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MERCADO & NEGOCIOS
A personaliza~ao como diferencial competitivo 1 \ '\ \ I I - '~
PENSAMENTO
A BUSCA DA FELICIDADE
Todos nos buscamos a felicidade. Quem nao quer ser feliz? Onde a
encontrar? 0 que fazer para ir em sua busca? Que iniciativas tomar?
Todos n6s temos o direito de buscar a felicidade? Ela e em si urn direito'? 0 direito de scr feliz? E uma busca impossivel? Deve-se preparar para ir em sua busca? E possivel dele gar essa busca a outro e ser feliz? A felicidade e encontrada no inicio, no meio ou no fim dessa busca?
Ate as institui<;6es se preocupam com isso. Recentemente a Organiza<;ao das Na<;6es Unidas (ONU), em Assembleia Geral, aprovou uma resolw;:ao que reconhece a busca da felicidade como "urn objetivo humano fundamental". Mais do que urn anseio individual, a ONU estabelece a importancia de cria<;ao de politicas publicas com essa finalidade e convida os paises-membros a apostarem na felicidade como ferramenta para o desenvolvimento, citando inclusive politicas que promovam o desenvolvimento sustentavel, a erradica<;ao da pobreza, a elaborac;:ao de indicadores que capturem a importancia da busca da felicidade e do bem-estar no desenvolvimento , objetivando, inclusive, orientar suas politicas publicas ness a direc;:ao.
0 Brasil na condi<;ao de urn dos paises signatarios no intuito de seguir a orientac;:ao da ONU apresentou a Proposta de Emenda a Constituic;:ao (PEC) no 19, que tramita no Senado, pretendendo acrescentar a felicidade na lista dos direitos sociais previstos no Artigo 6° da Constitui<;ao.
Aquele artigo 6° da Constitui<;ao, com essa Emenda ficaria com a seguinte redac;:ao:
"Sao direitos soc1ms, essenciais a busca da felicidade a educa<;ao, a saude, a alimentac;:ao, 0 trabalho, a moradia, o lazer, a seguran<;a, a previdencia social, a prote<;ao a matemidade e a inrancia, a assistencia aos desamparados".
Atualmente esse artigo se inicia assim: "Sao direitos sociais a educa<;ao, a saude".
Entende-se que referida emend a atribuira ao Estado o compromisso de assegurar a felicidade a todos os cidadaos brasileiros, por meio de investimentos nos direitos listados nesse artigo 6° e tambem em ac;:oes mais amplas, que tenham como objetivo simplesmente fazer o cidadao feliz ou, pelo menos, criar condi<;6es para lSSO.
Nao estaria a pessoa delegando ao Estado essa possibilidade que tern, individualmente, de ser feliz e buscar a felicidade as suas expensas?
Tal questao me faz lembrar de urn conto que li em minha juventude chamado: 0 grande burgues. Se bern me recordo, urn potentado se perguntava de que lhe serviam tantas riquezas se encontrava enfastiado de tudo e nao conseguia se livrar da angustia que corroia sua alma.
Nesse estado de animo, consultou urn renomado sabio e lhe perguntou o que deveria fazer para se sentir feliz. 0 sabio lhe indicou urn caminho e lhe disse que no final dele encontraria umas chaves que o fariam o homem mais feliz da terra.
0 endinheirado achando born o conselho enviou os seus secretarios para que lhe trouxessem essas chaves.
0 tempo passou. 0 burgues continuava com seus tedios e
inquietudes o atormentando cada vez mais. Mandou outros com a mesma missao, visto que os anteriores nao regressaram.
Os anos se passavam e nao tinha noticias de seus emissarios. Desesperado, foi ter com o sabio que lhe advertiu: - A felicidade, meu born homem, deve cada urn busca-la por si mesmo; sua conquista e absolutamente pessoal. 0 burgues ja velho e alquebrado, perguntou com ansiedade: - terei ainda tempo de ir eu mesmo? Encontrarei, tambem, essas chaves e serei feliz?
0 sabio 0 fez ver que perdera muito tempo e permitiu que outros fizessem as coisas por ele, mas, se ainda tivesse forc;:as para alcan<;ar a meta, poderia procurar as chaves porelemesmo.
0 potentado decidido avan<;ou alguns trechos e caiu, desfalecido para nao mais se levan tar.
Pode-se extrair desse relato: "Nao se deve delegar a outros o que conceme ao proprio conhecimento. A felicidade, cuja conquista e exclusivamente individual, nao pode ser encomendada a terceiros." (conto: 0 grande burgues extraido do livro Intermedio Logosofico, de Carlos B. Gonzalez Pecotche).
E, sendo a felicidade uma conquista individual, posso cria-la em mim mesmo e procurar motivos para dar permanencia a felicidade em minha vida. A felicidade deve ser sentida como a propria vida, ao acordar e de igual modo, senti-la no trabalho e tambem em todos os instantes da vida, no repouso e a noite ao me deitar.
Marco Aun\lio Bicalho de Abreu Chagas e advogado, assessor juridico da ACMINAS- Associa9ao Comercia! de Minas. Articulista, conferencista e radiali sta. Colunista da Revista Advogados Mercado & Neg6-c!os.
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