revista paróquias - edição 31

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CADERNO DE PASTORAL PÁG 59 SECRETARIA PAROQUIAL ATENDIMENTO PERSONALIZADO PÁG 18 EXPOCATÓLICA POR UMA IGREJA VIVA PÁG 24 PARÓQUIAS EM GESTÃO CÉLULA DA COMUNIDADE PÁG 46 COMPORTAMENTO VALOR INTRÍNSECO PÁG 50 MARKETING INTEGRADO Especializada no segmento católico ANO 6 - N° 31 - JULHO/AGOSTO 2011 www.revistaparoquias.com.br ENTREVISTA CAMINHO PARA O DISCIPULADO MISSIONÁRIO - IR. MÁRIAN AMBRÓSIO, IDP PÁG 14

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Versão digital da edição de 5 anos da Revista Paróquias

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Page 1: Revista Paróquias - Edição 31

CADERNO DE PASTORAL PÁG 59

SECRETARIA PAROQUIAL ATENDIMENTO PERSONALIZADO PÁG 18

EXPOCATÓLICA POR UMA IGREJA VIVA PÁG 24

PARÓQUIAS EM GESTÃO CÉLULA DA COMUNIDADE PÁG 46

COMPORTAMENTO VALOR INTRÍNSECO PÁG 50MARKETING INTEGRADO

Especializada no segmento católico

ANO 6 - N° 31 - JULHO/AGOSTO 2011w w w . r e v i s t a p a r o q u i a s . c o m . b r

ENTREVISTA CAMINHO PARA O DISCIPULADO MISSIONÁRIO - IR. MÁRIAN AMBRÓSIO, IDP PÁG 14

Page 2: Revista Paróquias - Edição 31

expediente

Promocat Marketing Integrado é a empresa que promove:

REALIZAÇÃO

ANO 6 | N. 31 | 2011 | ISSN 2175-8883

editorial

N o mundo moderno é comum ouvir pessoas expressarem que a felicidade é o caminho para a realização pessoal e profissional, embora nem sempre essa expressão esteja associada às organiza-ções, pois a palavra ‘felicidade’ se traduz objetivamente por ‘satis-fação’ ou ‘motivação’. Contudo, enfatizamos que teoria sobre

motivação é um meio utilizado para se atingir os objetivos de muitos trabalhos realizados nas instituições. Vemos que as pessoas agem conforme a vontade e, dessa forma, teoricamente, a motivação gera satisfação naquilo que fazem. Logo, discutir sobre este tema nos provoca diversas tomadas de decisão, tendo em vista que segundo Freud, não há limites para os desejos e aspirações humanos.

Nesse sentido, não vamos aqui discorrer sobre conceitos ou receitas para se conquistar a ‘felicidade’, mas sim indicar que em diferentes realidades em que você, leitor (a), se encontrar, tem a oportunidade de criar soluções para tal in-vestimento que é subjetivo, mas que traz “satisfação” para o desenvolvimento pessoal e comunitário. Na verdade, o que me ocorre é que em nossas paróquias e comunidades religiosas, sempre estão abertas para o novo. Uma novidade apresentada por Jesus Cristo, quando Ele mesmo apresenta um caminho para que possamos realizar bem as coisas e com “motivação”, isto é, “a um deu cinco, talentos, a outro dois, e um ao terceiro: a cada qual de acordo com a própria capacidade” (Mt 25,15). Faço essa associação pelo fato de que é preciso se arris-car e lançar à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Talvez seja um ingrediente para que em nossas instituições religiosas tenham cada vez mais sabedoria para aprimorar a gestão, de forma que a comunidade de fiéis participe com seus talentos, aprendendo com os erros e os acertos.

Assim, nessa edição especial de aniversário, comemoramos cinco anos de Revista Paróquias & Casas Religiosas. Uma revista que, por mérito e reconheci-mento de todo leitor, motiva as comunidades religiosas, sacerdotes, enfim, pesso-as envolvidas diretamente com a vida ativa na Igreja. Afinal, esta edição, traz di-versos “ingredientes” que incentivam cada leitor (a) partilhar seus talentos, como a entrevista concedida pela presidente da CRB, Ir. Márian Ambrósio, que nos re-lata a experiência das religiosas no Haiti e esclarecendo pontos importantes sobre a atuação da CRB na Igreja. A matéria de capa ilustra muito bem como organizar os tribunais eclesiásticos, apresentada pelo nosso consultor canônico D. Hugo Cavalcante, pois ele sinaliza várias indicações para que nossos gestores eclesiais saibam mais sobre o método de instrução processual. Em cada editoria, os autores indicam pistas essenciais e práticas para uma gestão transformadora. No Caderno de Pastoral, destacamos a catequese em uma perspectiva psicopedagógica, tam-bém a liturgia nos orienta para celebrar melhor o Tempo Comum, além de como organizar a festa do padroeiro de sua comunidade. Enfim, um caderno que incentiva e motiva a comunidade cada vez mais partilhar seus talentos.

Portanto, caro leitor (a), a Revista Paró-quias & Casas Religiosas tem se mantido fiel ao compromisso com o conteúdo e produção edi-torial ao longo desses cinco anos. Esperamos que nosso propósito seja sempre uma iniciativa de aprimoramento pessoal e comunitário.

Fraternalmente, Marcelo dos Santos

Diretor EditorialE COM O APOIO INSTITUCIONAL DE:

DIRETOR GERALFábio Castro

[email protected]

DIRETOR EDITORIALMarcelo dos Santos

[email protected]

CONSULTOR CANÔNICOD. Hugo da Silva Cavalcante, OSB

[email protected]

GERENTE COMERCIALKiara Castro

[email protected] / (11) 2099 6688

GERENTE ADMINISTRATIVOCláudia Aguirre

[email protected]

ANÚNCIOSDanielle Franco

[email protected] / (11) 2099 6688

ASSINATURASIsabella / Raquel

[email protected] / (11) 2099 6688

ARTE E DIAGRAMAÇÃOTânia Mezzari da Conceição

[email protected]

FOTOS123RF | Shutterstock | Arquivo Promocat Publicidade

CONSELHO EDITORIALFábio Castro, Kiara Castro,

Marcelo dos Santos e D. Hugo Cavalcante, OSB

CONSELHO DE CONTEÚDODom Murilo Krieger, Pe. João Carlos Almeida, SCJ,

Pe. Guillermo Gallo, Côn. Edson Oriolo, Pe. Pedro Felix Bassini, Pe. Lício.

APOIO EDITORIAL NESTA EDIÇÃOEditoras: Paulinas, Santuário, Vozes, SEPAC,

Paulus, A Partilha e Loyola

IMPRESSÃOGráfica Serrano

(11) 7733 6247 (Paulo)

PÚBLICO DESTINADOParóquias, Casas Religiosas, Cúrias, Bispos, Sedes

de Governos, Seminários, Órgãos da CNBB,Escolas Católicas, Líderes de Comunidades,

Livrarias, Lojas e Produtoresde livros e artigos religiosos

TIRAGEM15.000 exemplares

A SIMBIOSE DOS TALENTOS NA COMUNIDADE

Page 3: Revista Paróquias - Edição 31

nestaedição

A Revista Paróquias & Casas Religiosas é uma publicação bimestral da Promocat Marketing Integrado, empresa que promove a ExpoCatólica e o CONAGE - Congresso Nacional de Gestão Eclesial. Todos os direitos reservados. A reprodução total ou parcial deste material é permitida mediante autorização prévia e expressa da Promocat Marketing Integrado, e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores. Cartas e mensagens enviadas à Redação devem trazer nome completo, endereço, telefone e, se possível, endereço eletrônico (e-mail). As que forem publicadas, por questões de concordância ou espaço, poderão ser resumidas ou editadas. Autores, religiosos e consultores que quiserem publicar seus trabalhos nas áreas de gestão eclesial, vida religiosa e pastoral, entrem em contato com a equipe editorial pelo e-mail: [email protected] / [email protected]

06 OPINIÃO DE QUEM LÊ

08 PALAVRA DA PROMOCAT

10 PALAVRA DA IGREJA

12 PALAVRA DO BISPO

14ENTREVISTA

59CADERNO DE PASTORAL

16 ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL

18 SECRETARIA PAROQUIAL

22 GESTÃO ECLESIAL

24 EXPOCATÓLICA

36 GESTÃO PROFISSIONAL

38 GESTÃO

RELIGIOSA60 PASTORAL DA CATEQUESE

64 PASTORAL FAMILIAR

66 PASTORAL LITÚRGICA

70 PASTORAL DO DÍZIMO

72 PLANEJAMENTO PASTORAL

74 PASTORAL DA COMUNICAÇÃO

76 FATOS E IDEIAS

77 GUIA DE PRODUTOS & SERVIÇOS

42 GESTÃO FINANCEIRA

44 LIDERANÇA

46 PARÓQUIAS EM GESTÃO

50 COMPORTAMENTO

52 MARKETING E IGREJA

56 PARÓQUIA MODELO

59 GESTÃO E DIREITO

SOB A LUZ DAS LEIS CANÔNICAS

SOB A LUZ DAS LEIS CANÔNICAS 26

MATÉRIA DE CAPA

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 6 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

RECOMENDAÇÃONós, Irmãs Medianeiras da Paz, temos a Capela Menino Jesus, há já mais de 40 anos, a qual é aberta à comunida-de eclesial com missas diárias e a ad-ministramos com muito carinho. So-mos assinantes da revista Paróquias.  Procuro ler com atenção seus artigos, os quais muito nos enriquecem com seu rico conteú do. É um importante instrumento de orientação. A equipe está de parabéns pelo trabalho ilumi-nador em favor das nossas Paróquias & Casas Religiosas.Que o Espírito do Senhor continue os iluminando nessa forma de evangelizar.Em Jesus Mediador.

Ir. Maria Auxiliadora de MenezesAdministradora da Capela Menino

Jesus

INCENTIVOQuero parabenizar a equipe da revista Paróquias & Casas Religiosas pelo fan-tástico Caderno de Pastoral. Em nossa paróquia utilizamos os artigos primoro-sos, pois a cada edição supera a quali-dade na formação. Os autores escrevem o que realmente procuramos em um material para nossa formação comuni-tária. As matérias despertam, não ape-nas a curiosidade sobre assuntos, mas incentivam para o leitor buscar sempre o aprimoramento para missão na Igreja.

Pe. Antônio José dos SantosParóquia Nossa Senhora Aparecida

ANIVERSÁRIOAcompanho a revista Paróquias & Ca-sas Religiosas desde a primeira edição publicada em julho/agosto de 2006. Posso garantir que naquela ocasião, uma novidade na Igreja que tanto bus-cava por alternativas para aprimorar a administração paroquial. Ao longo desses anos, assino a revista com mui-to orgulho porque é um subsídio que atende às necessidades de minha pa-róquia e da comunidade, pois como pároco, com as diversas atividades que tenho, é imprescindível ter um mate-rial de formação como este. Sabemos que existem livros, materiais didáticos,

cursos, mas como o tempo do padre é curto, a revista preenche a lacuna e mostra a preocupação de informar os gestores sobre questões técnicas ha-bitualmente restritas ao mundo das empresas. Excelente revista! Parabéns!

Pe. Rosivaldo Andrade de SouzaParóquia São Cristóvão

GESTÃO E ECONOMIAMuito interessante a matéria de capa da última edição de número 30. Fa-lar sobre economia e espiritualidade em um contexto, que se pensarmos bem, é realidade próxima de todos os cidadãos de fé. Aqui, na comunidade, pudemos refletir o tema lendo cada parte em um círculo bíblico, e por surpresa, todos os participantes pu-deram dar suas opiniões e sugeriram continuar a discussão. Ótimas pistas para entender como analisar a econo-mia social na atualidade. A revista Pa-róquias é impecável em seus assuntos.

Ademir CrisolliMembro da Pastoral Social

Paróquia Santa Luzia

EDIÇÃO EM FOCOLi a matéria sobre o “Transtorno de déficit de atenção”, na edição de 29, e achei muito interessante, mas tam-bém me percebi dentro de alguns sintomas como a ‘desatenção’ e a ‘ansiedade’, pois penso que muitas pessoas não conseguem terminar as coisas que organizam, além de terem vontade de fazê-las aleatoriamente. Eu sei que existem muitos religiosos que às vezes não tem vontade de rezar, entre outros sintomas. Isso é sério e precisa de cuidados especiais, por isso, quero parabenizar a autora da matéria, a doutora Graciosa Lusa Wiggers, que indica caminhos possí-veis para quem precisa de ajuda e de esclarecimentos sobre este transtor-no. Parabéns para equipe da revista Paróquias por discutir um assunto muito importante para a formação dos religiosos e religiosas.

Ir. Aline FerreiraPor e-mail

opiniãodequemlê

Page 5: Revista Paróquias - Edição 31

Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 8 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

palavradapromocat

O Evangelho de Mateus quan-do relata o Sermão da Mon-tanha nos ensina a fazer o bem sem alardear nossas ações e sem nos vangloriar

por isso: “...Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a es-mola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recom-pensará” (Mt 6, 4). Nesse sentido, dar esmola é um gesto de partilha, tendo em vista que é um sinal de virtude a qual, indistintamente, nós podemos vivenciar, sendo pessoas que reconhe-cem o bem que praticam.

Contudo, há cinco anos criamos, com o apoio de leigos e clérigos, a re-vista Paróquias & Casas Religiosas que hoje chega, graças a Deus, no seu sexto ano. Um projeto ousado que busca dar subsídios às milhares de comunidades desse país que lutam para manter suas obras pastorais e evangelizadoras; um desafio diário. Entre paróquias, dioce-ses, comunidades e casas religiosas, mais de 50 mil endereços da Igreja re-cebem, gratuitamente, a revista Paró-quias & Casas Religiosas alternada-mente, o que contribui efetivamente para a missão pastoral dessas casas.

Com o valor que arrecadamos em cada assinatura, outras duas entidades que não podem pagar por isso também recebem a publicação beneficiando-se com o seu rico e importante conteúdo elaborado por padres, bispos, religio-sos, religiosas, leigos e leigas que, vo-luntariamente, acreditam que é preciso nos empenhar para melhorar a capaci-

dade administrativa em nossas igrejas, pois com a administração em ordem, sobra tempo para o mais importante: Evangelizar. Uma revista feita pela Igreja e para a Igreja.

FONTE DE RENOVAÇÃOEvangelizar é preciso,

e administrar com pru-dência e competência os bens da Igreja é funda-mental para que a evan-gelização aconteça com mais eficácia e atinja mi-lhares de pessoas com a Palavra de Deus. E para nós, gestores e gestoras de comunidades, é imprescindível que testemunhemos que nossas atividades tenham sempre esse foco, que está ali-cerçada nas palavras do Mestre, infun-didas pela graça de expandir nossos propósitos de aperfeiçoamento nessa missão a nós confiados. Ou seja, deve haver diálogo, respeito e, acima de tudo, criar condições cada vez mais gloriosas, como exorta o Documento sobre a ati-vidade missionária da Igreja, “Ad Gen-tes”, que diz: “vendo as suas boas obras, glorificarão ao Pai e mais perfeitamente compreenderão o autêntico sentido da vida e o vínculo universal da comunhão fraterna” (AG 886).

Mas então, o que tem a ver com isso o Evangelho de Mateus que citei acima? Não vejo a Igreja Católica Apostólica Romana “trombeteando, como fazem os hipócritas”, para divul-gar suas obras sociais e caritativas, e nem é esse o meu objetivo proclaman-

do aqui nosso sucesso com a revista Paróquias & Casas Religiosas. Muito pelo contrário: não buscamos reco-nhecimento pelo nosso trabalho, mas

sim, pelos trabalhos da Igreja que não os mos-tram como deveria e as-sim comete uma falha grave na gestão de nos-sas casas. Repito: mos-trar como deveria ser mostrado.

PRESENÇA VIVAEm um país como o

Brasil, onde a estrutura da Igreja Católica forma

a maior base social para a população, é preciso que nos vejam - Sim, como ca-tólico e como Igreja, me incluo nessa ‘vitrine’ -, e assim nos respeitem mais! Praticar o bem sem ostentação é sinal de humildade, mas se esconder por comodismo, vergonha, submissão ou inoperância, é burrice!

Nossa Igreja é formada por homens e mulheres; jovens e idosos; religiosos e religiosas; leigos e leigas. Somos a maior instituição benfeitora e caritati-va do Brasil. Alimentamos quem tem fome e tratamos quem procura por nossos hospitais. Ninguém distribui mais alimentos do que nossa gente, povo de Deus!

Educamos mais alunos que qual-quer outra instituição de ensino desse país, como as crianças em nossas cre-ches e os idosos em nossos lares. Nin-guém distribui mais bolsas para a edu-cação do que nossos colégios e

“ Administrar com prudência e competência os bens da Igreja é funda-mental para que a evange-lização aconteça com mais eficácia e atinja milhares de pessoas com a Palavra de Deus”

Mas para que serve a Candeia sob a cama?POR FÁBIO CASTRO

“NÃO SAIBA A MÃO ESQUERDAO QUE FAZ A DIREITA”

Page 6: Revista Paróquias - Edição 31

Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 9

Fábio CastroDiretor Geral da Promocat

faculdades, porque “os alunos desses institutos se formem de fato como ho-mens de grande saber, preparados para enfrentarem tarefas de maior respon-sabilidade na sociedade e para serem também no mundo testemunhas da fé” (GE 1523).

Estamos presentes em todos os municípios do Brasil levando amor, união e esperança para todas as pesso-as, de todas as raças, guiados pela Boa Nova da verdade e da paz, sempre na defesa do bem e da dignidade da pes-soa humana. Acolhemos milhões de peregrinos em nossos santuários, tra-zidos pela fé que anima a nossa Igreja. Nossos carismas são inspirados pelo Espírito Santo e estão presentes em mais de 200 mil comunidades pregan-do o Evangelho, sob a intercessão de Maria, nossa Mãe e Mãe de todos os povos. Repito: todos! Por isso, nós so-mos convidados a favorecer cada vez mais o bem comum, porque “todo o bem que o Povo de Deus, no tempo de sua peregrinação terrestre, pode pres-tar à família dos homens, deriva de fato de ser a Igreja ‘sacramento universal da

salvação’, manifestando e ao mesmo tempo operando o mistério de amor de Deus para o homem” (GS 342).

Há mais de 500 anos estamos nesse solo, guiados pela revelação de Cristo Jesus. Nossa cultura está nos quatro cantos do Brasil. Somos mais de 130 milhões unidos em uma só família: a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil. Esse é um sinal que nos faz criar laços de comunhão fraterna, favore-cendo uma Igreja presente e atuante em nossos tempos. E todos devem co-nhecer isso.

“Ninguém acende uma luz para co-locá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro a fim de que todos que en-tram vejam a luz” (Lc 8, 16).

Agradeço a todos que colaboraram e colaboram para o sucesso da revista Paróquias & Casas Religiosas. Funcio-nários, anunciantes, assinantes e colu-nistas, em especial a Dom Murilo Se-bastião Krieger, Arcebispo de São Salvador - BA, a quem agradeço pelos sábios conselhos e pela coragem de,

desde a primeira edição, “aceitar o de-safio”. Por fim, agradeço a Deus.

Obrigado e boa leitura!

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 10 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

palavradaigreja

N a espera de que entre nós essa Intrução seja publicada, juntamente com tudo que faça referência ao Summo-rum Pontificum, nessa tradu-

ção é apresentada apenas a Introdução, que conclui afirmando: “é uma faculda-é uma faculda-de concedida para o bem dos fiéis e que, por conseguinte, deve ser interpretada em sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais destinatários”.

1. A Carta Apostólica Summorum Pontificum Motu Pro-prio data do Soberano Pontífice Bento XVI, de 7 de julho de 2007, e em vigor a partir de 14 de setembro de 2007, fez mais acessível à Igreja universal a riqueza da Liturgia Romana.

2. Com o supraci-tado Motu Proprio o Sumo Pontífice Bento XVI promulgou uma lei universal para a Igreja com a intenção de dar uma nova regulamentação acerca do

uso da Liturgia Romana em vigor no ano de 1962.

3. Tendo recordado a solicitude dos Sumos Pontífices no cuidado pela Santa Liturgia e na revisão dos livros litúrgi-cos, o Santo Padre reafirma o princípio tradicional, reconhecido dos tempos imemoráveis, a ser necessariamente conservado para o futuro, e segundo o qual “cada Igreja particular deve concor-dar com a Igreja universal, não só quanto à fé e aos sinais sacramentais, mas tam-bém quanto aos usos recebidos universal-mente da ininterrupta tradição apostóli-ca, os quais devem ser observados tanto para evitar os erros quanto para transmi-tir a integridade da fé, de sorte que a lei de oração da Igreja corresponda à lei da fé”1.

4. O Santo Padre recorda, ademais, os Pontífices romanos que particularmente se esforçaram nesta tarefa, em especial São Gregório Magno e São Pio V. O Papa

salienta que, entre os sagrados livros li-túrgicos, o Missale Romanum teve um papel relevante na história e foi objeto de atualização ao longo dos tempos até o Beato Papa João XXIII. Sucessivamente, no decorrer da reforma litúrgica poste-rior ao Concílio Ecumênico Vaticano II, o Papa Paulo VI aprovou em 1970 um novo missal, traduzido posteriormente em diversas línguas, para a Igreja de rito latino. No ano de 2000 o Papa João Paulo II, de feliz memória, promulgou uma terceira edição do mesmo.

5. Diversos fiéis, tendo sido forma-dos no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio Ecumênico Va-ticano II, expressaram o ardente desejo de conservar a antiga tradição. Por isso, o Papa João Paulo II, por meio de um In-dulto especial, emanado pela Congrega-ção para o Culto Divino, Quattuor abhinc annos, em 1984, concedeu a faculdade de

Conheça a Instrução Universal da Igreja sobre Sagrada LiturgiaApondo a data de 30 de maio de 2011, na memória de São Pio V, a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei fez publicar a INSTRU-

ÇÃO UNIVERSAE ECCLESIAE sobre a aplicação da Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI. Essa Instrução, depois de uma introdução que a justifica, apresenta duas partes: As tarefas da Pontifícia Comis-são Ecclesia Dei onde recorda que: “O Sumo Pontífice conferiu à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei poder ordinário vicário para a matéria de sua competência, de modo particular no tocante à exata obediência e à vigilância na aplicação das disposições” do Motu próprio acima citado. A segunda parte trata das ‘Normas específicas’, onde vem recordado: “A Pontifícia Comissão, por força da autoridade que lhe foi atribuída e das faculdades de que goza, dispõe, depois da consulta feita aos Bispos do mundo in-teiro, com o ânimo de garantir a correta interpretação e a reta aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, emite a pre-sente Instrução, de acordo com o cânone 34 do Código de Direito Canônico”.

Universae EcclesiaeUniversae Ecclesiae

1 Bento XVI, Carta Apostólica Summorum Pontificum dada como Motu Proprio, I, in AAS 99 (2007) 777; cf. Introdu-ção geral do Missal Romano, terceira ed. 2002, n. 397.

2 Bento XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica “Motu Proprio data” Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970, in AAS 99 (2007), 798.

3 f. CIC cân. 838, §§ 1-24 Cf. CIC cân. 331

Paróquias & CASAS RELIGIOSAS www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 201110

Page 8: Revista Paróquias - Edição 31

Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 11

retomar, sob certas condi-ções, o uso do Missal Ro-mano promulgado pelo Beato Papa João XXIII. Além disso, o Papa João Paulo II, com o Motu Pró-prio Ecclesia Dei de 1988, exortou os bispos a que fossem generosos ao con-ceder a dita faculdade a favor de todos os fiéis que o pedissem. Na mesma li-nha se põe o Papa Bento XVI com o Motu Próprio Summorum Pontificum, no qual são in-dicados alguns critérios essenciais para o Usus Antiquior do Rito Romano, que oportunamente aqui se recordam.

6. Os textos do Missal Romano do Papa Paulo VI e daquele que remonta à última edição do Beato Papa João XXIII são duas formas da Liturgia Ro-mana, definidas respectivamente ordi-nária e extraordinária: trata-se aqui de dois usos do único Rito Romano, que se põem um ao lado do outro. Ambas as formas são expressões da mesma lex orandi da Igreja. Pelo seu uso venerável e antigo a forma extraordinária deve ser conservada em devida honra.

7. O Motu Proprio Summorum Pontificum é acompanhado de uma Carta do Santo Padre, com a mesma data do Motu Proprio (7 de julho de 2007). Nela se dão ulte-riores elucidações acerca da oportunidade e da ne-cessidade do supracitado documento; faltando uma legislação que regulasse o uso da Liturgia romana de 1962 era necessária uma

nova e abrangente regulamentação. Esta regulamentação se fazia mister especial-mente porque no momento da introdu-ção do novo missal não parecia necessá-rio emanar disposições que regulassem o uso da Liturgia vigente em 1962. Por causa do aumento de quanto solicitam o uso da forma extraordinária fez-se neces-sário dar algumas normas a respeito. Entre outras coisas o Papa Bento XVI afirma: “Não existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Ro-manum. Na história da Liturgia, há cres-cimento e progresso, mas nenhuma ruptu-ra. Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande

“O estudo da filoso-fia ajuda o teólogo a ser consciente dos próprios pressupostos filosóficos, a criticá-los e a evitar im-por à sua teologia ou à sua pregação um quadro conceitual incompatível com a fé”

Universae EcclesiaeUniversae Ecclesiae

Assine: [email protected]

também para nós, e não pode ser de im-proviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial”2.

8. O Motu Proprio Summorum Ponti-ficum constitui uma expressão privilegia-da do Magistério do Romano Pontífice e do seu próprio múnus de regulamentar e ordenar a Liturgia da Igreja3 e manifesta a sua preocupação de Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal4. O Motu Pro-prio se propõe como objetivo:

a) Oferecer a todos os fiéis a Litur-gia Romana segundo o Usus Antiquior, considerada como um tesouro precio-so a ser conservado;

b) Garantir e assegurar realmente a quantos o pedem o uso da forma extra-ordinária, supondo que o uso da Litur-gia Romana vigente em 1962 é uma faculdade concedida para o bem dos fiéis e que, por conseguinte, deve ser interpretada em sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais desti-natários;

c) Favorecer a reconciliação ao in-terno da Igreja.

Tradução: D. Hugo da Silva Cavalcante, OSB© Copyright 2011 Libreria Editrice Vaticana

Page 9: Revista Paróquias - Edição 31

Paróquias & CASAS RELIGIOSAS www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 201114

entrevista

Para refletir sobre a presença e a vocação das religiosas e religio-sos no mundo, a revista Paróquias & casas Religiosas convida Ir. Márian Ambrósio, IDP - Presidente da CRB (Conferência dos Religio-sos do Brasil), para esta entrevista, onde ela apresenta os valores sempre atuais da Vida Religiosa, apontando-a como sinal de uma experiência e testemunho de vida de homens e mulheres que se con-sagram a Deus e ainda apresenta uma leitura sobre as atividades missionárias assumidas no Haiti, e a fecunda participação nos organismos institucionais ligados ao dinamismo de todas das inú-meras comunidades daqueles que professam publicamente os Conselhos Evangélicos.

A presença dos religiosos no “mundo” é sinal da fecunda ação de Deus na vida do consagrado e da consagrada. Por isso, como observar a prática dos conselhos evangéli-cos em uma realidade pós-moderna?A Vida Religiosa Consagrada é, por natureza, testemunhal. A palavra Con-sagração, em sentindo bíblico, quer dizer ‘separação’. Deus, autor da vida e da vocação, separa dentre leigas, leigos e presbíteros, pessoas a quem ‘separa’ para sinalizar valores de seu Reino definitivo. Nessa perspectiva, é significativo perce-ber o incontável número de Carismas Fundacionais, por meio dos quais o Espí-rito Santo suscita grupos de consagradas e consagrados para vizibilizarem por sua vida e missão, um determinado aspecto do rosto de Deus. Por meio do testemu-nho carismático das pessoas consagradas que vivem em diferentes Institutos (cada qual com seu carisma específico), o mun-do pode ler o Evangelho de Jesus.Outro traço do testemunho da vivência dos valores do Reino está na ‘Profissão

lá onde outro ser humano nada ou nin-guém tem a seu lado, presença que gera partilha e gratuidade no ser; pela Obe-diência consagrada anunciamos que a ‘vontade de Deus’ deve ser obedecida, vontade divina que desperta a liberdade fundamental para o envio missionário e solidário. Os ‘Conselhos Evangélicos’ estabelecem uma relação nova, não mais somente com as coisas (dinheiro, corpo, lugar), mas uma renovada relação com as pessoas que clamam por seu direito fundamental de viver com dignidade.

Quais motivos levaram a CRB Nacional se dedicar em uma ação apostólica em terra estrangeira, como o Haiti?A motivação para qualquer resposta missionária da Vida Religiosa Consa-grada é sempre a mesma, e é fundamen-tal - compreendemos a missão como engajamento na paixão missionária de Deus. Buscamos ouvir os apelos de Deus, lá onde a vida clama. A CRB Nacional é uma Conferência

Ir. Márian Ambrósio, IDP

CAMINHO PARA O DISCIPULADO MISSIONÁRIO

Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 14

pública dos Conselhos Evangélicos de Pobreza, Castidade e Obediência’. Por muito tempo, estes votos foram compreendidos e vividos como sinal de renúncia, de ascese, da parte das pessoas consagradas. O foco da consa-gração ressaltava que, ao deixarem de viver determinados valores, Religiosas e Religiosos faziam uma escolha por algo melhor, superior, que afastava do mundo e aproximava mais de Deus. Com o cultivo da forte consciência de uma única vocação de todos os cristãos à mesma santidade e ao igual valor de cada vocação, a Vida Religiosa ressignifica a compreensão e a vivência dos Conselhos Evangélicos. Cada um dos três votos Anuncia um valor. Pela Castidade consagrada, anunciamos o valor absoluto e indiviso do ‘amor de Deus’ para além dos vínculos familia-res, amor que nasce de nosso coração atraído de modo particular pelos que mais carecem de amor; pela Pobreza consagrada, anunciamos ‘Deus presente’

www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

Page 10: Revista Paróquias - Edição 31

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de animação e coordenação da Vida Religiosa Consagrada, e há muito tempo motiva as Congregações a uma presença profética e solidária em luga-res de fronteira. Foi assim em direção ao Nordeste do Brasil, em direção à Ama-zônia, em direção à África, em direção ao Timor Leste, primeira experiência intercongregacional além fronteiras. Imediatamente após a catástrofe produ-zida pelo terremoto de janeiro de 2010, a CRB iniciou o processo de conscien-tização e preparação e envio de uma co-munidade missionária. Esse projeto é da Igreja do Brasil, pois congrega as grandes forças missionárias da Igreja do Brasil, e representa todo o povo brasileiro que o mantém, por meio da coleta realizada pela Caritas Brasileira.

Como se formou a comunidade de reli-giosas e religiosos brasileiros para atuar junto ao povo do Haiti?Os primeiros sinais de que haveria uma comunidade religiosa intercongregacio-nal no Haiti, vieram das próprias religio-sas, mulheres corajosas que se apresen-taram para o envio. É gratificante sentir, tocar esse espírito de doação e iniciativa. Os passos seguintes foram consequência destes “sim, eu vou”, que se multiplicaram. Os critérios que orientaram o envio das seis primeiras missionárias que lá se encontram hoje, foram: vocação mis-sionária, capacidade de aprender outros idiomas, conhecimento e experiência nas áreas da saúde e/ou pedagogia, escolha livre pela vida do povo haitiano. As Irmãs vivem em um bairro de Porto Príncipe, em comunidade religiosa intercongregacional, e se dedicam in-tegralmente à defesa da vida do povo, principalmente na luta pela superação da fome extrema. Acima de tudo, tes-temunham o amor de Deus por quem tanto precisa dele e de nós.

Sabe-se que em algumas reuniões de Conferências Episcopais as Conferências dos Religiosos participam com voz, mas não voto, qual a participação da CRB nas assembleias da CNBB?A CRB Nacional valoriza e cultiva intensa comunhão com a CNBB. Ins-titucionalmente, o vínculo mais direto se dá por meio da Comissão Episcopal para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada. Esta Comissão designa um Bispo para o acompanhamento da Vida Religiosa Consagrada e o

diálogo, é o caminho da aproximação.A Presidente da CRB Nacional participa nor-malmente de todas as reuniões do CONSEP (Conselho de Pastoral) e do Conselho Perma-nente da CNBB, com atuação responsável e propositiva. O fato de não ter direito de voto é normal e natural, basta lembrar que, em Assem-bleias da CRB, votam igualmente so-mente Superioras e Superiores Maiores.A razão primeira de toda a participação integrada entre os Organismos do Povo de Deus é a vivência e o testemunho de comunhão, na Igreja que somos nós, para a sociedade junto aos quais nos inserimos em missão.

Em uma linha de vanguarda a CRB já nasceu com conferências das Religiosas e dos Religiosos, o que pode sinalizar isso?Exatamente. Desde seus primeiros dias, a CRB Nacional levantou a bandeira da renovação, da integração, da questão de gênero, da comunhão. Sempre foi significativo para a CRB Nacional, o fato de o centro de todos os Projetos ser seguimento de Jesus e o compromisso com o Reino. Essa postura é funda-mental para todas as Instituições. Com um projeto central claro e definido, todo o restante se torna consequência.Quando se contempla a logomarca da CRB Nacional, se percebe a riqueza das duas mãos que se levantam unidas em direção ao alto que, por sua vez, está aberto ao infinito. Essa disposição para a centralidade comum continua sendo um princípio fundamental da CRB Nacional.

Que relação mantém a CRB com a CLAR (Confederação Latino-americana de Re-ligiosos e Religiosas da América Latina e Caribe), a UISG (União Internacional das Superioras Gerais) e USG (União dos Superiores Gerais)?A relação com a CLAR é imediata, isto significa uma relação direta, de primeira hora. A CRB foi parceira privilegiada na criação da CLAR, atuando diretamente nos processos de reflexão teológica e bíblica. Repre-sentantes da CRB exerceram sempre funções de corresponsabilidade em

todas as instâncias - da Presidência à assessoria e secretaria executiva. A CRB tem sido anfitriã de muitos processos de reflexão e de elaboração de subsídios, além da re-alização de Seminários e Congressos. O atual Pre-sidente da CLAR, Irmão Paulo Petry, religioso de La Salle, brasileiro, foi eleito enquanto era pri-meiro vice-presidente

da CRB Nacional.A relação com a UISG, União Inter-nacional das Superioras Gerais, se apresenta por meio da USG-CB, União das Superioras Gerais de Fundações Brasileiras, um dos setores de destaque da CRB Nacional. Ainda nesse ano, nos últimos dias do mês de novembro, a Cidade de Aparecida sediará uma Sessão ampliada da UISG, como espaço de conhecimento de experiências signi-ficativas da Vida Religosa no Brasil. A relação com a USG se faz diretamente por meio da participação dos Superiores Gerais das Congregações masculinas associadas à CRB Nacional. No Brasil, existe um número pequeno de Sedes Gerais Masculinas, o que pode significar menor vizibilidade dessa União, sem que isso diminua o sentido da pertença e da comunhão.

Para finalizar, como a senhora analisa a vocação e a presença dos religiosos e religiosas no Brasil, hoje? A Vida Religiosa Consagrada no Brasil vive hoje um momento histórico de for-talecimento de sua identidade. Princi-palmente a Vida Religiosa Feminina foi reconhecida, por vários séculos, pela sua atuação em âmbitos de Ação Pastoral, de Ação Apostólica e de Ação Social. As marcas da presença e da atuação nestes espaços permanecerão indeléveis.Hoje, porém, inseridas em outro para-digma sócio-político, emergem outros cenários que desafiam a Vida Religiosa, novas fronteiras que consideramos espaços de missão. Lugares onde a vida está ameaçada antes de conhecer a luz, onde Jesus é desconhecido, onde as relações estão quebradas, onde os direitos humanos são desrespeitados.Podemos afirmar que a Vida Religosa vive o privilegiado momento do disci-pulado missionário.

“Com o cultivo da forte consciência de uma única vocação de todos os cristãos à mesma santida-de e ao igual valor de cada vocação, a Vida Religiosa ressignifica a compreensão e a vivência dos Conselhos Evangélicos”

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secretariaparoquial

A secretaria paroquial é a porta de acesso à paróquia e, por esse motivo, deve ser o lugar onde o atendimento deve ser exemplar. Pessoas que não

são bem atendidas na se-cretaria paroquial levam uma péssima imagem da paróquia e podem não retornar. Assim sendo, proponho, aqui, de modo breve, alguns tópicos para reflexão e avaliação do atendimento que é dado na secreta-ria, ou expediente da paróquia, tendo em conta três tipos de atendimen-tos: Direto; Indireto; Subliminar.

Devemos conhecer bem estas três modalidades de atendimento e procurar exercê-las com qualidade, de modo que deixem de ser simples atendimento para se tornarem acolhimento. Uma paróquia que se limita a aten-der as pessoas sem acolhê-las, como se elas fossem meros clientes, não cum-pre a sua missão de evan-gelizar. Pior ainda é quando, por falta de preparo, ou por outros motivos, esse atendi-mento é sem qualidade,

fazendo com que as pessoas saiam insa-tisfeitas e até revoltadas com a Igreja. As-sim sendo, as pessoas que atendem na secretaria paroquial devem ter algum tipo de preparo para estar nesta função. À

vista disso, traço aqui um esquema que pode ajudar nesta preparação das aten-dentes da secretaria paro-quial, de modo que elas tenham uma boa prática.

1. ATENDIMENTO DIRETOComo o próprio nome já diz, é

aquele tipo de atendimento feito dire-tamente com a pessoa, cara a cara, sem o uso de nenhum instrumento. É o atendimento feito no balcão do expe-diente paroquial. Esse tipo de atendi-mento exige uma série de cuidados que devem ser levados em conta se quere-mos que ele seja eficaz e se torne um ato de acolher o outro.

Torne sua paróquia uma referência no atendimento personalizadoPOR PE. JOSÉ CARLOS PEREIRA, CP

QUALIDADE EM PRIMEIRO LUGAR

“As pessoas que aten-dem na secretaria paroquial devem ter algum tipo de preparo para estar nesta função”

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PROCEDIMENTOS QUE QUALIFICAM O ATENDIMENTO DIRETO:■ Não deixar as pessoas esperando

por muito tempo;■ Chegar sempre na hora certa;■ Dar informações corretas e completas;■ Usar sempre de cortesia, sendo edu-

cado com todos;■ Manter sempre um visual adequado,

vestindo-se adequadamente com o ambiente de trabalho;

■ Cuidar do vocabulário ao atender as pessoas, não usando palavras que possam ofender ou constranger as pessoas.

■ Saber ouvir. Ouça mais e fale me-nos. Fale o necessário.

■ Ser uma pessoa emocionalmente equilibrada, não se descontrolando diante de provocações, ou do des-controle de outros;

■ Seja uma pessoa organizada, dei-xando cada coisa no seu lugar no ambiente de trabalho, inclusive a mesa, os armários e os arquivos;

■ Tenha sempre a mão à agenda paro-quial e pessoal.

PROCEDIMENTOS QUE DESQUALIFICAM O ATENDIMENTO DIRETO:■ Chegar atrasada no local de trabalho;■ Sair sem dar nenhum tipo de satis-

fação;■ Deixar a pessoa esperando por mui-

to tempo;■ Deixar que a pessoa saia sem uma

resposta, ou com informações erra-das ou incompletas;

■ Ser indelicada com as pessoas, como, por exemplo, usar de grosse-rias, tratá-las com indiferença ou ignorá-las; falar muito alto ou fazer críticas a terceiros;

■ Dar ouvido a fofocas e conversas banais;

■ Atender sem olhar para a pessoa atendida;

■ Atender mascando chiclete ou co-mendo alguma coisa;

■ Bocejar enquanto está atendendo;■ Fazer outra coisa enquanto atende;■ Fazer perguntas indiscretas.

2. ATENDIMENTO INDIRETOÉ aquele tipo de atendimento em

que você não está frente a frente com a pessoa, mas interagindo com ela por meio de um instrumento, como é o caso do telefone, da internet e das cor-respondências. Essa modalidade de atendimento requer outros tipos de cuidados, mais específicos, que não podem passar despercebidos pela pes-soa que atende na secretaria paroquial.

PROCEDIMENTOS QUE QUALIFICAM O ATENDIMENTO INDIRETO:■ Atender ao telefone no primeiro ou

segundo toque e dizer de imediato o nome da paróquia, seu nome e a saudação (bom dia ou boa tarde);

■ Ser objetivo nas informações;■ Procure deixar a linha desocupada a

maior parte do tempo;■ Seja amável com as pessoas, tratan-

do-as com educação e gentileza;

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■ Ao enviar um fax, coloque um cabe-çalho com as devidas identificações e informações;

■ Responda imediatamente os e-mails e outros tipos de correspondências que forem relevantes;

■ Assine as correspondências que fo-rem da sua competência;

■ Na sua ausência, quando não hou-ver ninguém para atender ao telefo-ne, acione a secretária eletrônica.

PROCEDIMENTOS QUE DESQUALIFICAM O ATENDIMENTO INDIRETO:■ Deixar o telefone tocar muitas vezes

antes de atender;■ Atender ao telefone com voz de

quem está de mau humor, ou com um “oi”, sem se identificar;

■ Se alongar em conversas ao telefone;■ Deixar a linha telefônica ocupada por

muito tempo, ou fora do gancho;■ Usar excesso de gerúndio como, por

exemplo, “vou estar providencian-do”; vou estar transferindo”, “vou tentar estar fazendo”, etc.

■ Atender o celular enquanto está ao telefone fixo, principalmente se o celular for particular;

■ Enviar fax, e-mail ou qualquer outro tipo de correspondência sem identi-ficação, ou com informações in-completas;

■ Não responder os contatos;■ Passar informações restritas a paró-

quia ou confidenciais;■ Usar webcam no ambiente de tra-

balho;■ Descuidar da página da paróquia,

deixando-a desatualizada ou sem manutenção.

3. ATENDIMENTO SUBLIMINARÉ o tipo de atendimento que se dá

por intermédio de alguma postura, si-tuação ou conjunto de fatos que não necessariamente se configura numa relação direta, imediata, entre um emissor e um receptor. Ele está presen-te nas duas modalidades de atendi-mentos supracitadas e requer, para a sua eficácia, alguns cuidados.

PROCEDIMENTOS QUE QUALIFICAM O ATENDIMENTO SUBLIMINAR:■ Ter sintonia com a vida conjuntural

da paróquia para poder responder as suas demandas com eficiência;

■ Demonstrar controle da situação; passar segurança;

■ Cuidar da postura do corpo e de suas partes (braços, pernas, cabeça, etc.);

■ Olhar para a pessoa enquanto fala com ela;

■ Sempre se levantar para atender as pessoas;

■ Criar um ambiente favorável, onde ocorra uma empatia entre quem atende e quem é atendido;

■ Fazer perguntas diretas, com tonali-dade de voz suave e tranquila. Fazer com que sua voz transmita tranqui-lidade e segurança, porém com fir-meza e objetividade;

■ Driblar o mau humor com raciona-lidade e pensar antes de dizer qual-quer coisa;

■ Usar mais o pronome pessoal “nós” que o “eu”;

secretariaparoquial

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Kiara CastroDiretora Comercial

T odo o segmento religioso ca-tólico prepara-se para conver-gir seus interesses de gestão para a ExpoCatólica, um evento que veio para atender a

demandas práticas dos mais variados setores da Igreja no Brasil. Criada em 2003 nos mesmos moldes das feiras internacionais, como a Koiné, na Itália, a ExpoCatólica tornou-se um pólo aglutinador de empresas e instituições que precisavam se compor para chegar mais perto de seus públicos e de forma organizada. Hoje ela é considerada o

mais importante evento do segmento na América Latina.

Em sua oitava edição, a feira ocupa o Pavilhão Verde do ExpoCenter Norte de 07 a 10 de julho. A mudança para um espaço maior, com 17.300 m2, foi necessária para abrigar toda a gama de expositores do evento: fabricantes de artigos religiosos e material litúrgico, editoras, prestadores de serviços de tec-nologia, distribuidores e representantes especializados. Dentre os maiores es-tandes no pavilhão, estão o Santuário de Aparecida, com 182 m2, contemplando a igreja, editora, rádio e TV Aparecida. A Arquidiocese de São Paulo também está na feira consagrando o evento, com sua relevância e apoio institucional. “Este é o papel de uma feira segmenta-da”, analisa Kiara Castro, diretora co-mercial da ExpoCatólica. “Não é à toa que o calendário de São Paulo está to-talmente tomado por eventos de todas as ordens, o ano inteiro. Os setores que englobam vários perfis produtivos precisam se organizar como segmento para ganhar força e representativida-de”, analisa. “Para nós, que organiza-mos a ExpoCatólica desde o início, isso é muito claro e é encarado como nosso maior compromisso perante a Igreja”, reitera Kiara.

A feira deste ano amplia seu pa-pel de “elo” entre os elementos que compõem o segmento e seus públi-cos, abrindo o espaço de visitação, especialmente para o público leigo,

nos quatro dias da feira. “Com isso, sabemos que haverá uma reverberação dos efeitos de marketing aos quais a feira se presta”, diz Kiara. O ingresso para o público leigo é proposto na for-ma de doação de 1 kg de alimento não perecível, cuja arrecadação é destinada a obras sociais da Igreja.

A ampliação dos espaços culturais também tem esse público como foco. Uma programação de shows exibe no-mes importantes da música religiosa na-cional. Um dos destaques é a cantora Adrielle Lopes. Na sexta-feira, 8/7, ela fará o show de lançamento de seu novo CD, “Asas da Liberdade”, e gravará ao vivo seu DVD, pela ALP Produções. Es-tão confirmadas também as presenças de Padre Hewaldo, Dunga, Ricardo Sá, Cantores de Deus e Padre Joãozinho e Padre Juarez, entre outros. No que se re-fere às celebrações religiosas, estão pro-gramadas duas missas com transmissão ao vivo. No sábado, dia 09/07, às 14 ho-ras, Padre Abério Christi preside missa no estande da Rádio 9 de Julho e às 17 horas, o Padre Robson Oliveira, reitor do Santuário Divino Pai Eterno (GO), pre-side missa transmitida ao vivo pela Rede Vida, em louvor ao Divino Pai Eterno, a todos os visitantes da ExpoCatólica.

Pela primeira vez, desde sua inaugu-ração, a feira recebe o Museu de Arte Sacra de São Paulo que traz para a Expo-Católica parte de seu acervo histórico, composto por imagens e paramentos religiosos provenientes de todo o Brasil.

ExpoCatólica

POR SANDRA DE ANGELIS

Reúna sua comunidade e venha participar de uma Igreja Viva

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EVENTOS PARALELOSPara o padre que é pároco, admi-

nistrador eclesial, e para o leigo que atua nas frentes de gestão das institui-ções ligadas à Igreja, o destaque é o 7º CONAGE, Congresso Nacional de Gestão Eclesial. Nesse ano o tema es-colhido é “Gestão e Evangelização: os bons administradores repartem seus dons”. Nos dias 7, 8 e 9/07, os congres-sistas poderão assistir a palestras sobre boas práticas de Administração, Con-tabilidade, Gestão de Pessoas, Dízimo, Catequese, dentre outros temas.

Os palestrantes são colunistas da revista Paróquias & Casas Religiosas, religiosos e profissionais de diversas áreas envolvidos com Administração. Durante o Congresso, ocorrerão lança-mentos de livros, com sorteio de brin-des e também de assinaturas da revista Paróquias & Casas Religiosas. O CO-NAGE é um encontro que já é marca registrada da ExpoCatólica, porque du-rante suas edições, mais de 3000 con-gressistas já puderam atualizar seus co-nhecimentos em administração eclesial. “A gente sabe que com a administração em ordem, sobra tempo para o mais importante: EVANGELIZAR! É isso que move o propósito do CONAGE”, declara Marcelo dos Santos, diretor da Revista Paróquias e coordenador do congresso. Veja a programação comple-ta no site oficial: www.conage.com.br.

Outros eventos importantes comple-mentam o leque de opções para o visi-

tante. O Salão da Educação Católica, que está em seu segundo ano de realiza-ção, é uma iniciativa conjunta da Asso-ciação Nacional de Edu-cação Católica do Brasil - ANEC e da Promocat Marketing Integrado, com o objetivo de promover as instituições católicas de ensino e possibilitar a tro-ca de experiências entre os educadores católicos. O maior estande do salão, com 176 m2, é dos Salesianos do Brasil. A Universidade Católica de Brasília e a Unilassalle são alguns dos destaques no âmbito do ensino superior.

No Salão Peregrinus, já em sua quinta edição, o visitante terá a possibili-dade de contato direto com agências de turismo, operadoras e representações dos mais importantes destinos de pere-grinação nacionais e internacionais. “Destinos como Puglia (Itália), que vem ao Salão Peregrinus pela primeira vez, Fátima (Portugal), Santiago de Compos-tela (Espanha e Portugal), e Israel, que são expositores desde o primeiro evento, apostam na visitação do público leigo, pois é cada vez maior o interesse por ro-tas religiosas. A Secretaria de Turismo do Espírito Santo, o Santuário de Aparecida, Bom Jesus da Lapa e Canção Nova, estão dentre os expositores de maior relevân-cia nas rotas do Brasil”, ressalta Kiara. No país, estão registrados cerca de 150 san-tuários católicos, ou seja, igrejas que, por

receberem grande número de peregri-nos, são cadastradas pela Igreja como lugares sagrados e de peregrinação. O

Ministério do Turismo e os órgãos que compõem o setor estimam que há um mercado potencial de pelo menos 20 milhões de turistas para esses des-tinos, só no Brasil.

A ExpoVocacional – Feira de Congregações e Comunidades Religio-

sas, também em sua quinta edição, complementa a lista de eventos anexos à feira. Trata-se de um espaço para a promoção das vocações religiosas. A diversidade de carismas e ações evange-lizadoras da Igreja será apresentada nos estandes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Conferên-cia dos Religiosos do Brasil (CRB), do Centro de Estatística Religiosa e Investi-gações Sociais (CERIS) e de movimen-tos e congregações religiosas.

Venha conhecer as novidades da 8ª Edição da ExpoCatólica, de 07 a 10 de julho de 2011, no Pavilhão Verde do ExpoCenter Norte, em São Paulo. Um mundo de oportunidades espera por você! Confira a programação e retire seu convite acessando o site oficial: www.expocatolica.com.br.

Sandra de Angelis é Jornalista e Assessora de Imprensa da ExpoCatólica.Contato: [email protected]

“ Os setores que englobam vários perfis produtivos precisam se organizar como segmento para ganhar força e repre-sentatividade”

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matériadecapa

Para a administração da justiça eclesiástica no Brasil tivemos sem-pre alguns desafios tais como a di-mensão continental do nosso País e a presença elevada de circunscrições eclesiásticas compostas de grandes contingentes populacionais ou ainda enormes áreas territoriais, acrescentando-se a essas situações, o fato de ser ainda bastante exíguo o número dos nossos Tribunais, para que pudessem corresponder, com mais celeridade e necessária profundidade, as demandas.

POR D. HUGO DA SILVA CAVALCANTE, OSB

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SOB A LUZ DAS LEIS

CANÔNICAS

SOB A LUZ DAS LEIS

CANÔNICAS

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A Igreja, a nível universal, como também particular, sempre procurou, na medida do possível, estar atenta a to-das essas necessidades en-

contrando as soluções jurídico-pasto-rais, mediante as quais pudessem ser sanadas as principais dificuldades que assinalamos. Dentro dessa perspectiva, em 26 de abril de 1974, como sinal concreto de uma preocupação pasto-ral, manifestada já dantes pelo Supre-mo Legislador para a Igreja Ritual Lati-na, por meio do Motu proprio Causas matrimoniales1, foram criados, em nosso país, por Decreto do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica - STAA (Prot. 3275/72 V.T.) os Tribunais Eclesiásticos Regionais e, concomitan-temente a esses, foram constituídas as então chamadas Câmaras Auxiliares Permanentes - CAP, como parte inte-grante dos Tribunais Regionais; essa criação se deu após a devida tramita-ção que aconteceu entre o STAA e a CNBB2, sendo evidente que, com tal organização, foi encontrada, ao menos para aquele momento, alguma solução para uma maior celeridade tanto na instrução das causas como também para o cumprimento de alguns atos judiciais.

A constituição dos Tribunais Regio-nais foi o modo imediatamente encon-

trado, diríamos, para se juntar as forças de um pessoal competente, já que não se tinha e ainda hoje, o que é lamentá-vel, não se possui, um pessoal capacita-do, juridicamente expressando-se, para exercer o ministério nos tribunais ecle-siásticos, se por caso cada Diocese vies-se a constituir, como vem previsto pelo Direito, seu próprio tribunal.

A CNBB, na execução do Decreto do STAA, a que nos referimos acima, que entrou em vigor aos 2 de junho de 1974, sem que, entretanto, no seu origi-nal isto estivesse na realidade expresso, determinou o prazo de dez anos para o funcionamento dos referidos Tribunais Regionais, que vale salientar, não eram coincidentes com a divisão mesma dos regionais na Conferência, definia-se, então no Decreto: “... e terá validade, a título experimental, por 10 anos”.

Passados os dez anos que estavam determinados somente pelo Decreto Executório3, que estava datado de 29 de março de 1974, e imaginando que o Decreto do STAA estivesse também por expirar, embora isso ocorresse de fato somente com o Decreto Executó-rio, mas não com o Decreto do STAA, sob o Prot. 195/84 de 1º de março de 1984, o então Presidente da CNBB, solicitou a prorrogação do Decreto que havia sido emanado pelo STAA4, que em resposta, datada de 3 de abril de

1984, afirmava, para deixar de lado qualquer dúvida, que o Decreto ema-nado por aquele Dicastério continuava em vigor e de que o mesmo não neces-sitava de prorrogação, já que verdadei-ramente, não havia sido emanado por qualquer tempo determinado.

Apesar de tal resposta, a 31 de maio, sob o Prot. N. 515/84, a Presi-dência deu um Decreto sobre a prorro-gação da composição dos Tribunais Eclesiásticos do Brasil, já que o seu Decreto Executório, dado por tempo determinado, estava verdadeiramente por expirar; na conclusão de tal decre-to, encontramos:

1 PAULO VI, Motu proprio Causas matrimoniales, 28 de março de 1971, in AAS 63 (1971), 442.2 Cf. Comunicado Mensal da CNBB, abril de 1974, n. 259, p. 265-270.3 Cf. Comunicado Mensal da CNBB, março de 1974, n. 258, p. 272-279.4 Entre esses, consta também como Regional aquele de Brasília – DF, que em verdade sempre foi Interdiocesano,

nunca manteve-se integrado ao Tribunal do Regional (Centro Oeste), com sede em Goiânia.

“DECRETAMOS a prorroga-

ção do atual sistema dos Tribu-

nais Eclesiásticos Regionais, sua

Constituição e respectivas Nor-

mas, até a conclusão das dili-

gências necessárias e sua

competente aprovação”.

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 28 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

matériadecapa

Em 3 de junho de 1986, dois anos depois apenas, parecendo, segundo o texto da normativa, terem sido cumpri-das as diligências necessárias, no Decre-to anteriormente aludidas, foi promul-gado o Decreto de Constituição e Normas dos Tribunais Eclesiásticos do Brasil, aprovados na 24ª Assembleia Ge-ral da CNBB (contendo 8 capítulos e 41 artigos), nessa ocasião, foram mantidos os 13 Tribunais Regionais já existentes, acrescentando-se outro, que fora criado no decurso dos últimos dois anos (TER - NE 4), modificando-se, no entanto, os nomes que o STAA havia confirmado, dantes atribuído5 no ano de 1974 pela própria CNBB. Esse Decreto, sem dúvi-da alguma, sendo posterior a promulga-ção do novo Código de Direito Canôni-co, deveria assumir as normativas vigentes, contidas no novo CIC.

No Art. 6º, recorda: O Ordinário Militar6 e os Prelados de Ritos Orien-tais que não tenham próprio tribunal (na verdade todos não possuíam) po-dem utilizar os serviços dos Tribunais do Brasil, para os súditos aqui residen-tes, respeitadas as normas próprias do direito oriental7.

Nas Normas então emanadas, o que diz respeito, propriamente as en-

tão chamadas Câmaras Eclesiásticas está assim expressamente definido:

DAS CÂMARAS ECLESIÁSTICAS E SUA COMPETÊNCIA

Art. 8º - Constituam-se, enquanto possível, em todas as Igrejas particulares, câmaras eclesiásticas, com a função de executar as cartas rogatórias dos Tribu-nais e colaborar com estes e os Bispos diocesanos na administração da Justiça. 

Art. 9º - A câmara eclesiástica é formada de juiz auditor, defensor do vínculo, eventual promo-tor da justiça, e notário, clérigos ou leigos, desta-cados por seus bons cos-tumes, prudência e ciên-cia jurídica.

Art. 10º § 1 - Sem prejuízo do estatuído no Art. 7, atos judiciais de qualquer natureza, que não se definam por sentença, podem ser feitos pela câmara eclesiástica, por de-terminação do Bispo diocesano, ou a pedido de Tribunal competente.

§ 2 - Caso a câmara tenha juiz cléri-go, pode também, por determinação do Bispo diocesano ou designação do Presidente de Tribunal competente,

conhecer e julgar processo documen-tal, de que trata o Cân. 1686.

As renomeadas Câmaras Eclesiásticas Auxiliares Permanentes (CEAP) foram então instituídas dantes e agora confir-madas para prestarem seu auxílio, sobre-tudo, ajudando o Tribunal na execução das rogatórias para as oitivas de instrução das causas de declaração de nulidade do matrimônio ou também outras causas, ajudando a compor os autos do processo

como também para a exe-cução dos atos judiciais, além disso, como deter-mina o Decreto, quando existisse entre os seus membros juízes, ao me-nos um clérigo, as CEAPs tinham a competência para conhecer e julgar os processos documentais

em conformidade com o cân. 1686.Em 1999 por ocasião da 13ª Assem-

bleia Geral da Sociedade Brasileira de Canonistas - SBC8, realizada em Cam-pinas–SP, no mês de julho, os Servido-res dos Tribunais Eclesiásticos conhe-ceram a Comissão Episcopal da CNBB para os Tribunais de Segunda Instância e foram informados das alterações pre-vistas quanto à Segunda Instância, em

5 Cf. Comunicado Mensal da CNBB, abril de 1986, Ano 35, n. 399, p. 437-442.6 No Acordo entre a Santa Se e a República Federativa do Brasil, com o qual foi erigido o Ordinariado Militar do Brasil (cf. AAS 82 (1990) 126-129) a 23 de outubro de 1989 em seu

artigo 15 vem determinado:que os Tribunais de Brasília e de São Sebastião do Rio de Janeiro são competentes para as causas dos fieis do Ordinariado Militar na primeira instân-cia e o Tribunal de Goiânia as julgaria em 2° Instância.

7 Embora Igrejas Rituais Orientais, as três eparquias existentes são sufragâneas das Arquidioceseses da Igreja Ritual Latina (Curitiba – Ucranianos e São Paulo – Greco-Melquitas e Maronitas;), portanto, incluídas nas suas respectivas províncias eclesiásticas. Desde 1990 existe o Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium.

8 Cf. Catálogo da Sociedade Brasileira de Canonistas AD MMX, s. e.; s. c. p.; p. 31,

“A câmara eclesiás-tica é formada de juiz au-ditor, defensor do vínculo, eventual promotor da jus-tiça, e notário, clérigos ou leigos”

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gestãofinanceiragestãofinanceira

A s entidades eclesiásticas têm garantido o exercício público de suas atividades no funda-mento constitucional da liber-dade religiosa. É um direito da

Igreja Católica desempenhar a sua mis-são apostólica e social, desde que obser-vado o ordenamento jurídico brasileiro.

A criação, a organização, a estrutu-ração interna e o funcionamento das entidades religiosas são independen-tes, sendo inclusive vedada ao poder público, a negativa de reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e ne-cessários ao seu funcionamento.

Por consequência, as Paróquias, Ins-titutos de Vida Consagrada e Socieda-des de Vida Apostólica, dentre outras entidades eclesiásticas, são responsáveis por registrar contabilmente - revestidas das formalidades cabíveis - todas as suas

operações, conforme disciplinado no Código Civil (Lei 10.406/2002).

Na forma dos artigos 1.180 a 1.184 (Código Civil), toda entidade é obriga-da a escrituração do ‘Livro Diário’, se-guindo o sistema contábil e a unifor-mização de registro, em consonância com a documentação respectiva. Per-mite assim, o levantamento anual do balanço patrimonial e o do resultado econômico apurado (art. 1.179) a ser reinvestido na própria instituição.

FUNDAMENTOS PRELIMINARESO Código Civil determina também

que a escrituração dos livros, é de com-petência de contabilista legalmente ha-bilitado nos órgãos competentes (art. 1.182). O Conselho Federal de Contabi-lidade (CFC) oferece, com as Normas Brasileiras de Contabilidade, toda a

orientação necessária para escrituração desses livros.

O registro contábil, com a respectiva escrituração das receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capa-zes de assegurar sua exatidão, é também um dos itens obrigatórios constantes do Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), para que prevaleça a veda-ção à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de cobrar im-postos sobre as pessoas jurídicas eclesi-ásticas, assim como ao patrimônio, ren-da e serviços relacionados com as suas finalidades essenciais, em conformidade com a Constituição brasileira, conforme previsto no acordo firmado pelo Gover-no Brasileiro com a Santa Sé validado por meio do Decreto 7.107/2010.

A obrigação contábil se ratifica, ainda na medida em que algumas des-

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DISCIPLINA E ORGANIZAÇÃOEntenda a validade das obrigações contábeis e sua importância para a segurança patrimonial POR MÁRCIO DE SOUZA MOREIRA

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Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 43

tas entidades eclesiásticas, exercendo o direito da livre iniciativa, perseguem fins de assistência e solidariedade so-cial. Elas se subordinam a legislações autônomas para gozar dos direitos, imunidades, isenções e benefícios, com exigências diferenciadas nas áreas de assistência social, saúde e educação, as quais trazem grandes percalços, in-clusive contábeis, devido ao volume de normas a serem assimiladas e pratica-das, dentre elas a segregação contábil pelas respectivas áreas de atuação.

A segregação proposta encontra eco na dimensão organizacional1 que a con-tabilidade faz da entidade. Esta aborda-gem considera os registros por centro de custos, centro de superávit e contabi-lidade por fundos, dentre outros.

A legislação que regula a certifica-ção das entidades filantrópicas ao ex-pressar que a entidade mista “deverá manter escrituração contábil segregada por área de atuação, de modo a eviden-

ciar o seu patrimônio, as suas receitas, os custos e as despesas de cada área de atuação”, não deixa dúvida quanto à intenção de desmembrar contabil-mente os respectivos re-gistros patrimoniais.

FIQUE ATENTOA mensuração do patrimônio é feita

por meio da demonstração dos ativos (bens e direitos), passivos (obrigações) e do patrimônio social no Balanço Patri-monial2. Assim, o patrimônio não se restringe exclusivamente aos bens imó-veis, mas à totalidade dos bens, direitos, capital de terceiros e capital próprio de-de-vendo-se atentar para a sua essência e realidade econômica e não apenas sua forma legal.

Contudo, deve-se considerar que a manutenção de registros tão minucio-sos e separados para cada ‘entidade’,

“É um direito da Igre-ja Católica desempenhar a sua missão apostólica e social, desde que observa-do o ordenamento jurídico brasileiro”

1 IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBECKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: Aplicável às demais Sociedades. 2 ed. – São Paulo: Atlas, 2009.

2 Resolução CFC n.º 1.121/2008 – Deliberação CVM n.º 539/2008 – CPC S/N.º

‘subentidade’ ou ‘macro-entidade’, ou mesmo, por área de atuação da entidade, conduza ao equilíbrio entre custo e benefício.

O exposto se justifica pela afirmativa de que a entidade sem fins lucrati-

vos deve cumprir as normas do CFC e, esta autarquia corporativa afirma que o benefício decorrente da informação deve exceder o custo de produzi-la e os órgãos normativos em especial, assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis, devem estar conscientes dessa limitação.

Márcio de Souza Moreira é Diretor do Institu-to Axis, Mestre em Finanças, Contador, Auditor, Perito Judicial, Especialista em Gestão Tributária e atua como docente nos Cursos ministrados pelo Instituto Axis, dentre eles Gestão da Filan-tropia e Gestão Contábil. Contato: [email protected]: www.institutoaxis.com.br

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liderança

O apóstolo Tiago era um dos filhos de Zebedeu; o outro era João, o discípulo amado. Os dois eram muitos jovens quando foram chamados.

Enquanto João tinha muitas ideias e dava opiniões o tempo todo, Tiago era um sujei-to sem muita expressão, que preferia ficar calado. No fundo nutria a ambi-ção de fazer parte do “Conselho”. Ficou célebre o dia em que a mãe de Tiago e João pediu a Jesus que seus filhos ocupassem os principais cargos: um à direita e outro à esquerda. Imagino a reação que isto causou nos demais. Jesus se fez de desentendido. Mas no fundo sempre manteve mais próximo de si o trio: Pedro, Tiago e João. Estiveram juntos no Monte Ta-bor, na Transfiguração e no Getsêma-ni, na hora da agonia.

Dando este cargo de confiança a Tiago Maior, Jesus soube transformar sua ambição em perseverança e fideli-dade. Nem sempre a ambição é algo

ruim. Mas se não for trabalhada pode se tornar uma fonte de discórdias no grupo. Pior do que um ambicioso fa-lante é um ambicioso calado. No fundo ele nutre o sonho de se tornar o “maior”. Este tipo de disputa em nossas

instituições pode matar o espírito de corpo. Pre-cisamos administrar o potencial de ambição e evitar dificuldades.

Texto extraído do livro:Como liderar pessoas difíceis, João Carlos Almeida

Para adquirir a obra: http://editora.cancaonova.com

Pe. João Carlos Almeida, SCJ é Doutor em Teologia, Educação e Espiritualidade. É Profes-sor e Diretor Geral da Faculdade Dehoniana, em Taubaté-SP, Membro do Conselho de Conteúdo da revista Paróquias & Casas Religiosas. Autor de vários livros publicados pela Editora Canção Nova e Edições Loyola. Contato para cursos e palestras: [email protected]

Aprenda administrar dificuldades com o apóstolo Tiago MaiorPOR PE. JOÃO CARLOS ALMEIDA, SCJ

“Precisamos adminis-trar o potencial de ambição e evitar dificuldades”

O AMBICIOSO

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paróquiasemgestão

A célula é a parte com forma definida que constitui um ser vivo, porque é a menor por-ção da matéria viva, a unida-de estrutural e funcional dos

organismos vivos.A paróquia é estrutura constitutiva

da organização diocesana em virtude do princípio da territorialidade e, se a Igreja local não é uma parte da Igreja universal, mas uma porção, isto é, a realização da Igreja do Senhor em um determinado lugar, também na paró-quia se realiza esta mesma Igreja.

Para entender a paróquia, como célula da diocese, é necessário delinear a missão da diocese.

A revitalização da paróquia só vai acontecer quando entendermos a ra-zão de ser, a finalidade e a estrutura or-ganizacional da diocese. A partir daí, podemos gerenciar uma paróquia com objetividade e clareza.

A paróquia, com parte constitutiva da diocese, é uma comunidade estável por ter sido devidamente ereta na Igre-ja particular (cf. Cân. 374, §1) pelo bispo diocesano (cf. Cân. 515, § 2).

O Código de Direito Canônico de-de-fine a diocese como “uma porção do povo de Deus confiada ao pastoreio do bispo com a cooperação do presbitério, de modo tal que, unindo-se ela a seu pastor e, pelo Evangelho e pela eucaris-Evangelho e pela eucaris-vangelho e pela eucaris-eucaris-ucaris-tia, reunida por ele no Espírito Santo, constitua uma Igreja particular, na qual está verdadeiramente presente e operante a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica” (Cân. 369).

Nesse cânone, o Código de Direito Canônico apresenta três critérios importantes sobre a diocese, base estrutural e organi-zacional da paró-quia como célula da diocese.

Saiba que a paróquia é parte constitutiva e organizada da diocesePOR CÔN. EDSON ORIOLO

CÉLULA DACOMUNIDADE

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Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 47

“A paróquia, como célula que é, deve estar voltada e orientada por uma instância maior, a diocese”

Confiada ao bispo: o bispo é o res-bispo é o res-ponsável por uma determinada Igreja local, mediante a ordenação e em con-tinuidade com os apóstolos. Para exis-tir como tal, a paróquia deve estar “constituída estavelmente” (Cân. 515, §1), isto é, ter sido ereta pela autorida-de eclesiástica competente; neste caso, hoje em dia, pelo bispo diocesano, ten-do ouvido o conselho presbiteral (cf. Cân. 515, § 2).

As paróquias são comunidades de fiéis, organizadas localmente sob a di-reção de um pastor que faz às vezes do bispo (cf. SC 42; CD, 30).

A nomeação episco-pal dos párocos, a bên-ên-n-ção dos santos óleos para os sacramentos nas paróquias, a celebração do sacramento da con-firmação por um bispo, a oração pelo bispo na eucaristia, o exercício do ministério pastoral sob a autoridade do bispo diocesano, são sinais demonstrativos de que a paróquia é célula da diocese.

Cooperação do presbitério: é im-portante para o bispo ter ao redor de si a realidade do presbitério, da comuni-dade de sacerdotes que se ajudem, que estejam juntos em um caminho co-mum, solidários na fé comum (cf. Bento XVI, discurso, 25 de julho de 2005).

Os presbíteros constituem verda-deira comunidade de irmãos que de-vem sustentar-se e ajudar-se mutua-mente. Essa comunhão entre os sacerdotes é hoje mais importante que nunca, pois “nenhum sacerdote é sa-cerdote sozinho, nós somos um pres-bitério, é só nessa comunhão com o bispo que cada um pode prestar o próprio serviço” (cf. Bento XVI, dis-curso, 6 de agosto de 2008). A paró-quia é do presbitério.

3 critérios da estrutura organizacional da diocese

1. A diocese é confiada ao bispo; 2. Deve ter a cooperação do pres-

bitério; 3. A unidade é pelo Evangelho e a

Eucaristia.

A unidade é pelo Evangelho e a Eucaristia: a paróquia é a Igreja reuni-paróquia é a Igreja reuni-da pela Palavra de Deus, pelo Evange-de Deus, pelo Evange-vange-lho como palavra de graça e prática que testemunha a nossa fé.      

Na paróquia, os sacramentos de-, os sacramentos de-os sacramentos de-vem estar subordinados à eucaristia.

Santo Tomás de Aquino  mostrou como, em última análise, todos os sa-cramentos estão subordinados à euca-euca-uca-ristia e giram em torno dela (cf. STh, III, 65,3). Batismo e Confirmação são a porta de entrada para a Eucaristia. O sacramento da Penitência, como se-gundo e laborioso batismo, acolhe no-vamente na comunidade eucarística quem pecou gravemente. A Unção dos Enfermos prepara seriamente os doen-tes e moribundos para a participação na plenificação eucarística no banque-te nupcial celeste. A Ordenação Presbi-teral confere plenos poderes para a ce-lebração da eucaristia. O sacramento do Matrimônio retrata a unidade e o

frutífero amor entre Cristo e a Igreja e torna o casamento e a família uma espécie de Igreja doméstica (cf. LG 11).

Portanto, a paróquia, como célula que é, deve estar voltada e orientada por uma instância maior,

a diocese. Deve ser delineada de acor-. Deve ser delineada de acor-do com os critérios, objetivos e estraté-gias estabelecidas pela estrutura orga-pela estrutura orga- estrutura orga-nizacional da diocese.

Célula da diocese cabe à paróquia promover uma articulação pastoral mais orgânica e missionária em todas as ins-tâncias pastorais, movimentos, comuni-dades em um caminho de santificação, vivido na comunhão do presbitério de uma Igreja local (cf. PO, 12; PDV, 24).

Por isso, a fi m de manter a paró-, a fim de manter a paró-quia como célula viva da Igreja de Cristo uma nova exigência se impõe e se torna mais premente: conhecer a estrutura organizacional da diocese.

Côn. Edson Oriolo é Mestre em Filosofia Social, Especialista em Marketing, Gestão Estratégica de Pessoas, Professor na Faculdade Arautos do Evan-gelho e Pároco da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre/MG, faz parte do Conselho de Con-teúdo da revista Paróquias & Casas Religiosas.Contato: [email protected]

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comportamento

existem. Como administrá-los? Como aprender com eles?

Na música entende-se por dissonân-cia a falta de clareza nos sons musicais, nos tons e na harmonia gerando inade-quação no ritmo ou no estilo. Porém, para desenvolver tarefas conjuntas e vi-ver comunitariamente passa-se, necessa-riamente, pelo processo do convívio so-cial e comunitário. Religiosos, religiosas e sacerdotes estão constantemente asse-diados por pessoas das mais diferentes culturas e raças. Cada uma delas apre-senta seu estilo de vida, sua maneira de pensar e agir, sua forma de interagir, seu nível de entendimento, postura, opinião, sua religiosidade, suas dores. Por outro lado, os religiosos e religiosas são igual-mente seres humanos e também se es-tressam, adoecem e sentem dores, e possuem seus problemas pessoais e até dificuldades para serem assertivos.

“Fecho-me quando me apontam verdades”. “Não aceito mudanças sem que me consultem”. “Fico irritadíssimo

quando chegam atrasados na cape-la”. “Perco a cabeça quando desobedecem exa-tamente naquilo que foi tra-balhado e solicitado”. “Por que aquela religiosa quer aparecer mais do que as outras?”

Dentro da Vida Religiosa o hu-mano salta ainda mais aos olhos, en-quanto as dissonâncias internas, na maioria das vezes, não facilitam em nada para ninguém. Naturalmente há uma alta exigência das congrega-ções quanto a postura e aos compor-tamentos frente aos objetivos pro-postos por elas, mas internamente o “homem velho” insiste em se perpe-tuar no ser humano, que a princípio se propõe seguir as regras religiosas.

A estratégia inicial para quem busca aperfeiçoar-se em Deus por meio da fé, e de uma caminhada religiosa, é traçar objetivos e ir avançando suave, mas continuamente em busca de uma visão clara, sistêmica e definida. No entanto, a consciência do quão longe ficam as

Encontre na dissonância comportamental o autoaperfeiçoamento e a elevação da autoestima POR DRA. GRACIOSA LUZA WIGGERS

INTRÍNSECO

U m dia ou outro, aquele mau humor vindo não sei de onde, aparece. As coisas tor-nam-se diferentes, desconti-nuadas, chatas. Tudo parece

ficar do lado avesso e aqueles resultados esperados não acontecem. Então, na comunidade as situações encrespam.

A oração não tem “sabor”, o traba-lho não rende, as pessoas próximas es-tão distantes e a desarmonia interior começa a acontecer. Negar a presença de sentimentos estressantes, dificulda-des pessoais, comportamentos inade-quados, é a mesma coisa que negar sentimentos e valores positivos.

Como conviver com os meus com-portamentos negativos junto ao meu grupo de trabalho e à minha comuni-dade? Como suportar os defeitos da-quele co-irmão estressado, daquela religiosa teimosa, daquele paroquiano ansioso, daquela senhorinha que in-siste em querer mudar as flores do al-tar diariamente, sem ser convocada? Na verdade, problemas emocionais viram defeitos junto a um grupo. Eles existem. Os sentimentos negativos

ValorValor

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Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 51

metas a quem inicial-mente se propôs a uma caminhada espiritual, gera um encadeamento de frustrações, tibiezas espirituais e constrangi-mentos pela dissonância entre o humano e o divi-no.

Não há uma válvula que possa segurar um comportamento compul-sivo, apenas porque a pessoa se tornou religiosa, padre ou consagrado leigo. Palavras ofensivas, comentários e inter-pretações levianas de colegas de comu-nidade, ditas de maneira impensada, podem criar dificuldades na convivên-cia fraterna, e mesmo entre sacerdotes e paroquianos. Acessos de raiva, des-controles emocionais, faltas constantes de respeito acontecem também nas melhores comunidades.

Por situações banais, por palavras trocadas, impensadas, por antipatias, por comportamentos provocativos, pela luta de poder, algumas comuni-dades sofrem e se dividem, e tome decepção! O grau destes danos nem pode ser mensurado, porque a convi-vência se torna insuportável, e as pes-soas, cujas vocações ainda estão inse-guras, ficam abaladas, quando não desanimadas. Lastimavelmente, mui-to se perde na qualidade de vida e intensificam-se os descontentamentos e climas completamente tensos e des-confiados.

Admitir e entender as situações, é o primeiro passo para o crescimento e para a verdade. Quando uma comuni-dade quer verdadeiramente aceitar e discutir seus próprios erros, com certe-za a verdade eclode e os vínculos verda-deiros começam a surgir.

A comunidade que quer realmente exorcizar-se, depende da maturidade, do bom senso e da busca profunda da verdade, em Deus. Seja em que área for, sempre haverá um caminho aberto a ser seguido. Toda mudança e confronto geram sofrimentos e muitas vezes sofri-mentos intensos, especialmente quan-do a mudança é pessoal ou comunitá-

ria, mas se a verdade for objetivamente persegui-da, novas ondas de valo-rização e de aprendiza-gens se instalarão e o crescimento pode acon-tecer.

A maturidade nos relacionamentos depen-de em muito da profun-didade de aprendizagens verdadeiras, e da cone-

xão com o espírito da verdade com o qual cada um se compromete. Pode-se tirar proveito das situações difíceis e até ganhar com elas.

Com base nessas premissas como conscientização, empatia, confiança, participação, colaboração, etc, é possí-vel desenvolver habilidades intra e in-terpessoais dos candidatos à Vida Reli-giosa e Sacerdotal, de modo a convergir para o aperfeiçoamento pessoal, isto é, ‘aprender a aprender’. Assim, com base nesse contexto, uma metodologia de Capacitação Personalizada poderá ser trabalhada ainda com os candidatos e candidatas, abrangendo basicamente três etapas:

1ª. Diagnóstico do/a Candidato/a: identifique qual a situação da pessoa com relação à capacitação necessária, mas também ao conhecimento dos objetivos estratégicos da Instituição Religiosa;

2ª. Levantamento de necessidades: é a fase em que, em função dos objeti-vos estratégicos e do diagnóstico do/a candidato/a poderão ser elencados programas prioritários de capacitação;

3ª. Programa personalizado: pro-gramas prioritários de acordo com as necessidades do/a candidato/a, visan-do muito mais que tenha aprendiza-gens pessoais e espirituais, pois com elas o mesmo poderá adicionar outros conceitos também necessários para sua vida religiosa.

Graciosa Luza Wiggers é Psicóloga e Psicote-rapeuta Especializada, Mestra em Recursos Hu-manos Psicodramatista, Doutora em Psicologia Clínica, Doutora em Ciências Sociais Aplicadas e Especialista em Neuro-Linguística, Cascavel/PR.Contato: [email protected]

“A maturidade nos relacionamentos depende em muito da profundi-dade de aprendizagens verdadeiras, e da conexão com o espírito da verdade com o qual cada um se compromete”

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marketingeigreja

A s áreas de aplicação do marke-ting mostram vários meios para fidelizar clientes. Porém, do ponto de vista empresarial, o marketing é a metodologia

que possui objetivos claros, utiliza de ações para ampliar o foco de suas men-sagens, investe em uma comunicação pensada e estruturada com o intuito de alcançar determinado público.

Desse modo, Philip Kotler analisa que o marketing é “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produ-tos de valor”1. Esta definição permite compreender que existe um artifício ge-rencial, onde o gestor e sua equipe pro-curam atingir suas metas pretendidas. Porém, para contemplar estes objetivos, o líder religioso deve planejar as ações.

Contudo, nosso olhar sobre o mar-keting conduz para uma observação, que por meio dos processos de troca, existe um serviço que atende às neces-sidades que reúnem características próprias para cumprir as definições de cada setor. Ou seja, o gestor de uma empresa age de forma que aquele bem ou serviço atende às necessidades do cliente. Nesse sentido, os mais variados métodos sobre marketing podem ser aplicados em diversos setores e seg-mentos. E a Igreja pode e deve utilizar de técnicas em marketing para que sua missão seja ainda mais eficaz.

COMO APLICAR O MARKETING? Para aplicar determinadas técnicas

de marketing, é preciso estudá-las de forma que as ações sejam elaboradas e partilhadas, entre os líderes de pastoral, sempre em sintonia com o pároco. As estratégias devem ser bem entendidas e

esclarecidas para que não haja qualquer dúvida ou incerteza, pois o marketing é uma ferramenta prática e de grande po-tencial. Entretanto, nessa breve apresentação, requer que o leitor procure refletir, analisar e, junto com a equipe, elaborar estratégias que viabilizem tais ações.

Por isso, de acordo com as linhas estabeleci-das, quando a comunidade se reunir para compor o planejamento, é bom criar, semelhante o que ensina o marke-ting, um “departamento” (ou equipe) que ajude a pensar estas ações para o futuro das relações com a comunidade de fiéis. Assim, este pensamento está de acordo com o que Kotler defende: aten-der às necessidades das pessoas. Nesse sentido, quais são as necessidades da sua paróquia? Então, baseado em orienta-ções na composição de um departamen-to, o marketing ajuda a pensar e aplicar seus métodos no contexto eclesial.

Aplique técnicas em marketing para ampliar e renovar a missão de sua comunidadePOR MARCELO DOS SANTOS

“ A Igreja pode e deve utilizar de técnicas em marketing para que sua missão seja ainda mais eficaz”

1 KOTLER, Philip. Administração de marketing, p. 14.

PONTO CHAVEPONTO CHAVE

5 passos para compor e trabalhar em equipe

1. Elabore um nome forte para o grupo;

2. Tenha um banco de dados com nome, endereço, telefone, e-mail, etc;

3. Mantenha um relacionamento de parceria nos encontros e fes-tas na comunidade;

4. Tenha pessoas voluntárias que aceitem o desafio de trabalhar para a comunidade;

5. Faça um marketing ‘boca a boca’ para convocar as pessoas.

Portanto, estas ideias e outras podem ajudar seu trabalho de forma que estabe-leça vínculo com os grupos de apoio,

como as pastorais, entre outros. Elabore em sua paróquia ou comunida-de religiosa meios de co-municação que favore-çam sempre a unidade entre os irmãos e irmãs, por uma Igreja atuante e

missionária.

Marcelo dos Santos é Diretor Editorial da Re-vista Paróquias & Casas Religiosas, Coordenador Operacional do Censo Católico (Caic-Br), Bacha-rel e Licenciado em Filosofia e História, pela PUCCampinas/SP, Bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, cursa Pós-Graduação em Comunica-ção Social, pela PUCSP/Sepac. Autor do livro “Sob a Luz do Evangelho”, publicado pela Edito-ra A Partilha.Contato: [email protected]

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paróquiamodelo

E mbora desconhecida a data de sua fundação, em 1766 já exis-tia a Capela Nossa Senhora da Conceição e em 1776 passou Camanducaia a ter arquivo

próprio tornando-se Capela curada so-bre a administração de seu primeiro en-carregado o Pe. João Manuel da Silva. De acordo com os arquivos, em 1787 a ma-triz já estava sendo construída e, somen-te em 26.12.1790 aconteceu a Sagração da Igreja Matriz pelo Pe. Bernardo Sampaio de Barros e administrativa-mente pertencia ao muni-cípio de Campanha. O patrimônio da paróquia foi cons-tituído pelos se-nhores Capitão Manoel da Silva, José Inácio Ro-drigues e Iná-cio de Cubas.

Atualmente a Paróquia Nossa Se-nhora da Conceição que pertence à Arquidiocese de Pouso Alegre-MG, é composta de 13 comunidades rurais e um Distrito, São Mateus de Minas e 20 comunidades urbanas. Seu Arcebispo, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Fi-lho e seu pároco Pe. Agenor Roberto da Silva, estão caminhando a passos largos como Igreja viva, participativa e missionária. A população da Paróquia Imaculada Conceição está entre 13.500 a 14.500 habitantes.

Há dois anos, quan-do cheguei a esta paró-quia encontrei uma lide-rança desmotivada e desarticulada. Um déficit de quatro a cinco mil reais mensal.

Primeira medida: levantamento da real situação pastoral e administra-tiva de como se encontrava a paróquia.

Segunda medida: como dar conti-nuidade às obras da igreja, se não há recurso para tal? De quem é a responsa-bilidade pela manutenção da paróquia financeira e pastoralmente? Este des-pertar para a realidade foi essencial para novas mudanças, tais como, momentos de formação e palestras. Planejamento

das atividades pastorais fortalecen-do assim os momentos

mais fortes: Quares-ma, Semana Santa, Corpus Christi, Se mana da Famí-lia, novena e fes-tas da padroeira.

Terceira me-dida: reestrutu-ração da Pastoral do Dízimo inte-

grando novos membros como contador, bancário e comerciante, pessoas estas, bem sucedidas e atuantes na vida da co-munidade. Foram estabelecidas metas e ações planejadas, como conscientização do valor do dízimo na vida do cristão. Isto se deu graças às visitas dos membros da equipe do dízimo às famílias, a distri-buição de material de conscientização, folder, panfletos e atualização dos dados e renovação das carteirinhas. Primeiro

alvo a ser atingido foi as lideranças.

Quarta medida: di-visão do perímetro urba-no em setores e criando em cada setor uma equi-pe responsável pelo fun-cionamento dos mesmos.

O resultado dessa ação veio com a reali-zação da semana da família a qual en-volveu todas as forças vivas da cidade, principalmente, as escolas estadual, municipal, particulares e creches. Como resultado desse trabalho houve debates, palestras, apresentações teatrais durante toda Semana da Família, além da parti-cipação ativa dos responsáveis pelo se-tor na programação da rádio América FM local. Essa medida trouxe uma maior participação e comprometimen-to dos paroquianos.

Para os próximos quatro anos, es-pero ver as comunidades criadas nos setores bem como as comunidades ru-rais em pleno funcionamento e que todas possam ter o seu espaço físico, capela ou salão, como lugar para a cele-bração e vivência fraterna das mesmas.

Pe. Agenor Roberto da Silva é Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Ca-manducaia/MG. Contato: [email protected]

INVESTIMENTO QUE DEU CERTOParóquia Nossa Senhora da Conceição, Camanducaia-MGPOR PE. AGENOR ROBERTO DA SILVA

“Despertar para a realidade foi essencial para novas mudanças, tais como, momentos de for-mação e palestras”

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Pastoral da Catequese 60 | Pastoral Familiar 64 | Pastoral Litúrgica 66 Pastoral do Dízimo 70 | Planejamento Pastoral 72

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 64 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

PASTORAL

FAMILIAR

H oje em dia é muito comum ouvirmos falar que passamos por uma crise moral e ética profunda, pois somos bom-

bardeados por todos os lados, e muitas vezes esquecemos o que realmente so-mos de fato.

As mudanças sociais repercutem na família, surge uma nova cultura, novos hábitos, valores, costumes e comportamentos.

O cristão é chamado a discernir os fatos e olhar a realidade dos nossos dias iluminando-os com o evangelho.

Dentro dessa orientação de vida, a família possui um papel muito impor-tante, pois, nas relações familiares se constroem a personalidade do ser hu-mano. A família é a primeira escola das virtudes humanas, é o laboratório do amor e da fé.

E olhando para a história cristã, percebemos que as primeiras comuni-dades viviam a realidade da Igreja do-méstica, com o passar dos anos perde-mos um pouco dessa identidade, e pior ainda, perdemos a capacidade de criar-mos relações.

Diante desse quadro, surge um enorme desafio para a Pastoral Fami-liar: Como realmente atingir as famí-lias? Poderíamos abordar vários aspec-tos importantes da ação pastoral em questão, como: a finalidade e prepara-ção do matrimônio, a educação dos fi-lhos, etc. Porém, o Documento de Aparecida já nos aponta um caminho quando apresenta o tema “Discípulos Missionários”. O discipulado é questão prioritária, o agente da Pastoral Fami-liar deve ser um discípulo, deixando-se modelar por Cristo, buscando sempre a maturidade cristã.

Construa bases sólidas para uma pastoral ativa e missionáriaPOR GLAUCIO ALBERTO FARIA DE SOUZA

ESCOLA DE VIDA

“A família é a pri-meira escola das virtudes humanas, é o laboratório do amor e da fé”

Em um mundo desfigurado, a Pasto-ral Familiar é convidada a construir, veja bem, construir é colocar bases, é apresentar o rosto de Cristo, é criar uma pro-funda relação pessoal. Este é um fator determi-nante na nossa ação pas-toral, ou acolhemos de fato nossos irmãos, com tudo ou nada que eles possam nos oferecer, ou corre-mos o risco de não cumprirmos o nosso papel de ser sal e luz.

ACOLHIMENTO É: Doar-se sem reservas; Assumir o caminho de Cris-

to a partir de uma expe-riência querigmática;

Quebrar a barreira da in-diferença;

Deixar-se ser marcado pelo outro e também marcar o outro;

É comungar da vida, como a eucaristia.

Essa relação tem como modelo a própria Trindade, porque não

existe nem sujeito e nem objeto, so-mente comunhão de vida. Verificamos claramente nos evangelhos esta prática por parte de Jesus ao sentar-se à mesa. Estar à mesa é comungar da vida, pre-figuração da entrega de Cristo na cruz, isso significa uma vida voltada ao amor e ao outro, sendo esta a maior vocação do ser humano.

Ser discípulo é construir a vida, le-vando Cristo como base às famílias, para que esta vida ressoe nos relacio-namentos familiares, eclesiais e sociais.

Glaucio Alberto Faria de Souza é Teólogo, Professor e Palestrante. Minis-tra cursos de formação cristã e iniciação teológica em diversas paróquias.Contato: [email protected]

2 motivos para o discipulado

1. Ser discípulo é andar no mesmo caminho, não é andar de qualquer maneira, pode-se andar ao lado, à frente, distante, mas o discípulo anda atrás, no sentido profundo de depen-dência e relação, verifica-se nessa relação uma construção de identidade.

2. Nenhum discípulo nasce pronto, é necessário um processo de formação contínua, que conduza o agente e capacite-o a ser um divisor de águas na vida de uma determinada família.

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PASTORAL

LITÚRGICA

D epois de celebrarmos o Ciclo Pascal, que se inicia na Quar-ta-Feira de Cinzas e se encerra com a solene celebração do

Domingo de Pentecostes, retomamos o Tempo Comum. São 33 ou 34 semanas distribuídas ao longo do Ano Litúrgi-co, durante as quais o Mistério Pascal de Cristo é proclamado e celebrado, presente e atuante, no “hoje” das co-

munidades (cf. Lc 24,13-35). Isto se dá, de modo especial, por meio da celebra-ção do Domingo e das Solenidades do Senhor. É muito importante levar isso em consideração especialmente quan-do se celebram as Memórias da Santís-sima Virgem Maria e dos Santos e Santas de Deus.

O Tempo Comum, assim como o Ciclo Pascal e o do Natal, foi restaura-

do pelo Concílio do Vaticano II a fim de que o Mistério Pascal, centro da fé cristã, pudesse ser celebrado ao longo de todo o Ano Litúrgico, possibilitan-do, assim, uma participação plena, consciente e ativa de todo o povo de Deus na liturgia da Igreja. Dessa ma-neira, o Domingo foi revalorizado como o “Dia do Senhor”, fundamento e núcleo do Ano Litúrgico.

Celebre com zelo e dignidade o Mistério Pascal no Tempo ComumPOR PE. CRISTÓVÃO DWORAK, CSSR

ENCONTRO M E M O R I A L

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A celebração do Do-mingo ao longo do Tem-po Comum, pela sua própria natureza, ali-menta a espiritualidade cristã por meio da escuta atenta da Palavra de Deus e da partilha do Pão Consagrado, recor-dando, assim, a Ressur-reição do Senhor. Esse Tempo Litúrgico tem sua origem na Páscoa da Ressurreição e, necessariamente, para ela se encami-nha e se dirige.

A configuração desse Tempo está diretamente relacionada ao Evange-lho dominical (nesse ano estamos lendo o Evangelho de Mateus), núcleo da Liturgia da Palavra, e em torno do qual são organizadas as outras leituras - do Antigo e Novo Testamento – e o Salmo Responsorial. Também a ho-milia, os comentários, os cantos e a música devem encontrar nestes textos a sua inspiração.

Os Prefácios, textos privilegiados de Glorificação e de Ação de Graças, nos ajudam a perceber e relacionar o nosso tempo e a nossa própria história com o Tempo Comum, cuja centralidade está calcada no Mistério Pascal de Cristo: “Hoje, com a luz e a força do Espírito

Santo, acompanhais sem-pre a vossa Igreja, peregri-na neste mundo; e por Je-sus Cristo, Vosso Filho, a acompanhais pelos cami-nhos da história até a fi-delidade perfeita em vosso Reino”.

As romarias, celebra-ções especiais, festas po-pulares e dos padroeiros, também cabem nesse

Tempo, podendo ser celebradas com di-versas missas votivas (p. ex.: Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora, São João Batista, São Pedro e São Paulo, etc.), missas rituais (p. ex.: nas ordenações, em aniversário de casamento, na dedicação de um altar, etc.) e missas e orações para diversas necessidades (p. ex.: missa em ação de graças, pelos prisioneiros, pelos doentes, pela pátria ou pela cidade, etc.), propostas pelo Missal Romano.

O Tempo Comum também é marcado pela comemoração de meses, semanas e dias temáticos, como, por exemplo, o mês da Bíblia, das Vocações, entre outros. Entretanto, tais comemo-rações devem, igualmente, respeitar a centralidade do Mistério Pascal. Elas devem ser celebradas “por Cristo, com Cristo e em Cristo”, e não à luz de um tema ou ideia!

“ Uma celebração dominical da Eucaristia ou da Palavra de Deus, como verdadeiro encontro dos missionários e discípulos com o Senhor, exige muito preparo e cuidado para que seja bem celebradal”

12 pistas para celebrar melhor o Tempo Comum

1. Valorize o Domingo, o Dia do Senhor Ressuscitado. Lembre sempre da precedência do domingo sobre outras comemorações.

2. Realce a dimensão Pascal do Domingo, por meio da procissão solene dos ministros e/ou da asper-são da assembleia no início da celebração, em substituição ao Ato Penitencial. Para isso podemos utilizar as lindíssimas orações do Missal Romano, que nos remetem à celebração da Vigília Pascal quando, solenemente, renovamos nossas promessas batismais e fomos aspergidos com a água benta. É preciso respeitar a dignidade do rito e não esparramar a água benta de qualquer jeito!

3. Dê destaque ao Evangeliário e investa na primorosa proclamação e escuta atenta da Palavra de Deus. Será que os folhetos, livrinhos e o datashow favorecem de verdade tais atitudes?

4. Valorize a homilia. Ela é de fundamental importância para a celebração. Santo Afonso de Ligório recordava aos pregadores do seu tempo que o povo de Deus esperava do pregador “não as palavras belas e os ditos agudos, mas um pão nutritivo da Palavra!” O padre Antônio Vieira, por sua vez, dizia, no Sermão da Sexagésima: “Quem semeia misturas, mal pode colher trigo. Se uma nau fizesse um bordo para o norte, outro para o sul, outro para leste, outro para oeste, como poderia fazer viagem? Por isso nos púlpitos se trabalha tanto e se navega tão pouco”.

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PASTORAL DO

DÍZIMO

A lguns já me questionaram so-bre esse tipo de reflexão sobre o dízimo. Acredito que esta-mos vivendo um tempo de

maturidade eclesial suficiente para re-pensar a experiência do dízimo em nossas comunidades.

A experiência do dízimo tem passado por uma evolução crescente pelos séculos. O que vemos hodiernamente, não é mais uma contemplação passiva do dízimo projetado no Antigo Israel. Houve um enriquecimento da expe riên cia e novos modos de abordagens a esse respeito.

Certamente que isso não foi tranquilo para a grande maioria daqueles que opta-ram por essa forma de contribuição. Por outro lado, também houve inúmeros exa-geros que fazem ‘dó’ à releitura decimal.

Será a respeito disso que estarei re-fletindo nesse artigo. Sobre o tema,

Conquiste novos recursos para sua comunidade por meio do dízimo 3.0POR PE. JERÔNIMO GASQUES

EXPERIÊNCIA SAUDÁVEL

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pretendo escrever um livro mais elabo-rado a respeito dessa nova tendência (pastoral) decimal.

Sem muito rodeio e de forma bas-tante resumida, vamos à reflexão em três tempos.

PRIMEIRO: DÍZIMO 1.0O foco é o dízimo em si mesmo.

Resumidamente e com alguns questio-namentos ele nasce naturalmente e sem a pretensão de se tornar algo ques-tionável no Antigo Testamento, apenas o dízimo por si mesmo.

Nessa primeira fase o dízimo nada mais é que a devolução dos produtos de cereais e de animais. Historicamente antes da Lei. Sem demora podemos conferir alguns textos elementares: Gênesis 14,20; Genesis 28,22; 2Samuel 8,15-17; Números 18,21-24.

Nesse contexto, o dí-zimo era uma troca de favores; nada obrigató-rio ou imposto por Deus, apenas pes-soal e uma atitude que tinha um proce-dimento metodológico: vender, comer e repartir.

O dízimo sobre a lei ganha outro destaque: planejado para a manuten-ção dos levitas e, consequentemente, descrito como parte dos produtos da terra.

SEGUNDO: DÍZIMO 2.0O foco será a comunidade inscrita

no Novo Testamento. Aqui o dízimo ganha outra dimensão ou contorno que não o de obrigatoriedade, algo pes-soal ou coisa que o valha. A comunida-de será a mais nobre expressão de ar-gumentação e de sustento para a identidade nascente.

O dízimo, nesse período, é pratica-mente extinto da reflexão, apenas o in-teresse em se manter a comunidade que se organiza de forma a criar comu-nidades alicerçadas no amor fraterno e na solidariedade humana.

O “dízimo” nesse contexto (até sé-culo VI) era para satisfazer as necessi-dades dos santos. Podemos conferir: Atos 2,44-45; Gálatas 6,9-10; Mateus

25,31-40; 2 Coríntios 9,7. À margem dessa reflexão crescia a consciência de auxílio aos pobres, às necessidades dos cristãos em geral e a manutenção dos agentes de pastoral: apóstolos, presbí-teros, diáconos e outros.

Esse é um grande capítulo que me-rece bastante atenção. Por ora ficamos apenas com essas singulares ideias.

TERCEIRO: DÍZIMO 3.0O foco desse terceiro momento

será a insistência que se deu ao dízimo a partir do final da década de 80, no século passado.

É uma página bastante empobreci-da sobre a experiência do dízimo que merece mais atenção e cuidado pastoral.

É uma mistura de contra valores que faz pena pen-sar o dízimo como refle-xão de pastoral.

A consequência é pelos valores perdidos em função da aborrecida

tendência mercantilista da maioria: dinheiro a todo custo! O comércio reli-gioso, em nome do dízimo, sem liga com a experiência de Deus contradiz a proposta inicial de um dízimo limpo e sustentável. O dízimo nesse patamar deve ser inventado, seduzido, pregado e conquistado.

A teologia da prosperidade com sua saga de domínio sobre as pessoas: busca de prazer e conforto individual. O dízimo nessa instância deve ser constantemente reinventado; seduzir para conseguir mais dividendos aos cofres da igreja.

Apelemos, enfim, para um dízimo sadio, ético e evangelicamente equili-brado.

A comunidade que apela ao dízimo como mantenedor da atividade pastoral deve ficar atenta aos desafios próprios de certas tentações. Enfim, muitos vi-vem de um dízimo saudável. Isso faz toda a diferença na pastoral do dízimo!

Pe. Jerônimo Gasques é Conferencista, Pároco da Igreja São José, Presidente Prudente-SP e Au-tor de diversos livros, dentre eles “As Sete Chaves do Dízimo”, publicado pela Paulus Editora.Contato: [email protected]

“Apelemos, enfim, para um dízimo sadio, ético e evangelicamente equili-brado”

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PLANEJAMENTO

PASTORAL

A ‘Festa do Padroeiro’ de uma paróquia é o momento mais pro-pício para: uma ação evangeliza-dora, integração dos paroquia-

nos, captação de recursos, investimento em comunicação e um posicionamento da Igreja em um ambiente cada dia com um maior pluralismo religioso. Pode-se afirmar que a ‘Festa do Padroeiro’ se insere perfeitamente no quarto P do marketing ao qual se refere à Promoção, porém, há como se aplicar outros P’s segundo Jerome Mccarthi: o P de pro-duto, pois a Salvação que vem de Cristo deve ser a principal intenção desse evento; o P de preço seria o lucro maior dessa festa referente à conversão dos fi-éis; o P de praça estaria focado no terri-

tório paroquial em suas comunidades, grupos, movimentos e pastorais; mais ainda existe um P fundamental segun-do Philip Kotler: o P de pessoas, pois é necessário o envolvimento de todos para execução de tão grande evento.

Como elaborar e tornar a Festa do Padroeiro o maior evento de evangeliza-ção da paróquia?

Se existe Pastoral de Comunicação ou Equipe de Eventos, entregue à coor-denação sobre suas responsabilidades (a comunicação é o principal antído-to). Caso não haja, escolha um grupo ou pastoral ou forme uma equipe com paroquianos envolvendo pessoas da área de comunicação, como marke-ting, financeira, administração, jovens

para que coordenem a Festa. Após sua montagem e a aprovação do pároco, é partir para mãos a obra.

A UNIÃO FAZ A FORÇASiga os passos para montar a festa do padroeiro de sua paróquiaPOR ANDRÉ LUIZ MOREIRA DOS SANTOS

Festa

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“O envolvimento de to-dos os paroquianos engajados se faz necessário na preparação e execução da festa”

11 passos para elaboração da Festa do Padroeiro

1. Junto com o pároco pense no tema da Festa, tendo como princípio as principais necessidades pastorais, catequéticas da comunidade paroquial ou até mesmo o que a Igreja está vivendo a nível Diocesano, Nacional ou Mundial para ser trabalhado nos dias da Festa, transformando a mesma em um grande momento de formação;

2. Elaborado o tema, crie os sub-temas que serão expostos no decorrer do novenário que deverá estar ligado ao tema e a realidade de cada dia do novenário (pastoral do dia, comunidade, homenageados, etc);

3. Reúna a equipe e comece a traçar os objeti-vos da Festa, criar as demais equipes, pensar na infra-estrutura, nas reuniões preparatórias e em tudo mais que iremos ver a seguir;

Paróquias & CASAS RELIGIOSAS www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 201172

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Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 73

O envolvimento de todos os paro-quianos engajados se faz necessário na preparação e execução da festa. É im-. É im- É im-É im-portante não deixar apenas nas mãos de uma comissão. Se possível faça par-ceria com os poderes públicos (prefei-tura, secretarias) buscando mais re-cursos estruturais.

A ousadia é singular para tão gran-de evento de manifestação do povo católico, caso não possa fazer dentro da igreja pela quantidade de pessoas, realize no lado externo. Por isso, não perca tempo!

André Luiz Moreira dos Santos é Graduado em Administração com Habilitação em Marke-ting, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas, tra-balha na área de Administração Paroquial. Pa-lestrante e promotor de encontros na área de Administração e Secretariado Paroquial, Mar-keting Católico, Relações Humanas e Lideran-ças Comunitárias, Dízimo. Contato: [email protected]

4. Utilize diversos meios de comunicação para divulgação do evento: crie uma logomarca da Festa para memorizar a imagem e o tema, um blog com todas as informações necessárias e divulgue-o, utilizem de redes sociais (Orkut, Facebook, etc), gravações padronizadas para rádio, sonorização móvel. Faça da comunicação o grande chamado de Deus para pessoas;

5. Convide os representantes de pastorais, movimentos, grupos e comunidades para divisão de diversas tarefas: acolhimento, limpeza, infra-estrutura, cantina, liturgia, e outras;

6. Pense em diversas celebrações envolvendo todos os públicos: missa para crianças, idosos e enfer-mos, jovens, confissões, procissões, show católico, adorações, além de um solene novenário com pregadores ligados diretamente aos temas, orações próprias e muito mais que for necessário a um reavivamento espiritual;

7. Se possível antes de cada novenário, monte um telão que possa mostrar imagens ou filmes da realidade de sua paróquia (evangelização, pastoral, ação social, administração) para um maior conhecimento de todos;

8. Prepare com a equipe do Dízimo de sua paróquia momentos específicos para conscientização e prestação de contas, não só por meios verbais, mais também visuais, levando os paroquianos ao compromisso de fidelidade e adesão ao Dízimo, como principal responsável pelo andamento da paróquia;

9. Elabore meios de captação de recursos no decorrer de toda a Festa: confeccione camisetas, monte uma livraria, contate patrocinadores, quermesse, bazar, afim de que com esses recursos se pague as despesas da festa e sobre algo para o caixa paroquial;

10. Elabore uma pesquisa de opinião para entrevista dos fiéis em busca de uma avaliação e aprimoramento da próxima Festa;

11. Não se esqueça de agradecer a todos que colaboraram reconhecendo o valor e a participação de cada indivíduo.

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 74 www.revistaparoquias.com.br | julho-agosto 2011

fatoseideias

SEMINÁRIO REDEMPTORIS MATER Instituído o “Seminário Missionário Arqui-

dioces no Internacional ‘Redemptoris Mater’ São Paulo Apóstolo”, pela Arquidiocese de São Paulo-SP. O novo seminário – conduzido pelo Caminho Neocatecumenal – é voltado para a formação de sacerdotes do clero secular, isto é, não ligados a ordens ou congregações religiosas. É totalmente direcionado para a formação missionária. Este é o segundo a ser instalado no Brasil. O primeiro fica em Brasília.

Saiba mais: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

APOSTOLADO LITÚRGICO EM RECIFE

Com profunda gratidão ao Senhor Res-suscitado, sétimo aniversário da beatificação de Padre Alberione, a nossa Província, teve a alegria de poder ver abençoado e aberto ao público, em sede própria, o “Centro de Apostolado Litúrgico” na arquidiocese de Olinda-Recife.

Com este novo local, se atinge o objetivo que nos propunha o Pe Alberione, oferecer, juntamente com a beleza a serviço da litur-gia, o conhecimento e o aprofundamento dos Mistérios que nela celebramos.

Damos graças ao Divino Mestre por ter-nos chamado a tão bela vocação e por nos ter concedido esta nova possibilidade a serviço da Igreja presente em todo o Nordeste do Brasil.

Acesse nosso site: www.apostoladoli-turgico.com.br

Ir. Maristela Bravin, Superiora PDDM Brasil

WEB TV PARA TODOS OS SITES CATÓLICOSAbre-se uma nova fronteira para os sites católicos: a possibilidade

de criar, com um só click, a própria Web TV, com eventos ao vivo (como a beatificação de João Paulo II) e vídeos (notícias, entrevistas e reportagem).

Trata-se de uma nova iniciativa gratuita lançada em colaboração com o Centro Televisivo Vaticano, Rádio Vaticano e a agência multi-mídia H2onews.

A subscrição ao serviço é imediata e não é necessária uma prepa-ração específica para poder utilizar a Web TV no próprio site.

A Web TV pode ser baixada em dois formatos: maxi (760x420 pixels), ideal para sites de mídia ou vídeo; e mini (330x550 pixels), ideal para sites pessoais ou sites com muito conteúdo.

Para baixar o código gratuitamente, que permite a inserção da Web TV nos sites católicos, é necessário subscrever-se diretamente a partir da página na internet de H2onews, em www.h2onews.org.

PÓS-GRADUAÇÃO EM LOGOTERAPIA A CNBB, em parceria com a PUC-PR, está promovendo um curso

de especialização em Análise Existencial e Logoterapia. O objetivo é formar psicólogos, psiquiatras, formadores e outros profissionais, em uma linha da psicologia em que a visão de pessoa é mais próxima daquela que anunciamos e defendemos.

O curso será realizado em 3 etapas: julho de 2011, janeiro de 2012. Inscrições: www.pucpr.br/especializacao

RETIRO ESPIRITUAL ONLINE

Duas freiras benedi-tinas na Inglaterra es-

tão oferecendo uma versão online do tradicional retiro es-

piritual. Elas, mesmo cobrando pelo retiro, o intuito é arrecadar fundos para no futuro mudar para um lugar maior, pois o espaço onde vivem é pequeno para realizar os retiros. Assim, a saída foi utilizar o meio virtual, onde há também a novidades como bate-papos online e ligações por Skype.

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