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Volta às aulas Volta às aulas BANDEIRANTE ADOTA ESCOLA NO PIATˆ - P`G.11 CEMFORPE PROMOVE CURSOS - P`G. 13 Revista bimestral Fevereiro de 2002/ Março de 2002 Ano I N” 2 pÆg. 4 Diretoria de Ensino atua na comunidade pÆg. 5 Papai Noel vai às escolas pÆg. 6 Alimentaçªo Escolar pÆgs. 8 e 9 Educaçªo: R$ 36 milhıes em 2001 pÆg. 3 Diretoria de Ensino atua na comunidade pÆg. 5 Papai Noel vai às escolas pÆg. 6 Alimentaçªo Escolar Educaçªo: R$ 36 milhıes em 2001 pÆg. 3

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Volta às aulasVolta às aulas

BANDEIRANTE ADOTA ESCOLA NO PIATÃ - PÁG.11 CEMFORPE PROMOVE CURSOS - PÁG. 13

Revista bimestral � Fevereiro de 2002/ Março de 2002 � Ano I � Nº 2

pág. 4

Diretoria de Ensinoatua na comunidade

pág. 5

Papai Noelvai às escolas

pág. 6

Alimentação Escolarpágs. 8 e 9

Educação:R$ 36 milhõesem 2001

pág. 3

Diretoria de Ensinoatua na comunidade

pág. 5

Papai Noelvai às escolas

pág. 6

Alimentação Escolar

Educação:R$ 36 milhõesem 2001

pág. 3

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NOSSA MENSAGEM

RecomeçandoInício de um novo

ano! Chegam novos alunos,novos professores, novospais e, com eles, novasperspectivas. É tempo derepensar a ação, e novamen-te projetar as metas a se-rem alcançadas e as açõesa serem executadas.

Nesta edição, “Edu-cando em Mogi” rememorao final do ano, quando Pa-

O risco do desencanto

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZESSecretaria de Educação / Secretaria de Comunicação SocialAv. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro CívicoCEP 08780-900 - Mogi das Cruzes-SPPABX: (11) - 4798-5000 FAX: (11)- 4799-3067Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Para colaborações, sugestões e outras participações,entre em contato:

• Equipe do Cemforpe - Centro Municipal de Formação Pedagógica: Sede da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes - 3º andar Telefone: 4798-5145 E-mail: [email protected]; ou• Secretaria Municipal de Comunicação Social Fones: 4798-5155/5156 E-mail:[email protected]

Começa mais umano letivo. Ano novo? Paramuitas pessoas que traba-lham com educação, não. Atentação delas é entrar naescola cantarolando cinica-mente: “Já conheço os pas-sos dessa estrada, sei quenão vai dar em nada, seussegredos sei de cor; já conhe-ço as pedras do caminho esei também que ali sozinhovou ficar, tanto pior.”

Esses versos melan-cólicos iniciam uma genialcanção de sofrimento afetivo,“Retrato em Branco e Preto”,criada por Tom Jobim e ChicoBuarque em 1968. Aquele foium ano especial, no qual,pelo mundo afora, milhares dejovens em revolta românticaexpressaram inconformidadee desejaram vida coletiva me-lhor, apoiada em uma idéia –ridicularizada até hoje pelosidiotas do realismo – de paze amor. Foram além aquelesjovens, ao empunharem dois

Mario Sergio Cortella

Desânimo é sinal de envelhecimento do espírito inquieto que deve marcar a prática pedagógica

lemas essenciais para rom-per os laços da reclusão vo-luntária em um presente queaparenta ser insuperável: “Aimaginação no poder” e “Se-jamos realistas: queiramos oimpossível.”

Ora, não são poucosos que, agora mais idosos eatuando na docência ou ges-tão das escolas, sonharamintensamente naquele perío-do, mas acabaram perdendoa imaginação, tornando-se re-féns do possível. Assim, es-ses são capazes de recome-çar o ano letivo como um far-do a ser carregado tal comosempre o foi, tomando comoguia uma outra estrofe damesma canção: “Lá vou eu denovo como um tolo, procuraro desconsolo que cansei deconhecer; novos dias tristes,noites claras.”

Essa postura desani-mada é sinal de envelheci-mento do espírito inquieto edesafiador que deve marcar a

prática pedagógica; essa sub-missão ao “estado das coi-sas como elas estão” é indí-cio de adoecimento daamorosidade compartilhadaque insufla o encanto docen-te. Desanimar é tirar a anima-ção, isto é a anima, a alma,o espírito vital que fortalece edá sentido à nossa profissãoe compromisso.

É sempre necessáriolembrar as palavras de PauloFreire – incansável construtordo impossível. “Quando agente diz: ‘a luta continua’,significa que não dá para pa-rar. O problema que a provo-ca está aí presente. É possí-vel e normal um desalento. Oque não é possível é que odesalento vire desencanto epasse a imobilizar.”

De fato, não podeser possível que o desalentovire desencanto e imobilizenossa ação. Há muito paraser feito, reinventado, recria-do, renovado; os problemas

aí continuam e precisam serconjuntamente enfrentados.A desistência ou a indiferen-ça indicam o falecimento daesperança e, nessa condi-ção, é melhor ser íntegro ehonesto e procurar outros ca-minhos fora da educação.

O bom nestes nos-sos tempos de recomeço érender-se à paixão educativaque nos envolve e murmurar,sem ingenuidade, mas comconvicção, um outro pedaçode nós na mesma canção: “Oque é que eu posso contra oencanto desse amor que eunego tanto, evito tanto, eque, no entanto, volta sem-pre a enfeitiçar?”.

Mario Sergio Cortella éprofessor de pós-graduaçãoem Educação (Currículo) daPUC-SP e colunista da revistaEducação(www.revistaeducacao.com.br)onde este artigo foioriginalmente publicado, naedição de fevereiro de 2002.

pai Noel embalou os sonhosdas crianças. Ao mesmo tem-po, mostra perspectivas paraescolas públicas em 2002.

Nossos colaboradoresdão a tônica do ensino fun-damental para rememorar oporquê desta denominação.Também apontam como pro-jetos pedagógicos podem su-perar o fracasso escolar eauxiliar no desenvolvimento

pleno do aluno. Mais: expli-cam por que passear é coisaséria, e como a comunicaçãoprofessor-aluno influi no de-senvolvimento moral da crian-ça. Vários artigos lembram aimportância da autonomia,descentralização e participa-ção na administração esco-lar. Afinal, democracia não seensina com teoria. Para for-mar cidadãos democráticos,

é preciso que a prática da es-cola seja democrática.

Vale destacar a mensa-gem de Mario Sérgio Cortella,em “O risco do desencanto”.Magnífica! Esperamos que to-dos possamos cantar: “O queé que eu posso contra o en-canto desse amor que voltasempre a enfeitiçar?”. Aguar-damos a sua participação naspróximas edições. Bom ano!

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INVESTIMENTO

Educação: R$ 36 milhões em 2001

Balanço da SecretariaMunicipal de Educação apon-ta um investimento maior doque o previsto por lei para oEnsino Infantil e Fundamental.Números de 2001 indicam quea Prefeitura Municipal destinouR$ 36.348.280,00, ou seja,27,39% do total arrecado comimpostos (R$ 132.717.025,00)para o desenvolvimento daEducação na cidade. Estepercentual ultrapassa a exigên-cia da Legislação Federal, queobriga os municípios a aplica-rem 25% da receita na área.

Pela primeira vez,Mogi das Cruzes investiu noEnsino Fundamental 16,14%

do total arrecadado, quandoo obrigatório pela ConstituiçãoFederal é de 15%. Na Educa-ção Infantil, a lei determina in-vestimento de 10%, porém, omunicípio destinou 11,25%dos recursos, também supe-rando o índice estipulado.

O investimento aci-ma do previsto em lei bus-ca atingir uma das princi-pais metas da Administra-ção Municipal, que é o denão deixar uma só criançasem escola; atingir o anal-fabetismo zero e desenvol-ver programas capacitaçãoe profissionalização de jo-vens e adultos.

Com estes recursosfoi possível a implementaçãode melhorias no Ensino ofere-cido pela Rede Municipal, in-cluindo também a capacitaçãode professores e educadoresatravés de cursos e palestras,entre outros programas.

Com este investimen-to, a Secretaria pôde atenderna Educação Infantil mais de11.600 alunos das escolas

O fracasso escolar éum fenômeno que ocorre tan-to no mundo, como em nos-so País. Ele é presente eacompanha a história daEducação. O sistema educa-cional passa por grandetransformação e reavaliaçãode seu papel, com ação vol-tada à formação humana.

A escola atual cami-nhou e avançou muito, mascontinua sendo excludente,preocupando-se com a valori-zação do caráter disciplinador,reproduzindo conteúdos semsignificados que fogem aos in-teresses e a diversidade desua clientela.

Do Fracasso ao Sucesso EscolarAté bem pouco tem-

po, a escola era local deconstrução do conhecimentocientífico, onde se alfabetiza-va. Hoje, a escola começa aser entendida como um es-paço de formação da cidada-nia. Temos que considerarque a pedagogia, hoje, procu-ra contextualizar a questãodo fracasso escolar sob o as-pecto sócio-cultural, políticoe histórico. Esse fenômenonão pode ser consideradoisolado. Tem que ser vistocomo parte integrante daprópria função que a escoladesempenha, tanto para acomunidade escolar como

para a sociedade.Para compreender as

dificuldades de aprendizagemdos alunos, o educador de-pende de fundamentação te-órica coerente com base nasinvestigações sistemáticas,para poder integrar esses da-dos investigados e o trabalhopedagógico.

Na dimensão Educa-cional compete aos educado-res interagir com os alunos,buscando novas informaçõese atividades para ampliar co-nhecimentos. Muitas vezesnos apegamos somente ao ín-dice de aproveitamento esco-lar (notas) dos alunos,

desconsiderando aabrangência maior que é o pre-paro para enfrentarem o tra-balho . A escola para todos ede sucesso é aquela que sepreocupa com seus projetoseducacionais e pedagógicos,considerando as diversidades,diferenças, competências ehabilidades da clientela esco-lar, tendo como missão “Edu-car e Ensinar”. Acima de tudo,devemos nos pautar na ques-tão do compromisso e amora causa, procurando rever numato constante e reflexivo a nos-sa formação.

Jacy Aparecida Marques de Souza*

*Assessora paraEducação Especial

Recursos destinadosao Ensino Infantil

e Fundamentalultrapassaram

os índicesexigidos pelaConstituição

Federal

municipais, além de 76 ma-triculados na Apae – Asso-ciação de Pais e Amigosdos Excepcionais e de 2.330crianças de 19 creches filan-trópicas subvencionadaspela Administração.

Já com os recursosque foram destinados ao En-sino Fundamental, a Admi-nistração beneficiou 7.860 es-tudantes, incluindo a deman-da de jovens e adultos, alémde subvencionar o estudo demais 303 alunos da Apae.

“Não aumentamos oinvestimento apenas para oEnsino Fundamental, mastambém para a Educação In-fantil. Com a verba de 2001,começamos uma operaçãoextremamente importantepara estender ainda maisesse atendimento”, salientaa secretária municipal deEducação, Maria GenyBorges Ávila Horle.

Em parceria com oGoverno do Estado, a Prefei-tura Municipal também estáconstruindo e ampliando uni-

dades escolares, em váriosbairros de Mogi das Cruzes,incluindo a Zona Rural.

Além da construçãodos prédios, a SecretariaMunicipal de Educação tam-bém vem trabalhando paraequipar de forma adequada asunidades já existentes, tantono que diz respeito à infra-estrutura como também nacontratação da mão de obranecessária, através do con-curso público, realizado noano passado, para o preen-chimento de 50 vagas para ocargo de professor.

Em 2001, foram ad-quiridos equipamentos paratodas as escolas, como tele-visores 29 polegadas, vídeos– cassetes, aparelhos desom, fax e copiadoras.

Para este ano, se-rão direcionados recursospara a compra do materialnecessário para a implanta-ção do Programa deInformática Educacional,uma das prioridades nacapacitação dos alunos.

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RETORNO

Mogi volta às aulas

Alunos da Escola Municipal Professora Guiomar Pinheiro Franco, no Jardim São Pedro, César de Souza

Mais de 20 milalunos retornaram,

no mês de fevereiro,a todas as 84

unidades escolaresque fazem parte daRede Municipal de

Ensino

Mais de 20 mil alu-nos voltaram às aulas em 4de fevereiro último, nas 84escolas da Rede Municipalde Ensino. Os Agentes deTrânsito, ligados à Secreta-ria Municipal de Transpor-tes, auxiliaram na travessiade alunos e pais nas áreaspróximas às escolas demaior movimento. Essaoperação será realizadadurante o ano inteiro.

Neste ano, a Secre-taria Municipal de Educaçãocontinua o esforço concen-trado para a elevação do ní-vel de escolaridade da popu-lação, condição essencialpara o acesso à informação,ao trabalho e à cidadania.Para isso, uma série deações já estão sendo im-plantadas, como a reformade todas as 84 escolas, am-pliação e construção de 16novas unidades, que propi-ciarão aumento na oferta de

vagas, novos projetoseducativos, requalificação deprofessores, além da moder-nização e dinamização doensino no Município.

Os programas emdesenvolvimento estãodirecionados às habilidadesnecessárias para o exercícioda cidadania; o domínio da lei-tura e da escrita; a ampliaçãodo letramento e socializaçãodo conhecimento.

Todos os projetosobjetivam a profissionalização,qualificação e atualizaçãopara o exercício de profissõese ocupações com maior de-manda no mercado.

A principal meta daAdministração Municipal, vol-tados à área da Educação,égarantir o Ensino Infantil e Fun-damental para todas as cri-anças; modernização edinamização do Ensino; anal-fabetismo zero; orientação equalificação para o trabalho dejovens e adultos; assistênciaà saúde do escolar; democra-tização da gestão escolar,além da valorização dos pro-fissionais da educação.

Segurança - A pre-ocupação com o Ensino emMogi das Cruzes extrapola osmuros da escolas. Para ga-rantir a segurança dos estu-

dantes, pais e professores, aSecretaria Municipal deTransportes, através dosAgentes Municipais de Trân-sito, orienta a travessia depedestres e motoristas.

Este trabalho é reali-zado nas unidades com mai-or movimentação e visa tam-bém coibir as filas duplas, queatrapalham o fluxo de veículos.As ruas que contarão com apresença dos agentes duran-te o ano inteiro são: CapitãoPaulino Freire, SenadorDantas, José Bonifácio, OttoUnger e Doutor Corrêa. Nospróximos meses, as vias fis-calizadas serão ampliadas.

O Ensino Fundamen-tal, como a própria denomina-ção diz, é fundamental para odesenvolvimento social,cognitivo e afetivo de nossascrianças. Considerando-se queessas crianças devam ser pre-paradas para o cotidiano e de-vam almejar sua evolução ecrescimento interior, a Educa-ção tem por objetivo fazê-lascompreender o exercício de di-

É Fundamental!reitos e deveres políticos, civise sociais, adotando em seu dia-a-dia, atitudes solidárias, coo-perativas e de respeito mútuo.

Este ser em forma-ção deve ser capaz de ques-tionar a realidade, utilizar asdiferentes linguagens, cuidarde si mesmo, posicionar-sede maneira crítica, responsá-vel e construtiva nas diferen-tes situações sociais, utilizan-

do-se do diálogo como formade mediar conflitos e de to-mar decisões coletivas.

Para que esses objeti-vos sejam atingidos, a equipepedagógica deve estar atentapara que todas as Escolas Mu-nicipais elaborem seu ProjetoEducativo, ressaltando uma prá-tica de reflexão coletiva de acor-do com sua realidade. O educa-dor deve promover a realização

de aprendizagens com o maiorgrau de significado possível. Sea aprendizagem for uma experi-ência de sucesso, o aluno cons-truirá uma representação de simesmo como alguém capaz.Não é a aprendizagem que devese ajustar ao ensino, mas sim oensino que deve potencializar aaprendizagem.

Maria Lindaumira de Alencar*

*Cemforpe - Assessora paraEnsino Fundamental

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Desenvolver a interaçãoentre alunos e professores eacabar com a violência. Estessão algumas das propostasdo projeto “Comunidade Es-colar em Ação”. Lançado em2001, o programa é desenvol-vido pela Diretoria Regional deEnsino. O objetivo é desen-volver a integração entre osestudantes, independentedas diferenças sociais, cultu-rais e até educacionais, evi-tando assim conflitos quepodem até, em alguns casos,resultarem em violência.

A proposta é realizar umtrabalho voltado para a forma-ção de cidadãos solidários eenvolvidos com a comunidadeonde vivem. Desta forma, oseducadores acreditam na con-quista de um controle maior doscomportamentos e num amplodesenvolvimento da cidadania.

Dentro deste conceito,o Projeto Comunidade Esco-lar em Ação busca estimular,

através das Associações dePais e Mestres, Conselhos deEscola e Grêmios Estudantis,a integração da escola com acomunidade para enfrentar pos-síveis problemas de violência,dentro e fora das unidades.

Para se alcançar estasmetas, serão desenvolvidos pro-gramas de capacitação doseducadores, sensibilizando a

comunidade escolar para a im-portância de aplicar ações quevisem a melhoria da qualidadede vida e o desenvolvimento in-telectual, tanto dos estudantes,como dos pais e professores.

Ou seja, o principalobjetivo do programa, quetem continuidade em 2002,é resgatar o conceito de quea escola deve ser um espa-

Diretoria de Ensino atuana comunidade

RELAÇÕES SOCIAIS

ço privilegiado para debatesdas questões sociais e paraa implantação de ações pre-ventivas, principalmente con-tra a violência.

Com o início de maisum ano letivo, todos os es-forços estarão voltados àcr iação de uma escolamais democrática, com aparticipação de todos. Se-rão dirigidas ações paraproporcionar aos alunos detodas as escolas espaçospara que possam desenvol-ver atividades culturais edesportivas, tornando a uni-dade um ponto de encon-tro da comunidade, o queresultará também numamaior preservação dopatrimônio público.

E estes resultados so-mente serão atingidos com oaprimoramento de valores mo-rais e éticos para formação decidadãos conscientes eparticipativos na sociedade.

Comunidade participa de reunião, realizada naEscola Professora Enedina Gomes de Freitas

Números da Rede Estadual de Ensino

Escolas exclusivas de 1ª a 4ª séries: 24

Escolas de 5ª a 8ª séries: 01

Escolas de 1ª a 8ª séries: 09

Escolas de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio: 30

Escolas de 1ª a 8ª séries e Ensino Médio: 12

Escola exclusiva de Ensino Médio: 01

Escola Profissionalizante: 01 ( Cefam)

Escola de Ensino Profissionalizante: 03

Total de escolas: 811ª a 4ª séries: 19.013 alunos

5ª a 8ª séries: 22.818 alunos

Ensino Médio: 16.886 alunos

Ensino Profissionalizante: 819 alunos

Cefam 456 alunos

Total de Alunos: 59.992 alunos

Número de alunos

Fonte: Dados fornecidos pelaDiretoria Regional de Ensino

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Papai Noel nas escolasEMOÇÃO

CURSOS

O trenó saía todas asmanhãs levando o PapaiNoel. Por onde passava osolhares se voltavam para ele.Alguns acenavam. Outrosapenas sorriam, mas o sorri-so era alegre e aquele bomvelhinho seguiu seu caminho.

Parava de escola emescola, roteiro do dia. Cada cri-ança recebia um pequenopanetone, pequeno no tama-nho, mas imenso no amor, nadedicação, no trabalho de umgrupo que se desdobrou demanhã até a noite e alguns fi-nais de semana para cumprira meta: 45.000 panetones.

Quando o Papai Noelchegava, os olhinhos brilhavam,todos corriam para ele. Os pe-

didos eram feitos: bicicletas, pa-tins, bonecas, carro da Barbie.

Cartinhas foram en-tregues e quero compartilharalgumas com vocês: “PapaiNoel não posso te pedirnada, só posso pedir a Deusé que tire do mundo todasas coisas más”. – Adriele deLima Moreira.

“Papai Noel o que euquero é paz, felicidade e muitaharmonia e sonho. Acreditarque Deus irá proteger aquelesque moram nas ruas e não têmo que comer. E um abraço eum beijo seu basta” – Nayla.

“Papai Noel, meu so-nho de verdade era conhecervocê. Um sonho pequenininhoera ganhar uma bicicleta, mas

já sei que você não vai me dare minha mãe não tem dinhei-ro para comprar. Meu pai sófaz bico para sustentar a fa-mília e minha mãe não traba-lha. A carta é pouca e a letraé feia porque eu estou escre-

vendo correndo Beijos e Bei-jos” – Mayara.

De todos os projetosque participei na Educação,este encheu-me a alma de ale-gria e emoção. Como é bom vero sorriso feliz de uma criança.

Luiza Conceição Silva -Supervisora de Ensino

Papai Noel distribui panetones, produzidos no CIP, para as crianças

Para os festejos de Natal, promovidos pela PrefeituraMunicipal no mês de dezembro de 2001, sob o comando

da coordenadora do Centro de Iniciação Profissional, MariaRegina Abib Villar, e o do Instrutor do curso dePanificação, José Silva Quedas, alunos do CIP,

merendeiras e voluntários, em clima de solidariedade ecooperação, produziram 45 mil minipanetones que foram

oferecidos a todos os alunos de Educação Infantil e de 1ª a4ª série de Ensino Fundamental das Escolas Municipais,

Estaduais e Filantrópicas do Município.

Trabalho que dá certo

O CIP - Centro de Iniciação Profissional é umaunidade educacional vinculada ao Departamento deEducação Não – Formal, ligado à Secretaria Municipalde Educação, que oferece à população, gratuitamente,cursos profissionalizantes de nível básico. Foi inauguradoem 12 de abril de 1996 e, em janeiro do ano seguinte, foidesativado, continuando apenas os cursos de datilografiae panificação, funcionando em forma precária.

Em janeiro de 2001, o CIP retomou suasatividades, amparado em uma nova concepção de ensinoprofissional e de atendimento educacional aos jovens eadultos, buscando a valorização de políticas que visamo analfabetismo zero e o reingresso ao EnsinoFundamental, visto que o processo de geração deemprego está diretamente ligado a educação,oferecendo, condições elementares para o acesso àinformação e ao trabalho.

No ano passado, foram oferecidos os cursosde ajudante gráfico, panificação, corte e costura,cabeleireiro, manicure e pedicure, artesanato (fase 1) edatilografia para 712 jovens e adultos mogianos. Para2002, o Centro ampliará o leque de cursos e o númerode atendimentos. Além dos atuais, oferecerá tambémsilk-screen, estética, desenho, culinária, artesanato (fase2), inglês, espanhol e violão, beneficiando 2,6 mil alunos.

O CIP fica localizado na Avenida Prefeito CarlosFerreira Lopes, 540, no Bairro do Mogilar.

Conheça o CIP

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“ Enquanto o homem não souber para que porto quer ir, nenhum vento será o vento certo”Sêneca (Filósofo Romano)

Para onde caminha a Educação?Mudança. Transfor-

mação. Reflexão. Diante darapidez com que o mundo eas pessoas estão se modi-ficando com relação às pa-lavras, pensamentos eações, é pertinente uma pa-rada para refletir sobre quemvocê é e qual sua parcela decontribuição para melhoriadas condições de entendi-mento sobre a vida.

O município de Mogidas Cruzes acompanha oprocesso evolutivo mundi-al. A proposta de um Pla-no de Governo Participativo

conduz toda a população aagir em prol de uma socie-dade ativa e implicada como bem estar geral. A Educa-ção faz parte integrante e re-levante destas transforma-ções tão necessárias.

A Secretaria Municipalde Educação vem atuando deforma a atender as exigênci-as deste mundo globalizado:dinamismo e comprometi-mento em absorver às reno-vações de maneira conscien-te e eficiente.

Nos vários segmentosda Educação, o compromis-

so é criar condições para de-senvolver um trabalho unifica-do, respaldado nosParâmetros Curriculares Na-cionais, buscando dar as fun-damentações básicas, atra-vés de estudos em grupo,gerando a reflexão sobre aprática pedagógica. O cami-nho é trabalhar num contextosignificativo de aprendizagem.

Respeitando as diver-sidades culturais, regionais,étnicas, religiosas e políticas,a Educação visa atuar no pro-cesso de construção da cida-dania, tendo como meta o

ideal de uma crescente igual-dade de direitos entre os ci-dadãos, baseado nos princí-pios democráticos.

Para atingir os objeti-vos, acredita-se na necessi-dade de grande empenho naformação inicial e continuadade todo o pessoal envolvidono processo educacional, afim de que possam acompa-nhar e responder às expecta-tivas de melhoria da qualida-de do ensino.

Maria Lindaumira de Alencar*

*Assessora para o EnsinoFundamental - CEMFORPE

CIÊNCIAS

A melhoria da Educa-ção, através da Ciência. Estaé a proposta do projeto Brasil2006, lançado pela presiden-te da SBPC - Sociedade Bra-sileira para o Progresso daCiência, Glaci Zancan. O lan-çamento ocorreu durante arealização da 53ª reunião anu-al da entidade.

O projeto visa a alfabe-tização científica da populaçãobrasileira e tem como meta adisseminação da ciência en-tre todos os brasileiros no pra-zo de 5 anos. Os cientistaselaboraram metas mínimas deconhecimento para os estu-dantes dos Ensinos Funda-mental e Médio e pretendemcobrar ações de docentes, ci-entistas e governantes. Comoresultado do programa, em 22de setembro de 2006, data dopróximo eclipse do sol, os bra-sileiros deverão estar aptos aresponder algumas questõesbásicas (veja quadro ao lado).

Projeto Brasil 2006METAS PARA 2006:

Todos os brasileiros maiores de sete anos saberão explicar: o que é umeclipse solar; a razão pela qual o hábito de lavar as mãos traz benefício à saúdeda população; o ciclo de vida de um parasita humano; e que sua comunidadefaz parte de sua cidade e de seu país;

Todos os professores deverão saber explicar: porque ocorrem as estaçõesdo ano; quais são os componentes básicos de uma dieta saudável para crian-ças; porque o sol é importante para o crescimento das plantas; e as maneiraspelas quais a diversidade sociocultural enriquece a nação;

Todos os cientistas deverão saber: quais os índices de mortalidade infantil desua cidade nos últimos cinco anos; quais os índices de escolaridade e desem-penho escolar dos alunos do ensino fundamental de sua cidade; e que o regimedemocrático estimula o desenvolvimento do cidadão;

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2

3

4Todos os governantes deverão saber: qual a expectativa de vida da populaçãode sua cidade nos últimos cinco anos; qual o percentual de cobertura vegetaloriginal de seu Estado nos últimos cinco anos; e quais os mecanismos quepodem reduzir a desigualdade socioeconômica;

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merenda escolar em muitospaíses desenvolvidos, comoJapão, França, Inglaterra,Canadá e Estados Unidos,onde certamente o objetivo damerenda não é combater adesnutrição e sim manter aqualidade de vida dos alunos.

NUTRIÇÃO

Alimentação X atividade pedagógicaO Programa de Ali-

mentação Escolar foi criadono Brasil, na década de 50,com o objetivo de fornecer ali-mentos para crianças de clas-ses sociais menosfavorecidas na tentativa deminimizar a desnutrição e re-duzir a evasão escolar.

No decorrer desteperíodo, a alimentação tor-nou-se o maior programa daárea social, oferecendo umarefeição diária a todos os alu-nos que freqüentam a RedePública de Ensino, envolven-do a Educação Infantil e oEnsino Fundamental, garan-tindo 15% das necessidadesnutricionais diárias dessascrianças e adolescentes.

• Centros de Convivência Infantil Municipal – 1.456 alunos• Entidades Subvencionadas – 4.882 alunos• Escolas Municipais (Educação Infantil) – 10.174 alunos• Escolas Municipais ( Ensino Fundamental e Educação de Jovens e

Adultos) – 7.868 alunos• Centros Educacionais do Sesi – 2.910 alunos• Casa da Criança e Casa dos Meninos – 60 alunos• CIP- Centro de Iniciação Profissional – 254 alunos• Instituto Dona Placidina, Senai, Programas de Atendimento a Menores –

840 alunos• Projeto Agente Jovem – 150 alunos

Maria Helena Cecin Resek Albernaz*

* Diretora do Departamento de As-sistência ao Escolar – Prefeiturade Mogi das Cruzes

Balanço do Programa de Alimentação Escolar em 2001Fornecimento de merenda escolar para 28.594 alunos

• Distribuição de 300 cartilhas sobre amamentação, editadas pelo Senac, às mães gestantes das Creches Municipais

• Orientação dietética individual (obesidade, baixo peso, desidratação, diarréia, anorexia, aleitamentomaterno) e palestras de educação nutricional

• Projeto “Estimulação Precoce I e II” – orientação às mães de crianças com necessidades especiais,realizado na Escola Municipal de Educação Especial – EMESP

• Projeto “Nutrição e Atividades Físicas” – educação alimentar, palestras sobre culinária e história dosalimentos, realizadas em creches municipais, em parceria com a Faculdade de Nutrição da UMC –Universidade de Mogi das Cruzes

• Projeto “Parceria com a Policlínica” – atendimento individualizado de crianças com deficiênciasnutricionais, com apoio da UMC

• Levantamento pondo-estatural das crianças das Creches Municipais, realizado pelas estagiárias doCurso de Nutrição da UMC

Programa de Educação Alimentar - 2001

O fenômeno docrescimento envolvemais que um simples

aumento detamanho;

envolve mudançasfuncionais e de

composição corporal

Embora não tenhasido comprovada a

interferência dadesnutrição no

desenvolvimentocognitivo, sabe-se

que a fome interferena aprendizagem

simples aumento de tama-nho; envolve mudanças funci-onais e de composição cor-poral, as quais são refletidasnas necessidadesnutricionais (Nóbrega, 1986).

Essas diferenças derequerimentos acontecem par-ticularmente durante a infân-cia, quando o crescimento émais rápido. Em termos depeso corporal, a criança ne-cessita de uma maior quanti-dade de nutrientes que o adul-to. Essa necessidade é devi-do não somente ao cresci-mento, mas também aos re-querimentos para manuten-ção corporal, uma vez que acriança apresenta maior in-tensidade metabólica.

Um programa de ali-mentação escolar bemestruturado é fundamental paratrabalhar junto às escolas noprocesso de formação de há-bitos alimentares saudáveis,através da implantação de car-dápios variados enutricionalmente adequados.Mas, só isso não basta.

Para implementar umprograma de tamanha dimensãosocial e econômica, com efici-ência, a escola precisa incluir noseu projeto político-pedagógicoações de educação nutricional,visando a saúde do escolar.

O fenômeno de cresci-mento envolve mais que um

Antigamente, o pri-mordial era satisfazer a fome.Hoje, em função dos conhe-cimentos adquiridos no cam-po da nutrição, sabemos quenão é suficiente alimentar-sede acordo com o apetite, masque é fundamental uma nutri-ção correta, com alimentaçãoequilibrada para conseguirmanter o organismo em óti-mas condições de saúde.

Embora não tenha sidocomprovada a interferência dadesnutrição no desenvolvi-mento cognitivo, sabe-se quea fome interfere na aprendiza-gem, fato que, por si, já reco-mendaria um programa des-se tipo. Tal fato justifica aexistência de programas de

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Mais de 200 meren-deiras da Rede Municipal deEnsino de Mogi das Cruzes ecozinheiras das entidadessubvencionadas pela Prefeitu-ra Municipal participaram, nosúltimos dias 14 e 15 de feve-reiro, de um treinamento es-pecial. O objetivo foi o de for-necer informações sobre valornutricional e higiene dos ali-mentos, entre outros assun-tos ligados à merenda esco-lar. O curso foi realizado emparceria com Sesi, localiza-do em Braz Cubas.

Um dos tópicos de-senvolvidos foram as relaçõeshumanas no trabalho, famíliae na sociedade, além dos cui-dados com o preparo dos ali-mentos e a elaboração de re-feições são pontos fundamen-tais dentro do treinamento.

As merendeiras e ascozinheiras das entidadesaprenderam as necessidades

Treinamento para merendeiras

Merendeiras e cozinheiras fazem treinamento no Sesi, em Braz Cubas

Merendeiras ecozinheirasreceberam

informaçõessobre valornutricional ehigiene dosalimentos

Atualmente, os temasalimentação, saúde e quali-dade de vida vêm sendocada vez mais discutidos,em razão de novas desco-bertas de que alguns alimen-tos, além de nutrir o orga-nismo, atuam na prevençãode inúmeras doenças crôni-cas e retardam o processode envelhecimento.

É comprovado queuma alimentação equilibradae variada, quando oferecida àcriança, desde a sua vida intrauterina, proporciona um cres-cimento e desenvolvimentoadequados, além de imunida-de às doenças e melhor ca-pacidade de aprendizado.

Em nosso município, aSecretaria Municipal de Edu-

cação atende 1.850 criançasde 4 meses a 6 anos de ida-de, matriculadas em 12 Cre-ches Municipais, além daCasa da Criança e Casa dosMeninos, subordinadas à Se-cretaria Municipal de Cidada-nia e Ação Social, que possu-em atendimento diferenciado.

Todas as crianças re-cebem de duas a cinco refei-

ções por dia, dependendo doperíodo de permanência naunidade, constituídas de ali-mentos in natura como leite,carnes, pães enriquecidoscom vitaminas e gêneros demercearia, que fazem parte deum cardápio padronizado e di-versificado, adequado a faixaetária de cada grupo atendido.

Uma alimentação equilibrada Mara Rúbia SallounPereira Rodini*

NUTRIÇÃO

*Nutricionista - Supervisora dasCreches Municipais

básicas do ser humano, noque diz respeito à alimenta-ção, a classificação dos ali-mentos e a finalidade da me-renda escolar. A higiene tam-bém foi um dos pontos abor-dados pela nutricionista doSesi, Maria Luisa de MatosRocha, responsável pelo de-senvolvimento das aulas.

Maria Luisa ressalta

que a manipulação dos ali-mentos e a prevenção de aci-dentes de trabalho foram dis-cutidos. “Desde o recebimen-to da mercadoria, até o pre-paro do alimento, passandopelo reconhecimento da qua-lidade e conservação do pro-duto. Todos esses assuntossão importantes na hora defazer a merenda escolar, prin-

cipalmente para os bebês,que necessitam de cuidadosespeciais, inclusive de comopreparar sopinhas e de comoesterilizar mamadeiras”, diz anutricionista.

Com relação aos aci-dentes de trabalho, o treina-mento pontua a prevenção dequedas, cortes, queimadurase choques elétricos.

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Levantamento históri-co-analítico da evolução daeducação brasileira e do pa-pel exercido pela Administra-ção Pública mostra como osfatos acontecem num determi-nado período histórico, sofren-do as pressões sociais, eco-nômicas, políticas, culturais eas contradições existentes.

Em 1998, realizamosum estudo visando analisarcomo a teoria administrativade Taylor influenciou a implan-tação e estruturação da Se-cretaria da Educação do Es-tado de São Paulo. A pesqui-sa considerou a criação eestruturação da Secretaria noperíodo de 1931 a 1977 e aimportância do Idort - Institu-to de Organização Racionaldo Trabalho, que elaborou,com base em princípiostayloristas, um projeto de re-organização administrativa dopoder público estadual.

A importância da participaçãoSINERGIA

Profª Alice Rude Horle Martins*

A nossa proposta éde uma administração

pública que busca,na delimitação deseus objetivos,

atender aosinteresses das

camadas populares

Dependerá dacapacidade e

iniciativa do própriodiretor o papel de

participante doprocesso de

transformação dasociedade

O valor dademocracia não se

ensina com teoria. Aprática da escola

dever ser democráticapara que se tenha

cidadãosdemocráticos

apenas executar de modo efi-ciente as medidas destinadasa enquadrar a educação nosobjetivos visados.

sa sociedade e de ser partici-pante de sua transformação.

Na sua organizaçãoadministrativa buscará formasde gestão menos autoritária emais participativa, dando opor-tunidade a que as camadaspopulares se manifestem so-bre os rumos que essa esco-la deve tomar e de como orga-nizar os meios para se alcan-çarem os objetivos propostos.

O diretor da escola,como participante da estruturade poder da Secretaria da Edu-cação, embora esteja na baseda estrutura e com pouco ounenhum poder de decisão so-bre o sistema, ocupa uma po-sição chave na medida em que,estando afastado da direçãocentral, possui relativa flexibili-dade de ação, o que lhe permi-te ter uma certa autonomia.

Dependerá da capaci-dade e iniciativa do próprio di-retor o papel de participante doprocesso de transformação dasociedade, comprometidocom as camadas populares,levando em conta que:

2.É necessária umanova visão do método de tra-balho da escola, que propicieo desenvolvimento da compe-tência de analisar o mundo ede participar do seu proces-so de transformação.

3.Não se pode deixarque a escola continue conver-tida numa instância da açãoburocrática do Estado. Há dese buscar para a escola umaorganização nova e dinâmicaque estimule a prática coope-rativa entre todos os educado-res, articulada com a presen-ça permanente dos pais e dosalunos para a redefinição da prá-tica pedagógica da escola.

4.A busca de uma for-ma de gestão cooperativa naescola não é um movimentocontra o diretor, mas a favor deuma nova forma de organiza-ção da escola e da sociedade.

Cremos ser importan-te ressaltar que uma admi-nistração voltada para os in-teresses da maioria deve des-cartar a administração em-presarial, que é tipicamentecapitalista.

Os dirigentes educaci-onais devem lembrar queuma das formais mais efici-entes da educação é aquelaque usa a observação e apartir dela a imitação. Portan-to, se nossos comportamen-tos servirão de exemplo paraos educandos, é preciso to-mar cuidado para que elessejam imitáveis.

O valor da democracianão se ensina com teoria, aprática da escola dever serdemocrática para que se te-nha cidadãos democráticos.

*Coordenadora do Curso dePedagogia da UBC

A descrição e interpre-tação dos dados acerca dacriação e estruturação da ad-ministração da educaçãopaulista mostrou que esse pro-jeto de reorganização imprimiumaior racionalidade aos servi-ços prestados, resultando emtodo o Estado um aparato defiscalização e controle. Ado-tou-se a diretriz, segundo aqual, as decisões relativas àeducação não competem aoseducadores. A estes caberia

A escola enquanto ór-gão estatal, que faz parte doaparelho ideológico do Esta-do, tem sua ligação mais es-treita com a sociedade políti-ca e, portanto, procura repro-duzir, a partir da educaçãodada aos alunos, a ideologiada classe dominante. E issoacontece de várias formas:pela organização curricular,escolha de conteúdos a se-rem ensinados, metodologiaa ser utilizada, formas de ava-liação ou da organização ad-ministrativa – gestão autoritá-ria, falta de compromisso dasua administração com ascamadas populares e, emcontrapartida, excessivo com-prometimento com o sistemaeducacional, chegando o di-retor a se transformar emmero cumpridor de ordens.

A nossa proposta é deuma Administração Públicaque busca, na delimitação deseus objetivos, atender aos in-teresses das camadas popu-lares. Na sua organizaçãocurricular procurará privilegiaros conhecimentos que propi-ciem ao aluno uma leitura domundo tal como ele realmenteé e uma metodologia que leveesse aluno a ter condições defazer uma análise crítica des-

1. A universalização doconhecimento, a socialização dacultura, a preparação intelectualdos trabalhadores, o domínio dosaber historicamente acumula-do, são instrumentos de cons-ciência política. Por isso, umaescola comprometida com os in-teresses do povo deve ser aque-la que ensina, e ensina bem.

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Piatã recebe material escolarSOLIDARIEDADE

Verônica Ramos, 10anos, aluna da 4ª série daEscola Municipal do JardimPiatã I, na divisa entre Mogi eItaquá, ficou encantada comtantos cadernos, canetas, lá-pis, tintas, entre outros obje-tos, que ganhou de presenteno último dia 8 de fevereiro.O material escolar foi doadoa todos os alunos da unidadede ensino pela Bandeirante,empresa fornecedora de ener-gia elétrica em Mogi e Re-gião, que adotou a escola. “Euvou usar tudo. Nunca tive tan-tas coisas. Agora vou poderpintar, desenhar e deixar maiscaprichados os meus cader-nos. Vou cuidar muito bem domeu material”, promete.

A adoção da unidadedo Jardim Piatã I faz parte deuma parceria entre Prefeitura

Municipal e Bandeirante. Aescola foi priorizada pela Se-cretaria Municipal de -Educa-ção para participar do progra-ma “Bandeirante Comunida-de-Educação”, que beneficiaos 28 municípios da área deatuação da empresa.

A unidade foi esco-lhida após um levantamentofeito pela Secretaria em razãodas dificuldades financeiras eeconômicas das famílias da-quela região.

Além de material es-colar, o programa prevê a ma-nutenção da unidade escolar,contando com limpeza, jardi-nagem e pequenos consertose tratamento odontológico eoftalmológico para os alunos.“Aos poucos iremos comple-tando a nossa meta, que éajudar realmente a população.A Bandeirante é uma empre-sa que busca a responsabili-dade social, a cidadania eestamos desenvolvendoações para atingirmos essameta”, ressalta o gerente Exe-cutivo da Área Comercial doAlto Tietê, Renê Mina Vernice.

Ele explica que ostratamentos de saúde do es-colar começarão no segun-do semestre. “Estamos bus-cando outras parcerias comempresas privadas ou públi-

cas de saúde para efetivaressa parte do programa. Acriança que se alimenta beme que tem saúde, aprendemais e se esforça na esco-la”, salienta Vernice.

A presidente da As-sociação de Amigos do Bair-ro Piatã I, Maria de LourdesTorres, ressalta a iniciativa daPrefeitura em buscar parcei-ros para melhorar a qualida-de de vida da comunidade.“Todo este material será uti-

Gerente Executivo da Bandeirante, Renê Mina Vernice, entregakit de material escolar para a aluna Verônica Ramos

A presente reflexãovai no sentido de considerarque o planejamento educa-cional deve levar em contaque a escola é um “pólo deaglutinação da comunidade”,capaz de contribuir para al-terar relações de poder au-toritárias e excludentes, ain-da consolidadas. Implica emum processo de tomada dedecisões que ampliem a ar-

ticulação da escola com a co-munidade e que esta passea auxiliar a organização deuma sociedade civil capaz deassumir responsabilidades ereivindicar o controle sobre acoisa pública.As decisõessobre as questões públicas,historicamente, têm ficadorestritas à cúpula destes or-ganismos que, para atenderà crescente demanda, ampli-

am as equipes centrais e cri-am unidades intermediárias.Transforma-se, assim, a ne-cessária burocracia no inútil“burocratismo”.

Para atingir esta di-mensão de planejamentoparticipativo, não basta decre-tar que a escola é autônomae que sua gestão é colegiada.Além das iniciativas já apon-tadas pelos estudiosos, é

importante enfatizarmos umoutro aspecto.

Trata-se da necessi-dade de investir na transfor-mação de condutas que re-velam uma cultura centrali-zada e autoritária, paraações que denotem umacultura descentralizada edemocrática.

Autonomia e DescentralizaçãoProfª Dra Vera Lucia Vieira*

*Profª Dra de História do Brasilda PUC/SP

lizado com muito carinhopelos alunos. Nossos filhosvão ter a oportunidade de es-tudar com mais tranqüilida-de e os pais economizarão odinheiro do material escolar,podendo investir em outrascoisas, como roupas e comi-da”, diz a moradora, desta-cando que a doação irá co-laborar no orçamento do-méstico. “Os pais vão poderusar o dinheiro para compraroutras coisas necessárias”.

EmpresaBandeirante adotaescola no bairro

da divisa eadere

às parceriaspropostas pela

Prefeitura Municipal

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A Emesp – EscolaMunicipal de EducaçãoEspecial de Mogi das Cru-zes e a Apae – Associa-ção de Pais e Amigos dosExcepcionais ampliarão,neste ano, o atendimentoàs crianças portadoras denecessidades educacio-nais especiais. O aumentona oferta de vagas nas ins-tituições é resultado doapoio da Secretaria Munici-pal de Educação, que pre-vê, além de outras ações,analfabetismo zero, todacriança na escola e a opor-tunidade de qualificaçãoprofissional.

Com os novos recur-sos à Apae serão abertas

ANALFABETISMO ZERO

Apae e Emesp ampliam vagas

mais 145 novas vagas naApae. Com esta ampliação,será possível atender a fila deespera da entidade, que aten-de alunos de Mogi das Cru-zes e é reconhecida nacio-nalmente pelo trabalho quedesenvolve.Ao todo, em 2002, a entida-de garantirá ensino para 453crianças mogianas, portado-

ras de necessidades especi-ais. O subsídio dado pela Pre-feitura Municipal édirecionado exclusivamentepara os estudantes que mo-ram em Mogi, apesar de aentidade atender também aalunos da região.

A Emesp, localizadana Vila Lavínia, também am-pliará suas vagas. Atualmen-

te a escola atende 86 alu-nos. Mas o objetivo é aumen-tar esse número. Para isso,estão sendo realizadas refor-mas no prédio, além de mu-danças na estrutura pedagó-gica da unidade.

As obras estão orça-das em R$ 278 mil. Os alu-nos contarão com assistên-cia médica, fonoaudióloga,fisioterapêutica e ensinoprofissionalizantes.

Inclusão - Junta-mente com esse plano deampliação no atendimen-to das crianças portado-ras de necessidades espe-ciais, a Secretaria de Edu-cação desenvolve o Pro-grama de Inclusão, queatualmente beneficia 39alunos em 17 EscolasMunicipais, desde queapresentem desenvolvi-mento suficiente para fre-qüentarem as classes.Para desenvolver o traba-lho, os professores sãoassessorados pelo Serviçode Apoio Itinerante, ligadoà Secretaria de Educação.

Passeio dá trabalho. É“status” para a escola que opromove, e preocupação paraos pais das crianças. É ne-cessário que a escola pla-neje, com segurança, seuspasseios e transmita aos paisa importância educativa e so-cial desses eventos.

É aconselhável que acoordenadoria das unidades deensino que possuem EducaçãoInfantil, ou sua diretoria, escla-reçam aos pais o valorenriquecedor desta vivência,fazendo-os ver que os bonsmomentos vividos pelo seus fi-

Passear: uma preocupação para os paislhos serão retidos na memó-ria para sempre, e também se-rão de grande aprendizado.

A sociabilidade promo-vida pelas escolas é necessá-ria ao desenvolvimento emoci-onal de toda criança, uma vezque se vive em comunidade ehá necessidade de se ter ami-gos. O passeio ajuda no pro-cesso de socialização e sótraz benefícios aos alunos,além de certa independência,autonomia de ações e o des-pertar da responsabilidade.

Após estimular os pais,a segunda etapa é mostrar a

seriedade com que a escolaencara este tipo de atividade.Pedir a autorização, por escri-to, dos pais como tambémobter informações sobre proble-mas com viagens que,porventura, as crianças pos-sam ter, como enjôo, dores,entre outros, e qual o medica-mento a ser dado antes e du-rante a viagem, são pontos fun-damentais para mostrar auten-ticidade e responsabilidade.

Os pais adquirem con-fiança quando observam a res-ponsabilidade da escola nocumprimento dos horários,

pontualidade na saída e nachegada da viagem. Ninguémgosta de esperar, mesmo por-que não é correto fazer-se es-perar. É importante trabalhara organização e a disciplinapois melhora sensivelmente oconceito da unidade de ensi-no. Se surgir qualquer proble-ma no horário do retorno pre-visto, o correto é telefonar àescola avisando para que hajatranqüilidade. No mais, é sófazer uma Boa Viagem!

Profª Vania Coelho Barbieri*

*Assessora para Assuntos deFuncionamento de EscolasParticulares - SME

Emesp passa por obras para ampliar o atendimento

Secretaria Municipalde Educação

desenvolve trabalhopara proporcionar

a inclusão decrianças portadoras

de necessidadesespeciais

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O Cemforpe – CentroMunicipal de Formação Pe-dagógica, ligado à SecretariaMunicipal de Educação, pro-move, durante todo este ano,cursos e palestras voltadosaos diretores e professores daRede Municipal de Ensino. Oobjetivo é contribuir para a for-mação permanente dos edu-cadores e para a educaçãopública com qualidade.

Oficinas motivarão osprofissionais da Rede Munici-pal a refletir sobre conteúdossignificativos e técnicas de tra-balho nas várias áreas do cur-rículo: Literatura Infantil, Ope-rações Matemáticas, Geome-

Cemforpe promove cursos e palestrasNOVOS CAMINHOS

Professores da Rede Municipal se especializam em curso para Educação de Jovens e Adultos

tria, Importância do Movimen-to para Criança, Artes Visuais,Música, Jogos, entre outros.

Em fevereiro, foi realiza-do o primeiro dos cursos pro-gramados: “Formação de Pro-fessores da Educação de Jo-vens e Adultos”. Segundo a co-ordenadora do Cemforpe- Cen-

tro Municipal de Formação Pe-dagógica, Leni Gomes Magi, oobjetivo principal é aprimorar oPrograma que visa acabarcom o analfabetismo na cida-de, trabalhando com o materi-al didático do grupo “AçãoEducativa”. O curso foi minis-trado pelas professoras Alice

Profissionais da RedeMunicipal de Ensino reuni-ram-se no Clube NáuticoMogiano, no dia 13 de feve-reiro, para uma análise re-flexiva sobre planejamento eprojeto político-pedagógicoda escola, orientada peloprofessor pesquisador da fa-culdade de Educação daUSP, José Cerchi Fusari.

A proposta pedagógi-ca da escola, partindo da ava-liação coletiva do trabalho re-alizado e da análise cuida-dosa de seus resultados,propicia uma tomada de de-cisões pela equipe escolar,

definindo com clareza as me-tas a atingir, planejando novasformas de atuação e novosprojetos a serem desenvolvi-dos num trabalho participativo.

O planejamento, pro-cesso inerente à prática pe-dagógica, deve ocorrer duran-te todo o ano letivo num con-tínuo diagnóstico, numa cons-tante avaliação e tomada dedecisões que levam àmelhoria da qualidade do en-sino. Com esta linha de raci-ocínio, o professor Fusarimostrou a importância de umplanejamento significativopara a Educação.

DIRECIONAMENTO

Planejamento: um compromisso de todos

Professor pesquisador de Educação da USP, José Cerchi Fusari

Secretaria realizaoficinas para motivar

a reflexão e odesenvolvimento

de técnicas detrabalho nasvárias áreasdo currículo

Rude Horle Martins e HarumiPisciotta, da UBC.

O quadro completocom todos os eventos volta-dos aos professores seráencaminhado às EscolasMunicipais, como tambémestará no site da Prefeitura:www.mogidascruzes.sp.gov.br

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Concebendo-se a fi-gura do professor como edu-cador, um comunicador comvalores e como ponto de refe-rência para os alunos, pro-põe-se a reflexão sobre a im-portância de sua função noresgate do valor do ser huma-no. Sua forma de compreen-der o mundo, sua visão acer-ca dos fatos e saberes abor-dados, seus valores, influen-ciam a forma de pensar, sen-tir e agir dos alunos. A práti-ca pedagógica é uma açãoeminentemente ética.

A ética é definida porSeverino (1992) como a áreada filosofia que investiga osproblemas colocados peloagir do homem, em outraspalavras, a ética pode serentendida como um conjuntode valores que regulam asações do homem de acordocom princípios que visam obem comum.

Freire (1999) sublinhanos professores a responsa-bilidade ética no exercício datarefa docente, referindo-se àética universal do ser huma-no, enquanto algo indispensá-vel à convivência humana. “Éno domínio da decisão, da

A ética na comunicação:professor e aluno

Anne Ivanovici *

*Diretora de Escola Municipal

avaliação, da liberdade, daruptura, da opção, que se ins-taura a necessidade da éti-ca, e se impõe a responsa-bilidade”. O professor deixatransparecer em suas atitu-des, na escolha dos conteú-dos e na forma de trabalhá-los, um posicionamento, sejaele crítico ou de acomoda-ção; segundo o autor, ele nãopassa pelos alunos sem dei-xar a sua marca.

A autonomia da escolasempre mereceu pouca aten-ção na educação brasileira emgeral e na educação paulistaem particular. Desde o “Mani-festo dos Pioneiros da Educa-ção Nova” (1932), documentoque pretendia estabelecer umroteiro para a reconstruçãoeducacional no Brasil, até aLei nº 5692/71, o uso da pala-vra “autonomia” foi escasso enão ultrapassava o nível deuma reivindicação de maior li-berdade regimental. Em ne-nhum momento teve um sig-nificado mobilizador do magis-tério e indicativo de uma dire-ção na solução de problemaseducacionais.

As Leis de Diretrizes eBases da Educação Nacional(Lei nº 4.024/61 e Lei nº 5.692/71), embora sem usarem apalavra “autonomia”, fixaram anorma de que cada estabele-cimento público ou particulardeveria organizar-se por meiode regimento próprio.

No entanto, temos queconsiderar que a autonomiada escola não pode se redu-zir a uma mera questão regi-mental. Ela apenas ganhaimportância se significar au-tonomia da tarefa educativa.

Elaborar a propostapolítica pedagógica é umexercício de autonomia. Masvale destacar também queautonomia não significa au-sência de leis, normas, regrasou a idéia de que a escolapode fazer o que quiser. Sig-nifica, sim, a possibilidade dea escola ser o centro das de-cisões, traçar seus rumos,buscar seus caminhos, criarcondições de vir a ser o quese pretende, dentro dosparâmetros gerais definidospelos órgãos normativos dosistema.

Proposta pedagógicae autonomia da escola

Leni Gomes Magi*

*Coordenadora do Cemforpe

A comunicação é oelemento que

possibilita ao homema inserção no mundo,

permite acompreensão docontexto ao qual

estamos inseridos

A concepção de éti-ca assumida pelo ReferencialCurricular Nacional para aEducação Infantil consideraque o desenvolvimento moraldepende da afetividade, dorespeito próprio e daracionalidade, sendo que aqualidade das relações soci-ais tem forte influência sobre

estas. Portanto, o professorde educação infantil que viseo desenvolvimento moral deseus alunos, deve buscar de-senvolver na habilidade de co-municação, no diálogo que es-tabelece com os alunos, pos-sibilidades de valorização pes-soal, da resolução de confli-tos, de expressão do pensa-mento, submetendo suas idéi-as ao juízo dos outros semmedo de ser depreciado.

A comunicação é oelemento que possibilita aohomem a inserção no mun-do. Permite a expressão dosdesejos, a compreensão docontexto ao qual estamos in-seridos, a apropriação do sa-ber e a possibilidade de fa-zer escolhas, boas escolhas,esperamos.

No relatório daUNESCO, Delors (1999)aponta para a necessidade dedarmos novo valor à dimensãoética e cultural da educação,e desta forma, dar a cada um,meios de compreender o ou-tro na sua especificidade, e omundo, na sua marcha parauma certa unidade.

ORIENTAÇÃO

Marcos Gonçalves ter-minou o Ensino Médio no anopassado. Sempre quis traba-lhar com computador, massem recursos para fazer fa-culdade, andava meio desa-nimado. Agora, com a pers-pectiva de realizar um cursoprofissionalizante na área dedesigner, o adolescente de 17

anos voltou a ter esperança deum futuro melhor. Ele é um dos880 concluíntes do Ensino Mé-dio em 2001 que farão parte doPrograma Profissão, desen-volvido pelo Governo do Esta-do, por meio da Secretaria daEducação.

Do total, 440 vagas se-rão oferecidas em parceria com

880 jovens no Programa Profissãoa ETE Presidente Vargas e asEscolas Municipais.

Os cursos oferecidosgratuitamente são: Serviçode Secretariado; AuxiliarAdministrativo e Financeiro;Agente Sanitário de Alimen-tos; Auxiliar de Designer I eII e Instalador e Montadorde Eletrodomésticos.

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INFORMAÇÃO

... ”Nesse contexto, refor-ça-se a concepção de esco-la voltada para a construçãode uma cidadania conscien-te e ativa, que ofereça aosalunos as bases culturais quelhes permitam identificar eposicionar-se frente às trans-formações em curso e incor-porar-se na vida produtiva esócio-política. Reforça-se,também, a concepção de pro-fessor como profissional doensino que tem como princi-pal tarefa cuidar da aprendi-zagem dos alunos, respeita-da a sua diversidade pesso-al, social e cultural.

Trecho do Parecer 09/2.001, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação.Relatora: Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira

Alguns pontos a considerar na organização curricular, natarefa educativa e na formação do professor

para os professores.No que se refere à fai-

xa etária de zero a seisanos, considerando a dife-rença entre creche e pré-es-colar, além dos cuidadosessenciais, constitui hojeuma tarefa importante favo-recer a construção da iden-tidade e da autonomia dacriança e o seu conheci-mento de mundo.

Com relação aos alu-nos dos en-sinos funda-mental e mé-dio, é preci-so estimulá-los a valori-zar o conhe-cimento, osbens cultu-rais, o traba-lho e a teracesso aeles autono-mamente; aselecionar o que é relevante,investigar, questionar epesquisar; a construir hipóte-ses, compreender, raciocinarlogicamente; a comparar, es-tabelecer relações, inferir egeneralizar; a adquirir confian-ça na própria capacidade depensar e encontrar soluções.

É também necessárioque o aluno aprenda arelativizar, confrontar e respei-tar diferentes pontos de vis-ta, discutir divergências, exer-citar o pensamento crítico ereflexivo, comprometer-se,assumir responsabilidades.

Além disso, é impor-tante que aprendam a ler cri-ticamente diferentes tiposde texto, utilizar diferentesrecursos tecnológicos, ex-

É certo quecomo toda

profissão, omagistério também

tem a suatrajetória

construídahistoricamente

Novas tarefas pas-sam a se colocar à escola,não porque seja a única ins-tância responsável pelaeducação, mas por ser ainstituição que desenvolveuma prática educativa pla-nejada e sistemática duran-te um período contínuo eextenso de tempo na vidadas pessoas. E tambémporque é reconhecida pelasociedade como a institui-ção da aprendizagem e docontato com o que a huma-nidade pôde produzir comoconhecimento, tecnologia,cul tura. Novas tarefas,igualmente, se apresentam

As novas tarefasatribuídas à escola

e a dinâmica impõema revisão da

formação docente naperspectiva defortalecer asmudanças

pressar-se e comunicar-se emvárias linguagens, opinar, en-frentar desafios, criar, agir deforma autônoma e que apren-dam a diferenciar o espaço pú-blico do espaço privado. Sersolidários, cooperativos, con-viver com a diversidade, repu-diar qualquer tipo de discrimi-nação e injustiça.

Do mesmo modo pre-cisam ser consideradas asespecificidades dos alunos

das diver-sas modali-dades deensino, es-pecialmen-te da Edu-cação Indí-gena, daEducaçãode Jovens eA d u l t o s ,bem comodos alunoscom neces-

sidades educacionais especiais.As novas tarefas atri-

buídas à escola e a dinâmi-ca por elas geradas impõema revisão da formação docen-te em vigor na perspectiva defortalecer ou instaurar proces-sos de mudança no interiordas instituições formadoras,respondendo às novas tare-fas e aos desafios apontados,que incluem o desenvolvimen-to de disposição para atuali-zação constante de modo ainteirar-se dos avanços doconhecimento nas diversasáreas, incorporando-os, bemcomo aprofundar a compre-ensão da complexidade doato educativo em sua relaçãocom a sociedade.

É certo que como

É tambémnecessário que oaluno aprenda a

relativizar,confrontar e

respeitardiferentes pontos

de vista

toda profissão, o magistériotem uma trajetóriaconstruída historicamente.

A forma como surgiua profissão, as interferênci-as do contexto sócio-políti-co no qual ela esteve e estáinserida, as exigências co-locadas pela realidade soci-al, as finalidades da educa-ção em diferentes momen-tos e, conseqüentemente, opapel e o modelo de profes-sor, o lugar que a educaçãoocupou e ocupa nas priori-dades de Estado, os movi-mentos e lutas da categoriae as pressões da populaçãoe da opinião pública em ge-ral são alguns dos principaisfatores determinantes doque foi, é e virá a ser a pro-fissão magistério.

A formação de profes-sores como preparação profis-sional passa a ter papel crucial,no atual contexto, agora parapossibilitar que possam expe-rimentar, em seu próprio pro-cesso de aprendizagem, o de-senvolvimento de competênci-as necessárias para atuar nes-se novo cenário, reconhecen-do-a como parte de uma traje-tória de formação permanenteao longo da vida.” ...

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FUNÇÃO SOCIAL

Desafios educacionaisBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro*

* Assessora para Educação deJovens e Adultos

O desafio do atual go-verno com a Educação deJovens e Adultos é o de con-cretizar, juntamente com co-munidade educacional, umapolítica que tenha como fina-lidade garantir aos adultosque tiveram passagens fra-cassadas pelas escolas oacesso à cultura letrada, pos-sibilitando, assim sua partici-pação mais ativa no universosocial, particularmente o pro-fissional.

Assim, de formaparticipativa, consideramosque a função social se soli-difica não apenas com o su-

porte de recursos materiais,humanos e institucionais,mas principalmente com prá-ticas docentes criativas. Prá-ticas estas tradutoras de umalinguagem que ultrapasse aconcepção da alfabetizaçãocomo simples domínio mecâ-nico de técnicas para escre-ver e ler. É conceber a alfabe-tização como o “domínio des-sas técnicas em termosconscientes”. É ter comometa a obtenção de um re-sultado pedagógico que setraduza em ver um alfabeti-zando entender o que lê eescrever o que entendeu. Em

ver emergir em cada alfabeti-zando a consciência de seusdireitos e deveres e de suaspossibilidades de atuação en-quanto ser social. É, enfim, al-cançar a formação para oexercício pleno da cidadania.

Por isso, a alfabetiza-ção não pode se fazer decima para baixo, nem de forapara dentro, como uma doa-ção ou uma exposição. Mas,de dentro para fora, como re-sultado de um movimento dopróprio analfabeto, para o qualo educador contribui incorpo-rando aos métodos de alfabe-tização, conteúdos que tradu-

zam o universo de preocupa-ções e interesses dosalfabetizandos. Assim, o pa-pel do educador passa a serfundamentalmente o de dia-logar com o analfabeto sobresituações concretas, ofere-cendo-lhe os meios com osquais possa se alfabetizar.

Vale dizer que o homem,visto e tratado como sujeito enão como objeto de sua edu-cação, tem muito mais condi-ções pessoais de perceber aspossibilidades de intervenção emudança em sua realidade enela intervir cada vez mais.

“MUDE” - Clarice Lispector

Mude, mas comece devagar, porque a direção é maisimportante que a velocidadeSente-se em outra cadeira, no outro lado da mesaMais tarde, mude de mesaQuando sair, procure andar pelo outro lado da ruaDepois, mude de caminho, ande por outras ruas,calmamente, observando com atenção os lugares poronde você passaTome outros ônibus.Mude por uns tempos o estilo das roupasDê os seus sapatos velhosProcure andar descalço alguns diasTire uma tarde inteira para passear livremente napraia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhosVeja o mundo de outras perspectivasAbra e feche as gavetas e portas com a mão esquerdaDurma no outro lado da cama ... depois, procuredormir em outras camasAssista a outros programas de tv, compre outrosjornais ... leia outros livros,Viva outros romancesNão faça do hábito um estilo de vidaAme a novidadeDurma mais tardeDurma mais cedoAprenda uma palavra nova por dia numa outra línguaCorrija a posturaComa um pouco menos, escolha comidas diferentes,novos temperos, novas cores, novas delíciasTente o novo todo diaO novo lado, o novo método, o novo sabor, o novojeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vidaTenteBusque novos amigosTente novos amoresFaça novas relaçõesAlmoce em outros locais, vá a outros restaurantes,

tome outro tipo de bebida, compre pão em outrapadariaAlmoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versaEscolha outro mercado ... outra marca de sabonete,outro creme dental...Tome banho em novos horáriosUse canetas de outras coresVá passear em outros lugaresAme muito, cada vez mais, de modos diferentesTroque de bolsa, de carteira, de malas, troque decarro, compre novos óculos, escreva outras poesiasJogue fora os velhos relógios, quebre delicadamenteesses horrorosos despertadoresAbra conta em outro bancoVá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outrosteatros, visite novos museusMudeLembre-se de que a Vida é uma sóE pense seriamente em arrumar um outro emprego,uma nova ocupação, um trabalho mais light, maisprazeroso, mais digno, mais humanoSe você não encontrar razões para ser livre,invente-asSeja criativoE aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,longa, se possível sem destinoExperimente coisas novasTroque novamenteMude, de novoExperimente outra vezVocê certamente conhecerá coisas melhores ecoisas piores do que as já conhecidas, mas nãoé isso o que importaO mais importante é a mudança, o movimento, odinamismo, a energiaSó o que está morto não muda! Repito por puraalegria de viver: a salvação é pelo risco,sem o qual a vida não vale a pena !!!

PARA REFLETIR