revista construir nordeste. ed. 72

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arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos ano XV | nº 72 | maio 2014 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados A COPA DO MUNDO É NOSSA? Às vésperas da competição, o Brasil ainda enfrenta problemas relacionados à infraestrutura. Para a nação pentacampeã, fica a pergunta: qual será o real legado do mundial? ENTREVISTA Wilson de Melo Jr., diretor do Instituto Opus, fala sobre mão de obra na construção civil ARQUITETURA Trancoso, na Bahia, ganha centro cultural com auditórios ao ar livre e acústica perfeita VIDASUSTENTÁVEL Arquitetura escolar deve dialogar com projeto pedagógico e comunidade 15 anos

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Page 1: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos

ano XV | nº 72 | maio 2014 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

res

Asso

ciad

os

A COPA DO MUNDO É NOSSA?Às vésperas da competição, o Brasil ainda enfrenta problemas relacionados à infraestrutura. Para a nação pentacampeã, fica a pergunta: qual será o real legado do mundial?

ENTREVISTAWilson de Melo Jr., diretor do Instituto Opus, fala sobre mão de obra na construção civil

ARQUITETURATrancoso, na Bahia, ganha centro cultural com auditórios ao ar livre e acústica perfeita

VIDASUSTENTÁVELArquitetura escolar deve dialogar com projeto pedagógico e comunidade

15 anos

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As novas regras de desempenho na NBR 15.575 já estão valendo. A partir de agora, a construção civil deverá atender aos requisitos de desempenho acústico, proteção contra fogo e desempenho mecânico.

A Knauf Drywall possui sistemas construtivos de alta performance no qual todos os produtos são totalmente normatizados, com diversas opções de paredes, revestimentose forros para todas as necessidades. Na hora de construir ou reformar, escolha a Knauf.

Knauf. Construindo o futuro.Knauf. Construindo o futuro.

À PROCURA DE SOLUÇÕESQUE ATENDAM A NBR 15.575?VOCÊ ACHOU. KNAUF DRYWALL, ALTO DESEMPENHO QUE ATENDE TOTALMENTE À NORMA.

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65

50 16 PALAVRA | A força da inovação | Paulo Safady Simão

19 ENTREVISTA Mão de obra x construção civil | Wilson de Mello Jr

22 PAINEL CONSTRUIR

28 VITRINE ESTILO | VITRINE 32 Fórum Construir Nordeste chega a 16a Edição 34 NBR. 15.575 Desempenho de sistemas hidrossanitários revisado

38 ESPAÇO ABERTO | PEC Avaliação ambiental dos pontos de recebimento de resíduos de construção civil no Recife Manifestações patológicas e estudo da corrosão presente em pontes do Recife

42 ARQUITETURA | INTERIORES | Concha acústica internacional

48 Especial Casa Cor Alagoas 49 Especial Casa Cor Pernambuco

50 CAPA | A Copa do Mundo é nossa?

57 TECNOLOGIA Segurança e produtividade na construção civil Steel Frame Drywall 76 Grupo JCPM vai além e aposta no RioMar Fortaleza e no seu entorno 78 Veneza italiana 81 IBM seleciona Casa da Criança

82 NEGÓCIOS Roca abre a sua primeira fábrica de metais sanitários no Brasil Primeira planta de vidros planos 100% brasileira 89 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO – CUB

90 INSUMOS

97 ONDE ENCONTRAR

42

30

60

O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e

sociedade. Busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas

eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reuso da água, drenagens e na gestão dos resíduos.

CoLUNAS

14 SHARE 26 TI | Giovanni Sugamosto37 INOVAÇÕES | Elka Porciuncula68 TENDÊNCIAS | Renato Leal85 CONSTRUIR DIREITO | Tiago Andrade Lima87 CONSTRUIR ECONOMIA | Leonardo Guimarães Neto | Mônica Mercês

63 CONSTRUIR VIDA

SUSTENTÁVEL

SUmÁRIo

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caro leitor

MAIO 20146 MAIO 2014 7

Às vésperas da Copa do Mundo, a infraestrutura ainda é tida como o principal entra-ve para a realização do evento no Brasil. A equipe da Construir NE aproveitou este momento de expectativa para fazer um balanço. A Editora Executiva, Renata Fara-che, e a repórter Tory Oliveira apuraram com diversos especialistas e traçaram um panorama do que vem sendo feito — ou não — nas quatro capitais nordestinas que sediarão os jogos. Questões sociais foram deixadas de escanteio? Qual, e pra quem, seria o legado? O futuro dirá. Você confere nesta edição que o Mundial vai além do campeonato — e as obras previstas também.

Já o colunista Renato Leal (página 68) estimula nossa reflexão sobre o valor da uti-lização de sistemas construtivos sustentáveis nas obras da Copa do Mundo de 2014.

No Espaço PEC (Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil), da UPE (pá-gina 39), o destaque é o diagnóstico sobre corrosão de pontes do Recife, que aponta patologias e ausência de ações de prevenção e manutenções periódi-cas nas estruturas de concreto armado. Conhecida como a Veneza Brasileira, as pontes não são apenas coadjuvantes nesse cenário urbano, mas obras de arte especiais. O engenheiro Luiz Priori, conselheiro da Construir NE (página 78), foi até Veneza, na Itália, e nos presenteou com uma análise do planejamento da cidade, apresentando exemplos para o Brasil.

Já no Espaço Aberto, um trabalho acadêmico mostra que os resíduos indevidamente descartados aceleram o processo de deslizamento de encostas, obstruindo a rede de saneamento urbano e contaminando o lençol freático. A nossa saúde está na contramão dessa situação absurda.

Na matéria de capa do Caderno Construir Vida Sustentável, falamos sobre a arquite-tura em prol da educação de modo holístico. A visão é defendida pela arquiteta Do-ris Kowaltowsk com muita sensibilidade. Como é bom mostrar nas nossas páginas a arquitetura dedicada à educação, estimulando o acolhimento e proporcionando ambientes inspiradores. As práticas do modelo proposto são pautadas no desenvol-vimento de crianças e jovens competentes e solidários.

A edição está mesmo estimulante e reflexiva! Ótima leitura!

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MAIO 2014 MAIO 2014 7

Trevo DrywallPerfeito paratodos osambientes!

Orgulho de ser Brasileiro

Atualmente, o que mais se procura na hora de construir e reformar, são materiais que atendam a obra com rapidez, facilidade, versatilidade e limpeza.

E para isso, a Trevo Drywall e sua rede de distribuição e instaladores, oferecem as melhores opções em chapas de Drywall para o mercado.

Com preços competitivos e qualidade comprovada através de pesquisa e desenvolvimento tecnológico constantes, sempre atentos às necessidades do consumidor, tendo o compromisso de

entregar produtos que atendam suas exigências e compatíveis com seu

orçamento.

Somos certifi cados pelo PSQ Drywall, programa subordinado ao PBQP-H

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat.

(88) 3571-6019 / [email protected]

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SomoS HERDEIRoS...

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foto por Tatiana Feijó

Do FUTURo.“Toquinho”

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expediente

RCN Editores AssociadosDiretora | Elaine Lyra

PUbliSher | Elaine [email protected]

eDitOrA eXeCUtiVA | Renata [email protected]

CONSelhO eDitOriAlÂngelo Just, Adriana Cavendish, Alexana Vilar, Bruno Ferraz, Carlos Valle,

Celeste Leão, Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas

Simon, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale

Neves, Rúbia Valéria Sousa, Sandra Miranda, Serapião Bispo, Gustavo Farache

CONSelhO tÉCNiCOProfessores:

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos,

Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

rePOrtAgeMChloé Buarque | Danilo Medeiros | Elka Porciúncula | Isabela Morais

Isana Pontes | Patrícia Felix | Pablo Braz | Renata Farache | Tory Oliveira

eDitOr De Arte e DiAgrAMAÇÃOMichael Oliveira

reViSÃO De teXtOClaudia Oliveira

FOtOgrAFiA André fofano | Antoninho Perri | Demis Roussos | Felipe Araújo | Jean de Matteis

Keila Castro | Liziane Eufrásio | Luiz Eduardo Vaz | Luiz Priori Jr | Tatiana Feijó

COlUNiStAS Elka Porciúncula | Giovanni Sugamosto | Leonardo Guimarães Neto

Mônica Mercês I Renato Leal | Tiago Andrade Lima

PUbliCiDADeTatiana Feijó

[email protected] | +55 81 [email protected] | +55 81 3038-1045

rePreSeNtANteS PArA PUbliCiDADe

CeArá NS&A | Aldamir Amaral+55 85 3264.0576 | [email protected]

SÃO PAUlO, PArANá, riO De JANeirO, SANtA CAtAriNA e riO grANDe DO SUl | Vando Barbosa

+55 11 975798834 | +55 11 [email protected]

André Maia | 21 [email protected]

AdministrAtivo-FinAnceiro | Caetano Pisani [email protected]

ASSiNAtUrAS e DiStribUiÇÃO | Palloma Saldanha

[email protected]

NÚCleO ON liNe | Pablo [email protected]

Portal Construir Ne | www.construirnordeste.com.brFacebook: Construir Nordeste

[email protected]

eNDereÇO e teleFONeSRua José Paraíso, 210 2º andar – Boa Viagem

Recife – PE – Cep: 51030-390+55 81 3038 1045 / 3038 1046

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reDAÇÃO/SUgeStÕeS De PAUtAS

Rua José Paraíso, 210 2º andar – Boa Viagem

Recife – PE – Cep: 51030-390

AteNDiMeNtO AO leitOr

[email protected]

Tel.: (81) 3038-1045

De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

CArtAS

[email protected]

eSte CANAl De COMUNiCAÇÃO ObJetiVA AUXiliAr OS PrOFiSSiONAiS DA CONStrUÇÃO eM SeUS qUeStiONAMeNtOS relACiONADOS à geStÃO e à teCNOlOgiA DA CONStrUÇÃO De eDiFíCiOS

Sabendo-se que a destinação inadequada de pneus inservíveis pode trazer da-nos ao meio ambiente, que aplicações de engenharia podem empregar este tipo de material?

Existem diferentes aplicações para os pneus inservíveis, seja em sua forma inteira ou cortados e triturados. No caso de pneus inteiros, podem ser aplicados em obras de contenções, em margens de rios para evitar desmoronamentos, assim como podem ser utilizados como recifes artificiais, na construção de quebra-mares, no controle de erosão. Os pneus inservíveis que são cortados e triturados são nor-malmente submetidos a operações de separação dos diferentes materiais que o compõe. A borracha que se obtém a partir destes processos, ou seja, triturada ou granulada, poderá ter diversas aplicações, como: em misturas asfálticas, agregado em concretos ou argamassas, em revestimentos de quadras e pistas de esportes, reforço de solos, dentre outros. A utilização destes materiais gera grandes redu-ções de seu volume, além de substituir parte da matéria prima natural empregada nas atividades de construção civil. Pesquisas que envolvem resíduos de pneus in-servíveis têm sido desenvolvidas no Programa de Mestrado em Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco pelo grupo AMBITEC.

Profa. Dra. Stela Fucaleescola Politécnica da Universidade de Pernambucogrupo AMbiteC - engenharia Aplicada ao Meio AmbienteContato: [email protected]

verifica-se que está crescendo o uso de placas de Acm nas construções. sei que o ganho na produtividade para a execução das fachadas é grande, e que há melhora na estética, mas quais são os reais ganhos com o seu uso?

A fachada com ACM (Aluminum Composit Material) é um tipo de fachada ventilada que proporciona melhoria no desempenho térmico e acústico da edificação. Uma vez que o conforto térmico é proporcionado, consequentemente, existe a economia de energia com o condicionamento de ar. No caso específico da fachada ventilada com ACM, este material tem grande facilidade de conformação, por ser maleável, sendo um grande atrativo para projetos arquitetônicos; possui baixo peso, o que facilita sua instalação; e há facilidade de desmonte sem afetar a estrutura princi-pal. Devido ao reuso dos seus elementos, minimiza o impacto ambiental quanto à geração de resíduo. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados. Para garantir a uniformidade da cor da fachada, é interessante fazer o pedido com o total neces-sário para o cumprimento do projeto; sua forma de armazenamento deve ser ade-quada para evitar empeno dos painéis; e as placas devem ser montadas na mesma direção, o que é facilmente identificável pela película de proteção.

eng. Yêda Vieira Póvoas tavaresengenheira Civil, M.Sc., Dr.Professora da Universidade de Pernambuco

eqUiPOtel NOrDeSteDAtA: 06 A 08 DE MAIOlOCAl: RECIFE/PEEQUIPOTELNORDESTE.COM.BR iNNOVACiÓN eM teCNOlOgíAS ANte lOS NUeVOS DeSAFíOS glObAleS Del SeCtOr Del CeMeNtO e Del hOrMigÓNDAtA: 06 A 08 DE MAIOlOCAl: QUITO E CUENCA/EQUADORINECYC.ORG.EC/JORNADA SAMOterDAtA: 08 A 11 DE MAIOlOCAl: VERONA/ITÁLIASAMOTER.COM.BR CONgreSSO brASileirO De CiMeNtODAtA: 19 A 21.05lOCAl: CAMPINAS/SPCBCIMENTO.COM.BR tecoBi eXPo - 2ª FeirA de teLHAdos, CObertUrAS e iMPeArMbiliZAÇÃODAtA: 20 A 22 DE MAIOlOCAl: SÃO PAULO/SPTECOBIEXPO.COM.BR 30ª FeirA internAcionAL dA mecÂnicADAtA: 20 A 24 DE MAIOlOCAl: SÃO PAULO/SPMECANICA.COM.BR FecontecH - 86° encontro nAcionAL DA iNDUStriA DA CONStrUÇÃO i FeirA iNterNACiONAl DA CONStrUÇÃODAtA: 21 A 23 DE MAIOlOCAl: GOIÂNIA/GOENIC.ORG.BR ADit iNVeStDAtA: 29 A 30 DE MAIOlOCAl: BRASÍLIA/DFADIT.COM.BR/ADITINVEST 4ª FeirA BrAsiLeirA de FABricAntes dA constrUÇÃo civiL i 10ª FeirA nAcionAL dAs teCNOlOgiAS De hAbitAÇÃO e iMObiliáriODAtA: 04 A O8 DE JUNHOlOCAl: BLUMENAL/SCFEIRAFABRICON.COM.BR

cartas AgENDA

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CASA COrNesta edição, os arquitetos Claudio Campello e Isadora Padi-lha dão a sua opinião sobre a Casa Cor Pernambuco e a Casa Cor Alagoas, duas grandes mostras da mais completa expo-sição de paisagismo, arquitetura e decoração das Américas. Para quem quiser saber mais sobre os dois eventos, pode acessar fotos dos ambientes, perfil dos arquitetos e os desta-ques das mostras no portal da Revista Construir Nordeste.

FÓrUM CONStrUirA Revista Construir Nordeste realizou o seu 16º Fórum Construir, que trouxe como foco principal os Sistemas Construtivos Inovadores. Além da cobertura do evento nesta edição, que contou com importantes nomes da en-genharia, como construtores, arquitetos, engenheiros e estudantes da área, você pode conferir a galeria de fotos no portal da RCN.

eSPAÇO AbertOA versão completa do trabalho dos engenheiros Alexandre César Leão de Lima, Camila Borba Rodrigues, Daniela Maria Silva de Albuquerque e Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, publicado na seção Espaço Aberto da edição 72, já pode ser acessada no nosso Portal. No artigo científico, o grupo, que integra o Programa de Pós–Graduação em Engenharia Civil da Universidade de Pernam-buco, faz uma avaliação ambiental dos pontos de recebimento de resíduos de construção civil no Recife.

PrOMOÇÃO CUltUrAlFique de olho na Fan Page da RCN. Vamos fazer a promoção cultural em parceria com o NOVO – Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers. A ideia é divulgar a 3ª edição do Anuário de Ouro da Arquitetura e Decoração de Pernambuco, produzido pelos irmãos André e Adriana Cavendish, diretores do Núcleo. A publicação reúne uma seleção de projetos residenciais e co-merciais de 35 escritórios de arquitetura consagrados de Pernambuco. O anuário traz também os vencedores do Concurso Cultural de Projetos de Arquitetura NOVO Núcleo – 4ª e 5ª edição, além de um guia das 40 lojas do mercado, selecionadas pelos profissionais mais antenados do mercado. E tem mais: apresenta no final uma versão reduzida em inglês.

POrtA DO SOlA capital nordestina que ilustra a capa da Fan Page da Revista Construir Nordes-te nesta edição é João Pessoa, na Para-íba. Conhecida como Porta do Sol, por estar localizada onde o Sol nasce pri-meiro nas Américas, a cidade traz como um de seus porta-retratos o belo litoral de 24 km de orla, onde é possível ver falésias que se debruçam sobre o mar de ondas fortes, extensas faixas de areia sobre território selvagem e piscinas em alto mar. Ela também é considerada com uma das capitais que têm melhor qualidade de vida do Nordeste.

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palavra

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Paulo Safady Simão*

A FOrÇA DA iNOVAÇÃO

Conta a lenda que, na Copa de 1958, antes do jogo contra a antiga União Soviética, o técni-

co brasileiro Vicente Feola reuniu os jogadores e combinou a estratégia da partida. Depois de ex-posto o plano tático, o técnico perguntou se todos haviam compreendido. Então, Garrincha, em sua simplicidade, respondeu: “Tá legal, seu Feola, mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”.

Essa história ilustra bem o comportamento que a indústria da construção no Brasil tem ado-tado quando o assunto é inovação tecnológica. Durante anos, temos trabalhado pela introdu-ção de novos modelos construtivos, de produ-tos e métodos inovadores, mas esquecemos de perguntar o que os compradores de imóveis pensam sobre esse tema. Como o consumidor brasileiro que sonha em comprar sua casa pró-pria vê a crescente inserção de novas tecnolo-gias na construção? Ele está disposto, eventu-almente, a pagar um preço maior pela moradia que incorpora essas “modernidades”? Que tipos de inovação ele considera mais importantes?

Para responder a essas e outras perguntas, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou, com o apoio do Instituto Sensus, uma pesquisa de opinião pública que ouviu 1.100 pessoas em 24 unidades da Federação. O resul-tado desse trabalho inédito comprova o que até então era apenas um “sentimento do mercado”: as pessoas que estão adquirindo ou planejam com-prar um imóvel estão cada vez mais exigentes com a qualidade da moradia e aprovam (81,9% dos entrevistados) as inovações tecnológicas.

Um dos aspectos mais importantes desse estudo foi a possibilidade de comprovarmos, pela primeira vez, que mesmo as famílias com renda mais baixa aceitam pagar o custo para ter inovações em suas casas, desde que essas ino-vações proporcionem mais qualidade de vida e redução de custos de manutenção ao longo da vida útil do empreendimento.

Obviamente que não se trata de buscar jus-tificativas para aumentar o preço dos imóveis, repassando o investimento inicial, mas de evi-denciar o reconhecimento do cliente quanto aos itens que agregam valor à moradia. Além disso, sabendo como os consumidores veem a inova-ção, os empresários de toda a cadeia produtiva

da construção poderão planejar melhor os ne-cessários investimentos. O aumento em escala do uso de novas tecnologias, máquinas e produ-tos fará com que os custos se tornem gradativa-mente menores e permitirá avanços em todos os níveis de empreendimentos. O estudo realizado pela CBIC e Instituto Sensus fortalece, inclusive, os argumentos utilizados pela indústria da cons-trução em seu diálogo com o governo federal no sentido de levar a inovação tecnológica também ao programa Minha Casa, Minha Vida.

Podemos afirmar que a indústria da constru-ção no Brasil avança rapidamente no sentido de recuperar o tempo perdido para alcançar o ní-vel tecnológico já verificado nos países do cha-mado primeiro mundo. Prova disso é que nós já temos o quarto maior número de empreen-dimentos com o certificado LEED, um dos mais importantes selos de construção sustentável do planeta. Também é prova dessa evolução a im-plementação (em 2013) das Normas de Desem-penho de Edificações (NBR 15.575), que definiu parâmetros técnicos para vários requisitos im-portantes de uma edificação, como desempe-nho acústico, desempenho térmico, durabilida-de, garantia e vida útil, determinando um nível mínimo obrigatório para cada um deles.

Nesse contexto, o nosso desafio como em-presários, gestores públicos e organizações da sociedade civil organizada é esclarecer a opinião pública sobre os ganhos diretos e indiretos que a inovação tecnológica na construção propicia.

A informação continua sendo a melhor ferra-menta de que a sociedade dispõe para consoli-dar os avanços alcançados nas últimas décadas. Conhecendo melhor os recursos e potencialida-des do nosso setor, tenho certeza de que cada cidadão será um importante parceiro para que a indústria da construção continue sendo um motor do crescimento econômico e da melho-ria da qualidade do nosso povo.

*Paulo Safady Simão é engenheiro e presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

Um dos aspectos mais importantes desse estudo foi a possibilidade de comprovarmos,

pela primeira vez, que mesmo as

famílias com renda mais baixa aceitam pagar o custo para

ter inovações em suas casas...

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ENTREVISTA

MAIO 201418

CURTACURTA ASSISTAASSISTA INFORME-SEINFORME-SEwww.viapol.com.brSP (11) 2107-3400BA (71) 3507-9900

Impermeabilização, proteção e reforço das estruturas de concreto de estádios e arenas esportivas de um dos maiores eventos do mundo. Tivemos o orgulho de colaborar com estas obras e agora temos orgulho de fazer parte da torcida que mais cresce no mercado brasileiro.

oper

amar

ketin

g

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MAIO 2014

ENTREVISTA

CURTACURTA ASSISTAASSISTA INFORME-SEINFORME-SEwww.viapol.com.brSP (11) 2107-3400BA (71) 3507-9900

Impermeabilização, proteção e reforço das estruturas de concreto de estádios e arenas esportivas de um dos maiores eventos do mundo. Tivemos o orgulho de colaborar com estas obras e agora temos orgulho de fazer parte da torcida que mais cresce no mercado brasileiro.

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MÃO De ObrA X CONStrUÇÃO CiVilWilson de Mello Jr

por Chloé Buarque e Isabela Morais

Gestores, auxiliares, técnicos em segurança e operadores de maquinário estão em falta no mercado construtivo. Para Wilson de Mello Jr., diretor do Instituto Opus, a disponibilidade e capacitação de mão de obra é hoje um dos principais problemas da construção brasileira, o que interfere na produtividade, segurança e qualidade das obras. Com o objetivo de promover a formação de profissionais para o segmento, o Instituto nasceu em 2001, por iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). Atualmente, a entidade oferece não só cursos de operação de equipamentos, mas também formação em áreas como gestão de frotas, supervisão de rigging (içamento de peças), gerenciamento de equipamentos, entre outros. Em entrevista à Revista Construir Nordeste, o diretor do instituto revela suas preocupações com o descompasso entre a demanda e a oferta e com a qualidade da formação da mão de obra e aponta possíveis saídas governamentais e privadas para superar a crise.

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...no ano passado não se investiu de

forma adequada no segmento, e hoje contamos não só

com a falta de mão de obra, mas também

com a sua desqualificação.

A oferta não está de acordo com

a demanda.

Hoje é difícil encontrar desde a

pessoa que faz a parte mais

operacional e técnica nas obras até engenheiros,

gestores...

ENTREVISTA

MAIO 201420 MAIO 2014 21

Qual o cenário atual da demanda de mão de obra qualificada na constru-ção civil brasileira?

A Sobratema desenvolveu algu-mas pesquisas de mercado dentro do segmento da construção pesada que nos ajudam a ter uma luz sobre essa questão. Uma delas diz respeito ao que vai acontecer nos próximos anos em nosso país em termos de obras. Foram mapeadas todas as obras — desde infraestrutura até hospitais e shoppings — que deverão acontecer no Brasil até 2018. Os dados revelaram que serão cerca de 8.300 obras, com investimentos na ordem de R$ 1,2 trilhão. Em outro estudo, projetou-se a quantidade de novos equipamen-tos pesados que deverão entrar no mercado e constatou-se que, só para o ano de 2014, é esperado o ingresso de 75 mil novas máquinas. Isso signi-fica que precisaremos de no mínimo 75 mil operadores. Segundo dados da Sobratema, a cada quatro equi-pamentos, você precisa de pelo me-nos uma pessoa de apoio — seja um mecânico, um lubrificador, um gestor contábil e outros profissionais res-ponsáveis pela gestão. Outro número levantado pela entidade mostra que

a frota aproximada em operação no País é de mais de 500 mil máquinas. Não estamos falando apenas de ope-radores de máquinas, mas também de engenheiros, técnicos, gestores, su-pervisores, etc. A demanda por esses profissionais é enorme, e o problema, maior ainda, porque no passado não se investiu de forma adequada no seg-mento, e hoje contamos não só com a falta de mão de obra, mas também com sua desqualificação. A oferta não está de acordo com a demanda.

Qual é a qualidade da formação desses profissionais?

Temos verificado um aumento muito grande de instituições ofere-cendo cursos, mas eles nem são ade-quados ao que o mercado precisa. São cursos que geralmente não têm uma carga horária satisfatória para ensinar pessoas e não possuem um conteú-do programático adequado ao que o mercado precisa, e isso é também outro fator complicador. A maioria desses cursos parte do princípio de que o profissional participante pos-sui as características necessárias para absorver o conhecimento que será compartilhado nas aulas, bem como as competências pessoais necessárias para desempenhar a função. A práti-ca, porém, tem demonstrado que esses investimentos em treinamento nem sempre conseguem atingir os objetivos propostos. Verificamos, por exemplo, que alguns profissionais, mesmo apresentando um diploma de Ensino Fundamental ou Médio, pos-suem dificuldade de leitura e apre-sentam baixa capacidade de executar cálculos básicos sem o auxílio de ins-trumentos externos. Ou seja, o inves-timento está sendo feito em um pro-fissional não adequado.

No Instituto Opus, tentamos fazer nossa parte. Fechamos uma parceria com a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi), um organismo certificador de pesso-as reconhecido pelo Inmetro, e temos

trabalhado nas definições de como deve ser a certificação dos profissio-nais do segmento da construção e da mineração. Como garantimos que uma pessoa está apta a realizar aque-le trabalho? Nós estamos adotando uma norma internacional, a ISO 17.024 – Avaliação da Conformidade – Requi-sitos Gerais, que define os critérios de certificação de pessoas, e trazendo es-ses parâmetros para o mercado brasi-leiro. Com isso, pretendemos elevar o patamar de critérios para garantirmos a qualidade dos profissionais que es-tão atuando no mercado.

Há algum tipo de função que seja mais difícil encontrar pessoas trei-nadas para realizá-la?

Eu diria que faltam profissionais de todos os tipos no nosso segmen-to. Hoje é difícil encontrar desde a pessoa que faz a parte mais opera-cional e técnica nas obras até enge-nheiros, gestores, administradores, RHs. Como eu disse, estão previstas mais de 8 mil obras até 2018, serão mais de 8 mil canteiros de obras pelo País nos próximos anos. Em cada um deles, você precisa de pelo menos um engenheiro, um adminis-trador, um tecnólogo, profissionais de segurança, etc. A falta é genera-lizada, está presente em todos os ní-veis, mas a dificuldade maior ainda é em obter as pessoas qualificadas para cargos operacionais.

Page 21: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

Nós não temos no País instrumentos

de medida ou pesquisas que

quantifiquem o quanto está se perdendo em dinheiro e em

vidas com a má qualificação.

A responsabilidade do governo é...

incentivar a formação de mão de obra

qualificada por meio da redução

de impostos...

MAIO 2014 MAIO 2014 21

E quais são os organismos res-ponsáveis pela formação dessa mão de obra operacional?

Não existe um programa estru-turado de formação de mão de obra qualificada. Normalmente, esses profissionais são formados na pró-pria obra, muitas vezes incorporan-do em sua capacitação os vícios do instrutor e nem sempre recebem a instrução necessária para operar com produtividade e segurança. Em algumas empresas, têm sido realizado programas internos de capacitação. A Petrobrás, por exem-plo, desenvolveu cursos para técni-cos de petróleo, porque há falta de pessoal. Em parceria com algumas universidades, ela criou uma espé-cie de faculdade própria, com foco específico na formação de pesso-as. Em outro momento, a empresa também verificou que a qualidade de aplicação de camada asfálti-ca no País não estava adequada e criou o Instituto Pavimentar, com foco em formação de operadores para aplicação de camada asfáltica. Nessa instituição, também aconte-ce a parceria com universidades, no sentido de contribuir com a forma-ção de novos engenheiros através de transferência de conhecimen-to. A Vale fez a mesma coisa com

relação a seus técnicos de minera-ção. A Odebrecht tem o chamado Programa Acreditar, no qual a for-mação de pessoas ocorre nas regi-ões onde a empresa está realizando alguma de suas obras. Eles investem nas pessoas locais, capacitando-as.

Quais são as principais consequên-cias do uso de mão de obra desqua-lificada na construção?

O primeiro ponto de destaque é o aumento de custo pela baixa pro-dutividade. Se pararmos para com-parar a produtividade do segmento da construção do Brasil com outros países, ficamos para trás. A baixa produtividade, automaticamente, vai proporcionar aumento de cus-tos e atrasos no prazo de execução da obra. Outro ponto importantís-simo é que, com mão de obra des-qualificada, aumenta em muito o número de acidentes no canteiro, que muitas vezes podem ser fatais. Perdemos vidas humanas. Com um acidente, a obra fica parada por se-manas, gerando atraso. Nós não te-mos no País instrumentos de medi-da ou pesquisas que quantifiquem o quanto está se perdendo em di-nheiro e em vidas com a má qualifi-cação. Essa é uma resposta genérica que eu posso te dar, porque não te-mos dados concretos. Mas, se você abre qualquer jornal, vê inúmeras notícias de obras atrasadas, com o orçamento estourado. Em muitos desses casos, os problemas são ge-rados pela falta de qualificação dos profissionais.

Que medidas poderiam rever-ter esse cenário? Quais seriam os agentes responsáveis por tomá-las?

Algumas coisas já estão sendo feitas. A Método Engenharia, por exemplo, está trabalhando em rea-lizar cursos para os donos das em-presas fornecedoras de serviços,

para conscientizá-los da importân-cia de ter mão de obra qualificada dentro do processo produtivo, com o objetivo de melhorar a produti-vidade, reduzir custos e garantir a entrega no prazo. O Senai está se esforçando para lançar, em todo o Brasil, algumas ações de formação para operadores de máquina por meio da Rede Nacional da Constru-ção Pesada. A Odebrecht já faz isso, conforme eu já disse, por meio do Programa Acreditar e de programas específicos dentro de suas obras. O Instituto Opus desenvolve uma série de atividades em conjunto com as construtoras. Mas perto de todo universo de mercado, essas ações ainda são muito pequenas. A responsabilidade do governo é de, de alguma forma, incentivar a for-mação de mão de obra qualificada por meio da redução de impostos das empresas que formam pessoas. Essa medida incentivaria as empre-sas a realizarem mais investimentos na área de formação. Mas isso, é importante lembrar, precisa acon-tecer em todas as regiões do país. Na região sul e sudeste, mesmo que de forma não satisfatória, você con-segue atender a demanda. Mas, se você sai dessa área e vai para o Nor-deste e Norte, onde o crescimento da demanda é violento por causa do volume de obras, você não encontra ações estruturadas para contribuir com a melhoria, já que não existe uma política sobre isso.

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MAiOr PrODUÇÃOA T&A Pré-Fabricados deu início à produção de estacas de concreto na sua unidade paulista, localizada em Itu (SP). A indústria cearense fabricará estacas protendidas e centrifugadas, produzidas em máquinas com tecnologia desenvolvida pela própria empresa. O objetivo é que a unidade paulista forneça para obras da Região Sudeste, sobretudo no litoral, com foco para obras industriais e portuárias de maior porte. Com o investimento na unidade de Itu, a empresa mais que dobrou a sua produção de estacas, que agora é de 30 mil metros lineares/mês, passando a ser um dos maiores players do segmento no País. A T&A já produz estacas em sua fábrica pernambucana, tendo fornecido para obras em todo o País, como para a Refinaria de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e o Centro Administrativo de Brasília.

PlANO De iNVeStiMeNtOS Com 74 anos de atividade, a Eternit, líder de mercado no segmento de coberturas, com atuação em louças, metais sanitários e soluções construtivas, mantém seus investimentos em linha com o Plano de Expansão e Diversificação. Em 2013, esses investimentos somaram R$ 93,6 milhões, 34,9% maior do que em 2012, sendo destinados, principalmente, à construção da fábrica de louças sanitárias, no Ceará, à instalação da unidade de pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos para materiais de construção, no Amazonas, e à manutenção e atualização do parque industrial do Grupo. De acordo com Nelson Pazika, Presidente e Diretor de Relações com Investidores, a Eternit continua sendo uma das empresas com maior índice de retorno aos acionistas entre as companhias de capital aberto no Brasil.

SegUNDA FábriCAA Knauf do Brasil, multinacional alemã referência mundial em sistemas de construção a seco (drywall), está construindo sua segunda fábrica no País, no município de Camaçari, na Bahia. Com investimentos de R$ 150 milhões, a nova fábrica vai aumentar em 80% a capacidade produtiva total da empresa, que já possui um parque industrial no município de Queimados, no Estado do Rio de Janeiro. De acordo com Günter Leitner, diretor-geral da Knauf do Brasil, a escolha pela Região Nordeste se deve por ser um mercado crescente, com disponibilidade de energia e infraestrutura, permitindo atender melhor os parceiros do Norte e Nordeste, além da proximidade com a matéria-prima para fabricação do gesso, a gipsita. O início da produção da fábrica está previsto para o segundo semestre deste ano.

CSM NO NOrDeSteObras de infraestrutura e relacionadas aos Jogos de 2014 e 2016 têm impulsionado o crescimento da divisão de fôrmas da catarinense CSM, uma das maiores e mais importantes empresas brasileiras no desenvolvimento de máquinas para construção, fôrmas, sistemas construtivos e engenharia de movimentação. Apesar da distância geográfica, sua competitividade garantiu o fornecimento de vigas jacaré e de 19 fôrmas customizadas para fabricação de estruturas de concreto para montagem da arquibancada da Arena Pernambuco. No canteiro de obras, o processo industrializado permitiu associar alta produtividade ao retorno antecipado do investimento, com racionalização dos insumos e garantia de qualidade, dada a regularidade dimensional dos componentes.

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20 Anos Em 2014, a JBR Engenharia comemora 20 anos de atuação no mercado. A empresa, que presta consultoria na elaboração de projetos multidisciplinares de engenharia e de arquitetura, além de realizar o gerenciamento e a supervisão de obras de grande porte, celebra 2 décadas com um crescimento de 15% em média por ano. De acordo com Pedro Pereira, diretor-presidente da JBR, o sucesso se deve ao investimento no aperfeiçoamento dos seus talentos, na valorização dos colaboradores e no compromisso com a responsabilidade socioambiental. Há 11 anos, a JBR desenvolve ações voltadas para os moradores do entorno de sua sede, no Recife (PE), e mantém o Instituto Maria Madalena Oliveira Cavalcante, que capacita profissionalmente crianças e adolescentes.

COlDwell bANker NO CeArá A Coldwell Banker, rede norte-americana líder mundial em franquias imobiliárias, inicia agora suas operações no Ceará. Presente já em cinco estados do País, a rede já começa com seis unidades em Fortaleza, e a previsão é que até o fim de ano mais de 13 empresas passem a fazer parte do grupo. Segundo a franqueada da Coldwell Banker de Fortaleza, Guimênia Nigueira, a rede irá fazer com que o comércio de imóveis em toda a região do Nordeste cresça consideravelmente, pois, além do nome forte, a empresa irá trazer inovação, treinamento e conhecimento para seus corretores. No ano passado, a rede comercializou 274 bilhões de dólares no segmento residencial e 6,7 bilhões de dólares no segmento comercial.

ANiVerSáriOA Sika celebra em 2014 os seus 80 anos no Brasil. Com sede em Baar, na Suíça, a empresa de produtos químicos especializada no fornecimento para os mercados de construção e indústria de fabricação comemora a data com um aumento de 17,1% das vendas na América Latina no primeiro trimestre do ano. Atualmente, a Sika Brasil ocupa o sexto lugar no ranking mundial de operações da companhia, que está presente em 80 países. Segundo o José Soares, gerente geral da Sika do Brasil, isso representa um quadro bastante favorável, pois a empresa recebeu investimentos para crescer e ampliar o quadro, como a aquisição de 100% da Lwart Química, que pertencia anteriormente ao Grupo Lwart. Na foto, a construção do túnel ferroviário St. Gotthard, essencial para a ligação do Norte da Europa com o sul do continente, em que foi usado pela primeira vez um produto da Sika, o Sika 1.

NOVA MArCA Para celebrar os 26 anos de atuação no mercado de Pernambuco, a imobiliária Eduardo Feitosa renova a marca pela primeira vez. A empresa apresenta agora um novo logo, desenvolvido pela Mooz, agência de branding e design. Para a empresa, o grande desafio de mexer em uma marca bem estabelecida é resistir à tentação de criar uma ruptura com o design original, pois existe uma relação entre a marca e o consumidor, e mudanças bruscas podem atrapalhar o reconhecimento instantâneo que a empresa possui. A marca ganhou um visual mais leve, com um ícone que se adequa aos padrões de comunicação digital.

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OS CAMiNhOS DA CONStrUÇÃO CiVil NO brASil

Muito se tem falado a respeito do setor de construção civil no Brasil e de suas pers-

pectivas de expansão para os próximos anos. É indiscutível que esse fenômeno está intrin-secamente ligado à proximidade dos grandes eventos esportivos que acontecerão no País e que vêm impulsionando este mercado de for-ma surpreendente já há algum tempo.

Os números oficiais revelam uma previ-são positiva para setor em 2014. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon–SP), a previ-são de crescimento do setor é de 2,8%, caso PIB do País suba 2%. Já o emprego formal na construção civil deverá apresentar alta de 1,5%, enquanto a produção de materiais au-mentará 3,6%, e a taxa de investimento deve-rá ficar em 19,8% do PIB.

Seja para o atendimento às demandas ge-radas por esses eventos, como construção e reformas de estádios e hotéis, seja pela ne-cessidade de retomada definitiva das obras de infraestrutura, que, se bem realizadas, po-derão constituir o real legado para a popula-ção brasileira, muitas companhias voltadas à construção civil já estão atentas às novas oportunidades e investindo cada vez mais na profissionalização.

Mas o sucesso nesse ramo de atividade exige visão de longo prazo e planejamento. Além dos grandes eventos, o Brasil é um país de desafios infindáveis a serem supridos nes-se universo. O déficit habitacional, por exem-plo, mesmo em queda, (em 2007, eram 10% do total dos domicílios brasileiros, e em 2012 caiu para 8,53%, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, ain-da corresponde a espantosos 5,24 milhões de residências.

Nesse cenário, construtoras e incorporado-ras buscam cada vez mais dinamismo, afinal o tempo é curto para tantas realizações, e as ex-pectativas são bastante altas. Indo ao encon-tro dessas exigências, muitas empresas vêm se valendo de soluções inovadoras e, sobretudo, incorporando a tecnologia da informação em

suas rotinas, para se manterem eficientes e competitivas em um segmento que é, e sem-pre será, a mola mestra de desenvolvimen-to de um país. Atualmente, já é possível, por exemplo, controlar todas as atividades em um canteiro de obras apenas com um tablet ou um aplicativo mobile, sem exigir um sinal de telefonia ou o manuseio de documentos em papel, o que reduz custos desnecessários e proporciona ganhos em qualidade de gestão de pessoas e tempo.

Outro fator de destaque é a capacidade de geração de empregos. Só em fevereiro deste ano a construção civil criou mais de 30 mil pos-tos de trabalho no Brasil, crescimento de 2,04% se comparado com o mesmo período do ano anterior. A continuidade de investimentos no setor, portanto, é condição sine qua non para o equilíbrio da economia, a contínua melhora do poder aquisitivo das famílias e principalmente, ponto de partida para a retomada sustentada do crescimento.

Enfim, além do esforço das empresas pri-vadas em acompanhar essa tendência de ex-pansão, há de se ressaltar a importância de um envolvimento mais profundo do poder público para que tanta energia não se dissipe no encerramento das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Obras estruturais são cada vez mais essenciais e devem ser prosseguidas mesmo após os grandes eventos, para que o Brasil continue sendo rota não apenas dos turistas eventuais, mas também dos investidores lo-cais e estrangeiros.

giovanni Sugamosto*

* Giovanni Sugamosto é diretor da Mega Sistemas Corporativos, é bacharel em Informática, administrador de empresas e atua há 15 anos na Mega Sistemas Corporativos.

Só em fevereiro deste ano, a

construção civil criou mais de 30 mil

postos de trabalho no Brasil, crescimento de 2,04% se comparado com o mesmo período

do ano anterior...

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01 ArteSANAlA Square Foot, marca de tapetes da designer Lina Miranda, tem ganho seu espaço no Nordeste. A nova iorquina é um dos principais nomes no mundo quando o assunto é design de tapetes. Com know-how em decoração de ambientes e uso efetivo de espaços, Lina oferece gratuitamente consultoria in loco de interior design e desenvolve desenhos exclusivos, sem restrições de tamanho – tudo personalizado. Os tapetes tibetanos (mais grossos e aconchegantes) e dhurries indianos (mais finos) são as especialidades da Square Foot. Ambos são produzidos no Nepal e na Índia. squarefoot.com.br I 11 3083.3425.

02 iNOVAÇÃOCom tratamento em autoclave, o que garante imunidade contra o ataque de fungos, cupins e brocas, o Deck de Teca Autoclave, da Linha Exterior, da Indusparquet, conta também com o repelente a água (hidrofugante), conferindo maior estabilidade à madeira. Medida: 20x90x700/2200mm. indusparquet.com.br I 0800 11 36 22.

03 áreA iNterNA Traços geométricos, misturas de materiais e acabamentos são o ponto forte da Coleção 2014 da Saccaro. O sofá da linha Tez aposta no artesanal e no sensorial. Com estrutura de madeira e revestimento em fibra natural, o destaque fica por do detalhe de costura e aplicação de botões também em madeira no mesmo acabamento da fibra. Já a poltrona Scandia, simples e prática, tem inspiração escandinava e orgânica, com formas criadas através da madeira e do tecido, proporcionando atemporalidade. Funcional, a poltrona une ergonomia e conforto com linhas leves e fluídas. saccaro.com.br I 54 4009.3600.

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04 ViDrOS iNteligeNteSFabricados com nanotecnologia, os vidros Habitat recebem uma deposição de camadas de óxidos metálicos (como titânio, níquel) na superfície durante o processo de fabricação. Essas camadas permitem a entrada de luz, mas reduzem o calor e a temperatura interna do ambiente em até 10 graus em relação à externa. Com mais luz e menos calor, reduz-se o consumo de luz artificial e de ar-condicionado, gerando uma economia na conta de energia que pode variar de 15 a 27%. A linha habitat refletivo possui um aspecto espelhado, inibindo a visão de fora para dentro do ambiente durante o dia. Disponíveis nas espessuras de 4 a 10mm, podem ser instalados como vidro comum, temperado, laminado ou duplo. vidroshabitat.com.br I 0800 741 1010.

05 eStilO eM APeNAS UM CliqUe Da loja virtual de móveis e acessórios de design Muma, o Sky Planter é totalmente moderno e inovador. Desafiando a gravidade, é possível tirar seus vasos dos cantos escondidos, elevando-os ao alto de forma inusitada e sem sujeira. Um disco de bloqueio mantém a terra e a planta no lugar, e um sistema de reservatório conserva a água a medida que hidrata gradualmente as raízes da planta. Fabricado em plástico reciclado, está disponível em três tamanhos: pequeno, médio e grande. O design é de Patrick Morris da Nova Zelândia. muma.com.br I 81 4042.0004.

06 DNA NOrDeStiNOA pernambucana D.uas Design está com coleção nova. O banco pé palito inspirado na década de 50, tem estrutura em madeira timborana e estofado em sarja de poliéster. O produto está disponível para encomenda em qualquer uma das estampas desenvolvidas exclusivamente pelas D.uas. Medidas: largura: 100 cm x profundidade: 41 cm x altura: 43 cm. duasdesign.com.br I 81 3204.6783.

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01 ViDrOO vidro devidamente utilizado proporciona beleza, economia e segurança. Material ecologicamente correto, é reciclável e possibilita a execução de projetos sustentáveis.

04 CONCretOO concreto mescla a resistência e durabilidade da pedra com as características do aço. O resultado é um material que tem a vantagem de poder assumir qualquer forma com rapidez e facilidade, além de proporcionar estética e beleza à edificação.

05 MADeirACom característica marcante, a madeira é facilmente obtida, além de ser autorenovável. Tem massa específica baixa, o que lhe confere qualidades relacionadas com o conforto ambiental, isolamento térmico e absorção acústica.

03 PelOS De AÇO MUXArAbiO Muxarabi, herança deixada pelos Árabes (semelhante ao nosso combogó), fecha parcialmente os ambientes, preservando a intimidade, além de permitir ventilação e iluminação, bloqueando o calor e filtrando os intensos raios solares.

02 light DeSigNA iluminação artificial faz parte do momento criativo do projeto. Devemos sempre elaborar os espaços pensando no efeito da luz que irá transformá-lo, não esquecendo que no decorrer do dia essa luz se modifica, e o ambiente produz um diferente efeito visual.

Arte e FOrMA

Especialista em estrutura metálica e Light Design, Sandra Moura é arquiteta e urbanista pela Universidade Federal da Paraíba. Com 26 anos de experiência, Sandra criou espaços que contam parte da história de João Pessoa, onde suas obras interferem sensivelmente no tecido urbano, buscando resgatar valores regionais com criatividade, sustentabilidade e tecnologia. A arquiteta, que tem projetos que vão além da capital paraibana, destaca-se pelo seu olhar contemporâneo e pela tênue relação utilidade e prazer. Nessa edição da Vitrine Estilo, você pode transitar pelas ideias e pelos materiais que são a marca da paraibana.

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Em abril, a Revista Construir Nordes-te promoveu o 16° Fórum Cons-

truir – Sistemas Construtivos. O evento aconteceu na sede do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Pernambuco (Sinduscon) e teve como objetivo principal disseminar as ino-vações tecnológicas da engenharia para aplicação na construção civil. Participaram incorporadores, constru-tores, arquitetos, engenheiros e estu-dantes do setor.

“A edição foi a primeira ação da Revista Construir Nordeste para come-morar o seu aniversário. Queremos reforçar ainda mais nosso papel de ca-talisador de informações. Acreditamos que a troca de ideias e, igualmente, o registro jornalístico dos resultados desses valiosos encontros contribuem para o desenvolvimento do setor. É isso que queremos!”, comentou a publi-sher da revista, Elaine Lyra.

De acordo com Elka Porciúncula, or-ganizadora do evento, dentro da temá-tica foram escolhidos sistemas constru-tivos enxutos, em que planejamento e

gestão dos projetos são indispensáveis para a fase de execução da obra e para um resultado final de qualidade. “Opta-mos por abordar tecnologias como o Drywall, o Steel Frame e as paredes de concreto moldadas in loco.”

Ana Wansul Liu proferiu a primeira palestra: A importância da compatibi-lização de projetos nos sistema cons-trutivos. Graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, pós-graduada em Engenharia de Pro-dução Aplicada à Construção Civil e mestra em Engenharia de Construção Civil, ela levou como exemplo o uso do BIM, sistema ainda pouco utilizado no Brasil, devido ao alto custo e à di-ficuldade de qualificação de mão de obra. A mensagem que deixou foi: “Va-mos errar novos erros e aprender com erros antigos”.

Em seguida, foi a vez de Wenderson Lobo, coordenador técnico da Trevo Drywall, com Projetos e subsistemas para Drywall. O coordenador pontuou os benefícios do Drywall em relação ao sistema convencional. Lobo destacou

liberdade arquitetônica, tempo de exe-cução, redução de peso na estrutura, ganho de espaço (4 a 5% mais), redu-ção de custos com menor desperdício, conforto térmico e acústico, facilidade de reparos, aceitação de qualquer tipo de acabamento e industrialização.

Na terceira palestra do Fórum, Car-los André de Oliveira, supervisor da Placlux tratou da construção e mão de obra qualificada para Steel Frame. Segundo Oliveira, o evento foi uma grande oportunidade para o cons-trutor brasileiro conhecer os atuais sistemas construtivos. “Foi importan-te mostrar para os investidores os ganhos e toda a inovação que esse sistema a seco pode proporcionar. As palestras tiveram temas pertinentes e atuais. Os debates foram muito pro-veitosos, e toda a cadeia da constru-ção civil se beneficiou com os temas apresentados.”, disse.

Além dos palestrantes, o primeiro debate teve a presença do engenhei-ro civil Luiz Priori Jr.; do especialista em Steel Frame (Ecoframe/RN), Luiz

Fórum Construir nordeste cHegA A 16a eDiÇÃOEvento marca primeira ação comemorativa dos 15 anos da Revista ConstruirNE

fotos: KeIlA CAstroO evento conseguiu reunir profissionais e estudantes de todo setor da construção.

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Cláudio dos Santos; e do engenheiro civil da Empresa Brasileira de Com-pressores (Embraco), Clauber Gomes. Durante a discussão, um dos princi-pais questionamentos foi a dificuldade de mão de obra qualificada. “Do que adianta novas tecnologias sem mão de obra especializada? Precisamos refletir.”, indagou Priori. A partir do questiona-mento, o tema gerou uma série de co-locações e movimentou o Fórum, que abriu perguntas para os participantes. A importância da compatibilização de projetos também voltou a ser discutida. No geral, houve um consenso sobre os dois tópicos: é preciso rever a formação da mão de obra na construção civil, e é fundamental que a compatibilização de projetos seja feita desde a concepção do empreendimento.

Após a pausa para o almoço, Paulo Braatz e João Dalberto Ziane inicia-ram a palestra Paredes de concreto moldadas in loco. A dupla apresentou cases bem-sucedidos e afirmou que o grande diferencial da técnica é a re-dução da mão de obra. Para eles, pela configuração de montagem, o méto-do requer um número muito menor de pessoas. Na oportunidade, os pa-lestrantes também abordaram a NBR 16.055 – Parede de concreto moldada in loco para a construção de edifica-ções – Requisitos e Procedimentos, que regula a tecnologia.

A quinta palestra foi ministrada por Carlos Welligton. Em Ensaios necessá-rios para aprovação do sistema na NBR 15.575, Welligton apresentou as linhas gerais que regem os tópicos da Nor-ma de Desempenho e destacou os en-saios necessários para a aprovação do sistema na NBR 15.575. “O ensaio é a grande ferramenta para o construtor comprovar o seguimento das Normas. É fundamental.”, assegurou o profes-sor da Universidade de Pernambuco, coordenador de pós-graduação da Escola Politécnica de Pernambuco e pesquisador do Instituto de Tecnolo-gia de Pernambuco.

Em seguida, aconteceu um outro debate, com a participação do geren-te regional da Associação Brasileira de

Cimentos Portland (ABCP), Eduardo Moraes; José Afonso Pereira Vitório, diretor do Sindicato da Arquitetura e Engenharia de Pernambuco e Rubia Sousa, projetista da Vitruvius Projetos e coordenadora da Comunidade da Construção de Recife.

O coordenador de Normas e Pa-drões da Gerência Executiva de Ha-bitação da CEF, Frederico José de Holanda, tratou da atuação da Caixa no fomento de sistemas construti-vos inovadores, dentro do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Si-nat), capitaneado pelo Ministério das Cidades e do programa De Olho na

Qualidade. “O objetivo do Sinat é su-prir, temporariamente, as lacunas da normatização técnica.”, explicou.

Encerrando a programação, houve um debate geral, que ainda trouxe a questão da liberação de recursos e os procedimentos jurídicos que podem auxiliar no cumprimento das norma-tivas e leis vigentes, com a advogada Emília Belo, além de Betinha Hermano Nascimento e Genildo Valença com-pondo a mesa.

O 16° Fórum Construir – Sistemas Construtivos teve patrocínio da Trevo Drywall, do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) e da BKS.

A publisher da Construir Nordeste, Elaine Lyra, fala a trajetória da revista.

O presidente do Sinduscon, Gustavo Miranda, participou ativamente das discussões.

Os debates foram uma oportunidade para a troca de informações e ideias.

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NBR 15.575

por Isabela Morais

DeSeMPeNhO De SiSteMAS hiDrOSSANitáriOS reViSADOAtendimentos a conceitos de Vida Útil de Projeto e de Desempenho Acústico se colocam como principais desafios da sexta parte da NBR 15.575

Desde julho do ano passado, as novas diretrizes estabelecidas

pela Norma de Desempenho (NBR 15.575), cujo processo de revisão se estendeu de 2011 até fevereiro de 2013, já estão valendo para todos os projetos de edificações habitacionais do País. Finalizando a série de reporta-gens sobre o tema, a Revista Construir Nordeste traz, nesta edição, os princi-pais pontos de discussão referentes à última seção do texto.

A parte seis da Norma de Desempe-nho aborda os requisitos para os siste-mas hidrossanitários, compreendendo os sistemas prediais de água fria e de água quente, de esgoto sanitário e ventilação, além dos sistemas prediais de águas pluviais. A normativa estabe-lece conceitos como durabilidade, pre-visão e antecipação de manutenções e

funcionamento dos sistemas hidrossa-nitários, além de considerações sobre a separação dos sistemas de água fria potável, e não potável de acordo com as tendências atuais de reúso da água.

Além dos requisitos de atendimen-to obrigatório, a redação apresenta recomendações, como o uso de apare-lhos economizadores de água (tornei-ras com fechamento automático, por exemplo) e de soluções que minimizem o consumo de água e possibilitem seu reúso. A água tratada e as águas que fo-ram reutilizadas não devem ter comuni-cação, evitando qualquer tipo de conta-minação. Questões como segurança de utilização também são contempladas com a imposição de temperaturas má-ximas nas saídas de água quente.

Vera Fernandes Hachich, sócia-ge-rente da Tesis e relatora responsável

pela revisão da sexta parte da norma junto ao respectivo Grupo de Trabalho, destaca: “Entre as principais alterações, houve a atualização com relação aos critérios de avaliação dos componen-tes do sistema hidrossanitário e a com-patibilização desse texto com os das normas prescritivas publicadas entre 2008 e 2013”.

VIDA ÚTIL DE PRojETo E DESEmPENHo ACÚSTICo

Conforme aponta a engenheira, a nova Norma de Desempenho trou-xe duas questões até então não con-templadas em normas prescritivas de produtos para hidrossanitários: a Vida Útil de Projeto e o Desempenho Acús-tico. Outra novidade diz respeito ao

foto: tesIsNa nova redação, é recomendado o uso de aparelhos economizadores de águas por exemplo.

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enfoque direcionado para a interação dos sistemas hidrossanitários com os demais sistemas do edifício, como o estrutural, as vedações, os pisos e os sistemas de coberturas.

De acordo com Vera, muitas das partes dos sistemas hidrossanitários já estão familiarizadas com o conceito de vida útil, estabelecido em suas respec-tivas legislações prescritivas. Agora, os Programas Setoriais de Qualidade es-tão preparando manuais para auxiliar no atendimento à Vida Útil de Projeto (VUP), conforme indicada pela Norma de Desempenho. “As mudanças mais signi-ficativas não devem ser de alterações de produtos, mas da introdução do concei-to de VUP nas recomendações das ma-nutenções e da instalação, nos projetos dos componentes e subcomponentes do elemento em questão”, conta.

A engenheira explica que, graças à variedade das peças, deve-se conside-rar que os componentes podem apre-sentar vida útil menor do que aquela estabelecida para o sistema hidrossa-nitário como um todo. “Vale ressaltar que a vida útil também é função da agressividade do meio ambiente, das características intrínsecas dos mate-riais e dos usos. O projeto deve fazer constar o prazo de substituição de peças ou produtos e as manutenções periódicas pertinentes.”

Tubulações, registros e válvulas para instalações de águas pluviais, por exemplo, devem ter VUP mínima de 20 anos. Já reservatórios que não sejam facilmente substituíveis precisam ter VUP mínima de 13 anos. Já para aque-les aparentes, o mínimo é de 8 anos. O Manual de Uso, Operação e Manutenção deverá indicar prazos para substituição de peças, como borrachas de vedação, bem como os procedimentos para a troca. Também deverá indicar as cargas máximas e pressões máximas de água que podem atuar nas diferentes peças sanitárias e alertar o usuário para o pe-rigo de usos indevidos.

Componentes como tubos e co-nexões de PVC e reservatórios polio-lefínicos para água potável, alvos de

Programas Setoriais da Qualidade, já trabalham com o conceito de Vida Útil de Projeto para a definição dos critérios de desempenho exigidos nas normas de produto. “Portanto, não são espera-dos impactos relevantes do ponto de vista dos custos de produção dos sis-temas hidrossanitários. Tampouco será necessário alterar formas de instalação em sistemas tradicionais”, comenta.

Segundo a engenheira, durante os trabalhos de reelaboração da norma-tiva, os pontos mais problemáticos fo-ram relativos à acústica dos sistemas. Conforme explica, a definição do com-portamento acústico em obra — fator que é dependente dos processos de instalação e fixação dos aparelhos e tu-bulações – é bem difícil. “A Caixa Econô-mica Federal e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP (IPT) realizaram medidas acústicas e perceberam as di-ficuldades de isolar a variável de ruído da operação do sistema hidrossanitário dos demais subsistemas da edificação”, explica. A solução encontrada foi deixar com o Grupo de Trabalho a missão de estudar o tema para a próxima revisão. “Nesse momento, o critério de desem-penho acústico se manteve como cará-ter informativo”, relata.

Por esse motivo, os requisitos acústi-cos apresentados no Anexo B do texto não são obrigatórios. Apesar disso, desta-ca Vera, o principal foco nessa questão foi estabelecer parâmetros de desempenho acústico para minimizar o desconforto gerado ao usuário por ruídos em pruma-das coletivas de água ou esgoto, válvu-las de descarga e outros equipamentos acionados em apartamentos vizinhos. O texto também apresenta formas de medir os impactos sonoros do funcio-namento dos equipamentos hidráulicos. “Com isso, abre-se a possibilidade para o mercado utilizar essas orientações para aprimorar os equipamentos e avaliar o seu desempenho acústico”, diz.

Entre outras alterações, a equipe do Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento do IPT destaca a retira-da da tabela de vazões recomendadas para cada peça de utilização, o antigo

item 18.1.2 encontrado na versão de 2008 da NBR 15.575. “Contudo, sabe-mos que o projeto da norma prescritiva Sistemas Prediais Hidráulico-sanitário para Água Fria e Água Quente incorpo-rou essa recomendação e está em fase de preparação para consulta pública”, ressaltam os membros da equipe.

ImPACToS

Com a entrada em vigor da NBR 15.575-6, os maiores esforços por par-te de construtoras e projetistas devem se concentrar na forma de análise dos projetos e na aquisição de compo-nentes, considerando que o sistema hidrossanitário terá que atender aos critérios de desempenho e de dura-bilidade. “Tornam-se necessários de-talhamentos de substituição de com-ponentes, previsão das manutenções periódicas e instruções sobre como fazê-las”, comenta a engenheira.

Para a aquisição de produtos que comprovadamente atendam aos crité-rios específicos, Vera aconselha a con-sulta ao site do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), onde, para cada produto--alvo, é possível selecionar o fornece-dor qualificado de maior conveniência. “Cabe ao setor realizar constantes revi-sões normativas de seus produtos para que possam prever ensaios de envelhe-cimento que simulem as condições de uso mais frequentes.”

Entre as principais alterações, houve a

atualização em relação aos critérios de avaliação

dos componentes do sistema hidrossanitário e a compatibilização desse texto com os das normas prescritivas publicadas

entre 2008 e 2013.

MAIO 2014 MAIO 2014 35

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NBR 15.575

Em especial no caso de sistemas construtivos inovadores, a concepção de instalações hidrossanitárias aparen-tes ou que possibilitem manutenção e substituição de componentes de forma a manter a integridade dos subsistemas deverá ser objeto de análise e estudos. Vera destaca: “Vale lembrar que a vida útil do sistema hidrossanitário é me-nor que a do sistema estrutural e das vedações verticais externas e, portan-to, passível de substituição com maior frequência”. Para os agentes da cadeia construtiva que já trabalham com foco no bom funcionamento das instalações de seus produtos, a norma não repre-senta novos desafios. “Já para quem trabalhava com pouca aderência ao conjunto de normas da ABNT, tanto a Norma de Desempenho quanto as de-mais normas técnicas em vigor, o traba-lho será tão mais intenso quanto menor for o atendimento”, avaliam.

Com relação a ensaios e testes, Vera conta que a Norma de Desempenho traz formas de verificar se a soma resul-tante de produtos fabricados segundo as exigências normativas é algo har-mônico e funcional. Para isso, o texto

descreve testes que precisam ser reali-zados ao final do processo construtivo. “Um exemplo é quando se deixa a tu-bulação aparente no subsolo. É preciso fazer um teste de impacto de corpo mole e corpo duro na tubulação, mes-mo que se alegue que a tubulação não precisa, em geral, aguentar impactos. A questão é que, se estiver aparente, ela está sujeita a riscos de choques e pre-cisa ser testada, especialmente se for uma área de garagem, com pessoas e carros transitando. Trata-se de uma ve-rificação de um sistema instalado e em operação”, exemplifica.

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Vera Fernandes é sócia-gerente da Tesis e relatora responsável pela revisão da sexta parte da NBR 15.575.

DÚVIDAS SoBRE A NoRmA

Em parceria, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o IPT e o Senai criaram uma plataforma virtual para que membros da cadeia produtiva do setor da construção e demais interessados possam esclarecer dúvidas gerais sobre a Norma de Desempenho.

O Web Fórum promove as discussões por meio de perguntas e respostas sobre os requisitos e conceitos expressos nas seis partes da NBR 15.575. Para responder às perguntas, o canal conta com a colaboração dos maiores especia-listas no País. A ferramenta também oferece uma ferramenta colaborativa para divulgação de publicações e artigos, bem como de eventos sobre a Norma de Desempenho em todo o País.

O canal ficará ativo para interações durante 12 meses. Ao final desse período, a CBIC pretende compilar todas as dúvidas e todos os esclarecimentos coletados e elaborar um guia com a previsão de publicação em 2015. Após essa etapa, a ideia é de que o fórum se torne uma página web informativa. Para se cadastrar na plataforma, acesse http://cbic.org.br/forum-norma/perguntas_respostas.php.

Vale lembrar que a vida útil do sistema

hidrossanitário é menor que a do sistema

estrutural e das vedações verticais externas e, portanto, passível de

substituição com maior frequência.

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INOVAÇÕES

teCNOlOgiA NO CANteirO De ObrA

A construção civil tem se favorecido mui-to com avanço da tecnologia através

dos avanços da computação, eletromecânica e robótica, os quais os engenheiros e arquite-tos têm utilizado para aperfeiçoar seus pro-jetos e obras.

A adoção dessas tecnologias consiste prin-cipalmente na aplicação de plataformas de computação utilizando o desenho tridimen-sional e as tabelas que são impressas e estabe-lecem informações da edificação.

A indústria da tecnologia está no caminho de novas metas para inovação visando redu-ção de tempo de projeto, monitoramento e simulação, como exemplo a resistência estru-tural para garantir segurança contra ações da natureza, terremotos, rajadas de vento e até fu-racões. Já passamos da etapa do tridimensio-nal CAD (3D) para uma nova plataforma com o surgimento do Building Information Modeling (BIM), que permite que engenheiros e arqui-tetos possam desenhar seus projetos em um formato de quatro dimensões pelo qual eles podem ver até mesmo o menor detalhe da construção. Utilizando o BIM, podemos iden-tificar conflitos em projetos no mesmo docu-mento, sendo uma ferramenta colaborativa que envolve todos os projetistas.

Para disseminar o uso do BIM no Brasil, verifi-cou-se a necessidade de implantação de normas técnicas que suportem a tecnologia dessa plata-forma e a adoção de sistemas de classificação de componentes da construção civil num processo de modelagem da informação, resultando num processo de modernização de planejamento, pro-jeto, construção, operação e manutenção, através de um sistema que represente a complexidade dos processos do setor, comparando os sistemas de classificação internacionais e sistemas já utili-zados no Brasil. A padronização de referência aos componentes da construção civil tem interface direta nas melhores práticas em todo ciclo de vida do empreendimento. A publicação da ABNT NBR 15965-1 2011 define o sistema de classificação da informação da construção: Terminologia e estru-tura e da ABNT NBR 15965-2 2012 define o Siste-ma de classificação da informação da construção: Característica dos objetos da construção.

Essas normas técnicas organizam e padro-nizam os requisitos de construção, produtos e atividades, facilitando, assim, a comunicação entre arquitetos, especificadores, construtores, fornecedores, colaborando com o cumprimen-to de cronogramas e orçamentos.

O modelo virtual da construção permite imediata extração de toda documentação necessária à representação do projeto, folhas de detalhes, quantitativos, para o processo de execução da obra. Corresponde a uma base importante de compatibilização de todos os projetos, aceitando aplicativos de orçamentos, planejamento, sistemas de suprimento e logís-tica e também de simuladores de desempe-nho acústico, térmico, de energia, etc.

Finalmente, a simulação em 4D possibilita a realização de análise de riscos do projeto, possibilitando que todo o processo construti-vo passe por uma análise sistêmica integrada durante toda a sua implementação, sendo in-dispensável a participação interdisciplinar de todos os responsáveis pelos projetos.

Em obra, é possível termos sistemas de acompanhamento e controle mais eficientes com uso de tablets ou outros dispositivos. Po-demos criar uma base de indicadores de avan-ço de obra comparando os resultados proje-tados e o realizado, como medição de m³ de concreto, por exemplo.

A participação de todo setor produtivo é de fundamental importância na utilização do BIM no Brasil. A integração da cadeia de suprimen-to é essencial, sendo necessária a construção de uma biblioteca padronizada da plataforma. Ao realizar um projeto em BIM, o projetista deve contar com o auxílio de uma listagem de produtos que serão utilizados na construção, tornando mais rápida a conclusão de toda a documentação que a edificação gerará, pois to-dos os dados já estarão disponíveis, sem que ele precise buscar ou até criar essas informações.

elka Porciúncula *

*Elka Porciúncula é arquiteta, assessora técnica da Ademi PE e sócia-diretora da Paralelas Projetos

O modelo virtual da construção permite

imediata extração de toda documentação

necessária à representação do projeto, folhas de

detalhes, quantitativos, para o processo de execução da obra.

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O depósito irregular dos resíduos da construção civil nas cidades promove o aparecimento de doenças, contamina

o solo, acelera o processo de deslizamento de encostas, obstrui a rede de saneamento urbano e contamina o

lençol freático. As ações de manejo e disposição final desses resíduos têm uma dimensão ambiental que se

destacam e interferem, direta ou indiretamente, nas demais esferas que compõem a sustentabilidade. Dentro

de tal contexto, este artigo propõe analisar os pontos de recebimento dos resíduos (PRR) existentes na cidade

do recife a partir da temática ambiental, avaliando a influência que exercem em seu entorno — tanto no espaço

construído como no natural —, e a contribuição deles na redução dos impactos resultantes do armazenamento

inadequado dos resíduos de construção e demolição (RCD) oriundos dos pequenos geradores. Para isso, foram

realizados: levantamento bibliográfico referente ao tema, recolhimentos de dados com a empresa responsável

pela limpeza urbana e manutenção da cidade e visitas aos PRR com o objetivo de conhecer o funcionamento

deles. A proporção desses impactos foi verificada em maior escala, observada a interferência desde a sua

influência em volta dos pontos como em todo o ecossistema e na paisagem urbana.

PALAvrAs-cHAvePRR: Resíduos sólidos da construção civil; Sustentabilidade Ambiental.

*Alexandre César Leão de LimaBolsista, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasile-mail: [email protected]*Camila Borba RodriguesBolsista, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasile-mail: [email protected]*Daniela Maria Silva de AlbuquerqueBolsista, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasile-mail: [email protected]*Kalinny Patrícia Vaz LafayetteProfessora, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasile-mail: [email protected]

AVAliAÇÃO AMbieNtAl DOS PONtOS De reCebiMeNtO De reSíDUOS De CONStrUÇÃO CiVil NO reCiFe

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espaço aberto

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ESPAço ABERTo

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IntRoDução

A indústria da construção civil exerce uma grande contri-buição para o desenvolvimento da economia do Brasil, em que representa cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB), geran-do empregos diretos e indiretos, além de influenciar outros se-tores da economia com a produção de insumos, equipamen-tos e prestação de serviços durante seu processo produtivo (MARTINS, 2012).

No entanto, apesar do panorama positivo exercido pelo setor, a construção civil também é responsável por cerca de 60% do montante de resíduos gerados no ambiente urbano. A estimativa per capita apresentada no setor é de 510 Kg/hab por ano, e o volume produzido traz consequências significati-vas para a sociedade, como a poluição do ar e do solo, além de propiciar a proliferação de pragas urbanas e colocar em risco a saúde da população.

Segundo Gusmão (2008), aproximadamente 90% dos re-síduos de construção civil (RCC) são reaproveitáveis; porém, quando destinados de forma inadequada, ocasionam uma sé-rie de problemas, principalmente de ordem ambiental.

ContExtuALIzAção LEgAL

De acordo com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama–Brasil, 2002), a responsabilida-de pela destinação correta dos resíduos, seja ele público ou privado, é de quem o gera. No âmbito municipal, Recife ins-tituiu a Lei 17.072 (RECIFE, 2005) que estabelece as diretrizes e os critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, definindo o papel do grande e pequeno gerador. O pequeno gerador é definido como aquele respon-sável pela atividade de construção, demolição, reforma, es-cavação e correlatas que gerem volumes de resíduos de até 1m³/dia, sendo proibida a disposição, em qualquer volume, para a coleta domiciliar regular. Já o grande gerador é aque-le que gera volumes superiores a 1m³/dia, devendo elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Ci-vil (PGRCC), informando quantidade, qualidade, transporte e destinação desse resíduo.

Embora a responsabilidade pela destinação correta dos resíduos seja do gerador, seja ele público ou privado, peque-nos geradores não respeitam essa determinação, depositando esse material em vias públicas, terrenos baldios ou na beira de córregos, canais e rios, degradando o ambiente natural e a pai-sagem urbana.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) criou o manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos (BRASIL, 2010b) como forma de facilitar e disciplinar a ação correta dos geradores, fiscalizar os fluxos dos materiais e incentivar a adoção dos corretos proce-dimentos para disposição de resíduos de construção. O manu-al prevê a criação de pontos para recebimento de pequenas quantidades de resíduos da construção civil com o objetivo de

facilitar o descarte do RCC sob condições e locais adequados; o disciplinamento dos atores e dos fluxos; e o incentivo à mini-mização da geração e à reciclagem, a partir da triagem obriga-tória dos resíduos recolhidos. (BRASIL, 2010b).

A implantação desses pontos de recolhimento deve ser ba-seada num prévio diagnóstico da região, a fim de conhecer a localização dos pontos irregulares de deposição, o perfil dos geradores, a área necessária para a construção do ponto e o investimento financeiro a ser disponibilizado. Os pontos de re-colhimento de pequenos volumes devem ao mesmo tempo servir a outros tipos de resíduos, como por exemplo, resíduos recicláveis e até mesmo lâmpadas, pneus, baterias entre ou-tros, devem estar localizados de acordo com as áreas críticas de deposição irregular, distribuídos de forma homogênea e distando no máximo 2,5km do gerador, (BRASIL, 2010b).

Até o final de 2013, o município do Recife vinha adotando apenas medidas corretivas ou emergenciais, prática que se apresenta insustentável, levando a custos elevados e carac-terizando uma gestão ineficiente, contribuindo, assim, para o acréscimo de áreas degradadas.

SItuAção DoS PRR

Segundo a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), o Recife possui nove pontos de recolhimento de resí-duos (PRR) dispostos pela cidade; no entanto, atualmente oito pontos estão em funcionamento. A localização dos pontos foi determinada em função da geração elevada de resíduos no lo-cal e também pela dificuldade na coleta pela prefeitura. Todos os pontos possuem um compactador para resíduo orgânico e caçambas estacionárias para deposição de resíduos volumosos. A administração é realizada por uma empresa contratada pela prefeitura da cidade, que é responsável pela coleta, pelo trans-porte e pela deposição dos resíduos sólidos dos pontos, bem como pelo treinamento da equipe de coleta e de operação.

ASPECtoS AMBIEntAIS EnVoLVIDoS nA IMPLAntAção DoS PRR

A questão ambiental é uma das vertentes da sustentabili-dade onde a preocupação com a preservação do meio natural tem sido uma das maiores no nível global, refletida também no ambiente construído e consequentemente na qualidade de vida das presentes e futuras gerações.

Segundo Paschoalin e Graudenz (2012), os principais impac-tos acarretados ao meio ambiente relacionados aos RCC talvez sejam aqueles associados à deposição irregular. As ações de manejo e deposição final desses resíduos têm uma dimensão ambiental que se destaca interferindo direta ou indiretamente nas demais esferas que compõem a sustentabilidade.

Apesar do RCC ser em sua maior parte inerte, o acúmulo em locais inadequados como terrenos baldios, margens de

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BIBLIogRAfIA BRASIL (2010b). Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano. Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos. Brasília.Brasil (2002) “Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedi-mentos para a gestão dos resíduos da construção civil,” Diário Oficial da União, Brasília.GUSMÃO, A. D (2008). Manual de Gestão dos Resíduos da Construção Civil. CCS Gráfica. Camaragibe.MARTINS, F. G. (2012) Gestão e gerenciamento de resíduos da construção civil em obras de grande porte: estudos de caso. Dissertação (Mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.PASCHOALIN, J; GRAUDENZ, G. (2012). Destinação irregular de resíduos de construção e demolição (RCD) e seus impactos na saúde cole-tiva. RGSA, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 127-142, jan/abril 2012.RECIFE. (2005) Lei nº 17.072, de 04 de janeiro de 2005: Estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/diariooficial>. Acesso em: 22 jun. 2013.

cursos d’água, vias e espaços públicos estimula a criação de pequenos lixões a céu aberto tornando-se nichos ecológicos de diversas espécies de agentes patogênicos, como também degradam a paisagem urbana e contribuem para o entupi-mento dos sistemas de drenagem.

Analisando os PRR acerca da temática ambiental, foi obser-vado que eles apresentam notórias lacunas que contribuem para a pouca efetividade do sistema. Há uma deficiência das ações de manejo dos resíduos de RCC nos locais. Observa-se resíduos volumosos como peças de madeira, podas, grandes embalagens, equipamentos domésticos e até mesmo resíduos orgânicos e tóxicos, confirmando a falta de uma separação e deposição adequada para cada categoria de resíduos urbanos.

Apesar dos PRR serem um instrumento que vai de encontro aos ideais da sustentabilidade, percebeu-se a falta do cumpri-mento às diretrizes básicas para atender à função das áreas destinadas ao recolhimento voluntário dos RCC. Somente um ponto de recolhimento está localizado de acordo com a área crítica de deposição irregular, e assim mesmo não estão insta-lados de forma adequada, proporcionando dano ao ambiente físico, poluição visual e proliferação de vetores de doenças à população de seu entorno.

Somado a esses fatores, a falta de envolvimento da popula-ção, de informação, fiscalização e monitoramento efetivo nos locais corroboram e comprometem a funcionalidade de sua infraestrutura, refletindo, assim, um espaço físico absorvido pela ação antrópica visivelmente degradado.

ConSIDERAçõES fInAIS

A situação dos pontos de recebimento de resíduos (PRR) na cidade do Recife retrata um aspecto paradoxal, pois, apesar da prefeitura promover a melhoria das condições urbanísticas de um local específico para o descarte adequado de tais resíduos, o mesmo não dispõe de infraestrutura, logística e apoio da po-pulação para o seu correto funcionamento. Em consequência, surgem vários aspectos que degradam a paisagem e causam danos à população, impactos ambientais que são observados especificamente em cada ponto.

Assim, faz-se necessária uma total remodelagem do atual sistema de recebimento de pequenos volumes, de forma a ga-rantir uma convergência das três esferas da sustentabilidade, a fim de ratificar a eficiência dos pontos de recebimento de resíduos na cidade do Recife.

Deposição irregular de resíduos no terreno ao lado no PRR Boa Viagem.

Caçamba estacionária com presença de resíduos orgânicos, poda, entulho e RCC no PRR Afogados.

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espaço aberto

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assim sua vida útil. A maioria das pon-tes analisadas está inserida em um am-biente marinho, a grande incidência de corrosão de armaduras nessa área foi devido aos íons cloreto, e na ponte lo-calizada longe do mar foi constatada a corrosão por carbonatação.

As estruturas analisadas apresenta-ram valores de índice esclerométrico, indicando que a qualidade do concreto apresenta em sua maioria uma superfí-cie boa, dura e satisfatória. Tais resultados devem ser cuidadosamente analisados, uma vez que algumas dessas estruturas apresentaram carbonatação.

O ensaio de potencial de corrosão in-dicou que a maioria das estruturas apre-sentou uma incerteza no estado de cor-rosão, pois a armadura apresentou 50% de probabilidade de estar em processo de corrosão. Apenas duas estruturas mostraram uma probabilidade de 95% de certeza de estar em processo de cor-rosão. Acredita-se que a elevada resistivi-dade da estrutura possa ter prejudicado as leituras de potencial de corrosão.

As manifestações patológicas exis-tentes e diagnosticadas abrangem uma porção significativa da estrutura de al-gumas das pontes estudadas, principal-mente em áreas de importante e elevada concentração de carga.

MANiFeStAÇÕeS PAtOlÓgiCAS e eStUDO DA COrrOSÃO PreSeNte eM PONteS DO reCiFeNatália Müller Pintan* e Eliana Cristina Barreto Monteiro *

O Recife é uma cidade conhecida como a Veneza Brasileira, onde é

de se esperar que a sua paisagem seja caracterizada por inúmeros canais, rios e inúmeras pontes. Conhecidas como obras de arte especiais, as pontes são es-truturas utilizadas para cruzar rios, lagos ou qualquer outro obstáculo que envol-va água. Essas pontes são bem antigas, e, como é de nossa cultura, há uma ausên-cia no sentido de se prevenir ou realizar manutenções periódicas nas estruturas de concreto armado. O que implica mui-tas vezes na deterioração precoce das estruturas, principalmente em cidades inseridas em ambientes agressivos.

Há um costume de se pensar que a vida de uma estrutura não tem fim, prin-cipalmente quando se trata de uma pon-te. Isso ocorre devido às mesmas apre-sentarem estruturas bem robustas. A corrosão de armaduras destaca-se como um dos mais importantes e onerosos processos de deterioração da estrutura. Em regiões mais próximas ao mar, esse processo esta relacionado com mais fre-quência à ação de íons cloretos.

Nesse sentido, esta pesquisa estu-dou o estado de conservação avaliando e diagnosticando as possíveis mani-festações patológicas encontradas nas estruturas de oito pontes inseridas na zona costeira do Recife. Também foram realizados ensaios como potencial de corrosão, esclerometria, indicador de clo-retos e carbonatação, em algumas pon-tes para um melhor entendimento das mesmas, contribuindo assim para que haja uma mudança nessa cultura de falta de inspeção, manutenção e recuperação. As pontes analisadas foram: Ponte 12 de

Setembro (Antiga Ponte Giratória), Ponte Maurício de Nassau, Ponte Buarque de Macedo, Ponte Princesa Isabel, ou Santa Isabel, Ponte Duarte Coelho (Ponte da Maxambomba), Ponte Engenheiro An-tônio de Góes (Ponte Governador Aga-menon Magalhães), Ponte Governador Paulo Guerra e Ponte de Afogados.

A Figura 1 mostra as manifestações patológicas mais frequentes nas pon-tes inspecionadas. A infiltração/umida-de é um dos fatores que possibilitam o desenvolvimento de outras patolo-gias na estrutura; com a sua presença, ocorre a lixiviação dos materiais com-ponentes do cimento e consequente-mente o aparecimento de eflorescên-cias. A mesma também torna propícia a penetração de agentes agressivos, provocando a corrosão nas armaduras e o enfraquecimento do concreto.

Como mostrado na Figura 1, a mani-festação patológica mais frequente ocor-re devido ao sistema de drenagem não apresentar um funcionamento adequa-do, e as águas pluviais acumulam-se nas estruturas. Apenas 37,50% das pontes estudadas apresentam-se com sistemas de drenagem em funcionamento.

As manifestações patológicas podem vir a afetar o desempenho da estrutura ao longo de sua utilização, diminuindo

*Profª. Eliana Cristina Barreto Monteiro Eng. Civil, Mestre em Estruturas pela Universidade de Brasília e Doutora em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo – USP

* Natália Müller PintanEng. Civil, Mestre em Eng. Civil pela Universidade de Pernambuco, Área de Concentração em Construção Civil

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espaço pec

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arquitetura/interiores

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fotos: Jean de Matteispor Isana Pontes

CONChA ACÚStiCA iNterNACiONAlEm Trancoso, as praias de águas calmas e claras do teatro a céu aberto de François Valentiny são visíveis do palco e da plateia. Um gigante de concreto emoldurado por matas e falésias

Para o viajante desavisado acos-tumado às imagens bucólicas do

vilarejo de Trancoso — de 11 mil ha-bitantes, no extremo sul da Bahia —, é de outro mundo a visão que, desde março deste ano, se estabelece na-quele cenário: um imenso anfiteatro com uma arquitetura arrojada e única. Obra construída especialmente para abrigar todos os anos o festival Música em Trancoso, evento internacional de 8 dias, além de outras possíveis ações que

promovem o ensino da música clássica para jovens. A fim de contemplar o mix — educação, arte, arquitetura e cultura — numa construção diferenciada e com a acústica precisa dos grandes festivais do gênero pelo mundo, os patrocinado-res da iniciativa (um grupo de empresá-rios estrangeiros e brasileiros) optaram pela assinatura famosa de François Va-lentiny, que, enamorado pelo projeto e pela natureza de um dos lugares mais belos e exclusivos do País, não só aceitou

a proposta, como acabou comprando uma casa de veraneio no local, situado na Costa do Descobrimento do Brasil.

Da prancheta internacional e dos ide-ais de quatro amigos, nasceu e cresceu o centro cultural de Trancoso, que, mesmo depois de inaugurado ainda não tem um nome definitivo, totalmente asso-ciado ao festival Música em Trancoso. Um conjunto de diversas edificações, sendo a principal o anfiteatro que sobrepõe duas salas de espetáculo iguais — uma

Teatro de Trancoso: arquitetura, arte e cultura.

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a céu aberto, de frente para o mar azul da Bahia, e a outra coberta, no subterrâ-neo. Cada uma com 1.100 lugares, para acolher simultânea e confortavelmente duas audiências.

Desenvolvido e ajustado ao longo duas edições do evento, o centro cultu-ral teve finalmente a inauguração dos seus auditórios neste ano, dias antes da terceira edição do festival de 2014, realizado de 15 a 22 de março. Mesmo acontecendo no período off temporada, a realização do Música em Trancoso já fez circular, nos três eventos — por um dos vilarejos mais queridos do jet set in-ternacional — 200 músicos e 10 mil pes-soas, de vários cantos. A concretização do sonho de quatro empreendedores que têm em comum o amor pela mú-sica clássica e o ativismo social: Sabine Lovatelli, Reinold Geiger, Carlos Eduar-do Bittencourt e François Valentiny. O evento foi transformado em mais uma ponte entre jovens músicos e artistas consagrados de diversos países, além de

um plus na promoção de Trancoso. No vilarejo frequentado por aventureiros, turistas e muita gente chique, os idea-lizadores do projeto, possuem casas de veraneio e desejam manter aquecida a cultura e a economia local fora da tem-porada de Réveillon e Carnaval, quando a cidade está movimentada. A edição deste ano teve como mantenedora a L’Occitane e patrocínio do Itaú BBA, BN-DES, Mondelli e Chenue do Brasil, foram investidos cerca de R$ 12, 5 milhões, o que também dimensiona o valor que a iniciativa agregou.

mUIToS AjUSTES

Durante o processo de construção, François Valentiny suou a camisa e ema-greceu muito sob o calor de Trancoso, mas, graças à adoção de tecnologias modernas e de critérios de sustentabi-lidade, conseguiu cumprir sua missão numa velocidade recorde: pouco mais de 1 ano. Segundo ele, o esforço foi para

harmonizar o centro cultural ao espírito à paisagem local, neutralizando — ao máximo — o impacto entre a dureza de uma imensa obra de concreto e uma exuberância natural. Até chegar ao de-senho da edificação que atendia a esse paradoxo, traçou centenas de esboços disposto a implementar um centro de cultura de referência internacional.

Para quem não conhece a cidade, vale reforçar a tarefa hercúlea que o pro-fissional teve: mesmo frequentado por gente sofisticadíssima, o lugar mantém charme rústico e atmosfera muito par-ticular com encantos naturais e uma energia que enfeitiça a todos que já pisaram no famoso Quadrado, como é chamada a praça central da vila. A igre-ja do pedaço e a arquitetura nativa das antigas casas de pescadores (que hoje abrigam hotéis, pousadas, restaurantes e outros) foram objetos e personagens que Valentiny teve de estudar de forma cuidadosa a fim de não entrar com edi-ficações pesadas.

Vista noturna do prédio durante o festival Música em Trancoso

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arquitetura/interiores

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Outro desafio: a adequação da acús-tica de um lugar construído a céu aber-to, no qual o vento interfere — e muito — para quem se apresenta. Também requereu ajustes o entendimento com a equipe de mão de obra brasileira que executou o projeto, nem sempre sinto-nizada com as exigências das normas técnicas das construções europeias. No final, tudo deu muito certo, e o resulta-do agradou ao arquiteto e aos artistas que se apresentaram. “Aqui as pessoas acordam com um sorriso todos os dias. Deve ser a energia trazida pelo Sol”, cre-ditou Valentiny.

O desenvolvimento do projeto con-tou também com a expertise de Margot Reuter, arquiteta brasileira-luxembur-guesa, que gerenciou o canteiro de obras, criou desenhos e desenvolveu detalhes para a implementar a constru-ção. Na área de planejamento tridimen-sional, ela foi apoiada por arquitetos de escritório de arquitetura e construção que François Valentiny mantém em Lu-xemburgo, na Áustria.

Contornos – As formas ora vazadas, ora triangulares do teatro, foram estra-tégias arquitetônicas bem-sucedidas de Valentiny para aproveitar a luz solar e a ventilação trazida pelo mar (reduzindo com isso o uso de energia elétrica e dos equipamentos de refrigeração). As fen-das no concreto permitem aos artistas e à plateia espiar a belíssima natureza ao redor. Detalhes da experiência de um ar-quiteto consagrado pelas casas de ópera que projetou em diversos países, incluin-do a Sala de Concertos Saarbrücken, na Alemanha, entre outras.

DoS ESBoçoS Ao CENTRo

As articulações para o projeto que associa o teatro e o festival em Trancoso começaram quando François Valentiny conheceu Sabine Lovatelli, na Europa. A partir daí e dos muitos interesses em comum, os dois se tornaram grandes amigos. A empresária alemã é funda-dora e presidente do Mozarteum Bra-sileiro, que há mais de 3 décadas traz o melhor da música clássica para o Brasil.

O anfiteatro tem 1.100 lugares.

A mão de obra foi brasileira, que se adaptou às Normas européias.

Os vazados favorecem a visão, iluminam e ventilam.

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Já Valentiny é um fã da musica clássica do mundo. Há 5 anos, o arquiteto veio a Trancoso, a convite de Sabrine. Num jantar, no qual estavam o presidente mundial da L’Occitane, Reinold Geiger, e o também empreendedor Carlos Edu-ardo Bittencourt, empresário residente há 30 anos no local, eles discutiram a oportunidade de criar um festival inter-nacional de música.

O arquiteto esboçou, então, o anfite-atro e o cenário provisório do primeiro festival internacional de música no Sul da Bahia, que aconteceu em 2012, num terreno emprestado por um dos parcei-ros. A repercussão nacional e lá fora foi tanta que o grupo de amigos empre-endedores culturais resolveu apostar em projeto de arquitetura mais sólido, com uma acústica que pudesse aten-der aos padrões dos grandes festivais internacionais.

Como no primeiro festival choveu muito, o arquiteto teve de acrescentar um auditório coberto no subsolo e um segundo, com as mesmas característi-cas, que ficasse a céu aberto, cada um com 1.375 m² construídos. A arquite-tura que Valentiny concebeu serviu como solução para que plateia e músi-cos se desloquem com agilidade, sem-pre que forem surpreendidos por mu-danças meteorológicas, sem que essas intempéries comprometam a conti-nuidade do evento. Com os ajustes, os auditórios passaram a ter um total de 2.750 m² construídos.

O centro cultural de Trancoso tam-bém inclui um anexo, o “Facilities”, sobre mais de 790 m² construídos, com oito salas de ensaio, um espaçoso bar e salas de reunião, cujo design contrasta curvas com aberturas triangulares. No edifício, há painéis imponentes, gravados em bronze, da renomada ítalo-brasileira Maria Bonomi. As gravuras se referem à natureza do sul da Bahia, com suas falésias impressionantes e, ainda, ao lo-cal de nascimento da nação brasileira. Bonomi, que fixou residência no Brasil em 1946, é pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa, professora e outra convidada de Sabine Lovatelli para par-ticipar da finalização do projeto.

Neste ano, 10 mil pessoas participaram do Música em Trancoso.

Entre as atrações do festival, músicos brasileiros e estrangeiros.

Design arrojado contrasta curvas com aberturas triangulares.

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ENTREVISTA | VALENTINY

arquitetura/interiores

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RCn - Que características o senhor destaca na construção e por quê?fV - O trabalho de um arquiteto está relacionado à sua perso-nalidade. O projeto da construção do centro cultural agregado ao Música em Trancoso reflete meu estado de espírito sobre desafios socioculturais atuais e o desejo de contribuir positiva-mente de alguma forma. Então, destaco nesse projeto os mate-riais, as escalas e as formas, nessa ordem, porque, para mim, em contraste, a função é intercambiável e sem importância.

RCn – Em que o seu projeto de centro cultural de Trancoso difere dos demais pelo mundo que têm sua assinatura?fV – Tive de perceber profundamente a empatia e a identidade ambiental local e imprimi-la como pano de fundo do projeto.

RCn – Podemos considerar um projeto sustentável?fV - Diria que sim, porque adotamos um sistema construtivo mais limpo, prático e econômico. Para a área externa do te-atro e para o edifício “Facilities”, usamos concreto projetado. Queríamos alcançar um caráter escultural monolítico para que todos os edifícios do centro Cultural de Trancoso (nome provisório da obra) dialogassem como conjunto, além de tec-nologias de cubagem, construção e compilação. Essas solu-ções trouxeram vantagens ambientais comparadas aos siste-mas tradicionais, entre os quais mais produtividade e menos desperdício no canteiro de obras.

Processos mais simples otimizaram a construção.

RCn - Foram usados materiais recicláveis?fV - Não. Mesmo assim, o projeto levou em consideração a ve-getação existente na área e cuidou de, ao inserir as construções do centro cultural na paisagem, conservar as árvores e demais plantas nativas, para que o concreto fosse inserido com mais naturalidade. Adicionamos às edificações uma piscina artificial.

RCn - Quais os materiais usados e benefícios?fV - Na seleção de materiais, os com estrutura de suporte em aço e betão projetado como invólucro exterior e de madeira foram reduzidos ao mínimo. Isso nos permitiu colmatar gran-de largura útil, sem a necessidade do uso de qualquer apoio adicional que afetaria o espaço do espectador. A camada ex-terna de concreto projetado enfatiza o caráter monolítico do edifício, de modo que o conjunto pode atuar como escultura. Usamos madeira no palco, no bar e nas paredes do corredor de acesso do “Facilities”.

RCn - O projeto está finalizado?fV - Além do anfiteatro e dos anexos, meu projeto inclui a cons-trução de um mirante, marco que servirá mais tarde como uma entrada, além de uma torre de observação para a área do fes-tival, que deve ser edificada nos arredores do aeroporto e do Terravista Golfe Club.

Mais informações: www.musicaemtrancoso.org.br

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François Valentiny foi escolhido por seu premiado portfólio, que inclui edifícios residenciais e empresariais e casas de óperas e concertos. Tem entre suas marcas a preocupação de integrar os projetos com sustentabilidade. Foi assim quando construiu a Kleines Festspielhaus de Salzburgo, na Áustria, projeto que alinhou com uma montanha situada nos arredores. No pavilhão da Expo Luxemburgem Xangai, de 2010, o arquiteto utilizou bastante material reciclado. Valentiny atuou, ainda, em conselhos de arquitetura e construção na Europa. Atualmente, além de desenvolver projetos na empresa que dirige, na Áustria, ele dá aulas na Universidade de Xangai.

No projeto do centro de cultura de Trancoso, Sabine Lovatelli, encantou-se com a solução desenhada pelo arquiteto desde os primeiros rabiscos, que já incluíam os vazados triangulares. Para definir a criatura, o criador elegeu uma mão aberta, por meio da qual sugere o som se projetando e refletindo nos dedos e através deles. Ele buscou fazer um projeto simples, mas com alternativas de ter esse espaço ao ar livre e, mesmo com os vãos, conseguir uma acústica perfeita. Quando o teatro ficou todo pronto, os testes demonstraram que o tempo de reverberação do som da sala ao ar livre ficou compatível com a acústica das grandes salas de espetáculo — menos de 2 segundos. A sala coberta tem tempo de reverberação ainda menor.

François está fora do Brasil desde o final de março. Entre as possibilidades aqui, estu-da montar um escritório em São Paulo. Independentemente do que o futuro trará, o arquiteto já se sente muito realizado com os resultados plantados por aqui: o nasci-mento de mais uma obra com a sua assinatura para abrigar música e talentos.

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ESPECIAL CASA COR AL

A Casa Cor é atualmente conheci-da como a maior mostra de ar-

quitetura e decoração das Américas. Realizada desde 1987, está presente em 17 estados do País e no Distrito Federal e em outros seis países além do Brasil. Este ano, pela primeira vez, o evento aportou em Alagoas, alcan-çando uma adesão estrondosa entre os profissionais e também um gran-de sucesso de público, com uma mé-dia diária de 350 visitantes.

A mostra foi sediada no edifí-cio que abrigava o antigo Colégio Batista Alagoano, instituído como Unidade Especial de Preservação (UEP) pelo Plano Diretor de Maceió e carinhosamente apelidado como Casarão”pelos profissionais que atu-aram nesta primeira edição. Muitas questões são apontadas por esta es-colha, mas a que se coloca com maior ênfase diz respeito à maneira como a arquitetura contemporânea pode se propor a dialogar com o patrimônio reconhecido e, num sentido mais am-plo, com a chamada pré-existência, ou seja, o ambiente onde a constru-ção virá se inserir, no seu entorno, trabalhando sua valorização.

Tendo passado por diversas ou-tras edições da Casa Cor, sempre vi com alguma preocupação a disso-nância entre os ambientes, em que

muitas criações pareciam gritar para serem ouvidas. Felizmente, isso não ocorre com a maioria dos espaços presentes na Casa Cor Ala-goas, onde os profissionais apre-sentam uma sintonia muitas vezes surpreendente. De modo geral, ar-quitetos e designers parecem ter se deixado inspirar pelo clima antigo da casa, realçado por meio de obje-tos e pelo uso inteligente de certos revestimentos, instituindo uma es-pécie de “atmosfera”.

Nesse sentido, é preciso destacar o living proposto por Lúcio Moura, que se constitui como o verdadeiro coração da casa. De modo engenho-so, o arquiteto reaproveitou o piso e optou por deixar à mostra a estrutu-ra do edifício, expondo tijolos, telhas e o madeiramento, suavemente em-branquecidos. Sua proposta ainda combina exemplares generosos de talhas de madeira de lei, expostos como obras de arte únicas nas pa-redes, em perfeita harmonia com o amplo pé-direito do ambiente, junto a outros objetos de aparência anti-ga. Exemplo de arquitetura como coisa posta, e não imposta, como di-ria o grande Hélio Duarte, que ilustra o que há para se ver, de modo geral: ambientes de refinada simplicidade e bom gosto.

Mas há outras lições a se extrair da Casa Cor Alagoas, como a tendên-cia no uso da vegetação na maioria dos ambientes, com a ampla difusão de jardins verticais e quadros vivos decorando as paredes. Junto a isso, vemos a profusão no uso de obras de artistas e artesãos locais, que re-almente enriquecem os espaços. As duas tendências aparecem combina-das em diversos momentos, em ver-dadeiras obras de arte mural, onde o grafite, a pintura ou o desenho com-plementam a natureza. Soluções ins-piradoras para nossas cidades.

Infelizmente, o clima excessivamen-te quente que temos enfrentado faz as plantas sofrerem em alguns dos am-bientes externos. Também no enfren-tamento frequente a essas questões, a arquitetura nos permite repensar nossa relação com o meio natural, ao se pro-por como arquitetura–abrigo, sempre na busca da sombra. Por fim, devemos dizer dos novos aprendizados trazidos com o evento, que pela primeira vez se viu fiscalizado pelo nascente Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU/AL). São relações que se constro-em buscando o bem coletivo e a valo-rização da arquitetura, com o exercício profissional de qualidade e em bases justas. E eu, só posso desejar sucesso e vida longa ao evento.

Para Isadora, o linving, projeto de Lúcio Moura, é o coração da Cor Cor AL.

Por Isadora Padilha Arquiteta e urbanista, vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (AL)

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ESPECIAL CASA COR PE

A Casa Cor Pernambuco 2014 abriu a suas portas numa casa à beira mar

de Piedade, no Jaboatão dos Guarara-pes, na Região Metropolitana do Recife. Com projetos elegantes e sofisticados, a visita foi muito agradável e deu uma leve sensação de querer mais. Os 34 es-paços foram, em sua maioria, amplos, dando liberdade aos profissionais. Aliás, este sempre foi um dos pontos fortes da mostra: dar possibilidade ao público de conhecer o trabalho dos profissio-nais em seu estado mais puro, sem a interferência de um cliente. Assim, fica mais fácil a identificação com o estilo de determinado arquiteto ou designer de interior. Outro ponto forte é a opor-tunidade de conferir materiais, móveis, objetos e iluminação — tudo integrado em um único ambiente.

Não à toa, o Casa aconteceu este ano com uma novidade positiva: uma nova data, de março a abril. A recente mudança tornou-se ainda mais atrati-va. Profissionais e fornecedores con-seguiram preparar o evento sem en-frentar a atribulada agenda de final de ano. O período permite, em tese, que os ambientes tenham a execução mais detalhada, o que beneficia a experiên-cia da visitação e facilita a visualização dos diversos materiais empregados. Saliento: em tese! Poucos trechos do percurso chamaram a atenção pela fal-ta de acabamento.

Percebi o resgate às referências históricas, à brasilidade e a busca de materiais de linguagem natural, to-dos reunidos em composições pre-dominantemente geométricas. Assim, madeira e pedra foram bastante uti-lizadas. O design brasileiro também esteve bastante presente em móveis como os assinados por Sérgio Rodri-gues ou Jader Almeida, entre outros.

O combogó, elemento vazado criado em Pernambuco, no século 20, ganhou bastante espaço, estando presente em mais de 30% da mostra. Sua aplicação surge desde divisórias e peitoris até como painel decorativo iluminado, se-jam cimentícios ou em louça.

Na iluminação, ficou em destaque o emprego de rasgos de luz, embu-tidos em forros e móveis, e o uso de luminárias pendentes. Estas aparecem não só em mesas de jantar, mas tam-bém sobre criados–mudos e mesas laterais. E quase sempre em conjunto e raramente em composições simétri-cas. Também vale ressaltar a evolução da tecnologia e aplicação das fitas de LED. Elas surgem em delgados e re-sistentes perfis metálicos com filtro difusor e com coloração mais natural. Isso permitiu criar rasgos mais deli-cados, em gesso ou marcenaria, com iluminação agradável e homogênea que não mostra os pequenos focos de cada fonte luminosa.

As cores aparecem sempre de for-ma bastante planejada, com destaque para as monocromias e os ambientes de base neutra, com aplicação de cor cuidadosamente espalhada pelo am-biente. As paletas dominantes foram as azuis, e os tons, do vermelho ao amare-lo, passando pelos laranjas.

Os revestimentos foram usados em profusão, cobrindo pisos, paredes e, em alguns casos, até o teto. Vale con-ferir atentamente este ponto, pois nem sempre os revestimentos são o que parecem ser. Pedra pode ser papel de parede, madeira pode ser plástico, con-creto pode ser pintura. E esta escolha entre o material natural ou um artifi-cial dependerá de aspectos estéticos, econômicos e funcionais. Nos pisos, as referências a madeiras, pedras e cimenta-dos predominaram. Já nas paredes, a va-riedade foi bem maior. Mosaicos de MDF coloridos, azulejos decorados, papéis de parede, relevos cimentícios. Nos tetos, encontramos espelhos, tecidos, placas de PVC e até pastilhas.

De modo geral, são projetos que emocionam pela criatividade e pelo equilíbrio, cada um com o seu estilo. Estudados de forma cuidadosa desde o layout, a escolha de materiais, os móveis, a iluminação, e até a colocação esmera-da de objetos e obras de arte. Com tanta diversidade, certamente foi fácil para o visitante encontrar “o seu lugar”.

Claudio Campello é arquiteto e já assinou 17 ambientes da Casa Cor PE. Com eles, levou dois prêmios: ambiente mais sustentável e melhor uso público.

Cláudio elegeu a varanda de convívio, da dupla Josemar Costa Jr. e André Azevedo, o ambiente que mais representa a Casa Cor.

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A COPA DO MUNDO É NOSSA?Qual será o legado da Copa do Mundo no Brasil para as suas cidades-sedes? Antes vista com otimismo pela sociedade e como uma boa oportunidade de negócios pelos empresários, a realização do maior e mais importante campeonato de futebol também virou motivo de protestos e questionamentos à esquerda e à direita em todo o País. A falta de transparência, os atrasos nas obras de infraestrutura e a ausência de diálogo com as populações afetadas pelas novas construções ameaçam se tornar um gol contra. Nesta edição, conversamos com arquitetos, professores e urbanistas das capitais do Nordeste que sediarão os jogos para descobrir, afinal, quais serão os impactos do megaevento na região. e, para você, leitor, o que ficará além da possibilidade de levar a taça?

por Tory Oliveira

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Outrora vista com euforia e expectati-va pela população brasileira e como

uma vitrine de oportunidades de inves-timentos por empresários e pelo poder público, a Copa do Mundo no Brasil, em sua reta final, transformou-se também em motivo de protestos e questionamentos. A realização da competição de futebol no Brasil trouxe luz a problemas sociais e de infraestrutura nas doze cidades escolhi-das para receber as seleções entre junho e julho de 2014. E lançou uma sombra de desconfiança sobre o País do Futebol.

A organização da Federação Interna-cional de Futebol Associado (Fifa) não incluiu projetos sociais, não estabeleceu diálogos e pouco permitiu a participação dos movimentos sociais na elaboração. Por outro lado, as prometidas obras ur-banísticas e de infraestrutura enfrentam atrasos no cronograma, acusações de gastos acima do previsto e ceticismo da população, duvidosa de que as obras serão concluídas a tempo do Mundial. Segundo dados oficiais do site Portal da Copa, o total investido nas cidades-sedes já chega a R$25,6 bilhões Apenas em in-fraestrutura, números oficiais calculam o gasto de R$8 bilhões em 45 obras de mobilidade urbana em todo o País. A janela de oportunidade proporcionada, em teoria, pelos jogos possibilitaria a construção de dois (VLTs) Veículos Leves Sobre Trilhos, 10 BRTs (sigla para Bus Ra-pid Transit, uma espécie de corredor ex-clusivo de ônibus), 17 corredores e vias e 16 estações, terminais e centro de con-trole de tráfego. Os portos e aeroportos

também receberam investimentos da ordem de 6,9 bilhões, divididos em 36 obras e intervenções.

Assinada em janeiro de 2010 pelos representantes das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo junto ao Governo Federal, a Matriz de Responsabilidades do Mun-dial (documento com os investimentos prioritários para a realização do evento) lis-tou, inicialmente, obras de mobilidade e a construção de arenas esportivas. Em julho, foram incluídos projetos para a revitaliza-ção e construção de aeroportos e portos. O montante estimado à época para as obras de infraestrutura era de R$17,7 bilhões, com previsão para conclusão em dezem-bro de 2013. A 2 meses da realização do Mundial, o quadro é bem diferente do pre-visto: só 18% das obras de infraestrutura foram entregues. De acordo com os obje-tivos listados na Matriz de Responsabilida-des, apenas 3 das 50 obras de mobilidade urbana previstas foram entregues (7%). A situação é um pouco melhor nas obras ae-roviárias, 11 das 25 foram concluídas.

Em Salvador, na Bahia, assim como em outras arenas, o complexo vai abrigar mais do que partidas de futebol: estacionamento, shopping, hotéis e uma casa de shows fazem parte do projeto.

Atrasos, ausência de diálogo com a população e falta de transparência marcam o legado urbanístico do Mundial nas cidades-sede do Nordeste

foto: ANDRé FOFANO

O legado real da Copa nós só saberemos daqui

a alguns anos. Mas um dos problemas é

o impacto econômico. Qual é o valor final dos

custos dos projetos?

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Pesquisadores de diversos estados ouvidos pela reportagem, porém, critica-ram a falta de transparência e a dificulda-de para conseguir informações e dados concretos e detalhados sobre as diversas obras espalhadas pelo País. “O legado real da Copa nós só saberemos daqui a alguns anos. Mas um dos problemas é o impacto econômico. Qual é o valor final dos custos dos projetos? Isso não vem sendo divul-gado para as cidades”, reclama a arquiteta e urbanista Ana Maria Filgueira Ramalho, responsável pelo estudo “Metropoliza-ção e Megaeventos: Impactos da Copa de 2014” e uma das pesquisadoras do Ob-servatório das Metrópoles, responsável por monitorar os impactos do evento no Recife, cidade-sede e capital de Per-nambuco. Outra avalição diz respeito às violações dos direitos das populações locais, em alguns casos removidas de seus locais de origem para dar lugar às obras e novas construções relevantes para a realização da competição.

Na visão de Raquel Rolnik, urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de São Paulo, para as pessoas diretamente atingidas, ao invés de um legado, a Copa deixa um ônus. “A implantação de projetos de in-fraestrutura removeu comunidades e assentamentos que se encontravam na-queles locais há décadas, sem que uma alternativa adequada de moradia tenha sido oferecida”, disse a relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada, em entrevista ao portal Terra, em fevereiro deste ano. Na Região Nordeste, onde haverá jogos em quatro cidades-sedes, o principal impacto urbanístico são as novas arenas de futebol, erguidas sobre os antigos estádios em três dos quatro municípios. Os processos ocorreram de maneira distinta em cada uma das capi-tais selecionadas para receber jogado-res e torcedores a partir de junho.

A capital Recife é um dos locais em que o processo de transformação catalizado pela Copa do Mundo foi mais complexo. Lá, optou-se por criar uma nova centrali-dade metropolitana, batizada de Cidade

da Copa. Erguida na confluência de qua-tro municípios da Região Metropolitana Oeste, a 19 quilômetros de Recife, a nova cidade abrigará, além da já inaugurada Arena Pernambuco, condomínios resi-denciais, centro de eventos e redes de hotéis. O estádio foi entregue em abril de 2013 e foi testado em três partidas da Copa das Confederações, evento fute-bolístico que precede a Copa do Mundo. Orçado em R$532, 6 milhões (400 milhões oriundos de financiamento federal), a Are-na Pernambuco possui capacidade para receber 46 mil torcedores. Cinco partidas serão disputadas no novo estádio, quatro da primeira fase e uma das oitavas de final.

Trata-se, na verdade, de um bairro pla-nejado, distante do núcleo da cidade de São Lourenço da Mata, onde está oficial-mente localizado. “O local surge como ele-mento âncora de desenvolvimento dessa cidade, em que a proposta é reunir resi-dências, hotéis e centro de convenções, ou seja, a proposta é criar uma nova cen-tralidade de fato para a Região Metropo-litana Oeste”, explica Ana Maria Filgueira

Planejamento territorial da Cidade da Copa, a 19 km da capital pernambucana.foto: ODEBRECHT

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Ramalho. Inspirada no distrito de Minato Mirai 21, na cidade japonesa de Yokoha-ma, a Cidade da Copa carrega a pretensão de ser a primeira smart city (cidade inteli-gente, em tradução livre) do Brasil.

A pesquisadora conta que a região possuía ocupação rarefeita, marcada pela presença de moradias precárias. A nova cidade, portanto, terá um entorno muito empobrecido, capaz de gerar um contraste socieconômico grande, na opinião da arquiteta. Esse modelo de planejamento urbano seria o grande legado da Copa para Pernambuco, fato criticado pela pesquisadora. “O que nós questionamos: é legado para quem? Copa para quem? Existiam cerca de 300 famílias morando naquele local”. Para Ana Maria, o plano diretor da cidade foi “flexibilizado” para abarcar a nova construção, em detrimento dos antigos moradores do local e da construção de habitações populares. “O processo de elaboração desse megaevento deu-se por meio da proximidade entre Estado e empresas, sem dar à população local o poder de decisão”, lamenta Ana Maria.

Mais direto, o arquiteto e urbanista Piero Carapiá, afirma, logo de cara, que a Copa do Mundo não foi um bom ne-gócio para o Brasil ou para o Nordeste. Pesquisador do grupo Observatório da Copa em Salvador, Carapiá conta que, desde o início, já era possível perceber indícios de que a escolha de um país como o Brasil como sede do Mundial era, no mínimo, arriscada.

Nas duas última edições do evento, realizadas na Alemanha e na África do Sul, apesar dos problemas, as obras de infraestrutura concentraram-se princi-palmente no sistema rodoviário, mais fáceis de se executar no prazo previsto. Como vivemos em um país de dimen-sões continentais, apostou-se em obras de mobilidade urbana, como a constru-ção de metrôs e reformas necessárias em aeroportos e portos. No entanto, em Salvador, capital baiana, objeto de estudo de Carapiá, foram realizadas apenas duas pequenas obras de microassaessibilidade, ambas no entorno da Arena Fonte Nova, estádio que sediará os jogos. “Só fizeram

o estritamente necessário para entrar na arena. Não há piso tátil pelo dique e nem mesmo uma articulação com o en-torno do bairro de Nazaré”, analisa. Obras de maior impacto, como a instalação do BRT foram excluídas da matriz de res-ponsabilidades em 2012, mesmo após gastar R$500 milhões em investimento. “O Brasil teve um grande tempo de pre-paração, bastante investimento e um retorno muito discreto para a popula-ção. Isso se repete em outras cidades do Nordeste”, reprova Carapiá.

A falta de transparência na execução das obras de infraestrutura e mobilidade foi, inclusive, mensurada pelo Instituto Ethos. Para o cálculo, que resultou em um ranking das cidades-sedes, foram levados em consideração, por exemplo, o tempo de resposta para obter os dados solicita-dos. Em uma escala que vai de 0 a 100, Sal-vador pontuou apenas 17. O resultado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, foi ainda pior: 15. Carapiá sentiu a dificuldade na pele. “O acesso à documentação é mui-to restrito, você é passado sempre de uma secretaria para a outra”, reclama.

Para o pesquisador, a realização do megaevento também escancarou a fal-ta de organização e de harmonia entre as entidades envolvidas. Entre os bene-fícios para a população da capital baiana,

estão a construção da Arena Fonte Nova, que substituiu um estádio que, de fato, encontrava-se com a estrutura bastan-te degradada. Tratava-se, entretanto, de um estádio erguido na década de 1950, assinado pelo arquiteto local Diógenes Rebouças. Podem ser listadas também outras iniciativas, como as melhorias no porto e no Aeroporto Internacio-nal Deputado Luís Eduardo Magalhães — ampliação do pátio de aeronaves, a construção de uma torre de controle e a reforma no terminal de passageiros. “Esses projetos são benéficos, porque modernizam e possibilitam trazer mais turistas para a cidade, benefícios que não podem ser muito contestados”, pondera. No entanto, segundo ele, as reformas em Salvador foram pontuais e, caso não se articulem com outras de maior porte, não causarão grandes im-pactos na vida da população.

A demolição de antigos estádios, liga-dos à cultura e à sociedade locais, para dar lugar a arenas com tamanho e infra-estrutura definidas pela Fifa, também teve seus benefícios relativizados por Ana Maria. “Isso gera uma mudança na própria arquitetura do local e cria um novo elemento urbano. Um estádio es-portivo possui algumas especificidades: está mais próximo da informalidade, do

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Os acessos Norte e Sul do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, devem ser entregues até o final deste mês

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comércio, do torcedor e dos aspectos culturais da cidade”, explica ela. “Quando esse elemento arquitetônico se trans-forma em arena, os espaços passam a ser fechados, cobertos e com uma série de regras diferentes das culturas locais”.

Além da demolição do estádio João Machado para a construção da Arena das Dunas, a Copa do Mundo não deixará muitas marcas duradouras em Natal. “A obra do aeroporto já estava planejada e aconteceria mesmo sem a Copa, as-sim como as obras de mobilidade. Não foi o projeto Copa que as desenhou”, diz Maria do Livramento Clementino, membro do Observatório das Metrópo-les na capital do Rio Grande do Norte e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para Livra-mento, a Copa deixará como lição a difi-culdade do Poder Público brasileiro em realizar grandes obras de infraestrutura com data para conclusão. “Aqui em Na-tal, está tudo um caos, mas vai ter Copa porque o estádio está de pé, a rede ho-teleira suporta e o aeroporto velho con-tinuará funcionando”, opina.

Os problemas são semelhantes aos encontrados em Fortaleza, no Ceará, onde as obras de mobilidade urbana já não serão terminadas a tempo. A poucos me-ses da Copa, os projetos estão sofrendo

alterações, e o prazo está sendo extendi-do, analisa Rodolfo Damasceno Gois, mes-tre em Geografia pela Universidade Fede-ral do Ceará (UFC). “A obra que realmente será concluída é o estádio. Se você pensar, é feito primeiro o estádio, para só depois crescer e fazer a parte de mobilidade. De-veria ser o contrário.”

PRoTESToS x TURISmo

Os questionamentos e manifestações a respeito da Copa do Mundo de 2014 no Brasil são oriundos tanto da direita quanto da esquerda, catalizados por uma espécie de insatisfação geral entre alguns setores da sociedade, em espe-cial a classe média. No ano passado, além da vitória da Seleção Brasileira, a Copa das Confederações ficou marcada por protestos que reuniram 864 mil pessoas em seis cidades-sedes em que os jogos foram realizados, entre elas Salvador e Fortaleza. O balanço foi divulgado pela Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos (Sesge). De acordo com o órgão, o protesto realizado no Rio de Janeiro (RJ) reuniu o maior número de pessoas: 300 mil. A manifestação de Belo Horizonte ficou em segundo lugar, com 60 mil ativistas, seguida do ato de Salvador (20 mil) e Brasília (2,5 mil).

Por outro lado, apesar da onda de pro-testos, um estudo divulgado em abril pelo Ministério do Turismo concluiu que a reali-zação da Copa das Confederações em solo brasileiro movimentou R$20,7 bilhões na economia do País. Realizada pela Funda-ção Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pesquisa revela que R$11 bilhões são referentes a gastos de turistas, do Co-mitê Organizador Local e de investimen-tos públicos e privados. Os outros R$9,7 bilhões fazem parte da renda somada ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Des-te valor, 58% ficou nas cidades-sedes que receberam o evento esportivo. O restante foi distribuído pelo País. Segundo o minis-tro do Turismo, Vinicius Lage, o resultado mostra que o impacto do torneio não se restringe aos locais de realização dos jo-gos. “Eles têm impacto em todo o Brasil”.

foto: deMIs roUssosDentre as obas previstas em Fortaleza, no Ceará, está o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Na foto, a estação do ramal Parangaba-Mucuripe já pronta com o VLT.

Esses projetos são benéficos, porque

modernizam e possibilitam trazer mais turistas para

a cidade, benefícios que não podem ser muito contestados.

MAIO 2014 MAIO 2014 55

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fortaleza (Ceará)Serão R$948 milhões em investimentos para obras de mobilidade urbana no aeroporto Pinto Martins e no terminal marítimo de Mucuripe. Na área de mobilidade, existem seis projetos com previsão de entrega até maio de 2014. Entre eles, três BRTs e um VLT.

Recife (Pernambuco)Ao menos R$918 milhões foram destinados para as obras de mobilidade urbana e no porto do Recife. A única obra prevista para o aeroporto da cidade foi excluída do docu-mento. Dos sete projetos previstos na área de mobilidade, um está pronto: o viaduto da BR–408, responsável por dar acesso à Arena Pernambuco. A reforma no porto foi finali-zada em outubro de 2013.

PARA SABER mAIS

No Portal da Copa, website do Governo Federal, além de acessar informações sobre o campeonato, você pode conferirvídeos e fotos que traçam o andamento das obras nas 12 sedes do evento. São intervenções em estádios, mobilidade urbana, aeroportos e portos nas cidades que receberão as partidas em 2014: copa2014.gov.br.

natal (Rio grande do norte)Em Natal, a previsão é de R$ 1,1 bilhão, dividido entre obras de mobilidade urbana, no aeroporto e no porto. São três projetos de mobilidade, com previsão de entrega para este mês (maio). Entre as obras, estão a construção de um novo aeroporto no município de São Gonçalo do Amarante.

Salvador (Bahia)O valor das obras de mobilidade e reforma no aeroporto e no porto de Salvador somam R$172 milhões. As estruturas de acessibilidade no entorno da Arena Fonte Nova estão prontas, mas ainda estão inacabadas as rotas de pedestres na região, orçadas em R$7 milhões. A principal obra de mobilidade listada na Matriz de Responsabilidade, o BRT de acesso ao aeroporto, acabou excluída do documento. No aeroporto Deputado Luís Edu-ardo Magalhães, a reforma completa deverá ser concluída apenas em julho, durante a realizaçao do megaevento.

RAIo-x DoS INVESTImENToS

LINHA Do TEmPo

MAIO 201456

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MAIO 2014

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Tecnologia

por Pablo Braz

SegUrANÇA e PrODUtiViDADe NA CONStrUÇÃO CiVil Usados como apoio e absorção de pesos, o sistema de escoramento metálico proporciona eficiência e estabilidade na construção de obras

T razido para o Brasil na década de 1950, o sistema de escoramento

metálico foi inicialmente usado em obras de construção pesada ou pou-co convencionais. Com a racionaliza-ção do setor e a busca constante por métodos que otimizassem as obras, o processo começou a ser usado em empreendimentos imobiliários, le-vando os fabricantes e locadores a uma rápida adaptação ao novo ni-cho de mercado.

Definido como um conjunto de estruturas provisórias destinadas a suportar o seu peso próprio e o peso da peça a ser escorada, o sistema de escoramento metálico hoje é repre-sentado por equipamentos mais leves e versáteis, adequados à geo-metria das obras. De acordo com o engenheiro civil Jorge Souza, mestre em Construção Civil pela Universi-dade de Pernambuco (UPE) e pro-fessor de Estruturas Metálicas no

Centro Universitário do Vale do Ipo-juca (Univafip), os escoramentos me-tálicos atualmente são usados para todos os tipos de obras, desde as mais simples até as mais complexas, cumprindo um papel importante. “Eles dão apoio à estrutura de con-creto, até que esse material adquira resistência suficiente, além de absor-verem as cargas adicionais de traba-lho, como ferramenta, equipamentos e equipe da obra. São essenciais na hora de executar lajes, vigas ou ele-mentos que necessitem de apoio até se tornarem autoportantes”, explica.

O engenheiro ressalta também que esse sistema veio para o País como uma inovação tecnológica para a época e se perpetuou como tal até o ano de 2009, quando foi aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a primei-ra norma sobre forma e escoramen-to, a NBR 15.696. “O Sistema Nacional

de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores (Sinat) descreve que um produto ou serviço só deixa de ser inovação a partir de sua regulamen-tação em norma do país de atuação. Portanto, a NBR 15.696 veio padro-nizar essas rotinas executivas e dar mais qualidade e segurança ao ser-viço”, diz Souza.

De acordo com o professor, são muitas as vantagens na utilização do escoramento metálico, principal-mente quando comparadas ao uso da madeira. Destacam-se: a elevada absorção de carga, melhorando a capacidade de dimensionamento; a redução do consumo de fôrma devido à facilidade de montagem e desmontagem, diminuindo o des-perdício de materiais e permitindo o reaproveitamento de peças; e a re-dução de mão de obra nos canteiros. “O processo potencializa a rapidez na conclusão da obra, dando mais

Atualmente, os escoramentos metálicos podem ser utilizados em todos os tipos de obras: das mais simples às mais complexas.foto: dIVUlGAção

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MAIO 2014 59MAIO 2014

eficiência e agilidade, resultando em um ganho de produtividade, se comparado às técnicas tradicionais”, ressalta Jorge.

O pesquisador afirma ainda que o sistema de escoramento metálico proporciona uma maior segurança na construção da obra, pois impede o deslocamento excessivo de bordas, evitando problemas patológicos nos subsistemas e, quando bem dimen-sionado, esse sistema, que tem um conjunto rígido, não causa deforma-ções na hora de absorver e transfe-rir as cargas. “Porém, para tornar o processo mais seguro, é necessário que o responsável pela obra tenha o conhecimento pleno da norma NBR 15.696. Nela, o profissional irá encontrar tudo que precisa saber para acompanhar e cobrar o míni-mo de desempenho no canteiro. É preciso também ficar atento ao de-senvolvimento de novos produtos e tecnologias acerca do assunto”, complementa.

Para Renato Nunes, gerente de filial da Mecan, empresa brasileira fabricante e locadora de andaimes, elevadores e escoramentos, uma dessas novidades é o emprego das vigas do cimbramento em alumínio, o que reduz sensivelmente o peso, evitando problemas de ergonomia e, consequentemente, melhorando a produtividade em obra. Outra nova mudança apontada por ele são os equipamentos com maior capaci-dade de carga, que diminuem o uso de peças no conjunto, podendo au-mentar o espaçamento e melhorar o acesso no local do projeto. “O Brasil está em um processo de desenvolvi-mento e evolução nos métodos de execução nas obras, o que reflete no mercado de vendas e locação desse sistema”, conta.

Nunes diz que o mercado de lo-cação do escoramento metálico se demonstrou estável no primeiro trimestre de 2014, comparado com o ano de 2013, com percepção de

moderado crescimento a partir do mês de abril. Já o mercado de ven-da demonstrou uma leve retração, em relação ao mesmo período do ano anterior. “Isso aconteceu devido à queda no número de lançamentos de imóveis no final de 2013. Entre-tanto, nesse segundo trimestre, é possível perceber uma pequena rea-ção do mercado e uma movimenta-ção maior nas construtoras. Presumo que isso pode melhorar o mercado nos próximos meses”, esclarece.

Mesmo com a expectativa de um mercado promissor para o setor, Re-nato revela que ainda é preciso ven-cer o desafio da falta de mão de obra qualificada. “Pensando nisso, já estão se criando parcerias com algumas ins-tituições de ensino, disponibilizando informações e experiência para que possa qualificar esses profissionais. Acredito que com isso se possa evo-luir, podendo assim lançar novos mé-todos construtivos e tecnologias em escoramento metálico”, finaliza.

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Page 60: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

é cada dia maior o uso do Steel Frame nas construções.

Apesar de ainda ser uma parcela tímida,

o investidor e o construtor brasileiro

têm percebido os grandes benefícios.

60 MAIO 2014 61MAIO 2014

Tecnologia

por Isabela Morais

Steel FrAMeSistema de construção a seco baseado em estruturas de aço galvanizado permite obra rápida, limpa e econômica

Rapidez, praticidade, segurança, resistência e redução de desper-

dícios e custos. Essas são só algumas das vantagens da aplicação do mé-todo de construção a seco que tem encontrado cada vez mais espaço no mercado da construção civil brasilei-ra, o sistema construtivo Steel Frame. A tecnologia, já consagrada nos Esta-dos Unidos, no Japão e em diversos países da Europa, tem como conceito básico o uso de componentes indus-trializados no processo construtivo.

O Steel Frame é composto por um conjunto de estrutura metálica em aço galvanizado leve com fechamen-to em chapas internas e externas que compõem uma armação de baixo peso, mas ao mesmo tempo muito resistente. Após a montagem da es-trutura, em geral são aplicadas placas de cimento ou painéis de OSB para o revestimento externo. Já as paredes internas são compostas por placas de gesso acartonado (drywall), o que ga-rante uma superfície lisa, pronta para

receber o acabamento. No miolo, as soluções de isolamento termoacústi-co garantem desempenho acima do verificado no sistema tradicional de alvenaria. A tecnologia também é co-nhecida como Estruturas em aço leve, Construção LSF (Light Steel Framing), ou Construção em aço galvanizado.

VANTAgENS

Segundo Janilson Cassiano de Lima, consultor da Associação Bra-sileira de Construção Metálica (AB-CEM), o Steel Frame é método rápido, seguro e dinâmico, resistente ao fogo e com excelente desempenho térmi-co e acústico. Por se tratar de um sis-tema construtivo a seco, não faz uso de tijolos ou de cimento, e o concre-to só é empregado nas fundações ou caves. Por isso, tem a vantagem de ser mais leve, o que garante uma eco-nomia em fundações e estrutura. “Os especialistas calculam que seja possível

alcançar uma economia de cerca de 20% no valor das fundações”, garante.

Wenderson Lobo, arquiteto e co-ordenador técnico da Trevo Drywall, destaca que a tecnologia permite uma obra mais limpa e com pouco desperdício de material. “O canteiro de obras fica mais organizado, e há pouco uso de água. Seus materiais são recicláveis, a mão de obra é me-nor, e também o tempo para a execu-ção das obras diminui”, conta.

Por não utilizar tijolos, cimento ou concreto, a tecnologia é mais leve e econômica.foto: PlAClUx

Page 61: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

O Steel Frame pode ser utilizado em

qualquer situação, seja na construção de casas,

prédios, shoppings, hospitais e hotéis. Em todos os casos, deve-se contratar

um profissional habilitado.

MAIO 2014 61MAIO 2014

“É cada dia maior o uso do Steel Frame nas construções. Apesar de ainda ser uma parcela tímida, o investidor e o construtor brasileiro têm percebido os grandes benefícios. A cada dia, mais e mais profissionais se interes-sam em se qualificar para adotar essa nova tecnologia já largamente utiliza-da em todo o mundo”, avalia.

Para o consultor da ABCEM, não há dúvidas: “O Steel Frame é o sistema construtivo do futuro”.

Wenderson Lobo é arquiteto e coordenador técnico da Trevo Drywall.

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Como as paredes funcionam como shafts visíveis, a execução e manu-tenção de instalações elétricas e hi-dráulicas são facilitadas. “A logística torna-se mais ágil, pois o volume de material a ser transportado é menor”, explica o arquiteto. Outras vantagens do Steel Frame são o baixo impacto ambiental, a facilidade de monta-gem e manuseio e a otimização dos custos. Além disso, os perfis de aço galvanizado não contribuem para a propagação do fogo e oferecem mais resistência à corrosão.

De acordo com a necessidade do projeto, é possível utilizar diversos ti-pos de isolamento entre as paredes internas e externas, o forro e os telha-dos. Uma solução comum é o emprego de camadas de lã de vidro ou rocha no miolo, o que garante um desempenho térmico e acústico acima da média. Com a tecnologia, é possível fixar uma grande quantidade de mantas isolan-tes sem a necessidade de reforçar a estrutura das paredes. “Esse método construtivo foi concebido em um país com temperaturas rigorosas, portanto é um sistema com pouca troca térmi-ca entre interior e exterior”, comenta o consultor da ABCEM.

As limitações do Steel Frame são poucas, e a mais importante delas é a altura do empreendimento. Se-gundo Lima, seu uso é indicado para galpões e obras residenciais ou co-merciais com até quatro pavimentos. “A tecnologia permite adequar o pro-jeto para situações como isolamen-to térmico ou acústico, equilíbrio

de umidade no ambiente, evitando o conhecido problema de umida-de ascendente nas paredes”, conta. Lobo destaca: “O Steel Frame pode ser utilizado em qualquer situação, seja na construção de casas, prédios, shoppings, hospitais, hotéis, etc. Em todos os casos, deve-se contratar um profissional habilitado”.

ACEITAção No mERCADo

O Steel Frame tem encontrado cada vez mais espaço na construção civil bra-sileira, embora nossos números ainda sejam modestos em comparação com o mercado dos países desenvolvidos. Segundo dados do Centro Brasileiro da Construção em Aço, atualmente o metal está presente em 46% das novas construções nos Estados Unidos. No Brasil, seu uso estimado é de 3%.

Apesar das inúmeras vantagens de um sistema construtivo a seco, a tec-nologia, por aqui, ainda enfrenta certa resistência cultural. Por ser leve e não contar com o uso de cimento e con-creto, o sistema é erroneamente rela-cionado à fragilidade. A falta de infor-mações técnicas sobre a tecnologia também colabora para a propagação do preconceito. Lobo garante: “A dura-bilidade é a mesma de um empreen-dimento de alvenaria”. A resistência da estrutura, assegurada pelo metal, não a difere de qualquer outra edificação.

Mas, aos poucos, o sistema de cons-trução a seco tem rompido os para-digmas da construção civil brasileira.

DURABILIDADE Acima de 300 anos, com obras já comprovadas com mais de 250 anos nos EUA

FUNDAÇÃO Representa de 4 a 7% do custo total da obra

PRECISÃO Janelas e portas com precisão de milímetros

LINEARIDADE Estrutura em aço galvanizado: linear e com medidas precisas

CARGA ESTRUTURAL Tem em média 65kg/m2 (74% de redução de carga)

TUBULAÇÕES Colocação em tubulações sem desperdício e retrabalhos

PRAZOS Prazo de execução até 1/3 menor e com maior precisão

UTILIZAÇÃO DE ÁGUA Conhecido no Brasil como sistema construtivo a seco, o consumo de água é mínimo

MANUTENÇÃO Fácil detecção do problema e regularização simplificada

RESISTÊNCIA A FOGO Os produtos têm elevada resistência a fogo e não alastram

Page 62: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

por Isabela Morais

DrYwAllSistema construtivo a seco para paredes, tetos e revestimentos garante agilidade e limpeza na obra e excelente desempenho acústico

Drywall é um sistema construtivo de paredes, forros e revestimentos in-

ternos à construção, não estrutural, que utiliza perfis de aço e chapas de gesso. A tecnologia é formada por um miolo de gesso e aditivos e é revestida em ambos os lados com lâminas de cartão. Por fora, tem-se a aparência comum de uma parede de alvenaria. No caso das paredes, durante a montagem, é mon-tado um esqueleto com os perfis de aço, e as chapas de gesso são parafu-sadas de cada lado da estrutura. Em se-guida, é feito o tratamento das juntas e das cabeças dos parafusos, deixando a superfície pronta para receber pintura.

Nos Estados Unidos, no Japão e nos países da Europa, o sistema é ampla-mente disseminado há pelo menos 100 anos. Já no Brasil, os investimentos em construção a seco se expandiram a par-tir da década de 1970, com a chegada da primeira fábrica de drywall ao País. Até 1995, porém, o uso do sistema se restringia a prédios comerciais.

A consolidação da tecnologia acon-teceu na década de 1990, com a abertu-ra do mercado às multinacionais, o que permitiu a instalação de três grandes fabricantes no Brasil — a Knauf, a Lafar-ge Gypsum e a BPB Placo. Hoje, o siste-ma construtivo tem encontrado cada vez mais espaço no mercado como uma solução alternativa à alvenaria convencional.

VANTAgENS E APLICAçõES

Segundo Carlos Roberto de Luca, químico industrial e gerente técnico da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, a tecnologia oferece diversas vantagens. “A maior delas, com certeza, é a velocidade na

construção, reduzindo em cerca de 25% o prazo de conclusão”, afirma. A rapidez se deve pela facilidade do transporte das peças. Em média, cada m² possui cerca de 20 kg, enquanto as paredes convencionais chegam a 180 kg m².

“Os materiais usados são muito mais leves, reduzindo estruturas e fundações, o que se traduz indiretamente em eco-nomia. Durante a montagem, por não haver a necessidade de cimento ou de quebra de materiais, o sistema não gera lixo. Os resíduos da obra são estimados em no máximo 5% e são totalmente re-cicláveis, comenta.

As instalações elétricas e hidráulicas passam pelo interior das paredes, e, de-vido à natureza da tecnologia, os reparos são facilmente executados por um pro-fissional especializado, sem a necessida-de do famoso “quebra-quebra” de pare-des. Para Alex Ferreira, da Knauf Drywall, a tecnologia também permite soluções criativas para os projetos, como o uso de curvas e recortes para iluminação embutida. Além disso, é possível utilizar qualquer tipo de acabamento: pintura, textura, azulejos, granito, mármore, etc.

Outro ponto é que, por serem mais estreitas do que tijolos e blocos, as paredes permitem um ganho de área útil no projeto de aproximadamente 5%. Por fim, destaca-se o grande iso-lamento acústico proporcionado pelo material. “Se houver a necessidade de maior isolamento acústico, pode ser usada lã mineral internamente”, diz. A tecnologia é indicada para constru-ções residenciais de alto padrão e po-pulares, comerciais e industriais.

De acordo com o consultor técnico, o consumo de drywall tem crescido em torno de 12% ao ano no País, mé-dia acima dos índices de crescimento da própria construção civil brasileira. “Pesquisas têm mostrado que a resis-tência cultural que existia vem caindo à medida que o material é mais utili-zado e mais conhecido. As perspecti-vas para o futuro são as melhores com estimativas de grande crescimento na área residencial”, prevê de Luca. Se-gundo o técnico da Knauf, o consumo de chapas em todo o Brasil aumentou de 6 mil m² em 2004 para quase 20 mil m² em 2012.

62 MAIO 2014 ATMAIO 2014

Tecnologia

Uma das vantagens da tecnologia é a liberdade no uso de acabamentos.

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Page 63: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

Tendênciasrenato leal questiona a utilização de sistemas construtivos sustentáveis nas obras da Copa do Mundo de 2014.P. 68

Resiliência Urbanao engenheiro luiz Priori vai até Veneza, na Itália, faz uma análise do planejamento da cidade e traz exemplos para o Brasil.P. 78

ano IV | nº 21 | maio 2014

EntrevistaPresidente da Abema, Hélio Gurgel, fala sobre a política pública do licenciamento ambiental e o desenvolvimento sustentávelP. 65

UM NOVO OLHARCom novas propostas pedagógicas, escolas já contam com professores,

alunos e pais na concepção do projeto arquitetônico do ambiente de ensino. A ideia é tirar proveito das edificações para estimular o aprendizado

P. 72

Page 64: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

entrevista

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Page 65: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

O MeiO AMbieNte É reSPONSAbiliDADe De tODOS

Hélio Gurgel

entrevista

Presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), o advogado ambientalista Hélio Gurgel Cavalcanti é exemplo de compromisso e dedicação com as questões ambientais.Fundador e primeiro presidente da Comissão de Meio Ambiente da ordem dos Advogados do Brasil, Seção dePernambuco, Hélio é reconhecido como um dos mais atuantes defensores do desenvolvimento sustentávelno País. dono de um rico e extenso conhecimento, já publicou artigos e livros e participou de congressos eseminários no Uruguai, na Argentina, em Portugal e na frança. Gurgel ocupa ainda os cargos de membro da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e de Conselheiro do Conama. O repórter Pablo Braz conversou com o advogado. O bate–papo contou com a participação da arquiteta, assessora técnica da Associação das empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco e conselheira da Revista Construir Nordeste, elka Porciúncula. Confira a entrevista.

por Elka Porciúncula e Pablo Braz

Page 66: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

entrevista

O meio ambiente é responsabilidade de todos, ou seja, da

coletividade e do Poder Público. Cabe ao Poder

Público exercer seu papel, mas é cobrado

também como obrigação da

coletividade esse cuidado sobre

o ambiente.

Como é possível tornar o processo de

licenciamento ambiental mais ágil e cla-

ro para a construção civil, respeitando o

meio ambiente?

No licenciamento ambiental, pode ha-

ver um avanço muito grande a partir do

momento em que o empreendedor apre-

sente um projeto a ser licenciado de uma

forma conclusiva e abrangente, que inclua

ao mesmo tempo todas as possibilidades

dentro do reaproveitamento de água, re-

dução de energia, destino de resíduos e

efluentes em geral, tudo o que vem a ser

estabelecido pela legislação. O processo

poderia ser muito mais simples e objetivo

se houvesse a quebra de alguns paradig-

mas e exigências que são descabidas e ina-

ceitáveis, através de mudanças na lei. En-

quanto isso não for feito, ao agente público

ambiental cabe observar e exigir aquilo

que a legislação obriga.

Há realmente muito o que se pensar

nesse trabalho. A Abema, por exemplo,

analisa possibilidades de se simplificar o

processo, que tendem a ser elucidadas

em pouco tempo. Não se pretende criar

dificuldades para o empreendedor e nem

atravancar o progresso, mas fazer com que

isso flua de forma mais objetiva, porque as

dificuldades somente fazem florescer irre-

gularidades, tanto da parte do empreende-

dor quando da parte do mau agente pú-

blico ambiental. Verifica-se, ainda, que não

é inchada e extremamente burocrática. É

fato notório que o organismo estatal não

anda com tanta disposição e operação.

Até bem pouco tempo atrás, a questão do

licenciamento ambiental não tinha tanta

importância para o governo. Há menos de

20 anos é que se vem trazendo à luz o sig-

nificado disso e o papel do Estado na fisca-

lização das relações ambientais. Os recur-

sos sempre foram também destinados em

grande parte para as questões de seguran-

ça e saúde, que são realmente prioritárias.

Os assuntos ambientais foram deixados

em segundo plano, o que levou o Sisnama

a funcionar de uma forma insatisfatória. Por

isso, hoje estamos enfrentando um quadro

nacional seríssimo, como o abastecimento

de água, em que os reservatórios brasilei-

ros atualmente só contam com 35% de sua

capacidade. Mas passou-se agora a se dar

mais atenção a essa atividade, que é de res-

ponsabilidade do Estado também. Portan-

to, vale ressaltar que a questão ambiental,

de acordo com a constituição, é uma res-

ponsabilidade dividida. O meio ambiente é

responsabilidade de todos, ou seja, da cole-

tividade e do Poder Público. Cabe ao Poder

Público exercer seu papel, mas é cobrado

também como obrigação da coletividade

esse cuidado sobre o ambiente.

A redução do consumo de água e o ge-

renciamento de resíduos da construção

civil são duas grandes questões para a

sustentabilidade. Como o senhor avalia

a regulamentação do uso de água e dos

resíduos da construção civil?

A regulamentação do uso de água e

dos resíduos da construção civil tem que se

basear nos princípios de reduzir, reutilizar,

recuperar, repensar e recusar, norteando,

assim, um consumo responsável. Mas isso

depende muito do próprio empreendedor

e daquele que vai usufruir do empreen-

dimento, o futuro habitante, que são elos

importantes da cadeia. Tem-se percebido

que alguns empreendedores têm adota-

do técnicas de Greenwashing, uso de uma

imagem ambientalmente responsável que

não condiz com a realidade, por meio de

ações de marketing que fazem tudo pare-

cer verde, mas que de fato não é. Mas verifi-

co também que existem empreendedores

há mecanismos bem eficientes que façam

uma fiscalização detalhada das obras, uma

checagem apurada de rotina, que possa

gerar um relatório efetivo sobre determi-

nadas construções, não somente se estão

devidamente licenciadas, mas se estão

dentro dos parâmetros sustentáveis.

Qual seria, então, o papel da Abema den-

tro dessa política de licenciamento e de

gestão ambiental?

A Abema busca uma relação articula-

da entre União, estados e municípios com

base nos princípios de gestão ambiental

compartilhada e de descentralização de

políticas públicas, promovendo a coo-

peração e o intercâmbio de informações

ambientais entre os órgãos de meio am-

biente do País. Além disso, promove a par-

ticipação da sociedade nos mecanismos de

Gestão Ambiental e na articulação com os

demais setores para viabilizar programas

e projetos que contemplem o desenvolvi-

mento sustentável.

Pensando nisso, a Abema produziu em

2013 um documento intitulado Novas Pro-

postas para o Licenciamento Ambiental para

o Brasil, em que se tem propostas formula-

doras de novas políticas ambientais, a con-

vergência de legislação estadual e federal,

notadamente sobre resoluções do Conse-

lho nacional do Meio Ambiente (Conama),

fazendo o paralelo com disposições trazi-

das por diversos órgãos normativos, como

a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT). A ABNT, por exemplo, não é um ór-

gão oficial do governo, e sim uma associa-

ção com parâmetros estabelecidos e que,

pela sua credibilidade, apresenta normas

que são utilizadas amplamente, porque

apresenta uma base técnica, um conteúdo

extremamente pontual e qualificado, que

serve de norte para elaboração e disposi-

ção das normas ambientais.

E como o Poder Público, através do Sis-

tema nacional de Meio Ambiente (Sis-

nama), tem se comportado diante das

questões ambientais?

É preciso considerar não só o Sistema

Nacional de Meio Ambiente (Sisnama),

mas a máquina estatal como um todo, que

66|8

Page 67: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

conscientes e responsáveis que estão bus-

cando não somente medidas sustentáveis

na implantação do empreendimento, mas

também no desenvolvimento futuro do

projeto. Soluções que o morador possa

manter depois. Por exemplo, um projeto

que prevê o reúso de água com uma cis-

terna subterrânea de 500 mil litros, que,

diante de um total colapso do forneci-

mento de água pública, possa ser suficien-

te para abastecer os moradores através da

captação da água de chuva. Projetos que

vão futuramente prever a instalação de

painéis solares e a fixação de geradores

eólicos também são medidas de sucesso

para o empreendimento.

Em relação aos resíduos da construção

civil, a legislação veio disciplinar o que em

parte já vinha sendo feita por alguns em-

preendedores conscientes, que entendem

que esses recursos constituem riquezas,

verdadeiras matérias–primas. A reutilização

de resíduos provenientes da demolição de

prédios em outras obras, a transformação

de vidro moído em areia e outras técnicas e

estudos trazem para o empreendedor uma

considerada economia. É importante refor-

çar também que a normatização sobre o

destino desses resíduos exime a responsa-

bilidade do Poder Público de retirar esses

entulhos, além de propiciar ao empreende-

dor e aos que trabalham com reciclagem

melhorar seus lucros operacionais.

E quanto ao uso de bens naturais certifi-

cados por parte da construção civil?

Um exemplo seria a questão do uso da

areia, em que a construção civil é a maior

usuária desse bem mineral. Esse ponto foi

ordenado pelo Poder Público. Quando o

empreendedor utiliza a areia, muitas vezes

não está interessado em receber a certi-

ficação da proveniência desse produto,

para saber se foi explorada de uma forma

política e ambientalmente correta. Agora,

o Conselho Nacional de Meio Ambiente

acolhe a denúncia, institui um grupo de

trabalho e elabora um parecer para então

se criar um normativo para a exploração

de areia em rios. Isso gera consequências

positivas, sobretudo ao evitar o dessaso-

reamento de alguns rios que precisam ser

dragados naturalmente para terem seus

cursos mantidos, evitando assim trans-

bordamentos e enxurradas. O resultado

foi a resolução 01/2013, que disciplina a

autorização de areia para utilização na

construção civil. Já existe no setor a obriga-

ção do uso de madeira certificada, porém

haveria uma necessidade de ajustes para

fazer a exigência com relação ao uso da

areia, através de estudos de rastreamento

e análise laboratorial. Mas hoje já se avan-

çou bastante. Por exemplo, com relação ao

uso da madeira, é exigido o Documento de

Origem Florestal (DOF), que certifica a ori-

gem daquela madeira, evitando, assim, a

banalização do desmatamento. Em alguns

estados, é necessário até mesmo “chipar” o

caminhão e a carga para que não se utilize

o mesmo DOF várias vezes. O documento,

junto com o chip, permite não só garantir

que aquele transportador está levando

uma única carga para o destino final, como

também permite o rastreamento da carga

para evitar que ela seja desviada para ou-

tras áreas não pré-delimitadas.

A resolução do Conama de 1988 definiu

as unidades de conservação da natureza.

Dentro dessa resolução, cada Estado de-

finiu as suas unidades de conservação, e

cada município tem seu enquadramento

nessas unidades. Deverá existir uma nor-

matização dos usos que são feitos em

cima dos conselhos de meio ambiente

para cada área delimitada. Como é que

se configura a avaliação desses códigos

de utilização do solo pelos conselhos de

gestão em relação a essas unidades de

conservação da natureza?

A diversidade de tipos de área de con-

servação leva a uma adequação na legis-

lação, sendo exigido um estudo prévio

adequado, porque envolve não somente

as questões da flora, mas também da fauna.

É uma situação em que se trabalha esses

recursos naturais, flora e fauna conjunta-

mente, para que haja uma integração não

somente no ambiente florestal, mas sobre-

tudo no ambiente urbano. Pensando nisso,

cada conselho de gestão se autorregulará.

Respeitado os limites, ele disporá sobre

sua forma de reunião, de divisão, porque a

ideia é de trazer autonomia, observado as

limitações superiores e hierarquicamente

estabelecidas. Isso é uma forma de descen-

tralizar e democratizar a gestão, pois os con-

selhos são compostos de pessoas que estão

presumivelmente envolvidas com o local,

que já se tem o conhecimento daquela área

e irão otimizar a utilização dos recursos que

foram disponibilizados e traçar metas efica-

zes para chegar a resultados adequados.

Com relação à regularização da legis-

lação ambiental, o que tem sido feito

quanto às competências municipais, es-

taduais e federais para licenciamento de

projetos na construção civil?

Há uma evolução na legislação ambien-

tal muito recente. Nos dois últimos anos,

ocorreu uma grande transformação a par-

tir da aprovação do código florestal e, so-

bretudo, através da Lei Complementar 140,

que trouxe pela primeira vez a possibilida-

de do município fazer o licenciamento am-

biental, pois o que antes era prerrogativa

somente da União e dos estados passou a

ser também do município. É necessário, en-

tão, que os municípios se estruturem para

licenciar, passando depois a legislar sobre

seu ambiente local, dentro das restrições

que são possíveis. No entanto, as propostas

que houver para licenciamento através de

análises de estudos ambientais serão atri-

buídas ao município que dispuser de estru-

tura para tanto. Isso ajuda a não sobrecarre-

gar por sua vez o Estado, que é obrigado a

fazer a fiscalização de todos os municípios.

Por exemplo, Petrolina, município de Per-

nambuco, fundou sua própria Agência de

Meio Ambiente, espelhando-se totalmente

na estadual, mas mantendo sua autonomia.

Porém, em direito ambiental, existe o prin-

cípio de hierarquização das leis, no qual a

legislação inferior não poderá ser menos

restritiva do que a superior, ou seja, se um

determinado dispositivo ambiental deter-

mina em um diploma federal que a distân-

cia de uma margem seja de 50 metros, ao

estado que legislar sobre isso o poderá fa-

zer desde que seja uma distância maior. O

mesmo vale para município e Estado. E não

será diferente em relação aos conselhos

municipais, estaduais e o federal do meio

ambiente, que devem obedecer até com

muito mais critério esses princípios que já

estão estabelecidos pela legislação.

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* Renato Leal estrutura negócios, atuando no Brasil e em Portugal

renato leal *

Desde o momento em que fomos pleitear à Fifa a realização desta Copa do Mundo

de 2014 que posicionei-me de uma forma contrária, por entender que o País tinha outras prioridades estuturais de foco e investimen-to, tais como saúde, educação e formação de infraestuturas que viessem a criar condições para o desenvolvimento da indústria, da agri-cultura e dos serviços e para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.

Agora, na iminência da sua realização, vejo que esse sentimento é geral da sociedade bra-sileira e que nada mais há a fazer, senão torcer para que o vexame — tanto em campo quanto na sua realização - seja o menor possível.

Há poucos dias do início da copa — e como o tema aqui é sustentabilidade — andei pensan-do sobre esta perspectiva e resumo aqui alguns temas para a reflexão e que gostaria que as en-tidades competentes tivessem as respostas.

1. Sobre a sustentabilidade dos estádios: Estando alguns ainda não concluídos, ou seja, feitos numa louca corrida contra-tempo, pergunto-me se foram escolhidos materiais e sistemas construtivos que respeitaram os princípios básicos da sustentabilidade. Houve preocupações com consumo energético e de água durante e para o período pós-copa? Fo-ram utlizadas tecnologias que permitam que cada um desses estádios sejam provedores de energia elétrica, e não consumidores? Foram feitos investimentos na produção de energia limpa ou vamos ter que ligar as nossas termo-elétricas dia e noite? E pensou-se na criação de vizinhança arborizada, de forma a compensar a aridez dos estádios e seus estacionamentos? Tempo nós tivemos de fazer da forma correta.

2. Sobre as soluções de mobilidade: Em diversas capitais do País, que sediarão jogos da Copa do Mundo, passou-se ao público em geral que o grande investimento público seria na infraestrutra, e que nos estádios a predominância seria de recursos privados. Fechado o balanço — se é que um dia vão fe-char — foi isso o que realmente ocorreu? Nas opções escolhidas para o transporte público nas cidades, foram consideradas as melhores

no longo prazo — amigas do ambiente, com menos geração de poluição e resíduos — ou se ambarcou nas soluções possíveis sem considerar a consequência ambiental?

3. Sobre o tratamento dos resíduos das obras e do período da Copa: Todos sabemos do impacto dos resíduos produzidos pela construção civil, problema que permeia desde as pequenas obras de reforma e construções individuais até os grandes prédios e obras pú-blicas. O que dizer das obras dos estádios? Para onde foram os resíduos gerados? Foram reútli-zados nas obras? As obras de apoio, em caráter não permanente, terão todos os seus materiais reaproveitados? E durante a Copa do Mundo?

Somente três reflexões, pois o espaço é curto. Se as respostas a estas perguntas foram predominantemente não, mais uma vez per-demos uma oportunidade de nos mostrarmos como um País com preocupações ambientais, que busca incessantemente a modernidade, o desenvolvimento e o bem-estar social, numa lógica de um desenvolvimento sustentável. Que pena. Podem chamar de preciosismo por eu estar cobrando uma postura diferente com relação à Copa. Mas estou sendo coerente com um dos argumentos que foi utilizado para ir-mos atrás dela: Uma oportunidade de mudar a imagem do Brasil no mundo.

Valorizando a sustentabilidade e o meio am-biente em todas as etapas da Copa, estaríamos dando uma lição ao mundo. Pelo jeito, perde-mos essa oportunidade. Pelo andar da carrua-gem, vamos sair pior na fotografia do que está-vamos antes. Mais uma vez, que pena.

Valorizando a sustentabilidade

e o meio ambienteem todas as etapas da Copa, estaríamos

dando uma lição ao mundo.

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TENDÊNCIAS

eM teMPOS De Copa do mundo

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eFiCiêNCiA eNergÉtiCA hOJe OU COlAPSO AMANhÃVolkmar Denner*

Como o planeta poderá satisfazer sua sede por energia nas próximas décadas é uma

das questões mais importantes da atualidade? A expansão mundial das energias renováveis e o futuro da geração de energia elétrica estão atualmente no centro da discussão energética. Proponho adotar aqui uma visão mais ampla: o aumento da eficiência energética e a reestrutu-ração da geração de energia devem caminhar juntos. De acordo com a International Energy Agency (IEA), a participação global de eletricida-de gerada a partir de fontes renováveis aumen-tará para 30% até 2035. Os demais 70% terão de ser atendidos por fontes de energia convencio-nais. No entanto, as fontes são finitas, os custos estão aumentando, e o impacto de utilização das mesmas é prejudicial ao meio ambiente.

Apenas aprimorando radicalmente o nosso histórico em eficiência energética poderemos reduzir o consumo de energia, assegurar o fornecimento, reduzir o preço da implantação de energias renováveis, as emissões de CO2 e atenuar o aumento do custo da energia para consumidores e empresas. Nesse sentido, à medida que avançamos em direção a uma fonte de energias renováveis, o aumento da eficiência energética desempenhará um papel ainda mais importante.

É necessário ressaltar que a tecnologia avan-çada é a pedra angular de qualquer estratégia de eficiência energética. Temos que trabalhar firme para desenvolver e implantar tecnologias relevantes em todas as áreas de consumo.

Uma das metas é usar uma ampla gama de tecnologias para melhorar a eficiência energé-tica e reduzir as emissões de CO2. Através das tecnologias disponíveis atualmente, já é possí-vel atingir reduções significativas no consumo e nas emissões de CO2 dos motores de com-bustão interna. Mas, apesar desse potencial dos motores de combustão interna, o futuro pertence à mobilidade elétrica. O conforto e a acessibilidade ao dirigir são decisivos para o desenvolvimento dos produtos da mobilidade elétrica. Com isso, as e-bikes se tornaram um grande sucesso em um curto período de tempo.

*Dr. Volkmar Denner é presidente mundial da Robert Bosch GmbH

É preciso também melhorar a eficiência dos edifícios existentes, bem como desenvolver projetos inovadores para os novos empreendi-mentos. Com modernas tecnologias de aque-cimento, como as caldeiras de água quente e os sistemas de controle, já podemos economi-zar muita energia. Olhando para o futuro, exis-te a casa energy-plus, ou seja, uma residência que gera mais energia do que consome.

E isso me conduz a outro ponto: o com-portamento e as atitudes das pessoas são tão igualmente importantes. Caso contrário, o uso generalizado das tecnologias avançadas não se estabelecerá.

O relatório mais recente da IEA diz que as soluções de eficiência não estão sendo promo-vidas rápido o suficiente, de forma a contribuir de maneira substancial para garantir o forneci-mento, a acessibilidade e a proteção climática. A eficiência energética tem que ser essencial-mente levada em consideração dentre milha-res de decisões diárias de investimentos reali-zados pelas empresas e pelos consumidores.

Todo mundo fala sobre economizar em im-postos, mas quase ninguém fala com a mesma paixão sobre economizar energia. Mas esse deveria ser o nosso principal objetivo. Já foram dados alguns passos nessa direção, como os sistemas para a identificação do consumo de energia de eletrodomésticos, que estão sendo utilizados com sucesso na Europa. Há também discussões sobre a necessidade de modernizar as residências, assim como progressos existem no campo da eletromobilidade. Até mesmo a discussão sobre os custos com a eletricidade tem o seu lado positivo. Isso significa que a efi-ciência energética está começando a ganhar relevância junto à sociedade.

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eu digo

Todo mundo fala sobre economizar em impostos, mas quase ninguém fala com a mesma paixão sobre economizar energia.

Mas esse deveria ser o nosso

principal objetivo.

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BOAS PRÁTICAS

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APPO aplicativo Lixarada promete ser um aliado na denúncia de lixões clandestinos, incluindo aqueles que acumulam resíduos advindos do setor da construção civil. O app foi projetado pela WiseWaste, empresa nacional pioneira no segmento de logística reversa e valorização de resíduos, que alertou para a falha de implementação de um sistema de coleta seletiva no Brasil, fazendo com que muitos resíduos não sejam destinados corretamente. O Lixarada funciona assim: depois de baixado, o aplicativo pede que o usuário preencha um cadastro para criação da conta. A partir daí, as pessoas podem tirar fotos do local a ser denunciado e encaminhar as queixas de forma anônima ou não. A WiseWaste compila as reclamações em um relatório e manda para as prefeituras ou subprefeituras. A denúncia ainda pode ser compartilhada no Facebook, tanto pelo denunciante como por outros usuários do app. Segundo o desenvolvedor do aplicativo, Guilherme Brammer, o Lixarada também serve como um instrumento de participação dos cidadãos no cumprimento da Lei no 12.305, a qual determina que os lixões a céu aberto sejam extintos até 2014. “O aplicativo consegue envolver a população e o Poder Público na solução desse problema, que ainda é comum nas cidades em todo o Brasil”, reforça Brammer. Atualmente, o Lixarada está disponível apenas para sistema IOS (IPhone) e tem previsão de lançamento para Android ainda este ano. O app pode ser baixado gratuitamente através do site: http://www.wisewaste.com.br/lixarada

SeNSibiliDADeCaracterizado como um dos resíduos deixados em obras de construção civil, os sacos de cimento podem ser reaproveitados de maneira sustentável e criativa ao invés de serem simplesmente descartados. A prova disso é o trabalho realizado desde 2010 pelas artesãs da Cooperativa de Trabalho e Produção das Pessoas Unidas de São Sebastião (Cooperunião), localizada na região administrativa do Distrito Federal (DF), que elabora charmosas flores para decoração a partir dos sacos de cimento. O grupo, formado por quatro Marias (Maria Freitas, Ivonete Maria, Maria José e Maria Nilda), explica que adequou a técnica de fazer flores com filtros de café usados ao papel kraft dos sacos de cimento, que são materiais resistentes, lembrando o couro. Essa transformação passa por cinco etapas: coleta nas obras de construção, lavagem dos sacos de cimento, tingimento, corte das pétalas e folhas e montagem das flores, finalizando o processo com a impermeabilização das peças. Um dos que aprovam o trabalho artístico é o estilista Ronaldo Fraga, que já encomendou as flores para decorar dois de seus desfiles, um em Brasília e outro em Belo Horizonte. Além das flores, carro-chefe da produção, a cooperativa também elabora capas para agendas e cadernetas, porta-lápis, caixas para presentes, chaveiros e outros itens artesanais.

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NOVOS PrOJetOS PArA NOVAS eSCOlASQuando você pensa em uma escola, qual a primeira imagem que vem à sua cabeça? Se for aquela tradicional, uma sala quadrada, cadeiras enfileiradas e professor na frente, saiba que essa proposta está desatualizada. Crianças e jovens não são os mesmos de décadas atrás — e nem poderiam. embora muitas vezes ignorada, essa nova geração pede dinâmica, interação e tecnologia. Atualmente, o projeto de uma escola não é apenas desenhado por arquitetos e engenheiros, é preciso também do olhar de professores, pedagogos e alunos. Esse é o primeiro passo para a conquista de uma educação eficiente.

por Patrícia Félix

foto: IstoCKPHoto.CoMAlunos e comunidade devem participar ativamente do projeto do ambiente escolar.

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São diversos os fatores responsáveis pela concepção de uma escola modelo — muito embora, segundo a arquiteta e professora titular da Universidade Es-tadual de Campinas (Unicamp), Doris Kowaltowski, uma instituição conside-rada ideal não existe. Ela é uma das de-fensoras de que a arquitetura escolar influencia diretamente em uma edu-cação de qualidade. De acordo com a arquiteta, um ambiente bem organi-zado, limpo e com equipamentos que funcionam em um número adequado e no lugar certo possui condições mí-nimas para um ensino mais eficiente e produtivo. “A psicologia ambiental nos mostra que um lugar atraente, bonito e estimulante, esteticamente falando, é uma base de qualidade das relações e reflete o comportamento humano com menos agressividade”, explica Kowaltowski.

A professora esclarece que, em li-nhas gerais, a arquitetura escolar deve representar a pedagogia adotada. É necessário ter uma inserção urbana sensível que converse com a vizinhan-ça; um pátio com projeto paisagísti-co para abrigar tanto as brincadeiras,

como servir de sombra e abrigo para dias chuvosos; salas de aula generosas para permitir vários tipos de ativida-de; laboratórios que funcionem bem e com boas ferramentas. “É importante pensar no desenvolvimento de ativi-dades de ensino no exterior. Os alunos precisam ter espaço para descanso e para desenvolver trabalhos em grupo fora da tradicional sala de aula. O re-feitório deve ser um lugar agradável, e a comida pode ser preparada de vez em quando pelos próprios alunos. Po-demos ensinar física através da arqui-tetura colocando um relógio de sol na sala de aula, por exemplo. Os alunos aprenderiam sobre o movimento do Sol e a geometria com a sombra”, com-pleta Kowaltowski.

Quando falamos em sustentabilida-de, vale lembrar que um dos principais objetivos é que a escola sirva de exem-plo e seja extensão para aplicação no dia a dia dos alunos. Nesse sentido, algumas medidas simples podem ser adotadas. “O gasto de energia elétrica pode ser mostrado em painéis embuti-dos nas paredes para acesso interativo. A água da chuva deve ser conduzida

em condutores transparentes para tanques e usada para regar as áreas verdes e para a limpeza dos pátios. O projeto da edificação deve ser um pro-jeto bioclimático”, pontua.

Kowaltowski diz que, no Brasil, os arquitetos possuem ideias muito boas, mas não conseguem colocar em práti-ca por causa da burocracia e dos cus-tos. Ela ressalta ainda que, na Inglaterra, há um órgão chamado Design Council, que publica informações interessantes sobre o tema. Nos Estados Unidos, há cooperativas que se preocupam em melhorar o ambiente escolar, como o Cooperative of High Performance School (CHPS). Há também o Design Share, um site com análises de projetos.

foto: sHUtterstoCK.CoMEspaços ao ar livre também devem estar previstos para as atividades fora das salas de aula.

A psicologia ambientalnos mostra que um

lugar atraente, bonito e estimulante, esteticamente

falando, é uma base de qualidade das relações e reflete o comportamento

humano com menos agressividade.

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No BRASIL

Existe no Brasil um enorme abismo entre uma escola e outra, tanto na esfe-ra pública quanto na privada. Entretan-to, ainda que de forma tímida, alguns investimentos já estão sendo feitos. Segundo o arquiteto Luiz Neves, atual presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco/PE), no Recife, os grandes e tradicionais colégios parti-culares têm feito reformas em suas es-truturas com o objetivo de adaptarem seus espaços às necessidades atuais. “Os colégios mais novos, nesse seg-mento, possuem estruturas mais atu-alizadas, mas ainda com uma grande dose de improviso arquitetônico, seja por conta das limitações espaciais em função da localização ou até mesmo pela não valorização da arquitetura como um elemento fundamental para as condições de ensino”, diz.

O problema se agrava no setor pú-blico, principalmente em instituições municipais, onde a disponibilidade de terrenos em relação à demanda de lo-calização é uma dificuldade a ser en-frentada. “Em muitos casos, essas esco-las funcionam em antigas residências não adaptadas à dinâmica e às práti-cas escolares, embora tenhamos bons exemplos de arquitetura educacional e uma linha de financiamento federal

para a reforma e construção de novas unidades educacionais”, destaca Neves.

Para o arquiteto, um aspecto impor-tante para a concepção de um bom projeto de arquitetura escolar é a me-diação com a comunidade onde ele será inserido, principalmente quando se trata de escolas públicas, uma vez que a sociedade é o principal cliente. Traba-lhando todos esses aspectos, deve-se somar a criatividade e a capacidade de inovação da equipe de projetistas, par-tindo de uma arquitetura que encontre o equilíbrio entre a estética, funciona-lidade e relação custo-benefício até a elaboração de um bom plano de obras que permita ao construtor levantar o prédio e as infraestruturas dentro de um prazo e custo aceitáveis.

“Não há como desenvolver com plenitude o aprendizado em ambien-tes improvisados e/ou insalubres. O mobiliário adequado também é es-sencial à performance. Isso vale tanto para o educando quanto para o edu-cador”, salienta Neves. O arquiteto afir-ma que existe uma teoria nascida em 1930 chamada Teoria dos Big Five. Essa hipótese relaciona cinco habilidades necessárias ao processo de ensino--aprendizado, que remetem à aber-tura a novas experiências (inovação), disciplina e organização, amabilidade e tolerância, extroversão e sociabilida-de e estabilidade emocional. Uma boa

arquitetura aliada a uma boa gestão administrativa são indispensáveis para o desenvolvimento dessas habilidades.

“Muitos educadores afirmam que o Brasil possui uma infraestrutura esco-lar do século 19, um corpo docente do século 20 e um corpo discente do sé-culo 21. Acredito que o envolvimento da sociedade com a gestão da escola é o primeiro passo para a melhoria da estrutura. Com esse envolvimento, os aspectos relativos às questões espa-ciais (tamanho, conforto, iluminação, mobiliário) e às questões de manuten-ção (depredação, sujeira, furtos) ten-deriam a naturalmente ser resolvidas, sempre com o envolvimento de profis-sionais habilitados”, finaliza Neves.

ESCoLA CíCERo DIAS

A Escola Técnica Estadual Cícero Dias, no Recife, em Pernambuco, faz par-te de um grande projeto, fruto de uma Parceria Público–Privada (PPP) entre as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e de Pernambuco e o Instituto Oi Futuro. Voltado para a pes-quisa e o desenvolvimento de soluções educacionais, o programa Núcleo Avan-çado em Educação (Nave) capacita estu-dantes para profissões na área digital, além de ser responsável pelos projetos arquitetônicos das escolas atendidas.

De acordo com a gestora da Escola Técnica Estadual Cícero Dias, Aldineide de Queiróz, a ideia inicial do projeto arquitetônico da instituição está inti-mamente arraigada à filosofia abraçada pela escola, denominada Educação In-terdimensional. Para se adequar à rotina escolar, por exemplo, os edifícios pos-suem várias janelas, como simbologia ao acesso ao conhecimento. As salas de aulas são formadas por carteiras estu-dantis que se interligam num formato de 180º, propiciando uma maior intera-ção entre os estudantes — uma vez que eles trabalham em times, além de trazê--los mais próximos do professor/edu-cador. “Elaboramos tudo com base em conceitos que trabalhassem as noções

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A professora Doris Kowaltowski acredita que o espaço físico da escola influencia no trabalho e aprendizado.

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volumétricas em seu entorno, de modo a unir setores como: administração e sala dos professores, salas de aula e la-boratórios, a biblioteca e o auditório, permitindo que todos os espaços este-jam ligados e de certa forma abracem o pátio interno. Tal tipo de distribuição propicia melhor visão em qualquer ponto da escola, além de favorecer a ventilação e provocar o encontro dos nossos jovens nos horários do intervalo e na culminância de atividades exter-nas às salas de aula”, esclarece.

A estudante Beatriz Feijó, 19 anos, do 3º ano do Ensino Médio, confirma. Na opinião dela, o ambiente escolar foi pensado e planejado para o bem–estar do aluno. “A estrutura nos dá a oportu-nidade de sair da sala e poder nos ligar com a natureza. Pelo fato de a escola ser integral, os intervalos são os momentos em que temos para unir os amigos no pátio, e respirar ar fresco, uma forma de recarregar as nossas energias”, comenta.

A arquitetura escolar é essencial para um aprendizado eficiente. Ten-do como lema a frase portas e janelas abertas para o conhecimento, a Cícero Dias investe em interação e dinâmica. Aldineide pontua que a proposta não se limita apenas à estrutura, mas tam-bém às práticas desenvolvidas diaria-mente pelos educadores. “Graças ao layout acolhedor da biblioteca — de-nominado Espaço de Acesso ao Conhe-cimento —, os professores de Língua

Portuguesa fazem rodas de leitura e debates com convidados relaciona-dos ao assunto trabalhado em sala de aula; o pátio aberto e ventilado tam-bém é usado como sala de aula para aulas dinâmicas e expositivas; os la-boratórios de ciências e jogos digitais também possuem diversos cuidados para que possamos extrair o máximo de aprendizagem do educando. Sem esquecer que a escola atende a todos os requisitos de acessibilidade, rece-bendo também estudantes com limi-tações físicas.”

Aldineide acredita que, para que nada interfira na disposição de aprender, é preciso planejamento,

lembrando que o ambiente precisa ser estimulante, explorando a criativi-dade. “O sistema de ensino precisa de mais Parcerias Público–Privada com essa visão e prioridade. Queremos dar um basta nas escolas tradicionais com layout de hospital ou prisão, ne-cessitamos de uma estrutura livre, aberta e fluida, para que o estudante sinta-se livre e bem acolhido. A escola não pode ser um local de isolamento. A administração/gestão não precisa estar localizada em um ponto estraté-gico para vigiar ou punir. Hoje, nossas práticas são pautadas no desenvolvi-mento de um jovem autônomo, com-petente e solidário”, conclui.

foto: MIdIAedUCAção do NAVe reCIfe

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Na escola Cícero Dias, no Recife, os ambientes foram pensados de acordo com a filosofia adotada.

Alunas da Cícero Dias aprovam projeto e aproveitam intervalo para interação e relaxamento.

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A sustentabilidade é hoje um dos pilares essenciais para a constru-

ção civil. O desafio de desenvolver um projeto potencialmente sustentável aumenta de acordo com a dimensão e a complexidade do empreendimen-to, sendo essencial a aplicação de me-didas adequadas que valorizem uma urbanização eficiente e comprometida com o meio ambiente. Com a proposta de respeitar parâmetros de sustentabi-lidade e a ideia de se firmar como um dos maiores centros de compras do Nordeste, o RioMar Fortaleza, shopping do grupo João Carlos Paes Mendonça (JCPM), traz uma planta com avançadas tecnologias construtivas e de operação que prometem não só conforto aos clientes, mas a redução considerável do uso de recursos, como água e energia, o gerenciamento consciente dos resí-duos da construção e a preocupação ambiental e social com a comunidade do seu entorno.

Com inauguração prevista para ou-tubro deste ano, o RioMar, localizado no bairro de Papicu, na capital cearense, in-veste em algumas práticas sustentáveis em sua concepção. Segundo Sérgio Alves Maffioletti, gerente de Desenvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM, uma das iniciativas que merece destaque é o sis-tema de esgoto a vácuo, que demandará 80% menos de água para descargas do que o convencional, e eliminará, na mes-ma proporção, o impacto do lançamento de efluentes no esgotamento sanitário da cidade. “A estimativa é que, para o consumo de água no uso dos sanitários, tenha-se uma economia diária de quase 87%, equivalente ao consumo de 2.431 habitantes do entorno. Esse mesmo vo-lume, após utilizado, iria para a rede de esgoto pública, o que não ocorrerá com essas medidas”, pontua.

Além disso, o sistema de ar condicio-nado terá um processo de reciclagem da água de condensação, recolhendo e

Tecnologia e características físico-geográficas viabilizaram um projeto sustentável e inovador

reutilizando parte da água resultante da desumidificação do ar. Maffioletti explica que, para não impactar a concessionária com o abastecimento de água potável para atividades como irrigação, limpeza e abastecimento de sanitários, foram re-alizados estudos hidrogeológicos e de análise da água subterrânea, que indica-ram o uso de poços já existentes e a viabi-lidade de abertura de mais um poço, sem impacto ao sistema hídrico, com água de boa qualidade.

Já em relação à redução do consu-mo de energia, através da construção de domus de vidro, será possível o aprovei-tamento de 100% da iluminação natural em grande parte da área que recobre o mall e a praça de alimentação, impedin-do a absorção de calor e garantindo a entrada da luz visível. “Isso faz com que não se precise manter a iluminação ar-tificial durante o período diurno, tendo assim uma economia considerável de energia. No projeto arquitetônico, foram

O Rio Mar Fortaleza já obteve a certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) na fase “Programa” e “Concepção para Edifícios do Setor de Serviços”,

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grUPO JCPM VAi AlÉM e APOStA NO riOMAr FOrtAleZA e NO SeU eNtOrNO

por Pablo Braz

foto: CeNA 7

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também feitos estudos de insolação da região, fotoperíodo e direção dos ventos, que influenciaram não só na forma e po-sição do domus, mas também na posição do próprio shopping em relação à ilumi-nação natural dos prédios e das casas ao redor, evitando sombreamento das áreas vizinhas que impactem na qualidade de vida”, complementa o gerente.

Outra solução importante na raciona-lização dos custos energéticos é o siste-ma de automação predial, que controla as necessidades reais de iluminação, cli-matização e demais operações de acordo com programação e por sensores, agre-gado a uma estrutura de refrigeração com uso de água gelada e de vigas frias, e ao uso de motores e equipamento com controle de funcionamento por inver-sores de frequência. “A aplicação dessas medidas, atreladas a outras tecnologias, permite uma redução de 31% no con-sumo de energia. Em termos financeiros, isso pode representar aproximadamente uma economia de 1 milhão e trezentos mil reais por mês”, ressalta Sérgio.

A obra do RioMar Fortaleza se diferen-cia também por dispor de uma central de gerenciamento de resíduos dentro da própria obra. Para isso, foi instalada uma recicladora de concreto, para recuperação em circuito fechado dos produtos sólidos (brita) e líquidos (água) das sobras e re-sultantes da limpeza de betoneiras. Com uma área de 275 m², a central permite a recepção de mais de 40% de materiais recicláveis, como papel, plástico, vidros e metal, realizando no local os processos de segregação, triagem e prensagem.

Para Maffioletti, além de atender à Po-lítica Nacional de Resíduos Sólidos, que responsabiliza os grandes geradores de resíduos a buscar a coleta seletiva e des-tinação correta dos materiais, essa cen-tral se firma como uma possibilidade de melhoria de cooperativas de catadores locais, fornecendo a esses profissionais todo o aparato funcional para que rea-lizem o processo de reaproveitamento durante a construção e após a sua con-clusão. Um dos parceiros do projeto é o Instituto Internacional Chico Mendes (ICC), que recebe como doação resíduos recicláveis gerados, que são vendidos e

Para o gerente Sérgio Maffioletti, o Rio Mar Fortaleza beneficiará a comunidade em seu entorno

que têm as suas rendas revertidas para o sustento de catadores vinculados ao ICC.

Aplicando um conceito mais amplo da sustentabilidade, as ações não se limi-tam apenas ao espaço do próprio mall. A engenheira civil Ana Rocha Melhado, diretora da Proactive, empresa que presta consultoria em gestão de projetos e certi-ficações ambientais ao empreendimento, diz que entre as principais iniciativas pre-vistas para o entorno do shopping está o plantio de 2.500 árvores nas áreas inter-nas e calçadas de ruas vizinhas, permitin-do que esta vegetação aja no controle da radiação solar, temperatura, umidade do ar, ação dos ventos e poluição do ar. As calçadas e a área ao redor da Lagoa do Papicu serão revitalizadas e cercadas, com objetivo de conservar o ecossistema. Será implantado um processo de dre-nagem natural para retenção de águas pluviais e infiltração no lençol freático, através de canteiros centrais e pisos semi-permeáveis, diminuindo a sobrecarga na drenagem pluvial pública.

Outra medida eficaz, direcionada para a urbanização da região, é o alargamento e ordenamento das vias locais, bem como a implantação de uma nova via e um com-plexo de viaduto e túnel, além da melho-ria da sinalização e iluminação da região,

facilitando o acesso ao shopping. “O pro-jeto do RioMar Fortaleza não só assegura a qualidade ambiental aos usos definidos, mas também oferta equipamentos de comércio e serviços, beneficiando assim toda a região do Papicu, anteriormente es-tagnada, mas que será requalificada atra-vés de estruturas internas e externas que permitirão uma melhor qualidade de vida à comunidade”, reforça Ana.

O shopping já obteve, com a assessoria da Proactive, a certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) - na fase “Programa” e na fase “Concepção para Edifícios do Se-tor de Serviços”, concedida pela fundação Vanzolini e de reconhecimento interna-cional, e agora busca conseguir o selo para fase “Realização” e finalmente para a de “Uso e Operação do empreendimento”.

No total, R$ 600 milhões estão sen-do investidos na construção do Rio Mar Fortaleza, que ocupará uma área total de terreno de 114 mil m², com espaço cons-truído de 303 mil m² e área bruta locável de 93 mil m². O empreendimento abri-gará 401 lojas, sendo 15 âncoras, 12 me-galojas, 361 lojas satélites, cinema com 12 salas, diversões eletrônicas, academia de ginástica, teatro, oito restaurantes, 50 operações de fast-food e estacionamento com 6.100 vagas.

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Pode parecer redundante citar Vene-za como uma cidade italiana, porém,

nem tanto, uma vez que a cidade do Re-cife é conhecida (nacionalmente) pelo codinome de “Veneza Brasileira”. Urbanis-ticamente falando, a única característica que permite uma associação entre duas cidades tão distintas é o fato de ambas terem uma relação muito estreita com o mar e os cursos d’água: rios (Recife) e canais (Veneza). Contudo, eu diria que o enfrentamento dos efeitos decorrentes das inundações urbanas — que assolam regularmente essas duas cidades — é o que as torna semelhantes, e a ocorrên-cia desse tipo de evento foi o que me levou a estudar a Veneza Italiana. As inundações urbanas que ocorrem nas duas “Venezas”, no entanto, são resultan-tes de fenômenos hidrológicos distin-tos: na Veneza Brasileira, as cheias são consequência das chuvas que causam o transbordamento da calha do rio, e, na Veneza Italiana, as inundações se dão em virtude das marés altas. No primei-ro caso, as enchentes são causadas por drenagens deficientes ou insuficientes e, no segundo caso, as inundações são

causadas pelo fluxo excessivo de água. Esses fenômenos tendem a se agravar com as mudanças climáticas, uma vez que, segundo o IPCC (Intergoverna-mental Painel on Climate Change), com o aquecimento global, a tendência para os próximos anos é de aumento da fre-quência de chuvas pesadas e de eleva-ção do nível do mar, que pode chegar até 60 cm no final do século. Dentro do conceito de resiliência urbana, dois as-pectos fundamentais foram considera-dos nessa análise: a vulnerabilidade na infraestrutura da cidade e a capacidade adaptativa da população para lidar com esse fenômeno.

Veneza não está construída sobre a água, mas na água. Ela foi edificada em bancos de areia acima no nível da água, fato que deu origem a verdadei-ras ilhas. As edificações estão estrutu-radas sobre fundações constituídas de estacas de madeira sobre um lastro de pedras calcárias, resistentes à erosão marinha; entretanto, a estrutura da maior parte das edificações foi feita com tijolos cerâmicos, que não apre-sentam a mesma característica.

resiliência urbana: capacidade de adaptação na defesa do patrimônio ameaçado pelos efeitos do clima

Os primeiros indícios da existên-cia de uma cidade, onde hoje está situada Veneza, datam de antes da era cristã, se bem que as construções hoje presentes na cidade remetam a épocas posteriores, atingindo seu apogeu na idade média e seu declínio no século 18. Assim, a cidade repre-senta a condensação de 1.000 anos de arquitetura, num perfeito e intac-to patrimônio, agregando edificações com características e tipologias que vão desde os tempos medievais até a época presente. O resultado é um pa-trimônio histórico fabuloso, de valor incomensurável.

Segundo o Dr. Pierpaolo Campos-trini, diretor do CORILA (Consortium for Coordination of Research Activi-ties Concerning the Lagoon System), o sistema formado pela cidade de Veneza e sua lagoa constituem um complexo de grande interesse histó-rico, artístico e ambiental que atual-mente está passando por uma fase delicada devido às agressões am-bientais, acentuadas pelas mudan-ças climáticas.

Veneza e Recife (Veneza Brasileira) – o convívio com a água como semelhança.

VeNeZA itAliANA

texto e fotos por Luiz Priori Jr

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Através dos anos, o eustatismo e o recalque vêm modificando a relação entre terra e água na lagoa de Veneza. Apenas nos últimos 100 anos, ela per-deu 23 cm da profundidade. Todavia, mesmo que sejam apenas alguns cen-tímetros, isso representa uma grande perda para uma cidade que está na superfície da água. As intervenções no ecossistema da lagoa de Veneza come-çaram no século 14 com o desvio dos rios que desaguavam nela, de modo a conter a sedimentação, e praticamente eliminaram a renovação de areia e sedi-mentos vindos do continente. No final do século 20, esses problemas foram in-tensificados por causas recentes como a elevação no nível das marés, a erosão no litoral e a deterioração ambiental.

Por essa razão, através do Consozio Venezia Nuova, as autoridades maríti-mas criaram um Plano Geral de Inter-venções, visando a atuar em três eixos: defesa da cidade contra as inunda-ções, defesa contra as tempestades marítimas e defesa do meio ambiente. Hoje, a cidade é um dos centros mais importantes de controle das mudan-ças climáticas na Europa, segundo o Dr. Carlo Giupponi, da Universidade Ca’Foscari Venezia.

Dentro desse plano para a redução da vulnerabilidade da infraestrutura ur-bana, três obras estão sendo fundamen-tais. A primeira consiste na elevação do nível dos pisos dos espaços públicos e das calçadas dos cais da parte mais baixa da cidade, como a famosa Praça de São Marcos. Até o momento, mais de 100 km de calçadas de cais já foram elevadas. A segunda obra visa a conter a erosão das praias, nos molhes que separam (e protegem) a lagoa do mar Adriático, através da reconstrução das praias e das dunas costeiras, uma vez que elas são a primeira defesa contra as tempestades marítimas e representam elementos típicos do meio ambiente e da paisagem do balneário de Veneza. Já foram recompostos 45 km de praias. Por fim, a terceira e maior obra consiste na construção de um dique de prote-ção contra a elevação do nível do mar, fechando os três acessos da lagoa para

Veneza Italiana construída na água.

VeNeZA itAliANA

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o mar. Chamado de Sistema Mose, esse complexo de engenharia consiste em uma série de portões. O fechamento dessas portas permite que a lagoa seja isolada do mar. Graças às suas caracte-rísticas funcionais, esse sistema garante não apenas uma total proteção contra cheias, mas também salvaguarda as ati-vidades portuárias, a qualidade da água e a morfologia da lagoa. O sistema foi projetado para lidar com um significa-tivo aumento no nível do mar resultan-te do aquecimento global. Um projeto que, segundo o Dr. Emiliano Ramieri, do consórcio THETIS, responsável pela fis-calização da obra, tem um custo orçado em 5 bilhões de euros.

Segundo a Dra. Velentina Gianni-ni, do Centro Euro-Mediterraneo sui Cambiamenti Climatici, a capacidade adaptativa da população local para lidar com as inundações periódicas na cidade, mantendo a execução das tarefas cotidianas, passa por três questões fundamentais: manter a po-pulação alerta, orientar os moradores sobre como devem agir e proteger os imóveis. Para manter a população aler-ta sobre os dias e as horas em que a

cidade ficará parcialmente inundada, existem dois sistemas. Um através de sirenes de alerta que são ouvidas em toda a área que será atingida, e o ou-tro através de mensagens enviadas para os celulares dos moradores ca-dastrados. Através dessas mensagens, os habitantes ficam cientes de todos os detalhes das inundações, como lo-cais atingidos, nível máximo da água e tempo de duração da inundação (ape-nas durante a maré alta).

Durante a inundação, são colocados estrados elevados nas calçadas e as pessoas podem circular usando botas de plástico com cano longo. Para a pro-teção dos imóveis, foi desenvolvido um sistema de barreiras que são colocadas nas portas das casas e impedem a en-trada da água. Mesmo assim, muitas edificações possuem bombas de recal-que, nas entradas das casas, de modo a expulsar a água que, porventura, ultra-passe a barreira. Gostaria, ainda, de citar dois graves problemas que pude ob-servar nas minhas incursões pela cida-de de Veneza. O primeiro foi o grande número de edificações com o pavimen-to inferior — que fica imediatamente

acima do nível de água — abandona-do, evidenciando que os moradores já se conformaram em perder parte da área útil dos seus imóveis, tomada re-gularmente pelas águas. O segundo foi a acentuada deterioração nas fiadas iniciais de blocos cerâmicos, que vêm sendo regularmente submersas, uma vez que esses blocos não têm a mesma resistência da pedra calcária contra a erosão marinha. Esse é um problema de grande complexidade, cuja solução im-plica em elevados custos, devido ao lo-cal em que se encontram as edificações e à antiguidade dessas construções.

Concluindo, pude verificar que a ci-dade tem um plano consistente de de-fesa contra os efeitos do clima, além de ser uma das cidades líderes na Europa no programa das Nações Unidades de cidades resilientes. Gostaria que o empenho da Veneza Italiana na preser-vação do seu patrimônio servisse de exemplo para que a Veneza Brasileira também se preocupasse mais com a proteção do patrimônio social, infra-estrutural e cultural da nossa cidade, frente às modificações do clima que estão por vir.

Detalhas dos pisos inferiores das casas e da erosão dos blocos cerâmicos pelo contato com a água marinha.

Detalhes das calçadas e proteção contra a entrada da água nas portas das casas.

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O Casa da Criança foi contemplado pelo programa mundial Corpora-

te Service Corps (CSC) da IBM, que tem como objetivo auxiliar no crescimen-to socioeconômico das cidades, com ajuda de profissionais voluntários da própria empresa. Dessa vez, foi desen-volvida uma tecnologia direcionada ao monitoramento e acompanhamento do Programa Cia. dos Anjos, benefician-do diretamente todas as instituições assistidas nacionalmente. O objetivo é profissionalizar as gestões tanto no setor administrativo-financeiro como também na personalização do aten-dimento de cada criança nas áreas da saúde, educação e lazer.

Com a implantação da ferramenta, será possível mensurar o gerenciamen-to das organizações, através de plani-lhas e gráficos, custos fixos, e localizar onde foram investidos os valores de cada contribuição específica. Também será individualizado o acompanhamen-to das crianças, com seus históricos de saúde e escolar, além de conter as suas

aptidões e dificuldades e as atividades das quais participa, entre outras infor-mações. A ideia é, que, no final do ano, por exemplo, tenha-se dados precisos de todas as instituições, para análise e ajustes de desempenho.

Para tanto, o Projeto recebeu, duran-te quatro semanas, dois colaborado-res da IBM para o desenvolvimento da Tecnologia de Gestão do Programa Cia dos Anjos (TG Cia. dos Anjos), que já está em funcionamento na Creche Lar de Clara, no Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.

“O CSC é um programa que treina futuras lideranças enquanto ajuda no avanço de entidades localizadas em países em desenvolvimento. A iniciativa consiste em enviar grupos heterogêne-os de funcionários da IBM de diversos países para trabalharem durante 3 a 4 semanas, sendo que as equipes têm a missão de analisar os cenários locais, entender os desafios das instituições e compartilhar conhecimentos e mode-los de gestão que possam melhorar sua

atuação em seu segmento”, explica Alce-ly Barroso, diretora de Cidadania Corpo-rativa da IBM Brasil.

Para a presidente do Casa da Crian-ça, Patrícia Chalaça, a TG Cia. dos Anjos vem contribuir bastante com projeto. “O Brasil oferece educação gratuita às comunidades de baixa renda, mas, in-felizmente, na grande maioria, é uma educação básica, sem um atendimen-to personalizado, que vise identificar as necessidades de cada criança para incentivá-la e supri-la com o reforço específico. As instituições que acolhem esses jovens garantem que eles este-jam matriculados na rede pública de ensino, mas nem sempre recebem o suporte necessário para um trabalho único”, afirma. Em 2010, o Corporate Ser-vice Corps (CSC) desenvolveu um portal para coordenar a gestão das franquias sociais do Casa da Criança. A ferramen-ta está em uso e tem sido bastante útil, não apenas para o coordenação nacio-nal do Projeto, mas para todos os arqui-tetos que participam.

Projeto é beneficiado pela segunda vez por programa da multinacional

foto: CAsA dA CrIANçAEm cinco anos de programa, 2.500 funcionários da IBM de todo o mundo participaram do Corporate Service Corps.

SOCIAL

ibM SeleCiONA CASA DA CriANÇA

por Danilo Medeiros

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NEGÓCIOS

foto: GrUPo roCA

rOCA Abre A SUA PriMeirA FábriCA De MetAiS SANitáriOS NO brASilCom faturamento em 2013 de R$ 944,2 milhões, o Grupo faz nova aposta no País e se estabelece no Nordeste.

Com investimento de R$ 44 milhões, o Grupo Roca, líder mundial em itens

para salas de banho, inaugurou a sua pri-meira planta industrial para fabricação de metais sanitários, no município de Vitória do Santo Antão, em Pernambuco. A em-presa — que conta com as marcas Roca, Laufen, Incepa, Celite e Logasa — já possui, no País, cinco unidades para a produção de louças sanitárias, além de outras três para revestimento cerâmico. Ou seja, a ideia é levar o conceito de soluções com-pletas para ambientes de banho.

Somente no passado, a empresa teve um faturamento de R$ 944,2 milhões no Brasil. “Nossos objetivos comerciais são ousados. Ficamos surpresos com a grande aceitação das nossas linhas, o que supe-rou nossas expectativas de projeção para o mercado brasileiro”, afirma Joan Jordà, Managing Director do Grupo Roca Sanitá-rios Brasil. A escolha de Pernambuco para sua nona planta industrial no País se deu por diversos fatores, como localização ge-ográfica, boa malha rodoviária e sinergia logística com a fábrica de louças sanitárias também localizada no Estado, em Jaboa-tão dos Guararapes. Outro ponto decisivo é o fato de o crescimento do Grupo ter

- Sistema de iluminação natural com telhas translúcidas prismáticas, o que possibilita a passagem de luz de maneira adequada e economiza energia elétrica.- Estrutura isolada termicamente, trazendo conforto aos colaboradores.- Sistemas de exaustão, instalados em to-das as áreas da produção.- Galvanoplastia (completamente auto-mática) utiliza avançados sistemas de cromação por colunas de troca iônica, em substituição às tradicionais, e menos efi-cientes cascatas.- Aproximadamente 70% da água da gal-vanoplastia é reutilizada no processo. Ape-nas 30% é descartada para uma estação de tratamento de águas residuais própria;- Ainda na galvanoplastia, um sistema retira os resíduos de níquel das águas de lavagem, devolvendo a matéria-prima ao processo produtivo, o que evita o descar-te para a estação de tratamento. A mesma metodologia foi feita com o cromo.- Aproveitamento das águas pluviais para irrigação.- Moderna estação de tratamento de águas residuais, que permite o tratamento das águas descartadas no processo e das pluviais para atividades de jardinagem.

A fábrica terá produção inicial de 500 mil unidades/ano, devendo chegar a 1,5 milhões de peças/ano até 2017.

ocorrido nos últimos anos com destaque na Região e, por isso, a proximidade com o mercado consumidor tornou-se estra-tégica. Já em funcionamento, a fábrica de Vitória de Santo Antão inicia a produção com oito linhas completas de torneiras, misturadores e acessórios para banheiros das marcas Celite e Roca. As instalações têm capacidade para fabricação de 1,5 mi-lhão de peças de metais sanitários/ano – produção que deve ser alcançada em três anos, gerando no período 300 postos de emprego, sendo 150 deles ainda em 2014. Atualmente são 50 funcionários, 95% de-les de pessoas da região.

TECNoLogIA DE PoNTA

Instalada em terreno de 50 mil m², a nova unidade tem na sua primeira fase uma estrutura com uma área de fábrica e arma-zém de 10 mil m², que pode ser expandida para até 15 mil m². A partir do programa Eco Roca — processo que visa o reaproveita-mento e a redução no consumo de recursos naturais e a preocupação com a qualidade do ambiente de trabalho —, foram investi-das diversas tecnologias na fábrica de Vitó-ria de Santo Antão. Alguns deles:

Por Chloé Buarque

MAIO 201482

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MAIO 2014

NEGÓCIOS

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NEGÓCIOS

MAIO 201484 MAIO 2014 AT

PriMeirA PlANtA De ViDrOS PlANOS 100% brASileirACom tecnologia inovadora e projeto sustentável, a Vivix Vidros Planos se instala no município de Goiana, em Pernambuco

A Vivix Vidros Planos acaba de dar início à produção das primeiras

chapas de vidros planos 100% brasi-leiras. A planta, que pertence ao Grupo Cornélio Brennand, é resultado de um investimento de mais de R$ 1 bilhão e tem capacidade produtiva de 900 tone-ladas/dia de vidros planos, destinados a atender aos mercados da construção civil e moveleiro de todo o País. A cons-trução do empreendimento durou 24 meses, a partir do início das obras civis, e contou com a participação de em-presas de 15 países especializadas em plantas de vidros planos. Durante a im-plantação, cerca de 5.600 pessoas tra-balharam no local, entre colaboradores e parceiros. “Estamos nacionalizando um conhecimento antes detido apenas por empresas estrangeiras”, comenta Paulo Drummond, presidente da Vivix.

Para atender ao mercado nacional, a empresa conta com um armazém de 50 mil m², na própria planta, com capacida-de de armazenagem de 45 mil tonela-das de vidros planos e um centro de dis-tribuição em São Paulo com uma área de armazenamento de 15 mil m² e capa-cidade para estocar 15 mil toneladas de

setor, no Brasil, a possuir a própria usina. Isso porque entendemos que a qualida-de de nosso produto está diretamente relacionada à qualidade dos insumos. Dessa forma, teremos total controle do processo”, enfatiza Drummond. No local escolhido para a usina, são minerados e beneficiados a sílica, o feldspato, a dolo-mita e o calcário, que são utilizados na produção de vidros planos. Esse proje-to possui uma capacidade instalada de 800 mil toneladas de sílica/ano.

O complexo industrial da Vivix foi con-cebido por arquitetos especialistas em projetos de plantas de vidro FLOAT e bus-caram a simplicidade como resultado final, não deixando de lado a estética e a moder-nidade. A planta está estruturada em 90 mil m² de edificações, que possibilitaram uma grande flexibilidade de estoque e eficiência produtiva. A área de fabricação está preparada para atender às demandas de visitas e no treinamento de clientes de toda a cadeia. O projeto arquitetônico tam-bém inclui toda área verde do entorno da planta, mantendo a harmonia com a natu-reza vizinha. Os 10 hectares de área verde serão mantidos pela água proveniente do tratamento do efluente sanitário.

vidros planos. “O vidro produzido pela Vivix já começa a substituir as importa-ções que eram significativas no merca-do vidreiro”, comenta Drummond.

INEDITISmo E SUSTENTABILIDADE

O parceiro tecnológico do Grupo Cor-nélio Brennand neste negócio é o grupo francês Fives, que possui a liderança mundial em tecnologia para fabricação de vidros planos e está presente em mais de 30 países. A Vivix utiliza uma tecnolo-gia inédita no Brasil, a L.E.M.™ (Low Ener-gy Melter™), que permite que a empresa tenha um processo de produção muito eficiente do ponto de vista energético. Mas o ineditismo da planta não para por aí. A empresa é uma das poucas indús-trias de vidros float do mundo a utilizar o método Mine to Line, que consiste em controlar a fabricação do vidro a partir da extração das matérias–primas em mi-nas próprias.

Para isso, a Vivix conta com uma usina de beneficiamento no município de Pedra de Fogo (PB). “Somos a única empresa do

foto: VIVIxChapas de vidros planos incolores já estão sendo em produzidavvvvs. O próximo passo será a produção de espelhos e laminados.

• Pátios e arruamento: 70 mil m2

• Volume de concreto: 55 mil m3

• Estruturas metálicas/Equipamento: 24 mil t• Aço no concreto: 8.200 t

• Estacas no terreno: 3 mil unidades• Empresas diretas e indiretas: 78• Funcionários treinados no exterior: 70• Estrangeiros na obra: 190

• Cabos elétricos: 760 km• Tubulações: 700 t• Refratários: 10 mil t• Área Construída: 90.000 m2

Números da implantação da Vivix

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A imPortÂnciA do Pgirs PArA errADiCAÇÃO DOS liXÕeS

A concepção de marcos e diretrizes pela Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS), criada com o advento da Lei Federal nº 12.305/2010, norteou a atuação do Estado e dos geradores de resíduos de maneira geral com vistas ao gerenciamento ambientalmen-te adequado dos resíduos sólidos. Dentre os marcos, a Lei estabeleceu, no seu artigo 54, o prazo de 04 (quatro) anos para a erradicação dos lixões no Brasil.

Dessa forma, considerando que a Lei en-trou em vigor no mês de agosto do ano de 2010, resta patente que se avizinha uma obri-gação deveras importante para a minimiza-ção dos impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos dispostos inadequadamen-te. Essa obrigação é, sem dúvida, a que mais chama a atenção dos órgãos de fiscalização, em especial do Ministério Público. Em tese, é a mais importante de todas, porquanto a disposição final do lixo realizada de modo inadequado pode se tornar um problema de saúde pública, com a disseminação de ve-tores de doenças e com a contaminação do solo e do lençol freático com o vazamento do chorume, líquido resultante do lixo e com alto potencial de contaminação.

Todavia, antes da disposição final, a Lei, com muita propriedade, tratou de diferen-çar dois conceitos básicos: resíduos sólidos e rejeitos. Rejeitos, pela PNRS, são resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recupera-ção por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição fi-nal ambientalmente adequada.

Destarte, resta clarividente que o artigo 54, quando tratou da necessidade de dispo-sição final adequada, deixou expresso que seria dos rejeitos, e não dos resíduos sólidos, porquanto estes são passíveis de reaprovei-tamento. Assim, forçoso reconhecer que a disposição final ambientalmente adequada não se traduz, de modo simplório, no sim-ples encaminhamento dos resíduos sólidos

ao aterro sanitário. Pelo contrário, a Lei criou um complexo de atividades e ações que in-cluem a reutilização, a reciclagem, a compos-tagem, a recuperação e o aproveitamento energético.

Desse modo, antes de se optar pelo enca-minhamento dos resíduos sólidos ao aterro sanitário, há que se percorrer um longo pro-cesso para reaproveitamento daqueles re-síduos, de modo que sejam encaminhado à disposição final tão somente os rejeitos. Nun-ca é demais lembrar que são objetivos da po-lítica a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos só-lidos, bem como a disposição final ambien-talmente adequada dos rejeitos.

Portanto, quando a Lei requereu dos gera-dores a elaboração dos Planos de Gerencia-mento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS), o fez com o objetivo de contemplar todas es-sas fases, de forma organizada e sistematiza-da, evitando o descarte de resíduos que pos-sam ter valor econômico e retornar à cadeia produtiva. Tal iniciativa incentivará uma nova cadeia produtiva, diminuirá a quantidade de rejeito gerado, trazendo benefícios sociais, econômicos e ambientais ao gerador que ob-servar essa fase do planejamento. Aos órgãos fiscalizadores, antes de cobrar dos geradores a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos, cabe analisar se esses resíduos são realmente rejeitos e qual a situação do gerenciamento integrado dessa cadeia.

tiago Andrade lima*

* Tiago Andrade Lima é Especialista em Direito Ambiental, Mestre em Tecnologia Ambiental e titular da área de Direito Ambiental da Queiroz Cavalcanti Advocacia

...quando a Lei requereu dos geradores a

elaboração dos PGIRS, o fez com o objetivo

de contemplar todas essas fases,

de forma organizada e sistematizada,

evitando o descarte de resíduos que possam ter valor econômico e retornar à cadeia

produtiva.

construir direito

MAIO 2014 MAIO 2014 85

Page 86: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

leonardo guimarães Neto*

brASil e PerNAMbUCO: O DeSAFiO DA PrODUtiViDADe

No mundo globalizado no qual estão pre-sentes não só os pesos pesados cons-

tituídos pelos países desenvolvidos e indus-trializados, mas as economias emergentes extremamente competitivas e inovadoras, o Brasil está desafiado a alterar, significativamen-te, seus processos produtivos e sua estrutura econômica. Na verdade, o País está condena-do a ser, da perspectiva econômica, eficiente, competitivo e inovador.

Nesse particular, a produtividade do traba-lho é, sem dúvida, o ponto central do desafio. Para que se tenha uma ideia da dimensão do problema, é suficiente assinalar que a produti-vidade do trabalho no Brasil correspondia, em 2010, a pouco mais de 1/5 da respectiva produ-tividade dos Estados Unidos e a pouco mais de 1/3 da produtividade da Coreia do Sul. O que chama a atenção a esse respeito é um estudo recente do economista José Gabriel Palma, de Cambridge (Reino Unido), em que ele mostra que, em 1960, a produtividade do trabalho co-reano correspondia a 70% da produtividade brasileira. Ou seja, naquele tempo nós éramos mais eficientes e competitivos em relação à Co-reia. Perdemos espaços não só para os países desenvolvidos e industrializados, mas para a maioria dos países asiáticos emergentes.

E Pernambuco, como se situa nesse contex-to? As informações disponíveis mostram que a produtividade total do trabalho em Pernambu-co correspondia a 61% da brasileira, em 2000, e passou para 64% em 2010. É verdade que hou-ve um avanço e que alguns segmentos produ-tivos, como a construção civil, registraram uma participação maior e um avanço em relação ao mesmo segmento nacional. Correspondia a 71% em 2000 e avança para 76% em 2010. Não obstante, o importante segmento produtivo da indústria de transformação pernambucana, apesar da recuperação econômica registrada nesta década, representa metade (52% em 2000, e 50% em 2010) da produtividade do tra-balho da indústria de transformação nacional. Vale o destaque para o fato de que o conjun-to da economia Nordestina não está melhor,

nesse particular, que o Estado de Pernambuco. Na comparação com o País, a produtividade nordestina total representava, em 2010, 57%.

Não se pode esquecer que a questão da produtividade, seja em relação ao trabalho, ao capital ou ao conjunto dos fatores de pro-dução não exige somente o desempenho, o esforço e o interesse de isolados segmentos sociais ou instituições. Há, sem dúvida e prin-cipalmente, um esforço a ser desenvolvido, sobretudo pela classe empresarial, à qual cabe a permanente busca de processos produtivos eficientes e competitivos, a procura continua por inovações, o oferecimento de condições para que os seus trabalhadores não só se inte-grem aos processos produtivos adotados, mas se envolvam no aperfeiçoamento contínuo dos processos, o que exige permanente qua-lificação e condições adequadas de trabalho.

Além disso, há o outro lado da busca per-manente de eficiência e de aumento contínuo da produtividade que diz respeito aos fatores sistêmicos e que envolvem, sobretudo, o Esta-do, em suas várias esferas, e os segmentos pri-vados/públicos aos quais cabe a produção e o fornecimento de insumos e produtos difun-didos pelas cadeias produtivas de economia nacional e estadual. Sem infraestrutura eco-nômica de transporte e logística; sem o forne-cimento regular de energia; sem um processo contínuo de formação e qualificação da força de trabalho; sem um sistema de inovação no qual não só esteja presente um corpo eficiente de pesquisadores e cientistas, mas em relação ao qual exista uma articulação permanente com os setores produtivos; sem um sistema fi-nanceiro não somente adequado ao financia-mento do processo de acumulação, mas vol-tado para o financiamento da disseminação das inovações nas mais importantes cadeias produtivas, não se pode avançar.

* Leonardo Guimarães é economista e sócio-diretor da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento

...a produtividadedo trabalho no Brasil

correspondia, em2010, a pouco mais

de 1/5 da respectiva produtividade dos Estados Unidos..

CONSTRUIR ECONOMIA

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No artigo anterior, iniciei uma reflexão sobre as lições aprendidas com o encerramento

do 1º ciclo dos empreendimentos do merca-do imobiliário brasileiro, pós-boom. Abordei a etapa de Aquisição de Áreas e neste comento sobre o lançamento e a venda do empreendi-mento. Importante salientar que reunir essas duas ações foi proposital, pois as duas estão tão interligadas que julguei melhor uni-las, afinal se lança com um único propósito: vender.

A preparação para o lançamento de um empreendimento imobiliário se dá muitos meses antes. Na maioria deles, anos antes, e requer, por exemplo, estudos de mercado, de-senvolvimento do produto/conceito, legaliza-ções, campanhas, preparação do estande de vendas, definições de tabelas de preços, para ficar apenas nessas grandes fases. Vivemos recentemente uma época em que vários em-preendimentos vendiam no mesmo dia do seu lançamento, alguns até mesmo antes da aber-tura dos estandes. Um momento de mercado que foi aguardado há décadas pelas empresas e consumidores. Essa “animação mercado-lógica” seduziu novos empreendedores que adentraram na atividade com a perspectiva de grandes retornos, muitos sem ter a mínima noção da complexidade da atividade. Vender imóveis também passou a atrair profissionais de outras áreas, igualmente seduzidos pelos ganhos, só que nesse caso mais rápidos do que dos empreendedores.

Surgiram vários segmentos de mercado para atender perfis de consumidores dife-rentes. Empresas decidiram criar marcas e até mesmo empresas distintas para separar e definir bem seu portfólio. Estratégia certa ou errada? Cabe muita discussão, quem sabe tema para um texto futuro. Lembro ter ouvido de uma amiga, que trabalhava numa grande empresa do setor, que passaram uma parede no meio de sua sala, do dia para a noite, sepa-rando as empresas de alto padrão e de imóvel popular. Separaram mesmo? Na teoria, pois na prática os processos se misturavam e se atro-pelavam, comentava ela. Esse fato ocorreu em 2010, e só para registro, hoje, essa empresa não atua mais no segmento popular.

Era necessário velocidade para chegar na frente. Nada de errado nisso. Entretanto, velo-cidade e riscos andam juntos. Que tal pensar também que muitas vezes se chega antes indo mais devagar? Mas para não ficar apenas falan-do dos pontos de alerta, registro que o setor cresceu e amadureceu muito quando o assun-to é tipologia, design de projetos, tecnologia embarcada nos empreendimentos, campa-nhas de marketing, experiências nos estandes. Sim, muitos produtos interessantes se vende-ram ao mercado, e as entregas, do que antes era imaginário, agora passa a fazer parte das paisagens urbanas das cidades brasileiras. Mas, por outro lado, e ainda falando em velocidade, não posso deixar de apontar um dos grandes riscos de se vender velozmente: colocar dentro de casa clientes financeiramente “não sadios”, pois, mais à frente, no momento de repassá-los para os bancos, a surpresa surge e junto com ela distratos de vendas passadas. As empresas que optaram por manter os cuidados necessá-rios na sua política de crédito estão avançando e repassando aos bancos sua carteira saudável de clientes. As que não fizeram isso começam a sentir as consequências dessa falta de cautela.

Tais lições, neste momento de mercado “normal”, se bem apreendidas, manterão em dia os negócios daqueles que são profissionais do setor. Os demais, que por motivos diversos não as absorveram, tendem, novamente, a se-rem seduzidos por outras animações merca-dológicas em atividades diferentes.

Lição número 2 exposta, no próximo artigo a etapa seguinte à abordagem está voltada à produção de obra.

* Mônica Mercês é economista, assessora de Plane-jamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário – QGDI.

Mônica Mercês*

LiÇões Pós-Boom imoBiLiário ii

MAIO 2014 MAIO 2014 89

construir EconoMiA

MAIO 201488 MAIO 2014 89

As empresas que optaram por

manter os cuidados necessários na sua política de crédito estão avançando e

repassando aos bancos sua

carteira saudável de clientes.

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MAIO 2014 MAIO 2014 89

cub - custo unitário básico

MAIO 2014 MAIO 2014 89

Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram

calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de or-çamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classi-ficado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de abril de 2014. A partir de fe-vereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUSCON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

PrOJetOS PADrÃO De ACAbAMeNtOProjetos- -PAdrões

r$/ M²

VAriAÇÃO PerCeNtUAl

MeNSAlACUMUlADO

NO ANOACUM. eM 12 meses

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

Baixo R-1-B 1.185,79 4,07% 8,32% 9,11%

Normal R-1-N 1.446,17 4,45% 8,58% 9,56%

Alto R-1-A 1.838,70 3,85% 8,47% 9,61%

PP-4 (Prédio Popular)Baixo PP-4-B 1.088,07 3,98% 8,32% 9,49%

Normal PP-4-N 1.361,92 4,31% 8,61% 9,57%

R-8 (Residência Multifamiliar)

Baixo R-8-B 1.027,67 4,00% 8,30% 9,40%

Normal R-8-N 1.162,50 4,63% 8,52% 9,51%

Alto R-8-A 1.479,39 3,75% 8,54% 9,81%

R-16 (Residência Multifamiliar)Normal R-16-N 1.134,26 4,54% 8,54% 9,58%

Alto R-16-A 1.459,61 4,61% 8,44% 9,46%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 771,42 4,23% 6,93% 8,12%

RP1Q (Residência Popular) RP1Q 1.115,44 5,52% 7,95% 8,63%

COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)Normal CAL-8-N 1.309,59 4,77% 8,39% 9,08%

Alto CAL-8-A 1.441,39 4,32% 8,46% 9,35%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-8-N 1.112,89 5,08% 8,50% 9,09%

Alto CSL-8-A 1.262,44 4,54% 8,87% 9,78%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-16-N 1.483,27 5,07% 8,44% 9,19%

Alto CSL-16-A 1.681,32 4,54% 8,78% 9,82%

GI (Galpão Industrial)GI 623,06 4,82% 7,82% 8,56%

6,21% vALor(r$/m2)VAriAÇÃO PerCeNtUAl

MeNSAl NO ANO em 12 meses

CUB DE MATERIAIS 590,54 0,94% 7,64% 9,50%

CUB DE MÃO DE OBRA 491,51 9,76% 9,76% 9,86%

CUB DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS 46,05 0,00% 8,99% 8,99%

CUB DE EQUIPAMENTOS DE OBRA 6,16 0,00% -1,91% -0,16%

CUB TOTAL 1.134,26 4,54% 8,54% 9,58%

VARIAção Do CUB-PADRão: R-16-N

ABriL de 2014

Page 90: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

insumos

ABriL-2014 - cotação no período de 05 a 26-04-2014.esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. responsabilidade técnica do engenheiro Clelio fonseca de Morais (CreA nº 041752. titular da CM-Assessoria de obras ltda.) fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | [email protected] | www.cleliomorais.com.br | Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor.

AglOMerANteS

Cal hidratado Calforte Narduk kg 0,58

Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg) sc 5,78

Cimento Portland kg 0,440

Cimento Portland (saco c/ 50 kg) sc 21,87

Cimento branco específico Narduk kg 1,02

Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg) sc 40,99

Gesso em pó de fundição (rápido) kg 0,43

Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg) sc 17,31

Gesso em pó para revestimento (lento) kg 0,35

Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc 14,00

Gesso Cola kg 1,53

Gesso Cola (saco com 5kg) sc 7,67

ArteFAtOS De CiMeNtO

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un 1,55

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

un 1,75

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un 2,07

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un 2,40

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un 3,06

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm

un 56,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm

un 71,97

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm

un 74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm

un 86,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm

un 73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cm

un 2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cm

un 4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un 4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm

un 4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2 15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2 16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm un 15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m 8,06

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 28,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 30,83

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2 33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2 37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma) m2 32,00

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1 m 12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1 m 19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1 m 27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1 m 35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1 m 55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1 m 105,30 Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1 m 154,60 Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1 m 230,00 Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2 m 45,00 Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2 m 56,15 Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2 m 73,00 Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2 m 106,00 Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2 m 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2 m 249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2 m 469,00 Verga de concreto armado de 10x10cm m 12,95 Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,46

Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 9,05

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,66

Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 8,24

Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 7,71

Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 13,30

Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 7,95

Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 14,86

Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,45

Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 9,24

ArteFAtOS De FibrOCiMeNtO

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa Brasilit un 79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa Brasilit un 150,16

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit

un 252,86

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit un 34,37 Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit un 34,33 Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit un 34,33

Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit un 147,67

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit un 181,95

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit un 215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit un 239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit un 254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit un 221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit un 451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit un 513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit un 612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit un 618,47

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit un 7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit un 12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit un 12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit un 115,55

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit un 180,08

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit un 186,39 Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 25,80

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 31,67

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 37,17

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 43,55

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 49,93

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 31,20

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 37,83

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 44,63

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 52,27

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 62,87

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 39,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 49,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 59,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 69,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 79,90

AgregADOS

Areia fina m3 44,00 Areia grossa m3 45,00 Saibro m3 37,67 Barro para aterro m3 23,33 Barro para jardim m3 35,00 Pó de pedra m3 43,33 Brita 12 m3 73,00 Brita 19 m3 73,00 Brita 25 m3 73,33

Brita 38 m3 68,33 Brita 50 m3 65,00 Brita 75 m3 64,00 Pedra rachão m3 52,00 Paralelepípedo un 0,40 Meio fio de pedra granítica m 10,00

ArgAMASSA PrONtA

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)

sc 6,51

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno kg 0,33 Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)

sc 11,95

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo kg 0,60 Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)

sc 21,59

Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)

sc 23,21

Massa para alvenaria (saco 40kg) sc 11,22

Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg) sc 5,05

Reboco externo pronto (saco 20kg) sc 5,25

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) sc 42,86 Rejunte aditivado interno Narduk kg 1,07 Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg)

sc 56,39

Rejunte aditivado flexível externo Narduk kg 1,41

ArAMeS

Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm kg 5,71 Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm kg 5,79 Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm kg 6,47 Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm kg 6,85 Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm kg 8,09 Arame recozido 18 BWG preto kg 6,68

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m un 117,42

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m un 187,78

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 250m

un 99,75

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 500m

un 185,34

bOMbAS CeNtríFUgAS

Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider un 540,46

Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider un 577,32

Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider un 611,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider un 790,43

Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider un 847,25

Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider un 690,30

Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider un 1.430,92

Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider un 1.760,67

Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider un 461,49

Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider un 539,79

Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider un 585,38

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG un 160,71

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG un 173,08

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG un 207,79

Bóia para bomba com 10 amperes un 47,59

Bóia para bomba com 20 amperes un 47,65

CArPeteS

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2 11,23

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm m2 12,15

CONCretO USiNADO

Concreto usinado FCK=10MPa m3 239,00 Concreto usinado FCK=15MPa m3 245,00

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável m3 253,00

Concreto usinado FCK=20 MPa m3 255,50 Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável m3 265,00 Concreto usinado FCK=25 MPa m3 278,67 Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável m3 290,00

Concreto usinado FCK=30 MPa m3 289,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável m3 300,00

Concreto usinado FCK=35 MPa m3 310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável m3 320,00 Taxa de bombeamento m3 32,50

eSqUADriAS De AlUMíNiO

Janela de alumínio com bandeira m2 336,67 Janela de alumínio sem bandeira m2 303,33 Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m m2 336,67 Porta de alumínio com saia e bandeira m2 450,00

eSqUADriAS De FerrO

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4"

m2 283,33

Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) m2 326,67

Page 91: Revista Construir Nordeste. Ed. 72
Page 92: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm

m2 150,00

Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

ml 182,00

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm ml 39,00

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm

ml 30,00

Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml 19,33

iMPerMeAbiliZANteS

Acquella (galão de 3,6 litros) gl 68,25 Acquella (lata de 18 litros) lata 305,31 Bianco (galão de 3,6 litros) gl 33,50 Bianco (balde de 18 litros) bd 146,83 Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) kg 40,40 Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)

gl 33,95

Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)

bd 136,79

Frioasfalto (galão de 3,9 kg) gl 25,90 Frioasfalto (balde de 20kg) bd 125,45 Neutrol (galão de 3,6 litros) gl 59,42 Neutrol (lata de 18 litros) lata 237,36 Vedacit (galão de 3,6 litros) bd 17,30 Vedacit (balde de 18 litros) bd 67,45 Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) gl 45,88 Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) bd 154,80 Vedaflex (cartucho com 310ml) cart 26,47 Vedapren preto (galão de 3,6 litros) gl 40,05 Vedapren preto (balde de 18kg) bd 148,52 Vedapren branco (galão de 4,5 kg) gl 74,88 Vedapren branco (balde de 18kg) bd 225,46 Sika nº 1 (balde de 18 litros) bd 59,88 Igol 2 (balde de 18kg) bd 136,43 Igol A (balde de 18kg) bd 201,48 Silicone (balde de 18 litros) bd 170,01

MADeirAS

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm m2 71,74 Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm m2 78,05 Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm m 8,93

Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm m2 29,50

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m

un 47,97

Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m

un 43,47

Estronca roliça tipo litro m 1,80 Barrote de madeira mista de 6x6cm m 5,82 Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") m 2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6") m 4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9") m 5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") m 8,09

Madeira serrada para coberta (Massaranduba) m3 2.379,00 Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm

m 26,93

Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m 18,39

Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm m 9,53

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm

m 4,74

Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm

m 14,88

Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm

m 28,53

Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m

un 41,18

Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m

un 46,61

Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m

un 55,93

Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m

un 73,59

Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

un 81,79

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m un 17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m un 25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m un 30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un 36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m un 41,99

MAteriAiS elÉtriCOS e teleFÔNiCOS

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2" m 1,13

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4" m 1,50

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m)

vara 3,92

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m)

vara 5,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m) vara 8,47

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m)

vara 10,72

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m)

vara 13,75

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m) vara 17,70

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm m 38,50

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm m 24,67

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm m2 190,00

Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12 m2 510,00

Tubo de ferro preto de 2" m 18,37 Tubo de ferro preto de 4" m 38,76 Tubo de ferro preto de 6" m 90,87 Tubo de ferro galvanizado de 2" m 31,12 Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" m 38,98 Tubo de ferro galvanizado de 4" m 86,13

eqUiPAMeNtOS CONtrA-iNCêNDiO

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2" un 54,33

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" un 68,37

Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial

un 236,00

Chave Storz un 17,67

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" un 53,67

Extintor de água pressurizada 10 litros un 113,33

Extintor de CO2 de 6kg un 461,67

Extintor de pó quimico 4kg un 98,27

Extintor de pó quimico 6kg un 110,60

Extintor de pó quimico 8kg un 143,00

Extintor de pó quimico 12kg un 181,67

Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união

un 219,33

Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união

un 466,67

Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m un 917,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m un 972,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" un 139,33

Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio" un 234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado un 60,12

eSqUADriAS De MADeirA

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m

un 63,68

Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m

un 54,93

Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m

un 55,26

Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m

un 65,00

Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI

un 68,30

Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI

un 66,55

Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI

un 74,02

Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI

un 84,44

Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 167,30

Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 198,07

Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 242,67

Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 241,77

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 182,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 203,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 219,25

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 154,26

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 160,26

Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 185,67

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 216,00

Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 45,33

Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 106,33

Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un 55,00

eqUiPAMeNtOS

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador) h 75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m) mês 12,00

Betoneira elétrica de 400L sem carregador mês 337,88

Compactador CM/13 elétrico mês 363,33 Compactador CM/20 elétrico mês 575,33Cortadora de piso elétrica mês 597,67 Furadeira industrial Bosch ref. 1174 mês 163,33 Guincho de coluna (foguete) mês 302,33 Mangote vibratório de 35mm mês 81,67 Mangote vibratório de 45mm mês 81,67 Motor elétrico para vibrador mês 90,67 Pistola finca pinos mês 177,50 Pontalete metálico regulável (1 peça) mês 6,00 Serra elétrica circular de bancada mês 121,33

FerrOS

Ferro CA-25 de 12,5mm kg 3,02 Ferro CA-25 de 20mm kg 3,26

Ferro CA-25 de 25mm kg 3,21 Ferro CA-50 de 6,3mm kg 3,75

Ferro CA-50 de 8mm kg 3,78

Ferro CA-50 de 10mm kg 3,50

Ferro CA-50 de 12,5mm kg 3,26

Ferro CA-50 de 16mm kg 3,28

Ferro CA-50 de 20mm kg 3,44

Ferro CA-50 de 25mm kg 3,16

Ferro CA-50 de 32mm kg 3,05

Ferro CA-60 de 4,2mm kg 3,44

Ferro CA-60 de 5mm kg 3,47

Ferro CA-60 de 6mm kg 3,33

Ferro CA-60 de 7mm kg 3,30

Ferro CA-60 de 8mm kg 2,61

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

m2 5,57

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

m2 8,49

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

kg 5,50

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

m2 9,89

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

kg 5,64

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2 12,41

FOrrOS, DiViSÓriAS e SerViÇOS De geSSO

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un 7,17

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm un 3,18

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado

m 15,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado

m 18,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado

m 20,00

Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada

m 13,33

Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

m 18,00

FerrAgeNS De POrtA

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte

un 4,59

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte

un 5,82

Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte

un 10,23

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte

un 86,15

Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte

un 63,54

Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte

un 63,90

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte

un 61,08

Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte

un 86,43

Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte

un 54,31

Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte

un 63,87

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte

un 134,96

Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte

un 107,28

Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

un 107,28

grANitOS

Granilha nº 02 (saco com 40kg) sc 10,40 Granilha nº 02 kg 0,17 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp.

m 165,80

Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm

m 19,93

Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm

m 26,78

Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm

m 16,70

Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm

m2 111,25

Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm

m2 250,00

Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

m2 235,00

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm m 227,00

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m 50,50

Page 93: Revista Construir Nordeste. Ed. 72
Page 94: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara 37,18

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m) vara 45,05

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 1,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 1,20

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 1,82

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 2,68

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 3,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 5,13

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 12,37

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 14,42

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" un 0,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" un 0,68

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" un 0,89

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" un 1,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" un 1,82

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" un 2,83

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" un 7,96

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3" un 9,75

Bucha de alumínio de 1/2" un 0,37

Bucha de alumínio de 3/4" un 0,50

Bucha de alumínio de 1" un 0,69

Bucha de alumínio de 1.1/4" un 0,94

Bucha de alumínio de 1.1/2" un 1,14

Bucha de alumínio de 2" un 2,31

Bucha de alumínio de 2.1/2" un 2,00

Bucha de alumínio de 3" un 3,26

Arruela de alumínio de 1/2" un 0,24

Arruela de alumínio de 3/4" un 0,28

Arruela de alumínio de 1" un 0,53

Arruela de alumínio de 1.1/4" un 0,76

Arruela de alumínio de 1.1/2" un 0,90

Arruela de alumínio de 2" un 1,14

Arruela de alumínio de 2.1/2" un 1,98

Arruela de alumínio de 3" un 2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4" un 3,17

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" un 1,82

Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3" un 2,95

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4" un 3,20

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho un 1,73

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho un 1,86

Cabo de cobre nú de 10mm2 m 4,59

Cabo de cobre nú de 16mm2 m 6,26

Cabo de cobre nú de 25mm2 m 9,65

Cabo de cobre nú de 35mm2 m 13,53

Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,57

Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 1,03

Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,84

Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,51

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico

m 4,23

Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico

m 6,70

Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico

m 12,28

Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico

m 14,75

Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,60

Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,94

Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,56

Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,17

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m) un 10,27

Disjuntor monopolar de 10A Pial un 7,95

Disjuntor monopolar de 15A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 20A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 25A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 30A Pial un 6,99

Disjuntor tripolar de 10A Pial un 42,73

Disjuntor tripolar de 25A Pial un 43,37

Disjuntor tripolar de 50A Pial un 45,19

Disjuntor tripolar de 70A Pial un 71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial un 68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial un 68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE un 5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE un 5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE un 5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE un 45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE un 41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE un 42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE un 71,13

Disjuntor tripolar de 90A GE un 60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE un 60,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

un 11,92

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores

un 39,22

Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores

un 70,85

Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

un 119,99

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores

un 37,73

Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores

un 123,50

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un 46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un 181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un 66,10

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un 29,93

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un 30,23

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis cj 5,78

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis cj 10,25

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis cj 14,56

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis cj 7,73

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis

cj 13,70

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis

cj 12,38

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 12,00

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 15,23

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 6,58

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 14,40

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis

cj 7,71

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis

cj 8,90

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis

cj 17,80

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

cj 6,28

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis

cj 6,20

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis

cj 13,26

Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis un 0,67 Suporte padrão 4"x4" Pial un 1,23 Placa cega 4"x2" Pial Pratis un 2,26 Placa cega 4"x4" Pial Pratis un 5,48

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus cj 8,68

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus cj 15,90

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus cj 22,62

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus cj 11,18

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus cj 21,90

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj 18,90

Page 95: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

MAteriAiS De PiNtUrA

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl 73,20

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão) gl 23,77

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)

lata 103,13

Selador acrílico para parede externa (galão) gl 23,57

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros) lata 103,53

Massa corrida PVA (galão) gl 10,67 Massa corrida PVA (lata c/18 litros) lata 36,43 Massa acrílica (galão) gl 23,43 Massa acrílica (lata c/18 litros) lata 99,63 Massa à óleo (galão) gl 37,93 Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) gl 60,90 Tinta latex fosca para interior (galão) gl 23,90 Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros) lata 106,63 Tinta latex para exterior (galão) gl 44,87Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) lata 222,47 Líquido para brilho regulador (galão) gl 45,27 Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros) lata 223,47 Tinta acrílica fosca (galão) gl 45,27 Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) lata 191,60 Textura acrílica (galão) gl 22,10 Textura acrílica (lata c/18 litros) lata 98,40 Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)

gl 62,70

Verniz marítimo à base de poliuretano (galão) gl 56,63Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) gl 59,80 Esmalte sintético acetinado (galão) gl 59,77 Esmalte sintético brilhante (galão) gl 51,23 Tinta à óleo (galão) gl 44,19 Tinta à óleo para cerâmica (galão) gl 72,67 Tinta acrílica especial para piso (galão) gl 32,97 Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros) lata 143,60 Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) gl 151,33 Diluente epoxi (litro) l 20,63 Lixa para parede un 0,45 Lixa para madeira un 0,54 Lixa d'água un 0,87 Lixa para ferro un 1,87 Estopa para limpeza kg 8,13 Ácido muriático (litro) l 2,87 Cal para pintura kg 0,84

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 270,83

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 468,87

Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 293,88

Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 481,76

Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un 169,33

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un 374,93

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un 612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un 16,42

MárMOreS

Bancada de mármore branco rajado de 60x2cm

m 131,20

Bancada de mármore branco extra de 60x2cm

m 416,53

Bancada de mármore travertino de 60x2cm

m 197,47

Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm

m2 157,50

Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm

m2 69,00

Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm

m2 58,33

Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm

m2 122,50

Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm

m2 115,00

Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

m 14,00

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm m 21,33

Soleira em mármore branco extra de 15x2cm

m 48,33

Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm

m 21,33

Soleira em mármore travertino de 15x2cm

m 31,00

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 41,30

Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 49,18

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 79,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 116,56

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 158,56

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 17,02

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 30,88

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 38,28

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara 44,72

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 110,33

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol

un 146,40

Vedação para saída de vaso sanitário un 6,51 Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 26,64

Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 24,46

MAteriAiS De iNOX

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 176,43

Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm un 13,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm un 47,38

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm un 53,53

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 10,43

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm un 0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,50

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,95 Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 9,38

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,26

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca

un 105,72

Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un 43,12

Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar un 60,26

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,73

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,37

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,95

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 4,51

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 9,48

Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 11,63

Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 18,80 Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 0,72

Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 17,55

Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 32,25

Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 50,23

Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra

un 4,52

Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 19,53

Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 26,83

Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 54,26

Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 70,46

Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 85,92

Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 129,13

Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 8,10

Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 11,73

Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 24,46

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 16,26

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 18,83

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus

cj 7,56

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus

cj 15,20

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus

cj 13,68

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus

cj 11,03

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

cj 29,65

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus

cj 9,90

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus

cj 8,46

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus

cj 15,03

Suporte padrão 4"x2" Pial Plus un 1,03

Placa cega 4"x2" Pial Plus un 2,40

Placa cega 4"x4" Pial Plus un 5,73 Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores

un 21,56

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis

cj 10,70

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis

cj 16,60

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus

cj 15,00

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

cj 21,52

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par m 0,27

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares m 0,43

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares m 0,67

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares m 1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares m 0,93

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares m 1,69

Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm

un 51,30

Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm

un 81,56

Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm

un 119,85

Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm

un 144,44

Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm

un 212,33

Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

un 356,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

un 895,48

MAteriAiS hiDráUliCOS

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda

un 6,50

Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda

un 10,55

Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda

un 15,04

Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda

un 16,76

Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha un 5,08

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório un 1,31

Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un 1,27

Curva de PVC soldável para água de 20mm un 1,13

Curva de PVC soldável para água de 25mm un 1,53

Curva de PVC soldável para água de 32mm un 3,17

Curva de PVC soldável para água de 40mm un 5,54

Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un 1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2" un 1,00

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4" un 1,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1" un 2,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4" un 6,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2" un 7,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2" un 15,00

Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm un 0,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm un 0,46

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm un 1,20

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm un 2,90

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm un 3,33

Page 96: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

insumos

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm m2 14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm m2 20,03

Pedra Ardósia verde de 20x40cm m2 26,00

Pedra Ardósia verde de 40x40cm m2 26,42

Pedra Itacolomy do Norte irregular m2 20,67 Pedra Itacolomy do Norte serrada m2 27,34

Pedra São Thomé Cavaco m2 33,00

Pedra Cariri serrada de 30x30cm m2 17,34 Pedra Cariri serrada de 40x40cm m2 17,67 Pedra Cariri serrada de 50x50cm m2 18,00 Pedra sinwalita de corte manual m2 21,00 Pedra Sinwalita serrada m2 27,67 Pedra portuguesa (2 latas/m2) m2 15,33 Pedra Itamotinga Cavaco m2 15,67 Pedra Itamotinga almofada m2 18,33 Pedra Itamotinga Corte Manual m2 20,67 Pedra Itamotinga Serrada m2 26,67 Pedra granítica tipo Canjicão Almofada m2 32,00 Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm m2 27,00 Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros) lata 33,00

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros) gl 38,80

reVeStiMeNtOS ViNíliCOS e De bOrrAChA

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash m2 34,54

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash

m2 40,47

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash

m2 45,11

Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2 18,08

telhAS MetáliCASTelha de alumínio trapezoidal com 0,5mm m2 31,33 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm

un 106,99

Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm m2 25,76 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un 91,52

ViDrOSVidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

m2 27,44

Vidro Canelado incolor (cortado) m2 27,04 Vidro aramado incolor de 7mm (cortado) m2 91,29

Vidro anti-reflexo (cortado) m2 30,21

Vidro liso incolor de 3mm (cortado) m2 23,20

Vidro liso incolor de 4mm (cortado) m2 32,77

Vidro liso incolor de 5mm (cortado) m2 37,22

Vidro liso incolor de 6mm (cortado) m2 43,48 Vidro liso incolor de 8mm (cortado) m2 66,74

Vidro liso incolor de 10mm (cortado) m2 83,10

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado) m2 110,63

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado) m2 131,42

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado) m2 161,29

Vidro bronze de 4mm (cortado) m2 42,74

Vidro bronze de 6mm (cortado) m2 65,06

Vidro bronze de 8mm (cortado) m2 102,18

Vidro bronze de 10mm (cortado) m2 131,07

Vidro cinza de 4mm (cortado) m2 36,46

Vidro cinza de 6mm (cortado) m2 57,54

Vidro cinza de 8mm (cortado) m2 86,12

Vidro cinza de 10mm (cortado) m2 108,62

Espelho prata cristal de 3mm (cortado) m2 49,04

Espelho prata cristal de 4mm (cortado) m2 73,27

Espelho prata cristal de 6mm (cortado) m2 108,79

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2 128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2 149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2 169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado un 10,31

Junta de vidro para piso m 0,40

Massa para vidro kg 1,22

MÃO De ObrAArmador h 5,60 Azulejista h 5,60 Calceteiro h 5,60 Carpinteiro h 5,60 Eletricista h 5,60 Encanador h 5,60 Gesseiro h 5,60 Graniteiro h 5,60 Ladrilheiro h 5,60 Marceneiro h 5,60 Marmorista h 5,60 Pastilheiro h 5,60 Pintor h 5,60 Serralheiro h 5,60 Telhadista h 5,60 Vidraceiro h 5,60 Pedreiro h 4,65 Servente h 3,42

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca

un 183,80

Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca

un 185,97

Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un 99,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca un 146,70

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un 138,10

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca un 37,46

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca un 45,86

Válvula de PVC para lavatório un 3,33

Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un 2,97

OUtrOSCorda de nylon de 3/8" kg 15,68 Tela de nylon para proteção de fachada m2 3,38 Bucha para fixação de arame no forro de gesso kg 4,33 Pino metálico para fixação à pistola com cartucho

un 0,59

Cola Norcola (galão com 2,85kg) gl 31,71

Cola branca (pote de 1 kg) kg 6,92

Bloco de EPS para laje treliçada m3 208,75

ProdUtos cerÂmicosTijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm mil 383,33

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm mil 186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm mil 326,67

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm mil 442,11

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm mil 474,39

Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm mil 605,00

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

mil 400,00

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm mil 417,50

Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2 mil 420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2 mil 770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil 950,00

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2

mil 2.250,00

Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil 1.640,00

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil 1.285,80

Massa refratária seca kg 0,72

Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil 50,00

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil 720,00

PregOS e PArAFUSOS

Prego com cabeça de 1.1/4"x14 kg 5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 kg 5,98

Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,16

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16"

un 0,17

Porca de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,15 Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un 0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,10

revestimentos cerÂmicos

Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A" m2 17,19

Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4

m2 14,45

Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm m2 37,46 Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm m2 32,85 Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722

m2 23,65

Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041

m2 30,73

Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2 21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm m2 18,67

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A" m2 16,41

reVeStiMeNtOS De PeDrAS NAtUrAiSPedra Ardósia cinza de 20x20cm m2 12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm m2 13,33

Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol

un 69,56

Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol

un 80,53

Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca un 240,10 Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca

un 372,30

Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca

un 359,60

Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca

un 57,20

Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca

un 56,11

Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca un 87,53 Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

un 66,63

Tinta Hidracor (saco com 2kg) sc 3,40 Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas) lata 5,13

MAteriAiS PArA iNStAlAÇÃO De ágUA qUeNte

Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m)

un 62,54

Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m)

un 100,06

Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m)

un 118,43

Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m)

un 209,22

Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un 388,27

MAteriAiS SANitáriOS

Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca un 75,95

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra un 42,86

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra

un 15,20

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite

un 264,27

Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite

un 163,90

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca

un 280,83

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca

un 277,45

Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite un 122,56 Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca un 236,83 Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca un 67,68

Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca un 123,95

Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca un 125,95 Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca un 169,30 Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca un 173,83 Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un 47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca

un 46,93

Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca

un 76,00

Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca

un 71,90

Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca

un 58,70

Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

un 140,92

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca un 73,73

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite un 49,45

Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra

un 2,30

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un 19,68

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi

un 2,88

Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi

un 3,70

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço un 5,83

Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca un 208,47

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par)

par 7,27

Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)

par 13,46

Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par) par 10,76 Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" un 46,95 Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

un 71,50

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" un 7,38

Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

un 3,30

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca

un 260,33

Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca

un 70,60

Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca

un 188,35

Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca

un 68,63

Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite

un 163,45

Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado Resinam

un 53,23

Tanque em resina simples de 60x60cm granitado Marnol

un 50,55

Page 97: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

COlAbOrADOreS DeStA eDiÇÃO

ArqUitetUrA

Baobá Comunicação, Cultura e ConteúdoRua Porangaba, nº 149, Bosque da Saúde. São Paulo/SP11 3482.2510 | 11 3482.6908 Mozarteum BrasileiroR. Pedroso Alvarenga, 58 – 3º andar. São Paulo/SPmozarteum.org.br I 11 3815.6377 CONStrUir ViDA SUSteNtáVel

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Page 98: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

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Page 99: Revista Construir Nordeste. Ed. 72

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Page 100: Revista Construir Nordeste. Ed. 72