revista indústria capixaba n° 313

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Julho 2014 • Distribuição gratuita • nº 313 • IMPRESSO E mais: Lei Anticorrupção, aposentadoria sustentável, Consuma, comércio exterior Presidente reeleito do Sistema Findes faz balanço de gestão Marcos Guerra “Será uma gestão de entregas. Nossa meta é desenvolver a indústria” “Preparamos um plano de investimentos, do qual 90% já está na rua” “O empresário que se associa está fortalecendo a indústria capixaba em geral”

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Jul/2014. Uma publicação oficial do Sistema Findes.

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Page 1: Revista Indústria Capixaba n° 313

Publicação Oficial do Sistema Findes • Julho 2014 • Distribuição gratuita • nº 313 • IMPRESSO

E mais: Lei Anticorrupção, aposentadoria sustentável, Consuma, comércio exterior

Presidente reeleito do Sistema Findes faz balanço de gestão

Marcos Guerra

“Será uma gestão de entregas. Nossa meta é desenvolver

a indústria”

“Preparamos um plano de

investimentos, do qual 90%

já está na rua”

“O empresário que se associa

está fortalecendo a indústria capixaba

em geral”

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4 Indústria Capixaba – Findes

Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos ReggianiVice-presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Elcio Alves2º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura3º diretor administrativo: José Augusto Rocha1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Sérgio Rodrigues da Costa, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza VieiraSuperintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi

Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniçali, José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro

Serviço Social da Indústria – SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir Rossi, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias,Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam PessottiRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Lauro Queiroz RabeloSuplente: Flaviano Rabelo AguiarSuperintendente: Solange Maria Nunes Siqueira

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano Raizer MouraSuplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta NetoRepresentantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva

Representante do Ministério da EducaçãoTitular: aguardando indicação do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz GuerraSuplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

Centro da Indústria no Espírito Santo – CindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani2º vice-presidente: Aristoteles Passos Costa Neto3º vice-presidente: Houberdam PessottiDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos,Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior, Hélio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cássaro Machado.Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie.

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – IdeiesPresidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos GuerraMembro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benizio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo ReisMembro representante do Sebrae-ES: Ruy Dias de SouzaDiretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

Instituto Euvaldo Lodi – IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Vladimir Rossi, José Bráulio BassiniConselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos SantosSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

Instituto Rota Imperial – IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi

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Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur MetropolitanaSuplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo ZandonadiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos AnjosSuplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

Condomínio do Edifício Findes (Conef)Presidente: Marcelo Ferraz Goggi

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats)Coordenador-geral: Gibson Barcelos Reggiani

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Claudio José RezendeCâmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam PessottiCâmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel MendonçaCâmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCâmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Jose Carlos Bergamin

Conselhos TemáticosConselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso Menegueli Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcilio Rodrigues MachadoConselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna MameriConselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade Bertollo Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Franco MachadoConselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg RodriguesConselho Temático de Educação (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temático de Energia (Conerg)Presidente: Nélio Rodrigues Borges

Diretorias RegionaisDiretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol NetoDiretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio GiacominDiretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José CarnieliNúcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio Brambilla

Diretores para Assuntos Específicos e das EntidadesDiretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio MalanquiniDiretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de CastroDiretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Paulo Roberto Almeida Vieira Diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais:Paulo BaraonaDiretor para Assuntos do IEL: Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes: Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do IRI: Adenilson Alves da CruzDiretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos BergaminDiretor para Assuntos do Senai: Benízio Lázaro

Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: Luiz Henrique Toniato Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Houberdam Pessotti Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti Sandis Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: José Bráulio Bassini Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros Sinvel: Atílio Guidini | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

Indústria Capixaba – Findes6

EntrEvistaReeleito para um segundo mandato como presidente do Sistema Findes, o empresário Marcos Guerra faz um balanço das ações realizadas, cita as vitórias conquistadas nas áreas de infraestrutura, associativismo e investimentos e fala sobre as perspectivas e os desafios da indústria capixaba nos anos que estão por vir.

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EsPECiaL Em evento realizado em Vitória, foi empossada a Diretoria do Sistema Findes eleita para o período 2014-2017. Com mais três anos pela frente, Marcos Guerra segue com a gestão marcada pelo processo de interiorização do desenvolvimento, os investimentos em educação e a qualificação profissional dos capixabas.

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CEnário Identificar gargalos de infraestrutura e apresentar uma direção para o desenvolvimento integrado das indústrias de Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Essas são premissas do Projeto Sudeste Competitivo, um estudo feito para dar mais competitividade às empresas nos mercados interno e externo.

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50 sustEntávELCom o objetivo de auxiliar na consolidação de boas práticas ambientais nas indústrias capixabas, o Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) do Sistema Findes trabalha focado não só na competitividade, mas no bem-estar da sociedade. Confira as ações desse grupo e como ele aponta os caminhos do crescimento sustentável.

56 no sistEmaCriado para desenvolver oportunidades e aumentar as potencialidades das empresas do Estado no cenário internacional, o Centro Internacional de Negócios (CIN-ES) oferece diversos serviços que estão ao alcance das organizações que buscam um melhor posicionamento nas transações realizadas com o exterior.

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benizio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Natália Magalhães, Rafael Porto e Milan SalviatoGerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

Depto. Comercial – Unirem/Findes Tel: (27) 3334-5791– [email protected]

Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Elisângela EgertProdução editorial e diagramação: Fábio Barbosa e Thiara Nascimento Copidesque: Marcia RodriguesTextos: Ana Lúcia Ayub, Andrea Nunes, Gustavo Costa e Regina Silva Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Jackson Gonçalves, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial

Impressão

26 IndústrIa em ação

42 saúde

46 educação

60 caso de sucesso

64 cursos

IndústrIa Depois da crise econômica internacional, o Brasil passou a contar com medidas restritivas às importações para resguardar a indústria nacional. Mas os números em queda na produtividade e na balança comercial da indústria parecem mostrar que o tiro saiu pela culatra. Será? Confira na matéria.

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Publicação oficial do Sistema Findes Julho – 2014 ▪ nº 313

facebook.com/sistemafindes

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gestãoCom impactos que vão da redução da eficiência do gasto público ao desestímulo ao investimento privado, a corrupção gera consequências negativas sobre a competitividade e o potencial de crescimento da economia. Para mudar esse quadro, entrou em vigor a chamada Lei Anticorrupção.

Edição nº 313 Julho 2014

twitter.com/sistemafindes

Foto: Elizabeth Nader

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Editorial

8 Indústria Capixaba – Findes

A ssumir a gestão de uma entidade com a proeminência da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) foi uma decisão madura e desafiadora.

Em julho de 2011, quando me tornei presidente do Sistema Findes/Cindes, o Estado começava a sofrer os efeitos da crise econômica mundial. Não conseguimos sustentar o ritmo de crescimento dos anos anteriores, quando, a exemplo de 2010, alcançamos 13,8% no Produto Interno Bruto capixaba. Em 2011, crescemos 6,9% e, no ano seguinte, registramos 0,6%. A indústria carecia de um plano de investimentos que apresentasse soluções de curto, médio e longo prazo, alavan-cando os bons resultados dos últimos anos: de 2010 a 2013, enquanto a produção física da indústria geral brasileira subiu 2,3%, a indústria capixaba cresceu 3,2%.

Logo nos primeiros dias de gestão, começamos a preparar o Estado para as oportunidades trazidas pelas novas empresas e pelo desenvolvimento de novas cadeias produtivas. Primeiramente, estabelecemos um processo de interiorização das ações do Sistema Findes, focado na valorização das potencialidades industriais de cada região. Acreditamos que o Espírito Santo é muito pequeno para ser dividido apenas entre a Grande Vitória e o interior. Desse modo, fortalecer nossa economia passa, antes de tudo, pelo apoio às micro e pequenas indústrias, espalhadas por todas as regiões do Estado, buscando ferramentas que gerem competitividade e qualificando profissionais aptos a trabalhar na criação de produtos de maior valor agregado.

Ao longo dos últimos três anos, a Federação se articulou dentro e fora do Espírito Santo em prol dos interesses da indústria capixaba: conseguimos a ampliação dos Contratos de Competitividade, a adoção do Simples Nacional no Estado e novos convênios com Bandes, Banestes e Caixa Econômica. Nosso plano de investimentos de R$ 150 milhões segue sendo executado a todo vapor; o “Dia DE Associar-se” – um case de sucesso nacional – resultou em 10% de crescimento no número de filiados aos sindicatos da Findes; o Impostômetro, instalado em frente à sede da Federação, ampliou o debate sobre carga tributária entre os capixabas, entre tantas outras ações que marcaram nossa gestão.

Hoje a Federação das Indústrias possui 31 sindicatos filiados e outros três em processo de adesão, representando

18 mil indústrias capixabas. Foram inúmeras conquistas, que nos credenciaram à reeleição para gestão do Sistema Findes. Nesta edição da Revista Indústria, a primeira do novo mandato de três anos que teremos (2014-2017), destacamos algumas das vitórias recentes da indústria capixaba. A criação do Iema Online, por exemplo, permitirá aos empresários a obtenção de licenças simples via internet, acelerando e desburocratizando parte do processo de licenciamento ambiental – fruto do trabalho árduo da Findes, por meio do Consuma, junto aos órgãos públicos competentes.

O Sudeste Competitivo, tema de outra reportagem desta revista, integra a lista de ações que a Findes desenvolve fora do Estado. Ainda em fase de estudos e análises, o projeto será um importante indicador de gargalos e soluções para os problemas de logística que afetam a produção da região Sudeste. Outros pontos de interesse da indústria também estão sendo debatidos nesta edição, como a Lei Anticorrupção, a política econômica do Governo Federal e as opções de aposentadoria para empresários.

Como afirmamos na cerimônia de posse da nova Diretoria do Sistema Findes, realizada no dia 31 de julho em noite prestigiada por empresários e lideranças do Estado, os próximos três anos ficarão marcados pela conclusão de nosso plano de investimentos, com entregas fundamentais em todas as regiões do Espírito Santo. Que possamos acompanhar juntos, por meio desta publicação, o fortalecimento da indústria capixaba. Uma boa leitura a todos, hoje e pelos próximos três anos.

Planejando e realizando o futuro

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes10

Marcos Guerra

A ções de incentivo à educação, à diversificação indus-trial e à interiorização do desenvolvimento são marcas do modelo de gestão de Marcos Guerra,

que está à frente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) há três anos. Reeleito para um segundo mandato, que se estende até 2017, ele faz um balanço das atividades realizadas em meio a tantos desafios na conjuntura econômica mundial, além de destacar os avanços conquis-tados nas áreas de infraestrutura, associativismo e investi-mentos, que também têm sido pilares de sua administração. Nesta conversa com a Revista da Indústria, o dirigente revela ainda quais as perspectivas e as metas que vislumbra para a indústria capixaba. Confira.

Qual o balanço que o senhor faz da atuação do Sistema Findes na gestão 2011/2014, período do seu primeiro mandato na Presidência da entidade?

O balanço é positivo, pois conseguimos realizar todas as propostas almejadas. Claro que muitos trabalhos e projetos não acabam, são contínuos. Dentro da nossa gestão, apresentamos 71 ações e selecionamos cinco pilares prioritários: o fortale-cimento do associativismo; os investimentos em educação profissional; a interiorização do desenvolvimento, a maior diversificação da indústria; e o relacionamento institucio-nal da Federação das Indústrias com os poderes constituídos, para manter uma interação próxima com o Governo do Estado. Conseguimos avançar nos contratos de competitividade em

“O fortalecimento do associativismo foi um aspecto em que nos tornamos referência na CNI”

por Ana Lúcia Ayub

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21 setores produtivos, que são importantes não só para for-talecer a indústria, mas também para manter alguns seg-mentos no mercado. O Governo do Estado tem sido parceiro da indústria também com a interiorização das ações. Hoje, quando as administrações públicas levam alguma indústria para qualquer região do Estado, a Federação trabalha em conjunto nas ações a serem desenvolvidas, tornando o ambiente mais receptivo para a indústria.

Entre as 71 ações que nortearam os três anos do seu primeiro mandato, a Findes priorizou alguns planos, metas e ações. Uma delas foi a interiorização do Sistema Findes. Quais foram os principais avanços no sentido de promover um desenvolvimento mais equilibrado entre os municípios capixabas?

Procuramos ouvir os industriais e atendê-los com os serviços das entidades que compõem o Sistema Findes, de acordo com a demanda de cada um. Como possuímos oito Diretorias Regionais com o objetivo de mapear mais de perto as necessidades das principais áreas – e, assim, dar um novo rumo ao perfil da indústria capixaba –, o Conselho de Desenvolvimento Regional (Conder), juntamente com as Regionais, discutiram todos os investimentos e ações fora da Grande Vitória. Com isso, surgiu a necessidade de investimento maciço em aperfeiçoamento de laboratórios nos municípios do interior, e detectamos ainda a necessidade de inaugurar Agências de Treinamento Municipais (ATMs) e Escolas Móveis nas cidades que não contam com estrutura fixa das entidades de ensino profissional, além de ampliar as unidades do Sesi e Senai nesses locais, criar Centros Integrados e construir um Senai Centromoda em Colatina e Araçás, em Vila Velha. Ao ouvir os industriais do interior, nós conseguimos preparar um plano de investimentos com maior agilidade, do qual praticamente 90% já está na rua - seja em obras ou em fase de licitação.

As ATMs e a Escola Móvel fazem parte do pacote para impulsionar o desenvolvimento regional do Espírito Santo. Como será dada continuidade a esse processo?

Pretendo instalar as ATMs em vários municípios. Nós já inauguramos uma em são Gabriel da Palha, uma em Ibiraçu e outra em Vitória, no Sambão do Povo, e, mais recentemente, em Guaçuí, Santa Tereza, Itaguaçu e Itarana. Já temos uma em processo de instalação em Castelo, que deve ser inaugurada em setembro. Elas têm como objetivo atender

às cidades do interior do Estado que não contam com estrutura fixa do Senai. É um modelo de treinamento mais rápido, barato e flexível para atender às demandas de cada município e dar continuidade ao projeto de interiorização do desenvolvimento e formação de mão de obra em todo o Estado. Há também a Escola Móvel, que esteve recentemente em Governador Lindenberg e, neste momento, está em Baixo Guandú.

Outra marca de sua gestão tem sido intensificar as ações de reforço ao associativismo. De que forma a união em torno de objetivos comuns pode fortalecer as entidades e, consequentemente, a economia capixaba?

O objetivo é fortalecer as entidades e oferecer a elas diversos benefícios. No momento em que o empresário se associa ao sindicato que o representa, ele está fortalecendo essa entidade, que terá melhor representatividade junto ao poder público e segmentos organizados, gerando assim melhores resultados para o seu setor e a indústria capixaba em geral. O fortalecimento do associativismo foi um aspecto em que

“Até 2017, serão quase um milhão de vagas disponíveis em diversos cursos, distribuídos por todas as regiões do Estado, para suprir a carência de mão de obra qualificada”

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes12

nos tornamos referência na CNI (Confederação Nacional da Indústria) com a realização do “Dia DE Associar-se”, que virou um case nacional e está sendo replicado em várias federações de indústrias.

O evento é realizado em cidades que são polos regionais, com o intuito de realmente trazer o industrial para dentro do Sistema Findes. Isso é muito importante, porque, por um lado, passamos a expor mais o Sistema, seus produtos e serviços, mas também trazemos novas ideias e cobranças, o que é fundamental para fazer o trabalho evoluir. O “Dia DE Associar-se” propiciou um crescimento de 10% (3.458) no número de indústrias associadas, em relação a agosto de 2011, período anterior à promoção do evento, além da criação do Sindicato da Indústria de Vidros do ES (Sindividros), do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilates) e do Sindicato da Indústria da Pesca (Sindipesca).

O Sistema Findes abriga, de um lado, grandes empre-sas, e de outro, trabalha em prol das micro, pequenas e médias empresas. Como a entidade tem promovido o intercâmbio de experiências entre elas? Que ações têm sido implementadas nos últimos três anos?

Considero importante trabalhar para que as empresas capixabas tenham participação maior nos projetos das grandes empresas instaladas no Estado. Estamos tendo um avanço muito grande com ferramentas como o Prodfor (Programa Integrado de Desenvolvimento de Fornecedores)

e o PDF (Programa de Desenvolvimento de Fornecedores), que qualificam e ajudam a indústria capixaba a vender para os grandes projetos industriais do Estado. Nas obras da 8ª Usina da Vale e da 4ª Pelotização da Samarco, cerca de 60% dos fornecedores foram capixabas. Nós temos feito desde a formação do empreendedor, capacitação da mão de obra, um trabalho institucional junto ao Governo do Estado nos contratos de competitividade para equiparação com outros estados, e temos o Conselho Superior de Assuntos Legislativos (Coal) – que acompanha os projetos de interesse da indústria que tramitam na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional – e o Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) – que busca melhorias e avanços nas questões de meio ambiente. No Iema, conquistamos um grande avanço com o Iema On-line, serviço que disponibiliza algumas licenças pela internet. No campo tributário, nós tivemos uma conquista recente com o estabelecimento do novo teto para o Supersimples.

O que tem sido articulado junto aos poderes públicos e a entidades empresariais para fortalecer a indústria capixaba, já que Relacionamento Institucional é um dos cincos pilares estratégicos do Sistema Findes?

Eu sempre entendi que a Federação das Indústrias tem que fazer uma articulação com o Governo do Estado. Nós avançamos nos contratos de competitividade de 21 setores industriais, com redução na tarifa tributária e no ICMS para a compra de máquinas, além de conquistar novos avanços em contratos que já existiam, como a recente alteração no decreto do Compete-ES, que permitirá a aquisição de produtos da indústria do vestuário, movimentando a cadeia produtiva.

Viabilizamos também alguns convênios com o Bandes e o Banestes para subsidiarem créditos para financiamentos e capital de giro com melhores taxas, maior agilidade e menos burocracia. Realizamos recentemente, em parceria com a Petrobras e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, que tem como objetivo integrar 19 entidades capixabas para debaterem o desenvolvimento da cadeia do setor no Estado. O fórum é uma discussão constante sobre as oportunidades do setor, pois a indústria capixaba tem marcado uma presença muito tímida nessa cadeia produtiva.

O senhor vem defendendo a criação de um novo perfil da indústria capixaba, com maior agregação de valor aos produtos, gestões mais eficientes e empresas mais competitivas. Como estabelecer essas diretrizes se a própria indústria brasileira vem perdendo competitividade?

Desde a década de 80, a indústria vem perdendo peso na composição do PIB (Produto Interno Bruto). Naquela época, só a indústria de transformação representava 24,9% do PIB nacional. Em 1985, atingimos 27,2%, e em 2003, caímos para

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19,2%. Em 2013, fechamos o ano com 13% de participação. Numa rápida análise da economia e das exportações, vamos perceber que, se retirarmos as commodities minerais e agrícolas, o país vende praticamente para o mercado interno e exporta muito pouco em termos de produtos de maior valor agregado. Já o Espírito Santo é o Estado mais industrializado do país, onde a indústria geral representa 38,5% da composição do PIB, enquanto a nacional participa com 26,8%. O que temos que fazer agora é incentivar a indústria capixaba a trabalhar com conteúdo tecnológico e maior valor agregado. Claro que as indústrias de commodities são importantes, e vamos continuar incentivando-as, mas temos que buscar um outro perfil de indústria para o Espírito Santo. O Governo do Estado também tem ciência disso, e hoje já alcançamos resultados que demonstram que esse é o caminho. A vinda de novas indústrias que fazem uso mais intensivo de tecnologia – como a Weg, em Linhares; a Itatiaia, em Sooretama; a Marcopolo, em São Mateus; e o Estaleiro Jurong, em Aracruz – agrega maior valor aos produtos, atrai novas empresas fornecedoras e, com isso, gera mais oportunidades para as indústrias capixabas. O Sistema Findes tem atuado desde a prospecção dos novos empreendimentos até a articulação junto ao poder público, contribuindo na diversificação do perfil da nossa produção para a consolidação de um novo ciclo de desenvolvimento.

A inovação é apontada como uma das saídas mais importantes para aumentar a competitividade de nossa economia. O que tem sido feito no Espírito Santo e como o Sistema Findes tem contribuído para esse processo?

Nós temos o programa Inova Findes, um Conselho de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec), e estamos trabalhando junto às micro, pequenas e médias empresas não só para a compra de máquinas, mas também para auxiliar nos processos industriais com marcas, patentes

e produtos, porque a grande empresa já pratica a inovação há muito tempo. Estamos incentivando também o uso dos recursos que existem em entidades como Finep, Senai Nacional e outras instituições de fomento. Em 2014, o Governo Federal disponibilizou R$ 32,9 bilhões para financiar atividades de pesquisa e inovação em empresas brasileiras, mas é preciso preparar bons

projetos para poder se habilitar e concorrer a esses recursos. É esse intermédio que o Sistema Findes busca fazer. Vamos construir também o Instituto Senai de Tecnologia (IST), na Avenida Beira-Mar, em Vitória, para atender às necessidades de inovação do setor metalmecânico e ao de informática, com foco na cadeia de petróleo e gás.

Os resultados de 2013 não foram muito animadores para a economia e para a indústria do Estado. Este ano, de janeiro a abril, a queda da produção industrial capixaba foi de 4,1% em relação ao ano de 2013. No Brasil, foi de 1,2%. Quais as expectativas para 2014?

De otimismo. Nos últimos quatro anos, a produção industrial do Estado cresceu mais do que a média nacional. Enquanto a produção nacional cresceu 2,3%, nós avançamos 3,2%. O que aconteceu no Espírito Santo nos últimos dois anos é que nós não conseguimos sustentar o crescimento de 2010 e 2011 porque houve redução da compra de commodities das grandes empresas pelo mercado internacional. É bom explicar isso, porque a indústria não está mal; ela apenas não conseguiu sustentar o crescimento dos anos anteriores. Mas temos projetos para entrar em funcionamento este ano e que vão agregar à produção no Estado, como a 8ª Usina da Vale; a 4ª Usina da Samarco, já inaugurada; a reativação do alto-forno da ArcelorMittal; a Bertolini em Colatina; a Jurong Aracruz; a Weg, em Linhares; a Marcopolo, em São Mateus; e outras dezenas de empresas. Os novos projetos de ampliações, por exemplo, vão significar ganho de produtividade para nossa indústria. Só com a inauguração da 4ª Usina da Samarco, a projeção é que a empresa cresça 40%, e isso representa muito para a indústria capixaba. Prevemos um crescimento na produção física, ainda tímida, por volta de 1%, baseados nas novas empresas que chegam e nas outras já instaladas.

“Prevemos um crescimento na produção física, ainda tímida,

por volta de 2,5% a 3%, baseados nas novas empresas que chegam

e nas outras já instaladas”

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes14

O Sistema Findes inaugurou o primeiro Impostômetro capixaba, mostrando quanto o brasileiro gasta durante o ano com impostos. Qual o objetivo dessa iniciativa e o que a entidade tem feito quanto à alta carga tributária incidente sobre as empresas?

O Impostômetro foi mais um alerta para mostrar à sociedade capixaba o valor total de impostos pagos e que é necessário cobrar mais investimentos do Governo Federal em infraestrutura, educação, saúde e segurança com os valores arrecadados. No dia 6 de agosto, o painel já exibia mais de R$ 974 bilhões. Somente no Espírito Santo, são pagos em média R$ 10 bilhões em impostos. O pior é que muito pouco volta para cá em investimentos, algo em torno de 45%.

E quem mais sofre com a carga tributária é a indústria. Então, decidimos mostrar o quanto custa ter um negócio, comprar produtos e ter um comércio no país. Nós temos trabalhado muito junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao Governo do Estado e ao Governo Federal para a redução de tributos, principalmente entre as pequenas indústrias, pois há alguns segmentos que estão enfrentando problemas de desindustrialização no país. Na desoneração

da folha de pagamentos, conseguimos reduzir os 20% devidos pelo empregador para 1,5% sobre o faturamento das empresas. Na indústria do vestuário, a mão de obra representa, em média, um custo de 24% sobre o faturamento das empresas. A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em vários setores e as mudanças no Refis também foram reinvindicações da indústria.

A pouco mais de três meses do pleito eleitoral e após três anos de relacionamento difícil com empresários, o Governo anunciou, em junho, um novo pacote de “bondades” para a indústria, fundamentado em benefícios tributários. As medidas são suficientes para a indústria se tornar mais competitiva?

O anúncio foi de notícias requentadas e que já vinham sendo cobradas há tempos. O pacote ainda está muito tímido e poderia ter avançado mais, por conta das necessidades que o setor industrial possui neste momento. A indústria precisa de um planejamento maior, com ações definidas de curto, médio e longo prazos. As poucas questões que foram atendidas são a manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o retorno do Reintegra e as novas diretrizes para o Refis da Crise. Temos que pensar em linhas de financiamento, com juros subsidiados; em questões tributárias; em investimentos em inovação tecnológica; em melhorias nas relações de trabalho. Há muitas questões ainda a serem resolvidas, pois um país emergente de 200 milhões de habitantes não pode se dar o luxo de permitir a desindustrialização. O custo vai ser muito alto no futuro.

O Sistema Findes anunciou o maior plano de investimentos da história da entidade: R$ 150 milhões, dos quais mais de 80% voltados à educação profissional. Com essa meta, é possível resolver a carência de mão de obra qualificada da indústria capixaba?

Nossos projetos para qualificar a mão de obra capixaba trabalham para resolver essa carência num prazo de cinco anos. Hoje, 84% dos recursos do plano de investimentos do Sistema Findes são aplicados em educação profissional. Estamos trabalhando nos 78 municípios capixabas e investindo em obras físicas para melhorias nos laboratórios, criação de Agências de Treinamento Municipais e unidades

“Procuramos ouvir os industriais e atendê-los com os serviços das entidades que compõem o Sistema Findes, de acordo com a demanda de cada um”

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móveis e aumentando o número de matrículas no Senai, no Sesi e no IEL-ES para enfrentar a escassez de trabalhadores qualificados. Somente em 2014, as três entidades vão oferecer 227 mil matrículas e, até 2017, serão mais de um milhão de vagas disponíveis em diversos cursos, distribuídos por todas as regiões do Estado.

Pela primeira vez, os investimentos do Sistema Findes serão distribuídos por todo o Espírito Santo, e não apenas na Grande Vitória. Quais são os principais projetos contemplados até 2017?

Estamos reformando, ampliando e construindo novas unidades do Sesi, do Senai e do IEL-ES e investindo pesado na modernização dos laboratórios, na expansão da rede de prestação de serviços de educação básica, profissional e corporativa, em diferentes regiões do Estado. Em fevereiro, inauguramos a nova unidade do Senai Centromoda em Colatina, que atenderá a toda a cadeia produtiva e duplicará a quantidade de cursos. Em Anchieta, o Centro Integrado deve ser inaugurado até o início do ano que vem. Em Cachoeiro, vamos construir uma nova escola para unir Sesi/Senai/IEL num espaço só, que deve ser concluída no ano que vem. Em Linhares, terminamos a ampliação do Senai e estamos duplicando o Sesi, que deve ficar pronto até o final do ano, possibilitando abrir mais de 15 mil novas vagas em cursos. Já em Nova Venécia, vamos construir a escola Senai Pedreira, com foco na qualificação de mão de obra para o setor de rochas, e em Aracruz estamos fazendo um ginásio poliesportivo no Centro Integrado. Na Grande Vitória, serão investidos R$ 60,7 milhões para reforma e ampliação do Senai e do Sesi e estamos com o projeto do Senai Centromoda de Araçás, em Vila Velha, em andamento, além da construção do Instituto Senai de Tecnologia, cujos projetos estão sendo finalizados para licitação. Os investimentos podem mudar o panorama da indústria capixaba e provocar impactos econômicos e sociais positivos no interior do Estado. No Sesi, estamos desenvolvendo um grande plano para a saúde e a segurança do trabalhador, demanda muito importante da indústria que será debatida neste segundo mandato.

A educação e a inovação desempenham papel fundamental no desenvolvimento da indústria. As novas tecnologias requerem do profissional domínio e conhecimento de sua aplicabilidade. Como estão os projetos para viabilizar um Centro de Pesquisa e Inovação capixaba?

Estamos viabilizando a criação de um IST (Instituto Senai de Tecnologia), que será construído na Avenida Beira-Mar, em Vitória, para em seguida avançarmos para o ISI (Instituto Senai de Inovação), que demandará mais tempo. O IST vai atuar em rede para associar tecnologias capazes de gerar novos produtos ou processos para as companhias. A nova unidade

é importante para agregar valor e qualidade aos produtos industriais e, consequentemente, mais competitividade para a indústria capixaba. Também temos o Programa Inova Findes, que articula e mobiliza as instituições que compõem o Sistema Findes, estimulando a cooperação e o estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de projetos de inovação.

Quais prioridades serão dadas à sua segunda gestão (2014/2017) à frente do Sistema Findes?

Será uma gestão de entregas. Nossa meta é concluir as obras que iniciamos e desenvolver a indústria para além das 71 ações apresentadas no plano de investimentos, fortalecendo nossa imagem institucional, nossa representação junto aos poderes constituídos e o relacionamento com os sindicatos que compõem o Sistema Findes. Fizemos grandes projetos e vamos entregá-los neste segundo mandato, inclusive o Espaço Cultural, construído na sede da Federação.

Como o senhor vê o Sistema Findes daqui a quatro anos?Vejo o Sistema mais moderno, mais democrático e com uma

visão política do Estado, tornando a Federação das Indústrias reconhecidamente uma entidade que defenda os mais altos interesses da indústria e da sociedade capixabas.

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes16

Marcos Guerra é empossado presidente em novo mandatoSistema Findes tem nova Diretoria para o triênio 2014-2017

Especial

por Gustavo Costa

E m solenidade realizada no Le Buffet, em Vitória, a Diretoria do Sistema Findes eleita para o período 2014-2017 foi empossada no dia 31 de

julho. Autoridades, presidentes de outras federações de indústrias, empresários e convidados prestigiaram o momento de posse de Marcos Guerra, que segue capitaneando o Sistema Findes e pretende continuar com uma gestão focada no associativismo, na interiorização do desenvolvimento e na qualificação profissional dos

capixabas. Entre os presentes, o governador do Estado, Renato Casagrande; o diretor-secretário da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira; e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende.

Em seu discurso de posse, Marcos Guerra lembrou as vitórias já alcançadas e as ações que pautaram a sua gestão. “Em 2011, quando tomei posse como presidente da Federação das Indústrias, assumi vários compromissos. E, graças a Deus, todos eles foram cumpridos.

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Passei a conhecer melhor toda a nossa indústria. Junto com as diretorias dos sindicatos, construímos o nosso plano de ação, que contemplou as micro, pequenas, médias e grandes empresas. Entre as 71 ações inicialmente elencadas, destaco aquelas que podemos citar como os pilares de nossa gestão: trabalhar o associativismo, a educação, a infraestrutura e a interiorização do desenvolvimento. Com relação ao associativismo, senti que precisávamos trazer o industrial do Estado para dentro da Federação das Indústrias.

“Mesmo com o momento complicado da indústria nacional, temos no Estado grandes projetos. Estou otimista com o Espírito Santo”Marcos Guerra, presidente reeleito do Sistema Findes

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Indústria Capixaba – Findes18

“A Federação fez uma reunião com todos os prefeitos

e se colocou à disposição para

parcerias. O Sistema Findes

tem sido muito importante para nós, capixabas”

Luciano Rezende, prefeito de Vitória

Começamos a fortalecer os nossos Conselhos Regionais: em Colatina, Aracruz, Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, São Mateus, Nova Venécia, Venda Nova do Imigrante. Demos mais autonomia para os nossos diretores regionais e fizemos um trabalho muito forte para trazer as empresas, ampliando os associados do Sistema Findes”, explicou.

Com relação ao novo período como presidente da entidade máxima de representação da indústria capixaba, Guerra se disse otimista. “Mesmo com o momento complicado da indústria nacional, temos no Estado grandes projetos. Há a Quarta Usina da Samarco, a Oitava Usina da Vale, o Estaleiro Jurong, indústrias de aço e várias outras de menor porte. Então, estou otimista com o Espírito Santo. Vamos aprimorar as nossas 71 ações, que é um trabalho contínuo. Quero agradecer a todos os presidentes de sindicatos, à primeira e à segunda diretorias, aos industriais. Nós temos hoje 632 voluntários, pessoas muito importantes no nosso dia a dia”, disse. O presidente reeleito e o 1° vice-presidente, Gibson Reggiani, representando toda a Diretoria eleita, assinaram então o termo de posse, sendo aplaudidos pelos presentes.

Discursaram no evento O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, foi o próximo

a subir ao palco, para saudar o presidente Marcos Guerra. “Quero parabenizar você, Marcos, e toda a Diretoria do Sistema Findes, e desejar todo o sucesso nesse próximo mandato. Logo que tomei posse, lembro que a Federação das Indústrias fez uma reunião com todos os prefeitos e se colocou à disposição para parcerias, visando ao

desenvolvimento. O Sistema Findes tem sido muito impor-tante para nós, capixabas”, disse. Durante seu breve discurso, Rezende aproveitou para informar que a licença ambiental do Instituto Senai de Tecnologia havia sido liberada e já será possível fazer a licitação da obra.

Representando o presidente da CNI, Robson Braga, o diretor-secretário da confederação nacional, Paulo Afonso Ferreira, lembrou a atuação do Sistema Findes em prol do crescimento da indústria capixaba e pediu aos empresários brasileiros mais engajamento nas decisões políticas. “São muitos os motivos que nos alegram nesta noite, e entre eles se destaca a constatação de que a indústria e os industriais capixabas estão unidos em torno de sua entidade representativa e do seu presidente, Marcos Guerra, agora em seu segundo mandato. É uma decisão que realça o êxito da primeira gestão do companheiro Marcos Guerra e explicita a certeza de que os próximos anos serão também de grandes realizações e conquistas para a indústria estadual. Voltar a esta terra é encontrar a face mais promissora da indústria brasileira. O Espírito Santo é hoje um dos estados em que a indústria mais se destaca por sua participação na geração de renda e empregos de qualidade; e, muito especialmente, na formação do PIB capixaba, que é de 38,2%, seguramente um dos maiores índices do Brasil”, frisou ele.

Encerrando os pronunciamentos oficiais da noite, o governador do Estado, Renato Casagrande, destacou que o momento de dificuldades que vive a indústria brasileira deve ser de união. “Quero reafirmar meu compromisso com a atividade industrial. Reconheço que estamos em uma hora de dificuldade na indústria brasileira e capixaba, vivemos uma década de baixo crescimento mundial. Isso exige de nós a noção de princípios e valores baseados na competência, na eficiência, no diálogo, no equilíbrio institucional do Governo e na gestão fiscal responsável. Essa postura é

Especial

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“Os industriais capixabas estão unidos em torno de sua entidade representativa e do seu presidente, Marcos Guerra”Paulo Afonso Ferreira, diretor-secretário da CNI

necessária para nortear o ambiente de investimentos de que precisamos neste momento. Estou aqui hoje para dar um abraço em todos os empresários da área industrial. Não existe economia forte sem indústria forte. Meus parabéns ao Sistema Findes, uma referência para nós e um instrumento do desenvolvimento de nosso Estado. Marcos Guerra, que com muita justiça foi reeleito, é um líder equilibrado, e é isso o que precisamos”, destacou.

Gestores de empresas de diversos setores da economia estiveram no evento. O diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco, Kleber Terra, falou sobre a capacidade de Marcos Guerra em levar o desenvolvimento para todo o Estado. “Temos visto grandes indústrias vindo para o norte e o sul do Espírito Santo, e essa descentralização da zona econômica é muito importante. Vemos empresas do polo moveleiro, do polo petrolífero, do setor de mineração, entre outras. E o Sistema Findes tem feito um trabalho brilhante, de colocar o Espírito Santo como um

dos principais estados industriais do Brasil. A Samarco participa do Prodfor, um programa que desenvolve fornecedores, e é visível o incremento da contratação local. Hoje nós temos um percentual muito maior de serviços que contratamos na rotina de fornecedores locais, em relação ao que tínhamos há alguns anos. Isso vem de um trabalho em conjunto do Sistema Findes, das grandes empresas e dos empresários que se propõem a se qualificar para atender aos requisitos exigidos pelo mercado”, enfatizou.

A reeleição de Marcos Guerra é a demons-tração da unidade da Federação das Indústrias. É nisso que acredita o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon), Aristoteles Passos Costa Neto. “O Marcos foi eleito por unanimidade.

O que deve acontecer em uma casa de empresários são a condução do processo e a continuidade de uma gestão que vem dando certo. E o Marcos conseguiu reunir todos os sindicatos em torno da bandeira do crescimento por igual em todo o Estado”.

Já para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, a reeleição do presidente Marcos Guerra é fruto do que foi apresentado no seu primeiro mandato. “Ele fez um grande trabalho, levando a entidade para onde está a indústria. Marcos tem tido também um desempenho muito destacado junto à CNI e ao Conselho de Assuntos Legislativos (CAL). O principal desafio da indústria nacional é restabelecer a sua competitividade. Nós temos um industrial que investe e procura modernizar a sua empresa, mas o custo de produção está muito elevado. Assim como acontece no Espírito Santo, investimentos em educação profissional são fundamentais nesse cenário”, finalizou.

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Artigo

20 Indústria Capixaba – Findes 20

O mudo empresarial tem enfrentado uma série de desafios nos últimos anos, como o surgimento de novos movimentos sociais, a revisão do processo

de globalização, o acirramento da concorrência, o avanço da tecnologia, as novas legislações e regras comerciais, a mudança do perfil do consumidor, as alterações do papel do Estado, dentre outros fatores que têm marcado as mudanças econômicas, políticas e sociais da atualidade.

Nesse contexto de transformações expressivas nos diversos setores da vida humana, as organizações, especi-ficamente, vivem momentos de incertezas e indefinições, num ambiente de maior competitividade e de necessidade de adoção de novas posturas diante de uma sociedade cada vez mais exigente.

Essas mudanças têm levado os administradores das organizações a repensar seus modelos de gestão, a inovar as práticas gerenciais e produtivas, a investir em novas tecnologias e a estabelecer novas bases nas relações com seus empregados, fornecedores, clientes, consumidores e sociedade de modo geral.

Nesse sentido, algumas organizações estão buscando novas estratégias que lhes assegurem um melhor

posicionamento no mercado, que as diferenciem de seus concorrentes e que lhes deem maior visibilidade e melhor imagem institucional.

Na base dessa grande mudança, fundamental para a so-brevivência de nossas empresas, está o gestor. No ambiente empresarial o gestor ou líder é o principal ator dessa transfor-mação. De acordo com Jack Welch, ex-CEO da GE e uma das maiores referências globais em liderança empresarial, “líderes são pessoas que inspiram com uma clara visão de como as coisas podem ser melhoradas. Seja aquele que energiza, que excita e que inspira”.

Dessa forma, em um ambiente em que a interação e o conhecimento são essenciais, a comunicação se torna uma das ferramentas mais importantes para que as lideranças possam promover as transformações necessárias para estes novos tempos.

A comunicação é o espelho da cultura organizacional e está ligada diretamente ao núcleo da gestão empresarial. Por meio do processo de comunicação, os gestores podem conseguir adesões importantes para a realização das tarefas e o cumprimento dos objetivos e metas traçadas no planejamento empresarial. Portanto, nesse ambiente

de transformação essencial, a comunicação é uma ferramenta estratégica para o exercício da liderança.

Ao observar o dia a dia por meio da imprensa e da convivência com outras organizações, podemos constatar que parte de nossas lideranças já está se capacitando e se preparando para promover essa transformação, utilizando a comunicação como principal ferramenta.

Muito ainda precisa ser feito, mas o conhecimento já está disponível. Cabe aos gestores de nossas organizações optarem por utilizá-la. Acredito que a combinação liderança e comunicação pode nos aproximar muito do sucesso.

Eugênio Fonseca é diretor para assuntos de Marketing e Comunicação do Sistema Findes, gerente de Comunicação e Relações Institucionais da Vale no Espírito Santo e coordenador da Comunicação do Espírito Santo em Ação

Comunicação e liderança

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes22

por Regina Silva

Cenário

Projeto Sudeste Competitivo Colaborar para competirEstudo da infraestrutura da região vai mostrar quais são os gargalos logísticos que impedem o desenvolvimento das indústrias do Sudeste, bem como apontar as obras prioritárias para superá-los e quais os investimentos necessários

U m projeto inovador, unindo quatro Estados brasileiros, está em andamento: é o Projeto Sudeste Competitivo, que durante um ano identificará

problemas e apresentará caminhos para que as indústrias de Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais se tornem mais competitivas nos mercados interno e externo.

Mas o que é o Sudeste Competitivo? É um planejamento estratégico da infraestrutura de transportes e logística de cargas que buscará integrar física e economicamente os estados da Região Sudeste. A iniciativa, lançada em solo capixaba pelo Sistema Findes no dia 15 de abril deste ano,

é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio do Ministério da Integração Nacional e das quatro respectivas Federações das Indústrias.

O projeto vai analisar se o que está sendo produzido nos estados tem a finalidade de consumo interno ou externo. Durante 12 meses, serão identificados e selecionados os sistemas de logística de menor custo capazes de integrar e atender estrategicamente às necessidades de escoamento da produção dos estados da região, criando alternativas que permitam redução de tempo e custos e, assim, o aumento da competitividade das indústrias.

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Objetivos do Projeto Sudeste Competitivo

Elaborar o planejamento estratégico da infraestrutura de transporte e logística de cargas da Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) de forma a atingir os seguintes alvos:

• Integrar física e economicamente os estados envolvidos no estudo e as demais regiões do Brasil.

• Identificar e selecionar os sistemas de logística de menor custo, voltados para o mercado interno e externo, formados pela infraestrutura de transporte de cargas da região abrangida pelo estudo e torná-los mais competitivos.

• Proporcionar a transformação dos sistemas de logística em eixos integrados de desenvolvimento, à medida que forem complementados com investimentos em energia, telecomunicações e capital humano, atraindo as atividades econômicas, gerando emprego e renda, fomentando a inserção da região na economia mundial.

• Liderar o processo de reconstrução e melhoria da infraestrutura brasileira, com a participação da iniciativa privada.

“O projeto mostra um amadurecimento

no setor industrial do Brasil”

Marcos Guerra, presidente do

Sistema Findes

Um objetivo subjacente é implantar eixos integrados de desenvolvimento, considerando menor impacto ambiental, gastos com energia, combustível, telecomunicações e capital humano.

“O projeto envolve portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, diversos caminhos para desenvolver o Espírito Santo, aproximando os estados do Sudeste e melhorando a ligação com outras regiões do país. Queremos aproveitar ao máximo o potencial de cada um, encurtando caminhos e reduzindo custos”, destacou na ocasião o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Dinâmica de desenvolvimentoA empresa responsável pela elaboração do projeto é

a Macrologística, que fará um completo levantamento e a análise da situação atual da infraestrutura – portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, sistemas de armazenagem e terminais públicos e privados de cada Estado – considerando a movimentação por tipo de produto. A ideia é criar rotas que dinamizem, interliguem e deem mais celeridade ao desenvolvimento das indústrias da região. Esse mesmo estudo já foi feito nas regiões Norte, Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

O estudo já apontou que no Sudeste há nove principais cadeias produtivas, responsáveis por 93% do volume movimentado, e que serão estudadas com maior ênfase ao longo do projeto: ferro e aço; petróleo e derivados; açúcar e álcool; carvão mineral; químicos industriais; adubos e fertilizantes; madeira; veículos e autopeças; e soja. Incluída a cadeia de eletroeletrônicos, significativa em termos de valor transacionado com o exterior, tem-se 10 cadeias produ-tivas relevantes para a balança comercial regional.

Minas Gerais

São Paulo

Rio de Janeiro

Espírito Santo

Elas representam 60% de toda a produção industrial do Sudeste e 80% da balança comercial industrial da região.

Radiografia do presente e do futuroPara cada produto de cada cadeia, visitas técnicas às cidades

mapearão os polos de produção municipais. Será analisado o que produzem e por quais vias exportam e importam, bem como os mercados a que se destinam, dentro e fora do país. A ideia é projetar o consumo e a produção de cada item para os próximos 20 anos.

Com todos esses dados em mãos, ficam claros quais os principais gargalos atuais na movimentação de cargas, em todos os modais de transporte, bem como os gargalos futuros, se nenhum investimento for feito em infraestrutura logística.

Na segunda fase do projeto, serão analisados quais os eixos atuais de integração de interesse da Região Sudeste, seus potenciais, a forma de integrá-los e sua viabilização, os valores envolvidos, a fonte de financiamento e o cronograma das obras para cada planejamento listado, que sempre serão discutidos com o Fórum Industrial Sudeste, composto pelas Federações de Indústrias.

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Indústria Capixaba – Findes24

Trabalhar em conjunto pela competitividade

Na opinião de Marcos Guerra, o Projeto Sudeste Competitivo é muito importante para o desenvolvimento dos quatro estados, assim como para o país. “Ele será um balizador, apontará caminhos tanto para o Governo Federal, como para as indústrias que desejem investir na região. É uma ferramenta que colocará as indústrias brasileiras e o Brasil de uma forma mais competitiva no mercado”.

Para o presidente do Sistema Findes, é possível, sim, colaborar e competir. “Os países asiáticos já fazem isso; eles se juntam para serem mais competitivos no mercado internacional. Esse projeto é uma mostra de amadurecimento no setor industrial do Brasil e apontará que é possível ser competitivo, sem cada um ficar disputando seu espaço de forma isolada”, afirma.

Como exemplo, o presidente do Sistema Findes aponta a possibilidade de escoar os produtos do Centro-Oeste do país pelo Espírito Santo, aproveitando as malhas viárias existentes. “A ideia é encurtar caminhos, e dessa forma estamos falando, também, de mobilidade urbana”.

Marcos Guerra ressalta que o estudo já está em andamento, tendo sido iniciado pelo levantamento de dados de Minas Gerais. Depois de concluído, será apresentado em uma reunião em Brasília, com a participação das quatro Federações de Indústrias e de autoridades. “Estamos falando de uma malha logística de transporte e comercialização sustentável, e isso torna o projeto ainda mais positivo”, destacou.

Déficit históricoO gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso,

afirma que o Sudeste Competitivo é a consolidação de um diagnóstico nacional da infraestrutura de transportes do país.

“O Brasil tem um déficit histórico em sua infraestrutura de transportes que precisa ser revertido. A falta de uma malha de estradas, ferrovias e hidrovias integradas para escoar a produção, internamente e para os portos, ocasiona custos adicionais de frete e, consequentemente, eleva o preço final do produto brasileiro”, ressalta Cardoso.

Ele vê que, com os estudos, a Confederação, em parceria com as federações estaduais, poderá auxiliar o poder público no planejamento e na consolidação de uma malha multimodal integrada e eficiente, que atenda às necessidades logísticas do setor produtivo nacional e ao mesmo tempo contemple as condições de sustentabilidade.

“O estudo será um guia dos

projetos futuros para o setor”

Cristiano Prado, gerente de

Competitividade Industrial e

Investimentos da Firjan

CenárioFases do projeto

Fonte: Análise Macrologística

Metodologia detalhada

Preparação do projeto

0

1.1 1.2

Avaliação da potencial econômico

Detalhamento das cadeias produtivas

1.3

1.5

1.4

Macrofluxos atuais e projetados

Identificação de gaps de infraestrutura

2.2

Priorizaçãodos projetos

3

Cronograma “high level” para implementação

2.1

Lista de projetos

Mapeamento da infraestrutura existente

e modelagem

1ª fase7 meses

2ª fase5 meses

* O Projeto Sudeste Competitivo tem duração de um ano incluindo nove etapas em duas fases

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principais modais com vistas a aumentar a eficiência local e regional. Simone acredita que o trabalho colaborativo não interferirá na competitividade de cada indústria: “Há espaço para todos saírem ganhando”.

A gerente lembra, ainda, que a questão do desenvolvimento sustentável, que faz parte da pauta mundial, também é pensada no projeto. “Uma vez que se tenha um plano integrado portuário, hidroviário, rodoviário, ferroviário e aeroviário, estaremos falando em uma situação direcionada para a conjugação do desenvolvimento sustentável com a capacidade de competir”.

Simone acredita que o principal trabalho por parte da área privada será de convencimento, de poder de articulação das federações, que precisam estar unidas e mostrar ao Governo Federal e aos estaduais a importância de incluírem em suas pautas esse planejamento estratégico.

Integração das regiões nacionaisO gerente de Competitividade Industrial e Investimentos

da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Cristiano Prado, acredita que a grande prerrogativa da iniciativa está em poder indicar os melhores caminhos.

“O estudo tem como grande virtude analisar, de forma técnica e ampla, as origens e os destinos das cargas no país, comparar alternativas logísticas e indicar as melhores de novas obras necessárias para o país, aquelas que trarão maior ganho de competitividade”, afirma.

Ele destaca, também, a importância da integração ao trabalho já realizado em outras regiões do país. “Teremos uma visão completa dos desafios e das oportunidades nacionais na parte de logística, e isso certamente se tornará o grande guia dos projetos futuros para o setor”, aponta o gerente.

“O projeto contempla

o pensar em desenvolvimento

sustentável” Simone Porto

Carvalho, gerente de

Desenvolvimento Industrial da Fiemg

“Dará a exata dimensão de como chegar aonde queremos” Mário Frugiuele, diretor-secretário da Fiesp

Garantia de desenvolvimentoPara o diretor-secretário da Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Frugiuele, o projeto é visto como muito interessante e necessário para que se possa desenvolver um planejamento estratégico capaz de garantir um maior desenvolvimento.

“A partir dos resultados apresentados pela empresa Macrologística, vamos ter a exata dimensão de quais caminhos escolher, pois sabemos o que queremos, e o projeto vai nos ajudar a chegar aonde queremos de uma maneira melhor e mais rápida”, disse.

Mário concorda com Marcos Guerra, reforçando que a iniciativa é uma ótima oportunidade de um trabalho colaborativo, para melhorar a competitividade das indústrias da Região Sudeste. “Com esse projeto, teremos uma visão geral, uma fotografia de cada área envolvida no setor industrial”, comentou.

Competitividade com sustentabilidadeO Projeto Sudeste Competitivo é uma proposta da

iniciativa privada em função de as indústrias sofrerem a falta de um bom planejamento para transportar suas mercadorias dentro e fora do país. “Estaremos apresentando um grande plano estratégico de infraestrutura”, afirmou a gerente de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Simone Porto Carvalho.

Ela ressalta que a maior malha do Sudeste está em Minas Gerais, e isso torna o projeto ainda mais relevante para aquele estado, pois apresentará um completo diagnóstico de seus

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Indústria em Ação

EmprEsa capixaba é sElEcionada por Edital dE inovaçãoA empresa capixaba Finnis Sabor e Saúde é a autora de um projeto entre os 23 selecionados na primeira fase do Edital Sesi/Senai de Inovação – edição 2014. O projeto traz uma inédita pré-mistura para pães, massas e biscoitos, entre outros alimentos, com zero lactose, açúcar e glúten, baixo teor de sódio, livre de gordura trans, sem transgênicos e conservantes, rico em fibras solúveis e insolúveis e com conteúdo calórico reduzido. Segundo avaliação do Programa de Inovação na Indústria Capixaba (InovaFindes), o produto desenvolvido se configura também numa boa oportunidade de mercado, visto que a demanda por esse tipo de alimento é crescente. Isso possibilitará o maior acesso das classes C e D a um tipo de alimentação mais saudável. ”Obesidade, altos índices de colesterol, hipertensão, diabetes, osteoporose e certos tipos de câncer já são uma realidade na faixa etária da pré-escola ao ensino médio e são alguns dos males que atingem a sociedade contemporânea. Parte dessas doenças poderia ser evitada ou controlada pela adoção de uma dieta balanceada e pelo consumo regular de alimentos funcionais”, disse o gerente da Divisão de Inovação do Sistema Findes, Iomar Cunha. Com o projeto, a empresa ganha aporte financeiro do Departamento Nacional (DN) de Sesi e Senai e aporte econômico e financeiro do Departamento Regional (DR).

cindEs JovEm promovE dEbatE na alEs

Em torno do tema “Caminhos para a Reforma Tributária”, o Cindes Jovem realizou um debate na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, no dia 4 de junho. Assuntos como a alta carga tributária e o combate à burocracia estatal marcaram a pauta do evento, que fez parte das comemorações do Dia da Liberdade de Imposto. O presidente do Cindes Jovem, Duar Pignaton, informou que a entidade enviará minuta, com sugestões para reduzir as dificuldades de abertura e manutenção de empresas, para o Governo do Estado e as prefeituras capixabas. O objetivo é solicitar aos gestores públicos eficiência no diálogo com os pequenos e microempresários e uma postura mais proativa no andamento dos processos que envolvem as questões empresariais. Estiveram no encontro os deputados Claudio Vereza, Roberto Carlos e Luzia Toledo, além dos subsecretários municipais de Vitória Leonardo Krolling e Anckimar Pratissolli.

sistEma FindEs E govErno Estadual dEbatEm procEssos ambiEntaisAproveitando o Dia do Meio Ambiente, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, assinou em 5 de junho um acordo de coope-ração técnica com o Governo do Estado para a criação de um Grupo de Trabalho sobre o tema. A ação permitirá conversas sobre processos ambientais que envolvam as indústrias. Participaram da cerimônia o governador Renato Casagrande, a secretária estadual de Meio Ambiente, Diane Rangel, e o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Tarcísio Foeger. O Sistema Findes integrará o Grupo de Trabalho com dois representantes do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), ao lado de servidores do Iema, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e de membros da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH). De acordo com Marcos Guerra, a parceria dará mais agilidade ao debate de estratégias e soluções para os processos relacionados ao meio ambiente. “Vamos apresentar e debater propostas de melhora nos processos que envolvam as indústrias capixabas, incluindo licenciamentos e demais gargalos que hoje prejudicam nossa competitividade”, detalhou.

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Prêmio reconhece ações de incentivo ao estágio

Com o objetivo de homenagear estagiários, empresas e instituições de ensino que contribuem para a inclusão de estudantes no mercado de trabalho, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) realiza o Prêmio Boas Práticas de Estágio. Promovida anualmente, a ação identifica os estagiários que mais se destacaram em seus locais de trabalho por suas iniciativas profissionais, divulga as melhores práticas de orientação e supervisão de bolsistas e homenageia, ainda, os supervisores das empresas que estão concorrendo ao prêmio. As inscrições, feitas pelo site do IEL-ES, encerraram-se no dia 15 de julho. Puderam concorrer os estudantes matriculados em cursos de nível técnico e superior, que comprovadamente frequentam as aulas e estão em situação regular de estágio por meio do IEL-ES, com o termo de compromisso de estágio em dia. O vencedor da etapa estadual receberá um cheque de R$ 1.200, uma placa de homenagem e a inscrição automática para o Prêmio Nacional IEL de Estágio. A solenidade de entrega do prêmio será realizada no dia 2 de outubro.

caPacitação Para líderes sindicais O Sistema Findes está promovendo uma série de ações de capacitação

de seus líderes e dirigentes sindicais. A iniciativa, feita por meio do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), aponta ferramentas e estratégias para o planejamento e a gestão dessas entidades. Exemplo disso foi a capacitação realizada no dia 5 de junho, no auditório do Sistema Findes, que teve como foco o ambiente sindical e as convenções coletivas. O evento é uma iniciativa do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que no Estado é executado pelo CAS. Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o fortalecimento sindical é fundamental para o desenvolvimento da indústria capixaba, e as ações realizadas ampliam essa força. “Somos referência em associativismo no Brasil, e essas atividades desenvolvidas pelo CAS junto aos presidentes de sindicatos são de suma importância para alinhar a base industrial capixaba. Entendo que o fortalecimento sindical é indispensável para construirmos uma indústria mais forte, diversificada e competitiva”, explicou.

SiStema FindeS eStreita laçoS com camarõeSPor conta da estada da seleção de Camarões em Vitória, em função da Copa do Mundo de Futebol, uma comitiva de empresários camaroneses solicitou ao Sistema Findes que realizasse um intercâmbio de informações e de negócios com a indústria capixaba. E o pedido foi prontamente atendido, em uma ação do Centro Internacional de Negócios (CIN-ES). Um seminário de investimentos e oportunidades de negócios com o país africano foi realizado no dia 16 de junho, no Plenário da Federação das Indústrias. Estiveram presentes o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e o presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex), Marcilio Machado. “Nós, capixabas, somos hospitaleiros, recebemos a seleção de Camarões aqui na nossa capital e temos interesse em debater negócios e oportunidades de investimentos com aquele país. A Federação das Indústrias tem um Conselho Temático que discute essas parcerias com os países de interesse. Temos uma relação ainda tímida com a República de Camarões, mas esperamos, a partir deste encontro, avançar nesses entendimentos”, falou Guerra. Os empresários camaroneses puderam conferir as potencialidades industriais e econômicas e as características socioeconômicas do Espírito Santo. Ficou definido que a Câmara de Comércio Brasil/Camarões vai disponibilizar para o Sistema Findes os editais de licitações e contratações de serviços que o Governo de Camarões lançar a partir do encontro.

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Indústria em AçãoIndústria em Ação

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O Conselho Temático de Desenvolvimentos Regional (Conder) do Sistema Findes, coordenado pelo presidente Áureo Mameri,

debateu o tema “Educação Profissional” em reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), no dia 25 de junho.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, considerou o evento importante para que suas Diretorias Regionais conhecessem melhor as ações do Sesi e do Senai. Por essa razão, a superintendente do Sesi-ES e diretora regional do Senai-ES, Solange Siqueira, foi convidada a apresentar números e resultados das duas entidades a todos os participantes.

Solange fez uma explanação dos direcionadores estratégicos da gestão, principalmente do Senai, com o objetivo de dar um salto de qualidade na escala da educação profissional, sob a ótica das demandas das necessidades dos empresários capixabas, apresentando os cursos e o nível de emprega-bilidade dos estudantes.

Conder debate a educação profissional na Findes

“Nos cursos técnicos, 61% dos concluintes em 2011 estão empregados; nos cursos de qualificação profissional, 53% dos alunos conseguiram uma vaga no mercado. Os números com relação ao Diretório Nacional (DN) são bons, mas temos uma proposta de melhora para apresentar, com uma metodologia de trabalho mais avançada”, informou.

Os vice-presidentes institucionais do Sistema Findes fizeram questionamentos sobre os dados e definiram três pontos de debate para que a próxima reunião avance no tema: aproximação do Senai com os empresários; qualificação dos instrutores e docentes, e a expansão do modelo empresa-escola.

Mais de 17 Mil visitantes e R$ 50 Milhões eM negócios na Mec showMais de 17 mil visitantes de 17 estados brasileiros circularam pela Mec Show 2014 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação – durante os quatro dias do evento, realizado no Pavilhão de Carapina pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer-ES) e pelo Centro de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), com o apoio do Sistema Findes.

Os negócios e contratos futuros estimados ultrapassaram a marca de R$ 50 milhões para os próximos 12 meses, em todos

os setores industriais. A feira recebeu visitantes internacionais, de países como Estados Unidos, Canadá, Portugal e Itália, que vieram motivados, principalmente, para contatos no setor de petróleo e gás natural.

“A Mec Show tem como conceito a oportunidade de integrar novas tecnologias e tendências, sendo referência nacional para o setor metalmecânico, que tem o compromisso de fortalecer. Para isso, traz empresários e visitantes desejosos de aprender, inovar e potencializar ainda mais novas parcerias e relações comerciais produtivas”, ressaltou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Para o presidente do Sindifer-ES, Manoel Pimenta, nos quatro dias de feira as empresas tiveram oportunidade de fechar parcerias e aprofundar conhecimentos na área de petróleo e gás. Já o presidente do Cdmec, Antônio Falcão, acredita que o evento superou as expectativas, por conta da qualidade e da inovação dos produtos exibidos pelos expositores, assim como pela presença de um qualificado público do setor.

Solange Siqueira forneceu explicações

sobre salto na qualidade da educação

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O Vitória Moda Alto Verão 2015, realizado por Sistema Findes, Câmara do Vestuário e Sebrae-ES, reuniu 7.500 pessoas nas suas duas etapas (Fashion

e Business) que ocorreram no Itamaraty Hall, na capital, e no Shopping Moda Brasil, em Vitória e Colatina, respectivamente.

Na etapa Fashion, o Salão da Economia Criativa, um espaço criado para unir micro e pequenas empresas à arte, cultura, moda, artesanato, audiovisual e serviços, idea-lizado pela designer e consultora em artesanato Jacqueline Chiabay, curadora da mostra foi um sucesso.

O local foi montado com cerca de 20 expositores, empresas e projetos sociais, que uniam criatividade e sustentabilidade com um jeito totalmente inovador e cheio de estilo de fazer moda, gastronomia, design e arte.

Em Colatina, a etapa Bussiness reuniu 1,5 mil compradores que estiveram no Shopping Moda Brasil para fechar negó-cios com a indústria da moda do Espírito Santo.

“O Vitória Moda deste ano trouxe uma mudança importante: a divisão do evento em duas etapas. A edição Fashion, realizada em Vitória, alcançou o sucesso de sempre, movimentando a mídia especializada e apontando tendências para a moda. A edição Business, realizada pela primeira vez em Colatina, superou nossas expectativas. Esta será, historicamente, a feira do vestuário capixaba que mais gerou negócios até hoje. Colatina possui uma estrutura de lojas de atacado, como o Shopping Moda Brasil, que se profissionalizou neste aspecto. Recebemos mais de 1,2 mil compradores e teremos de pensar, já nas próximas edições, em ampliar o número de edições Business no mesmo ano, o que seria ideal para atender às excursões de compras”, destacou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Vitória Moda reúne lançamentos, economia criativa e negócios para a indústria de vestuário

Assim também pensa a diretora para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano do Sistema Findes, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, que confirmou o sucesso do evento em duas etapas, valorizando a indústria criativa.

“Mudamos o modelo desse ano, batizando de Fashion a etapa de desfiles para conhecimento do que as marcas estão preparando, Business a etapa para fechar negócios com os cerca de 100 expositores com produtos em pronta entrega. Na etapa Fashion queríamos valorizar a indústria criativa e o espaço foi muito bem aceito e visitado”, ressaltou.

Segundo o vice-presidente da Câmara do Vestuário do Sistema Findes e coordenador do evento, José Carlos Bergamin, todas as oportunidades oferecidas pela Federação das Indústrias do Estado para disseminar os princípios e as próprias atividades da economia criativa têm sido apro-veitadas pelo setor. “Por isso, inserimos no Vitória Moda empresas com significativo conteúdo criativo”, acrescentou.

O coordenador do Vitória Moda disse ainda que a indústria da moda é um setor da economia criativa bem desenvolvido no Estado e que, por isso mesmo, está sendo usado como uma espécie de âncora pela Câmara do Vestuário, no sentido de fomentar a cultura, a popularização e a valorização do tema.

O representante do Sistema Findes na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lucas Izoton Vieira, também empresário industrial do ramo da moda, destacou que a economia do Espírito Santo é centrada em commodities e precisa ser descentralizada, estimulando outros setores. ”Esse salão de economia criativa foi feito para agregar valor aos produtos dos pequenos e médios empreendedores, exata-mente para alavancar essa indústria, que é tão criativa, como o próprio nome diz”, finalizou.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra,

e o diretor superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio

Vieira, acompanharam a etapa business, no Shopping

Moda Brasil, em Colatina

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Inovação

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O Brasil, a indústria e o duro jogo da política internacional

Após a crise econômica mundial de 2008, diversas nações têm adotado posturas comerciais mais fechadas e levantado barreiras para inibir a entrada de produtos importados. O Brasil ocupa a 10ª posição na lista de países que mais alteraram suas políticas tarifárias até agora

Indústria

por Ana Lucia Ayub

N o Brasil, o Governo vem adotando várias medidas restritivas às importações, com o intuito de resguardar a indústria nacional e propiciar o desenvolvimento.

A prática é utilizada por países em todo o mundo a fim de proteger a economia interna; o que varia é o grau de intensidade com que aplicam tais políticas. As ações ora erguem barreiras a importados, ora criam reservas de mercado para alguns setores. Um levantamento do Global Trade Alert (GTA) de 2013 mostra que o Brasil ocupa a 10ª posição na lista de países com maior número de medidas protecionistas impostas desde o final de 2008 – estouro da crise nos Estados Unidos. Lideram o ranking Rússia (269

mudanças), Argentina (214) e Índia (165). Acusado pelos países ricos de ser protecionista, o Brasil aplicou 120 medidas. O número é considerado alto, mas ainda está dentro da média dos maiores exportadores do mundo. Na União Europeia (UE), todos os países aplicaram individualmente mais de 100 medidas. Juntas, as 27 nações adotaram quase 3 mil barreiras protecionistas, tarifárias ou não.

Entre 2012 e 2013, as novas ações impostas constituíram o maior número de iniciativa dessa natureza desde o começo da crise em 2008. O estudo diz ainda que essas medidas foram concebidas de modo a dificultar a sua identificação. “A maior parte do protecionismo recente vem sendo praticada

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de forma dissimulada, mas não é por isso que é menos grave”, disse o coordenador do GTA, Simon Evenett, no relatório. Só as nações do G8 - França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia – foram responsáveis por 30% dessas barreiras no período. A vítima mais frequente dessas “muralhas” é a China. Seus interesses foram atingidos quase mil vezes desde 2008.

Barreiras comerciais: proteção ou entrave?

Segundo analistas, há vanta-gens e desvantagens na adoção dessa blindagem. Dentre os benefícios, está a questão da criação de empregos e o incen-tivo a inovações tecnológicas no país. Porém, a medida pode ter efeito contrário, caso haja acomodação ou dificuldades das empresas nacionais no desenvolvimento de tecnolo-

gias, o que faz o país perder espaço no mercado exterior, além da possibilidade de gerar um aumento dos preços, em função da baixa concorrência interna. “O protecio-nismo exagerado pode ter um caráter debilitante, ao invés de reforçar a nossa competitividade”, diz o presidente do Concex (Conselho Temático de Comércio Exterior do Sistema Findes), Marcilio Rodrigues Machado, que também preside o Sindiex (Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do ES).

O problema é que essa política bem intencionada não tem se mostrado eficiente em promover o desenvolvimento no país. A balança comercial brasileira, por exemplo, vem apresentando recuo tanto nas exportações como nas importações. De janeiro a maio deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve déficit (importações maiores do que as vendas externas) de US$ 4,85 bilhões. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 90,06 bilhões, uma queda de 2,5% em relação ao

ano passado. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 94,91 bilhões, baixa de 2,9% sobre o mesmo período de 2013. A destacar: as retrações são justamente nos setores de produtos manufaturados (-16,6%, de US$ 331,2 milhões para US$ 276,2 milhões, na segunda semana de julho) e semimanufaturados (-26,7%, de US$ 138,8 milhões para US$ 101,8 milhões, no mesmo período). O Brasil continua sendo basicamente um exportador de commodities.

O fenômeno vem ocorrendo gradativamente em decor-rência da obsolescência do parque industrial brasileiro, da ausência de políticas concretas de comércio exterior, bem como da alavancagem de China e Índia. Essa queda pode ser atribuída, em parte, à crise internacional, que afetou a base produtiva e as relações comerciais entre os países. Entretanto, é reducionista afirmar que ela é a responsável principal pelo que vem ocorrendo. Isso porque existem outros fatores expressivos, como a demora na recuperação da demanda interna ao longo desses anos, a sensibilidade dos produtos manufaturados brasileiros em relação à polí-tica cambial, além da tentativa de alguns articuladores de redirecionar os relacionamentos comerciais para economias menos desenvolvidas, promovendo atritos com mercados que usualmente consomem os produtos brasileiros, como Estados Unidos e Europa.

Foto: Elizabeth Nader

“O Brasil precisa de uma política comercial brasileira mais voltada para grandes mercados. Isso não significa, contudo, abandonar a integração com a América do Sul”Marcilio Rodrigues Machado, presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior do Sistema Findes e do Sindiex

“Falta ao Brasil um plano de longo prazo para a indústria. As medidas tomadas até agora são paliativas e implantadas em função de variações do consumo ou da inflação”

Manoel Pimenta - presidente do Sindifer

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Inovação

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Indústria

Mercosul e OMC em xeque Para analistas, a indústria nacional precisa se reinventar

como exportadora. O Mercosul deixou de ser a esperança de uma abertura do Brasil para o mundo e se tornou uma espécie de fardo político. Os poucos acordos comerciais do bloco são com mercados pouco expressivos. Por isso, várias entidades de classe defendem novos tratos comerciais, espe-cialmente com Europa, Estados Unidos e países do Pacífico. Outro fator é que repetidos atrasos fizeram a Organização Mundial do Comercio (OMC) parecer irrelevante, como um fórum para a negociação de acordos de liberalização do comércio, e levou diversos países a fazer acordos bilaterais ou entre pequenos grupos.

“A OMC, que respalda os acordos multilaterais, se não fracassou, avançou muito pouco. Já existem 543 acordos bilaterais e regionais no mundo. Enquanto o Chile cele-brou cerca de 21 acordos, o Brasil estabeleceu apenas quatro, desde a criação do Mercosul, em 1991. O Brasil precisa de uma política comercial brasileira mais voltada para grandes mercados, como os Estados Unidos. Isso não significa, contudo, abandonar a integração com a América do Sul. Mas esperar o avanço das negociações multilaterais pode implicar em perdas de oportunidades de negócios em mercados estratégicos, sendo um deles a própria China”, explica Marcilio Machado.

A participação brasileira no comércio total mundial até avançou na última década, mas continua inexpressiva para seu potencial – pouco acima de 1%. O economista e cientista político Marcos Troyjo defende que o país

precisa definir um modelo de desenvolvimento e adotá-lo integralmente. “Muitos acreditam que essa baixa participação do Brasil no comércio mundial é fruto do protecionismo dos países mais ricos. No entanto, há questões prévias ainda mais importantes que o resultado dessas negociações. Por exemplo: o Brasil quer fazer do comércio exterior sua principal via de inserção na economia global? Será que desejamos que o comércio exterior se torne nossa ferramenta privilegiada para a construção de poupança nacional e de recursos para investir? Noções simplistas, como a ideia de que ‘o mercado mundial pode ser interessante para o Brasil se barreiras protecionistas forem eliminadas’ devem ser substituídas por questões como ‘qual nossa estratégia de

promoção comercial, mesmo num mundo protecionista?’”, analisa.

Mudanças para a indústria avançarPara Troyjo, o país também deve estabe-

lecer medidas articuladas a um macroplane-jamento estratégico que indique com clareza aonde quer chegar. “As lições da história econômica das últimas décadas ensinam claramente que os países que buscaram a internacionalização tiveram mais êxito do que os atrelados ao seu mercado interno. Cabe ao Brasil aprender essa lição. Além das reformas trabalhista, previdenciária e tribu-tária, devem ser implantados a facilitação da legislação interna para abertura de empresas de vocação exportadora; a ênfase nos aspectos logísticos de projetos a serem contem-plados pelas parcerias público-privadas; a formação de recursos humanos especia-lizados; e o fortalecimento da presença das

É o número de acordos de comércio bilaterais e regionais no mundo543

4 É o número de acordos bilaterais no Brasil

NEGÓCIO FECHADO

“As lições da história econômica das últimas décadas ensinam claramente que os países que buscaram a internacionalização tiveram mais êxito do que os atrelados ao seu mercado interno”Marcos Troyjo, economista e cientista político

Fonte: Organização Mundial de Comércio (OMC)/janeiro de 2014

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micro e pequenas empresas, mediante consórcios exporta-dores. Eis os passos essenciais para o fortalecimento do status econômico do Brasil”, explica.

Para continuar crescendo, o país tem grandes desafios pela frente. O déficit na estrutura logística e o sistema tributário arcaico são alguns dos principais problemas internos, já velhos conhecidos dos exportadores. “Apesar das inúmeras propostas e tentativas de reforma tributária, o sistema continua cada vez mais complexo e injusto. Se por um lado exigem das empresas brasileiras muito mais trabalho e obrigações acessórias, reduzindo a produtividade, também oneram os produtos. Temos hoje uma das maiores cargas tributárias do mundo. Mesmo que os nossos produtos tenham isenção no ato da exportação, seus custos já se encontram inflados pela tributação excessiva em toda a cadeia de produção”, assinala o vice-presidente do Sistema Findes e especialista em assuntos tributários, Gibson Barcelos Reggiani.

A perda de competitividade é uma das grandes dores de cabeça do setor industrial, ainda mais em se tratando de competição global. “Além dos custos excessivos dos trans-portes, decorrentes da infraestrutura precária do sistema viário, outros fatores reduzem a nossa competitividade e exigem solução, como desonerar os tributos dos investi-mentos na produção, reduzir o número de obrigações do fisco, melhorar a infraestrutura logística, melhorar a capacitação dos recursos humanos para a produção e para o desenvolvi-mento tecnológico, e racionalizar as exigências dos órgãos de regulamentação. Esses esforços para aumentar a produ-tividade não vão apresentar resultados de curto prazo, mas é o caminho sustentável para nos tornarmos mais competi-tivos”, avalia Reggiani.

Na análise do presidente do Sindicalçados e diretor finan-ceiro do Cindes, Altamir Alves Martins, outro entrave para que a indústria enfrente a concorrência com os produtos estrangeiros são os encargos trabalhistas inseridos na folha

salarial, o que gera também salários mais baixos. “O alto custo da folha salarial diminui a produtividade do setor e torna as empresas menos competitivas para concorrer no mercado, o que distancia o país de uma retomada mais robusta da atividade no curto e médio prazo. Se a carga tributária fosse menor, o salário do trabalhador poderia ser melhor, o que aumentaria sua satisfação e eficiência”, disse.

Segundo o diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba, Paulo Vieira, é imprescindível que o setor industrial assuma o protagonismo pelo fomento à inovação, compartilhando com o poder público a responsabilidade de mudar o perfil tecnológico das empresas. Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, as empresas inovadoras têm 16% mais chances de sucesso na exportação do que as que não inovam. “Existe uma defa-sagem tecnológica muito grande na indústria do vestuário, que necessita de investimentos sólidos em equipamentos e automação industrial. As empresas precisam aprimorar a gestão de processos e investir na cultura de gestão criativa, que leva à inovação. Alta tecnologia, aliada a uma boa gestão de processos e à cultura da inovação, tornaria as empresas mais competitivas no mercado internacional”, frisou.

O presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, concorda e acrescenta que o Governo deve investir maciçamente em inovação, como já é feito em outros países. “Não apenas como intenção, mas com investimentos pesados. Recente estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) constatou que apenas 10% a 30% do setor metalmecânico usarão robôs de soldagem nos próximos cinco anos e que as micro e pequenas indústrias demoram até 10 anos para adquirir uma tecnologia nova. Falta ao Brasil um plano de longo prazo para a indústria. As medidas tomadas até agora são paliativas e implantadas em função de variações do consumo ou da inflação. Podem até estender a vida de algumas indústrias, mas não vão torná-las mais competitivas”, finaliza.

“Temos hoje uma das maiores cargas tributárias do mundo. Mesmo que os nossos produtos tenham isenção no ato da exportação, seus custos já se encontram inflados pela tributação excessiva em toda a cadeia de produção”Gibson Barcelos Reggiani, vice-presidente do Sistema Findes e especialista em assuntos tributários

“O alto custo da folha salarial diminui a produtividade do setor e torna as empresas menos competitivas para concorrer no mercado, o que distancia o país de uma retomada mais robusta da atividade no curto e médio prazo”

Altamir Alves Martins, presidente do Sindicalçados e diretor financeiro do Cindes

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Artigo

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A cidade de Vitória recebeu nos últimos meses uma sucessão de avaliações positivas, como por exemplo, o segundo maior IDH (Índice de Desenvolvimento

Humano) do país, entre as capitais; também é vice-líder no Brasil na transparência de sua gestão, segundo a respeitada organização Contas Abertas; a cidade que mais reduziu o uso de cigarros, com quase o dobro do índice registrado nacionalmente; foi eleita a cidade com a melhor renda per capita, com os melhores níveis socioeconômico e educacional; enfim, o município vem acumulando uma série de ganhos e se qualificando a ponto de ter uma qualidade de vida invejável.

Nossa capital é a melhor cidade brasileira para oportunidades e negócios, com uma qualidade de vida muito alta, que foi constatada pelo estudo exclusivo da consultoria Urban Systems, que analisou todas as capitais brasileiras. O resultado foi capa da Revista Exame, em maio, colocando nossa linda capital como a melhor cidade para se fazer negócios. Esse resultado tem mais valor ainda porque não foi uma eleição ou um parecer editorial, foi a conclusão de um estudo de consultoria independente, contratada pela Exame, publicação especializada na área de economia e de circulação nacional.

A principal vocação da nossa capital é a prestação de serviços, principalmente em turismo, inovação, tecnologia, cultura, lazer e convivência entre as pessoas.

Tivemos este ano a visita de uma só vez de 16 embaixadores da comunidade europeia. Fizemos uma apresentação de toda a potencialidade de Vitória, e eles ficaram encantados. Agora, vamos consolidando oportunidades numa agenda de trabalho e parcerias em áreas como: educação, saúde, esporte, cultura, segurança, resíduos sólidos, energia limpa, enfim, tudo que foi colocado como área de interesse desses países. É muito importante aproveitarmos as oportunidades que existem no mundo para intercâmbio.

As seleções de Austrália e Camarões escolheram Vitória como sua casa para ficarem durante os treinos para os jogos da Copa do Mundo, principalmente por causa da nossa hospitalidade e da localização estratégica, próxima às cidades-sede do Mundial, e mostraram-se apaixonados pela nossa cidade e pelo nosso Estado! Vitória é uma das cidades mais lindas do mundo, tem uma população altamente qualificada que exige o melhor, o tempo todo.

Sempre sonhei em um dia ter a honra de ser prefeito dessa cidade linda que todos amamos. Durante a

campanha, as pessoas diziam assim: “Olha, nós sentimos essa vontade em você!”. Deus e a população de Vitória me deram a honra e a oportunidade de liderar essa capital. Sou muito grato e feliz por isso!

Implantamos um modelo de gestão compartilhada, com base no diálogo, no qual cada morador é convidado a ser prefeito conosco. Nossa equipe procura ouvir a todos. Quando a gente avança um ponto, a população já está pensando em outras melhorias.

Por isso, peço sempre aos moradores de Vitória que participem da nossa gestão compartilhada. A mudança que este país espera está na cabeça de cada um de nós. Há uma possibilidade de se atender bem a essa perspectiva: dialogar com o maior número de pessoas e seguir suas sugestões para aprimorar a qualidade da prestação de serviços públicos no município.

Luciano Rezende é prefeito de Vitória

Vitória, a capital brasileira da oportunidade

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes36

por Ana Lucia Ayub

Gestão

Empresas devem se adequar à Lei Anticorrupção

A corrupção continua a ser um dos maiores desafios do mundo. Estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam que as

principais consequências dessa prática são a redução da eficiência do gasto público e o desestímulo ao investimento privado. Ao diminuir a atratividade do investimento produ-tivo, a corrupção gera consequências negativas sobre o nível

do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a competitividade e o potencial de crescimento da economia.

Essa conduta inadequada eleva em até 10% os custos dos negócios globalmente, de acordo com pesquisa do Banco Mundial. E, apesar da dificuldade para se mensurar o montante que a corrupção movimenta no Brasil, a Fiesp estimou o valor de R$ 84,5 bilhões anuais.

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O que se percebe é que quanto menor a corrupção, maior tende a ser a competitividade do país. Nações com maior efetividade do Governo e maior eficácia das leis apresentam menores níveis de corrupção. É o caso da Dinamarca, que ocupa a primeira colocação como o país menos corrupto do planeta, segundo o Índice de Percepção da Corrupção/2013, da Transparência Internacional. Já o Brasil aparece em 72° lugar no ranking, entre os 177 países avaliados. Na competitividade, está na 56ª posição entre as 148 nações analisadas no Relatório Global de Competitividade em 2013. A Suíça é a primeira com melhor ambiente para negócios e, no rol da corrupção, figura como o 7º país menos corrupto do planeta.

Mas este ano o Brasil deu um importante passo para o combate a esse mal, com a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), que entrou em vigor no dia 29 de janeiro e que passa a responsabilizar e punir empresas envolvidas em atos nocivos contra a administração pública. O dispositivo legal será aplicado por meio da Controladoria-Geral da União (CGU), mas ainda falta publicar um decreto regulamentando as normas.

E cada estado e município deverá normatizar a lei para indicar qual será o órgão responsável pelos processos e como as investigações devem ocorrer em seu território. A maioria das unidades da federação não regulamentou a lei, com exceção de São Paulo e

“Isso demandará das empresas maior esforço comunicacional e de controles, mas a lei é positiva para o país, pois se trata de cumprir o princípio da legalidade” Sidemberg Rodrigues, presidente do Cores

Em vigor desde 29 de janeiro deste ano, a Lei nº 12.846/2013 passa a penalizar as companhias envolvidas em atos de corrupção, mesmo que a infração tenha sido motivada por conduta isolada de funcionário ou servidor público

Lei Anticorrupção é debatida na Findes

Com foco em empresários e administradores públicos e privados, foi realizada, no dia 10 de julho, a palestra “Nova Lei Anticorrupção – A Visão do Ministério Público”. A apresentação, no auditório do Edifício Findes, foi ministrada pelo promotor de Justiça do Espírito Santo, Marcelo Zenker, que falou sobre a lei, cuja compreensão tem sido prioridade nas pautas do universo corporativo, assim como em câmaras, institutos, associações e federações empresariais e de classe. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, presidiu o debate.

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes38

Gestão

Tocantins. O Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont), informou que aguarda o decreto federal para tomar essa providência. A CGU, por sua vez, tem afirmado, por meio de seu ministro-chefe, que não há data definida para a publicação do texto regulamentador. A legislação, porém, já está valendo.

“A legislação é desafiadora, porque responsabiliza frontal-mente a empresa, mesmo se a ilegalidade derivar da ação de um único empregado. Isso demandará das empresas maior esforço comunicacional e de controles. Mas a lei é positiva para o país, pois se trata de cumprir o princípio da legalidade, que deveria ser pré-requisito nas iniciativas de qualquer instituição”, diz o presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) do Sistema Findes, Sidemberg Rodrigues.

O que mudaA lei afeta não apenas as grandes corporações, mas todas

as pequenas e médias empresas, em especial as que têm ou pretendem ter relações comerciais com o setor público. Até então, as empresas podiam alegar, caso fossem pegas em alguma prática ilícita, que a infração havia sido motivada por uma atitude isolada de um funcionário ou servidor público. Eram punidos com maior frequência apenas os agentes públicos flagrados, e era difícil comprovar a culpa da companhia ou do empregado.

A partir de agora, porém, as firmas envolvidas em fraudes serão alvos de processos civis e administrativos, observados o contraditório e a ampla defesa, e podem pagar multa de 0,1% a 20% do faturamento anual bruto. Quando não for possível calcular essa receita, o juiz vai estipular o valor, que pode variar entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões. Além da punição no caixa, a empresa passa a fazer parte de uma “lista suja”, impedida de firmar contratos públicos. Em alguns casos, a Justiça pode até determinar o fechamento da companhia. A lei prevê, ainda, um programa de cooperação para as que colaborem com uma eventual investigação, o que pode reduzir a multa em até dois terços.

Pela nova lei, as corporações terão que se preocupar com a criação de um setor de “ética empresarial” para prevenir internamente atos de corrupção – chamado pelo mercado de compliance (observância). Entre as ações importantes a serem mantidas pelas companhias, estão códigos de condutas, políticas, programas de conformidade efetivos, treinamento dos

Os 10 passos para se adequar à Lei Anticorrupção

A empresa deve criar uma política interna de combate à corrupção e garantir que todos os seus colaboradores estejam cientes da mesma, bem como dos riscos e sanções que a prática de ilícitos pode acarretar para si e para a companhia.

A empresa deve formular, aplicar e divulgar o planejamento estratégico, que precisa conter a missão, visão e valores da empresa.

A empresa deve criar e adotar manuais de conduta e códigos de ética, de acordo com a sua realidade. “Não se deve utilizar modelos aplicados em outras companhias. Cada cultura empresarial deve ser respeitada de acordo com os seus valores vigentes”, adverte o superintendente corporativo do Sistema Findes, Marcelo Ferraz Goggi.

A empresa deve realizar atualizações, treinamentos e cursos. Não basta criar as regras: é preciso disseminá-las e reforçá-las periodicamente.

A empresa deve criar um canal de comunicação com os colaboradores para denúncias.

A empresa deve adotar práticas contábeis de acordo com a legislação. Devem ser abolidas contas sem registro, faturas ou notas inexistentes.

A empresa deve acompanhar periodicamente a legislação, pois muitas vezes as novas regras não são devidamente divulgadas, e a empresa pode ter uma conduta indevida.

A empresa deve realizar auditorias periódicas, internas e externas, que são importantes ferramentas de controle e gestão de riscos.

A empresa deve ter apoio e orientação de um departamento jurídico (interno ou terceirizado) na aplicação das políticas de combate à corrupção.

A empresa deve ter rigidez e eficácia no manuseio e guarda de documentos e informações, pois a lei prevê a possibilidade de uma empresa suspeita celebrar junto ao Governo um acordo de leniência (suavização), que tem como objetivo identificar os envolvidos, a obtenção rápida de documentos e informações. “Para o acordo de leniência, é preciso esperar a maturação da jurisprudência, que só deve se concretizar a partir dos conflitos concretos”, finaliza Marcelo Ferraz.

Fonte: Marcelo Ferraz Goggi

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funcionários, existência divulgação de um código de ética e políticas para recebimento de presentes.

De acordo com especialistas, o código não deve diferir muito de guias internacionais, como o da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Muitas empresas anteciparam-se às questões de compliance, porque passaram a integrar grupos multinacionais ou a participar do mercado global, onde há grande rigor a esse respeito. Leis internacionais que primam pela conduta individual e institucional passaram a regular os mercados e a impactar até mesmo os índices das bolsas de valores e a permanência da empresa no mercado, o que exigiu reorientação de estratégias e mudanças nas gestões e na governança corporativa”, afirma Sidemberg Rodrigues.

A ArcelorMittal, por exemplo, tem um programa de compliance desde 2007, formado por um Código de Conduta, Política Anticorrupção e Política de Direitos Humanos, além de acordos e pactos globais com organismos nacionais/internacionais que estabelecem diretrizes para a atuação ética das empresas junto ao poder público. As normas devem ser observadas por todos os empregados de todas as unidades do grupo no mundo. “É necessário que todos se unam em torno desse objetivo, para assegurar que o combate às práticas de corrupção seja realmente efetivo e possamos consolidar uma forma mais ética e sustentável de se fazer negócios no país. Nossos procedimentos estão alinhados com as mais

rigorosas práticas internacionais sobre o tema, de modo que acreditamos que a regulamentação que vier a ser publicada pelas autoridades estará em linha com nossos procedimentos”, explica a gerente-geral jurídica da ArcelorMittal para a América Central e do Sul e diretora de Compliance para o Brasil, Suzana Fagundes.

Como parte de sua política, todo o corpo gerencial recebe treinamento e reciclagens frequentes sobre o assunto. Em 2013, 177 gestores e 1.231 empregados não gestores foram capacitados sobre o tema. Os novos colaboradores são treinados logo na admissão, e as atividades são refeitas a cada três anos. A efetividade do programa é aferida por meio de auditorias permanentes e processos trimestrais de certificação, segundo a executiva.

Dificuldades das empresasMuitas empresas, porém, parecem estar longe de se

preparar para isso. Atualmente, é difícil uma companhia brasileira ter 100% de todos os controles de compliance implementados. Uma pesquisa feita pela KPMG com cerca de 80 empresas brasileiras aponta que 80% dos membros de conselhos de administração, comitês de auditoria e conselhos fiscais das corporações ainda têm dúvidas sobre a Lei Anticorrupção.

Segundo o levantamento, 36% das organizações ainda não começaram a reformular suas políticas e procedimentos para ficar em conformidade com a nova legislação, e 67% afirmaram já ter pelo menos uma linha de denúncia ou canal de ouvidoria. Outros 9% disseram que esses serviços estão em fase de implementação.

O superintendente corporativo do Sistema Findes, Marcelo Ferraz Goggi, explica que a empresa deve criar uma política interna de combate à corrupção e garantir que todos os seus colaboradores estejam cientes dessas regras, bem como dos riscos e das sanções que a prática de ilícitos pode acarretar para si e para a companhia. No Sistema Findes, cujo Código de Ética foi instituído em setembro de 2012,

“A empresa deve criar uma política interna de

combate à corrupção e garantir que todos

os seus colaboradores estejam cientes das regras e dos riscos

e das sanções que a prática de ilícitos pode acarretar para si e para

a companhia”Marcelo Ferraz Goggi,

superintendente corporativo do Sistema Findes

“A aplicação da lei vai depender de uma efetiva fiscalização do Ministério Público e da punição do Poder Judiciário”

Marcelo Nunes, advogado especializado em direito eleitoral

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Indústria Capixaba – Findes40

Lei Anticorrupção

Como era antes• A empresa podia alegar que o ato de

corrupção foi realizado isoladamente por um funcionário e um servidor público. Apenas os agentes públicos flagrados eram punidos, e era difícil comprovar a culpa da empresa.

O que mudou• A Lei nº 12.846/13 prevê a punição

de empresas envolvidas em atos de corrupção. Elas serão alvos de processos civis e administrativos.

Penas previstas• Multa entre 0,1% e 20% sobre o faturamento

anual bruto. Quando não for possível determinar o faturamento, o juiz definirá o valor, entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões.

• Reparação do dano causado.

• Publicação da condenação em veículos de comunicação de grande circulação.

• Proibição de receber recursos (subsídios, doações ou empréstimos) de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público pelo período de um a cinco anos.

• Suspensão ou interdição parcial das atividades.

• Fechamento da empresa.

foram estabelecidos princípios e normas de conduta a serem adotados pelos empregados e dirigentes de todas as empresas que compõem a entidade. “A maior de todas as recomendações é disseminar as informações sobre o texto legal entre os funcionários”, explica.

Para as organizações que não têm estrutura ou condições de criar ou gerir um compliance próprio, como as pequenas empresas, há a possibilidade de adequação à lei por meio de sua terceirização, contratando escritórios especializados que possam suprir essa lacuna. “Desde que a consultoria seja suficientemente criteriosa na formulação de seu escopo, prazos, produtos e preços adequados para cada empresa”, afirma Ferraz.

Na opinião do advogado especializado em direito eleitoral Marcelo Nunes, para que a lei seja efetiva, contudo, é necessária uma real fiscalização do poder público. “A aplicação da lei vai depender de uma efetiva fiscalização do Ministério Público e da punição pelo Poder Judiciário. Na prática, vai levar algum tempo para que os efeitos sejam sentidos, como ocorreu com a lei da improbidade administrativa com os gestores públicos, mas com o decorrer do tempo e com as decisões judiciais, os empresários passarão a ter maiores cuidados diante das punições”, explica.

“As empresas não devem ficar aguardando o decreto regulamentador, pois a lei já vigora. Depois, quando o decreto sair, elas fazem a adequação. É importante agir logo e criar regras internas, pois as penas são pesadas”, diz o advogado. Ele analisa, entretanto, que pode existir algum questionamento no futuro com relação à constitucionalidade da lei, justamente porque ela prevê a culpa da empresa sem que haja comprovação. “É um ponto que será questionado judicialmente, mas conforme os casos forem acontecendo, serão analisados pelo Poder Judiciário e será criado um histórico de decisões judiciais sobre o tema”, explica.

Gestão

“É necessário que todos se unam

em torno desse objetivo, para

assegurar que o combate às práticas

de corrupção seja realmente

efetivo e construir um ambiente de

negócios próspero”Suzana Fagundes,

gerente-geral jurídica da

ArcelorMittal

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes42

por Andrea Nunes

Saúde

S ustentabilidade. Esse conceito, que empreededores e executivos de ponta têm colocado como meta prioritária nas agendas de suas empresas, ainda não

chegou ao campo da vida pessoal. Embora várias pesquisas realizadas por diferentes instituições voltadas à área da saúde demonstrem que a preocupação com a prevenção de doenças e a busca por um estilo de vida mais saudável tenham crescido entre os executivos brasileiros (especialmente os homens, mais que as mulheres) – mesmo que tais números ainda estejam longe do ideal –, a sustentabilidade pessoal inclui outras esferas, escassamente observadas, como a qualidade da vida mental, emocional, familiar, espiritual e financeira. Esta última, da mesma forma que a saúde física, requer

cuidados de curto e longo prazos, geralmente negligenciados em função de uma cultura que não ensina nem cultiva o planejamento.

A hora de parar de trabalhar é sempre difícil e requer ações especiais, que precisam ser pensados e providenciados bem antes que este momento chegue efetivamente. O que fazer com o tempo livre? Como não entrar em depressão? Como manter o padrão de vida e consumo atuais? Essas são questões que precisam ser tratadas com a máxima antecedência possível. Do ponto de vista das finanças, para empresários e altos executivos a situação se complica ainda um pouco mais.

Insatisfeitos com o limite máximo (teto) da aposenta-doria pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de R$ 4.390,24, muitos optam por não contribuir mensalmente,

O futuro do seu bolso:

diversificar investimentos

é saída para garantir conforto

e bem-estar na aposentadoria

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Tesouro Nacional, previdência privada

e Bolsa de Valores são algumas das

alternativas a que os empresários

recorrem para manter a renda e o

padrão de vida na aposentadoria

particularmente quando não são obrigados por lei. Por esse motivo, para garantir um futuro confortável e o bem-estar individual e familiar quando for preciso “pendurar o terno”, recorrem a outras alternativas mais rentáveis do que a tradi-cional aposentadoria, buscando diferentes tipos de investi-mentos para complementar a renda.

Há ainda aqueles que se concentram em tocar o negócio e acabam negligenciando a contribuição – que não é compul-sória – e, quando se dão conta, já não há mais tempo hábil para depositar os recursos e conseguir se aposentar mantendo o padrão de vida atual.

Segundo o doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e professor de

Algumas opções de investvimentos

• Previdência privadaÉ uma alternativa muito buscada para garantir renda na aposentadoria. Há diversos planos e taxas cobradas

pelas instituições financeiras, portanto é importante pesquisar as vantagens e

desvantagens de cada banco. Os planos também são diferenciados, para diversos perfis e com diferentes formas de tributação sobre o Imposto de Renda. Alguns oferecem benefícios extras, como auxílio educacional, exames e consultas médicas e dinheiro extra em caso de gravidez de gêmeos por fecundação natural.

• Títulos do Tesouro Direto Investimento considerado seguro, ideal para quem não acompanha tão de perto o mercado financeiro. A compra pode ser

intermediada pelo seu banco. Na Caixa, por exemplo, o valor inicial de investimento

é de apenas R$ 100,00. Mais informações em: www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto

• Bolsa de ValoresInvestimento de alto risco, porém com possibilidade de grande rentabilidade. Indicado apenas para quem tem

conhecimento aprofundado em transações do mercado financeiro e acompanha sempre

as movimentações.

• ImóveisEmbora o cenário econômico não seja o mais favorável para investimento em imóveis, ainda pode ser uma boa alternativa

para quem tem faro para o negócio e sabe identificar as regiões com maior potencial de

valorização. É preciso calcular se o valor do aluguel ou da revenda vão mesmo compensar o investimento.

• PoupançaEmbora não seja uma forma muito rentável de investimento, a poupança é isenta de impostos, e ter um valor guardado pode ser uma segurança, caso seja necessário

dinheiro a curto prazo para cobrir um possível afastamento por doença, por exemplo.

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Indústria Capixaba – Findes44

Contabilidade da Fucape, Valcemiro Nossa, quando o empre-sário deixa de contribuir para o INSS por muito tempo, provavelmente não valerá mais a pena começar a fazer isso mais tarde.

“Para definir o valor da aposentadoria, o INSS calcula sua contribuição nos últimos 20 anos, exclui os 20% das contri-buições menores e mantém 80% das maiores, sobre as quais encontra a média. Se você sempre contribuiu para salário mínimo e só no final aumentou esse valor, não vai obter o teto. O que ocorre é que muitas vezes o empresário não deu muita importância para o recolhimento no passado e quando vê, falta muito para se aposentar, então nem adianta mais”.

Uma boa alternativa, que tem sido a opção preferencial de muitos empresários e executivos que desejam garantir um alto padrão de vida na terceira idade, é a previdência privada.

“Isso tudo passa por planejamento. Se ele não vem contri-buindo para ter possível aposentadoria pelo teto, ou ainda acha o valor baixo, precisa tomar outras providências. A previdência privada é um caminho, principalmente para quem não tem educação financeira, não sabe em que aplicar ou gasta muito, sem disciplina, e não faz poupança”, opinou o professor.

Mas antes de procurar um consultor ou uma agência para contratar um plano de previdência privada – os bancos oferecem diversas opções, com vantagens e possibilidades de rendimentos para diferentes perfis – deve-se pesquisar e fazer muitas contas para projetar o quanto é preciso poupar e onde é ideal para se investir e garantir, assim, a rentabi-lidade pretendida no momento que o executivo considerar o ideal para aproveitar a vida e o seu período de descanso após tantos anos de trabalho pesado. Uma ótima saída para começar a analisar o assunto é fazer o curso on-line

que a Fundação Getúlio Vargas oferece gratuitamente, disponível no link: http://www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos/Como-Planejar-A-Aposentadoria.

De acordo com o vice-presidente corporativo da Caixa Econômica Federal, Antonio Carlos Ferreira, a instituição bancária possui opções que estimulam o investimento no futuro, protegem a família e promovem o cuidado da saúde. Mas há outras formas de investimentos, de baixo ou alto risco, que podem garantir o futuro, como títulos do Tesouro Nacional, imóveis, ações e outras aplicações finan-ceiras, fora o próprio INSS, que acaba se tornando uma renda complementar e segura.

InvestimentosO presidente do Sindicato da Indústria de Produtos

Químicos e diretor-técnico da Betz Chemicals, Elias Cucco Dias, 48 anos, paga um plano de previdência privada há mais de 25 e também contribui para o INSS. “Eu pretendo continuar trabalhando enquanto tiver saúde, mas já venho desacelerando para ter mais qualidade de vida”, revelou.

Segundo Elias, sua infância foi curta: começou a trabalhar aos 8 anos de idade, ajudando os pais em uma mercearia e também vendendo doces nas ruas. Por conta das dificuldades que passou no início da vida, desde jovem já pensava em garantir um futuro mais confortável.

“Isso tudo passa por planejamento. Se ele não vem contribuindo para ter possível aposentadoria pelo teto, ou ainda acha o valor baixo, precisa tomar outras providências” Valcemiro Nossa, professor da Fucape e doutor em Contabilidade

Saúde

“Pretendo continuar trabalhando enquanto

tiver saúde, mas já venho desacelerando

para ter mais qualidade de vida.

Eu via muita gente reclamar do valor da aposentadoria,

então decidi fazer a previdência privada e escolhi um banco

que considero uma instituição

segura” Elias Cucco, presidente do

Sindicato da Indústria de Produtos Químicos

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“O INSS é um complemento.

Acho que é preciso ter pelo menos três

tipos de negócios diferentes para

garantir uma boa aposentadoria

e manter seu padrão de vida”,

João Baptista Depizzol Neto

presidente do Sindicato

das Indústrias Gráficas (Siges)

Dicas

• Pulverização – Não há 100% de garantia de segurança em nenhuma forma de investimento. Aplicar dinheiro significa correr riscos e, por isso, o conselho é pulverizar as aplicações, ou seja, investir em diferentes modalidades.

• INSS – Apesar de o teto ser baixo e o retorno ser considerado pouco vantajoso, é uma garantia de rendimento fixo a longo prazo. Embora não deva ser considerada a única forma de renda no futuro, é aconselhável manter em dia o pagamento do INSS para a obtenção de uma renda complementar e também ter direito a auxílio-doença, licença-maternidade e outros benefícios que podem ajudar em momentos delicados.

• Consultoria – O mercado financeiro é complexo, e projetar o futuro não é tão simples assim para leigos. É preciso considerar cenário econômico, taxas de juros, inflação, idade do empresário, idade que pretende se aposentar, expectativa de vida após a aposentadoria e outros fatores. Para quem não conhece essa dinâmica, um conselho é buscar um serviço de consultoria para fazer um bom planejamento financeiro a longo prazo e definir as melhores formas de investimentos.

• Cursos – A Fundação Getúlio Vargas (FGV) oferece cursos on-line gratuitos na área de finanças pessoais. Saiba mais no link: www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos/.

“Eu já via muita gente reclamar do valor que recebia da aposentadoria, então decidi fazer a previdência privada pensando no futuro, já que o teto do INSS é baixo e minha renda é maior do que isso. Na época, o que levei em consi-deração foi o fato de ser um dos melhores investimentos, e escolhi um banco que considero uma instituição segura”.

O mesmo fez o empresário, também presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas (Siges) e vice-presidente institu-cional do Sistema Findes em Aracruz e região, João Baptista Depizzol Neto, que já paga previdência privada há 17 anos. Os seus três filhos (de 24, 28 e 30 anos) também já contri-buem há 15. Ele não quis abrir mão da aposentadoria do INSS e contribui para receber o teto. “Eu acho que o INSS é um complemento. Lá na frente, as pessoas acabam gastando mais, há despesas com saúde, então decidi contribuir por uma questão de segurança. Acho que é preciso ter pelo menos três tipos de negócios diferentes para garantir uma boa aposenta-doria e manter seu padrão de vida”, analisou.

Um ponto que João Batista levou em consideração foi o fato de considerar a previdência privada mais vantajosa do que um seguro de vida. “Se me acontecer algo, a minha esposa vai receber e eu não preciso pagar a mais por isso. É preciso manter a segurança da minha família também.”

A estratégia de manter várias formas de investimento para garantir a renda no futuro é a ideal, na avaliação do professor da Fucape. “O ideal é ter várias formas de investimento. É bom lembrar que antigamente todo mundo guardava o dinheiro na poupança, então veio o Collor e confiscou o saldo de todo mundo, mas quem tinha investido em imóveis ficou de fora. Esperamos que isso não aconteça novamente, mas a questão é: quanto mais pulverizados os investimentos, menos riscos você terá”.

Simulação de cálculo de um plano de previdência privada disponível no mercado

Idade do início da contribuição: 27 anos Data de nascimento: 09/03/1987Depósito mensal: R$ 500,00 (reajuste anual de 2% a 3% ao ano no valor da parcela, com base no IPCA). Ao longo de 20 anos de contribuição, o segurado poderá retirar R$ 300.076,00 ou receber R$ 704,29 ao mês. Se o segurado optar por 30 anos de contribuição, ao final poderá retirar R$ 831.474,00 ou receber R$ 2.474,00 ao mês. Em caso de morte, seu dependente receberá R$ 65.415,26. Esse valor poderá chegar a R$ 600 mil, de acordo com o valor mensal de contribuição. *Valores líquidos.

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Indústria Capixaba – Findes46

A quarta Agência de Treinamento Municipal (ATM), desta vez no município de Guaçuí, no sul do Estado, foi inaugurada no dia 3 de julho pelo presidente do

Sistema Findes, Marcos Guerra, juntamente com o vice-presidente institucional da Federação em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Vianna Mameri, e a prefeita de Guaçuí, Vera Costa.

Durante a solenidade, Marcos Guerra destacou que um dos pilares de sua gestão é interiorizar as ações do Sistema, levando a qualificação profissional aonde existem as demandas, com o objetivo de atrair indústrias para cidades onde elas ainda não estão instaladas.

“A ATM é um modelo que o Sistema Findes implementa em parceria com governos municipais e que permite qualificar mão de obra com a qualidade característica do Senai. Nossa meta é preparar profissionais para, assim, atrair indústrias para esses municípios. É com muita satisfação que

Sistema Findes inaugura Agência de Treinamento em Guaçuí

fazemos hoje a entrega desta ATM à população de Guaçuí, que a partir de agora terá opção de escolher entre diferentes cursos e, dessa forma, obter renda e emprego, contribuindo, consequentemente, para o desenvolvimento municipal e regional”, enfatizou Guerra.

Inicialmente, serão oferecidos cinco cursos de qualificação profissional no período noturno: Armador de Ferragens, Pedreiro, Eletricista, Operador de Computador e Operador de Retroescavadeira. São aproximadamente 100 vagas. Os cursos, desenvolvidos para atender à demanda local, são gratuitos e têm duração de dois meses.

Além da instalação da Agência de Treinamento Municipal, a Escola Móvel também estará presente em Guaçuí, com a Unidade Móvel de Construção Civil. O curso oferece 20 vagas gratuitas, no período da tarde.

Áureo Mameri defendeu a criação de incentivos para atrair investimentos e mais indústrias para o sul do Estado: “Esta Agência confirma o interesse do Sistema Findes em criar atrativos para as indústrias que querem investir e vir para o sul do Espírito Santo, sabendo que já há formação profissional qualificada para atender às suas demandas em termos de mão de obra”, comemorou.

A prefeita Vera Costa agradeceu ao presidente Marcos Guerra e à sua equipe por conceder esse importante projeto ao município. “Tenho certeza de que essa iniciativa será de grande importância não só para Guaçuí, mas para toda a região do Caparaó, para o desenvolvimento das atividades ligadas a indústria, comércio e serviços. Até a abertura dessa unidade, muitos jovens saíam daqui para fazer cursos em Cachoeiro. Agora, ficaram muito mais fáceis e acessíveis a qualificação e o crescimento profissional”, destacou.

Com a ATM, Federação capacita

profissionais e atrai empresas para o

interior do Estado

Agência de Treinamento Municipal de Guaçuí Jayme de Paiva Neto Local: Centro de Integração Social – Projeto Mãe Araci Endereço: Parque Industrial, BR-482 Cursos: Armador de Ferragens, Pedreiro, Eletricista, Operador de Computador e Operador de Retroescavadeira Local de inscrição: Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Guaçuí

Serviço:

Indústria

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Sambão do Povo recebe aTm de viTória

A Agência de Treinamento Municipal (ATM) de Vitória vem movimentando as dependências do Sambão do Povo, no bairro Mário Cypreste, desde a sua inauguração, no dia 29 de agosto de 2013. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, frisou na ocasião que o modelo da ATM é mais rápido, barato, eficaz e flexível para atender às demandas específicas de cada cidade. E, de fato, os resultados respaldam o ponto de vista de Guerra. Já foram abertas 1.042 matrículas para 24 cursos, nos três períodos. A previsão ainda para 2014 é de abertura de outras 135 vagas, em três cursos: Operador de Computador, Aderecista e Costureiro.

agência de São gabriel já formou 215 PeSSoaSA unidade de São Gabriel da Palha foi a terceira ATM instalada pelo Sistema Findes no Espírito Santo, em lançamento que contou com a presença do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do governador do Estado, Renato Casagrande; e do prefeito de São Gabriel, Henrique Vargas. Viabilizada em parceria com o município, a nova agência está instalada no bairro Santa Terezinha. A ATM já contabiliza 317 matrículas entre 2013 e 2014, nos 18 cursos oferecidos. Até o momento, 215 pessoas já se formaram em 12 cursos e podem vislumbrar um futuro de oportunidades mais amplas. Para este terceiro trimestre de 2014, destaque para o curso de Modelista, com oferta de 20 vagas.

diverSoS SeToreS beneficiadoS em baixo guanduEm Baixo Guandu, a Escola Móvel abriu 10 cursos e 200 vagas inicialmente nas áreas de Tecnologia da Informação, Automotiva, Vestuário, Construção Civil e Alimentos e Bebidas. Os cursos são realizados por meio de uma parceria entre o Senai-ES e a Secretaria Municipal de Assistência Social e de Desenvolvimento Econômico. A ideia é que a qualificação profissional, com o recurso da escola, contribua para o aumento do emprego na região e passe a atrair indústrias para lá. Com a Escola Móvel, o Sistema Findes reforça seu objetivo de levar o desenvolvimento para o interior do Espírito Santo.

Unidade oferece 18 cursos para a população

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Mais duas agências inauguradas eM agostoA proposta de implementação de Agências de Treinamento Municipal vem ao encontro dos objetivos do Mapa do Trabalho Industrial e promove a formação em cidades onde não há unidade fixa do Sesi/Senai/IEL. Neste ano, outras estruturas foram inauguradas. Em Santa Teresa e em Itaguaçu-Itarana, essas ATMs são ações complementares e de grande importância no processo de preparação de trabalhadores qualificados para as empresas capixabas, estando alinhadas ao projeto de interiorização do Sistema Findes. São oferecidos em Santa Teresa cursos gratuitos de Soldador no Processo Eletrodo; Auxiliar Administrativo; Eletricista Instalador Predial; Costureiro Industrial do Vestuário; e Operador de Computador. Já na ATM de Itaguaçu foram abertas oito turmas para 160 matrículas, com oportunidades para Costureiro Industrial, Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, Pedreiro em Alvenaria Estrutural e Operador de Computador.

atM ibiraçu cria oportunidades no interiorAumentar a competitividade da indústria capixaba e reduzir um gargalo histórico, que é a falta de mão de obra qualificada. Com essas metas, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) apostou em duas frentes: as Agências de Treinamento Municipal (ATM) e a Escolas Móvel. Esses projetos passam pelo Plano de Investimentos do Sistema Findes, que é de R$ 150 milhões até 2017, dos quais 84% serão destinados a educação e qualificação. Em Ibiraçu, a ATM já disponibilizou, desde a sua criação, em abril de 2013, 470 matrículas para 13 cursos. Atualmente, estão em andamento os cursos de Almoxarife; Auxiliar Administrativo; Mecânico de Freios, Suspensão e Direção de Veículos Leves; Mecânico de Refrigeração e Climatização Industrial; e Soldador no Processo TIG em Aço.

escola Móvel é destaque eM governador lindenberg

O município de Governador Lindenberg já colhe os frutos da Escola Móvel, projeto que apresenta cursos e programas de educação para o trabalho (Edut). A meta é gerar emprego e renda, preparando profissionais qualificados para o exercício de uma função na indústria. A Escola Móvel em Governador Lindenberg revela o sucesso do projeto, com a formação de uma parcela significativa da população do município. Em oito meses de atuação, a Escola Móvel registrou 622 matrículas. Nesse período, foram criadas 38 turmas em cursos de educação para o trabalho do Sesi, qualificação profissional do Senai e formação gerencial do IEL. Foram cursos de capacitação de líderes, pedreiros, padeiros, mecânicos, costureiros, eletricistas e operadores, entre outros.

Em oito meses, a Escola Móvel teve 38 turmas

Indústria

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes50

por Gustavo Costa

Sustentável

Um grupo que orienta e contribui para consolidar as boas práticas ambientais e de sustentabilidade das indústrias capixabas, focado na competitividade,

mas também no bem-estar da população em geral. Assim pode ser definido o Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) do Sistema Findes, cujo trabalho norteia empresários e executivos a respeito de políticas de gestão ambiental, avalia iniciativas de entidades públicas e privadas que buscam incorporar a sustentabilidade como condição do desenvolvimento econômico e social, produz estudos sobre planejamento, investimentos e políticas de gestão dos recursos hídricos, além de acompanhar legislações de todas as esferas que tratam de meio ambiente.

A atuação acontece em duas frentes complementares: uma é direcionada às micro e pequenas empresas, e a outra, às médias e grandes. Para melhor atender às indústrias capixabas, o Consuma mantém representantes em todos

os fóruns significativos (no Estado e em âmbito nacional) ligados à temática ambiental e de recursos hídricos. Também criou e coordenou a realização de um curso de formação de gestores ambientais para o segmento das micro e pequenas, além de realizar eventos específicos de interesse do setor, como foi o caso do recente Workshop sobre Licenciamento Ambiental realizado no Sistema Findes e que contou com a participação de outras Federações de Indústrias.

O Conselho atua ainda diretamente no debate de propostas de legislações ambientais – como, por exemplo, na recente estruturação da Política Estadual de Recursos Hídricos e na estruturação do decreto estadual que definiu padrões de qualidade do ar para o Estado do Espírito Santo. “Cada vitória é muito importante. Criamos parcerias fundamentais para a questão do meio ambiente e utilização consciente dos recursos hídricos. Ficamos felizes pela credibilidade e pela confiança conquistadas junto às empresas

Consuma norteia a indústria

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Conheça o trabalho do Conselho que

serve de bússola em questões ambientais

e ao mercado, que nos procuram em busca de soluções para questões ambientais. Quando se fala em gestão ambiental, o Consuma conta com os melhores técnicos dentro de sua equipe. E isso dá ao empresariado capixaba mais segurança quando o assunto é meio ambiente ou sustentabilidade. Hoje, toda a gestão ambiental faz parte do ciclo empresarial. Não existe negócio sem levar em consideração os impactos que a instalação e desenvolvimento daquela empresa podem causar ao meio ambiente. Depois que se criou a ISO 14.000, passou-se a fazer todo um trabalho de qualificação para uso sustentável dos recursos de cada região”, explicou o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa.

Para Roosevelt da Silva Fernandes, vice-presidente do grupo, o trabalho contínuo - tanto preventivo quanto corretivo - e em sintonia com as demandas dos vários segmentos industriais no que diz respeito às áreas ambiental

e de recursos hídricos é importante para criar cada vez mais a consciência quanto ao necessário cuidado ambiental. “A atenção dada pelas empresas aos aspectos ligados ao meio ambiente é visível, contínua e progressiva. Independentemente do segmento industrial, evidencia uma conscientização plena da importância do atendimento às normas legais, sendo que em alguns casos chegam a superar as exigências oficiais. O aprimoramento da relação entre empresas e órgãos de controle ambiental; a entrada dos municípios no processo de licenciamento ambiental; a informatização das ações do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, com o chamado Iema On-Line; o trabalho objetivo dos conselhos – Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) e CERH (Conselho Estadual de Recursos Hídricos) - e suas câmaras técnicas, apenas para ficar em alguns exemplos, asseguram um ganho para a qualidade de vida da sociedade”, frisou.

ParceriasO diretor-presidente do Iema, Tarcísio Föeger, explica

como funcionam as parcerias criadas com o intermédio do Consuma. “O Iema On-line é uma nova modalidade de atendimento do instituto e também uma antiga reivindicação do Sistema Findes junto ao Governo do Estado. A iniciativa faz parte de uma série de ações para a modernização do Iema e proporcionará maior celeridade e comodidade aos empresários, facilitando a vida de todos eles. Isso porque hoje o empreendedor não precisa comparecer à sede do órgão estadual, em Cariacica, para solicitar certidões de débitos ambientais (CNDAs) e dispensas de licenciamento, além de licenças simplificadas

“Ficamos felizes pela credibilidade

e confiança conquistada junto

às empresas e ao mercado, que

nos procuram em busca de soluções

para questões ambientais”

Wilmar Barros Barbosa, presidente

do Consuma

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e licenças únicas, que são referentes a empreendimentos de pequeno porte. O empreendedor pode obter as certidões e licenças via internet, solicitando os documentos pelo website www.meioambiente.es.gov.br”, disse.

O segundo e o terceiro módulo do Sistema de Licenciamento On-line irão incluir a solicitação/emissão de licenças ambientais que atenderão a proprietários de empreendimentos de médio e grande impacto ambiental. A previsão do diretor do Iema é de que até o final de 2014 todos estejam em funcionamento. “Práticas sustentáveis têm que ser a base para qualquer ação no setor industrial do Estado. O Consuma tem um papel importante, orientando o empresariado sobre políticas de gestão ambiental, fazendo a interlocução do órgão ambiental com o segmento das empresas de micro e pequeno porte, particularmente aquelas relacionadas ao processo de licenciamento ambiental”, afirmou Föeger.

Outra parceria de destaque é o Acordo de Cooperação Técnica para a criação de um grupo de trabalho (GT) que visa a simplificar os procedimentos para obtenção de licenciamentos ambientais por parte de indústrias capixabas. O convênio foi firmado entre o Sistema Findes, por meio do Consuma, e Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Iema e Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH). “A parceria visa a unir esforços para simplificar os procedimentos para emissão de outorga e licenças ambientais de empreendimentos de pequeno porte, ou seja, que não precisam apresentar Estudo de Impacto

Ambiental (EIA). A criação desse GT é importante porque contribuirá para reforçar a interlocução entre o Sistema Estadual de Meio Ambiente e as indústrias, colaborando para uma melhor interação entre o órgão ambiental e as micro e pequenas indústrias, particularmente quanto aos aspectos relacionados ao processo de licenciamento ambiental”, falou a secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Diane Varanda Rangel.

As ações já desenvolvidas na área ambiental são celebradas por Wilmar Barros Barbosa. No entanto, ele afirma que ainda é preciso avançar bastante. “O nosso maior desafio ainda é colocar o licenciamento ambiental dentro do prazo e da expectativa do empresário, que paga hoje um preço muito alto. Os órgãos ambientais têm dificuldades para dar conta da demanda. Já melhorou muito, claro. O Iema já teve uma gama de 8 mil a 12 mil processos ‘agarrados’. Com muito trabalho e empenho do órgão, esse número caiu para 4 mil processos. Isso já é um avanço muito grande, mas 4 mil processos parados significam 4 mil empresários com problemas. A cultura ambiental tem sido trabalhada, e isso é importante. Sair de um modelo para outro não é algo que se faz da noite para o dia, e muitas vezes inviabiliza certos processos industriais. A grande empresa tem financiamento e tem profissional competente e habilitado para fazer isso. Agora, muitas micro e pequenas empresas não conseguem. E é aí que entram as parcerias, tão vitais, do Sistema Findes, por meio do Consuma, com o Iema”, finalizou o presidente do Conselho.

“Práticas sustentáveis têm que ser a base

para qualquer ação no setor

industrial do Estado. O Consuma tem um

papel importante, orientando o

empresariado sobre políticas de gestão

ambiental” - Tarcísio Föeger, diretor-

presidente do Instituto Estadual de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)

“A parceria visa a unir esforços para simplificar os procedimentos para emissão de outorga e licenças ambientais de empreendimentos de pequeno porte”Diane Varanda Rangel, secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Foto: Jovana Mazioli Saccani

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Indústria em Ação

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7ª Corrida do Trabalhador aConTeCe em ViTória

Uma celebração para os atletas-trabalhadores da indústria capixaba. Essa foi a 7ª edição da Corrida do Trabalhador, realizada no dia 22 de junho. A prova teve início em frente ao Edifício Findes, na Reta da Penha, e término na Praia de Camburi, totalizando 10 km de percurso. Venceram a disputa, que contou com 1,8 mil inscritos, Edmilson dos Reis (Masculino Geral), com o tempo de 27m37s, e Kleidiane Barbosa Jardim (Feminino Geral), que concluiu o trajeto em 33m20s. Os dois receberam como prêmio um cheque de R$ 2,5 mil. Já na categoria Trabalhador da Indústria Masculino, a vitória foi de Bruno Lopes, com a marca de 29m37s. Suzana Pacífico Rosa, com 42m50s, foi a ganhadora na categoria Trabalhador da Indústria Feminino. As demais provas tiveram como vencedores Leandro Thadeu Fontela e Ângela Aparecida Ribeiro, respectivamente Colaboradores do Sistema Findes Masculino e Feminino; Zorilda Silva Rocha, na categoria acima de 60 anos; e Vanderlei da Conceição Gomes, na competição entre 18 e 19 anos.

Quase CinCo mil alunos formados no senai pelo pronaTeC

O Senai-ES certificou 4,8 mil alunos que fizeram cursos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Desse total, 3,1 mil passaram pela qualificação profissional gratuitamente, em cursos com cerca de 160 horas de duração nas áreas de Eletricidade, Soldagem e Administração, entre outros. Os outros 1,7 mil alunos cursaram Meio Ambiente, Mecânica, Alimentos, Segurança do Trabalho, Eletrotécnica, Vestuário, Administração, Logística, Qualidade, Automação e Rede de Computadores. Na cerimônia de entrega dos certificados, realizada no Centro de Convenções de Vitória, 500 alunos estiveram presentes para representar o total de formandos.

Glorieny de Fátima Silva, de 18 anos, recebeu o diploma de conclusão do curso técnico em Mecânica do Senai Vitória. Moradora de Cariacica, ela enfrentou vários desafios para cursar o ensino médio pela manhã e o curso técnico à tarde.

“Confesso que passou pela minha cabeça desistir em alguns momentos, mas, apesar dos problemas, minha família sempre me apoiou, e consegui chegar até o fim”, contou.

O esforço foi recompensado com a conquista de um estágio na Vale, em que Glorieny concorreu com 3 mil inscritos e foi uma das oito selecionadas. “Agora, com o curso concluído, espero aprender sempre mais e aplicar meus conhecimentos no trabalho. Agradeço ao Senai por me proporcionar essa oportunidade, incentivando o nosso crescimento profissional”, ressaltou a estudante.

Senai-eS qualifica detentaS em Viana Mais oportunidades para um futuro melhor. É o que o Senai-ES vem proporcionando para 37 detentas do Centro de Detenção Provisória Feminino de Viana (CDPFV), por meio do curso de Eletricista Predial. Com duração de 120 horas, as aulas acontecem para duas turmas, uma no período matutino e outra no período vespertino. A atividade faz parte do projeto Bip Bop, realizado em parceria com a Schneider Electric. As aulas são ministradas pela professora Lorena de Castro Maia, engenheira eletricista. Ao final, as internas participantes receberão certificados de conclusão. A escolha das detentas seguiu critérios como interesse pela área, documentação pessoal em dia, assiduidade nas atividades escolares e bom comportamento. Todas as matriculadas nos cursos de qualificação profissional têm direito ao benefício de remissão da pena.

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Indústria em Ação

54 Indústria Capixaba – Findes

E m sua visita ao Espírito Santo, no dia 2 de julho, a presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou diversos investimentos em infraestrutura para o Estado.

O mais importante é o novo edital para ampliação do Aeroporto de Vitória, obra que está paralisada desde 2008. “Fizemos o impossível para tentar resgatar junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) o edital anterior, mas não conseguimos. Vimos os esforços políticos da bancada capixaba e do Governo do Estado, mas não deu certo. Então, é melhor começar tudo outra vez”, destacou.

O novo edital foi lançado no mesmo dia da visita. O terminal terá capacidade para atendimento de 10 milhões de passageiros por ano e um novo sistema de funcionamento de pista e pátio. Dilma Rousseff anunciou também o lançamento do edital para a

Novo edital para Aeroporto de Vitóriaduplicação de 51 quilômetros da BR-262, entre Viana e Vitor Hugo, em Domingos Martins, e assinou a ordem de serviço para a ampliação do Porto de Vitória, em que serão investidos R$ 140 milhões.

A presidente falou ainda sobre os R$ 608 milhões que serão aplicados em drenagem e contenção de encostas no Espírito Santo e afirmou que vai construir 73,5 quilômetros de BRTs e corredores de ônibus. “Vamos implantar sistema de transporte público nos morros em Vitória”, disse. Dilma esteve no Estado para entregar a primeira etapa de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, no bairro Jabaeté, em Vila Velha, e para a formatura de 1,2 mil estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

A presidente Dilma Rousseff

falou sobre os investimentos no

Espírito Santo

MArcos GuErrA é ElEito lídEr do ANo O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, foi eleito “Líder do Ano” em votação do Prêmio Líder Empresarial 2014. Além do executivo, participaram o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi; José Braz Neto, diretor do Grupo Líder; e José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio. Indicado pelo segundo ano consecutivo, Guerra conquistou o prêmio em votação aberta ao público por dois meses no portal Folha Vitória, entre maio e julho deste ano. “Esse reconhecimento é muito importante, porque me incentiva a continuar defendendo os interesses da indústria capixaba de forma democrática e a seguir prestigiando os setores produtivos do Estado. Devo lembrar também que, se conseguimos fazer um bom trabalho e exercer uma boa liderança, é porque muitos amigos deram sua contribuição voluntária, ajudando a construir ações em favor do crescimento do nosso Estado”, disse o industrial de Colatina. Outras categorias também contaram com vencedores ligados ao Sistema Findes. Foi o caso de Leonardo Souza Rogerio de Castro, eleito “Líder Revelação”; José Carnieli, como “Líder em Indústria de Laticínios” e Luiz Rigoni na categoria “Líder em Indústria Moveleira”.

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Alunos do sesi Aprendem inglês em pArceriA internAcionAl

Com a premissa de utilizar as redes sociais e outras ferramentas digitais para o ensino do inglês, o Sesi/Senai Nacional e a ONG US Brazil Connect firmaram uma parceria que resultou na criação do Programa Conexão Mundo – Intercâmbio de Idiomas. No Espírito Santo, foram 210 alunos do Sesi, com idades entre 14 e 17 anos, classificados para a 2ª etapa do programa, que conta com o auxílio de tutores norte-americanos – todos eles voluntários e, na maioria, jovens. Os estudantes participaram de aulas totalmente interativas, por meio do Facebook, do Google Hangouts e do livro digital específico, e agora poderão pôr em prática o aprendizado. Tutores vieram dos EUA para a etapa presencial, que inclui aulas e visitas técnicas. Os professores, que puderam finalmente conhecer pessoalmente os alunos brasileiros, ficaram no Estado até 25 de julho. A seleção dos contemplados para a 2ª etapa aconteceu por meio de testes on-line, que serviram para avaliar o nível de domínio do inglês. Ao final do programa, será feita a seleção, em todo o Brasil, de alguns alunos que seguirão para uma etapa de imersão nos EUA, com duração de aproximadamente duas semanas em janeiro de 2015. Todas as despesas serão pagas pelo Sesi Departamento Nacional.

show do trAbAlhAdor dA indústriA lotA ArenA VitóriA

A 4ª edição do Show do Trabalhador da Indústria Capixaba foi um sucesso. Na Arena Vitória lotada, o grupo Capital Inicial foi a atração principal, tocando sucessos como “Veraneio Vascaína” e “Fátima”, além de músicas de seu mais recente disco, “Saturno”. Com um grande carisma no palco, o vocalista, Dinho Ouro Preto, comandou a festa mantendo o pique do início ao fim. Valorizando a “prata da casa”, o Sesi escolheu para o show de abertura a Banda L-20, cujo vocalista, Marcelo Joaquim, é colaborar do Sistema Findes.

Realizado desde 2011, o evento aconteceu no dia 26 de julho e é uma homenagem da Findes aos trabalhadores, responsáveis por tornar a indústria cada vez mais forte.

O presidente da entidade, Marcos Guerra, subiu ao palco para agradecer a presença de todos e o empenho dos traba-lhadores das indústrias capixabas, afirmando que “são vocês que fazem a nossa indústria mais forte e competitiva”. Para terminar a noite de festa, houve sorteio de brindes especiais.

Estado tEm unidadE rEgional da aBnt/CB-25O Espírito Santo tem agora uma seção regional do Comitê Brasileiro de Qualidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-25). O lançamento foi realizado no prédio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), no dia 2 de julho. No evento, que contou com a presença do superintendente do ABNT/CB-25, Renato Lee, e do coordenador brasileiro da revisão da ISO 9001, Luiz Carlos do Nascimento, também foi apresentada a ISO DIS 9001:2015, para Sistemas de Gestão de Qualidade, que atualmente se encontra em revisão e que deve ser publicada em setembro de 2015. Participaram ainda o coordenador-executivo do Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor), Luciano Raizer Moura (também coordenador da regional ES); o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), Fábio Dias; o coordenador do Grupo Técnico de Auditorias do Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF), Rômulo Vargas; além de auditores e consultores do Prodfor.“Essa ideia de regionais surgiu há dois anos, e o principal objetivo é podermos contar com a competência que existe no Brasil inteiro para ajudar a construir as normas do Sistema de Gestão da Qualidade, tanto internacional quanto brasileiro. Para isso, estamos contando com os estados para que as regionais estudem, trabalhem e deem suas contribuições para os documentos que o CB-25 está trabalhando junto à ISO”, destaca Renato Lee.De acordo com Luiz Carlos do Nascimento, o evento tem três objetivos diferentes. “O primeiro é o lançamento do CB-25 no Espírito Santo; o segundo é dar um parecer do status atual da revisão, por meio de uma palestra; e o terceiro é estabelecer no Estado um grupo de pessoas que já lidam com a Norma”.

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Indústria Capixaba – Findes56

No Sistema

Competência capixaba além das fronteiras

No Sistema

por Gustavo Costa

CIN-ES desenvolve potencial de empresas em cenário internacional

Fundado em 2006 pelo Sistema Findes para auxiliar a ampliar as potencialidades das empresas capixabas em transações no cenário internacional, o Centro

Internacional de Negócios (CIN-ES) promove ações dire-cionadas para as micro, pequenas e médias indústrias que já atuam ou almejam ingressar no comércio exterior.

Membro da Rede Brasileira de CINs, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o CIN-ES oferece serviços como recepção de empresários, entidades e autoridades internacionais; atendimentos em comércio internacional; programas de desenvolvimento da competência exportadora/importadora; elaboração de estudos de potenciais de mercado, com identificação de oportunidades comerciais; emissão de Certificados de Origem; realização de missões, rodadas de negócios, cursos, seminários, workshops, visitas técnicas e parcerias comerciais, entre outras atividades.

Como contempla a unidade de promoção comer-cial da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e

Investimentos (ApexBrasil), realiza também seminários e pesquisa de mercados potenciais, além de promoção das exportações brasileiras por meio de projetos setoriais e da participação em feiras e missões comerciais.

Segundo o gerente do CIN-ES, Christiano Furtado, as indústrias do Espírito Santo ganharam com a entidade um grande apoiador no âmbito internacional. “Diante da crescente importância que o Brasil vem conquistando no mercado internacional, as empresas capixabas e brasileiras precisam se atualizar e conhecer as tendências e os padrões internacionais, tanto para se manter no mercado, quanto para criar um diferencial competitivo diante das marcas internacionais, que cada dia mais inundam o nosso cotidiano. Sendo capitaneado pelo Sistema Findes e pela CNI, o CIN-ES apoia as indústrias capixabas com o conhecimento de novas tecnologias e processos de vanguarda”, explicou.

E para demonstrar a força e o impacto da entidade nesses oito anos de atuação, o gerente cita números. “Desde a sua implantação, em 2006, foram 16 comitivas estrangeiras recebidas; 46 missões inter-nacionais realizadas; 71 capacitações, entre cursos, palestras e seminários; 27 pesquisas e estudos; e feitas 168 consultorias em empresas capixabas”.

Christiano lembra que os benefícios do CIN-ES estão ao alcance das organizações que buscam um melhor posicionamento sobre negócios realizados no exterior. “As companhias interessadas no trabalho do CIN-ES podem entrar em contato conosco via e-mail ou por telefone. Além de uma visita em nossa sede, o empreendedor poderá solicitar uma visita in loco em sua própria empresa”, falou. O CIN-ES fica localizado no Edifício Findes, em Santa Lúcia, Vitória. Corporações interessadas podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (27) 3334-5789.

Apontando oportunidades: CIN apresenta Feira de

Milão em reunião do Sindmadeira

“As empresas capixabas e brasileiras precisam se atualizar e conhecer as tendências e padrões internacionais” Christiano Furtado, gerente do CIN-ES

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Carlos Aguiar é destaque no “Contando Histórias”O ex-presidente da Fibria Carlos Augusto Lira de Aguiar falou sobre sua vida e trajetória profissional no

“Contando Histórias” realizado no dia 16 de junho, no Salão da Indústria, em Vitória. Amigos, autoridades, empresários e colegas de trabalho estiveram presentes ao evento. Com uma história de superação, o executivo acredita que o sucesso se baseia em características como conhecimento, persistência e trabalho duro. Ele ingressou na Fibria (então Aracruz Celulose) em 1981 e assumiu a presidência da empresa em 1998. Aguiar se aposentou em 2011, passando a ser membro do Conselho de Administração da Fibria.

1 - A plateia acompanhou com atenção as histórias de Carlos Augusto Lira de Aguiar 2 - Aguiar recebe o troféu “O Contador de Histórias” das mãos do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra 3 - O presidente Marcos Guerra, acompanhado de Aguiar e de sua esposa, Helane 4 - O diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai, ao lado do vice-presidente da Câmara do Vestuário do Espírito Santo, José Carlos Bergamin, e do empresário Lucas Izoton Vieira 5 - O presidente do Ibef, Sérgio Sotelino, esteve presente no evento e foi clicado com Benildo Denadai 6 - Luiz Soresini, responsável pelas Relações Institucionais da Vale; o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o diretor superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; e o Gerente de Comunicação e Relações Institucionais da Vale, Eugênio Fonseca 7 - O vice-presidente do Sindifer, Luiz Alberto de Souza Carvalho, e o presidente do Sindmadeira, Luiz Henrique Toniato 8 - Sucesso de público, evento reconhece as realizações de várias personalidades responsáveis pelo desenvolvimento do Espírito Santo

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Fatos em Fotos

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Fatos em Fotos

Indústria Capixaba – Findes58

Posse de nova diretoria do Sistema FindesA posse do segundo mandato de Marcos Guerra à frente do Sistema Findes aconteceu no Cerimonial Le Buffet,

em Jardim Camburi, com mais de 700 participantes. Foram convidados, além dos membros da Diretoria, representantes de empresas, sindicatos e autoridades, que estiveram presentes para parabenizar os membros da nova gestão. O diretor-secretário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos, Paulo Afonso Ferreira, representou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.

1 - O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, com a esposa, Giane Guerra 2 - Marcos Guerra com o governador Renato Casagrande 3 - Otacílio Pedrinha com a esposa, a diretora da Rede Gazeta Letícia Lindenberg, e Marcos Guerra 4 - O presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça 5 - O diretor administrativo do Sistema Findes, Luciano Raizer Moura, com o gerente da Unidade Jurídica do Sistema Findes e procurador estadual Christiano Dias Lopes Neto e o diretor-executivo do Sistema Findes, Luis Carlos de Souza Vieira 6 - O conselheiro do Sistema Findes Waldenor Cezario Mariot e sua esposa, Inês Mariot, com o assessor de Relações Institucionais Cezar Villar de Mello e a esposa, Hilda Mello 7 - Discurso do prefeito de Vitória, Luciano Rezende, parabenizando a diretoria do Sistema Findes 8 - Do Conselho Fiscal do Cindes, Joaquim Maia, junto com Antonio Cesar de Andrade, do Conselho Administrativo, e Tullio Samorini, diretor do Sistema Findes; e o presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção, Wilmar Barroso Filho, do Sindicopes, e seu filho, Gabriel Barroso 9 - O diretor para Assuntos do IRI e diretor do Sinprocim-ES em Venda Nova do Imigrante, Adenilson Alves da Cruz, com a esposa, Marizete Falqueto, e o presidente do Sindmadeira, Luiz Henrique Toniato, com a esposa, Ester Toniato

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10 - Elder Marim e Fernando Marin, do Sindifrio, com as esposas, Marcília Marim e Marisa Marin 11 - Márcio Felix com o secretário de Estado do Desenvolvimento, Nery De Rossi, e o diretor da Itaoca Offshore, Alvaro de Oliveira Junior 12 - O diretor-secretário da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira, representou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade 13 - O diretor plenário do Cindes, Alejandro Duenas, com o diretor financeiro, Flávio Bertollo, e o vice-presidente, Gibson Barcelos Reggiani 14 - O diretor-executivo do Ideies, Antonio Fernando Doria Porto, com Luiz Paulo Vellozo Lucas 15 - O ex-governador Paulo Hartung com o presidente da Amunes, Dalton Perim 16 - O diretor do Sistema Findes, Ocimar Sfalsin, com o diretor administrativo, Elcio Alves, e o superintendente do Grupo Buaiz, José Luiz Carvalho, junto ao diretor da Brita Engenharia, Leonardo Rato 17 - Marilza Dadalto e a diretora para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano do Sistema Findes, Clara Orlandi 18 - José Carlos Zanotelli, do Sindiquímicos, com a esposa, Katia Zanotelli, e Edvaldo Vieira, do Sinvesco, com a esposa, Kátia Vieira 19 - Os presidentes da Fiemg, Olavo Machado, e da Fiea, José Carlos Lira, posam para a foto, ao lado do diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel 20 - O conselheiro emérito da CNI e presidente emérito da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira; com o presidente da Fiern, Amaro Sales; e o diretor-secretário da CNI, Paulo Afonso Ferreira 21 - O presidente da Câmara Setorial da Indústria de Vestuário e diretor do Sinconfec, José Carlos Bergamim, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e o diretor para Assuntos do Senai, Benizio Lázaro.

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entrevista

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É possível um produto totalmente artesanal, feito a princípio manualmente, manter intactos a quali-dade, a textura e o gosto ao ser fabricado em escala

industrial? Sim. A prova está nos Biscoitos Ewilla, cuja receita é um segredo da família Marely há mais de 40 anos. O mercado informal proporcionou ao fundador da Indústria Ewilla, Edmar Marely, o início da sua atividade. Enquanto a esposa, Odisseia Menezes, fazia os biscoitos, Edmar os vendia no Parque Moscoso, no Centro de Vitória, como ambulante.

O sucesso dos Biscoitos Ewilla - nome da única filha do casal - foi crescendo com a ajuda dos cinco filhos, que vendiam parte da produção nas praias e nas casas, de porta em porta, contribuindo para a expansão dos negócios, como conta um dos herdeiros, Emerson Menezes Marely.

O reconhecimento pelo mercado transformou a marca em uma pequena fábrica de venda e abriu novas possi-bilidades comerciais. Os biscoitos feitos a quatro mãos, como o casadinho, ao longo do tempo foram aprimorados, passando a ganhar novos sabores e outros itens.

Tempos depois, Edmar Marely conquistou a oportuni-dade de colocar seus produtos à venda na Padaria Sarlo, que ficava localizada no centro de Vitória, onde há hoje uma agência bancária. Rapidamente, começou a prosperar.

“Foi a partir daí que meu pai deixou a rua e a venda como ambulante e consolidou a marca ‘Biscoitos Ewilla’, iniciando

a produção de forma empresarial, contratando funcionários”, orgulha-se Emerson. A figura patriarcal de Edmar, tanto na família como na empresa, é um traço marcante na trajetória dessa indústria

A empresa Ewilla tem mais de quatro décadas. Mas, em 1995, Edmar e o filho Emerson decidiram criar uma nova indústria, a nova razão social, mantendo, no entanto, o nome fantasia.

“A partir daí fomos fazendo essa transição normalmente, ficando hoje apenas eu. Meu pai é falecido há quatro anos”, lamenta.

Formado em Ciências Contábeis, Emerson Marely não exerceu a carreira, optando pelo empreendimento. Natural de Vitória, aos 42 anos de idade, casado, dois filhos, ele é o exemplo do que pode dar certo, tanto na empresa como na continuidade da tradição familiar.

“Buscamos agora não só uma linha de biscoitos finos, mas também passamos a vislumbrar outro mercado, que é a linha de naturais, que começamos com a fabricação de granola, em dois sabores”, revela. O empresário almeja agregar novos produtos porque entende que isso é importante em situações em que a mercadoria esbarra na sazonalidade.

O negócio que começou com o pai, prático, com vivência e competência, acabou abrindo espaço para o filho, que adotou novos conceitos empresariais e administrativos, sem deixar de lado a tradição. Seguindo essa receita, Emerson Marely espera perpetuar o sucesso também para as próximas gerações.

Biscoitos Ewilla: tradição familiar é a receita do sucessoCom mais de quatro décadas de mercado, empresa é referência de qualidade no setor

Caso de Sucesso

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Indicadores

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do

Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu 0,8 ponto em junho de 2014, frente ao mês anterior, permanecendo abaixo da linha divisória de 50 pontos (48,1 pontos), o que sinaliza que o industrial capixaba não está confiante. O decréscimo, pelo terceiro mês consecutivo, foi influenciado pelo indicador de expectativas,

O indicador de condições atuais, apurado com base na percepção dos industriais capixabas em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, apresentou um acréscimo de 1,4 ponto em junho de 2014 em comparação ao mês anterior, porém continua posicionado na faixa inferior a 50 pontos (42,4 pontos). O aumento foi influenciado por todos os indicadores que o compõe: de condições da economia brasileira (+0,5 ponto), do Estado (+1,1 ponto) e da empresa (+1,4 ponto). Entretanto todos permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia

já que o indicador de condições atuais aumentou. Na comparação com junho de 2013, cujo indicador era de 54 pontos, o ICEI registrou uma queda de 5,9 pontos.

O ICEI da indústria brasileira também decresceu em junho de 2014, frente ao mês anterior (-0,5 ponto) e se manteve abaixo da linha divisória de 50 pontos (47,5 pontos). De acordo com a CNI, o índice de junho se iguala ao registrado em janeiro de 2009 e supera apenas o de janeiro de 1999. Em relação a junho de

2013, cujo índice era de 54,8 pontos, o ICEI caiu 7,3 pontos (ver tabela 1).

O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa.

O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Confiança do Industrial capixaba continua baixa em junho de 2014

Indicadores

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) - Espírito Santo e Brasil

Tabela 1

Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14

Brasil 53,1 52,4 52,5 49,2 48,0 47,5

Espírito Santo 51,3 53,1 52,5 48,9 48,9 48,1

Fonte: Findes/Ideies/CNI

Indicador de Condições Atuais Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jun/13 Mai/14 Jun/14 Jun/13 Mai/14 Jun/14

CONDIÇÕES ATUAIS¹ 43,1 41,0 42,4 46,8 40,7 40,2

Com relação a:

Economia brasileira 38,6 32,0 32,5 41,6 33,8 33,2

Estado 37,8 35,1 36,2 - - -

Empresa 45,1 44,3 45,7 49,4 44,2 43,6

Fonte: Findes/Ideies/CNI

1 - Em comparação com os últimos seis meses

ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) – Junho de 2014

Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais

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Percepção do Empresário Industrial – Expectativas para os próximos seis meses

- Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.- O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.- A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 101 empresas capixabas (30 pequenas, 49 médias e 22 de grande porte). Dessas, 23 empresas pertencem à indústria da construção.

Notas

Os empresários da indústria capixaba estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, pois o indicador de expectativas caiu 2,0 pontos em junho de 2014, relativamente ao mês anterior, contudo permaneceu ligeiramente acima da linha divisória de 50 pontos (50,8 pontos). Retrocederam os indicadores de expectativas: em relação ao Estado (-0,6 ponto) e à empresa (-2,7 pontos) e aumentou o indicador em relação à economia brasileira (+0,3 ponto). Apenas o indicador de expectativas em relação à empresa se posicionou acima da linha divisória de 50 pontos (54,6 pontos). Os indicadores de expectativa em relação à “economia brasileira” e ao “Estado” se posicionaram em 39,8 pontos e 44,7 pontos, respectivamente. Frente a junho de 2013, a queda foi de 8,6 pontos, e todos os itens que compõem o indicador também decresceram (ver tabela 3).

O indicador de expectativas da indústria brasileira também mostrou queda em junho de 2014, em comparação ao mês anterior (-0,4 ponto), mas se manteve na faixa superior a

Indicador de Expectativas para os próximos seis meses Tabela 3

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jun/13 Mai/14 Jun/14 Jun/13 Mai/14 Jun/14

EXPECTATIVAS ² 59,4 52,8 50,8 58,9 51,7 51,3

Com relação a:

Economia brasileira 54,3 39,5 39,8 52,5 43,8 42,7

Estado 52,8 45,3 44,7 - - -

Empresa 62,5 57,3 54,6 62,1 55,6 55,6

Fonte: Findes/Ideies/CNI

2 - Para os próximos seis meses

pontos (40,2 pontos). O decréscimo foi influenciado tanto pelo item “condições da economia brasileira” (-0,6 ponto), quanto pelo item “condições atuais da empresa” (-0,6 ponto). Ambos se situaram na faixa inferior a 50 pontos. Junho de 2014 comparado a junho de 2013 também mostrou queda no indicador de condições atuais (-6,6 pontos) e nos dois itens que compõem esse indicador (ver tabela 2).

50 pontos (51,3 pontos). Retrocedeu o item “com relação à economia brasileira” (-1,1 ponto) e mostrou estabilidade “com relação à empresa”.

Apenas o segundo se situou acima da linha divisória de 50 pontos (55,6 pontos). Na comparação com o mesmo mês de 2013, a queda no indicador de expectativa foi de 7,6 pontos, influenciada pelos dois itens que o compõem.

brasileira (32,5 pontos), condições do Estado (36,2 pontos) e condições da empresa (45,7 pontos). Na comparação com os resultados de junho de 2013, houve retração no indicador de condições atuais (-0,7 ponto) e em dois dos três itens que o compõem.

Já as condições atuais da indústria nacional pioraram em junho de 2014, em relação ao mês anterior (-0,5 ponto), fazendo com que o indicador permanecesse abaixo da linha divisória de 50

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64 Indústria Capixaba – Findes

Cursos e Cia

E m uma parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES) com o Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo), serão

disponibilizados às empresas capixabas a partir do segundo semestre os primeiros cursos de qualificação em Tecnologia da Informação (TI).

Em um primeiro momento, os associados terão acesso aos cursos de Programação com C# na Plataforma Net, Teste de Software e Desenvolvimento Móvel com Google Android. Cada um deles contará com turmas de 20 alunos. Conforme a demanda, o sindicato pretende abrir mais grupos, para atender a todos os profissionais que desejam se qualificar. Outros 17 cursos ainda deverão ser implantados nos próximos meses e entrarão na programação do Senai.

Para Luciano Raizer Moura, presidente do Sindinfo, o lançamento dessas atividades é uma conquista para a área de TI. “Essa iniciativa chega para atender a uma demanda muito forte no setor. Nós já temos uma grande oferta de cursos superiores, mas sentíamos falta de cursos de qualificação, que permitissem o aprimoramento técnico das nossas equipes, pessoas que já trabalham com TI. Estamos lançando cursos de melhora da formação. A demanda foi identificada por uma pesquisa feita pelo Sindinfo com empresas associadas. Então, são coisas específicas, escolhidas pelas empresas capixabas, e que trazem ferramentas que o profissional de TI precisa. A nossa intenção é que o Senai seja um grande

Senai e Sindinfo firmam parceria para cursos de qualificação

Programação de Cursos IEL

Vitória

Curso Período CH

E-Commerce: Comércio Eletrônico e Empreendedorismo

01 a 03 de setembro

Das 18h30 às 22h

Gestão de Custos Empresariais

01 a 05 de setembro

Das 18h30 às 22h

Modelagem de Projetos com o Uso do Canvas e Outras Ferramentas Visuais

09 a 12 de setembro

Das 18h30 às 22h

Gestão de Produtos e Marcas

09 a 12 de setembro

Das 18h30 às 22h

Atitude Faz Toda a Diferença 15 a 16 de setembro

Das 18h30 às 22h

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

15 a 18 de setembro

Das 18h30 às 22h

Iniciativas e Técnicas de Persuasão para Líderes em Vendas

15 a 19 de setembro

Das 18h30 às 22h

Gerencie o Relacionamento e a Comunicação com o Cliente

22 a 24 de setembro

Das 18h30 às 22h

Convivências - Construindo Liderança e Relacionamentos Duráveis

22 a 24 de setembro

Das 18h30 às 22h

Formação de Auditor Interno de Qualidade

22 a 26 de setembro

18h30 às 22h e 14h às 22h

Feedback como Instrumento Gerencial

29 a 30 de setembro

Das 18h30 às 22h

Sped PIS/Confins (EFD - Contribuições)

29/09 a 03 de outubro

Das 18h30 às 22h

“A nossa intenção é que o Senai seja um grande centro

de formação e qualificação de

profissionais de TI”Luciano Raizer,

presidente do Sindinfo

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Programação de Cursos IEL

Vitória

Curso Período CH

Liderando uma Equipe de Sucesso

11 a 14 de agosto

Das 18h30 às 22h

Liderança Inovadora para Alcançar Excelência Empresarial

19 a 21 de agosto

Das 18h30 às 22h

Auditor Interno em Sistema de Gestão Integrada com Base em ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007

25 a 29 de agosto

Das 18h30 às 22h

Otimizando a Capacidade Gerencial

25 a 29 de agosto

Das 18h30 às 22h

Capacitação em Sustentabilidade Ambiental

25 a 29 de agosto

Das 18h30 às 22h

Informações e inscrições:

Edifício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

Para Solange Siqueira, diretora regional do Senai-ES, os cursos estão plenamente alinhados à missão da entidade. “O plano do curso foi elaborado e validado pelo segmento, com a finalidade de adequarmos a oferta à demanda sinalizada inicialmente. O objetivo é proporcionar aos empresários a formação da mão de obra habilitada, contribuindo para o aumento da competitividade de suas empresas, e oferecer aos educandos a formação necessária para o exercício da cidadania e para o trabalho”, falou. As empresas associadas serão avisadas de local e data dos cursos por meio de e-mails informativos do sindicato. As aulas serão oferecidas na unidade do Senai em Vitória.

centro de formação e qualificação de profissionais de TI”, frisou ele. Raizer lembra que o Espírito Santo conta com 13 mil empregos de TI no Estado, e a iniciativa serve para impulsionar ainda mais a área.

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Artigo

66 Indústria Capixaba – Findes

A indústria é imprescindível para o Brasil crescer mais. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) depende do fortalecimento do setor. Em todos os momentos

em que nossa economia se expandiu num ritmo superior a 4% ao ano, o segmento teve um papel expressivo. Nos últimos anos, no entanto, ele vem perdendo força e está praticamente estagnado desde 2010. De 2005 a 2013, a participação dos produtos importados no mercado brasileiro saltou de 12% para 22%. Nos primeiros seis meses deste ano, a parcela dos manufaturados no total das exportações atingiu o menor percentual desde 1980. Há, claramente, a necessidade de uma nova visão sobre a função da área industrial no desenvolvimento econômico nacional.

É certo que tivemos algumas iniciativas que deram mais fôlego às indústrias, a exemplo da desoneração da folha de pagamentos das empresas. Mas são necessários novos impulsos para a expansão econômica do país. É preciso ter metas e caminhos bem definidos. O alto Custo Brasil nos torna um dos países menos competitivos do mundo. Numa lista de 15 nações com nível de

desenvolvimento semelhante, somos mais competitivos do que a Argentina apenas.

O país precisa enfrentar os entraves que impedem que ele concorra no mercado internacional. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o desafio de liderar uma agenda que aumente a nossa competitividade seja um compromisso pessoal do presidente da República que vencer as eleições deste ano. A CNI quer ser parceira do Governo nesse processo.

Ao longo de julho, a CNI entregou 42 propostas aos candidatos à Presidência da República. São sugestões concretas e factíveis, construídas em conjunto com as federações das indústrias nos estados e com as associações setoriais, para ampliar a competitividade das empresas e aumentar a participação do país no mercado internacional. As propostas da CNI estão divididas em 10 pilares, que vão de melhoria no sistema educacional a avanços no sistema trabalhista, passando por redução da burocracia. Se fortalecermos esses fatores-chave, vamos ajudar a criar o ambiente necessário para estimular o setor produtivo.

Entendemos que o Brasil precisa de um planejamento de longo prazo para implementar as mudanças imprescindíveis, como a melhoria da infraestrutura e uma reforma tributária que diminua o peso dos impostos sobre o setor produtivo. Confiamos na capacidade dos candidatos e ressaltamos que, em todo o mundo, há uma revalorização do papel da indústria.

Não existe país rico sem indústria forte. A dimensão que o setor industrial brasileiro alcançará depende do que fizermos para consolidar um ambiente econômico estável e seguro. Continuaremos trabalhando intensa-mente para transformar em realidade a pretensão de atingir, o mais rapidamente possível, o pleno desenvol-vimento econômico e social. Temos a certeza de que poderemos consolidar o Brasil no qual merecemos viver, uma nação que nos encha de orgulho.

Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

A indústria e a eleição

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