revista antimistos nordeste

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O FUTEBOL FUTEBOL FUTEBOL BRASILEIRO BRASILEIRO BRASILEIRO E O E O E O CLUBE CLUBE CLUBE DOS DOS DOS EXCLUÍDOS EXCLUÍDOS EXCLUÍDOS ARTIGO ADAPTADO AO BOM SENSO F.C. Pagina 4 e 7: Fotos de equipes que marcaram época numa Série A de verdade do Campeonato Brasileiro. facebook.com/MistoVergonhaDoNordeste

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O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

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Page 1: Revista AntiMistos Nordeste

OOO FUTEBOLFUTEBOLFUTEBOL BRASILEIROBRASILEIROBRASILEIRO E OE OE O

CLUBECLUBECLUBE DOSDOSDOS EXCLUÍDOSEXCLUÍDOSEXCLUÍDOS

ARTIGO ADAPTADO AO

BOM SENSO F.C.

Pagina 4 e 7:

Fotos de equipes

que marcaram

época numa Série A

de verdade do

Campeonato

Brasileiro.

facebook.com/MistoVergonhaDoNordeste

Page 2: Revista AntiMistos Nordeste

SUMÁRIO

03 O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

04 Elencos que marcaram época na Série A

08 Período Pré-Colonial de Mercado

09 Período Colonial de Mercado

12 Antes Mistos e, depois, nem Mistos

14 O Auge do Período Colonial

16 Ou Independência, ou Morte

20 Um Novo Brasileirão

22 Quantidade de jogos no sistema atual

23 Quantidade de jogos no novo sistema

24 Quantidade de vagas para os nacionais

26 Europa é Europa, Aqui é Brasil

AUTOR (Artigo)

Adriano Campelo. Servidor público federal desportista e membro do movi-

mento popular Hora do Futebol Amazonense. [email protected]

COLABORADOR (Revista)

Armênio Ícaro Araújo Chaves. Estagiário de Nível Superior do curso de

Engenharia Elétrica e membro do movimento Anti-Mistos do Nordeste.

[email protected]

(Foto: Capitão Roberto Dias do

Campinense campeão da Copa do

Nordeste 2013 em Março, mas de-

vido a deficiência do calendário

brasileiro o clube encerrou suas

atividades no ano logo após o esta-

dual.)

Page 3: Revista AntiMistos Nordeste

muito comum ou-

vimos críticas refe-

rentes ao futebol

local, no sentido

de que certa federação de fute-

bol é incompetente ou de que os

seus clubes filiados são fracos e

amadores. Provavelmente, isso

deve ser natural em muitos esta-

dos, concernente às suas federa-

ções e clubes – principalmente,

nas regiões norte, nordeste e

centro-oeste do Brasil. Mas, sig-

nifica isso que as federações e os

clubes que estão na elite do fu-

tebol brasileiro são mais profis-

sionais do que os demais? Prova-

velmente, não! Inclusive, é co-

mum lermos e ouvirmos críticas

da imprensa desportiva quanto

aos desmandos e graves erros

de gestão nessas federações

grandes e seus respectivos clu-

bes.

Entretanto, um importante

detalhe diferencia quem está

fora da elite e quem dentro dela

está: a incompetência destes

últimos é mascarada pelos mi-

lhões de reais que recebem em

cotas de televisão e de patrocí-

nio. E, pior ainda, existe outro

fator que torna lastimável essa

questão: as centenas de milhões

que esses ‘filhos ricos’ do fute-

bol brasileiro recebem estão di-

retamente vinculadas à desgraça

do futebol dos estados que es-

tão fora da elite. É isso mesmo

que você acabou de ler: o mode-

lo atual de futebol nacional é

responsável por reduzir a quase

nada o futebol gerido pela maio-

ria das federações vinculadas à

CBF. E, o objetivo deste artigo é

abordar algumas dessas contra-

dições e injustiças que ocorrem

no futebol nacional.

No âmbito do que aqui é

abordado, podemos afirmar que

o futebol brasileiro é atualmente

composto por dois segmentos

básicos: os ESTADOS-COLÔNIAS

e os CLUBES-COLONIZADORES.

Importante ressaltar, também

nesse com texto que o processo

formação desses segmentos pas-

sa por dois momentos distintos

no futebol nacional, que deno-

minamos aqui de PERÍODO PRÉ-

COLONIAL DE MERCADO e PERÍ-

ODO COLONIAL DE MERCADO .

No contexto deste artigo,

refere-se aos estados brasileiros

que possuem grande quantidade

de torcedores de clubes não lo-

cais, principalmente das agremia-

ções que, durante muitos anos,

têm tido a preferência de exposi-

ção nas mídias de massa e de par-

ticipação nos campeonatos mais

importantes.

ESTADOS-COLÔNIAS

CLUBES-COLONIZADORES

No contexto aqui abordado,

refere-se aos clubes detentores de

grandes torcidas, em vários esta-

dos, graças à excessiva exposição

nas mídias de massa e participa-

ção constante nos mais importan-

tes campeonatos.

O Futebol Brasileiro

É e o Clube dos Excluídos

03 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 4: Revista AntiMistos Nordeste

Clubes que marcaram

época na Série A

Campinense/PB

River/PI

Confiança/SE

1979

1977

1977

04 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Confiança/SE e Campinense/PB foram

grandes protagonistas do campeonato

brasileiro com boas campanhas e suces-

so de público nos estádios.

Page 5: Revista AntiMistos Nordeste

Clubes que marcaram

época na Série A

CSA/AL

ASA/AL

Sergipe/SE

Sampaio/MA

1979

1981

1986 1986

05 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Equipe do CSA/AL, com a ajuda incon-

dicional de sua torcida ostentou a 13ª

colocação do campeonato brasileiro e

repetiu a dose novamente em 1985.

ASA/AL , Sergipe/SE, Sampaio/MA e

Ríver/PI tiveram repercussão nacional

pela forte presença de seus torcedores

nas arquibancadas.

Page 6: Revista AntiMistos Nordeste

Nacional/AM

Desportiva/ES

1972

1973

1977

Fast Club/AM

1978

Rio Negro/AM

Tuna Luso/PA

1983

1986

06 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Nacional/AM foi um marco na

história pelas boas campanhas

respectivas nos anos de 72 e 73

quando ocupou a 21ª posição.

Remo/PA é o grande destaque da região

Norte, a equipe alcançou a 14ª colocação no

campeonato brasileiro de 77 além de umas

das maiores médias de público no ano. Tu-

na/PA, Fast/AM, Rio Negro/AM e Desport-

iva/ES foram destaque pela boa presença

de público nos estádios.

Page 7: Revista AntiMistos Nordeste

Operário/MS

Remo/PA

1977

Gama/DF

1980

07 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

1982

Anapolina/GO

Operário/MT

1979

Anapolina/GO foi 10º colocado em 82,

Gama/DF foi destaque por bom público.

2 Operários da mesma região

com campanhas espetacula-

res no campeonato brasileiro,

o 1º de Campo Grande/MS

alcançou a incrível 3ª coloca-

ção, enquanto seu xará do

estado vizinho conquistou a

5ª posição 2 anos depois.

Page 8: Revista AntiMistos Nordeste

período especifica-

do no título acima

se refere à fase em

que alguns clubes,

principalmente do sudeste brasi-

leiro, conquistaram, de modo gra-

dativo, a simpatia dos torcedores

das outras regiões. Tal fenômeno

tomou corpo na mesma propor-

ção que as mídias de massa foram

promovendo esses clubes, junta-

mente com seus respectivos ído-

los e títulos. Além disso, bem no

início desse processo, diferente-

mente do que ocorre hoje, os

grandes ídolos do futebol brasilei-

ro não jogavam no exterior, mas

promoviam a imagem dos clubes

do sudeste. Porém, por mais que

tenha havido a contribuição da

imprensa nacional, a entrada des-

ses clubes no imaginário de torce-

dores de outras regiões ocorreu

de modo natural, ou seja, sem

uma ação colonizadora pré-

planejada ou que visasse conquis-

ta de mercado.

Nessa fase, as federações e

os clubes dos ESTADOS-COLÔNIAS

não viam os times do sudeste co-

mo concorrentes. Um dos motivos

era a existência, nesses estados,

dos torcedores denominados MIS-

TOS, os quais torciam por dois ti-

mes – um local e um de fora. Era

comum nessa época observar tor-

cedores no estádio vendo um jogo

local e escutando, via rádio, o jogo

do seu segundo time. Outro deta-

lhe interessante era que o formato

do campeonato brasileiro nesse

período (anos 70 e 80, por exem-

plo), permitia que as federações

estaduais tivessem um ou mais

representantes, na primeira divi-

são. Assim sendo, era natural ter-

mos estádios cheios nos campeo-

natos regionais e nacionais, em

quase todas as regiões do Brasil.

PERÍODO

Pré-Colonial de Mercado

O

(Fotos: Rio Negro e Nacional decidindo o

segundo turno do Campeonato

Amazonense de 1987.)

08 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 9: Revista AntiMistos Nordeste

a segunda parte

dos anos oitenta,

inicia-se um pro-

cesso que pode-

mos chamar de EUROPEIZAÇÃO

do futebol brasileiro. Denomina-

mos neste artigo esse novo mo-

mento do futebol nacional como

PERÍODO COLONIAL DE MERCA-

DO. O tipo de colonização efetu-

ada pelos clubes do sudeste, que

antes ocorrera de forma natural

e romântica, surge agora com

um novo formato. Inegável é o

fato de que as ações próprias de

marketing e mercado dos clubes

de massa ocorrem hoje graças

ao caminho pavimentado por

eles próprios, a partir da criação

do CLUBE DOS 13.

Em 1987, devido a um mo-

mento crítico na gestão financei-

ra da CBF, treze clubes nacional-

mente conhecidos decidiram

transformar crise em oportuni-

dade.

N PERÍODO Colonial de Mercado

(Fotos: Rio Negro e Nacional decidindo o

segundo turno do Campeonato

Amazonense de 1987.)

09 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 10: Revista AntiMistos Nordeste

Resolveram, numa visão

focada rigorosamente no capital,

colher os frutos plantados no

PERÍODO PRÉ-COLONIAL DE

MERCADO. Perceberam que ti-

nham em suas mãos todos os

ingredientes necessários para a

criação de um campeonato bra-

sileiro independente, sem os de-

mais clubes filiados a Confedera-

ção. Sim, eles realmente tinham

tudo – torcedores e simpatizan-

tes espalhados por todo o terri-

tório nacional, bem como diri-

gentes ambiciosos e uma emis-

sora ávida por poder e lucros

exorbitantes.

A partir dali iniciou-se um

processo de europeização do

futebol brasileiro. Aliás, europei-

zaram somente o que entendi-

am valer a pena mudar - por e-

xemplo, promoveram o gradual

e progressivo enxugamento no

número de participantes do

Campeonato Brasileiro. Nesse

processo de transformação, des-

consideraram a dimensão conti-

nental do Brasil, como se o fute-

bol brasileiro e a CBF tivessem a

mesma abrangência social e geo-

gráfica que possuem uma liga

espanhola ou inglesa. Desconsi-

deraram, também, o fato de que

a CBF é composta por 27 federa-

ções de futebol, a grande maiori-

a delas sediadas nos ESTADOS-

COLÔNIAS. Logicamente, os

membros do CLUBE DOS 13 nun-

ca tiveram a audácia de abando-

nar por completo a CBF. Seria

impossível atingirem suas ambi-

ções sem continuarem filiados à

Confederação. Seria impossível,

por exemplo, qualquer clube

participar da Libertadores da

América sem a devida vinculação

a CBF. De qualquer modo, o fu-

tebol nacional passa a entrar nu-

ma nova era, caracterizada pela

concentração de poder nas

mãos de poucos e pelo início do

fim do futebol local dos ESTA-

DOS-COLÔNIAS.

(Imagens: Respectivamente dono absoluto e uns dos donos até 2010 do futebol brasileiro)

(Imagem: Europa

“dentro” do Brasil. Não

somos Espanha, Itália

ou Alemanha, a nossa

realidade é outra!)

10 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 11: Revista AntiMistos Nordeste
Page 12: Revista AntiMistos Nordeste

bviamente, o pri-

meiro golpe que as

federações dos

ESTADOS COLÔ-

NIAS sofreram foi a exclusão de

seus clubes da primeira divisão

do futebol nacional. Mas, de-

pois, vieram as sequelas dessa

primeira pancada – uma delas

foi a diminuição da importância

dos campeonatos locais, que

passaram a não valer vaga para

a primeira divisão. A segunda

sequela foi o gradativo desinte-

resse do público pela ida aos es-

tádios e a indiferença da popula-

ção para com o futebol local.

Porém, tudo o que fez mal

para o futebol dos ESTADOS-

COLÔNIAS, fez bem para os CLU-

BES-COLONIZADORES. Além dos

torcedores mistos conquistados

no PERÍODO PRÉ-COLONIAL, eles

tinham à disposição milhões de

jovens e crianças que passaram

a crescer sem qualquer identifi-

cação com clubes de seus res-

pectivos estados. No Amazonas,

por exemplo, a quantidade dos

que torcem somente por times

de fora é bem maior até mesmo

do que os mistos – diferente-

mente do nordeste brasileiro,

onde é comum a figura do torce-

dor de dois times. Assim, clubes

como o Flamengo, São Paulo,

Vasco, Corinthians e Santos pos-

suem juntos milhões de torcedo-

res (mistos e não mistos) espa-

lhados pelo Brasil, graças a exa-

gerada exposição de imagem

que tiveram durante as últimas

décadas. Tal concentração de

poder tem proporcionado a mo-

vimentação de centenas de mi-

lhões de reais, em troca da misé-

ria do futebol nos ESTADOS-

COLONIAS.

Antes Mistos e,

O depois, nem Mistos

(Foto: Os ESTADOS-COLÔNIAS possuem

uma população cada vez mais indiferente,

quando o assunto é o futebol local.)

12 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 13: Revista AntiMistos Nordeste
Page 14: Revista AntiMistos Nordeste

hegamos, enfim,

ao momento atual,

quando vemos os

CLUBES COLONIZA-

DORES lutando por conquistas

ainda maiores. Ainda que tardia-

mente, começam agora a usar os

grandes profissionais de marke-

ting e mercado, visando extrair o

máximo de riqueza possível dos

ESTADOS-COLÔNIAS. Um fato

que certamente marca esse no-

vo momento é a virada de mesa,

ocorrida em 2011, quando os

times de maior torcida decidi-

ram negociar a transmissão de

seus jogos diretamente com a

Rede Globo. Eles foram orienta-

dos acerca dos milhões a mais

deixariam de ganhar, caso nego-

ciassem os direitos de TV

(2012/2014) por meio do Clube

dos 13. Enfim, o que o Clube dos

13 fez com a CBF, esses clubes

de ponta fizeram com a própria

associação que criaram – tudo

visando à conquista do Brasil, do

mundo e de muito mais milhões.

Também, podemos exem-

plificar de outras maneiras a im-

portância dos ESTADOS-

COLÔNIAS para os CLUBES-

COLONIZADORES – não estamos

nos referindo à importância soci-

al, mas a financeira, mesmo. A

primeira exemplificação tem ha-

ver com a decadência do campe-

onato regional desses grandes

clubes, principalmente o Campe-

onato Carioca. Cada vez mais, os

torcedores locais desses times

têm abandonado os estádios

quando a disputa envolve o cam-

peonato regional (obviamente,

não cabe aqui neste artigo deba-

termos essa problemática). Mas,

surpreendentemente, esses clu-

bes e a emissora detentora dos

direitos de transmissão, continu-

am dando importância a esses

campeonatos regionais. E o mo-

tivo é óbvio: a audiência e o in-

teresse dos torcedores dos ou-

tros estados.

O Auge do

C Período Colonial

14 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 15: Revista AntiMistos Nordeste

Outro fato que exemplifica

a importância dos outros esta-

dos para os CLUBES-

COLONIZADORES é a realização,

cada vez mais frequente, de seus

jogos nos ESTADOS-COLÔNIAS.

Se, de um ponto de vista positi-

vo, a realização desses jogos dei-

xará os estádios e arenas desses

estados com menos ociosidade e

prejuízo, do ponto de vista nega-

t i v o , o s C L U B E S -

COLONIZADORES estarão literal-

mente fincando suas bandeiras e

tomando a posse definitiva do

futebol desses lugares.

Uma coisa é certa: chega-

mos a um ponto da problemáti-

ca abordada neste artigo em que

podemos levantar os seguintes

questionamentos: É a configura-

ção atual dos campeonatos na-

cionais parte de uma dura reali-

dade que jamais poderá ser mu-

dada, pelo fato de que quem

manda no futebol brasileiro é a

rede de televisão tal e os clubes

fulanos, beltranos e sicranos?

Ou seria possível existir alguma

possibilidade de termos um fute-

bol profissional brasileiro sem

tanta concentração de mídia,

preferência e poder? Talvez, e-

xista sim um caminho razoável

capaz de mudar esse cenário de

tanta desigualdade e injustiça no

futebol nacional – um caminho

alternativo que transforme o

nosso europeizado football em

um esporte verdadeiramente

popular, com a cara e o tamanho

do Brasil.

(Imagem: Membros do Clube dos 13 não resistiram a tentação de negociar seus jogos

diretamente com a Rede Globo.)

(Imagem: Figura copiada de um grupo de

debates do Facebook denominado Futebol

Norte e Nordeste.)

15 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 16: Revista AntiMistos Nordeste

ão existe um

terceiro cami-

nho – ou as fe-

derações dos

ESTADOS COLÔNIAS lutam pela

INDEPENDÊNCIA diante dos CLU-

BES COLONIZADORES dos esta-

dos do sudeste ou assinam defi-

nitivamente o atestado de óbito

do seu futebol profissional local.

A expressão independência,

nesse contexto, não tem haver

com a criação de ligas próprias,

nem com pedidos de desfiliação

em massa na CBF. Ser indepen-

dente significa deixar de ser me-

ra sub sede de clubes de fora

para figurar novamente no mapa

do futebol nacional. Um grito de

independência deve estar rela-

cionado com um grande clamor

dos estados colonizados e suas

respectivas federações e clubes

contra o monopólio do futebol

brasileiro e contra a concentra-

ção de poder. Ou gritamos inde-

pendência ou a morte será cer-

ta.

Ou INDEPENDÊNCIA,

N ou MORTE

(Imagem: Demonstra a chance de indepen-

dência da situação vivida, onde se visualiza o

abandono do futebol local nas arquibancadas.)

16 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 17: Revista AntiMistos Nordeste

Também, o termo MORTE

não tem haver com o abandono

do futebol ou com desfiliação

em massa de clubes. O que está

envolvido aqui é a morte do fu-

tebol profissional local, a morte

dos nossos clubes (incluindo os

centenários), a morte da ida do

povo ao estádio, a morte dos

empregos diretos e indiretos

que um futebol local forte pro-

porciona, a morte das nossas

tradições, cultura e identidade, a

morte definitiva dos sonhos de

nossas crianças, que antigamen-

te almejavam jogar em um time

local, morte dos nossos estádios,

que serão usados para tudo, me-

nos para o futebol.

Por tudo isso, não existe

outra medida a ser tomada pelas

federações excluídas do cenário

nacional, senão a união de todas

elas em prol de um único objeti-

vo: a alteração do mapa do fute-

bol nacional. O mapa do Brasil

não cabe na Alemanha e, muito

menos, na Espanha ou na Itália.

Muito pelo contrário, toda a Eu-

ropa é que cabe no Brasil. Mais

que um país, somos um conti-

nente. Não somos obrigados a

aceitar que o que é bom para

eles é bom para nós. Enfim, o

cenário do futebol nacional tem

que ser alterado por quem tem

o legítimo poder de mudar tudo:

as federações e os clubes, por

intermédio de instrumentos de-

mocráticos. Surpreendentemen-

te, as federações não se deram

conta (ou, no mínimo, fingem

não saber) do poder que têm

nas mãos para mudar o futebol

de seus estados.

Mas, existe algo que pode

ser feito para que o futebol na-

cional volte a ser propriedade

dos seus legítimos donos, o povo

brasileiro? Apresento aqui algu-

mas sugestões:

Chegamos nessa quantida-

de máxima de 21 membros ex-

cluindo dessa hipotética lista as

federações que hoje comandam

o nosso injusto e desigual fute-

bol brasileiro. Certamente, esta-

riam fora três federações do Sul

e três do Sudeste (partindo da

hipótese de que o Espirito Santo

fizesse parte do C-21). O CLUBE

21 seria composto pelas federa-

ções do norte, nordeste, centro-

oeste brasileiro e a federação

capixaba.

1. As federações atualmente

excluídas da elite do futebol

nacional poderiam criar uma

associação nos moldes do

Clube dos 13. Essa nova as-

sociação atingiria aproxima-

damente, um total de 21

membros (CLUBE DAS 21

FEDERAÇÕES, CLUBE 21 ou C

-21).

2. O CLUBE 21 surgiria como

uma importante força no

cenário político da CBF. Uni-

das, tais federações teriam o

papel relevante nas próxi-

mas eleições daquela entida-

de. Poderiam até ter um

candidato próprio ou, pelo

menos, algum que apoiasse

suas demandas.

17 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 18: Revista AntiMistos Nordeste

Atualmente, uma eleição na

CBF pode contabilizar o máximo

de 47 votos – 27 das federações

e 20 dos clubes da elite do fute-

bol. Em uma eleição na qual par-

ticipem todos os eleitores, ven-

ceria o candidato que obtivesse,

no mínimo, 24 votos. Aparente-

mente, seria uma missão espi-

nhosa para o C-21 eleger um

candidato. Porém, existem pelo

menos dois cenários em que isso

poderia se tornar realidade. Nu-

ma primeira hipótese, seria ne-

cessário que o C-21 chegasse à

eleição como C-24 – algo impro-

vável de acontecer. Em outro

cenário, o candidato apoiado

pelo C-21 precisaria conquistar

votos de três clubes, no mínimo.

O importante é que, ga-

nhando ou não as eleições da

entidade máxima do futebol na-

cional, o CLUBE 21 unido con-

quistaria um espaço que hoje

não possui, principalmente con-

cernente às decisões a serem

tomadas nas assembleias daque-

la instituição.

Na realidade, o que deve

ser questionado aqui não é a

produção de riqueza em si, mas

a concentração dessa riqueza

nas mãos de poucos. É natural

que alguns clubes, por terem

mais nome ou serem mais orga-

nizados e competentes, produ-

zam mais riquezas do que ou-

tros. Porém, o que deve ser con-

siderado inaceitável e injusto é a

usura que fazem da CBF, quando

obrigam a maioria das federa-

ções a elas vinculadas aceitarem

o Campeonato Brasileiro nos

mesmos moldes das ligas euro-

peias. Portanto, uma alteração

efetiva no mapa do futebol na-

cional deveria começar por uma

urgente mudança no formato do

Campeonato Brasileiro.

3. O CLUBE 21 teria que lutar

também contra algo tão pro-

blemático quanto a questão

da ocupação de espaço polí-

tico na CBF. Refiro-me a uma

grande aberração jurídica e

social dos clubes da elite e

da própria confederação.

Por incrível que pareça, a

Confederação Brasileira de

Futebol e a grande maioria

dos clubes são entidades

SEM FINS LUCRATIVOS. Mes-

mo assim, eles tratam o fu-

tebol nacional como um pro-

duto a ser vendido apenas

como produtor de riqueza,

no sentido rigorosamente

capitalista.

18 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

(Foto: Equipes do Acre em disputa no

estadual. Nunca chegaram a disputar a

Série A, mas o Rio Branco FC foi prova do

amor incondicional de seu torcedor presen-

te nos jogos da Série C de 2009, na moder-

na Arena da Floresta)

Page 19: Revista AntiMistos Nordeste
Page 20: Revista AntiMistos Nordeste

tualmente, nossas

competições na-

cionais são cópias

das principais ligas

e copas europeias. Podemos u-

sar como exemplo as ligas e as

copas da Inglaterra, onde existe

a Premier League, que é a pri-

meira divisão, composta por 20

equipes. No Premier, as equipes

competem entre si, no sistema

de pontos corridos, como ocorre

no Campeonato Brasileiro. Além

da liga principal, existem lá as

ligas de acesso, basicamente, da

mesma maneira que temos aqui

as Séries B, C e D. Concernente

às copas, o sistema é o de con-

frontos diretos e eliminatórios,

igual a Copa do Brasil – inclusive,

como ocorre também aqui, as

copas da Inglaterra são mais a-

brangentes e democráticas, pois

têm a participação dos clubes de

várias divisões.

Um Novo

A BRASILEIRÃO

(Foto: Arena de Brasília/DF. Estádio que

será usado para tudo, inclusive para os

jogos dos CLIUBES-COLONIZADORES.

Raríssima vezes, será usado para o futebol

local.)

20 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 21: Revista AntiMistos Nordeste

Mas, conforme está sendo

argumentado até agora, a di-

mensão geográfica, política e

social do futebol brasileiro não

pode ser comparada com a da

Inglaterra, da Itália ou da Espa-

nha. Por exemplo, o impacto o-

corrido pela mudança do antigo

campeonato inglês para o atual,

a Premier League, jamais poderá

ser comparado com o golpe so-

frido pela maioria das federa-

ções do futebol brasileiro, a par-

tir da criação do Clube dos 13.

Assim sendo, o modelo vi-

gente antes, em que os campe-

ões e vices campeões estaduais

disputavam respectivamente a

primeira e a segunda divisão,

tem mais haver com a nossa rea-

lidade. Naquele formato de cam-

peonato, jamais prosperaria a

hoje popular teoria dos

“elefantes brancos”, tão propa-

gada pelos que criticam a cons-

trução de grandes estádios em

Manaus, Cuiabá, Natal e Brasí-

lia.Teríamos, novamente, cam-

peonatos regionais mais interes-

santes, principalmente nas fede-

rações que atualmente estão

extintas do mapa do futebol pro-

fissional brasileiro. Enfim, tería-

mos um campeonato nacional

com a cara do Brasil e os ESTA-

DOS-COLÔNIAS com melhores

perspectivas para o seu mercado

interno.

Portanto, é imperativo que

haja uma reestruturação na for-

ma de disputa do campeonato

nacional – uma completa altera-

ção que atenda aos interesses de

todas as federações sem, contu-

do, interferir grandemente nas

demandas do que hoje estão na

elite do futebol. Seguem agora

algumas sugestões:

Devido essa quantidade de

clubes, seria inviável uma fórmu-

la de disputa por pontos corri-

dos, assim como não seria inte-

ressante a opção pelo sistema

eliminatório, com jogos de ida e

volta. Teria de haver, portanto,

equilíbrio e razoabilidade quanto

à quantidade de rodadas, bem

como o número de jogos de ca-

da participante. Atualmente,

com o sistema de pontos corri-

dos, o campeonato brasileiro

tem 38 rodadas de 10 jogos, per-

fazendo um total de 380 jogos.

Assim, cada um dos 20 clubes

joga o total de 38 jogos, em todo

o campeonato. No novo sistema

sugerido, não haveria uma mu-

dança drástica nessas quantida-

des globais. Atendendo as condi-

ções do movimento Bom Senso

FC, o Brasileirão seria possível

sua realização somente nos Do-

mingos, diminuindo o alto nú-

mero de datas no Calendário.

1. Campeonato Brasileiro

apenas com SÉRIE A e SÉRIE

B, com cada divisão disputa-

da por 48 clubes. A composi-

ção e o funcionamento des-

sas ocorreriam desta forma:

2. SÉRIE A — Será composta

pelos 18 clubes melhores

colocados do Brasileirão pas-

sado, pelos 03 clubes que

sobem da segunda divisão

anterior, e por fim, pelos

clubes campeões ou melho-

res colocados dentre aque-

les que ainda buscam a vaga

pelos regionais das 27 fede-

rações (18+3+27=48). Na 1ª

edição neste formato, classi-

ficará 16 clubes pela Série A

e 05 pela Série B.

21 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 22: Revista AntiMistos Nordeste

DIVISÕES Nº DE

CLUBES

Nº DE

JOGOS

MÁXIMO DE

JOGOS POR

CLUBE

MÍNIMO DE

JOGOS POR

CLUBE

SÉRIE A 20 380 38 38

SÉRIE B 20 380 38 38

SÉRIE C 20 194 24 18

SÉRIE D 40 190 16 08

SÉRIES

(A+B+C+D)

100 1.144 - -

COPA BR 86 170 - -

QUANTIDADE DE JOGOS NO SISTEMA ATUAL QUANTIDADE DE JOGOS NO NOVO SISTEMA

o NOVO SISTEMA

da primeira divi-

são, teríamos 24

clubes na fase fi-

nal ou seja os 3 melhores colo-

cados de cada grupo da 1ª fase,

seguirão na competição e os 18

melhores da fase final garanti-

rão a vaga na primeira divisão

do ano seguinte, logo os 6 pio-

res terão que buscar a vaga pelo

estadual. Os 08 clubes que ter-

minaram em 4º lugares nos gru-

pos da 1ª fase, teriam 2 benefí-

cios: não ficariam com poucas

partidas jogadas, pois entrariam

na 2ª fase da Série B, onde dis-

putariam 6, 12, 18 ou 22 jogos a

mais, além de tentar ficar entre

os 3 melhores e participarem

da Série A já no próximo ano.

Enfim, a principal divisão do

campeonato brasileiro contaria

sempre com dois segmentos de

clubes participantes: os 21 clu-

bes melhores colocados dos

campeonatos anteriores (Série

A e B) e os 27 clubes campeões

ou melhores colocados nos

campeonatos estaduais.

Na SÉRIE B além de garantir

o acesso à 3 clubes, ela seria

basicamente parecida com a

Série A, porém com a diferença

referida antes: contaria com 32

clubes na 2ª fase (os 24 que

passaram de fase e os 08 que

ficaram na 4ª posição da 1ª fase

na SÉRIE A). segue o formato:

N SÉRIE A

1ª FASE: (8 GRUPOS) X (6

CLUBES) = 48 clubes nos res-

pectivos grupos com jogos

de ida e volta.

TOTAL DE JOGOS: 240 jogos

= (3 por rodada e por grupo)

X (10 rodadas) X (8 grupos).

FASE FINAL: (1 GRUPO) X (24

CLUBES) = 24 clubes com

jogos em único turno.

TOTAL DE JOGOS: 276 jogos

= (12 jogos por rodada) X (23

rodadas).

22 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 23: Revista AntiMistos Nordeste

DIVISÕES Nº DE

CLUBES

Nº DE

JOGOS

MÁXIMO DE

JOGOS POR

CLUBE

MÍNIMO DE

JOGOS POR

CLUBE

SÉRIE A 48 516 33 10

SÉRIE B 48 416 32 10

SÉRIES

(A+B)

96 932 - -

COPA BR 96 190 - -

QUANTIDADE DE JOGOS NO SISTEMA ATUAL QUANTIDADE DE JOGOS NO NOVO SISTEMA

A COPA DO BRASIL aconte-

ceria paralelamente com o Cam-

peonato Brasileiro, praticamente

nos mesmos moldes da atual Co-

pa, a diferença são que não ha-

verá vagas extras para competi-

ção, os clubes classificados para

Série A e B serão os clubes que

disputarão a Copa do Brasil.

SÉRIE B

1ª FASE: (8 GRUPOS) X (6

CLUBES) = 48 clubes nos res-

pectivos grupos com jogos

de ida e volta.

2ª FASE: (8 GRUPOS) X (4

CLUBES) = 32 clubes (24 clu-

bes + 8 oriundos da Série A),

jogos de ida e volta.

3ª FASE: (4 GRUPOS) X (4

CLUBES).

4ª FASE: (2 GRUPOS) X (4

CLUBES)..

SEMI: 4 clubes.

FINAL e 3º LUGAR: 4 clubes.

COPA DO BRASIL

1ª FASE: (24 GRUPOS) X (2

CLUBES) = 48 clubes em dis-

puta na Série B.

2ª FASE: (24 GRUPOS) X (2

CLUBES) = 24 clubes oriundos

da 1ª fase e 24 clubes elimi-

nados da 1ª fase na Série A.

3ª FASE: (16 GRUPOS) X (2

CLUBES) = 24 clubes oriun-

dos da 2ª fase da Copa do

Brasil e os 8 terceiros coloca-

dos da 1ª fase na Série A.

4ª FASE: (16 GRUPOS) X (2

CLUBES) = 16 clubes oriun-

dos da 3ª fase da Copa do

Brasil e os 16 clubes primei-

ros e segundos colocados da

1ª fase da Série A.

OITAVAS: 16 clubes.

QUARTAS: 8 clubes.

SEMI: 4 clubes.

FINAL: 2 clubes.

23 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 24: Revista AntiMistos Nordeste

QUANTIDADE DE VAGAS PARA OS NACIONAIS

om o novo cam-

peonato brasilei-

ro série A possi-

bilitaria num

grande evento de sorteio 60

dias antes do inicio do certame,

onde decidiriam os grupos da

1ª fase, no sorteio já seriam

conhecidas 21 equipes, restan-

do apenas os representantes

estaduais, já na Série B os gru-

pos já seriam previamente for-

mulados regionalmente.

Para série A, como aconte-

cia no Brasileirão das décadas

passadas os clubes seriam sor-

teados em dupla com seu ar-

quirrival estadual, possibilitan-

do assim os clássicos estaduais

já na 1ª fase.

Os potes de sorteio seguiri-

am os seguintes critérios, todos

os 21 clubes já classificados te-

riam sua dupla formada, já que

ainda haverá 27 clubes oriun-

dos dos estaduais. Portanto o

Pote 1 e 2 será formadas pelas

duplas estaduais, 16 clubes no

pote 1 e os restantes do pote 2

seguindo o ranking de clubes

somando os pontos das duplas

(em caso de duplas formadas

com rivais não conhecidos não

haverá soma de pontos). Todos

os grupos já teriam ao menos o

preenchimento de 4 equipes

sorteadas já os restantes ainda

teriam 2 equipes, para o preen-

chimento destes grupos de 2

equipes teremos o pote 3 com

os clubes das melhores federa-

ções ranqueadas, logo em se-

guida será feita o sorteio para

as quintas e sextas equipes de

todos os grupos em 2 potes, o

pote 4 com 8 equipes seguindo

o ranking de suas federações e

o ultimo pote, o de número 5

com as 8 equipes das piores

federações ranqueadas. Segue

a arte de uma simulação do

sorteio para o brasileirão de

2014, onde haveria a possibili-

dade de grupos com 4 cariocas

ou 4 catarinenses, já que o Bo-

tafogo não superaria a soma de

pontos do Criciúma e Figueira.

C

CRITÉRIOS E RANKING DE

FEDERAÇÕES E CLUBES SÉRIE A SÉRIE B TOTAL (Os mesmos são os

participantes da Copa do Brasil)

SÉRIE A ANTECEDENTE 18 - 18

SÉRIE B ANTECEDENTE 3 - 3

1º E 2º DO RANKING 1 X 2 = 2 4 X 2 = 8 5 X 2 = 10

3º ATÉ 8º DO RANKING 1 X 6 = 6 3 X 6 = 18 4 X 6 = 24

9º ATÉ 14º DO RANKING 1 X 6 = 6 2 X 6 = 12 3 X 6 = 18

15º ATÉ 20º DO RANKING 1 X 6 = 6 1 X 6 = 6 2 X 6 = 12

21º ATÉ 27º DO RANKING 1 X 7 = 7 - 1 X 7 = 7

CLUBES MELHORES RANKEADOS 4 4

TOTAL 48 CLUBES 48 CLUBES 96 CLUBES

24 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

Page 25: Revista AntiMistos Nordeste

QUANTIDADE DE VAGAS PARA OS NACIONAIS

Page 26: Revista AntiMistos Nordeste

quem interessa

termos um cam-

peonato nacio-

nal nos mesmos

moldes das ligas espanhola, ita-

liana ou inglesa? Certamente,

tal concentração de poder, mí-

dia e muito dinheiro atende so-

mente aos interesses dos pou-

quíssimos clubes, dirigentes,

empresários e emissoras que

tomaram posse do futebol bra-

sileiro. Inclusive, existe a ten-

dência natural dos dois clubes

detentores das maiores torcidas

do Brasil concentrarem ainda

mais poder, no mesmo caminho

traçado por Barcelona e Real

Madrid. Ou seja, a ganância e a

ambição dos que mandam e

desmandam no futebol brasilei-

ro são ilimitadas.

Tudo isso tem que acabar!

O futebol nacional é um patri-

mônio do povo brasileiro e, no

âmbito profissional, deve per-

tencer somente a CBF e suas

federações. Que cada clube use

sua própria competência para

crescer e conquistar mais, po-

rém que isso não continue ocor-

rendo à custa da falência do fu-

tebol dos outros estados. Inclu-

sive, eles são competentes para

desrespeitar até mesmo seus

próprios torcedores de outros

estados, quando negociam seus

JOGOS CLÁSSICOS para a TV PA-

GA e liberam os piores jogos

para o canal aberto. O povão

trabalha a semana inteira e, no

domingo, acaba sendo obrigado

a assistir um ‘Botafogo x Olaria’,

pois o FLA-FLU só vai poder ser

visto por quem pagou para as-

sistir (e o pior é que tudo isso

acontece para atender aos inte-

resses dos donos dos canais pa-

gos, que são os mesmos donos

do canal aberto – OS DONOS

DO FUTEBOL BRASILEIRO).

Portanto, a intenção deste

artigo é esta: despertar as fede-

rações e os clubes excluídos do

mapa do futebol nacional para

uma grande mobilização visan-

do à reconquista de seus direi-

tos legítimos - um ‘grito dos

excluídos’ vindo de todos os ES-

TADOS COLÔNIAS, na direção

dos CLUBES-COLONIZADORES e

dos que monopolizam o futebol

nacional: “O futebol é patrimô-

nio do povo brasileiro e não

pertence a meia dúzia de clu-

bes. Europa é Europa – aqui é

BRASIL”.

Europa é Europa,

Aqui é BRASIL!

A

26 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos

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Page 28: Revista AntiMistos Nordeste

CONTEÚDO criado e direcionado para as federações de futebol do Brasil.