revista ferxxi nº27 - adfer

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Publicação relacionada com sistemas de transporte. Realizada pela ADFER - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Ferroviário. Specialized Transport Systems themed Magazine made by ADFER - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Ferroviário (Portuguese Association for the Railway Development)

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  • editorial

    > 1

    editorial

    So essencialmente duas as formas modernas e inovadoras do transporte ferrovirioque esto a proporcionar maior qualidade de vida s populaes:

    >

    O transporte ferrovirio ligeiro no interior das grandes aglomeraes urbanas,conhecido por metro ligeiro;

    >

    O transporte ferrovirio de alta velocidade, para ligar entre si as grandes cidadese complementarmente para as relaes rpidas no transporte contentorizado demercadorias.

    Algumas Personalidades do Norte vinham preconizando solues diversas para

    resolver as dificuldades de transporte no seio da rea Metropolitana do Porto quando,no incio dos anos 90, a ADFER promoveu no Auditrio da Exponor uma Sesso sobreesse tema. Os oradores desse evento (Ferreira do Amaral, Fernando Gomes, Vieira deCarvalho, Jos Espinha e Tavares Fernandes), designadamente o Ministro e os dois Autar-cas, a construram o consenso do qual viria a nascer o projecto do metro ligeiro do Porto.

    Vieira de Carvalho e Fernando Gomes e toda a Junta Metropolitana do Portohaveriam de lutar perseverante e solidariamente pelo projecto do metro do Porto.

    Esse projecto haveria de ser em muitos aspectos exemplar e seria pioneiro em Portugal.Nas principais cidades da Europa, da Amrica do Norte e do Sudeste Asitico

    vinham sendo instalados sistemas de metro ligeiro que estavam a revolucionar ostransportes no seu interior, a requalificar o tecido urbano e a melhorar a qualidade devida nessas cidades. O Porto tornar-se-ia pioneiro em Portugal nessa metamorfosecitadina.

    No nosso Pas, a Administrao Central habituou-nos, no sector dos transportes,a uma poltica desgarrada e a uma actuao casustica, bem evidente na A. M. de Lisboa,propiciadora de um mau servio s populaes e esbanjadora dos recursos pblicos.Ao estudar-se o metro do Porto procura-se conceber uma soluo integrada assentenuma viso global das necessidades de transporte da AMP. Essa perspectiva multimodalviria a ser enriquecida com a lcida convergncia das posteriores Administraes do

    Metro do Porto, dos STCP e da USGP. esta faceta que, no meu entendimento, tornao projecto do metro do Porto exemplar.

    Este impulso inovador e positivo do Poder Local viria a ser reeditado pelos Autarcasda Margem Sul do Tejo, da regio de Coimbra e de outras regies e deveria, ao menos,fazer pensar o Poder Central, que no tem sabido ter uma poltica global e integrada,no s neste domnio do transporte metropolitano e regional, mas tambm no transportede mercadorias e logstica e ainda no transporte interurbano de passageiros.

    Um Projecto Pioneiro em PortugalH cerca de duas dcadas que o transporte

    ferrovirio vem renascendo como soluo eficazpara satisfazer as necessidades de mobilidadedo nosso tempo.

    Armnio Matias

    (Presidente da Direco da ADFER)

    A anunciada (e difcil) criao das AutoridadesMetropolitanas de Transporte constitui uma das rarasmedidas inseridas numa poltica correcta e actual.

    No meu entendimento as deficincias da poltica detransportes em Portugal so em grande medida devidas decrepitude e ao depauperamento dos rgos daAdministrao Central e exacerbada interveno doEstado na explorao dos transportes pblicos e nosregimes tarifrios.

    Bom seria que o Estado concentrasse energiasnaquilo que sua inalienvel responsabilidade: Planear,coordenar, regular, fiscalizar, financiar, concessionar,gerir infraestruturas comuns...

    Bom seria que o Estado confiasse Iniciativa Privadaa explorao dos Transportes pblicos.

    Bom seria que o Poder Central e o Poder Localcontratassem e financiassem as tarifas sociais queentendam impor aos Operadores, devendo o Estadoassegurar equidade a todas as regies do Pas.

    Tenho esperana que o exemplo e o impulso que foidado pelas Personalidades do Norte com o projecto do metrodo Porto se venha a estender aos outros sectores dostransportes, igualmente vitais para a regio e para o Pas.

    tempo de travar o combate do transporte ferroviriode alta velocidade.

    A clarividncia das Associaes Empresariais, emparticular da Associao Comercial do Porto, deveria serponderada pelas restantes principais Figuras do Norte egerar, semelhana do metro do Porto, um projectoconsensual e solidrio.

    Se no quisermos que Portugal seja uma ilha na

    Europa nem que o Norte seja uma ilha em Portugalurge travar uma batalha lcida em defesa da Alta

    Velocidade.

  • O Aeroporto de Lisboae a Rede de Alta Velocidade

    > 8

    Na reunio da Direco da ADFER, Associao Portuguesa para oDesenvolvimento do Transporte Ferrovirio, efectuada em 30 de Junho de 2003,foi aprovada, por unanimidade, a seguinte moo:

    Quando o Governo anterior reiniciou o processo tendente construo de um novo aeroporto na regio de Lisboa, em substituio do aeroportoda Portela, a ADFER tomou uma posio pblica contestando essa opo pelas seguintes razes:

    > No existia nenhum estudo profundo e rigoroso, feito por entidade de inquestionveis capacidade tcnica, experincia comprovada eiseno absoluta, sobre os limites do aumento de capacidade da Portela e dos correspondentes investimentos e outros impactos associados;

    > Os estudos anteriormente realizados, meritrios luz da realidade da poca em que foram elaborados, estavam ultrapassados pordiversos factores que, nesse tempo, no poderiam ter sido considerados;

    > A enorme evoluo das infra estruturas de transportes da regio de Lisboa (construdas umas, planeadas outras, em vias de concepoainda outras) criaram, ou criaro, acessibilidades e alternativas ao transporte areo que no podem mais ser ignoradas;

    > A perspectiva de Portugal vir a dispor, brevemente, de uma rede de Alta Velocidade(AV) alteraria substancialmente a evoluo da procurado transporte areo, no podendo essa provvel realidade ser esquecida no estudo das futuras infra estruturas aeroporturias;

    > A simplista opo de apenas comparar as localizaes da Ota e do Rio Frio, solues retidas a partir de estudos datados, no compatvelcom a anlise global dos factores que determinam a definio de uma infra estrutura do transporte areo nem consentnea com uma perspectivaglobal de enquadramento e integrao do sistema de transportes, nos planos nacional e europeu.

    A ADFER vem agora reforar essa posio para:

    > Se congratular com a deciso sensata do actual Ministro, Prof. Carmona Rodrigues, ao optar pela expanso do aeroporto da Portelaat ao limite sustentvel das suas potencialidades, resolvendo, tambm, finalmente, a sua acessibilidade ferroviria;

    > Manifestar a esperana de que seja efectivamente dada prioridade ao transporte ferrovirio, designadamente de AV e bitola europeia,para que o transporte ferrovirio de mercadorias e de passageiros se transforme, como noutros pases, num poderoso instrumento ao servio daeconomia e das populaes;

    > Apelar ponderao de todos os vectores que imperioso considerar na concepo, no planeamento e na concretizao de uma novarede de AV e bitola europeia, j que, apesar do tempo e das oportunidades perdidas, uma opo precipitada, que no seja parte da soluo ferroviriaglobal, vlida para um sculo, a pior das opes;

    > Pedir aos Dirigentes da regio Oeste que comparem as vantagens que lhes podero advir da futura rede de AV face ao transporte areo.

  • > 10

    A introduo do sistema de Metro Ligeiro na rea Metropolitana do Porto representauma verdadeira revoluo em todo o quadro dos transportes e da mobilidade destaRegio.

    Para os cidados, mais do que um projecto h muito ansiado, o Metro do Portosignifica um novo conceito de transporte pblico, uma realidade moderna, eficaz,cmoda e segura. O Metro do Porto, o maior investimento no sector dos transportesem curso na Unio Europeia, , a todos os nveis, um extraordinrio motor dedesenvolvimento para a rea Metropolitana do Porto e para o Pas.

    Com cerca de setenta quilmetros de extenso, setenta e quatro estaes e quatrolinhas na primeira fase -, a rede do Metro do Porto foi desenhada a pensar nas pessoase nas suas necessidades de deslocao, Em 2004, o Metro do Porto poder j transportarcerca de 60 milhes de passageiros por ano.

    Todos sabemos que a rede do Metro associa velocidade e operacionalidade a umaforte componente de renovao urbana e paisagstica que, como se constata, qualificae valoriza os concelhos desta Regio. Todo o nosso ambiente urbano est emtransformao. Uma transformao no sentido da qualidade e da modernizao.

    Tambm em termos operacionais, o Metro veio introduzir um conceito totalmente

    novo: a intermodalidade. Com um nico ttulo, o Andante, os cidados podem viajar emtoda a rea Metropolitana, utilizando um tarifrio e um zonamento integrados, no meio

    de transporte que mais lhes convier.

    No Metro do Porto, isto que temos para mostrar: inovao, tecnologia,desenvolvimento e eficcia. E, acima de tudo, uma grande capacidade de trabalho parapoder prestar sempre o melhor servio aos nossos clientes.

    Valentim Loureiro

    Presidente do Conselho de Administraodo Metro do Porto, S.A.

    Estao da Casa da Msica

  • gratificante constatar a muita ateno que a ADFER tem dedicado ao projectodo Metro Ligeiro da rea Metropolitana do Porto, culminando agora na dedicao deum nmero da prestigiada revista FER XXI ao tema do Metro do Porto.

    Trata-se, com efeito, da maior obra pblica em curso de execuo no nosso Pas,com um investimento total que, neste momento, ultrapassa os 1,6 mil milhes de euros.

    Alm disso, trata-se do primeiro projecto de metro ligeiro de superfcie levado acabo entre ns, tornando-se precursor de novas solues de transporte ferroviriourbano, susceptveis de oferecer condies sensivelmente melhoradas de mobilidadee segurana, e indutor de profunda requalificao urbana dos espaos em que se insere.

    O Metro do Porto tambm, desde j, o veculo da aplicao de solues tcnicasavanadas, nomeadamente nos domnios da sinalizao e da bilhtica, o que o tornaj objecto de grande interesse e muita ateno por parte de vrios operadores de outrospases e de organizaes do sector.

    Por ltimo, a entrada em operao da primeira linha do Metro do Porto, emDezembro de 2002, foi muito oportunamente aproveitada para dar corpo a uma aspiraomuito antiga do sector dos transportes pblicos de passageiros, a qual se afiguradeterminante para se obter a desejada inflexo da tendncia decrescente da procurade transportes pblicos. Refiro-me explorao intermodal dos sistemas de transportespblicos na rea Metropolitana do Porto.

    A soluo intermodal est efectivamente em marcha e abrange os sectores de

    transportes ferrovirios, urbano e sub urbano, e de transportes rodovirios, pblicoe privados. Integra uma nova definio de zonamento, adoptada pelo conjunto de

    operadores, um sistema comum de bilhtica, um tarifrio nico e uma estruturapartilhada de gesto de tudo isto e de gesto da receita.

    Por tudo o exposto, muito justo e oportuno prestar a maior ateno ao importanteprojecto do Metro do Porto. E tambm muito adequado associ-lo ideia demodernidade, da qual, se constitui j um forte elemento indutor.

    Manuel de Oliveira MarquesPresidente da Comisso Executiva

    do Metro do Porto, S.A.

    Um Importante Projecto

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  • > 12

    claro, para todos, que o modo ferrovirio urbano ou metropolitano a soluo, por excelncia, do problema de mobilidade na rea dostransportes. O metro ligeiro a opo inovadora para as cidades e metrpoles com uma procura de mdia ou grande dimenso (entre 2 000 a 20000 passageiros por hora e sentido).

    O metro ligeiro , simultaneamente, um novo conceito que est a contribuir para a reestruturao profunda de todas as solues tcnicaspara os transportes ferrovirios. A exigncia de criatividade imposta pelo desenho de um traado de uma linha de metro ligeiro, obriga a repensartodos os standards e normas ferrovirias. , assim, constante a necessidade de utilizar o conhecimento dos processos ferrovirios, adaptando os a novas realidades, com redobradas exigncias de reduo de custos e de aumento de funcionalidade e disponibilidade.

    O Metro do Porto est consciente desta sua dupla misso. A sua rede, abrangendo traados com mais de 7 Kms de tneis urbanos, com 11estaes enterradas, com mais de 20 Kms em meio urbano superfcie e com ligaes entre cidades a mais de 25Kms de distncia, um casoexemplar onde a inovao dos transportes das novas solues sero profundamente testadas. Os resultados j obtidos com a 1. linha entreTrindade e Matosinhos, inaugurada em 7 de Dezembro de 2002, so muito animadores.

    Parece, assim, ser possvel desenvolver um novo conceito de transporte colectivo, de mdia / grande capacidade, avanado, com soluesinovadoras em vrios domnios e com inseres urbanas compatveis com um modelo de desenvolvimento econmico em completa harmonia como ambiente. Constituir, por certo, uma resposta ao desafio de modernidade em que a rea Metropolitana do Porto e o prprio Pas esto empenhados.

    Este nmero da revista ADFER ao qual nos associamos, com grande entusiasmo, uma tentativa de mostrar e demonstrar as solues queestamos a implementar no seio do maior projecto de metro ligeiro alguma vez construdo.

    Duarte Vieira

    Comisso Executivado Metro do Porto, S.A.

    Uma Soluo Inovadora Para a Mobilidadeda rea Metropolitana do Porto

  • > 13

    O Metro Ligeiro de Superfcie desliza suavemente superfcie, sem fazer muitorudo, sob dois carris de ao.

    A implantao dos carris imposto por um sistema fechado de cotas, obedecendoa regras rgidas, sem contemplaes subjectivas.

    Os carris de ao, devem ficar embutidos no pavimento das ruas (em caso deemergncia, os bombeiros tm que passar). Os materiais podem variar desde cubosde granito, tapete betuminoso ou tapete de relva.

    Por motivos acsticos, os carris assentam sobre uma laje flutuante que recebepeas em ao, almofadadas com borrachas.

    A implantao deste sistema obriga demolio das ruas e, como consequncia,de todas as infraestruturas.

    Novas redes de saneamento, guas pluviais, gs, electricidade, telefone, tv cabo,fibra ptica e por vezes oleodutos, tm que coexistir com o prprio sistema do Metro

    a construir multitubulares com caixas de 20 em 20 metros.Mas o problema do Metro superfcie, no s a superfcie, h que pensar no

    cu, nas catenrias e na iluminao. Estas podem ser suspensas a partir de um postecentral ou ento com dois postes laterais.

    Quando a largura da rua no permite o sistema, as catenrias ficam suspensaspor cabos de fachada a fachada.

    O problema que geralmente as fachadas so em vidro NUAGE, ou com tijolode 7 cm na parede exterior.

    Trabalhamos do eixo para os lados (o canal do Metro sempre inflexvel) e o quesobra distribudo para outros veculos, estacionamento quando cabe, e passeios atchegar s soleiras.

    Podem-se fazer transies de materiais, mudar pendentes, mas as soleiras sosagradas, como tocar no ombro de um desconhecido.

    De ombro em ombro trocamos cotas, pavimentos, texturas, passeios, guias, contra-guias, postes de iluminao, rvores. No que queiramos alterar a geografia masMetro oblige.

    Quando h dificuldades, fala-se Transmetro, Normetro que, por sua vez falaao Metro, Cmara, Junta de Freguesia, aos Moradores e aos Comerciantes.

    Depois de estar aprovado, Bom para execuo, comeam a surgir ruas que secruzam e se dilatam fazendo largos, rotundas, praas, recantos que sobram, pracetas,largos com rvores, parques de estacionamento ilharga e, porque no, Boulevards- Av. da Repblica: Gaia / Matosinhos.

    O Metro e a CidadeSem ser esta a nossa vocao, o Metro constri

    lugares, recantos, junta cidades, desenha Metrpoles- Gaia, Porto, Matosinhos, Maia, Trofa, Vila do Conde,Pvoa de Varzim, e Gondomar vem a seguir.

    As cidades no mudam por vontade prpria ou

    por decretos polticos, mas pela emergncia desistemas necessrios sua sobrevivncia e ao seu

    desenvolvimento.Foi assim com os Romanos quando sobre dois

    atalhos que se cruzavam desenharam o Cardus e oDecomanus, e no centro ficou o Forum.

    Foi assim na Idade Mdia, quando no Forum ficoua Praa da Catedral, construda com as pedras dotemplo demolido.

    Foi assim no Barroco, com o desenho de eixosradiocntricos, ligando essa Catedral (j cheia de talhadourada) s portas da Muralha.

    Foi assim no Neo-Clssico em que as portas

    foram demolidas ou redesenhadas e os largos querecebiam as estradas passaram a ser praas, ladeadas

    por conventos.Foi assim no Sculo XIX com o caminho de ferro,

    em que alguns conventos passaram a estaes (S.Bento).

    Foi assim no Sculo XX com o Metro Ligeiro deSuperfcie (Matosinhos / Trindade).

    Ser assim no Sculo XXI em que o Metro deSuperfcie, dever estar integrado num sistemaplaneado para uma nova geografia (j chega deimprovisos) que no se pode adiar.

    O pas pequeno e ns somos poucos...*, maspenso que vamos conseguir.

    * Jos Cardoso Pires

    Eduardo Souto de Moura

    Arquitecto

  • ATS+Sinal (Lapa)

    ATS+Circuito de via (Lapa)

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