revista [b+] 31
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Uma entrevista com Fernando Barros, diretor da Propeg, sobre o mercado de mídia na Bahia. Além disso, os empresários baianos que não conseguem vender no estado, como fica a cultura sem verba, o desenvolvimento do cacau no sul da Bahia e muito mais.TRANSCRIPT
Existem famílias de tudo quanto é tipo. Porém, todastêm algo em comum: a influência na educação dos filhos.Jovens gostam de liberdade, mas também gostam de atençãoe precisam ter limites. Por isso, seja presente na vida deles, acompanhe o desempenho escolar, fique de olho no horário que chegam em casa, saiba com quem andam. Também dê carinho aos seus filhos, tenha momentos de lazer e sempre converse com eles, mas lembre-se, o melhor conselho é o exemplo. Quanto mais família, menos drogas.
www.maisfamiliamenosdrogas.com.br
ago / set 2015 • ano 6 • nº 31 • www.grupobmais.com.br
a revista da bahia
EconomiaAs empresas que investemna Bahia em 2015
SEm vErbaA produção cultural no estado depois dos cortesno orçamento
nEgócioSPor que empresários baianos não conseguem vender dentro do estado?
agroA ressurreição docacau no sul da Bahia
EmprESariado baiano fala SobrE invEStimEntoS Em markEting Em tEmpoS dE criSE
Fernando Barros, diretor da ProPeg, Fala soBre ProPaganda, meios digitais e reinvenção: “a Bahia Precisa de vontade
Para sair do lugar-comum”
R$ 9,90
Tiragem auditada:15 mil exemplares
PORTO SEGURO
ILHÉUS
VITÓRIA DA CONQUISTA
BARREIRAS
TEIXEIRA DE FREITAS
FEIRA DE SANTANA
PAULO AFONSO
LENÇÓIS
VALENÇA
Belo Horizonte – Campinas – Ribeirão Preto – Rio de Janeiro – Salvador - Maceió - São Paulo
Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro
Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro
Salvador - Campinas
Belo Horizonte – Salvador – São Paulo
Salvador
Campinas – Salvador – Vitória da Conquista - Miami
Belo Horizonte
Salvador - Brasília
Em breve, mais 13 aeroportos vão passar a contar com voos comerciais na Bahia:Guanambi • Irecê • Senhor do Bonfim • Bom Jesus da Lapa • Santa Maria da Vitória • Ibotirama
Jacobina • Jequié • Cipó • Maraú • Caravelas • Itaberaba • Comandatuba
Porto Seguro
FEIRA DE SANTANAlençÓis
VALENÇA
COMANDATUBA
CANAVIEIRAS
caravelas
guanambi
irecêjacobina
Paulo afonso
BARREIRAS
ILHÉUSvitória da conquista
teixeirade freitas
4 novos aeroportos
9 aeroportos EM REFORMA
55 novos voos semanaisem toda a Bahia
JEQUIÉMARAú
Bom Jesus da lapasanta maria da vitória
senhor do bonfim
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Em breve, mais 13 aeroportos vão passar a contar com voos comerciais na Bahia:Guanambi • Irecê • Senhor do Bonfim • Bom Jesus da Lapa • Santa Maria da Vitória • Ibotirama
Jacobina • Jequié • Cipó • Maraú • Caravelas • Itaberaba • Comandatuba
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sumário
12141618
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333440444650
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GaleriaOnline e MuralFórum [B+]Bloco de notasacontece nordesteAgro+Imóveis+Mercado Pet
NEGÓCIOSempresas que investem na Bahiasanto de casa não faz milagre[C] a natureza do nosso trabalho O novo cacau[C] Salvador precisa perdero medo do novoentrevista: Fernando Barrosno caminho contrário[C] Por que investir em comunicação em plena crise
EDUCAÇÃODa escola para o mercado de trabalho
SUSTENTABILIDADEa nova onda do capitalismoTendências
ESTILO DE VIDASaborTurismoDecoraçãoCinco itens indispensáveis paraMarlon Gamaautos&MotosRoteiro: Baixio notas de tec
ARTE E ENTRETENIMENTOCultura sem verba. e agora? Uma pergunta para: Carlos Prazeres Conte aí
[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
[Editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])
[Repórter]Tede Sampaio ([email protected])
[Designers]Adna Novaes, Gabriel Cayres e Rafaela Palma
[Projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres
[Fotografia]Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira
[Revisão]Cristiane Sampaio
[Colunistas]Armando Avena, Cristina Barude, Djalma Falcão, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Roberto Nunes
A revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ide ias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.
TIRAGeM AudITAdA15 MIl exeMplAReS
Revista [B+] edição 31Agosto /Setembro de 2015
[Periodicidade] Bimestral[Impressão] Grasb
CAPA[Foto] Luciano Oliveira[Produção] Luciano Oliveira e Pedro Hijo
A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída em 188 municípios do estado.
Pontos DE VEnDA
[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)
[Presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )
[Diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])
[Diretor de Publicações]Claudio Vinagre ([email protected])
[Diretora de Marketing]Bianca Passos ([email protected])
[Gerente Comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])
Reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477
[Representantes]Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] Feira de santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] Rio de Janeiro e são Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]
Realização Editora Sopa de Letras Ltda.
Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477
CnPJ 13.805.573/0001-34
expediente
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editorial
Com 17 anos fui visitar a sede da Propeg em Salvador na busca de uma luz que
me fizesse entender qual caminho profissional seguir. Para muito além dos tes-
tes vocacionais propostos pelas tias do colégio, me vi rodeado de possibilidades
em frente a todo aquele histórico de propagandas que me foi apresentado.
Já tinha ouvido falar da Propeg. O jingle que tentava convencer os turistas
de que a Bahia era uma boa ecoou na minha cabeça durante alguns verões.
Mas o que mais me chamou a atenção foi uma peça feita para divulgar os
ensaios da Timbalada.
O comercial de poucos segundos mostrava um executivo que digitava em
um teclado de computador. Ao longo do filme, o barulho das teclas começava a
se transformar em um batuque e os dedos acompanhavam a música. Entrava o
som de atabaques ao fundo e a mensagem certeira fechava: “Ensaios da Timba-
lada, você vai aos domingos e lembra a semana inteira”.
Bastaram dois atores (estagiários da agência) e um computador para fazer
aquele que seria premiado como comercial do ano.
Para fazer a entrevista que gerou a capa desta edição fui à mesma Propeg,
quase 10 anos depois daquela minha visita, para conversar com Fernando
Barros, diretor da empresa, sobre criatividade e reinvenção. As ideias propostas
por Barros são muitas, mas a principal mensagem é que, diante de qualquer
crise, vence aquele que consegue ter visão e ousadia.
Há dois anos, a Propeg se juntou a mais duas agências, formando o Grupo
PPG, e, em 2015, lançou a primeira agência de live marketing voltada para
consumidores das favelas, mercado que movimenta R$ 64,5 bilhões por ano no
Brasil. De que adianta celebrar a crise? É preciso ir atrás de novos mercados.
Não optei por fazer publicidade, mas aqui estou sendo jornalista e traba-
lhando dobrado para tirar o melhor da minha equipe e transformar qualquer
crise em oportunidade. Celebrando cada conquista. Na [B+], estamos juntos
buscando caminhos para sermos mais criativos, mais transformadores, mais
propositivos a cada número que colocamos nas bancas e tablets, a cada post
que fazemos em nossas redes sociais, a cada projeto que lançamos.
Acompanha o lançamento desta edição 31,\ o primeiro número da revista
[B+] Saúde, publicação feita para contemplar um segmento que representa cer-
ca de 10% do PIB do país e que movimenta a economia, mesmo na crise. Além
disso, os Fóruns [B+] seguem com todo o gás promovendo o encontro de líderes
empresariais para debater sobre os mais diversos setores.
Mais do que nunca é preciso ter ousadia para seguir em frente. E a sua em-
presa? Está fazendo o que para se destacar? O futuro depende desta resposta.
Aproveite o momento
Pedro hijo, editor-chefe da Revista [B+]
12 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
Preço por trajeto comprando ida e volta.Tarifa sujeita a disponibilidade.Taxas de embarque não incluídas.
Para maiores informações (71) 3347-8899 | (11) 3876-5607
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Tarifa PrimeA nova businesssuper econômica chegou para ficar.
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Anuncio Air Europa_B+_ED 31.pdf 1 04/08/2015 14:04:20
Em cAdA cAnto um EncAnto
[01] Rio Vermelho, Salvador, [02] Gamboa, Salvador, [03] Ribeira, Salvador,[04] Ondina, Salvador, [05] Tancredo Neves, Salvador, [06] CAB, Salvador,[07] Barra, Salvador, [08] Piatã, Salvador, [09] Av. Oceânica, Salvador
Quer participar? tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição
Pedimos aos nossos leitores para que marcassem fotos de cidades baianas com a hashtag #revistabmais no Instagram. Veja algumas abaixo.
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galeria
@bruno_sa
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COMENTáRIOS ED.30
moldura hiP hoP“Os parceiros no mundão!”, russo passapusso, pela fanpage
“Parabéns e sucesso! ‘Bem-aventurados os que não morrem estagnados’”, por Edilaine Silva, pela fanpage
caPa as estratégias de Quem cresce na crise
Comentárioda edição“Excelente matéria de capa! A [B+] sempre à frente da realidade brasileira!”michelle Figueiredo, por e-mail
negócio de gente grande“Já vi alguns vídeos de Isaac e realmente o garoto é bom! É uma pena que ele não tenha ido para frente. Na torcida para que os empresários do Nordeste acordem para este tipo de investimento”, camila vieira, pelo site
“Hoje em dia a pessoa está mais interessada na experiência que o produto pode proporcionar baseado no que outra disse. Claro, ainda tem gente que consome pela marca e status, mas o sentimento de comprar algo que alguém recomendou está crescendo”, vinicius nascimento, pelo site
contra a corrente“Muito interessante divulgar esse tipo de mercado, que ainda é desconhecido e tem muito espaço para crescer na Bahia, por marcelo bohana, pela fanpage
gestão no FuteBol“Acho que só pelo fato de haver eleições diretas, o Bahia já está muito à frente do Vitória”, thais almeida, pelo site
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uma Pergunta Para: georgia gaBriela“Foi muito inspirador ler Gabriela contando sobre a sua trajetória. Nos mostra como o nosso lugar no mundo depende muito mais de nós mesmos que de qualquer outra coisa. Claro que há inúmeros fatores que nos impedem de realizar algumas tarefas, mas antes de desistir vale uma reflexão se realmente não há possibilidade de se tomar uma nova atitude”, vanessa mazzafera, pela fanpage
“Ótimos exemplos como o de Georgia inspiram e nos mostram que as dificuldades, por muitas vezes, são pequenas e irrelevantes diante do objetivo traçado. Mas acho que o caminho brasileiro seria menos tortuoso se o básico fosse oferecido. Educação pública de qualidade e com foco na formação do cidadão já é uma realidade em algumas regiões do país, o que torna as possibilidades mais reais para todos”, inácio macedo, pelo site
inForme PuBlicitário: conForto e soFisticaçãoNa última edição, informamos erroneamente o número do telefone de contato da Construtora Vitor Negrão. O telefone correto é o (71) 3450-7946.
errata
“[B+] deu show na edição 30! Enquanto uns focam nas tragédias, tratando as crises como o mais importante, outros olham para as oportunidades de crescimento. As crises sempre existiram, assim como as oportunidades. A diferença dos vencedores e dos perdedores é o interesse e a energia que colocamos em cada um desses dois lados da mesma moeda. Parabéns [B+], pelas escolhas e pela excelente matéria”,andré gustavo barbosa, pelo facebook
“A capa mais linda até hoje! Parabéns!”, antônio marcos, pela fanpage
“A cada edição fica mais linda!”, raoni libório, pelo instagram
16 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
as obras que ilustram os pilares deste número são de autoria de almandrade, artista plástico baiano, arquiteto e mestre em design urbano pela Universidade Federal da Bahia. algumas peças estão disponíveis no acervo da galeria de arte Roberto alban. endereço: R. senta Pua, 1 - Rio Vermelho, salvador. telefone: (71) 3243-3982.
a Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. o que lhe agradou? o que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.
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NO pORTAL
Queremos te ouvir
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: And
rew
Kem
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as mais curtidas em nossa FanPage
[01] Banda de Ilhéus se apresentará no mesmo palco que Paul McCartney e Pharrell Williams[02] Baianos que crescem na crise[03] os 15 profissionais requisitados no comércio, indústria e agronegócio[04] Com seis anos e grandes números na internet, Isaac do Vine atrai a atenção de grandes marcas com vídeos de humor[05] Felipe Pezzoni, da Banda eva, conta quais são os itens fundamentais para um pai de primeira viagem
Para Baixaras edições de todas as publicações do grupo [B+] estão disponíveis na versão digital (para ios e android). Baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.
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ulo
Port
ela
a Juventude Pede Passagem Confira um papo com o baiano Eduardo Grossman, único brasileiro selecionado para ir ao Vale do Silício.
pARA CURTIR UM SOM
Pedimos para saulo Fernandes reunir quais são os CDs que está ouvindo atualmente. a lista com as sugestões está em nosso portal. nesta edição, saulo também é responsável pelas dicas de aplicativos em notas de tec.
W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 17
é Preciso encarar a saúde como negócio
Especialistas e empresários debatem sobre governança corporativa nas organizações de saúde no 27º Fórum [B+]
[06]
[04]
[02]
[03]
[07]
[05]
[01] Francisco Balestrin (Anahp); [02] Manoelito Souza (Santa Casa); [03] Luciane Bitencourt (Fund. José Silveira); [04] Camila Cumming e José Ricardo Madureira (Santa Casa); [05] Cláudio Neves (Natulab); [06] Cláudio Vinagre (Grupo [B+]) e Edgar Simões (Odonto Daily); [07] Cristina Soares (Hospital Aliança)
fórum[B+]
Importante alavanca para a empregabilidade no país
e um dos poucos setores que conseguem respirar com
mais facilidade durante a crise, a saúde carece de discus-
são no que diz respeito à governança corporativa.
Francisco Balestrin, presidente do conselho da As-
sociação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e um
dos responsáveis pela instalação do Hospital Aliança
em Salvador, alerta para as dificuldades do setor, que
é formado primordialmente por empresas familiares e
com profissionais com pouca formação administrati-
va. “O problema da governança clínica são os médi-
cos, com 50 anos ou mais, que estudaram medicina
quando era mais arte do que negócio. Eles não são
capazes de entender os valores que interferem nesta
questão”, disse ele durante palestra no 27º Fórum [B+]
que discutiu sobre o assunto. Tais empresas, ainda se-
gundo Balestrin, não despertaram para a necessidade
de adotar novas práticas de governança como forma de
atrair novos investimentos.
Rubem Seidl, diretor da GC4corp, consultoria de
projetos de reestruturação empresarial, ratifica a
opinião de Balestrin. Para Seidl, é preciso “despirami-
zar” a organização das empresas de saúde. “Muitos dos
dirigentes destas empresas ainda não se convenceram
de que o velho modelo de administração, que incluía
um CEO, tem que ser substituído por um conselho de
acionistas e um conselho de administração que tome
medidas baseadas no mercado e nas necessidades em-
presariais”, diz. “Nós só vamos conseguir fazer saúde
quando ela for horizontalizada. É preciso pensar no
cidadão desde a promoção”.
[01]
Alerta: “empresas não despertaram para a necessidade de adotar novas práticas de governança como forma de atrair novos investimentos”, diz Balestrin
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[15]
[14]
[11] [12][09][08] [10]
[16]
+ no site:veja fotosdo evento
[13]
[08] Geraldo Vargas (Hospital Sagrada Família); [09] Hermano Storti (Tam); [10] Litza Gusmão (Hospital São Rafael); [11] Eugênia Ávila (Lab. Leme); [12] Álvaro Souza (Fund. José Silveira); [13] Ruben Seidl (palestrante); [14] João Maurício Maltez (Nordeste Saúde Empresarial), Tânia Conduru (Hospital Atlântico Sul) e Eduardo Cruz (Itaigara Memorial); [15] Magda Vasconcelos e Iolanda Peltier (Cárdio Pulmonar); [16] Roberto Sá Menezes (Santa Casa)
blocodenotas
ConsTrução
salvador sedia Encontro nacional da Indústria da Construção em setembroA Câmara Brasileira da Indústria da Construção esco-
lheu Salvador para sediar o 87º Encontro Nacional da
Indústria da Construção (Enic), a ser realizado entre os
dias 23 e 25 de setembro no auditório do Senai/Cimatec.
Com o tema “Brasil mais eficiente, país mais justo”, o
evento tem o propósito de unir toda a cadeia do setor
imobiliário para discutir o futuro da construção no país.
De acordo com Vicente Mattos, diretor de relações ins-
titucionais do Sindicato da Indústria da Construção do
Estado da Bahia (Sinduscon-BA), o Enic discutirá temas
como indústria imobiliária, obras públicas e meio am-
biente. Ao todo, são esperados 1.800 participantes com
o objetivo de apontar soluções e novos entendimentos
para o setor.
Da esquerda para a direita: Vicente Mattos, José Carlos Martins, Luciano Muricy e Carlos Henrique Passos
EConomia CriaTiva
Salvador concorre ao título de cidade da MúSicaNo fim de julho, a prefeitura lançou a candidatura da
capital. Caso seja selecionada, Salvador será a primei-
ra cidade brasileira a fazer parte da Rede de Cidades
Criativas da Unesco na área da música. A ideia é que o
título atraia investimentos no segmento da economia
criativa; o resultado da candidatura será divulgado
em dezembro.
R$ 800 milhões
Este é o valor do investimento previsto pelo estado da
Bahia para a requalificação de 20 aeroportos regionais
até 2033. O plano de reestruturação dos terminais é
baseado no aumento do uso do transporte aéreo pelos
baianos. Somente no aeroporto de Barreiras, na região
oeste, o movimento de passageiros aumentou 30% no
primeiro trimestre em relação ao mesmo período de
2014, segundo o secretário de Infraestrutura do estado
da Bahia, Marcus Cavalcanti. O projeto prevê que alguns
desses terminais passem a operar com voos regulares,
a exemplo de Vitória da Conquista, cujas obras já estão
adiantadas e permitirão receber aeronaves com capaci-
dade para 189 passageiros. Além desse, novos aeroportos
também serão construídos, em Bom Jesus da Lapa,
Senhor do Bonfim, Porto Seguro, Maraú e Ilhéus.
CidadE
impasse sobre as obras no rio vermelho continuapor LORENA DIAS, DE SALVADOR
A obra de requalificação do Rio Vermelho, que começou no
mês de junho, com investimento de R$ 44 milhões, tem dividi-
do os moradores. De um lado está o “Rio Vermelho em Ação”,
grupo que surgiu nas redes sociais e já partiu para as ruas,
realizando atos públicos. Em sua pauta está a reivindicação
de maior participação popular nos projetos da prefeitura. Do
outro estão a Amarv (Associação de Moradores e Amigos do
Rio Vermelho) e a prefeitura, que afirmam que o diálogo com a
população sempre existiu. “Nós estamos abertos na discussão
com moradores e comerciantes”, garante Tânia Scofield, presi-
dente da Fundação Mário Leal Ferreira e responsável pelo pro-
jeto. A obra, que deve ser entregue até o fim de janeiro de 2016,
abrange os trechos da orla que partem da Praia da Paciência,
passando pelo Largo da Mariquita, até a entrada da Fonte
do Boi, além de algumas ruas internas, como a João Gomes
e a Almerinda Dutra.
Foto
: ang
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Pont
es
20 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
mídia
soB nova direçãoMoacyr Maciel, da Ideia3, foi empossado como novo presidente da associação Brasileira das agências de Publicidade (abap Bahia). ele substitui Renato tourinho, da Propeg, que agora assume a vice-presidência da abap norte e nordeste. Conversamos com Maciel sobre os desafios de assumir a nova gestão.
como reforçar a importância da propaganda para o mercado?Este será o nosso próximo desafio. As empresas estão
precisando aumentar seus resultados, e pesquisas
feitas ao longo dos últimos 30 anos têm mostrado que
as empresas que investiram em propaganda durante
os tempos de crise são as que primeiro conseguem se
reerguer e, principalmente, ganham mais mercado
durante os tempos de desaceleração. Outro ponto que
precisamos trabalhar é o estímulo para o surgimen-
to de novos anunciantes, a propaganda é uma mola
propulsora do desenvolvimento de qualquer negócio.
Só assim o bolo publicitário aumenta e o resultado das
empresas acaba acontecendo.
o mercado tem percebido a importância deste investimento em propaganda? Você falou bem, é um investimento. É um equívoco
encarar propaganda como custo. Num momento onde
há menos gente comprando e menos gente aparecendo,
torna-se mais adequado investir em propaganda. O mer-
cado baiano tem percebido isso, as grandes empresas
têm percebido isso, porque é comprovado.
saúdE
medicamentos genuinamente baianos Dando sequência ao projeto de ampliação do novo complexo
industrial da Natulab, o governador Rui Costa inaugurou no
último mês as novas linhas de aerossol e dermocosméticos
da companhia em Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia.
A previsão é que até 2018 a produção de aerossóis chegue a 15
milhões de itens, enquanto os dermocosméticos alcancem o pa-
tamar dos 25 milhões. Com essa expansão, a expectativa é a ge-
ração de mil novos empregos diretos e cerca de 2400 indiretos,
tornando-se, assim, o maior parque farmacêutico do Nordeste.
nEgóCios
Salvador ganha agência para captar novoS inveStimentoSFoi lançada em julho a agência Salvador Negócios, que visa
promover o ambiente de mercado da cidade, articulando,
fortalecendo e ampliando oportunidades de investimentos
nacionais e internacionais. A iniciativa é fruto de uma parceria
público-privada entre a prefeitura, a Associação Baiana para
Gestão Competitiva (ABGC), a Federação das Indústrias do Es-
tado da Bahia (Fieb) e a Federação do Comércio de Bens, Servi-
ços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). “A agência
tem características próprias que vão atender às necessidades
de Salvador, diferentemente daquelas encontradas em outros
estados, que também têm as suas características próprias”,
disse a secretária municipal de Desenvolvimento, Trabalho e
Emprego, Andréa Mendonça.
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ulga
ção
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22 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
blocodenotas
CulTura
radar: reforma do cine madrigal continua paradapor IGOR LUz, DE VITÓRIA DA CONqUISTA
Depois de ser comprado pela prefeitura de Vitória da
Conquista em maio de 2014, o Cine Madrigal, um dos
primeiros cinemas do interior do estado, continua de
portas fechadas. No ano passado, o órgão investiu R$1
milhão na reforma do local, que estava há dez anos
de portas fechadas. Procurada pela [B+], a prefeitura
informou que o projeto para a revitalização já está
pronto, na fase de conclusão de orçamentos e, após
esta etapa, iniciará a captação de recursos para o
início das obras. A prefeitura informou ainda que ad-
quiriu o equipamento a fim de transformar o espaço
histórico em um local multifuncional destinado a
atividades culturais e educacionais. Após reformado,
o espaço também servirá para atividades pedagógicas
ligadas à rede municipal de ensino de Vitória da Con-
quista. A memória de Glauber Rocha fica no aguardo.
TraTamEnTo
BraSil Sai na frente no comBate à hepatite cO Ministério da Saúde anunciou que um novo tratamento
contra a doença estará disponível nos postos do Sistema Único
de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. A nova terapia tem
tempo de tratamento reduzido em comparação com a utilizada
atualmente, além de aumentar as chances de cura do paciente.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o Brasil é
um dos primeiros países em desenvolvimento a disponibilizar
esse tratamento na rede pública. Na Bahia foram registrados
526 casos de hepatite C em 2014, 16% menos que no ano ante-
rior. Em 2015 somente a capital apresentou 290 casos confirma-
dos das hepatites A, B e C. A doença é transmitida pelo contato
com o sangue contaminado em doações de sangue, relações
sexuais desprotegidas e utilização de materiais perfuro cor-
tantes, por exemplo.
instituições de nível superior registram recorde de inadimplência em 2015a inadimplência nas instituições de nível superior deve fechar 2015 na casa dos 18%, segundo o sindicato das empresas Mantenedoras do estado de são Paulo (semesp). o problema, que cresceu com o aumento do número de faculdades e o fácil acesso a essas instituições, foi potencializado com o corte de investimentos do governo federal na educação e já atinge diversos estados, a exemplo da Bahia. em salvador, instituições que desejam diminuir o índice de inadimplência buscam ajuda de empresas especializadas na área de recuperação de crédito, a exemplo da lP service gestão de Crédito, que, juntamente com o escritório lázaro Pontes advogados associados, são responsáveis por diminuir significativamente o índice de inadimplência no mercado.
lázaro Pontes advogados associados: (71) 3015-5890www.lazaropontes.com.br
liçõEs
O sociólogo italiano Domenico De Masi e o economista Edval
Passos ministrarão palestra sobre trabalho e empreendedo-
rismo no século 21, em Salvador. O encontro será no dia 21 de
agosto e será realizado em dois horários: das 8h às 12h no Cen-
tro Integrado de Manufatura e Tecnologia, em Piatã, e das 19h
às 22h, no Candyall Guetho Square, no bairro do Candeal.
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24 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
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Qualidade e Certificações
• MBA em Logística e Operações
ENGENHARIA
• Especialização em Engenharia de Avaliação e Perícia
SAÚDE • Especialização em Enfermagem Obstétrica
• Especialização em Terapia Analítico-Comportamental
LINGUAGEM, CULTURA E EDUCAÇÃO
• Especialização em Estudos Culturais, História e Linguagens
• Especialização em História da Bahia
MEIO AMBIENTE
• Especialização em Ecologia e Intervenções Ambientais
SERVIÇO SOCIAL • Especialização em Serviço Social e Práticas em Saúde na Contemporaneidade
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logísTiCa
Ferrovia oeSte-leSte Sob aMeaçaDesde a declaração do ministro dos transportes, antônio Carlos Rodrigues, de que a Fiol (Ferrovia de Integração oeste-leste) não foi incluída na segunda fase do PIl 2 (Programa de Investimento e logística), muito se tem especulado sobre a paralisação das obras, que já estão atrasadas. De acordo com o ministro, as mesmas não foram e não serão paralisadas, porém, apenas aquelas já iniciadas serão concluídas. Paulo Roberto Fialho, superintendente da Valec (estatal responsável pela obra), informou que foram destinados R$190 milhões até agosto para que as os trabalhos não fossem interrompidos. ainda assim, um grupo de deputados e senadores baianos foi até Brasília com o intuito de destravar o projeto e dar continuidade à Fiol. em reunião com o ministro do tribunal de Contas da União, aroldo Cedraz, e a presidente do Ibama, Marilene oliveira, os políticos foram informados de que não há nenhum impedimento de ordem técnica referente à ferrovia.
rEforma
centro antigo de salvador tem revitalização iniciadaO projeto autorizado pelo governador Rui Costa contempla
200 ruas em onze diferentes bairros da região e está orçada em
R$123 milhões. Entre as mudanças previstas estão a requalifi-
cação das calçadas e calçamentos, implantação de pisos táteis,
rampas para cadeirantes e 73 km de ciclofaixas, além da subs-
tituição da fiação aérea pela subterrânea na Avenida Sete de
Setembro, Rua Chile e Rua Direita do Santo Antônio. As demais
localidades contempladas pelo projeto são Comércio, Água de
Meninos, Calçada, Campo Grande, Politeama, Dois de Julho,
Mouraria, Santo Antônio, Nazaré, Barbalho, Macaúba, Soledade
e Lapinha. Segundo o governador, o projeto será executado no
prazo de 18 meses. A expectativa dos moradores e comerciantes
locais é a de que, com a revitalização, melhore também a segu-
rança na região.
iniciativa PrivadaSeguindo o mesmo caminho, a iniciativa privada também deci-
diu investir no Centro Histórico de Salvador. As obras do Hotel
Fasano, iniciadas em 2013, foram retomadas com previsão de
término em 18 meses. Até o momento R$ 17 milhões foram inje-
tados no empreendimento, que contará com 70 suítes, piscina,
bares e restaurantes.
CrisE
empreSaS BaianaS Sofrem o impacto da lava Jato a operação lava Jato completou um ano no mês de março e a economia baiana já sente as consequências do escândalo que envolve algumas empresas públicas e privadas do país. De acordo com o economista edísio Freire, o principal legado negativo das investigações é a redução dos investimentos por parte do governo federal, impactado pelos escândalos de corrupção. “ao reduzir os investimentos, as empresas faturam menos, as pessoas ficam desempregadas e pagam menos impostos. É um ciclo que enfraquece a economia como um todo”. o estado já vinha sofrendo com a crise no mercado imobiliário e teve a situação agravada quando as empresas oas e odebrecht foram citadas na lava Jato. Para Freire, o envolvimento das empreiteiras baianas levou à perda de credibilidade e, consequentemente, à desvalorização do produto e aumento do desemprego. o especialista, entretanto, acredita na recuperação dessas empresas e da economia do país, tendo em vista a solidez com que foram construídas. “acredito que a médio ou longo prazo a oas e a odebrecht, assim como a própria Petrobrás e o Brasil superem essa crise e retomem o crescimento. assim como todo o parque industrial, que, impulsionada pelo câmbio alto, deverá importar menos e produzir mais”, completa.
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Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht S.A, teve a prisão temporária decretada na 14ª fase da Operação Lava Jato
26 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
acontecenordeste
maranhão
diminui o índice de conFiança dos emPresários maranhenses
rEgião
Região NoRdeste é a que mais abRe motéis No bRasil
De acordo com pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do
Estado do Maranhão (Fiema), o Índice de Confiança do Empresário Industrial
(Icei-MA) assinalou uma queda, chegando a 40,4 pontos. O resultado fica
abaixo dos 50 pontos e indica preocupação do empresariado do estado. A
pesquisa apontou que tanto as empresas pequenas (45,2) quanto as médias e
grandes (37,9) estão pessimistas. A média de confiança no mês de junho ficou
acima da média nacional (38,9), mas abaixo da média da região Nordeste (42,7).
levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e tributação (IBPt) mostra que nos últimos três anos foram abertos 232 estabelecimentos na região nordeste. É o maior número do país. Ceará é o estado campeão em abertura de motéis, com 56 estabelecimentos nos três últimos anos. Pernambuco aparece em segundo lugar, com 55 novos motéis, e o Maranhão fica em terceiro lugar no ranking, com 29.
De acordo com o Caged (Cadastro geral de empregados e Desempregados), sergipe foi o estado da região nordeste que menos desempregou no mês de junho. De acordo com a pesquisa, a queda foi de 149 vagas de empregos formais em todas as atividades da economia. o estado nordestino que mais desempregou no mesmo período foi a Bahia, com uma baixa de 9.124 vagas. no primeiro semestre, o estado manteve um saldo de menos 6.176 postos de trabalhos, com destaque para a agropecuária, responsável por menos 3.423 vagas.
sErgiPE
sergipe é o estado que menos desempregou
o nanico Car deve começar a ser fabricado comercialmente no Brasil em 2016. o designer brasileiro Caio strumiello e seu sócio, o físico Paulo Roberto, estão negociando com a prefeitura do município cearense de são gonçalo do amarante a construção da fábrica para produzir o modelo na cidade. a unidade deverá ter capacidade para montar até 500 veículos por mês, gerando cerca de 100 empregos diretos, e tem investimento inicial de R$ 8 milhões. até agora, o nanico Car só foi produzido artesanalmente no país. o modelo produzido no Ceará terá versão tanto a gás quanto elétrico. a previsão é que, após regulamento, o carro custe a partir de R$ 15 mil.
CEará
produção do nanico car deve começar em 2016 no ceará
Dados do 3º termômetro empresa lIDe Pernambuco/Ibope mostram que donos de empresas de médio e grande porte de Pernambuco preocupam-se com a instabilidade política do país. Dos 200 entrevistados, 77% consideram o cenário político brasileiro o tema mais preocupante para a economia este ano, bem acima de fatores como inflação em alta e aumento do valor do dólar. o pessimismo se reflete no mercado: 41% planejam demitir e 44% acreditam que a situação dos seus negócios agora está pior do que no mesmo período de 2014.
PErnambuCo
Política é a maioR PReocuPação das emPResas de PeRNambuco
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agro+
soja
oeste Baiano aPresenta Queda de 24,4% nas exPortações de soJa
180 hectares
brasil
EConomia
Em comparação com o mesmo período do
ano passado, o primeiro semestre de 2015 foi
pouco animador para os produtores baianos,
segundo pesquisa divulgada pela Superinten-
dência de Estudos Econômicos e Sociais da
Bahia (SEI). De maneira geral, de acordo com
a pesquisa da SEI, o estado diminuiu as ex-
portações para os principais mercados, como
Estados Unidos, União Europeia e Mercosul.
Por outro lado, as exportações para a China
aumentaram em 20%, mantendo o país asiáti-
co como principal importador da soja baiana.
PECuária
BAHiA EStá AutOrizAdA A ExPOrtAr CArnE “in nAturA” PArA OS EuAos 302 mil criadores de gado da Bahia podem comemorar. o estado, que tem 11 milhões de cabeças de gado, está capacitado para exportar carne “in natura” desde o mês passado. a avaliação de riscos feita pela agência do serviço de Inspeção de sanidade animal e Vegetal do Departamento de agricultura dos estados Unidos (UsDa) indica que a carne bovina, resfriada ou congelada, pode ser importada com segurança, contanto que certas condições sejam garantidas para evitar a chegada do vírus da febre aftosa aos eUa. Vale lembrar que desde 2001 a Bahia é reconhecida como zona livre da febre aftosa.
essa será a nova área destinada à fruticultura pela empresa agropecuária santa Felicidade, localizada no Vale do são Francisco. a fazenda, produtora e exportadora de uva sem caroço e manga, anunciou a aquisição de mais 40 hectares de área, totalizando 180 hectares destinados à produção. Com a expansão, a capacidade produtiva do empreendimento aumentará em 1,2 milhão de quilos de frutas – chegando a 5,4 milhões. esse número representa um aumento de 30% no faturamento.
Dados do primeiro trimestre de 2015, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)
afirmou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, durante pronuncia-
mento no fim de julho. Segundo a ministra, os setores mais importantes
para a pasta serão preservados em corte adicional de gastos do governo
de R$ 8,6 bilhões, anunciado pela equipe econômica no mês passado.
“nós não somos um ser extraterrestre que está fora da situação do país como um todo, se o país todo tem ajustes, o Ministério da agricultura não será diferente”,
40,9 -3,733,4 -21,2
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30 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
na Bahia..
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De 23 a 25 de setembro de 2015, Salvador receberá
o 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção
(ENIC), o único evento que reúne toda a cadeia do setor
para discutir os caminhos para o futuro da construção.
Um espaço para o mercado avaliar o cenário, buscar
inovações e criar oportunidades através de debates e
trocas de experiências.
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Criado em 1998 na capital baiana, pelo arquiteto Sidney quintela, o escri-
tório Sq+Arquitetos Associados tem hoje unidades em São Paulo, Lisboa e
Maputo. Foram mais de dois mil projetos entregues para clientes de vários
estados do Brasil, da Europa e África. “Vivemos em um mundo globalizado
e as chances de fazer um bom projeto podem estar em qualquer lugar.
As crises são cíclicas, fazem parte da história econômica, e nós buscamos
oportunidades para além do horizonte do Brasil”, comenta quintela.
Diversificação é a palavra-chave para a equipe da Sq+, que mantém
uma estrutura robusta com mais de 60 arquitetos. A empresa assina
desde projetos residenciais, da categoria econômica ou alto luxo, até
projetos de urbanismo.
Versátil, quintela está diretamente envolvido com os projetos de
urbanismo que requalificam a orla de Salvador. “O projeto básico e
executivo da orla da Barra fui eu que fiz e também estou trabalhando no
projeto do Rio Vermelho”, afirma o arquiteto. “Os dois têm linguagem se-
melhante, mas no Rio Vermelho não há modificação viária, apenas reor-
denamento do tráfego, para torná-lo mais fluido”, explica quintela. Ele é
um defensor da criação de espaços compartilhados, onde há convivência
entre automóveis, pedestres e ciclistas. “A população precisa conviver em
espaços públicos, resgatando o que a gente fazia no passado. E, melhor,
esse tipo de arquitetura é excelente para o turismo”, pondera.
mercado internacionalO escritório está desenvolvendo um projeto para o grupo Soico Televi-
são (STV), em Moçambique. Trata-se de um complexo de 4.500 metros
quadrados, envolvendo estúdios de rádio e TV, áreas administrativas e
de produção, equipadas com tecnologia de última geração. Em Lisboa,
quintela chegou à etapa final de um empreendimento que está atraindo
muitos investimentos estrangeiros. “O momento atual é de muito traba-
lho e exige de nós um esforço maior para a inovação e para prospectar
novos mercados”, resume.
Com sede no Recife e forte atuação em Pernambuco, alagoas, Rio grande do norte e Ceará, a Moura Dubeux (MD) faz a diferença no mercado baiano ao lançar empreendi-mentos diferenciados, no momento em que as concorrentes se retraem. no primeiro semestre deste ano, a incorporadora lançou o residencial singullare Iguatemi e o Mansão Bahiano de tênis, na graça.
em maio de 2015, a Moura era uma das quatro incorporadoras brasileiras com Rating aa, grau de classificação de risco de crédito. o singullare Iguatemi, mais recente lançamento da MD, será construído no Parque Bela Vista, próximo à região do Igua-temi, e comercializado a partir de R$270 mil. o residencial terá apenas uma torre de 22 andares, construída em um terreno de 5.500m², e será entregue com áreas comuns decoradas e equipadas.
Com escritórios na Bahia, em são Paulo, lisboa e Maputo, a sQ+arquitetos associados disponibiliza soluções diferenciadas para todos os continentes
nA BAHiA,nO BrASiLE nO mundO
sEm TEmEr a CrisE
Foto: Divulgação
32 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
núbia criStina
Produtora e apresentadora do Cbn imóveis e do Painel Empresarial Cbn
eNtRega aNteciPada
Ao lado, Eduardo Pedreira, diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias, na entrega do Parque Tropical ao lado do presidente da empresa, Paul Altit
Foto
s: D
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gaçã
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Mantendo a tradição, a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR)
entregou o Parque Tropical no dia 30 de junho, antes do prazo pac-
tuado com os clientes. O Parque Tropical é um condomínio de oito
torres, com unidades de três e quatro suítes, que ocupa uma área
de 33 mil m², em um terreno que fica a 34 metros do nível do mar.
Os apartamentos contam com ventilação privilegiada e vista para o
litoral ou para a reserva ecológica do Parque de Pituaçu.
Eduardo Pedreira destaca ainda que a incorporadora está
trabalhando em um projeto, para ser lançado em 2015, com grande
potencial de requalificação da cidade do Salvador.
mais forte do que a crise, o amor pelos bichos de estimação movimenta setor econômico
por tHuAnnE SiLvA
VEry ImPOrtAnt PEt
Tratados como parte da família, os pets ganharam tratamento de luxo. O
mercado voltado para os animais de estimação faturou, apenas em 2014, nada
menos do que R$16,4 bilhões, colocando o Brasil em segunda posição no ranking
mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A previsão para este ano é
que o mercado siga aquecido, de acordo com a Associação Brasileira da Indús-
tria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
Empreendedores baianos do segmento de saúde dos pets têm investido
pesado. Luciano Tanajura Requião, diretor técnico responsável pelo hospital
veterinário Semeve, em Salvador, apostou em equipamentos tecnológicos de
ponta como diferencial da clínica particular. O ambulatório de mil metros
quadrados conta com UTI, realiza diagnósticos por imagem, oferece também
especialistas em dermatologia, oncologia, neurologia, ortopedia e ainda dispõe
de laboratórios de análises clínicas e patológicas. A média gasta com todos os
equipamentos beira os R$2 milhões.
Para internar o melhor amigo, o cliente deve colocar a mão no bolso: os
valores da consulta variam de R$ 130 a R$ 250, enquanto o internamento custa
de R$ 350 a R$ 450 e em UTI R$ 600 a R$ 900.
Também pensando no bem-estar e na saúde dos animais, a veterinária
Mônica Aguiar criou a VitalPet, um plano de saúde voltado para pets. Mônica
acredita que os baianos estão aprendendo a ir ao veterinário não apenas
mão no bolSoo gasto mensal com cães pode chegar a R$ 308 para donos de raças de grande porte e a R$ 133 para raças de pequeno porte (considerando despesas com banho, tosa, consultas veterinárias e alimentação). Já o gasto geral com gatos chega a R$ 84,19. Aves são os animais que menos dão despesas, com a média de R$ 15 por mês.
*Dados da Abinpet
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A Semeve, em Salvador, oferece
UTI para os animais de estimação
mercadopet
para fazer uma consulta de emergência ou
tomar vacina, mas também para prevenir.
Para criar o plano de saúde e implantá-lo
na Bahia, Mônica e seus sócios realizaram
pesquisa de mercado e foram em busca de
clínicas parceiras. “Plano de saúde animal
é algo novo na Bahia, mas que já existia em
outros estados”, conta.
Com quatro anos e meio de mercado, 109
clínicas e veterinários credenciados e 2.500
clientes, a VitalPet oferece diferentes planos
mensais que variam entre R$59 e R$ 169. Atu-
almente, a empresa tem sede em Salvador,
mas também atua em Camaçari, Dias D’Ávila,
Feira de Santana e Lauro de Freitas. Segundo
a veterinária, a empresa está em expansão e
vai chegar também a Ilhéus e Itabuna. Hoje
são 16 funcionários de carteira assinada e
42 revendedores comissionados. Coisa de
cachorro grande.
34 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
As grandes empresas que apostam na BahiaBaianos que não conseguem vender dentro do estado
[c] tecnologia que escraviza o cacau está de volta
[c] Salvador precisa perder o medo do novoEntrevista: Fernando Barros
Fugir do marketing é um erro[c] Investir em comunicação para vencer a crise
nEgócIoS
ApoIo:
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negóCIos | investimento
InsegURança
InstaBIlIDaDe
oPoRtUnIDaDe
MedO
SEM MEDO DE INVESTIREmpresários encontram alternativas em mercados com diferentes níveis de desempenho na Bahiapor ARTUR qUEIROz, LORENA DIAS E LUANA ASSIz
36 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
Em tempos de projeções econômicas pessimis-
tas, ainda é possível encontrar empresários
com boas perspectivas de crescimento no
mercado baiano. A possibilidade de fechar o
ano com números positivos vem das condições
naturais do estado. Da qualidade do solo, da
água e dos ventos.
“A Bahia continua sendo uma região
estratégica, seja pelo seu potencial de con-
sumo interno, seja por sua localização como
importante elo entre o Sudeste e o Nordeste”,
afirma o sócio da Deloitte Ricardo Teixeira.
Na lista de fatores que motivam o investi-
mento da iniciativa privada estão: infraestru-
tura, logística e disponibilidade de insumos,
serviços e mão de obra. Mas em todos esses
aspectos há dificuldades por aqui.
Os desafios de infraestrutura afetam toda
a cadeia do setor produtivo. “Hoje podemos
dizer que a indústria baiana sofre com a malha logística para distribuição dos
seus produtos. Dependemos quase que totalmente da malha rodoviária, o que
impacta significativamente no preço final”, avalia Eneida Leite, sócia da Tyno
Consultoria.
De acordo com a especialista, a política de atração de investimentos tropeça
também em outros obstáculos. “Competimos com um mercado global agres-
sivo. Possuímos uma carga tributária alta demais, de 35% do PIB, além dos
encargos na folha de empregados”, resume.
Ainda assim, a agropecuária mantém o ritmo de crescimento no PIB, com
avanço de aproximadamente 8% no segundo trimestre, de acordo com a Supe-
rintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Apesar do recuo de cerca de 15% do setor de bebidas, o grupo peruano ISM
não se deixou impressionar com esse indicador e aproveitou a qualidade da
água no município de Alagoinhas para ampliar a oferta de produtos e expandir
as atividades no estado.
Apontado como vetor de desenvolvimento do futuro, o segmento de ener-
gia eólica começa a se destacar: desde maio, a Bahia ocupa a segunda posição
no ranking nacional de geração dessa matriz energética, ficando atrás apenas
do Rio Grande do Norte.
W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 37
negóCIos | investimento
agroPecuáriaOs custos de produção encarecem a atividade agro-
pecuária na Bahia, principalmente por causa da
falta de infraestrutura adequada para o escoamen-
to das commodities. Mas as dificuldades de trans-
porte e os altos gastos em insumos e energia não
assustam o engenheiro agrônomo e empresário
Júlio Cézar Busato, que cultiva em 45 mil hectares
no oeste baiano algodão, soja, milho e feijão. Ele
espera um crescimento de 1,5% neste ano.
“O agricultor é um otimista por natureza. Não
estamos vendo crise, mas um momento difícil
para a economia”, afirma Busato, que comemora
o resultado da última safra. Em plena estiagem,
colheu 49 sacas de soja por hectare, o equivalente
a 60 quilos dos grãos. “Há 28 anos, quando cheguei
aqui, os impactos da seca seriam desastrosos, terí-
amos colhido apenas 18 sacas de soja por hectare,
mas, com a tecnologia que foi criada, não sofre-
mos tanto esses efeitos do clima”, orgulha-se.
O aparato tecnológico associa técnicas de irri-
gação, equipamentos de última geração, variedade
de sementes mais produtivas e uso inteligente de
fertilizantes. “Tudo é feito via GPS e por moni-
toramento. Temos o que se chama MIP (manejo
integrado de pragas), que permite que o defensivo
agrícola atue apenas quando necessário”, expli-
ca. A qualificação da mão de obra em capacita-
ções oferecidas por fabricantes das máquinas
utilizadas no empreendimento é outro trunfo do
empresário, que emprega 900 funcionários.
No bojo do avanço de 12,5% em 2014 da
agropecuária, setor que mais contribuiu para o
crescimento de 1,5% da economia baiana no ano
passado, a AgroBahiana, unidade produtora de
bezerros geneticamente melhorados localizada
no município de São Gonçalo dos Campos, deve
crescer até 70% neste ano.
“As altas contínuas no preço do bezerro e do
boi gordo impactaram positivamente o bom
desenvolvimento do setor, resultado também
da queda do embargo da Rússia ao mercado
brasileiro e da reabertura das exportações para
os Estados Unidos”, afirma João Pedro Bahiana,
sócio-diretor da empresa. Em pouco menos de
um ano, a arroba do bezerro de corte apresentou
alta de 191%, sendo comercializado a até R$ 230.
Projeção de crescimento para 2015: 1,5%
número de funcionários: 900
número de unidades de produção: 45 mil hectares de área cultivada
situação do PIB do setor: a agropecuária cresceu 4,0% no primeiro
trimestre de 2015 em relação a igual período do ano anterior
Desafios do setor: resolver os problemas de logística no estado,
promover a industrialização no oeste baiano, para permitir a
transformação dos grãos em derivados, e adequar a legislação
trabalhista às especificidades da produção agrícola
“O agricultor é um otimista por natureza. Não estamos vendo crise, mas um momento difícil para a economia”júlio Cézar busato
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38 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
energia eólicaO potencial da Bahia em energia eólica chama
a atenção de grandes grupos empresariais que
estão vendo no estado uma oportunidade de
investimento. O momento é favorável já que
as usinas hidrelétricas, principais geradoras
de energia no Brasil, estão passando por
um período de baixa desde o ano passado.
Segundo especialistas, a Bahia tem condições
geográficas ideais para o desenvolvimento de
tecnologia eólica.
De acordo com um levantamento da
Abeeólica (Associação Brasileira de Energia
Eólica), até 2019 a Bahia vai contar com mais de
200 parques eólicos. Até o momento o estado
tem 37 em funcionamento. O primeiro entrou
em operação em 2012 na cidade de Brotas de
Macaúbas, na Chapada Diamantina. O Alto
Sertão I, em Caetité, que ficou pronto em 2012,
é o maior parque do Brasil e também o maior
da América Latina. Foi investido R$ 1,2 bilhão na construção do parque, que é
administrado pela Renova Energia.
Tendo em vista a necessidade de compra dos equipamentos para a monta-
gem de torres eólicas, a empresa espanhola Gamesa instalou-se na Bahia no
ano passado visando se tornar fornecedora destes equipamentos. Em junho a
empresa inaugurou, em Camaçari, uma fábrica de naceles (tipo de suporte para
motor) com investimento de R$ 40 milhões.
“Além do investimento feito neste ano para a fábrica de naceles, ao longo de 2016
ainda serão investidos R$ 80 milhões na Bahia, que nós reconhecemos como uma
das regiões mais promissoras do mundo para o aporte em energia eólica”, disse o di-
retor-geral da Gamesa no Brasil, Edgard Corrochano. O planejamento da empresa é
de que a fábrica de Camaçari tenha uma produção anual de cerca de 150 naceles.
Ainda segundo Corrochano, a quantidade de parques eólicos instalados na
região Nordeste também foi determinante para o investimento na Bahia. “O Nor-
deste brasileiro tem um papel estratégico para a Gamesa, pois é uma região onde
se encontra grande parte dos parques eólicos nacionais graças a suas excelentes
condições de vento”, disse. A Gamesa tem um planejamento de que até o fim
deste ano o número de funcionários empregados pela empresa seja o dobro do
número atual, chegando à marca de 570 empregados.
Projeção de crescimento para 2015: desde 2011 a Gamesa já
instalou mais de 1.000 MW no Brasil e conta com pedidos
fechados para a geração de mais 1.500 MW no país
número de funcionários: 570 empregados diretos até o fim
de 2015
número de unidades de produção: uma fábrica de
aerogeradores e naceles na cidade de Camaçari (BA).
situação do PIB do setor: a energia eólica representa 0,5%
do Produto Interno Bruto do estado (participa com 5% no
setor de energia elétrica, que representa 7% do PIB)
Desafios da empresa: Manter-se como líder mundial no
desenvolvimento de tecnologia eólica e dar continuidade ao
investimento no Brasil em meio à crise econômica
“O Nordeste brasileiro tem um papel estratégico para a Gamesa, pois é uma região onde se encontra grande parte dos parques eólicos nacionais graças a suas excelentes condições de vento”, Edgard Corrochano
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W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 39
negóCIos | investimento
BeBidasAo contrário do agronegócio e da energia eólica, o setor de bebidas não tem
dado indícios de crescimento. Segundo a Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (Fieb), o setor apresentou retração de 7,5% no primeiro trimestre do ano.
Ainda assim, a Indústria São Miguel, instalada na Bahia desde 2012, já inves-
tiu US$ 49 milhões no Brasil desde a sua inauguração e pretende agora ampliar
a produção e melhorar a infraestrutura da sua fábrica na cidade de Alagoinhas,
que vai ganhar uma terceira linha de produção até dezembro. A empresa pre-
tende investir mais US$ 4 milhões no estado.
“Apesar do contexto atual que vive o país, a ISM segue confiante no crescimento
do mercado baiano, que se manteve estável nos últimos anos”, afirma a diretora-
geral da ISM Brasil, Katerina Añaños.
A instalação da fábrica na Bahia é um reflexo do interesse do grupo em
expandir o negócio pela América Latina. “A escolha da cidade de Alagoinhas foi
motivada pela excelente qualidade da água – segunda melhor do mundo –, pelo
clima da Bahia, entre outros fatores que contribuem para o desenvolvimento
de uma empresa de bebidas”, explica Katerina Añaños.
Atualmente, a ISM Brasil produz quatro marcas: o refrigerante Goob, o
energético EnerUp, o suco Yulo e a água mineral Lôa. Com a expansão, a fábrica
baiana deve aumentar em 10% sua produção,
que atualmente corresponde a 100 milhões
de litros/ano. Para isso, a empresa conta com
480 colaboradores diretos, número que deve
aumentar em 5%. “A meta da ISM é se consoli-
dar no mercado baiano e avançar para outras
praças. Já estamos com presença em Sergipe,
por meio de distribuidores, e continuaremos
expandindo nossa atuação”, garante a diretora.
A principal concorrente do grupo peruano
é a Brasil Kirin, que, segundo a Associação
Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e
Bebidas Não Alcoólicas (Abir), está entre as
empresas com maior volume de investimentos
e faturamento do setor, ao lado da Ambev e
Coca-Cola. A previsão da Indústria São Miguel
para 2015 é alcançar uma receita global de US$
300 milhões, volume 20% superior ao de 2014.
Projeção de crescimento para 2015: crescimento
mundial 10% superior ao de 2014
número de funcionários: 480 funcionários diretos, mais
de mil indiretos no empreendimento
número de unidades de produção: uma fábrica baiana,
20 mil pontos de venda no estado e três centros de
distribuição (Salvador, Alagoinhas e Feira de Santana)
situação do PIB do setor: segundo a Fieb,
o setor de bebidas representa 2,1% do Valor
de Transformação Industrial da Bahia (equivalente ao
PIB do setor)
Desafios da empresa: continuar expandindo o negócio
com mercado em crise e comandado pela Brasil Kirin
“A meta da ISM é se consolidar no mercado baiano e avançar para outras praças”,Katerina añaños
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negóCIos | mercado
sAnto DE CAsA não FAz MIlAGREempresários que vendem fora da Bahia apontam os motivos que fazem os seus mercados serem pouco expressivos no próprio estadopor JULIANA BRITO
Para algumas empresas baianas, o ditado “santo de casa não faz mila-gre” é uma realidade. a ausência de mercado consumidor suficiente para absorver a produção e a dificuldade em disputar com concorrentes de grande porte são alguns dos problemas que as levam, muitas vezes, a ser mais competitivas e reconhecidas fora do estado.
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çãoJoão Paulo Paschoarelli, da
MOG Marine Oil & Gas Energy Solutions: não consegue competir com grandes empresas do mercado local
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Criada há 22 anos em Salvador, com atuação no desen-
volvimento de tecnologias voltadas para combustíveis, a
MOG Marine Oil & Gas Energy Solutions nunca conseguiu
competir com as grandes empresas do mercado localmen-
te. A solução encontrada, desde o princípio, foi vender em
outros estados.
“Fomos nos apresentar a empresas de São Paulo e, ime-
diatamente, elas entenderam o nosso produto. Aqui não
acreditaram em nós. Há um comodismo grande das pessoas
em não saírem da zona de conforto”, resume João Paulo
Paschoarelli. Ele e Antônio José Carvalho Silva Jr. são os
responsáveis pela parte comercial do negócio, que dividem
com outros três sócios.
Paschoarelli explica que uma característica desse setor é que
80% do petróleo é extraído offshore (de plataformas marítimas),
mas que, para qualquer aposta em um novo produto, é necessá-
rio que seja antes testado onshore (em plataformas terrestres).
“Mas esse discurso das empresas de que são abertas aos peque-
nos negócios é mais do setor de responsabilidade social que do
operacional. Elas gostam é de negociar com as grandes”, diz.
Há cerca de um ano, a MOG trocou os produtos que desen-
volvia pela distribuição de uma marca americana. Ele afirma
que o faturamento aumentou 500%.
Disputar com empresas consagradas também pode ser
difícil para quem quer vender para o varejo, especialmente
quando se trata de produtos alimentícios e de higiene em
geral, diz o gerente da Unidade de Acesso a Mercado do Sebrae
Bahia, José Nilo Meira.
Para ele, a questão central não é o receio em apostar em
novos fornecedores, mas o cumprimento, por parte desses, de
requisitos importantes para os clientes. “Eles querem volume,
escala, qualidade e preço”, resume.
Meira acredita que o associativismo é uma alternativa
interessante para os pequenos negócios e cita os exemplos
da rede Boa Farma e da Redemix, formadas por empresários
que se juntaram para ganhar força no mercado. “Podem fazer
isso só para comprar ou para distribuir e vender também, se
quiserem”, explica.
O vice-presidente da Associação Bahiana de Supermerca-
dos (Abase) e dono da rede Atakarejo, Teobaldo Costa, diz que o
setor procura dar prioridade à economia regional, mas admite
que, na prática, produtos de outros estados ganham a prefe-
rência nas gôndolas, por serem mais baratos em média, 20% e
terem “mais nome”.
“As redes multinacionais têm acordos com as grandes
indústrias. Existe uma limitação de marcas por loja. quase não
sobra espaço para cadastrar fornecedores locais”, afirma.
“as redes multinacionais têm acordos com as grandes indústrias. existe uma limitação de marcas por loja. Quase não sobra espaço para cadastrar fornecedores locais”Teobaldo Costa, vice-presidente da associação bahiana de supermercados (abase) e dono da rede atakarejo
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Costa acredita que comprar de empresas baianas facili-
taria a logística e, portanto, também a estocagem, mas, por
outro lado, seria complicado para os varejistas negociar com
vários fornecedores.
“Mas houve avanço. Há 20 anos, praticamente trazíamos
tudo de fora. Hoje muita coisa já vem daqui”, ressalta Costa.
Para o economista Isaías Matos, conhecer bem o ambiente
no qual vai empreender é fundamental para conseguir vender.
“O importante é conhecer o mercado em que queremos
colocar nossos produtos, as limitações (potencial econômico da
região), público-alvo, principais concorrentes, fornecedores. A
tendência, em um mercado competitivo, é a alternância de forne-
cedores. Claro que alguns setores, pelas suas próprias caracte-
rísticas, evitam determinados riscos e apostam em fornecedores
consolidados e nas grandes marcas”, diz.
mercado PeQuenoPara outros negócios a dificuldade é a falta de consumido-
res locais. O ex-surfista Fábio Pinheiro há cinco anos criou
a Ucla Bodyboards, que comercializa materiais esportivos
para esse esporte. Ele afirma que 70% das vendas aconte-
cem fora da Bahia.
O empresário acredita que isso se deve ao menor poder
aquisitivo de quem pratica bodyboard por aqui. As caracte-
rísticas dos produtos também influenciam. “As pranchas que
vendo para água fria são muito caras, a partir de R$ 890. E têm
características bem específicas, não se adaptam bem à nossa
temperatura de água”, diz.
Produtor de cafés especiais, incluindo os orgânicos, na Cha-
pada Diamantina e proprietário da Latitude 13 Cafés Especiais,
Luca Allegro começou exportando, há 12 anos, para destinos
como o Vaticano e há três anos passou a vender de forma mais
significativa para o mercado nacional, com o crescimento da
demanda por café de qualidade.
O gerente do Sebrae acredita que esse tipo de situação é um
indicativo de que se trata de um bom produto. “Se o mercado
não estava preparado para absorver o produto dele, isso é algo
simples de reverter. É um caso até bom”, afirma.
Hoje, 30% da produção de café da empresa já é consumida
no Brasil, a maioria desse percentual na Bahia. Luca acredita
que é questão de tempo a ampliação do consumo no estado.
“Vejo perspectiva clara, especialmente para o café orgânico.
Estou com uma cafeteria na Ceasinha, que já é um ponto para
criar essa cultura do café”, diz.
“Fomos nos apresentar a empresas de São Paulo e, imediatamente, elas entenderam o nosso produto. Aqui não acreditaram em nós. Há um comodismo grande das pessoas em não saírem da zona de conforto”joão Paulo Paschoarelli, mog marine oil & gas Energy solutions
Foto: Roberto Viana/ageCoM
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negóCIos | mundo corporativo
A nAturEzA do noSSo trABAlho
Muito tem se falado a respeito de que o avanço da tecnologia nos
traria um mundo quase que perfeito em relação à dinâmica
do trabalho individual. Tema polêmico este, e bem antigo. Em
1880 Paul Lafargue, genro de Karl Marx, publicou o Direito à
preguiça (Editora Claridade) em uma época, em plena segunda
revolução industrial, em que a carga horária diária dos trabalhadores das fábricas
europeias era superior a 12 horas. Bem mais recentemente o italiano Domenico De
Masi nos trouxe sua polêmica obra O ócio criativo (Editora Sextante), em que argu-
menta que o avanço tecnológico implicaria tal incremento de produtividade que
seria irreversível o aumento do tempo livre dos profissionais, o que nos levaria, no
limite, a uma vida mais contemplativa ligada às artes, esportes e lazer.
Mais ácido, o americano Robert Reich publicou, a meu ver, um grande livro,
ainda em meados nos anos 90, O trabalho das nações (Editora Educator). Nele
o autor faz uma severa crítica do processo de concentração de renda observa-
do na economia norte-americana, chamando a atenção para o surgimento de
quatro fenômenos:
(1) O isolamento (em termos de preocupação e mesmo em termos de localização
geográfica de suas residências) das classes intelectualmente e financeiramen-
te líderes, em relação aos problemas diários das demais classes da população.
(2) A precarização do trabalho executado pelos níveis mais baixos da população.
(3) O surgimento do que ele define como analista simbólico: um profissional
que lida diariamente com o abstrato, com símbolos, ideias e emoções, seriam
eles desde médicos e cirurgiões de ponta a advogados renomados, economis-
tas estrelas do mercado, professores famosos, escritores, atores, diretores de
cinema e televisão, engenheiros, físicos e até esportistas milionários.
(4) Tudo isto junto estaria levando ao aumento da concentração de renda nos
EUA, que começou desde os anos 80 do século passado e não parou.
Confesso que, pelo que vivo e acompanho nos últimos anos no mercado,
estou bem mais para Reich que para Lafargue ou De Masi. A tecnologia barata e
disponível em nossas mãos aumentou exponencialmente nossa produtividade
(imagine o que seria escrever uma tese acadêmica há 30 anos, sem o Excel e o
Word), mas isso em vez de reduzir nosso tempo de trabalho nos faz escravos.
Resumindo: não conheço ninguém do meu ciclo de amizade que trabalhe
menos que tradicionais oito horas diárias. O WhatsApp, o e-mail no celular, o
Skype etc. nos fazem trabalhar em casa, nos fins de semana, em nosso relaxa-
mento, mesmo que achemos que não estamos trabalhando. O ócio foi embora e
virou uma escravidão.
Some-se a isso a miséria que está cada vez
mais próxima de nós. Não falo da miséria
terceiro-mundista que bate à nossa porta ou
no semiárido baiano, por exemplo, mas sim
das hordas de imigrantes ilegais africanos que
inundam as praias gordas e ricas da União
Europeia, beijando as areias do sul da Itália,
da França e da Sardenha, com seus lábios
secos, negros e famintos, fugindo da fome e –
agora – do extremismo islâmico que passou a
infernizar seus países.
Este pessoal absorvido na Europa irá tra-
balhar onde? Com qual qualificação? Claro
que eles farão o trabalho que os europeus,
mesmo em crise, não querem fazer. E a renda
se concentrará ainda mais no centro da eco-
nomia mundial.
Essa dinâmica global, relativa à concentra-
ção de renda e precarização do trabalho, bate
ainda mais forte no Brasil devido à recessão
que nos embala em 2015 e, infelizmente, espe-
ra-se, em 2016.
A tecnologia tem que ser entendida com
cuidado, ela abre portas, mas pode nos escra-
vizar. Nada como ficar todo o fim de semana
com o celular do trabalho desligado.
luiz marquES dE andradE filho
Economista, superintendente da fEa-ufba e professor de finanças e economia
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negóCIos | cacau
o novo cacauMais de 20 anos após ser varrida por uma praga, a cacauicultura é reinventada no sul da Bahiapor LÍVIA CABRAL fotos ANA LEE
Colheita, seleção, higienização, fermentação, secagem, análises
físico-químicas, microbiológicas e de degustação. Este é o ciclo
cuidadosamente realizado durante cerca de 20 dias para a
obtenção de amêndoas de cacau fino nas fazendas do sul da
Bahia. A matéria-prima tem elevado o status da Bahia – e do
Brasil – no paladar do mundo quando o assunto é chocolate de
qualidade. Prova disso é a crescente demanda pelo mercado
especializado, como a alta confeitaria.
Com importantes prêmios acumulados no currículo, o chef
Rafael Barros, à frente da confeitaria Opera Ganache, em São
Paulo, recentemente decidiu incorporar às suas receitas o
chocolate Fazenda Sagarana, do nanoprodutor baiano Hen-
rique Almeida. “Vi de perto o cuidado do produtor. A aten-
ção e carinho com que tudo é feito sem dúvida resulta num
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produto que pode competir com os impor-
tados”, aponta o confeiteiro. Outra autori-
dade da área que atesta esses predicados é a
consultora francesa Chloé Doutre-Roussel,
autora do livro The Chocolate Connoisseur.
“Há algum tempo produtores da Bahia estão
fazendo um trabalho de qualidade na manu-
tenção da fazenda, na secagem e no tostado,
e conseguindo um cacau de boa qualidade”,
conclui Chloé, que participou, no último mês
de junho, junto com o chef Rafael Barros e
outros grandes especialistas, da sétima edi-
ção do Festival Internacional do Chocolate e
Cacau, em Ilhéus.
Para Henrique Almeida, diretor do Instituto Biofábrica de Cacau e dono da marca Fazenda Sagarana, o terroir das amêndoas exerce forte influência sobre a qualidade do chocolate
Tratamento especial dado ao cacau superselecionado garante matéria-prima valorizada no mercado internacional
chocolate de origemMas, afinal, o raio “gourmetizador” atingiu o chocolate?
na verdade não. o que mudou foi o processo e a qualidade da matéria-prima, base para todo alimento considerado gourmet, fino, especial ou premium. todos esses adjetivos caracterizam um segmento de produto no qual as propriedades sensoriais são valorizadas, a exemplo do que ocorre com as amêndoas do cacau ou no caso do café gourmet. “Um chocolate premium é um chocolate de personalidade, que apresenta várias notas aromáticas, como frutas, cítricos, flores, especiarias, que permanecem na boca, mesmo após deglutir. estas notas vêm da personalidade da amêndoa do cacau, revelada pelos chocolateiros sem a necessidade de adicionar baunilha, e com uma quantidade de açúcar ideal para abrir os aromas”, ensina Raimundo Mororó, sócio da Mendoá Chocolates e ex-pesquisador da Comissão executiva do Plano da lavoura Cacaueira (Ceplac).
a denominação de origem controlada dos vinhos envolve o terroir, termo francês para explicar a influência dos fatores climáticos e geológicos sobre o sabor e aroma das uvas. Com o cacau não é diferente. Proprietário da marca Fazenda sagarana e diretor do Instituto Biofábrica de Cacau, em Ilhéus, Henrique almeida defende que a produção de um chocolate premium depende da seleção dos frutos, do tempo de fermentação e, acima de tudo, da origem. “Como no vinho, vários fatores influenciam, cada um tem sua especificidade. acredito que o terroir imprime mais a característica na amêndoa do que a variedade de cacau utilizada”, conclui Henrique, que chegou a levantar a hipótese de transformar a região sul do estado na “Champanhe do chocolate”.
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nEgóCios | cacau
nicho O mercado das amêndoas selecionadas é um universo
relativamente novo para os produtores da região. Forte-
mente abalada pela praga da vassoura-de-bruxa nos anos
90, a cacauicultura no sul da Bahia vem se reinventando.
O processo começou há alguns anos, depois da visita de
produtores locais ao Salon Du Chocolat de Paris e do contato
com o método de produção de chocolate chamado bean to
bar (da amêndoa à barra, em livre tradução). “Foi a partir daí
que surgiu um movimento de produtores valorizando mais
o seu cacau. Alguns deles começaram a produzir o próprio
chocolate, mesmo com limitação de equipamentos”, conta o
empresário Marco Lessa, idealizador do festival de ilhéus e
proprietário da marca de chocolate de origem ChOr.
O interesse de chocolateiros europeus por amêndoas de
qualidade do Brasil para a elaboração de chocolate fino na
Europa foi gerando o combustível que os cacauicultores baia-
nos precisavam para diversificar seu produto e não depender
apenas do desvantajoso mercado de commodities. A arroba
de cacau selecionado chega a valer duas vezes mais do que
comum. Ângelo Calmon de Sá, um dos maiores produtores do
país, contabiliza 72 mil arrobas por ano, sendo 5% de amêndoas
selecionadas, vendidas para indústrias como Nestlé e Barry
Callebaut. Para Calmon, além da valorização, outra grande
vantagem do cacau fino é que “a venda é feita de forma direta,
sem intermediários entre o chocolateiro e o produtor”.
Na Fazenda Riachuelo, em Ilhéus, toda a produção de cacau
selecionado - 5% das 60 mil arrobas anuais – se transforma
em chocolate premium na unidade fabril montada lá mesmo,
pelos donos da propriedade. “A ideia inicial era desenvolver
tecnologia para produzir cacau fino que pudesse ser comer-
cializado com valor de 3 a 4 vezes do preço da commodity,
para exportar para indústrias chocolateiras europeias”, revela
Mororó. Entretanto, o resultado foi tão bom que os sócios
deram preferência à produção própria e o chocolate Mendoá
tem recebido reconhecimento de qualidade e hoje é vendido
nos principais empórios gourmets do país.
desaFios Da produção total de suas três fazendas no sul da Bahia, o
empresário João Tavares seleciona 70% das amêndoas para o
mercado gourmet. Envia para Bélgica e França 25% do seu ca-
cau fino, enquanto o restante é comercializado para indústrias
O empresário Marco Lessa, ao lado, é o idealizador do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado há sete anos em Ilhéus. O evento contribuiu para impulsionar o novo nicho de mercado do cacau fino
Ex-pesquisador da Ceplac, Raimundo Mororó usa as amêndoas selecionadas da Fazenda
Riachuelo para produzir o chocolate Mendoá
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no Brasil. Entre seus clientes figuram nomes como Nespresso,
Nugali (Santa Catarina) e Harald, indústria de São Paulo que
mantém a linha especial Unique Bahia 63% Fazenda João
Tavares. “Todo o cuidado na produção se justifica pelo preço
que conseguimos no produto. O prêmio varia de 70% a 100%.
A rentabilidade do cacau convencional é baixíssima”, destaca o
produtor. No entanto, Tavares reconhece que o negócio é inci-
piente. “O mercado interno precisa valorizar mais o chocolate
fino, com menos açúcar interferindo no sabor”, desabafa.
Na luta pela valorização do produto, os empresários
ganharam como aliada a senadora Lídice da Mata, autora do
Projeto de Lei PLS 93/2015, que estabelece um teor mínimo de
35% de cacau nos chocolates produzidos e comercializados
no Brasil. “Isso representa uma agregação de valor ao cacau,
que antes era exportado de forma bruta e ganha cada vez
mais mercado ao ser processado como chocolate. Além disso,
precisamos fazer com que o consumidor saiba o que está
comprando e tenha acesso ao autêntico chocolate”, justifica.
Tratamento especial dado ao cacau super selecionado garante matéria-prima valorizada no mercado internacional
Pratos Prontos Caldos e Sopas Linha sem Glúten
negóCIos | cidade
SAlvAdor prEcISA pErdEr o mEdo do novo
No momento em que a prefeitura de Salvador
está modernizando a cidade, criando novos
espaços e repaginando a orla de Salvador e o
governo do estado está investindo na melho-
ria da mobilidade urbana da cidade, é preciso
estimular o setor privado a investir. Nesse sentido, é preciso
que o novo PDDU estude com carinho a questão da verticaliza-
ção da orla e da cidade.
A orla de Salvador é a mais feia do Nordeste e isso ocorre
por causa do medo irracional da construção de prédios, o que a
torna inabitada, criando a única orla comercial do planeta. Na
verdade, a não verticalização de Salvador é irracional e desper-
diça recursos públicos, afinal Salvador é uma península e, se
não for verticalizada, teremos que distribuir sua população de
três milhões de habitantes numa área enorme, com um custo
altíssimo de infraestrutura, criando uma cidade cada vez mais
espalhada ao longo da BR-324.
E imagine, leitor, o custo da infraestrutura de transporte, de
energia, de habitação desta cidade espraiada que, sem verti-
calização, terminará por se conurbar com Feira de Santana,
transformando-se num monstro urbano. E o pior é que o efeito
colateral da não verticalização de Salvador é a degradação de
sua orla, a única do Nordeste ocupada por supermercados,
terrenos baldios, borracharias, concessionárias e cabarés.
Se, ao contrário, a construção racional de prédios for per-
mitida – com parâmetros que impeçam o sombreamento, os
prédios adensados e outros critérios modernos - Salvador terá
uma orla muita mais bonita e habitada como, aliás, ocorre na
maioria das cidades do Nordeste.
Infelizmente, na Bahia há, em alguns círculos, um pavor da
verticalização, um medo quase freudiano dos edifícios, e tão
grande que, provavelmente, o bairro de La Defensé, em Paris,
com seus prédios monumentais, seria rejeitado por muitos
dos nossos urbanistas sob o argumento de que desvirtuaria o
armando avEna
Escritor, economista, professor da ufba e diretor do portal bahia Econômica
patrimônio da Cidade Luz. Mas La Defensé está lá, a poucos
quilômetros do centro de Paris, sem que isso afete sua história
e sua beleza. A pirâmide de vidro do Louvre nem pensar, como
colocar aquele troço modernoso no meio de prédios históricos
e seculares? E, no entanto, ela está lá, embelezando Paris e o
Louvre. É hora de construir uma lei com critérios modernos e
viáveis e fazer Salvador perder o medo do novo.
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Realização:
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um novo jeito de fazer
Um novo jeito de fazer negócios vai além da inovação. Requer um pensar consciente, global e multifuncional.
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como tem sido 2015 para a propeg?Do mesmo jeito que o Brasil está passando por um ajuste, nós
também estamos. Estamos ajustando orçamentos, planos e
projetos a cada dia. A ideia é que a gente consiga chegar ao fim
do ano inteiro. Não queremos fazer mais cortes ou movimentos
bruscos, porque já fizemos isso no fim de 2014. Estamos apre-
ensivos, como todo empresário está, mas não chegamos a estar
pessimistas. Se a crise não significar um mergulho mais escuro,
chegamos lá.
como esta adaptação está se dando?A gente está trabalhando mais no ataque do que na defesa,
mas a gente sabe que a contração de mercado é real. Estamos
buscando mais anunciantes, mais mercados, e conversando
constantemente com os nossos clientes para alertá-los de que
de mangas levantadas, sentado em uma cadeira laranja no escritório localizado no bairro da barra, em salvador, Fernando barros discute so-bre os rumos do estado. Para o chairman do grupo PPg (formado pelas agências Propeg, invent live marketing, menta e Revolution), a bahia precisa de uma transformação, e ela começa pela indústria, “ainda incipiente por aqui”, nas palavras dele.
as sugestões de barros precisam ser ouvidas com atenção: home-nageado no 20º Festival mundial de Publicidade de gramado, no fim de junho, ele é presidente de uma das maiores empresas de publici-dade do país. está há 30 anos no comando da Propeg, que, em 2015, completou meio século.
as transformações propostas por barros refletem diretamente no mercado de propaganda, que vive um momento de reinvenção em tempos de crise e de consolidação de novos formatos de negócio que surgem a partir da tecnologia. “Não tenho medo que os meios digitais substituam as agências só porque eles negociam direta-mente com o cliente”, diz. “o valor da agência não foi abalado”.
Presidente da terceira maior empresa de publicidade do Brasil com capital 100% nacional, Fernando Barros aponta caminhos para a aceleração do mercado baiano: “O estado precisa entender que expor a marca é fundamental”
por PEDRO HIJOfotos LUCIANO OLIVEIRA
negócio
o melhor não é se esconder. Aqui dentro nós só temos uma
orientação: procurar ser o mais ousado possível. Enquanto a
gente puder proteger essa percepção de que somos vanguarda
e exportar isso para o resto do país, estaremos sobrevivendo,
mesmo em momentos de crise.
a propeg tem 50 anos e já presenciou altos e baixos na economia do país, vocês têm experiência em passar por essas crises... Pois é. O segredo é manter a alma de uma agência de propagan-
da viva, se nós não buscarmos proteger a criatividade, nós não
vamos chegar a canto nenhum. Tudo que vier a acontecer, se
vier a acontecer, e eu espero que não aconteça, aqui dentro vai
haver uma busca obsessiva pelo fazer diferente.
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como convencer o cliente de que é preciso investir em mídia neste momento?
Os mercados têm uma maneira muito estranha de se proteger
em épocas de crise. Começam a cortar custo e um dos primeiros
a serem cortados é a propaganda. Porque é mais fácil cortar a
propaganda, basta fazer um telefonema. Essa é a decisão mais
esquisita a ser tomada numa hora dessas, porque se você deixa
de buscar expor a marca num momento de crise, ela vai desabar. A
propaganda, mais do que nunca, é a alma do negócio. Se o volume
de vendas diminui, quanto mais agressivo você for, mais você se
firma no mercado que restou.
o mercado da bahia é lento?Na verdade, falta vontade de todo o mundo, a começar pelo governo e
pelas entidades empresariais. É preciso fazer com que, além de sermos
um estado empreendedor, a gente consiga sensibilizar outros empresá-
vivemos um momento em que o brasil cresce em direção às regiões fora dos grandes polos econômicos. as melhores oportunidades da economia estão fora dos eixos tradicio-nais, especialmente no nordeste. quais são as estratégias criadas pela propeg para acompanhar este crescimento?Nós buscamos estar aptos para atender qualquer anun-
ciante em qualquer categoria. Criamos o Grupo PPG
exatamente para abrir marcas que buscassem ser exce-
lência em segmentos específicos, como varejo, promo...
Para que o cardápio aumentasse e a gente pudesse
buscar mais oportunidades nessa linha. Seria muito
difícil atender a Coca-Cola somente com a Propeg,
mas a gente os atende na área de promo com a Invent,
por exemplo. Em fevereiro, nós lançamos dentro da
Invent, a primeira agência com expertise de traba-
lhar periferias e favelas, uma sociedade nossa com
rios de outros estados e países para investir aqui. De preferência na indústria
de transformação, porque na de base a gente já tem um pouco, é preciso focar
na terceira geração, na produção de objetos, automóveis, que começaram, mas
ainda não tiveram impulso. Eu penso que para a Bahia virar uma opção ela tem
que virar para dentro e se perguntar: “e aí? Como é que a gente vai mostrar que
aqui é um bom lugar para se investir?”. Sem governo você não faz isso. Ele precisa
compreender que o branding da marca é fundamental, senão os investidores vão
buscar estados que estão na prateleira. É preciso colocar a marca do estado como
primeira opção. Hoje a gente vive basicamente do varejo, do governo e do mercado
imobiliário que sofrem diretamente com a crise.
o setor de serviço não ajuda?O serviço dá respostas mais rápidas, mas a indústria transformadora é que faz a base
mais sólida. E olha que a gente ainda pode avançar na área de serviço, no setor eletrô-
nico, buscando ser um ponto de excelência para formulações digitais. Atrair para cá
talentos que consigam fazer isso. Até Campina Grande, na Paraíba, tem um porto digital
e a gente não tem. Os nossos talentos vão embora porque não têm como sobreviver aqui.
a Central Única de Favelas (Cufa). Nenhuma
empresa de comunicação tem essa expertise
para ser sócio dos caras. Nesse período crí-
tico econômico, o mercado das favelas tam-
bém encolheu. Encolheu, mas não acabou.
Na periferia você tem aproximadamente 1/3
da capacidade econômica do Brasil. Esse é
um projeto que estamos trabalhando com
muito afinco neste momento, porque é
uma oportunidade única.
as empresas competem entre elas?As empresas têm staffs separados que
eventualmente podem competir. Se um
cliente prefere a Invent por causa do tra-
balho que ela pode fazer na área de pro-
mo, por exemplo, e se eu tiver na Menta
“Para a Bahia virar uma opção ela tem que virar para dentro e se perguntar: ‘e aí? Como é que a gente vai mostrar que aqui é um bom lugar para se investir?’”
“Um país que tem mais de 200 milhões de almas, o maior patrimônio que ele tem está aí”
CaPa
56 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
ou na Propeg um cliente que dê colisão, não tem importância porque as estruturas
conversam entre si quando há interesse, quando não há, elas têm seus ativos próprios.
os meios digitais muitas vezes negociam com o cliente diretamente. você teme que o valor da agência seja abalado?Veja bem, a tecnologia é uma aliada. Ela como unidade de negócio é que não está
formatada para o jeito que se faz propaganda no Brasil. Lidar com a tecnologia é
uma questão de sobrevivência, mas ela não nos engole, porque sem o talento ela não
vai para canto nenhum. Eu não temo que os grandes players que fazem uma relação
direta com o anunciante acabem substituindo a figura da agência. Cada vez mais os
anunciantes vão ter necessidade de procurar unidades de inteligência para pensar de
forma estratégica, e a especialidade das agências é essa: treinar e reunir talentos.
vivemos um momento de muita turbulência não só na economia como na política. Especialmente nos últimos tempos, com casos de grandes empresários sendo presos. qual o papel da publicidade neste momento? você acha que falta um tom mais político à propaganda no país?
O Brasil tem uma vantagem em relação aos
outros países, porque há um amadureci-
mento político muito real, as instituições
funcionam e estão mantidas. O lado
político acaba sendo consertado porque,
ao final, as pessoas se unem e se salvam.
Um país que tem mais de 200 milhões
de almas, o maior patrimônio que ele
tem está aí. O maior patrimônio de um
país não é o dinheiro que está guarda-
do, é o mercado, e se ele for preserva-
do, já vai estar de bom tamanho para
todo mundo. A publicidade não tem
que tomar partido de nenhum parti-
do. Ela é a essência de um negócio e
não tem que fazer política, a gente
faz propaganda.
Fernando Barros ao lado de Vitor Barros, vice-presidente de Atendimento e Gestão do Grupo PPG
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negóCIos | mídia
levantamento desenvolvido por sindicato das agências de publicidade mostra que mercado baiano pretende investir menos em marketing durante a crisepor PEDRO HIJO
no caminho contrário
Diria Henry Ford em algum trecho de sua
biografia que se lhe restasse apenas um dólar,
o investiria em propaganda. A máxima, reper-
cutida à exaustão nos livros de publicidade
pelo mundo, parece ser seguida pelos empre-
sários baianos durante as crises. Pesquisa
desenvolvida pelo Sindicato das Agências de
Propaganda do Estado da Bahia (Sinapro) em
junho deste ano mostra que investimentos
em marketing deverão ser mantidos ou ser
aumentados neste segundo semestre.
A pesquisa, feita com 30 grandes anuncian-
tes baianos de 10 segmentos de maior repre-
sentação econômica nas agências, questionou
qual o sentimento destes players diante da
publicidade durante a crise. Entre eles, con-
cessionárias, imobiliárias, supermercados, em-
presas de telefonia, saúde, educação, materiais
de construção, eletrônicos e indústria.
Américo Neto, diretor do Sinapro, explica
que o investimento em propaganda acompa-
nha os altos e baixos do mercado. “quando há
um período de crise, a propaganda não dá o
mesmo resultado que daria se as pessoas esti-
vessem comprando bastante”, explica. “Então,
não adianta investir um valor grande porque
você não vai receber na mesma proporção. Há
um ajuste”, completa.
Para Adriano Sampaio, empresário e
responsável técnico pela pesquisa há uma
confusão na interpretação do que é comuni-
cação por parte do mercado baiano. “Coloca-
se marketing, comunicação e comercial no
mesmo balaio”, comenta. “E este problema de
gestão é uma característica muito forte no
Nordeste. A percepção do Sudeste em relação à
propaganda é diferente, por exemplo, eles têm
essa visão de que a propaganda é um motor de
desenvolvimento da empresa”, completa.
58 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
Marketing [22,58%]
Recursos humanos [22,58%]
NS/NR [16,13%]
Tecnologia [12,90%]
Outros [25,81%]
5
43
SIM[92,31%]
NÃO[7,69%]
Aumentar 20% ou mais
Aumentar entre 10% e 20%
Aumentar até 10%
Permanecer o mesmo
Reduzir até 10%
Reduzir entre 10% e 20%
Reduzir 20% ou mais
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Departamento interno
Agência de propaganda
Agência de marketing digital
Agência - redes sociais
0 2 4 6 8 10 12
O levantamento ainda trata sobre a presença online. Mais de 90% dos
entrevistados fazem uso do marketing digital em suas empresas e planejam
aumentar de 10 a 50% os investimentos neste segmento no segundo semestre
de 2015. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria das empresas entrevistadas
não recorre a uma agência para realizar este tipo de ação.
Para o presidente nacional da Associação Brasileira das Agências de Publici-
dade (Abap), Orlando Marques, esta é a hora de se aproximar dos veículos tra-
dicionais. “As revistas e jornais têm sido parceiros das agências, mas os meios
digitais costumam trabalhar diretamente com os clientes e se acham superio-
res”, disse. “Eles até podem se oferecer a trabalhar conosco algum dia, mas nós
temos mais força com outros meios do que com eles”, completou.
nEsTE momEnTo, Em qual sETor na EmPrEsa voCê invEsTirá mEnos?
invEsTimEnTo Em ComuniCação E marKETing nEsTE ano
quEm rEaliza o mKT digiTal
uso domarKETing digiTal
grau dE imPorTânCia do marKETing no nEgóCio (entre 1 e 5)
W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 59
negóCIos | comunicação
criStina barudE
diretora executiva da lume Comunicação, jornalista e especialista em comunicação corporativa
PoR quE InVEstIR EM CoMunICAção EM PlEnA CRIsE
Certamente nunca o mercado este-
ve tão consciente da necessidade
de se comunicar de forma eficaz
com os stakeholders quanto atu-
almente. Afinal, pode-se compa-
rar a comunicação com o oxigênio que garante
a existência de tudo o que é vivo. Mas será que
todos percebem este fenômeno desta forma,
ou ainda consideram comunicação um item
supérfluo nos investimentos das empresas?
A resposta vem através de outra pergunta:
dá para viver sem oxigênio? Talvez o paciente
sobreviva algumas horas e nem perceba que
está morrendo. E quando chegar a sua hora
extrema, poderá ser tarde demais para tomar
qualquer providência. Pois é assim que acon-
tece com a comunicação nas empresas.
Infelizmente algumas companhias ainda
adiam investimentos em comunicação sob
o pretexto de terem outras prioridades, ou
de que é mais importante dedicar tempo à
produção, a cumprir metas de venda, e mal
percebem que a falta de oxigênio pode levá
-las a situações irreversíveis.
Perceba o que acontece com empresas que
não se comunicam da forma correta e com
a frequência necessária com seus emprega-
dos. Certamente a imagem da companhia irá
despencar no conceito do público interno. Os
níveis de insatisfação e a falta de engajamen-
to com os propósitos da instituição irão subir
a níveis preocupantes, os relacionamentos
poderão ser abalados, a produtividade poderá
ficar comprometida.
O que muitos empresários não levam em
consideração é que, numa situação extrema,
o volume de investimentos na superação de
uma crise será infinitamente maior do que se
tivesse sido feito um trabalho preventivo. Da
mesma forma, comunicar-se com o público externo é vital para manter os negó-
cios bem-sucedidos, conquistar espaço junto ao consumidor, adquirir a confiança
do mercado, ter prestígio e credibilidade.
Já são clássicos os casos de empresas que até pretendiam oferecer treina-
mento para seus executivos se saírem bem nas entrevistas com a imprensa.
Mas adiaram tanto a realização do Media Training por “falta de tempo”, que a
crise chegou antes que se preparassem. O resultado foi o pior possível: uma sé-
rie de condutas inadequadas com a imprensa prejudicou em demasia a imagem
da companhia perante a opinião pública.
Comunicação é o oxigênio que circula no sangue das empresas. Impossível se
calar diante de um mercado ávido por informação, carente de contato e que exige
uma postura transparente das companhias, que elege como referência para o
consumo e as relações comerciais. Através de ações eficazes de comunicação com
a imprensa, ou focado em nichos de mercado, e ainda com estratégias de marke-
ting digital, cada vez mais empresas, ONGs, indivíduos e instituições diversas se
expressam e se arriscam neste intricado jogo da comunicação.
Todo CEO de uma companhia deveria ter ao seu lado um profissional de co-
municação ou uma agência especializada que oriente cada passo a ser dado, um
especialista que proteja a sua marca, trabalhe pela prevenção das crises de ima-
gem, abra canais de comunicação com a sociedade, fazendo fluir o oxigênio que
dá vida à empresa. Comunicar-se bem, em plena crise econômica, pode significar
salvar ou matar o paciente, a depender da dose de oxigênio que for aplicada.
Vá na contramão dos pessimistas. Aposte na comunicação e colha os frutos
deste importante investimento na saúde da empresa. Afinal, é o oxigênio que
mantém a vida.
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EducAção
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da escola para o mercado de trabalho 60
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eDUCação | carreiras@
dA EScolA pArA o mErcAdo dE trABAlhoinstituições focam em projetos e parcerias com empresas para oferecer profissionais desejados e potencializar a inserção dos alunospor TAINARA FERREIRA
Ramon Rebouças é o criador do projeto Nabit, que há três anos serve como ferramenta digital de divulgação das atividades da escola onde o jovem estuda
Foto: luciano Oliveira
Com empresas cada vez mais exigentes e o
baixo número de profissionais qualificados,
as instituições de ensino estão investindo
desde cedo na preparação pessoal dos alunos.
Na Bahia, escolas estaduais e particulares
realizam projetos com o intuito de qualifi-
car e preparar os estudantes para que, ao
chegarem no mercado de trabalho, estejam
satisfeitos com a área de atuação e tenham
perspectivas de crescimento.
Na rede pública de ensino do estado, desde
2007, é realizado o programa Desenvolvimen-
to da Educação Profissional. A iniciativa tem
como objetivo proporcionar a formação pro-
fissional e integral dos jovens e trabalhadores,
62 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
além de elevar a escolaridade. Lá, os alunos
têm acesso a cursos que são constituídos por
componentes curriculares da formação técni-
ca geral, formação técnica específica e estágio
curricular. Atualmente, 71 Centros de Educa-
ção Profissional foram implantados por todo
o estado e mais de 75 mil alunos participam
do projeto, que acontece em 27 municípios
espalhados pela Bahia.
A diretora dos cursos, Cristina Kavalkie-
vicz, afirma que para o avanço do projeto
é necessário trabalhar com três objetivos:
ensino, pesquisa e extensão. “Os elementos
que compõem o nosso tripé fazem parte
das opções pedagógicas na rede estadual de
educação profissional. Eles são elementos
curriculares obrigatórios, estão presentes
em experimentos científicos e no melhora-
mento de tecnologia social e por meio de
intervenções sociais desenvolvidos nos cursos
técnicos. Desta forma, os estudantes prestam
serviços gratuitos à comunidade e aprendem
o valor social da profissão”, explicou.
quem já está colocando em prática os ensi-
namentos do programa é o estudante Ramon
Oliveira Rebouças, de 19 anos. O jovem está no
quarto ano do curso técnico de administração
oferecido pelo Centro Estadual de Educação
Profissional em Gestão, Negócios e Turismo
Luiz Navarro de Brito, que fica no bairro da
Lapinha, em Salvador, e que faz parte do
projeto. Ramon é o desenvolvedor do projeto
Nabit, que é responsável por capacitar alunos na criação de núcleos de publici-
dade juvenil dentro das escolas públicas.
“A ideia surgiu quando eu ainda estava no 1º ano do ensino médio. A in-
tenção era fazer com que os alunos da minha turma acompanhassem tudo o
que estava sendo apresentado em sala de aula. E eu sempre quis fazer algum
trabalho voluntário fora do país, mas, como ainda não pude viajar, resolvi criar
algo que ajudasse os alunos da minha escola”, disse o aluno, que viu no centro a
oportunidade de desenvolver, organizar e produzir o que tinha em mente.
Segundo Ana Claudia Athayde, presidente da Associação Brasileira de Re-
cursos Humanos (ABRH Bahia), motivar o aluno a se preparar para o mercado
de trabalho resulta no desenvolvimento do seu potencial criativo, além de
ensinar a trabalhar em equipe. Estimular os trabalhos mais integrados ao dia
a dia das empresas e às demandas do mundo contemporâneo, com tarefas que
requeiram recursos multidisciplinares, que propiciem ao aluno o poder de reso-
lução criativa, é uma forma de estimular o estudante na vida escolar”, contou.
Já na rede particular, o Programa Miniempresa, realizado pela Junior Achie-
vement Bahia, uma organização de educação prática em negócios, economia e
empreendedorismo, já faz parte do calendário de oito escolas em Salvador. O
projeto proporciona aos estudantes do 2º ano do ensino médio experiências na
organização e na operação de uma empresa. Uma das instituições participantes
é o Colégio Módulo. Lá, os alunos desenvolvem atividades empresariais.
O projeto, que funciona há cinco anos no Módulo, é acompanhado de perto
por Silvana Sarno, coordenadora do departamento cultural do colégio. “Aqui
eles têm também o projeto Sombra, que possibilita um dia de convivência com
um profissional e a oportunidade de reconhecer na prática o seu trabalho. No
fim da produção, eles adquirem a experiência de negociar o produto final esco-
lhido, convivendo com os alunos de outras escolas participantes”, explica.
O programa de desenvolvimento da educação profissional realizado nas redes públicas atende 75 mil alunos em 27 municípios do estado
Ao sair da faculdade, as notas altas não garantem que o recém-formado terá
sucesso na carreira profissional. É necessário que a instituição prepare e equipe
o aluno para que tenha a capacidade de se adaptar ao ambiente de trabalho e
ter noção do seguimento que quer dar na vida profissional. Pensando nisso,
algumas universidades de Salvador investem em centros profissionais para
acompanhar e auxiliar o aluno.
Na Unijorge existe um centro de desenvolvimento e articulação profissional
que tem o objetivo de apoiar a inserção no mercado de trabalho de alunos e
ex-alunos da instituição. De acordo com Alessandra Calheira, coordenadora do
núcleo, esse incentivo serve para que os estudantes enfrentem as etapas dos
processos de seleção mais confiantes. “O mercado é vivo e muito dinâmico. Pre
W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 63
EduCação | carreiras
“Ao prestar serviços gratuitos à comunidade, os alunos aprendem o valor social da profissão”a diretora Cristina Kavalkievicz acredita que os projetos desen-volvidos pelos alunos devem conter o valor social da profissão
Foto
: Div
ulga
ção
cisamos estar atentos à suas transformações para oferecer ao mercado o perfil
profissional desejado e, assim, potencializar a inserção dos nossos alunos”, conta.
Foi a partir do projeto que o estudante do curso de sistema de informações
Diego de Santana aproveitou a oportunidade, estagiou e foi contratado pela In-
dra, multinacional espanhola de tecnologia que tem uma unidade em Salvador.
Após passar por um curso, alguns estudantes foram selecionados para disputar
a vaga de estágio e ele foi um dos que passaram na seletiva. “Todo o curso foi
ministrado por profissionais da própria empresa nas dependências da univer-
sidade. Depois passamos por um novo ciclo de treinamento de acordo com as
necessidades da empresa para assumir as tarefas fundamentais de seus respec-
tivos projetos. Ao final do período do estágio,
todos foram contratados”, ressalta.
Outra instituição de ensino superior que
que também acompanha a trajetória acadê-
mica do estudante é a Universidade Salvador
(Unifacs). A instituição criou o Núcleo de
Acompanhamento da Trajetória Acadêmica
e Profissional (Trajetórias). Segundo Cecilia
Spinola, especialista em gestão de pessoa da
Unifacs, a questão já é trabalhada desde o
primeiro semestre. “Nós organizamos oficinas
para recepcionar os calouros para que isso
sirva de estímulo para que eles pensem no
mercado profissional do curso escolhido”, disse
a coordenadora, que ainda ressaltou a impor-
tância de parcerias com empresas. “Algumas
realizam processos seletivos dentro da facul-
dade. Nós cedemos o espaço para que o proces-
so seja realizado aqui, e isso acaba sendo um
bônus para o aluno da nossa instituição”.
Os alunos dos cursos técnicos também es-
tão tendo apoio das instituições para se capa-
citarem e chegarem preparados ao mercado. O
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai) oferece estandes de empresas parcei-
ras para a divulgação de estágio/emprego e
cadastro de currículo; orientação o mercado
de trabalho; oficina de currículo; oficinas para
a preparação de processos seletivos; além de
palestras com foco de gestão de carreira e
posturas comportamentais e profissionais.
“Essas ações mantêm uma iniciativa de
suporte aos nossos alunos, além de desen-
volver ações visando garantir um estreito
relacionamento com as empresas parceiras,
atendendo às demandas acadêmicas, dos
alunos e do mercado”, disse Maria Aparecida,
coordenadora do núcleo de carreira profissio-
nal da instituição.
Para a presidente da ABRH-BA, todos esses
projetos incentivados pelas escolas e faculda-
des se tornam um diferencial para o futuro
profissional do aluno. “Todo jovem deseja
aprender a empreender e quer se apresentar
no mundo do trabalho com mais autonomia e
capacidade de solução de problemas. Desen-
volver isso desde cedo é fundamental”.
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SuStEntABIlIdAdEApoIo:
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novo estilo de capitalismotendências
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A novA ondA do cApItAlISmoEmpresas que adotam modelo mais sustentável de vendas crescem até dez vezes mais e contribuem para uma sociedade mais justapor TEDE SAMPAIO
José Pimenta (esquerda) e Kiko Kislansky (direita) iniciaram a venda de camisetas em feiras culturais realizadas em praças de Salvador. Os empresários afirmam ter planos de abrirem uma loja física no futuro
Foto: Marcela Figueiredo e lucas Araponga
sUstentaBIlIDaDe | empresa verde
Alternativas para negócios mais sustentáveis são muito
bem-vindas em tempos de crise. O chamado “capitalismo
consciente”, onde a razão de existir do negócio deixa de ser
unicamente o lucro, é uma prática que começa a ser adotada
por algumas empresas.
A proposta do capitalismo consciente é que o lucro seja
apenas um dos valores que a empresa deve gerar. “O conceito
prega o afastamento da barganha e um alinhamento com a
oportunidade de criar um modelo que busque novas dimen-
sões de negociação que vão além do valor financeiro de uma
transação”, diz o diretor-geral do Instituto Capitalismo Cons-
ciente Brasil (ICCB), Thomas Eckschmidt.
À primeira vista, a ideia pode parecer estranha, mas vem
dando certo. Nos Estados Unidos, por exemplo, empresas
que aplicam os princípios do capitalismo consciente têm um
66 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
desempenho dez vezes superior ao do índice
da bolsa de valores. É o que aponta o estudo de
desempenho das empresas de capital aberto
nos Estados Unidos, intitulado Firms of En-
dearment (“empresa de ternura”, na tradução
literal), desenvolvido durante 15 anos.
em casaEm fevereiro deste ano, o publicitário baiano
José Luís Pimenta montou um negócio de
camisetas voltado para o público jovem que
está na internet. Com o sócio Kiko Kislansky,
investiram R$ 28 mil na ideia. A proposta da
Euzaria é que a cada camiseta vendida, outra
fosse doada para necessitados. “O modelo
de capitalismo que temos hoje não funciona
mais por si só, a nossa empresa já nasceu
com esse sonho e nós estamos conseguindo
concretizá-lo aos poucos”.
A ideia deu certo: com pouco mais de um
mês com vendas online (a empresa não tem
loja física), a Euzaria vendeu mais de 1400 uni-
dades, um faturamento de mais de R$ 124 mil.
“A empresa que nasce com esse modelo de
administração também busca lucro, mas este
não é o objetivo final”, diz José Pimenta. “O lucro
é importante para que a empresa consiga atin-
gir o seu objetivo. Então, ele existe mesmo a gen-
te fazendo as nossas ações sociais”, completa.
A ideia da Euzaria é mostrar que o capitalismo consciente também pode ser rentável
Em parceria com a Euzaria, a Companhia da Pizza promoveu a doação de 400 pizzas a moradores de rua em Salvador
Foto: Catarine BrumFoto: Divulgação
Apesar do pouco tempo de existência, o empresário afirma que a margem de
lucro está em torno dos 53% do montante investido. “Já foram pagos todos os
investimentos e, a partir da segunda remessa de produção, a empresa já estava
saudável, se pagando sem necessidade de aportes. Além disso, já conseguimos
manter um capital de giro ativo para sanar as necessidades corriqueiras”.
reação em cadeiaO modelo utilizado pela Euzaria foi adotado por outros empresários baianos.
O empresário Pedro Portela, sócio da Companhia da Pizza, doou uma pizza
a cada outra que fosse vendida, no dia em que a iguaria é comemorada. O
restaurante teve o movimento triplicado durante a ação. Ao todo, 400 pizzas
foram doadas a moradores de rua de Salvador.
“A gente percebeu que muita gente se preocupa com esse conceito cons-
ciente do capitalismo. Tenho certeza de que cada pessoa ali presente se
sentiu um pouco melhor em saber que estava ajudando alguém que ela nem
conhecia”, diz Portela. A ação foi uma parceria da Companhia da Pizza com a
empresa de camisetas.
Para Érica Rusch, mestre em direito econômico, o capitalismo consciente é um
caminho sem volta para as empresas que desejam se adequar ao cenário econô-
mico atual. “Daqui a alguns anos, encontraremos menos empresas hábeis a com-
petir no mercado sem que estejam inseridas nessa nova conjuntura”, comenta.
De acordo com a especialista, para captar investidores, as empresas pre-
cisarão demonstrar a sua atuação de forma consciente. “Na realidade, é uma
mudança de mão dupla. Enquanto a sociedade exige isso, a empresa percebe a
real necessidade de se incorporar nesse novo modelo, dependendo disso a sua
própria sobrevivência” completa.
W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 67
sUstentaBIlIDaDe | tendências
água dE qualidadE
Paulo Afonso avança na despoluição de lagosA concentração de matéria orgânica nos lagos de Paulo Afonso,
norte do estado, vem reduzindo consideravelmente, é o que
apontam os estudos realizados com amostras da água de três
lagos do município (Centenário, da Vila Militar e O Boi e a
Cobra). Segundo a Empresa Baiana de Águas e Saneamento –
Embasa, responsável pela análise do material, a demanda bio-
química de oxigênio (DBO) reduziu de 14, 2 mg/l em 2014 para
12,4 mg/l em 2015, melhorando significativamente a qualidade
da água. A mudança é resultado da ampliação da cobertura
de esgotamento no entorno dos lagos, mais de 90%. Em toda a
cidade, a cobertura do sistema de esgotos passou de 4,5% para
36%, de acordo com a Embasa.
Dois jovens publicitários baianos estão em viagem pelas américas com o objetivo de espalhar boas ideias nos locais por onde passam. luma Pinto, 25, e eduardo Melo, 27, perceberam que podiam conciliar viagens com pequenas ações voluntárias que fazem diferença na vida de outras pessoas, criando, assim, um “mapa do bem”. no projeto intitulado de “Bem trilhado”, que pode ser acessado pelo endereço virtual bemtrilhado.com, o casal decidiu colocar à disposição de quem precise as suas habilidades com comunicação, marketing e música, por meio de atividades educacio-nais, esportivas, musicais ou qualquer outra que se considerem aptos a realizar. De acordo com Melo, para custear as viagens e conseguir verbas para alimentação e alojamento, por exemplo, eles utilizam a internet para trabalhar e vendem doces, para garantir a renda.
volunTariado
Mochileiros sociais
três cidades baianas estão cota-das para receber uma usina para transformação e industrialização de resíduos sólidos urbanos em energia
e matéria-prima reciclada. as unidades anunciadas para Feira de santana, Ilhéus e Vitória da Conquista vão contar com investimento individual de R$ 531 milhões e têm previsão de faturamento na ordem de R$ 363 milhões por ano. a expectativa é que, diariamente, cada uma das usinas transforme 470 mil toneladas de resíduos sólidos em material reciclável. o grupo investidor é formado por seis empresas brasileiras e duas norte-americanas.
rECiClagEm
cidadeS BaianaS podem ganhar uSinaS de reciclagem
a cidade de Maraú, um dos destinos turísticos mais requisitados da Bahia, será a primeira re-gião energética do país. Pelo menos é o que pro-mete o projeto desenvolvido por empresários locais que estão negociando aporte de R$700 mil no projeto Região energética de Maraú. entre as ações estão a distribuição de cartilhas com exemplo de melhores práticas de gestão da conta de energia para pequenas empresas, geração de energia a partir do lixo, incentivo para que pousadas usem placas de energia solar, uso de lanchas movidas a energia solar e a constru-ção de uma nova escola que possua ferramentas específicas para a educação ambiental.
auTossufiCiênCia
maraú será a primeira região a viver do que produz no Brasil
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
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EStIlo dE vIdA
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Saborturismo
uma viagem ao mundo de vinícius de moraes e gessy gessecinco Itens indispensáveis: marlon gama
Autos&motosExpedição Baixio
notas de tec
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estIlo De VIDa | sabor aPoIo:
EnTrE o ora Pois E o oxEnTEMisturando referências, o chef português Gualter Freire mostra que a herança lusitana está na memória gastronômica do baiano
por tede samPaiofotos Rômulo PoRtela
A paixão pela gastronomia vem desde a infância em Portugal, quando
Gualter Freire ajudava a mãe nas tarefas da cozinha. É o que conta quan-
do questionado sobre a sua inspiração para criar as receitas que produz
na cozinha do restaurante Casa Lisboa, em Salvador. O que parecia ser
um simples afazer doméstico começou a ganhar força quando, aos 12
anos, Gualter passou a trabalhar como garçom num pequeno restau-
rante. De olho no ir e vir dos pratos, ele sabia: era detrás do fogão que
ele queria ficar. De lá para cá, a vontade de se tornar cozinheiro levou o
português a estudar no George Brown College, uma das melhores escolas
de gastronomia de Toronto, Canadá. “Eu sempre adorei o mundo dos
restaurantes, da gastronomia em si. Então, posso dizer que eu gosto de
culinária desde sempre”.
Em tempos em que quase todo mortal se arrisca na cozinha, Gualter
afirma que ser chef é mais do que simplesmente saber cozinhar. “É pre-
ciso saber dominar uma cozinha, coordenar e motivar a sua equipe, é da
função do chef fazer o restaurante funcionar.”
Para a [B+], Gualter escolheu um prato tipicamente português, mas
com um tempero baiano. Muito simples e altamente solicitado em seu
restaurante, o bacalhau agridoce com vinagrete de amêndoas e passas,
segundo o chef, contempla o paladar dos soteropolitanos, que tendem a
gostar da mistura de doce com salgado. “Eu sinto que a confiança do pú-
blico nos chefs está mais presente. As pessoas estão mais abertas a novas
experiências e, geralmente, não se decepcionam”, conta sorrindo.
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RECEITA
ingredientes•4filésdebacalhaudessalgado
•1copodeóleodemilho
•1copodefarinhadetrigotempe-
rada com sal e pimenta branca
•1cebolaroxapicada
•1/2copodeuvapassa
•1/4copodenozessemcascaleve-
mente assadas
•1/4copodeamêndoastorradas
•1copodevinagredevinhotinto
•1/2copodeazeiteextravirgem
Filé de bacalhau agRidoce com salada cResPa
modo de PreParoEsquente o óleo em uma panela
efriteosfilésdebacalhauaté
queelesfiquemcrocantes.Em
outrapanela,refogueacebola
e adicione os outros ingredien-
tes.Cozinheportrêsminutos,
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Cozinhepormaistrêsminutos.
Retireofogoereserveenquanto
prepara a salada que servirá
deacompanhamento.
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estIlo De VIDa | turismo
flica 2015 movimenta cachoeira
Passar as férias em orlando, nos estados Unidos, tem sido cada vez mais comum entre os turistas brasileiros. De acordo com a Visit orlando (agên-cia de propaganda e turismo oficial da cidade) o número de brasileiros que visitou a cidade chegou a 800 mil em 2014 e atualmente ocupa o primeiro lugar no ranking de turistas internacionais na cida-de. a importância dos brasileiros para a economia de orlando é tanta que o prefeito da cidade, Bud-dy Dyer, declarou o dia 15 de junho como o “dia de eduardo Vasconcellos e Kontik”. o reconhecimen-to é uma homenagem a empresa Kontik Franstur e ao seu diretor geral, o empresário eduardo vasconcelos, pelo pioneirismo da empresa, que há 60 anos leva turistas brasileiros para orlando. segundo Vasconcellos, a institucionalização da data é um reconhecimento pelo trabalho realiza-do. “É muito gratificante termos o nosso trabalho reconhecido dessa forma. Comprova que estamos dando o nosso melhor”. a Kontik possui unidades nos estados de são Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
DOMÍNIO BRASILEIRO EM ORLANDO
apesar da crise econômica que vem tirando o sono de muitos empresários brasileiros, o setor de turismo internacional parece ainda não ter sofrido os seus impactos. alternativas criadas por donos de agências de viagem con-seguiram, até o momento, driblar os efeitos da crise. a empresária suzana mamede, conta que disponibilização de novos roteiros, formas de pagamento diferenciadas e renegociações com os parceiros foram fatores essenciais
para sobreviver à crise. sócia e diretora comercial da happy Tour, agência e operadora de turismo atuando há 20 anos no mercado baiano, mamede explica ainda que é necessário ficar sempre atento às mudanças do mercado. “Estamos sempre muito ligados aos anseios dos nossos clientes. afinal eles são os nossos principais divulgadores também”. Este ano suzana mamede comemorou 30 anos acompa-nhando grupos de viagens para a disney.
setor de turismo cria alternativas Para minimizar a crise
a cidade de Cachoeira, no Re-côncavo Baiano, já se prepara para receber a 5ª edição da Festa literária Internacional de Cachoeira – Flica. o evento será realizado no mês de outubro e tem como proposta unir literatura e diversão no mesmo ambiente. embora os reali-zadores do evento ainda não tenham divulgado os nomes dos convidados para as palestras e mesas de debate, a norte americana Meg Cabot, autora da série Diário de Princesa, confirmou, através do seu site, a presença na Flica. Cachoeira está localizada há 130 km de salvador e se destaca pelo casario colonial e uma vida cultural ativa.
a Bahia iniciou uma campanha para trazer para a Baía de todos os santos as disputas de Vela e Remo dos Jogos olímpicos e Paralímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. a proposta surge como uma saída para as denúncias de que a água da Baía de guanabara não possui a qualidade necessária para abrigar as provas aquáticas. segundo uma investigação da associated Press, uma análise da água revelou níveis altos de vírus e bactérias. a notícia pre-ocupou o mundo esportivo e vem gerando duras críticas ao Brasil. De acordo com o secretário estadual do turismo da Bahia, nelson Pelegrino, o estado possui todas as condições necessá-rias para sediar os esportes aquáticos. “estamos trabalhando intensamente para demonstrar que a mudança proporcionará ganhos para os organizadores, atletas e público”, afirma.
BAíA DE toDos os sAntos PoDE sER PAlCo Dos JoGos olíMPICos 2016
Foto
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Foto: Divulgação
aPoIo:
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estIlo De VIDa | decoração
Passar algumas tardes em Itapuã. Assim de-
sejava a atriz, produtora cultural e empresária
baiana Luisa Proserpio quando decidiu adqui-
rir o imóvel onde moravam Vinícius de Moraes
e a atriz Gessy Gesse. Projetado pelos arquite-
tos Jamison Pedra e Silvio Robatto, o imóvel
é voltado para o mar da praia que embalou a
canção do poetinha e contempla cada detalhe
pensado por Vinícius durante a construção.
De acordo com Luisa, foi pela amizade com
Gesse que ela conheceu cada parte da casa e
entendeu mais sobre a vida baiana de Vina,
como Vinícius era chamado pelos amigos. Por
acreditar que essas memórias não deveriam
se perder, decidiu tornar o espaço funcional e
criar o restaurante Casa di Vina, que atual-
mente abriga um memorial para o artista. O
destaque do cardápio é o “frango à Gessy e
Vina”, que era preparado pelo artista para a
sua amada sempre que precisava reconquis-
ta-la após alguma briga. A receita foi ensinada
pela própria Gesse e tem frango e banana da
terra como elementos principais.
No memorial, por sua vez, estão expostas
cartas e fotografias do casal, assim como a
máquina de escrever utilizada pelo poeta. “Foi
um trabalho de mosaico, pensamos em cada
objeto e cada móvel. Tudo tinha que ter um
sentido”, conta. A montagem do espaço durou
oito meses e foi realizada pela própria Luisa
em parceria com o Usina de Criação, grupo
A admiração pelo trabalho e pela história de amor entre vinícius de moraes e Gessy Gesse motivou a empresária Luisa Proserpio a criar um memorial em homenagem ao casal por TEDE SAMPAIOfotos LUCIANO OLIVEIRA
voCê já é dE Casa
UM CONVITE à POESIA O violão, sempre tão presente na vida do poeta, fica à disposição de quem quiser dar uma palinha
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A Fé qUE CONTAGIA A parede, repleta de imagens e quadros, conta a história religiosa do filho de Oxalá e da filha de Iansã
de arquitetos ligados às artes cênicas e plásticas, que também
contou com o auxílio de Gesse.
O espaço, construído quase em sua totalidade em madeira,
tem aberturas voltadas para o nascer e o por do sol, prezando
pela iluminação natural, ao mesmo tempo que cria o clima de
ócio, tão desejado e vivido por Vinícius de Moraes durante o
tempo que morou na Bahia.
O memorial é aberto à visitação pública e a entrada é
gratuita. Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais
da intimidade do casal, o antigo quarto do casal funciona como
hotel. No ambiente, é possível desfrutar da famosa banheira uti-
lizada pelo artista para escrever seus versos enquanto, sempre
acompanhado do uísque, apreciava o mar de Itapuã.
Luisa acredita que a história do casal na Bahia deve ser contada e recontada por inúmeras vezes, para inspirar as pessoas
OS dONOS dA CASA Logo na entrada do memorial, uma foto do casal recepciona os visitantes e oferece um local para descanso e contemplação do mar da Bahia
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estIlo De VIDa | cinco itens
5 ItEnS IndISpEnSávEIS pArA Marlon GaMa
o equilíbrio entre o contemporâneo e o antigo marca os trabalhos do arquiteto baiano Marlon gama.
Internacionalmente conhecido, ele lista cinco itens que o inspiram no processo de criação.
por TEDE SAMPAIO fotos LUCIANO OLIVEIRAtela Presciliano silva“Sempre gostei de arte.
As obras de Prescilia-
no conseguem passar
o que se deseja sentir
no momento, seja
alegria, tristeza ou
ternura. Acredito que
essa inspiração seja
indispensável em meu
trabalho.”
láPis colorido“Não faço uso do
computador em meu
processo de criação,
sempre utilizo lápis
e canetas coloridos.
Vou riscando, criando
novas formas e cores.
Isso me ajuda muito a
desenvolver os meus
projetos e estudos.”
vaso de murano“Sempre trabalho com peças de
murano antigas. Esse vaso, em
especial, é muito rico pela mis-
tura de formas e cores. De certo
modo, essa mistura representa
os meus projetos.”
miniatura mesa saarinen e cadeira Panton“Criados há cem anos,
esses clássicos são,
ainda hoje, reprodu-
zidos e não saem de
moda. Então, acredito
que representam a
evolução do design,
contemporâneo e
atemporal.”
i love design“Essa peça tem uma
história muito interes-
sante e de certa forma
representa um pouco
a minha vida, pois é
a descrição do amor
e da sensibilidade ao
meu trabalho.”
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estIlo De VIDa | autos&motos
robErto nunES
jornalista especializado em indústria automotiva desde 2002
HONDA LANÇA A CBR 1000 RR MARC MáRqUEzatual bicampeão do MotogP, o espanhol inspirou as linhas da edição 2015 da superesportiva japonesa
A edição 2015 do MotoGP, a Fórmula 1 das motocicletas, está com
brigas homéricas entre o italiano Valentino Rossi (nove títulos) e o
espanhol Marc Márquez, atual bicampeão da competição. A Honda
aproveita a grande exposição do seu piloto para lançar no mercado
brasileiro a nova versão da esportiva CBR 1000 RR Fireblade.
A série especial Marc Márquez esbanja exclusividade e esporti-
vidade. São apenas 93 unidades do modelo que leva o número do
espanhol na carenagem da moto do Mundial de Motovelocidade.
A CBR 1000 RR Fireblade Marc Márquez traz as cores do team
Honda Repsol. Custa R$ 69.900 e oferece um pacote visual em que
prevalece a cor laranja da equipe do espanhol. A esportiva da Hon-
da possui um motor de 999,8 cc, com 180,8 cavalos de pura adrena-
lina. Produzida no Japão, a motocicleta pesa apenas 191 kg. Assim,
garante arrancadas surpreendentes, por oferecer uma relação de
peso-potência acima da média das grandes “máquinas” amansadas
para rodar nas ruas do mundo afora. Seu chassi é de alumínio do
tipo diamante e segura os trancos com uma suspensão esportiva e
freios de tecnologia C-ABS, com os sistemas ABS (Anti-lock Brake)
e CBS (Combined Brake).
A Honda também oferece o modelo com um visual mais sóbrio,
usando uma carenagem pintada com uma combinação tricolor
(azul, vermelho e branco). Com o mesmo pacote de alta performance,
a nova CBR 1000 RR Fireblade 2015 tem valor sugerido de R$ 66.500.
nA pIStA A Itaipava Arena Fonte Nova está com a Feira do
Automóvel até o mês de dezembro. Aos domingos,
o estacionamento-garagem é palco para a compra e
venda de modelos seminovos.
Davidson Botelho, da Bahia Harley-Davidson, tem
promoção na gama de motos HD. Uma delas é a Fat
Boy, modelo que voltou a ser usado no filme Exter-
minador do Futuro: Gênesis.
O empresário Naldo Sardinha comemora a abertura
da segunda loja da AutoSard Veículos. O ponto de
venda de seminovos fica na revenda FrutosDias, em
frente ao Detran.
tucson entra na BrigaA Caoa Hyundai renovou o Tucson no Brasil. Montado em
Anápolis (Goiás), o modelo quer seu espaço na briga dos
utilitários Ford EcoSport, Jeep Renegade e o badalado HR-
V, da japonesa Honda. Custa R$ 69.990 e, entre os atrativos,
possui motor 2.0 f lex, com comando de válvulas variável e
cabeçote em alumínio e injeção MPFi, gerando 146 cavalos.
Com amplo pacote de equipamentos, peca pela caixa de
câmbio automática de apenas quatro velocidades.
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: Div
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ção
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78 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
o ressurgimento da eterna alFa romeoEm um evento grandioso em Milão (Itália), Sergio Marchionne,
CEO do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), anunciou a
produção do novo sedã de luxo Giulia, o carro que será o marco do
ressurgimento da Alfa Romeo no mundo.
Reconhecida pela valorização do design dos seus veículos e per-
formance nas pistas de corrida, a fabricante italiana volta em grande
estilo ao cenário automotivo global. Nas comemorações dos 105 da
Alfa Romeo, Marchionne reinaugurou também o Museu de Arese,
com 69 modelos expostos e mais de 300 carros no acervo, e garantiu
planos ousados com produção de 400 mil unidades até 2018, incluin-
do mais sete lançamentos (entre modelos SUVs, hatches e sedãs
derivados de novas plataformas) a partir do ano que vem.
O sedã Giulia será a vedete da marca no Salão de Frank-
furt, realizado entre os dias 17 e 29 de setembro. O carro
bebe na fonte da esportividade e esbanja linhas arrojadas.
A versão mais animadora traz tecnologia inspirada na
Ferrari, com sistema quadrifoglio (qV) no motor V6 bi-
turbo de 510 cavalos de potência. O bloco de alumínio foi
desenvolvido por engenheiros da Ferrari e oferece sistema
que liga e desliga os cilindros sob demanda. Segundo a
Alfa Romeo, o carro faz de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos.
Possui tração traseira e conta com distribuição 50/50 do
peso, graças ao uso de materiais como fibra de carbono no
eixo do motor, capô, teto e quadro dos bancos dianteiros.
Foto
: Div
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estIlo De VIDa | roteiro
Localizado a 120 km do aeroporto internacional de Salvador, Baixio tem se des-
tacado como importante destino turístico no litoral norte baiano. O pequeno
povoado da cidade de Esplanada ganhou destaque por causa do ecoturismo e
atrai não só visitantes interessados em conhecer as suas belezas naturais, mas
grandes empresas de olho nesta nova possibilidade de mercado.
Entre os atrativos encontrados na região, as lagoas de águas cristalinas são
as mais procuradas. Nelas, o visitante pode praticar mergulho, stand up paddle
e canoagem, tendo como cenário um verdadeiro paraíso natural. Para quem
deseja um pouco mais de aventura, as expedições off-road 4x4 são excelentes
opções, já que permitem ao visitante conhecer espaços pouco explorados.
De acordo com Humberto Filho, diretor da empresa de turismo Bahiaventura,
o diferencial de Baixio frente a outros destinos é a sua configuração ambiental
propícia para o ecoturismo. “O turista não só visita o local, ele interage com a
natureza. E, o mais importante, é conscientizado sobre a preservação daquele
ambiente”. Baixio é uma comunidade tradicionalmente pesqueira e agora convive
com o desafio de se adaptar a essa nova realidade sem perder as suas principais
características: belezas naturais e preservação desses ambientes.
Humberto também realiza cursos de treinamento para novos guias locais. A
ação faz parte do Projeto Baixio, programa desenvolvido pela Prima Engenharia,
uma das empresas que estão investindo na região com a construção de um com-
plexo hoteleiro e imobiliário, o Ponta de Inhambupe. Segundo Luciano Lopes,
diretor-executivo da construtora, essa é uma preocupação que esteve presente
desde o início do projeto e serve como contrapartida. Ele explica que dos 99.900
m² de área total, apenas 15% do terreno possuirá edificações –“85% do espaço
será preservado. O projeto será um parque natural voltado para a interação do
homem com o meio ambiente de forma a preservar a fauna e a flora locais”.
O que você precisa saber!• Para garantir a preservação do
ambiente, cada lagoa possui um
número máximo de visitantes
simultaneamente, cerca de 80
pessoas. Por isso é bom fazer
a sua reserva.
• Para ter acesso à Lagoa Azul,
o visitante paga uma taxa
de manutenção e limpeza no
valor de R$40. O valor também
engloba o transporte até o local.
• O passeio off-road 4x4 pode ser
realizado por um grupo de no
mínimo seis veículos e custa
R$ 380 por grupo.
• Os passeios pelas lagoas exigem
a companhia de um guia
turístico autorizado. Este pode
ser facilmente encontrado no
Resortinho Escola.
rOtEirO: BAIxIoComunidade pesqueira atrai visitantes e oportunidades de negócios por TEDE SAMPAIO fotos HUMBERTO FILHO
80 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
A página Baú Histórico da Bahia no Facebook, administrada
pelo professor Vinícius Jacob, reúne fotos antigas do estado.
Segundo Jacob, a intenção do espaço é mostrar as peculia-
ridades políticas, sociais e culturais da Bahia. Os arquivos
(como este acima) são um resgate das pesquisas feitas pelo
professor. “Muitas fotos são enviadas pelos fãs da página
também”, comenta.
nascido em araci, município próximo a serrinha, o estudante Mateus Carvalho, de 22 anos, acaba de lançar um aplicativo voltado para mototaxistas e usuários do transporte. o “Motaxi” é inspirado nos modelos de aplicativos de táxis que figuram entre os mais baixados das principais lojas de apps. lançado em junho deste ano, o “Motaxi” já está funcionando em Feira de santana (Ba) e Manaus (aM). Mateus pretende levar o app ainda para Cruz das almas e alagoinhas. o serviço só é disponibilizado em cidades em que o serviço de mototáxi é regularizado pela prefeitura, e o mototaxista que quiser se cadastrar no banco de dados do aplicativo deve estar em dia com sua documentação no órgão controlador.
Play Kids“Sou pai! uso sempre com as crianças, elas adoram!”
cinco dicas dE AplIcAtIvoS – por SAulo FErnAndES
sPoTify“Esse aplicativo é ótimo para curtir um som. no momento estou ouvindo o novo disco de maga [margareth menezes] que tive a honra de participar”
Foto: Divulgação
Foto
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rodu
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Foto
: Div
ulga
ção
insTagram“Entro sempre para sacar o que está rolando, especialmente depois dos shows. Gosto ver as fotos que a galera postou e saber o que sentiram em cada evento. É um canal de comunicação direto com a minha galera”
sET lisT maKEr“uso muito para montar repertório, organizar as coisas...”
soundCloud“uso para postar as músicas e ficar de olho no que está rolando também”
ai Que saudade da Bahia
em duas rodas
nem bem a tecnologia 4g entrou em funcionamento no Brasil e a União Internacional de telecomunicações definiu que a quinta geração da internet móvel precisa tornar-se comercializável até 2020. ainda é cedo para falar, mas a expectativa é que esse novo padrão revolucione as comunicações em todo o mundo ao oferecer a capacidade de transmissão de dados de 20 gigabits por segundo, velocidade suficiente para baixar um filme em alta resolução em poucos segundos. nos próximos cinco anos, o setor pretende investir quatro trilhões de dólares na tecnologia. Coreia do sul, estados Unidos, Japão e europa estão à frente das pesquisas.
internet móvel 5g Já tem data de lançamento deFinida
notasdetec
Jorge Amado e Carybé velam o corpo de mãe Ruinhó, em 1975
82 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
ArtE & EntrEtEnImEnto
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produção cultural baiana na guerra contra a criseuma pergunta para carlos prazeres
conte aí
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W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 83
aRte & entRetenIMento | cultura
Em maio último, o que já era esperado pelos
profissionais da cultura no Brasil foi confir-
mado oficialmente: o governo anunciou um
corte de quase R$70 bilhões no orçamento
público, o que gerou redução de 33% no
investimento para a cultura. Com a crise estabelecida,
produtores e gestores culturais de todo o Brasil precisa-
ram repensar seus projetos e encontrar uma solução para
que a falta de dinheiro não abalasse os seus negócios e
impedisse a produção cultural brasileira de existir.
Na Bahia, a falta de dinheiro para a cultura agora as-
sume o papel de desafiá-los a continuar realizando suas
ações, pensando em alternativas de financiamento que
não afetem bruscamente as rotinas das suas empresas.
Em áreas como música, dança, audiovisual e teatro,
por exemplo, nas quais a Bahia tem mostrado grande
atividade empresarial, pensadas especialmente a partir
de financiamento via leis de incentivo e editais públicos,
a atual situação gera desconforto.
CuLturA SEm vErBA. E AGoRA?mesmo com os recentes cortes do orçamento público para a cultura, produtores e gestores culturais baianos buscam alternativas para manter suas empresas em atividadepor ANA CAMILA
Orkestra Rumpilezz teve turnê internacional viabilizada por
ações do MinC, SecultBA e da produtora Geysa Castro
Foto: netun lima
84 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5
Caixa, além das que reservam parte do seu orçamento em ações
de marketing. Oferecer serviços como planejamento estratégico e
produção local de projetos patrocinados vindos de fora da Bahia e
de fontes financeiras diversas também ajudam a manter o fôlego
da Multi, que em cinco anos já atuou nas mais diversas áreas da
cultura no estado.
alternativas sustentáveisEntre acordos e negociações com artistas e fornecedores, além
de malabarismos para lidar com os seus caixas, as empresas se
equilibram numa corda bamba que as obriga a pensar em alter-
nativas sustentáveis e estratégias a longo prazo. Duas opções já
chamam a atenção: o financiamento colaborativo (crowdfunding)
e o internacional. O produtor Edson Bastos, sócio da empresa Voo
Audiovisal, com sede em Ipiaú, já teve duas experiências bem-
sucedidas com o financiamento colaborativo. A prensagem do
CD “Partir O Mar Em Banda”, do artista Ayam Ubráis Barco, e a
gravação do seu videoclipe “O quintal”, em 2015, foram realizadas
por meio da campanha de crowdfunding, que movimentou cerca
R$11 mil vindos diretamente do público. Mobilizar e sensibilizar
as pessoas, motivando-as a investir em ações das mais diversas
áreas, é uma alternativa de captação de recursos que está em
pauta em muitas empresas do setor. Ana Paula acredita que o
financiamento coletivo já é uma realidade e que semanalmente
vemos exemplos de ações culturais cujo sucesso vem da partici-
pação direta do público, como shows e feiras de rua, por exemplo.
“Não podemos esquecer que, para além de financiamento público
ou privado, existe um mercado cultural que funciona justamente
porque mobiliza as pessoas. Tudo isso sem investimento externo,
apenas com o recurso gerado pelo público presente”, observa.
Há alguns anos, Geysa Castro tem ampliado seu leque de
atuação no mercado internacional. Tendo a música como princi-
pal atividade, a empresária estreitou relações com parceiros em
países da Europa e nos Estados Unidos – parceria esta que, em
um conjunto de ações com o MinC e a SecultBA, viabiliza a turnê
A consciência de atuar em um setor no qual o inves-
timento público é um dos menores já deixa o terreno
preparado para os agentes culturais. Com o contingen-
ciamento dos recursos para editais da Secretaria de
Cultura do Estado da Bahia, muitos projetos de 2014
ainda não foram realizados ou concluídos, e dos editais
setoriais deste ano não se tem notícia concreta. Para
Geysa Castro, sócia-diretora da Ginga P, a gestão interna
da empresa tem que ser estratégica diante desta reali-
dade, que já não é uma surpresa. “Absorver o impacto
negativo e minimizar os prejuízos ao máximo é a saída
para pensar a sustentabilidade de forma equilibrada e
sem histeria”, opina.
Para Ana Paula Vasconcelos, da Multi Planejamento
Cultural, um dos fatores principais para manutenção
de uma empresa é a diversificação de suas fontes de
arrecadação. Mesmo que o financiamento público seja
ainda a principal forma de viabilizar o mercado cultural,
existem empresas que têm editais próprios, como a
o corteNo dia 22 de maio de 2015, o Ministério do
Planejamento informou que R$ 69,9
bilhões dos gastos do orçamento para 2015
aprovados pelo Congresso Nacional serão
bloqueados. O orçamento do MinC para
2015 era de R$ 1,069 bilhão, caindo para
R$927 milhões (cerca de 33%) com o corte
previsto. A ação foi divulgada como parte
do ajuste fiscal para equilibrar as contas
públicas do país. Ministérios das Cidades,
da Saúde e da Educação foram
os que sofreram o maior corte.
“as leis de incentivo são distorcidas porque viraram uma forma de as empresas privadas colocarem suas marcas em evidência sem mexer no seu orçamento”Joilson santos, produtor
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arTE & EnTrETEnimEnTo | cultura
da Orkestra Rumpilezz nos EUA entre julho e agosto deste ano. A estraté-
gia foi unir esforços de todos os lados, promover intercâmbio entre os países e
ter paciência e traquejo para mostrar que o projeto é interessante para todos
os envolvidos. O Núcleo Viladança, coordenado por Cristina Castro, investe
no relacionamento institucional com parceiros no Brasil e fora dele, seja no
âmbito financeiro como no criativo. Desde maio de 2015, o Viladança promove
residências artísticas com coreógrafos internacionais, uma forma de estrei-
tar relações e investir na profissionalização de novos dançarinos baianos. O
programa tem patrocínio do Boticário na Dança, que desde 2014 investe em
diversas ações do grupo. “Essas parcerias duradouras são fruto de uma rela-
ção de confiança entre o financiador e o produtor, resultado de um trabalho
bem executado e que traz benefícios também às marcas envolvidas”, afirma
Cristina, que anualmente realiza o Festival Vivadança sob o patrocínio da Oi,
que já garantiu recursos para a edição de 2016.
Para além do incentivo FiscalÀ frente do Feira Coletivo, o produtor Joilson Santos desenvolve um núcleo
de ações que viabiliza projetos sem depender de dinheiro público para acon-
tecer. A partir de parcerias e planejamento de gastos e receita, o coletivo já
realizou, desde 2009, inúmeras ações culturais na cidade de Feira de Santana,
incluindo shows internacionais e de bandas de grande visibilidade nacional.
Tudo isso sem patrocínio público ou privado, exceto a última edição do Feira
Noise Festival em 2014, financiado pela Secult-BA por meio de edital.
Para Joilson, as leis de incentivo são distorci-
das, especialmente porque “viraram uma forma
de as empresas privadas colocarem suas mar-
cas em evidência sem mexer no seu orçamen-
to”. Ao mesmo tempo em que levam o crédito
de grandes financiadoras da cultura, o que não
procede, já que o dinheiro investido é público,
se dão ao luxo de investir somente em produtos
que lhes interesse em termos de marketing.
Dessa forma, projetos com menor projeção ou
inéditos são constantemente desprivilegiados.
Já Geysa Castro avalia que, mesmo com to-
dos os problemas e distorções, o incentivo fiscal
continua sendo um grande aliado. Segundo ela,
devemos seguir tentando minimizar os danos
e contradições das leis, e que o diálogo entre a
cadeia produtiva de cultura e as instâncias do
poder público é a melhor saída. “O Ministério
da Cultura para obter sucesso nestas reformas
propostas precisa da nossa participação. Somos
nós que estamos no campo, enfrentando as
consequências. Se queremos mudanças, apre-
sentemos também as soluções”, opina.
Ana Paula Vasconcelos, da Multi Planejamento Cultural: saída é a diversificação de suas fontes de arrecadação
Foto
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Foto: Divulgação
CARlos PRAzEREsCarlos Prazeres é carioca e deixou o Rio para assumir o comando e a direção artística da Orquestra Sinfônica da Bahia. Durante sua regência, o maestro implementou ações criativas que atraíram público para os concertos. Em 2013, por exemplo, a Osba tocou trilhas sonoras de filmes populares. Esse concerto lotou nove vezes o Teatro Castro Alves, de 1.600 lugares.
o baiano tem uma dificuldade natural de consumir a cultura erudita ou falta inovação para atraí-lo?
“O baiano é um povo especialmente sensível à arte, e isso se
deve a diversos fatores, dentre eles a própria miscigenação do
seu povo e a imensa riqueza arquitetônica e histórica presen-
te em seu território. Projetos criativos também proliferam a
cada dia na Bahia, seja na música de concerto com a Osba, por
exemplo, seja no teatro, nas mãos de excelentes diretores, como
Gil Vicente Tavares, ou ainda no jazz, com a incrível Rumpilezz.
Na área dos museus vale citar a gestão de Marcelo Resende no
MAM, revigorando aquele espaço de maneira única. Não tenho
nada contra a indústria do entretenimento, muito pelo con-
trário, também a consumo. O que precisamos na Bahia ou em
qualquer lugar do mundo é de um olhar constantemente atento
por parte das autoridades em prol de apoiar aquilo que realmen-
te precisa de apoio e não se utilizar desta mesma indústria de
entretenimento que naturalmente sempre encontrará apoio na
iniciativa privada, ávida por lucrar com a imagem que a mes-
ma produz - para fazer uma autopropaganda. A Bahia, como já
diria o visionário reitor da Ufba Edgard Santos, é, e precisa ser,
uma potência cultural do país. Suas orquestras, seus museus
e seus teatros precisam ser olhados de uma forma séria. Todo
e qualquer apoio a eles reflete imediatamente num consumo
voraz da cultura erudita por um povo sedento por ela, mesmo
que não saiba. E que tal cultura conviva de forma harmônica e
até interativa com a indústria do entretenimento. O fato é que
qualquer estado que faça uso somente desta última será única e
exclusivamente uma barraca de souvenir. Tenho fé de que esta
não será a nossa escolha. Tenho fé na Bahia”.
aRte & entRetenIMento | uma pergunta
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Apresentações de alto impacto Como fazer uma apresentação que cause impacto nas pessoas? Este foi o tema do I Módulo do Curso "A Trilogia das Apresentações de Alto Impacto" ministrado pelo Joni Galvão, CEO da The Plot Company, empresa especializada no conceito do Storytelling. Os participantes puderam recriar o conceito de uma boa história através de fundamentos como a criação de um Roteiro que guie o apresentador. Autor do livro "Super Apresentações", Joni Galvão volta a Salvador nos dias 11 e 12 de agosto para a edição II e III dos módulos Plot Your Presentation e Plot You respectivamente.
Camaçari global em pauta na Amcham Salvador
Liderando as discussões da melhoria da competitividade do Polo Industrial de Camaçari, a Amcham Salvador promoveu no último dia 29/7 edição do Ciclo de Desenvolvimento Regional debatendo ações e estratégias empresariais para promover a maior atratividade global do complexo baiano. "O Polo Industrial de Camaçari precisa ser entendido com a maior riqueza de detalhes possível", aponta Thiago Mota, gerente regional da Amcham Salvador. O encontro reuniu o prefeito de Camaçari, Ademar Delgado; além de representantes da Federação das Indústrias da Bahia, da Tendências Consultoria, Kimberly Clark, Oxiteno, entre outros executivos.
Terceirização em foco Os prós e contras da Terceirização de mão de obra esteve na pauta do Fórum Jurídico promovido pela Amcham Salvador no último dia 24/7, com a presença de mais 80 associados. O especialista Ivan Pugliese tirou dúvidas e detalhou os riscos e benefícios da terceirização no ponto vista empresarial.
Agenda11/08 | Trilogia das Apresentações de Alto Impacto- Plot your Presentations12/08 | Trilogia das Apresentações de Alto Impacto - Plot You14/08 | Seminário de Inovação| O mundo mudou. E agora?17/09 | CEO Fórum| Bossa Nova: Um novo jeito de fazer
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Você sabia?
Na crise, cresce 23% interesse empresarial em capacitação
O atual cenário de incerteza econômica aumentou o interesse do empresário brasileiro em
fóruns, eventos e capacitações. Nos seis primeiros meses do ano, a Amcham com 14 escritórios regionais
no País observou um aumento na demanda executiva de 23% em comparação ao mesmo período de 2014. No
primeiro semestre de 2015, mais de 40 mil executivos e empresários participaram das 959 atividades de capacitação
promovida pela entidade.
FAmíLiA: POr quE E PArA quê?
A Escola de Pais do Brasil, atenta
às inquietações dos pais, procu-
ra sempre, em seus círculos de
debates, salientar o verdadeiro
papel da família na sociedade,
qual seja: a formação integral do ser humano.
Para tanto, a família há que se debruçar
sobre si mesma e perguntar se está preparada
para cumprir esse papel que só a ela pertence e
a ninguém mais.
Olhando para si, a família descobre que não
é mais um conjunto de pessoas que se toleram.
É uma “consciência coletiva em ação”.
É uma comunidade, por isso mesmo, uma
pluralidade baseada na união da indestrutível
personalidade de cada um dos de seus inte-
grantes. trata-se, de início, de uma dualidade
marcada pelo encontro de dois seres que se
encontram e que desejam permanecer juntos.
A chegada dos filhos vem completar o universo
mais rico e mais complexo onde se desenrola
todo um fascinante processo de transforma-
ção: do ser animal em ser humano, isto é sua
passagem de simples indivíduo a pessoa. Cada
um dos integrantes tem uma permanência no
mundo, impossível de prever, mas inevitavel-
mente limitada no tempo. O grande mistério
reside no fato de que cada um desaparece, mas
a família não. Esta permanece, sobrevivendo
em seus membros, o que permite que alguns
grupos familiares possam se mirar em seus
antepassados. Sobre-existem vínculos imper-
ceptíveis sobre os quais repousa a segurança
da vida de cada um. não se trata de herança
genética. Em realidade, são elementos que se
transmitem por várias das gerações, caracteri-
zando a unidade da família ao longo dos anos.
tais elementos são, por certo, consistentes e destinados a permanecer, desde que
cultivados e estimulados.
dentre vários desses elementos há um que se destaca e se transforma em fun-
damental, tão fundamental que ousamos dizer que sem ele a família não cumpre
o seu papel de educadora por excelência: o espírito de família.
Este elemento, invisível, se constitui no “clima” que as pessoas estabelecem
entre si. deixemos claro que a família que não o possui, jamais será forte o sufi-
ciente para desempenhar o seu poder construtivo.
O espírito de família é um elemento psíquico (o conjunto de forças que
motivam ficar juntos) e relacional (as muitas formas com as quais essas forças se
expressam). não podemos dizer que conhecemos uma família só por ter conhe-
cido, isoladamente, cada um dos seus membros. Só a conhecemos quando os ve-
mos interagir. Assim, é esse elemento a mais que a vai diferenciar de um simples
agregado de pessoas. Formar uma família não significa estar juntos, mas estar
juntos a fim de construir um bem comum. Sem esse bem comum, sem esse clima,
a família não se concretiza, limita-se a um agregado de pessoas que facilmente
se pode desagregar. não criado o espírito familiar, o permanecer junto perde o
seu sentido, uma vez que faltam as motivações para se suportar os inevitáveis
conflitos de relacionamento.
Além de ser o cimento que une os seus membros, o espírito familiar tem ou-
tras importantes funções: proteger a família contra o assalto de agentes internos
e externos que tanto a fragilizam. É esse espírito que torna a família forte e faz
com que coletivamente cumpra o seu papel. vale nesse ponto uma reflexão: até
que ponto a minha família se comporta como tal? minha família construiu ou
está construindo um espaço intemporal onde se abriguem aqueles que se consti-
tuem a razão de nossa existência?
A convivência familiar supõe a comunidade de pais, filhos, irmãos que repre-
senta o primeiro ambiente em que se encontra o amor e se aprende que com ele
é possível fortalecer a harmonia e superar obstáculos.
muito poderia ser escrito sobre a comunidade familiar alicerçada na mística
da família. Fiquemos, a título de conclusão, com a constatação de que é na con-
vivência familiar que avultam a intimidade e a segurança. Os filhos se educam
no carinho e nutrem-se no acolhimento, na compreensão e na fidelidade do
amor entre seus membros. A casa deixa, então, de ser apenas um espaço para se
transformar num interior que nega a ausência porque exige presença. Ela conse-
gue ser então proposta permanente de acolhimento onde há sempre lugar para
todos, mas onde cada um tem o seu lugar.
conteaí
djalma falcão
Economista. mestre em família na sociedade contemporânea pela ucsal. membro do instituto geográfico e histórico da bahia. Com Terezinha, casal presidente nacional da Escola de Pais do brasil
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