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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 33 - Set/Out 2012 Distribuição gratuita

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revista produtor rural 33 - sindicato rural de guarapuava

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ISSN 1984-0004Publicação bimestral doSindicato Rural de GuarapuavaAno VI- Nº 33 - Set/Out 2012Distribuição gratuita

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[índice]10

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22

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96

Lavoura-Pecuária-Floresta Mais de 150 pessoas participaram do Dia de Campo ILPF na Fazenda Capão Redondo

Pesquisa Validação da tecnologia de melhoramento de pastagens naturais no Planalto Sul de Santa Catarina

Trigo e CevadaWinterShow 2012: o maior evento de cereais de inverno do país

Meio ambiente e produção agrícola A FAEP e os desafios do Código Florestal

Homenagem Sindicato Rural e AEAGRO promoveram confraternização do Dia do Agrônomo

TriticulturaFórum Nacional reuniu lideranças em prol do trigo

Viagem técnica Rumo a Moçambique

Campanha Imposto Beneficente Socorro aos idosos

Programa de Desenvolvimento Florestal I Dia de Campo Florestal supera expectativas

Campanha Novembro é mês de vacinação contra febre aftosa

Ciências agropecuária Feira do Colégio Agrícola apresenta projetos para o pequeno produtor

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Revista do Produtor Rural4

[expediente]

ISSN 1984-0004

Os artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da REVISTA DO PRO-DUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodu-ção de matérias, desde que citada a fonte.

O que o produtor rural de Guarapuava e região não pode reclamar é da

ausência de eventos técnicos sobre diversas áreas do setor agropecuário.

No mês de outubro, pelo menos três eventos destacaram--se no cenário regional como di-fusores de tecnologia e informa-ção técnica de qualidade: o I Dia de Campo Florestal, promovido pelo Sindicato Rural em parceria com a Unicentro e diversas empresas do setor; o Dia de Campo Lavoura-Pecuária-Floresta, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR; e o já consagrado WinterShow, o maior evento de cereais de in-verno do país, promovido pelo Cooperativa Agrária.

Dias de campo como esses trazem inúmeros benefícios: contribuem para o desenvolvimento da economia como um todo, em especial do setor agropecuário; colocam em evidên-cia a produção rural da região; aproximam produtores rurais e potenciais compradores, dinamizando as transações comerciais durante e após os eventos.

A disseminação de novas tecnologias de produção também tem efeitos na produtividade rural. Além disso, feiras e dias de campo movimentam outros tipos de comércio, que lucram com logística para atender expositores e visitantes; sem falar do se-tor de hotelaria.

Por tudo isso, o Sindicato Rural continuará realizando, apoiando ou patrocinando eventos técnicos, visando a diver-sificação na propriedade rural, o aumento de produtividade e rentabilidade para o produtor rural.

Nessa edição, confira a cobertura completa desses eventos e ainda, artigos técnicos de empresas parceiras.

A todos, uma ótima leitura e uma excelente safra de verã!

Eventos técnicos = diversificação, produtividade e rentabilidade

DIRETORIA:Presidente:Rodolpho Luiz Werneck Botelho1º Vice presidente:Anton Gora1º Secretário:Roberto Hyczy Ribeiro2º Secretário:Gibran Thives Araújo1º Tesoureiro:João Arthur Barbosa Lima2º Tesoureiro:Herbert SchlafnerDelegado Representante:Anton GoraConselho Fiscal:Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto StockSuplentes:Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala

Endereço:Rua Afonso Botelho, 58 - TrianonCEP 85070-165 - Guarapuava - PRFone/Fax: (42) 3623-1115Email: [email protected]: www.srgpuava.com.br

Extensão de Base CandóiRua XV de Novembro, 2687Fone: (42) 3638-1721

Extensão de Base CantagaloRua Olavo Bilac, 59 - Sala 2Fone: (42) 3636-1529

Editora:Luciana de Queiroga Bren(Registro Profissional - 4333)

Colaboração:Helena Krüger Barreto

Fotos:Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Helena Krüger Barreto / Manoel GodoyFotos capa: Helena Krüger / Manoel Godoy

Diagramação:Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda

Impressão:Gráfica Positiva

Tiragem: 3.400 exemplares

Rodolpho Luiz Werneck BotelhoPresidente do Sindicato Rural de Guarapuava

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Revista do Produtor Rural6

[Caixa de Entrada]

Para: Revista do Produtor Rural

De: Fabiano Pacentchuk, acadêmico de Agronomia da Unicentro - via Facebook

“Li a matéria sobre o intercâmbio, publi-cada na página 40 da última edição. Fico bem jóia a reportagem! Muito bom mes-mo. Obrigado Sindicato Rural de Gua-rapuava, pelo força e apoio em nossos trabalhos!”

Para: Revista do Produtor Rural

De: Luiz A. C. Lucchesi, presidente da Fe-deração dos Engenheiros Agrônomos do Paraná

“Sobre a Revista do Produtor Rural, o que mais se destaca, na minha avalia-ção como leitor, é o conteúdo a partir de situações reais, com visão de negó-cio e o respaldo técnico-científico de profissionais não apenas das Ciências Agrárias, mas também de outras, fazen-do do agronegócio algo sustentável. O posicionamento político dos dirigentes é elogiável e é essa integração que nós precisamos na região de Guarapuava. Através do Papi, presidente da AEAGRO, esse trabalho do Rodolpho e Gora pre-cisa ser divulgado para as demais en-tidades de engenheiros agrônomos do Paraná. É um trabalho elogiável. Podem contar conosco sempre”

Para: Sindicato Rural/Revista do Produtor Rural

De: Itacir Sandini, professor do Departamento de Agrono-mia da Unicentro

“Parabenizo a equipe do Sindicato Rural de Guarapu-ava pela qualidade e conte-údo da Revista do Produtor Rural. Agradeço a Luciana e a Helena, pela redação e veiculação da matéria “Aca-dêmicos de Agronomia da UNICENTRO vão estudar no Exterior pelo Programa Ci-ência Sem Fronteiras”, pu-blicada na última edição”

Para: Sindicato Rural

De: Pedro Luiz de Araújo e Campos (Jacaré) , engenheiro agrônomo Biogene

“Agradeço as homenagens prestadas aos Profissionais de Agronomia pelo Sindicato e o CAFÉ DA MANHÃ a nós oferecido”

www.cotrima.com.brCOTRIMA Sistemas Mecanizados Ltda.Av. Manoel Ribas, 2901 - Dos Estados – Fone: (42) 3630-0400

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[Artigo]

Anton Gora

Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e presidente do Conselho Fiscal da Agrária

A eficiência da agropecuária guarapuavana

Na edição passada falamos da efi-ciência da agricultura brasileira, com números que impressionam.

Hoje queremos falar um pouco da efi-ciência e da contribuição da agropecu-ária de Guarapuava.

Voltando um pouco na história, quando os Suábios aqui chegaram, os campos de Guarapuava eram nativos, com exploração da pecuária extensiva.

Quando se falou que o objetivo era plantar trigo, os mais otimistas falaram que os Suábios iriam morrer de fome, porque os campos eram pobres em nutrientes. E foi quase isso que acon-teceu. Metade dos Suábios deixaram Guarapuava, só ficaram aqui os que não tinham condições financeiras de voltar para a Europa. Mas os que fica-ram tiveram que sobreviver e fizeram da dificuldade a oportunidade.

Na verdade, as primeiras tentativas de se plantar trigo foram um fracasso, mas apareceram outras opções, como o arroz que começou a dar novas pers-pectivas aos Suábios.

A grande virada aconteceu quan-do o Sr. Mathias Leh assumiu a presi-dência da Cooperativa Agrária. A sua primeira decisão foi investir em pes-quisa, trazendo técnicos da Alemanha e fazendo convênios com instituições de pesquisa brasileira, como o IPEAME.

As dificuldades foram vencidas por etapas e uma nova grande virada aconteceu com a introdução do plan-tio direto. A ideia nasceu nos Estados

Unidos, foi trazida para o Brasil por Herbert Barz, trabalhada e adaptada nos Campos Gerais pelas cooperativas holandesas e da Agrária.

Mas Entre Rios contribuiu, em especial, com o desenvolvimento de máquinas para o plantio direto. A primeira tentativa foi feita com uma máquina FNI Howard, trazida da Ingla-terra, com enxada rotativa, que não se adaptou na região.

Pessoas de Entre Rios começaram a se envolver no desenvolvimento de máquinas, principalmente os irmãos Josef e Peter Scherer. O primeiro com a visão de produtor, o segundo com a visão de mecânico. A partir daí come-çaram a se fazer adaptações em plan-tadeiras convencionais, principalmen-te na Rogowski e Jumil.

Começou-se a introduzir a ideia do disco duplo, mais tarde o desencontra-do, foi o impulso inicial da concepção de máquinas para plantio direto. A par-tir dessa ideia, os grandes fabricantes copiaram a ideia e continuaram o seu desenvolvimento. Essa foi a contribui-ção de Entre Rios para a consolidação definitiva do plantio direto.

O segundo passo foi desenvolver, com a ajuda dos órgãos de pesquisa, um sistema de rotação de culturas o que consolidou o plantio direto.

Ainda como consequência, o Sr. Mathias implantou a industrialização, também pela necessidade, porque a cevada tinha um mercado restrito, e só

a indústria poderia consolidar a cultu-ra, necessária para o sistema, onde já tínhamos o exemplo do trigo com o moinho.

O Sr. Mathias tinha como filoso-fia de, em primeiro lugar, fomentar a produção para o desenvolvimento e crescimento do cooperado e depois a industrialização dessa produção para agregar valor.

A terceira etapa planejada pelo Sr. Mathias foi o desenvolvimento da di-versificação. O projeto foi iniciado, mas ele não teve tempo de concluí-lo e até hoje a região sente falta dessa terceira etapa.

Hoje a agropecuária de Guarapua-va é uma das mais eficientes do Brasil e do mundo, alcançando produtivida-des que superam os melhores do mun-do, como no caso do milho.

Os campos nativos foram transfor-mados pelas dificuldades em oportuni-dade, mas para que isso acontecesse foi necessário a visão de pessoas, algumas aqui já citadas, que fizeram a diferença.

Precisamos valorizar essas pesso-as, tirar delas o exemplo, para que esse desenvolvimento não pare nunca. É dele que depende o nosso futuro e a continuidade do crescimento das tec-nologias que darão rumos para assegu-rar o nosso futuro.

O Sr. Mathias sempre dizia “precisa-mos sempre estar um passo a frente dos outros, pois esse passo a frente vai fazer a diferença”. Sentimento atual até hoje.

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Revista do Produtor Rural8

Projeto Identidade Sindical

5% de desconto 10% nas prestações de serviços 2% no valor final da

negociação5 a 10% em seguro geral

5% sobre valor finalda negociação

5% no valor final da negociação

3% em toda linha de produtos e serviços

20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados

e família.

20% à vista e 10% a prazo

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente,

tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

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Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.

3% em toda linha de ferramentas e equipamentos

de proteção individual

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compra, à vista no cartão ou dinheiro

PostoGuarapuavão

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escritório

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3% em toda linha de insumos agrícolas

3% em toda linha de insumos agrícolas

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Tecnologia, Saúde e Outros

20% em toda linha farmacêutica/loja

em geral

5% em serviços ou equipamentos

8% em cada material

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10% compras à vista no dinheiro, ou 5%

no cartão; exceto inha de ração

Benefícios para produtores rurais

associados

10% à vista e5% nos cartões de

débito

5% em compras na loja

50% na assinatura nova, em um ano de

acesso

Descontos em exames7% sobre o valor total das

compras/serviços

5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos

à vista sem troca

15% na realização de exames radiográficos

crânio facial e documentação

ortodôntica

Descontos emconsultas e exames

oftalmológicos

10% em todos osserviços prestados

 

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Revista do Produtor Rural 9

Produtor rural, apresente a carteirinha* doSindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:

5% sobre valor finalda negociação

5% sobre valor finalda negociação

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prestados pela empresa

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Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

Materiais, Assessorias e Serviços Saúde

Saúde

Serviços

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e

lubrificantes parapagamento à vista

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5% na compra de produtos

5% em ferragens e ferramentas á vista.

10% em toda linha farmacêutica á vista

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes

para pagamento à vista

5% em terraplenagem e escavação,6% em manilhas/palanques/bebedouros e3% em materiais p/ construção em geral

5% toda linha de medicamentosDesconto em exames laboratoriais

conforme tabela de convênio15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato

Desconto em consultas

5% nos produtos da loja

Produtos Veterinários / Agroveterinárias Máquinas e Implementos Agrícolas

5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi 5% nas compras

realizadas na loja

5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de

promoção na época da compra

Bonificaçõesem produtos

2% produtos nutrição gado de leite - Supra 3% sobre vendas de

máquinas pequenas, peças e serviços

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores

e renovador de pastagens

* Se ainda não possui a carteirinha de

sócio, compareça ao Sindicato Rural de

Guarapuava ou nas Extensões de Base:

Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.

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Revista do Produtor Rural10

[Triticultura]

Fórum Nacional reuniu lideranças em prol do trigo

Lideranças da cadeia produtiva do trigo discutiram e levantaram pro-postas que resgatem a importância

do cereal no cenário nacional, durante o Fórum Nacional do Trigo, no dia 16 de outubro. A lista de demandas foi entre-gue ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) durante o WinterShow, também realizado no dis-trito de Entre Rios, em Guarapuava, nos últimos dias 17 e 18 de outubro.

Realizado em parceria entre a Co-operativa Agrária, a Embrapa Trigo e a Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), o Fórum Nacional do Trigo foi realizado pela primeira vez fora do Rio Grande do Sul, atualmente o maior produtor tritícola do Brasil. Em

sua sétima edição, o evento tinha o tema “Oportunidades para o trigo brasileiro”, abordado por dirigentes de coopera-tivas, pesquisadores, traders de trigo, representantes do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da Abitrigo (Associação Brasileira da In-dústria do Trigo), bem como secretários estaduais de Agricultura.

As discussões tinham como objeti-vo elencar as demandas de toda a ca-deia tritícola e direcioná-las ao MAPA. Durante o WinterShow, o documento elaborado foi entregue pelo presidente da Agrária, Jorge Karl, juntamente com autoridades da cadeia produtiva, como o presidente da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria de Trigo), Sérgio

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Revista do Produtor Rural 11

Cenário do trigo no Mercosul

Texto e fotos: Assessoria de Comunicação Agrária

A primeira palestra do Fórum Nacio-nal de Trigo foi ministrada por Walter Von Muhlen Filho, agente de mercado na Tra-der Serra Morena. Ele comentou sobre o cenário internacional e nacional de trigo.

Sobre o mercado argentino, ele fa-lou sobre a substituição atual do plan-tio de trigo pela cevada, função direta da não cobrança de exportações neste segundo cereal (trigo teria imposto de 23% para vendas externas na Argen-tina). Com isso espera-se um máximo de 5 milhões para exportação desta origem, sendo o potencial de 4 mi-lhões destas enviadas ao Brasil, se-gundo Von Muhlen.

Paraguai é vista pelo palestrante como uma origem emergente, e con-firmando o excelente potencial de qualidade. Este prêmio de qualidade faz com que o produto do país vizinho seja demandado em outras origens que não o Brasil. Segundo Von Muh-len Filho, este país tem um excedente exportável de 800 mil toneladas, com provável envio de 500 mil toneladas ao mercado brasileiro.

Uruguai, como tem sido comen-tado por fontes locais, apresenta cer-ta dificuldade quanto a qualidade e quantidade, devendo possuir um ex-cedente exportável de no máximo 600 mil toneladas.

Finalmente o Brasil é visto com uma produção de 5 milhões de tonela-das (ou talvez menos). Quanto ao mer-cado, o palestrante confirma a ideia de vendas a bons preços para ração animal (feed wheat), com o trigo para moagem concorrendo principalmente com a Ucrânia e França (além dos de-mais países do MERCOSUL).

Sobre as estratégias de comerciali-

zação, ele orienta a venda de parte da produção nos preços atuais, contrastan-do com o ritmo baixo de negócios atu-almente mesmo com bons preços. Para exemplificar o comportamento espera-do, o palestrante disse que “as árvores não crescem até o céu”.

Sob o aspecto técnico e detalhado, o palestrante deu show de conheci-mento sobre a cadeia do trigo.

Instrumentos de comercialização Um representante do Ministério da

Agricultura indicou que este ano a redu-zida oferta mundial implicará em uma menor intervenção do governo, princi-palmente para garantia dos preços mí-nimos. Além disso, enumerou o estoque disponível de posse do governo em 461 mil toneladas, a disponibilidade de re-cursos para aquisições por AGF e por PEP, caso seja necessário. As linhas de crédito para financiamento de compras por parte dos moinhos seria de 40 mi-lhões de reais por comprador, sendo co-brado o juro de 1,5% ao ano. O agente do governo apresentou que a lentidão do governo em muitos casos se dá pela necessidade de se passar os orçamen-tos e necessidades do mercado por 3 Ministérios, apontando que o PEP tem sido o preferido, não descartando a rea-lização de PEPs com destino ao Nordes-te no futuro.

Já o representante dos moinhos do Paraná, Marcelo Vosnika (presiden-te SINDITRIGO-PR), sob forma geral, apresentou-se descontente com as in-tervenções do governo no mercado, já que prejudicam o livre funcionamento do mercado e impede previsões de ne-gócios futuros,uma vez que o padrão de

Amaral, e o presidente da Ocepar (Orga-nização das Cooperativas do Estado do Paraná), João Paulo Koslovski.

“Toda a cadeia do trigo discutiu so-bre esse importante cereal e elaborou--se o documento entregue ao MAPA. In-felizmente o ministro da Agricultura não pode comparecer por motivos de saúde, mas o documento, com solicitações da

cadeia de produção do trigo, certamen-te chegará às mãos dele”, frisou o presi-dente da Agrária, Jorge Karl.

O fato de uma cooperativa fora do Rio Grande do Sul ter recebido o evento foi destacado pelo chefe geral da Embra-pa Trigo, Sergio Dotto. “Decidimos convi-dar uma cooperativa fora do Rio Grande para que haja convergência sobre as dis-

cussões”, destacou. “Sinto-me um jovem formando, porque conseguimos reunir toda a cadeia produtiva dos três estados do Sul do Brasil”, acrescentou.

Por meio de palestras e debates, o Fórum Nacional do Trigo discutiu as-suntos relacionados à comercialização, tributação e a pós-colheita de trigo no Brasil.

preços pode se alterar durante o cami-nhar dos negócios. Ainda assim, diante da necessidade dos produtores, acredi-ta que é algo necessário. O palestrante levanta a questão de que a morosidade e políticas de apoio à comercialização devam ser discutidas neste ano, já que não devem ser realizadas intervenções governamentais. Isso traz as discussões ao campo da razão e não da emoção (necessidade de venda, ou pressão po-pular pelo não pagamento de custos, etc). O mesmo defendeu o mecanismo de LEC (Linha Especial de Crédito) e as opções de venda, por parecer-se com o mercado futuro de trigo. O agente co-mentou a necessidade de intervenção no custo de produção do trigo, algo que realmente é um dos maiores empeci-lhos à liquidez do mercado nacional de trigo em anos de oferta mais abundante ou normal.

Argemiro Luis Brum falou em nome das cooperativas gaúchas, apontando que não há política do trigo consistente porque o governo não defende o produ-to (no caso o trigo) e os moinhos visam a importação. O mesmo ainda apontou como maléfica a nova classificação do trigo. Sobre os instrumentos de comer-cialização, relatou que o PEP seria me-lhor se corrigidas: a burocracia; o atra-so nos pagamentos e as exigências de qualidade. Na visão de Brum, o LEC não é um bom mecanismo para melhorar a comercialização de trigo no seu Estado porque a maioria das cooperativas gaú-chas não tem moinhos. Para concluir, o palestrante apontou que o trigo gaú-cho no futuro será exclusivamente para exportação (função das exigências do mercado interno) e no quadro atual o trigo gaúcho não terá competição.

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Revista do Produtor Rural12

Em seguida, o presidente da Coo-perativa Batavo (Carambeí-PR/Campos Gerais) Renato Greidanus se restringiu a comentar sobre o movimento de sua empresa quanto à verticalização (está construindo um moinho em parceria com cooperativas vizinhas), algo que com a garantia de comercialização des-te modelo, deve fomentar a produção de trigo em sua região e com lucrativi-dade aos seus cooperados.

A Cooperativa Integrada, represen-tada por Carlos Yoshio Murate apontou estar contornando a falta de estrutura física para a segregação de trigo, atra-vés do zoneamento da produção. Algo como instruir qual cultivar o produtor deve plantar em cada região de influên-cia da sua cooperativa, concentrando--se na produção de trigo pão. Isso seria um facilitador à comercialização do seu produto e incentivo aos triticultores se-guirem na sua atividade. Além disso, o dirigente questionou como o Brasil ain-da não é autossuficiente em trigo após tantos anos de pesquisa e discussão em torno da cadeia. Comentou também so-bre o risco de diminuição na produção de trigo na sua região (norte do PR), em função da competição por área com o milho safrinha.

Finalmente o dirigente da Cooper-campos-SC, Clebi Renato Dias, levantou o risco climático da cultura do trigo em sua região, ainda que o mercado cata-rinense seja de boa colocação do pro-duto no mercado interno. Questionou a realização de leilões de PEP para ex-portação como ocorreu no último ano

(diante de um mercado interno deficitá-rio). Levantou ainda a questão do segu-ro agrícola, importante instrumento não de comercialização, mas que garante segurança aos triticultores.

Tributação da cadeia do trigo

Os responsáveis pela área de tri-butação no Paraná e em Santa Catari-na esclareceram as alíquotas de trigo, farinhas e farelos de trigo. Luiz Carlos Hauly (PR) disse que, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, a guerra fiscal não só dos derivados de trigo terá fim em breve. Esta decisão de abolir diferenças de alíquotas e créditos pre-sumidos já foi tomada há algum tempo, porém os Estados aguardam que o go-verno defina se serão cobrados créditos indevidos ou mesmo que sejam chama-dos todos os Estados para um definição do padrão de tributos.

O representante paranaense de-fende que no novo padrão de cobran-ça de ICMS se decida pela cobrança de pequenas alíquotas como, por exemplo, 4% aos derivados de trigo em negocia-ções interestaduais, função da confu-são da política de créditos e das perdas de arrecadação.

Oportunidades ao trigo brasileiro no mercado internacional

O representante da JF Corretora Gaúcha, Antônio Cardoso Garcia tam-bém ressaltou o grande número de países importadores de trigo, diante

de um menor número de exportado-res. Ainda que os volumes acabem sendo equivalentes, isso traz, segundo o agente, uma maior chance de negó-cios a novos entrantes no mercado de exportações de trigo. Como é bem sa-bido, os possíveis clientes do trigo na-cional são, predominantemente, os pa-íses árabes e africanos, que tem menor exigência em falling number e proteína para uso nos seus mercados internos.

O palestrante também destacou que o melhoramento e a produção na-cional tem de focar no trigo com maior número de aptidões e não as demandas específicas, devendo estas continua-rem sendo importadas.

Segundo Garcia, os gargalos e so-luções do trigo nacional para exporta-ção são:

1) a necessidade de melhoria da qualidade.

2) desistir de modelos que não de-ram certo

3) ações em conjunto nos diferen-tes elos da cadeia

4) regionalização da produção de trigo, com cada localidade pro-duzindo a cultivar e a classifi-cação que pode regularmente produzir

5) melhoria da logística6) Armazenagem no interior e nos

portos (segregação)7) Remuneração por qualidade

(pagar o investimento)Segundo o palestrante, deve-se ob-

servar para onde está indo a cadeia do trigo, para se corrigir a rota.

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Revista do Produtor Rural 13

Armazenagem e pós-colheita do trigo

Irineu Lorini, pesquisador da EM-BRAPA e presidente da ABRAPÓS, co-mentou que pelo cadastro de armaze-nadoras, o déficit de armazenagem no país não é tão grande, com capacidade de armazenamento em 142 milhões de toneladas contra 182 milhões de tone-ladas de produção. Porém, na prática, 30% das unidades não atende o total da capacidade prevista, fora problemas de cadastro que impedem unidades de receberem grãos. Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam os maiores déficits. Região Sudeste tem capaci-dade excedente para armazenamento de grãos e Região Sul pequeno déficit (maior área de influência da produção de trigo). O palestrante enumerou al-gumas demandas para o setor de ar-mazenagem:

1) Segregação, porém custo fixo é grande por conta da ociosidade de capacidade deste processo.

2) Técnicas que levem à ausência de contaminantes (pragas, mi-cotoxinas, pesticidas), algo que segundo Lorini, não é visto na importação de trigo.

3) Identidade e rastreabilidadeA legislação atual prevê a certifi-

cação das unidades armazenadoras, a partir da IN 41/2010 (MAPA), com cer-tificação gradual até 2017, chegando a exigência de um mínimo 25% da estru-tura de cada unidade armazenadora.

No futuro, para armazenagem seria

desejado: utilização de silos de menor capacidade (menor custo para segrega-ção), utilização de sistemas para medição da capacidade de gás de expurgo (assim é possível medir qualidade do expurgo).

Alcemir Chiodelli, da Cooperativa C-Vale, comentou a aptidão e os inves-timentos atualmente feitos para estru-turas de armazenagem. Há atualmente dois programas basicamente de finan-ciamentos o MODERINFRA e PRODE-COOP, ambos com 12 anos de prazo de pagamento e com taxas de juros entre 5,5% a.a. até 11% a.a. O palestrante identificou os seguintes pontos críticos abaixo para a armazenagem de grãos:

1) falta programa de financiamen-to com prazo e juro adequado

2) déficit em 50 milhões de to-neladas

3) inadequação da logística de escoamento(algo que sacrifica a armazenagem)

4) baixa rentabilidade dos investi-mentos em armazenagem

5) capacidade pública insuficiente, porém no trigo há capacidade atualmente

6) Aumento de produtos diferen-ciados (transgênicos, segrega-ção no caso do trigo)

7) armazéns antigos e mal localiza-dos

8) fronteiras agrícolas novas exi-gem mais armazéns

Diante disso, Chiodelli afirmou que necessita-se:

1) Menor juros, algo em torno de 2%, bem como mais tempo para pagar, algo em torno de 18 anos - Incentivos fiscais seriam bem vindos.

2) Financiamento para moderniza-ção das unidades já existentes, principalmente as localizadas em área urbana.

3) Investimento em pesquisa e de-senvolvimento junto às univer-sidades

Para finalizar, Rudolf Gerber falou sobre as vantagens em se segregar o trigo, diante de um cenário de grande exigência de qualidade por parte dos compradores. Para isso, o palestrante mostrou as diferentes características de trigos duros e moles (básicos ou brancos), com a diferença de extração e de processos para estas diferentes características.

Esta diferença dos trigos interfere

diretamente na qualidade do produto final, como cor, tamanho da embalagem, tempo para secagem (exemplo biscoi-tos), dureza, shelf life etc. Por isso, o agente mostra que não se deve misturar trigos sem conhecimento. Um exemplo da tabela de misturas de falling number (tabela teórica) mostra que a mescla de trigos com alto falling number (acima 300s) 50% com trigo de baixo falling number reduz demais este valor, ou seja, estraga-se um lote misturando-o.

Segundo Gerber, é caro segregar trigo, porém há alternativas como silos--bolsa e o plantio de uma só cultivar em determinada região, esta última sendo realizada pela Cooperativa Integrada, segundo relato de seu presidente, fun-ção da ausência de estrutura física.

De acordo com Gerber, os ven-dedores muitas vezes não conhecem seus produtos e com isso depreciam seu produto e não conseguem melho-res preços. Esta rastreabilidade é uma garantia desde o produtor que venderá seu produto, até a indústria de biscoitos ou massas.

Houve grande discussão em tor-no da micotoxina DON, com legislação mais restritiva a partir do início de 2012. Questionou-se sobre o que fazer com lotes acima do permitido, com um dos palestrantes levantando que costumei-ramente se dilui em lotes com volume dentro do permitido e utilização para ra-ção bovina, menos sensível do que aves e suínos.

Questionou-se também a operacio-nalização das análises, algo caro e de difícil operação. Sobre isto apontou-se que há testes rápidos no mercado. Vale ressaltar que estas análises já são feitas por diversos moinhos para fornecedores específicos (em geral multinacionais do ramo de alimentação infantil ou alimen-tos em geral), com alguns moinhos in-cluindo o custo de análise no preço das farinhas.

O problema da micotoxina, segun-do um dos participantes, é que não há resistência vertical nas cultivares e a doença é altamente presente nas regi-ões produtoras brasileiras. Isso faz com que o limite previsto para ser atingido até 2014 e 2016 não possa ser atendi-dos pela produção nacional na maioria dos anos-safra.

Texto: AF News Análises

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[Trigo e cevada]

A pré-abertura do WinterShow 2012 aconteceu no dia 16 de outubro, com o tradicional desfile de má-

quinas antigas, que interrompeu por alguns instantes a tranquilidade do dis-trito de Entre Rios e inaugurou a progra-mação do maior evento de cereais de inverno do Brasil.

A 8ª edição do WinterShow levou milhares de pessoas aos campos experi-mentais da Fundação Agrária de Pesqui-sa Agropecuária (FAPA) da Cooperativa Agrária, Colônia Vitória, distrito de Entre Rios/Guarapuava-PR nos dias 17 e 18 de outubro.

Com o tema, Inovação e Tecnologia em Cereais de Inverno, o evento atraiu mais de 2.280 visitantes e contou com uma programação bastante diversificada, incluindo palestras técnicas com pesqui-sadores da FAPA e convidados; dinâmica de máquinas; test drives; desfile de má-quinas antigas e mais de 40 expositores.

“O público principal dos eventos da

WinterShow 2012: o maior evento de cereais de inverno do país

Agrária é o cooperado. Ele é a nossa base e tem de estar satisfeito com o nosso tra-balho e com o que geramos de benefí-cios a ele”, avaliou o gerente agrícola da Agrária, André Spitzner.

Além dos cooperados, clientes e fornecedores da Agrária, produtores, agrônomos, pesquisadores, professores e estudantes visitaram a maior das oito edições do evento. “Estamos muito satis-feitos, tivemos um grande público, bas-tante seleto”, analisou o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl. “Perce-be-se que o WinterShow está crescendo e a cada ano ganha maior reconhecimen-to, sendo referência em culturas de trigo e cevada”, acrescentou.

“O WinterShow alcançou as expec-tativas. Conseguimos atrair os nossos clientes e todo o ciclo produtivo dos cereais de inverno”, analisou o coorde-nador da assistência técnica da Agrária, Leandro Bren.

A programação contemplou tam-

bém as esposas de cooperados, através de um bem frequentado curso de culi-nária com produtos Agrária. O evento paralelo teve como objetivo ampliar ain-da mais a participação da mulher junto à Cooperativa. “Pretendemos atrair cada vez mais a família do cooperado para a Agrária”, frisou Bren.

Segundo o coordenador, a grande inovação do WinterShow 2012 esteve na dinamicidade da programação. “Cada visitante poderia montar a forma como pretenderia assistir às palestras, visitar as atrações, pois em um dia não conse-guiria ver todas”, salientou.

De acordo com Leandro Bren, o fato de ser considerado o maior evento relati-vo a cereais de inverno do Brasil é um re-conhecimento do trabalho desenvolvido pela Agrária. “O WinterShow vem presen-tear a seus cooperados pelo belo traba-lho realizado nesses 61 anos de existên-cia da Cooperativa Agrária”, destacou.

Conforme sublinhou Jorge Karl, o

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Eduardo Sciarra, deputado federal

WinterShow é a evolução do Dia de Cam-po de inverno e tem despertado a aten-ção aos cereais de inverno. “Existem ou-tras feiras, mas somente o WinterShow é voltado às culturas de cevada e do trigo. Temos esse reconhecimento e queremos continuar crescendo”, sublinhou o presi-dente da Agrária.

O secretário de Estado da Agricul-tura, Norberto Ortigara, parabenizou a Cooperativa Agrária pela repercussão da oitava edição do evento. “O espaço se consagra como um importante local de pesquisa, soluções para agricultura. Esse mecanismo de difusão de tecnologia, em termos práticos, é muito importante”.

Além das palestras técnicas, o even-to contou com a apresentação de José Luis Tejon, da TCA Internacional, que fa-lou sobre “Os sete desafios do agronegó-cio para 2022”.

Visão dos moageiros

No primeiro dia, o presidente da As-sociação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Sergio Amaral, falou sobre o futuro do trigo no Brasil na visão dos moageiros. Ele defendeu uma eficiente articulação entre produtores, moinhos e indústrias, em busca de trigo de maior qualidade, diversidade e valor agregado.

Amaral destacou o Paraná pelo po-der produtivo e a qualidade do cereal do estado. “O Paraná está caminhando na direção correta, com trigo de qualidade e maior diversidade. A Cooperativa Agrária é um exemplo disso: produz uma série de trigos especiais para demandas específi-cas para setor da panificação, da indús-tria”, sublinhou.

“Algumas questões precisam ser melhoradas e uma delas é a logística. O custo de transporte é elevado. Para o tri-go viajar do Rio Grande do Sul para o NE, custa mais do que o cereal vir da Argenti-na. É um problema que precisa ser equa-cionado de modo que facilite o escoa-mento da produção”, salientou Amaral.

Demandas e propostas

Na manhã do dia 17, o presidente da Agrária, Jorge Karl, e líderes do setor tritícola entregaram documento oficial a João Salomão, do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A lista com as demandas e propostas da cadeia produtiva do trigo foram elabora-da na véspera, durante o Fórum Nacional do Trigo.

O documento oficial do VII Fórum Nacional do Trigo está disponível no site da Embrapa Trigo, em http://www.cnpt.embrapa.br/eventos/2012/forum_trigo.html. Entre os pleitos apontados estão mudanças na política de cabotagem (transporte marítimo na costa brasileira), facilitar a importação de insumos agríco-las, melhoria nos instrumentos de apoio governamental para reduzir preços de seguro agrícola, facilitar investimentos na infraestrutura de logística e armaze-nagem. Outro item de discussão, regis-trado no documento, foi a solicitação para que o MAPA coordene o processo de equalização do ICMS nas importações e no comércio interestadual, tornando o trigo brasileiro mais competitivo em re-lação aos concorrentes, em especial do Mercosul. Ainda, um pleito levantado na Câmara Setorial do Trigo do PR, visa atribuir ao MAPA a coordenação de um programa de validação de cultivares de trigo, de forma a assegurar aos produ-

Jorge Karl, presidente Agrária

Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura Leandro Bren, coordenador da FAPA

Sergio Amaral, presidente da Abitrigo

Com informações da Assessoria de Imprensada Cooperativa Agrária

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tores rurais e à indústria a validade das características qualitativas informadas pelos obtentores das cultivares. O docu-mento deverá ser apresentado na próxi-ma reunião ordinária da Câmara Setorial de Culturas de Inverno do MAPA.

Visão das Cooperativas

O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, falou sobre o Futuro do Trigo no Brasil na Visão das Cooperativas.

“Nós precisamos que o governo co-loque o trigo na pauta do agronegócio. Nos últimos anos, a redução da área plantada no Paraná reflete a necessi-dade de uma discussão mais profunda. Precisamos que haja um relacionamento no Mercosul, para que possamos definir estratégias de comercialização. Não é possível deixarmos liberada a entrada de trigo em plena colheita da safra brasilei-ra. Isso daria segurança e estabilidade ao setor. Temos desafios dentro da cadeia, em relação à pesquisa de variedades, segregação, entre outros. Precisamos de

Documento oficial do VII Fórum Nacional do Trigo encaminhado aoMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Nos dias 15 e 16 de outubro de 2012, foi realizada em Guarapuava (PR) a sétima ediçãodo Fórum Nacional do Trigo. Esse evento reuniu produtores de trigo, suas representaçõessindicais, dirigentes de cooperativas, indústria e diversos órgãos do governo, ligados à triticulturabras ileira.

Destaca-se, neste Fórum, o entendimento comum de que qualquer medida política embusca de incrementar a cadeia tritícola precisa ter como base o entendimento das peculiaridadesdessa cadeia produti va, dentre elas:a) O trigo é cultura estratégica e de segurança alimentar;b) A atomização da produção agrícola;c) A sazonalidade da produção agrícola;d) O aumento dos custos de produção do trigo de qualidade;e) A incapacidade da agricultura em regular a oferta em função do clima;f) A dificuldade de segregação e atendimento às exigências de padrões de qualidade em função

de déficit de armazenagem;g) A incapacidade do triticultor em regular preço, invocando a intervenção estatal;h) A menor participação da matéria-prima (grão) no preço final ao consumidor.

O presente documento apresenta uma visão integrada dos produtores de trigo, dasentidades de representação e dos órgãos de governo quanto às necessidades da triticulturanacional. Ao longo do evento, foram discutidas as demandas para fortalecer a cadeia produtivado trigo no Brasil e que podem ser trabalhadas pelo Governo Federal, de forma especial peloMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Dessa· maneira, foramidentificadas e transcritas as seguintes constatações e pleitos: '.

• Há dificuldades logísticas no Brasil, em especial nos portos e nas rodovias, onerando os custosda cadeia produtiva do trigo. Há necessidade de ampliar e atualizar os portos nacionais paraterem maior velocidade e capacidade de atuação com navios maiores, reduzindo diretamente oscustos.

• Há Necessidade de mudanças na política de cabotagem. Hoje apenas navios com bandeirabrasileira podem atuar neste modal no país, o que aumenta os custos e o tempo de transporte dosprodutos, dificultando o escoamento do trigo.

• Facilitar o processo de importação de insumos agrícolas.• Criar linha de financiamento, com juros menores (2% ao ano) e prazos de até 18 anos, a fim de

ampliar a capacidade de armazenagem brasileira e modernizar os armazéns existentes, em linhacom o programa de certificação de unidades armazenadoras.

• Há grande necessidade na redução dos preços de fertilizantes. No Brasil, os feltilizantesapresentam dois custos: o custo da matéria prima e o custo nos portos (especificamente o custode sobre-estadia), dado o tempo de espera que esses produtos apresentam. Isso aumenta os custosdos insumos aos produtores e reduz a competitividade nacional do trigo.

• O EGF para o trigo deve ser baseado no preço mínimo ou de mercado, dos dois o maior,tornando-o mais atrativo.

• Reforçar a utilização da LEC para financiamento às indústrias moageiras, que consomem o trigo

nacionaL )) ~

(

uma política agrícola do trigo, envolven-do parlamentares, Congresso Nacional, setor industrial e os produtores”.

Visão do governo

O Futuro do Trigo no Brasil na Visão do Governo foi apresentado por João Sa-lomão, coordenador geral para pecuária e culturas permanentes da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), já que o ministro da Agricultura, Jorge Ribeiro Mendes Filho não pode compa-recer ao evento.

Segundo Salomão, as demandas fei-tas serão estudadas. “Algumas reivindi-cações feitas aqui não dependem exclu-sivamente do Ministério da Agricultura. Tributação, por exemplo, envolve outros ministérios. O MAPA, por ser o Ministé-rio do produtor rural, está a disposição do setor para buscar as respostas que o setor demanda. Temos mecanismos para isso, precisamos de alguns ajustes, mas

eventos como esse são importantes para que o Ministério, em Brasília, possa fazer contatos com outros órgãos envolvidos para buscar soluções para as demandas que foram apresentadas”.

História do trigo

Macarrão, Biscoitos e Pão na Histó-ria da Alimentação Humana foi o tema da palestra ministrada por Dr. Mauro Fis-berg, UNIFESP. Segundo o médico, o trigo é, provavelmente, o alimento humano mais antigo. “Foi o alimento que garantiu a preservação da espécie; foi a base de muitos alimentos da alimentação huma-na, como pão, macarrão, biscoitos, que tem sofrido grandes modificações ao longo dos anos”.

Segundo Fisberg, existe uma desin-formação na mídia. “A divulgação que produtos a base de cereais engorda não é correta. Temos que avaliar o volume

Entrega de documento à João Salomão, do MAPA

João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar

João Salomão, representante do MAPA

Dr. Mauro Fisberg, da UNIFESP

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sugerido. Consumir massa não é o pro-blema e sim a falta de atividade física. A tentativa de retirar o glúten - um dos componentes do trigo, aveia e cevada - da alimentação também é um absurdo. Só podemos tirar o glúten se houver uma doença, que é uma alergia”.

Melhoramento de cevada

O diretor de pesquisa da AB InBev, Gary Hanning, falou sobre Expectativas do Melhoramento de Cevada da AmBev na América Latina. Em sua palestra, o di-retor disse que é preciso não ter medo das novas tecnologias para melhorar a cevada. “Não queremos ser os únicos em melhoramento de cevada no mundo. Es-tamos agilizando os processos e padro-nizando-os. Temos que unificar os dados. São feitos 1.000 melhoramentos para se chegar a uma variedade. Precisamos fazer mais melhoramentos, avaliar mais produtos. Estamos trabalhando também com os marcadores moleculares. Esta-mos estudando como evitar o flores-cimento antes da hora, entre outros. O mundo da agricultura mudou e temos que fazer mais pesquisa para que a ce-vada seja mais competitiva”, comentou.

Mais de 1 mil produ-tores rurais passaram pelo estande do Sindicato Rural de Guarapuava no Winter-Show 2012.

“Recebemos muitos produtores rurais, técni-cos e agrônomos parceiros da entidade. Foram dois dias muito válidos, onde toda a nossa equipe es-teve presente divulgando o sindicato, esclarecendo dúvidas e associando pro-dutores. Também fizemos a cobertura jornalística para a Revista do Produtor Ru-ral do Paraná. O Sindicato Rural orgulha-se de fazer parte deste evento técnico, como apoiador e expositor. Todos estão de parabéns”, comentou o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho.

Palestras simultâneas e dinâmicas de máquinas

As tradicionais palestras simultâne-as com pesquisadores da FAPA e convi-dados atraíram centenas de produtores rurais, técnicos , agrônomos, professores e estudantes.

As dinâmicas de máquinas também foram um show a parte, com a participa-ção das principais revendas de máquinas agrícolas do município.

Estande do Sindicato Rural atraiu centenas de produtores rurais no WinterShow 2012

Gary Hanning, diretor da AB Inbev

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[Viagem técnica]

O Sindicato Rural de Guarapuava promoveu no dia 29 de outubro, reunião com produtores rurais so-

bre uma viagem técnica à Moçambique e África do Sul.

O diretor da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçam-bique (CCIABM), Paulo Rage, apresentou informações sobre Moçambique e o seu potencial de agronegócio. “O país está enfrentando um dos maiores crescimen-tos econômicos do mundo na última década e continuará nos próximos anos, com muitos projetos agropecuários em andamento e grande potencial. O gover-no brasileiro está bastante envolvido no programa Pró Savana, que visa o desen-volvimento da savana africana. Ele é ba-seado no programa de desenvolvimento do Cerrado, que aconteceu na década de 70 e 80 no Brasil. O clima, vegetação e

Rumo à África

solos do Cerrado são bastante parecidos com a savana africana. Esse programa é trilateral; envolve o governo do Brasil, Ja-pão e Moçambique”.

Um grande atrativo de Moçambique é o regime de concessão de terras por 50 anos. “O produtor não precisa pagar pela terra. Além disso, o imposto similar ao ITR no Brasil, equivale a 1 dólar o hectare anual. Também existem incentivos tribu-tários para compra de equipamentos e insumos”.

Representantes da empresa Terra Nova Turismo (TNT) apresentaram um roteiro, incluindo a participação no Con-gresso Mundial de Soja, que acontece em Durban, na África do Sul. A viagem está prevista para acontecer de 09 a 22 de fe-vereiro de 2013.

Outras informações pelos telefones (42) 3623-1115 ou (43) 3323-8745.

Paulo Rage, diretor da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

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[Adubação foliar]

Introdução

No Brasil, na safra 2010/11 o cultivo de soja ocupou uma área estimada em 24,2 milhões de hectares, com produti-vidade média de 3115 kg ha-1 (CONAB, 2012), fazendo que o país seja um dos maiores produtores mundiais.

No desenvolvimento da cultura, um importante nutriente é o nitrogênio (N), que pode ser obtido do solo, a partir da decomposição da matéria orgânica, de fertilizantes nitrogenados e da associa-ção simbiótica com bactérias do gênero Bradyrhizobium através da fixação do ni-trogênio atmosférico (CAMPOS, 1999).

O fato de o Brasil ser um dos principais produtores de soja é em função do supri-mento das necessidades da cultura pelo N através da fixação simbiótica por bactérias.

De acordo com Ritchie et al. (1997) a bactéria infecta as raízes da planta ocasionando a produção de nódulos logo no estádio V1. Ao longo dos está-dios vegetativos de desenvolvimento, o número de nódulos aumenta juntamen-te com a taxa de fixação do N2. Por volta do estádio de florescimento (R2) a taxa de fixação do N2 aumenta significativa-mente, atingindo o seu pico no estádio de enchimento de grãos (R5), e decresce rapidamente a seguir.

Entretanto, fatores como o avanço da semeadura direta na Região do Cerrado, o lançamento de cultivares com teto elevado de produtividade e resultados de pesqui-sa, obtidos nos Estados Unidos (WESLEY et al., 1998; LAMOND e WESLEY, 2001), com resposta da soja à aplicação tardia de N, no pré-florescimento e no início do enchi-mento de grãos, voltaram a gerar dúvidas sobre a necessidade de se adubar a soja brasileira com fertilizantes nitrogenados.

Efeito da aplicação de doses de nitrogênio complementar em dois estádios fenológicos da cultura da soja

Jackson Huzar Novakowiski, Jaqueline Huzar Novakowiski, Alex Natã Bazzanezi, Valmiler Vidal, Fabiano Pacentchuk, Acadêmicos de Agronomia da UNICENTRO, Itacir Eloi Sandini, Prof. UNICENTRO.

Cabe considerar que quando se utili-za a ureia, podem ocorrer perdas elevadas de N por volatilização (BARBOSA FILHO e SILVA, 2001), especialmente quando a aplicação é feita sobre a palhada, como ocorre no sistema de semeadura direta, o que reduz a eficiência da adubação nitrogenada sobre a cultura. Contudo, atualmente existem no mercado fertili-zantes de liberação lenta e controlada que atrasam a disponibilidade inicial dos elementos nutrientes ou incrementam a sua disponibilidade no tempo através de diferentes mecanismos.

Boaretto e Rosolem (1987) preco-nizaram a adubação foliar na cultura do feijoeiro como complemento à adubação tradicional, principalmente de nitrogê-nio, com o objetivo de reduzir o efeito das perdas do nutriente no solo.

Desta forma o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de doses de nitrogênio em complementação via foliar na cultura da soja.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na fa-zenda Galo Vermelho durante a safra agrí-cola 2011/2012 no município de Guara-puava (PR). A área experimental apresenta altitude aproximada de 1100 m e o seu solo é do tipo Latossolo Brno Distroférrico típico. O clima da região, segundo a classi-ficação de Köppen, é do tipo Cfb.

O experimento foi implantado em blocos ao acaso com parcelas subdivi-didas. Na parcela principal dois diferen-tes estádios de aplicação R1 e R5, nas subparcelas, 5 doses do produto Nita-min® (0, 5, 10, 15 e 20 L ha-1). O Nitamin® é um produto comercializado na forma liquida, apresentando concentração de

33% de nitrogênio (p/v), e comercializa-do pela empresa Agrichem.

Cada unidade experimental foi cons-tituída de quatro linhas com espaçamen-to entre linhas de 0,40 metros e compri-mento de 4,5 metros, sendo avaliadas as duas linhas centrais.

O experimento foi implantado em sistema de plantio direto onde a área no período de inverno foi utilizada por pas-tagem de aveia + azevém e pastoreada por bovinos de corte. A cultivar foi utili-zada foi AFS 110 RR com semeadura efe-tuada no dia 10/12/2012. No momento da semeadura foi realizada a inoculação das sementes com a bactéria Bradyrhizo-bium japonicum. A adubação de base foi realizada com 60 e 40 kg ha-1 de P2O5 e K2O, respectivamente.

As variáveis avaliadas foram produ-tividade e massa de mil grãos. A produ-tividade foi obtida a partir da colheita das duas linhas centrais de cada parcela, posteriormente foi realizada a pesagem e determinação do teor de umidade, sen-do assim corrigido a 13% e estimada a produtividade em kg ha-1. A massa de mil grãos foi realizada pela contagem e pe-sagem de 300 sementes, expressando-se os valores em gramas.

Os dados obtidos foram submeti-dos à análise de variância por meio do programa estatístico Sisvar e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade para o fator qualitati-vo (estádio de aplicação) e por regressão polinomial para o fator quantitativo (do-ses de Nitamin®), buscando-se o modelo que melhor expressasse a relação entre a variável independente (doses de Nita-min®). Foram testados modelos lineares e quadráticos e a escolha foi baseada na significância (menor que 5%).

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Resultados e Discussões

Na Tabela 1 estão apresentados os dados comparando os dois diferentes estádios para produtividade e massa de mil grãos.

Não houve diferença significativa para produtividade, no entanto para mas-sa de mil grãos houve diferença signifi-cativa, onde a aplicação do Nitamin® em R1 apresentou ganho na massa de grãos de 1,67% (2,51 g) em relação a aplicação em estádio R5.

Tabela 1: Produtividade e massa de mil grãos de soja com aplicação de Nitamin® no estádio fenológico R1 e R5. Guarapuava, PR, 2012.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Figura 1. Produtividade de grãos de soja com a aplicação de doses crescentes de Nitamin® aplicado em diferentes estádios de desenvolvimento da cultura da soja. Guarapuava, PR, 2012.

Figura 2. Massa de grãos com a aplicação de doses crescentes de Nitamin® aplicado em diferentes estádios de desenvolvimento da cultura da soja. Guarapuava, PR, 2012.

Estádio Produtividade (kg ha-1) Massa de mil grãos (g)

R1 3842 a 152,58 a

R5 3807 a 150,07 b

Média 3825 151,33

Com base na Figura 1, foi verificado resposta quadrática a 1% de probabili-dade. A aplicação realizada em R1 para produtividade teve a máxima eficiên-cia técnica de 3944 kg ha-1 obtida com a utilização de 11,7 L ha-1 do Nitamin® tendo-se um incremento na produtivi-dade de 265 kg ha-1. Enquanto que, no estádio R5 a máxima eficiência técnica de 3893 kg ha-1 seria obtida com a apli-cação de 13,0 L ha-1 do Nitamin® propor-cionando incremento na produtividade de 249 kg ha-1.

Com relação à massa de mil grãos (Figura 2), foi verificado resposta quadrá-tica a 1%. Os maiores ganhos em incre-mento da massa de grãos foi obtido com aplicação do Nitamin® em R1, e o estádio de R5 seguiu a mesma tendência mas com menor expressividade. Assim, veri-ficou-se que a aplicação do fertilizante Nitamin® complementar em R1, propor-cionou as maiores alterações na massa de grãos e como conseqüência provável na produtividade.

Conclusões

A adubação complementar de nitro-gênio mostra-se como uma alternativa viável para incrementar a produtividade da cultura da soja, buscando explorar o potencial produtivo da cultura.

A aplicação complementar de nitro-gênio apresenta resposta mais efetiva quando aplicado no estádio de R1 na dose de 11,7 L ha-1 do Nitamin®.

Agradecimentos

Agradecemos ao produtor rural Sr. Cláudio Marques de Azevedo pelo apoio logístico, a empresa Agrichem pelo for-necimento dos produtos, a UNICENTRO pela carga horária destinada a pesquisa, a toda equipe envolvida pelo compro-metimento na execução do trabalho e ao Sindicato Rural de Guarapuava pela veiculação dos resultados através da Re-vista do Produtor Rural. Muito obrigado a todos.

ReferênciasBARBOSA FILHO, M. P.; SILVA, O. F. Adubação de

cobertura do feijoeiro irrigado com uréia fer-tilizante em plantio direto: um ótimo negócio, Informativo Agronômico, v. 93, 2001. p.1-5.

BOARETTO, A. E.; ROSOLEM, C. A. Adubação foliar: conceituação prática. In: II Simpósio Brasileiro de Adubação Foliar, Anais, Botucatu: Fundação de Estudos Agrícolas Florestais, 1987.

CAMPOS, B. C. Dose de inoculante turfoso para soja em plantio direto. Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, n. 3, p. 423-426, 1999.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em <http://www.conab.gov.br/co-nabweb/index.php?PAG=1312010> acesso em 21 de agosto de 2012.

LAMOND, R.E.; WESLEY, T.L. Adubação nitrogenada no momento certo para soja de alta produtivida-de. Informações Agronômicas, v.95, p.6-7, 2001.

RITCHIE, S.W.; HANWAY, J.J.; THOMPSON, H.E. & BENSON, G.O. Como a planta de soja se desen-volve. Traduzido do original: Hoe a soybean plant develops. Special Report n.53 (Reprin-ted June, 1997). Ames,Iowa State University of Science and Technology Cooperative Ex-tension Service, 1997.(POTAFOS. Arquivo do Agronômico, 11).

WESLEY, T.L.; LAMOND, R.E.; MARTIN, V.L.; DUNCAN, S.R. Effects of late-season nitrogen fertilizer on irrigated soybean yield and composition. Journal of Production Agriculture, v.11, p.331-336, 1998.

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[Soja]

Foi realizada no dia 31 de agosto uma palestra sobre “Manejo de lavouras de altas produtividades”, proferida pelo Ivo Frare, diretor técnico da Fa-zenda Mutuca, localizada em Arapoti – PR. O evento foi uma iniciativa da

empresa Agrichem S/A em parceria com a Agropantanal, canal de distribuição da Agrichem em Guarapuava.

Durante duas horas e meia, foi discutido o manejo realizado na Fazenda Mu-tuca, que na safra passada atingiu a produtividade de 103 scs/ha em um talhão inscrito no concurso de produtividade da CESB, Comitê Estratégico Soja Brasil, que visa difundir as boas práticas agrícolas adotadas nas lavouras que atingem alta produtividade. Com essa marca, a Fazenda Mutuca ficou em segundo lugar no ranking da CESB a nível nacional e em primeiro na região Sul do país.

Os pontos ressaltados na palestra foram o manejo adequado das varie-dades atuais de soja, fertilidade do solo em profundidade e nutrição ade-quada das plantas.

Vale a pena lembrar que a Fazenda Mutuca adota o uso do PAM Nutri (Progra-ma Agronômico de Monitoramento Nutricional), ferramenta disponibilizada pela Agrichem para cálculo de adubação equilibrada, além de realizar todo o tratamen-to de sementes e aplicações foliares com os produtos do portfólio da empresa.

Recordista de produtividade da CESB realiza palestra em Guarapuava

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[Meio ambiente e produção agrícola]

A FAEP e os desafios do Código Florestal

Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP

Nos últimos anos, nossa Federação se mobilizou na defesa dos pro-dutores em busca de um Código

Florestal justo e racional. Foram sucessi-vos desafios e batalhas acentuados com um decreto presidencial, em 2008, que regulamentava crimes ambientais e colo-cava na ilegalidade 90% dos produtores rurais do país. Prevíamos que seriam en-frentados no horizonte sucessivos emba-tes, na medida que o comportamento de ambientalistas radicais se acirrassem.

A FAEP, em 2009, organizou em oito cidades do interior do Estado reuniões com cerca de 25 mil produtores no pri-meiro grande alerta sobre as mudanças que iriam ocorrer no novo Código Flores-tal. Desses encontros surgiram propostas encaminhadas ao Congresso Nacional. Era, porém, apenas o início da caminhada.

Depois de acompanhar com nossos técnicos, lideranças e parlamentares a Comissão Especial do Código Florestal presidida pelo deputado Moacir Miche-letto e que tinha como relator o deputa-do Aldo Rabelo, tivemos o grande evento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A FAEP e os Sindicatos organizaram e le-varam à capital federal 4.500 produtores que, juntos a outros milhares de todos o país, deram um recado à Nação sobre a importância da agropecuária na econo-mia brasileira e a necessidade de existir, sim, uma nova legislação ambiental, mas adequada e responsável.

No ano passado e neste 2012 cen-tramos nossas atividades junto à Câma-ra e ao Senado Federal acompanhando a tramitação legislativa do novo Código. Queremos agradecer a mobilização in-cansável dos nossos Sindicatos e dos produtores rurais, e a compreensão e a consciência da maioria das nossas repre-sentações naquelas Casas ao votarem

em favor dos interesses do produtor e do nosso Estado.

Paralelamente a essas atividades, fizemos uma série de publicações e documentos emitidos nesse período. E agora a FAEP distribuirá - via Sindicatos Rurais - uma cartilha com os principais artigos do novo Código aos produtores paranaenses.

No dia 18 de outubro, a presidente Dilma Roussef mediante decreto presi-dencial alterou a medida provisória apro-vada pelo Congresso Nacional, com nove vetos. O texto aprovado, julgamos, não atende totalmente os interesses da pro-dução, mas no caso específico do Paraná, onde 92% das propriedades rurais tem até 4 módulos fiscais (72 hectares), os vetos praticamente não as atingem.

O comportamento da presidente ao impor os vetos, porém, feriu pela segun-da vez decisões soberanas do Congresso, sem que os dispositivos afetados agre-dissem a Constituição Federal. Tanto o Senado que representa a vontade dos es-tados da Federação como a Câmara que interpreta as aspirações do povo, tiveram seus papéis substituídos por meio de de-creto, numa decisão pouco democrática.

De qualquer forma, A FAEP orgulha--se de ter participado desse importante momento histórico, representando, o produtor paranaense em todo o lon-go e difícil processo de negociação no Congresso Nacional, além de ter se em-penhado no esclarecimento dos parla-mentares, dos formadores de opinião e também da comunidade sobre as im-plicações econômicas e ambientais do Novo Código. E continuará atenta, com aos desdobramentos e impactos que po-derão ocorrer com a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Pro-grama de Recuperação Ambiental (PRA).

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Presidente da CNA destaca avanços do novo Código Florestal, mas defende que Congresso Nacional analise vetos do Executivo

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, disse que, apesar dos vetos da presidente Dilma Rousseff a alguns itens da Medida Provisória (MP) que complementa o novo Código Flo-restal, houve vários avanços na legis-lação ambiental durante as discussões no Congresso Nacional. Um dos pontos positivos destacados por ela foi a segu-rança jurídica que os produtores rurais terão a partir de agora.

“O pior dos mundos é você não sa-ber onde está e como está sua situação. Agora os produtores rurais saberão seus direitos e suas obrigações em relação à questão ambiental”, justificou a senado-ra. Outro fator importante, na sua avalia-ção, é que a nova lei pôs fim à hegemonia das ONGs (Organizações Não-Governa-mentais) sobre o Ministério do Meio Am-biente e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis). “Isso chegou ao fim e esses

órgãos tornam-se republicanos nova-mente”, enfatizou.

Ao avaliar os vetos da presidente a alguns pontos da MP, publicados no dia 18 de outubro no Diário Oficial da União, ela afirmou que não discorda de todos. Um dos vetos defendidos por ela diz res-peito ao plantio de árvores frutíferas na beira dos rios para a recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs). “Pode trazer riscos para a água, porque sem a aplicação de defensivos na fruti-cultura, não há produtividade e competi-tividade”, explicou. Defendeu, no entan-to, a reavaliação de outros itens barrados pela presidente. “A discussão ainda não acabou. Temos a possibilidade constitu-cional de avaliar esses vetos”, completou a senadora.

Disse que, democraticamente, os ve-tos são “uma prerrogativa da Presidência da República, mas esperamos que o Con-gresso Nacional também exerça sua obri-gação de colocar os vetos à prova. Tenho

certeza que o Congresso votará, de forma unânime, como votou nas outras oportu-nidades”, disse a presidente da CNA, ne-gando que a decisão da presidente Dilma represente uma derrota aos parlamenta-res ligados ao setor agropecuário. “Se existe uma derrota, só se for derrota de Pirro, porque tivemos muitas conquistas ao longo deste processo. Se como produ-tora rural eu não estou 100% satisfeita, me considero 100% contemplada como cidadã”, enfatizou.

Segundo a senadora, um dos vetos que devem ser analisados pelo Legislati-vo é o que trata do fim da obrigatoriedade de averbação das áreas de reserva legal em cartório. Com esta decisão do Exe-cutivo, o registro da área averbada volta a ser condicionante para que o produtor obtenha financiamento junto aos bancos oficiais. “Temos todos os mecanismos tec-nológicos para identificar onde há reserva legal, e a averbação trará uma enorme bu-rocracia neste processo”, completou.

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[Cultura]

Músicaerudita e popularno Sindicato Rural

O Sindicato Rural de Guarapuava se-diou, no dia 25 de outubro, a apresen-tação do Quarteto de Cordas Iguaçu.

A apresentação faz parte do Circuito Cul-tural - Música - do SESI. Conhecido pela apro-ximação com o público durante suas apresen-tações, o grupo tocou um repertório que uniu música erudita e popular de uma forma didá-tica para a plateia. O repertório incluiu vários estilos musicais, com clássicos internacionais e brasileiros.

Em 28 anos de atividades, o grupo já executou cerca de 800 concertos e possui cinco discos. O Quarteto Iguaçu é formado pelos músicos Faisal Hussein (violoncelo), José Maria Magalhães Silva (viola), Rafael Stefanichen Ferronato (violino) e Waleska Sieczwoska (violino).

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Maria N. Camacho, Tede W. G. Camacho (Gerente do Sesi), Faisau Hussein, Waleska Sieczwoska, Rafael Stefanichen e José Maria M. Silva (Quarteto de cordas), Adriane e Cláudio Azevedo, Neuza e Anton Gora, Luciana Q. Bren (Sindicato Rural)

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Revista do Produtor Rural 25

[Direito]

Funrural: Último round

Os amigos produtores rurais, por in-termédio deste conceituado perió-dico puderam acompanhar alguns

artigos de nossa autoria, pertinentes à discussão jurídica pela exoneração do pa-gamento do Funrural pelos empregadores rurais pessoas físicas.

Apenas para relembrar, o ápice da controvérsia ocorreu no dia 03/02/2010, quando a Suprema Corte brasileira pro-feriu a decisão unânime, nos autos do Recurso Extraordinário nº 363.852/MG (conhecido como “processo do Frigorífi-co Mataboi”).

Após a publicação dessa decisão paradigma que, em síntese, desobrigou os empregadores rurais pessoas físicas do pagamento do Funrural, milhares de ações foram protocoladas no Judiciário Federal brasileiro, buscando a mesma solução jurídica. Dentre algumas dúvidas que permeavam os atuantes nesses pro-cessos judiciais, duas ganharam relevo e passaram por longos debates jurídicos.

O primeiro deles foi quanto a possi-bilidade de requerer a restituição do Fun-rural dos últimos 10 ou 5 anos, contados do ajuizamento da ação. Havia um enten-dimento de que as ações ajuizadas até o dia 8 de junho de 2010, possibilitariam ao produtor rural requerer a restituição dos valores pagos a título de Funrural, referente aos últimos 10 anos. Tal en-tendimento era em decorrência de juris-prudência firme do Superior Tribunal de Justiça, que fez sua interpretação sobre a Lei Complementar Federal nº 118/2005. Contudo, no dia 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal proferiu decisão sobre o mesmo assunto, e alterou o entendimen-

SANDEr & ruSCHEL SANDEr ADvOGADOS ASSOCIADOS, OAB/Pr 3.255CID MARCELO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.010FERNANDA RUSCHEL SANDER, Advogada, OAB/PR 50.991TED MARCO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.106

to que antes prevalecia. Assim, restou por este Tribunal Superior pacificado que somente as ações ajuizadas até 120 dias após a publicação da Lei Complementar nº 118/2005, ou seja, precisamente até o dia 09/06/2005, é que possibilita-riam requerer a restituição dos valores pagos nos últimos 10 anos. Assim, em resumo, todas as ações que foram ajui-zadas após o dia 09/06/2005 só po-dem requerer a restituição do Funrural pago nos últimos 5 anos.

O segundo assunto que nos referi-mos ter ganhado destaque nas discus-sões jurídicas nos autos de restituição do Funrural e ainda não definitivamente resolvido, é com relação ao retorno ime-diato e retroativo da tributação de 20% + SAT (que varia de 1% a 3%) sobre o total da remuneração paga aos empregados ru-rais, bem como a apuração desse valor e sua compensação com o valor a restituir ao produtor rural que judicialmente está buscando a devolução do Funrural. Essa tese, favorável aos cofres do Governo Federal, passou a ser repetida em todas as defesas processuais oferecidas pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nos processos ajuizados pelos produtores rurais requerendo a restituição do Funru-ral e, em parcela considerável, foi acolhida pelos Juízes e Desembargadores Federais, especialmente do nosso Tribunal Regional Federal da 4ª Região (2ª instância da Jus-tiça Federal para os estados do PR, SC e RS). Ocorre que, como haviam centenas de processos tratando do mesmo assunto, o Tribunal local selecionou alguns proces-sos sobre o tema discutido, alçando-os como representativos da controvérsia, e

remeteu-os aos Tribunais Superiores em Brasília para que estas Cortes manifestas-sem o seu entendimento sobre o assunto.

Pois bem, estamos acompanhando o deslinde da discussão e, nestes últi-mos dois meses (setembro e outubro de 2012) o Superior Tribunal de Justiça vem decidindo sobre o assunto a que nos re-ferimos e, infelizmente, ao que tudo in-dica, está confirmando a tese do retorno imediato e retroativo da tributação de 20% + SAT sobre o total da remuneração paga aos empregados rurais, bem como a compensação desse valor com o mon-tante a restituir ao produtor rural que ju-dicialmente está buscando a devolução do Funrural. Para os menos afeitos com a linguagem jurídica, fica simples de enten-der: se um produtor rural que ajuizou ação de restituição do Funrural, e apurou que o valor seria de R$ 100.000,00 pago nos úl-timos 5 anos, caso a tese defendida pelo Governo Federal obtenha êxito, não mais receberá esse montante integral, mas tão somente, esse valor descontado do valor apurado pela aplicação da alíquota de 20% + SAT sobre o total da remuneração paga aos seus empregados rurais nos últi-mos 5 anos.

Possivelmente este assunto seja o úl-timo embate jurídico com relação ao Fun-rural, salvo uma reviravolta inesperada do Supremo Tribunal Federal com relação a constitucionalidade do Funrural por meio da Lei nº 10.256/2001, objeto de análise no Recurso Extraordinário nº 596.177/RS ainda não transitado em julgado. No mais, os trâmites processuais serão para liqui-dação de valores e demais procedimentos para recebimento dos mesmos.

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[Câncer de mama]

Outubro Rosaconscientiza sobre a prevenção de câncer do colo de útero e de mama

Como surgiu o Outubro Rosa?

O movimento começou nos Estados Unidos, na década de 90, onde vários Es-tados tinham ações próprias ligadas ao câncer de mama e a mamografia no mês de outubro. A seguir, o Congresso Ame-ricano aprovou o mês de outubro como mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. Posteriormente em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram a comemorar e promover ações voltadas à prevenção do câncer de mama, chamado Outubro Rosa.

Você sabe o que é o Outubro Rosa e qual seu objetivo?

É um movimento popular muito co-nhecido e comemorado em todo o mun-do. O nome remete à cor do laço rosa, símbolo mundial da luta contra o câncer de mama.

O objetivo desse movimento mun-dial é aumentar a cada ano a união das pessoas pelo Outubro Rosa, chamando atenção do público para a realidade atu-al do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.

Por ser um grande movimento, esti-mula a participação da população, em-presas e entidades. Por isso, é essencial conscientizar todas as mulheres, a par-tir dos 40 anos, da necessidade de re-servar um dia por ano para o exame de mamografia.

Curiosidade Outubro Rosa: Monu-mentos iluminados de rosa?

Iluminar monumentos de rosa é uma das grandes ações desse movimento. São iluminados prédios públicos, pontes, tea-tros, e famosos monumentos como a Tor-

re de Pisa na Itália e o Arco do Triunfo na França. É uma forma prática de expandir e divulgar o Outubro Rosa para a popula-ção, e pode ser feita em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente. A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita e feminina, motivando todos em torno de uma boa causa. Por isso, a iluminação em rosa é importante, pois se tornou uma leitura visual, compreendida em qual-quer lugar do mundo.

Dúvidas sobre os exames clínicos das mamas? Veja aqui:

As mulheres, a partir dos 40 anos, de-vem realizar o exame clínico das mamas anualmente. Além disso, toda mulher, en-tre 50 e 69 anos, deve fazer uma mamo-grafia a cada dois anos. As mulheres com caso de câncer de mama na família (mãe, irmã, filha diagnosticadas antes dos 50 anos) ou aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em

Durante todo o mês de outubro em Guarapuava, empresas e enti-dades realizaram ações de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de mama e do colo de útero. A Secretaria de Saúde de Guarapuava em conjunto com as Farmácias Trajano, Clu-be Soroptimistas de Guarapuava e Conselho da Mulher Executiva da ACIG (Ceme) realizaram uma caminhada no Centro da cidade no dia 20 de outubro para mobilizar a população pela causa.

Outras instituições como a Associação do Centro-Oeste do Paraná de Estudos e Combate ao Câncer (Acopecc), Unimed, Gru-po Diário e Faculdade Campo Real colaboraram na divulgação da campanha Outubro Rosa.

O diagnóstico precoce, se identificado no

início,possibilita a cura em até 90 % dos casos.

Portanto não deixe pra depois, escolha agora o

seu DIA ROSA.

Campanha em prol do Câncer de Mama mobiliza entidades e empresas em Guarapuava

qualquer idade, devem realizar o exa-me clínico e mamografia, a partir dos 35 anos de idade, diariamente.

Conheça os principais sintomas do câncer de mama

Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que re-cobre a mama, como contrações ou um aspecto semelhante à casca de uma la-ranja. Podem também surgir nódulos pal-páveis na axila.

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[Fitossanidade]

A importância da Tecnologia de Aplicação para o Trato Cultural

Jeferson Luís Rezende

É RTV da INQUIMA. Membro voluntário de pesquisas do NATA/PR-UNICENTRO. Foi piloto agrícola.

O correto manejo das lavouras vem se mostrando como um dos “gar-galos” operacionais mais impor-

tantes da atividade agropecuária.Muito tem se falado de tecnologia

de aplicação fitossanitária e, das diver-sas opções de tratamentos existentes: Pontas – Volumes de Vazões – etc. Po-rém, passa safra, entra safra e, as dúvi-das continuam.

O pesquisador da UNESP/Botucatu, Dr. Ulisses Antuniassi, disse durante um treinamento promovido para técnicos e produtores, de uma Cooperativa da região de Guarapuava, que fica aflito quando um produtor pergunta para ele: “qual o bico melhor para realizar as suas aplicações?”

Como ele disse: não é qual o bico, mas, quais “os” bicos (pontas) devem existir disponíveis na barra de pulveriza-ção da máquina. Isso porque, não existe uma ponta perfeita que contemple todas as necessidades operacionais e todas as condições ambientais.

Dito isso, gostaríamos de ressaltar al-guns pontos a respeito da tecnologia de aplicação e das possibilidades de recur-sos disponíveis.

1º ) Os pulverizadores devem ser revisados regularmente. Precisam conter manômetro funcionando e, todas as pon-tas devem estar em bom estado;

2º ) Preferencialmente, deve-se pos-suir pelo menos dois jogos de pontas na

barra (no mínimo!): sendo um para gerar gotas médias/finas e o outro para gotas médias/grossas. Desta forma, o operador terá condição de trabalhar ao longo do dia, com qualidade – eficácia e, seguran-ça ambiental;

3º ) Existem no Brasil ADJUVANTES que colaboram com o aumento da depo-sição no dossel foliar, eliminam espumas e borras, reduzem perdas por evapora-ção/fotodecomposição e deriva, mini-mizam e até erradicam a presença de fitotoxidade. Bem posicionados, são fer-ramentas de apoio estratégicas para uma aplicação fitossanitária sem problemas;

4º ) Horário de aplicação é algo que precisa ser respeitado. As aplicações rea-lizadas no período da manhã, até as 11h, conseguem obter um ótimo desempenho, principalmente porque a planta possui uma capacidade de absorção melhor, quando comparada com as aplicações entre as 12h até as 15h. Estas, pelo es-tresse causado pela alta temperatura e baixa umidade, são afetadas pela baixa ou muito pouca capacidade de absorção. Com isso, parte do ativo depositado acaba se deteriorando pela ação da luz do sol e da temperatura. Aplicações noturnas são muito interessantes para alguns produ-tos/ativos, como os fungicidas.

5º ) Pontas: tipo Leque Simples – sem indução de ar ou, Duplo Leque – sem in-dução de ar, são as que conseguem alcan-çar o melhor espectro de gotas. No nosso entendimento, pontas com Indução de Ar

são muito específicas: para uso em des-secações, por exemplo. Não geram gotas de boa qualidade e possuem grande difi-culdade para realizar uma boa deposição no baixeiro. Isso, mesmo em regiões com presença de ventos mais intensos.

Observa-se que o trato cultural em si, não é tão complexo ou difícil. Exige sim, respeito a questões técnicas e as condições ambientais. Mas tudo isso é plenamente factível. É uma questão de normatização e padronização dos servi-ços na propriedade.

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[Campanha Imposto Beneficente]

Socorro aos idososSueli Karling

Engenheira agrônoma, Mestre em Economia, Doutora em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná

O dia começa às sete horas com um banho bem quentinho, seguido do café da manhã, que é a primeira das seis refeições do dia.

Refeições estas que são intercaladas por ativida-des concernentes à idade e que visam a manuten-ção das capacidades físicas e mentais das pessoas ali recebidas.

Estamos falando dos idosos atendidos pelo Serviço de Obras Sociais “Airton Haenisch”, S.O.S. Guarapuava. Esta tradicional instituição, reco-nhecidamente eficiente atende idosos desam-parados há 46 anos. Por idosos desamparados entende-se aqueles que tenham idade superior a 60 anos, que não apresentam qualquer tipo de doença mental e que realmente não tenham ne-nhum responsável.

As atividades desenvolvidas com os idosos abrangem as necessidades básicas, os cuidados com a saúde, as questões psicossociais, religiosas e ainda todos os cuidados para um final de vida digno de todo ser humano.

Os vovozinhos contam com enfermeiras, fisio-terapeutas, cabeleireiro, barbeiro e manicure, se socializam em festas, bailes e passeios. Tudo pro-movido com muito carinho pela equipe envolvida. A capacidade de atendimento é de 60 idosos.

O eficiente funcionamento desta casa conta com a ajuda de 11 funcionários, 3 irmãs de ca-ridade da Congregação Sagrada Família e ainda inúmeros voluntários. Voluntários que ao longo do ano participam do dia-a-dia do asilo e tam-bém nas diversas promoções para captação de recursos.

Recurso, este e o nosso foco. Segundo o co-ordenador da instituição Leônidas Marcondes Ri-bas, o S.O.S. é mantido basicamente por doações, promoções e uma pequena parcela pelo gover-no municipal (aproximadamente 7% dos custos mensais e os honorários de uma fisioterapeuta). As doações são das mais diversas formas: roupas usadas que geram um bazar, esporádicas cestas básicas, doações de produtos de pequenos agri-

cultores através do Programa Mesa Brasil, do SESC e também de doações em dinheiro. Esta última conta com a facilidade da equipe do S.O.S. buscar em domicílio, mediante apresentação de identifi-cação e de recibo da instituição. Doadores nesta modalidade são tidos como associados.

Como vimos em edições anteriores, a Lei 12.213/2010 permitiu que se destine parte (6% pessoa física, 1% pessoa jurídica) do imposto de renda também para o Fundo para o Idoso. Uma vez arrecadado, este montante é repassado às institui-ções que atendem aos idosos, desde que estejam devidamente cadastrados no Conselho Municipal do Idoso, mediante projeto comprovando o uso deste recurso e sempre fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União.

Em Guarapuava existem muitas entidades que atendem aos interesses dos idosos que pode-rão receber estes recursos assim que providencia-rem os devidos cadastramentos, o que deve ocor-rer num futuro bem próximo. Atualmente somente o S.O.S. Guarapuava está cadastrado no Conselho Municipal do Idoso.

Lembrando ainda que a Lei 8.069/1990 so-freu alterações através da Lei Ordinária 12.594. Mudou o prazo para a destinação, ou seja, pode coincidir com o pagamento do imposto de renda, porém, somente 3% do total a ser pago, e ainda caso a soma com os demais valores destinados ao longo do ano anterior não ultrapasse os 6% de dedução. Assim os 3% restantes devem ser pago até o último dia útil do ano anterior.

Portanto, além de todas as entidades assis-tenciais voltadas ao bem estar da criança e do adolescente foi aberta mais um possibilidade de fazer o bem a quem realmente necessita.

Então, caro leitor, se você já é um contribuinte que destina parte do seu imposto de renda a es-tas entidades comprovadamente carentes, ótimo e por favor divulgue com afinco esta atitude. Se não, junte-se a nós na busca de melhoria da vida destas pessoas tão desprovidas de recursos.

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25/11/2012Domingo - 15h

Leilão deGado Geral

Pitanga

02/12/2012Domingo - 15h

Leilão deGado Geral

Turvo

08/12/2012Sábado - 20h

Leilão Fim de AnoGado Geral

Guarapuava

Agenda de leilões:

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[Serviços]

Terminou no dia 28 de setembro, o prazo para os pro-prietários rurais apresentarem a declaração do Im-posto Territorial Rural (ITR).

O Sindicato Rural preencheu e entregou 830 declara-ções do imposto em Guarapuava e nas Extensões de Base Candói/Foz do Jordão e Cantagalo.

Neste ano, os produtores rurais tiveram 29 dias úteis para emitir o documento, mas quem perdeu o prazo, ain-da pode declarar. No entanto, terá que pagar multa, além de juros e correção monetária.

Enquanto não colocar o imposto em dia, o proprietá-rio fica impedido de obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) da Secretaria da Receita Federal (SRF), indispensá-vel nas transações imobiliárias. O atraso na entrega do ITR também impede o proprietário de obter financiamentos ou crédito junto a instituições financeiras oficiais.

O associado Jaciel do Valle conta que sempre recorre ao Sindicato para fazer a declaração por confiar no serviço prestado. “Faço aqui há uns 15 anos porque é mais práti-co e tenho confiança no pessoal. Já é de praxe, todo ano estamos aqui para fazer o ITR”. Ele também comenta que a entidade avisa o associado para que não deixe de decla-rar. “Recebo tanto no e-mail quanto no celular os avisos. Assim, não tem como esquecer”.

Sindicato Rural emite 830 declarações de ITR

Guarapuava

Candói

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[Tratamento de semente]

CERTEZA da IHARA, é uma importante ferramenta no bloqueio ao Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum).

Não é de hoje que o tratamento de sementes de soja e feijão é indis-pensável para o manejo e esta-

belecimento inicial das culturas, prin-cipalmente por garantir “stand”, vigor germinativo, controle de doenças sendo fundamental para não disseminação de mofo branco.

“A doença é um dos principais pro-blemas enfrentados pelos produtores de soja e feijão no mundo, pois o fungo se prolifera de forma fácil e rápida nos cam-pos resultando em difícil controle. Muitos produtores brasileiros já foram atingidos pelo mofo branco e registraram prejuízos na produção em decorrência da doença”, afirma o Engº Agrônomo da IHARA, Leen-dert C. de Geus Neto.

Já foi comprovado que a principal forma de disseminação da doença é via semente, não pelo escleródio (facilmente

Por Engº Agr. Fábio Gomes NascimentoEngº Agr. Leendert C. de Geus Neto

Único fungicida registrado para controle de mofo branco na semente de soja e feijão

eliminado pelo beneficiamento), mas sim pelo micélio do fungo dormente dentro da semente, o qual não é eliminado atra-vés do beneficiamento. A taxa de disse-minação é variável conforme a opinião dos fitopatologistas, variando entre 9, 1 e 0,1%. Se considerarmos 0,1%, teremos 300 novos focos por hectare para uma po-pulação de 300 mil plantas/ha.

Em aproximadamente um ano, a área afetada pela doença cresceu de 2,5 mi-lhões de hectares em 2011 para 3,9 mi-lhões em 2012, com estimativas de 6 mi-lhões de hectares para os próximos anos, conforme foi abordado por pesquisadores no Encontro Internacional de Mofo Bran-co, realizado em Ponta Grossa – PR, no mês julho deste ano.

Além do mofo branco, outras doen-ças também podem ser transmitidas via semente, como Fusarium, Phomopsis,

Cercospora, Colletotrichum, Rizoctonia, as quais também são controladas pelo CER-TEZA. Vários órgãos de pesquisas, como FAPA e Fundação ABC, já submeteram o produto a testes e sempre obtiveram re-sultados positivos.

Além desses resultados, pode-se ob-servar outras características, como boa aderência na semente; velocidade de germinação; sanidade de cotilédones e desenvolvimento radicular.

CERTEZA é um fungicida com dois ingredientes ativos que juntos possuem três mecanismos de ação.

O produto é hoje o mais completo no mercado para tratamento de semen-tes, propiciando melhor estabelecimento para a soja e feijão. O CERTEZA é fruto dos investimentos da IHARA na busca por me-lhores condições para o desenvolvimento da agricultura brasileira.

Adesividade Fundamental para proteção da semente.

*Sementes infectadas e tratadas *Sementes infectadas e tratadas, germinando em caixa de areia.

*Desenvolvimento inicial de sementes tratadas.

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[Pecuária de corte]

O aspecto sanitário dentro da pro-priedade agropecuária vem pas-sando por uma constante evo-

lução. São três as palavras de ordem: prevenção, controle e manejo. Estes as-pectos atuam de forma conjunta e pro-piciam amplo desenvolvimento da ati-vidade pecuária, buscando sua máxima eficiência.

O manejo estratégico contempla o gerenciamento da fazenda, dos funcio-nários, e dos animais, através da planifi-cação de ações preventivas e corretivas para manter a sanidade do rebanho.

Para podermos implantar medidas preventivas e de controle, devemos pri-meiramente conhecer as doenças que os animais estão suscetíveis, como as doenças reprodutivas, presentes em maior parte do rebanho brasileiro, mui-tas vezes de forma assintomática, mas que servem como fonte de infecção para outros animais.

As principais doenças reprodutivas infecciosas implicam em prejuízos eco-nômicos devido aos problemas que acar-retam. A principal ocorrência é o aborto e junto com ele ocorrem retenções de placenta que desencadeiam diversos fa-tores, por exemplo, as endometrites, res-ponsáveis por causar menores taxas de concepção, menos bezerros; repetição de cio, maior custo com inseminação arti-ficial (IA) ou touros; e aumento na taxa de descarte, bem como maior necessidade de reposição. Sendo assim, com aborto, retenção de placenta e endometrites te-mos como consequência a infertilidade, temporária ou definitiva.

A infertilidade se caracteriza por aumento dos dias vazios da vacada, do intervalo entre partos (IEP),da taxa de serviço e da relação serviços/prenhes; também ocorre a diminuição da taxa de concepção e consequente queda da taxa de prenhez. Todos estes índices estão in-

terligados e estão incluídos nos cálculos das doenças da reprodução.

Existe uma gama de doenças que acometem as matrizes e os touros, den-tre elas campilobacteriose, leptospirose, histofilose, IBR e BVD. Conheça um pou-co de cada uma delas:

• Campilobacteriose: É uma doen-ça causada pelo agente Campylo-bacterfetus veneralis, normalmente transmitido pelo touro contami-nado, no momento da monta. Essa bactéria pode causar infertilidade temporária e morte embrionária precoce, sendo possíveis também abortos esporádicos do 4º ao 8º mês de prenhez. Os sinais comu-mente incluem alta porcentagem de retorno ao estro ou fêmeas não prenhes depois da estação de co-bertura. Nos touros é assintomática. Um agente bastante similar, Cam-

Manejo, prevenção e controle das doenças reprodutivas

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Revista do Produtor Rural34

pylobacter fetus fetus infecta bovi-nos por via oral, dissemina-se pelo trato gastrointestinal e é eliminado nas fezes. Em vacas prenhes po-dem ocasionar bacteremia, infec-ções oportunistas e abortos.

• Leptospirose: é uma zoonose eco-nomicamente importante, causada por bactérias, mais especificamente a Leptospira interrogans com mais de 200 diferentes sorovares, que acomete principalmente bovinos, suínos, equinos e cães. É endêmica no Brasil, sendo frequente no reba-nho bovino, podendo determinar abortos, distúrbios reprodutivos (retenção de placenta e natimortos), alterações congênitas, ou infecções inaparentes capazes de compro-meter a eficiência reprodutiva do animal, levando-o à subfertilidade, além de perdas na produção de leite e problemas com mastites, tais alte-rações são normalmente associadas com os sorovares hardjo e pomona, que determina a síndrome da que-da do leite ou “milkdropsyndrome”. Embora a taxa de mortalidade nesta espécie seja baixa (5%), a contami-nação geralmente é alta de acordo com as apresentações clínicas. Para controle realizar exames sorológi-cos, tratamento com estreptomicina e vacinação semestral.

• Histofilose: O Haemophilus sommus é associado à vulvite, vaginite, endo-metrites e abortos em bovinos, alo-jado nos tratos genital e respiratório de animais saudáveis é uma bactéria de extrema importância devido a possibilidade de causar septicemia e sinais nervosos nos animais.

• Rinotraqueíte infecciosa bovina(IBr): Causada por um herpes vírus, acarreta perdas econômicas, como abortos, morte de bezerros recém--nascidos ou nascimento de be-zerros fracos e infecções vaginais. Após a infecção, o vírus se mantém no animal de forma latente e pode ser reativado periodicamente após estresse ou tratamento com corticói-des. Esses animais são também fon-te de infecção, sendo a transmissão por contato com secreções, através do coito e por sêmen congelado.

• Diarreiaviralbovina (BVD): É uma doença causada por um peste vírus (BVDV) e transmitida por via placen-tária e/ou contato direto entre os animais, fezes, fetos abortados. No caso dos touros, além das secreções gerais, como corrimento nasal, sali-va e urina, o sêmen também pode contribuir para a contaminação das vacas durante a estação de monta. A BVD provoca abortos, principalmen-te durante os primeiros três ou qua-tro meses de gestação, infertilidade, fetos mumificados, defeitos congê-nitos e atraso no desenvolvimento dos animais infectados. A diarreia aparece como sintoma geralmente em rebanhos contaminados, na fai-xa etária de seis meses a um ano de idade. Quando infectadas no perío-do de 40 a 120 dias de prenhez as vacas podem parir bezerros persis-tentemente infectados (PI), que dis-seminam o vírus pela vida toda. Um dos principais efeitos negativos da BVD em um rebanho é a imunode-pressão que compromete o progra-ma sanitário e favorece a manifesta-ção de outras enfermidades.

Essas doenças são transmitidas atra-vés de secreções, da monta natural e sê-men contaminado. Se tivermos conheci-mento das doenças que acometem nosso rebanho podemos controlá-las e aumen-tar o lucro e a produtividade dos animais.

O manejo correto auxilia os animais a manterem sua imunidade alta, protegidos naturalmente. Outra estratégia importan-te é aumentar a resistência dos animais

CONTROLE VACINA

Taxa de concepção 30 dias 42,7 %(58/136)

53,8%(71/132)

Taxa de concepção 60 dias 41,2%(56/136)

51,5%(68/132)

Taxa de perda gestacional 3,5%(2/42)

4,2%(3/42)

Taxa de concepção touro 1° repasse 36,3%(29/80)

43,8%(28/64)

Taxa de prenhez após a IATF + 1° repasse do touro

62,5%(85/136)

72,7%(96/132)

Silvieri 2011

frente a estes agentes, através de progra-mas sanitários que utilizam a vacinação.

Em estudo realizado para avaliar os resultados da vacinação com Bioaborto-gen® H e Bioleptogen® para aumentar os índices reprodutivos em vacas de corte que foram submetidas à IATF, foram ob-tidos os seguintes resultados:

Os resultados (melhora na taxa de concepção) são sugestivos de que é im-portante adotar condutas de controle e profilaxia das doenças reprodutivas em épocas de monta, incluindo a instituição de programas de vacinação. Foi demons-trado que com a vacinação o lote tratado teve maior taxa de prenhez aos 30 e 60 dias pós IA e manteve a diferença após o repasse com touros.

A vacinação é uma ferramenta que confere a estes animais a capacidade de reconhecimento dos agentes aumentan-do a resposta a estes desafios e conse-quentemente fazendo que naturalmente os animais consigam se defender.

As perdas devido às doenças repro-dutivas são importantes e merecem aten-ção. O controle só é alcançado por meio de um programa sanitário eficiente. Para prevenção das doenças reprodutivas IBR, BVD, Campilobacteriose e Histofilose (Bioabortogen H) deve-se aplicar uma dose e reforço com intervalo de 30 dias e depois anualmente, nas novilhas e vacas que nunca foram vacinadas, de preferên-cia na pré-estação de monta, bem como os touros. No caso de vacas já vacinadas o manejo é através de dose anual pré-esta-ção de monta. Para o controle da leptos-pirose deve-se fazer uma dose e reforço semestral (Bioleptogen).

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Revista do Produtor Rural 35

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Revista do Produtor Rural36 Revista do Produtor Rural36

O Sindicato Rural de Guarapuava e a Associação dos Engenheiros Agrô-nomos de Guarapuava (AEAGRO)

promoveram no dia 11 de outubro, a quar-ta edição do Café da Manhã em homena-gem ao Dia do Agrônomo (12 de outubro).

O evento, que aconteceu no salão de festas do Sindicato, reuniu 57 engenhei-ros agrônomos de Guarapuava e região.

Durante a manhã de confraterniza-ção foram realizadas brincadeiras com perguntas referentes a conhecimentos

[Homenagem]

Sindicato Rural e AEAGRO promoveram confraternização do Dia do Agrônomo

agrícolas, com distribuição de brindes.O presidente da AEGRO, José Roberto

Papi falou da importância do evento e so-bre a parceria entre as duas instituições. “Agradecemos ao Sindicato e parabeni-zamos nossos engenheiros agrônomos. O evento já está consagrado e nós podemos fazer essa homenagem de uma forma rá-pida e simples. Acredito que a parceria e o entrosamento entre as duas entidades é sempre muito positivo”, comentou.

Papi ainda falou sobre o objetivo do

evento que a cada ano supera as expec-tativas. “A intenção, em primeiro lugar, é reunir os profissionais, mas isso se trans-forma em outras ações e desdobramen-tos, inclusive para nós da Associação é uma forma de divulgação do nosso tra-balho e dos engenheiros terem acesso e conhecimento sobre nosso trabalho”.

O engenheiro agrônomo da Bayer CropScience, Julien Wietzel esteve pre-sente no café da manhã e disse que o evento é uma oportunidade de reencon-tro com outros profissionais. “´É muito importante porque a gente acaba conhe-cendo outros agrônomos da cidade que trabalham e atuam em diferentes áreas da profissão. Hoje o sindicato está dando todo o apoio ao profissional. Não só com confraternizações, mas com difusão de conhecimento, palestras técnicas e cur-sos. Tudo isso valoriza a nossa profissão”.

A engenheira agrônoma da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Ada-par), Rosmari Fátima de Ré participou pela primeira vez do café da manhã e dis-se ter adorado a iniciativa. “Eu encontrei muitos colegas, achei muito bom e me senti muito honrada pelo convite. Agra-decemos o Sindicato que tem sido sem-pre nosso parceiro. Eu me senti muito em casa aqui”, observou.

O engenheiro agrônomo Edson Bas-tos parabenizou a ação do Sindicato Ru-ral não só neste evento, mas toda a sua atuação em Guarapuava. “Nós tivemos no passado uma época de ausência de atividades nessa entidade, para os pro-dutores. De uns anos para cá, o Sindicato vestiu a camisa e está cada dia mais atu-ante nas diferentes áreas, principalmen-te, hoje no que diz respeito a treinamen-to e capacitação. Assim, o Sindicato hoje está de parabéns. Pode-se dizer que ele está numa fase áurea”.

Diretores do Sindicato Rural e da Aeagro

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Revista do Produtor Rural 37Revista do Produtor Rural 37

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Revista do Produtor Rural38

No município de Boa Ventura de São Roque a família de Adelaide Maria Coghetto é exemplo de união e par-

ceria na gestão da propriedade rural. Seu filho Celso Coghetto e o genro Cladirio Luis Zanetti são sócios na atividade agrí-cola, leiteira e na prestação de serviços no ramo de Agricultura de Precisão (AP).

Há 24 anos, a família veio do Rio Grande do Sul, município de Campinas do Sul, em busca de terras melhores e hoje desenvolve com sucesso as três ex-plorações em mais de 530 alqueires.

Os filhos de Adelaide, Celso e Siloe constituíram a família próximos da mãe e passaram a trabalhar com empenho para aprimorar as atividades tanto na agricul-tura quanto na pecuária.

Segundo Zanetti, desde os mais no-vos até os mais velhos desempenham al-guma atividade na propriedade. “São sete pessoas da família que residem na mes-

[Sindicato Rural de Pitanga]

Diversificar é o segredo Para aumentar a receita, os produtores rurais Celso Coghetto e Clarídio Luis Zanetti investiram na prestação de serviços de Agricultura de Precisão

AP – O novo empreendimento

ma fazenda e es-tão envolvidas no empreendimento. Hoje, nossos filhos já trabalham ou estão se preparan-do para atuar aqui. É realmente uma empresa familiar”, declara.

Coghetto con-ta que quando chegaram ao Pa-raná adquiriram uma propriedade de 15 alqueires e, aos poucos, con-seguiram ampliar a área e melhorar a qualidade da produção. “Nós chegamos aqui e começamos a trabalhar em terras arrendadas. Todos esses anos foram de luta para adquirirmos tudo o que temos”.

Hoje a família trabalha em quatro áreas, três delas em Boa Ventura de São Roque e em Pitanga. Recentemente, o novo investimento da família é uma em-presa de Agricultura de Precisão.

Desde 2009, a família decidiu apos-tar em uma nova forma de diversificar a propriedade. Assim foi criada a Solos Agricultura de Precisão. A empresa, que

presta serviço no ramo da Agricultura de Precisão, já atua em várias cidades no Estado.“Temos clientes pequenos e grandes em Guarapuava, Londrina, Ma-

ringá, Ivaiporã, en-tre outros. Este ano acredito que che-garemos a prestar serviço em cerca de 9 mil hectares”.

Conforme Za-netti, a ideia sur-giu após um trei-namento que foi realizado na região e que propôs a AP como novidade tecnológica para sistemas produti-vos. “Por enquan-to, prestamos ser-

viço apenas no setor de aplicação. Nós somos responsáveis por aplicar os nu-trientes e produtos no local adequado, por meio de equipamentos de tecnolo-gia de ponta, com isso tanto o pequeno ou o grande agricultor consegue otimi-zar sua propriedade e, principalmente, economizar”, opina.

Felipe Coghetto tem 25 anos, é for-mado em agronegócios e trabalha junto com o pai e o tio para aprimorar o novo investimento. “Nós observamos que uma empresa de AP era uma necessida-de da região e, assim, vimos uma opor-tunidade de mercado. É impressionante como a tecnologia dá resultado. Em nos-sa propriedade, tivemos um aumento no rendimento de 20 sacos por alqueire, tanto na soja quanto no milho. O produ-tor não deve ter medo de investir, pois realmente dá resultado”. Felipe Coghetto, Clarídio Zanetti e Celso Coghetto

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Revista do Produtor Rural 39

Leiteria Santa Luzia

HistóriaDo Rio Grande do Sul para Boa Ventura

Outra atividade da família é a leiteria que fica loca-lizada na propriedade Santo Antônio e São Miguel, que possui áreas de pastagem e agricultura. Siloe conta que está com 110 vacas na ordenha, mas possui um reba-nho no total de 220 cabeças entre novilhas e bezerras da raça Holandesa e Jersey. “ Temos uma produção, em média, de 2.200 litros por dia ou 66 mil litros por mês. A nutrição das vacas é a base de silagem e pastagem”, conta Siloe.

Coghetto explica de que forma a bovinocultura de leite progrediu na propriedade. “Começamos na ativida-de com cinco vacas. No início conseguíamos pagar apenas um funcionário. Aos poucos, fomos ampliando a estrutura física e também a qualidade genética dos animais”.

Adelaide conta que antes de vende-rem a propriedade no Rio Grande do Sul, a família procurou comprar terras em outros estados, mas seu filho optou por adquirir uma área em Boaventura. “No Rio Grande tínhamos apenas 10 alqueires de terra e como Celso sempre quis trabalhar na agri-cultura, eu pensava que com a área que tínhamos não seria possível nos manter. Fomos até para o Mato Grosso ver terra, mas ele veio para cá e gostou muito”.

Após 20 anos, a família que veio com o propósito de se desenvolver na agropecuária, comemora o sucesso. Se-gundo Adelaide, o que a deixa mais feliz é que a família, em nenhum momento, se separou. “Foi muito trabalho. Depois de uns anos conseguimos comprar mais 50 alqueires, e assim devagar nossa vida começou a melhorar”.

Em 1992, Zanetti casou com Siloe e também passou a fazer parte da família e dos negócios. “É muito bom trabalhar-mos juntos. Conseguimos o que temos hoje com muito esforço, envolvendo toda a família no trabalho”.

Dona Adelaide conta que ficou viúva e precisou cuidar de dois filhos. “Para mim é uma alegria e uma satisfação ver todos juntos. Estou com 72 anos e fiquei viúva aos 33 anos. Sempre ajudei meus filhos, até hoje vou para os acampamentos junto com Celso e os funcionários para cozinhar. Enfim, sempre lutamos muito, sou uma pessoa que não tenho medo de trabalho”.

Coghetto diz que a parceria com a família também dá mais resultado nos negócios. “É mais fácil, cada um cuida de um setor e assim fica mais fácil gerir a propriedade”.

Durante o mês de setem-bro, o Sindicato Rural de Pitan-ga realizou 2.500 declarações do Imposto Territorial Rural de produtores rurais de Pitanga e Extensões de Base. O sindicato possui uma equipe capacitada para prestar esse serviço aos produtores.

O Sindicato Rural de Pitanga promove aulas de informática básica para produtores e traba-lhadores rurais de segunda a sexta-feira, exceto quarta-feira. A entidade presta o serviço para comunidade rural que nunca teve contato com computadores, promovendo assim a inclusão di-gital na região.

2.500 declarações de ITR

Inclusão digital da comunidade rural

Notas

Grecimara Coghetto, Celso Coghetto e Siloe C. Zanetti

Felipe Coghetto, Celso Coghetto, Grecimara Coghetto, Adelaide Coghetto, Leisiane Coghetto, Clarídio Zanetti, Ana Paula Zanetti e Siloe Zanetti

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Revista do Produtor Rural40

[Controle de pragas]

FMC apresenta duas novas soluções para controle de pragas nas culturas de soja e milho

A FMC Agricultural Produts promo-veu duas palestras para apresentar novas soluções tecnológicas para

o controle de pragas: Rocks e Talisman.O evento, realizado no dia 20 de

setembro, no Küster Hotel, teve como objetivo mostrar ao produtor rural da região as novidades da FMC e, também, realizar uma aproximação da empresa com seus clientes. Mais de 140 pesso-as, entre produtores rurais, técnicos e acadêmicos participaram do evento.

Os palestrantes foram o represen-tante técnico comercial (RTC), Giovani Scortegagna, que atende as Coopera-tivas ABC, Agrária, Camp e C. Vale e o representante de desenvolvimento de mercado (RDM) Ralph Sahd Jobbins. Estavam presentes a equipe regional da FMC, entre eles a RTC Lorena Duda, o RTC Rodrigo Singh, e o gerente regio-nal Claudinei Goi.

As palestras causaram interesse por apresentarem produtos que vem para atender uma demanda do merca-do e, também, porque já existiam para outras culturas e agora podem ser uti-lizados para soja e milho. “Nós quere-mos abranger a região de Guarapuava, que é importantíssima para a FMC, e mostrar para ela dois produtos interes-santes que vem de encontro com a ne-cessidade do campo em relação à pra-gas, por exemplo, a pressão de lagartas e percevejo, que é cada dia maior. Bus-camos ferramentas para auxiliar o pro-dutor no controle de pragas”.

O representante de desenvolvi-mento de mercado também comenta sobre o novo foco de atuação da FMC, que é líder de mercado do Brasil nas culturas de algodão e cana de açúcar, mas hoje pretende ampliar o seu por-tfólio de produtos para atender mais a região sul do País. “É uma empresa que tem toda uma estrutura de diferencia-ção de acesso ao cliente, portfólio e

acompanhamento, enfim nós não ven-demos somente o produto, mas presta-mos um serviço. A ideia neste momen-to é trazer esse conceito para cereais e não só em novos produtos porque isso depende inclusive de pessoas. Nos-sa regional que até então tinha nove pessoas hoje tem 21. Existe muito in-vestimento nesse mercado Sul de ce-reais e estamos aqui para apresentar a Guarapuava o que temos de melhor no mercado”, observa Jobbins.

Scortegagna também destacou sobre a importância do evento para a região. “Esse evento faz parte de uma série que está sendo realizada no Pa-raná, nos principais pólos produtivos, como Ponta Grossa, Pato Branco, Lon-drina e Maringá”.

Rocks e TalismanAmbos comentaram sobre as van-

tagens e diferenciais dos dois produ-tos. Jobbins falou sobre o Rocks, que é um inseticida, exclusivamente para o tratamento de sementes e que, se-

gundo a empresa, o produto protege contra pragas iniciais. “É um produto para soja e milho que já tem cadastro no Paraná e se diferencia pelo amplo espectro de controle e baixa classe to-xicológica. É um produto que entra no mercado para controle de sugadores e mastigadores”explica Jobbins.

Sobre o Talisman, foi o represen-tante técnico comercial, Scortegagna que abordou as vantagens da tecno-logia. “É um inseticida para cultura de soja e milho, destinado para o contro-le de percevejos e lagartas. Ele vem para o mercado para suprir a falta de ferramentas para o controle de pragas nas cultura de soja e milho”, comenta.

Jobbins falou sobre o foco da em-presa no mercado brasileiro e na região Sul. “O maior negócio da FMC está no Brasil, é uma multinacional americana, uma das maiores empresas dos EUA, mas tem foco no Brasil. Então temos produtos específicos e voltados para o mercado brasileiro, para a necessidade da agricultura brasileira”.

Ralph Jobbins (RDM), Rodrigo Singh, Claudinei Goi , Giovani Scortegagna, Feliphe Dalchiavon e Lorena Duda

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Revista do Produtor Rural 41

[História]

A origem do feijão

O feijoeiro comum (Phaeseolus vul-garis L.) é uma planta cultivada há milhares de anos pelo homem. Sua

origem até hoje, constitui fonte de diver-gência entre os pesquisadores. Diversas teorias tentam explicar não somente a origem da planta, mas também de quan-do teria o homem começado a utilizá-la como uma cultura doméstica. Algumas evidências levam à hipótese de que o centro de origem da planta e sua do-mesticação como cultura teriam ocorrido na região da Mesoamérica, por volta de 7000 anos a.C., uma vez que cultivares selvagens, similares a variedades criou-las, foram encontrados nessa região, mais especificamente no México, Supõe-se que a partir dessa região, a cultura teria, posteriormente, disseminado para toda a América do Sul.

Há uma outra corrente de pesquisa-dores que, baseada em achados arque-ológicos que remontam a 10.000 A.C., sustentam a hipótese de que a origem da planta e sua domesticação seria a Améri-ca do Sul, mais especificamente no Peru. Dali teria a sua cultura sido disseminada para a parte norte do continente.

Pesquisas com base em padrões ele-troforéticos de faseolina, uma proteína do feijão que possui pequenas diferen-ças de acordo com o cultivar do qual foi extraído, sugerem a existência de três centros primários de diversidade gené-tica, tanto para espécies silvestres como para as cultivadas: 1) o mesoamericano, que se estende desde o Sudeste dos Es-tados Unidos até o Panamá, tendo como

Tel. (42) 3622-5754 / 8825-9595 - Guarapuava - PR

zonas principais o México e a Guatemala. Nessa região, teriam surgido as varieda-des de grãos pequenos, por exemplo, o feijão “Carioca”; 2) o Sul dos Andes, que abrange desde o norte do Peru até as províncias do Noroeste da Argentina. Aí teriam sido originadas as variedades de sementes grandes, como o feijão-jalo, que é muito conhecido em Minas Ge-rais; e 3) o Norte dos Andes, que abran-ge desde a Colômbia e Venezuela até o Norte do Peru. Nessa região, teriam sido originados cultivares com características intermediárias entre as outras duas.

Não há consenso sobre essas ori-gens. Mas, há, no entanto, o senso co-mum entre os pesquisadores, atual-mente, de que realmente a origem do feijoeiro é o Continente Americano, mas em outros continentes como a Ásia, Áfri-ca e Europa, existem variedades consi-deradas secundárias.

A importância do feijão na alimen-tação humana é comprovada em relatos que remontam aos primeiros registros históricos de que se tem notícia. O fei-joeiro era cultivado no Antigo Egito e na Grécia, onde recebiam cultos em sua ho-menagem, por serem considerados sím-bolo da vida. Já os antigos romanos usa-vam o feijão em suas festas e até mesmo como forma de pagamento para apostas.

Grande número de estudiosos atri-bui a disseminação dos feijoeiros pelo mundo às grandes guerras, pois o feijão era de fundamental importância na dieta dos guerreiros. As grandes explorações ajudaram a disseminar estes hábitos ali-

mentares, levando a cultura do feijoeiro para as mais diversas partes do mundo.

No Brasil, o cultivo do feijoeiro data de mais de 2000 anos atrás. Sementes de fei-jão escondidas em cavernas desse período são as mais fortes evidências disso.

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Revista do Produtor Rural42

Os advogados da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Klauss Dias Kuhnen e Rebeca Beyer repassaram informações sobre procedimentos jurídicos ligados à cobrança da Contribuição Sindical Rural aos ad-vogados credenciados para prestar o serviço na região. A reunião aconteceu no dia 29 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava.

O associado Clodoaldo Marcondes Diniz, 84 anos, recebeu do colaborador responsável pelo atendimento aos associados, Murilo Lus-tosa Ribas, a placa de sócio remido no dia 26 de outubro. Ele não pode participar do evento alusivo ao Dia do Agricultor em 2011, quando foi lançado o projeto “sócios remidos” e feita a entrega das placas aos sócios com mais de 80 anos. Desde então, todos os sócios com idade acima de 80 anos são isentos do paga-mento das anuidades.

Durante a programação da XXXVII Ex-posição-Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua) duplas ser-tanejas e bandas da cidade e da região tiveram a oportunidade de se apresentar durante a Feira.

A série de shows com artistas locais foi chamada de Pra-tas da Casa, Segundo um dos organizadores dos shows locais, Julio César Santos conta que a rádio ficou responsável por organizar esta parte do evento. “Acredito que é uma maneira de valorizar os artistas da região e proporcionar uma oportu-nidade de se apresentarem no maior evento da cidade”.

Os show foram promovidos em parceria com a Sociedade Rural de Guarapuava e a rádio 92 Fm. Os artistas que se apre-sentaram foram a dupla Thiago Mello e Kleber Viola, Diney & Alex, Dian e Deniam, Daniel Chaia, Felipe e Cauã, Grupo Con-templação e o cantor Bruno Bento, do município de Candói, que animou o público durante o show de encerramento da Expogua 2012.

Os shows Pratas da Casa foram uma realização em parceria da rádio 92 FM com a Sociedade Rural.

[Notas]

FAEP repassa informações sobre Contribuição Sindical

HomenagemSócio Remido

Artistas locais tiveram destaque nos shows da 37ª Expogua

Klauss Dias Kuhnen

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Revista do Produtor Rural 43

A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF anunciou os três produtores rurais inscritos no concurso intitu-

lado Destaque AgCelence que obtiveram os melhores índices de produtividade em soja na safra 2011/12 nas regiões de Ponta Grossa e Castro (PR).

Em Ponta Grossa (PR) o primeiro colocado foi o agricultor João Eduardo Carachenski, com a marca de 92,4 sacas por hectare. O segundo lugar ficou com Marcelo Dalzoto, que obteve a marca de 83,7 sacas por hectares. Já o terceiro lugar ficou com Maurício Menarin, com a marca de 83,4 sacas por hectare.

Já na região de Castro (PR) o primeiro colocado foi o agricultor Geraldo H. Mor-sink, do município de Piraí do Sul (PR), com a marca de 81,5 sacas por hectare. O segundo lugar ficou com Gilberto L. C. Teixeira, do município de Tibagi (PR) que obteve a marca de 74,1 sacas por hec-tares. O terceiro lugar ficou com Ricardo Sleutjes, de Castro (PR) com a marca de 73,5 sacas por hectare.

“Embora tenhamos passado por um período difícil em razão da forte estiagem em algumas regiões do Rio Grande do Sul e Bahia, bem como alta incidência de pragas, doenças e plantas daninhas em outras regiões, de forma geral os produ-tores brasileiros continuaram investindo

[Destaque AgCelence ]

Sojicultores de Ponta Grossa e Castro (PR) atingem maior produtividade na safra 2011/12

Durante o Destaque AgCelence®, a BASF anunciou os produtores rurais que atingiram as melhores marcas em produtividade durante a última safra

pesado em tecnologia, o que colaborou para que alcançassem excelentes índices de produtividade como esses”, elogiou o gerente de Marketing de Cultivos da BASF para o Brasil, Fernando Abreu.

A BASF premiou os produtores que utilizaram o Sistema AgCelence® Soja Produtividade TOP. O modelo de manejo com características únicas foi inteiramen-te desenvolvido pela empresa no Brasil. Além do melhor controle fitossanitário, o programa de manejo com os produtos fungicida e inseticida Standak® Top uti-lizado no tratamento de sementes, e os fungicidas Comet®, Opera® e Opera Ul-tra®, proporcionam melhor relação de transformação da água, luz e nutrientes em energia e grãos. O sistema produtivo de manejo proposto pela BASF é o úni-co que combina práticas desde o plantio até a colheita. Já na fase inicial é possível perceber melhor desenvolvimento e vigor nas plantas. Na fase intermediária as plan-tas já estão mais verdes e com mais folhas e ramos. Na terceira etapa, há um alto ní-vel de sanidade permitindo a manuten-ção da área foliar da planta, mais vagens e consequente aumento em produtividade. “A BASF realizou estudos sobre a eficácia do Sistema AgCelence® Soja e os resulta-dos apontaram um aumento de até 10% na produtividade, quando todos os proce-

dimentos técnicos recomendados são se-guidos. Esse evento nasceu para celebrar as conquistas e superações do agricultor brasileiro”, finaliza Fernando.

Pelo Brasil – O Destaque AgCelence percorreu 27 municípios de diferentes estados do Brasil. Em Mato Grosso do Sul, os eventos aconteceram em Amambaí, Dourados e Chapadão do Sul. Na região Sudeste de São Paulo foram contempla-dos os produtores dos municípios de Assis e Itapeva, em Minas Gerais, os pro-dutores de Uberlândia. No Estado goia-no, os agricultores de Jataí, Rio Verde e Formosa conheceram os produtores que obtiveram as melhores produtividades. Ainda na região Centro-Oeste, o Desta-que AgCelence® ocorreu em Primavera do Leste, Rondonópolis, Campo Novo do Parecis, Lucas do Rio Verde, Canaranã e Sorriso, em Mato Grosso.

As regiões Norte e Nordeste também fizeram parte da programação. O even-to foi realizado na cidade de Balsas, no Maranhão, Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, e Palmas, estado do Tocantins. No Sul do Brasil, foram considerados os pro-dutores de soja de Passo Fundo e Santa Maria no Rio Grande do Sul. Já no Paraná, os eventos ocorreram em Cascavel, Cafe-lândia, Campo Mourão, Londrina, Castro, Ponta Grossa e Pato Branco.

Confira os premiados de Ponta Grossa e Castro na p. 44

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Revista do Produtor Rural44

Restrição no Estado do Paraná: - O Produto Opera está temporariamente restrito para o alvo Septoria tritici no trigo e para a cultura da cana-de-açúcar não podendo ser vendido ou receitado. - O Produto Comet está temporariamente restrito para os alvos Ceratocystis paradoxa na cultura da cana-de-açúcar, Peronospora destructor na cultura da cebola, Elsinoe australis na cultura de citrus, Septoria tritici na cultura do trigo e para a cultura da manga, não podendo ser vendido ou receitado. - O Produto Opera ultra está temporariamente restrito para o alvo Myrothecium roridum em algodão, Corynespora cassicola em soja e Puccinia graminis f.sp. tritici e Fusarium graminearum em trigo ptoria tritici no trigo não podendo ser vendido ou receitado.Os produtos Standak Top, Comet e Opera e Opera Ultra estão devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob os nº 9210, 01209, 8801, 8601 e 9310, respectivamente. - Aplique somente as doses solicitadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle de doenças/pragas/plantas infestantes (ex: controle cultural, biológico, etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Para maiores informações referente às recomendações de uso do produto e ao descarte correto de embalagens, leia atentamente o rótulo, a bula e o receituário agronômico do produto.

Marcelo Dalzoto – 2º ColocadoJoão Eduardo Carachenski – 1º ColocadoMaurício Menarin – 3º Colocado

Ricardo Sleutjes – 3º ColocadoGeraldo Morsink – 1º Colocado e oGilberto L. C. Teixeira (Gerente da Fazenda João Maria) - 2º Colocado

Equipe BASF e premiados

Equipe BASF e premiados

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Revista do Produtor Rural 45

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Revista do Produtor Rural46

Maurício Russomanno - Vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil (esquerda), Itacir Sandini (centro) e Leandro Martins (Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina (direita)

Estudante de Agronomia da Unicentro recebe prêmio da BASF

[Top Ciência]

Evento da BASF reuniu mais de 400 especialistas em agricultura no interior de São Paulo

A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF realizou no dia 04 de ou-tubro, em Campinas, no interior

paulista, a sétima edição do Top Ciência. O objetivo do evento é promover o enga-jamento da comunidade científica em re-lação à proteção de cultivos e selecionar os melhores trabalhos, desenvolvidos no último ano, que indicaram alterna-tivas para o aumento da produtividade no campo, com rentabilidade e de forma responsável.

Na ocasião, foram anunciadas cin-co novas patentes, fruto do conceito do próprio evento: a inovação aberta, por meio do qual a BASF é contatada por pesquisadores e instituições de pesquisa para estabelecer parcerias em estudos focados no aumento da produtividade agrícola. Quatro patentes derivaram de uma patente submetida em 2011, tendo

como inventores pesquisadores de qua-tro universidades na busca da sinergia entre diferentes herbicidas e fungicidas em diversas culturas. A quinta patente submetida refere-se ao efeito sinérgico fungicida e inseticida da composição de específicos extratos de plantas. Desde a primeira edição do Top Ciência, em 2006, já foram estabelecidas nove parcerias de estudos conjuntos.

“Os desafios na agricultura estão ficando cada vez mais complexos. Para continuar atuante nesse cenário, é preci-so focar em uma abordagem abrangente da agricultura. Pesquisas como estas nos auxiliam e apontam caminhos para se conquistar uma maior produtividade e soluções inovadoras para o campo. Para que se tenha uma ideia, só em 2011 a BASF investiu de forma global €412 mi-lhões , ou seja, mais de R$ 1 bilhão , na

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Revista do Produtor Rural 47

busca por inovações voltadas à agricul-tura. Isso representa 26% do total de investimento do grupo BASF em pesqui-sa e desenvolvimento”, explica Leandro Martins, diretor de Pesquisa e Desenvol-vimento da Unidade de Proteção de Cul-tivos da BASF para a América Latina.

Conectividade no campo

Além de provedora de produtos, a BASF oferece serviços complementares que auxiliam os produtores rurais a te-rem acesso as informações qualificadas e diagnósticos que proporcionem melho-res soluções. Prova disso foram os lança-mentos de dois novos serviços ligados à tecnologia que favorecem a conectivida-

de no campo: o aplicativo para smartpho-ne AgroNews e duas novidades para o já consagrado Digilab.

AgroNews consiste num aplicativo para smartphone que oferece de forma atualizada e constante informações so-bre clima e notícias do mercado agríco-la, permitindo mobilidade aos usuários. Com ele é possível identificar tendências e oportunidades para que os agricultores não percam bons negócios.

Já o Digilab apresentou três novida-des: na primeira, o serviço foi estendido aos tablets, no qual vai dispor de uma de lupa conectada via wireless (sem fio) que proporciona um aumento de até 200 ve-zes para a visualização de pragas, doenças e ervas daninhas na lavoura. Dessa forma,

também favorece a mobilidade dos diag-nósticos no campo. Já as outras duas – am-bas voltadas para computador – referem--se à ampliação da cobertura: o serviço engloba a partir de agora a identificação de nematóides – parasitas das plantas que vivem no solo e na água e causam danos. Além disso, também foi estendido à área de Non Crop da BASF, que concentra solu-ções para o controle de pragas e doenças em ambientes não agrícolas.

Soluções Funcionais paraa Agricultura

A BASF aproveitou a ocasião ainda para anunciar o estabelecimento de uma nova área dentro de seu negócio agríco-

Premiados no Top Ciência 2012

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Revista do Produtor Rural48

la. Trata-se de “Soluções Funcionais para a Agricultura”. A área estará focada no desenvolvimento de tecnologias que vão além da proteção de cultivos.

Com o apelo e a necessidade de se produzir mais e de forma sustentável, faz-se importante explorar outras for-mas de otimizar a produção, que con-sideram aspectos como a escassez de água, fertilidade do solo, otimização do uso de fertilizantes e fatores de estresse às plantas, como calor, seca, frio ou má nutrição. “Queremos trazer as melhores tecnologias aos nossos clientes. Para isso precisamos ampliar nossa oferta de so-luções”, afirmou Maurício Russomanno, vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil.

Com o advento da área a BASF es-pera atender de forma mais completa as necessidades de seus clientes em merca-dos estratégicos para o seu negócio, es-pecialmente os focados na produção de cereais, oleaginosas como milho e soja, além dos que concentrem a produção em culturas de especialidades, como horti-fruti e cana-de-açúcar.

O evento Anualmente, o negócio agrícola da

empresa realiza o Top Ciência. O evento já figura como um dos mais importantes

fóruns internacionais de aprendizado e desenvolvimento técnico e científico na agricultura. Dele participam pesquisado-res, cientistas, agricultores e consultores de diversos países da América Latina que se destacaram com trabalhos científicos inovadores em prol da agricultura sus-tentável na região.

Em 2012 o prêmio já passou pela Argentina (12 e 13 de julho), pelo Méxi-co (23 e 24 de agosto), pela Colômbia (6 de setembro) e encerrou-se no Brasil no dia 4 de outubro, onde os melhores traba-lhos de toda região foram apresentados e avaliados. A comissão julgadora elegeu as melhores pesquisas em cerca de 20 cul-tivos pesquisados, entre eles: soja, milho, arroz, feijão, trigo, girassol, café, algodão, cana-de-açúcar, citros, amendoim e horti-fruti (tomate, batata, uva, melão, manga e maçã) e também da área de Non Crop.

“O Top Ciência é uma das iniciati-vas mais importantes da BASF no que se refere ao fomento de pesquisa com aplicação prática. Visamos com o even-to elevar o conhecimento sobre as fer-ramentas necessárias para o aumento de produtividade de forma sustentável, assegurando a competitividade de nossa agricultura”, afirma Eduardo Leduc, vice--Presidente Sênior da Unidade de Prote-ção de Cultivos da BASF para a América

Latina, Fundação Espaço ECO e Sustenta-bilidade para a América do Sul.

Esta edição do evento está atrelada ao conceito da campanha multimídia “Um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira”, lançada pela BASF em 2010 e que já im-pactou cerca de três milhões de pessoas, tornando-se uma referência no mercado agrícola. Nas diversas ações dessa campa-nha, a intenção é levar informação quali-ficada sobre o segmento agrícola à socie-dade, bem como desmistificar a visão, por vezes distorcida, existente em relação ao papel do agricultor - um dos principais responsáveis pelo abastecimento de ali-mentos no País e gerador de divisas pela exportação dos excedentes de produção.

Foram reconhecidos 23 pesquisa-dores, entre eles, Jaqueline Huzar No-vakowiski, estudante de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), com o trabalho “Posicio-namento da Aplicação do fungicida Opera® como forma de maximizar a produtividade e rentabildiade econô-mica da cultura do milho”. Ela é orien-tada do professor Dr. Itacir Sandini, que recebeu o prêmio em nome de Jaqueli-ne, já que a acadêmica está estudando no exterior atualmente, pelo Programa Ciência Sem Fronteiras.

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Revista do Produtor Rural 49

Acadêmica de Agronomia da Unicentro compartilha experiência de intercâmbiono Canadá

[Ciência Sem Fronteiras]

Há quase dois meses morando na cidade de Winnipeg, Provín-cia de Manitoba, no Canadá, a

acadêmica do 5º ano de Agronomia da Universidade Estadual do Centro--Oeste (Unicentro), Jaqueline Huzar Novakowiski conta sobre a agropecu-ária canadense e como é a experiên-cia de viver em outro país com hábitos e culturas diferentes.

Jaqueline foi aprovada no progra-ma de intercâmbio do Governo Fede-ral - Ciência Sem Fronteiras e hoje dá continuidade a sua graduação na Uni-

versidade de Manitoba. O foco de sua pesquisa é na área de fitopatologia, re-lacionado ao manejo de doenças como mofo branco e canela preta em canola.

Jaqueline afirma que sua experi-ência acadêmica no país será dividida em três etapas, cada uma com duração de quatro meses. A primeira etapa é um curso de inglês intensivo, a segun-da etapa corresponde a algumas disci-plinas na Faculdade de Agricultura e a terceira etapa é um estágio em pesqui-sa. “Até então, a experiência está sen-do fantástica. Estou aprendendo muita

coisa e conhecendo diferentes pesso-as, e isso está contribuindo para meu crescimento não apenas profissional, mas também pessoal”.

A acadêmica fala sobre algumas das características da cidade em que re-side e conta que sua primeira surpresa em relação ao local foi em relação à to-pografia da região, que é extremamen-te plana, semelhante a região Centro--Oeste do Brasil. “Winnipeg possui uma amplitude térmica grande, variando de 30º C no verão a -35º C no inverno. No outono, é uma cidade que lembra mui-

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Revista do Produtor Rural50

to o clima de Guarapuava no que diz respeito à oscilação térmica ao longo do dia e pelas fortes rajadas de vento, embora esteja localizada a apenas 238 metros acima do nível do mar”.

Em relação à agricultura, Jaqueline descreve que como o clima canadense limita muito a produção, os sistemas produtivos possuem características muito diferentes do Brasil. “Quando cheguei no início de setembro ainda era possível ver alguns campos de soja e milho a ser colhidos. Porém, o país se destaca mesmo é na produção de canola e trigo. Os solos do Canadá são bastante férteis, tendo o predomínio de Chernossolos e Vertissolos na re-gião das Pradarias. Em função do cli-ma frio, há grande acúmulo de matéria orgânica nos horizontes superficiais, o que proporciona coloração escura e estrutura granular bastante caracte-rística destes tipos de solos. A baixa umidade relativa do ar influenciada pela seca constatada nos Estados Uni-dos perdurou até o início de outubro, quando começou a nevar e a umidade do ar se elevou”, explica a acadêmica.

A Universidade que Jaqueline es-tuda foi fundada em 1877 e possui a Faculdade de Agricultura e Ciência de Alimentos (Faculty of Agricultural and Food Sciences), que hoje apresenta diferentes linhas de pesquisa como melhoramento genético, proteção de plantas, ciência de solos, ciência ani-mal, ciência de alimentos, dentre ou-tras. A Universidade conta ainda com um centro nacional de pesquisa em cereais de inverno, Cereal Research

Centre – Agriculture and Agri-Food Canada, cujo principal foco é o me-lhoramento genético, principalmente de trigo e aveia. Além disso, segundo Jaqueline, a universidade possui forte incentivo à pesquisa.

Ela fala sobre algumas curiosida-des que chamaram a atenção dela so-bre o país, principalmente, em relação à alimentação. “Certamente, quem cos-tuma comer muito no almoço sentirá uma grande diferença quando vier ao Canadá, porque para os canadenses a principal refeição é o jantar, que por si-nal é bem mais cedo que no Brasil, cer-ca de 17 a 18 horas da tarde. Há predo-minância de alimentos industrializados a base de cereais e molhos apimenta-dos, mas o consumo de hortaliças e frutas é muito comum também. Muitas frutas são importadas, principalmente

dos Estados Unidos, México e Chile. No entanto, o Canadá tem algumas frutas típicas como maçã e os famosos “ber-ries” (amoras e mirtilo)”.

Segundo Jaqueline, no Canadá a carne, geralmente, é muito cara, e os churrascos canadenses mui-tas vezes se restringem a alguns hambúrgueres.“Quem gosta de expe-rimentar coisas novas deveria tentar a carne de bisão, que é mais seca do que a carne de gado, mas é um dos grandes símbolos da Província de Manitoba”.

Jaqueline agradece o apoio do orientador e de outras entidades no seu desenvolvimento acadêmico e que de acordo com ela, foram fundamen-tais para ser aprovada no programa de intercâmbio “A minha participação em um grupo de pesquisa durante meu período de graduação com certeza contribuiu e muito para que eu con-seguisse a bolsa, por isso sou grata a todas as pessoas que direta ou indi-retamente contribuíram para a minha formação. Em especial a minha família, meus grandes amigos do Laboratório de Plantas e Lavouras da Unicentro, a coordenação do Prof. Itacir Sandini, ao grupo Agrass pelo apoio em nossas pesquisas e, é claro, ao Sindicato Ru-ral de Guarapuava pelo auxílio na di-vulgação dos resultados. Espero poder retribuir toda a ajuda que recebi e con-tribuir o máximo possível para o de-senvolvimento de pesquisas que auxi-liem o produtor rural a obter maiores rendimentos, com melhor qualidade e maior rentabilidade econômica”. Solos férteis, com predomínio de chernossolos e vertissolos na região das Pradarias, no Canadá

Jaqueline Huzar Novacowiski

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[Nutrição vegetal]

Nutricitores® na proteção e Router® & Sinker® no dreno de fotoassimilados, a 4ª geração de produtos de nutrição de plantas chega ao Brasil

Nutrição

Em busca de atingir o pleno poten-cial genético produtivo de espécies cul-tivadas, como a soja, milho, trigo, arroz, de grande importância alimentar e eco-nômica, vem sendo desenvolvidas novas formas de manejo.

Entre os fatores que atuam com maior intensidade reduzindo a produtividade das culturas estão os estresses bióticos e abióticos. Segundo estudos, os estresses bióticos são responsáveis por 10% de redução da safra, enquanto os abióticos chegam até a 60%, sendo estes os princi-pais desafios da produtividade.

Visando reduzir estas perdas, em-presas do setor de defensivos agrícolas vêm desenvolvendo novas moléculas e aperfeiçoando as formulações já existen-tes, obtendo grande êxito no controle das pragas (insetos e patógenos). Por sua vez, os avanços no combate aos estresses abi-óticos têm resultado em menor impacto, ainda que não menos importantes.

Uma das principais linhas de pes-quisa atualmente desenvolvidas, busca o crescimento de produtos que atuem na redução do efeito dos estresses so-bre a produtividade das culturas através da melhora do equilíbrio nutricional das plantas. Assim, hoje no mercado podem ser encontrados produtos formulados não somente com nutrientes, mas também contendo várias substâncias que atuam em rotas metabólicas distintas do vegetal, possibilitando sua ativação, o que resulta em exemplares mais tolerantes às mudan-ças em seu ambiente de crescimento.

O desenvolvimento dessas novas formulações é sedimentado em aprofun-dados estudos que agregam o conheci-

Eng. Agr. Dr. Tadeu T. Inoue – Prof. UEMEng. Agr. MSc. Leonardo R. Pereira - FortGreen

Eng. Agr. Flavio Mattarazzo – Agronutrition/De Sangosse

mento conjunto dos diferentes métodos possíveis para a inserção destes elemen-tos na cultura, seja na forma de sais como os sulfatos, cloretos nitratos, óxidos e/ou de complexos com compostos aminados (aminoácidos, EDTA, EDDHA), ácidos fúl-vicos, húmicos, polifosfatos, ácidos or-gânicos entre outros. Atentam, também, para sua mistura com diferentes substân-cias como os reguladores de crescimento (auxinas, citocininas, giberelinas, jasmo-natos, ácido salicílico, etileno e etc.) e com a fisiologia vegetal e demais áreas envolvidas na produção agrícola, tais como a fitopatologia e entomologia.

Este foco na produção de conheci-mento propicia o desenvolvimento de técnicas de aplicação que promovam mudanças tanto estruturais (Ex.: elevação da rigidez da parede celular, através da produção de maior quantidade de ligni-na) quanto químicas (Ex.: síntese de com-postos de defesa como as fitoalexinas ou substancias antioxidantes como os flavo-nóides). Como exemplo pode-se citar o fornecimento de Zn, o qual, em determi-nadas condições do meio de crescimen-to, mostrou-se capaz de elevar a síntese de auxina, promovendo o crescimento do vegetal, ou ativar enzimas de defesa como as superóxido dismutases, respon-sáveis pela detoxicação das espécies re-ativas de oxigênio no interior das células. Outros elementos como Cu e Fe também atuam no processo de detoxicação celular ativando enzimas como as peroxidases, catalases. O Mn pode agir diretamente sobre a atividade enzimática do patógeno dificultando sua entrada no corpo do hos-pedeiro, por inibir as pectidases. Por outro lado notou-se a importância de macronu-trientes como o Mg, que atua diretamente

no metabolismo do N, ativando a enzima glutamina sintetase, principal responsá-vel pela incorporação do N amoniacal nos esqueletos carbônicos provenientes do processo respiratório. Quanto ao Ca, ficou constatado sua relevância na manutenção da estabilidade das membranas celulares e consequentemente envolvido direta-mente no processo de permeabilidade seletiva das mesmas. O K eleva a capa-cidade de transporte de fotoassimilados dos órgãos fonte para os drenos, aumenta a síntese de proteínas e reduz os efeitos do déficit hídrico por reduzir o potencial de água das células em conjunto com o Cl.

Desta forma, como os nutrientes não realizam somente uma função no corpo do vegetal, estes também não atuam so-zinhos. Sendo assim, a busca pelo equi-líbrio nutricional através de formulações onde os elementos químicos estejam mais disponíveis e facilmente assimilá-veis tem sido prioridade nas pesquisas científicas, visando reduzir as perdas pe-los estresses bióticos e/ou abióticos.

Elicitação

Quando um corpo é atacado por agentes estranhos em nível intracelular, receptores presentes nas membranas celulares liberam sinais para o interior das células ativando genes responsáveis pela produção de substâncias de defesa. Estes sinais fazem parte de um grupo de substâncias conhecidas como elicitores, podendo ser de origem mineral ou mi-crobiana. Estes ativam as defesas naturais das células vegetais a fim de conservar o potencial produtivo das plantas e minimi-zar impacto das agressões do meio sobre a qualidade e o rendimento da produção.

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Através de pesquisas biotecnológi-cas de vanguarda, resultantes dos esfor-ços envidados por mais de 10 anos em laboratórios e instituições de pesquisa da França, obteve-se um complexo elici-tor protéico (CEP) de composição única.

A composição específica do CEP ativa os mecanismos naturais de defesa contra bioagressores. Os elementos eli-citores presentes no produto possuem formas e características exclusivas e são produzidos em laboratório com base em fungos de ocorrência natural no solo, os quais são isolados, receben-do tratamento devido.

Esta tecnologia concentra prote-ínas derivadas de fungos específicos e isolados, cuja composição e estru-tura faz com que atuem como elicito-res. Esta tecnologia é patenteada pela Agronutrition e distribuída pela Fort-Green no Brasil.

1. Aplicação do produto: O produto é aplicado via foliar nas culturas ante-cipadamente as épocas de ocorrên-cia das doenças e ou estresses;

2. Entrada do produto: O Complexo Eli-citor Protéico (CEP) mais os nutrien-

Descrição esquemática da ação dos nutricitores® (nutrientes + elicitores) nas plantas

O vigor de uma planta depende da disponibilidade dos elementos nutrientes e de seu potencial para resistir aos estresses. Os nutricitores garantem, portanto um estado de sanidade otimizado.

vera localizada próximo ao ponto de ataque do patógeno;

Obs.: Entre as principais reações da planta pode-se destacar: Produção de peroxidases que impedem a progres-são do agressor e rompimento das células; Espessamento das paredes (produção de lignina) = barreira me-cânica; Estabelecimento do escudo biológico (fitoalexinas, proteínas de defesa PR.).

6. Ativação fisiológica da planta: Uma planta “elicitada” é uma plan-ta natural e inteiramente mobiliza-da (ativada) contra as agressões:

Em situação de risco, a planta está reforçada para manter todo seu potencial de crescimento e produção tanto em ter-mos de quantidade quanto de qualidade. Esta mobilização é variável podendo ter duração entre 10 e 15 dias, período du-rante o qual a planta reduzirá ao mínimo os efeitos negativos do estresse.

A mobilização imunológica de cada célula vegetal demanda uma nutrição equilibrada e completa. As necessidades nutricionais são muito importantes neste processo.

router® (roteador) & Sinker® (Drenador)

A busca diária dos agricultores pela alta produtividade com alta rentabilidade em curto espaço de tempo tem modi-ficado e movimentado a área de P&D (Pesquisa & Desenvol-vimento) das empresas privadas de insumos agrícolas.

Uma grande demanda técnica na área de fisiologia e nu-trição de plantas está atrelada à necessidade de aumentar a quantidade e a velocidade dos transportadores de fotoassi-milados na época de pré-colheita, promovendo maior pro-dutividade e maior rentabilidade aos agricultores.

O sistema produtivo das culturas pode ser caracteriza-do através do seu crescimento, o qual é definido a partir da produção e distribuição da matéria seca e fresca entre os diferentes órgãos da planta. Esta distribuição é o resultado final de um conjunto de processos metabólicos e de trans-porte, que governam o fluxo de assimilados através de um sistema fonte-dreno.

Os órgãos fonte são responsáveis pela produção de assimilados a partir da fotossíntese e são representados

Eng. Agr. Dr. Tadeu T. Inoue – Professor Univ. Estadual de MaringáEng. Agr. MSc. Leonardo R. Pereira - FortGreen

Eng. Agr. Luciano Lucero – Loveland/Agrium

Informe Técnico

tes são absorvidos pelas células;3. Reconhecimento da proteína elici-

tora: A forma molecular específica dos elicitores no CEP é reconhecida (pelos receptores celulares) como uma chave ativando reações fisioló-gicas naturais em série capazes de reagir a uma agressão;

4. Sinalização ou Elicitação: As célu-las vegetais amplificam o sinal para as células vizinhas. Substâncias como o ácido jasmônico, etileno e o ácido salicílico asseguram esta missão e permitem que a planta re-aja mais ou menos intensamente ao agressor;

5. Modulação das barreiras físicas e químicas: Mediante indução de dife-rentes genes de defesa pelo elicitor, as respostas (vias de defesas utiliza-das) serão de intensidade variável. No caso específico dos NUTRICITO-RES® as resposta acontecem com mais intensidade via etileno e ácido jasmônico e com menor efeito via ácido salicílico. Sabe-se que esta última via induz respostas tipo RH (Resposta de hipersensibilidade) le-vando a morte celular e necrose se-

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Revista do Produtor Rural 53

principalmente pelas folhas. Os assi-milados tanto podem ser usados como fonte energética necessária ao funcio-namento da planta, através da respira-ção, como serem transportados e arma-zenados temporariamente em órgãos de reserva ou nos drenos, representados pelas raízes, meristemas, frutos das plantas, ou seja, novos órgãos que são gerados plantas. A força de fonte não é considerada, como exercendo efeito direto na distribuição de matéria seca, mas atua indiretamente, via formação de órgãos drenos.

Os agricultores têm interesse em que à máxima proporção de assimilados seja destinada aos frutos. Não obstante, existem limites para a fração de assimila-dos que pode ser desviada para esses, já que as plantas necessitam destinar quan-tidade suficiente para os órgãos vegeta-tivos, a fim de manter a sua capacidade produtiva futura. Com isso, o balanço apropriado entre o aporte e a deman-da de assimilados da planta tem grande importância para maximizar a produção, e pode ser obtido através de adequada relação fonte: dreno.

Nas plantas os compostos conheci-dos transportadores de fotoassimilados

são alguns açúcares (oligossacarídeos) que tem papel fundamental no processo de drenar ou carrear as reservas para os grãos ou frutos.

Neste contexto, produtos desenvol-

ATENÇÃOEste(s) produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, animal e ao meio ambiente.

Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no(s) rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s).Utilize sempre equipamento de proteção individual.

Nunca permita a utilização do(s) produto(s) por menores de idade.Faça a tríplice lavagem das embalagens.

Descarte corretamente as embalagens e restos de produto(s).

Produto de Uso AgrícolaConsulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

Venda sob Receituário Agronômico

vidos com alta tecnologia e que possuam alguns desses açúcares específicos con-tidos em sua formulação podem “ativar” as plantas e aumentar sua velocidade fonte: dreno.

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Revista do Produtor Rural54

[Meteorologia ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses

Durante o mês de outubro, as precipita-ções apresentaram volumes entre a mé-dia e ligeiramente acima da média no

Paraná. Nas áreas mais ao sul do estado foram observados os maiores volumes de precipita-ção, enquanto, nas regiões mais ao norte as precipitações ficaram entre e média e ligei-ramente abaixo da normal para a época do ano. As precipitações também apresentaram dois comportamentos diferentes ao longo do mês, na primeira quinzena, as chuvas ficaram abaixo da média em todo o estado, além de apresentarem uma distribuição muito irregu-lar, já na segunda quinzena as precipitações apresentaram volumes bem mais abundantes com uma melhor distribuição. Na região Sul do Brasil, o R. Grande do Sul, foi o estado que registrou os maiores volumes de precipitação, ficando bem acima da média histórica. A re-gularidade das chuvas na região Sul ao longo do mês, vem contribuindo para manter em bons níveis a umidade do solo, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras na região. Nas regiões Sudeste, Centro-oeste e nas áreas produtoras de grãos do Nordeste, as chuvas continuam muito atrasadas e abaixo da média na maior parte destas áreas, acentuando a de-ficiência hídrica no solo e consequentemente, atrasando o início do plantio da safra de verão.

As temperaturas mantiveram-se ligeira-mente acima da média na maior parte de ou-tubro, em todo estado do Paraná e centro-sul do Brasil. O comportamento da temperatura, intercalando períodos quentes com quedas bruscas de temperatura, é típico de primave-ra. Vale ressaltar a onda de calor que atingiu a região Sul do Brasil no final do mês, onde em algumas localidades foram observados recor-des de temperatura máxima.

Durante o último mês, observamos uma mudança no padrão do comportamento da evolução das temperaturas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Estas temperatu-ras superficiais que vinham numa tendência de aquecimento, mudaram o padrão no últi-mo mês e apresentaram uma pequena queda, mostrando assim uma diminuição das condi-ções para o desenvolvimento do “El Nino”. Como podemos observar na figura 01, ainda há um predomínio de águas mais quentes, no Oceano Pacífico Equatorial, mas já começam a aparecer alguns núcleos com águas mais frias nesta região. Estas condições, aliadas a outras

Luiz Renato LazinskiMeteorologista - INMET/MAPA

Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, durante o período de 02.09.2012 a 29.09.2012. (Fonte: CPC/NOAA).

Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar. (fonte: CPC/NOAA).

variáveis climatológicas, continuam indicando uma situação de neutralidade climática (nem “El Nino” e nem “La Nina”). Os prognósticos dos modelos climáticos globais, mudaram um pouco a tendência que vinham mantendo nos últimos meses, que era o desenvolvimento de um fenômeno climático “El Nino” de fraca in-tensidade, para uma condição de neutralidade climática nos próximos meses, como podemos observar na figura 02.

Conforme a análise dos modelos de prognóstico climáticos, continua tendência de precipitações com volumes dentro da média histórica para o centro-sul do Brasil, durante a primavera, porém, a distribuição das preci-pitações deve ocorrer de forma irregular, in-tercalando períodos curtos com muita chuva com períodos maiores com pouca ou nenhuma precipitação, devido a continuidade de uma situação de neutralidade climática. A umidade no solo, que recuperou a capacidade hídrica ao longo do último mês, deve manter as condições normais no decorrer do próximo mês, favore-cendo o bom desenvolvimento das lavouras. Para as regiões Centro-oeste, Sudeste e áreas produtivas do Nordeste, as chuvas que estão muito atrasadas e irregulares, devem voltar ao normal, no próximo mês de novembro.

Com relação às temperaturas, os prog-nósticos indicam que devemos continuar observando estas variações ocorridas nos últimos meses, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperatura, devido a incursões de mas-sas de ar frio, principalmente no centro-sul do Brasil.

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Revista do Produtor Rural 55

TratorCase expõe máquinas no WinterShow 2012

[Maquinário]

Nos dias 17 e 18 de outubro, a Tra-torCase participou do maior evento de cereais de inverno do Brasil, o

WinterShow em Entre Rios, Guarapuava (PR). A revenda da Case IH expôs alguns dos lançamentos em maquinários, como a plantadeira Case by Semeato, o trator Puma 205-225 e Farmall 60, que apresen-tam uma tecnologia avançada.

A Tratorcase também participou da dinâmica das máquinas que fazia parte da programação do evento, onde demonstrou como funciona o sinal RTK, com um trator se movimentando no piloto automático.

No estande da Tratorcase, além dos colaboradores, esteve presente o diretor da matriz em Ponta Grossa, Sérgio Luiz Valentim (Biro), que elogiou o evento promovido pela Agrária. “Acredito que o foco seja expor inovação e tecnologia para um público específico, que busca por novidade tecnológica. O foco aqui não é realizar negócios, mas sim apresen-tar tecnologia”.

O produtor rural Manfred Becker esteve no WinterShow e contou que re-centemente adquiriu uma colhedeira da empresa, pois pretendia sair do sistema convencional para o axial. “Eu optei pelo fato da máquina oferecer alta tecnologia e ao mesmo tempo ser simples, na ques-tão de operação e até mesmo na manu-tenção, pois na maioria das vezes a gente

Lançamentos, dinâmica de máquinas e inovação marcaram a participação da empresa no evento

mesmo pode resolver um possível pro-blema. Assim, pretendo permanecer na linha da Case quando for adquirir outras máquinas”.

Nova gerência da TratorCase

A TratorCase em Guarapuava está com nova gerência. Quem assumiu foi André Luiz Savoldi, que representava uma mul-timarcas em Pitanga e foi chamado pelo grupo para gerenciar a empresa na região.

Segundo Savoldi, o grupo busca me-lhorar a unidade de Guarapuava e a in-tenção agora é aprimorar os serviços e atendimento. “Temos um mercado bem promissor aqui e eu cheguei para somar com essa equipe. O produtor pode estar confiante na TratorCase, pois somos uma empresa sólida e que investe muito no pós venda. Teremos várias mudanças na filial e acredito que o agricultor vai per-ceber. Queremos nos colocar a frente no mercado aqui em Guarapuava”.

O diretor avaliou a importância da exposição de máquinas no WinterShow e falou sobre a participação da TratorCase. “O evento, que a cada ano está melhor, é uma vitrine de tecnologias e novidades para a região, pois aqui passam um grande número de produtores rurais. Isso é bom para o produtor como também, comercial-mente falando, para as revendas”.

André Luiz Savoldi

Dinâmica de Máquinas, piloto automático

Manfred Becker adquiriu colheitadeira da Tratorcase

Thiago, Mireilli, Sérgio (Biro), Eleandro Pilati e Henrique

FONE: (42) 3629-8900Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277

Km 341,7 - Guarapuava - PR

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[Sindicato Rural de Pinhão]

IAFT - Uma ferramenta para bovinocultura de sucessoO agropecuarista de Pinhão, Francisco Serpa, conta como a tecnologia é de fácil implantação e acessível tanto para pequenas quanto para grandes propriedades.

A técnica de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) é cada vez mais utilizada na bovinocultura de

leite e de corte para o desenvolvimento produtivo e genético das propriedades. O produtor rural Francisco Serpa conta que nos últimos cinco anos, após a implanta-ção do sistema, sua propriedade passou por significativas mudanças em relação ao incremento de produtividade e, conse-quentemente, rentabilidade.

A propriedade de Serpa, administrada em parceria com o filho, fica localizada no munícipio de Pinhão e tem 220 hectares. Nesta área, ele investe tanto na pecuária como na agricultura. “A área é utilizada para a pastagem e para plantio de soja e milho, além da criação de equinos”.

Em 2007, o produtor resolveu investir em melhoramento genético do rebanho de bovinos, a partir da técnica de IATF. Ser-pa afirma que a sua intenção foi otimizar a produção já que possui uma área peque-na. “Vi que precisava aplicar tecnologias mais avançadas e tentar buscar atingir o máximo que a minha área oferece”.

O produtor conta que para a implan-tação da inseminação precisou de auxílio técnico, e assim, a partir de 2007, o ve-terinário Vinícius Aquino Alves Faria se tornou responsável pela reprodução e sa-nidade do rebanho. “O nosso projeto visa inseminar 100 vacas por ano e chegar em 300 matrizes de ovinos até 2014; hoje te-mos 200”, declara o produtor.

Segundo o veterinário, a IATF é uma técnica que tem como principal foco sin-cronizar o cio do rebanho, o que ocasiona uma série de vantagens.

De acordo com o produtor, o foco da propriedade também modificou após a implantação do sistema. “Eu fazia cria e recria e nós tínhamos bezerros e bezerras para reprodução da raça Canchim. Há cin-co anos, optamos por inseminar as vacas com sêmen do touro Angus. E agora o nos-so foco é apenas bovinocultura de cria”.

Outro motivo que impulsionou Ser-pa a investir na tecnologia foi a criação da Cooperaliança, devido à oportunida-de de mercado. “Observei que ampliou a possibilidade de comercialização e surgiu a possibilidade de fornecer animais com cruzas de raças britânicas e zebuínas para obtenção do novilho precoce. Assim, hoje produzo bezerros precoces e forneço para terminadores da Cooperativa”.

O produtor conta que antes de im-plantar a IATF acreditava que era um pro-cesso longo e de difícil implantação. “Na verdade, não alterou praticamente nada na forma como eu conduzia a proprieda-de”, comenta Serpa.

Produtividade

Segundo o veterinário, a técnica ofe-rece muitos benefícios tanto para a pro-dução leiteira quanto a de corte. “Um dos principais fatores é que se consegue atin-gir um nível excelente de aproveitamento de reprodução das vacas. Então nós con-seguimos através da técnica, aumentar tanto as taxas de prenhez quanto de na-talidade e desmame”.

Faria explica que a IAFT faz com que a estação de monta seja mais curta e que, no caso da propriedade de Serpa, o resultado está sendo ótimo. Serpa exemplifica os resultados com alguns índices. “Em 2008,

Francisco Serpa

Francisco Serpa e o veterinário Vinicius Faria

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Revista do Produtor Rural 57

Dia de Campo sobre IATF

tínhamos um índice de natalidade em tor-no de 50%; em 2010 passamos para 90% e este ano já estamos com 95,3% e, por enquanto, sem nenhuma baixa”.

Além do aumento dos índices de pre-nhez e natalidade, o peso também é uma das características que apresentou evolu-ção após a técnica. “Antes a média era de e 200 kg e hoje estamos entregando na faixa de 245 kg”, afirma Serpa.

O produtor revela que estes núme-ros o incentivam a continuar na atividade, pois fazem com que o rendimento finan-ceiro também aumente.

De acordo com Serpa, estes resul-tados também são decorrentes de um manejo adequado na propriedade.“Não adianta você ter uma excelente taxa de natalidade e o bezerro não chegar até a desmama por falta de outros cuidados. O acompanhamento técnico faz com que o investimento seja mais seguro”.

Nutrição

A nutrição, segundo o veterinário, é um dos fatores importantes para a implan-tação da IATF, no entanto Faria comen-ta que na propriedade de Serpa não foi necessário realizar muitas modificações neste quesito. “Ele já tinha um manejo nutricional adequado, com utilização das pastagens. Isso é fundamental, porque a nutrição da vaca é um dos fatores primor-

No dia 27 de setembro foi rea-lizado na propriedade do pro-dutor rural Francisco Serpa o

Dia de Campo sobre os benefícios da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). O evento promovido pela loja veterinária AgroCampo, em par-ceria com a Biogenesis Bagó, teve como objetivo repassar a produtores do município de Pinhão as técnicas para implantação e desmistificar as dificuldades da aplicação da IATF. As palestras foram ministradas pelo ve-terinário Vinicius Faria, o zootecnista conveniado da Cooperaliança, Rober-to Motta Junior e os representantes da AgroCampo, Crisler Soares e da Biogenesis Bagó, Henry.

O dia de campo contou com o apoio do Sindicato Rural de Pinhão e reuniu 50 produtores.

diais para começar a inseminação e ele já tinha esse pré-requisito, com os animais com uma boa condição corporal”, alega.

Serpa diz que não há segredo para implantação da IATF e que precisou alte-rar a forma como realizava o manejo nutri-cional de seus animais. “Utilizo pastagem normal e no inverno aveia e azevém.O que fazemos de diferente apenas é o Creep--feeding, que é a técnica de suplementa-ção dos bezerros”.

Genética

A escolha do cruzamento artificial en-tre as raças Angus e Canchim foi sugerida pelo veterinário, que explica as principais características do touro.“Nesse cruzamen-to com Canchim, uma raça adaptada à re-gião, foi incorporado o Angus para termos animais mais pesados e com uma precoci-dade de terminação maior, além de ofere-cer uma das melhores carnes de qualida-de do mundo”, explica Faria.

Serpa declara que o investimento valeu a pena. “O resultado desse cruza-mento vem se mostrando excelente e eu não pretendo experimentar outro, porque estou muito satisfeito com esse sistema”.

O produtor ainda destaca que após o sucesso da implantação em bovinos, pretende expandir o projeto para os cor-deiros. “Possivelmente, vamos fazer a in-seminação de um lote de ovelhas nesse

processo, também para otimizar a criação e oferecer mais cordeiros à Cooperaliança. Está provado que o caminho é este mes-mo. Você otimiza a sua exploração e me-lhora os índices. Com isso, a rentabilidade, certamente, vai melhorar. A IATF é um in-centivo para continuar”.

Vinicius manipulando o tanque de inseminação

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[Visita técnica]

Produtores rurais visitam o Porto de Paranaguá

No dia 16 de setembro, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) levou 40 produtores de todo

Estado para o Porto de Paranaguá. O ob-jetivo da viagem foi conhecer o funciona-mento do Porto, bem como novos projetos e como a produção agropecuária parana-ense é escoada.

O vice-presidente do Sindicato Ru-ral, Anton Gora, esteve em Paranaguá e comentou sobre a visita. “A intenção foi observar como é funcionamento do Porto, quais são os custos, as perspectivas para o futuro, investimentos, entre outros”.

Gora também atentou sobre a impor-tância do produtor estar informado sobre a logística dos meios de escoamento da produção e como são operacionalizados os custos. “Foi interessante entender de que forma funciona o Porto, porque esse

é um importante fator na formação dos preços para o produtor, principalmente de soja e milho, que são o maior volume de exportação. E quanto maior o custo da in-fraestrutura da fazenda até o Porto, menor a rentabilidade do produtor”.

O vice-presidente ainda destacou o atraso tecnológico que vinha passando o Porto nos últimos anos, mas observa que há mudanças e as perspectivas são de melhora. “A gente viu que o Porto estava bastante atrasado tecnologicamente. Nos últimos anos, houve pouquíssimo investi-mento, então há muito trabalho a se fazer. Alguns dos problemas, por exemplo, é que os navios de grande porte não con-seguiam encostar no porto, precisavam dragar e existe um certo congestionamen-to. Mas por outro lado, vimos que essa administração está bem consciente des-

ses problemas e vai trabalhar no sentido de resolvê-los. É claro que é um trabalho longo, de médio prazo, mas é preciso que seja feito para que haja uma atualização no porto”, opina Gora.

Ele ainda comenta sobre a necessida-de do produtor atentar para os gargalos que fazem com que seu produto perca valor fora da porteira. “Isso nos afeta di-retamente”.

Além da visita ao Porto, os produtores também foram ao terminal da COAMO em Paranaguá, que exporta diretamente soja e farelo de soja.

Assc

om/ A

ppa

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[Direito Trabalhista]

Responsabilidade do tomador de serviços na terceirização

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados

Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745)Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655)Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

A terceirização é uma ferramenta cada vez mais utilizada para a contratação de mão de obra, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a qualidade do serviço.

Esse tipo de contrato surgiu da necessidade de transformações dos meios produtivos, a fim de economizar e aproveitar melhor os recursos, visando o aumento da competitividade e bus-cando redução de despesas, especialmente de mão de obra, onde é possível a substituição pela de terceiros. Mas para que essa forma de contratação de serviços tenha êxito, é conveniente o exame de alguns procedimentos e regras básicas.

Inicialmente, esse tipo de contrato provoca a formação de uma relação trilateral: o obreiro, pres-tador de serviço; a empresa terceirizante, que contrata este obreiro, firmando com ele os vínculos jurídicos trabalhistas pertinentes; e empresa tomadora de serviços, que recebe a prestação de labor, mas não assume a posição clássica de empregadora desse trabalhador envolvido.

O vínculo empregatício é estabelecido entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviços, sendo que a tomadora, a princípio fica isenta de qualquer responsabilidade, salvo se reconhecida na esfera judicial que o trabalhador executava atividade-fim, ou se demonstrar que a contratação realizada foi uma maneira de fraudar os direitos trabalhistas.

Dessa forma os tomadores de serviços terceirizados são co-responsáveis pela mão de obra ter-ceirizada em suas propriedades no âmbito trabalhista.

Logo, caso a prestadora de serviço não cumpra com as obrigações junto ao trabalhador, tornando--se inadimplente no que tange as questões trabalhistas, o tomador de serviço terá responsabilidade subsidiária, desde que figure no polo passivo da reclamação trabalhista e esteja expressamente no título executivo judicial.

Por isso, a escolha do terceirizado é de fundamental importância para que o tomador não tenha contratempos trabalhistas, os quais não são inevitáveis, mas podem ser reduzidos ao contratar uma empresa idônea.

A sugestão ao tomador de serviço terceirizado é de sempre solicitar a empresa contratada a cada pagamento, cópias das guias de INSS e FGTS do mês anterior ao pagamento, devidamente quitada, dos empregados que lhe prestam serviços. Ainda, que solicite todas as certidões fiscais do intermediário, analise sua capacidade financeira, sua idoneidade, exija garantias, e, que até mesmo seja contratando um profissional especializado no assunto para tentar evitar qualquer tipo de res-ponsabilidade por uma obrigação trabalhista não cumprida pelo prestador.

O processo de terceirização é cada vez mais realidade também no meio rural, podendo ser utili-zado como uma ferramenta importante para o crescimento da atividade, e mais, se bem administra-do é vantajoso por reduzir significativamente os custos, tendo em vista a diminuição dos encargos sociais, além da elevada especificidade da mão de obra.

Num ambiente globalizado, temos que a terceirização feita de forma correta é uma edificante alternativa nos dias atuais, entretanto deve-se escolher bem os contratados, seja quanto à experiên-cia, idoneidade e segurança, pois o tomador dos serviços poderá vir a ser responsabilizado no caso de descumprimento de obrigações para com o obreiro terceirizado.

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[Sorteio]

O associado da unidade de aten-dimento do Sicredi de Pitanga, Rafael Augusto Simão, é o ganha-

dor do principal prêmio da Promoção Cooperação Premiada: uma Mitsubishi L200 Triton 0Km.

O sorteio aconteceu no Hotel Pes-tana, em Curitiba e teve transmissão ao vivo pela internet.

A Promoção que iniciou em feverei-ro desse ano, distribuiu 10 motos e 10 carros, em dois sorteios, um em junho e outro dia 27 de setembro. Participaram da campanha os associados das coope-rativas afiliadas à Central Sicredi PR/SP que utilizaram produtos e serviços de suas cooperativas de crédito. Cada va-

Sicredi premia associado de Pitanga com caminhonete 0Km da Promoção Cooperação Premiada

lor específico em operações financeiras realizadas por meio desses produtos gerou um cupom para concorrer.

O presidente da cooperativa Sicre-di Terceiro Planalto, Adilson Primo Fio-rentin, comentou estar muito feliz com a promoção, que auxiliou no resultado das cooperativas do Paraná no primei-ro semestre e em contrapartida distri-buiu bons prêmios aos seus associados, como foi o caso do Rafael.

Além de Rafael, mais 9 associados do Paraná foram contemplados neste último sorteio com cinco motocicletas Honda Biz 125cc e quatro carros:

1ª Moto, Milton Bussler – Santa

O Sorteio realizado no dia 27 de setembro em Curitiba também distribuiu 5 motos e mais 4 carros.

Helena/PR; 2ª Moto, Susette M. Bulla Ronco – Mandaguaçú/PR; 3ª Moto, Co-mércio de Confecções Gomes e Coe-lho – Abelardo Luz/SC; 4ª Moto, Irma Miqueleto – Maringá/PR; 5ª Moto, Max R. Theobald – Quatro Pontes/PR; Ford Fiesta, Jandira Zanetti – Maripá/PR; Ci-troen C3, Osvaldo Balini – Ângulo/PR; Fiat Strada, Francieli Valério BiniZie-linski – Braganey/PR; Chevrolet Ágile, Anselmo Luiz Uguline – Santo Antonio do Sudoeste/PR;

O resultado da premiação pode ser obtido nas unidades de atendimento do Sicredi ou no hotsite www.coopera-caopremiadasicredi.com.br.

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Os Poupedis estão de volta na campanha para o Mês das Crianças

Para comemorar o Mês das Crianças, o Sicredi apresenta uma cam-panha com ações que visam conscientizar os pais sobre a importância de investir para garantir o futuro dos filhos, além de estimular a educa-ção financeira. A influência dos super-heróis na vida de crianças e adul-tos foi o mote utilizado para trazer de volta os Poupedis, personagens que representam, desde 2009, a poupança do Sicredi.

Desenvolvida pela agência Morya, a campanha apresenta os Pou-pedis como os guardiões do futuro, os heróis que ensinam a poupar.

Os Poupedis são representados pelos personagens Din, Pixx, Bludi, Zup e Nina que salvam a cidade do vilão “Gastador”. A estratégia da Morya, a partir da utilização de desenhos animados e efeitos especiais, conta essa história de um jeito lúdico e divertido.

Além disso, há cinco modelos de bonecos-cofre, um para cada Pou-pedi, que serão entregues mediante aportes em poupança. Em todo o Brasil, serão distribuídos mais de 120 mil bonecos, em cinco cores. Na Cooperativa Sicredi Terceiro Planalto, o boneco-cofre será entregue a cada R$ 200,00 aplicado no produto.

Para saber mais sobre os Poupedis acesse: poupedisicredi.com.br

Sobre a Sicredi Terceiro Planalto

A Sicredi Terceiro Planalto está presente em 8 municípios com 10 unidades de atendimento (3 em Guarapuava) e tem como sede a cidade de Guarapuava PR. Municípios da cooperativa com unidades de atendimento: Guarapuava, Pinhão, Candói, Pitanga, Manoel Ribas, Santa Maria do Oeste, Palmital e Turvo.

Sobre o Sicredi

O Sicredi é um sistema composto por 113 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal represen-ta a rede de atendimento (mais de 1.100 pontos), distribuídas em 10 Estados* - 905 municípios. No processo de integração vertical, as coopera-tivas estão organizadas em quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla empresas espe-cíficas que atuam na disponibilização de produ-tos e serviços aos associados, compreendendo seguros, administração de cartões e de consór-cios. Mais informações no site sicredi.com.br.

* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato

Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.

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[Dia da Secretária]

Encontro de Secretáriasreuniu 150 profissionais do setor agropecuário e do comércio

Com objetivo de celebrar o Dia da Secretária e reunir profissionais para um dia de confraternização

e aprendizado, o Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Con-selho da Mulher Executiva da ACIG (CEME), promoveu na tarde do dia 28 de setembro, o Encontro das Secretá-rias de Guarapuava.

O evento que já é tradição nas entidades de classe, a cada ano se consolida e atrai mais profissionais. Neste ano, o Encontro, que está na 11ª edição realizada pela ACIG e 5º pelo Sindicato Rural, reuniu cerca de

150 profissionais, entre elas secretá-rias executivas, assistentes adminis-trativas e telefonistas tanto do setor agropecuário quanto da indústria e do comércio. A gerente comercial da ACIG, Márcia Bittar comentou sobre o evento. “Para nós é muito importante essa parceria no sentido de unir esfor-ços para incentivar que outras pesso-as busquem capacitação. Acredito que esta união de forças faz com que as duas entidades somem e nós consi-gamos proporcionar um momento de lazer, descontração e algumas dicas para estas profissionais”, observa. Adriana Botelho (Sindicato Rural)

Marcia Bittar (ACIG) Iris Previatti (Expressiva)

Priscila Flauzino (Bella Diva)

Cleuza Meira(Estética Bela Forma)

Rubens Unger (Stúdio Personal)

Maria Inês Guiné (CEME)

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A cerimonialista e presidente do CEME, Maria Inês Guiné abriu o evento e destacou a importância de se valorizar a profissão da secretária na cidade. Em se-guida o presidente da Acig, Eloi Mamcasz também falou do papel da Associação

ValorizaçãoComercial e da importância da secretária no cotidiano das organizações. E ainda a esposa do presidente do Sindicato Rural, Adriane Botelho e conselheira do CEME, Elaine Scartezini Meirelles falaram sobre a realização do evento. Adriana destacou

que o dia da secretária proporciona mo-mentos de reflexão, auto análise pessoal e profissional, além de troca de experi-ências e confraternização. “Queremos agradecer, reconhecer e valorizar as se-cretárias nesta data”, disse.

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ProatividadeA programação foi bem variada,

desde dicas profissionais a questões de moda e sensualidade. A primeira palestra foi com a gerente comercial da ACIG, Marcia Bittar que abordou sobre postura, conduta e comporta-mentos que são adequados para a profissão de secretária. Em seguida, a empresária Iris Previatti repassou as novas tendências da moda. Logo após, a conselheira do CEME e esteticista, Cleuza Meira fez uma demonstração de como preparar uma maquiagem bá-sica para o trabalho e para o dia a dia. Ainda o personal traineer e educador físico, Rubens Unger fez uma pequena

aula de ginástica que entusiasmou a plateia e a vendedora Priscila Flauzino falou sobre sensualidade.

Márcia destacou em sua palestra que muitas vezes o que falta não é capa-citação profissional, mas proatividade e iniciativa. “Tenho 35 anos de experiên-cia e considero que o mais complicado na área de secretariado se resume na área comportamental, a maneira como se age em determinadas situações, falta de controle, sigilo, e a questão de con-fiança no profissional, mas o mais grave se resume na falta de iniciativa. Eu acho que não basta ter muito conhecimento se não se tem atitude”.

O Encontro contou com apoio e patrocínio de várias empresas, com distribuição de brindes e coquetel de confraternização.

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[Lavoura-Pecuária-Floresta ]

Mais de 150 pessoas participaramdo Dia de Campo ILPF na Fazenda Capão Redondo

O Sistema FAEP/SENAR-PR, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, promoveu na manhã do dia 24 de outubro, um Dia de Campo sobre Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) na Fazenda Capão Redondo, em Candói.

Através de painéis teóricos e práticos foram demonstrados os benefícios da ILPF para as cadeias produtivas (corte, leite, ovino e caprino) e otimização da produção de grãos.

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Planejamento de forma sistêmica

No primeiro painel, o professor Paulo Carvalho, da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul, apresentou as propriedades da tecnologia. “A ILPF é uma boa alternativa, que está ao al-cance dos produtores e é uma tecno-logia sustentável. O governo brasileiro está apostando bastante nessa tecno-logia, que inclui a rotação de culturas, plantio direto, conservação dos solos e diversificação na propriedade. A ro-tação agrícola e pecuária proporciona um sinergismo entre atividades, que resulta em mais produção, rentabili-dade e sistemas mais sustentáveis a longo prazo”.

Segundo Carvalho, a ILPF ainda não é comum no Brasil. “A gente ob-serva muito rotações de agricultura com pastagem, mas não necessaria-mente dentro da concepção de inte-gração. Ainda que exista a rotação, a integração do sistema é a combinação de grãos, pecuária e árvores”.

A ILPF, de acordo com o professor, inclui, por exemplo, um planejamento de adubação. “Quando o produtor tra-balha com culturas em associação, ele planeja a adubação na soja, no milho, eventualmente para pastagem. Quan-do o objetivo é fazer integração, o produtor deve observar quando há sa-ídas de nutrientes no sistema e quan-do é preciso entrar com nutrientes. O produtor deixa de fazer fertilizações específicas para cada cultura e passa a adubar o sistema, ou seja, pode ha-ver sistemas com rotação soja-pasta-gem em que o momento de adubar o sistema é na fase pastagem, e não na lavoura. O planejamento passa a ser

feito de uma forma sistêmica. Isso é integração”, explica. De acordo com ele, geralmente o produtor trabalha a sequência, ou seja, “quando chega a época da soja, ele pensa na soja e não na soja como um sistema integra-do. Nesse sentido, é preciso evoluir. Não só o produtor, como as pesquisas e a academia. Essas combinações são complexas e influenciam na ciclagem de nutrientes”.

“É preciso acabar com a resistência de técnicos e produtores”

No segundo painel, o professor da Universidade Estadual do Centro-Oes-te (Unicentro) Sebastião Brasil, apre-sentou o que foi feito na região de Guarapuava nos últimos 20 anos com relação à integração lavoura e pecuá-ria. “Essa integração iniciou em 1995 e temos hoje uma situação privilegia-da na região. A pesquisa conseguiu solucionar diversos problemas levan-tados pelos produtores rurais ao lon-go desses anos, como compactação do solo, transferência de fertilidade e sistemas de rotações que atendes-sem os interesses da classe, reduzin-do riscos econômicos da propriedade. O que falta é acabar com a resistên-cia (quanto à adoção do sistema) dos técnicos - agrônomos, zootecnistas e veterinários e, principalmente, do pro-dutor. É aIgo complexo porque a inte-gração necessita de uma boa gestão. Por isso, estamos focando no plane-jamento da propriedade e a organi-zação da porteira para fora. Temos um apoio muito grande do Sistema FAEP nessa capacitação para formar núcle-os de produtores visando implantar essa tecnologia, que gera diversidade dentro da propriedade, renda e esta-bilidade econômica. Tudo é possível com organização e planejamento”.

Quanto à ILPF na região de Gua-rapuava, Brasil considera que poucas propriedades estão dentro do princípio da integração, ou seja, com os compo-nentes interagindo entre eles. “Não dá mais para enxergar a agricultura como atividade principal, a pecuária como atividade secundária e a floresta ou outras, como terciária. É preciso avan-çar. Aqueles que já adotam o sistema

estão colhendo os frutos comprovados pela pesquisa. No Paraná, apenas cerca de 5% das áreas de agricultura estão integradas, pensando no conceito ge-ral de integração”.

Dias de campo e Empreendedor Rural

Esse foi o quarto dia de campo de difusão de estratégias sobre ILPF no Paraná. Ao todo, o evento será realiza-do em 11 municípios do Estado, reu-nindo dirigentes sindicais e produto-res rurais. Segundo o superintendente do Senar, Ronei Volpi, o dia de campo pretende fazer a difusão e quebrar pa-radigmas sobre a integração lavoura, pecuária e floresta e ainda, desafiar os produtores para a criação, em 2013, de pelo menos 30 grupos de interesse para o programa Empreendedor Rural adaptado à ILPF, dividido em pecuária de corte, pecuária de leite e ovino-

Paulo Carvalho

Sebastião Brasil

Ronei Volpi

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-caprinocultura. “A ideia é trabalhar, além da integração, rastreabilidade, qualidade total, controle zootécnico e econômico, dando todo o suporte para os produtores se profissionaliza-rem, reduzindo custos de produção e riscos na atividade “.

Para Volpi, o dia de campo em Guarapuava superou as expectativas. “Estou muito satisfeito porque tive-mos mais de 100mm de chuva ontem, quase cancelamos o evento, mas tive-mos um dia excepcional. Os produto-res tiveram a oportunidade de partici-par desse dia de campo maravilhoso, nessa fazenda excepcional da família Botelho, que nós agradecemos muito a disponibilidade porque sabemos o transtorno que um dia de campo traz para uma fazenda. O evento também superou o número de pessoas previs-to e isso nos traz muita alegria e reco-nhecimento pelo nosso trabalho”.

Cenário ideal

Além da informação técnica de qualidade, a centenária Fazenda Ca-pão Redondo deu um toque especial ao evento. Belas paisagens e a inte-gração lavoura, pecuária e floresta im-plantada na propriedade chamaram a atenção dos participantes.

O produtor rural Carlos Eduardo dos Santos Luhm elogiou o dia de campo. “Foi muito bom porque apre-sentou novas perspectivas para a agropecuária da região, principalmen-te visando o inverno, porque aqui só temos a opção de trigo, cevada, tritica-le e aveia. Essa integração de lavoura, pecuária e agora floresta é mais uma alternativa de conservação de terra e também de remuneração”, disse.

O produtor rural Edgard Szabo também aproveitou a oportunidade para obter informações. “Foi ótimo.

Agora temos que colocar em prática. Pretendemos implantar a integração lavoura, pecuária e floresta na pro-priedade”.

Com o término do dia de campo, o Sindicato Rural de Guarapuava está recebendo inscrições de produtores rurais interessados em participar de grupos de interesse dos segmentos corte, leite, ovino e caprino para a re-alização do Projeto de Empreendedor Rural em 2013.

São parceiros do Dia de Campo Integração Lavoura, Pecuária e Flores-ta: Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento do Paraná (Seab), Embra-pa, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar),Universidade Federal do Pa-raná (UFPR), Emater, Banco do Brasil, Núcleo de Inovação Tecnológica em Agropecuária (Nita), Unicentro e Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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[Sanidade]

Adapar discute taxas de fiscalização

A Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) reuniu fiscais para repassar procedimentos sobre as taxas de

fiscalização sanitária tanto animal quanto vegetal, relacionadas à vigilância, fiscali-zação, inspeção, controle, rastreabilidade e certificação de saúde animal. O encon-tro aconteceu no dia 20 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava.

As taxas que começaram a ser cobra-das a partir de julho deste ano, estão pre-vistas pela Lei 17.044, sancionada no dia 30 de dezembro de 2011, com objetivo de gerar uma nova política administrativa da área de sanidade no estado do Paraná.

O diretor de defesa agropecuária da Adapar, Adriano Luiz Ceni Riesemberg, falou sobre o objetivo da reunião. “Pas-samos pelas nossas unidades regionais para detalhar, e tirar as dúvidas dos fis-cais sobre os procedimentos de cobran-ça. Nós só estamos fazendo uma adequa-ção de operações para todo Estado agir da mesma forma”.

Entre os serviços cobrados estão, por exemplo, o registro de agrotóxicos, frigoríficos no Sistema de Inspeção do Paraná (SIP) e a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs). Vale destacar que a Adapar poupou as taxas dos agriculto-res familiares.

As cobranças foram divididas em taxas de fiscalização animal, fiscalização vegetal, serviços de laboratório e taxa de serviço administrativo, como vacinações brucelose, compulsória, taxas de emissão de GTA ou de abate de animais, incluindo as espécies de expressão zootécnicas, bovinos, equideos, bubalinos, suínos e aves, caprinos e ovinos, entre outros.

O diretor de Defesa Agropecuária explicou o que muda e o motivo das ta-xas. “A Agência é uma autarquia que tem que prover seus recursos de manutenção e assim passou a cobrar por alguns servi-ços que não eram cobrados. Tudo isso im-plica em fiscalização e gastos com pes-soal. No entanto, destaco que o produtor ou o comerciante exija que os serviços sejam prestados com qualidade, pois as taxas só se justificam se a Adapar entre-gar em contrapartida um bom serviço”.

O fiscal de defesa sanitária agro-pecuária da ADAPAR e componente da gerência de apoio técnico no Setor de Sistemas de Informação em Curitiba, An-tônio Minoro Tachibana explicou sobre o amparo legal e as condições de existên-cia das cobranças. “Inicialmente sobre a questão legal, a cobrança dessas taxas é amparada por lei e foi um consenso

entre o setor produtivo organizado que tínhamos que criar a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná”.

O fiscal explica que a agência pre-

A Agência de Defesa Agropecuária pretende ampliar o volume e valor das exportações dos produtores agropecuários no Paraná

tende fazer do Paraná um maior expor-tador. “O nosso foco está no mercado interno e externo, independente de sua exigência. Pretendemos atingir o mer-cado europeu que paga bem e que quer qualidade, sem perder o foco e os olhos no mercado africano e asiático, que quer quantidade. Então estamos focados na qualidade, sem perder em quantidade”.

Além disso, Tachibana comenta que a Agência quer proporcionar uma nova realidade para questão sanitária no

Adriano Riesemberg, diretor dedefesa agropecuária da ADAPAR

Antonio M. Tachibana, fiscal dedefesa agropecuária da ADAPA

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 ANEXO  III-­‐  TAXA  DE  SERVIÇOS  ADMINISTRATIVOS-­‐  ADAPAR  

Item   Fato  Gerador  Quem  emite  do  

boleto   Quem  paga  o  boleto  Sobre  o  que  é  

cobrado  Quando  é  emitido  o  

boleto   Valor  de  referencia   Observações  

4   BOVINOS  E  BUBALINOS  

Serviço  Oficial  ou  Produtor   Produtor/Indústria  

Por  GTA  +  quantidade  de  

animais.  

ULSA:  no  momento  do  fornecimento  da  GTA;    

 Produtor:  a  qualquer  momento,  antes  da  emissão  da  GTA.    

R$2,00  por  GTA  +  R$  1,50  por  animal  (até  no  máximo  R$  

32,00)  

.   Independentemente   do   número   de   animais   a   serem  transportados,  a  cobrança  máxima  é  de  R$  32,00  por  GTA;  .  Cobrança  apenas  quando  a   finalidade  da  GTA  é  abate  ou  para  trânsito  interestadual.  .  Emissão  pelo  Serviço  Oficial    .Emissão  pelo  produtor    

no   site   da   SEAB   (www.agricultura.pr.gov.br)   ou  http://www.adapar.pr.gov.br/  

Item   Fato  Gerador   Quem  emite  do  boleto   Quem  paga  o  boleto   Sobre  o  que  é  

cobrado  Quando  é  emitido  o  

boleto   Valor  de  referencia   Observações  

5   SUÍNOS   Serviço  Oficial  ou  Produtor  

Produtor  Por  GTA  +  

quantidade  de  animais.  

ULSA:  no  momento  do  fornecimento  da  GTA;    

 Produtor:  a  qualquer  momento,  antes  da  emissão  da  GTA.  

R$2,00  por  GTA  +  R$  0,30  por  animal  (até  no  máximo  R$  

32,00)  

.   Independentemente   do   número   de   animais   a   serem  transportados,  a  cobrança  máxima  é  de  R$  32,00  por  GTA;  .   Cobrança   apenas   quando   a   finalidade  da  GTA  é     para   trânsito  interestadual.  .   Quando   da   finalidade   de   abate   as   taxas   serão   cobradas   da  indústria  em  conformidade  com  o  mapa  de  abate.  .  Emissão  pelo  Serviço  Oficial  .Emissão  pelo  produtor  no  site    

Indústria   Por  animal  Serviço  Oficial:  

na  ULSA  uma  vez  por  mês.  

R$  0,30  por  animal  

.  A  ULSA  que  possuir  abatedouros  em  sua  jurisdição  deverá  uma  vez   por   mês   emitir   o   boleto,   em   conformidade   ao   Mapa   de  abate;  .  Emissão  pelo  Serviço  Oficial    

Item   Fato  Gerador  Quem  emite  do  

boleto   Quem  paga  o  boleto  Sobre  o  que  é  

cobrado  Quando  é  emitido  o  

boleto   Valor  de  referencia   Observações  

6   OVINOS  E  CAPRINOS  

Serviço  Oficial  ou  Produtor   Produtor/Indústria  

Por  GTA  +  quantidade  de  

animais.  

ULSA:  no  momento  do  fornecimento  da  GTA;    

 Produtor:  a  qualquer  momento,  antes  da  emissão  da  GTA.  

R$2,00  por  GTA  +  R$  0,30  por  animal  (até  no  máximo  R$  

32,00)  

.   Independentemente   do   número   de   animais   a   serem  transportados,  a  cobrança  máxima  é  de  R$  32,00  por  GTA;  .  Cobrança  apenas  quando  a   finalidade  da  GTA  é  abate  ou  para  trânsito  interestadual.  .  Emissão  pelo  Serviço  Oficial,  Emissão  pelo  produtor    

Item   Fato  Gerador   Quem  emite  do  boleto   Quem  paga  o  boleto   Sobre  o  que  é  

cobrado  Quando  é  emitido  o  

boleto   Valor  de  referencia   Observações  

7   EQUÍDEOS  Serviço  Oficial  ou  

Produtor   Produtor/Indústria  Por  GTA  +  

quantidade  de  animais.  

ULSA:  no  momento  do  fornecimento  da  GTA;    

 Produtor:  a  qualquer  momento,  antes  da  emissão  da  GTA.  

R$2,00  por  GTA  +  R$  0,30  por  animal  (até  no  máximo  R$  

32,00)  

.   Independentemente   do   número   de   animais   a   serem  transportados,  a  cobrança  máxima  é  de  R$  32,00  por  GTA;  .  Cobrança  apenas  quando  a   finalidade  da  GTA  é  abate  ou  para  trânsito  interestadual.    

 ANEXO  III-­‐  TAXA  DE  SERVIÇOS  ADMINISTRATIVOS-­‐  ADAPAR  

8  AVES  DE  CORTE  -­‐  ABATE  

Serviço  Oficial   Produtor  /  Industria   A  cada  1000  aves  abatidas  

Serviço  Oficial:  na  ULSA  uma  vez  por  

mês.      

R$  0,40  a  cada  1000  aves.    

.  Emissão  de  boleto  para  indústria  através  de  mapa  de  abate  ou  pelas  emissões  de  GTAs  recebidas  (mensalmente);    .  Emissão  pelo  Serviço  Oficial    .  Incluí-­‐se  o  descarte  de  Matrizes  pesadas  (corte)  (Portaria  07  de  05/07/12,  art8º,  §2º).  

Item   Fato  Gerador  Quem  emite  do  

boleto   Quem  paga  o  boleto  Sobre  o  que  é  

cobrado  Quando  é  emitido  o  

boleto   Valor  de  referencia   Observações  

9  AVES  –  

MATRIZES  ALOJADAS  

Serviço  Oficial  Produtor  /  Empresa  /  Estabelecimentos  de  Reprodução  avícola  

A  cada  1000  aves  alojadas  

Fiscal  de  Regional  de  Sanidade  Avícola  -­‐  FRSA  ou  ULSA,  uma  vez  por  

mês.  

R$  7,00  a  cada  1000  aves  alojadas  

.  Emissão  pelo  Serviço  Oficial    

10  AVES  DE  POSTURA  

COMERCIAL  

Serviço  Oficial  ou  Produtor   Produtor  /  Industria   Por  GTA  

ULSA:  no  momento  do  fornecimento  da  GTA;    

 Produtor:  a  qualquer  momento,  antes  da  emissão  da  GTA.  

R$  7,00  por  GTA  

.  Emissão  de  boleto  para  indústria  através  de  mapa  de  abate  ou  pelas   emissões   de   GTAs   emitidas   para   a   indústria   (cobrança  mensal);  .Emissão  pelo  produtor    .   Incluí-­‐se  o  descarte  de  Matrizes   leves  (postura)  (Portaria  07  de  05/07/12,  art8º,  §2º).    

 

Paraná. “Agregar valor a médio e longo prazo em todos os produtos. Pedimos que a sociedade confie em nós, pois vamos saber conduzir a Adapar com au-tonomia e quadro próprio para executar as ações de defesa sanitária que vão se traduzir em quebras de barreiras e até de paradigmas”, opina o fiscal.

Alguns dos serviços prestados pela Adapar podem ser gerados pelo site da Adapar www.adapar.gov.pr ou da Secre-tária de Agricultura e do Abastecimento (Seab) www.seab.pr.gov.br.

A Adapar Riesemberg explica que a Agência

não modificou ou interrompeu serviços

que eram prestados pelo DEFIS. “Nós ain-da estamos em fase de estruturação, por exemplo, está para se realizar um concur-so para repor pessoal, também escreven-do projetos e preparando a Adapar para termos, em 2013, uma outra estrutura e condição de trabalhar e prestar serviços de forma mais eficiente”, explica.

O diretor de defesa agropecuária-também falou sobre as pretensões sani-tárias do Estado e como a Adapar preten-de agir para atingir a sanidade plena. “O Paraná quer ser, por exemplo, livre de Fe-bre Aftosa sem vacinação porque isso vai trazer um valor maior para nossa carne. A mesma coisa com outras culturas e ex-plorações, na medida em que você con-segue ser reconhecido como um Estado

sanitariamente elevado em qualidade, os mercados se abrem. O propósito da Ada-par é fazer com que nossos produtos não tenham nenhuma restrição de mercado, seja no Brasil e principalmente no exte-rior”, observa Riesemberg.

O fiscal da Adapar, Tachibana, expli-ca que a atuação da Adapar é de extrema importância para melhorar a qualida-de não só para exportação de produtos agropecuários, mas para a população paranaense. “O nosso serviço é derrubar barreiras não tarifárias escondidas como barreiras sanitárias, preparando todos os nossos produtos para exportação e tam-bém garantindo a maior qualidade dos produtos para o consumidor paranaense e brasileiro”.

Taxas de Serviços Administrativos - ADAPAR

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Revista do Produtor Rural72

[Pesquisa ]

Validação da tecnologia de melhoramento de pastagens naturais no Planalto Sul de Santa Catarina1

Resumo – O melhoramento de pas-tagens naturais foi consolidado na Serra Catarinense a partir da segunda metade da década de 90. Nesta época já existia uma grande área implantada, como resul-tado da adoção por diversos produtores, em função do aumento da produção de forragem, da elevação da capacidade de suporte, além dos custos de implantação serem inferiores aos praticados em culti-vos convencionais. Apesar da dimensão existente, esta tecnologia ainda neces-sitava de avaliação e acompanhamento mais rigorosos. Assim, conduziu-se três ensaios de validação no município de Campo Belo do Sul, por um período de três anos, nos quais avaliou-se a produ-ção e qualidade da forragem, o rendi-mento animal e a rentabilidade econômi-ca. Os resultados médios obtidos foram: 511,63 kg PV/ha/ano, sendo o GMD de 0,789 kg/an/dia e carga animal de 648 kg de PV/ha. A DIVMO foi de 66,1; 62,6; 72,4 e 66,5 %, no verão, outono, inverno e primavera, respectivamente. O teor de proteína bruta foi de 14,7; 19,7; 22,0 e 14,4 % para a mesma ordem das esta-ções do ano. A margem bruta foi de R$ 811,10/ha.

Termos para indexação: campo nati-vo, melhoramento, produção animal.

Abstract – The improvement of na-tural pastures was consolidated in the

highlands of Santa Catarina State only recently when a great area of improved natural pastures already existed, tech-nology adopted by farmers due to its increase in fodder production and sto-cking capacity. Besides, this technology presented costs inferior to the ones for the conventional pasture cultivation. However, this technology still needs a more rigorous evaluation, which is to be achieved by three on farm experiments, conducted in Campo Belo do Sul county. It was evaluated forage production and quality, animal liveweight gain (LWG) and the profitability of the native pasture im-provement technology. The average re-sults were as follows: the pastures sho-wed an in vitro OMD of 66.1; 62.6; 72.4 and 66.5 %, during summer, autumn, winter and spring season, respectively. The crude protein content was of 14.7; 19.7; 22.0 and 14.4 % for the same sea-son order. Animal LWG of 511, 63 kg/ha/year, with a daily animal LWG of 0.789 kg/animal/day and animal load of 648 kg of LW/ha. Finally, the system showed an economic gross margin of R$ 811,10/ha (U$ 477,00/ha).

Index Terms: natural pasture, animal production

Introdução

A Região Serrana de Santa Catarina

(Brasil), que compreende os Campos de Lages e Curitibanos, possuía em 1995 aproximadamente 900.000 hectares de pastagens naturais (Censo Agropecuário, 1995-96). Nas últimas décadas, grande parte deste recurso forrageiro, ainda não dimensionada, tem sido substituída por monoculturas de atividades diversas. No período entre 1970 e 1995 aproximada-mente 338.000 hectares foram substitu-ídos por outras culturas (Córdova, 1997). Essa situação certamente tem se agrava-do nos últimos anos com a intensificação do plantio de monoculturas como: Pinus, eucalipto, grãos (principalmente soja e milho), maçã, batata e alho. Estima-se que a área de pastagens naturais substi-tuídas já ultrapassa 400.000 hectares na referida região.

A principal razão para essa situação é a baixa produtividade obtida pelos sis-temas tradicionais de produção pecuá-ria, baseados em pastagens naturais, nos quais o rendimento animal dificilmente ultrapassa valores de 60 a 70 kg de peso vivo (PV)/ha/ano (Carvalho et al., 2006). Esse resultado inviabiliza a pequena ou média propriedade que tenha na pecu-ária de corte a principal fonte de renda. Uma das alternativas que pode reverter essa situação é a adoção da tecnologia de melhoramento de pastagens naturais, que através da introdução de espécies de estação fria, tem como objetivo atenuar a

Ulisses de Arruda Córdova2

Nelson Eduardo Prestes3

Osvaldo Vieira dos Santos4

César Itaqui Ramos5

1 Projeto realizado através de convênio técnico/financeiro firmado entre Epagri e Florestal Gateados Ltda. de Campo Belo do Sul, SC.2 Eng. agr., M.Sc, Epagri/Estação Experimental de Lages, C.P. 181, 88.502-970, Lages, SC, fone/fax: (49) 3224-4400, e-mail: [email protected];3 Eng. agr., M.Sc, Epagri/Estação Experimental de Lages, C.P. 181, 88.502-970, Lages, SC, fone/fax: (49) 3224-4400, e-mail: [email protected];4 Eng. agr., M.Sc, Epagri/Cepa, C.P. 1587, 88.034-001, Florianópolis, SC, fone: (48) 3229-3900, e-mail: [email protected];5 Méd. vet., M.Sc,

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Revista do Produtor Rural 73

flutuação estacional da oferta de alimen-tos, para reduzir ou até eliminar os prejuí-zos provocados durante o período de ou-tono-inverno (Prestes & Córdova, 2004). Além de elevar a produtividade dos cam-pos naturais reveste-se de importância por diversas razões, como: a manutenção da estrutura física do solo, a preservação das espécies nativas e os baixos custos praticados (Barreto et al., 1978).

Diversos autores (Nabinger, 1980; Gonçalves, 1980; Vincenzi, 1987; Jac-ques, 1993; Córdova, 1997) afirmam que a única possibilidade de preservação das pastagens naturais é através do uso de novas tecnologias, como o melhoramen-to das mesmas, pela introdução de espé-cies de estação fria, que tenham cresci-mento no período de outono-inverno e bom valor nutritivo, além de práticas de manejo que permitam o estabelecimen-to, a manutenção e a elevação de produ-tividade dessas pastagens.

Em Santa Catarina os primeiros resul-tados animal obtidos pelo melhoramen-to de campo nativo foram publicados por Ritter & Sorrenson (1985), a partir de ensaio conduzido na Estação Experimen-tal de Lages (EEL), no qual o rendimento animal obtido foi de 299 kg PV/ha/ano. No município de Urupema, em uma área de 11,5 ha, com aplicação à lanço de cal-cário e fertilizantes, e sobressemeadura manual, 32 novilhos permaneceram por 293 dias, resultando em um rendimen-to de 540 kg de PV/ha, com ganho mé-dio diário (GMD) de 0,662 kg, incluindo o período de outono-inverno (Santos, 2004). Vale destacar que esse municí-pio está entre aqueles em que ocorrem as menores temperaturas do Brasil. Em acompanhamento de 15 propriedades, localizadas no Planalto Catarinense, que adotaram a tecnologia de melhoramen-to de campo nativo, Andrade (2001), em seu trabalho de conclusão de curso, re-gistrou 356,64 kg PV/ha/ano como resul-tado médio destas propriedades, sendo que a amplitude verificada se situou de 208,0 a 628,6 kg PV/ha. Este resultado do limite superior equivale a aproxima-damente 9 vezes a produtividade média do campo nativo, em regime extensivo de uso, sendo que o valor menor é ainda 3 vezes superior a mesma.

Nos municípios de Urupema, São Joa-quim e Painel, ou seja, na região mais fria e de maior altitude da Serra Catarinense,

em quatro propriedades que implantaram o melhoramento de campo nativo de dife-rentes maneiras, foram obtidos resultados que variaram de 520 a 672 kg de PV/ha/ano (Prestes & Córdova, 2004). Em São Francisco de Paula – RS, município loca-lizado na região dos Campos de Cima da Serra, em uma área de 18 ha, a engorda de 20 vacas de descarte, em 79 dias de pastejo, resultou em um rendimento de 187,11 kg PV/ha (Messias, 2004).

Material e métodos

A definição das propriedades onde foram implantadas as áreas de melho-ramento de campo nativo foi de respon-sabilidade das instituições que atuam, lideram e/ou representam o setor agro-pecuário de Campo Belo do Sul.

As áreas totais, assim como suas sub-divisões, foram dimensionadas através de medição com GPS de precisão, reali-zada por empresa especializada. A totali-zação das três unidades de validação foi de 29,67ha.

respectivamente.Em um hectare de cada unidade foi testado o dátilo (Dactylis glo-merata L.) cv. Amba e Lótus-serrano (Lotus uliginosus Schkuhr) SCS 313 Serrano, nas densidades de 8 e 2 kg/ha, respectiva-mente. Antes do plantio foi promovido um pastejo intenso e roçada mecanizada e/ou manual com a finalidade de reduzir a competição exercida pela flora original e facilitar o contato da semente com o solo. A semeadura e adubação foram re-alizadas através do uso de renovadora de pastagens com cinco linhas de plantio. Após a implantação, todas as áreas foram subdivididas com cerca eletrificada em pi-quetes com tamanho médio de aproxima-damente 1,75 ha. Os animais utilizaram as pastagens em pastejo rotativo. A carga animal foi ajustada sempre que necessá-rio, de acordo com a disponibilidade de forragem. No primeiro ano as áreas foram diferidas para ressemeadura natural du-rante 4 meses. No início de cada outono foi realizada uma roçada e aplicado 150 kg/ha da fórmula 09-33-12 como aduba-ção de manutenção.

O período de avaliação, compreen-dido desde a implantação do melhora-mento do campo nativo até o último cor-te da pastagem e pesagem dos animais, foi de três anos, 10 meses e 25 dias para a unidade 1, do Sr. Osni do Amaral Antu-nes; de três anos, 9 meses e 24 dias para a unidade 2, do Sr. Irineu Pereira Branco; e de um ano, sete meses e 21 dias para a unidade 3, do Sr. José Sólon Furtado.

Para avaliação da produção de ma-téria seca (MS) e ganho de peso vivo (PV) foi considerado um período de 305 dias no ano, sendo os 60 dias restantes desti-nados à preparação da pastagem como a realização da adubação, da roçada e o di-ferimento, para o período mais crítico de outono e inverno. As avaliações dos ren-dimentos de MS e de PV ocorreram a cada 28 dias. A produção forrageira foi quan-

Momento da entrada dos novilhos em um dos piquetes experimentais

Novilhos em pastejo rotativo numa das áreas experimentais

A época de implantação foi entre junho e julho de 2004. A adequação das condições químicas, a partir de interpreta-ção de laudo de análise de solo, se cons-titui da aplicação de 4 t/ha de calcário dolomítico e 255 kg/ha de fertilizantes da fórmula comercial 03-30-15, como dosa-gens médias utilizadas nas três proprieda-des. O calcário foi distribuído a lanço, três meses antes do plantio, e o fertilizante quando da implantação do melhoramen-to. A mistura forrageira utilizada foi: trevo--branco (Trifolium repens L.) cv. Zapican; trevo-vermelho (Trifolium pratense L.) cv. E-116; cornichão (Lotus corniculatus L.) cv. São Gabriel; azevém anual (Lolium multiflorum L.) cv. comum e capim-lanu-do (Holcus lanatus L.) cv. La Magnólia, nas densidades de 3, 5, 5, 30 e 6 kg/ha,

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Revista do Produtor Rural74

tificada através de cortes da pastagem a 5 cm acima do nível do solo, feitos com tesoura de tosar, em quadrados com 0,25 m² colocados dentro de gaiolas de ex-clusão ao pastejo. As gaiolas, em número de uma por piquete, eram móveis, sendo sempre colocadas em locais que melhor representassem a condição da pastagem naquele momento. Depois de definido o local, foi efetuado corte emparelhamen-to para permitir a quantificação do cres-cimento subsequente. Os animais, sem jejum prévio, foram pesados individual-mente. As amostras da pastagem foram submetidas à separação botânica em seus diversos componentes: nativos, introduzi-dos, plantas indesejáveis e material mor-to. Logo após, estes componentes devida-mente embalados e identificados, foram colocados em estufa de ar forçado a 60°C, até atingirem peso constante. Para avaliar a qualidade da forragem, estes mesmos componentes foram reagrupados em uma única amostra, representando cada uma das estações do ano. A digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), os nu-trientes digestíveis totais (NDT) e o teor de proteína bruta (PB), foram determina-dos pelo Laboratório de Nutrição Animal (LNA) da EEL.

Foram utilizadas as categorias ani-mais de novilhos e novilhas desma-

mados de 6 a 12 meses. Durante os períodos de avaliação, anteriormente mencionados, nas unidades 1 e 2 foram analisados os resultados de quatro lotes de animais, sendo na unidade 3, apenas dois lotes. Nesta última unidade não houve o prosseguimento das avaliações em função de que o produtor, apesar dos resultados obtidos, não mais se dispôs a seguir a metodologia apregoada. Antes do ingresso dos animais na pastagem foi retirado material para exame de fezes (OPG), contagem de carrapatos e moscas do chifre, e realizada conseqüente medi-cação. A cada 56 dias, período equivalen-te ao intervalo de duas pesagens, todos os animais foram everminados. O pastejo rotativo foi conduzido sempre no sentido de privilegiar o uso do piquete que esti-vesse em melhores condições.

A análise financeira considerou os custos de implantação e manutenção da pastagem, assim como o custeio com os animais e conseqüente rentabilidade.

Resultados e discussão

A produção acumulada de MS, des-de a implantação do melhoramento até o início das avaliações com animais, po-dendo assim ser considerada como forra-gem disponível no momento do primeiro pastejo, assim como as produções de MS verificadas ao longo do período de permanência de cada um dos lotes de animais, estão expressas na Tabela 1. As produções acumuladas, e assim disponí-veis ao 1º pastejo, totalizadas às obtidas ao final da avaliação do primeiro lote de animais, foram de 6.262,92; 5.275,20 e 4.094,00 kg MS/ha, nas unidades 1, 2 e 3, respectivamente. Estes valores situam--se, com exceção da unidade 3, acima dos apresentados pelo campo nativo em seu

estado original, que situa-se de 4.000 a 4.500 kg MS/ha (Zardo, 2004). Entretan-to, a partir deste primeiro intervalo de 9 a 13 meses, período este que serviu tam-bém para a adaptação e estabelecimento das espécies introduzidas, as produções se elevaram até o 3º lote de animais, nas unidades 1 e 2, estabilizando-se em cerca de 11.000 e 9.000 kg MS/ha, res-pectivamente. Este comportamento con-firma as informações de Jacques (1993) e os resultados obtidos por Brasil et al. (1987), em que as produções de forra-gem, em sistemas de cultivo reduzido, podem, a partir do 2º ano, ser similares e até mesmo superiores aos resultados obtidos com o cultivo convencional.

A qualidade da forragem, levando--se em conta a digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), os nutrientes digestíveis totais (NDT) e o teor proteína bruta (PB) estão expressos na Figura 1. Verifica-se que, mesmo no verão, época em que a qualidade se reduz em função das espécies introduzidas estarem em estádio reprodutivo e as espécies nati-vas próximas do final de ciclo, os valores de 66,1; 61,8 e 14,7% para DIVMO, NDT e PB, respectivamente, mantiveram-se al-tos. Estes valores estão dentro das ampli-tudes numéricas determinadas pelo LNA da EELages, a partir de inúmeras amos-tras de campo nativo melhorado, relata-das por Freitas et al. (1994).

Considerando que o teor de 7 a 8% de PB na dieta diária apenas proporciona a mantença de um bovino adulto, então os níveis verificados ao longo do ano foram suficientes para além de suprir as ne-cessidades nutricionais mínimas, promo-ver ganhos em todas as estações do ano.

No mesmo trabalho de Freitas et al. (1994), o campo nativo ‘tipo palha fina’, assim denominado pelo predomínio de

ProdutorPeríodo de

acúmulo até 1º pastejo (dias)

Produçãoacumulada

de MS(kg/ha)

Produção de MS/lote de animais(kg/ha) Média

(kg MS /ha)1º 2º 3º 4º

1 - Osni do Amaral Antunes 152 2.652,00 3.610,92 9.222,00 11.310,67 11.207,33 7.600,58

2 - Irineu Pereira Branco 180 2.076,67 3.198,53 6.632,10 8.797,60 8.972,72 5.935,52

3 - José Sólon O. Furtado 148 1.003,33 3.090.67 6.021,87 * * 3.371,96

Média - 1.910,66 3.300,04 7.291,99 10.054,13 10,090,02 5.636,02

Tabela 1 – Produção acumulada de MS, desde a implantação do melhoramento da pastagem natural até o início do uso com o 1º lote de animais, e produção de MS por período de permanência de cada um dos lotes avaliados, nas três unidades de Campo Belo do Sul-SC.

Situação da pastagem no momento da entrada dos animais

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Revista do Produtor Rural 75

ProdutorPeríodoPastejo(dias)

Área(ha)

Rend. Animal Médio(kg PV/ha) Média

(kg PV/ha)1º ano 2º ano 3º ano

1 - Osni do Amaral Antunes 305 8,89 535,10 491,67 466,37 497,71

2 - Irineu Pereira Branco 305 9,72 503,90 467,91 487,14 486,32

3 - José Sólon O. Furtado 305 11,06 550,90 * * 550,90

Média - 9,89 529,97 479,79 476,74 511,64

Tabela 2 – Rendimento animal médio das unidades avaliadas em Campo Belo do Sul-SC.

* - Não houve avaliação no segundo e terceiros anos.

Figura 1 – Qualidade da forragem por estação do ano, média das três propriedades.

17,422,019,714,7

66,572,4

62,666,1

61,866,457,961,8

0,010,020,0

30,040,050,060,0

70,080,0

Verão Outono Inverno Primavera

Estações

Perc

enta

gem

PB DIVMO NDT

capim mimoso (Schizachyrium tene-rum), apresentou valores percentuais médios, por estação do ano, para PB de 8,11, 7,60, 7,79 e 9,27 no verão, outono, inverno e primavera, respectivamente; para DIVMO de 45,45, 37,45, 34,88 e 46,69, na mesma ordem das estações do ano, respectivamente, e de 42,26, 34,53, 31,81 e 42,85 para NDT. Sendo assim, teria-se valores médios anuais de 8,2% para PB, 41,1% para DIVMO e 37,8% para NDT, os quais são superados pelos resultados demonstrados na Figura 1 em 125,0, 62,8 e 64,0%, para PB, DIVMO e NDT, respectivamente.

Tanto o dátilo como o lótus-serrano se estabeleceram perfeitamente nos pi-quetes que foram introduzidos, sem ne-cessidade de ressemeadura durante os três anos de condução do experimento.

A produtividade média das três uni-dades foi de 511,64 kg de PV/ha em um período de 305 dias de pastejo (Tabela 2). Embora superior à média de 15 pro-priedades verificada por Andrade (2001), é semelhante a outros resultados já afe-ridos em várias unidades da Serra Catari-nense, com produtividades atingindo en-tre 520 a 672 kg de PV/ha/ano (Andrade,

Produtor

Produção de MS/lote de animais (kg/ha)

Carga Animal (kg de PV/ha)

GMD(kg /an/dia)

1º ano 2º ano 3º ano 1º ano 2º ano 3º ano 1º ano 2º ano 3º ano

1 - Osni do Amaral Antunes 2,90 2,70 2,32 625 627 735 0,733 0,640 0,797

2 - Irineu Pereira Branco 2,30 1,70 1,60 712 590 591 0,703 0,916 0,890

3 - José Sólon O. Furtado 2,00 * * 679 * * 0,805 * *

Média 2,40 2,20 1,96 672 608 663 0,747 0,778 0,843

Média 2,19 648 0,789

Tabela 3 – Valores médios de lotação, carga animal e GMD das unidades avaliadas em Campo Belo do Sul-SC.

2001; Santos, 2004: e Prestes & Córdova, 2004). É importante salientar que estes resultados foram obtidos mesmo ocor-rendo períodos de déficit hídrico durante os verões dos três anos de avaliação, que prejudicaram a produção de forragem e consequentemente a resposta em rendi-mento animal de ambas as áreas. Além disso ocorreram geadas intensas nos períodos de outono-inverno, que em di-versas ocasiões crestaram a parte aérea, principalmente dos trevos introduzidos.

A lotação média, obtida através de média ponderal, como função do núme-ro de animais, da área e do período de permanência , foi de 2,19 animais (an)/ha (Tabela 3), valor esse próximo ao diag-nosticado por Andrade (2001) de 2,01 an/ha, trabalho no qual não houve dis-tinção das categorias animais utilizadas. Também na Tabela 3 é possível obser-var que a carga animal, obtida a partir da média de todas as pesagens do ano, foi de 648 kg PV/ha, o que corresponde a 1,39 UA (1 UA=450 kg PV). Salienta-se que essa carga é superior à normalmente utilizada no campo nativo manejado no sistema tradicional de uso que fica em torno de 180 kg de PV/ha.

O ganho médio diário (GMD) atingiu 0,789 kg/an (Tabela 3), considerando to-das as estações do ano, sendo que nos períodos de primavera-verão, em várias pesagens, esse valor ficou acima de 1,0 kg/an/dia. O ganho de 0,789 kg foi 19% superior ao reportado por Santos (2004).

A avaliação financeira (Tabela 4), re-alizada considerando a média das áreas implantadas, das produtividades e das lotações, demonstrou que a rentabili-dade, incluindo os custos de implanta-ção, de manutenção da pastagem e da construção de cerca fixa e eletrificada, atingiu R$ 811,10/ha de margem bruta.

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Revista do Produtor Rural76

Isto equivale aproximadamente a 280 kg PV/ha, tomando como base o preço de R$ 2,90/kg PV (preço de mercado praticado em junho de 2008). Conforme Santos et al. (2006), essa margem bruta permite uma taxa de retorno mensal superior a algu-mas culturas tradicionais de grãos como soja, milho e trigo e inferior a de feijão, medida através de uma série de preços históricos de 1995 a 2005 atualizados monetariamente pelo IGD-di, da Funda-ção Getúlio Vargas.

Conclusões

A tecnologia de melhoramento de campo nativo permite elevar de forma significativa os indicadores avaliados, como produtividade (kg PV/ha/período), lotação (an/ha ou UA/ha), carga animal (kg PV/ha) e ganho médio diário (kg/an/dia).

A introdução de espécies de alto va-lor forrageiro sobre a pastagem natural eleva a qualidade da dieta alimentar em 124,3, 62,8% e 64,0% para o teor de PB, DIVMO e NDT, respectivamente, em com-paração aos mesmos atributos do campo nativo tipo ‘palha fina’.

A taxa de retorno financeiro mensal é superior a diversas culturas de grãos como milho, soja e trigo, sendo somente inferior a do feijão.

Desde que implantada e manejada conforme as exigências técnicas, a tecno-logia de melhoramento de campo nativo pode contribuir para viabilizar a ativida-de pecuária, inclusive na pequena e mé-dia propriedade.

Literatura citada1. ANDRADE, A. S. B. de. Os efeitos da técnica

de melhoramento de campo nativo na pe-cuária de corte na região da Amures. Lages: Uniplac, 2001. Monografia de conclusão de curso - Economia, 39 p.

2. BARRETO, I. L. ; VINCENZI, M. L. ; NABINGER, C. Melhoramento e renovação de pasta-gens. In: Simpósio sobre manejo de pasta-gens, 5. 1978, Piracicaba. Anais... Piracica-ba, SP, p. 28-63.

3. BRASIL, N. E. T. ; GONÇALVES, J. O. N. ; MACE-DO, dos S. L. de. Sistemas de implantação com forrageiras de inverno. In: EMBRAPA/CNPO. Forrageiras: coletânea das pesqui-sas, 1987, Bagé, RS, v. 1, p. 405-409.

4. CARVALHO, P. C. de F.; FISHER, V.; SAN-TOS, D. T. dos; RIBEIRO, A. M. L.; QUA-DROS, F. L. F. de; CASTILHOS, Z. M. S.; POLI, C. H. E. C.; MONTEIRO, A. L. G.; NA-BINGER, C.; GENRO, T. C. M.; JACQUES, A. V. A.; Produção animal no bioma campos sulinos. In: Simpósios da 43ª Reunião Anual da SBZ – Anais – João Pessoa – PB, 2006. p. 125 – 164.

5. CENSO AGROPECUÁRIO DE SC 1995-1996. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

6. CÓRDOVA, U. de. A. O Agroecossistema Campos Naturais do Planalto Catarinense: origens, características e alternativas para evitar a sua extinção. 1997. Faculdade de Agronomia. UFSC. 214 p. Tese Mestrado.

7. FREITAS, E.A.G. de; DUFLOTH, J.H.; GREINER, L.C. 1994. Tabela de Composição Químico--Bromatológica e Energética dos Alimentos para Animais Ruminantes em Santa Catari-na. Epagri. Florianópolis, 1994. 333 p (Do-cumentos, 155).

8. GONÇALVES, J. O. N. As principais for-rageiras de ocorrência natural no Rio

Desembolso e receita Produção(Kg PV)

Preço (R$)

Total ano (R$)

Resultado(R$/ha)

Melhoramento de campo nativo (implantação + custeio anuala) 5.709,41 577,29

Construção de cerca eletrificada 625,00 63,19

Custeio com animais 318,12 32,17

Total despesas 6.652,53 672,65

Produção animal (Receita bruta) 5.060,12 2,90b 14.674,35 1.483,75

Margem Bruta (Receita bruta – Total despesas) 8.021,82 811,10

Tabela 4 – Avaliação da rentabilidade considerando amortização de 1/5 da pastagem e 1/10 das cercas das unidades avaliadas em Campo Belo do Sul-SC. Valores atualizados para junho de 2008.

a - Adubação e roçada anual e reaplicação de calcário.b - Valor sem considerar os seguintes incentivos (R$/kg PV): retorno de 3,5% do ICMS (0,101);

rastreabilidade (0,087); rendimento de carcaça de 52% (0,058). Total dos incentivos: 0,246. Preço final adicionando os incentivos (R$/kg PV): R$ 3,15.

- Valor real recebido: R$ 5.060, 12 x R$ 3,15 = 15.939,38 (Diferença: R$ 1.265,03)

Grande do Sul. In: Seminário Sobre Pasta-gens - “De que pastagens precisamos”, 1980, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: FARSUL, 1980. p. 59-73 (233 p.).

9. JACQUES, A. V. A. Melhoramento de pas-tagens naturais; introdução de espécies de estação fria. In: Campo nativo, melho-ramento e manejo. FEDERACITE, Porto Ale-gre, 1993. p. 25- 31 (111 p.).

10. MESSIAS, L. G. P. Melhoramento de campo nativo em São Francisco de Paula – Sis-tematização da Experiência. In: PRÁTICAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS CAM-POS NATURAIS DO PLANALTO CATARINEN-SE. Epagri/Amures/Faesc-Senar, Lages, SC, 2004, p. 109 – 118. (Apostila do 3º Curso sobre Melhoramento de Campo Nativo para Técnicos.)

11. NABINGER, C. Técnicas de melhoramento de pastagens naturais no Rio Grande do Sul. In: Seminário Sobre Pastagens - “De que pastagens precisamos”, 1980, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: FARSUL, 1980. p. 28-58. (233 p.).

12. PRESTES, N. E. & CÓRDOVA, U. A. Intro-dução de espécies em campos naturais. In: MELHORAMENTO E MANEJO DE PAS-TAGENS NATURAIS NO PLANALTO CATARI-NENSE. Epagri, Florianópolis, 2004. 274 p.

13. RITTER, W. & SORRENSON, W. J. Produ-ção de bovinos no Planalto Catarinense, Brasil: situação atual e perspectivas. 1985. Eschborn, Alemanha, GTZ, 172 p.

14. SANTOS, O. V. dos. Custos de implanta-ção do melhoramento de pastagens na-turais. In: MELHORAMENTO E MANEJO DE PASTAGENS NATURAIS NO PLANALTO CA-TARINENSE. Epagri, Florianópolis, 2004. 274 p.

15. SANTOS, O. V. dos. Análise econômica e custos de implantação de pastagens nativas melhoradas. In: PRÁTICAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS CAMPOS NATURAIS DO PLANALTO CATARINENSE. Epagri/Amures/Faesc-Senar, Lages, SC, 2004, p. 88 – 90. (Apostila do 3º Curso sobre Melhoramento de Campo Nativo para Técnicos.)

16. SANTOS, O. V. dos et al. Projeto validação da tecnologia de melhoramento de campo nativo – resultados parciais do rendimen-to animal, produção e forragem e retorno econômico. (Palestra proferida em julho de 2006 na Reunião Anual do Projeto de Pecuária – Epagri).

17. VINCENZI, M. L. Pastagens nativas. In: I Curso de atualização em bovinocultura de leite. Rio do Sul - SC, 1987. p. 37 - 59 (184 p.).

18. ZARDO, V. F. Suplementação proteinada de inverno. In: MELHORAMENTO E MANE-JO DE PASTAGENS NATURAIS NO PLANAL-TO CATARINENSE. Epagri, Florianópolis, 2004. 274 p.

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Revista do Produtor Rural 77

[Sustentabilidade]

A cultura da batata com tratamento naturalCom o manejo correto, é possível ter uma lavoura saudável

Atitudes sustentáveis são cada vez mais comuns, principal-mente na agricultura. Hoje em

dia é corriqueiro encontrar um pro-dutor que esteja disposto a utilizar técnicas onde a saúde dele próprio, dos colaboradores e principalmente, do alimento produzido, sejam natu-rais e seguras.

Na cultura da batata isso já é realidade. Muitos produtores princi-palmente aqueles localizados no sul de Minas Gerais, utilizam produtos naturais para nutrir, proteger e au-mentar o desempenho dos tubércu-los. É o caso do Sr. Vladimir Amaral, produtor de batata desde 1988, na região de Ipuiuna, MG. Sua proprie-dade possui 300 hectares, com uma média de produtividade de 700 sa-cas por hectare. “Uso os produtos da Alltech Crop Science há 1 ano e meio, principalmente o Soil-Set™ no início do plantio, como uso preven-tivo”. Ele conta que a utilização do produto preventivamente fortalece a planta ajudando no manejo e contro-le de doenças, como aquelas causa-das pelas “Erwinias apodrecedoras”, como a Canela Preta.

Sr. Vladimir ainda destaca o gran-de uso que ele faz do CopperCrop™, “a grande vantagem dele em relação aos outros é que ele não é incompa-

tível com outros produtos, e não é tóxico. O que significa saúde para a lavoura e para o operador”.

Leonardo Porpino Alves, Enge-nheiro Agrônomo e Gerente Técnico da Alltech Crop Science, explica que a Erwinia, hoje denominada de Pec-tobacterium, é uma bactéria causa-dora de problemas conhecidos como “Podridão-mole”, “Canela-preta” e “Talo-oco”. “Essas doenças consis-tem em um dos principais problemas que ocorrem na cultura da batata”. Condições ambientais como a umi-dade do solo do ar e a temperatura são fundamentais para agravamento destes problemas. “Em sua sintoma-tologia as características e compro-metem desde a parte aérea até os tubérculos. Quando a doença chega a parte comercial os danos são irre-paráveis e os prejuízos são certos”, explica Leonardo.

A partir do momento em que se tem uma planta bem nutrida, é pos-sível fazer um tratamento preventivo, como explica Leonardo: “o tratamen-to Alltech Crop Science consiste na aplicação de 1 litro de Soil-Set™ e 400 mL CopperCrop™ no período da amonta. Na segunda aplicação será administrado 1 quilo de Compost--Aid® antes do fechamento da leira e, após uma semana, será realizada ou-

tra aplicação de 1 litro de Soil-Set™ e 400 mL de CopperCrop™. No final outra uma aplicação de 1 litro de Soil--Set™ e 400 mL CopperCrop™”.

Histórico de sucesso

Outro grande entusiasta na utilização dos produtos da Allte-ch Crop Science é o pesquisador Pedro Hayashi. Ele foi um dos primeiros a testar o Crop-Set™ na batata, ainda na década de 90. “Na primeira vez que testei o Soil-Set™ foi possível verificar o maior tempo que as plantas ficavam vivas, pois a incidência de Canela Preta era visivelmen-te menor que a área não trata-da. No final isto significou maior produtividade”, conta.

Pedro conclui dizendo que uma planta com o sistema radi-cular bem desenvolvido “conse-gue absorver mais nutrientes e se torna equilibrada com todos seus hormônios e mecanismos de defesa ativos. Isto significa que a planta se torna mais re-sistente a vários tipos de pató-genos facilitando o controle das principais doenças da batata”.

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Revista do Produtor Rural78

[Programa de Desenvolvimento Florestal ]

I Dia de Campo Florestal supera expectativas

O I Dia de Campo Florestal, realizado no dia 05 de outubro, no Campus Cedeteg/Unicentro, atraiu mais

de 300 pessoas, entre produtores rurais, técnicos, estudantes e professores da re-gião de Guarapuava.

Promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio de empresas do setor florestal, o evento superou a expec-tativa dos organizadores. “O dia de campo foi muito positivo. Queremos agradecer a participação e o apoio de todos os parcei-ros, principalmente a direção do Campus Cedeteg e o Departamento de Agronomia da Unicentro, que nos forneceu sua área experimental de floresta para sediarmos o evento”, disse o presidente do Sindica-to Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, lembrando que a entidade desenvolve o Programa de Desenvolvimento Florestal porque acredita na floresta integrada com a agricultura e a pecuária como alternati-va de diversificação da produção agrícola, mais uma fonte de renda e aproveitamen-

to de áreas ociosas. “Para a primeira edi-ção do evento, todos estão de parabéns. Esse dia de campo florestal deve entrar para o calendário de eventos da entida-de”, observou.

Treze empresas participaram com estandes no campo, difundindo tecnolo-gias de silvicultura, com apresentações teóricas e demonstrações práticas. Em cada estande, os participantes recebe-ram informações técnicas sobre coleta de solos, implantação florestal, condu-ção e manejo, corte manual com motos-serras, poda e desrama florestal.

O ponto alto do evento foi a pales-tra sobre Sistemas Integrados de Produ-ção Agropecuária de Baixo Carbono, mi-nistrada pelo professor Sebastião Brasil Campos Lustosa, do Departamento de Agronomia da Unicentro.

Brasil avaliou positivamente o I Dia de Campo Florestal. “Nós temos um área dentro do CEDETEG com floresta - pinus, eucalipto e árvores nativas. Essa área foi

pensada para parte didática do curso de agronomia e pode ser utilizado também para outros departamentos, mas é volta-da a ações de extensão. A universidade, além de gerar pesquisa, tem que gerar extensão. E se extensão não for pensada com o ambiente produtivo, como a So-ciedade Rural, Sindicatos Rurais, Sistema FAEP e SENAR e o Sistema Cooperativo, dificilmente ele vai ser alavancado do ponto de vista didático”

O I Dia de Campo Florestal faz parte do Programa de Desenvolvimento Flores-tal, que tem como parceiros Fertilizantes Heringer, Golden Tree Reflorestadora, Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, Agrária, Reflorestadora Schram, Syngen-ta, Unicentro, Viveiros Pitol e Zico Motos-serras. Também participaram do evento como expositores as empresas Compo do Brasil, Futuragro, Boutin Fertilizantes e BASF. O Dia de Campo ainda contou com o apoio da Sanepar, Eletrotrafo e Erva Mate 81.

BASF

Prof. Farinha, Prof. Sebastião Brasil, Pedro Francio Filho e Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Santa Maria Fertilizantes Heringer

Boutin Fertilizantes Rodolpho Luiz Werneck Botelho

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Revista do Produtor Rural 79

Viveiros Pitol e nozes pecãA empresa Viveiros Pitol, de Anta Gorda - RS, marcou presença

no Dia de Campo Florestal em Guarapuava. No estante, a família Pi-tol, com sua equipe técnica, apresentou sobre a nogueira pecã como alternativa de diversificação na propriedade.

Equipe Viveiros Pitol e Pedro Francio Filho

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Sistemas Integrados de Produção Agropecuária de Baixo Carbono

Agrônomo comenta sobre projetos ABC

No I Dia de Campo Florestal, o pro-fessor Sebastião Brasil Campos Lustosa, do Departamento de Agronomia da Uni-centro - licenciado para pós-doutorado em Sistemas Integrados, ministrou pa-lestra sobre os sistemas de integração da agricultura e pecuária, na perspectiva do baixo carbono. “São sistemas susten-táveis, sistemas que nasceram na década de 80. Antes eles eram isolados, pouco

O engenheiro agrônomo Paulo Fer-nando Luz Marques, doutorando em Siste-mas Integrados, trabalha com consultoria em Curitiba desde 1980.

Sobre o programa Agricultura de Bai-xo Carbono (ABC), ele orienta o produtor rural a procurar um engenheiro agrôno-mo que conheça a sistemática do Ban-co do Brasil, que tenha acesso ao Banco de Brasil e que, ao mesmo tempo, tenha feito o curso sobre o ABC que o SENAR/FAEP proporcionaram ao longo desse ano. Esses engenheiros agrônomos estão pre-parados para elaborar um projeto com os requisitos que o Banco do Brasil e princi-palmente, o BNDES exige: área de integra-ção lavoura e pecuária, recuperação de áreas degradadas, utilização de dejetos e a própria floresta nestes sistemas integra-dos. O agrônomo precisa dominar a pla-nilha de cálculos do banco, porque ali vai ficar o fluxo do dinheiro durante oito anos

se falava sobre os sistemas silviagrícolas, silvipastoris e agrosilvipastoris. Nos úl-timos 10 anos esses sistemas acabaram ganhando ênfase, principalmente pelo apelo agroecológico, mas dentro de uma perspectiva de uso de insumos, principal-mente do uso do conhecimento científico e das interações entre os componentes solo, planta, animal e clima, que permitem a vida dentro do nosso planeta”.

para os projetos simples, 12 anos para os projetos que envolvem o ambiente flores-tal e 15 anos quando entra a recuperação de preservação permanente. Hoje tem três anos de carência e um juro que era 5,5% e a partir de setembro, baixou para 5% ao ano, sem correção monetária. É um dinheiro bem dirigido; 60% pode ser apli-cado na aquisição de máquinas e recupe-ração de pastagens, correção de solo, in-clusive com fertilizantes nesta concepção de correção”.

Marques lembra que esse é um di-nheiro barato e tem que ser aproveitado. “Vai permitir a reversão das propriedades que estão somente em sistemas agrícolas com plantio convencional para o plantio direto, que é um dos sistemas que são financiáveis pelo banco. Numa segunda etapa, de maior sofisticação, a utilização da integração da lavoura com a pecuária e numa terceira etapa, que envolve mais

Prof. Sebastião Brasil

Paulo Fernando Marques

Futuragro

Compo do Brasil

Zico Motosserras

conhecimento técnico, a lavoura, a pecu-ária e a floresta num mesmo elemento. Quanto mais intensivo é esta utilização da terra, mais respostas se tem ao meio, mais ganho em carbono. Essa é proposta do governo com essa oportunidade de financiamento”.

Reflorestadora Schram

Syngenta

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Revista do Produtor Rural 81(42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br

Golden Treee mudas de qualidade

O estande da Golden Tree Reflorestadora atraiu centenas de pessoas no I Dia de Campo Florestal. A equipe técnica da empresa apresentou informações sobre a produção de mudas de pinus e eucalipto.

Luis Carlos Valtrin

Equipe técnica

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Revista do Produtor Rural82

Depoimentos de produtores rurais no I Dia de Campo Florestal:

“A avaliação é extremamente otimista. Na realidade, só tivemos elogios dos produtores rurais que passaram por aqui hoje. É lógico que o Dia de Campo pode melhorar, já estamos pensando algumas novidades para o ano que vem, mas foi um momento de muito aprendizado. Nossa intenção era atrair de 200 a 300 pessoas. Ultrapassamos 300 pes-soas. Os parceiros ficaram satisfeitos com a dinâmica dos estandes; os participantes também gostaram das apresenta-ções. O espaço cedido pela Unicentro ficou perfeito”.

“Comecei a investir em silvicultura há pouco tempo, no entanto pretendo apostar em um sistema produtivo que alie cada vez mais lavoura-floresta. Achei muito interessante o Dia de Campo, acompa-nhei a palestra do professor Sebastião e gostei mui-to, o bom dos eventos realizados pelo Sindicato é que sempre aprendemos alguma coisa nova”. Paulo rodolfo Schulze, produtor rural do distrito de Entre rios/Guarapuava-Pr

“Decidi investir em silvi-cultura há dois anos, mas adiei o plantio para ir em busca de mais informação sobre florestas. Nos sentimos inseguros pelo fato de ser uma cultura de longo pra-zo. Achamos melhor aguardar e perder mais um ano do que perder 10 anos nesta cultura. Participamos do Programa de Desenvolvimento Florestal e do Dia de Campo para depois realizar o plantio. Achamos muito interessante a iniciativa do Sindicato, uma vez que quere-mos entrar nesse ramo de diversificação. Para nós, foi a base do nosso futuro empreendimento e vamos começar agora de forma mais profissional. O Dia de Campo contribuiu para desmistificar algumas informações sobre silvicultura. A flo-resta não cresce sozinha como muitos falam, é preciso de muita informação. A dedicação para as florestas é como em qualquer outra cultura, pois hoje em dia tudo é tecnificado”. Hermann e Irene Scherer, produtores rurais do distrito de Entre rios/Guarapuava-Pr

“ Valeu muito a pena ter vindo, gos-tei do que foi apresentado. Aproveitei a oportunidade para adquirir um cabo de poda. Esse serrote é uma tecnologia nova e vai ser muito útil”. Lucélia ratuchinski Pires do Prado, pro-dutora rural de Turvo/Pr

“Participei de todos os módulos do Programa de Desenvolvimento Florestal promovido pelo Sindicato Rural. O I Dia de Campo Florestal foi uma ótima maneira de repassar aos produtores da região uma vi-são prática de como funciona a silvicultura. Nos três módulos do programa vimos desde a coleta de solo até a colheita da madeira. Hoje, o diferencial é que os parceiros do Sindicato estão expondo, em que além de termos acesso aos seus produtos e serviços, temos a oportunidade de ouvir uma explanação com detalhes técnicos. O evento foi excelente, parabenizo toda a organização. Hoje também encon-tramos várias pessoas conhecidas e amigos, trocamos ideias, experiências e informações sobre floresta. Além disso, foram demonstrados vários equipa-mentos que eu não conhecia. Foi uma ótima maneira de aliar a teoria com a prática. O evento contribui para mudar uma visão que o cultivo de floresta deve ser feito em áreas ruins. Aprendemos aqui a olhar para a silvicultura como uma forma de agregar valor ou de diversificar a propriedade. O produ-tor deve buscar produtividade e não apenas a produção da floresta”.valmor Bellato, produtor rural de Guarapuava-Pr

“Já produzo erva mate e noz pecã e achei o dia de campo florestal ótimo. Eventos como esse precisam con-tinuar. Quem participou teve informação desde o plantio da muda até o abate da floresta. Adquiri a tesoura neozo-landeza de poda Pro Pruner e confesso que muitos itens de ferramentas para silvicultura eu não conhecia. São tecnologias que vão fa-cilitar. Acredito que um evento deste é impor-tante e pode mudar na prática as propriedades. São momentos como estes que fazem com que nós, produtores ru-rais, possamos refletir e buscar cada vez mais atualização”. valdemar Geteski, pro-dutor rural de Guara-puava-Pr

Pedro Francio Filho

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Revista do Produtor Rural 83

Os elevadores são em número os transportadores mais utilizados em uma unidade armazenadora. Neste

equipamento temos as caçambas para elevador de cereais, que sofreram nestes últimos anos uma série de modificações, e merecem melhor entendimento.

As caçambas que até 2008 normal-mente vinham de fábrica em material metálico, ou aço carbono soldado, sofre-ram mudanças em sua matéria prima, em seu formato e preço.

Caçambas Plásticas para Elevador de Cereais

[Unidade armazenadora]

na parte ascendente está na descenden-te do elevador. Mas as diferenças de peso e a melhoria em processos de fa-bricação conferem redução de custos na ordem de 70%.

Sobre o formato das caçambas, hou-ve um grande avanço. As novas caçam-bas chamadas de alta capacidade, em um produto novo de fábrica permitiu um aumento em torno de 30% na capaci-dade de transporte para um mesmo mo-delo de elevador. E com um ângulo de saída de cereal que permitiu redução de velocidade em torno de 20%. Como a descarga do cereal é centrífuga, a redu-ção de velocidade propicia menor dano ao cereal na carga e na descarga minimi-zando a quebra técnica, que diminui os lucros e competitividade da unidade de beneficiamento.

Outro item que vale a pena discor-

rer é sobre a troca de caçambas cha-madas comuns por caçambas furadas (HF). Estas quando projetadas de fábrica chegam a dobrar a capacidade de trans-porte no elevador. Mas a troca pura e simplesmente em um elevador existen-te, de uma caçamba normal por uma HF tecnicamente é incorreta e não confere melhora de performance. Pois é neces-sária a duplicação da potência elétrica do elevador, podendo inclusive piorar o rendimento e diminuir a vida útil da correia e do elevador. O elevador com caçambas deste modelo não permite a partida com carga, sendo sempre neces-sário o esvaziamento do elevador para nova partida.

Engº. Marcio Geraldo Schä[email protected]

Paraná Silos Representações Ltda.

Espero ter colaborado com o leitor neste ínterim, caso o interesse seja mais profundo, sugiro a solicitação de infor-mativos mais específicos que podem ser providos através de solicitação pelo meu e-mail: [email protected]

Hoje produzidas em polietileno de alta densidade, as caçambas ou comu-mente também conhecidas como ca-necas plásticas, conferem resistência a corrosão e ao impacto, maior vida útil e sanitariedade. Ainda contém aditivos anti-estática em sua matéria prima, mini-mizando os perigos de faiscamento mais comuns em caçambas de metal.

Embora mais leves, não conferem economia de energia como comumente divulgado, pois o mesmo peso que está

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Revista do Produtor Rural84

Curso de equideocultura com nova abordagem atrai mais participantes

[Equinos]

O Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar),

realizou o curso “Trabalhador na Equide-ocultura – Avaliação de aprumos, casque-amento e ferrageamento equino” de 18 a 21 de setembro, no Rancho Cristal em Guarapuava.

O treinamento, que contou com a participação de dez pessoas, passou por uma reformulação neste ano e segundo o instrutor Paulo Santos Schwab Filho, a demanda aumentou. “Há um ano o Senar modificou as diretrizes do curso, que tinha um enfoque na parte de correção e manu-tenção do casco e da ferradura. Hoje, com a nova roupagem e carga horária de oito horas, foi incluída a avaliação de aprumos, fazendo com que o curso tenha um cará-ter mais técnico”, explica.

Schwab Filho comenta sobre os be-nefícios da mudança. “Esta nova aborda-gem faz com que o próprio produtor ava-lie e identifique possíveis problemas no cavalo relativos a aprumos. Por exemplo,

saber o ângulo de paleta correta, alinha-mento e direcionamento dos membros. Tudo isso é feito por meio de uma ficha desenvolvida pelo Senar, onde se iden-tifica o problema do cavalo e pode criar um histórico da evolução do animal o que permite, principalmente, fazer um acompanhamento adequado. O curso também dá mais suporte para que o alu-no trabalhe profissionalmente com ferra-geamento”, conta.

Essa foi a 9ª edição do curso durante o ano e há mais três marcados em 2012. “Vamos fechar 12 cursos de casqueaman-to no ano e já temos propostas para ano que vem, por falta de agenda”.

Conforme Schwab Filho, um dos pro-váveis motivos para o maior interesse, além da mudança no conteúdo, é o au-mento do valor dos cavalos no mercado. “Hoje a gente vive um mercado muito bom, tanto para o cavalo de trabalho na fazenda quanto para um cavalo de espor-te, que está com o preço acima da média”.

O objetivo do treinamento, segundo Schwab Filho, é aparar e ferrar os cascos dos equídeos com as técnicas corretas de avaliação de aprumos e de ferrageamen-to. “A intenção é abordar casqueamento e ferrageamento, com uma ênfase também em avaliação de aprumos e da conforma-ção de cavalos, visando realmente fazer um balanceamento e correção, tanto para o cavalo que apresenta algum defeito ou para aquele que é bem conformado e bem angulado”.

O treinamento tem enfoque teórico e prático. “Iniciamos com a teoria no pri-meiro dia, subdivida na avaliação, conhe-cimento da anatomia geral dos membros para uma parte mais focada no casco. É uma mesclagem da teoria e da prática, onde o aluno executa em seguida o traba-lho de correção diretamente no animal”.

O trabalhador rural Juarez de Souza Santos disse que foi em busca do curso para aperfeiçoar seu trabalho no dia a dia e também porque viu a necessidade de se aprimorar na área. “Faço casqueamen-to de gado e cavalos, foi muito bom para aprender, o curso é excelente”, opina.

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Revista do Produtor Rural 85

Problemas

A importância do curso está em se conhecer as técnicas para manutenção e correção de problemas do cavalo rela-cionados a aprumos. O instrutor Schwab Filho comenta a origem de algumas defor-midades no animal. “Existem duas possi-bilidades: ou o cavalo já nasceu com algo congênito ou adquiriu isso por excesso de peso, erro na alimentação, lesão do espor-te ou o casco não foi amparado nunca, foi crescendo se desgastando, por exemplo. E o objetivo da parte de casqueamento é alinhar e deixar que o cavalo trabalhe de forma mais confortável. O ferrageamento é a manutenção dessa correção e também uma forma de proteger e dar mais capaci-dade de trabalho a esse animal”.

Em setembro foi empossada a nova diretoria do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Guarapuava-PR. Ficando assim constituída: Presi-dente, médico veterinário Rodrigo Córdova Silva, Vice-Presidente Felipe Vitorassi Teixeira, 1° e 2° Secretários Karime Silvestre Fortkamp, Leandro Guidelli, 1° e 2° Tesoureiros João Carlos Alves Pires e Davi de Aguiar Andrade, Diretores Sociais Rodri-go Fortkamp e Felipe Scartezini, Comissão de pro-vas funcionais Vinicius Virmond Kruger, Marcelo Cunha e Luiz Flavio Lacerda.

O mandato segue até 1º de outubro de 2014. Outras informações pelo site:[email protected]

Núcleo de Cavalos Crioulos tem nova diretoria

Rodrigo Córdova com a esposa Graziella Portes Silva e a filha Lívia Portes Cordova Silva

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Revista do Produtor Rural86

No dia 11 de outubro, o Sindicato Rural de Guarapuava entregou os brinque-

dos arrecadados na Campanha Produtor Solidário - Dia das Crianças .

Ao todo, 250 brinquedos foram des-tinados a crianças da comunidade rural Paiol de Telhas e à Pastoral da Criança no município de Cantagalo.

Em Guarapuava, a entrega foi feita pela gerente da entidade, Luciana Quei-roga, para o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Paiol de Telhas, João Maria Carvalho, que agradeceu as doações

O Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão de Base Candói doou no dia 04 de outubro, 280 quilos de alimentos à Secretaria de Promoção Social de Candói.A entrega foi realizada pelo diretor da Extensão de Base Candói, Luiz Carlos

Colferai para a secretária municipal de Promoção Social, Andreia Savoldi Teixeira. Os alimentos foram doados por produtores rurais em agosto, no 3º módulo do

Programa de Desenvolvimento Florestal, evento promovido pelo Sindicato. A iniciativa faz parte da Campanha Produtor Solidário, realizada durante todo o

ano, beneficiando entidades sociais em Guarapuava, Candói e Cantagalo. A secretária da Promoção Social do município agradeceu as doações e para-

benizou o Sindicato pela Campanha. “O município vem parabenizar a iniciativa, e a doação vai beneficiar várias pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Acredito que essa parceria só vem a somar. Agradeço ao Sindicato pela atitu-de em nos procurar para realizar a doação e por colaborar com a assistência social”.

Entre as entidades que serão beneficiadas estão a Casa Lar de Candói, Comuni-dades Quilombolas, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), e outras que ainda serão definidas pela Secretaria do município.

Comunidade rural de Guarapuava e Pastoral da Criança de Cantagalo recebem brinquedos

Alimentos para Candói

[Campanha Produtor Solidário]

e a iniciativa do Sindicato Rural. “Nós es-távamos precisando, ficamos muito satis-feitos e contentes pelos produtores rurais terem feito essa caridade para as crianças”.

Em Cantagalo, a colaboradora da entidade, Eliane dos Santos entregou os brinquedos para a coordenadora do ramo Imaculada Conceição da Pastoral da Criança, Janete Aparecida Baltazar. “Os brinquedos vão ser entregues às crianças da comunidade Cinderela. Agradecemos todos os produtores rurais, que estão con-tribuindo para a alegria das crianças”.

A Campanha Produtor Solidário é realizada durante o ano todo e já arre-cadou alimentos, brinquedos, fraldas e cobertores.

Agradecimento especial O Sindicato Rural agradece as doa-

ções enviadas pelos associados e par-ceiros Osmar Kloster, Alceu Araújo, José Augusto M. Barros, Ernesto Stock, Adria-na Botelho, Roberto Zastavny, Rodolpho Tavares Botelho, Wilson Pavoski, Andeas Keller e Fábio Lustosa.

Doação na comunidade Paiol de Telhas

Andreia Savoldi e Luiz Carlos Colferai

João Maria Carvalho e Luciana Bren Eliane dos Santos e Janete Baltazar

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O Receituário Agronômico, apesar de ser no nosso entendimento apenas uma ferramenta de trabalho, está sempre no centro das dis-cussões e cria as maiores polêmicas entre os profissionais e a so-

ciedade. No intuito de discutir e propor idéias para a questão, a AEAGRO participou do evento organizado pela FEAP - Federação dos Engenhei-ros Agrônomos do Paraná, o “Agrosul 2012 – Encontro Sul Brasileiro de Engenheiros Agrônomos”, onde se aprofundou a discussão sobre o tema “Alimento, Saúde & Agricultura – Os agrotóxicos e o papel dos Engenhei-ros Agrônomos na Produção de Alimentos Seguros e Sustentabilidade Ambiental”, no qual foi elaborada e encaminhada às autoridades compe-tentes a “Carta de Curitiba – Agrosul 2012”, com os posicionamentos da categoria que estão abaixo relacionados:

1) Exigência que as propriedades rurais possuam Engenheiro Agrô-nomo responsável técnico.

2) Restituição de plena Autonomia Técnica e Autoridade Profissional aos Engenheiros Agrônomos.

3) Mudanças na forma de registro/ cadastro de agrotóxicos.4) Aprimoramento dos Cursos de Agronomia para garantir qualidade

na formação dos Engenheiros Agrônomos.5) Promoção de políticas que garantam capacitação, treinamento e

habilitação de aplicadores.6) Otimização da Receita Agronômica com vistas a facilitar sua adoção.7) Restrição da propaganda e Marketing de Agrotóxicos diretamente

aos agricultores8) Adequação do tamanho de embalagens de agrotóxicos para as di-

ferentes necessidades.9) Aprimoramento do processo de Fiscalização de Agrotóxicos priori-

zando a fiscalização do uso.10) Discussão do termo agrotóxico.11) Análise rotineira de resíduos de agrotóxicos em produtos agríco-

las e implementação de políticas que garantam rastreabilidade.12) Fomento ao desenvolvimento de tecnologias de produção inte-

grada para todas as culturas.13) Aprimoramento da representatividade política dos Engenheiros

Agrônomos no plano federal.É um documento extenso que relata e sugere mudanças para as ques-

tões do seu dia a dia. A associação recomenda a quem não tem conheci-mento acessar o site da AEAGRO www.aeagroguarapuava.com.br no ícone downloads e se interar do seu conteúdo.

Revista do Produtor Rural 87

Receituário Agronômico e suas implicações são debatidos pela categoria

Comemorando a profissão

[Boletim AEAGRO]

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RG

No dia 11 de outubro comemoramos mais um ano do DECRETO Nº 23.196 de 12 de Outubro de 1933 que “Regula o exercício da profissão agronômica e dá outras providên-cias”. Assinado por Getúlio Vargas, o ato emanado da vontade da sociedade de garantir a sua segurança alimentar mesmo que à época não se entendesse toda a complexidade do as-sunto, nos deram o direito e a responsabilidade de atuar com exclusividade na área técnica e científica da agricultura.

Hoje nos sentimos orgulhosos de ver que estamos cor-respondendo às expectativas da sociedade, elevando os índi-ces de produtividades, produzindo mais e melhor.

A AEAGRO agradece a todos pelas homenagens recebi-das, principalmente ao Sindicato Rural e ao CREA, as entida-des representantes dos setores que complementam e dão vida a nossa profissão.

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Revista do Produtor Rural88

[Extensão de Base Candói]

Últimos cursos do Senarrealizados em Candói:

Jovem Agricultor Aprendiz (JAA)Realizado de 13/08 a 04/12, em parceria com o Colégio Estadual de Lagoa Seca/CandóiInstrutora: Joseane Luzia GranemannVisita à Coamo - Candói

Beneficiamento e Transformação de Mandioca -Básico de Mandioca Realizado nos dias 26 e 27/10, em parceria com a Secretaria de Assistência Social de CandóiLocal: Centro Social de CandóiInstrutor: Sérgio Kazuo Kawakami

Produção Artesanal de Alimentos - PanificaçãoRealizado nos dias 28 e 19/10, em parceria com a Secretaria de Promoção Social de CandóiLocal: Assentamento Matas do Cavernoso Instrutor: Sergio Kazuo Kawakami

Culinária BásicaRealizado nos dias 19 e 20/09, em parceria com a Santa Maria Cia. de Papel e CeluloseLocal: Fazenda LimoeiroInstrutora: Denise Bubniak

Colhedoras Automotrizes - Regulagem de ColhedoraRealizado nos dias 15 e 16/10Local: Agrícola Casa VerdeInstrutor: Pedro Felipe Kastel

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Revista do Produtor Rural 89

[Canola - Safra 2012]

Lucrativa, canola ganha espaço no inverno

A canola foi a cultura de inverno que mais trouxe resultado ao produtor nesta safra 12/12. Apesar da es-

tiagem prolongada em algumas regiões, chegando a 60 dias sem chuvas, confir-mando sua rusticidade os produtores de canola comemoram os resultados obtidos com a cultura, com uma média de produtividade de 1.500 kg por ha e um custo de 600 kg por ha. Lembramos que vários produtores colheram mais de 2.200 kg/ha. Mostrando que, em breve, os produtores poderão chegar nas mé-dias mundiais, que são de 4.500 por ha.

Com sede em Candói/PR, o Grupo AG Teixeira fomentou nesta safra, através de parcerias com empresas e produtores, 11.000 ha nos estados do PR, MS e SP. Se-gundo Sebastião Hollandini, o Grupo AG Teixeira adquire toda a produção através de contrato com preços pré-fixados onde a extração de óleo e farelo é realizada em sua moderna indústria em Candói/PR.

Para os próximos anos, a cultura terá um aumento de área constante, base-ando-se em cinco pontos principais: 1) dificuldade em produzir e comercializar outras culturas de inverno com altos cus-tos de produção. 2) Rentabilidade em áreas que ficam somente com cobertu-ras, aguardando outras culturas, princi-palmente milho. 3) Aumento de produ-tividade das próximas culturas. 4) Baixo investimento. 5) Garantia de compra.

Paulo Tetsuo Ouchi, produtor em São Sebastião da Amoreira - PR (próximo a

Com informações da Correpar

Cornélio Procópio – PR) apostou na cul-tura pela primeira vez e colheu 1.685 kg por ha. Ele lembra que facilidade de comercialização, custo de produção re-duzido, fácil manejo e benefícios agro-nômicos no sistema de rotação de cultu-ras fazem da canola uma alternativa de cultivo de inverno cada vez mais procu-rada pelos produtores. Ele afirma que a área a ser plantada na safra 2013 será aumentada. O engenheiro agrônomo Fer-nando Eiji Nonomura, que dá assistência ao produtor, disse que o custo da lavoura ficou em 768 kg por ha e fez questão de lembrar que o produtor fez investimento bastante alto, pensando no residual que irá deixar para cultura do milho.

Helmuth Milla, produtor em Candói--PR, plantou 101 ha da cultura, obtendo uma produção de 1.580 kg por ha. Hel-muth afirma que a cultura é rentável e com bom potencial. Ele ressalta que além dos ganhos diretos, a cultura traz ganhos significativos às culturas subsequentes, caso específico do milho, que nesta sa-fra obteve ganho de 1.100 kg por ha em comparação ao milho produzido pós ou-tras culturas de inverno.

O presidente da Associação Para-naense de Produtores de Canola (APR CANOLA) Geovani de Col Teixeira é pro-dutor da oleaginosa há seis anos em Candói-PR e MS. A área de 1.100 ha já foi colhida e a estimativa é de um rendi-mento de 1.500 kg/ha. “Com o preço ba-seado na soja, a rentabilidade foi acima do esperado, melhor do que a do trigo. Comecei com 50 ha, mas fui aumentan-do a área ao ver o desempenho da la-voura e também pelos ganhos indiretos na produtividade das culturas subse-quentes”, comenta.

[email protected]

Paulo Tetsuo Ouchi

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Revista do Produtor Rural90

[Extensão de Base Cantagalo]

Últimos cursos do Senarrealizados em Cantagalo:

Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas - Operação de implementos - Semeadeira e plantadeiraRealizado no dia 10/08Local: Coamo - CantagaloInstrutor: Domingos Carlos Basso

Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos - Tratorizado em Barras - NR 31Realizado de 03 a 05/09, em parceria com a Souza CruzLocal: Porto JanjãoInstrutor: Miguel Luiz Severino Alves

Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas - Operação de implementos - Semeadeira e plantadeiraRealizado no dia 14/08Local: Porto JanjãoInstrutor: Luiz Augusto Burei

Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas - operação de implementos - semeadeira e plantadeiraRealizado no dia 05/10Local: CavacoInstrutor: Pedro Felipe Kastel

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Revista do Produtor Rural 91

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Revista do Produtor Rural92

[Campanha]

Novembro é mês de vacinação contra febre aftosaTodo o rebanho de bovinos e bubalinos deve ser vacinado no período de 1º a 30 de novembro

Começa no mês de novembro a se-gunda etapa da vacinação de Febre Aftosa no estado do Paraná. Os pe-

cuaristas devem vacinar todo o rebanho de bovinos e bubalinos durante o perío-do de 1º a 30 de novembro. A primeira etapa da campanha foi realizada em maio e o índice de vacinação em Guarapuava foi de 97%.

A médica veterinária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Márcia Maria Zago destaca que a vacina-ção é obrigatória e o produtor que não comprovar fica sujeito a penalidades e multas. “O produtor precisa vacinar 100% do rebanho, recém-nascidos, bo-vinos e bubalinos”.

Durante esse período, os agrope-cuaristas devem se dirigir a casas vete-rinárias e adquirir a vacina contra febre aftosa. Após a vacinação do rebanho, o produtor deve levar a nota fiscal da com-pra da vacina e comprovante de vacina-ção com todos os campos preenchidos corretamente nas unidades locais de sa-nidade agropecuária da Adapar .

Márcia alerta sobre os cuidados na hora da vacinação. “Para que a vacina

tenha uma boa resposta é necessário ter cuidados com o manejo, por exemplo, manter em uma caixa isotérmica, refrige-rada, também é importante fazer a esteri-lização do material de aplicação, como as pistolas e agulhas”, recomenda.

Além disso, a veterinária lembra tam-bém da importância do bem estar animal durante a aplicação. “Não se deve des-prezar as condições e o local onde vai ser aplicada a vacina, de preferência vacinar nos horários mais frescos e que os ani-mais estejam descansados. Qualquer dú-vida que o produtor tiver pode entrar em contato com a Adapar”.

Para auxiliar no trabalho de cons-cientização e apoio à campanha de vaci-nação da aftosa, Márcia destaca o papel dos Conselhos Municipais de Sanidade Animal (CSA´s). “O objetivo principal no Conselho na campanha é a conscientiza-ção e disseminação de informações sobre a doença. Assim ele colabora para que o produtor mude de atitude, e realmente tenha práticas que ajudem a combater e controlar a enfermidade. Assim, o Conse-lho é um parceiro e nos auxilia a disse-minar sobre a importância de vacinar e declarar corretamente”, opina.

Segundo a supervisora da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Ana Lúcia Menon a conscientização dos pro-dutores pode representar um avanço sanitário no estado do Paraná para que se almeje alcançar mais mercado para a carne paranaense no exterior. “A ex-pectativa nossa é sempre que se vacine 100% do rebanho para que não haja ris-cos. Os produtores devem estar atentos no período da campanha para que pos-samos atingir essa meta e sermos um Estado livre de aftosa sem precisar de vacinação”, comenta.

Recadastramento e GTA

Novembro também é o mo-mento do produtor atualizar seus dados com a Adapar sobre todo rebanho existente, explica Márcia. “É necessário recadastrar também outras espécies como suínos, capri-nos, ovinos entre outros, conforme as informações solicitadas no com-provante de vacinação. E também se alguma propriedade não estiver regularizada, é o momento do pro-dutor atualizar seu cadastro”.

Os documentos necessários para o recadastramento é a iden-tidade, CPF rural o produtor deve levar o INCRA ou CAD/PRO, CCIR ou contrato de arrendamento.

A Adapar informa que durante a campanha de vacinação, a Guia de Trânsito Animal (GTA) fica con-dicionada ao comprovante de va-cinação. Assim, a movimentação e transporte de animais só é autori-zada depois da vacinação e quando o cadastro estiver em dia, e assim aguardar o prazo previsto para mo-vimentação.

O prazo de carência previsto para movimentação dos animais após a vacinação do rebanho é se-gundo a Adapar, animais com uma vacinação devem aguardar 15 dias para a emissão da GTA, com duas va-cinações são 07 dias e com três va-cinações não precisam de prazo de carência para serem movimentados.

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Revista do Produtor Rural 93

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Revista do Produtor Rural94

[Pecuária de corte]

Análise conjuntural do mercadodo boi gordo no estado do Paraná Setembro/outubro 2012

Como já era esperado, os preços da @ do boi gordo al-cançaram valores mais elevados nos meses de setem-bro e outubro de 2012 e continua em tendência de

alta. Para o produtor essa alta é positiva principalmente para aqueles que utilizam confinamento na entressafra para ter-minar seus animais. Essa afirmação baseia-se nos custos mais elevados com a alimentação observados nesse ano, quando comparados com anos anteriores. As cotações dos preços de soja e milho (base de alimentos concentrados) alcançaram valores historicamente elevados e causaram preocupações quanto à utilização na alimentação. Essa alta dos preços dos grãos onerou de maneira significativa a produção e, portanto, a alta observada nos preços pagos aos produtores pela @ do boi gordo é muito bem vinda.

O indicador de preços LAPBOV/UFPR para o boi gordo apresentou reação de alta na segunda semana de setembro, e registrou seu maior preço no décimo dia do mês de outubro, no valor correspondente a R$97,67. A partir daí os preços os-cilaram pouco, resultando em uma estabilidade no acumulado da segunda quinzena de outubro. Os meses de setembro e outubro juntos apresentaram média de preço para arroba do boi gordo no valor de R$ 96,76, sendo que o menor valor ob-servado foi de R$ 94,41 na primeira semana de setembro.

Para a vaca gorda o indicador oscilou, seguiu em alta du-rante a 2° e 3º semana de setembro, e apresentou queda na

Variação na cotação da arroba do BOI GORDO / LAPBOV Setembro/Outubro 2012

Variação na cotação da arroba da VACA GORDA / LAPBOV Setembro/Outubro 2012

Caroline Bastos Balbinot / Thiago Augusto CruzPaulo Rossi Junior / João Batista Padilha Junior

LAPBOV/UFPRwww.lapbov.ufpr.br

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Análise de Relação de Troca entre o Preço da @ do Boi Gordo e o Preço da Saca de Soja e Saca de Milho

última semana do mês. Houve reação de ligeiras altas e quedas nas semanas subsequentes de outubro. Para a cotação da arroba da vaca gorda, outubro e setembro apresentaram preço médio de R$ 87,18, sendo o maior valor observado R$ 88,47 na se-gunda quinzena de setembro. E o menor valor observado foi R$ 84,62 no início do mês de setembro.

Como citado anteriormente, o impacto dos preços da soja e milho nos custos de produção são bastante elevados, diante disso, foram feitas análises de relações de troca entre o preço da @ do boi gordo e o preço da saca de soja e entre o preço da @ do boi gordo e o preço da saca de milho para os meses de setembro e outubro. Entende-se por relação de troca (Também conhecida como índice de paridade) como sendo um indicador

da evolução do preço de determinado produto em relação ao preço de um importante insumo. Esta é calculada através da ra-zão, multiplicada por 100, entre os preços recebidos e os preços pagos pelos produtores.

A relação de troca entre a @ boi gordo e a saca de soja apre-sentou grande variação durante o período analisado, o que de-monstra a importância de se planejar a compra dos insumos para garantir maior lucratividade da produção. A maior relação obser-vada foi no dia 04/09, quando alcançou 0,83 e a menor relação foi observada nos dias 15, 16 e 17/10 apresentando 0,69. Em média, são necessárias 0,74 arrobas de boi gordo para comprar uma saca de soja. Já para a saca de milho, foi observada maior estabilidade na relação de troca, em média, são necessárias 0,26 arrobas de boi gordo para comprar uma saca.

Acontecimentos Relevantes na Pecuária de Corte ParanaenseO atual secretário estadual da Agricultura e do Abasteci-

mento, Norberto Ortigara, fez uma declaração no ultimo mês va-lorizando os resultados da agropecuária paranaense. Esse bom desempenho, segundo ele, é uma demonstração de que o Esta-do reúne mais condições de produzir alimentos do que em qual-quer outra região do País, o que faz com que o Estado atraia mais investimentos, inclusive estrangeiros, gerando mais motivação para os pecuaristas paranaenses.

Previsão para os Próximos MesesA série mensal analisada se apresentou com tendência de

alta e deve continuar na mesma tendência, pode-se esperar que os preços continuem subindo de maneira pouco expressiva, po-rém no acumulado em dezembro os preços podem chegar aos mais altos valores do ano.

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Revista do Produtor Rural96

O Centro Estadual de Educação Pro-fissional Arlindo Ribeiro (Colégio Agrícola) vem ano a ano estimulan-

do jovens ainda no Ensino Médio a desen-volver pesquisas que auxiliem, na prática, as atividades do campo. Tal iniciativa é concretizada há quase 20 anos na Feira de Ciências Agropecuárias.

O evento, que está em sua 17ª edi-ção, foi realizado nos dias 27 e 28 de se-tembro e reuniu alunos, produtores rurais, profissionais e universitários. Segundo a diretora do Colégio Arlindo Ribeiro, Maria Aparecida Cordeiro da Silva, a feira é de extrema importância tanto para os alunos quanto para a comunidade, pois apresen-ta projetos e novidades que tem aplica-bilidade, principalmente, em pequenas propriedades. “É sempre um desafio fazer a feira agropecuária no colégio, a cada ano a gente procura aperfeiçoar. Assim, o evento é uma oportunidade que os alu-nos têm de fazer pesquisa e de mostrar os seus resultados e, sobretudo, a viabilida-de de muitos dos trabalhos em pequenas propriedades. É o colégio caminhando junto com o pequeno produtor”.

No primeiro dia de feira, os alunos passaram por uma banca composta por três membros que avaliou os projetos pela apresentação oral. No dia 28, foi aberta a visitação ao público.

A feira recebeu também a visita de colégios agrícolas de outros munícipios. A professora e coordenadora de projetos do colégio, Luciana Stremel, conta que 40 projetos foram expostos no evento. “Fi-camos felizes que este ano recebemos a visita de outros colégios agrícolas como o de Apucarana, Clevelândia e Rio Negro. Completamos 60 anos e ficamos muito contentes em observar a repercussão, a receptividade e a credibilidade que os trabalhos adquiriram nesses 17 anos, isso nos deixa muito feliz”.

Segundo a coordenadora, a feira é o

[Ciências Agropecuária]

Feira do Colégio Agrícola apresenta projetos para o pequeno produtor

principal projeto da instituição. “O even-to é o carro chefe do colégio, passam por aqui cerca de 500 pessoas. Para a esco-la, isso é muito importante, pois é uma oportunidade dos alunos desenvolve-rem trabalhos científicos direcionados à aplicação na propriedade rural. Os temas são bem variados na área de agricultura e pecuária”.

Para dar continuidade ao evento, no sábado, dia 29, foi realizado outro projeto do colégio que é o Dia da Família, em que os alunos apresentam seus projetos aos pais e familiares.

Projetos Entre os projetos expostos durante a

feira, todos mostraram bom desenvolvi-mento técnico e aplicabilidade na prática. Um deles, desenvolvido por quatro alunos do 1º ano do Ensino Médio, apresentou uma incubadora de ovos. Segundo Bruno

Guilherme Monteiro Silva, Juliano Ribas, Diovanni Miotto e Guilherme Antônio Marcansoni, a iniciativa diminui o custo da produção e pode aumentar a produti-vidade.

Silva disse que a feira é uma ótima oportunidade de capacitação para o mer-cado de trabalho. “O evento é um divul-gador de tecnologias para agricultura e pecuária e um treinamento para nós, uma chance de aprendizado. Os professores auxiliam e dão todo o apoio, por isso é gratificante para gente realizar esse proje-to. Os produtores também gostaram mui-to e querem aplicar o projeto na fazenda, por ser um baixo investimento e que pode aumentar o lucro”.

Marcansoni comentou sobre a ex-clusividade de projetos deste porte em colégios agrícolas. “Poucos tem uma feira como essa, somos privilegiados porque estamos aprendendo muito”. Miotto

Incubadora de Ovos: Bruno Guilherme Monteiro Silva, Diovanni Miotto, Juliano Ribas e Guilherme Antonio Marcansoni.

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Revista do Produtor Rural 97

também acrescenta que o conhecimen-to adquirido não se restringe ao aspecto profissional. “É interessante porque lá fora vamos saber desenvolver projetos, pesquisas e os professores apoiam mui-to. É uma forma da gente aprender a se virar na vida”.

Outro projeto exposto foi o de pul-verizador para bovinos, desenvolvido por cinco alunos do 2º ano do Ensino Médio, Marcelo da Rosa, Carlos Eduardo Sluzala, Lisandro Vacelechen, Anderson Gomes dos Santos, Alisson Emanuel Ri-bas Mineiri. Sluzala conta as vantagens do sistema pulverizador reproduzido por eles. “Nosso projeto é para combater os parasitas externos, carrapato, berne do boi com um pulverizador versátil e rápido, e que atinge o animal mais homogene-amente, por um custo de R$ 350, mas a maioria tem essas peças na própria pro-priedade, como cano, mangueira, bomba de poço, entre outros. Além disso, o cerco de contenção já pode servir para vacinar o animal”. Santos comentou sobre o apoio que receberam do colégio no desenvolvi-mento do projeto. “Os professores incen-tivaram e nos ajudaram. O projeto pode ajudar o produtor e também já pode con-tar no nosso currículo escolar”.

Colégio Arlindo RibeiroA coordenadora de cursos também

falou sobre objetivo do Colégio Agrícola

Pulverizador para Bovinos: Marcelo da Rosa, Carlos Eduardo Sluzala, Lisandro Vacelechen,Anderson Gomes dos Santos, Alisson Emanuel Ribas Mineiri.

Estande do Sindicato: Murilo Lustosa Ribas, Juliano Ribas, Gabriel Paganin, José Rodrigo Dubiela e Maria Aparecida Cordeiro da Silva

de preparar tecnicamente os alunos, para que tenham uma formação com qualida-de e que torne os jovens aptos a trabalhar no campo. “Nosso diferencial é a profis-sionalização. Então eles já saem daqui com algo a mais do que o Ensino Médio. O nosso foco é que os alunos voltem para casa e apliquem o que aprenderam aqui, pois a maioria vive na área rural”, observa.

Sindicato no eventoO Sindicato Rural de Guarapuava

apoiou o evento e participou com um estande. A diretora Maria Aparecida Cor-deiro da Silva falou sobre a importância de parcerias como essa para a concreti-zação da feira. “Temos grandes parceiros, isso faz com que a gente não se sinta sozinho, somos apoiados por empresas e entidades que estão sempre juntos com o Colégio Agrícola e que acreditam no nosso trabalho. Essas parcerias são essenciais para realização de um evento deste tamanho. O Sindicato Rural é um parceiro que sempre está colaborando conosco e esse apoio nos dá um respaldo técnico perante a comunidade”.

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Revista do Produtor Rural98

A constante busca pela eficiência no uso dos fertilizantes, regu-lação do pH do solo, e conse-

quentemente o aumento da produ-tividade é uma preocupação antiga dos agricultores brasileiros.

As inovações do meio, tais como biotecnologia, agricultura de precisão e aplicação de fertilizantes em taxa variável exploram o potencial das culturas, fazendo com que atinjam um novo patamar de produtividade, necessitando assim de uma nutrição adequada para estas plantas.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (ABRACAL), para uma cor-reção ideal do solo, o Brasil deveria consumir, em média, 63 milhões de toneladas de calcário por ano, mas em 2011 usou apenas 30 milhões. A ABRACAL ainda enfatiza que se a quantidade ideal estimada fosse usa-da, a agricultura brasileira aumenta-ria em 65% a produção de grãos.

Observando esta necessidade crescente do mercado, a Agrícola AGP, além de fornecer fertilizantes de qualidade superior, tanto macro como micronutrientes, passa tam-

[Fertilizante mineral]

Calcário líquido: uma resposta rápida, aliada a uma solução inteligente

Ander Vinícus PossanAssistente Técnico Comercial da Agrícola AGP

bém a oferecer calcário líquido.O calcário líquido é um fertilizan-

te mineral misto, com alto teor cor-retivo de acidez, para uso nos mais variados solos que necessitem de calagem. Este corretivo foi desenvol-vido com fontes nobres de cálcio e magnésio equilibradas em um único produto, facilitando assim sua apli-cação. É um produto revolucionário, constituído de nanopartículas de cál-cio e magnésio, assim reagindo com maior rapidez. (Laudo de nanopartí-culas emitido pela EMBRAPA).

Aplicação mais fácil e completa

absorção do produto diretamente pela raiz, graças à nanotecnologia que permite que as partículas, infi-nitamente menores que as células, sejam absorvidas pela planta e, prin-cipalmente, a preservação de subs-tâncias não renováveis na natureza, o que torna o produto totalmente sustentável. Com estas vantagens, o calcário líquido é uma das apostas para revolucionar de uma maneira econômica e positiva a agricultura brasileira.

Enquanto o calcário normal leva de três a seis meses para dar início

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Calcário líquido pode ser aplicado sobre a palhada

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Revista do Produtor Rural 99

(42) 3629-1366 / [email protected]

Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

ao efeito de neutralização à fitoto-xidez do alumínio, por se tratar de um produto à base de carbonato de cálcio (CaCO3), o calcário líquido age de forma mais rápida e eficiente. Isso deve-se pincipalmente à alta con-centração de óxido de cálcio (CaO) presente em sua composição.

Segundo pesquisas realizadas com o calcário líquido, comprovou-se a eficiência e equivalência no uso de 5 litros do produto substituindo 1 to-nelada de calcário convencional. Por estar em formulação fluida, sua apli-cação é facilitada, em pulverização no sulco de plantio, ou em área total, podendo ainda ser aplicado através de sistemas de irrigação.

Tem como principais vantagens e diferenciais:

•Fácilaplicaçãoeabsorçãorápi-da pelas plantas;•Nutriçãodasplantascomcálcio

e magnésio;•Neutralização do efeito fitotó-

xico do alumínio;

•Potencializaçãodoefeitodosfer-tilizantes e consequentemente maior eficiência e produtividade;•Soluçãolíquidacomatecnolo-

gia de nanopartículas;•Após chuva de 30mm a ação

do produto é imediata;

O calcário líquido pode ser apli-cado sobre a palhada em sistemas de plantio direto sem nenhum atraso ou complicação quanto à sua eficiência, visto que sua ação se dará através da água das chuvas, que irão incorporar o mesmo à solução do solo.

O calcário líquido possui eficiên-cia de 100% e pode ser aplicado em qualquer época do ano. Isto ocorre porque é um produto com a tecnolo-gia de nanopartículas, com ação ime-diata, e que fica disponível para ser absorvido diretamente pela raiz. Além disso, a solução acaba com a poeira criada na lavoura pela aplicação do calcário em pó.

O uso do calcário líquido dimi-nui significativamente os custos

logísticos e de aplicação, tornando a calagem uma tarefa simples e prá-tica. Essa tecnologia já se encontra à disposição dos produtores que buscam maior rendimento de sua la-voura, aliada à máxima lucratividade de seu negócio.

Ander Vinícus Possan

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Revista do Produtor Rural 101

[Pulverizadores ]

Cereal participa da dinâmica de máquinas com autopropelidos PLA

Durante o WinterShow 2012, a CE-REAL Concessionária Autorizada PLA foi um dos destaques na de-

monstração de pulverizadores. Duran-te a dinâmica de máquinas, a empresa apresentou dois autopropelidos de alta tecnologia. Um deles é o pulverizador H3000i barra 25mt dianteira com túnel de vento e torre de fertilização, motor Mercedes Benz 220cv 04 cilindro, pilo-to hidráulico Trimble e giro nas quatro rodas; o segundo é o modelo H3000i barra 28mt dianteira, motor Mercedes Benz 180cv 04 cilindro, piloto elétrico Trimble e giro nas quatro rodas.

O proprietário José Augusto de Mo-raes Barros apresentou as principais características dos autopropelidos da PLA nos dias 18 e 19 de outubro. “As máquinas que nós apresentamos são as versões mais avançadas e mais ade-quadas a nossa região. Destacam-se em áreas com topografia acidentada, pois possuem transmissão com bombas du-plas e acionamento em X, suspensão pneumática ativa, cabine e banco do operador com suspensão pneumática, proporcionando conforto ao operador e ótima estabilidade das barras mesmo em terrenos mais acidentados. As barras dianteiras permitem ao operador melhor visualização da pulverização, o túnel de vento aumenta a eficiência da aplicação dos produtos. O giro nas quatro rodas permite fazer voltas em menores raios de giro, sendo que a roda traseira pas-sa no mesmo rastro da roda dianteira reduzindo o amassamento da cultura. As máquinas possuem bitola variável, com acionamento hidráulico podendo chegar a 3,50 m de largura, vão livre do solo de 1,65 m a 1,79 m o que permite pulverizações na cultura do milho em pré pendoamento. A Torre de Fertiliza-ção traseira permite instalar distribuidor

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Revista do Produtor Rural102

Piterson Viana, Carlos Correa dos Santos, José Augusto de Moraes Barros, Jaqueline Geier de Moraes Barros, José Dejalmo de Moraes Júnior,Edson Karaz de Lima e Felipe Olavo Manente

centrífugo, para aplicação de produtos sólidos (sementes, fertilizantes, etc.) si-multaneamente ou não, devido a altura do equipamento do solo consegue se distribuição dos produtos a distâncias maiores com uma ótima uniformidade permitido a utilização do mesmo rasto da pulverização.

A CEREAL apresentou também a linha de GPS TRIMBLE, o CFX-750 e o FMX que podem ser acoplados aos pul-verizadores bem como a outros equipa-

mentos como colheitadeiras, tratores, plantadeiras, etc. O GPS é preparado para instalação de Piloto Hidráulico ou Elétrico, com aquisição do sinal RTX si-milar ao RTK obtém se repetibilidade de 3 cm de variação. Destacando-se o CFX-750 da Trimble, o mais novo monitor com tela touchscreen de 8” possibilitan-do, com um custo acessível, orientação, direção e funcionalidade na Agricultura de Precisão. Use o CFX-750 em conjunto com o sistema de controle Field-IQ da

Trimble para maximizar sua eficiência no plantio, aplicação a lanço, pulveri-zação e preparo de solo. Permite ainda atualização para receber sinais dos sa-télites GLONASS.

Suas principais vantagens e caracte-rísticas são:

- Possibilidade de centralizar várias funções em uma única tela.

- Controle de seção: Redução nos custos e economia de defensivos ao controlar até 48 linhas individuais de pulverização com o sistema de controle Field-IQ.

- Controle de taxa: Controle sua taxa de aplicação variável ou fixa no plantio, pulverização e aplicações a lanço com o sistema de controle Field-IQ. Adicione a solução integrada de taxa variável para o plantio e obtenha a máxima precisão no controle de fertilizantes e/ou sementes.

- Orientação visual, 27 LEDs forne-cem uma rápida e eficiente orientação em quaisquer condições de iluminação

- Compatibilidade com câmera. Vi-sualize até 2 imagens ao vivo na tela e monitore partes do seu implemento que não são visíveis da cabine.

- Relatórios:Transfira sua aplicação diária para

seu computador usando a porta USB para pen-drive ou através do Connected Farm sem-fio da Farm Works.

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Revista do Produtor Rural 103Revista do Produtor Rural 103

Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770Rodovia BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - [email protected]

Cereal, revenda autorizada

Comercializa cereais, fertilizantes,implementos e insumos agrícolas

Autopropelido H3000I com barra pulverizadora dianteira e suspensão pneumática ativa

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Revista do Produtor Rural104

[Capacitação]

Agricultura de Precisão em pauta

Nos dias 8, 9 e 10 de outubro, o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar) promoveu, em

parceria com o Sindicato Rural de Gua-rapuava, o Seminário de Agricultura de Precisão (AP).

O curso foi ministrado pelo enge-nheiro agrônomo especialista em AP, André Luiz Fabri, que repassou aos par-ticipantes os conceitos básicos e o ciclo completo dessa ferramenta. “Assim, foi abordado desde a parte de amostragem, fertilidade, aplicação e colheita. Conse-guimos repassar o básico de todas as etapas e acredito que atingimos nosso objetivo”, declarou.

Segundo Fabri, o objetivo do se-minário foi gerar informação sobre um tema que é atual e importante para re-giões essencialmente agrícolas, como Guarapuava. “A intenção foi difundir novas tecnologias e desmistificar que a implantação é muito difícil, por falta de informação. O curso veio para quebrar esse tabu. Espero que os participantes ajudem a repassar esse conhecimento a outros produtores”.

No primeiro dia, o curso abordou uma parte introdutória da agricultura de precisão, desde o histórico, técnicas bá-sicas e a viabilização da AP na realidade paranaense. No segundo dia, o instrutor

abordou mapas de aplicação, plantio em 3D e zonas de manejo. E por fim, o palestrante falou sobre análise de cor-relação – formas de fazer o cruzamento de mapas; avaliar a influência de fatores sobre a produtividade; como produzir relatórios; os guias e prática de campo.

O engenheiro agrônomo que presta serviços relacionados à AP para o Gru-po Reinhofer, Pelisson Kaminski disse ter gostado do seminário e acredita que este primeiro treinamento deve ter continuidade na região.“O seminário foi uma excelente forma de começar a divulgar alguns conceitos básicos da tecnologia e, principalmente, de tentar quebrar alguns paradigmas que exis-tem na área. Seria interessante que este mesmo treinamento fosse segmentado em níveis, em função do volume de in-formação que se tem dentro da AP.

Segundo o engenheiro agrônomo Márcio Ferreira Rickli, o seminário foi importante para atualização tanto de produtores quanto de técnicos. “Vim para aprender sobre os equipamentos e também para trocar experiências com produtores e profissionais da área”.

O engenheiro agrônomo de Entre Rios Rafael Majowski sugeriu que o Se-nar promova mais cursos relacionados ao tema e comentou sobre a aplicação

da AP em sua propriedade. “Acredito que seja pertinente, por exemplo, um treinamento para operadores de máqui-nas, pois há um déficit grande de mão de obra. Em nossa propriedade trabalha-mos o ciclo completo de AP. É algo novo e cheio de desafios. O produtor precisa pensar a longo prazo, pois o próprio re-torno não é imediato. A Agricultura de Precisão é, sobretudo, uma nova manei-ra de se gerenciar a propriedade”.

O produtor rural Andreas Keller também implantou a AP em sua fazen-da há cerca de um ano e comenta que o curso veio em boa hora. “Eu comecei a investir em equipamentos ano passado, agora esse curso veio numa época boa para que eu possa trabalhar com mais informação. No seminário vi que não é só comprar o equipamento e deixar na máquina, o mais importante é saber pro-cessar os dados”.

Os seminários de Agricultura de Precisão foram promovidos pelo Senar em parceira com o Sistema de Gestão da Qualidade Certificado NBR – ISO 9001 e a Agro Tecnologia- Soluções inovadoras para o Campo. No Paraná, o evento tam-bém ocorreu nos municípios de Manda-guaçu, Ponta Grossa e Toledo.

André Luiz Fabri

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Revista do Produtor Rural 105

[Produção de carne]

“O melhoramento genético do rebanho só depende de você”

Entre janeiro e outubro, as exportações de carne bovina renderam US$ 1,798 bilhão, com a comercialização de 1,33

milhão de toneladas de equivalente-carca-ça, 43% a mais que no mesmo período do ano anterior. É um excelente desempenho e, ao mesmo tempo, reflete nossa competên-cia na produção. Mas os números exponen-ciais não nos eximem da responsabilidade em investir um pouco mais na genética do plantel, que tanto contribui para esse cená-rio. Foi graças a ela que conseguimos reduzir o ciclo de abate de seis para três anos, dois ou até menos - em alguns casos específicos.

Estima-se que cerca de 50% de nossa pecuária ainda é “pré-histórica”, ou seja: sem controle ou aporte tecnológico ao tripé sa-nidade/genética/nutrição. Entretanto, é um cenário que está mudando aos poucos. Não há mais espaço para touros de produção du-vidosa, escolhidos a olho. Para desempenhar o papel de reprodutor, o animal deve passar por uma malha fina que comprove sua pro-dutividade. Falamos aqui das Diferenças Es-peradas na Progênie (DEPs), uma avaliação das características genéticas economica-mente mais importantes à produção.

Antes, eram animais restritos ao meio científico ou a uma parcela mais elitizada de pecuaristas. Hoje, já é mais comum vê--los nos pequenos rebanhos. E para quem duvida, o retorno do investimento em ge-nética avaliada acontece logo na primeira safra de bezerros, gerando um gado mais homogêneo, precoce, com melhor rendi-mento de carcaça e qualidade de carne. Eis

Ricardo ArantesRicardo Arantes é administrador de empresas e um dos proprietários da Agropecuária

Nova Vida, com sede em Ariquemes (RO) e filial em Comodoro (MT)

aí um grande mercado ainda inexplorado. A carne brasileira ganha espaço no exterior, mas é porque forcemos um produto barato e não por ser mais macio e saboroso.

Veja por exemplo a famosa Cota Hilton, do mercado europeu, que remunera até três vezes mais por cortes nobres do quarto tra-seiro do novilho precoce. A fatia do Brasil é quase insignificante em volume e mesmo assim não somos capazes de atender a de-manda. A tão sonhada remuneração supe-rior só virá a partir do momento que produ-zirmos animais com a qualidade necessária e em maior escala.

Independentemente de qualquer crise econômica, a população mundial vem cres-cendo desenfreadamente e é fato que toda ela precisará se alimentar. Imaginem a gi-gantesca população da China. Lá, o consu-mo per capta de carne bovina gira em torno de 5 quilos/habitante/ano, ao contrário do Brasil, onde essa média sobe para 28 qui-los. Se eles apenas dobrassem o consumo, acabariam com a carne bovina do planeta inteiro. E mais: teríamos de vender arroba de bezerro aos invés de boi gordo.

É por esse e outros motivos que de-vemos apostar em uma pecuária cada vez mais produtiva e sustentável. Sou grande defensor do cruzamento industrial, por permitir a produção de carne superior em menos tempo. A técnica exige um pouco mais de investimento no manejo, mas os ganhos são compensadores, especialmen-te, no que se refere ao relacionamento com a indústria, que passa a enxergar os forne-

cedores com maior confiabilidade. Erros cometidos pelos pecuaristas no passado foram corrigidos e, atualmente, a carcaça do gado cruzado é cobiçada pelos frigorífi-cos, que pagam prêmios para obtê-la.

É também uma evolução que decorre das atuais biotecnologias reprodutivas. Em especial, a inseminação artificial conven-cional e em tempo fixo, com preços mais acessíveis. Um pecuarista com um rebanho de 100 fêmeas possui perfeitas condi-ções financeiras para comprar um botijão de sêmen de touros provados por até R$ 3.000,00, os quais possibilitarão índices de fertilidade cada vez mais altos. Com apenas algumas semanas de treinamento, o próprio funcionário pode fazer a insemi-nação das vacas da propriedade.

Para adeptos da monta natural, tam-bém existem várias opções de touros ava-liados, que desempenham bem em regiões de clima quente e estão agradando pecu-aristas brasileiros. Eles respondem à cria-ção extensiva e produzem uma carne com a qualidade desejada. A frase que intitula esse artigo era uma das preferidas de meu pai, um homem visionário e que levou o desenvolvimento à pecuária de Rondônia por meio do melhoramento genético.

É por este motivo que enxergo para o futuro uma cadeia produtiva mais integra-da e também uma participação mais atu-ante do Brasil em mercados de maior valor agregado. Algo possível se enxergarmos as tecnologias e melhoramento genético com maior clareza.

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Revista do Produtor Rural106

Enxergar e administrar a propriedade rural com uma visão empresarial vem se tornando imprescindível para ser compe-titivo no mercado atual. O agronegócio faz com que o agricultor precise cada vez mais ser um empresário do campo.

Para capacitar e instigar o espírito empreendedor dos produtores rurais, o Sindicato Rural de Guarapuava e o Servi-ço Nacional de Aprendizagem Rural (Se-nar) estão promovendo, mais uma vez, o curso “Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris – Empreen-dedor Rural”. Duas turmas estão anda-mento, uma delas com colaboradores do Instituto Emater e outra com produtores rurais e técnicos.

Segundo o instrutor Luiz Augusto Burei, gestor em agronegócios, espe-cialista em administração financeira e planejamento estratégico, o objetivo do curso é desenvolver o poder pessoal dos empreendedores do agronegócio e am-pliar sua capacidade influenciadora nas transformações do setor e da sociedade. “É preciso que o produtor rural desenvol-va competências empresariais, para que ele possa planejar onde quer ir e como alcançar suas metas”.

Burei avalia o desenvolvimento das turmas do curso, uma delas com 19 alu-nos, que iniciou no dia 13 de julho e vai concluir no dia 09 de novembro e outra, com 13 participantes, que teve início em 11 de agosto e completa suas ati-vidades no dia 24 de novembro. “Cada turma tem uma característica. A primei-ra, da Emater, observei que todos têm experiencia na área, formação técnica e isso ajuda muito na elaboração de pro-jetos. Já o grupo de produtores também é muito interessante, pois eles tem mui-ta vivência prática. Assim, conseguem visualizar com maior facilidade de que forma pode aprimorar a gestão da pro-priedade no dia a dia”.

[Empreendedorismo]

Empresários do campoCurso promovido pelo Senar desenvolve competências empresariais para o produtor rural e incentiva o empreendedorismo.

De acordo com Burei, o curso segue três diretrizes: a gestão de conhecimen-to; elaboração do projeto e desenvol-vimento humano. Entre os conteúdos abordados no treinamento estão: fun-damentos econômicos; especificidade do setor agropecuário; planejamento participativo das empresas, legislação agrária, estratégias de comercialização e funções da administração rural. Além da parte teórica, os alunos precisam apresentar no final do curso um projeto

voltado para o desenvolvimento de uma propriedade rural, com metas e ações futuras. “O programa ajuda o produtor a compreender sua atuação produtiva e também a refletir como ele age no âm-bito não só profissional, mas social. Des-sa forma, ele desenvolve um outro tipo de competência que pode auxiliá-lo a tomar decisões sobre o seu próprio ne-gócio. É importante que a propriedade rural seja cada vez mais vista e gerida como uma empresa”, ressalta.

Turmas de Empreendedor Rural 2012 durante aulas no Sindnicato Rural

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[Suinocultura ]

Coordenador Prof. Dr. Paulo Roberto OstAcadêmicos: Leandro Klimionte

Rozana Wendler da RochaMarjury Maronezi

Jacqueline Midori OnoJanaina Colecha Rocha

Biossegurança na Produção de Suínos

O acentuado crescimento e mo-dernização mundial da indús-tria suinícola, nas últimas duas

décadas, tornaram clara e evidente a necessidade de uma maior e mais de-talhada atenção à saúde dos plantéis. A maneira mais efetiva de manter reba-nhos comerciais livres ou controlados em relação a agentes de enfermidades de impacto econômico e evitar efeitos negativos à produtividade e/ou saúde pública (zoonoses) é através da utili-zação de programas de biossegurança. Na suinocultura, esta é considerada como um conjunto de medidas que visa ter um rebanho mais livre possível de doenças, dando proteção à saúde e ao bem estar animal, bem como di-minuir a incidência de zoonoses que pode ocorrer de forma direta ou atra-vés do consumo da carne. Sendo assim, a preocupação com a biossegurança na suinocultura é uma necessidade emi-nente para suprir as exigências Dos consumidores cada vez mais globali-zados e bem informados, e garantir a saúde animal e humana.

As principais causas de enfermi-dades transmissíveis dentro do plantel são as bactérias, os vírus, os parasitas e os fungos. Esses agentes patogêni-cos podem ser levados para a granja através de diferentes elementos que os transportam. No caso da via direta, podemos citar como principal meio a entrada de animais doentes ou mesmo portadores sadios. Pela via indireta,

pode-se mencionar os fômites como principais meios. A água de bebida consumida pelos animais representa fator significativo na disseminação de doenças parasitárias e infecciosas. As aves que entram nas granjas dos suí-nos, em busca de alimento, com pató-genos presentes em suas patas e fezes podem contaminar os alimentos, solo, animais e em especial podem transmi-tir a sarna, a tuberculose e até mesmo as gripes causadoras de pandemias. Já as moscas que viajam até 3 km por dia e podem atuar como vetores de vírus, bactérias e fungos e ainda sendo um importante agente na transmissão de doenças como a meningite mais co-nhecida como a encefalite em suínos. A ração também pode ser uma fonte efetiva de contaminação de rebanhos suínos. Os roedores domésticos (ratos e camundongos) representam proble-mas importantes, por causarem perdas que incluem danos à estrutura das ins-talações e sistema de abastecimento de água, consumo da ração dos animais e contaminação microbiana dos suínos e do meio ambiente, como é o caso da leptospirose. Embora na maioria das vezes as evidências sejam indiretas, atribui-se aos animais domésticos ou selvagens, importância na transmissão natural de agentes virais para suínos.

Portanto, para impedir o ingresso e a disseminação de enfermidades, devem-se aplicar medidas de biosse-gurança na estrutura física, no controle

das entradas e saídas e dos movimen-tos internos da granja. A localização da granja pode influenciar a ocorrência de doenças, principalmente as transmiti-das pelo ar. Devem ser consideradas as atividades que são desenvolvidas nas propriedades vizinhas, a densidade de suínos na área, o tamanho da granja de suínos mais próxima, os padrões de temperatura e umidade da região, a di-reção dos ventos predominantes, a dis-ponibilidade de água em quantidade e qualidade adequadas e a quantidade de dejetos gerados pelo sistema de produção de suínos na própria granja ou na vizinhança e após entender tudo isso, isolar a granja com uma barreira de árvores.

Nesse aspecto, a quarentena é o isolamento e observação concomitan-te dos animais numa instalação sepa-rada (isolada), antes da introdução no rebanho destino. O objetivo é o de pro-teger o rebanho comprador contra a introdução de novos agentes infeccio-sos que possam causar doenças com impacto e significação econômica. A adaptação ou aclimatação tem por ob-jetivo tornar equivalente o status sa-nitário dos animais recém-adquiridos e os presentes no plantel de destino, visando garantir que os animais intro-duzidos venham a desenvolver todo o seu potencial produtivo e reprodutivo, sem alterar o status microbiológico do plantel de destino.

Aliado a isso, é necessário utili-

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zar placas junto à entrada de acesso à granja, com avisos expressando clara-mente que a propriedade aloja suínos. Devem existir cercas delimitando o perímetro externo da granja, de modo a evitar a entrada de pessoas, animais silvestres ou domésticos. A entrada da granja deverá contar com um rodolú-vio e um arco de desinfecção ou um equipamento de aspersão, para desin-fetar os veículos que entram e saem. Veículos e pessoas constituem um risco potencial para as granjas, uma vez que podem estar contaminados e transmitir agentes patogênicos. Uma barreira efetiva para reduzir o risco da veiculação de patógenos de hu-manos para suínos é a troca de roupa e banho e a proibição da entrada na granja com objetos pessoais. Em rela-ção a veículos utilizados para acessar a granja, recomenda-se que sejam esta-cionados fora do núcleo de produção. Todo e qualquer veículo usado para transporte de animais, equipamentos e produtos de origem animal, rações e dejetos devem ser considerados fato-res de alto risco para a disseminação de doenças. Os caminhões que trans-portam os suínos devem ser lavados e desinfetados sempre que terminar o descarregamento dos animais, em lo-cais especificamente selecionados e preparados para tal. Toda granja deve-rá ter uma rampa para carga e descarga instalada fora da cerca periférica, para que os suínos possam ser embarcados ou desembarcados sem a necessidade dos caminhões entrarem nas granjas.

A transmissão de doenças por ve-tores como roedores e moscas deve ser evitada ao máximo. Entre as medi-das gerais de controle estão: destino adequado do lixo, dos animais mortos, de restos de parição e de dejetos; a limpeza e organização da fábrica, de-pósito de rações e insumos e dos gal-pões e arredores, além de um continuo controle dos roedores com raticidas de ultima geração visto que gatos são transmissores de doenças e não devem ser utilizados para o controle de ratos.

As carcaças de animais mortos por doenças infecciosas, em geral, apresentam, títulos altos dos agentes causadores da morte, com significati-vo risco de difusão e possibilidade de contaminação humana durante a sua

movimentação e eliminação. Para pro-teger a saúde dos animais e do pessoal da granja, evitar a poluição ambiental, prevenir problemas com o mau chei-ro, proliferação de moscas e a conta-minação de populações urbanas em áreas próximas às criações, tornam-se necessários processos adequados de eliminação desses detritos orgânicos, implantando os decompositores de cadáver e envoltórios fetais na granja.

Outro fator importante de con-taminação é a água, pois se houver agentes patológicos, toda ou grande parte da granja será afetada. Sua pro-cedência e qualidade, tanto em termos microbiológicos como químicos, de-vem ser obedecidos com rigor. Poços do tipo semi-artesianos ou similares devem ser implantados no projeto de modo que atenda as exigências cita-das, além do fator quantitativo, é claro, pois os animais devem ter água não só em qualidade, mas, em quantidades suficientes em todas as épocas do ano.

Ainda nesse contexto, o vazio sani-tário é o período em que a instalação permanece vazia após ser realizada a limpeza seguida de desinfecção, ocor-re do desalojamento de um lote de ani-mais e antes do ingresso de um novo lote. A prática é um complemento à desinfecção e permite a destruição de microorganismos não atingidos pela

mesma, mas que se tornam sensíveis à ação das pressões físicas naturais. Além disso, o vazio sanitário permite a secagem das instalações. Sua efici-ência somente será possível se o local permanecer fechado, não permitindo a passagem de animais ou pessoas.

Em síntese pode-se concluir que a responsabilidade da cadeia de produ-ção da carne suína é garantir que, em todos os processos envolvidos em sua obtenção, haja um controle rígido de todas as operações, de forma a evitar qualquer possibilidade de contamina-ção, seja por zoonoses ou agentes bio-lógicos. Do ponto de vista de garantia de obtenção dos resultados zootécni-cos e econômicos, é fundamental que o sistema de produção de suínos ado-te um programa de biossegurança per-sonalizado para sua realidade. Afinal, um único deslize em termos sanitários pode significar impactos econômicos e desastrosos, uma vez que doenças po-dem aumentar em até 20% os custos de produçao o que é decisivo em uma atividade cuja amargem dificilmente passa dos 6%. A aplicação correta das normas de biossegurança aliada a um manejo eficiente e uma assessoria ve-terinária responsável, assegura ao con-sumidor um produto final de excelente qualidade, e ao produtor rentabilidade e viabilidade.

Equipamento de aspersão para desinfetar veículos que entram e saem da granja

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Revista do Produtor Rural110

[Profissionais em destaque]

Carlos Solarevicz, vendedor Seven Mitsubishi Entre Rios/Guarapuava

AG Teixeira - Sebastião Hollandini e Geovani Teixeira

Agrária - Solange Maria Schmidt e Mariza de Fatima Fostim

Anton Gora e Prof. Luciano Guaglia

Chemtura - Mateus Chaves

Felipe Dalchiavon - estagiário da FMC

Fertilizantes Heringer - Rogerio Modesto, João Fernando Ratti, Thiago Menezes, Augusto Krüger Filho, Marcelo Previete e Leticia Caloy

Diretores da Agrária com equipe do Banco do Brasil

Biogenesis Bagó - Sérgio Barros, Rodolpho L. W. Botelho e Henry Gomes

Or Sementes - Aroldo Linhares, Luciana Quetheman, Rodrigo Oliboni e Fabio Ceccon

Prof. Celso Roloff

Manah - Mario Monferdini, Amarildo R. dos Santos, Roberto Satler, Robertinho, Cleber Bin e Odacir Kobs

Agrária - Arival Ribas Kramer

Prof. Marcelo Cruz e Anton Gora

Sicredi e BrDE - Ataídes Marconato, Luis Werlang, Pedro Paulo Tadra, Maria Inês Kusznir e Tatiana Valer

Luiz Lucchesi, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná e José Roberto Papi, presidente da AEAGRO

Nova mestre

Camila Bastos Ribeiro defendeu sua dissertação de mestrado no dia 6 de setembro, na UFLA (Universidade Federal de Lavras) em Lavras - MG. “Caracteres que explicam a heterose na produtividade de grãos de milho” é o título de sua dissertação. Ela foi orientada do Dr. Magno Antônio Patto Ramalho.

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Revista do Produtor Rural 111

[EspaçoRuralKids &Teens]

Heloise, filha de Maria Fernanda e Murilo Lustosa Ribas Junior na Fazenda Boa Sorte.

Kauan Leuch, 6 anos, filho de Pablo Leuch. Lanna Moser, 3 anos, filha de Robert Moser e Michele Leuch Moser

As primas LíviaeAnaTeresano Sítio Paiol das Telhas. Lívia é filha de Ted Sander e Sandra Mara Schlafner Sander; Ana Teresa é filha deCid Marcelo Sander e Edith Leh Sander.

Lívia, filha de Ted Sander e Sandra Mara Schlafner Sander, na Fazenda Parentinho. Ela é neta de Edio Sander e Terezinha Ruschel Sander; Herbert Schlafner e Rosa Maria Schlafner

Lucca, filho de Tábata Stock e Ricardo Marchetti

rodrigo Mariotti Nunes (12 anos) e Gustavo Mariotti Nunes (14 anos), filhos de Marco Aurélio Nunes e Andréia O. Mariotti Nunes na Fazenda Palmar, em Candói/PR

Maysa ribeiro Alves no WinterShow 2012

Envie sua foto para o E-mail:

[email protected]

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Revista do Produtor Rural112

[Produtores em Destaque]

Alberto Jaeger

Ana e Antonio Hertz Andreas Keller Junior Anton Gora e Macedo Nunes Machado

Anton Gora, Neusa Vier e Hildegard Abt Roth

Helmut Milla, Cícero Kuntz e Adalberto Xavier

Jair Clemente Zart Siegfried MillaJosé Carlos Karpinski, José Borges Filho e José Rosaldo Lima

Gibran Thives Araújo Ilze Wilk, Gerhard Wilk e Roberto Keller Ivo Arnt

Maria e Stefan Fassbinder

Alexandre Marath

José Carlos Karpinski, José Borges Filho e José Rosaldo Lima

Roberto Keller e Helmuth Seitz Manfred Spieler e Sueli Karling

Lucimari Keller, Hildegardt V. Reinhofer e Rosa Karolina Becker

Maria Milla e Renate Milla Waltrautt Niedermaier

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Revista do Produtor Rural 113

[Novos Sócios]

Ana Paula FerreiraRansolin

Soeli Flizicoski Mariani Valmir Silveira Gonçalves Vanderley Kuachinhak Vilmar Silveira Gonçalves Jovina Jacy Lopes Serpa

Angelo Muzzolon Edina AparecidaPinto Alberti

Eduardo Osvaldo Garais João Vasconcelos Schimidt

Jorge dos Santos

Maria Danieli dos Reis

Deodoro Araújo Marcondes

Alunos do Colégio Imperatriz

Patricia Santos, Joneri Santos e Gabriel Santos

Sindicato Rural de Tibagi - Paulo Gomes,Casemiro Pagano, Joyce Rocha, João Arthur Barbosa Lima - SRG, Fabiano Carneiro,Sandro Chinzini, Gilmar Silva

•LucindoZanco•LuizManoelOliveiraMartins

Regina Seitz, Anelise Buhali e Elli StecherRicardo Marchetti e Ernesto Stock

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Revista do Produtor Rural114

[Aniversariantes]N

ovem

bro

Dez

embr

o33ª Expovel- Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Cascavel 29 a 18 de novembroParque de Exposições Celso GarciaCascavel - PRInformações: (45) 3228-2526 / 3228-1211www.expovel.com.br

15ª EXPOPATO - Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Pato Branco 10 a 19 de novembro Local: Parque de ExposiçõesPato Branco - PRInformações: (46) 3225-1237www.expopato.com.br

III Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo23 a 25 de novembroCampus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR)Curitiba - PRwww.itecbr.org/

XI Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos do CBNA 27 e 28 de novembroAuditório do IAC - Campinas - SPInformações: (19) 3232 7518www.cbna.com.br

II Dia de Campo da Fruticultura dos Campos Gerais 30 de novembroFazenda Escola Capão da Onça da UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa Informações: (42) 3220-3088 - (42) 3220-3072 http://eventos.uepg.br/diadecampo/inscricoes.php

Show dos 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava e 5 anos da REVISTA DO PRODUTOR RURAL Lizando Amaral e Marcelo Oliveira05 de dezembro - 19h30Anfiteatro do Sindicato Rural de GuarapuavaInformações: (42) 3623-1115

Leilão Gado Geral - Fim de ano 08 de dezembroParque de Exposições Lacerda WerneckGuarapuava - PRInformações: (42) 3623-3084www.gralhaazulremates.com.br

Palestra sobre esclarecimentos do novo Código Florestal - “O que pode e o que não pode”- Último módulo do Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 12 de dezembro - 19hSindicato Rural de GuarapuavaInformações: (42) 3623-1115

I Ovinotec - Cooperaliança 13 de dezembroSindicato Rural de GuarapuavaInformações: (42) 3622-2443

01/11 Egon Heirich Milla01/11 Helmuth Mayer01/11 Raimundo Gartner01/11 Rodrigo Schneider02/11 Gunter Winkler02/11 Johann Wolbert02/11 Laura Marlene Bastos Alves02/11 Theresia Jungert03/11 Dionisio Burak03/11 Evaldo Anton Klein03/11 Karl Keller04/11 Ana Celia de Araujo04/11 Antonio Schramm04/11 Cleverson Atalibe Martins04/11 Fernanda Margot R. Virmond05/11 Antonio Carlos Ribeiro Burko05/11 Carlos Alberto Dipp de Castro05/11 Hermann Oster05/11 Rubens Lopes de Araujo06/11 Egon Winkler06/11 Franz Weicher Junior06/11 Jocelim A. das Neves07/11 Luiz Carlos Mendes de Oliveira08/11 Anderson Lineu Martins08/11 Irene Elisabeth Remlimger08/11 Josef Spieler09/11 Osmar Antonio Dalanora09/11 Vinícius Rocha Camargo10/11 Mariana Martins Marcondes11/11 Alaor Lopes Fritz11/11 Cesar Pedro Zambenedetti Ribas11/11 Gilberto Baroni11/11 Sidinei Denardi12/11 Harry Mayer12/11 Rachel Maria Naiverth13/11 Cicero Passos de Lacerda13/11 Heinrich Vollweiter13/11 Rozeli Araujo Oliveira14/11 Deodoro Araujo Marcondes14/11 Walter Winkler

01/12 Allan Kardec Oliveira Lopes Filho01/12 João Afonso Fontoura Bilek01/12 Klaus Kratz01/12 Luciane Werneck Botelho01/12 Maria Danieli dos Reis01/12 Maria de Lourdes Scheidt Mader02/12 Arion Mendes Teixeira02/12 Claraci Borges02/12 Cláudia Scherer Korpasch02/12 Gilson Schimim Mendes02/12 Roselinda de Fatima Nunes Chiaro03/12 Elcio Dobgenski03/12 Odacir Antonelli04/12 Ruy Laureci Alves Teixeira05/12 Blacardini Fritz Gadotti05/12 Erna Teresa Milla05/12 Jefferson José Martins05/12 João Paz França05/12 Siegbert Nauy05/12 Telcio Granemann Fritz07/12 Anton Egles07/12 Ewald Mullerleily07/12 Franz Milla II08/12 Daniel Peruzzo08/12 Everton Roosevelt Bernini08/12 Ludmila Eder08/12 Solange Maria Schmidt08/12 Valdomiro Bodenar10/12 Anderson Mendes de Araujo10/12 Irene Fernandes Silvério Filiposki10/12 José Canestraro10/12 Rodolpho Luiz Werneck Botelho11/12 Eliseu Schuaigert11/12 Marcos Tiago Geier12/12 Pedro de Paula Xavier12/12 Valdir Cesar de Moraes Lima13/12 Carlos Alberto Abreu Alves Filho13/12 Nelci Terezinha Mendes do Valle13/12 Newton Schneider14/12 Alexandre Utri15/12 Elmar Remlimger15/12 Francisco Seitz15/12 Johann Reinhofer15/12 Osmar Karly

Confira aagenda de eventos

agropecuários:

15/11 Jaime Tonon15/11 Leonardo Obal15/11 Otto Martin Ritter15/11 Vicente Mamcasz16/11 Bruno Armstrong de Araujo16/11 Valério Tomaselli17/11 Aldoino Goldoni Filho17/11 Alfredo Szabo17/11 Antonio Cassol17/11 Miguel Wild17/11 Ronald Oster18/11 Alexandre Seitz18/11 João Pfaff Pertschy19/11 Luciano Koloda20/11 Cilton Ribas20/11 Edson José Mazurechen20/11 Etelvino Romano Portolan20/11 Francisco dos Santos21/11 Daniel Giorno Nascimento21/11 Mário Losso Kluber21/11 Ruy Jorge Naiverth22/11 José Carlos Lustosa23/11 André Szendela23/11 Aristheu Rieckel24/11 Edemar Balkau25/11 Albert Stock25/11 Anton Gottfried Egles25/11 Rodolfo Wolbert26/11 Antonio Lineu Martins26/11 João Maria Siqueira Ribas26/11 Maria Aparecida Lacerda Araújo27/11 Ozias Schineider28/11 Alfredo Jungert28/11 Raimund Helleis28/11 Vania Elisabeth Cherem Fabrício de Melo29/11 Karl Heinz Laubert Filip29/11 Priscila Klein30/11 George Karam30/11 Joarez Santana Nunes de Oliveira30/11 Joicimar Antonio Centofante30/11 Josef Dettinger

15/12 Roland Milla16/12 Francisco Jose Martins17/12 Roberto Satler18/12 João Sueke Sobrinho19/12 Alberto Stock19/12 Eva Becker19/12 Jamil Alves de Souza19/12 Luciano Chiott20/12 Erich Egles20/12 Joao Francisco Abreu Ribas20/12 Josef Duhatschek20/12 Tiago Pacheco Stadler20/12 Ulrich Thomas Leh21/12 Edson Rodrigues de Bastos21/12 Felipe Martins de Almeida21/12 Gerhard Temari21/12 Josef Emanuel Buhali22/12 Herold Pertschy22/12 Luiz Carlos Sbardelotto23/12 Caroline Lustoza Wolbert23/12 Elevir Antonio Negrello23/12 Fabiano Rovani23/12 Geraldo Natal Ceccon23/12 Nilso Granoski24/12 Zanoni Camargo Buzzi25/12 Emanoel N. Silvestrin25/12 José Augusto de Moraes Barros25/12 Josef Wild25/12 Sebastião Elon Cavalheiro25/12 Stefan Fassbinder25/12 Wendelin Hering Filho26/12 Guilherme de Paula Neto26/12 Rafaela Mayer27/12 Wilmar Schneider28/12 Cleber Dall’ Agnol28/12 Elton Thives Araujo29/12 Egon Scheidt29/12 Eponina Werneck Ceneviva29/12 Karin Katharina Leh31/12 Adelheid Klein Knesowtsch31/12 Arno Silvestre Muller31/12 Márcio Mendes Araújo31/12 Rosita Praetorius de Lima Malinoski

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