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Novos rumos para a educaçªo SAIBA O QUE É O CEMFORPE - P`G. 2 MOGI D` SHOW EM OLIMP˝ADAS - P`G. 4 Revista bimestral Dezembro de 2001/ Janeiro de 2002 Ano I N” 1 Psicologia orienta integraçªo familiar pÆgs. 6 e 7 pÆg. 2 A tecnologia altera papel da escola pÆg. 8 Projetos valorizam açıes comunitÆrias pÆg. 12 Bolsa-Escola eleva freqüŒncia escolar pÆg. 3

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Novos rumos para a educação

SAIBA O QUE É O CEMFORPE - PÁG. 2 MOGI DÁ SHOW EM OLIMPÍADAS - PÁG. 4

Revista bimestral � Dezembro de 2001/ Janeiro de 2002 � Ano I � Nº 1

Psicologia orientaintegração familiar

págs. 6 e 7

pág. 2

A tecnologia alterapapel da escola

pág. 8

Projetos valorizamações comunitárias

pág. 12

Bolsa-Escolaeleva freqüênciaescolar

pág. 3

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APRESENTAÇÃO

A realização de um sonhoCom grande alegria apre-

sentamos aos educadoresda nossa cidade o primeironúmero de nossa revistaEducando em MOGI . Suaedição foi sugerida porprofessores e diretores daRede Municipal de Ensi-no. Era também o sonhode integrantes da equipetécnica da Secretaria Mu-nicipal de Educação.

Educando em MOGI

visa ser um canal de comu-nicação entre os que militamna área educacional em nos-so município, contribuindopara o aperfeiçoamento daprática profissional de todose, por conseqüência, para amelhoria da qualidade denossa educação.

A revista divulgará artigos,depoimentos, relatos de prá-ticas docentes, experiênciaspedagógicas significativas,

debates, documentos, notas,informações e eventos relaci-onados à educação. Publica-remos trabalhos de colegasda Educação Básica, Públi-ca ou Particular, e do EnsinoSuperior. Educando emMOGI também tem versão online no site da Prefeitura Muni-cipal de Mogi das Cruzes:www.mogidascruzes.sp.gov.br.

A participação de todos osprofissionais da Educação na

Tendo como objetivo umensino de qualidade, e comometas, entre outras, a moder-nização e dinamização doensino e a valorização dosprofissionais da educação, foicriado, em julho de 2001, oCemforpe – Centro Municipalde Formação Pedagógica,parte integrante da Secreta-ria Municipal de Educação.

zação; promover a integraçãode todo o quadro funcionalpara aprimorar a qualidadedos serviços prestados à po-pulação; além de asseguraras condições básicas paraque as escolas formulemseus projetos pedagógicoscom base nas Diretrizes Na-cionais, Normas Complemen-tares Estaduais e Municipaisnos Referenciais e ParâmetrosCurriculares Nacionais.

Cabe ao Cemforpe, ainda,acompanhar, orientar e avali-ar o desempenho global dosistema municipal de educa-ção, nos diferentes níveis deensino: Educação Infantil,Ensino Fundamental, Educa-ção para Jovens e Adultos eEnsino para Portadores deNecessidades Especiais.

Promover, periodicamen-te, cursos de atualização eaperfeiçoamento de palestras,

Para entender o CemforpeLeni Gomes Magi

Coordenadora do Cemforpe

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZESSecretaria de Educação / Secretaria de Comunicação SocialAv. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro CívicoCEP 08780-900 - Mogi das Cruzes-SPPABX: (11) - 4798-5000 FAX: (11)- 4799-3067Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

produção desta revista é fun-damental. Juntos, podemosajustar os passos, discutirnovos caminhos, rever con-ceitos e ampliar a visão, im-primindo a marca damelhoria contínua em cadaedição. Textos, fotos, ilus-trações, idéias, sugestõesde pauta, toda colaboraçãoé recebida com alegria. Afi-nal, esta revista é nossa.Bem-vindos a bordo.

Para colaborações, sugestões e outras participações, basta entrarem contato com:•Equipe do Cemforpe - Centro Municipal de Formação Pedagógica:Sede da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes - 3º andar.Telefone: 4798-5145. E-mail: [email protected]; ou•Secretaria Municipal de Comunicação Social - Telefones: 4798-5155/5156. E-mail: [email protected]

Bem-Vindos!

“Metas: modernizaçãoe dinamização do

ensino e a valorizaçãodos profissionais da

educação”

LIÇÕES DO RISOGinásio Municipal de Esportes de Mogi: como uma das ações

do Cemforpe, voltadas ao desenvolvimento pessoal eprofissional dos educadores, o Auto Didático

“As Desventuras de Dona Escola” transforma o humor emferramenta para mostrar que o verdadeiro papel da escola

é atuar na comunidadeEste Centro tem comoatribuições, contribuir para odesenvolvimento pessoal dosdocentes e demais profissio-nais da educação, propician-do sua capacitação e atuali-

debates e outros eventos di-rigidos aos profissionais daeducação, também é um dosobjetivos deste Centro, assim

como orientar esses profissi-onais na introdução e uso denovas tecnologias e comuni-cação na escola.

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BOLSA-ESCOLA

Programa atinge objetivo

A dona de casa JoanaD’Arc dos Santos, moradorada Vila Brasileira, recebeupela primeira vez, em 1º deoutubro último, a ajuda men-sal do Programa Bolsa-Esco-la: R$ 15,00, retirados comcartão magnético em umacasa lotérica. Com o dinhei-ro, ela comprou uma caixa delápis de cor, cadernos, cane-tas hidrográficas e papéispara desenho, além de frutase verduras para a família.

Desempregada e sem re-ceber pensão do ex-marido,Joana lembra que, antes, ti-nha de pedir ajuda a paren-tes e amigos. “Estou muito fe-liz. Agora, posso ficar maist r a n q ü i l a ” , c o m e m o r a ,empolgada por garantir os es-tudos da filha, Janaína, de 10

anos, que freqüenta a EscolaMunicipal Doraci BatistaCampos Pereira. “A Janaínanão tinha nem onde escrever.Era muito difícil”.

Janaína está entre os 8.986alunos do Ensino Fundamen-tal – com idades entre 6 e 15anos – atendidos em Mogi dasCruzes pelo Bolsa-Escola que,nos últimos dois meses, tevesua eficiência testada e apro-

vada. O principal objetivo doprograma foi atingido: comba-ter a evasão escolar.

A freqüência da maioriados estudantes correspondea 85%, o que representa 10pontos percentuais acima damédia. O índice foi apuradoem levantamento preliminarda Secretaria Municipal deEducação que planeja ampli-ar o trabalho, analisando a

Quase 5 mil famílias têm cartão Bolsa-Escola:ajuda mensal para manter filhos estudando

influência do programa nodesempenho dos alunos.

O Bolsa-Escola beneficia4.916 famílias com renda men-sal de até R$ 90,00 por inte-grante. É o resultado de umconvênio entre a Prefeitura eo Ministério da Educação queenviou à agência central daCaixa Econômica Federal oscartões magnéticos destina-dos ao município. A ajudacorresponde a R$ 15,00 men-sais por aluno até o máximode três atendidos por família.

Dados da Secretaria Mu-nicipal de Educação mostramque, entre as famílias benefi-ciadas, muitas têm rendamensal inferior a R$ 40,00para manter quatro ou mais fi-lhos, todos em idade escolar.

As inscrições de famíli-as não contempladas nes-ta primeira fase do Progra-ma permanecem válidas. AAdministração vem pleite-ando a ampliação do bene-fício para atender todas asfamílias cadastradas quepreenchem os requisitos doBolsa-Escola.

QUALIFICAÇÃO

�Criança é Movimento� na Rede MunicipalLilian Gonçalves

Assessora para Educação Infantil

Com o objetivo de dina-mizar as atividades desenvol-vidas nos 12 CCII´s – Cen-tros de Convivência InfantilIntegrados do Município, aSecretaria de Educação estáimplantando, em caráter ex-perimental, o projeto “Crian-ça é Movimento”.

O programa visa dar trei-namento para babás e pro-fessores, sendo parte de umsistema de qualificação pro-fissional. Ele já foi aplicadoem 2001, com sucesso, e Projeto visa dinamizar atividades nos Centros de Convivência Infantil

deve ser implementado nospróximos anos. Os educado-res aprendem que as crian-ças pequenas necessitam deatividades físicas e mentaispara um melhor desenvolvi-mento de seus reflexos e co-ordenação motora.

É ultrapassado o conceito de“berçário” usado para denomi-nar as escolas de EducaçãoInfantil, há alguns anos, ondeas crianças apenas comiam edormiam. Atualmente, estudosrealizados no mundo inteiroapontam o exercício, tanto físi-co como intelectual, como umacontribuição essencial parauma vida mais saudável.

Estudo confirmaa eficiência do

trabalho nocombate à

evasão

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OLIMPÍADAS

Pela primeira vez nasOlimpíadas Especiais, a equi-pe mogiana faz bonito e con-quista, ao todo, dez meda-lhas, sendo cinco de ouro,quatro de prata e uma debronze. Cinco alunos daEmesp – Escola Municipalde Educação Especial Pro-fessora Jovita FrancoArouche participaram, entresetembro e novembro últi-mos, das seletivas do even-to, nas modalidades marchaadaptada 25 metros (m) e ar-remesso de pelota, uma ver-tente do arremesso de peso.

As atividades da fase regi-onal foram realizadas na Es-cola de Educação Física daPolícia Militar, em São Paulo.Já a cidade de Itanhaémsediou a seletiva estadual.Desta última, a equipe de Mogitrouxe três das cinco meda-lhas de ouro e metade dasconquistas de prata.

Ouro em dose dupla. Foiassim que Marisa MassaroIshigaki, 20 anos, carimbousua participação nas Olimpía-das Especiais. Única mulherdo grupo, ela arrematou a li-derança em marcha adaptada25m (feminino), tanto na faseregional quanto na estadual.

Alunos da Emesp faturam medalhassempenho do aluno no arre-messo de pelota.

A seletiva estadual tambémfoi palco para a performancevitoriosa de Wellington dosSantos, 11 anos, que já haviasido premiado com bronzeem São Paulo. Ele competiuem marcha adaptada 25m,modalidade preferida da dele-gação mogiana que tambémfaturou prata na fase estadu-al da disputa. Esta conquistaé assinada por Renato ToshioKoide, 13 anos, que já haviasaboreado a vitória na etaparegional. Ainda na Capital,Diego Martins Domingos, 16

Renato Koide, Marcos Lices, Diego Domingos, Marisa Ishigaki e Wellington dos Santos

Pela primeira vez nacompetição, equipe

mogiana dá show emprovas de atletismo

A coleção mais generosade medalhas ficou com Mar-cos Vinícius Figueiredo Lices,14 anos, que faturou uma deouro e duas de prata. Na se-letiva estadual, conquistou o1º lugar na modalidade mar-cha adaptada 25 metros (m)que, em Série 1, havia rendi-do ao atleta a 2ª colocaçãona fase regional. A outra me-dalha de prata veio deItanhaém, como saldo do de-

FASE REGIONAL

DIEGO MARTINS DOMINGOSPRATA - MARCHA ADAPTADA 25M (SÉRIE 2)

MARCOS VINÍCIUS LICESPRATA - MARCHA ADAPTADA 25M (SÉRIE 1)

MARISA MASSARO ISHIGAKIOURO MARCHA ADAPTADA 25M (FEMININO)

RENATO TOSHIO KOIDEOURO - MARCHA ADAPTADA 25M

WELLINGTON DOS SANTOSBRONZE MARCHA ADAPTADA 25M

MARCOS VINÍCIUS LICESOURO MARCHA ADAPTADA 25MPRATA ARREMESSO DE PELOTA

MARISA MASSARO ISHIGAKIOURO MARCHA ADAPTADA 25M(FEMININO)

RENATO TOSHIO KOIDEPRATA MARCHA ADAPTADA 25M

WELLINGTON DOS SANTOSOURO MARCHA ADAPTADA 25M

FASE ESTADUAL

anos, ficou com a medalha deprata na Série 2 da marchaadaptada 25m. (Veja quadro).

Segundo a diretora daEmesp, Neuraide RezendeFujita, os alunos não irãocompetir na fase nacional doevento porque a seleção dosparticipantes foi decidida emsorteio e os alunos de Moginão foram contemplados.

“Foi uma surpresa esseresultado tão positivo. Jáestamos pensando nas pró-ximas Olimpíadas, em 2004”.Para ela, esse trabalho deinclusão que está sendo de-senvolvido pela Prefeitura,

em parceria com o Sesi, vemincentivando os alunos. “Elesestão motivados, mais ale-gres e confiantes.

A Administração Munici-pal vem fazendo melhoriasna escola, desde o começodo ano. Para este primeirosemestre, estão programa-das a reforma da piscina ea construção de quadra es-portiva na Emesp.Origem - Em agosto. a Emesprecebeu o convite para integraro programa de treinamento deprofessores e familiares, pro-movido pelo Sesi. Objetivo:incluir os alunos nos jogos.

ELES SÃO 10! 5 DE OURO, 4 DE PRATA E 1 DE BRONZE

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Projeto Inclusão

A Educação Especial or-ganiza-se de modo a aproxi-mar seus pressupostos teóri-cos e a prática pedagógicasocial da educação inclusiva.

Partindo desse pressupos-to e considerando que os alu-nos, portadores de necessida-des especiais, freqüentam asescola da Rede Municipal deEnsino, houve o desejo de for-talecer o processo de inclusãoem Mogi das Cruzes, comações voltadas à formaçãocontinuada dos professores.

Há várias décadas, as na-ções afirmaram na Declara-ção Universal dos DireitosHumanos que “toda pessoatem o direito à educação”.Esse movimento é visto sobo aspecto de uma políticaeducacional transformadora,que assegura educação para

todos, considerando que asdiferenças são constituintesdo ser humano. A missãodeste paradigma, denomina-do inclusão, é melhorar avida das pessoas e ocuparespaços sociais.

A inclusão é um proces-so gradual e interativo quenecessita ser revisto constan-temente. Para incluir, a soci-edade deve ser modificada, epontuar algumas questõesreferentes aos valores, respei-to, potencialidades e acessi-bilidade. A grande sintoniaestá no pensar, sentir e agirsobre a causa.

Em relação ao processode inclusão escolar, estenão pode ser visto simples-mente como o acesso epermanência dos alunosnas classes comuns. Há dese considerar que os pro-fessores carecem de supor-te técnico, com vistas auma formação continuada,para atuarem com a diver-sidade dos alunos.

O momento atual é muito

Jacy AparecidaMarques de Souza

Assessora para Educação Especial

EDUCAÇÃO ESPECIAL

delicado. Sabemos que nãose mudam atitudes e compor-tamentos rapidamente. Nãose pode ser ingênuo e imagi-

Quando a noite chega, o medo vem, de ser atacado oumorto quando está dormindo

Por que esse medo?Por causa da guerra que está acontecendo!Também temos outro medo: o de sair por aí e ser

contaminado com alguma doença transmitida de lá doAfeganistão, ou de outro lugar.

O medo de que um avião venha de noite, ou de dia, e jogueem nós uma bomba. Esse é o medo das pessoas, da população.

Mas uma coisa o mundo pergunta a si mesmo: onde estáa paz?

E a própria pessoa suspira e se pergunta outra vez: seráque a paz está presa?

Ninguém está feliz com a guerra, o que eles querem é paz.Mas onde está a paz?Presa, trancada, esquecida?De uma coisa eu sei: que a paz está dentro de nós.Queremos libertar a paz e não prendê-la!

A paz presa

Esta coluna tem o objetivo de divulgar a opiniãodos alunos da Rede Municipal de Ensinocom relação aos assuntos do cotidiano

Angélica Mello de MoraesAluna da Escola MunicipalFujitaro Nagao - 4ª série A

“Para incluir, asociedade deve ser

modificada,pontuando algumasquestões referentes

aos valores, respeito,potencialidades eacessibilidade.”

nar um ensino para todos,sem resguardar a diversida-de humana, ao construirseu conhecimento.

A inclusão de sucesso,com qualidade e continuida-de, acontecerá com projetospedagógicos especiais, pro-postos nas escolas, con-templando sua realidade nainteração da comunidade es-colar e na sociedade comoum todo. Somente com per-sistência, paciência e muitadisposição conseguiremosalcançar nosso objetivo.

Formação continuada de professores fortalece processo de inclusão

“A grande sintoniaestá no pensar, sentire agir sobre a causa”

RECADO DOS ALUNOS

Veja como participar na pág. 2

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ORIENTAÇÃO

Trabalho psicológico ajuda Os professores da Rede

Municipal de Ensino podemcontar com um apoio diferen-ciado para solucionar eventu-ais problemas de comporta-mento dos alunos. A Dope -Divisão de Orientação e Pro-moção ao Escolar, ligada àSecretaria Municipal de Edu-cação, desenvolve um traba-lho com os estudantes queapresentam algum tipo dedistúrbio psicológico.

Atendendo em média 60crianças por semana, o se-tor trata de problemas dis-ciplinares, de aprendiza-gem, além de dar todo o en-caminhamento à neurolo-gistas, fisioterapeutas efonoaudiólogos.

A Secretaria alerta para aimportância do projeto no de-senvolvimento da criança e aintegração da família. É umtrabalho completo de acom-panhamento e muitos paisnão teriam condições de cus-tear um tratamento particular.

Segundo a psicóloga res-ponsável pela Dope, Aparecidade Oliveira, o trabalho procuraresolver as questões aponta-das pelos professores da RedeMunicipal de Ensino. “O pro-fessor encaminha a criança aonosso departamento porque,muitas vezes não conseguecontrolá-lo”.

Entre os sinais estão: agi-tação, agressividade, falta deinteresse e, algumas vezes,enurese noturna (falta de con-trole da urina).

Na maioria dos casos a fa-mília apresenta distúrbiosemocionais, deixando a crian-ça nervosa. “Por exemplo,quando os pais são alcoóla-tras, ou violentos, os alunostendem a se tornar pessoasproblemáticas. Se a conver-sa não existe dentro de casa,a criança apenas grita e cho-ra para conseguir alguma coi-

Psicóloga Aparecida de Oliveira, da Divisão de Orientação e Promoção ao Escolar -Dope: atendimento em consultório localizado na Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

sa. O meu trabalho na Pre-feitura só funciona, se ospais me ajudarem e muda-rem de comportamento”, ex-plica a psicóloga.

Já no segundo problema, apsicóloga afirma que a falta deconcentração, descartando-sedistúrbios neurológicos, é oprincipal fator da dificuldade emaprender. “Trabalhamos muitocom recursos de audiovisual,ludoterapia, através de jogosque estimulam a coordenaçãomotora e a criatividade, entreoutras técnicas. Temos queestimular a criança a se sol-tar, a expor suas opiniões,sem que prejudique outraspessoas”, salienta.

Aparecida destaca que oresultado do trabalho podeser visto durante o dia-a-diana escola. “Elas estão maisfelizes, calmas e seguras. Eusempre entro em contato comos professores e pais. Ocrescimento das crianças éimpressionante”, ressalta. Desegunda a quinta-feira,Aparecida está com os alu-nos. Na sexta-feira, ela aten-de os pais, o que é, segundo

ela, 50% do programa de tra-balho desenvolvido por ela.“Nada seria possível se a fa-mília não compreendesse anecessidade de mudar, demelhorar. Eu dependo dospais e me orgulho de ter oapoio deles, no que eu pre-cisar”, destaca.

A psicóloga informa aindaque, na maioria das vezes, odiálogo, dentro de casa, re-solveria qualquer desvio quea criança apresentasse. “Issoestá ficando cada vez maisraro. Pais e filhos não conver-sam, mal se olham. Parte,porque estão sempre ocupa-dos, trabalhando, estudando.Porém, a grande parcela nãomantém um diálogo porquenão sabe da importância des-se ato tão simples”, concluiAparecida, salientando que,antes de ser avaliada psico-logicamente, a criança apren-de a agradável e aliviante ta-refa de desabafar.

“São atendidas, emmédia, 60 criançaspor semana com

problemas deaprendizagem e

disciplina”

Aparecida ressalta queos problemas mais co-muns, apresentados pelosalunos, estão ligados à dis-ciplina e aprendizagem. Noprimeiro caso, como a cri-ança sabe que o professornão vai brigar e nem bater,ela transfere para a escolatudo o que aprende emcasa. “Dessa forma, o de-senvolvimento educacionalfica muito prejudicado”.

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Diretores e professoresda Rede Municipal de Ensi-no, além de funcionários daSecretaria Municipal de Edu-cação, participaram doworkshop “Como ContornarSituações Difíceis em Salade Aula”, ministrado peloconsultor de marketing eescritor Jairo de Paula.

alunos da Rede Municipal

Evento mostra como contornar situações difíceis em sala de aulaO evento aconteceu na

Universidade Braz Cubas, emoutubro. A palestra foi coor-denada pelo Cemforpe - Cen-tro Municipal de FormaçãoPedagógica e faz parte deuma série de ações, desen-volvida pela Prefeitura, paramelhorar o desempenho doprofissional da educação.

Segundo Jairo de Paula,o workshop mostra um re-volucionário treinamentopara os professores, desen-volvendo técnicas e concei-tos para mudar a maneira deconduzir os problemas dodia-a-dia. “Nosso objetivo éensinar o profissional daeducação a assumir o con-

trole de situações, aparen-temente difíceis”, afirma opalestrante.

Uma das metas do PGP– Plano de GovernoParticipativo é implementarum programa que envolva acapacitação, reciclagem evalorização dos profissio-nais da educação.

WORKSHOP

Alunos, pais, e funcionários da Dope comemoram, emoutubro último, o Dia das Crianças

Maria Aparecida de Fátima é mãe de Jéssica de FátimaStoul, de 5 anos. Ela afirma que há um ano sua filha

apresentava problemas neurológicos e que não ia bemna escola. Após um ano de tratamento na Dope, Jéssica

brincava com os coleguinhas, desenhava, corria, faziatudo o que uma criança costuma fazer. Segundo MariaAparecida, a filha já não precisa mais freqüentar a fisio-terapia e a fonoaudiologia. “Ela agora é outra criança.

Realmente, está feliz”, comenta, satisfeita.

O professor, quando ob-serva algum tipo de desvio noaluno, deve procurar conver-sar em particular. A psicólo-ga Aparecida de Oliveira res-salta que “broncas” em salade aula, na frente dos outroscolegas, não são aconselhá-veis. “A criança pode se sen-tir humilhada e perder a con-fiança no ´amigo` que lheensina tanta coisa”.

O educador pode procu-rar a Secretaria Municipal deEducação, ou no caso dasescolas da Rede Estadual, aDiretoria Regional de Ensino,para encaminhar uma crian-ça com dificuldades. A partirdaí, haverá uma triagem, fei-ta pelos profissionais de edu-cação de cada um dessesórgãos. Os casos maiscomplexos serão encami-nhados ao Dope.

Aparecida afirma que oprofessor deve ampliar o le-que de conhecimentos, aper-feiçoando-se “num pesquisa-dor para transformar a reali-dade”. É preciso ensinar edesenvolver com o aluno orespeito ao próximo, buscan-

Participação dos pais é essencial

� Timidez em excesso� Não participação nas atividades escolares� Desinteresse

do no estudante o conheci-mento, através das diversaspotencialidades, habilidadese criatividade.

“É necessário que elesbusquem novas propostaseducacionais, repensando aeducação e encontrandonovas soluções para os pro-blemas do cotidiano”, diz apsicóloga.

“Atualmente, o ato de edu-car significa muito mais doque ensinar as matérias con-vencionais, como Português,Matemática, História, entreoutras. Educar deve ser umato, acima de tudo, social. Oprofessor deve estar atento àscondutas do aluno, dentro efora da sala de aula. Eledeve ser mais um veículopara tornar o estudante umcidadão digno e atuante nasociedade”.

Psicóloga desaconselhabroncas em sala de aula

Como identificar desvios de comportamento

� Inquietação� Agitação� Fala em demasia

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ANTENADO

As novas tecnologias e a escola

Na nova sociedade da in-formação, a escola passa ater um papel diferente. O pro-fessor e o livro didático dei-xaram de ser as únicas fon-tes de conhecimento. Não sepode ignorar a televisão, ovídeo, o cinema, o computa-dor, o telefone, o fax, que sãoveículos de informação, comu-nicação, aprendizagem elazer. Os alunos moradoresdos grandes centros urbanosestão, constantemente, ex-postos a eles e acostumadosa aprender através dos sons,das cores das fotografias, dasimagens fixas ou em movi-mento, nos filmes e progra-mas de televisão. É preciso,pois, que os professores mo-difiquem suas atitudes dian-te dos meios de comunica-ção, sob risco de serem en-golidos por eles.

Mas, os meios de comu-nicação social (mídias emultimídias) não são apenasrecursos didáticos; fazemparte do conjunto das media-ções culturais e, como taissão portadores de idéias,emoções, atitudes e habilida-des. Libâneo, em seu livro“Adeus professor, adeus pro-fessora? Novas exigênciaseducacionais e profissão do-cente” (1998), lembra compropriedade que “Está se

acentuando o poder pedagó-gico dos meios de comunica-ção: televisão, imprensa es-crita, rádio, revistas, quadri-nhos. A mídia especializa-seem formar opinião e modifi-car atitudes, não apenas nocampo econômico e políticomas, especialmente, no cam-po moral. Vemos diariamen-te a veiculação, a dissemina-ção de saberes e modos deagir, por meio de programas,vinhetas e chamadas sobre

Maria Geny BorgesÁvila Horle

Secretária Municipal de Educaçãosa a ser o espaço de sínte-se, onde se realiza a análisecrítica das informações acu-muladas através dasmultimídias e dos diferentesmeios tecnológicos. Por meioda mediação do professor, aaprendizagem escolar irá in-troduzir os alunos nos signifi-cados da cultura e da ciência.

Ferrés (1996) analisa que“a televisão pode ser um nar-cótico que afaste a realidade,mas também um estímulo

educação ambiental, AIDS,drogas, saúde Há práticaspedagógicas nos jornais, nasrádios, na produção de mate-rial informativo.”

Nesse contexto a escoladeixa de deter sozinha o mo-nopólio do saber, de ser umaagência transmissora de in-formações por excelência,para transformar-se num lugarde análises críticas e produ-ção de informação. Nessaescola o aluno aprende a bus-car a informação nas aulas,livros didáticos, TV, jornal,computador, etc e a analisá-la criticamente. A escola pas-

recursos para a análise críti-ca dos programas. Se os alu-nos se habituarem a ver asimagens da TV dentro de umcontexto de análise crítica emsala de aula, a reflexão críti-ca surgirá fora da sala de aulaquando expostos aos diferen-tes estímulos da mídia emultimídia.

Para isso, o professor pre-cisa ter habilidades comuni-cativas, domínio da linguageminformacional e dos meios deinformação, habilidades dearticular as aulas com asmídias e multimídias.

Acreditando nisso, a Se-cretaria Municipal de Educa-ção adquiriu, e está encami-nhando para todas as esco-las de ensino infantil e fun-damental, televisores 29 po-legadas, vídeos-cassetes eaparelhos de som,objetivando oferecer condi-ções de trabalho para osseus professores. Em 2002,o foco será a informatização,seguindo esse mesmo pro-cesso de desenvolvimentoeducacional.

para aproximar-se dela, umamotivação para interessar-sepor ela, uma oportunidadepara conhecê-la melhor”.Lembra também o autor quepodemos educar na televisãoe com a televisão. Educarcom a televisão significaincorporá-la à sala de aulapara otimizar o processo deensino-aprendizagem, poisela contribui para tornar o en-sino mais motivador. Educarna televisão significa introdu-zir conhecimentos relativos àtelevisão, à sua linguagem, àsua mecânica de funciona-mento, oferecer orientação e

“Os meios de comunicação socialfazem parte do conjunto das

mediações culturais e, como tais,são portadores de idéias, emoções,

atitudes e habilidades ”

Os 600 alunos da EscolaMunicipal Professora AnaLúcia Ferreira de Souza, naVila Rachel, já estão utilizan-do o mini-laboratório deinformática, recém-inaugura-do, visando a melhoria na

Vila Rachel ganha laboratório de informáticaqualidade de ensino.

Com o objetivo de colocaros alunos em contato com ainformatização, os professorestêm se esforçado para minis-trar noções básicas deinformática, para que, futura-

mente, os estudantes possamutilizar o computador comofonte de pesquisa. Programascomo Word, Excell e PowerPoint são ministrados aos es-tudantes. Eles estão encan-tados com as diversas possi-

bilidades que a informáticaoferece. Segundo a direto-ra, Aparecida Yamamoto aproposta é fornecer condi-ções para que os alunos seencaixem no mercado detrabalho.

Referências Bibliográficas:FERRÉS, J. Televisão e Edu-cação. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1996.LIBÂNEO, J.C. Adeus pro-fessor, adeus professora?Novas exigências educacio-nais e profissão docente.São Paulo: Cortez, 1998.

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SINERGIA

Trabalho interdisciplinar

Ao elaborar a PropostaPolítico Pedagógica para2001, partindo de uma refle-xão coletiva, as Escolas Mu-nicipais montaram vários pro-jetos para serem trabalhadosdurante o ano, com a partici-

Leni Gomes MagiCoordenadora do Cemforpe

Ações empresariais sãotema de Mostra

Cultural, entre outros.Isso demonstra uma gran-

de preocupação com a valori-zação pessoal, numa aborda-gem completa de saúde física,mental e emocional, e a forma-ção do cidadão preparado parainteragir na sociedade ondevive, com cidadania e civismo,preservando o meio ambiente.

Também com a preocupa-ção de desenvolver um traba-lho interdisciplinar, outros pro-jetos abordam temas como li-teratura infantil, arte, esporte,lazer, cultura, com grande ên-fase ao folclore brasileiro.

Acreditamos que o traba-lho pedagógico deve ser pau-tado numa interação cons-tante entre todos os seg-mentos da escola, com aparticipação dos pais e co-munidade, pois, só assim,ocorrerá um significativoavanço no processo ensino-aprendizagem.

O Centro de ConvivênciaInfantil Integrado Professo-ra Ignês Maria de MoraesPettená realizou, em no-vembro a “I Mostra Empre-sa na Escola”. O evento tevecomo objetivo apresentar àcomunidade os diferentescampos de ação dos empre-sários dos bairros Vila Cintrae Vila Jóia.

Segundo a diretora daescola, Eulália AnjosSiqueira, desde o começodeste ano, as crianças es-tão fazendo pesquisas nasindústrias da região, compi-lando dados históricos, so-ciais e econômicos.

“Mostramos o resulta-do desse trabalho de váriasmeses. Foram noveestandes com produtos, umpouco da história da empre-sa, sua missão e ações so-ciais”, explica Eulália.

Ela diz ainda que ao lon-go das atividades, os em-preendedores “compraram”a idéia e foram visitar a es-cola também. “Eles vieramaqui, deram algumas pales-tras, distribuíram brindespara os pais dos alunos, ouseja, foram muito compre-ensivos. Realmente partici-param da nossa idéia”, de-clara a diretora.

A Secretaria Municipal deEducação vem orientando osprofissionais da Rede Muni-cipal de Ensino para que for-mulem projetos voltados àações sócio-educativas. Entreeles estão palestras, ativida-des esportivas, cursos e ofici-nas. O objetivo principal é in-tegrar a comunidade ao ambi-ente escolar, transformando aunidade de ensino em um es-paço produtivo, inclusive aosfinais de semana.

Na Escola Municipal Má-rio Portes, em Jundiapeba, se-gundo a diretora RosanaPetersen, os mais de 800 alu-nos, nos três períodos, já tive-ram a oportunidade de partici-par de aulas de capoeira, taekwon do, atividades esportivascomo futebol de sabão, vôlei,basquete, entre outros. “Nósfazemos o agendamento daquadra poliesportiva, aos finaisde semana. Todos os sába-dos e domingos temos váriascrianças na escola, que semeste espaço estariam na rua”,afirma Rosana.

Ela afirma ainda que 96alunos estão participando doprojeto “Fanfarra na escola”,que visa dar iniciação musi-cal aos estudantes. “Desde ocomeço do ano, as crianças

Projetos valorizam parceriacom a comunidade

estão desenvolvendo a parteteórica e tendo os primeiroscontatos com os instrumentosmusicais”, explica a diretora.

Rosana defende que asatividades na escola têmcomo meta evitar a exclusãosocial. “Estando dentro daunidade de ensino, os alunostêm uma vida mais sadia,descobrem toda a criatividadeque possuem, demonstran-do-a em tarefas especiais”,destaca Rosana.

Outro exemplo de açãoconjunta “escola - comunida-de”, é o projeto “OAB Vai àEscola”, que foi desenvolvi-do, durante todo o ano de2001, numa parceria entrePrefeitura Municipal e a 17ªSubsecção da Ordem dosAdvogados do Brasil. Meta:orientar os jovens sobre osefeitos das drogas e o álco-ol, assim como medidaspeventivas.

Desde 1998, os advoga-dos da OAB fazem este tra-balho, principalmente atravésdos “Anjos da Noite”, nomedado aos profissionais que uti-lizam o tempo vago para in-formar e alertar a populaçãosobre diversos assuntos,como gravidez precoce, Aids,e outros.

Futebol de sabão, um dos projetos da Escola MunicipalProfessor Mario Portes, em Jundiapeba

“O trabalhopedagógico deve ser

pautado numainteração constanteentre a escola, pais e

comunidade.”

pação de toda a equipe es-colar, numa ação integradacom a comunidade.

Há projetos voltados parao desenvolvimento dos temastransversais, previstos pelosParâmetros Curriculares Naci-onais, como Ética, Meio Am-biente, Saúde, Pluralidade

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ANALFABETISMO ZERO

Conversando sobre alfabetização de adultos

Quando falamos de alfabe-tização de adultos no Brasilé comum associarmos estesesforços a iniciativas advindasda própria população. Isto nãoé por acaso, pois a dinâmicada alfabetização de adultospossui uma longa e diferenci-ada trajetória. E nem poderiaser diferente, considerando-seo problema educacional que apopulação sempre enfrentou,dado que sua maior parte per-maneceu, ao longo destesquase 500 anos, analfabeta.

Bernardete Vitta RibeiroAssessora para Educação de

Jovens e Adultos

censo de 1991, feito peloIBGE, dos aproximadamente150 milhões de habitantes dopaís, 31,6% concentram-seno Estado de São Paulo.Considerando que as taxasde crescimento demográficoneste Estado nas décadasde 70 a 80 foram de 3,5%A.A., enquanto que no Bra-

A atuação inovadora doPrograma AlfabetizaçãoSolidária, uma organizaçãonão-governamental, semfins lucrativos e de utilida-de pública, está baseadana mobilização de toda asociedade para a reduçãodas alarmantes taxas deanalfabetismo que ainda vi-goram no país.

É por meio de parceriascom empresas, pessoas fí-sicas, universidades, prefei-turas e MEC – Ministério daEducação, que estão sendo

Programa atende quase 2 mil em Mogi

divididos os custos, as res-ponsabilidades e o sucessojá alcançado nesta trajetó-ria, iniciada em 1997.Ao fi-nal de 2001, o programacompletará o atendimentode 2,3 milhões de brasilei-ros em 1,5 mil municípios,numa parceria com 200 uni-versidades e 120 empresas.

Neste ano, em Mogi dasCruzes, através de parceriasrealizadas com a Universida-de Braz Cubas e Universida-de de Mogi das Cruzes, Pre-feitura Municipal, Diretoria

Regional de Ensino e Gover-no Federal, o programa aten-deu 1.664 pessoas.

Marilda Tavares Romeiro SafitiAssessora para Educação não Formal

almente, alcance umadas metas estabelecidas:analfabetismo zero.

A Secretaria Municipalde Educação vai maislonge, agindo na oferta daeducação de Jovens eAdultos, para que os be-neficiados pelo “Alfabeti-zação Solidária” sejamincentivados a continuarseus estudos, melhoran-do a qualidade de suasvidas e sendo integrantede um mercado de traba-lho competitivo.

Alunos da E.M. Profª Ana Lúcia Ferreira de Souza, na Vila Rachel

“A dinâmica daalfabetização de

adultos possui umalonga e diferenciada

trajetória.”

Dados da Unesco apon-tam que 98% dos analfabe-tos vivem nos países subde-senvolvidos, sendo 17% naAmérica Latina. A maior par-te destes, se encontra noscentros urbanos. Segundo o

sil foram de 2,8%, pode-seafirmar que isto caracterizauma explosão demográfica.Como sugere o título do livroda FDE, analfabeto é aqueleque responde “não” a váriascondições: não sabe ler, nãosabe escrever, não tem mo-radia, não tem acesso à edu-cação, não tem acesso aos

serviços de saúde e nem aosserviços básicos”.

Em geral, é para esta po-pulação que oferecemos oscursos de Suplência que sepropõe alfabetizá-los e garan-tir escolaridade correspondeàs quatro primeiras séries, apartir de programações que,se não levarem em conta arealidade de vida destas pes-soas, podem concorrer paracontinuar com altíssimas ta-xas de abandono.

Em contraposição a estasafirmações, considero rele-vante citar a fala do aluno deum destes cursos: “ Eu mesentia arretada, porque tinhaque ler numa cartilha que fa-lava que a pata nada, pata pa,nada na. Eu sou adulta, nãocriança”. Outro dizia: “Eu sódesaprendia porque o jeito queeu tinha de fazer conta nãoservia. Era de cabeça e escre-via os números. Não servia.Para desaprender, fui embora”.

De nosso ponto de vista, te-mos que buscar condições dearticular esta demanda socialcom os objetivos de melhoriadas condições de vida.

“A atuação inovadorado Alfabetização

Solidária estábaseada na

mobilização de toda asociedade”

Esse número deve serampliado em 2002 paraque nossa cidade, gradu-

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NOVAS TENDÊNCIAS

CONHECIMENTO

Qualidade social da educação

A sociedade contemporâ-nea está marcada pelosavanços na comunicação ena informática. Essas trans-formações influenciam nasvárias esferas da vida soci-al, e provocam mudançaseconômicas, sociais, políti-cas e culturais, afetando aescola e a ação do profes-sor. Segundo Libâneo(1998), “a globalização dosmercados, leva a modifica-ções nos padrões de produ-ção e consumo. Novastecnologias de produção afe-tam a organização do traba-lho e modificam cada vezmais o perfil do trabalhadornecessário para esse tipo deprodução. Há uma tendênciade intelectualização do pro-

cesso de produção, implican-do em mais conhecimentos,uso da informática e de ou-tros meios de comunicação,novas habilidades cognitivase comunicativas, flexibilidadede raciocínio.”

Surge uma nova economiada educação, que está supon-do a necessidade de bases mí-nimas de escolarização que ocapital necessitaria para fazerfrente à novas necessidadesde qualificação e requalificaçãoprofissional, o que implica umaacentuação da formação geral.

A luta contra a exclusãosocial requer a escolarizaçãoda população com qualidadecompatível às exigências domundo contemporâneo:capacitação efetiva para em-pregos reais e a formação daconsciência do sujeito soci-almente responsável. Para sealcançar esse objetivo discu-te-se hoje a “qualidade social

da educação”, uma associa-ção entre as propostas daeducação emancipatória e asexigências da nova realidadesocio-econômico-cultural.

Touraine (1996, apud

meio ambiente, meios deluta contra o racismo e asegregação social, luta pelavida, etc). De acordo comLibâneo (1998), uma edu-cação básica de qualidadedeve conter: preparaçãopara o mundo do trabalho,formação para a cidadaniacrítica, preparação para aparticipação social, forma-ção ética.

Estes são, acredito, ospontos a serem considera-dos por todos nós, adminis-tradores e docentes encar-regados da educação de jo-vens e adultos, no planeja-mento e na execução diáriade nossa prática profissional.

Maria Geny BorgesÁvila Horle

Secretária Municipal de Educação

“Dar continuidade asua formação,

atualizar-se, nãosignifica esquecer doque já se aprendeu edo que se faz, e simmelhorar sempre”

“Educação básica dequalidade deve conter

preparação para omundo do trabalho,

formação para acidadania crítica”

No mundo em que vive-mos, com toda a suamodernidade e constantesmudanças, necessitamos doprofessor capacitado, que asacompanhe, e para isso te-nha como ponto de partidasua atualização.

Um dos fatores de máximaimportância é a competência,e sua aquisição deve ser umprocesso contínuo. É neces-sário conhecer as técnicas efi-cientes para o trabalho e sa-ber como utilizá-las, adequá-las ao local onde estiver atu-

A atuação dos educadoresando, com um planejamentoclaro e coerente com sua cul-tura, sempre objetivando habi-litar seu aluno.

grupo unido e em sintonia coma sua comunidade. Para quea unidade escolar faça valer otermo unidade todos os pro-fessores e demais funcionári-os devem caminhar com omesmo objetivo e na mesmadireção, priorizando, acima detudo, seu cliente: o aluno.

A atualização dos profis-sionais da educação deveestar compreendida na exi-gência da competência, poisassim, como a medicina evo-lui para aumentar a qualidadede vida, a educação não podepermanecer estática ou sóutilizando pequenas mudan-ças, mas deve trabalhar mais

com o novo, que tanto assus-ta o profissional desta área.

Dar continuidade a sua for-mação, atualizar-se, não sig-nifica esquecer do que já seaprendeu e o que se faz, e simmelhorar sempre. Não esque-cemos o que aprendemosmas somamos sempre osnovos conhecimentos à nos-sa bagagem cultural tornando-nos cada vez mais atualizadospara lidarmos com habilidadee competência neste novomilênio, possibilitando ao nos-so aluno caminhar neste mes-mo sentido para viver bem emuma sociedade que é extre-mamente competitiva.

Maria de FátimaPereira de MeloDiretora de Escola

Libâneo, 1998) aponta a ne-cessidade de o cidadão do-minar três tipos de conheci-mento: a ciência fundamental(matemática, biologia, litera-tura, língua), o conhecimentoeconomicamente orientado(preparação para o mundotecnológico e comunicacional)e saberes socialmente úteis(desenvolvimento e defesa do

O papel do diretor é degrande importância para o bomdesempenho do professor,pois cabe a ele propiciar o tra-balho em conjunto, visando um

Referências Bibliográficas:LIBÂNEO, J.C. Adeus profes-sor, adeus professora? Novasexigências educacionais eprofissão docente. São Pau-lo: Cortez, 1998.

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Com o propósito de apre-sentar a arte como meio delinguagem, produção do co-nhecimento e de proporcionara reflexão sobre a sua impor-tância da arte na aprendiza-gem, foi oferecido para os pro-fessores do Ensino Funda-mental da Rede Municipal, ocurso “Arte na Educação”.

Em cada encontro buscou-se sensibilizar os participantespara a importância de desenvol-ver, na criança, o gosto pelasdescobertas por meio da obser-vação e apreciação de obrasartísticas.

NOVOS CAMINHOS

Curso motiva reflexão sobre a ArteFrancisco Carlos Franco e

Kátia de Mello FrancoProfessores

Arte no Brasil e suasdistorções, contrapondo-seas novas perspectivas apre-sentadas pelos ParâmetrosCurriculares Nacionais.

Houve também uma preo-cupação em apresentar omeio artístico como fonte deprodução do conhecimento ecom conteúdos próprios, quedevem fazer parte de umaeducação interdiciplinar ouem rede, como foi abordado,mas que não pode, e nemdeve, ser vista como uma dis-ciplina de segunda categoria,que apenas ocupa em produ-

zir “trabalhinhos” para deco-rar a escola ou para enfeitaros cadernos.

O ensino da Arte mereceum planejamento e um cuida-do específico, pois envolvemuitas áreas, elementos, mo-dalidades e conteúdos própri-os, que devem também fazerparte do repertório do profes-sor. Foi nessa perspectiva queforam encaminhados os en-contros e por meio da aplica-ção da Metodologia Triangu-lar, elaborada pela professoraAna Mae Barbosa, que enfocao ensino da Arte coma utiliza-

ção de leitura de obras de arte,sua contextualização e a pro-dução de objetos artísticos(construção e representaçãodo conhecimento a partir dadança, do teatro, das artes vi-suais e da música), que forampreparadas as atividades de-senvolvidas em cada encontro.

Os professores puderamvivenciar e refletir sobre as ati-vidades, dentro de uma pro-posta simples e lúdica, em queforam apresentadas obras deartistas como Juan Miró,Tarsila do Amaral, CândidoPortinari, entre outros.

A Secretaria Munici-pal de Educação, em parce-ria com a Secretaria Munici-pal de Cultura e Meio Ambi-ente, realizou nos meses deoutubro, novembro e dezem-bro últimos, com sucesso, oprojeto “Educarte”, integrantedo Proadi – Programa de

EDUCARTEMarilda TavaresRomero Safiti

Assessora para Educação NãoFormal

Aprendizagens Diversificadas,do Departamento de EducaçãoNão Formal.

Inicialmente, três lo-cais foram beneficiados:Sabaúna, Botujuru e César deSouza. Buscando levar aosbairros atividades que propi-ciassem arte, cultura, educa-ção, lazer e difusão de conhe-cimentos, entre os morado-res, foram aplicadas oficinasde dança, artesanato, músi-ca, teatro e artes plásticas. Capoeira: uma das oficinas do Projeto Educarte

Professores revêem conceitos e buscam novos métodos para tratar daimportância da arte na aprendizagem

“Os professorespuderam vivenciar e

refletir sobre asatividades, dentro de

uma proposta simplese lúdica.”

Com o objetivo de de-monstrar a relação entre aarte, a sociedade e o repertó-rio cultural de cada indivíduo,foram abordados assuntoscomo a história do ensino da