revista banco de ideias n° 38 - notas 106

8/13/2019 Revista Banco de Ideias n 38 - Notas 106

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NOTAS BANCO DE IDIAS N 38

PAC - PROGRAMA DE ACELERAO DOCRESCIMENTO

NOTASanalisa nesta edio as medidas provisrias do Programa de Aceleraodo Crescimento PAC. Esse conjunto de sete medidas provisrias e outros diplomaslegais trata obviamente do lado da despesa do programa. Mas algumas consideraes

preliminares sobre a evoluo das despesas totais da Unio so necessrias para colocarem perspectiva apropriada o Programa.

! primeiro aspecto a salientar " o e#pressivo crescimento das despesas aps aConstituio de $%&&' sempre en(ati)ado' mas *ue nem sempre se leva em consideraona anlise das propostas de pol+ticas p,blicas posteriores. A Unio gastava em $%%$'e#clu+das as trans(er-ncias constitucionais a estados e munic+pios' cerca de $/ do P01.Este ano' esse percentual poder c2egar a $%/ do P01. 3os dois totais estocomputados os cerca de 4/ do P01 de pagamento de juros reais sobre a d+vida p,blica'observados nos per+odos $%&56&% e 7869. Portanto' o ponto de partida do PAC "uma situao (iscal muito mais apertada agora' relativamente : *ue vigorava na "pocaem *ue (oi promulgada a Constituio. Esse aperto (iscal tem6se constitu+do em

importante limitador da capacidade da Unio em investir em in(ra6estrutura.! Programa de Acelerao do Crescimento ;PAC< pretende ser uma resposta positivaao e#pressivo decl+nio nos investimentos da Unio como porcentagem do P01. 3essesentido' deve in(ormar o Plano Plurianual a ser enviado pela Administrao aoCongresso no pr#imo m-s. Especialistas concordam *ue acelerar o crescimento paraalgo como 5/ ao ano re*uer ta#as de investimento anual semel2antes :s observadas nad"cada de 9 do s"culo passado' em torno de 75/ do P01. 3a*uela ocasio' esse

percentual compun2a6se de poupana privada interna' poupana e#terna positiva ep,blica' tamb"m positiva.

=eria mais (cil atingir ta#as de poupana da ordem necessria para assegurar as

ta#as de crescimento desejadas caso outros (atores tivessem sido considerados entre aspremissas do PAC. >ecente estudo do 0PEA mostra como seria poss+vel aumentar apoupana p,blica em 8'8/ do P01 entre 74 e 7$' contribuindo de maneira decisivapara aumentar a parcela de poupana p,blica e o investimento global.

?amb"m entre as premissas do PAC (altou e#plicitar como os c2amados (atoresmicroecon@micos sero objeto de pol+ticas p,blicas. Por e#emplo' se 2 umae#pectativa de grande participao de recursos privados no Programa' " importantee#plicitar as mudanas nos marcos regulatrios compat+veis com a atrao dessesrecursos' *uer dentro do pa+s' *uer provenientes do e#terior. 3unca " demais lembrar

*ue as alternativas de investimento do capital interno so grandes e as do capital e#terno


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so ainda maiores' j *ue competimos com mais de uma centena de pa+ses pela atraode recursos.

?amb"m " imprescind+vel e#plicitar outros parmetros *ue impactam o (lu#o decai#a dos projetos na vig-ncia do PAC. Em particular' " importante de(inir como ser

reajustado o piso previdencirio depois de 7$$' bem como em *ue se baseia ocrescimento da arrecadao de (orma a assegurar *ue as garantias governamentais emparcerias p,blico6privadas possam ser 2onradas no (uturo.

B oportuno lembrar *ue se o governo se decidisse por privati)ar ao inv"s de reali)arparcerias p,blico6privadas' esse problema de garantias no e#istiria.

AS MEDIDAS LEGISLATIVAS QUE COMPEM O PAC

! PAC consiste em um conjunto de oito medidas provisrias ;incluindo no conjuntoa MP n 8D479H de *ue adespesa total com pessoal' em cada per+odo de apurao e em cada ente da Hederao'no poder e#ceder a 5/ da receita l+*uida no caso da Unio e a 4/ nos estados emunic+pios.

A Mensagem n D79' *ue encamin2a o Projeto de Fei n $79' estabelecediretri)es para a (i#ao do valor do salrio m+nimo entre 79 e 778. 3a mensagema(irma6se' contraditoriamente' *ue o objetivo da medida " Jassegurarganhos reais

;acima da in(lao< a (im depreservaro poder a*uisitivo dos trabal2adoresK. ! gan2oreal decorre da correo do salrio m+nimo pela in(lao acrescido de um percentualcorrespondente : variao do P01 real de(asada de dois anos.NOTAS" de opinio *ue ocontraditrio da redao reside precisamente nas e#presses Jassegurar gan2os reaisKcom a JpreservaoK do poder a*uisitivos dos trabal2adores' j *ue' para isso' bastariacorrigir o salrio m+nimo pela in(lao. ! objetivo real " aumentarao longo do tempo osalrio m+nimo real. >esta saber *uais sero os e(eitos desse progressivo aumento realdo salrio m+nimo sobre o mercado de trabal2o e o emprego (ormal.

A Mensagem n 8979' *ue encamin2a o PFP n 8&&79' estabelece normas paracooperao entre a Unio' os estados e munic+pios na proteo ao meio ambiente' na

preservao de (lorestas' (auna e (lora brasileiras e no combate : poluio' e estabelece


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como objetivo uma maior coordenao entre os tr-s n+veis de governo para garantir aunicidade da pol+tica ambiental em todo o pa+s.

A Mensagem n D$79 altera a Fei de Giretri)es !ramentrias ;FG! n$$D8%74L D'5% bil2es para >L $$'7& bil2es. Hicam tamb"mlimitadas as despesas dos tr-s Poderes com dirias' passagens e locomoo durante oano de 79.

Ao projeto deveria ser acrescentada a limitao do uso de cartes corporativos' noapenas como (orma de cortar gastos como tamb"m para dar um e#emplo a todo o Pa+s.

As medidas provisrias so as seguintesMP n347/2007:capitali)a a Cai#a Econ@mica Hederal ;CEH< em >L 5'7 bil2es'

para *ue esta eleve o montante de empr"stimos sociais' nas reas de saneamento bsicoe 2abitao popular.

MP n348/2007:cria o Hundo de 0nvestimento em Participaes em 0n(ra6Estrutura;H0P6PEL 5 bil2es proveniente do patrim@nio l+*uido do HN?=. !s recursosdo (undo sero destinados a investimentos em energia' transportes' portos e saneamento.

MP n 350/2007: modi(ica as normas do Programa de Arrendamento >esidencial;PA>L $$4'&mil2esL %'Dmil2es< e da Ha)enda ;>L 8 mil2esede Herroviria Hederal =.A. ;>HH=A< e da li*uidao da


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Compan2ia de 3avegao do =o Hrancisco ;Hranaveede Herroviria Hederal' e#tinta 2 mais de oito anos' at"2oje paga atrav"s do ?esouro 3acional uma (ol2a salarial com D (uncionrios.

A MEDIDA PROVISRIA ! 347/2007

Autori)a o ?esouro 3acional a conceder um cr"dito de >L 5'7 bil2es : Cai#aEcon@mica Hederal para operaes de (inanciamento de obras de saneamento bsico;tendo como muturios os governos estaduais e municipais< e : 2abitao popular ;em*ue os muturios so as construtoras' e os compradores (inais so pessoas (+sicas


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investimento constantes do PAC' *ue de outra (orma no seriam e#ecutados pela notriaescasse) de recursos p,blicos para investimento.

!s (undos sero criados por investidores ;empresas' bancos e pessoas (+sicasL $&D'8 bil2es e o depsito dos trabal2adores de >L $47'7 bil2es


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mais 8/ ao ano e

pela ger-ncia do Hundo de Arrendamento >esidencial ;HA>


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de obras nos setores de transportes' portos' energia e saneamento bsico. Hica tamb"mampliado o pra)o de recol2imento do P0=Co(ins para o ,ltimo dia ,til do segundodec-ndio ;7 diasegime Especial

de 0ncentivos para o Gesenvolvimento da 0n(ra6Estrutura ;>eidi


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e#ternoR na reduo a )ero da Contribuio de 0nterveno de Gom+nio Econ@mico;Cide< nas remessas ao e#terior a t+tulo de pagamento por uso de tecnologiaR e nareduo a )ero das al+*uotas do P0=Co(ins incidentes sobre suas receitas e das al+*uotasdo 0P0 incidentes sobre a sa+da de sua produo industrial' podendo' ainda' redu)ir em

$/ a al+*uota do imposto de renda e adicional incidentes sobre o lucro de e#plorao.

!OTAS #$%&'$n() *+$:

Aconcesso de incentivos setoriais ou " redundante ou " danosa para a sociedade. =eo setor (or e(iciente' os incentivos so redundantes e implicam apenas trans(erirrecursos do contribuinte para capital e trabal2o empregados no setor. =e a empresa "

ine(iciente' no deveria ser subsidiada. A ra)o para essa concluso " simples umincentivo torna mais rentvel a atividade do setor' atraindo capital e trabal2o *ueanteriormente estavam aplicados em atividades mais e(icientes.

! incentivo " o motor dessa atrao' tornando a rentabilidade privada do setor maior*ue a de outras atividades da economia. Gessa (orma' recursos *ue estavamanteriormente aplicados em empresas e atividades e(icientes passam agora a seraplicados em atividades *ue seriam ine(icientes na aus-ncia do incentivo. 3o caso dasempresas en*uadradas no Padis' o volume de incentivos " mais *ue e#pressivoa*uisio de bens de capital e insumos com al+*uota )ero de 0mposto sobre Produtos0ndustriali)ados ;0P0< e do P0=Co(insR reduo a )ero da Contribuio de 0ntervenode Gom+nio Econ@mico ;Cide< nas remessas ao e#terior a t+tulo de pagamento por usode tecnologiaR reduo a )ero das al+*uotas do P0=Co(ins incidentes sobre suas receitasRreduo das al+*uotas do 0P0 incidentes sobre a sa+da de sua produo industrialR ereduo em $/ da al+*uota do imposto de renda e adicional incidentes sobre o lucrode e#plorao. Gado o volume de incentivos' seria desejvel *ue (osse apresentado umclculo do valor desses incentivos e *ue o preo (inal dos produtos (osse comparadocom sucedneos dispon+veis no mercado internacional.

A MEDIDA PROVISRIA ! 353/2007

A MP n 85879' *ue e#tinguiu a >ede Herroviria Hederal ;>HH=AHH=A. A maior parte dos d"bitos "originria de direitos trabal2istas e ser repassada : Oalec 6 Engen2aria' Construes eHerrovias =.A.

A MP cria $59 cargos comissionados ;*ue podem ser preenc2idos sem concursoHH=A. Esses cargos esto assim distribu+dos um Cargode Gireo e Assessoramento =uperior ;GA=


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!OTAS #$%&'$n() *+$:

A >HH=A' *ue (oi inclu+da no Programa 3acional de Gesestati)ao em $%%7' entrouem li*uidao em $%%% e somente depois de decorridos *uase oito anos se est

propondo a criao de $59 cargos comissionados ;preenc2idos' portanto' sem concursop,blico< para *ue a li*uidao (inalmente ven2a a ocorrer. A tare(a cometida a essesservidores inclui o inventrio dos bens' direitos e obrigaes da e#tinta >HH=A' com oentendimento de *ue os imveis da >ede passaro para a propriedade da Unio. Qdireitos de arrendamento da mal2a viria a empresas privadas avaliados em >L 7D

bil2es. Estima6se tamb"m *ue os demais bens mveis e imveis estejam valendo >L 7bil2es. Evidentemente' a perman-ncia da >HH=A no patrim@nio da Unio acarretacustos vultosos' cobertos com os tributos impostos aos contribuintes. Fi*uidar aempresa' portanto' com a trans(er-ncia para a Unio de seus ativos "' em princ+pio'medida salutar. Q uma avaliao desses ativos' apontada acima. ! *ue seria de tododesejvel " dispor6se de uma avaliao dos passivos' especialmente os de nature)atrabal2ista. ! simples (ato de permanecer a empresa em processo de li*uidao por oitoanos no somente di) muito sobre o descuido com *ue o din2eiro do contribuinte "tratado pelo Estado como mostra a aus-ncia de gesto das autoridades' o *ue causa oaumento desses custos.

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