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O Futebol Brasileiro e o Clube dos ExcluídosTRANSCRIPT
OOO FUTEBOLFUTEBOLFUTEBOL BRASILEIROBRASILEIROBRASILEIRO E OE OE O
CLUBECLUBECLUBE DOSDOSDOS EXCLUÍDOSEXCLUÍDOSEXCLUÍDOS
ARTIGO ADAPTADO AO
BOM SENSO F.C.
Pagina 4 e 7:
Fotos de equipes
que marcaram
época numa Série A
de verdade do
Campeonato
Brasileiro.
facebook.com/MistoVergonhaDoNordeste
SUMÁRIO
03 O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
04 Elencos que marcaram época na Série A
08 Período Pré-Colonial de Mercado
09 Período Colonial de Mercado
12 Antes Mistos e, depois, nem Mistos
14 O Auge do Período Colonial
16 Ou Independência, ou Morte
20 Um Novo Brasileirão
22 Quantidade de jogos no sistema atual
23 Quantidade de jogos no novo sistema
24 Quantidade de vagas para os nacionais
26 Europa é Europa, Aqui é Brasil
AUTOR (Artigo)
Adriano Campelo. Servidor público federal desportista e membro do movi-
mento popular Hora do Futebol Amazonense. [email protected]
COLABORADOR (Revista)
Armênio Ícaro Araújo Chaves. Estagiário de Nível Superior do curso de
Engenharia Elétrica e membro do movimento Anti-Mistos do Nordeste.
(Foto: Capitão Roberto Dias do
Campinense campeão da Copa do
Nordeste 2013 em Março, mas de-
vido a deficiência do calendário
brasileiro o clube encerrou suas
atividades no ano logo após o esta-
dual.)
muito comum ou-
vimos críticas refe-
rentes ao futebol
local, no sentido
de que certa federação de fute-
bol é incompetente ou de que os
seus clubes filiados são fracos e
amadores. Provavelmente, isso
deve ser natural em muitos esta-
dos, concernente às suas federa-
ções e clubes – principalmente,
nas regiões norte, nordeste e
centro-oeste do Brasil. Mas, sig-
nifica isso que as federações e os
clubes que estão na elite do fu-
tebol brasileiro são mais profis-
sionais do que os demais? Prova-
velmente, não! Inclusive, é co-
mum lermos e ouvirmos críticas
da imprensa desportiva quanto
aos desmandos e graves erros
de gestão nessas federações
grandes e seus respectivos clu-
bes.
Entretanto, um importante
detalhe diferencia quem está
fora da elite e quem dentro dela
está: a incompetência destes
últimos é mascarada pelos mi-
lhões de reais que recebem em
cotas de televisão e de patrocí-
nio. E, pior ainda, existe outro
fator que torna lastimável essa
questão: as centenas de milhões
que esses ‘filhos ricos’ do fute-
bol brasileiro recebem estão di-
retamente vinculadas à desgraça
do futebol dos estados que es-
tão fora da elite. É isso mesmo
que você acabou de ler: o mode-
lo atual de futebol nacional é
responsável por reduzir a quase
nada o futebol gerido pela maio-
ria das federações vinculadas à
CBF. E, o objetivo deste artigo é
abordar algumas dessas contra-
dições e injustiças que ocorrem
no futebol nacional.
No âmbito do que aqui é
abordado, podemos afirmar que
o futebol brasileiro é atualmente
composto por dois segmentos
básicos: os ESTADOS-COLÔNIAS
e os CLUBES-COLONIZADORES.
Importante ressaltar, também
nesse com texto que o processo
formação desses segmentos pas-
sa por dois momentos distintos
no futebol nacional, que deno-
minamos aqui de PERÍODO PRÉ-
COLONIAL DE MERCADO e PERÍ-
ODO COLONIAL DE MERCADO .
No contexto deste artigo,
refere-se aos estados brasileiros
que possuem grande quantidade
de torcedores de clubes não lo-
cais, principalmente das agremia-
ções que, durante muitos anos,
têm tido a preferência de exposi-
ção nas mídias de massa e de par-
ticipação nos campeonatos mais
importantes.
ESTADOS-COLÔNIAS
CLUBES-COLONIZADORES
No contexto aqui abordado,
refere-se aos clubes detentores de
grandes torcidas, em vários esta-
dos, graças à excessiva exposição
nas mídias de massa e participa-
ção constante nos mais importan-
tes campeonatos.
O Futebol Brasileiro
É e o Clube dos Excluídos
03 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Clubes que marcaram
época na Série A
Campinense/PB
River/PI
Confiança/SE
1979
1977
1977
04 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Confiança/SE e Campinense/PB foram
grandes protagonistas do campeonato
brasileiro com boas campanhas e suces-
so de público nos estádios.
Clubes que marcaram
época na Série A
CSA/AL
ASA/AL
Sergipe/SE
Sampaio/MA
1979
1981
1986 1986
05 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Equipe do CSA/AL, com a ajuda incon-
dicional de sua torcida ostentou a 13ª
colocação do campeonato brasileiro e
repetiu a dose novamente em 1985.
ASA/AL , Sergipe/SE, Sampaio/MA e
Ríver/PI tiveram repercussão nacional
pela forte presença de seus torcedores
nas arquibancadas.
Nacional/AM
Desportiva/ES
1972
1973
1977
Fast Club/AM
1978
Rio Negro/AM
Tuna Luso/PA
1983
1986
06 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Nacional/AM foi um marco na
história pelas boas campanhas
respectivas nos anos de 72 e 73
quando ocupou a 21ª posição.
Remo/PA é o grande destaque da região
Norte, a equipe alcançou a 14ª colocação no
campeonato brasileiro de 77 além de umas
das maiores médias de público no ano. Tu-
na/PA, Fast/AM, Rio Negro/AM e Desport-
iva/ES foram destaque pela boa presença
de público nos estádios.
Operário/MS
Remo/PA
1977
Gama/DF
1980
07 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
1982
Anapolina/GO
Operário/MT
1979
Anapolina/GO foi 10º colocado em 82,
Gama/DF foi destaque por bom público.
2 Operários da mesma região
com campanhas espetacula-
res no campeonato brasileiro,
o 1º de Campo Grande/MS
alcançou a incrível 3ª coloca-
ção, enquanto seu xará do
estado vizinho conquistou a
5ª posição 2 anos depois.
período especifica-
do no título acima
se refere à fase em
que alguns clubes,
principalmente do sudeste brasi-
leiro, conquistaram, de modo gra-
dativo, a simpatia dos torcedores
das outras regiões. Tal fenômeno
tomou corpo na mesma propor-
ção que as mídias de massa foram
promovendo esses clubes, junta-
mente com seus respectivos ído-
los e títulos. Além disso, bem no
início desse processo, diferente-
mente do que ocorre hoje, os
grandes ídolos do futebol brasilei-
ro não jogavam no exterior, mas
promoviam a imagem dos clubes
do sudeste. Porém, por mais que
tenha havido a contribuição da
imprensa nacional, a entrada des-
ses clubes no imaginário de torce-
dores de outras regiões ocorreu
de modo natural, ou seja, sem
uma ação colonizadora pré-
planejada ou que visasse conquis-
ta de mercado.
Nessa fase, as federações e
os clubes dos ESTADOS-COLÔNIAS
não viam os times do sudeste co-
mo concorrentes. Um dos motivos
era a existência, nesses estados,
dos torcedores denominados MIS-
TOS, os quais torciam por dois ti-
mes – um local e um de fora. Era
comum nessa época observar tor-
cedores no estádio vendo um jogo
local e escutando, via rádio, o jogo
do seu segundo time. Outro deta-
lhe interessante era que o formato
do campeonato brasileiro nesse
período (anos 70 e 80, por exem-
plo), permitia que as federações
estaduais tivessem um ou mais
representantes, na primeira divi-
são. Assim sendo, era natural ter-
mos estádios cheios nos campeo-
natos regionais e nacionais, em
quase todas as regiões do Brasil.
PERÍODO
Pré-Colonial de Mercado
O
(Fotos: Rio Negro e Nacional decidindo o
segundo turno do Campeonato
Amazonense de 1987.)
08 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
a segunda parte
dos anos oitenta,
inicia-se um pro-
cesso que pode-
mos chamar de EUROPEIZAÇÃO
do futebol brasileiro. Denomina-
mos neste artigo esse novo mo-
mento do futebol nacional como
PERÍODO COLONIAL DE MERCA-
DO. O tipo de colonização efetu-
ada pelos clubes do sudeste, que
antes ocorrera de forma natural
e romântica, surge agora com
um novo formato. Inegável é o
fato de que as ações próprias de
marketing e mercado dos clubes
de massa ocorrem hoje graças
ao caminho pavimentado por
eles próprios, a partir da criação
do CLUBE DOS 13.
Em 1987, devido a um mo-
mento crítico na gestão financei-
ra da CBF, treze clubes nacional-
mente conhecidos decidiram
transformar crise em oportuni-
dade.
N PERÍODO Colonial de Mercado
(Fotos: Rio Negro e Nacional decidindo o
segundo turno do Campeonato
Amazonense de 1987.)
09 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Resolveram, numa visão
focada rigorosamente no capital,
colher os frutos plantados no
PERÍODO PRÉ-COLONIAL DE
MERCADO. Perceberam que ti-
nham em suas mãos todos os
ingredientes necessários para a
criação de um campeonato bra-
sileiro independente, sem os de-
mais clubes filiados a Confedera-
ção. Sim, eles realmente tinham
tudo – torcedores e simpatizan-
tes espalhados por todo o terri-
tório nacional, bem como diri-
gentes ambiciosos e uma emis-
sora ávida por poder e lucros
exorbitantes.
A partir dali iniciou-se um
processo de europeização do
futebol brasileiro. Aliás, europei-
zaram somente o que entendi-
am valer a pena mudar - por e-
xemplo, promoveram o gradual
e progressivo enxugamento no
número de participantes do
Campeonato Brasileiro. Nesse
processo de transformação, des-
consideraram a dimensão conti-
nental do Brasil, como se o fute-
bol brasileiro e a CBF tivessem a
mesma abrangência social e geo-
gráfica que possuem uma liga
espanhola ou inglesa. Desconsi-
deraram, também, o fato de que
a CBF é composta por 27 federa-
ções de futebol, a grande maiori-
a delas sediadas nos ESTADOS-
COLÔNIAS. Logicamente, os
membros do CLUBE DOS 13 nun-
ca tiveram a audácia de abando-
nar por completo a CBF. Seria
impossível atingirem suas ambi-
ções sem continuarem filiados à
Confederação. Seria impossível,
por exemplo, qualquer clube
participar da Libertadores da
América sem a devida vinculação
a CBF. De qualquer modo, o fu-
tebol nacional passa a entrar nu-
ma nova era, caracterizada pela
concentração de poder nas
mãos de poucos e pelo início do
fim do futebol local dos ESTA-
DOS-COLÔNIAS.
(Imagens: Respectivamente dono absoluto e uns dos donos até 2010 do futebol brasileiro)
(Imagem: Europa
“dentro” do Brasil. Não
somos Espanha, Itália
ou Alemanha, a nossa
realidade é outra!)
10 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
bviamente, o pri-
meiro golpe que as
federações dos
ESTADOS COLÔ-
NIAS sofreram foi a exclusão de
seus clubes da primeira divisão
do futebol nacional. Mas, de-
pois, vieram as sequelas dessa
primeira pancada – uma delas
foi a diminuição da importância
dos campeonatos locais, que
passaram a não valer vaga para
a primeira divisão. A segunda
sequela foi o gradativo desinte-
resse do público pela ida aos es-
tádios e a indiferença da popula-
ção para com o futebol local.
Porém, tudo o que fez mal
para o futebol dos ESTADOS-
COLÔNIAS, fez bem para os CLU-
BES-COLONIZADORES. Além dos
torcedores mistos conquistados
no PERÍODO PRÉ-COLONIAL, eles
tinham à disposição milhões de
jovens e crianças que passaram
a crescer sem qualquer identifi-
cação com clubes de seus res-
pectivos estados. No Amazonas,
por exemplo, a quantidade dos
que torcem somente por times
de fora é bem maior até mesmo
do que os mistos – diferente-
mente do nordeste brasileiro,
onde é comum a figura do torce-
dor de dois times. Assim, clubes
como o Flamengo, São Paulo,
Vasco, Corinthians e Santos pos-
suem juntos milhões de torcedo-
res (mistos e não mistos) espa-
lhados pelo Brasil, graças a exa-
gerada exposição de imagem
que tiveram durante as últimas
décadas. Tal concentração de
poder tem proporcionado a mo-
vimentação de centenas de mi-
lhões de reais, em troca da misé-
ria do futebol nos ESTADOS-
COLONIAS.
Antes Mistos e,
O depois, nem Mistos
(Foto: Os ESTADOS-COLÔNIAS possuem
uma população cada vez mais indiferente,
quando o assunto é o futebol local.)
12 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
hegamos, enfim,
ao momento atual,
quando vemos os
CLUBES COLONIZA-
DORES lutando por conquistas
ainda maiores. Ainda que tardia-
mente, começam agora a usar os
grandes profissionais de marke-
ting e mercado, visando extrair o
máximo de riqueza possível dos
ESTADOS-COLÔNIAS. Um fato
que certamente marca esse no-
vo momento é a virada de mesa,
ocorrida em 2011, quando os
times de maior torcida decidi-
ram negociar a transmissão de
seus jogos diretamente com a
Rede Globo. Eles foram orienta-
dos acerca dos milhões a mais
deixariam de ganhar, caso nego-
ciassem os direitos de TV
(2012/2014) por meio do Clube
dos 13. Enfim, o que o Clube dos
13 fez com a CBF, esses clubes
de ponta fizeram com a própria
associação que criaram – tudo
visando à conquista do Brasil, do
mundo e de muito mais milhões.
Também, podemos exem-
plificar de outras maneiras a im-
portância dos ESTADOS-
COLÔNIAS para os CLUBES-
COLONIZADORES – não estamos
nos referindo à importância soci-
al, mas a financeira, mesmo. A
primeira exemplificação tem ha-
ver com a decadência do campe-
onato regional desses grandes
clubes, principalmente o Campe-
onato Carioca. Cada vez mais, os
torcedores locais desses times
têm abandonado os estádios
quando a disputa envolve o cam-
peonato regional (obviamente,
não cabe aqui neste artigo deba-
termos essa problemática). Mas,
surpreendentemente, esses clu-
bes e a emissora detentora dos
direitos de transmissão, continu-
am dando importância a esses
campeonatos regionais. E o mo-
tivo é óbvio: a audiência e o in-
teresse dos torcedores dos ou-
tros estados.
O Auge do
C Período Colonial
14 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Outro fato que exemplifica
a importância dos outros esta-
dos para os CLUBES-
COLONIZADORES é a realização,
cada vez mais frequente, de seus
jogos nos ESTADOS-COLÔNIAS.
Se, de um ponto de vista positi-
vo, a realização desses jogos dei-
xará os estádios e arenas desses
estados com menos ociosidade e
prejuízo, do ponto de vista nega-
t i v o , o s C L U B E S -
COLONIZADORES estarão literal-
mente fincando suas bandeiras e
tomando a posse definitiva do
futebol desses lugares.
Uma coisa é certa: chega-
mos a um ponto da problemáti-
ca abordada neste artigo em que
podemos levantar os seguintes
questionamentos: É a configura-
ção atual dos campeonatos na-
cionais parte de uma dura reali-
dade que jamais poderá ser mu-
dada, pelo fato de que quem
manda no futebol brasileiro é a
rede de televisão tal e os clubes
fulanos, beltranos e sicranos?
Ou seria possível existir alguma
possibilidade de termos um fute-
bol profissional brasileiro sem
tanta concentração de mídia,
preferência e poder? Talvez, e-
xista sim um caminho razoável
capaz de mudar esse cenário de
tanta desigualdade e injustiça no
futebol nacional – um caminho
alternativo que transforme o
nosso europeizado football em
um esporte verdadeiramente
popular, com a cara e o tamanho
do Brasil.
(Imagem: Membros do Clube dos 13 não resistiram a tentação de negociar seus jogos
diretamente com a Rede Globo.)
(Imagem: Figura copiada de um grupo de
debates do Facebook denominado Futebol
Norte e Nordeste.)
15 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
ão existe um
terceiro cami-
nho – ou as fe-
derações dos
ESTADOS COLÔNIAS lutam pela
INDEPENDÊNCIA diante dos CLU-
BES COLONIZADORES dos esta-
dos do sudeste ou assinam defi-
nitivamente o atestado de óbito
do seu futebol profissional local.
A expressão independência,
nesse contexto, não tem haver
com a criação de ligas próprias,
nem com pedidos de desfiliação
em massa na CBF. Ser indepen-
dente significa deixar de ser me-
ra sub sede de clubes de fora
para figurar novamente no mapa
do futebol nacional. Um grito de
independência deve estar rela-
cionado com um grande clamor
dos estados colonizados e suas
respectivas federações e clubes
contra o monopólio do futebol
brasileiro e contra a concentra-
ção de poder. Ou gritamos inde-
pendência ou a morte será cer-
ta.
Ou INDEPENDÊNCIA,
N ou MORTE
(Imagem: Demonstra a chance de indepen-
dência da situação vivida, onde se visualiza o
abandono do futebol local nas arquibancadas.)
16 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Também, o termo MORTE
não tem haver com o abandono
do futebol ou com desfiliação
em massa de clubes. O que está
envolvido aqui é a morte do fu-
tebol profissional local, a morte
dos nossos clubes (incluindo os
centenários), a morte da ida do
povo ao estádio, a morte dos
empregos diretos e indiretos
que um futebol local forte pro-
porciona, a morte das nossas
tradições, cultura e identidade, a
morte definitiva dos sonhos de
nossas crianças, que antigamen-
te almejavam jogar em um time
local, morte dos nossos estádios,
que serão usados para tudo, me-
nos para o futebol.
Por tudo isso, não existe
outra medida a ser tomada pelas
federações excluídas do cenário
nacional, senão a união de todas
elas em prol de um único objeti-
vo: a alteração do mapa do fute-
bol nacional. O mapa do Brasil
não cabe na Alemanha e, muito
menos, na Espanha ou na Itália.
Muito pelo contrário, toda a Eu-
ropa é que cabe no Brasil. Mais
que um país, somos um conti-
nente. Não somos obrigados a
aceitar que o que é bom para
eles é bom para nós. Enfim, o
cenário do futebol nacional tem
que ser alterado por quem tem
o legítimo poder de mudar tudo:
as federações e os clubes, por
intermédio de instrumentos de-
mocráticos. Surpreendentemen-
te, as federações não se deram
conta (ou, no mínimo, fingem
não saber) do poder que têm
nas mãos para mudar o futebol
de seus estados.
Mas, existe algo que pode
ser feito para que o futebol na-
cional volte a ser propriedade
dos seus legítimos donos, o povo
brasileiro? Apresento aqui algu-
mas sugestões:
Chegamos nessa quantida-
de máxima de 21 membros ex-
cluindo dessa hipotética lista as
federações que hoje comandam
o nosso injusto e desigual fute-
bol brasileiro. Certamente, esta-
riam fora três federações do Sul
e três do Sudeste (partindo da
hipótese de que o Espirito Santo
fizesse parte do C-21). O CLUBE
21 seria composto pelas federa-
ções do norte, nordeste, centro-
oeste brasileiro e a federação
capixaba.
1. As federações atualmente
excluídas da elite do futebol
nacional poderiam criar uma
associação nos moldes do
Clube dos 13. Essa nova as-
sociação atingiria aproxima-
damente, um total de 21
membros (CLUBE DAS 21
FEDERAÇÕES, CLUBE 21 ou C
-21).
2. O CLUBE 21 surgiria como
uma importante força no
cenário político da CBF. Uni-
das, tais federações teriam o
papel relevante nas próxi-
mas eleições daquela entida-
de. Poderiam até ter um
candidato próprio ou, pelo
menos, algum que apoiasse
suas demandas.
17 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Atualmente, uma eleição na
CBF pode contabilizar o máximo
de 47 votos – 27 das federações
e 20 dos clubes da elite do fute-
bol. Em uma eleição na qual par-
ticipem todos os eleitores, ven-
ceria o candidato que obtivesse,
no mínimo, 24 votos. Aparente-
mente, seria uma missão espi-
nhosa para o C-21 eleger um
candidato. Porém, existem pelo
menos dois cenários em que isso
poderia se tornar realidade. Nu-
ma primeira hipótese, seria ne-
cessário que o C-21 chegasse à
eleição como C-24 – algo impro-
vável de acontecer. Em outro
cenário, o candidato apoiado
pelo C-21 precisaria conquistar
votos de três clubes, no mínimo.
O importante é que, ga-
nhando ou não as eleições da
entidade máxima do futebol na-
cional, o CLUBE 21 unido con-
quistaria um espaço que hoje
não possui, principalmente con-
cernente às decisões a serem
tomadas nas assembleias daque-
la instituição.
Na realidade, o que deve
ser questionado aqui não é a
produção de riqueza em si, mas
a concentração dessa riqueza
nas mãos de poucos. É natural
que alguns clubes, por terem
mais nome ou serem mais orga-
nizados e competentes, produ-
zam mais riquezas do que ou-
tros. Porém, o que deve ser con-
siderado inaceitável e injusto é a
usura que fazem da CBF, quando
obrigam a maioria das federa-
ções a elas vinculadas aceitarem
o Campeonato Brasileiro nos
mesmos moldes das ligas euro-
peias. Portanto, uma alteração
efetiva no mapa do futebol na-
cional deveria começar por uma
urgente mudança no formato do
Campeonato Brasileiro.
3. O CLUBE 21 teria que lutar
também contra algo tão pro-
blemático quanto a questão
da ocupação de espaço polí-
tico na CBF. Refiro-me a uma
grande aberração jurídica e
social dos clubes da elite e
da própria confederação.
Por incrível que pareça, a
Confederação Brasileira de
Futebol e a grande maioria
dos clubes são entidades
SEM FINS LUCRATIVOS. Mes-
mo assim, eles tratam o fu-
tebol nacional como um pro-
duto a ser vendido apenas
como produtor de riqueza,
no sentido rigorosamente
capitalista.
18 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
(Foto: Equipes do Acre em disputa no
estadual. Nunca chegaram a disputar a
Série A, mas o Rio Branco FC foi prova do
amor incondicional de seu torcedor presen-
te nos jogos da Série C de 2009, na moder-
na Arena da Floresta)
tualmente, nossas
competições na-
cionais são cópias
das principais ligas
e copas europeias. Podemos u-
sar como exemplo as ligas e as
copas da Inglaterra, onde existe
a Premier League, que é a pri-
meira divisão, composta por 20
equipes. No Premier, as equipes
competem entre si, no sistema
de pontos corridos, como ocorre
no Campeonato Brasileiro. Além
da liga principal, existem lá as
ligas de acesso, basicamente, da
mesma maneira que temos aqui
as Séries B, C e D. Concernente
às copas, o sistema é o de con-
frontos diretos e eliminatórios,
igual a Copa do Brasil – inclusive,
como ocorre também aqui, as
copas da Inglaterra são mais a-
brangentes e democráticas, pois
têm a participação dos clubes de
várias divisões.
Um Novo
A BRASILEIRÃO
(Foto: Arena de Brasília/DF. Estádio que
será usado para tudo, inclusive para os
jogos dos CLIUBES-COLONIZADORES.
Raríssima vezes, será usado para o futebol
local.)
20 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
Mas, conforme está sendo
argumentado até agora, a di-
mensão geográfica, política e
social do futebol brasileiro não
pode ser comparada com a da
Inglaterra, da Itália ou da Espa-
nha. Por exemplo, o impacto o-
corrido pela mudança do antigo
campeonato inglês para o atual,
a Premier League, jamais poderá
ser comparado com o golpe so-
frido pela maioria das federa-
ções do futebol brasileiro, a par-
tir da criação do Clube dos 13.
Assim sendo, o modelo vi-
gente antes, em que os campe-
ões e vices campeões estaduais
disputavam respectivamente a
primeira e a segunda divisão,
tem mais haver com a nossa rea-
lidade. Naquele formato de cam-
peonato, jamais prosperaria a
hoje popular teoria dos
“elefantes brancos”, tão propa-
gada pelos que criticam a cons-
trução de grandes estádios em
Manaus, Cuiabá, Natal e Brasí-
lia.Teríamos, novamente, cam-
peonatos regionais mais interes-
santes, principalmente nas fede-
rações que atualmente estão
extintas do mapa do futebol pro-
fissional brasileiro. Enfim, tería-
mos um campeonato nacional
com a cara do Brasil e os ESTA-
DOS-COLÔNIAS com melhores
perspectivas para o seu mercado
interno.
Portanto, é imperativo que
haja uma reestruturação na for-
ma de disputa do campeonato
nacional – uma completa altera-
ção que atenda aos interesses de
todas as federações sem, contu-
do, interferir grandemente nas
demandas do que hoje estão na
elite do futebol. Seguem agora
algumas sugestões:
Devido essa quantidade de
clubes, seria inviável uma fórmu-
la de disputa por pontos corri-
dos, assim como não seria inte-
ressante a opção pelo sistema
eliminatório, com jogos de ida e
volta. Teria de haver, portanto,
equilíbrio e razoabilidade quanto
à quantidade de rodadas, bem
como o número de jogos de ca-
da participante. Atualmente,
com o sistema de pontos corri-
dos, o campeonato brasileiro
tem 38 rodadas de 10 jogos, per-
fazendo um total de 380 jogos.
Assim, cada um dos 20 clubes
joga o total de 38 jogos, em todo
o campeonato. No novo sistema
sugerido, não haveria uma mu-
dança drástica nessas quantida-
des globais. Atendendo as condi-
ções do movimento Bom Senso
FC, o Brasileirão seria possível
sua realização somente nos Do-
mingos, diminuindo o alto nú-
mero de datas no Calendário.
1. Campeonato Brasileiro
apenas com SÉRIE A e SÉRIE
B, com cada divisão disputa-
da por 48 clubes. A composi-
ção e o funcionamento des-
sas ocorreriam desta forma:
2. SÉRIE A — Será composta
pelos 18 clubes melhores
colocados do Brasileirão pas-
sado, pelos 03 clubes que
sobem da segunda divisão
anterior, e por fim, pelos
clubes campeões ou melho-
res colocados dentre aque-
les que ainda buscam a vaga
pelos regionais das 27 fede-
rações (18+3+27=48). Na 1ª
edição neste formato, classi-
ficará 16 clubes pela Série A
e 05 pela Série B.
21 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
DIVISÕES Nº DE
CLUBES
Nº DE
JOGOS
MÁXIMO DE
JOGOS POR
CLUBE
MÍNIMO DE
JOGOS POR
CLUBE
SÉRIE A 20 380 38 38
SÉRIE B 20 380 38 38
SÉRIE C 20 194 24 18
SÉRIE D 40 190 16 08
SÉRIES
(A+B+C+D)
100 1.144 - -
COPA BR 86 170 - -
QUANTIDADE DE JOGOS NO SISTEMA ATUAL QUANTIDADE DE JOGOS NO NOVO SISTEMA
o NOVO SISTEMA
da primeira divi-
são, teríamos 24
clubes na fase fi-
nal ou seja os 3 melhores colo-
cados de cada grupo da 1ª fase,
seguirão na competição e os 18
melhores da fase final garanti-
rão a vaga na primeira divisão
do ano seguinte, logo os 6 pio-
res terão que buscar a vaga pelo
estadual. Os 08 clubes que ter-
minaram em 4º lugares nos gru-
pos da 1ª fase, teriam 2 benefí-
cios: não ficariam com poucas
partidas jogadas, pois entrariam
na 2ª fase da Série B, onde dis-
putariam 6, 12, 18 ou 22 jogos a
mais, além de tentar ficar entre
os 3 melhores e participarem
da Série A já no próximo ano.
Enfim, a principal divisão do
campeonato brasileiro contaria
sempre com dois segmentos de
clubes participantes: os 21 clu-
bes melhores colocados dos
campeonatos anteriores (Série
A e B) e os 27 clubes campeões
ou melhores colocados nos
campeonatos estaduais.
Na SÉRIE B além de garantir
o acesso à 3 clubes, ela seria
basicamente parecida com a
Série A, porém com a diferença
referida antes: contaria com 32
clubes na 2ª fase (os 24 que
passaram de fase e os 08 que
ficaram na 4ª posição da 1ª fase
na SÉRIE A). segue o formato:
N SÉRIE A
1ª FASE: (8 GRUPOS) X (6
CLUBES) = 48 clubes nos res-
pectivos grupos com jogos
de ida e volta.
TOTAL DE JOGOS: 240 jogos
= (3 por rodada e por grupo)
X (10 rodadas) X (8 grupos).
FASE FINAL: (1 GRUPO) X (24
CLUBES) = 24 clubes com
jogos em único turno.
TOTAL DE JOGOS: 276 jogos
= (12 jogos por rodada) X (23
rodadas).
22 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
DIVISÕES Nº DE
CLUBES
Nº DE
JOGOS
MÁXIMO DE
JOGOS POR
CLUBE
MÍNIMO DE
JOGOS POR
CLUBE
SÉRIE A 48 516 33 10
SÉRIE B 48 416 32 10
SÉRIES
(A+B)
96 932 - -
COPA BR 96 190 - -
QUANTIDADE DE JOGOS NO SISTEMA ATUAL QUANTIDADE DE JOGOS NO NOVO SISTEMA
A COPA DO BRASIL aconte-
ceria paralelamente com o Cam-
peonato Brasileiro, praticamente
nos mesmos moldes da atual Co-
pa, a diferença são que não ha-
verá vagas extras para competi-
ção, os clubes classificados para
Série A e B serão os clubes que
disputarão a Copa do Brasil.
SÉRIE B
1ª FASE: (8 GRUPOS) X (6
CLUBES) = 48 clubes nos res-
pectivos grupos com jogos
de ida e volta.
2ª FASE: (8 GRUPOS) X (4
CLUBES) = 32 clubes (24 clu-
bes + 8 oriundos da Série A),
jogos de ida e volta.
3ª FASE: (4 GRUPOS) X (4
CLUBES).
4ª FASE: (2 GRUPOS) X (4
CLUBES)..
SEMI: 4 clubes.
FINAL e 3º LUGAR: 4 clubes.
COPA DO BRASIL
1ª FASE: (24 GRUPOS) X (2
CLUBES) = 48 clubes em dis-
puta na Série B.
2ª FASE: (24 GRUPOS) X (2
CLUBES) = 24 clubes oriundos
da 1ª fase e 24 clubes elimi-
nados da 1ª fase na Série A.
3ª FASE: (16 GRUPOS) X (2
CLUBES) = 24 clubes oriun-
dos da 2ª fase da Copa do
Brasil e os 8 terceiros coloca-
dos da 1ª fase na Série A.
4ª FASE: (16 GRUPOS) X (2
CLUBES) = 16 clubes oriun-
dos da 3ª fase da Copa do
Brasil e os 16 clubes primei-
ros e segundos colocados da
1ª fase da Série A.
OITAVAS: 16 clubes.
QUARTAS: 8 clubes.
SEMI: 4 clubes.
FINAL: 2 clubes.
23 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
QUANTIDADE DE VAGAS PARA OS NACIONAIS
om o novo cam-
peonato brasilei-
ro série A possi-
bilitaria num
grande evento de sorteio 60
dias antes do inicio do certame,
onde decidiriam os grupos da
1ª fase, no sorteio já seriam
conhecidas 21 equipes, restan-
do apenas os representantes
estaduais, já na Série B os gru-
pos já seriam previamente for-
mulados regionalmente.
Para série A, como aconte-
cia no Brasileirão das décadas
passadas os clubes seriam sor-
teados em dupla com seu ar-
quirrival estadual, possibilitan-
do assim os clássicos estaduais
já na 1ª fase.
Os potes de sorteio seguiri-
am os seguintes critérios, todos
os 21 clubes já classificados te-
riam sua dupla formada, já que
ainda haverá 27 clubes oriun-
dos dos estaduais. Portanto o
Pote 1 e 2 será formadas pelas
duplas estaduais, 16 clubes no
pote 1 e os restantes do pote 2
seguindo o ranking de clubes
somando os pontos das duplas
(em caso de duplas formadas
com rivais não conhecidos não
haverá soma de pontos). Todos
os grupos já teriam ao menos o
preenchimento de 4 equipes
sorteadas já os restantes ainda
teriam 2 equipes, para o preen-
chimento destes grupos de 2
equipes teremos o pote 3 com
os clubes das melhores federa-
ções ranqueadas, logo em se-
guida será feita o sorteio para
as quintas e sextas equipes de
todos os grupos em 2 potes, o
pote 4 com 8 equipes seguindo
o ranking de suas federações e
o ultimo pote, o de número 5
com as 8 equipes das piores
federações ranqueadas. Segue
a arte de uma simulação do
sorteio para o brasileirão de
2014, onde haveria a possibili-
dade de grupos com 4 cariocas
ou 4 catarinenses, já que o Bo-
tafogo não superaria a soma de
pontos do Criciúma e Figueira.
C
CRITÉRIOS E RANKING DE
FEDERAÇÕES E CLUBES SÉRIE A SÉRIE B TOTAL (Os mesmos são os
participantes da Copa do Brasil)
SÉRIE A ANTECEDENTE 18 - 18
SÉRIE B ANTECEDENTE 3 - 3
1º E 2º DO RANKING 1 X 2 = 2 4 X 2 = 8 5 X 2 = 10
3º ATÉ 8º DO RANKING 1 X 6 = 6 3 X 6 = 18 4 X 6 = 24
9º ATÉ 14º DO RANKING 1 X 6 = 6 2 X 6 = 12 3 X 6 = 18
15º ATÉ 20º DO RANKING 1 X 6 = 6 1 X 6 = 6 2 X 6 = 12
21º ATÉ 27º DO RANKING 1 X 7 = 7 - 1 X 7 = 7
CLUBES MELHORES RANKEADOS 4 4
TOTAL 48 CLUBES 48 CLUBES 96 CLUBES
24 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
QUANTIDADE DE VAGAS PARA OS NACIONAIS
quem interessa
termos um cam-
peonato nacio-
nal nos mesmos
moldes das ligas espanhola, ita-
liana ou inglesa? Certamente,
tal concentração de poder, mí-
dia e muito dinheiro atende so-
mente aos interesses dos pou-
quíssimos clubes, dirigentes,
empresários e emissoras que
tomaram posse do futebol bra-
sileiro. Inclusive, existe a ten-
dência natural dos dois clubes
detentores das maiores torcidas
do Brasil concentrarem ainda
mais poder, no mesmo caminho
traçado por Barcelona e Real
Madrid. Ou seja, a ganância e a
ambição dos que mandam e
desmandam no futebol brasilei-
ro são ilimitadas.
Tudo isso tem que acabar!
O futebol nacional é um patri-
mônio do povo brasileiro e, no
âmbito profissional, deve per-
tencer somente a CBF e suas
federações. Que cada clube use
sua própria competência para
crescer e conquistar mais, po-
rém que isso não continue ocor-
rendo à custa da falência do fu-
tebol dos outros estados. Inclu-
sive, eles são competentes para
desrespeitar até mesmo seus
próprios torcedores de outros
estados, quando negociam seus
JOGOS CLÁSSICOS para a TV PA-
GA e liberam os piores jogos
para o canal aberto. O povão
trabalha a semana inteira e, no
domingo, acaba sendo obrigado
a assistir um ‘Botafogo x Olaria’,
pois o FLA-FLU só vai poder ser
visto por quem pagou para as-
sistir (e o pior é que tudo isso
acontece para atender aos inte-
resses dos donos dos canais pa-
gos, que são os mesmos donos
do canal aberto – OS DONOS
DO FUTEBOL BRASILEIRO).
Portanto, a intenção deste
artigo é esta: despertar as fede-
rações e os clubes excluídos do
mapa do futebol nacional para
uma grande mobilização visan-
do à reconquista de seus direi-
tos legítimos - um ‘grito dos
excluídos’ vindo de todos os ES-
TADOS COLÔNIAS, na direção
dos CLUBES-COLONIZADORES e
dos que monopolizam o futebol
nacional: “O futebol é patrimô-
nio do povo brasileiro e não
pertence a meia dúzia de clu-
bes. Europa é Europa – aqui é
BRASIL”.
Europa é Europa,
Aqui é BRASIL!
A
26 Artigo: O Futebol Brasileiro e o Clube dos Excluídos
CONTEÚDO criado e direcionado para as federações de futebol do Brasil.