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Edição de outubro de 2010.

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Page 1: Revista Estilo 53
Page 2: Revista Estilo 53

Cesta básica

PARA DESCOBRIR O CHILEPassar horas de bem com a vida degustando vinhos,ver o amanhecer na Ilha de Páscoa, a lua-cheia noDeserto do Atacama, fazer um recorridogastronômico por Santiago ou uma travessia peloAltiplano Boliviano são ou não são opçõessensacionais de viagem? Tudo isso é facilmenteplanejado pela Exploring Chile, uma agência deviagens cujo grande trunfo é a expertise emdestinos como Chile, Bolívia, Peru, Argentina, Ilhade Páscoa e Polinésia. Com um network de luxo eum conhecimento profundo de cada um desseslocais, planeja roteiros nada convencionais e sobmedida para viajantes exigentes e sofisticados. Ostravel designers da Exploring Chile são consultoresexperientes, capazes de criar soluções para satisfazertodo o tipo de viajante.

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IZABELLA BOAZ, VIAJANTE

100 RECEITAS PARACOMER DE JOELHOSCarla Pernambuco é o Merlin das panelas. Umaverdadeira maga. E agora muitos dos segredosdessa chef estão revelados no livro “Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”, da editoraLeya. Carla é referência da gastronomia brasileira,especialista em culinária multicultural, inventiva,criativa e antenada. O livro está dividido em 10capítulos: Soup or Salad, Finger Food, Deli-FoodUrbana, Crus, Nova York, Chef em Casa, MammaCarlota, Étnicos, Ideias Nacionais e Pecados.Cada um deles inclui 10 receitas. O melhor detudo é que além de cozinhar divinamente, Carlatambém escreve muito bem. Os textos que abremos capítulos são deliciosos. Dez x 10 é uma obrapara ficar entre a cabeceira da cama, a mesa dasala e o balcão da cozinha de todos os que amamcomer bem.

À venda nas melhores livrarias do país.À venda nas melhores livrarias do país.À venda nas melhores livrarias do país.À venda nas melhores livrarias do país.À venda nas melhores livrarias do país.wwwwwwwwwwwwwww.carlota.com.br.carlota.com.br.carlota.com.br.carlota.com.br.carlota.com.brwwwwwwwwwwwwwww.leya.com.leya.com.leya.com.leya.com.leya.com

MKL, JORNALISTA

HORA MUITO FELIZNO LE JARDINUma brisa fresquinha torna mais amenos eagradáveis os finais de tarde da primavera. E com aentrada do horário de verão, o entardecer seprolonga. Para curtir esse momento tão especial dodia, nada melhor do que um aconchegante espaçoao ar livre, rodeado de árvores e vegetaçãonatural, como o Le Jardin do restaurante ChezPhilippe, em Porto Alegre/RS. O lugar érealmente delicioso: deck de madeira coberto comtendas, luminárias que proporcionam umailuminação suave, mesas arrumadas com esmero,velas. Para compor o menu de petiscos, o chefPhilippe Remondeau criou especialidadesfrancesas com gostinho de Brasil. O restauranteChez Philippe e o Le Jardin estão localizados emum belo casarão tombado pelo patrimôniohistórico. Sem dúvida, um cenário inspirador,para uma happy hour realmente feliz.AAAAAvvvvv. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.

Reservas pelos fones: 51 3312.5333 e 3312.5344Reservas pelos fones: 51 3312.5333 e 3312.5344Reservas pelos fones: 51 3312.5333 e 3312.5344Reservas pelos fones: 51 3312.5333 e 3312.5344Reservas pelos fones: 51 3312.5333 e 3312.5344ou pelo e-mail:[email protected] pelo e-mail:[email protected] pelo e-mail:[email protected] pelo e-mail:[email protected] pelo e-mail:chezphilippe@terra.com.brwwwwwwwwwwwwwww.chezphilippe.com.br.chezphilippe.com.br.chezphilippe.com.br.chezphilippe.com.br.chezphilippe.com.br

MILENE LEAL, JORNALISTA

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS E

SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA A DIA E SE

DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, CINEMA,

LUGARES, OBJETOS ESPECIAIS, COMIDINHAS,

PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO!

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Cesta básica

PARA DESCOBRIR O CHILEPassar horas de bem com a vida degustando vinhos,ver o amanhecer na Ilha de Páscoa, a lua-cheia noDeserto do Atacama, fazer um recorridogastronômico por Santiago ou uma travessia peloAltiplano Boliviano são ou não são opçõessensacionais de viagem? Tudo isso é facilmenteplanejado pela Exploring Chile, uma agência deviagens cujo grande trunfo é a expertise emdestinos como Chile, Bolívia, Peru, Argentina, Ilhade Páscoa e Polinésia. Com um network de luxo eum conhecimento profundo de cada um desseslocais, planeja roteiros nada convencionais e sobmedida para viajantes exigentes e sofisticados. Ostravel designers da Exploring Chile são consultoresexperientes, capazes de criar soluções para satisfazertodo o tipo de viajante.

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IZABELLA BOAZ, VIAJANTE

100 RECEITAS PARACOMER DE JOELHOSCarla Pernambuco é o Merlin das panelas. Umaverdadeira maga. E agora muitos dos segredosdessa chef estão revelados no livro “Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,“Dez x 10,100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”100 receitas para comer de joelhos”, da editoraLeya. Carla é referência da gastronomia brasileira,especialista em culinária multicultural, inventiva,criativa e antenada. O livro está dividido em 10capítulos: Soup or Salad, Finger Food, Deli-FoodUrbana, Crus, Nova York, Chef em Casa, MammaCarlota, Étnicos, Ideias Nacionais e Pecados.Cada um deles inclui 10 receitas. O melhor detudo é que além de cozinhar divinamente, Carlatambém escreve muito bem. Os textos que abremos capítulos são deliciosos. Dez x 10 é uma obrapara ficar entre a cabeceira da cama, a mesa dasala e o balcão da cozinha de todos os que amamcomer bem.

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MKL, JORNALISTA

HORA MUITO FELIZNO LE JARDINUma brisa fresquinha torna mais amenos eagradáveis os finais de tarde da primavera. E com aentrada do horário de verão, o entardecer seprolonga. Para curtir esse momento tão especial dodia, nada melhor do que um aconchegante espaçoao ar livre, rodeado de árvores e vegetaçãonatural, como o Le Jardin do restaurante ChezPhilippe, em Porto Alegre/RS. O lugar érealmente delicioso: deck de madeira coberto comtendas, luminárias que proporcionam umailuminação suave, mesas arrumadas com esmero,velas. Para compor o menu de petiscos, o chefPhilippe Remondeau criou especialidadesfrancesas com gostinho de Brasil. O restauranteChez Philippe e o Le Jardin estão localizados emum belo casarão tombado pelo patrimôniohistórico. Sem dúvida, um cenário inspirador,para uma happy hour realmente feliz.AAAAAvvvvv. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.. Independência, 1.005.

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MILENE LEAL, JORNALISTA

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Page 4: Revista Estilo 53

Cesta básica

MENU DE SENSAÇÕESEM BUENOS AIRESNa rua Bolivar, no bairro de San Telmo, emBuenos Aires, está um surpreendente lugar: LaVineria de Gualterio Bolivar. O espaço reservadopara os comensais é simples e pequeno.Alejandro Digilio é o chef e proprietário, quediz: “Ser cozinheiro é viver, pensar, comer,dormir, levantar-se pela cozinha”. Esta filosofiade vida se reflete na proposta da casa: um menudegustação de 16 pratos (o cardápio é fixo, mudaapenas duas vezes por ano). Muita comida? Sim,muita. No final você já está jogando a toalha.Nesse desfile de pratos espere encontrarculinária molecular, aquela que modifica aapresentação habitual dos alimentos. Exemploclássico? As famosas espumas. Alejandro chamasua culinária de contemporânea racional. “Comoassim?”, você pergunta. O contemporânea é porser atual. O racional porque é muito pensada.Uma simples mordida vem atribuída de umasérie de sensações, que passam por contrastesde sabores, texturas, temperaturas,composição, consistência. Cada detalhe tem umporquê; a explicação é o jogo de sabores criadopelo chef alquimista.

Endereço: Bolivar 865, bairro San TEndereço: Bolivar 865, bairro San TEndereço: Bolivar 865, bairro San TEndereço: Bolivar 865, bairro San TEndereço: Bolivar 865, bairro San Telmo,elmo,elmo,elmo,elmo,Buenos Aires. TBuenos Aires. TBuenos Aires. TBuenos Aires. TBuenos Aires. Tel.: (+54 11) 4361.4709.el.: (+54 11) 4361.4709.el.: (+54 11) 4361.4709.el.: (+54 11) 4361.4709.el.: (+54 11) 4361.4709.

CRIS BERGER, JORNALISTA

REVISTAS PARAAFICIONADOSSe você anda entediado ao passar na banca derevistas mais próxima da sua casa, saiba que muitacoisa tem mudado nessa área. Além das revistasdigitais, a nova tendência mundial do mercadoeditorial são as revistas “independentes”. Bemmenos comerciais e muito mais editoriais, elasprimam pela qualidade gráfica e por excelenteseditoriais. Muitas delas se aproximam de livros dearte e fotografia. E como se não bastasse, algumasacabam abrindo lojas/bancas próprias ou sendovendidas apenas em bancas que primam porvender somente esse tipo de publicação e afins.É o caso da MONOCLE, criada pelo ex-WallpaperTyler Brulé. Esse é o caso de uma revista com umacara bem mais comercial. A Monocle é um dosexemplos que abrem bancas/lojas exclusivas nasmetrópoles mais descoladas do mundo, comoTokyo, Londres, Los Angeles e Hong Kong.Outro exemplo de banca/loja que prima pelas“independentes” é a MagNation da Austrália/Nova Zelândia. Boa leitura. E boa viagem.

http://nascapas.blogspot.com/http://nascapas.blogspot.com/http://nascapas.blogspot.com/http://nascapas.blogspot.com/http://nascapas.blogspot.com/

CLAUDIO FRANCO, PUBLICITÁRIO E BLOGUEIRO

CONFORTO E ELEGÂNCIANA CAPITAL PAULISTAHotelaria de luxo com serviços personalizados. Essaé a proposta do Tivoli São Paulo Tivoli São Paulo Tivoli São Paulo Tivoli São Paulo Tivoli São Paulo ––––– Mofarrej Mofarrej Mofarrej Mofarrej Mofarrej,projetado para encantar seus hóspedes e oferecerum espaço de conforto, tranquilidade e elegância emmeio à efervescência do bairro dos Jardins.O hotel está a apenas uma quadra da AvenidaPaulista, na região que abriga as sedes das principaisempresas do país, além de incontáveis opções delazer e uma vida cultural muito ativa. Os 220apartamentos são amplos, têm decoraçãocontemporânea e materiais nobres. Para satisfazeros mais diversos apetites, o café da manhã écompletíssimo e oferece iguarias surpreendentes.Se a ideia é relaxar do agito paulistano, o ElementsSpa by Banyan Tree é um perfeito oásis.

Alameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira César,,,,,TTTTTe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, www.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com

MILENE LEAL, JORNALISTA

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MENU DE SENSAÇÕESEM BUENOS AIRESNa rua Bolivar, no bairro de San Telmo, emBuenos Aires, está um surpreendente lugar: LaVineria de Gualterio Bolivar. O espaço reservadopara os comensais é simples e pequeno.Alejandro Digilio é o chef e proprietário, quediz: “Ser cozinheiro é viver, pensar, comer,dormir, levantar-se pela cozinha”. Esta filosofiade vida se reflete na proposta da casa: um menudegustação de 16 pratos (o cardápio é fixo, mudaapenas duas vezes por ano). Muita comida? Sim,muita. No final você já está jogando a toalha.Nesse desfile de pratos espere encontrarculinária molecular, aquela que modifica aapresentação habitual dos alimentos. Exemploclássico? As famosas espumas. Alejandro chamasua culinária de contemporânea racional. “Comoassim?”, você pergunta. O contemporânea é porser atual. O racional porque é muito pensada.Uma simples mordida vem atribuída de umasérie de sensações, que passam por contrastesde sabores, texturas, temperaturas,composição, consistência. Cada detalhe tem umporquê; a explicação é o jogo de sabores criadopelo chef alquimista.

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CRIS BERGER, JORNALISTA

REVISTAS PARAAFICIONADOSSe você anda entediado ao passar na banca derevistas mais próxima da sua casa, saiba que muitacoisa tem mudado nessa área. Além das revistasdigitais, a nova tendência mundial do mercadoeditorial são as revistas “independentes”. Bemmenos comerciais e muito mais editoriais, elasprimam pela qualidade gráfica e por excelenteseditoriais. Muitas delas se aproximam de livros dearte e fotografia. E como se não bastasse, algumasacabam abrindo lojas/bancas próprias ou sendovendidas apenas em bancas que primam porvender somente esse tipo de publicação e afins.É o caso da MONOCLE, criada pelo ex-WallpaperTyler Brulé. Esse é o caso de uma revista com umacara bem mais comercial. A Monocle é um dosexemplos que abrem bancas/lojas exclusivas nasmetrópoles mais descoladas do mundo, comoTokyo, Londres, Los Angeles e Hong Kong.Outro exemplo de banca/loja que prima pelas“independentes” é a MagNation da Austrália/Nova Zelândia. Boa leitura. E boa viagem.

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Alameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira CésarAlameda Santos, 1437/Cerqueira César,,,,,TTTTTe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, wwwe.: 11 3146.5900, www.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com.tivolihotels.com

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A BELA E PRESTIGIADALA HACIENDAO equilíbrio perfeito entre o rústico e o sofisticado, o rurale o cosmopolita, o muito simples e o extremamenteelaborado. Assim é a La Hacienda, estalagem que ocupauma belíssima área de 70 hectares a cerca de 14 quilôme-tros de Gramado/RS. Elisabete Brochmann inaugurou estelugar em 2002, e desde então a La Hacienda só vem setornando mais encantadora. Em 2010 passou a fazer partedo Condé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast Johansens Recommended Hotels &SPAs, o mais prestigiado guia de hotelaria do mundo. Oalto padrão de serviços e o esmero nos detalhes comcerteza contribuíram, e muito, para essa distinção. Um bomexemplo é o programa de personalização das acomodaçõesconforme as preferências do hóspede. Na hora daconfirmação da reserva, o cliente indica o que gostaria deencontrar na sua cabana, desde estilo musical predileto atélivros, filmes, bebidas, frutas e tipos de travesseiros quedeseja. Outro mimo é a seleção de chás produzidos emhorta própria e levados à mesa recém-colhidos. E há aindao restaurante da estalagem, que pratica uma culináriarequintada e contemporânea, sem abrir mão dos saboresregionais. Mas se nada disso lhe parecer sedutor, imagineuma paisagem linda, muita tranquilidade, espaço de sobra,ar puro, ovelhinhas pastando e um delicioso perfume delavanda tomando conta do ambiente. Impossível resistir.

Estalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSTTTTTel.: el.: el.: el.: el.: 54 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 54 3295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 51 9243.57949243.57949243.57949243.57949243.5794lahacienda@[email protected]@[email protected]@lahacienda.com.brwwwwwwwwwwwwwww.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br

MILENE LEAL, JORNALISTA

VIAJANTE PROFISSIONALA série “69”, da jornalista e fotógrafa Cris Berger, seguecrescendo. Depois de lançar o livro 69 Lugares para Amare o pocket book 69 Horas em Nova York, a viajanteprofissional apresenta neste final de 2010 mais doistítulos: 69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber e 69 Lugares69 Lugares69 Lugares69 Lugares69 Lugarespara Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2. Em seus livros-guia de viagens,Cris oferece ao leitor dicas “provadas e aprovadas”mundo afora. O livro, dedicado aos prazeres da mesa,reúne uma variedade de opções: restaurantes dos maiselegantes aos totalmente rústicos, estabelecimentosfocados em alta gastronomia e outros especializados empetiscos, lugares superconhecidos e raras descobertas. Hádicas da Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai, EstadosUnidos e México. O 69 Lugares para Amar volume 2 temdestinos inéditos e uma separação por estilo de viagem:praia, montanha, cidade, aventura, vinhedo e charme.Segundo Cris, “o livro traz o melhor do volume 1 commuitas novidades deliciosas”.Blog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: www.crisberger.crisberger.crisberger.crisberger.crisberger.com.br.com.br.com.br.com.br.com.br

MKL, JORNALISTA

PEPPO CUCINA TEMNOVA CARTA DE VINHOSPeppo Cucina, sei anni di aroma e sapore. Esse foio slogan criado para a celebração dos seis anos doPeppo, restaurante de culinária italianacontemporânea de Porto Alegre. Ascomemorações se iniciaram com o lançamento doPrato da Boa Lembrança 2010, o Medaglioni conInvoltini al Peppo, criação do proprietário dorestaurante, Pedro Hoffmann. Para marcar oaniversário, o Peppo lançou também uma novacarta de vinhos, com rótulos premiados, maiorvariedade de uvas, novas opções de produtores,linhas diferenciadas e uma maior diversidade devinhos italianos. Os vinhos, aliás, sempre foramum grande trunfo da casa, que conta com adegaclimatizada e uma equipe muito bem informadasobre o tema.

Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.TTTTTel.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,e-mail: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]: peppo@peppo.com.brwwwwwwwwwwwwwww.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br

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A BELA E PRESTIGIADALA HACIENDAO equilíbrio perfeito entre o rústico e o sofisticado, o rurale o cosmopolita, o muito simples e o extremamenteelaborado. Assim é a La Hacienda, estalagem que ocupauma belíssima área de 70 hectares a cerca de 14 quilôme-tros de Gramado/RS. Elisabete Brochmann inaugurou estelugar em 2002, e desde então a La Hacienda só vem setornando mais encantadora. Em 2010 passou a fazer partedo Condé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast JohansensCondé Nast Johansens Recommended Hotels &SPAs, o mais prestigiado guia de hotelaria do mundo. Oalto padrão de serviços e o esmero nos detalhes comcerteza contribuíram, e muito, para essa distinção. Um bomexemplo é o programa de personalização das acomodaçõesconforme as preferências do hóspede. Na hora daconfirmação da reserva, o cliente indica o que gostaria deencontrar na sua cabana, desde estilo musical predileto atélivros, filmes, bebidas, frutas e tipos de travesseiros quedeseja. Outro mimo é a seleção de chás produzidos emhorta própria e levados à mesa recém-colhidos. E há aindao restaurante da estalagem, que pratica uma culináriarequintada e contemporânea, sem abrir mão dos saboresregionais. Mas se nada disso lhe parecer sedutor, imagineuma paisagem linda, muita tranquilidade, espaço de sobra,ar puro, ovelhinhas pastando e um delicioso perfume delavanda tomando conta do ambiente. Impossível resistir.

Estalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstalagem e Restaurante La HaciendaEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSEstrada da Serra Grande, 4.200, Gramado – RSTTTTTel.: el.: el.: el.: el.: 54 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 5454 3295.3025 – 54 3295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 513295.3088 – 51 9243.57949243.57949243.57949243.57949243.5794lahacienda@[email protected]@[email protected]@lahacienda.com.brwwwwwwwwwwwwwww.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br.lahacienda.com.br

MILENE LEAL, JORNALISTA

VIAJANTE PROFISSIONALA série “69”, da jornalista e fotógrafa Cris Berger, seguecrescendo. Depois de lançar o livro 69 Lugares para Amare o pocket book 69 Horas em Nova York, a viajanteprofissional apresenta neste final de 2010 mais doistítulos: 69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber69 Lugares para Comer e Beber e 69 Lugares69 Lugares69 Lugares69 Lugares69 Lugarespara Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2para Amar volume 2. Em seus livros-guia de viagens,Cris oferece ao leitor dicas “provadas e aprovadas”mundo afora. O livro, dedicado aos prazeres da mesa,reúne uma variedade de opções: restaurantes dos maiselegantes aos totalmente rústicos, estabelecimentosfocados em alta gastronomia e outros especializados empetiscos, lugares superconhecidos e raras descobertas. Hádicas da Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai, EstadosUnidos e México. O 69 Lugares para Amar volume 2 temdestinos inéditos e uma separação por estilo de viagem:praia, montanha, cidade, aventura, vinhedo e charme.Segundo Cris, “o livro traz o melhor do volume 1 commuitas novidades deliciosas”.Blog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: wwwBlog da autora: www.crisberger.crisberger.crisberger.crisberger.crisberger.com.br.com.br.com.br.com.br.com.br

MKL, JORNALISTA

PEPPO CUCINA TEMNOVA CARTA DE VINHOSPeppo Cucina, sei anni di aroma e sapore. Esse foio slogan criado para a celebração dos seis anos doPeppo, restaurante de culinária italianacontemporânea de Porto Alegre. Ascomemorações se iniciaram com o lançamento doPrato da Boa Lembrança 2010, o Medaglioni conInvoltini al Peppo, criação do proprietário dorestaurante, Pedro Hoffmann. Para marcar oaniversário, o Peppo lançou também uma novacarta de vinhos, com rótulos premiados, maiorvariedade de uvas, novas opções de produtores,linhas diferenciadas e uma maior diversidade devinhos italianos. Os vinhos, aliás, sempre foramum grande trunfo da casa, que conta com adegaclimatizada e uma equipe muito bem informadasobre o tema.

Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.Rua Dona Laura, 161.TTTTTel.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,el.:: 51 3019.7979,e-mail: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]: peppo@peppo.com.brwwwwwwwwwwwwwww.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br.peppo.com.br

MKL, JORNALISTA

AnúncioFOTO: DIVULGAÇÃO

Page 8: Revista Estilo 53

Cesta básica

PARA FACILITAR ODIA A DIA DAS MAMÃESA Universo Materno (UM) é uma loja virtualespecializada em produtos para bebês. E ótima parafacilitar a vida das mamães. Criada pela amigasNara Duarte Pinski e Mariane Tichauer em 2009, aloja oferece produtos diversos, alguns deles comexclusividade no mercado brasileiro. Experts emcrianças – as duas têm filhos pequenos – Nara eMariane estruturaram o site em seis áreas, parafacilitar a navegação das mamães-clientes: Hora dopasseio, Hora da refeição, Hora do banheiro,Chegada a hora, Hora do estilo e Lojistas erestaurantes (que podem fazer compras poratacado). Um dos produtos mais vendidos é acadeirinha com estrutura tubular, que se encaixa emdiferentes tipos de mesa e é ultraportátil. A UMoferece o produto em 8 opções de cores. Um sucessomais recente é o Amassador de Papinha (The WeanMachine), que promete facilitar o dia a dia de todasas mães, especialmente as menos experientes nacozinha. Além da ampla variedade de produtos, aUM proporciona aos clientes a praticidade decomprar online, com segurança de pagamento e deremessa das mercadorias. E está presente em todasas redes sociais. Fácil, prática e moderna!

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MILENE LEAL, JORNALISTA

ECOPARQUE SPERRY,UM PASSEIO IMPERDÍVELDobrar à direita numa ruazinha da estrada quevai de Gramado a Canela pode transformar o seufinal de semana na Serra. Começando pelapaisagem cinematográfica da Linha 28. Siga asplacas e, um pouco mais adiante, você vaiencontrar o Ecoparque Sperry. Respire fundo eaproveite as trilhas, cascatas, plantas, aves raras eum restaurante pra lá de charmoso: o BêrgaMotta. Só o respeitável bolinho de arroz combanana já vale a viagem. Não deixe de provartambém o buffet encantador de saladas e a paletasuína na brasa, gratinada com queijo colonial,cebola caramelada e alho-poró. Ah, reserve umbom espaço para as sobremesas e o doce surpresado tabuleiro de xadrez. Crianças são muito bem-vindas nessa reserva ecológica apaixonante querenova os ares, o espírito e aguça o paladar.

ECOPARQUE SPERRY E BÊRGA MOTTALinha, 28 – Avenida Central (a 8km do Centro deGramado-RS), 54 9998-5488. O restauranteabre somente sábados, domingos e feriados das 13hàs 16h. www.ecoparquesperry.com.brComo chegar:Como chegar:Como chegar:Como chegar:Como chegar: siga pela avenida das Hortênsias,sentido Gramado-Canela. Ao avistar a loja Prawer,dobre à direita na Estrada Prof. Elvira A. Benetti epercorra 5km até o Ecoparque Sperry.

ALEXANDRA ARANOVICH,PUBLICITÁRIA E BLOGUEIRA

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CHARME DE JOSE IGNACIOEM PORTO ALEGREO estilo ao mesmo tempo elegante e descontraído dosbares e restaurantes de Jose Ignacio, no Uruguai, foi ainspiração para a montagem do Faro Dinning Roomand Bar, inaugurado em setembro em Porto Alegre/RS.O grupo La Playa, proprietário da nova casa, buscoureunir materiais típicos das construções minimalistasdo litoral uruguaio: pedra, madeira e vidro compõem oprédio de 340 metros quadrados. Um dos trunfos doFaro é a diversidade de ambientes disponíveis: deckaberto para o burburinho da Padre Chagas, loungesisolados por cortinas, mesas grandes e pequenas,discretas ou bem badaladas. O cardápio é baseado empetiscos da culinária uruguaia e inclui carnes deparrilla. Aos domingos o Faro serve um brunch.

RRRRRua Pua Pua Pua Pua Padre Chagas, 32, Moinhos de Vadre Chagas, 32, Moinhos de Vadre Chagas, 32, Moinhos de Vadre Chagas, 32, Moinhos de Vadre Chagas, 32, Moinhos de Vento. Fento. Fento. Fento. Fento. Foneoneoneoneone(51) 3533.3522. www(51) 3533.3522. www(51) 3533.3522. www(51) 3533.3522. www(51) 3533.3522. www.farobar.farobar.farobar.farobar.farobar.com.br.com.br.com.br.com.br.com.br

Cesta básica

ECOLAND: ALEGRIA ELAZER JUNTO À NATUREZAO nome não foi escolhido à toa. O hotel Ecoland,em Igrejinha/RS, funciona segundo uma propostatotalmente ecológica. Natureza é o que há de maisimportante por lá. O Ecoland é um parque comárea de mais de 150 hectares, rodeado de matanativa e dotado de instalações completas, capazesde oferecer conforto e muita diversão parahóspedes das mais diferentes idades. A ideia básicaé proporcionar experiências de lazer e descontraçãojunto à natureza. As crianças têm espaço de sobrapra correr e ainda encontram dentro do parque umminizoo com aves e espécies brasileiras. As trilhasecológicas, os lagos dedicados à pesca e os passeiosa cavalo são outras grandes atrações do Ecoland.Mas há muito mais a ser explorado, como aspiscinas, as quadras de esportes, os passeios debicicleta... Na hora do relax, quartos confortáveis eum restaurante panorâmico cheio de boas opções,além de um cardápio especial de peixes.RRRRRua Alfredo Brusius, 2121, Igrejinha/RS.ua Alfredo Brusius, 2121, Igrejinha/RS.ua Alfredo Brusius, 2121, Igrejinha/RS.ua Alfredo Brusius, 2121, Igrejinha/RS.ua Alfredo Brusius, 2121, Igrejinha/RS.FFFFFone (51) 3545.5500. wwwone (51) 3545.5500. wwwone (51) 3545.5500. wwwone (51) 3545.5500. wwwone (51) 3545.5500. www.ecoland.com.br.ecoland.com.br.ecoland.com.br.ecoland.com.br.ecoland.com.br

MILENE LEAL, JORNALISTA

FOTO: JOÃO MATTOS

FOTO

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Sabor

da perfeiçãoé amiga

Quando a pressa

P O R A L E X A N D R AA R A N O V I C H

I L U S T R A Ç Õ E S N I K

F O T O SL E T Í C I AR E M I Ã O

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Sabor

da perfeiçãoé amiga

Quando a pressa

P O R A L E X A N D R AA R A N O V I C H

I L U S T R A Ç Õ E S N I K

F O T O SL E T Í C I AR E M I Ã O

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Sabor

INJEÇÃO DE VITAMINAS:O CAMPEÃO DO SAÚDE NO COPO

Tomei o meu Campeão no banco de trásde um carro com três crianças a bordo, todasprontas para um passeio de domingo. Ótimopara começar a manhã. O Smoothie Campeão,o carro-chefe do Saúde no Copo, é feito de aba-caxi, banana e morango. Para ficar com a con-sistência cremosa – quase de um sorvetinho –,a banana e o morango são congelados. E sabequal o segredinho para deixar essa bebida aindamais perfeita? Fácil: uma caminhada no parque,um passeio pelo bairro, uma volta com o seucusco ou uma simples e despojada refeição aqualquer hora do dia.

A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO? DEPENDE DA OCA-

SIÃO. NO CASO DE REFEIÇÕES RÁPIDAS, GOSTOSAS E, AIN-

DA POR CIMA, SAUDÁVEIS, PODE SER QUE NÃO. ACRES-

CENTE UM DIA A DIA AGITADO, UMA PITADA DE PRAZO VEN-

CENDO, MISTURE COM TRÂNSITO E TEMPERE COM A COR-

RERIA DA CIDADE. VIU? NESSAS SITUAÇÕES, AS COMIDI-

NHAS LIGEIRINHAS PLUS NUTRITIVAS TORNAM-SE AMIGAS

ÍNTIMAS – PRATICAMENTE DE INFÂNCIA – DA PERFEIÇÃO.

O SEGREDINHO AQUI É NÃO CONTAR AS CALORIAS TÃO

ODIADAS, E SIM OS MOMENTOS GOSTOSOS DE CURTIÇÃO

QUE ESSAS REFEIÇÕES PODEM PROPORCIONAR, ESPECIAL-

MENTE QUANDO POSSUEM EFEITOS BENÉFICOS À SAÚDE

E DEIXAM A CONSCIÊNCIA LEVE E TRANQUILA. NÃO SOU

COZINHEIRA DE MÃO CHEIA, APENAS UMA GULOSA E APRE-

CIADORA DA BOA MESA. ASSIM, FUI CONVIDADA A FAZER

ESSE TESTE DE DEGUSTAÇÃO EM SETE MOMENTOS SABO-

READOS DE DIFERENTES FORMAS. A PRESSA, EM TODOS

ELES, ERA DO PREPARO, NUNCA DA VONTADE DE SABO-

REAR ESSAS DELÍCIAS TENTADORAS. AS RECEITAS DOS PRA-

TOS QUE APRECIEI ATÉ A ÚLTIMA GARFADA ESTÃO AQUI PARA

QUE O LEITOR EXPERIMENTE DO SEU JEITO. DE UM MAGNÍ-

FICO REFRESCO A UMA SOFISTICADA SALADA ASSINADA

PELA RENOMADA CHEF CARLA PERNAMBUCO, TUDO FEITO

EM POUCOS MINUTOS. AFASTE A MIOJO E MERGULHE NES-

SA EXPERIÊNCIA GASTRONÔMICA. A PRATICIDADE DE DI-

VERSOS PRATOS, COMBINADA A BONS INGREDIENTES E A

UMA APRESENTAÇÃO CAPRICHADA, PODE COMEÇAR SEM

PRETENSÃO ALGUMA E ACABAR COM POTENCIAL PARA VI-

RAR O MELHOR PEDAÇO DO SEU DIA. VAMOS LOGO AO QUE

INTERESSA (VAI QUE ALGUÉM AQUI ESTÁ COM PRESSA):

RECEITAS E INGREDIENTES, POR FAVOR! COMIDINHAS SABOROSAS, SAUDÁVEIS E, DE QUEBRA, RÁPIDAS NO PREPARO

SINÔNIMO DE PRATICIDADEE SABOR: CUSCUZ MARROQUINO

Existem muitas espécies de cuscuz, o queacaba confundindo um pouco quem não é en-tendido no assunto. No Brasil, temos o cuscuzpaulista e o de tapioca. O desta receita, que pro-vavelmente deve ser o mesmo com que você já sedeliciou em algum jantar ou restaurante por aí, éo marroquino. Um ingrediente curinga que podefazer as vezes do arroz, da batata, da massa oumesmo da salada. Em uma escala de zero a dez dedificuldade de preparo, o genial cuscuz ganhariaum zero. Fácil ao extremo. E é possível criar asua receita misturando o que aparecer de interes-sante na geladeira e na despensa. Essa é a receitasimples e gostosa que criamos lá em casa e quefoi a estrela de um jantar para amigos.

CUSCUZ MARROQUINO

1 XÍCARA DE ÁGUA QUENTE FERVENDO

(SE QUISER, PODE ACRESCENTAR 1/2 CALDO

DE GALINHA OU LEGUMES)

1 XÍCARA DE CUSCUZ

SAL E AZEITE

PISTACHE OU AMENDOIM PICADO

PASSAS

TEMPERADINHOS VERDES PICADOS

TOMATE-CEREJA CORTADO

MANJERICÃO

AIPO PICADO

QUEIJO DE CABRA (OPCIONAL)

Modo de preparo: coloque o cuscuz em uma tigela e adi-cione a água fervente. Tampe o prato e deixe hidratar por5 minutos. Acrescente azeite, sal e os ingredientes pica-dos. Misture bem e pronto.

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Sabor

INJEÇÃO DE VITAMINAS:O CAMPEÃO DO SAÚDE NO COPO

Tomei o meu Campeão no banco de trásde um carro com três crianças a bordo, todasprontas para um passeio de domingo. Ótimopara começar a manhã. O Smoothie Campeão,o carro-chefe do Saúde no Copo, é feito de aba-caxi, banana e morango. Para ficar com a con-sistência cremosa – quase de um sorvetinho –,a banana e o morango são congelados. E sabequal o segredinho para deixar essa bebida aindamais perfeita? Fácil: uma caminhada no parque,um passeio pelo bairro, uma volta com o seucusco ou uma simples e despojada refeição aqualquer hora do dia.

A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO? DEPENDE DA OCA-

SIÃO. NO CASO DE REFEIÇÕES RÁPIDAS, GOSTOSAS E, AIN-

DA POR CIMA, SAUDÁVEIS, PODE SER QUE NÃO. ACRES-

CENTE UM DIA A DIA AGITADO, UMA PITADA DE PRAZO VEN-

CENDO, MISTURE COM TRÂNSITO E TEMPERE COM A COR-

RERIA DA CIDADE. VIU? NESSAS SITUAÇÕES, AS COMIDI-

NHAS LIGEIRINHAS PLUS NUTRITIVAS TORNAM-SE AMIGAS

ÍNTIMAS – PRATICAMENTE DE INFÂNCIA – DA PERFEIÇÃO.

O SEGREDINHO AQUI É NÃO CONTAR AS CALORIAS TÃO

ODIADAS, E SIM OS MOMENTOS GOSTOSOS DE CURTIÇÃO

QUE ESSAS REFEIÇÕES PODEM PROPORCIONAR, ESPECIAL-

MENTE QUANDO POSSUEM EFEITOS BENÉFICOS À SAÚDE

E DEIXAM A CONSCIÊNCIA LEVE E TRANQUILA. NÃO SOU

COZINHEIRA DE MÃO CHEIA, APENAS UMA GULOSA E APRE-

CIADORA DA BOA MESA. ASSIM, FUI CONVIDADA A FAZER

ESSE TESTE DE DEGUSTAÇÃO EM SETE MOMENTOS SABO-

READOS DE DIFERENTES FORMAS. A PRESSA, EM TODOS

ELES, ERA DO PREPARO, NUNCA DA VONTADE DE SABO-

REAR ESSAS DELÍCIAS TENTADORAS. AS RECEITAS DOS PRA-

TOS QUE APRECIEI ATÉ A ÚLTIMA GARFADA ESTÃO AQUI PARA

QUE O LEITOR EXPERIMENTE DO SEU JEITO. DE UM MAGNÍ-

FICO REFRESCO A UMA SOFISTICADA SALADA ASSINADA

PELA RENOMADA CHEF CARLA PERNAMBUCO, TUDO FEITO

EM POUCOS MINUTOS. AFASTE A MIOJO E MERGULHE NES-

SA EXPERIÊNCIA GASTRONÔMICA. A PRATICIDADE DE DI-

VERSOS PRATOS, COMBINADA A BONS INGREDIENTES E A

UMA APRESENTAÇÃO CAPRICHADA, PODE COMEÇAR SEM

PRETENSÃO ALGUMA E ACABAR COM POTENCIAL PARA VI-

RAR O MELHOR PEDAÇO DO SEU DIA. VAMOS LOGO AO QUE

INTERESSA (VAI QUE ALGUÉM AQUI ESTÁ COM PRESSA):

RECEITAS E INGREDIENTES, POR FAVOR! COMIDINHAS SABOROSAS, SAUDÁVEIS E, DE QUEBRA, RÁPIDAS NO PREPARO

SINÔNIMO DE PRATICIDADEE SABOR: CUSCUZ MARROQUINO

Existem muitas espécies de cuscuz, o queacaba confundindo um pouco quem não é en-tendido no assunto. No Brasil, temos o cuscuzpaulista e o de tapioca. O desta receita, que pro-vavelmente deve ser o mesmo com que você já sedeliciou em algum jantar ou restaurante por aí, éo marroquino. Um ingrediente curinga que podefazer as vezes do arroz, da batata, da massa oumesmo da salada. Em uma escala de zero a dez dedificuldade de preparo, o genial cuscuz ganhariaum zero. Fácil ao extremo. E é possível criar asua receita misturando o que aparecer de interes-sante na geladeira e na despensa. Essa é a receitasimples e gostosa que criamos lá em casa e quefoi a estrela de um jantar para amigos.

CUSCUZ MARROQUINO

1 XÍCARA DE ÁGUA QUENTE FERVENDO

(SE QUISER, PODE ACRESCENTAR 1/2 CALDO

DE GALINHA OU LEGUMES)

1 XÍCARA DE CUSCUZ

SAL E AZEITE

PISTACHE OU AMENDOIM PICADO

PASSAS

TEMPERADINHOS VERDES PICADOS

TOMATE-CEREJA CORTADO

MANJERICÃO

AIPO PICADO

QUEIJO DE CABRA (OPCIONAL)

Modo de preparo: coloque o cuscuz em uma tigela e adi-cione a água fervente. Tampe o prato e deixe hidratar por5 minutos. Acrescente azeite, sal e os ingredientes pica-dos. Misture bem e pronto.

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NIKITA DA BARBARELA.O PRETINHO NADA BÁSICO

Ana Zita, a proprietária da Barbarela Bakery no bair-ro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, sempre demons-trou muito entusiasmo e paixão pelo que faz. Tanto amorsó podia acabar em grandes receitas de pães bem diferen-ciados. Ana explicou-me os detalhes do preparo, os in-gredientes e toda a sua engenharia para fabricar seus pães.Mas, na verdade, você só entenderá o quanto eles sãoespeciais comendo. Cada produto dessa Boulangerie pralá de charmosa pode transportar você a memórias afetivasde viagens para França ou Estados Unidos. Ou então,criar um momento único. Com o sanduíche de pão preto(e que pão!), o Nikita, é assim. Dividi meu Nikita comuma amiga durante um happy hour. Devorei o meu pe-daço quentinho e crocante em poucos segundos e fiqueicobiçando o da amiga, que o saboreou lentamente. A com-binação da pasta de atum com o pão preto é perfeita –explicou Ana Zita. Eu respondi: “Perfeito mesmo é essepão preto saído do forno com pasta de atum, tomate, al-face e mozzarella gratinada”.

OMELETE RECHEADA,A SALVADORA DA PÁTRIA

Quem nunca fritou um ovo que atire a primeirafrigideira no fogão. Quando o ovo deixou de ser o vilão,todos nós agradecemos. Não há nada mais prático, nu-tritivo e com um certo grau de saudosismo: muitos paispreparavam (alguns ainda hoje preparam) gemada ouum ovinho mole para saciar a fome noturna dos filhos.Quando o almoço ou jantar solicitam uma certa pressa,a Omelete Recheada de verduras pode ser a escolha per-feita. A fome toma chá de sumiço e demora horas paraaparecer. Deve ser por isso que os americanos – quemandam ver na omelete já no café da manhã – só fazemum lanchinho no almoço, e não uma refeição. Minhaomelete foi devorada na companhia de minha mãe, du-rante um curto e bom almoço.

3 OVOS

1 COLHER (SOPA) DE LEITE

SAL

ÓLEO OU MANTEIGA

4 FATIAS DE QUEIJO

ORÉGANO

VAGEM, TOMATE-CEREJA, BRÓCOLIS E CENOURA

(OU OUTRAS VERDURAS A GOSTO)

Modo de fazer: para o recheio, corte a vagem e a cenoura empedaços pequenos e faça um rápido refogado. Cozinhe o brócolisseparadamente e corte em pedaços pequenos. Misture as verdu-ras refogadas, o brócolis e o tomate picado e aqueça somentequando a omelete estiver quase pronta. Para a omelete, bata 3ovos com 1 colher de leite e sal a gosto. Aqueça o azeite em umafrigideira antiaderente média. Coloque os ovos batidos e tampepara que cozinhem mais rápido. Vire com a ajuda de duas espátulase acrescente as fatias de queijo e orégano. Coloque as verdurasaquecidas cobrindo apenas metade da omelete e feche no forma-to de meia-lua. Sirva com um mix de folhas verdes.

Sabor

MOLHO DE MAIONESE CREMOSO

2 OVOS (CLARA E GEMA)

1 XÍCARA DE ÓLEO

1 COLHER (CHÁ) DE SAL

1 COLHER (CHÁ) DE SUCO DE LIMÃO

2 COLHERES (SOPA) DE CREME DE LEITE FRESCO

Modo de fazer: coloque no liquidificador os ovos e bata um pou-co, e daí, com o liquidificador ainda ligado, ir acrescente lenta-mente o óleo. Quando sentir que a mistura firmou, acrescente sal,suco de limão e o creme de leite. Bata somente o necessário paramisturar tudo.

PASTA DE ATUM (PARA 1 NIKITA)

40 G DE ATUM INTEIRO EM ÓLEO DRENADO (1/3 DA LATA)

2 COLHERES (SOPA) DE MOLHO DE MAIONESE CREMOSO

Modo de fazer: Misturar bem os dois ingredientes, até formar uma pasta.

Montagem: preaqueça o forno a 200°C. Abra o pão preto de mel e linhaçacom crosta de aveia laminada (schwarzbrot) ao meio e coloque mozzarella(de preferência ralada) nos dois lados do pão e leve para gratinar por uns5 minutos, até derreter bem o queijo. Daí, coloque 3 rodelas de tomate deum lado, alface americana do outro e no centro acrescente a pasta deatum. A mistura do pão quente e levemente adocicado, queijo derretidocom a pasta e saladas fresquinhas é tudo de bom!

Page 17: Revista Estilo 53

NIKITA DA BARBARELA.O PRETINHO NADA BÁSICO

Ana Zita, a proprietária da Barbarela Bakery no bair-ro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, sempre demons-trou muito entusiasmo e paixão pelo que faz. Tanto amorsó podia acabar em grandes receitas de pães bem diferen-ciados. Ana explicou-me os detalhes do preparo, os in-gredientes e toda a sua engenharia para fabricar seus pães.Mas, na verdade, você só entenderá o quanto eles sãoespeciais comendo. Cada produto dessa Boulangerie pralá de charmosa pode transportar você a memórias afetivasde viagens para França ou Estados Unidos. Ou então,criar um momento único. Com o sanduíche de pão preto(e que pão!), o Nikita, é assim. Dividi meu Nikita comuma amiga durante um happy hour. Devorei o meu pe-daço quentinho e crocante em poucos segundos e fiqueicobiçando o da amiga, que o saboreou lentamente. A com-binação da pasta de atum com o pão preto é perfeita –explicou Ana Zita. Eu respondi: “Perfeito mesmo é essepão preto saído do forno com pasta de atum, tomate, al-face e mozzarella gratinada”.

OMELETE RECHEADA,A SALVADORA DA PÁTRIA

Quem nunca fritou um ovo que atire a primeirafrigideira no fogão. Quando o ovo deixou de ser o vilão,todos nós agradecemos. Não há nada mais prático, nu-tritivo e com um certo grau de saudosismo: muitos paispreparavam (alguns ainda hoje preparam) gemada ouum ovinho mole para saciar a fome noturna dos filhos.Quando o almoço ou jantar solicitam uma certa pressa,a Omelete Recheada de verduras pode ser a escolha per-feita. A fome toma chá de sumiço e demora horas paraaparecer. Deve ser por isso que os americanos – quemandam ver na omelete já no café da manhã – só fazemum lanchinho no almoço, e não uma refeição. Minhaomelete foi devorada na companhia de minha mãe, du-rante um curto e bom almoço.

3 OVOS

1 COLHER (SOPA) DE LEITE

SAL

ÓLEO OU MANTEIGA

4 FATIAS DE QUEIJO

ORÉGANO

VAGEM, TOMATE-CEREJA, BRÓCOLIS E CENOURA

(OU OUTRAS VERDURAS A GOSTO)

Modo de fazer: para o recheio, corte a vagem e a cenoura empedaços pequenos e faça um rápido refogado. Cozinhe o brócolisseparadamente e corte em pedaços pequenos. Misture as verdu-ras refogadas, o brócolis e o tomate picado e aqueça somentequando a omelete estiver quase pronta. Para a omelete, bata 3ovos com 1 colher de leite e sal a gosto. Aqueça o azeite em umafrigideira antiaderente média. Coloque os ovos batidos e tampepara que cozinhem mais rápido. Vire com a ajuda de duas espátulase acrescente as fatias de queijo e orégano. Coloque as verdurasaquecidas cobrindo apenas metade da omelete e feche no forma-to de meia-lua. Sirva com um mix de folhas verdes.

Sabor

MOLHO DE MAIONESE CREMOSO

2 OVOS (CLARA E GEMA)

1 XÍCARA DE ÓLEO

1 COLHER (CHÁ) DE SAL

1 COLHER (CHÁ) DE SUCO DE LIMÃO

2 COLHERES (SOPA) DE CREME DE LEITE FRESCO

Modo de fazer: coloque no liquidificador os ovos e bata um pou-co, e daí, com o liquidificador ainda ligado, ir acrescente lenta-mente o óleo. Quando sentir que a mistura firmou, acrescente sal,suco de limão e o creme de leite. Bata somente o necessário paramisturar tudo.

PASTA DE ATUM (PARA 1 NIKITA)

40 G DE ATUM INTEIRO EM ÓLEO DRENADO (1/3 DA LATA)

2 COLHERES (SOPA) DE MOLHO DE MAIONESE CREMOSO

Modo de fazer: Misturar bem os dois ingredientes, até formar uma pasta.

Montagem: preaqueça o forno a 200°C. Abra o pão preto de mel e linhaçacom crosta de aveia laminada (schwarzbrot) ao meio e coloque mozzarella(de preferência ralada) nos dois lados do pão e leve para gratinar por uns5 minutos, até derreter bem o queijo. Daí, coloque 3 rodelas de tomate deum lado, alface americana do outro e no centro acrescente a pasta deatum. A mistura do pão quente e levemente adocicado, queijo derretidocom a pasta e saladas fresquinhas é tudo de bom!

Page 18: Revista Estilo 53

SaborO DESPERTAR DAS PANQUECASCOM AVEIA E FRUTAS VERMELHAS

Na modalidade café da manhã, a pressa é “mui ini-miga” da perfeição. O bom é que o final de semana estásempre aí para que essa refeição ganhe todas as honras emimos que merece. As panquecas americanas podem dei-xar linda até uma manhã de chuva. Adicionando aveia efrutas vermelhas, a minha ficou de lamber os beiços.

INGREDIENTES PANQUECAS

½ XÍC. DE AVEIA EM FLOCOS

½ XÍC. DE ÁGUA FERVENTE

3/4 XÍC. DE FARINHA DE TRIGO

2 COLHERES (SOPA) DE AÇÚCAR

1 OVO

3/4 XÍC. DE LEITE

PITADA DE SAL

2 COLHERES (SOPA) DE MANTEIGA

2 COLHERES (CHÁ) DE FERMENTO EM PÓ

PITADA DE CANELA OPCIONAL

PARA COBERTURA

1 COLHERES (SOPA) DE GELEIA

DE AMORA OU MORANGO

FRUTAS VERMELHAS DA ESTAÇÃO

Modo de fazer: em uma xícara gran-de, coloque a aveia e a água ferven-do. Deixe repousar por 5 minutos.Bata o ovo e acrescente o leite, açú-car e a manteiga já derretida. Emoutra tigela, misture a farinha, fer-mento e o sal. Misture tudo e acres-cente a aveia. Pincele a frigideiracom manteiga e, com a ajuda de umaconcha pequena, coloque a massa.Aparecendo as bolinhas, vire de lado.

Modo de fazer cobertura: Corte o mo-rango e misture com a amora, a fram-boesa e o mirtilo. Aqueça levemente ageleia no micro-ondas e misture comas frutas. Sugestão: acrescente syrupou mel à cobertura.

4 FIGOS MADUROS E FIRMES

8 FATIAS FINAS DE PRESUNTO DE PARMA

120 G DE QUEIJO DE CABRA BÛCHE

OU CHABICHOU

2 MAÇOS DE BROTO DE AGRIÃO LAVADOS

1/2 XÍCARA DE VINAGRETE BALSÂMICO

Modo de fazer: corte os figos ao meio,aqueça-os numa frigideira antiaderentecom um fio de azeite e sele-os. Nocentro do prato, arrume um montinhode broto de agrião, tempere comvinagrete, arrume os figos ao lado comas fatias de presunto e, sobre as fo-lhas, esfarele um pouco do queijo decabra. Dica: experimente substituir oagrião por rúculas bem miúdas.

A SALADA COM FIGOS E DESOBRENOME PERNAMBUCO

A chef gaúcha Carla Pernambuco faz sucesso mun-do afora, principalmente em seus dois restaurantes: oCarlota de São Paulo e o do Rio de Janeiro. Autora devários livros apaixonantes de receitas, Carla é uma mes-tre em dosar especiarias e temperos. Seu suflê de goiaba-da com calda de catupiry é famosíssimo. Basta pesquisarno Google e você verá quantas vezes a receita aparece natela do seu computador. Outra provinha de suas especia-lidades é essa divina salada de figos, presunto de Parma equeijo de cabra. Ideal para impressionar muito os amigosem um jantar organizado às pressas. Mas também perfei-ta durante uma refeição sozinha e repleta de sabor no seudia a dia (a minha foi assim!).

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SaborO DESPERTAR DAS PANQUECASCOM AVEIA E FRUTAS VERMELHAS

Na modalidade café da manhã, a pressa é “mui ini-miga” da perfeição. O bom é que o final de semana estásempre aí para que essa refeição ganhe todas as honras emimos que merece. As panquecas americanas podem dei-xar linda até uma manhã de chuva. Adicionando aveia efrutas vermelhas, a minha ficou de lamber os beiços.

INGREDIENTES PANQUECAS

½ XÍC. DE AVEIA EM FLOCOS

½ XÍC. DE ÁGUA FERVENTE

3/4 XÍC. DE FARINHA DE TRIGO

2 COLHERES (SOPA) DE AÇÚCAR

1 OVO

3/4 XÍC. DE LEITE

PITADA DE SAL

2 COLHERES (SOPA) DE MANTEIGA

2 COLHERES (CHÁ) DE FERMENTO EM PÓ

PITADA DE CANELA OPCIONAL

PARA COBERTURA

1 COLHERES (SOPA) DE GELEIA

DE AMORA OU MORANGO

FRUTAS VERMELHAS DA ESTAÇÃO

Modo de fazer: em uma xícara gran-de, coloque a aveia e a água ferven-do. Deixe repousar por 5 minutos.Bata o ovo e acrescente o leite, açú-car e a manteiga já derretida. Emoutra tigela, misture a farinha, fer-mento e o sal. Misture tudo e acres-cente a aveia. Pincele a frigideiracom manteiga e, com a ajuda de umaconcha pequena, coloque a massa.Aparecendo as bolinhas, vire de lado.

Modo de fazer cobertura: Corte o mo-rango e misture com a amora, a fram-boesa e o mirtilo. Aqueça levemente ageleia no micro-ondas e misture comas frutas. Sugestão: acrescente syrupou mel à cobertura.

4 FIGOS MADUROS E FIRMES

8 FATIAS FINAS DE PRESUNTO DE PARMA

120 G DE QUEIJO DE CABRA BÛCHE

OU CHABICHOU

2 MAÇOS DE BROTO DE AGRIÃO LAVADOS

1/2 XÍCARA DE VINAGRETE BALSÂMICO

Modo de fazer: corte os figos ao meio,aqueça-os numa frigideira antiaderentecom um fio de azeite e sele-os. Nocentro do prato, arrume um montinhode broto de agrião, tempere comvinagrete, arrume os figos ao lado comas fatias de presunto e, sobre as fo-lhas, esfarele um pouco do queijo decabra. Dica: experimente substituir oagrião por rúculas bem miúdas.

A SALADA COM FIGOS E DESOBRENOME PERNAMBUCO

A chef gaúcha Carla Pernambuco faz sucesso mun-do afora, principalmente em seus dois restaurantes: oCarlota de São Paulo e o do Rio de Janeiro. Autora devários livros apaixonantes de receitas, Carla é uma mes-tre em dosar especiarias e temperos. Seu suflê de goiaba-da com calda de catupiry é famosíssimo. Basta pesquisarno Google e você verá quantas vezes a receita aparece natela do seu computador. Outra provinha de suas especia-lidades é essa divina salada de figos, presunto de Parma equeijo de cabra. Ideal para impressionar muito os amigosem um jantar organizado às pressas. Mas também perfei-ta durante uma refeição sozinha e repleta de sabor no seudia a dia (a minha foi assim!).

Page 20: Revista Estilo 53

Sabor

MUITO RESPEITO AOSR. HAMBÚRGUER

DA PÂTISSIERQuem disse que o hambúrguer per-

feito precisa de pão? Na esplêndida re-ceita do chef Marcelo Gonçalves, dobistrô Pâtissier, ele é totalmente dispen-sável. Que bom, pois libera uma certaculpa calórica. Um dos segredos, segun-do o chef, é assar no carvão (“Meninos,help!”). Os acompanhamentos são igual-mente divinos: anéis de cebola,gorgonzola, minibatatas e um bom mo-lho barbecure como gran finale. Degus-tei meu Sr. Hambúrguer numa conversagostosa com o Marcelo sobre churras-queiras, o livro do Francis Mallmann (omestre do fogo alto) e restaurantes decarne em Buenos Aires. Que delícia.

150 G DE FILÉ MIGNON

75 G DE LINGUIÇA DEFUMADA

(METADE COM PIMENTA E METADE

SEM PIMENTA)

FARINHA DE ROSCA

SAL E PIMENTA PRETA MOÍDA

1 COLHER (CHÁ) DE SALSA

AZEITE DE OLIVA

LASCAS DE GORGONZOLA

ANÉIS DE CEBOLA ROXA

5 BATATAS BOLINHA

MOLHO BARBECUE

Modo de fazer: para fazer o hambúrger, misture as carnes, tem-pere com sal, salsa picada, óleo de oliva e pimenta preta e dê aliga com farinha de rosca. Deixe a mistura em formato dehambúrger. Passe no óleo e coloque na grelha quente untada.Quando estiver começando a ficar tostado por fora, coloque noforno a 200oC por cinco minutos. Montagem: em um prato, colo-que o molho barbecue, em cima, o hambúrger, as raspas degorgonzola e os anéis de cebola. Ao lado, distribua as batatasbolinhas já cozidas.

Page 21: Revista Estilo 53

Sabor

MUITO RESPEITO AOSR. HAMBÚRGUER

DA PÂTISSIERQuem disse que o hambúrguer per-

feito precisa de pão? Na esplêndida re-ceita do chef Marcelo Gonçalves, dobistrô Pâtissier, ele é totalmente dispen-sável. Que bom, pois libera uma certaculpa calórica. Um dos segredos, segun-do o chef, é assar no carvão (“Meninos,help!”). Os acompanhamentos são igual-mente divinos: anéis de cebola,gorgonzola, minibatatas e um bom mo-lho barbecure como gran finale. Degus-tei meu Sr. Hambúrguer numa conversagostosa com o Marcelo sobre churras-queiras, o livro do Francis Mallmann (omestre do fogo alto) e restaurantes decarne em Buenos Aires. Que delícia.

150 G DE FILÉ MIGNON

75 G DE LINGUIÇA DEFUMADA

(METADE COM PIMENTA E METADE

SEM PIMENTA)

FARINHA DE ROSCA

SAL E PIMENTA PRETA MOÍDA

1 COLHER (CHÁ) DE SALSA

AZEITE DE OLIVA

LASCAS DE GORGONZOLA

ANÉIS DE CEBOLA ROXA

5 BATATAS BOLINHA

MOLHO BARBECUE

Modo de fazer: para fazer o hambúrger, misture as carnes, tem-pere com sal, salsa picada, óleo de oliva e pimenta preta e dê aliga com farinha de rosca. Deixe a mistura em formato dehambúrger. Passe no óleo e coloque na grelha quente untada.Quando estiver começando a ficar tostado por fora, coloque noforno a 200oC por cinco minutos. Montagem: em um prato, colo-que o molho barbecue, em cima, o hambúrger, as raspas degorgonzola e os anéis de cebola. Ao lado, distribua as batatasbolinhas já cozidas.

Page 22: Revista Estilo 53

MUITOS ELOGIOS E ZERO ESFORÇO:O CRUMBLE DE MAÇÃ

Sabe aquele docinho que não dá nenhum tra-balho e todos elogiam como se fosse algo muitosofisticado e, ainda, complicado de fazer? Esse é oCrumble de Maçã. Sem segredos e cheio de sabor.Só o cheirinho da maçã assada com a farofa docesaindo do forno já é reconfortante. Bom com café,chá ou sorvete de creme. E perfeito para finalizaresse prazeroso e rápido teste de degustação. Dá pararepetir? A seguir, o Crumble de Maçã da Marisa.

Sabor

INGREDIENTES DO RECHEIO

5 MAÇÃS TIPO FUJI

UM PUNHADO DE NOZES PICADAS

UM PUNHADO DE PASSAS DE UVA PRETA

SUCO DE MEIO LIMÃO

INGREDIENTES DA COBERTURA

2 XÍCARAS DE AÇÚCAR

1 XÍCARA DE FARINHA

2 COLHERES (SOPA) DE MAISENA

1 GEMA

MEIO PACOTE DE MANTEIGA

UMA COLHER (SOBREMESA) DE CANELA

Modo de fazer: descasque as maçãse cor te-as em pedaços finos (fatias).Coloque os pedaços da fruta em umprato refratário retangular ou redon-do. Espalhe por entre as maçãs ospedaços de nozes e as passas de uva.Derrame o suco de meio limão sobrea fruta, para que a maçã não escure-ça. À parte, prepare a farofa de co-bertura, misturando primeiro os ingre-dientes secos, depois a gema e porúltimo a manteiga (que deve estar bemconsistente, refrigerada). Para obtera consistência correta, misture comsuavidade, amassando um pouco comos dedos. A farofa deve formar“grumos” e não pode se transformarem uma massa homogênea.Coloque a farofa sobre as maçãs, noprato refratário, cobrindo bem a fruta.Leve ao forno pré aquecido a 180°Cpor cerca de meia hora. O crumbleestará pronto quando a farofa ficardourada.

Page 23: Revista Estilo 53

MUITOS ELOGIOS E ZERO ESFORÇO:O CRUMBLE DE MAÇÃ

Sabe aquele docinho que não dá nenhum tra-balho e todos elogiam como se fosse algo muitosofisticado e, ainda, complicado de fazer? Esse é oCrumble de Maçã. Sem segredos e cheio de sabor.Só o cheirinho da maçã assada com a farofa docesaindo do forno já é reconfortante. Bom com café,chá ou sorvete de creme. E perfeito para finalizaresse prazeroso e rápido teste de degustação. Dá pararepetir? A seguir, o Crumble de Maçã da Marisa.

Sabor

INGREDIENTES DO RECHEIO

5 MAÇÃS TIPO FUJI

UM PUNHADO DE NOZES PICADAS

UM PUNHADO DE PASSAS DE UVA PRETA

SUCO DE MEIO LIMÃO

INGREDIENTES DA COBERTURA

2 XÍCARAS DE AÇÚCAR

1 XÍCARA DE FARINHA

2 COLHERES (SOPA) DE MAISENA

1 GEMA

MEIO PACOTE DE MANTEIGA

UMA COLHER (SOBREMESA) DE CANELA

Modo de fazer: descasque as maçãse cor te-as em pedaços finos (fatias).Coloque os pedaços da fruta em umprato refratário retangular ou redon-do. Espalhe por entre as maçãs ospedaços de nozes e as passas de uva.Derrame o suco de meio limão sobrea fruta, para que a maçã não escure-ça. À parte, prepare a farofa de co-bertura, misturando primeiro os ingre-dientes secos, depois a gema e porúltimo a manteiga (que deve estar bemconsistente, refrigerada). Para obtera consistência correta, misture comsuavidade, amassando um pouco comos dedos. A farofa deve formar“grumos” e não pode se transformarem uma massa homogênea.Coloque a farofa sobre as maçãs, noprato refratário, cobrindo bem a fruta.Leve ao forno pré aquecido a 180°Cpor cerca de meia hora. O crumbleestará pronto quando a farofa ficardourada.

Page 24: Revista Estilo 53

Humanas criaturas

ACIMA DO CHÃOEu estava esbravejando, furiosa, com a incapa-

cidade masculina de levantar as coisas que eles mes-mos jogam no chão. Meu filho de 10 anos acha nor-mal trocar de roupa e fazer o que com a roupa queestava vestindo? Jogar no chão, claro. O chão supor-ta tudo, cuecas, meias sujas, toalhas molhadas. “Quesaco!!”, gritava eu. “Não é possível assim. Vocês jo-gam tudo no chão. Roupa suja, roupa limpa, toalhas,pedaços de papel, lençóis, cobertas, copos, tudo nochão sempre no caminho de alguém!!! Vocês são to-dos uns meninos mimados! Precisam de um séquitode empregadas, mulheres de todos os tipos, irmãs, es-posas, mães. Vocês não têm solução. Todos são assim.Que saco!!!!! Isso é um karma genético!!!!!”

E ele, como sempre, silencioso diante do meu ver-bo saltitante.

Rompeu o silêncio dizendo: “E as mulheres nãoapagam a luz”.

Ah, eu adorei a deixa. Já estava irritada mesmo.

“Claro que as mulheres não apagam a luz. Porqueas mulheres são a própria luz! Uma luz na escuridãodeste mundo macho onde a ordem genética é não fa-

T E T Ê P A C H E C O

TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA

32 Estilo Zaffari

zer por si mesmo, é deixar que façam, que arrumem,que juntem!!! Sempre vai ter uma mulher iluminadamelhorando tudo na vida de vocês. Trazendo graça,alegria, movimento, arrumando as bagunças existen-ciais, colocando os pingos nos is, as roupas nos armá-rios, dando ordens e melhorando a ordem, a limpeza,as coisas levantadas do chão.”

Me achei brilhante.

Mais silêncio.

Ele: “Então é assim. As mulheres mantêm a luz. Eos homens, os pés no chão”.

Minha vez de fazer silêncio.

Pensando bem, melhor deixar as coisas onde estãomesmo.

Page 25: Revista Estilo 53
Page 26: Revista Estilo 53

Casa

Quartinhosencantados

P O R I R E N E M A R C O N D E S F O T O S L E T Í C I A R E M I Ã O

O MUNDO DE UMA CRIANÇA É MÁGICO. USANDO A

IMAGINAÇÃO ELA CRIA HISTÓRIAS E BRINCADEI-

RAS QUE A AJUDA A CONSTRUIR E A DECODIFICAR

O MUNDO REAL. PARA ELA, NÃO HÁ LUGARZINHO

MAIS ENCANTADO DO QUE O SEU PRÓPRIO QUAR-

TO. A DECORAÇÃO TEM UM PROPÓSITO: ACOLHER

OS BRINQUEDOS E OS MÓVEIS DE MANEIRA

LÚDICA E ORGANIZADA. LINDOS TECIDOS COMBI-

NADOS COM MARCENARIAS EXCLUSIVAS E ATÉ COM

PEÇAS GARIMPADAS EM ANTIQUÁRIOS DÃO VIDA

A ESTES TRÊS QUARTINHOS FORMIDÁVEIS.

34 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 35

Page 27: Revista Estilo 53

Casa

Quartinhosencantados

P O R I R E N E M A R C O N D E S F O T O S L E T Í C I A R E M I Ã O

O MUNDO DE UMA CRIANÇA É MÁGICO. USANDO A

IMAGINAÇÃO ELA CRIA HISTÓRIAS E BRINCADEI-

RAS QUE A AJUDA A CONSTRUIR E A DECODIFICAR

O MUNDO REAL. PARA ELA, NÃO HÁ LUGARZINHO

MAIS ENCANTADO DO QUE O SEU PRÓPRIO QUAR-

TO. A DECORAÇÃO TEM UM PROPÓSITO: ACOLHER

OS BRINQUEDOS E OS MÓVEIS DE MANEIRA

LÚDICA E ORGANIZADA. LINDOS TECIDOS COMBI-

NADOS COM MARCENARIAS EXCLUSIVAS E ATÉ COM

PEÇAS GARIMPADAS EM ANTIQUÁRIOS DÃO VIDA

A ESTES TRÊS QUARTINHOS FORMIDÁVEIS.

34 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 35

Page 28: Revista Estilo 53

Casa

No aniversário de 3 aninhos de Dora, que acaba de serrealizado, a Alice, o Chapeleiro Maluco e o coelho fizeram par-te da decoração da festa. A escolha do tema teve uma razão: apequena Dora adora brincar de tomar chazinho na sua mesinhade ferro – uma miniatura das mesas de jardim. Cada cantinhodo seu quarto tem um objeto cheio de histórias para contar. Acama de ferro, por exemplo, foi descoberta no fundo de umaloja em Porto Alegre. Danificada, a peça passou por restauro,ganhou uma pintura vermelha e hoje se transformou naquiloem que a própria pequena gosta de chamar de “ninho”. Asalmofadas exploram uma composição de estampas e texturasque imprime uma atmosfera lúdica e delicada. “Sou apaixona-da por decoração, por design, por cores e formas e tento trazertudo isso para o quartinho da minha filha”, comenta Titi Juchem,publicitária e designer gráfica. As prateleiras e os varões queemolduram a cama vieram do antigo loft da moradora e aquiganharam uma importante função: acomodar todos osbrinquedinhos e objetos decorativos da pequena. Já com idadepara brincar de casinha, Dora apaixonou-se pelo fogãozinho deMDF feito pela própria mamãe, que atualmente desenvolve umalinha de brinquedos superexclusivos. Panelinhas, pratinhos epaninhos descolados penduram-se na gancheira inglesa. Umaforma pra lá de charmosa que Titi encontrou de organizar abrincadeira.

No País das Maravilhas

ESTAMPAS VARIADASGIRAM EM TORNODO VERMELHO –A COR ESCOLHIDAPARA DORA

36 Estilo Zaffari

Page 29: Revista Estilo 53

Casa

No aniversário de 3 aninhos de Dora, que acaba de serrealizado, a Alice, o Chapeleiro Maluco e o coelho fizeram par-te da decoração da festa. A escolha do tema teve uma razão: apequena Dora adora brincar de tomar chazinho na sua mesinhade ferro – uma miniatura das mesas de jardim. Cada cantinhodo seu quarto tem um objeto cheio de histórias para contar. Acama de ferro, por exemplo, foi descoberta no fundo de umaloja em Porto Alegre. Danificada, a peça passou por restauro,ganhou uma pintura vermelha e hoje se transformou naquiloem que a própria pequena gosta de chamar de “ninho”. Asalmofadas exploram uma composição de estampas e texturasque imprime uma atmosfera lúdica e delicada. “Sou apaixona-da por decoração, por design, por cores e formas e tento trazertudo isso para o quartinho da minha filha”, comenta Titi Juchem,publicitária e designer gráfica. As prateleiras e os varões queemolduram a cama vieram do antigo loft da moradora e aquiganharam uma importante função: acomodar todos osbrinquedinhos e objetos decorativos da pequena. Já com idadepara brincar de casinha, Dora apaixonou-se pelo fogãozinho deMDF feito pela própria mamãe, que atualmente desenvolve umalinha de brinquedos superexclusivos. Panelinhas, pratinhos epaninhos descolados penduram-se na gancheira inglesa. Umaforma pra lá de charmosa que Titi encontrou de organizar abrincadeira.

No País das Maravilhas

ESTAMPAS VARIADASGIRAM EM TORNODO VERMELHO –A COR ESCOLHIDAPARA DORA

36 Estilo Zaffari

Page 30: Revista Estilo 53

Casa

OS DOTS (NOME DADO AOS

DESENHOS DE BOLINHAS)

APARECEM EM VÁRIOS OBJETOS

DO QUARTINHO, FORMANDO

A PRINCIPAL IDENTIDADE DESTA

DECORAÇÃO, QUE ACOMPANHA

A PEQUENA DORA DESDE

O SEU NASCIMENTO

Page 31: Revista Estilo 53

Casa

OS DOTS (NOME DADO AOS

DESENHOS DE BOLINHAS)

APARECEM EM VÁRIOS OBJETOS

DO QUARTINHO, FORMANDO

A PRINCIPAL IDENTIDADE DESTA

DECORAÇÃO, QUE ACOMPANHA

A PEQUENA DORA DESDE

O SEU NASCIMENTO

Page 32: Revista Estilo 53

Casa

A PEDIDO DOSMENINOS, O AZUL

PREDOMINA,CLARO!

Três netinhos com idades entre 11 meses, 4 e 5 anos motivaram os avósa criar um espaço especial para receber as crianças. A proposta desta atmos-fera divertida e prática ficou sob responsabilidade do arquiteto gaúcho ZecaAmaral. Todas as peças foram desenhadas sob medida para o ambiente, demodo que além do beliche e da bicama ainda fosse possível oferecer umespaço para brincadeiras. Deu certo. O quartinho conta com uma mesacheia de recursos bacanas: rolo de papel para desenhar, gavetas fininhaspara guardar lápis e caixas forradas com tecidos para acomodar os brinque-dos. Para que tudo ficasse intimamente conectado ao universo dos meni-nos, Zeca optou por adesivar um mapa-múndi estilizado na parede do quar-to. “Apesar de pequenos, eles viajam bastante. Achei que o tema agradaria”,conta o arquiteto. Como o pé-direito do ambiente é alto, Zeca traçou aparede de ponta a ponta com uma barra vermelha. “Assim esta sensaçãodiminui, deixando o espaço mais aconchegante”, explica. Detalhe interes-sante: as luminárias de led e alumínio fixadas em cada uma das camas per-mitem que as crianças leiam seus livrinhos individualmente. Até porque nacasa dos avós dormir é o que menos importa.

Magia na casa dos avós

FOTO

S: E

DUAR

DO L

IOTT

I

40 Estilo Zaffari

Page 33: Revista Estilo 53

Casa

A PEDIDO DOSMENINOS, O AZUL

PREDOMINA,CLARO!

Três netinhos com idades entre 11 meses, 4 e 5 anos motivaram os avósa criar um espaço especial para receber as crianças. A proposta desta atmos-fera divertida e prática ficou sob responsabilidade do arquiteto gaúcho ZecaAmaral. Todas as peças foram desenhadas sob medida para o ambiente, demodo que além do beliche e da bicama ainda fosse possível oferecer umespaço para brincadeiras. Deu certo. O quartinho conta com uma mesacheia de recursos bacanas: rolo de papel para desenhar, gavetas fininhaspara guardar lápis e caixas forradas com tecidos para acomodar os brinque-dos. Para que tudo ficasse intimamente conectado ao universo dos meni-nos, Zeca optou por adesivar um mapa-múndi estilizado na parede do quar-to. “Apesar de pequenos, eles viajam bastante. Achei que o tema agradaria”,conta o arquiteto. Como o pé-direito do ambiente é alto, Zeca traçou aparede de ponta a ponta com uma barra vermelha. “Assim esta sensaçãodiminui, deixando o espaço mais aconchegante”, explica. Detalhe interes-sante: as luminárias de led e alumínio fixadas em cada uma das camas per-mitem que as crianças leiam seus livrinhos individualmente. Até porque nacasa dos avós dormir é o que menos importa.

Magia na casa dos avós

FOTO

S: E

DUAR

DO L

IOTT

I

40 Estilo Zaffari

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Este quartinho integra um apartamento de Porto Alegre cujo edifício tombado peloPatrimônio Histórico é considerado a melhor arquitetura modernista da cidade. Dentrodesta atmosfera, os arquitetos Mario Englert e Paulo Gustavo Menna Barreto elabora-ram toda a decoração da residência no melhor estilo Vintage. “O que caracteriza o Vintageé reunir muitos ícones diferentes, que quando juntos apresentam uma grande harmoniaestética”, explica Englert. A composição do papel de parede deste quartinho é surpreen-dente. Não apenas pela beleza do pot-pourri, mas principalmente pelos exemplares usa-dos. “Neste ambiente temos uma mescla de papel de parede de coleção da proprietária,papel de parede novíssimo e exemplares originais do apartamento, da década de 50”,explica o arquiteto. A cama desse mesmo período veio da casa da avó e traz a assinaturado mais renomado marceneiro da cidade, o Sr. Piva. Laqueada de branco, exibe umaleveza etérea bem adequada para uma decoração infantil. Vintage também é a combina-ção entre a mesinha colonial, a cadeira de ferro e o cabideiro vermelho fixado na parede.“Este estilo ganha muito mais pela forma do que pelo conteúdo”, destaca Englert. É nosbricks e garage sales que grande parte desses tesouros repousa.

Legítimo estilo Vintage

Casa

ÍCONES DEDIFERENTESÉPOCASMARCAM ESTADECORAÇÃO

42 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 43

Page 35: Revista Estilo 53

Este quartinho integra um apartamento de Porto Alegre cujo edifício tombado peloPatrimônio Histórico é considerado a melhor arquitetura modernista da cidade. Dentrodesta atmosfera, os arquitetos Mario Englert e Paulo Gustavo Menna Barreto elabora-ram toda a decoração da residência no melhor estilo Vintage. “O que caracteriza o Vintageé reunir muitos ícones diferentes, que quando juntos apresentam uma grande harmoniaestética”, explica Englert. A composição do papel de parede deste quartinho é surpreen-dente. Não apenas pela beleza do pot-pourri, mas principalmente pelos exemplares usa-dos. “Neste ambiente temos uma mescla de papel de parede de coleção da proprietária,papel de parede novíssimo e exemplares originais do apartamento, da década de 50”,explica o arquiteto. A cama desse mesmo período veio da casa da avó e traz a assinaturado mais renomado marceneiro da cidade, o Sr. Piva. Laqueada de branco, exibe umaleveza etérea bem adequada para uma decoração infantil. Vintage também é a combina-ção entre a mesinha colonial, a cadeira de ferro e o cabideiro vermelho fixado na parede.“Este estilo ganha muito mais pela forma do que pelo conteúdo”, destaca Englert. É nosbricks e garage sales que grande parte desses tesouros repousa.

Legítimo estilo Vintage

Casa

ÍCONES DEDIFERENTESÉPOCASMARCAM ESTADECORAÇÃO

42 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 43

Page 36: Revista Estilo 53

A N D A N Ç A S P O R B U E N O S A I R E SGusto C A R L A P E R N A M B U C O w w w . c a r l o t a . c o m . b r

PROJEÇÕES PORTENHAS

Meu querido Buenos Aires: sua luminosidade urbana me invade antes mesmo de o

avião pousar em Ezeiza. Nesses momentos penso: nunca é demais retornar à

capital argentina, nem que seja por poucos dias... Talvez seja a cidade mais român-

tica do mundo latino-americano. E quem a conhece tão bem como eu entende o

que quero dizer.

Se não, em qual outra metrópole dos três continentes encontramos acervo arqui-

tetônico tão rico, hotéis tão requintados, restaurantes de padrão tão europeu,

pessoas tão elegantes e uma atmosfera cosmopolita tão rara?

O tempo e o estilo moldaram Buenos Aires desde que a cidade representou, no

início do século passado, a terceira maior economia do mundo. Dessa fase de

riqueza os portenhos mantiveram um jeito único de se expressar culturalmente.

44 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 45

Foi em Buenos Aires que surgiu a primei-

ra literatura latina de prestígio internaci-

onal e o primeiro ritmo musical a invadir

os salões do hemisfério norte. O tango

traduz, como um intrigante jogo entre

dois corpos, o estilo argentino de ser:

um drama para cá, um beijo para lá, dois

olhares dramáticos para os lados, pas-

sos alinhados, posturas eretas e muita

paixão no ar.

Detalhes assim já valeriam ficar um dia,

que fosse, em Buenos Aires. Eu prefiro

ficar vários. E explico por quê: está cada

vez mais difícil encontrar destinos que nos

emocionem e que nos envolvam em sua

geografia urbana. Assim como Paris,

Roma, Londres ou Istambul, a capital da

Argentina tem algo de inexplicável.

Hoje, entre todos os seus 48 barrios, considero Buenos Aires clássica e moderna,

nostálgica e futurista, melancólica e alegre. Da Calle Florida a Santelmo, da Recoleta a

La Boca, de Belgrano a Caballito, do Retiro ao Puerto Madero: existe fascínio por

todos os lados. E o que dizer do circuito hype de Parlemo SoHo e Palermo Hollywood?

Ninguém gosta muito de entregar o ouro, nem de dar o mapa da mina. Mas separei

alguns de meus últimos endereços e descobertas portenhas. Para que ninguém de-

pois me chame de egoísta. Sigam, então, o meu tango pessoal e hasta la vista!

RESTAURANTESEngana-se quem pensa que na Argentina só oque você vai encontrar é carne (embora issose encontre e muito, e da melhor). A cena gas-tronômica de Buenos Aires tem de tudo e obairro de Palermo anda com tudo. Lá, a quan-tidade de opções é assustadora.

Oui Oui (Nicaragua, 6099): um exemplo ba-cana da variedade e criatividade que hoje tomaconta dos restaurantes é esse bistrozinho sim-ples e descolado em Palermo. Fica aberto das 8da manhã até as 9 da noite, mas o legal mesmoé aproveitar o almoço.

Paraje Arévalo (Arévalo, 1502 esquina comCabrera): outro bistrozinho que é um sucesso to-tal em Palermo Hollywood. São os proprietáriosque comandam a cozinha. No almoço, há duasopções de preço fixo – um a 30 e outro a 40pesos – e, de noite, o que impera é o menu-de-

gustação, em versões de seis passos (80 pesos)ou oito passos (110 pesos).

Tegui (Costa Rica, 5852): a ideia aqui já é ou-tra, mais requintada. O badalado chef GermánMartitegui, proprietário do Casa Cruz e do Ol-sen, inaugurou esse novo restaurante, onde nãotem pudor em misturar tendências e tradições,com resultados deliciosos.

Sudestada (Fitz Roy, esquina com Guatema-la): o nome simpático se refere ao fato de quea casa é especializada na cozinha do sudesteasiático – o que, para mim, é algo mais do quetentador. Para se esbaldar nos bolinhos de Cin-gapura, woks caprichados e principalmente o“nem cua”, um rolinho vietnamita de carne deporco e camarão.

El Pobre Luis (Arribeños, 2393): para não di-zer que não falei de carnes, fica a lembrança des-

sa parrila nota dez no charmoso bairro de Bel-grano. Um lugar perfeito para se acabar em bifesde chorizo, asados de tira, corderos, mollejas…

Tô (Costa Rica, 6000): uma das novidadesmais comentadas da cidade, esse endereçoem Palermo não é apenas mais um (excelen-te) restaurante japonês, mas com um quê debistrô francês. O ambiente descolado e as in-vencionices sobre pratos típicos japonesesvão fazer os tradicionais torcerem o nariz,mas, para quem gosta de coisa moderna, éum lugar imperdível.

El Almacén de los Milagros (Av. Quintana,201): um restaurantezinho francês que ser-ve comida de bistrô e que vai ser o comple-mento perfeito para o seu passeio pelo bair-ro da Recoleta. O almoço é para uma refeiçãomais rápida, mas, à noite, a pedida é um belomenu-degustação de quatro passos.

BARESNão é tarefa fácil encontrar um povo que gos-te mais de sair à rua do que o portenho. En-tão, além dos restaurantes, é gostoso demaisconhecer alguns barzinhos caprichados queembalam a noite de Buenos Aires:

Isabel (Uriarte, 1664): ao lado do restau-rante Casa Cruz, no coração de Palermo, essebar lindo desenhado pelo Juan Santa Cruz setornou um dos lugares mais badalados da ci-

dade para se tomar um coquetel e ouvir músi-ca, seja antes ou depois do jantar (a casa abreàs 21h).

878 (Thames, 878): você toca a campainhae o que encontra é um lugar aconchegante,com luz baixa, poltronas confortáveis e semexagero na badalação. Dá a sensação de seestar chegando a algum lugar secreto (e mui-to agradável).

FOTOS: CRIS BERGER

Page 37: Revista Estilo 53

A N D A N Ç A S P O R B U E N O S A I R E SGusto C A R L A P E R N A M B U C O w w w . c a r l o t a . c o m . b r

PROJEÇÕES PORTENHAS

Meu querido Buenos Aires: sua luminosidade urbana me invade antes mesmo de o

avião pousar em Ezeiza. Nesses momentos penso: nunca é demais retornar à

capital argentina, nem que seja por poucos dias... Talvez seja a cidade mais român-

tica do mundo latino-americano. E quem a conhece tão bem como eu entende o

que quero dizer.

Se não, em qual outra metrópole dos três continentes encontramos acervo arqui-

tetônico tão rico, hotéis tão requintados, restaurantes de padrão tão europeu,

pessoas tão elegantes e uma atmosfera cosmopolita tão rara?

O tempo e o estilo moldaram Buenos Aires desde que a cidade representou, no

início do século passado, a terceira maior economia do mundo. Dessa fase de

riqueza os portenhos mantiveram um jeito único de se expressar culturalmente.

44 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 45

Foi em Buenos Aires que surgiu a primei-

ra literatura latina de prestígio internaci-

onal e o primeiro ritmo musical a invadir

os salões do hemisfério norte. O tango

traduz, como um intrigante jogo entre

dois corpos, o estilo argentino de ser:

um drama para cá, um beijo para lá, dois

olhares dramáticos para os lados, pas-

sos alinhados, posturas eretas e muita

paixão no ar.

Detalhes assim já valeriam ficar um dia,

que fosse, em Buenos Aires. Eu prefiro

ficar vários. E explico por quê: está cada

vez mais difícil encontrar destinos que nos

emocionem e que nos envolvam em sua

geografia urbana. Assim como Paris,

Roma, Londres ou Istambul, a capital da

Argentina tem algo de inexplicável.

Hoje, entre todos os seus 48 barrios, considero Buenos Aires clássica e moderna,

nostálgica e futurista, melancólica e alegre. Da Calle Florida a Santelmo, da Recoleta a

La Boca, de Belgrano a Caballito, do Retiro ao Puerto Madero: existe fascínio por

todos os lados. E o que dizer do circuito hype de Parlemo SoHo e Palermo Hollywood?

Ninguém gosta muito de entregar o ouro, nem de dar o mapa da mina. Mas separei

alguns de meus últimos endereços e descobertas portenhas. Para que ninguém de-

pois me chame de egoísta. Sigam, então, o meu tango pessoal e hasta la vista!

RESTAURANTESEngana-se quem pensa que na Argentina só oque você vai encontrar é carne (embora issose encontre e muito, e da melhor). A cena gas-tronômica de Buenos Aires tem de tudo e obairro de Palermo anda com tudo. Lá, a quan-tidade de opções é assustadora.

Oui Oui (Nicaragua, 6099): um exemplo ba-cana da variedade e criatividade que hoje tomaconta dos restaurantes é esse bistrozinho sim-ples e descolado em Palermo. Fica aberto das 8da manhã até as 9 da noite, mas o legal mesmoé aproveitar o almoço.

Paraje Arévalo (Arévalo, 1502 esquina comCabrera): outro bistrozinho que é um sucesso to-tal em Palermo Hollywood. São os proprietáriosque comandam a cozinha. No almoço, há duasopções de preço fixo – um a 30 e outro a 40pesos – e, de noite, o que impera é o menu-de-

gustação, em versões de seis passos (80 pesos)ou oito passos (110 pesos).

Tegui (Costa Rica, 5852): a ideia aqui já é ou-tra, mais requintada. O badalado chef GermánMartitegui, proprietário do Casa Cruz e do Ol-sen, inaugurou esse novo restaurante, onde nãotem pudor em misturar tendências e tradições,com resultados deliciosos.

Sudestada (Fitz Roy, esquina com Guatema-la): o nome simpático se refere ao fato de quea casa é especializada na cozinha do sudesteasiático – o que, para mim, é algo mais do quetentador. Para se esbaldar nos bolinhos de Cin-gapura, woks caprichados e principalmente o“nem cua”, um rolinho vietnamita de carne deporco e camarão.

El Pobre Luis (Arribeños, 2393): para não di-zer que não falei de carnes, fica a lembrança des-

sa parrila nota dez no charmoso bairro de Bel-grano. Um lugar perfeito para se acabar em bifesde chorizo, asados de tira, corderos, mollejas…

Tô (Costa Rica, 6000): uma das novidadesmais comentadas da cidade, esse endereçoem Palermo não é apenas mais um (excelen-te) restaurante japonês, mas com um quê debistrô francês. O ambiente descolado e as in-vencionices sobre pratos típicos japonesesvão fazer os tradicionais torcerem o nariz,mas, para quem gosta de coisa moderna, éum lugar imperdível.

El Almacén de los Milagros (Av. Quintana,201): um restaurantezinho francês que ser-ve comida de bistrô e que vai ser o comple-mento perfeito para o seu passeio pelo bair-ro da Recoleta. O almoço é para uma refeiçãomais rápida, mas, à noite, a pedida é um belomenu-degustação de quatro passos.

BARESNão é tarefa fácil encontrar um povo que gos-te mais de sair à rua do que o portenho. En-tão, além dos restaurantes, é gostoso demaisconhecer alguns barzinhos caprichados queembalam a noite de Buenos Aires:

Isabel (Uriarte, 1664): ao lado do restau-rante Casa Cruz, no coração de Palermo, essebar lindo desenhado pelo Juan Santa Cruz setornou um dos lugares mais badalados da ci-

dade para se tomar um coquetel e ouvir músi-ca, seja antes ou depois do jantar (a casa abreàs 21h).

878 (Thames, 878): você toca a campainhae o que encontra é um lugar aconchegante,com luz baixa, poltronas confortáveis e semexagero na badalação. Dá a sensação de seestar chegando a algum lugar secreto (e mui-to agradável).

FOTOS: CRIS BERGER

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Viagem

Uma capitalfascinante

T E X T O S E F O T O S P O R C R I S B E R G E R

Estilo Zaffari 47

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Uma capitalfascinante

T E X T O S E F O T O S P O R C R I S B E R G E R

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Santiago do Chile é a mais rica, organizada e prós-pera capital da América do Sul. Tem jeito de PrimeiroMundo e economia de país em desenvolvimento. Es-pírito forte de quem viveu o terremoto de fevereirode 2010 e já está a pleno vapor, de cabeça erguida etrabalhando pela recuperação das cidades mais atingi-das, ao sul do país. O povo chileno é simpático, aco-lhedor, gentil. Converse com um motorista de táxi evocê vai receber todas as informações que desejar, sem-pre de forma amável. O habitante de Santiago se orgu-lha de sua cidade e adora apresentá-la aos visitantes.

Santiago é vizinha da Cordilheira dos Andes. A im-ponente cadeia de montanhas literalmente emoldura a ci-dade e se faz presente nos mais variados ângulos captadospelo olhar. Nos meses de inverno as montanhas ficam ne-vadas, absolutamente encantadoras. E o entardecer na ca-pital chilena, graças ao tom rosado que a Cordilheira assu-me, tem um ar enigmático. A capital chilena é arborizada,absolutamente limpa e relativamente segura. Com cuida-

Viagem

A CORDILHEIRA DOS ANDES EMOLDURA A CIDADE. SANTIAGO É ARBORIZADA E ABSOLUTAMENTE LIMPAdos básicos se pode caminhar pela cidade, de dia e de noite,sem sobressaltos.

Sanhattan e os parquesO rio Mapocho é um bom ponto de referência na

capital, pois ele separa os cerros (colinas) dos bairros ecorta boa parte da cidade, passando por importantes ave-nidas. Uma delas é a Andres Bello, repleta de prédios al-tos, modernos e cobertos de vidros espelhados, que com-põem o centro financeiro e revelam o lado próspero dacidade. As lojas de grifes internacionais e os restaurantessofisticados contribuem para que esta parte de Santiagoreceba o apelido de Sanhattan (Santiago + Manhattan).

Os cerros San Cristóbal e Santa Lucía são duasimportante áreas verdes da capital. Nos finais de se-mana, moradores e visitantes aproveitam esses espaçospara passear de bicicleta, correr, caminhar e fazer piqueni-ques. No San Cristóbal o grande atrativo é a ampla vistade toda a cidade. Pode-se acessar o topo de duas maneiras:

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Santiago do Chile é a mais rica, organizada e prós-pera capital da América do Sul. Tem jeito de PrimeiroMundo e economia de país em desenvolvimento. Es-pírito forte de quem viveu o terremoto de fevereirode 2010 e já está a pleno vapor, de cabeça erguida etrabalhando pela recuperação das cidades mais atingi-das, ao sul do país. O povo chileno é simpático, aco-lhedor, gentil. Converse com um motorista de táxi evocê vai receber todas as informações que desejar, sem-pre de forma amável. O habitante de Santiago se orgu-lha de sua cidade e adora apresentá-la aos visitantes.

Santiago é vizinha da Cordilheira dos Andes. A im-ponente cadeia de montanhas literalmente emoldura a ci-dade e se faz presente nos mais variados ângulos captadospelo olhar. Nos meses de inverno as montanhas ficam ne-vadas, absolutamente encantadoras. E o entardecer na ca-pital chilena, graças ao tom rosado que a Cordilheira assu-me, tem um ar enigmático. A capital chilena é arborizada,absolutamente limpa e relativamente segura. Com cuida-

Viagem

A CORDILHEIRA DOS ANDES EMOLDURA A CIDADE. SANTIAGO É ARBORIZADA E ABSOLUTAMENTE LIMPAdos básicos se pode caminhar pela cidade, de dia e de noite,sem sobressaltos.

Sanhattan e os parquesO rio Mapocho é um bom ponto de referência na

capital, pois ele separa os cerros (colinas) dos bairros ecorta boa parte da cidade, passando por importantes ave-nidas. Uma delas é a Andres Bello, repleta de prédios al-tos, modernos e cobertos de vidros espelhados, que com-põem o centro financeiro e revelam o lado próspero dacidade. As lojas de grifes internacionais e os restaurantessofisticados contribuem para que esta parte de Santiagoreceba o apelido de Sanhattan (Santiago + Manhattan).

Os cerros San Cristóbal e Santa Lucía são duasimportante áreas verdes da capital. Nos finais de se-mana, moradores e visitantes aproveitam esses espaçospara passear de bicicleta, correr, caminhar e fazer piqueni-ques. No San Cristóbal o grande atrativo é a ampla vistade toda a cidade. Pode-se acessar o topo de duas maneiras:

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pelo bairro de Providência, percorrendo um caminho as-faltado em zigue-zague, a pé ou de carro; pelo bairro deBella Vista, de onde partem charmosos teleféricos.

Glamour e gastronomia gourmetVitacura e El Golf são bairros novos e glamourosos.

A gastronomia equipara-se à dos bons restaurantes deSão Paulo e outras capitais. Chefs premiados, culináriagourmet, serviço impecável e ambientes lindíssimos es-tão espalhados pelas ruas Isidoro Goyenechea e NuevaCostanera. Em Vitacura, na rua Allonso de Cordoba, es-tão as lojas de grife mais cobiçadas, como Louis Vuitton,Armani, Ermenegildo Zegna, Swarovski e Burberrys.

Se você é um apreciador da boa mesa, há algunslugares imperdíveis. Em Vitacura está o Osadia, do chefCarlo Von Muhlenbrock. O restaurante fica numa gran-de casa de dois andares e tem uma decoração elegante,com predomínio do branco. Observe as grandes luminá-rias feitas com talheres. A cozinha é de autor: Carlo usapeixes, frutos do mar e carnes vermelhas em combina-

ções exóticas. Em El Golf, o restaurante O Porto é esco-lha certa. Decoração moderna, luz baixa, fogatas entre asmesas (pequenas fogueiras em suportes de ferro), músicaeletrônica. O mezanino tem sofás e mesas baixas, o ter-raço ao ar livre é decorado com móveis de Kenneth Co-bonpue. O Porto é badalado e lá se come divinamentebem. A cozinha é assinada pelo chef Francisco Madiola.

Centro e boemiaNa parte antiga da cidade – o centro – se pode admi-

rar o conjunto arquitetônico do século XIX, fazendo o tra-dicional roteiro pela Plaza de Armas, a Catedral construídano século XVI e o prédio dos Correios, instalado numa casaneoclássica. A poucas quadras está a Casa de la Moneda e omuseu mais bacana da cidade: o Precolombino.

No bairro de Bella Vista está uma das casas de PabloNeruda, a La Chascona, que virou museu aberto ao público.Na rua Constituición fica o Patio Bella Vista, um comple-xo de lojas, bares, restaurantes e casas noturnas. Funciona odia inteiro e vai até o começo da madrugada. Ainda nesta

Viagem

NA CHAMADA SANHATTAN, ARQUITETURA ARROJADA. POR TODA A CIDADE, A MAIS ALTA GASTRONOMIA

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pelo bairro de Providência, percorrendo um caminho as-faltado em zigue-zague, a pé ou de carro; pelo bairro deBella Vista, de onde partem charmosos teleféricos.

Glamour e gastronomia gourmetVitacura e El Golf são bairros novos e glamourosos.

A gastronomia equipara-se à dos bons restaurantes deSão Paulo e outras capitais. Chefs premiados, culináriagourmet, serviço impecável e ambientes lindíssimos es-tão espalhados pelas ruas Isidoro Goyenechea e NuevaCostanera. Em Vitacura, na rua Allonso de Cordoba, es-tão as lojas de grife mais cobiçadas, como Louis Vuitton,Armani, Ermenegildo Zegna, Swarovski e Burberrys.

Se você é um apreciador da boa mesa, há algunslugares imperdíveis. Em Vitacura está o Osadia, do chefCarlo Von Muhlenbrock. O restaurante fica numa gran-de casa de dois andares e tem uma decoração elegante,com predomínio do branco. Observe as grandes luminá-rias feitas com talheres. A cozinha é de autor: Carlo usapeixes, frutos do mar e carnes vermelhas em combina-

ções exóticas. Em El Golf, o restaurante O Porto é esco-lha certa. Decoração moderna, luz baixa, fogatas entre asmesas (pequenas fogueiras em suportes de ferro), músicaeletrônica. O mezanino tem sofás e mesas baixas, o ter-raço ao ar livre é decorado com móveis de Kenneth Co-bonpue. O Porto é badalado e lá se come divinamentebem. A cozinha é assinada pelo chef Francisco Madiola.

Centro e boemiaNa parte antiga da cidade – o centro – se pode admi-

rar o conjunto arquitetônico do século XIX, fazendo o tra-dicional roteiro pela Plaza de Armas, a Catedral construídano século XVI e o prédio dos Correios, instalado numa casaneoclássica. A poucas quadras está a Casa de la Moneda e omuseu mais bacana da cidade: o Precolombino.

No bairro de Bella Vista está uma das casas de PabloNeruda, a La Chascona, que virou museu aberto ao público.Na rua Constituición fica o Patio Bella Vista, um comple-xo de lojas, bares, restaurantes e casas noturnas. Funciona odia inteiro e vai até o começo da madrugada. Ainda nesta

Viagem

NA CHAMADA SANHATTAN, ARQUITETURA ARROJADA. POR TODA A CIDADE, A MAIS ALTA GASTRONOMIA

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Viagem

rua, vale parar no Etniko para tomar um pisco sour. Peçapelo drink preparado ao estilo peruano. Na parte nova, quefica nos fundos, há um balcão e mesas altas com bancosonde você pode saborear petiscos deliciosos, sushi e sashi-mi. É uma boa pedida também para um fim de noite.

O bairro Yungay, que durante muitos anos estevedecadente e esquecido, já dá sinais de que se tornará obairro “do momento” daqui a dez anos. Duas visitas nãopodem faltar no seu roteiro: a praça Concha y Toro, queparece um pedacinho da Itália em solo chileno, e o restau-rante Boulevard Lavaund, onde está a Peluqueria France-sa (uma barbearia ao estilo antigo, instalada na entradado restaurante). Há antiguidades por todos os cantos etodas estão à venda. O estilo é clássico, com uma pitada deanarquismo. O cardápio é eclético, tem pratos vegetaria-nos, carnes, peixes, aves, sopas e saladas.

No bairro de Lastarria, frequentado por intelectuais,você encontra pequenos cafés muito simpáticos, algunsrestaurantes, o museu de Bellas Artes, galerias de arte, feiri-nha de antiguidades, livrarias e ruelas com prédios de ar-quitetura secular. Uma região para percorrer a pé e desco-brir cantinhos charmosos.

Depois de passear pela cidade, nada como chegar a

um hotel acolhedor e confortável. No Ritz Carlton asportas serão literalmente abertas para você, e com certezaumas três ou quatro pessoas lhe desejarão buenas nochescom um sorriso nos lábios. A discrição e o carinho daequipe do hotel fazem toda a diferença. Uma sugestão:antes de se arrumar para o jantar, vá até a cobertura. Tetoe paredes de vidro, iluminação perfeita, palmeiras e espre-guiçadeiras compõem um ambiente lindo e relaxante. Lávocê vai encontrar uma sala de ginástica superbem equi-pada e com uma vista linda para o skyline santiaguino.Para relaxar, “entregue-se” à piscina climatizada ou à hi-dromassagem. Aproveite que você vai passar na frente doSPA e agende uma massagem a quatro mãos.

Os arredoresA menos de duas horas de viagem de Santiago está o

Vale de Casablanca, uma bela região vinicultora que podeser facilmente visitada durante a permanência na capitalchilena. Originalmente famoso pela produção de vinhosbrancos, o vale hoje já revela belos tintos. A vinícola Mate-tic é prova disso. Seu shiraz é o queridinho da casa. A Mate-tic se destaca por ser uma vinícola orgânica: não usa agro-tóxicos e as uvas são 100% naturais, além de ser biodinâmi-

HÁ BAIRROS ÓTIMOSPARA DESCOBRIR APÉ, COMO LASTARRIAE BELLA VISTA. NOCENTRO, LINDOSPRÉDIOS HISTÓRICOS

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Viagem

rua, vale parar no Etniko para tomar um pisco sour. Peçapelo drink preparado ao estilo peruano. Na parte nova, quefica nos fundos, há um balcão e mesas altas com bancosonde você pode saborear petiscos deliciosos, sushi e sashi-mi. É uma boa pedida também para um fim de noite.

O bairro Yungay, que durante muitos anos estevedecadente e esquecido, já dá sinais de que se tornará obairro “do momento” daqui a dez anos. Duas visitas nãopodem faltar no seu roteiro: a praça Concha y Toro, queparece um pedacinho da Itália em solo chileno, e o restau-rante Boulevard Lavaund, onde está a Peluqueria France-sa (uma barbearia ao estilo antigo, instalada na entradado restaurante). Há antiguidades por todos os cantos etodas estão à venda. O estilo é clássico, com uma pitada deanarquismo. O cardápio é eclético, tem pratos vegetaria-nos, carnes, peixes, aves, sopas e saladas.

No bairro de Lastarria, frequentado por intelectuais,você encontra pequenos cafés muito simpáticos, algunsrestaurantes, o museu de Bellas Artes, galerias de arte, feiri-nha de antiguidades, livrarias e ruelas com prédios de ar-quitetura secular. Uma região para percorrer a pé e desco-brir cantinhos charmosos.

Depois de passear pela cidade, nada como chegar a

um hotel acolhedor e confortável. No Ritz Carlton asportas serão literalmente abertas para você, e com certezaumas três ou quatro pessoas lhe desejarão buenas nochescom um sorriso nos lábios. A discrição e o carinho daequipe do hotel fazem toda a diferença. Uma sugestão:antes de se arrumar para o jantar, vá até a cobertura. Tetoe paredes de vidro, iluminação perfeita, palmeiras e espre-guiçadeiras compõem um ambiente lindo e relaxante. Lávocê vai encontrar uma sala de ginástica superbem equi-pada e com uma vista linda para o skyline santiaguino.Para relaxar, “entregue-se” à piscina climatizada ou à hi-dromassagem. Aproveite que você vai passar na frente doSPA e agende uma massagem a quatro mãos.

Os arredoresA menos de duas horas de viagem de Santiago está o

Vale de Casablanca, uma bela região vinicultora que podeser facilmente visitada durante a permanência na capitalchilena. Originalmente famoso pela produção de vinhosbrancos, o vale hoje já revela belos tintos. A vinícola Mate-tic é prova disso. Seu shiraz é o queridinho da casa. A Mate-tic se destaca por ser uma vinícola orgânica: não usa agro-tóxicos e as uvas são 100% naturais, além de ser biodinâmi-

HÁ BAIRROS ÓTIMOSPARA DESCOBRIR APÉ, COMO LASTARRIAE BELLA VISTA. NOCENTRO, LINDOSPRÉDIOS HISTÓRICOS

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Page 46: Revista Estilo 53

ca. Agende uma visita à bodega, que é linda, e faça umadegustação. Depois, sugiro um almoço no restaurante Equi-librio, instalado em um grande jardim, à beira de um lago.No cardápio comandado pelo chef Matías Bustos você vaiencontrar peixes, frutos do mar e um delicioso cordeiro.Ao lado do restaurante está a La Casona, pousada da viní-cola Matetic, que tem sete quartos decorados no estilo co-lonial clássico, com sacadas privativas. No verão se podeusufruir da piscina, ao ar livre, com vista para os vinhedos.

Outra vinícola que merece sua visita é a Casas del Bos-que. Ela é ainda menor que a Matetic e também oferece visi-tas à bodega, degustação de vinhos e almoço. Eu tive o privi-légio de fazer a degustação no alto da colina, sob uma árvore,com uma vista incrível para os vinhedos. Peça o mesmo!

Santiago, como o Chile em geral, é um lugar de mui-tos atrativos e grande diversidade: tem história e tradi-ção, tem um lado cosmopolita e moderno, restaurantescom chefs premiados e alta gastronomia. Muito perto dali,

um lindo vale de vinhedos com natureza exuberante. Oskyline repleto de prédios com arquitetura arrojada se de-senha sobre a Cordilheira dos Andes. Na capital não háneve, mas a apenas duas horas de carro você encontramontanhas branquinhas, perfeitas para a diversão. EmSantiago há o lado “certinho” e o alternativo. Os antiPinochet e os pró-Allende. No final de tudo, é uma cida-de que cada vez mais atrai visitantes e de onde é quaseimposível não sair encantado.

Viagem

O VALE CASABLANCA FICA PERTÍSSIMO DA CAPITAL, TEM BELAS PAISAGENS E VINHOS DE QUALIDADE

ONDE SE HOSPEDAR:THE RITZ CARLTON SANTIAGOENDEREÇO: CALLE EL ALCALDE NO. 15, LAS CONDES, SANTIAGO CHILETEL: +56 2 4708500 www.ritzcarlton.com/en/Properties/Santiago

QUEM LEVA:EXPLORING CHILE TRAVEL & DREAMSENDEREÇO: ENRIQUE FOSTER SUR 76 ATEL: +56 2 981 1209 www.exploringchile.com

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Page 47: Revista Estilo 53

ca. Agende uma visita à bodega, que é linda, e faça umadegustação. Depois, sugiro um almoço no restaurante Equi-librio, instalado em um grande jardim, à beira de um lago.No cardápio comandado pelo chef Matías Bustos você vaiencontrar peixes, frutos do mar e um delicioso cordeiro.Ao lado do restaurante está a La Casona, pousada da viní-cola Matetic, que tem sete quartos decorados no estilo co-lonial clássico, com sacadas privativas. No verão se podeusufruir da piscina, ao ar livre, com vista para os vinhedos.

Outra vinícola que merece sua visita é a Casas del Bos-que. Ela é ainda menor que a Matetic e também oferece visi-tas à bodega, degustação de vinhos e almoço. Eu tive o privi-légio de fazer a degustação no alto da colina, sob uma árvore,com uma vista incrível para os vinhedos. Peça o mesmo!

Santiago, como o Chile em geral, é um lugar de mui-tos atrativos e grande diversidade: tem história e tradi-ção, tem um lado cosmopolita e moderno, restaurantescom chefs premiados e alta gastronomia. Muito perto dali,

um lindo vale de vinhedos com natureza exuberante. Oskyline repleto de prédios com arquitetura arrojada se de-senha sobre a Cordilheira dos Andes. Na capital não háneve, mas a apenas duas horas de carro você encontramontanhas branquinhas, perfeitas para a diversão. EmSantiago há o lado “certinho” e o alternativo. Os antiPinochet e os pró-Allende. No final de tudo, é uma cida-de que cada vez mais atrai visitantes e de onde é quaseimposível não sair encantado.

Viagem

O VALE CASABLANCA FICA PERTÍSSIMO DA CAPITAL, TEM BELAS PAISAGENS E VINHOS DE QUALIDADE

ONDE SE HOSPEDAR:THE RITZ CARLTON SANTIAGOENDEREÇO: CALLE EL ALCALDE NO. 15, LAS CONDES, SANTIAGO CHILETEL: +56 2 4708500 www.ritzcarlton.com/en/Properties/Santiago

QUEM LEVA:EXPLORING CHILE TRAVEL & DREAMSENDEREÇO: ENRIQUE FOSTER SUR 76 ATEL: +56 2 981 1209 www.exploringchile.com

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Se eu tivesse um terceiro filho, e fosse um menino,daria o nome de Santiago – de tanto que adorei a cidade.Fui sem as crianças, mas a cidade insistiu, onde quer queeu fosse, em me mostrar seu lado kids friendly. Já pensoem voltar com a turminha, seja no verão dos lagos ou noinverno da neve. A capital do Chile é limpa, segura erepleta de praças com gramados verdes e playgroundslindos – dá gosto de brincar por aqui. O MallSports –um shopping exclusivo de esportes – tem atrações paratoda a família: escaladas, patins no gelo, pista de skate,piscina com onda e outras aventuras, além do enxovalbásico de roupas para a neve, é claro. Já na Casa&Ideas,loja do completo e agradável shopping Parque Arauco, épossível encontrar brinquedos que estimulam a criati-vidade. Restaurantes também não são problema. Come-se muito bem, bebe-se melhor ainda e, surpresa, crian-ças são bem-vindas. Esse é o caso do imperdível Liguria,que oferece uma massinha deliciosa e kit de desenhospara as crianças distraírem-se à mesa. Agora, impressio-nante mesmo são os mimos infantis de luxo do HotelRitz-Carlton – o primeiro hotel a disponibilizar Nin-tendo Wii nas suas suítes. Banho de espuma? Que tal umcom brinquedos de plástico, pantufas tamanho PP e sor-

vetes e cookies na banheira? Ou então um chá da tardecom guloseimas que deixariam qualquer adulto babandoe suspirando? Menu kids no restaurante Adra do Ritz?Tem, sim senhor! Em julho – alta temporada de inverno– o hotel se transforma para receber seus hóspedes mi-rins. O pacote inclui babá que fala português e espaçokids com games e lanchinhos dignos de princesas e prín-cipes. Ops, babá em português? Pensando melhor, o ca-sal pode dar uma escapada para um jantar a dois. Afinal,melhor poupar as crianças: Santiago e arredores aindareservam novas descobertas com pimpolhos na bagagem.

Por Alexandra Aranovich, autora do blog“Destemperadinhos, Food Experiences with Kids”www. destemperadinhos.com

Santiago com crianças na bagagem

Viagem

LIGURIA – LUIS THAYER OJEDA NÚMERO 019 – www.liguria.cl MALLSPORTS – AV. LAS CONDES 13.451 – www.mallsport.cl CASA&IDEAS – www.casaideas.com/cl

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56 Estilo Zaffari

Page 49: Revista Estilo 53

Bom conselhoP O R M A L U C O E L H O

A formação de hábitos alimentares começa na infância, e a relação que estabelecemoscom a comida pode, às vezes, extrapolar a necessidade de nutrição do organismo. Sofremosinfluências do meio onde vivemos e elas nem sempre colaboram para uma alimentaçãosaudável. Na infância, é comum os pais oferecerem recompensas por atitudes consideradasadequadas, usando a célebre frase “Coma tudo, tudinho, que vai ganhar um doce gostoso”,como se aquele alimento que a criança está ingerindo não fosse interessante. Esta maneirade agir ensina os pequenos a criarem artimanhas, barganhando com os pais para receber oalimento desejado, o que possibilita a aquisição de maus hábitos alimentares.

As refeições, para serem atraentes aos olhos das crianças, precisam ser bem colori-das e, se possível, divertidas, decoradas com carinhas, bichinhos, flores. Esse incentivoajuda os pais a oferecerem alimentos diferentes e possibilita que outros sejam experi-mentados sem rejeição nenhuma, despertando o apetite dos “baixinhos”. Outra manei-ra de atrair a atenção das crianças é deixar que mexam nos alimentos, peguem com asmãos e se lambuzem. Esse comportamento faz parte de suas descobertas e de seu desen-volvimento. Aos poucos, sem rigidez, a mãe vai demonstrando como se deve comer.

É bom lembrar que a alimentação da criança deve ser prazerosa e satisfazer suasnecessidades. Os aromas, os sabores e o despertar de novas sensações ajudam na forma-ção de bons hábitos alimentares. Castigos e presentes na hora das refeições não combi-nam com uma educação alimentar adequada.

Conselhos práticos para a alimentação diária das crianças: O exemplo da família é o melhor método para a criança aprender. Mantenha horários regulares para as refeições e lanches e procure fazer as refei-

ções juntamente com a família. Ofereça alimentos frescos, pois fornecem mais nutrientes, menos sal e gorduras. Depois de uma noite de sono e de jejum, é importante um bom café da manhã; o

leite, o pão, os cereais, as frutas e o suco são ideais para iniciar o dia. Não ofereça porções exageradas, pois a criança poderá repetir se desejar. A água é um alimento muito importante, então, ofereça muita às crianças.

Agora que já conversamos um pouquinho sobre a alimentação de nossas crianças,que tal preparar para elas aquele lanche criativo que vai deixar todos com água na boca?

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COMER BEM, QUE MAL TEM?

ATÉ A PRÓXIMA SABOROSA EDIÇÃO!

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O sabor e o saberF e r n a n d O l O k s c h i n

Dizemos a expressão “o dinheiro não dá em árvores” em contradição ao que Pedro Mártir escreveu há meio milênio: “no novo mundo o dinheiro é feliz” pois “não se esconde nas profun-dezas da terra como o ouro e prata”, mas “aparece à vista de todos, cresce em árvores”.

No novo mundo o dinheiro dava em árvores. Valorizadas e aceitas por todos, fáceis de contar e carregar, as sementes de cacau eram moedas vegetais. Conforme Angleria (1523), “forma útil de dinheiro porque não podendo ser conservado por muito tempo desencoraja a especulação”, seus possuidores então protegidos “da infernal febre da cobiça”. No fim das contas, o dinheiro acabava ingerido e o troco excretado...

Numa lista de preços asteca, um peru valia 100 sementes, seu ovo 3. Oviedo (1535), que não conhecia a palavra cacau, registrou que para os índios Nicaraos, “1 escravo valia 100 amêndoas” e os serviços de uma “mulher pública”... “entre 8 e 10, de-pendendo do acordo entre as partes” – no primeiro registro americano da profissão mais antiga na cronologia e alastrada na geografia.

Tal a nota falsa ou o cartão clona-do, o cacau estava à mercê dos trapa-ceiros. Grãos doentes eram maquiados com cinzas para parecerem saudáveis e réplicas eram confeccionadas em argila – que, no início, pareciam aos arqueólogos ser sementes de cacau petrificadas.

Que família não tem ovelhas negras? O chocolate é primo da Coca--Cola. Da mesma família botânica da cola africana, o cacaueiro é nativo da Bacia Amazônica; cada fruto contém de 30 a 40 sementes, todas envoltas em uma polpa adocicada muito apre-ciada por macacos e seres humanos. A árvore é muito sensível a altitude, seca e frio e só frutifica próximo a linha do Equador.

O cacau se espalhou pela América Central e México levado por viajantes e guerreiros que tinham o fruto como sustento e hidratação. Astecas, maias e olmecas foram os pioneiros do cho-colate – cerâmicas com desenhos de sementes de cacau junto à inscrição ka ka u foram a chave para decifrar a escrita maia.

Atraídos pela polpa da fruta, os in-dígenas aprenderam a cultivar o cacau e a processar suas sementes, que in natura são adstringentes e impróprias ao con-sumo. Colhidos os frutos, as sementes eram secas e fermentadas ao sol – que, no moderno jargão, libera ‘precursores de sabor’ –, depois torradas em potes de argila, piladas na pedra e misturadas com água quente. A mistura era batida com galhos secos ou passada repetida-mente de um frasco a outro até ficar rica em espuma, sua parte mais nobre.

Usamos a palavra xícara porque os astecas bebiam o chocolate num recipiente a que chamavam jícara. Cortes escreveu ao rei Carlos I: “esta bebida dá resistência e combate a fadiga”. Seu lugar-tenente Diaz de

chOcOlate. nãO há

58 Estilo Zaffari

Castillo descreveu Montezuma co-mendo frugalmente dos “300 pratos oferecidos”, mas bebendo muito “de um líquido de natureza afrodisíaca em copas de ouro”.

Sem medir peso ou volume, os astecas contavam cada grão de cacau. Haja trabalho; num sistema vigesimal (com base nos dedos das mãos e pés, próprio dos povos que mantêm os pés descobertos), quatrocentas sementes (20x20) valiam um countle e vinte countles (20x20x20), um xiquipil.

Levado pelos monges espanhóis, o chocolate se derramou pela Europa antes do café e do chá – três bebidas fervidas, cada uma originária de um continente, todas ricas em cafeína e teobromina, alcaloides sintetizados por plantas tropicais para repelir pre-dadores mas que atraem o homem. O chocolate foi o primeiro dos 3Cs, o ‘trio virato da cafeína’. Até então o europeu só bebia água (impotável), leite (que não alivia a sede) e álcool (que embriaga). Desde cedo ficou evidente a preferência do mundo feminino pelo requinte do chocolate sobre a modéstia do café.

A aura afrodisíaca, criada no tamanho do harém de Montezuma e na forma testicular do cacau, fez muito por difundir o chocolate. Em junto de 1772, Sade ofereceu um baile em Mar-selha e “confeitos de cacau recheados com moscas espanholas” propiciaram um grande bacanal onde, conforme a crônica da época, “as mulheres mais pudicas não conseguiam fazer o

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bastante para dar vazão ao furor que as acometia”!

As cartas da Marquesa de Sé-vigné revelam tanto o amor como o temor ao chocolate, sentimentos que perduram. Em fevereiro de 1671 a chocólatra disse: “se você não está se sentindo bem, se não dormiu, o chocolate vai revigorá-la”; mas logo em abril tornou-se chocófoba: “o chocolate já não é o mesmo para mim, fui levada pela moda, como o usual”... “os que recomendavam chocolate o acusam agora de todos os males do mundo.” Suas cartas também regis-traram o escândalo parisiense com o parto de um menino “negro como o diabo” pela Sra. Coetlogon, grande bebedora de chocolate. Embora fa-zendo coro aos acusadores da bebida, a Marquesa não deixou de comentar que o chocolate era servido sempre por um jovem escravo africano...

Ainda há poucas décadas, era comum no Brasil a superstição de que o chocolate enegrecia a pele. Incriminado por malefícios à saúde, da acne ao zumbido, e saudado por propriedades nutritivas e antioxi-dantes, o chocolate é estimulante da fenilalanina, o neurotransmissor do sentimento amoroso – o confeito em coração oferecido pelo namorado é um recurso gastronômico para atear a paixão.

Se no tomate, batata e milho os europeus não introduziram grandes melhorias ao que os povos autócnes haviam desenvolvido, com o choco-

Estilo Zaffari 59

late foi diferente. As freiras espanholas adicionaram o açúcar iniciando a equação, chocolate = cacau + açúcar. Sir Sloane, médico inglês na Jamaica (1689), observando que tanto o chocolate como o leite eram dados às crianças pequenas, misturou os dois, impressionou-se com a cremosidade e mudou o chocolate para sempre: chocolate = cacau + açúcar + leite.

Outra inovação ocorreu em 1828, na Holanda, quando Von Heuten criou uma prensa para remover a gor-dura do cacau para depois adicioná-la ao pó de chocolate, conferindo à mis-tura uma textura firme à temperatura ambiente mas pastosa à temperatura da boca. Von Heuten iniciou a produ-ção de barras e confeitos, logo chama-dos pelos belgas de bon-bon, aprovação em duplicata.

A popularização do chocolate sólido é recente. Em 1825, quando Sa-varin publicou sua Fisiologia do Gosto só falou em ‘taça da volúpia’, nunca em tablete. Recomendava o chocolate com âmbar, ‘bebida dos aflitos’, para “o inteligente que se sinta incapaz de pensar” e “quem ache a atmosfera pesada, o ar úmido, o tempo longo”.

No Dicionário de Gastronomia (1850), Vitor Hugo também só aludiu à bebida; para ele a paixão das espa-nholas pelo chocolate fizera com que em todas as sextas-feiras o adágio fosse repetido: ‘liquido non frangit jejunium’, líquido não quebra o jejum.

Em 1743, Etiene Liotard pintava La Belle Chocolatière, uma bela serviçal

MOrangOs rua XV

dissOlVer chOcOlate de

cObertura eM banhO-Maria.

segurOs pelOs talOs, Mergulhar

MOrangOs beM VerMelhOs

na calda (2/3 da Fruta).

cOlOcar nO gelO até

sOlidiFicar e serVir.

MetaFísica MaiOr

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O sabor e o saberF e r n a n d O l O k s c h i n

servindo em uma bandeja um copo d’água e uma taça de chocolate. Duas outras damas foram retratadas por Lio-tard junto a taças de chocolate. Se Van Gogh pintou girassóis, Liotard pintou chocolate, documentando o intimida-de da bebida no mundo feminino. Tal uma premonição, o artista era suíço, povo que se tornaria célebre pelo chocolate e seu maior consumidor: 1kg por pessoa mês.

Quando Goethe visitou a Suíça em 1792, levou o seu chocolate, não havia ainda um bom produto local. O chocolate chegou a Zurique desde a Bélgica, que pertenceu à coroa espa-nhola até 1714. Mas não é casualidade que a Suíça, famosa pela indústria do leite, desse origem ao bom chocolate – a lactose reduz a adstringência do cacau suavizando seu sabor. Também não é coincidência a vizinhança com a indústria relojoeira; o acolhimento à pequena burguesia urbana protes-tante europeia em fuga à perseguição católica no séc. XVIII fez com que lá florescesse, primeiro, a produção arte-sanal e, depois, a industrial do relógio e do chocolate.

As regiões produtoras do melhor chocolate – Suíça, Bélgica, França e Itália –, são vizinhas, têm boas vacas e bons artesãos mas não colhem um único pé de cacau. Já as regiões que cultivam o melhor cacau não produ-zem chocolates nobres. E, ao contrário do chá e café, a chocolate desapareceu da dieta nas regiões de origem.

As tropas britânicas em guerra na África do Sul receberam como pre-sente da Rainha Vitória nas festas de virada do séc. XIX barras de chocolate. Os militares na primeira e segunda guerra mundial e também os cosmos e astronautas tinham o chocolate como alimento e conforto. Suprimento dos alpinistas e navegadores, o chocolate acompanhou Almir Klynk nas suas longas e solitárias travessias oceâ nicas.

O chocolate brasileiro nasceu em Porto Alegre quando dois irmãos imigrantes alemães fundaram a Neu-gebauer (1891). Depois surgiram a

FernandO lOkschin é MédicO e gOurMet fernando@

vanet.com.br

Lacta (1912), a Nestlé (1921), a Ko-penhagem (1928) e a Garoto (1929). O chocolate mais popular no país é o Diamante Negro, apelido do jogador brasileiro Leônidas, sensação da Copa do Mundo da França (1938), o inven-tor do ‘gol de bicicleta’. O Sonho de Valsa e Amor Carioca são seus rivais.

Fernando Pessoa, que morreu pelo uso do álcool, no seu poema maior, de título alusivo ao fumo (Tabacaria), enfatiza: Come chocolates! / Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Obeso e propenso a adições, Tim Maia juntou ‘4 Cs’ da cafeína e cantou o chocolate (1993) como eufemismo para o haxixe: “não quero café, não quero chá, não quero Coca-Cola, me liguei no chocolate”.

O chocolate tem mais visibilidade na arte ocidental que o chá e o café. Como nas pinturas de Liotard, o cho-colate estreou na tela do cinema na boca de uma mulher – Jean Harlow, na comédia romântica Dinner at Ei-ght (1933). No clássico A Fantástica Fábrica de Chocolate, cinco crianças fazem uma viagem parecida com a de Alice, pelo país das maravilhas de uma fábrica de chocolates. Tal Sofia Loren com o espaguete, Katherine Hepburn, elegante e esguia, se definia

60 Estilo Zaffari

pelo chocolate: “O que você vê pela frente, meu amigo, é resultado de uma existência de chocolate”.

No belo romance (e filme), ‘O chocolate’, apropriadamente escrito por uma mulher, uma jovem mãe solteira distribui, via o chocolate que confecciona, o bem e a magia entre os habitantes de uma pequena aldeia, desde a anafrodisia conjugal até a coragem de cortejar a mulher amada.

O chocolate divide com o ovo e o coelho, símbolos clássicos de fertilida-de, a presença na Páscoa cristã, cele-brada exatamente na data astrológica dos antigos ritos pagãos de primavera: primeira lua cheia depois do equinócio vernal nórdico.

Acosta escreveu que os espanhóis “morriam por uma taça de chocolate” e não sabemos se o sentido era figu-rado ou literal. De fato, a cor escura, o sabor marcado, o intenso aroma e a consistência viscosa fizeram do chocolate uma arma, o veículo ideal para camuflar a presença de cianureto, o ‘punhal feminino’. Quando o bispo de Chiapa Real proibiu as damas es-panholas de beber chocolate na missa houve tumulto na Catedral. Pouco de-pois o bispo morria misteriosamente, convencido de que fora envenenado por uma taça de chocolate.

Há quem afirme que o papa Clemente XIV foi envenenado com chocolate pouco depois de extinguir a Ordem dos Jesuítas (1774), grandes aficionados da bebida.

E, conforme a lenda, a baronesa decidiu dar fim a anos de infidelida-de conjugal, oferecendo ao esposo uma fumegante taça de chocolate. “Se tivesses colocado açúcar em vez de veneno, o sabor seria melhor ain-da” teriam sido as últimas palavras do marido.

Talvez o barão soubesse a sorte que o esperava, mas que chocólatra recusaria uma taça fumegante?

Page 53: Revista Estilo 53

Vida

A alegriade correr

P O R L O R A I N E L U Z

F O T O S C R I S T I A N O S A N T ’ A N N A

ERA UMA QUENTE QUARTA-FEIRA, DIA DE TREI-

NO DE CORRIDA NA PISTA, E EU ESTAVA FINALI-

ZANDO UMA SÉRIE DE 400 METROS. FALTAVAM

DUAS OU TRÊS REPETIÇÕES, EU VINHA FAZEN-

DO TUDO DENTRO DO TEMPO ESPERADO, MAS

NENHUMA HAVIA SIDO TÃO BOA COMO A PRI-

MEIRA. MEU TREINADOR ME SUGERIU EXPERI-

MENTAR UMA PASSADA E UMA POSIÇÃO DO

CORPO DIFERENTES. NÃO DEU OUTRA: SEGUN-

DOS SUMIRAM DO MEU TEMPO, E A SÉRIE DE

400 TERMINOU MELHOR DO QUE COMEÇOU. E

EU FUI "SOLTAR" FELIZ, FELIZ.

Estilo Zaffari 63

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Vida

A alegriade correr

P O R L O R A I N E L U Z

F O T O S C R I S T I A N O S A N T ’ A N N A

ERA UMA QUENTE QUARTA-FEIRA, DIA DE TREI-

NO DE CORRIDA NA PISTA, E EU ESTAVA FINALI-

ZANDO UMA SÉRIE DE 400 METROS. FALTAVAM

DUAS OU TRÊS REPETIÇÕES, EU VINHA FAZEN-

DO TUDO DENTRO DO TEMPO ESPERADO, MAS

NENHUMA HAVIA SIDO TÃO BOA COMO A PRI-

MEIRA. MEU TREINADOR ME SUGERIU EXPERI-

MENTAR UMA PASSADA E UMA POSIÇÃO DO

CORPO DIFERENTES. NÃO DEU OUTRA: SEGUN-

DOS SUMIRAM DO MEU TEMPO, E A SÉRIE DE

400 TERMINOU MELHOR DO QUE COMEÇOU. E

EU FUI "SOLTAR" FELIZ, FELIZ.

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ANTONIO CABEDA,26 ANOS,PROFISSIONAL DOMERCADO FINANCEIRO

Há alguns anos, o trecho que dá início a este textoteria um entendimento tão restrito que talvez só fosseindicado para revistas sobre treinamento. Hoje, tenhocerteza, os administradores de empresa Caroline e Felipe,o fotógrafo Silvio, o profissional do mercado financeiroAntonio, o gerente de hotel Hernan, a psicóloga Daniela,os funcionários públicos Gabriela e Eduardo, a tradutoraLúcia, entrevistados para esta reportagem, além de (mui-to provavelmente) você, compreendem inteiramente aimportância de segundos a menos num tiro de 400 me-tros e a minha felicidade por conseguir essa marca. Maisdo que isso: podem “se ver” na descrição acima. Por quê?Porque hoje em dia todo mundo treina corrida.

FenômenoOk, força de expressão dizer que todo mundo treina

corrida, mas ninguém duvida de que a prática se popula-rizou muito. Basta dar uma circulada pela Avenida Bei-ra-Rio, aos sábados pela manhã: são dezenas de barra-quinhas, das chamadas assessorias esportivas, e cente-nas de pessoas indo e vindo pela orla até completarem oslongões, os treinos de 12 km, 14 km, 21 km. Gente dosmais variados perfis, com ou sem histórico em outrosesportes, que encontrou na corrida a forma mais fácil demanter a forma, aliviar o estresse, fazer novos amigos esuperar marcas pessoais. Foi-se o tempo em que aquelevizinho que, com sol ou chuva, está de tênis e boné paracima e para baixo e que viaja pelo mundo participandode maratonas era uma figura excêntrica. Uma busca sim-ples na internet vai listar diversos blogs relatando expe-riências parecidas.

“Em 2005, uma corrida grande em Porto Alegre, com

Vida

C O R R E R É U M B A R A T O

“Gosto muito de me sentirdesafiada em qualquer situação,seja profissional, seja pessoal.Penso sempre que vouconseguir superar e dá certo!Quando comecei, a ideia era umaconquista de cada vez. A cadatreino, a missão de terminá-lo eassim por diante.”

DANIELALONTRA,35 ANOS,PSICÓLOGA

“Até hoje, numa prova de10 km, quando vai chegandoao km 9, me dá um arrepio nocorpo, tem uma liberação deadrenalina que é muito louca!O coração acelera e é umasensação muito boa de devercumprido, de ter conseguidoalcançar os meus objetivos.”

exceção da maratona, reunia mil participantes e umapequena tinha 200. Hoje, uma pequena reúne cerca demil pessoas e as grandes chegam a somar até 5 mil parti-cipantes. Em outros estados, o crescimento ainda é maissignificativo”, compara Paulo Silva, há mais de 30 anosenvolvido com esse esporte, como atleta, treinador, di-retor do Clube de Corredores de Porto Alegre (Corpa) eorganizador de provas.

O número de competições ao ano é outro indicadordo fenômeno. São tantas que os treinadores das assesso-rias esportivas precisam organizar em quais delas seusalunos e atletas vão participar, a fim de evitar sobrecargae respeitar os ciclos de treinamento.

“Há grandes empresas voltadas para a organizaçãode eventos. As provas viraram festa, diversão. Umamudança de mentalidade, no sentido de mais pessoasbuscarem qualidade de vida e menos estresse, fez gen-te de mais poder aquisitivo tentar a corrida. Gentecapaz de adquirir produtos, as marcas aproveitaramisso, investem, as corridas têm cada vez mais patroci-nadores. Uma coisa puxa a outra”, resume EduardoRemião, um dos mais experientes treinadores de cor-rida de Porto Alegre.

E vêm mais competições por aí. Por causa da boademanda, os próprios treinadores organizam eventos.Está na pauta da Associação dos Grupos de Corrida (sim,já há uma associação específica para eles, criada oficial-mente em junho deste ano) uma reunião entre os técni-cos organizadores de provas para definirem um calendá-rio com datas compatíveis, de modo que uma não atra-palhe a realização de outra.

Segundo seu presidente, Rogério Menegassi, a asso-

CORRER É MUITO MAISDO QUE CALÇAR UM PARDE TÊNIS E SAIR POR AÍ

64 Estilo Zaffari

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ANTONIO CABEDA,26 ANOS,PROFISSIONAL DOMERCADO FINANCEIRO

Há alguns anos, o trecho que dá início a este textoteria um entendimento tão restrito que talvez só fosseindicado para revistas sobre treinamento. Hoje, tenhocerteza, os administradores de empresa Caroline e Felipe,o fotógrafo Silvio, o profissional do mercado financeiroAntonio, o gerente de hotel Hernan, a psicóloga Daniela,os funcionários públicos Gabriela e Eduardo, a tradutoraLúcia, entrevistados para esta reportagem, além de (mui-to provavelmente) você, compreendem inteiramente aimportância de segundos a menos num tiro de 400 me-tros e a minha felicidade por conseguir essa marca. Maisdo que isso: podem “se ver” na descrição acima. Por quê?Porque hoje em dia todo mundo treina corrida.

FenômenoOk, força de expressão dizer que todo mundo treina

corrida, mas ninguém duvida de que a prática se popula-rizou muito. Basta dar uma circulada pela Avenida Bei-ra-Rio, aos sábados pela manhã: são dezenas de barra-quinhas, das chamadas assessorias esportivas, e cente-nas de pessoas indo e vindo pela orla até completarem oslongões, os treinos de 12 km, 14 km, 21 km. Gente dosmais variados perfis, com ou sem histórico em outrosesportes, que encontrou na corrida a forma mais fácil demanter a forma, aliviar o estresse, fazer novos amigos esuperar marcas pessoais. Foi-se o tempo em que aquelevizinho que, com sol ou chuva, está de tênis e boné paracima e para baixo e que viaja pelo mundo participandode maratonas era uma figura excêntrica. Uma busca sim-ples na internet vai listar diversos blogs relatando expe-riências parecidas.

“Em 2005, uma corrida grande em Porto Alegre, com

Vida

C O R R E R É U M B A R A T O

“Gosto muito de me sentirdesafiada em qualquer situação,seja profissional, seja pessoal.Penso sempre que vouconseguir superar e dá certo!Quando comecei, a ideia era umaconquista de cada vez. A cadatreino, a missão de terminá-lo eassim por diante.”

DANIELALONTRA,35 ANOS,PSICÓLOGA

“Até hoje, numa prova de10 km, quando vai chegandoao km 9, me dá um arrepio nocorpo, tem uma liberação deadrenalina que é muito louca!O coração acelera e é umasensação muito boa de devercumprido, de ter conseguidoalcançar os meus objetivos.”

exceção da maratona, reunia mil participantes e umapequena tinha 200. Hoje, uma pequena reúne cerca demil pessoas e as grandes chegam a somar até 5 mil parti-cipantes. Em outros estados, o crescimento ainda é maissignificativo”, compara Paulo Silva, há mais de 30 anosenvolvido com esse esporte, como atleta, treinador, di-retor do Clube de Corredores de Porto Alegre (Corpa) eorganizador de provas.

O número de competições ao ano é outro indicadordo fenômeno. São tantas que os treinadores das assesso-rias esportivas precisam organizar em quais delas seusalunos e atletas vão participar, a fim de evitar sobrecargae respeitar os ciclos de treinamento.

“Há grandes empresas voltadas para a organizaçãode eventos. As provas viraram festa, diversão. Umamudança de mentalidade, no sentido de mais pessoasbuscarem qualidade de vida e menos estresse, fez gen-te de mais poder aquisitivo tentar a corrida. Gentecapaz de adquirir produtos, as marcas aproveitaramisso, investem, as corridas têm cada vez mais patroci-nadores. Uma coisa puxa a outra”, resume EduardoRemião, um dos mais experientes treinadores de cor-rida de Porto Alegre.

E vêm mais competições por aí. Por causa da boademanda, os próprios treinadores organizam eventos.Está na pauta da Associação dos Grupos de Corrida (sim,já há uma associação específica para eles, criada oficial-mente em junho deste ano) uma reunião entre os técni-cos organizadores de provas para definirem um calendá-rio com datas compatíveis, de modo que uma não atra-palhe a realização de outra.

Segundo seu presidente, Rogério Menegassi, a asso-

CORRER É MUITO MAISDO QUE CALÇAR UM PARDE TÊNIS E SAIR POR AÍ

64 Estilo Zaffari

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UMA GRANDE REVOLUÇÃOVocê decide correr regularmente e pronto:a cada treino, seu corpo vai experimen-tando uma gigantesca revolução. A nutri-cionista Dra. Daniela Feio Fernandes listaalguns exemplos disso e acrescenta: “Po-deríamos enumerar efeitos cognitivos, psi-cossociais e terapêuticos. Então, ao esta-belecermos uma relação positiva entre aprática de atividade física e a capacidadefuncional do indivíduo, podemos falar tran-quilamente de uma grande revolução”.

EFEITOS ANTROPOMÉTRICOS Controle ou diminuição da gordura cor-

poral; Manutenção ou incremento da massa

muscular, força muscular e da densidadeóssea;

Fortalecimento do tecido conectivo; Melhora da flexibilidade.

EFEITOS METABÓLICOS Aumento de sangue circulante, da resis-

tência física em 10-30% e da ventilaçãopulmonar;

Diminuição da frequência cardíaca emrepouso e no trabalho submáximo e dapressão arterial;

Melhora dos níveis de HDL e diminuiçãodos níveis de triglicérides, colesterol total eLDL, dos níveis de glicose sanguínea;

Melhora nos parâmetros do sistemaimunológico, sendo associado a menor riscode alguns tipos de câncer (cólon, mama eútero);

Diminuição de marcadores anti-inflama-tórios associados a doenças crônicas nãotransmissíveis;

Diminuição do risco de doença cardiovas-cular, acidente vascular cerebral, trombo-embólico, hipertensão, diabetes tipo II, os-teoporose e obesidade

DICAS DA NUTRI A ausência de fome imediatamente após

treino intenso se deve ao fato de a ativi-dade elevar a temperatura corporal, alte-rando o perfil da hipófise, que bloqueia asensação de fome, além de estimular aqueima de gordura.

Nada de barriga vazia na hora de treinar.Apesar de depender da frequência, do horá-rio, do volume e da intensidade da atividade,deve ser evitado o consumo de carboidratoscom elevada carga glicêmica (açúcar), poisisso gera pico de insulina, o que inibe a quei-ma de gorduras. Opte por carboidratos me-nos refinados combinando com proteínas egorduras de alta qualidade. Um exemplo:suco verde + queijo branco + algumas uni-dades de castanha-do-pará.

Beba água ao longo do dia, não somentedurante ou depois da atividade física. Se oatleta bebe com intuito de matar a sede éporque já está em déficit e conseguirá reporapenas metade do que foi perdido.

Vida

ANTONIO CABEDA,26 ANOS,PROFISSIONAL DOMERCADO FINANCEIRO

Vida

E S T R A T É G I A M E N T A L

“Quando bate a vontade deafrouxar, eu sempre pensoque falta pouco, que é melhorsegurar assim pra terminar oquanto antes, lembro quetreinei para fazer aquilo, quedei duro nos treinos e é horade valorizar e honrar meuesforço prévio.”

LÚCIA BRITO,46 ANOS,JORNALISTA ETRADUTORA

“Ignoro o corpo. Penso que é umsentimento recorrente, que semprevolta em torno do km 7 nascorridas de 10 e no km 15 nas de21 km. Eu foco na passada, narespiração e tento me ver ‘de fora’do corpo. Realmente uma coisaquase contemplativa, de modo asuperar os momentos críticos.”

ciação conta com 81 assessorias, representando cerca de3,5 mil atletas/alunos/corredores. Juntos, como entida-de representativa, pretendem ter mais força na hora depropor melhorias para os eventos e pressionar gover-nantes na busca por locais de treinamento mais segurose iluminados. Na última reunião também se debaterama ordem e o local de montagem das barracas nas provas.São tantas que detalhes assim são importantes. Esses etantos outros, que passam despercebidos por quem ape-nas vai lá correr ou assistir.

Exemplo é a necessidade de segurança. Quando asprovas são pela manhã, a estrutura toda precisa ser mon-tada no dia anterior. Quem cuida durante a noite? Gen-te como o Leandro Oliveira Baum, acostumado a passara noite nos parques sempre que a loja na qual é segurançamonta tenda em eventos de corrida. “Nunca corri, não...De corrida, só lembro de ter feito no quartel. Não vejonem a largada”, conta ele, atento à movimentação quecrescia ao redor da barraca sob sua responsabilidade nanoite de realização da POA Night Run, em setembro.

A prova reuniu cerca de 2 mil participantes. Masmais do que o dobro disso circulou por ali, segundo Clau-dio Soiresmann, um dos sócios da RunSports, organiza-dora do evento. São acompanhantes, amigos, familiares,simpatizantes atraídos pela megaestrutura: lounge, músi-ca, estandes de produtos que vão do pão com fibras aosúltimos modelos em roupas e tênis, além de espaço paraalongamento e massagem. Ali no meio, a gente quaseesquece de que está em uma prova de corrida. Para queisso tudo funcione são necessárias mais de 200 pessoas,desde a montagem das tendas até a entrega de água aolongo do percurso.

Yes, you canE precisa de técnico, orientação e planilha de treino

para correr? Era o que se perguntava o Felipe Melnick,31 anos, administrador de empresas, que saía para correrpela cidade conforme mandava a sua cabeça.

“Por que preciso combinar com um grupo de pessoaspara correr? Ou... para que pagar para correr?”, se per-guntava ele quando pensava nos grupos de corrida for-mados sob a orientação de um educador físico. Felipecontinua: “Eu via os grupos de corrida no Parcão, eu eminha esposa, até que decidimos entrar. Uma coisa quedá medo ao corredor solitário é o inverno aqui no Esta-do. Eu corro às 7h... no inverno é terrível... num grupo,um motiva o outro. Bom, quando eu entrei na assessoriaClube da Endorfina, eu achava que os meus 6 minutospor km era correr bem... (risos) O meu tempo era o pior!Um ano e meio depois, eu faço o quilômetro para4min30s. Treino orientado faz diferença!”.

Uma mudança na forma de encarar a corrida, agoracomo um esporte realmente competitivo, desafiador epara todos, também colaborou para a sua popularização.Quem buscou as assessorias esportivas, seja para fazeramigos, seja para se motivar com o grupo ou para nãodesistir no primeiro vento sul que batesse na orla doGuaíba, descobriu que a corrida é muito mais do quevestir um tênis adequado e sair por aí. Tem ritmos dife-rentes, tem técnica, tem evolução. Descobriu que a for-ma como movimenta o braço, posiciona a cabeça ou exe-cuta a passada altera a velocidade e, por consequência, oresultado final.

Caroline Logemann, 35 anos, também do Clube daEndorfina, que já baixou em seis minutos seu tempo em

COMPETIR SERVE COMOMOTIVAÇÃO PARA TREINAR MAIS

66 Estilo Zaffari

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UMA GRANDE REVOLUÇÃOVocê decide correr regularmente e pronto:a cada treino, seu corpo vai experimen-tando uma gigantesca revolução. A nutri-cionista Dra. Daniela Feio Fernandes listaalguns exemplos disso e acrescenta: “Po-deríamos enumerar efeitos cognitivos, psi-cossociais e terapêuticos. Então, ao esta-belecermos uma relação positiva entre aprática de atividade física e a capacidadefuncional do indivíduo, podemos falar tran-quilamente de uma grande revolução”.

EFEITOS ANTROPOMÉTRICOS Controle ou diminuição da gordura cor-

poral; Manutenção ou incremento da massa

muscular, força muscular e da densidadeóssea;

Fortalecimento do tecido conectivo; Melhora da flexibilidade.

EFEITOS METABÓLICOS Aumento de sangue circulante, da resis-

tência física em 10-30% e da ventilaçãopulmonar;

Diminuição da frequência cardíaca emrepouso e no trabalho submáximo e dapressão arterial;

Melhora dos níveis de HDL e diminuiçãodos níveis de triglicérides, colesterol total eLDL, dos níveis de glicose sanguínea;

Melhora nos parâmetros do sistemaimunológico, sendo associado a menor riscode alguns tipos de câncer (cólon, mama eútero);

Diminuição de marcadores anti-inflama-tórios associados a doenças crônicas nãotransmissíveis;

Diminuição do risco de doença cardiovas-cular, acidente vascular cerebral, trombo-embólico, hipertensão, diabetes tipo II, os-teoporose e obesidade

DICAS DA NUTRI A ausência de fome imediatamente após

treino intenso se deve ao fato de a ativi-dade elevar a temperatura corporal, alte-rando o perfil da hipófise, que bloqueia asensação de fome, além de estimular aqueima de gordura.

Nada de barriga vazia na hora de treinar.Apesar de depender da frequência, do horá-rio, do volume e da intensidade da atividade,deve ser evitado o consumo de carboidratoscom elevada carga glicêmica (açúcar), poisisso gera pico de insulina, o que inibe a quei-ma de gorduras. Opte por carboidratos me-nos refinados combinando com proteínas egorduras de alta qualidade. Um exemplo:suco verde + queijo branco + algumas uni-dades de castanha-do-pará.

Beba água ao longo do dia, não somentedurante ou depois da atividade física. Se oatleta bebe com intuito de matar a sede éporque já está em déficit e conseguirá reporapenas metade do que foi perdido.

Vida

ANTONIO CABEDA,26 ANOS,PROFISSIONAL DOMERCADO FINANCEIRO

Vida

E S T R A T É G I A M E N T A L

“Quando bate a vontade deafrouxar, eu sempre pensoque falta pouco, que é melhorsegurar assim pra terminar oquanto antes, lembro quetreinei para fazer aquilo, quedei duro nos treinos e é horade valorizar e honrar meuesforço prévio.”

LÚCIA BRITO,46 ANOS,JORNALISTA ETRADUTORA

“Ignoro o corpo. Penso que é umsentimento recorrente, que semprevolta em torno do km 7 nascorridas de 10 e no km 15 nas de21 km. Eu foco na passada, narespiração e tento me ver ‘de fora’do corpo. Realmente uma coisaquase contemplativa, de modo asuperar os momentos críticos.”

ciação conta com 81 assessorias, representando cerca de3,5 mil atletas/alunos/corredores. Juntos, como entida-de representativa, pretendem ter mais força na hora depropor melhorias para os eventos e pressionar gover-nantes na busca por locais de treinamento mais segurose iluminados. Na última reunião também se debaterama ordem e o local de montagem das barracas nas provas.São tantas que detalhes assim são importantes. Esses etantos outros, que passam despercebidos por quem ape-nas vai lá correr ou assistir.

Exemplo é a necessidade de segurança. Quando asprovas são pela manhã, a estrutura toda precisa ser mon-tada no dia anterior. Quem cuida durante a noite? Gen-te como o Leandro Oliveira Baum, acostumado a passara noite nos parques sempre que a loja na qual é segurançamonta tenda em eventos de corrida. “Nunca corri, não...De corrida, só lembro de ter feito no quartel. Não vejonem a largada”, conta ele, atento à movimentação quecrescia ao redor da barraca sob sua responsabilidade nanoite de realização da POA Night Run, em setembro.

A prova reuniu cerca de 2 mil participantes. Masmais do que o dobro disso circulou por ali, segundo Clau-dio Soiresmann, um dos sócios da RunSports, organiza-dora do evento. São acompanhantes, amigos, familiares,simpatizantes atraídos pela megaestrutura: lounge, músi-ca, estandes de produtos que vão do pão com fibras aosúltimos modelos em roupas e tênis, além de espaço paraalongamento e massagem. Ali no meio, a gente quaseesquece de que está em uma prova de corrida. Para queisso tudo funcione são necessárias mais de 200 pessoas,desde a montagem das tendas até a entrega de água aolongo do percurso.

Yes, you canE precisa de técnico, orientação e planilha de treino

para correr? Era o que se perguntava o Felipe Melnick,31 anos, administrador de empresas, que saía para correrpela cidade conforme mandava a sua cabeça.

“Por que preciso combinar com um grupo de pessoaspara correr? Ou... para que pagar para correr?”, se per-guntava ele quando pensava nos grupos de corrida for-mados sob a orientação de um educador físico. Felipecontinua: “Eu via os grupos de corrida no Parcão, eu eminha esposa, até que decidimos entrar. Uma coisa quedá medo ao corredor solitário é o inverno aqui no Esta-do. Eu corro às 7h... no inverno é terrível... num grupo,um motiva o outro. Bom, quando eu entrei na assessoriaClube da Endorfina, eu achava que os meus 6 minutospor km era correr bem... (risos) O meu tempo era o pior!Um ano e meio depois, eu faço o quilômetro para4min30s. Treino orientado faz diferença!”.

Uma mudança na forma de encarar a corrida, agoracomo um esporte realmente competitivo, desafiador epara todos, também colaborou para a sua popularização.Quem buscou as assessorias esportivas, seja para fazeramigos, seja para se motivar com o grupo ou para nãodesistir no primeiro vento sul que batesse na orla doGuaíba, descobriu que a corrida é muito mais do quevestir um tênis adequado e sair por aí. Tem ritmos dife-rentes, tem técnica, tem evolução. Descobriu que a for-ma como movimenta o braço, posiciona a cabeça ou exe-cuta a passada altera a velocidade e, por consequência, oresultado final.

Caroline Logemann, 35 anos, também do Clube daEndorfina, que já baixou em seis minutos seu tempo em

COMPETIR SERVE COMOMOTIVAÇÃO PARA TREINAR MAIS

66 Estilo Zaffari

Page 59: Revista Estilo 53

provas de 10 km, comenta: “Não tinha ideia de comofuncionava o treinamento de corrida, achava que eracoisa só para pessoas que quisessem competir e que erasinônimo de renúncias e muito esforço, às vezes até desofrimento. Para mim, correr era só colocar o tênis e sairpor aí e aumentar a distância de acordo com a minharesistência. Talvez seja por isso que começava e sempredesistia...”

Eduardo Reis, 56 anos, nunca desiste: com a ajuda deum treinador, aprendeu a dosar o ritmo e comemora con-quistas na pista e fora dela: emagreceu 15 quilos, paroude fumar e bebe eventualmente. “Faço provas de 10 kmcom tranquilidade”.

Com método, as assessorias esportivas ensinam aspessoas a correr gradualmente. A evolução é rápida eisso acaba servindo de motivação. Quem nunca correudificilmente escapa de um início semelhante a este: tro-tes leves e corridas alternadas com caminhada. Assimcomeçaram a Daniela Lontra, 35 anos, e o Hernan Bina-ghi, 40 anos. O grupo de corrida foi criado no local onde

trabalham, sob orientação de profissionais da ÁpiceAcademia, como forma de aliviar tensões. Não conse-guiam correr por mais de três minutos sem cansar.

“A impressão inicial é de que seria extremamentedifícil, quase impossível pensar em correr 5 km. Hoje,isso já é algo normal”, conta Daniela. Atualmente, ela eHernan são capazes de treinar por 40 e 50 minutos inin-terruptos e participam de provas com desenvoltura. “Tercorrido minha primeira maratona, no evento de PortoAlegre, este ano, foi minha primeira grande vitória...Mas participar de uma prova em Gramado, agora em se-tembro, à noite, com frio e chuva, subidas, terminandocom vontade de seguir correndo foi wow!”, empolga-seHernan.

Depois de ter duas filhas e se ver longe dos esportespor demandas profissionais, Gabriela Coelho, 38 anos,funcionária pública, cansou de apenas assistir às compe-tições que a RaiaSul Assessoria Esportiva organizava narua onde morava e encarou o desafio de fazer parte delas.“Para retomar a autoestima, emagrecer e voltar a ter

Vida

EDUARDO DIAS, 56 ANOS,FUNCIONÁRIO PÚBLICO

C O R R E R É U M B A R A T O

“Não há prazer que secompare ao experimentadoquando cruzamos a linha dechegada em uma prova.”

“Minha condição física e mentalmelhorou 100% desde quecomecei a treinar. Eu vejo acorrida como um estilo de vida.”

ânimo pelas coisas boas da vida, o esporte foi fundamen-tal”, afirma. Ela, que começou os treinos alternando cor-rida e caminhada, atualmente faz provas de até 14 km eserve de exemplo para as filhas, que começaram a corrertambém. No condomínio na zona sul, para o qual semudou após se casar novamente, tem um grupo de corri-da do qual participa. “A corrida consegue juntar muitaspessoas, sem discriminação. Você pode correr apenas 5km e está lá, incluída no rol dos corredores”, lembra.

Correr reorganiza a vidaTreinar corrida regularmente é transformador. Quan-

to mais sedentário se é, mais maravilhado se fica com asmudanças proporcionadas pela prática regular de umaatividade física. Isso a química explica. Adrenalina, en-dorfina... com certeza conhecemos esse papo. Mas a trans-formação vai além. Muda a forma de nos alimentarmos,e não é frescura: o corpo realmente “pede” escolhas maissaudáveis porque assim responderá de forma mais efeti-va ao treinamento. Muda a relação com prazeres esque-

TREINAR ALIVIA O ESTRESSE E AJUDA A MANTER A FORMA, FAZER NOVOS AMIGOS E SUPERAR DESAFIOS

CARLOS HERNAN BINAGHI, 40 ANOS, GERENTE-GERAL DO HOTEL SHERATON DE PORTO ALEGRE

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Page 60: Revista Estilo 53

provas de 10 km, comenta: “Não tinha ideia de comofuncionava o treinamento de corrida, achava que eracoisa só para pessoas que quisessem competir e que erasinônimo de renúncias e muito esforço, às vezes até desofrimento. Para mim, correr era só colocar o tênis e sairpor aí e aumentar a distância de acordo com a minharesistência. Talvez seja por isso que começava e sempredesistia...”

Eduardo Reis, 56 anos, nunca desiste: com a ajuda deum treinador, aprendeu a dosar o ritmo e comemora con-quistas na pista e fora dela: emagreceu 15 quilos, paroude fumar e bebe eventualmente. “Faço provas de 10 kmcom tranquilidade”.

Com método, as assessorias esportivas ensinam aspessoas a correr gradualmente. A evolução é rápida eisso acaba servindo de motivação. Quem nunca correudificilmente escapa de um início semelhante a este: tro-tes leves e corridas alternadas com caminhada. Assimcomeçaram a Daniela Lontra, 35 anos, e o Hernan Bina-ghi, 40 anos. O grupo de corrida foi criado no local onde

trabalham, sob orientação de profissionais da ÁpiceAcademia, como forma de aliviar tensões. Não conse-guiam correr por mais de três minutos sem cansar.

“A impressão inicial é de que seria extremamentedifícil, quase impossível pensar em correr 5 km. Hoje,isso já é algo normal”, conta Daniela. Atualmente, ela eHernan são capazes de treinar por 40 e 50 minutos inin-terruptos e participam de provas com desenvoltura. “Tercorrido minha primeira maratona, no evento de PortoAlegre, este ano, foi minha primeira grande vitória...Mas participar de uma prova em Gramado, agora em se-tembro, à noite, com frio e chuva, subidas, terminandocom vontade de seguir correndo foi wow!”, empolga-seHernan.

Depois de ter duas filhas e se ver longe dos esportespor demandas profissionais, Gabriela Coelho, 38 anos,funcionária pública, cansou de apenas assistir às compe-tições que a RaiaSul Assessoria Esportiva organizava narua onde morava e encarou o desafio de fazer parte delas.“Para retomar a autoestima, emagrecer e voltar a ter

Vida

EDUARDO DIAS, 56 ANOS,FUNCIONÁRIO PÚBLICO

C O R R E R É U M B A R A T O

“Não há prazer que secompare ao experimentadoquando cruzamos a linha dechegada em uma prova.”

“Minha condição física e mentalmelhorou 100% desde quecomecei a treinar. Eu vejo acorrida como um estilo de vida.”

ânimo pelas coisas boas da vida, o esporte foi fundamen-tal”, afirma. Ela, que começou os treinos alternando cor-rida e caminhada, atualmente faz provas de até 14 km eserve de exemplo para as filhas, que começaram a corrertambém. No condomínio na zona sul, para o qual semudou após se casar novamente, tem um grupo de corri-da do qual participa. “A corrida consegue juntar muitaspessoas, sem discriminação. Você pode correr apenas 5km e está lá, incluída no rol dos corredores”, lembra.

Correr reorganiza a vidaTreinar corrida regularmente é transformador. Quan-

to mais sedentário se é, mais maravilhado se fica com asmudanças proporcionadas pela prática regular de umaatividade física. Isso a química explica. Adrenalina, en-dorfina... com certeza conhecemos esse papo. Mas a trans-formação vai além. Muda a forma de nos alimentarmos,e não é frescura: o corpo realmente “pede” escolhas maissaudáveis porque assim responderá de forma mais efeti-va ao treinamento. Muda a relação com prazeres esque-

TREINAR ALIVIA O ESTRESSE E AJUDA A MANTER A FORMA, FAZER NOVOS AMIGOS E SUPERAR DESAFIOS

CARLOS HERNAN BINAGHI, 40 ANOS, GERENTE-GERAL DO HOTEL SHERATON DE PORTO ALEGRE

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Page 61: Revista Estilo 53

cidos: num treino forte, sob calor, reconhecemos o imensovalor de um gole de água fresca. Muda a forma de encarara passagem de tempo, afinal, intervalos de 30 segundossão oásis no meio de uma série forte de pista. E digo atéque muda a nossa relação com a cidade: você conheceparques e ruas de outra forma, correndo por aí.

Que o diga quem, por força do trabalho, vive viajan-do, como o fotógrafo Silvio Ávila, 44 anos. “Já corri empracinha no interior da Bahia, dando volta e volta atécompletar meu treino, já corri em meio de estrada quecorta a floresta no Pará, e em lugares muito bacanas comoa beira da praia na Paraíba”, conta. Porque é assim: quemadota a corrida como hábito não consegue ficar sem. Nohotel de destino, Silvio chega a se preocupar primeiro sehá um local próximo para correr do que se haverá sol eluz suficientes para fotografar no dia seguinte. FelipeMelnick e Julia Dubin, corredores e recém-casados, fica-ram aliviados quando garantiram que no cruzeiro da luade mel havia lugar para treinar.

Gabriela Coelho descreve efeitos bem comuns daabstinência: “Se fico sem correr, perco disposição paraoutras coisas. Fico frustrada, mal-humorada e interferena qualidade do meu sono”. Imagina o Antonio Cabeda,26 anos, sem corrida! Olha o que ele diz: “A corrida éessencial depois de um dia de trabalho para eu conseguirrelaxar à noite. Eu digo que a minha semana começamesmo sábado à tarde, porque corro pela manhã, chegoem casa, faço um almoço leve, durmo duas horas e deu,estou pronto para começar a semana”. Lúcia Brito, 46

anos, sua colega na equipe Perfect Run, mata a charada:“Sei o quanto o treino faz bem para mim em todos osaspectos, e é isso que me motiva. Alivia a tensão, ajuda ocorpo e a mente a manter um estado de alerta, mas rela-xado. O treino organiza o corpo, porque me sinto bemdisposta, cheia de vitalidade, forte e flexível. E ajuda aorganizar a vida, porque requer dedicação, disciplina,paciência, persistência, às vezes resignação, qualidadesque se usa em tudo nesta vida”.

É porque a corrida presenteia seus adeptos com tan-tas maravilhas que matar treino é um crime. A consci-ência não perdoa. Para manter a rotina de suor impecá-vel, com disposição, alguns “sacrifícios” são necessários,como abreviar a vida noturna.

“O que mudou na minha vida depois dos treinos éque sexta-feira eu não saio mais (risos), já que corro sá-bado pela manhã!”, diz Antonio. Com o que concorda aCaroline: “Não tenho mais disposição pra fazer uma ba-lada até tarde como antes. Minhas amigas brincam e mechamam de velha ou de chata por não sair tanto. Elas jásabem que na sexta-feira tenho que dormir cedo pra acor-dar disposta pra correr sábado pela manhã. Ao mesmotempo, elas ficam contentes quando faço uma prova emelhoro os meus tempos. Vale a pena!”, garante.

Mas a nova rotina social implica novos amigos, cor-redores também: “E com a vantagem de ser um pessoalmuito de bem com a vida, afinal, ninguém se prestaria alevantar às 8h para correr 20km num sábado chuvosonão fosse bem resolvido”, acrescenta Antonio.

ORIENTAÇÃO ÉFUNDAMENTALQuer encontrar prazer na corrida? Bus-que orientação com profissionais ca-pacitados. Eles estabelecerão metas,organizarão frequência e volume ade-quados, evitando riscos de lesões. É amelhor forma para não desistir na se-gunda semana.“A maior incidência de lesão está nocomeço do treinamento, principalmen-te na fase de transição entre caminha-da e corrida”, afirma Frank Silvestrin,da RaiaSul Assessoria Esportiva.“Os grupos de corrida são uma exce-lente forma de integração social emotivação para os participantes, masdificilmente o grupo vai ter um condici-onamento homogêneo. Os treinos sãoindividuais, de acordo com a necessi-dade de cada membro do grupo”, lem-bra Rafael Souza, que coordena a mo-dalidade na Ápice Academia.Quem pegar gosto pela corrida vaiquerer evoluir sempre. A partir de de-terminada fase, é importante pensarem atividades de reforço ou compen-satórias para a musculatura, como pi-lates, exercícios funcionais, muscula-ção, entre outros.

RECOMENDAÇÕESPARA QUEMDESEJA COMEÇARA CORRERREGULARMENTE

realizar um check-up buscar um profissional para avaliar

sua condição física geral e prescrevertreino adequado

usar tênis adequado para o tipo detreino e roupas de tecidos leves, prio-rizando conforto térmico

correr em locais seguros, próximosda residência ou do local de traba-lho, porque aumentam as chancesde você não desistir

evitar as ruas da cidade, com calça-mento imprevisível, até conquistaruma boa mecânica de corrida

evitar dias e horários muito quentes comprometer-se com a hidrata-

ção mesmo que o corpo pareça nãoestar “pedindo”

reconhecer os limites de seu corpoe os respeitá-los.

FONTE: RAFAEL SOUZA, COORDENADOR DOGRUPO DE CORRIDA DA ÁPICE ACADEMIA

CAROLINE LOGEMANN,35 ANOS,ADMINISTRADORADE EMPRESA

C O R R E R É U M B A R A T O

“Mesmo que eu não seja umaatleta de elite, nem perto, oresultado individual da corrida éalgo que gera uma satisfaçãopessoal inigualável. Saber queestão torcendo por ti, que aprova é o resultado dotreinamento traz uma satisfaçãomuito grande. É maravilhoso.”

GABRIELA COELHO,38 ANOS,FUNCIONÁRIAPÚBLICA

“A minha primeiraprova de 10km,em setembro de2009, foi a maissignificativa pra mim,chorei, dava pulosde alegria e já queriasaber quando seriaa próxima!”

CORRER MUDA A RELAÇÃO COM A CIDADE: VOCÊCONHECEM RUAS E PARQUES DE OUTRA FORMA

Estilo Zaffari 71

Page 62: Revista Estilo 53

cidos: num treino forte, sob calor, reconhecemos o imensovalor de um gole de água fresca. Muda a forma de encarara passagem de tempo, afinal, intervalos de 30 segundossão oásis no meio de uma série forte de pista. E digo atéque muda a nossa relação com a cidade: você conheceparques e ruas de outra forma, correndo por aí.

Que o diga quem, por força do trabalho, vive viajan-do, como o fotógrafo Silvio Ávila, 44 anos. “Já corri empracinha no interior da Bahia, dando volta e volta atécompletar meu treino, já corri em meio de estrada quecorta a floresta no Pará, e em lugares muito bacanas comoa beira da praia na Paraíba”, conta. Porque é assim: quemadota a corrida como hábito não consegue ficar sem. Nohotel de destino, Silvio chega a se preocupar primeiro sehá um local próximo para correr do que se haverá sol eluz suficientes para fotografar no dia seguinte. FelipeMelnick e Julia Dubin, corredores e recém-casados, fica-ram aliviados quando garantiram que no cruzeiro da luade mel havia lugar para treinar.

Gabriela Coelho descreve efeitos bem comuns daabstinência: “Se fico sem correr, perco disposição paraoutras coisas. Fico frustrada, mal-humorada e interferena qualidade do meu sono”. Imagina o Antonio Cabeda,26 anos, sem corrida! Olha o que ele diz: “A corrida éessencial depois de um dia de trabalho para eu conseguirrelaxar à noite. Eu digo que a minha semana começamesmo sábado à tarde, porque corro pela manhã, chegoem casa, faço um almoço leve, durmo duas horas e deu,estou pronto para começar a semana”. Lúcia Brito, 46

anos, sua colega na equipe Perfect Run, mata a charada:“Sei o quanto o treino faz bem para mim em todos osaspectos, e é isso que me motiva. Alivia a tensão, ajuda ocorpo e a mente a manter um estado de alerta, mas rela-xado. O treino organiza o corpo, porque me sinto bemdisposta, cheia de vitalidade, forte e flexível. E ajuda aorganizar a vida, porque requer dedicação, disciplina,paciência, persistência, às vezes resignação, qualidadesque se usa em tudo nesta vida”.

É porque a corrida presenteia seus adeptos com tan-tas maravilhas que matar treino é um crime. A consci-ência não perdoa. Para manter a rotina de suor impecá-vel, com disposição, alguns “sacrifícios” são necessários,como abreviar a vida noturna.

“O que mudou na minha vida depois dos treinos éque sexta-feira eu não saio mais (risos), já que corro sá-bado pela manhã!”, diz Antonio. Com o que concorda aCaroline: “Não tenho mais disposição pra fazer uma ba-lada até tarde como antes. Minhas amigas brincam e mechamam de velha ou de chata por não sair tanto. Elas jásabem que na sexta-feira tenho que dormir cedo pra acor-dar disposta pra correr sábado pela manhã. Ao mesmotempo, elas ficam contentes quando faço uma prova emelhoro os meus tempos. Vale a pena!”, garante.

Mas a nova rotina social implica novos amigos, cor-redores também: “E com a vantagem de ser um pessoalmuito de bem com a vida, afinal, ninguém se prestaria alevantar às 8h para correr 20km num sábado chuvosonão fosse bem resolvido”, acrescenta Antonio.

ORIENTAÇÃO ÉFUNDAMENTALQuer encontrar prazer na corrida? Bus-que orientação com profissionais ca-pacitados. Eles estabelecerão metas,organizarão frequência e volume ade-quados, evitando riscos de lesões. É amelhor forma para não desistir na se-gunda semana.“A maior incidência de lesão está nocomeço do treinamento, principalmen-te na fase de transição entre caminha-da e corrida”, afirma Frank Silvestrin,da RaiaSul Assessoria Esportiva.“Os grupos de corrida são uma exce-lente forma de integração social emotivação para os participantes, masdificilmente o grupo vai ter um condici-onamento homogêneo. Os treinos sãoindividuais, de acordo com a necessi-dade de cada membro do grupo”, lem-bra Rafael Souza, que coordena a mo-dalidade na Ápice Academia.Quem pegar gosto pela corrida vaiquerer evoluir sempre. A partir de de-terminada fase, é importante pensarem atividades de reforço ou compen-satórias para a musculatura, como pi-lates, exercícios funcionais, muscula-ção, entre outros.

RECOMENDAÇÕESPARA QUEMDESEJA COMEÇARA CORRERREGULARMENTE

realizar um check-up buscar um profissional para avaliar

sua condição física geral e prescrevertreino adequado

usar tênis adequado para o tipo detreino e roupas de tecidos leves, prio-rizando conforto térmico

correr em locais seguros, próximosda residência ou do local de traba-lho, porque aumentam as chancesde você não desistir

evitar as ruas da cidade, com calça-mento imprevisível, até conquistaruma boa mecânica de corrida

evitar dias e horários muito quentes comprometer-se com a hidrata-

ção mesmo que o corpo pareça nãoestar “pedindo”

reconhecer os limites de seu corpoe os respeitá-los.

FONTE: RAFAEL SOUZA, COORDENADOR DOGRUPO DE CORRIDA DA ÁPICE ACADEMIA

CAROLINE LOGEMANN,35 ANOS,ADMINISTRADORADE EMPRESA

C O R R E R É U M B A R A T O

“Mesmo que eu não seja umaatleta de elite, nem perto, oresultado individual da corrida éalgo que gera uma satisfaçãopessoal inigualável. Saber queestão torcendo por ti, que aprova é o resultado dotreinamento traz uma satisfaçãomuito grande. É maravilhoso.”

GABRIELA COELHO,38 ANOS,FUNCIONÁRIAPÚBLICA

“A minha primeiraprova de 10km,em setembro de2009, foi a maissignificativa pra mim,chorei, dava pulosde alegria e já queriasaber quando seriaa próxima!”

CORRER MUDA A RELAÇÃO COM A CIDADE: VOCÊCONHECEM RUAS E PARQUES DE OUTRA FORMA

Estilo Zaffari 71

Page 63: Revista Estilo 53

Lugar

PARA AMAR,T E X T O S E F O T O S P O R F E R N A N D O B U E N O

VENEZA74 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 75

Page 64: Revista Estilo 53

Lugar

PARA AMAR,T E X T O S E F O T O S P O R F E R N A N D O B U E N O

VENEZA74 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 75

Page 65: Revista Estilo 53

Lugar

Veneza é uma viagem no tempo às margens

do Adriático. A cidade dos Papas, dos poetas

e dos apaixonados. Mas também é a cidade

dos músicos, dos escritores e, óbvio, dos fo-

tógrafos. Fotografar Veneza é uma alegria.

Há 14 séculos seus moradores vivem dentro

d’água, sem avenidas, sinaleiras, buzinas, car-

ros, ônibus ou metrô – o transporte aqui é o

exercício de caminhar, e às vezes remar.

A CIDADE DOSAPAIXONADOS

76 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 77

Page 66: Revista Estilo 53

Lugar

Veneza é uma viagem no tempo às margens

do Adriático. A cidade dos Papas, dos poetas

e dos apaixonados. Mas também é a cidade

dos músicos, dos escritores e, óbvio, dos fo-

tógrafos. Fotografar Veneza é uma alegria.

Há 14 séculos seus moradores vivem dentro

d’água, sem avenidas, sinaleiras, buzinas, car-

ros, ônibus ou metrô – o transporte aqui é o

exercício de caminhar, e às vezes remar.

A CIDADE DOSAPAIXONADOS

76 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 77

Page 67: Revista Estilo 53

Viagem

Os vaporetos e as charmosas gôndolas desli-

zam pelos canais mais românticos do mundo,

que arrancam suspiros até dos condenados.

Pode parecer estória, mas é história. Veneza

é assim há quase 800 anos: centenas de ilhas

entrelaçadas por mais de 150 canais e 400

pontes, várias delas imortalizadas por caras

como Dante Alighieri – ponte dos Suspiros –

ou Casannova – ponte do Rialto.

CANAIS E PONTESIMORTALIZADOS

Lugar

78 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 79

Page 68: Revista Estilo 53

Viagem

Os vaporetos e as charmosas gôndolas desli-

zam pelos canais mais românticos do mundo,

que arrancam suspiros até dos condenados.

Pode parecer estória, mas é história. Veneza

é assim há quase 800 anos: centenas de ilhas

entrelaçadas por mais de 150 canais e 400

pontes, várias delas imortalizadas por caras

como Dante Alighieri – ponte dos Suspiros –

ou Casannova – ponte do Rialto.

CANAIS E PONTESIMORTALIZADOS

Lugar

78 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 79

Page 69: Revista Estilo 53

LugarO DESPERTARDA POESIACasa e cenário dos Doges, de Lucrécia Bórgia,

das intrigas, do carnaval, do comércio, mas

antes de tudo, das artes. Hometown ou lar tem-

porário de gente como Mozart, Verdi, Vivaldi,

Goethe, Wagner, Tintoretto, Canaletto e uma

centena de outros mestres. Hoje, 12 milhões

de pessoas visitam Veneza todos os anos, e

garanto que a sensação da grande maioria é

sentir o despertar da poesia e da paixão.

80 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 81

Page 70: Revista Estilo 53

LugarO DESPERTARDA POESIACasa e cenário dos Doges, de Lucrécia Bórgia,

das intrigas, do carnaval, do comércio, mas

antes de tudo, das artes. Hometown ou lar tem-

porário de gente como Mozart, Verdi, Vivaldi,

Goethe, Wagner, Tintoretto, Canaletto e uma

centena de outros mestres. Hoje, 12 milhões

de pessoas visitam Veneza todos os anos, e

garanto que a sensação da grande maioria é

sentir o despertar da poesia e da paixão.

80 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 81

Page 71: Revista Estilo 53

LugarNinguém fica imune ao esplendor da cidade, seus palácios, suas varandas com gerânios, as

pontes, até os pombos. Por mais que você resista não há como não se apaixonar por

Veneza. Que o digam Toscanini, Marconi, Somerset Maughan, Charles Chaplin, Orson Welles,

Truman Capote, Gore Vidal, Fulvio Roiter, Braque, Peggy Guggenheim (não deixe de visitar o

museu) e, claro, Ernest Hemingway, por quem os sinos dobram em Veneza. Em homena-

gem a todos eles e a você mesmo, vá no final da tarde ao Harry's Bar, peça um Bellini e

erga um brinde. Ao Amor!

UM BRINDE AO AMOR

P.S.: O Harry’s Bar fica na Calle

Vallaresso 1323. Só cuidado para

não encontrar o Diogo Mainardi...

82 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 83

Page 72: Revista Estilo 53

LugarNinguém fica imune ao esplendor da cidade, seus palácios, suas varandas com gerânios, as

pontes, até os pombos. Por mais que você resista não há como não se apaixonar por

Veneza. Que o digam Toscanini, Marconi, Somerset Maughan, Charles Chaplin, Orson Welles,

Truman Capote, Gore Vidal, Fulvio Roiter, Braque, Peggy Guggenheim (não deixe de visitar o

museu) e, claro, Ernest Hemingway, por quem os sinos dobram em Veneza. Em homena-

gem a todos eles e a você mesmo, vá no final da tarde ao Harry's Bar, peça um Bellini e

erga um brinde. Ao Amor!

UM BRINDE AO AMOR

P.S.: O Harry’s Bar fica na Calle

Vallaresso 1323. Só cuidado para

não encontrar o Diogo Mainardi...

82 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 83

Page 73: Revista Estilo 53

Ser & VestirR O B E R T A G E R H A R D T

Muitos homens ainda desconhecem o quanto o guarda-roupamasculino pode ser tão ou mais sofisticado que o feminino. Para tan-to, basta uma visita a um bom alfaiate. Londres concentra as maisrefinadas casas de alfaiatarias da Inglaterra. Na lendária rua SavileRown, um terno feito à mão com cor te e caimento impecáveis e louva-dos mundo afora custa a par tir de cinco mil dólares. Os clientes sãofrequentadores assíduos que querem produtos do mais alto nível ousão pessoas que estão adquirindo um terno feito à mão pela primeiravez e não querem errar.

É interessante acompanhar o sucesso inabalável das tradicio-nais casas de alfaiataria da Europa quando se sabe que o homem estáa cada dia mais conformado à praticidade da roupa pronta. Seja por-que o prêt-à-por ter masculino tem excelente qualidade, seja porqueo guarda-roupa masculino está cada dia mais casual, acompanhandoo cotidiano do dresscode profissional, que tem exigido cada vez me-nos o terno e gravata para o trabalho. Às vezes, tal casualidade beiraa falta grave na correta apresentação, mas isso é outra história.

O interessante é que talvez o que melhor explique a perpetuação dastradicionais casas de alfaiataria em plena era do fast fashion é a magia quea roupa impecável e feita sob medida sempre oferece. É indiscutível o quan-to o homem se transforma sempre para melhor quando veste uma roupa decorte e tecido adequados a sua silhueta e estilo pessoal.

Mas não é só isso. Há um outro aspecto sutil, porém fundamen-tal: o guarda-roupa passa a ter alma e elegância. Com um bom alfaia-te de confiança, o homem aprende o que lhe veste bem e passa areconhecer o que é bom. Todo este conhecimento lhe oferece umasegurança no vestir; e este bem-estar confere uma felicidade que otorna elegante naturalmente.

ALFAIATARIA SOB MEDIDATRANSFORMA O HOMEM

PARA QUEM ESTÁ ACIMA DO PESO O

IDEAL É ESCOLHER UM MODELO DE TER-

NO CUJO PALETÓ TENHA FENDAS TRASEI-

RAS DUPLAS. ELAS OFERECEM CONFOR-

TO E AFINAM A SILHUETA. EVITE O MO-

DELO SEM FENDAS, QUE ESTÁ EM

EXTINÇÃO.

PARA DAR UM CHARME SOFISTICADO À CA-

MISA QUE ACOMPANHA O SEU TERNO OU

COSTUME, ESCOLHA LINDAS ABOTOADURAS.

SE O EVENTO FOR BEM FESTIVO, ELAS DE-

VEM SER RICAS NOS DETALHES. NO COTIDI-

ANO, ABUSE DE MODELOS SIMPLES E SEM

BRILHO QUE ACOMPANHAM ATÉ UM JEANS

TRADICIONAL COM CASACO DE COURO.

UM COLARINHO IMPONENTE, ASSIM

COMO ABOTOADURAS, TRANSFORMA O VI-

SUAL. O CORRETO COLARINHO PRECISA

ESTAR COM UM DEDO E NADA MAIS DE

DIFERENÇA ENTRE O SEU PESCOÇO E O

COLARINHO, OK?

As rendas voltaram e prometem invadir intensamente o guar-da-roupa feminino de todos os estilos e situações. Ousadas ou com-portadas, com toques tradicionais ou em construções bem irreveren-tes, elas sempre revelam o corpo com delicadeza, imprimindo femini-lidade.

Nos looks de festa, as rendas há muito tempo já são clássicosconsagrados que ajudam a sofisticar o traje. Como elas nunca saemde moda, é um charme você incrementar um vestido bem básico comum toque de renda antiga garimpada em um bom brechó ou, ainda,herdada de alguém especial.

A tendência do momento é trazer a sofisticação e a delicadezada renda para o guarda-roupa do cotidiano, em peças como camisas,blusas e saias. A proposta é misturá-la com roupas de alfaiataria bemsisudas ou a jeans bem descolados, sugerindo desconstruções e pe-quenas ousadias.

Para quem deseja seguir a moda, atenção: a renda em peçascasuais pode deixar o look com carinha retrô. Se essa não é a suavontade, experimente construir um look preto total com a renda. Ou-tro desafio comum é que a renda tende a envelhecer a mulher, princi-palmente se as peças são mais comportadas. E isso nem sempre agra-da. Mas quando a renda está em peças mais ousadas, impõe um estilosexy e bem feminino, o que também nem sempre é o que se deseja,principalmente para um look casual day.

Mesmo com tantos desafios, vale a pena experimentar vestir adelicadeza da renda no seu dia a dia. Tenha bom senso, um bomespelho e boa sor te!

MIL MANEIRAS DE USARA RENDA NO DIA A DIA

ROBERTA GERHARDT É CONSULTORADE MODA E ESTILO E COMPORTAMENTO

[email protected]

ASSIM COMO AS RENDAS, AS SOBRE-

POSIÇÕES E OS TONS FORTES ESTÃO MUITO

ATUAIS. INVISTA EM UM CLÁSSICO VESTIDO

TUBINHO DE COR INTENSA COM RENDA SO-

BREPOSTA DA MESMA COR OU PRETA. VISTA

MEIA-CALÇA E SAPATO PRETO FOSCO. LOOK

FÁCIL, ARRUMADO E QUE VALORIZA QUASE

TODAS AS SILHUETAS COM CHARME.

CONTRASTE DE COR PODE TRAZER SOFIS-

TICAÇÃO. COMBINE BLUSA OU CAMISA DE

RENDA DELICADA COM CALÇA OU SAIA JEANS

DE LAVAGEM DESGASTADA E COM RASGOS.

ARREMATE COM UM SALTO ALTO E UMA

CLUTCH COLORIDA. LOOK JOVIAL E CASUAL!

ATENÇÃO! RENDAS SÃO SEMPRE PROIBI-

DAS NO GUARDA-ROUPA DE TRABALHO.

ELAS OFERECEM TRANSPARÊNCIAS E SEN-

SUALIDADES QUE NUNCA COMBINAM COM

O AMBIENTE PROFISSIONAL. GUARDE SUAS

RENDAS PARA MOMENTOS DE LAZER, OK?

dicas imperdíveis

Page 74: Revista Estilo 53

Ser & VestirR O B E R T A G E R H A R D T

Muitos homens ainda desconhecem o quanto o guarda-roupamasculino pode ser tão ou mais sofisticado que o feminino. Para tan-to, basta uma visita a um bom alfaiate. Londres concentra as maisrefinadas casas de alfaiatarias da Inglaterra. Na lendária rua SavileRown, um terno feito à mão com cor te e caimento impecáveis e louva-dos mundo afora custa a par tir de cinco mil dólares. Os clientes sãofrequentadores assíduos que querem produtos do mais alto nível ousão pessoas que estão adquirindo um terno feito à mão pela primeiravez e não querem errar.

É interessante acompanhar o sucesso inabalável das tradicio-nais casas de alfaiataria da Europa quando se sabe que o homem estáa cada dia mais conformado à praticidade da roupa pronta. Seja por-que o prêt-à-por ter masculino tem excelente qualidade, seja porqueo guarda-roupa masculino está cada dia mais casual, acompanhandoo cotidiano do dresscode profissional, que tem exigido cada vez me-nos o terno e gravata para o trabalho. Às vezes, tal casualidade beiraa falta grave na correta apresentação, mas isso é outra história.

O interessante é que talvez o que melhor explique a perpetuação dastradicionais casas de alfaiataria em plena era do fast fashion é a magia quea roupa impecável e feita sob medida sempre oferece. É indiscutível o quan-to o homem se transforma sempre para melhor quando veste uma roupa decorte e tecido adequados a sua silhueta e estilo pessoal.

Mas não é só isso. Há um outro aspecto sutil, porém fundamen-tal: o guarda-roupa passa a ter alma e elegância. Com um bom alfaia-te de confiança, o homem aprende o que lhe veste bem e passa areconhecer o que é bom. Todo este conhecimento lhe oferece umasegurança no vestir; e este bem-estar confere uma felicidade que otorna elegante naturalmente.

ALFAIATARIA SOB MEDIDATRANSFORMA O HOMEM

PARA QUEM ESTÁ ACIMA DO PESO O

IDEAL É ESCOLHER UM MODELO DE TER-

NO CUJO PALETÓ TENHA FENDAS TRASEI-

RAS DUPLAS. ELAS OFERECEM CONFOR-

TO E AFINAM A SILHUETA. EVITE O MO-

DELO SEM FENDAS, QUE ESTÁ EM

EXTINÇÃO.

PARA DAR UM CHARME SOFISTICADO À CA-

MISA QUE ACOMPANHA O SEU TERNO OU

COSTUME, ESCOLHA LINDAS ABOTOADURAS.

SE O EVENTO FOR BEM FESTIVO, ELAS DE-

VEM SER RICAS NOS DETALHES. NO COTIDI-

ANO, ABUSE DE MODELOS SIMPLES E SEM

BRILHO QUE ACOMPANHAM ATÉ UM JEANS

TRADICIONAL COM CASACO DE COURO.

UM COLARINHO IMPONENTE, ASSIM

COMO ABOTOADURAS, TRANSFORMA O VI-

SUAL. O CORRETO COLARINHO PRECISA

ESTAR COM UM DEDO E NADA MAIS DE

DIFERENÇA ENTRE O SEU PESCOÇO E O

COLARINHO, OK?

As rendas voltaram e prometem invadir intensamente o guar-da-roupa feminino de todos os estilos e situações. Ousadas ou com-portadas, com toques tradicionais ou em construções bem irreveren-tes, elas sempre revelam o corpo com delicadeza, imprimindo femini-lidade.

Nos looks de festa, as rendas há muito tempo já são clássicosconsagrados que ajudam a sofisticar o traje. Como elas nunca saemde moda, é um charme você incrementar um vestido bem básico comum toque de renda antiga garimpada em um bom brechó ou, ainda,herdada de alguém especial.

A tendência do momento é trazer a sofisticação e a delicadezada renda para o guarda-roupa do cotidiano, em peças como camisas,blusas e saias. A proposta é misturá-la com roupas de alfaiataria bemsisudas ou a jeans bem descolados, sugerindo desconstruções e pe-quenas ousadias.

Para quem deseja seguir a moda, atenção: a renda em peçascasuais pode deixar o look com carinha retrô. Se essa não é a suavontade, experimente construir um look preto total com a renda. Ou-tro desafio comum é que a renda tende a envelhecer a mulher, princi-palmente se as peças são mais comportadas. E isso nem sempre agra-da. Mas quando a renda está em peças mais ousadas, impõe um estilosexy e bem feminino, o que também nem sempre é o que se deseja,principalmente para um look casual day.

Mesmo com tantos desafios, vale a pena experimentar vestir adelicadeza da renda no seu dia a dia. Tenha bom senso, um bomespelho e boa sor te!

MIL MANEIRAS DE USARA RENDA NO DIA A DIA

ROBERTA GERHARDT É CONSULTORADE MODA E ESTILO E COMPORTAMENTO

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ASSIM COMO AS RENDAS, AS SOBRE-

POSIÇÕES E OS TONS FORTES ESTÃO MUITO

ATUAIS. INVISTA EM UM CLÁSSICO VESTIDO

TUBINHO DE COR INTENSA COM RENDA SO-

BREPOSTA DA MESMA COR OU PRETA. VISTA

MEIA-CALÇA E SAPATO PRETO FOSCO. LOOK

FÁCIL, ARRUMADO E QUE VALORIZA QUASE

TODAS AS SILHUETAS COM CHARME.

CONTRASTE DE COR PODE TRAZER SOFIS-

TICAÇÃO. COMBINE BLUSA OU CAMISA DE

RENDA DELICADA COM CALÇA OU SAIA JEANS

DE LAVAGEM DESGASTADA E COM RASGOS.

ARREMATE COM UM SALTO ALTO E UMA

CLUTCH COLORIDA. LOOK JOVIAL E CASUAL!

ATENÇÃO! RENDAS SÃO SEMPRE PROIBI-

DAS NO GUARDA-ROUPA DE TRABALHO.

ELAS OFERECEM TRANSPARÊNCIAS E SEN-

SUALIDADES QUE NUNCA COMBINAM COM

O AMBIENTE PROFISSIONAL. GUARDE SUAS

RENDAS PARA MOMENTOS DE LAZER, OK?

dicas imperdíveis

Page 75: Revista Estilo 53

Arte

Impressão digital da naturezaP O R I R E N E M A R C O N D E S F O T O S L E T Í C I A R E M I Ã O

84 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 85

Page 76: Revista Estilo 53

Arte

Impressão digital da naturezaP O R I R E N E M A R C O N D E S F O T O S L E T Í C I A R E M I Ã O

84 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 85

Page 77: Revista Estilo 53

Você já parou para olhar os anéis de crescimento dotronco de uma árvore? Já se deixou perder em pensamen-tos ao analisar os labirintos sinuosos que eles formam? Poiso exercício vale a pena e revela grafismos únicos que anatureza nos oferece sem cerimônia. Você pode dar o nomeque desejar a este espetáculo. Heloisa Crocco, no entan-to, escolheu chamar de Topomorfose – impressão digitalda natureza. Há mais de três décadas esta renomada artis-ta plástica gaúcha estuda as linhas e as texturas da madei-ra. Com o resultado dessas pesquisas, impregnadas de umrigor formal que lhe é característico, criou-se uma gamaincontável de produtos. As matrizes aparecem aplicadascomo desenho de superfície em louças, tecidos e papéis.As aparas da madeira transformam-se em objetos artísti-cos autônomos como os painéis; verdadeiras obras de artereconhecidas aqui e muito além.

No dia 25 de setembro, Heloisa Crocco lançou o li-vro Topomorfose, que retrata profundamente as carac-terísticas que marcam o processo criativo do seu traba-lho. O livro busca ter autonomia editorial e estética, con-duzindo o espectador em uma viagem visual que transitaentre os marrons e os beges – matizes que ganham umavida sem precedentes nas fotografias de Fabio Del Re eCarlos Stein. Ao final da obra, quando se imagina quenada mais poderá surpreender, salta das páginas o poe-ma de José Alberto Nemer. “Considero este livro umaconstrução”, resume Heloisa Crocco em entrevista con-cedida a Estilo Zaffari na ocasião do lançamento.

A recepção organizada no jardim de sua casa-ate-lier, em Porto Alegre, estava em absoluta sintonia coma beleza da obra e das pessoas que por ali passaram na-quela tarde primaveril. Os quitutes ficaram sob o co-mando da renomada chef gaúcha Neka Menna Barre-

Arte

TOPOMORFOSE.A ARTE DEHELOISA CROCCO

Estilo Zaffari 87

Page 78: Revista Estilo 53

Você já parou para olhar os anéis de crescimento dotronco de uma árvore? Já se deixou perder em pensamen-tos ao analisar os labirintos sinuosos que eles formam? Poiso exercício vale a pena e revela grafismos únicos que anatureza nos oferece sem cerimônia. Você pode dar o nomeque desejar a este espetáculo. Heloisa Crocco, no entan-to, escolheu chamar de Topomorfose – impressão digitalda natureza. Há mais de três décadas esta renomada artis-ta plástica gaúcha estuda as linhas e as texturas da madei-ra. Com o resultado dessas pesquisas, impregnadas de umrigor formal que lhe é característico, criou-se uma gamaincontável de produtos. As matrizes aparecem aplicadascomo desenho de superfície em louças, tecidos e papéis.As aparas da madeira transformam-se em objetos artísti-cos autônomos como os painéis; verdadeiras obras de artereconhecidas aqui e muito além.

No dia 25 de setembro, Heloisa Crocco lançou o li-vro Topomorfose, que retrata profundamente as carac-terísticas que marcam o processo criativo do seu traba-lho. O livro busca ter autonomia editorial e estética, con-duzindo o espectador em uma viagem visual que transitaentre os marrons e os beges – matizes que ganham umavida sem precedentes nas fotografias de Fabio Del Re eCarlos Stein. Ao final da obra, quando se imagina quenada mais poderá surpreender, salta das páginas o poe-ma de José Alberto Nemer. “Considero este livro umaconstrução”, resume Heloisa Crocco em entrevista con-cedida a Estilo Zaffari na ocasião do lançamento.

A recepção organizada no jardim de sua casa-ate-lier, em Porto Alegre, estava em absoluta sintonia coma beleza da obra e das pessoas que por ali passaram na-quela tarde primaveril. Os quitutes ficaram sob o co-mando da renomada chef gaúcha Neka Menna Barre-

Arte

TOPOMORFOSE.A ARTE DEHELOISA CROCCO

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Arte

OS QUITUTES DE NEKA MENNABARRETO HOMENAGEARAMO TRABALHO DA ARTISTA

to. Pela terceira vez ela saiu de São Paulo, cida-de onde reside, especialmente para comandarum evento da amiga Heloisa. A mesa de madei-ra do jardim parecia uma tela em branco que foise cobrindo, sem pressa, de pequenas obras-pri-mas gustativas. As cores e as formas teceram umaclara homenagem ao trabalho de Heloisa. “Fizum bolinho de avelã propositalmente, pois seolharmos a pele deste fruto em muito lembra amadeira”, conta Neka. Uma gamela recebeu las-cas de pimentões vermelhos e amarelos que, qua-se submersos no molho shoyo, se embebiam deazeite de romã. “Encontrei muitos legumes e fru-tas orgânicas na feira da Redenção”, revela aquituteira. Foi regada ao sumo do limão-cravo(ou seria limão-bergamota?!) que Neka prepa-rou uma refrescante salada de palmito fresco,lentilha germinada e grão de bico. Decorando amesa, copos de leite. Belos, certamente. Mas nãoeram eles que exalavam os aromas que nos re-metiam a uma atmosfera familiar, quase íntima.As notas delicadas vinham das cestas com hor-telãs, salsinhas e cebolinhas que decoravam amesa com uma presença intrigante entre o sin-gelo e o magnífico. “Não trocamos uma únicapalavra sobre o cardápio”, conta Neka. “Nossarelação é de confiança mútua e isso me dá umaliberdade de criação fantástica”, revela.

De São Paulo, Neka carregou mais de 180kgde ingredientes. Na cozinha de Heloisa eles setransformaram nas delícias que encantaram osconvidados. Montada dentro de um contêiner ecravada no jardim da casa-atelier, a cozinha gour-met é outro espetáculo à parte. O artista plásticoMaximo Soalheiro, que veio de Belo Horizonteespecialmente para o lançamento do livro, contaque a cor “vermelho de ferro” foi criada por ele(ceramista e tipógrafo mestre em pigmentação)especialmente para cobrir o duro metal do con-têiner. “A cor não poderia ser muito brilhante,mas também não poderia deixar de ter brilho.Heloisa tem muita presença”, resume Soalheiro.Sem dúvida. Presença é o que não falta na vida eobra desta artista plástica gaúcha.

88 Estilo Zaffari

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Arte

OS QUITUTES DE NEKA MENNABARRETO HOMENAGEARAMO TRABALHO DA ARTISTA

to. Pela terceira vez ela saiu de São Paulo, cida-de onde reside, especialmente para comandarum evento da amiga Heloisa. A mesa de madei-ra do jardim parecia uma tela em branco que foise cobrindo, sem pressa, de pequenas obras-pri-mas gustativas. As cores e as formas teceram umaclara homenagem ao trabalho de Heloisa. “Fizum bolinho de avelã propositalmente, pois seolharmos a pele deste fruto em muito lembra amadeira”, conta Neka. Uma gamela recebeu las-cas de pimentões vermelhos e amarelos que, qua-se submersos no molho shoyo, se embebiam deazeite de romã. “Encontrei muitos legumes e fru-tas orgânicas na feira da Redenção”, revela aquituteira. Foi regada ao sumo do limão-cravo(ou seria limão-bergamota?!) que Neka prepa-rou uma refrescante salada de palmito fresco,lentilha germinada e grão de bico. Decorando amesa, copos de leite. Belos, certamente. Mas nãoeram eles que exalavam os aromas que nos re-metiam a uma atmosfera familiar, quase íntima.As notas delicadas vinham das cestas com hor-telãs, salsinhas e cebolinhas que decoravam amesa com uma presença intrigante entre o sin-gelo e o magnífico. “Não trocamos uma únicapalavra sobre o cardápio”, conta Neka. “Nossarelação é de confiança mútua e isso me dá umaliberdade de criação fantástica”, revela.

De São Paulo, Neka carregou mais de 180kgde ingredientes. Na cozinha de Heloisa eles setransformaram nas delícias que encantaram osconvidados. Montada dentro de um contêiner ecravada no jardim da casa-atelier, a cozinha gour-met é outro espetáculo à parte. O artista plásticoMaximo Soalheiro, que veio de Belo Horizonteespecialmente para o lançamento do livro, contaque a cor “vermelho de ferro” foi criada por ele(ceramista e tipógrafo mestre em pigmentação)especialmente para cobrir o duro metal do con-têiner. “A cor não poderia ser muito brilhante,mas também não poderia deixar de ter brilho.Heloisa tem muita presença”, resume Soalheiro.Sem dúvida. Presença é o que não falta na vida eobra desta artista plástica gaúcha.

88 Estilo Zaffari

Page 81: Revista Estilo 53

Arte

JOSÉ ALBERTO NEMER EXPLICA O TERMO TOPO-MORFOSE – IMPRESSÃO DA NATUREZA A PARTIRDAS RAÍZES DAS PALAVRAS: TÓPOS – LUGAR,ENTRANHAS. MORPHE – A FORMA. COMO FOI QUEVOCÊ CONSTRUIU ESSE TERMO? ELE SEMPREACOMPANHOU O SEU TRABALHO?

Estudando o corte em TOPO da ár-vore e viajando em seus anéis de crescimen-to, com todos os desenhos possíveis de com-binar com aquele grafismo que a naturezaoferece, entendi que era uma proposta demudança no topo, por isto coloquei o nomede TOPOMORFOSE. O termo nasceu nomomento em que entendi que o resultadoda pesquisa não era um tratado da estrutu-ra da origem da formação dos anéis, e simtodos os desdobramentos que se originamdos desenhos e suas infinitas variações; ospadrões, as matrizes.

DESDE 1980 VOCÊ ESTUDA OS DESENHOS QUEFORMAM OS VEIOS DA MADEIRA. A QUE TRA-BALHOS E PRODUTOS ESTES ESTUDOS DERAMORIGEM?

Muitos. Desde uma série de desenhosde superfície que foram aplicados em co-leções de louça, lençóis, papelaria, entreoutros itens, até a exploração de uma di-versidade enorme nas texturas que estãonos painéis de parede.

E AGORA, TRÊS DÉCADAS DEPOIS, VOCÊ LANÇAUM LIVRO INÉDITO SOBRE O PROCESSO CRIATI-VO DO SEU TRABALHO. CONTE-NOS SOBRE O

LIVRO REVELA COM PROFUNDIDADEOS ESTUDOS DA TOPOMORFOSE

PROJETO, AS PESSOAS ENVOLVIDAS NA ELABO-RAÇÃO E O RESULTADO FINAL DA OBRA.

Considero uma construção. Todos osenvolvidos no projeto do livro viram aideia nascer e acompanharam o passo apasso da pesquisa, sua construção e apli-cações. Cada um fez sua parte, que resul-tou neste belo exemplar. O trabalho daEditora Paiol, trilíngue, tem concepção eroteiro assinados por José Alberto Nemer,fotografias de Fábio Del Re e Carlos Stein,da VivaFoto, e design gráfico criado porMarcelo Drummond.

O LANÇAMENTO ACONTECEU DIA 25 DE SETEMBRO,NO JARDIM DA SUA CASA-ATELIER, EM PORTO ALE-GRE. A RENOMADA QUITUTEIRA NEKA MENNA BAR-RETO VEIO DE SÃO PAULO ESPECIALMENTE PARAPREPARAR A RECEPÇÃO. COMO FOI O EVENTO?

Um verdadeiro ENCONTRO CRIA-TIVO E AFETIVO para brindar o livro.

HÁ ANOS VOCÊ ORIENTA O SEU TRABALHO EMDIREÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E DO REAPRO-VEITAMENTO. A UTILIZAÇÃO DE APARAS DE MA-DEIRA DE REFLORESTAMENTO NAS SUAS OBRASJÁ É UMA CARACTERÍSTICA MARCANTE, CONHECI-DA E RECONHECIDA. O QUE MAIS VOCÊ PODE NOSCONTAR NO QUE TANGE AO DESIGN SUSTENTÁ-VEL DO SEU TRABALHO?

O reaproveitamento no meu processocriativo é que me desafia e me conduz. É umdesafio pra mim fazer de um material que pro-vavelmente iria para o fogo uma obra de arte.

Estilo Zaffari 91

Page 82: Revista Estilo 53

Arte

JOSÉ ALBERTO NEMER EXPLICA O TERMO TOPO-MORFOSE – IMPRESSÃO DA NATUREZA A PARTIRDAS RAÍZES DAS PALAVRAS: TÓPOS – LUGAR,ENTRANHAS. MORPHE – A FORMA. COMO FOI QUEVOCÊ CONSTRUIU ESSE TERMO? ELE SEMPREACOMPANHOU O SEU TRABALHO?

Estudando o corte em TOPO da ár-vore e viajando em seus anéis de crescimen-to, com todos os desenhos possíveis de com-binar com aquele grafismo que a naturezaoferece, entendi que era uma proposta demudança no topo, por isto coloquei o nomede TOPOMORFOSE. O termo nasceu nomomento em que entendi que o resultadoda pesquisa não era um tratado da estrutu-ra da origem da formação dos anéis, e simtodos os desdobramentos que se originamdos desenhos e suas infinitas variações; ospadrões, as matrizes.

DESDE 1980 VOCÊ ESTUDA OS DESENHOS QUEFORMAM OS VEIOS DA MADEIRA. A QUE TRA-BALHOS E PRODUTOS ESTES ESTUDOS DERAMORIGEM?

Muitos. Desde uma série de desenhosde superfície que foram aplicados em co-leções de louça, lençóis, papelaria, entreoutros itens, até a exploração de uma di-versidade enorme nas texturas que estãonos painéis de parede.

E AGORA, TRÊS DÉCADAS DEPOIS, VOCÊ LANÇAUM LIVRO INÉDITO SOBRE O PROCESSO CRIATI-VO DO SEU TRABALHO. CONTE-NOS SOBRE O

LIVRO REVELA COM PROFUNDIDADEOS ESTUDOS DA TOPOMORFOSE

PROJETO, AS PESSOAS ENVOLVIDAS NA ELABO-RAÇÃO E O RESULTADO FINAL DA OBRA.

Considero uma construção. Todos osenvolvidos no projeto do livro viram aideia nascer e acompanharam o passo apasso da pesquisa, sua construção e apli-cações. Cada um fez sua parte, que resul-tou neste belo exemplar. O trabalho daEditora Paiol, trilíngue, tem concepção eroteiro assinados por José Alberto Nemer,fotografias de Fábio Del Re e Carlos Stein,da VivaFoto, e design gráfico criado porMarcelo Drummond.

O LANÇAMENTO ACONTECEU DIA 25 DE SETEMBRO,NO JARDIM DA SUA CASA-ATELIER, EM PORTO ALE-GRE. A RENOMADA QUITUTEIRA NEKA MENNA BAR-RETO VEIO DE SÃO PAULO ESPECIALMENTE PARAPREPARAR A RECEPÇÃO. COMO FOI O EVENTO?

Um verdadeiro ENCONTRO CRIA-TIVO E AFETIVO para brindar o livro.

HÁ ANOS VOCÊ ORIENTA O SEU TRABALHO EMDIREÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E DO REAPRO-VEITAMENTO. A UTILIZAÇÃO DE APARAS DE MA-DEIRA DE REFLORESTAMENTO NAS SUAS OBRASJÁ É UMA CARACTERÍSTICA MARCANTE, CONHECI-DA E RECONHECIDA. O QUE MAIS VOCÊ PODE NOSCONTAR NO QUE TANGE AO DESIGN SUSTENTÁ-VEL DO SEU TRABALHO?

O reaproveitamento no meu processocriativo é que me desafia e me conduz. É umdesafio pra mim fazer de um material que pro-vavelmente iria para o fogo uma obra de arte.

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Arte

O SEU ESPAÇO DE CRIAÇÃO, O CROCCO STUDIO DESIGN, TEM BASENESTA CASA-ATELIER DE PINUS REFLORESTADO E TRAÇOS DA AR-QUITETURA NÓRDICA, PROJETADA PELO ARQUITETO TRAJANO SIL-VA. QUAL FOI O SEU DESEJO AO CRIAR ESTA MORADIA QUE, COMOVOCÊ MESMA DISSE, SUBVERTE TODOS OS ESTEREÓTIPOS QUE SETEM DE UMA CASA BRASILEIRA?

A minha proposta é viver com o essencial, viver compouco e com liberdade – este foi o mote para o projeto.Quando foi o momento de escolher o material, pensa-mos que nada como viver dentro da madeira, da natu-reza. O resto foi consequência.

VOCÊ PROJETOU RECENTEMENTE UM ESPAÇO GOURMET NO SEUJARDIM, ONDE A COZINHA FICA INSTALADA DENTRO DE UM CON-TÊINER. COMO VOCÊ IDEALIZOU ESTE ESPAÇO?

Este espaço nasceu naturalmente pela formação dojardim do atelier. Além de ter um filho que está se for-mando chef na Europa. Quando ganhamos o contêinerde um grande amigo, pensamos em transformá-lo numlaboratório onde se possa vir a criar quitutes e reunir

pessoas interessantes para degustar. Uma mesa rodeadade amigos é uma alegria, ainda mais utilizando as louçase utensílios da Coleção Topomorfose.

VOCÊ ESTÁ INICIANDO UM NOVO PROJETO AO QUAL DEU O NOMEDE ARAMADOS – AS ANTIGAS CERCAS NO CAMPO. COMO ESTÁ SEN-DO O PROCESSO CRIATIVO DESSE TRABALHO?

O Pampa gaúcho, próximo ao rio da Prata e da fron-teira com Uruguai e Argentina, é a região da minha infân-cia. Lembro-me das visitas à minha avó, das viagens emfamília, das porteiras que eu ia abrindo ao longo do cami-nho. Depois, lembro-me frequentando as estâncias dosamigos: a Santa Ambrosina, em Rosário, a Umbu, em DonPedrito, a los Pínus, em Aceguá. Convivendo com essaspaisagens, fui convivendo também com as tramas, os pi-ques, os aramados, como costumam chamar por lá aquelascercas no campo. Às vezes, as via transformadas num ban-co de fogo de chão, numa prateleira, numa moldura, numamesa, incorporadas ao cotidiano da tradição rural. Com oreflorestamento, essas cercas estão desaparecendo. Um dia,

passando por Pedras Altas e Jaguarão, vi um monte delasjogadas no chão, à espera de ir para o fogo. Pedi à empresaque fazia a retirada que me desse a chance de dar àquelerefugo um novo rumo e tudo foi parar no meu ateliê. Sãomadeiras de lei, como o pau-ferro, o angico, a curunilha, acanafístula, e datam das primeiras décadas do século XX.Há anos oriento o meu trabalho em direção da sustentabi-lidade e do reaproveitamento. Assim, usei nesta série depainéis – a que dei o nome de ARAMADOS – o que essasmadeiras podem me dar com sua textura, sua cor, o limooxidado, os furos marcados pelo tempo e pelo vento.

COM QUEM VOCÊ TEM COMPARTILHADO O NASCER DESTE NOVOPROJETO?

O convívio com algumas pessoas, entre elas, o fotó-grafo Fábio Del Re (que me acompanha em muitos proje-tos e que me trouxe registros das cercas de São Gabriel), adesigner Ilse Lang e a arquiteta Helena Silveira, me confir-ma a importância de o artista estar atento aos estímulosdaquilo que tem diante dos olhos.

CRAVADO NO JARDIM, O ESPAÇO GOURMET FOI PROJETADO DENTRO DE UM CONTÊINER

HELOISA CROCCO

NEKA MENNA BARRETO

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Arte

O SEU ESPAÇO DE CRIAÇÃO, O CROCCO STUDIO DESIGN, TEM BASENESTA CASA-ATELIER DE PINUS REFLORESTADO E TRAÇOS DA AR-QUITETURA NÓRDICA, PROJETADA PELO ARQUITETO TRAJANO SIL-VA. QUAL FOI O SEU DESEJO AO CRIAR ESTA MORADIA QUE, COMOVOCÊ MESMA DISSE, SUBVERTE TODOS OS ESTEREÓTIPOS QUE SETEM DE UMA CASA BRASILEIRA?

A minha proposta é viver com o essencial, viver compouco e com liberdade – este foi o mote para o projeto.Quando foi o momento de escolher o material, pensa-mos que nada como viver dentro da madeira, da natu-reza. O resto foi consequência.

VOCÊ PROJETOU RECENTEMENTE UM ESPAÇO GOURMET NO SEUJARDIM, ONDE A COZINHA FICA INSTALADA DENTRO DE UM CON-TÊINER. COMO VOCÊ IDEALIZOU ESTE ESPAÇO?

Este espaço nasceu naturalmente pela formação dojardim do atelier. Além de ter um filho que está se for-mando chef na Europa. Quando ganhamos o contêinerde um grande amigo, pensamos em transformá-lo numlaboratório onde se possa vir a criar quitutes e reunir

pessoas interessantes para degustar. Uma mesa rodeadade amigos é uma alegria, ainda mais utilizando as louçase utensílios da Coleção Topomorfose.

VOCÊ ESTÁ INICIANDO UM NOVO PROJETO AO QUAL DEU O NOMEDE ARAMADOS – AS ANTIGAS CERCAS NO CAMPO. COMO ESTÁ SEN-DO O PROCESSO CRIATIVO DESSE TRABALHO?

O Pampa gaúcho, próximo ao rio da Prata e da fron-teira com Uruguai e Argentina, é a região da minha infân-cia. Lembro-me das visitas à minha avó, das viagens emfamília, das porteiras que eu ia abrindo ao longo do cami-nho. Depois, lembro-me frequentando as estâncias dosamigos: a Santa Ambrosina, em Rosário, a Umbu, em DonPedrito, a los Pínus, em Aceguá. Convivendo com essaspaisagens, fui convivendo também com as tramas, os pi-ques, os aramados, como costumam chamar por lá aquelascercas no campo. Às vezes, as via transformadas num ban-co de fogo de chão, numa prateleira, numa moldura, numamesa, incorporadas ao cotidiano da tradição rural. Com oreflorestamento, essas cercas estão desaparecendo. Um dia,

passando por Pedras Altas e Jaguarão, vi um monte delasjogadas no chão, à espera de ir para o fogo. Pedi à empresaque fazia a retirada que me desse a chance de dar àquelerefugo um novo rumo e tudo foi parar no meu ateliê. Sãomadeiras de lei, como o pau-ferro, o angico, a curunilha, acanafístula, e datam das primeiras décadas do século XX.Há anos oriento o meu trabalho em direção da sustentabi-lidade e do reaproveitamento. Assim, usei nesta série depainéis – a que dei o nome de ARAMADOS – o que essasmadeiras podem me dar com sua textura, sua cor, o limooxidado, os furos marcados pelo tempo e pelo vento.

COM QUEM VOCÊ TEM COMPARTILHADO O NASCER DESTE NOVOPROJETO?

O convívio com algumas pessoas, entre elas, o fotó-grafo Fábio Del Re (que me acompanha em muitos proje-tos e que me trouxe registros das cercas de São Gabriel), adesigner Ilse Lang e a arquiteta Helena Silveira, me confir-ma a importância de o artista estar atento aos estímulosdaquilo que tem diante dos olhos.

CRAVADO NO JARDIM, O ESPAÇO GOURMET FOI PROJETADO DENTRO DE UM CONTÊINER

HELOISA CROCCO

NEKA MENNA BARRETO

92 Estilo Zaffari Estilo Zaffari 93

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No tempo em que a França dava as cartas no mundo in-telectual – quando foi isso, mesmo? –, alguns nomes se impu-seram à admiração mundial, ou ao menos ocidental. Um de-les é o pintor Degas, Edgar Degas (1834-1917, quer dizer, con-temporâneo do nosso Machado de Assis, 1839-1908). Manjao Degas, não é? O das bailarinas, o das cenas de dança. Feno-menal, fixou toda uma sensibilidade, que ficou conhecidacomo Impressionismo: contornos esfumados, cenas delicadas,luz sutil, vida urbana discreta.

Outro francês com fama foi o poeta Mallarmé, que seassinava Stéphane Mallarmé mas havia recebido no registro oprenome Étienne (mesma geração, 1842-1998). São dele al-gumas iniciativas que sideraram os leitores e até hoje imantamos candidatos a poeta, mesmo que ao preço de afastarem osleitores: exploração de sutilezas e ambiguidades das palavras;distribuição das palavras na superfície do papel, como queimitando procedimentos das artes plásticas; investimento emtemas obscuros, deixando a poesia com cara de coisa parainiciados.

Dois artistas da mesma geração e do mesmo lugar, amboscom vida em Paris, ambos inventivos, só podiam ser amigos, ede fato foram. E não falta mesmo, a essa relação, uma boahistorinha: conta-se que, a certa altura de vida, Degas con-versou com Mallarmé sobre umas ideias que ele acalentavapara fazer poesia. Degas pintava, esculpia, fazia gravuras – eainda tinha alguma coisa escrita. Mas poesia parecia ser umlimite. Então Degas tinha ideias mas não conseguia expressá-las, elas não rendiam poesia. E foi aqui que, segundo relatos(o mais notável veio de outro poeta, Paul Valéry, discípulo deMallarmé), o notável poeta respondeu ao amigo que poesianão se faz com ideias, mas com palavras.

Palavras, e não ideias. Certíssimo, claro: assim como a pin-tura se faz com cor e sombra, o desenho com traço e ponto, apoesia se faz com palavras, uma e não outra, aquela que se esco-lhe após muita batalha, aquela outra que tinha sido soterrada pordécadas de significados esquisitos, tudo matéria que o poeta re-põe em circulação com sua arte de mexer com as palavras.

O comentário de Mallarmé é terrível para quem come-ça a escrever, qualquer que seja a direção desejada ou o gênerode texto praticado. Quem se mete nos matagais da escritura –pode ser uma redação de colégio, um e-mail de amor, uma car-ta de demissão ou um romance, tanto faz – abre os trabalhos,regra geral, com alguma ideia na cabeça, ou um sentimento nocoração, alguma ação interna que transborda e parece precisarsair, parece merecer sair. (Bem, redação de colégio é um tantodiferente, porque o texto tem que sair, na boa ou na marra, nãoimportando o estado de espírito ou a temperatura interna dofreguês.) Quer dizer: o começo de um texto, na visão deiniciantes, é a ideia – e aí chega o Mallarmé para aguar o chope,dizendo que é com palavras que se escreve.

É óbvio isso: um texto se compõe de palavras alinhadas earranjadas, com concordância e pontuação certas, como esteaqui que o prezado leitor está decifrando, letra a letra, paracompor o sentido do que eu estou aqui escrevendo. As pala-vras carregam as ideias e nos transportam a elas.

Cá comigo, eu acho que a frase do Mallarmé tem tam-bém um defeito, uma omissão. É que a tese dele deixa de foraoutra condição para a escritura: me refiro ao que, na falta deuma palavra mais técnica, podemos chamar de tom. Escreverdepende do tom que a gente escolhe, ou do tom de que agente dispõe, tanto quanto depende de encontrar as palavras.

Para mim, pessoalmente, o tom vem antes: se eu sei quepreciso escrever a sério para leitor desconhecido, por exem-plo, já me associo com um determinado vocabulário e excluooutro, como é o caso presente, em que eu não sei quem éaquele que me lê agora. Bem ao contrário de um email paraum amigo, em que eu posso usar gíria e relaxar quanto a deta-lhes de correção para contar algo íntimo e compartilhado.Enfim, eleito ou descoberto o tom, as ideias que me interessacomentar vão encontrar sua expressão, suas palavras, e o res-to é serviço de clareza e competência, quando há.

COM PALAVRAS, NÃO COM IDEIAS

LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR

94 Estilo Zaffari

L U Í S A U G U S T OF I S C H E R

Palavra

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