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Proponente: Município de Lajes das Flores Janeiro de 2012 Estudo de Impacte Ambiental Saibreira da Boca da Baleia Resumo Não Técnico

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Proponente:

Município de Lajes das Flores

Janeiro de 2012

Estudo de Impacte Ambiental

Saibreira da Boca da Baleia

Resumo Não Técnico

Informação sobre o documento e autores

Promotor

Município de Lajes das Flores

Avenida do Emigrante

9960-431 Lajes das Flores

+351 292 590 800 + 351 292 590 826

[email protected] www.cmlajesflores.com

Referência do Projecto Saibreira da Boca da Baleia

Descrição do Documento Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental da

Saibreira da Boca da Baleia

Versão 1.0

Referência do Ficheiro RTXII_01_RNT-EIA_CMLF

N.º de Páginas 23

Autores

Sérgio Diogo dos Santos Caetano

Adriano Corvelo Pacheco

Paulo Roberto Medeiros Garcia

Eva Melo Cunha de Almeida Lima

Artur José Freire Gil

Director de Projecto Sérgio Diogo dos Santos Caetano

Data Janeiro de 2012

Estudo de Impacte Ambiental

Resumo Não Técnico

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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................ 4

1.1 Resumo Não Técnico – O que é? .......................................................................... 4

1.2 O Porquê do Estudo de Impacte Ambiental ....................................................... 4

1.3 Identificação do Projecto, Proponente e Entidade Licenciadora .................... 5

2 Descrição do Projecto ..................................................................................................... 6

2.1 Localização Geográfica e Acessos ........................................................................ 6

2.2 Estratégia do Projecto ............................................................................................ 7

2.3 Descrição Sumária do Projecto .............................................................................. 8

2.3.1 Fase de Construção (Preparação da Área) ................................................................................... 8

2.3.2 Fase de Exploração .................................................................................................................................. 8

2.3.3 Fase de Recuperação .............................................................................................................................. 9

2.4 Síntese das Características Técnicas do Projecto ............................................. 10

3 Caracterização da Situação de Referência ................................................................ 11

4 Principais Impactes e Medidas de Minimização ....................................................... 17

4.1 Impactes Negativos ............................................................................................... 17

4.2 Impactes Positivos ................................................................................................. 20

5 Alternativas ao Projecto ............................................................................................... 21

6 Monitorização dos Impactes Negativos Previstos ................................................... 22

7 Considerações Finais .................................................................................................... 23

Estudo de Impacte Ambiental

Resumo Não Técnico

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1 Introdução

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) de

um projecto de exploração de massas minerais denominado Saibreira da Boca da Baleia. Os estudos

desenvolvidos no âmbito do EIA decorreram entre Outubro de 2011 e Janeiro de 2012.

1.1 Resumo Não Técnico – O que é?

O Resumo Não Técnico consiste num documento de suporte à participação pública, que descreve

de forma coerente e resumida as informações que constam do Estudo de Impacte Ambiental, fazendo

uso de uma linguagem simples e acessível, de modo que seja perceptível ao público em geral, mas

visando, no entanto, os aspectos mais relevantes do projecto e os impactes decorrentes da

implementação do mesmo.

O presente Resumo Não Técnico foi elaborado com base na legislação em vigor tendo em conta

os “Critérios de boa prática para a elaboração e a avaliação de Resumos Não Técnicos de Estudo de

Impacte Ambiental” elaborado pela Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes.

Para obtenção de informações mais detalhadas sobre a implementação do projecto e os seus

possíveis impactes deverá consultar o EIA que se encontra disponível na página de consulta pública da

Secretaria Regional do Ambiente e do Mar em http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/.

1.2 O Porquê do Estudo de Impacte Ambiental

A principal missão de um Estudo de Impacte Ambiental é a avaliação das consequências de um

determinado Projecto em termos ambientais e socioeconómicos, definindo medidas de mitigação para

os efeitos negativos e medidas de potenciação para os efeitos positivos.

Na Região Autónoma dos Açores, o Regime Jurídico de Avaliação do Impacte e do

Licenciamento Ambiental está definido pelo Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A de 15 de

Novembro de 2010.

O Projecto da Saibreira da Boca da Baleia está sujeito ao processo de Avaliação de Impacte

Ambiental pelo facto da intervenção prevista se situar a menos de 250 metros de distância de uma

área de sensibilidade ecológica, o Parque Natural das Flores, e a menos de 1 km de distância de outro

local similar (zona de extracção de inertes abandonada), com o qual totaliza uma área superior a 5

hectares.

As disposições que determinam a realização de um Estudo Impacte Ambiental constam do

ponto 6, alínea a) do Anexo II do referido diploma (caso geral e área sensível).

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Resumo Não Técnico

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1.3 Identificação do Projecto, Proponente e Entidade Licenciadora

O Estudo de Impacte Ambiental incide sobre um projecto de licenciamento de exploração de

massas minerais - Plano de Pedreira da Saibreira da Boca da Baleia - proposto pelo Município de Lajes

das Flores.

A entidade competente pelo licenciamento da actividade económica é a Direcção Regional de

Apoio ao Desenvolvimento e Competitividade, afecta à Secretaria Regional da Economia, sendo a

Autoridade Ambiental a Direcção Regional do Ambiente, afecta à Secretaria Regional do Ambiente e

do Mar.

O objectivo do Projecto prende-se com o licenciamento da Saibreira da Boca da Baleia, na

qual o Proponente pretende explorar areias (piroclastos basálticos s.l. de granulometria fina) para

aplicação em estradas e caminhos, materiais para obras civis e em alguns trabalhos agrícolas.

Na perspectiva do promotor, o licenciamento deste projecto assume-se como fundamental,

uma vez que não existe qualquer outra área de extracção deste material no contexto da ilha das

Flores.

A área de implementação do projecto foi alvo de actividade extractiva antecedente, pelo que

apresenta, actualmente, escavação bem definida no terreno.

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2 Descrição do Projecto

2.1 Localização Geográfica e Acessos

A área onde se pretende instalar a pedreira localiza-se na freguesia de Lajes das Flores, a uma

altitude aproximada de 450 metros. O acesso à área do Projecto será feito a partir da Estrada Regional

1-2, que liga a sede de concelho às freguesias ocidentais do concelho.

Figura 2.1| Enquadramento da área do projecto no contexto geográfico e administrativo da ilha das Flores

O terreno onde se pretende implementar o projecto incide sobre uma área com 44 511 m2.

Por ter existido actividade extractiva anterior ao presente Projecto, a área que se pretende licenciar já

se encontra, na sua generalidade, alterada do ponto de vista biofísico e paisagístico, sendo fácil de

identificar devido à sua exposição visual.

Figura 2.2| Panorâmica da área do Projecto e acesso a partir da Estrada Regional

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2.2 Estratégia do Projecto

A área prevista para a implantação do Projecto está enquadrada em espaço de indústria

extractiva definido no Plano Director Municipal (PDM) de Lajes das Flores e insere-se num prédio único

de propriedade municipal.

A zona de maior sensibilidade da área do projecto está localizada junto ao limite Norte, onde

confronta com a área classificada da Reserva Natural das Caldeiras Funda e Rasa, que integra o Parque

Natural das Flores. Neste mesmo local, que apresenta algumas espécies florísticas protegidas, inicia-se a

bacia hidrográfica da Lagoa Funda.

Assumindo como situação de referência um local onde foram extraídas massas minerais

durante décadas, sem a integração ambiental e paisagística prevista nas leis actualmente em vigor, a

equipa do Projecto definiu uma estratégia alicerçada em três eixos:

Promover uma maior integração ambiental e paisagística da área;

Maximizar o aproveitamento do recurso geológico;

Fomentar a estabilidade geológica.

Os trabalhos previstos visam a intervenção prioritária no talude superior (a Norte) que se

encontra actualmente instável, perspectivando um afastamento progressivo da área sensível do

Parque Natural das Flores, com um avanço da exploração de Norte para Sul.

A figura seguinte esquematiza, grosso modo, a estratégia de exploração a adoptar.

Figura 2.3| Representação esquemática da estratégia adoptada pelo Projecto

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2.3 Descrição Sumária do Projecto

O Projecto incide sobre uma área de 44 967 m2 e prognostica que a sua implementação

decorra durante 23 anos, sendo o último ano apenas dedicado a tarefas de recuperação do local.

2.3.1 Fase de Construção (Preparação da Área)

Atendendo a que os trabalhos previstos se enquadram numa zona de escavação já existente,

o Projecto não prevê significativos trabalhos de preparação da área.

No entanto, para além da área já intervencionada, o Projecto prevê intervir no limite Norte,

numa faixa de cerca de 10 a 15 metros, onde os trabalhos previstos pretendem, fundamentalmente,

regularizar o actual talude de escavação. Nesta faixa, a intervenção projectada implicará a remoção de

solos e de coberto vegetal composto por espécies indígenas e exóticas.

Figura 2.4| Aspecto geral de parte do talude Norte

De acordo com o proposto, as espécies vegetais indígenas existentes nas áreas de intervenção

do Projecto serão removidas e, sempre que possível, replantadas noutras áreas do projecto ou cedidas

ao Serviço Florestal das Flores e Corvo.

A remoção de espécies vegetais com estatuto de protecção só poderá ser efectuada após

autorização prévia por parte das autoridades, a solicitar pelo proponente mediante aprovação do

Projecto.

Está previsto que a fase de construção se desenvolva entre o ano 1 e o ano 23 do Projecto.

2.3.2 Fase de Exploração

O Projecto prevê que a exploração das areias do projecto seja efectuada por desmonte

directo, que consiste na desagregação da massa mineral, individualizando-a em fragmentos, para a

sua expedição. Os trabalhos de desmonte serão levados a cabo por uma retroescavadora com pá

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carregadora, não sendo utilizados equipamentos de desmonte por percussão (ex. martelos

pneumáticos) nem substâncias explosivas.

Está previsto que os trabalhos da fase de exploração se desenvolvam entre o ano 1 e o ano 22

do Projecto.

2.3.3 Fase de Recuperação

O Projecto prevê que toda a área do Projecto seja reabilitada do ponto de vista ambiental e

paisagístico. Prevê, também, que seja incrementada a regeneração natural de áreas limítrofes e que

seja melhorada a qualidade visual do acesso à área de trabalhos.

O Projecto define como objectivos o desenvolvimento das seguintes tarefas:

1. Regularização dos terrenos (aterros de cobertura e solos);

2. Revestimento vegetal e enquadramento paisagístico;

3. Desactivação, que inclui a remoção das estruturas utilizadas na área do projecto;

4. Manutenção e conservação do local pós-projecto.

Após a exploração do recurso e da suavização das formas geométricas, é previsto o depósito

de materiais estéreis resultantes do processo extractivo (espessura aproximada de 0,3 metros), que

serão cobertos por solos (espessura aproximada de 0,3 metros) que permitam a fixação de espécies

vegetais.

O Projecto propõe que, assim que o solo vegetal esteja adequadamente acondicionado, seja

efectuada plantação, recorrendo a espécies de gramíneas leguminosas adequadas ao local, à urze

(Erica azorica), ao loureiro (Laurus azorica) e à faia (Morella faya).

Está prevista em toda a área a sementeira de gramíneas leguminosas com a função de, numa

primeira fase, enriquecer o solo com azoto e maximizar a sua fixação. Na zona mais próxima do limite

Norte, está previsto o plantio com as restantes espécies seleccionadas, sobretudo por se enquadrarem

no contexto da envolvência da área.

O Projecto perspectiva a replantação de espécies indígenas que ocorram espontaneamente

na área do projecto em zonas afectas à exploração. O Projecto prevê, ainda, que seja controlada a

possível proliferação de espécies invasoras como a roca da velha ou conteira.

Com o desenvolvimento dos trabalhos de recuperação de modo integrado com a exploração,

com o sentido de avanço de Norte para Sul, está prevista uma diminuição gradual da área afectada e

um incremento da distância em relação ao Parque Natural das Flores.

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De forma a garantir um maior sucesso da recuperação do local, está projectado o

estabelecimento de uma rede de drenagem de águas com valas de retenção. Estão projectados,

também, pequenos taludes arborizados que minimizem os impactes paisagísticos e, de certa maneira,

a dispersão de poeiras e de ruído.

A previsão aponta para que os trabalhos da fase de recuperação se desenvolvam entre o ano

1 e o ano 23 do Projecto. No entanto, o Projecto perspectiva que após o término dos trabalhos seja

monitorizada a integridade geológica, ecológica e paisagística da área anteriormente intervencionada.

2.4 Síntese das Características Técnicas do Projecto

Na tabela seguinte estão sintetizadas as características técnicas mais significativas do projecto.

Tabela 2.I| Síntese das características técnicas do Projecto

Característica Descrição

Recurso mineral explorado Areias (escórias basálticas s.l.)

Entidade Licenciadora DRAIC

Área de pedreira (m2)

44 967

Área de exploração (m2) 44 967

Altitude máxima de desmonte (m) 445

Altitude mínima de desmonte (m) 385

Reservas Brutas (m3) 253 712

Reservas prováveis – Recurso mineral (m3) 177 598

Estéreis (m3) 76 113

Média de extracção anual – Recurso mineral (m3)

8 000

Método de extracção Desmonte directo

Equipamentos Retroescavadora com pá carregadora e camiões

Número de Trabalhadores 2

Duração do projecto (anos) 23

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3 Caracterização da Situação de Referência

Com o intuito de se caracterizar o estado actual da área potencialmente afectada pelo

Projecto, procedeu-se a uma recolha de informação bibliográfica e cartográfica, tendo esta sido

complementada com a realização de trabalho entre os meses de Setembro e Dezembro de 2011.

Foi realizado um levantamento das condições existentes à data, que serviu de base à

identificação das principais alterações possivelmente introduzidas com a implementação do projecto.

Definiu-se a área de estudo, atendendo não só à área do Projecto, mas também aos locais que

possam vir a ser mais afectados pelos impactes associados às intervenções previstas no âmbito do

licenciamento do Projecto. Foram também avaliadas alternativas à implementação do Projecto.

Figura 3.1| Área de incidência do estudo

Procedeu-se, posteriormente, à análise dos diversos descritores ambientais susceptíveis de

serem afectados pela implementação do projecto, os quais são, de seguida, listados e caracterizados

sumariamente.

1. Clima e Meteorologia

De uma forma geral, o clima da ilha das Flores pode ser caracterizado pelas suas temperaturas

amenas, elevada humidade relativa do ar, frequência de ventos fortes e céu geralmente nublado.

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Na área do projecto as temperaturas médias anuais variam entre os 14 e os 15 °C e a

precipitação média acumulada anual regista valores entre os 3400 e os 3800 mm.

2. Geologia

Na ilha das Flores estão identificados dois complexos vulcânicos, o Complexo de Base e o

Complexo Superior. A área do projecto, localizada num vale adjacente à Caldeira Funda, enquadra-se

na sub-unidade mais recente do Complexo Superior, sendo constituída maioritariamente por cinza e

lapilli de natureza basáltica (s.l.).

A ilha das Flores enquadra-se numa zona de baixo risco sísmico e vulcânico, não sendo

conhecido qualquer sismo com magnitude igual ou superior a 3,5 graus na escala de Richter nem

qualquer registo de episódios de natureza vulcânica após o povoamento.

3. Solos e Ocupação do Solo

De acordo com sistema de classificação de capacidade de uso do solo, o Projecto insere-se

numa zona que se caracteriza pela predominância de solos não aráveis ocupados por cobertos

vegetais permanentes, como pastagens e matos de vegetação natural.

De acordo com a Carta de Ocupação do Solo dos Açores, na área em estudo as ocupações

do solo predominantes correspondem à ocorrência de vegetação natural, pastagem, floresta e lagoas.

Figura 3.2| Representação esquemática da localização do projecto no contexto da ocupação do solo na ilha das Flores

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No entanto, devido a já existir uma escavação a ocupar a generalidade da área do Projecto, o

EIA refere que os solos são reduzidos na área de intervenção.

4. Água

Na ilha das Flores estão delimitadas três massas de água: Inferior, Intermédia e Superior. Estão

identificadas 75 nascentes: 7 na massa Inferior, 44 na massa Intermédia e 24 na massa Superior.

Os recursos de água subterrânea na ilha das Flores são, de modo geral, abundantes,

especialmente na massa de água Superior, na qual se enquadra a área do estudo.

Segundo o EIA, ao nível da água superficial, a área do Projecto enquadra-se, na sua grande

maioria, na bacia hidrográfica que drena para o vale das Lajes e, em menor proporção, na bacia

hidrográfica que drena para a Caldeira Funda. Em nenhuma das bacias ocorrem cursos de água

permanentes. Na bacia hidrográfica que drena para a Lagoa Funda das Lajes, as linhas de água

convergem para uma lagoa em estado eutrófico.

Dada a alteração do relevo da área do Projecto, o EIA prevê que a drenagem de águas ocorra

para Sul (bacia hidrográfica das Lajes), não afectando directamente nascentes ou cursos de água.

Figura 3.3| Representação esquemática da localização do projecto no contexto dos recursos hídricos

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5. Ecologia

O EIA identifica na área de intervenção do Projecto, entre outras, as seguintes espécies

animais: tentilhão (Fringilla coelebs moreletti); alvéola (Motacilla cinerea patriciae); melro-preto (Turdus

merula azorensis); coelho (Oryctolagus cunniculus).

Em termos de espécies de plantas são identificadas pelo EIA, na área do projecto e envolvente,

13 espécies indígenas (9 espécies endémicas e 4 espécies nativas) e diversas espécies introduzidas.

Das espécies endémicas presentes, três delas - a urze (Erica azorica), o cedro do mato

(Juniperus brevifolia) e feto-de-botão (Woodwardia radicans) estão protegidas segundo a Convenção

de Berna e a Directiva Habitats.

O cedro do mato ocorre com raridade. A urze e o feto-de-botão, que ocorrem com maior

frequência, localizam-se, maioritariamente, na actual área de escavação.

6. Qualidade do Ar

No contexto do EIA, a qualidade do ar foi caracterizada através do indicador/poluente de

partículas finas em suspensão (PM10) tendo por base os valores da estação de referência da Região

Autónoma dos Açores, a qual não verificou qualquer excedência ao nível do parâmetro referido.

Este facto confere à ilha das Flores, tal como às demais ilhas dos Açores, uma boa qualidade

do ar no que respeita ao referido parâmetro relativo às partículas finas em suspensão (PM10).

7. Ruído

O EIA considera como principais fontes sonoras que compõem o ruído ambiente na área de

estudo a circulação de veículos na rede viária e o funcionamento de equipamentos de apoio à lavoura

e viveiro florestal. Ambas as tipologias de fonte sonora são de natureza móvel e pouco susceptíveis de

causar incomodidade, o que caracteriza a área como confortável ao nível de ruído ambiental.

Não são identificados na envolvente da área do projecto receptores sensíveis, nomeadamente

edifícios habitacionais, escolares, hospitalares ou similares ou espaços de lazer, com utilização humana.

8. Vibrações

Na situação de referência o EIA não identifica fontes de vibração significativas na área de

influência do projecto, considerando como única potencial fonte de vibração a circulação de viaturas

pesadas na rede viária, o que ocorre com baixa frequência.

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A probabilidade desta fonte causar incomodidade ao nível das vibrações é condiderada como

extremamente remota.

9. Paisagem

A paisagem da ilha das Flores é marcada pelo seu relevo vigoroso, que se caracteriza por uma

estrutura planáltica em dois degraus e imponentes arribas, bem como pelos abundantes recursos

hídricos.

A área do projecto, localizada num vale aberto marcado pela transição entre zonas

maioritariamente de pastagem e zonas de vegetação natural, apresenta uma acessibilidade visual

bastante acentuada a distâncias consideráveis, atingindo, por exemplo, os 3 km na zona de Marcela.

Figura 3.4| Simulação tridimensional da acessibilidade visual da área do Projecto (ponto de vista a 1 500 m de altitude acima do solo)

Apesar da área de estudo apresentar, na sua generalidade, uma boa qualidade paisagística, o

EIA considera que, por se encontrar intervencionada e sem recuperação paisagística, a área do

Projecto apresenta baixa qualidade paisagística.

10. Ordenamento do Território

Os instrumentos reguladores que exercem uma condicionante directa sobre a utilização do

território são fundamentalmente de dois tipos: condicionantes legais e instrumentos de gestão

territorial.

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Segundo o EIA, a área do projecto, apesar de se encontrar numa zona contígua ao Parque

Natural das Flores, não está abrangida por qualquer condicionante legal.

Dos Instrumentos de Gestão Territorial com incidência directa e aplicação específica à área e

natureza do Projecto, o Plano Regional de Ordenamento do Território do Açores enquadra a

respectiva área enquanto “Área prioritária de gestão de recursos minerais” e “Integração ambiental e

paisagística prioritária de áreas de extracção de inertes”, sendo o mesmo local enquadrado no Plano

Director Municipal de Lajes das Flores como “Espaço de indústria extractiva”.

11. Socioeconomia

De acordo com os Censos 2011, a população residente na ilha das Flores é de 3 791

habitantes, representando cerca de 1,5 % da população açoriana. Esta é a ilha com menor densidade

populacional do arquipélago, tendo vindo a sofrer perda progressiva da população nos últimos anos

(538 habitantes nos últimos 20 anos).

A análise da distribuição da população por sectores de actividade revela um predomínio do

sector terciário (serviços), rondando os 60% do emprego registado.

A nível empresarial, o sector de “outros serviços” predomina, abrangendo, aproximadamente,

28% da sua totalidade. Assumem também significativa representatividade no contexto da ilha, a

construção, o comércio e o alojamento, restauração e similares.

12. Património Construído

O EIA não identifica quaisquer elementos patrimoniais relevantes na zona circundante à área

do projecto.

Estudo de Impacte Ambiental

Resumo Não Técnico

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4 Principais Impactes e Medidas de Minimização

4.1 Impactes Negativos

Após identificação e avaliação dos impactes decorrentes da implementação do Projecto, o EIA

prevê que os impactes negativos mais significativos ocorram ao nível dos seguintes descritores:

1) Geologia - os impactes negativos relacionam-se, principalmente, com o consumo de um

recurso mineral não renovável e com a alteração da morfologia do terreno;

2) Ecologia - os impactes negativos relacionam-se, fundamentalmente, com a remoção de

espécimes de vegetação endémica e nativa;

3) Paisagem - o principal impacte negativo decorrerá da manutenção de uma situação de

descontinuidade visual ao longo do período de vida útil do projecto.

Por outro lado, é previsto que os impactes negativos sejam menos significativos ao nível dos

seguintes descritores:

1) Solos e Ocupação do Solo - impactes decorrentes da ocupação e uso do solo, com a alteração

das suas características naturais e potenciação da sua erosão;

2) Água – principais impactes decorrentes da alteração da rede de drenagem de águas

superficiais e potenciação da dispersão de materiais por via hídrica;

3) Qualidade do Ar - principais impactes relacionados com a emissão de poeiras e gases pelos

equipamentos de carga e transporte;

4) Ruído - principais impactes relacionados com a produção de ruído pelos equipamentos de

carga e transporte;

5) Socioeconomia – principal impacte relacionado com a perturbação da população devido ao

impacte paisagístico resultante do funcionamento do Projecto.

Ao nível dos descritores Clima, Vibrações e Património Construído, o EIA não identifica

impactes relevantes decorrentes da implementação do projecto.

Como impacte cumulativo decorrente da implementação do projecto é identificada a

exposição visual da área do projecto juntamente com a área de extracção abandonada localizada a

menos de 1 km, apenas perceptível nas zonas de maior altitude da envolvente do Projecto.

Na tabela seguinte estão sintetizados os impactes negativos previstos, assim como as medidas

de minimização propostas pelo Estudo de Impacte Ambiental.

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Tabela 4.I| Tabela síntese dos impactes negativos previstos e respectivas medidas de minimização específicas e de carácter geral propostas

Descritor Impactes Ambientais Negativos Significado dos

Impactes Medidas de Minimização Específicas

Geologia

Consumo de recurso mineral

Alteração da morfologia do terreno

Potenciação da erosão de materiais geológicos

Potenciação da dispersão de materiais geológicos

Significativos

Maximização do aproveitamento do recurso geológico explorado

Planeamento e faseamento do sentido e direcção da escavação

Planeamento da evolução da área de massa mineral exposta de modo integrado com as tarefas de recuperação ambiental e paisagística

Realização de trabalhos de estabilização dos taludes e de reforço da qualidade do piso dos acessos, principalmente nas alturas de maior precipitação

Construção e manutenção de rede e valas de drenagem

Realização de um adequado acondicionamento, acumulação e protecção dos materiais depositados

Solos e Ocupação do

Solo

Potenciação da erosão dos solos

Potenciação da dispersão de solos

Alteração das características naturais dos solos

Poluição de solos por derrames de substâncias poluentes

Condicionamento de uso do solo

Pouco Significativos

Desenvolvimento de trabalhos prioritários de estabilização de taludes pronunciados

Realização de um adequado acondicionamento, acumulação e protecção dos solos depositados

Água

Alteração da rede de drenagem de águas superficiais

Potenciação da dispersão de solos e rochas nas águas superficiais

Potenciação da infiltração da água

Poluição de água por derrames de substâncias poluentes

Significativos

Construção, manutenção e monitorização do sistema de drenagem superficial

Realização de trabalhos de estabilização e de reforço da qualidade do piso dos acessos, principalmente nas alturas de maior precipitação

Realização de um adequado acondicionamento, acumulação e cobertura dos materiais depositados

Ecologia Remoção de espécies florísticas

Perturbação de espécies faunísticas Significativos

Replantação de plantas indígenas, especialmente as que possuem estatuto de protecção, pelas acções de recuperação e/ou cedência de plantas

Implementação de acções de recuperação de forma sincronizada com as fases de extracção e construção

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Descritor Impactes Ambientais Negativos Significado dos

Impactes Medidas de Minimização Específicas

Erradicação e monitorização da proliferação das espécies invasoras

Monitorização dos limites da área intervencionada, especialmente no limite Norte

Qualidade do Ar

Emissão de poeiras e partículas

Emissão de gases Pouco Significativos

Instalação e manutenção de cortinas arbóreas

Realização de um adequado acondicionamento, acumulação e cobertura dos materiais depositados

Ruído Emissão de Ruído Pouco Significativos

Instalação e manutenção de cortinas arbóreas

Recurso a equipamentos motorizados de carga e transporte modernos, sempre que possível, com silenciadores e atenuadores de ruído

Paisagem Descontinuidade visual da paisagem

Alteração da qualidade da paisagem Significativos

Implementação das actividades de recuperação paisagística de forma integrada com as de exploração

Instalação e manutenção de cortinas arbóreas

Socioeconomia Perturbação da população Pouco Significativos

Implementação das actividades de recuperação paisagística de forma integrada com as de exploração

Instalação e manutenção de cortinas arbóreas

Medidas de Minimização de Carácter Geral

Implementação imediata das operações de recuperação paisagística

Manutenção adequada e regular dos equipamentos motorizados nos estaleiros do promotor

Adopção de condução responsável por parte dos trabalhadores

Manutenção dos acessos à área do Projecto em boas condições de transitabilidade

Implementação de uma adequada gestão e manuseamento dos resíduos e outros produtos potencialmente poluentes

Promoção de acções de formação profissional e de sensibilização para os trabalhadores

Valorização da socioeconomia da ilha das Flores, privilegiando a contratação de mão-de-obra local e praticando uma política salarial justa;

Implementação do Plano de Monitorização, por forma a detectar a existência de eventuais desvios aos impactes esperados e proceder à sua correcção atempada.

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O EIA prognostica que a implementação das medidas de minimização propostas ao longo do

Estudo de Impacte Ambiental trará benefícios directos e indirectos sobre a generalidade dos

descritores ambientais.

4.2 Impactes Positivos

Com a implementação do Projecto estão previstos os seguintes impactes de carácter positivo

com maior significado:

1. Socioeconomia - impactes decorrentes da produção de um recurso mineral que trará

um mais-valia socioeconómicas e a possibilidade da criação e manutenção de postos

de trabalho;

2. Paisagem – impactes resultantes das acções propostas para requalificação e

revitalização da paisagem em relação à situação actual.

São preconizados também impactes positivos, embora de menor magnitude, ao nível da

Geologia (estabilização geológica da área) e Ecologia (recuperação biofísica do local).

Segundo o EIA, os impactes identificados como introdutores de efeitos positivos serão alvo de

medidas de potenciação, nomeadamente:

Valorização da socioeconomia da ilha das Flores, privilegiando a contratação de

mão-de-obra local e promovendo uma política salarial justa;

Implementação adequada das tarefas de recuperação propostas, de modo a

recuperar e revitalizar a área do projecto ao nível biofísico, possibilitando, no futuro,

a sua utilização para outros usos do solo;

Maximização do aproveitamento económico e industrial do recurso geológico

explorado.

Estudo de Impacte Ambiental

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5 Alternativas ao Projecto

O EIA considera e avalia duas soluções alternativas ao Projecto, ponderando, por um lado, a

ausência de intervenção na área do Projecto (Alternativa A) e, por outro lado, o estabelecimento de

um projecto com a mesma tipologia em área prevista no Plano Director Municipal de Lajes das Flores,

situada no lugar de Ribeira do Loureiro (Alternativa B).

A implementação da Alternativa A, correspondente à ausência de intervenção na área do

Projecto, segundo o EIA, implicaria impactes de carácter negativo em vários descritores ambientais,

sendo os de maior relevância relacionados com a Geologia, Paisagem e Socioeconomia.

Ao nível da Geologia não seria aproveitado um recurso mineral já revelado e seria potenciada

a erosão das massas rochosas expostas; ao nível da Paisagem não seria recuperado o local e manter-

se-ia a baixa qualidade paisagística; ao nível da Socioeconomia, o principal impacte decorreria da

possível rotura do stock de areias ao nível de ilha.

A opção pela Alternativa B, segundo o EIA, implicaria, de modo genérico, os mesmos impactes

que os decorrentes da implementação do Projecto, agravados pelo facto da área da alternativa B

preservar a sua morfologia natural, os seus solos serem mais abundantes e dotados de maior

revestimento vegetal, bem como pelo facto da área compreender linhas de água de regime torrencial.

A tabela seguinte expõe as vantagens e desvantagens comparativas identificadas pelo EIA

entre a implementação do Projecto e as duas soluções alternativas estudadas.

Tabela 5.I| Síntese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Projecto e as Soluções alternativas

Alternativa Principais vantagens Principais desvantagens

Projecto Recuperação da área intervencionada

Abastecimento das necessidades do recurso mineral

Actividade industrial enquanto foco gerador de impactes ambientais

Alternativa A

Ausência de intervenção

Ausência de actividade industrial enquanto foco gerador de impactes ambientais

Ausência de recuperação da área já intervencionada

Rotura de abastecimento do recurso mineral

Alternativa B

Ribeira do Loureiro Abastecimento das necessidades do recurso

mineral

Introdução de um novo foco de impactes ambientais num local de considerável sensibilidade ambiental

Não recuperação da área já intervencionada

Estudo de Impacte Ambiental

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6 Monitorização dos Impactes Negativos Previstos

No regime de Avaliação de Impacte Ambiental a monitorização é uma das actividades

fundamentais do processo de pós-avaliação, pelo que, tendo como base a avaliação de impactes

realizada e as medidas de minimização propostas, propõe-se monitorizar todos os impactes

identificados como negativos e significativos.

A tabela seguinte inclui os impactes que se propõe monitorizar, a respectiva metodologia a

aplicar e periodicidade

Tabela 6.I| Síntese dos impactes a monitorizar

Impacte a monitorizar Metodologia Periodicidade Meio de

verificação

Alteração da morfologia do terreno

Avaliação dos taludes

(geometria, altura, friabilidade e estabilidade) Anual

Relatório anual

Potenciação da erosão e dispersão de materiais

Verificação da rede de drenagem e valas

(posição, dimensão e estado de conservação) Semestral

Alteração da rede de drenagem de águas

superficiais

Remoção de espécies florísticas protegidas

Elaboração de mapa estatístico com indicação das espécies protegidas removidas e taxa de sucesso de

replantação Semestral

Descontinuidade visual da paisagem

Verificação de cumprimento das medidas do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística

(evolução da área de ocupação e implementação de cortinas arbóreas)

Semestral

Ocupação do solo

Levantamento topográfico da área do Projecto

Verificação da promoção de alterações na área do Parque Natural das Flores, em relação à situação de

referência, ao longo de uma faixa de 50 metros a partir do limite Norte da área do Projecto*

Anual

* Monitorização a decorrer até a descativação da área prioritária para a recuperação

O Estudo de Impacte Ambiental propõe que os resultados da monitorização sejam registados

em fichas próprias, de acordo com a periodicidade definida para cada impacte seleccionado e que

seja entregue à Autoridade Ambiental um relatório de monitorização anual, onde serão analisados e

compilados todos os resultados das monitorizações efectuadas.

Apesar de se considerarem apenas os impactes negativos significativos como alvo de

acompanhamento regular em plano de monitorização geral, o Estudo de Impacte Ambiental refere

que não se devem ser descurados os restantes impactes, para os quais poderão ser, também,

propostas medidas de minimização e monitorização específicas.

Estudo de Impacte Ambiental

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7 Considerações Finais

Qualquer intervenção sobre um meio natural implica, inevitavelmente, a introdução de

impactes, quer sobre o ambiente, quer sobre o próprio ser humano.

A indústria extractiva, enquanto consumidora de um recurso geológico e agindo directamente

sobre o ambiente, acarreta, desde logo, diversos impactes ambientais e socioeconómicos.

Pelo facto do Projecto analisado estar localizado na proximidade de uma área sensível, os

possíveis efeitos negativos poderiam, à partida, ser muito significativos. Fundamentalmente por este

motivo procedeu-se à realização de um Estudo de Impacte Ambiental.

Não desconsiderando a sensibilidade ecológica do local, o Estudo de Impacte Ambiental foi

elaborado de forma conjugada com a situação actual da zona de implantação do Projecto, que

compreende uma área extractiva sem recuperação. Esta apresenta um baixo valor ambiental e

paisagístico que, mediante a ausência de intervenção, implicará a potenciação dos actuais impactes.

Posto isto, o Estudo de Impacte Ambiental foi desenvolvido tendo em conta o actual

enquadramento socioeconómico, ambiental e paisagístico do Projecto, recorrendo aos dados obtidos

por pesquisa bibliográfica e ao conhecimento recolhido no próprio local de estudo.

Por não haver, na actualidade, nenhum local para extracção de areias na ilha das Flores,

estudou-se uma localização alternativa. A alternativa considerada implicaria, de forma genérica, os

mesmos impactes que os decorrentes da implementação do Projecto. No entanto, em comparação

com o Projecto, ao nível de determinados descritores os impactes seriam amplificados

Partindo do pressuposto que as medidas apresentadas no Projecto e no Estudo de Impacte

Ambiental serão devidamente implementadas, a equipa técnica responsável pelo estudo prevê que,

no cômputo geral e caso o Projecto seja aprovado, a situação ambiental da área de estudo seja

gradualmente beneficiada, salvaguardando a área sensível limítrofe de impactes negativos

significativos.

A equipa técnica responsável pelo presente Estudo de Impacte Ambiental perspectiva que,

com o término do projecto, a qualidade ambiental da área de estudo seja melhor que a registada na

situação de referência, não inviabilizando assim o aproveitamento económico do recurso mineral.