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Resumo Não Técnico Estudo de Impacte Ambiental, “Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca”

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Resumo Não Técnico Estudo de Impacte Ambiental, “Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca”

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1. Introdução 1.1. Objectivo

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental

(EIA), do projecto de ampliação da Pedreira da Mata do Meio, uma exploração, de Basalto, já

existente, com a licença nº 128/R.N., pertença do mesmo promotor e localizada na Mata dos

Cavacos – Mata do Meio, na zona central da Ilha, Freguesia de Rabo de Peixe, Concelho da

Ribeira Grande, São Miguel.

O Projecto consiste na ampliação da Pedreira da Mata do Meio, actualmente em exploração

e licenciada para uma área de 4,5 ha, com um alargamento de cerca de 20,3 ha. Todavia, de

acordo com o estabelecido no Decreto-Lei. 270/2001, de 6 de Outubro, não são

contemplados alargamentos de explorações já existentes, sendo obrigatório proceder à

realização de um novo processo de licenciamento, que irá englobar tanto a área em actual

exploração, bem como a área pretendida para o alargamento.

Devido ao facto, da nova área de exploração ultrapassar largamente os 5 ha, este projecto é

abrangido por um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).

Assim sendo, no âmbito do presente Estudo de Impacte Ambiental, sempre que for referido o

projecto em avaliação, deverá ser entendido como a área em exploração, bem como a área

prevista para o seu alargamento, designada por Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca.

O projecto alvo do presente estudo, pode-se considerar em fase de Projecto de Execução.

Na elaboração do Estudo de Impacte Ambiental foram considerados para avaliação os

seguintes descritores ambientais: Paisagem, Sócio-Economia, Qualidade do Ar, Ambiente

Sonoro, Factores Bióticos, Ordenamento do Território, Recursos Hídricos e Solos.

1.2. Autoria e Responsabilidade do EIA

O presente Estudo de Impacte Ambiental é da responsabilidade da SGS Portugal. Sendo o

promotor a empresa Marques Britas S.A.

A entidade licenciadora do projecto alvo do presente estudo é a Direcção Regional do

Comércio, Indústria e Energia.

Este Estudo de Impacte Ambiental foi realizado com base nos trabalhos de campo

efectuados no período compreendido entre Outubro de 2003 e Maio de 2004.

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1.3. Identificação da Equipa Técnica

Na constituição da equipa técnica (Fig. 1) para a elaboração do presente Estudo de Impacte

Ambiental, estiveram subjacentes três princípios fundamentais tendo-se procurado responder

quer às exigências da proposta, quer à natureza do trabalho a executar:

Face à multidimensionalidade do objecto de estudo e dos objectivos do trabalho,

procurou-se estruturar numa equipa diferentes olhares sectoriais, capazes de

entender de uma forma integrada e global os problemas (Biologia, Geologia,

Hidrogeologia e Paisagem).

A sólida experiência e competência curricular dos membros da equipa, no âmbito do

estudo apresentado.

O eixo orientador da constituição da equipa dá importância fundamental à dimensão

técnica do estudo, procurando responder às várias pressões ambientais.

Dadas as especificidades que envolve a realização deste tipo de estudos em ilhas com as

características do Arquipélago dos Açores, procurou-se incorporar na equipa técnica,

elementos presentes no terreno e com formação no domínio do desenvolvimento local,

assegurando a eficácia das metodologias de trabalhos utilizadas, com permanente

disponibilidade, quer perante factores locais, quer face à entidade promotora do estudo.

Vânia P im entel (Engª. Am biente) Virgílio Cruz

(Geólogo)

Rui Cordeiro Coordenador geral (Eng.º Mecânico)

Paula Gom es (Eng.ª do Am biente)

Marco Lopes D irector de Projecto

(B iólogo)

Figura 1- Organigrama da equipa técnica envolvida na realização no presente estudo.

1.4. Antecedentes ao Estudo

Este Estudo de Impacte Ambiental vem no seguimento de um outro apresentado

anteriormente para o mesmo Projecto, nomeadamente, para a Pedreira da Mata do

Meio/Cancela Branca, tendo sido sujeito, em Fevereiro de 2004, ao processo de Avaliação

de Impacte Ambiental. O parecer final emitido em Março do mesmo ano, pela Direcção

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Regional do Ambiente, perante algumas desconformidades, encerrou o processo, pelo que

se procedeu à sua correcção e apresentação para nova avaliação.

Anteriormente ao arranque dos trabalhos referentes à realização do Estudo de Impacte

Ambiental, foi elaborado o Plano de Pedreira, ao abrigo do Decreto-Lei nº 270/2001, de 6 de

Outubro, documento constituído pelo Plano de Lavra e pelo Plano Ambiental e de

Recuperação Paisagística.

1.5. Metodologia

O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi elaborado tendo em atenção a Legislação

vigente nesta matéria, nomeadamente o Decreto-Lei nº 69/2000, de 3 de Maio e a Portaria nº

330/2001, de 2 de Abril. Para a avaliação dos Impactes Ambientais foi ainda utilizada a

legislação ambiental aplicável, específica para cada um dos descritores analisados.

A abordagem das diferentes componentes da área afectada pela construção e exploração do

empreendimento foi realizada de acordo com as seguintes etapas sequenciais:

“Scoping” e contactos com as diversas partes interessadas no projecto (Tabela I);

Descrição das características do projecto;

Caracterização da situação de referência, designadamente ao nível dos valores e

recursos naturais existentes, do estado actual do ambiente e da qualidade de vida das

populações;

Identificação e descrição geral dos potenciais impactes positivos e negativos,

susceptíveis de serem gerados quer na fase de exploração, quer na fase de

desactivação/recuperação;

Definição de medidas de minimização dos impactes negativos e da potenciação dos

positivos, para as fases de exploração e desactivação/recuperação;

Análise dos impactes residuais e conclusões do estudo.

Uma das fases fundamentais do Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA)

constitui o processo de definição de âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA). Durante

esta fase, a equipa responsável pelo EIA deverá consultar as autoridades ambientais e

outras entidades quanto ao alcance e nível de detalhe da informação a ser incluída no

estudo.

Nesta perspectiva, foram contactadas diversas entidades da Região no sentido destas

colaborarem na definição do âmbito do presente estudo. Com a realização da fase de

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“Scoping” procurou-se identificar quais os descritores, que serão potencialmente mais

afectados pela realização do projecto alvo do presente estudo. A selecção das entidades

apresentadas na Tabela I resultou do estabelecimento de um processo sumário de

identificação dos potenciais interessados/afectados pelo alargamento/exploração da Pedreira

da Mata do Meio/Cancela Branca.

Apesar de não se revestirem de qualquer carácter vinculativo, foi possível constatar que

nas diversas reuniões de Scoping efectuadas, não foram reveladas posições cabais e muito

acentuadas de rejeição do projecto alvo do presente estudo. No entanto, de uma forma geral,

verificou-se o levantamento de questões relativas à necessidade de se proceder a um

correcto planeamento do projecto e um adequado acompanhamento na fase de exploração

da Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca. Foi devidamente reconhecida a necessidade

da exploração desta unidade para a economia da Região, no entanto a sua exploração

deverá ser desenvolvida de uma forma equilibrada e assente no conceito da

sustentabilidade.

Foi realçada durante a fase de “Scoping”, a necessidade de elaboração de um adequado

Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP), com respectiva fiscalização

associada, tendo sido este factor abordado por todas as entidades contactadas.

Da reunião efectuada, com o Gabinete Técnico da Câmara Municipal da Ribeira Grande,

como já foi referido, foi abordada a importância de uma adequada recuperação paisagística e

respectivo controlo da mesma. Considerando o facto, de que se trata de uma exploração

com área significativa, caso não seja efectuada uma recuperação gradual, haverá o potencial

risco de toda aquela área ficar a céu aberto, constituindo um grande impacte visual. Foi ainda

referido que, apesar do PDM do Concelho da Ribeira Grande contemplar a Pedreira em

questão, dada a considerável área pretendida para o alargamento desta exploração, será

considerada a elaboração para esta zona, de um Plano de Pormenor.

Com o elemento contactado dos Serviços de Ambiente de São Miguel, em representação da

Secretaria Regional do Ambiente, foi referida a hipótese de ser realizado um Plano Ambiental

e de Recuperação Paisagística em conjunto com a Pedreira contígua à Pedreira da Mata do

Meio/Cancela Branca, nomeadamente a Pedreira da Tecnovia, garantido dessa forma que no

futuro haja uma maior uniformização daquela zona

Da reunião efectuada com a Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos

Recursos Hídricos foi abordada a questão relativa ao desmonte, tendo sido sugerido que

este fosse realizado o mais possível em profundidade, de forma a esgotar o material inerte

nesta direcção, evitando assim tanto quanto possível, o alargamento desta exploração na

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horizontal. Foi ainda realçada, a necessidade de ser efectuada uma adequada fiscalização,

de modo a garantir que o promotor da obra cumpra com o definido no Plano Ambiental e de

Recuperação Paisagística. Relativamente a este aspecto, o elemento contactado nesta

Direcção defendeu a hipótese de que existirá uma maior eficiência na fiscalização, se existir

apenas um único “céu aberto”, embora de grande dimensão, em oposição a várias

explorações dispersas em diferentes locais, facto este que irá dificultar uma fiscalização

adequada.

Durante o procedimento de Scoping não foi possível obter reuniões com todas as entidades

consideradas relevantes para o adequado procedimento de AIA. Esta condicionante foi

ultrapassada através do contacto cruzado de competências entre as diversas entidades

consultadas.

Tabela I- Entidades contactadas durante a fase de “Scoping”.

Entidade Contactada Elementos Presentes Data

Direcção Regional do Ordenamento do Território e

dos Recursos Hídricos (DROTRH) Arqo. Rui Monteiro 02/12/2003

Câmara Municipal da Ribeira Grande (Divisão de

Obras e Urbanismo) Arqª Catarina Vieira 13/11/2003

Delegação de Turismo de São Miguel Cmdt. Teixeira da Silva 31/10/2003

Direcção Regional do Ambiente / Serviços de

Ambiente de São Miguel Engª Manuela Martins 19/11/2003

Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores

Quercus

Amigos dos Açores

Centro de Conservação e Protecção do Ambiente

(Universidade dos Açores)

Procedeu-se ao contacto formal com estas entidades, não

tendo sido demonstrada a sua intenção de participar nesta

fase consultiva.

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2. Descrição do Projecto 2.1. Localização

A Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca encontra-se situada numa zona central da ilha

de São Miguel, denominada por Mata dos Cavacos, a Oeste do Pico Dr. Ferreira, nas

proximidades da Estrada Regional entre Ponta Delgada e a Ribeira Grande. Os terrenos

onde está implantada a pedreira fazem parte da freguesia de Rabo de Peixe, Concelho da

Ribeira Grande.

O extremo do quadrado de 1 km x 1 km onde está inserida a pedreira tem por coordenadas

UTM, Zona 26 S: M = 623 km e P = 4182 km. O centro aproximado da exploração tem as

seguintes coordenadas: M = 623, 73 metros e P = 4,182,740 metros. A Figura 2 ilustra essa

localização.

Figura 2- Localização aproximada da denominada Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca com

base em mapa dos S.C.E. na escala 1:25.000. (Plano de Pedreira).

Lagoa

Ribeira Grande

Ponta Delgada

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Um factor importante a considerar em relação ao estabelecimento da localização do presente

projecto, é a sua afinidade para com a Central de Britagem, também pertencente à Marques

Britas e localizada na área da pedreira, sendo o principal destinatário do material extraído na

exploração. Relativamente à brita resultante deste processo, cerca de 40 % tem como

destino a central de betão e de asfalto, localizadas nas instalações da Marques Britas,

próximas da pedreira. O restante material é destinado às vendas exteriores.

Assim, e tal como será desenvolvido no processo de avaliação de impactes ambientais, todo

o trajecto de circulação de viaturas pesadas, provenientes da pedreira, resulta numa eventual

minimização dos impactes ambientais que deverá ser considerado no processo de avaliação,

tanto no que respeita ao congestionamento das vias de circulação, bem como na emissão de

ruído, poeiras e gases.

O acesso à exploração pode ser efectuado através de dois caminhos distintos: a partir da

Estrada Regional, que liga Ponta Delgada à Ribeira Grande e através da Rua Joaquim

Marques (Fig. 3)

Figura 3 – Acessos à exploração através da Estrada Regional (A) e da Rua Joaquim Marques (B)

2.2. Descrição do projecto

A Pedreira da Mata do Meio (já licenciada), encontra-se em laboração desde 2001, tendo

entretanto surgido a necessidade do seu alargamento, em virtude da satisfação do aumento

da procura de rocha basáltica (produtos transformados) no mercado local. Os inertes em

exploração nesta pedreira terão como destino principal a construção, na forma de agregados

e cantarias.

O período de vida da exploração, previa situar-se entre Outubro de 2003 e Dezembro de

2050, estando o final do processo de desmonte previsto para Dezembro de 2046 e as tarefas

de recuperação paisagística dos terrenos terminados a Dezembro de 2050. Estas tarefas

Acesso à Pedreira

Acesso à Pedreira

A B

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incluem aterros, regularização dos terrenos, drenagem, colocação de terra vegetal e a

plantação de vegetação. De salientar, que a data proposta para o arranque da exploração, se

encontra desfasada temporalmente, devido aos trabalhos de execução do procedimento de

AIA, pelo que, o início da actividade de exploração, sobre a área que se pretende o

alargamento, só será concretizado aquando a emissão da licença de exploração da nova

área a licenciar.

De acordo com o Plano de Pedreira, está previsto para a afectação dos trabalhos a realizar

na Pedreira um total de 6 trabalhadores (operadores do Rockdrill, de Explosivos e das

Máquinas Giratórias e condutores dos Dumpers e Pá Carregadora) e 3 elementos de

coordenação, nomeadamente, os Responsáveis técnicos pela pedreira e pelo sector e o

Encarregado;

Actualmente a pedreira funciona um total de oito horas por dia, entre as 8:00 e as 17:00 com

interrupção das 13:00 às 14:00. Com o projecto de ampliação, prevê-se o mesmo horário de

funcionamento, excepto se for verificado pontualmente uma elevada procura de inertes,

havendo a possibilidade de laborar em contínuo.

A criação de mais postos de trabalho, é uma hipótese que a empresa considera, de acordo

com as necessidades que vierem a surgir ao longo da exploração e em função do eventual

desenvolvimento de mercado.

Descrição do método de exploração:

O método de exploração efectua-se a céu aberto, em que as cotas máximas e mínimas de

desmonte são, respectivamente, de 190 e 145 metros (cotas relativas, de acordo com o

levantamento topográfico actualizado).

De modo a proceder-se à extracção em segurança, evitando os solinhos, o desmonte dever-

se-á levar a cabo de cima para baixo, através da execução de degraus de exploração, com

uma altura prevista de 10 a 20 metros de altura, com inclinação a rondar os 60º, com um

patamar intermédio com uma largura entre 3 a 5 metros; este patamar poderá variar em

altura e largura de acordo com as variações na possança da escoada e tipologia das

fracturas;

O desmonte da rocha é levado a cabo preferencialmente recorrendo a explosivos: pegas de

fogo e taqueio. Pontualmente, recorre-se a máquina equipada com pilão. Numa fase

posterior, após a limpeza da frente do desmonte, os blocos desagregados são removidos

com recurso a pás carregadoras e escavadoras hidráulicas, que tem as funções de os

transportar e também de os elevar de modo a permitir a sua carga nos dumpers, que

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posteriormente farão o seu transporte para a unidade industrial, situada a Este da actual

exploração – Central de Britagem e/ou o deslocamento para o local de utilização final (e.g.

obras portuárias).

Tal como já foi referido na introdução, a Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca encontra-

se em plena fase de exploração, actualmente com uma área licenciada de 45.000 m2.

Relativamente às instalações de apoio necessárias à actividade extractiva, serão utilizadas

as instalações anexas, pertencentes à Central de Britagem, dadas as sinergias da sua

localização. Convém referir, que a Central de Britagem e respectivos anexos, já foram alvo

de licenciamento independente, pelo que não se encontram no âmbito deste EIA.

A figura apresentada de seguida, representa esquematicamente, a evolução dos trabalhos

da Pedreira, bem como da sua recuperação paisagística que deverá ocorrer em simultâneo

com os trabalhos de exploração.

Figura 4- Situação actual da Pedreira da Mata do Meio, A: orientação NE-SW; B: Orientação SE-NW (Adaptado da Carta Militar 1:25.000 do IGEOE, Série M889).

Rua Joaquim Marques

Céu aberto actual

Pico d’Água

Estrada Regional Nº 3-1ª

Pico Dr. Ferreira

Área pretendida para o alargamento

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3. Caracterização da Situação Actual

A área alvo do presente Estudo de Impacte Ambiental, tal como já foi referido já se encontra

ocupada pela Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca que está a explorar basalto numa

área de 45.000 m2 (Fig. 5).

Na envolvente imediata à localização da Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca,

desenvolvem-se diversas actividades industriais, destacando-se: outras explorações de

inertes (cascalho e rocha basáltica); britadeiras; fabricação de blocos; fabricação de betão e

o Matadouro Municipal. Ressalta-se o facto, de toda a área afecta à pedreira ser considerada

pelo Plano Director Municipal do Concelho da Ribeira Grande como uma zona industrial, pelo

que, nas imediações mais próximas da pedreira, não existem aglomerados urbanos.

Mais afastado da exploração, mas na sua área de influência, estão também localizadas as

instalações da Marques Britas, S.A, um Hipermercado, dois Cash & Carry e um armazém de

utilidades.

Figura 5- Área de estudo, caracterização actual.

No que respeita à localização específica da área pretendida para o alargamento da

exploração, não é dada nenhuma utilização em particular, uma vez que se trata de uma área

florestal representada por estratos arbóreo e arbustivo, onde predominam espécies comuns

e invasoras características deste tipo de local. No que respeita a valores biocenóticos, dada

a actual ocupação humana com forte actividade industrial, não foram identificadas quaisquer

comunidades bióticas, alvo de alguma figura de protecção especial, tanto para a componente

Fauna como Flora.

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4. Impactes Ambientais

Associado à actividade extractiva existem diversos elementos que, de forma diferenciada,

irão ser afectados. Seguidamente, apresentam-se as principais alterações no ambiente de

que, de forma directa ou indirecta, a exploração e alargamento da Pedreira da Mata do

Meio/Cancela Branca é responsável.

A Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca, tal como já foi referido, encontra-se em

laboração desde 2001, pelo que alguns impactes relacionados com a fase de implantação,

de maior amplitude, já ocorreram. Assim, prevê-se a ocorrência dos impactes relacionados

com o normal funcionamento da pedreira, incluindo as actividades necessárias ao seu

alargamento, e à sua desactivação prevista ao fim de 47 anos.

O início da actividade extractiva, ou sempre que haja alargamento (o que corresponde ao

presente caso), obriga a que exista remoção das terras de cobertura, que não têm potencial

para ser explorados.

De acordo com o estabelecido no Plano de Pedreira, as terras de cobertura serão

armazenadas e irão servir para as medidas de recuperação paisagística propostas. Os

restantes elementos rejeitados irão ser utilizados nas operações de aterro e regularização do

terreno.

Em relação aos descritores geologia e geomorfologia, é inevitável a ocorrência de uma

modificação localizada do relevo, directamente associada à remoção de massas minerais.

Todavia, apesar de negativo, na fase de desactivação/recuperação paisagística é esperado

uma inversão do sentido do impacte, uma vez que o Plano de Recuperação Paisagística

preconiza a recuperação a céu aberto através de operações de aterro. A regularização dos

terrenos, através da criação de um declive pouco acentuado favorece a fixação de

comunidades vegetais, prevendo-se conjuntamente uma melhoria da qualidade da paisagem.

No que respeita aos solos, a área de intervenção do projecto caracteriza-se por apresentar

fracas potencialidades agrícolas, estando o seu uso, particularmente direccionado para a

exploração de inertes. Na carta de condicionantes do PDM da Ribeira Grande (em fase de

aprovação) de acordo com as informações cedidas pela Câmara Municipal da Ribeira

Grande, a área do projecto não assenta em solos pertencentes à Reserva Agrícola Regional

(RAR) ou Reserva Ecológica Regional (RER), confirmado também pela delimitação

efectuada pelo Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA).

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Outro impacte que poderá ocorrer, embora a sua probabilidade de ocorrência seja reduzida,

resulta da contaminação do Solo pela descarga acidental de óleos, combustíveis e

lubrificantes, resultantes da manutenção dos veículos e maquinaria afecta aos trabalhos

executados na Pedreira, durante as fases de exploração e recuperação paisagística, bem

como outros resíduos de tipologia equiparada a resíduos domésticos.

Deve também, ser alvo de especial cuidado, a selecção do material a depositar em aterro,

nomeadamente pela deposição de resíduos ou de material com características perigosas,

que sob o efeito lixiviante da precipitação, venham a contaminar os solos na sua envolvente.

Relativamente ao solo de cobertura, deverá ser assegurado o correcto acondicionamento, no

sentido de permitir a sua futura reposição durante os procedimentos de regularização dos

terrenos e estabilização dos taludes.

Assim sendo, e considerando as mais valias introduzidas pelo projecto após a Recuperação

Paisagística, considera-se que o impacte negativo sobre este descritor será reversível, à

medida que se forem implementando as diferentes fases dessa recuperação, eventualmente

culminando o processo na sua inversão, para sinal positivo.

A paisagem constitui o elemento mais afectado pela existência e normal funcionamento da

pedreira. Até que a recuperação paisagística da zona se inicie, o céu aberto, nomeadamente

as zonas de desmonte, serão visíveis de pontos de cotas mais elevados, nos arredores da

pedreira. Contudo, embora esteja prevista uma área de exploração da ordem dos 239.717

m2, o que constitui uma área de intervenção bastante significativa, se for realizada uma

adequada implementação do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística, nunca será

visto um céu aberto com a totalidade dessa área. Tendo em conta, que será realizada a

recuperação paisagística em simultaneidade com a exploração, prevê-se que a área que

constitui o céu aberto, nunca ultrapasse uma área superior a 5 ha.

Apesar de negativos e significativos, os impactes sobre este descritor são temporários e

reversíveis.

Relativamente à qualidade do ar, de acordo com a avaliação das diversas actividades

resultantes da exploração da Pedreira do Mata do Meio/Cancela Branca resultam num

balanço negativo sobre este descritor. Considerando a intensidade de exploração, o impacte

é classificado como significativo. Na fase de desactivação/arranjo paisagístico, o impacte

sobre este descritor será anulado, tendo em conta que será eliminada a principal fonte

emissora de poluentes atmosféricos.

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As fontes de ruído, mais significativas, num projecto desta natureza são a maquinaria

utilizada na exploração e na expedição do basalto, inclusive os rebentamentos. Como

resultado dos rebentamentos efectuados na Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca,

necessários para fragmentar o material inerte, é expectável que os mesmos provoquem

vibração do solo e a sobrepressão do ar, uma vez que é inevitável a libertação de alguma

energia vibracional para além da zona de rebentamento. Genericamente os Impactes

Ambientais sobre o Ambiente Sonoro e Vibrações deverão ser classificados como Negativos

e de Significância Média. Na fase de desactivação/arranjo paisagístico, considera-se que o

impacte negativo sobre este descritor será anulado, tendo em conta que será eliminada a

principal fonte emissora de ruído e vibrações.

Relativamente à flora e fauna, independentemente da já reduzida biodiversidade do local,

todo o processo extractivo, associado ao consecutivo alargamento da exploração resulta

numa perturbação negativa, com alguma importância. No entanto tem um carácter

temporário, embora de longo prazo, perfeitamente recuperável e porventura potenciado

positivamente caso sejam implementadas as medidas de reflorestação preconizadas no

presente estudo de Impacte Ambiental. Com a garantia da implementação de um adequado

Plano de Recuperação Paisagística e Biofísica, e considerando a caracterização da situação

de referência, após o processo e encerramento da unidade o passivo ambiental poderá

resultar positivo.

No que se refere aos recursos hídricos, a análise da rede hidrográfica do local, não revelou

a presença de linhas de água passíveis de serem afectadas negativamente pelo projecto.

Tendo ainda em conta que, os processos extractivos utilizados na exploração de basalto não

envolvem lavagens no tratamento de inertes, não se prevê a produção deste tipo de efluente

residual. As fontes de contaminação, que poderão ocorrer, resultam de eventuais acidentes

com derrames de óleos, combustíveis e lubrificantes, utilizados na manutenção dos

equipamentos e maquinaria afecta à obra, embora a probabilidade da sua ocorrência seja

reduzida. Relativamente à fase de recuperação paisagística e desactivação da Pedreira, um

dos impactes potenciais, resulta de uma má selecção do material a depositar em aterro,

nomeadamente pela deposição de resíduos ou de material com características perigosas,

que sob o efeito lixiviante da precipitação, venham a contaminar o aquífero base.

No que respeita ao descritor sócio-economia são de referir um conjunto de impactes

positivos, nomeadamente ao nível do emprego gerado directamente pela exploração, e

indirectamente pelo funcionamento da central de britagem, central de betão e de asfaltagem,

pertencentes à Marques Britas S.A. localizada na Rua Joaquim Marques, Concelho da

Ribeira Grande. Foram no entanto, também identificados, um conjunto significativo de

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impactes negativos, relacionados com a emissão de ruído e vibrações, congestionamento do

tráfego, devido à circulação de viaturas pesadas e empoeiramento da envolvente à

exploração. Contudo dada a reduzida significância dos impactes negativos, e a sua fácil

mitigação, a análise global dos impactes sobre este descritor revelam-se num balanço

positivo. Reforça-se no entanto, que os impactes negativos identificados não devem ser

negligenciados e deverão ser tomadas medidas adequadas para sua minimização.

Sobre o descritor ordenamento do território não foram identificados impactes significativos

sobre os instrumentos de planeamento, nomeadamente em relação ao Plano Director

Municipal da Ribeira Grande. De acordo com as informações cedidas sobre o referido

documento, a área pretendida para o alargamento da Pedreira da Mata do Meio/Cancela

Branca, encontra-se abrangida numa área identificada como de actividade industrial. No

entanto, de acordo com as indicações emanadas pela entidade responsável pelo PDM e

consultada durante a fase de “Scoping”, ficou definido pela Comissão Técnica do PDM, na

última reunião realizada até à data, que seria elaborado um Plano de Pormenor para a zona

em causa.

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Resumo Não Técnico Estudo de Impacte Ambiental, “Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca”

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5. Medidas de Mitigação

Com as medidas de mitigação propostas pretende-se reduzir/eliminar os possíveis impactes

resultantes da exploração e alargamento da Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca. Para

que este empreendimento possa ser reconhecido de uma forma positiva e como fonte de

desenvolvimento económico para a região em que está inserido.

Dada a alteração a que alguns descritores do meio têm vindo a ser sujeitos, são previstos

alguns impactes, considerados significativos e para os quais são definidas um conjunto de

actividades minimizadoras. É importante referir, que a maioria dos impactes previstos são

recuperáveis, uma vez terminada a vida útil da exploração, sendo inclusive introduzidas, um

conjunto de medidas específicas de revalorização do espaço, durante a mesma.

Os impactes negativos mais importantes prevêem-se na paisagem, essencialmente devido

às alterações de topografia, cortes abruptos na sua continuidade e alteração das

características do local.

As principais medidas de minimização propostas, de acordo com os principais impactes

previstos são as seguintes:

Armazenagem em pargas da terra vegetal, resultante da decapagem das zonas

ocupadas pela exploração, esta medida deverá ser aplicada sempre que se verifiquem

actividades de alargamento da frente de desmonte;

Os rejeitados do processo de desmonte deverão ser armazenados de forma

adequada, no sentido de garantir a sua estabilidade. Posteriormente deverão ser

reutilizados nas actividades de aterro e regularização dos terrenos;

Garantir a Implementação rigorosa das medidas previstas no Plano Ambiental e de

Recuperação Paisagística (PARP) constante do Plano de Pedreira;

Adopção de medidas que visem a minimização da emissão de poeiras: aspersão de

caminhos e cobertura das viaturas de transporte.

Armazenamento controlado dos materiais potencialmente contaminantes (óleos e

sucatas), em espaço coberto e solo totalmente impermeável, até serem recolhidos por

empresas licenciadas para o efeito.

Definição de procedimentos de controlo e registo dos materiais a depositar em aterro,

na fase de recuperação paisagística.

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Construção de uma bacia de retenção de óleos virgens e usados para prever

eventuais contaminações dos aquíferos.

Minimização do ruído emitido pelos equipamentos móveis, garantir uma adequada

manutenção dos diversos equipamentos motorizados (incluindo as viaturas de

transporte);

Implantação de barreiras vegetais (protecção visual, acústica e minimizadora da

dispersão de poeiras);

Revegetação do local, implementando e cumprindo o PARP e as indicações

apresentadas no Relatório de Síntese do EIA;

Controlo adequado do peso bruto dos veículos pesados, no sentido de evitar a

degradação das vias de comunicação;

Promover a limpeza das viaturas de transporte aquando da sua saída da exploração,

colocando tanques de lavagem de rodados;

Promover a remoção e controlo de desenvolvimento de espécies de flora consideradas

invasoras;

Evitar a formação de bacias endorreicas;

Reduzir ao mínimo o quantitativo de explosivos por unidade de detonador, bem como,

utilização de metodologias que minimizem a propagação das ondas sonoras e

vibração do solo;

Colocação de mangas plásticas nos furos onde se observam descontinuidades (vazios

e fracturas);

Utilização de sismógrafo para medição das vibrações e efectuar o processamento de

registos.

Os impactes ambientais causados pela exploração da Pedreira da Mata do Meio/Cancela

Branca, considerando a implementação de um adequado plano ambiental e de recuperação

paisagística, podem facilmente ser minimizados e compensados, e mesmo no fim da vida útil

da exploração, vir a ser reversíveis e a área afecta à pedreira adquirir uma maior qualidade

ambiental.

No caso específico da implantação de uma pedreira, e tal como aprofundado no relatório de

síntese, por vezes não surgem localizações alternativas. As pedreiras, neste caso para a

exploração de basalto, só podem surgir onde exista o recurso que se pretende explorar, com

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uma formação que apresente características adequadas que permitam a sua exploração do

ponto vista técnico e económico. Esta limitação, própria da indústria extractiva, condiciona

todos os aspectos que relacionados com o estudo de alternativas em função dos valores

ambientais, sócio-económicos, ou outros, introduzindo uma margem de manobra muito

limitada no que respeita à tentativa de evitar impactes ambientais logo na fase de

implantação. Assim, o desenvolvimento da actividade extractiva, passa na maior parte das

vezes pela adopção de medidas técnicas e operativas, no sentido de minimizar os impactes

previstos e/ou causados.

No que respeita ao Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP), é pretendida

uma organização do espaço no sentido de se proceder a um faseamento que permita, no

final da exploração, estar já num ponto avançado de recuperação. Assim, as linhas gerais

apontam para uma adequada regularização dos terrenos. Não é pretendida uma intervenção

ambiciosa, que vise a recuperação da topografia original, mas sim uma regularização suave,

que permita um enquadramento cénico agradável.

A recuperação paisagística deverá iniciar-se de imediato, com o plantio da cortina arbórea,

principalmente na frente Norte, devendo ser iniciados os contactos com os serviços florestais

atempadamente, no sentido de ser fornecido plantio adequado.

Em síntese, podem salientar-se os seguintes aspectos:

De acordo com a avaliação da equipa técnica que executou este EIA não é previsível

que o projecto de alargamento da Pedreira da Mata do Meio/Cancela Branca venha a

induzir impactes ambientais negativos que o possam inviabilizar;

Os impactes positivos mais significativos induzidos pelo projecto ocorrem ao nível da

sócio-economia, com expressão local e regional.

A implementação das medidas de minimização preconizadas permite reduzir, de

forma evidente, a projecção espacial e temporal dos impactes negativos, e possibilita

a revitalização do espaço afectado pela exploração, tanto ao nível geológico

(estabilização final do terreno), como ao nível biofísico (aumento da biodiversidade

com a implementação do PARP).

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6. Plano de Monitorização

Considerando os resultados da avaliação de impactes, os descritores que poderão ser alvo

de perturbações mais significativas e que são compatíveis com a justificação da

implementação de um programa de monitorização correspondem a:

Paisagem;

Qualidade do Ar;

Ruído e Vibrações;

Qualidade da Água (Subterrânea);

O presente Estudo de Impacte Ambiental inclui um plano de monitorização onde se definem

os procedimentos para o controlo da evolução das vertentes ambientais consideradas mais

sensíveis na sequência da previsão de impactes. A implementação deste plano de

monitorização traduz-se na avaliação contínua da qualidade ambiental da área de

implementação do projecto, baseada na recolha sistemática de informação primária e na sua

interpretação, permitindo através da análise expedita de indicadores relevantes, estabelecer

o quadro evolutivo da situação de referência e efectuar o contraste relativamente aos

objectivos pré-definidos. Desta forma, será também possível estabelecer relações entre os

padrões observados e as acções específicas do projecto, assim como encontrar as medidas

de gestão ambiental mais adequadas face a eventuais desvios que venham a ser

detectados.

O plano de monitorização proposto (detalhado no Relatório Síntese) deverá ser iniciado

aquando o arranque da exploração:

Aspectos a monitorizar Frequência de monitorização

Poeiras Bienal

Ruído Bienal

Vibrações Sempre que ocorrer um rebentamento

Águas Subterrâneas Anual

Auditorias Ambientais* Anual

* As auditorias ambientais deverão ser efectuadas por uma entidade de reconhecida independência.