revista industria de bebidas - especial de cerveja

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SE BEBER NÃO DIRIJA www.industriadebebidas.com.br BEB DAS INDÚSTRIA DE Ano 10 - Especial Cerveja - 2011 R Brasil Brau registra recorde de público O evento obteve um crescimento de 30% Construções higiênicas (desenho higiênico) de peças e componentes na cervejaria

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A Revista Indústria de Bebidas é publica desde abril de 2002 a revista ‘Industria de Bebidas’. A publicação é voltada para o setor produtivo e tem circulação nacional. A revista é bimestral e tem uma tiragem de 5 mil exemplares.

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www.industriadebebidas.com.brBEB DASINDÚSTRIA DE Ano 10 - Especial Cerveja - 2011

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Brasil Brauregistra recorde

de públicoO evento obteve

um crescimento de 30%

Construções higiênicas(desenho higiênico) de peçase componentes na cervejaria

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Edição Especial Cerveja – 2011Falke Bierwww.falkebier.com.br

DiretoriaFábio dos SantosCátia Rodrigues dos [email protected]

Editor e Jornalista ResponsávelDomingo Glenir Santanercchi – Mtb: [email protected]

Repórter Bruno [email protected]

Diagramação e CriaçãoMofo Design Studiowww.mofodesign.com.br

EstagiáriaLetícia dos Santos [email protected]

Assinatura / ExpediçãoReinaldo A. dos SantosThiago dos Santos [email protected]

Departamento ComercialFábio dos SantosEnéas B. de [email protected]

Departamento AdministrativoCarla [email protected]

ColaboradoresJosé Carlos [email protected] R. [email protected]

ConsultorMatthias R. Reinold(Mestre Cervejeiro)

“Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da editora.”

FC Santos Editora e Eventos LTDAAv. da Paz, 665 – Sala 04 – UtingaSanto André – SP – CEP: 09220-310Tel.: (11) 2786-3076 / 2786-3168Fax.: (11) [email protected]

A produção de cervejas no Brasil alcançou no ano passado a marca recorde de 12,6 bi-lhões de litros, um crescimento de 18% em relação a 2009, mais que o dobro do PIB se-gundo Gilmar Viana relata.

Com este resultado o Brasil se tornou no ano passado o terceiro maior mercado de cervejas do Mundo, atrás da China e dos EUA.

Com um mercado a cada dia mais forte e em franca expansão a revista Indústria de Bebidas mantém a tradição e publica a edi-ção Especial Cerveja 2011.

Nessa edição nossos leitores e colabora-dores irão acompanhar em nossas páginas assuntos atualizados de mercado e artigos técnicos que poderão auxiliá-lo no dia a dia os profissionais da área.

Iniciamos com a cobertura da Brasil Brau 2011, evento esse que foi um sucesso e ba-teu recorde de público e segundo os organi-

Expediente

Capa: Brasil Brau registra recorde de público

Mercado: Mercado cervejeiro em franca expansão

Tecnologia: Microcervejarias – Observações técnicas relevantes

Artigo: O que são construções higiênicas de peças e componentes para a cervejaria

Pisos: Instituto Adolfo Lutz atesta o potencial dos pisos em MMA para a indústria alimentícia

Índice

Anunciantes

Editorial

06

12

18

22

28

Adecol ................................................ 24Agrária ........................................4a CapaAro ..................................................... 05ArteCola ............................................. 26Cervesia ............................................. 23Confrebras ......................................... 14Drink Promotion ................................ 07Eletroinox .......................................... 25Etscheid ............................................. 19GEA Engenharia ................................. 27Heuft .................................................. 13Hexakron ........................................... 10IEC-Perma .......................................... 16

JMB Zeppelin ..................................... 28Miaki .................................................. 09MMC Equipamentos .......................... 08PKK ............................................. 3a Capa Rami .................................................. 20Sibrape .............................................. 15STA Systems ....................................... 29System Plast.......................... 2a Capa/03Triton ................................................. 11Vip Beverages .................................... 30Visual Promo ..................................... 17Wallerstein ........................................ 23

zadores o evento obteve um crescimento de 30% e nada menos que 90% dos expositores já confirmaram presença em 2013.

Estaremos publicando uma matéria sobre o atual momento do mercado cervejeiro, com destaque para as microcervejarias que vem ganhando destaque com a qualidade nos produtos que tem produzido.

Nosso colaborador, mestre cervejeiro e consultor, Matthias Reinold, escreveu para essa edição dois artigos técnicos de grande valia para o mercado cervejeiro.

Também estamos destacando as novida-des que a empresa Buhler está apresentando ao mercado de microcervejarias e a aprova-ção do Instituto Adolfo Lutz sobre o potencial dos pisos MMA para a indústria alimentícia.

Boa Leitura e ótimos negócios!

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BRASIL BRAU REGISTRA RECORDE DE PÚBLICOA Brasil Brau 2011 foi um sucesso o evento obteve um crescimento de 30% e nada menos que 90%

dos expositores já confirmaram participação em 2013.

A11ª Feira Internacional de Tecnologia em Cerveja, Bra-

sil Brau 2011, realizada de 5 a 7 de julho no Transamerica Expo Center, em São Paulo, registrou público re-corde de 5 mil visitantes. Bienal, o evento fará sua próxima edição de 25 a 27 de junho de 2013 preven-do um crescimento de 30%. Nada menos que 90% dos expositores já confirmaram participação. O público foi conferir as novidades apresentadas numa área de 5 mil metros quadrados pelos 100 expo-sitores de equipamentos, insumos e acessórios para o setor e provar os lançamentos das 30 microcer-vejarias que participam do espaço Degusta Beer, antes restrito aos profissionais do ramo e pela pri-meira vez aberto aos amantes de cervejas especiais.

Sabores exóticos como de bacu-ri, castanha do Pará torrada, doce de leite, jabuticaba, erva doce, ra-padura e mel permitiram que os visitantes conhecessem um pouco mais das inúmeras possibilidades sensoriais da bebida. Palestras so-bre gastronomia e coquetelaria,

como a de Vinícius Cassarotti, som-melier de cerveja e docente do Se-nac-Taubaté, foram compartilha-das pela plateia, que experimentou propostas ousadas e convencionais de harmonização, como a tradicio-nal combinação de chocolate meio amargo com cerveja Stout, escura e levemente adocicada.

O auditório de 200 lugares reser-vado ao XII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia Cervejeira, que aconteceu simultaneamen-te à Brasil Brau, lotou todas as manhãs. Com o apoio inédito da Danisco, empresa dinamarquesa com grande destaque no mercado de alimentos, o congresso reuniu profissionais de renome, atuantes no mercado nacional e internacio-nal, para a apresentação de pales-tras e mesas redondas com novas técnicas e soluções para diversas aplicações do processo produtivo da cerveja.

Duas palestras do primeiro dia, voltado para Tecnologia, versaram sobre sustentabilidade: do holan-dês Jeroen van Roon e do alemão Roland Folz. O primeiro falou so-

bre as vantagens do suplemento de enzimas, Brewers Compass, da Danisco, que permite o uso de 100% de cevada ao invés de malte, cereal muito mais caro. Ao analisar a economia de água, que representa 90% na produção de cerveja, Folz lembrou que as gran-des cervejarias mundiais, como Inbev, SABMiller, Heineken e Carl-sberg têm como meta para 2012 economizar 20% do bem natural.

O setor de equipamentos tam-bém oferecia opções para quem quer se iniciar na arte de prepa-rar uma cerveja. Entre eles, o Tri Block 2,5 hl, conjunto de ‘brassa-gem’, a cozinha da cerveja: três enormes panelas – conjunto que produz 250 litros por processo - onde são cozidos os ingredientes até reduzirem e virarem mosto. O lançamento é direcionado aos mi-crocervejeiros, “que não param de se multiplicar”, como observa Rey-naldo Fogagnolli, diretor da Egisa, empresa de Bento Gonçalves res-ponsável pelo novo produto.

Entre as empresas que ofere-cem soluções de sustentabilidade

POR Domingo Glenir Santarnercchi

I.B. Ed. Especial Cerveja - 20116

Capa

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se destaca a Radical Waters, da África do Sul. Líder global na tec-nologia de Água Ativada Eletro--Quimicamente (ECA), o grupo já instalou seu sistema patenteado em 21 países nas Américas, Eu-ropa, África, Ásia e Austrália. A empresa utiliza desinfetantes e detergentes verdes, não tóxicos, que proporcionam economia de água para as indústrias de bebidas e alimentos.

MICROCERVEJARIAS COMEMORAM SUCESSO DO DESGUSTA BEER

No Degusta Beer, espaço pela primeira vez aberto ao público, os expositores estavam cheios de mo-tivos para comemorar. Para a maio-ria, a multiplicação de visitantes superou todas as expectativas. Foi uma grande oportunidade de pro-jeção para as marcas e ampliação de contatos. As 30 microcervejarias participantes foram visitadas por gente de todo o país e do exterior, como a pequena Rofer, de Itupeva (SP), de apenas três anos e produ-ção mensal de 4,5 mil litros/mês. “Ganhamos visibilidade”, festeja o proprietário, Ernesto Tonante.

Em sua primeira participação na feira, a novata Dortmund, de Ser-

ra Negra (SP), sentiu ter acertado na estratégia de lançar a marca no evento. “Fomos procurados por muita gente de todo o Brasil. Re-cebemos uma maioria de poten-ciais clientes de São Paulo, além de visitantes do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal. Até então, quase ninguém tinha ouvido falar na Dortmund”, co-memorou o proprietário, Marcel Longo. “Recebemos pelo menos 10 interessados em representar a marca”, contabilizou Longo, cujo diferencial é maturar as cervejas por quatro meses.

Outro que ficou satisfeito com a participação na feira foi Alison Scapini, da Cervejaria Basement, que conseguiu dar grande visibili-dade à Califórnia Golden Ale, pri-meira cerveja da marca, de Videi-ra (SC), lançada na feira. “Estamos felizes e otimistas pelos resultados alcançados com a nossa participa-ção na Brasil Brau. A expectativa de novos negócios é bem promis-sora, sobretudo com nosso lança-mento”, avaliou.

“Muito melhor do que eu imagi-nava”, foi a impressão do príncipe Francisco de Orleans e Bragança, em sua primeira participação na Brasil Brau. “Achei bolachas, co-pos, filtros, baldes e até estação

de tratamento de esgotos”, co-memorou. Trineto do imperador Pedro II e neto de Elizabeth Dobr-zensky, que fabricava cerveja na antiga Thcecoslováquia, Francisco faz a Cerveja Imperial há 13 anos em sua fábrica no Vale do Cuiabá,

em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

A primeira participação na fei-ra da Dama Bier, de Piracicaba (SP), promete render frutos. Um termômetro foi o lançamento da Stout pela marca de apenas um ano e meio de existência, com produção mensal de 80 mil litros. “Preferimos lançar aqui na feira para aferir a opinião de blogueiros e formadores de opinião. Pelo que vi, as ideias iniciais poderão ser mantidas”, constatou o gerente de marketing, Renato Bazzo, que

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fez mais de 500 contatos nos dois primeiros dias de evento. O consumo médio diário no estande foi de 200 litros/dia.

A Falke Bier, de Belo Horizonte, pioneiro no evento e uma das estrelas da Brasil Brau com o lançamento da Vivre por Vivre, cerveja de jabuticaba envasada como espumante, tinha um dos estandes mais mo-vimentados da feira. Segundo o proprietário, Marco Falcone, os bons resultados da feira são “líquidos e certos”. Em sua quarta participação no evento, Fal-cone observou não apenas um extraordinário cres-cimento do público, “muito maior que o esperado”, como a presença maciça de especialistas e formado-res de opinião que reforçam o institucional da marca.

Na Colorado, de Ribeirão Preto, em sua terceira edição na Brasil Brau, o movimento também era in-cessante. “No começo achei que estávamos isolados, localizados no fundo da feira.

Depois constatei que foi aqui que a feira acabou bombando”, comentou a gerente de marketing, Bia Amorim. A possibilidade de relacionamento direto com os clientes permitiu aferir a opinião do público sobre a Grão Pará – lançamento da cervejaria feito com castanha do Pará tostada. “A reação do público e dos especialistas foi muito boa”, disse.

De Belém para o Brasil. Esse foi o significado da pri-meira participação da Amazon Bier na Brasil Brau. “Me sinto muito feliz, a feira está superando nossas expec-tativas”, vibrou o proprietário, Arlindo Guimarães. Até então, a cervejaria, com 11 anos de existência, limita-va-se a comercializar chope no bar homônimo em Be-lém do Pará. A partir de agosto, cervejas engarrafadas passarão a ser vendidas em São Paulo e, possivelmen-te, em estados conquistados na feira, como Rio de Ja-neiro, Bahia, Espírito Santo e Distrito Federal.

A gaúcha Abadessa, em sua segunda edição na Brasil Brau, festejou a visibilidade proporcionada pela abertura do Degusta Beer ao público em geral. Pequena empresa familiar que produz 12 mil litros/mês, a marca lançou na feira a Emigrator Doppelbock, uma Bock mais encorpada, com 7,2% de teor alcoóli-co. “Recebemos muitas prospecções do Brasil inteiro, sobretudo da capital de São Paulo, do Rio de Janei-ro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Bahia, Brasília e Fortaleza”, disse o distribuidor Fábio Tozzi. “Se as propostas feitas no primeiro e segundo dia se concre-tizarem, vamos aumentar em 50% nossa carteira de clientes”, avaliou.

A Bamberg, de Votorantim (SP), com cinco anos de existência e produção de 40 mil litros mensais, tam-bém sentiu o crescimento da feira, em sua terceira participação. “Recebi gente do Brasil inteiro, europeus, americanos e sul-americanos. Como já ganhamos prê-

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mios no exterior é uma tendência que também passemos a exportar nosso produto”, avalia o proprietá-rio, Alexandre Bazzo. A microcerve-jaria lançou a Weissenbockhalles, cerveja clara, de trigo, com 8 % de teor alcoólico. “A aceitação tem sido excelente. Todo mundo está comentando”, comemorou.

EXPOSITORES COMEMORAM O SUCESSO DO EVENTO

Um evento como a Brasil Brau não seria o mesmo sem estes grandes expositores que engran-deceram o evento.

Para o Diretor da Amazoun Group, Jucimar Maruzza, como primeiro ano de participação, a feira atendeu as expectativas e foi boa para fazer novos contatos.

A Mec Bier foi sucesso total na feira. De acordo com o Diretor Marcelo Nicolosi, a feira foi exce-

lente, pois foram fechados três negócios lá mesmo, fora contatos. “Foi excelente, tanto para negó-cios com a estrutura da feira”, afir-mou Marcelo.

“As 30 microcervejarias participantes foram visitadas por gente de todo o país e do exterior, como a pequena

Rofer, de Itupeva (SP), de apenas três anos e produção mensal de 4,5 mil litros/mês. “Ganhamos visibilidade”

festeja o proprietário, Ernesto Tonante.

A Chopeiras Ribeirão não ficou para trás. De acordo com Fernan-do,” a feira serviu para fazer bons contatos com clientes, com expec-tativa de negócios futuros”.

A Agavic foi nota 10. De acordo com o Diretor Comercial, Breno

Garrefa, “de todas as feiras, esta foi surpreendente, muita gente vi-sitando os stands, ou seja, a feira cresceu muito, foi excelente”.

A Agromalte, de acordo com Jeferson, buscou aproximação com clientes, e em grande par-te, conseguiram atendê-los. “Es-peramos um segundo semestre muito bom a chegada do verão”, afirmou Jeferson.

Para Juvenal Bonifácio da PKK, “a feira foi positiva para novos ne-gócios, demonstrar micro cerveja-rias, prospectar novos clientes”.

De acordo com Tacio Basso, Ge-rente de Vendas GM (milho, trigo e malte) da Buhler, “a feira foi além das expectativas, muito interessan-te. O objetivo foi retomar o merca-do, conhecer pessoas e vários con-tatos em micro cervejarias”.

Serviço:www.brasilbrau.com.br ■

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Mercado cervejeiro em franca expansãoO mercado brasileiro de cerveja passa por um momento de crescimento com números expressivos,

investimentos e lançamentos de novos produtos

O grupo japonês Kirin anunciou no dia 01 de Agosto a aquisição do controle da cervejaria brasi-leira Schincariol por R$ 3,95 bilhões.

A Kirin comprou a Aleadri-Schinni Participações e Representações, de Alexandre e Adriano Schin-cariol. A holding Aleadri-Schinni tem 50,45% das ações da Schincariol.

Ainda não havia nenhuma informação oficial no site da Schincariol, Os detalhes da transação, po-

rém, estavam disponíveis no site da Kirin.A Kirin Holdings Company é uma empresa japo-

nesa presidida pelo CEO Senji Miyake. Com sede em Tóquio, a companhia foi fundada em 1907 e teve uma arrecadação total de mais de R$ 40 bilhões em 2010, segundo o site oficial da empresa. A Kirin tem cerca de 32 mil empregados.

Japonesa Kirin anuncia compra da Schincariol por R$ 3,95 bilhões

Os sócios minoritários da Schincariol, detentores de 49,55% das ações, venceram a primeira etapa na disputa envolvendo o controle da companhia. No dia 03 de Agosto, a juíza Juliana Bicudo, da 1ª Vara Cível da Comarca de Itu, deferiu parcialmente o pe-dido de ação cautelar do escritório Teixeira Martins Advogados, que defende os minoritários, os irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol, donos da Jadangil, empresa que tem os 49,55% das ações da Schincariol.

Pela decisão da juíza, ficam suspensos os efeitos da venda da Aleadri, empresa dos irmãos Adriano e Alexandre Schincariol, que têm 50,45% da fabri-cante, para a japonesa Kirin. Os minoritários da Ja-dangil também poderão ter acesso ao histórico de negociações entre a Aleadri e a Kirin.

Segundo a assessoria de imprensa dos irmãos

Alexandre e Adriano Schincariol, a holding Aleadri-Schinni Par-ticipações já tomou conhecimento da decisão judicial e está analisando que medidas to-mar, incluindo um eventual recurso. Os irmãos são re-presentados pelo escritório de advo-cacia Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga.

Suspensa venda da Schincariol para a Kirin

POR Domingo Glenir Santarnercchi

O Brasil possui uma área total de 8.514km² e uma população de 197.326.640 pessoas (conforme o censo de 2010), o que pode ser dividido em: 31,8% de crianças de 0 a 14 anos, 19,4% de jovens de 15 a 24 anos e 43,2% adultos acima de 25 anos. Estes dados indicam uma relação positiva em relação ao consumo futuro de

cerveja, pois temos uma popula-ção grande e um número elevado de jovens e crianças que podem ser encarados como futuros con-sumidores da loira gelada.

Além disto, o País apresenta possibilidades de crescimento no consumo da loira, devido ao con-sumo per-capto ser muito baixo. Os indicadores econômicos es-

tão nos últimos anos sempre em crescimento e apresentam uma boa estabilidade.

Estas informações acima indi-cam um “Trend” para o cresci-mento do consumo de cervejas nos próximos anos.

O Brasil fechou o ano de 2009 com a produção de cervejas pró-xima de 109 bilhões de litros e

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Mercado

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conseguiu o 4º lugar na produção mundial, ficando apenas atrás da China, USA e Rússia.

Enquanto na Europa, o volume de consume de cervejas cai, os nú-meros de produção de cervejas no

Brasil estão em crescimento cons-tante. Em 2007 a produção estava em 103 bilhões de hl, já em 2008 em 106 bilhões e em 2009 em 109 bilhões de hl. Segundo dados da Sindicerv, Gilmar Viana, o volume

produzido em 2010 no Brasil é de 112,6 bilhões de hl, deixando o Brasil em terceiro lugar na produ-ção mundial de Cervejas.

A produção de cervejas no Brasil alcançou no ano passado a marca recorde de 12,6 bilhões de litros, um crescimento de 18% em rela-ção a 2009, mais que o dobro do PIB segundo Gilmar Viana relata.

Com este resultado o Brasil se tornou no ano passado o tercei-ro maior mercado de cervejas do Mundo, atrás da China e dos EUA.

Segundo Gilmar Viana, presi-dente da Sindicerv, esse resulta-

do se deve a três fatores: cresci-mento de renda, estabilidade dos preços e clima favorável. O clima muito quente, típico neste verão, eleva no país inteiro o consumo de cervejas.

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O atual momento das MicroCervejarias no Brasil

Que o mercado brasileiro de cervejas artesanais vive

um crescimento expressivo, não há a menor dúvida, basta avaliar a progressão do espaço Degusta Beer, nas quatro últimas edições da Brasil Brau, maior feira do segmento cervejeiro da América Latina, com sua última realização recentemente no mês de julho. Na primeira edição do Degusta Beer, em 2005, estiveram presen-tes apenas a Devassa e a Falke Bier. Em 2007 algo em torno de 15 participantes, em 2009 por volta de 20 e em 2011 mais de 30 expositores exibindo suas cerve-jas, com muitos lançamentos.

Temos visto também o aumento progressivo de bares e restauran-tes cada vez mais envolvidos com a face gastronômica das cervejas especiais, além de empórios, deli-katessens e lojas especializadas. A divulgação na mídia também tem sido intensa, jornais, revistas, rá-dio e televisão.

Especialistas de outros países que temos tido contato que visita-ram o Brasil nos últimos como os americanos Randy Mosher, Char-lie Papazian, Ray Daniel, Pete Slo-wberg, Dog Odwel, o canadense Stephen Beaumont, o austríaco Conrad Seidl, o italiano Teo Mus-so são unânimes em admitir que a fase em que nos encontramos coincide com Estados Unidos e

Europa há 10 anos e que a tendên-cia é que o setor ganhe projeção e maior participação no mercado cervejeiro do país (hoje represen-ta algo em torno de 0,2% do mer-cado, enquanto nos Estados Uni-dos chega a 5% de toda produção cervejeira do país).

No entanto existem dificuldades que precisam ser vencidas, assim como ajustes na concepção da forma do negócio. O tratamento tributário que o governo dá ao se-tor é injusto e inviabilizador já que não avalia o baixo poder contri-butivo dos pequenos produtores com um modelo desigual. É pre-ciso mobilização dos atores, não

só das micro cervejarias, mas de toda a cadeia produtiva. Quanto ao modelo do negócio, temos no-tado muitas empresas tentando fabricar cervejas no modelo das industriais, logicamente torna-se difícil competir com as grandes, o que nos faz destacar é a diferença, são cervejas ousadas que tragam novidades ao consumidor.

Serviço:Fotos divulgaçãoMarco Falcone – www.falkebier.com.brMichael Trommer –[email protected] OnlineG1, com informações da ReutersG1, São Paulo ■

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MICROCERVEJARIASObservações técnicas relevantes

O avanço da onda de fusões entre as grandes cervejarias propicia uma boa chance de se investir e obter suces-so no segmento de microcervejarias, onde o consumidor terá a oportunidade de degustar cervejas especiais, que a maioria das grandes cervejarias normalmente não pode oferecer.

POR Matthias R. Reinold

Na Alemanha existem atual-mente mais de 300 microcer-

vejarias, principalmente no sul do país. No Brasil temos mais de 170 microcervejarias, distribuídas princi-palmente nas regiões sudeste (42) e sul do país (37).

Quando a cerveja era feita em casa, apenas para consumo da família, a tarefa era ainda mais simples, porque as demandas relativas à qualidade do produto eram fáceis de atender. A afirmação de que a "cerveja não pro-voca doenças”, e a observação de que ela ajuda a superar as preocupações do dia-a-dia, em geral, satisfaziam, mesmo que a cerveja apresentasse um sabor e aroma duvidosos.

Os requisitos técnicos para a pro-dução de cerveja eram muito baixos. De acordo com os conhecimentos de Louis Pasteur e os desenvolvimen-tos, em particular por Paul Lindner (microbiologista alemão que se dedi-cou ao estudo dos processos de fer-mentação) e Emil Christian Hansen (micologista dinamarquês), a experi-ência de saborear a cerveja tornou--se previsível. Estes conhecimentos proporcionaram o controle micro-biológico, permitindo que a cerveja mantivesse seu aroma e sabor está-veis por mais tempo.

MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CERVEJA

No passado, a fabricação de cerveja era regida pelas tradições, e por mui-to tempo, os mais importantes "con-servantes" da cerveja foram o extrato aparente próximo do extrato aparen-te final e o uso do máximo de lúpulo.

Em 1975, definia-se uma cerve-ja Pilsen normal alemã com 30 a 40 unidades de amargor EBC (European Brewery Convention), e uma cerveja tipo Export com 20 a 30 unidades de

amargor EBC. Para obter uma vida de prateleira

desejada de seis semanas, normal-mente não se utilizava uma estabili-zação tanino-protéica, e longos perío-dos de maturação ainda eram usados como uma mensagem publicitária.

Até o final dos anos 1970 havia uma grande variedade de sabores no cená-rio cervejeiro alemão. Em Dortmund ainda era fabricado um volume signi-ficativo de cerveja Export, que era sig-nificativamente mais amarga do que as habituais Pilsens de hoje. Cervejas de cervejarias distintas podiam tam-bém ser diferenciadas por um consu-midor casual de cerveja.

Começou então a perseguição mundial por redução de custos. Al-gumas cervejarias que com isso obti-veram sucesso, produzindo cervejas com o menor custo possível e que eram aceitas por um grande número de pessoas, levaram a mudanças no cenário cervejeiro. Deste modo, mui-tas cervejarias foram "forçadas" a co-piar o conceito, pelo menos em parte.

Como em testes de comparação as cervejas menos lupuladas (menos amargas) são mais bem aceitas, a do-sagem de lúpulo foi reduzida de for-ma contínua, o que também reduziu os custos. Mas foi ignorado o fato de que podemos beber grandes quanti-dades de cerveja mais lupulada, an-tes que você esteja “saciado”, assim como o fato de que um consumidor normal de cerveja não organiza "tes-tes comparativos".

No Brasil, como em outras partes do mundo, ocorreu o mesmo efeito relativo à diminuição do amargor das cervejas e a padronização das cerve-jas comerciais.

Se por um lado a concentração de volumes e a padronização de cerve-jas toma corpo, por outro, abre-se uma lacuna no segmento de cervejas

especiais, que pela imensa varieda-de de estilos, atende os desejos dos consumidores que desejam consumir produtos diferenciados.

O conhecimento sobre este assunto pode ser muito útil para uma estraté-gia de produção e comercialização de produtos.

DEFINIÇÃO DO PORTE DAS CERVEJARIAS

Como não existe no Brasil uma le-gislação a respeito da classificação do porte das cervejarias, para me-lhor entendimento, podemos classi-ficá-las em:

Cervejeiro caseiro – produz cerveja apenas para consumo próprio, pois é vedado qualquer tipo de comerciali-zação. Os volumes por cozimento os-cilam entre 20 litros e 50 litros.

Nanocervejaria – pequena cerveja-ria com capacidade de produção en-tre 50 litros por cozimento e 200 litros por cozimento. (500 litros nos EUA).

Microcervejaria – pequena cerve-jaria com capacidade de produção en-tre 200 e 6.000 litros por cozimento.

Cervejaria de pequeno porte – cer-vejaria com capacidade de produção entre 6.000 litros (60 hl) e 20.000 li-tros (200 hl) por cozimento.

Cervejaria de médio porte – cer-vejaria com capacidade de produção entre 20.000 litros (200 hl) e 50.000 litros (500 hl) por cozimento.

Cervejaria de grande porte – cer-vejaria com capacidade de produção acima de 50.000 litros (500 hl) por cozimento.

I.B. Ed. Especial Cerveja - 201118

Tecnologia

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Brewpub – pequena cervejaria com venda de no mínimo 25% da cerveja produzida no próprio estabelecimen-to (bar ou restaurante).

NEM TODO CONCEITO É BEM SUCEDIDO

Conquistar novos consumidores é geralmente mais difícil, do que mobi-lizá-los para provar (degustar) ou mu-dar de marca. As novidades exercem um encanto, mas que apenas obtém sucesso quando a disponibilidade de produto é garantida. De nada adian-ta investir em mídia, se o consumidor não encontra a sua cerveja preferida nos pontos de venda.

Um local ideal para uma cerveja gourmet (voltada para a gastrono-mia), são em bares e restaurantes que oferecem boa culinária e produtos di-ferenciados. Normalmente podemos encontrar uma grande variedade nas grandes cidades.

No início dos anos 1980, acredi-tava-se que uma microcervejaria (brewpub) seria sempre uma expe-

riência gastronômica, como se fosse uma atração – casa de shows ou um restaurante badalado. O equipamen-to de fabricação de cerveja era inte-grado ao restaurante e também de-veria chamar a atenção visualmente. Este conceito nem sempre é coroado de êxito. Entre as décadas de 1980 e 1990, as primeiras microcervejarias (brewpubs) fecharam definitivamen-te as suas portas.

Quando tentamos copiar um con-ceito, o sucesso é geralmente sig-nificativamente menor ou o custo significativamente mais elevado do que o original, se o mercado aonde o empreendimento será instalado não entender o conceito.

MAS O QUE É REALMENTE IMPORTANTE?

Quando se trata de uma microcer-vejaria, a localização, qualidade dos equipamentos, capacitação do profis-sional cervejeiro e portfólio de cerve-jas são importantes.

Em um brewpub, o conceito de

gastronomia tem que estar correto, isto é, no cardápio a comida deve estar harmonizada com os tipos de cerveja disponíveis.

Além dos custos de aquisição do equipamento para produzir cerveja, por exemplo, deve se levar em consi-deração o custo do aluguel do imóvel (se for o caso) e demais despesas ne-cessárias para a operação do empre-endimento. Estes custos e despesas podem aumentar ou até mesmo ex-ceder o nível de custos desejado.

Ao usar equipamentos de bras-sagem que brilham como espelhos e que apresentam uma instalação repleta de tecnologia - que atende a altas exigências visuais e técnicas - os custos de capital são muitas vezes os maiores itens a serem levados em consideração. Uma sala de cozimento pode representar entre 25% e 30% do investimento total em equipamentos da microcervejaria.

ENTÃO, QUAL É A SOLUÇÃO?

Basicamente, existem algumas pos-

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sibilidades de solução:- Escolha um local em que se pode

atingir o volume de produção (ven-das) necessário sem problemas;

- Reduza drasticamente os custos de investimento dimensionando ade-quadamente os equipamentos, peri-féricos e instalações;

- Reduza os custos operacionais ao máximo, sem comprometer a quali-dade dos produtos;

- Se for necessário, instale a micro-cervejaria fora de um grande centro urbano e, por exemplo, atenda deste local os pontos de venda – preferen-cialmente em bairros típicos de bares ou restaurantes.

Locais adequados com um volume de vendas de cerveja permanente-mente de vários milhares de litros de cerveja por mês são raros de se en-contrar no Brasil.

Os outros pontos podem ser consi-derados separadamente ou em con-junto. Como a rentabilidade aumenta com o volume de produção, vale a pena considerar vender a cerveja pro-duzida em pequena escala em vários

pontos de venda ou em eventos gran-des como, por exemplo, festivais.

Se você quer reduzir os custos de investimento, você pode economizar na aparência e/ou na tecnologia. A experiência mostra que a aparência é muito menos importante para o cliente do que geralmente se supõe. A ausência de um polimento externo espelhado ou um detalhe qualquer de acabamento provavelmente não serão notados pelo visitante ou clien-te. A técnica não deve ser escondida por meio de artifícios e sim mostrada de modo transparente.

Equipamentos bem concebidos e construídos, que atendam aos pa-drões mínimos vigentes, não são exa-tamente baratos.

A cerveja produzida na microcer-vejaria pode ter aroma e sabor muito diferentes de uma pilsen normal do supermercado, mas deve poder con-quistar um número suficiente de pes-soas que gostem desta cerveja.

Há um número significativo de pes-soas que gostam de diacetil (cheiro semelhante ao mel ou manteiga ran-

çosa) e sabor de cerveja jovem (não maturada, com cheiro e gosto “agres-sivos”), e mesmo pessoas que gostam de DMS (composto a base de enxofre).

No entanto, raramente são encon-tradas pessoas que gostam de mosto queimado, levedura autolisada que gera um cheiro de produto podre ou de subprodutos do metabolismo de lactobacilos e Enterobacteriaceae que geram acidez ou azedume na cerveja.

Em microcervejarias que produ-zem cervejas do estilo inglês ou nor-te-americano, geralmente se produz uma cerveja padrão e outros estilos, como Stout e IPA. Em microcerveja-rias orientadas para cervejas alemãs, são produzidas cervejas lager leves como o tipo principal. Outras cerve-jas são a Weiss, Bock, Schwarzbier, entre outras.

Algumas microcervejarias optam também por produzir cervejas sazo-nais, em escala reduzida, uma vez ao ano. As cervejas especiais possuem um valor agregado mais alto em ra-zão do seu processo de produção e insumos, logo elas são vendidas por

Tecnologia

Page 21: Revista Industria de Bebidas - Especial de Cerveja

um preço mais elevado, comparada com o tipo de cerveja básico (geral-mente Pilsen).

Algumas vezes a cerveja apresenta alguns aromas e sabores indesejá-veis (fora do padrão), oriundos das restrições técnicas do equipamento de produção.

ONDE PODEMOS REALMENTE ECONOMIZAR DINHEIRO?

Normalmente é escolhida uma sala de cozimento com dois recipientes, com tina de mostura/cozinhador de mosto/whirlpool integrados e tina de clarificação em outro recipiente. Como equipamento isolado temos um tan-que de água quente em aço inoxidável.

Geralmente a cobertura externa do isolamento térmico é feita em aço inoxidável. O aquecimento dos reci-pientes é um fator de maior custo. Um aquecimento a vapor, é tecnica-mente a solução mais limpa, mas em conjunto com o gerador de vapor, também uma das mais caras.

No Brasil, o vapor é a opção mais utilizada em salas de cozimento com volume de mosto quente superior a 2,5 hl (250 litros). Outras opções, ge-ralmente utilizadas em salas de cozi-mento de pequeno porte, são o aque-cimento elétrico ou a chama direta.

No aquecimento elétrico com uma potência de 36 kW, uma mostura de 5,5 hl pode ser aquecida em cerca de 1°C em um minuto. Um problema com o elemento de aquecimento elé-trico é a temperatura da superfície, porque o aquecimento é normalmen-te distribuído em uma área peque-na, além da limitação da potência de aquecimento: para elevar 11 hl de mosto de 72°C à temperatura de cozi-mento, o aquecimento elétrico de 36 kW leva cerca de uma hora.

Sistemas de aquecimento por cha-ma direta, revestidos com tijolos re-fratários são caros e praticamente não utilizados. Queimadores aber-tos, como os usados para aquecer panelas grandes de paella, são signi-ficativamente mais baratos, mas me-nos eficientes.

No aquecimento por chama direta deve ser levado em consideração o risco de incandescimento pelo uso de

aço inox.Quando o queimador de “panela de

paella” é escolhido não apenas pelo seu desempenho térmico, mas tam-bém pelo projeto, é possível atingir temperaturas de superfície dentro do limite tolerável. Uma vez que estes queimadores requerem determinado volume de ar de alimentação, a ope-ração dentro de ambientes fechados deve prever os aspectos de segurança.

Pode se renunciar mais facilmente a um afofador na tina de clarificação do que a um fundo falso adequado. Um fundo falso fresado espesso é desejá-vel, mas um fundo falso com arame perfilado (peneira filtrante) apresen-ta praticamente o mesmo resultado, mas é muito mais barato.

Uma descarga do bagaço para baixo é mais confortável do que a descarga lateral, mas um cervejeiro motivado também se acostuma com a porta lateral.

Não deveria se renunciar, se pos-sível, a um Whirlpool separado, que também pode ser usado como um tanque de água quente.

Um sistema de resfriamento pa-drão, que utiliza uma mistura de etanol-água é mais favorável do que sistema de armazenamento de gelo. O resfriamento do mosto deve ser efetuado em dois estágios para ob-ter uma temperatura de água quen-te mais elevada possível (> 80°C). Assim você poderá obter um resfria-mento adequado e água quente em volume adequado para a operação da microcervejaria.

A automatização do processo de mosturação é um item importante para assegurar a segurança operacio-nal e também um item de conforto, porém outras funções de automação ou válvulas de controle remoto geral-mente não são obrigatórias.

Na microcervejaria, a fermenta-ção fechada é também mais fácil de controlar. O isolamento dos tanques de fermentação/maturação deve ser bem feito, de modo a evitar perdas de frio desnecessárias.

O volume dos tanques deve ser di-mensionado para que comportem um número de cozimentos não excessivo, permitindo esvaziamento e enchi-mento em curto espaço de tempo.

Com isso, aumenta-se o ciclo de uso, não necessitando de tanques extras, o que mantém o investimento baixo.

A tubulação rígida na área de ade-gas projetada como uma cerca de tu-bos, é mais barata no longo prazo, do que o uso de mangueiras e bombas portáteis. As bombas centrífugas e outros componentes devem ser ade-quados ao processo pretendido.

CONCLUSÃO

Quando se opta por montar uma microcervejaria, e necessitamos de um custo de investimento mínimo, re-gularmente iremos nos deparar desde equipamentos que não são fabricados de acordo com as prescrições técnicas cervejeiras, com requisitos mínimos de segurança, até equipamentos au-tomatizados que atendem as normas cervejeiras e demais requisitos.

Dentre as opções há os interme-diários, que oferecem equipamentos com boa tecnologia cervejeira, segu-rança, dimensionamento e operacio-nalidade simples, porém com pouca automatização, com um custo mais atrativo.

Muito importante é considerar o suporte de um técnico experiente para a escolha dos equipamentos de uma cervejaria e contratar um profis-sional cervejeiro com boa formação e experiência, para operar os equipa-mentos. Este profissional deve ser ca-paz de resolver a maioria dos proble-mas operacionais e estar totalmente comprometido com os objetivos da empresa.

ServiçoMatthias R. Reinold – Mestre Cervejeiro Diplomadowww.cervesia.com.br

Referências– Gasthausbrauereien: Technisch-wirtschaftliche Betrachtung – Brauindustrie 1/2011- Raimund Kalinowski – Cervesia ■

Page 22: Revista Industria de Bebidas - Especial de Cerveja

O que são construções higiênicas de peças e componentes para a cervejaria

Apalavra higiene é derivada da deusa grega Hígia, a deu-

sa da saúde. Sob higiene entende-mos atualmente tudo que serve à saúde e ao bem estar no sentido mais amplo da palavra. O contrá-rio é classificado como não higiê-nico, que prejudica o nosso bem estar ou a nossa saúde.

Os microrganismos prejudicam o nosso bem estar de modo geral apenas quando provocam uma doença ou, por exemplo, quando eles crescem de modo visível em superfícies ou sobre os alimentos.

Fontes de ruído, odores ou cor-rentes de ar comumente pertur-bam muito mais o bem estar, mas para a maioria das pessoas dificil-mente vem à mente as exigências de higiene.

Tal como acontece com tantas coisas, tentamos fazer com que a higiene seja objetivamente mensu-rável. No entanto, isso não é possí-vel acontecer, pois tem a ver com os valores subjetivos de cada um.

PERCEPÇÃO DE HIGIENE

Uma mesma pessoa pode ter vá-rias perspectivas sobre requisitos de higiene. Por exemplo, teremos expectativas completamente di-ferentes sobre a higiene em uma empresa farmacêutica, uma em-presa de alimentos ou na colheita em uma plantação.

Os grãos, que por meses so-freram a influência de pneus de máquinas até a exposição a agen-tes do meio ambiente, inclusi-ve a excrementos de aves, serão transportados sem hesitação em reboques abertos; degustações de alimentos que acontecem no supermercado, de amostras que

estão sobre o balcão, expostas ào meio ambiente ou mesmo a pes-soas que tossem sobre elas, são classificados como um problema de higiene.

Mesmo dentro da indústria de alimentos as apresentações são graduadas. Ninguém pode espe-rar uma situação semelhante em um abatedouro como em uma fá-brica de sorvetes.

Asséptico significa na realidade esterilidade (Sepse significa podri-dão em grego). Asséptico é consi-derado por muitos como um tipo mais nobre de higiene.

Para um médico o procedimento asséptico se faz necessário e é um nível acima do procedimento higi-ênico. Na indústria de alimentos e bebidas, no entanto, estas são exi-gências completamente diferentes.

O que é higiênico ou anti-higiê-nico tem muito a ver com o corres-pondente círculo cultural e com os valores correspondentes de cada indivíduo. No Japão, as pessoas ficam enojadas com as bactérias mortas que permanecem nas be-bidas após a pasteurização. Para essas pessoas, apenas uma filtra-ção correspondente é higienica-mente aceitável.

Trabalhar de maneira higienica-mente correta - no verdadeiro sen-

tido da palavra, significa atender as expectativas dos colaboradores e clientes, tanto quanto tecnica-mente e economicamente viável.

EHEDG - European Hygienic Equip-ment Design Group

O EHEDG (European Hygienic Equipment Design Group) desen-volveu diretrizes e recomenda-ções para construções e versões higienicamente adequadas. As organizações credenciadas pela EHEDG realizam tais testes e certi-ficam componentes, para que eles possam usar o logotipo da EHEDG para fins de publicidade.

O EHEDG é parcialmente força-do a escolher formulações bastan-te abstratas, para que os compo-nentes que foram higienicamente provados durante anos nas indús-trias de alimentos e bebidas no âmbito do produto, não sejam ex-cluídos de uma vez.

Estas formulações podem – si-milar a textos legais – dar uma certa margem de interpretação. O EHEDG também lida apenas com uma pequena área da higiene. A capacidade de limpeza e seguran-ça operacional estão claramente em primeiro plano.

Alguns aspectos de higiene, como por exemplo a ergono-mia, não são considerados pelo EHEDG. Mas eles são extrema-mente importantes, se não quere-mos degradar a higiene para uma ciência da capacidade de limpeza. O projeto higiênico não deve ser aplicado aos componentes indi-viduais, mas sempre considerado como um todo.

De modo geral, não podemos ig-norar a questão, se uma válvula de

POR Matthias R. Reinold

I.B. Ed. Especial Cerveja - 201122

Artigo

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Válvula de esfera industrial não-higiênica, utilizada em tubulação de cerveja

Núcleo de uma torneira de amostras sem a concepção higiênica necessária

esfera industrial é higienicamente adequada ou não, porque depen-de de onde e para que ela seja utilizada. Se ela é o bloqueio entre a tubulação de água e a manguei-ra, dificilmente alguém deixará de utilizá-la por razões higiênicas, mas sim por razões técnicas.

Mesmo quando as mangueiras possivelmente devam ser evita-das, elas são necessárias para a conexão de caminhões-tanque ou contentores de grandes dimen-sões. Para limpar o chão, de modo que a higiene do ambiente de produção seja mantida, uma man-

gueira de água é indispensável. Como bloqueio para um produto

(ex. cerveja ou mosto), no entanto, a válvula de esfera industrial, devi-do à sua capacidade de limpeza insuficiente, é considerada anti-hi-giênica e deve ser substituída por válvulas consideradas higiênicas.

Page 24: Revista Industria de Bebidas - Especial de Cerveja

Construção não higiênica e inadequada de uma vela sinterizada para a

aeração do mosto cervejeiro

Aergonomia é essencialmen-te a relação entre homem

e máquina. Uma vez que uma er-gonomia insatisfatória pode per-turbar o bem-estar de modo per-sistente e pode até mesmo deixar doente, é sem dúvida uma parte importante da higiene.

Aqui, a acessibilidade para a operação e manutenção vêm à nossa mente primeiro. Configura-ção de cores, iluminação, ruídos, vibrações, instruções de manuten-ção e operação (!) ou a configura-ção do software de uma máquina ou sistema são os primeiros a se-rem esquecidos.

Uma construção em que estes pontos não são levados em con-sideração, pode ser higiênica por pura coincidência. A experiência

nos mostra que, infelizmente, isto raramente acontece.

Apenas quando relacionamos estas ligações de modo conscien-te, é que podemos avaliar o de-senho higiênico de máquinas e equipamentos.

O que por alguns fabricantes de equipamentos é entregue como documentação e aceito por em-presas de bebidas, é ruim do pon-to de vista higiênico, como uma capacidade de limpeza deficiente.

Uma iluminação suficientemen-te brilhante, sem ofuscar, com temperatura de cor deliberada-mente selecionada, é um requisito fundamental para a operação higi-ênica. A fonte de luz em si deve-ria possuir grande superfície, para evitar sombras.

Montagem não higiênica de um sensor de temperatura em um

tanque de fermentação/maturação

Quando os componentes não são totalmente feitos de aço inoxidável, muitas empresas es-colhem a pintura de acordo com as suas próprias cores corporati-vas. Estas cores da empresa, no entanto, muito raramente tem o objetivo de criar um ambiente de trabalho ergonômico.

Só quando se está consciente deste fato e comunica-se isso ao fornecedor, podemos possível-mente mudar esta condição; pois comprovadamente as cores têm mostrado uma influência muito forte sobre o bem-estar e não de-veriam servir essencialmente para atribuir um componente a um de-terminado fornecedor.

Se fizermos as seguintes per-guntas para a avaliação de uma solução técnica sob o ponto de vista higiênico:

1) Esta solução é positiva para o bem estar das pessoas?2) Existem soluções melhores, economicamente viáveis?

Chegaremos à conclusão de que as boas soluções não têm neces-sariamente de ser caras e comple-xas e quase sempre há a possibili-dade de se melhorar.

CONSTRUÇÕES E MONTAGENS HIGIÊNICAS

Certamente, ao longo dos anos

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I.B. Ed. Especial Cerveja - 2011 25

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tem aumentado as exigências de higiene através dos valores das normas.

Assim, uma torneira de amos-tras rosqueada em uma luva e ve-dada por uma junta de borracha plana e fita de teflon em contato com produtos como cerveja ou mosto, ou para ser utilizada em CIP, já não é mais aceitável.

Não é necessário o uso de uma torneira de amostras asséptica para a coleta de amostras micro-biológicas, que não são críticas. Torneiras de amostras adequadas são preferencialmente soldadas.

A torneira de amostra rosquea-da que contém uma junta de ve-dação na parte frontal, em con-tato com o produto, com encosto metálico, para obter uma área de vedação definida com uma tensão definida, em conexão com um furo de vazamento, que indica quando a vedação estiver defeituosa, tam-bém é aceitável.

Soldas efetuadas de modo im-pecável são a melhor e mais du-rável emenda. Mesmo as carcaças de bombas podem ser soldadas à

tubulação, se com isso a manuten-ção não for comprometida. Infeliz-mente, a qualidade do cordão de soldas muitas vezes não é satisfa-tória e, muitas vezes leva a discus-sões sobre o que é higienicamente aceitável - rugosidade melhor do que Ra = 1,6 µ.

Engenheiros de solda das agên-cias de inspeção técnica tem par-cialmente idéias de cordões de solda executados tecnicamente, que mais remetem à construção naval do que em indústrias de ali-mentos. As normas corresponden-

tes também são muito limitadas para definir uma solda higienica-mente bem feita.

Por isso, em alguns casos a aqui-sição de amostras-limite, e a inser-ção delas em contrato pode evitar a necessidade de se realizar uma inspeção interna nas tubulações por câmeras.

Sempre que possível, devem ser evitadas conexões desmontáveis. Alguns medidores de fluxo ele-tromagnéticos, mesmo quando entregues com conexão soldada, podem, por exemplo, ser desmon-

Exemplo de torneira asséptica Keofit

Artigo

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tados de qualquer maneira, já que apenas um dos flanges incluídos é soldado.

As válvulas de retenção, devem ser usadas princi-palmente com uma versão de flange higiênico, que muitas vezes é mais barato do que a versão de cone-xão rosqueada de acordo com DIN 11851.

Conexões de tubulação em conformidade com a norma asséptica DIN 11864 são fabricadas em uma variante para alimentos de acordo com DIN 11853 com bocal curto. A diferença de preço para a cone-xão roscada de acordo com a norma DIN 11851 é tão pequena, que as vantagens, tais como a centraliza-ção e batente metálico, mais do que compensam o custo extra.

Muitas pessoas são da opinião que ao visitar feiras técnicas e participar de conferências não se precisa mais de consultores e auditores técnicos. Para elas, os fornecedores e consultores de aplicação aparente-

mente fornecem esta consultoria de forma gratuita. Mas quando testamos equipamentos recém-lan-

çados, na maioria das vezes iremos perceber que podíamos instalar uma solução melhor e por isso muitas vezes mais econômica, com custos de inves-timento equivalentes.

Se um fornecedor fabrica conexões, válvulas, má-quinas ou equipamentos que podem ser limpos e esterilizados, deve também chamá-los assim, pois higiene significa outra coisa.

O simples fato do equipamento ser construído em inox não lhe garante condições higiênicas e assép-ticas. Podemos concluir que diversas peças e com-ponentes utilizados na cervejaria devem ter uma construção higiênica para garantir que não haja pro-liferação de microorganismos que possam alterar o sabor e aroma da cerveja e tampouco permitir que haja contaminação físico-química do produto.

ServiçoMatthias R. Reinold – Mestre Cervejeiro Diplomadowww.cervesia.com.br

Referências1. Construções higiênicas - Raimund Kalinowski.2. Relatórios de não-conformidades - Cervesia ■

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Instituto Adolfo Lutz atesta o potencial dos pisos em

MMA para a indústria alimentíciaA Miaki foi a primeira a importar o MMA,

resina utilizada há décadas para o desenvolvimento de revestimentos em países de primeiro mundo

Por Bruna Maldonado

Como bons conhecedores do segmento alimentício, a

Miaki Revestimentos há 18 anos vem acompanhando o desenvolvi-mento das empresas desta cadeia com a finalidade de sanar suas ca-rências com relação a seus pisos e revestimentos.

Com uma infra estrutura di-ferenciada, a Miaki conta com um Centro de desenvolvimento tecnológico que avalia todas as tendências mundiais em pisos e revestimentos e desenvolve solu-ções de alto desempenho para as empresas do Brasil.

Foi neste pensamento que a Miaki foi a primeira a importar o MMA, resina utilizada há décadas para o desenvolvimento de revestimentos em países de primeiro mundo, con-siderada como tecnologia de ponta para áreas agressivas das indústrias

de alimentos e bebidas.Trata-se de uma resina tri-com-

ponente, que por sua resistência também é utilizada para confecção de vidros a prova de bala, implantes ósseos e dentários, lentes de con-tatos entre outros. Dentre a vasta lista de produtos de alta resistência desenvolvidos a partir desta, estão os revestimentos da Miaki.

Centenas de indústrias já uti-lizam e atestam esta tecnologia, que trás como grande diferencial o tempo de cura do material, ape-nas 3 horas, não sendo necessá-rio, portanto, que a empresa pare o seu processo de fabricação, para que haja a troca do pisos. “É como trocar o pneu da bicicleta, com ela em movimento” afirma José Janércio de Lima, gerente indus-trial da Ceratti, grande parceira da Miaki. Outros pontos fortes

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deste revestimento são sua extrema resistência mecânica,térmica e química, padrão de qualidade europeu (atendendo com folga às normas da ANVI-SA), ecologicamente correto (isento de solventes), possui resistência UV, estrutura molecular inaltera-da por décadas a fio e pode ser projetado em níveis de antiderrapancia de acordo com a necessidade do ambiente.

Cientes da qualidade do revestimento desenvol-vido e com a finalidade de comprovar a mesma para seus clientes e parceiros do segmento alimen-tício, a Miaki em maio de 2010 procurou a Secreta-ria de Estado da Saúde de São Paulo e através do Instituto Adolfo Lutz realizou análises Microbiologi-cas comparativas em amostras de MMA, cerâmica antiácida, poliuretano cimentício e cimento com agregados de alta resistência, contaminando as su-perfícies destas amostras com bactérias e fungos e posteriormente higienizando-as por meio de es-covação com água e detergente neutro. Buscando simular um dos tipos de exposição freqüente em ambientes da cadeia alimentícia.

Os testes comprovaram que o MMA é uma su-perfície realmente limpa, pois após a higienização, não retém ou absorve qualquer bactéria ou fungo, ao contrário dos outros sistemas, que apresenta-ram focos de contaminação ao final do teste. Estes laudos constituem provas científicas de que ma-teriais que apresentem juntas ou porosidade, não devem ser utilizados em ambientes onde a facili-dade de descontaminação e a assepsia são fatores fundamentais.

Serviçowww.miaki.com.br ■

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