revista indústria capixaba n° 309

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E mais: associativismo, compras governamentais, melhores cidades do ES Publicação Oficial do Sistema Findes • Novembro 2013 • Distribuição gratuita • nº 309 • IMPRESSO Como vencer desafi os e tornar o Espírito Santo mais competitivo Desenvolvimento

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Nov/2013. Uma publicação oficial do Sistema Findes

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Page 1: Revista Indústria Capixaba n° 309

E mais: associativismo, compras governamentais, melhores cidades do ES

Publicação Ofi cial do Sistema Findes • Novembro 2013 • Distribuição gratuita • nº 309 • IMPRESSO

Como vencer desafi os e tornar o Espírito Santo mais competitivo

Desenvolvimento

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4 Indústria Capixaba – Findes

Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de BritoDiretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro SimonassiDiretor-executivo: Luis Carlos de Souza VieiraSuperintendente corporativo: Marcelo Ferraz

Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da SilvaSuplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton VieiraSuplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior

Serviço Social da Indústria – SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir RossiSuplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Duenas, Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido DiasRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: aguardando indicação Sesi/DN Suplente: aguardando indicação Sesi/DN Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares AzevedoSuplentes: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de OliveiraRepresentantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da EducaçãoTitular: aguardando indicação do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz GuerraSuplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

Centro da Indústria no Espírito Santo – CindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino DadaltoDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende DiasConselho de Administração: Adir Comércio, Almir José Gaburro, Álvaro José Bastos Miranda, Antônio César de Andrade, Augusto Henrique Brunow Barbosa, Benildo Denadai, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, Dário Fernando Figueira Cruz, Durval Vieira de Freitas, Edson Fernando Sartório, Eduarda Buaiz, Emílio Walace Bicalho Nemer, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Francisco Rodrigues Rocha, Gilber Ney Lorenzoni, João Carlos Pedroza da Fonseca, João do Carmo, José Angelo Mendes Rambalducci, José Carlos Bergamin, Leonardo Jordão Cereza, Luiz Cláudio Nogueira Muniz, Maria Ângela Demoner Colnago, Mario Sérgio do Nascimento, Neviton Helmer Gasparini, Otacílio José Coser Filho, Patrícia Tristão Carvalho de Mendonça, Paulo Ferreira Alencar, Renato Bragança Domingues, Roberto Anselmo Kautsky Junior, Robson Brandão Neves, Romário José Correa de Araújo, Rusdelon Rodrigues de Paula, Sânte Dassie, Solange Maria Nunes Siqueira, Uriel Barcellos, Valdecir Torezani, Wanessa Nascimento Santos Buzatto, Wellington Simões Villaschi FilhoConselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera BorgesConselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – IdeiesPresidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos GuerraMembro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo ReisMembro representante do Sebrae/ES: Ruy Dias Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

Instituto EuvaldoLodi – IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Duenas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles GarciaConselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer MouraSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

EXPEDIENTE DA REVISTA INDÚSTRIA CAPIXABA

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Instituto Rota Imperial – IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir RossiConselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur MetropolitanaSuplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo ZandonadiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos AnjosSuplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos ReggianiCâmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam PessottiCâmara Setorial da Indústria de Mineração Presidente: Samuel MendonçaCâmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCâmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Paulo Roberto Almeida Vieira

Conselhos TemáticosConselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Claudio de Moraes SandriniConselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna MameriConselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral (interino)Conselho Temático de Educação (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temático de Política Urbana (Copurb)Presidente: Aristoteles Passos Costa NetoConselho Temático de Energia (Conerg)Presidente: Nélio Rodrigues Borges

Diretorias regionaisDiretoria da Findes em Anchieta e região Diretor: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e região Diretor: João Baptista Depizzol NetoDiretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Diretor: Áureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e região Diretor: Manoel Antonio GiacominDiretoria da Findes em Linhares e região Diretor: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Diretor: Helder NicoNúcleo da Findes em São Mateus e região Diretor: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Diretor: Adenilson Alves da Cruz

Diretores para Assuntos Específicos Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde eResponsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro DuenasDiretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretor para Assuntos do IEL: Benízio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egídio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso MenegueliDiretor para Assuntos do IRI: Ricardo Ribeiro Barbosa Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio MalanquiniDiretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos ReggianiDiretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider KunschDiretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho

Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Flavio Sergio Andrade Bertollo | Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: José Domingos Depollo | Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto | Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci | Sindicalçados: Altamir Alves Martins | Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Houberdam Pessotti | Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim | Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon | Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto | Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira | Sinvesco: Edvaldo Almeida Vieira | Sindimol: Almir José Gaburro | Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely | Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali | Sindinfo: Luciano Raizer Moura | Sindipapel: José Bráulio Bassini | Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros | Sinvel: Atílio Guidini | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

Indústria Capixaba – Findes6

CENÁRIO Rebaixado em relatório que mede a competitividade comercial, o Brasil tem diversos gargalos pela frente. No Espírito Santo, que também apresenta itens a serem melhorados, empresários falam sobre os desa� os relativos ao mercado, infraestrutura, inovação, produtividade e tributos.

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ENTREVISTADefensor do ócio criativo como momento para aliar trabalho, criação e bem-estar, o sociólogo italiano Domenico De Masi fala sobre redução da jornada, � exibilização do tempo livre e o surgimento das novas tecnologias nas indústrias e empresas em geral.

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INDÚSTRIA Cada vez mais fortes na economia e geradoras de emprego e renda, as pequenas indústrias buscam novos mercados. Nas compras governamentais, essas empresas têm boas oportunidades de crescimento.

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74 CASO DE SUCESSOConheça a história de Ednilson Caniçali, cofundador da Cerâmica Argil, uma empresa localizada em João Neiva que está sempre em busca de desenvolvimento, mas sem deixar de lado as questões ambientais.

58 NO SISTEMACom o objetivo de chamar a atenção para os benefícios oferecidos às empresas capixabas, o Sistema Findes lançou a campanha “Mais de mil motivos para associar-se”. Con� ra as principais ações realizadas pelas casas da Federação e voltadas aos seus associados.

62 INOVAÇÃOEm tramitação na Câmara dos Deputados, a PEC 290/2013, chamada de PEC da Inovação, deve desburocratizar o incentivo à inovação no país. Veja o que a indústria e os especialistas pensam sobre a proposta.

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Leonardo Nunes, Milan Salviato e Tatiana RibeiroGerente de Marketing: Cintia DiasCoordenação: Breno Arêas

Depto. Comercial – Unirem/Findes – Simone Dttmann Sarti Tel: (27) 3334-5721 – [email protected]

Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Elisângela EgertProdução editorial e diagramação: Jéssica Nonato e Thiara Nascimento Copidesque: Marcia RodriguesTextos: Ana Lúcia Ayub, Giordany Bossato, Gustavo Costa, Jussara Baptista e Nadia Baptista Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos Findes e Next Editorial

Impressão22 INDÚSTRIA EM AÇÃO

72 FATOS EM FOTOS

76 CURSOS

SAÚDEBem ranqueadas em termos de qualidade de vida em levantamento da ONU, Vitória e Vila Velha possuem alto índice de desenvolvimento humano. Conheça os segredos das cidades capixabas consideradas as melhores para se viver e o que falta às outras para subirem nessa escala.

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ESPECIALPercebida como opção para captar recursos a baixo custo, a abertura de capital também demanda cautela e exige o cumprimento de normas. Saiba como preparar a sua empresa para abrir o capital e as vantagens disso.

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Publicação oficial do Sistema FindesNovembro – 2013 ▪ nº 309

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E mais: associativismo, compras governamentais, melhores cidades do ES

Publicação Ofi cial do Sistema Findes • Novembro 2013 • Distribuição gratuita • nº 309 • IMPRESSO

Como vencer desafi os e tornar o Espírito Santo mais competitivo

Desenvolvimento

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Edição nº 309Novembro 2013

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Editorial

8 Indústria Capixaba – Findes

A presento ao leitor da revista Indústria Capixaba a edição 309, que encerra o ano de 2013. Mesmo sem nenhum estudo ou levantamento estatístico

sobre o fechamento da produção física industrial brasileira e capixaba, infelizmente, podemos adiantar um cenário ainda nebuloso para o setor. Medida pelo Instituto Brasileiro de Geogra� a e Estatística (IBGE), a produção industrial nacional tende a registrar em 2013 leve alta. Já a atividade capixaba termina em queda, uma vez que é constituída, em boa parte, por commodities, caracterizada pelo alto grau de dependência de poucas e grandes empresas, as quais, por sua vez, são “reféns” do mercado internacional, que segue instável.

Projetos, ações e avanços em sintonia com governos Federal e Estadual revelam o baixo desempenho industrial e o tímido crescimento de nossa economia. A desoneração da folha de pagamentos, a redução de impostos para alguns produtos de segmentos especí� cos, somados aos investimentos anunciados em infraestrutura, entre outros, não surtiram o efeito necessário para estimular a cadeia.

A indústria tem pressa e precisamos de política industrial de curto, médio e longo prazo por parte do Governo Federal, pois estudos comprovam que o Brasil e o Espírito Santo perdem em competitividade por falta de infraestrutura, principalmente em logística; nossa produtividade é baixa, os juros altos, a carga tributária escorchante e a burocracia, excessiva, enquanto, em contrapartida, o Governo gasta alto para oferecer serviços públicos de baixa qualidade, sobretudo em educação, saúde, segurança e transporte.

Para tentar contornar os desa� os, neste ano realizamos intensos contatos com diferentes esferas do poder público e privado, comprovando que podemos, juntos, fazer um Espírito Santo ainda mais forte. Essa consolidação pode gerar importantes resultados, entre eles a inovação, desburocatização, linhas de crédito especí� cas, ampliação da quali� cação da mão de obra, diversi� cação da indústria e interiorização do desenvolvimento, com mais oportunidades para os capixabas.

Em 2014, temos que ser ousados, criativos e estratégicos. Vamos trabalhar para transformar os desa� os em oportunidades, a exemplo do “dragão chinês”. Em matéria nesta edição, detalhamos nossa missão o� cial à China,

onde coordenamos uma comitiva empresarial da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) que participou da China World Brands Import Fair (Chimport 2013).

Na ocasião, tivemos a oportunidade de cumprir agendas diplomáticas com autoridades locais, além de realizarmos visitas técnicas e participarmos de palestras. Voltamos com a certeza que o “dragão” tem grande apetite, o que abre um leque imenso de oportunidades para diferentes segmentos da indústria nacional e capixaba.

Em tempos de globalização e parcerias internacionais, também abordamos nesta edição, em uma matéria especial, uma dúvida muito comum entre os empresários da indústria: como preparar a empresa para abrir o capital. O tema é complexo e discutimos quando vale a pena recorrer ao sistema � nanceiro tradicional e quando é melhor abrir o capital. Estudo de viabilidade é fundamental para essa de� nição.

Sendo a inovação um dos pilares de nossa gestão, não poderíamos deixar de abordar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 290/2013, que altera e adiciona dispositivos na Constituição Federal para atualizar o tratamento das atividades de ciência, tecnologia e inovação. A proposta institui um regime de colaboração entre os setores público e privado.

Finalizo agradecendo a todos aqueles que contribuíram para um ano produtivo, com gestão moderna, inovadora, democrá-tica e parceira da sociedade

Uma boa leitura !

Cenários, desafi os e oportunidades

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes10

Empresários devem estar atentos ao novo mercado oferecido por governos e prefeituras

Indústria

Compras governamentais: boa oportunidade para pequenas indústrias

por Jussara Baptista

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F oi o tempo em que as pequenas indústrias passavam despercebidas na economia nacional. Atualmente, o setor tem peso

e vem encontrando espaço para se expandir, gerando emprego e renda. E o melhor: com novos mercados em vista, como o das compras governamentais, que são aquelas realizadas por órgãos públicos. Microempresas, incluindo as indústrias de pequeno porte, estão cada vez mais se tornando fornecedores para governos, prefeituras e órgãos federais.

Esse movimento é resultado da regulamentação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que, a partir de 2006, criou instrumentos para facilitar a contratação de produtos e serviços dos pequenos empresários. E não é à toa que isso acontece: percebeu-se que incentivar o desenvolvimento de pequenas indústrias signi� ca apostar no desenvolvimento regional e local de municípios e estados.

Não há dúvidas de que este é um mercado em expansão e uma oportunidade para quem deseja � rmar as bases de seu negócio. Vários empreendedores já estão descobrindo as vantagens de vender seus produtos e serviços para instituições públicas. Ao contrário do passado, os governos têm mantido suas contas em dia, tornando-se ótimos clientes. “Vender para o Estado é um grande negócio. O Estado paga e paga em dia; não dá calote. É um cliente certo e seguro”, garante a subsecretária de Estado de Administração, Leila Casagrande.

Segundo ela, um aumento signi� cativo na participação dos pequenos empresários como fornecedores de bens serviços vem sendo registrado: dados de 2008 e 2009 indicavam que do total de compras realizadas pelo Estado, apenas 12,9% provinham de empresas de pequeno porte. Com a implantação do Sistema Integrado de Gestão Administrativa (SIGA), em 2011, foi criado um cadastro de fornecedores habilitados e em 2013, do total de cadastrados, 35% são microempresas, que venceram 71% do total de licitações realizadas por meio do SIGA no período de janeiro a outubro.

Nas cidadesEntre as prefeituras da Grande Vitória, o crescimento

também é percebido. Na Serra, um dos municípios mais industrializados da Região Metropolitana, 40% do total de compras são realizados com pequenas empresas. É o que garante o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Everaldo Colodetti. Segundo ele, mantidas todas as especi� cações da Lei nº 8.666/93, a Lei das Licitações, é bem-visto o fato de pequenas indústrias da Serra se tornarem vencedoras dos processos, como forma de desenvolvimento local.

Em Vila Velha, a prefeitura está realizando uma reforma administrativa e passou a centralizar as compras. Em 2013, segundo o secretário de Administração, Severino Alves da Silva Filho, a orientação é seguir a Lei Geral e dar preferência às pequenas empresas em compras de até R$ 80 mil. Das 42 licitações realizadas este ano, 13 foram destinadas às microempresas e 18% a empresas de pequeno porte, e a ideia é ampliar.

“Vender para o Estado é um grande negócio. O Estado paga e paga em dia; não dá calote. É um cliente certo e seguro” Leila Casagrande, subsecretária de Estado de Administração do Espírito Santo

As vantagens da Lei Geral:

• Restrições fiscais A comprovação de regularidade fiscal será exigida apenas na assinatura do contrato.

• Preferência de contrataçãoÉ assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as micro e pequenas empresas.

• Licitações exclusivasNo caso de contratações cujo valor seja de até R$ 80 mil, o processo licitatório será exclusivo para micro e pequenas empresas.

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes12

Já em Viana, segundo o secretário Henrique Casamata, a Lei Geral ainda não estava em vigor, o que está acontecendo agora. Segundo ele, o município tem uma base industrial e as pequenas empresas constituem 95% dos empreendimentos locais. A cidade está implantando o cadastro de fornecedores, que permitirá conhecer e valorizar todos os bens e serviços oferecidos pelas empresas. Pro� ssionais da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico estão fazendo o trabalho de ir de porta em porta para realizar esse cadastro.

Na esfera federal, o cenário de crescimento é patente. Nos últimos seis anos, de acordo com dados da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, órgão ligado ao Governo Federal e que tem status de ministério, a participação de micro e pequenas empresas (MPEs) nas compras realizadas pelo Governo Federal teve variação entre R$ 9,7 bilhões e R$ 15 bilhões, o que corresponde ao intervalo de 19% a 44% do total de compras realizadas pelos órgãos federais no mesmo período.

Em 2012, as MPEs responderam por R$ 15,4 bilhões: 21% do total contratado. Já no primeiro semestre de 2013,

do montante de R$ 25,5 bilhões gastos na aquisição de bens e serviços, R$ 6,6 bilhões (26%) foram compras feitas de pequenas empresas. Na comparação com o mesmo período de 2012, as MPEs aumentaram sua participação em 43% nas compras públicas.

Oportunidades em obrasNo Espírito Santo, os dados prometem se tornar ainda

mais expressivos. Os empresários devem estar atentos, pois o Governo do Estado prevê abrir oportunidades para pequenas indústrias regionais no pacote anunciado para grandes intervenções viárias na Região Metropolitana. Segundo o coordenador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), oferecido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Rusdelon Rodrigues, a Secretaria de Estado de Obras vai incluir pequenas indústrias capixabas em suas licitações.

“O secretário de Estado de Obras, Fábio Damasceno, � rmou um compromisso de recomendar as pequenas indústrias para compras de bens, produtos e serviços aqui no Estado. Será um leque signi� cativo de oportunidades para as pequenas indústrias capixabas”, ressaltou Rusdelon. O PDF orienta empresários a se tornarem fornecedores locais tanto para empresas públicas quanto da área privada.

VantagensCom a regulamentação da Lei Geral (Lei nº 123/06),

as microempresas e empresas de pequeno porte passam a receber tratamento simpli� cado e diferenciado nas licitações realizadas pelos órgãos públicos; por exemplo: só precisam comprovar a regularidade � scal no ato da contratação e terão prazo para resolver restrições de crédito, caso existam. O segundo diferencial está relacionado ao empate entre a proposta superior da microempresa (ou empresa de pequeno porte) e a proposta inferior da grande empresa. A micro ou pequena empresa terá prioridade de contratação. E um dos maiores benefícios é a realização de licitações exclusivas para as MPEs para compras até o valor de R$ 80.000,00.

“O secretário de Estado de Obras, Fábio Damasceno, firmou um compromisso de recomendar as pequenas indústrias para compras de bens, produtos e serviços aqui no Estado. Será um leque significativo de oportunidades para as pequenas indústrias capixabas” Rusdelon Rodrigues, coordenador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF)

Pregão eletrônico: modalidade mais utilizada

Ao fazer uma compra, o primeiro passo de um órgão público é realizar uma pesquisa e identificar quanto vai gastar. Decidido o valor, o segundo passo é definir a modalidade de licitação a ser usada. Recentemente, a legislação obriga a utilização do pregão eletrônico para dar agilidade ao processo. Mas as modalidades e seus limites de acordo com a Lei de Licitações permanecem:• Carta-Convite - Para compras e serviços de R$ 8 mil até R$ 80 mil, e para obras e serviços de engenharia de R$ 15 mil até R$ 150 mil.• Tomada de Preço - Para compras e serviços acima de R$ 80 mil até R$ 650 mil, e para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150 mil até R$ 1,5 milhão.• Concorrência - Para compras e serviços acima de R$ 650 mil, e para obras e serviços de engenharia acima de R$ 1,5 milhão. No caso do pregão, não há limitação de valores, mas devem ser usados para aquisição de bens e serviços comuns.

Além das modalidades, existem três tipos básicos de licitação: • Menor preço - Nesse caso, o que vale é o menor preço. • Melhor técnica - Em alguns casos, principalmente quando o trabalho é complexo, o órgão público pode basear-se nos parâmetros técnicos para determinar o vencedor.• Menor preço e melhor técnica - Nesse caso, os dois parâmetros são importantes.

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No Estado, a Lei Geral foi regulamentada por meio da Lei Estadual Complementar nº 618/12, conhecida como Estatuto da Micro e Pequena Empresa. Além de rati� car as vantagens já estabelecidas pela lei federal, garante que todas as compras até R$ 80 mil deverão ser feitas de microempresas. “A norma federal diz que ‘poderá’ ser realizada; nossa redação diz que ‘deverá’ ser realizada”, explica a subsecretária Leila Casagrande.

Qualifi car é precisoO mercado das compras governamentais está em expansão;

isso é fato. Mas para que as pequenas indústrias aproveitem os benefícios oferecidos pela lei, é preciso ter foco em uma palavra que tem ganhado importância cada vez maior: quali� cação. Apesar das facilidades que a Lei Geral proporcionou, nem sempre os empresários sabem como aproveitar essas vantagens, uma vez que não estão informados sobre como funciona o processo de compras dos órgãos públicos, que seguem uma série de normas estabelecidas pela Lei nº 8.666/93.

Entidades como a Findes e o Sebrae possuem programas especí� cos para quali� car os empreendedores. Na Findes, são três programas: o PDF, o Prodfor e o Prominp. Esses programas não têm como objetivo aumentar as vendas das empresas, nem tampouco dão orientações especí� cas sobre como participar das licitações, porém, ao quali� car a gestão empresarial e melhorar os resultados gerais das empresas, fortalecem sua competitividade e, na esteira disso, a capacidade de realizar um fornecimento de qualidade para clientes de qualquer porte, incluindo os poderes públicos.

A formação que os programas proveem faz uma diferença importante na hora de concorrer a uma licitação pública. Quanto mais bem gerenciada e estruturada uma empresa, maiores suas chances de sucesso num processo de concor-rência pública. O PDF, já citado, é um programa de inteligência de mercado de trabalho e envolve todos os segmentos: é especializado em oferecer orientações

empresariais. O coordenador do PDF, Rusdelon Rodrigues, explica que o programa, há 19 anos, está voltado para capacitar fornecedores.

Luciano Raizer, coordenador-executivo do programa Prodfor, de certi� cação da gestão da qualidade das empresas, é categórico em a� rmar que as pequenas organizações privadas precisavam se quali� car, assim como os órgãos públicos. “A única empresa pública do Estado que possui certi� cações é a Cesan. No Brasil, a Petrobras é mais reconhecida por pontuar melhor empresas certi� cadas em suas licitações. O resultado é um melhor produto para a sociedade”, disse.

O Sebrae é outro órgão especializado em treinamentos e possui o Projeto de Compras Governamentais, que tem entre suas principais ações a capacitação de servidores e empresários. Objetiva não só disseminar mais amplamente os benefícios previstos em lei para as MPEs, mas também estimular os gestores públicos a ampliar suas compras dessas micro e pequenas empresas.

Mario Cesar Correa, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae-ES, explica que o curso oferece informações sobre como fornecer à administração pública, além de apresentar alternativas para análise de risco e como reduzi-los. “Por meio desses conhecimentos, o empreendedor poderá averiguar se sua empresa está preparada para um processo de licitação, trazendo uma nova oportunidade de negócio”, esclareceu.

Dicas para ter sucesso nas licitações

Fique atento à abertura de editais:É preciso monitorar regularmente avisos publicados em jornais de grande circulação e nos diários oficiais. Todos os detalhes sobre a licitação são divulgados por meio do edital. Os fornecedores que se cadastram no site do Governo do Estado, por exemplo, recebem mensagens sobre os treinamentos e também sobre a abertura de editais de compras.

Leia, releia e volte a ler o edital As especificações estão detalhadas no edital, que norteia a transação, desde a modalidade da compra, as datas e prazos, até a documentação necessária. As principais modalidades são convite, concorrência e pregão.

Formule sua proposta com cuidado Não deixe de analisar corretamente o que está solicitado no edital e fique muito atento aos detalhes – planilhas erradas podem causar enormes prejuízos ou inviabilizar a participação. Observe, também, como você deve entregar a proposta – normalmente, a documentação e a proposta devem ser entregues em envelopes separados, com uma clara identificação em cada envelope do que está contido nele.

Para fechar o contrato Antes de assinar o contrato, leia todas as cláusulas e informações sobre condições de relacionamento. Depois disso, não deixe de cumprir as exigências previstas no contrato, para não correr o risco de ser penalizado.

“No Brasil, a Petrobras é mais reconhecida por pontuar melhor empresas certificadas em suas licitações. O resultado é um melhor produto para a sociedade”, disse Luciano Raizer, coordenador-executivo do Prodfor

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Artigo

P ara ilustrar nosso posicionamento, vamos tomar como base o ofício 068/2013, de 6 de setembro deste ano, enviado pela presidência da ABRH – Associação

Brasileira de Recursos Hídricos, ao Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados.

Ele indica, de forma muito explícita, citando o caso da revisão da Lei 9433, totalmente válido para a Lei 5818, que: as atuais legislações definem com clareza os princípios básicos da política de recursos hídricos e que alterar as legislações não assegura a resolução de problemas observados no âmbito dos estados, estes essencialmente ligados a contextos de ordem material, recursos financeiros, recursos humanos, falta de liderança na estruturação de ações estratégicas, falta de incentivos e fomento em relação à gestão, além da visível falta de foco no ataque dos problemas prioritários.

Continua que, em vez de revisar as legislações existentes, o que precisa ser prioritariamente feita é uma “releitura” dos atuais instrumentos de gestão, de forma integrada e menos cartorial, sem permitir que haja um processo de tentativa de centralização.

Conclui que há necessidades de aprimoramentos, mas estes devem ser produto da plena regulamentação das leis existentes, bem como o uso de outras formas (instrumentos jurídicos complementares) que não a revisão das leis vigentes. Deste modo, a forma mais adequada para a solução dos problemas não se conseguirá através da simples revisão das leis vigentes.

Entretanto, está na Assembleia Legislativa do Espírito Santo uma proposta do Governo – PL 99 – que propõe a revisão da Lei 5818.

Segundo este cenário, existem pontos definidos na Lei 9433 (Política Nacional de Recursos Hídricos) e na Lei 5818 (Política Estadual de Recursos Hídricos) – esta discutida e aprovada no âmbito do CERH – que não podem – sob pena de retrocesso – serem excluídos da redação do PL 99, uma vez que este PL não foi colocado à discussão e deliberação do CERH.

Tais pontos que necessitam estar compulsoriamente na futura redação da atual Lei 5818 estão relacionados a aspectos como a não redução das atuais competências do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, sob pena de estarmos reduzindo a ação da sociedade, via Conselho, bem como, com o mesmo grau de importância, que nenhuma das atuais competências dos Comitês de Bacias sejam excluídas, particularmente aquela que estabelece que seja competência única dos mesmos a proposição de criação das Agências de Água, assim como a definição dos valores de cobrança pelo uso da água nas diferentes bacias.

Faz-se necessário, no corpo do PL 99, que o CERH defina – através de Resolução específica – o formato como essas informações (valores de cobrança) deverão chegar ao Conselho, explicitando no mínimo, a relação das ações (medidas, programas, projetos e obras) a serem implantadas nas bacias, sua valoração econômica, bem como o prazo/cronograma de implantação das ações definidas. Ou seja, a definição dos “critérios gerais” para que os Comitês estruturem e encaminhem suas definições de valores de cobrança a serem adotados em cada bacia. Esta posição é imprescindível para que o CERH possa referendar

tais colocações dos Comitês, tendo como base um critério padronizado de análise para todas as iniciativas dos Comitês.

É oportuno destacar que as posições acima definidas não visam – nem poderia – à defesa individual de qualquer dos segmentos envolvidos na discussão da temática dos recursos hídricos no âmbito do Estado – Poder Público, Sociedade Civil Organizada e Usuários de Recursos Hídricos – mas sim a defesa da ação da estrutura tripartite paritária, como estão hoje estruturados os Comitês de Bacias e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, portanto, posição que deverá ser mantida como base para o efetivo fortalecimento da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Roosevelt S. Fernandes é membro titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH-ES) e membro titular do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema - ES)

Política estadual de recursos hídricos – Lei 5818Bases para uma reavaliação sem retrocessos

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entrevista

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Domenico De Masi

É dele a máxima de que “quanto mais o homem trabalha, mais tempo precioso ele perde”. Ele acredita que horários flexíveis e pausas para lazer no horário

de trabalho aumentam a criatividade e tornam as empresas mais eficientes. O sociólogo italiano Domenico De Masi, autor de vários best-sellers, entre eles o polêmico “O Ócio Criativo”, ressalta que a prática que dá nome a esse livro não significa tempo livre, preguiça ou não fazer nada, mas aliar trabalho, criação e bem-estar. Em entrevista exclusiva à Revista da Indústria, De Masi diz que o surgimento das novas tecnologias nas empresas e indústrias obriga a um novo modelo de trabalho para estimular a criatividade.

O sociólogo é fã da cultura do povo brasileiro e ressalta que o Brasil, apesar de ainda ter grandes diferenças sociais, está em expansão, e que a distância entre o pobre e o rico vem decrescendo. Domenico prepara seu novo livro, “O Futuro Chegou”, com previsão de lançamento em

novembro. Na obra, faz um estudo sobre o que considera os mais importantes modelos de vida no mundo: chinês, muçulmano, católico, iluminista, entre outros, com um capítulo dedicado ao modelo brasileiro.

O senhor é um militante pela redistribuição do tempo, do trabalho, da riqueza e do saber. Na sua teoria, quanto mais o homem trabalha, mais tempo precioso ele perde. É possível parar de correr tanto para ganhar dinheiro e acumular bens? Como trabalhar menos?

Há 100 anos, 90% da população ativa desenvolviam tra-balhos físicos repetitivos, cansativos, perigosos, entediantes. Hoje, 70% dos trabalhadores desenvolvem atividades intelec-tuais do tipo executivo (como funcionários) ou do tipo criativo (cientistas, artistas, profissionais liberais, jornalistas, professo-res). Mas nós usamos uma única palavra – trabalho – para in-dicar a atividade humana paga, qualquer que seja sua natureza.

“Eu acredito que o trabalho é humano apenas se for inteligente e livre; se, enquanto o desenvolvo, divirto-me e aprendo”

por Ana Lúcia Ayub

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Dizemos que o mineiro, o mecânico, o artista, o poeta, o cientista, todos trabalham. Isso por dois motivos.

O primeiro é que os nossos antepassados pensavam que atividade intelectual não era trabalho. O segundo é que a ciência organizativa foi desenvolvida nas fábricas, relacionada ao cansaço físico e, sobretudo, à cadeia de montagem. Posteriormente, as mesmas regras pensadas em função da fábrica foram aplicadas à atividade intelectual, criando desmotivação no gestor, nos profissionais e nos funcionários. Eu acredito que o trabalho é humano apenas se for inteligente e livre; se, enquanto o desenvolvo, divirto-me e aprendo.

Quando isso ocorre, prefiro falar de “ócio criativo”, em vez de “trabalho”. Não quer dizer que a pessoa descansa, não faz nada, que é preguiçosa. Mas sim que ela trabalha, estuda e se diverte. A questão é reduzir o trabalho e aumentar o ócio criativo.

No seu livro “O Ócio Criativo”, o senhor defende a redução da jornada de trabalho e a flexibilização do tempo livre, em um contexto mais adequado à globalização e à sociedade pós-industrial. Como o senhor chegou às suas conclusões sobre o ócio criativo?

Estudei primeiro o trabalho dos operários; depois o trabalho dos empregadores. E seria injusto falar que quem faz um trabalho intelectual ganha menos do que quem faz um trabalho físico, pesado. Quem é mais explorado ganha menos. Quem é menos explorado ganha mais. Essas são as injustiças sociais. E me pareceu importante ressaltar que o trabalho físico, sem inteligência, é exploração.

Com o aumento do trabalho intelectual no sistema produtivo, notei que sendo a criatividade a principal ferramenta do trabalho, fica difícil distinguir os momentos em que estamos de fato trabalhando duro dos momentos em que, mesmo usufruindo de tempo livre, estamos criando coisas. O trabalho intelectual, quando nos dá prazer, consegue criar riqueza, conhecimento e bem-estar simultaneamente.

Quais as vantagens advindas de se conseguir que a maioria ou toda a população tenha direito ao ócio criativo? Como dimensionar esses resultados?

Estamos vivendo um daqueles períodos históricos que marcam a transição entre duas eras. A última vez que isso ocorreu foi com a Revolução Industrial, em 1850, na Inglaterra, onde 93% dos trabalhadores desempenhavam

um trabalho físico pesado e com tarefas repetitivas. Os trabalhadores precisavam atuar de maneira padronizada – talentos e vocações individuais eram qualidades indesejadas pelas grandes empresas. Hoje, felizmente, nos Estados Unidos, Itália e Brasil, cerca de 70% das pessoas desempenham um trabalho intelectual.

O trabalho vai ser dividido em três tipos apenas: o trabalho físico, que é próprio dos operários e que canaliza a linha de montagem; o trabalho intelectual, que nós realizamos com a cabeça, mas que também é repetitivo, como no caso dos bancos e dos correios; e o trabalho intelectual criativo, que é totalmente diferente do repetitivo. Para cada um tem que haver uma abordagem diferente. Deve-se reduzir o máximo possível o trabalho físico e o trabalho intelectual repetitivo.Mas o trabalho criativo não pode ser reduzido, pois em qualquer momento do dia ou em qualquer lugar, sempre estamos pensando nele. Felizmente, o trabalho físico está cada vez mais sendo substituído pelas máquinas.

“Muitas empresas ainda não perceberam que inovação e criatividade são hoje fatores fundamentais para vencer no mercado, e ainda são gerenciadas por velhos paradigmas”

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes18

“Hoje, felizmente, nos Estados Unidos, Itália e Brasil, cerca de 70% das pessoas desempenham um trabalho intelectual”

Mas isso não pode gerar desemprego?Sim, e isso já vem ocorrendo, inclusive com o trabalho

intelectual repetitivo, como o dos bancários, que está sendo substituído pelos computadores. O que fazer, então? A solução é que todos trabalhassem menos, diminuindo a carga horária de trabalho. Com pessoas trabalhando menos horas por dia, haverá a necessidade de mais postos de trabalho e, portanto, menos desempregados. Se as sociedades adotassem trabalhos em meio período, sem dúvida diminuiriam a taxa de desemprego.

Mas se as pessoas trabalharem menos horas por dia, com a necessidade de mais postos de trabalho, isso não aumentaria os custos das indústrias e das empresas?

Não. Duas pessoas que trabalham quatro horas por dia produzem muito mais do que uma pessoa que trabalha oito horas. Portanto, a indústria ganha mais e aumenta a produtividade. Com os lucros atuais e os ganhos de produtividade, elas podem contratar mais pessoal, repartindo seus valores com a classe operária

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, que ainda não acumulou riquezas, é possível adaptar esse tipo de ideia? Ou é uma utopia?

O Brasil tem alguns problemas comuns a outros países, com trabalho físico mais bruto e rudimentar, mas que está sendo reduzido e substituído pela tecnologia. O Brasil tem uma alta taxa de assinaturas de internet e é o terceiro no mundo no acesso ao Facebook. Quanto mais ocorrer essa substituição pelas máquinas, mais desemprego terá.

Isso ainda não ocorre no Brasil porque ele está em expansão, mas em outros países, que já se expandiram e que não podem se expandir mais, como Estados Unidos e Japão, e na Europa, o nível de desemprego já é muito alto. A Itália tem quatro milhões de pessoas desempregadas e 40% dos jovens que terminaram os estudos estão sem trabalho. Nos Estados Unidos, são 16% dos jovens. Ou eles terão um grande percentual de desemprego ou terão que reduzir a carga de trabalho, para que mais pessoas possam trabalhar. Não há outra alternativa.

As indústrias criam metodologias para que seus funcionários administrem melhor o tempo, evitando desperdícios com telefone, internet, reuniões longas demais, cafezinhos, etc. Elas estão erradas ao demonstrar essa preocupação?

Muitas empresas continuam a se organizar como uma linha de montagem do século 19, em que a produção é resultado direto do número de horas trabalhadas. No início do século 20, os engenheiros Taylor e Ford organizaram o trabalho da fábrica, implantando toda a ciência organizacional na fábrica e na linha de montagem. Mas quando diminuíram os trabalhadores físicos e aumentaram os intelectuais, não houve uma organização adequada do trabalho intelectual e direcionaram o trabalho de um executivo para a linha de montagem.

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Mas as ideias não se produzem da forma que

se produzem bens materiais, e por isso o trabalho intelectual das empresas é pouco produtivo. Os executivos permanecem nas empresas muito mais horas do que seria necessário. Muitas empresas ainda não perceberam que inovação e criatividade são hoje fatores fundamentais para vencer no mercado, e ainda são gerenciadas por velhos paradigmas.

Mas, se todo mundo tiver horários livres e irregulares, quem é que vai tocar o barco dentro da indústria? Como é que ficaria a linha de montagem de uma indústria que não pode parar, por exemplo?

Nem todos os trabalhos podem ser feitos da mesma forma. O operário de uma linha de montagem deve ter horários diferenciados de um executivo. O cirurgião, por exemplo, não pode parar a operação para assistir a um filme. Nós estamos falando de pessoas inteligentes e intelectuais. Claro que cada trabalho requer uma modalidade. Na indústria, hoje, o problema é que todos têm a mesma modalidade: o operário, o empresário e o executivo.

Trabalhar muito para acumular patrimônio e garantir um futuro seguro para os filhos não é uma boa meta?

Uma boa meta é ganhar bastante, mas quem trabalha mais não ganha mais. Normalmente, as pessoas que trabalham menos ganham mais. Por exemplo, as mulheres trabalham mais e ganham menos. Não há uma relação entre quantidade de trabalho e quantidade de remuneração. Ócio criativo é o trabalho desenvolvido por um intelectual e que consegue simultaneamente gerar riqueza, conhecimento e bem-estar.

Hoje as tecnologias da informação já possibilitam o teletrabalho, mas a maioria continua a trabalhar nas empresas. O senhor acha que as empresas ainda não se deram conta deste novo momento global?

O teletrabalho na verdade é uma grande solução, pois serve para economizar tempo, dinheiro e estresse. Poderia ser a solução para o trânsito, a redução da poluição atmosférica e a demanda por postos de trabalho. Sem falar no aumento da qualidade de vida das pessoas, que, livres da prisão do trânsito, podem aproveitar mais a casa, a família, os amigos, a vida. O trânsito de Vitória, por exemplo, já está uma loucura. Com o teletrabalho isso pode ser resolvido. É uma solução barata e simples e não demanda grandes projetos de mobilidade urbana.

O senhor acha que a força de um país está apenas no seu crescimento econômico? No caso do Brasil, quais seriam os seus principais desafios?

Os desafios são a violência, a corrupção, o consumismo, o atraso escolar e a desigualdade social. É realizar essa redistribuição mais igualitariamente em comparação a outros países. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já disse que o Brasil é um país socialmente acolhedor, mas injusto. Essas distâncias sociais, porém, estão se reduzindo. O Brasil, junto com a China, são os únicos países do mundo que ainda crescem e simultaneamente reduzem as diferenças sociais. Nos últimos dois anos de Fernando Henrique e os últimos oito anos de Lula, 30 milhões de pessoas mudaram para uma classe social mais alta. Na China, foram 320 milhões. A força de um país não está apenas no seu crescimento econômico, mas principalmente na sua capacidade de distribuir igualmente a riqueza, o trabalho, o poder, o saber e as oportunidades.

E no seu próximo livro, “O Futuro Chegou”, quais são as premissas básicas?

No livro, que deverá ser lançado no Brasil em novembro, eu faço um estudo sobre os mais importantes modelos de vida no mundo: chinês, muçulmano, católico, iluminista, entre outros, com um capítulo dedicado ao modelo brasileiro. Encontrei 15 modelos e cada um tem seus aspectos negativos e positivos.

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Indústria em Ação

Solenidade no Edifício Findes

reuniu empresários e autoridades

Sempre pautado por unir sindicatos, empresas, entidades e o Sistema Findes, promovendo o fortalecimento do associativismo e o desenvolvimento econômico

capixaba, o “Dia DE Associar-se” encerrou com uma solenidade no dia 8 de outubro o seu ciclo de atividades em 2013. Só este ano, a iniciativa passou por Venda Nova do Imigrante, São Mateus e Nova Venécia, con� gurando-se como um verdadeiro divisor de águas para empresários desses municípios. Em dois anos, 2,5 mil indústrias foram visitadas e 632 empresas associadas aos sindicatos.

Esses números foram apresentados na solenidade realizada no Edifício Findes, em Vitória, e que contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do diretor para Assuntos de Fortalecimento Sindical, Egídio Malanquini; da gerente de Desenvolvimento Associativo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Camila Cavalcanti; e do presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder), Áureo Mameri; além de presidentes de sindicatos, empresários e autoridades.

Malanquini falou da importância do “Dia DE Associar-se” como atalho para uma série de serviços. “O pequeno e médio empresário necessitam do trabalho da Findes, e o ‘Dia DE Associar-se’ é o caminho mais curto para que eles possam ter acesso, de forma organizada, aos serviços da Federação. Durante as ações desenvolvidas até aqui, tivemos mais de 600 novos industriais buscando a representatividade dos seus respectivos sindicatos. Portanto, esse movimento fortalece, cada vez mais, a indústria capixaba, por meio dos 31 sindicatos”, frisou.

Findes encerra ciclo 2013 do “Dia DE Associar-se”

Para o diretor, trata-se de uma iniciativa que alcança e bene� cia indústrias de todos os portes em todo o Espírito Santo.“Por meio do ‘Dia DE Associar-se’, os empresários têm acesso aos serviços como os que Sesi e o Senai oferecem, e adquirem conhecimentos sobre saúde e segurança para os trabalhadores, importantes para o cumprimento de normas do Ministério do Trabalho. Além disso, são incentivados a participar de missões, feiras e eventos importantes, tanto nacionais quanto internacionais. Eles também recebem informações sobre as facilidades de crédito que o Sistema Findes conquistou para a indústria, por meio, por exemplo, do convênio feito com o Banestes, que permite ao associado condições diferenciadas no que se refere a � nanciamentos. Outro convênio especí� co dá acesso ao trabalho do Sebrae, que promove o desenvolvimento de negócios. Então, as indústrias associadas aos seus sindicatos têm várias oportunidades, através do conhecimento e da capacitação. A Findes tem priorizado chegar ao pequeno industrial do interior do Estado, para que este possa seguir inovando com o seu negócio”, explicou.

O “Dia DE Associar-se” foi criado e implementado por meio de parceria entre o Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes, presidentes e diretores regionais da Federação das Indústrias, com do apoio do Ideies, Sesi, Senai, IEL, Sebrae-ES, Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Banestes e Bandes.

Evento teve palestra e talk show

A programação do evento contou com uma palestra do vice-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Oscar Rache, com o tema “A Importância do Associativismo nas Micro e Pequenas Indústrias”. Além disso, os presentes acompanharam um talk show com o jornalista Mario Bonella fazendo perguntas ao presidente da Findes, Marcos Guerra; ao diretor administrativo do Banestes, Bruno Negris; ao diretor-presidente do Bandes, Guilherme Henrique Pereira; ao diretor-presidente da Aderes, Pedro Rigo; e ao diretor-superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira.

Indústria em Ação

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22 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

FINDES REÚNE CONVIDADOS EM ESPETÁCULO QUE HOMENAGEIA TIM MAIA

S ucesso de público e crítica em todo o Brasil, o espetáculo “Tim Maia: Vale Tudo, o Musical” foi apresentado na Arena Vitória

no mês de setembro. Mas antes das exibições para o grande público, aconteceu, no dia 19, uma sessão exclusiva para os trabalhadores da indústria capixaba, funcionários e dirigentes do Sistema Findes. Visto por mais de 400 mil pessoas no país, o evento faz uma homenagem ao cantor e compositor que trouxe a soul music para o Brasil. A apresentação recebeu 4,3 mil espectadores em Vitória, simplesmente o maior público do espetáculo até aqui no país. Uma parceria entre Sesi-ES e Rede Gazeta, o musical foi parte das comemorações dos 55 anos da Findes e dos 85 anos do jornal A Gazeta.

Tendo como protagonista Danilo de Moura, que substituiu Tiago Abravanel nas sessões, o evento causa nostalgia com grandes sucessos de Tim Maia, como “Vale tudo”, “Do Leme ao Pontal”, “Azul da Cor do Mar”, “Primavera”, “Eu Amo Você”, “Chocolate”, “Gostava Tanto de Você”, “Sossego” e “Não Quero Dinheiro”, entre outros. Também fazem parte do elenco Bernardo Lá Rocoque, Reiner Tenente, Evelyn Castro, Pablo Ascoli, Andreh Viéri, Aline Wirley e Letícia Pedroza. Com uma produção caprichada, o evento mostra a história do cantor dos 12 aos 55 anos. O espetáculo venceu três Prêmios Qualidade Brasil 2012, como o melhor musical, melhor direção e melhor ator (Tiago Abravanel). O público capixaba pôde conferir o show em ambiente climatizado, dotado de grande estrutura de som e efeitos visuais.

FINDES VESTE A CAMISA DO OUTUBRO ROSA

O Sistema Findes, assim como várias outras importantes instituições do Espírito Santo, também aderiu à campanha “Outubro Rosa – Um Toque Pela Vida”, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Por todo o mês de outubro, o edifício-sede da Federação das Indústrias, na Reta da Penha, recebeu iluminação rosa para lembrar o movimento.

No dia 1º de outubro, o diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai, Alejandro Duenas, representou a Findes no lançamento da campanha, que foi organizado pela Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc) e realizado no Palácio Anchieta, com a presença de diversas autoridades que apoiam a iniciativa.

Cerca de 4,3 mil pessoas acompanharam o

espetáculo, que mostrou a trajetória de Tim Maia

IEL PREMIA ESTAGIÁRIOS Buscando reconhecer estagiários de sucesso e empresas que sabem valorizá-los, o Instituto Euvaldo Lodi organizou a edição 2013 do Prêmio IEL de Boas Práticas de Estágio. A premiação aconteceu no dia 10 de outubro, no Salão da Indústria, no Edifício Findes.Na categoria “Grande Empresa”, o vencedor foi o estudante da Fucape Jovane Pessin Vicentino, estagiário da EDP Escelsa. Gabriel Xibli Rodrigues, aluno da Estácio de Sá, que faz estágio no Sebrae, foi premiado na categoria “Média Empresa”, enquanto a categoria “Pequena Empresa” teve como vencedor o aluno da UCL Rodrigo Magalhães Rodrigues, estagiário da Infosis Consultoria e Tecnologia Ltda.Cada um dos premiados recebeu R$ 1 mil, uma placa de homenagem, vaga em um dos cursos de curta duração do IEL, além da oportunidade de continuar concorrendo ao Prêmio Nacional IEL de Estágio. As empresas e as instituições de ensino em que os vencedores estudam também receberam homenagens.O Prêmio IEL de Boas Práticas de Estágio existe há mais de cinco anos e tem o objetivo de estimular as empresas a adotarem práticas para que o estagiário de hoje se torne um grande profissional amanhã.

Da esquerda p/ direita: Fernando Gomes (gerente IEL-ES); Fábio Dias (superintendente IEL-ES); José Carlos Corrêa (representante

Estácio de Sá – Vitória); Gabriel Xibli (aluno da Estácio de Sá); Gabriela Freire (gerente da Unidade de Gestão de Pessoas do Sebrae ES); Karla Monteiro

(assessora de comunicação do Sebrae-ES e supervisora do estágio)

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E xiste no Brasil certa falta de comunicação entre o setor produtivo de rochas ornamentais e os segmentos que delas se utilizam, como arquitetos, engenheiros,

designers e a indústria da construção civil. Essa carência de informações sobre pedras gerou muitas vezes escolhas inadequadas por parte de autores de projetos e até a opção por substituir rochas naturais por granitos sintéticos. Mas no Espírito Santo essa realidade começou a mudar. Foi lançado no dia 24 de outubro, na sede da Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região, o Manual de Caracterização, Usos, Aplicação e Manutenção de Rochas Produzidas no Espírito Santo.

Entre as mais de 150 pessoas que marcaram presença na ocasião, estiveram autoridades, empresários, representantes de entidades e estudantes, além do presidente da Findes, Marcos Guerra, e do diretor da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região, Áureo Mameri.

Em suas 244 páginas, o ma-nual traz informações técnicas sobre dezenas de rochas dife-rentes encontradas no Estado, devidamente catalogadas pelo

Findes lança Manual de Rochas Ornamentais do Espírito Santo

geólogo e consultor Carlos Rubens Araújo Alencar. Fruto de uma parceria entre o IEL-ES, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Confederação Nacional das Indústria (CNI), o guia fornece informações técnicas indicadase apropriadas para o melhor uso, aplicação e manutenção das rochas ornamentais nos diversos tipos de ambientes, formas e formatos de utilização. Com linguagem de fácil compreensãopelos especi� cadores, o livro preenche a lacuna existente sobre os vários aspectos que devem ser considerados na escolha e aplicação bem-sucedidas desses materiais.

Segundo Marcos Guerra, a obra fortalece um setor fundamental para o Espírito Santo. “O setor de rochas é uma importante vertente da economia capixaba. Líder nacional na extração, produção e bene� ciamento de mármore e granito, o Estado reúne um dos maiores e mais organizados arranjos produtivos existentes no país”, destacou. Já Áureo Mameri ressaltou os benefícios para toda a cadeia produtiva do setor. “Até então, havia di� culdade em dar informações mais técnicas sobre a escolha das rochas. O manual chegou para facilitar muito essa comunicação. O material � cou muito bonito e vai facilitar a aplicação e o conhecimento sobre as nossas rochas. Ficamos muito felizes pelo lançamento em Cachoeiro, que é o grande polo de produção e bene� ciamento de rochas e recebeu muito bem esse projeto”, falou ele.

A publicação está disponível para download no site www.manualderochas.com.br.

Mais de 150 pessoas marcaram presença

no lançamento do Manual de Rochas

Obra que catalogou 75 tipos de rochas é apresentada em Cachoeiro

Produzidas no Espírito Santo.Entre as mais de 150 pessoas

que marcaram presença na ocasião, estiveram autoridades, empresários, representantes de entidades e estudantes, além do presidente da Findes, Marcos Guerra, e do diretor da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região, Áureo Mameri. em Cachoeiro de Itapemirim e Região, Áureo Mameri. em Cachoeiro de Itapemirim e

Em suas 244 páginas, o ma-nual traz informações técnicas sobre dezenas de rochas dife-rentes encontradas no Estado, devidamente catalogadas pelo

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Indústria em Ação

A conteceu no dia 14 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), o lançamento do polo empresarial Serra Log.

O empreendimento será implantado às margens da BR-101, próximo ao Centro do município da Serra. Prestigiaram a apresentação o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e o prefeito da Serra, Audifax Barcelos. Também estiveram presentes o diretor da Findes para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Leonardo de Castro, além de empresários e autoridades do Estado.

O polo contabilizou investimentos de R$ 28 milhões em infraestrutura e já está pronto para receber novas indústrias para a região. O local conta com um milhão de metros quadrados e é destinado a empresas de impacto controlado, ou seja, indústrias não poluentes e de serviços. A expectativa é de que aproximadamente 40 indústrias se instalem no novo polo e todas deverão adotar sistemas e tecnologias voltados para a redução do impacto ambiental na região, além de promover o tratamento adequado dos e� uentes e resíduos. O presidente da Findes falou sobre as vantagens do novo espaço empresarial. “O Serra Log é um local atrativo para quem quer instalar sua empresa. Apresenta uma logística favorável, com estrutura adequada para atender às demandas do industrial que vem para o Estado”, falou.

Serra Log é lançado na Findes

Para Leonardo de Castro, a indústria do Espírito Santo de forma geral será bene� ciada pelo empreendimento. “O Estado ganha uma área projetada para receber novas indústrias e centros de distribuição. Seu planejamento contemplou infraestrutura, mobilidade, saneamento, iluminação. A área está toda regularizada, e o empresário ganha muito em velocidade, segurança e praticidade quando resolve investir na região, já que o local está preparado para negócios. O polo receberá indústrias e empresas da área de logística. A Serra é o município de maior PIB industrial no Espírito Santo, e o Serra Log reforça essa vocação da cidade para o empreendedorismo. As indústrias percebem essa estrutura, com gestão pública e� ciente e serviços importantes, podendo investir e consolidar seus negócios”, analisou.

Segundo Castro, a Findes, no seu papel de mola propulsora das indústrias e da economia capixaba de forma geral, não poderia deixar de apoiar a iniciativa e apontar o Serra Log como boa oportunidade para as empresas do Estado. “A Findes desenvolve na Serra uma série de ações, por meio do Sesi e do Senai. Estamos presentes, por exemplo, no Civit e em Laranjeiras. E ao fazer o lançamento desse polo em sua sede, a Findes mostra a importância que o empreendimento tem para a indústria capixaba”, frisou ele.

Marcos Guerra fala aos presentes: polo tem logística favorável,

com estrutura para atender às variadas demandas das indústrias

Polo empresarial recebeu investimento de R$ 28 milhões em infraestrutura

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AdministradoraCriada há menos de dois anos, a VTO Polos

Empresariais será a administradora do Serra Log. Para o diretor-presidente da VTO, Sérgio Sotelino, a empresa nasceu inspirada na visão de que o ordenamento urbano é cada vez mais indispensável às cidades brasileiras e, assim com uma visão de atuação nacional. Segundo ele, a falta de um planejamento adequado da expansão urbana por décadas resultou em um cenário desolador e em inevitáveis con� itos entre os espaços residenciais e empresariais, que acabam não se mantendo segregados mas, sim, se fundem. O resultado disso, diz ele, além de perdas de vidas e interrupções de vias, é a perda de competitividade das empresas e a queda da qualidade de vida dos moradores.

“A proposta da VTO é a de participar ativamente deste processo, desenvolvendo seus polos empresariais diferenciados em regiões com carência de áreas infraestruturadas para abrigar novas empresas e abrindo a possibilidade de relocalização para diversas empresas, vítimas da expansão urbana desordenada. Nossa visão é a de oferecer soluções inteligentes para essas empresas poderem rapidamente se instalar nos municípios que desejarem. O Serra Log se encaixa 100% nessa visão e nossa expectativa é a melhor possível, com um projeto de padrão AAA que se encontra com suas obras totalmente concluídas, disse.

De acordo com Sotelino, além da boa localização em Campinho da Serra, a 1 km da BR-101, o Serra Log possui uma área de destaque em termos topográ� cos e geológicos, com um apelo importante de segurança. Haverá uma única entrada e saída, com controle de acesso no portal e um projeto que buscou atender às demandas mais exigentes de diversos setores, como logística, transportes, serviços, montagem, estocagem, entre outros.

“Com estas características, a nossa expectativa é seguir atraindo empresas de excelente padrão para ali se instalarem, gerando grande parte dos cerca de 3,5 mil empregos diretos esperados para o polo nos próximos cinco anos. Além de propiciar a geração de emprego quali� cado e renda para a população local, a instalação de novas empresas na Serra trará um aumento no recolhimento de impostos municipais e melhorará a participação do município no FPM. Para o Estado, o polo representa a disponibilização de áreas prontas para recebermos novos investimentos, em condições adequadas e competitivas”, frisou. Ele lembra que o Serra Log está posicionado no epicentro de uma área populosa. “Em um raio de 5 km do polo, habitam cerca de 130 mil pessoas, em bairros já consolidados e dotados de serviços públicos, transporte coletivo etc. Há mão de obra abundante e carente de empregos de boa qualidade e de empresas estruturadas”, observou.

Idealizado conforme o contexto socioeconômico e ambiental da região, o Serra Log se coloca como um importante vetor de desenvolvimento regional, trazendo benefícios para o município da Serra e para o Espírito Santo.

Empresários, autoridades e diretores reunidos na Findes para lançamento do

Serra Log: Leonardo de Castro, Audifax Barcelos, Marcos Guerra e Sergio Rogerio de Castro

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Cenário

Fórum Econômico Mundial divulga relatório

de competitividadeSegundo estudo apresentado em setembro, o Brasil perdeu

oito posições no ranking de competitividade mundial, caindo de 48º para 56º lugar

CenárioCenáriopor Giordany Bossato

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U m relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial no começo de setembro rebaixou a classificação do Brasil no ranking da

competitividade mundial. O país caiu da 48ª posição, em 2012, para a 56ª em 2013, ficando atrás de nações de menor expressão na América Latina, como Chile (34º), Panamá (40º) e Costa Rica (54ª). Na liderança está a Suíça, seguida por Singapura, Finlândia, Alemanha e Estados Unidos.

Em relação ao grupo de países emergentes conhecidos como Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia e China (incluindo, posteriormente, a África do Sul), o Brasil

aparece em posição intermediária: à frente de Índia (60ª) e Rússia (64ª), mas atrás da China (29ª) e da África do Sul (53ª). No total, 148 países foram avaliados nesta edição do relatório apresentado pelo Fórum.

Mais de 110 fatores de competitividade foram analisados, dentro de 12 pilares que compuseram o estudo. O Brasil só não apresentou queda em um deles: “Tamanho de Mercado”. Nesse quesito, ocupa a 9ª colocação. O fator que mais caiu foi “Eficiência do Mercado de Trabalho”, perdendo 23 posições, mas ainda assim não foi o item mais mal avaliado. “Eficiência do Mercado de Bens” ocupa a 123ª posição, mostrando que o país ainda tem muito para melhorar nessa categoria.

De acordo com o relatório, o Brasil precisa aprimorar também a qualidade das instituições, quesito em que está em 80º lugar, uma posição abaixo do resultado obtido no ano passado. Entre os principais desafios nessa área, o relatório cita a queda na eficiência do Governo, o combate à corrupção e a baixa confiança nos políticos.

O documento destacou ainda que as manifestações populares organizadas foram uma forma de cobrar dos governos uma melhor distribuição dos benefícios econômicos à sociedade. “A recente onda de protestos no Brasil, os vários capítulos das revoltas sociais no mundo árabe e o Movimento Ocupe Wall Street, nos Estados Unidos, são alguns exemplos de como a capacidade dos indivíduos de contribuir e de se beneficiar de maiores taxas de crescimento econômico pode ser afetada se os benefícios econômicos são percebidos como desigualmente distribuídos na sociedade”, registra um trecho do estudo.

O Espírito Santo também sentiu na pele as reivindicações populares por melhores condições de saúde, mobilidade urbana e uma tributação mais justa. Logo, também apresenta itens a serem melhorados, para que seja incrementada a capacidade competitiva do Estado. Nesse contexto, é pertinente uma análise um pouco mais aprofundada, para identificar como o Espírito Santo está situado nesse cenário e em que aspectos devem ser feitos investimentos

AnálisesPara compreender melhor os fatores que influenciam a

competitividade do Estado, ouvimos quatro empreendedores cujas empresas são referência nos setores em que atuam – José Luís Galvêas, diretor-presidente da Galwan Construtura; Eduardo Couto, diretor-executivo da Totvs no Espírito Santo e norte fluminense; Ortêmio Locatelli Filho, presidente da Locatelli Móveis; Leonardo Lucio, diretor de Planejamento e Marketing da Lucio’s Rolamentos, que comentaram alguns dos itens avaliados pelo Fórum. Os grupos escolhidos foram “Desenvolvimento e Mercados”, “Infraestrutura”, “Inovação e Produtividade”, “Relações de Trabalho” e “Tributação”.

Os itens avaliados:

• Instituições Analisa o tamanho, a força e a saúde financeira das empresas atuantes no país.

• Infraestrutura Estuda os principais gargalos para a indústria, como portos aeroportos e rodovias.

• Ambiente Macroeconômico Observa a estabilidade econômica do país de maneira geral.

• Saúde e Educação Primária Avalia se a saúde e educação primária favorecem o crescimento.

• Educação Superior e Capacitação Analisa a capacitação de profissionais para a indústria.

• Eficiência do Mercado de Bens Avalia o mix de produtos oferecidos no país.

• Eficiência do Mercado de Trabalho Analisa a eficiência do trabalhador nas indústrias e comércio.

• Desempenho do Mercado Financeiro Compara o crescimento do país em relação a outras nações.

• Prontidão Tecnológica Observa o quão tecnológica e globalizada é a indústria do país.

• Tamanho do Mercado Estuda o mercado interno e número de consumidores do país.

• Sofisticação dos Negócios Julga a qualidade do network entre as empresas e empresários do país.

• Inovação Inovações em produtos e formas de trabalho também são analisadas pelo Fórum Mundial.

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Eduardo Couto: “O empreendedor brasileiro é um guerreiro”

Eduardo Couto, diretor-executivo da Totvs no Espírito Santo e norte fluminense

Tributação“O setor industrial é o que mais sofre com a tributação

brasileira, e a reforma tributária parece cada vez mais próxima de um sonho do que da realidade. O empreendedor brasileiro é um guerreiro. Ele gera serviços, gera bens de consumo e gera riqueza para o país, paga impostos, mas não recebe os benefícios em forma de infraestrutura e educação, que são dois fatores primordiais para a indústria. Em outubro, o Brasil bateu recorde de arrecadação, com mais de 100 bilhões arrecadados; no entanto, esse recorde não diz respeito ao crescimento da economia, mas sim à diminuição da sonegação. Portanto, acredito que este seria o momento ideal para uma reforma nesse setor.”

Infraestrutura“O Estado tem uma posição geográ� ca privilegiada, perto

de grandes mercados consumidores, mas essa qualidade precisa ser olhada com mais carinho pelos governantes.

Temos gargalos em rodovias, portos e aeroportos. Esses gargalos, de maneira direta ou indireta, afugentam os empresários que têm interesse em investir no Espírito Santo. A situação � ca ainda pior quando analisamos as empresas que já trabalham aqui. Elas precisam lidar com a falta de investimentos nessa área e encontrar uma maneira de continuarem sendo competitivas em relação às empresas de fora.”

Desenvolvimento e Mercados“Acredito que este setor seja um dos mais bem

desenvolvidos no Estado. O mercado é crescente, e o desenvolvimento acompanha esse ritmo. De alguns anos para cá, o mercado e o desenvolvimento do setor de tecnologia, que é o segmento com o qual trabalhamos, vêm crescendo consideravelmente. Esse crescimento é nacional, mas o Espírito Santo está bem acima da média nacional.”

Inovação e Produtividade“A inovação está presente em todas as indústrias. Lidamos

com softwares para as mais diversas empresas e podemos perceber que inovação e produtividade estão fortemente ligadas. Atualmente, as grandes máquinas têm perdido espaço no chão da fábrica, sendo substituídas por softwares que organizam todo o trabalho. Isso é um fator que contribui bastante para a competitividade das indústrias locais, pois esse caminho também tem sido seguido pelas empresas de outros estados.”

Relações de Trabalho“Há alguns anos o Brasil vive uma situação de pleno

emprego. As pessoas se sentem seguras em seus trabalhos, mas isso ainda não é o su� ciente. Nós precisamos de técnicos e engenheiros para alavancar o crescimento industrial – situação que acontece não apenas no Espírito Santo, mas é registrada em nível nacional. Até por isso, não descarto que o país volte a importar pro� ssionais quali� cados assim que a economia voltar a crescer.”

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Ortêmio Locatelli: “Um país inteligente é um país que cuida da sua indústria”

Ortêmio Locatelli Filho, presidente da Locatelli Móveis

Inovação e produtividade“A inovação é um item tanto oneroso quanto necessário.

Ele proporciona um bom � uxo de caixa, mas énecessária uma grande fonte de investimento. Nem sempre o empre-sário tem condições de arcar com esses investimentos, então os � nanciamentos tornam-se peça fundamental para a inovação e produtividade da indústria. Nós, e principal-mente os governantes, precisamos entender que a indústria é um dos fatores mais importantes do país, agregando valor às matérias-primas. Um país inteligente é um país que cuida da sua indústria.”

Infraestrutura“Temos no Espírito Santo alguns gargalos na infraestru-

tura. As ferrovias são pouco utilizadas, e o aeroporto não tem grande capacidade, mas acredito que o maior problema seja a malha rodoviária. A maior parte das empresas capi-xabas escoa a produção por meio das rodovias federais, mas

elas estão defasadas há muito tempo. Houve um aumento grande na venda de veículos, mas o Governo não se preparou para esse crescimento da indústria automobilística. Tanto a BR-101 quanto a 262 precisam ser melhoradas, e atitudes pequenas, como a implantação da terceira faixa em alguns setores, já ajudariam muito o desenvolvimento do tráfego.”

Desenvolvimento e Mercados “Felizmente o setor moveleiro está em crescimento,

e parte desse desenvolvimento se deve ao ‘boom’ da cons-trução civil. Com mais moradias, as pessoas precisam de mais móveis, e essa melhora do mercado vem acontecendo nos últimos três anos, mas acreditamos que ainda faltem incen-tivos federais para que a situação se aproxime do ideal.”

Tributação“A tributação gera um efeito cascata em toda a indústria

e, consequentemente, para toda a sociedade. Se a tribu-tação é alta, o valor do produto também vai aumentar, onerando o preço � nal. No Brasil, todos temos que enfrentar os mesmos problemas, então a competitividade � ca nivelada; mas nós temos que pensar em nível mundial. Nós precisamos ter impostos que nos deixem competir com as empresas estrangeiras, caso contrário, começaremos a perder divisas.”

Relações de Trabalho“Temos uma boa mão de obra. Felizmente, o Senai é

muito atuante em todo o Espírito Santo e capacita muitas pessoas para o mercado de trabalho – principalmente no interior do Estado. É claro que situações ainda podem ser melhoradas, como, por exemplo, um modelo que permita ao empregador contratar uma pessoa formada nos cursos pro� ssionalizantes sob a forma de estágio, para reduzir o custo das contratações. Dessa forma, o empregador pode avaliar se o empregado contratado é mesmo capacitado para as funções da empresa, sem que seja gasto tanto dinheiro em sua contratação.”

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José Luís Galvêas: “A infraestrutura no Brasil é antiga e antiquada”

José Luís Galvês, diretor-presidente da Galwan Construtura

Infraestrutura“É preciso investir em infraestrutura, pois os municípios

e estados são analisados não só em função do que têm a oferecer em termos de posição geográ� ca e da mão de obra disponível. Infraestrutura é um atrativo, pois, além do ganho logístico e funcional, há também um ganho em qualidade de vida para os residentes e para quem esteja chegando, e esse é um fator muito importante de atratividade. A infraestrutura no Brasil é antiga e antiquada. Se formos falar de estradas, ainda vamos lembrar do ex-ministro Mário Andreazza.”

Desenvolvimento e Mercados“Assim como as empresas, é importante que estados e

municípios saibam como competir entre si, gerando benefícios para a sociedade. Da mesma maneira que é preciso haver um tratamento ético, é preciso estar atento à competitividade para atrair as empresas, dando oportunidades de melhoria da

renda e da vida dos moradores, com aumento na receita do Estado e dos municípios, desenvolvendo-os de acordo com suas peculiaridades e abrindo novos mercados.”

Inovação e Produtividade“O que atrai é infraestrutura, inclusive tecnológica, com

boa internet, � bra ótica, telefonia e centros de pesquisa, desenvolvimento e capacitação. Infelizmente, a construção civil é uma indústria que evolui muito lentamente, no mundo inteiro. A sustentabilidade e outros procedimentos de consciência ambiental também vêm sendo incorporados cada vez mais. Por outro lado, há de se ter cuidado, pois enquanto não temos a devida capacitação no setor, a grande massa de operários, a maioria não quali� cada, tem na construção civil arcaica mais oportunidades de trabalho.”

Relações de Trabalho“As relações de trabalho passam pela produtividade, e a

produtividade passa pela mobilidade urbana. As pessoas produziriam mais e mais felizes se chegassem mais rapi-damente aos locais que precisam. Um transporte público e� ciente aumenta a qualidade de vida, a qualidade do ar, a saúde, a economia e a competitividade da região. Essa visão geral não pode ser esquecida, pois é um fator importante de competitividade.”

Tributação“Para que o Brasil se desenvolva no todo, a tributação tem

que ser diferenciada por região. As grandes cidades estão cada vez maiores em população por falta de oportunidades em núcleos urbanos menores. Quantos já deixaram suas regiões em busca de trabalho? A riqueza melhor distribuída pelo país inteiro dá a cada região o que ela hoje mais precisa. Só conseguiremos equilibrar o desenvolvimento regional do Brasil se a carga tributária puder compensar esta desigualdade regional de competitividade que hoje existe no Brasil.”

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Leonardo Lucio: “Somos um povo criativo e empreendedor”

Leonardo Lucio, diretor de Planejamento e Marketing da Lucio’s Rolamentos

Desenvolvimento e Mercados“É lamentável que tenhamos que viver em uma realidade

de baixa competitividade. O Brasil e o Estado do Espírito Santo possuem um potencial de crescimento inegável. Somos um povo criativo, perseverante e empreendedor, mas possuímos uma demanda reprimida gigantesca. É por isso que, apesar de enfrentarmos tantos desa� os, tantos obstáculos, é possível desenvolver mercados e prosperar neste país.”

Relações de Trabalho“O potencial que temos é grande, mas é preciso investir

mais em educação e preparo para os pro� ssionais que vão entrar no mercado de trabalho.”

Tributação“A nossa tributação, além de absurdamente elevada,

também é muito complexa. Existem tantos impostos, tantas obrigações acessórias, tantas regras e tratamentos diferentes, que mesmo a mais organizada das empresas vive em constante risco. É impossível estimar o quanto o país deixa de crescer e produzir por conta dessa tributação tão complexa.”

Infraestrutura“O que mais prejudica o empresário e o consumidor é o

fato de que os muitos impostos que pagamos não voltam como recurso para a população. Tudo isso seria um problema muito menor se tivéssemos esse retorno. O frete no Brasil, por exemplo, é caro e ine� ciente, por conta do nosso modelo rodoviário precário. As cidades estão paradas no trânsito, portos e aeroportos obsoletos que não atendem à demanda. Nossa energia, apesar de limpa, é cara. En� m, as empresas lutam para sobreviver, porque os obstáculos são muitos.”

Inovação e Produtividade“Entre as grandes empresas que prosperam, a maioria está

sempre implementando inovação, em vez de apenas reagir às barreiras. Com base nisso, podemos perceber que esse é o caminho a seguir para quem pretende ter sucesso.”

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Artigo

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C om a aproximação do fim do ano, é o momento de empresas e famílias fazerem orçamentos e planejamento. Construir cenários para o desempenho

da economia é parte fundamental nesse processo. Neste artigo, faremos isto. A estratégia é apontar nossos problemas e, a partir daí, tirar conclusões sobre o nosso crescimento.

Vamos analisar primeiro os problemas cujas soluções demandam políticas de longo prazo. Particularmente, aponto a elevada carga tributária, a falta de mão de obra qualificada e os gargalos de infraestrutura. Como disse, não há como resolvê-los num futuro próximo e, pior, não há movimento para resolvê-los.

A boa notícia quanto à infraestrutura é que o Governo Federal, aparentemente, reduziu a aversão à privatização e está realizando leilões para entregar a exploração de portos, rodovias e aeroportos ao setor privado. A má notícia é que o Governo, aparentemente, não sabe como fazer. Como resultado, temos idas e vindas nos lançamentos dos editais, que geram atrasos e incertezas (como na privatização da BR-262 no Espírito Santo).

Num momento em que é claro o gargalo de infraestrutura, este comportamento tende a reduzir ainda mais o nosso já pequeno crescimento econômico. Os agentes tendem a não investir se não há infraestrutura para escoar a produção ou

se há risco jurídico embutido nos contratos. O tão falado “animal spirit” existe, mas não é suicida!

Vejamos agora problemas de curto prazo. Em particular, vamos analisar a estabilidade macroeconômica, enfatizando a política fiscal e a atuação do Banco Central (BC).

Desde o a crise de 2008, o Governo Federal vem abandonando a política de superávit primário: retirando gastos do cálculo de superávit, aumentando a emissão de títulos para financiar a expansão do crédito via bancos federais e dando subsídios para alguns setores.

A essa postura foi adicionada, durante o governo Dilma, a incerteza sobre a independência operacional do BC (mantida por Lula e FHC). Essa combinação teve como consequência a elevação das taxas de inflação.

Neste ambiente, e com a credibilidade abalada, o Banco Central finalmente volta a combater a alta inflação com elevação das taxas de juros (a dúvida que fica é se a política monetária terá limites impostos pela presidente para fazer a inflação convergir para a meta).

Para “ajudar” o BC, Governo Federal volta a agir, retomando uma prática comum nos anos 70 e 80: reprimir os aumentos dos preços administrados (exemplos são os combustíveis e a energia). Embora com esses artifícios a inflação tenha sido mantida abaixo do teto superior

da meta, a consequência foi a elevação dos riscos das empresas na economia brasileira. Um bom exemplo é o caso da renegociação de contratos do setor elétrico.

Sintetizando: temos inflação elevada, preços reprimidos, BC sem credibilidade, as contas públicas sofrendo com a “contabilidade criativa”, gargalos de infraestrutura (e mão de obra) e aumento dos riscos legais.

A herança bendita interna, as reformas dos anos 90, está extinguindo seus efeitos. A herança bendita externa, os altos preços das commodities do Governo Lula, também se foi. Ainda assim, um impulso extra ainda pode vir do setor externo. Um aumento do crescimento americano e/ou asiático pode puxar nosso crescimento um pouco. Mas no cenário atual e sem perspectivas de mudança, a taxa de crescimento tende a ficar onde está hoje.

Arilton Teixeira é diretor da Fucape e PhD em Economia

Perspectivas da economia brasileira: o rei está nu!

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Saúde

Indústria Capixaba – Findes34

Comitiva conheceu as potencialidades do mercado chinês

Findes promove viagem empresarial à China

U ma comitiva organizada pela Findes composta por 30 pessoas, entre presidentes de sindicatos, empresários e autoridades, esteve na China de 18 a 30 de setembro,

e participou da China Import and Export Fair (Chimport). Realizada em Guangzhou, a feira reuniu expositores de 49 países, que apresentaram cerca de 500 produtos para atacadistas, varejistas e distribuidores chineses.

Para o presidente da Findes, Marcos Guerra, os objetivos da comitiva foram alcançados. “O grupo conheceu empresas, conferiu novidades e trocou experiências com empresários locais. Identi� camos oportunidades de negócios e parcerias, além de fortalecermos a nossa rede de relacionamentos. A nossa viagem à China não poderia ter sido melhor”, falou. Para Guerra, a visita dará frutos, que serão trabalhados

no Espírito Santo. “Criaremos um grupo de trabalho e, a partir daí, um projeto de inteligência para aproveitarmos as oportunidades. Para vender para a China não se pode ter apenas um bom produto. É preciso criar uma rede de con� ança, principalmente pelo fato de que, lá, grande parte dos negócios é feita por intermédio do Governo. Também podemos pensar em produtos de maior valor agregado, com conteúdo tecnológico. A China quer ser a maior importadora do mundo. Está querendo comprar produtos prontos para o consumo e não apenas a matéria-prima. Uma empresa de Portugal por exemplo, que vende muito biscoito para a China. Se Portugal pode, nós também podemos vender. O ambiente é propício para bons negócios”, destacou.

Segundo Guerra, a Chimport tem tudo para se consolidar como uma feira de destaque no cenário internacional. “Participar da Chimport foi ótimo. Mesmo sendo o primeiro ano, percebemos o potencial da China. Você passa a estar ligado a todos os prováveis compradores daquele país. O próprio Governo se encarrega disso. Se você vai, por exemplo, vender tempero lá, ele lhe mostra todas as empresas potencialmente compradoras. Então, fazer parte da Chimport é ter para o seu produto, gratuitamente, a visibilidade de um grande mercado”, a� rmou.

O ponto de vista dos sindicatosA presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e

Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Bene� ciamento de Fibras Arti� ciais e Sintéticas e do Vestuário do Estado do

por Gustavo Costa

ESPECIAL

Presidentes de sindicatos,

empresários e autoridades

capixabas participaram

de feira

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Espírito Santo (Sindutex), Mariluce Polido Dias, concorda com Guerra sobre os bons frutos colhidos pela comitiva com a visita à China. “A viagem nos proporcionou conhecer de perto o que já estava mapeado, o reconhecimento de suas virtudes, e as oportunidades que podem ser trabalhadas. A carência é latente para a população emergente, que aos poucos ganha poder de consumo e se transforma em uma velocidade impressionante. Um ambiente que privilegia a nação quanto às exigências trabalhistas, mas ainda restringe os investidores estrangeiros. Com infraestrutura, cadeia logística de alto nível, esses são vários dos atrativos para implantar parcerias internacionais, mas ressalto que é muito importante conhecer o mercado em que se irá atuar”, falou ela.

De acordo com Mariluce, embora o setor têxtil brasileiro tenha que lidar com a ameaça dos produtos chineses, outros segmentos podem desenvolver parcerias de médio e longo prazo. “A competição com a China é desanimadora, mas ainda assim apresenta fragilidades e oportunidades que podem ser exploradas. Somos reconhecidamente destacados quanto à criatividade e capacidade de nos reinventarmos em condições adversas. Então, podemos pontualmente alavancar nesse sentido, oferecendo produtos inovadores, com design e modelagem diferenciados, na agilidade do atendimento ao cliente e com uma produção e� ciente”, falou.

Já Sérgio Brambilla, presidente do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé), a� rmou que a viagem deu aos capixabas a certeza de que grandes negócios podem surgir com o mercado chinês. “Participar desta missão foi de muita importância. Essa oportunidade que a Federação proporcionou aos diversos setores veio fortalecer nos ânimos o desejo de estar sempre buscando inovações. Para o meu setor, café, � cou bem claro que a oportunidade de negócio existe. Já estamos nos movimentando para uma reunião com todos os interessados do setor em vender para a China. Hoje, o consumo de café na China é crescente e, com o contato que � zemos, o desejo de comprar o café do Espírito Santo existe. Sobre a feira,

foi relevante, por termos tido a oportunidade de entender um pouco sobre como comercializar com a China’, enfatizou.

Outro que concordou com Marcos Guerra sobre o sucesso da missão foi Elias Cucco, presidente do Sindiquímicos. Para ele, existe por parte dos empresários e do Governo chinês um grande interesse em comprar nossos produtos agrícolas, in natura e industrializados, assim como alimentos e bebidas. “Mas, para isso, temos que realmente seguir a essência daquilo que sempre falamos e, muitas vezes, deixamos � car só na fala, que é ‘o associativismo e cooperativismo’, pois as demandas deles são gigantescas”, destacou.

Cucco falou da felicidade de ver representantes de vários segmentos na Chimport. “Vi empresas de alimentos, fármacos, cosméticos e outras. Encontrei inclusive uma empresa expositora de cosméticos do Brasil, o que me deixou muito orgulhoso e feliz por saber que podemos também levar as empresas de cosméticos do Espírito Santo a expor os nossos produtos para os chineses. Tenho plena convicção de que podemos nos bene� ciar bastante, pois, além de visitar a Chimport, tivemos a oportunidade de visitar também várias empresas e fomos muito bem recebidos pelos empresários chineses. Eles demonstraram que estão abertos a trocar tecnologias e fazer parcerias com as nossas empresas”, relatou.

O presidente do Sindicato da Indústria de Confecções do Sul do Espírito Santo (Sinconsul), Bruno Balarini, credita à viagem resultados muito positivos de reconhecimento de futuros negócios. “A missão permitiu entender como tudo funciona e quais os caminhos para realizar negócios com aquele país asiático. A rede de relacionamento desenvolvida com a missão deu condições para que os empresários desenvolvam parcerias comerciais com a China. O importante é se preparar, já que, quando falamos de China, os volumes são enormes. O nosso setor sofre com a concorrência chinesa, mas dependemos muito da China, uma vez que diversos insumos e equipamentos utilizados na indústria de confecção vêm de lá, o que torna essa integração necessária e vital para as empresas do setor crescerem”.

Para os integrantes da comitiva, a feira representa uma plataforma e� caz de acesso aos consumidores chineses. Por meio dela, um novo mercado foi apresentado à indústria capixaba, com a China passando a ser encarada como uma grande parceira de negócios.

Sérgio Brambilla, presidente do Sincafé: “O consumo de café na China é crescente e o desejo de comprar o café do Espírito Santo existe”

“Identificamos oportunidades de negócios e

parcerias” Marcos Guerra,

presidente da Findes

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Pensando grande: como preparar a empresa para abrir o capitalAbertura de capital é opção para captar recursos a baixo custo, mas também traz riscos e exige o rigoroso cumprimento de normas

Pregão da BM&FBovespa

Especialpor Ana Lúcia Ayub

Uma das motivações dos empresários para abrir o capital de uma empresa é captar recursos a custo baixo para investimento, para capital

de giro ou aquisição de outras empresas. A oferta inicial de ações, ou simplesmente IPO (sigla em inglês para Initial Public O� ering) foi a aposta de 17 empresas nos últimos dois anos, segundo números da BM&FBovespa. Em 2013, sete abriram seu capital,

com destaque para a BB Seguridade, do Banco do Brasil, e a Smiles, da companhia aérea Gol. Juntas, elas movimentaram mais de R$ 9,6 bilhões.

Das 454 empresas brasileiras de capital aberto, apenas 100 negociam com frequência nesse mercado. Além da questão cultural, um dos obstáculos para a atuação das companhias na Bolsa de Valores é o custo de abrir o capital. Segundo especialistas, o primeiro passo a ser dado é um estudo de viabilidade

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econômica para saber o que é mais vantajoso: abrir o capital ou pegar recursos no sistema � nanceiro.

De acordo com estudo da empresa de consultoria Cavalcante & Associados, essa análise identi� ca se a empresa está preparada para a abertura e se as vantagens que serão obtidas superarão os custos do processo. A avaliação pode ser feita internamente ou através da contratação de uma consultoria externa, especializada no assunto.

Serão considerados vantagens e custos, se a empresa tem per� l para ser listada na Bovespa e se está apta a atender às exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão � scalizador do mercado de capitais. “A empresa adaptada é aquela que consegue suprir as necessidades de informação – que são muito maiores no caso de uma companhia aberta –, e a que tem boas práticas de governança corporativa. É preciso também avaliar se a evolução da empresa tem sido consistente, se seus projetos estão bem fundamentados e se o seu negócio será atrativo para os investidores”, diz o estudo.

Ingressar no mercado de capitais e enfrentar suas frequentes oscilações de humor, tomar decisões colegiadas com novos sócios – que terão voz em questões estratégicas – e estar preparado para divulgar informações em um nível de transparência baseado em marcos regulatórios não é para qualquer empreendedor.

“Acessar o mercado requer que a empresa saiba exatamente o que pretende fazer e aonde quer chegar, uma vez que o investidor vai cobrar que os resultados sejam alcançados. É preciso ter um plano de negócios muito claro. Senão, os investidores não vão comprar as ações”, a� rma o presidente da Banestes Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), Vitor Lopes Duarte.

Vantagens e desvantagensAlém do acesso a recursos a custo baixo, uma das vantagens de

estar na Bolsa é a transparência exigida para entrar no mercado de capitais. A empresa tende a ter ratings, ou seja, níveis de classi� cação de risco melhores. Ao seguir as regras da CVM e divulgar informações, a empresa aumenta a con� abilidade diante do mercado. Isso signi� ca menos di� culdade e custos na hora de pegar crédito no mercado � nanceiro. “Ao abrir o capital, a empresa passa a ter mais visibilidade e uma avaliação de risco menor”, diz Vitor Duarte.

A desvantagem é a ausência da con� dencialidade, como aponta Duarte. Segundo ele, ao atuar na Bolsa, a empresa tem que abrir informações estratégicas para as concorrentes que competem no mercado. “As empresas de capital aberto são obrigadas a publicar informações de mercado na CVM. Recentemente, o Banestes divulgou a criação de uma empresa de cartões de crédito, a Banestes Cartões S/A. Não é possível segurar a informação. Deve-se ter o máximo de transparência”, explica.

Preparando a aberturaNegociar ações na Bolsa de Valores inclui, na maioria

dos casos, uma mudança completa na forma de gerir o negócio. A saga começa com a pro� ssionalização da gestão, organização da contabilidade, cisão entre os bens dos sócios e os da empresa, formalização de um Conselho de Administração e a contratação de auditores independentes.

Envolve mudanças nos processos de tomada de decisões - estas passam a ser realizadas de forma conjunta nos Conselhos de Administração - e divulgação obrigatória de informações até então sigilosas.

“A empresa deve se preparar com a organização de todos os procedimentos contábeis, definir as regras de governança corporativa e elaborar um consistente plano de crescimento”Geraldo Carneiro, analista de mercado financeiro

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“A mudança de cultura deve ocorrer independentemente da decisão de abrir o capital, mas a empresa deve se preparar com a organização de todos os procedimentos contábeis, de� nir as regras de governança corporativa e elaborar um consistente plano de crescimento. Estes procedimentos geram valor para o acionista”, explica o analista de mercado � nanceiro, Geraldo Carneiro.

Em geral, para a realização de um IPO bem-sucedido, os novos processos de controles e gestão começam a ser adotados entre 24 e 36 meses antes da oferta inicial de ações. Isso porque uma das exigências para uma empresa ter suas ações listadas na Bolsa é apresentar demonstrações � nanceiras de três exercícios auditadas por uma instituição independente.

O prazo serve, também, para a empresa se reestruturar do ponto de vista de mudanças de gestão e de controles internos, pois o mercado cobrará transparência nas informações da companhia: volume de vendas, planos de captação, endividamento, lucro. A� nal, o investidor precisa saber qual é o modelo de negócio em que está alocando seu dinheiro.

Profi ssionalizando a equipePara preparar a empresa para a abertura, deve-se montar um

time especializado na transição, envolvendo talentos internos e a busca no mercado de pro� ssionais com experiência em capital aberto.

“Deve-se criar uma gerência ou uma Diretoria de Relacionamento com Investidores, com vivência no mercado. No Banestes, o diretor � nanceiro responde pela área”, esclarece Vitor Duarte, da Banestes DTVM. O Banestes, além de ser uma instituição � nanceira de capital aberto, possui a empresa controlada Banestes DTVM, que, entre algumas de suas atividades, é autorizada pelo Banco Central a fazer a distribuição pública de ações de empresas que abriram o capital e querem fazer a oferta inicial na Bolsa. A lei requer

que a oferta seja coordenada por um intermediário � nanceiro – banco múltiplo, banco de investimento, corretora de valores ou distribuidora

Exige também preparo para o relacionamento com os novos investidores. A equipe tem pro� ssionais com conhecimento do mercado � nanceiro e � uentes em inglês? A maioria dos fundos de investimento é estrangeira e a habilidade nessa língua é primordial. A empresa tem critérios claros de governança corporativa e um código de ética? A política de governança de� ne quais as regras para gerar o � uxo de informações e a tomada de decisões.

Consultores externos podem ajudar a empresa a preparar pro� ssionais para conversar com o mercado, adotar práticas de governança corporativa e constituir um Conselho de Administração.

A necessidade de divulgar as demonstrações � nan-ceiras em relatórios trimestrais e anuais também exigirá um Departamento Contábil e uma área de Tecnologia da Informação adaptados às necessidades do mercado de capitais.

Heringer: 17% de participação no mercadoA Fertilizantes Heringer, empresa especializada na venda de

adubos, com sede em Viana, Espírito Santo, nasceu em 1969, em Manhuaçu, Minas Gerais, quando o agrônomo Dalton Dias Heringer, hoje com 75 anos, começou a empacotar adubo e vender aos produtores de café. O Brasil importa cerca de 70% dos fertilizantes para o consumo interno e, por uma questão de logística, em 1973 ele se estabeleceu em Viana, próximo do Porto de Vitória, para receber os fertilizantes importados. “Para ganhar mercado a estratégia era receber o adubo no porto, levar até o pequeno produtor e fazer formulações customizadas”, a� rma Dias Heringer. Hoje, a empresa tem três mil fórmulas de adubo registradas.

Com a expansão, a Heringer criou uma rede de 21 fábricas misturadoras de adubo em vários estados, dois escritórios comerciais e uma fábrica para produzir ácido sulfúrico e super-fosfato, matérias-primas utilizadas nos fertilizantes. Em 2007, resolveu abrir o capital na Bolsa de Valores, injetando recursos de R$ 350 milhões na empresa. “Foi uma decisão estraté-gica para o contínuo crescimento da companhia”, explica Dias Heringer que, junto com os dois � lhos, Dalton Carlos

Evolução do número de IPOs em 5 anos

2009

6

11 11

3

7

2010 2011 2012 2013

Fonte: Bovespa

“Acessar o mercado requer que a empresa saiba exatamente o que pretende fazer, uma vez que o investidor vai cobrar que os resultados sejam alcançados. É preciso um plano de negócios muito claro”Vitor Lopes Duarte, presidente da Banestes DTVM

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e Juliana, detém 67,8% do capital do empreendimento. Dos 32,2% restantes, 56% estão em poder de fundos de investi-mentos estrangeiros e 44% com fundos brasileiros. Nesses seis anos em que a companhia abriu o capital, a empresa vem investindo cerca de R$ 30 milhões por ano na sua expansão.

“Atualmente, a Heringer é a única misturadora de adubo no país a ter o capital aberto”, diz Rodrigo Bortolini Rezende, diretor de Relações com Investidores da empresa. Segundo ele, antes da abertura do capital, a companhia tinha 11 fábricas misturadoras de adubo, 12% de participação no mercado, uma rede de 27 mil clientes e produção anual de 2,5 milhões de toneladas de fertilizantes. Hoje, a Heringer conta com cerca de 50 mil clientes, em 60% dos municípios do Brasil. “Com os recursos do IPO atingimos 17% de participação no mercado e uma produção anual de cinco milhões de toneladas de fertilizantes, o dobro de antes”, a� rma Rezende.

No primeiro semestre deste ano a empresa já faturou R$ 1,97 bilhão, um aumento de 2,9% ante o mesmo período do ano passado, mesmo registrando prejuízo líquido de R$ 63 milhões no segundo trimestre deste ano, ante igual intervalo de 2012. O desempenho foi impactado pela variação cambial, segundo a companhia.

Entre no momento propícioSe a lição de casa for bem feita e o momento econômico

propício, é hora de fazer a oferta. O protocolo envolve o pedido de registro de companhia aberta junto à CVM. Simultaneamente, é necessário solicitar a listagem das ações na BM&FBovespa.

Essa fase envolve a participação de agentes externos à empresa. A lei exige que a distribuição pública de ações seja

coordenada por um intermediário � nanceiro devidamente credenciado – banco múltiplo, banco de investimento, corretora de valores ou distribuidora. A instituição coordenará o registro, a estruturação da oferta e o plano de apresentação aos investidores. Também de� nirá as características do IPO, o volume de recursos a ser captado e o valor inicial das ações na oferta.

A empresa pode solicitar a listagem em Bolsa e aguardar até sete anos para lançar a oferta inicial de ações, deixando para fazer a captação no momento mais favorável. Haverá tempo para conversar com o mercado, mostrar resultados e se tornar mais conhecida. A grande di� culdade das empresas, sobretudo daquelas que não estão na Bolsa, é explicar seu modelo de negócio e mostrar por que o investidor deve apostar nelas.

“Em momentos de incertezas econômicas, o mercado torna-se arredio ao risco e empresas pouco conhecidas pelo investidor encontram di� culdade em acessar o mercado. Atualmente, o aumento da taxa Selic no cenário interno e a perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos deixam os investidores em compasso de espera, aguardando melhor leitura do cenário econômico”, explicou o analista Geraldo Carneiro. No Espírito Santo, a única capixaba que vem se preparando para abrir o capital é a Vix Logística, do grupo Águia Branca, mas em janeiro deste ano a empresa pediu à CVM o cancelamento do registro da oferta inicial de ações, que estava prevista para abril, sob coordenação do Itaú e estimada em R$ 600 milhões. As momentâneas condições desfavoráveis do mercado de capitais nacional e internacional colocaram os planos em compasso de espera.

Abertura de capitalPasso a passo para fazer a abertura

ETAPAS1 Pedido de registro na CVM (órgão regulatório) e pedido de listagem na Bolsa2 Contratação de auditoria externa independente3 Contratação de intermediário financeiro, responsável pela coordenação dos procedimentos de registro na CVM, estruturação da oferta, determinação do momento ideal etc.4 Contratação de escritório de advocacia para adaptação de estatutos e documentos legais5 Elaboração do prospecto de emissão e apresentações aos potenciais investidores

Antes de tudo, é preciso....• profissionalizar a gestão• organizar a contabilidade• separar os bens dos sócios dos ativos da empresa• formalizar um Conselho de Administração

“Com os recursos do IPO, atingimos

17% de participação no mercado e uma

produção anual de cinco milhões de toneladas de

fertilizantes, o dobro de antes”

Rodrigo Rezende, diretor de Relações

com Investidores da Fertilizantes

Heringer

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Indústria em Ação

C om a economia crescendo acima da média nacional, o Espírito Santo mostra que os resultados começam com uma boa gestão de processos. E o resto do

país começou a adotar iniciativas que vêm bene� ciando as empresas capixabas, como é o caso do Programa Integrado de Desenvolvimento e Quali� cação de Fornecedores (Prodfor). Entre 1° e 2 de outubro, o IEL-ES apresentou, nos escritórios da Confederação Nacional da Indústria, em São Paulo, a metodologia do Prodfor para o Programa de Desenvolvimento e Quali� cação de Fornecedores (PQF) – Nível II.

O responsável por programas de sistemas de gestão do IEL-ES, José Vieira, e o coordenador-executivo do Prodfor, Luciano Raizer Moura, palestraram sobre a metodologia do PQF Nível II, além das etapas de desenvolvimento, qualificação, certificação e manutenção do Programa. No evento também foram lançados módulos didáticos sobre as certificações desenvolvidas pelo Prodfor: SGQF, SGA, SGSS e SGFFT. De acordo com Vieira, no ano de 2007 o IEL Nacional começou um projeto para integrar os estados que realizavam desenvolvimento de fornecedores, por meio de uma metodologia em comum. A estruturação do módulo II em nível nacional passou a ser possível por conta do Prodfor e do IEL-ES.

A meta do IEL Nacional é que, a partir de 2014, pelo menos cinco estados estejam trabalhando no módulo II do PQF. A especialista do IEL Nacional, Suely Lima Pereira, falou a respeito de uma metodologia única para

Metodologia capixaba é referência para o Brasil

todo o Brasil. “Para o IEL Nacional, a importância dessa capacitação é disseminar a metodologia para outros lugares. Os manuais foram desenhados à luz da experiência do IEL-ES, que possui expertise nesse modelo de desenvolvimento e quali� cação e por isso foi escolhido para elaborar todo o conteúdo e realizar a estruturação do programa”, frisou ela.

Além do Espírito Santo, o IEL do Mato Grosso do Sul é o único que já se encontra no nível II do programa, contando para isso com consultorias do IEL-ES. “Acredito que os manuais darão um norte bem claro para os outros estados. Estes já vão receber algo bastante estruturado, fruto do trabalho duro para consolidá-lo por meio do Prodfor. É um material muito benfeito e, sem dúvida, vai ser um catalisador para ajudá-los”, destacou o coordenador de projetos do IEL-MS, Hugo Bittar.

Os representantes de vários outros estados mostraram-se ansiosos em poder implantar a metodologia apresentada. Foi o caso de Minas Gerais, que conta em seu território com a atuação de empresas do Prodfor. “Gostamos do material produzido e do trabalho desenvolvido no Espírito Santo. Ficamos muito motivados para avaliar e implementar um programa similar. Temos que veri� car as peculiaridades do nosso estado e do nosso setor industrial para fazer os ajustes necessários, mas temos muito interesse no Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores”, falou Paulo César Bicalho, gerente de Inteligência Estratégica do IEL-MG.

Metodologia do Prodfor desenvolvida pelo IEL-ES

foi apresentada em São Paulo para ser replicada

em todo o Brasil

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Indústria em Ação

O Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) deu início, no dia 12 de setembro, à nova temporada do projeto “Contando Histórias”. Aproximadamente

130 pessoas compareceram ao evento, que teve como destaque o jornalista Helio Dórea, que narrou vários fatos marcantes de sua trajetória e da história recente do Estado. A primeira edição da nova temporada aconteceu no Hotel Ilha do Boi, em Vitória, com abertura feita pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. No � nal, Dórea foi presenteado com a escultura “O Contador de Histórias”,

Dois encontros marcam nova temporada do Contando Histórias

de autoria do artista plástico e escultor Penithencia – uma homenagem feita pela Findes a todos os “contadores de histórias” convidados pelo projeto. Já no dia 12 de novembro, 150 pessoas estiveram na sede da Findes prestigiando novo encontro do projeto. Desta vez, o homenageado foi o empresário Jônice Tristão. Presidente do Conselho das Empresas Tristão, ele foi por 10 anos o maior exportador brasileiro de café. Empreendedor, construiu o Hotel Pousada Pedra Azul, um destaque em desenvolvimento sustentável nas montanhas do Espírito Santo. Histórias não faltaram no evento em que o executivo falou sobre sua trajetória vencedora.

MARCOS GUERRA PARTICIPA DE ABERTURA DA AUTOTECHReunindo empresas fornecedoras de produtos, presta-dores de serviços e também as entidades ligadas direta e indiretamente ao setor automotivo, aconteceu entre 12 e 15 de setembro, no Carapina Centro de Eventos, na Serra, a Feira Internacional de Tecnologia Automotiva, Autopeça, Serviços, Equipamentos e Veículos (Autotech). Acompanhado de dirigentes, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, esteve na solenidade de aber-tura da feira e conheceu as novidades do setor. A edição 2013 do evento recebeu mais de 18 mil pessoas, contou com a participação de 56 expositores e movimentou negócios da ordem de R$ 10 milhões.

VITÓRIA NO MOVIMENTO DE CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS

Apontar e priorizar os desa� os das cidades para traçar metas rumo ao desenvolvimento sustentável. Com esses objetivos, a Prefeitura de Vitória apresentou no dia 12 de setembro, no auditório Zemar Moreira Lima, no Palácio Municipal, a Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (Ices). Mobilidade urbana e crescimento ordenado, sempre respeitando o meio ambiente, foram tratados na ocasião. Iniciado em 2011, o projeto está presente também nas cidades de Goiânia (GO), Palmas (TO), Florianópolis (SC) e João Pessoa (PB). O vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto, representou os interesses das indústrias capixabas no evento, que é fruto de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Caixa Econômica Federal.

Sergio Sotelino (presidente do Ibef-

ES), Jonice Tristão e Marcos Guerra

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QUALIDADE DO AR É TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALES

Com o tema “A qualidade do ar na Grande Vitória”, foi realizada no dia 16 de outubro, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales), audiência pública para discutir sobre a poluição do ar na Região Metropolitana. Proposta pelo deputado estadual Claudio Vereza, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ales, a audiência recebeu diversas empresas, como ArcelorMittal, Samarco, Vale, entidades como o Iema e lideranças ambientalistas. Representando o Fórum das Entidades e Federações (FEF), o vice-presidente do Sistema Findes, Manoel Pimenta, abordou a importância de somar desenvolvimento com qualidade de vida dos cidadãos capixabas. “Nossas empresas e instituições, que também estão aqui representadas, são as grandes responsáveis pela geração de riquezas, empregos e arrecadação, fundamentais para o desenvolvimento de nosso Estado e das pessoas que nele vivem. Portanto, merecem e devem ser respeitadas por todos os segmentos de nossa sociedade”, frisou ele.

CINDES CELEBRA 44 ANOSO Centro da Indústria do Estado do Espírito Santo (Cindes) completa em 2013 os seus 44 anos de realizações. A entidade surgiu na gestão de Jones Santos Neves Filho, em 1969, para reunir industriais e debater assuntos de interesse da classe, troca de informações e lazer. Entre as ações de destaque do Cindes hoje estão o projeto “Contando Histórias”, evento inovador no Brasil no qual personalidades do Estado compartilham suas experiências de vida; e a “Rede de Negócios”, criada para promover a integração comercial, divulgação da marca e fomentar negócios entre os associados, através da apresentação de suas empresas, produtos e serviços. Para marcar a data, que também celebrou os oito anos do Cindes Jovem, foi realizado um jantar no dia 17 de outubro, no restaurante Ville Du Vin, em Vitória. O evento foi prestigiado pelo presidente da Federação das Indústrias, Marcos Guerra, que esteve acompanhado das diretorias-executivas do Cindes e Cindes Jovem.

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44 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

VICE-PRESIDENTE DA FINDES VAI A BRASÍLIA COM GOVERNADOR DO ESTADO

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Manoel Pimenta, esteve na capital federal juntamente com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e com chefes dos Executivos estaduais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A comitiva se reuniu com os ministros do Supremo Tribunal Federal para solicitar a manutenção dos incentivos do ICMS, a � m de atrair mais indústrias para essas unidades federativas.

“Os estados que não são centrais têm um pouco mais de di� culdade em atrair investimentos. Por isso, o nosso desejo é continuar operando com benefícios � scais até que o Brasil receba investimentos em infraestrutura e dê condições a todos os estados de ter competitividade para atrair ou buscar empreendimentos para o seu território”, explicou Casagrande.

VENCEDORES DO 2º PRÊMIO IAB VISITAM FEIRA NA ALEMANHA

Os ganhadores do 2º Prêmio Capixaba de Inovação em Alimentos e Bebidas (Prêmio IAB) estiveram em Colônia, na Alemanha, entre 3 e 10 de outubro, para participar da Anuga, a maior feira do mundo no segmento de alimentos e bebidas. A viagem foi parte da premiação aos primeiros colocados nas categorias “Design de Embalagem” e “Inovação em Produto”, subdivididas entre “Micro/Pequena Empresa” e “Média Empresa”. A participação dos empresários capixabas possibilita que eles tenham acesso ao que há de mais moderno em inovação, tecnologia, processamento, produto e embalagens.

Participaram da comitiva Adwalter Menegatti, da Cachaça Santa Terezinha; Silvio Roberto Monteiro, da Big Temper; Frederico Reggiani, da Bebidas Reggiani; e Levi Tesch, da Pães Lekker. Completaram o grupo dois empresários associados ao Sindicacau. Para Adwalter Menegatti, a experiência foi enriquecedora. “Vimos muitas novidades. O pessoal adorou a cachaça que eu levei, apareceu muita gente interessada em comprar. Foi muito bom participar da feira, ter contato com várias grandes marcas e um bom ambiente para novos negócios Conheci muitas coisas que poderão ser aplicadas aqui, estou com a cabeça cheia de ideias”, comemorou.

SUPERINTENDENTE DO IEL-ES É HOMENAGEADOFormado em Administração, o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi no Espírito Santo (IEL-ES), Fábio Dias, foi homenageado, juntamente com 17 outros destacados profissionais do setor, na Assembleia Legislativa do Estado. A sessão solene foi realizada no dia 18 de setembro em comemoração ao Dia do Administrador. “Foi uma honra e um prazer muito grande receber essa homenagem. Sem dúvida é um fato muito gratificante”, disse o superintendente.

ENDURO DA INDEPENDÊNCIA PERCORRE ROTA IMPERIAL

A 31ª edição do Enduro da Independência foi realizada entre os dias 4 e 7 de setembro, percorrendo a Rota Imperial, que vai de Vitória a Ouro Preto. O evento teve o apoio do Instituto Rota Imperial (IRI), da Findes, com o intuito de divulgar nacionalmente o caminho utilizado por Dom Pedro II durante suas viagens pelo interior do país.

Outro objetivo do IRI foi mostrar que essa rota tem grande importância turística, já que consegue agregar história, cultura, lazer e esportes. Entre Vitória e Ouro Preto, os pilotos conheceram as belezas e enfrentaram os desa� os da Rota Imperial, passando por Venda Nova do Imigrante, Manhuaçu e Viçosa, onde foi realizada a última etapa do enduro. Mais de 400 participantes de 11 categorias diferentes percorreram os 821 quilômetros da prova. E para coroar o sucesso da iniciativa, o vencedor foi o capixaba Jomar Grecco, natural de Pedra Azul.

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6ª SEMANA DO PLÁSTICO ACONTECE EM VITÓRIACom o tema “O Plástico e a Sociedade”, foi realizada em outubro a 6ª Semana do Plástico, na sede do Edifício Findes, em Vitória. A abertura aconteceu no dia 7 e contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e do presidente do Sindiplast-ES, Néviton Gasparini, além de empresários do setor e autoridades. Na ocasião, foi realizada visita à exposição “O setor do Plástico no ES”, representada por 40 indústrias. Os produtos ficaram expostos por 15 dias no hall da Federação. O Sindiplast-ES apresentou durante a programação debates sobre educação socioambiental, capacitação, fortalecimento do associativismo e integração entre os profissionais das indústrias.

MARCOS GUERRA PALESTRA EM FÓRUM TRABALHISTA

O presidente da Findes, Marcos Guerra, ministrou uma palestra para especialistas e estudiosos durante a abertura o� cial do 1º Fórum Capixaba de Relações Trabalhistas e Sindicais. O evento foi realizado no dia 12 de setembro, no Quality Hotel Aeroporto, em Vitória. “Esse Fórum foi importante pelo tema abordado e período em que foi realizado. Estamos passando por um processo de transformação em nossa sociedade, e esse debate é fundamental para melhor entendimento e avaliação do cenário atual”, frisou Guerra.

GOVERNADOR DISCUTE PARCERIAS COM O FEF

O governador do Estado, Renato Casagrande, recebeu no dia 15 de outubro, durante agenda realizada no Palácio Anchieta, membros do Fórum de Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF). Além de discutir ações e parcerias, Casagrande apresentou os secretários Pablo Rodnitzky, de Gestão e Recursos Humanos; Tyago Hoffmann, da Casa Civil. O vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, esteve presente no encontro e representou os interesses da indústria capixaba.

POLO INDUSTRIAL DA SERRA TEM ORDEM DE SERVIÇO ASSINADA

A ordem de serviço para o início da construção do Polo Empresarial Cercado da Pedra, na Serra, foi assinada no dia 26 de setembro. Estiveram presentes o governador Renato Casagrande, o prefeito do município, Audifax Barcelos, secretários de Estado e vereadores, entre outras autoridades. A presidência da Findes foi representada no evento pelo vice-presidente do Conselho Superior de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec), Luiz Toniato. Resultado de uma parceria entre a Superintendência de Projetos de Polarização Industrial (Suppin), a Associação dos Empresários da Serra (Ases) e a Prefeitura da Serra, o polo está localizado ao lado do Civit II, próximo ao bairro Feu Rosa, e terá 114 lotes para serem comercializados.

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46 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

Representantes do Governo do Estado e da Findes

prestigiaram a formatura do Pronatec em Vitória

NOVA LEI DOS PORTOS É TEMA DE PALESTRA NA FINDES A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), juntamente com seus sindicatos associados, promoveu no dia 16 de outubro uma palestra sobre a nova Lei dos Portos. Em aproximadamente duas horas de conversa, os parti-cipantes ouviram informações do consultor em Projetos de Investimentos e Logística João Emílio Freire Filho, especialista em portos e ex-assessor da presidência da Associação Brasileira dos Terminais Portuários. Freire Filho,que também é diretor-executivo da Comissão de Portos, explicou as principais mudanças trazidas pela nova legislação que regula a atividade portuária no Brasil. Durante a conversa, foram ressaltados aspectos como o impacto da nova lei sobre a competitividade da indústria e as oportunidades geradas para a atuação de empresas e sindicatos industriais. O evento, que contou com a participação de cerca de 50 empresários da indústria, foi realizado no Edifício Findes em Santa Lúcia, Vitória.

Industriais conhecem as oportunidades em palestra na Findes

PRONATEC FORMA PRIMEIRA TURMA NO ESTADO Aconteceu no dia 18 de outubro a formatura da primeira turma capixaba do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A cerimônia contou com a presença da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Helena Campello, do governador Renato Casagrande e da senadora Ana Rita Esgário.Também estiveram presentes o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, a diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira, e autoridades representantes das entidades envolvidas no Pronatec, como o Ifes e Senac.“Para nós da Findes é uma conquista muito gratificante ver estes alunos se formando. O trabalho que o Senai tem desenvolvido em parceria com o Pronatec nos coloca em 4º lugar no ranking brasileiro em número de matrículas em cursos profissionalizantes. Nossa meta em 2014 é alcançarmos o 2º lugar”, disse Manoel Pimenta.Cerca de dois mil alunos participaram da formatura, sendo que aproximadamente 600 eram do Senai. A formanda Angelita Duarte Barbosa, representando o Senai de Colatina, fez um belo discurso em nome de todos os alunos do Pronatec.“O nosso aprendizado nesse período nos fez perceber que, na realidade em que vivemos, os profissionais que aqui hoje saem formados têm papel essencial, pois somos responsáveis pelas sementes do amanhã, que poderão ser fruto de uma geração de pessoas que conquistaram a verdadeira democracia”, disse a oradora da turma.Já o governador Renato Casagrande ressaltou a importância dos cursos oferecidos e disse que eles atendem às demandas do mercado, por isso, tendem a facilitar a busca por emprego dos jovens formados.

CINDES JOVEM PROMOVE PALESTRA COM COFUNDADOR DA BEMATECH

O Centro da Indústria Jovem do Espírito Santo – Cindes Jovem promoveu, no dia 9 de outubro, a palestra “Diário de um Empreendedor”, com o empresário paranaense Marcel Martins Malczewski, cofundador da Bematech, empresa líder no mercado de impressoras comerciais. O evento aconteceu em comemoração aos oito anos da entidade e teve o objetivo de incentivar os jovens empreendedores e motivá-los para que não desistam dos projetos criados. Mais de 100 pessoas prestigiaram a palestra, que foi realizada no Auditório Américo Buaiz, no Edifício Findes, em Vitória.

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FEIRÃO DO IMPOSTO É DESTAQUE DO CINDES JOVEM Com a finalidade de conscientizar a população a respeito do valor da carga tributária incidente sobre os produtos que consome no dia a dia, aconteceu no dia 21 de setembro, na Praia do Canto, em Vitória, a sétima edição do “Feirão do Imposto”. Uma iniciativa do Cindes Jovem realizada anualmente, a ação mostrou, em um estande montado no bairro, a carga tributária de produtos como a garrafa de água, por exemplo, em que 44% do valor é de tributos. Já o celular tem 41% de impostos embutidos. O valor pago pelos brasileiros em tributos já superou a marca de R$ 1 trilhão em 2013. Só no Espírito Santo, foram mais de R$ 6 bilhões. Foi realizado ainda um sorteio para aquisição de um carro Gol G4, 0 km, livre de impostos (R$ 21.788). Além disso, cerca de 20 lojas presentes venderam pelo menos um produto livre de tributos.

TERRENO DE MARINHA É DEBATIDO EM VITÓRIA

A Comissão Especial presidida pelo deputado federal Lelo Coimbra analisou, no dia 21 de outubro, o Projeto de Lei nº 5627/13, que rede� ne critérios econômicos, jurídicos, e sociais para os chamados terrenos de marinha. O evento, realizado na Faculdade de Direito de Vitória (FDV), reuniu autoridades, empresários e estudantes para discutir o tema, antes da conclusão do relatório que será apreciado pela Câmara dos Deputados. O número de moradores que residem em áreas de Marinha no Espírito Santo passa de 80 mil. O presidente do Sinduscon-ES, Aristóteles Passos Costa Neto, representou os interesses da indústria capixaba.

SALÃO DO IMÓVEL MOVIMENTA R$ 223 MILHÕES

Considerada a maior vitrine de comercialização de imóveis do Estado, o Salão do Imóvel da Ademi-ES movimentou os capixabas entre 18 e 22 de setembro, no Shopping Vitória. Mais de 16 mil imóveis estavam disponíveis na 20ª edição do evento, que ainda deve gerar nos próximos meses negócios da ordem de R$ 223 milhões. O presidente da Ademi-ES, Juarez Soares, também recebeu o governador Renato Casagrande e o prefeito de Vitória, Luciano Resende, entre outras autoridades. O vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto, representou a instituição na abertura do Salão e foi empossado como conselheiro consultivo e � scal da Ademi. Ainda na ocasião, Dadalto participou como debatedor do 7º Ciclo de Palestras, que contou com a presença do professor e coordenador do Núcleo de Conhecimento em Gestão Pública da Fundação Dom Cabral, Paulo Paiva. Foram discutidas as tendências econômicas para 2014.

SINDIFER TEM NOVO PRESIDENTE O vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, tomou posse

no dia 5 de setembro como novo presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer). A nova diretoria representará 500 indústrias associadas em 42 anos de existência. Pimenta foi presidente entre 2007 e 2010. “É um orgulho e uma responsabilidade enorme retornar ao sindicato. Em parceria com o Sistema Findes, vamos avançar na busca por mais competitividade para nossa indústria”, falou ele. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, marcou presença na solenidade, realizada na sede do Sindifer, em Vitória.

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Saúde

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Especial

O Espírito Santo conta com duas cidades com nível muito alto de desenvolvimento humano: Vitória e Vila Velha. Outras 29 foram classificadas como de nível alto, e 47 estão na faixa média, segundo o IDH-M da ONU

Saúdepor Ana Lúcia Ayub

As melhores cidades para se viver no ES

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S e você procura um bom lugar para estabelecer morada e criar raízes, aí vai uma dica importante. Uma lista publicada pela ONU este ano apontou

as melhores cidades para se viver no Brasil, com melhor desempenho nas áreas de educação, renda e expectativa de vida. O estudo também aponta os indicadores e faz o ranking de todos os 5.565 municípios brasileiros. Na lista das 50 melhores do país, Vitória � cou em 4ª lugar. Entre as capitais, está na 2ª posição. Vila Velha alcançou a 40ª colocação no país. O 1º lugar geral � cou com a cidade paulista de São Caetano do Sul.

A pesquisa é realizada e divulgada pelo Pnud, órgão das Nações Unidas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A avaliação é feita a cada 10 anos,

com base nos dados do Censo do IBGE (sendo o mais recente o de 2010), e atribui a cada cidade um valor que varia entre 0 e 1 nos critérios usados para aferir o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), calculado a partir de mais de 180 indicadores socioeconômicos, agrupados em três importantes requisitos para a expansão do desenvolvimento humano: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável - saúde -; ter acesso ao conhecimento – educação; - e poder desfrutar de um padrão de vida digno - renda.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, construído com dados do Censo de 2010, o país registrou um salto de 47,8% no índice em relação ao ano 2000 (Censo anterior), fato que contribuiu para reduzir as disparidades entre as cidades. Cerca de 74% dos municípios brasileiros se encontram nas faixas de médio e alto desenvolvimento. Mas as disparidades persistem, e o país ainda sofre com desigualdades entre as cidades com maior e menor renda, por exemplo.

A longevidade foi o fator que mais contribuiu para o nível atual do IDH-M no Brasil. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida de 73,9 anos, nove a mais do que há 20 anos, principalmente pela queda veri� cada na mortalidade infantil.

E no Espírito Santo, que no ranking nacional ocupou o 7° lugar, quais são as melhores cidades para se viver? O índice não mede exatamente qualidade de vida, embora, claro, municípios com elevados índices de educação, longa expectativa de vida e renda alta tendam a ser bons lugares para � xar moradía. As seis cidades que apresentaram os melhores desempenhos são Vitória (1° lugar, com 0,845), Vila Velha

Vitória: capital figura no 4º lugar entre as 50 melhores cidades do Brasil para se viver

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(2º, com 0,800), João Neiva (3°, com 0,753), Aracruz (4º, com 0,752), Cachoeiro de Itapemirim e Colatina (empatadas em 5º lugar, com 0,746). Somente Vitória e Vila Velha têm índices de desenvolvimento considerados muito altos (entre 0,8 e 1).

Educação ainda é o maior desafi oDas seis cidades, Vitória e Vila Velha são as únicas da

Região Metropolitana – onde, naturalmente, se concentram as maiores rendas, com melhores oportunidades de negócios e geração de empregos. Mas Vitória teve um desempenho surpreendente na área da Educação, sendo avaliada com um IDH-M “muito alto” (0,805) justamente no indicador que tem a menor contribuição para o desenvolvimento atual em todo o Brasil, onde o acesso ao conhecimento está longe do nível de excelência. Grande parte dos municípios brasileiros foi considerado com médio ou baixo índice de desenvolvimento na educação. Em Vitória, um dos fatores que contribuiu para esse resultado foi o percentual de 63,8% dos jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo. A média nacional é 41,01%.

Já João Neiva surpreende com o 3º lugar no ranking, pela segunda vez consecutiva (2000 e 2010), com o índice passando de 0,658 em 2000 para 0,753 em 2010. No Brasil, ocupa a 488ª posição. O município, cuja economia está centrada na indústria, principalmente de ferro-gusa e carvoaria, na agricultura (café, banana e coco) e na pecuária, conta com uma pequena população de 15.809 habitantes. Lá, a renda média do cidadão é maior do que em Aracruz, que � cou na 4ª posição. Sua renda per capita é de R$ 859,01, um crescimento de 91,04% ante 2000.

Em Aracruz, que tem um maior desenvolvimento industrial, com investimentos em petróleo e gás, grandes empresas como a Fibria e o Porto de Barra do Riacho, a renda é de R$ 695,25. O salto qualitativo também se deu no índice que mede a expectativa de vida de João Neiva, passando de 74,9 anos para 76,4 anos.

A qualidade de vida de quem mora em Colatina, o quinto município do ranking capixaba, saltou 13,55% nos últimos 10 anos. Além da agricultura, a cidade tem atuação marcante na indústria e no comércio, com destaque para o polo de confecções, e ocupa a 628ª posição do Brasil. Uma evolução foi o crescimento de 42% de jovens entre 18 e 20 anos que completaram o ensino médio, índice acima até da cidade de Vitória (35,62%). Em contrapartida, 16,27% dos jovens entre 15 e 17 anos não frequentavam a escola.

A taxa de analfabetos da população acima de 18 anos é de 10%. Em Vitória, é de 3,6%.

O indicador que mais evoluiu foi a longevi-dade, acima da média nacional: a mortalidade infantil de crianças com menos de um ano foi reduzida em 38%, passando de 21,9 óbitos por mil crianças em 2000 para 13,5 em 2010, com uma expectativa de vida de 75,5 anos.

Para o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski, a melhora nos resultados é conse-quência dos investimentos realizados nas áreas da educação e da saúde. “Na educação, houve melhorias com a capacitação de professorese construção de escolas e creches, com a implan-tação de quatro escolas de tempo integral. Mas o Brasil evoluiu pouco em educação nessa década. Precisa evoluir mais. Uma pessoa que não

Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

IDH-M Renda Longevidade Educação

Espírito Santo 0,740 0,743 0,835 (75,1 anos) 0,653

Brasil 0,727 0,739 0,816 (73,9 anos) 0,637

Muito Baixo 0 a 0,499

Baixo 0,5 a 0,599

Médio 0,6 a 0,699

Alto 0,7 a 0,799

Muito Alto 0,8 a 1

“Na educação, houve melhorias com a capacitação de professores e construção de escolas e creches, com a implantação de quatro escolas de tempo integral. Mas o Brasil evoluiu pouco em educação nessa década. Precisa evoluir mais” - prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski

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sabe ler é uma pessoa excluída da sociedade. Então, temos o desa� o de reduzir o analfabe-tismo e de criar condições favoráveis para que os jovens que estão fora da escola retornem. Na área da saúde, construímos várias unidades e implantamos o Programa de Saúde da Família, o que contribui para uma melhor qualidade de vida da população”, disse.

Já a renda do cidadão colatinense cresceu de R$ 557,04 em 2000 para R$ 788,29 em 2010. “A cidade retomou o rumo do desenvolvi-mento e isso impactou positivamente a geração de emprego e renda”, explicou Deptulski. Para o empresário Paulo Vieira, proprietário da indústria de confecção PW Brasil, um dos setores que contribuiu para o desenvolvimento da cidade foi o polo de vestuário de Colatina, que vem se consolidando nas últimas quatro décadas. “O setor vem se solidi� cando na região e adquirindo know how ao longo do tempo. Têm contribuído para isso os incentivos � scais dos Contratos de Competitividade do Governo do Estado, o Compete-ES, e os benefícios tributários concedidos às empresas localizadas em áreas de abrangência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), como é o caso de Colatina”, a� rmou. Um dos desa� os, segundo Vieira, é superar a carência de mão de obra especializada. “O baixo índice de escolaridade

As seis cidades com maiores índices

Cidade IDHM Renda Longevidade Educação

Vitória 0,845 0,876 (R$ 1.868,58) 0,855 (76,28 anos) 0,805

Vila Velha 0,800 0,807 (R$ 1.211,79) 0,864 (76,8 anos) 0,734

João Neiva 0,753 0,717 (R$ 859,01) 0,864 (76,4 anos) 0,663

Aracruz 0,752 0,717 (R$ 695,25) 0,838 (75,2 anos) 0,707

Cachoeiro de Itapemirim 0,746 0,733 (R$ 763,71) 0,837 (75,2 anos) 0,677

Colatina 0,746 0,738 (R$ 788,29) 0,841 (75,5 anos) 0,668

As seis cidades com menores índices

Cidade IDHM Renda Longevidade Educação

73° - Ibatiba 0,647 0,651 (R$ 458,35) 0,830 (74,8 anos) 0,501

74° - Muniz Freire 0,645 0,637 (R$ 421,86) 0,821 (74,2 anos) 0,512

75° - Irupi 0,637 0,658 (R$ 481,28) 0,798 (72,9 anos) 0,493

76° - Divino de São Lourenço 0,632 0,622 (R$ 383,78) 0,819 (74,2 anos) 0,496

77° - Santa Leopoldina 0,626 0,646 (R$ 445,57) 0,797 (72,8 anos) 0,477

78° - Ibitirama 0,622 0,609 (R$ 353,86) 0,821 (74,2 anos) 0,481

Vila Velha também é destaque em desenvolvimento e oportunidades

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e a falta de quali� cação dos trabalhadores puxam para baixo a produtividade e e� ciência da indústria do vestuário, mas a melhora desse quadro depende mais de gestão e e� ciência no uso dos recursos disponíveis pelas indústrias”.

As seis cidades com os menores índicesJá as seis cidades capixabas com os menores índices são

Ibatiba (73° lugar, com IDH-M de 0,647), Muniz Freire (74°, com 0,645), Irupi (75°, com 0,637), Divino de São Lourenço (76°, com 0,632), Santa Leopoldina (77°, com 0,626) e Ibitirama (78°, com 0,622). Mas o que diferencia tanto essas cidades, que apresentaram os menores índices, das melhores? Um dos indicadores é a renda média do cidadão do município.

Em Ibatiba, que conta com uma população de 22.366 habitantes e que tem na agricultura a sua principal atividade econômica, com o cultivo do café, um cidadão vivia com renda média de R$ 458,35 em 2010. O município � cou na 3.172ª posição do ranking brasileiro e na 73ª do Estado, com um IDH-M de 0,647, considerado médio. Em comparação entre as cidades de maior e menor renda per capita, a diferença permanece grande. Em São Caetano do Sul (SP) - com o melhor IDH-M do país-, a renda média do cidadão é de R$ 2.043,74. Em Vitória, R$ 1.868,58.

Visando a melhorar os indicadores para o próximo Censo, em 2020, o prefeito de Ibatiba, José Alcure, disse que a prefeitura vem buscando valorizar o homem do campo, capacitando-o para a diversi� cação do cultivo agrícola e

levando seus produtos para serem vendidos no comércio da região, o que gera mais empregos e aumenta a renda do produtor. “Também incentivamos a abertura e apoiamos as microempresas da região”, a� rma.

O desempenho na educação foi baixo em Ibatiba (0,501), quase passando para o último patamar (“muito baixo”, que vai de 0 a 0,499). O percentual de jovens de 15 a 17 anos que não frequentavam a escola em 2010 é de 35,6%. Em Vitória, é de 11,8%. O prefeito José Alcure atribui esse alto percentual à saída deles mais cedo para o mercado de trabalho.

Em Colatina, a quinta do ranking estadual, a taxa de desenvolvimento

cresceu 13,55% nos dez anos avaliados

“Hoje, o número de escolas é suficiente para atender à população. Para melhorar esse índice, passamos a oferecer mais modalidades de cursos no ensino médio” - prefeito de Ibatiba, José Alcure

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“Hoje, o número de escolas é su� ciente para atender à população. Para melhorar esse índice, passamos a oferecer mais modalidades de cursos no ensino médio”, disse.

Já a taxa de analfabetismo da população acima de 25 anos é de 22,7% (em Vitória, é de 3,6%) e apenas 3,8% da população têm o curso superior completo. Em Vitória, 31,9% da população têm curso superior completo, uma diferença acentuada em relação a Ibatiba. Segundo o prefeito, a faculdade mais próxima � ca em Iúna, a 20 km de distância, o que di� culta a locomoção dos jovens. “Mas estamos trabalhando numa parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) para que em 2014 passe a oferecer, além dos cursos técnicos hoje disponíveis, o curso superior no município”, a� rmou Alcure.

No quesito longevidade, Ibatiba foi bem avaliado. A mortalidade infantil foi reduzida em 41% de 2000 para 2010, passando a registrar 14,4 óbitos por mil crianças de até um ano de idade. Em Vitória e Vila Velha, são 11,4 e 10,9 óbitos, respectivamente. Com isso, a expectativa de vida de Ibatiba passou a ser de 74,8 anos, acima da média brasileira.

“Buscamos levar ao cidadão o acompanhamento médico desde o nascimento da criança até a idade mais avançada. Priorizamos a vacinação, orientamos os pais sobre a importância do acompanhamento pré-natal, disponibilizamos exames de HIV, os testes do pezinho e da orelha, que detectam precocemente possíveis doenças, além de campanhas e exames realizados nas escolas para identi� car problemas de visão”, concluiu o prefeito.

Ibitirama, cidade que � ca na Serra do Caparaó, no sul do Estado, � cou na última posição do ranking capixaba.

Sua economia baseia-se no artesanato, agricultura, com predominância do café, pecuária e turismo. É lá que � ca o Pico da Bandeira, a montanha mais elevada do Espírito Santo, e a terceira mais alta do país. O município foi emancipado há 25 anos, em 1988, desmembrado de Alegre. Sua população é de pouco mais de 8.900 habitantes, com uma alta concentração na zona rural (64,53%). A renda média do cidadão é de R$ 353,86 e teve um crescimento de apenas 1,78% em relação a 2000. Foi um dos menores índices de crescimento em relação à renda no Estado. Em Vila Velha, a segunda do ranking, a renda é de R$ 1.211,79, com uma taxa de crescimento de 38,08% ante 2000.

Um dos fatores que impactou negativamente o município foi o percentual de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ibitirama tem 66,09% de pessoas acima de 18 anos sem o ensino fundamental completo e com ocupação informal, vivendo com renda per capita igual ou inferior a R$ 255,00. Em Vila Velha, mesmo sendo uma área urbana, onde as intensas mudanças criaram novas áreas de risco social, esse percentual é de 20,2%. Outros 16,36% de jovens de 15 a 24 anos não estudam e nem trabalham em Ibitirama, vivendo com renda domiciliar abaixo de R$ 255,00, estando vulneráveis à pobreza.

O quesito educação foi aquele em que Ibitirama se situou na faixa mais baixa. Entre os jovens de 15 e 17 anos, 29,33% não frequentavam a escola. Em Vila Velha, o índice é de 15,42%. Os analfabetos são 23,8% da população. E apenas 4% da população com idade acima de 25 anos têm o curso superior completo, enquanto 3,87% dos jovens de 18 a 24 anos estão cursando o terceiro grau.

João Neiva ocupa o 3º lugar no ranking capixaba pela segunda vez consecutiva, com uma renda mensal de R$ 859,01

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Interiorização

V isando explorar ao máximo as qualidades de cada região do Estado, promovendo seu desenvolvimento de forma sustentável, o Sistema Findes criou um

modelo de capacitação pro� ssional inédito, que funciona em parceria com as prefeituras capixabas. São as Agências de Treinamento Municipais (ATMs).

A exemplo do que foi feito com a inauguração da ATM de Vitória, localizada no bairro Mário Cypreste, que tem o objetivo de atender à indústria do Carnaval e setores tecnológicos, outras ATMs vêm sendo implantadas em cidades do interior, de acordo com suas vocações.

Em Ibiraçu, por exemplo, o foco é voltado para o potencial logístico da região. Na ATM do município são desenvolvidos cursos de almoxarife, auxiliar administrativo, aplicador de revestimento cerâmico e outros compatíveis com o mercado local. “A nossa região está em franco desenvolvimento econômico e com esta escola teremos mão de obra quali� cada para as empresas que se instalarão aqui”, destacou o prefeito de Ibiraçu, Eduardo Zanotti.

Além das ATMs � xas nos municípios, existe também a Escola Móvel, que pode � car por até seis meses em cada município promovendo cursos, seminários e palestras.

Agências de Treinamento da Findes levam capacitação aos municípios

Atualmente, a Escola está em Governador Lindenberg, onde capacita 174 pessoas em seis cursos diferentes.

De acordo com o presidente da Findes, Marcos Guerra, o objetivo é interiorizar a indústria e promover a quali� cação e educação profissional em todo o Estado. “Estamos trabalhando com foco na interiorização da indústria, onde projetos como a Escola Móvel e a Agência de Treinamento Municipal são ações inovadoras do Sistema Findes para ofertar, com mais rapidez, quali� cação pro� ssional gratuita e de qualidade para atender às demandas da indústria em diferentes áreas e segmentos do Estado”, pontuou.

“O Plano de Investimentos do Sistema Findes é de R$ 104 milhões até 2015. Deste total, R$ 84 milhões (82%) serão voltados para educação e qualificação. Queremos avançar em parcerias com os municípios para progredir na articulação e mobilização junto à sociedade. Cada local terá cursos específicos, de acordo com as potencialidades da região”, explica o presidente do Sistema.

A Findes trabalha com a meta de instalar Agências de Treinamento em 10 municípios capixabas até 2014 e, para isso, mais uma ATM foi inaugurada recentemente. Ela � ca no município de São Gabriel da Palha e vai atender quase 200 pessoas.

Marcos Guerra, Renato Casagrande e Luciano Rezende

inauguram a Agência de Treinamento

Municipal em Vitória

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Foi inaugurada no dia 13 de setembro a Agência de Treinamento Municipal (ATM) localizada em São Gabriel da Palha, noroeste do Estado. Inicialmente, a ATM vai disponibilizar 180 vagas em nove cursos diferentes – todos com o objetivo de capacitar a mão de obra local para os trabalhos da região de São Gabriel da Palha e adjacências.

Quem inaugurou a ATM foi o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, ao lado de outros dirigentes da entidade. Também participaram da solenidade o governador do Estado, Renato Casagrande, o prefeito de São Gabriel, Henrique Vargas, e outras lideranças políticas.

“Queremos avançar em parcerias com os municípios para progredirmos na articulação e mobilização junto à sociedade, pois estamos trabalhando com foco na interiorização do desenvolvimento para tornarmos nossa indústria mais forte e diversi� cada”, disse Marcos Guerra durante a inauguração.

Já o governador do Estado, Renato Casagrande, elogiou mais uma vez a atual gestão do Sistema Findes, que concilia ações na Região Metropolitana com outras no interior do Estado. “A política de interiorização do Sistema Findes é exemplar, pois leva desenvolvimento e oportunidades para diversas regiões do Estado”, disse Casagrande.

O prefeito do município, Henrique Vargas, destacou que os cursos de quali� cação da ATM recém-inaugurada tornará a cidade mais competitiva para atrair novos investimentos. “Agradecemos e pretendemos avançar ainda mais nas parecerias com o Sistema Findes”, ressaltou o prefeito.

SISTEMA FINDES INAUGURA AGÊNCIA DE TREINAMENTO EM SÃO GABRIEL DA PALHA

REGIONAL DE ANCHIETA FAZ REUNIÃO ITINERANTE EM GUARAPARI Foi realizada no dia 16 de outubro a reunião itine-rante da Diretoria da Findes em Anchieta. O encontro foi realizado na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Guarapari (Sindicig), coorde-nado pelo diretor da Findes em Anchieta e região, Fernando Kunsch.“Nós fazemos essa reunião a cada dois meses e trazemos assuntos de interesse do setor público capixaba. Hoje tivemos a oportunidade de mostrar algumas experiências de empresários locais e investimentos previstos e em andamento realizados pelo governo estadual”, disse Kunsch.Quem também participou da reunião foi o subsecretário de Logística de Transportes da Secretaria de Transportes e Obras Públicas do Estado (Setop), Valdir Uliana, que falou sobre os investimentos do Estado na infraestrutura da região e sobre a reabilitação do trecho urbano de Guarapari. Entre os projetos apresentados na reunião estavam a reabilitação do trecho urbano da Cidade Saúde, obras para melhorar a infraestrutura da cidade e o aeroporto do município.“Iniciativas como essa da Findes são importantes para nós, para a população e para os empresários da região, que puderam passar uma tarde agradável e produtiva debatendo assuntos relevantes”, disse o subsecretário. Na reunião também foi anunciado um estudo para a construção de uma nova ponte no município. “Isso está sendo estudado pelo DER e também dentro de um projeto de mobilidade que está sendo feito pela Sedurb. Ainda não estamos com o projeto pronto, mas temos, sim, a intenção de construir essa nova ponte em Guarapari”, finalizou o subsecretário.

Noroeste

Sul

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56 Indústria Capixaba – Findes

Interiorização

PÓS-GRADUAÇÃO DO IEL-ES EM COLATINAO IEL-ES e o Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc) uniram forças para oferecer três cursos de pós-gradu-ação em Colatina. A parceria possibilitará aos moradores oportunidades em Gestão Industrial, Gerenciamento de Projetos Industriais e Gestão da Qualidade e Produtividade. O acordo foi fechado no dia 6 de setembro, em cerimônia que contou com as presenças do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; do diretor da Findes em Colatina e Região,

Manoel Giacomin; da gerente do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL em Colatina, Maria Augusta Zache; do diretor acadêmico do Unesc, Neacil Broseghini; do diretor-administrativo, Fabiano Chiepe; do coordenador de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Renato Beltrame; e do reitor da entidade, Pergentino de Vasconcelos Júnior. Os cursos de pós-graduação do IEL-ES visam à qualificação no domínio de conceitos e práticas voltados para negócios. Além disso, são intensivos, com aulas semanais e conclusão em menor tempo do que os demais cursos do mercado. Fundada em 1966 como Faculdade de Direito de Colatina (Fadic), a Unesc alcançou, em 2000, o status de Centro Universitário. Isso abriu as portas para cursos em novas áreas, como as ciências da Saúde e Educação, que se juntaram aos cursos das áreas jurídicas, empresariais e exatas. Contando com aproximadamente 5 mil alunos, sendo 4.000 em Colatina e 1.000 em Jacaraípe, na Serra, o Unesc se coloca como centro de educação superior e polo regional de extensão de serviços à sociedade capixaba.

FINDES PARTICIPA DA INAUGURAÇÃO DA WIND FENCE NA SAMARCO

Foi inaugurado no dia 4 de outubro o sistema wind fence, no pátio da Samarco, em Anchieta. A tecnologia funciona como uma barreira de vento, que tem o objetivo de reduzir a emissão de partículas de minério na região.Devido à relevância do projeto, estiveram presentes o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, e o diretor regional da Findes em Anchieta e região, Fernando Kunsch – que faz parte do quadro de colaboradores da Samarco. Também prestigiaram o evento o governador do Estado, Renato Casagrande, o ex-governador Paulo Hartung e o prefeito de Anchieta, Marcus Vinicius Assad.“A instalação da wind fence representa um esforço voluntário da empresa para aprimorar ainda mais seu desempenho ambiental e contribuir para a melhor qualidade do ar na região de Anchieta”, explicou Kleber Terra, diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco. Terra reforçou ainda que foram investidos mais de R$ 250 milhões neste projeto.

Noroeste

Sul

O diretor para Assuntos de Desenvolvimento Industrial da Findes, Leonardo de Castro, esteve reunido com membros do Banco do Nordeste para negociar a criação de um convênio entre o banco e o Sistema Findes. O convênio seria criado para aumentar as relações existentes entre a instituição � nanceira e as indústrias sediadas no noroeste do Estado.

“A meta é ter esse convênio equacionado ainda este ano”, disse Castro após o encontro, que aconteceu na sede do Sebrae, em Vitória, no dia 15 de outubro, com a presença de mais de 20 interessados na concretização do acordo. O Banco do Nordeste atua na área da Sudene, que, no Espírito Santo, abrange justamente alguns dos municípios de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Assim, se concretizado, o convênio tem potencial para contribuir com a instalação de novas indústrias na região ou a expansão de negócios já existentes.

FINDES NEGOCIA CONVÊNIO COM BANCO DO NORDESTE

Noroeste

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O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES)� rmou com a Faculdade Pitágoras, de Linhares, uma parceria para a realização de cursos de pós-graduação. O objetivo da ação conjunta é levar à população da região oportunidades de capacitação nos programas oferecidos pelo IEL. O encontro aconteceu na sede da faculdade e contou com a participação do diretor-geral do campus Linhares, Roberson Fonte; do coordenador do Curso de Engenharia Civil, Marco Antonio Rodrigues Menegaz; do coordenador da Graduação, João Adoris Pandolfi; do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; e dos seus gerentes Carla Franco e Fernando Gomes. Segundo Dias, a parceria bene� ciará todo o norte capixaba. “Nós estamos nos unindo à Faculdade Pitágoras por ser uma entidade forte, consolidada e representativa na região. Nosso objetivo, além de qualificação para trabalhadores e empresários,

IEL FIRMA PARCERIA COM FACULDADE PITÁGORAS

é também o de levar desenvolvimento para toda a região”, disse.Nas próximas semanas, haverá uma reunião com a Diretoria da Findes em Linhares e Região para validar a elaboração dos cursos oferecidos. “Nosso objetivo é identi� car a real necessidade junto às empresas da região”, destacou. De acordo com ele, a parceria vem ao encontro da política do IEL-ES, que busca interiorizar as suas ações, alinhado às diretrizes da Findes.

Norte

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Indústria Capixaba – Findes58

No Sistema

Indústria com mais de mil razões para ser associadaA Findes lançou a campanha “Mais de mil motivos para associar-se”, mostrando os inúmeros benefícios oferecidos às empresas capixabas

Curso oferecido pelo Senai para a indústria têxtil: beneficios passam pela capacitação

No Sistemapor Gustavo Costa

campanha “Mais de mil motivos para associar-se”, que vem apresentando aos empresários de norte a sul do Estado as razões para fazer parte de um sindicato associado à Findes.

Para o presidente da Federação, Marcos Guerra, as empresas que se associam contribuem para a formação de entidades fortes e representativas, que possam falar em nome do setor. “A partir do momento em que os sindicatos têm muitas empresas associadas, que apresentam as demandas do setor, os líderes sindicais têm mais condições de trazer resultados positivos para as indústrias”, explicou ele.

Guerra lembra que a Findes tem um banco de dados com a relação de todos os incentivos e todos os benefícios que os demais estados concedem a determinados setores. “Isso fornece subsídios para as negociações do setor com o governo. Também fazemos muitas parcerias com sindicatos para a

A o se tornar uma das associadas dos 31 sindicatos do Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a empresa industrial capixaba torna

o seu setor de atuação mais forte, ganha em visibilidade no mercado e tem acesso a uma grande lista de benefícios. Com vantagens que vão da educação dos � lhos dos colaboradores a ações que promovem a melhoria na segurança no ambiente de trabalho, passando ainda por iniciativas que reduzem custos e aumentam a produtividade, indústrias de todos os portes e segmentos têm nas casas que compõem a Findes parceiras do desenvolvimento em diversas frentes.

A Findes oferece, através do IEL, Ideies, Cindes, Sesi e Senai, nada menos que 1.063 serviços e produtos, que facilitam a operação e promovem o crescimento empresarial, social e econômico do Espírito Santo. Pensando nisso, foi lançada a

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formação pro� ssional e quali� cação de empreendedores, por exemplo. Além disso, oferecemos para todas as indústrias � liadas, principalmente as de micro e pequeno portes, descontos de até 80% em serviços prestados pelo Sesi e Senai. Essas iniciativas ajudam a trazer para a Federação um número signi� cativo de associados”, disse.

Benefícios precisam ser conhecidosSegundo o diretor para Assuntos do IEL-ES, Benízio

Lázaro, a campanha é importante por divulgar aos empresários benefícios que estão disponíveis, mas ainda são desconhecidos por alguns. “Primeiro, a empresa associada passa a ter amparo legal. Segundo, ela tem a oportunidade de melhorar os seus produtos e as condições de trabalho para seus funcionários através dos serviços que o Sistema Findes oferece. Tanto para o aspecto laboral quanto patronal, há benefícios. Da gestão da empresa à melhoria dos processos, só existem vantagens. O problema é que as pessoas não conseguem enxergar com clareza tudo que pode ser usufruído desses serviços. Então, a campanha é ótima para divulgar esses diferenciais”, falou.

De acordo com Lázaro, o IEL contribui desenvolvendo metodologias de destaque e estudos que fazem a diferença para a consolidação e crescimento das empresas. “Atuando in loco ou na sede da Findes, o IEL está preparado para oferecer consultoria, acompanhamento de implantação de normas e requisitos e metodologia especí� ca para cada processo da empresa. O IEL dá um tratamento diferenciado para cada organização, de acordo com o ramo de atuação, atividade e processo produtivo”, frisou ele.

O Cindes, por sua vez, reúne empresários e promove eventos, debates a respeito de temas relativos às indústrias e integração social. Realiza, por exemplo, a “Rede de Negócios”, pensada para ser uma ferramenta de divulgação da marca e fomentação de negócios entre os associados, através da apresentação de suas empresas, serviços e produtos; e do projeto “Contando Histórias”, algo pioneiro no país e que reconhece a importância de grandes empreendedores capixabas. “A empresa associada encontra no Cindes uma entidade que proporciona o relacionamento entre empresários de diferentes setores, com o intuito de criar um ambiente favorável à consolidação de novos negócios, tudo isso por meio de nossos encontros e eventos. Além disso, cooperamos com a quali� cação de jovens empresários, por meio do Cindes Jovem, para que nossas empresas tenham um bom processo de sucessão familiar”, a� rmou o diretor para Assuntos do Cindes, Paulo Alfonso Menegueli.

A Findes lançou a campanha “Mais de mil motivos para associar-se”, mostrando os inúmeros benefícios oferecidos às empresas capixabas

Pesquisas, qualidade de vida e segurança para os trabalhadores

Os mais de mil serviços disponibilizados pela Findes, através de suas casas, formam, de acordo com o diretor para Assuntos do Ideies, Egídio Malanquini, uma excelente oportunidade para melhorar a gestão, reduzir custos, valorizar os funcionários e tornar a empresa mais competitiva. “Temos mais de mil produtos diferentes. Di� cilmente alguém imaginaria que o portfólio ao alcance das empresas fosse tão variado e de tanta qualidade. Muitas vezes, o empresário gasta com serviços similares, sem saber que tem direito a eles ao se associar ao sindicato de sua categoria”, frisou ele.

Listando as ações do Ideies, Malanquini aponta que não falta estímulo a quem busca se associar. Por meio de pesquisas, por exemplo, as indústrias têm acesso a informações da competitividade de determinado setor, como produção, faturamento, recursos humanos, comportamento de custos e de tributos, margem de lucro, � nanciamento, pesquisa, desenvolvimento, inovação e responsabilidade socioambiental. Há também o “Cadernos Ideies Regionais da Findes”, com indicadores econômicos dos municípios do Espírito Santo, e sondagens industriais mensais, com indicadores industriais e o índice de con� ança do empresário industrial, entre outras informações. Com a Revista Análise, o associado tem acesso a dados diversos sobre a economia capixaba e ações realizadas pela Federação e outras entidades. Além disso, são oferecidos o “Caderno de Indicadores Conjunturais da Indústria Capixaba” e diagnósticos de produção física industrial, produção física da indústria de transformação, produtividade industrial, custo unitário do trabalho, faturamento real por setor, Porduto Interno Bruto (PIB), empresas e empregos, dados e informações referentes ao Espírito Santo e Brasil.

E em tempos onde tanto se debate a questão da mão de obra quali� cada, no Senai, a meta é capacitar pessoas, tornado-as pro� ssionais mais aptos a trabalhar na indústria capixaba. Para isso, a entidade disponibiliza, além de seus já tradicionais e respeitados cursos regulares, serviços como palestras, mostras tecnológicas, minicursos, orientação

“Muitas vezes, o empresário gasta com serviços similares, sem saber que tem direito a eles ao se associar ao sindicato de sua categoria”Egídio Malanquini, diretor para Assuntos do Ideies

“Oferecemos para todas as indústrias filiadas, principalmente as de micro e pequeno portes, descontos de até 80% em serviços”

Marcos Guerra, presidente da Findes

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No Sistema

pro� ssional e visitas técnicas. Com unidades operacionais localizadas em Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, o Senai promove o desenvolvimento do Estado por completo, oferecendo capacitação de recursos humanos, assessoria ao setor produtivo, informação tecnológica e prestação de serviços de forma geral. Além dessas unidades, a entidade promove o Programa de Ações Móveis (PAM), iniciativa alinhada à proposta da Findes de interiorização de oportunidades de crescimento e que leva o conhecimento a todo o território capixaba.

Segundo informações da Findes, 82% dos R$ 104 milhões que serão investidos pela entidade até 2015 estão alocados para a preparação de pessoas. “O ato de associar-se é fundamental para o pequeno empresário. Ele sozinho não consegue ir muito longe. E ao participar de um movimento de classe, você tem mais força e representatividade. Não existe um setor forte sem um sindicato forte. Associar-se é questão de sobrevivência. O Senai atua na quali� cação de mão de obra para as empresas e oferecemos cursos especí� cos para cada setor. E se o pedido vem por um sindicato tudo � ca mais fácil”, explicou Flávio Bertollo, diretor para Assuntos de Educação do Sesi/Senai.

Já o diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social, do Sesi/Senai, Alejandro Duenas, prefere citar um conhecido ditado para explicar os motivos para se associar. “A união faz a força. As empresas, sejam industriais ou não, têm interesses e necessidades comuns. Muitas vezes, se formos defender os interesses de nossas empresas de uma forma isolada, por conta própria, não temos o êxito desejado. Mas se o � zermos de maneira conjunta, por exemplo, uma solicitação ao Governo, ou uma ação junto a um órgão regulador, ação de mercado, ou mesmo de compra, temos um sucesso muito maior. O associativismo propor-ciona um alcance bem mais amplo das ações voltadas para o interesse das empresas”, a� rmou.

Ele lembra que o foco estratégico do Sesi está voltado para a qualidade de vida, segurança e bem-estar do trabalhador da indústria, com variados programas preventivos e serviços de consultoria. “E com esse foco estratégico nós estamos alinhando todas as nossas ações. Temos um programa-piloto que foi lançado este ano, e que está em fase � nal de avaliação, que é o ‘Indústria Segura’, cujo objetivo é auxiliar a empresa no que se refere não só às iniciativas de saúde e segurança do trabalhador, como também naquilo que ela precisa para proporcionar uma melhor qualidade de vida para esse colaborador, no ambiente de trabalho ou fora dele, com a sua família”, enfatizou Duenas.

A partir do “Indústria Segura”, o Sesi tem várias ações, de prevenção a doenças, atividades físicas, mudança de hábitos alimentares, lazer e cultura. “En� m, é algo muito amplo e visando a ajudar a empresa naquilo que ela não é especializada. A indústria precisa estar no mercado com um bom produto, mas na maioria das vezes ela não tem condições ou expertise para trabalhar esse lado de apoio ao seu funcionário, no que se refere à qualidade de vida. O Sesi busca preencher essa lacuna. Está aumentando nas indústrias a consciência da importância de se investir mais no capital humano. Hoje em dia temos uma escassez de mão de obra, e um diferencial que as empresas podem oferecer é qualidade de vida para o trabalhador e sua família. Por outro lado, elas ganham, um funcionário mais motivado, mais disposto, que falta menos e é mais produtivo. Isso atende à necessidade de competitividade”, destacou.

Promover uma indústria mais competitiva, produtiva, humana, segura e de qualidade. Com esses objetivos, a Findes trabalha ano após ano, integrando empresas, fortalecendo sindicatos e desenvolvendo a economia do Estado. Ao lançar o desa� o de se associar, a Federação oferece na verdade um rico leque de oportunidades. Cabe ao empresariado aceitar esse desa� o e vislumbrar novos horizontes.

Algumas das razões para ser associado:

• Diagnósticos setoriais contendo informações da competitividade de determinado setor, como produção, faturamento, comportamento de custos e de tributos, margem de lucro, financiamento, desenvolvimento e inovação e responsabilidade socioambiental;

• Palestras e cursos a baixo custo (ou mesmo gratuitos) para capacitação/desenvolvimento em diversas áreas técnicas;

• Consultorias diversas, como para inclusão de pessoas com deficiência nas empresas; para elaboração de projetos de investimento social privado e para elaboração de Código de Ética nas empresas;

• Acesso a competições esportivas e atrações ligadas à qualidade de vida; shows e peças teatrais; apresentações artísticas;

• Contato com ações em áreas como saúde e segurança, promovendo um ambiente de trabalho mais produtivo, motivador e livre de acidentes;

• Participação em feiras e eventos importantes no Estado, no Brasil e no exterior.

“Um diferencial que as empresas podem oferecer é qualidade de vida para o trabalhador e sua família. Por outro lado, a empresa ganha um funcionário mais motivado, que falta menos e é mais produtivo”Alejandro Duenas, diretor para Assuntos do Sesi

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Inovação

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Classe científi ca e setor industrial aprovam PEC da inovação

O Brasil ocupa a 64ª posição no ranking mundial da inovação e é o 7º entre 17 países da América Latina, de acordo com o estudo “Investimentos em Inovação

no Brasil e o Impacto no Desenvolvimento do País”, elaborado pela unidade de Intelectual Property&Science (IP&S) da � omson Reuters. O levantamento mostra ainda que, quando o assunto é produção acadêmica, o Brasil passou de pouco mais de 15 mil artigos cientí� cos,

Proposta em tramitação na Câmara dos Deputados deve desburocratizar o incentivo à inovação no Brasil

Inovaçãopor Nádia Baptista

Foto: José Paulo Lacerda

Abertura do 5º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria.

publicados em 2003, para quase 47 mil em 2012. O número coloca o país na 14ª posição nesse ranking global especí� co. Também no mesmo período, o volume de pedidos brasileiros de registro de patentes superou a marca de 150 mil, acima de países como México, Argentina, Colômbia, Peru e Uruguai.

O Governo Federal vem investindo em pesquisa e inovação no Brasil, através de meios como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientí� co e Tecnológico (FNDCT) e fundos setoriais, em que

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em regime de colaboração entre os setores público e privado e com funcionamento a ser regulado em lei federal. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa no começo de setembro, a PEC está sendo analisada por uma Comissão Especial, que até o final de outubro ainda não havia votado o parecer do relator da proposição.

Entre as mudanças estabelecidas pela PEC 290/2013, está a possibilidade de a União vincular uma parcela de sua receita a entidades de fomento ao ensino e à pesquisa científica, além de adotar mecanismos especiais para a contratação de bens e serviços e tributação. É possível também a admissão da cessão temporária pelo Poder Público de recursos humanos, equipamentos e instalações a instituições públicas e privadas.

Entidades científicas aprovam a propostaPara o presidente do Conselho Nacional das Fundações de

Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Gargioni, a PEC pode ser benéfica, principalmente, em relação à desburocratização. “Assim como outros representantes da classe científica nacional, somos favoráveis à proposta. A PEC 290/2013 tem aspectos práticos que devem facilitar o processo da ciência, principalmente no que se refere à burocracia”, destaca Gargioni.

Por isso, ele lembra que, além da aprovação da PEC 290/2013, é importante dar sequência às outras iniciativas que devem regulamentar a inovação no Brasil. “A PEC 290 permitirá a existência de uma legislação mais favorável. Ela vai permitir, e não restringir. Esperamos que o aparato do Executivo e das unidades de controle não venha a colocar freios e restrições a ponto de neutralizar a legislação inovadora que regerá a inovação”, antecipa Gargioni.

A seu ver, uma atuação mais efetiva do Poder Público deve se concretizar, para que a inovação avance no país. “A maioria

o volume de incentivos foi ampliado em dez vezes na última década. Porém, levando-se em conta os dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é possível verificar que em 2011, no Brasil, o percentual do investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de apenas 1,16% - enquanto a média desse percentual em países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de cerca de 2,51%.

Na prática, isso significa que ainda estamos muito aquém das economias desenvolvidas e daquelas que mais investem em inovação. “Os instrumentos atuais necessitam de ajustes e precisam estar focados em elevar o investimento empresarial em inovação. Deve haver um balanceamento entre os valores destinados para o crédito, mesmo que este seja atrativo, e os valores destinados à subvenção - que compartilha o risco do investimento. Esse balanceamento é fundamental para estimular a inovação no país”, explica o gerente-executivo de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rodrigo Teixeira.

Como forma de regulamentar e dar mais dinamismo à concessão de recursos para investimentos em inovação, o Congresso Nacional está, aos poucos, articulando a instituição do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). Criado inicialmente pelo Projeto de Lei nº 2.177/11, devido à complexidade para aprovação, a proposta foi dividida em quatro mecanismos: Proposta de Emenda Constitucional (PEC); Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC); Legislação Específica de Acesso à Biodiversidade; e Projeto de Lei que incorpore itens como a Lei de Inovação e a Lei do Bem.

O primeiro desses mecanismos, a PEC 290/2013, que altera e adiciona dispositivos na Constituição Federal para atualizar o tratamento das atividades de C,T&I, está sendo analisada pela Câmara dos Deputados. Elaborada pela deputada Margarida Salomão (PT-MG), a proposta acrescenta as expressões “tecnologia”, “pesquisa” e “inovação” em diversos artigos da Constituição, de forma a ampliar a competência legislativa, as políticas públicas e a concessão de estímulos da União, dos estados e dos municípios para essas áreas. A PEC também cria o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação,

Os mecanismos do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

• PEC 290/2013 (PEC da Inovação) Irá ajustar a Constituição Federal para dar validade às ações que serão propostas pelos outros três mecanismos. Além de garantir que as unidades federativas, municípios e União estimulem a inovação, a PEC acrescentará termos para que seja possível pesquisadores de universidades participarem de atividades de pesquisa e desenvolvimento em empresas.

• Projeto de Lei O PL nº 2.177/11, caso aprovado, trará mudanças na Lei da Inovação e na Lei do Bem.

• Regime Diferenciado de Contratações Ainda a ser finalizado, irá definir as regras para o uso de recursos públicos em atividades de P&D. A ideia é que seja votado junto ao PL 2177/11 e apreciado no plenário ainda em 2013.

• Legislação Específica de Acesso à Biodiversidade O projeto de lei tratará sobre o uso de informações genéticas da flora e fauna brasileiras em pesquisas. Ainda não tem data para ser finalizado pelo Ministério do Meio Ambiente.

“Acreditamos que essa é a hora de o empresário se capacitar em elaboração de projetos para que possa aproveitar melhor esses recursos que estão disponíveis e que, com a aprovação da PEC 290/2013, serão mais acessíveis”

Luiz Alberto Carvalho, diretor para Assuntos de Inovação Industrial da Findes

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Inovação

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das empresas médias, e mesmo grandes, não tem a inovação sistematizada. Muitas alegam falta de uma política econômica e � scal mais estável e perene. O Estado, por outro lado, penaliza as empresas com altos impostos. Para muitas delas, inovar é alto risco, por isso o Estado deve participar. Mesmo em países desenvolvidos, o papel do Estado é altamente relevante no que se refere a � nanciamento subsidiado, incentivos � scais, subvenções e outros meios, como poder de compra”, explica Gargioni.

O presidente do Confap reputa como importante que o Brasil faça cada vez mais em termos de inovação. “Não se trata de saber se somos ou não competitivos em inovação: é mandatório fazer. E quanto mais se faz, mais e� cazes seremos. Para inovar com base no conhecimento cientí� co, precisamos da Academia e da indústria, juntos e sob o ritmo determinado pela indústria. Se o conhecimento não se transforma em novo produto ou processo no tempo e na intensidade correta, outros farão na nossa frente, então perderemos a vantagem competitiva da indústria. Como somos muito complicados na implementação do processo de inovação, algumas empresas optam por inovar fora daqui, onde pode ser mais e� caz, justo pelo custo e pela consciência da importância da variável tempo”, alerta Sergio.

Inovação na indústriaA inovação é um dos maiores diferenciais competitivos que

uma indústria pode ter. Por meio da pesquisa, desenvolvimento e inovação, uma empresa desenvolve novos processos e produtos, conquista e impõe seu espaço no mercado. Ao incrementar a competitividade, a inovação passa a ser essencial para impulsionar a economia. O mercado mais competitivo se re� ete em benefícios para a população, que terá acesso a produtos de melhor qualidade e mais tecnologia, fortalecendo ainda a indústria e o mercado de trabalho.

Diante dessa realidade, Rodrigo Teixeira, da CNI, acredita que a PEC 290/2013 representa um avanço, porque vai passar a contemplar a inovação de forma direta e clara na Constituição. “Desde então, o capítulo que trata de ciência e tecnologia considera somente atividades ligadas à pesquisa básica. Se a PEC for aprovada, irá abranger a pesquisa aplicada e a inovação, que têm potencial de aplicação e produção com � m comercial. Além disso, também tramita no Congresso um projeto de lei importante. É o PL nº 2177/ 2011, que prevê, por exemplo, a ampliação da subvenção econômica para despesas de capital – como aquisição de terreno ou equipamentos – associadas a atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Atualmente, a subvenção só cobre despesas de custeio, como pessoal e serviços diretamente ligados à pesquisa”, a� rma.

O diretor para Assuntos de Inovação Industrial da Findes, Luiz Alberto Carvalho, lembra que o modelo de apoio governamental no Brasil é fortemente baseado no oferecimento de recursos públicos em forma de chamadas ou editais que apoiem serviços de inovação. “Esses mecanismos são bem burocratizados, pois mexem com dinheiro público e, portanto, utilizam as prerrogativas da Lei nº 8666/93 (Lei das licitações), que possui trâmites que geralmente não acompanham a velocidade de liberação de recursos de que o setor produtivo necessita”, esclarece.

Por isso, Luiz acredita que a PEC 290/2013 trará benefícios para o setor industrial. “Os benefícios estão na possibilidade de diminuir a regulamentação para acesso a recursos de inovação nos editais do poder público”, destaca.

Segundo ele, esse é o momento para que as indústrias capixabas se capacitem na elaboração de projetos. “Os editais que forem lançados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí� co e Tecnológico (CNPq) e especialmente Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) terão mais facilidade para gestão dos recursos disponibilizados. Acreditamos que essa é a hora de o empresário se capacitar em elaboração de projetos, para que possa aproveitar melhor esses recursos que estão disponíveis e que, com a aprovação da PEC 290/2013, serão mais acessíveis”, orienta.

O que prevê o novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação:

• Estímulo aos ambientes de inovação

• Compartilhamento de infraestrutura de pesquisa com empresas

• Concessão de recursos diretamente ao pesquisador

• Liberdade para entidades de pesquisa fazerem remanejamento dos recursos

• Prestação de contas simplificada por parte das entidades

• Participação do criador nos ganhos econômicos da pesquisa

• Previsão de afastamento do pesquisador público federal para prestar colaboração a outra instituição pública

• Previsão de afastamento do pesquisador público para exercer atividades remuneradas de pesquisa em instituição privada ou empresa

“Os instrumentos atuais necessitam de ajustes e precisam estar focados em elevar o investimento empresarial em inovação” Rodrigo Teixeira, gerente-executivo de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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C om o tema “Ciência, Saúde e Esporte”, a 5ª Mostra Inova Findes expôs mais de 40

projetos de alunos do Sesi e Senai dentro da 10ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, realizada de 22 a 25 de outubro na Praça do Papa, em Vitória.

A mostra teve o objetivo de revelar projetos inovadores desenvolvidos no âmbito das entidades do Sistema Findes, que não foram produzidos pensando somente em bene� ciar a indústria, mas, também, a qualidade de vida da população. No estande também foi disponibilizada a “árvore do conhecimento”, para que os visitantes pudessem desenvolver ideias ou conceitos do que é inovar – mais de duas mil pessoas participaram da iniciativa.

Entre outros trabalhos apresentados pelos grupos do Senai estavam uma cadeira com indicação de erro de postura, uma janela automatizada e um equipamento de supino por indução eletromagnética. Os alunos do Sesi, por sua vez, participaram do torneio Sesi Robótica. Foram 20 projetos realizados por alunos dos ensinos fundamental e médio, todos seguindo o tema “Fúria da Natureza”.

5ª Mostra Inova Findes

Já o IEL/ES se fez presente com uma equipe da Unidade de Estágio, que esteve na mostra dando dicas de como preparar um currículo pro� ssional e como se comportar em uma entrevista de emprego. A equipe do IEL também falou sobre postura profissional e marketing pessoal, entre outros temas.

“A 5ª Mostra Inova Findes foi uma excelente ocasião para os jovens conhecerem melhor o universo de oportunidades oferecido pela inovação. Ela é o caminho para uma indústria mais competitiva, a base para o sucesso das nações mais evoluídas do planeta, e o Sistema Findes cumpre sua missão ao disseminar a cultura inovativa entre nossos jovens, que têm nas mãos o futuro do país”, disse o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Durante toda a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia foram apresentadas mais de 900 atividades, numa área de 13 mil m². A abertura o� cial do evento, no dia 21 de outubro, também contou com a presença da Findes. O vice-presidente do Conselho de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec), Luiz Toniato, participou da solenidade, que aconteceu no Palácio Anchieta com a presença do governador Renato Casagrande, do secretário de Ciência e Tecnologia, Jadir Péla, entre outros secretários de Estado, empresários, estudantes e professores.

A programação da 10ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, que teve a Findes como correalizadora, contou com palestras, apresentações de experiências físicas e químicas e estímulo à prática de esportes, inclusive com a participação dos atletas Rodrigo Minotauro, Erick Silva, Fábio Luiz e Rodrigo e Carina Damm.

O lutador Rodrigo Minotauro aproveitou a participação no evento para lembrar a importância da união entre esporte, ciência tecnologia. “Hoje temos tecnologias que aumentam o desempenho dos atletas, estejam elas na alimentação, nos treinos ou nos equipamentos”, opinou o lutador de MMA.

Alunos do Sesi apresentam trabalhos feitos com Lego

Getúlio Apolinário Ferreira, consultor em inovação da Findes; Jadir Péla, secretário de Estado de Ciência e Tecnologia; e Luiz Toniato, vice-presidente do Conselho de Política

Industrial e Inovação Tecnológica da Findes, participaram da abertura da 10ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia

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66 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

A empresa capixaba de água mineral Pedra Azul recebeu o prêmio de melhor design em embalagem de vidro do Brasil. A cerimônia de entrega aconteceu durante

o 22º Congresso Brasileiro de Água Mineral, realizado entre os dias 9 e 11 de outubro na cidade de Campos do Jordão,

Água Pedra Azul é premiada no Congresso Brasileiro de Água Mineral

interior paulista. As garrafas de vidro de 310 ml ganharam pinturas exclusivas com três desenhos inspirados na � uidez da água, com destaque para as palavras Natural, Essencial e Água Mineral.

“Estamos muito felizes com o prêmio. Signi� ca para a empresa o reconhecimento de nosso trabalho e de nossa busca constante pelo diferencial e pela qualidade”, comemorou o presidente da empresa, José Ângelo Rambalducci.

As garrafas premiadas foram criadas em edição especial para comemorar os 25 anos da Pedra Azul. Esta é a primeira vez que uma empresa de água do Brasil trabalha com pinturas exclusivas em garrafas de vidro, fato que é comum no mercado europeu.

Além das premiações, o 22º Congresso Brasileiro de Águas Minerais abordou avanços no setor de águas. O novo marco regulatório, o cenário da água mineral no Brasil e no mundo – perspectivas atuais e futuros desa� os – foram alguns dos temas de maior relevância discutidos durante a Expo-Abinam 2013, que fez parte da programação.

“O congresso representa um momento valioso para o debate de temas relevantes, como novas tecnologias de envase de águas minerais, o branding design na criação de valor para o produto, a importância do marketing para o setor, entre outros”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia.

A programação contou ainda com período destinado ao esclarecimento de dúvidas, integração entre os participantes e visita à Expo-Abinam’ 2013 e também ao Bar de Águas, espaço estratégico para encontros, divulgação e lançamentos de produtos voltados para a indústria de água mineral.

O presidente da Água Mineral Pedra

Azul, José Ângelo Rambalducci,

recebeu o prêmio de Melhor Design

em Embalagem de Vidro do Brasil

As garrafas premiadas foram criadas em

edição especial para comemorar os 25 anos

da empresa capixaba

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68 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

SEMINÁRIO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO REÚNE AUTORIDADES Lideranças de vários setores da economia capixaba se reuniram no Centro de Convenções de Vitória, no dia 14 de outubro, durante a realização do Seminário Tribuna de Planejamento e Gestão Sustentável. Estiveram presentes no evento, promovido pela Rede Tribuna, o presidente da Findes, Marcos Guerra, e os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e de Pernambuco, Eduardo Campos. Logo em seguida, foi realizado um almoço, no Cerimonial Itamaraty, onde lideranças recepcionaram o governador pernambucano. Os presentes então prestigiaram a solenidade de abertura do Fórum da Liberdade e Democracia, promovido pelo Grupo Empresarial Líderes do Amanhã. “Cumprimos uma série de agendas importantes com lideranças de destaque no cenário local e nacional”, falou o presidente da Findes.

Venda Nova do Imigrante recebeu, nos dias 21 e 22 de setembro, a 3ª etapa do projeto Rota Imperial Adventure. Além das belezas naturais, os participantes puderam apreciar a gastronomia da região e sua tradição histórica. A competição aconteceu na localidade de Alto Bananeiras. No dia 21, os pilotos e navegadores disputaram a 3ª etapa da Copa ES de Rally de Regularidade. Na categoria Open, os vencedores foram Jaclei Fazolo e Fideles Canal. Na Expedition,

VENDA NOVA RECEBE O ROTA IMPERIAL ADVENTUREvitória de Robson e Bruno Falquetto, enquanto na Turismo, os destaques foram Gustavo e Sandro Co� er. No dia seguinte, foi a vez da 2ª etapa do Circuito Rota Imperial de Trekking. Na categoria Graduado, melhor para a equipe A +/- Baleia. Já na Trekker, ganhou a equipe Papa-léguas. Esta etapa do projeto teve uma importância ainda maior, já que destinou 20% do valor arrecadado com as inscrições do rally para o Hospital Padre Máximo, de Venda Nova. Evento de esportes na natureza do Instituto Rota Imperial, gerido pelo Sistema Findes, o Rota Imperial Adventure tem o objetivo de promover o turismo e divulgar o trajeto histórico que liga Vitória (ES) a Ouro Preto (MG).

CODES REALIZA ENCONTRO SOBRE COMPETITIVIDADE

Com o tema “Educação e Competitividade”, aconteceu no Hotel Golden Tulip, em Vitória, no dia 12 de setembro, um encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Espírito Santo (Codes). Aberto aopúblico, o evento contou com a presença do governador Renato Casagrande e palestra do subsecretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. Ele destacou as conquistas que Espírito Santo alcançou nos últimos anos. O evento serviu para ampliar o conhecimento de colaboradores do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (Proedes), que é distribuído em três temáticas distintas: melhoria da logística, educação e inovação, e incentivos ao desenvolvimento. Representando a indústria capixaba, esteve presente o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, entre outras importantes personalidades.

Marcos Guerra e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos

Foto: Bruno Herculano

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DIRIGENTES DA FINDES RECEBEM HOMENAGEM DA CÂMARA DE VITÓRIA

O presidente da Findes, Marcos Guerra, e o diretor da Federação em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Mameri, foram home-nageados pela Câmara Municipal de Vitória, durante sessão solene realizada dentro das comemorações de 462 anos da capital capixaba.

A homenagem, entregue na sede social do Clube Álvares Cabral, em Bento Ferreira, é feita anualmente a pessoas que não nasceram

em Vitória, mas que se destacaram por contribuir com o desenvolvimento da cidade. Na ocasião, o presidente da Findes foi representado pelo assessor especial Luiz Oliveira. Ele recebeu das mãos do vere-ador Wanderson Marinho a Comenda Antonio José Miguel Feu Rosa. Na mesma oportunidade, Áureo Mameri foi conde-corado com a Comenda Carlos Lindenberg.

SESI-ES PROMOVE VIDA SAUDÁVEL COM MARCIO ATALLA

A Divisão de Cultura e Estilo de Vida do Sesi realizou, no início de setembro, o Seminário de Promoção da Vida Saudável. O evento teve como palestrante o consultor esportivo Marcio Atalla, que apresenta no “Fantástico” o quadro “Medida Certa”.

O seminário ocorreu no Teatro do Sesi, em Jardim da Penha, e teve como tema central “O esporte na promoção da qualidade de vida do trabalhador”. A Semana de Promoção da Vida Saudável foi um evento nacional e teve como objetivo discutir e incentivar hábitos saudáveis para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador da indústria.

SINCONGEL TEM NOVA DIRETORIATomou posse no dia 2 de setembro a nova diretoria do Sindicato da Indústria de Alimentos Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do Espírito Santo (Sincongel). A cerimônia foi liderada pelo presidente da Findes, Marcos Guerra. Ele empossou o novo presidente do Sincongel, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, que ficará no comando do sindicato até 2016. O evento aconteceu no Salão da Indústria, na sede do Sistema Findes, em Vitória.

Confira os integrantes da nova diretoria do Sincongel: Presidente: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Vice-presidente: Vladimir Rossi Diretora administrativa: Fabiana Barbosa Costa Teodoro Diretor financeiro: Adilson Ruela Cunha Suplentes da Diretoria: • Antônio Lievori Neto• Moisés Ferreira Couto• Anapaula Fiusa de Souza• Mizael Ferreira Couto Conselho Fiscal - Efetivos: • Renato Bragança Domingues• Geraldo Contarato• Wanderson Lamoia Nogueira Suplentes: • José Ivo Secomandi• Vilma de Menezes Pinon• Diana Bragança Kirmse Delegados junto à Findes - Efetivos: • Paulo Henrique Teodoro de Oliveira• Vladimir Rossi Suplentes: • Adilson Ruela Cunha• Anapaula Fiusa de Souza

FINDES PRESTIGIA ANIVERSÁRIO DA REDE GAZETA O diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Fernando Kunsch, representou a Findes no lançamento do livro “Histórias que se Entrelaçam”, em comemoração aos 85 anos de fundação da Rede Gazeta.Ainda durante os festejos, no dia 9 de outubro, o vice-presidente do Sistema Findes, Manoel Pimenta, acompanhado por dirigentes da Federação, representou a instituição no seminário internacional “Tendências para o Futuro”. O congresso aconteceu no Centro de Convenções de Vitória e foi ministrado pelo sociólogo italiano Domenico De Masi e pelo professor Paulo Vicente Alves.Na ocasião, também estiveram presentes o governador do Estado, Renato Casagrande, o diretor geral da Rede Gazeta, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, além de diversas autoridades, convidados, professores e estudantes de todo o Estado.

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70 Indústria Capixaba – Findes

Indicadores

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do

Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou uma queda de 1,9 ponto em outubro de 2013, em relação ao mês anterior, mas se manteve na faixa superior a 50 pontos (53,2 pontos), o que mostra que o industrial capixaba permanece confiante, embora em menor intensidade. O decréscimo foi influenciado tanto

pelo indicador de condições atuais, como pelo de expecta-tivas, já que ambos recuaram. Em relação a outubro de 2012, cujo indicador era de 57,2 pontos, o ICEI registrou uma queda de 4,0 pontos.

O ICEI da indústria brasileira também recuou em outubro de 2013, em comparação a setembro (-0,4 ponto), mas se situou acima da linha divisória de 50 pontos (53,8 pontos). Segundo a CNI, a queda moderada, após duas altas seguidas, reflete alguma acomodação na trajetória de

retomada da atividade industrial marcada por frequentes oscilações. Na comparação com outubro de 2012, cujo índice era de 56,2 pontos, o ICEI decresceu 2,4 pontos.

O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira e Condições Gerais da Empresa e de Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) Outubro de 2013

Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais

Industriais menos confiantes

Indicadores

O indicador de condições atuais, cuja apuração é realizada com base na percepção dos empresários da indústria capixaba em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, contabilizou decréscimo de 1,4 ponto em outubro

de 2013 frente ao mês anterior e continua situado na faixa inferior a 50 pontos (45,2 pontos). O recuo sofreu impacto dos itens: condições da economia brasileira (-2,0 pontos) e condições da empresa (-1,0 ponto),

Índice de Confiança do Empresário - ICEI Espírito Santo e Brasil

Tabela 1

Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13

Brasil 55,5 54,8 49,9 52,5 54,2 53,8

Espírito Santo 54,2 54,0 48,3 52,0 55,1 53,2

Fonte: Findes/Ideies/CNI - Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Foto: José Paulo Lacerda

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Percepção do Empresário Industrial Expectativa para os próximos seis meses

• Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.• O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.• A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 113 empresas capixabas (31 pequenas, 59 médias e 23 de grande porte). Dessas, 25 empresas pertencem

Notas

Indicador de Expectativa para os próximos seis meses

Tabela 3

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Set/13 Out/13 Set/13 Out/13

Expectativa 59,3 57,0 58,2 58,0

Com relação à:

Economia Brasileira 50,4 48,9 51,2 51,2

Estado 51,6 50,4 - -

Empresa 63,2 60,4 61,7 61,5

já que o de condições do Estado se manteve constante. Os indicadores continuam posicionados abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia brasileira (38,6 pontos), condições do Estado (39,0 pontos) e condições da empresa (48,4 pontos).

As condições atuais da indústria nacional também pioraram em outubro, já que o indicador decresceu 0,8 ponto em relação ao mês anterior e continuou abaixo da linha divisória de 50 pontos (45,4 pontos). O recuo foi influenciado tanto pelo item “condições da economia brasileira” (-0,4 ponto) como pelo item “condições atuais da empresa” (-1,1 ponto). Ambos se situaram na faixa inferior a 50 pontos.

Os empresários da indústria capixaba estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, pois o indicador de expectativas recuou 2,3 pontos em outubro de 2013, relativamente ao mês anterior, porém se manteve acima da linha divisória de 50 pontos (57,0 pontos). Todos os itens de expectativas que compõem esse indicador decresceram: em relação à economia brasileira (-1,5 ponto), ao Estado (-1,2 ponto) e à empresa (-2,8 pontos), mas apenas o item expectativa em relação à “economia brasileira” ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos (48,9 pontos). Os demais itens se posicionaram acima: ao “Estado” (50,4 pontos) e à empresa (60,4 pontos).

O indicador de expectativas da indústria brasileira também caiu em outubro de 2013, em comparação ao mês anterior (-0,2 ponto), porém permaneceu na faixa superior a 50 pontos (58,0 pontos). Decresceu o item “com relação à empresa” (-0,2 ponto) e permaneceu constante o

item “com relação à economia brasileira”. Ambos se situaram acima da linha divisória de 50 pontos.

Indicador de Condições Atuais Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Set/13 Out/13 Set/13 Out/13

Condições Atuais 46,6 45,2 46,2 45,4

Com relação à:

Economia Brasileira 40,6 38,6 40,3 39,9

Estado 39,0 39,0 - -

Empresa 49,4 48,4 49,2 48,1

Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

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Fatos em Fotos

Indústria Capixaba – Findes72

IEL-ES lança Anuário 200 Maiores Empresas 2013O montante registrado em receita operacional bruta em 2012 pelas 200 maiores empresas atuantes no Espírito Santo

alcançou a cifra de R$ 78 bilhões. Essa informação, juntamente com outros importantes dados que retratam a economia capixaba, está na 17ª edição do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. O Anuário do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) foi lançado no dia 7 de novembro, no Itamaraty Hall. Entre outras autoridades, o evento contou com a presença do governador do Estado, Renato Casagrande.

1 - O presidente da Findes, Marcos Guerra; o governador do Estado, Renato Casagrande; e o diretor para Assuntos do IEL-ES, Benízio Lázaro, conferem a edição 2013 do Anuário 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2- O diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical da Findes, Egídio Malanquini; o governador Renato Casagrande; o presidente do Banestes, Guilherme Dias; e o presidente do Bandes, Guilherme Pereira, no momento em que o Banestes recebe prêmio pelo destaque na categoria Empresas de Serviços Financeiros e Seguros 3- O assessor de Relações Institucionais da Presidência, Cézar Villar de Melo; o superintendente do IEL/ES, Fábio Dias; e o diretor-executivo da Findes, Luis Carlos de Souza Vieira, marcam presença no evento 4- O diretor para Assuntos do Sesi, Alejandro Duenas; o superintendente do IEL-ES Fábio Dias; o assessor executivo da Presidência, Luiz Oliveira; e o diretor da Findes em Colatina e região, Manoel Antônio Giacomin, prestigiam o lançamento 5- O vice-presidente da Confederação da Indústria, Lucas Izoton, junto com Benízio Lázaro 6- O diretor do IEL-ES, Benízio Lázaro, ao lado do secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi 7- O diretor-executivo da Next Editorial, Mário Fernando Souza, ao lado de Benízio Lázaro e Fábio Dias

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8- Benízio Lázaro, Renato Casagrande, Marcos Guerra e Fábio Dias entregam o prêmio de Executivo Destaque ao administrador Elcio Alves, diretor-geral da Buaiz Alimentos 9- O empreendedor Elder Giordano Marim, diretor da Proteinorte Alimentos, foi um dos eleitos como Empresário Destaque 10- O vice-presidente da Findes, Leonardo de Castro, e o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias 11- O diretor executivo da Imetame, Humberto Gomes Ferreira, representou o diretor-presidente da empresa, Etore Selvatici Cavallieri, escolhido Empresário Destaque 12- O Grupo Águia Branca, considerado a Empresa Destaque, foi representado pelo presidente da holding, Nilton Carlos Chieppe 13- Maurício Max, diretor de Pelotização da Vale, falou sobre o primeiro lugar da empresa no ranking geral, que levou em conta a receita operacional bruta 14- Celso Siqueira e José Elcio Lorenzon, respectivamente diretor de Novos Negócios e presidente da Lorenge, entre Benízio Lázaro, Marcos Guerra e Fábio Dias 15- Diretoria recebe Otácílio Pedrinha, superintendente de Mercado da Unimed Vitória 16- Leandro Cervi, gerente de Negócios de Marketing da Chocolates Garoto, ladeado pela Diretoria da Findes

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Entrevista

Indústria Capixaba – Findes74

H á 17 anos Ednilson Caniçali, juntamente com seu pai, Jair Caniçali, e seu tio, Nelson Antônio Curto, deu início ao que é hoje um grande caso de sucesso:

a Cerâmica Argil. Localizada no município de João Neiva, no centro do Espírito Santo, a empresa começou produzindo blocos cerâmicos de vedação e lajotas em cerâmica.

“Tudo começou quando meu pai observou que existia muita procura na região por blocos cerâmicos. Como os recursos para compra das máquinas não eram su� cientes, ele se associou ao meu tio. Eu entrei na sociedade com a doação do terreno e com o � nanciamento de uma parte dos equipamentos” relembrou o empresário.

Uma das di� culdades iniciais era que nenhum dos três sócios possuía experiência no ramo em que estavam entrando. “Nós não sabíamos como funcionava uma indústria, então � zemos várias visitas às fábricas existentes, para nos aprofundarmos na atividade. Nós também contratamos um gerente que já tinha trabalhado em várias cerâmicas da região, e isso nos ajudou muito”, disse o empresário que começou atendendo as cidades de João Neiva, Aracruz e Serra.

Atualmente, a indústria atende 14 municípios no Espírito Santo, mas a meta é, já em 2014, expandir a venda dos produtos para todos os municípios do Estado, além de algumas cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. “Em 17 anos crescemos 300%. Começamos com 15 funcionários e hoje temos mais de 50. Pensamos em crescer ainda mais com a criação de uma nova linha de produção e com um mix de produtos diferenciados”, revelou.

O crescimento da Cerâmica Argil sempre esteve alinhado à sustentabilidade. Para alimentar os fornos da empresa, são utilizados resíduos de biomassas – como pó de serragem, cavaco de madeira e bagaço de cana, entre outros. “Todas as indústrias de cerâmica do Espírito Santo utilizam esses materiais. Aqui não se utiliza madeira nativa, nem madeira de eucalipto para a queima da cerâmica”, disse Caniçali, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Estado do Espírito Santo (Sindicer).

Outra iniciativa voltada para o cuidado com o meio ambiente foi a criação da Associação Ecológica Canaã – Projeto Ecco, da qual Ednilson Caniçali fez parte. A associação surgiu em 2008, com a participação de oito empresários do setor de cerâmica vermelha. Dois anos depois, já eram34 empresas, e o projeto passou a receber apoio do Sebrae e foi reconhecido pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

“O projeto já re� orestou 22 áreas, distribuídas entre os municípios de São Roque do Canaã, Colatina e Santa Teresa. O objetivo é apoiar trabalhos de defesa, conservação, preservação e recuperação do meio ambiente, do patrimônio paisagístico, dos bens e valores culturais”, contou Ednilson, informando que atualmente a entidade já conta com 42 associados.

Os trabalhos de Ednilson Caniçali, quer na Associação Ecológica Canaã, quer na Cerâmica Argil, podem ser consi-derados duas importantes histórias de sucesso. A primeira tem grande importância, pelo apoio às questões ambientais; a outra, pelo desenvolvimento econômico e social que cons-truiu em 17 anos de muito trabalho e dedicação em todo o Estado do Espírito Santo.

Cerâmica Argil: desenvolvimento e preocupação ambientalCom uma nova linha de produção, a Cerâmica Argil vai atender todos os municípios do Espírito Santo, além de cidades dos estados vizinhos

Caso de Sucesso

“Começamos com 15 funcionários e hoje

temos mais de 50. Pensamos em crescer

ainda mais com a criação de uma nova

linha de produção”Ednilson Caniçali,

proprietário da Cerâmica Argil

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76 Indústria Capixaba – Findes

Cursos e Cia

O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), que tem o objetivo de qualificar profissionais para o mercado de trabalho por meio de estágios e cursos, tem testemunhado o

êxito cada vez maior da metodologia de treinamentos chamada in company. A finalidade desses eventos, que podem ser cursos, seminários ou palestras, é responder a necessidades específicas de determinadas empresas e ainda estimular o nível de empenho, dedicação e compromisso no trabalho – desafio que é vivido por, praticamente, todas as organizações. E, de acordo com Ana Lúcia Lima Martins, responsável pela Unidade de Educação Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi no Estado (IEL-ES), essas capacitações se tornaram uma excelente opção para melhorar a performance dos colaboradores e das empresas.

“Os eventos são realizados na própria empresa e têm se mostrado uma ferramenta eficiente para repassar novos conhecimentos e motivar os profissionais. Essa iniciativa de qualificação profissional é não só necessária, como obrigatória para manter a competitividade no mercado”, disse Ana Lúcia.

Nessa modalidade, os eventos são desenvolvidos conforme as necessidades das empresas e as principais marcas que elas possuem. Além da capacitação dos participantes, os cursos in company apresentam um menor custo por aluno e

Cursos in company do IEL ajudam a motivar colaboradores

Programação de Cursos IEL

Vitória

Curso Período

Atender com Foco no Cliente 02 a 05/12/2013

Desenvolvendo as Habilidades do Supervisor Como Líder de Pessoas

02 a 05/12/2013

Gestão Financeira 09 a 13/12/2013

Mídias Sociais Aplicadas à Realidade e Necessidades das Empresas

09 a 12/12/2013

a personalização do treinamento, que se adapta para atingir da forma mais assertiva o objetivo de cada empresa. “Isso é feito abordando de maneira específica as questões vividas pela organização que procura o IEL”, continuou Martins.

Os principais pedidos que o IEL recebe são para organizar cursos e palestras relacionados à liderança no ambiente de trabalho e como manter um bom

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relacionamento interpessoal na empresa. Outras demandas são para dicas e sugestões sobre como melhorar o trabalho em equipe, além de temas voltados para a qualidade do trabalho desenvolvido.

“É comum as empresas buscarem esse tipo de evento. Dessa forma, poderão ser mais assertivas no resultado que desejam atingir, otimizando o investimento feito”, esclareceu a responsável pela Unidade de Educação Empresarial do IEL.

Apesar de o instituto estar ligado diretamente à Findes, qualquer empresa pode utilizar os serviços oferecidos, mesmo sendo do ramo de comércio ou serviços. O contato pode ser feito por meio dos telefones 3334-5747 ou 3225-211 ou pelo e-mail drh@� ndes.org.br. “Depois do contato feito, pensamos a melhor solução para a empresa e, se for o caso, agendamos uma reunião da empresa com um consultor que tenha a expertise necessária para detalhar o plano de trabalho e construirmos juntos a melhor solução”, concluiu.

Programação de Cursos Senai

Serra

Curso Período

Soldador Eletrodo Revestido 09/12/2013 a 21/03/2014

Soldador no Processo de MIG/MAG 09/12/2013 a 07/04/2014

Soldador Eletrodo Revestido 20/01/2014 a 16/04/2014

Soldador no Processo de MIG/MAG 20/01/2014 a 16/04/2014

Soldador no Processo TIG em Aço 03 /02/2014 a 07/05/2014

Soldador Eletrodo Revestido 03 /02/2014 a 07/05/2014

Soldador no Processo de MIG/MAG 03 /02/2014 a 07/05/2014

Informações e inscrições:

Edifício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

Ana Lúcia Lima Martins é a responsável por organizar os cursos do IEL in company

Colatina

Curso Período

Soldador no Processo Eletrodo Revestido, Aço Carbono e Aço Baixa Liga

11/12/2013 a 17/03/2014

Programação de Cursos Senai

Programação de Cursos Senai

Vitória

Curso Período

Reciclagem - 2920 02 a 05/12/2013

Reciclagem - 2922 09 a 12/12/2013

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78 Indústria Capixaba – Findes

Artigo

N o início dos anos 1990, saí de Genebra e fui morar em Washington. Temia que a filha adolescente empacasse na mudança. Com diplomacia, perguntei

como reagiria a uma nova residência. Respondeu à queima-roupa: “Se for para os Estados Unidos, ótimo, pois tudo que é bom vem de lá”.

Rememorava esse comentário, fazendo a minha meia horinha de corrida. Olhei o tênis Nike (lá inventaram tênis confortáveis), olhei o short de Lycra (a fibra também foi inventada lá), a t-shirt (uniforme do exército na Segunda Guerra), o relógio digital (inventado lá), o iPhone (filho de celular e neto do computador, tudo da Califórnia). Para finalizar, essa mania cretina de correr nasceu nos Estados Unidos.

Por que será? Se vislumbrarmos algumas explicações, talvez possamos aprender com essa sociedade diabolicamente criativa. Vejamos algumas pistas.

Registramos tantas patentes hoje no Brasil quanto os Estados Unidos em meados do século XIX. A sociedade de lá valoriza pessoas capazes de fuçar, inventar e ganhar dinheiro com isso. Quem foram os mártires que já tentaram patentear no Brasil?

Há uma bendita promiscuidade entre atividades intelectuais e manuais. Benjamin Franklin, além de redator

da Constituição americana, inventou o para-raios, óculos bifocais e inúmeras outras tralhas. Jimmy Carter pode não haver sido um grande presidente, mas as fotos dos móveis que constrói atestam seus dotes de marceneiro. A proximidade entre cabeça e mãos ajuda enormemente.

Pela internet, em poucos minutos, abre-se uma empresa em Nova York. E aqui? Sem falar no pesadelo de fechar a empresa! Com o delírio de regulamentos e papéis, Prêmio Nobel da Paciência para quem consegue ficar na legalidade.

Quando a palavra e a promessa valem pouco, é preciso comprovar com o papel, o recibo e o contrato. Em uma sociedade protestante, essas virtudes corriqueiras são mais encontradiças. O bombeiro vai no dia prometido. A entrega é feita. O pagamento não falha. O operário trabalha, mesmo quando não é vigiado. Gasta-se menos energia protegendo-se da pouca confiabilidade nos outros.

Quem inventa nos Estados Unidos? Todos os níveis sociais produzem gente criativa e capaz de parir novidades. Mesmo os menos educados têm um curso médio completo e uma biblioteca pública no bairro. Conheci um moço que saiu do serviço militar, onde aprendeu mecânica. Como gostava de carros esporte, resolveu abrir uma empresa para vender peças

usadas de Porsche. Sua primeira providência foi uma visita à biblioteca, onde retirou um livro ensinando, passo a passo, como abrir a sua empresa.

Ou seja, embora o inventor típico não tenha um doutorado do MIT, seu nível educacional permite ser um ávido consumidor de informações escritas. E, obviamente, o lado prático da escola dá um bom empurrão. Steve Jobs e Steve Wosniak aprenderam eletrônica na sua escola secundária. Wosniak só entrou em Berkeley depois de inventar o Apple II e já milionário.

O pior da civilização americana é bem conhecido e por nós imitado. Mas pensemos nas muitas lições boas que vêm de lá!

Cláudio Moura de Castro é assessor especial da Presidência do Grupo Positivo e já foi chefe da Divisão de Programas Sociais do BID. Possui mais de 35 livros e é articulista da revista Veja

Por que vem tudo de lá?

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