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SEGURANÇA E CONFORTO PARA VOCÊ Novas obras modernizam hospital QUEDA DE IDOSOS Especialistas dão dicas de cuidados a serem adotados para evitá-la OS MELHORES DA AMÉRICA LATINA HSVP é o 15º colocado no ranking da revista AméricaEconomia Ano 2 • Número 8 • Ago/Set 2012 Revista do Hospital São Vicente de Paulo Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo

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Revista Hospital São Vicente de Paulo Edição 8 - Ago/Set 2012

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Page 1: Revista HSVP 08

Segurança e conforto para vocêNovas obras modernizam hospital

Queda de idoSoSEspecialistas dão dicas de

cuidados a serem adotados para evitá-la

oS MelhoreS da aMérica latina

HSVP é o 15º colocado no ranking da revista

AméricaEconomia

Ano 2 • Número 8 • Ago/Set 2012

Revista do HospitalSão Vicente de Paulo

Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3

atualização em antimicrobianos

Com o objetivo de atualizar os profissionais médicos, farmacêuticos e microbiologistas que fazem par-te do seu corpo de funcionários, a Direção do HSVP contratou a Denise Marangoni, mestre e doutora em doenças infecciosas e parasitárias, para ministrar um curso denominado Antimicrobianos. A inicia-tiva foi focada no uso adequado da prescrição de antibióticos para os pacientes. As aulas terminaram no último dia 3 de outubro e somaram 30 horas de treinamento. Inicialmente, o tema abordado foi a farmacocinética e a farmacodinâmica dos antibióticos. “Na primeira parte, mostramos como prescrever os antibióticos de forma adequada quanto à dose, à via e ao tempo”, comenta a especialista. Nas aulas subsequentes foram abordados outros temas, como a profilaxia cirúrgica e clínica, ou seja, a prevenção de infecções hospitalares, e o tratamento de infecções em pacien-tes externos, incluindo as do trato urinário, respiratórias e as osteoarticula-res (como osteomielite e artrite séptica, por exemplo).Denise Marangoni é professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é considerada uma das maiores autoridades do assunto, tendo publicado os livros Doenças Infecciosas e Parasitárias e Doenças Infecciosas: Conduta Diagnóstica e Terapêutica, esse último em parceria com o mestre e doutor Mauro Sche-chter, também professor da UFRJ.

automedicação, perigo à vista

Quem nunca tomou um remédio, mesmo sem prescrição médica, após uma dor de cabeça ou febre? Ou mesmo pediu a opinião de um amigo sobre o melhor tratamento para aquele problema que pare-ce muito simples? A automedicação pode trazer consequências mais graves do que se imagina. O uso indiscriminado de medicamentos é considerado um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), órgão ligado à Fiocruz, em 2010, os medicamentos foram responsáveis por mais de 27% de todas as notificações de intoxicação no país. O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento da doença, uma vez que pode esconder sintomas fundamentais para o correto diagnóstico. No caso de antibióticos, o uso abu-sivo do produto aumenta de forma considerável o risco de casos de superbactérias – micro-organis-

mos resistentes à maior parte dos tratamentos disponíveis. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 440 mil casos de tuberculose resistente

são registrados no mundo todos os anos, além de cerca de 150 mil mortes decorrentes de infecções por superbactérias.

Na tentativa de conter o problema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a venda de antibióticos nas farmá-cias e drogarias só pode ser feita com a apresentação de duas vias da receita médica. “A automedicação gera resistência dos micro-organis-mos ao medicamento adotado. Em infecções urinárias, por exemplo, é comum que haja repetição, e, caso um antibiótico tenha sido adotado

da primeira vez, ele terá menor eficácia caso prescrito novamente. O médico fica com um leque menor de opções para tratar seu paciente”,

diz o médico Lourival Santos Loureiro, clínico geral do HSVP.

SUMÁRIO EXPEDIENTEHospital são Vicente de paulo - Rua Dr. Satamini, 333 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121 • Fundado eM 1930, pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo • diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5) • conselHo adMinistratiVo: Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus Bendine • conselHo editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz - Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora da Qualidade; Irmã Josefa Lima - Coordenadora da Pastoral da Saúde; Irmã Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos

edição: Simone Beja • TEXTOS: Silvana Caminiti, Bruno Franco•DIAGRAMAÇÃO: Eduardo Samaruga, Jairo Alt e • apoio editorial: Claudia Bluvol e Wilson Agostinho • iMpressão: Arte Criação

UM HOSPITAL CADA VEz MELHOR

HSVP entre os melhores hospitais da América Latina

Notas

Uma boa noite de sono

Campanha Outubro Rosa contra câncer de mama

Entrevista – Dr. Aristarco Silveira

Perigo das quedas para idosos

Obras garantem segurança, conforto e modernidade ao HSVP

Sinusite tem cura sim!

Cintura na medida certa

Entrevista com o endocrinologista Ricardo Meirelles

1819

8,9

16,1714,1512,1310,11

4

6,75

A opção pela busca da excelência na prestação de serviços de saúde é algo contínuo, que requer investimento, de-terminação e vigilância. Prova disso são as recentes obras de infraestrutura, visando ao conforto e à segurança de pacientes, funcionários e acompanhantes. As intervenções começaram no ano passado e incluem projeto paisagístico dos jardins; mudanças na hotelaria; instalação de cabines e cancelas eletrônicas de estacionamento; nova iluminação externa; adequação do prédio do hospital às exigências da nova legislação com relação à segurança contra incêndios. Nos espaços ambulatoriais, houve a reformulação do Serviço de Pediatria, em 2011, e agora estamos redimensio-nando o espaço físico para termos uma entrada diferenciada para o ambulatório geral, que reordenará o fluxo de pacientes, oferecendo melhor recepção a todos os que chegam.

Felizmente, todo esse esforço vem sendo apoiado por nossos colaboradores e reconhecido por usuários e pelo próprio mercado de assistência médica privada. Tanto é que a pesquisa da revista AméricaEconomia, divulgada em setembro, classificou o HSVP como o 15º melhor hospital dos continentes central e sul-americano. Um título que muito nos honra e dá a certeza de que estamos no caminho certo.

E como a nossa expertise é, e sempre será, a medicina de qualidade, nesta edição você confere a entrevista do nosso time de médicos sobre como tratar e prevenir problemas do sono, como a insônia, a apneia obstrutiva e a síndrome das pernas inquietas. Além de informações sobre o tratamento para sinusite e a participação do HSVP na campanha Outubro Rosa, movimento internacional dedicado a alertar as mulheres para a importância da prevenção do câncer de mama.

Desejo a todos uma proveitosa leitura.

Irmã Marinete Tibério – Diretora Executiva

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 5Hospital São Vicente de Paulo - pág. 4

alérgicas e respiratórias, sem interrompê-lo antes da remissão plena dos sintomas, é a medida mais eficiente para evitar o surgimento da sinusite. Caso não haja melhora do paciente em uma se-mana, ou caso ele apresente uma recaída pouco após os sintomas terem cessado, ele deve voltar ao consultório para que o otorrinolaringologista faça uma avaliação.

Algumas pessoas têm tendência à repetição das crises sinusais, que podem ocorrer por quei-xas alérgicas sem controle, baixa imunidade e/ou alterações anatômicas do próprio paciente, assim como de alterações do funcionamento da muco-sa nasal. Nesses casos, o paciente terá que tratar a sinusite com frequência ou pode necessitar de tratamento cirúrgico.

A especialista esclarece que as infecções crô-nicas geralmente são curáveis, mas requerem um tratamento prolongado. “Além disso, há a sinusite crônica relacionada a outros fatores obstrutivos das vias nasais. A mais comum dessas causas é o desvio do septo nasal; outras alterações, como a inflamação das conchas nasais (estruturas mu-cosas que ficam nas paredes laterais do nariz e servem para filtrar, umidificar e remover as impu-rezas do ar), também são agentes obstrutivos im-portantes. Exames endoscópicos e/ou de imagem são adotados para diagnosticar a causa da obs-trução e direcionar o tratamento, pois a sinusite crônica, quando não tratada adequadamente, pode levar a graves complicações”, lembra.

De acordo com a otorrinolaringologista, o HSVP conta com uma equipe qualificada e atualizada nas melhores e mais eficazes práticas para o diagnóstico e tratamento dessa enfermidade, tanto clinica quanto cirurgicamente, e dispõe de exames endoscópios e por vídeo, minimamente invasivos, realizados durante a própria consulta, que determinam um diagnóstico rápido e preciso, garantindo a instituição de um tra-tamento eficiente.

Os dias mais frios e secos típicos do in-verno sempre trazem um aumento no número de casos de doenças respirató-

rias, incluindo a sinusite. O problema pode ser causado por infecção viral ou bacteriana, bem como por inflamação alérgica, ou ainda causado por poluentes. A boa notícia é que a doença tem tratamento, e, como ensina a chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Magali Saraiva, a crença popular de que sinusite não tem cura está longe da rea-lidade. “O importante é determinar sua causa e fazer o tratamento adequadamente, pelo período estabelecido pelo especialista, e não apenas até cederem os sintomas, que é o que geralmente ocorre, facilitando as recaídas ou a cronicidade do processo”, alerta.

Rinites (alérgicas ou não) e infecções respi-ratórias, assim como obstrução nasal constante (desvio de septo, adenoides, inflamações da mu-cosa nasal - a chamada “carne no nariz” – entre outras), são causas frequentes de sinusite aguda. “O aumento dos casos de resfriado e gripe no inverno, ou quando ocorrem mudanças bruscas de temperatura, fator que sensibiliza muito os alérgicos, traz como consequência o aumento de casos de sinusite. Quando a secreção nasal,

independentemente de sua origem, não é adequadamente eliminada, torna-se

um meio de cultura para bacté-rias, fungos ou vírus, gerando o processo inflamatório ou infeccioso”, explica a otorri-nolaringologista.

Um simples resfriado, quando mal curado, pode

gerar uma sinusite. O tratamento adequado e precoce das gripes e resfriados, das crises

SINuSITE TEM curA SIM!

Rápido e praticamente indolor, teste do pezinho identifica doença falciforme nos primeiros dias de vida

Magali Saraiva, chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do HSVP

Revista HSVP: No início, o exame detectava duas do-enças. E hoje?

Em sua versão mais simples, o teste do pezinho intro-duzido no Brasil, na década de 70, para identificar duas anomalias congênitas - a fenilcetonúria e o hi-potireoidismo - que, sem a triagem neonatal, podem levar a criança à deficiência mental em poucos me-ses. Hoje, inclui também a doença falciforme.

Revista HSVP: Qual o melhor período para a coleta do sangue para o teste?

O ideal é entre o terceiro e o quinto dias de vida. As gestantes devem ser orientadas, no final de sua gestação, sobre a importância do teste.

Revista HSVP: E, em caso positivo para a doença fal-ciforme, em quanto tempo deve ser iniciado o trata-mento?

O tratamento deve ser iniciado antes de a criança completar 30 dias de vida.

Revista HSVP: O que acontece quando há um caso positivo no sangue colhido no pezinho do bebê?

Quando o resultado é suspeito para alguma das do-enças, o Serviço de Referência em Triagem Neonatal entra em contato com a família para que a confirma-ção e o tratamento possam ser iniciados o mais rá-pido possível. No caso do Estado do Rio de Janeiro, todo material colhido em unidades da rede pública é enviado para análise no Instituto Estadual de Diabe-tes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), que é o Serviço de Referência. No caso da doença falciforme, o paciente é encaminhado para o Hemorio, unidade que também pertence ao Estado.

Revista HSVP: Quantas análises o Iede realiza men-salmente?

Uma média de 16 mil análises. Nos próximos me-ses, o instituto também vai usar o teste do pezinho para identificar a fibrose cística.

No Brasil, 3,5 mil crianças nascem a cada ano com doença falciforme, segundo o Ministério da Saúde. Sua incidência é maior do que a

de aids e dengue, por exemplo. O Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falcifor-me, lembrado em 27 de outubro, foi instituído em 2009 pelo Governo Federal, para divulgar questões sobre o assunto e também alertar a população para a importância do exame do pezinho.

A doença falciforme, alteração no sangue transmitida de pais para filhos – que inclui a ane-mia falciforme, o tipo homozigoto - teve origem na África e foi levada para outros países com a imigração forçada de escravos, há muitos anos. Professor associado de endocrinologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio e diretor geral do Instituto Estadual de Diabetes e Endocri-nologia Luiz Capriglione (Iede), o endocrinologis-ta Ricardo Meirelles alerta que, por comprometer o fluxo sanguíneo, a doença falciforme precisa de cuidados para o resto da vida. E quanto mais rápido for diagnosticada, mais qualidade de vida o paciente pode ter. Ele lembra que o diagnóstico pode ser feito no recém-nascido por meio do tes-te do pezinho. “É um teste simples e rápido, que pode fazer a diferença para o resto da vida do bebê”, comenta Meirelles.

Revista HSVP: Qual a importância do teste do pe-zinho?

Ricardo Meirelles - Muitos não sabem, mas o teste do pezinho, ou exame de triagem neona-tal, é uma medida de segurança para o recém--nascido. Isso porque o teste é capaz de detectar uma série de doenças que podem ser identifica-das e suas consequências prevenidas, se tratadas precocemente. Ele é feito a partir de gotinhas de sangue colhidas no calcanhar do bebê, e a coleta é rápida e quase indolor.

27 DE OuTubrO: luTA cONTrA A DOENçA FAlcIFOrME

Ricardo Meirelles, endocrinologista

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 7Hospital São Vicente de Paulo - pág. 6

(HSVP), o excesso de gordura é ao mesmo tempo causa e consequência da síndrome metabólica. “O aumento da circunferência abdominal está relacio-nada à gordura visceral, que é extremamente deleté-ria, liberando substâncias prejudiciais ao organismo e que têm correlação com doenças isquêmicas e com o câncer”, explica.

uma conjugação de fatores de risco

Segundo a especialista, a gordura visceral li-bera ácidos graxos na circulação sanguínea, os quais se depositam em órgãos como o fígado e o pâncreas, podendo levar ao esgotamento da fun-ção pancreática e também ao desenvolvimento do diabetes mellito, do tipo 2.

O diagnóstico da síndrome metabólica ne-cessita ainda da confirmação de mais dois

requisitos entre os seguintes: pressão ar-terial sistólica 130 e/ou pressão arterial diatólica 85 mmHg; glicemia alterada (glicemia 110 mg/dl) ou diagnóstico de diabetes; triglicerídeos 150 mg/dl; colesterol HDL (o chamado bom colesterol) £ 40 mg/dl em homens e

£50 mg/dl em mulheres.Já Pérecles Vasconcellos, cardiolo-

gista do HSVP, alerta que a síndro-me metabólica é uma associação de fatores: hipertensão arterial, gordura intra-abdominal (aquela gordura interna, que não se vê), dislipidemia (níveis elevados ou

anormais de lipídios no sangue)e elevação da glicemia associada a fatores genéticos.

Caso alguém queira saber quão saudável está seu coração, uma boa dica é olhar para a circun-ferência de sua cintura. É claro que as pessoas ma-gras não estão livres de doenças cardiovasculares, tampouco qualquer pessoa acima do peso seja car-diopata sem que o saiba. No entanto, a medida da cintura é um dos principais critérios utilizados pelos médicos para o diagnóstico da síndrome metabóli-ca, que por sua vez está associada ao diabetes e às doenças cardiovasculares.

A medida varia de acordo com o gênero e a etnia do indivíduo. No caso dos homens, a preocupação surge para brancos e para negros quando a circun-ferência passa dos 94 centímetros; em sul-asiáticos, indígenas e chineses, a partir dos 90 cm; e nos ja-poneses a partir dos 85 cm. No caso das mulheres, todas as etnias mencionadas devem se preocupar quando suas medidas passarem dos 80 cm, exceto as japonesas, que devem redobrar a atenção com a saúde quando supera-rem os 90 cm.

Apesar dessas medidas gerais, não existe um único critério aceito univer-salmente para definir a síndrome. O Brasil dispõe do seu Consenso Bra-sileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas, o qual apresenta como critério de risco a circun-ferência da cintura supe-rior a 88 centímetros na mulher e 102 centímetros no homem. De acordo com Ana Cristina Belsito, endocrinologista do Hos-pital São Vicente de Paulo

cINTurA NA MEDIDA cErTA

“O ExcESSO DE gOrDurA é AO MESMO TEMPO cAuSA E

cONSEquêNcIA DA SíNDrOME METAbólIcA”

Para reduzir a cintura e queimar gordura –, e evitar a síndrome metabólica –, a resistência insu-línica e o surgimento de doenças cardiovascula-res, a receita é a mesma tantas vezes prescrita por médicos, das mais variadas especialidades, para a obtenção e conservação de uma vida saudável. Ou seja, prática de atividade física regular, com ativida-des aeróbicas variando de 30 minutos a uma hora por dia de treino, podendo ser complementada por atividades anaeróbicas, e uma dieta balanceada.

De acordo com o cardiologista Péricles Vas-concellos, a redução do peso é a via não farma-cológica (ou seja, sem a prescrição de remédios) para o tratamento e a prevenção da doença, so-bretudo quando o quadro de hipertensão está em seu início, no qual o tratamento pode até mesmo prescindir de medicamentos.

Segundo o cardiologista, em casos de obe-sidade mais avançada, a cirurgia bariátrica (co-nhecida popularmente como cirurgia de redução do estômago) pode ser uma opção, pois a re-dução de peso resultante do procedimento pode levar a uma diminuição da posologia dos medi-camentos antihipertensivos, até então prescritos ao paciente, ou mesmo à interrupção do seu uso.

Mortalidade duas vezes maior

De acordo com a Sociedade Brasileira de En-docrinologia, quando presente, a síndrome meta-bólica está relacionada a uma mortalidade duas vezes maior que na população normal e mortali-dade cardiovascular três vezes maior, em relação a quem não sofre do problema. A síndrome me-tabólica pode aparecer a partir dos 30 anos, po-rém é mais comum na faixa dos 50. Nessa idade, o número de casos dobra em comparação com as faixas etárias anteriores. Pessoas com histórico familiar de diabetes ou doenças cardiovasculares são mais suscetíveis.

Na síndrome metabólica também se faz presente a resistência insulínica, uma dificuldade desse hor-mônio de exercer suas funções, como a retirada da glicose do sangue e o metabolismo das gorduras.

Exercícios e alimentação saudável para evitar o excesso de peso

As primeiras pesquisas demonstrando que o excesso de gordu-ra sobrecarrega o coração surgiram na década de 50. Mas, apesar da farta divulgação do assunto, a obesidade começa a ser vista como uma epidemia. Segundo especialistas, de cada dez brasileiros adultos, quatro estão acima do peso. E o excesso de gordura vitima ricos e pobres, homens e mulheres – em razão da alimentação excessivamente calórica, típica da so-ciedade industrial. Mas, então, o que fazer? Exercícios físicos e re-educação alimentar. Essa é a orientação de médicos e especialistas. Com relação à alimentação, os médicos recomendam ingerir bastante água, comer alimentos que contenham fibras, frutas e verduras, diminuir o consumo de alimentos gordurosos. E menos sal e menos açúcar.A prática de exercícios e atividades físicas sempre foi aceita como fator de bem-estar e qualidade de vida. E estudos divulgados recentemente por uma universidade norte-americana mostram os benefícios químicos e biológicos da prática física, sobretudo a aeróbica. Segundo o estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, os exercícios também são capazes de proporcionar uma sensação prolongada de bem-estar. Os pesquisadores observaram vários pacientes até chegarem à conclu-são de que as endorfinas, responsáveis pela sensação de prazer, permanecem ativas em alguns pontos do organismo por até 12 horas entre aqueles que fizeram, pelo menos, 20 minutos de exercício.

Dr. Pericles Vasconcellos (CRM 5235697-6)

Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Valença, tem título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, é cardiologista e coordenador das Unidades de

Internação do Hospital São Vicente de Paulo.

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TENHA uMA bOA NOITE!

Noite mal dormida pode desequilibrar o organismo.

Tratamento depende do diagnóstico médico e do estilo de vida

Passamos boa parte de nossas vidas dormin-do. Talvez poucos saibam, mas problemas com o sono podem interferir na saúde. Para

se ter uma ideia, enquanto dormimos, atividades metabólicas ocorrem em nosso organismo, como, a liberação de hormônios, a ativação do sistema imunológico e o aperfeiçoamento das memórias recente e tardia. Assim, noites mal dormidas po-dem causar desequilíbrio dessas funções, o que provoca, entre outras reações, cansaço, dificulda-de de memória, irritabilidade e depressão. Estudo recente da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, nos Estados Unidos, comprovou que quem dorme menos de seis horas por noite apresenta um risco maior de ter pressão alta. Já outra pesquisa, da Universidade da Pensilvânia, também nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com distúrbios de sono estão mais propensas a ter diabetes.

Especialistas alertam que, em média, um adulto deve dormir de sete a oito horas por noi-te, embora esse período possa variar de acordo

com a herança genética. Algumas pessoas, por exemplo, podem ficar satisfeitas e se sentirem bem com seis horas de sono. Outras, no entan-to, podem precisar de 10 horas de sono para se sentirem bem. Mas, além da quantidade de horas adequada, é preciso levar em conta a qualidade do sono. Estudos demonstram que até 40% da população possui alguma queixa relacionada ao assunto. Entre os problemas mais relatados estão a insônia, a apneia obstrutiva do sono e a síndro-me das pernas inquietas. São comuns também o sono insuficiente e o atraso de fase de sono.

“A insônia é a dificuldade de iniciar ou man-ter continuamente o sono, ou ainda o despertar antes do horário desejado. O resultado é um grande cansaço no dia seguinte”, lembra Ale-xandre Hatum, neurologista do HSVP. A insônia, de acordo com dados da Academia Brasileira de

Neurologia, é uma das queixas mais comuns e pode estar relacionada a vários fatores, entre eles ansiedade e depressão, problemas emocionais passageiros e excitação, por exemplo. Mas pode tornar-se crônica e provocar muito sofrimento ao longo dos anos. Além disso, a insônia é mais pre-valente em mulheres e tende a piorar conforme a idade avança. Mas o gatilho para uma noite maldormida pode estar no consumo de substân-cias como cafeína e nicotina, ou no excesso de estímulos visuais antes de dormir, como ficar até tarde trabalhando ao computador.

De acordo com o Dr. Hatum, o tratamen-to para a insônia é planejado de acordo com o diagnóstico médico e também leva em con-ta o estilo de vida do paciente. “Dependendo do caso, às vezes, mudanças simples na rotina podem ajudar, como manter o quarto escuro e silencioso, evitar assistir a programas muito excitantes na TV, como filmes com cenas de vio-lência, vestir um pijama confortável e evitar fa-zer exercícios intensos perto do horário de dor-mir”, comenta o médico. Vale lembrar que a automedicação costuma ter efeitos desastrosos: o abuso de tranquilizantes pode causar depen-dência e trazer mais dificuldade para dormir.

Apneia obstrutiva do sono

Já a apneia obstrutiva do sono caracteriza--se pela obstrução das vias aéreas superiores durante o sono, bloqueando a passagem de ar. Assim, a pessoa acorda para poder respi-rar, geralmente emitindo um ronco bem alto. A

como avaliar a qualidade do sono

A principal manifestação de um problema crônico de sono é a sonolência diurna exagerada. As pri-meiras manifestações dos distúrbios do sono são as alterações do humor e as alterações de memória e capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento. Para alguns, basta uma noite mal dormida para se sentir mal no dia seguinte. As principais queixas relatadas são estar menos tolerante, irritadiço, com dificuldades de concentração e dor de cabeça. Um sintoma muito característico de distúrbio de sono é o ronco. O ronco ainda hoje é interpretado popularmente como sinal de que o indivíduo dorme bem, mas é justamente o contrário.

apneia obstrutiva do sono pode ocorrer várias vezes durante a noite. Estimativa da Academia Brasileira de Neurologia aponta que o proble-ma atinge cerca de 5% da população em geral, e em 30% dos indivíduos acima dos 50 anos de idade, sendo mais comum em homens, princi-palmente os obesos. Mas o envelhecimento, o consumo de álcool, cigarro e drogas sedativas também podem desencadear o problema. Entre as consequências estão a sonolência durante o dia, falhas na memória e até a impotência. O tratamento é feito com o uso de aparelhos ou máscaras que mantêm o fluxo de ar sem inter-rupções ou, em alguns casos, cirurgia.

Embora considerada bastante comum entre as doenças do sono, poucas pessoas já ouvi-ram falar da síndrome das pernas inquietas. De acordo com dados da Academia Brasileira de Neurologia, o problema afeta cerca de 7% da população e se caracteriza principalmente por uma sensação desagradável nas pernas, como se fosse uma coceira ou friagem, choque, formi-gamento e, eventualmente, dor. Os sintomas são acompanhados de uma sensação de angústia e imensa necessidade de mover as pernas, ou ain-da massageá-las ou alongá-las.

Os sintomas da síndrome das pernas inquie-tas aparecem principalmente na hora de se deitar, mas podem ocorrer em qualquer momento em que o indivíduo ficar parado, sentado ou deitado, seja para descansar ou qualquer outra atividade que não exija movimentos. Em alguns casos, os sintomas podem ser tão intensos que o paciente não consegue iniciar o sono.

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Alexandre Hatum, neurologista do HSVP.

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ObrAS gArANTEM SEgurANçA, cONFOrTO E MODErNIDADE AO HSVP

o hospital vem trabalhando para corresponder não só às necessidades do paciente, mas tam-bém às suas expectativas, em relação ao conforto e à segurança. “Dentro da busca contínua pela excelência, procuramos conciliar os objetivos do hospital, sem perder de vista a especificidade de sua clientela. Embora o foco principal seja o tra-tamento e a assistência, o HSVP vem investindo em serviços que envolvem o atendimento humani-zado, oferecendo conforto e higiene do ambiente e reconhecendo o paciente e seu acompanhante como clientes. Tudo dentro do conceito de aco-lher, de hospedar”, comenta.

A gerente lembra que a importância da hospita-lidade no setor hospitalar é ser um bom anfitrião e deixar uma sensação positiva no cliente. Para tanto, um dos “mimos” oferecidos é o serviço de acesso à internet nos quartos e também uma área no primei-ro andar, com computador disponível para acom-panhantes e visitantes de pacientes internados. Além disso, o HSVP conta com profissionais que falam di-ferentes idiomas, como inglês, francês, alemão, po-lonês e russo. Eles fazem parte do serviço Help on Languages, à disposição dos pacientes estrangeiros que necessitem de intérpretes.

Dentro do conceito de hotelaria, o HSVP conta com um serviço de táxi, com motoristas creden-ciados pelo hospital. “Estamos preparando um projeto de identificação visual dos veículos”, co-menta Martha, que lembra que o HSVP também oferece auxílio para pacientes com necessidades especiais, como profissionais que se comunicam na linguagem de sinais usada por surdos-mudos.

A qualidade tem sido considerada um elemen-to diferenciador no processo de atendimento das expectativas de clientes e usuários dos

serviços de saúde. Pensando nisso, o HSVP vem realizando, desde o ano passado, um conjunto de melhorias em sua estrutura física. Foram prioriza-das obras cujo objetivo é oferecer mais segurança, conforto e modernidade às instalações do hospital. As intervenções incluem projeto paisagístico dos jardins da área externa; mudanças na hotelaria e na comunicação visual interna e externa; implan-tação de novas regras para uso do estacionamento (com a instalação de cabines e cancelas eletrôni-cas); nova iluminação na parte externa da unida-de; e reforma do muro na Rua Dr. Satamini, que recebeu revestimento imune às pichações. “Com essas mudanças, pode-se dizer que HSVP mantém a qualidade no atendimento ao paciente, reconhe-cida internacionalmente por meio da certificação concedida pela Joint Commission International (JCI), enquanto investe no conforto de pacientes, funcionários e acompanhantes”, comenta Ir. Ma-rinete Tibério, CEO do HSVP. De acordo com ela, até a finalização das obras, o investimento chegará a cerca de R$ 1 milhão.

O quesito segurança recebe atenção especial no cotidiano do HSVP, que acatou determinação do Corpo de Bombeiros e realizou, entre agosto de 2011 e fevereiro deste ano, uma obra para adequação do prédio às exigências da nova legis-lação com relação à segurança contra incêndios. “A adequação foi necessária porque o prédio foi construído antes da promulgação das normas em vigor”, explica Ir. Marinete. As mudanças incluíram a instalação de sensores de fumaça, sprinklers, placas luminosas de emergência e placas de rotas de fuga em casos de emergência. O investimento total foi de cerca de R$ 1,3 milhão, só na obra de adequação às exigências do Corpo de Bombeiros.

Além disso, a sinalização interna e externa foi modernizada, com projeto desenvolvido pela SB Comunicação, que incluiu a instalação de novas

placas de identificação, direcionamento e totens. A entrada principal do hospital também passou por obras, que incluíram a instalação de nova cabine da GPark e guarita para os usuários do serviço gratuito de van. A pavimentação e con-cretagem de boa parte da rua também foram re-feitas, bem como foi adquirido o software para a instalação da cancela eletrônica.

Novo projeto paisagístico

Sempre envolvido em projetos sustentáveis com vistas à preservação da natureza, o HSVP também investiu em novo projeto paisagístico para os jar-dins que cercam a extensa colina, ressaltando a importância das massas verdes e naturais junto ao ambiente de saúde. “Além do projeto paisagístico, foi instalado um sistema de irrigação e drenagem”, explica Cristina Oliveira, engenheira do HSVP.

Na parte externa, o hospital recebeu uma nova iluminação, na cor verde, um diferencial a mais no projeto arquitetônico da unidade. Até mesmo as centenárias palmeiras receberam luzes verdes, que são acesas à noite, dando um ar mais aconche-gante à área. “Com todas essas obras, o hospi-tal vem ganhando um visual mais moderno, o que propicia mais conforto ao paciente e tam-bém deixa o funcionário mais satisfeito. Acho que posso dizer que o hospital está mais arejado, mais seguro e mais moderno, sem deixar de ofe-recer a qualidade de sempre no atendimento”, co-menta o engenheiro biomédico Manoel Gonzalez, há 23 anos trabalhando no HSVP.

Ele lembra que a área hospitalar é muito di-nâmica e as unidades de saúde precisam estar sempre se adequando às normas vigentes e às inovações tecnológicas que surgem. “Para mim, é muito confortável ver o HSVP crescendo e agre-gando valor à sua marca, criando serviços e ado-tando mudanças que representam uma melhoria contínua, a exemplo do que fazem outros hospi-tais de grande porte”, diz.

Mudanças nos espaços de atendimento ao usuário

A gerente médica do HSVP, Cláudia Nastari, lembra que, em 2011, o Serviço de Pediatria foi reformulado e passou a contar com uma sala de espera com decoração mais lúdica, especial-mente preparada para acolher as crianças que aguardam atendimento. Já este ano, as obras estão ocorrendo em outros espaços do 2º andar, com a construção de uma entrada diferenciada para o ambulatório geral. Com a mudança, o fluxo de pacientes será reordenado. “O objetivo da mudança é organizar o fluxo, oferecendo uma melhor recepção ao paciente que utiliza os servi-ços ambulatoriais do hospital”, explica Cláudia.

Uma segunda etapa desse projeto inclui a criação de um Centro de Ortopedia, cujo obje-tivo é qualificar o atendimento dessa crescente demanda que se identifica com a instituição. O novo serviço contará com espaço exclusivo, com-posto de área de espera, três consultórios e sala

de procedimentos.

Hotelaria

Na área de hotelaria, o HSVP fez vários in-vestimentos para maior conforto dos pacientes, como a atualização do enxoval. Também foram redimensionadas as equipes da rouparia, conser-vação e limpeza. “Agora, temos o profissional da hotelaria, que acompanha o paciente até o quar-to logo depois de sua internação, fazendo um serviço que pode ser comparado a um check-in. Ele mostra o quarto, como ligar o ar condiciona-do e usar a campainha para chamar a enfermei-ra, caso haja necessidade. Na saída, também é feito o check-out. O objetivo é oferecer um aten-dimento mais humanizado”, explica Martha Lima, cerente de hospitalidade do HSVP. Ela lembra que

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Irmã Marinete Tibério, CEO do HSVP, comemora a conclusão da primeira fase de obras

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TErcEIrA IDADE cOM quAlIDADE DE VIDA Adoção de cuidados que evitam quedas são as recomendações de especialistas do HSVP

No dia 1º de outubro comemora-se o Dia Nacional e Internacional do Idoso. E a revista do Hospital São Vicente de Paulo

(HSVP) aproveita a data para lembrar os avanços em relação à qualidade de vida dos mais velhos e as condições necessárias para que eles possam viver bem. Dados do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE) mostram que há no país mais de 21 milhões de idosos. Diante deste universo significativo e de olho nas pesquisas que tratam dos fatores de risco de queda de idosos, vale lembrar que esse tipo de acidente ocupa hoje a sexta posição no ranking de causas de óbito em pessoas acima de 65 anos, segundo estudo do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP). Já para o Ministério da Saúde (MS), as quedas e suas consequên-cias têm assumido dimensão de epidemia. A estimativa é de que 30% dos idosos sofrem, pelo menos, uma queda por ano. E quando isso ocorre, a chan-ce de haver outro acidente nesse mesmo período é duas vezes maior. Segundo o chefe do Ser-viço de Ortopedia do HSVP, Ilídio Pinheiro, por mais banal que uma queda possa pare-cer, pode trazer consequências graves em diversos aspectos da vida do idoso.

O especialista, que acaba de participar da XV Jornada Paulista de Patologia do Quadril, realizada pela Sociedade Brasileira do Quadril, em Ribeirão Preto (SP), lembra que as fra-turas do fêmur proximal (quadril) podem ser consideradas como uma das mais importantes consequências das quedas,

em razão do surgimento de sequelas e da ele-vada taxa de mortalidade, após essas lesões, nessa faixa etária. Dados do MS mostram que a regra para tratamento da fratura de quadril é o tratamento cirúrgico. E cerca de 50% dos idosos operados falecem após o primeiro ano de pós--operatório. “Muitos dos pacientes não retornam às suas atividades cotidianas. Isso deixa evidente também o grande potencial de complicações clí-nicas decorrentes do tratamento”, explica.

Segundo o ortopedista do HSVP, as fraturas e suas sequelas podem impedir os movimentos e, com isso, piorar a circulação sanguínea, levando a tromboses, por exemplo, além de dificultar a respiração (o que pode ocasionar pneumonias), e

também favorecer a osteoporose com a piora do condicionamento físico. Com tudo isso, o idoso precisa de alguém que o auxilie nas

atividades diárias, limitando sua inde-pendência.

Fator psicológico

Como se não bastasse, o fator psicológico também é outro fator agravante. O idoso vítima de queda fica com medo de cair nova-mente, podendo desenvol-ver a chamada síndrome

pós-queda. Por tudo isso, para o chefe do Serviço de Geriatria do HSVP, Roberto Lourenço, a queda do idoso é tão frequente e grave que caracteriza uma das prin-cipais e complexas síndro-mes geriátricas, de etiolo-

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gia multifatorial e de graves conseqüências. “As complicações da queda em idosos podem variar desde uma simples escoriação até a necessidade de atendimento médico em diversos graus, indo da simples sutura de uma lesão superficial até a necessidade de tratamento para uma fratura do quadril, procedimento cirúrgico de alta complexi-dade e custo. As consequências das quedas moti-vam atitudes preventivas com propostas de vários programas”, alerta o geriatra.

Para os especialistas, ninguém está livre de so-frer uma queda, mas a condição física e motora do idoso é fator determinante nesse tipo de acidente, que pode ser causado por uso de medicamen-to, tonturas, problemas de visão e fraqueza mus-cular, entre outros moti-vos. Além disso, causas externas como a dispo-sição dos móveis em casa, podem também ocasionar um tombo. “Chão escorregadio ou iluminação ruim podem causar quedas. Outros fatores preocupantes são tapetes enrugados, fios de telefone soltos, objetos no chão ou escada sem corrimão ou barras para segurar no banheiro”, comenta Lourenço.

O geriatra lembra que garantir a segurança do idoso começa no próprio ambiente em que ele vive. Dicas de prevenção devem ser seguidas somadas à prática de algum tipo de exercício fí-sico, que pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a força muscular. Estar atento aos medicamentos é também outra recomendação que deve estar em sintonia com as indicações do médico. “A relação social na vida do idoso é crucial para que ele se mantenha ativo, com vontade de viver e conse-quentemente sentindo-se útil. Somente dessa for-

ma ele terá vontade de praticar exercícios, cuidar da saúde e, com isso, diminuir os riscos inerentes à idade”, conclui o ortopedista Ílídio Pinheiro.

Estudo divulgado recentemente pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2050, a população de idosos no Brasil poderá chegar a 64 milhões. Isso significa que o país poderá alcançar o mesmo nível registrado atualmente em países como a Islândia e o Japão. Esse índice de envelheci-mento quer dizer que, em 2050, para cada gru-po de 100 crianças de 0 a 14 anos, existirão 172,7 pessoas com 65 anos ou mais.

Especialistas alertam que muitos idosos se queixam de dores pelo corpo e fraque-za, o que pode ser revertido com uma boa alimentação, atividade física e banho de sol antes das 10h e após as 16h, isso porque a saúde dos ossos pode prevenir o desenvolvimento de outras

doenças. Outra recomendação importante: a ali-mentação deve ser equilibrada, sem excesso de fri-turas. Isso também pode ajudar a garantir uma vida mais saudável na terceira idade.

Vale lembrar que as mulheres são as principais vítimas de casos de fratura de colo de fêmur, uma das mais importantes consequências das quedas de idosos. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), as mulheres sofrem três vezes mais que os homens com esse problema, e o motivo é que elas têm mais tendência a apresentar oste-oporose, doença que é um dos fatores de risco, pois torna os ossos mais finos e frágeis. Outros fatores de risco para fratura de colo de fêmur são o tabagismo e consumo excessivo de álcool, que igualmente enfraquecem os ossos.

“MuITOS IDOSOS quE cAEM NãO rETOrNAM DEPOIS àS

SuAS ATIVIDADES cOTIDIANAS. ISSO DEIxA EVIDENTE TAMbéM

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Primeiro doutor em cardiologia formado no Brasil, precoce em todas as suas conquis-tas profissionais, Aristarco Siqueira, chefe do

Serviço de Cardiologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), é um profissional que domina a complexidade de sua ciência sem jamais se es-quecer do básico: ouvir o paciente.

“Precisamos urgente dos nossos médicos amigos.../a medicina agoniza.../ouço até os seus gemidos.../Por favor! Tragam de volta o Meu Dou-tor!”. Esses versos denotam a estranheza de uma paciente ao ir à consulta e ser atendida por um médico cansado, que não lhe dá atenção e so-mente prescreve exames. São partes do poema “Onde andará o meu doutor”, de Tatiana Bruscky, um dos preferidos do especialista que é membro dos conselhos editoriais da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) e da Revista Brasileira de Ecocardiografia. Fellow do American College of Cardiology e coordena-dor do Programa de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse carioca e flamenguista, que deixou os Estados Unidos após cinco bem-sucedidos anos de experi-ências acadêmicas, por amor ao seu país e à sua cultura, é também um apaixonado pela sua profis-são e por seus valores mais tradicionais.

revista HSVP: como foi a sua formação aca-dêmica e o que fez optar pela cardiologia? Aristarco Siqueira - Desde o início, quis ser médi-co. Não havia nenhum em minha família, mas essa sempre foi minha vontade. Entrei para a universi-dade aos 16 anos. Passei em todos os vestibulares, mas era a UFRJ que eu queria. No terceiro ano, algo me marcou muito - o ensino de semiologia. Descobri o quanto gostava de examinar e, pelos sinais e sintomas, diagnosticar o que o paciente tinha. Antes de me formar, aos 22 anos, decidi que iria para o exterior fazer treinamento antes de co-

meçar a clinicar. Fiz um concurso nacional para re-sidência médica nos Estados Unidos e fui aprova-do para um hospital em uma cidade pequena em Connecticut. Fiquei um ano lá e logo apliquei para a Clínica Mayo, uma das principais instituições de Medicina e das mais organizadas do mundo. Lá fiz mais dois anos de residência em clínica médica, e, após novo concurso, outros dois em cardiolo-gia. Portanto, foram seis anos de curso médico no Brasil e mais cinco anos de Residência Médica nos EUA. Lá também defendi meu mestrado, na Mayo Graduate School of Medicine, já que pretendia voltar para trabalhar numa universi-dade no Brasil. Durante a re-sidência em clínica médica, fiz treinamento em várias especialidades. Duas me interessaram mais - car-diologia e neurologia, pois em ambas os sinais e sintomas das doenças são muito importantes para o diagnóstico. Optei pela cardiologia porque, naquela época, o arsenal terapêutico me pareceu mais desenvolvido.

revista HSVP: O que motivou a sua volta ao brasil? AS - Em 1975, fui aprovado num concurso para professor assistente de clínica médica da UFRJ. Era um sonho que se realizava: lecionar medicina onde a aprendi. E onde estou até hoje. Os pro-fessores Edson Saad e Antonio Paes de Carvalho haviam criado, em 1971, o Programa de Pós--Graduação em Cardiologia da UFRJ, o primeiro do país. Logo que retornei dos EUA, ingressei na primeira turma de doutorado desse programa, tendo sido o primeiro doutor em Cardiologia do Brasil, em setembro de 1980. Com essa titulação, me tornei professor adjunto de cardiologia da UFRJ. A passagem pelos EUA foi ótima, mas sen-tia falta de meu país. Sempre gostei de futebol e não tinha interesse em beisebol, futebol america-no, muito menos em matar animais por esporte… revista HSVP: O que representou para o se-nhor tornar-se fellow do American College of Cardiology? AS - O reconhecimento internacional do meu cur-rículo, já que esse é um título muito valorizado no meio científico cardiológico, concedido a profissio-nais com comprovada dedicação ao ensino e à pes-quisa. Acho que fui um dos brasileiros mais jovens a me tornar fellow do ACC, aos 35 anos de idade.

revista HSVP: O senhor orienta estudantes e profissionais nas mais diversas etapas de for-mação...

AS - Depois do meu doutoramento, em 1980, fui convidado a participar da Comissão de Pós-Gradu-ação em Cardiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ. Passei dez anos assessorando o coordenador, professor Waldemar Decacche, com quem muito aprendi. Após sua aposentadoria, fui eleito pelos meus pares para ocupar o cargo de coordenador desse programa, posição que ocupo até hoje. Dou aula nos cursos de graduação e de pós-graduação e oriento alunos de Mestrado e de doutorado. Já orientei 45 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado na área cardiovascular. Alguma coisa se perdeu no ensino nos últimos anos, com a mudança na política de saúde no país, que passou a priorizar o atendimento em instituições privadas, que visam principalmente ao lucro. Assim que saem das universidades, a maioria dos médicos

recém-formados vai trabalhar nos setores de mer-gência e esquece aquilo que é mais básico para o diagnóstico e tratamento das doenças: ouvir o que o paciente diz e fazer um bom exame físico, e não apenas solicitar uma bateria de exames. Tenho luta-do durante todos os anos, como professor de Me-dicina, para transmitir aos alunos esse ensinamento que julgo fundamental para a boa prática médica. revista HSVP: como é a sua relação de tra-balho na cardiologia do HSVP? AS - Sou médico desse hospital há mais de vinte e cinco anos e tenho muito orgulho de poder traba-lhar numa instituição que não tem o caráter mercan-tilista de vários hospitais particulares. Conto com a colaboração dos cardiologistas lotados no CTI, nos ambulatórios, na emergência, com os que fazem o acompanhamento de rotina dos pacientes interna-dos e com os que realizam exames complementa-res. Participam ainda de forma muito importante os funcionários da enfermagem e administrativos, com o que formamos uma excelente equipe para prestar um bom atendimento aos pacientes do HSVP. revista HSVP: Há uma demanda grande por cardiologia? AS - Ah, sim, muito grande. As doenças cardio-vasculares são as que mais matam no mundo: hipertensão, AVC, infarto. O ambulatório de car-diologia possui três salas que funcionam simulta-neamente, o tempo todo lotadas. Além disso, é grande o número de pacientes que procuram a nossa emergência com doenças cardiovasculares, muitos com necessidade de internação. revista HSVP: E o hospital conta com serviços e infraestrutura certificados, que possui em acreditação... AS - Sim, é um hospital que tem tudo para um atendimento cardiológico de excelência. Caso um paciente precise de uma cirurgia cardíaca ou de um cateterismo de urgência, o HSVP tem infraestrutura e pessoal capacitado para atendê-lo. Trabalhamos sempre com muita afinidade com os outros serviços, no melhor interesse do paciente. Além disso, sempre que equipamentos mais modernos se tornem neces-sários, a direção do hospital está pronta para ad-quiri-los, dando condições para que façamos uma medicina adequada e de ponta no Rio de Janeiro.

ONDE ANDArÁ O MEu DOuTOr?

Aristarco Siqueira - Cardiologista

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“O hospital vai aproveitar essa importante cau-sa para ampliar suas ações para o público, sempre com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a doença”, comenta Joyce. Ela lembra que, no mês de julho último, o serviço de mastologia, que con-ta também com a mastologista Sandra Gioia, re-alizou o 1º simpósio de Câncer de Mama, evento voltado para profissionais da área da saúde, em que foram abordados temas como os principais avanços na detecção da doença e nos procedi-mentos cirúrgicos para seu tratamento.

Essas ações desenvolvidas pela instituição se-guem a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que um dos principais fatores para o controle do câncer de mama é a realização de eventos que promovam a divulgação de infor-mações sobre a doença e a importância do controle do peso corporal, além de incentivar a prática regu-lar de atividade física. Segundo estudo apresentado em 2011 pelo órgão, em torno de 25% dos novos casos de câncer de mama poderiam ser evitados se os pacientes praticassem exercícios físicos por, pelo menos, 150 minutos por semana.

Especialistas de diversos países têm afir-mado que a prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle de fatores ambientais de risco, como obesidade pós-me-nopausa, sedentarismo e consumo de álcool. Estima-se que, por meio de alimentação balan-ceada, nutrição e prática regular de exercícios físicos, seja possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, pois o excesso de peso aumenta as chances de de-senvolver a doença.

Já os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em prin-cípio, passíveis de mudança, de acordo com a Política Nacional de Controle de Câncer de Mama, do Ministério da Saúde (MS). Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doen-ça. Nesse caso, a orientação é para que essas mulheres sejam acompanhadas por um médico, a partir dos 35 anos. É o médico que vai de-cidir quais exames a paciente deverá fazer. Os fatores de risco relacionados ao ciclo reprodu-tivo são: primeira menstruação precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez tardia e não ter tido filhos. Mulheres

que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica.

Sintomas

Estatísticas mostram que o câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima dessa faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Com relação aos sintomas da doença, de acordo com o MS, podem surgir alte-rações na pele que recobre a mama, como abau-lamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou ainda a pele apresentar um aspecto semelhante à casca de laranja. Outro sinal de alerta é o surgi-mento de secreção no mamilo. Além disso, exis-te o sintoma palpável, que é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor, podendo também surgir nódulos palpáveis na axila.

De acorodo com a mastologista Sandra Gioia, o programa de rastreamento para detecção preco-ce do câncer de mama está recomendado a partir dos 40 anos com o benefício na redução da morta-lidade pelo câncer de mama. Assim, a maioria das sociedades médicas, incluindo a American Cancer Society (ACS), American College of Radiology (ACR), National Comprehensive Cancer Network (NCCN), National Câncer Institute (NCI), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e Colégio Brasileiro de Radiolo-gia (CBR), recomenda o rastreamento mamográfico anual. Se a mulher apresentar histórico de câncer de mama na família, a atenção deve ser ainda maior.No mês de outubro, acontece o movimento

internacional de conscientização de com-bate ao câncer de mama, o Outubro Rosa.

O nome remete à cor do laço que simboliza mun-dialmente a luta contra a doença, que é o segun-do tipo mais comum de câncer em todo o mundo e o mais frequente entre as mulheres, com uma estimativa de mais 1,15 milhão de novos casos a cada ano. No Brasil, a estimativa é que surjam, este ano, 52 mil novos casos da doença.

O Outubro Rosa chegou ao Brasil em 2002, e, para esse ano, o movimento prevê ações durante todo o mês em várias cidades do país, entre elas a iluminação de prédios e monumentos históricos na cor rosa. Com o olhar sempre atento à questão da qualidade de vida da comunidade, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) também participará da cam-panha, por meio do Serviço de Mastologia, que vai realizar distribuição de folhetos educativos para a co-munidade, além de uma palestra aberta ao público, no dia 6. De acordo com a mastologista Joyce Ri-beiro, o objetivo da ação é levar informações sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce.

OuTubrO rOSAMovimento é dedicado a alertar as mulheres para a

importância da prevenção do câncer de mama

Joyce Ribeiro, mastologista

Sandra Gioia, mastologista

Formas de detecção

As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico (feito durante a consulta médica e uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos) e a mamografia (radiografia da mama), exame que permite observar as lesões na fase inicial, quando ainda são muito pequenas (medindo milímetros). “A mamografia deve ser realizada anualmente por mulheres a partir dos 40 anos, ou segundo recomendação médica”, explica Sandra Gioia.

Diversos estudos científicos têm comprovado, que, quanto mais cedo é feito o diagnóstico do câncer de mama, maior a chance de cura, maior o tempo de so-brevida e melhor a qualidade de vida da paciente. A estimativa é que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura cheguem a 95%.

A chefe do Serviço de Mastologia do HSVP lembra que a institui-ção dispõe de todos os recursos necessários para o adequado tra-tamento do câncer de mama em seus diferentes estágios. “O hospi- t a l também oferece métodos complementares na abordagem diagnósti- ca, como mamografia, ultrassonografia, ressonância nuclear magnética, biópsias e marcações por estereotaxia, além de contar com serviço de cirurgia”, informa Joyce Ribeiro.

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 19Hospital São Vicente de Paulo - pág. 19

diabetes, a importância do autocuidado

Com uma incidência cada vez maior, o diabetes já adquire características de pandemia. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê que o total de casos atuais

em todo mundo duplique até 2023. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença afeta cerca de 12% da população entre 30 e 69 anos. Desse total de pessoas,

de acordo com a SBD, metade ignora que tem diabetes e apenas uma parcela pequena mantém a doença controlada. O motivo? Na opinião de especialistas, principalmente, por falta de conheci-

mento e motivação para se cuidar melhor.Estudo do Diabetes Prevention Program (projeto desenvolvido nos Estados Unidos com a participação de profissionais de diversos centros clínicos) mostra que pacientes com alto risco para a doença e orientados a cuidar da alimentação e praticar atividade física conseguiram reduzir em 58% o risco de desenvolver a doença. “Com hábitos de vida saudáveis, como reduzir a ingestão de gorduras; mantendo o peso dentro da normalidade; e praticando atividade física de forma regular, pode-se reduzir a incidência do diabetes tipo 2, assim como de outras patologias, como dislipidemias (presença de níveis anormais de lipídios e ou liproteínas no sangue), hipertensão e acidente vascular cerebral”, explica Ana Cristina Belsito, endo-crinologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).

Semana de São vicente de paulo

O HSVP realizou mais uma Semana Comemorativa de São Vicente de Paulo, festividade pre-sente no calendário da instituição desde sua fundação. No último dia 27, aconteceu a Missa

de Celebração Eucarística, no auditório do Centro de Convenções Irmã Mathilde, seguida de festa comemorativa.

São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660. Em 1633, fundou a Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, primeira congregação religiosa feminina católica a ter vida apostólica, reconhecida mundialmente pelos serviços dedicados aos pobres, em hospitais, escolas, paróquias, e às crianças abandonadas, entre outros necessitados. Sua vida é uma história de doação aos irmãos pobres e de amor a Deus.

o jeito certo de tratar a dor de cabeça

Apesar de ser um dos problemas de saúde mais comuns em todo o mundo, o tra-tamento da dor de cabeça tem sido negligenciado. Estudo recente publicado no Atlas of Headache Disorders, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que 50% das pessoas tomam remédio para dor de cabeça sem indicação médica. O hábito parece inofensivo, mas pode acabar aumentando a frequência e intensidade da dor. Ou seja: as pessoas começam a conviver com a dor e não percebem que o uso de medicamentos sem o diagnóstico correto e acompanhamento médico pode levar ao agrava-mento do problema, tornando-o crônico.Segundo Alexandre Hatum, neurologista do HSVP, algumas das classificações para a dor de cabeça são: vascular (quando existem obstrução, rompimento ou inflamação das artérias); dor de cabeça tensional (quando os músculos ao redor do crânio estão contraídos); e a enxaqueca, que se acredita ser causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.É fundamental que um neurologista faça o correto diagnóstico da doença e indique o tratamento mais adequado para cada caso. No caso da enxaqueca crônica - caracterizada por, no mínimo, 15 dias de

dor de cabeça, com duração de mais de quatro horas por dia, por mais de três meses-, por exemplo, o tratamento é complexo e envolve medidas medicamentosas e outras ações.

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HSVP ENTrE OS MElHOrES HOSPITAIS DA AMérIcA lATINA

A busca contínua pela excelência no cuidado com o paciente e a adoção de estratégias visando à inovação, modernização e quali-

dade acabam de conferir ao Hospital São Vicen-te de Paulo (HSVP) mais um importante fruto: a instituição é o único hospital do Rio de Janeiro a figurar no ranking que aponta os melhores es-tabelecimentos de saúde da América Latina. O reconhecimento foi publicado na edição de se-tembro da revista AméricaEconomia, da Editora Spring. A publicação realiza anualmente, por meio da consultoria AméricaEconomia Intelligen-ce, pesquisa e análise de hospitais públicos e pri-vados. O trabalho tem como base a comparação de 372 dados, que analisam a gestão dos hospi-tais em seis dimensões: Segurança e Dignidade do Paciente, Capital Humano, Eficiência, Prestí-gio, Capacidade e Gestão do Conhecimento.

De um total de 190 entidades participantes, de países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, Chile, Cuba, Equador, México, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, foram escolhidas as 40 melhores unidades. E o HSVP ficou na 15ª colocação geral e como o 5º melhor entre os melhores hospitais brasileiros. Apenas outras seis unidades nacionais – localizadas em São Paulo e Rio Grande do Sul – figuram na lista.

“O HSVP teve excelente pontuação no quesi-to capital humano. Isso mostra o quanto manter bons profissionais médicos e enfermeiros agrega valor à nossa instituição”, ressalta o coordena-dor de qualidade do hospital, Vanderlei Timbó. Ele lembra que nesse item são avaliadas essas duas especializações, mas a unidade conta com bons profissionais nas demais áreas, que indivi-dualmente colaboram para que o hospital possa evoluir sempre mais e mais.

Essa foi a quarta edição da pesquisa, que envolve unidades de alta complexidade e com o devido reconhe-cimento do órgão máximo do Poder Executivo de cada país. No caso do Brasil, o Ministério da Saúde. Para participar da pesquisa, hospitais e clínicas têm que enviar um elevado volume de informações relevantes, por meio de respostas a um questionário que reúne informações-chave em relação às seis dimensões da qualidade hos-pitalar, além de um conjunto de documentos que endossam tais informações.

No quesito segurança e dignidade do pa-ciente, por exemplo, são levados em conta os indicadores de processos e dos resultados que permitem minimizar riscos hospitalares, além do quesito transparência. Já em relação ao capital humano, considera-se a análise das equipes mé-dica e de enfermagem, mais a governança hospi-talar. No item capacidade, são levados em conta indicadores e quantidade de pacientes ambula-toriais, leitos, especialidades e subespecialidades médicas, exames laboratoriais e cirurgias, além de investimentos. No quesito gestão do conheci-mento, são abordados indicadores que permitem medir a capacidade de gerar, obter e difundir a vanguarda do saber médico na entidade.

Com relação à eficiência, contam as variáveis de eficiência médica e outras, como taxas de ocu-pação de leitos ou salas de cirurgia, eficiência finan-ceira (balanços e demonstrações de resultados) e os mecanismos de gestão da qualidade. E a opinião dos médicos que trabalham nos hospitais partici-pantes, bem como pacientes e leitores da revista, é determinante no quesito prestígio. Nesse item, tam-bém são considerados as conquistas, os marcos e alianças estratégicas alcançadas pelas entidades.

Pesquisa da revista AméricaEconomia classifica instituição como a 15ª melhor dos continentes central e sul-americano

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