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Ampliaçıes e inauguraçªo de escolas geram mais vagas Educaçªo PARA TODOS ESTIMULA˙ˆO PRECOCE: FUTURO MELHOR - P`G.14 A LUTA PELA ESCOLA INCLUSIVA - P`G. 15 Revista bimestral Agosto de 2002/ Setembro de 2002 Ano I N” 5 pÆg. 20 Educaçªo PARA TODOS Ampliaçıes e inauguraçªo de escolas geram mais vagas

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Ampliações einauguração de escolas

geram mais vagas

Educação PARA TODOS

ESTIMULAÇÃO PRECOCE: FUTURO MELHOR - PÁG.14 A LUTA PELA ESCOLA INCLUSIVA - PÁG. 15

Revista bimestral � Agosto de 2002/ Setembro de 2002 � Ano I � Nº 5

pág. 20

Educação PARA TODOS

Ampliações einauguração de escolas

geram mais vagas

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NOSSA MENSAGEM

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZESSecretaria de Educação / Secretaria de Comunicação SocialAv. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro CívicoCEP 08780-900 - Mogi das Cruzes-SPPABX: (11) - 4798-5000 FAX: (11)- 4799-3067Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Para colaborações, sugestões e outras participações,entre em contato:

• Equipe do Cemforpe - Centro Municipal de Formação Pedagógica: Sede da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes - 3º andar Telefone: 4798-5145 E-mail: [email protected]; ou• Secretaria Municipal de Comunicação Social Fones: 4798-5155/5156 E-mail:[email protected]

Educação de qualidade PARA TODOSEste quinto número da revista Educando em Mogi é dedicado à

educação dos portadores de necessidades educativas especiais. Trata-sede tema atual, sobre o qual é mais fácil falar do que praticar.

Apresentamos, nesta edição, os trabalhos que diferentes organismosrealizam, em Mogi das Cruzes, para o atendimento de portadores dosdiferentes tipos de deficiências. São pessoas que lutam para que a

educação de qualidade seja realmente para todos os brasileiros, e nãoprevaleça o princípio de que “todos são iguais, porém alguns são mais iguais

que os outros”.Mas, não é só isso. Em setembro comemoramos 442 anos da

fundação da nossa cidade. Educando em Mogi registra alguns momentosdessa comemoração, e espera estar contribuindo para que todos os

mogianos conheçam, acompanhem e participem das ações educativas emnosso município.

Quem é a Criança e o Adolescente?Renata Agueda de Souza

Ao sermos indaga-dos sobre esta questão, so-mos imediatamente conhece-dores da resposta: a criançaé aquela que brinca, que vaià escola, vive com amigos eé acompanhada para ter umbom desenvolvimento. O ado-lescente é aquele que gostade passear, namorar...

Agora faço outroquestionamento: e se a cri-ança ou o adolescente forcego, surdo, deficiente físico

ou mental? Será que muda oser criança e o ser adolescen-te? Será que eles não têm osmesmos interesses que osoutros e as mesmas neces-sidades? É claro que têm:brincam, têm amigos e umavida normal.

Então por quesepará-los? Será que a defi-ciência não está em um sis-tema que requer que todossejam iguais?

Ninguém é igual a

ninguém e todos precisamser felizes em suas condi-ções, como cidadãos.

As famílias, educa-dores e sociedade em geraldevem pensar em uma edu-cação para formar pessoasdignas, justas, que saibamviver em sociedade, respeitan-do as diferenças, não repro-duzindo mais pré-conceitos,competições que formam “de-ficientes morais”.

E refletindo sobre

isso podemos mudar esta re-alidade, a partir de pequenasatitudes.

Renata Agueda de Souza éprofessora da Emesp - Es-

cola Municipal de EducaçãoEspecial Profª Jovita Franco

Arouche.

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DEPOIMENTO

Você é Deficiente ?Egberto Malta Moreira

Considerar alguémportador de deficiência exi-ge, necessariamente, com-paração com outrem, abso-lutamente perfeito, física ementalmente, espécimeinexistente, do que resultalógica conclusão: todossomos deficientes.

Perante o modeloapolíneo, tanto o baixo comoo demasiadamente alto, ogordo e o esquálido, podemser considerados deficien-tes, da mesma maneira operneta, o coxé, o maneta,o manco, o zarolho, etc...,e, no âmbito feminino, valemas mesmas conjecturas,tendo Vênus como modelo,ou consideradas as variantesde época, das gordinhas deRubens às magricelasGiseles de nosso tempo.

Quanto à visibilida-de, portanto, ninguém esca-pará, por excesso ou escas-sez, da condição de defici-ente, complicando-se as coi-sas quando a carência nãose põe aparente. Consulta-do o Código Civil brasileiro,lá encontraremos dentre osconsiderados absolutamen-te incapazes os loucos detodos os gêneros, o que sig-nifica concluir com auxílio dodito popular, segundo o qual,de poeta, médico e loucocada um tem um pouco, ser-mos todos, absolutamenteincapazes, ou deficientes.Que o digam Copérnico eGalileu!

Mesmo sabido quenão há Apolos e Vênus, as-sim como nem todos são su-ficientemente desenvoltos esãos, e profundamente ou le-vemente doidos, deixada delado a exigida comparação,

é facilmente constatável queas coisas que sãoengenhadas e construídastêm, de ordinário, porparadigmas, os quase Apolose as quase Vênus como en-dereçados beneficiários.

Há muito pouco tem-po, por exemplo, deu-se a pre-ocupação com os canhotos,com os obesos, mutilados,etc..., valendo lembrar o quan-to padeciam ou ainda pade-

com suporte para a escrita dolado direito - sim, pois nuncaas que passaram a ter o su-porte do lado esquerdo estãodisponíveis em número sufi-ciente - os gordos, expostosa vexames para atravessar aroleta dos ônibus.

E os últimos em vári-as oportunidades penaliza-dos, pois, impossibilitados degalgar escadas, nem sempreencontram rampas ou aces-so apropriado a calçadas, ôni-bus e sanitários, estes, evi-dentemente, especiais, mui-to pouco ou quase nada ha-vendo à disposição dos sur-dos e dos cegos.

Àqueles com faltade discernimento, leves ougraves, pouco importa, aoinvés da compreensão e doalento, de regra, se nãolhes é imposta a segrega-ção, quando muito são al-vos da compaixão, ou exi-gidos além do que suas ap-

Egberto Malta Moreira éadvogado e professor da

Universidade de Mogi dasCruzescem. Os primeiros, quando

estudantes, obrigados a utili-zar as convencionais cadeiras

“Se ocorrem desi-gualdades, falta de

oportunidades e mes-mo marginalização, éde se intuir que são

elas evidentes produ-tos da incapacitação

da aceitação”

tidões permitem.Portanto, se ocor-

rem desigualdades, falta deoportunidades e mesmomarginalizações, é de seintuir que são elas evidentesprodutos da incapacidade daaceitação dos semelhantescomo eles são, e não comose desejaria que fossem, oque implica no reconheci-mento da existência de fa-lhas atribuíveis aos que, in-sensíveis aos percalçosalheios, consideram-se, porsi sós, suficientes e perfei-tos, apolíneos, venusianas elúcidos, o que autoriza a con-clusão de que a deficiênciaestá muito menos no obser-vado do que no observador.

Alunos da Emesp e da UMC - Universidade de Mogi das Cruzes em atividades no Centro Esportivo

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RESPEITO

Programa deInclusão das

EscolasMunicipais

Jacy Aparecida Marques de Souza

A sociedade, nossasescolas e toda comunidadeescolar, sentem-se fortementeinfluenciadas pelo impacto daInclusão Social. Os educado-res buscam romper oparadígma tradicional de edu-cação e a cada dia vão seaperfeiçoando para trabalharcom todos os alunos, procu-rando desenvolver atitudes,promovendo e ampliando no-vos conhecimentos.

A implantação do“Programa de Inclusão” narede municipal de ensino vaise delineando pouco a pou-co, saindo das intençõesregistradas em nosso Planode Trabalho para efetivaçãodas ações.

Hoje o enfoque pre-ponderante é dado à forma-ção continuada de todos edu-cadores. Sabemos que ape-nas democratizar o ensinonão garante a efetivação dapolítica de inclusão, e foi essedesafio que nos levou a reali-zar cursos, palestras e acom-panhamento do processo deinclusão de nossas escolas.

Neste ano foram ofe-recidos quatro cursos sobrea Educação Inclusiva, dosquais participaram 18 direto-res e 107 professores dasescolas municipais, além de12 assessores da Secretariade Educação. Um quinto cur-so está previsto para este

segundo semestre.Um dos obje-

tivos do curso de“Educação Inclusiva”é transformar as prá-ticas educativas, orientandoos professores a atuarem coma totalidade dos alunos, inclu-sive com aqueles que possu-em necessidades especiais,sendo uma alternativa deabandonar o carátertransmissivo das aulas paraum trabalho mais cooperativo,reflexivo e interativo com a di-versidade dos alunos.

Procurando solidifi-car as experiências e ativida-des profissionais dos educa-dores, duas palestras foramoferecidas a todos os educa-dores das escolas munici-pais: “Educação Inclusiva,conceitos fundamentais”, peloprofessor Romeu KazumiSassaki e “Avaliação Inclusi-va”, pela professora CarmemSílvia Ventura.

Outra vertente quevem fluindo muito bem no Pro-jeto Inclusão é o Serviço deApoio Pedagógico Itinerante,destinado ao acompanhamen-to e orientação aos professo-res das escolas que possuemalunos incluídos. Este serviçovem dando sustentação eapoio direto nas 20 escolas,onde professores prestamatendimento a 102 alunos comnecessidades especiais, in-

cluídos nas classes regulares.A família também é

considerada de suma impor-tância para concretizar esteprocesso, pois é através deentrevistas e diálogos com ospais que detectamos aspec-tos relevantes no desenvolvi-mento dos alunos, contribu-indo para o redirecionamentoda atuação pedagógica dos

professores e da equipe es-colar como um todo.

Sabemos que nãotemos fórmulas mágicas,nem receituários sobre comoatuar no processo ensinoaprendizagem, mas procura-mos orientar apontando cami-nhos para a construção deum sistema de “ensino dequalidade Para Todos ” na ci-dade de Mogi das Cruzes.

Jacy Aparecida Marques deSouza é Assessora para

Educação Especial da Secre-taria Municipal de Educação

“Penso que a inclusão é um processo amplo e lentoque envolve escola, comunidade e governo. Ela vem

quebrando tabus e enfrentando conceitos antigos,fazendo com que pensemos em situações jamaisquestionadas. Tudo o que é novo, sempre causaresistência e gera dificuldades. Por isso vejo a

importância do trabalho do grupo de apoio itinerante.Ela trouxe para todos os envolvidos no processo de

ensino e aprendizagem, a reflexão sobre o assunto quesempre existiu, mas a margem de nossa realidade.

Hoje, nós abraçamos a inclusão, que faz parte de nossoprojeto dentro da escola e sendo um objetivo de todos

os envolvidos”. Regina Célia Rissoni Valentim -professora da 4ª série B, da Escola Municipal Jair Rocha

Batalha.

“Destemodo grreforprimealunoforamrecebportaFranSenz

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COMUNIDADE

“No início tivemos muitas dificuldades em entender,tratar e agir com os alunos portadores de necessidadesespeciais As professoras estavam inseguras, mas com

muitas conversas, trocas de experiências e diálogocom as professoras itinerantes, a equipe docente foi sefortalecendo, adquirindo autoconfiança e o que maisme impressionou foi que desde o início sempre mos-

travam-se abertas. Nesta segunda etapa do atendimen-to de apoio em que a equipe itinerante vem nos visi-

tando, e com a participação em cursos, palestras e lei-turas, estamos enriquecendo mais ainda as nossas ati-tudes inclusivas. Sei que ainda falta muito por fazerpara assegurar uma resposta educativa realmente de

qualidade, como adaptação arquitetônica, atendimentoterapêutico e psicológico, junto aos professores nassalas de aula, transporte, etc. Já demos o primeiro

passo, que acredito ser o mais difícil: aceitar e acredi-tar que todos conseguem e têm direito a desenvolverhabilidades básicas, respeitando o potencial de cada

um, e estimulando –os a aumentar sua autoconfiança”.Dulcinéia Farias - Diretora da EM Jair Rocha Batalha

Ao todo, são 20escolas e 102 alunos

que integram oPrograma Inclusãoda Rede Municipal

de Ensinoas

Serviço de ApoioPedagógico Itinerante

Renata Agueda de Souza e Marta Angélica Rangel

A história da humani-dade nos apresenta períodosde profunda intolerância e des-ta forma o portador de neces-sidade especial sempre este-ve ligado as crenças sobrena-turais, aspectos demoníacos esupersticiosos, atitudes estasassumidas pela sociedade, im-pondo-lhes uma inadaptaçãosocial repleta de mitos e pre-conceitos, provocando atitudesde rejeição e medo.

Hoje, por influênciade vários movimentos sociais,

privilegia-se a construção deuma sociedade inclusiva, odesenvolvimento de uma cul-tura mais humana que valori-za os direitos humanos, bemcomo o direito à diferença, cri-ando-se o conceito de igual-dade de oportunidades e decondições.

Atualmente para queeste direito seja garantido, aSecretaria Municipal de Edu-cação promove um sistemaeducacional que reconhece adiversidade, investindo emuma educação para todoscom qualidade.

Iniciando o Trabalho deApoio à Inclusão nas Esco-las Municipais, constituiu-seequipe formada por profissio-nais da área da Saúde comoneurologista e dentista, e pe-los profissionais da Educa-ção, sendo uma assessorapara Educação Especial daSecretaria, duas psicólogas eduas professoras itinerantescom experiência em Educa-ção Especial.

Ao realizarmos estetrabalho, pensamos nas res-ponsabilidades assumidasdentro de cada unidade esco-lar, pois a prática inclusivaconfigura-se em um exercíciocontínuo e demorado, quecomunga dois aspectos dis-tintos: a sensibilização e oenvolvimento da comunidadee de todos os funcionários, aconscientização da importân-cia da participação efetiva detodos, como agentes transfor-madores de uma sociedade.

Dentro desta visão, nósprofessoras itinerantes visita-mos as escolas que possuemportadores de necessidadesespeciais; oferecendo um tra-balho personalizado, baseadono respeito, na aceitação mú-tua e nas potencialidades decada indivíduo.

Assim, faz-se neces-sário um diagnóstico da rea-lidade de cada comunidadeescolar, utilizando questioná-rios, entrevistas e observa-ções com a diretora, profes-sores, alunos, pais e demaisfuncionários para a constru-ção de uma prática inclusiva.Esta construção é elaboradapela escola por meio de su-gestões e orientaçõesfornecidas pela equipe deapoio à inclusão.

Na intenção de contri-buir para uma melhor qualida-de de vida, viabilizamos tam-bém ao educando e seus fa-miliares, quando necessário,encaminhamentos médicos,psicológicos, pedagógicos eodontológicos pelos profissi-onais lotados na Emesp -Escola Municipal de Educa-ção Especial.

É um trabalho recente,que apresenta progressos sig-nificativos em todas as esco-las atendidas devido a disponi-bilidade e comprometimento detodos os envolvidos. Paraexemplificar apresentamos osdepoimentos da Escola Muni-cipal “Jair Rocha Batalha”, porter sido a primeira escola a ser

atendida pela equipe itinerante.

Renata Agueda de Souza e Marta Angélica Rangel sãoprofessoras da Emesp - Escola Municipal de EducaçãoEspecial Profª Jovita Franco Arouche e do Serviço de ApoioPedagógico Itinerante da Secretaria Municipal de Educação

sde o primeiro ano de funcionamento desta Unidade Escolar (2000)os alunos portadores de necessidades especiais. Porém, o apoiorupo itinerante teve início no ano de 2001. Este grupo de apoio veiorçar e direcionar um trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Naeira etapa, participavam das reuniões apenas as professoras comos do projeto de inclusão. No início deste ano (segunda etapa)m envolvidos todos os professores e funcionários da escola para

eber orientações e contribuindo com informações sobre os alunosadores de necessidades especiais”. Fabiana de Oliveirancisco, Alexandra B. Rodrigues, Vanessa Ap. Negrão, Roselizieli Flôr - professoras da Escola Municipal Jair Rocha Batalha

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EMOÇÃO

Educação de qualidade PARA TODOSPartindo-se do pressu-

posto de que a “inclusão” énada mais nada menos doque a garantia de educaçãode qualidade PARA TODOS ,a Emesp - Escola Municipalde Educação Especial “Profª.Jovita Franco Arouche”, vemcumprindo o seu papel.

Num trabalho crescen-te, encontra-se em 2002 comaproximadamente 188 atendi-mentos (entre matriculados eatendidos pelo Programa deInclusão das Escolas Muni-cipais), oferecendo o trabalhode Estimulação Precoce queatende a bebês a partir dezero ano, Ensino Fundamen-tal, Oficinas Ocupacionaispara adultos e Atendimento aPais e Familiares. Todos es-tes trabalhos são permeadospelo atendimento da EquipeMultidisciplinar.

O salto qualitativo do tra-balho, veio com aimplementação do Serviço deApoio Pedagógico Itinerante, queno empenho de trabalhar em prolda inclusão das pessoas porta-doras de necessidades especi-ais na sociedade, oferece um ser-viço de apoio aos portadores quese encontram matriculados narede regular de ensino munici-pal, oferecendo atendimento ade-

Neuraide Rezende da SilvaFujita é diretora da EmespProfessora Jovita FrancoArouche

quado às peculiaridades indivi-duais, suprindo ecomplementando as necessida-des educacionais, por meio doatendimento suplementar emSala de Recursos e atendimen-to da equipe multidisciplinarlotada na Emesp, que breve seráenriquecida com Fonoaudiólogoe Fisioterapeuta.

A ponte entre a escolaregular e o atendimento espe-cializado é feito por duas pro-fessoras especializadas: Mar-ta Angélica Rangel e RenataÁgueda de Souza, que comdedicação e compromissovêm realizando este trabalho.

O trabalho preventivofeito pela Emesp através doProjeto de Estimulação Preco-ce, integra a área clínica e pe-dagógica, oferecendo ao alunoatendimento médico, psicoló-gico, odontológico, pedagógi-co, psicomotor e de orientaçãonutricional, integrando orienta-ção e participação da famíliapara continuidade no lar.

A equipe pedagógica,conhecedora de seus alunos,desenvolve atividades pormeio de currículo adaptado ecom alto grau deindividualização do processode ensino-aprendizagem, bus-cando neles despertar a au-

tonomia e propiciar a inclusãosocial, tendo sempre em vis-ta a melhoria de sua qualida-de de vida.

O olhar atencioso daatual Administração, propi-ciou aos atletas: MarisaMassako Ishigaki, Welingtondos Santos e Marcos Viníciusde Figueiredo Lices a repre-sentação do município nasOlimpíadas Especiais, nafase Estadual, realizada emItanhaém, Litoral de São Pau-lo, trazendo inclusive meda-lhas de ouro, prata e bronze,nas provas de atletismo.

O aluno MarcosVinícius participou ainda dafase Nacional, emVotorantim – Sorocaba -,conseguindo o 5º Lugar naCorrida de 100 metros, en-tre 150 atletas, e ainda amedalha de Atleta Modelo,o que muito nos orgulhou.

A ampliação do prédioescolar com a construção deuma quadra poliesportiva comacesso a cadeiras, a adequa-ção dos sanitários, a constru-ção de rampas de acesso, qui-osque, piscina aquecida eadequada ao trabalho e a pin-tura do prédio, entre outrasbenfeitorias, é realização deum antigo sonho dos alunos,

pais e funcionários, que den-tro desta gestão participativativeram voz.

Estas reformas irãopropiciar, além da melhoriada qualidade de trabalho pe-dagógico, principalmente naárea sensório-motora, a pos-sibilidade de ampliação deatendimento.

As reformas esten-dem-se além do prédio esco-lar. Todo o trabalho pedagó-gico que vinha sendoreestruturado e adequado aosnovos paradigmas da educa-ção, vem ganhando corpodentro da missão da Secre-taria Municipal de Educaçãoque visa “A Escola de suces-so pautada no ensino de Qua-lidade” e destina através desua equipe olhares atencio-sos ao trabalho que vem sedelineando, nos levando acrer que: “A beleza e riquezado mundo, está justamentena sua diversidade”.

Projetos daSecretaria

Municipal deEducação

atendem dediferentesformas os

alunos comnecessidades

especiais

Oficina Pedagógica da Emesp

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“A inclusão nos causou um pouco de medo. Nós pensá-vamos que o Wellington não iria acostumar-se. Aindabem que estávamos enganados. Cada dia temos umasurpresa diferente, agora ele sabe expressar- se muitomelhor que antes, ele diz o que quer fazer, com quemquer brincar, como foi o dia na escola, fala das roupasque gosta de vestir e das que pretende comprar, e até

se interessa a aprender a cozinhar, dentre outras evolu-ções. Nós contamos com a ajuda das professoras Martae Renata, que estão sendo responsáveis pelo processoda inclusão do Wellington na EM Prof. Jair Rocha Bata-lha. Contamos também com a professora Fabiana de

Oliveira Francisco que está fazendo um belíssimo traba-lho e não podemos nos esquecer dos alunos, que contri-buem para o seu desenvolvimento. O projeto de inclusãoestabelece uma relação de confiança entre a equipe deapoio, família, professor, diretor e alunos, isso facilita otrabalho de todos, trazendo benefícios para os envolvi-dos. Esperamos que o projeto não pare por aqui, para

que cada vez mais crianças possam participar do ensinoregular e que os pais dediquem - se, pois vale a pena”.Claudinéia dos Santos - mãe de aluno da EM Jair

Rocha Batalha.

O deficientevisual na escola

Roberta Moretti da Silveira Guedes

A cegueira total é acompleta perda da visão, nãopossuindo nem a percepçãoluminosa (segundo a defini-ção para a educação).

A visão subnormalou baixa visão é uma perdasignificativa da visão quepode, em alguns casos, seramenizada por cirurgia ou porutilização de óculos comuns,mas não corrigidas totalmen-te. Dependendo da patologiahá comprometimentos comrelação à diminuição daacuidade visual e/ou campovisual, adaptação à luz, es-curo e percepção de cores.

A despeito do quemuitos pensam ou imaginamé perfeitamente possível umdeficiente visual freqüentaruma sala de aula em umaescola comum, quer seja noensino fundamental ou atéuma universidade. Para tan-to, existem alguns recursospara que a educação escolartenha melhor eficiência:

Recursos ópticos :Telessistemas, lentes espe-ciais, lupas com iluminação,réguas específicas, lupas ele-trônicas (constituí-se de umamicro-câmera, similar a ummouse, aliada a um circuitoeletrônico que amplia de 14 a50 vezes imagens e textos,reproduzindo-os em uma telade TV convencional, tambémpodendo ser alterado o con-traste do preto no branco oubranco no preto) e outros.

Recursos técnicos:Microcomputadores que “fa-lam” (softwears de sintetizadorde voz), impressoras braille (im-prime textos do computadorem braille), escanner(decodifica impressos em es-crita comum para serem im-pressos em braille ou lidos pelomicro), calculadoras sonoras,

gravadores portáteis (utilizadosna gravação de aulas) e outros.

Recursos comple-mentares : Reglete (uma “ré-gua” dupla de alumínio ouplástico, unida a esquerda poruma dobradiça, tendo na par-te superior pequenos retângu-los vazados (celas braille),com três reentrâncias de cadalado (células braille) e queestão dispostos, lado a lado,em quatro linhas. A parte in-ferior apresenta pequenas de-pressões, que correspondemà posição dos seis pontos aserem imprimidos), punção(formado por uma pequenahaste de metal com a pontaarredondada, preso a um pu-nho de madeira ou plástico,moldado anatomicamente,para um perfeito ajuste a mão,é a “caneta” do deficiente vi-sual), máquina de datilogra-fia braille, cadernos com pau-tas ampliadas, letras amplia-das e outros.

Enfim, com estes eoutros recursos é possível nãoapenas a educação escolar deum deficiente visual, como tam-bém seu acesso a qualquersetor da sociedade, principal-mente no mercado de trabalho.

A pessoa portadorade deficiência é uma pessoacomo as demais, com prefe-rências, habilidades, aptidões,dificuldades, interesses, so-nhos e capacidade produtiva,necessitando apenas de opor-tunidades para desenvolversuas potencialidades.

Roberta Moretti daSilveira Guedes é pedagoga es-pecializada em educação e re-abilitação de deficientes; pro-fessora da Sala de Recursospara Deficientes Visuais da Es-cola Pedro Malozze; Professo-ra da Sala de Ensino Funda-mental para deficientes men-tais da Emesp “ Jovita FrancoArouche” e Coordenadora doCRADU-UBC

Atendimento aos alunos portadores denecessidades educativas especiais com

recursos municipais:

86 na Emesp102 no Programa de Inclusão das Escolas

Municipais453 na Apae, com subvenção municipal

Total: 641 alunos - aumento de 57%

Programa deInclusão

EM Jair R. Batalha

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Rede Estadual na educação PARA TODOSOficina Pedagógica da Diretoria de Ensino – Região Mogi das Cruzes

No Brasil, as discus-sões sobre inclusão escolarde alunos com necessidadeseducacionais especiais ga-nharam força nas últimas dé-cadas, principalmente a par-tir da Declaração Mundial deEducação para Todos, queinspirou a elaboração do Pla-no Decenal de Educaçãopara Todos e a Declaração deSalamanca, que traça as “Li-nhas de Ação sobre Neces-sidades Educacionais Espe-ciais”. estes documentos pre-ceituam significativos avan-ços no que diz respeito àigualdade de oportunidades eo acesso a bens e serviços.

A Lei da Diretrizes e

Bases, ao adotar a expres-são “necessidades educaci-onais especiais”, pretendeudescaracterizar o conceitocentrado no aluno como su-jeito que porta, carrega con-sigo um “déficit”. Generali-zando a terminologia,conclamou a sociedade, opoder público e em particu-lar a escola, a assumir umaresponsabilidade comparti-lhada na promoção de políti-cas, ações e recursos queatendam às necessidadesdesses alunos. Para quetais necessidades sejamatendidas pressupõe-se quea escola deve ser aberta àdiversidade, que contemple

uma nova cultura educacio-nal, priorizando a ação com-partilhada com novos perfisprofissionais e novas concep-ções sobre os atos de ensi-nar e aprender.

Nesse momento im-portante de mudança deparadigmas, a Diretoria deEnsino Região Mogi das Cru-zes tem capacitado regular-mente Professores e Coor-denadores da Rede Estadu-al de Ensino e conta comClasses Especiais nas es-colas – EE Aprígio de Olivei-ra, EE Pedro Malozze e EEDr. Washington Luís, queatendem alunos com neces-sidades especiais.

A Escola Es-tadual Dr. WashingtonLuis desenvolve , há40 anos, um trabalhoespecial com pessoasportadoras de deficiên-cias auditivas, contan-do hoje com nove sa-las de aula, com mé-dia de 15 alunos porclasse, que estão divi-didos em três períodos:manhã, tarde e noite.

A professoraRosária Torralbo Pradoque está na escola há20 anos, desenvolve o traba-lho nas salas especiais.

A maioria dos alunosvem cedo para a escola, ondea partir do desenvolvimentoadquirido com o tempo, pas-sam a estudar em uma salade alunos comuns.

O método usado pe-las professoras, que possu-em habilitação em Pedagogiae especialização em deficiên-cia física, é o comunicaçãototal, que engloba o visual, o

concreto, a oralização e o Li-bras (Língua brasileira de si-nais) onde cada gesto signifi-ca uma palavra. Além disso,o aluno conta com uma salade recursos, onde tem apoiointegral, caso estude emuma sala de alunos normais.

O currículo dos alu-nos equivale ao dos outros. Ainclusão destes alunos étranquila na escola. “ Aintegração aqui é ótima. Nos-so trabalho é apoiado pela di-

reção da escola, oque facilita muito ascoisas”, diz Rosário.

Mas nemtudo é perfeito nestasinclusões. Alguns alu-nos capacitados tenta-ram ingressar na facul-dade e, por não teremapoio das instituições,acabaram abandonan-do os cursos.

A professoraAlice Akemi Hirata,uma das mais empe-nhadas nesta batalha

da escola para adaptar estascrianças dentro da sociedade,completa: “Às vezes, o alunotem apoio familiar, da escola,do professor que o acompa-nha há anos e quando quer bri-gar por uma profissionalizaçãoacaba sendo podado, o que éuma pena.

A professora Rosárialembra que “Toda ajuda é sem-pre bem vinda. O projeto Ami-go da Escola dá abertura paraque todos possam participar.”

A participaçãodo Aprígio

Na EE “Aprígio deOliveira”, existem atualmen-te quatro salas de Educa-ção Especial para Deficien-tes Mentais: alunos comDistúrbio Global de Desen-volvimento e DeficiênciasMúltiplas. As salas sãocompostas de no mínimo08 (oito) alunos e no máxi-mo l5 (quinze) alunos, coma faixa etária variada.

As Classes Espe-ciais são consideradascomo recursos especiaispara o atendimento destesalunos, e para freqüentá-lasdeve-se apresentar umaavaliação psicológica e umaavaliação pedagógica.

Estas classesapresentam materiaislúdicos e pedagógicos paraos alunos, que eles manu-seiam para o seu aprendi-zado. Os alunos são tra-balhados individualmente,pois cada um apresenta di-versas dificuldades.

Os professoressão especializados parao trabalho diversificadopara este tipo de sala. Háalunos que quando atingemos objetivos que lhe sãopropostos são inclusos noensino fundamental ou naeducação para adultos.

Os alunos adultosque não conseguem atingiros objetivos pedagógicos,são os que mais encontramdificuldades, pois ainda nãotemos lugares adequadospara encaminhá-los.

Para haver inclusãoé necessário que os profes-sores das classes comunsaceitem e queiram estes alu-nos e juntos com eles umnovo desafio, com a utiliza-ção de salas de recursospara o apoio dos alunos.

Washington Luis dá lição de vida

CAPACITAÇÃO

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Após, aproximada-mente 15 a 20 horas desper-tei daquilo que imaginava serum sonho. Estava eu dentrode um hospital, vítima demais um desses acidentesautomobilísticos que envolve-ra cinco pessoas; duas de-las vitimas fatais e eu perden-do a visão.

Buscando saber dasreais conseqüências desteacidente, deparei-me com arealidade de ser mais umnovo portador de deficiênciana sociedade, e após algumtempo de tratamento fiqueisabendo ser esta irreversível.Diante desta situação que aprimeira vista não foi nada fá-cil, teria eu que tomar algu-mas decisões em relação aque rumo seguir a partir des-ta surpreendente novidade.

Com o apoioirrestrito de meus familiares,e de pessoas amigas quecada vez mais e mais mecercavam, fui buscar auxíliopara minha inclusão o maisnatural possível na socieda-de, em instituições localiza-das na cidade de São Pau-lo, pois aqui em Mogi dasCruzes, até então, não ha-via recursos para o meu tipode deficiência. À época domeu acidente eu trabalhavae estava cursando o ensinomédio, prestes a ingressarna Universidade, e gostariamuito de voltar a fazer tudoisto novamente.

À partir destes no-vos contatos, e sabedor dosvários tipos de recursos dis-poníveis ao meu tipo de defi-ciência e de outras pessoascom as mesmas necessida-des aqui em nossa região,reuni-me com um grupo de

amigos e resolvemos fundaruma Associação que pudes-se nos proporcionar os mes-mos recursos e tornar me-nor a distância que nos se-paravam da Capital.

Aí então, no dia 16de julho de 1998, foi fundadaa Associação De Assistên-cia ao Deficiente Visual doAlto Tietê (AADVAT), locali-zada na Rua Franz Steiner200, junto ao Rotary Clubede Mogi das Cruzes, a qualtive o enorme prazer de pre-sidir por um ano.

A entidade luta nãosó pela inclusão da pessoaportadora de deficiência visu-al na sociedade, mas tam-bém pelos seus direitos, tam-bém fazendo parte de um gru-po que lutou para que fossedestinada uma das salas derecursos a deficientes visuaisadultos, no período da ma-nhã, na Escola EstadualPedro Malozze, que foi defundamental importância paraminha formação acadêmica.Tanto que estou cursando oúltimo ano de Direito na Uni-versidade Braz Cubas e tam-bém trabalhando na Associ-ação Mogicruzense para De-fesa da Criança e do Adoles-cente (Amdem).

Fica assim compro-vado que toda pessoa porta-dora de deficiência que tivera devida oportunidade no tra-balho, na educação, bemcomo na sociedade, poderádesenvolver suas atividadestão bem quanto qualquer pes-soa, não sendo somente umaobrigação do Poder Públicoproporcionar estas oportuni-dades, mas também da so-ciedade como um todo.

A luta peladignidade

Marcelo Domingos da Silva

Sape, um recurso amais à disposição

Sape- Serviço deApoio Pedagógico Especi-alizado é uma estrutura deatendimento através da quala escola se organiza para ofe-recer aos alunos com neces-sidades educacionais especi-ais os recursos necessários. No que diz respeito aoaluno Deficiente Visual, sãoadotadas pela Secretaria daEducação do Estado de S.Paulo as seguintes formasde atendimento educacionalespecializado: SAPE - Salade Recursos, CAPE - Cen-tro de Apoio Pedagógico Es-pecializado, Centro de Aten-dimento e Treinamento daVisão Subnormal e Centrode Referência e Treinamen-to da Visão Subnormal. A Região do Alto Tietêpossui o SAPE - Sala de Re-cursos, pertencente a Direto-ria de Ensino de Mogi das Cru-zes, localizado na Escola Es-tadual Pedro Malozze, sendoresponsável pelo atendimen-to de alunos de toda a região,funcionando no período ma-nhã e tarde, atendendo atual-

mente 26 alunos. Sape - Sala de Recursospara deficientes visuais é umambiente que deve contarcom presença constante deum professor habilitado naárea, tendo à sua disposiçãoequipamentos, materiais erecursos pedagógicos espe-cíficos para completar ou su-prir as dificuldades nas ativi-dades escolares destes alu-nos que se encontram matri-culados em classes comunsda própria unidade escolar ouem unidades diversas. Com o objetivo de facili-tar a participação e inclusãodos educandos portadores dedeficiência visual nas diferen-tes atividades escolares, oprofessor do SAPE prestaserviços diretos e indiretos. É importante ressaltarque ao profissional atuante noSAPE -cabe a orientaçãoquanto ao uso dos recursoseducacionais específicos. Aoprofessor do ensino comumcompete o ensino das disci-plinas e a avaliação do desem-penho do aluno.

Sala volta à educação especial: respeito e educação

DEPOIMENTO

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QUALIDADE DE VIDA

A Secretaria Munici-pal de Cidadania e Ação So-cial tem priorizado o atendi-mento à Pessoa Portadora deDeficiência - PPD, através dacriação desde o início de2001, do Departamento deAtendimento à Pessoa Por-tadora de Deficiência e queatende no plantão social osdiversos casos de pessoascom necessidades especiais.A demanda é encaminhadaàs entidades sociais cadas-tradas nesta Secretaria e querecebem subvenção munici-pal como também recursos daUnião, provenientes da cele-bração de convênios (vejaquadro demonstrativo).

Para facilitar o aces-so da PPD a tratamentos es-pecíficos e à inclusão na redeescolar e/ou entidades deapoio, a Secretaria Munici-pal de Cidadania promove ocadastramento para isençãotarifária no transporte coleti-vo no âmbito municipal, emi-tindo a Carteira do Deficiente- Cadef, que atende atualmen-te 3.565 usuários. A equipetécnica da Secretaria tam-bém realiza triagem de casospara cadastramento no pas-se interestadual, que permiteque o portador de deficiência

carente viaje gratuitamentepelo território nacional. Já fo-ram expedidos até o momen-to 172 laudos. No caso depessoas com mobilidade re-duzida foi organizado há maisde um ano, o Serviço de Aten-dimento Especial - SAE, queagenda via telefone a Van daAdministração Municipaladaptada que permite gratui-tamente o acesso à rede desaúde, oferecendo transportepara buscar a pessoa comnecessidades especiais eacompanhante em seu domi-cílio, aguardar o atendimento

médico e retornar ao seu lar,com conforto e segurança.

A SecretariaMunicipal de Cidadania eAção Social pensando numasociedade que deve equalizaras oportunidades para todosos seus cidadãos, enrique-cendo-se com a diversidade,e procurando respeitar as di-ferenças na sua amplitudemáxima, promoveu no últimodia 12 de julho, no Tiro deGuerra de Mogi das Cruzes,a eleição dos representantesda sociedade civil do Conse-lho Municipal para Assuntos

da Pessoa Portadora de De-ficiência – CMAPPD. Osmembros juntamente com oPoder Público tomarão pos-se, nos próximos dias, e de-verão estabelecer diretrizesque visem à implementaçãodos planos e programas deapoio às pessoas com neces-sidades especiais, propondomedidas que assegurem oexercício da plena cidadania.

SUBVENÇÕES REPASSADAS PELA SECRETARIA MUNICIPAL DECIDADANIA E AÇÃO SOCIAL PARA O SEGMENTO PPD:

Inclusão Social: uma prioridadeMarina Della Vedova

Marina Della Vedova édiretora do Departamento deAtendimento à PessoaPortadora de Deficiência daSecretaria Municipal deCidadania e Ação Social

23.600,00 279.200,00 4.635,00 55.620,00

NOME ENTIDADE SOCIAL

SUBVENÇÃO MUNICIPAL SUBVENÇÃO FEDERAL

MENSAL ANUAL MENSAL ANUAL

AMDF 2.000,00 24.000,00

APAESecretaria

Municipal deEducação

SecretariaMunicipal deEducação

4.635,00 55.620,00

APAFI 5.000,00 60.000,00 1.035,00 12.420,00

SETED 5.000,00 60.000,00 1.080,00 12.960,00

TRADEF9.600,002.000,00

11.600,00

115.200,0020.000,00

175.200,001.035,00 12.420,00

TOTAL

Recursos repassados em 2002 pelaSecretaria Municipal de Educação

para a Apae:

R$ 1.329.156,00(48% a mais do que em 2000)

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Apae implanta novo projetoCristina Sei Guerra

Elaborado pela Fede-ração Nacional das Apae’s, oprojeto Apae Educadora já co-meçou a ser implantado pelaentidade de Mogi das Cruzesno início deste ano letivo. Fun-damentado na proposta de as-segurar ao aluno da escola es-pecial a mesma estruturaorganizacional das escolasregulares, o projeto sistemati-za as ações pedagógicas epropõe estratégicas que pos-sibilitarão o desenvolvimentointegral e facilitarão a sua in-clusão gradativa, contínua eplanejada.

O processo escolar éiniciado na chamada Educa-ção Infantil, atendendo as cri-anças de zero a seis anos. Aidéia é permitir, o mais cedopossível, a identificação da de-ficiência e possibilitar a inter-venção imediata para evitar ouatenuar o atraso no desenvol-vimento integral do aluno.

O currículo é o mes-mo da escolarização formal.A equivalência de estudos e apromoção do aluno para níveismais elevados do conheci-mento se darão pela avaliaçãodas possibilidades de acessoà própria escolaridade. Os alu-

nos com graves comprometi-mentos se beneficiam de umcurrículo especial. A Educa-ção Infantil da Apae Educa-dora é dividida em Programade Educação Precoce desti-nado a crianças de 0 a 3 anose a pré escolar destinado acrianças de 3 a 6 anos.

O programa de Edu-cação Precoce tem por finali-dade promover o desenvolvi-mento integral da criança demodo a ampliar suas pers-pectivas educacionais, soci-ais e a melhoria de vida pes-soal, familiar e coletiva. O pro-grama é realizado em parce-ria com a família e é

operacionalizado porp r o f e s s o r e sespecializados, quecontam com o apoiode uma equipemultidisciplinar com-posta por assistentesocial, médicos, psi-c ó l o g o s ,fonoaudiólogos, fisiote-rapeutas e terapeutas.

O programapré-escolar visa propor-cionar condições ade-quadas e favoráveis aodesenvolvimento físico,

emocional, cognitivo e social.Com currículo flexível, a propostamediante processo avaliativo, éa de encaminhar os alunos parao Ensino Fundamental das es-colas regulares.

A proposta estende asua escolarização de nível bá-sico até as séries iniciais dochamado Ensino Fundamen-tal básico e adaptado, e asmodalidades Educação de Jo-vens e Adultos e EducaçãoProfissional.

O Ensino Fundamen-tal atende os alunos de 7 a14 anos, com programas pe-dagógicos. Os alunos cursamos níveis correspondentes da1ª a 4ª série da escola regular.

A Apae Educadoraengloba ainda as modalida-des Educação para Jovens eAdultos e Educação Profissi-onal, para atender a clientelaa partir de 15 anos, com pro-jetos pedagógicos alternati-vos para a alfabetização eprofissionalização. A entida-de oferece atendimentoambulatorial através da equi-pe interdisciplinar.

Hoje, a Apae tem578 alunos com o apoio re-cebido da Prefeitura.

Cristina Sei Guerra, é diretoraadministrativa da Escola deEducação Especial ProfªBotyra Camorim, mantida pelaApae de Mogi das Cruzes.

TRADEF, umtrabalho especial

Elaine Prieto

O Tradef - Trabalho deApoio ao Deficiente é uma en-tidade sem fins lucrativos queatende pessoas portadoras dedeficiências físicas, mentais,auditivas, visuais e múltiplas,em Mogi e região.

Temos como missão:“A inclusão e a socialização depessoas portadoras de defici-ências, visando abrir espaçosno ambiente de trabalho e vidacomunitária, para que os mes-mos exerçam livremente seusdireitos de cidadãos”. Para al-cançar os objetivos, Tradef de-senvolve Projetos de OficinasProtegidas Terapêuticas de Ar-tefatos em Couro e PapelArtesanal, confeccionando bol-sas, cintos, pastas, chaveiros,porta-níqueis, necessaire, ca-dernos, blocos, cartões, ris-que-rabisques, etc.

Oferece também atendi-mento psicológico,fonoaudiológico, pedagógico,assistência social, bolsa deestudo para portadores de defi-ciências, aulas de computação,núcleo desportivo, Projeto Edu-car e faz o encaminhamentodas Pessoas Portadoras de De-ficiências para o mercado de tra-balho, por meio do CAP - Tradef(Centro de AperfeiçoamentoProfissional).

A missão de nossaentidade preconiza a inclusãoem todos segmentos, inclu-sive em propostas de açõessócio - educativas, onde oprincípio fundamental inclusi-vo é o de que todos os aten-didos devem aprender juntos,independentemente de quais-quer dificuldade ou diferençaque possa ter.

Apoiando pedagogica-mente a educação inclusiva,auxiliando portadores de de-ficiência mental em suas ati-vidades escolares, abrindoperspectivas, desenvolvendoa autoconfiança e disciplina,tornando-o independente e ati-vo. Ressignificando a apren-

dizagem para que o atendidointeraja na reconstrução doconhecimento, partindo deum processo facilitador, quevaloriza atividades culturaiscomo música (coral), dança

e também atividades manuais(oficina pedagógica) e espor-tivas, possibilitando o desen-volvimento dentro de seus li-mites pessoais e não de pa-drões impostos socialmente.

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ESPORTE

Educação Física, ação diferenciadaZilda Bianconsini

Apesar devivenciarmos desde 1948 aesperança de uma educaçãovoltada para todos, a escolaainda peca por não reconhe-cer sua responsabilidade deafastar de si o preconceitocom relação às diferençasindividuais.

Os professores, mui-tas vezes, valorizam o alunocom maior aptidão física, commaior coordenação, flexibili-dade e destreza. O que seobserva também é que pro-fessores de Educação Físicaorientam-se pelos valores es-tabelecidos pela cultura, eassim os alunos com dificul-dades e poucas habilidadesficam acanhados e recolhidosem sua insignificância com-pondo as turmas regulares.

A baixa freqüência àsaulas, principalmente dos alu-nos de menor performance,forma um quadro estampadopor acentuada desmotivaçãoe dispensas médicas. A pre-ocupação maior neste con-texto é a de construir alterna-tivas de trabalho que promo-vam a inclusão de respecti-vas diferenças no meio soci-al, cultural e físico.

Depois de transporas portas do terceiro milênio,descobre-se que a escola nãose encontra adequada aindaà necessidade específica daeducação e de uma pedago-gia diferenciada. Orientar oolhar para as pedagogias di-ferenciadas ou cooperativas,como propõe PhillipePerrenoud, significa que elassó têm força se provocaremno espírito do aluno e dos pro-fessores uma construção desentidos.

Os professores mui-tas vezes não foram habilita-

dos para trabalharem compedagogias diferenciadas.Muito se tem falado sobre aformação continuada dos pro-fessores, não há ainda tradi-ções de um esforço coletivopara envolver todos os profis-sionais da escola a fim de dis-cutir e buscar novas soluçõespara enfrentar a problemáticada formação e da busca denovas competências paraensinar com base na percep-ção e na vivência dos própri-os professores. Não é possí-vel alunos diferentes aprende-rem em igual medida, quali-tativa e quantitativa.

Nesse sentido, umcenário complexo vem se apre-sentando para os professoresno ambiente escolar. Os mo-delos prescritos, os procedi-mentos, os métodos e os ins-trumentos utilizados até entãojá não dão conta desse cená-rio complexo e aprofissionalização do professordeve ser uma resposta a com-plexidade das situações e asexpectativas da sociedade emrelação a escola. Ensinar deuma forma estereotipada sig-nifica não considerar a realida-

de, ou seja, não estar atentoás transformações familiares,culturais, a crise de valores, adesorganização urbana, a rá-pida absolescência dos conhe-cimentos, etc.

Creio ser este o gran-de desafio para os professo-

Zilda Bianconsini éCoordenadora do Projeto“Esporte Mogi”, daSecretaria Municipal deEsportes e Lazer

res não só da área de Educa-ção Física, mas em todas asoutras áreas.

Esporte éfundamental

para odesenvolvimento

da criança e doadolescente

Esporte ajuda no desenvolvimento psicológico e motor dascrianças e proporciona o convívio entre os participantes

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ESPORTE

Bocha adaptada para a educaçãoRonaldo Gonçalves de Oliveira

A bocha adaptadapor meio da disciplina de Edu-cação Física podeoportunizar os portadores denecessidades especiais comdeficiência severa, propician-do diversas possibilidadeseducacionais, aos deficientesfísicos que começam a mi-grar para a escola comum etambém os que nela já esta-vam necessitando de um edu-cacional e esportivo inclusivo.

O esporte não éeducativo por si só. É neces-sário torná-lo um meioeducativo. Sendo assim, cabeao professor enfocar um mo-

vimento no esporte de formamultidimensional e não redu-zi-lo apenas a uma dimensãode ação, possibilitando assimo pensamento refletido e aparticipação em grupo.

Para oportunizar osportadores de deficiência fí-sica severa no esporte é quefoi desenvolvida a bochaadaptada, descendente dabocha tradicional, criada naGrécia antiga como jogo deinteligência.

Sabemos da neces-sidade de encontrarmos for-mas alternativas de atividadefísica, sendo a bocha adapta-

da facilmente implementada,pois para iniciarmos o traba-lho, basta apenas a confecçãode bolas de meia e uma calhade tubo pvc ou madeira.

Para a realizaçãodo jogo é necessário a con-fecção de treze bolas, sen-do uma de cor neutra e doisgrupos de seis de cores di-ferenciadas. Para o desen-volvimento do jogo, bastaque um aluno arremesse abola mestra(neutra) e emseguida jogue uma de suasbolas, depois o outro par-ticipante arremessa umadas suas, a partir deste mo-

Os jogadores com possibilidades de movimentação dosmembros superiores, mesmo que com uma certa dificulda-de, jogam com as mãos. Já os jogadores com disfunçãomotora mais severa, que impossibilite a jogada com os

membros superiores, pode-se adaptar uma calha com tubode pvc cortada no meio para que a bola deslize pela mes-

ma, deixando a cargo do mesmo a jogada intelectual.

Existe além dos fatores motores e cognitivos, a possibili-dade de usar recursos interdisciplinares como, por exem-plo, jogar a bola em um determinado círculo que conte-nha uma pergunta sobre ciências, que o aluno deverá

responder quando acertar o alvo. Pode ser ainda pratica-do por pessoas não portadoras de deficiências, desenvol-

vendo questões de cidadania e inclusão

mento jogará sempre quemestiver com a bola mais dis-tante da bola mestra.

Ao final de cada par-tida, chamada de set, pontu-ará a bola que estiver maispróxima da bola mestra.Exemplo: duas bolas verme-lhas mais próximas que todasas outras azuis eqüivalem adois pontos.

Ronaldo Gonçalves deOliveiram é professor deeducação física, aluno doMestrado em PolíticasPúblicas do Esporte e Lazerda UNICAMP e Coordenadorde Esportes do TRADEF

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DESENVOLVIMENTO

A necessidade da Estimulação PrecoceInês Fugitaro Otobe, Sérgio Cabral Chebel, Marinez V.Zamai,Carmen Silvia Candelária Cucick, Débora Cibele Fernandes,Mara Rúbia P.Salun, Valdirene Aparecida de Souza

O termo “EstimulaçãoPrecoce” vem sendo muitoquestionado; alguns autoressugerem o uso do termo“Estimulação adequada”,“Estimulação essencial” ou“Estimulação global”. A idéiabásica é a estimulação ade-quada à criança desde os pri-meiros dias de vida, a fim degarantir o seu desenvolvimen-to integral ulterior.

O objetivo é oferecerà criança, desde o seu nas-cimento, certas experiênciasou atividades que intensifi-quem seu desenvolvimento,particularmente suas capaci-dades, suas habilidades,suas energias, isto é, suaspotencialidades.

Observar a criançacomo um todo, estimulando-a de maneira global visandoproporcionar à criança experi-ências de caráter neuromotore psicossocioeducativo, quepermitam prevenir e ou mino-rar seus déficits e auxiliá-la nodesenvolvimento de suas ca-pacidades nos primeiros anosde vida.

No entanto, não po-demos nos esquecer que os

fatores somáticos eambientais, que incidem es-pecialmente nos períodos pré-peri e pós-natais, podem pro-vocar déficits duradouros nodesenvolvimento integral dacriança. São os chamadosfatores de “alto risco”, cujaincidência é maior em paísesdo Terceiro Mundo, quer pe-las inadequadas condiçõessociais de vida, quer pela au-sência ou precariedade deuma política de ação preven-tiva primária na área de saú-de pública e mesmo dentro daprópria falta de informação,orientação e cultura.

Fatores sócios eco-nômicos e de saúde públicacomo: carências protéicas,calóricas, prematuridade,anoxia perinatal e desidrata-ção como fatores etiológicosou desencadeantes da defici-ência mental e déficits deaprendizagem.

Crianças prematurasapresentam atraso na lingua-gem. Já as desnutridas intra-útero apresentam distúrbios decomportamento, relacionadasao sono, alimentação, reaçõesimpulsivas e ansiedade, etc.

Observando essesfatores, percebemos que a in-tervenção precoce está rela-cionada às mães de alto ris-co (as diabéticas, cardíacas,dependentes de drogas, comproblemas crônicos de saú-de, as com anomalias gené-ticas ou uma história de gra-videz interrompida ou de par-tos prematuros).

A necessidade de seatuar na prevenção, detecção eatendimento precoce não sónas crianças, mas de uma açãoem saúde globalizada principal-mente voltada à gestante e acriança, fundamentada no pro-cesso educativo preventivo,enfatizando a educação vincu-lada a prevenção de doenças,a importância do pré-natal e aoplanejamento familiar.

Atualmente, não sealmeja apenas evitar transtor-nos ou deficiência, mas, so-bretudo, aproveitar ao máxi-mo o potencial individual,muitas vezes perturbado pelasua trajetória por falta de umaestimulação ambiental ade-quada, incluindo-se não so-mente o campo psicológico

em que a criança vive, igual-mente fatores biológicos oupsico-físicos que se esten-dem desde os antecedentesgenéticos e o tipo de vivênciafamiliar até a influêncianutricional e de agentes pa-tológicos que possam com-prometer o desenvolvimento.Este é o caminho que vempercorrendo o atual ramo deconhecimento, que é aestimulação precoce.

Nós da Escola Muni-cipal de Educação Especialcomeçamos a trilhar essecaminho há muitos anos, nosorganizamos em uma equipeque partilha os mesmos ide-ais com o trabalho de acom-panhamento de crianças de0 a 5 anos em ação conjuntacom orientação econscientização dos pais.Visamos com esse trabalhouma Melhor qualidade de vidapara as crianças e suas fa-mílias possibilitando-as umainclusão social.

Os autores fazem parte doSetor de EstimulaçãoPrecoce da Emesp - ProfªJovita Franco Arouche.Observar a criança num todo para estimular de maneira global

Entre os trabalhos realizados na Emesp está a estimulaçãoadequada à criança desde os primeiros dias de vida

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Por que lutar por umaescola inclusiva?

Vania Aparecida Baltieri Bergantin

FUTURO

Quando os filhos nas-cem objetivamos formá-loshomens fortes, saudáveis, in-teligentes e felizes, ou seja,cidadãos educados e prontospara lidar com as adversida-des da vida. Deveria ser estetambém o objetivo dos órgãosresponsáveis e da sociedadecomo um todo. Infelizmenteo que encontramos é um go-verno e uma sociedade semmuita habilidade em lidarcom a desigualdade so-cial, diferenças raciais,opção sexual, e comtodo tipo de deficiência.

Encontramostoda uma estrutura nadafavorável para portadoresde necessidades especi-ais, como se estas pes-soas, por terem uma con-dição diferente tivessemmenos direito à vida. Hámuitos anos o que vemsendo colocado é quesomos todos iguais e queas salas de aulas sãohomogêneas, onde to-dos devem aprender asmesmas coisas, do mesmomodo e ao mesmo tempo.

Acredito que passaresta situação para as novasgerações de nossa tão alme-jada sociedade para todos é,no mínimo, hipocrisia. Istonão é preparar um indivíduopara ser no futuro, mas sim,para fazer de conta. Se opobre, o negro, o deficientenão estão nas escolas e nasruas, é muito mais fácil fazerde conta que eles não exis-tem e muito menos dolorosopara quem faz de conta. Poronde começar?

Como contornar tan-tos obstáculos, tantas raízes,

à minha ignorância no assun-to, que o fato de escolas re-ceberem crianças deficien-tes, numa atitude solidária, eestas serem aceitas peloscolegas, professores, famili-ares dos outros alunos, esta-va realizada a inclusão.

Como consentir queuma criança seja aceita ounão ,numa sala de aula, ten-do consciência de que a edu-cação é o mais legítimo direi-to de um cidadão?... Quan-to mais eu ouvia sobre o as-sunto, mais me convencia deque este dizia respeito à to-das as crianças. Não só ascrianças deficientes necessi-

diferenças individuais e nãose preconizasse a valoriza-ção de cada pessoa como serúnico e importante para com-pletar o todo?

Como não ver que avivência com um modelo irre-al da sociedade não conse-gue formar verdadeiros cida-dãos, porque estas criançasperdem a oportunidade de co-nhecer a vida com todas assuas dimensões e desafios.Fica fácil assim entender aimportância da inclusão.

Precisamos, portan-to, oferecer oportunidades ever nascer o que há dentro decada criança, com algum tipo

tanto medo do desconhecido?Em primeiro lugar, acreditoser necessário vencer os nos-sos “pré-conceitos” para quepossamos ver primeiro o ci-dadão antes de ver o seu com-prometimento ou sua situa-ção menos privilegiada.

Há alguns anos,quando iniciei meuenvolvimento com a questãoda inclusão, achava, graças

tavam de um olhar diferente...Afinal de contas ve-

mos todos os anos criançassem comprometimento físicoou mental sendo excluídospela reprovação, pela evasãoescolar, pelos problemas deaprendizagem, de comporta-mento, etc.. Como não viisso antes? Como imaginar,com toda a diversidade huma-na, que não se aceitasse as

de comprometimento ou não,para que tenhamos indivíduosmelhores e mais preparados.Com responsabilidade, contan-do com equipe multidisciplinarinteressada e que acredita nopotencial de cada ser, vamossim poder conquistar a impres-cindível inclusão.

Para finalizar, deixoum texto extraído do livro in-fantil Histórias da Preta de He-

loísa Pires Lima: “ Pron-to: ser diferente – quemistério é esse, ser dife-rente? Todo o mundoé? Ou todo o mundo éigual? Tem gente que éigualzinha: os gêmeosunivitelinos. Mas nãointeirinha igual. E temgente parecida. Sempretem alguém que diz queconhece uma pessoamuito parecida comigo.Então tem os parecidos.

E tem então os dife-rentes. Mas os diferen-tes sempre têm seus pa-recidos, e então não sãodiferentes. São pareci-

dos com os diferentes. Quemsão os mais diferentes? De-pende de como eu sou. Mase se eu for muitos?

Então vou ser pareci-da com muitos. Mas sem-pre tem um que todo mundovai dizer que parece comigo.Enfim, iguais e diferentes po-dem ser diferentes e iguais.A diferença enriquece a vidae a igualdade é um direito detodos. Somos iguais nos di-reitos à vida.Vania Aparecida BaltieriBergantin é Médica e Mãe decriança portadora denecessidades especiais

E-mail: [email protected]

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PARTICIPAÇÃO

Família tem papel fundamental

Pluralidade Cultural: resgate regional

Valdirene Aparecida de Souza

Ao pensarmos nainclusão do portador de ne-cessidades especiais, a pri-meira questão a ser levanta-da refere-se a família, a par-te mais importante nesseprocesso. É a família quemvai dar os primeiros passospara que o portador de neces-sidades conviva em socieda-de. Ela é responsável pela in-clusão deste no âmbito edu-cacional e social. Cabe a família aco-lher, proteger e defender osdireitos do portador de neces-sidades especiais. E é exa-tamente nesse ponto que en-

tra o trabalho dos profissionaise da instituição que devemamparar as famílias e forne-cer suporte para que ela con-siga desenvolver seu papeldecisivo na conquista de ummodo de vida digno e condi-zente com a nova realidadesocial que permeia essesnovos tempos. Atualmente não émais possível aceitar diferen-ças sociais. Cada vez mais omundo globalizado clama pelajustiça e igualdade, e o primei-ro passo nessa direção dizrespeito ao tratamento da fa-mília como uma célula única

que precisa de condições parausufruir e promover a todos osseus membros independentede suas diferenças as mes-mas condições e acessos atodas as esferas sociais. Esse caminho ain-da tem muito a ser percorridopelos profissionais, empresá-rios, população, enfim por to-dos nós que buscamos eacreditamos que um mundomelhor é possível. Adesestruturação da famíliaocorrida ao longo dos últimosanos, causada principalmen-te pela desigualdade social,pelo desrespeito e pela desu-

manidade contribuíram de for-ma incisiva para o caos soci-al que hoje vivemos. Assim acredito queo trabalho voltado para a fa-mília é uma forma de integraro portador de necessidadesespeciais de forma efetiva everdadeira, e a melhor manei-ra de auxiliar na construçãode um mundo melhor.

Valdirene Aparecida deSouza é Psicóloga eeducadora graduada emPsicologia e Pedagogia pelaUniversidade Braz Cubas

Um dos temas maisimportantes desenvolvidos naEducação Infantil é a convivên-cia Social. De acordo com osR.C.N’s a práxis educativadeve estar comprometida coma construção da cidadania,desenvolvendo a compreensãodos direitos e responsabilida-des em relação a vida pesso-al e coletiva.

Pensando nisto a EM“Profª. Maria Aparecida Pi-nheiro Volpe” desenvolveuprojetos bimestrais,enfocando o tema “ConvívioSocial”. A fim de propiciaroportunidades para o desen-volvimento do respeito às dife-renças individuais, preservan-do as manifestações artísticasregionais, como resgate dacultura do nosso povo no ter-ceiro bimestre desenvolveu-seo tema Pluralidade Cultural.

O trabalho em sala deaula e pesquisas culminaramem uma linda festa, realiza-da no último dia 25 de agos-to, com apresentações dedanças pelas crianças com

trajes típicos, exposição detrabalhos, comidas típicascontando com a participaçãodo Clube de Mães e da Co-munidade. Com isso procura-mos passar para a comuni-dade a riqueza cultural donosso país.

Nas danças trabalha-mos o Bumba-Meu-Boi da re-gião norte.Com isso as crian-ças aprenderam que no Bra-sil, as festas de boi existempor todo o País e foi levada parao Norte, pelos nordestinos, e omesmo nome é mantido em to-das as regiões.

Quanto em relação àregião nordeste, as criançastiveram contato com o Frevoque é uma marca registradade Pernambuco, especial-mente Recife. A imensa diver-sidade cultural permitiu osurgimento de inúmeros rit-mos, como o baião, chote exaxado , sendo assim, esco-lhemos o frevo e o baião pararepresentarmos o nordesteem nossa festa.

Já na região sul, os

alunos mergulharam numacultura ampla e forte, deraízes costurada no fundo daterra e na diversidade de sen-timentos trazidas pêlos pri-meiros colonos, sendo as-sim, foi trabalhado o pau – de-fita, dança conhecida desdea antigüidade.

Nesse mesmo dia darealização das danças, foiaberto ao público a exposiçãoque englobou todas as regi-ões do nosso País. A expo-sição mostrou todo o traba-lho educacional desenvolvido

° Lendasº Brinquedosº Artesanato° Trava Língua° Músicas

O trabalho desenvolvidonesta E.U. só foi possíveldevido a ação conjuntados professores, funcio-nários e comunidade.

pelas professoras neste mês,destinado ao folclore comopor exemplo:

Alunos aprendem folclore e a importância do resgate cultural

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COMPORTAMENTO

Conhecendo a nossa cidadeNossa escola homenageou a cidade de Mogi das Cruzes, nesses 442 anos, realizando uma atividade que envolveu alunos,professores, diretora e demais funcionárias, com o objetivo de leva-los a conhecer melhor os lugares mais significativos da

cidade em que vivem.Fotografamos diferentes pontos como a Câmara, Prefeitura, Biblioteca, Teatro e trouxemos para a sala de aula, fotos nas

quais todos puderam observar um pouco mais da nossa cidade.Cada professora utilizou uma foto diferente. Os alunos fizeram uma releitura da paisagem observada. A percepção dos ele-

mentos que compõe o lugar onde vivemos, é uma aprendizagem fundamental para que a criança possa desenvolver umacompreensão cada vez mais ampla da realidade social e natural.

Como suporte, utilizamos também a obra de Isaac Grinberg – “Memória Fotográfica” – Ed. Exlibris, que fez com que nossosalunos viajassem no tempo, através da comparação das fotos atuais com as de antigamente.

Todo este trabalho culminou em uma exposição, na qual os pais e a comunidade puderam apreciar tanto as fotos como asatividades escolares e também apreciar nossa cidade, através do olhar de nossas crianças.

Professora da EM Prof. Antônio Paschoa Gomes de Oliveira

Resgatando o teatroTrazendo o Teatro até a Escola Municipal Therezinha Soares, nóseducadores possibilitamos aos alunos um mundo de faz-de-conta,pois a medida que ele desenvolve a cultura e os seus conhecimen-

tos, ele amplia novos horizontes entre o real e o irreal, despertando asensibilidade, o humor, a imaginação e o gosto pelo Teatro. Com apeça de Monteiro Lobato que tem em destaque o folclore brasileiro,encontramos o Sítio do Pica-Pau Amarelo, resgatamos tipos folclóri-

cos como: Saci-Pererê, Cuca, Emília, Visconde de Sabugosa,Lobsomem entre outros...A peça ilustrou a importância do livro naidade pré-escolar, dando assim o devido valor a ele e aos autores

brasileiros já esquecidos por muitos. Nós educadores, devemos ter ocuidado de criar hábitos culturais de leitura de autores brasileiros, ecom isso transformar nossos alunos em cidadãos conscientes de

que a literatura brasileira é riquíssima e muito emocionante.

Professora Ciomara Rodrigues Prado de MirandaEscola Municipal Therezinha Soares

Larissa IshikawaFerreira -Prontidão D

William Roberto da Silva Junior - Jardim II B

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EXTRA-CURRICULAR

Em atividades alusivas àsemana comemorativa aoaniversário do município, a

Secretaria Municipal deEducação elaborou uma

programação com as esco-las municipais, que possu-em projetos educacionaisrelativos a preservação daMata Atlântica e ao MeioAmbiente, uma visita ao

Parque Natural Municipal daSerra do Itapety, proporcio-nando aos alunos, um co-nhecimento concreto do

quanto se faz necessário apreservação e importância

da Serra do Itapety.Com um total de 560 alunosde 11 escolas da rede muni-

cipal, foram conhecidos,através de uma palestracom projeção de slides,

caminhada na trilha e ativi-dades recreativas, as espé-cies que habitam o Parque

Natural econsequentemente a Serra

do Itapety.

EM Dr. Sérgio Benedito Fernandes AlmeidaEM Benedito Ferreira Lopes - CaicEM Prof. Benedito Estelita de MelloEM (R) do Bairro Rio AbaixoEM Dr. Waldir Paiva de Oliveira FreitasEM Profª. Vanda Constantino da CostaEM (R) Profª. Sebastiana de CarvalhoEM Profª. Cenira Araújo PereiraEM Prof. Mario PortesEM Profª. Ana Lúcia Ferreira de SouzaEM Profª. Maria José Tenório de Aquino Silva

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DESFILE UNE ESTUDANTES

O desfile cívico-militar, em comemoração aos442 anos de Mogi das Cruzes, realizado no últimodia 7 de setembro, contou com a participação deescolas municipais, estaduais, particulares e filan-trópicas subvencionadas pela Prefeitura Municipal.

As escolas trouxeram para a Avenida Fran-cisco Rodrigues Filho um pouco da história de Mogidas Cruzes, desde a sua fundação até os dias dehoje. A preocupação com o meio ambiente tambémfoi abordado pelos estudantes.

Para contar a história de Mogi das Cruzes,os alunos abusaram da criatividade, desfilando comcaracterizações de índios, cobras e bandeirantes,entre outros personagens que formam o universo dacidade.

Defendendo a natureza, os alunos desfilaramcaracterizados dos maiores símbolos da fauna e florabrasileira, em especial do município, como o sagüi-da-serra escuro.

A preservação do Rio Tietê também foi des-taque no desfile. Crianças representaram os peixesque deveriam estar no Rio e a esperança de umanatureza mais conservada.

“Tenho certeza de que as escolas consegui-ram passar uma mensagem positiva para o públi-co”, comentou a secretária municipal de Educação,Maria Geny Borges Ávila Horle.

Escolas participamdo aniversário

de Mogi

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É A CIDADE CRESCENDO PARA VOCÊ

Ampliações e entrega de nova escola

A EscolaMunicipal Dr.IsidoroBoucault, naVila da Prata,foi ampliada.Foramconstruídastrês novassalas de aula,ampliando asvagas, além desanitários,almoxarifado,e reforma geraldo prédio

A Vila Novo Horizonte ganhou a Escola Municipal Professor Héliodos Santos Neves, vollada para 525 alunos do Ensino Fundamen-

tal. São cinco salas de aula, biblioteca, sala de professores,almoxarifado, zeladoria e cozinha

Caic, na Vila Lavínia, ganhou mais quatro salas de aula, banheiros, quadrapoliesportiva, reforma e pintura do prédio

Emesp, naVila Lavínia,também foiampliada:reforma napiscinacoberta eaquecida,construção dequadrapoliesportiva,sala defisioterapia(foto)construção demuro ereforma geralpara atendernovo projetopedagógico,desenvolvidocom osalunos

Na Escola Municipal Professora Cecília de Souza Viana, emTaiaçipeba, foram construídas três salas de aula, uma para

atividades pedagógicas, sala de professores, sanitários,depósito e pátio coberto

Ampliação da EM Engenheiro Cláudio Abrahão, no Jardim Santa Tereza.Foram feitas mais duas salas de aula, salas para atividades pedagógicas e

reforma geral