resumos de gestão das organizações desportivas -...

48
Resumos de Gestão das Organizações Desportivas - Teórico Paradigmas Positivista Organização enquanto máquina; Não representa um fim em si mesmo (Meio para atingir um fim) Biológico-Sistémico Organização como ser vivo Construtivista As abordagens cultural, política e a aprendizagem organizacional. As estratégias de desenvolvimento ficam condicionadas pelas condições sociais. O que é uma organização? É um empreendimento social através do qual se reúne um conjunto de meios para o atingir de determinados objectivos previamente seleccionados. Os meios utilizáveis podem corresponder aos mais diversos tipos de actividades, bens ou serviços. “Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos.Maximiano, 1992 As concepções tradicionais sobre a estrutura das organizações baseavam-se em comportamentos fechados e profundamente defensivos. Actualmente esta área do conhecimento encontra-se em grande desenvolvimento, essencialmente motivado pelas alterações na estrutura do trabalho e pela revolução dos meios informáticos, privilegiando a interacção com o envolvimento, as parcerias e o fluxo informativo da organização (interna e externa). A família é a primeira organização a que pertencemos, a primeira sociedade em que somos incluídos. A partir dela adoptamos padrões e formamos identidade. Mas o conceito dessa organização mudou com o tempo. Actualmente, a família é mais complexa do que a aquela família nuclear (pais, mães e filhos conviviam sob o mesmo tecto).

Upload: vuongdan

Post on 21-Sep-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Resumos de Gestão das Organizações Desportivas - Teórico

Paradigmas

Positivista – Organização enquanto máquina; Não representa um fim em si mesmo

(Meio para atingir um fim)

Biológico-Sistémico – Organização como ser vivo

Construtivista – As abordagens cultural, política e a aprendizagem organizacional.

As estratégias de desenvolvimento ficam condicionadas pelas condições sociais.

O que é uma organização?

É um empreendimento social através do qual se reúne um conjunto de meios para o atingir de

determinados objectivos previamente seleccionados. Os meios utilizáveis podem corresponder

aos mais diversos tipos de actividades, bens ou serviços.

“Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar

propósitos coletivos.” Maximiano, 1992

As concepções tradicionais sobre a estrutura das organizações baseavam-se em

comportamentos fechados e profundamente defensivos.

Actualmente esta área do conhecimento encontra-se em grande desenvolvimento,

essencialmente motivado pelas alterações na estrutura do trabalho e pela revolução dos meios

informáticos, privilegiando a interacção com o envolvimento, as parcerias e o fluxo informativo

da organização (interna e externa).

A família é a primeira organização a que pertencemos, a primeira sociedade em que somos

incluídos. A partir dela adoptamos padrões e formamos identidade. Mas o conceito dessa

organização mudou com o tempo. Actualmente, a família é mais complexa do que a aquela

família nuclear (pais, mães e filhos conviviam sob o mesmo tecto).

As concepções tradicionais sobre a estrutura das organizações baseavam-se em

comportamentos fechados e profundamente defensivos. A Igreja mudou a sua visão das coisas

em função fenômenos políticos, culturais e históricos, incorporando valores de modernidade

nessa organização.

Elementos de uma estrutura organizativa:

Fontes de decisão

Canais de comunicação

Eixos de coordenação

Meios de produção

As organizações configuram-se de acordo com a coesão, a eficácia interna e a adaptação ao

ambiente pretendidas.

Tipos de estruturas organizativas:

Estrutura formal – Caracterizada pela existência de regras, objectivos e procedimentos previamente

definidos.

Estrutura informal – Apresenta uma dinâmica muito fluida de relações interpessoais, livre de

definição rígida de um quadro de responsabilidades e competências.

Estrutura vertical – Reflecte a divisão das responsabilidades de forma hierarquizada.

Estrutura em grupo – Preferencialmente vocacionada para tarefas de assessoria, investigação ou

apoio a órgãos de gestão, não possuem normalmente responsabilidades internas.

Organigramas

o Hierárquica em linha

o Hierárquico-funcional

o Linha staff

o Matricial

“A organização faz a organização da organização.” Gustavo Pires

O conceito e a palavra organização podem ser utilizados em diversos sentidos:

Como organismo (exemplo clube)

Como conjunto de princípios que regem o organismo

Como estratégia para atingir objectivos

Para Peter Drucker as organizações são acima de tudo, entidades sociais, constituídas

por pessoas, cujo principal objectivo deve ser exponenciar os pontos fortes e

minimizar as fraquezas das pessoas que a constituem

James Champy considera ser necessário uma reinvenção constante das organizações,

que passe pelo redesenho dos processos de negócio, detecção de oportunidades,

definição de novas estratégias, estruturas e relações

Michael Hammer assegura que a organização do século XXI será caracterizada pela

responsabilidade, risco e incerteza. Os aspectos rígidos e a disciplina artificial estão

definitivamente afastados, no seu lugar surgirá um mundo confuso, cheio de desafios

e desilusões, um mundo mais próximo da real dimensão humana

Charles Handy considera que as novas organizações tendem a sair do controlo sendo

mais flexíveis e possuindo pessoas inovadoras. Rompendo com velhos tabus como

hierarquias, níveis de controlo, descrições de tarefas ou planeamento de carreiras,

desaparece o sentido de propriedade física e emerge a propriedade psicológica, em

que todos os membros de uma organização são os seus principais activos.

A realidade das organizações neste início de século corresponde a um modelo

organizacional achatado, onde a estrutura piramidal com hierarquias muito definidas foi

substituída por outra, com menor número de elementos, onde as relações horizontais e o

trabalho em equipa são privilegiados. Assimilar esta realidade não está a ser tarefa fácil para a

maioria das organizações do movimento associativo-desportivo, por falta de meios das

organizações e por falta de conhecimentos dos actuais dirigentes.

O Paradigma Positivista - A organização enquanto máquina

Pensamento mecanicista que parte da concepção de que uma organização não representa

um fim em si mesma, sendo apenas um meio para atingir um fim. A sua origem remonta à

estrutura militar. (Ex: Frederico o Grande, Prússia)

Muitas destas ideias foram reaproveitadas no século XX na indústria pelos autores das

denominadas Teorias Clássicas das organizações. (Ex: A Gestão Científica de Frederick Taylor,

1856/1917; A Gestão Burocrática de Max Weber, 1864/1920; Os Princípios da Gestão de Henri

Fayol, 1884/1925)

A Gestão Científica de Frederick Taylor, 1856/1917

Este autor partia do princípio de que é possível criar métodos de trabalho eficientes e

muito fáceis de ensinar e de suscitar a adesão dos trabalhadores. Esta teoria tem por base um

estilo formal e altamente estruturado. As responsabilidades são distribuídas de acordo com a

especificidade da tarefa, ficando perfeitamente definidas todas as competências e

dependências dos diversos membros. O poder está perfeitamente centralizado e existe uma

cadeia hierárquica rígida do topo à base.

Taylor partiu do princípio do conflito permanente entre patrões e funcionários. A gestão

procura o lucro, o funcionário aspira às melhores condições, podendo ambos ser atingidos

através da redução dos custos e pelo aumento da produtividade.

A Gestão Científica das empresas baseava-se:

Na divisão das responsabilidades

Na determinação da melhor forma de executar a tarefa

Na selecção do mais capaz para executar a tarefa

Na formação do trabalhador

No controlo dos resultados esperados

No incentivo à produção

Numa primeira fase, a aplicação destes princípios permitiu aumentos de produtividade

interessantes. No entanto, a rigidez, concepção redutora e maquinal do homem, vieram a

revelar sérias lacunas de adaptação e de ligação com o envolvimento.

Taylor estudou o método de trabalho, os tempos de execução e os movimentos das

diversas tarefas produzidas pelos trabalhadores, acreditando que através da racionalização do

trabalho se poderia reorganizar toda a estrutura

Os elementos da administração científica são os seguintes:

Estudo do tempo e dos movimentos

Sistema de classificação de produtos

Criação de sistemas de rotinas de trabalho

Padronização de ferramentas e instrumentos

Planeamento das tarefas e cargos

Fichas de instruções e serviços

Supervisão funcional

Prémios de produção

Algumas das limitações desta teoria:

Dificuldades de adaptação e resistência à mudança

Exagerada burocracia

Minimizam os objectivos individuais dentro da organização

Favorecem a desumanização do trabalho

A metáfora da máquina teve grande popularidade, porque em casos particulares alcançou

sucesso devido ao controlo apertado sobre os subordinados, o que permitia um poder

baseado na rigidez de relacionamento.

A Gestão Burocrática de Max Weber, 1864/1920

Esta teoria baseou-se num pensamento filosófico e sociológico profundamente estratificado e

despersonalizado.

Weber define como aspectos fundamentais da sua teoria:

Precisão

Rapidez

Clareza e simplicidade

Continuidade

Unidade

Estrita subordinação

A despersonalização das estruturas organizativas atinge-se através da mecanização das acções

e funções, o que reduzirá o perigo da ineficácia dos comportamentos humanos.

A gestão burocrática evidencia os seguintes princípios:

Legalidade das normas

Formalidade dos procedimentos

Racionalidade na divisão do trabalho

Impessoalidade das relações humanas

Hierarquia rígida

Rotinas e procedimentos estandardizados

Competência técnica

Completa previsibilidade de funcionamento

Poderemos assim considerar que a abordagem burocrática ao pretender controlar tudo o

que se passa na organização através da utilização de normas e regras aplicadas de forma

legal, racional e impessoal ignora completamente os aspectos informais inerentes ao normal

funcionamento de qualquer organização.

Os Princípios da Gestão, Henri Fayol, 1884/1925

Enquanto Taylor estudou a empresa de baixo para cima, Fayol elaborou o seu estudo no

sentido contrário, de cima para baixo, tendo por máxima que gerir significa olhar para o

futuro, dando ao planeamento um papel fundamental.

Esta teoria teve grande impacto internacional e os catorze princípios enumerados foram

referência fundamental para todos os posteriores investigadores, até porque continuam a ser

válidos e portanto aplicáveis.

Para Fayol os princípios da gestão eram os seguintes:

i. Divisão do trabalho

ii. Autoridade e responsabilidade

iii. Disciplina

iv. Unidade no comando

v. Unidade de acção

vi. Sujeição do individual ao colectivo

vii. Renumeração do pessoal

viii. Centralização

ix. Cadeia hierárquica bem definida

x. Equilíbrio entre necessidades e recursos da empresa

xi. Justiça

xii. Estabilidade do pessoal

xiii. Iniciativa

xiv. Espírito de corpo

Este autor deu especial atenção à liderança, que considerou a principal característica do

gestor, e à necessidade de existir uma estratégia para o funcionamento das organizações,

independentemente das suas dimensões ou missões.

As empresas deverão ser estruturadas a partir das seguintes funções:

Técnicas

Comerciais

Financeiras

Segurança

Contabilísticas

Administrativas

Por sua vez considerou como funções administrativas:

Preparar o futuro

Obter os recursos necessários (humanos, materiais e financeiros)

Optimizar os recursos humanos disponíveis

Coordenar as políticas de desenvolvimento da empresa

Controlar a execução do previamente planeado

O Paradigma Biológico-Sistémico – a organização como ser vivo

A metáfora orgânica vê a organização como um organismo vivo reforçando a interacção com o

ambiente, a satisfação de necessidades e a luta pela sobrevivência.

Parte-se do princípio que os membros de uma organização são pessoas com necessidades

complexas que, quando satisfeitas, conseguem índices superiores de produtividade.

A produtividade de um funcionário não se restringe apenas à sua gratificação financeira, o

processo motivacional é muito mais complexo.

Estudos de Hawthorne:

o A satisfação das necessidades sociais dos trabalhadores pode gerar maior

produtividade;

o A importância da organização informal (teia interna de relações individuais e de

grupo).

Autores defensores da escola psicossociológica:

o Elton Mayo – Influência das relações sociais e na motivação no desempenho de

grupos.

o Kurt Lewin – Dinâmica de grupos (Motivação no desempenho)

o Douglas McGregor – Teorias do comportamento humano

(Participação/Autoritarismo)

o Lindall Urwick – Denominou como funções essenciais da gestão sete parâmetros:

Investigação

Previsão

Planeamento

Organização

Coordenação

Comando

Controlo

o Chester Bernard – Defensor de um sistema de equilíbrio entre os aspectos formais e

informais de uma organização. Os seus princípios consistiam no domínio e

acessibilidade aos canais de comunicação devendo estes ser curtos e directos. As

funções do gestor deviam ser:

Criar um sistema de comunicações na empresa

Motivar os trabalhadores

Definir os objectivos de forma correcta e compreensível

Manutenção da moral

Manutenção de esquemas de incentivos

Manutenção de um sistema de controlo

Manter a cooperação entre todos os elementos

o Luther Gulick – Considera que as organizações se devem reger pelos seguintes princípios de

funcionamento:

Objectividade - os objectivos devem inequívocos

Correspondência - equivalência ente a autoridade e a responsabilidade

Responsabilidade - a autoridade deve ser absoluta

Hierarquização - definição precisa dos níveis de intervenção

Amplitude de controlo - nunca mais de seis subordinados

Especialização - limitar o trabalho de cada um a uma só função

Coordenação - é o princípio fundamental

Definição - prescrição clara de cada t arefa

o Abraham Maslow – Formulou a Hierarquia das Necessidades, através da Pirâmide

das Necessidades Humanas, na tentativa de compreender os caminhos da motivação e

o bom funcionamento das organizações.

o

Não existe apenas um tipo de configuração organizacional e a motivação dos

elementos é fundamental para o sucesso da organização.

Princípios da escola Psicossociológica:

O trabalho é uma actividade tipicamente grupal

Os indivíduos não reagem isoladamente mas em grupo

Administrar é formar elites capazes de compreender e comunicar

As pessoas motivam-se pelo grupo, autoestima e comunicação eficaz

Sistemas de frustação e compensação

Moral e atitude

Liderança

As principais limitações destas teorias têm a ver com uma visão demasiado rígida e

determinista da Interacção da organização com o meio, a organização tem também

capacidade de influenciar o meio.

Outra limitação é ainda a forma ténue como estas teorias encaram o conflito, analisando-o

essencialmente numa visão externa á organização

Escola Sistémica

Conceito lançado pelo biólogo Ludwing Von Bertalanffy, faz prevalecer o sentido de

globalidade e o da relação entre as partes, percebendo o todo como mais do que a soma das

partes.

Segundo esta teoria as organizações podem apresentar os seguintes subsistemas:

Tecnológicos, Psicossociais e Estruturais.

O Paradigma Construtivista

Abordagem Cultural

As organizações enquanto reflexo de uma cultura. A cultura enquanto metáfora,

apresenta a vantagem de superar a concepção unitária e dogmática do positivismo, deixando-

se envolver na procura da cultura tipo, ou seja, por se aproximar do rigor positivista.

Dentro de uma organização podem existir diferentes culturas fruto do individualizar de

grupos internos, crescendo essa possibilidade com o aumento do número de elementos e a

diversidade de funções.

As organizações japonesas cultivaram, desde sempre, valores como o respeito, a

disciplina, a perseverança, a abnegação e dedicação ao trabalho.

Principais eixos organizacionais:

Japão – Aspectos culturais bastante diferentes Respeito pelos mais velhos (como fonte de

sabedoria). Hierarquia nunca é negligenciada!

Estados Unidos da América – Conceito neo-liberal – Cada pessoa desconta aquilo que entende

para o Estado, podendo ter mais ou menos “defesas”, dependendo do valor gasto nos seguros.

Lógica de mudança de uma empresa para outra. Valoriza especialmente a recompensa e a

promoção directa quando um trabalhador se evidencia.

Europa – Estado providência

o Inglaterra – Sindicatos com grande poder, havendo muitas lutas sindicais, o que releva

a luta dentro das organizações entre os subordinados e os chefes.

o Alemanha – Rigor do trabalho e a extrema disciplina às regras e normas previamente

definidas.

o Portugal – Grande capacidade de adaptação e de resolução de problemas imprevistos.

A Abordagem Política

Evidencia o relacionamento das pessoas nas empresas:

Directores: Trabalhadores:

Autoridade Autoritarismo

Poder Despotismo

Liderança Perseguições

Chefia Submissão

Jogos de Poder internos determinam nas organizações o tipo de autoridade e este o seu

funcionamento:

Autocrático/Determinista / Burocrático / Democrático

A Política entre os diversos grupos e interesses de uma organização é o elemento

fundamental da sua existência e funcionamento. As tarefas, a carreira e a vida pessoal são os

factores que motivam as pessoas dentro das organizações através:

Interesses

Conflito

Negociação

Poder

O gestor tem de garantir o funcionamento e o atingir dos objectivos da organização

equilibrando ou não, as disputas internas, garantindo o nível mínimo de consenso.

Para Burns, as organizações modernas estão concebidas como sendo competitivas e

cooperativas, promovendo a dinâmica ou política interna. Pode existir competição a diversos

níveis.

> Autoridade formal definida pela hierarquia.

> Autoridade informal fruto da capacidade de relação.

Teoria Contingencial

É um instrumento de gestão capaz de identificar tendências nos ambientes

organizacionais e agir em conformidade.

Tom Peters e Robert Waterman são dois autores ligados a esta teoria, através da

fórmula designada pelos “sete S”, que aplicaram a 43 empresas americanas:

Struture (Estrutura)

Strategie (Estratégia)

Systems (sistemas)

Style (Estilo)

Savoir faire (modo)

Staff (pessoal)

Shared Values (Valores partilhados)

Para estes autores o sucesso não é eterno, concluindo que as organizações devem ter em

atenção:

Antes de tudo mais que é preciso agir

Aprender com os clientes

Inovar gerando campeões

O pessoal é fonte da qualidade

A mobilização deve ser feita em torno de valor chave

Manter o domínio do que se sabe fazer

Construir estruturas simples e ligeiras

Atitude flexível e rigorosa

A Aprendizagem Organizacional

As organizações são aqui encaradas como sistemas de processamento de informação

dotadas de flexibilidade e criatividade.

As organizações nunca podem ser totalmente racionais, porque os seus membros

agem na base da informação disponível, tomando sempre apenas as decisões possíveis. A

incerteza é um aspecto inerente à vida organizacional

As regras e as hierarquias servem para controlar e reduzir a incerteza em meios muito

estáveis, contudo hoje pensa-se que a melhor forma de combater a incerteza é a partilha e

difusão dos objectivos a alcançar.

As organizações são sistemas por excelência de tomada de decisões.

Segundo Dixon (1992), a organização, para além de uma cultura e uma identidade,

possui uma capacidade própria de aprender. A organização tradicional baseada nos recursos

começa a ceder perante a organização baseada no conhecimento, se bem que o Japão é um

caso de excepção.

Uma organização que aprende ao mesmo tempo que facilita a aprendizagem de todos

os seus membros, encontra-se a preparar para lidar com o processo de mudança que

caracteriza a sociedade actual.

Há 3 formas de as pessoas se organizarem:

Ajustamento mútuo – A coordenação tem por base o simples processo de Comunicação

verbal.

Supervisão directa – Coordenação estabelecida pela responsabilização de um elemento pelo

trabalho desenvolvimento por todos os outros.

Estandardização – A coordenação é realizada depois de reconhecidos os conhecimentos e as

competências necessários à execução da tarefa. Pode realizar-se:

o No início do processo, pela qualificação do pessoal.

o Durante o processo, de acordo com o programa de trabalho. Procedimentos

determinados pela hierarquia superior.

o No fim do processo, pelos resultados.

o Externamente, por um conjunto de normas impostas por entidades exteriores à

organização.

À medida que o trabalho da organização se torna mais complexo, os mecanismos de

coordenação parecem deslocar-se progressivamente do ajustamento mútuo, à supervisão

directa e aos diversos processos de estandardização, para finalmente regressar ao

ajustamento mútuo nas situações mais complexas.

Lógica mais interna

Diagrama de Mintzberg

Lógica mais externa

Para Mintzberg, para além das relações de trabalho numa organização, existe também um

conjunto de fluxos que permitem que as relações se estabeleçam de uma forma mais ou

menos expedita:

1. Autoridade formal (organigrama).

2. Comunicação informal (Relações informais).

3. Fluxos regulados:

a. Trabalho operacional (Transformar inputs em outputs)

b. Regulador de controlo (Canais verticais de comando e retroacção)

c. Informações funcionais (Entre centro operacional e logística)

4. Constelações de trabalho (Comissões ou grupos de trabalho).

5. Processos de tomada de decisão:

a. Estratégicas – Vértice estratégico

b. Administrativas – Logística

c. Operacionais – Linha hierárquica

d. Ad Hoc – Centro operacional

Configuração das estruturas segundo Mintzberg

Estrutura Simples

A coordenação é do tipo supervisão directa, onde todas as decisões importantes são tomadas

pelo director geral. O vértice estratégico é o elemento chave da estrutura, que normalmente

se restringe a uma pessoa a comandar. Os seus comportamentos são pouco formalizados e

planeados, não recorrendo á formação nem aos mecanismos de ligação, sendo acima de tudo

uma estrutura orgânica.

Burocracia Mecanicista

Tarefas operacionais rotineiras muito especializadas, recorrendo a procedimentos muito

formalizados, com proliferação de regras e regulamentos, comunicação rígida em toda a

organização, centralizando o poder de decisão, numa estrutura administrativa elaborada, com

uma clara distinção entre operacionais e funcionais.

Burocracia Profissional Apoia-se na estandardização através das qualificações. Recruta especialistas devidamente

formados que controlam o seu próprio trabalho de modo relativamente independente dos

seus colegas, realçando o poder da competência. Em grande parte os padrões de actuação são

mais elaborados fora da instituição (associações profissionais), do que dentro da instituição.

Estrutura Divisionada

Não se trata de uma estrutura completa que vai do vértice estratégico ao centro operacional,

mas sim uma estrutura que se sobrepõe a outras. Aqui a descentralização não vai mais longe

do que a delegação de poderes entre alguns quadros da sede e alguns directores dos

departamentos. O principal mecanismo de coordenação neste caso é o da estandardização dos

resultados.

Adhocracia

É uma estrutura orgânica com pouca formalização comportamental e uma especialização

horizontal elevada, baseada na formação, com tendência para agrupar especialistas em

unidades funcionais, utilizando os mecanismos de ligação para encorajar o ajustamento mútuo

e uma descentralização selectiva no sentido de agrupar as várias combinações dos quadros

hierárquicos e dos peritos operacionais.

Inovar significa entrar em ruptura com as rotinas.

As Tarefas do gestor segundo Mintzberg:

As funções interpessoais

o de representação

o de liderança

o de ligação

As funções de informação

o de recolha de informação

o de disseminação

o de transmissão de ideias

As funções de decisão

o de compreensão

o de distribuição

o de afectação de recursos

o de negociação

Peter Drucker caracteriza a evolução da gestão com base em sete conceitos:

1. Direcção Científica do trabalho

2. Descentralização

3. Gestão de recursos humanos

4. Formação de dirigentes

5. Gestão financeira

6. Marketing

7. Planificação

O mesmo considera ainda que a actividade do gestor depende, essencialmente, da

dimensão económica e do tempo. Sendo assim, um bom gestor deve responder

concretamente aos seguintes desafios:

Gerir por objectivos

Assumir riscos

Tomar decisões estratégicas

Construir equipas eficazes

Garantir circulação de informação

Visão e integração numa concepção global do trabalho.

Para além disso, deve desempenhar as seguintes funções:

I. Determinar objectivos

II. Organizar as estruturas

III. Garantir a motivação e a fluidez da comunicação

IV. Elaborar as normas de funcionamento

V. Treinar os recursos humanos

Downsizing

Este conceito baseia-se na redução do número de empregados, para a obtenção de um

equilíbrio entre as despesas e as receitas. Há uma clara diminuição da burocracia ao

racionalizar-se os meios, proporcionando o aumento do valor acrescentado, resultante de uma

maior produtividade.

Deste modo, quando uma dada organização planeiam o downsizing, tem em conta os

seguintes aspectos:

• Reduzir custos.

• Tomar decisões mais rapidamente.

• Respostas rápidas às acções dos concorrentes.

• Comunicações mais fáceis.

• Manter a orientação para a acção,

• Difusão mais rápida de novas ideias.

• Facilitar as sinergias dentro da empresa.

• Aumentar a moral.

• Atenção às necessidades do cliente, não aos procedimentos internos.

• Aumentar a autoridade dos comerciais.

• Formas mais fáceis de identificar as responsabilidades individuais.

• Aumentar a produtividade dos gestores.

Reestruturação

Procura desenvolver:

Vantagens competitivas

Inovações nos produtos internos e no processo decisório

Incorporação de tecnologias

Dimensionamento do quadro de pessoal

Mudanças na estrutura organizacional

Mudança cultural

Etc.

Procura o equilíbrio financeiro, porém através da eliminação de algumas áreas ou

sectores, concentrando-se uma organização apenas naquilo que lhe dá créditos, afastando as

actividades estrategicamente menos lucrativas.

Reengenharia

Actuando de forma distinta ao Downsizing e à Reestruturação, esta pretende reduzir

os ciclos de produção e distribuição, aumentar a qualidade dos serviços e produtos,

reorganizando os recursos. Numa fase inicial, reduz os custos de produção – despedimentos -,

sendo que numa segunda etapa gera crescimento e emprego. Este conceito foi introduzido

pelos norte-americanos James Champy e Michael Hammer.

Pretende-se desenvolver a performance de uma empresa através da redefinição dos

processos organizacionais, maximizando o valor acrescentado da mesma, pela alteração tanto

dos processos individuais como de toda a organização.

As alterações desenrolam-se ao nível da gestão, na procura de novas linhas de eficácia

pela modificação, mais ou menos radicais, dos processos de produção. A chave desta

intervenção passa pela capacidade de avaliar, e se necessário for, reformular toda a cultura

organizacional da empresa.

Para Hammer e Champy (1993), o fundamental desta teoria está na mudança radical

do processo de negócio, privilegiando os actuais critérios de performance empresarial:

custos, qualidade, serviço e rapidez.

Fundamentos da Reengenharia:

1. Aprender a gerir num mundo sem fronteiras.

2. Dar consistência e diversidade aos esforços de reengenharia.

3. Pensar a empresa como uma organização baseada em processos.

4. Criar um novo contrato de trabalho.

5. Reinventar a carreira dos gestores.

6. Descobrir novos lideres.

7. Criar novas medidas de avaliação qualitativa.

8. Aprender a viver na incerteza.

9. Desenvolver um espírito empreendedor e de propensão ao risco.

10. Assumir a mudança como algo institucionalizado na empresa.

11. Promover um sentido para o trabalho de cada um.

Aspectos críticos da Reengenharia:

• Focalização na eficiência e tecnologia menosprezando o factor humano.

• Utilização apenas para a redução da força de trabalho.

• Falta de capacidade técnica de gestão.

• Expectativas exageradas.

• Subestimação da resistência à mudança.

• Excesso de generalização.

• Hipervalorização das soluções tecnológicas.

• Objectivos a curto prazo.

• Projecto de gestão de pouca qualidade.

Desenvolvimento Pessoal

“O profissional do amanhã será «gestor de si próprio»”

“O futuro valorizará cada vez mais o trabalhador da inteligência [criatividade,

adaptabilidade,…]”

10 conselhos para gerir a sua carreira profissional

1. Seja responsável pela sua carreira

a. Fazer um plano estratégico da carreira, no qual se analisa as diferentes opções e onde

é escolhida a mais viável, tendo em conta as competências técnicas e pessoais do

indivíduo.

b. Não o fazer sozinho, mas sempre ao lado de alguém que o possa ajudar.

2. Melhore as habilidades pessoais

a. As relações interpessoais e a empatia são factores muito importantes para o sucesso

na carreira.

3. Aprenda a comunicar melhor

a. Ouvir os outros atentamente e compreender a natureza dos problemas é o melhor

caminho para os resolver.

4. Adapte-se às mudanças

a. Devemos antecipar e tirar partido da mudança.

b. Isto implica conhecer as tendências em curso e de que forma vão influenciar o seu

trabalho.

Orquestra sinfónica

[Local de trabalho]

Músicos

[Quadros da empresa]

TodoParte da sinfonia

[Trabalho por projecto]

Podem ser:

Permanentes [Trabalham em várias

empresas]

Temporários

São divididos:

Secções distintas [Equipas]

Instrumento [Qualificações´técnicas

e humanas]

Desempenho

Solistas

[Free lancer]

Maestros

[Líderes]O seu objectivo é fazer com que a orquestra

funcione harmoniosamente

Não pretende tocar melhor que os músicos

da orquestra

Recruta e treina os melhores talentos

Proporciona-lhes o que eles necessitam

Direccioan os esforços

segundo Peter Drucker

c. Concorde ou não com a tendência, terá de se adaptar a ela.

5. Seja flexível e versátil

a. Poderá ter que trabalhar bem sozinho, em equipa ou sob supervisão directa.

b. Ao longo da carreira é mais do que provável que tenha de desempenhar regularmente

cada um desses papéis e de se adaptar a ambientes e circunstâncias diversos.

6. Aposte nas novas tecnologias

a. Com ou sem ajuda externa, terás de te actualizar nesta área.

b. Caso contrário, corres o risco de ficares obsoleto.

7. Actualize os conhecimentos

a. O conhecimento é efémero.

b. Há que nos actualizarmos na nossa área de especialidade.

c. Temos de aumentar a nossa panóplia de competências, adquirindo novas habilidades.

d. Exemplos:

i. Cursos intensivos de formação;

ii. Participação em seminários e encontros de profissionais;

iii. Assinatura de revistas da especialidade;

iv. Entre outros.

8. Vá além dos estereótipos

a. Muitas pessoas perdem excelentes oportunidades de carreira, devido às suas

concepções erradas sobre uma empresa ou função.

9. Conheça a cultura da empresa

a. Quando analisar as várias opções de carreira, procure saber qual a cultura de empresa

em que quer trabalhar e até que ponto ela é compatível consigo.

b. Conheça os valores e missões da empresa, o seu historial, a sua reputação no mercado

e o tipo de pessoas que lá trabalham.

10. Invista mais em si

a. Garanta competências em áreas distintas.

b. É preferível ter qualificações e experiências em várias funções do que ser especializado

numa dada área.

c. O sucesso na carreira não passa, necessariamente, pela progressão vertical.

d. Os movimentos laterais poderão ser um passo chave na sua carreira, para um salto

qualitativo.

Como elaborar um plano de carreira:

1. Sonhar com uma carreira

2. Viajar para o futuro

3. Reconhecer o seu potencial:

- gerir pessoas

- gerir informação

- domínio das novas tecnologias.

4. O que se pretende atingir?

5. Como vou realizar o sonho?

Como conquistar o seu espaço:

1. Preparar-se para uma dura batalha

2. Apresentar ideias á sua medida

3. Vencer a rotina e preparar-se para:

- conflitos de interesse,

- ameaça a direitos adquiridos,

- desconfiança e

- avaliações erradas

4. Descobrir o apoio da pessoa certa

5. Enfrentar os opositores

6. Avaliar o poder da sua posição.

7. Ser mais rápido que o sistema

8. Escolher a melhor estratégia.

9. Ignore a pressão sem lhe responder

A Gestão Desportiva é reconhecida, através da estabilização da carreira de Técnico Superior de

Desporto na Função Pública, como meio promotor do desenvolvimento social das populações.

Nos Estados Unidos da América o desenvolvimento esteve centrado no Desporto

Universitário, nas Ligas Profissionais e no espectáculo desportivo, ou seja,

principalmente no sector privado.

Na Europa apareceu com a generalização do conceito de “desporto para todos” e das

práticas de lazer e recreação, relacionado directamente aos Clubes, autarquias e ao

Estado.

Em termos funcionais, os termos gestor e dirigente desportivos não parecem ter grandes

contra-pontos a realçar.

Gestor Desportivo

Designação que evidencia a posse de uma formação académica específica e um vínculo laboral

estável com remuneração financeira.

A consolidação da profissão é favorecida pelas licenciaturas em Gestão Desportiva e pelo

estabelecimento de prerrogativas laborais diferenciadas.

Tem um lugar próprio na organização, porém não é o único.

A presença deste numa organização não deve ser vista como forma de evitar a presença de

profissionais de outras áreas.

Deve exercer trabalho em equipas pluridisciplinares, por se tornar mais estimulante e eficaz no

que toca ao atingir dos objectivos.

Deve estar preparado para o confronto com outras profissões.

A posse de estudos pós-graduados, mestrados e doutoramentos é factor para atingir

os patamares mais elevados das estruturas organizativas.

O modelo de intervenção do Gestor Desportivo é fortemente condicionado pela

diversidade de funções que exerce.

A classe dos Gestores Desportivos em Portugal demonstrou ser composta por um

quadro jovem.

Demonstra uma abertura interessante à participação das mulheres.

Confirma-se uma efectiva presença de Gestores Desportivos nos órgãos de cúpula das

organizações, provavelmente mais condicionada pela competência do que pela idade.

O mercado de emprego do Desporto está a aceitar bem os licenciados em Gestão do

Desporto, sendo este já o grupo de profissionais mais numeroso a actuar no sector,

destacando-se um número expressivo de Gestores que tem procurado na formação

pós graduada uma melhor capacidade de intervenção.

Realce para o Estado enquanto principal empregador em número total de Gestores

Desportivos.

O nível a que os Gestores Desportivos mais actuam é o centro operacional,

desenvolvendo preferencialmente tarefas de coordenação de equipas, sendo

normalmente constituídas por elementos com pelo menos a formação de licenciados.

A principal actividade desenvolvida pelos Gestores Desportivos está ligada à gestão de

projectos, quer se caracterizam através de processos de desenvolvimento, eventos ou

gestão de instalações desportivas.

GESTÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS

Desenvolvimento Desportivo

Educação Física Orgânica Instalações Equipamento

para elite

Aperfeiçoamento Actividades Apetrecha

mento

Organismos e

estruturas do

Desporto

Competições Marketing EVENTOS Quadros

Humanos

Formação de

monitores

Formação de

professores de

Educação Física

Formação DESPORTIVOS Financiame

nto

Formação de

treinadores

Equipamento para

simples

praticantes

Documentaç

ão

Legislação Promoção

Informação Gestão

Factores de Desenvolvimento (Gustavo Pires, 2006) (Paz, 1973)

Eventos

Poit, 2006

Categoria

Áreas de Interesse

Tipos

Madeira, 2007

Tipos de eventos

Periodicidade

Matriz de Impacto de Mega eventos Desportivos (Preuss, 2007)

Visível

Curto prazo Longo prazo

Invisível

Concepção global do projecto

Pré-evento – Criação de um clima de expectativa positiva em relação ao evento no público-alvo.

Evento – O grande momento de todo o projecto.

Pós-evento – Conjunto de iniciativa que pretendem perdurar no público-alvo o interesse pela

actividade.

Ao contrário do que possa parecer, há uma forte relação entre as dimensões social, comercial

e desportiva do evento.

A transformação do Desporto, cada vez mais, num espectáculo televisivo, introduziu novas

lógicas no produto desportivo, tais como:

a) Aumento da duração do evento;

b) Descontinuidade temporal;

c) Referências não desportivas

a. Figuras públicas

b. Alusões ao imaginário

i. Beleza

ii. Humor

iii. Solidariedade

iv. Violência

v. Acidente

vi. …

Etapas Organizativas

Ideia Concepção e planeamento Realização Avaliação

A ideia é algo que vai ficando latente, guardado, até que é finalmente aplicado, no momento

em que estão reunidas todas as condições para tal. Resulta da agregação de conhecimentos pessoais e

da conexão entre estes.

A avaliação é fundamental para assegurar o sucesso de um evento.

Princípios fundamentais para a realização de um evento desportivo

I. Estar inserido num projecto de desenvolvimento sustentável;

II. Respeitar o ambiente;

III. Ser economicamente viável…

Idealizar o evento

Exequível

Adaptável

Inovador

Gratificante

Dimensão dos eventos

a) Mega Eventos – Eventos com duração superior a 8 dias, de nível internacional.

b) Grandes Eventos – Eventos de nível internacional com participação de milhares de

atletas e espectadores.

c) Pequenos Eventos – Eventos com duração temporal limitada, com espectadores e

dimensão competitiva.

d) Micro Eventos – Eventos vocacionados, essencialmente, para os atletas, sem

relevância para o grande público em geral.

5 pilares do Movimento Olímpico

o Luta contra a discriminação;

o Luta contra o racismo;

o Fair Play;

o Cuidados ambientais;

o Luta contra o doping.

Pegada Ecológica - É definida como a área de terra e água que hipoteticamente uma população humana

necessitaria para obter os recursos exigidos à sua própria sustentação e para absorver os seus

desperdícios, em função da tecnologia em uso.

Projecto - É um conjunto de actividades e tarefas específicas não repetitivas, sequencialmente

independentes, com determinados objectivos a atingir sob certas especificações.

Ex: Construir uma piscina; Manter um relvado; Comercializar uma nova marca de sapatilhas; Conservar

um Parque de Campismo; Gerir uma equipa de uma dada Liga Profissional; Entrar num novo mercado; …

Ponto de partida para um projecto

A. Estudos de Oportunidade

a. Identificação das possibilidades de investimento

i. Recursos naturais para transformação;

ii. Custo e disponibilidade dos factores de produção;

iii. Capacidade e localização da concorrência;

iv. Possibilidades de diversificação;

v. Capacidade de expansão;

vi. Clima geral de investimento;

vii. Possibilidades de exportação.

B. Estudos de Pré-viabilidade

a. Esses estudos têm como finalidade avaliar se as possibilidades de investimento são

suficientemente prometedoras, se a concepção do projecto justifica um estudo mais

detalhado.

C. Estudos de Viabilidade

a. Estudos do mercado, de procura e das vendas;

b. Factores de produção;

c. Localização e implantação;

d. Aspectos técnicos do projecto (tecnologia/equipamento e engenharia);

e. Gastos gerais (operacionais, comerciais e administrativos);

f. Mão-de-obra;

g. Implementação do projecto;

h. Análise financeira (Custos de investimento, financiamento, custos de produção e

rentabilidade comercial).

Quem não planeia, corre os seguintes riscos:

1) A não utilização de gestor do projecto deriva da tradição de não planear, falta de informação e

treino.

2) Incapacidade de sistematizar tarefas e definir custos.

3) Cumprimento das etapas através de esforços de última hora.

4) Frequentes derrapagens temporárias e financeiras.

5) Dificuldades de ajustamento dos calendários.

6) Definição dos Deadlines (prazos de entrega) por forças externas.

7) Insuficiente atribuição de competências e responsabilidades.

8) Falta de sistematização da informação.

9) Desconhecer e subvalorizar recursos existentes.

10) Não estimar todos os indicadores e variáveis.

Etapas de um projecto

Inicial – Definição do problema ou ideia

Planeamento

Caracterização da situação (variáveis)

Reconhecimento das alternativas

Estudo das alternativas

Seleccionar a melhor alternativa

Execução – Implementação

Controlo – Controlo da actividade

Final – Partida para um novo projecto

Principais intervenientes de um projecto

A. Gestor do projecto – Responsável pela gestão global do projecto

a. Distribui e controla as tarefas e responsabilidades;

b. Gere os recursos físicos, humanos e financeiros;

c. Gere o interface empresa/clientes/fornecedores;

d. Planeia e controla em função dos critérios tempo, custo e qualidade;

e. Deve possuir:

i. Boa capacidade de comunicação;

ii. Competência na área técnica específica e de gestão;

iii. Flexibilidade e energia;

iv. Capacidade de adaptação e poder de iniciativa.

B. Cliente – Pessoa ou organização que irá utilizar o produto ou serviço. Os problemas

devem ser resolvidos a favor deste.

C. Equipa de trabalho – Pessoas ou organizações envolvidas na execução.

Momento-chave da tomada de decisão

D. Fornecedor – Disponibiliza os recursos necessários para o projecto.

E. Patrocinador – Troca recursos por contrapartidas ao nível da visibilidade e

notoriedade.

Gestão de projectos dentro de uma organização

Têm de se adaptar no sentido de uma cultura de partilha de valores, normas, políticas,

procedimentos, autoridade e relacionamento, de forma a estarem mais preparadas para que o

risco seja assumido pela organização no seu todo.

Gestão de projectos fora da organização

Não recruta o sector de gestão da empresa;

Cria uma autoridade linear, clara e precisa relativamente ao projecto;

Flexibiliza a fixação de tempos e custos;

Fim dos contratos do pessoal com o términus do projecto;

Tendência para algum pessoal se manter ligado ao projecto após o final das actividades.

Técnicas de programação

Gantt

o Em 1900, criou um quadro de dupla entrada em que as tarefas a realizar eram

colocadas ao longo de uma escala de tempo sem se identificar nenhuma relação entre

as quais a sua distribuição temporal;

PERT (Performance Evaluation Review Technique)

o Em 1957, foi criado um gráfico onde eram representadas as relações entre as

diferentes tarefas;

CPM (Critical Path Method)

o Desenvolvido em 1957, o seu objectivo principal era realizar as tarefas no menor

espaço de tempo, nivelando os custos e reduzindo o tempo total do projecto. É

aplicado em projectos já testados;

Vantagens para o uso de software de Gestão de Produtos

a. Impõe uma metodologia para o projecto;

b. Facilita a transição para uma linguagem comum à gestão de projectos;

c. Fornece uma estrutura lógica de planeamento;

d. A imposição de condições servirá de norma de referência no caso de ocorrerem violações nos

planos;

e. Visão global no relatório do projecto de trabalho, com tarefas devidamente identificadas, bem

como os seus resultados;

f. Formato automático dos relatórios;

g. Permite a apresentação dos dados em vários tipos de gráficos, ordenados de várias formas;

h. Redução do tempo dispendido a elaborar um gráfico de Gantt;

i. Permite actualizações no tempo e cenários hipotéticos;

j. A relação das tarefas já cumpridas é organizada e realizada de uma forma racional;

k. Permite a determinação dos custos reais, pois podem-se sempre consultar os custos previstos.

Coordenação do evento

A. Finanças

a. Contabilidade

b. Controlo orçamental

B. Marketing

a. Promoção

b. Vendas (Merchandising)

c. Patrocinadores

C. Questões legais

a. Autorizações

i. Legislação de utilização de espaços públicos

1. Autorização de utilização da via pública – DL n.º2/98 de 3 de Janeiro

2. Regime de licenciamento de provas desportivas na via pública – DL

n.º1100/96 de 7 de Setembro

3. Circulação de veículos motorizados em praias, dunas, falésias e

reservas integrais – DL n.º218/95 de 26 de Agosto

4. Diversas actividades sujeitas a licenciamento – DL n.º316/95 de 28

de Novembro

5. …

b. Seguros

i. Legislação relativa ao seguro desportivo

1. Regula o seguro desportivo – DL n.º146/93 de 26 de Abril

2. Regulamenta o seguro desportivo – DL n.º757/93 de 26 de Agosto

c. Contractos

i. Pessoas

ii. Serviços

iii. Patrocinadores

d. Mecenato

i. DL n.º74/99 de 16 de Março

D. Operações

a. Gestão de Recursos Humanos

i. Recrutamento

ii. Atribuição de tarefas

iii. Formação

iv. Supervisão

b. Actividades

i. Sessões protocolares

ii. Actividades paralelas

iii. Competição

iv. Acreditação

v. Transportes

vi. Alimentação

vii. Alojamento

viii. Segurança

ix. Gestão de Espaços

x. Relações Públicas

xi. Assistência Médica

xii. Voluntariado

c. Logística

i. Material:

1. Desportivo

2. Informático

3. Administrativo

4. Comunicação

ii. Manutenção

iii. Instalações

Acreditação:

i. Definição das categorias de envolvimento;

ii. Recolha de dados individuais;

iii. Fotografia individual;

iv. Produção do crachá;

v. Distribuição da acreditação.

Transportes

a. Definição das instalações e locais a privilegiar;

b. Elaboração de trajectos;

c. Mapas horários;

d. Disponibilização de unidades de transporte;

e. Coordenação dos motoristas;

f. Diversidade de utilizadores

a. Equipas e jogadores

b. Oficiais e técnicos

c. VIPS

d. Staff e voluntários

g. Diversidade de actividades

a. Treinos

b. Competições

c. Actividades de lazer

d. Chegadas e Partidas

Alojamento

a) Qualidade;

b) Diversidade;

c) Condições de descanso e privacidade;

d) Condições higiénicas;

e) Condições de acondicionamento climatérico;

f) Acessibilidades e localização.

Alimentação

A. Qualidade;

B. Quantidade;

C. Higiene;

D. Diversidade;

a. Hábitos alimentares

b. Dieta alimentar

c. Disponibilidade do serviço

E. Flexibilidade dos horários de funcionamento.

Segurança

I. Público;

II. Participantes;

III. VIPs;

IV. Plano de intervenção

a. Percursos de emergência

b. Espaço de evento e periferia

c. Planos previamente testados

Gestão de Espaços

1) Espaços desportivos ou não desportivos

a. Localização;

b. Acessibilidades;

c. Características técnicas;

d. Condições para o público;

e. Condições para os media;

f. Condições de segurança.

2) Equipamentos

a. Espaços Desportivos

i. Competição;

ii. Lazer;

iii. Treino;

b. Não desportivos

i. Culturais

1. Teatro;

2. Cinema;

3. Música;

ii. Diversão

1. Videojogos;

2. Internet;

3. Discoteca.

c. Suprimento das necessidades;

d. Capacidade de resposta;

e. Reparação de danos.

Relações Públicas

1. Relação com o público;

2. Relação com os media;

3. Relação com os participantes;

4. Acolhimento dos VIPs;

5. Relação com os patrocinadores;

6. Recepção aos políticos;

7. Contacto com os familiares.

Assistência Médica

i. Público;

ii. Participantes;

iii. VIPs

iv. Plano de intervenção

a. Rapidez de intervenção

b. Sistemas de evacuação

c. Apoio da rectaguarda

d. Sistemas de informação

Avaliação

a. Hetero-avaliação

a. Participantes

b. Público

c. Patrocinadores

b. Auto-avaliação

a. Coordenação

b. Equipa de trabalho

c. Relatório final

a. Resultados

b. Falhas existentes

c. Situações positivas

d. Relatório orçamental

e. Exposição mediática do evento

Voluntariado

a) Essencial face à dimensão e complexidade dos eventos;

b) Possuem identificação social e cultural com o evento;

c) Envolvimento das populações;

d) Poupança de recursos financeiros;

e) Menor fiabilidade no desempenho.

f) Actividades desenvolvidas

a. Áreas técnicas

b. Coordenação

c. Assistência Médica

d. Acompanhamento

e. Limpeza

f. Tradução

g. Controlo e fiscalização

g) Motivações

a. Vontade e prazer de ser útil

b. Gosto pela modalidade

c. Vontade e prazer de participar

d. Enriquecimento pessoal

e. Relacionamento social

f. Trabalho informal

Considerações finais

A. Quanto maior o risco, mais rigoroso terá de ser o planeamento;

B. Quanto maior é o evento, maior é a necessidade de delegar autoridade e competências;

C. Conflitos entre profissionais e voluntários;

D. A complexidade e diversidade das actividades do evento desportivo não parece parar.