revista espaço cidadão # 08

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Clóvis 1937 - 1998 Paulo Henrique 1978 - 2003 Airton 1978 - 2003 João L 1978 - 20 Jorge 1937 - 1998 Elisa 1937 - 1998 Pedro 1982 - 2008 Maria 1999 - 2010 Erica Louise 1937 - 1998 Santo Antônio da Platina - PR – ano IV – nº 8 – Março de 2012 RECICLE. SEPARE O PAPEL CORRETAMENTE. EDUCAçãO NO TRâNSITO CRIANçA Você é só mais um no trânsito? Como agir na suspeita de abuso sexual A devolução do valor residual garantido ECONOMIA

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Revista Espaço Cidadão. A revista com conteúdo sério, transparente e comprometido com a verdade

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Clóvis1937 - 1998

Paulo Henrique1978 - 2003

Airton1978 - 2003

João Luiz1978 - 2003Jorge

1937 - 1998Jorge

1937 - 1998

Elisa1937 - 1998Elisa1937 - 1998

Pedro1982 - 2008

Maria1999 - 2010

Erica Louise1937 - 1998

Erica Louise1937 - 1998

Santo Antônio da Platina - PR – ano IV – nº 8 – Março de 2012

Recicle. SepaRe o papel coRRetamente.

E d u caç ão n o t r â n s i to

c r i a n ça

Você é só maisum no trânsito?

Como agirna suspeita deabuso sexual

A devolução do valor residual

garantido

E c o n o m i a

Obrigado às empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente.

A BArAteirA • Acirio cABeleireiro • Agile • AgroterrA • AlternAtivA lAnches • André Bernini espAço dA BelezA • AtAcAdão 1,99 • AukimiA • Auto escolA preferenciAl • Auto peçAs BeirA rio • Auto posto recAnto • BArAtotAl • BAyukA pizzAriA • BiBi BABy • Boi dourAdo • Bordignon construcAsA • Breno lAvA cAr • cAmilA fisioterApiA • cApricho modAs • cArlão consórcio • cArtuchos dinâmicA • cAsA de cArnes • cAsA mArechAl • cBn • ceA • cenAic sAnto Antônio dA plAtinA • centrAl de cópiAs gl • centro de educAção infAntil AliAnçA ceiA • cernopi • chAveiro Biro • chAveiro centrAl • ciA do plAno odontológico • clínicA celulAr • clínicA movimentto • clinimed drA ângelA e drA sergio BAchtold • computech • construmóveis • contAtos despAchAnte • cosméticos cArvAlho • diAgson centro médico • discovery • dr. clAudinei de oliveirA • drogAmAis • eBex • el shAdAi • eletrotécnicA corsini • emerson chAgAs • erigesso • fABiele fisioterApeutA • fABinho funilAriA e pinturA • fAnorpi • fArmAcem • fArmAcentro • fArmáciA sAntA terezinhA • fAzendA sAntA clArA • fisio & sAúde • flexdev • florAtA fArmáciA de mAnipulAção • freepAn • gâmdArA & oliveirA imóveis • gás 2 irmãos • gAsosA pArAnAense • gisele spA • gleide presentes • gold seguros • guArdiom • herBAlife • hotel kAnoA • imoBiliáriA portAl do sol • JAime f. mendes • Jl diesel • JB serrAlheriA • ki AntenAs • kioske cAfe • lABorAtório cAldi • lABorAtório drA glAir • lAn house mAtrix • lAvAcAr teixeirA • luBrificAntes.com • mAdeirAs rAmos • mAgnum AlArmes • mAqnew • mArio negresoli • mArmorAriA romAno • mc cAixA • medic tec • medicinA sexuAl drA AlngelA BeAtriz v. BAechold • megA truck center • móveis Adelino • móveis mArtins • movelAriA mArtins • mtA • multicred • multifArmA • multiplAcAs • novo piso • olivA Bistrô • on-line • óticA são José • oxplAtinA • pArAná AssessoriA • pedrão grill • peugeot ok • pincel de mel • pizzAriA tropicAl • plAtiferro mAteriAis de construção • plAtipeçAs som • plAtturBo • plennitus • quAtro rodAs • rAfox • rAio de sol • rde • reAlizze móveis plAneJAdos • refrigerAção ice frio • Auto peçAs zAnin • rogerio lAvA cAr • s.o.s recArgA de cArtuchos e toners • sAmp fiAt • sAncAr • sAntA clArA • skinão grill • softmArt • sos cerveJA • studio corpus pilAtes • studio pilAtes e fisioterApiA • super festA • supermercAdo cristAl • tApecAriA ormeneze • tArdelli motos e náuticA • tAttoo lemes • toldos plAtinA • toysAn • vAl modAs • viA e sAúde • viA eletrônicA • vidrAçAriA plAtinense • wr gesso

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ara possibilitar o harmonioso convívio da pessoa na sociedade, exige a Lei Civil que, ao nascer, se registre o nome escolhido e a

pátria de nascimento. O nome e a pátria são, portanto, duas exigências legais, indispensáveis e irrecusáveis, contidas no nosso ordenamento jurídico e que todos têm o indeclinável dever de honrar e respeitar. Ao escolher o nome, buscam as pessoas os mais variados motivos e inspirações. Uns buscam-no amparados na sua fé, no nome de um santo de sua devoção, num guerreiro, governante, diplomata, sábio, artista, etc. Outros na pureza de uma santa, no heroísmo ou beleza de uma rainha, numa amizade, ou ainda na presença eterna de um amor de mãe. Enfim, a verdade é que, ao instituir o nome, os pais ou responsáveis o fazem sempre motivados por alguma nobre e respeitável inspiração.

Querem que o filho siga os atos de bondade, da fé ou da coragem daquele que lhe serviu de exemplo. Que trilhe os caminhos da vida com honradez e com-postura, alicerçando seu comportamento dentro dos princípios da honestidade e do respeito aos seus semelhantes. Querem que o filho saiba honrar o seu nome, honrando, por consequência, o nome da família.

No que concerne à pátria, as exigên-cias não podem ser desiguais. Enten-dem que todos têm o dever sagrado de

respeitá-la, de resguardá-la dos traidores e inimigos, de lutar pela sua grandeza e independência. Ter nome é preciso, ter pátria também. São dois bens inestimá-veis. Quem os macula é mau filho, mau patriota. Entretanto, nem sempre estes bens maiores são honrados e respeitados. A história registra com frequência o nome de falsos patriotas, de vendilhões da pá-tria. É aqui que se funda a nossa angústia, a nossa grande preocupação ao sentirmos que, para o desespero do povo brasileiro, vem crescendo assustadoramente, nos últimos tempos, na nossa pátria, o número destas funestas e indesejáveis criaturas. Os falsos patriotas, os vendilhões, os traidores do povo brasileiro.

Provam-no os nossos jornais, que andam repletos de nomes de corrup-tos, demagogos, falsários, traficantes, estelionatários, assaltantes e outros que envergonham a pátria e nosso povo. Que envergonham os seus ascendentes e des-cendentes, seus compatriotas, isto porque não sabem dignificar nem o nome nem a pátria. Esquecem-se que nenhum pai quer o seu filho imoral ou corrompido. Que nenhum povo pode amar aquele que o trai, que o engana.

Hoje cento e noventa milhões de brasileiros estão seriamente apreensivos por constatarem que a sua pátria é cada dia mais violentada, mais espoliada e que aos poucos vem se transformando em patrimônio de um número cada vez mais

reduzido de privilegiados exploradores das suas riquezas, das quais todos têm o incontestável direito de participar, mas que por eles lhe são sonegados.

Todos nós, brasileiros decentes, temos hoje uma árdua tarefa a cumprir. Combater as mazelas que atormentam a nossa vida, a vida da nação.

Para fazê-lo, vamos meditar nas palavras do insuperável líder indiano Mahatma Gandhi, cujos métodos humil-des e não violentos mudaram o curso da sua pátria. Vamos seguir os seus sábios ensinamentos. Acreditar na força da fé, na força gerada pela não-violência, que é infinitamente maior do que a força de todas as armas inventadas pela engenho-sidade humana.

Na política, na administração, na segurança, vamos procura fazer uma renovação. Vamos prestigiar somente aqueles que se fizerem merecedores da nossa estima e confiança. Vamos identi-ficar, prestigiar, aplaudir e defender so-mente aqueles que pelo seu passado, pela lisura de seu comportamento, pelo amor e respeito à sua gente e à sua nação, nos pareçam capazes de honrar e dignificar o nome e a pátria; o nome que receberam e a pátria em que nasceram e que os acolhe e ampara.

Jorge da Silva PimentaPlatinense – Retirado do livro

Retrato de um Emigrante

po nome e a pátria

EsPaço do cidadão

Março de 2012 ESPAço CIdAdão 3

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br4

aGronEGÓcio

produtor rural José Afonso Jú-nior vai comandar os destinos do Sindicato Rural Patronal de Santo Antônio da Platina pelos próximos

três anos. O ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-secretário de Esporte e Turismo do Paraná, foi reeleito para o cargo em uma eleição sem concorrentes e com o apoio integral da classe.

Para o presidente reeleito, o segundo mandato aumenta a sua responsabilida-de junto ao setor produtivo rural já que o torna o principal representante dos agropecuaristas de uma microrregião que abrange Santo Antônio da Platina, Jundiaí do Sul e Guapirama. O produ-tor explica que nos próximos três anos pretende continuar apoiando incondicio-nalmente as questões fundamentais para o desenvolvimento do setor rural, como a garantia de preço mínimo para os pro-dutos agrícolas, assim como a oferta de linhas de crédito mais justas para quem produz no campo.

Mas não são apenas as grandes ques-tões que estão na pauta de José Afonso Júnior. O presidente pretende aproximar ainda mais o sindicato do produtor rural da região e mostrar que a essa mesma estrutura está à disposição do associado, inclusive com benefícios. “Quero mos-trar qual é o papel do sindicalismo rural e de que forma ele pode ser fundamental melhorar as condições do homem no campo, seja ele dono de propriedade ou trabalhador rural. O importante é o desenvolvimento do campo”, diz o presidente reeleito.

Nesta entrevista José Afonso Júnior fala exatamente sobre isso, expõe ques-tões que afligem os produtores rurais e sugere mudanças para fortalecer a cadeia do agronegócio.

Revista Antes de falar do seu segundo mandato, qual é a avaliação que o se-nhor faz dos seus três primeiros anos a frente do Sindicato Rural?

Júnior Afonso Seria presunção da minha parte dizer que apenas acertamos nestes três primeiros anos, mas não posso ne-gar que conseguimos aproximar mais o produtor rural do sindicato. Apostamos numa proposta que era mostrar não só para o associado, mas sim para toda a so-ciedade que o SR representa o agricultor nas questões maiores que mexem com a vida da toda a população. Iniciamos um

Júnior afonso é reeleitopresidente do Sindicato Rural patronal por unanimidadeEx-prefeito e ex-deputado estadual assume segundo mandatoconsecutivo à frente do Sindicato Rural Patronal - SR

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Júnior Afonso: “Minha expectativa é a melhor possível. Vontade e disposição não vão faltar”

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5www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

trabalho para ficar evidente para o pro-dutor que a produção agrícola é um dos pilares da nossa economia e o que é feito no campo tem influência direta na vida das pessoas. Por isso a importância de estarmos organizados, unidos e discutin-do nossos problemas juntos. O produtor rural sabe que tem uma instituição, um sistema que o representa.

Revista É possível superar as conquistas do primeiro mandato? Júnior Afonso Sempre é possível fazer um trabalho melhor, até pela experiência adquirida anteriormente. Mas isso depen-de muitos dos desafios e do apoio dos companheiros da diretoria, assim como todos os associados. Mas a minha ex-pectativa é a melhor possível. Vontade e disposição não vão faltar. Isso eu garanto.

Revista As dificuldades encontradas no primeiro mandato foram superadas? Dá para considerar que seu segundo mandato será mais fácil que o primeiro? Júnior Afonso Não houve tempo sufi-ciente para colocar em discussão tudo aquilo que eu gostaria. Mas os avanços feitos nesse primeiro mandato vão ajudar a diretoria eleita, assim como os funcio-nários do sindicato, a fazer um bom tra-balho neste segundo mandato. Mais fácil não será. Mas o conhecimento adquirido no primeiro será fundamental para a conquista dos objetivos a partir de agora.

Revista A responsabilidade aumenta é maior? Júnior Afonso Claro que sim. A ree-leição revela que estamos no caminho certo. Que o trabalho desempenhado foi aprovado e que os produtores esperam, no mínimo, um mandato no mesmo ní-vel. Mas a palavra chave é a superação. Quero superar, surpreender e fazer valer cada voto que recebi. Cada um deles é uma procuração para trabalhar em favor de ideais de toda uma classe.

Revista Qual é o maior desafio? Júnior Afonso Aumentar o número de associados, a participação nas discus-sões, a presença nas assembleias. Tudo isso é importante. Mas é preciso fazer o produtor rural entender que o Sindicato

Rural existe para representá-lo. Essa instituição tem a responsabilidade de discutir e levar nossas demandas para a Federação (da Agricultura do Paraná), que vai encaminhar, junto com as rei-vindicações dos outros sindicatos, para a Confederação (Nacional da Agricultura). Esse é o maior desafio. Mostrar para o agricultor que no sindicalismo rural co-meça a discussão dos nossos problemas e é a partir dele que essas questões se

tornam públicas.

Revista O produtor rural acredita no sindicalismo rural patronal? Júnior Afonso A partir do momento que ele conhece o trabalho desenvolvido aqui. Que entende que há uma diretoria, que trabalha incessantemente pelo bem comum ele não só passa acreditar como se torna atuante. Por isso eu sempre convido nossos associados para conhecer a estrutura do sindicato. Pessoalmente gosto de mostrar a todos eles o que o sindicato oferece e de que forma nossa estrutura pode ser útil.

Revista Essa relação entre o sindicato e os associados evoluiu nos últimos três anos? Júnior Afonso Claro que sim. Priorizo a proximidade não só com o associado, mas com toda a classe produtiva do agronegócio. E essas pessoas estão en-tendendo a mensagem e juntos estamos formando um sindicato cada vez mais forte, representativo e atuante.

É preciso fazer o produtor rural entender que o

Sindicato Rural existe para representá-lo.

essa instituição tem a responsabilidade de

discutir e levar nossas demandas para a Federação

da agricultura do paraná.

Boa parte dos produtores rurais da região ainda não conhece ou não tem informações sobre o trabalho desenvolvi-do pelo Sindicato Rural Patronal de Santo Antônio da Platina. A constatação faz parte de uma pesquisa feita pela direção do sindicato que aponta ainda que os pro-dutores não se beneficiem das facilidades que a entidade oferece como deveriam.

Preocupado com este panorama, o presidente do SR, José Afonso Júnior explica que a entidade é o melhor e mais próximo caminho para o fortalecimento da classe produtiva. Para ele, a participação maciça dos produtores rurais na vida sin-dical pode garantir direitos e dar garantias para que a categoria seja mais valorizada. “Sem contar um número muito grande de benefícios que colocamos à disposição dos produtores”, explica.

Júnior Afonso, como também é conhe-cido o líder classista, diz que o Sindicato Rural Patronal proporciona aos seus as-sociados benefícios que estão aquém da interpretação de alguns agricultores. “Te-mos tudo para ser uma classe fortalecida pelos ideais do nosso sindicato”, garante.

O Sindicato Rural Patronal também divide com outras entidades e instituições públicas a responsabilidade de discutir e definir o valor real da terra nua. Além disso, o SR tem assento nos principais órgãos representativos do agronegócio. “O sindi-calismo rural fortalece a nossa classe. Com a união de todos nós podemos reivindicar, gritar, exigir. Mas isto só será possível a partir do momento que falarmos a mesma língua e marcharmos juntos em favor da nossa classe”, conclama.

SenarOutra vantagem que o Sindicato Rural

Patronal oferece para seus associados são os mais de 200 cursos de aperfeiçoamen-to organizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Esses cursos, todos eles gratuitos, são destinados aos proprietários rurais, suas famílias e exten-sivo também aos seus empregados.

A proposta do Senar é melhorar a atividade no campo, sobretudo nas pequenas e médias propriedades rurais, aumentar a renda e oferecer mais quali-dade de vida.

Sindicato Rural fortalece a classe

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ExP

EdiE

ntE espaço

cidadãorevista

PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio para Proteção e desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68

CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e desenvolvimento Sustentável do Norte PioneiroCNPJ 06.145.187/0001-06

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Alessandro Mendes dutra, João Geraldo Frose

CCONSELHOS:CoPAdESC - Alessandro Mendes dutra, João Geraldo Frose CREdINoRTE - João Geraldo FroseJornalista Responsável:Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR

CONTATO: (43) [email protected]@gmail.comwww.revistaespacocidadao.com.br

m a R ç o / 2 01 2

6 ESPAço CIdAdão Março de 2012

ÍndicE04 agronegócio

Júnior Afonso é reeleito presidente do Sindicato Rural Patronalpor unanimidade

07 espaço dos 3 poderesDeclaração Universal dos Direitos Humanos - Continuação

10 economia Devolução do Valor Residual Garantido

12 meio ambienteA Terra sem gente - Continuação

14 meio ambiente iiCenários X Rio+20

15 Saúde iAlccolismo e envelhecimento

16 Saúde iiCodependência alcoólica

18 política Em quem votar?

20 eventoAcontede a 40ª EFAPI

22 culturaA falta que a Casa da Cultura faz

23 Família iNão tomar o nome de Deus em vão...

24 Família iiA família e a iniciação ao uso do álcool

26 criançaComo agir na suspeita de abuso sexual

30 adolescênciaAdolescer X Álccol

32 educaçãoSAF! Já ouviu falar?

34 educação no trânsitoBebida e direção: o melhor caminho é dizer não

36 Responsabilidade SocialA satisfação de vestir a camisa

7www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

EsPaço dos 3 PodErEs

Declaração Universal dos Direitos Humanos (cont.)

amos continuidade nesta edição com a parte final da Declaração Universal dos Direitos Huma-nos. Relembrando que ela foi

proclamada em Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, tempo pós-guerras mundiais, onde houveram genocídios, torturas, matanças desenfreadas, economias comprometidas, com poucos obtendo o objetivo pretendido pelas guerras. O mundo se dividiu entre o socialismo e o capitalismo, formas diferentes para se conquistar a liberdade a igualdade e a paz. Nesse conflito mundial, pessoas morreram, empresas faliram, empre-sários perderam tudo o que tinham, e décadas foram perdidas economica-mente em muitos países até que a paz fosse alcançada. A manutenção da paz foi condicionada, assim, nos direitos

e deveres.

Artigo 7Todos são iguais perante a lei e

têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm di-reito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incita-mento a tal discriminação

Artigo 8 Toda pessoa tem direito a receber

dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que vio-lem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9Ninguém será arbitrariamente pre-

D

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br8

so, detido ou exilado.

Artigo 10 Toda pessoa tem direito, em plena

igualdade, a uma audiência justa e pú-blica por parte de um tribunal indepen-dente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11 1. Toda pessoa acusada de um ato

delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no mo-mento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tam-pouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12 Ninguém será sujeito a interferên-

cias na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13 1. Toda pessoa tem direito à liber-

dade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

2. Toda pessoa tem o direito de dei-xar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14 1.Toda pessoa, vítima de persegui-

ção, tem o direito de procurar e de gozar

asilo em outros países.2. Este direito não pode ser invocado

em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15 1. Toda pessoa tem direito a uma

nacionalidade2. Ninguém será arbitrariamente

privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16 1. Os homens e mulheres de maior

idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

2. O casamento não será válido se-não com o livre e pleno consentimento dos nubentes.

Artigo 17 1. Toda pessoa tem direito à proprie-

dade, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente

privado de sua propriedade.

Artigo 18 Toda pessoa tem direito à liberdade

de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19 Toda pessoa tem direito à liberdade

de opinião e expressão; este direito

inclui a liberdade de, sem interferên-cia, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20 1. Toda pessoa tem direito à liber-

dade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a

fazer parte de uma associação.

Artigo 21 1. Toda pessoa tem o direito de

tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de repre-sentantes livremente escolhidos.

2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22 Toda pessoa, como membro da so-

ciedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23 1.Toda pessoa tem direito ao traba-

lho, à livre escolha de emprego, a con-dições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Toda pessoa, sem qualquer distin-ção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

EsPaço dos 3 PodErEs

Março de 2012 ESPAço CIdAdão 9www.revistaespacocidadao.org.br

3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satis-fatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

4. Toda pessoa tem direito a orga-nizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo 24 Toda pessoa tem direito a repouso

e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.

Artigo 25 1. Toda pessoa tem direito a um

padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclu-sive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.

2. A maternidade e a infância têm di-reito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26

1. Toda pessoa tem direito à instru-ção. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortaleci-mento do respeito pelos direitos huma-nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.

3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27 1. Toda pessoa tem o direito de

participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.

2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decor-rentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28 Toda pessoa tem direito a uma or-

dem social e internacional em que os

direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plena-mente realizados.

Artigo 29 1. Toda pessoa tem deveres para com

a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.

2. No exercício de seus direitos e li-berdades, toda pessoa estará sujeita ape-nas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.

3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exer-cidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30 Nenhuma disposição da presente

Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabele-cidos.

Fonte: Redação Espaço Cidadão

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br10

Economia

inda há poucas ações versando sobre cobrança do Valor Residual Garanti-do pago antecipadamente, talvez por pouca experiência de alguns opera-

dores de Direito ou pela baixa procura dos cidadãos brasileiros arrendatários acostumados a pagar muito por pouco.

Em quais situações é possível cobrar os valores pagos do Valor Residual Ga-rantido antecipadamente?

Pelo menos em duas situações: nos casos em que o arrendatário perdeu o bem pela busca e apreensão ou reintegração de posse proposta pelo arrendador ou ainda quando no decurso do prazo contratual (término do pagamento das parcelas ajustadas no contrato de arrendamento

mercantil) não houver mais interesse de o arrendatário permanecer com o bem objeto do leasing.

O Supremo Tribunal Federal consi-dera que a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido é permitida. Neste sentido é que se consolidou a jurispru-dência do Supremo Tribunal Federal, mas quando se trata de resolução do contrato e/ou inadimplência, deve ser devolvido o valor do VRG pago antecipadamente:

“1. Ocorrida a resolução do contrato, com a reintegração do bem na posse da arrendadora, possível a devolução ao arrendatário dos valores pagos a título de Valor Residual Garantido.

2. Agravo regimental desprovido”.

Devolução do Valor Residual GarantidoFique por dentro da Consolidação da Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Paraná e Supremo Tribunal Federal para a Devolução do Valor Residual Garantido quando pago antecipadamente

a

11www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

(AgRg no Ag 549567/SP, Rel. Minis-tro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, DJ 30/08/2004).

O Tribunal de Justiça do Paraná também tem sido justo em suas deci-sões quando o assunto é a devolução do Valor Residual Garantido, confor-me se visualiza no julgamento dos embargos de declaração em Apelação Cível n.º 676755-1/01 (Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE), muito bem fundamentada e balizada por decisões do STJ, acatando em síntese a devolução do VRG pago antecipa-damente e corrigido monetariamente quando o bem já fora reintegrado pelo arrendante.

Em outra decisão, o TJ/PR deter-minou a “(...) compensação de ofício das parcelas inadimplidas até a data reintegratória do veículo, sob pena de enriquecimento de uma das partes”, conforme APELAÇÃO CÍVEL Nº 721306-1.

E como estão as decisões do STJ quanto à restituição do VRG nos casos de resolução contratual?

Conforme se verá no Agravo de Instrumento n.º 1.336.159/SP (STJ), o Supremo Tribunal Federal entende ser legal o pagamento antecipado do VRG, ou seja, “A cobrança antecipada

do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrenda-mento mercantil”. (Súmula 293).

Todavia, mesmo sendo legal sua cobrança antecipada, também é legal e legítima sua restituição em casos de resolução contratual e/ou inadimplên-cia: “Em verdade, diante da resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do arrendatário, é devida a devolução do chamado Valor Residual Garantido, pago antecipada-mente, à conta de ser uma consequência da devolução do bem (STJ, 3a T.- Resp 636588-MS, rei. Ministro Castro Meira, j . 28.08.2004)”.

Ou melhor: Diante da resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do arrendatário, é devida a devolução do chamado VRG, pago antecipadamente, à conta de ser uma consequência da devolução do bem, considerando a íntegra da Decisão do Agravo de Instrumento n.º 1.336.159/SP.

Portanto, para que haja sucesso nas ações judiciais, mister se faz a elabo-ração de um laudo pericial contábil demonstrando claramente o valor do VRG pago antecipadamente e se não há nenhuma outra ilegalidade.

Colaborou: Plennitus Consultoria,Perícia & Auditoria Contábil

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mEio amBiEntE

que aconteceria com o habitat preferido dos humanos – as gran-des cidades – se eles sumissem? O modelo escolhido foi nada menos do que Nova York (EUA),

a capital do mundo.

Destruição por água e plantasSegundo Jameel Ahmad, diretor do

departamento de engenharia civil da Cooper Union College, os repetidos con-gelamentos e descongelamentos comuns em meses como março e novembro rachariam o cimento em cerca de dez anos, permitindo a infiltração da água.

O tempo faria essas fendas se alar-garem, favorecendo a irrupção de

ervas. E, sem ninguém para controlar as árvores, raízes de

ailanto (uma espécie que os nova-iorquinos trouxeram

da China) invadiriam as calçadas e rachariam a

rede de esgoto em apenas cinco anos, afirma Dennis Stevenson, curador do Jardim Botânico da cidade.

Animais cuja sobrevivência depende do homem desapareceriam em dez anos. As baratas, por exemplo, não resistiriam ao frio dos edifícios sem calefação, e os ratos, cujo alimento vem do lixo, virariam refeição para os falcões e os ga-viões. Vegetais hoje comestíveis, como a cenoura, o brócolis, a couve-flor e o repolho, voltariam a suas irreconhecíveis formas originais.

As fendas no solo ampliariam muito um dos problemas já existentes na cidade de Nova York: a elevação do nível de água subterrânea. Assim como em São Paulo e outras metrópoles do mundo, o oceano de concreto e asfalto não deixa muito espaço para absorver essa água. Sem energia elétrica, as bombas de suc-ção que impedem inundações no metrô não funcionariam. Em consequência, as

Continuação da matéria da edição 7

A Terra sem gente

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o

13www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

águas inundariam o solo sob o pavimen-to, o que originaria crateras nas ruas.

Não é só isso. Se os esgotos fossem destruídos, antigos cursos de água re-apareceriam e novos surgiriam, afirma Eric Sanderson, membro da Bronx Zoo Wildlife Conservation Society. Com isso, em duas décadas as colunas de aço que sustentam a rua acima dos túneis de metrô do East Side ficariam encharcadas, sofreriam corrosão e deformariam.

Steven Clemants, vice-presidente do Jardim Botânico do Brooklyn, também dá suas pinceladas no quadro. “Após 200 anos sem humanos” – observa ele –, “toneladas de folhas de carvalhos e de plátanos recobririam as ruas da cidade. Qualquer relâmpago que caísse sobre a grama seca do Central Park – já na altura do joelho – poderia espalhar fogo por todo o município.”

Como as pontes da cidade resistiriam por uns 300 anos, em duas décadas, Nova York receberia grandes contingentes de coiotes, seguidos por veados, ursos e lo-bos. Nos cursos d’água, sapos, arenques e mexilhões marcariam presença.

Ainda não se sabe ao certo quanto tempo os animais e vegetais resistiriam a materiais tóxicos. Sem ninguém para cuidar de lugares como a usina nuclear de Indian Point, cerca de 50 quilômetros ao norte de Times Square, imagina-se que a radioatividade vazaria após 50 anos e contaminaria o Rio Hudson por pelo menos dez milênios. Enquanto

isso, os prédios erigidos com pedras – as construções mais resistentes – estariam ficando em ruínas.

O toque final estaria por conta de uma glaciação, que, como as outras três que atingiram Nova York, varreriam os resí-duos da cidade. Quando o gelo recuasse, haveria uma concentração incomum de metais avermelhados, restos de fiação e encanamentos. O futuro dominador das terras poderia explorar essas reservas, mas não teria ideia de como elas surgi-ram ali. Pena: se soubesse, provavelmen-te não repetiria a trajetória catastrófica daqueles antigos humanos.

O último reduto da vida selvagem

Para vários cientistas, a responsa-bilidade humana vai muito além dos males derivados da Revolução Industrial. “Quando o homem deixou a África e a Ásia e chegou a outras partes do mundo,

foi o caos”, acusa o paleoecologista Paul Martin, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Para ele, a humanidade está por trás do grosso das extinções em massa de seu período, porque elas começaram em todos os lugares com a chegada de nossos antepassados: na Austrália, há 60 mil anos; nas Américas, há uns 15 mil anos; no Caribe, há seis mil anos; e, em Madagascar, há dois mil anos.

Só os oceanos continuam relativa-mente a salvo da capacidade de destrui-ção humana, simplesmente porque o ho-mem pré-histórico não era capaz de caçar grandes animais marinhos. Até a época de Colombo, por exemplo, pelo menos 12 espécies oceânicas eram maiores do que a maior nau de sua frota, garante o paleoecologista marinho Jeremy Jack-son, do Smithsonian Tropical Research Institute, no Panamá.

Mesmo que o atual estrago nos oceanos seja significativo – haja vista a agonia dos recifes de coral e o quase colapso enfrentado pela indústria da pesca do bacalhau –, a situação não é tão dramática quanto a da terra firme, afirma Jackson: “A grande maioria das espécies marinhas está profundamente exaurida, mas ainda existe. Se as pesso-as realmente fossem embora, a maioria delas se recuperaria.”

Fonte: Revista Planeta

para começar, não haveria mais as emissões

industriais (e de queimadas propositais) de dióxido de carbono. ainda abundante

na atmosfera, esse gás levaria cerca de 200 anos

para se dissipar.

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br14

s anos 70 foram marcados por mudanças macroeconômicas que tornaram arcaicas as práticas de gestão empresarial. As organiza-ções mundiais começaram a rever seus mo-

delos de administração, destacando questões mais relevantes como a competitividade nas organiza-ções privadas e a sobrevivência nas organizações públicas. A Administração é dinâmica, o que se ensina e pratica ficam totalmente desatualizados, num período de 10 e 15 anos, novas situações passaram a ser base de novos modelos de gestão tanto na iniciativa privada quanto pública, em que se deve adequar o modelo correto de acordo com a realidade e a necessidade da organização. É necessário certo período para a adaptação dos novos modelos de gestão. Porém, diante de tantas perspectivas, quebras de rupturas, uma ferramenta interage dentro dos aspectos que vão desde a formação de novas fronteiras físicas, geográficas, políticas, econômicas, sociais e tecnológicas em função dos resultados a serem gerados como o de transformar a sociedade por meio da mudan-ça de comportamento com as facilidades que os processos contemporâneos passaram a ofertar, a prática da boa governança.

Os desafios são enormes. A busca de empresas e de governos dedicados com conhecimento e firme compromisso pela melhoria dos problemas sociais e ambientais tornaram-se slogan, palavras facilmente dialogadas, mas não basta que as or-ganizações pareçam sustentáveis. Elas realmente precisam ser sustentáveis.

De 20 a 22 de junho de 2012, irá ocorrer no Brasil o 20º Aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desen-volvimento Sustentável, que ocorreu no Rio da

Janeiro em 1992, e o 10º. Aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Johanesburgo, em 2002. O evento conta com a presença de Chefes de Estado e de Governo e representantes.

Os dois temas em foco na Conferência serão:a) uma economia verde no contexto do de-

senvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza,

b) o quadro institucional para o desenvolvi-mento sustentável.

Os gestores empresariais privados e públicos estarão no centro de discussões do evento, mas empresas privadas não podem ser chamadas a fazer o trabalho dos governos. Empresas e in-vestidores serão atores que mobilizarão o capital necessário para os desafios sem precedentes que se enfrentam. Assim, deve-se pensar que asse-gurar um comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados irão, portanto, fortalecer, reformar e integrar os três pilares da boa governança -econômico, social e ambiental-, é um dos grandes desafios em que nas mãos de bons gestores grandes benefícios trarão para as gerações futuras.

Maria das Graças Ferreira de Campos Zurlo MBA em Gestão Empresarial, Gestão de Marketinge Gestão de Pessoas, especialista em Metodologia

do Ensino da Geografia, professora titular da FANoRPI e coordenadora do curso de Administração.

Atua na rede pública – Colégio Maria dalila – e privada – Colégio Casucha, na disciplina de

Geografia. Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente e membro do Comitê Gestor e Governança

Municipal da Lei Geral – [email protected]

Cenários x RIO + 20O

Desembarca dia 20 de junho no Rio de Janeiro a 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

mEio amBiEntE

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saÚdE

Alcoolismo eenvelhecimento

OOs danos causados pelo abuso do álcool são irreversíveis,acelerando o processo de envelhecimento do organismo.

etilismo crônico acomete 15% da população brasileira. Dentre os idosos, cuja idade igual ou superior aos 65 anos, essa taxa é de três por cento.

As causas mais comuns do uso crônico de álcool em idosos são: dor, insônia, solidão, depressão, morte ou alcoolismo de companheiro ou cônjuge, falta de apoio familiar e social.

No idoso a redução de massa magra e água corporal além da dificuldade de eliminação desta substância aumentam os danos causados pelo seu consumo. Vários órgãos e sistemas do cor-po humano são afetados, e seguem esta ordem: fígado, estômago, pâncreas, intestino, coração, sistema imunológico, sistema endócrino e nervos periféricos.

Os danos causados pelo abuso do álcool são ir-reversíveis, sendo assim, os órgãos e sistemas aco-metidos dificilmente voltarão a funcionar como antes, acelerando o processo de envelhecimento do organismo. O fígado terá maior dificuldade na metabolização de nutrientes da alimentação, o estômago terá maior dificuldade na digestão, intestino na absorção de vitaminas e proteínas, degeneração do sistema nervoso central e peri-férico, aumento da pressão arterial, deficiência na produção de células do sistema imunológico.

Esses danos surgem com o tempo, e quase sempre aparecem quando o indivíduo passa dos cinquenta anos de idade, teoricamente adulto em

idade produtiva. No idoso etilista esse dano é pior, devido ao envelhecimento natural, acentuando possíveis demências, insuficiências de órgãos (fí-gado, coração, rins, pâncreas), perda sensibilidade em extremidades do corpo, emagrecimento e con-sequente perda de vitaminas, proteínas e minerais.

Vale ainda salientar que o idoso quase sempre faz uso de medicamentos, e a associação da bebida e fármacos pode ser catastrófica para o individuo.

O envelhecer traz limitações, mudanças no corpo e na aparência, desgastes ósseo, muscular e neurológico, que na maioria das vezes é bem aceita pela pessoa idosa. Quando essa condição não é bem assimilada, o idoso busca no álcool um alívio para suas frustrações e sua condição de fragilidade.

Pode-se concluir que a proporção de idosos etilistas é muito menor que a média geral da população, porém nesta faixa etária os danos são mais significativos. A condição do alcoolismo neste período da vida está relacionada à condi-ção de fragilidade emocional e física da pessoa, que se bem orientada, tratada e principalmente prevenida, poderá não buscar esse vício. Cabe aos familiares e aos profissionais da saúde a atenção necessária para que não haja essa busca do álcool, visando assim melhorar a qualidade biopsicosocial do idoso.

Dr. Marcelo Dias de Oliveira - Geriatra

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saÚdE

Codependência alcoólica

PQuando a família é tão viciada quanto o dependente

ense por um instante: quem pensa mais no álcool? O dependente ou quem se preocupa com o mesmo? Provavelmente quem ama o depen-

dente se preocupa mais com o álcool, com a próxima bebedeira, com as brigas, com a gritaria, com o mau negócio do que o próprio dependente. A isso se chama “codependência”. Portanto, onde houver um dependente, haverá codependentes.

Por que é importante pensar sobre a codependência?

Há um axioma máximo no tratamen-to de qualquer tipo de dependência: O próprio dependente precisa reconhecer sua dependência, sua incapacidade de sair da dependência sem ajuda para que consiga se libertar. Ele precisa buscar ou aceitar ajuda por vontade própria. En-

quanto este ato voluntário do dependente não acontecer, a recaída é praticamente certa. Quando então, os familiares prote-gem, forçam o tratamento, tentam evitar o acesso ao álcool ou tramitam milhares de outras tentativas para ver se o depen-dente esquece da bebida, este não toma a sua própria decisão que já bebeu demais, que é preciso parar ou até buscar ajuda.

Axioma máximo da dependência: É preciso cairno fundo do poço paraquerer sair dele.

Outra razão para pensar sobre a codependência: a codependência apro-funda a dependência ao invés de libertar. Familiares codependentes reafirmam a dependência dos seus entes dependentes.

Este texto apresenta algumas ques-

tões fundamentais para entender esta dinâmica. Além disso, apresenta algu-mas dicas fundamentais para sair da codependência. Sair da codependência é gerar esperança para o dependente, seja de álcool, de drogas, de sexo, de jogos, de amor, de doenças crônicas, de religião fanática, de relacionamentos extra-conjugais, etc.

O que é a codependência?Codependência é um termo da área

de saúde usado para se referir a pessoas, geralmente parentes, fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física e/ou psicológica de uma substância (como álcool ou drogas ilícitas) ou com um comportamento problemático e destrutivo (como jogo patológico ou violência doméstica).

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É um fato conhecido que a depen-dência patológica causa grande impacto e sofrimento na vida das pessoas pró-ximas. É sabido também que a família é sequestrada emocionalmente pelo problema do dependente. O que pou-cos percebem é que a codependência é altamente prejudicial para ambas partes envolvidas: para o dependendente e para os familiares. Ao invés de ajudar o dependente a melhorar, codependentes acabam reforçando o comportamento patológico.

A isca! A armadilha!O codependente acredita que sua

felicidade depende da pessoa que tenta ajudar, e assim se torna dependente dele emocionalmente, procurando ajudá--lo sendo excessivamente permissivo, tolerante e compreensivo com os abu-sos do outro ou sendo excessivamente controlador, perfeccionista e autoritário. É comum que o codependente coloque as necessidades do outro acima de suas próprias e se sacrifica em prol de cura do dependente.

O equívoco da codependênciaUma atitude codependente pode

parecer positiva, paciente e generosa, pois está baseada na melhor das inten-ções, mas, na realidade, é inadequada, exagerada e intrusa. Quem não admira uma esposa que convive com um marido

alcoólica pacienciosamente por muitos anos, suportando todas as moléstias desta ingrata doença? Pois, quanto mais esta esposa se dedicar ao seu dependente, menos chance lhe dá para sair da sua dependência.

A questão é que os codependentes estão viciados na vida alheia e não sa-bem mais viver a sua própria. Adoram dar, mas detestam receber, seja atenção, carinho ou ajuda. Desta forma, quanto mais se dedicam aos outros, menos auto-confiança possuem. Afinal, desconhecem os seus próprios limites e necessidades! Elas vivem em função do dependente. Em muitos casos, quando o dependente permanece “limpo”, os familiares in-conscientemente desenvolvem crises para que o dependente recaia. Sem o álcool, qual seria o sentido de vida?

A codependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometi-da com um dependente, tenta controlar seu comportamento na esperança de aju-dá-lo. Como consequência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o do-mínio sobre seu próprio comportamento e vida. Saia fora! Deixe o dependente cair no fundo do poço enquanto a sua saúde física e mental ainda estiver rela-tivamente íntegra. Assim poderá buscar ajuda nos Alcoólicos Anônimos; em clínicas especializadas em alcoolismo quando o caso já é mais grave (médicos

sabem avaliar a gravidade).

O codependente também precisa de ajuda

A codependência também é um vício. “Cuidar” excessivamente do outro se transforma numa necessidade. Muitas vezes justificado em nome do amor. Sabendo disso, o movimento dos Alco-ólicos Anônimos Internacionais desen-volveram um programa de ajuda para os familiares de dependentes. O programa se chama Al-Anon. Igualmente existem grupos de ajuda para dependentes de drogas em Naranon e Amor Exigente.

Sair da codependência, da compulsão de querer ajudar ao familiar dependente, na verdade significa repassar a respon-sabilidade da cura ao dependente. Esta premissa requer uma explicação. Quando filhos usam crack, quando o alcoólico está na quarta fase da doença, então os familiares devem procurar ajuda profis-sional e especializada. Mesmo assim, sair da codependência será fundamental para que em algum momento o depen-dente realmente decida e tenha vitória na saída da dependência.

Dr Albert FriesenPsicólogo CRP 08/2921 – clínico,

terapeuta de casais e de família, professor de psicologia, teologia e filosofia.

Saiba mais no livro:BEATTIE, Melody. Codependência:

nunca mais. São Paulo: Editora Record.

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S

PolÍtica

erá que nós nos lembramos do nome do can-didato em quem votamos na eleição anterior? São tantos, não é mesmo? Porém, não deve-ríamos nos esquecer deles. Principalmente

daqueles que ajudamos a eleger!É por causa da nossa falta de memória que

eles se perpetuam no poder e o Brasil não cresce, não vai para frente, não sai do buraco.

Novamente, para essas eleições, temos inú-meros candidatos para os cargos de Vereadores e Prefeitos.

DúvidaEm meio a tantos candidatos, como escolher o

melhor? O mais apto para o cargo? Num primeiro olhar, diante das propostas de ação e ampla pro-paganda, os candidatos se confundem. Todos são bons e parecem merecer o voto do eleitor. Diante das idênticas promessas dos candidatos, faz-se necessário, aqui, uma distinção entre os verda-deiros e os falsos “pastores” no campo político.

Os que merecem nosso voto e os que não merecem se confundem na apresentação de suas promessas.

O que significa candidato?Você já se perguntou o que significa candi-

dato? Veja só como que as palavras mudam de significado com o passar do tempo. A palavra candidato significa vestido de branco, puro, cândido. Sua origem vem da antiga Roma, onde aqueles que disputavam a cargos eletivos eram obrigados a desfilar pelas ruas trajando vestes

brancas, forma de demonstrar a pureza de suas vidas e de seus propósitos. Cabia aos cidadãos aceitar a apresentação ou jogar lama nos camiso-lões brancos daqueles que sabiam estar enganan-do a multidão. Na teoria, candidato tinha que ser cândido, ainda que, na prática, muitos burlassem esse princípio.

Preste atenção nessa comparaçãoTanto o bom quanto o mau pastor se preo-

cupa com as ovelhas. Há, porém, uma grande diferença: o bom pastor está atento ao bem estar e às necessidades permanentes das ovelhas. O mau pastor olha a ovelha com interesse pessoal: cuidar dela, protegê-la, alimentá-la, mas para tirar vantagem: extrair sua lã e sua carne.

Assim é na política. O bom candidato se preocupa com o eleitor hoje e sempre. O mau candidato olha o eleitor com interesse pessoal. Ganhar seu voto e, depois, sumir, esquecer.

Nossa missãoNossa missão, como cidadão, é vigiar os que

mantêm cargos eletivos e os que almejam disputá--los. A Constituição Federal exige a inocência para aqueles que exercem ou querem exercer cargos públicos, em outras palavras, moralida-de. Devem ser aplaudidos os juízes que negam registro aos candidatos carentes da candura. Papel fundamental têm os Comitês da Lei 9840, sobre a compra de votos e corrupção eleitoral.

Em meio a tantos candidatos precisamos ter clareza para um correto discernimento no mo-

em quem votar?Assim como ir a feira com critério e paciência, também na política,com algumas dicas, pode-se evitar frutos podres e de difícil digestão

19www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

mento da escolha. Seguem, aqui, alguns indicadores importantes para termos em mente na hora de votar. Reflita com seu grupo sobre os critérios apresentados a seguir e aponte outros, que certamente poderão ser identificados.

Critérios para escolhados Candidatos:

1. Defesa da vidaO candidato defende a dignidade da

pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concep-ção até a morte natural? Não votar em candidatos que defendam projetos que visem a legitimar o aborto e a eutanásia. Vote na vida e não na morte!

2. Honestidade pessoalAnalisar a vida da pessoa, sua tra-

jetória e se ela defende os interesses da população. É importante conhecer e divulgar informações a respeito dos candidatos. Quem são eles, qual é a sua origem política, o que já realizaram em prol da população? Qual é a sua história, quais são suas propostas? Elas estão vinculadas ao programa de um partido ou estão atreladas apenas a grupos de interesses financeiros?

3. Compromissos honrados e transparênciaOs bons parlamentares e gestores

públicos primam pelos compromissos honrados, sempre em estreita ligação com as necessidades reais da população. A transparência na gestão do bem públi-co é fundamental.

4. Compromisso com políticas públicas O candidato deve estar comprome-

tido com políticas públicas, isto é, que defendam e promovam a dignidade da vida e do convívio humano. A inclusão social é o grande desafio para o Brasil, a ser conquistado com a participação de todos os cidadãos. O voto é a nossa melhor arma para alcançarmos isto.

5. Capacidade de administração. Vamos votar em candidatos compe-

tentes. É preciso prestar atenção nos can-didatos despreparados, cujas plataformas escondem interesses particulares. São incapazes de apresentar metas claras de governo, políticas consistentes, planeja-das e definidas por etapas e orçamentos.

6. Candidatos comprometidos e não oportunistas.O candidato deve estar comprome-

tido com o partido. Cuidemos para não votar em candidatos oportunistas, sem compromissos com partidos ou que uti-lizam as suas siglas para ganhar eleições e depois ficam mudando de partido.

Esses candidatos têm como prática

a compra de votos, sem escrúpulos, reproduzindo o esquema da corrupção eleitoral. Prometem favores. Por isso se transformam em líderes políticos hábeis, com longa experiência na arte de enganar os eleitores. Acostumam mal o povo, fa-zendo dele refém, dependente de esmola e promessas de benefícios imediatos.

7. Campanha modesta.Muito dinheiro gasto não é bom sinal.

É bom desconfiar de candidatos susten-tados por campanhas milionárias que facilitam a compra de votos, pois eles po-dem tentar recuperar, de alguma forma, o investimento realizado, utilizando-se dos privilégios adquiridos no exercício da função pública.

Em síntese, vote em quem:1. Defende a dignidade da pessoa e

da vida;2. É honesto e fiel em seus propósitos,

inclusive partidários;3. Honra os compromissos e é trans-

parente;4. É comprometido com Políticas

Públicas;5. Tem capacidade para administrar.6. É comprometido e defende os

interesses da população;7. Tem uma campanha modesta e não

desperdiça dinheiro.

Fonte: www.redesolidaria.org.brColaborou: João Geraldo Frose

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br20

acontece a 40ª eFapi

nesta sua 40ª edição, o evento, conforme previsão, deve atrai um público de aproximadamente 150.000 visitantes, congregando 27 municípios da região do norte pioneiro do Paraná. Trata-se de evento de caráter

regional e estadual, franqueado ao público, que possibilita uma opção de lazer, e realizado com o objetivo de mostrar as novas tecnologias do agronegócio da região sendo: pecuária de leite, pecuária de corte, gado de elite, avicultura e cafeicultura. São realizados eventos técnicos em parceria com a Emater, Senar, FAEP e empresas ligadas ao agronegócio, leilões, e a exposição de animais e tecnologias.

A maioria do público é de produtores rurais de toda a região do Norte Pioneiro. Reune mais de 100 expositores de tecnolo-gia, gado, produtos regionais provenientes de várias regiões do Brasil. Durante o período noturno o evento receberá público de vários segmentos, com entrada franca, que vêm desfrutar das opções de lazer oferecidas.

O grande objetivo deste evento é o de oportunizar à re-

EVEnto

esposição Feira agropecuária deSanto antônio da platina

21www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

Programação de showsgião o acesso às novas tecnologias que envolvem as atividades do agronegócio da região, através da exposição, eventos técnicos e culturais. Também é objetivo do evento criar uma opção de lazer. O volume aproximado de negócios gerados está em torno de R$ 3,5 milhões.

HistóriaNo município existia uma exposição

agrícola que era feita no pátio da Igreja Matriz e, posteriormente, no Colégio Rio Branco.

Dr. Alicio Dias dos Reis em seu man-dato como prefeito adquiriu o terreno para a construção do Parque de Exposições, que hoje leva seu nome como homena-gem.

A 1ª EFAPI ocorreu em maio de 1973 na gestão do então prefeito Ademar Lemes de Toledo, sendo realizada sobre uma terraplanagem provisória. Contava

com 4 barracões feitos de eucaliptos cobertos de sapé, uma casa de madeira como escritório e um restaurante do Rotary Club.

Toda essa estrutura foi feita pela prefeitura local com a ajuda de outros municípios e agricultores da região.

O primeiro leilão de gado no Parque de Exposições tinha 6 animais puros de origem doados pelos criadores da época em benefício da própria Exposição e foi realizado em um círculo improvisado com cordas junto aos barracões.

O parque de diversões foi o Coney Island Park, considerado o melhor do Brasil na época, contratado às vésperas da 1ª EFAPI.

Já para a 2ª EFAPI, foram feitas a maioria das infraestruturas existentes até hoje no local.

Fonte: Joel Carlos da Silva CoelhoCoordenador Geral da 1ª EFAPI

O Norte Pioneiro do Paraná, vem sendo influenciado pelo processo da globalização, sendo a sua economia ba-seada quase que integralmente no agro-negócio. Desta forma cabe a este evento, com tradição, infraestrutura e referência, aproximar a população das cidades à realidade do campo, criando uma mostra dos principais pilares do agronegócio do Norte Pioneiro do Paraná, e atualizando tecnologicamente os agricultores buscan-do sua fixação nas atividades rurais. Desta forma este evento torna-se indispensável para o desenvolvimento da região.

A preocupação com a sustentabili-dade do evento pode ser percebida na utilização de materiais recicláveis em brindes, itens de divulgação. Coleta sele-

tiva de lixo em parceria com a Promoção Humana. Distribuição e plantio de mudas de árvores em parceria com a SMMA, soltura de peixes a bacia do Rio das Cin-zas em parceria com a SEAB e EMATER, estande voltado a conscientização de danos ao meio ambiente, em parceria com a Polícia Florestal, Conselho do Meio Ambiente, Sanepar, Secretaria Municipal da Saúde. Estande gratuito para ações de sustentabilidade econômica (Fábrica do agricultor).

A geração de emprego é significativa para a região, pois são gerados durante o período da Feira aproximadamente: 150 empregos temporários durante 90 dias, entre eles pedreiros, carpinteiros, pessoal de manutenção e limpeza.

A EFAPI e a sustentabilidade

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cultura

á uma velha frase que diz: “Um povo sem me-mória é um povo sem história”. Muitas pessoas utilizam dessas palavras para justificar a ausên-cia de “memória histórica” do povo brasileiro.

Permita-me discordar dessa teoria evasiva e simplória. Antes de generalizarmos e julgarmos a falta de cultura do povo brasileiro (aqui utilizo a definição de cultura em toda a sua amplitude) é pre-ciso refletirmos. O povo recebe a cultura que quer ou grande parte da cultura é imposta pelos Meios de Comunicação de Massa (MCM), centralizado nas mãos de uma pequena parcela da classe dominante? A resposta é simples: Nem sempre as pessoas gostam de determinada música, filme, novela, entre outros, mas a mídia massifica esses produtos da indústria cul-tural e obriga o povo a aderir a esse gosto duvidoso.

Nesse contexto manipulatório e porque não exploratório, surge a Casa da Cultura, um espaço que teoricamente deveria ser democrático e receber qualquer manifestação artística. Porém, o que deveria ser o “templo dos artistas” e a extensão da casa do povo, tornou-se um “elefante branco”. Muitos desses espaços se tornaram igrejas e supermercados; outros baixaram suas portas por falta de recursos públicos. Isso é vexatório, para não dizer humilhante. Uma Casa de Cultura representa a “cara do povo” de uma cidade e região. É nela que as pessoas passam a ter contato com a arte (exposições, teatro, festivais, artesanatos, entre outros). É uma ramificação de conhecimento, trocas de experiências e heteroge-neidade dos saberes.

De outro lado, a ausência de uma Casa de Cul-tura em uma comunidade representa o retrocesso de um povo, quiçá de uma civilização (sem exagero).

Fechar as portas de uma Casa de Cultura é ceifar o direito das pessoas de beber da fonte da sabedoria, do entretenimento, de ter uma visão ampla de mundo e poder viajar sem mesmo sair de sua cidade, apenas por meio, por exemplo, de uma peça de teatro. A cultura perpetua as tradições, solidifica a união entre as pessoas, torna uma Nação peculiar e diferente da outra e amplia o intercâmbio artístico.

Se todos soubessem como é importante a Casa de Cultura para uma cidade ou região, não haveria descaso. Claro que não poderemos ser ingênuos, pois alguns políticos preferem um povo ignorante e justificam a falta de recursos (nem sempre isso é verdade) para não investir em cultura. Enquanto isso, constroem cadeias e presídios. È a dicotomia entre a liberdade do saber prazerosa ao povo e a falsa segurança pública que funciona como cabo eleitoral.

Ai que saudade das Casas de Cultura que havia em várias cidades brasileiras. Elas fazem falta, pois eram ponto de encontro de namorados, diversão para as crianças e saudosismo aos mais velhos. Essa melancolia foi suprida sem mesmo termos o direito de reclamar. Porém, ao cruzarmos os braços passivamente para o fechamento de uma Casa de Cultura contribuímos para arrancar do povo parte de sua história; mas não podemos culpá-lo por não ter “memória”.

Se ele não a tem é porque não lhe deram ou estão manipulando-o para não a ter.

Marcel Fonseca CarvalhoMestre em Educação, especialista em história, graduado

em Jornalismo, Letras e História, professor da rede pública de ensino paranaense e da Faculdade do Norte

Pioneiro – FANoRP [email protected]

A falta que aCasa da Cultura faz

H

e eu ainda alimentava alguma dúvida sobre a relação entre fé e consumo, a tarde de 10 de dezembro de 2011 di-rimiu por completo minhas questões

sobre o assunto. Fé tornou-se objeto de consumo ou, pior, incentivo ao consumo!

Uma emissora de televisão e alguns artistas do “mercado gospel” se uniram no festival Promessas, evento de música religiosa evangélica para um grande público no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

A música gospel fatura bilhões e tem, cada dia mais, chamado a atenção das mídias, gravadoras, políticos e in-vestidores dispostos a mergulhar nesse mar cheio de oportunidades. Pesquisas recentes revelam que esse mercado é um dos mais rentáveis no país (movimenta R$ 1,5 bilhão por ano e é o único seg-mento fonográfico que cresce em venda de discos no País). Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), o estilo está presente entre os 20 CDs mais vendidos no Brasil. A música saiu dos templos e invadiu os mercados. Está claro para mim que a fé tem um papel social importante e, acima de tudo, relevante. O discurso da fé não é um entre os demais. É um modo de ver a realidade que molda os demais discursos e, como tal, forma opinião e determina decisões e comportamentos. Meu confli-to está no fato de que a multidão de “fãs” da música gospel não se diferencia do restante da população e, por uma questão de coerência com os princípios que as

próprias letras alardeiam, não “fazem diferença” na sociedade. Continuamos um país com péssima distribuição de renda, de altos índices de analfabetismo, subemprego e corrupção. A representa-ção evangélica nas esferas de governo e legislatura não é em nada melhor ou diferente da política pequena e corrupta que domina no país.

É fato que as igrejas cresceram muito e há hoje uma população consi-deravelmente grande daqueles que se identificam como “evangélicos”. Mas é fato também que isso não mudou em nada a face da nação, como requeria o Evangelho de Jesus ao nos exortar a sermos “sal da terra e luz no mundo”.

Por outro lado, fico sempre a me perguntar sobre questões teológicas. Pri-meiro, e mais óbvia, é a observação sobre o conteúdo das letras e a qualidade das músicas. Nada que se aproxime da boa música popular e da poesia brasileira. Há muito dinheiro envolvido e muita riqueza dispensada em tecnologia, marketing e contratos, mas pouca qualidade musical de fato. A fé cristã dispõe de um depó-sito generosamente grande de tradição e reflexão, mas as músicas das rádios e televisões são impressionantemente pálidas, iguais e de baixa qualidade. Além disso, banalizam o nome de Deus. Como já foi afirmado em outras oportu-nidades, não há mandamento contra o qual as religiões mais tropeçam do que o segundo deles – “não usarás o nome do Senhor teu Deus em vão”; destaque

especial deve ser feito para as rádios e artistas evangélicos. Usam e abusam do nome de Deus como se esse não fizesse a menor diferença. Virou entretenimento e música de recepção. Saíram dos templos, onde funcionavam como instrumento de louvor, e assumiram as hits parades, onde o que vale é a efemeridade da mudança e do ineditismo. Com cachês milionários – e, diga-se, imorais – os artistas gospel sustentam e reforçam cada dia mais as máximas da teologia da prosperidade; visão de mundo baseada na ideia de que os abençoados são, necessariamente, bem sucedidos e prósperos. A fé, vista dessa forma, não passa de uma senha para acesso ao mundo do consumo e da felicidade. Quem antes buscava na igreja um conforto especial para seus dramas e tristezas e, além disso, comprometia--se, pela fé, numa ação convertedora da maldade desse nosso mundo, agora vai ao shopping (com roupa de missa) e, lá, compra um CD do último artista gospel, namora um celular novo na vitrine e, por fim, participa de uma eucaristia à prospe-ridade no McDonald’s. Triste que a Igre-ja tenha saído da marginalidade assim, se assimilando a esse mundo e dele fazendo parte. O Apóstolo Paulo fora esquecido porque suas palavras eram duras demais: “não vos conformeis com este mundo, antes transformai-o pela renovação da vossa mente” (Rm 12,1).

Fonte: Ricardo Lengruber LoboscoSite Igreja Metodista

Não tomar o nome de Deus em vão...

FamÍlia

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ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br24

iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a beber regularmente aos 14 anos, quase

três anos antes da média dos jovens há cinco anos.

Os dados são do I Levantamento Na-cional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, de 2007, realizado pela Secretaria Nacional An-tidrogas. A mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de Álcool, lançada pela Universidade Harvard em 2008.

As meninas é que causam mais preocupação. De acordo com o epide-miologista americano James Anthony,

professor da Universidade Estadual de Michigan, as adolescentes de hoje com-põem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo.

E essa não é uma tendência exclusi-vamente brasileira. As estatísticas dos problemas relacionados ao álcool apro-xima os índices de homens e mulheres no mundo todo. Um dos motivos é a aparente necessidade da equidade entre os sexos também no direito de beber.

Quando o adolescente não bebe pelo efeito imediato do álcool, ele precisa persistir, pois o álcool apresenta gosto forte e amargo. Esse obstáculo foi su-perado por uma invenção que deveria virar caso de saúde pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente terminam em muito vômito (Dados pu-blicados em VEJA, 06.09.2009).

a

Quanto mais cedo uma pessoacomeça a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas, principalmente neurológicos, relacionados ao álcool

a família e a iniciação ao uso do álcool

FamÍlia

25www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

as meninas é que causam maior preocupação. as adolescentes de hoje compõem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo.

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Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores. Como são considerados menos ofen-sivos, os pais pensam que seus filhos estão protegidos. De fato, esta ideia é totalmente falsa. Os ices como a cerveja são exatamente a porta para a dependên-cia alcoólica.

Como a família pode prevenir a de-pendência alcoólica?

Não basta proibir. É insuficiente ensinar. Longas palestras tem efeito contrário. Cobrar e perguntar quanto bebeu incita à mentira. Portanto, os pais precisam considerar algumas dicas preventivas: Não beber. Sim, os pais que querem prevenir alcoolismo de seus filhos não bebem, nem socialmente.

Não ter bebida na própria geladeira.Desenvolver vida familiar tão agra-

dável e gostosa que não haja lugar mais gostoso no mundo do que a própria casa. Nem o barzinho mais famoso da cidade. O mesmo princípio se aplica aos rela-cionamentos.

Acolher os amigos dos filhos, tratá--los com muito respeito e consideração. Facilitar que as reuniões aconteçam na própria casa, ainda que isso custe comida, refrigerantes, horas de barulho e agito.

Adotar atitudes diretivas quanto a horários de passeios, locais e companhia. Filhos de 14 anos certamente não podem ir a lugares que a própria lei considera

impróprios para menores e os pais não podem permitir exceções. Quanto mais idade os filhos tiverem, mais liberdade terão para escolher os lugares que fre-quentam e os horários que retornam. A partir de determinada idade os próprios filhos devem pagar pelas despesas do lazer do seu próprio bolso, ainda que seja de mesada. Quando um jovem precisa pagar pela bebida que consome e não tem todo dinheiro que quiser, adotará atitude mais responsável. Um porre não é o fim do mundo, ao menos, os pais não deve-riam trata-lo assim. Longos sermões não curam de ressaca, nem previnem nova bebedeira. Pais conscientes responsabi-lizam seus filhos pelo abuso de álcool. Não falando, apenas indicando que não concordam e depois deixando que curem sua ressaca sozinhos.

Ainda não inventaram nada mais eficaz para o amadurecimento do que a responsabilidade de cada um por si mes-mo. E a partir do momento que jovens são capazes de serem responsáveis por si, decidirão como querem viver. Isso requer um bocado de maturidade por parte dos pais e muita união do casal. Casais que não vivem bem, entrarão em codepen-dência do alcoolismo de seus filhos.

Dr Albert Friesenpsicólogo CRP 08/2921 – clínico,

terapeuta de casais e de família, professor de psicologia, teologia e filosofia.

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como agir na suspeita de abuso sexual

criança

oda sociedade é responsável por proteger crianças e adolescentes de situações de abuso sexual. Segundo a constituição brasileira, não só o

Estado, mas todos nós, sejamos profes-sores, profissionais de saúde, familiares cuidadores ou pessoas que convivem com um pequeno em risco.

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza-ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi-nação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Art. 227º da Constituição da República Federativa do Brasil, pro-mulgada em 1988.

Crianças e adolescentes são indivíduos que necessitam apoio, orientação e pro-teção de toda a sociedade, uma vez que ainda não são capazes de se defender por conta própria nem tem discernimento dos fatos que potencialmente nocivos a ela. (1)

É necessário ficar atento às mu-danças súbitas de comportamento, (isolamento, agressividade, sonolência excessiva, modificações do apetite), comportamentos sexuais inadequados para a idade, lesões físicas mal explica-das, gravidez precoce, sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis, medo de adultos, escuro, de ficar so-zinho ou mesmo medo ficar sozinho com determinada pessoa. Identificar situações de abuso precocemente, pode minimizar consequências e permite que os envolvidos sejam tratados.

Muito cuidado, no entanto, deve ser

Identificar situações de abuso precocemente, pode minimizar consequências e permite que os envolvidos sejam tratados

t

27www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

tomado ao se levantarem as suspeitas, evitando a exposição da criança a mais constrangimentos e avaliando ampla-mente o contexto em que os sinais ocorreram. Um sinal isolado não quer dizer que houve abuso. Antes de denun-ciar, é prudente procurar ajuda de outras pessoas que estejam familiarizadas no assunto, evitando assim um julgamento falso, traumas pessoais e/ou familiares.

Os profissionais de saúde têm papel fundamental na identificação e posterior encaminhamento dos casos suspeitos. Tanto o Ministério da Saúde, quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente orientam a comunicação obrigatória des-tes casos às autoridades competentes e a proteção e apoio das vítimas e familiares.

A medida preventiva tem papel fundamental. Tanto a escola quanto a família devem proporcionar às crianças/ adolescentes conhecimento sobre sexu-alidade, respeitando as faixas etárias e ajudando-as a reconhecer situações de risco. Desta maneira estarão capacitados a reconhecer que estão sendo abusados, tendo assim condições de se defender.

A família deve estar aberta ao diálo-go, permitindo que a criança se expresse sem medos ou crítica. Conversar sobre sexualidade, sobre a importância de cuidar e gostar do seu corpo, e orientar que não permita que ninguém o toque, e que se solicitada, não faça nada no seu

corpo ou no de outra pessoa. Conhecer os amigos e suas famílias e orientar para que não andem sozinha também pode ser útil na prevenção.

Todo indivíduo, na suspeita de abuso deve pedir ajuda, no encaminhamento e abordagem da criança se não estiver capacitado. É uma atitude prudente, pois condutas precipitadas e errôneas podem dificultar a evolução.

Ao deparar-se com uma situação dessas, professores, familiares, amigos próximos ou profissionais de saúde, antes de encaminhar aos órgãos compe-tentes devem:

- Ter disponibilidade para conversar, em ambiente adequado, sem emitir jul-gamentos ou pressionar, ouvindo com atenção e evitando excesso de perguntas;

- Manter-se calmo demonstrando apoio, respeito, confiabilidade e solida-riedade reforçando que a criança não é culpada pelo acontecido;

- Evitar comentários desnecessários com pessoas não envolvidas, minimi-zando traumas;

- Saber da criança qual pessoa ela recomendaria, em sua família, para ajudá-la no processo.

Frente a uma suspeita não se omita. Procure os órgãos competentes:

- Conselho Tutelar Artigo 130 do Estatuto da Criança e do Adolescente (2);

- Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes: Ligue 100 ou 181 (qualquer parte do país). Ligação anônima e gratuita);

- Central nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos: www.denunciar.org.br, na suspeita de crimes cometidos pela internet;

- Polícia Militar: Fone 190; - Ministério Público: promotor ou

juiz.

Dra. Angela Beatriz Villwock Bachtold Ginecologista - obstreta

e Medicina Sexual

(1) o Código Civil Lei N° 10.406/2002 define no artigo 3° que os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. No artigo 4° os relativamente incapazes são os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo e os pródigos.

(2) ART. 130 - Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

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Direção e Álcool:a irresponsabilidade continua

á pouco mais de três anos, a promulga-ção da Lei nº. 11.705, de 19/06/2008, repercutiu em todo país. A grande repercussão veio por conta da alte-

ração no Código de Trânsito Brasileiro, pois proibia o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos.

As penalidades para quem infringir esta Lei já são conhecidas e, para alguns, até pesadas demais, merecendo altas discussões no meio jurídico. Discussões jurídicas a parte, é sempre bom lembrar que não se proibiu o uso de bebidas e, portanto, o livre arbítrio de cada um foi sempre foi preservado.

No entanto, a grande questão que deve merecer toda atenção necessária é: “di-rigir sob qualquer influência do álcool”.

Á época da promulgação da Lei nº 11.705/2008, muitos embates jurídicos em torno da constitucionalidade da referida lei foram travados. Mereceram destaque, também, as notícias sobre os al-tos índices de acidentes automobilísticos causados por condutores praticamente embriagados. Foi comprovado que em alguns lugares, com a fiscalização nas estradas e o uso do “bafômetro”, esses índices diminuíram abruptamente; em outros, nem tanto. Mas, passado algum tempo sem que houvesse ampla fiscali-

lEGislação

HA dor no bolso é maior: as pessoas, de um modo geral, ficam mais preocupadas se serão pegas ou não e com o tipo de punição que poderão sofrer.

29www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

zação, o medo de ser pego foi embora e os índices voltaram a crescer.

A realidade que se apresenta é tris-te, pois as pessoas ainda não tomaram consciência de que “álcool e direção não combinam”. Nos lugares onde os índices diminuíram, ficou comprovado que a fiscalização foi intensificada, ou seja, a consciência do perigo só vem acompanhada do “medo” de ser flagra-do pela polícia. E então, nos deparamos com essa realidade, de que referida Lei somente conseguirá atingir seu objetivo, que é a diminuição de aciden-tes de trânsito causados por motoristas embriagados, se houver mecanismos de fiscalização (uso de bafômetros e número de policiais suficientes para utilizá-los).

Interessante perceber como parece difícil acatar uma determinação legal pura e simplesmente! Interessante como as pessoas, de um modo geral, ficam mais preocupadas se serão pegas ou não e com o tipo de punição que poderão sofrer. Preocupam-se com a punição em si ou ainda, até em mecanismos legais para se furtarem à aplicação da Lei ora comentada, como a utilização da defesa prevista na Constituição no sentido de que ‘‘ninguém pode produzir provas contra si’’.

Infelizmente, chegamos à conclusão de que para a grande maioria, o impor-tante não é colocar vidas em risco ou

‘infringir uma lei‘, mas ‘‘não ser pego’’ e, ainda, se isto ocorrer, o que fazer para não sofrer a penalidade imposta pela Lei.

Ora, se o consumo de bebidas alco-ólicas é uma das principais causas de acidentes automobilísticos em nossas estradas, talvez fosse o tempo de refletir um pouco mais antes de colocar a vida de uma pessoa em risco.

Milhares de vidas, dia a dia, têm sido ceifadas nas estradas por conta do álcool usado indiscriminadamente. Nosso país é conhecido pela impunidade e, por ou-tro lado, hoje temos visto tristes dados de que o Brasil tem sido mundialmente conhecido pelo número de vítimas nas estradas e, na grande maioria das vezes, por conta de atos impensados de moto-ristas totalmente irresponsáveis com a vida alheia e com a própria vida.

Quantas perdas, quantas vidas ainda serão necessárias até que haja uma mu-dança comportamental da sociedade? Sim, mudança comportamental, porque no Brasil não bastam leis; isso nós já temos e de sobra.

Até quando seremos obrigados a conviver com essa triste realidade? Quantas vidas ainda pagarão pelo preço da irresponsabilidade?

Márcia Cristina Altvater Vilas Boas.Mestre em Ciências Jurídicas pela UENP.

da e professora do Curso dedireito da FANoRP

nosso país é conhecido pela impunidade e, por outro lado, hoje temos visto tristes dados de que o Brasil tem sido mundialmente conhecido pelo número de vítimas nas estradas

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ADOLESCER X ÁLCOOL O uso de álcool na adolescência está associado a uma série de comportamentos de risco, além de aumentar a chance de envolvimento

em acidentes graves, violência sexual e participação em brigas. O uso de álcool por adolescentes está fortemente asso-ciado à queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, prejuízo no desenvolvimento e estruturação das habilidades cognitivas e emocionais do jovem.

O consumo de álcool causa modi-ficações neuroquímicas, com prejuízos na memória, aprendizado e controle dos impulsos. O uso problemático de álcool por adolescentes está associado a uma série de prejuízos no desenvolvimento da própria adolescência e em seus resulta-dos posteriores. Os prejuízos decorrentes do uso de álcool em um adolescente são diferentes dos prejuízos evidenciados em um adulto, seja por especificidades existenciais desta etapa da vida, seja por questões neuroquímicas deste momento do amadurecimento cerebral.

Alguns riscos são mais frequentes nes-ta etapa do desenvolvimento, pois expres-sam características próprias desta etapa, como o desafio a regras e à onipotência. O adolescente acredita estar magicamente protegido de acidentes, por exemplo, e também se sente mais autônomo na transgressão, envolvendo-se, assim, em

situações de maior risco, por muitas vezes com consequências mais graves.

Abaixo, alguns prejuízos associados à intoxicação e ao beber regularmente nesta fase:

1) O uso de álcool por menores de idade está mais associado à morte do que todas as substâncias psicoativas ilícitas em conjunto. Sabe-se, por exemplo, que os acidentes automobilísticos são a prin-cipal causa de morte entre jovens dos 16 aos 20 anos. Este comportamento é mais característico de adolescentes do que adultos, pois a prevalência de acidentes automobilísticos fatais associados com álcool, entre jovens de 16 a 20 anos, é mais do que o dobro da prevalência encontrada nos maiores de 21 anos.

2) Estar alcoolizado aumenta a chan-ce de violência sexual, tanto para o agres-sor quando para a vítima. Da mesma for-ma, estando embriagado, o adolescente envolve-se mais em atividades sexuais sem proteção, com maior exposição às doenças sexualmente transmissíveis, como ao vírus HIV, e maior exposição à gravidez. A ligação entre sexo desprote-gido e uso de álcool parece ser afetada pela quantidade de álcool consumida, interferindo na elaboração do juízo crítico. Dados nacionais apontam para uma associação entre uso de álcool, maconha e comportamentos sexuais de risco, como o início precoce de atividade

sexual, não uso de preservativos, desva-lorização pessoal e prostituição.

3) O consumo de álcool na adoles-cência também está associado a uma série de prejuízos acadêmicos. Esses podem decorrer do déficit de memória. Adolescentes com dependência de álcool apresentam mais dificuldade em recordar palavras e desenhos geométricos, em comparação a adolescentes sem depen-dência alcoólica.

Sabendo-se que a memória é função fundamental no processo de aprendiza-gem e que esta se altera com o consumo de álcool, é natural que este também comprometa o processo de aprendiza-gem. A queda no rendimento escolar, por sua vez, pode diminuir a auto-estima do jovem, o que representa um conhecido fator de risco para maior envolvimento com experimentação, consumo e abuso de substâncias psicoativas. Assim, a consequência do uso abusivo para o adolescente poderia levá-lo a aumentar o consumo de álcool e outras drogas, ao invés de motivá-lo a diminuir ou inter-romper o uso.

4) A percepção que o adolescente tem sobre os problemas decorrentes do consumo de álcool não acompanha, necessariamente, a realidade dos preju-ízos considerados mais graves. Sabe-se, por exemplo, que 50% dos jovens que bebem regularmente apontam como a

oO álcool é a substância mais consumida entre os jovens, sendo que a idade de início de uso tem sido cada vez menor, aumentando o risco de dependência futura.

adolEscÊncia

31www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

principal consequência negativa o fato de terem se comportado de uma forma im-própria durante ou após o consumo. Da mesma forma, 33% destes adolescentes queixam-se de prejuízo no pensamento. Apenas 20% descrevem o ato de dirigir alcoolizado como um dos problemas decorrentes, em contraste com o fato de os acidentes automobilísticos com motorista alcoolizado serem a principal causa de mortes nesta faixa etária (SA-MHSA, 1998).

Além disso, outros “freios sociais” presentes entre os adultos (problemas familiares, perda de emprego, prejuízo financeiro) e que muitas vezes são vistos como alertas para a diminuição do consu-mo, estão ausentes entre os adolescentes. Esta seria uma possível explicação para jovens evoluírem mais rapidamente do abuso para a dependência, quando com-parados com os adultos.

Os prejuízos associados ao uso de álcool estendem-se ao longo da vida. Os seus efeitos repercutem na neuroquímica cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas habilidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em termos biológi-cos, sociais, pessoais e emocionais.

Outros danos cerebrais incluem mo-dificações no sistema dopaminérgico, como nas vias do córtex pré-frontal e do sistema límbico. Alterações nestes sistemas acarretam efeitos significativos em termos comportamentais e emocio-nais em adolescentes, levando em casos mais extremos a transtorno de conduta.

Na base do transtorno da conduta está a tendência permanente para apresentar comportamentos que incomodam e perturbam, além do envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais. Esses jovens não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as

próprias atitudes e não se importam em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar seus direitos. Portanto, seu comportamento apresenta maior impac-to nos outros do que em si mesmo. Os comportamentos anti-sociais tendem a persistir, parecendo faltar a capacidade de aprender com as consequências nega-tivas dos próprios atos. São freqüentes os comportamentos de risco envolvendo atividades sexuais, uso de drogas e até mesmo tentativas de suicídio.

É importante destacar que, durante a adolescência, o córtex pré-frontal ainda está em desenvolvimento. Como ele pode ser afetado pelo uso de álcool, uma série de habilidades que o adolescente necessita desenvolver e que são media-das por este circuito como o aprendizado de regras e tarefas focalizadas ficarão prejudicadas.

O adolescente ainda está construin-do a sua identidade. Mesmo sem um diagnóstico de abuso ou dependência de álcool, pode se prejudicar com o seu consumo, à medida que se habitua a passar por uma série de situações apenas sob efeito de álcool.

Vários adolescentes costumam, por exemplo, associar o lazer ao consumo de álcool, ou só conseguem tomar iniciativas em experiências afetivas e sexuais se beberem. Assim, aprendem

a desenvolver habilidades apenas possí-veis com o uso de álcool e, quando este não se encontra disponível, sentem-se incapazes de desempenhar estas ativi-dades, evidenciando mais uma forma de dependência emocional.

No que compete ao consumo de álcool por adolescentes, quanto mais precoce o início de uso, maior o risco de surgirem consequências graves. Uma das evidências mais consistentes na literatura é que o uso de álcool antes dos 16 anos aumenta muito o risco de se tornar a porta de entrada para outras drogas.

É de extrema importância que os pais conversem sobre o assunto com seus filhos, devem fazer a distinção entre duas condutas absolutamente diferentes como beber um cálice de vinho no contexto familiar, e beber com o objetivo de ficar embriagado para a festa ter graça, por exemplo. O diálogo em casa a respeito das preocupações paternas talvez seja a única coisa a fazer para que, na hora de tomar uma decisão diante da grande oferta de bebida alco-ólica, os filhos pensem antes de agir e não ajam sem pensar.

Franciene Guimarães Vilas BoasPsicóloga CRP 08/10104

Referências:Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool

e drogas do Instituto e departamento de Psiquiatria da FMUSP, Hospital das Clínicas

de São Paulo.

alguns “freios sociais” presentes entre os adultos

e que muitas vezes são vistos como alertas para a diminuição do consumo, estão ausentes entre os

adolescentes.

SAF

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br32

SAF! Já ouviu falar?Quem está no dia-a-dia das escolas, com certeza já ex-

perimentou as suas consequências. O SAF aqui, apesar da similaridade da sigla, não é nenhum sistema de avaliação, ou de controle dos recursos destinados à educação. É a abre-viação para Síndrome Alcoólica Fetal e começou a receber esta nomenclatura pela comunidade médica internacional a partir dos anos 70.

SAF é um conjunto de distúrbios, por isso chamada Sín-drome, diagnosticado como um quadro de outros transtornos ligados ao consumo de álcool na gestação. Ainda existe o chamado “Espectro” dos distúrbios provocados pelo álcool onde nem todos os sintomas são preenchidos.

A recomendação oficial do Ministério da Saúde para as mulheres é a abstenção total da bebida alcoólica durante a gravidez, pois não se sabe ao certo qual a quantidade que pode provocar este prejuízo. Mas sabe-se que os três primei-ros meses de gestação são fundamentais para a formação e desenvolvimento do feto, por isso os que apresentam maior risco no consumo de álcool.

Uma das maiores preocupações atuais em relação a prevenção da deficiência intelectual (DI) e distúrbios de comportamento nos filhos é a tendência cultural de consumo de álcool entre mulheres futuras mães. Os efeitos do álcool sobre o cérebro do feto são bem conhecidos.

“Estima-se que um em cada cindo casos de deficiência intelectual, seja causado pela ingestão do álcool durante a gravidez”, assim diz Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Desordens da Universidade Federal de São Paulo.

Educação

Cabeça pequena

Características da SAF

Pregasepicântricas

Face plana

Septoinde�nido

Nasio rebaixado

Pequena aberturados olhos

Nariz curto

Lábiosuperior �no

Microcefalia

33www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

O aumento do contato com o álcool e drogas psico-trópicas que se estabelece nas sociedades cada vez mais cedo, os quais são potentes agentes tóxicos e teratogê-nicos, elevando as taxas de lesões fetais. Um exemplo é a região de Ribeirão Preto onde se constatou o uso do álcool em índices massivos entre 10 e 30% dos gestantes em diferentes municípios, o que leva a taxas assustadoras de até 1% dos recém nascidos com lesões decorrentes do uso do álcool.

No caso do álcool e das drogas, o efeito das substâncias afeta diretamente o desenvolvimento do sistema nervoso.

As crianças com SAF, apresentam um fenótipo hemiface achatada, fissuras, pálpebras curtas, ptose, narinas antevertidas, filtro nasal apagado, lábio superior liso e fino. Além das características faciais, podem se encontrar alterações digitais, alterações nas habilidades de comunicação, linguística, de aprendizagem, de com-portamento, deficiência mental, e alterações nos aspectos socio-interacionais.As alterações nos lóbulos pariental e frontal, mais especificamente a região perisilviana no cerebelo, gânglios basais e no corpo caloso são mais comuns de serem encontrados, o que justifica a presença de alterações nas habilidades de linguagem, na aprendi-zagem, nas funções cognitivas e também notadas com comprometimento da coordenação bimanual.

Prejuízos na fala e atraso na aquisição e desenvolvi-mento da linguagem receptiva e expressiva são manifes-tações comuns aos indivíduos com SAF, sendo a sintaxe um dos componentes mais comprometidos.

Em geral os problemas são muito abrangentes para o futuro da criança. Cabe a mãe escrever o início desta história de forma saudável e feliz.

Ana Claudia Dutra FroseFonoaudióloga

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ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br34

cidentes de trânsito dificilmente ocorrem por fatalidades. O estado dos veículos e das estradas, a negligência de pedestres e condutores são os principais motivos,

porém, dentre estes, predominam as falhas hu-manas. Um coadjuvante comumente associado aos acidentes de trânsito é o álcool, substância psicoativa muito utilizada na sociedade atual, com ampla aceitação cultural e de fácil acesso, que provoca além das alterações comportamen-tais, uma lentidão do pensamento, prejuízo da concentração, do raciocínio, da atenção e do

a

Educação no trânsito

Bebida e direção:o melhor caminhoé dizer não

35www.revistaespacocidadao.com.br Março de 2012 ESPAço CIdAdão

julgamento humano, fazendo a pessoa tomar atitudes precipitadas que levam a comportamentos de risco, com preju-ízos não só para si, como para outros indivíduos a sua volta.

O número estimado de consumido-res de álcool no mundo é de 2 bilhões, cerca de 1/3 da população mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como uma dose, o equivalente a 14 g de etanol, quantidade que pode ser encontrada em uma lata de cerveja (350 ml), uma taça de vinho (140 ml) ou uma dose de bebi-da destilada (35 mL). Estudos indicam que com 0,2 g/l de etanol o condutor já tem alterações detectáveis. A partir de 0,5 g/l, o risco de se acidentar é bastante aumentado e há clara diminuição nos tempos de reposta simples e complexa.

Os níveis máximos de concentração de álcool no sangue geralmente ocorrem após meia hora do consumo. Assim, in-divíduos com alcoolemia baixa podem apresentar sinais e sintomas de into-xicação alcoólica incompatíveis com o ato de dirigir. Acidentes por abuso de álcool têm consequência relevante na saúde com consequ ente impacto econômico uma vez que, ou as vítimas necessitam de algum tipo de assistência ou há o envolvimento de vítimas fatais. No Brasil, constatou-se que 38,4% dos adultos (que têm carteira de habilitação e costumam beber) possuem o hábito de associar bebida à direção.

Conforme dados epidemiológicos relacionados ao consumo de álcool, no trânsito, tem-se observado que: aciden-tes automobilísticos com uso de álcool, 4% resultam em morte ou ferimentos graves, sendo a maioria do sexo mas-culino e adultos na faixa etária de 21 à 45 anos. Acidentes de trânsito fatais ocorrem com maior freqüência durante

a noite ou nos finais de semana, prin-cipalmente entre as 18hs e 6hs. Jovens com alcoolemia até 0,2 g/l tem 1,5 vezes a mais de chances de sofrer acidentes com vítimas fatais. A partir de 0,2 g/l o risco aumenta para 2,5 vezes, para todas as faixas etárias. Com 0,5 g/l, esse risco aumenta para 6 vezes a mais em compa-ração ao condutor sóbrio. Os acidentes de trânsito encontram-se na primeira categoria e representam as principais causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) utilizando-se aproxima-damente 30% da verba destinada pelo Ministério da Saúde, correspondentes a R$ 105 milhões por ano (Ministério da Saúde, 2003).

No âmbito da Ortopedia e da Trau-matologia, o paciente internado numa unidade de trauma, não é um doente e sim uma pessoa que gozava de saúde perfeita e, em muitos casos em função de um acidente, vê-se repentinamente hospitalizado.

Segundo artigo sobre estudo de população fraturada, constatou-se que, a maioria das vítimas é de acidentes de trânsito, tendo maior incidência os acidentes de moto, seguidos por atrope-lamentos e acidentes automobilísticos.

Com relação ao diagnóstico da fra-tura, o de maior incidência é observada em membros inferiores, em seguida

aparece os de membros superiores, co-luna, cintura escapular e as polifraturas.

É um assunto de bastante relevância, devido à alta taxa de mortalidade e o valor substancial gasto com hospita-lização, tratamento e reabilitação das vítimas de acidentes não fatais, cerca de 270 mil pessoas por ano (Ministério da Saúde, 2001). Vale ressaltar a ma-neira como cada indivíduo vivencia e enfrenta a hospitalização e reabilitação pós acidente e esta relação com seu pro-jeto de vida, mecanismos adaptativos, afastamento ao trabalho.

Medidas visando à proteção de condutores e passageiros, como uso de cinto de segurança, dispositivos de re-tenção para crianças e capacetes, trazem reduções no impacto dos acidentes. O estabelecimento de limites de veloci-dade, fiscalização através do bafômetro (nível de concentração de álcool no ar alveolar), existência de veículos mais seguros, melhoria nas pistas, o aumento de penalidades como revogação ou sus-pensão da carteira de motorista, mensa-gens alertando sobre os riscos de dirigir ou operar maquinarias pesadas após o consumo de bebidas alcoólicas, aumento da idade mínima para consumir bebidas alcoólicas, restrições na disponibilidade de álcool com controles nos horários e dias de venda bem como programas de educação em escolas e comunidades têm sido fundamentais na redução do número de mortes nas ruas e estradas de todo o mundo. Estabelecer limites para a condução segura tem sido um grande desafio para a administração pública, mas também uma responsabilidade que cabe a cada cidadão brasileiro.

Glauber Paulo Muchailh de AlmeidaAdriana Cristina Mendes de Almeida

Caroline Mendes de Almeida

estudos indicam que com 0,2 g/l de etanol o

condutor já tem alterações detectáveis.

a partir de 0,5 g/l, o risco de se acidentar é bastante

aumentado

EMPRESA

rEsPonsaBilidadE social

Gestão de Pessoas deve estar diretamente relacionada com a humanização e relações do trabalho, ou seja, deve estar associada tanto à satisfação dos trabalhadores quanto ao desen-

volvimento da organização, considerando-se que as pessoas serão mais produtivas quanto mais satisfeitas estiverem com o seu trabalho, o que implica em um processo de amadurecimento cultural sendo neces-sário uma intervenção global, interativa e simultânea em relação à cultura e aos valores da organização.

Por mais eficiente que seja o administrador, por melhor e mais perfeita que seja a estrutura da or-ganização, ainda assim, o empreendimento poderá correr serio risco se o pessoal não tiver sido devida-mente selecionado, admitido, colocado em posição adequada, distribuído pelos vários setores, integrado no ambiente de trabalho e, sobretudo, se não houver sido despertado o seu interesse para o trabalho e sua lealdade para com a instituição.

O comportamento até certo ponto é imprevi-sível, mas a experiência tem demonstrado que as modificações, os impulsos e as necessidades são os principais incentivos que levam à ação. Há estímulos que elevam ao máximo o comportamento humano, considerando-se que o homem gasta a maior parte de seu tempo tentando satisfazer necessidades que se desdobram em necessidades físicas, de segurança, afeição, reconhecimento, aquisição, sabedoria, com-

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a satisfação devestir a camisa

36 ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.org.br

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37Março de 2012 ESPAço CIdAdão

preensão e estética.Geralmente ele luta para satisfazer

seus anseios segundo uma certa ordem: primeiramente aqueles que são básicos para sua subsistência e de sua família, depois aqueles outros de ordem intelec-tual e moral.

É que as pessoas desejam obter saúde, tempo, dinheiro, popularidade, melhoria de aparência, segurança para a idade madura, elogios, conforto, lazer, orgulho de realizar desenvolvimento social e nos negócios, aumento de satisfação, confian-ça própria e prestígio pessoal. Na maioria dos casos, essas mesmas pessoas desejam serem bons pais, sociáveis, modernas, criativas, orgulhosas de suas posses, que influenciam os outros, serem gregárias – aqueles que vive em grupo –, serem eficientes, ser a primeira e reconhecidas como autoridades. Ao mesmo tempo desejam expressar suas personalidades, residir no domínio dos outros, satisfazer suas curiosidades, despertar admiração, apreciar a beleza, adquirir coleções de coisas, vencerem na afeição de outrem e, de modo geral, melhorarem elas mesmas.

Muito embora nem todos esses com-ponentes se evidenciem ao mesmo tempo no comportamento de um ou dos vários homens que formam um grupo, é muito provável que a maioria deles estejam presentes, ou manifestamente, ou em forma de potencial.

Este desejo, por certo, informa cada

indivíduo na concepção dos valores, pelas quais pautarão o seu comporta-mento. Desta forma se reafirma que o conhecimento das características da natureza humana e comportamento típico são partes numéricas de agrupamento do administrador que pretende tratar.

A organização deve ter um plano de cargos e soluções adequadas ao tratamen-to desenvolvido pelo trabalhador. Além desses, deve ser observado nesta sobre a proporcionalidade, onde são necessários planos de carreira e uma política salarial digna de acordo com a qualificação do pessoal, não deixando, assim pairar sobre a organização a concepção da acomodação.

No entanto não adianta a organização apresentar um excelente salário, se o corpo organizacional não houver investi-gado e ouvido quais são as necessidades, anseios, aspirações e expectativas dos trabalhadores, buscando assim humanizar as relações trabalho/organização.

Como salienta Morgan, a participa-ção do trabalhador sobre a organização constitui-se em material riquíssimo para incremento da mesma.

Profª. Ms Denise Negrão CastroGraduada em Psicologia e Mestre

em Ciências Gerenciais com ênfaseem Administração

www.revistaespacocidadao.org.br

as pessoas desejam obter saúde, tempo,

dinheiro, popularidade, melhoria de aparência,

segurança para a idade madura, elogios,

conforto, lazer, orgulho de realizar

desenvolvimento social e nos negócios .

ESPAço CIdAdão Março de 2012 www.revistaespacocidadao.com.br38

EsPortE

oze cidades das cinco regiões do Brasil receberão a Copa do Mundo em 2014. Mais de R$ 25 bilhões serão investidos em aeroportos,

estádios e novos sistemas de transpor-tes, tudo para adequar a infraestrutura das capitais aos milhares de turistas que virão ao evento. Conheça um pouco das principais cidades-sedes:

Belo HorizonteCapital projetada no final do século

19, é conhecida por seu potencial eco-nômico, que atrai milhares de turistas de negócios anualmente. Terceiro centro industrial do país, BH também é a porta para o turismo cultural em cidades histó-ricas como Ouro Preto, Mariana, Sabará, Congonhas e Caeté. Clima agradável, belas paisagens, arquitetura eclética completam o amplo mosaico oferecido.

BrasíliaFormada por pessoas vindas de todos

os cantos do país, a capital possui uma rica diversificação cultural e gastronô-mica, além de ocupar o posto de terceira cidade mais rica do país. Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a cidade inaugurada em 1960 foi projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, com edificações desenhadas por Oscar Niemeyer.

CuiabáConhecida como “cidade verde”

por conta de sua generosa arborização, Cuiabá é o principal centro industrial, comercial e de serviços do estado de Mato Grosso. Importante pólo agropecu-ário do país, Cuiabá também é porta de entrada de belíssimas regiões turísticas tais como a Chapada dos Guimarães e a região norte do Pantanal, berço da fauna e da flora regional.

Rio de JaneiroA Cidade Maravilhosa, como é

conhecida, é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país. O Rio de Janeiro é internacional-mente conhecido por diversos ícones culturais e cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, além das praias de Copacabana e Ipanema. Palco da finalíssima do Mundial, os cariocas também se preparam para a Olimpíada de 2016.

São PauloSão Paulo é hoje uma metrópole glo-

bal. A cidade abriga os melhores locais para comer, dormir, comprar, passear e fazer negócios do país. Hoje com mais de onze milhões de habitantes, a capital paulista recebe cerca de 90 mil eventos anuais. O espaço cultural da cidade

também é amplo, com diversos cinemas, museus, centros culturais, teatros e casas de espetáculos.

Porto AlegreApesar de ser uma cidade grande, a

capital gaúcha ainda conserva os ares e as tradições de uma cidade pequena. Os parques são frequentados por muitos e são ideais para tomar o bom e velho chimarrão. Há também churrascarias e restaurantes tradicionais italianos e ale-mães para quem aprecia a boa culinária. A cultura é outro ponto forte da capital gaúcha, que possui diversos centros culturais e livrarias.

CuritibaCidade no Brasil que mais prima

pelo planejamento urbano, Curitiba tem boa estrutura de transportes e acessibili-dade garantida, o que facilita percorrer em um dia suas principais atrações, como o parque da Pedreira Paulo Le-minski e a Ópera do Arame. Apesar de seu crescimento vertiginoso, a cidade ainda consegue manter-se relativamente calma graças ao sistema de transporte coletivo.

Redação Revista espaço Cidadão Fonte: http://www.portal2014.org.br

D

2014copa domundo deAS CIDADES SEDES

Nossa sociedade clama pela renovação de princípios para uma convivência sadiae a proteção da família. Para isso os recursos adquiridos através da Revista Espaço Cidadão serão empregados na construção da Casa Espaço Cidadão, projeto que atenderá à comunidade carente da nossa cidade, provendo, entre outras coisas, às crianças aulas de reforço escolar, oficinas de teatro, dança, música, artes, e às mães atendimento social e trabalhos manuais para que possam melhorar o rendimento familiar. Junte-se a esta proposta.

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MH Consultoria Empresarial S/S LtdaAssessoria, Consultoria, Perícias e Projetos

Resp. Mário H. Miranda Negrisoli

Fone: 43 3534-3257e-mail: [email protected]

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SOLUÇÕES EMPRESARIAIS:•Gestão estratégica •Revisão de contratos bancários

•Gestão financeira e de custos •Recuperação de empresas

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Treze de Maio, 930 – Centro – Santo Antônio da Platina – PR