revista da cidade caraguatatuba

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4 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

Panorâmica de Caraguá década de 20

Jornalista Responsável Roberto Espíndola - Mtb 6308

ColaboradoresJordelino de PaulaBertô CurareZéka MarioPercival RangelOscar D’Angelo

Fotos J.C.CurtisLú Palmeira Luis GavaGianni D’AngeloBento CostaArquivo Público Municipal

Arte & Diagramação Fabíola EspindolaManchester - England

Produção Gráfica R.Espíndola & Associados

Departamento Comercial Luiza Garcez

Publicação e Impressão Digital Graf Press Ltda., CNPJ 05.95.821/0001- 72, Rua Mario Valério Camargo 127Cep: 12230-089, São José dos Campos/SP

Escritório em CaraguatatubaTel.: 12.3882-4596E-mail: [email protected]

Edição On Line: www.issuu.com/revistadacidade/docs

Para receber uma assinatura online da Revista da Cidade Caraguatatuba mande uma mensagem para: [email protected]

índiceCaraguatatuba 156 anos

História e Estórias

“Pretendo Ser Candidato a Prefeito”

14

E mais ...07 Nossa Palavra08 Aconteceu53 Gente57 Casa & Decoração62 Vida Real75 Onde Comer Bem

As Comemorações40 Arte e Cultura42São Paulinos50 Automóveis64

A culinária Japonesa69A Catedral do Divino66

EXPEDIENTERevista da Cidade - Caraguatatuba Ano Vl

Número 32 - Abril / Maio 2013

Marcelo Ugatti

Conquistas e Desenvolvimento 17História e Estórias 18Pobre vida de uma cidade 23Os primeiros tempos 27Uma mulher chamada Binoca 30Um ilustre visitante 35

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5REVISTA DA CIDADEAbril 2013

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6 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

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7REVISTA DA CIDADEAbril 2013

Roberto Espíndola

nossa palavra

Uma luz no fim do tunelE

stamos comemorando mais um aniver-sário da cidade e, desta feita, além do orgulho de nosso trabalho em prol do desenvolvimento acelerado do municí-

pio, criando oportunidades para todos aqueles que buscam através de sua iniciativa e esforço melhores condições de vida, da obtenção de investimentos em todas as áreas, da modificação e valorização de nossa paisagem urbana, dos avanços no atendi-mento à saúde e ao ensino, da atenção que os idosos passaram a merecer, entre outras conquistas, uma luz se acende no final do túnel no caminho para a moralidade pública.

O Legislativo de Caraguatatuba era considerado um dos mais corruptos do Estado, disputando o primeiro lugar com outro município do Vale do Paraíba. As contas de nossa Casa de Leis não são aprovadas pelo Tribunal desde 2003 e dois de seus ex-presidentes foram impedidos de disputar as últimas eleições exatamente pelas irregularidades apontadas durante sua administração. As histórias que se contam são estarrecedoras e o desperdício do dinheiro público pode ser constatado pela quantida-de de assessores, atendentes, motoristas, advogados, que lotavam as dependências da Câmara quando lá compareciam.

A mesa diretora da atual legislatura assumiu o compromisso de moralizar o Legislativo. Uma aná-lise criteriosa das necessidades da Casa provocou a dispensa de 72 pessoas. O número de veículos à disposição dos vereadores foi reduzido, entre outras medidas de austeridade adotadas pelo presidente

Neto Bota que mantém contato com a Promotoria Pública e o Tribunal de Contas do Estado, buscando adequar a administração da Câmara aos preceitos legais.

O que surpreende nesta história é que, ao que se sabe alguns vereadores, principalmente os que se dedicam à política há mais tempo, têm se manifes-tado contrários as medidas adotadas deixando clara sua linha de conduta.

Mas, finalmente existe uma esperança. O que se espera é que haja realmente um levantamento criterioso e que todos aqueles, não só os presidentes como ex-vereadores e toda a assessoria, que come-teram abusos sejam punidos.

O grande perigo é que tudo isso acabe em nada já que a mesa diretora da Câmara se renova a cada dois anos e são os vereadores, por maioria simples, que elegem o presidente, logo...

AgradecimentoO prof. Percival Bento Rangel, importante testemunha

ocular de muitos acontecimentos ao longo dos anos, muito tem colaborado para a preservação da memória de Caraguatatuba, levantando dados, reunindo fotos e material disperso, impedindo o seu desaparecimento.

Seus textos de agradável leitura e precisos no relato, são um precioso trabalho informativo sobre fatos que ocorreram na formação de nossa sociedade.

Sua participação, que agradecemos, foi significativa na elaboração desta edição de aniversário.

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8

conteceu

AA Paixão de Cristo

REVISTA DA CIDADEREVISTA DA CIDADE Abril 20138

Apresentada pelo sexto ano consecutivo, a en-cenação da Paixão de

Cristo vai se firmando como um dos eventos da Semana Santa que mais atrai o público.

Neste ano, apesar da chuva, atores, figurantes e equipe de

apoio, num total de 150 pes-soas, superaram as dificuldades, produzindo um espetáculo que despertou demonstrações de fé e emoção entre o público, que acompanhando a movimenta-ção dos atores, integrou-se ao cenário da obra.

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9REVISTA DA CIDADEAbril 2013

Chegou mais um Posto da família Mareli.É novo, mas já vem cheio de tradição.

Os postos em que a cidade confia.

Aqui, você enche o tanque e sai cheio de satisfação. Bom serviço, gente treinada para atender bem. Combustível e variedade de produtos de qualidade. Tudo do jeito que você merece, com a tradição que você já conhece.

Mareli SumaréAvenida Castelo Branco, 614Caraguatatuba

(12) 3882-1153 / 3883-9070

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10 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

Irmandades do Divino

Ele Partiu...

Vida da Cidadeconteceu

A

Jac Costa partiu do Planeta Terra deixando a marca de sua arte em Caraguatatuba e muitas saudades entre os parentes e amigos.

Os Bonecões símbolo de sua criativida-de trouxeram mais alegria para o nosso Carnaval e vão permanecer presentes como atração dos festejos de Momo. Versátil, seu trabalho foi muito mais amplo. A capa da edição 9 da Revista da Cidade é fruto de seu ta-lento. Como professor das Oficinas Culturais des-pertou o interesse de seus alunos pelos trabalhos em mosaico, a que muitos se dedicam ainda hoje.

Seus nus artísticos foram colecionados por apre-ciadores de seus quadros e os cenários que produziu contribuíram para o sucesso de muitas peças apresentadas no Teatro Mario Covas.

Para o seu III Encontro regional, reuniu-se em Ca-raguá as Irmandades que celebram o Divino Espírito Santo, uma das festas mais tradicionais entre os calen-dários turísticos e religioso do país. A

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11REVISTA DA CIDADEAbril 2013

Irmandades do DivinoVida da Cidade

Para comemorar seu aniversário, o Bonito´s Bar realizou uma grande festa agitando a noite com muita animação. Entre outros artistas que se apresentara, João Marco e

Juliano empolgaram o público presente. Sucesso absoluto

Festa do Bonito’s

Viva, desinibida, sempre atenta ao que se passa ao seu redor, alegre e carinhosa, a “princesinha” Mariah, filha do casal Joice e Anderson da Atual – Impressão Digital,

completou seu primeiro aniversário neste 20 de abril, sendo mais um motivo para cidade comemorar.

A festa foi no Espaço Naxos, onde se reuniram para comemorar, não só as crianças como também os amigos do papai e da mamãe.

Festa da Princesinha Mariahconteceu

A

Page 12: Revista da Cidade Caraguatatuba

12 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

Para comemorar o centenário do nascimento do “Poetinha” Vinicius de Morais foi realizado na Praça Candido Mota um sarau literário do qual

participaram Bailarinos do Corpo de Baile Municipal, os atores Líla Machado e Caddu Fernandes e do pianista

Gerard Scher, além do escritor convidado, Fabiano Calixto.

Homenagem a Vinicius

Vida da Cidadeconteceu

A

Tradição e Arte CaiçaraNo Serramar Parque Shopping foram apresentados

trabalhos de diversos artistas da região na exposição “Tradição e Arte Caiçara”, com obras em cerâmica, trançados em fibras naturais, e outros elementos, além de fotos que compõem o patrimônio imaterial da cidade, revelando tradições e outras riquezas culturais.

No Domingo de Páscoa foi realizada na Capela da Santa Cruz, no Massaguaçu, celebração festiva que contou com a parti-

cipação de católicos do bairro.A Capela, uma das mais antigas de Caraguatatu-

ba, está sendo reformada pela comunidade e deverá

estar internamente pronta em setembro, data da Celebração da Santa Cruz.

Voltada para o mar, da Capela se descortina uma paisagem inspiradora, própria para meditação e reflexões sobre os mistérios da vida e a grandeza da obra do Criador.

Massaguaçu celebra a Páscoa

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13REVISTA DA CIDADEAbril 2013

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14 REVISTA DA CIDADE Abril 2013REVISTA DA CIDADE Os Sabores de CaraguáJunho 2011REVISTA DA CIDADE14 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

O dr. Marcelo Ugatti está em Caraguatatuba desde 1992.

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a mais antiga do Brasil fundada por D. Pedro II, com especialização em cirurgia geral pela mesma faculdade, veio para a cidade associando-se à Clinica Santa Marta, onde permanece, sendo também integrante da

equipe de cirurgia geral da Casa de Saúde Stella Maris –

Santa Casa.Casado, pai de dois filhos,

apaixonado pela medicina e pela política, integrou-se plenamente à vida

da cidade, inclusive com ações no campo social.

“Pretendo ser candidato a PREFEITO”

O prefeito Antonio Carlos acaba de se reeleger e deverá governar a cida-de até 2016. Seu estilo

administrativo é marcante e não se pode negar o fato de que impulsio-nou aceleradamente o desenvolvi-mento do município, transformando Caraguá numa nova cidade, líder na região sob muitos aspectos. A preocupação é com a sua suces-são, que já vem sendo discutida por alguns grupos, uma vez que não existem, pelo menos aparentemen-

te, lideranças que possam assumir o governo municipal com o mesmo dinamismo.Atencioso, carismático, sempre

disponível para atender os que dele necessitam, mesmo que isso exija sacrifícios pessoais, com grande penetração popular, o médico Mar-celo Ugatti, desde 2005 vem sendo cogitado para candidatar-se ao Exe-cutivo Municipal.Nesta entrevista, com perguntas

diretas e por vezes embaraçosas, abordamos o assunto.

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15REVISTA DA CIDADEAbril 2013 15REVISTA DA CIDADEAbril 2013

“Acordos não implicam em comprometi-mento com a ilegalidade”

“O que não se pode deixar acontecer é o crescimento desordenado da população

Revista da Cidade – Vamos direto ao assunto. Quais são suas pretensões políticas?

Dr.Marcelo Ugatti – Pretendo ser candidato a prefeito de Caraguatatuba por entender que, com a experiência adquirida em minha vida profissional posso contribuir para que a área da Saúde no munic íp io cont inue crescendo cada vez mais em qualidade, dinamismo e prestação de serviços para cada um dos cidadãos desta cidade. Também na área da Educação, mesmo com todo o avanço que já tivemos, muito ainda há por ser feito, inclusive com a adoção de um programa arrojado de inclusão digital, capacitando nossa população de um modo geral, para os desafios da sociedade moderna, e na área de Segurança, embora intenso trabalho venha sendo desenvolvido não só pelo Governo Municipal como pelo Governo do Estado, ações planejadas direcionadas para os problemas locais, poderão trazer mais tranqüilidade à população.

RC – Há muito se fala de seu possível ingresso na política municipal. Em 2005 esperava-se que fosse candidato a prefeito ou vice. Em 2009 cogitou-se de ser vice de Antonio Carlos, o mesmo acontecendo em 2012. Afinal, o senhor pretende de fato dedicar-se na política ou se manter exclusivamente como médico?

MU – Entendo que chegou a hora de uma decisão. Evidentemente não tenho b o l a d e c r i s t a l p a r a desvendar o futuro, mais creio que posso contribuir para dar prosseguimento ao crescimento e progresso de Caraguá, sempre com vistas no social, para consolidar a qualidade de vida que conquistamos.

RC – A consolidação de uma candidatura depende de um trabalho persistente e prolongado, embora muitos só se lembrem do eleitor às vésperas das eleições. O senhor também acha que é cedo para se falar neste assunto?

MU – Embora acreditando que ainda é cedo para se cogitar sobre o assunto sucessão pois a política é dinâmica e muita coisa irá acontecer nos próximos quatro anos, entendo que não podemos nos omitir quanto a nossa pretensão de concorrer ao Executivo em 2016.

RC – A que o senhor atribui o vazio de lideranças políticas em Caraguatatuba nos últimos 16 anos? Falta de interesse ou falta de espaço na vida pública?

MU – Cada cidade é uma cidade com características próprias inclusive com relação à vida pública. Por exemplo, existem muitos municípios

em que os médicos militam at ivamente na pol í t ica, elegem-se e governam a cidade com freqüência.Caraguá em sua história foi administrada por lideranças que vieram de outras cidades, sem que isso caracterizasse falta de lideranças locais. Tudo é uma questão de momento e oportunidade. Temos lideranças em vários bairros que vêm se destacando no legislativo e muitos de nossos jovens têm demonstrado interesse pela vida pública. Como já disse, é tudo uma questão de oportunidade e momento.

RC – Por seu temperamento conciliador, muitos dizem que perderíamos um bom médico e ganharíamos um mau prefeito. Tem fundamento?

MU – Nenhum fundamento. Fico feliz por saber que existem pessoas que reconhecem e valorizam nosso trabalho profissional. Sou apaixonado pela medicina, assim como sou apaixonado por tudo o que faço. Meu interesse

Page 16: Revista da Cidade Caraguatatuba

16 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

“Chegou a hora de uma deci-são”

pela vida pública não é momentâneo. Me acompanha desde minha juventude e nem por isso me dediquei menos a minha profissão de médico. Esta característica pessoal é a garantia de que, se eleito, vou direcionar toda a minha experiência, todo o meu conhecimento com relação ao ser humano

para administrar em busca do melhor em benefício da população. Quanto ao meu temperamento que d izem conc i l iador , é verdade que não cultivo inimizades, não sou agressivo e procuro sempre harmonizar os interesses, embora aja com firmeza quando necessário e, como sabemos, política é a arte de conciliar divergências.

RC – Dizem que só se ganha uma eleição com muito dinheiro. Esta afirmação desestimula os possíveis candidatos ao mesmo tempo em que abre espaço para acordos que acabam se transformando em corrupção. Isto é verdade?

MU – Acredito que só se ganha uma eleição com capacidade administrativa, carisma, e vontade de se fazer para a população tudo aquilo que possa mudar para melhor, a qualidade de vida do cidadão,

e aí vem a capacidade do candidato de transmitir isso aos eleitores.É bem verdade que acordos políticos têm que ser realizados para somar forças, faz isso não implica em comprometimento de uma administração com a ilegalidade.

RC – O senhor tem acompanhado o desenvolvimento de Caraguá nos últimos 20 anos. O que o senhor projetaria em matéria de futuro, quais os principais problemas que poderão surgir em razão do aumento populacional, e que medidas deverão ser tomadas no médio e longo prazo para, pelo menos, manter a qualidade de vida de que dispomos?

MU – O que não se pode deixar acontecer é o crescimento desordenado da população, dando margem ao aumento disparado da criminalidade e conseqüente diminuição da segurança e qualidade de vida.A favelização é uma das possíveis conseqüências desse crescimento desorganizado e o papel do administrador é proporcionar a esta população que se transfere para a cidade, condições dignas de sobrevivência, moradia, saúde educação e segurança. Neste tripé, saúde, educação e segurança, se candidato eleito, pretendo focar o meu trabalho, embora entenda que outras áreas não menos importantes como o turismo, incentivo a instalação de empresas não poluentes, estímulo à proteção do meio ambiente, devam ser alvo de atenção especial.

RC – Já que o senhor falou em moradias dignas, o que pretende fazer para incentivar a construção de casas populares , não só pelo Poder Público como pela iniciativa privada?

MU – Primeiro atuando junto aos governos Federal e Estadual para atrair para Caraguá programas de moradias a baixo custo, disponibilizando áreas e serviços de infra- estrutura. Paralelamente propondo parcerias com empresas do ramo em que o Governo Municipal irá facilitar e até subsidiar as construções para desenvolver programas ao nível local que atendam às necessidades da população.

RC – Finalizando, o que o senhor gostaria de acrescentar?

MU – Cre io que posso contribuir para a melhoria de vida de cada um dos moradores desta nossa cidade, voltando a atenção da administração municipal para o que a população mais precisa: saúde, educação e segurança. E que Deus nos ilumine na trajetória a ser seguida.

“Que Deus ilu-mine na tra-jetória a ser seguida”

REVISTA DA CIDADE16 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

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17REVISTA DA CIDADEAbril 2013

m seus 156 anos Caraguá cres-ce e se desenvolve em ritmo acelerado ocupando lugar de destaque entre os municípios do Estado de São Paulo, cha-

mando a atenção para muitas de suas conquistas sociais e administrativas. Entretanto, o município é pouco conhecido em sua história, principalmente por aqueles que aqui chegaram nos últimos anos. Só recentemente, com o desenvolvimento cultural de seus habitantes incentivado por idealistas que foram se estabelecendo na cidade, passou a existir a preocupação para com o registro de fatos que

marcaram a formação da pequena vila, que foi se transformando até os dias atuais graças ao trabalho e dedicação de sua gente.

Existem muitos fatos importantes e até pitorescos, alguns já registrados em livros, que iremos destacar nesta edição comemorativa, procurando contribuir para que a memória da cidade seja preservada e que o conhecimento de fatos relevantes bem como o comportamento de sua gente através dos tempos, possa despertar nos que escolheram recentemente este lugar para viver um sentimento de inclusão nesta que já foi a “Princesinha do Litoral” e hoje é o dinâmico centro de comércio e negócios da região.

E

Conquistas e Desenvolvimento

156 Anos

17REVISTA DA CIDADEAbril 2013

Panorâmica de Caraguá década de 20

Panorâmica de Caraguá dias atuais

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18 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

da Vila que desertouHistória e Estórias

história da formação da Vila de Caraguatatuba revela pe-ríodos de desenvolvimento e progresso, como também de penúria e abandono.

Ao longo dos séculos, o hoje município que se destaca por seu desenvolvi-mento e assume o lugar de mais importante centro de comércio e negócios da região, foi produtor de aguardente, fumo, mandioca, café, bananas e fru-tas cítricas, cacau, gengibre, verduras e hortaliças e mais recentemente plantas ornamentais, mas constata-se que sua vocação nunca foi a agricul-tura, apesar das inúmeras iniciativas que aqui se desenvolveram para estabelecer agro negócios.

Sua posição geográfica como passagem obri-gatória, ligação entre os portos de São Sebastião, de Ubatuba, às cidades do Vale do Paraíba e por

extensão do sul de Minas, prevaleceu para a cria-ção do povoado nesta extensa área abandonada, situada à beira-mar. As trilhas, ainda encontradas, são marcas do intenso movimento existente para o escoamento de produtos e contrabandos.

Registra-se na história o fato da “vila que de-sertou”, quando a população abandonou o local dirigindo-se para outras cidades, atribuído a uma “peste”, possivelmente uma epidemia de febre amarela, que dizimou parte da população.

Mas o esvaziamento da vila está relacionado também à queda do ciclo do ouro e uma sucessão de outros fatos.

Esta área, conhecida como o celeiro das Minas Gerais, acabou também sendo abalada pela falta do metal precioso e conseqüente diminuição no comércio dos produtos que por aqui passavam com destino aos portos.

REVISTA DA CIDADE18 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

A

Em sua história, Caraguá teve períodos de prosperi-dade e de decadência, mas vencendo as adversidades retoma seu destino de centro comercial e de negócios.

Igreja Matriz

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19REVISTA DA CIDADEAbril 2013

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20 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

O Édito de Lorena

REVISTA DA CIDADE20 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

SPlantação de gengibre

Catástrofe de 1967

e a região caminhava para a deca-dência, o Édito de Lorena ajudou para que parte da população que aqui havia fincado suas raízes par-tisse de vez para outras cidades. Isso, porque colaborou para que a

crise econômica se instalasse em definitivo.O Édito, uma lei criada por Bernardo José de

Lorena, determinava o veto da “comercialização dos produtos produzidos nas Vilas do Litoral Norte com o Porto do Rio de Janeiro”. A proibi-ção se deu visto que as negociações com o Porto do Rio de Janeiro eram muito lucrativas e vanta-josas, e em Santos o lucro era praticamente nulo. Com isso a vila empobreceu e foi se esvaziando no fim do século XVIII.

Embora não se possa comprovar a data específi-

ca em que a vila desertou, por não haver registros escritos sobre o episódio, a crise de fato aconteceu. Tudo voltou ao normal com a vinda da família real para o Brasil, ocasião em que D. João VI decretou a abertura dos portos brasileiros para o livre co-mércio, lei que derrubou o Édito de Lorena.

Com a livre negociação pelas águas do Atlânti-co, a Vila de Caraguatatuba foi re-fundada, tendo como objetivo principal o controle de tudo que por aqui era escoado, já que entre as cidades de São Sebastião e Ubatuba havia um espaço muito grande, impossível de vistoriar por não haver um vilarejo.

A verdade é que aqui era a rota utilizada na negociação de mercadorias, por existirem trilhas que ligavam a Vila às cidades do Vale do Paraíba por onde passava principalmente o contrabando

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21REVISTA DA CIDADEAbril 2013

“A história não é o passado. É o presente do passado, a fixação do que não passou. Presença contínua do passado em sua integridade. Daí ser ela a grande mestra, logo abaixo da natureza das coisas. Suas águas nos trazem o que flutua depois de tudo o que o tempo levou ou colocou à margem dos acontecimentos”

Vista panorâmica de Caraguatatuba

21REVISTA DA CIDADEAbril 2013

de ouro das Minas Gerais. Por esse motivo, muitos historiadores acreditam que a fundação da Vila de Santo Antonio de Caraguatatuba, em 1847, que por seu desenvolvimento transformou-se em município 10 anos depois, teve o único intuito de acabar com o contrabando do ouro que era feito sem qualquer impedimento.

Em 1967 o município sofreu novo abalo com a catástrofe que quase o destruiu, mas sua gente não desertou. Com tenacidade, amor, trabalho, e perseverança, foi erguendo uma nova cidade muito mais moderna, dinâmica, atraente e com melhor qualidade de vida, retomando seu destino de gran-de centro de comércio e negócios.

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22 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

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23REVISTA DA CIDADEAbril 2013 23REVISTA DA CIDADEAbril 2013

lgumas pessoas ima-ginam que a vida dos antigos caiçaras era maravilhosa, que a paz reinava entre a população espremi-da entre o mar e a

montanha, com dois acessos terrestres através de duas trilhas, uma em direção a Paraibuna e outra ligando o bairro da Mococa até Redenção da Serra.

A vida era mais dura e difícil do que se imagina.

A expedição geográfica que aqui esteve no início do Século XX encon-trou um povo subalimentado, alguns sobrevivendo à base de peixe escaldado (cozido em água e sal) ao qual era acres-centada a farinha de mandioca,sendo que a maioria da população não tinha acesso nem ao tradicional feijão.

Em 1927 aqui esteve o então Capitão Edgard Pereira Armond que registrou no seu relatório enviado ao Governo do Estado, o péssimo estado de saúde da população caraguatatubense, que era dizimada pela verminose latente, numa época em que andar calçado era um luxo e a indústria farmacêutica ainda

Pobre vida de uma Cidade

Com o Litoral Norte abandonado e esquecido pelo Governo do Estado, com dificuldade de acesso e falta de recursos, a população, subnutrida, sofria de verminose e febre amarela. Assim era Caragua-tatuba no início do século passado.

A

Page 24: Revista da Cidade Caraguatatuba

24 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

não fabricava

medicamentos espe-cíficos. Anos mais tarde surgiu o

óleo de rícino, de um sabor intragá-vel, e as pessoas tinham que tomá-lo

na “marra”, com uma horrível careta de asco. Uma semana depois era a vez do “delicioso” sal amargo . Essa situação de abandono por que passava o Litoral Norte e o estado de saúde lastimável da povo levou--o a brigar com o governo do Estado até o início

da construção da estrada que ligaria o Planalto a São Sebastião.

Nessa época a alimentação já era melhor.

O peixe e demais frutos do mar eram abundantes, nas hortas já se plantavam algumas verduras, prin-cipalmente a couve e a taioba.Nas matas havia muitos animais que eram caçados, pacas, cutias, capi-varas, tatus, veados; pássaros eram abatidos sem dó nem piedade. Nem os macacos escapavam. Um dos petiscos preferidos da população eram os sabiás

pretos que chegavam em grandes bandos, fora os jacus e outros grandes galináceos do gênero. Nas hortas ainda eram plantados inhame, batata doce, mandioca, cará, abóbora.

Nessa época existiam os tropeiros que desciam a serra em trilhas, trazendo a carne de porco, toucinho, mangarito, lin-güiça, rapadura..... Além disso parte da população plantava o feijão , arroz, café. Produtos esses que já existiam nos toscos armazéns da época, trazidos geralmente de Santos. O açúcar era o mascavo, também chamado de moreninho por alguns. Parte da população plan-tava a cana de açúcar que, após ser espremida em engenhos primitivos de madeira, fornecia a garapa. Assim, em vez de água eles ferviam o caldo de cana e coavam o café que era automaticamente adocicado.

O leite não era usado pela maioria da população pois poucos possuíam vacas. Os mais abastados compravam o já famoso Leite Moça. Muitas crianças dependiam desse leite para sua alimentação. Carne de vaca ainda era um luxo. Quando algum proprie-tário de um animal resolvia matar um, percorria antecipadamente a cidade anotando os nomes dos interessados na carne. Assim que a cota era atingida o boi era morto . A carne-seca era o prato favorito da população. Era consumida largamente. Segundo o Sr Antônio Nepomuceno (Totó) outro produto de amplo consumo pela gente caiçara era a sardinha. Disse ele que, no cair da noite, era comum surgirem pequenas fogueiras nas ruas onde as sardinhas eram assadas. O cheirinho de peixe impregnava o ar da bucólica Caraguá . Não podemos esquecer das aves domésticas, galinhas, patos, marrecos, assim como não podemos nos esquecer do peixe com banana verde, o azul marinho, que era preparado em panelas de ferro que dava o tonalidade azulada ao caldo e ao

Page 25: Revista da Cidade Caraguatatuba

25REVISTA DA CIDADEAbril 201325REVISTA DA CIDADEAbril 2013

pirão. Nele, além dos temperos, eram acrescentados os toma-tinhos caipiras. Saborear um peixe era motivo de deleite para grande parcela do povo. Alguns chegavam a assobiar, chupando avidamente as partes menos carnosas do peixe de maneira a não deixar nenhum resíduo. Sobrava somente as espinhas por motivos óbvios.

O povo de Caraguá tinha outro hábito que prevaleceu até o início dos anos 50. O café da tarde. Bolos de fubá, broas, pão ( que surgiu nas primeiras décadas do século) batata doce, inhame, mandioca e outras iguarias, eram servidas por volta das três e meia da tarde.

A maior riqueza do lugar era a solidariedade, havendo a gen-tileza recíproca entre a popula-ção, que dividia o que tinha com os amigos e vizinhos.

Seu ano de nascimento não se sabe com exatidão, mas segundo consta Maria Cândida dos Passos nasceu +- em 1818, em Caraguatatuba, e faleceu no início dos anos 40 com 105 anos de idade.Casada com Francisco Sant’Anna,

filho do Fazendeiro João Estevão de Sant’Anna, dono da Fazenda Ribei-rão, era a “curandeira” da cidade aten-dendo toda a população da época com remédios feitos com ervas medicinais, e ao que se sabe, com resultados excelentes.

A curandeira do lugar

Page 26: Revista da Cidade Caraguatatuba

26 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

Ao completar 156 anos a cidade pode come-morar grandes conquistas na área da saúde, educação, bem estar social, que lhe garantem

qualidade de vida cada vez melhor.Sua paisagem urbana transforma-se completamente

e a pequena cidade à beira-mar, hoje impressiona por suas características arquitetônicas, graças não só ao trabalho do Governo Municipal, como também da ini-ciativa privada que, acompanhando o desenvolvimento acelerado que se processa, investe para criar condições de bom atendimento às necessidades da população.

Um dos grandes problemas, não só de Caraguatatuba como de toda a região ao longo dos anos, foram as vias de acesso. Podemos afirmar com segurança que a precariedade de nossas estradas retardou a chegada do progresso.

Quando vereador por dois mandatos e presidente da Câmara no biênio 1983/84, me empenhei junto às autoridades estaduais para a construção da Rodovia do Sol, interligando Caraguatatuba ao planalto, via Mogi das Cruzes/Rodovia Ayrton Sena que, com um traçado mais racional e menos sinuoso, encurtaria o percurso e resolveria o problema. Infelizmente, embora tenha chegado a ser cogitado pelo Governo do Estado ao tempo do falecido governador Orestes Qüércia, por questões políticas o projeto foi abandonado.

Agora retoma-se a questão através da duplicação da Rodovia dos Tamoios e das vias de interligação entre Ubatuba, Caraguá e São Sebastião. Não conheço o pro-jeto em detalhes. Por enquanto as obras que se realizam são no planalto, as de menor custo e fácil realização. Na serra e no litoral, além das implicações ambientais, os investimentos serão bem maiores, exigindo soluções complexas. Fala-se inclusive na construção de um tú-nel que seria um dos maiores do pais. São obras que exigirão tempo para a sua realização. No momento o que está acontecendo é apenas o recapeamento das ligações entre as cidades.

2014 é um ano eleitoral. As promessas são muitas. O marketing político também. O problema viário do Litoral Norte precisa ser resolvido. Espera-se que passado o interesse eleitoreiro as obras não sejam proteladas, arrastando-se a passos de tartaruga, com soluções apenas emergenciais.

Voltaremos ao assunto.

VAMOS RESOLVER ESTE PROBLEMA?

José Benedito Gonçalves PintoZezinho Prequeté

Ex-vereador e Presidente da Câmara

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m 1927, embora já com foros de município, a pequena Santo Anto-nio de Caraguatatuba era, por assim dizer, pouco mais que uma vila à beira mar. No geral não existiam

ruas, mas caminhos, a iluminação era precária. Água só de poços ou de rios e fontes trazida em latas para abastecer as residências. Os banheiros, quando não eram no quintal, eram improvisados nos terrenos baldios, ou nas areias das praias, para satisfazer às necessidades do organismo. Com uma população de 2.917 habitantes, segundo o Censo do IBGE, formada por uma praça, duas ruas e um beco, isto era Caraguá.

Na “Vila de Caraguatatuba”, há exatamente 85 anos, existia a Praça Cândido Mota, a Igreja de Santo Antonio, Prefeitura Municipal, Câmara Municipal e barracão que servia de mercado.

Os primeiros tempos de nossa cidade

E Os tropeiros, quando vinham, se concentravam na praça em frente à igreja. A Vila era abastecida por sete armazéns, cujos proprietários eram Sebastião Mariano Nepomuceno, Benedito Antonio Moreira,

Largo da Matriz - Caraguatatuba década de 40

Praça Candito Mota decada de 20

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28 REVISTA DA CIDADE Abril 2013REVISTA DA CIDADE28 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

Deodato Antonio da Cruz, Pedro Lipi, João Gon-çalves Santana, Antonio Nardi e Benedito Vicente.

Havia também o Beco Santo Antônio, a Fábrica de Conservas Bueno, Baeta & Cia., Escolas Reunidas, Posto de Saúde, Cadeia Pública, quatro chafarizes. Dentre as poucas casas existentes destacavam-se as residências das famílias de dona Bernarda Nardi, conhecida como “Casa da Fonte”, de Pedro Demé-trio, de Ostiano Sandeville, Antonio Mariano, de dona Otilia Amaral, dona Presciliana de Castilho, Bernardo Amaral e a casa de Egidio Passos.

A única ponte construída com tijolos, pedra e madeira que dava passagem para carro de bois localizava-se onde hoje é a Rua Santa Cruz, sobre o córrego Bromado, hoje a Av. Anchieta.

No mais, além do vilarejo de pescadores do Mas-

saguaçu, e de propriedades agrícolas, com destaque para a Fazenda São Sebastião, mais tarde Fazenda dos Ingleses, eram pequenos casebres que se espa-lhavam ao redor do centro.

Fazenda dos Ingleses

Igreja Matriz

Praça do Coreto

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Uma mulher chamada Binoca

ona Binoca transformou-se numa figura lendária de nossa história re-cente, tendo seu nome ligado à cidade por sua pensão, mais tarde hotel, que hospedava os que se aventuravam a

passar férias em Caraguatatuba, onde tudo era difícil e precário, inclusive o acesso, compensado por praias selvagens e belezas naturais, praticamente intocadas.

Mulher sedutora, segundo relatos, despertou mui-

Avançada no tempo. Dinâmica, criativa, livre de preconceitos, foi uma precursora da liberdade total das mulheres em nosso meio.

tas paixões onde se incluiu Egidio Passos Filho, que veio a ser seu marido, e a história dessa união merece registro.

Na década de 30 veio para Caraguatatuba Egidio Passos, que foi chefe da Alfândega na cidade de Santos. Não tendo sido bem sucedido em seus ne-gócios naquela cidade, resolveu investir em novos empreendimentos. Em Caraguá montou uma fábrica de conservas enlatando peixes, palmito e camarão. A

D

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32 REVISTA DA CIDADE Abril 2013REVISTA DA CIDADE32 REVISTA DA CIDADE Abril 2013

indústria não prosperou e foi vendida para a empresa Rabelo Alves, ficando parte do patrimônio em poder de “seu” Egidio.

Após sua morte, seu filho Egidio Passos Filho tomou conta dos negócios. Foi quando apaixonou--se por uma jovem residente na cidade. Queria a todo custo casar-se com ela, mas a jovem, muito independente nos seus atos recusou a proposta. Ele insistia, insistia, sem que a jovem cedesse as suas pretensões. O desespero tomou conta de Egidio que ameaçou suicidar-se. Os amigos intercederam e acabaram achando um meio termo para solucionar o problema. A jovem acabou aceitando o casamento mas sob condições especiais. Que continuaria total-mente independente em seus atos e não permitiria a interferência do marido em sua vida particular.

Assim, Dona Benedita Passos passou a administrar os negócios do marido, montando um cinema, que mais tarde desmoronou numa noite em que não ha-via sessão, e posteriormente uma pensão que com o passar do tempo transformou-se em hotel.

Os comentários da época que chegaram até nossos dias, dão conta que Dona Binoca era uma mulher avançada no tempo, inclusive pelas condições que exigiu para o seu casamento.

Dinâmica, criativa, livre de preconceitos morais e sexuais. Uma mulher que deixava de lado os có-digos morais da época, a ponto de dizer para suas empregadas que reclamavam da vida difícil que elas tinham uma grande arma entre suas pernas e não sabiam usá-la.

Tinha verdadeiro horror de seu verdadeiro nome, e

se alguém se dirigisse a ela chamando-a de Benedita, de imediato respondia mandando o interlocutor para aquele lugar.

Foi uma precursora da liberdade total das mulheres em nosso meio, também chamada de emancipação feminina que somente agora no século XXI toma forma. É possível imaginar as consequências deste comportamento, as críticas que recebeu, principal-mente pelos eternos defensores da moral e dos bons costumes, mas ninguém deixou de admirá-la por sua forte personalidade, pelo que fez pelo crescimento de Caraguatatuba. Esta era a Binoca.

Casamento da Binoca

Hotel da Binoca na decada de 20

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35REVISTA DA CIDADEAbril 2013 35REVISTA DA CIDADEAbril 2013

uiz Carlos Prestes foi uma das figuras mais importantes da His-tória do Brasil, eleito em 2012 como um dos 100 maiores bra-sileiros de todos os tempos em concurso realizado pelo SBT/

BBC de Londres.Caraguatatuba teve a honra de receber e hospe-

dar Luiz Carlos Prestes em 18 de outubro de 1989, quando pronunciou seu ultimo discurso na Câmara Municipal, falando sobre seus ideais políticos.

Contestador, socialista por convicção, integrante do Partido Comunista Brasileiro por muitos anos, onde chegou a ocupar a função de secretário geral, a vida de Luiz Carlos Prestes foi, por assim dizer, uma aventura épica. Já em outubro de 1924, como capitão do exército, liderou a revolta tenentista na região das Missões em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, lutando contra o governo do presidente Arthur Bernardes, buscando através de uma revolução obter reformas políticas e sociais.

Cortando as linhas de cerco militar do governo, Prestes se dirigiu para Foz d Iguaçu, onde se uniu aos paulistas formando um contingente rebelde de-nominado “Coluna Prestes” que percorreu com 1.500 homens, durante dois anos e cinco meses, cerca de 25.000 km pelo interior do Brasil. A marcha terminou em 1927 quando os revoltosos se exilaram na Bolívia e na Argentina, onde residiu por algum tempo.

Sempre em busca de ideais políticos, em 1931 muda-se para a União Soviética para dedica-se ao estudo do marxismo-leninismo. Em 1935 regressa

clandestinamente ao Brasil e divulga um manifesto incendiário exigindo o fim da ditadura Vargas, ocasião em que foi realizada a Intentona Comunista, quando Prestes foi preso juntamente com sua mulher Olga Benário, judia alemã, posteriormente entregue ao governo nazista para ser sacrificada na câmara de gás de um campo de concentração.

Com o fim do Estado Novo, Prestes foi anistiado e eleito senador, mas me-ses depois teve seu mandato cassado e retornou à clandestinidade.

Em 1964 houve a ascensão dos mili-tares ao governo e, em junho de 1966, num processo conduzido pela 2ª Audi-

toria Militar do Exército em São Paulo, foi condenado a 15 anos de prisão, acusado de tentar reorganizar o PCB. Com o aumento da repressão aos grupos de contestação ao regime militar, com a segurança de sua vida ameaçada, em 1971 Prestes refugiou-se em Paris e posteriormente exilou-se em Moscou.

Com a decretação da anistia em 1979, Prestes, após oito anos de exílio, desembarcou no Rio de Janeiro, para dar prosseguimento a sua luta pela implanta-ção de uma sociedade mais justa e na oportunidade iniciou uma controvérsia política com a direção do Partido Comunista e, em 1982, acompanhado de vários militantes, retira-se do PCB. Após, passou a militar em diversas causas. Ao início de sua vida política, Prestes supunha que a conquista do poder dispensava a ida às urnas, mas ao final de sua exis-tência já expressava um pensamento totalmente con-trário. Para ele, aos 90 anos, “a luta pelo socialismo pressupõe o voto”. Este foi o teor da mensagem de seu último discurso proferido na Câmara Municipal de Caraguatatuba.

Por interesses políticos ainda vigentes, a vida e os ideais do “Cavaleiro da Liberdade” não obteve o devido destaque histórico, razão pela qual as novas gerações pouco o conheçam.

Vale ressaltar que, ao longo dos anos, Caraguata-tuba tem recebido figuras ilustres da vida pública, não apenas do Estado de São Paulo como de todo o Brasil, ministros, parlamentares e políticos, além de empresários, intelectuais e artistas de várias partes do mundo, o que tem contribuído para o desenvolvi-mento intelectual de sua população.

Um visitante ilustre

LLuiz Carlos Prestes em sua visita à Camara Municipal em outubro de 1989, ao lado de sua esposa Maria Ribeiro, do jornalista Roberto Espindola e do falecido vereador Baduca.

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Procuram-se bons empregadosO emprego está em alta, mas qualificar a mão de obra

disponível torna-se o grande desafio.

Existe uma distorção quanto ao conceito de capacitação profissional. Muitos pensam que a capacitação profissional deve ocorrer em casos de especialização, geralmente após o ensino básico em nivel de graduação superior.

É um engano. A tarefa, por mais simples que seja, exige treinamento e capacitação. Em função desta distorção, muitas pessoas, principalmente ao ingressar no mercado de trabalho, entendem que não necessitam “estudar” para aprender a função à qual vão se dedicar. Daí a exigência de muitas empresas quanto à “experiência profissional”. Vejamos as conseqüências do que está ocorrendo em Ca-raguatatuba.

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Educação

Procuram-se bons empregados

Insatisfação no atendimento

A reclamação é grande, quanto a vendedores lojistas, atendentes de um modo geral, e operá-rios da construção civil, entre outras funções.

Os visitantes, turistas e veranistas não ficam satisfeitos. Os empreendedores se queixam da irresponsabilidade profissional dos emprega-dos, e a população em geral reclama do mau atendimento. A maioria dos que buscam um emprego tem pouca ou nenhuma experiência e não se interessam em se qualificar, fazendo cursos especializados, ou mesmo um treina-mento quanto ao trabalho que vai executar.

A razão seja talvez o fato de que existem em-pregos com facilidade e o brasileiro em geral e os habitantes do litoral em particular não gosta de estudar e se especializar. Pior de tudo é que muitos acham que ter um diploma, basta.

A falta de qualificação e treinamento é um dos grandes problemas nesta fase de desenvol-vimento da cidade.

A cidade vem investindo na capacitação profissional da população.

O Governo Federal mantém o Ins-tituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia que oferece cursos de comércio, informá-tica e edificações. O Governo Estadual mantém a ETEC – Escola Técnica de Caraguatatuba, com cursos de cozinha, informática para internet, meio ambiente e administração. Neste movimento a ini-ciativa particular se faz presente através de cursos para habilitação em várias áreas

Também o Senai – Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial, através de uma parceria com a Fundacc, acaba de formar 226 alunos, de oito cursos , que teve como objetivo a formação técnica profissional para a comunidade e empregados das empresas locais como Assistente Administrativo, Inspetor de Qualidade, Ajustador Mecânico, Mon-tador de Painéis, Eletricista Residencial, Auxiliar Mecânico de Manutenção, Auxiliar de Logística e Traçador de Caldeiraria.

Os investimentos em capacitação

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Desde 1999 quando se instalou na cidade com o objetivo de su-

prir uma lacuna no ensino, ministrando cursos espe-cializados para apoio na área da saúde, o Colégio Tableau tem contribuí-do para a qualificação profissional com cursos de Auxiliar de En-fermagem, Técnico

em Enfermagem, em

O Governo Municipal é o que mais in-veste na formação profissional dos ser-vidores, concedendo bolsas de estudo integrais ou parciais para aqueles que

desejam adquirir melhor capacitação profissional.Neste particular o contrato firmado com a Fun-

dação Armando Alvares Penteado, para a implan-tação do curso de Gerente de Cidade, em nível de pós graduação merece destaque. O objetivo é capacitar os profissionais, para o uso de moder-

Farmácia. Especializações em Enfermagem do Trabalho, Instrumentação Cirúrgica, Urgência e Emergência, Análises Clínicas, Oncologia e Neo--natalogia de Risco,

O Tableau oferece ainda cursos livres de Mas-sagem Relaxante, Reflexologia, Cuidados do Idoso, Primeiros Socorros, Cálculo de Medicação e Cálculo de Injeção.

Desenvolvendo didática para suprir as necessi-dades do mercado de trabalho, o Colégio Tableau possui ainda cursos para Técnico em Logística, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente.

PIONEIRISMO DO TABLEAU

INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO DE SERVIDORES

nas ferramentas a fim de tornar a administração pública municipal mais eficiente, com foco do cidadão cliente e propiciar a educação continuada aos funcionários com educação superior.

Tendo como alvo a Educação Infantil, foi es-tabelecida parceria com a Cruzeiro do Sul Edu-cacional – Campus Virtual para oferecer cursos de pós graduação à distância para os professores.

Este programa de formação é muito mais am-plo. Noções de Liderança, noções sobre o uso da

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A Associação Comercial e Em-presarial de Caraguatatuba – ACE tem participado signi-

ficativamente no processo de formação profissional através de Ciclos de Pales-tras, tais como: “Boas práticas em ser-viços de alimentação” – “Atendimento ao cliente”, “Micro Empreendedor In-dividual”, “Como administrar seu di-nheiro” “Como se preparar para o seu primeiro emprego?” “Comunicação Digital para Empresas”, “Como ad-ministrar melhor o seu tempo” “Como melhorar a imagem de sua loja”, além de outros temas de interesse.

voz, educação financeira, entre outros de rápida duração, assim como participação em feiras, congressos e eventos específicos, e até um curso de italiano estão sendo disponibilizados para os servidores municipais.

Para o prefeito Antonio Carlos “ a integração com as universidades torna o poder público mais transparente e eficiente e o município passa a se beneficiar com as parcerias a médio e longo prazo”

PARTICIPAÇÃO DO EMPRESARIADO

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Em Caraguatatuba, neste ano, ao comemorar a data de sua emancipação política, os atos pú-blicos foram voltados prioritariamente para a pessoa humana, a começar pela inauguração da

Praça Sensorial Mitsuo Kashiura, espaço que reúne condi-ções especiais de acessibilidade e estímulo para portadores de deficiências físicas.

A Praça que conta com um paisagismo diferenciado, per-mite aos freqüentadores caminhar por uma trilha sensorial podal que possui 23 texturas variadas. Já a Trilha Manual conta com 17 pequenas caixas que permitem às pessoas com cadeiras de rodas manusearem as mesmas texturas da trilha podal, como também tocar em plantas com cheiros, sabores e cores diversas.

O espaço conta ainda com duas pérgulas com sinos de vento, canteiros com plantas, flores e árvores frutíferas diversificadas, quadra poliesportiva equipamentos de gi-nástica e playground.

Foram também entregues à população as novas sedes das Unidades Básicas de Saúde dos bairros Casa Branca/Olaria, na Região Sul, e Perequê Mirim, na Região Norte, ambas integradas aos Centros Integrados de Desenvolvi-mento Educacional daquelas regiões.

A tradicional solenidade de hasteamento dos pavilhões ocorreu no Pólo Cultural, contando com a presença de vá-rias autoridades estaduais e municipais. O tema do discurso do Prefeito Antonio Carlos foram as políticas públicas, destacando o avanço das áreas de educação, saúde, social, esportiva, turismo e infra-estrutura.

A cidade festeja seus 156 anos

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Também em comemoração ao Aniversário da Cidade, foi aberta a exposição “Projeto Origens”, e o “II Encon-tro de Bandas Municipais” na Praça Candido Mota. O evento contou com a apresentação da Banda Municipal “Carlos Gomes”, de Caraguatatuba, Banda “Maestro Manoel Ladislau de Matos”, de São Sebastião e da Banda “Lira Padre Anchieta” de Ubatuba, além da participação especial da Banda Sinfônica Jovem e da Caraguá Jazz Big Band.

Como atração para o publico que se reuniu na Praça de Eventos foram realizados shows de Regis Danese e Patati - Patatá

A cidade festeja seus 156 anos

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O passado se faz presente rumo ao amanhã. Conhecer o passado para construir o fu-turo é muito mais que uma frase muitas vezes repetida. Constitui uma realidade

em qualquer área do conhecimento, ainda mais na arte, onde somar experiências diversificadas é absolutamente essencial para uma transformação constante e enriquecedora.

Os trabalhos do Projeto Origens reunidos nesta exposição buscam exatamente representar a cultura dos povos que habitaram o litoral do Estado de São Paulo para entender melhor como esse passado se manifesta no presente. Para isso, o grupo realizou nesta etapa um resgate da cultura africana trazida ao

Arte e Cultura Negra em Exposição

Integrando as comemorações do Aniversário da Cidade, foi aberta no Museu de Arte e Cultura a exposição itinerante “Projeto Origens – Fase I Negros”

Brasil pelos escravos, no período colonial.Nessa busca, a linguagem da cerâmica utilizada por

Ângela Maria Nunes, Carlo Cury, Cláudia Canova, Fernando Fuentes, Lilian Zucca, Márcia D’Amico, e Zandona. E o batique por Carla Terra, sob orienta-ção técnica de Bem-Hur Vernizzi, buscou representar distintas percepções do Sítio Arqueológico de São Francisco em São Sebastião, SP.

Auto denominado Ubuntu, o grupo parte de um local onde culturas de diferentes povos africanos coexistiram, gerando uma cultura hibrida muito presente na simbologia dos utensílios domésticos. Promove assim a reflexão sobre a relação entre a arte e a história; e difunde e incentiva a manutenção do

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Arte e Cultura Negra em Exposição* Oscar D’Ambrosio

Sítio, um local onde o passado se faz presente rumo ao amanhã.

Em continuidade o grupo abordará a cultura indí-gena do país.

* Oscar D’Ambrósio, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie é mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp e integra a Associação Internacional de Críticos de Arte.

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Do barro se fez o homem. Imitando o Criador, o homem transforma o barro em obras de arte onde expri-me toda a sua emoção, sentimentos

e criatividade.Caraguá vem se firmando como um centro

de ceramistas, cujas obras, cada vez mais va-lorizadas, se espalham pelo Brasil e podem ser encontradas também em algumas cidades do mundo.

Para os que apreciam a arte moldada em ar-gila, a Rota da Cerâmica reúne 16 ateliêrs com artistas que utilizam diferentes técnicas para expressar seu talento.

Uma vez por mês é realizada, dentro do projeto, a abertura de um forno de cerâmica, quando os visitantes podem conferir a produção executada nos ateliêrs e têm a oportunidade de ver a transformação da argila em obras ricas de sentimento e criatividade, que após a queima, no contato com o fogo, se transformam em cerâmica ornamental ou utilitária.

Maiores informações no site:www.fundacc.com.br

uma nova atraçãoArte Cerâmica

Com muito talento, os ceramistas de Caraguatatuba estão desenvolvendo trabalhos de arte em cerâmica que estão conquistando apreciadores no Brasil e em algumas cidades do mundo.

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Ben-hur: a arte cerâmica refletindo a natureza

Ben-Hur Vernizzi é natural da capital de São Paulo, mas desde 1985 vive e trabalha em Caraguatatuba.

Suas esculturas em cerâmica são feitas com simplicidade e procuram refletir a natureza, o mar e os seres da Mata Atlântica.

O artista vive e trabalha em uma área rema-nescente de Mata Atlântica à beira-mar, na foz do rio Juqueriquerê, coberta com mata natural e manguezal, dormitório de milhares de garças migratórias e criadouro de inúmeras espécies marinhas, onde preserva e reconhece a natureza pela sua importância.

Em seu trabalho preza a simplicidade e o fato de estar próximo do primitivo em todo processo. A argila é retirada de um sitio em sua forma natural, acrescentando apenas vinte a trinta por cento de areia

e usa os esmaltes e engobes aleatoriamente, apenas para alguns efeitos. A monoqueima é feita em baixa temperatu-

ra, próximo dos mil graus em um forno a lenha do tipo Noborigama por aproximadamente 30 horas.

Ben-Hur trabalha à beira-mar, fazendo com que o resultado de seu trabalho reflita o

puro fascínio e respeito que tem pela natureza e também sua preocupa-ção com a atitude humana.

O artista deseja que ao apresen-tar as suas obras, elas não sejam

vistas apenas como objetos de decoração, e sim, como mais

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uma valorosa tentativa de demosntrar o valor da natureza, que, na sua opinião, é realmente o mais importante.

O primeiro contato do artista com a argila foi em 1975, época que passou no Amazonas e Pará, mas somente após a orientação da Ceramista Mieko Uke-

seki e do Artista Plástico Antonio Carelli, resolveu dedicar-se e entregar-se integralmente à cerâmica artística.

Já há algum tempo, o ceramista recebe outras pessoas e até mesmo artis-tas que desejam trabalhar e desenvolver a técnica com a argila, mas a sua maior satisfação é o projeto TerrAmar

Serviço: O Terramar é um projeto sócio cultural aberto à comunidade; um núcleo de aprendizagem, trabalho, acompanhamento e exposição da cerâmica artística, voltado para produção de um artesanato regional e como opção de trabalho e fonte de renda.

ContatoBen-Hur VernizziTel.: (12) 3887.4189 / 7814.4554

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A Santa Casa atravessa dificuldades e, depois de um período de desenvolvimento da qualidade de seus serviços e instalações, reduziu seu quadro de funcionários e de profissionais da área médica,

começando a comprometer seu atendimento.Uma disputa entre o Governo Municipal e o Instituto das

Pequenas Missionárias de Maria Imaculada , em razão do funcionamento do Pronto Socorro ou agora denominada Unidade de Pronto Atendimento, ameaça comprometer todo o sistema.

Mais uma vez, “na briga do mar com o rochedo, quem apa-nha é o marisco”, ou seja, a população é que sai prejudicada.

Enquanto prefeito, procurei atender, na medida do possível, as reivindicações da Santa Casa, pelo muito que ela sempre representou para o atendimento do povo na área da saúde. Divergências sempre existiram, já que a Saúde é por assim dizer, um saco sem fundos, exigindo constantes repasses de verbas para o seu funcionamento, senão perfeito, pelo menos razoável, e nem sempre existia disponibilidade de recursos, mas através do diálogo, quando por vezes era necessário ceder para não penalizar a população, conseguimos sempre chegar a acordos no interesse do bem comum.

Em política não se deve medir forças, mas sim obter a vitória através do diálogo e do entendimento, tendo sempre em mente a responsabilidade que temos na condução dos interesses da coletividade.

Não há como negar que o prefeito Antonio Carlos, de cuja administração tive a honra de participar e da qual tenho rece-bido demonstrações de respeito, carinho e reconhecimento, transformou-se num marco do nosso desenvolvimento, sendo um dos mais dinâmicos, senão o mais dinâmico administrador de toda a história do município.

Como caiçara que sou, natural de Caraguatatuba, reco-nheço também a importância da Santa Casa na formação de nossa sociedade contribuindo para a saúde e bem estar da população, inclusive em momentos críticos como durante a tragédia de 67 e ainda num passado recente, quando a falta de recursos do município exigia dedicação e sacrifícios para a manutenção de seu funcionamento.

A falência dos serviços da Santa Casa com certeza trará conseqüências desastrosas que serão debitadas aos adminis-tradores da coisa pública.

É preciso esgotar todas as possibilidades de união e acordos para que o Hospital Stella Maris continue no mesmo ritmo de progresso e desenvolvimento da cidade para melhor atender aos usuários do sistema, contribuindo significativamente para a melhor qualidade de vida no município e até na região.

DIÁLOGO O MELHOR REMÉDIO

Jair Nunes *

A Saúde está em crise.

*Jair Nunes, nascido e criado em Caraguatatuba, é engenheiro e pro-fundo conhecedor dos problemas da cidade. Dedicando-se à vida pública, participou ativamente da política, elegeu-se prefeito de 1983/88 e foi se-cretário municipal na primeira administração do prefeito Antonio Carlos.

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SÃO PAULINOS COM MUITA HONRA

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SÃO PAULINOS COM MUITA HONRA

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Eles estão por toda a parte. Trabalham no comércio, no funcionalismo público, na construção, nos meios de transporte, na comunicação, são empreendedores, profis-

sionais liberais, aposentados, fazendo parte de todos os segmentos sociais.

Discretos, mas não menos entusiasmados, não pro-movem manifestação pública quando o “mais querido” ganha as partidas ou se sagra campeão, dos vários torneios e campeonatos de que participa. Preferem comemorar em pequenos grupos, geralmente em casa, mas não deixam de desfilar com muito orgulho, com a camisa tricolor pelas ruas da cidade.

Segundo pesquisas, compõem a terceira maior tor-cida do Brasil, perdendo apenas para o Flamengo e o Corinthians.

Assim, são os Sãopaulinos, tidos como a elite dos torcedores.

O São Paulo Futebol Clube, fundado em 1930, é um dos clubes mais bem sucedidos do mundo e a terceira maior equipe da América do Sul, tendo conquistado vinte e um títulos estaduais, seis títulos do Brasilei-rão, três títulos da Copa Libertadores, uma Copa Sul Americana, uma Copa Conmebol, duas Recopas Sul Americanas, duas Taças Intercontinentais e um Mun-

dial de Clubes.Em nossa cidade, a rivalidade entre Corinthians e

São Paulo é histórica, motivo para muitas disputas verbais e gozações, onde os Corintianos rotulam

os Sãopaulinos de afeminados, exatamente por seu comportamento mais discreto e elitizado, tudo com

muito humor, sem brigas nem agressões como geral e infelizmente acontece entre as torcidas.

Aqui estão alguns Sãopaulinos – com muita honra.

NR – As fotos nos foram cedidas pelos torcedores e deixamos de citar nomes para não cometer a injustiça de algum esquecimento.

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Era uma vez um menino chamado Wellington Vergilio que, trabalhando desde os 14 anos de idade, conseguiu o seu lugar ao sol no universo

empreendedor. Começou no curso profissionalizante de metalúrgico no

Senai de Mogi das Cruzes, sua cidade natal. Fez estágio em algumas empresas, inclusive na Elgin, mas... foi dis-pensado por estar na idade do alistamento militar. Teve que ir à luta procurando uma nova colocação no mercado de trabalho. Só conseguiu ser ajudante em uma marmoraria, já que ninguém queria contratar um jovem em idade de alistamento.

Estava lançada a sua sorte.Foi aprendendo o oficio, especializando-se na arte de

transformar o granito em peças utilitárias, atrativas e va-lorizadas por sua durabilidade.

Num dia 1º de Maio veio passear em Caraguatatuba. Curioso e para não perder o hábito, já que era o Dia do Trabalho, foi “assuntar” na Marmoraria Pontal e descobriu que pagavam mais do que ganhava em Mogi. No dia 2 já estava no seu novo emprego em Caraguatatuba, início de sua jornada rumo ao sucesso.

Depois trabalhou nas marmorarias Beira Mar, Villa, e foi ser autônomo fazendo montagem de peças produzidas por terceiros, em residências, em seguida, por um período, trabalhou nos fundos de sua casa, até que em 2009 Wel-lington montou na Martim de Sá a Marmoraria WDA, hoje uma das mais conceituadas do Litoral Norte, tendo inclusive participado na construção do Serramar Parque Shopping, para quem forneceu pisos, revestimentos e peças de granito, superando muitos concorrentes que garantiam que a WDA não teria mais que três meses de vida.

Em Caraguá desde 2.000, o ano da virada do milênio e de sua vida, Wellington Vergilio Ferraz casou-se com Edilede, sendo pai de duas meninas.

Tendo atualmente como sócio Joel Paz, com quem o entrosamento permite a qualidade do trabalho que reali-zam, estão ampliando a WDA para inaugurar em breve uma filial em São Sebastião.

Tranqüilo e sorridente, Wellington não esconde sua sa-tisfação: “Caraguá é uma terra muito boa. Aqui é o meu lugar. Cheguei com uma bolsa de roupas e não pretendo voltar para Mogi ou mudar para qualquer outra cidade. Eu, minha mulher, e minhas filhas, estamos construindo aqui as nossas vidas”.

Mineiro da pequena cidade de Jequeri, Paulo Viana, desde seus primeiros empregos mostrou intimidade com

administração de pessoas e atendimento ao pú-blico. De raízes humildes, chegou a Caraguata-tuba no ano de 2003, vindo de Belo Horizonte. Logo adotou esta cidade de povo humilde e acolhedor como sua nova casa. Casou-se com uma filha de Caraguá, e hoje já se considera um caiçara.

Com espírito sempre aventureiro e empreen-dedor, trabalhou por algum tempo executando serviços de decoração e artesanato nos prin-cipais condomínios do litoral norte e sul de São Paulo. No ano de 2006, com ajuda de sua esposa (sem a qual não seria possível ) adquiriu a Pizzaria e Esfiharia Teca Barone, assumin-do a difícil missão de dar continuidade a uma tradição de quase 20 anos de qualidade e bom atendimento.

Mas contando com ajuda de sua esposa e de uma equipe de colaboradores bem treinados e comprometidos, um sistema totalmente infor-matizado e com um variado cardápio, contando com mais de 60 sabores de pizzas e mais de 50 sabores de esfihas abertas, não demorou muito para que a cidade percebesse que a nova dire-ção da Teca Barone estava trabalhando para atendê-la com a melhor qualidade possível.

Hoje, depois de quase sete anos, a pizzaria é uma referência na cidade no seguimento de delivery de pizzas e esfihas, sendo considerada uma das melhores pizzas de forno a lenha de Caraguatatuba e do estado de São Paulo.

O espírito empreendedor e aventureiro de

Paulo Viana

Uma históriade sucesso

Gente

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Uma vidalonga e feliz

A expectativa de vida se eleva com o passar dos anos. Os avanços da ciên-cia, os novos medicamentos, as novas técnicas e procedimentos da medici-

na, assim como o maior conhecimento do corpo humano, garantem e projetam uma expectativa de vida com qualidade cada vez maior.

A população de idosos aumenta no mundo in-teiro e é cada vez mais comum encontrar pessoas com mais de 80/90 anos, o que não acontecia algumas décadas atrás. O que era raridade, ido-sos com 100 anos ou mais, vai se tornando fato comum.

Mas em compensação o estresse, ocasionado pela sociedade moderna, vai se transformando no maior ceifador de vidas.

Com estes avanços, o ser humano, salvo por fatores incontroláveis, pode influenciar decisiva-mente no seu tempo de vida.

Dizer que é preciso controlar o alcoolismo, o tabagismo, o excesso de alimentos inadequados,

todos já estão cansados de saber que são fatores decisivos. Vamos portanto focar outros aspectos.

O primeiro passo decisivo é o querer viver. Está provado que “quem se agarra à vida” permanece mais tempo no planeta Terra. Outro fator vital é o equilíbrio emocional e psicológico e, neste particular, nota-se que apesar dos avanços da psicoterapia, poucos são os que se cuidam. As crises emocionais e psicológicas precisam sempre de orientação e tratamento.

O assunto é complexo e nossa sugestão é a con-versa com um especialista (que não seja a amiga que freqüenta o mesmo salão de beleza nem o amigo da mesa de um bar).

Mas o essencial mesmo para se alcançar a longe-vidade é seguir o conselho do cancioneiro: “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz. E cantar, e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor, e será. Mas isso não impede que eu repita que é bonita, é bonita e é bonita”.

Melhor Idade

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AS CORES DO LITORAL

Foi-se o tempo em que uma simples “caiação” era usada para renovar a pin-tura dando novo visual aos ambientes

internos e externos. Evoluindo, as pessoas passaram a ser mais

exigentes quanto ao ambiente em que vivem buscando conforto, beleza e qualidade para as construções, alterando não apenas as linhas arquitetônicas como também os materiais empregados, principalmente no acabamento.

Fase final de uma obra, a pintura, que por assim dizer “veste” a construção, passou a receber atenção especial com produtos mais so-fisticados e de melhor qualidade, para atender as necessidades e exigências do consumidor.

Cores diferenciadas, texturas que produ-zem efeitos especiais, entre outras novidades, passaram a estar disponíveis para quem está construindo, reformando ou apenas renovando a aparência dos ambientes.

Especialmente para os imóveis à beira-mar surge agora a linha LITORAL, uma tinta de alta qualidade à base de resina acrílica e acaba-

Nova linha de tintas oferece resistência ao desbotamento, umidade e maresia, podendo ser usado ao sol e na chuva.

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AS CORES DO LITORALmentos acetinado e fosco, indicada para áreas externas e internas ou para superfí-cies que apresentam umidade excessiva, por conter em sua composição fungicidas e algicidas

Outra característica da Linha LITO-RAL é que a tinta, de alta resistência a desbotamento de cores, umidade e ma-resia, podendo ficar exposta ao sol e à chuva, não exala cheiro após três horas de sua aplicação.

Seguindo a tendência da moderna deco-ração esta linha de tintas apresenta cores diferenciadas obtidas através da combina-ção de pigmentos que permitem tonalida-des específicas como o Pérola Guarujá, Amarelo Camburi, Azul Ilhabela, Verde Pernambuco, entre outras.

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Casa & Decoração

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HISTÓRIASDAVIDAREALHistórias da vida real vividas por personagens que moram em Caraguatatuba. Os nomes são fictícios

Menos euTodos sabiam dos casos

de minha mulher

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Todos sabiam dos casos

de minha mulher

Minha ex-mu-lher se encheu de razões e exi-

ge na justiça pensão e divi-são dos bens que adquiri

com tanto sa-crificio.

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Cícero – 40 anos - Comerciante, morando há 18 anos em Caraguatatuba.

Senti-me o último dos homens. Num primeiro momento pensei em fazer uma loucura, em acabar com a própria vida, em eliminar minha mulher e seu amante, em sumir no mundo para nunca mais

voltar, tal era a minha vergonha. Cheguei a com-prar uma arma. Não sabia o que fazer ou dizer. Como encarar meus amigos, minha família, as piadas de que certamente fui alvo? Não sabia e não sei como me relacionar com meus filhos, já que passei a ter dúvi-das sobre sua paternidade, e minha ex-mulher, não permite que se faça o teste de DNA? Foi um pesadelo que jamais vou esquecer.

Conheci minha mulher em Cara-guá, quando ela ainda era jovem. Embora um pouco mais velho, o que me atraiu foi a sua desinibição, a sua sensualidade, o seu desejo constante de fazer amor. Quando começamos nosso relacionamento alguns amigos chegaram a me dizer que ela era “um pouco desorien-tada”, que já havia tido muitos namorados, apesar de sua pouca idade, e que quando exagerava na bebida era capaz de muita coisa. Não dei importância. O tempo das namoradas virgens e puras havia ficado para tráz.

Primeiro moramos juntos, foi um tempo só de alegrias, mas notei que Carminha gostava muito de passear. Apesar de não trabalhar fora, não ficava em casa, vivia batendo pernas na rua. Como tinha muitas amigas, muitos conhecidos não dei a devida im-portância ao fato. Quando nasceu nosso primeiro filho nos casamos, por insistência da família dela. Com a gravidez e o nascimento de nossa filha, Car-minha passou a ficar mais em casa, cuidando dos afazeres domésticos e da menina, mas não perdeu o hábito de passear sempre que possível. E assim fomos levando a vida. Trabalhava muito para dar

a eles todo o conforto possível, principalmente depois do nascimento de Jorginho, nosso filho. So-brava pouco tempo para estar junto deles. Sobrava pouco tempo para me dedicar a minha mulher, e de tão cansado, à noite só queria dormir. Nosso relacionamento foi esfriando os desentendimentos

passaram a ser freqüentes, mas jamais desconfiei ou duvidei da fidelidade de minha mulher. Sempre a amei muito e nunca me interessei por outra. Suas ausências de casa eram notadas por todos, princi-palmente pelos vizinhos, mas havia sempre uma justificativa até para as reclamações das crianças.

Esta situação perdurou por muito tempo, até que com um de seus casos ela se tornou menos cui-dadosa. Foi vista várias vezes em companhia do “namorado”, e passaram a freqüentar com regulari-dade um motel da cidade. Acontece que ele também era casado. Sua mulher descobriu tudo e “armou um barraco”. O comen-tário foi geral e chegou ao meu conhecimento por intermédio da mulher do amante de Carminha. Não

preciso repetir o que passei. Quando tudo se tor-nou público os relatos dos casos que minha mulher teve com outros homens foram se sucedendo. Ela, cinicamente negava e nega tudo. Houve a separa-ção, saí de casa e busco reconstruir minha vida. Ela se encheu de razões, de direitos e quer a divisão dos bens que consegui com muito suor e trabalho, além de uma pensão. Esta é a realidade da vida.

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Saia da rotina. Crie um carro novo, diferencia-do, só seu, não importando a marca, o ano ou o modelo. Em alguns países pessoas de muitos recursos chegam a mandar produzir

modelos especiais para uso próprio com tudo o que têm direito em tecnologia, conforto e aparência.

De certa forma, você pode fazer o mesmo dando destaque para o que mais lhe atrai de acordo com a sua personalidade e modo de viver: pintura, vidros diferenciados, rebaixo, detalhes cromados, calotas, pneus, som, bancos e revestimentos, fazem a diferen-ça, não esquecendo o conforto do ar condicionado e as modificações para melhor desempenho do motor e detalhes de segurança.

Agora existe uma novidade disponível, o Sticker Bomb que está se transformando numa das novas sensações automotivas para personalizar seu carro da maneira que preferir. Eles consistem simplesmente

Um turbilhão de imagens

Marcante, o sticker bomb pode transformar o seu carro numa exposição de arte sobre rodas.

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Um turbilhão de imagens

Marcante, o sticker bomb pode transformar o seu carro numa exposição de arte sobre rodas.

em adesivos, porém, não só um ou dois como

o usado normalmente e sim um turbilhão de colantes.

Esta moda, originária dos Estados Unidos, que se transformou em febre no Japão, está se popula-rizando na Europa e chega agora ao Brasil; além da originalidade e beleza, serve para encobrir im-perfeições da lataria e pintura dos veículos a um custo acessível, com a vantagem de ser removível com facilidade.

As imagens, impressas em vinil, podem ser as mais variadas. Além das já existentes em lojas espe-cializadas na internet, em Caraguá é possível confec-cionar o seu sticker com a arte de sua preferência, ou seja, você pode até colocar fotos pessoais, paisagens da região, desenhos animados, logomarcas, rodando pelas ruas, marcando sempre sua presença.

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Obras na Catedral

Acompanhando o desenvolvi-mento da cidade, a Catedral do Divino Espírito Santo está em obras, dando início

à fase final de sua construção.

A Catedral do Divino Espírito Santo está em obras, concluindo e modifican-do sua construção.

O Plesbitério – altar mor, foi rebaixa-do e ampliado, contando agora com um painel de autoria de Antônio Junior, artista baiano, radicado em Foz do Iguaçu, cuja iconografia expressa Cristo como centro da liturgia e de nossas vidas. A igreja recebeu tam-bém forro de gesso e para melhor acolher os fiéis; a secretaria foi ampliada e reformada.

Na seqüência serão construídas as Capelas da Recon-ciliação, do Santíssimo Sacramento e do Batismo. O piso irá receber acabamento e será erguida uma torre para destacar o aspecto arquitetônico da construção.

Chama à atenção os vitrais que foram instalados, que contribuem para que a Catedral do Divino Espí-rito Santo se transforme num dos mais belos Templos Católicos da região.

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Mas também harmonioso e atraente. Assim era o projeto original do artista Gianni Parziale.

O projeto do que seria a Catedral do Divino Espí-rito Santo, aconteceu há 25 anos, em maio de 1988. Uma Paróquia no bairro do Indaiá que depois com a criação da Diocese de Caraguatatuba transformou-se na Catedral. Com muita ação e empenho da comu-nidade, a construção, primeiro um simples galpão, foi adquirindo as características atuais que a transfor-maram em um grandioso, moderno e bonito Templo Católico, que agora passa por adaptações e reformas.

Mas a Catedral já nasceu bela e imponente através da inspiração do artista Gianni Parziale com um pro-jeto cuja maquete encontra-se em exposição no local.

Por razões diversas, principalmente quanto ao custo da obra, o projeto original não foi totalmente execu-tado, mas permanece como um marco da criatividade de nossa gente

Grandioso e Imponente

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Confirmando sua liderança e come-morando seu 10º aniversário neste 19 de abril, a Caraguá FM realizou, na Praça de Eventos, uma grande festa,

sob o comando de Ricardo Mazzei, da qual par-ticipou toda a equipe da emissora, e contou com

Caraguá FM em festa

a presença de mais de 7.000 pessoas. Estiveram se apresentando Yago e Juliano,

Mara Amaral, Zizinho da Bahia, entre outras atrações. Houve ainda a distribuição de muitos prêmios, entre eles um automóvel Ford Ka, zero quilômetro.

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&GourmetArte

A culinária Japonesa

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A culinária JaponesaRequintada não só no sabor como na aparência, a

Culinária Japonesa vem conquistando o paladar de muitos brasileiros, de todas as idades e de todas as regiões.

c r u s , existindo outras opções como vegetais, carnes ou peixes cozidos.

Como o consumo de animais quadrúpedes foi proibido por quase mil anos no Japão devido à grande influência do Budismo, só recentemente, após o término da segunda grande guerra mundial e a ocidentalização do povo japonês, a culinária japonesa foi se adaptando aos novos sabores, existindo hoje muitas receitas deliciosas à base de carnes e vegetais.

Embora dominada tradicionalmente pelo arroz branco, já que qualquer outro prato servido durante as refeições é considerado como acompanhamento, a culinária japonesa utiliza uma variedade muito grande de ingre-dientes onde se incluem peixes, aves, carnes, legumes, verduras, grãos, fungos, conservas fermentadas, entre outros.

A Culinária Japo-nesa chegou para ficar. Lon-ge de ser um

modismo, se consoli-da e expande entre nós como uma op-ção diferenciada para uma refei-ção atraente e saborosa.

M i l e n a r , f o r t e m e n t e influenciada pela cozinha chinesa, não se limita ao Sushi e ao Sa-shimi, que no momento são os pratos mais populares, vendidos até em supermercados para consumo domiciliar. Ela nos reserva surpresas fantásticas de sabores, cores e aromas elaborados em pratos que são verdadeiras obras de arte.

Muitos ainda confundem o Sushi com o Sashimi, que são fatias de peixe cru ou frutos do m a r , q u e por vezes podem ser cozidos como no

caso do polvo. Já o Sushi s e c a -racteriza pelo ar-roz avi-

nagrado e seu recheio ou

cobertura não precisam ser necessariamente de peixes

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A culinária Japonesa

A refeição tradicional japonesa mais simples é composta de três pratos: uma sopa, arroz e um acompanha-mento, normalmente um legume em

conserva. Uma das sopas mais tradicionais é a de pasta de soja. A refeição mais comum é composta de uma sopa, arroz e três acompa-nhamentos que normalmente são peixe cru, um prato frito e um prato fermentado ou co-zido a vapor, que pode ser substituído por um empanado ou agri-doce. A refeição se encerra com chá verde.

No Japão a população consome muitos fru-tos do mar, onde se incluem, além de peixes outros produtos marinhos como algas e mo-luscos. Mesmo sendo conhecido como país que

As refeições japonesasnão consome muita carne, poucos japoneses se consideram vegetarianos. Carne e galinha são comumente inseridos na culinária do co-tidiano.

O macarrão, originário da China, também é uma parte essencial da culinária japonesa, servido com caldo de soja junto com carne e vegetais, além de uma variedade de tipos de sopa, indo desde os molhos de peixe até man-teiga ou porco.

Ainda que muitos japoneses tenham desisti-do de se alimentarem de insetos, ainda existem exceções. Em algumas regiões, gafanhotos e larvas de abelha não são pratos incomuns. Lagartos também são consumidos em alguns lugares.

Muito mais que sushis e sashimis

Missoshiro – caldo feito à base de massa de soja, caldo de peixe, frango e legumes.

Tempurá – fritura feita com legumes fatiados e camarões empanados.

Gyoza – pasteizinhos de mas-sa fina com recheio de carne bovina, de porco, ou vegetais. Podem feitos no vapor ou fritos e costumam vir com um molho picante e bem líquido à parte.

São Paulo é a maior colônia japonesa fora do Japão e os restaurantes típicos podem ser encontrados em todas as grandes e médias cidades, inclusive no Litoral Norte com destaque para Ca-raguatatuba, que reúne várias casas especializadas e possui comida japo-nesa à venda para consumo domiciliar no Supermercado Silva.

Ao contrário do que muita gente pensa, a cozinha japonesa não tem apenas ingredientes exóticos e crus. Existe muita coisa bem familiar ao nosso paladar. Alguns pratos famosos.

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Niguiri – fatias de peixe, frutos do mar ou omelete sobre bolinhos de arroz. É o sushi que tem um pedaço de peixe sobre o bo-linho, com ou sem uma tira de alga para segurar a composição.

Como curiosidade vale ressaltar que o “talher” utilizado nas refeições japonesas, denominado “hashi”, que consiste de dois pequenos bastões que podem ser de madeira, plás-

tico, metal ou mesmo de marfim nos ambientes mais requintados, é originário da China, com características próprias para sua utilização.Eles nunca devem ser fincados verticalmente no arroz, pois isso lembra palitos de

incenso colocados nesta posição durante oferendas aos mortos. Usar os “pauzi-nhos” para lançar comida ou apontar não é recomendável, como também é falta de educação morder o hashi.

Mas se você não consegue dominar a técnica para a utilização do hashi, o que não é difícil dependendo apenas de treino, não se preocupe. O uso do talher convencional, garfo e colher, é aceito sem censura ou constrangi-mentos e em alguns ambientes é permitido até o uso das mãos para levar o sushi até a boca.

O talher japonês

Teriyaki – um tipo de churrasco oriental de peixe, carne, frango, porco ou vegetais, com molho de soja

levemente adocicado.

Sukiyaki – mistura de macarrão,carne, ovo, e vegetais em um caldo de peixe com molho de soja e saquê.

Yakitori espetinhos

g r e l h a d o s com molho. Os mais comuns são de

frango, carne ou cogumelos,

*NR – Se você deseja conhecer mais sobre a culinária e os hábitos alimentares, bem como os rituais que acompanham as refeições japo-nesas , existem várias publicações disponíveis, não só em bibliotecas e livrarias como em bancas de jornal e revistas.

Temaki – são os po-pulares cones feitos com arroz e recheios

enrolados com alga nori.

Sashimi – peixe cru fatiado. Pode ser de atum, salmão, linguado ou qualquer fruto do mar que tenha consistência firme o bastante para ser fatiado.

Uramaki – arroz sobre folhas de algas com recheios. É aquele sushi onde o arroz fica por fora, coberto por gergelin ou outro tempero.

Hossomaki – alga nori sobre arroz com

um único tipo de recheio. É aquele sushi pequeno onde a alga fica

por fora.

Norimaki – alga nori sobre arroz com recheios variados. É aquele sushi de tamanho um pou-co maior onde a alga fica por fora. O popular “califórnia” é um tipo de norimaki com salmão e frutas inventado pelos norte americanos.

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Khalifa - Requinte e sabor inconfundível Para os apreciadores de uma boa refeição, com muito sabor e pratos diferenciados, o Khalifa é a melhor

opção. Toda a riqueza da culinária árabe, preparada de forma artesanal, com os melhores ingredientes e apresentação atraente, está presente nos pratos que compõem o cardápio do Khalifa Restaurante: kibes, esfihas, babaghanuch, homus e coalhada seca, kibe cru, tabule e especialidades como cordeiro fatiado com arroz marroquino, charutinho de folha de uva ou repolho, kebabe, falafel. É só escolher.

Golfinho - Os saborosos frutos do mar O local é diferenciado. A paisagem é de cartão postal. O ambiente junto

a Praia do Massaguaçu é atraente e acolhedor. O atendimento, orientado pelo chefe Darci, é digno de elogios. E a comida, à base de frutos do mar, agrada aos mais exigentes paladares. Assim é o Restaurante Golfinho, que atrai frequentadores que vêm de longe para desfrutar de momentos agradáveis com muito sabor. Peixes, camarões e lulas, preparados de variadas formas, além da imperdível casquinha de siri, compõem o cardápio, que inclui também carnes, aves e porções, bebidas e aperitivos. Ah! Vale a pena provar os doces e as sobremesas, supervisionadas pela Almira, mestra no assunto.

Lunamar – um mundo de pizzas A clientela cativa garante ser uma das melhores pizzas de toda a região. A variedade

é grande. Os ingredientes, selecionados. O preparo feito por uma equipe especiali-zada. As entregas em domicílio são rápidas, e o atendimento perfeito. Com estas características a Lunamar Pizzaria, com dois endereços, na Avenida da Praia, altura do Porto Novo e no bairro do Sumaré, transformou-se numa das preferidas da cidade. Tem também esfihas, lanches e porções.

Tapera Branca – variedade de pratos e saladasReferência para a cidade o Tapera Branca Restaurante, em seus dois endereços na Praça Candido

Mota, oferece comida caseira tipicamente mineira além de uma grande variedade de pratos e saladas onde se incluem churrascos e grelhados, bacalhoada, dobradinha, moqueca de peixe com pirão, vaca atolada e feijão tropeiro, costelinha de porco e torresmo, nhoque, lasanhas e macarronadas, entre outras delícias gastronômicas que sempre se renovam.

Centro da Gastronomia no Litoral Norte, os bons restaurantes da cidade têm sempre grande variedade de pratos especiais que atraem aqueles que gostam de uma boa

refeição. Selecionamos alguns, entre os melhores.

Os sabores do inverno

Onde Comer Bem

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O Bacharel Jordelino Olímpio de Paula é Tabelião de Notas e Anexos de [email protected] - www.cartoriocaragua.com.br

av.: presciliana de Castilho, 105, Centro - Fone 12.3886.4381

Separação e Divórcio

Bel. Jordelino Olímpio de Paula

Até o advento da Emenda Cons-titucional 66, em 13 de julho de 2010, o DIVÓRCIO somente era possível com prévia separação

judicial por um ano ou separação de fato por dois anos.

A nova regra Constitucional extirpou a necessidade do lapso temporal, passando o divórcio a ser possível a qualquer tempo. Hoje é legalmente viável casar e no instante seguinte pedir o divórcio.

Com a não necessidade de prévia separa-ção para obter-se o divórcio, muitos doutri-nadores e aplicadores do direito passaram a entender e defender o fim do instituto da separação.

Embora tal entendimento seja defendido por doutrinadores de renome, e, inclusive, pelo IBDFAM - Instituto Brasileiro de Defesa da Família, falar em extinção da se-paração não nos parece o melhor caminho, ao menos enquanto não alterada a ainda vigente legislação que trata da matéria.

SEPARAÇÃO e DIVÓRCIO são institu-tos totalmente diferentes. A SEPARAÇÃO põe fim à vida comum e aos direitos, deveres e obrigações dos cônjuges, não colocando, entretanto, fim ao casamento. Tanto que pode haver reconciliação e o casamento voltar a vigorar. O DIVÓRCIO põe fim em definitivo ao casamento, sendo necessário novo ato em caso de reconciliação.

A Emenda Constitucional nº 66/2010 apenas eliminou o requisito temporal para o pedido de DIVÓRCIO. Em nada inovou com relação à separação, pelo que, a nosso ver, separação e divórcio coexistem, poden-

do o casal optar por um dos dois institutos.A defesa da não extinção da separação

tem fundamento bem simples – os disposi-tivos legais que a regulamentam não foram revogados.

Nesse sentido, o CNJ - Conselho Nacional de Justiça negou pedido feito pelo acima citado IBDFAM, de alteração da Resolução 35/2007, que disciplina os atos extrajudiciais de separação, em cujo pedido pugnou-se para que fossem excluídos da referida norma os dispositivos que tratam da separação.

Em tal decisão negativa o CNJ deixou claro que a Emenda Constitucional 66/2010 não eliminou a separação, que continua em vigor e asseverou: “No divórcio, há maior amplitude dos efeitos e consequências ju-rídicas, figurando como forma de extinção definitiva do casamento válido. Por seu turno, a separação admite reconciliação e a manutenção da situação jurídica de casa-do, como prevê o Código de Processo Civil vigente.”

Assim, enquanto não ocorrer alteração da legislação infraconstitucional vigente ou que, por decisões dos Tribunais Superiores vier o tema a ser pacificado, melhor o entendi-mento de que a separação continua a existir no ordenamento jurídico, sendo novidade apenas que, atualmente, o divórcio pode ser pedido a qualquer tempo.

Tanto a separação quanto o divórcio, inexistindo interesse de menor ou incapaz e havendo consenso entre as partes e a as-sistência de advogado, podem ser feitos de forma extrajudicial, por escritura lavrada por Tabelião.

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