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Exame Nacional do Ensino Médio REVISÃO ENEM - 2019 Ciências Humanas e suas Tecnologias Redação, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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Exame Nacional do Ensino Médio

REVISÃO ENEM - 2019

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Redação, Linguagens, Códigose suas Tecnologias

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2019 – APOSTILA REVISÃO ENEM

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REDAÇÃO – AULA 01

CONFIRA OS TEMAS QUE JÁ APARECERAM NA REDAÇÃO DO ENEM

2018 Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet 2017 Desafios à formação do surdo no Brasil 2016 Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil 2015 A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira 2014 Publicidade infantil em questão no Brasil 2013 Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil 2012 Movimento imigratório para o Brasil no século 21 2011 Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado 2010 O trabalho na construção da dignidade humana 2009 O indivíduo frente à ética nacional 2008 Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo

financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar

2007 O desafio de se conviver com as diferenças 2006 O poder de transformação da leitura 2005 O trabalho infantil na sociedade brasileira 2004 Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação 2003 A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo 2002 O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais

que o Brasil necessita? 2001 Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito? 2000 Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional 1999 Cidadania e participação social 1998 Viver e aprender

REDAÇÃO, LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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ABORDAGENS TEMÁTICAS – UP 2019

ORIGEM

TEMA

Proposta da semana 01 Caminhos possíveis para a melhoria da segurança pública no Brasil Proposta da semana 02 Gordofobia: desafios para se combater este preconceito no Brasil Proposta da semana 03 A importância de uma educação inclusiva para crianças autistas Proposta da semana 04 O mercado de trabalho brasileiro e a inclusão das mulheres: caminhos

possíveis para a igualdade de gênero Proposta da semana 05 O racismo institucional no Brasil: caminhos para se combater esse cenário Proposta da semana 06 Os desafios de se combater as fake news na Era da Informação Proposta da semana 07 Jovens e uso de drogas no Brasil: caminhos para solucionar este cenário Proposta da semana 08 Como combater a depressão na sociedade brasileira Proposta da semana 09 A automedicação e os impactos na saúde do brasileiro Proposta da semana 10 A importância de se ampliar os programas de combate à AIDS no Brasil Proposta da semana 11 A corrupção na sociedade brasileira Proposta da semana 12 A necessidade de se combater o assédio sexual no esporte no Brasil Proposta da semana 13 A importância do patrimônio cultural brasileiro Proposta da semana 14 A questão do lixo no Brasil no século XXI Proposta da semana 15 A cultura da “selfie” representa uma geração narcisista ou um ato de

afirmação? Proposta da semana 16 Brasil: a educação que temos e a educação da qual precisamos Proposta da semana 17 O necessário combate aos conflitos sociais no campo brasileiro Proposta da semana 18 Desafios à universalização do saneamento básico no Brasil Proposta da semana 19 A educação básica no Brasil e seus desdobramentos Proposta da semana 20 Impactos da não promoção de mobilidade urbana no Brasil Proposta da semana 21 Desafios do combate à obesidade infantil no Brasil Proposta da semana 22 Analfabetismo funcional em questão no Brasil Proposta da semana 23 Os desafios à ampliação da cultura de doação no Brasil Proposta da semana 24 O preconceito linguístico é a denúncia de um país marcado pela

desigualdade Proposta da semana 25 Gravidez na adolescência em questão no Brasil Proposta da semana 26 Entraves à participação indígena na política brasileira

Proposta da semana 26. 1 Desafios à formação educacional do índio brasileiro Proposta da semana 27 Consumo consciente: urgência no Brasil atual

Proposta da semana 27.1 A importância do equilíbrio ambiental nas cidades para a qualidade de vida dos cidadãos

Proposta da semana 28 Infância em risco: abuso e exploração sexual infantil no Brasil Proposta da semana 28.1 A erotização infantil no Brasil e seus desdobramentos Proposta da semana 29 Tráfico de pessoas em questão no Brasil

Proposta da semana 29.1

A leniência da sociedade e os crimes de falsificação e de comércio ilegal no Brasil

Enem 2018 PPL – Formas de organização da sociedade para o enfrentamento de problemas econômicos no Brasil

Enem 2017 PPL – Consequências da busca por padrões de beleza idealizados Enem 2016 PPL – Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil Enem 2015 PPL – O Histórico desafio de se valorizar o professor. Enem 2014 PPL – O que o fenômeno social dos ‘rolezinhos’ representa? Enem 2013 PPL – Cooperativismo como alternativa social Enem 2012 PPL – O Grupo fortalece o indivíduo? Enem 2011 PPL – Cultura e mudança social. Enem 2010 PPL – Ajuda humanitária Enem 2009 PPL – A família contemporânea e o que ela representa para a sociedade. Enem 2009 Vazada – Valorização do Idoso

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Proposta da semana 30 A solidão na contemporaneidade brasileira Proposta da semana 30.1 Promoção de saúde mental no Brasil Proposta da semana 31 Maus tratos aos animais em questão no Brasil

Proposta da semana 31.1 Tráfico de animais no Brasil Proposta da semana 32 A cultura do desperdício no Brasil

Proposta da semana 32.1 Desafios à construção da Cultura de prevenção no Brasil

Aula do Vespertino Med Pessoas em situação de rua Aula do Vespertino Med Vícios em jogos Aula do Vespertino Med Inclusão digital de idosos Aula do Vespertino Med Preconceito contra LGBT Aula do Vespertino Med Aumento da Expectativa de Vida Aula do Vespertino Med Bullying Aula do Vespertino Med Adoção Aula do Vespertino Med Violência contra docentes Aula do Vespertino Med Como preparar o jovem brasileiro para as novas demandas do mercado Aula do Vespertino Med Desafios da Educação à Distância no Brasil Aula do Vespertino Med O que o suicídio e a automutilação, entre os jovens contemporâneos,

denunciam sobre a sociedade atual? Aula do Vespertino Med Discurso de ódio virtual no Brasil Aula do Vespertino Med O sistema carcerário feminino em questão no Brasil Aula do Vespertino Med O esporte como ferramenta de inclusão social Aula do Vespertino Med Desafios à promoção da Educação Empreendedora no Brasil Aula do Vespertino Med Efeitos da evasão escolar no Brasil Aula do Vespertino Med Caminhos ao enfrentamento do assédio sexual no Brasil

SIMULADO ENEM Feminicídio SIMULADO ENEM Caminhos à construção do patriotismo na nação brasileira SIMULADO ENEM A importância do voluntariado para as transformações sociais no Brasil atual

Simulado VespMed Segurança escolar: caso de polícia? Simulado VespMed Caminhos necessários à melhoria do sistema de saúde ofertado aos

brasileiros

Simulado VespMed Como promover a preservação ambiental por meio da aplicação do conhecimento científico no Brasil?

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DA CARTILHA DO PARTICIANTE 2018 PUBLICADA PELO INEP

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Quais as razões para se atribuir nota 0 (zero) a uma redação?

A redação receberá nota zero se apresentar uma das características a seguir: Fuga total ao tema. Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa. Extensão de até 7 linhas. Cópia integral de texto(s) motivador(es) da Proposta de Redação e/ou de texto(s) motivador(es)

apresentado(s) no Caderno de Questões. Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação (tais como números ou sinais gráficos fora

do texto). Parte deliberadamente desconectada do tema proposto. Assinatura, nome, apelido ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do

participante. Texto predominantemente em língua estrangeira. Folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho.

COMPETÊNCIA 1

A Competência 1 avalia se o participante domina a modalidade escrita formal da língua portuguesa, o que inclui o conhecimento das convenções da escrita, entre as quais se encontram as regras de ortografia e de acentuação gráfica regidas pelo atual Acordo Ortográfico. Este já está em vigor e deve ser seguido, na escrita formal, por todos, inclusive pelo participante do Enem.

Além disso, o domínio da modalidade escrita formal será observado na adequação do seu texto em relação tanto às regras gramaticais quanto à fluidez da leitura, que pode ser prejudicada ou beneficiada pela construção sintática.

Desse modo, o avaliador corrigirá sua redação, nessa Competência, considerando os possíveis problemas

de construção sintática e a presença de desvios (gramaticais, de convenções da escrita, de escolha de registro e de escolha vocabular).

Convenções da escrita: acentuação, ortografia, separação silábica, uso do hífen e uso de letras maiúsculas e minúsculas.

Gramaticais: concordância verbal e nominal, flexão de nomes e verbos, pontuação, regência verbal e nominal, colocação pronominal, pontuação e paralelismo.

Escolha de registro: adequação à modalidade escrita formal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade.

Escolha vocabular: emprego de vocabulário preciso, o que significa que as palavras selecionadas são usadas em seu sentido correto e são apropriadas para o texto.

COMPETÊNCIA 2

O segundo aspecto a ser avaliado no seu texto é a compreensão da proposta de redação, composta por um tema específico a ser desenvolvido na forma de texto dissertativo-argumentativo – ou seja, a proposta exige que o participante escreva um texto dissertativo-argumentativo, que é o tipo de texto que demonstra, por meio de argumentação, a assertividade de uma ideia ou de uma tese. É mais do que uma simples exposição de ideias; por isso, você deve evitar elaborar um texto de caráter apenas expositivo, devendo assumir claramente um ponto de vista. Além disso, é preciso que a tese que você irá defender esteja relacionada ao tema definido na proposta. É dessa forma que se atende às exigências expressas pela Competência 2 da matriz de avaliação do Enem. Trata-se, portanto, de uma competência que avalia as habilidades integradas de leitura e de escrita. O tema constitui o núcleo das ideias sobre as quais a tese se organiza e é caracterizado por ser uma delimitação de um assunto mais abrangente. Por isso, é preciso atender ao recorte temático definido para evitar tangenciá-lo ou, ainda pior, desenvolver um tema distinto do determinado pela proposta.

O QUE É UM TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO? O texto dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre

determinado assunto. É fundamentado com argumentos, a fim de influenciar a opinião do leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la. O objetivo desse texto é, em última análise, convencer o leitor de que o ponto de vista em relação à tese apresentada é acertado e relevante. Para tanto, mobiliza informações, fatos e opiniões, à luz de um raciocínio coerente e consistente. A sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar os dois princípios de estruturação explicitados a seguir

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Seguem algumas recomendações para atender plenamente às expectativas em relação à Competência 2: Leia com atenção a proposta da redação e os textos motivadores, para compreender bem o que está

sendo solicitado. Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentadas apenas para

despertar uma reflexão sobre o tema. Não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para

despertar seus conhecimentos sobre o tema. Além disso, a recorrência de cópia é avaliada negativamente e fará com que seu texto tenha uma pontuação mais baixa.

Reflita sobre o tema proposto para definir qual será o foco da discussão, isto é, para decidir como abordá-lo, qual será o ponto de vista adotado e como defendê-lo.

Utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo. Essas informações devem ser usadas de modo produtivo no seu texto, evidenciando que elas servem a um propósito muito bem definido: ajudá-lo a validar seu ponto de vista. Isso significa que essas informações devem estar articuladas à discussão desenvolvida em sua redação. Informações soltas no texto, por mais variadas e interessantes, perdem sua relevância quando não associadas à defesa do ponto de vista desenvolvido em seu texto.

Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: fuga total ou tangenciamento ao tema.

COMPETÊNCIA 3

A Competência 3 trata da inteligibilidade do seu texto, ou seja, de sua coerência e da plausibilidade entre as ideias apresentadas, o que é garantido pelo planejamento prévio à escrita, ou seja, pela elaboração de um projeto de texto.

A inteligibilidade da sua redação depende, portanto, dos seguintes fatores: Seleção de argumentos. Relação de sentido entre as partes do texto. Progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e

que as ideias desenvolvidas são, pouco a pouco, apresentadas, de forma organizada, em uma ordem lógica.

Desenvolvimento dos argumentos, com a explicitação da relevância das ideias apresentadas para a defesa do ponto de vista definido.

O QUE É COERÊNCIA? A coerência se estabelece por meio das ideias apresentadas no texto e dos conhecimentos dos interlocutores, garantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. Está, pois, ligada ao entendimento e à possibilidade de interpretação dos sentidos do texto. O leitor poderá compreender esse texto, refletir a respeito das ideias nele contidas e, em resposta, reagir de maneiras diversas: aceitar, recusar, questionar e até mesmo mudar seu comportamento em face das ideias do autor, partilhando ou não da sua opinião.

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O QUE É PROJETO DE TEXTO? Projeto de texto é o planejamento prévio à escrita da redação. É o esquema que se deixa perceber pela organização estratégica dos argumentos presentes no texto. É nele que são definidos quais os argumentos que serão mobilizados para a defesa de sua tese, quais os momentos de introduzi-los e qual a melhor ordem para apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja articulado, claro e coerente. Assim, o texto que atende às expectativas referentes à Competência 3 é aquele no qual é possível perceber a presença implícita de um projeto de texto, ou seja, aquele em que é claramente identificável a estratégia escolhida por quem está escrevendo para defender seu ponto de vista.

Resumindo: na organização do texto dissertativo-argumentativo, você deve procurar atender às seguintes exigências: Apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam. Encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações coerentes com o que foi

apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos. Desenvolvimento dessas ideias por meio da explicitação, explicação ou exemplificação das informações,

fatos e opiniões, de modo a justificar, para o leitor, o ponto de vista escolhido.

COMPETÊNCIA 4

Os aspectos a serem avaliados nesta Competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência entre as ideias. Essa articulação é feita mobilizando-se recursos coesivos que são responsáveis pelas relações semânticas construídas ao longo do texto, por exemplo, relações de igualdade, de adversidade, de causa-consequência, de conclusão etc. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos. Você viu que as Competências 3 e 4 consideram a construção da argumentação ao longo do texto, porém avaliam aspectos diferentes. Na Competência 3, é avaliada a capacidade de o participante “selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista”, ou seja, trata-se da estrutura mais profunda do texto. Já a coesão, avaliada na Competência 4, atua na superfície textual, isto é, ela avalia as marcas linguísticas que ajudam a chegar à compreensão profunda do texto.

Procure utilizar as seguintes estratégias de coesão para se referir a elementos que já apareceram no texto: a) Substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que

indicam localização, artigos. b) Substituição de termos ou expressões por sinônimos, hipônimos, hiperônimos ou expressões resumitivas. c) Substituição de verbos, substantivos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que

resumam e retomem o que já foi dito. d) Elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados ou que sejam facilmente identificáveis. Resumindo: na elaboração da redação, você deve evitar: Sequência justaposta de palavras e períodos sem articulação. Ausência total de parágrafos na construção do texto. Emprego de conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções adverbiais)

que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da mensagem. Repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua

(pronome, advérbio, artigo, sinônimo).

COMPETÊNCIA 5

O quinto aspecto a ser avaliado no seu texto é a apresentação de uma proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos. Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que busque, mesmo que minimamente, enfrentá-lo. É importante ressaltar que as provas de redação do Enem normalmente abordam temas complexos, muitas vezes problemas de difícil resolução, de ordem social, científica, cultural ou política. Por isso, você pode apresentar as mais diversas formas de intervenção, desde uma sugestão de combate até uma solução efetiva da questão em foco.

Elaborar uma proposta de intervenção na prova de redação do Enem representa uma ocasião para que você demonstre seu preparo para o exercício da cidadania, para atuar na realidade em consonância com os direitos humanos. Você deve usar seus conhecimentos desenvolvidos ao longo de sua formação para a produção de um texto no qual, além de se posicionar de maneira crítica e argumentar a favor de um ponto de vista, você possa indicar uma iniciativa que interfira no problema discutido em sua redação.

A proposta de intervenção precisa estar relacionada ao tema e integrada ao seu projeto de texto. Considerando seu planejamento de escrita (avaliado na Competência 3), sua proposta deve ser coerente em relação à tese desenvolvida e aos argumentos utilizados, já que expressa sua visão, como autor, das possíveis soluções para a questão discutida. Assim, é necessário que a intervenção apontada responda aos problemas discutidos por você, mostrando-se articulada ao seu projeto de texto.

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Ao redigir seu texto, busque apresentar uma proposta concreta, específica ao tema e consistente com o desenvolvimento de suas ideias. Para construir uma proposta muito bem elaborada, você deve não apenas propor uma ação interventiva, mas também o ator social competente para executá-la, de acordo com o âmbito da ação escolhida: individual, familiar, comunitário, social, político, governamental e mundial. Além disso, você deve determinar o meio de execução da ação e o seu efeito ou finalidade, bem como algum outro detalhamento.

Ao elaborar sua proposta, procure responder às seguintes perguntas: 1) O que é possível apresentar como proposta de intervenção para o problema? 2) Quem deve executá-la? 3) Como viabilizar essa proposta? 4) Qual efeito ela pode alcançar? 5) Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?

Resumindo: seu texto será avaliado com base na composição e no detalhamento da proposta que você apresentar. IMPORTANTE! Existem várias formas de propor uma intervenção e você deve explorar aquela que mais se adéque ao tema e ao seu projeto texto. Contudo, fique atento para que sua proposta esteja explícita. Constatar a falta de uma ação ou de um projeto ainda não é suficiente para configurar uma proposta de intervenção; apresentar estruturas que não permitam ter certeza de que você está propondo de fato uma intervenção também não (como em “se x for feito, o resultado poderá ser y”). Além disso, evite propostas vagas, genéricas ou incompatíveis com a discussão. Ou seja, você deve ser claro ao apresentar seu desejo de intervir na realidade, e sua proposta deve contemplar a situação problematizada em seu texto.

Para a avaliação das redações, são considerados os seguintes princípios norteadores dos direitos humanos, pautados no artigo 3º da Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, o qual estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos:

Dignidade humana. Igualdade de direitos. Reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades. Laicidade do Estado. Democracia na educação. Transversalidade, vivência e globalidade. Sustentabilidade socioambiental.

A seguir, são apresentados alguns exemplos de trechos de redações de participantes do Enem 2018 que

levaram à atribuição de nota 0 (zero) na Competência 5, por ferirem os direitos humanos: 1) “Para reduzir essa manipulação em determinados locais, deveria ser cortado qualquer sinal de

transmissão de internet, assim reduziria a influência de certos dados no comportamento desses usuários.”. 2) “Para prevenir o cidadão de tal erro, as publicações, reportagens, notícias e etc., deve-se fiscalizar

antes da publicação e, caso haja intervenção na notícia verdadeira ou censuras em ideias realistas, o publicador deve ser punido com 1 ano de cárcere privado, sem ter direito a se comunicar com nada ou com ninguém através da internet.”.

3) “…temos que aprimorar uma lei, pois quem publicar notícias fake será preso ou taxado com multas rescisórias, e também será excluído da sociedade.”.

4) “Uma solução para o problema é privar a internet para pessoas leigas e analfabetas que se deixam levar por qualquer vídeo e foto vista.”.

5) “No Brasil as leis são ‘frágeis’, deveriam ser mais rigorosas, punir pessoas que fazem mal para outras pessoas. Quando digo punir, quero dizer deixá-lo preso sem direitos!”.

AMOSTRA DE REDAÇÕES NOTA 1.000 DO ENEM 2018

Redação de NATÁLIA CRISTINA PATRÍCIO DA SILVA

A utilização dos meios de comunicação para manipular comportamentos não é recente no Brasil: ainda em 1937, Getúlio Vargas apropriou-se da divulgação de uma falsa ameaça comunista para legitimar a implantação de um governo ditatorial. Entretanto, os atuais mecanismos de controle de dados, proporcionados pela internet, revolucionaram de maneira negativa essa prática, uma vez que conferiram aos usuários uma sensação ilusória de acesso à informação, prejudicando a construção da autonomia intelectual e, por isso, demandam intervenções. Ademais, é imperioso ressaltar os principais impactos da manipulação, com destaque à influência nos hábitos de consumo e nas convicções pessoais dos usuários.

Nesse contexto, as plataformas digitais, associadas aos algoritmos de filtragem de dados, proporcionaram um terreno fértil para a evolução dos anúncios publicitários. Isso ocorre porque, ao selecionar os interesses de consumo do internauta, baseado em publicações feitas por este, o sistema reorganiza as informações que chegam até ele, de modo a priorizar os anúncios complacentes ao gosto do usuário. Nesse viés, há uma pretensa

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sensação de liberdade de escolha, teorizada pela Escola de Frankfurt, já que todos os dados adquiridos estão sujeitos à coerção econômica. Dessa forma, há um bombardeio de propagandas que influenciam os hábitos de consumo de quem é atingido, visto que, na maioria das vezes, resultam na aquisição do produto anunciado.

Somado a isso, tendo em vista a capacidade dos algoritmos de selecionar o que vai ou não ser lido, estes podem ser usados para moldar interesses pessoais dos leitores, a fim de alcançar objetivos políticos e/ou econômicos. Nesse cenário, a divulgação de notícias falsas é utilizada como artifício para dispersar ideologias, contaminando o espaço de autonomia previsto pelo sociólogo Manuel Castells, o qual caracteriza a internet como ambiente importante para a amplitude da democracia, devido ao seu caráter informativo e deliberativo. Desse modo, o controle de dados torna-se nocivo ao desenvolvimento da consciência crítica dos usuários, bem como à possibilidade de uso da internet como instrumento de politização.

Evidencia-se, portanto, que a manipulação advinda do controle de dados na internet é um obstáculo para a consolidação de uma educação libertadora. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Educação investir em educação digital nas escolas, por meio da inclusão de disciplinas facultativas, as quais orientarão aos alunos sobre as informações pessoais publicadas na internet, a fim de mitigar a influência exercida pelos algoritmos e, consequentemente, fomentar o uso mais consciente das plataformas digitais. Além disso, é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecnologia, crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de indicadores de confiabilidade nas noticias veiculadas – como o projeto “The Trust Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilhamento de informações falsas e o impacto destas na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira poderá se proteger contra a manipulação e a desinformação.

COMENTÁRIO

A participante demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, uma vez que a estrutura sintática é excelente e há apenas um desvio de acentuação em “notícia”, no último parágrafo.

Em relação aos princípios da estruturação do texto dissertativo-argumentativo, percebe-se que a participante apresenta uma tese, o desenvolvimento de justificativas que comprovam essa tese e uma conclusão que encerra a discussão. Ou seja, a participante apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. Além disso, o tema é abordado de forma completa, demonstrando uma leitura cuidadosa da proposta de redação: logo no primeiro parágrafo, a participante trata do controle de dados na internet e da manipulação dos usuários – que sofrem influência tanto nos hábitos de consumo como em suas convicções pessoais. Observa-se também o uso produtivo de repertório sociocultural pertinente à discussão proposta pela participante em mais de um momento do texto: no primeiro parágrafo, ao apontar como as pessoas foram manipuladas no Brasil, durante a Era Vargas, mesmo sem internet; no segundo parágrafo, ao relacionar a teoria da Escola de Frankfurt com a falsa liberdade de escolha gerada pelo controle de dados; e no terceiro parágrafo, ao contrapor a ideia de Manuel Castells à divulgação de notícias falsas, que impede que a internet seja de fato um ambiente democrático.

Percebe-se também, ao longo da redação, a presença de um projeto de texto estratégico, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, desenvolvidos de forma consistente e bem organizados em defesa do ponto de vista. No primeiro parágrafo, a participante apresenta a questão do controle de dados, que prejudica a construção da autonomia intelectual, causando dois principais impactos: a influência nos hábitos de consumo e nas convicções dos usuários. Nos parágrafos seguintes, ela desenvolve as duas diferentes formas de controle de dados que causam esses impactos: primeiramente o controle relacionado à divulgação de anúncios publicitários, que influenciam no consumo, e depois o controle que seleciona o que vai ou não ser lido, bem como a divulgação de notícias falsas, que moldam os interesses pessoais. Por fim, são apresentadas propostas de intervenção articuladas ao problema apontado pelo participante.

Em relação à coesão, encontra-se, nessa redação, um repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações. Há articulação tanto entre os parágrafos (“Nesse contexto”, “Somado a isso” e “portanto”) quanto entre as ideias dentro de um mesmo parágrafo (1º parágrafo: “Entretanto”, “uma vez que”, “Ademais”; 2º parágrafo: “Isso”, “porque”, “Nesse viés”, “Dessa forma”, “visto que”; 3º parágrafo: “a fim de”, “Nesse cenário”, “a qual”, “Desse modo”; 4º parágrafo: “Por conseguinte”, “as quais”, “Além disso”, entre outros).

Por fim, a participante elabora excelente proposta de intervenção, concreta, detalhada e que respeita os direitos humanos: propõe que o Ministério da Educação invista em educação digital nas escolas, orientando os alunos sobre a divulgação de dados pessoais na internet, e que o Ministério da Justiça crie canais de denúncia de notícias falsas.

Redação de CAROLINA MENDES PEREIRA

Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.

Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo

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que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal.

Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma falsa sensação de livre arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito poderia assumir.

Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.

COMENTÁRIO

A participante demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, uma vez que a estrutura sintática é excelente e há apenas um desvio: uma vírgula usada de forma equivocada no primeiro parágrafo, em “as notícias, e produtos culturais”.

Em relação aos princípios da estruturação do texto dissertativo-argumentativo, percebe-se que a participante apresenta uma tese, o desenvolvimento de justificativas que comprovam essa tese e uma conclusão que encerra a discussão. Ou seja, a participante apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. Além disso, o tema é abordado de forma completa, demonstrando uma leitura cuidadosa da proposta de redação: logo no primeiro parágrafo, a participante já anuncia a problemática ao apontar que os mecanismos de controle de dados são responsáveis por moldar os hábitos e o grau de informatividade dos usuários. Observa-se também o uso produtivo de repertório sociocultural pertinente à discussão proposta pela participante em mais de um momento do texto: no primeiro parágrafo, ao dizer que, diferentemente do que é cantado por Gilberto Gil, hoje as informações disponibilizadas na internet acabam sendo restringidas devido ao controle de dados; no segundo parágrafo, quando apresenta o conceito de ação comunicativa, de Jürgen Habermas, que é prejudicada devido ao direcionamento de informações, o que também prejudica a característica de múltiplas identidades do indivíduo, proposta por Stuart-Hall e apresentada no terceiro parágrafo.

Percebe-se também, ao longo da redação, a presença de um projeto de texto estratégico, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, desenvolvidos de forma consistente e bem organizados em defesa do ponto de vista. Já no primeiro parágrafo, é apresentado o problema da manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, que, segundo a participante, além de ser inconcebível, deve ser enfrentada. Ao longo do desenvolvimento, ela mostra como a seleção, por meio de algoritmos, daquilo que é visto pelos usuários interferem em suas vidas, seja por limitar seu papel como cidadão como por limitar o acesso ao conhecimento. Por fim, são apresentadas propostas de intervenção articuladas ao problema apontado pelo participante.

Em relação à coesão, encontra-se, nessa redação, um repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações. Há articulação tanto entre os parágrafos (“Em segundo lugar”, “Portanto”) quanto entre as ideias dentro de um mesmo parágrafo (1º parágrafo: “seus”, “No entanto”, “essa”, “Desse modo”; 2º parágrafo: “Acerca disso”, “assim”, “já que”, “também”; 3º parágrafo: “Isso”, “porque”, “Sendo assim”, “tais”, “Por fim”; 4º parágrafo: “Para tanto”, “seus”, “uma vez que”, entre outros).

Por fim, a participante elabora excelente proposta de intervenção, concreta, detalhada e que respeita os direitos humanos: propõe que as escolas tornem seus alunos mais críticos e que os ensinem a lidar com a seletividade gerada pelos algoritmos.

IMPORTANTE! Para efeito de avaliação e de contagem do mínimo de linhas escritas, os trechos que representarem cópia dos textos da Prova de Redação ou do Caderno de Questões serão desconsiderados em relação ao total de linhas escritas, valendo somente as que foram produzidas pelo participante.

IMPORTANTE! Procure escrever sua redação com letra legível, para evitar dúvidas no momento da avaliação. Redação com letra ilegível poderá não ser avaliada.

IMPORTANTE! O título é um elemento opcional na produção da sua redação, assim, embora seja considerado como linha escrita, não é avaliado em nenhum aspecto relacionado às competências da matriz de referência.

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COMO SERÁ ATRIBUÍDA A NOTA À REDAÇÃO? Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências. A soma

desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores. O QUE É CONSIDERADO DISCREPÂNCIA?

Considera-se discrepância quando as notas atribuídas pelos avaliadores: diferirem, no total, por mais de 100 pontos; ou obtiverem diferença superior a 80 pontos em qualquer uma das competências. QUAL A SOLUÇÃO PARA O CASO DE HAVER DISCREPÂNCIA ENTRE AS DUAS AVALIAÇÕES INICIAIS?

A redação será avaliada, de forma independente, por um terceiro avaliador. A nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximarem. E SE A DISCREPÂNCIA AINDA CONTINUAR DEPOIS DA TERCEIRA AVALIAÇÃO?

A redação será avaliada por uma banca presencial composta por três professores, que atribuirá a nota final do participante. QUAIS AS RAZÕES PARA SE ATRIBUIR NOTA 0 (ZERO) A UMA REDAÇÃO?

A redação receberá nota 0 (zero) se apresentar uma das características a seguir: fuga total ao tema; não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa; extensão total de até 7 linhas; cópia integral de texto(s) da Prova de Redação e/ou do Caderno de Questões; impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, em qualquer parte da folha de redação; números ou sinais gráficos fora do texto e sem função clara; parte deliberadamente desconectada do tema proposto; assinatura, nome, apelido, codinome ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do

participante; texto predominante ou integralmente em língua estrangeira; e folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho.

REDAÇÕES PARA ANÁLISE

TEMA: Suicídio

Uma pluralidade de fatores que levam um indivíduo a tirar a própria vida evidencia o suicídio como prática presente no contexto atual da cultura brasileira. Com índices crescentes, o tema é ainda tabu em diversas esferas sociais e assim inviabiliza a busca de socorro àqueles que estão a um passo de cometer esse tipo de atentado. Perante um cenário conflituoso, ações são necessárias à compreensão do tema enquanto questão de saúde pública e de empatia no que tange à preservação da vida.

O contexto contemporâneo, marcado pela superficialidade das relações, por mercados mais exigentes, e competitivos e por instabilidades econômicas, leva o homem moderno a extremos emocionais balizados por insucessos e decepções. Doenças da alma, assim mais conhecidas, começam a surgir – sobretudo a depressão – e levam o indivíduo em angústia ao isolamento. Esse contexto foi denominado pelo sociólogo Zygmunt Bauman de "modernidade líquida", no qual a marca das relações sociais se dá pela volatilidade e não há prioridade para o estreitamento de relações, resultando no individualismo. Para muitos, esse quadro pode ser insuportável, a ponto de o suicídio parecer a opção mais próxima do alívio para o sofrimento vivido.

Outrossim, a resistência social na discussão do assunto – mormente nas famílias e instituições religiosas – acaba por comprometer a atitude da vítima em buscar ajuda nos órgãos de saúde, haja vista o preconceito àqueles que confessam viver um quadro de depressão. Em resposta, os índices do Ministério da Saúde registram a marca de cerca de 11 mil pessoas morrerem por suicídio todos os anos no Brasil, de acordo com o primeiro boletim epidemiológico sobre suicídio de 2017.

A realidade de suicídio no Brasil, portanto, é fundamentada por questões culturais e contemporâneas. Assim, cabe ao Estado, representado pelo Ministério da Saúde, evidenciar o tema, por meio de ações que instruam a sociedade sobre a urgência em se discutir o assunto. Publicidades em diversas mídias, como as determinadas pela campanha "Setembro Amarelo", passam a ser necessárias para abranger o maior número de pessoas possíveis, a fim de tornar o tema comum no seio social. Ainda cabe às ações governamentais ampliar o atendimento às doenças psíquicas, com mais investimentos no quadro de pessoal e material, para que o tema seja compreendido como fator de atenção da saúde pública.

TEMA: Vacinação no Brasil Durante a República Velha, no Brasil, surgiu um movimento denominado “Revolta da Vacina”, o qual se

caracterizou por um levante popular proveniente de desinformação em um contexto que, devido à grande incidência de doenças, implementou-se a obrigatoriedade da vacinação. Contemporaneamente, esse cenário dá lugar a uma realidade distante na qual, mesmo com consideráveis avanços, o hábito de se vacinar não é consolidado. Assim, a fim de buscar meios que alterem esse quadro, discutem-se como seus contribuintes a falta de temor populacional quanto a epidemias, bem como a parcela de dados disponibilizados indevidamente.

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De início, analisa-se, como primeiro potencializador da problemática, o distanciamento da sociedade atual para com ambientes afetados por doenças prevenidas pelas vacinas. Parafraseando o filósofo Arthur Schopenhauer, a realidade circundante é um fator determinante para a constituição das percepções individuais. Ao inserir esse pensamento na contemporaneidade, percebe-se que, não vivenciando os efeitos ocasionados por patologias, como a febre amarela e a varíola, em uma comunidade, os cidadãos não mais temem a contaminação e, dessa forma, não conferem devida importância à vacinação. Nesse ínterim, nota-se que, mesmo diante de avanços estatais no fornecimento de vacinas e campanhas a favor da imunização, falta consciência popular quanto à prevenção. Logo, promover uma mudança no pensamento coletivo auxilia no combate ao problema. Paralelamente a essa consideração, pontua-se a forma de disposição de informações como outra vertente importante. Corrompida por inverdades ou proveniente de movimentos antivacina, grande parcela das notícias referentes à imunização difere a problemática do acesso a informes na atualidade daquela presente no século passado. Nesse contexto, ao avaliar tal quadro de acordo com o pensamento de Peter Drucker de que o conhecimento e a informação são intrínsecos ao desenvolvimento nacional, evidencia-se a interferência negativa que o alcance a conteúdos informativos inadequados gera na realidade da vacinação. Uma vez alcançados dados incoerentes, a disseminação de Fake News, a partir do advento da internet, potencializa ainda mais o acesso a inverdades, gerando uma maximização de seus efeitos. Dessarte, para elevar índices de imunidade, deve-se atentar também para esse cenário. Para que ocorram avanços na vacinação no Brasil, portanto, necessita-se de medidas direcionadas à população. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação, simultaneamente ao Ministério da Saúde, enquanto responsáveis pelos conhecimento e sanidade populacionais, realizar projetos que insiram a temática em voga na sociedade. Nesse viés, o primeiro deve promover palestras escolares com profissionais da área médica que, por meio da evidenciação dos riscos ligados à falta de vacinação, levem estudantes a uma reflexão quanto à importância de tal ato e, consequentemente, gerem maior mobilização social. Ademais, é dever do segundo agente padronizar campanhas e anúncios referentes à vacinação destinadas ao público adulto, de modo a evitar recorrentes alcances a informações inadequadas e, logo, minimizar a interferência de dados incoerentes. Assim, visa-se distanciar, definitivamente, o contexto atual daquele vivido no passado.

TEMA: Desafios à adoção no Brasil

Na animação “Meu malvado favorito”, a adoção de três irmãs pelo personagem Gru, assim como o enredo decorrente dela, são pontos altos da trama. Fora da ficção, lamentavelmente, a realidade de milhares de crianças brasileiras no que se refere à formação de uma família é oposta à das meninas, tendo em vista entraves que inviabilizam a adoção. A fim de reverter esse quadro desafiador, com efeito, discutem-se os perfis de menores, bem como a burocracia do processo em si como desafios a serem vencidos. Inicialmente, analisa-se a majoritária resistência à adoção de crianças maiores e adolescentes, principalmente portadores de deficiências ou patologias. De acordo com as teorias de Sigmund Freud, grande contribuinte para a atual psicologia, a infância é um período decisivo na formação da personalidade e do caráter das pessoas. Nos processos adotivos, por sua vez, essa percepção influencia, inúmeras vezes, a preferência por crianças menores e recém-nascidas, visto que urge a insegurança de tomar como filho um indivíduo com senso crítico e valores já supostamente moldados. Em acréscimo, preconceitos também interferem no feito em questão, já que características como anomalias genéticas e outras doenças crônicas atuam como fator limitante para a aceitação pela maioria dos candidatos a pais.

Paralelamente a essa discussão, ponderam-se os complexos trâmites para a adoção no Brasil. Embora existam ações que transmitam maior visibilidade à questão abordada e facilitem os procedimentos legais envolvidos nela, é fato que tais medidas são também muito fragmentadas e veiculadas, individualmente, a parcelas distintas do território brasileiro. Dessa maneira, não há uma unificação, uma nacionalização dos projetos estatais, o que os priva de uma maior eficiência, já que a rede de adoções acaba por se restringir ao âmbito regional ou estadual. Logo, é válido atentar para a ineficiência governamental no combate à problemática. Como consequência de todo o cenário analisado, assim, estabelece-se a contraditória superação do número de crianças habilitadas a serem adotadas pelo quantitativo de pessoas aptas a adotar.

Os obstáculos à concretização do processo adotivo de crianças brasileiras, portanto, carecem de maior atenção do Poder Estatal. Dessarte, tal agente deve criar programas de âmbito nacional que facilitem os procedimentos legais para a adoção, assim como garantam visibilidade às crianças moradoras de lares e abrigos, por meio da interligação de diferentes localidades do Brasil, a fim de que haja uma ampliação das possibilidades de formação de famílias e, analogamente, uma redução das filas de espera. Ademais, é válido ressaltar tais ações através de campanhas publicitárias veiculadas a mídias televisivas e à internet, de forma que, além da promoção de tais medidas, também ocorra a evidenciação de casos bem-sucedidos de adoções de indivíduos pertencentes a perfis pouco aceitos pela sociedade, objetivando maiores alcance, comoção e reflexão do público alvo.

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TEMA: Desafios à Educação à distância no Brasil

Parafraseando Albert Einstein, torna-se chocantemente nítido o quanto a tecnologia vem ultrapassando a humanidade. Ao inserir tal pensamento no contexto educacional do Brasil hodierno, é perceptível sua ratificação a partir do aspecto de grande tendência que a Educação à Distância (EAD) tem ganhado. Nesse cenário, ganha relevância uma discussão acerca do perfil do estudante contemporâneo no que se refere a requisitos como foco e metodologias de estudo, bem como quanto à eminência de analfabetismos digital e funcional na sociedade, enquanto entraves à ampliação do alcance e da eficiência da EAD. Inicialmente, analisa-se a dificuldade de adaptação do aluno atual aos moldes exigidos pelo Ensino à Distância. De acordo com o filósofo francês Claude Lévi-Strauss, a interpretação do coletivo deve ser dada a partir do entendimento das forças que o estruturam. No quadro em questão, a perspectiva de Lévi-Strauss explica a dependência, sentida pelo estudante, da presença de um superior, já que isso é resultado da influência exercida por uma formação tradicional pautada na centralização da figura do professor. Progressivamente, falta autonomia nos indivíduos, o que limita sua capacidade de guiar de maneira mais independente seus estudos. Dessa maneira, uma alteração no formato do Ensino Básico, garantindo maior participação do aluno, ganha grande importância no avanço a EAD. Paralelamente a essa consideração, pontua-se a ausência de habilidades básicas populacionais necessárias para o aprendizado eficiente no meio digital. O analfabetismo é uma condição de conhecimento que, atualmente, tem sua definição relativizada. Milhares de brasileiros hodiernos, mesmo capacitados a decodificar construções curtas, são limitados a interpretações textuais e possuem senso crítico demasiadamente restrito. Da mesma forma, embora esses indivíduos consigam acessar conteúdos na internet e administrar tecnologias, encontram dificuldades à realização de atividades cognitivas inseridas nesse contexto. Assim, tal parcela populacional é considerada analfabeta digital e funcional, situação essa intensificada pelos obstáculos à conexão à internet por grupos mais afastados dos centros urbanos. No âmbito da profissionalização, por sua vez, tais condições apresentadas são um grande obstáculo para a ampliação do acesso à Educação à Distância em virtude da falta, em grande parte do corpo social, dos conhecimentos exigidos por ela. Logo, o ensino país, mais uma vez, assim como o alcance a redes interligadas, devem ser priorizados. Os desafios à Educação à Distância no Brasil, portanto, necessitam de maior relevância nas pautas governamentais. Cabe ao Ministério da Educação, assim, na figura de responsável pela garantia de uma adequada formação no corpo social, estabelecer medidas que interfiram no modelo de Ensino Básico nacional. Por meio de uma maior inserção de metodologias como a análise de estudos de caso, deve haver uma descentralização do papel do docente, gerando, consequentemente, maior independência do estudante. Além disso, cumprir mais ativamente benefícios defendidos pelo Marco Civil da Internet, a exemplo da Educação Digital e do amplo acesso populacional a tecnologias, também é uma forma de atenuar os entraves discutidos. Por fim, a partir dessas medidas, visa-se o aumento da autonomia e do senso crítico nacionais, auxiliando, logo, o avanço da EAD no Brasil.

TEMA: Violência contra docentes no Brasil

Jean- Paul Sartre, filósofo existencialista, considerava que, independente de a forma como a violência se manifesta, ela sempre resultará em derrota. Esse entendimento auxilia na compreensão dos danos sociais provocados à sociedade brasileira provenientes da violência contra os docentes. Nesse cenário desafiador, cabe considerar a reprodução de valores sociais em contexto escolar, bem como a ineficácia do Estado no enfrentamento da problemática em questão.

De início, é notória a influência dos valores contemporâneos sobre as relações sociais em ambiente escolar e, nesse cenário, estão professores e alunos. Casos constantes de agressão, seja física seja verbal, contra docentes confirmam uma sociedade marcada pelo desrespeito ao ‘outro’ em detrimento de condutas individualistas, conforme identificado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, ao considerar as relação sociais como líquidas e efêmeras. Esse quadro, somado à desvalorização social do profissional professor, corrobora para o destaque do país em cenário global para alta incidência dessa mazela. Por conseguinte, professores distanciam-se do ofício de lecionar e acabam ampliando o déficit já real no país de profissionais desejosos em trabalhar na carreira de professor.

Outrossim, também cabe pontar a discreta atuação do Estado no enfrentamento ao tema. A ausência de política públicas que evidenciem o problema e indiquem as ações necessárias a seu enfrentamento acaba por naturalizar essa conduta em âmbito nacional. Não raro, casos de professores ameaçados e até agredidos fisicamente por alunos são noticiados, comprovando a persistência dessa prática. Em resposta, o processo de ensino e aprendizagem é comprometido, uma vez que seus protagonistas, não mais parceiros, colocam-se em lados opostos na construção do conhecimento. Assim, lamentavelmente, perdem alunos, professores e sociedade.

A violência contra docentes, portanto, configura-se como problema de grande relevância, pois compromete diretamente a construção do conhecimento. Cabe ao Ministério da Educação, representado pelas secretarias estaduais e municipais de educação, políticas que efetivem nas escolas a redução das agressões. Para tanto, cabe legislação nacional que ofereça aos docentes canais para denúncia mediados por acompanhamento psicológico. As ações governamentais devem se estender também a toda comunidade escolar para promoção de debates, projetos e ações capazes de evidenciar a questão com vistas a devolver aos docentes o respeito que lhes é por direito. A somatória dessas medidas será capaz de alterar esse cenário desafiador e desconstruir o cenário defendido por Sartre.

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TEMA: O impacto da tecnologia na vida de crianças e adolescentes

Contrariando prognósticos de que a tecnologia apenas ajudaria a multiplicar informações e o círculo de amizades, a verdade é que crianças e adolescentes contemporâneos têm sofrido impactos decorrentes do uso desmedido dos recursos tecnológicos. Nesse sentido, efeitos cognitivos e biológicos desse uso emergem como questões necessárias ao debate a fim de garantir o equilíbrio entre qualidade de vida e o uso da tecnologia para esse grupo.

Com a ausência do monitoramento apropriado de adultos sobre o tempo e o modo de uso da rede mundial de computadores, crianças e adolescentes ficam horas seguidas entretendo-se com o mundo virtual e à mercê da estimulação visual de telas de computadores e smartphones. Uma das consequências diretas desse hábito incide na queda acentuada do rendimento escolar. Sem a dedicação imprescindível às atividades escolares, o processo de aprendizagem sofre de maneira direta o afastamento da criança e do adolescente, deixando de compor o cotidiano de amadurecimento intelectual, de modo a provocar atrasos no acesso às séries posteriores além de retardo cognitivo.

Além disso, implicações na saúde desses usuários também são identificadas, uma vez que é crescente o índice de dependentes da internet. Segundo o Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais, a cada cinco crianças e adolescentes, um sofre de algum tipo de transtorno decorrente do “net adicction”, termo que nomeia o uso patológico de videogames. Exemplos desses transtornos são o isolamento social e o comprometimento na qualidade do sono, que implicam danos de ordem emocional e biológica. Esse último, por exemplo, prejudica a produção do hormônio do crescimento. Alguns desses casos mais extremos chamam atenção, pois exigem a prescrição de medicamentos, a fim de proporcionar qualidade de vida ao paciente.

Evidencia-se, portanto, a necessidade de uma política na área da saúde que dê maior ênfase os danos causados pela tecnologia. Secretarias estaduais e municipais de saúde precisam proporcionar à população informação sobre os transtornos oriundos desse mal bem como tratamento acessível a fim de democratizar o acesso aos profissionais da área. Às escolas, cabem reflexões e orientações aos alunos sobre os riscos à aprendizagem provenientes do uso excessivo da tecnologia bem como aproximação das famílias do tema em questão, de modo a orientá-las sobre a melhor atuação sobre o assunto, como o controle do tempo gasto virtualmente. Com a efetiva prática dessas medidas, será possível equilibrar a tecnologia com qualidade de vida para milhares de crianças e adolescentes. TEMA: Solidão na contemporaneidade

Intitulada Cidadã, a constituição brasileira de 1988 prevê direitos individuais como boa qualidade de vida. Contemporaneamente, entretanto, uma problemática pouco debatida tangencia, crescentemente, tais benesses: a solidão. Ponto de partida para o desenvolvimento de doenças psíquicas e potencializadora de problemas físicos, essa chaga tem difícil abordagem por caracterizar um medo da população em geral. A fim de reverter esse quadro insatisfatório, com efeito, discutem-se como seus colaboradores o atual estilo de vida, bem como a futilidade das relações inseridas nesse contexto. De início, analisa-se o cotidiano hodierno como primeiro estimulador do distanciamento interpessoal. De acordo com Claude Lévi-Strauss, interpreta-se o coletivo através das forças que o estruturam. Sob essa ótica, nota-se a íntima relação entre a atualidade altamente tecnológica e a falta de contato pessoal direto. Nesse contexto, redes sociais e mecanismos de comunicação – como mensagens via aplicativos – perdem seus objetivos iniciais e ganham lugar prioritário em situações habituais como encontros ou rotinas dentro da própria casa, prejudicando as relações. Dessa maneira, a solidão se torna intrínseca ao cidadão hodierno e, ao danificar a troca saudável de vivências e pensamentos, emerge como potencial causa de doenças psíquicas, como a depressão.

Paralelamente a essa consideração, pontua-se também a superficialidade dos relacionamentos atuais. Na obra “Ensaio sobre a cegueira”, José Saramago aborda a efemeridade das relações contemporâneas como precursora de uma cegueira moral que acomete os cidadãos. Comparando literatura e realidade, o que se percebe é uma ratificação da tese do autor, uma vez que, ao priorizar demasiadamente necessidades pessoais ou aspectos aparentes, o indivíduo do século XXI obtém vínculos majoritariamente instáveis. Nesse sentido, observam-se, por exemplo, números de divórcios superando crescentemente os de matrimônios, assim como a raridade de amizades permanentes. Por conseguinte, pessoas solitárias são, também, mais propensas a desenvolverem patologias como câncer, o que eleva, assim, a solidão a um patamar de problema de saúde pública.

Os males oriundos da solidão no Brasil, portanto, carecem de atenção estatal. Logo, cabe ao Ministério da Saúde, via suas repartições, no papel de responsável pela salubridade populacional, gerar projetos que disponibilizem acompanhamento gratuito e especializado a indivíduos solitários. Nesse âmbito, as Secretarias Municipais de Saúde devem criar grupos de apoio comunitários intermediados por profissionais (como psicólogos), promovendo, assim, uma interação conjunta no tratamento de um sentimento que aflige o todo. Ademais, é positivo que variadas mídias – a exemplo das redes sociais – atuem como parceiras do Estado, veiculando o assunto a campanhas publicitárias de modo a elevar a importância de vínculos familiares e de amizade. Dessa maneira, através de uma rede de combate a consequências e causas da solidão, visa-se aproximar a realidade hodierna daquela defendida pela constituição.

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TEMA: A importância de se ampliar os programas de combate à AIDS no Brasil

No contexto contemporâneo, o Brasil é reconhecido mundialmente quanto ao combate à AIDS devido ao tratamento que fornece a cidadãos portadores da doença. Entretanto, apesar desse esforço, o país ainda detém índices elevados de propagação do vírus HIV. Com o fito de alcançar avanços na busca pela mitigação desse mal, discutem-se como obstáculos para tais, assim, a insuficiência de medidas que previnam a contaminação populacional, bem como a falta de informação do corpo social. É irrefutável, inicialmente, considerar a ineficácia estatal no combate ao problema. De acordo com a teoria do Contrato Social, de Jonh Locke, o Governo é responsável pela garantia de direitos individuais e invioláveis aos cidadãos. Análoga a esse pensamento, a Carta Magna brasileira também legitima prerrogativas essenciais aos constituintes da sociedade. Na realidade, todavia, é perceptível que medidas como a distribuição de preservativos em postos de saúde e campanhas preventivas pontuais durante o Carnaval são paliativas, uma vez que ampliam-se números de indivíduos com AIDS no Brasil. Por conseguinte, esse crescimento eleva gastos públicos destinados ao tratamento da patologia que, além de não solucionar definitivamente a problemática, pode gerar desfalques financeiros no país. O papel do Estado advogado por Locke, tal qual a garantia constitucional de bem-estar cidadão, dessa maneira, são danados. Em segunda análise, pondera-se, também, a desinformação social quanto à AIDS. Em meados dos anos 1980, o vírus HIV, até então pouco estudado e conhecido, espalhou-se de tal forma pelo território brasileiro que a AIDS foi considerada “A epidemia do século XX”. Ao levar ícones nacionais como Cazuza e Renato Russo à morte, essa patologia alimentou o temor da população. Anos depois, após um eficiente programa de tratamento e uma desvinculação midiática do assunto, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é vista pelas novas gerações como algo banal. Dessarte, analogamente à perspectiva de Émile Durkheim de que o meio no qual se insere o indivíduo é um fator coercitivo sobre suas ações, o contexto contemporâneo, ao não ser palco de divulgação dos perigos da contaminação pelo HIV e da importância de sua precaução, influi sobre os indivíduos de maneira negativa. Consequentemente, a despreocupação populacional fomenta o número de indivíduos infectados. A ampliação de medidas contra a AIDS no Brasil, portanto, é um assunto que deve ser tratado com relevância pelo poder Estatal. Dessa forma, cabe a esse agente, por intermédio da Secretaria de Saúde em parceria com grandes mídias, a exemplo das televisivas, gerar campanhas publicitárias que vinculem dados estatísticos da elevação dos casos de AIDS no Brasil, as consequências da doença além de, também, os meios mais eficazes de preveni-la. A exposição de fatos e a articulação adequada de propagandas para com o público alvo, desse modo, deve levar a população como um todo a uma reflexão quanto ao assunto e, além disso, a uma mudança de postura. Diante dos fatos expostos, logo, objetiva-se que tal forma de prevenção minimize a contaminação pela doença, assim como acrescente aspectos positivos ao senso crítico do corpo social.

AMPLIAÇÃO ARGUMENTATIVA

LETRAMENTO DIGITAL diz respeito às práticas sociais de leitura e produção de textos em ambientes digitais, isto é, ao uso de textos em ambientes propiciados pelo computador ou por dispositivos móveis, tais como celulares e tablets, em plataformas como e-mails, redes sociais na web, entre outras. Ser letrado digital implica saber se comunicar em diferentes situações, com propósitos variados, nesses ambientes, para fins pessoais ou profissionais. Uma situação seria a troca eletrônica de mensagens, via e-mail, sms, WhatsApp. A busca de informações na internet também implica saber encontrar textos e compreendê-los, o que pressupõe selecionar as informações pertinentes e avaliar sua credibilidade. Um dos aspectos do letramento amplificado pelos ambientes digitais é o acesso à informação. A internet é um espaço no qual todas as pessoas conectadas podem postar conteúdos – em blogs, sites ou nas redes sociais. Sendo assim, há muita informação disponível, e cabe ao leitor estar mais atento do que nunca à autoria, à fonte da informação, além de ter senso crítico para avaliar o que encontra.

CULTURA DIGITAL: como o nome diz, o conceito rata da cultura nascida pela era digital, originária do ciberespaço e da linguagem da internet que busca integrar a realidade com o mundo virtual. O tema ganhou grande ênfase na contemporaneidade, devido às mudanças advindas do avanço tecnológico e do crescente acesso a elas pela facilidade de dispositivos como computadores, telefones celulares, tablets e outros. Crianças, adolescentes e jovens têm se engajado como protagonistas dessa cultura. Eles se envolvem diretamente com novas formas e atuam em contexto virtual, como Facebook, Instagram, Whatsapp e Twitter. Essa nova cultura tem apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e informações, privilegia análises superficiais e traz diferentes dos modos de dizer e argumentar.

EDUCAÇÃO DIGITAL: o Marco Civil da Internet (2014), lei que regulamenta o uso da internet no Brasil, no seu artigo 26, estabelece como um dos princípios básicos da educação no país o incentivo ao uso seguro, consciente e responsável da internet em todos os níveis de ensino como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.

CULTURA: Trata-se do conjunto de conhecimentos, valores, tradições, ideias, costumes e práticas que se

tornam características de um grupo, seja ele familiar, social, étnico, religioso e assim por diante.

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CULTURA DE DOAÇÃO é o indício da maturidade e evolução da consciência coletiva de uma sociedade. Ou seja, podemos entender que, quanto mais elevada é a cultura de doação de um país, mais pessoas possuem o entendimento de que elas também são parte da transformação positiva da sociedade e, também, são responsáveis para que essa transformação aconteça.

CULTURA DO DESPERDÍCIO: A cultura do "é melhor sobrar do que faltar" impulsiona o desperdício de

alimentos, de água e dinheiro no Brasil. Como sintoma de desorganização e desestruturação, o desperdício está incorporado à cultura brasileira, ao sistema de produção, à engenharia do país, provocando perdas irrecuperáveis na economia, ajudando o desequilíbrio do abastecimento, diminuindo a disponibilidade de recursos para a população e comprometendo de maneira severa a qualidade de vida das pessoas.

CULTURA DE PREVENÇÃO é um conjunto de atitudes e costumes compartilhados por um grupo de

pessoas e planejado para diminuir e evitar determinados riscos. Normalmente, quando falamos de prevenção, na área da Segurança, Higiene, Trânsito e Saúde, estamos falando de um conjunto de atividades que têm em vista a prevenção de acidentes, doenças, e problemas múltiplos que podem acometer uma pessoa, bem como sua família e comunidade. Assim, definimos Prevenção como o conjunto de práticas de análise e controle dos riscos que, desenvolvidas de forma continuada, com propósito de melhoria contínua, têm vista a evitar danos variados.

ALTRUÍSMO é o substantivo masculino com origem na palavra em francês altruisme que indica

uma atitude de amor ao próximo ou ausência de egoísmo. Também pode ser usada como sinônimo de filantropia. É também considerada uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo. A palavra "altruísmo" propriamente dita foi criada pelo filósofo francês Auguste Comte para descrever um comportamento oposto ao egoísmo.

EMPATIA significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse

na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais. Com origem no termo em grego empatheia, que significava "paixão", a empatia pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos.

RESILIÊNCIA é uma palavra que tem origem do latim “resiliens” ou “resilire” , que significa “saltar de

volta”, formada por “re” (de novo, outra vez), mais “salire” (saltar). Mais recentemente, o termo voltou a ser utilizado na Física para denominar a capacidade que alguns materiais possuem de passar por grandes pressões, por grande estresse e tensão e, mesmo assim, voltarem ao seu estado normal ou natural, sem perderem a sua composição, a sua essência. Basicamente, podemos definir resiliência como a habilidade, a capacidade que uma pessoa desenvolve para enfrentar, resistir, superar, aprender, melhorar, crescer e, ainda, se fortalecer em situações adversas, em qualquer área da vida, seja no âmbito pessoal, profissional ou empresarial. A resiliência é um termo que hoje é aplicado nas mais diversas áreas da atividade humana, mas, basicamente, todas as definições dizem respeito à capacidade de superação, de voltar ao seu estado natural, normal, principalmente após passar por alguma situação de grande pressão, de uma adversidade fora do comum.

ANALFABETISMO FUNCIONAL é a incapacidade que uma pessoa demonstra ao não compreender

textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas.

SUGESTÃO DE ESTRUTURAS

MODELO 1 INTRODUÇÃO

Sob a perspectiva sociológica de Amitai Etzioni, uma sociedade responsiva é aquela em que os padrões morais refletem as necessidades básicas de todos os seus membros. Percebe-se, no entanto, no Brasil, que __________________________ representa _________, visto que o país enfrenta desafios para atender a essa demanda. Nesse contexto, evidencia-se ________________________ bem como ______________________ como fatores que contribuem para agravar a problemática em questão. DESENVOLVIMENTO 1 – ALUSÃO HISTÓRICA

De início, cabe avaliar aspectos culturais do passado para compreensão do presente. Nesse sentido, importa rememorar __________________ . Tal contexto é fator decisivo para entender ____________________ , uma vez que o/a __________________ . Em contexto contemporâneo, ___________________________ exemplifica uma chaga social, haja vista ______________________. Com efeito, _______________________________. Logo, as garantias constitucionais de 1988, com vistas a uma vida digna , não representam ______________________________

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DESENVOLVIMENTO 2 – CITAÇÃO Outrossim, TÓPICO FRASAL ___________________________________________________. A esse

respeito, o/a filósofo/a _______________________________ auxilia na compreensão desse quadro ao considerar que ________________________________________________________. Esse entendimento é percebido em EXEMPLO DE UM PROBLEMA REAL QUE OCORRE NA SOCIEDADE__________________________________ e materializado em problemáticas lamentáveis. Em resposta, o/a ________________ e o/a ________________ revelam-se, infelizmente, como consequências frequentes do tema, o que leva à compreensão de que ___________________. CONCLUSÃO

Infere-se, portanto, que é imprescindível a busca por soluções plausíveis para o combate a essa chaga social. Desse modo, cabe ao AGENTE promover AÇÃO com o propósito de FINALIDADE; tal medida poderia ser viabilizada por meio de DETALHAMENTO. Ademais, compete ao ÓRGÃO viabilizar AÇÃO em iniciativas como DETALHAMENTO, a fim de que FINALIDADE. A partir dessas iniciativas, espera-se solucionar os conflitos relacionados AO TEMA e potencializar vivências que dialoguem/ modifiquem o pensamento de FULANO.

MODELO 2

INTRODUÇÃO Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual assegura, em plano internacional, a igualdade e a dignidade da pessoa humana. Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do princípio da isonomia no que tange à __________________________________. Consequentemente, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para promoção de __________________________ é medida que se impõe. DESENVOLVIMENTO 1 Em primeiro lugar, cabe pontuar que ________________________________________. Embora a Constituição Federal de 1988 assegure ___________________________, sua finalidade encontra obstáculos, haja vista os casos frequentes de __________________. Prova disso são ___________________ e _________________________. Nesse sentido, ___________________ se manifesta como um equívoco presente no corpo social. DESENVOLVIMENTO 2 Além disso, _______________________________________________. Conforme afirmou Aristóteles, é preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida exata de suas desigualdades. Contudo, a instrução de aristotélica não é vista na prática, uma vez que ____________________, ainda que ____________________________. Paralelamente a isso, o comportamento contemporâneo, o qual prioriza o individualismo e a competição, intensifica __________________. Desse modo, as implicações de uma sociedade que resiste à ________________ são visíveis. CONCLUSÃO

Infere-se, portanto, que é imprescindível a busca por soluções plausíveis para o combate a essa chaga social. Desse modo, cabe ao ÓRGÃO promover AÇÃO com o propósito de FINALIDADE; tal medida poderia ser viabilizada por meio de DETALHAMENTO. Ademais, compete ao ÓRGÃO viabilizar AÇÃO em iniciativas como DETALHAMENTO, a fim de que FINALIDADE. A partir dessas iniciativas, espera-se solucionar os conflitos relacionados AO TEMA e potencializar vivências que dialoguem/ modifiquem o pensamento de FULANO.

MODELO 3

INTRODUÇÃO Sob a compreensão de Max Weber a cerca das relações sociais, o homem é um animal amarrado a teias que ele mesmo teceu. De maneira análoga, a sociedade brasileira vivencia ____________________________ como uma problemática que priva ______________________ de isonomia/ garantias / liberdade. Desse modo, considerar a atuação popular associada a um Estado mais presente é algo que emerge como necessidade ao país. DESENVOLVIMENTO 1 Cabe pontuar, inicialmente, ________________________________________________ . Assim, ao analisar a sociedade pela perspectiva de Weber, verifica-se _____________________________, de modo a provocar instabilidade quanto a ___________________________ . ______________________________ e ___________________________ são realidades que ferem ________________________ e vão de encontro às garantias presentes na constituição da cidadania de 1988. Logo, é um equívoco aceitar __________________.

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DESENVOLVIMENTO 2 Paralela a essa discussão está _________________________________ como fator agravador da questão. A esse respeito, ______________________________________________________________________________, já que __________________________________________________________________________. Sob esse viés, ____________________________________________ representa um dos grandes desafios à promoção de _______________________________________________, uma vez que ________________________________. Assim, ____________________________, de maneira lamentável, configura-se como prática inaceitável em uma democracia. CONCLUSÃO _________________, portanto, representa um entrave a ________________. Cabe, assim, ao Estado, representado pelo _________________________________, a criação do Programa Nacional de PROMOÇÃO / ENFRENTAMENTO de ___________________. Medidas plurais para consolidação dessa proposta são necessárias. Logo, ________________________ por meio de ___________________ é relevante, com o fito de ______________________. Cabe ainda _______________________, através _______________________ promover / desconstruir _______________________ para ______________________. Entende-se que, desse modo, o homem descrito por Weber passe a compor uma teia democrática e harmônica de relações.

ANÁLISE DE CONCLUSÕES – REDAÇÕES NOTA 1000 ENEM 2018

CONCLUSÃO 1 Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização

da população brasileira a respeito do problema, urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século XXI. CONCLUSÃO 2

Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, as instituições escolares - responsáveis por estimular o pensamento crítico na população - devem buscar fortalecer a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isso pode ser feito por meio de palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e sociologia, visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo, as grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam restringir o uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável por intermédio da restrição do acesso, por parte de entidades políticas, aos algoritmos e informações privadas de preferências pessoais, objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o exercício da democracia plena. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade Kantiana. CONCLUSÃO 3

Portanto, minimizar os impactos negativos da inserção no ciberespaço não se apresenta como tarefa fácil, porém, tornar-se-á possível por meio de uma abordagem educacional. Dessa forma, o Ministério da Educação deve elaborar um projeto de educação digital tendo com perspectiva basilar o ensino emancipatório postulado pelo filósofo alemão Theodor Adorno. Essa ação pode ser constituída por frequentes debates incluindo problematizações e a criação de reformulações conscientes relacionadas aos perigos delimitados pela manipulação do comportamento online nos ensinos Fundamental II e Médio das escolas públicas e particulares. Tal medida deve incluir a mediação de professores de Sociologia e Filosofia, além de especialistas em Cultura Digital, com o objetivo de modular nos alunos autonomia e criticidade no uso da internet. Enfim, será possível a construção de uma juventude responsável e dificilmente manipulada, sem nenhuma semelhança a obra de Aldous Huxley.

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REDAÇÃO – AULA 02

ASPECTOS ESTRUTURAIS PARA A REDAÇÃO DO ENEM

COMPETÊNCIA 1 A Competência 1 avalia se o participante domina a modalidade escrita formal da língua portuguesa, o que

inclui o conhecimento das convenções da escrita, entre as quais se encontram as regras de ortografia e de acentuação gráfica regidas pelo atual Acordo Ortográfico. Este já está em vigor e deve ser seguido, na escrita formal, por todos, inclusive pelo participante do Enem.

Além disso, o domínio da modalidade escrita formal será observado na adequação do seu texto em relação tanto às regras gramaticais quanto à fluidez da leitura, que pode ser prejudicada ou beneficiada pela construção sintática.

Desse modo, o avaliador corrigirá sua redação, nessa Competência, considerando os possíveis problemas de construção sintática e a presença de desvios (gramaticais, de convenções da escrita, de escolha de registro e de escolha vocabular).

Convenções da escrita: acentuação, ortografia, separação silábica, uso do hífen e uso de letras maiúsculas e minúsculas.

Gramaticais: concordância verbal e nominal, flexão de nomes e verbos, pontuação, regência verbal e nominal, colocação pronominal, pontuação e paralelismo.

Escolha de registro: adequação à modalidade escrita formal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade.

Escolha vocabular: emprego de vocabulário preciso, o que significa que as palavras selecionadas são usadas.

COMPETÊNCIA 4

Os aspectos a serem avaliados nesta Competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência entre as ideias. Essa articulação é feita mobilizando-se recursos coesivos que são responsáveis pelas relações semânticas construídas ao longo do texto, por exemplo, relações de igualdade, de adversidade, de causa-consequência, de conclusão etc. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos. Você viu que as Competências 3 e 4 consideram a construção da argumentação ao longo do texto, porém avaliam aspectos diferentes. Na Competência 3, é avaliada a capacidade de o participante “selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista”, ou seja, trata-se da estrutura mais profunda do texto. Já a coesão, avaliada na Competência 4, atua na superfície textual, isto é, ela avalia as marcas linguísticas que ajudam a chegar à compreensão profunda do texto.

Procure utilizar as seguintes estratégias de coesão para se referir a elementos que já apareceram no texto: e) Substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que

indicam localização, artigos. f) Substituição de termos ou expressões por sinônimos, hipônimos, hiperônimos ou expressões resumitivas. g) Substituição de verbos, substantivos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que

resumam e retomem o que já foi dito. h) Elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados ou que sejam facilmente identificáveis. Resumindo: na elaboração da redação, você deve evitar: Sequência justaposta de palavras e períodos sem articulação. Ausência total de parágrafos na construção do texto. Emprego de conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções adverbiais)

que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da mensagem. Repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua

(pronome, advérbio, artigo, sinônimo).

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SINAIS DE PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma lógica, a fim de que elas tenham significado. Bem empregados, os sinais de pontuação são um grande recurso expressivo. Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido das frases.

PONTO ( . )

VÍRGULA ( , )

PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

DOIS PONTOS ( : )

PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

RETICÊNCIAS ( ... )

PARÊNTESES ( ( ) )

TRAVESSÃO ( - )

ASPAS ( “ ” )

CASOS DE DESTAQUE: USOS DA VÍRGULA CONFORME A NORMA PADRÃO

NOÇÕES BÁSICAS

Sujeito: O país avalia novas políticas públicas. Verbo: O país avalia novas políticas públicas. Oração: O país avalia novas políticas públicas (or. 1) para alcançar o desenvolvimento econômico. (or. 2)

REGRAS BALISADORAS Regra 1: NÃO use a vírgula separar sujeito do verbo O país(,) avalia novas políticas públicas. INADEQUADO! O Brasil e outros países subdesenvolvidos da América Latina(,) avaliam novas políticas públicas. INADEQUADO! É necessária(,) a ação do Estado. INADEQUADO! = A ação do Estado é necessária.

Regra 2: NÃO use a vírgula para separar orações de mesmo sujeito Alguns conflitos sociais são complexos(,) e necessitam de intervenções imediatas. INADEQUADO! O Brasil busca o progresso(,) e oferece incentivos econômicos às empresas. INADEQUADO! Regra 3: USE a vírgula para separar orações adversativas Alguns conflitos sociais são complexos, e não são devidamente enfrentados. * Vírgula obrigatória nas relações de OPOSIÇÃO – vide conjunções adversativas!

Regra 4: USE a vírgula para separar orações de sujeitos diferentes A mobilidade urbana é um problema ao Brasil, e a sociedade permanece omissa. Visões preconceituosas aumentam no país, e a intolerância cresce.

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Regra 5: USE a vírgula para separar adjuntos adverbiais Atenção:

adjuntos adverbiais pequenos: 3 palavras = no Ensino Médio (VÍRGULA FACULTATIVA)

Os estudantes no Ensino Médio usufruem de novas metodologias de estudo.

Adjuntos adverbiais grandes: 4 ou mais palavras = nos últimos anos da Educação Básica (VÍRGULA OBRIGATÓRIA NAS INTERCALAÇÕES E FACULTATIVA AO FINAL DOS PERÍODOS)

Os estudantes, nos últimos anos da educação básica, usufruem de novas metodologias de estudo. Os estudantes usufruem de novas metodologias de estudo (,) nos últimos anos da educação básica.

EXERCÍCIO // AVALIE O USO OU A AUSÊNCIA DA VÍRGULA: 1. O Estado por meio do Ministério da Educação deve elaborar um Plano Nacional de Alfabetização Digital a ser

desenvolvido nos espaços escolares e promover formação de professores em prol de estimular o uso de tecnologias digitais nas escolas.

2. Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica o Renascimento foi um movimento que resultou na

reformulação da vida medieval em aspectos culturais, econômicos, e políticos.

3. Contudo, dados apresentados recentemente, demonstram que houve aumento nos índices de casos de

dengue na sociedade brasileira nos últimos 8 anos.

4. O preconceito linguístico é um dos tipos de discriminação mais praticados na realidade, e é capaz de trazer consigo a exclusão social.

5. Além disso, o Ministério Público deve denunciar os casos de desrespeito às Leis Trabalhistas, e fazer a desigualdade social e laboral diminuir.

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LINGUAGENS – PARTE 01 / C8

QUESTÃO 1

O senhor

Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu ao autor chamando-o “o senhor”: Senhora: Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada, nem de ninguém. Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste. Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.

BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.

A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações específicas de uso social. A violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve essa violação é: a) “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.” b) “A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição.” c) “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa.” d) “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.” e) “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.”

QUESTÃO 2

Cabeludinho Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no

Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto. b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa. c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas. d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias. e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.

QUESTÃO 3

Capa do LP Os Mutantes, 1968.

Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012.

A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento da contracultura. O desafio à tradição nessa criação musical é caracterizado por a) letras e melodias com características amargas

e depressivas. b) arranjos baseados em ritmos e melodias nordestinos. c) sonoridades experimentais e confluência de elementos

populares e eruditos. d) temas que refletem situações domésticas ligadas à

tradição popular. e) ritmos contidos e reservados em oposição aos

modelos estrangeiros.

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QUESTÃO 4

Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma

um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí.

CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002

O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada. QUESTÃO 5

A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?

CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso

em: 26 fev. 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. QUESTÃO 6

No capricho O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de uma

senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que tal? Gosta desse quadro?” E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá ao cabôco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein, dotô! Que muié feia! Parece fiote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de cego no escuro.” Ao que o delegado não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: “É a minha mãe.” E o cabôco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.”

BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, n o 62, 2004 (adaptado).

Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero a) anedota, pelo enredo e humor característicos. b) crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano. c) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais. d) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos. e) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.

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QUESTÃO 7

Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções existentes (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não-concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).

Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que: a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam,

indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito. b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a

diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados. c) moradores de diversas regiões do país enfrentam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a

constante modificação das regras de empregos de pronomes e os casos especiais de concordância. d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar

usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão. e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam forma do verbo ter

quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais. QUESTÃO 8

Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta. b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII. c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal. d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país. e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos. QUESTÃO 9

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua. b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto. c) gera inadequação na concordância com o verbo. d) gera ambiguidade na leitura do texto. e) apresenta dupla marcação de sujeito.

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QUESTÃO 10

S.O.S Português Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse

aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.

S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).

O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas próprias do uso a) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil. b) literário, pela conformidade com as normas da gramática. c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. d) coloquial, por meio do registro de informalidade. e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. QUESTÃO 11

Até quando? Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão

Virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).

Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas. c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. e) originalidade, pela concisão da linguagem. QUESTÃO 12

Assum preto

Tudo em vorta é só beleza Sol de abril e a mata em frô Mas assum preto, cego dos óio Num vendo a luz, ai, canta de dor Tarvez por ignorança Ou mardade das pió Furaro os óio do assum preto Pra ele assim, ai, cantá mió

Assum preto veve sorto Mas num pode avuá Mil veiz a sina de uma gaiola Desde que o céu, ai, pudesse oiá.

Baião. GONZAGA, Luiz e TEIXEIRA, Humberto.

As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicação de um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é resultado de uma mesma regra, a: a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”. b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”. c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”. d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”. e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.

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QUESTÃO 13

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula — “Paz no futuro e glória no passado.” Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada. Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).

O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a) a) reverência de um povo a seu país. b) gênero solene de característica protocolar. c) canção concebida sem interferência da oralidade. d) escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa. e) artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro. QUESTÃO 14

A língua tupi no Brasil

Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”. Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao Sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Ouilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua. “Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi facilitado.

ÂNGELO, C. Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2012. (Adaptado). O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Ouanto ao papel do tupi na formação do português brasileiro, depreende-se que essa língua indígena a) contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares designados. b) originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala de

variadas etnias indígenas. c) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa. d) misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas

contra o Ouilombo dos Palmares. e) expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos

bandeirantes paulistas.

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QUESTÃO 15

Óia eu aqui de novo

Óia eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo para xaxar Vou mostrar pr’esses cabras Que eu ainda dou no couro Isso é um desaforo Que eu não posso levar Que eu aqui de novo cantando Que eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo mostrando Como se deve xaxar

Vem cá morena linda Vestida de chita Você é a mais bonita Desse meu lugar Vai, chama Maria, chama Luzia Vai, chama Zabé, chama Raquel Diz que eu tou aqui com alegria

BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em: www. luizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013 (fragmento).

A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar popular regional é a) “Isso é um desaforo” b) “Diz que eu tou aqui com alegria” c) “Vou mostrar pr’esses cabras”

d) “Vai, chama Maria, chama Luzia” e) “Vem cá morena linda, vestida de chita”

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A E C D E A B C B C

11 12 13 14 15 D B B A C

ANOTAÇÕES

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LINGUAGENS – PARTE 02 / C6 – C7

Competência de área 6 Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação. H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H19 – Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução. H20 – Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.

Competência de área 7 Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas. H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. H22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. H23 – Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. H24 – Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

QUESTÕES PARA ANÁLISE

ENEM 2018 / 1A APLICAÇÃO

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LINGUAGENS – PARTE 03 / C4 – C5

QUESTÃO 1 ENEM

Texto I Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me

que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.

CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

Texto II

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras

brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte

acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca,

em primeiro plano, a inquietação dos nativos. d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a mesma função social

e artística. e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momento

histórico, retratando a colonização. QUESTÃO 2 ENEM 2013

Olá! Negro Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor tentarão apagar a tua cor! E as gerações dessas gerações quando apagarem a tua tatuagem execranda, não apagarão de suas almas, a tua alma, negro! Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi, negro-fujão, negro cativo, negro rebelde negro cabinda, negro congo, negro íoruba, negro que foste para o algodão de USA

para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga de todos os senhores do mundo; eu melhor compreenda agora os teus blues nesta hora triste da raça branca, negro! Olá, Negro! Olá. Negro! A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!

LIMA. J, Obras completas: Rio de Janeiro, Aguilar, 1958 (fragmento).

O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social assinalado por a) modernização dos modos de produção e consequente enriquecimento dos brancos. b) preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos. c) superação dos costumes antigos por meio da incorporação de valores dos colonizados. d) nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condição de pobreza. e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.

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QUESTÃO 3 ENEM 2013

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em:

http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações.

Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países

do mundo.

QUESTÃO 4 ENEM 2013

Capítulo LIV - A pêndula Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos, o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim: -- Outra de menos... -- Outra de menos... -- Outra de menos... -- Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há-de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exacta em que morre. Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros. b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo. c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas. d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas. e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

QUESTÃO 5

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d’angola, como todo o mundo faz? — Quero criar nada não… — me deu resposta: — Eu gosto muito de mudar… […] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. […] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. […] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.

ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador a) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados,

uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho. b) descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra. c) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra. d) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e,

ao mesmo tempo, dependente. e) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.

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QUESTÃO 6

Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os personagens da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.

RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.

Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismo e até de ilustrações de livros para compor obras em que se misturam personagens de diferentes épocas, como na seguinte imagem: a)

b)

c)

d)

e)

QUESTÃO 7

Guardar Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro

Do que um pássaro sem voos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar.

MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto a) ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo. b) valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas. c) reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos. d) destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural. e) revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural.

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QUESTÃO 8

Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.

AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.

QUESTÃO 9

Estrada Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho, Interessa mais que uma avenida urbana. Nas cidades todas as pessoas se parecem. Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente. Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma. Cada criatura é única. Até os cães. Estes cães da roça parecem homens de negócios: Andam sempre preocupados. E quanta gente vem e vai! E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar: Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso. Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos, Que a vida passa! que a vida passa! E que a mocidade vai acabar.

BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia com relação

à cidade. b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural. c) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude. d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança. e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

QUESTÃO 10

PICASSO, P. Guernica. Óleo sobre tela. 349 X 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937.Disponível em:

http://www.fddreis.files.wordpress.com. Acesso em: 26 jul. 2010.

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O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade,

colocando-se em plano frontal ao espectador. b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse

exemplo brutal de crueldade do ser humano. c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a

perspectiva e a sensação escultórica. d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da

objetividade, observada pelo uso do claro-escuro. e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica

livre de sentimentalismo. QUESTÃO 11

Texto 1:

Toca do Salitre – Piauí Disponível em: http://www.fumdham.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

Texto 2:

Arte Urbana. Foto: Diego Singh Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu efeito estético. b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com modelos estabelecidos. c) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas. d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas classes dominantes. e) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.

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QUESTÃO 12

Lépida e leve Língua do meu Amor velosa e doce, que me convences de que sou frase, que me contornas, que me vestes quase, como se o corpo meu de ti vindo me fosse. Língua que me cativas, que me enleias os surtos de ave estranha, em linhas longas de invisíveis teias, de que és, há tanto, habilidosa aranha… […]

Amo-te as sugestões gloriosas e funestas, amo-te como todas as mulheres te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor, pela carne de som que à ideia emprestas e pelas frases mudas que proferes nos silêncios de Amor!…

MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001

(fragmento).

A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepções artísticas simbolistas. Entretanto, o texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já que, nele, a poeta a) procura desconstruir a visão metafórica do amor e abandona o cuidado formal. b) concebe a mulher como um ser sem linguagem e questiona o poder da palavra. c) questiona o trabalho intelectual da mulher e antecipa a construção do verso livre. d) propõe um modelo novo de erotização na lírica amorosa e propõe a simplificação verbal. e) explora a construção da essência feminina, a partir da polissemia de “língua”, e inova o léxico.

LINGUAGENS - PARTE 4 / C1 – C3 – C9

QUESTÃO 1

A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as

distâncias, por meio da distribuição virtual. b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém, esbarra na insuficiência do acesso à

internet por meio da telefonia celular, ainda deficiente no país. c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos

digitais gratuitamente distribuídos pela internet. d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as características de

cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação. e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características do produto

permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas. QUESTÃO 2

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento

da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.

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Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça, “Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias. Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores

relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes. b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de

alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes. c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem

tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico. d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação,

enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes. e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população

adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.

QUESTÃO 3

Testes Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca. Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.

MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho: a) “Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver”. b) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos”. c) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet”. d) “Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte”. e) “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise”.

QUESTÃO 4

O desenvolvimento das capacidades físicas (qualidades motoras passíveis de treinamento) ajuda na tomada de decisões em relação à melhor execução do movimento. A capacidade física predominante no movimento representado na imagem é a) a velocidade, que permite ao músculo executar uma sucessão

rápida de gestos em movimentação de intensidade máxima. b) a resistência, que admite a realização de movimentos durante

considerável período de tempo, sem perda da qualidade da execução.

c) a flexibilidade, que permite a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações, sem causar lesões.

d) a agilidade, que possibilita a execução de movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direção.

e) o equilíbrio, que permite a realização dos mais variados movimentos, com o objetivo de sustentar o corpo sobre uma base.

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QUESTÃO 5

O Chat e sua linguagem virtual O significado da palavra chat vem do inglês e quer dizer “conversa”. Essa conversa acontece em tempo real, e,

para isso, é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao mesmo tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São muitos os sites que oferecem a opção de bate-papo na internet, basta escolher a sala que deseja “entrar”, identificar-se e iniciar a conversa. Geralmente, as salas são divididas por assuntos, como educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para entrar, é necessário escolher um nick, uma espécie de apelido que identificará o participante durante a conversa. Algumas salas restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar se a idade informada é realmente a idade de quem está acessando, facilitando que crianças e adolescentes acessem salas com conteúdos inadequados para sua faixa etária.

AMARAL, S. F. Internet: novos valores e novos comportamentos. In: SILVA, E.T. (Coord.). A leitura nos oceanos da internet. São Paulo: Cortez, 2003. (adaptado).

Segundo o texto, o chat proporciona a ocorrência de diálogos instantâneos com linguagem específica, uma vez que nesses ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados de interação. O chat, nessa perspectiva, cria uma nova forma de comunicação porque a) possibilita que ocorra diálogo sem a exposição da identidade real dos indivíduos, que podem recorrer a

apelidos fictícios sem comprometer o fluxo da comunicação em tempo real. b) disponibiliza salas de bate-papo sobre diferentes assuntos com pessoas pré-selecionadas por meio de um

sistema de busca monitorado e atualizado por autoridades no assunto. c) seleciona previamente conteúdos adequados à faixa etária dos usuários que serão distribuídos nas faixas de

idade organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta. d) garante a gravação das conversas, o que possibilita que um diálogo permaneça aberto, independente da

disposição de cada participante. e) limita a quantidade de participantes conectados nas salas de bate-papo, a fim de garantir a qualidade e

eficiência dos diálogos, evitando mal-entendidos. QUESTÃO 6

Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica–se que a escrita. a) modifica as idéias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros. b) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo. c) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade. d) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade. e) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.

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GEOGRAFIA

CARTOGRAFIA

Principais temas a serem revisados: Projeções cartográficas (tipos de projeções e Mercator / Peters) Escala Curva de nível Fusos horários

QUESTÃO 1 Projeção cartográfica é uma transformação que faz corresponder, a cada ponto da superfície terrestre, um ponto no plano.

As relações do plano de projeção à superfície projetada mostradas nas figuras são identificadas, respectivamente, em: a)

b)

c)

d)

e)

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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QUESTÃO 2 Sobre a projeção cartográfica utilizada na produção do mapa abaixo, é correto afirmar que se refere a uma projeção

a) cilíndrica conforme, muito útil à navegação marítima, pois não deforma os ângulos, que permanecem com seus valores reais.

b) plana azimutal, que já foi muito utilizada na geopolítica, como instrumento de análise estratégica dos Estados.

c) azimutal equidistante, que produz um tipo de mapa cujas distâncias e direções não são deformadas, propriedades estas muito úteis ao planejamento estratégico-militar.

d) cilíndrica equivalente, que destaca as áreas situadas nas latitudes intertropicais e preserva as dimensões relativas entre os continentes e países.

e) cilíndrica interrompida, que conserva a proporção das áreas representadas, e é muito utilizada nos atlas escolares americanos.

QUESTÃO 3 Sabe-se que a distância real, em linha reta, de uma cidade A, localizada no estado de São Paulo, a uma cidade B, localizada no estado de Alagoas, é igual a 2 000 km. Um estudante, ao analisar um mapa, verificou com sua régua que a distância entre essas duas cidades, A e B, era 8 cm. Os dados nos indicam que o mapa observado pelo estudante está na escala de a) 1 : 250. b) 1 : 2 500.

c) 1 : 25 000. d) 1 : 250 000.

e) 1 : 25 000 000.

QUESTÃO 4 Observe a sequência de imagens abaixo.

Considerando a sequência das imagens acima, de A a D, pode-se dizer que a) a escala das imagens diminui, pois mais detalhes podem ser vistos na sequência. b) os detalhes das imagens diminuem na sequência de A a D, e aumenta a área representada. c) a escala aumenta na sequência das imagens, uma vez que há, na imagem D, uma área maior. d) o detalhamento da imagem A é maior, portanto sua escala é menor que a das imagens posteriores. e) a escala pouco muda, pois há a mesma área representada de A a D.

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QUESTÃO 5 As curvas de nível são projeções altimétricas que permitem a leitura e percepção do relevo que se quer estudar. Nesse sentido, considere a carta de curvas de nível representada a seguir e observe o quadro do pintor Volpi.

Em uma situação hipotética, para pintar esse quadro, Volpi deveria estar posicionado a uma determinada altitude para conseguir representar o mar. Com base na carta e no quadro, é correto afirmar que ele, supostamente, se posicionaria no a) ponto P1. b) ponto P2.

c) ponto P3. d) ponto P4.

e) ponto P5.

QUESTÃO 6

“Os fusos horários foram criados, em outubro de 1884, por meio de uma reunião de 24 países, na cidade de Washington. Nessa ocasião, estabeleceram-se 24 fusos de uma hora, tendo como referência o tempo em que o planeta Terra leva para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo, percorrendo os 360° de sua circunferência, aproximadamente 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos).”

CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I. Natal, RN. EDUFRN, c2008. 248 p. (adaptado).

Sabendo que duas cidades distam entre si 105° de longitude, a distância entre elas, em horas, é de a) 8 h. b) 7 h

c) 9 h. d) 10 h.

e) 6 h.

QUESTÃO 7 Observe o trecho da notícia a seguir e assinale a alternativa correta:

Devido ao fuso horário, Acre é o último estado a comemorar 2015 Devido ao fuso e à implantação do horário de verão, o Acre fica com três horas de diferença de Brasília

(DF). Por conta disso, enquanto o resto do Brasil estiver comemorando a chegada do ano novo, os acreanos ainda estarão há três horas de 2015 […].

(Adaptado de: G1, 01/01/2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/ac/acre>).

O Brasil possui, oficialmente, quatro fusos horários, cuja existência deve-se: a) à grande extensão latitudinal do país. b) à preocupação em manter as diferenças culturais

regionais. c) ao grande número de longitudes que o país ocupa.

d) à política brasileira de adotar uma maior diversidade de horários.

e) à necessidade de uso da eletricidade em horas distintas entre as regiões.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 A D E B A B C

AGRICULTURA Principais temas a serem revisados:

Tipos de agricultura (moderna/patronal e tradicional/familiar) Modernização na agricultura (agronegócio, commodities e transgênicos) Concentração fundiária no Brasil Conflitos de terra no Brasil Expansão da fronteira agrícola

QUESTÃO 1 A partir do final do século XIX, o consumo de alimentos pela população e de matérias primas agrícolas, pelo setor industrial, atingiu patamares sem precedentes na história das sociedades. Nesse contexto estabeleceu-se a chamada agropecuária comercial moderna. Em relação à agropecuária comercial moderna, pode-se afirmar: a) Nesse sistema agrícola, grande parte das propriedades rurais é administrada pelo Estado. b) O nível de tecnicismo aplicado na agropecuária comercial moderna dispensa a mão-de-obra especializada. c) Os altos custos dos equipamentos e dos insumos fazem com que a agropecuária moderna seja viável,

especialmente em médias e grandes propriedades rurais. d) A agropecuária moderna é caracterizada pelo uso intensivo de recursos tecnológicos no campo apenas em

pequenas propriedades.

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QUESTÃO 2 Leia o texto a seguir.

É possível identificar no Brasil vários municípios cuja urbanização se deve diretamente à expansão da fronteira agrícola moderna, formando cidades funcionais ao campo denominadas de “cidades do agronegócio”.

Adaptado de: ELIAS, D.; PEQUENO, R. Desigualdades socioespaciais nas cidades do agronegócio. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. 2007. v.9. n.1. p.25-29.)

Sobre a expansão da fronteira agrícola moderna e o surgimento das “cidades do agronegócio”, assinale a alternativa correta. a) A expansão da fronteira agrícola moderna e a criação das cidades do agronegócio ocorreram a partir de 1970,

com a incorporação das terras do cerrado, impulsionada por políticas públicas voltadas à ocupação de terras e ao desenvolvimento local.

b) A fronteira agrícola moderna e o aparecimento das cidades do agronegócio estão associados às políticas do governo Vargas direcionadas à agricultura, com a criação, em 1951, do Sistema Nacional de Crédito Rural.

c) A fronteira agrícola moderna e o aparecimento das cidades do agronegócio ocorreram após investimentos dos Estados Unidos, na década de 1950, em território brasileiro para produção destinada à exportação.

d) As cidades do agronegócio estão localizadas predominantemente no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados onde ocorreu a expansão da fronteira agrícola moderna a partir da década de 1960.

e) Por intermédio da expansão da fronteira agrícola moderna e da criação das cidades do agronegócio, a partir da década de 1950, houve uma difusão do meio técnico-científico-informacional em todo o território nacional.

QUESTÃO 3 Sobre a agricultura e a estrutura fundiária brasileiras, pode-se afirmar: a) A reforma agrária realizada pelo regime militar (1964-1985) erradicou os problemas de grilagem de terras,

principalmente na região amazônica. b) Historicamente, a falta de políticas agrárias que favorecessem os grandes produtores rurais criou uma

situação de violência no campo. c) Um dos fatores que explicam as lutas dos movimentos sociais no campo é o elevado incentivo aos grandes

proprietários de terras, voltados a produtos para exportação, em detrimento dos pequenos produtores rurais, que produzem basicamente para o mercado interno.

d) O domínio da técnica sobre a natureza por parte dos pequenos produtores rurais brasileiros trouxe a possibilidade de aumentar a produção e a produtividade relativa a produtos alimentícios e com maior demanda interna, como o feijão e a mandioca.

e) As lavouras do Nordeste e do Sudeste brasileiros tiveram grande desenvolvimento durante os anos 1960 a 1980, direcionando sua produção para o mercado interno, mas na atualidade não conseguem repetir os mesmos desempenhos.

QUESTÃO 4 Relevante na economia nacional pela geração de divisas e emprego, o agronegócio tem se destacado com a expansão da produção agropecuária e o aumento das exportações de commodities. Nesse sentido, o agronegócio brasileiro caracteriza-se a) pelo uso intensivo de tecnologias, pelas pesquisas científicas inovadoras e pelas políticas oficiais de

financiamento. b) pelo uso de sementes não modificadas, pelo consumo de insumos químicos e pela distribuição dos lucros em

regime de parceria. c) pela organização horizontal de comando, pelo regime de produção semintensivo e pela negociação da

produção em bolsa de valores. d) pelo arrendamento de terras, pela imprevisibilidade no planejamento produtivo e pela mecanização

agrícola generalizada. e) pela gestão familiar, pela produção restrita sem excedentes e pelo pequeno retorno aos

investimentos realizados.

QUESTÃO 5

Agricultura familiar pode ser modelo para produção sustentável de alimentos As mudanças climáticas e o aumento da população impõem desafios aos atuais modelos de agricultura

comercial. Nesse contexto, a agricultura familiar ganha força, por geralmente utilizar a policultura, com sementes e espécies que existem há centenas de anos e são mais resistentes a pragas e mudanças climáticas. Para uma bióloga da Universidade de Brasília, "a agricultura familiar pode conciliar melhor os cultivos e as áreas de preservação, o que com a agricultura comercial é mais difícil”.

Fonte: http://goo.gl/P7EwFT. Acesso: 26/11/2013. Adaptado.

Tendo em vista as características da agricultura familiar e do agronegócio exportador no Brasil, considera-se que o modelo familiar é mais sustentável porque a) aproveita melhor os recursos naturais, usando técnicas menos agressivas. b) cultiva apenas uma variedade de produto agrícola, propiciando menor desgaste dos solos. c) preserva a vegetação original, fazendo seus plantios sem a remoção das matas nativas. d) utiliza sementes geneticamente modificadas, melhor adaptadas às mudanças climáticas.

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QUESTÃO 6 Analise o gráfico.

(www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/ lspa/lspa_201107comentarios.pdf)

A partir da leitura do gráfico e dos conhecimentos sobre a dinâmica territorial da agricultura brasileira, é correto afirmar que, no período analisado, a) a produtividade agrícola do país apresentou crescimento significativo. b) a maior parte da área cultivada no país destinou-se à produção de cereais. c) o fraco aumento da área cultivada indicou o esgotamento da fronteira agrícola. d) a instabilidade da produção esteve relacionada aos problemas climáticos. e) a região Sudeste é a que apresenta maior área e produção agrícola do país. QUESTÃO 7

No mês de maio deste ano, desabaram sobre a sociedade brasileira cenas de uma dupla violência: a violência contra a terra, com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, e a violência contra a pessoa humana, com os assassinatos dos líderes camponeses Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, que se opunham ao desmatamento na Amazônia.

Artigo de Dom Tomás Balduíno publicado no portal Santa Catarina 24 horas, no dia 6/9/11, adaptado. http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79182

O campo brasileiro está, historicamente, marcado por conflitos que envolvem interesses opostos dos diversos atores sociais. Os recentes fatos apresentados estão relacionados ao/à(s) a) oposição entre ambientalistas que aprovam o Código Florestal e ruralistas que exigem ampliação das áreas

para produção. b) ações que resultam em desmatamento e concentração fundiária, de um lado, e à defesa da floresta e da

posse da terra pelos trabalhadores rurais, de outro. c) ampliação da área de reserva legal defendida pelo agronegócio na Amazônia, em detrimento das áreas

agrícolas destinadas ao pequeno agricultor. d) expansão das áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, que favorecerá as

comunidades extrativistas. e) embate entre os trabalhadores rurais sem-terra que defendem o Código Florestal e os latifundiários que veem

a reserva legal como obstáculo.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 C A C A A A B

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A DINÂMICA CLIMÁTICA, AS FORMAÇÕES VEGETAIS NO BRASIL E O MEIO AMBIENTE

Principais temas a serem revisados: Localizar os climas no mapa do Brasil e compreender suas as principais características Fazer a leitura de um climograma Localizar os biomas no mapa do Brasil e compreender suas as principais características Principais causas e consequências do desmatamento de cada bioma Compreender as principais mudanças ambientais ocorridas no planeta após a Revolução Industrial.

QUESTÃO 1 O mapa a seguir está representando, cartograficamente, a área ocupada pelas principais formações vegetais do país. Com relação a esse assunto, é correto afirmar que

a) a formação 1 é caracteristicamente xerófila e reflete as

condições de clima como déficit hídrico anual, sendo predominante na região Centro-Oeste.

b) a formação vegetal 2 é do tipo tropófila e reflete as condições climáticas tropicais, ou seja, verões chuvosos e invernos secos.

c) a formação vegetal 3 ocupa uma ampla área de planície inundável e se caracteriza por ser uma formação homogênea, com espécies vegetais de caatingas, florestas, campos e cerrados.

d) a formação vegetal 4 é uma formação vegetal caducifólia, que reflete as condições de clima tropical úmido; teve uma importância enorme no processo inicial de colonização do país.

e) a formação vegetal 5 é característica das áreas mais elevadas da Região Sul do país. É do tipo homogênea e com predomínio de espécies vegetais aciculifoliadas.

QUESTÃO 2 Leia a descrição de quatro grandes tipos climáticos do Brasil e, em seguida, examine o mapa, que representa a divisão regional do país em grandes tipos climáticos. 1. Chuvas entre 2 000 e 3 000 mm e elevadas temperaturas durante todo o

ano, com médias de 26 °C. 2. Regular distribuição das chuvas durante o ano e temperaturas mais

amenas, com médias inferiores a 18 °C e esporádica queda de neve. 3. Chuvas escassas e irregulares, com precipitações médias de 500 a 700

mm, e temperaturas elevadas, com médias de 28 °C. 4. Duas estações bem marcantes: uma chuvosa e quente, com 1 200 mm de

precipitação e médias térmicas de 24 °C, e outra seca e fria, com 200 mm de chuvas e 17 °C de média térmica.

Assinale a alternativa que contém a correta associação entre a descrição climática e sua área de ocorrência. a) 1D; 2B; 3A; 4C. b) 1C; 2A; 3B; 4D. c) 1B; 2D; 3C; 4A. d) 1A; 2C ; 3D; 4B. e) 1C; 2B; 3D; 4A. QUESTÃO 3 As atuais mudanças do novo Código Florestal brasileiro têm gerado conflitos acalorados de interesses entre as bases de apoio dos ruralistas e dos ambientalistas. Entre as discussões mais importantes estão às mudanças relacionadas às Áreas de Proteção Permanente (APP) em torno de rios e córregos. A proteção dessa vegetação, denominada ripária, é fundamental, uma vez que ela exerce importantes funções ambientais, entre as quais pode-se citar a) a proteção dos rios contra os problemas de erosão do solo e do assoreamento dos cursos d’água. b) a diminuição da umidade do ambiente, devido à retenção das água pela vegetação que margeia os rios. c) a interrupção do ciclo hidrológico, permitindo que a água seja armazenada nos rios e nos aquíferos. d) o aumento da temperatura do ambiente no entorno dos rios, o que favorece a evaporação. e) a função de barreira ecológica que impede o fluxo de espécies entre diferentes áreas.

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QUESTÃO 4 Uma importante característica dos tipos de clima do Brasil é a predominância da tropicalidade, que decorre da localização da maior parte do seu território na chamada “zona intertropical do Planeta”. A influência de determinados fatores, como altitude, latitude, continentalidade, maritimidade e massas de ar, interfere na configuração de diferentes índices de temperatura, umidade e precipitação. Observe os climogramas a seguir:

A partir dos climogramas e das características climáticas existentes no Brasil, é correto afirmar que: a) o climograma 1 refere-se ao clima equatorial úmido, que abrange a maior parte da Amazônia e apresenta

temperaturas elevadas e chuvas bem distribuídas durante o ano. b) o climograma 2 diz respeito ao clima tropical litorâneo úmido, que predomina no Nordeste e apresenta

elevadas temperaturas e precipitações pluviométricas irregulares. c) o climograma 1 refere-se ao clima tropical, que abrange a Região Centro-Oeste, caracterizando-se pelos

elevados índices de precipitação e baixas temperaturas. d) o climograma 2 diz respeito ao clima subtropical úmido, que prevalece na Região Sul, caracterizando-se pela

irregularidade das chuvas e altas temperaturas. QUESTÃO 5 Atuam no território brasileiro cinco massas de ar, que estão representadas pelas letras A, B, C, D e E no mapa a seguir:

Atuação geral das massas de ar no brasil

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Com base na leitura do mapa podemos verificar: a) A massa de ar correspondente a letra B, representa a massa equatorial continental que influência o território

brasileiro, deslocando calor e umidade. b) As massas de ar, representadas pelas letras A, B, C e D, são originárias da Planície do Chaco, as quais

contribuem para manifestação de períodos quentes e secos. c) A massa de ar indicada pela letra E, no mapa, é originária do Sul do Oceano Atlântico. É quente e úmida e

forma os ventos alísios de sudeste. d) No mapa, a letra A corresponde à massa polar atlântica, que exerce forte influência em todas as regiões

brasileiras. Ela é responsável pela queda de temperatura na região Norte e Planície do Pantanal, fenômeno conhecido como “friagem”.

e) A massa tropical continental corresponde à letra D, no mapa, a qual atua nas áreas do interior das regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste.

QUESTÃO 6

“A neblina começou a se dissipar, em Porto Alegre, apenas ao meio-dia. A cerração prejudicou as atividades do Aeroporto Internacional Salgado Filho com atrasos e cancelamentos de voos. (...)”. Veja, na ilustração, a temperatura registrada hoje às nove da manhã em diferentes níveis da atmosfera sobre a cidade de Porto Alegre.

Em consequência da neblina, a temperatura se manteve baixa na capital gaúcha durante toda a manhã. “Ao meio-dia, os termômetros indicavam 11,2ºC no Jardim Botânico.” (Boletim coletado do sítio Met Sul Meteorologia, no dia 23/09/2012). De acordo com as informações do texto e da ilustração, está correto afirmar que o fenômeno meteorológico a que se refere é a) Aquecimento Global b) El Niño

c) La Niña d) Inversão Térmica

e) Frente Fria

QUESTÃO 7

“Ninguém sabe muito bem o que desencadeia um El Niño, mas, graças aos satélites, conseguimos saber com certa antecipação quando ele começa a se formar. Sua marca registrada é o aquecimento das águas superficiais do Pacífico Central. Como o oceano está conectado à atmosfera, o grande oceano aéreo, todo o regime de ventos enlouquece. Nuvens de chuva do oeste do Pacífico – Indonésia e vizinhança – se mudam para leste, chegam à costa da América do Sul e causam aguaceiros no deserto peruano. Enquanto isso, na Ásia, Índia, Paquistão e Indonésia esturricam com calor e seca”.

(AZEVEDO, A. L. Novos tempos. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. p.61. Adaptado) Sobre o fenômeno atmosférico citado no texto, um de seus efeitos mais sentidos no território brasileiro é: a) Seca extrema na região Centro-Oeste. b) Intensificação dos regimes de chuva no norte do país. c) Aumento das secas no Nordeste. d) Intensificação do frio durante o inverno na região Sudeste. e) Estiagens eventuais na região sul do país.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 B B A A D D C

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URBANIZAÇÃO E POPULAÇÃO Principais temas a serem revisados:

Hierarquia e rede urbana Revoluções Industriais Função social da cidade Gentrificação e segregação socioespacial Problemas urbanos (social e físico)

Fases demográficas Pirâmides etárias Estrutura populacional Política natalista e antinatalista Deslocamento populacional

QUESTÃO 1

“As cidades brasileiras de porte médio, localizadas ao longo de rodovias, ganharam mais habitantes na última década do que as capitais de nove regiões metropolitanas, que anteriormente puxavam o avanço populacional”.

“A afirmação foi divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do cruzamento dos porcentuais de crescimento da população dos municípios brasileiros de 2000 a 2010 com informações sobre a variação de renda no mesmo período”.

Revista Exame, 15 jul. 2011. Disponível em: <http://exame.abril.com.br>. Acesso em: 21 ago. 2015. O crescimento econômico das cidades médias e dos centros regionais brasileiros associa-se à situação de: a) retração dos modais de transporte b) ruralização do espaço urbano c) direcionamento estatal de investimentos d) mais cidades inseridas na rede urbana mundial e) crescimento das agroindústrias no meio rural QUESTÃO 2

“A partir da mundialização do capital, o que veio a ser denominado de Toyotismo assumiu a posição de objetivação universal da categoria da flexibilidade, tornando-se um valor universal para o capital em processo”.

(ALVES, G. Toyotismo como ideologia orgânica da produção capitalista. Revista Org. & Demo. Vol. 01, nº 01, 2000. p.05.)

Uma das técnicas principais que assinalam a “categoria da flexibilidade” mencionada pelo trecho acima é: a) o controle fiscal b) o just in time

c) o sistema de gerenciamento d) a reestruturação produtiva

QUESTÃO 3

“O processo de gentrificação aparece como um dos elementos de uma permanente de (re)estruturação urbana. Processo esse que é parte da organização do espaço urbano, de acordo com as necessidades do modo de produção dominante na economia e que está em sintonia com os propósitos da estrutura dominante da sociedade em um período histórico determinado”.

FURTADO, Carlos Ribeiro. Intervenção do Estado e (re)estruturação urbana. Um estudo sobre gentrificação. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 16, n. 32, nov 2014. p.342 (adaptado) (grifo nosso).

O termo em destaque no trecho acima vem se apresentando como um aspecto recorrente nas metrópoles brasileiras atuais e instrumentaliza-se: a) pelo reordenamento da cidade que culmina na elitização da paisagem b) pelo recrudescimento espacial do perímetro urbano c) pela fragmentação das atividades econômicas nos bairros centrais d) pela inserção das áreas periféricas nos círculos comerciais e) pela autossegregação espacial praticada pelas classes dominantes QUESTÃO 4

O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.

BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.

O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos. A maximização desse fenômeno ocorre a) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados. b) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos. c) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios. d) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades. e) pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.

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QUESTÃO 5

“Brasil discute nesta semana com ministros de países do Brics – grupo de países emergentes integrado pela Rússia, Índia, China e África do Sul – como conter a aceleração do envelhecimento da população, entre outros assuntos. Para o subsecretário da Política de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, o país não está sabendo construir barreiras para conter o problema, também enfrentado pelos chineses”.

DINIZ, F. País discute com Brics como conter avanço do envelhecimento. Portal Terra, 10 fev. 2015. Disponível em: http://economia.terra.com.br. Acesso em: 05 jun. 2015.

O principal objetivo em conter o envelhecimento demográfico em um país é: a) a elevação das taxas de desemprego b) a redução dos gastos previdenciários c) o controle dos índices de pobreza

d) o aumento da esperança de vida e) a redução da “explosão demográfica”

QUESTÃO 6 A transição demográfica indica as mudanças no crescimento da população de um determinado local por meio da alteração no equilíbrio entre natalidade e mortalidade. Essa dinâmica também reverbera em mudanças na composição do perfil etário, de modo que podemos dizer que a pirâmide populacional de um país, durante uma fase avançada desse processo, apresenta um formato: a) triangular, graças à elevação dos índices nominais de natalidade b) disforme, pois não é possível prever os resultados em termos etários c) quadrada, com o número desproporcionalmente alto de idosos d) retangular, com pouca diferença numérica entre idosos e jovens e) oval, com um maior alargamento nos índices da população jovem QUESTÃO 7 Charge sobre o crescimento populacional

Retirado de: <Discurso Retórico>. Acesso em: 10/10/2014.

O conteúdo da charge acima se alinha a que tipo de teoria demográfica? a) Neomalthusianismo, pois considera a pobreza

como fruto da ausência de políticas de distribuição de remédios e de democratização da saúde.

b) Reformista, pois critica as desigualdades sociais em razão do preconceito das classes mais abastadas da sociedade.

c) Malthusianismo, por afirmar que as populações de elevada renda crescem em proporções menores do que as populações de baixa renda.

d) Reformista, por apregoar o direito das camadas mais pobres das estratificações sociais de terem acesso aos medicamentos anticoncepcionais.

e) Neomalthusianismo, por defender que as melhorias sociais manifestam-se a partir do controle do crescimento populacional por meio de métodos contraceptivos.

QUESTÃO 8 Um dos principais traços da dinâmica demográfica mundial é a migração internacional, que recria conflitos espaciais de diferentes ordens. Esse tipo de migração é explicado a) pela incorporação de valores ocidentais no Oriente e de valores orientais no Ocidente, diminuindo as fronteiras

simbólicas. b) pela facilidade do fluxo de trabalhadores condicionados pelos novos meios de comunicação e transportes. c) pela aprendizagem de idiomas dos países ricos como forma de incorporação às novas demandas da indústria. d) pelo livre acesso dos indivíduos no interior dos países signatários de acordos de livre comércio e cooperação. e) pelo aumento global do desemprego, que gera miséria nas nações de baixo índice de desenvolvimento humano.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 D B A D B D E E

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GEOLOGIA Principais temas a serem revisados:

Estrutura interna da Terra Agentes modeladores do relevo Estrutura Geológica (bacias sedimentares, escudos cristalinos e dobramentos modernos) Rochas e solos Áreas de extração mineral e seus impactos Degradação dos solos

QUESTÃO 1 As placas tectônicas, componentes da crosta terrestre, mantêm-se sobre uma camada pastosa composta por magma. As placas maiores e mais pesadas tendem a afundar mais, porém atingindo um grau maior de emergência na superfície. Já as placas mais finas e leves costumam imergir menos no magma. O princípio que explica essa lógica é o do (a): a) equilíbrio geotérmico b) planificação tectônica

c) movimento das células de convecção d) isostasia

QUESTÃO 2

“As formas de relevo sofrem intenso desgaste à medida que a água, o gelo, o vento e os seres vivos atuam sobre o terreno. Esses agentes causam erosão nas partes mais elevadas e transportam os detritos, acumulando-os nas porções mais baixas da crosta terrestre”.

(VESSENTINI, J. W. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Editora Ática, 2012. p.186). Os processos acima mencionados no texto são conhecidos, respectivamente, por: a) desgaste e deposição. b) lixiviação e assoreamento.

c) diagênese e diaposição. d) transposição e acumulação.

e) deslizamento e retenção.

QUESTÃO 3

“As curvas de nível (ou isoípsas) são linhas que unem os pontos do relevo que têm a mesma altitude. Traçadas no mapa, permitem a visualização tridimensional do relevo.” (Moreira, J. C. & Sene E. Geografia: ensino médio – volume único. São Paulo: Scipione, 2005)

Figura 1 Figura 2

(http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/

2011/01/30/deslizamentos-de-terra-no-brasil/)

As curvas de nível são muito utilizadas em mapas topográficos para determinar a declividade e a variação de altura, sendo um importante instrumento para a implantação de loteamentos e estradas, para evitar problemas como o demonstrado na figura 1. Analisando o mapa topográfico (figura 2), em qual localidade o problema destacado na figura 1 será mais frequente? a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

QUESTÃO 4 Com o desenvolvimento da Teoria da Tectônica de Placas, fenômenos como a formação das cadeias montanhosas e das fossas submarinas foram melhor compreendidos. Com isso, sabe-se que a Cordilheira dos Andes se encontra em uma região da crosta terrestre que a) apresenta uma área de colisão de placas tectônicas. b) forma margem continental do tipo passiva. c) se situa em uma área de expansão do assoalho oceânico. d) apresenta uma área falhada pela formação de uma dorsal oceânica. e) coincide com limites divergentes de placas.

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QUESTÃO 5

Gráfico das variações na formação do solo

TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado).

O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação do solo. A interpretação dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas a) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos. b) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor profundidade das rochas inalteradas. c) de latitudes em torno de 30° ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade. d) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre

as rochas. e) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos. QUESTÃO 6

“A erosão acelerada não é uma coisa nova, ela acompanha a agricultura desde o seu início, há 4.000 ou 5.000 anos a.C., nos vales do Eufrates, Tigre e Nilo, onde, presume-se, tenha sido o berço da agricultura.”

(CONCIANI, Wilson. Processos erosivos: conceitos e ações de controle. Cuiabá: Editora Cefet-MT, 2008. p. 11.)

Mesmo que a erosão seja um acontecimento antigo, como citado acima, o tema é sempre atual, trazendo muitos transtornos para as zonas rural e urbana. Sobre a erosão, suas causas e consequências, pode-se afirmar que: a) é caracterizada pela destruição e transformação de rochas pela ação de agentes que modelam a superfície

terrestre, através dos fatores endógenos (clima, rios, correntes marítimas, enxurradas) e de fatores exógenos (animais, homens e vulcanismos).

b) nas encostas, as águas superficiais escorrem e formam as ravinas ou voçorocas com sulcos laterais inclinados, entretanto só provocam efeitos na superfície dos solos e são facilmente controladas pela ação antrópica.

c) é parte do processo de degradação do solo, provocando o acúmulo de metais pesados, lixiviação e diminuição de nutrientes; só ocorre com a intervenção do homem, tornando-se um dos mais sérios problemas ecológicos do planeta.

d) a ação da água como agente de erosão depende da quantidade que cai sobre o solo e da maior ou menor capacidade de infiltração que este solo oferece. A erosão provocada pelo escoamento superficial recebe o nome de erosão laminar ou em lençol.

QUESTÃO 7 Um problema natural relacionado aos solos de clima tropical, sujeitos a grandes índices pluviométricos, é o processo de infiltração de água no solo. A água que se infiltra dos poros, como em uma esponja, vai, literalmente, lavando os sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, etc.) e diminui a fertilidade do solo. Paralelamente à infiltração de água no solo, ocorre o surgimento de uma crosta ferruginosa, que em certos casos chega a impedir a penetração das raízes no solo. Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas do enunciado a seguir.

O texto versa sobre a erosão ________ dos solos e refere-se, primeiramente, ao processo de ________ e, depois, ao processo de ________ . a) vertical - laterização – lixiviação b) superficial - lixiviação – laterização

c) pluvial - laterização – lixiviação d) vertical - lixiviação – laterização

e) superficial - laterização – lixiviação

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 D A C A E D D

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FONTES DE ENERGIA Principais temas a serem revisados:

Principais fontes renováveis e não renováveis Energia limpa Impactos ambientais Crise energética Fontes alternativas (sustentabilidade)

QUESTÃO 1 A concentração da energia solar só acontece com a irradiação solar direta. Locais com uma disponibilidade de irradiação solar anual acima de 2.000 kWh/m² ano e baixa nebulosidade apresentam potencial para a geração heliotérmica (geração de energia elétrica a partir do aproveitamento térmico da energia solar). Considerando o mapa, qual é a região brasileira com maior potencial heliotérmico para absorção de energia solar? a) Região Amazônica b) Região Sul c) Região Sudeste d) Região Centro-Oeste e) Região Nordeste QUESTÃO 2 Os combustíveis fósseis contribuem para o aquecimento global, razão pela qual a sociedade vem buscando novas alternativas energéticas mais limpas e cada vez mais competitivas. Considerando-se essa informação e os conhecimentos sobre fontes de energia, pode-se afirmar: a) O uso de biocombustíveis, por ser antieconômico, é pouco utilizado, todavia nos países centrais eles já estão

substituindo as fontes tradicionais, principalmente na Europa Oriental. b) A maior usina de etanol celulósica do planeta está localizada na Amazônia, onde há matéria-prima disponível

e abundante. c) A energia eólica tornou-se mais competitiva nos EUA, após o uso das máquinas flutuantes que giram hélices

mais longas. d) A localização geográfica do Brasil dificulta a circulação dos ventos, razão pela qual não há parques eólicos

no país. e) A energia geotérmica é a fonte alternativa mais utilizada no Hemisfério Norte porque é barata, limpa, de fácil

obtenção, além de ser inesgotável. QUESTÃO 3 As atuais discussões globais sobre mudanças ambientais, em grande medida, têm lugar em torno das fontes energéticas, especialmente sobre a queima de combustíveis fósseis. Sobre as fontes de energia, assinale a alternativa CORRETA. a) As fontes de energia podem ser classificadas em renováveis e não-renováveis, primárias e secundárias,

convencionais e alternativas. Essas três classificações são baseadas em efeitos positivos ou negativos para o ambiente.

b) A Revolução Técnico-Científica-Informacional exige maior quantidade de energia, tanto para a vida cotidiana de uma população global crescente quanto para a indústria e agricultura.

c) A energia hidrelétrica é considerada uma energia limpa, e estudos até então realizados não identificaram impacto socioambiental dessa fonte de energia elétrica, a mais difundida no Brasil.

d) A energia nuclear recebe grande incentivo da ONU para ser implementada no Planeta, já que não causa danos ambientais nem em curto nem em longo prazo.

e) Biocombustíveis como álcool, biodiesel e biogás são produzidos a partir da biomassa e são uma prova de que a geração de energia não precisa gerar ônus ambiental nem afetar a produção agrícola ou a estrutura social de um país.

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QUESTÃO 4 Questionado sobre os significativos aumentos na tarifa de energia elétrica ao longo de 2015, o professor de Geografia respondeu que uma das principais justificativas é o custo energético da falta de água. Além disso, apresentou a tabela abaixo.

MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA (GWh) Fonte 2012 2013 2012/2013 %

Hidrelétrica 415.342 390.992 -5,9 Gás natural 46.670 69.017 47,6 Biomassa1 34.662 39.679 14,5 Derivados do petróleo2 16.214 22.090 36,2 Nuclear 16.038 14.640 -8,7 Carvão vapor 8.422 14.801 75,7 Eólica 5.050 6.579 30,3 Outras3 10.010 12.241 22,3 Geração Total 552.498 570.025 3,2

¹Inclui lenha, bagaço de cana e lixívia. ²Inclui óleo diesel e óleo combustível. ³Inclui outras recuperações, gás de coqueria e outras secundárias.

Fonte: Adaptado do MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME. Balanço Energético Nacional 2014. Disponível em:<http://www.mme.gov.br/web/guest/publicacoes-e-indicadores>. Acesso em: 16 ago. 2015.

A justificativa apresentada pelo docente e os dados da tabela geraram um debate sobre a estrutura brasileira de geração de energia elétrica e a forte dependência dos fatores climáticos. Ao fim da aula, os alunos entenderam que a) as termelétricas que utilizam carvão mineral e gás natural também são dependentes dos fatores climáticos, o

que aumenta a vulnerabilidade no fornecimento de energia elétrica para a população. b) o menor volume de água nos reservatórios das grandes hidrelétricas não possui relação com as ações

humanas, pois o impacto do desmatamento pouco interfere no volume hídrico e no risco de assoreamento dos rios.

c) a falta de água e a necessidade de utilização de outras fontes de energia diminuem os impactos ambientais, pois as termelétricas utilizam, em sua totalidade, fontes de energia renováveis.

d) grande parte da comunidade científica alega que com as mudanças climáticas globais torna-se necessário o aumento da utilização de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade.

e) o menor volume de chuvas diminui a geração de hidroeletricidade, o que impõe a utilização de termelétricas, que encarecem a produção de energia elétrica.

QUESTÃO 5 Em 2012, 1,4% da energia necessária para abastecer a economia do Brasil foi atendida pela energia nuclear. Ainda que pequena se comparada com outras fontes de energia (56,3% de combustíveis fósseis, por exemplo), é importante conhecermos seus riscos. Uma desvantagem dessa fonte energética é a) vincular sua operação à previsão de mudanças climáticas em escala global. b) gerar resíduos difíceis de serem armazenados de modo seguro. c) não proporcionar independência energética aos países importadores de combustíveis fósseis. d) contribuir para o efeito estufa com a emissão de dióxido de carbono na atmosfera. e) não possuir uma base científica segura e confiável para sua operação.

QUESTÃO 6 No dia 15 de junho deste ano, o presidente norte-americano Barack Obama fez um pronunciamento em rede, acerca do vazamento de petróleo no Golfo do México - já considerado o pior desastre ambiental - e as ações que estavam sendo empreendidas pelo governo dos EUA e pela empresa responsável, a British Petroleum. Nessa ocasião, Obama acenou para uma ampla reforma das políticas energéticas, apontando um cenário favorável para as fontes de energia renováveis e limpas.

Caso se verifique essa nova tendência energética nos próximos anos, um possível reflexo na economia brasileira seria: a) Diminuição de nossas exportações de petróleo, já que os EUA são nosso maior importador de combustíveis

de origem fóssil. b) Aumento da demanda pelo etanol brasileiro. c) Diminuição, no Brasil, de investimentos em pesquisas de exploração de petróleo e carvão mineral. d) Alterações na frota de veículos brasileiros, movida predominantemente por diesel, derivado de petróleo. e) Diminuição da participação da Petrobras no cenário internacional, dada a provável desvalorização do petróleo

na matriz energética mundial.

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QUESTÃO 7

"A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo".

Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001. Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do Petróleo estaria relacionado a) à redução e esgotamento das reservas de petróleo. b) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de energia. c) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento do consumo de energia. d) ao excesso de produção e consequente desvalorização do barril de petróleo. e) à diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 E C B E B B B

GEOPOLÍTICA

Principais temas a serem revisados: Crise imigratória Xenofobia e fortalecimento dos partidos de extrema direita Brexit Estado Islâmico (ISIS) Primavera Árabe Questão árabe e israelense Rússia (Cáucaso e Criméia) Venezuela

QUESTÃO 1

“Em 23 de junho de 2016, os cidadãos do Reino Unido votaram sobre a permanência ou a saída do país da União Europeia. Na madrugada do dia seguinte, o Brexit foi confirmado. Isto se tornou algo inédito na UE, que até agora falava de um maior alargamento. Várias podem ser as reações internacionais e nacionais desse processo.”

(Disponível em: https://br.sputniknews.com/trend/brexit_2016/.)

Dentre as principais consequências do Brexit, tanto para a Inglaterra quanto para a Europa, está: a) A separação política entre a Inglaterra, Reino Unido, Escócia e Irlanda, devido à discordância dessas nações

com o Brexit. b) O endurecimento da política de imigração inglesa. Com a saída da UE chega provavelmente ao fim a livre

circulação de pessoas. c) O fim do conflito entre Inglaterra e Alemanha, gerado pela disputa dessas duas nações pela hegemonia entre

os países membros da União. d) À volta, na Inglaterra, do uso da Libra Esterlina, moeda tradicional, substituída pelo euro no período em que a

Inglaterra fazia parte da União Europeia.

QUESTÃO 2 Os jogos Olímpicos Rio 2016 proporcionaram uma participação inédita de uma equipe de atletas refugiados. Foi uma oportunidade única na vida destes atletas que competem para inspirar os jovens a almejar novas perspectivas profissionais em suas vidas e também como uma forma de visibilidade para que reencontrem suas famílias, separadas devido aos diferentes conflitos e perseguições que enfrentaram. Contudo, as migrações forçadas compuseram o cenário recente do noticiário internacional. Geralmente fugindo de guerras e da fome, milhares de pessoas arriscam a vida tentando chegar a países desenvolvidos, no maior movimento migratório desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sobre o fenômeno das migrações forçadas e os refugiados, pode-se afirmar que: a) A crise econômica global desencadeou uma mudança nas rotas migratórias: caíram os fluxos migratórios para

países em desenvolvimento e aumentaram para os países desenvolvidos, sobretudo o Japão e EUA. b) Um dos aspectos mais dramáticos dos movimentos migratórios é a existência de contrabando de migrantes,

crime que envolve a obtenção de recursos financeiros para o ingresso ilegal de um estrangeiro em um país. c) No processo de migração tem-se uma importante movimentação financeira. Grandes fluxos de remessas de

capitais são enviados pelas famílias dos migrantes para a manutenção dos mesmos nos países de destino. d) Países como Hungria e Áustria, de postura mais liberal, têm adotado uma política de acolhimento dos refugiados,

contudo, Suécia e Alemanha impõem barreiras em suas fronteiras para impedir a entrada dos mesmos. e) A beligerância ocupa lugar central nas causas dos fluxos migratórios. A guerra civil no Líbano, por exemplo,

provocou a migração de 50% da população do país, dos quais 5 milhões são refugiados.

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QUESTÃO 3 Estamos habituados a acompanhar as ações de setores da sociedade europeia rejeitando a chegada de refugiados políticos e ambientais naquele continente. Mas é com surpresa que se depara com um discurso semelhante, vindo de um candidato ao governo de um país constituído, predominantemente, por imigrantes. A esta postura comum, tanto de alguns estadunidenses, quanto de europeus, e que preocupa muitos brasileiros é conhecida como: a) filofobia b) xenofobia c) neofobia d) plantofobia

QUESTÃO 4 Em 29 de junho de 2014, Abu Bark Al-Baghdadi, líder do grupo terrorista sunita Estado Islâmico, declarou-se califa. O califado almejado por Al-Baghdadi tem por objetivo servir de pretenso modelo para os muçulmanos, com leis rígidas calcadas na Sharia (Lei Islâmica). Para sustentar suas pretensões, o Estado Islâmico, além de ter uma estrutura bélica fortalecida, tem também como principal fonte de renda: a) o comércio de diamantes roubados da África. b) a distribuição de cocaína colombiana no Oriente Médio. c) a venda de ouro.

d) a venda de petróleo iraquiano. e) a venda de mulheres escravizadas para

a Europa.

QUESTÃO 5

No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter - ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes. b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. c) manter o distanciamento necessário à sua segurança. d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores. e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

QUESTÃO 6 O governo sueco reconheceu o Estado da Palestina nesta quinta-feira, 30, por decreto. A Suécia se torna

assim o primeiro país ocidental da União Europeia (UE) a tomar esta decisão. […] No início de outubro, o primeiro-ministro Stefan Löfven anunciou que a Suécia reconheceria o Estado da Palestina, o que provocou muitas críticas de Israel e dos Estados Unidos.

(Adaptado de: Carta Capital, 30 out. 2014. Suécia reconhece o Estado da Palestina. Disponível em: <www.cartacapital.com.br>. Acesso em: 09 mar. 2015).

O motivo das críticas de Israel e dos Estados Unidos mediante o reconhecimento do Estado da Palestina deve-se: a) ao fato de os palestinos estarem entre os envolvidos nos atentatos de 11 de setembro de 2001. b) às históricas disputas territoriais entre israelenses e palestinos e o constante apoio dado pelos EUA

aos primeiros. c) ao argumento de que a Suécia estaria indo contra a regulamentação da ONU, que dá proibição irrestrita à

existência dos territórios palestinos sob um governo formal. d) à ameaça que a legitimidade da Palestina representa ao comércio de petróleo, elemento abundante na região

em questão.

QUESTÃO 7

Rússia formaliza anexação da Crimeia A Rússia anexou formalmente a Península da Crimeia a seu território, depois de um duro discurso do

presidente Vladimir Putin em meio a pesadas críticas aos E.U.A., a União Europeia e ao governo interino da Ucrânia. Nesse discurso que antecedeu a assinatura da anexação da Crimeia, Putin destacou a questão como vital para os interesses russos. Segundo ele, o Ocidente "cruzou uma linha vermelha" ao interferir na Ucrânia. "A Crimeia sempre foi e é parte inseparável da Rússia", declarou o presidente.

Adaptado de estadao.com.br, 18/03/2014. O evento abordado na reportagem está simultaneamente associado ao presente e ao passado dos povos envolvidos. Para explicar essa ação russa em relação à Crimeia, são fundamentais os seguintes interesses do atual governo Putin: a) superar o pan-eslavismo - reduzir a diversidade étnica b) estimular a economia - ampliar a produção energética c) combater a corrupção - reconstruir a geopolítica global d) reforçar o nacionalismo - consolidar a geoestratégia militar

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 B B B D E B D

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QUESTÕES ECONÔMICAS E GLOBALIZAÇÃO Principais temas a serem revisados: BRICS Blocos econômicos Crises econômicas (causas e consequências) Desenvolvimento econômico chinês Benefícios e problemas relacionados à globalização.

Relação do processo de globalização com os conceitos de desterritorialização e reterritorialização

Movimento antiglobalização

QUESTÃO 1

Há dez anos, no dia 30 de novembro, criei o acrônimo Bric para descrever a provável expansão vigorosa das economias do Brasil, Rússia, Índia e China. Comparada às minhas previsões na época, a história dos Brics se mostrou um sucesso muito maior do que eu podia imaginar. No quadro mais otimista, sugeria que os Brics chegariam talvez a representar coletivamente 14% do Produto Interno Bruto (PIB) global, em relação aos seus então 8%. Na realidade, alcançaram cerca de 19%.

Há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande quanto à Alemanha. No entanto, ela chegou ao dobro do tamanho da Alemanha e passou à frente do Japão. O Brasil superou a Itália e é hoje a 7ª maior economia mundial, muito mais do que eu calculara (na semana passada, divulgou-se que o Brasil passou a Grã-Bretanha e já é a sexta economia do mundo) [...].

O'NEILL, Jim. 10 anos de Brics, muito para comemorar. Estadão, 01/01/12.Disponível em: estadão.com.br

Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre o grupo dos Brics, assinale a alternativa INCORRETA. a) O autor do texto, Jim O’Neill, foi o criador da expressão “BRIC” para designar o grupo de países emergentes

até então: Brasil, Rússia, Índia e China. b) Pode-se afirmar que a participação acima do esperado dos Brics no PIB global se deveu às sucessivas crises

nos países desenvolvidos na década de 2000 associadas ao crescimento econômico dos países emergentes. c) Entre os BRICS, o país que apresentou as maiores taxas de crescimento nos últimos anos foi a China. d) Quando o acrônico “BRIC” foi criado, não se imaginava que ele pudesse se transformar em um agrupamento

internacional formado pelos mais novos países desenvolvidos do mundo. e) No trecho “há 10 anos, eu pensava que a China poderia se tornar tão grande quanto à Alemanha”, fica

evidente que o autor não previa que a China se tornaria a economia com o 2º maior PIB do mundo, o que ocorreu em 2010.

QUESTÃO 2 Os blocos econômicos são a mais recente alternativa adotada pela maioria dos Estados do mundo para ampliar as suas respectivas relações econômicas. Tal aspecto vem contribuindo para a construção de uma nova forma de regionalização mundial. Assinale a alternativa que apresente a mais importante entre as causas para a formação dos blocos econômicos no mundo contemporâneo. a) surgimento do dinheiro. b) instalação da indústria avançada em nível global. c) consolidação da Globalização. d) transformação do capitalismo financeiro em capitalismo industrial. e) emergência de um espírito mundial de solidariedade. QUESTÃO 3 A União Europeia (EU) entrou em vigor em novembro de 1992, de acordo com o chamado Tratado de Maastricht, assinado em dezembro de 1991. É constituída por um bloco de países europeus ocidentais que visa a: a) Estabelecer critérios para a redução da imigração e manter a alta qualidade de vida existente na Europa. b) Consolidar a economia entre os países-membros, tornando-os um mercado único e altamente competitivo no mundo. c) Combater e erradicar o fundamentalismo religioso muçulmano, com a tomada de medidas antiterroristas. d) Impedir o crescimento econômico de países emergentes, como a China, e competir com o forte e tradicional

mercado norte-americano.

QUESTÃO 4

“O que assistimos atualmente no mundo capitalista é muito mais do que uma simples crise financeira, ou creditícia (…). Assistimos, na atualidade, ao início do processo de colapso de uma etapa específica do capitalismo. A crise financeira iniciada nos Estados Unidos, no setor imobiliário dos subprime, e a qual se estendeu a todo o sistema financeiro e ao setor da economia real, é só o princípio desse processo”.

CARCANHOLO, R. A. A atual crise do capitalismo. Crítica Marxista, n.29, 2009. p.49 (adaptado).

Durante a análise sobre a crise financeira do capitalismo, o autor afirma que ela “se estendeu a todo o sistema financeiro e ao setor da economia real”. Isso significa dizer que a crise econômica em questão: a) manifesta-se em setores específicos da economia, não afetando o seu macrofuncionamento. b) ocorre na esfera especulativa, gerando prejuízos apenas no campo da economia dos bens materiais. c) é resultante das trocas comerciais não só do sistema capitalista, mas de toda a estrutura da sociedade moderna. d) materializa-se tanto na esfera especulativa das bolsas de valores quanto no campo das atividades

econômicas básicas. e) poderia ser evitada se houvesse uma maior integração entre o capitalismo financeiro e o capitalismo real.

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QUESTÃO 5

Charge crítica sobre a crise da Grécia e a União Europeia

LATUFF, C. “Todas as opções na mesa para a Grécia”. Operamundi.

Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 08 jun. 2015.

Na charge acima, temos a Primeira-ministra da Alemanha e representante da União Europeia (UE), Angela Merkel, apresentando as “opções” da Grécia perante a crise econômica. A crítica presente no cartum faz referência: a) à disputa ideológica entre os diferentes sistemas

de produção. b) aos gastos necessários para

recuperação monetária. c) à negativa da UE perante a entrada da Grécia

no bloco. d) ao regime de controle midiático da UE sobre

os gregos. e) à política de austeridade exigida pela UE.

QUESTÃO 6 Pode-se afirmar que no território chinês existem duas Chinas. Sobre as disparidades regionais entre essas duas realidades, podemos afirmar que: a) A porção Oriental é extremamente rica e a Ocidental é extremamente pobre, em virtude de fatores

exclusivamente naturais. b) A China Ocidental é mais rica e industrializada que a Oriental, em virtude da adoção de medidas nessa região

que a tornaram independente do restante do país. c) Os avanços na China Oriental devem-se à implantação, nessa região, das ZEEs (Zonas Econômicas

Especiais), ao contrário da China Oriental, que vive, por opção do governo chinês, em uma economia basicamente agrária e estagnada.

d) A China Ocidental é a grande responsável pelo crescimento chinês, porque nela foram adotados os valores culturais e econômicos do capitalismo ocidental.

QUESTÃO 7

“A globalização constitui o estágio máximo da internacionalização, a amplificação em sistema-mundo de todos os lugares e de todos os indivíduos, logicamente em graus diferentes”.

(Disponível em: Mundo educação/ Globalização)

Os “graus diferentes” citados no texto referem-se: a) às diferenças entre os níveis de ajustamento da política internacional a uma ordem de

homogeneização cultural; b) à resistência dos movimentos antiglobalização frente aos avanços do sistema capitalista em escala mundial. c) à forma desigual de difusão e alcance do processo de mundialização econômica e política. d) à impossibilidade da globalização atingir todo o planeta e) à incerteza de alguns países em adotar a globalização como forma de desenvolvimento.

QUESTÃO 8

“Embora tenha suas origens mais imediatas na expansão econômica ocorrida após a segunda guerra e na revolução técnico-cientifica ou informacional, a globalização é a continuidade do longo processo histórico de mundialização capitalista.” (MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensino médio: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.p. 03)

Com relação ao desenvolvimento do capitalismo, sua mundialização e globalização, é possível afirmar que: a) Os Tigres Asiáticos começaram a se constituir como potências econômicas a partir da aplicação da política de

bem-estar social e do taylorismo/fordismo como elementos dinamizadores de suas economias. b) A constituição do MERCOSUL foi uma resposta político-econômica dos países da América Latina à

perspectiva de constituição do NAFTA, uma vez que suas economias apresentam elevado grau de complementaridade e integração entre os setores primário, secundário e terciário.

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c) A chamada terceira revolução cientifica e tecnológica vem contribuindo intensamente com a integração entre os mercados, uma vez que possibilita maior grau de flexibilidade aos capitais internacionais, inclusive na perspectiva de substituição do dinheiro de papel pelo dinheiro de plástico e virtual em tempo real.

d) Com a crise da economia americana, o valor das commodities agrícolas tem baixado seguidamente, contribuindo para atenuar a fome no Chifre da África.

e) A crise que assola a economia-mundo tem contribuído para alterar e inverter as relações entre os países na divisão internacional do trabalho, pois até a China passou a ser credora dos EUA.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 D C B D E C C C

OUTROS ASSUNTOS PERTINENTES

TECNOLOGIA E TRANSPORTE 1. Avanço do transporte com o uso da tecnologia 2. Desenvolvimento do transporte associado à evolução do comércio 3. Principais características dos sistemas de transportes (Dutoviário, Hidroviário, Ferroviário, Rodoviário

e Aéreo) 4. Mobilidade urbana (problemas atuais e soluções)

CRISE HÍDRICA

1. Principais causas e consequências 2. Possíveis soluções 3. Características das principais bacias hidrográficas do Brasil

SOCIOLOGIA

No Enem, é importante conhecer as ideias dos principais autores de Sociologia, e associá-las aos assuntos da atualidade.

1. MUNDOS DO TRABALHO 2. CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL 3. MEIOS DE COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E CULTURA DE MASSA 4. CIDADANIA 5. MOVIMENTOS SOCIAIS 6. IDENTIDADE DE GÊNERO 7. ORGANIZAÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHO (TAYLORISMO, FORDISMO e TOYOTISMO) 8. DESIGUALDADES SOCIAIS 9. CONFLITOS DE TERRA E VIOLÊNCIA

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HISTÓRIA

HISTÓRIA DO BRASIL - PARTE 1

QUESTÃO 1

Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia

das Letras, 1999. p. 25.

Com base no texto do escritor indígena Ailton Krenak e considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é a) negação da conquista europeia na América,

em 1500. b) ausência de transformação social nas

sociedades ameríndias. c) exclusão dos povos americanos da

história ocidental. d) estagnação social do continente sul-americano

após a chegada dos europeus. e) continuidade histórica do contato cultural entre

ocidentais e indígenas.

QUESTÃO 2

A agromanufatura da cana resultaria em outro produto tão importante quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais. A comercialização da bebida afetava profundamente a importação de vinhos de Portugal. Esse comércio era obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas do vinho importado é que a Coroa pagava as suas tropas na Colônia. A cachaça produzida aqui passou a concorrer com os vinhos, com vantagens econômicas e culturais. Essa concorrência comercial entre colônia e metrópole se estendeu para as praças negreiras e rotas de comercialização de escravos na África portuguesa. A cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de compra e venda de escravos africanos, colocou em grande desvantagem a comercialização dos vinhos portugueses remetidos à África. A longa queda de braço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça, porque sem ela, nada de escravos, nada de produção na Colônia, com consequências graves para a arrecadação do reino.

(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa História, ano 3, nº 29, 2006. Adaptado)

A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar que a) essa produção prejudicou os negócios

relacionados ao açúcar, porque desviava parte considerável da mão de obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico negreiro em detrimento do uso do trabalho compulsório indígena, que mais interessava ao Estado português.

b) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites colonial e metropolitana, condição em parte solucionada quando as regiões africanas fornecedoras de escravos tornaram-se também produtoras de cachaça, o que desestimulou a sua produção na América portuguesa.

c) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência de domínio da metrópole sobre a América portuguesa, porque as restrições ao comércio e à produção de mercadorias no espaço colonial não surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de engenho impor a ordem na Colônia.

d) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas metrópoles europeias impunham aos seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a produtos da metrópole.

e) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo contrariando as determinações metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em especial quando o tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de moeda de troca por escravos na África.

QUESTÃO 3

Observando a obra O Jantar, de Debret, pode-se inferir que a sociedade patriarcal brasileira retratada na imagem tem como características a) a mobilidade social presente nas regiões açucareiras

e mineradoras, em que os escravos poderiam receber ou comprar sua liberdade e serem aceitos pelo status quo desde que estabelecidos como proprietários de terras ou negócios.

b) a herança cultural portuguesa e muçulmana, presenciada no âmbito privado e não no público, em que o patriarca era o chefe da família, visto que a Península Ibérica já havia sido de domínio mouro.

c) o controle dos grandes fazendeiros sobre suas terras e regiões vizinhas, mais tarde observado também no coronelismo, modelo político combatido após a Proclamação da República.

d) a extensão do poder do senhor de engenho não somente sobre sua propriedade e empregados, mas também sobre sua família e a região ao redor de suas terras.

e) a centralização na figura do pai, chefe não somente da família, mas dos negócios e da política local, padrão do nordeste açucareiro entre os séculos XVI e XVII, e do sudeste nos séculos XVIII e XIX.

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QUESTÃO 4

Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...] Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre.

(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)

Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto a) identifica a isonomia e a impessoalidade na

administração da justiça e seu embasamento no direito romano.

b) explicita a burocratização do sistema jurídico nacional e reconhece sua eficácia no controle interno.

c) indica o descompasso entre as determinações da Coroa portuguesa e os interesses pessoais dos governadores-gerais.

d) distingue o sistema oficial da dinâmica local e atesta o prevalecimento de ações autoritárias em ambas.

e) diferencia as funções do Poder Judiciário e do Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma e independente de ambos.

QUESTÃO 5

O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos, declarava que “Todos os brasileiros se fizesse franceses, para viverem em igualdade e abundância”. MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.). O império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa,

1986. O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto da crise do sistema colonial, esse movimento se diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos no Brasil por a) defender a igualdade econômica, extinguindo a

propriedade, conforme proposto nos movimentos liberais da França napoleônica.

b) introduzir no Brasil o pensamento e o ideário liberal que moveram os revolucionários ingleses na luta contra o absolutismo monárquico.

c) propor a instalação de um regime nos moldes da república dos Estados Unidos, sem alterar a ordem socioeconômica escravista e latifundiária.

d) apresentar um caráter elitista burguês, uma vez que sofrera influência direta da Revolução Francesa, propondo o sistema censitário de votação.

e) defender um governo democrático que garantisse a participação política das camadas populares, influenciado pelo ideário da Revolução Francesa.

QUESTÃO 6

Do ponto de vista econômico, a concessão mais onerosa para os interesses da colônia foi a tarifa de 15% ad valorem a ser cobrada sobre as mercadorias inglesas entradas nos portos brasileiros, em navios ingleses ou portugueses [...]. Situação agravada pelo fato de a Carta de Abertura dos portos fixar a taxa de 16% ad valorem para os navios portugueses e 24% para todas as demais nações.

(José Jobson de Andrade Arruda. Uma colônia entre dois impérios, 2008.)

O excerto refere-se aos tratados de 1810 assinados entre os governos português e inglês, que tiveram como uma de suas consequências a) o estímulo ao desenvolvimento das manufaturas no

Brasil. b) o fortalecimento do controle metropolitano sobre o

comércio colonial. c) a ligação das atividades econômicas coloniais com

uma economia industrial. d) a crise das exportações de produtos primários do

Brasil para a Europa. e) a adoção no conjunto do Império português da

política do livre-cambismo.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 E D D D E C

HISTÓRIA DO BRASIL - PARTE 2 QUESTÃO 1

Por onde mais se distanciava a ficção parlamentar brasileira do modelo britânico era pelo fato da subida ou da queda de um ministério depender só idealmente, entre nós, de uma eventual maioria na câmara popular.

(Sérgio Buarque de Holanda. “Do Império à República”. In: O Brasil monárquico, tomo II, vol 5, 1985.)

O historiador refere-se ao regime monárquico brasileiro como “ficção parlamentar”, porque a) o ordenamento político brasileiro era sustentado

pelas tradições orais. b) os ministros podiam governar sem contar com o

apoio do Parlamento. c) o debate de ideias políticas no país estava

interditado pelo governo imperial. d) a manutenção de grupos dirigentes submetia-se ao

exercício do poder moderador. e) o poder absolutista do rei proibia a constituição de

partidos políticos.

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QUESTÃO 2

Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana, que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então. A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então, em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas.

CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico.

Fonte: http://www.encontro2008.rj.anpuh. org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-

ANPUH-2008.pdf

Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as quais tinham entre suas bandeiras a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão. b) a instituição do trabalho compulsório e

da República. c) o início da industrialização e a ampliação

da escravidão. d) o apoio à política migratória e a defesa do

sistema parlamentar. e) a reforma no modelo político e a demarcação das

terras indígenas.

QUESTÃO 3

“Lei de 18 de Agosto de 1831” "Cria as Guardas Nacionais e extingue os

corpos de milícias, guardas municipais e ordenanças. [...]” Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/

lei-37497-18-agosto-1831-56430 publicacaooriginal-88297-pl.html (texto adaptado)

“De tão conservadora, e atuante, ela criou uma tradição, estendendo a sua atuação até a Primeira República, sobretudo nas áreas rurais do país.”

SCHWARCZ, Lilia e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia Das Letras, 2015, p. 24 8 .

Considerando-se os excertos, assinale a alternativa que situa corretamente a criação da Guarda Nacional e as razões de sua permanência até a Primeira República. a) Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e

Restauradores no Rio de Janeiro pelo governo central da Regência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a Guarda Nacional foi constituída pelas elites locais como força repressiva confiável, tornando-se uma das bases do poder local até a chamada República Oligárquica.

b) Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restauradores partidários do retorno de D. Pedro I, a Guarda Nacional foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais formadas por portugueses aliados aos proprietários rurais, o que garantiu um instrumento de repressão eficiente até a Primeira República.

c) Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem portuguesa, responsáveis pela guarda pessoal do imperador, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo francês das milícias de cidadãos, e eram forças responsáveis por proteger pessoalmente os regentes e, posteriormente, os presidentes da República.

d) De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados e Restauradores, aliados durante todo o Período Regencial para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacional foi criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a segurança das fronteiras, o que explica a sua atuação durante a República da Espada.

QUESTÃO 4

A pintura histórica alcançou no século XIX importante

lugar no projeto político do Segundo Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.

CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de: a) consolidar o poder militar b) difundir o pensamento liberal c) garantir a pluralidade política d) fortalecer a identidade nacional

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QUESTÃO 5

Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em que costumam viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como escravos.

(Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)

O texto aponta problemas enfrentados por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para a) trabalhar nas primeiras fábricas, implantadas na

região Sudeste do país, para reduzir a dependência brasileira de manufaturados ingleses.

b) substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café e cana-de-açúcar, após a decretação do fim da escravidão pela lei Áurea.

c) trabalhar no sistema de parceria, estando submetidos ao poder político e econômico de fazendeiros habituados à exploração da mão de obra escrava.

d) substituir a mão de obra indígena na agricultura e na pecuária, pois os nativos eram refratários aos trabalhos que exigiam sua sedentarização.

e) trabalhar no sistema de colonato, durante o período da grande imigração, e se estabeleceram nas fazendas de café do Vale do Paraíba e litoral do Rio de Janeiro.

QUESTÃO 6

Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o velho Lima voltou ao trabalho, ignorando que no entretempo caíra o regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da parede a velha litografia representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um contínuo, perguntou-lhe: – Por que tiraram da parede o retrato de Sua Majestade? O contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso: – Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana? – Pedro Banana! – repetiu raivoso o velho Lima. E, sentando-se, pensou com tristeza: – Não dou três anos para que isso seja uma República!

AZEVEDO, A. Vidas alheias. Porto Alegre, s.e, 1901 (adaptado).

A crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos à instauração da República no Brasil, refere-se ao(à) a) ausência de participação popular no processo de

queda da Monarquia. b) tensão social envolvida no processo de instauração

do novo regime. c) mobilização de setores sociais na restauração do

antigo regime. d) temor dos setores burocráticos com o

novo regime. e) demora na consolidação do novo regime.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 D A A D C A

HISTÓRIA DO BRASIL - PARTE 3

QUESTÃO 1 É de lá [dos estados] que se governa a

República, por cima das multidões que tumultuam, agitadas, nas ruas da capital da União. A política dos estados [...] é a política nacional.”

(SALES, Manoel Ferraz Campos. Da propaganda à presidência, 1908).

A partir do diagnóstico acima, o presidente Campos Sales (1898-1902) criou a “Política dos Governadores”, esquema político que deu ao país uma estabilidade de configuração oligárquica. Assinale a opção que resume o funcionamento daquela política. a) Pela Constituição republicana de 1891, as pessoas

de baixa renda não tinham direito de voto, sendo, portanto, o congresso nacional composto somente por membros das elites e dos sindicatos oficiais.

b) A inacessibilidade das camadas populares aos poucos serviços públicos tornava-as dependentes dos chefes locais para o atendimento de suas necessidades básicas, destituindo-as, na prática, da cidadania e, portanto, do exercício do voto.

c) A Constituição de 1891 estabeleceu uma tal superposição do executivo federal sobre todas as outras instâncias de poder que os municípios e os estados ficaram alijados da política nacional.

d) Os executivos estaduais, apoiados pelo executivo federal, garantiam a eleição dos candidatos oficiais graças às suas ligações com o poder local dos “coronéis”, o que estabeleceu uma cadeia nacional de troca de favores.

e) A inexistência de uma legislação trabalhista na Primeira República (1898-1930) afastou os trabalhadores urbanos da vida política, entregando, dessa forma, o comando do Estado brasileiro aos grandes empresários.

QUESTÃO 2

[...] Quem trabalha é quem tem razão Eu digo e não tenho medo de errar O Bonde de São Januário leva mais um operário Sou eu que vou trabalhar [...] O samba O Bonde de São Januário, escrito em 1940, teve uma versão anterior na qual o autor versa da seguinte forma: “[...] O bonde de São Januário leva mais um sócio otário / só eu não vou trabalhar [...]”.

Esse caso notório de readequação da letra de uma música aos ditames políticos de uma época configura a) um exemplo da ação dos órgãos de censura e

repressão estabelecidos com a emissão do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) pela ditadura militar que derrubou o governo João Goulart.

b) um típico ato de controle social desenvolvido no período de governo de Jânio Quadros que queria combater a malandragem e exaltar o valor do trabalho.

c) uma exemplificação da metodologia de classificação indicativa (Classind) de músicas e outras manifestações artísticas praticadas pelo Ministério da Justiça após a promulgação da atual Constituição brasileira.

d) uma mostra da atuação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) criado no Estado Novo e que atuava censurando as artes e os órgãos de comunicação.

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QUESTÃO 3

“Em agosto de 1942, dez submarinos alemães deslocaram-se para o litoral brasileiro. Um deles recebeu ordem para atacar. No dia 15, o navio Baependi foi sua primeira vítima. Outras duas embarcações teriam igual destino. Morreram 551 pessoas, apenas nesse dia. Nos quatro seguintes, mais três navios foram afundados, com mais 56 mortes. Os submarinos do Eixo continuaram atacando o litoral brasileiro. Foram afundados, até o fim da guerra, mais 12 navios brasileiros, perdendo a vida mais 334 pessoas.”

FERRAZ, Francisco César. Os brasileiros e a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p. 40-41.

Diante dos acontecimentos, acima narrados, o governo brasileiro juntou-se aos Aliados no esforço contra os países nazifascistas. Em 1945, essa decisão intensificaria uma contradição do Estado Novo, ao combinar a) o fim da censura à imprensa e a anistia de todos os

presos políticos. b) o impedimento do queremismo e a realização de

eleições presidenciais. c) o combate nacional às ideias autoritárias e a

organização mundial de partidos. d) o apoio externo às forças democráticas e a

manutenção interna de uma ditadura. QUESTÃO 4

Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, na presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. Àqueles que reclamam do Presidente da República uma palavra tranquilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social. A maioria dos brasileiros já não se conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana.

João Goulart, em comício no Rio de Janeiro, 13/03/1964. Adaptado de jornalggn.com.br.

No evento conhecido como Comício da Central do Brasil, o Presidente João Goulart proferiu discurso em que reafirmava algumas das propostas de seu governo, atendendo a demandas de organizações sindicais. A proposta desse governo mais diretamente associada à promoção da justiça social foi: a) realização da reforma agrária b) gratuidade do ensino público c) concessão do voto aos analfabetos d) introdução dos direitos trabalhistas

QUESTÃO 5

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Entre 1967 e 1968, com destaque para o ano de 1968, ocorreram em vários países movimentos de contestação de grandes proporções e com motivações variadas, como retratado nas fotos. Um dos aspectos comuns entre esses movimentos foi: a) crítica dos partidos políticos à bipolaridade

internacional b) oposição de segmentos sociais a decisões

governamentais c) repressão dos protestos populares pelas

autoridades militares d) agravamento de problemas financeiros pelo

mercado mundializado QUESTÃO 6

A crise levaria o último governo da ditadura, chefiado pelo general João Figueiredo (1979-85), a tomar medidas drásticas. O objetivo inicial era deter a depreciação da moeda nacional, incentivar as exportações e fazer frente ao aumento do deficit em conta corrente. Assim, a moeda foi desvalorizada em 30% no final de 1979. A medida acentuou a desaceleração econômica, o descontrole inflacionário e o desarranjo nas contas públicas. Em 1980, a inflação batia a simbólica marca de 100% ao ano e em 1981 o país entrava em uma recessão.

(Adaptado de Gilberto Marangoni, Anos 1980, década perdida ou ganha? Revista Desafios do Desenvolvimento, São Paulo, Ano 9,

Edição 72, 2012.) A partir do texto acima e de seus conhecimentos sobre a Nova República no Brasil, assinale a alternativa correta. a) A concentração de renda gerada pelo milagre

econômico, as bolhas especulativas no mercado financeiro brasileiro, as flutuações no preço do petróleo e a alta internacional dos juros ao longo da década de 1970 foram elementos decisivos para a superação da crise econômica dos anos de 1980.

b) No Brasil dos anos de 1980, a desaceleração econômica, o descontrole inflacionário e o desarranjo nas contas públicas foram acompanhados pelo silenciamento dos movimentos pelas Diretas Já e dos direitos civis, sendo essa década conhecida como a “década perdida”.

c) A crise econômica que se instalou no Brasil a partir de meados dos anos de 1970 gerou pressão sobre o governo militar do General Figueiredo, que, em resposta, aprovou a Lei da Anistia e a Lei Orgânica dos Partidos, incentivou o movimento grevista e garantiu a realização de eleições de forma lenta, gradual e segura.

d) A chamada década perdida no Brasil foi marcada por grave crise econômica, pela transição para o regime democrático, pela gradual normalização das instituições políticas próprias da democracia, pelo fortalecimento dos movimentos sociais e civis e pela efervescência cultural.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 D D D A B D

HISTÓRIA GERAL (PARTE 1) QUESTÃO 1

Neste momento, Roma foi destruída sob os golpes da invasão dos Godos que o rei Alarico conduzia (410 d.C.): foi um grande desastre. Os adoradores de uma multidão de deuses falsos, que chamamos ordinariamente de pagãos, esforçaram-se para atribuir esse desastre à religião cristã e puseram-se a blasfemar contra o Deus verdadeiro.

Santo Agostinho (354-430 d.C.), A Cidade de Deus, XVIII, I-II, 1. Interpretando o texto, compreende-se que Santo Agostinho a) retrata a tomada de Roma, a ascensão dos pagãos

e a opressão aos godos. b) afirma que os godos eram cristãos e que os

romanos eram pagãos. c) discorre sobre a desagregação de Roma e a

defesa do cristianismo. d) retrata a tomada de Roma pelos cristãos depois de

sofrerem suas perseguições. e) afirma que deus protegeu Roma e depois

a abandonou. QUESTÃO 2

Observando a montagem elaborada nesta imagem, percebe-se os preceitos da democracia atual e da grega antiga. A diferença entre as respectivas democracias está no(a) a) pensamento político que define seus líderes. b) economia escravocrata e atualmente

no capitalismo. c) caráter religioso, pois os líderes gregos também

eram deuses. d) caráter definidor de seus cidadãos. e) localização geográfica dos povos.

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QUESTÃO 3

Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hatton, Eginhardo, saudação eterna do Senhor. Um dos vossos servos, de nome Huno, veio à igreja dos santos mártires Marcelino e Pedro pedir mercê* pela falta que cometeu contraindo casamento sem o vosso consentimento [...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bondade para que em nosso favor useis de indulgência em relação a este homem, se julgais que a sua falta pode ser perdoada. Desejo-vos boa saúde com a graça do Senhor.

(Cartas de Eginhardo. Tradução de Ricardo da Costa. Extratos de documentos medievais sobre o campesinato (sécs. V-XV). Disponível

em: <https://www.ricardocosta.com/extratos-de-documentos-medievais-sobre-o-campesinato-secs-v-xv#footnoteref19_nuc8key>.

Acesso em 11 de agosto de 2018.)

*pedir mercê = pedir intercessão

O texto em questão foi retirado de uma carta escrita entre 830 e 840 pelo aristocrata franco Eginhardo, em favor de camponeses. Nele, encontram-se elementos da vida social e econômica do período medieval europeu (Alta Idade Média). Esse documento insere-se em qual sistema social, político e econômico predominante nesse contexto? a) Feudalismo, caracterizado pela ruralização da

economia, pela relação senhorial entre nobres e servos e pela atuação social e política da Igreja Católica.

b) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação senhorial entre nobres e camponeses e pela atuação social e política da Igreja Protestante.

c) Socialismo, caracterizado pela ruralização da economia, pela relação remunerada entre nobres e servos e pela atuação cultural e política da Igreja Cristã.

d) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação campesina entre nobres e vassalos e pela atuação social e política da Igreja Ortodoxa.

e) Feudalismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação agrária entre o clero e os servos e pela atuação social e cultural da Igreja Cristã.

QUESTÃO 4 Com a formação dos Estados nacionais europeus, surgiu em vários países um sistema de governo centralizado denominado de “monarquia absoluta”. Sobre o caráter desse sistema de governo, diz o historiador Perry Anderson: “(...) De fato a monarquia absoluta no ocidente foi, portanto, sempre duplamente limitada: pela persistência de corpos políticos tradicionais colocados abaixo dela e pela presença de uma lei moral situada acima. Por outras palavras, a dominação do Absolutismo exerceu-se, no fim das contas, necessariamente nos limites da classe cujos interesses ele preservava.”

ANDERSON, Perry. “Classes e Estados – problemas de periodização.” In: HESPANHA, António Manuel. Poder e instituições

na Europa do Antigo Regime. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984, p. 133.

Considerando o texto, pode-se dizer que a) Na monarquia absolutista, o poder político era

igualmente dividido entre o monarca, a aristocracia e o clero, sendo que os plebeus ficavam completamente excluídos.

b) A formação das monarquias absolutistas corresponde ao crescimento de poder da classe burguesa, pois com os impostos vindos do crescimento do comércio e da navegação, o rei tornou-se dependente dessa classe.

c) Na monarquia absolutista, o poder real era exercido com certos limites, oferecidos pela aristocracia, classe que participava do poder político, e pela Igreja, que oferecia as bases morais para o sistema.

d) No momento da formação dos Estados nacionais europeus, o poder da Igreja cresceu, fazendo com que os reis precisassem se submeter ao poder papal.

e) No sistema de governo da monarquia absolutista, apesar da centralização política, o rei tinha sempre os seus poderes limitados por uma constituição, à qual deveria obedecer.

QUESTÃO 5

Regimes que se dizem cristãos e que derivam sua autoridade de um determinado corpo de textos já variaram do reino feudal de Jerusalém aos shakers, do império dos tsares russos à República Holandesa, da Genebra de Calvino à Inglaterra georgiana. Em épocas distintas, a teologia cristã absorveu Aristóteles e Marx. Todos afirmavam provir dos ensinamentos de Cristo – embora em geral desagradando a outros cristãos igualmente convencidos de sua cristandade. HOBSBAWM, Eric. Como mudar o mundo. Marx e o marxismo (1840-

2011). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 312. No texto de Eric Hobsbawm, há informações que nos fazem em lembrar a Reforma Protestante, a qual pôs um fim no monopólio espiritual da Igreja Católica, oferecendo novas opções religiosas. Um dos efeitos do movimento, sobretudo a partir de Calvino, foi a) a destruição da maioria das bibliotecas, restando

algumas pertencentes à Igreja Católica que serviam de base para os movimentos heréticos.

b) o estímulo ao desenvolvimento capitalista, na medida em que criou uma ética favorável ao lucro, ao trabalho árduo e ao enriquecimento pessoal.

c) o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério da riqueza pessoal ou familiar dos sacerdotes, adquirida com a venda das indulgências.

d) a reafirmação da tese que defendia a salvação da alma pela fé e pelas boas obras, contrariando o dogma que determinava a salvação pela fé.

e) o incentivo ao surgimento de movimentos heréticos contra a prática religiosa desenvolvida por seitas rurais que deram origem às Reformas.

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QUESTÃO 6 A escravidão no Novo Mundo e os tipos de

comércio a que deu origem surgiram como uma consequência e um componente da “primeira globalização”, fase da história humana inaugurada pelas explorações marítimas, comerciais e coloniais de Portugal e Espanha, no final do século XV e no início do século XVI.

BLACKBURN, R. Por que segunda escravidão? In: MARQUESE, R.; SALLES, R. (org). Escravidão e capitalismo histórico no século XIX.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. p. 32.

O segmento faz referência à institucionalização da escravidão no Novo Mundo, pensada a partir de determinados processos socioeconômicos globais que influenciaram definitivamente a sua conformação moderna.

Assinale a alternativa que indica esse fenômeno. a) A expansão de uma economia mercantil global

centrada na Europa e em suas demandas por matérias-primas e produtos tropicais de alto valor.

b) A dissolução das colônias europeias na Ásia e na África, ao longo dos séculos XV e XVI, e a busca por novos mercados para os produtos europeus nas Américas.

c) A consolidação do feudalismo como um sistema socioeconômico global e a introdução da servidão feudal de forma generalizada em todas as colônias americanas.

d) Os processos de independência na América Latina, após a abolição completa da escravidão nas colônias espanholas e portuguesas na região.

e) A fragmentação da economia mercantil global em uma série de unidades isoladas, após o fracasso das explorações marítimas europeias durante os séculos XV e XVI.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 C D A C B A

HISTÓRIA GERAL - PARTE 2

QUESTÃO 1

A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. A frase apresenta a Revolução Francesa, destacando a) a aliança de setores católicos, associados à luz da

revelação divina, com a ação revolucionária, que representava as trevas da morte.

b) o contraste entre a obscura violência de alguns de seus momentos e a razão luminosa que guiou muitos de seus propósitos.

c) a vitória do projeto aristocrático, que representava a luz, sobre as lutas burguesas, que representavam as sombras.

d) o contraponto entre o esforço obscuro de impor o terror e a vontade iluminista de restaurar a monarquia parlamentar.

e) a derrota do ideal republicano, que associava a revolução às trevas, e o sucesso da monarquia absoluta, liderada pelo Rei Sol.

QUESTÃO 2

Texto I O aparecimento da máquina movida a vapor foi

o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.

HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).

Texto II

Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas.

LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).

As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente, a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no

trabalho doméstico. b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as

mudanças no mundo do trabalho. c) debater as consequências sociais e valorizar a

reorganização do trabalho. d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas

culturais. e) minimizar as transformações sociais e criticar os

avanços tecnológicos. QUESTÃO 3

Em busca de matérias-primas e de mercados por causa da acelerada industrialização, os europeus retalharam entre si a África. Mais do que alegações econômicas, havia justificativas políticas, científicas, ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo lI defendia o trabalho missionário e a civilização dos nativos do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades praticadas contra a população.

NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de História da Biblioteca Nacional,

ano 7, n. 75, dez. 2011 (adaptado). A atuação dos países europeus contribuiu para que a África – entre 1880 e 1914 – se transformasse em uma espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi motivado pelo(a) a) busca de acesso à infraestrutura energética dos

países africanos. b) tentativa de regulação da atividade comercial com

os países africanos. c) resgate humanitário das populações africanas em

situação de extrema pobreza. d) domínio sobre os recursos considerados

estratégicos para o fortalecimento das nações europeias.

e) necessidade de expandir as fronteiras culturais da Europa pelo contato com outras civilizações.

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QUESTÃO 4

Uma política foi sendo aos poucos colocada em prática, desde 1919, pelos países vencedores na Primeira Guerra Mundial: não intervir, porém conter o bolchevismo. Formar uma “barragem contínua”, apoiando-se no exército polonês e no exército romeno. Era o primeiro esboço do mais tarde chamado “cordão sanitário”.

(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011. Adaptado.)

O historiador alude, implicitamente, a) à irrelevância da revolução russa nas

relações internacionais. b) à ausência de plano no combate dos capitalistas ao

socialismo soviético. c) à aliança entre nações capitalistas e forças

czaristas no combate ao socialismo. d) à defesa pelo Ocidente das liberdades

democráticas nos estados socialistas. e) à consolidação da revolução socialista na

Rússia soviética. QUESTÃO 5 A cerimônia de abertura das Olimpíadas de 1936, ilustrada na foto, apresentou alguns dos símbolos e ideias do nazismo.

No contexto das competições esportivas, um dos principais valores da propaganda nazista com relação à identidade nacional alemã é: a) autenticidade da cultura b) superioridade do povo c) grandiosidade do território d) modernidade da economia QUESTÃO 6 Em 1937, Guernica, na Espanha, foi bombardeada sob o comando da força aérea da Alemanha nazista, que apoiou os franquistas durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

A pintura-mural de Picasso e a fotografia retratam os efeitos do bombardeio, ressaltando, respectivamente: a) Crítica social – conformismo político. b) Percepção individual – registro histórico. c) Realismo acrítico – idealização romântica. d) Sofrimento humano – destruição material. e) Objetividade artística – subjetividade jornalística.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 B B D E B D

HISTÓRIA DA AMÉRICA

QUESTÃO 1 Quando surgiram as primeiras notícias sobre a

presença de seres estranhos, chegados em barcos grandes como montanhas, que montavam numa espécie de veados enormes, tinham cães grandes e ferozes e possuíam instrumentos lançadores de fogo, Montezuma e seus conselheiros ficaram pensando: de um lado, talvez Quetzalcóatl houvesse regressado, mas, de outro, não tinham essa confirmação.

PINSKY, J. et. al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

A dúvida apresentada inseria-se no contexto da chegada dos primeiros europeus à América, e sua origem estava relacionada ao a) domínio da religião e do mito. b) exercício do poder e da política. c) controle da guerra e da conquista. d) nascimento da filosofia e da razão. e) desenvolvimento da ciência e da técnica. QUESTÃO 2

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O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García trabalha com uma representação diferente da usual da América Latina. Em artigo publicado em 1941, em que apresenta a imagem e trata do assunto, Joaquín afirma:

“Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? Defendo a chamada Escola do Sul por que na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, senão em oposição ao nosso sul.

Por isso colocamos o mapa ao revés, desde já, e então teremos a justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América assinala insistentemente o sul, nosso norte”.

TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo. Buenos Aires: Poseidón, 1941. (com adaptações).

O referido autor, no texto e imagem acima, a) privilegiou a visão dos colonizadores da América. b) questionou as noções eurocêntricas sobre

o mundo. c) resgatou a imagem da América como centro

do mundo. d) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema

“América para os americanos”. e) propôs que o sul fosse chamado de norte e

vice versa. QUESTÃO 3

O processo de formação dos países da América Latina no século XIX foi caracterizado pela a) existência de conflitos territoriais entre os países

independentes. b) conservação das divisões coloniais espanholas e

portuguesas. c) obediência às monarquias europeias em defesa da

recolonização. d) implantação do pan-americanismo para minimizar

as diferenças culturais. e) interferência da Inglaterra interessada em manter o

monopólio sobre o tráfico negreiro.

QUESTÃO 4

“Como na Argentina: Os corpos brotam do chão, como na Argentina. Corpo não é reciclável. Corpo não é reduzível. Dá para dissolver os corpos em ácido, mas não haveria ácido que chegasse para os assassinados do século. Valas mais fundas, mais escombros, nada adianta. Sempre sobra um dedo acusando. O corpo é como o nosso passado, não existe mais e não vai embora. Tentaram largar o corpo no meio do mar e não deu certo. O corpo boia. O corpo volta. Tentaram forjar o protocolo – foi suicídio, estava fugindo – e o corpo desmentia tudo. O corpo incomoda. O corpo faz muito silêncio. Consciência não é biodegradável. Memórias não apodrecem. Ficam os dentes.”

(Luís Fernando Veríssimo, “Como na Argentina”, em A mãe do Freud. Porto Alegre: L&PM Editores, 1985, p. 46.)

O texto se refere a) ao trauma coletivo das políticas repressivas e

crimes de Estado praticados pelos regimes ditatoriais latino-americanos.

b) à memória dos exilados fugidos dos regimes ditatoriais latino-americanos da segunda metade do século XX.

c) ao movimento dos Montoneros, em busca de seus filhos e netos desaparecidos no período da ditadura na Argentina.

d) aos julgamentos em andamento contra o clientelismo do regime peronista praticada na Argentina.

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QUESTÃO 5

Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades, uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia e a esperança.

Pablo Neruda. Confesso que vivi. Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1980.

Nesse texto, a) “soberania” está relacionada às campanhas de

privatização das minas de estanho e salitre, que até então eram mantidas por capitais anglo americanos.

b) “heroísmo” refere-se aos embates armados, travados com setores da democracia cristã e com as comunidades indígenas dos araucanos.

c) “a constituição e a lei” é uma referência ao novo ordenamento jurídico implantado após o golpe promovido pela Unidade Popular.

d) “democracia” alude a um traço peculiar da via chilena para o socialismo, pois o presidente Salvador Allende chegou ao poder pelo voto.

e) “esperança” traduz a expectativa resultante do apoio econômico e estratégico que havia sido obtido junto aos Estados Unidos e França.

QUESTÃO 6

Somos produto de 500 anos de luta: primeiro, contra a escravidão, na Guerra de Independência contra a Espanha, encabeçada pelos insurgentes; depois, para evitar sermos absorvidos pelo expansionismo norte-americano; em seguida, para promulgar nossa Constituição e expulsar o Império Francês de nosso solo; depois, a ditadura porfirista nos negou a aplicação justa das leis de Reforma e o povo se rebelou criando seus próprios líderes; assim surgiram Villa e Zapata, homens pobres como nós, a quem se negou a preparação mais elementar, para assim utilizar-nos como bucha de canhão e saquear as riquezas de nossa pátria, sem importar que estejamos morrendo de fome e enfermidades curáveis, sem importar que não tenhamos nada, absolutamente nada, nem um teto digno, nem terra, nem trabalho, nem saúde, nem alimentação, nem educação, sem ter direito a eleger livre e democraticamente nossas autoridades, sem independência dos estrangeiros, sem paz nem justiça para nós e nossos filhos.

“Primeira declaração da Selva Lacandona” (janeiro de 1994), in Massimo di Felice e Cristoval Muñoz (orgs.). A revolução invencível.

Subcomandante Marcos e Exército Zapatista de Libertação Nacional. Cartas e comunicados. São Paulo: Boitempo, 1998. Adaptado.

O documento, divulgado no início de 1994 pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, refere-se, entre outros processos históricos, à a) luta de independência contra a Espanha, no início

do século XIX, que erradicou o trabalho livre indígena e fundou a primeira república na América.

b) colonização francesa do território mexicano, entre os séculos XVI e XIX, que implantou o trabalho escravo indígena na mineração.

c) reforma liberal, na metade do século XX, quando a Igreja Católica passou a controlar quase todo o território mexicano.

d) guerra entre Estados Unidos e México, em meados do século XIX, em que o México perdeu quase metade de seu território.

e) ditadura militar, no final do século XIX, que devolveu às comunidades indígenas do México as terras expropriadas e rompeu com o capitalismo internacional.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 A B A A D D

EFEMÉRIDES 2019

QUESTÃO 1 Leia o texto a seguir e observe a figura do Homem Vitruviano.

Ao longo da vida, cada vez mais, Leonardo da Vinci passou a perceber que a matemática era a chave para transformar suas observações em teorias. Não existe certeza na ciência em que a matemática não possa ser aplicada, declarou.

(Adaptado de Walter Isaacson, Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017, p. 52.)

Assinale a alternativa que expressa adequadamente a correlação entre o texto e a imagem. a) Figura emblemática do Renascimento, Leonardo da

Vinci destaca-se pela sua obra pictórica e por seu desenho do Homem Vitruviano. Para ele, arte e ciência se baseavam nas relações análogas entre homem e natureza preconizadas pela alquimia.

b) O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci condensa uma série de estudos do artista, e mesmo a leitura de uma cópia manuscrita da obra de Vitrúvio. O desenho sintetiza uma relação harmônica entre homem e mundo pautada pela analogia geométrica.

c) Na linhagem dos artistas-arquitetos-engenheiros renascentistas, Leonardo da Vinci dedicou-se ao estudo da perspectiva e especialmente da aritmética, buscando harmonizar as relações entre o homem e Deus no Homem Vitruviano.

d) Leitor assíduo da física newtoniana, Leonardo da Vinci reconhecia que tanto a aritmética quanto a geometria poderiam ser usadas na arte, arquitetura e engenharia. Na elaboração do desenho do Homem Vitruviano, ele comprovou esta hipótese.

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QUESTÃO 2 Algumas viagens ocorrem por razões políticas. Uma dessas viagens foi feita pelo líder pacifista Mohandas Gandhi (conhecido por Mahatma, que significa Grande Alma).

Gandhi conduziu milhares de indianos ao litoral em uma marcha de cerca de 300 quilômetros, a fim de que todos coletassem seu próprio sal de cozinha, deixando de adquirir o produto industrializado dos britânicos e, portanto, não pagando impostos. Esta ação eficiente, que feriu os cofres da Coroa Britânica, foi a chamada Marcha do Sal, ocorrida entre 12 de março e 5 de abril de 1930. (veja.abril.com.br/idade/exclusivo/conheca_pais/india/personagem.ht

ml Acesso em: 09.08.2013. Adaptado) De acordo com as informações do texto, é correto afirmar que a Marcha do Sal demonstrava a a) cooperação entre o Império Britânico e a Índia

governada por Gandhi. b) recusa de Gandhi à exploração neocolonial da

Índia pela Inglaterra. c) aprovação de Gandhi à cobrança de impostos dos

produtos agrícolas. d) adesão de Gandhi ao modelo neocolonial

mercantilista da Coroa Britânica. e) ação educativa de Gandhi para conscientizar o

povo contra o uso do sal marinho. QUESTÃO 3

A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt (1933 -- 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial. No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.

EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

A partir do texto, conclui-se que

a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na economia.

b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a produção e o consumo.

c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no combate à crise econômica.

d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma corrida armamentista.

e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida, apoiando- se em suas necessidades.

QUESTÃO 4 A Revolução Cubana é um dos episódios mais marcantes do século XX: aconteceu em um país pequeno, vivendo sob a ditadura de Fulgêncio Batista e sob influência imperialista dos EUA, então uma superpotência. O êxito das ações dos guerrilheiros impactou a América Latina, uma região marcada pelo subdesenvolvimento e pela pobreza de grandes contingentes populacionais. Sobre a Revolução Cubana e seus desdobramentos, pode-se afirmar que a) O governo cubano, inicialmente, pode ser

caracterizado como nacionalista e progressista, tornando-se socialista apenas à medida que os EUA agiram para desestabilizá-lo, o que o fez aproximar-se da União Soviética.

b) A Revolução Cubana, apesar do sucesso inegável, não influenciou partidos e grupos políticos de esquerda do restante da América Latina que, em geral, mantiveram os objetivos de chegar ao socialismo pela via eleitoral.

c) Cuba, como único país latino-americano de regime socialista, isolou-se politicamente do restante da América Latina, mantendo uma política voltada para os interesses de Moscou, importante aliado no contexto da Guerra Fria.

d) A sociedade cubana, marcada por anos de dominação imperialista e pela ditadura, foi alvo fácil das ambições políticas de Fidel Castro que, com uma guerrilha bem estruturada, tomou o poder e instalou uma nova ditadura, sem que trouxesse avanços sociais.

e) Desde o início da Revolução, Fidel Castro inspirou-se no socialismo soviético, tendo recebido de Moscou o suporte necessário para vencer os EUA e estabelecer o regime socialista tão logo tomasse o poder.

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QUESTÃO 5

Em 20 de Julho de 1969, Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram em terreno lunar. O ato de estar na lua era simbólico, já que, além da magia dessa conquista, outras motivações existiam.

O cenário histórico em questão corresponde a a) disputa ideológica entre capitalismo e socialismo,

mostrando a vitória do sistema capitalista sobre o socialismo. O monopólio tecnológico espacial americano foi o ato que simbolizou a derrocada soviética.

b) vitória americana sobre o sistema de dominação soviética durante a Guerra Fria; pondo assim fim à disputa bélica entre essas nações.

c) exclusividade americana em aplicação de tecnologias espaciais, enquanto os soviéticos optavam por investir seu capital na industrialização das nações vizinhas e na aplicação de recursos para garantir o pleno emprego.

d) corrida espacial competitiva entre Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), em plena guerra fria, que buscavam a supremacia espacial, para justificar a superioridade de seus respectivos sistemas.

QUESTÃO 6

“O festival é a base de um processo sociocultural que se desenrola por anos nessa sociedade de maneira conflituosa e se materializa ou tem seu desfecho metaforicamente na presença de um público ávido por mudanças estruturais (...) O rock’n’roll adquire um grau de legitimidade que acaba por catalisar os ideais da contracultura, por meio de uma mensagem musical engajada e contestatória”.

Emiliano Rivello A foto da performance de Jimi Hendrick, diante do público jovem presente no Festival de Woodstock, em agosto de 1969, se tornou em ícone, para retratar a cultura da época. Sobre o contexto histórico e político dos Estados Unidos que deflagrou esse movimento de contracultura é pertinente afirmar que

a) Por meio do som e das letras do rock, dos trajes coloridos e andróginos dos hippies, os jovens contestavam os valores tradicionais da sociedade e política norte americana, passando a adotar uma postura favorável às ideias socialistas.

b) O foco desse festival era celebrar e reafirmar a cultura hippie, celebrar a paz e o amor, por meio da música, e protestar contra a convocação de jovens para lutar na Guerra da Coreia.

c) Nesse momento, a sociedade norte-americana se defrontava com a luta contra a segregação social e racial. Nos palcos de Woodstock os líderes do Movimento Black Power tiveram a chance de discursarem publicamente contra o racismo.

d) Líderes do movimento feminista norte-americano subiram ao palco, durante a apresentação da cantora Janis Joplin, para protestar contra os valores tradicionais da sociedade e o preconceito, ainda existente, contra a mulher.

e) O festival aconteceu no auge da ambiência da Guerra Fria, em plena Guerra do Vietnã, sendo esse conflito um dos principais alvos de contestação do movimento de contracultura, em que o rock’n’roll, assumiu a forma de protesto.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 B B A A D E

FILOSOFIA - PARTE 1

QUESTÃO 1

Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte, porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como a) conduta definida pela capacidade racional

de escolha. b) capacidade de escolher de acordo com

padrões científicos. c) conhecimento das coisas importantes para a vida

do homem. d) técnica que tem como resultado a produção de

boas ações. e) política estabelecida de acordo com padrões

democráticos de deliberação.

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QUESTÃO 2 2. O diálogo socrático de Platão é obra baseada em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas. Sócrates considerava o diálogo como a forma por excelência do exercício filosófico e o único caminho para chegarmos a alguma verdade legítima. De acordo com a doutrina socrática, a) a busca pela essência do bem está vinculada a

uma visão antropocêntrica da filosofia. b) é a natureza, o cosmos, a base firme da

especulação filosófica. c) o exame antropológico deriva da impossibilidade

do autoconhecimento e é, portanto, de natureza sofística.

d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas humanos é sanada pelo homem, medida de todas as coisas.

QUESTÃO 3

Os andróginos tentaram escalar o céu para combater os deuses. No entanto, os deuses em um primeiro momento pensam em matá-los de forma sumária. Depois decidem puni-los da forma mais cruel: dividem-nos em dois. Por exemplo, é como se pegássemos um ovo cozido e, com uma linha, dividíssemos ao meio. Desta forma, até hoje as metades separadas buscam reunir-se. Cada um com saudade de sua metade, tenta juntar-se novamente a ela, abraçando-se, enlaçando-se um ao outro, desejando formar um único ser.

PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultural, 1987. No trecho da obra O banquete, Platão explicita, por meio de uma alegoria, o a) bem supremo como fim do homem. b) prazer perene como fundamento da felicidade. c) ideal inteligível como transcendência desejada. d) amor como falta constituinte do ser humano. e) autoconhecimento como caminho da verdade. QUESTÃO 4

XI. Jamais, a respeito de coisa alguma, digas: “Eu a perdi”, mas sim: “eu a restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi subtraída”, então também foi restituída. “Mas quem a subtraiu é mau”. O que te importa por meio de quem aquele que te dá a pede de volta? Na medida em que ele der, faz uso do mesmo modo de quem cuida das coisas de outrem. Do mesmo modo como fazem os que se instalam em uma hospedaria.

EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A. Introdução ao Manual de Epicteto. São Cristóvão: UFS, 2012 (adaptado).

A característica do estoicismo presente nessa citação do filósofo grego Epicteto é a) explicar o mundo com números. b) identificar a felicidade com o prazer. c) aceitar os sofrimentos com serenidade. d) questionar o saber científico com veemência. e) considerar as convenções sociais com desprezo.

QUESTÃO 5 Leia a fábula de La Fontaine, uma possível explicação para a expressão – “o amor é cego”.

No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna. Mas por que o amor é cego? Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança – e de todos os juízos do inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura a servir de guia ao Amor. Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores

contos de loucura. Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.

A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como a) estética. b) filosófica. c) mitológica. d) científica. e) crítica. QUESTÃO 6

Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.

AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).

Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque a) o surgimento do mal é anterior à existência

de Deus. b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe

de Deus. c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por

natureza, má. d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é

oposto, o mal. e) Deus se limita a administrar a dialética existente

entre o bem e o mal.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 A A D C C D

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FILOSOFIA - PARTE 2

QUESTÃO 1

Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.

(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se a) da reminiscência de ideias original-

mente transcendentes. b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas. c) de categorias a priori existentes na

mente humana. d) da experiência com os objetos reais e empíricos. e) de uma relação dialética do espírito humano com

o mundo. QUESTÃO 2 Na sua obra “Crítica da Razão Pura”, Kant formulou uma síntese entre sujeito e objeto, mostrando que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos da sua construção mental. Segundo Kant, esta valorização do sujeito (possuidor de categorias apriorísticas) no ato de conhecimento, representou, na Filosofia, algo comparável à a) previsão da órbita do Cometa Halley no

sistema solar. b) revolução de Copérnico na Física. c) invenção do telescópio por Galileu Galilei. d) Revolução francesa que derrubou o

Ancien Régime. e) invenção da máquina a vapor. QUESTÃO 3

Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!

(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)

Nesse excerto, Nietzsche a) defende o inatismo metafísico contra as teses

empiristas sobre o conhecimento. b) valoriza a posse da verdade absoluta como meio

para a realização da paz. c) defende a fé religiosa como alicerce para o

pensamento crítico. d) identifica a maturidade intelectual com a

capacidade de conhecer a verdade absoluta. e) valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em

oposição ao dogmatismo.

QUESTÃO 4

José de Alencar retratou o seu herói goitacá em prosa, a exemplo do que o escocês Walter Scott havia feito com os cavaleiros medievais na célebre novela Ivanhoé. Para evocar um mítico passado nacional, na falta dos briosos cavaleiros medievais de Scott, o índio seria o modelo de que Alencar lançaria mão. (...) O índio entrara como tema na literatura universal por influência das ideias dos filósofos iluministas e especialmente, da obra de Jean-Jacques Rousseau (...). As teses de Rousseau sobre o “bom selvagem”, por sua vez, bebiam na fonte das narrativas de viajantes do século XVI, os primeiros europeus que haviam colocado os pés no chão americano. Foram esses viajantes os responsáveis pela propagação do juízo de que, do outro lado do oceano, existia um povo feliz, vivendo sem lei nem rei (...).

(NETO, Lira. O inimigo do Rei. Uma biografia de José de Alencar. São Paulo: Globo, 2006. p. 166-167)

Para o filósofo iluminista francês a que o texto de Lira Neto se refere, a) o governo democrático deveria sempre representar

a maioria dos cidadãos, a qual opinaria sobre as questões sociais, enquanto os governantes deveriam consultar o povo sempre que necessário.

b) o universo é governado por leis físicas e não submetido a interferências de cunho divino, sendo a universalidade da razão o único caminho que levaria ao conhecimento do mundo de forma coerente.

c) os homens possuem a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais e os governos teriam que respeitar esses direitos e, caso não o fizessem, caberia à sociedade civil o direito de rebelião.

d) o espírito humano é uma ‘tábua rasa’ e todo conhecimento se faz com a própria capacidade intelectual do homem de se desenvolver mediante sua atividade e de exercício do pensamento.

e) o Estado deveria garantir aos cidadãos a liberdade, por meio de uma divisão equilibrada dos poderes, quais sejam: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes.

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QUESTÃO 5

Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio político. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade. QUESTÃO 6

O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.

Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em a) declínio cultural. b) segregação racial. c) redução da hierarquia. d) totalitarismo dos governos. e) modelagem dos indivíduos.

GABARITO 1 2 3 4 5 6 D B E A E E

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