revista edição 21
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A Revista de negócios da BahiaTRANSCRIPT
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia - CEP: 42.700-000Tel.: (71) 3288-0227 / 3121-7967 / E-mail: [email protected]
4 Primeira Página
Caro leitor,
A Bahia viveu pela terceira vez em sua história – e pela se-gunda vez no governo Wagner – uma greve da Polícia Militar que parou a capital do estado e cidades vizinhas. Foram mais de 100 mortos apenas na Região Metropolitana de Salvador e 50 lojas saqueadas. Os prejuízos ainda não foram calcula-dos, porém, mais importante do que as perdas em dinheiro é a perda da paz para os três milhões de soteropolitanos, que já enfrentam a violência no dia a dia, mas durante a greve ti-veram que obedecer a um toque de recolher “informal”, uma vez que bancos, restaurantes, centros comerciais e lojas de rua fecharam, aulas foram suspensas e o transporte público parou.
O momento é propício para que a sociedade e o governo façam uma análise do papel da Polícia Militar e de como esta corpo-ração tem sido administrada. Coincidentemente, a matéria de capa desta edição trata justamente dela. Quase um ano depois dos protestos de junho de 2013, nenhum policial foi punido por excessos cometidos durante a Copa das Confederações. Esta é a polícia que a Bahia quer? Será que a impunidade não incentiva os responsáveis por nossa segurança a se rebelarem em uma greve inconstitucional? Vale a reflexão.
Mas a verdade é que a greve acabou e a vida continua. Business as usual, como diriam os americanos, e as nossas páginas es-tão recheadas de boas notícias. Pra começar, algo que nos en-che de orgulho: O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE) elegeu como seu presidente, pela pri-meira vez, um baiano. Arival Cidade comanda o Instituto e, em entrevista exclusiva, fala sobre as metas de sua gestão.
Temos ainda matérias sobre inovação tecnológica, meio am-biente, indústria calçadista, preparativos de Salvador para o período de chuvas, construção civil, turismo, política, infor-mações sobre o setor ótico, discussão sobre a desoneração da folha de pagamento, energia, panificação, novos empreendi-mentos que estão chegando a Camaçari e Feira de Santana, entre outros.
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
5Primeira Página
26 24
10
Chuvas: Salvador seprepara para novatemporada de transtornos
Copa do Mundo: Como será a atuação policial frente a eventuais protestos?
O baiano Arival Cidade assume a presidência do IBAPE Nacional
SUMÁRIO
Primeiro shopping de Camaçari terá investimento deR$ 100 milhões
4038 Panificação faturaR$ 76 bilhões ecresce 8,7% noBrasil em 2013
Indústria ótica: Governo e iniciativa privada queremfomentar o setor
1814 Setor de calçadosdeve crescer 3,6%e exportaçõesaumentam 12,3%
30 InternacionalMarítima vai geriro ferryboat pelospróximos 25 anos
Carnaval:Turismo rendeR$ 1 bilhão àcapital baiana
34
6 Primeira Página
EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida aos meios empresarial e industrial
do estado da Bahia e de Sergipe.
Ano IV, Nº 21 | março / Abr i l | 2014
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
REPÓRTERAlexandre Takei (DRT/BA2955)
COLABORADORLourival Cunha
PROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393) FOTO
Rômulo PortelaDEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: junho 2014Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu
endereço para [email protected]
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8 Primeira Página
BRASIL | CURTAS ONLINE
CNI reduz previsão de aumento do PIBA Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu a maioria dos
principais indicadores da economia para 2014, em relação às pre-
visões de dezembro do ano passado. O relatório trimestral Informe
Conjuntural, divulgado em abril, projeta crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de 1,8% este ano, contra 2,1% projetados em
dezembro, e de 1,7% da indústria, em comparação à estimativa
anterior de 2%. A projeção para a elevação dos investimentos foi
reduzida à metade, de 5% em dezembro para 2,5%.
Marcha a réO que mais chamou a atenção nos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a forte contração na produção de automóveis na Bahia: -31,5%. Apesar disso, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) acredita que a taxa geral negativa foi influenciada principalmente pelo mau desempenho do segmento de produtos químicos (-5,7%). Já o setor de refino de petróleo e álcool apresentou a maior contribuição positiva, com 8,9% de crescimento.
Marcha lentaO longo ciclo da alta dos juros,
com a adoção de "uma política
de aperto monetário intensa"
pelo Banco Central; a reversão de
algumas desonerações tributárias,
como o IPI para automóveis; e a
provável intensificação do custo
de produção em face, sobretudo,
do encarecimento da energia
elétrica (pelo déficit hídrico) e
dos insumos importados (pela
desvalorização cambial) são
alguns dos fatores listados pela
CNI para prever uma atividade
econômica tímida este ano.
De mal a piorA produção da indústria baiana
apresentou em fevereiro deste
ano retração de 1,2% em relação
ao mês de janeiro, segundo dados
da Pesquisa Industrial Mensal,
do (IBGE). No conjunto do País,
houve leve incremento de 0,4%
nesta base de comparação,
sendo que as maiores quedas
aconteceram em Espírito Santo
(-4,3%), Pernambuco (-3,9%),
Região Nordeste (-1,7%), Ceará
(-1,6%) e Minas Gerais (-1,6%).
Acumulado positivoNo acumulado dos últimos
12 meses, comparativamente
ao mesmo período do ano
anterior, o desempenho da
produção industrial baiana
assinalou crescimento de
3,3%. De oito segmentos da
indústria de transformação,
seis apresentaram acréscimo
no período, com destaque para
refino de petróleo e produção
de álcool (13,0%), metalurgia
(19,4%) e minerais não
metálicos (3,7%). Por outro
lado, as influências negativas
vieram dos segmentos de
alimentos e bebidas (-7,8%) e
celulose e papel (-0,6%).
Notícias veiculadas no site www.revistaprimeirapagina.com.br
Mande suas sugestões e comentários para [email protected]
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10 Primeira Página
ENTREVISTA
IBAPE nacional elege seu primeiro presidente baiano
Levar o nome da Instituição ao grande público será a missão do novo presidente nacional do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), o engenheiro Arival Cidade. Natural de Salvador e graduado em engenharia civil pela Escola Politécnica da UFBA, ele carrega a responsabilidade de ser o primeiro presidente baiano da Instituição e afirma que a conquista simboliza um reconhecimento para os profissionais do estado.
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Para Arival Cidade, conquista representa reconhecimento dos profissionais do estado
11Primeira Página
avaliações, perícias e ins-peções prediais na segu-rança dos imóveis? Por que elas são tão importantes?AC – A inspeção predial é sistêmi-
ca e busca levantar as questões
de segurança, solidez e funcio-
nalidade em todo o imóvel. Nós
analisamos a estrutura, todos os
seus subsistemas, e detectamos
desde a demanda por uma ma-
nutenção periódica até a necessi-
dade de intervenção imediata em
casos mais extremos.
PP – E do ponto de vista econômico?AC – As inspeções são uma fer-
ramenta fundamental para esta-
belecer um plano de manutenção
preventiva, o que ajuda a evitar a
depreciação financeira e funcional
do imóvel, com os consequentes
prejuízos para o proprietário. As
avaliações, por sua vez, permitem
ao interessado saber o real valor
de mercado de um patrimônio
como imóvel ou terreno, informa-
ção que é fundamental tanto para
venda quanto para aquisição.
PP – Quais são os maiores clientes hoje em dia? AC – Na área de avaliações, os
maiores clientes são as instituições
financeiras que trabalham com
crédito imobiliário e só financiam
imóveis com avaliação do seu va-
lor de mercado. Somente a Caixa
Econômica Federal, por exemplo,
financiou cerca de um milhão de
PP – E quais são exatamen-te as atribuições e compe-tências de um profissional de avaliações e perícias em engenharia? AC – Existe um amplo leque de
atuação na área: perícias e ins-
peções prediais, fundamentais
para a aplicação de medidas
preventivas no imóvel; vistorias
cautelares, para verificar o esta-
do das construções no entorno,
antes e depois de uma obra; vis-
torias para recebimento de obra
etc. Outro nicho de mercado são
as avaliações, que servem para
aferir o valor do patrimônio, seja
um imóvel residencial, um cen-
tro comercial, máquinas e equi-
pamentos ou mesmo obras de
patrimônio artístico e cultural.
Também faz parte de nossas fun-
ções realizar estudos de viabili-
dade em novos empreendimen-
tos, para avaliar aspectos como a
rentabilidade.
PP – O senhor poderia dis-correr sobre o papel das
O IBAPE foi fundado em 1957
com o objetivo de agregar pro-
fissionais da área de avaliações,
inspeções prediais e perícias de
todo o Brasil. Devido à qualida-
de das normas e ao vasto acer-
vo técnico, a Instituição se tor-
nou referência internacional em
seu campo de atuação. Nesta
entrevista concedida à Primei-
ra Página, Arival Cidade fala
sobre as metas da nova gestão,
a importância das avaliações e
perícias e também sobre a atual
situação do mercado, que clas-
sifica como muito promissor.
Primeira Página – O IBA-PE Nacional, pela primeira vez em sua história, tem um presidente baiano. O que isso representa para os profissionais e instituições ligadas à área de engenha-ria de avaliações no estado?Arival Cidade – Ao longo de sua
história de mais de 50 anos o
IBAPE Nacional teve uma pre-
dominância de presidentes do
eixo Sul-Sudeste, com algumas
exceções. Ter um presidente
baiano é reflexo da projeção do
Estado da Bahia no cenário na-
cional do mercado de engenha-
ria de avaliações e perícias. Esta
conquista também representa a
valorização profissional dos en-
genheiros e arquitetos baianos
que trabalham na área por uma
instituição que se tornou refe-
rência internacional.
Somente a Caixa Econômica Federal,
por exemplo, financiou cerca
de um milhão de imóveis no ano
passado, ou seja, um milhão de
avaliações
12 Primeira Página
imóveis no ano passado, ou seja,
um milhão de avaliações.
O Poder Judiciário e o Ministério
Público também solicitam avalia-
ções constantemente e, por fim,
diversos agentes privados, desde
incorporadoras e investidores até
pessoas que simplesmente que-
rem comprar um terreno ou imó-
vel. No caso das perícias, também
se destacam as companhias segu-
radoras, que solicitam avaliações
e perícias para determinar o valor
do seguro.
PP – Como o senhor vê a atual situação do mercado de avaliações em engenha-ria no Brasil?AC – Nos últimos cinco anos,
a demanda por avaliações foi
imensa devido ao aquecimento
do mercado imobiliário. Isto se
reverte em uma grande oferta de
oportunidades para o profissional
da área. O mercado nunca este-
ve tão bom. Se, por um lado, a
tendência é acompanhar o ritmo
de crescimento do mercado imo-
biliário e da própria economia,
por outro, estamos protegidos de
uma eventual desaceleração, pois
os imóveis já construídos preci-
sarão de perícias e inspeções pe-
riódicas e sempre haverá pessoas
solicitando avaliações para com-
pra e venda.
PP – E quanto à oferta de oportunidades profissio-nais, trata-se de um seg-mento atraente?AC – Em todo o Brasil, a demanda
na área é maior do que a oferta
de profissionais. Os escritórios es-
tão lotados de serviço. Hoje nós
temos carência de profissionais
especializados, o que torna este
um ramo extremamente promis-
sor para quem quer enveredar na
área. A tendência é que a procura
por tais serviços aumente ainda
mais, seja para assessorar inves-
tidores ou incorporadores, seja
para orientar pessoas físicas que
querem comprar uma casa, apar-
tamento ou terreno.
PP – O IBAPE também tra-balha na geração de conhe-cimento técnico e acadêmi-co. Como é esse trabalho?AC – O IBAPE é um centro de refe-
rência em nível internacional, no
tocante a normas e artigos técni-
cos, na área de avaliações, perí-
cias e inspeções. Um dos nossos
campos de atuação é justamente a
capacitação profissional. Já temos
um programa de certificação na
área de avaliações e estamos im-
plementando uma certificação em
inspeção predial. Posteriormente,
pretendemos criar uma certifica-
ção profissional em perícias.
PP – Esta área é ampla-mente abordada na aca-demia pelos estudantes de engenharia civil?
Hoje nós temos carência de profissionais
especializados, o que torna
este um ramo extremamente promissor para
quem quer enveredar na área
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13Primeira Página
AC – Poucas são as instituições
de ensino superior que têm uma
disciplina de engenharia de ava-
liações e perícias. Uma das metas
de nossa gestão, aliás, é sensibili-
zar a academia sobre a importân-
cia de se implantar esta disciplina
na grade curricular da graduação.
Também chegamos à conclusão
de que o tema muitas vezes não
era abordado justamente porque
não havia professores em número
suficiente. Hoje em dia, no IBAPE,
temos professores capazes de mi-
nistrar tal disciplina.
PP – E quais são as outras metas desta gestão?AC – Minha proposta é dar maior
O IBAPE é um centro de
referência em nível internacional, no tocante a
normas e artigos técnicos, na área
de avaliações, perícias e inspeções
visibilidade ao IBAPE junto ao
grande público. Para isso, de-
senvolveremos um programa es-
tratégico de ação que, além de
abranger nossos eventos já con-
solidados, contemplará outras ini-
ciativas de divulgação e captação
de novos associados. Uma ideia
é levar o Instituto às universida-
des, com a criação do IBAPE Jú-
nior em todo o Brasil. Com isso,
esperamos aproximar da Institui-
ção estudantes de engenharia e
arquitetura que tenham interesse
em ingressar na área. Do ponto de
vista técnico, além do implemen-
to das duas novas certificações
profissionais já referidas, também
estamos em processo de conclu-
são da Norma de Inspeção Predial
junto à Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), que irá
definir uma metodologia e norma-
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14 Primeira Página
CALÇADOS
Indústria calçadista brasileira crescerá 3,6% em 2014
Com os pés no chão, mas cheia de otimismo, a indústria brasileira de calçados mantém seu ritmo de crescimento, apesar dos problemas da economia. O estudo “Mercado Potencial de Calçados em Geral”, realizado pelo IEMI Inteligência de Mercado, revela que a indústria cal-çadista brasileira deve crescer 3,6% em 2014. As exportações irão expandir ainda mais, com aumento de 12,3%.
Mas os importados continuam in-
comodando o setor. “As expectati-
vas são de que os artigos importa-
dos alcancem uma participação de
5,1% sobre o consumo aparente
(resultado da produção + impor-
tação - exportação) em volume de
pares, e as exportações represen-
tem 14,8% da produção, quando
considerados todos os grupos de
calçados produzidos e consumi-
dos no País”, explica à Primeira
Página o diretor do IEMI, Marce-
lo Prado. O Brasil deve exportar
138 milhões de pares em 2014 e
importar 43 milhões. A produção
brasileira deve alcançar 932 mi-
lhões de pares.
Produção e consumo mundialA produção mundial de calçados
chegou a 18,8 bilhões de pares em
2012. Já o consumo foi de 16,5
bilhões, um crescimento de 2,1%
em relação a 2011. “O potencial
de crescimento futuro é maior, se
considerarmos que a maioria da
população mundial ainda sobre-
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15Primeira Página
vive com baixo poder aquisitivo.
Nos próximos anos, o crescimento
da produção e do consumo deve-
rá ocorrer à medida que as nações
menos desenvolvidas consigam
uma melhor distribuição de ren-
da”, afirma o diretor.
O Brasil ocupa a terceira posição
no ranking de produção mundial,
com participação de 4,6%, fican-
do atrás somente da China e da
Índia. Vale ressaltar, no entanto,
que o segmento é amplamente
dominado pelos chineses, que
produzem 56% dos calçados do
mundo e respondem por 72% das
exportações do setor. No ranking
dos maiores exportadores mun-
diais, o Brasil ocupa o 10º lugar
em volume de pares e o 16º em
valores em dólares.
Em se tratando de consumo, o
Brasil ocupa a quarta posição en-
tre os consumidores globais, mas
é importante observar que o nú-
mero de pares consumidos pelo
brasileiro é elevado por conta da
alta participação de chinelos, que
representam mais da metade dos
pares adquiridos. Com isso, o con-
sumo por habitante, de 4,1 pares/
ano, é 78% superior à média mun-
dial, que é de 2,3 pares. China,
Estados Unidos e Índia ficam nas
primeiras colocações. Vale ressal-
tar, porém, que enquanto o consu-
mo per capita nos Estados Unidos,
em 2012, foi de 7,2 pares/ano,
na China e na Índia foi de 1,8. O
maior consumo por habitante em
2012 foi na República Tcheca, com
7,6 pares/ano.
Raio X da indústriaO setor calçadista nacional é com-
posto por um grande número de
microempresas (89%, com até 49
empregados), ficando as pequenas
(de 50 a 249 empregados) com
8,8% da fatia e as médias (de 250
a 1.000 empregados) com 1,8%.
As grandes companhias (mais de
1.000 empregados) não passam de
0,5% do mercado.
As unidades produtoras estão lo-
calizadas principalmente no Sul e
no Sudeste, onde se concentram
88,3% do total, ficando o Nordes-
te com 8,1% e o Centro-Oeste e o
Norte, juntos, com 3,6% do total
de unidades ativas.
Os empregos gerados pelo setor
produtor de calçados somaram
quase 353 mil em 2013, o equiva-
lente a 3,58% do total de trabalha-
dores alocados na produção indus-
trial do País nesse ano. A Região
Nordeste é a maior empregadora.
Em 2010, ultrapassou a Região Sul
e participa com 36,1% do contin-
gente de empregos ofertados pelo
setor em 2013. A Região Sul ocupa
a segunda posição, com 35,8%,
seguida da Sudeste, com 26,6%.
O Norte e o Centro-Oeste, juntos,
detêm 1,4% dos empregos da in-
dústria brasileira de calçados.
Os empregos gerados pelo setor
produtor de calçados somaram quase 353
mil em 2013
16 Primeira Página
CONSTRUÇÃO CIVIL
Indústria da construção civil perde ritmo, mas cresce mais que o PIBA indústria da construção civil brasileira sofreu uma forte retra-ção em dezembro de 2013 (6,1%), comparativamente ao mesmo mês de 2012, o que prejudicou o de-sempenho do setor no ano passa-do. Quando se compara dezembro de 2013 com novembro do mesmo ano, o resultado é ainda pior: retra-ção de 16,1%. Desse modo, 2013 terminou com um crescimento de 3% no setor, inferior ao previsto pelos especialistas, que aguarda-vam uma expansão de 4%. Ainda assim, a expansão foi o dobro da registrada em 2012.
“O baixo desempenho de dezembro não trouxe a recuperação que espe-rávamos nas vendas e contribuiu
fortemente para a reversão da ten-dência de elevação que era observa-da desde a metade do primeiro se-mestre”, afirma à Primeira Página o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Material de Constru-ção (Abramat), Walter Cover.
Perspectivas positivasAs expectativas para 2014, entre-tanto, são bastante positivas: A indústria deve crescer 4,5% neste ano. Segundo Cover, a expansão está diretamente ligada à manu-tenção dos atuais estímulos do governo ao consumo das famílias (crédito, emprego e renda), ao maior dinamismo do segmento imobiliário e também à aceleração das obras de infraestrutura. Os
primeiros números de 2014 corro-boram a opinião do executivo. O mês de janeiro teve crescimento de 1,5% em relação ao mesmo pe-ríodo de 2013. Quando a compara-ção é feita com dezembro de 2012, a expansão é ainda maior: 9,2%.
“O crescimento de vendas em ja-neiro, em relação a dezembro, se deu sobre uma base bastante bai-xa. Já o fato de a venda de material de base ter crescido mais do que a de material de acabamento está re-lacionado a fatores como ausência de chuvas – condição que favorece a execução de obras – e empreen-dimentos de infraestrutura ligados à Copa, principalmente aeropor-tos”, explica Cover.
Apesar do baixo desempenho no final de 2013, a expectativa é de que o setor cresça 4,5% este ano
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Sugestões de formato
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A Revista de Negócios da Bahia
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18 Primeira Página
ÓTICA
Empresários e governo querem fortalecer indústria ótica nacionalO potencial de crescimento do se-tor ótico brasileiro é enorme. De acordo com a Associação Brasi-leira da Indústria Óptica (Abióp-tica), 135 milhões de brasileiros necessitam de algum tipo de cor-reção visual. Desses, somente 40 milhões usam óculos de grau. Fa-tores como o aumento da renda e da faixa etária da população – se-gundo o IBGE, 10,8% dos brasilei-ros já tinham mais de 60 anos em 2010 – também fazem com que o mercado espere um significativo aumento da demanda por produ-tos como armações e lentes.
Por outro lado, mais de 70% dos itens comercializados pelo setor no Brasil são importados e o nú-mero de fabricantes nacionais é
pequeno. Por isso, a Associação Brasileira da Indústria Óptica e a Agência Brasileira de Desenvolvi-mento Industrial (ABDI) estudam políticas para estimular o setor.
“Em 2010, essa cadeia registrou um faturamento de R$ 15,9 bi-lhões no varejo, segundo a Abi-óptica. Mas, do ponto de vista da fabricação, há uma concentração de atividade em países que atual-mente promovem grande evolu-ção tecnológica, especialmente na produção de lentes. É importante que o Brasil amplie sua partici-pação nessa cadeia e se fortaleça como player”, detalha o especia-lista da ABDI, Caetano Ulharuzo.
Estima-se que no ano passado o
segmento de lentes de contato te-nha crescido cerca de 6% e o de óculos, 4%. Para este ano, a ex-pectativa é que as vendas de len-tes de contato cresçam 5,3% e as de óculos, 3,9%.
O diretor da ABDI, Otávio Ca-margo, lembrou a existência de um projeto de lei que trata da obrigatoriedade do exame de vis-ta anual no ensino público fun-damental e médio, que também deve gerar demanda por óculos e lentes. “No Brasil, hoje, não há um processo regular de verifica-ção de acuidade visual. Projetos como esse não somente colabo-ram com a saúde da população, mas também impactam o setor industrial”, completa Camargo.
A expectativa é que em 2014 as vendas de lentes de contato cresçam 5,3% e as de óculos, 3,9%
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19Primeira Página
LOGÍSTICA
Todos os dias as estradas da Bahia
são cortadas por veículos que fa-
zem o transporte de produtos peri-
gosos. Mas, apesar de se tratar de
uma operação corriqueira, sempre
há riscos para o meio ambiente.
“Por isso é que as empresas ge-
radoras dos resíduos não podem
fazer o transporte desse tipo de
material por conta própria. É pre-
ciso contratar uma empresa es-
pecializada, que possua todas as
licenças ambientais obrigatórias”,
explica o gerente administrativo
da Translogistics (empresa espe-
cializada no manuseio, transporte
e destinação final de resíduos in-
dustriais perigosos, não perigosos
e recicláveis), Carlos Ribeiro.
O executivo observa que antes de
transladar o material é fundamen-
tal avaliar os riscos envolvidos na
operação. “As condições das es-
tradas, o armazenamento, os im-
pactos que o contato com a carga
podem causar nas pessoas ou no
meio ambiente devem ser a preo-
cupação número um de quem faz
o transporte”, afirma.
Outra dica do empresário é res-
peitar os horários e as condições
de trabalho do condutor, que não
deve dirigir cansado e precisa ter
à disposição no veículo, em ótimo
estado, todos os equipamentos
para o caso de emergências. “Nos-
Dez anosA Translogistics comemora em 2014 dez anos de existência, com atu-ação em todo o território nacional. “Possuímos uma equipe multidis-ciplinar que atua em projetos ambientais e está sempre preocupada com a conservação do meio ambiente, obedecendo às normas de se-gurança e à legislação ambiental”, afirma Solrac. “Com responsabili-dade ambiental na gestão integral de resíduos industriais, utilizamos para destinação final as técnicas de incineração, coprocessamento, deposição em aterros industriais e sanitários, em conformidade com as exigências dos órgãos ambientais”, orgulha-se.
so foco é sempre minimizar os ris-
cos, mas, se acontecer algum im-
previsto, a empresa enviará uma
equipe para fazer a contenção do
resíduo perigoso, descontamina-
ção da área e acionar as autorida-
des competentes”, diz.
Transporte de resíduos e produtos perigosos requer vários cuidados
Carlos Ribeiro: "Nosso foco é sempre minimizar os riscos"
Cláudio Solrac: “Responsabilidade ambiental na gestão integral de resíduos industriais”
20 Primeira Página
POLÍTICA
Ambiente político brasileiro afasta investidores internacionais
O ambiente político do Brasil já
aparece como um dos potenciais
entraves para empresários que
querem fazer investimentos no
País. Esta é a principal conclusão
de um levantamento realizado
pela KPMG com cerca de 430 exe-
cutivos de todo o mundo. Outros
itens que causam preocupação aos
investidores são a alta carga tribu-
tária e a burocracia.
“Esse levantamento vem sendo re-
alizado há três anos e o que mais
nos chamou a atenção nesta últi-
ma edição foi o fato de o ambiente
político ser citado por grande par-
te dos empresários do mundo todo
como um dos desafios para quem
quer investir no Brasil. Esse era
um fator periférico nas discussões
com investidores interessados em
entrar no Brasil e que vem apare-
cendo com recorrência na pauta
dos executivos, principalmente
devido à proximidade das elei-
ções e ao consequente aumento
de exposição da política brasileira
para o mundo”, analisa o sócio da
KPMG, Augusto Sales.
Por outro lado, de olho em uma
nova base de clientes, 50% dos en-
trevistados se mostraram otimistas
com o poder de consumo do brasi-
leiro, que continua em alta. “Eles
ainda veem o Brasil como um mer-
cado interno atrativo, por conta do
aumento do poder aquisitivo, e não
como plataforma de exportação de
bens, em função do chamado Cus-
to Brasil, o que diminui a competi-
tividade do País”, acrescenta Sales.
Além disso, quase 90% dos entre-
vistados consideram positivo para
seus negócios a convergência das
normas de contabilidade brasilei-
ra para o padrão internacional de
contabilidade (IFRS).
ResultadosQuando perguntados sobre quais
os principais obstáculos para in-
vestimento no Brasil, 31% respon-
deram que é a alta complexidade
tributária, 17% apontaram a bu-
rocracia e, surpreendentemente,
14% marcaram “questões políti-
cas”. Já quando perguntados sobre
o principal atrativo de investimen-
to no Brasil, metade respondeu
que é a possibilidade de acesso à
nova base de clientes.
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21Primeira Página
SERVIÇOS
Empresários pedem continuidade da desoneração da folha de pagamento
Dois anos após a medida de de-
soneração da folha de pagamento
ser adotada, os efeitos positivos
são sentidos pela maioria dos em-
presários, segundo levantamento
feito pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) com represen-
tantes de 24 setores industriais
beneficiados. De acordo com o le-
vantamento, para 96% dos entre-
vistados a medida teve impactos
positivos e para 92% ela deveria
ser permanente. Os principais be-
nefícios apontados foram melho-
ria do fluxo de caixa da empresa
(91%) e redução do valor da con-
tribuição (87%).
"Os resultados evidenciam a im-
portância da medida. Porém,
como sua validade atual é ape-
nas até dezembro de 2014, será
necessário promover discussões
que assegurem sua continuida-
de, de modo que as empresas te-
nham maior segurança e possam
planejar seus investimentos para
além do corrente ano", afirma à
Primeira Página o gerente executi-
vo de Política Econômica da CNI,
Flávio Castelo Branco. Para 63%
dos entrevistados, a medida resul-
tou no aumento do nível de empre-
go. O faturamento está maior para
58% e as exportações cresceram
na opinião de 43%. Para 42%, os
investimentos aumentaram.
A desoneração da folha de paga-
mento começou a ser adotada em
dezembro de 2011, apenas com
três setores. A medida consiste
na substituição da contribuição
patronal de 20% sobre a folha de
pagamento por alíquotas de 1%
ou 2% sobre o faturamento das
empresas.
ResultadosQuase todos os indicadores da
pesquisa apresentaram melhoria
em relação ao mesmo estudo rea-
lizado no ano passado.
Confira alguns resultados:1. A medida foi positiva?
2013: 100%
2014: 96%
2. O nível de emprego au-
mentou ou vai aumentar?
2013: 63%
2014: 84%
3. O faturamento das empre-
sas cresceu ou tem expecta-
tiva de crescer?
2013: 50%
2014: 79%
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22 Primeira Página
ENERGIA
Deficiências do setor de óleo e gás afastam investidores
As incertezas e os entraves no se-
tor de óleo e gás no Brasil, rela-
tivos a regulamentação, inovação,
gerenciamento, infraestrutura, re-
cursos humanos e legislação, po-
dem afastar investidores. Pelo me-
nos esta é a conclusão do estudo
“Perspectivas para a Indústria de
Óleo e Gás no Brasil”, desenvolvi-
do pela EY (antiga Ernst& Young).
A análise indica a necessidade de
um ajuste na política do governo,
para que o País seja competitivo
no setor, continue no foco do ca-
pital estrangeiro e suporte o de-
senvolvimento da indústria nacio-
nal. Caso contrário, o Brasil deve
perder espaço para mercados em
expansão, como México e África
Ocidental.
De acordo com o Centro de Ener-
gia e Recursos Naturais da EY, cin-
co áreas precisam de atenção e re-
avaliação para que sejam obtidos
melhores resultados em meio a ex-
pectativas positivas de desenvolvi-
mento do setor: Capital Humano,
Inovação Tecnológica, Infraestru-
tura, Investimentos e Moderni-
zação do Ambiente Regulatório,
especialmente no que se refere à
carga tributária.
O estudo faz ainda um compara-
tivo entre as políticas e os resul-
tados alcançados na Noruega e na
Inglaterra com os desafios que de-
vem ser superados pelo Brasil. No
caso da Noruega, o desenvolvi-
mento se deu com o fortalecimen-
to da indústria e a produção teve
o ritmo de desenvolvimento mais
lento, respeitando as diferentes
fases de exploração e produção.
Além disso, investiu-se fortemen-
te no financiamento de pesquisas
para o avanço tecnológico e foi
adotado um regime tributário sim-
ples e transparente.
Já na Inglaterra, o desenvolvi-
mento da indústria teve ênfase na
maximização da receita no curto
prazo, opção que trouxe bons re-
sultados inicialmente, mas que
levou a uma produção irregular
na fase de crescimento e a uma
forte queda a partir do ano 2000.
Não havia estratégia de estímulo à
pesquisa e eram constantes as mu-
danças no regime fiscal.
“O Brasil diz adotar o modelo da
Noruega, considerado mais sólido,
estruturado e voltado para o longo
prazo. Na prática, entretanto, se-
gue os moldes da Inglaterra, ao exi-
gir um forte programa de investi-
mentos para aumentar a produção
no curto prazo”, afirma o sócio e
líder do Centro de Energia e Recur-
sos Naturais da EY, Carlos Assis.
Para Assis, não se pode exigir ao
mesmo tempo conteúdo local alto
no curto prazo e crescimento acele-
rado da produção. “É necessária a
adoção de medidas claras e a cria-
ção de um ambiente regulatório
que incentive a concorrência leal, o
que teria impactos positivos para o
desenvolvimento do setor de óleo e
gás. Não se cria indústria com pro-
grama de aceleração da produção.
Estão exigindo dos fornecedores
prazos muito curtos para fabricar
equipamentos com alto grau de so-
fisticação”, explica.
23Primeira Página
MEIO AMBIENTE
Indústria lança “Selo Nacional de Plásticos Reciclados”A Associação Brasileira da Indús-
tria do Plástico (Abiplast) lançou
em janeiro o Selo Nacional de
Plásticos Reciclados (Senaplas). A
solução visa identificar, valorizar
e certificar as empresas do seg-
mento de reciclados plásticos que
atuam de acordo com os critérios
socioambientais e econômicos exi-
gidos por lei.
“O selo vai incentivar e valorizar
a formalização dos recicladores,
demonstrando que há empresas e
produtos adequados e de qualida-
de no segmento, fortalecendo a ca-
deia, que atualmente reúne mais de
800 produtoras regularizadas”, ex-
plica o coordenador da Câmara Na-
cional dos Recicladores de Material
Plástico da Abiplast, Ricardo Hajaj.
São elegíveis ao selo as produtoras
de matéria-prima reciclada que co-
mercializam resinas recuperadas e
produtos transformados pelos reci-
cladores. As empresas precisam es-
tar legalmente constituídas (CNPJ e
contrato social) e com toda a docu-
mentação e licenças em ordem. O
processo de verificação será reali-
zado pelos sindicatos estaduais e a
certificação oferecida pela Abiplast,
com vigência de 24 meses.
Perspectivas do setorA indústria de reciclagem de ma-
terial plástico reúne 815 empresas,
que faturam R$ 2,394 milhões por
ano e empregam 22.705 funcio-
nários. A capacidade instalada é
de 1700 toneladas, com produção
anual de aproximadamente mil to-
neladas.
De acordo com dados de 2012 do
Instituto Plastivida, o índice de
reciclagem mecânica (conversão
dos descartes plásticos em grânu-
los que podem ser reutilizados na
produção de outros produtos) no
Brasil é de 22%, o que situa o País
na décima colocação do ranking
mundial. Atualmente, o potencial
econômico desperdiçado devido
ao não tratamento dos resíduos
plásticos é de R$ 5,8 bilhões. Vale
observar que 41% dos plásticos
reciclados são utilizados no seg-
mento de bens de consumo semi
e não duráveis.
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24 Primeira Página
INFRAESTRUTURA
Salvador está pronta para receber chuvas?
Deslizamentos de terra, desabamentos de imóveis e alagamentos de vias são velhos conhe-cidos do soteropolitano, que já se habituou a ver a cidade castigada pelos efeitos das chuvas mais fortes. De acordo com dados da Defesa Civil de Salvador (Codesal), este ano, até o dia 31 de março, foram registrados 87 deslizamentos de terra e 10 desabamentos, sem vítimas. Em 2013 foram 665 deslizamentos e 86 desabamentos, com sete óbitos. “Temos em andamento in-vestimentos da ordem de R$ 22 milhões do Ministério das Cidades e cerca de R$ 12 milhões de recursos do Município para obras de contenção de encostas”, conta à revista Primeira Página o secretário municipal da Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), Paulo Fontana.
Todos os anos a capital baiana é castigada por alagamentos, desabamentos e deslizamentos de terra
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25Primeira Página
Cerca de 30 obras de contenção
de encostas estão em curso na
cidade, com investimentos muni-
cipais e federais. A maior delas é
a da Ladeira do Cacau, em São
Caetano. A via foi interditada há
três anos, após um deslizamen-
to, e sua requalificação custará
R$ 6 milhões em recursos do mu-
nicípio. Além disso, a prefeitura
investirá R$ 1,7 milhão para con-
tenção da encosta à margem da
Avenida Contorno, que chegou a
ser bloqueada por causa de um
deslizamento de terra em junho
de 2013. “Temos ainda projetos
de captação de recursos do go-
verno federal para recuperar 115
encostas e outras 40 com recur-
sos próprios. Também realizamos
limpeza de canais desde o ano
passado e temos programas de
macrodrenagem que serão lança-
dos este ano” conta Fontana.
Intervenções humanasAlguns fatores contribuem para
tornar Salvador mais vulnerável
aos efeitos das chuvas, como sua
localização em uma península re-
pleta de bacias de drenagem, onde
diversos rios desaguam no mar.
Segundo o engenheiro civil espe-
cialista em infraestrutura e drena-
gem Antônio Tonhá, a intervenção
humana aliada a esta caracterís-
tica natural é responsável pelos
constantes alagamentos. “As ba-
cias antigamente tinham um sis-
tema de drenagem natural, com
permeabilidade do solo e áreas
de acumulação de água, como la-
goas e represas. Com a ocupação
aleatória pelo sistema imobiliário,
o solo foi pavimentado e muitas
lagoas foram aterradas, fazendo a
água correr mais rápido na época
de chuvas e resultando em alaga-
mentos”, explica.
Quanto aos deslizamentos de ter-
ra, Tonhá explica que o desmata-
mento é um dos grandes respon-
sáveis, por causar erosão durante
as chuvas e retirar a proteção na-
tural que as raízes de árvores e
plantas oferecem ao solo. Outro
fator ressaltado pelo engenheiro
é a ocupação desordenada da ci-
dade, com construções erguidas
em encostas e sem a observação
de critérios básicos de segurança.
“Devido à falta de planejamento
da cidade e à omissão do Poder
Público é que existem as inva-
sões, construídas por pessoas que
não têm assistência nem conheci-
mento do perigo que correm e só
querem um lugar para erguer suas
casas”, argumenta.
Segundo o diretor-geral da Code-
sal, Alvaro da Silveira Filho, apro-
ximadamente um terço da popu-
lação de Salvador habita regiões
de risco, grande parte em imóveis
construídos de forma irregular.
Frente a este panorama, um dos
grandes desafios da cidade é cons-
cientizar os moradores dessas
áreas sobre o perigo que correm.
“Quando agentes da Defesa Civil
notificam um morador para deso-
cupar seu imóvel em face do risco
existente, na maioria das vezes,
há resistência, pois ele acredita
que o acidente não acontecerá.
Junto à conscientização, é preciso
promover a remoção dos morado-
res das áreas de risco e dar desti-
nação a esses locais, para que não
voltem a ser ocupados”, afirma.
Temos investimentos de R$ 22 milhões do
Ministério das Cidades e cerca de R$ 12 milhões do Município para
obras de contenção de encostas
Paulo Fontana, secretário da Sindec
Alvaro da Silveira Filho, diretor-geral da Codesal
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26 Primeira Página
COPA DO MUNDO
Polícia Militar não puniu nenhum policial por excessos cometidos na Copa das Confederações
Apesar do grande número de con-
frontos noticiados pela imprensa e
dos casos de abuso policial divul-
gados nas redes sociais, não houve
nenhuma queixa direta de mani-
Os protestos registrados em todo o Brasil no mês de junho do ano passado foram marcados por confrontos entre policiais militares e manifestantes. Durante as manifestações, a seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) prestou mais de 80 atendimentos para liberações na fase policial e na judicial, por crimes de dano simples ou qualificado. “Os ca-sos mais recorrentes foram de danos ao patrimônio público e privado, mas também houve registros de lesão corporal e abuso de autoridade. Acompanhamos os protestos prestando orientação à sociedade civil para a prática pacífica da liberdade de expressão, direito consti-tucional de todo indivíduo”, afirma o conselheiro da OAB-BA, Domingo Arjones.
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PM-BA admite uso de armamento não letal em eventuais protestos na Copa do Mundo
festantes à Corregedoria da Polícia
Militar da Bahia. Segundo o diretor
de Comunicação Social da corpo-
ração, coronel Gilson Santiago, os
únicos casos averiguados pelo ór-
gão foram abertos a partir de ima-
gens veiculadas na imprensa: um
de suposta agressão a manifestan-
tes e outro referente à agressão e
prisão de jornalistas. Ambos pas-
27Primeira Página
saram por uma sindicância e o pri-
meiro teve seu arquivamento soli-
citado, aguardando a decisão final
do comandante da PM. O segundo
foi transformado em processo ad-
ministrativo disciplinar e está em
apuração. Até o momento nenhum
policial foi punido.
Agressão a jornalistasSegundo nota divulgada pelo Sin-
dicato dos Jornalistas da Bahia
(Sinjorba), os jornalistas Francis
Juliano, Evilásio Júnior e o repór-
ter fotográfico Almiro Lopes foram
agredidos enquanto cobriam os
protestos na região do Iguatemi. O
repórter Francis Juliano foi preso e
levado para a 16ª Delegacia Terri-
torial, no bairro da Pituba, ao ques-
tionar policiais sobre o motivo de
espancarem um fotógrafo. Já Evilá-
sio Júnior foi agredido verbalmen-
te, recebeu empurrões e spray de
pimenta no rosto. “Além da prisão
arbitrária, agrediram os jornalistas
com palavrões. Almiro Lopes foi
atingindo por uma bala de borracha
no abdômen. Na região dos Barris,
policiais forçaram o fotógrafo Tiago
di Araújo a apagar de sua máquina
fotos que registravam a repressão
ao movimento de protesto”, decla-
rou a presidente do Sinjorba, Mar-
jorie Moura, na nota de repúdio.
Fizemos um esforço muito
grande no sentido de privilegiar a
negociação, antes de agir com a força não letal
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Questionada pela revista Primeira
Página sobre eventuais medidas
adotadas pelos jornalistas envol-
vidos, a presidente do Sinjorba
afirmou que nenhum deles de-
nunciou formalmente os abusos.
“Francis e Evilásio nem chegaram
a registrar a queixa na delegacia
de polícia porque foram constran-
gidos pelo arrependimento dos
policiais na unidade, que se des-
culparam por sua truculência. De
acordo com o que eu soube mais
tarde, Tiago di Araújo era estagi-
ário e nunca procurou o Sinjorba.
Almiro Lopes também não pres-
tou queixa”, conta.
Opiniões sobre os confrontosPara a presidente do Sinjorba, os
abusos contra a imprensa foram
cometidos tanto por policiais mi-
litares quanto por manifestantes.
No caso das agressões policiais,
ela atribui o fato ao choque en-
tre a necessidade que o jornalista
tem de buscar a informação e a
cultura da PM de que a segurança
pública está acima de qualquer di-
reito. “Sem dúvida, aconteceram
excessos, principalmente pelo fato
de a Polícia Militar ter um caráter
repressivo, pouco adequado aos
tempos atuais do País, em que se
busca cada vez mais o respeito aos
direitos individuais, à democracia.
Com relação aos manifestantes,
está ocorrendo uma confusão en-
tre o direito de se manifestar con-
tra o conteúdo editorial de uma
mídia e a atuação dos trabalhado-
res de imprensa nas ruas”, afirma.
A PM-BA, por sua vez, alega que
atuou dentro da legalidade e dos
parâmetros de uso da força reco-
mendados pela corporação. Ao ser
questionado sobre possíveis exces-
sos policiais, o coronel Santiago
elogiou a atuação da Instituição e
responsabilizou os manifestantes
pelo início dos confrontos. “Fize-
mos um esforço muito grande no
sentido de privilegiar a negocia-
ção, antes de agir com a força não
letal. Os fatos que extrapolaram
esse limite foram muito mais res-
ponsabilidade de quem provocou
28 Primeira Página
namento voltado para integrantes
da imprensa, sobre como se portar
frente a diversas situações de risco
numa manifestação. “O objetivo
não é somente oferecer o curso,
mas também buscar um seminá-
rio com treinamento de mídia, en-
volvendo policiais militares e pro-
fissionais da imprensa, de modo
que cada um entenda e respeite
o papel do outro no desempenho
de suas atividades profissionais”,
explica a presidente do Sinjorba.
Enquanto isso, a PM-BA se prepara
para a Copa do Mundo em diversas
frentes. Entre as ações de inteligên-
cia estão o acompanhamento das
informações veiculadas pela im-
prensa e o monitoramento perma-
nente dos grupos envolvidos nos
protestos e na internet, sobretudo
nas redes sociais. Os policiais que
atuam nas ruas receberam treina-
mento em técnicas de controle de
multidões, nas quais o uso de mu-
nição não letal não está descarta-
do. “Aumentamos nosso acervo de
armamento e munição não letal,
munição química e coletes, com
o objetivo de dar uma segurança
maior ao efetivo que será empre-
gado e mostrar que estamos prepa-
rados para o caso de tumultos que
demandem uso de força”, afirma
o coronel Santiago, sem revelar o
montante investido no arsenal.
O tempo todo eles falavam que se estivéssemos em
outro lugar nós não sairíamos vivos
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do que da ação policial. Graças
a isso, a PM-BA foi a que obteve
melhor avaliação entre as sedes
da Copa das Confederações, por
todos os segmentos envolvidos no
processo”, argumenta em entre-
vista à Primeira Página.
Visão de um manifestanteO depoimento do estudante de
psicologia Antônio Nascimento,
36, contraria a visão da PM baia-
na. Ele afirma ter estado presente
em diversos protestos e que em
um deles, no dia 22 de junho, foi
detido pela Polícia Militar, numa
passeata que ia do Campo Grande
ao Iguatemi. Segundo Nascimen-
to, a ação dos policiais foi trucu-
lenta e injustificada. “Durante
todo o trajeto foi uma manifesta-
ção tranquila e ordeira, mas quan-
do chegamos ao Iguatemi, no final
da caminhada, fomos interpelados
por uma guarnição policial forte-
mente armada com bombas de gás
lacrimogêneo e balas de borracha.
Eles começaram a atirar e nós nos
dispersamos. Naquele momento,
eu e alguns companheiros fomos
cercados e presos por vandalis-
mo”, conta o estudante.
Nascimento alega ter sido vítima
de agressões físicas e verbais, jun-
tamente com os outros manifes-
tantes, no momento da prisão. Ele
também afirma que nem todos os
policiais portavam identificação
em suas fardas. “Fomos agredi-
dos com pancadas de cassetete
nas costas e nos braços, chutes
nas pernas e coronhadas. O tempo
todo eles falavam que se estivésse-
mos em outro lugar nós não sairía-
mos vivos”, relata.
Preparação para a Copa A menos de cem dias do início da
Copa do Mundo do Brasil, tanto
jornalistas quanto policiais se pre-
param para uma onda de protestos
ainda mais intensos do que os de
junho passado. Em meio à expec-
tativa de novas manifestações, as
duas classes iniciaram um diálogo
para que a PM ministre um trei-
29Primeira Página
Há 22 anos na busca de novos desafiosfocando a Excelência e a Qualidade na
Prestação de Serviços
tel.: (71) 3021-9300 | www.efetivarh.com.br
30 Primeira Página
TRANSPORTES
Internacional Marítima assume ferryboat definitivamente
O Sistema Ferryboat da Baía de Todos-os-Santos estará sob a gestão da Internacional Maríti-ma pelos próximos 25 anos. A companhia, que opera serviços semelhantes no Maranhão e em São Paulo, já havia assumido o trajeto em caráter provisório desde 14 de março do ano passado. “Iniciamos a gestão do sistema para cumprir contrato emergencial de seis meses, porém, devido à preparação da licitação, foi preciso renová-lo. Nesse período, apesar da redução do número de embarcações – algumas com idade de uso superior a 30 anos –, ope-ramos em dias normais com relativa tranquilidade em relação à demanda”, afirma o assessor da presidência da companhia, Carlos Henrique Pereira Júnior.
Ferryboat Juracy Magalhães cruza a Baía de Todos-os-Santos
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31Primeira Página
nacional Marítima prevê um apor-
te financeiro de R$ 32 milhões nos
próximos cinco anos. Entre os in-
vestimentos contratados constam
a reforma geral dos terminais de
São Joaquim e Bom Despacho,
com melhorias em acessibilidade
e redução das filas de automóveis.
A companhia também realizará
a reforma dos píeres de atraca-
ção, modernização do sistema
de tecnologias de informação e
construção de um estaleiro. “Nós
sabemos que um dos gargalos do
sistema ferryboat é a falta de uma
área para manutenção e conser-
to das embarcações, portanto, a
construção dessa estrutura será
uma solução definitiva para o pro-
blema”, afirma Pessôa.
O Estado, por sua vez, também
realizou recentemente um investi-
mento de 18 milhões de euros na
compra de duas novas embarca-
ções, que deverão integrar a frota
baiana no mês de maio. Batizados
O contrato entre o Estado e a Internacional
Marítima prevê um aporte financeiro de R$ 32 milhões
nos próximos cinco anos
A Internacional Marítima foi a
única empresa a apresentar uma
proposta no processo de licita-
ção, embora tenha havido grande
procura pelo edital, segundo o
diretor executivo da Agência Es-
tadual de Regulação de Serviços
Públicos de Energia, Transportes
e Comunicações da Bahia (Ager-
ba), Eduardo Pessôa. A falta de
mais candidatos foi atribuída ao
caráter peculiar do sistema baia-
no. “Apesar de o serviço ter um
grande volume de usuários, a ta-
rifa já está congelada há mais de
seis anos e o retorno é baixo. O
preço da passagem deveria estar
mais alto, mas sabemos que isso
prejudicaria a população. Ainda
assim, não vemos como dificul-
dade o fato de haver apenas um
candidato, já que a Internacional
Marítima prestou um serviço sa-
tisfatório no último ano”, declara.
Investimentos e melhoriasO contrato entre o Estado e a Inter-
de Dorival Caymmi e Zumbi dos
Palmares, os ferries foram adquiri-
dos na Grécia e transferidos para o
patrimônio do Governo da Bahia.
Juntos, eles dobrarão a capacidade
de transporte de carros e aumenta-
rão em 75% a capacidade de trans-
porte de passageiros.
A crise no sistema ferryboatA decisão de contratar uma nova
concessionária surgiu com o
afastamento da antiga operado-
ra, a TWB, por má prestação de
serviços. Em setembro de 2012 o
governo baiano decretou interven-
Eduardo Pessoa, diretor executivo da Agerba
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32 Primeira Página
ção estatal no sistema ferryboat,
quando foram constatadas várias
irregularidades que serviram de
argumento para decretar a cadu-
cidade do contrato com a compa-
nhia. Medidas judiciais também
foram adotadas contra a TWB. “A
Procuradoria Geral do Estado da
Bahia está acionando a empresa
na esfera judicial para cobrar o
que é de direito do Estado e o pre-
sidente da antiga concessionária
está com os seus bens indisponí-
veis”, conta Pessôa.
Os indícios de irregularidades fo-
ram detectados pela Auditoria Ge-
ral do Estado, em parceria com a
Fundação Instituto de Pesquisas
Contábeis e Financeiras (Fipeca-
fi): sonegação de impostos, des-
vio de dinheiro, não pagamento
da folha quinzenal, sublocação
do estacionamento e não realiza-
ção de investimentos contratados,
dentre outros. Todas as contas da
TWB estavam negativas, com um
débito de R$ 200 mil em folhas de
pagamento e mais de R$ 760 mil
em combustível. Também foram
descobertas outras dívidas duran-
te a intervenção: R$ 6 milhões em
multas, R$ 560 mil de taxas de fis-
calização e cerca de R$ 1,5 milhão
de indenização pelo naufrágio da
balsa Bartira.
Estrutura sucateadaUm dos problemas descobertos
durante a intervenção foi o es-
tado precário das embarcações.
De acordo com dados da Agerba,
todos os ferries se encontravam
sucateados e apenas três deles
– de uma frota de oito – conti-
nuavam em operação. Os outros
cinco foram encontrados parados
nos terminais de São Joaquim e
Bom Despacho, sem condições
de navegação. Devido à falta de
um estaleiro, o Estado solicitou
à Marinha a utilização do dique
seco da Base Naval de Aratu para
recuperação das embarcações.
Uma questão que dificultou os re-
paros foi a falta de peças de repo-
sição nos almoxarifados da TWB.
Entre as peças danificadas fo-
ram encontrados 21 motores des-
montados e sem armazenamento
adequado, expostos à chuva. As
consequências do sucateamento
impactaram diretamente a qua-
lidade do serviço, com menos
embarcações disponíveis, filas
de espera maiores e quebras du-
rante as travessias. A intervenção
estatal durou cinco meses e de-
mandou investimentos de R$ 35
milhões na docagem de quatro
embarcações para reparos na Base
de Aratu, além de mais R$ 6 mi-
lhões na compra de quatro moto-
res e recondicionamento de outros
11. O contrato da TWB previa um
investimento de R$ 27 milhões
em cinco anos, dos quais apenas
R$ 24 mil foram de fato aplicados,
segundo declaração do secretário
da Infraestrutura e vice-governa-
dor, Otto Alencar.
A intervenção estatal durou cinco meses e demandou investimentos de R$ 35 milhões na
docagem de quatro embarcações para reparos na Base de
Aratu
Ferryboat Rio Paraguaçu volta a funcionar após reforma
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33Primeira Página
INOVAÇÃO
Brasil começa a fabricar copos compostáveisA catarinense Minaplast começa a
inserir no mercado de descartáveis
plásticos o primeiro copo com-
postável de fabricação brasileira.
O produto, chamado de Green
by Minaplast, usa como matéria-
-prima o ácido polilático (PLA),
fabricado a partir de plantas como
o milho e que, em usina, se de-
compõe totalmente em um prazo
de 90 a 120 dias.
Só no primeiro semestre deste ano
serão produzidos 10 milhões de
copos com capacidade para 200ml
e 300ml. A matéria-prima empre-
gada no Green é da marca Ingeo,
importada dos Estados Unidos e
com todas as certificações interna-
cionais de compostabilidade exi-
gidas também pela Europa e pelo
Japão. Não há petróleo em sua
composição.
Apesar da boa noticia, os copos
compostáveis apresentam algu-
mas desvantagens em relação aos
comuns. Como o ácido polilático
não é resistente ao calor, os com-
postáveis só poderão ser utiliza-
dos para servir bebidas frias ou
geladas. Além disso, a matéria-
-prima para fazer o novo produto
é até 40% mais cara. Apesar disso,
o diretor da Minaplast, Hemerson
De Villa, acredita na viabilidade
do produto.
“Quando iniciamos os testes, em
2008, esta mesma matéria-prima
custava o dobro da tradicional.
Em 2012, retomamos os testes e
fizemos as adaptações necessárias
nos equipamentos para a produ-
ção do Green”, explica De Villa à
Primeira Página.
Estados dedicam menos de
3% do orçamento ao meio am-
biente
Do orçamento previsto pelos
estados para 2013, a média de
destinação à área ambiental foi
2,24%, informou em março o
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), na Pesqui-
sa de Informações Básicas Esta-
duais - Perfil dos Estados Brasi-
leiros (Estadic). De acordo com
a Agência Brasil, das 27 unida-
des da Federação, 18 tinham
secretarias dedicadas exclusiva-
mente ao meio ambiente.
Foto
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Fsol
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lia.c
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34 Primeira Página
TURISMO I
Turistas deixam R$ 1 bilhão no carnaval de Salvador
Visitantes brasileiros, estrangeiros e baianos de outras cidades deixaram R$ 1 bilhão em Salvador, durante o carnaval. Até a quarta-feira de cinzas, 550 mil turistas passaram pela cidade, segundo estimativa da Secretaria Estadual do Turismo. Somente pelo aeroporto pas-saram 400 mil pessoas durante os seis dias de folia. Já os cruzeiros marítimos trouxeram 15 mil visitantes no período.
A média individual de gastos dos turistas na folia baiana foi de R$ 2 mil
Foto
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com
35Primeira Página
Os principais emissores brasilei-
ros, que representam 87% dos tu-
ristas, são Minas Gerais, São Pau-
lo, Rio de Janeiro, Distrito Federal
e Sergipe. Os estrangeiros, por sua
vez, vêm da Argentina, Itália, Ale-
manha, França, dos EUA e do Rei-
no Unido.
A média individual de gastos foi
de R$ 2 mil, com desembolso
médio diário de R$ 373. Os gas-
tos preliminares incluem a com-
pra do pacote com hospedagem
e bilhete aéreo. Durante a folia, a
maior parte dos gastos foi desti-
nada à compra de abadas, cama-
rotes, transporte e alimentação.
“Alguns turistas chegaram a gas-
tar R$ 15 mil individualmente. É
o caso de visitantes que alugam
embarcações, ficam em hotéis e
camarotes top de linha”, afirma
à Primeira Página o secretário
do Turismo, Pedro Galvão. Há
também os que gastaram menos,
optando por ficar em casa de pa-
rentes e amigos. Esse público re-
presenta 40% dos visitantes.
A média de permanência em Sal-
vador, durante o carnaval, é de
sete pernoites, e o circuito mais
procurado pelos visitantes é o
Dodô (Barra-Ondina). A maior
média de idade está entre os turis-
tas que ficam hospedados no Cen-
tro Histórico, local preferido pelos
estrangeiros.
Ocupação hoteleiraCom uma taxa de 92%, a ocu-
pação hoteleira nos circuitos do
carnaval na capital baiana foi
maior, em números percentuais,
que a medida no Rio de Janeiro
(87%). Os números da folia de
Salvador foram divulgados pelo
Sindicato de Hotéis, Bares, Res-
taurantes e Similares de Salvador
e Litoral Norte (SHRBS). Já os da-
dos da capital fluminense são da
Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis (ABIH-RJ) e foram di-
vulgadas pelo site especializado
Hotelier News.
O vice-presidente da SHRBS, Silvio
Pessoa, afirmou que os hoteleiros
baianos adotaram uma estratégia
diferente para atrair os hóspedes
este ano. “Antes, vendíamos o pa-
cote para os seis dias, hoje esta-
mos dividindo esse formato e fa-
zendo promoção de preços. Além
disso, fizemos ações junto a ope-
radoras de turismo e sites que co-
mercializam pacotes de viagem”,
ressaltou Pessoa. A ocupação des-
te ano foi superior à do carnaval
passado, que teve índice de 83%.
A maior média alcançada em Sal-
vador foi a do bairro de Ondina,
no Circuito Dodô, com 99% dos
leitos ocupados. No Pelourinho,
onde o carnaval é considerado me-
nos comercial, a taxa foi de 80%.
Turistas de cruzeiros preferem gastar mais com abadásCom um gasto médio individual
de R$ 200, segundo dados do Mi-
nistério do Turismo, os passagei-
ros dos cruzeiros marítimos que
desembarcaram em Salvador no
carnaval direcionaram seus recur-
sos, majoritariamente, para a com-
pra de abadás. Ao todo, 15 mil vi-
sitantes desembarcaram de cinco
navios para os festejos de Momo
na capital baiana.
Mais do que um visitante que vai
passar um ou dois dias na cidade,
o turista de cruzeiros marítimos é
visto pelos gestores do setor tu-
rístico como um impulsionador
da economia e indicativo de no-
vos negócios. A expectativa de
desembolso desse grupo supera
a marca dos US$20 milhões, algo
em torno de R$47 milhões pelo
câmbio comercial.
“Além dessa injeção de recur-
sos na economia, que se dá pelo
consumo de abadás, camarotes,
restaurantes, táxis e compras em
geral, temos que avaliar que esse
é um visitante que normalmente
volta em outras ocasiões, para es-
tadas mais longas”, explica o dire-
tor de turismo da Saltur, empresa
municipal de fomento ao setor,
George Barreto.
Com uma taxa de 92%, a ocupação
hoteleira nos circuitos do carnaval na
capital baiana foi maior, em números percentuais, que a medida no Rio de
Janeiro (87%)
36 Primeira Página
TURISMO II
Ministério da Agricultura lança passaporte para cães e gatosNa tentativa de deixar menos burocráticas as viagens para o exterior com animais de esti-mação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) começou a emitir em março deste ano o passaporte para cães e gatos. O documento substituirá o Certificado Vete-rinário Internacional (CVI) para países que o aceitem. “Neste caso, será o único documento necessário, já que todas as informações sanitárias do animal estão contidas em um só lugar. Além disso, o passaporte é vitalício, enquanto o CVI deve ser solicitado a cada viagem”, es-clarece à Primeira Página o fiscal federal agropecuário Márcio Henrique Micheletti.
Um possível entrave ao sucesso da
iniciativa é a pequena quantidade
de países que aceitam o referido
documento. Apenas os membros
plenos do Mercosul (Argentina,
Paraguai, Uruguai e Venezuela)
permitem o trânsito de animais
com passaporte, mas, segundo Mi-
cheletti, há um esforço em anda-
mento no intuito de ampliar sua
aceitação internacional. “O Mi-
nistério já fez consulta a todos os
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risa
nsev
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Fot
olia
.com
37Primeira Página
países com os quais o Brasil man-
tém relações diplomáticas, sobre
a aceitação ou não do passaporte.
Estamos aguardando as respos-
tas”, afirma.
Como fazerPara adquirir o passaporte, o pro-
prietário do animal deve imprimir
e preencher um requerimento,
que pode ser acessado no site do
MAPA. Em seguida, portando a do-
cumentação necessária, deve com-
parecer a uma unidade do Sistema
de Vigilância Agropecuária Inter-
nacional (Vigiagro) nos aeropor-
tos, portos, postos de fronteira e
aduanas especiais ou nas superin-
tendências federais de agricultura
dos estados. A emissão é gratuita
e o prazo de recebimento é de 30
dias úteis, contados a partir da en-
trega dos documentos exigidos.
Um importante pré-requisito é a
instalação do microchip de iden-
tificação eletrônica no cão ou
gato, que será lido na emissão do
passaporte e durante o embarque
em viagens internacionais ou de-
sembarque no Brasil. O implante
é um processo simples, mas que
deve ser feito por um médico ve-
terinário. “Ele é colocado através
de uma injeção no dorso do ani-
mal. Trata-se de um procedimento
rápido, cuja dor se equipara à de
qualquer outra injeção e que pode
ser feito com anestesia local, se
necessário”, esclarece Micheletti.
Cuidados na hora de viajarAo viajar, a documentação do ani-
mal é apenas uma das preocupa-
ções que o dono deve ter. Segun-
Documentos exigidos:
Identificação do proprietário e
comprovante de residência no
Brasil.
Documento de comprovação da
aplicação do microchip.
Atestado de saúde do animal,
com validade máxima de 10
(dez) dias da data de emissão.
Declaração do dono com os no-
mes das pessoas autorizadas a
transportar o animal.
Procuração, para os casos de
solicitação via representante
legal.
FONTE: MAPA
EMISSÃO DO PASSAPORTE
NA BAHIA
Superintendência Federal de
Agricultura (SFA-BA)
Largo dos Aflitos, s/n,
Ed. Ceres – Salvador (BA)
Tel.: (71) 3444 7436 / 3444 7437
do o médico veterinário Fernando
Oliveira, é preciso consultar a
companhia aérea no momento da
reserva, além de pesquisar se há
restrições de entrada da raça do
cão ou do gato no país de destino.
Animais com até cinco quilos po-
dem viajar junto ao dono, dentro
da gaiola, enquanto os de maior
porte devem seguir no comparti-
mento de bagagens. “Também é
fundamental cuidar do bem-estar
do animal, que deve estar bem ali-
mentado e hidratado. No caso de
filhotes, o cuidado deve ser redo-
brado”, ressalta.
Para manter o cão ou gato calmo
durante voos mais longos, alguns
proprietários recorrem a tranqui-
lizantes ou remédios para enjoo,
método que deve ser utilizado
com cuidado e orientação profis-
sional. “O mesmo medicamento
apresenta graus de intensidade di-
ferentes de um animal para outro.
Deve-se consultar um veterinário
antes da viagem, para saber se a
sedação é realmente necessária e
como o pet reagirá ao sedativo”,
aconselha. Fo
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Afr
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olia
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38 Primeira Página
NEGÓCIOS
Panificação brasileira cresce 8,7% em 2013
Os números apresentados pelo diri-
gente foram levantados pelo Insti-
tuto Tecnológico ITPC, em parceria
com a Abip, por meio de pesquisa
realizada junto a 1.200 empresas
de todo o País, abrangendo repre-
sentantes do setor de todos os por-
tes. O crescimento do faturamento,
segundo Batista, foi garantido pelo
desempenho das padarias que ofe-
recem serviços completos de fast-
-food e de conveniência.
O número de empresas que cons-
titui o setor continua sendo de
63,2 mil, que foram frequentadas
por cerca de 43 milhões de clien-
tes diariamente, no último ano.
Já o número de funcionários na
As empresas de panificação e confeitaria faturaram R$ 76,405 bilhões em 2013, valor 8,7% su-perior ao registrado no ano anterior. O crescimento, entretanto, foi o mais baixo desta década. “Essa desaceleração é decorrente principalmente da alta de custos experimentada pela panifica-ção. Para se ter uma ideia, os preços da farinha de trigo, que representam 40% dos custos dos produtos panificados, sofreram aumento médio de 22%, o que representou impacto de 9% nos reajustes de preços realizados no ano”, informa à Primeira Página o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira.
No ano passado o setor gerou 820 mil empregos diretos e 1,85 milhão de forma indireta
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: M
r. B
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bust
39Primeira Página
panificação somou 820 mil em-
pregos diretos e 1,85 milhão de
forma indireta. No ano passado
houve um aumento de 2% no
número de postos de trabalhos
criados, o que representa 18 mil
funcionários contratados pelas
padarias. No mesmo período, o
salário médio cresceu 26%. Já as
vendas de produção própria re-
presentaram 55% do volume de
faturamento, ou R$ 42,02 bilhões,
seguidas por bebidas, mercearia e
laticínios.
O presidente da Abip destaca a
importância socioeconômica do
setor, lembrando que o segmento,
além de ser importante gerador
e mantenedor de mão de obra, é
constituído basicamente por mi-
cro e pequenas empresas. “Mais
da metade das padarias empregam
até 20 funcionários”, destaca ele.
Dada a relevância do setor, Oli-
veira defende a aceleração do
projeto que desonera os produ-
tos panificados e que se encontra
em trâmite na Câmara Federal,
já tendo recebido aprovação da
Comissão de Constituição e Justi-
ça. “Trata-se de matéria da maior
importância para a economia e a
sociedade brasileiras”, diz o pre-
sidente da Abip.
“A decorrente redução dos custos
dos produtos panificados não ape-
nas terá impacto positivo direto
sobre a atividade, estimulando in-
vestimentos em novos empreendi-
mentos, modernizações e amplia-
ções, como também tornará esse
nobre produto ainda mais aces-
sível à população. Desta forma,
o Brasil poderá incrementar seu
hoje acanhado consumo per capita
de pães, em média 33 quilos/habi-
tante/ano, o que vem a ser pou-
co mais da metade dos 60 quilos/
habitante/ano recomendados pela
ONU”, ressalta Oliveira.
“Temos muito espaço para cres-
cer”, conclui ele, lembrando que
países de situação socioeconômi-
ca similar à do Brasil ostentam
índices de consumo per capita
acima dos 70 quilos/habitante/
ano, como é o caso da Argentina,
e além dos 90 quilos/habitante/
ano, como o Chile.
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40 Primeira Página
EMPREENDIMENTOS
Camaçari terá seu primeiro shopping center em 2015
A inauguração do empreendimen-
to está prevista para abril de 2015
e as obras já estão em curso, com
100% da terraplanagem concluí-
da. Paralelamente às obras de fun-
dação e infraestrutura, foi iniciado
o processo de comercialização das
115 lojas e do cinema, através da
Aliansce Shopping Centers, empre-
sa que mais construiu shoppings
no Brasil, com 14 empreendimen-
tos inaugurados nos últimos sete
Consolidado como grande potência industrial da Bahia, o município de Camaçari ganhará seu primeiro shopping center, o Boulevard Shopping Camaçari. Fruto de uma parceria entre a pernambucana Iron House Real Estate e as baianas EPP Empreendimentos Imobiliários e Nova Villa Patrimonial, o empreendimento terá um investimento total de R$ 100 milhões, sendo R$ 56 milhões financiados pela Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). “Camaçari sempre foi uma cidade que acolheu os trabalhadores, mas não tinha na sede do Município um empreendimento de grande porte que pudesse oferecer mais serviços à popu-lação”, afirmou o prefeito Ademar Delgado, na ocasião da assinatura do financiamento.
Projeção da praça de alimentação do novo empreendimento
Foto
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ivul
gaçã
o
41Primeira Página
afirma à revista Primeira Página o
diretor da Iron House Real Estate,
Arthur Costa Neto.
Segundo o executivo, a constru-
ção do primeiro shopping center
de Camaçari também promete
representar uma melhoria signi-
ficativa na qualidade de vida da
população, com a oferta de pro-
dutos e serviços que até então
tinham de ser buscados em mu-
nicípios vizinhos. “Camaçari é o
município mais industrializado da
Bahia, respondendo por 35% das
exportações estaduais e com uma
população de aproximadamen-
te 260 mil habitantes, mas ainda
não possui um centro de compras
anos. O novo centro comercial
terá uma área bruta locável (ABL)
de 20 mil metros quadrados, com
projeto de autoria dos arquite-
tos baianos André Sá e Francisco
Mota, ganhadores de dois prêmios
do International Council of Shop-
ping Centers (ICSC) na categoria
Desenvolvimento de Projetos Ino-
vadores e Sustentabilidade.
Impactos socioeconômicosAlém de contribuir para movi-
mentar o comércio de Camaça-
ri, o novo centro comercial será
responsável pela geração de 250
postos de trabalho diretos e 375
indiretos durante as obras. Quan-
do entrar em operação no ano que
vem, a previsão é de que o Bou-
levard Shopping Camaçari gere
mais 1.500 empregos diretos e
2.500 indiretos. “Este empreendi-
mento representa a atração de no-
vos negócios, fomento à economia
local e uma maior autonomia da
região na oferta de bens, serviços
e lazer de qualidade. O Boulevard
Shopping Camaçari certamente se
consolidará como uma das mais
importantes âncoras da região”,
Quando entrar em operação no ano que vem,
a previsão é de que o Boulevard
Shopping Camaçari gere mais 1.500
empregos diretos e 2.500 indiretos
e entretenimento com a variedade
de um shopping. Por isso, acredi-
tamos que o Boulevard Shopping
Camaçari – que além do centro de
compras terá o primeiro cinema
da cidade – propiciará mais lazer
e qualidade de vida”, afirma o di-
retor da Iron House.
Bairro planejadoO Boulevard Shopping Camaçari fi-
cará localizado na Reserva dos Ca-
massarys, empreendimento de alto
padrão que está sendo construído
em uma área de 528 mil metros
quadrados, a três quilômetros do
centro da cidade. O bairro plane-
jado integrará opções de moradia,
comércio, lazer, educação e saúde.
Contará também com sistema viá-
rio e estrutura urbana orçados em
R$ 20 milhões. “Além de fomentar
novos negócios e melhorar o acesso
a equipamentos de saúde, comér-
cio e educação, o empreendimento
terá como elemento direcionador
o Novo Urbanismo, que traz em
sua essência o conceito de morar,
trabalhar, comprar e se divertir no
mesmo lugar”, ressalta o presiden-
te da Iron House, Ruy Rêgo. Fo
to:
Div
ulga
ção
42 Primeira Página
COMÉRCIO
Feira de Santana terá shopping popular de R$ 31 milhões
O Shopping Popular será construí-
do graças a uma parceria público-
-privada e contará com aporte
financeiro de R$ 30 milhões, dos
quais 25% serão custeados com
recursos do Município. O projeto
prevê a construção em um terreno
de 30 mil metros quadrados, com
1.800 boxes distribuídos em três
pisos, escadas rolantes, praça de
alimentação, agência bancária e
serviços de estacionamento e en-
Feira de Santana vai receber mais um empreendimento comercial de grande porte: o Shopping Popular, com previsão de entrega em fevereiro de 2015 e instalação no Centro de Abastecimento de Feira de Santana. Para o secretário municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Eco-nômico, Antônio Carlos Borges Jr., o novo centro comercial aquecerá a economia local. “Este será o novo vetor de compras da cidade, implantado num local estratégico, de fácil acesso e conhecido na Bahia e no Brasil como o maior entreposto comercial do Norte-Nordeste. Todos sairão ganhando, principalmente os pequenos feirantes e ambulantes, que poderão apresentar seus produtos e serviços, gerar empregos e renda”, afirma.
Projeção da vista frontal do novo empreedimento
43Primeira Página
tretenimento. Até o momento, a
Prefeitura recebeu a proposta da
Piu Invest, do empresário e ex-ca-
melô Elias Tergilene, responsável
pela disseminação do conceito de
shopping popular em Minas Ge-
rais, através do Grupo UAI. “É um
projeto para o camelô se transfor-
mar num grande empreendedor,
o empresário do futuro”, afirma
Tergilene.
A construção do Shopping Popular
faz parte do projeto Pacto de Feira,
que tem por objetivo promover a
requalificação do centro comercial
da cidade através do remaneja-
mento dos vendedores ambulan-
tes que ocuparão o novo empre-
endimento. Segundo Borges Jr, os
aspectos positivos para a popula-
ção e os camelôs vão além do pon-
to de vista econômico. “Vejo este
projeto como a redenção do centro
da cidade, pois percebemos que a
obra proporcionará maior acessi-
bilidade nas artérias que cortam
a região. O Shopping Popular será
um lugar digno para os ambulan-
tes trabalharem com segurança,
infraestrutura dotada de sanitários
e equipamento de combate a in-
cêndios, entre outros benefícios”,
defende.
A visão dos camelôsO Sindicato dos Camelôs de Feira
de Santana (Sindicame) se mostra
favorável ao conceito de shopping
popular como alternativa para
reordenar o comércio informal,
mas manifesta objeções ao mo-
delo de parceria público-privada.
A entidade defende que o empre-
endimento deve ser totalmente
construído com recursos do Muni-
cípio. “Vemos muitos pontos du-
vidosos neste modelo e tememos
que o projeto, que tem a intenção
de inclusão, acabe promovendo a
exclusão social. Ele não contem-
pla todos os ambulantes que tra-
balham no centro e achamos que
muitos não terão condições de ar-
car com a taxa de ocupação para
ter um espaço no Shopping”, afir-
ma à Primeira Página o diretor de
comunicação do Sindicame, Rogé-
rio Conceição.
Durante audiência pública realiza-
da no dia 4 de abril, o secretário
municipal de Desenvolvimento
Econômico afirmou que a taxa de
ocupação teria um valor bem abai-
xo das expectativas dos ambulan-
tes, mas não divulgou qual seria o
valor cobrado para conseguir um
box no shopping. O Sindicame,
por sua vez, apresenta outras dú-
vidas sobre o modelo de viabiliza-
ção escolhido, como a capacidade
de intervenção direta da Prefeitura
em caso de problemas no cumpri-
mento do contrato por parte da
empresa parceira. Uma questão
que também aflige a categoria é o
destino que será dado aos ambu-
lantes que não forem contempla-
dos ou optarem por não aderir ao
novo empreendimento.
O Shopping Popular contará
com aporte financeiro de
R$ 30 milhões, dos quais 25% serão custeados com recursos do
Município
Foto
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Antônio Carlos Borges Jr, secretário de Desenvolvimento Econômico
44 Primeira Página
Natulab e Bahiafarma negociam pesquisas e laboratório compartilhado
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
O grupo Natulab e a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) nego-ciam uma parceria para a pesquisa de novos medicamentos. Um dos projetos conjuntos é o planejamen-to de desenvolvimento produtivo (PDP), submetido ao Ministério da Saúde. A iniciativa conta com aporte financeiro de R$ 13 milhões da Bahiafarma e R$ 12 milhões da Natulab. “O objetivo é internalizar tecnologias de medicamentos que atualmente não são produzidos no Brasil e contribuem para um sal-do negativo na balança comercial do País no mercado farmacêutico”,
explica o gerente de pesquisa e de-senvolvimento de medicamentos da Natulab, Olavo Rodrigues.
A parceria tem como objetivo o desenvolvimento e a produção de dois medicamentos para o trata-mento da asma. Segundo o geren-te da Natulab, a iniciativa prevê a transferência de tecnologia para o estado em um prazo de cinco anos, para que a Bahiafarma possa atender ao Sistema Único de Saúde (SUS). Caso o laboratório público estadual não consiga suprir 100% da demanda do SUS, a Natulab terá prioridade no fornecimento.
Outro projeto da parceria prevê
a implantação de um laboratório farmacêutico compartilhado no Parque Tecnológico da Bahia jun-to à Secretaria de Ciência, Tecno-logia e Inovação (Secti) e com in-vestimentos de aproximadamente R$ 5 milhões. O objetivo, segundo Rodrigues, é produzir protótipos de fórmulas para as duas empre-sas, com tecnologia de ponta e no prazo de até três anos, caso o pro-jeto seja aprovado ainda em 2014. “Nosso plano é trabalhar com me-dicamentos que estão na lista do componente estratégico do SUS, ou seja, aqueles que têm grau tec-nológico mais complexo e, conse-quentemente, um preço maior de aquisição para o Estado”, afirma.
Foto
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Parceria visa a produção de novos medicamentos para atender ao SUS
45Primeira Página
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46 Primeira Página
ARTIGO | GESTÃO
A coragem de “queimar as naus”Agátocles, tirano de Siracusa, numa expedição
marítima contra Cartago, ao desembarcar, man-
dou queimar os próprios navios e marchou contra
Cartago, cujos habitantes derrotou. Fez isso – a si
próprio e a seus comandados – para anular qual-
quer possibilidade de fuga ou de volta atrás. Sem
os navios, seria impossível recuar.
“Queimar as Naus” significa, pois, ir em frente,
sem sequer poder pensar na possibilidade de vol-
tar ou desistir. Há vários exemplos, na história,
de comandantes valorosos que fizeram a mesma
coisa. Dizem que os vikings faziam o mesmo – ao
chegarem a um porto, no intuito de invadir um
território e conquistá-lo, queimavam seus navios
para impedir qualquer possibilidade de recuo.
“Queimar as Naus” significa, portanto, vencer ou
vencer!
O que esta história pode nos ensinar para a vida
pessoal, profissional e empresarial?
Muitas vezes, começamos um projeto, entramos
numa nova empreitada, fazemos uma mudança
forte em nossa vida pessoal e ficamos pensando
no passado. Ficamos sempre com a dúvida se de-
veríamos ou não ter feito o que fizemos ou toma-
do a decisão que tomamos. Estamos sempre com
um pé no cais e um pé no navio. Será que não
vale a pena recuar? Não terá sido uma loucura
esta decisão?
E aí, se os navios estiverem no porto a nos espe-
rar, é muito provável que tenhamos a tentação
– mais confortável e segura – de voltar, de recu-
ar. Mas se queimarmos os navios (do passado),
não teremos como recuar. Não haverá navios a
nos esperar. Teremos que caminhar, ir em frente,
acreditar, lutar, vencer.
Assim, quando você tomar uma decisão, pen-
se bem antes, e uma vez tomada, queime as
naus, ou seja, não pense mais no passado e vá
em frente! Na empresa, quando lançamos um
novo produto ou novo serviço, temos que fazer
absolutamente tudo para que tudo dê certo. Se
ficarmos pensando na possibilidade de recuar,
jamais empreenderemos o esforço total para
vencer os desafios que certamente surgirão à
nossa frente. É a mesma coisa na vida pesso-
al. Um funcionário que foi transferido para uma
nova função, em local diferente, terá muitas di-
ficuldades a enfrentar, até sua total adaptação.
Filhos, esposa, escolas etc., tudo mudará. Se
esse(a) funcionário(a) não “queimar as naus”,
ficará o tempo todo reclamando e se lembrando
dos bons tempos do lugar onde morava e vivia.
Assim, para vencer, é preciso ter a coragem de
“queimar as naus”.
Pense nisso. Sucesso!
(*) Antropólogo. Seus programas de
televisão estão entre os líderes de
audiência na categoria
Luiz Marins Escritor
47Primeira Página
ARTIGO | PALAVRA DO PRESIDENTE
Com a segurança não se brinca
A segurança é um dos bens mais importantes para o ser humano. Sentir-se seguro é e sempre será fundamental para o desenvolvimento individual e coletivo. No Brasil, entretanto, ainda sentimos que a maioria das empresas que comercializa e instala câmeras de vigilância parece brincar com coisa muito séria. Como diz um velho amigo, as imagens recuperadas dos bandidos são tão ruins que, geralmente, é preciso fazer um “retrato fala-do” para ter como investigar os crimes.
Por que, então, instalar câmeras, se quando preci-samos das imagens elas não existem ou não ser-vem ao seu objetivo? A melhor explicação vem da hipótese de que, por não entender a tecnologia e não ter experiência em segurança, o cliente acre-dita que está comprando e instalando um sistema de vigilância completo, quando, na verdade, está sendo enganado pelo vendedor.
Uma experiência incrível tem sido acompanhar a iniciativa da empresa WDC Networks, sedia-da em Ilhéus e que produz e distribui sistemas de câmeras. A companhia criou a “Expedição WDC”, uma iniciativa de sair pelo Brasil visi-tando municípios de Norte a Sul e mapeando a qualidade dos sistemas de segurança instalados
nas cidades, centros comerciais, empresas etc.
A WDC equipou uma pick-up com as melhores tecnologias de vigilância disponíveis no mercado: câmeras térmicas, câmeras IP de visão noturna, speed-domes com definição HD, câmeras megapi-xels panorâmicas com visão de 360 graus, sistemas de identificação de placas de veículos e identifica-ção de faces. A expedição já rodou 30 mil quilôme-tros e reporta os resultados dessas visitas na web www.expedicaowdc.com.br.
Uma das constatações mais significativas é que, em se tratando de vigilância, a maioria dos possíveis compradores sequer imagina o que há de melhor e mais atual no mercado. Por outro lado, as empre-sas vendedoras de alarmes e sistemas de gravação demonstram certa acomodação para se educarem e aprenderem a oferecer soluções de qualidade.
Certamente, todos ganham quando há mais infor-mações e esclarecimentos disponíveis. E quanto mais os compradores se interessam em pesqui-sar, mais os vendedores precisam se aprofundar e atualizar no tema. Tecnologias modernas sempre agregam valor. E como já afirmamos, com segu-rança não se brinca.
Vanderlei Rigatieri diretor
Diretor-geral da WDC Networks
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NOTAS SOCIAIS
O mês de março foi bastante agitado para Pedro
Suarez, presidente da Dow para a América Latina.
O executivo passou uma curta temporada na Bahia,
a fim de acompanhar os investimentos da Dow no
estado. O primeiro compromisso de sua agenda,
uma reunião com o governador Jaques Wagner, no
dia 25 de março, celebrou a inauguração da Unida-
de de Beneficiamento de Sementes da empresa, em
Luís Eduardo Magalhães.
Dow investe pesado na Bahia
John Fleming, vice-presidente executivo de Ma-
nufatura Global e Relações Trabalhistas da Ford,
não escondia o orgulho pela instalação da fábrica
da empresa em Camaçari, no dia 9 de abril. Não
é para menos. A unidade produzirá uma família
totalmente nova de propulsores com três cilindros
e tecnologia avançada para o segmento de veícu-
los compactos. “A Fábrica de Motores de Camaçari
faz parte da mais rápida e ambiciosa expansão da
manufatura global da Ford nos últimos 50 anos”,
confessa o executivo.
Fábrica de motores
No dia seguinte, Pedro foi a Candeias (sede da maior
unidade da empresa no País) para participar da
inauguração de uma planta de cogeração de vapor e
energia gerados a partir de biomassa de eucalipto. O
projeto, pioneiro no setor petroquímico e o primeiro
da ERB (Energias Renováveis do Brasil) a entrar em
funcionamento no Brasil, permitirá o abastecimento
da Dow com energia limpa, substituindo parte do
gás natural que abastece o local atualmente.
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Sob nova direção
Muitas mudanças na administração do Shopping
Bela Vista. Fabiano Strelow, que ocupou por dois
anos o cargo de superintendente do empreendimen-
to e fez um belo trabalho, “bateu asas” e foi para
São Paulo, onde assume novos desafios no grupo
JHSF. Para substituí-lo, chega a Salvador Thiago
de Azevedo Cunha, executivo com passagens pela
AmBev, BRMalls e que também já integrou a dire-
toria de outro centro de compras por aqui, o Shop-
ping Paralela.
Presidente eleito
Agora é oficial. Depois de muito bafafá, o presidente
eleito da FIEB, Carlos Gilberto Farias, foi empossado
na presidência da entidade no dia 10 de abril. Du-
rante a cerimônia, o executivo revelou os principais
pontos de sua gestão: Projeto de Interiorização, com
ampliação do que já vinha sendo executado, e apoio
ostensivo às micro, pequenas e médias empresas in-
dustriais.
Responsabilidade socioambientalOutro VIP que desembarcou em março na Bahia foi
Jim Vella, presidente mundial da Ford Fund e Ser-
viços Comunitários. E o motivo de sua primeira vi-
sita ao estado foi pra lá de nobre: a Ford entregou
10 mil mochilas ecossustentáveis e kits de caderno e
lápis para estudantes de Camaçari. As mochilas fo-
ram confeccionadas pela ONG Projeto Axé, a partir
de fardamento industrial reutilizado.
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