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REVISTA DE DIREITO EMPR ESARIAL ReDE I ANO 3 • 9 • MAIO-JUNHO 2015 COORDENAc;AO : HAROLDO MALH E IROS DUCLERC VER<;OSA r 1m THOMSON 7 fi·S IN CLUJ VERSAO ELETRONICA DA REVISTA THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAISN

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REVISTA DE DIREITO

EMPRESARIAL ReDE I ANO 3 • 9 • MAIO-JUNHO • 2015

COORDENAc;AO:

HAROLDO MALHEIROS DUCLERC VER<;OSA

r1m THOMSON 7 fi· S ~ IN CLUJ VERSAO ELETRONICA DA REVISTA

THOMSON REUTERS

REVISTADOS TRIBUNAISN

ISSN 2318-7689

REVISTA DE DIRE ITO EMPRESARIAL

Ano 3 "'vol. 9% maio-jun./2015

Coordenar;tio HAROLDO MALHEIROS DUCLERC VER(,:OSA

Oiagramar;Jo e!etr8nica: Microart Comercio e Editora~ao Eletr6nica Ltda. CNPJ 03.392.481/0001 16

fmpressJo e encadernar;Jo: Orgrafic Grafica e Editora Ltda., CNPJ 08.738.805/0001-49.

© edir;ao e distribuir;i:io da EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAlS LTDA.

Os colaboradores desta Revista gozam da mais ampla liberdade de opiniao e de crftica, cabendo-lhes a

responsabilidade das ideias e conceitos emitidos em seus trabalhos.

Diretora Editorial

MARISA HARMS

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Tel. 11 3613-8400- Fax 11 3613-8450

CEP 01136-000- Sao Paulo

Sao Paulo- Brasil

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total ou parcial, por qualquer meio ou processo- Lei 9.610/1998.

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Impressa no Brasil: [06-2015]

Profissional Fechamento desta edir;ao: [27.05.2015]

ED!TORA I'~ILlAOA

EFEITOS DA RECUPERA\AO JUDICIAL SOBRE OS CERTIFICADOS

DE DEP<JSITO AGROPECUARIO E WARRANT AGROPECUARIO

RENATO BuRANELLD

Mestre e Doutorando em Direito Comercial pela PUC~SP. Professor convidado do curse Direito Em­presarial (PUC-Cogeae). Membra da Camara Tematica de Credito e Comercializa~ao do Ministerio da

Agricultura (Mapa). Advogado. rbu ra nella@ demarest. com .br

AREA DO DIRmo: Comerciai/Empresarial

RESUMO: Este artigo buscou descrever as efeitos da recupera<;ao judicial, reg ida nos termos da Lei 11.101 de 09 de fevereiro de 2005 ("Lei 11.101"), sabre o Certificado de DepOsito Agropecu3rio ("CDA") e Warrant Agropecuario ("WA"L emiti­dos nos termos da Lei 11.076 de 30.12.2004 ('lei 11.076"). Aqui sao destacados o conceito e as principais caracterlsticas do CDA e do WA, bem como dos direitos inerentes aos seus titulares perante os efeitos decorrentes do processamen­to de recuperat;3o judicial do depositante dos produtos agropecuarios.

PALAVRAS-CHAVE: Tftulos representativos de mer­cadoria- Certificado de DepOsito Agropecuario e Warrant Agropecuario- Garantia e recuperat;ao de credito.

ABSTRACT: This article describe the effects of judicial restructuring, governed by Law 11.101 of February 9, 2005 ("Law 11.101"), on Agricultural Deposit Certificate ("CDA"} and Agribusiness Warrants ("WA"), issued under the Law 11,076 of December 30, 2004 ('law 11.076"). The article highlights the concept and the attributes of CDA and WA, as well as the rights to their holders from the effects of the depositor of agricultural products in judicial restructuring process.

KEYWORDS: Representative merchandise titles - Agricultural Certificate of Deposit and Agribusiness Warrants - Collateral and credit recovery.

SuMARIO: 1. Sistema de Armazens Gerais- 2. A armazenagem de produtos agropecu8rios e o Certificado de DepOsito Agropecu8rio e Warrant Agropecuario em opera~Oes de finan­ciamento- 3. Efeitos do CDA/WA na Recupera,ao Judicial - 4. Conclusao- 5. Bibliografia.

1 0 SISTEMA DE ARMAZENS GERAIS

A armazenagem de mercadorias para comercializa~ao ern geral e urna das principais quest6es que afeta qualquer cadeia econ6mica. Nesse contexto, urn

BuRANELLO, Rena to. Efeltos da recupera\'il:O judicial sobre os Certificados de DepOsito Agropecu<\rio e WarrontAgropecu<\rio. Revista de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

psouza
Highlight

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desenvolvido sistema de armazenagem proporciona a redu~ao de custos e melhor gerenciamento tanto da produc;ao como da comercializac;ao dos tos, redundaudo em ganhos de eficiencia e produtividade, bem como tratzend• maior seguran<;a juridica. Dessa forma, a armazenagem de produtos cu:lrios, entendida como instrumento para manuten<;ao de estoques, ex1pre:ssa toda sua importaucia na relac;ao com quatro pontos distintos: (a) do suprimemo de oferta e demanda, de forma a minimizar eventuais das incertezas no suprimento e produc;ao; (b) redu<;ao de custos de prouuc;ao de transporte; (c) apoio da produc;ao; e (d) suporte a fontes de hn:anc:iarner1to,

Nesse contexto, a armazenagem de mercadorias em geral teve sua no sistema de armazens gerais previsto no Dec. 1.102, de 21.11.1903 1.102"). As disposi~oes do Dec.l.102 regulavam toda e qualquer ati\cidad1 relacionada a armazenagem de produtos e mercadorias pelos Armazens Gerais, nao fazendo qualquer distin~ao entre a especie ou destas mercadorias. Ainda, buscavam trazer confiabilidade e seguranp a sistema atraves de regras rfgidas que disciplinam o funcionamento dos dos Armazens Gerais. Para tanto, o art. 37 do Dec. 1.102 estabelecia que nulas quaisquer clausulas ou convenc;oes que diminuam on que de forma restrinjam as obriga~oes e responsabilidades estabelecidas legalmente essas enpresas.

Nos termos do Dec. 1.102, os Armazens Gerais podem emitir, quando recebimento de produtos em deposito tanto o (a) Recibo de Deposito (b) titulos de credito especificos, quais sejam, o Conhecimento de Deposit<J o Warrant. 0 Recibo de Deposito nada mais e do que a representacao da cadoria depositada no Armazem Geral, nao se enquadrando como urn trt1110d:

credito e nao se sujeitando, portanto, as normas de direito cambiaL u,uo-oo

portanto, de simples documento comprobatorio de uma rela~ao juridica deposito. Nesse caso, o depositante paga a tarifa ajustada e o Armazem por sua vez, assume como obrigac;ao fundamental a guarda e a conserva~ao mercadorias depositadas ate o seu resgate pelo depositante.

Por sua vez, o Conhecimento de Deposito confere ao sen portador o to de disponibilidade da mercadoria, sempre limitada pelo direito de pe:nh•or o qual e constituido pelo Warrant. A transferencia deste titulo representa transferencia da propria mercadoria, tendo a func;ao de agilizar e simplificar circulacao desta. Conforme aludido, ao lado do Conhecimento de Deposito··

l. MoRABITO, Renata; lANNONI, Ana Paula, Logistica agroindustrial, In: Mario Ot:ivio talha (com·d.), Gestao agmindustrial, 3. ed. Sao Paulo: Atlas, 2007, vol. l, p. 244.

8URANELLO, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecu3rio e Revista de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

AGRONEG6CIO 363

emitido o Warrant, o qual possui conceito e fun~oes distintas. 0 Warrant sepa­do Conhecimento de Deposito confere ao seu portador (endossatario) o

direito real de penhor sabre as mercadorias representadas pelo Conhecimento de Deposito ate a quantia descrita quando de seu primeiro endosso.

Vale destacar que o Dec. 1.102 ja trouxe de maneira expressa em seu bojo, mais especificamente no seu art. 17, norma protetora dos direitos do titular do Certificado de Deposito e do Warrant, quando estabeleceu que quando emitidos tais titulos proprios os "generos e as mercadorias nao poderao sofrer embargo, penhora, sequestra ou qualquer outro embaraco que prejudique a sua livre e plena disposi~ao, salvo nos casas do art. 27". Assim, desde sua genese, e de se notar que tftulos de credito representativos de mercadorias depositadas em armazens, ja receberam do legislador urn tratamento e regime jurfdico distinto de outras modalidades de titulos de credito, notadamente no que diz respeito a prote~iio de seus titulares em face de outros credores, constri<;Oes e Onus.

2. A ARMAZENAGEM DE PRODUTOS AGROPECUARIOS E 0 CERTIFICADO DE

DEPOSITO AGROPECUARIO E WARRANT AGROPECUARIO EM OPERA~OES DE

FINANCIAMENTO

lnobstante a existencia de urn sistema geral de annazenagem, conforme exposto no item anterior e, reconhecendo que a armazenagem de produtos agropecuarios e atividade de ordem estrategica na econornia de urn pais, bem como reconhecendo as especificidades inerentes ao setor, o Congresso Nado­nal, atraves da edi~ao da Lei 9.973, de 29.05.2000 ("Lei 9.973"), 2 do Dec. 3.855, de 03.07.2001 e da Lei 11.076, criou e consolidou urn regime jurfdico especffico e proprio para a armazenagem de produtos agropecuarios, dentro cla politica agricola que esta veiculada na Lei 8.171, de 17.01.1991.

Neste contexto, o CDA eo WA, instituidos pela Lei 11.076, sao titulos de credito originados com o objetivo de fomentar o financiamento privado da fase de armazenagem e comercializa~iio de produtos agropecuarios no ambi-

2. Como advento da Lei 9.973/2000 e do Dec. 3.855, de 03.06.2001, crioo-se o regime juridico do Sistema de Armazenagem de Produtos Agropecuarios eo Sistema Nacio­nal de Certifica<;ao de Unidades Annazenadoras, estabelecendo as condir;:6es tf:cnicas e operacionais para a qualifica~ao dos armazens destinados a guarda e conserva·r;ao de produtos agropecuarios. Ainda, regulamentou a necessidade de manutew;ao, pelas empresas armazenadoras, de livros exigidos pela lei comeTcial, alem daquele especial de entrada e saida de mercadorias, bern como da regular documemac;a.o fiscal.

BuRANELLO, Rena to. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e INarrantAgropecu<'l1·io Revista de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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REVISTA DE DIREITO EMPRESARIAL 2015 • REDE9 ;i(~

----------------------------4,~,~ to da cadeia agroindustriaL Conforme se verilica de sua qualilica(ao e con,~~~ ceitua.;ao legal, o CDA e urn titulo representativo da promessa de entreg[;L, de produtos agropecwirios, seus derivados, subprodutos e residuos de valq~Xl~ econ6mico, enquanto o WA e conceituado como urn titulo representativn ~-'-~ promessa de pagamento em dinheiro e que confere direito de penhor sabre li\~1

->>:~ produto correspondente. :'.'.·.'.~.·~.~ q/\\

E a partir da leitura da propria exposi(ao de motivos de Lei 11.076 qu~~ podemos concluir que o legislador pretendeu criar titulos que representasse:r~{lll mercadorias armazenadas, pertnitindo a sua negocia(ao sem a necessidade d~ll~~ efetiva movimenta<;ao fisica, garantindo maior fon;a e seguran<;a aos neg6ciozy~~~ juridicos. Vale destacar que garantir maior for<;a e seguran(a juridica aos neg6:~:1Ml cios e assegurar, cada vez mais, a presen(a de a gentes linanciadores publicos !!',~i principalmente privados a essas atividades, atingindo-se, dessa forma, o objei''~ tivo irnediato da lei. ,:;,,~

~~ De sua conceitua<;ao, nota-se que tanto o CDA como o WA tern a mesma· ,I natureza juridica do Conhecimento de Deposito e do Warrant.' Ao !ado dei~l uma regulamenta<;ao mais especilica quanta a circula<;ao e emissao, a diferen<;a.~~~ fundamental refere-se tao somente ao fato de que enquanto o CDA e o WA re''.\l~ ferem-se a produtos de origem agropecmiria, os titulos daquilo que podemos;i~ agora, chamar de "antigo sistema" do Dec. 1.102, regulam todas as demai~7~ mercadorias, que nao aquelas depositadas nos termos da Lei 9.973. A Lei 9,97111;~ instituiu, portanto, o "Sistema de Armazenagem de Produtos Agropecuariosn::;_Y::--;{j

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passando a discriminar uma especie de armazem (os quais denominaremos At2c'\~ mazens Agropecuarios), que sao submetidos, em razao desta lei, a urn regim<(' !! juridico especifico. "'si

De fa to, em sua sistematica, a Lei 11.076 indica a existencia de dais agente~~~ fundamentais no ambito destes titulos: 0 depositario e 0 depositante. 0 depo.;;~~ sitario e a pessoa juridica apta a exercer as atividades de guarda, conserva<;ii~k~l e entrega de produtos recebidos em deposito, exercendo atividade de armaz~)~ nagern agropecuaria e tornando-se custodiante do produto pertencente a ter:(!il

'):'-:'t ceiro, vale dizer, o depositario nada mais e do que o Armazem Agropecuari~·J~ apto, nos termos da regulamenta<;ao vigente, a receber e armazenar produto$: :,l

>? de origem agropecuaria e emitir o correspondente CDAIWA representative d~ ':%

tal deposito. Por sua vez, o depositante e a pessoa fisica ou juridica responsave!~J legal pelos produtos (produtos agropecmirios, seus derivados, subprodutos ~':0

,,,;

\ 3. BuRANELLO, Rena to. Sistema p1ivado de financiamento do agronegOcio: regimejurtdico. 2/ .d

ed. Sao Paulo: Quarrier Latin, 2011. p. 490-491. j~~

------------------------cc---------------c--------------cc----c-------c:,_::,'"0 BURANEllO, Rena to. Efeitos da recupera<;ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuclrio e WorrantAgropecuarl~;iz) Revisto de Direito Empresoria/. voL 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT. ma1o-jun. 2015. ');\!

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AGRONEGOCIO 365

~~: ~~residuos de valor econ6mico) entregues e depositados em conformidade com R/, J~ Lei 9.973. ~,cj-!11 Assim, o CDA e o WA sao titulos emitidos pelo Armazem Agropecuario l~simultaneamente e unidos, por solicita~ao do depositante. Tambem chamados ~\•.de titulos armazeneiros, dado sua particularidade de emissao exclusiva por Ar­(1{;-'

f€;:-mazem Agropecuario e pelo fa to de serern, necessariamente, referenciados aos {Si_"

1f;;produtos nele depositados, o CDA eo WA foram criados para desempenharem ~Z urn duplo papel: venda sabre documentos (opera~ao pela qual se transfere a l&titularidade do produto atraves da transferencia dos titulos) e possibilitar o in­~~, cremento dos financiamentos dos produtos agropecuarios atraves da emissao e ~.· drculacao de tais titulos no ambito do mercado fiuanceiro, ou seja, como retro J!: mencionado, sem a necessidade de movimenta~ao fisica de produtos.

8 Sua emissao ocorrer:i mediante solicita~ao do depositante, que deveni, ne­$ cessariamente, estar acompanhada de: (a) declara~ao de propriedade do pro­;:<

duto e de que este se encontra livre e desembarapdo de quaisquer onus; e (b) outorga, em car:iter irrevogavel, de poderes ao Armazem Geral para que este possa proceder a transferencia da mercadoria ao endossatario do CDA. 0 requisito indicado no item (b) retro, decorre do fa to de que o CDA eo WA po­dem ser negociados nos mercados de balsa e de balcao como ativos financeiros, mediante o seu registro em sistema de registro e liquida(ao financeira adminis­trado par entidade autorizada pelo Banco CentraL Assim, tais titulos podem e na pr<itica sao, adquiridos por investidores nacionais e estrangeiros, pessoas fi­sicas ou juridicas, financeiras ou nao, entre as quais empresas agroindustriais, trading companies e fornecedores de insumo e fundos de investimento.

Conforme bern colocado pelo ilustre Rubens RequEio:

"A inscri~ao no sistema de registro e liquida~ao faz as vezes de elemento de publicidade do titulo, pelo qual qualquer interessado pode verificar a sua existencia, circula~ao ou titularidade e garantias. Tal regime substitui os siste­mas cartoriais classicos de publiciza~ao das obriga~6es. A inscri~ao tern inega­vel sentido de prote~ao das partes que operam como CDA e o WA, inclusive porque firma a responsabilidade do depositario de entregar a mercadoria ao de ten tor legitim a do titulo. "4

Conclui-se, portanto, que estes titulos foram criados com o principal ob­jetivo de incluir os Armazens Agropecuarios como agentes economicos, par­ticipantes ativos, da comercializac;ao dos produtos agropecuarios neles depo-

4. REQulAo, Rubens. Curso de direito wmercial25. ed. Sao Paulo: Saraiva, 2008. vot 2, p. 634.

BIJRAN£LLO, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e WorrontAgropecuario. Revista de Direito Empresariol. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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sitados, ampliando a liquidez da comercializa~:ao agricola e ao mesmo trazendo maior seguran~:a juridica as relac;oes mediante a circula~:ao do do WA, independentemente da movimentac;ao fisica dos produtos que sentam, como j<i mencionado.

Quanto a sua forma de circulac;ao, o CDA e o WA sao considerados a ordem, pais conforme determina o § 3. a do art. l. o da Lei 11.076 sao mitidos mediante endosso. Nesse contexto, no ambito de opera<;6es de"----- '"" ciamento, a pratica geral e costume recorrente e aquele em que o tomador recursos (inicialmente titular do CDA!WA n'presentativo de mercadoria de propriedade depositada em Armazem Agropecwirio) assegure a divida contra.l ida mediante a transferencia efetiva do CDA e do WA ao credor, o que citado ocorre mediante endosso dos titulos5

Assim, o titulo de credito transferido por meio de endosso, na sua tmm11i?i'i

propria, tal como ocorre no caso do CDA e do WA, pode ser utilizado garantir uma obrigac;ao principal assumida pelo devedor-endossante perartteJ;~ o credor endossatario, transferindo a este credor a propriedade de tal titulcr;j~ e, consequentemente, os direitos carn.biais nele contidos. Nesse caso, em tratando de CDA e WA, a lei exige que o endosso seja completo, bastando isso a mowao ao endossatario credor, seguida da assinatura do endo,ss:mlte-;! -devedor, e de urn simples texto com essa men<;iio. Nessa hip6tese, como adimplemento da obrigac;ao principal, o titulo sera restituido mediante endosso pelo credor ao tomador de recursos. Em sentido contnirio, se a gar;ao principal for inadimphda, o endossatario investido nos direitos cmnbiais inerentes aos titulos que lhe foram endossados, podera se valer dos mesmos de forma plena, Assim, tratando-se os titulos de CDA e WA, ocorrendo o inadim­plemento da obrigac;ao principal, o endossatario-credor, na qualidade de pro­prietario plena dos direitos inscritos na canula, podera transferir a titularidade desses papeis por meio de novo endosso ou, ainda, negociar diretamente os produtos por eles representados6

5. No entendimento de Fabio Ulhoa Coelho, endosso "eo ato cambial pelo qual o cte~. dor de urn titulo de credito com a clausula a ordem transmite os seus direitos a outra pessoa" (Curso de dire-ito comercia1.. Sao Paulo: Saraiva, 2003. vaLl, p. 401).

6. Confmme mencionado, o CDA e o WA devem ser objeto de registro em sistema de registro e liquidar;ao financeira administrado por entidade autorizada pelo Banco Central. Na pr8.tica atual, duas entidades operam referidos sistemas no Brasil, quais sejam, a BMF Bovespa e a Cetip S.A. Maiores infonnacoes sabre as registros e nego­ci.acao desses tftulos podem ser obtidas em: [www.bmfbovespa.com.br] e [wvvw.cetip. com.br], respectivamente.

BuRN<mo, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e WarrantAgropecuario, Revisto de Direito Empresoriaf. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

AGRONEGOCIO 367

~l.· ~i' ~?> !It' Portanto, inegavel que sendo o titulo de credito a ordem, representative de l\fuercadoria depositada em Armazem Agropecu<irio, a transferencia de sua pro­~Rriedade implica na transferencia da propriedade do produto agropecuario que ~~representa. Essa transferencia, por sua vez, e materializada no momenta do en­~qtlosso dos titulos, operado originalmente quando do nascimento da opera~ao ~¥de financiamento, e nao na ocasiao da retirada da mercadoria do armazem, que ~Jocorre, geralmente, ao final da transa~ao. ,

r3. EFmos DO CDA/WA NA RECUPERA!;i\0 JUDICIAL

Superadas as principais caracteristicas do CDA e do WA e de sua utiliza<;ao em opera~6es de financiamento, abordaremos agora os efeitos da recupera~ao lucuc«uperante os credores titulares dos mencionados titulos. De acordo com a analise da Lei 11.101 (Lei de Falencias e Recupera<;ao de Empresas) em con­junto com a Lei 11.076, podemos diferenciar algumas situa<;6es opostas que possuem tratamento diferenciado em rela~ao ao CDA e WA.

Com efeito, a primeira situa~ao refere-se ao titular do CDA e do WA corres­pondente a mercadoria depositada em Armazem Agropecuario_ Nesse caso, o titular dos titulos podera retirar o produto objeto do CDNWA, de forma que este produto nao se sujeitara aos efeitos da recupera<;ao judicial. De fa to, niw poderia ocorrer de outra forma, ja que com a entrega do CDA acompanhado do WA ao depositario, o credor, na qualidade de endossatario dos titulos, adquire a propriedade do produto descrito no CDA, extinguindo-se o mandata outor­gado pelo depositante (tomador do financiamento e endossante do CDNWA ao credor) ao depositario para que este transferisse a propriedade do produto ao endossatario do CD A.

Assim, inegavel que ao endossar o CDNWA ao endossatario, o endossante lhe transfere todos os direitos inerentes aos titulos, inclusive o direito de pro­priedade dos produtos agropecu:irios, subprodutos e residuos de valor eco­nomico a eles relacionados7 Diante disto, na hip6tese de ser deferida recupe­ra~ao judicial ou decretada falencia do devedor endossante, da mesma forma

7. "0 credor do CDA, quando do endosso, assume a propriedade da mercadoria, res­salvado os direitos do Credor do WA. Se na data de vencimento do WA, ambos os titulos nao estiverem em nome do mesmo credor, e o credor do CDA nao houvcr consignado o valor da divida, na forma do inc. II do § 1.0 do art. 21 dessa lei, o Limla.r do WA podera, a seu criteria, promover a execw;ao do penhor sobre: I- o produto, mediante sua venda em leilao a ser realizado em balsa de mercadorias; ou II- o CDA correspondente, mediante a venda do titulo, em conjunto com o WA, em bolsa de

BuRANmo, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecu<lrio e WarrontAgropecu<lrio. Revfsta de Direito Empresaria/. voL 9. ano 3. p. 36'1-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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eutende a jurisprudencia uao haver qualquer prejufzo a garantia do endossatario, pois com o endosso do CDA ha a transferencia nao apenas• propriedade do titulo de credito, mas do proprio produto que, nao co:mp,onl o patrim6nio do devedor endossante, nao pode ser arrecadado em processo de recuperac;ao judicial ou falencia. Esse e o entendimento esjJosac pelo Tribunal de justi<;a do Rio Grande do Sui, confirmando o ~uLntututt:11 de decisoes monocr:lticas que ja eram nesse sentido:

"Agravo de instrumento. Ac;ao declaratoria cumulada com obriga<;ilo de fazer. Empresa em recupera<;ao judicial. Cumprimento de opera<;ilo camtii! Warrant (WA) ou Certificado de Deposito Agropecu:lrio (CDA).

l. Na sistematica desta modalidade de opera<;ao cambial, a liberacao de duto depositado em armazem somente podera ser feita ao legitimo portador titulo (CDNWA), nao sendo possfvel que o produto depositado sofra '{UctlL[uc

tipo de embara<;o que prejudi.que a sua livre e plena disposi<;ao, nos termos art. 17 do Dec. 1.102/1903.

2. Hipotese em que a agravante e tao somente depositaria dos produt<)~ representados no CDNWA, e nao proprietaria ou credora da recorrida, pela qual nao pode ser penalizada com eventuais embara<;os realizados agravada para cumprimento das suas obriga<;oes frente aos endossatarios lmais>!';l dos titulos.

3. Presen<;a dos requisitos autorizadores da antecipa<;ao de tutela. Art. do CPC.

Deram provimento ao recurso" (destaques nossos - T]RS, Agln 700429}':")

6500, rel. Des. Isabel Dias Almeida, j. 31.08.2011).

Corroborando o entendimento supramencionado, o Tribunal de Justi<;a de Sao Paulo tambem se posicionou neste sentido:

"Recupera<;ao judicial. Emissao de Certificados de Deposito Agropecuario e de Warrants Agropecuarios. Instituic;ao financeira que celebrou com a Agrenco do Brasil S.A. urn Contrato de Pre-Financiamento de Exporta<;ao, pelo qual disponibilizou recursos no valor de ate US$ 100.000.000,00 (cern milhoes de d6lares norte-americanos) para a compra, armazenagem e posterior exporta­cilo de soja em graos. Par meio desse contrato, o Deutsche disponibilizava recursos a serem utilizados pela recuperando na aquisi<;ao de soja em graos de diversos produtores rurais contra o recebimento de CPRs ( Cedulas de Produto

mercadorias ou de futuros, ou em mercado de balcao organizado". BuRANELLO, Renato M. Manual de diretto do agroneg6cio, Sao Paulo: Saraiva, 2013. p. 143.

BuRANELLO, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sobre os Certificados de DepOsito Agropecuario e WorrantAgropecuario, Revisto de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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AGRONEGOCIO --------

~~' rc ~~Rural), que posteriormente !he eram cedidas fiduciariamente, por meio de en-!i dosso completo. Quando da entrega da soja pelos produtores rurais, cumpria i~ a recuperando promover sua estocagem em armazem geral, contra a emissao r de Certificados de Deposito Agropecuarios e Warrants Agropecuarios- CDN ~WAs pela empresa armazenadora, titulos que eram cedidos fiduciariamen-0· te ao banco, por endosso completo, na forma prevista no art. 2. 0

, I, da Lei ~ 11.076/2004. Por lim, quando da exportaciio da soja, os CDNWAs seriam li­

,, berados pelo Deutsche mediante a cessiio dos recebiveis da exportacao a serem t· pagos pelos importadores dos graos diretamente a instituicao financeira no ., exterior. Como resulta expressamente do art. 6°, § 1.0

, II, da Lei 11.076/2004, a solicita<;ao de emissao do CDA e do WA sera feita pelo depositante ao deposi­

tario e, na solicitac:lo, o depositante outorgara, em car:iter irrevogavel, poderes ao depositario para transferir a propriedade do produto ao endossatario do CDA. De acordo como art. 21, § 5. 0

, da mesma lei, com a retirada do produto, que ja e de propriedade do endossatario, este adquire a posse direta da merca­doria, que antes estava depositada e da qual tinha a posse indireta. Tal como acontecia anteriormente com o conhecimento de depOsito e o wanant, quando o depositante possui os dois titulos, tern a plena disponibilidade das mercado-

; rias. Agravo de instrumento conhecido e improvido" (destaques nossos- T]SP, Agln 637.664.4/4-00, rel. Des. Romeu Ricupero, j. 27.10.2009).

Este entendimento tambem e seguido pelo MM. Juizo da Primeira Vara Civel da Comarca de Sertiiozinho, nos autos da Recuperacao Judicial 597.01..2008.012154-0, ajuizada pela Companhia Albertina Mercantile Indus­

trial, in verbis:

"A recuperanda Companhia Albertina Mercantile Industrial solicitou a em­

presa Control Union Warrants Ltda. a emissao de vinte warrants agropecuarios (WA) e certificados de deposito agropecuario (CDA), referentes a a<;ticar cris­

ta! tipo exporta<;ao, safra 2008/2009, no total de 9.770 toneladas, da producilo da Fazenda Sao Miguel, localizada em Sertaozinho (f.). Em decorrencia do neg6cio juridico celebrado entre a recuperanda e a empresa Control Union, houve endosso dos direitos decorrentes dos vinte warrants agropecuarios e dos vinte certificados de deposito agropecuario a requerente Callao Partners (f.), de maneira que a requerente se tornou proprietaria dos hens depositados e tern completa disponibilidade sobre eles. (. .. ) Como a requerente detem em

relacao aos bens depositados warrant agropecuario e certificado de deposito agropecuario, resta-lhe, na condi<,:ao de endossataria, exigir do depositario (Control Union Warrants Ltda.) a entrega dos hens, pois se tornou a proprie­taria dos Bens depositarios. Desse modo, a liminar concedida por este jufzo, concedendo as recuperandas autorizaciio para utiliza<,:ao dos bens objeto de

BURANELLO, Renata. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e Warrant Agropecuilrio. Revista de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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penh or (cana de O(:t\car, a(:licar e a !cool), nao abrange os direitos que a re<~U<o'-'i rente Callao Partners Ltd. tern em rela(:ao a referidos titulos, de modo que a querente pode movimentar os hens depositados e representados por referidos titulos" (destaques nossos).

Assim, neste caso, o credor detentor do CDNWA, a partir do pedido recupera<;ao judicial, paden\ requerer a libera<;ao e a entrega do produto ao depositario mediante simples apresenta<;ao do CDNWA. Caso o depo:sit:irit5<"! se negue a entre gar o produto ou caso exista qualquer 6bice a m<Jv JIWeu<a,:au

do respectivo produto, seja pelo depositario ou por terceiro, cabera ao credo·t a propositura das medidas judiciais cornpetentes, visando a busca e apreensad do produto, que deverao ser julgadas em carater de urgencia.

Ainda que por fatalidade seja desconsiderado este entendimento, impoe des' tacar que os produtos vinculados ao CDA e ao WA nao poderao sofrer quaie;quter tipos de constri<;oes que possarn impedir sua livre e plena disposi<;ao, de que os produtos annazenados nao poderao ser arrecadados para fins de rec:up'e''r ra<;ao judicial do depositante, confonne se observa no art. l2 da Lei 11.076:

"Art. 12. Ernitidos o CDA e o WA, o produto a que se referem nao no,nera sofrer embargo, penhora, sequestra ou qualquer outro ernbara<;o que prejtidi-' que a sua livre e plena disposi<;ao" (destaque nosso).

Pela disposi<;ao supra, e passive! concluir que o legislador, ao impor norma, objetivou que os produtos depositados ern Armazens Agropecwirios vinculados a emissao de CDA e WA estao seguros perante quaisquer lin1it:t<;c>.es. impostas ao depositario, ao depositante ou a quaisquer terceiros relactortadM, direta ou indiretamente com os produtos e com os titulos. Neste sentido, vez emitidos os titulos armazeneiros, os produtos devem permanecer livres desembaraeados no Arrnazem Agropecuario ate a apresenta<;ao do cornospnnA dente CDA e WA pelo titular/endossatario, nos terrnos previstos no art. 21 Lei 11.076. Regra que deve ser aplicavel inclusive para fins e efeitos da 11.101, de modo que nao hade se falar em utiliza<;ao dos produtos ern benet!-~ cio da recupera<;iio judicial.

4. CONCLUSiiO

Conforrne brevemente exposto acima, desde a criacao do "Sistema de rnazenagem de Produtos Agropecuarios" pela Lei 9.973, existe urn 'c1;w>KJW"'

dico proprio e diferenciado no que tange a arrnazenagem de produtos a~•ur>v cuarios, tendo o legislador criado titulos pr6prios representativos desses dutos agropecuarios depositados em Armazens Agropecuarios, no·ta,:Ja;me:nte o, CDAeoWA.

BuRA~JELLO, Renato. Efeitos da recupera~ao judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e Revista de Diret"to Empresoria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

AGRDNEGOCIO ---

Tal orienta~ao legislativa teve como inten~ao precfpua facilitar a circula­l;iiO e a transferencia de titularidade sabre os produtos agropecuarios, sem a necessidade de sua circula<;ao fisica e de maneira a conferir maior seguran<;a as rela~oes jurfdicas escoradas uesses produtos depositados, seja no que tange

sua utihza~ao em opera.;oes de compra e venda propriamente ditas, seja no que tange a sua utiliza<;ao como forma de garantia em outros neg6cios juridi­cos, tais como opera~oes de financiamento 8

Vale destacar, ainda, que na criayao do CDA e do WA a lei manteve e pre­a natureza juridica dos antigos tftulos representatives do deposito de

mercadorias, vale dizer o Conhecimento de Deposito e o Warrant Assirn foi preservada no CDA a natureza de titulo representative de mercadoria que, qnando circulado, transfere a propriedade da mercadoria que representa ao seu titular, no caso produtos agropecuarios, seus subprodutos e resfduos de valor econ6mico. 0 WA, por sua vez, manteve a caracteristica de conferir direito de real de penhor ao sen titular sabre o correspondente CDA.

Tal como demonstrado anteriormente, as caracteristicas acima expostas, tern sido preservadas e reiteradamente reafirmadas pela jurisprudencia das Cortes Brasileiras, inclusive no que tange aos Tribunais Superiores, especial­mente no sentido de preservayao e manutenyao da seguran~a juridica das re­la<;oes negociais.

No ambito do mercado agropecuario o CDA e o WA sao comumente uti­lizados por tomadores de recursos como forma de garantir operaciies de fi­nanciamento, mediante o endosso de tais titulos aos financiadores, com a consequente transferencia de titularidade sabre os produtos agropecuarios que representam, passando estes, portanto, a integrar o patrimonio do credor endossatario.

Por lim, a recupera<;ao de produto agropecuario representado por CDNWA ocorre atraves de liquidacao extrajudicial, mediante a mera apresenta<;ao de referidos titulos junto ao Armazem Agropecmirio ou mediante a venda extra­judicial do CDNWA a terceiros que tenham interesse no produto armazenado, nao se sujeitando os referidos titulos a procedimentos de recuperat;ao judicial

8. ]airo Saddi, respondendo a seguinte questao: "par que o credito e relevante numa economia7" aduz "Fica evidente que existem tres respostas b<l.sicas e antecedentes para essa questao: l) Eo credito que possibilita o investimento que catalisa o desen­volvimento econ6mico; 2) :E o credito que pennite que individuos saiam da linha da miseria; 3) E o credito que garante melhor e maior bem-estar social numa economia de mercado". Credito e judiddrio no Brasil: uma analise de direito e economia. Sao Pau­lo: Quartier Latin, 2007. p. 23.

BuRANmo, Renata. Efeitos da recupera~i.io judicial sabre os Certificados de DepOsito Agropecuario e WarrantAgropecu3rio. Revista de Direito Empresaria/. vol. 9. a no 3. p. 361-372. Sao Paulo: Ed. RT, maio-jun. 2015.

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e/ou falencia do depositante, nao sendo afetado, portanto, o direito do credor do CDNWA quanto ao produto depositado, no contexto de maior fluidez seguran~a do credito.

5. 81BUOGRAFIA

BuRANELLO, Rena toM. Manual de direito do agroneg6cio. Sao Paulo: Sara iva, 2013.

___ . Sistema privado de financiamento do agroneg6cio: regime juridico. 2. ed. Sao Paulo: Quartier Latin, 2011.

CoELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial. Sao Paulo: Saraiva, 2003. vol. l.

MORABiTO, Renato; lANNONI, Ana Paula. Logistica agroindustrial. In: BATALHA,

Mario Otavio (coord.). Gestao agroindustrial. 3. ed. Sao Paulo: Atlas, 2007. vol. l.

REQUIAO, Rubens. Curso de direito camercial. 25. ed. Sao Paulo: Saraiva, 2008. vol. 2.

SADDI, Jairo. CrCdita e judicidrio no Brasil: uma analise de direito e economia. Sao Paulo: Quartier Latin, 2007.

PESOUISAS DO EDITORIAL

tambem Doutrina

® Fund as de investimento e sua utiliza~ao em recupera~ao judicial- Aspectos <PIP\/''"''"' de Iva Waisberg e Stefan Louren>o De Lima- ROB 60/205 (DTR\2013\5797).

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