responsabilidade civil prof. dr. clayton reis. a responsabilidade civil do mÉdico e o atual cÓdigo...

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RESPONSABILIDADE CIVIL P RESPONSABILIDADE CIVIL P rof. Dr. Clayton Reis. rof. Dr. Clayton Reis. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO E O ATUAL CÓDIGO DE ÉTICA E O ATUAL CÓDIGO DE ÉTICA

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO MÉDICO E O ATUAL CÓDIGO DE ÉTICAE O ATUAL CÓDIGO DE ÉTICA

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

A MEDICINA A MEDICINA • A A MedicinaMedicina busca a busca a

saúde humana por saúde humana por meio de estudos, meio de estudos, diagnósticos e diagnósticos e tratamentos, e no tratamentos, e no conceito mais amplo, conceito mais amplo, aliviar o sofrimento aliviar o sofrimento humano e manter o humano e manter o seu bem estar seu bem estar global. global.

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O PROFISSIONAL DA SAÚDE O PROFISSIONAL DA SAÚDE • MEDICINAMEDICINA• ODONTOLOGIAODONTOLOGIA• PSICOLOGIAPSICOLOGIA• ENFERMAGEMENFERMAGEM• NUTRIÇÃONUTRIÇÃO• FISIOTERAPIAFISIOTERAPIA• FARMÁCIAFARMÁCIA• FONOAUDIOLOGIAFONOAUDIOLOGIA• TERAPIA OCUPACIONALTERAPIA OCUPACIONAL• BIOMEDICINABIOMEDICINA• VETERINÁRIAVETERINÁRIA• ACUPUNTURAACUPUNTURA

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A ÉTICAA ÉTICA

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CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICACÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA * * Resolução 1.931 17/09/2009 Resolução 1.931 17/09/2009 em vigor a partir de 13/04/2010.em vigor a partir de 13/04/2010. PRINCIPAIS MUDANÇASPRINCIPAIS MUDANÇAS • ESCLARECE MELHOR O “CONSENTIMENTO INFORMADO”ESCLARECE MELHOR O “CONSENTIMENTO INFORMADO”• PRONTUÁRIO LEGÍVEL;PRONTUÁRIO LEGÍVEL;• PROÍBE ACESSO ESCOLHA DE SEXO NA REPRODUÇÃO ASSISTIDA;PROÍBE ACESSO ESCOLHA DE SEXO NA REPRODUÇÃO ASSISTIDA;• PRÍBE CRIAÇÃO DE SERES HUMANOS GENETICAMENTE MODIFICADOS;PRÍBE CRIAÇÃO DE SERES HUMANOS GENETICAMENTE MODIFICADOS;• PROÍBE CRIAÇÃO DE EMBRIÕES PARA INVESTIGAÇÃO;PROÍBE CRIAÇÃO DE EMBRIÕES PARA INVESTIGAÇÃO;• RESPONSABILIDADE DO MÉDICO É SUBJETIVA;RESPONSABILIDADE DO MÉDICO É SUBJETIVA;• PROÍBE RECEITAS, ATESTADOS, LAUDOS DE FORMA SECRETA OU PROÍBE RECEITAS, ATESTADOS, LAUDOS DE FORMA SECRETA OU

ILEGÍVEL, SEM A DEVIDA IDENTIFICAÇÃO E SEU N. DE REGISTRO NO ILEGÍVEL, SEM A DEVIDA IDENTIFICAÇÃO E SEU N. DE REGISTRO NO CRM;CRM;

• PROÍBE QUE INTERESSES PECUNIÁIOS, POLÍTICOS OU OUTROS PROÍBE QUE INTERESSES PECUNIÁIOS, POLÍTICOS OU OUTROS INTERFIRAM NA ESCOLHA DOS MELHORES MEIOS DE PREVENÇÃO, INTERFIRAM NA ESCOLHA DOS MELHORES MEIOS DE PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO OU TRATAMENTOS DISPONÍVEIS NO INTERESSE DA DIAGNÓSTICO OU TRATAMENTOS DISPONÍVEIS NO INTERESSE DA SAÚDE DO PACIENTE OU DA SOCIEDADE.SAÚDE DO PACIENTE OU DA SOCIEDADE.

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CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICACÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA NOVIDADESNOVIDADES

INTIMIDADE GENÉTICA: INTIMIDADE GENÉTICA: • XXIV “Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres XXIV “Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres

humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos

sujeitos da pesquisa.”sujeitos da pesquisa.”• XXV “Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas XXV “Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas

tecnologias, o médico zelará pelas para que as pessoas não tecnologias, o médico zelará pelas para que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada à herança sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada à herança

genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.”integridade.”

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CONSENTIMENTO CONSENTIMENTO INFORMADOINFORMADO• ““Não há como proceder um tratamento de saúde, Não há como proceder um tratamento de saúde,

sem que haja uma intervenção no corpo ou na sem que haja uma intervenção no corpo ou na mente do paciente, informando riscos, benefícios mente do paciente, informando riscos, benefícios

e possíveis consequências. e possíveis consequências. • Para que esta intervenção aconteça de forma Para que esta intervenção aconteça de forma legítima, há que ter o consentimento do paciente, legítima, há que ter o consentimento do paciente,

considerando que o consentimento (do latim considerando que o consentimento (do latim consentireconsentire) significa a concordância entre as ) significa a concordância entre as

partes, a opinião uniforme.”partes, a opinião uniforme.”

ROBERTO, Luciana Mendes Pereira. ROBERTO, Luciana Mendes Pereira. Responsabilidade Civil do Profissional de Saúde e Responsabilidade Civil do Profissional de Saúde e Consentimento Informado. Consentimento Informado. Curitiba: Juruá, 2006, p. 24Curitiba: Juruá, 2006, p. 24

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TEORIA GERAL DOS DIREITOS TEORIA GERAL DOS DIREITOS DA PERSONALIDADEDA PERSONALIDADE

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DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE NO CÓDIGO DE ÉTICANO CÓDIGO DE ÉTICA

• Art. 28 “Desrespeitar o interesse e a Art. 28 “Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer integridade do paciente em qualquer instituição na qual esteja recolhido, instituição na qual esteja recolhido,

independentemente da própria vontade.independentemente da própria vontade.• § único – Caso ocorram quaisquer atos § único – Caso ocorram quaisquer atos

lesivos à personalidade e à saúde física lesivos à personalidade e à saúde física ou mental dos pacientes confiados ao ou mental dos pacientes confiados ao

médico, este estará obrigado a denunciar médico, este estará obrigado a denunciar o fato ao CRM.”o fato ao CRM.”

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OS DIREITOS DA OS DIREITOS DA PERSONALIDADEPERSONALIDADE• Os direitos da personalidade são um reconhecimento da dignidade Os direitos da personalidade são um reconhecimento da dignidade

da pessoa humana e devem ser respeitados independente de da pessoa humana e devem ser respeitados independente de qualquer formalismo, tipicidade ou positividade. qualquer formalismo, tipicidade ou positividade.

• CC - Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os CC - Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,

não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.• Na incidência da ação violadora em face do paciente, a este cabe o Na incidência da ação violadora em face do paciente, a este cabe o

direito de pleitear a cessão da lesão e ainda requerer indenização direito de pleitear a cessão da lesão e ainda requerer indenização por danos morais e outros que do ato sucederem.por danos morais e outros que do ato sucederem.

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OS DIREITOS DA OS DIREITOS DA PERSONALIDADEPERSONALIDADE• ““O homem tem direito ao livre exercício da sua O homem tem direito ao livre exercício da sua

personalidade, e o Estado, o dever de defendê-personalidade, e o Estado, o dever de defendê-la mediante a tutela jurídica. la mediante a tutela jurídica.

• A A intangibilidadeintangibilidade dos direitos da dos direitos da personalidade e o direito ao seu exercício personalidade e o direito ao seu exercício

asseguram ao homem a sua realização como asseguram ao homem a sua realização como entidade autônoma, no mundo de massificação. entidade autônoma, no mundo de massificação.

• Somente o homem livre pode realizar-se como Somente o homem livre pode realizar-se como ser integral, uma vez que, sendo o ser humano ser integral, uma vez que, sendo o ser humano

a obra prima da criação, merece ser a obra prima da criação, merece ser integralmente valorizadointegralmente valorizado.”.”

REIS, Clayton. REIS, Clayton. Dano Moral. Dano Moral. 5 ed. Atualizada e Ampliada5 ed. Atualizada e Ampliada. . Rio de Janeiro: Forense, 2010 p. 144Rio de Janeiro: Forense, 2010 p. 144

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PATRIMÔNIO MORALPATRIMÔNIO MORAL• Vicent RáoVicent Ráo: “A moral deve ser o : “A moral deve ser o

fundamento do direito, exatamente pelo fundamento do direito, exatamente pelo significado e importância que representa significado e importância que representa

para todo Ordenamento.” Assinala para todo Ordenamento.” Assinala Clayton ReisClayton Reis::

• ““É o princípio moral que dá sustentação É o princípio moral que dá sustentação aos postulados do direito e este, por sua aos postulados do direito e este, por sua vez, constitui o fundamento sobre o qual vez, constitui o fundamento sobre o qual o homem ético constrói o seu patrimônio o homem ético constrói o seu patrimônio

ideal.ideal.

RÁO, Vicente. RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. O direito e a vida dos direitos. 5 ed. São Paulo: RT, 1999, p. 715 ed. São Paulo: RT, 1999, p. 71REIS, Clayton. REIS, Clayton. Dano Moral. Dano Moral. 5 ed. Atualizada e Ampliada5 ed. Atualizada e Ampliada. . Rio de Janeiro: Forense, 2010 p. 143Rio de Janeiro: Forense, 2010 p. 143

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DANO MORALDANO MORAL• Ação de indenização - Ação de indenização - Troca de bebês na maternidadeTroca de bebês na maternidade - - Responsabilidade objetiva Responsabilidade objetiva

do hospital - Danos morais caracterizadosdo hospital - Danos morais caracterizados - Procedência - Quantum indenizatório - - Procedência - Quantum indenizatório - Fixação com prudente arbítrio - Correção monetária devida desde a data do evento Fixação com prudente arbítrio - Correção monetária devida desde a data do evento

danoso - A relação existente entre o hospital e seus pacientes caracteriza-se como de danoso - A relação existente entre o hospital e seus pacientes caracteriza-se como de consumo, e por esta razão, na análise do pedido indenizatório formulado em face consumo, e por esta razão, na análise do pedido indenizatório formulado em face

daquele, aplica-se a responsabilidade objetiva, do que se conclui que não há que se daquele, aplica-se a responsabilidade objetiva, do que se conclui que não há que se perquirir culpa. - Havendo prova de que realmente houve a troca dos recém nascidos perquirir culpa. - Havendo prova de que realmente houve a troca dos recém nascidos dentro da maternidade, dúvida não há quanto à obrigação indenizatória do nosocômio dentro da maternidade, dúvida não há quanto à obrigação indenizatória do nosocômio visto que é evidente que o fato é capaz de gerar dano de ordem moral. - A fixação da visto que é evidente que o fato é capaz de gerar dano de ordem moral. - A fixação da indenização por dano moral deve ser feita com prudente arbítrio, de modo a evitar o indenização por dano moral deve ser feita com prudente arbítrio, de modo a evitar o

enriquecimento ilícito, mas também não pode ser irrisória.enriquecimento ilícito, mas também não pode ser irrisória.

• Acórdão Nº 1.0223.03.110974-5/001(1) de TJMG. 15/07/ 2008 Acórdão Nº 1.0223.03.110974-5/001(1) de TJMG. 15/07/ 2008

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DIREITO À VIDADIREITO À VIDA

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DIREITO À VIDADIREITO À VIDA• ““Quando se reporta a Quando se reporta a direitos da pessoa direitos da pessoa

humanahumana e até dos e até dos direitos e garantias direitos e garantias individuais individuais como cláusula pétrea está falando como cláusula pétrea está falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa, de direitos e garantias do indivíduo-pessoa,

que se faz destinatário dos direitos que se faz destinatário dos direitos fundamentais “à fundamentais “à vidavida, à liberdade, à , à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade”, igualdade, à segurança e à propriedade”, entre outros direitos e garantias igualmente entre outros direitos e garantias igualmente

distinguidos com o timbre da distinguidos com o timbre da fundamentalidade, como direito à saúde e ao fundamentalidade, como direito à saúde e ao

planejamento familiar. planejamento familiar. ”” MINISTRO (STF) CARLOS AYRES BRITTO – MINISTRO (STF) CARLOS AYRES BRITTO – Relator da ADIn 3510Relator da ADIn 3510 (Julga (Julga

improcedente ADI que requereu impugnação em bloco do art. 5o. Da Lei improcedente ADI que requereu impugnação em bloco do art. 5o. Da Lei 11.105/05 – Biossegurança, interposta pelo Procurador Geral da República - 11.105/05 – Biossegurança, interposta pelo Procurador Geral da República -

PUBLICAÇÃO DJE 28/05/2010 PUBLICAÇÃO DJE 28/05/2010

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DIGNIDADE HUMANADIGNIDADE HUMANA

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DIGNIDADE HUMANADIGNIDADE HUMANA• Maria Celina Bodin de MoraesMaria Celina Bodin de Moraes explica: “A raiz explica: “A raiz

etimológica da palavra “dignidade” provem do etimológica da palavra “dignidade” provem do latim latim dignus – dignus – “aquele que merece estima e honra, “aquele que merece estima e honra,

aquele que é importante”.aquele que é importante”.[1][1]• Diz que a sua utilização correspondeu sempre a Diz que a sua utilização correspondeu sempre a pessoas, mas foi referida, ao longo da Antiguidade, pessoas, mas foi referida, ao longo da Antiguidade, apenas à espécie humana como um todo, sem que apenas à espécie humana como um todo, sem que

tenha havido qualquer personificação.tenha havido qualquer personificação.

[[1]1] BREUVART, Jean-Marie. BREUVART, Jean-Marie. Le concept philosophique de dignité Le concept philosophique de dignité humaine. Revue d´etique et théologie morale, n. 191, 1994, p. humaine. Revue d´etique et théologie morale, n. 191, 1994, p. 104-105.APUD 104-105.APUD MORAES, Maria Celina Bodin de. MORAES, Maria Celina Bodin de. Danos à pessoa Danos à pessoa humana: uma leitura civil constitucional dos danos morais humana: uma leitura civil constitucional dos danos morais , p , p

77.77.

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DIGNIDADE HUMANADIGNIDADE HUMANAIMPERATIVO CATEGÓRICOIMPERATIVO CATEGÓRICO• Immanuel KantImmanuel Kant propôs a dignidade como propôs a dignidade como imperativo imperativo

categóricocategórico**, segundo o qual, o homem é um fim em si , segundo o qual, o homem é um fim em si mesmo, não podendo jamais ser “coisificado” ou utilizado mesmo, não podendo jamais ser “coisificado” ou utilizado como meio de obtenção de qualquer objetivo. como meio de obtenção de qualquer objetivo.

• Para Kant, Para Kant, “Todo ser humano deve conceber o valor da “Todo ser humano deve conceber o valor da dignidade como absoluto, no limite em que sua dignidade como absoluto, no limite em que sua racionalidade determine”.racionalidade determine”. Segundo o autor, Segundo o autor,

• ““As coisas, que podem ser trocadas por algo equivalente, As coisas, que podem ser trocadas por algo equivalente, têm preço, as pessoas, dignidade”.têm preço, as pessoas, dignidade”.

• Por que "Por que "imperativo categóricoimperativo categórico"? "? Imperativo,Imperativo, porque é um dever moral. porque é um dever moral. CategóricoCategórico, , porque atinge a todos, sem exceção.porque atinge a todos, sem exceção.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

DIGNIDADE HUMANADIGNIDADE HUMANAA ESSÊNCIA DO INDIVÍDUOA ESSÊNCIA DO INDIVÍDUO

• A essencialidade e amplitude conferidas à A essencialidade e amplitude conferidas à dignidade da pessoa humana impedem que ela dignidade da pessoa humana impedem que ela

seja reduzida a um conceito, eis que compreende o seja reduzida a um conceito, eis que compreende o ser humano na sua integridade psíquica e física e ser humano na sua integridade psíquica e física e garante o mínimo existencial para a plenitude da garante o mínimo existencial para a plenitude da

realização da personalidade dos valores da realização da personalidade dos valores da personalidade do indivíduo. personalidade do indivíduo.

* KANT, Immanuel, * KANT, Immanuel, Fundamentação da metafísica da dos costumes. Fundamentação da metafísica da dos costumes. Trad. Trad.

Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2003Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2003, , p. 75. p. 75.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

INTEGRIDADE FÍSICA E INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOSSOMÁTICAPSICOSSOMÁTICA

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

INTEGRIDADE FÍSICA E INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOSSOMÁTICAPSICOSSOMÁTICA

• Os direitos da personalidade configuram um Os direitos da personalidade configuram um conteúdo mínimo para a proteção da pessoa conteúdo mínimo para a proteção da pessoa

humana, que incide sobre a sua humana, que incide sobre a sua vida, integridade vida, integridade física, psíquica, imagem, honra, nome, física, psíquica, imagem, honra, nome, intimidade, liberdades e vida privada.intimidade, liberdades e vida privada.

• Basta que uma pessoa sinta-se ameaçada física ou Basta que uma pessoa sinta-se ameaçada física ou moralmente, para poder requerer as providências do moralmente, para poder requerer as providências do

Judiciário, eis que os direitos da personalidade Judiciário, eis que os direitos da personalidade devem estar acima de qualquer constrangimento devem estar acima de qualquer constrangimento

legal ou burocrático. legal ou burocrático. [1][1]• [1][1] BRASIL: BRASIL: Código Civil BrasileiroCódigo Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) Art. 12. Pode-se exigir que cesse a (Lei 10.406/2002) Art. 12. Pode-se exigir que cesse a

ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.outras sanções previstas em lei.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FUNDAMENTOS DA FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADERESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL DA SAÚDEDO PROFISSIONAL DA SAÚDE

• PROF. DR. MIGUEL KFOURI NETOPROF. DR. MIGUEL KFOURI NETO ASSINALA COM CLAREZA SOLAR: “A ASSINALA COM CLAREZA SOLAR: “A

responsabilidade desses profissionais que responsabilidade desses profissionais que produzem morte, inabilitação para o trabalho produzem morte, inabilitação para o trabalho

ou ferimento, funda-se na culpa, de ser o ou ferimento, funda-se na culpa, de ser o dano provocado por um dano provocado por um erroerro na sua profissão. na sua profissão.

• O direito exige que tais profissionais exerçam O direito exige que tais profissionais exerçam sua arte com cautelas e precauções sua arte com cautelas e precauções

necessárias ao resguardo da vida e da saúde necessárias ao resguardo da vida e da saúde do paciente”do paciente”

NETO, Miguel Kfouri. NETO, Miguel Kfouri. Responsabilidade Civil do Médico. Responsabilidade Civil do Médico. 3 ed. São Paulo:RT, 1998.3 ed. São Paulo:RT, 1998.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERROERRO• ERROERRO = FALTA, ENGANO, DESVIO, DEFICIÊNCIA, = FALTA, ENGANO, DESVIO, DEFICIÊNCIA,

DESREGRAMENTO, FALHA, DESLIZE, DESACERTO, DESREGRAMENTO, FALHA, DESLIZE, DESACERTO,

INCORREÇÃO,INEXATIDÃO,OMISSÃO.INCORREÇÃO,INEXATIDÃO,OMISSÃO.Errare humanun est. Homo sum et nihil humani a me alienum

puto.(Brocardo latino – autor desconhecido)

“Errar é humano. Nada do que é humano me é estranho.”

Posto ninguém ser infalível, na conjugação do verbo “errar” comerciantes, industriais, arcebispos, médicos, magistrados,

promotores advogados, procuradores, professores e presidentes... todos somos passíveis de erros!

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERRO MÉDICOERRO MÉDICO• Erro Médico Erro Médico - A falta de atenção, de - A falta de atenção, de

precaução e até má fé por parte de precaução e até má fé por parte de profissionais de qualquer área pode levar a profissionais de qualquer área pode levar a equívocos. Mas quando esses profissionais equívocos. Mas quando esses profissionais

são médicos, um erro pode significar a são médicos, um erro pode significar a invalidez e até a morte do paciente. invalidez e até a morte do paciente.

• Os médicos se defendem alegando que o Os médicos se defendem alegando que o exercício da profissão é prejudicado pelas exercício da profissão é prejudicado pelas

péssimas condições de trabalho, péssimas condições de trabalho, principalmente na rede pública, e a principalmente na rede pública, e a

existência de muitos cursos de medicina sem existência de muitos cursos de medicina sem condições de funcionamento. condições de funcionamento.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

Quando se caracteriza o Quando se caracteriza o erro?erro?CULPA EM SENTIDO CULPA EM SENTIDO ESTRITOESTRITONEGLIGÊNCIANEGLIGÊNCIA IMPRUDÊNCIAIMPRUDÊNCIA IMPERÍCIAIMPERÍCIA

Falta de Falta de cuidadocuidado

(ação omissiva)(ação omissiva)Deixa de fazer o necessárioDeixa de fazer o necessário

Violação das Violação das regras de regras de condutaconduta

(ação comissiva)(ação comissiva)Faz o que não deveriaFaz o que não deveria

Falta de Falta de habilidadehabilidade

Não tem preparo técnico para Não tem preparo técnico para fazê-lofazê-lo

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERRO MÉDICOERRO MÉDICO• No Piauí (Piripiri) a No Piauí (Piripiri) a

criança deu criança deu entrada no Hospital entrada no Hospital para fazer cirurgia para fazer cirurgia na coluna.na coluna.

• Por erro médico, foi Por erro médico, foi realizada no realizada no pescoço.pescoço.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

BRIGA DE OBSTETRAS NO CENTRO BRIGA DE OBSTETRAS NO CENTRO CIRÚRGICO LEVA BEBÊ A ÓBITOCIRÚRGICO LEVA BEBÊ A ÓBITO

• O Conselho Regional de O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Medicina de Mato Grosso do

Sul (CRM/MS) abriu Sul (CRM/MS) abriu sindicância e estipulou prazo sindicância e estipulou prazo

de 10 dias para que os de 10 dias para que os médicos apresentassem médicos apresentassem

defesa prévia.defesa prévia.• O trabalho de parto só foi O trabalho de parto só foi

iniciado uma hora e meia iniciado uma hora e meia depois da discussão. depois da discussão.

• O atestado de óbito do bebê O atestado de óbito do bebê indica sofrimento fetal e indica sofrimento fetal e

anoxia - falta de oxigenação anoxia - falta de oxigenação decorrente de demora ou decorrente de demora ou

complicação no parto. complicação no parto. (Fonte: Jornal O Globo 26/02/2010)(Fonte: Jornal O Globo 26/02/2010)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERROERRO• No início de março, Josias Sobral, de 26 anos, portador de No início de março, Josias Sobral, de 26 anos, portador de

síndrome de Down, com um problema renal, precisava síndrome de Down, com um problema renal, precisava receber soro na veia para não morrer de desidratação. Foi receber soro na veia para não morrer de desidratação. Foi

acomodado num almoxarifado do Hospital Municipal Miguel acomodado num almoxarifado do Hospital Municipal Miguel Couto, que fica na Gávea, um dos bairros mais ricos da Couto, que fica na Gávea, um dos bairros mais ricos da

cidade. O hospital estava lotado de pacientes com dengue. cidade. O hospital estava lotado de pacientes com dengue.

• Filho de uma das enfermeiras, Sobral foi posto sentado Filho de uma das enfermeiras, Sobral foi posto sentado numa cadeira encostada no fundo do depósito. Rodeado de numa cadeira encostada no fundo do depósito. Rodeado de caixas de papelão, com o soro pendurado numa prateleira, caixas de papelão, com o soro pendurado numa prateleira,

era o retrato do abandono da saúde pública no Rio de era o retrato do abandono da saúde pública no Rio de Janeiro. A cena foi flagrada pelo fotógrafo Felipe Varanda, Janeiro. A cena foi flagrada pelo fotógrafo Felipe Varanda, de ÉPOCA. Disfarçado, Varanda acompanhou uma vistoria de ÉPOCA. Disfarçado, Varanda acompanhou uma vistoria

realizada pelo defensor público André Ordacgy e pelo realizada pelo defensor público André Ordacgy e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Conselho Regional de Medicina do Rio

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERROERRO

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

Superlotação de UTI pode ser causa Superlotação de UTI pode ser causa da morte de 19 bebêsda morte de 19 bebês • Para não omitir socorro e salvar Para não omitir socorro e salvar

vidas, os hospitais improvisam: vidas, os hospitais improvisam: pegam equipamentos pegam equipamentos

emprestados e transformam salas emprestados e transformam salas comuns em UTIs. comuns em UTIs.

• É o que acontece, por exemplo, É o que acontece, por exemplo, em Jales, Araçatuba, Catanduva e em Jales, Araçatuba, Catanduva e

São José do Rio Preto. Em São José do Rio Preto. Em Guararapes, uma sala foi Guararapes, uma sala foi

improvisada para um parto de improvisada para um parto de risco; o bebê morreu. Em Rio risco; o bebê morreu. Em Rio

Preto e Araçatuba, a superlotação Preto e Araçatuba, a superlotação que provocou infecção hospitalar que provocou infecção hospitalar nas UTIs levou à morte outros 19 nas UTIs levou à morte outros 19

bebês. bebês.

(Fonte: Folha de São Paulo 29/05/2010)(Fonte: Folha de São Paulo 29/05/2010)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FALTA DE LEITOFALTA DE LEITO

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERRO MÉDICOERRO MÉDICODEMORA NO PARTO (sucção de DEMORA NO PARTO (sucção de fezes)fezes)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

ERRO MÉDICOERRO MÉDICOcirurgia de apendicitecirurgia de apendicite

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

STJ julga improcedente STJ julga improcedente ação de indenização de ação de indenização de pacientepaciente

• STJ julgou improcedente ação de paciente que alegou ter a STJ julgou improcedente ação de paciente que alegou ter a equipe médica esquecido dentro de seu corpo fragmento de equipe médica esquecido dentro de seu corpo fragmento de

agulha cirúrgica.agulha cirúrgica.• Após ter deixado a unidade intensiva o paciente foi informadoApós ter deixado a unidade intensiva o paciente foi informado

do acontecido e optou por fazer o procedimento em outra do acontecido e optou por fazer o procedimento em outra ocasião deixando o objeto no lugar que estava. ocasião deixando o objeto no lugar que estava.

• Confirmando, assim, a defesa do hospital que alegou Confirmando, assim, a defesa do hospital que alegou não haver não haver esquecimentoesquecimento e sim a decisão intencional de encerrar a cirurgia e sim a decisão intencional de encerrar a cirurgia

com rapidez para evitar o agravamento da situação e depois com rapidez para evitar o agravamento da situação e depois extrair o fragmento de metal sem risco de morte para o extrair o fragmento de metal sem risco de morte para o

paciente.paciente.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

DANOS MORAIS: Hospital DANOS MORAIS: Hospital terá de indenizar pacienteterá de indenizar paciente

• Em 1992 (BH) a paciente se submeteu a uma cirurgia Em 1992 (BH) a paciente se submeteu a uma cirurgia abdominal. A cirurgia nunca cicatrizou completamente.abdominal. A cirurgia nunca cicatrizou completamente.

• Após 10 anos, foi submetida a uma nova cirurgia, em outro Após 10 anos, foi submetida a uma nova cirurgia, em outro hospital que encontrou em seu organismo um fio cirúrgico hospital que encontrou em seu organismo um fio cirúrgico

de cor azul conectado a uma agulha, o que lhe causou de cor azul conectado a uma agulha, o que lhe causou seqüelas internas e externas, em razão da deformidade seqüelas internas e externas, em razão da deformidade

física, face ao apodrecimento do tecido.física, face ao apodrecimento do tecido.• Ao julgar o recurso de apelação, o desembargador Antônio Ao julgar o recurso de apelação, o desembargador Antônio

de Pádua concluiu que o CDC é aplicável ao caso em de Pádua concluiu que o CDC é aplicável ao caso em questão.questão.

• ““A A responsabilidaderesponsabilidade da instituição hospitalar, que exerce da instituição hospitalar, que exerce típica atividade de prestação de serviços, típica atividade de prestação de serviços, é objetivaé objetiva e deve e deve ser examinada à luz das regras do CDC”, enfatiza o relator.ser examinada à luz das regras do CDC”, enfatiza o relator.

• Processo:1.0074.03.017359-0/001 TJMGProcesso:1.0074.03.017359-0/001 TJMG

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

INJEÇÃO DE CONTEÚDO TÓXICOINJEÇÃO DE CONTEÚDO TÓXICOAPLICADA POR PESSOA NÃO HABILITADA APLICADA POR PESSOA NÃO HABILITADA (estagiária do hospital)(estagiária do hospital)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FORMAÇÃO DO FORMAÇÃO DO PROFISSIONALPROFISSIONAL

• Depois da supervisão de 17 cursos de medicina Depois da supervisão de 17 cursos de medicina que obtiveram baixo desempenho no que obtiveram baixo desempenho no EnadeEnade

(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), o MEC (Ministério da Educação) cancelou uma o MEC (Ministério da Educação) cancelou uma

graduação e poderá cortar 370 vagas em 8 cursos.graduação e poderá cortar 370 vagas em 8 cursos.

• Disponível em Disponível em http://educacao.uol.com.brhttp://educacao.uol.com.br (06/06/2010)(06/06/2010)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FACULDADES DE MEDICINA FACULDADES DE MEDICINA CREDENCIADAS PELO MECCREDENCIADAS PELO MEC

• RS = 11RS = 11• SC = 9SC = 9• PR = 9PR = 9• SP = 29SP = 29• RJ = 15RJ = 15• MG = 26MG = 26• ES = 5ES = 5

Total Regiões Sul e Sudeste = 104Total Regiões Sul e Sudeste = 104

• Disponível em Disponível em http://emec.mec.gov.brhttp://emec.mec.gov.br (06/06/2010) (06/06/2010)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FACULDADES DE MEDICINA FACULDADES DE MEDICINA CREDENCIADAS PELO MECCREDENCIADAS PELO MEC

• MS = 3MS = 3• MT = 2MT = 2• GO = 3GO = 3

• DF = GODF = GO

Total Região Centro Oeste = 8Total Região Centro Oeste = 8• Disponível em Disponível em http://portal.mec.gov.brhttp://portal.mec.gov.br (06/06/2010) (06/06/2010)

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FACULDADES DE MEDICINA FACULDADES DE MEDICINA CREDENCIADAS PELO MECCREDENCIADAS PELO MEC

• BA = 6BA = 6• SE = 5SE = 5• AL = 2AL = 2• PB = 5PB = 5• PE = 5PE = 5• RN = 3RN = 3• CE = 5CE = 5• PI = 4 PI = 4 • MA = 3MA = 3

Total Região Nordeste = 38Total Região Nordeste = 38

• Disponível em Disponível em http://portal.mec.gov.brhttp://portal.mec.gov.br (06/06/2010) (06/06/2010)

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FACULDADES DE MEDICINA FACULDADES DE MEDICINA CREDENCIADAS PELO MECCREDENCIADAS PELO MEC

• AP = 1AP = 1• RR = 1RR = 1• AM = 3AM = 3• RO = 4RO = 4• AC = 0AC = 0• TO = 4TO = 4• PA = 3PA = 3

• Total Região Norte = 16Total Região Norte = 16

TOTAL BRASIL = 166TOTAL BRASIL = 166

• Disponível em Disponível em http://portal.mec.gov.brhttp://portal.mec.gov.br (06/06/2010) (06/06/2010)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FACULDADES DE MEDICINA FACULDADES DE MEDICINA Situação atualSituação atual

• Atualmente existem Atualmente existem 166166 escolas de medicina, escolas de medicina, oferecendo anualmente 16.762 vagas, nos últimos 3 oferecendo anualmente 16.762 vagas, nos últimos 3

anos o governo autorizou 2 cursos novos por ano, um anos o governo autorizou 2 cursos novos por ano, um número bem reduzido se comparado a primeira gestão número bem reduzido se comparado a primeira gestão do governo Lula onde foram criados aproximadamente do governo Lula onde foram criados aproximadamente

40 novos cursos. 40 novos cursos.

Fonte: Wilson de Matos Silva Filho, Vice-Reitor do CESUMAR- Centro Fonte: Wilson de Matos Silva Filho, Vice-Reitor do CESUMAR- Centro Universitário de Maringá.Universitário de Maringá.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

FALTAM MÉDICOS FALTAM MÉDICOS NO PARANÁNO PARANÁ•Atualmente o Brasil precisa de Atualmente o Brasil precisa de

mais médicos.mais médicos.•Para se ter uma idéia, no Paraná Para se ter uma idéia, no Paraná

temos dezenas de municípios temos dezenas de municípios que não possuem médicos e esta que não possuem médicos e esta realidade aumenta, provocando realidade aumenta, provocando um retrocesso na saúde pública. um retrocesso na saúde pública.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE CIVILCIVIL• Responsabilidade civil é como se impõe a determinada pessoa Responsabilidade civil é como se impõe a determinada pessoa

o reparo a prejuízo causado a outrem, via indenizatória, por o reparo a prejuízo causado a outrem, via indenizatória, por fato próprio ou de pessoa ou coisas que dela dependamfato próprio ou de pessoa ou coisas que dela dependam . . [1][1]

• Logo, deve ser entendida como um dever jurídico sucessivo Logo, deve ser entendida como um dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente de um dever que surge para recompor o dano decorrente de um dever jurídico originário.jurídico originário. [2][2]

Ou seja, a RC do profissional da saúde é subjetiva e o Ou seja, a RC do profissional da saúde é subjetiva e o ônus da prova cabe a quem alega.ônus da prova cabe a quem alega.

[1][1] CAVALIERI, Sérgio Filho. Programa de responsabilidade civil. 6 ed. São CAVALIERI, Sérgio Filho. Programa de responsabilidade civil. 6 ed. São Paulo: Malheiros; p. 25Paulo: Malheiros; p. 25

[2][2] COUTINHO, Léo Meyer. Código de ética médica comentado. 3 ed. COUTINHO, Léo Meyer. Código de ética médica comentado. 3 ed. Florianópolis: Editora OAB/SC; p.153.Florianópolis: Editora OAB/SC; p.153.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE CIVILMÉDICO = PROVA DA MÉDICO = PROVA DA CULPACULPA• Para alguns autores franceses, “É deveras Para alguns autores franceses, “É deveras

perigoso adotar-se a responsabilidade sem perigoso adotar-se a responsabilidade sem culpa no âmbito médico(..) Isso faria com culpa no âmbito médico(..) Isso faria com que se equiparassem o médico estudioso, que se equiparassem o médico estudioso,

atento e diligente com o profissional atento e diligente com o profissional descuidado que nunca mais abriu um livro descuidado que nunca mais abriu um livro

de medicina desde sua formatura. de medicina desde sua formatura. [1][1][1][1] CHAMMARD, Gerges Boyer et Monzein, Paul. CHAMMARD, Gerges Boyer et Monzein, Paul. La Responsabilité La Responsabilité

médicale, p. 114 e ss. médicale, p. 114 e ss. SAVATIER, RenéSAVATIER, René, Traité de la Responsabiilité , Traité de la Responsabiilité Civile em Droit Français, Civile em Droit Français, t. I, p. 361; MÉMETEAU, Gérard et t. I, p. 361; MÉMETEAU, Gérard et

Méllenec, Louis. Méllenec, Louis. Traité de Droit Médical, t. 2, p. 103-194. Traité de Droit Médical, t. 2, p. 103-194. APUDAPUD NETO, Miguel Kfouri. NETO, Miguel Kfouri. Responsabilidade Civil do Médico. Responsabilidade Civil do Médico. 3 3

ed. São Paulo:RT, 1998, p. 31.ed. São Paulo:RT, 1998, p. 31.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE CIVILObjetiva e SubjetivaObjetiva e Subjetiva

Fato ou AtoFato ou Ato Nexo CausalNexo Causal DanoDano

Ação ou Ação ou OmissãoOmissão Nexo CausalNexo Causal DanoDano

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE CIVILNORMAS APLICÁVEISNORMAS APLICÁVEIS

• CF Art. 5°, V e X;CF Art. 5°, V e X;• CC. Art. 186, 927, 931 a 935 e 942 a 951;CC. Art. 186, 927, 931 a 935 e 942 a 951;

• CDC - Lei 8.078/90: CDC;CDC - Lei 8.078/90: CDC;• Art. 2° (define consumidor); Art. 2° (define consumidor); • Art. 3° § 2° (define serviço); Art. 3° § 2° (define serviço);

• Art. 6° § 3° (direito de informação); Art. 6° § 3° (direito de informação); • Art. 14, § 4° - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO Art. 14, § 4° - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO

PROFISSIONAL LIBERALPROFISSIONAL LIBERAL• Resolução 1.931 17/09/2009 (Código de Ética)Resolução 1.931 17/09/2009 (Código de Ética)

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE CIVILEXCLUDENTES EXCLUDENTES

• CASO FORTUITO - CASO FORTUITO - circunstância provocada por fatos circunstância provocada por fatos humanos inevitáveis e imprevisíveis. (assalto, greve..)humanos inevitáveis e imprevisíveis. (assalto, greve..)

• FORÇA MAIOR - FORÇA MAIOR - o evento provocado pela natureza, o evento provocado pela natureza, imprevisto, alheio à vontade da parte e que a impediu imprevisto, alheio à vontade da parte e que a impediu

de praticar o ato. (enchentes, incêndios...)de praticar o ato. (enchentes, incêndios...)

• CULPA EXCLUSIVA DO PACIENTE (abandono do CULPA EXCLUSIVA DO PACIENTE (abandono do tratamento, situações anteriores ao tratamento...)tratamento, situações anteriores ao tratamento...)

• ESTADO DE NECESSIDADE (sacrifício da vida da mãe ESTADO DE NECESSIDADE (sacrifício da vida da mãe em benefício do filho, amputação de membro..)em benefício do filho, amputação de membro..)

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NATUREZA JURÍDICANATUREZA JURÍDICA

É CONTRATUALÉ CONTRATUAL* escrito ou verbal* escrito ou verbal

* oneroso ou gratuito.* oneroso ou gratuito.

EXCEPCIONALMENTE EXTRACONTRATUAL

FALTA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE ATO ILÍCITO

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RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE DOS EMPRESÁRIOS DA DOS EMPRESÁRIOS DA SAÚDESAÚDE

SÃO PESSOAS JURÍDICAS SÃO PESSOAS JURÍDICAS A Responsabilidade dos hospitais é objetiva, caracteriza A Responsabilidade dos hospitais é objetiva, caracteriza

relação de consumo e é regulada pelo CC e CDC.relação de consumo e é regulada pelo CC e CDC.• HOSPITALHOSPITAL• CLÍNICACLÍNICA

• MANICÔMIOMANICÔMIO• ASILOASILO

• LABORATÓRIOLABORATÓRIO• FARMÁCIAFARMÁCIA

• PLANO DE SAÚDEPLANO DE SAÚDE

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ACIDENTE EM GOIÂNIA 1987ACIDENTE EM GOIÂNIA 1987RESPONSABILIDADE DOS HOSPITAISRESPONSABILIDADE DOS HOSPITAIS

• Acidente radiológico de GoiâniaAcidente radiológico de Goiânia foi um grave foi um grave episódio de episódio de contaminaçãocontaminação por por radioatividaderadioatividade

ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 13 de setembro de 19871987, quando um aparelho , quando um aparelho

utilizado em utilizado em radioterapiasradioterapias das instalações de um das instalações de um hospital abandonado foi encontrado por hospital abandonado foi encontrado por

catadores de papel, na zona central de catadores de papel, na zona central de GoiâniaGoiânia. . • Encantado com o brilho do pó, o dono do Ferro Encantado com o brilho do pó, o dono do Ferro Velho passou a mostrá-lo e distribuí-lo a amigos e Velho passou a mostrá-lo e distribuí-lo a amigos e

parentes.parentes.• O instrumento, irresponsavelmente deixado no O instrumento, irresponsavelmente deixado no

hospital, foi encontrado por catadores de hospital, foi encontrado por catadores de papel,que entenderam tratar-se de sucata. papel,que entenderam tratar-se de sucata.

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Odesson Alves Ferreira era irmão de DevairOdesson Alves Ferreira era irmão de Devair VÍTIMA DO CÉSIO 137VÍTIMA DO CÉSIO 137

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ACIDENTE EM GOIÂNIA 1987ACIDENTE EM GOIÂNIA 1987RESPONSABILIDADE DOS HOSPITAISRESPONSABILIDADE DOS HOSPITAIS

• Goiânia sofreu o pior acidente radioativo em área urbana do mundo. Goiânia sofreu o pior acidente radioativo em área urbana do mundo. Foram contaminadas 675 pessoas. Quatro morreram na época por Foram contaminadas 675 pessoas. Quatro morreram na época por

hemorragia ou infecção. Ao longo dos anos, outras 59 faleceram por hemorragia ou infecção. Ao longo dos anos, outras 59 faleceram por conta de doenças desenvolvidas pela contaminação. A maioria foi conta de doenças desenvolvidas pela contaminação. A maioria foi

vítima de algum tipo de câncer. vítima de algum tipo de câncer. Devair, o dono do ferro-velho, morreu sete anos após o acidente por Devair, o dono do ferro-velho, morreu sete anos após o acidente por cirrose desenvolvida depois do contato com o Césio-137. Algumas cirrose desenvolvida depois do contato com o Césio-137. Algumas pessoas precisaram se aposentar ainda jovens e todas aquelas que pessoas precisaram se aposentar ainda jovens e todas aquelas que

haviam sido contaminadas sofreram grande discriminação. haviam sido contaminadas sofreram grande discriminação. Hoje, 20 anos depois do acidente, apenas 249 pessoas recebem uma Hoje, 20 anos depois do acidente, apenas 249 pessoas recebem uma pensão do governo, outros 800 pedidos aguardam decisão na Justiça. pensão do governo, outros 800 pedidos aguardam decisão na Justiça.

• Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é responsável pelas Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é responsável pelas atividades de fiscalização das atividades nucleares no Brasil, vem atividades de fiscalização das atividades nucleares no Brasil, vem respondendo por inúmeras ações de indenização ajuizadas por respondendo por inúmeras ações de indenização ajuizadas por

vítimas do Césio 137. vítimas do Césio 137.

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TALIDOMIDATALIDOMIDA

• A A talidomidatalidomida (C13H10N2O4) é uma substância (C13H10N2O4) é uma substância usualmente utilizada como medicamento usualmente utilizada como medicamento sedativosedativo

, , antiinflamatórioantiinflamatório e e hipnóticohipnótico. Devido às . Devido às anomalias que provoca no feto, tal substância anomalias que provoca no feto, tal substância

deve ser evitada durante a gravidez. deve ser evitada durante a gravidez.

FONTE: Gerson Oliveira Penna, Celina M. T. Martelli, Mariane M. A. FONTE: Gerson Oliveira Penna, Celina M. T. Martelli, Mariane M. A. Stefani, Vanize O. Macedo, Maria de Fátima Maroja, Aiçar Chaul Stefani, Vanize O. Macedo, Maria de Fátima Maroja, Aiçar Chaul

(2005). “(2005). “Talidomida no tratamento de hanseníase: revisão Talidomida no tratamento de hanseníase: revisão sistemática dos ensaios clínicos e perspectivas de novas sistemática dos ensaios clínicos e perspectivas de novas

infestigaçõesinfestigações." ." Anais Brasileiros da Dermatologia 2005.Anais Brasileiros da Dermatologia 2005.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

VÍTIMAS DA TALIDOMIDA VÍTIMAS DA TALIDOMIDA NA GAZETA DO POVO HOJENA GAZETA DO POVO HOJE• Na década de 90, a Na década de 90, a

associação das vítimas associação das vítimas ajuizou Ação Civil Pública ajuizou Ação Civil Pública por danos morais. De por danos morais. De acordo com a nova lei, acordo com a nova lei, as vítimas têm direito a as vítimas têm direito a receber uma indenização receber uma indenização de 50 mil reais, desde de 50 mil reais, desde que renunciem às que renunciem às demais indenizações.demais indenizações.

• FONTE: Gazeta do Povo Caderno FONTE: Gazeta do Povo Caderno Vida e Cidadania HOJE: Vida e Cidadania HOJE: 10/06/201010/06/2010

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TALIDOMIDATALIDOMIDA

• A tragédiaA tragédia: Logo no final dos anos 1950 e início dos anos : Logo no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, nasceram milhares de crianças com defeitos de 1960, nasceram milhares de crianças com defeitos de

nascença: sem parte dos braços, sem pernas, com nascença: sem parte dos braços, sem pernas, com problemas em órgãos internos como o coração, rins e problemas em órgãos internos como o coração, rins e

intestinos, com problemas de visão e audição, afora aqueles intestinos, com problemas de visão e audição, afora aqueles bebês que não sobreviveram. A causa logo ficou clara: era o bebês que não sobreviveram. A causa logo ficou clara: era o uso da talidomida que causava todos estes problemas que uso da talidomida que causava todos estes problemas que

receberam o nome de receberam o nome de Síndrome da Talidomida FetalSíndrome da Talidomida Fetal. .

• Mesmo algumas mulheres que tinham usado apenas um ou Mesmo algumas mulheres que tinham usado apenas um ou dois comprimidos no início da gravidez tiveram filho afetado. dois comprimidos no início da gravidez tiveram filho afetado. Por causa deste terrível efeito, a medicação foi retirada do Por causa deste terrível efeito, a medicação foi retirada do mercado e os afetados mercado e os afetados têm direito a uma indenização têm direito a uma indenização

até os dias de hoje.até os dias de hoje.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE PLANOS DE SAÚDEPLANOS DE SAÚDE

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RC DOS PLANOS DE SAÚDERC DOS PLANOS DE SAÚDE

• ““A responsabilidade civil das pessoas jurídicas A responsabilidade civil das pessoas jurídicas que atuam na área da saúde não difere da que atuam na área da saúde não difere da

responsabilidade de qualquer empresa responsabilidade de qualquer empresa prestadora de serviço em uma relação de prestadora de serviço em uma relação de

consumo.”consumo.”[1].[1].• Planos de saúde vinculados a determinado Planos de saúde vinculados a determinado

hospital ou cooperativa respondem hospital ou cooperativa respondem objetivamente e solidariamente pelos atos de objetivamente e solidariamente pelos atos de

seus prepostos, com ou sem vínculo seus prepostos, com ou sem vínculo trabalhista com a pessoa jurídica do plano.trabalhista com a pessoa jurídica do plano.

[1] HIRONAKA, Giselda Maria F. Novaes. [1] HIRONAKA, Giselda Maria F. Novaes. Responsabilidade Civil.Responsabilidade Civil.São Paulo: RT, 2008.São Paulo: RT, 2008.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL LABORATÓRIOS E FARMACÊUTICOSLABORATÓRIOS E FARMACÊUTICOS

• A responsabilidade dos A responsabilidade dos laboratórioslaboratórios de análises de análises clínicas é objetiva. Devem garantir a exatidão dos clínicas é objetiva. Devem garantir a exatidão dos

resultados.resultados.• Os Os farmacêuticos farmacêuticos são proibidos de PRESCREVER são proibidos de PRESCREVER

MEDICAMENTOS, APLICAR INJEÇÕES OU FAZEREM MEDICAMENTOS, APLICAR INJEÇÕES OU FAZEREM CURATIVOS, funções que deveriam ser exercidas CURATIVOS, funções que deveriam ser exercidas

por um enfermeiro.por um enfermeiro.• Devem atuar exclusivamente na manipulação de Devem atuar exclusivamente na manipulação de fórmulas prescritas por médico e não podem sugerir fórmulas prescritas por médico e não podem sugerir

medicamento ao consumidor.medicamento ao consumidor.• Os farmacêuticos têm o dever de sigilo semelhante Os farmacêuticos têm o dever de sigilo semelhante

aos demais profissionais da saúde.aos demais profissionais da saúde.

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

JURISPRUDÊNCIAS TJPRJURISPRUDÊNCIAS TJPR

• Responsabilidade civil – Responsabilidade civil – Dano moralDano moral – Cirurgia de – Cirurgia de natureza estética nas mamas natureza estética nas mamas e no abdômen da autora – e no abdômen da autora – obrigação de resultado obrigação de resultado assumida pelo requerido – assumida pelo requerido – Embelezamento não Embelezamento não ocorridoocorrido – Elevação do valor – Elevação do valor – correção monetária- – correção monetária- incidência a partir do evento incidência a partir do evento danoso, acrescida de juros de danoso, acrescida de juros de mora. mora.

T Ap. Cível Ac 2265838 PR 02265838 TJPRT Ap. Cível Ac 2265838 PR 02265838 TJPR

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JURISPRUDÊNCIA TJSPJURISPRUDÊNCIA TJSP

CIRURGIA PLÁSTICA NO ABDOMENCIRURGIA PLÁSTICA NO ABDOMEN Complicações no pós-operatório. Complicações no pós-operatório. Problemas na cicatrização. Autora Problemas na cicatrização. Autora tinha ciência dos riscos que tinha ciência dos riscos que poderiam lhe advir pelo uso do poderiam lhe advir pelo uso do cigarro. Perícia médica que cigarro. Perícia médica que constatou técnica adequada pelo constatou técnica adequada pelo profissional. profissional. Culpa do médico Culpa do médico afastada.afastada. Descabimento Descabimento indenizatórioindenizatório. Dano moral não . Dano moral não configurado. Apelo do réu provido e configurado. Apelo do réu provido e desprovido o apelo da autora. desprovido o apelo da autora.

Apelação n° 994.09.299731-Apelação n° 994.09.299731-6. 18/05/20106. 18/05/2010

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JURISPRUDÊNCIAS TJRSJURISPRUDÊNCIAS TJRS

• Gravidez após a Gravidez após a colocação de colocação de dispositivo intra-dispositivo intra-uterino (DIU) não uterino (DIU) não gera dever de gera dever de indenizar. A decisão indenizar. A decisão é da 5ª Câmara é da 5ª Câmara Cível do TJRS que Cível do TJRS que manteve decisão de manteve decisão de 1º Grau da Juíza de 1º Grau da Juíza de Direito Rosana Direito Rosana Broglio Garbin. Broglio Garbin.

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JURISPRUDÊNCIAS STJJURISPRUDÊNCIAS STJ• O STJ entende que deve ser O STJ entende que deve ser

aplicado o Código de Defesa do aplicado o Código de Defesa do Consumidor (CDC) aos serviços Consumidor (CDC) aos serviços prestados por profissionais prestados por profissionais liberais, inclusive médicos. liberais, inclusive médicos.

• Nestes casos, prescreve em cinco Nestes casos, prescreve em cinco anos a pretensão à reparação, anos a pretensão à reparação, contados do conhecimento do dano contados do conhecimento do dano ou de sua autoria. ou de sua autoria.

• No entanto, a presidente da No entanto, a presidente da Segunda Seção, ministra Nancy Segunda Seção, ministra Nancy Andrighi, ressalta que há uma Andrighi, ressalta que há uma peculiaridade:peculiaridade:

• ““A responsabilidade do médico, A responsabilidade do médico, ao contrário do que ocorre no ao contrário do que ocorre no restante das leis consumeristas, restante das leis consumeristas, continua sendo subjetiva, ou continua sendo subjetiva, ou seja, depende da prova da culpa seja, depende da prova da culpa do médico” do médico”

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STF – GUARDIÃO DA CFSTF – GUARDIÃO DA CF

DECISÃO: Trata-se de agravo de DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil. 102, III, “a”, da Constituição do Brasil. 2. Alega-se, no extraordinário, ofensa 2. Alega-se, no extraordinário, ofensa ao disposto nos artigos 1º, 5º, LIV e LV, ao disposto nos artigos 1º, 5º, LIV e LV, e 93, IX, da CB/88. 3. Deixo de e 93, IX, da CB/88. 3. Deixo de examinar a preliminar de repercussão examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. 323]. Se inexiste questão Se inexiste questão constitucional, não há como se constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões repercussão geral das questões constitucionais discutidas no casoconstitucionais discutidas no caso” ” [CB/88, art. 102, III, § 3º]. 4. O agravo [CB/88, art. 102, III, § 3º]. 4. O agravo não merece provimento.não merece provimento.

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Número de processos por erro Número de processos por erro médicomédicono STJ cresce 155% em seis anosno STJ cresce 155% em seis anos

• Nos últimos Nos últimos 6 6 anos, os processos judiciaisanos, os processos judiciaispor erro médico que chegaram ao Supremopor erro médico que chegaram ao Supremo

Tribunal de Justiça (STJ) aumentaram Tribunal de Justiça (STJ) aumentaram 155%.155%. Em 2004, foram Em 2004, foram 120 120 ações. Até o final do últimoações. Até o final do último

mês de outubro, eram mês de outubro, eram 360360 novos processos – novos processos –a maioria questionando a responsabilidade civila maioria questionando a responsabilidade civil

dos profissionais da saúde.dos profissionais da saúde.Fonte: Assessoria de Imprensa do STJ.Fonte: Assessoria de Imprensa do STJ.

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ASSESSORIA DE IMPRENSA DO STJASSESSORIA DE IMPRENSA DO STJ

• Atualmente, estão em análise no STJ Atualmente, estão em análise no STJ 444 processos sobre o tema. 444 processos sobre o tema.

• A assessoria de imprensa do órgão A assessoria de imprensa do órgão informa que não há levantamento informa que não há levantamento

sobre o número de médicos sobre o número de médicos condenados, pois muitas ações ainda condenados, pois muitas ações ainda

não foram julgadas.não foram julgadas.

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PRONTUÁRIOS MAL ELABORADOSPRONTUÁRIOS MAL ELABORADOSERRO FATALERRO FATAL

• A vice-presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde explica: "No Brasil A vice-presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde explica: "No Brasil temos temos péssimos prontuáriospéssimos prontuários, os registros da enfermagem não são padronizados, , os registros da enfermagem não são padronizados,

o o diagnóstico muitas vezes é passado oralmentediagnóstico muitas vezes é passado oralmente, e não por escrito, e assim , e não por escrito, e assim não é possível provar que houve erro médico". Ela também acrescenta que não é possível provar que houve erro médico". Ela também acrescenta que a alta a alta

rotatividade dos profissionais da saúde, como enfermeiros e auxiliaresrotatividade dos profissionais da saúde, como enfermeiros e auxiliares, , dificulta o registro das etapas do tratamento do paciente.dificulta o registro das etapas do tratamento do paciente.

• Ela cita o caso da dona de casa Verônica Barros, que morreu na manhã de sábado Ela cita o caso da dona de casa Verônica Barros, que morreu na manhã de sábado no Rio de Janeiro: no Rio de Janeiro:

• "O marido da vítima foi comunicado do suposto erro médico por meio de uma "O marido da vítima foi comunicado do suposto erro médico por meio de uma ligação anônima; ligação anônima; depois de cair e bater a cabeça, um coágulo se formou no depois de cair e bater a cabeça, um coágulo se formou no lado esquerdo do cérebro de Verônica, conforme indicou o raio-x, mas a lado esquerdo do cérebro de Verônica, conforme indicou o raio-x, mas a

equipe médica teria operado o lado direito da cabeça da paciente.equipe médica teria operado o lado direito da cabeça da paciente.””

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COMO EVITAR O ERRO COMO EVITAR O ERRO MÉDICOMÉDICO

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A ÉTICA DA VIDA (vídeo)A ÉTICA DA VIDA (vídeo)• (Cora Coralina)(Cora Coralina)

Que o profissional da Que o profissional da saúde saúde

possa possa amar amar cada vez cada vez mais o mais o

seu seu trabalhotrabalho,, exercendo-o com exercendo-o com

ética.ética.• ““O O amoramor e o e o trabalho trabalho

são as grandes virtudes são as grandes virtudes do ser humano.” do ser humano.”

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RESPONSABILIDADE CIVIL ProRESPONSABILIDADE CIVIL Prof. Dr. Clayton Reis.f. Dr. Clayton Reis.

CONCLUSÕESCONCLUSÕES

A VIDA É UM BEM SUPREMO. E, COMO TAL, A VIDA É UM BEM SUPREMO. E, COMO TAL, DEVE SER PRESERVADA EM TODAS AS SUAS DEVE SER PRESERVADA EM TODAS AS SUAS

DIMENSÕES.DIMENSÕES.