende-

ram a toda a equipe. O modelo foi entre-

gue em tamanho real, demonstrando o

grande empenho dos alunos.

Já o segundo lugar, o Suporte para

Refeição, que inclui suportes e tampos

de mesa que ao mesmo tempo são ban-

dejas encaixáveis, era destinado a ali-

mentação em ambientes coletivos, tais

como refeitórios, restaurantes popula-

res e universitários. O projeto havia se

destacado entre os jurados desde a pri-

meira fase. E mostrou a desenvoltura

dos alunos na concepção de um projeto

que traz a possibilidade do uso do aço

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Suporte para Refeição, segundo colocado, inclui suportes e tampos de mesa que, ao mesmo tempo, são bandejas encaixáveis

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inox no dia a dia. Um dos objetivos do

concurso era justamente estimular o

aumento da utilização do aço inox, prin-

cipalmente, em situações do cotidiano.

Utensílios de Cutelaria, terceiro colo-

cado, venceu pelo bom acabamento e

praticidade. O desafio do projeto foi

configurar um jogo de talheres com es-

tojo a partir de uma única peça plana

de inox, sem utilizar pontos de solda.

“Quando recebemos o modelo, consta-

tamos a qualidade que vimos nas pran-

chas enviadas. Critérios como ousadia

e criatividade foram muito bem utiliza-

dos. O produto está quase pronto para

entrar no mercado, claro que com os

ajustes necessários a partir do modelo

recebido”, avalia Levcovitz.

Os projetos foram enviados aos jura-

dos e cada um fez a avaliação dos tra-

balhos atribuindo notas de 1 a 5. A par-

tir dessa votação, foi ponderada a

média de cada candidato a fim de se

chegar aos três vencedores. “Com a di-

versidade de jurados, cada um estabe-

leceu os seus critérios, o que enrique-

ceu bastante o processo. Basicamente,

os critérios em comum foram criativi-

dade e inovação na utilização do aço

inox”, destaca Levcovitz.

O júri contou com dez profissionais

altamente qualificados e de diversas

áreas, entre eles, Arturo Chao Maceiras

(diretor executivo da Associação Brasi-

leira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox),

Peri Cozer Olhovetchi (da Falmec do Bra-

sil), Angelo Derenze (da Casa Cor), Arlena

Montesano (designer), Guto Índio da

Costa (designer), Natacha Rena (arquite-

ta e designer), Luciano Deos (arquiteto e

designer), Guinter Parschalk (designer),

Rogério Marques (da Mozaik) e Lua

Nitsche (arquiteta e designer).

O balanço da primeira premiação feito

pela Falmec, PUC-Rio e a Associação Bra-

sileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox foi

positivo. Tanto que para a segunda edi-

ção o prêmio será dirigida a estudantes e

profissionais de todo o Brasil. “Realizar

este concurso foi um grande prazer para

toda a equipe organizadora. Atingimos

nossos objetivos e já estamos planejan-

do novidades para a próxima edição. A

idéia é que cada vez tenhamos mais par-

ticipantes, a fim de disseminar a cultura

de utilização do aço inox, tal como é forte

em outros países”, ressalta Levcovitz.

Heloisa Medeiros

O jogo de talheres com estojo, Laslo, que foi concebido a partir de uma chapa de inox, ficou em terceiro

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1º lugar – Bike-E (prêmio de R$ 3.000,00)O projeto da bicicleta conceitual de Inox, assistida por motor elétrico, foi criado para oferecer uma opção viável de mobi-

lidade urbana sem agredir o meio ambiente, comportando-se como uma pequena moto com tração elétrica e pedal. A bici-

cleta concorre em preço com as motos de baixa cilindrada, além de ser de fácil manuseio e mobilidade. O projeto, com estru-

tura de inox, possui carcaça em material composto de fibra de carbono, aliando resistência, leveza e bom custo-benefício. A

carenagem é moldada com copolímero PETG. Os elementos estruturais encaixam-se com precisão por meio de um sistema

de pinos-rebites aeronáuticos, promovendo a manutenção fácil e harmonia ao conjunto.

2º lugar – Suporte para refeição em ambientes coletivos (prêmio de R$ 2.000,00)A proposta consiste em mesas de alimentação para ambientes coletivos, tais como refeitórios, restaurantes populares e uni-

versitários. A partir da análise do uso e do comportamento dos usuários, foram observadas necessidades e situações que defi-

niram o projeto. Entre os problemas identificados em refeitórios destacaram-se layout rígido e cansativo, difícil acesso no caso

de cadeiras fixas, além de acúmulo de resíduos, grãos, gordura e migalhas nas mesas.

O resultado foi um desenho mínimo, que desconstrói o modelo convencional e reduz

a forma a seus elementos essenciais, utilizando a versatilidade do aço inox e seu poten-

cial como material inerte em termos de facilidade de limpeza, aparência higiênica, esté-

tica e resistência. Com foco na acessibilidade, o projeto procurou a racionalidade e utili-

zação e na construção das peças com um único material, o inox, que tem baixo custo de

manutenção e é reciclável. A proposta reduziu a mesa a elementos essenciais, como a

bandeja (que comporta prato e serve como tampo encaixável da mesa) e o apoio dobrá-

vel, que confere leveza à estrutura, possibilitando várias maneiras de disposição no

ambiente, além de fácil empilhamento, tornando o espaço do refeitório multifuncional.

3º lugar – Utensílios de Cutelaria (prêmio de R$ 1.000,00)Originados a partir de uma única chapa de inox, os talheres Laslo transportam soluções de design para o mundo da gas-

tronomia. O nome do projeto é uma homenagem a Lázló Moholy-Nagy, designer e professor que lecionou na Bauhaus, com

grande experiência em esculturas de aço. O desafio do projeto foi configurar um jogo de talheres e um estojo a partir de uma

única peça plana de inox, sem utilizar pontos de solda. Seu desenho foi direcionado para resultar em linhas e princípios

minimalistas, sem descartar os aspectos ergonômicos, como a facilidade de empunhadura. O tipo de inox escolhido foi o

410, por apresentar propriedades adequadas aos utensílios de cozinha.

Ficha Técnica Faca – 330 mm de comprimento, 50 mm de largura e 8 mm de altura

Garfo - 330 mm de comprimento, 40 mm de largura e 8 mm de altura

Estojo - 350 mm de comprimento, 100 mm de largura e 12 mm de altura

• Chassi estrutural monobloco

aço inox 304

• Motor GPB Bosch 300w-3500rpm

• Rotor e escovas

• Imãs permanentes

• Tensão de trabalho 12 volts corrente

contínua

• 25 A 3500RPM

• Bateria 12v 6 chumbo selada

• Solda mg com inspeção de superfície

• Tratamento superficial com polimento

• Rodas 25”

• Cubos de freio disco inox 430

• Sistema de transmissão conjugado

Ficha Técnica

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OS VENCEDORES

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C om cerca de dois mil visitantes, a Feinox (IV Feira

de Tecnologia de Transformação do Aço Inox) e

Coninox (Congresso do Aço Inoxidável), de 2010,

alcançaram um patamar superior como eventos dos

mais importantes para a cadeia produtiva do aço inoxi-

dável. Realizado no Centro de Exposições Imigrantes,

em São Paulo, de 16 a 18 de novembro, a exposição rece-

beu profissionais de 16 estados brasileiros, com predo-

minância de 80% de São Paulo. Além disso, 76% dos visi-

tantes faziam parte de altos níveis decisórios, entre

eles, empresários, diretores, gerentes e compradores,

sendo que 40% deles do setor industrial, 10% do comér-

cio e 10% do segmento de serviços.

A pesquisa de satisfação realizada durante o evento tam-

bém mostrou um acerto quanto ao público-alvo convidado

para a feira, já que 99,5% são compradores exclusivos do

setor de inox. Porém, um número chama a atenção, 90% dos

visitantes nunca haviam ido à Feinox antes, o que significa

PÚBLICO APROVAFEINOX E CONINOX

2010O nível de satisfação do público

com o evento foi alto, pois 96%consideraram a Feinox e o Coninox

como as melhores oportunidades de

prospectar novos produtos, serviços

e adquirir conhecimentos. Cerca de

76% dos visitantes faziam parte

de altos níveis decisórios

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uma grande renovação do público interessado no setor, prova-

velmente, em razão dos novos campos de aplicação do material

na indústria de petróleo e gás, devido ao pré-sal, e ao mesmo

tempo na arquitetura e construção, além do agronegócio.

De acordo com Arturo Chao Maceiras, diretor executivo da

Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, a avalia-

ção do evento de 2010 é bastante positiva. “Dobramos a área

da feira e conseguimos um bom aumento no número de visi-

tantes. O novo local se mostrou uma ótima escolha, com infra-

estrutura adequada, o que permitirá um crescimento da feira e

do congresso nas próximas edições. Ficou evidente também a

grande qualidade, sofisticação e beleza dos estandes das

empresas expositoras”, destaca ele.

O nível de satisfação do público com o evento foi bastante

alto, pois 96% consideraram a Feinox e o Coninox como as

melhores oportunidades de prospectar novos produtos, servi-

ços e adquirir conhecimentos. Ao mesmo tempo 98% afirma-

ram que a feira apresentou as empresas mais importantes do

setor e uma grande diversidade de produtos e serviços (82%),

além de propiciar as melhores oportunidades de networking

(95%). A organização teve a aprovação de 99% dos entrevista-

dos e o local foi avaliado como adequado na opinião de 98%.

Cerca de 97,5% pretendem voltar na próxima edição e 94%

encontraram o que procuravam durante a feira de 2010.

Em sua quarta edição, o evento teve o dobro de área em

relação ao anterior (em 2008), consolidando a mostra, e

aproveitando as excelentes perspectivas de crescimento de

setores importantes para a cadeia produtiva do inox, entre

eles, o de gás e petróleo, agronegócio, com destaque para o

sucroalcooleiro e o de construção civil e arquitetura.

O Coninox, por sua vez, contou com grande participação

do público, o que comprova o acerto dos temas escolhidos e

a seleção de palestrantes de alto nível. Na avaliação a res-

peito das palestras, participantes as consideraram boas

(62,5%) e ótimas (37,5%), sendo que 87,5% assistiram até

quatro delas e um percentual de 12,5% compareceram a

todas as apresentações. “Neste aspecto, cumprimos tam-

bém nosso objetivo de fazer do Coninox um meio de levar

aos profissionais e empresários as informações valiosas

sobre tendências, tecnologia e novos campos de aplicação

do inox, com vistas à identificação de oportunidades de

negócios do setor”, garante Maceiras.

Heloisa Medeiros

56%tomam decisãode compra

20%influenciamdecisão decompra

24%não influenciamdecisão de compra

PODE

R DEDECISÃO DOS VISITANTES DA FEINOX

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28 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011

MOBILIÁRIO URBANOEM AÇO INOXIDÁVEL

artigo

Arturo Chao Maceiras*

A rquitetos e engenheiros podem aproveitar as vantagens oferecidas pelo aço inoxidável,

material versátil e adequado para muitas aplicações na arquitetura e construção civil. Até

algum tempo, o aço inox era considerado apenas em aplicações nobres. Mas, atualmente, é

uma solução efetiva, prática e competitiva em custo. Por suas características, é indicado para con-

dições de utilização e exposição sujeitas às intempéries e corrosão.

O inox é basicamente um aço com baixo carbono e adição de ao menos 10,5% de cromo, o que pro-

porciona a propriedade de resistir à corrosão. O cromo permite a formação de uma camada invisível

e resistente: o filme de óxido de cromo. Se a superfície for danificada mecânica ou quimicamente, o

filme se regenera rapidamente na presença de oxigênio, mesmo que este esteja em pequena quan-

tidade. A resistência à corrosão e outras propriedades do inox aumentam de acordo com o conteúdo

de cromo e adição de outros elementos na liga, tais como molibdênio, níquel e nitrogênio.

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Uso do aço inoxidável

em mobiliário urbano tem

aumentado

por sua resistência

ao vandalismo e

facilidade de manutenção

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JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 29

BENEFÍCIOS DO AÇO INOXIDÁVELNA ARQUITETURA• Elevada resistência à corrosão: não necessi-

tam ser revestidos com qualquer produto.

• Custo de manutenção mínimo: basta apenas

limpeza periódica com água e sabão para conser-

var o acabamento original.

• Resistência e tenacidade elevadas: as proprie-

dades mecânicas dos aços inoxidáveis permitem

utilizar seções mais esbeltas que outros materiais,

reduzindo o peso e custos sem comprometer a

resistência.

• Fácil fabricação: boa soldabilidade e conforma-

ção em operações de corte e dobra.

• Ciclo de vida longo: o aço inox é, na maioria dos

casos, a opção economicamente mais interessante

em custos, considerando seu longo ciclo de vida.

• Higiene: a facilidade de limpeza do aço inox o

transforma na opção prioritária para aplicações

onde a higiene é imperativa, tais como hospitais,

cozinhas profissionais, abatedouros e outras insta-

lações de processamento de alimentos.

• Aparência estética: o brilho e a fácil manuten-

ção da superfície do aço inox, proporcionam apa-

rência contemporânea, ideal para uma larga e cres-

cente gama de aplicações na arquitetura.

• Sustentabilidade: o aço inoxidável é um dos

materiais mais sustentáveis disponíveis para cons-

trução civil e arquitetura, pois proporciona uma

vida útil longa, não requer uso de produtos quími-

cos perigosos para limpeza e minimiza os itens e

custos de manutenção.

MOBILIÁRIO URBANODevido às suas propriedades, o uso do aço inoxi-

dável no mobiliário urbano tem aumentado subs-

tancialmente nos últimos 15 anos nas principais

capitais do mundo, por fornecer interessantes

alternativas estéticas e de projeto e pela diversida-

de de tipos de aço e acabamentos superficiais de

acordo com cada aplicação e ambiente.

No Brasil diversas multinacionais comercializam

espaços publicitários nos mobiliários urbanos e se

encarregam de elaborar design das peças, além de

TAXA MÉDIA DE CORROSÃO ANUAL APÓS 20 ANOS DE EXPOSIÇÃO NA ÁFRICA DO SULPretória - CSIR Durban Bay Cape Town Docks Durban Bluff Walvis Bay Sasolburg

RegiãoTipo de local rural e baixa poluição marinha e marinha e marinha severa e marinha severa e industrial e

moderada poluição moderada poluição moderada baixa poluição alta poluiçãobaixa poluição

SO2 ( g/m3) 6–20 10–55 19–39 10–47 ND ND

Média de chuva 29,4 (746) 40 (1.018) 20 (508) 40 (1.018) 0,31 (8) 26,7 (677)no ano (mm/ano)

Umidade relativa % 26–76 54–84 52–90 54–84 69–96 49–74

Temperatura ºF (ºC) 43–79 (6–26) 61–80 (16–27) 48–77 (9–25) 61–80 (16–27) 50–68 (10–20) 41–67 (5–20)

Tempo de vida deaço galvanizado sem 6–15 3–5 3–7 3–5 0,6–2 5–15pintura (em anos)*

Aço inoxidável Taxa de corrosão anual mils/ano (mm/ano)

316 0,001 (0,000025) 0,001 (0,000025) 0,001 (0,000025) 0,01 (0,000279) 0,004 (0,000102) ND304 0,001 (0,000025) 0,003 (0,000076) 0,005 (0,000127) 0,02 (0,000406) 0,004 (0,000102) ND430 0,001 (0,000025) 0,02 (0,000406) 0,01 (0,000381) 0,07 (0,001727) 0,02 (0,000559) 0,004 (0,000107)

Liga de alumínio

AA 93103 0,01 (0,00028) 0,21 (0,00546) 0,17 (0,00424) 0,77 (0,1946) 0,18 (0,00457) 0,11 (0,00281)AA 95251 0,01 (0,00033) 0,14 (0,00353) 0,15 (0,00371) 0,66 (0,1676) 0,16 (0,00417) NDAA 96063 0,01 (0,00028) 0,12 (0,00315) 0,14 (0,00366) 0,79 (0,020) 0,19 (0,00495) NDAA 96082 0,01 (0,00033) 0,14 (0,00366) 0,13 (0,0034) 1,09 (0,02761) 0,23 (0,00384) NDAA 96261 ND ND ND 0,93 (0,02364) 0,15 (0,0384) 0,12 (0,00317)

Cobre 0,22 (0,00559) 0,37 (0,0094) 0,28 (0,00711) 0,97 (0,0246) 1,51 (0,0384) 0,55 (0,014)

Zinco 0,13 (0,0033) 0,91 (0,0231) 1,14 (0,029) 4,37 (0,111) ND 0,60 (0,0152)Aço tipo Corten 0,9 (0,0229) 8,35 (0,212) 3,60 (0,0914) 31,89 (0,810) 45,28 (1,150) 4,21 (0,107)

Aço carbono 1,70 (0,0432) 14,61 (0,371) 10,12 (0,257) 86,22 (2,190) 33,31 (0,846) 5,91 (0,150)

ND – Não disponível *definido como 5% sobre a área superficial Nickel Institute – Reference Book Series Nº 11 024

Inox36 estilo hum.qxd 3/29/11 4:07 AM Page 29

Page 30: Revista Inox - Ed. 36

30 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011

Boa Vista

Fonte Boa ManausSantarém

Macapá

BelémSão Luís

Porto VelhoPorto Nacional

Fortaleza

NatalRecife

Aracaju

SalvadorCuiabá Brasília

Goiânia

Belo HorizonteVitória

Rio de JaneiroSão Paulo

Florianópolis

Curitiba

Porto Alegre

instalá-las nos grandes centros. Também se res-

ponsabilizam pela manutenção do mobiliário por

determinado período de tempo. O retorno financei-

ro vem da exploração publicitária das peças especi-

ficadas pelas prefeituras interessadas em “mobi-

liar” suas cidades.

Muitas peças de mobiliário urbano empregam o

aço inoxidável por causa de suas qualidades físicas

e estéticas. É um produto nobre, moderno e bonito.

Uma empresa conceituada prefere veicular sua

marca em um material de vanguarda como o inox,

além de suas propriedades como resistência à cor-

rosão e facilidade de limpeza.

Utilizado em estruturas e itens de segurança, o aço

inoxidável responde aos critérios de segurança e con-

forto dos usuários, fundamentais nos projetos de

equipamentos de mobiliário urbano. Além disso, é

suave ao tato e ao mesmo tempo robusto, podendo

suportar agressões do ambiente sem se deteriorar.

Este aspecto é importante num grande número de

cidades brasileiras situadas à beira mar ou em áreas

com forte concentração industrial, em condições

ambientais extremamente agressivas, com presença

de cloretos ou diversos tipos poluentes.

Nessas condições, o comportamento do aço ino-

xidável, em comparação com outros materiais utili-

zados na construção de mobiliário urbano, pode

ser observado na tabela da página anterior, que

mostra estudos de taxas de corrosão de diversos

materiais, realizados na África do Sul, durante 20

anos. Como se pode observar, os três tipos de aços

inox testados, 316, 304 e 430, apresentaram taxas

de corrosão anual de 0.000025, 0.000076 e

0.000405 mm/ano, respectivamente, na região de

Durban Bluff, área litorânea com corrosão atmosfé-

rica moderada. Nessa mesma região, o aço carbono

apresentou taxa de corrosão de 0,371 e o aço tipo

corten 0,212 mm/ano.

Embora no Brasil ainda não se disponha de estu-

dos similares, uma analogia, em termos de taxas de

corrosão anual do aço inox e do aço carbono, poderia

ser assumida para as regiões indicadas no Mapa de

MAPA DA CORROSÃOATMOSFÉRICA NO BRASIL

Extremamente severa

Severa

Moderada

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Page 31: Revista Inox - Ed. 36

Corrosão Atmosférica. Dessa forma, poderíamos infe-

rir que nas regiões litorâneas dos estados de São

Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, as taxas de corrosão

anual são similares às de Durban Bluff. Os aços inoxi-

dáveis 316, 304 e 430 ficariam com taxas de corro-

são (mm/ano) de respectivamente 0.000279,

0.000406 e 0.001727, enquanto que o aço carbono

teria taxa de corrosão anual em torno de 2.190

mm/ano, e o aço tipo “corten” de 0.810 mm/ano.

Os dados acima não deixam dúvida em relação à

maior durabilidade de equipamentos urbanos cons-

truídos com aço inoxidável, em comparação a equi-

pamentos de aço carbono ou aço tipo “corten”, bem

como ao menor custo de manutenção proporcionada

pelo aço inoxidável, que não precisa de revestimen-

tos ou pintura para protegê-lo da corrosão.

ASPECTOS ECONÔMICOSApesar das enormes vantagens acima mencio-

nadas, no Brasil a utilização do aço inoxidável em

equipamentos urbanos ainda está muito abaixo do

desejável, considerando os aspectos relacionados

à sustentabilidade, economia de custos de manu-

tenção e otimização de recursos públicos. Isso se

deve à avaliação do custo inicial do investimento

como fator prioritário, sem considerar que apesar

de um custo mais elevado, o aço inoxidável apre-

senta melhor relação custo-benefício quando apli-

cada a metodologia de avaliação do custeio de ciclo

de vida (CCV).

O mundo moderno tem desenvolvido ferramen-

tas econômico-financeiras para ajudar o empresá-

rio e o homem público em decisões que envolvem a

avaliação financeira de materiais e equipamentos.

O custeio do ciclo de vida (CCV) é uma delas. Trata-

se de uma metodologia para a seleção de materiais

ou produtos, que contabiliza os custos totais do

sistema em análise, desde a sua concepção, até o

fim da sua vida útil, ou seja, ao longo do seu ciclo de

vida (SSINA 2002). Este sistema pode ser uma

planta petroquímica, uma ponte, a carroceria de um

ônibus, uma usina de açúcar, um evaporador ou

apenas um equipamento de mobiliário urbano.

O que diferencia a aplicação desta metodologia

com relação a outros estudos de desempenho é

que neste são levados em conta, além dos custos

de investimentos, todos os demais custos existen-

tes durante as diferentes fases do ciclo de vida do

sistema em análise. Ou seja, produção, transporte,

instalação, operação, manutenções programadas

ou corretivas, desativação, reposição, reuso ou

reciclagem dos materiais residuais ao fim da vida

útil da unidade, além de valores obtidos pela venda

destes materiais, bem como o que se deixou de

ganhar em termos financeiros, ou dano ao público

usuário pelas horas não trabalhadas.

A soma de todos estes custos e a sua adequada

correção financeira permitirá ao interessado sele-

cionar a melhor alternativa do ponto de vista finan-

ceiro (Matern 2002).

CUSTEIO DO CICLO DE VIDA (CCV)O CCV permite avaliar também a influência de

dados duvidosos ou falhos sobre o custo total, atra-

vés de análises de sensibilidade. Como o ciclo de

vida de um sistema pode durar décadas, todos os

custos incorridos neste período precisam ser trata-

dos dentro do conceito do custo do dinheiro no

tempo. O objetivo do CCV é possibilitar a compara-

ção entre duas ou mais opções viáveis, permitindo

à empresa que realiza o investimento selecionar a

alternativa mais adequada no longo prazo.

ETAPAS DE UM CCVEm primeiro lugar, a definição da unidade a ser

estudada precisa ser clara e estabelecer os limites

do sistema. Por exemplo, o estudo abrangerá um

equipamento de mobiliário urbano ou um conjunto

de equipamentos que compõem uma praça ou rua.

A segunda etapa consiste em estimar a vida econô-

mica da unidade estudada e da totalidade do con-

junto onde ela se insere.

JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 31

A METODOLOGIA CCVDefinição

da unidade

Estimativado ciclo de vida

Elaboraçãodo

inventário

Atualização financeira e

composição dos custos totais

Aplicações

Inox36 estilo hum.qxd 3/29/11 4:07 AM Page 31

Page 32: Revista Inox - Ed. 36

32 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011

Devem-se também definir os materiais opcionais

que poderão ser utilizados. Os valores escolhidos

devem representar uma visão realista da vida comer-

cial da unidade e do sistema, bem como levar em

consideração as características dos materiais, usos

e possíveis avanços tecnológicos. Depois vem a ela-

boração do inventário, fase que requer um levanta-

mento detalhado das propriedades, especificações e

custos incorridos para cada um dos materiais esco-

lhidos. Esta é uma fase trabalhosa, em que a qualida-

de dos dados que constituirão os "inputs" da meto-

dologia é condição indispensável para a correta

tomada de decisão (Núcleo Inox 1999).

A outra etapa é a atualização financeira e compo-

sição dos custos totais, incorridos ao longo do ciclo

de vida da unidade em estudo distribuídos ao longo

de décadas e, também, levar em consideração o

custo do dinheiro. Estas análises devem comparar

cenários homogêneos.

Sendo assim, é necessário trazer todos os gas-

tos ao Valor Presente (VP). Isto é feito utilizando-se

a taxa nominal de juros, ao invés da inflação, porque

neste caso, assume-se que um montante não gasto

num determinado momento poderia ser aplicado no

mercado financeiro. Como os resultados não variam

com a moeda utilizada, os valores dos custos podem

ser expressos em unidades monetárias (u.m.). A

relação entre os diferentes custos incorridos, que,

em conjunto, fornecem o custeio do ciclo de vida,

pode ser expressa matematicamente, usando a

seguinte fórmula: (Núcleo Inox 1999):

METODOLOGIAAssim, a aplicação dessa metodologia deveria

ser obrigatória na avaliação do custo efetivo dos

investimentos feitos pelos poderes públicos no

Brasil em equipamentos urbanos, especialmente

naqueles que ficam expostos à ação do tempo,

podendo sofrer corrosão.

Um bom exemplo é o da cidade de Melbourne, na

Austrália, que na definição de materiais no seu

Plano de Mobiliário Urbano para o período 2005-

2010, procedeu a um estudo de Custo de Ciclo de

Vida, concluindo que a melhor opção do ponto de

vista econômico para um ciclo de vida de 20 anos,

era o aço inoxidável, passando a adotá-lo em equi-

pamentos como, bancos, bebedouros, proteção de

árvores, lixeiras, postes etc.

Uma análise comparativa de custos mostrou

que os itens em aço inoxidável têm custo inicial

40% superior aos de aço revestido. No entanto,

esse valor é 50% inferior ao do aço revestido levan-

do em conta os custos de manutenção para um

período de vida de 20 anos.

*Diretor Executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox

• The International Chromium Development Association (ICDA),

Euro Inox; The European Stainless Steel Development Association

(SASSDA). Life Cycle Costing (LCC) Help Texts.

Disponível em: www.chromium-asoc.com.

• Matern, S. Life cycle cost LCC:

A new approach to materials selection: engineering and economy.

Avesta Sheffield, Information 9763.

Disponível em: www.avestasheffield.com

• Street Furniture Plan – november 2005. 1.

Introduction. About the Street Furniture

Plan. 1. The City of Melbourne provides street furniture for ...

www.melbourne.vic. gov.au/.../ Plansand Publications/.../

street_furniture_plan.PDF

• Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável.

Manual de aplicação da metodologia LCC: life cycle costing. São Paulo:

Núcleo Inox, 1999. 12 p.

• Santos, Lino José Cardoso. Avaliação do ciclo de vida e custeio do ciclode vida de evaporadores para usinas de açúcar. 2007.

Tese (Doutorado em Engenharia). EP, USP, São Paulo, setembro, 2007.

Disponível em:

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-08012008-151424/

• Specialty Steel Industry of North America.

Introduction to life cycle costing for stainless steel. Washington: SSINA. Disponível em: www.ssina.com.

• Stainless Steel in Architecture, Building and Construction – Guidelines for Corrosion Prevention – Nickel Development Institute,

Reference Book Series Nº 11 024 by Catherine Houska, Technical

Marketing Resources Inc. Pitisburgh, PA, USA.

BIBLIOGRAFIA

Custeiodo

ciclo devida

CCV CA CI CO

(1+r)n(CR-VR)

(1+r)nCP

(1+r)n= ++++

Custos iniciais deaquisição

Custos defabricação

e/ou instalação

Custos deoperação e

manutenção

Custo líquido dereposição

Custo de produçãoperdida

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Page 33: Revista Inox - Ed. 36

notícias inox

Associação Brasileira do Aço Inoxi-

dável – Núcleo Inox é a nova denomina-

ção da entidade que tem como objetivo

promover o uso do aço inox no Brasil. A

mudança obedece à necessidade de

destacar que se trata de uma associa-

ção, pois, o nome atual, Núcleo Inox,

embora bastante conhecido, não trans-

mite completamente os objetivos da

entidade. Segundo Arturo Chao Macei-

ras, diretor executivo da Associação

Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo

Inox, “em nossos contatos com empre-

sas e entidades que não nos conhe-

cem, é sempre necessário informar

que se trata de uma associação sem

fins lucrativos, que tem como objetivo

promover o uso do aço inoxidável no

mercado brasileiro. Em muitos casos

somos também confundidos com

empresa produtora ou comercializado-

ra de aço inoxidável”, esclarece.

Maceiras afirma ainda que nas rela-

ções que visam estabelecer parcerias

com outras entidades “frequentemente

não nos reconhecem como uma asso-

ciação, o que dificulta o estabelecimen-

to de trabalhos conjuntos com objetivos

e atividades similares”, destaca. As enti-

dades similares no exterior são conhe-

cidas como associações para o desen-

volvimento do aço inoxidável. “Assim,

com a nova denominação ficará mais

claro para o mercado que somos exata-

mente isso: a associação brasileira res-

ponsável pelo desenvolvimento do aço

inoxidável”, ressalta. A marca Núcleo

Inox foi mantida no nome da entidade

por ser muito conhecida no mercado.

A Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox acaba

de conquistar três novos associados. Uma delas é a Butting,

empresa fundada em 1777, na Polônia, que chegou ao Brasil, em

2009, como Butting Brasil Soluções em Tubos Especiais. As ati-

vidades principais do grupo incluem o processamento de aços

inoxidáveis e materiais cladeados, nas áreas de engenharia, sol-

dagem, deformação de materiais e garantia de qualidade. A

Butting tem clientes nos mais diversos segmentos industriais,

tais como óleo e gás, químico e petroquímico, energético, sanea-

mento e ambiental, entre outros. Atualmente, processa mais de

40 mil toneladas de aços inoxidáveis por ano em todo o mundo.

Fabrica e fornece tubos com costura longitudinal, assim como

componentes e tubulações, em aços inoxidáveis; ligas de níquel;

tubos cladeados metalurgicamente e mecanicamente; compo-

nentes de tubulação pré-fabricados como curvas, loops e perfis;

vasos pré-fabricados em metalurgia especial; além de serviços

de fabricação, construção e montagem.

Outra nova associada é a Sandvik, com unidades instala-

das em mais de 130 países, tendo se instalado no Brasil, em

1949. Uma das áreas de negócio do grupo é a Sandvik

Materials Technology, que fabrica de materiais de alto valor

agregado, como os aços inoxidáveis, ligas especiais de níquel,

titânio, materiais de resistência metálica e cerâmica, além de

sistemas processadores para vários segmentos industriais. A

Sandvik Tooling, por sua vez, produz ferramentas e dispositi-

vos para sistemas de usinagem, corte e componentes. Entre

os produtos da empresa estão ferramentas e mandrilamento

Coromant Capto para alargamento, furação, fresamento,

silent tools, tailor made, rosqueamento, sistemas de fixação

de ferramentas e torneamento.

A Cronimet Brasil também se associou à Associação Brasilei-

ra do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, e atua no Brasil desde 1999.

Criada em1980, na Alemanha, a empresa tornou-se um dos

líderes mundiais em reciclagem de aços inoxidáveis avança-

dos. A Cronimet Brasil compra, retira e processa sucata com

elevado nível de qualidade. Negocia sucata de aço inox em

blend, cavacos e resíduos de aço inoxidável; ligas especiais de

Ni, Cr, Mo; aço ferramenta e aço rápido. Por ter vários parceiros

internacionais, oferece materiais a preços competitivos. A

Cronimet Brasil introduziu novas técnicas de reciclagem de aço

inox e atua em distribuição de bobinas, chapas, tubos, barras e

cantoneiras em aço inoxidável.

NÚCLEO INOX MUDA DE NOME

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AÇO INOXIDÁVEL – NÚCLEO INOXCONQUISTA NOVOS ASSOCIADOS

Div

ulg

ão

Sa

nd

vik

Unidade industrial da Sandvik

JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 33

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Page 34: Revista Inox - Ed. 36

34 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011

No dia 23 de fevereiro, a Associação

Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox

promoveu mais um “Papo Inox”, no

Centro Brasileiro Britânico, na capital

paulista. A palestra “Caminho para o

Crescimento Sustentável” foi proferida

por João Bosco Silva, diretor superin-

tendente da Votorantim Metais, que

falou sobre as características do mode-

lo de gestão da empresa. A sustentabi-

lidade, de acordo com a visão da em-

presa, engloba três pilares: o social, o

ambiental e o econômico.

Os modelos de gestão resultaram no

planejamento estratégico para os pró-

ximos cinco anos. Entre os principais

pontos, o plano da empresa aborda:

“Cuidar do futuro”, “Pessoas bem pre-

paradas que levam à melhoria”, “Olhar o

que tem de melhor no mundo” e “Ações

e objetivos”.

A Votorantim Metais é uma das maio-

res empresas de mineração do Brasil e

está entre os mais competitivos produ-

tores de alumínio, níquel e zinco. São 17

unidades em todo o mundo, com 10 mil

colaboradores, incluindo Brasil, Peru,

Estados Unidos, China, com exportação

para mais de 40 países.

Para João Bosco Silva, o sistema de

gestão deve ser simples, cumprir o pro-

metido, melhorar a posição relativa na

curva de custos com estabilidade, ter

foco na melhoria contínua, no olhar

externo e no desenvolvimento tecnoló-

gico. Na área ambiental, o diretor supe-

rintendente anunciou investimento de

R$ 207 milhões em 2011, e citou a auto-

geração de energia elétrica, que supre

78% das necessidades na área de metais.

Cerca de 68% do consumo de energia do

grupo vem da autoprodução, por meio

das 33 usinas hidrelétricas e cinco ter-

moelétricas (sistema de cogeração) com

capacidade instalada de 2.380 MW.

No final da apresentação, houve um

debate sobre o custo da energia para as

indústrias brasileiras. "Estamos sofren-

do um aumento muito grande nos cus-

tos de energia elétrica. Esse fato é um

risco para as indústrias no Brasil, pois

nos leva a perder competitividade. No

Peru, onde estamos investindo, os cus-

tos de energia são a metade dos daqui. E

mesmo tendo muito minério, há 15 anos

não se monta uma fábrica de alumínio

no Brasil", compara. Mais informações

sobre a palestra no site do Associação

Brasileira do Aço Inxidável – Núcleo Inox

(www.nucleoinox.com.br).

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL É TEMADO “PAPO INOX”

Em Assembléia Geral Extraordinária,

que reuniu os acionistas da ArcelorMittal

em Luxemburgo, no último dia 18 de feve-

reiro, foi aprovado o desmembramento

das atividades de aços inoxidáveis, o que

inclui ainda os elétricos, ligados e especiais. A abertura do

capital, com ações nas bolsas de valores de Amsterdam,

Paris e Luxemburgo, e a listagem em Nova Iorque, através de

ações de registro, dará mais visibilidade e possibilitará um

desenvolvimento ainda maior das atividades da Aperam.

Segundo Bernard Fontana, CEO da Aperam, o nome engloba

a ideia de “abertura” (aperture), o que significa uma empresa

aberta tanto para seus clientes, quanto

para as mudanças e tem como foco a

excelência das equipes frente ao mercado.

Desta forma, a intenção da Aperam é ser o

principal catalisador neste setor industrial,

desafiando constantemente o status quo, com o objetivo de

remodelar o futuro dos aços inoxidáveis e especiais, além de

criar valor para os stakeholders. “Estou convencido de que a

nossa transformação em uma empresa independente, não

apenas nos tornará mais ágeis e flexíveis para atender os

desafios mas, também, irá fortalecer o relacionamento com

nossos clientes”, destaca Bernard Fontana.

João Bosco

Silva, diretor

superintendente

da Votorantim

Metais fez

palestra

no Papo Inox

APERAM É O NOVO NOME DA ARCELORMITTAL INOX BRASIL R

ica

rdo

Ta

ka

ok

a

notícias inox

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JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 35

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