revista indústria capixaba n° 301

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Burocracia S.A. Excesso de procedimentos e normas engole a produtividade e os lucros Publicação Oficial do Sistema FINDES • Julho 2012 • Distribuição gratuita • nº 301 • IMPRESSO Eleições, Eder Pontes, Setor metalmecânico, Inovação, Rio+20

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Jul/2012. Uma publicação oficial do Sistema Findes.

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Page 1: Revista Indústria Capixaba n° 301

Burocracia S.A.Excesso de procedimentos e normas engole a produtividade e os lucros

Publicação Ofi cial do Sistema FINDES • Julho 2012 • Distribuição gratuita • nº 301 • IMPRESSOPublicação Ofi cial do Sistema FINDES • Julho 2012 • Distribuição gratuita • nº 301 • IMPRESSO

Eleições, Eder Pontes, Setor metalmecânico, Inovação, Rio+20

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4 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FINDESPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor fi nanceiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor fi nanceiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor fi nanceiro: Antonio Tavares Azevedo de BritoDiretores: Alejandro Dueñas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egidio Malanquini, Benizio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi

Conselho fi scal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atilio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior

Serviço Social da Indústria – SESI Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Mariluce Polido Dias Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Dueñas, Leonardo Souza Rogério de Castro, Rogério Pereira dos Santos Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Carlos Fernandes Rangel Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Diretora regional: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes das atividades industriais Titulares: Benizio Lázaro, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Paulo César Borba Peres Suplente: Ari George Floriano

SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Centro da Indústria no Espírito Santo – CINDES Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende Dias Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Hélio de Oliveira Dórea, Jadyr da Silva Primo

Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo - IDEIESPresidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies Marcos GuerraMembro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benizio Lázaro Diretor Executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros Suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci,Luciano Raizer Moura, Dam Pessotti Representante da Comunidade Científi ca Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias

Instituto Euvaldo Lodi – IELPresidente: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Dueñas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Braulio Bassini, Dam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles GarciaSuperintendente: Fábio Ribeiro DiasConselho Fiscal: Egidio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir Gaburro, Loreto Zanoto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura

Instituto Rota Imperial – IRIDiretor Geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta, Alejandro Duenas, Vladimir RossiConselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Dueñas, Fernando Künsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto KautskySuplentes: Francisco Xavier Mill, Tullio Samorini, João Felício Scárdua, Manoel Pimenta, Adenilson Stein, Tharcicio Pedro BottiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernest Mosaner Júnior, Aristóteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flávio Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão

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Jul/2012 – nº 301 Indústria Capixaba – FINDES 5

Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel Pimenta, Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner, Ricardo Barbosa, Alejandro Dueñas, Flávio Bertollo, Egidio Malanquini, Benizio Lázaro, Fernando Kunsch, Solange Siqueira, Fábio Dias, Doria Porto, Lucas Izoton, Marcelo Ferraz, Heriberto Simões e Breno Arêas

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da FINDES Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins e Tatiana RibeiroGerente: Heriberto Simões

Depto. Comercial – UNIREM/FINDES – Tel: (27) 3334-5721 Simone Dttmann Sarti e Fernando Fiuza

Produção Editorial

Coordenação editorial: Mário Fernando Souza Coordenação de conteúdo: Marcia RodriguesProdução editorial e diagramação: Next Editorial Textos: Gustavo Costa, Nadia Baptista, Heliomara Mulullo, Jacqueline Vitória, Lúcia Bonino e Marcelo Dutra Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografi a: Cláudio Alves, Dênis Roque, fotos cedidas, arquivo FINDES e arquivos Next Editorial

PUBLICAÇÃO OFICIAL DO SISTEMA FINDESMAIO – 2012 • Nº 300

youtube.com/sistemafi ndesfacebook.com/sistemafi ndes

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (CONSATs) Coordenador-geral: Manoel de Souza Pimenta Neto

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Reggiani Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Dam Pessotti Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Paulo Roberto Almeida Vieira

Conselhos Temáticos Conselho Superior de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Superior de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcilio Rodrigues Machado Conselho Superior de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Aureo Vianna Mameri Conselho Superior de Educação Profi ssional (Conep) Presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Ernesto Mosaner Junior Conselho Superior de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Superior de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Superior de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Superior de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Superior de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg da Silva Rodrigues

Diretorias regionais

Diretoria da FINDES em Anchieta e região Diretor regional: Fernando Schneider Kunsch Diretoria da FINDES em Cachoeiro de Itapemirim e região Diretor regional: Áureo Vianna Mameri Diretoria da FINDES em Colatina e região Diretor regional: Manoel Antonio Giacomim Diretoria da FINDES em Linhares e região Diretor regional: Wilmar Barros Barbosa (em exercício) Diretoria da FINDES em Aracruz e região Diretor regional: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da FINDES em São Mateus e região Diretor regional: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da FINDES em Venda Nova do Imigrante e região Diretor regional: João Francisco Carvalho (em exercício)Núcleo da FINDES em Nova Venécia e região Diretor regional: Hélder Nico

Diretores para assuntos específi cos Diretor para assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES - Alejandro Dueñas Diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Senai e Senai/ES- Flávio Sérgio Andrade Bertollo Diretor para Assuntos do IEL - Benizio Lázaro Diretor para Assuntos do IDEIES - Egidio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes - Paulo Alfonso Menegueli Diretor para Assuntos do IRI - Paulo Henrique Teodoro Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos das Micro

E Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani Diretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider Künsch Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho

Sindicatos fi liados à FINDES e respectivos presidentes

Sinduscon: Sebastião Constantino Dadalto | Sindipães: Flávio Sérgio Andrade Bertollo | Sincafé: Sergio Brambilla. Sindmadeira: José Domingos Depollo | Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto | Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci Sindicalçados: Altamir Alves Martins | Sindifer: Luiz Alberto de Souza Carvalho | Sinprocim: Dam Pessotti | Sindutex: Mariluce Polido DiasSindifrio-ES: Elder Elias Giordano Marim | Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa Sindicopes: José Carlos Chamon | Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani Sindipedreiras: Loreto Zanotto | Sindirochas: Emic Malacarne Costa Sincongel: Vladimir Rossi | Sinvesco: Edvaldo Almeida Vieira Sindimol: Almir José Gaburro | Sindmóveis: Ortêmio Locatelli FilhoSindimassas: Emerson de Menezes Marely | Sindiquimicos: Ernesto Mosaner Junior. Sindicer: Ednilson Caniçali | Sindinfo: Benizio Lázaro Sindipapel: José Bráulio Bassini | Sindiplast-ES: Leonardo Souza Rogerio de Castro | Sindibores: Rogério Pereira dos Santos | Sinvel: Atílio Guidini

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6 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

CENÁRIOObrigações legais, � scais e tributárias são uma grande di� culdade enfrentada pelo empresário brasileiro que deseja manter seu negócio em situação regular. As constantes mudanças por que passam essas exigências complicam ainda mais essa realidade. Mas é preciso � car atento para não gastar mais tempo buscando essa regularização do que desenvolvendo, de fato, sua atividade produtiva

NESTA EDIÇÃO

18

ENTREVISTAProcurador-geral de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), recentemente eleito para o biênio 2012/2014, Eder Pontes fala sobre objetivos e as estratégias de sua atuação à frente do órgão, e garante que hoje o MPES está voltado para o desenvolvimento do Espírito Santo.48

SUSTENTÁVELUm balanço da participação da FINDES na Rio+20, conferência mundial sobre o meio ambiente que aconteceu no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22 de junho, e o papel das indústrias capixabas na promoção de ações empresariais sustentáveis.36

26

32 INOVAÇÃO

40 CASO DE SUCESSO

44 RESPONSABILIDADE SOCIAL

54 NO SISTEMA

58 FATOS EM FOTOS

62 CURSOS

INDÚSTRIA O setor metalmecânico é uma das potencialidades do Espírito Santo mas, como todos os outros segmentos industriais, enfrenta também muitos desa� os. Na matéria desta edição, fazemos uma análise de como andam as indústrias metalmecânicas capixabas, incluindo os avanços que elas vivenciam.12

ESPECIALFica cada vez mais próximo o dia das eleições, que determinarão quem representará o Executivo e o Legislativo municipais nos próximos quatro anos. Especialistas analisam como o pleito afeta a economia capixaba, incluindo a possível interrupção nas votações no Congresso Nacional, que impactariam - e muito - a realidade dos negócios no Espírito Santo.

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8 Indústria Capixaba – FINDES Mai/2012 – nº 300

EDITORIAL

OS ENTRAVES PARA A COMPETITIVIDADE

Mai/2012 – nº 300

Marcos Guerra Presidente do Sistema FINDES/CINDES

Uma economia forte e em constante desenvolvimento depende de um sistema de leis e suas respectivas obrigações civis, trabalhistas, tributárias e

ambientais agindo de forma simples e e� ciente para o empreendedor. As nações mais desenvolvidas do planeta possuem um fator baixo de entraves burocráticos, o que lhes permite ter uma indústria competitiva, de alta densidade tecnológica e com forte cultura em inovação. Contudo, o Brasil insiste em andar na contramão dos exemplos bem-sucedidos e, quando promove mudanças, elas são de difícil entendimento e pouco e� cientes, sempre com o foco no aumento da carga tributária.

A reportagem principal desta edição da revista Indústria Capixaba aborda a burocracia sob a ótica de quem mais sofre com ela: o empresário, que comete quase que um ato heroico para manter seu negócio em funcionamento, o que dirá a realização de novos investimentos. Os caminhos para a maior competitividade da indústria sofrem, infelizmente, os mais diversos entraves provocados por nossa infame burocracia.

O problema é endêmico, pois ele se in� ltra em todas as etapas que o cidadão precisa ultrapassar para erguer sua empresa, seguir funcionando e expandir seus horizontes.

Das exigências ambientais às di� culdades para se tornar uma empresa globalizada, a burocracia toma uma parte considerável dos 365 dias por ano de um empreendedor e isso precisa ser mudado, sob pena de nosso país perder as chances que temos atualmente de nos consolidarmos como uma das maiores lideranças econômicas mundiais, com forte identidade na sua indústria.

Finalizo este editorial destacando a importância da discussão sobre o pleito eleitoral de 2012. Como já fora alertado pelo presidente da CNI, Robson Andrade, as eleições municipais não podem emperrar a votação no Congresso de projetos importantes para manter a atividade econômica, pois é urgente preservar o país dos efeitos da crise internacional. Portanto, esperamos que os prefeitos, que junto dos vereadores geralmente admi-nistram a maior “empresa” de um município, sejam empre-endedores, democráticos e absolutamente responsáveis ao serem eleitos.

Tenha uma boa leitura!

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10 Indústria Capixaba – FINDES

artigo

A o estreitar mercados, com a redução na demanda, e acirrar uma concorrência que já é feroz, a crise econômica internacional deixou mais

clara a constatação da perda de competitividade da indústria brasileira.

Sem mencionar o recuo das exportações e o avanço das importações, é bastante lembrar que, no ano passado, a participação da indústria como um todo no PIB, o Produto Interno Bruto, foi de 27,5%. A indústria de transformação, o segmento mais dinâmico, vem reduzindo gradativamente, ano a ano, sua presença no PIB: de 16,6%, em 2009, para 14,6% em 2011.

O índice é baixo para um país em desenvolvimento e ainda às voltas com profundas carências sociais. Pode ser normal em países de economia avançada, nos quais predomina o setor de serviços, mas é precoce para o Brasil.

Sabemos de cor as principais causas desse perigoso processo: sistema tributário perverso e complexo, legislação trabalhista anacrônica, de alto custo, educação deficiente, infraestrutura precária, burocracia sufocante, inovação insuficiente, crédito caro e inacessível.

Não é mais possível, sob pena de se comprometer o desenvolvimento do país, continuar convivendo com tais gargalos. É urgente removê-los. Não podemos

mais esperar. Por isso, a CNI decidiu veicular ampla campanha publicitária em jornais, revistas, TV e internet proclamando essa urgência. Queremos sensibilizar a sociedade e os formadores de opinião para o fato de que, sem uma indústria forte, rapidamente competitiva, porque a globalização é veloz, não há geração de emprego e renda e, portanto, um Brasil também forte.

O mote da campanha, iniciada em 19 de junho e que se estende até 31 de julho, é “A indústria tem pressa, o Brasil não pode esperar”. A campanha, inteligente, direta, acessível, de excelente qualidade, é baseada em seis temas, nos quais se concentram justamente os gargalos à maior competitividade da indústria que mencionei: tributos, relações do trabalho, educação, burocracia, infraestruturas, inovação, finanças.

A CNI propõe nos anúncios melhorar rapidamente o sistema tributário e a qualidade da educação, modernizar a legislação trabalhista, criar condições ao aumento dos investimentos, reduzir a burocracia, ampliar a infraestrutura, a inovação e o acesso aos empréstimos.

Um dos vários exemplos das dificuldades de se estabelecer um ambiente de negócios saudável no país está, por exemplo, no anúncio informando que as empresas brasileiras trabalham em média 13 vezes mais do que

as concorrentes estrangeiras para pagar impostos. Outro anúncio diz que o excesso de burocracia estimula a informalidade. Um terceiro afirma que, apesar de reduzidos, os juros brasileiros continuam elevados.

A um custo baixo para seu tamanho (são 27 veículos, entre jornais, revistas e tevês, os mais importantes, e um mês e 12 dias de veiculação), a campanha não poderia, evidentemente, ignorar as redes sociais. Está igualmente na internet, pelo site http://aindustriatempressa.com.br/, no qual convoca os internautas a dar sugestões e assinar manifesto pela maior competitividade da indústria.

Temos certeza de que essa iniciativa da CNI atingirá o objetivo de sensibilizar a sociedade para uma causa que não é só da indústria, mas do país.

Carlos Alberto Barreiros é diretor de Comunicação da CNI

A indústriA tem pressA

Jul/2012 – nº 301

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12 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

C élulas de hidrogênio. Você já ouviu falar? Essas palavrinhas poderão revolucionar a forma como a energia é produzida e distribuída nos dias de hoje.

Esse combustível não é poluente e pode ser produzido a partir da energia eólica ou solar e da água, garantindo assim uma fonte inesgotável e segura para a humanidade. Trata-se de uma das esperanças para ajudar as indústrias, principalmente na área de metalmecânica, a diminuírem seus

custos, aumentando a produção e vendendo produtos com maior qualidade, a preços reduzidos.

A novidade é um dos temas que será debatido durante a 5ª Feira de Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show), de 24 a 27 de julho, no Pavilhão de Carapina, quando o diretor da indústria Ballard, situada no Canadá, Silvano Pozzi, apresentará palestra sobre a importância da célula de hidrogênio, com o tema “Solução Inteligente para Produção de Energia Limpa”.

por Jaqueline Vitória

UNIÃO E TECNOLOGIAReceita do setor metalmecânico para crescer

INDÚSTRIA

12 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

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Indústria Capixaba – FINDES 13Jul/2012 – nº 301

“O empresário está fazendo a sua parte mas as medidas pontuais, reivindicadas pela classe empresarial ao Governo Federal, não foram atendidas”Manoel Pimenta, vice-presidente da FINDES

Outros temas também serão compartilhados, como “Inovar Para Crescer”, “A Importância no Fornecimento de Bens e Serviços para o Desenvolvimento Local”; “Oportunidades de Emprego e Quali� cação de Mão de Obra”; e “Manutenção Industrial”, apresentados por especialistas nacionais e internacionais. A Mec Show está na sua 5ª edição e este ano os organizadores querem dar visibilidade ao empresariado para que ela sirva de vitrine para negócios e parcerias no futuro. A proposta é mostrar os serviços e conversar com os detentores de tecnologia.

Esse é o grande desafio para as empresas do setor metalmecânico: a busca pela tecnologia, que pode colocar as indústrias capixabas em isonomia com as demais atuantes no país e no exterior, no que diz respeito à competitividade. A opinião é do vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo – FINDES, Manoel Pimenta. Ele aponta que o empresário está fazendo a sua parte mas que as medidas estruturantes reivindicadas pela classe empresarial ao Governo Federal não foram atendidas, e sem elas � ca difícil fazer a indústria produzir em escala crescente.

Segundo dados do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), a produção industrial do Espírito Santo registrou recuo de -0,18% na passagem de março para abril de 2012, acumulando perda de -2,93% no primeiro quadrimestre do ano. No mês de abril de 2012, a medida da produtividade industrial do Espírito Santo registrou queda de -0,92%, com o Estado perdendo posições no ranking nacional e superando apenas o Estado do Rio de Janeiro, cuja produtividade industrial registrou queda consideravelmente superior (-8,5%).

Quando da comparação com o mês de abril de 2011, pode-se notar que a medida de produtividade industrial capixaba apresentou uma redução mais acentuada (-2,91%), resultado inferior àquele reportado para a indústria nacional (-0,79%).

Segundo ainda a análise do IJSN sobre indústrias especí� cas, nota-se que na comparação entre os meses de março e abril de 2012, a indústria extrativa registrou queda na produtividade (-5,55%), enquanto que a indústria de transformação apresentou leve expansão (+1,67%). Em termos de setores especí� cos, o desempenho da metalurgia básica registrado ao longo da mesma base de comparação merece destaque, com aumento de +21,21%.

Ainda assim, há de se atentar para a ocorrência de padrões nitidamente contracionistas nesse setor, no caso de comparações acumuladas (taxas de -33,29%, -36,98% e -43,37%) para as variações interanual, acumulada em 12 meses e acumulada no ano, respectivamente.

EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE INDUSTRIAL – BRASIL E ESPÍRITO SANTONúmero índice com ajuste sazonal, base jan01=100

Fonte: IBGE – PIMES E PIM-PF / Coordenação de Estudos Econômicos – CEE/IJSN.

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189,05Espírito Santo Brasil

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14 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

Desindustrialização não é fantasmaPimenta atesta que o diagnóstico do Governo sobre os

problemas da indústria está correto, mas as medidas são lentas e vêm a conta-gotas. “É preciso maior agilidade para o próprio desenvolvimento do país”, disse o vice-presidente da FINDES. As tão esperadas reformas, tributária, trabalhista e previdenciária, estão adormecidas, e, na análise de Manoel Pimenta, quando o Governo acordar, a “guerra comercial” já estará totalmente desfavorável ao país, e todos os brasileiros perderão com esta luta.

O setor de metalmecânica, particularmente no Espírito Santo, vai bem. “Mas temos que acompanhar o contexto no país. A indústria de transformação, como já foi anunciado, caiu 6% e a indústria metalúrgica no mês passado declinou quase 45%. Há uma evidente e efetiva desindustrialização no país”, protestou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer-ES), Luiz Alberto de Souza Carvalho.

A culpa da desindustrialização, avaliou o dirigente do Sindifer, é a falta de políticas efetivas de governo. “Essa história de falar que os chineses fazem produtos de péssima qualidade já passou, e também não adianta dizer que a mão de obra deles é explorada: a China já tem 700 milhões entre classe média e rica, então eles são altamente consumidores internamente. A culpa é do Brasil, que não moderniza a sua legislação trabalhista e tributária”, sublinha.

As críticas do presidente do Sindifer vão mais longe. “O Governo não gera dinheiro, quem gera é a indústria; ele arrecada e faz uma má distribuição. A infraestrutura do nosso país e do Estado é de péssima qualidade, e é difícil atrair investimentos para cidades que não têm infraestrutura nenhuma, não têm aeroporto, ferrovia e portos. É uma situação crítica. O Governo precisa investir em infraestrutura”, destacou.

Programa caPixaba de gestão da qualidade certifica mais de 100 emPresasOutra programação paralela à Mec Show 2012 é a recertificação de empresas capixabas fornecedoras de produtos e serviços para grandes indústrias e projetos. Comemorando 15 anos de atuação no mercado do Espírito Santo, o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) irá revalidar a certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade de 102 empresas locais. A solenidade de entrega dos certificados será realizada no dia 26 de julho, com a presença de cerca de 500 empresários.Importantes nomes do segmento industrial, representantes das 11 empresas mantenedoras do Prodfor, autoridades, membros da equipe de coordenação técnica do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e a diretoria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) estarão presentes no evento, que pela quinta vez é realizado paralelamente à feira do setor metalmecânica capixaba.Para as mais de 500 empresas qualificadas nesses 15 anos, o Prodfor consolidou-se como ferramenta indispensável de desenvolvimento, trazendo conceitos como padronização, aperfeiçoamento de processos e maior controle sobre registros, tornando-se referência nacional no que tange ao desenvolvimento e certificação de fornecedores nos quatro sistemas de gestão disponíveis no programa: qualidade, ambiental, saúde e segurança, e o inédito sistema fiscal, financeiro e trabalhista.

indústria

“Governo não gera dinheiro, quem gera é

a indústria, ele arrecada e faz a

má distribuição” Luiz Alberto de Souza Carvalho,

presidente do Sindifer-ES

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Indústria Capixaba – FINDES 15Jul/2012 – nº 301

Ele lembra que o Espírito Santo possui duas grandes obras em andamento (a Oitava Usina da Vale e a Quarta Usina de Pelotização da Samarco), que “estão alimentando o setor”. Mas destaca que esses projetos têm hora e data para acabar.

“Outros investimentos estão sendo anunciados, como o estaleiro da Jurong na Barra do Riacho, em Aracruz, empreendimentos na área de petróleo e gás. Tudo para acontecer em um ano a um ano e meio. Sendo assim, acho que teremos um período nebuloso. Além disso, a crise europeia acaba afetando, porque há uma retração nos investimentos”, disse Luiz Alberto Carvalho.

Sem protecionismoOs avanços da área metalmecânica são inegáveis, pelo emprego

da tecnologia nas empresas, com o propósito de diminuir custos e aumentar a produção, na opinião do presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), Antônio Falcão de Almeida. “Mas os gargalos são vários nesse setor. Entre eles, estão também a questão da mão de obra, a falta de qualificação, além do excesso de obrigações sociais, que oneram os produtos”, ressalta.

De outro lado, ele cita que os chineses não possuem esses gargalos, muito pelo contrário, o que, na sua visão, altera, em muito, a competitividade, por mais que os empresários brasileiros desenvolvam a tecnologia na empresa. “Existem alguns entraves, mas temos que reconhecer que este Governo do Estado, através do esforço da Sedes (Secretaria de Desenvolvimento), tem mantido excelente relação com os empresários. Existe essa boa vontade de trazer as empresas, estimulando as parcerias com empresas locais, sem protecionismos”, disse Antônio Falcão.

Petróleo e gásAo destacar a área de petróleo e gás, Luiz Alberto ressalta

que há um esforço muito grande das empresas capixabas nesse segmento, mas elas precisam se preparar muito ainda. “A aproximação com a Petrobras é bastante expressiva, já estamos realizando eventos juntos. O caminho curto é as empresas aportarem tecnologias. E uma oportunidade é através de eventos e viagens, inclusive internacionais”.

O diretor do Cdmec, Fausto Frizzera, apontou que o Espírito Santo é o segundo produtor de petróleo do Brasil. “O capixaba não está entendendo isso, e o país não está entendendo que o Estado está neste patamar no ranking dos Estados produtores. Então, temos que trabalhar isso em nível de Federação das

“Os gargalos são vários nesse setor. Entre eles, estão também a questão da mão de obra, a falta de qualificação, além do excesso de obrigações sociais, que oneram os produtos” Antonio Falcão, presidente do Cdmec

Indústrias, para poder mostrar esse quadro. Nossas empresas precisam se preparar para essa área, com a ajuda da FINDES”, destacou Frizzera.

A seu ver, todas as empresas podem dar suporte à Petrobras, desde que estejam preparadas, cadastradas e dentro das devidas exigências da estatal. “E nós já temos empresas capacitadas para isso, desde aquelas de manutenção de plataforma à fabricação de tanques e equipamentos. A nossa parte estamos fazendo, mas o Governo tem que fazer um programa visualizando melhor as empresas capixabas, direcionando os royalties do petróleo para futuras gerações em nível de investimentos em tecnologia e renovação, criando um campo positivo para o futuro”, disse

O diretor do Cdmec alerta que um dia o petróleo acabará, e o empresário precisa colocar mais inteligência no processo. “Só tem uma maneira de entrar na área do petróleo e crescer: é se qualificar melhor, fazer parcerias e consórcios. O capixaba tem que aprender a se unir, nós temos dificuldades em união”, acrescentou Fausto Frizzera.

Por isso, é unânime entre os empresários do setor que a Feira da Metalmecânica, Energia e Automação do Espírito Santo, considerada a principal feira do setor, a Mec Show 2012, será uma ótima oportunidade para os empresários conhecerem as novidades e as tendências do segmento. O evento vai reunir novos expositores dos principais Estados brasileiros.

Para o presidente Antônio Falcão, a Mec Show é importan-tíssima, já que o público externo vê a feira como oportunidade de realização de negócios. “Na nossa visão, é uma vitrine para que se realizem negócios no futuro, o que é lógico, porque estarão

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expostos produtos. Nós estamos ali para mostrar os nossos serviços e conversarmos com os detentores de tecnologia para que sejam feitas parcerias mais adiante”, analisou.

A feira tem espaço para os negócios com máquinas e equipamentos, mas principalmente para revelar possibilidades. Foram convidados muitos palestrantes de outros Estados, que poderão dar orientações sobre os maiores investimentos em petróleo e gás. “Ainda existe entre as empresas capixabas a barreira, por exemplo, de produzir nesta área componentes com

alto valor agregado e com menos mão de obra, aumentando a nossa rentabilidade”, explicou o presidente da Cdmec.

A Mec Show é um evento que reúne profissionais e empresários interessados nas novas tecnologias do setor, numa promoção do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer-ES) e do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânica (Cdmec).

Atraídas pelo crescimento da indústria de base, as novas descobertas de petróleo e gás natural e a criação de novos polos industriais no Espírito Santo, as tradicionais empresas do segmento já garantiram presença. Na programação haverá, nos dois primeiros dias, a Conferência da Indústria Naval, Petróleo e Gás do Espírito Santo. Já no dia 26 está previsto seminário sobre o tema Investimentos e Recursos Humanos: PDF-ES. No último dia do evento, haverá a mesa-redonda “Manutenção Industrial – Abraman: Oportunidades na Área de Manutenção no ES e a Competência Local”.

Ainda durante a Mec Show, acontecerá o “7º Seminário SESI SENAI IEL”, com 18 minicursos nas áreas de Segurança e Saúde no Trabalho; Automação; Eletroeletrônica; Mecânica de Manutenção Industrial; Soldagem; Meio Ambiente; Eficiência Energética e Gestão e Educação Empresarial. O objetivo dos minicursos é contribuir para o desenvolvimento técnico e tecnológico da área industrial e conscientizar sobre a importância da saúde, segurança e gestão no ambiente de trabalho.

7º Seminário SeSi SenAi ieL• 18 minicursos • Carga horária: 3 horas cada • Número de vagas: 60 vagas por minicurso• Público-alvo: estudantes, profissionais, empresas

e comunidade em geral • Horário: 14h às 21h Inscrições e informações pelo site: www.mecshow.com.br. Informações adicionais pelo e-mail: [email protected]

Com o desenvolvimento das áreas de petróleo e gás, as empresas capixabas precisam se preparar

para a nova realidadeindúStriA

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IndústrIa EM aÇÃO

A s indústrias capixabas do setor de vidro estão se unindo para a criação de um sindicato patronal.

Durante a reunião realizada no edifício da FINDES, no último dia 18 de junho, foram aprovados o estatuto e a diretoria do Sindicato das Indústrias de Vidros do Estado do Espírito Santo (Sindividros). O CAS está oferecendo apoio e orientação aos empresários na formação do sindicato.

Entre os objetivos do Sindividros, está o fechamento de convênios para oferecer benefícios aos empregados e a redução de impostos como ICMS e IPI, um dos

principais gargalos do setor. Com a criação do sindicato, os empresários estão otimistas quanto a minimizar a falta de mão de obra qualificada. Há demanda para lançar cursos em áreas como projetos, instalação, vendas, lapidação e temperados.

Segundo o presidente do Sindividros, Mauricio Ribeiro, outra meta é a realização de palestras envolvendo assuntos de interesse das empresas, como cuidados com o meio ambiente, segurança no trabalho e destinação de resíduos.

IndústrIa do vIdro se une em sIndIcato

O Sistema FINDES esteve presente na Feira de Negócios e Semana do Comércio 2012 de Cachoeiro de Itapemirim, realizada entre os dias 22 e 25 de maio, no Pavilhão de Eventos do município sul-capixaba. A Diretoria da FINDES em Cachoeiro de Itapemirim e Região, disponibilizou as unidades móveis de Informática do SENAI e do SESI Cozinha Brasil. O evento foi promovido pela Prefeitura de Cachoeiro, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Cachoeiro (Acisci).

O IEL, em parceria com o Sebrae e com o Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte-ES (Sindimol) realizou, no dia 31 de maio, o Evento de Certificação do Programa de Qualificação de Fornecedores da Indústria Moveleira - PQF Moveleiro. O evento aconteceu em Linhares e contou com a presença do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; do diretor regional da FINDES em Linhares e Região; do diretor técnico do Sebrae, Benildo Denadai; do presidente do Sindimol, Almir Gaburro; e da coordenadora Suely Lima, que representou o superintendente do IEL Nacional, Carlos Roberto Rocha Cavalcante.

O programa teve duração de um ano, com quatorze empresas fornecedoras qualificadas. Paulo Joaquim Nascimento elogiou a iniciativa. “Trazer um programa desses para o interior do Estado já é um desafio. Conseguimos a qualificação dos nossos pequenos fornecedores e já vemos as mudanças. Isso mostra que essa ação é fundamental”, comentou.

FEIra dE nEgócIOs EM cachOEIrO dE ItapEMIrIM

IEL quaLIFIca FOrnEcEdOrEs da IndústrIa MOvELEIra

A FINDES participou da Feira de Negócios de Cachoeiro de Itapemirim através das

unidades móveis do SESI Cozinha Brasil e de Informática do SENAI

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por Jaqueline Vitória

BABEL FISCAL

CENÁRIO

Regras tributárias que mudam todo dia e de Estado para Estado consomem tempo e dinheiro da atividade industrial

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E stafante talvez seja a palavra mais adequada para quali� car o sistema tributário nacional. Aliás, mesmo a denominação de sistema não lhe cai muito bem,

já que esta carrega a ideia de organização, de racionalidade – o que, convenhamos, não vem ao caso em questão. “Podemos até chamar de sistema, mas de sistema caótico. É como melhor podemos retratar o conjunto de leis, normas e modalidades para se pagar impostos no Brasil. Essa característica, que é bem própria do nosso país, implica um fardo pesado para as empresas e também para o cidadão”, aponta o economista Orlando Caliman.

A carga tributária brasileira, medida pela relação entre a soma de todos os tributos e o PIB, no momento está em torno de 35%. “É considerada muito alta, tendo em vista a renda média do brasileiro e sua capacidade de pagar impostos. Já foi bem menor, não faz muito tempo”, lembra ele, citando que em 1992 esse índice era de 23%. “Nossa carga está acima da observada nos Estados Unidos (26%), Canadá (32%), Suíça (29%) e Japão (17%); � ca abaixo apenas de algumas nações europeias, como França, Inglaterra e países nórdicos. Na América Latina, está acima de todos os demais países. O México, por exemplo, tem uma carga de 20%”, aponta o economista.

Mas, o problema não está apenas no peso dos tributos, e sim, principalmente, na sua quantidade e complexidade. Pessoas físicas e, especialmente, jurídicas estão sujeitas atual-mente, de acordo com levantamento feito pelo economista, a cerca de 60 diferentes tipos de tributos que são cobrados pelas três esferas de Poder – municípios, Estados e União. Cada uma com suas regras e formas de cobrança, além de obedecerem a calendários os mais diferenciados. No caso do ICMS, o tributo de maior arrecadação, a situação torna-se ainda mais complicada, já que cada Estado dispõe de seu próprio regulamento. Tem-se, assim, 27 regulamentos diferentes, um para cada unidade da Federação.

“Imaginemos 27 regulamentos diferentes sofrendo modi� cações diárias. Alguns deles chegam a mais de mil páginas. E mais, estes são ainda complementados através de portarias, ofícios etc. Imaginemos, do lado das empresas, o que signi� ca ter que estar constantemente consultando essa parafernália de regulação. Se a empresa opera em mais de um Estado, por exemplo, a coisa � ca mais problemática ainda”, analisa o Caliman.

As empresas acabam tendo que incorrer em custos signi-� cativos para sustentar um aparato burocrático que assegure mantê-las na legalidade e, o que é igualmente grave, � cam sujeitas a situações de insegurança jurídica em relação a dife-rentes interpretações da legislação e normas. Tal condição faz elevar em muitos casos o contencioso tributário e os custos advocatícios de defesa.

Espaço para inovarO diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias

da FINDES, Vladimir Rossi, destaca que a burocracia tributária afeta diretamente a constituição de novas empresas, tanto os tributos municipais, quanto estaduais e federais. “Vamos falar de adequação. Vou falar do meu setor, que é o de alimentos. Para abrir uma empresa desse setor, é preciso ter um alvará da VigilânciaSanitária, mas para obter esse documento você tem que ter o alvará do

Indicador Brasil América Latina & Caribe OCDE

Número de procedimentos 13 9 5

Duração (dias) 119 54 12

ABERTURA DE EMPRESA

O relatório Doing Business Brasil, do Banco Mundial, compara anualmente a facilidade de fazer negócios em 183 economias. Na tabela abaixo, o número de procedimentos e dias necessários para registrar e abrir uma empresa no Brasil , em comparação com América Latina e Caribe e com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Fonte: Banco Mundial - Relatório Doing Business Brasil 2012

“As empresas acabam tendo que incorrer em custos signifi cativos para sustentar um aparato burocrático que assegure mantê-las na legalidade” - Orlando Caliman, economista

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Corpo de Bombeiros, o alvará do Meio Ambiente, todos eles atrelados entre si”, disse.

Rossi relata que recorreu ao Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) para obter um empréstimo a fim de executar um projeto do Corpo de Bombeiros, orçado em R$ 52 mil. “Fiz todo o projeto, tudo certinho, e quando fui pegar o empréstimo tinha que apresentar o alvará da Vigilância Sanitária. Só que para eu ter esse documento, precisava ter o projeto do Corpo de Bombeiro executado! Como você faz, se uma é pré-requisito para a outra? Isso sem falar nas taxas que é preciso pagar”, destacou.

A burocracia no país tornou-se, em sua opinião, algo sem propósito, absurdo. “Hoje, quando você compra um equipamento que vai gerar mais produção e emprego, paga uma alíquota, uma diferença de imposto, em cima desse equipamento. É uma das coisas mais absurdas. O Estado não tinha que cobrar esta diferença”, ressalta o diretor da FINDES.

Para ele, o Espírito Santo deveria inovar nessa área, e sugere como exemplo que o próprio Corpo de Bombeiros vá às empresas e verifique se elas têm ou não necessidade de determinadas exigências, principalmente as micro e pequenas. Diminuindo as exigências, tornaria mais fácil montar uma empresa no Estado.

A burocracia onera as operações existentes e impede a criação de novas empresas. “É sempre uma moeda de troca: eu tiro um imposto aqui, mas cobro outro ali. O Brasil é o único país do mundo que cobra IPI,

ou seja, você está sendo penalizado por estar produ-zindo alguma coisa para gerar emprego, consumo, renda, novos produtos. Ser empresário neste país é muito difícil”, finalizou Vladimir Rossi.

Da mesma opinião, o diretor da FINDES para Assuntos Tributários, Gibson Reggiani, ainda vai mais longe e diz que a proliferação de leis e de órgãos de controle não torna o Estado mais eficiente nem melhor para a população. “Não estamos falando de hipóteses. Outros países já demons-traram que a excessiva burocracia reduz a produtividade, e a revogação e promulgação de leis a todo instante geram insta-bilidade jurídica e diminuem os investimentos. É preciso retomar a crença de que só se atinge pujança econômica com produtividade e investimentos, e só se gera emprego e bem-estar com economia pujante”, destaca Reggiani.

Errar custa caroO contabilista Bruno da Costa Mielke, sócio da Integração

Contabilidade & Assessoria, aponta que essa situação obriga as empresas a investirem em sistemas de informação e numa boa assessoria contábil. “Estamos vivendo uma mudança estrutural e histórica, e a vida da empresa não depende mais apenas de comprar, armazenar, produzir, vender e entregar com excelência. Novas regras estão sendo implementadas e, se você falhar, pode pagar caro por isso”, lembra.

Segundo Bruno Mielke, o processo de “socialização ou globalização das informações” é notório. O Fisco vem implementando um grande volume de regras para alcançar o seu objetivo, que é

Cenário

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aumentar a arrecadação, e pune com rigor aqueles que não socializam as informações,ou fazem isso de forma equivo-cada. Um dos objetivos é processar e validar todas as infor-mações que circulam diariamente dentro das empresas, quase que de forma on-line.

“Eles (o Fisco) vêm investindo pesado em tecnologia e inteligência. E a sua empresa? Está acompanhando essa evolução?”, indaga o contabilista. Por parte do Fisco, esse é um trabalho que vem sendo realizado para qualificar o processo de fiscalização, reduzir os custos com pessoal e ao mesmo tempo alcançar mais empresas, já que a fiscalização é eletrônica e impessoal.

O Estado do Espírito Santo, por exemplo, há uns dois anos extinguiu as barreiras fiscais dentro de seu território, e vem trabalhando cada vez mais em fiscalização eletrônica. “Essas são as novas regras do jogo, e o empresário tem que estar atento a elas, pois as penalidades são pesadas”, alerta Bruno. A cada hora, novas regras tributárias chegam à contabilidade das empresas brasileiras. Para colocá-las em prática, um batalhão de profissionais é acionado, softwares são alterados e planilhas refeitas. No fim do dia, a maratona para ficar em ordem com o Fisco já corroeu 1,16% do faturamento da empresa no período. Em um ano, a conta fica salgada. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que as empresas gastam R$ 19,7 bilhões só com a burocracia do sistema tributário.

O custo equivale ao que a indústria de transformação desembolsa por ano com a folha de pagamento e supera em 58% o investimento em pesquisa e desenvolvimento, revela o estudo, intitulado “Carga Extra da Indústria Brasileira”. O trabalho mostra o quão pesado é o gasto da indústria para preparar o pagamento de tributos e honrar outros compro-missos com a União, Estados e municípios.

E nesse ritmo os problemas e erros que ocorrem dentro das empresas, sublinha o contabilista Mielke, muitas vezes

Indicador Brasil América Latina & Caribe OCDE

Tempo (horas por ano) 2.600 382 186

Imposto sobre os lucros (% lucros) 22,4 19,9 15,4

Contribuições e impostos sobre o trabalho (% lucros) 40,9 14,6 24,0

Outros impostos (% lucros) 3,8 13,2 3,2

Aliquota de imposto total (% do lucro) 67,1 47,7 42,7

PAgAmEnTO DE ImPOsTOs

O relatório Doing Business Brasil, do Banco Mundial, compara anualmente a facilidade de fazer negócios em 183 economias. Na tabela abaixo, o tempo e o dinheiro gasto pelas empresas brasileiras em 2012 com o pagamento de impostos, em comparação com América Latina e Caribe e com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Fonte: Banco Mundial - Relatório Doing Business Brasil 2012

“O Brasil é o único país do mundo que cobra IPI, ou seja, você está sendo penalizado por estar produzindo alguma coisa” - Vladimir Rossi - diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias

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se devem à falta de pessoal capacitado, assessoria adequada, orientação e também acompanhamento. A fiscali-zação está sendo feita por computadores, que cruzam as informações on-line. Empresas poderão ser surpreen-didas e receber notificações de infrações cometidas sem nenhuma visita de um fiscal.

“Temos visto alguns ‘sinais’ de redução de carga tribu-tária, mas isso não é suficiente. O empresário tem que se movimentar através das entidades de classe para conquistar as suas contrapartidas. Alguns exemplos recentes de deso-neração de impostos são a isenção de PIS e Cofins sobre os derivados do trigo; redução de carga tributária sobre a folha de pagamento para diversos segmentos econômicos; aumento do limite de faturamento do Simples Nacional etc.”, disse Bruno Mielke.

Em sua opinião, é necessário que haja uma mobilização no sentido de pleitear que as multas tenham um caráter punitivo, mas no sentido educacional, já que atualmente se registram multas extorsivas sendo aplicadas em empresas de boa-fé, que procuram cumprir à risca todas as obrigações que lhes são impostas.

É fato que há sinais de redução de carga tributária. Entretanto, as multas por descumprir as obrigações acessórias estão cada vez mais pesadas. “Como exemplo, cito as multas do Sped Contribuições (antigo PIS e Cofins), Sped Contábil e FCONT pela falta de entrega do arquivo, que é de R$ 5 mil, por mês ou fração de mês. Isso significa que se você entregar o arquivo com apenas um dia de atraso, a multa já é de R$ 5 mil, um verdadeiro absurdo”, aponta o contabilista.

Outro exemplo aqui em nosso Estado, considerado absurdo pelos contabilistas em geral, foi a publicação da Lei nº 9.830, de 9 de maio deste ano, introduzindo multa para retificação de informações enviadas através de arquivos eletrônicos à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz),

no valor de R$ 4.517,80, também por mês ou fração de mês. Ou seja, se por algum motivo uma única nota fiscal deixar de ser enviada, dentre várias outras enviadas, corrigir essa declaração vai custar ao empresário cerca de R$ 4,5 mil por mês, valor multiplicado pela quantidade de meses que tiverem se passado desde a data da entrega do arquivo.

Supondo que uma empresa obrigada à entrega dessas declarações seja fiscalizada daqui a cinco anos e, na ocasião, a fiscalização constatar que algumas notas fiscais canceladas não foram declaradas – normalmente, por um problema de sistema –, a multa aplicada para retificar apenas uma declaração pode ultrapassar R$ 200 mil.

O agravante é que esse caos tributário não pesa apenas para as empresas. Ele também é iníquo com os cidadãos, ao atingir mais os mais pobres e menos os mais ricos, avalia o economista Orlando Caliman. E isso acontece em razão de a maior parte da tributação se dar da forma indi-reta, sem que o próprio cidadão consiga ver ou perceber. É aquele imposto que está embutido no preço do arroz, do feijão, da carne, do caderno do estudante etc.

“Nesse aspecto, o nosso sistema é perverso. O pior é que, mesmo com a maioria das pessoas admitindo que o sistema não é bom, não se consegue avançar na construção de um sistema mais justo, atual e mais simples”, afirma Orlando Caliman.

Trata-se de um desafio que os empresários e a sociedade precisam enfrentar, mobilizando para isso a classe política e os governantes. É uma tarefa muito difícil, mas não impos-sível. É preciso que os políticos se conscientizem de que é preciso construir um sistema novo. O que existe está fora do tempo. E, no sistema produtivo, tempo é dinheiro.

Cenário

“Novas regras estão sendo implementadas, e se você falhar, pode pagar caro por isso”Bruno Mielke, contabilista

“outros países já demonstraram que a excessiva burocracia reduz a produtividade, e a revogação e promulgação de leis a todo instante gera instabilidade jurídica e diminui os investimentos”

Gibson reggiani, diretor da FinDeS para Assuntos Tributários

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IndústrIa EM aÇÃO

IEL trEIna trabaLhadOrEs dO sEtOr dO vEstuárIOO IEL, em parceria com Sindicato das Indústrias de Vestuário de Linhares (Sinvel), realizou o curso “Formação Básica de Líderes de Produção”, no auditório do SESI em Linhares, nos dias 25 e 26 de maio. Ao todo, 23 colaboradores do ramo de confecções fizeram o treinamento. O objetivo do curso foi ajudar os participantes a compreenderem a liderança como diferencial competitivo para as organizações, identificando as forças de pressão sobre o ambiente de transformação em que vivem as empresas e os profissionais.

O Sistema FINDES, em parceria com a empresa Fibria, promoveu, no dia 4 de junho, o seminário “Fibria: Demandas de Bens e Serviços no Brasil

– Contratações para Implantação e Operação de Plantas Industriais”. O evento foi realizado no plenário do Edifício FINDES e reuniu cerca de 100 empresários da indústria de base e do setor de comércio e serviços.

Na oportunidade, foram apresentados diversos temas, entre eles, “Demandas de Bens e Serviços”, “Demandas para a Área de Manutenção” e “Experiência das Empresas Locais”. Após apresentação dos palestrantes, foi realizado um debate com a participação do gerente-geral de Suprimentos da Fibria, Wellington Giacomin. Ele apontou dados que reforçam a importância do fornecedor local para a Fibria. “As compras que fizemos de empresas do Espírito Santo, em 2011, representaram 60% do total do que consumimos. Quando considerado o último grande projeto instalado, o Branqueamento da Fábrica A, as compras locais atingiram índice recorde de 89% de participação do Estado, com utilização de 80% da mão de obra residente no município de Aracruz”, ressaltou.

IndústrIa promove semInárIo sobre demanda de bens e servIços no brasIl

O seminário contou com a participação de consultores, representantes da Fibria e do vice-presidente da FINDES, Manoel Pimenta

Também participaram dos debates o gerente de manu-tenção da Fibria, Áureo Machado; além do consultor do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), Durval Freitas.

O presidente da FINDES, Marcos Guerra, recebeu, no dia 5 de julho, uma comitiva de empresários italianos interessados em construir em Colatina uma indústria de produtos de aço voltados aos segmentos de petróleo, gás e energia elétrica. O projeto deve criar 100 empregos diretos e indiretos durante a construção e outros 140 em sua operação. O investimento totalizaria R$ 60 milhões no espaço de cinco anos.

Marcos Guerra elogiou o projeto: “É muito importante recebermos um empreendimento como esse, pois envolve um tipo de produto com maior valor agregado e conteúdo tecnológico”, destacou. “Estamos abertos a parcerias com

nossas entidades SESI, SENAI e IEL-ES, e também à atuação conjunta com o Governo do Estado para conseguirmos trazer mais um empreendimento que só tem a contribuir positivamente para a economia capixaba e toda a sua população”, finalizou.

EMprEsárIOs ItaLIanOs pOdEM MOntar IndústrIa EM COLatIna

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IndústrIa EM aÇÃO

IndústrIa EM aÇÃO

O governador Renato Casagrande recebeu o presidente Marcos Guerra e demais membros da diretoria da FINDES no dia 24 de maio,

em reunião no Palácio Anchieta, para debater alternativas ao desenvolvimento da indústria capixaba. A Federação possui uma carteira de propostas para o fomento às indústrias a ser debatida com a gestão estadual. Como fruto desse encontro, serão criados Grupos de Trabalho (GTs) com a participação de membros da FINDES e da administração pública. Em pauta, estarão os instrumentos de fomento, a infraestrutura, recursos

IndústrIa capIxaba leva propostas ao governo estadual

GOvErnO E sEtOr dO vEstuárIO EM busca da cOMpEtItIvIdadE

estaduais e federais, questões trabalhistas e atração de investimentos, dentre outros temas.

Guerra comentou a iniciativa. “O Sistema FINDES já vinha se reunindo com suas Diretorias para Assuntos Específicos antevendo o cenário com a perda do Fundap, o que veio a acontecer recentemente”, destacou. “Na verdade, esse é um planejamento que visa a tornar mais forte a indústria capixaba desde a crise mundial de 2008, que afetou significativamente o Estado do Espírito Santo, pois sempre fomos bastante dependentes das commodities. Em paralelo a isso, a crise afetou seriamente a indústria de transformação”, completou.

A indústria do vestuário capixaba deu um importante passo para seu desenvolvimento no dia 31 de maio. Na ocasião, foi assinado com o Governo do Estado o Contrato de Competitividade do Setor do Vestuário Capixaba, em uma solenidade que contou com a presença do governador Renato Casagrande; do vice-governador, Givaldo Vieira; do presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo – FINDES, Marcos Guerra; do presidente da Câmara da Indústria do Vestuário, Paulo Vieira; além de secretários de governo, parlamentares e lideranças empresariais do setor.

Com o contrato, as indústrias do vestuário passam a ter benefícios como a redução da alíquota de ICMS de 5% para 3% para vendas interestaduais e a criação de um fundo para financiar projetos voltados para a inovação no segmento. O presidente da Câmara do Vestuário da FINDES comemorou. “Este contrato beneficiará toda a cadeia produtiva do setor, estimulará a criação de novos postos de trabalho e trará maior valor agregado ao produto capixaba”, destacou Paulo Vieira.

Assinaram o contrato, junto com as Secretarias de Estado do Desenvolvimento e da Fazenda, representantes do Sindicato da Indústria de Alfaiataria e de Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec); Sindicato

da Indústria de Calçados do Estado do Espírito Santo (Sindicalçado); Sindicato da Indústria do Vestuário de Colatina (Sinvesco); Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral, de Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do Espírito Santo (Sindutex); Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo (Sinconsul); e Sindicato das Indústrias do Vestuário de Linhares (Sinvel).

Em solenidade com representantes do Governo do Estado, Guerra comemorou a assinatura do Contrato de Competitividade, que auxiliará o setor do vestuário

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ESPECIAL

por Lucia Bonino

26 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

As eleições produzem efeitos positivos e negativos sobre a economia do Estado e do país. É importante escolher candidatos empreendedores e lutar para que o Congresso não pare de trabalhar

VOTE NUMA ECONOMIA FORTE

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Jul/2012 – nº 301 Indústria Capixaba – FINDES 27Indústria Capixaba – FINDES 27Jul/2012 – nº 301

A s eleições estão chegando e, em todo o país, uma preocupação toma conta dos setores ligados à indústria: o andamento das atividades no Congresso

Nacional. A conta ainda não é certa, mas pelo menos 40% dos parlamentares devem disputar as eleições municipais em 2012. O restante já está de olho nas articulações para 2014. A bancada capixaba não é exceção. Haverá parlamentares na disputa direta e outros atuando nos bastidores, lutando por seus aliados.

Para o presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da Findes (Coal), Sergio Rogerio de Castro, as eleição afetam positivamente a economia do Espírito Santo, com a geração de empregos e tributos na campanha, em especial na área de comunicação, eventos, aumento da demanda para as indústrias grá� cas e de alimentos e bebidas, dentre outras. Mas é necessário que os parlamentares não se esqueçam de suas atribuições.

Em março último, durante o lançamento da Agenda Legislativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, fez um alerta. “A proteção do ambiente de incerteza internacional depende de ações que estão ao nosso alcance. É por isso que, em se tratando de um ano de eleições municipais, devemos prestar atenção a alguns projetos em tramitação no Congresso”. O temor da CNI é que as eleições emperrem as votações.

Uma pesquisa da consultoria Arko Adivice Análises Estratégicas mostrou que os preparativos para as eleições 2012 já estão afetando a presença de parlamentares no

Congresso. Em maio, o percentual de ausências foi de 35,05%, contra 19,34% em abril e 24,89% em março. E esse índice está crescendo a cada eleição. Em maio de 2010, foi de 32,26%, e em 2008, foi de 27,87% no mesmo mês.

Para Sergio Rogerio de Castro, os temores da CNI irão se concretizar. Suplente do senador Ricardo Ferraço, Castro é frequentador assíduo dos bastidores de Brasília. “A atividade do Congresso Nacional irá se reduzir muito, como já aconteceu em outras eleições”. Para ele, a solução estaria numa maior cobrança da população.

“A sociedade civil organizada, incluídas as entidades empresariais, precisa agir de maneira concertada para que essa redução natural prejudique o mínimo possível o país. Uma das providências que, na minha opinião, deve ser tomada, é a de in� uenciar mais junto às presidências das Comissões da Câmara dos Deputados e do Senado na composição da pauta das reuniões deliberativas que forem convocadas para o que tradicionalmente é conhecido como ‘esforço concentrado’ – algumas poucas reuniões durante o período da campanha eleitoral onde o que se supõe seja importante para o país é colocado em discussão e votação”.

Se depender do empenho da vice-presidente do Congresso, a deputada federal capixaba Rose de Freitas, essa pauta mínima será seguida. Em declaração durante o lançamento da Agenda Legislativa da CNI, ela frisou que o Legislativo não vai parar no segundo semestre de 2012 e que as reivindicações do setor industrial serão levadas em conta na hora da de� nição da pauta de votação da Câmara.

Mas, na análise do cientista político João Gualberto, diretor do Instituto Futura, as coisas não serão bem assim.

“A sociedade civil organizada, incluídas as entidades empresariais, precisa agir de maneira concertada para que essa redução natural prejudique o mínimo possível o país”Sergio Rogerio de Castro, presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da FINDES (Coal)

“Eu espero que os próximos prefeitos sejam mais empreendedores, democráticos e absolutamente responsáveis, pois eles administram o que costuma ser a maior empresa de um município, a prefeitura”

Marcos Guerra, presidente da FINDES

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Com as eleições municipais chegando, os políticos de Brasília passam mais tempo em suas bases eleitorais, o que acaba

atrasando a pauta de votação do Congresso Nacional

cenárioeSPeciAL

Para Gualberto, o problema não é o afastamento das pessoas durante o período eleitoral. Isso também acontece em outros países, como a França, por exemplo. A diferença é que, nesses países, há uma agenda prévia compatível com o sistema eleitoral.

“Todo processo eleitoral atrasa, mas a agenda já está atrasada. O problema é que, mesmo que o Congresso não parasse para fazer a eleição, ele continuaria ruim”. E complementa: “Não é de fato a eleição que atrapalha o Congresso. O problema é essa construção malfeita do nosso processo político”.

Se levado em conta o fato de a Agenda Legislativa da CNI, em sua edição 2012, listar 131 projetos de interesse do setor

“Em se tratando de um ano de eleições

municipais, devemos prestar atenção

a alguns projetos em tramitação no

Congresso”Robson Braga de

Andrade, presidente da Confederação

Nacional da Indústria

industrial tramitando no Congresso, e que apenas um está em estágio avançado de apreciação – o Código Florestal –, o problema é mesmo a falta de organização política. Ainda não se sabe quando serão apreciados projetos importantes e de especial interesse para os industriais capixabas, como o PL nº 4.330/2004, que regulariza o trabalho terceirizado; o PLP nº 378/2006, que trata da extinção da contribuição adicional de 10% do FGTS; ou o PL nº 2011/2011, sobre a ampliação do limite de receita bruta para apuração pelo regime do lucro presumido.

A moeda de troca é o favorNão é segredo que o sistema político atual é perverso,

fazendo com que projetos importantes sejam votados não por sua relevância para a sociedade e para o crescimento do país, mas sim na base da troca de favores e interesses. Segundo Sergio Rogerio de Castro, a solução para esse problema, que é maior, passa por uma reforma política que aperfeiçoe o regime republicano.

“Uma primeira ação, creio, deveria ser o fortalecimento dos partidos políticos. Seria necessário criar regras que evitassem que os partidos fossem dominados anos a fio por um pequeno grupo de filiados; que houvesse obrigatoriedade de renovação dos cargos de direção partidária; que o reconhecimento de um partido tivesse critérios de relevância quantitativa e qualitativa mais severos”.

O cientista político João Gualberto concorda que uma mudança que fortaleça os partidos e as coligações é urgente. “Na verdade, o exercício do mandato não é um exercício legislativo. O exercício do mandato é a capacidade de fazer favores. A questão central da política no Brasil é o favor, a moeda é o favor”.

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“Todo processo eleitoral atrasa, mas a agenda já está atrasada. O problema é que, mesmo que o Congresso não parasse para fazer a eleição, ele continuaria ruim”João Gualberto, diretor do Instituto Futura

Perfil do candidato ideal No atual momento de incerteza econômica pelo qual

passam o Brasil e o Estado capixaba, tudo indica que haverá uma forte demanda pelo novo. A economia brasileira e a capixaba são modernas, os empresários são modernos, o que atrapalha é a política. E para resolver o problema político é necessário votar certo, levando em conta ideias e ideais. Mas votar em quem? O que os empresários esperam dos novos prefeitos?

Uma boa maneira de responder é usando uma analogia empresarial. Um prefeito é o CEO (executivo mais importante) de uma empresa de capital aberto em que todos os moradores do município são sócios. Ele é eleito para dar resultados, para gerar o máximo de bem-estar para os sócios com o capital que eles aportam na empresa (no caso, através do pagamento dos impostos). Então, ele precisa ter uma grande transparência nas suas ações e nas suas contas.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Marcos Guerra, o candidato ideal para ocupar qualquer prefeitura do Espírito Santo tem um perfil claro. O bom prefeito é aquele que empreende, possui visão de futuro, preza pela democracia e pela responsabilidade em sua administração.

“Eu espero que os próximos prefeitos sejam mais empreendedores, democráticos e absolutamente respon-sáveis, pois eles administram o que costuma ser a maior empresa de um município, a prefeitura. Espero que eles estejam comprometidos com o desenvolvimento de seus municípios, porém jamais se tornando administradores populistas. Espero que os prefeitos promovam ações capazes de gerar desenvolvimento sustentável a curto, médio e longo prazo para a sua região”.

Num cenário como esse, o necessário para melhorar a economia e o desenvolvimento do Espírito Santo e do país passa pela eleição de candidatos competentes e honestos para todos os cargos – este ano, em especial para prefeitos e vereadores. “Eleger pessoas que realmente tenham espírito público, que pensem e ajam colocando o interesse geral acima do interesse pessoal. Pessoas que considerem sagrado o dinheiro público, que tenham preocupação em prestar contas do que estão fazendo com os recursos de toda a população, que são os impostos”, completa Sergio Rogerio de Castro.

Matérias de Maior interesse para a agenda legislativa da indústria 2012

PL nº 4.330/2004 • Deputado Sandro Mabel – Regularização do trabalho terceirizadoA terceirização é uma ferramenta a favor do empreen-dedorismo, pois viabiliza o empreendimento de micro, médias e pequenas empresas que se especializam em uma determinada etapa da produção. Pesquisa realizada pela CNI indica que 54% das empresas industriais utilizam serviços terceirizados e que 46% dessas empresas teriam sua competitividade prejudicada caso não fosse possível utilizá-los. Entretanto, a falta de regulamentação da matéria gera insegurança jurídica para as empresas, cria passivos trabalhistas e inibe a criação de novos empregos.

PLP nº 378/2006 • Deputado Antonio Carlos Mendes Thame – Extinção da contribuição adicional de 10% do FGTSA contribuição adicional de 10% sobre a multa rescisória do FGTS possuía caráter transitório, uma vez que se destinava a recompor os recursos do FGTS diante do passivo representado pelos pagamentos complementares da atualização monetária dos Planos Econômicos Verão e Collor I. Fato é que o patrimônio líquido do FGTS já voltou a ser positivo e a extinção da contribuição adicional reduzirá o custo do trabalho, aumentará a competitividade das empresas brasileiras e estimulará a geração de empregos formais.

PL nº 2011/2011 • Senador Alfredo Cotait – Ampliação do limite de receita bruta para apuração pelo regime do lucro presumidoFoi em 2003 a última vez que o limite de enquadramento de receita bruta para apuração pelo regime do lucro presumido foi elevado. A correção de valores proposta dará a um grande número de empresas a possibilidade de simplificar a apuração dos tributos e reverter o aumento de tributação provocado pelo simples crescimento nominal das suas receitas.

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IndústrIa EM aÇÃO

Autoridades participaram do seminário, que foi o marco inicial para a elaboração de um Plano Estratégico para a Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação

O curso técnico em Eletrotécnica do SENAI Espírito Santo foi considerado o segundo melhor do país, de acordo com o Programa de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Proade), realizado pelo SENAI Nacional em 13 Estados e no Distrito Federal. O SENAI Espírito

Santo obteve 541,9 pontos, ficando atrás somente do SENAI da Bahia, que obteve 567,2. Em terceiro lugar ficou o curso de Eletrotécnica do Rio de Janeiro, com 540,8 pontos. Para chegar ao resultado, os alunos do SENAI Civit e Vitória que já estão concluindo o curso fizeram provas de conhecimentos específicos para verificar se possuíam as competências necessárias para o desempenho da profissão de técnico em Eletrotécnica. Os docentes também participaram, respondendo a um questionário que investigou aspectos pedagógicos, de ensino e aprendizagem e infraestrutura do curso. Para a gerente de Educação Profissional do SENAI, Zilka Teixeira, vários fatores contribuíram para o bom resultado. “Podemos destacar o corpo docente do SENAI, a estruturação e organização das atividades práticas e também o empenho da equipe técnica e pedagógica no acompanhamento e avaliação periódica do curso técnico”, disse.

N o último dia 14 de junho, as secretarias de Estado da Educação (Sedu) e da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional

e Trabalho (Sectti) realizaram, no Teatro do SESI, o seminário “Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação no Espírito Santo: Situação Atual e Perspectivas”. O evento foi o marco inicial para a elaboração de um Plano Estratégico do Governo do Estado que visa à geração de oportunidade de trabalho e negócios alinhados às demandas do mercado com foco na capacitação e qualificação de mão de obra.

O plano será elaborado dentro do contexto de amplo investimento econômico no qual se apresenta o Espírito Santo. O Estado espera receber investimentos em valor superior a R$ 100 bilhões, públicos ou privados, até 2016, com oportunidades de atração de capital e geração de emprego e renda.

Para discutir as ações, a Sedu e a Sectti convocaram importantes parceiros para a realização do seminário estratégico. O evento foi coordenado pela DVF

Seminário dá início à elaboração do Plano eStratégico de educação, ciência, tecnologia e inovação

Consultoria, com apoio do Fórum de Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF), entidade da qual o Sistema FINDES faz parte, e do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES).

sEnaI-Es é dEstaquE nO EnsInO dE ElEtrOtécnIca

O curso técnico em Eletrotécnica do SENAI-ES foi considerado o segundo melhor do país

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I novação. A palavra, cada vez mais repetida nas rodas de conversas e planejamentos estratégicos dos segmentos econômicos capixabas, traduz um conceito que tem sido

considerado o melhor caminho para o Espírito Santo incrementar sua competitividade e visibilidade, particularmente num cenário que se mostra sombrio com o � m do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e mudanças na forma de distribuição dos royalties do petróleo.

Pensar em inovação é uma necessidade urgente para o Estado, que necessita avançar para equiparar-se a seus pares, principalmente na Região Sudeste, onde Rio de Janeiro e São Paulo já ostentam políticas consistentes nesse sentido. Portanto, ao que tudo indica, o ano de 2013 tem tudo para ser um período de superação de desa� os.

Para fomentar as discussões sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Pro� ssional e Trabalho (Sectti) convocou vários setores a se unirem com o objetivo de criar um Mapa de Inovação, que identi� que e conjugue as competências estabelecidas, demandas do setor produtivo e recursos disponíveis para a inovação no Estado.

Agora a Sectti irá compilar as informações obtidas e organizar um documento que mostrará as demandas e ofertas do setor produtivo, academias e órgãos públicos. A secretaria espera que o Mapa da Inovação contribua para dar sustentação à Lei da Inovação e ao Polo da Inovação, além de parcerias capazes de fomentar as atividades.

INOVAÇÃO: O MAPA PARA SE CHEGAR À MINANunca se falou tanto em inovação, apontada como saída estratégica para as crises econômicas. O Espírito Santo está unindo diferentes setores para construir o Mapa da Inovação, que vai identifi car quais áreas devem ser priorizadas para resultados mais rápidos e efi cazes

INOVAÇÃO

por Heliomara Mulullo

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O assessor especial da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Marco Godinho, foi responsável por apresentar os resultados e perspectivas dos investimentos e recursos em ciência e tecnologia na Grande Vitória. Em sua opinião, é necessária uma articulação para que os polos de inovação se distribuam por todo o Estado.

“O Fundap teve grande importância para o Estado, mas agora não teremos mais esse recurso. A realidade da inovação está apenas nascendo no Espírito Santo, enquanto em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro seus projetos estão mais avançados, por conta de uma mediação mais antiga entre os setores envolvidos. No Espírito Santo, os setores têm a consciência de que o Mapa trará informações que irão permitir um desenvolvimento econômico mais acelerado, pois identificaremos nas cadeias produtivas aquilo que não temos. Porém, temos também a consciência de que isso não se dará da noite para o dia”, disse Godinho.

Vitória foi a cidade capixaba que saiu na frente, porque já possui a sua Lei de Inovação. A experiência tem servido como norte para a elaboração do Mapa da Inovação. “A Lei nº 7.871 permitiu o estimulo à pesquisa e à inovação no município de Vitória. Hoje, a CDV tem delegado, em nome do Poder Público, serviços especializados com apoio das instituições de ensino, a fim de buscar o desenvolvimento sustentável. O modelo é formado pelo Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação – CMCT&I; Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia do Município de Vitória – Facitec; e pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento – Fundev. É preciso ampliar essa lei para outras regiões, a fim de gerar oportunidades iguais de desenvolvimento”, pontuou.

Esse documento será entregue ao governador Renato Casagrande na abertura da Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, a ser realizada de 15 a 21 de outubro, com o tema “Economia Verde, Sustentabilidade e Erradicação da Pobreza”.

O mais importante, de acordo com o titular da Sectti, secretário Jadir Pela, é fazer com que esse diálogo iniciado entre instituições, empresas, pesquisadores e profissionais seja permanente, depois de elaborado o Mapa.

“O Governo do Espírito Santo analisa a construção do Mapa da Inovação como um passo importante na formulação de um conjunto de políticas para o setor, que inclui a Lei da Inovação, o Polo da Inovação, o Fundo da Inovação e os editais para fomento da inovação na micro e pequena empresa. A união de esforços será o principal diferencial desse empreendimento”, disse.

O documento não poderia ser viabilizado sem o apoio do setor privado, lembrou Luiz Alberto Souza Carvalho, diretor para Assuntos de Inovação Industrial da FINDES e também presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer). “Não se trata de uma ação isolada do Governo, que convocou o setor privado para dar agilidade à elaboração do documento, que tem o apoio das entidades de classe e dos grandes stakeholders do Estado. A partir desse mapeamento, teremos um levantamento de como estão as cadeias produtivas e onde cada setor tem de ser inovado”.

Quem elabora o mapa da InovaçãoParticipam do projeto diversas instituições: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), a Federação das Indústrias (FINDES), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e o Sebrae, além de pesquisadores e empresários de setores-chave para o desenvolvimento estadual.

“O Governo do Espírito Santo analisa a construção do Mapa da Inovação como um passo importante na formulação de um conjunto de políticas para o setor” - Jadir Pela, secretário de Estado da Ciência e Tecnologia

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União dos setoresParalelamente à criação do Mapa da Inovação, a FINDES

vai discutindo e desenvolvendo ideias sobre como viabilizar a implantação de seu Centro Tecnológico de Inovação. Conforme Luiz Alberto, é necessário que o meio empresarial pense em centros tecnológicos para fomentar a inovação. “Observamos que hoje as empresas de médio porte estão abandonadas, desassistidas, não possuem um aporte de inteligência. As micro e pequenas contam com o apoio do Sebrae e as grandes possuem seus próprios centros. A Vale, por exemplo, é uma dessas empresas que incentivam a pesquisa e a inovação. Buscamos atrair a Academia, com seus projetos de pesquisas, para alavancar a inovação. Costumamos dizer que ‘Academia + CNPJ = Inovação’”, disse o diretor para Assuntos de Inovação Industrial da FINDES.

De acordo com ele, as grandes e médias empresas sustentarão esse centro de pesquisa e inovação capixaba, podendo inclusive fomentar o surgimento de incubadoras de empresas menores, as quais poderão trabalhar para atender às demandas destas organizações.

“Este ano estamos na fase da documentação e das pesquisas em cidades que já desenvolvem esses Centros. Estivemos recentemente em Sorocaba (SP), conhecendo a iniciativa deles. Estamos pesquisando e queremos utilizar essas informações como base de conhecimento a ser aplicado na inovação. Creio que poderemos ter Centros de Inovação em várias regiões do Estado. E provavelmente começaremos pelo segmento metalmecânico. Posteriormente, chegaremos ao de vestuário, alimentos e rochas”, informou o dirigente.

Inovação

“A realidade da inovação está apenas nascendo no Espírito Santo”Marco Godinho, assessor especial da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV)

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IndústrIa EM aÇÃO

Membros da Diretoria da FINDES em Cachoeiro e Região conheceram as linhas de crédito oferecidas pelo Bandes

A Diretoria da FINDES em Anchieta e Região esteve presente com os serviços do SESI no 3º Anchieta Cidadã, evento organizado pela Prefeitura de Anchieta e realizado no dia 12 de maio na Praça São Pedro, área central do município. Na ocasião, foram oferecidos gratuitamente à população serviços de emissão de documentos, atendimentos preventivos em saúde, além de opções de lazer e cultura. Um dos grandes destaques foi o balcão do SESI Cozinha Brasil. O programa é sucesso absoluto por onde passa e não foi deferente em Anchieta. Também foram disponibilizados pelo SESI o Caminhão da Alegria, com atrações para as crianças, e os Jogos de Salão, todos eles abertos ao público em geral.

O diretor de Crédito e Fomento do Bandes, Everaldo Colodetti, fez uma apresentação sobre o convênio da FINDES com o banco de fomento, para

o desenvolvimento de pequenas e médias indústrias capixabas, durante a reunião do Conselho Regional da FINDES em Cachoeiro do Itapemirim e Região, realizada no dia 30 de maio. O encontro também contou com apresentações de representantes do IEL-ES e da Unidade de Relacionamentos com o Mercado da FINDES.

“Esta palestra foi importante para os conselheiros conhecerem a parceria feita entre o Bandes e a FINDES para facilitar o financiamento, atendendo cada Diretoria Regional de maneira eficiente e diferenciada”, comentou o diretor regional da FINDES em Cachoeiro do Itapemirim, Áureo Mameri.

IndústrIas do sul do Estado têm crédIto EspEcIal do BandEs

sEsI partIcIpa dO 3º anchIEta cIdadÃ

O balcão do SESI Cozinha foi um dos destaques do evento

O diretor da FINDES em Anchieta e Região, Fernan-do Kunsch, e o gerente da Unidade SESI/SENAI/IEL em Anchieta, Rodrigo Zorzal, junto com o Sine de Anchieta, participaram de um café da manhã em Iriri, no dia 26 de junho. O encontro teve como objetivo estreitar o relaciona-mento entre as grandes empresas e instituições públicas para ampliar as ações conjuntas de qualificação de mão de obra e, desta forma, fortalecer o atendimento às demandas da região.

Participaram do café da manhã representantes das gran-des indústrias da região, como Samarco, Vale, CSU, Petro-bras, além do governo estadual, prefeituras e secretarias do sul do Estado. De 2005 até agora, foram realizadas cerca de nove mil certificações na região, e o intuito é ampliar ainda mais o atendimento às demandas.

dIrEtOrIa dE anchIEta OuvE dEMandas rEgIOnaIs

O diretor da FINDES em Anchieta e Região, Fernando Kunsch, participou do café da manhã com representantes da indústria e do poder público da região

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IndústrIa VerdeEmpresários de todo país se reúnem durante Rio+20 para discutir meio ambiente e crescimento econômico

A Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, se foi, deixando um saldo contraditório. Para os pessimistas, o maior evento

mundial, no que se refere à questão do meio ambiente em 20 anos (ele foi precedido pela Eco 92), deixou um rastro de decepção, devido à ausência de autoridades do alto escalão da política mundial. Para os otimistas, a oportunidade serviu para discutir temas e confirmar compromissos que podem auxiliar na sobrevivência da humanidade nos próximos séculos.

Ao final das conferências promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 13 e 22 de junho na capital do Rio de Janeiro, 193 países com interesses diferentes assinaram um compromisso político intitulado “O Futuro que Queremos” que, de fato, avança pouco na agenda do desenvolvimento sustentável e joga para o futuro as decisões difíceis. Contudo, embora genérico, o documento é “rico em potencialidades”, como definiu a embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Viotti.

Promissor também pode ter sido o Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no dia 14. O evento reuniu cerca de mil empresários no Hotel Sofitel, para debater as oportunidades e desafios do desenvolvimento sustentável para as empresas dos países emergentes, o uso de recursos naturais, o crescimento sustentável com inclusão social, a inovação e a pesquisa tecnológica.

Um documento inédito contendo dados sobre os avanços na conservação do meio ambiente de 16 setores da indús-tria, responsáveis por 90% do PIB nacional, foi apresentado na ocasião. O Espírito Santo se fez representar por diversos empre-sários e sindicalistas, entre estes, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Marcos Guerra; o diretor para Assuntos de Meio Ambiente da entidade, Wilmar Barros Barbosa; além do diretor-presidente da Samarco Mineração, Ricardo Vescovi de Aragão e do presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Mário Baptista Filho.

por Marcelo Dutra

sustEntávEl

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Indústria Capixaba – FINDES 37Jul/2012 – nº 301

atualmente no país consome 60% menos energia do que a uma década e cada automóvel usa 30% menos água no processo de produção. A sardinha enlatada brasileira é certi� cada internacionalmente em critérios da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para preservação da biodiversidade marinha.

Andrade destacou, na abertura do seminário, que o docu-mento “é resultado de um esforço inédito da indústria nacional de reportar à sociedade seu desempenho sustentável”. O presi-dente anunciou o compromisso da CNI de divulgar, a cada quatro anos, os avanços da indústria nacional em sustentabili-dade: “Estou feliz por termos reunido aqui um grupo interes-sado no avanço saudável do ponto de vista ecológico e seguro dos negócios deste país. Para mim é um privilégio”, comentou Andrade, após o primeiro ciclo de debates.

Minutos antes, durante seu discurso, o presidente da CNI propôs ao Governo desonerações tributárias para a produção que preserve o meio ambiente. ‘É importante que o sistema tributário considere a dimensão ambiental da atuação das empresas, com um corte de impostos mais agressivo para quem utilizar os recursos naturais de maneira e� ciente e adotar modelos sustentáveis de produção”.

Ministra quer ousadia Já a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que

os empresários brasileiros devem ser mais ousados na agenda sustentável: “O empresariado brasileiro deveria ter a ousadia de provocar um debate num mercado que é extremamente complexo, e eu sei disso, por causa dos nossos custos e por causa das fronteiras que devemos superar não só em relação à tecnologia, como à infraestrutura e logística, e ambicionar

Redução da emissão de gases O ápice do evento promovido pela CNI foi a divulgação de

um documento mostrando que a indústria brasileira reduziu consideravelmente o impacto de sua atividade no meio ambiente nos últimos 20 anos, desde a Eco 92, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa, reciclando, usando insumos renováveis e reaproveitando a água. Segundo o documento (cuja elaboração contou também com a contribuição da FINDES) entregue pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, 97, 6% das embalagens de alumínio são recicladas no país, um dos mais altos índices do mundo.

Ainda de acordo com o documento, a celulose e o papel produzidos no Brasil provêm integralmente de � orestas plantadas, enquanto a indústria química reduziu em 47% suas emissões de CO² em dez anos. A geladeira fabricada

“Não há espaço para o crescimento desordenado e mais, vejo as empresas trabalhando ao lado da sociedade na concepção de modelos práticos de sustentabilidade. Eventos como este fortalecem esse conceito de unidade, nos apresentam novas ideias, nos ampliam os horizontes. Isso é fundamental”

Marcos Guerra, presidente da Findes

“Estou feliz por termos reunido aqui um grupo interessado no avanço saudável do ponto de vista ecológico e seguro dos negócios deste país. Para mim é um privilégio”Robson de Andrade, presidente da CNI

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uma agenda ambiental que dará ao Brasil e aos países emergentes condições de avançarmos no desenvolvimento sustentável”, disse a ministra.

Mais à frente, Izabella elogiou: “Estamos saindo do idea-lismo para o pragmatismo. Esse é o desafio político. Estamos numa nova fase de diálogo entre indústria, governo e sociedade. Para a perfeita inclusão da indústria na agenda da sustentabi-lidade, teremos de ser criativos, não só com as grandes corpo-rações, como também com as pequenas e médias empresas”.

A ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, “criadora” do conceito de desenvolvimento sustentável (um documento de sua autoria, conhecido como “Relatório Brundtland”, apontou em 1987, pela primeira vez, que o consumo dos países precisaria ser contido para não impactar o meio ambiente), também foi ouvida. Durante sua palestra Gro, que atualmente é assessora especial sobre o clima do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que os países membros do Bric (grupo de nações emergentes que engloba Brasil, Rússia, Índia e China) estão consumindo muito mais do que no passado: “Por isso é necessário falar sobre uma maneira eficiente de economizar recursos, implantar energias renováveis e equilibrar a necessidade das pessoas. Isso é urgente”.

Para o presidente da FINDES, Marcos Guerra, as federa-ções de indústrias vêm cumprindo seu papel: “Nos últimos 20 anos o Brasil cresceu muito. Hoje, quando você se envolve com um projeto, tem que pensar no impacto que isso propor-ciona ao meio ambiente da região. Não há espaço para o crescimento desordenado e mais, vejo as empresas traba-lhando ao lado da sociedade na concepção de modelos

práticos de sustentabilidade. Eventos como este fortalecem esse conceito de unidade, nos apresentam novas ideias, nos ampliam os horizontes. Isso é fundamental”.

Para o diretor para Assuntos do Meio Ambiente da FINDES, Wilmar Barros Barbosa, Estado e Indústria vêm caminhando juntos nesse processo, mas a sociedade não evolui com a mesma velocidade, o que compromete todo o processo. Outro “pecado” brasileiro, disse Wilmar, se refere ao conhecimento tecnológico: “No caso dos profissionais, por exemplo, as faculdades não preparam mão de obra adequada para o exercício de funções específicas. Vemos isso, entre outros casos, na indústria petro-lífera do Espírito Santo, onde há muita demanda por mão de

obra qualificada. Ou seja, aquele profissional vai acabar levando anos para adquirir conhe-cimento tecnológico necessário ao exercício máximo de uma determinada função”.

Porto Central em destaque Aladim Fernando Cerqueira, diretor-

presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) do Espírito Santo, salientou no evento no Rio de Janeiro que seu Estado está passando por um momento de desenvolvimento econômico especial: “Há, por exemplo, a recente decisão de se criar o Porto Central na região de Presidente Kennedy, uma das cidades menos populosas do Espírito Santo. Isso, do ponto de vista econômico, é sensacional. Vai gerar empregos, opor-tunidades, educação e muito mais. Mas terá que ser feito de uma forma saudável,

O que sãO créditOs de carbOnOA negociação dos créditos de carbono é um dos mecanismos a que os países recorrem para reduzir numericamente as emissões dos gases que causam o efeito estufa e cumprir as metas do Protocolo de Kyoto. Como isso é feito? Por meio de uma troca. É como se cada país pudesse liberar na atmosfera uma determinada quantidade de gases. Alguns não atingem esta meta, e podem vender créditos de carbono. Outros têm uma atividade industrial tão poluidora que superam este limite e, por isso, compram créditos de quem polui menos ou possui áreas de floresta conservada.

O presidente da FINDES, Marcos Guerra, e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na abertura do Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, realizado durante a Rio+20

sustentável

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pois vai mudar todo o ecossistema da região, e muda até mesmo a cultura local. O Estado tem toda a perspectiva de crescimento, mas para aonde nós iremos com ele?”, indaga.

Aladim se refere ao fato de que o Porto de Roterdã, na Holanda, e o grupo Terminal Presidente Kennedy (TPK) assinaram, em abril deste ano, um protocolo de intenções para o desenvolvimento de um novo porto privado. O chamado Porto Central será criado por meio de uma joint venture entre as companhias e poderá abranger uma área de 1.500 hectares. O porto industrial terá como foco o setor de óleo e gás, mas também atenderá às áreas de serviços offshore, mineração e cargas em geral. O projeto está em processo de licenciamento ambiental e o cronograma indica que a primeira fase deverá ser finalizada em 2016. O porto terá três profundidades distintas e poderá receber navios de até 20 metros de calado.

Otimista, Ricardo Vescovi de Aragão, diretor-presidente da Samarco Mineração, empresa que possui três usinas de pelotização na unidade de Ubu, no município de Anchieta, contou que a mineradora vem se empenhando há mais de uma década na árdua tarefa de diminuir a poluição ambiental no Estado: “Substituímos o óleo pelo gás natural há alguns anos. Com outras medidas, reduzimos em 40% o consumo de carvão vegetal. A tecnologia para utilização do gás natural – que representa um ganho ambiental, tendo em vista a menor

emissão de CO2 e de outros gases, como os óxidos de enxofre (SOx) –, foi totalmente desenvolvida pela Samarco, que tem vários projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo ”. Com a mudança, a empresa deixou de emitir o equivalente a 160 mil toneladas de gás carbônico por ano, o que pode gerar receitas de até US$ 2,5 milhões anuais com a venda de créditos de carbono, negociados no mercado internacional.

“Os governos, tanto o nacional quanto os estrangeiros, também têm que fazer sua parte. A ‘conta’ não deve recair somente sobre os ombros da iniciativa privada, que conquistou enormes avanços nos últimos 20 anos neste sentido. A legislação ambiental brasileira é uma das mais avançadas do mundo, inclusive no seu caráter punitivo. Nós, da indústria, somos amplamente a favor do que as leis ambientais determinam, mas não podemos assumir toda a responsabilidade e recebermos mais taxas e burocracia sem que o governo faça corretamente sua parte”, concluiu o presidente da Federação, Marcos Guerra.

Encontro da Industria: CNI divulgou documento mostrando que a indústria brasileira reduziu significativamente o impacto ambietal de suas atividades

“Estamos saindo do idealismo para o pragmatismo. Esse é o desafio político. Estamos numa nova fase de diálogo entre indústria, governo e sociedade”

Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Ricardo Vescovi, presidente da Samarco: mineradora investe na redução do impacto ambiental há mais de uma década

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CASO DE SUCESSO

por Heliomara Mulullo

M ovida pelo amor à boa culinária, a Chef Galles, empresa de soluções em alimentação, surgiu pela vontade do fundador Paulo Henrique Teodoro

Oliveira de criar seu próprio negócio. O fechamento da empresa que gerenciava, atuante na área de reprodução, engorda e exportação de tilápias – mercado que por anos mostrou-se extremamente promissor – foi mais um fator que serviu de motivação para que ele se lançasse ao novo empreendimento.

Em agosto de 2006, Paulo decidiu investir na criação de uma fábrica de refeições prontas congeladas. Começando com uma equipe de apenas dois funcionários, sua ideia era produzir pratos com sabor artesanal e qualidade diferenciada. Com a orientação de uma consultoria, foram criados 20 pratos para venda direta ao consumidor, oferecida em freezers próprios que ele instalou em lojas de conveniência.

O novo empreendedor também desenvolveu uma linha para o mercado de hotéis e motéis e, a partir de 2008, iniciou o fornecimento de refeições coletivas para o mercado corporativo. A empresa investiu num modo diferenciado de preparar os produtos que logo a consolidou no mercado. “Os funcionários recebem os blocos de alimentos congelados e apenas o regeneram e � nalizam a preparação do prato. É o chamado preparo mínimo, em que é mantido o padrão de qualidade e paladar dos alimentos, além de garantir segurança alimentar aos

consumidores e a possibilidade de atender demandas especí� cas. Esse modelo fez ampliar o nosso número de clientes, além de elevar o faturamento em 20 vezes em três anos”, destacou.

A Chef Galles possui diversos clientes corporativos e de diferentes segmentos, como hotéis, motéis, refeições hospitalares, atendimento em ambientes inóspitos, dentre outros. Além disso, a empresa é responsável pelo serviço de bordo do Trem de Passageiros Vitória a Minas.

A equipe é composta hoje por 101 pro� ssionais capacitados, entre nutricionistas e chefs de cozinha. “Contamos com parcerias de instituições importantes como SENAI e SESI, que oferecem cursos pro� ssionalizantes e de aperfeiçoamento. Todos estão envolvidos em um projeto inovador de desenvolvimento de refeições completas, semiprocessadas, para catering. Essa linha de produção é destinada ao atendimento o� shore”, disse Paulo.

Para crescer, a Chef Galles acredita que o caminho é focar no atendimento a demandas diferentes e trazer soluções personalizadas ao cliente. Essa é a dinâmica da empresa e o que a torna diferente dos concorrentes: identi� car as mudanças do vento e ajustar as velas para mudar a direção e chegar ao objetivo � nal, que é o crescimento da empresa e das pessoas que dela fazem parte.

Sócio-diretor da Chef Galles, Paulo é formado em Agronomia e possui MBA em Gestão Empresarial e Marketing pela FGV.

CHEF GALLESInovação no ramo alimentício leva empresa ao sucesso

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IndústrIa EM aÇÃO

Um encontro realizado em São Paulo, no dia 29 de junho, reuniu executivos de sindicatos estaduais do setor de Plástico. O evento foi promovido na Casa do plástico, sede da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), e teve como objetivo promover a troca de informações entre os representantes do segmento.

A gestora sindical do Sindiplast-ES, Celiéte Kröhling Krüger, representou o Espírito Santo e falou sobre as iniciativas do sindicato na área de meio ambiente. “Nosso trabalho é desenvolvido para mostrar a importância do plástico, do descarte correto e da reciclagem. Já fizemos ações nas praias para recolhimento de garrafas PET, uma exposição sobre a evolução do plástico em nossas vidas e também temos um projeto em desenvolvimento chamado SESI Recicla, que trabalhará com as crianças a importância da coleta seletiva”, conta.

Na ocasião, também foram realizadas as palestras “Medida de Desoneração da Folha de Pagamento e o Setor de Transformados Plásticos” e “Política Nacional de Resíduos Sólidos”.

O gerente do SENAI Soluções, Eugênio Carrijo, e o especialista em eficiência energética do SENAI, Álvaro Diaz Marques, participaram do “1°Café

Eficiente: Reduza o Custo de Energia de sua Empresa”, realizado pelo Sindicado das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), no dia 8 de maio. Eles apresentaram o trabalho que o SENAI vem fazendo pelas empresas para produzir mais com menor consumo de energia. “O Brasil tem a quarta tarifa de energia mais cara do mundo para a indústria”, disse Álvaro, destacando que uma das soluções para a redução do custo das tarifas elétricas para as empresas é o gerenciamento de custo de energia.

A abertura do evento foi realizada pelo presidente do Sindifer, Luiz Alberto Carvalho. Ainda palestraram Ayrton de Souza Porto Filho, diretor-técnico da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe), e o diretor da empresa Brumetal, Délberton Alvarenga.

SENAI AbordA GErENcIAmENto dE cuSto dE ENErGIA Em EvENto do SINdIfEr

GEstOrEs dO plástIcO sE rEúnEM EM sÃO paulO

O gerente do SENAI Soluções, Eugênio Carrijo, apresentou alternativa para que as empresas produzam mais, com menor consumo de energia

Os trabalhadores da indústria deram um show de superação e disposição na 5ª Corrida do Trabalhador, promovida pelo SESI-ES. A prova foi realizada no dia 1º de julho, com um percurso total de 10 quilômetros. Este ano, foram mais de 1.700 inscritos, entre funcionários da FINDES, trabalhadores da indústria e comunidade em geral. A largada aconteceu em frente ao prédio da Federação das Indústrias, na Reta da Penha, em Vitória, com chegada na Praia de Camburi.

trabalhadOrEs dÃO shOw dE supEraÇÃO na 5ª cOrrIda dO trabalhadOr

Mais de 1.700 pessoas participaram da 5ª Corrida do Trabalhador,

promovida pelo SESI-ES

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indicadores

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Icei do Espírito Santo

Icei do Brasil64

62

60

58

56

54

52

50

jul/1

1

ago/

11

set/

11

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

fev/

12

mar

/12

abr/

12

mai

/12

jun/

12

eVoLUÇÃo do Índice conFianÇa do eMPresÁrio indUsTriaL icei - esPÍriTo sanTo e BrasiL (eM PonTos)

Gráfico 1

indicadores

CresCe a Confiança do empresário industrial Capixaba

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) capixaba, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento

Educacional e Industrial do Espírito Santo (IDEIES), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aumentou 1,1 ponto em junho de 2012, relativamente ao mês anterior. O indicador se manteve acima da linha divisória de 50 pontos (61 pontos), mostrando que os industriais capixabas estão otimistas. Em relação a junho de 2011, cujo indicador era de 60,3 pontos, o Icei registrou um acréscimo de 0,7 ponto.

Já o Icei da indústria nacional recuou em junho de 2012, em comparação ao mês anterior (-1,8 ponto) e atingiu 56,1 pontos, o menor patamar do ano, porém acima da linha divisória de 50 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2011, o Icei da indústria brasileira

Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12

Brasil 57,3 58,2 58,6 57,2 57,9 56,1

espírito santo 61,4 60,4 62,0 58,9 59,9 61,0

Índice de conFianÇa do eMPresÁrio (icei) – esPÍriTo sanTo e BrasiL

Tabela 1

Fonte: IDEIES/CNI / Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

também decresceu (-1,5 ponto), pois o indicador se encontrava em 57,6 pontos naquele mês.

O Icei nacional é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira e Condições Gerais da Empresa e de Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O Icei do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

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Jul/2012 – nº 301 Indústria Capixaba – FINDES 43

PercePção do emPresário industrial

Notas• A partir de janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa

foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações em www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.

• O Icei varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.• A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), contou nesse mês com a

participação de 112 empresas capixabas (31 pequenas, 61 médias e 20 de grande porte). Dessas, 27 empresas pertencem ao setor de construção civil.

condições atuaisO Indicador de Condições Atuais da indús-

tria capixaba, apurado com base na percepção dos empresários industriais em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, aumentou 1,4 ponto em junho de 2012, em comparação ao mês anterior, tendo permanecido acima da linha divisória de 50 pontos (52,3 pontos). O crescimento foi influenciado pelos itens Condições do Estado (+5 pontos) e Condições da Empresa

exPectativa Para os Próximos seis meses

Os industriais capixabas se mantêm otimistas em relação aos próximos seis meses, pois além do indicador de expectativas ter se situado bem acima da linha divisória de 50 pontos (65 pontos), apresentou um acréscimo de 1 ponto em junho de 2012, em relação ao mês anterior. Impulsionaram o crescimento desse indicador os itens relacionados ao Estado (+4,1 pontos) e à empresa (+1,1 ponto), já que o item Expectativa da Economia Brasileira recuou (-3,6 pontos). Além disso, todos os índices se encontram acima da linha divisória de 50 pontos.

(+1,3 ponto), já que o indicador de Condições da Economia Brasileira decresceu (-2,7 pontos). Somente o indicador de Condições da Empresa se posicionou na faixa superior a 50 pontos (54,6 pontos).

O Indicador de Condições Atuais da indústria nacional caiu 1,7 ponto em junho de 2012, em relação ao mês anterior, influenciado mais pelas condições em relação à economia brasileira (-4,3 pontos), do que pelas condições em relação à empresa (-0,3 ponto). Além disso, esses indicadores continuam abaixo da linha divisória de 50 pontos, denotando que as condições são desfavoráveis.

O Indicador de Expectativas da indústria brasileira recuou no mesmo período de comparação (-2 pontos), mas se manteve na faixa superior a 50 pontos (60,6 pontos), inferior ao indicador capixaba. A queda foi influenciada tanto pelo indicador de expectativa em relação à economia brasileira (-3,3 pontos), como pelo de expectativa em relação à empresa (-1,3 ponto).

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Mai/12 Jun/12 Mai/12 Jun/12

EXPECTATIVA 64,0 65,0 62,6 60,6

Com relação à:

Economia Brasileira 60,7 57,1 59,1 55,8

Estado 54,9 59,0 - -

Empresa 67,2 68,3 64,4 63,1

EXPECTATIVA PArA os PróXImos sEIs mEsEs

Fonte: IDEIES/CNI / Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Tabela 3

Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Mai/12 Jun/12 Mai/12 Jun/12

CoNDIÇÕEs ATUAIs 50,9 52,3 48,6 46,9

Com relação à:

Economia Brasileira 50,1 47,4 47,4 43,1

Estado 42,8 47,8 - -

Empresa 53,3 54,6 49,2 48,9

INDICADor DE CoNDIÇÕEs ATUAIs

Fonte: IDEIES/CNI / Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Tabela 2

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44 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 301

A horA e A vez dA inclusãoFINDES orienta empresas no processo de inclusão de pessoas com deficiências

Num país onde há cerca de 24 milhões de portadores de algum tipo de deficiência física (dados do Censo 2010 do IBGE), o ingresso dessas pessoas no mercado

de trabalho ainda continua sendo uma grande barreira à promoção da inclusão social.

Para contornar a situação e proporcionar a esse público mais espaço dentro das organizações, desde 1991 foi criada no Brasil a chamada Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91), que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratarem portadores de deficiências, destinando a eles de 2% a 5% do total de vagas disponíveis.

As regras foram regulamentadas pelo Decreto nº 3298, de 20 de dezembro de 1999, e garante, em seu artigo 34, “a inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho ou sua incorporação ao sistema produtivo mediante regime especial de trabalho protegido”.

por Heliomara Mulullo

rESpoNSabIlIDaDE SocIal

baNco DE oportuNIDaDES O Banco de Oportunidades é outra ferramenta implementada pela Dires para promover a inclusão social nas empresas industriais. Ele disponibiliza um espaço destinado às pessoas interessadas em ingressar no mercado de trabalho e um espaço destinado às empresas interessadas em contratar pessoas com deficiência. O SESI/SENAI-ES realiza uma triagem de currículos e faz a pré-seleção para, posteriormente, efetuar encaminhamento de pessoas para processo seletivo nas empresas. Para cadastrar o seu currículo ou a vaga de sua empresa, acesse o banco no endereço: www.bancodeoportunidades.com.br.

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“O diagnóstico promove uma leitura da acessibilidade da empresa e destaca qual é o tipo de profissional a ser contratado. A exemplo, um cadeirante não pode trabalhar numa empresa que só tem escadas e portas estreitas. Então, ou a empresa promove uma adequação ou contrata outra pessoa, com outro tipo de deficiência”, esclarece Gabriela Primo, analista de Programas Institucionais no SENAI. Gabriela conta que muitas empresas gostariam de contratar deficientes físicos, mas não sabem qual seria o perfil que se encaixaria à sua demanda.

O diretor para assuntos de segurança, saúde e respon-sabilidade social do SESI/SENAI, Alejandro Dueñas, explica que a missão da entidade é prestar esse tipo de consultoria de forma segura, encontrando o profissional adequado.

“Nós, do Sistema SESI, temos dentro de nossa missão a meta de fazer com que a empresa encontre um apoio, seja na área de consultoria ou mesmo no trabalho. O modelo visa a proteger e promover a saúde do trabalhador com deficiência por meio da inclusão no trabalho”, disse Alejandro.

De acordo com o diretor, os diagnósticos do SESI atuam em três dimensões: indivíduo, ambiente de trabalho e relação entre empresa e trabalhador, com o objetivo de oferecer às empresas solução adequadas no cumprimento da legislação vigente.

Embora mais de duas décadas tenham se passado, as empresas ainda encontram dificuldades para cumprir a lei e contratar esses trabalhadores. Por variados motivos, incluindo as dificuldades de instrução regular e qualificação profissional que portadores de deficiência encontram no Brasil, a média de cumprimento da lei no país é de apenas 17,9%. Os Estados com melhores índices são Ceará e São Paulo, com respectivamente 42,3% e 41,8%. Santa Catarina e Paraíba têm os menores índices: 3,4% e 4%, respectivamente.

Muitas vezes as empresas não contratam por falta de informação. “O problema é histórico”, aponta o gerente da Divisão de Responsabilidade Social do SESI (Dires), Samuel Siman.

Samuel ressalta que o portador de deficiência é excluído da sociedade frequentemente por preconceito, que às vezes começa dentro da própria família. “Para mim, a lei é um marco no processo de reabilitação e reinserção social do deficiente, pois lhe garante o direito de pleitear uma vaga no mercado de trabalho”, explicou.

Hoje, no Espírito Santo, de acordo com o gerente da Dires, existem cerca de 5 mil vagas a serem preenchidas e um grande aliado desse público tem sido o Ministério do Trabalho, que, de uns anos para cá, passou a intensificar suas fiscaliza-ções, aplicando multas àqueles que descumprem a legislação.

Diagnóstico das demandasConsiderando esse quadro e pensando em contribuir

para ampliar o número de empresas com o compromisso de inclusão de deficientes, o Sistema FINDES criou a Consultoria para Inclusão de Pessoas com Deficiência na Empresa, sob a responsabilidade do SESI/SENAI-ES, que orienta as corporações no processo de inclusão de pessoas com deficiência, promovendo não apenas o cumprimento da legislação, mas também a construção de uma cultura de valorização da diversidade humana na comunidade empresarial.

O trabalho consiste na elaboração de um Diagnóstico Funcional, em que a empresa solicita e uma equipe vai até ela mapear as condições de acessibilidade e o tipo de profissional que melhor se encaixa à infraestrutura do ambiente. Uma valiosa ferramenta dos departamentos de recursos humanos para a contratação de mão de obra.

Serviço

Divisão de Responsabilidade Social do SESI - DiresTel: (27) 3334-5712 / (27) 3334-5705 / (27) 3334-5786E-mail: [email protected]

“O modelo visa a proteger e promover a saúde do trabalhador com deficiência por meio da inclusão no trabalho” Alejandro Dueñas, diretor para assuntos do SESI/SENAI

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46 Indústria Capixaba – FINDES

artigo

D esde os anos 50 do século XX, e pelas décadas seguintes, a ideia de desenvolvimento no Brasil esteve associada quase exclusivamente ao

processo de industrialização, que é indispensável, mas não pode responder isoladamente pela melhoria dos índices de crescimento econômico e qualidade de vida. A partir dos anos 1980, os debates teóricos sobre o tema se estenderam para a proposição de novos modelos de desenvolvimento, orientando transformações reais na economia do país e dos Estados. Esses debates foram fundamentais para evitar que ideias arcaicas continu-assem produzindo políticas públicas inadequadas e nos permitiram eliminar a distância entre o antigo conceito de crescimento econômico e as metas que as administra-ções estaduais mais modernas perseguem agora.

Hoje, entendemos que o problema fundamental, no Brasil e no Espírito Santo, não é a simples multiplicação de indústrias, mas a garantia de sustentabilidade dos negócios e a obtenção de resultados que nos permitam atender às demandas reais da população em geral e, particularmente, das regiões e dos grupos sociais de menor renda. Entendemos

que o desenvolvimento sustentável é um processo bem mais complexo de mudanças e transformações econômicas, institucionais, políticas e, principalmente, humanas e sociais. Nesse processo, a evolução da economia e a melhoria do padrão de vida das pessoas são objetivos inseparáveis. Por isso, o conceito de desenvolvimento que adotamos como norte de nossas ações no Governo do Espírito Santo está relacionado diretamente às características históricas, à extensão geográfica, à demografia, à cultura e aos recursos naturais de cada município ou região do Estado.

No plano social, o desafio é reduzir as desigualdades e melhorar os níveis de distribuição de renda, diminuindo ou eliminando a exclusão e a distância que ainda separam as classes sociais. No campo econômico, a sustentabilidade diz respeito aos ganhos de eficiência do sistema, com a melhoria permanente na alocação e na gestão dos recursos públicos e privados. No plano ecológico, nosso esforço se volta para garantir a preservação do meio ambiente, sem comprometer a oferta dos recursos naturais indispensáveis à sobrevi-vência humana. Já a sustentabilidade espacial diz respeito à melhor distribuição territorial das atividades econômicas e

dos assentamentos humanos, nas áreas rurais e urbanas. Finalmente, com a dimensão cultural, buscamos despertar e mobilizar a consciência e a ação concreta da sociedade, para que esses objetivos sejam atingidos.

Em resumo, vemos no desenvolvimento a combi-nação desejável da expansão industrial e econômica com a elevação dos indicadores de renda per capita e do PIB per capita, a redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade e a melhoria geral da oferta de saúde, segurança, nutrição, educação, habitação e transporte. São metas ambiciosas, reconheço, mas são também aspirações legítimas dos capixabas, nas áreas urbanas e rurais, nas grandes e nas pequenas cidades e em todas as regiões do nosso Estado. É este o desenvolvimento que buscamos, quando dizemos que “crescer é com a gente”.

Renato Casagrande, é governador do Estado do Espírito Santo

O desenvOlvimentO que buscamOs

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Jul/2012 – nº 301 Indústria Capixaba – FINDES 47

IndústrIa EM aÇÃO

“Temos que priorizar a indústria local, levando em considera-ção prazo, preço e qualidade”. A afirmação é do presidente da Câmara Setorial da Indústria de Base, Wilmar Barroso, durante o Encontro de Negócios da Cadeia da Construção, realizado no dia 20 de junho, na sede da FINDES.

O encontro teve como objetivo promover maior interação entre os empresários associados e sindicatos do setor da construção, por meio do intercâmbio e articulação entre empresas compradoras e fornecedoras capixabas, incentivando a criação de parcerias e a realização de negócios.Na oportunidade, os participantes trocaram informações sobre como fornecer produtos para a cadeia da construção e quais são as demandas do segmento no Espírito Santo.

“De um lado, temos a qualidade de nossos produtos e, muitas das vezes, com preço mais acessível em relação a outros Estados. E, de outro, temos os compradores, que têm dificuldades em encontrar os produtos no Espírito Santo e acabam buscando

CadEIa da COnstruÇÃO sE rEúnE EM VItórIa

Durante o Encontro de Negócios da Cadeia da Construção, Wilmar Barroso lembrou que é preciso priorizar a indústria local

O diretor da FINDES Luciano Raizer Moura foi convidado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias Alemãs (BDI)

para participar do Small and Medium Enterprise Forum – SME, realizado na 30ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), em Frankfurt, de 1 a 3 de julho. No evento, que discutiu a relação entre grandes empresas e seus fornece-dores, Raizer apresentou aos participantes o funcionamento e resultados do Programa Integrado de Desenvolvimento

e Qualificação de Fornecedores – Prodfor, considerado a mais exitosa ação brasileira nessa área. O Programa serviu de proposta para fortalecimento das relações empresariais entre Brasil e Alemanha.

Como principal conclusão, Raizer apresentou a proposta de usar o modelo do Prodfor para desenvolver fornecedores brasileiros para grandes empresas alemãs sediadas no Brasil e estimular a parceria desses com empresas alemãs detentoras de tecnologia de ponta. Desse modo, as empresas nacionais se fortalecem, fazendo uso de tecnologias modernas, e as da Alemanha ampliam seus negócios. A proposta teve boa acolhida por parte das entidades germânicas, ficando acertado de ser apresentada de modo detalhado em outubro próximo, em um novo encontro das entidades dos dois países, a ser realizada em São Paulo.

Participaram do encontro também o vice-presidente da CNI, o capixaba Lucas Izoton; a analista de Negócios Sociais do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Nacional), Suely Lima, além do embaixador do Brasil na Alemanha, Everton Vieira Vargas, do representante da Câmara de Comércio Brasil Alemanha, Ingo Ploger e representantes do Sebrae e Ministério das Relações Exteriores.

CNI represeNta a INdústrIa NaCIoNal No eNCoNtro eCoNômICo BrasIl-alemaNha

Delegação integrada por membros da CNI e FINDES representou a indústria brasileira no EEBA

fornecedores de outras regiões do país. Então, a ideia foi reunir esses dois públicos, fomentando a economia local”, explicou a coordenadora técnica da Câmara Setorial das Indústrias de Materiais da Construção, Marcelle Werneck.

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entrevista

48 Indústria Capixaba – FINDES Jul/2012 – nº 30148 Indústria Capixaba – FINDES

por Jacqueline Vitória

entrevista

EdEr PontEs

U m promotor sintonizado com a sociedade capixaba e focado nos interesses da instituição e na defesa das prerrogativas de seus membros.

Esse é o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Eder Pontes da Silva, que estará à frente do órgão até 2014. Ele se diz preocupado com a discussão em torno da capacidade investigativa do Ministério Público em Brasília, por meio da PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional número 37), a chamada “PEC da Impunidade”, que estabelece que a apuração das infrações penais será competência privativa das polícias Federal e Civil. E diz que esse é um sinal de alerta, pois avalia que o Ministério Público defende os interesses da sociedade.

Eder Pontes foi o candidato mais votado (152 votos) em eleição realizada no dia 9 de março. Ingressou no MPES como promotor de Justiça, no ano de 1993. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Vila Velha (UVV), e por cerca de sete anos atuou em várias comarcas no interior do Estado. Em abril de 2000, foi promovido para o cargo de promotor de Justiça substituto de Entrância Especial.

Adepto do diálogo, em entrevista para a Revista da Indústria, ele garante que hoje o órgão está voltado para o desenvolvimento do Espírito Santo e para atender às demandas sociais, em defesa do meio ambiente e do patrimônio público. O procurador falou sobre os objetivos e as estratégias de atuação no Ministério Público Estadual. Confira a seguir.

“É necessário que possamos desenvolver medidas de controle mais eficientes, especialmente quando tratamos de gastos públicos”

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Revista da Indústria - Como o senhor vê o atual momento político pelo qual passa o Estado? Os Poderes estão em sintonia?

Acredito que sim. As relações, principalmente do Ministério Público com as demais instituições, têm se revelado de forma muito interessante. Com respeito pela independência de cada uma delas, porém mantendo-se muito próximas e comprometidas, no bom sentido, vez que todos nós queremos e buscamos o bem-estar social e o avanço do Espírito Santo.

A Findes luta pela interiorização do desenvolvimento e um dos problema das cidades do interior é a falta de promotores. Como o senhor pretende resolver esta questão?

O quadro do Ministério Público hoje está defasado em um número em torno de 165 a 170 membros. Esse número sofreu uma modificação recente porque alguns colegas se aposentaram, especialmente nos dois últimos meses. O MP tem preocupação em resolver esses problemas, porém temos convicção de que não será apenas o preenchimento dos cargos vagos que vai resolver, mas sim uma melhor estruturação das unidades. O preenchimento puro e simples dos cargos trará, na verdade, uma dificuldade para a instituição, na medida em que nós temos um limite de gastos estabelecido por lei. A promoção de um concurso público para preenchimento de todos os cargos, evidentemente, seria impossível e uma irresponsabilidade. Esse é um fator que se caracteriza como entrave em qualquer discussão e, no Ministério Público, não é diferente. Mas nós temos, sim, que prover esses cargos que estão vagos e isso vai acontecer em breve. Mas o quadro vai ser movimentado, a partir da realização de concurso público. Já estamos em fase final da elaboração da minuta que será encaminhada para o Colégio de Procuradores para análise e deliberação, para posterior remessa à Assembleia Legislativa, a quem cabe aprovar o projeto de lei.

Uma das grandes preocupações da FINDES é o desenvolvimento sustentável. A ONU acabou de criar um índice de riqueza inclusiva, o IRI, que reúne informações sobre educação, expectativa de vida, recursos florestais e

produção industrial. Pelo IRI, somos a quinta nação mais sustentável. A seu ver, o Espírito Santo é um Estado sustentável?

É. Só que podemos torná-lo mais ainda. Temos vários exemplos no Estado de interação de empresa, meio ambiente e sociedade. E o papel do Ministério Público tem sido justamente nesse sentido. Quando nós assumimos a gestão, recentemente, há pouco mais de 40 dias, passamos a manter contato com representantes dessas empresas, que têm como objetivo estabelecer projetos aqui de instalação de bases, de portos. O Ministério Público tem feito esse acompanhamento inicial, porque nós reconhecemos que a instituição tem que ampliar a sua visão com relação ao desenvolvimento do Estado do Espírito Santo. Isso é necessário e é bom para todo mundo. Mas temos que ficar atentos à necessidade pertinente à sustentabilidade. O meio ambiente, ecologicamente equilibrado, é o que vai nos permitir avançar. A população sem sofrer danos: isso é tudo o que nós queremos, pelo que nós brigamos.

“A instituição tem que ampliar a sua visão com relação ao desenvolvimento do Estado do Espírito Santo. Isso é necessário e é bom para todo mundo”

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“É preciso que todos, definitivamente, assumamos

a nossa parcela de responsabilidade e passemos

a entender o problema da violência de forma sistêmica”

O senhor anunciou que vai intensificar as ações de proteção ao meio ambiente. Como pretende fazer isso?

Temos aqui, no caso de Vitória, situações de constante ameaça ao meio ambiente. O Ministério Público tem fiscalizado esses casos pontuais com rigor. Mas tem, ao mesmo tempo, estabelecido um diálogo muito aberto, muito franco, a fim de, se não for possível evitar o impacto, minimizá-lo. Porque sabemos que é impossível dissociar o avanço do Estado, o progresso econômico, do impacto ambiental. Ele, evidentemente, vai existir. Mas o nosso papel é tentar mitigá-lo ao máximo.

Muitas empresas questionam o excesso de burocracia na obtenção de licenças ambientais. O MP pode contribuir para dar mais celeridade nesse processo?

A lei tem que ser aplicada. Obviamente, as grandes empresas, pela grandiosidade dos projetos que lhes são inerentes, provocam um impacto ambiental maior, que fica mais evidente. Naturalmente, esse controle é mais rigoroso. Mas nós, como instituição, não focamos o nosso trabalho, a nossa forma de atuação, pensando no tamanho da empresa. Nós nos preocupamos com o possível impacto que poderá ser provocado. Seja ele de menor, de médio ou de grande potencial ofensivo.

a segurança pública é apontada como uma de suas prioridades, e importante para a manutenção da atratividade de investimentos. Como o MP pode contribuir para um melhor diagnóstico, compreensão e ações de todos os poderes constituídos e da sociedade de forma a reduzir as várias formas de violência e promover a dignidade da pessoa humana?

O MP não só pode como vem, ao longo de sua história, colaborando com as instituições de segurança pública do Estado, no sentido de diminuir os índices de violência. Agora, é preciso que todos, definitivamente, assumamos a nossa parcela de responsabilidade e passemos a entender o problema da violência. Em qualquer lugar do mundo – e aqui não é diferente – a violência tem que ser encarada de forma sistêmica. Não simplesmente focando no aspecto repressivo ou até preventivo. Temos, sim, que focar esses aspectos, mas temos que analisar a questão da educação, oportunizar ao jovem o acesso à educação, trabalharmos a fim de possibilitar a reinserção social dessas pessoas que cometem, eventualmente, alguma transgressão penal, possibilitando que elas se recuperem, retirar essas pessoas que estão inseridas dentro desse contexto de vulnerabilidade, a fim de que seja possibilitada uma nova forma de viver. Isso tudo tem que ser encarado. Agora, obviamente que a responsabilidade maior ficou para o Estado. O Ministério Público, como instituição que tem as suas limitações, tem se esforçado ao máximo para reverter essa situação. E estará sempre à disposição de qualquer instituição, de qualquer órgão, como parceiro nesse combate aos altos índices de violência.

O que o senhor espera de contribuição para o seu mandado por parte do setor produtivo, especialmente as indústrias instaladas no es?

Que foquem também na necessidade, na premissa de que é preciso equilibrar essa relação social, repassando para a sociedade o que no âmbito do interesse social pode ser feito. Parcerias com escolas, convênios com hospitais

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públicos, possibilitar que organismos ambientais possam desenvolver suas atividades municiando-se de materiais e verbas para essas instituições, auxiliar na ressocialização de pessoas advindas do sistema prisional. A contrapartida social é uma via de mão dupla. O que puder ser feito, sem dúvida, trará resultados para todos.

Como o MP pode ajudar no desenvolvimento econômico do Espírito Santo?

Eu entendo que o Ministério Público, na medida em que vem atuando especialmente no combate aos crimes contra a ordem tributária, resgatando verbas significativas aos cofres públicos, ao meu sentir, essa é uma demonstração de cooperação integrada, de trabalho comprometido com o desenvolvimento do Estado. O Ministério Público tem as suas atribuições definidas e consagradas na Carta de 1988. Rotineiramente, percebemos que algumas pessoas, interessadas em ver a instituição enfraquecida, articulam-se visando a frear as nossas ações, limitar, de forma muito rigorosa, a nossa atuação. Isso nos preocupa muito, porque o Ministério Público defende os interesses da sociedade. Ele é defensor da sociedade. A partir do momento em que se discute, por exemplo, a capacidade investigativa do Ministério Público, por meio da PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional número 37), em Brasília, a chamada “PEC da Impunidade”, liga-se um sinal de alerta. E as coisas estão caminhando para isso, lamentavelmente. É uma demonstração de retrocesso, que deve ser motivo de muita reflexão e indagação por parte de toda a sociedade, porque sai perdendo o Ministério Público, mas sai perdendo ainda mais a sociedade, o povo capixaba e o povo brasileiro. Então, é necessário que todos passem a entender realmente o papel do Ministério Público, que não deve ser encarado como um mero agente acusador, mas um defensor intransigente dos interesses sociais.

Uma das primeiras medidas que o senhor anunciou ao assumir o cargo foi o combate ao crime organizado, com a criação do Gaecco.

O que exatamente esse grupo está fazendo? Já há algum resultado a contabilizar?

Ainda é muito cedo para que possamos falar em resultados, pois a fusão se deu há pouco mais de 40 dias. O Gaecco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foi formado a partir de recomendação nacional do GNCOC (Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas), órgão que compõe o CNPG (Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça). Ele tem o objetivo de apurar fatos que envolvam organizações criminosas e também crimes relativos à ordem tributária, basicamente. É a fusão de dois grupos criados anteriormente, o Geti (Grupo Especial de Trabalho Investigativo) e o Getpot (Grupo Especial de Trabalho de Proteção à Ordem Tributária), e cuja filosofia de trabalho não é muito diferente do que vinha sendo feito. Podemos colocar como diferença a partir dessa fusão, que esse grupo ficou melhor estruturado, não só do ponto de vista material, tecnológico, mas também de pessoal, de recursos humanos.

Das investigações desses grupos, sabemos que a corrupção está enraizada em todos os segmentos. Não só no Estado do Espírito Santo, mas em todo o país. Acreditamos que, em pouco tempo, a médio prazo, conseguiremos dar uma resposta pertinente à sociedade. Mas é bom que se frise que notícias sobre corrupção nunca acabarão. Não vão deixar os noticiários. Lamentavelmente, a corrupção, como disse, está enraizada em todos os segmentos do país. É necessário que possamos desenvolver medidas de controle mais eficientes, especialmente quando tratamos de gastos públicos, principalmente por parte de determinados setores. Isso é o que realmente tem sido mais notado. Fica mais evidente e, realmente, tem assoberbado sobremaneira a atividade ministerial.

A impunidade quebra a moral da população e afasta investidores sérios. Como garantir que tais casos não voltem a acontecer?

É preciso que tenhamos mecanismos mais céleres e mais eficazes não só para exercer o controle e a fiscalização, mas para efetivar a punição. A nossa legislação deve ser revista quando trata das possibilidades recursais. O distanciamento entre a denúncia e a punição dá margem a essa sensação de impunidade premente. E não há garantias para que tais casos não se repitam. Para que houvesse uma cessação de situações ilícitas, seria preciso também a participação mais coesa da população na escolha dos seus representantes, eliminando aqueles que de fato não têm o pensamento voltado para a sociedade, mas, antes para os interesses próprios, particulares. A minha mensagem final é dizer que o Ministério Público está à disposição para qualquer iniciativa que venha em prol da sociedade capixaba.

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G arantir novos investimentos para a manutenção do crescimento econômico do Espírito Santo, especialmente na área de infraestrutura portuária,

que ainda precisa avançar muito. Essa foi a missão que motivou o Governo do Espírito Santo a promover uma visita a Singapura e à Holanda no último dia 4 de junho. Presente na comitiva oficial, a indústria capixaba, repre-sentada pelo presidente da FINDES, Marcos Guerra, participou ativamente das conversações com empresários e autoridades dos dois países. O senador Ricardo Ferraço, o secretário de Desenvolvimento, Márcio Felix, o secretário de Comunicação, Ronaldo Carneiro, e o empresário do setor de logística Carlos Chieppe Netto também fizeram parte do grupo.

Os visitantes se reuniram com Tan Pheng Hock, presidente, e Parmesh Singh, diretor de Projetos Especiais da empresa ST Engineering, maior grupo empresarial do país asiático, interes-sado em expandir os negócios para o Brasil. A ST Engineering atua no setor naval com estaleiros de reparos para grandes embarcações e supply. Também está presente na área de tecno-logia e no setor espacial. Tan Pheng Hock anunciou que está abrindo um escritório de prospecção de novas oportunidades em São Paulo e que pretende visitar o Espírito Santo em outubro.

Em seguida, a comitiva esteve nas instalações da empresa SembCOrp Marine, proprietária do estaleiro Jurong, que está instalando uma unidade em Aracruz para atender à demanda da Petrobras pela construção de plataformas de exploração de petróleo – investimento superior a R$ 1 bilhão e que vai gerar mais de 8 mil empregos na região.

“Esta viagem a Singapura e a Roterdã foi muito importante para o Estado do Espírito Santo. Fomos muito bem recebidos e assessorados por representantes de empresas e entidades governamentais nos dois países, e em breve deveremos colher frutos valiosos dessas visitas. Estamos ampliando os horizontes de nossa economia, aproveitando nossa privilegiada posição geográfica e o forte comércio internacional que já possuímos”, avaliou Marcos Guerra.

Casagrande e comitiva foram recebidos também pelo ministro do Comércio e Indústria de Singapura, Lee Yi Shyan, abrindo formalmente as portas do Espírito Santo para empresas de produção portuária interessadas em expandir os negócios para terras brasileiras. Yi Shyan afirmou que o Brasil entrou

Espírito santo busca novos invEstimEntos Em singapura

“Ficamos por muito tempo escondidos, sem inserção externa. agora, precisamos ousar e competir em igualdade de condições com outros estados brasileiros. Estamos preparando o Espírito santo para atrair grandes redes mundiais”

renato Casagrande, governador do Estado do Espírito santo

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IndústrIa EM aÇÃO

definitivamente na rota dos negócios de transportes marítimos e que seu país acompanha de perto todos os investimentos anunciados pela Jurong.

“Ficamos por muito tempo escondidos, sem inserção externa. Agora, precisamos ousar e competir em igual-dade de condições com outros estados brasileiros. Estamos preparando o Espírito Santo para atrair grandes redes mundiais e tenho certeza de que os investimentos vão se consolidar quando apresentarmos o nosso Estado, fora do Brasil”, disse o governador Renato Casagrande.

Presidente KennedyAs duas empresas - SembCOrp Marine e a ST Engineering -,

possuem projetos no Espírito Santo. Um é o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), em construção no município de Aracruz, e o segundo é o Porto Central, uma parceria entre o Porto de Roterdã e empresários capixabas, a ser instalado no município de Presidente Kennedy, sul do Estado. A previsão para início das obras é em 2013.

“Em Roterdã, tivemos contato com um dos portos mais competitivos do planeta, e saímos de lá com a perspectiva de

selarmos em breve uma parceria que pode tornar o Espírito Santo um grande centro de distribuição do produto industrial para toda América Latina, através do projeto do Porto Central de Presidente Kennedy, incluindo a criação de um escritório de negócios do porto de Roterdã no Estado, e a vinda da instituição Shipping Transport College (STC), maior e mais conhecida escola da Europa especializada em ensino tecnológico, principalmente, para formar mão de obra no setor naval e de logística”, informou Marcos Guerra.

Em todos os projetos, o Sistema FINDES, através de suas entidades de ensino técnico e qualificação profissional (SESI, SENAI e IEL), atuará em parceria com o Governo do Estado e a iniciativa privada.

A viagem a Roterdã selou a parceria com os holandeses para a implantação do Porto Central em Presidente Kennedy

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NO SISTEMA

por Jaqueline Vitória

SAIA-JUSTA À MODA ASIÁTICAEmpresários capixabas do segmento apostam na união para competir em melhores condições

Uma máquina pode transformar um pedaço de pano em uma roupa de alta costura, um vestido velho em duas peças novas, basta criatividade. E é exatamente

nesse caminho que a indústria de confecção terá que seguir para enfrentar a concorrência acirrada com os produtos importados.

Para tentar uma saída rápida, minimizando os prejuízos das empresas locais, empresários capixabas do segmento de moda apostam na união. As organizações que melhor entenderem isso, assegurando investimentos em inovação, tecnologia e design, terão condições de se � rmar no mercado e assegurar a competitividade de seus produtos.

É o que está acontecendo na indústria de confecção, garante Clara Orlandi, presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas em Geral do Espírito Santo (Sinconfec), ao destacar que o setor do vestuário, como vários outros segmentos, está passando por um momento

“Eu acredito que as pequenas indústrias devem migrar para as grandes” Clara Orlandi, presidente do Sinconfec

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Mas, de acordo com Clara Orlandi, não se pode desprezar a ideia de que, por mais que se tenham todos esses ingredientes, se o Governo Federal não tomar outras medidas de isenções de impostos, de melhoria das relações de trabalho, o setor não vai conseguir êxito.

“As microempresas compõem o maior número de indústrias capixabas do setor, e são aquelas que estão prestando serviço para uma indústria maior, a qual está à frente, liderando o mercado, estudando a tendência, investindo em marca, e pode assegurar a forma como os produtos podem � car mais competitivos. A grande indústria pode explorar a criatividade que o Brasil tem e que apresenta nos seus produtos. Em muitas ocasiões o Brasil se destaca na moda pelo seu poder criativo, pelo seu artesanato rico, e caminhamos para a indústria criativa, onde essa moda possa reunir os aspectos econômicos, sociais, de criatividade e outros valores para que o setor possa vencer o momento que estamos passando”, ressaltou a presidente do Sinconfec.

Em nível estadual, os empresários não poupam elogios para as ações do Governo do Espírito Santo. “O Governo do Estado sempre foi parceiro. Já tínhamos o Contrato de Competitividade (Compete), que agora foi repactuado. O ICMS para vendas fora do Estado passou de 5% para 3% e as empresas, no ato do pagamento do imposto, depositarão 1% em um fundo para o desenvolvimento da Indústria do Vestuário, com foco no processo criativo, gestão de marca (branding) e fortalecimento comercial”, registra Bergamim.

de transição e de muita re� exão sobre seus produtos e negócios, em função da concorrência asiática, que chega ao mercado ameaçando as empresas e assolando a produção nacional com produtos de baixo preço – e, muitas vezes, de qualidade duvidosa.

“Essa concorrência vem fazendo a indústria têxtil desaparecer no país, e consequentemente a indústria de confecção também. É o momento de pensar como ter criatividade para sair dessa crise. Eu acredito que as pequenas indústrias devem migrar para as grandes. É o momento de agregar, de união e junção”, disse Clara Orlandi.

O problema não é novo. Há dez anos o setor do vestuário no Brasil e no Espírito Santo vem perdendo mercado devido à queda de competitividade diante dos produtos asiáticos, garante José Carlos Bergamin, vice-presidente da Câmara do Vestuário da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES). O baixo custo do trabalho, a baixa carga tributária e a tecnologia do parque fabril, principalmente da China, mas também do Vietnã e outros países da Ásia, colocaram a indústria da moda brasileira numa verdadeira “saia-justa”.

Para Bergamin, é sempre oportuno enfatizar que o setor é caracterizado por milhares de micro e pequenas indústrias. É uma indústria limpa, intensiva em mão de obra, emprega mais trabalhadores do sexo feminino, não exige intensa quali� cação e a formação pro� ssional é muito rápida. “O valor do setor para a sociedade é muito mais de natureza social do que econômica. O Governo brasileiro demorou a entender que o setor é estratégico e precisa de tratamento diferenciado. Hoje, já temos sinais claros de que a situação começa a ser revertida”, disse o executivo.

Medidas ajudam, mas não resolvemTanto Bergamin como Clara Orlandi são de opinião

de que algumas das medidas federais foram importantes, como a elevação das faixas do Simples nacional e a retirada da tributação do INSS da folha de salários para incidir sobre o faturamento – deixando, assim, de ser um custo � xo para se tornar um custo variável, já que o imposto só é pago se houver vendas.

“O valor do setor para a sociedade é muito mais de natureza social do que econômica” José Carlos Bergamin, vice-presidente da Câmara de Vestuário da FINDES

SERVIÇO

Congresso do Empreendedor LusófonoData e local: 30 de maio a 1º de junho, no Centro de Convenções de Vitória.Outras informações: www.congressolusofono.com

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A subsecretária de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, Cristina Vellozo Santos, lembrou que, fruto da parceria entre FINDES e Governo, o Fundo de Inovação Capixaba está sendo ajustado, e deve ter sua versão definitiva aprovada em julho. Ela explicou que o Compete no setor do vestuário é um contrato que busca trabalhar alguns dos pilares da competitividade, como o aspecto tributário e o de gestão das empresas, além do pilar constituído pela inovação, tecnologia e meio ambiente. Todos esses itens estão contemplados nesse Fundo da Inovação da Moda Capixaba.

“O Fundo é uma contrapartida do Compete. Ele está sendo criado para que as empresas façam projetos e trabalhem seus outros fatores de competitividade, elaborando projetos dentro dessas categorias que estamos estabelecendo”, esclareceu Cristina Vellozo.

A proposta do contrato de competitividade é de reduzir a alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do segmento – que engloba as indústrias têxtil, de confecção e calçadista – em dois pontos percentuais, de 5% para 3%, revertendo essa redução em melhoria para as empresas.

“É importante que elas tenham o imposto reduzido para concorrerem com empresas de outros Estados que já têm este benefício, mas parte deste dinheiro é para promover ações de estruturação desta cadeia” destaca a subsecretária de Estado de Desenvolvimento.

Vitória Moda ShowA indústria de vestuário capixaba realiza, de 25 a 27 de julho, no Centro de Convenções, a 5ª edição do Vitória Moda Show, único evento de lançamento da moda alto verão do Brasil. Mesmo com dificuldades, as empresas, unidas aos sindicatos, à Câmara do Vestuário e à Federação das Indústrias, promoverão este ano a maior de todas as edições. Serão 70 estandes, nove desfiles de marcas capixabas, seis grandes palestras e várias rodadas de negócios nos três dias do evento, que estima reunir 600 compradores do Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, incrementando também, por tabela, o turismo de negócios. O evento, que tem o apoio do Sebrae e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, consolida-se como o maior em nível regional de moda do Brasil.As dificuldades vividas contribuíram, na análise de José Carlos Bergamin, para que o setor fosse reposicionando e qualificado. “Começamos a receber atenção especial dos governos. A Ásia começa a ter alguns problemas. Isso tudo nos deixa otimistas e é hora de os empreendedores fixarem os pés no chão, mas levantar a cabeça, para enxergar mais longe e aproveitar as oportunidades que começarão a existir. Temos um grande mercado no Brasil, e que cresce a cada dia. São pessoas que gostam de usar a moda brasileira, e somente nós entendemos as suas preferências”, sublinhou.É preciso superar os produtos asiáticos trilhando pelo mesmo sucesso e repassando este “contágio virtuoso” a toda a cadeia produtiva do setor, usando a criatividade, melhorando o parque fabril, praticando gestão de custos para entregar ao consumidor produtos ainda mais modernos e a preços acessíveis.

Ao apresentar um projeto, a empresa entrará com a sua contrapartida. “Conclusão: o Governo desonerou, porém em favor do desenvolvimento da moda capixaba. É uma iniciativa inovadora, que incentiva a melhoria do produto, pois entendemos que o caminho para o futuro sustentável do setor passa pela inovação e criatividade”, disse José Carlos Bergamim.

“Fundo da Inovação da Moda Capixaba é uma contrapartida do Compete” Cristina Vellozo Santos, subsecretária de Estado do Desenvolvimento

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fatos em fotos

Congresso Lusófono Jovens empreendedores de diversos países de língua portuguesa estiveram reunidos em Vitória, dos dias 30 de maio a 1º de junho, para debater o empreendedorismo e as oportunidades de negócios entre essas nações. Além de contar com uma ampla programação técnica e acadêmica, eles puderam estreitar as relações internacionais, propiciando um bom ambiente para parcerias futuras.

1 – Autoridades políticas e empresariais durante a solenidade de abertura do Congresso 2 – O 3º diretor administrativo da FINDES, Luciano Raizer, foi o mediador da palestra “Empreender na Tecnologia da Informação” 3 – Durante o Congresso aconteceram rodadas de negócios entre empresários dos países de língua portuguesa. 4 – O presidente do Sistema FINDES, Marcos Guerra, e o governador do Estado, Renato Casagrande, um dos homenageados durante o Encontro 5 – A presidente da Fecaje e diretora para Assuntos do CINDES Jovem, Ana Paula Tongo; o cônsul da República de Ângola, Albertino Manuel de Jesus; e o diretor do CINDES Jovem, Robson Brandão Neves

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6 – A deputada estadual Luzia Toledo; o presidente do Sistema FINDES, Marcos Guerra; o palestrante Luiz Fernando Levy; o presidente da Conaje, Marduk Duarte; e o governador do Estado, Renato Casagrande 7 – O tenente-coronel Lamaison Luiz da Silva Silveira e o comandante da Capitania dos Portos do Espírito Santo, Rogério Vaz de Araújo, também participaram do evento 8 – O presidente do Sindmóveis, Ortêmio Locatelli; a economista Marta Ferreira e o vice-presidente da CNI, Lucas Izoton, durante almoço oferecido pela Câmara Comercial Brasil - Moçambique 9 – Francisco Amaral, pastor presidente da Primeira Igreja Batista de Nova Friburgo, Shalom Confessor de Aguiar do Amaral, presidente Nacional da Câmara de Comercio Brasil-Moçambique e Ricardo Antônio Montoito Bergmann, delegado da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, durante almoço oferecido no Hotel Senac Ilha do Boi 10 – Marisa Moulin, do Centro Internacional de Negócios da Findes, foi uma das palestrantes 11 – A diretora e o conselheiro do CINDES, Cristhine Samorini e Augusto Henrique Brunow 12 – Bernadette Barbieri Coser de Orem, do Grupo Coimex, falou sobre sucessão familiar.

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fatos em fotos

CAS oferece palestra sobre branding No dia 5 de junho, o Centro de Apoio aos Sindicatos ofereceu uma palestra sobre branding com o famoso profissional de marketing Paulo Eboli. O evento, que aconteceu no Salão da Indústria do Edifício FINDES, mostrou a empresários de diversos setores da economia capixaba como a marca pode interferir no sucesso da empresa e do produto ofertado.

1 – O Salão da Indústria ficou lotado durante a palestra sobre Branding 2 – O profissional de marketing especializado em branding Paulo Eboli foi o grande palestrante da noite 3 – Luciano Raizer Moura, Vladimir Rossi, Paulo Eboli, Altamir Martins e o diretor para assuntos do IEL, Benizio Lázaro 4 – A diretora da FINDES para assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano, Clara Orlandi, foi a articuladora da palestra

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SuperAcaps Panshow 2012 Entre os dias 03 e 05 de julho, o Centro Carapina de Eventos, na Serra, sediou a maior feira do varejo capixaba, a SuperAcaps Panshow. A feira trouxe as grandes novidades para o setor supermercadista e contou com a participação da FINDES. Em um estande especial, a Federação apresentou os seus serviços, e homenageou os vencedores do 1º Prêmio Capixaba de Inovação em Alimentos e Bebidas.

1 – O presidente do Banestes, Bruno Negris, o diretor-presidente do ExtraBom, Luiz Coutinho, o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, o diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai e presidente do Sindipães, Flavio Bertollo, o governador Renato Casagrande, o presidente da Findes, Marcos Guerra e o presidente e superintendente da Acaps, João Carlos Devéns e Hélio Schneider, respectivamente. 2 – Os vencedores do Prêmio IAB exibem seus troféus 3 – José Lino Sepulcri, Ubiratan Vieira de Medeiros e Marcos Guerra 4 – José Lino Sepulcri, Flavio Bertollo, Renato Casagrande e Marcos Guerra 5 – O presidente da Acaps, João Carlos Coutinho Devéns 6 – Enio Bergoli, secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, o diretor-superintendente do Sebrae, José Eugênio Vieira e o presidente da FINDES, Marcos Guerra, em visita aos estandes da feira.

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cursos e cia

O velho provérbio que diz “quem encontrar um amigo terá encontrado um tesouro” reflete bem a amizade dos aposentados Helio Mulullo,

60, e Wellington Bulhões, 59, moradores da Serra. Eles são a prova de que uma instituição sólida como o SENAI-ES pode não só capacitar um profissional e torná-lo apto para atender às demandas do mercado, mas também constituir-se em um ambiente sadio e propício a promover amizades duradouras.

A história desses dois personagens começa em 1970, quando perceberam a necessidade de investir em qualificação profissional para acompanhar a fase de desenvolvimento que o Estado experimentaria, com a instalação dos grandes parques industriais em território capixaba.

Helio Mulullo conta que ingressou no curso de Aprendizagem Industrial do SENAI-ES como complemento ao curso de Mecânica Industrial que estava frequentando na Escola Técnica Federal do Espírito Santo – Etfes (hoje Ifes). Foi nesse período que Helio conheceu Wellington, com quem cultivaria uma grande amizade. Ele lembra que o curso já era referência e uma porta de entrada no mercado para quem queria seguir carreira na área e fazer a diferença na sua trajetória de vida.

“Fiz o curso e conheci a turma, que depois da aula jogava futebol. Por meio do esporte, acabei conhecendo muitas pessoas e uma delas me indicou para trabalhar na Sotreq, onde me empreguei pela primeira vez. A partir da convivência no SENAI-ES, Wellington virou o meu amigo de todas as horas”,

AmizAde que perdurA

“O SENAI-ES tem o papel fundamental de formar

profissionais e, de quebra, promover grandes amizades”

Helio Mulullo, ex-aluno

ProGraMaÇÃo De cursos senai

SeNAi VitóriA

Curso período

Caldeireiro 06/08 a 05/11/2012

CAD 3D Solid Works 04/08 a 01/09/2012

Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico 04/08 a 20/10/2012

Comandos Elétricos Industriais 04/08 a 08/12/2012

Auto CAD 04/08 a 01/09/2012

Solid Works 04/08 a 01/09/2012

Leitura e Interpretação de Desenho

04/08 a 20/10/2012

Hidráulica e Pneumática 04/08 a 20/10/2012

Caldeireiro 06/08 a 05/11/2012

Segurança NR 10 04/08 a 01/09/2012

SeNAi SerrA

Solda Eletrodo Revestido Posição 3G/3F Chaparia 30/07 a 24/09/2012

SeNAi COLAtiNA

Auto Cad 2D 03/08 a 30/11/2012

Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão 20/08 a 26/11/2012

Soldador no Processo Eletrodo Revestido Aço Carbono e Aço Baixa Liga

27/08 a 06/11/2012

Bobinador Eletricista de Motor de Corrente Alternada – CA

27/08 a 13/11/2012

Comandos Elétricos Industriais 10/09 a 06/11/2012

Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão

24/09 a 04/01/2013

destaca. Helio lembra em especial de um professor que ele e Wellington tiveram. “Lembro-me de uma pessoa que foi fundamental para as minhas escolhas: Tito Irineo, professor e amigo”, disse Helio.

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Jul/2012 – nº 301 Indústria Capixaba – FINDES 63

Curso Período

Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas 06 a 10/08/2012

Programa de Capacitação em Gestão da Qualidade - Módulo: Melhorias 10 e 11/08/2012

Interpretação da NBR ISO 9001:2008 13 e 14/08/2012

Motivação e Desempenho Profissional 13 a 15/08/2012

O Líder como Agente de Mudanças 13 a 16/08/2012

Formação Básica de Líderes de Produção 13 a 16/08/2012

Organização de Almoxarifado 20 a 23/08/2012

Diretrizes na Gestão de Pessoas 20 a 24/08/2012

Classificação Contábil na Prática 20 a 24/08/2012

Técnicas Modernas de Compras 21 a 24/08/2012

Técnicas de Negociação27 a 30/08/2012

Liderança e Coaching27 a 31/08/2012

Atender com Foco no Cliente27 a 31/08/2012

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS IEL

Interior

Cidade Curso Período

AnchietaDesenvolvendo as Habilidades do Supervisor como Líder de Pessoas

24 e 25/08/2012

Aracruz Interpretação da NBR ISO 9001:2008

10 e 11/08/2012

Cachoeiro

Administração de Pessoal

17 e 18/08/2012

Cálculos Trabalhistas 19 e 20/10/2012

Gestão de Custos Empresariais 23 e 24/11/2012

Colatina

Administração de Pessoal 03 e 04/08/2012

Formação de Auditor Interno

04, 05 e 06/10/2012

Cálculos Trabalhistas 09 e 10/11/2012

Linhares

Gestão de Custos Empresariais 17 e 18/08/2012

Cálculos Trabalhistas 05 e 06/10/2012

Formação de Auditor Interno

08, 09 e 10/11/2012

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS IEL

Depois da Sotreq, Helio foi trabalhar nas obras do Píer II da Vale, na época sob a responsabilidade da empresa Christian Nielsen. Tudo por indicação de pessoas de dentro do SENAI-ES. “Na sequência, o professor Tito me indicou para trabalhar na Ornato, na Serra, e depois esse mesmo professor me levou para a Samarco, em Ubu, Anchieta, onde atuei primeiro como mecânico e depois na área de inspeção. Wellington também foi trabalhar lá, só que na área elétrica. Pegávamos o ônibus juntos, todos os dias, ficando na empresa por cinco anos”.

Helio conta que a grande oportunidade veio quando a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST, hoje ArcelorMittal Tubarão) passou a contratar profissionais para atuar em sua planta na Serra. “Eu e meu amigo Wellington fizemos a prova e passamos. Ele na área de Eletrotécnica e eu na Mecânica. Wellington viu as minhas filhas crescerem, se formarem e foi inclusive padrinho de casamento de todas elas. Atualmente estou aposentado e Wellington também. Cuido de minha família, mas ainda bato a minha bolinha de fim de semana. Já Wellington se tornou pescador e se quiser ouvir uma boa história, é com ele mesmo. Hoje sou uma pessoa bem resolvida e devo a minha trajetória ao SENAI-ES, que tem o papel fundamental de formar profissionais e, de quebra, promover grandes amizades”, disse.

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IndústrIa EM aÇÃO

VIsIta dE pEsO O Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do

Espírito Santo (Sinprocim-ES) recebeu na FINDES a visita do presidente- executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim) e diretor do Departamento da Indústria de Construção da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Carlos Roberto Petrini, no dia 1º de junho.

O dirigente se reuniu com o presidente do Sinprocim-ES, Dam Pessotti, para estreitar o relacionamento e a parceria com o setor industrial capixaba e conhecer as ações desenvolvidas no Estado. E ainda apresentou dois eventos que devem contar com a parceria do Sindicato: o Encontro Empresarial, que acontecerá no próximo semestre, e o Prêmio Qualidade, que vem a partir deste ano com a proposta de se expandir para as regionais do país. Petrini também se encontrou com o presidente do Sinduscon-ES, Constantino Dadalto, com quem trocou informações relacionadas à cadeia produtiva capixaba.

O presidente da FINDES, Marcos Guerra e o ex-governador e economista Paulo Hartung na reunião do Conselho de Representantes

Hartung palEstra na rEunIÃO dO COnsElHO dE rEprEsEntantEs

O ex-governador do Estado Paulo Hartung foi o convidado especial da Reunião do Conselho de Representantes da FINDES realizada no dia 31 de maio, no Plenário da sede da entidade. Em sua palestra, o economista, que comandou o Executivo estadual no período de 2003 a 2010, analisou o desenvolvimento do Espírito Santo e da indústria capixaba, além de traçar, em linhas gerais, o panorama para o futuro próximo. Ao final de sua apresentação, Paulo Hartung respondeu a várias perguntas dos conselheiros presentes.

Q uando o assunto é curso técnico profissional, o SENAI é a marca mais lembrada pelos capixabas. Foi o que mostrou a pesquisa “Marcas Ícones: As Mais Lembradas”,

encomendada pela Rede Vitória ao Ibope, em que o SENAI conquistou o primeiro lugar na categoria, com 18% de lembrança dos entrevistados. As “Marcas Ícones” do Espírito Santo foram apresentadas durante evento no Centro de Convenções de Vitória, no dia 19 de junho.

Realizada pela primeira vez pelo Ibope e pela Rede Vitória, a pesquisa entrevistou 791 moradores da Grande Vitória. Para a diretora regional do SENAI-ES, Solange Siqueira, o primeiro lugar na pesquisa Marcas Ícones representa a validação do trabalho desenvolvido durante o ano. “Esse reconhecimento vem coroar tudo o que nós fazemos ao longo do ano, dedicando-nos a pensar no que podemos oferecer de melhor aos nossos alunos”, afirmou.

SENAI ENtrE AS mArcAS mAIS lEmbrAdAS No ES Solange Siqueira e Flávio Bertollo representaram

o SENAI-ES na entrega do prêmio Marcas Ícones

Segundo Solange, o SENAI acompanha as tendências do mercado, sempre pesquisando quais as principais demandas da indústria capixaba. “O SENAI está constantemente analisando e propondo à indústria o que ela precisa para crescer. Procuramos saber também qual o tipo de profissional que o SENAI precisa colocar no mercado. Esse pacto com a indústria forma essa marca de qualidade que o SENAI possui”, destacou.

De acordo com o diretor para assuntos de Educação e Cultura do SESI/SENAI, Flávio Bertollo, o resultado é fruto dos investimentos já realizados. “Esse primeiro lugar representa a consolidação da marca SENAI. Estamos colhendo frutos dos investimentos feitos até então. Daqui para a frente, vamos crescer cada vez mais. A pesquisa mostra ainda que o povo capixaba sabe que a marca SENAI é de confiança”, lembrou Bertollo.

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66 Indústria Capixaba – FINDES

artigo

N os últimos anos, temas como desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e preser-vação ambiental entraram na pauta de governos,

empresários, mídia e sociedade civil. A demanda é crescente e, por esse motivo, a recém-realizada Rio+20 foi considerada um fracasso, já que havia a expec-tativa de medidas mais efetivas por parte dos mais de 100 chefes de Estado que estiveram presentes.

Tal reação é compreensível, em virtude da esperança criada em torno de uma resolução definitiva e favo-rável por parte dos grupos de defesa do meio ambiente. Entretanto, o contexto econômico atual é complicado. Com boa parte dos países da Zona do Euro beirando o colapso, os Estados Unidos ainda se recuperando da crise mundial e os emergentes (aí incluído o Brasil) tentando decolar economicamente, é difícil encontrar nações dispostas a substituir o sistema de produção atual por um projeto que seja ambientalmente sustentável em escala global. Ainda assim, podemos comemorar o fato de que o tema “sustentabilidade” tenha voltado a ser discutido de forma ampla, séria e organizada.

No Espírito Santo, o Sindicato da Indústria da Borracha em Geral e da Recauchutagem de Pneus no Estado do Espírito Santo (Sindibores) acompanha essa nova demanda e compreende a necessidade de aliar

o desenvolvimento de suas empresas associadas à susten-tabilidade e responsabilidade ambiental.

Por isso criamos o “Selo Verde”, um projeto ideali-zado para promover a adequação e melhoria na gestão ambiental das empresas associadas ao sindicato, propi-ciando a redução dos impactos ambientais. Além disso, o selo realiza a divulgação junto à sociedade para que o consumidor possa distinguir os produtos que passaram pelo processo de avaliação e agora são considerados ambientalmente corretos.

Afinal, o pensamento dos consumidores está mudando. As últimas pesquisas realizadas no Brasil comprovam que a população está de olho em empresas que valorizam práticas socioambientalmente corretas.

Em 2011, em uma pesquisa realizada pela Nielsen, 74% dos entrevistados afirmaram preferir comprar produtos de empresas com programas sustentáveis. Outro estudo elaborado no mesmo período, ligado ao Instituto Ethos, mostrou que 28% dos entrevistados preferem comprar em redes de varejo que promovem ações ambientais e 37% pagariam mais caro por produtos ecologicamente corretos.

Não é de hoje que o consumidor brasileiro demonstra esse tipo de preocupação, principalmente no que tange à reutili-zação de materiais recicláveis. No ano passado, a Tetra Pak

divulgou uma pesquisa com mais de 6.600 consumi-dores em 10 países, que aponta que 88% deles preferem embalagens recicláveis. No mesmo levantamento, 77% dos entrevistados afirmaram ter escolhido determi-nado produto em detrimento de outro porque a emba-lagem era melhor para o meio ambiente.

Ainda não podemos prever o futuro do nosso planeta. Também estamos distantes de encontrar um denominador comum que concilie crescimento no presente, com a preservação dos recursos naturais para os próximos anos. Porém, com a gradual conscienti-zação da sociedade, que exige ações mais concretas, há o alento de que, um dia, o prefixo “eco” combine com “economia” da mesma forma que com “ecologia”.

Rogério Pereira dos Santos é presidente do Sindicato da Indústria da Borracha em Geral e da Recauchutagem de Pneus do Espírito Santo (Sindibores)

Selando a SuStentabilidade

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