revista da c omercial f -...

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REVISTA DA F OMENTO C OMERCIAL ASSOCIAçãO NACIONAL DE FOMENTO COMERCIAL Ano 21 | n o 91 | Janeiro, Fevereiro e Março | 2014 INFORMAçãO, NEGóCIOS E LAZER XII Congresso de Fomento Comercial EVENTO ESSENCIAL para quem investe no setor IVES GANDRA MARTINS: “No Brasil, apenas as grandes empresas têm crédito suficiente para suas atividades” RECUPERAçãO JUDICIAL: sem segredos PERFIL: Grupo Centerpar completa 20 anos

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R e v i s t a d a

fomentoComerciala s s o c i a ç ã o n a c i o n a l d e f o m e n t o c o m e R c i a l Ano 21 | no 91 | Janeiro, Fevereiro e Março | 2014

infoRmação, negócios e lazeR Xii congresso de fomento comercial eVeNTO esseNcial para quem investe no setor

ives gandRa maRtins: “no Brasil, apenas as grandes empresas têm crédito suficiente para suas atividades”

RecupeRação judicial: sem segredos

peRfil: grupo

centerpar completa

20 anos

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MARÇO - 2014 - 3

ediçãoAv. Brigadeiro Faria Lima, 1912 - cj. 12B - CEP 01451-000 - Jd. Paulistano - São Paulo - Tel.: 11 3031.2388 - www.tamer.com.br Editor responsável: Theo Carnier

Órgão da Administração da ANFAC

pResidenteLuiz Lemos Leite (SP)

diRetoR administRativo financeiRoDorival Maso (SP)

conselHo de administRaçãoCarlos Alberto Gomes Silva (RJ)Daniel Gonçalves (SP)Frederico José de Alencar Loyo Filho (PE)Hamilton de Brito Junior (SP)João Carlos Ribeiro Vargas (ES)João Costa Pereira (SP)José Góes (PR)Lívio Utech (SC)Luiz Napoleão da Silva Brito (DF)Marcelo Peres Katz (RJ)Marconi José de Albuquerque Pereira (PE)Pio Daniele (SP)Raimundo Nonato Nogueira da Costa (PA)

conselHo fiscal Eduardo Ribeiro do Prado (SP)José Bonfim Cardoso Jaffe (SP)José Duran Ferreira (SP)Marcus Jair Garutti (SP)Paulo José de Oliveira Leite (SP)

suplentesJoão Amado Requia (RS)Olmar João Pletsch (RS)

conselHo de ÉticaManoel Carlos Vieira de Moraes (SP)Oscarlino Moeller (SP)Lúcio Bastos (SP)Alexandre Dumont Prado (MG)Clodovil Zacarias (SP)

suplenteCésar Moura Rodrigues (PA)

sede anfacAv. Angélica, 2.491 - 7º andarHigienópolis - São Paulo, SPCEP: 01227-200Fone/Fax: (11)2361.8900www.anfac.com.br

EXPEDIENTE ÍNDICE

32 aNos anfac

5. EDITorIal

6. capa – CoNgrEsso

time de craques: especialistas discutem recuperação judicial

R e v i s t a d a

a s s o c i a ç ã o n a c i o n a l d e f o m e n t o c o m e R c i a l

fomentoComercial

12. PErfIl CENTErPar

14. rECuPEração JuDICIal

10. sEmINárIo – IvEs gaNDra marTINs

16. arTIgo

17. aNIvErsárIo

18. amPlIação

Do EsCoPo

19. CErImôNIa

20. BaCk offICE

22. rEsolução Coaf 21

23. assEmBlEIa gEral

E faTor aNfaC

24. sINfaCs

25. fEBraf

26. JusTIça

27. TrIBuTos

28. mEDIDa ProvIsórIa 30. mENsagENs

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MARÇO - 2014 - 5

EDITorIal

luIZ lEmos lEITE presidente

no último dia 11 de fevereiro, a ANFAC completou 32 anos de lutas, desafios e vitórias. Nessa data, o V Con-gresso Brasileiro de Fomento Comercial, realizado

em dezembro de 1999, elegeu o “Dia do Agente de Fomento Comercial”, para homenagear o trabalho desenvolvido por esse profissional. O aniversário da ANFAC foi marcado pela comemoração de tudo o que foi feito em um trabalho prag-mático, desde 1982. Sempre atentos às reivindicações do nosso mercado, de nos-sos associados e ao futuro da atividade, não descuidamos de consensualizar as tendências, as alterações e a modernização dos processos e procedimentos para tomada de decisões que impactam positivamente o setor do fomento comercial em to-das as suas latitudes.

Nessa linha de diuturna renovação, de ouvir e de trocar ideias, repudiamos preconceitos daqueles desavisados que ainda tentam obstar o caminho trilhado pelas empresas de fo-mento comercial com reconhecido sucesso socioeconômico.

O surrado ditado “a união faz a força”, ainda que algumas vezes usado retoricamente, no nosso caso, não podemos dei-xar de reconhecer que tem frutificado com o protagonismo de uma atuante entidade, de âmbito nacional, que é a ANFAC.

Um aforismo chinês costuma dizer que “cada graveto iso-lado é fácil de quebrar, mas todos unidos em um feixe tor-nam-se inquebrantáveis”. Esse conceito é mais que verdadei-ro. Sem intercâmbio de conhecimentos e experiências, sem compartilhamento de opiniões, sem discordâncias e sem uma entidade exigente que promova a interação de todo o setor, seria impossível atingirmos o nível de credibilidade conquis-tado na sociedade brasileira.

É de se enaltecer que essa consciência de força conjunta, partilhada pelas empresas de fomento e pelos sindicatos que compõem o Sistema Brasileiro de Fomento Comercial, é a razão do crescimento e do êxito dessa atividade no Brasil.

Com a flexibilidade que sempre adotamos na gestão da ANFAC, procuramos manter-nos atualizados e na vanguarda dos acontecimentos condizente com o dinâmico setor do fo-mento comercial.

É com esse espírito que a ANFAC tem sobrevivido pautan-do suas ações nestes anos com uma larga projeção no fortale-cimento do setor com vistas às necessidades do mercado.

Tendo como alicerce o fomento comercial com suas ativi-dades, foram assumindo, ao longo do tempo diversas formas, tais como: factoring, securitizadoras e gestoras de crédito.

Trata-se de uma adaptação às mudanças, que se impõem, de especial relevância sob o ponto de vista do mercado já que mais segmentos passam a contar com o incontroverso caráter representativo da ANFAC, que alargou sua base de atuação, que foi formalmente legitimada na assembleia de 5 de setem-bro de 2013.

Completamos 32 anos de intensa atividade, operando em um ambiente de autorregulação. O marco regulatório elabo-rado pela ANFAC, amparado em normas de natureza legal, operacional e tributária, que regem o instituto do fomento comercial, dá ampla base e segurança aos negócios realizados pelas empresas do setor.

A união em torno do nosso objetivo institucional e fidelida-de à postura de inovar sempre em sintonia com as demandas de um mercado ágil e criativo como esse em que atuamos, se constituem a base de um porvir glorioso para o fomento.

Parabéns a todos os profissionais do fomento comercial e que seu trabalho e dedicação lhes garantam, cada vez mais, um futuro promissor.

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32 anos olhando Para o fuTuro

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6 - MARÇO - 2014

XII CoNgrEsso DE fomENTo ComErCIal aNfaC

uma completa visão sobre o setor de fomento comercial no Brasil e em outros países, além da apresentação de

perspectivas para os próximos anos, será apresentada aos participantes do

XII Congresso Brasileiro de fomento Comercial – factoring. o evento acontece de

30 de abril a 2 de maio no Rio de janeiro, no Windsor Barra Hotel & Congressos, na Barra da Tijuca.

o Congresso chega à 12ª edição como um dos principais marcos para que todos os profissionais

que trabalham no setor tenham uma aná-lise sobre a situação do mercado. Este ano contará com palestrantes de primei-ra linha, que certamente proporcionarão aos participantes importantes informa-ções para o dia a dia dos seus negócios.

Os participantes podem inscrever-se no endereço eletrônico www.anfac.com.br/congresso ou pelo telefone ANFAC: (11) 2361-8900

XII

“nossa previsão é reunir um número expressivo de empresários do setor de

fomento, profissionais da área, advogados, contadores e líderes

das entidades representativas de classe vindos de todo o país”,

afirma luiz lemos leite, presidente da aNfaC.

“essas pessoas poderão compartilhar dos enriquecedores

debates sobre o atual estágio de desenvolvimento e também

sobre as perspectivas do factoring no Brasil”

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MARÇO - 2014 - 7

programa de primeira linhaPara conseguir esse objetivo, foi mon-

tado um programa capaz de atender às necessidades dos que fazem parte do se-tor. Nessa linha, foram incluídos temas como: a experiência internacional do factoring; o panorama da economia bra-sileira; novos produtos à disposição das

Maílson da Nóbrega analisa a conjuntura mundial e aponta os principais problemas nacionais

Cidade Maravilhosa: cenário em que serão discutidos os rumos do fomento comercial

empresas de fomento comercial; entre outros, de igual importância, que serão tratados em palestras proferidas por es-pecialistas de renome.

Para os congressistas, os temas propos-tos permitirão que as empresas de fo-mento tenham condições de projetar seu futuro, de ampliar seu escopo operacio-

nal e de atualizar seu campo de atuação, com adaptação aos avanços tecnológicos, podendo, assim, melhorar os seus pro-cessos de governança e contribuir para o aumento de seus ganhos de liquidez e rentabilidade.

Palestrantes, magistrados, políticos, profissionais, empresários e parceiros da ANFAC de grande prestígio já ressalta-ram as conquistas alcançadas pela entida-de na defesa dos interesses de suas associa-das e da atividade. É o caso da Deputada Estadual Célia Leão, de São Paulo, que garante: “Quem tem comprometimento com o factoring, tem comprometimento com o desenvolvimento econômico do País, pois faz crescer aquele que pode e quer crescer, mas precisa de uma ajuda, de uma confiança”.

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XII

visão 360º do setorPara tornar o XII Congresso Brasilei-

ro de Fomento Comercial um evento de qualidade premium, temas e pales-tras foram escolhidas com rigor, sempre tendo em vista os interesses de todos os segmentos que compõem o setor.

No primeiro dia, por exemplo, o pre-sidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, falará sobre “O fomento comercial – re-gulamentação vs. autorregulação”, um tema que interessa a todos os que atuam na atividade.

Em seguida, será a vez de conhecer o factoring nos Estados Unidos, com pa-lestra de Jim Perry, um dos principais empresários desse setor no mercado nor-te-americano. A fala de Perry vai apresen-tar o atual estágio da atividade no maior mercado financeiro do mundo e tratará também sobre as principais modalidades de operação nos Estados Unidos.

Para proporcionar uma ampla vi-são sobre o ambiente em que atuam as empresas e profissionais do fomento comercial, será realizada em seguida a palestra “Perspectivas da economia para o Brasil em 2014”. Tendo como base da-dos atualizados sobre o que os maiores especialistas preveem para o comporta-mento este ano – marcado por eventos importantes como a Copa do Mundo e as eleições presidenciais –, a apresenta-ção será certamente de grande utilidade para quem sabe a importância de conhe-cer tendências como forma de projetar ações para os seus negócios.

olhar amplo sobre a economia

Os participantes pode-rão, entre várias palestras de interesse, acompanhar a análise do economis-ta maílson da nóbrega, uma das vozes de maior repercussão quando se tra-ta de traçar cenários econômicos e pers-pectivas do País.

Maílson fará uma análise da situação da economia mundial e apontará pro-blemas da conjuntura brasileira, segun-do ele, “em grande parte decorrentes de erros da política econômica”. O econo-mista apresentará também projeções dos principais indicadores econômicos e fará uma análise do ambiente econômico “mostrando que não há risco de erupção de crises com as do passado”.

Na avaliação de Maílson da Nóbrega, o Brasil construiu instituições que limitam a continuidade de políticas mal concebi-das ou de eventuais ações populistas: “O problema do Brasil é o baixo crescimento, mas o País não corre o risco de enfrentar uma crise como as que vivem atualmente a Argentina e a Venezuela”.

Outro destaque do economista que fará palestra no XII Congresso Brasileiro de Fomento Comercial – Factoring é que a estabilidade macroeconômica tem sido a principal fonte de expansão de crédito na nossa economia.

Sobre o setor, Maílson vai lembrar que o factoring é uma alternativa para o empresário, particularmente o pequeno e o médio: “É uma modalidade na qual prevalece maior simplicidade na análise de crédito e maior proximidade entre fi-

nanciador e tomador de crédito. O processo decisório é mais rápido e as exigências costumam ser em linha com as necessidades do empresário”.

Além da palestra de Maílson da Nóbrega, outro tema que chama-rá a atenção dos participantes do Congresso são as alterações na “Lei de lavagem de di-

nheiro”, que será apre-sentado por antonio gustavo Rodrigues, presidente do COAF (Conselho de Controle de Atividades Finan-ceiras). Não há pessoa mais indicada para tra-tar desse tema, como sabem todos os que acompanham o trabalho pela COAF, sob o comando de Rodrigues.

CoNgrEsso DE fomENTo ComErCIal

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“o problema do Brasil é o baixo crescimento, mas o País não corre o risco de enfrentar uma crise com as que vivem atualmente a argentina e a venezuela”, Maílson da Nóbrega

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Depois, será a vez de outro tema que tem chamado cada vez mais a atenção do setor: o cadastro positivo. Banco de dados que acompanha o comportamento dos consumidores em relação ao crédito, incluindo as até então ignoradas infor-mações positivas, esse cadastro terá im-

pacto direto na ativida-de. E, para mostrar em detalhes como ele fun-ciona e como ele pode-rá afetar o fomento co-mercial, haverá palestra de laércio de oliveira, da Serasa Experian,

que há anos faz estudos detalhados sobre essa novidade e sua evolução no Brasil e em outros países.

“O mercado financeiro e a economia brasileira” será também um tema aborda-

do no Congresso. Não é preciso lembrar a importância de ter uma visão acurada e em perspectiva sobre esse assunto e para cumprir essa missão. Fará a palestra felipe frança, graduado em Economia pela FEA-USP e mestre em Economia pelo Insper, considerada a melhor escola de formação de executivos do País. França trabalha há anos como economista no mercado finan-ceiro, em que também já atuou como con-sultor, e preparou uma palestra que será muito instrutiva e esclarecedora.

direito, pequena empresa e documentos eletrônicos

Todos os que atuam com fomento co-mercial sabem da importância das ques-tões jurídicas para a atividade. Levando em conta essa realidade, nosso Congresso terá, como primeira atração no dia 2 de maio, a palestra “O direito privado na atu-

alidade”, proferida por luís felipe salomão, ministro do Superior Tribunal de Justiça e autor de diversos li-vros sobre o assunto. Salomão dará explica-ções sobre o assunto e

responderá a dúvidas dos participantes, como acontecerá em todas as palestras do Congresso.

Mais um especialista que fará palestra sobre tema relevante será Bruno luna, superintendente de Relações com In-vestidores Institucionais da CVM (Co-missão de Valores Mobiliários). Ele vai tratar da relação entre “Fomento co-mercial e o mercado de capitais”, levan-tando questões e esclarecendo pontos nem sempre lembrados sobre a inter-re-

lação entre nossa atividade e o mercado que inclui, entre seus segmentos, a Bol-sa de Valores.

Os documentos eletrônicos e sua cres-cente presença no fomento comercial se-

rão a palestra seguinte do Congresso, que ficará sob a respon-sabilidade de Renato ópice Blum. O espe-cialista, um dos maio-res conhecedores do assunto no Brasil, terá

como tema “Documentos eletrônicos e segurança jurídica”, sem dúvida um dos assuntos que despertam mais interesse na área de fomento comercial, tendo em vista as muitas dúvidas que surgem sobre seus aspectos jurídicos. Como fecho de qualidade de todas essas falas, será reali-zada palestra motivacional, que também será conduzida por especialista.

Como se vê, o XII Congresso Brasi-leiro de Fomento Comercial vai tratar de tudo o que interessa aos que fazem parte do setor. Por isso, estar presente a esse evento é uma necessidade para os profissionais que, com sua postura voltada para a inovação, estão sempre atentos às necessidades de se atualizar. E vale lembrar que o Rio de Janeiro foi palco do VII Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, em maio de 2004, prestigiado com a participação de mais de 600 empresários de factoring e de outros setores.

E além de tudo isso, os participantes, familiares e demais acompanhantes po-derão desfrutar também de toda a infra-estrutura do hotel e do cenário com as belezas naturais do Rio de Janeiro.

Todos os que atuam no fomento comercial

sabem da importância das questões jurídicas para a

atividade

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Ives Gandra Martins destaca importância dofomENTo ComErCIal Para a ECoNomIa

o fomento comercial é um dos principais incentivadores da economia brasileira, principal-

mente pelo apoio que o setor fornece a empresas de menor porte. A análise é de Ives Gandra Martins, um dos mais renomados juristas do País, que falou sobre “Atualidade Brasileira” durante seminário realizado pela ANFAC no dia 27 de março, em São Paulo. Ives Gandra foi o primeiro presidente do Conselho de Ética criado logo no início das atividades da ANFAC. Foi homena-geado, na ocasião, com o título de sócio honorário da entidade.

sEmINárIo

Ives Gandra Martins recebe

homenagem de Luiz Lemos Leite

consolidado no País e tem uma confor-mação jurídica definida e forte “graças ao trabalho incansável desenvolvido por Luiz Lemos Leite e sua equipe, que acompanho de perto há anos”.

Na avaliação do jurista, o quadro eco-

nômico seria mais alentador, com mais exemplos como esse. De acordo com sua análise, a economia é definida pelo mer-cado, essa é uma realidade a ser respeita-da: “Veja-se o caso de outros países, que

entendem essa lógica e atuam na direção correta. Há necessidade de se priorizar a tecnologia, a inovação e a produtividade. Tome-se o exemplo da Coreia do Sul. Lá, o processo de fabricação de um carro é completado em 57 segundos, da entrada da chapa ao veículo pronto, num proces-so conduzido, na linha de produção, por poucos trabalhadores. No entanto, a área de desenvolvimento e tecnologia conta com centenas de engenheiros e especia-listas do setor automobilístico”.

Ives Gandra afirmou também, duran-te sua palestra, que está convencido da necessidade de várias mudanças para que o Brasil retome seu crescimento. Ele considera urgente que se realizem as reformas tributária, fiscal, trabalhis-ta, administrativa e política. No en-tanto, o jurista não enxerga disposição para que essas mudanças aconteçam. “Veja o caso da reforma tributária. Fo-ram apresentados 12 anteprojetos para a Comissão do Senado que examina o assunto, mas todas foram para a gaveta e lá permanecem”.

Jurista fala sobre “atualidade Brasileira”, em seminário realizado pela aNfaC em são Paulo

“A realidade é que, no Brasil, apenas as grandes empresas têm crédito suficien-te para as suas atividades”, afirmou Ives Gandra. “Daí a grande importância do factoring, que dá apoio a pequenas empre-sas – os vasos capilares que irrigam nossa economia”. Na análise do jurista, se não fosse o setor de fomento comercial, a eco-nomia brasileira seria “quase socialista”, porque apresenta concentração excessiva nas grandes corporações, principalmente as estatais. Lembrou que o factoring está

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Ives Gandra Martins destaca importância dofomENTo ComErCIal Para a ECoNomIa

Em relação à reforma política, o pa-lestrante também está pouco otimista: “Presido a Comissão de Reforma Po-lítica da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e até agora não vimos pro-postas animadoras em relação a esse assunto. Ao contrário, fala-se muito no voto por lista, o que nos parece um erro, porque significa a possibilidade de perpetuar os que estão no poder. Além disso, a proposta fará com que os presidentes de todos os partidos polí-ticos coloquem seus nomes no topo da lista, o que permitirá que eles se elejam sem dificuldade, apenas por estarem nessa posição”.

Na opinião de Ives Gandra, para que as reformas fossem analisadas com maior profundidade, para serem implantadas, seria necessário um movimento robusto de vários segmentos da sociedade nessa direção: “Infelizmente, isso não aconte-ce. Muitas instituições representativas e fortes optam por não trabalhar nesse sentido, por temerem retaliações”.

elogio dos paRticipantesEntre os empresários e profissionais

do setor que assistiram à palestra de Ives Gandra, a receptividade foi entusiasmada. Um exemplo foi o de Divaldo Disposti, diretor da Centerpar, que considerou a palestra importante para a sua empresa “principalmente pela visão do palestrante, que tem informações diferentes das que costumamos ver na imprensa e tem opi-nião acurada sobre os principais fatos da política e da economia”.

Divaldo considera que a análise apre-

sentada por Ives Gandra foi diferencia-

da: “É fundamental para todos nós, não só pela visão do quadro atual como pelo que virá no futuro, para o qual temos que estar sempre preparados”. Na avaliação do diretor da Centerpar, “é importante a presença de mais empresários do nos-so setor assistindo a essa fala, porque os ausentes, sem dúvida, perderam uma oportunidade preciosa de se atualizar e de conhecer uma visão privilegiada sobre a realidade em que vivemos”. Divaldo só tem um arrependimento em relação ao encontro: “Levamos apenas quatro sócios da Centerpar para a palestra. Deveríamos ter levado mais gente”.

Também José Carlos de Godoy, da JLN Fomento Mercantil e Comercial, elogiou a fala de Ives Gandra: “Foi exce-lente, principalmente pela clareza da ex-posição em relação ao cenário político e econômico atual. Também foi muito útil pela visão de futuro do Dr. Ives Gandra. Sabemos da importância que é ter a vi-são de um palestrante desse porte, mas o resultado ficou acima das nossas expec-tativas mais otimistas”. Segundo Luiz Lemos Leite, presidente da entidade: “A ANFAC, cumprindo a sua missão insti-tucional, estará realizando novos ciclos de palestras ao longo de 2014”.

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gruPo CENTErPar completa 20 anos e comemora opção pelo factoring

e m agosto de 1993, Divaldo Dispos-ti desligou-se do Unibanco para realizar um sonho: montou a Cen-

tercred, sua primeira empresa. Passados mais de 20 anos, essa iniciativa mostrou-se vitoriosa: a Centercred foi a semente do Grupo Centerpar, que hoje reúne 16 em-presas com ampla atuação no Estado de São Paulo e tem como principal atividade o fomento comercial.

“O factoring sempre foi nosso carro-chefe”, afirma Divaldo Disposti, coorde-nador geral e um dos fundadores do Gru-po, que lembra: o grupo conta atualmente com mais de 4 mil clientes cadastrados, incluindo indústrias dos setores de meta-lurgia, máquinas pesadas, confecção, cal-çados e alimentos.

O começo foi difícil. Divaldo chamou seu amigo Nelson Ramires, que também trabalhava no Unibanco, para ser seu só-cio. Teve também que usar tudo o que ti-nha à mão para viabilizar o negócio que nascia – como a indenização que recebeu do banco era insuficiente para compor a chamada do capital social da empresa, vendeu seu telefone para chegar à quan-tia necessária. Passou a ter uma retirada mensal equivalente a um terço do salário que recebia no banco e foi obrigado a fa-zer ajustes, contando até com a colabora-

ção da empregada doméstica, que aceitou uma redução nos ganhos para se adaptar ao orçamento familiar reduzido.

Para completar o quadro de sócios foram chamados mais dois amigos e as atividades começaram. Não foi fácil. A economia brasileira passava por um perí-odo de turbulência, com a inflação acima de 80% ao mês. “Tínhamos que fazer os cálculos para medir nossa eficiência em dólar, pois a moeda daquela época não nos dava segurança para analisar o cres-cimento”, recorda Divaldo.

Além disso, surgiram outros proble-mas. Nos primeiros quatro meses de ati-vidade, um dos clientes não honrou seus títulos, e esse cliente tinha mais de 50% do capital da companhia. Diante de mais essa atribulação, Divaldo e Nelson chegaram a pensar que o negócio tinha ido por água abaixo e perderam noites de sono em busca de soluções para tan-tos problemas.

Depois de uma dessas noites insones,

Momentos de confraternização do Grupo Centerpar

PErfIlfactoring

“Decidimos nos tornar

parceiros e únicos fornecedores de capital de giro

desse cliente inadimplente. E não é que deu certo? “

os dois empreendedores resolveram fa-zer do limão uma limonada, como conta Divaldo: “Decidimos nos tornar parceiros e únicos fornecedores de capital de giro desse cliente inadimplente. E não é que deu certo? Passamos a ganhar dinheiro, o cliente pagou toda a sua dívida e continu-amos a fazer bons negócios com ele”.

Foi em meio a todo esse trabalho – e usando a criatividade – que a empresa completou seu primeiro ano de exis-tência. Como bons empreendedores, os sócios resolveram ousar e expandiram seu negócio. Primeiro, foi inaugurada a Centro Invest, na cidade de Bauru, e depois a Investcenter, em Araçatuba. Os negócios prosperaram e, com muito trabalho, o crescimento continuou e os sócios decidiram partir para a diversifi-cação. A área de educação foi uma das escolhidas nessa estratégia, e o grupo de empresários passou a atuar no ensino fundamental, médio e superior, no Co-légio e na Faculdade Fênix.

Para ajudar na gestão dos negócios de educação, o grupo passou a contar com um novo sócio, Ademir Correia, que tam-bém se associou nas empresas de facto-ring da Centerpar. Em 2006, a faculdade foi vendida para o grupo Anhanguera e três anos depois foi a vez do colégio, que

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MARÇO - 2014 - 13

“Estamos no ramo certo,

que ocupa o lugar que nem sempre as instituições

financeiras ocupam “

passou para o controle da Uniesp.De 2006 a 2012, o grupo desenvolveu

o projeto do Shopping Nações, com outros parceiros, e ao final desse perío-do vendeu sua participação no projeto, que atualmente é um sucesso na cidade de Bauru.

Apesar dessa diversificação, o fomen-to mercantil continuou a ser o principal negócio do Grupo Centerpar. Levando em conta os planos de expansão, houve em 2001 uma reestruturação do grupo que, entre outros pontos, levou à abertura de novos escritórios. Como marco dessa estratégia, foi aberta em Piracicaba, em 2003, a Força Mercantil. Um ano depois instalou-se em Ribeirão Preto a União Mercantil e em seguida vieram a Impe-rium e a Podium, também em Piracicaba, a Prima Qualitá, em Jundiaí, a Itucash, em Itu, e a Japy, em Jundiaí.

Os bons resultados da expansão le-varam à instalação da Conexão, em Campinas (que depois ganhou outra unidade) e Centerin, também em Itu. Com muito trabalho, vieram as “três caçulas” do Grupo Centerpar: Novitá, em Bauru; Astro Rei, em Piracicaba; e Inovação, em Jundiaí.

Divaldo Disposti ressalta a importân-cia das parcerias para o sucesso e a ex-

pansão do Grupo Centerpar: “Se não fossem as parcerias e o nosso lema de dividir para somar não estaríamos co-memorando mais de 20 anos de exis-tência. É muito gratificante trabalhar com pessoas especiais como nossos sócios e também com um seleto qua-dro de funcionários”.

Voltado para a qualidade, o grupo já tem a certificação ISO 9001/2008, ob-tido pela Centercred, empresa que foi a semente da formação do conglomerado.

O Grupo Centerpar atribui grande parte de sua trajetória vitoriosa de mais de 20 anos também à escolha do fomen-to comercial como sua principal área de atuação. “Para o empreendedor, um dos maiores obstáculos para o desenvolvi-mento do negócio é a captação de recur-sos. O factoring é uma excelente alter-nativa, principalmente para as pequenas empresas, e contribui de forma relevan-te para o desenvolvimento socioeconô-mico do Brasil, responsável por 2,5% do PIB”, enfatiza Divaldo Disposti.

O Grupo Centerpar atua no fomento comercial na compra de recebíveis (ati-vos creditórios, em geral cheques ou du-plicatas, sempre provenientes de vendas mercantis e prestação de serviços); e na prestação de serviços, que inclui avalia-ção da contratante, de seus devedores e fornecedores; acompanhamento de con-tas e receber e a pagar da contratante; e fomento de processo produtivo e merca-dológico da contratante.

“Estamos no ramo certo, que ocupa o lugar que nem sempre as instituições financeiras ocupam”, explica Divaldo. “Trabalhamos sempre com seriedade e eficiência, o que nos permite ter clientes cativos, que estão conosco há 18 anos. Com essa linha de atuação, consegui-mos ficar entre as seis maiores empresas de factoring do Brasil e temos planos de continuar crescendo”.

Outro destaque da trajetória é a atua-ção da ANFAC, que na avaliação de Di-valdo, sempre esteve ao lado do Grupo Centerpar: “Somos filiados desde o pri-meiro momento e tivemos apoio incon-dicional de todos da entidade, especial-mente do presidente Luiz Lemos Leite, que com seus ensinamentos e sabedoria tem nos ajudado a trilhar sempre o ca-minho da ética”.

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Recuperação judicial sEm sEgrEDos

os desafios e oportunidades da recuperação judicial para o fo-mento comercial foram tema

de seminário realizado pela ANFAC no dia 20 de fevereiro, em São Paulo. Com a participação de empresários do setor e palestras de advogados de renome, o evento mostrou aspectos nem sempre conhecidos desse instrumento que subs-tituiu a concordata e que, embora esteja em vigor desde 2005, ainda gera várias dúvidas para as empresas.

Na abertura, o presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, lembrou que a Lei nº 11.101, de 2005, estabeleceu os prin-cípios da recuperação judicial, tendo como base a preservação da empresa e também a separação dos conceitos de empresa e empresário. Ele recordou também que o processo de recuperação judicial abrange um elevado número de interesses de vários segmentos, como trabalhadores, fisco, etc., e que por isso o assunto precisa ser entendido correta-mente pelas companhias.

Na primeira palestra, Paulo Fernando Campana Filho, advogado do escritório Thomas Felsberg, falou sobre detalhes da lei que criou a recuperação judicial, relembrando que essa legislação subs-tituiu um decreto que vigorou desde 1945. O objetivo foi modernizar o pa-norama de insolvências empresariais, diante da nova realidade econômica.

Segundo Campana, a lei teve méritos, mas não foi o sucesso que se esperava, “tanto que já se fala em fazer mudanças na legislação”. Na avaliação dele, o obje-tivo nesses casos deve ser a manutenção da atividade econômica da empresa, que a deixe eficiente também para pagamen-to dos credores. “A recuperação judicial é um processo de reestruturação da dívida entre credores e tomadores”, reforçou

o advogado. “A legislação visa a agilizar essa definição e estabelece pontos impor-tantes, mas há também muitas exceções, e por isso o processo nem sempre tem a agilidade necessária. A empresa tem 60 dias para apresentar seu plano de recupe-ração, junto com dois laudos (um de via-bilidade econômica e outro de avaliação de ativos). O plano é submetido a uma assembleia de credores. Mas, na prática, acontecem distorções que muitas vezes dificultam o acerto final”.

O advogado Eduardo Montenegro Serur, do escritório Serur, Camara, Ban-deira, McDowell, Meira, Lins, Moura, Rabelo e Castro Advogados, lembrou em sua palestra alguns problemas da lei. Membro do grupo que estuda mudan-ças no Código Comercial, ele frisou que esse código, quando for aprovado, terá que rever aspectos da recuperação judi-

“a recuperação judicial é um processo de reestruturação da

dívida entre credores e tomadores”,

reforçou Campana. “a legislação visa a

agilizar essa definição e estabelece pontos

importantes, mas há também muitas exceções, e por isso

o processo nem sempre tem a agilidade

necessária.

Oreste de Souza Laspro: “muitas vezes o administrador depende, para viver, de sua nomeação para essa função, o que o torna dependente do juiz”

EvENTo

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cial para torná-la mais adequada. Serur destacou alterações que podem

ser propostas pelo código na lei 11.101, como permitir a prorrogação da sus-pensão do prazo da moratória legal de seis meses para realizar assembleia, se o retardamento não for provocado pelo devedor. Outra mudança seria permitir que as dívidas trabalhistas possam ser pagas em prazo superior a um ano e a obrigatoriedade de o devedor apresen-tar, para pedir a recuperação, seu livro “diário” e os livros auxiliares, aumen-tando a transparência.

Na terceira palestra, o advogado João Boyadjian, do escritório que leva seu nome, tratou de aspectos práticos da lei de recuperação judicial e afirmou que a legislação foi prejudicada, entre outros pontos, porque “os interesses econômi-cos prevaleceram” e por que exigiria,

para a sua efetiva implantação, “uma estrutura judiciária adequada, que não temos”. Boyadjian considera também que se criou insegurança jurídica em relação ao tema. “A lei foi inseminada sob determinado modelo, mas veio à luz sob outra configuração, o que trou-xe muitos problemas”, afirmou. “Mas, ainda temos esperança de que esse qua-dro possa ser modificado”.

Já o advogado Oreste de Souza Las-pro, do escritório Laspro Advogados, falou sobre o papel do administrador judicial no processo. Para ele, existem problemas por que “muitas vezes o ad-ministrador depende, para viver, de sua nomeação para essa função, o que leva à tendência de torná-lo dependente do juiz, que é encarregado de nomeá-lo. Além disso, a remuneração do adminis-trador sai do bolso da recuperada, ou

João Boyadjian falou sobre aspectos práticos da lei 11.101

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seja, ele tem interesse em proteger sua fonte de renda”.

Entre os papéis do administrador, Oreste Laspro recordou a necessidade de alertar, de maneira cautelosa, os cre-dores a respeito da realidade do plano de recuperação apresentado, e também a função de comandar a assembleia: “Ele não pode ser passivo. Às vezes é necessário apresentar sua opinião, prin-cipalmente quando aparecem inverda-des”, afirmou o especialista.

Ao final do encontro, o presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, destacou que os ensinamentos transmitidos pelos pales-trantes têm grande importância para o se-tor de fomento comercial: “É uma signifi-cativa contribuição no sentido de orientar o dia a dia de nossas empresas. Por isso, promoveremos outros seminários como esse para os associados”.

Paulo Fernando Campana Filho: “a lei teve méritos, mas não foi o sucesso que se esperava”

Instantes durante o coffee break

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Ficar rico: uma questão de CulTura, EDuCação E aTITuDE

percebo que no Brasil, diferentemente de alguns outros países, ficar rico, enriquecer, ainda é um tabu para a maioria das pessoas. Nossa falta de

cultura financeira, por sua vez, exerce um papel contra-producente no processo de enriquecimento.

Aqui, a impressão que tenho é que as pessoas acham difícil ou impossível enriquecer. Parece que exis-te uma trava, uma âncora, uma espécie de bloqueio mental que impede esses indivíduos de acumular pa-trimônio. Talvez pelo fato de as pessoas acharem im-provável enriquecer, cria-se involuntariamente, uma corrente avessa à prosperidade.

Culturalmente, pode-se perceber que não damos a acuidade necessária para a educação financeira. Uma pequena fatia da população domina ou tem noções bá-sicas de matemática financeira, mercados, negociação, contabilidade, tributação, marketing, entre outras disciplinas que poderiam nos auxiliar durante o processo de enriquecimento.

Quase não vemos escolas ensinando educação financeira para as nossas crian-ças e adolescentes. Nas universidades, quase nada se vê nesse sentido. E perce-bam que mesmo um médico, um biólogo ou um ar-quiteto necessitam de conhecimentos financeiros para que possam administrar o dinheiro oriundo de suas atividades profissionais.

Por outro lado, as famílias não parecem preparadas para educar seus filhos financeiramente e quase nada fa-zem nesse sentido. Contudo, diversos fatores somados, alguns até de cunho religioso, criam um círculo vicioso que impede o crescimento financeiro dos indivíduos, das famílias, da sociedade e o pior: isso vem sendo pas-sado de geração para geração.

Faz-se necessária, então, uma mudança de valores para que se quebrem os paradigmas que cercam o assunto. É preciso, antes de tudo, educar-se finan-ceiramente. As pessoas precisam buscar esse conhe-cimento. Num exemplo simplista, com o domínio da matemática financeira, por exemplo, se poderá compreender, a “magia dos juros compostos” ou ainda de um conceito que costumo chamar de os

“lucros sobre lucros”.Portanto, para se construir um processo de enrique-

cimento, o primeiro degrau a ser vencido é o da edu-cação financeira. Ou seja, buscar efetivamente o co-nhecimento técnico para que o candidato a milionário possa dar início ao seu plano de prosperar.

Por outro lado, tenho visto, ao longo dos anos, que não basta formação técnica para que o projeto siga em frente e tenha sucesso. Quantas e quantas pessoas graduadas nas melhores universidades, com os me-lhores MBA, doutorados, não conseguem alcançar o

sucesso financeiro?Vejo, quiçá, que a formação emocional

do indivíduo será determinante para o êxito ou o fracasso do objetivo de enri-quecer. Fatores emocionais como moti-vação, atitude, tenacidade, disciplina, pa-ciência, arrojo, autocontrole terão grande peso no processo de se conquistar os tão sonhados “milhões de dólares”.

No início do processo pode ser mais complicado e o candidato a milionário precisará sempre renovar a motiva-ção e manter a atitude. Para, partindo do zero, chegar ao primeiro milhão de

dólares, pode, é verdade, parecer uma eternidade. Entretanto, em seguida, se o plano engrena e o in-divíduo mantém a disciplina e a atitude, a ligeire-za do enriquecimento aumenta. E a sensação com a conquista a mais é gratificante, e a velocidade vai aumentando ainda mais, gradativamente.

A etapa inicial, todavia, pode ser comparada com “aquela primeira semana na academia”, quando o indi-víduo faz a matrícula, vai uma ou duas vezes e desiste. É certo que essa é a fase em que muita gente desiste.

Entretanto, as que mantêm o foco e vencem as eta-pas, parecem entrar num círculo virtuoso, passando inclusive a aproveitar e gostar do processo e da evo-lução. O indivíduo começa a desfrutar o sucesso de seu plano, na medida em que os resultados aparecem. Logo, podemos perceber que – além de técnica –, fa-

tores emocionais serão determinantes, e a atitude será uma das chaves para se ficar abastado.

Mão$ à obra! * Rubens Filinto da Silva é diretor-geral do Grupo Hedge.

arTIgoeducação financeira

“fatores emocionais como motivação,

atitude, tenacidade, disciplina, paciência, arrojo, autocontrole terão grande

peso no processo de se conquistar os tão

sonhados milhões de dólares“

Rubens Filinto da

Silva*

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aNIvErsárIo

a ANFAC comemorou 32 anos de existência em evento realizado na sede da entidade, em São Paulo,

no dia 10 de fevereiro – data que marca também o Dia do Agente de Fomento Comercial. Estiveram presentes direto-res da associação, executivos e parlamen-tares (Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá e Deputada Estadual Célia Leão).

O presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, lembrou na ocasião que ao inau-gurar a entidade, na Avenida Rio Bran-co, no Rio de Janeiro, “não se poderia imaginar que nesse período nosso setor cresceria tanto e se fortaleceria como um dos principais segmentos da econo-mia brasileira. Passamos por várias in-tempéries e poucos outros setores con-seguiram, como o fomento comercial, manter-se no papel de relevante e ativo participante da evolução do País”.

Luiz Lemos Leite lembrou também que o setor tem uma “gratidão irresgatável” pelo Deputado Arnaldo Faria de Sá, por seu apoio a várias iniciativas em benefício do fomento co-mercial. Em resposta, o parlamentar afirmou: “Se pude ajudar, foi porque acreditei sempre nas reivindicações e na postura do setor, principalmente na pes-soa de Luiz Lemos Leite, que teve atua-ção marcante no Congresso na defesa dos interesses do fomento comercial”.

Na mesma linha, a Deputada Célia Leão disse, na ocasião, que toda a Dire-toria da ANFAC trabalhou duro duran-te esse período para fortalecer o setor e destacou: “Foi um trabalho conjunto, mas sem o valor e sem a batuta de Luiz Lemos Leite dificilmente seria alcança-do tanto sucesso”.

anfac completa 32 anos e ComEmora o forTalECImENTo Do sETor

Luiz Lemos Leite recebe amigos em confraternização na ANFAC

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as inovações adotadas pela ANFAC no ano passado já mostram efeitos práticos. A iniciativa de alargar

o escopo institucional e corporativo da ANFAC e a sua base de atuação, ao con-sagrar sua denominação original de fo-mento comercial, atendeu a uma neces-sidade do mercado e colocou a entidade

ainda mais em linha com as alterações por que passa o setor.

Nesse sentido, o fomento comercial foi segmentado em três atividades cor-relatas que atuam no factoring, securi-tização de créditos FIDCs/securitiza-doras e gestoras de fundo de recebíveis. As empresas associadas, em memorável decisão, legitimaram toda obra reali-zada pela ANFAC em seus 32 anos, de implementação do instituto do fomento

comercial e tiveram a percepção de que essa mudança já se fazia necessária para adequar-se à nova fase do projeto de gestão da Associação.

Luiz Lemos Leite recordou a recepti-vidade positiva à inovação relativa à ca-tegorização de associados. Uma dessas categorias é a de efetivos, formada por

sociedades que tenham o fomento comercial como objetivo social, e sociedades cujo propó-sito específico seja a se-curitização de ativos ou a gestão de fundos de recebíveis. A outra é a de participantes, composta por sociedades ou profis-sionais liberais voltados à estruturação, adminis-tração, suporte jurídico, suporte contábil ou de informática para em-presas que tenham por objetivo o fomento co-mercial, a securitização

de ativos e a gestão de fundos de rece-bíveis. Entre os participantes incluem-se associados honorários, a serem indicados pela presidência da entidade, pessoas de relevantes serviços prestados à sociedade brasileira e ao fomento comercial.

Na avaliação do presidente da ANFAC, “o alinhamento dessas classes em um con-texto mercantil e englobadas no concei-to de fomento comercial significa dar corpo à atuação corporativa e institu-

Ampliação do escopo

“o alinhamento dessas classes em um contexto mercantil e

englobadas no conceito de fomento comercial significa dar corpo à

atuação da aNfaC com sua representatividade

capaz de se manter atualizada com a evolução da economia e do mercado de fomento”

cional da ANFAC com sua representa-tividade capaz de se manter atualizada com a evolução da economia e do mer-cado de fomento”.

Outra inovação recebida com aplausos pelos associados foi a criação do Conse-lho de Administração, composto por 13 membros. Trata-se de um órgão supe-rior das deliberações da Associação com poderes normativos, de fiscalização e de controle. Também foi criado o Conselho Consultivo. Órgão de apoio, consulta e de assessoramento, responsável para fornecer subsídios às apreciações e su-gestões aos conselheiros administrativos sobre alterações da Associação, que, com seus poderes normativos, de fiscalização e de controle, que têm como atribuição promover todos os meios de aprimo-ramento dos processos de gestão das empresas associadas. O Conselho Con-sultivo, que tem como membros natos presidentes dos SINFACs, serve de elo de integração e união com todo o setor do fomento comercial, em prol de uma entidade verdadeiramente forte e repre-sentativa.

Além disso, a Diretoria Executiva passou a ser composta pelo Presiden-te e por um Diretor Administrativo e Financeiro, e o Conselho Fiscal tem cinco membros efetivos e três suplen-tes. O Conselho de Ética permaneceu com cinco membros sendo três não associados, pessoas de reconhecida capacidade intelectual e moral e dois representantes do quadro de associa-dos efetivos da ANFAC.

INovação

mudanças adotadas pela anfac no ano passado colocaram a entidade em linha com as alterações pelas quais passa o setor

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o presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, partici-pou da cerimônia de posse dos dirigentes do Tribu-nal de Justiça de Santa Catarina, que aconteceu em

Florianópolis no dia 31 de janeiro. Na ocasião, o desembar-gador Nelson Juliano Schaefer Martins assumiu a presidên-cia do TJSC e o desembargador José Antônio Torres tomou posse como vice-presidente. Ambos acompanham há anos as atividades da ANFAC como entidade representativa do setor de fomento comercial.

Ao tomar posse, Martins falou sobre as áreas que merecerão especial atenção em sua gestão, entre as quais o sistema prisio-nal, os juizados especiais, a infância e juventude, a comunica-ção social e os avanços de informática. Ressaltou ainda entre os compromissos da nova administração do tribunal a busca pela eficiência na área de gestão de processos e pela efetivi-dade do processo com a utilização de todos os instrumentos e tecnologias que estiverem ao alcance do TJSC.

O novo presidente do TJSC lembrou em seu discurso de posse que “o eficiente sistema de justiça depende da redução de custos e de decisões rápidas, justas e previsíveis. A afirma-ção do Estado de Direito implica a observância dos precei-tos de segurança jurídica, com estabilidade de conceitos e de relações sociais. Está vinculada à confiança da sociedade nos atos do Poder Público, na sujeição aos princípios da legalida-de e da moralidade administrativa, na igualdade perante a lei e na oferta de soluções isonômicas. Estes são propósitos que nortearão nossas atitudes e providências”.

ANFAC presente à posse do presidente do TrIBuNal DE JusTIça DE sC

CErImôNIasanta catarina

Além de Luiz Lemos Leite, estiveram presentes à cerimônia os conselheiros Marcus Jair Garutti e Pio Daniele.

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as exigências em relação às em-presas de fomento comercial, criadas a partir da Resolução

20 do COAF (Conselho de Contro-le de Atividades Financeiras) e depois ampliadas pela Resolução 21, estão fa-zendo com que, em muitos casos, haja falta de entrosamento entre as áreas de operações e de back office dessas com-panhias. Para mostrar esse quadro e apresentar soluções para evitar que os problemas continuem, a ANFAC reali-zou no dia 6 de fevereiro em São Pau-lo o curso sobre “Fomento Comercial – Capacitação e Integração – Opera-dores vs. Back Office”, conduzido por Orlando de Souza Santos, especialista

no tema e presidente do Sinfac de Goi-ás e Tocantins. “A principal dificuldade é que os operadores vão a campo para fechar negócios e depois de acertarem tudo com o cliente, recebem informa-ções do pessoal administrativo (o back office) de que determinados procedi-mentos internos de compliance não fo-ram cumpridos”, lembra o especialista. “Aí, o operador se irrita com a perda do negócio e acaba se criando um clima de animosidade na empresa”.

Para evitar que esses obstáculos atra-palhem o andamento dos negócios, Souza Santos propôs aos participantes do curso que se opte pela integração entre as diferentes áreas da empresa de

fomento comercial, visando à obtenção de melhores resultados, com ênfase para o trabalho em equipe. O palestrante explicou que um grupo de trabalho se compõe pelo número de participantes, enquanto a equipe se caracteriza pelo espírito de coesão, envolvimento e visão de tudo. Ele lembrou que o grupo de trabalho busca o quantitativo, enquanto na equipe de trabalho prevalece a união e a visão conjunta, em que os esforços e capacidades individuais se somam ge-rando efeitos positivos.

Em seguida, Souza Santos recordou uma definição de factoring e mostrou brevemente o histórico da atividade no Brasil e no mundo. Falou, depois, sobre o aspecto legal do factoring no País, enfatizando que sua disciplina jurídica é regida pelos princípios do direito co-mercial e do direito civil que oferecem amparo legal, operacional e fiscal. Entre os destaques da legislação aplicável ao setor, o palestrante ressaltou a Circular 1.359, do BC, que reconheceu o fac-toring como atividade mercantil mista atípica, que inclui prestação de serviços conjugada com a aquisição de direitos creditórios ou direitos mercantis.

Outro ponto salientado pelo pales-

sINToNIa com o back office “os grupos de trabalho buscam o quantitativo, enquanto nas equipes prevalece a união e a visão conjunta, em que os esforços e capacidades individuais se somam gerando efeitos positivos”

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Curso

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trante foi a importância do COAF para o fomento comercial. Órgão do gover-no federal criado com o objetivo de prevenir e combater os crimes de “la-vagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras determinou, en-tre outras medidas, via Resolução nº 13 de 2005, que as empresas de factoring especificamente estão sujeitas a uma sé-rie de exigências, devendo cumpri-las para não sofrer penalidades. É nesse ponto, recordou Souza Santos, que têm surgido problemas de falta de comuni-cação entre o pessoal que vai ao mer-cado e os que dão suporte dentro das companhias da área de fomento comer-cial: “Existe pouco conhecimento, do pessoal que vai a campo negociar com clientes, sobre exigências. Um exemplo é a Resolução 21 do COAF, já que sua aplicabilidade prevê, com grande ênfa-se, a prevenção à lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. Nesse instrumento inclui-se, no mesmo nível de crime penal de lavagem de dinheiro, a prática de movimentação de bens, di-reitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infração penal. Além disso, alterou bastante as penalidades

presidente comentou que a anfac elaborou o manual de prevenção à lavagem de dinheiro, disponibilizado eletronicamente aos associados

para os infratores”.Sobre a Resolução 21, ele mostrou

aos presentes procedimentos como ca-dastramento da empresa de factoring no COAF; identificação e cadastro dos clientes; PPE (Pessoa Politicamente Exposta – Reconhecimento), segundo a qual todas as pessoas físicas ligadas à em-presa contratante são obrigadas a respon-der questionário específico; relação com funcionários; registro de operações, atra-vés de Termo Aditivo que atenda as exi-gências da Resolução 21, destacando-se a necessidade e a importância de classificar o risco do cliente e de cada operação. O palestrante reforçou também a necessi-dade de avisar ao COAF das operações passíveis de comunicação no prazo de 24 horas da efetivação do negócio.

Em relação às sanções, foi lembrado aos participantes do curso que as empre-sas que deixarem de atender às normas do COAF poderão sofrer penalidades, como: advertência; multa pecuniária (que pode chegar a até 20 milhões de reais); inabilitação temporária; e cassa-ção ou suspensão da autorização para o exercício da atividade, operação ou fun-cionamento.

No segundo módulo, Souza Santos

mostrou em detalhes as receitas e des-pesas do factoring e incluiu um exemplo prático para cálculo do fator de compra. O terceiro módulo voltou-se para o as-pecto negocial, com vistas à prospecção de clientes, perfil do operador e foco em si mesmo e no cliente. Como fecho do curso, o especialista falou sobre aspec-tos práticos da conquista do cliente à liberação de recursos, lembrando a in-terrelação entre operador e back office. Fez também ampla explanação sobre a rotina diária do back office, começando com checklist e passando por remessa diária da documentação ao contador e pela movimentação e guarda de títulos negociados e documentos.

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após um ano de vigência da Re-solução COAF nº 21, a ANFAC decidiu intensificar os treina-

mentos sobre a norma legal, buscando uma abordagem prática e identificada com a rotina das empresas de fomento comercial. O novo curso “Aspectos Prá-ticos da Resolução COAF nº 21” tem por objetivo – depois dos treinamentos iniciais focados em aspectos teóricos – abordar questões práticas, elucidando dúvidas procedimentais e propiciando uma melhor compreensão a respeito de medidas que devem ser adotadas.

Um dos pontos que merece aborda-gem mais específica é exatamente o que trata das comunicações ao COAF. Mui-tas empresas ainda não compreenderam de maneira correta quais operações de-vem ser informadas ao COAF. A nova série de treinamentos promovida pela ANFAC destaca as chamadas operações atípicas, que deixaram de existir com a Resolução nº 21, acrescentando-se ao rol das obrigações das empresas de fo-mento o dever de avaliar a existência de suspeição nas propostas e/ou operações de seus clientes, que possam configurar

De olho na Resolução Coaf Nº 21

aNfaC intensifica treinamentos sobre questões práticas, elucidando dúvidas e garantindo melhor compreensão a respeito das medidas que devem ser adotadas

Curso

sérios indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3/3/1998, ou com eles se rela-cionam.

Assim, a partir de 1º de março de 2013, somente as propostas ou operações consi-deradas suspeitas de crimes deverão ser comunicadas ao COAF. A Resolução nº 21 listou, em seu artigo 12, algumas situações con-sideradas como possíveis de conter al-gum indício da ocorrência dos crimes previstos na legislação e que deverão ser classificadas como de elevado risco de lavagem de dinheiro. Entretanto, ao contrário do que acontecia na vigência da Resolução nº 13, na qual o simples enquadramento da operação à situação descrita implicaria o dever de comuni-car, na nova resolução passou a ser ne-cessário que exista suspeita efetiva da ocorrência de um crime.

Muitas empresas, somente por enqua-

drar alguma de suas operações no elen-co de situações descritas na Resolução para classificação da operação como de Risco Elevado, efetuam sem qualquer análise adicional de suspeição, a comu-nicação ao COAF. O curso “Aspectos Práticos da Resolução COAF nº 21” propicia o esclarecimento de que so-mente a conjugação de dois fatores – a adaptação da operação à situação des-crita na Resolução e a suspeita de crime – é que obriga o empresário à realização de comunicação ao COAF da operação, além de orientar aos empresários como avaliarem corretamente a chamada “suspeição”.

José Luiz Dias da Silva: à frente do treinamento sobre aspectos práticos da Resolução 21 da COAF

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ago aProva os DEmoNsTraTIvos fINaNCEIros da ANFAC do exercício de 2013

assEmBlEIa gEral

Diretoria executiva dirige os trabalhos da AGO do dia 27 de março.

INDICaDor

a ANFAC realizou, no último dia 27 de março, a sua Assembleia Geral Ordinária que apreciou, entre outros assuntos, o relatório de suas atividades e as contas do

exercício de 2013, acompanhadas dos pareceres da auditoria e do Conselho Fiscal. O Artigo 8º do Estatuto da ANFAC esta-

belece que a Assembleia Geral é o órgão soberano da entidade, composta por suas empresas associadas.

Estiveram presentes à assembleia geral ordinária representan-tes de mais de 50 empresas associadas, além dos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da entidade.

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o Fator ANFAC sinaliza o pre-ço de referência de compra de créditos para o mercado do

fomento comercial (mero parâmetro). A composição do fator (referência de preço pelo qual são adquiridos os di-reitos creditórios originados de vendas

faTor ANFACde uma empresa de fomento comercial. Na composição do cálculo do fator, a ANFAC utiliza como indicativo do cus-to / oportunidade a taxa do Certificado de Depósito Bancário – CDB (título emitido por instituição financeira de 1ª linha, com taxa de juro prefixada por períodos de 30 dias).

SÉRIE HISTÓRICA DO FATOR ANFAC - MÉDIA MENSAL (%)

mercantis), leva em conta os seguintes itens: custo – oportunidade do capital próprio, custos fixos e variáveis, impos-tos e expectativa de risco / lucro.

No jargão do factoring, em geral, diz-se que o fator representa a precifica-ção da compra de créditos e nele estão computados todos os itens de custeio

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24 - MARÇO - 2014

Neste início de ano a aNfaC tem a satisfação de divulgar os integrantes das novas diretorias dos sinfacs (sindicatos das sociedades de fomento mercantil – factoring) dos Estados de são Paulo, rio grande do sul, Distrito federal, Pernambuco, Pará e goiás/Tocantins. Desejamos que as gestões dessas entidades que

apoiam o desenvolvimento regional sejam marcadas por muitos êxitos e conquistas.

DIRETORIA 2014 – 2016Presidente: Hamilton de Brito Junior (Credere Consultoria e Fomento Mercantil Ltda.)1º Vice-Presidente: Marcus Jair Garutti (Iguassu Fomento Mercantil )2° Vice-Presidente: Marcos Libanore Caldeira (Aquitânia Fomento Mercantil)Diretor Tesoureiro: Demétrius Alberto Duailibi (Globalcred Informações e Fomento Mercantil)Diretor Secretário: Luiz Fernando D. Lycarião da Trindade (Lycarion Factoring Fomento Mercantil)Diretora Social e de Eventos: Maria Isabel Salviati Camargo (Midas Fomento Mercantil)Diretor de Relações com o Mercado: José Carlos Francisco (JCF Factoring Fomento Comercial)

CONSELHO FISCALGustavo Alberto Colombi Camargo (Multifactor Fomento Comercial)José Bonfim Cardoso Jaffe (BBL Fomento Mercantil)Valdir Gomes da Silva (Banpar Fomento Comercial e Serviços)

DIRETORES SUPLENTESFernando A. Regadas Junior (Cobravel Factoring Fomento Mercantil)Marcio Lima Gonçalves (Euro Money Fomento Mercantil)Pio Daniele (Daniele Banco Fomento Comercial e Participações)Robinson Carneiro Cerqueira Leite (Athenabanco Fomento Mercantil)

CONSELHO FISCAL SUPLENTEEveraldo Moreira (Valecred Soluções Financeiras)Doriana Pieri Bento (Pleno Fomento Mercantil)

DIRETORIA EXECUTIVAPresidente: Márcia Adriana Rodrigues (Fator Brasília)Vice-Presidente: Luiz Napoleão da Silva Brito (Prime Fomento)Diretor Financeiro: Silvio Magno de Oliveira (Dfcapital Factoring)Diretor Técnico: Rômulo Pereira Abreu (Df Sociedade Fomento)Diretor Administrativo: José Ferreira Fernandes (Jofab Fomento)

CONSELHO FISCAL – EFETIVOPresidente: Maria Tereza Fracasso (Parceria Fomento)Membro: Edelmo José de Azevedo Filho (CN Fomento)Membro: Manuel D’oliveira Filho (Sifra Fomento)

CONSELHO FISCAL /SUPLENTESAndre Ricardo de Carvalho Portugal (Prime Fomento)Antonio Celso Naves (Sifra Fomento) Anir Francisco André Corrêa (Jada Fomento)

CONSELHO DE ÉTICA E DISCIPLINA – EFETIVOPresidente: Dione Ferreira Carneiro (Fator Brasília) Membro: Edson Filgueira da Silva (Suporte Factoring) Membro: José Maria Tormim (Amazon Factoring)Membro: Moacir Lucas d’Oliveira (Dimensão Factoring)

CONSELHO DE ÉTICA E DISCIPLINA/ SUPLENTESKenisson Keper Vilela Sakayo (Aliança Comercial)Benedito Aparecido Damasceno (Negocial Fomento)Augusto Evaristo Borges (Jofab Fomento)

DIRETORIA:Presidente: Orlando de Souza Santos Vice-Presidente: Nilson Castro MarinhoDiretor Financeiro: José Lindomar Borges MarinhoDiretor Técnico: Telmo Cruvinel dos SantosDiretor Administrativo: Hideraldo Caixeta de Paulo

CONSELHO FISCAL:Jorge Augusto Borges (D’Carle Factoring)Ailton Santana Galvão Viana (Serra Dourada Factoring)Carlos Humberto da Silva (Net Money Factoring - Itumbiara –GO)

SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL:João David Barros Mendanha (OM Factoring)Thanira Brasseiro Moreira (KF Factoring)Johnison Gontijo da Cunha (S.O.S Factoring)

DELEGAÇÃO FEDERATIVA – FECOMÉRCIO:Orlando de Souza SantosNilson Castro Marinho

SUPLENTES DA DELEGAÇÃO FEDERATIVA:Telmo Cruvinel dos SantosHideraldo Caixeta de Paulo

Energia rENovaDa

DIRETORIAPresidente: Frederico José de Alencar Loyo Filho (Milênio Fom. Merc.)Vice-Presidente: Marconi José de Albuquerque Pereira (Diretor da PS Fact. Fom. Coml.)Diretor Financeiro: José Gomes Casimiro (Diretor da Labor – Factoring e Consultoria )Diretor Técnico: José Ailton Alves Machado (Prime Fact. Fom. Merc. )Diretor de Marketing: Luis de Almeida Silva Filho (Lafactoring Fom. Coml. )

CONSELHO FISCALPresidente: Carlos Frederico da Câmara Pinto (Capital Fact. Fom. Coml. Ltda. e Annex Fact. Fom. Coml.)Conselheiro Efetivo: Bartolomeu Charles Lima Brederodes (BBF Fom. Merc.)Conselheiro Efetivo: Alcemilton Sabino Maciel (Credex Fom. Merc.) Conselheiro Efetivo: Aygulpho Jorge de Souza Neto (Boa Vista Fom. Merc.)Conselheiro Suplente: Lourinaldo Cadete Soares (Caruaru Fact. Fom. Merc.)Conselheira Suplente: Maria de Albuquerque Maranhão Burle (Preferencial Fact. Fom. Merc.)

Conselheiro Suplente: Álvaro Solano Cavalcanti Macedo (AS Fact. Fom. Merc.)Conselheiro Suplente: Armando Reis Peixoto (Giro Fact. Fom. Merc.)

DIRETORIAPresidente: Cesar Moura Rodrigues (Norfac Factoring Fomento Mercantil)Vice-Presidente Executivo: José Armando Torres de Arruda (American Factoring Comercial)Vice-Presidente Interior: Clebes Rodrigues Da Silva (Kaprim Fomento Mercantil)Diretor Financeiro: Marcus Roberto Sampaio Amaral (Giro Fomento Mercantil)Diretor Administrativo: Rafael Redig (Aga Factoring Fomento)Diretor Técnico: Mario de Assis Mello (Ebf Fomento Mercantil)Diretor de Marketing: Antonio Luiz Fernandes Filho ( Marin Fomento Mercantil)Diretora Jurídica: Janine Ribeiro Cunha (Belém Fomento Mercantil)Primeiro Secretário: Alberto Eleni Cardoso (M C Factoring )Segundo Secretário: Marcela Adriana Silva Lima (Mac Fomento Mercantil )

CONSELHO FISCALPresidente: Antonio Pereira Costa (AGF Factoring Fomento Mercantil)Membros: Raimundo Nonato Nogueira da Costa (R N Fomento Mercantil)Luiz Magno Pires (Líder Fomento Mercantil)Herlon Pedro Pinto Ribeiro (Belém Fomento Mercantil)Suplentes: Lorena Del Pupo (Real Cred Fomento Mercantil ) Ruberlan Baldo (R B Fomento)Secretária Executiva: Lena MeloContador: Aroldo Gatti da Rocha

DIRETORIAPresidente: Marcio Henrique Vincenti Aguilar1º Vice-Presidente: Olmar João PletschVice-Presidente Financeiro: Jaime Antonio NunesVice-Presidente Administrativo: Gisele Lorenzen Ferreira

DIRETORESAlexander Pinto BleyLuciano Villa Verde CaetanoCarlos Gilbert ConteJulce Mara MallmannGermano Brendler

DIRETORES SUPLENTES Rodrigo Librelotto WestphalenLetícia Hickmann PletschArmiro Artur Lincke

CONSELHO FISCAL /TITULARES Northon Gilvan Menegon JardimMarlene Maria Flach RodriguesMaria Terezinha Deboni Grando

CONSELHO FISCAL SUPLENTESArtur Augusto Ferreira NevesAngela Maria Marcon TernesRoberto Chaves Pereira

DELEGADOS REPRESENTANTESMarcio Henrique Vincenti AguilarOlmar João Pletsch

sINfaCs

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MARÇO - 2014 - 25

em ato publicado no Diá-rio Oficial da União, de 24/2/2014, o Ministério do

Trabalho e Emprego concedeu o Re-gistro Sindical à FEBRAF – Federação Brasileira de Fomento Mercantil.

A entidade de grau superior é des-tinada a coordenar o somatório dos

sindicatos a ela filiados, representantes da categoria econômica das empresas de fomento comercial, com abrangên-cia e base territorial nacional.

A FEBRAF é mais um marco histó-

mINIsTérIo Do TraBalHo E EmPrEgo concede registro à FEBRAF

ofICIal

rico importante para a consolidação institucional das atividades do fomento comercial e representa novos tempos e novas oportunidades para fortalecer a união de todo o setor.

fEDEração BrasIlEIra DE fomENTo mErCaNTIlfeBRaf

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26 - MARÇO - 2014

a nova Lei Anticorrupção, que entrou em vigor no início des-te ano, trouxe como novidade a

responsabilização das pessoas jurídicas que praticarem não só atos de corrup-ção, mas também atos lesivos à admi-nistração pública. E trouxe também a necessidade, nem sempre lembrada, da criação de um programa de complian-ce pelas empresas brasileiras, que pode trazer benefícios no cálculo das penali-

dades às companhias que in-fringirem a lei, como lembra Alessandra Gonsales, especia-lista em Direito Comercial do escritório WFaria Advocacia.

Outro ponto de destaque é que empre-sas e instituições financeiras que tercei-rizam atividades podem ser punidas pela nova legislação, em caso de ilícito cometi-do por esse terceiro. Se o terceirizado, por exemplo, paga propina, a pessoa jurídica que o contratou pode ser responsabiliza-da, pois se beneficia do ato ilícito.

“A existência de um programa efetivo de compliance representará um benefí-cio no cálculo das penalidades”, afirma a especialista. A regulamentação dos pa-râmetros para avaliação do programa de compliance ficou sob responsabilidade da Controladoria Geral da União.

Na avaliação da especialista, as em-presas brasileiras cujos grupos econô-micos tenham sociedades constituídas

no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra – países que pos-suem leis rigorosas que contemplam pe-nalidades severas contra atos de corrup-ção praticados fora de seu território – e aquelas que possuem uma relação direta com empresas das referidas localidades, como é o caso de distribuidores e repre-sentantes comerciais, já deveriam ter um programa de compliance há muito tempo. Com a nova lei, essa necessidade torna-se ainda maior.

Ela lembra que existem vários exemplos de empresas multinacionais acusadas e punidas pela prática de atos de corrup-ção sujeitas a penalidades rigorosas em

possíveis penalidades administRativas

Multa, no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, que nunca será inferior

à vantagem auferida, quando for possível sua estimação;

Publicação extraordinária da decisão condenatória;

Multa no valor de R$ 6 mil a R$ 60 mil,

se não for possível utilizar o critério do faturamento.

lEI aNTICorruPção pode punir empresa por ilícito de terceirizados

JusTIça

seus países de origem ou fora deles e re-corda: “Recentemente, a prefeitura de São Paulo informou que vai denunciar às autoridades dos Estados Unidos as construtoras que atuam no exterior sobre a participação do esquema, atualmente em investigação, de propina e fraude no cálculo do Imposto sobre Serviços (ISS). Geralmente, as investigações são iniciadas pelas autoridades estrangeiras, mas, nesse caso, foram realizadas no Brasil e será a autoridade municipal de São Paulo que avisará o governo americano sobre os atos de corrupção. Isso significa que, além das penalidades a que as empresas que com-provadamente estavam envolvidas nesse esquema estarão submetidas no Brasil, as suas matrizes nos Estados Unidos tam-bém serão, provavelmente, penalizadas”.

Ainda de acordo com Alessandra Gon-sales, além das penalidades a que as em-presas estrangeiras já estão sujeitas, em decorrência da legislação dos países onde estão constituídas, suas subsidiárias po-dem sofrer penalidades judiciais, como perda de bens e valores que representam vantagem ou proveito obtidos da infra-ção; suspensão ou interdição parcial de suas atividades; dissolução compulsória da pessoa jurídica; proibição de receber incentivos, doações ou empréstimos de órgãos ou instituições financeiras públicas pelo prazo mínimo de um e máximo de cinco anos; entre outros.

E o que muda para as outras entidades brasileiras que não es-tejam – direta ou indiretamente (como representantes comer-ciais ou distribuidores) – sujeitas às legislações internacionais? A especialista afirma que essas entidades, independentemente de seu tipo societário, mesmo que constituídas em forma de associação ou de fundação sem fins lucrativos, estarão sujeitas às penalidades administrativas e judiciais mencionadas.

“Para essas entidades, compliance passou a ser um tema

relevante, pois terão que criar ou aperfeiçoar (se já existen-tes) mecanismos para evitar a ocorrência de atos contra a administração pública”, diz Alessandra Gonsales. “E, caso qualquer de seus colaboradores pratique qualquer dos atos previstos na lei (o que sempre é um risco possível, mesmo que mitigado com programas robustos de compliance), é fundamental que esses programas possam ser utilizados para atenuar as penalidades a que estarão sujeitas”.

o que muda paRa as outRas entidades BRasileiRas

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MARÇO - 2014 - 27

com intuito de intensificar a fisca-lização e aumentar a arrecadação do Imposto sobre Serviços de

qualquer Natureza – ISS, a prefeitura do Município de São Paulo tem adotado me-didas para controlar todas as prestações e contratações de serviços, por meio de obrigações acessórias. Caracterizam-se por obrigações acessórias, a emissão e es-crituração de Notas Fiscais, o preenchi-mento e envio de Guias e Declarações, entre outras que possam ser estabelecidas pela legislação tributária.

O primeiro passo foi a implementação da nota fiscal de serviços eletrônica - nfs-e em 2006, que obrigou os diver-sos prestadores de serviços, com receita bruta de serviços igual ou superior a R$ 240.000,00, a emitirem o documento em sistema próprio da prefeitura. Em 2011, a nfs-e tornou-se obrigatória para quase todos os prestadores de serviço, indepen-dentemente da receita bruta de serviços.

Para estimular os cidadãos a solicitarem o documento fiscal quando contratarem qualquer serviço na cidade de São Paulo, foi criado o programa nota fiscal pau-listana, que reverte parte do ISS pago pelo prestador em forma de crédito ao tomador para abatimento de até 100% no IPTU ou depósito em conta-corren-te ou poupança, além de gerar bilhetes a cada R$ 50,00 em notas fiscais de serviço utilizados, para concorrer a prêmios que variam de R$ 10,00 a R$ 50.000,00.

Outra preocupação da prefeitura é com prestadores de serviços que atuam clan-destinamente no município de São Paulo. Esses contribuintes, embora mantenham estrutura em São Paulo, capaz de carac-terizar estabelecimento prestador, emi-tem nota fiscal ou outro documento fiscal

equivalente autorizado de outro muni-cípio, geralmente com alíquotas do ISS inferiores, deixando consequentemente de recolher o imposto para a prefeitura paulistana. Por isso, foi implementado o cadastro de prestadores de outros municípios – cpom, determinando ins-crição, em cadastro da Secretaria Munici-pal de Finanças de São Paulo, das pessoas jurídicas que emitem nota fiscal ou outro documento fiscal equivalente autoriza-do por outro município, para tomadores estabelecidos no município de São Paulo, sob pena de retenção do imposto.

Por fim, desde 2011, todas as pessoas jurídicas e os condomínios e edifícios residenciais ou comerciais, por ocasião da contratação de serviços, devem emitir a Nota Fiscal Eletrônica do Tomador/In-termediário de Serviços – NFTS, quan-do os serviços tiverem sido tomados ou intermediados de prestador estabelecido fora do município de São Paulo ou quan-do tomados ou intermediados de pessoa jurídica estabelecida no município de São Paulo que não emitir NFS-e, cupom fis-cal eletrônico ou outro documento fiscal cuja obrigatoriedade esteja prevista na le-gislação. Ao emitir a NFTS, o sistema da prefeitura consulta se o prestador de ou-tro município tem inscrição no CPOM, obrigando o tomador a reter o ISS, caso não tenha o cadastro.

Como vimos, a prefeitura tem todas as informações dos serviços realizados por prestadores localizados no município, por meio da NFS-e, e todas as informações dos serviços contratados por pessoas jurí-dicas e condomínios, pela NFTS, coibin-do de vez a evasão fiscal.

Giuliano Gioia – Consultor Fiscal Sênior – Thomson Reuters FISCOSoft

PrEfEITura DE são Paulo controla todas

as prestações de serviços na NFS-e

e na NFTS

TrIBuTos

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28 - MARÇO - 2014

Empresas devem ficar atentas a ImPaCTos Da mP Da rECEITa fEDEral

passados alguns meses da pu-blicação da Medida Provisória 627/2013 – que extingue o RTT

(Regime Tributário de Transição), ali-nha o cálculo dos tributos com o IFRS e introduz alterações relevantes às re-gras tributárias –, permanecem dúvi-das das empresas em relação à maneira pela qual essas mudanças implementa-das pela Receita Federal efetivamente impactam o dia a dia de seus negócios. Também existem questões sobre quais são os ajustes indispensáveis para que possam atender e estar compliant com as exigências fiscais e tributárias que passaram a vigorar.

Na opinião dos especialistas, a nova norma regulou diversos pontos que não estavam suficientemente claros. Desde as alterações das regras contábeis para con-vergência com as Normas Internacionais de Contabilidade, como, por exemplo, o reflexo tributário do reconhecimento contábil do Ajuste a Valor Presente, da Avaliação a Valor Justo, do Teste de Re-cuperabilidade, e do custo dos emprésti-mos para aquisição de ativo.

Na avaliação da espe-cialista Vanessa Miran-da, gerente de Tributos Diretos da Thomson

Reuters no Brasil, esse é um assunto que exige atenção especial dos profissionais que atuam nos segmentos fiscal e contá-bil. “É muito importante que empresas e também os investidores que operam no Brasil iniciem imediatamente uma ava-liação criteriosa dos potenciais impactos das novas regras, seja do ponto de vista dos negócios – atuais e futuros –, seja no que se refere a orçamentos, modelos e previsões financeiras”, alerta.

A especialista considera que muitas empresas ainda não se deram conta da

mEDIDa ProvIsórIa 627

“É muito importante que empresas e também

os investidores que operam no Brasil iniciem

imediatamente uma avaliação criteriosa dos potenciais impactos das

novas regras”

complexidade e dos riscos que podem ocorrer caso não estejam devidamente preparadas e organizadas para respon-der às novas exigências: “Isso acontece, em grande parte, porque a MP 627 esta-belece que a aplicação efetiva das novas regras será obrigatória somente a partir de 1º de janeiro de 2015”.

Vanessa lembra que a mesma regra fa-culta aos contribuintes a opção por fazer essa aplicação antecipada, já a partir de 1º de janeiro de 2014, de maneira irretratá-vel, o que, segundo ela, reforça a tese de que o tema merece avaliação imediata. “Em casos específicos, fazer essa ante-cipação pode ser uma vantagem impor-tante. Por isso, é recomendável que as empresas observem detalhadamente os pontos regrados pela MP a fim de iden-tificar se a melhor opção, em termos de planejamento tributário, é a adoção an-tecipada ou não das novas disposições. As empresas também devem observar as novas obrigações digitais, essas sim, váli-das já a partir de 2014, que promoverão maior transparência e, consequentemen-te, maior exposição fiscal”, diz.

• Amortização fiscal do ágio (goodwill) • Reavaliação de ativos (tangíveis e intangíveis);• Base de cálculo de PIS/COFINS (conceito de receita bruta)

• Reestruturações societárias (i.e. incorporação, cisão, etc.)

• Juros sobre capital próprio • Regras de tributação de lucros auferidos no exterior (“regras de CFC”)

• Leasing (depreciação e pagamento das taxas de arrendamento mercantil)

• Subvenções para investimento e CAPEX

• Obrigações fiscais acessórias • Testes de impairment• Pagamentos de dividendos • Valor justo de ativos e passivos• Prêmio e ganho na emissão de títulos

mudanças significativas com a mp 627/2013

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MARÇO - 2014 - 29

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30 - MARÇO - 2014

Caro Presidente!Gostaria de registrar, em nome de

todos os empresários capixabas do setor, os meus sinceros votos de gratidão, primei-ramente a Deus e, depois à sua pessoa que, indubitavelmente, foi e sempre será o ícone dessa fundamental atividade que contribui diariamente com o desenvolvi-mento socioeconômico da nossa nação.

Orgulha-me muito fazer parte do Conselho de Administração dessa institui-ção e de oferecer uma pequena parcela de contribuição ao seu incansável trabalho. Congratulo-me também por alcançar mais essa marca histórica, na expectativa de vê-lo sempre com saúde e invejável disposição.

João Carlos Ribeiro VargasDiretor-Presidente da Comprocred Fomento Mercantil

Exmº SenhorPresidente da ANFACDr. Luiz Lemos LeiteVenho por este meio acusar o recebi-

mento da edição de nº 90 da revista da ANFAC, que V. Exa. teve a amabilidade de enviar a esta embaixada, e que muito agradeço. Com os melhores cumprimentos,

Francisco Ribeiro TellesEmbaixador de Portugal

Prezado Dr. Luiz Lemos Leite,Com enorme prazer e satisfação, parti-

cipei de eventos e momentos importantes da ANFAC. É a correspondência à sua dedica-ção e amizade. Estaremos sempre à disposição. Retribuo e aproveito para desejar um bom 2014 a você e a todos os seus familiares.

Abraços,Oscarlino [email protected]

falE com o PresidentemENsagENs

[email protected]

Dr. Luiz,Parabéns por sua eleição. Desejo ao senhor e a seus familiares,

um 2014 com muita paz, saúde e sucesso.São os votos de Lívio [email protected]

Prezado Dr. Luiz,Agradeço o envio da 90ª edição da revis-

ta da ANFAC. Aproveito para congratulá-lo pela eleição dos novos dirigentes da ANFAC.

Um abraço forte,Rubens Filinto (Rubinho)Diretor Geral do Grupo Hedge

Prezado Sr. Luiz Lemos Leite,Acusamos o recebimento da 90ª edição

da Revista ANFAC. Gostaríamos de para-benizá-lo pela excelente publicação e desejar sucesso nas atividades dessa notável associação. Aproveitamos a oportunidade para expressar os mais elevados votos de estima e consideração.

Atenciosamente,Michel Abdo AlabySecretário Geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira

Caros Dr. Luiz e Sra. Jenifer,

Não tenho palavras suficientes para agradecer a presença de vocês no nosso evento de comemoração dos 20 anos do Grupo Cen-terpar. Muito obrigado! Sabemos do esforço que fizeram para estar aqui, valorizando ainda mais a tão honrosa presença. Vocês são especiais e trouxeram brilho para essa comemoração. Fiquem com Deus e tenham um ano de 2014 de muitas realizações, cheio de esperança, amor e saúde! Vocês moram em nossos corações.

Um grande abraço,Divaldo e [email protected]

Prezado Dr. Luiz,Toda a equipe do Escritório Wedy Advoga-

dos lhe deseja um ano de 2014 repleto de saúde, paz e prosperidade.

Miguel Tedesco Wedy, Delio Spalding de Almeida Wedy e Juliano Spagnolo [email protected]

Estimado Dr. Luiz Lemos,Eu é que agradeço toda a confiança

depositada, é sempre uma honra colaborar com o senhor. Aproveito para destacar o conteúdo publicado pela newsletter do FCI, que aborda a legislação de factoring em 18 países africanos, abertura para factorings na China – até agora uma operação exclusi-va dos bancos – e os fortes avanços para a consolidação das regras internacionais de factoring, com o selo da ICC - International Chamber of Commerce. Esperemos que o Brasil siga os caminhos do resto do mundo em 2014. Com amizade,

João Costa PereiraCEO - BRASILFACTORS S.A.

Prezado e querido amigo Dr. Luiz,Sou um eterno devedor do carinho e da

atenção que o senhor tem para comigo. Ao longo de todos esses anos, só tenho aprendido muito ao seu lado e enquanto achar que posso, de alguma forma, ser útil pode contar com o meu apoio. Espero que 2014 seja um ano de muitas realizações para a nossa atividade “Fomento Comercial” e que o nosso congresso no Rio de Janeiro venha mais uma vez coroar ainda mais a nossa luta.

Que o nosso bom Deus continue abençoando o senhor e toda a sua família!

Seu sempre amigo e companheiro,Daniel Gonçalves Cumbica Factoring

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Realização

Sindicatos PatrocinadoresOrganização

Apoio

XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FOMENTO COMERCIAL 30 de abril a 02 de maio de 2014

Rio de Janeiro - RJEmpresas Patrocinadoras