revista b #22

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ANO 4 22 UNO HELENICE RICCI ACB CASA HABIARTE BARC CELMAR QUARTOS & ETC PORTOBELLO SHOP FLOR DE SAL ANDRÉ FERREIRA BUFFET FOFO RESTAURANTE CHURRASCARIA RIBEIRÃO SENSAÇÕES DOCES WALKING IN MY MIND

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Brazilian magazine about culture, fashion, architecture, gastronomy and entertainment.

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Page 1: Revista B #22

ano 4

22uno

helenice ricciacb casa

habiarte barc celmar

quartos & etcportobello shop

Flor de salandré Ferreira buFFet

FoFo restaurantechurrascaria ribeirão

sensações doces

walking in my mind

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sumário # 22

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uno | ambientação de eventos

cultura b | moda

lado b | un homme et une Femme

helenice ricci

capa | dentro de mim

acb casa

habiarte barc

desenho b | super contemporary

celmar

quartos & etc

casa cor 2009 | débora aguiar

portobello shop

cultura b | Feira nacional do livro

Flor de sal

andré Ferreira buFFet

FoFo restaurante

churrascaria ribeirão

sensações doces

respiro | intermitências

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inclui mapa destacável de ribeirão preto (zona sul)

nossa capa: Dots obsession, 2009 © YaYoi Kusama 2009 Foto: roger WoolDriDge | courtesy: HaYWarD gallerY, 2009

sumário:16 - Foto tosHio onDa22 - tHomas HirscHHorn, cavemanman, 2002 Foto roger WoolDriDge | courtesy: HaYWarD gallerY, 200940 - Foto Francis Wiermann

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criatividade, bom gosto e planejamento, transFormando sonhos em momentos especiais de beleza e encantamento, que anunciam uma nova Fase da vida. para cada debutante um estilo de comemoração.

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uno

11 |

ribeirão preto tel 16 3963 1463jaboticabal tel 16 3204 2144

sertãozinho tel 16 3942 [email protected]

www.unoambientacao.com.br

mapa 01

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há uma marca em josé do egito e eu diria, em encantamento súbito, que é tão inovadora quanto as estupendas combina-ções de cores de dries van notten, em sua última coleção de inverno, baseadas no trabalho do pintor fauvista holandês Kees van dongen, ou como a beleza absurda das golas de inverno raf simons para jil sander, inspiradas nas cerâmicas do escultor francês pol chambost.

há em seus vestidos uma feminilidade eletrizante e uma exuberância escapista - aquela que acredita que as banali-dades e efemeridades são tão necessárias como qualquer outra experiência. e em cada vestido que ele cria, há uma espécie de encenação de sua história: das colagens feitas de recortes de revistas velhas, que ele usava para recobrir com graça os corpos femininos, até seu corte e costura de hoje, onde desconstrói o corpo que insiste em ser somente carne, nudez óbvia e sem enigma, ele consegue traduzir sua marca pessoal.

do recorta e cola inocente, ele segue deslizando no ato criativo e lendo sobre arte, principalmente construtivismo na biblioteca nacional do rio de janeiro.

do universo da arte ele parte para o mundo do teatro. e, eis que aí, ele penetra o castelo da pele: o real e o imaginário na fruição estética do corpo - dessa sua experiência com teatro, ele absorveu aquilo que o corpo encena, e dessa ressonância surgem os vestidos descobertos cedo, mas recobertos e enco-bertos – e só agora revelados.

os vestidos que são a fronteira entre o corpo e uma exteriori-dade, e que dizem do feminino e da sedução necessária à vida, aqueles que nascem dos interstícios dessa vivência, o vestido que é a cena do corpo, e o corpo em cena.

ele recria assim, o lugar, onde uma mulher pode vestir e despir, e somente isso promove uma customização do corpo. lugar mágico onde não é necessário recortar a carne, onde a subjetividade na sua escolha desejante é quem faz um recorte, sem massificar e reduzir o corpo ao biológico e à nudez que ao mostrar quer mais é esconder, escamotear.

ele traz de volta a magia, imaginação, criatividade e liberdade, que ficam gravitando liricamente debaixo e acima de tecidos escolhidos com delicadeza e precisão - é a exuberância contra a melancolia, assim como faz christophe decarnin da balmain com seus surtos agudos e intergalácticos, e suas explosões de luxo kitsh, assim como os truques antimonotonia de riccardo tisci para givenchy na última coleção.

egito faz um transbordamento “barroco-escapista” imprevisível em suas dobras e margens, uma desconstrução sensual e sutil das bordas de uma mulher que quando se reveste, acontece

como que na música de chico buarque - onde o vestido cheirado a guardado, parece estar à espera do momento exato para sair e tomar um ar, namorar, dançar.

ao cobrir, ele não recobre o feminino que insiste em cada mulher, ao contrário traz um olhar novo, uma fantasia, um ar fresco, uma brisa suave para habitar a pele.

ele afirma e reitera, que a moda é uma das maneiras mais loquazes de mostrar o que estamos vivendo, já que significa muito mais que a roupa em si – é aquilo que veste e reveste um corpo cheio de significado.

ele faz vestidos para quebrar a dureza do mundo, faz vestidos que fazem levitar, um vestido para amolecer tempos brutos e bailar com a imaginação, como o lendário pretinho da audrey hepburn em bonequinha de luxo, o de veludo azul do david lynch, o fresco e assanhado da gabriela cravo e canela, o tomara que caia de dolce vita nas águas da Fontana de trevi. e, como diz a suprema diana vreeland: “em tempos de crise, você tem de ter estilo. ele nos ajuda a desejar e levantar da cama pela manhã. é um jeito de viver. sem estilo, você não é ninguém. e não estou falando de um montão de roupas”.

só um vestido feito com delicadeza pode oferecer isso. só um vestido e uma marca na subjetividade se descortina, e alguma novidade se instala na alma. só isso já traz de volta o mistério, já pede um atrevimento, uma leveza.

entre aquilo que se revela ao vestir e se desvela ao despir, egito faz uma bonita e legítima tecitura, que surge nas en-trelinhas dos tecidos, das cores, formas e arquiteturas. e com sua leveza, parece fazer uma moda longe da ditadura cheia de regras excludentes e sim apontar para uma alteridade - uma moda em que caibam todas as formas, todos os estilos e particularidades.

uma criação que flerta com o imperfeito e o inominável: com aquilo que escapa e que pode estar em qualquer um e em qualquer lugar: na rua, na feira, no botequim da esquina, na cor azul do papel que envolve a maçã, no amarelo desbotado do sol querendo sair, na praça, na fotografia que insiste, no agreste, no que pede, no que olha, numa poesia escondida, numa lágrima furtiva, numa mulher que se despe, numa nudez que pede mistério, num corpo que pede acolhimento.

um jeito de criar que parece acreditar naquilo que a geniali-dade de yves saint laurent também acreditava: “a moda passa, mas o estilo fica.”

cultura b | moDa

13 |

José do Egito a poesia da criaçãopor: bianca coutinHo Dias | [email protected]

jose Do egito - rio De janeiro WWW.joseDoegito.net

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luvas em couro | eleY KisHimoto

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lado bUn homme et Une femme

photographer : tosHio onDahair: teiji utsumi at blue roomsmaKe-up: jonas oliver at blue rooms using macFashion styling: remi taKenoucHi models: jonatHan WooDWarD @ stormieva birzina @ elite

por: jonas oliver | [email protected]

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laDo b

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vestido em tricô | basso & brooKelegs em malha | zambesisapato | eleY KisHimoto

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laDo b

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jaqueta | zambesi

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laDo b

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vestido drapeado | marcus constable

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laDo b

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jaqueta | cHronicles oF nevercamisa | paul&joe Homme calca | KsubiscarF | zambesitenis | g star

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a loja helenice ricci traz excelentes opções de vestidos, com peças luxuosamente discretas, tecidos maravilhosos, acabamentos perfeitos, e ao mesmo tempo hype e casuais.

nessa coleção apostou em longos esvoaçantes e fluidos, de estampas naturalistas e pulsantes na medida, como o da foto, que tem shape feminino e descontraído, mas também tem bossa para circular nas mais elegantes festas do verão com charme e graça.

com diferentes estilos, a helenice ricci apresenta maturidade fashion em vestidos de moulage impecável, como o ultradecorativo da foto, que retira o “little- black- dress” do tédio, desenhando a silhueta e se rompendo em fissuras inesperadas e provocativas.

por: bianca coutinHo Dias

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rua marechal deodoro, 1480ribeirão preto - sp

tel 16 3635 5773 / 3635 7474

mapa 02

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YaYoi Kusama Dots obsession, 2009 © YaYoi Kusama 2009

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caminho aberto a beirar o tâmisa, olhos Fechados em texturas do banal, mente

desvendada do nunca, eis o mergulho para a hayward gallery onde, aporta

o barco sensorial dos labirin-tos, inFinitos a nos abismar.

dentrode mim

por: regina maria amorim vieira | Fotos: roger WoolDriDge | courtesy: HaYWarD gallerY, 2009

walking in my mind

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capa

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vermelhas mandalas coaguladas de branco flutuam no es-pasmo líquido da linfa dita pensamento.

estamos, assim, inseridos na fantástica teia de Walking in my mind, uma aventura dentro da imaginação de dez artistas, a partir de seus processos criativos.

dentro em nós, mistério que somos, revelado e revelador, pela magia dos sentidos, nervos expostos, iniciamos a caminhada. nossa mente, a rota; a chegada, deixemos que se faça partida.

o encontro com a obra de yoshimoto nara e suas frases ple-nas do cotidiano que nos faz, culmina na instalação Place like home a nos envolver, qual conviva, nos necessários objetos ao solitário viver de artista.

seguindo, nossos pés tocam a sensibilidade de Keith tyson. sua arte é o resultado de um extraordinário arranjo de objetos, máquinas, desenhos, pinturas, outdoors, frases. em sua visão: “minha mente, o lugar onde estou, é a fronteira. ‘caminhando em minha mente’ é o ato final, cruzando esta fronteira.”

passos para sermos envolvidos pela mítica obra de charles avery e sua ilha imaginária, percepção mental e metafórica de alguma arte que é toda a arte.

para cairmos, em seguida, entre deslumbramentos, descemos com thomas hirschhorn por suas cavernas dentro e fora, no desequilíbrio de pés e mentes, olhos cor de existência, bus-cando as confusas razões que não nos explicam. – para mim,

a caverna está em seu cérebro, a caverna está em sua mente. diz o artista, sem dúvida um dos mais instigantes da exposição.

agora, somos recebidos pela criação de jason rhoades. Fixa sua obra na preocupação de como coisas, objetos e experiên-cias se organizam em nossa mente. seu fantástico quarto-objeto, no seu própio dizer: “como nós vemos as coisas no mundo... The Creation Myth é a desconstrução do cérebro do artista acumulando estímulos sensoriais através de objetos, máquinas, movimento e ritmo.”

saímos de sua obra confusos e engrandecidos para o tema partilhado com transbordante criatividade de bo christian larsson, na experiência que não distingue processo criativo da obra terminada.

agora estamos no Sleeping Room de pipilotti rist. aqui, ausentes de censura, nossos melhores sonhos flutuam. penetramos um universo de paz e silêncio que também nos penetra. tudo quieto como a grande mente. indescritível!

“quando eu sonho... eu sinto o sonho como realidade. eu não posso distinguir entre sonho e realidade . quando eu acordo, eu tenho o sentimento de que sonho ainda.” eis chiharu shiota com seu teto estendido como paredes e suas percepções levadas ao infinito.

Self-portrait as a building nos apresenta mark manders. incrível visão onde a mente é o lugar onde os atos humanos pensam. toda a sua obra uma viagem de deduções e estímulos.

Yng (YosHitomo nara + graF)mY DraWing room 2008, beDroom, (inside detail 2009 installation)copyright the artist

KeitH tYsonstuDio Wall DraWing: jan 2009 - locKeD out oF eDen - vieWing tHe cHilDren plaYing in tHe garDen From tHe saFetY oF mY cerebral Fortress, 2009 (detail shot)copyright the artist

tHomas HirscHHorncavemanman, 2002, installation view at hayward gallery, 2009copyright the artist

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cHiHaru sHiota aFter tHe Dream 2009copyright the artist

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cliente

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desagua, por fim, a caminhada no vermelho intenso da mente do obsessivo processo criativo de yayoi Kusama. permissão para alucinações e mitos a nos chocar sinapses vermelho-bran-co tal qual o cimo interior do universo mental que nos habita.sua obra nasce da doença mental e suas visões são traduzidas frente nosso olhar como a mais vazante arte a desdobrar-se para além do espaço da galeria vestindo as árvores a beira do tâmisa. yayoi Kusama rasga nosso véu mental desvelando nos-sa interior paisagem. ela faz o cruzamento entre “realidade” e forma mental ao nos alucinar para que possamos perceber uma só expressão mente/forma, ao invés do ilusório universo fragmentado de nossa vã concepção do real.

sem dúvida, em yayoi Kusama chegamos ao ponto culmi-nante de nossa rota na Hayward Gallery.

Walking in my mind, uma proposta imperdível para quem vai ou está em londres agora. caminhar pela própria mente, uma proposta ainda mais instigante e para quem estiver, agora, em qualquer ou nenhum lugar. eis a viagem! pois que a vigem sempre começa e termina no mistério interior da mente de qualquer ser que respire vida.

boa viagem!

HaYWarD gallerY - lonDon WalKinginmYminD.soutHbanKcentre.co.uK

jason rHoaDestHe creation mYtH, 1998 (installation view, hayward gallery, 2009)copyright the artist

YaYoi Kusama ascension oF polKaDots on tHe trees, 2009© yayoi Kusama 2009

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rua joão penteado, 500 tel 16 3878 1370 - 3878 1373

www.acbcasa.com.br

mapa 03

acb casa

cortinas, colchas, almofadas, persianas luxaflex, revestimentos de parede wallpaper, tecidos nacionais e importados, móveis e estofados sob medida. estes são alguns dos produtos que a acb casa tem em sua loja para atender clientes, arquitetos e decoradores. com atendi-mento personalizado procura transformar sonhos em realidade com profissionalismo e competência.

mostraacb casaFotos: gian clauDio biancuzzi

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habiartE barcplanejado para atender as exigências do mercado corporativo de ribeirão preto, o galileu office está localizado em área nobre da cidade, na rua galileu galilei, ao lado do ribeirão-shopping e próximo aos principais comércios e avenidas da zona sul. apresenta infraestrurura inteligente e espaços com flexibilidade na planta que se adaptam a cada projeto, sem abrir mão de conforto e modernidade

com um conceito exclusivo, esse novo empreendimento comercial da habiarte barc construtores associados, projetado por carlos trocca, apresenta 61 unidades com 53 salas, quatro lojas e quatro duplex. as salas comerciais

têm infraestrutura para ar condicionado, uma copa e dois banheiros, uma vaga de garagem (com acesso independente) por conjunto com possibilidade de segunda vaga e unidades a partir de 59,68 m². as unidades duplex têm metragem a partir de 199,27 m² com varanda e três vagas na garagem. nos andares, também haverá banheiros de uso comum.

o lobby do edifício com pé direito duplo será entregue deco-rado, conforme memorial descritivo do empreendimento. no hall de entrada haverá catracas de segurança e lojas de con-veniência e serviços (com wc próprio) no térreo para facilitar o dia a dia. a entrega está prevista para maio de 2011.

galileU office: o perfil inteligente

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central De venDas av joão Fiusa, 2601mirante morro do ypê, ribeirão preto - sptel 16 3323 [email protected]

mapa 04

de Um empreendimento comercial

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DesenHo b

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sUper contemporarydEsEnho b por: Heloisa rigHetto | Fotos: Divulgação

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super contemporarY

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celebrar londres e sua diversidade. esse é o objetivo principal da exposição super contemporary, que acontece no london design museum até 04 de outubro. quinze artistas e designers baseados na capital foram convidados a explorar o magne-tismo dessa cidade, que atrai tanta gente e lança tendências. dentre o grupo de designers, nomes da elite criativa britânica como tom dixon, ron arad e o estilista paul smith contrastam com os novos talentos, chamados pelo curador da exposicão de “futuras estrelas”. segundo o diretor do museu, deyan sudjic, essa exposicão é um dos projetos mais ambiciosos da instituição em seus vinte anos de existência.

durante a coletiva de imprensa, ficou claro que o conceito unânime entre designers e organizadores, é o de que não existe um london style, pois essa é a cidade que permite que os criativos sejam eles mesmos; é um lugar com cenário cul-tural vibrante; onde design, arquitetura, arte e moda fazem um mix com resultado extraordinário. então, esse é o momento de dar alguma coisa em troca, e foi exatamente esse o briefing passado para os designers. respondendo a uma recente pes-quisa, que como resultado mostrou que na opinião dos turistas os londrinos são os mais mal vestidos, paul smith disse: “em londres ninguém se veste mal, cada um tem sua identidade própria e a cidade permite essa liberdade de expressão, o que claramente não acontece em muitos centros culturais”.

entre os quinze participantes – que trouxeram propostas com muita imaginação, visão de futuro e pragmatismo – destacam-se os trabalhos de david adjaye, industrial Facility e thomas heatherwick, que utilizaram elementos chave da paisagem urbana de londres: parada de ônibus, cabine telefônica e poste de iluminação; e reinventaram suas pos-sibilidades esteticamente e funcionalmente.

pensado como uma combinação de elementos que podem ser adaptados a diferentes espaços, o bus shelter – criação de david adjaye – adapta o ponto de ônibus para as reais necessidades dos usuários nos dias de hoje. superfícies e bancos criam uma variedade de soluções para que os pas-sageiros se acomodem, levando em consideração o tempo de espera e a maneira como nos sentimos relaxados. já o K9, que de acordo com os designers da industrial Facility é a menor agência de correios do mundo, baseou-se no espaço ocupado pelas cabines telefônicas para facilitar a vida corrida dos londrinos: uma cabine individual, onde o atendente está do outro lado de uma tela de lcd, presta os principais serviços que uma agência comum oferece. ainda falando sobre mobiliário urbano, o poste de luz de thomas heatherwick parece dançar. a idéia foi pegar o objeto, familiar ao olhar de todos e que está sempre na vertical, e reposicioná-lo de maneira que desse a impressão de energia e movimento. ainda que surpreendente e reconhecível, continua sendo funcional.

wayne hemingway não precisou pensar duas vezes para responder como poderia agradecer a cidade: criou um quisoque (KiosKiosk) para servir como ponto de venda para novos designers, os quais pagariam um valor quase inexis-tente de aluguel. wayne levou em consideração os sessenta mil estudantes de design que se formam todos os anos e que não conseguem arcar com as despesas para venderem seus produtos. dessa forma, o designer retribui fazendo pelos ou-tros o que a cidade fez por ele quando começou sua carreira; vendia suas peças em barracas nos mercados londrinos.

porém, nenhum projeto está chamando tanta atenção como a lixeira proposta pelo tradicionalíssimo estilista inglês, sir paul smith. paul, quando questionado como poderia home-nagear a capital, pensou imediatamente em sua aversão ao lixo espalhado pelas ruas. conhecido por tornar o usual em desejável, com um toque contemporâneo e uma visão pessoal, paul aproveitou a oportunidade para mobilizar os moradores em uma campanha anti-lixo. sabendo do poder do bom humor, que certamente trás resultados mais rapida-mente do que instruções e proibições, sir smith apresentou uma lixeira que agradece quando “recebe” o lixo: um coelho, equipado com saco plástico e sensor. ao “perceber” que o saco esta sendo usado, as orelhas do coelho acendem e pis-cam. não há como não prestar atenção, e paul smith acertou em cheio quando disse que com estímulos como esse, as crianças também aprendem.

infelizmente, não é prioridade dos organizadores e design-ers colocar os projetos em prática. apesar da existência de alguns protótipos - não só na exposição, mas também em pontos estratégicos da cidade - a idéia é de que as pessoas compreendam e reflitam sobre esse magnetismo londrino, e de que forma podem agregar isso a suas vidas. além da exposição - que traz também uma linha do tempo constituída por acontecimentos importantes em londres e uma série de mapas alternativos - , vários eventos acontecerão ao longo dos próximos meses, como debates e palestras com os designers. todas as informações podem ser obtidas no site do museu: www.designmuseum.org

em londres ninguém se veste mal, cada um tem sua identidade própria e a

cidade permite essa liberdade de expresão

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o tradicional padrão de qualidade aperfeiçoado desde 1950 pela marca celmar, traz para ribeirão preto o conceito de versatilidade em móveis planejados, que desenvolvidos com tecnologia e matérias-primas certificadas, garantem ambi-entes exclusivos com móveis de durabilidade incontestável.

na loja celmar, recém inaugurada em ribeirão, a versatili-dade dos planejados da marca é apresentada em cada um dos 13 ambientes projetados para o show-room de 230 m2,

que reforça a sensação de conforto e bem estar de uma casa. com mais de 80 lojas espalhadas no brasil, a celmar oferece produtos e serviços especiais a seus clientes com reconhecida qualidade e tecnologia aplicada, utilizando o conhecimento para a criação de diferenciais como utilização do sistema italiano de pintura tintométrico, que permite a elaboração de 720 cores para acabamento tanto em madeira, como em vidros, o objetivo é apresentar ao mercado soluções criativas e confortáveis, com design e muita qualidade.

cElmara QUalidade QUe sUa casa eXige

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celmar

avenida independência, 1920 ribeirão preto - sp

tel 16 3602 [email protected]

www.celmarmoveis.com.br

mapa 05

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cliente

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QUartos & Etcpeças Únicas na medida do seU bom gostoFotos: camila barrionovo

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quartos & etc

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rua marechal deodoro, 1786 ribeirão preto - sp

tel 16 3235 4501 www.qe-stores.com

mapa 06

especializada em móveis customizáveis, a q&e - quartos & etc ofere-ce elegância na medida exata de cada estilo, com peças de design produzidas sob encomenda a partir do desejo do cliente, gerando produtos realmente exclusivos, pois além do cliente poder persona-lizar cores, medidas, acabamentos, ferragens, puxadores entre outros fatores no móvel, o mesmo leva um número gravado na parte inferior da madeira que é único e nunca se repete. a flexibilidade na produção dos móveis reflete toda a preocupação com a qualidade e o trabalho habilidoso dos artesãos.

há mais de 20 anos no mercado moveleiro, a q&e - quartos & etc destaca-se inovando e lançando tendências, além de garantir com ex-celência um atendimento diferenciado em todas as fases de produção. uma das razões pela qual a grife é hoje líder de mercado e faz tanto sucesso entre os principais profissionais da decoração no brasil. com lojas espalhadas por todo o país, essa empresa que foi a primeira loja especializada em dormitórios da américa do sul, desenvolve constante-mente soluções que agregam o mais alto patamar de qualidade.

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casa cor 2009 | débora agUiarconforto sUstentÁVelUrgÊncia cUltUralFotos: Divulgação

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a preocupação em utilizar soluções alter-nativas sem agredir a natureza, reforçando o conceito da sustentabilidade, foi espe-cialmente reconhecida na casa cor são paulo 2009 com a eleição dos melhores projetos em dez categorias. além de transportar os visitantes para um mundo poético e aconchegante, o “refúgio do velejeiro”, projetado pela arquiteta débora aguiar, foi premiado em duas categorias: projeto mais sustentável e melhor ambi-ente da casa cor.

a proposta da arquitetura foi contem-porânea e viável para uma construção rápida, que durou menos de 30 dias. a casa de praia de 380m² se insere em qualquer contexto: da praia ao campo, da cidade à montanha. ela poderia estar em qualquer lugar, independentemente do clima ou da época.

“procurei um tema que agregasse tudo aquilo em que acredito no nosso tra-balho: amor, leveza, natureza abundante, luz e materiais naturais. decidi combinar tudo isso com poesia, retratada na forma de um veleiro e um par de bicicletas. aproveitamos a vegetação e a paisagem em volta a partir de grandes painéis de vidro que dão a transparência necessária para a natureza entrar dentro de casa, de onde é possível vislumbrar a bela paisagem”, revela débora.

na edição deste ano, a casa cor são paulo apresentou no maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo da américa latina 124 ambientes com ideias e tendências do setor.

pareDe, banHeira e bancaDas, portobello sHop

a utilização de materiais

sustentáveis na arquitetura

não é modismo, é uma urgên-

cia cultural que deve Fazer

parte de nossas vidasDébora aguiar - arquiteta

37 |

casa cor 2009

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portobello sHop

a nova linha ecodécor apresenta a French wood portobello, inspirada nas contem-porâneas madeiras francesas em formatos alongados e superfície levemente encerada. ecodécor reproduz o oak - o carvalho brasileiro - que é abundante nas florestas francesas e utilizado tanto para o envelheci-mento do vinho em seus barris quanto para revestimentos. para compor a cartela de cores em ton sur ton de beges e fendis desta linha foram utilizados pigmentos que tingem a madeira natural. ecodécor é um porcella-nato through body – com massa colorida.

av. pres. vargas, 2.179 ribeirão preto - sp tel 16 3621-1700

mapa 07

inspiração Francesa reproduz a beleza do carvalho brasileiro

ecodÉcor

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cUltUra abateU à porta...

abriram...e a marcha prossegUe!

nem todos

FEira nacional do livro – ribEirão PrEto

acompanhamos bem de perto o seu desenrolar para saber até onde se desdobra, até onde chega e quais efeitos imediatos produz. também focaremos nas novidades, os velhos conhe-cidos que nos perdoem. sem magoas.

cada ano que passa, ela se torna maior e mais complexa de analisar. diz-se que é feita para o povo, mas que povo é esse? nesse sentido a Feira provoca a reação do povo e dessa reação tem-se uma idéia de como anda esse povo.

comecemos na quinta 18 de junho com o show de aber-tura verde, amarelo e violeta que reuniu a talentosa dupla de ribeirão preto vania lucas e mário Feres com a neta de vilota parra, tita parra acompanhada do bisneto de violeta parra, o violonista antar parra. um intercâmbio cultural entre brasil e chile, pais homenageado. numa atmosfera mais, digamos assim, latino americana desfilaram sucessos de chico buarque, guinga, milton nascimento e vilota parra entre outros. chama a atenção como o público gosta desses ritmos,

é como se estivesse no sangue, no entanto no dia a dia não consome esse tipo de música.

em seguida foi a vez de paulinho da viola que apresentou o seu cd “acústico mtv” que, aliás, ficou difícil de apreciar já que foi na explanada e o som se perdeu no barulho da multidão. um show acústico num lugar aberto demais. ossos do ofício.

no dia seguinte um caso curioso, no salão de ideias do teatro pedro ii uma multidão de adolescentes se apertou para ver de perto o ator rafael cortez que ficou nacionalmente conhecido pelo programa cqc, fenômeno de popularidade da televisão. o mais insólito é que o público esperava o personagem do cqc, mas o artista queria mostrar seu lado mais culto de ator e violonista clássico além de seu trabalho de audiolivros em que narra obras de, nada menos que, machado de assis. ou seja, a fama no brasil cria uma expectativa cega na qual se quer enxergar o ídolo e não a pessoa e o que ela tem a dizer.

por Kairo ochoa | [email protected]

mais um ano se passou e novamente chegou a Feira nacional do livro de ribeirão preto. cercada de grandes números e recordes de público, edito-ras, livreiros, eventos e shows, a Feira do livro alcançou sua nona edição.

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Fra

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cultura b

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a FEira Em imagEnsFotos Francis Wiermann | www.FlicKr.com/Franciswiermann

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Feira nacional Do livro

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cultura b

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e o contraste foi nítido já que no salão de ideias anterior estavam reunidos num auditório menor todos os patronos da Feira das edições anteriores. pessoas que constroem os alicerces da cultura e não da audiência.

ainda na sexta, que chamaremos de densa, o idealizador da tropicália, o maestro, violoncelista, compositor e crítico, julio medaglia compartilhava com um pequeno público a suas experiências nessa difícil tarefa de promover cultura no brasil. na seqüência foi a vez de ali Kamel, atual diretor da central globo de jornalismo que veio para conversar sobre seus dois livros “não somos racistas” e “sobre o islã”. é raro ver alguém tão ligado à poderosa mídia brasileira aparecer em público. mérito da literatura. dois temas extremamente polêmicos, o racismo no brasil e a lógica por trás do funcio-namento do islã. para além do cargo que ocupa, há um pes-quisador sério que se debruçou sobre essas questões e trouxe algumas reflexões como a de que o sistema de cotas, de forma geral, mas especificamente para negros, é um erro, já que no brasil o problema maior, segundo ele, é a distribuição de renda. ou seja, propõe que se adote o sistema de cotas, mas levando em conta a situação econômica dos indivíduos e não sua raça ou cor da pele. a situação econômica des-favorável seria um fator transitório e por isso merecedor de apoio. dessa forma os que se deveriam beneficiar do sistema de cotas são os brancos pobres, os negros pobres, os índios pobres, os pardos pobres, etc. recado dado.

um pouco mais adiante entrou o filósofo, escritor e colunista do jornal “Folha de são paulo” luis Felipe pondé que discutiu as dificuldades da vida amorosa e sexual entre homens e mul-heres na pós modernidade. para ele as relações hoje são vistas e encaradas como investimento. Frases como “vou investir em fulano”, “o que que eu ganho com estar junto de você”, “investi tudo de mim por nada, vejam só como sou pago” são muito comuns hoje e mostram como as relações saíram do campo do afeto, ou podemos dizer do “amor a arte”, para o campo dos ganhos, do lucro. andamos o tempo todo atentos para saber onde colocamos nosso investimento por ser “uma operação de risco” que merece todo cuidado.

Falando em risco, apesar do belíssimo concerto que a orquestra sinfônica de ribeirão deu junto aos renomados solistas Fernando portari e rosana lamosa, a orquestra se encontra em sérios problemas financeiros, reflexo da pouca importância que se dá para a cultura na cidade. não basta ter o discurso de que a cultura é importante, são necessárias atitudes concretas de apoio a mesma.

no sábado uma boa dose de descontração e bom humor irônico com o salão de ideia do cearense xico sá que divertiu a todos com as constantes desconstruções da sociedade careta e sínica ao falar de forma inteligente e iconoclasta de homens, mulheres, sejam hetero ou homo e suas relações. brincou até dizendo que lhe atribuem ser precursor do movimento mangue beat pernambucano, sendo que o único que fez foi

hospedar “os caras” que vieram do nordeste tentar a sorte em são paulo. certamente uma dose de humildade apropriada.

ao escurecer ocorreu um dos shows mais sensíveis e gene-rosos. adriana calcanhoto entra com uns vestidos de várias cores sobrepostos, que aos poucos foi tirando. o sentimento que essa cantora transmite é direto. sem intermediários. suas letras e a vida que ganham ao cantá-las expressam sensações indizíveis. por isso tocam tanto. o comportamento da banda, a bateria fusionada com a percussão num “s” onde os dois músicos revezavam as posições, era de um desprendimento tocante e uma empatia singular. aparentemente um detalhe, mas há muita coisa por trás disso.

no dia seguinte adriana apareceu no salão de ideias para falar de seu primeiro livro “saga lusa”. um livro como a única saída à possibilidade de não voltar mais de um surto psicótico que sofreu em portugal. ah... se não fosse a literatura!

na seqüência veio um senhor, cuja vasta experiência na revolução cubana lhe confere certa autoridade para falar de alguém muito falado, che guevara. generosamente, tirso saenz compartilhou suas experiências ao lado do che guevara. não o guerrilheiro e sim o estadista, o visionário e mais do que isso o modelo, não pelo comportamento santo, mas sim por sua coerência. em meio a tantos afazeres e certa prosperidade, muitos revolucionários se esqueciam das origens e o foco da revolução e se entregavam aos vícios e a permissividade que o che tanto repudiava. Fazia questão de dar o exemplo. temos que comer o que o povo come. não somos diferentes dele. se o sanado aprendesse só isso do che, acabaria a atual farra. e para fechar, brincou com a frase, muito conhecida no brasil “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” disse que nunca ouviu o che dizer isso, mas que conhecendo o caráter dele, seria algo que ele poderia ter dito. Foi delicado com o imaginário brasileiro, né?

na segunda-feira o café Filosófico com o escritor, teatrólogo, ensaísta e contista mineiro, alexandre azevedo foi um relato aberto de sua carreira como escritor, os bastidores dessa saga, as angustias e anedotas nessa imprevisível jornada. sem con-tar a aula de literatura brasileira que ofereceu através de uma

a Fama no brasil cria uma expectativa cega

na qual se quer enxergar o ídolo e não a pessoa e

o que ela tem a dizer

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Feira nacional Do livro

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narrativa humilde e acolhedora. sorte a nossa de ter publi-cado um texto dele na revista b. que venham outros.

já na terça a gastronomia levantou a voz. no café com letras a chef de cozinha ribeirãopretana, helena mil homens conver-sou com o público sobre seu primeiro livro “calos em minhas mãos: relatos amargos de drama queen” cuja personagem se utiliza dos conhecimentos culinários para enfeitiçar “o outro”. aproveitou para desmistificar a profissão, cheia de imagens de vida glamorosa e fácil, dizendo “muito pelo contrario, o trabalho de um chef é árduo e requer verdadeiros sacrifícios”.

logo em seguida entra no salão de ideias, um sujeito com pinta de modelo e diz: olá, boa tarde! na platéia, suspiros femininos seguidos de aplausos. olivier anquier já foi logo se situando: “eu não sou chef, eu sou padeiro”. numa fala equi-librista entre a modéstia e o oposto, mas ao mesmo tempo cordial, foi relatando sua história. trabalho duro, pesquisa intensa, lutar para estabelecer uma cultura de degustação do pão na contramão do consumo do solitário, sem graça e único filão que os brasileiros estavam acostumados. disse que foi a curiosidade que o levou pelo brasil todo, conhecendo pessoas, pratos e lugares relatados no livro “diário do olivier”. uma verdadeira aula de marketing pessoal.

na quarta-feira foi a vez de um dos maiores dramaturgos brasi-leiro. márcio souza, também autor do celebre livro “galvez, imperador do acre”. de fala tranqüila e segura trouxe aos pre-sentes sérias reflexões sobre o que acontece no amazonas. a distância que separa o sudeste do amazonas não é só geográfi-ca, é espiritual, vivencial e cultural. o mais irônico é que, quem decide, manda e desmanda nesse tesouro são pessoas alheias totalmente ao povo da amazônia e seus costumes.

ao cair da noite entrou no palco o instrumentista ribeirãopre-tano, maestro de muitos no brasil, zé da conceição. justo. logo em seguida um show memorável. joão bosco fez o que quis da mpb acompanhado do incrível percussionista arman-do marçal e o trio de jazz chamado nosso trio, formado por ney conceição, considerado o maior baixista da atualidade; Kiko Freitas na bateria, cujo nome consta no conceituado site drummerworld e nelson Faria na guitarra, um monstro.

tem até uma guitarra com o nome dele, a condor nelson Faria signature, é mole! todos eles já gravaram discos com os melhores artistas do brasil. uma apresentação musicalmente requintadíssima para todos os ouvidos, mas para os mais treinados foi um orgasmo. Falta de respeito.

na quinta foi a vez de toquinho e mpb4. difícil não gostar de tudo que tocaram. os clássicos com o vinícius de moraes são um golpe baixo. sempre.

indo para o fim da feira (sem trocadilhos) a cantora e compositora mato-grossense vanessa da mata provou que a televisão (novelas) no brasil é capaz de grandes feitos. o show foi uma barbárie de gente. Fãs, não-fãs, curiosos e per-didos estavam lá. mas teve seu momento mágico. explico. quando acaba um show coloca-se uma musiquinha de fundo para desmontar o palco, mas o genial técnico de som resolveu tocar “billie jean” do michael jackson no último. Foi incrível. a homenagem mais rápida e inesperada que teve. valeu o tumulto.

este ano comemora-se o centenário da carmen miranda, “a pequena notável”. influência confessa da cantora e composi-tora paulistana ná ozzetti. não poderia haver alguém melhor para homenageá-la do que ela. acompanhada dos músicos dante ozzetti, violonista e irmão da ná; mário manga, na guitarra e violoncelo; sérgio reze na bateria e percussão e zé alexandre carvalho no contrabaixo acústico. a escolha do teatro pedro ii também foi a mais adequada. o som estava impecável. os arranjos primorosos das músicas dos grandes compositores que a carmen gravou entre as décadas de 40, 50 e 60 tais como ary barroso, assis valente, synval silva, dorival caymmi e custódio mesquita ficaram sensacionais. para o público jovem não poderia ser melhor, já que a lingua-gem musical utilizada por esses grandes músicos deu uma roupagem atual e sofisticada ao extremo. uma releitura à altura da homenageada. hum!

já o domingo pedia um pouco de sossego, depois de tantas informações, emoções e algumas contradições. e assim foi, a platéia do teatro lotada para ver chegar um senhor de 83 anos vestido de um branco pacífico. thiago de mello, poeta amazonense conhecido mundialmente pelo célebre “os estatutos do homem” fechou o salão de ideias com reflexões sobre os temas que sempre defendeu: os direitos humanos, a sobrevivência da amazônia e a simplicidade da vida e dos ho-mens. ao falar da importância da leitura citou josé martí, poe-ta predileto dos líderes da revolução cubana que disse: “yo no te pido que creas, lo que quiero es que leas”. brilhante. assim a tarde foi caindo, o show do lenine na eminência e que, aliás provaria o porque é um dos artistas mais criativos do brasil, mas as fortes demonstrações de afeto prosseguiam na platéia do teatro, todas em reverencia a este grande poeta. o mesmo retribuiu com uma frase que usaremos para terminar este breve relato. “quem lê não apenas sabe mais, quem lê é mais importante” t.m.

a orquestra se encontra em sérios problemas

Financeiros, reFlexo da pouca importância que se

dá para a cultura na cidade

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cliente

Flor dE sal

dE volta às origEns

nos últimos anos, com a gastrono-mia deixando de ser uma prática

restrita aos grandes centros urbanos, o conceito gastronômico está mais presente no cotidiano das pessoas

desde refeições diárias até sofistica-dos restaurantes e buffets.

com essa mudança, o conhecimento estabelece novas técnicas e a trans-

formação nas cozinhas, principal-mente nos restaurantes que utilizam utensílios e procedimentos adapta-

dos pela tecnologia. certamente, essa nova realidade agrega fatores

positivos na rotina de um chef, mas também, devemos considerar as

características negativas que podem nos distanciar de uma alimentação

saudável e de qualidade.

para atender o consumo e a prática da gastronomia, o mercado de

por: tiago caparrozFotos: Wagner abraHão junior

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rua Floriano peixoto, 1463boulevard, ribeirão pretotel 16 3421 4963 / 4141 0559

rua generosa bastos, 3135 redentora, são josé do rio preto

tel 17 3121 6500

mapa 08

produtos químicos e alimentos indus-trializados se desenvolve fortemente, oferecendo “praticidade” e “o mesmo sabor”. mas aos poucos nós podemos perceber que as mesmas pessoas que buscavam por como-dismo os alimentos industrializados, agora redescobrem o sabor dos alimentos naturais e frescos, livres de hormônios e pesticidas.

nesse sentido, surge o movimento que estimula uma volta às origens, com a culinária que valoriza os ingre-dientes locais e regionais produzidos na agricultura familiar e por pequenos produtores. além das pessoas resga-tarem o prazer de comer bem, com receitas clássicas da gastronomia.

aplicar os princípios de uma ali-mentação mais sustentável na rotina de um restaurante, é uma forma artística e especial de oferecer saúde com a vitalidade dos alimentos e o trabalho de um bom chef.

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cliente

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disco rEdondo dE massa FErmEntada com cobErtUrapor anDré Ferreira | [email protected] | Fotos: Wagner abraHão junior

há mais de 5000 anos, babilônios, hebreus e egípcios já misturavam o trigo e a água para assar em fornos rústicos. essa massa conhecida como “pão-de-abraão”, também era chamada de piscea.

três séculos antes de cristo, os fenícios costumavam acres-centar coberturas de carne e cebola ao pão; os turcos mulçu-manos adotaram essa prática durante a idade média e por causa das cruzadas, esse costume chegou à itália pelo porto de nápoles. no início, somente as ervas regionais e o azeite de oliva, ingredientes comuns, eram típicos da pizza. nessa época, a massa ainda não possuía a forma redonda, ela era dobrada ao meio, feito sanduíche ou calzone. além de inserir o tomate na pizza, os italianos adicionaram novos ingredi-entes dando origem aos sabores mundialmente conhecidos.

a primeira pizzaria que se tem notícia, a port’alba, em nápoles, se transformou desde sua criação em 1738, no ponto de encontro de artistas famosos da época, tais como o escritor alexandre dumas, que inclusive citou variações de pizzas em suas obras.

a pizza chegou ao brasil por meio dos imigrantes italia-nos, e hoje pode ser encontrada facilmente na maioria das cidades brasileiras. até os anos 50, era muito mais comum ser encontrada em meio à colônia italiana, tornando-se logo em seguida parte da cultura deste país. a partir de 1985, comemora-se o dia da pizza em 10 de julho.

no brasil, foi no brás, bairro paulistano dos imigrantes italianos, que as primeiras pizzas começaram a ser comercializadas.

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disco rEdondo dE massa FErmEntada com cobErtUra

anDré Ferreira buFFet

rua dr. josé guimarães, 238jardim irajá, ribeirão preto - sp

tel 16 3623 7874 www.andreFerreirabuFFet.com.br

mapa 09

ingreDientes

para duas pizzas de 450 g cada: • 900 g de farinha de trigo • 450 ml de água aproximadamente • 4 g de fermento biológico seco • 40 ml de óleo • 20 g de sal • 6 colheres (sopa) de molho de tomate para pizza • 200 g de presunto cru finamente fatiado • 300 g de mussarela de bufala bem fresca em finas fatias • ½ maço de broto de agrião

moDo De Fazer

coloque a farinha num recipiente acrescente o sal o fermento e bata para misturar os ingredientes, coloque a água e bata até ficar homogênea e macia, ela não deve mais grudar. acres-cente o óleo e bata mais um pouco.

cubra a massa e deixe descançar por duas hora . divida em duas partes cubra e deixe crescer novamente.

abra com as mãos deixando uma borda mais alta de 1 a 2 cm coloque o presunto cru por cima a mussarela de bufala e depois o molho de tomate, leve ao forno já aquecido e deixe 90s aproximadamente retire e coloque o broto de agrião.

sirva imediatamente.

pizza de presunto cru mussarela de búFala e broto de agrião

acima imagem Do Forno Da pizzaria port’alba em nápoles

abaixo anDré Ferreira e eDuarDo peDrescHi

algumas preparações são tradicionais e têm fiéis seguidores como o caso da margherita (tomate, queijo mozzarella e folhas de manjericão (nomeada em homenagem à princesa-consorte margarida de savóia, que adorava pizzas); mas a variedade de coberturas que se pode colo-car sobre uma pizza é quase “infinita”. a pizza tradicional deve ser as-sada em forno a lenha em 485 graus celsius por aproximadamente 90 segundos, sem exageros de cobertura e bordas crocantes de 1 a 2cm. também não podemos desprezar as pizzas feitas em casa e assadas em forno convencional, servidas no jantar ou lanche, que sempre trazem sabores de boas lembranças.

miK

e st

eele

agradecimento para eduardo pedreschi

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carré De corDeiro com risoto À milanese

vinHo: paulucci malbec

com adoráveis aromas de violetas e excelente proFundidade, este delicioso malbec, elaborado com uvas do excelente vinhedo da Família paulucci, mereceu nada menos que 90 pontos de robert parKer. a assinatura é de laura catena, responsável pelos vinhos de luca e la posta.

Fotos: Wagner abraHão junior

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horário de Funcionamento: quarta a sábado

jantar a partir das 20:00h domingo

almoço a partir das 12:00h

rua joão penteado, 602ribeirão preto

tel 16 3635 7075 / 3635 7921www.FoForestaurante.com.br

mapa 10

risoto negro com Frutos Do mar

vinHo: reservacHarDonnaY

um best buy para a wine enthusiast, este ótimo chardonnay é Fresco e elegante, no melhor estilo dos brancos de casablanca. uma terça parte do vinho é maturado em barricas de carvalho, enquanto o res-tante permanece 5 meses em contato com as borras. o resultado é um vinho Fino e saboroso, com ótima complexidade.

na gastronomia, assim como a técnica e o conheci-mento, a criatividade é um importante ingrediente que permite variações de sabores, mesmo para os pratos mais tradicionais.

na cozinha do Fofo restaurante, a junção de sabores frequentemente cria novos pratos, e a partir de recei-tas clássicas como o risoto, prato tipicamente italiano,

inúmeras combinações conquistam o paladar dos clientes. o carré de cordeiro com risoto à milanese e o risoto negro com Frutos do mar, são destaques no menu da casa. com a carta de vinhos entre as 25 melhores do brasil, segundo a publicação especializa-da prazeres da mesa, o restaurante oferece para cada prato diversos vinhos, que promovem a harmonização adequada ao sabor e gosto do cliente.

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cortes e bUffetchUrrascaria ribEirão

Fotos: Wagner abraHão junior

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avenida presidente vargas, 1100 jardim sumaré , ribeirão preto - sp

tel 16 3911 9513 www.churrascariaribeirao.com.br

mapa 11

a seleção de cortes especiais acrescentando ainda mais prazer na degustação do rodízio de carnes. com pratos tradicionais que reForçam a excelência gastronômica, a churrascaria ribeirão também apresenta um buFFet comple-to de saladas e receitas que aguçam o paladar.

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a sensações doces, que há 10 anos é referência de sabor e qualidade no estado de são paulo, trouxe para ribeirão preto uma nova loja com o mesmo conceito em bolos que já conquistou exigentes paladares em mais de 38 cidades. além de atender encomendas para ocasiões especiais com aproximadamente 100 sabores, incluindo os com zero de açúcar, na sensações doces também é possível degustar diversos bolos.

s E n s a Ç Õ E s d o c E s

sabores, cores e aromas, provocando sensações doces no paladar.

rua visconde de inhaúma, 1583 lj 4sumaré, ribeirão preto - sp

tel 16 3632 5099www.sensacoesdoces.com.br

mapa 12

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respiro

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texto e ilustração: regina maria amorim vieira | [email protected]

onde o lugar que se faz busca incessante, que a inquietação borda nas filigranadas rendas do não ser?

onde o lugar que bóia no lago fundo das cansadas retinas e, se espreguiça na praia deserta de minha incoerência?

onde queria estar o convulso vermelho e negro de mim?

há, de fato, a angústia espacial de primaveras por florir, de verões orquestrados por bandos de cigarras seculares que, não se fazem ouvir, áridos desertos sem pegadas...

mas, onde?

se transito com o pesado corpo pelo estranho do caminho, a olhar ao fim de cada curva, o desalentado ser, nada é a próxima paisagem.

o tudo que por ela se faz habitado, sendo, não desperta no reconhecido do olhar.

e viagens se desenovelam, umas sobre as outras, em metafísi-cas bagagens feitas de nuvens, chuvas, amanheceres de dias que não foram jamais.

e toda essa exaustiva procura a me levar longe, a fazer-me farta de uma qualquer coisa que cansa e não cessa, lateja e não sossega, deriva qual barco sobrevivente de muito mar.

dança o balé dos infortúnios uma tênue certeza a endurecer músculos cansados do sempre ir... mas afinal, que estranho país me fala, assim, susurros de chegança? que claridade essa a sombrear paredes minhas, fragéis escoras na futilidade das esperas mornas?

na mínima estação fervente de medos e suores, aporta o trem de ferro, sedimento e pranto, resfolegando a vida minha.

eu, pés enterrados até os ossos nas rubras terras do ninguém, suportam o peso de mortas bagagens, redondas, ocas, olores de mofo e musgo seco.

as mãos acenam chegadas - braços que não esperam, e, paisa-gens se sucedem desbotadas, cheiros, desejos, desencontros.

desabalado o coração repica qual sino, no porta-jóias do peito arfado.

eis que a paisagem, súbito, se faz reconhecida, a deslumbrar meu ser extasiado.

… chegado ao porto o barco abalroado de destino.

repousa no ocaso da estação o quente coração meu, um trem ferroso e frio.

deitam-se por terra os joelhos esfolados do tempo, sou toda casa...

aconchegada estou, fundo, dentro de mim mesma...

janelas abertas para todo o abismo que me ultrapassa, transcende e habita.

sou o lugar.

sou a hora.

sou todos os pontos de vista.

ceifei a campina e colhi as flores murchas.

lavei-me da chuva grossa das perdidas horas.

abri a bagagem que despejei, descuidada, sobre a terra da alma densa que me faz tão azulina inutilidade, tão barroca, tão de encantada algaravia.

desci a escadaria pedregosa das muitas cavernas que sou.

bebi da água que escorre tal qual linfa das minhas fendas.

estou... para sempre sitiada de mim, fendida de cortantes pradarias, possuída do cume alto de impossíveis montanhas.

inundada de oceanos, fecundada do tempo, grávida do mundo, parida de mim.

intermitÊncias

para onde vão os trens, meu pai? para lugar nenhum. tu não te moves de tí.

hilda hilst

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eDitorial

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a revista b (issn 1809-937x) é uma publicação bimestral da neni Design comunicação visual ltDa-me

editor lourenço tarantelli - [email protected]

diretor de arte luiz FernanDo almeiDa jr (neni) - [email protected]

projeto gráFico e editoração neni Design | redação lourenço tarantelli | editor cultura b Kairo ocHoa | editor lado b jonas oliver | colaboradores bianca coutinHo Dias,

Heloisa rigHetto e regina maria amorim vieira | consultora jurídica Karine vieira De almeiDa oab/sp 214 345 | jornalista responsável lourenço tarantelli

mtb:42-783 | contato publicitário FernanDa D’avila (16) 3964 6762 | (16) 9153 8822 - [email protected] | impressão são Francisco gráFica e eDitora

brasil rua marcondes salgado, 1538 - sala 04 - boulevard | cep 14.025-160 | ribeirão preto | sp

lonDres 32 (Flat a) st pauls avenue, london nw2 5te | www.revistab.com.br

é expressamente proibida a reprodução ou cópia de parte ou do todo de textos, Fotos e ilustrações publicados na revista b.

e x p e d i e n t e

mind this issue

a mente humana, um convite atraente para o íntimo desconhecido, que motiva e desvela inquietações do imaginário. criativa, surrealista, contestadora, contraditória e imprevisível. é dessa pluralidade que apresentamos o conteúdo desta edição.

em nossa capa, as propostas de normalidade incomuns, resultado do mergulho sensorial dos processos criativos de 10 artistas que integram a mostra Walking in my mind.

o importante acontecimento cultural da Feira nacional do livro es-tampa a cultura b, registrando e completando as lembranças desse expressivo evento. e com nossas mentes sempre inquietas, criamos a nova editoria desenho b, explorada por heloisa righetto, nossa nova colaboradora de londres.

inovar é preciso.... viver também!

lourenço tarantelli

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av. saudade, 957 | ribeirão preto - sp | tel 16 3234 6957 | estacionamento com acesso à loja – rua ceará, 1080