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Pr. Nataniel Sabino RESGATANDO OS VERDADEIROS VALORES DA FAMÍLIA Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 15- n° 57 - Abril / Maio / Junho - 2018

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Pr. Nataniel Sabino

RESGATANDO OS VERDADEIROS

VALORES DA FAMÍLIA

Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense

Ano 1

5- n

° 57

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018

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NOTA DE ESCLARECIMENTONOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A REVISTA

PALAVRA E VIDA DO 1º TRIMESTRE DE 2018: “MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – OBEDIÊNCIA AO IDE DE CRISTO”

A Revista Palavra & Vida existe há 14 anos com o objetivo de apoiar as Igrejas, refletindo sobre a Bíblia como suficiente Palavra de Deus, expressão da doutrina, base para despertamento e edificação espiri-tual, com oferta de estudos estruturados e nela fundamentados, con-forme nossa fé, princípios e valores firmados na Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira. Somos muito gratos a Deus por esse instrumento e afirmamos que continuaremos investindo nos valores do Reino, sempre conforme orientação da bendita Palavra de Deus.

Visando esclarecer dúvidas suscitadas na revista ano 15, número 56, do primeiro trimestre de 2018, especificamente em relação às lições 8, 9 e 10, declaramos:

Lições 8 e 9 – “PATERNIDADE ESPIRITUAL” E “PAIS E MÃES ESPIRITUAIS”.

Nas lições 8 e 9 da revista, é mencionado o conceito de paternidade espiritual e o de pais e mães espirituais, incorrendo no equívoco defi-nido como “transferência de unção”, dando a ideia de “cobertura espi-ritual”, em que o líder tem autoridade para determinar aquilo que seu se-guidor deve fazer. O autor apresentou como base o texto de 1Coríntios 4.15-17 que, em nossa lucidez, não corrobora com tal interpretação, tão pouco dá suporte a um entendimento que fundamente a manipulação da consciência alheia, nem com a possibilidade de “transferência de unção”, típico dessa ideia equivocada de paternidade espiritual. A Con-venção Batista Fluminense é totalmente contrária a essa ideia com a qual não se identifica.

Lição 10 – UMA IGREJA ORGÂNICA.A expressão Igreja Orgânica, dentre as suas vertentes de inter-

pretação, também tem sido empregada para identificar um movimento que se levantou contra a igreja instituição, identificado como o grupo

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dos desigrejados, igreja independente, isto é, Cristo sim e igreja não. Combatem templos, dízimos, pastor titular com sustento ministerial, etc. Filosofia, interpretação e prática com a qual a Convenção Batista Fluminense não se identifica.

CREMOS QUE A IGREJA DE CRISTO É UM ORGANISMO VIVO, sendo uma comunidade local democrática e autônoma, formada de pessoas salvas, regeneradas e biblicamente batizadas. A Igreja é es-truturada numa organização a serviço do organismo vivo, que não tem um fim em si mesmo, mas é o meio pelo qual proclamamos o evangelho para a expansão do Reino até que Jesus venha. Logo, não despreza-mos a igreja como instituição, assembleia dos santos, (a Εκκλησία - Ekklesia), e nenhum dos outros aspectos pelos quais a Igreja de Cristo era identificada no Novo Testamento.

PEQUENOS GRUPOSA citação de Pequenos Grupos não é referência à “Igreja em célu-

las no modelo dos 12”, mas ao discipulado, assistência espiritual aos alcançados pela graça de Jesus para comunhão e crescimento na Pa-lavra, resultado de sólido mentoriamento e treinamento dos salvos para a obra do ministério.

Informamos ainda que o Departamento de Educação Religiosa pas-sará a ter cinco revisores bíblico-doutrinários, a saber:Pr. Francisco Nicodemos SanchesPr. Jailton Barreto RangelPr. Elias Muniz dos SantosPr. Hudson Galdino da SilvaPr. Pedro Salvador de Azevedo

Atenciosamente em Cristo,Pr. Vanderlei Batista Marins – Presidente da CBFPr. Amilton Ribeiro Vargas – Diretor ExecutivoPr. Marcos Zumpichiatte Miranda – Redator da Revista Palavra e Vida

NOTA DE ESCLARECIMENTO

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LIÇÕESSUMÁRIO LIÇÕES

02 FESTA DO AMOR1º DE MAIO - LAR BATISTA

05 CONGRESSO DE MISSÕES

03 PRIMEIRAS PALAVRASPR. AMILTON VARGAS

06 PLANO DE MISSÕES

07 PALAVRA DO REDATORA FAMÍLIA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

09 VIRA CRIANÇAENCONTRO DE LÍDERES

10CONGRESSO DE FAMÍLIASPR. NATANIEL SABINO

11 APRESENTAÇÃOPR. NATANIEL SABINO

RESGATANDO O CUIDADO

COM A FAMÍLIA12RESGATANDO A PRÁTICA

DO AMOR EM FAMÍLIA16RESGATANDO O DIÁLOGO

NA FAMÍLIA20RESGATANDO A ALEGRIA

DO CONVÍVIO NO LAR24RESGATANDO O LAZER

EM FAMÍLIA28RESGATANDO A PRÁTICA

DO PERDÃO NA FAMÍLIA32RESGATANDO O RESPEITO ENTRE

OS MEMBROS DA FAMÍLIA36FIDELIDADE NO CUMPRIMENTO

DA FUNÇÃO DOS PAIS40FIDELIDADE NO CUMPRIMENTO

DA FUNÇÃO DOS FILHOS44RESGATANDO OS VALORES

MORAIS NA FAMÍLIA48RESGATANDO O INTERESSE

PELA PALAVRA DE DEUS52RESGATANDO A DEVOÇÃO A

DEUS NA FAMÍLIA56RESGATANDO O PADRÃO DE

DEUS PARA A FAMÍLIA60

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PRIMEIRAS PALAVRAS

HONRANDO AOS NOSSOS LÍDERES

Quem acompanha esta seção “Primeiras Palavras” pode ver que ela sempre está fundamentada na Bíblia e, por esse motivo, merece atenção especial. Neste texto, em particular, peço atenção redobra-da, pois a Palavra de Deus diz que devemos dar duplicada honra aos que ministram bem sobre nós: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17).

Os que governam bem pagam um alto preço. Eles têm suas pró-prias preocupações, vida e família para cuidar, mas se dispõem a cui-dar também de nós, dando-nos seu tempo, seus ouvidos, ombros, mãos e seu coração, cuidando das coisas de Deus. Daí, reconhecê-los como dignos de duplicada honra é o míni-mo que podemos fazer.

Quando cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas. Mas como Deus faz isso? Através da mi-nha e da sua vida, pois Deus nos criou para cuidar uns dos outros! Ele colocou líderes sobre nossas vidas para nos liderar e nós preci-samos honrá-los. E como podemos fazer isso?

A Palavra de Deus nos ensina a considerá-los de uma maneira

distinta, embora sejam como nós, seres humanos de natureza fa-lha e finita, limitados e imperfeitos. Deus nos orienta: “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês” (Hb 13.17). Essa orientação é mais que um mandamento quanto à obediência, é um apelo à consideração. Isso não significa obedecer por obede-cer, mas obedecer por considerar que aquele líder vela pela nossa alma, que dá o melhor de si e se esforça por nós e o faz com alegria, não gemendo, como se estivesse carregando um fardo muito pesado.

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Quando honramos nossos líde-res, estamos abrindo um caminho de bênção para o nosso crescimento pessoal e familiar. Mas a questão é: Como pratico isso? Obedeça suas orientações, conforme o conselho de Jeosafá: “E pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém: Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis” (2Cr 20.20). A melhor maneira de honrar uma pessoa é dando crédito à sua palavra. Jesus disse: “Por-que me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que vos mando?” (Lc 6.46). De que adiantam as pala-vras e homenagens, se não provêm de um coração fiel e obediente? Para Deus “é melhor o obedecer do que o sacrificar” (1Sm 15.22).

Outra forma de honrar seu lí-der é protegê-lo, defendê-lo e não admitir que falem mal dele, pelo contrário, ressaltar suas virtudes e ajudar em suas deficiências. O Diabo é acusador. Não faça o papel do inimigo, meu irmão! O líder é e sempre será alvo de Satanás e a maledicência poderá ser uma arma demoníaca nas mãos daqueles que têm o coração tomado de inveja ou de rebelião. Peça a Deus o dom do discernimento e perceba que pes-soas carnais estão sempre fazendo comentários críticos sobre os líde-res. Basta ver nas consequências: o que está sendo dito resultará nas obras da carne ou no fruto do Espí-rito? Leia Gálatas 5.18-25... E aí: é obra da carne ou fruto do Espírito?

Não nos faltam exemplos bíblicos: quando Mirian e Arão resolveram fa-lar mal de Moisés, o Senhor agiu du-ramente: “meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa... como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés? E a ira do SENHOR contra eles se acen-deu; e retirou-se” (Nm 12.7-9). Deus fica indignado com alguém que fala mal de um líder espiritual, da mes-ma forma que se alegra com o que bendiz e apoia! Se você deseja ser abençoado por Deus, coloque em prática esse conselho.

Existe ainda outra maneira de honrar seu líder: abençoando-o com bens materiais. Cuide das necessi-dades materiais de seu líder, não deixe faltar nada, não o trate como empregado. Veja como Paulo orien-tou seus discípulos nesta questão: “Se nós vos semeamos as coi-sas espirituais, será muito reco-lhermos de vós bens materiais?” (1Co 9.11). Esta é uma atitude bí-blica! Seu líder cuida da coisa mais importante. Cuide dele, presenteie, oferte, sustente financeiramente com generosidade, invista na vida de seu líder espiritual, pois segun-do o mesmo ensino apostólico, isso “redunda em muitas graças a Deus” (2Co 9.12). Neste trimestre, quando estaremos pensando sobre resgatar os valores de Deus para a família, lembre-se da família de seu líder espiritual para honrá-la, aben-çoando-a na prática!

Obrigado! Muito obrigado, Se-nhor, por meus líderes!

Pr. Amilton VargasDiretor Executivo da CBF

Membro da PIB Universitária

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A Escola Bíblica Dominical é a maior e mais acessível agência de educação religiosa da Igreja. O seu principal objetivo é levar as crianças, adolescentes, jovens e adultos a aprenderem e a praticarem a Pala-vra de Deus. Por isso, ela é um fator determinante na formação espiritual, moral, social e cultural das famílias.

As famílias também preci-sam aprender a valorizar a Escola Bíblica Dominical como recurso ins-titucional para formação bíblica dos seus membros. O currículo da Es-cola Bíblica Dominical favorece um ambiente que assiste a todas as fai-xas etárias da Igreja. A família inteira pode ser abençoada através da ins-trução bíblica na Escola Dominical.

Dizem os estudiosos que a per-sonalidade humana é definida até os sete anos. O que aprendemos nessa fase refletirá decisivamente em nosso desenvolvimento psíquico, emocional, afetivo e social, influen-ciando-nos por toda a vida. Nesse

aspecto, ad-ve r tem-nos as Sagradas Esc r i t u ras : “Instrui o me-nino no cami-nho em que deve andar, e até quando envelhecer, não se des-viará dele” (Pv 22.6). Por conseguinte, a Escola Bíblica Dominical ajuda, e muito, no desenvolvimento da personalidade infantil, pois encaminha cada crian-ça no aprendizado cristão.

Os adolescentes e jovens são vítimas de muitas brutalidades so-ciais: álcool, drogas, sexo ilícito, delinquência, etc. Por isso mesmo, eles devem frequentar a Escola Bí-blica Dominical, pois lá serão aler-tados sobre todos esses males tão característicos de uma sociedade sem Deus. O salmista oferece um

PALAVRA DO REDATOR

A FAMÍLIA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

“Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e

temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e

aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir.”

Deuteronômio 31.12 e 13

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caminho seguro para que o jovem se previna dos males desse tem-po: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9). A Escola Bíblica Dominical está apta a ajudá--los a formar o seu caráter cristão, estimulando-os à leitura da Bíblia Sagrada e à prática da vida cristã em seu dia a dia (Jo 5.39). O gran-de evangelista Dwight Moody, se re-ferindo à Bíblia, disse: “Ou este livro me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro” 1.

E o adulto? Segundo o dicio-narista Aurélio, o termo “adulto” diz respeito ao “indivíduo que atingiu o completo desenvolvimento e che-gou à idade vigorosa; que atingiu a maioridade”. No âmbito psicológi-co, diz-se do “indivíduo que atingiu plena maturidade, expressa em ter-mos de adequada integração social e adequado controle das funções intelectuais e emocionais”. Além dos aspectos físicos e psicológicos, podemos também observá-lo pelo prisma social e espiritual. A maio-ria dos adultos está estabilizada na área financeira, familiar e social. Buscam coisas concretas e reais 2.

1 - https://frasescristas.wordpress.com/2012/05/10/frases-de-dwight-l-moody/2 - http://www.searanews.com.br/como-potencializar-e-dinamizar-o-ensino-para-adultos/

Aprender, entender e praticar no dia a dia os mandamentos da Palavra de Deus é importante em qualquer fase da vida humana, mas na fase adulta, Deus espera que, além de viverem, ensinem es-ses mandamentos aos seus filhos e netos, conforme nos diz o texto sagrado: “E será que existe outra grande nação que tenha manda-mentos e ensinamentos tão direi-tos como essa lei que estou lhes dando hoje? Portanto, tenham cui-dado e sejam fiéis para que nunca esqueçam das coisas que viram. E contem aos seus filhos e netos” (Dt 4.8-9 – NTLH).

Nenhuma instituição de ensino tem efeito tão benéfico sobre a famí-lia como a Escola Bíblica Dominical. Portanto, que as famílias valorizem e participem do aprendizado que a Escola Bíblica Dominical proporcio-na. Com certeza teremos famílias mais fortes com o conhecimento da Palavra de Deus.

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaRedator da Revista P&V

Diretor do Departamento de Educação Religiosa da CBF

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segurança de um convívio familiar feliz.Desejo a você um excelente estudo

e muita alegria em sua vida familiar!Aproveito o ensejo para, em nome da

minha família, desejar a você e à sua fa-mília um 2018 com muita paz no seu lar!

Com carinho,Pr. Nataniel Sabino

QUEM ESCREVEU

Queridos irmãos e alunos,Foi com imenso prazer que recebi

o convite para escrever as lições so-bre relacionamento familiar que serão estudadas neste 2º trimestre de 2018. Eu as escrevi com oração, pesquisas e observações. Desta maneira, posso afirmar que tanto os temas escolhidos, bem como o seu desenvolvimento, tive-ram como base a Palavra de Deus, as ciências comportamentais e as práticas cotidianas, o que confere às lições a segurança das Escrituras, a análise da psicologia familiar e a aplicação prática no dia a dia da vida no lar.

O tema família, por si só, já tem sua inigualável importância. Vivemos num momento da história em que es-tudar sobre família se torna ainda mais relevante, urgente e oportuno, pois há muitas famílias se perdendo. O divórcio se tornou tão comum quanto o casa-mento, fazendo com que este último já seja considerado uma instituição falida. O relacionamento entre pais e filhos também sofreu uma mudança radical, saindo de uma convivência caracteriza-da pela obediência dos filhos aos pais para um relacionamento cheio de confli-tos, desrespeitos, abandonos, etc.

Sempre me lembro da frase do escritor David O. Markey que diz: “Ne-nhum sucesso na vida compensa o fra-casso no lar”. Sendo assim, espero que você estude estas lições com o enten-dimento de que elas foram preparadas para que você pudesse proteger o seu maior bem na terra, que é a família.

O tema principal é resgate, pois a proposta é exatamente analisar os va-lores que precisam ser resgatados em cada família e, assim, dar às mesmas a

APRESENTAÇÃO

Pr. Nataniel Sabino Casado há 31 anos com Mônica Sa-

bino, é pai de Nataniel Jr. e Filipe Sabino.Formado em Teologia e Psicanálise

Clínica, é pastor da Igreja da Família em Nova Iguaçu.

Coordena os Projetos para famílias da CBF e atua como terapeuta e Coa-ching conjugal.

Autor de 15 livros e 5 revistas de EBD publicadas, é membro da Acade-mia Evangélica de Letras do Brasil.

Idealizador do curso para casais “Sou Casado e Feliz” e do seminário para ca-sais “Sinais de Perigo no Casamento”.

[email protected]

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LIÇÃO 1DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: 1Timóteo 5.8

RESGATANDO O CUIDADO COM A FAMÍLIA

Todas as nossas lições tratarão de resgate de valores na família. Desta maneira, iniciaremos falan-do sobre cuidados, pois se não houver o entendimento sobre o

cuidado que se deve ter para com a família, nenhum outro valor a ser resgatado despertará interesse.

Creio que todos concordam que estudar maneiras de se viver

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melhor em família seja algo muito importante. Se levarmos em conta que nossas famílias estão, nesses últimos tempos, sob um ataque in-tenso e constante das trevas, per-ceberemos que tentar encontrar maneiras de protegê-las e fortale-cê-las se torna uma tarefa urgente e constante.

Jesus conta uma parábola para nos sensibilizar a respeito das “tempestades” que vêm contra nossa casa: “Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa” (Mt 7.25 – NTLH). Essa previsão de Jesus está acontecendo em nossos dias de maneira intensa. Nossas casas, hoje, estão sendo açoita-das, sem tréguas, por fortes ventos de destruição. Há ataques contra a família vindo de todos os lados e o tempo todo. É urgente que nos po-sicionemos com firmeza, a fim de resistirmos às investidas das trevas contra nossas famílias.

Essa parábola de Jesus tornou--se perceptiva a todos. As “tempes-tades” estão batendo forte! Qual casa irá resistir? Muitas já foram destruídas. Quem teve seu lar des-truído por uma “tempestade” lamen-ta a sua perda e a falta de prudência na sua construção e proteção. Pre-cisamos cuidar de nossas famílias!

1. Cuidar da família é o primeiro testemunho de um crente

Todo crente em Jesus Cristo tem prazer em testemunhar do seu Se-

nhor. Todo crente quer ser usado como um vaso de honra nas mãos de Deus. Porém, o que a Palavra deixa claro é que o testemunho do crente começa dentro do seu lar, no cuidado com sua família.

O texto básico desta lição é mui-to contundente, diz que se um cren-te não cuida da sua família é pior do que um não crente. Cuidar da fa-mília é algo tão importante que está relacionado diretamente com a fé, ou seja, quem não cuida da família está negando as orientações das Escrituras, logo, está negando a fé.

2. Como cuidar?Quando se fala em cuidado da

família, o primeiro pensamento que pode ocorrer é em relação à violên-cia, principalmente nos centros ur-banos. Naturalmente que este nível de proteção também é necessário, pois a Bíblia diz que o sensato se protege e o insensato acaba mal: “A pessoa sensata vê o perigo e se es-conde; mas a insensata vai em fren-te e acaba mal.” (Pv 22.3 – NTLH). No entanto, há um nível de cuidado que se dá, não no plano físico, mas no emocional e espiritual.

Todo membro de uma família, que já tenha maturidade suficiente para entender o valor da mesma e a consciência de que precisa fazer a sua parte para o bem do lar, deve se empenhar no cuidado para com a sua família.

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3. Cuidamos da família quando a colocamos em primeiro lugar

A família é o bem mais importan-te que nós temos na vida. Apenas Deus vem antes da família, tudo o mais vem depois.

Quando um marido zela pelo seu casamento, tratando sua espo-sa como a pessoa mais importante de sua vida, ele está cuidando da família. Da mesma maneira, quan-do uma esposa dá atenção prioritá-ria a seu marido, ela está cuidando da sua família, pois não há família segura se o relacionamento conju-gal estiver fora dos trilhos. Um dos maiores cuidados que os pais de-vem ter para com os filhos é o bom exemplo na vida conjugal.

Quando os pais investem tem-po na convivência com seus filhos, mesmo que tenham que sacrificar outros afazeres, eles estão cuidan-do da família. Os filhos vêm antes dos amigos. É lamentável quando os pais sacrificam o relacionamen-to com os filhos para dar tempo aos amigos. Essa é uma inversão triste e perigosa, mas infelizmente, não rara. Os pais precisam compreender que seus filhos são prioridade. Pre-cisam investir neles o melhor do seu tempo e o melhor de seus recursos. 

Priorizar a família é tão impor-tante que a Bíblia diz que, se um homem deseja ser pastor e dirigir uma Igreja, ele primeiro deve dar o exemplo no cuidado com sua famí-lia. “Este ensinamento é verdadeiro: se alguém quer muito ser bispo na

Igreja, está desejando um trabalho excelente... deve ser um bom chefe da sua própria família e saber edu-car os seus filhos de maneira que eles lhe obedeçam com todo o res-peito. Pois, se alguém não sabe go-vernar a sua própria família, como poderá cuidar da Igreja de Deus?” (1Tm 3.1,4 e 5 – NTLH).

4. Cuidamos da família quando respeitamos a individualidade de seus membros

Mesmo que saibamos que o cuidado com a família precisa ser prioridade de toda a sociedade, isso não impede que cada um cui-de bem do ambiente interno de sua família. Esse cuidado parte do não exigir do outro a perfeição, saber equilibrar as expectativas em rela-ção a cada um, sem querer fazer cumprir apenas a vontade pessoal. Cada pessoa tem a sua maneira particular de ser, umas são mais extrovertidas, outras mais introver-tidas, ambas merecem cuidado e respeito na sua maneira de ser.

Os filhos são diferentes uns dos outros. Os pais não devem exigir que reajam da mesma maneira, mas devem respeitar a cada um do seu jeito, inclusive respeitando as limitações de cada um. O cônjuge precisa ser tratado com respeito e cuidados especiais. Devemos ficar atentos porque há muita expectati-va em torno do casamento. Homens e mulheres se casam esperando que o outro lhes atenda exatamente naquilo que desejam. Mas não se

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pode esquecer que cada pessoa tem seu perfil, suas virtudes, mas também seus limites. Os filhos de-vem respeitar a autoridade dos pais que foi dada por Deus e estes não devem irritar seus filhos na maneira de educá-los.

5. Cuidamos da família quando vivemos com moderação

Os excessos são perigosos. A moderação em toda a maneira de viver deve ser nosso alvo de vida. A moderação tanto serve para os excessos, quanto para a postura e comportamento. Em relação aos excessos, devemos evitá-los em to-dos os sentidos. Precisamos buscar o equilíbrio na vida em família. Veja-mos alguns exemplos:

Mulheres muito exigentes com a limpeza da casa provocam nos filhos o interesse pela rua ou pela casa dos amigos; pais muito exi-gentes com as notas da escola provocam desânimo nos filhos que não conseguem atingir a nota má-xima; cônjuges que exigem muito do outro provocam desinteresse em caminhar juntos. Pessoas muito nervosas, que perdem a paciência com facilidade, membros da família que gritam dentro de casa com os outros, pessoas que não relevam pequenos deslizes do outro, traz desarmonia na família.

Sem moderação no comporta-mento de seus membros, a família se sente desprotegida, pois o am-biente em que está instalada é o de medo ou de hostilidade. “Seja a vossa moderação conhecida de

todos os homens. Perto está o Se-nhor” (Fp 4.5 – ARA). Moderado, do grego  epieikes  significa razoá-vel, cordato, tendo também ideia de gentil, não briguento. Pode conter também a ideia de paciência, de saber suportar adversidades sem perder a razoabilidade.

Cuidamos da família quando vi-vemos com moderação!

Para pensar e agir:- O ambiente do seu lar transmi-

te segurança nos relacionamentos?- Você tem liberdade para ser

quem é, sem sentir constrangimen-to no seu lar?

- Você transmite segurança aos demais membros de sua família com seu jeito de ser?

- Sua família é prioridade em sua vida?

- Acha que o cuidado com a fa-mília é algo a ser resgatado em sua casa?

- O que você tem feito, ou pre-tende fazer, para garantir que seu lar seja um ambiente de segurança e respeito para todos?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: 1Timóteo 5.8

Terça: Mateus 7.25

Quarta: Provérbios 22.3

Quinta: 1Timóteo 3.1,4 e 5

Sexta: Filipenses 4.5

Sábado: Mateus 7.12

Domingo: Provérbios 1.7

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Hebreus 13.1

RESGATANDO A PRÁTICA DO AMOR EM FAMÍLIA

O amor é a base forte de toda família. Dele derivam todos os de-mais ingredientes capazes de ofe-recer a segurança e o prazer de um convívio familiar. As caracterís-ticas do amor, segundo a Palavra de Deus, são como fachos de luz

penetrando em um ambiente escu-ro, iluminando-o. Assim faz o amor no seio de uma família. Não existe possibilidade de resgatar o prazer do convívio familiar se não houver, prioritariamente, a prática do amor verdadeiro. O amor não falha!

LIÇÃO 2

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Lares onde o relacionamento é permeado pelo amor são lares be-los, serenos, seguros e saudáveis. Ao contrário do que muitos pensam e dizem, amar não é sentir gosto ou afeto pelo outro, amar é fazer o bem. Amar é praticar ações de amor. Existem algumas características que identificam o verdadeiro amor. São essas características que ates-tam se o relacionamento entre os membros da família tem como base a prática do amor ou não.

O apóstolo Paulo escreveu so-bre as características do amor: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensober-bece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não fol-ga com a injustiça, mas folga com a verdade;  tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1Co 13.4-8 – ARC). Cada membro da família deve, a partir dessas características, ava-liar como tem se portado no relacio-namento com os demais membros de sua família. Naturalmente que tal avaliação só terá validade se for se-guida de mudanças.

1. O amor é sofredorNa teoria: Isso significa que

amar não é uma ação apenas de quem está feliz e totalmente satis-feito, mas que, mesmo diante de uma insatisfação, a pessoa que ama de verdade, pratica o amor.

Podemos incluir na prática do amor o ato de aguentar o sofrimento sem retribuir o mal que causou a dor; admitir o estado doloroso suportan-do a contrariedade, sem adotar um comportamento de reclamações. Lembrando que tal comportamen-to não é uma resignação sacrifical permanente, mas um ato acompa-nhado da esperança de que a dor terá seu fim pela força do amor.

Na prática: Muitos membros da família exigem que tudo esteja sempre do jeito que eles querem, não são capazes de suportar um mínimo de contrariedade sem fazer reclamações e exigências de mu-dança. Muitos lares poderiam ser mais felizes se houvesse a prática do amor bíblico. Mas o que temos visto são famílias cuja convivência de seus membros é permeada por reclamações, acusações, insultos, exigências, etc. Não é de se admi-rar que o distanciamento entre os membros dessas famílias, principal-mente entre pais e filhos, aumente cada vez mais.

Essa afirmação do apóstolo Paulo não significa uma confor-mação com o sofrimento, mas o entendimento de que, em alguns casos, o amor aciona o seu lado sofredor e se utiliza dele para o bem do convívio. Um cuidado, po-rém, que se deve tomar é o de não ficar “jogando na cara” do outro o sofrimento que se passa, pois isso, de certa maneira, é uma forma de sofrer menos e assim descaracteri-

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za o sofrimento. Desta forma, trans-ferimos um pouco do sofrimento para o outro e isso não é compor-tamento do amor. Quando, mesmo sofrendo, as pessoas praticam atos de amor, isso coopera para a felici-dade no lar.

2. O amor é benigno Na teoria: Benignidade é qua-

lidade daquilo que faz bem. Uma pessoa que ama é benigna e afe-tuosa; não faz mal, procura ser sem-pre agradável e favorável ao outro.

Na prática: Dentro do lar, as pessoas deveriam ter uma postu-ra de procurar fazer o bem à outra. Digo procurar fazer, não apenas aproveitar a oportunidade de fazer o bem, mas procurar fazê-lo. Não uma benignidade eventual, mas constante; não oportunista, mas provocada. Existem agrados ines-perados que podem ser praticados pelos membros das famílias. To-dos os integrantes de uma família sabem das coisas que os demais gostam. Realizar essas coisas sem ser solicitado é o que caracteriza a benignidade. Tais práticas, ines-peradas, têm um enorme poder de causar felicidade no lar.

3. O amor não é invejoso Na teoria: A inveja se caracteri-

za pelo desejo de possuir um bem ou um sentimento que o outro pos-sui ou desfruta. A inveja cria uma competição entre as pessoas e a competição divide, e não ajunta.

A ausência da inveja põe todos do mesmo lado; todos vibram com as conquistas de cada um. Quem ama sente prazer em ver o outro reali-zando conquistas.

Na prática: A primeira grande tragédia no seio de uma família aconteceu por causa da inveja. Um irmão matou o outro porque Deus aprovou os seus atos, desprezando os dele: “O tempo passou. Um dia Caim pegou alguns produtos da terra e os ofereceu a Deus, o  Se-nhor. Abel, por sua vez, pegou o pri-meiro carneirinho nascido no seu rebanho, matou-o e ofereceu as melhores partes ao  Senhor. O  Se-nhor ficou contente com Abel e com a sua oferta, mas rejeitou Caim e a sua oferta. Caim ficou furioso e fe-chou a cara. Então o Senhor disse: Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo?  Se tives-se feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo. Aí Caim dis-se a Abel, o seu irmão: Vamos até o campo. Quando os dois estavam no campo, Caim atacou Abel, o seu irmão, e o matou” (Gn 4.3-8 – ARC).

Há muitos irmãos “matando” ou-tros dentro de casa por inveja. Não uma morte literal, mas a morte dos sonhos, da alegria das conquistas, das possibilidades, etc. Também há cônjuges cometendo esse tipo de “assassinato” por inveja do ou-tro. Lares onde todos se alegram e comemoram as conquistas de cada

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membro são lares felizes e se cons-tituem lugar de reconhecimento e não de contendas e desprezo.

4. O amor não trata com leviandade

Na teoria: A leviandade é a ausência de circunspecção, isto é, ausência de análise por todos os lados daquilo que se fala. Uma pessoa leviana não tem prudência ao falar de outras pessoas. Ela sim-plesmente fala, sem se dar conta de que está tratando de outra vida e que sua fala impensada pode cau-sar um mal terrível. A Bíblia diz que o amor pondera antes de falar, não sai falando sem refletir, como uma metralhadora giratória que acerta a tudo e a todos à volta.

Na prática: Muito sofrimento seria evitado se as pessoas, den-tro de casa, pensassem melhor antes de falar. Muitos falam sem pensar e, quando se dão conta de que cometeram um erro, tentam se justificar. Muito embora o perdão seja uma prática também para es-ses casos, uma palavra dita não volta mais e se for mal dita pode causar sofrimento e dor. Há lares onde as pessoas não são cúm-plices, por conta de alguns não conseguirem guardar segredo. É triste também um filho ou filha não poder contar determinadas coisas de suas vidas a seus pais, porque eles, em vez de pensarem primei-ro para depois falar, falam primeiro para depois pensar.

Lares onde as pessoas procu-ram conter o ímpeto da fala impen-sada trocando-a pela prudência com as palavras, são lares felizes. São lugares seguros e prazerosos.

Este é um dos segredos ensina-dos pela Bíblia para a felicidade da família: a prática do amor. Em qual-quer contexto, seja cultural, econô-mico, social, etc. todas as famílias podem experimentar a prática des-se amor e vivenciar o maior tesouro que alguém pode ter: um lar feliz.

Para pensar e agir:- Como tem sido a prática do

amor em sua família?- Você consegue amar mesmo

quando não está sendo tratado com amor?

- Será que um tratamento mais amoroso não precisa ser resgatado em seu lar?

- O amor não fica esperando o outro merecer, ele é dado mesmo imerecidamente.

- Que tal começar por você a melhoria do relacionamento em sua família, colocando mais amor nele?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Hebreus 13.1

Terça: 1Coríntios 13.4-8

Quarta: Gênesis 4.3-8

Quinta: 1João 3.18

Sexta: 1João 13.34,35

Sábado: Colossenses 3.14

Domingo: Provérbios 10.12

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Tiago 1.19

RESGATANDO O DIÁLOGO NA FAMÍLIA

A comunicação entre seus membros é a coisa mais impor-tante numa família. Muitos males, conflitos e até algumas tragédias seriam evitadas se houvesse boa comunicação nos lares.

Segundo John Drescher (pas-tor e escritor americano, com mais de 50 livros publicados sobre fa-mília), todo colapso familiar tem como causa principal a dificuldade de diálogo entre seus membros. “O colapso na família começa, in-variavelmente, com alguma forma de falha na comunicação”, diz ele. Infelizmente não são poucos os la-res onde este valor se perdeu ou está sob grande risco.

Toda família enfrenta desafios. São várias as áreas em que uma

família enfrenta “tempestades”, po-rém, não são as lutas que derru-bam esses lares, mas sim, a falta de habilidade de enfrentá-las e, dentre essas habilidades, está a mais importante que é o diálogo.

Este é, sem dúvidas, um valor importantíssimo que precisa ser resgatado e preservado nas famílias.

O que fazer?

1. Treine seus ouvidos para ouvir corretamente

A Bíblia diz que cada um deve estar pronto para ouvir. Talvez você pense: Mas se tenho ouvidos, en-tão sempre ouvirei. Mas não é assim que funciona o ouvido. Se bastasse a função mecânica e

LIÇÃO 3

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espontânea do aparelho auditivo, Deus não precisaria mandar quem tem ouvidos ouvir: “Portanto, se vo-cês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas” (Ap 2.7 – NTLH).

Isso significa que temos que aprender a ouvir de forma esclarece-dora, a fim de ouvir a verdade e não apenas o que desejamos ouvir; o sentimento e não apenas o ruído; o discurso e não apenas as palavras. Para tanto, é preciso treinar o ouvido.

Um pequeno mal entendido numa conversa em família pode ge-rar um grande conflito. O pior é que depois o mal entendido se transfor-ma numa discussão mais acalorada pelas emoções, então aí é que nin-guém ouve ninguém mesmo.

Normalmente, as desculpas que ouvimos de pessoas que não se es-forçam para ter um bom diálogo em família são:

Maridos: Não dá para conversar com minha mulher. Ela fala muito, o tempo todo, quase não me deixa fa-lar e ainda por cima entende tudo errado!

Esposas: Não dá para con-versar com meu marido. Ele fica calado, me deixa falando sozinha e, quando eu termino de falar, ele volta a fazer o que estava fazendo, sem se importar com o que falei.

Pais: Meu/Minha filho(a) não me ouve, não tem paciência para ouvir meus conselhos. Está sempre ansioso(a) e irritado(a) para que eu termine logo de falar. E, ao invés de

abrir o coração e colocar para fora o que precisa, responde com pala-vras monossilábicas.

Filhos: Meus pais não me enten-dem, não prestam atenção no que eu falo. Nem termino de falar e eles já começam a criticar o que falei.

Em geral, é assim que se com-portam as famílias quando o assun-to é diálogo. O que cada um precisa fazer é treinar o ouvido para conse-guir captar a mensagem que o outro deseja passar. Quando isso aconte-ce, muita coisa se revela e o vínculo entre as pessoas se fortalece.

Há um ditado que diz: “Falar é prata, escutar é ouro”.

“Lembrem-se disto, meus queri-dos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir” (Tg 1.19a – NTLH)

2. Aprenda a usar o silêncio a favor da harmonia familiar

O silêncio também é uma ferra-menta poderosa na comunicação. Ele tanto pode ser utilizado para o bem, quanto para o mal. Por exem-plo: quem faz silêncio recusando ex-pressar seus sentimentos somente para frustrar o outro, usa o silêncio para o mal, é um tolo na prática da comunicação. Mas quem sabe se calar na hora certa é sábio: “Até um tolo pode passar por sábio e inte-ligente se ficar calado” (Pv 17.28).

A hora certa de se calar é aque-la em que, o que você vai dizer fará piorar a situação; ou quando você não tiver certeza do que vai falar; ou quando você estiver emocio-

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nalmente desequilibrado, a ponto de não conseguir articular bem as palavras; ou ainda, quando a ou-tra pessoa estiver emocionalmente abalada, a ponto de não conseguir estabelecer uma conexão no diálo-go. Nessas horas, o silêncio revela sabedoria e domínio sobre a raiva. “O tolo mostra toda a sua raiva, mas quem é sensato se cala e a domi-na” (Pv 29.11 – NTLH).

Nosso Senhor Jesus Cristo, em muitas ocasiões, retirava-se da mul-tidão, procurava um lugar deserto e lá permanecia em silêncio diante do Pai. “Porém Jesus ia para lugares desertos e orava” (Lc 5.16 – NTLH). Após esses retiros, Ele sempre vol-tava operando algum milagre. O re-tiro em silêncio para orar nos con-fere poder. Cônjuges, pais e filhos ficam mais poderosos para resolver as questões do dia a dia da família quando aprendem a fazer períodos de silêncio para orar. Nem tudo se resolve falando. Muitas vezes é a oração que principia o resultado que precisamos num embate entre membros da família.

O segredo dos casamentos lon-gevos e prazerosos, dos relaciona-mentos bem ajustados entre pais e filhos é exatamente o esforço que eles fazem para se comunicar melhor. E isso passa pelo entendi-mento dessas pessoas de que há um tempo determinado para tudo, inclusive tempo de fazer silêncio. “Tempo de rasgar e tempo de re-mendar; tempo de ficar calado e tempo de falar” (Ec 3.7 – NTLH).

3. Aprenda a falar de modo que comunique

Finalmente chegamos à fala. Isso mostra que comunicar não é prioritariamente falar. Falar é fun-damental na comunicação, mas há fala que não comunica, então é im-portante lembrar que comunicação não é o que falamos, mas sim o que o outro entende. Isso significa que até a maneira de falar é importante.

Quantas vezes ouvimos um pai ou uma mãe fazendo a se-guinte reclamação: “Já cansei de falar com meu filho(a), mas não está adiantando!”? Não podemos simplesmente sair falando, temos que falar com sabedoria, pensan-do bem no que falamos e, princi-palmente, em como falamos. “Há mais esperança para um tolo do que para uma pessoa que fala sem pensar” (Pv 29.20 – NTLH).

Muitas vezes é mais fácil se co-municar com uma pessoa estranha do que com os da própria família, e isso tem uma explicação. É que, ao dialogarmos com um membro da família, somos tentados a pensar que ele já sabe tudo o que vamos falar. Então não somos claros como deveríamos, às vezes não falamos com amor e outras vezes faltamos com o respeito ao outro.

Para que a comunicação seja eficaz e produza os resultados que esperamos temos que passar nos-sa fala por três crivos: Clareza, res-peito e amor.

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Clareza: Quando nos dirigirmos a uma pessoa da família para tra-tar de qualquer assunto precisamos ser claros, ainda que tal assunto seja comum entre nós. O princípio mais importante da comunicação é se estamos sendo claros. Se tiver que errar, erre pelo excesso de cla-reza e não por deixar o tema confu-so. Isso não significa ficar repetindo a mesma coisa sempre, pois este hábito irrita mais do que esclarece. Tenha a certeza de que não se es-queceu de nenhum detalhe do que precisava comunicar, se falou numa velocidade que o outro entendeu e se usou o tom de voz adequado ao assunto.

Respeito: Tão importante quan-to ser claro é falar de forma res-peitosa. O respeito tem a ver com: Tonalidade de voz – Quanto mais alta a voz, menor é a comunica-ção, pois falar alto é uma agressão verbal. Gente que tenta resolver os problemas no grito só piora a situa-ção. Momento adequado – Nem sempre o membro da família com quem você vai falar está num bom momento, há de se respeitar o mo-mento do outro. Não podemos, por se tratar do cônjuge, do filho, da fi-lha, do pai ou da mãe, achar que podemos sair falando na hora que bem entendermos. Por mais impor-tante que seja o assunto, é preciso respeitar o outro e saber se ele está disponível para conversar naquele momento. Há maridos que chegam cansados do trabalho, com fome, e querendo tomar um banho para dar uma relaxada, mas a mulher já o recebe na porta despejando um monte de problemas para ele resol-

ver. Com o tempo, essa falta de res-peito cansa e passa a irritar o outro. Da mesma forma, há maridos que não respeitam o cansaço de suas mulheres ou a dor delas diante de alguma situação difícil, e começam a falar e tentar resolver coisas que deveriam esperar o momento ade-quado. Isso vale para os pais em re-lação aos filhos e para os filhos em relação aos pais também.

Amor: Finalmente, o terceiro cri-vo pelo qual devemos avaliar nossa fala é se ela é proferida de forma amorosa. O modo de falar é mais importante do que o que se tem para falar, pois a fala sem amor não estabelece vínculo para uma comu-nicação eficaz.

Para pensar e agir:- Como está a comunicação em

sua família?- Se todos na sua casa se comu-

nicassem como você, a comunica-ção seria melhor?

- Você se preocupa com a ma-neira como tem se comunicado com sua família?

- Será que este não seria um va-lor a ser resgatado em seu lar?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Tiago 1.19

Terça: Apocalipse 2.7

Quarta: Provérbios 17.28

Quinta: Provérbios 29.11

Sexta: Lucas 5.16

Sábado: Eclesiastes 3.7

Domingo: Provérbios 29.20

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Salmos 128.1-4

RESGATANDO A ALEGRIA DO CONVÍVIO NO LAR

Esse texto, para mim, é o re-trato de uma família feliz. Homem feliz com tudo dando certo na sua vida, mulher feliz como uma videi-ra frutífera, filhos felizes e perto dos pais. A família dos sonhos! Mas pode ser a realidade de qual-quer família.

Viver em família é uma coisa, mas viver feliz em família é outra bem diferente. Viver em família é uma necessidade, viver feliz em família é uma opção. Infelizmente não é raro ouvir pessoas dizendo: “Minha casa está um inferno”. Que lamentável! Um lugar que deveria representar o céu ser visto exata-mente como o contrário.

Ter um bom convívio dentro de casa, entre os membros da família, é uma das grandes rique-zas que está se perdendo com o tempo. Conheço várias pessoas que, se pudessem, gostariam de recomeçar suas famílias, com os mesmos integrantes, mas com posturas diferentes. A ideia é não cometer os mesmos erros e tentar encontrar a tal felicidade no lar.

Normalmente, a formação de um lar é cheia de expectativas de que ele será um lugar feliz. No início do casamento, quando só tem um homem e uma mulher, os planos são de zelarem para que a felicidade na nova família permaneça. Com a chegada dos filhos, amplia-se o prazer do con-vívio dentro de casa. Porém, com o passar do tempo, muitos lares são modificados no seu projeto inicial. Casamentos tornam-se um relacionamento hostil e desrespei-toso, e o convívio de pais e filhos transforma-se numa guerra dentro de casa. Com isso, há muitos la-res onde esse prazer não existe mais, o mesmo se transformou em amargura e sofrimento.

O lar é um lugar sagrado. É onde iniciamos a vida quando criança, depois, na adolescência, ele funciona como um “refúgio seguro”, para onde podemos cor-rer e sermos amparados sempre que enfrentarmos nossos medos e conflitos. Na fase da juventude, quando amadurecemos um pouco

LIÇÃO 4

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mais, é entre os membros da famí-lia que mantemos a base de sus-tentação física, emocional e espiri-tual, até nos casarmos e iniciarmos um novo lar, onde o ciclo continua. Um lar equilibrado e harmonioso é tão importante na vida das pessoas que uma das exigências bíblicas feitas para quem deseja ser pastor, por exemplo, é exatamente cuidar bem do seu lar: “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus fi-lhos em sujeição, com toda a mo-déstia” (1Tm 3.4 – NTLH).

Por toda a importância e signi-ficado que tem, o lar precisa ser cuidado de tal maneira que seja o melhor lugar em que alguém pos-sa estar. Por isso, podemos afirmar que o melhor investimento que al-guém pode fazer é na construção de um lar. A construção de uma casa é feita com cimento e tijolos, enquanto que o lar reúne um con-junto de fatores na sua formação, dentre eles, podemos destacar: amizade entre os membros da fa-mília, compreensão, respeito mú-tuo, cooperação, atenção, amor e, principalmente, presença de Deus. O salmista adverte: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão traba-lham os que a edificam” (Sl 127.1a).

Para resgatar e/ou preservar a alegria da vida em família é preciso atentar para estes dois pilares de sus-tentação: relacionamento entre as pessoas e relacionamento com Deus.

1. Bom relacionamento – Imprescindível para um lar feliz

A Bíblia fala do ambiente fa-miliar na visão de Deus. Na des-crição feita através do salmista, o

Senhor revela o modelo de lar em que o bom relacionamento é perce-bido. “Em casa, a sua mulher será como uma  parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas.” (Sl 128.3 – NTLH). Nessa descri-ção, a família está reunida em casa. A mulher é como a videira frutífera. Sabe-se que a videira (árvore onde nascem as uvas), para dar frutos, precisa estar apoiada (chama-se seu apoio de parreira) e bem tratada. Por ser muito sensível, para frutificar, ela precisa estar muito bem cuidada. Uma mulher, para ser “frutífera”, no sentido de realizar o seu papel de esposa, dona de casa, amiga, auxi-liadora, conselheira, mãe, e viver de forma prazerosa como mulher, pre-cisa estar incluída em um ambiente onde haja muito bom relacionamen-to, respeito e cuidados.

Muitos homens reclamam que suas esposas apresentam um comportamento caracterizado por mau humor, pouca iniciativa, omis-são, insegurança, etc. Porém, o que esses homens não percebem (ou percebem, mas não se impor-tam) é que suas esposas precisam de um lar onde haja um bom rela-cionamento. Não é uma boa casa, bons móveis, boa conta bancária ou boa comida que farão uma mu-lher feliz e realizada. Essas coisas, por si só, não podem proporcionar felicidade duradoura. O que contri-bui para que uma mulher seja “fru-tífera” é um ambiente no lar onde o relacionamento, principalmente en-tre ela e seu esposo, seja afetuoso, íntimo e prazeroso.

O texto também mostra os filhos em uma situação de convívio próxi-

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mo: “os teus filhos como planta de oliveira à roda da tua mesa”. Pais e filhos à mesa é a imagem de um re-lacionamento saudável. Um lar onde pais e filhos fazem as refeições jun-tos à mesa, tende a ser um lar feliz. Ao invés de ficarem reclamando o distanciamento dos filhos, os pais devem providenciar oportunidades para que todos estejam à mesa na hora das refeições, com uma con-versa boa e agradável. Mesa de refeição não é lugar de cobranças nem de reclamações. Se a conversa for boa e bem humorada, os filhos gostarão de participar da mesa.

Há muitas pessoas que, na ten-tativa de transformar o lar em um lugar agradável, se esforçam para construir uma casa confortável e equipá-la com móveis e utensílios que atendam bem a todos. Muitas dessas pessoas gastam toda ener-gia e dinheiro nesses aspectos, em detrimento do verdadeiro investi-mento que pode edificar um lar, que é o bom convívio. A felicidade do lar não está em seus utensílios ou no conforto, nem mesmo na localiza-ção da casa, mas no clima gerado pelo convívio de seus integrantes. A vivência harmoniosa entre os côn-juges e entre pais e filhos é o que permite um lar feliz.

As famílias que perderam o pra-zer do convívio entre seus membros devem iniciar o resgate do mesmo, investindo no bom relacionamento no lar.

Para tanto, é preciso:- Que marido e mulher invistam

no casamento, tendo momentos es-peciais como passeios a dois, jan-tares, bons diálogos, etc.

- Que os pais não façam de seus momentos com os filhos uma opor-tunidade de cobranças e broncas, mas sim, de contar boas histórias, de mostrarem interesse pelas coi-sas importantes para seus filhos e darem boas gargalhadas juntos. Agindo assim, os filhos vão querer estar sempre por perto.

- Que os filhos, por sua vez, não permitam que a tecnologia os afas-tem do convívio de seus pais. Hoje, os filhos ficam perto dos pais, mas sempre há um celular atraindo todo o seu tempo e atenção.

O resgate e a manutenção da alegria no convívio são de respon-sabilidade de todos: marido, mu-lher, pais e filhos.

2. Palavra de Deus – Base do bom convívio no lar

Em qualquer tempo, indepen-dente das circunstâncias, todo lar pode experimentar a felicidade no convívio dos membros da família. Naturalmente que, por mais que as pessoas saibam disso e quei-ram que seja assim, é impossível a construção de um lar verdadeiro, sem que o mesmo esteja nas mãos de Deus para edificar. Para a edi-ficação segura de um lar, deve-se recorrer à infalível Palavra de Deus e aplicá-la na vida da família. Sa-lomão enfatizou a falha de quem tenta edificar um lar sem Deus: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127.1). Jesus confirma essa verdade ao dizer a seus discípu-los: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). É preciso dar acesso ple-

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no ao “arquiteto da família” para a sua edificação, e isso acontece quando aplicamos, de forma plena, sua Palavra no dia a dia da família.

Quando um lar não é edificado de acordo com a Palavra de Deus, ele fica vulnerável a todo tipo de ameaças. Jesus também deixou isso claro ao contar a parábola das duas casas: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensa-to, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e com-bateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” (Mt 7.24-27).

Há muitos lares ruindo pela falta de aplicação da Palavra de Deus no modo de viver da família. A felicida-de dentro de casa é ameaçada por muitas “tempestades” que batem contra a família. Não adianta ape-nas as habilidades humanas para proteger a família da destruição, é fundamental ter como base a eficaz Palavra de Deus. Não apenas no discurso, mas no modo de agir dos membros da família.

Para tanto, é preciso:- Que Deus seja amado e sua

Palavra também. Isso se revela nos momentos de oração, no reconheci-mento da ação de Deus nas vitórias

e na dependência de Deus diante das lutas.

- Que a família esteja sempre sob as orientações da Palavra do Senhor.

- Que o nome do Senhor seja lembrado e exaltado na família.

- Que leitura bíblica, orações e louvores não sejam oferecidos ape-nas no templo, mas também em casa.

- Que haja coerência entre a fé e a prática. Vida cristã precisa ser coerente.

Para pensar e agir:- Em geral, seu lar pode ser con-

siderado um ambiente feliz?- Na sua casa, os membros da

família têm prazer em fazer coisas juntas?

- A Bíblia é praticada no dia a dia de sua família?

- A Palavra de Deus é lida tam-bém em casa, ou só no templo?

- Há momentos de oração na ro-tina de sua família?

- Será que há a necessidade de resgatar a alegria do convívio em seu lar?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Salmos 128.1-4

Terça: 1Timóteo 3.4

Quarta: Salmos 127.1

Quinta: João 15.5

Sexta: Mateus 7.24-27

Sábado: Lucas 11.28

Domingo: 1Tessalonicenses 5.15-18

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Jó 1.4

RESGATANDO O LAZER EM FAMÍLIA

Uma das áreas mais prejudica-das na vida das famílias é o lazer. Por falta de diversão em família muitos lares tornaram-se frios e o relacionamento entres seus mem-bros se distanciaram. Há homens que só pensam no trabalho e em economizar dinheiro. São incapa-zes de sair com a família ou gastar algum recurso para promover um encontro festivo em suas casas. Em outros casos, há mulheres su-per dedicadas ao trabalho, tanto em casa como fora de casa, mas que não atentam para o fato de suas famílias precisarem de mo-mentos de diversão.

Na história de Jó há um desta-que para o fato de que ele e seus filhos se divertiam juntos. O texto revela que eles se reuniam, cada vez na casa de um dos filhos, e ali passavam um tempo se ban-queteando. Certamente, embora o texto não revele os detalhes, esses encontros eram verdadei-ras festas para se divertirem, pro-

vavelmente com danças alegres, comida, bebida e muitas gargalha-das. A Bíblia diz que a diversão é a melhor coisa que o dinheiro do nosso trabalho pode nos dar e que isso é também uma dádiva divina: “A melhor coisa que alguém pode fazer é comer e beber e se diver-tir com o dinheiro que ganhou. No entanto, compreendi que mes-mo essas coisas vêm de Deus” (Ec 2.24 – NTLH). Esse texto mos-tra que o trabalho não é um fim em si mesmo, ele serve para o susten-to, a segurança e o lazer da família.

É muito importante refletir so-bre a diversão em família, pois ela é fundamental para o bem estar, união, segurança e cumpli-cidade da mesma. Além do que, se a Bíblia destaca essa prática, então devemos dar a ela a aten-ção que merece. Os evangelhos mostram Jesus participando de várias festas e anunciando o Reino de Deus como um gran-de banquete: “O Reino do Céu é

LIÇÃO 5

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como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho” (Mt 22.2 – NTLH). Porém, apesar da Bíblia destacar a importância da diversão, e de nós também sentir-mos essa necessidade, muitas fa-mílias não incluem a diversão em seus planejamentos e orçamentos.

Parece que para alguns crentes a Igreja já se constitui essa opção de lazer, mas Igreja não é lugar de se divertir. A Igreja não é divertida. Em alguns momentos ela não é nem agradável. Vamos à Igreja, e o fazemos com alegria, porque ela é verdadeira, não porque seja diverti-da. Quem faz da Igreja a opção de lazer da sua família está cometendo um grande erro.

Um dos valores que precisam ser resgatados é o lazer em família.

1. A diversão em família promove união

Pessoas que se divertem juntas ficam mais unidas. Quanto mais cedo começar, melhor. Se o casal ainda não tem filhos, a diversão de ambos já acontece naturalmente, pois é mais fácil combinar coisas para fazerem juntos. Além do que, quase sempre nesta fase, os casais encontram várias formas de diver-são que agradam os dois. Com a chegada dos filhos, as coisas mu-dam. No princípio tem a novidade da criança, então é comum os pais brincarem com o bebê. Mas com o passar do tempo, os pais tendem a abandonar a ideia da diversão em função, muitas vezes, de compro-missos de trabalho para manter ou

melhorar a renda, já que as despe-sas também aumentam. E ainda tem também a questão do cansaço que a chegada da criança provoca.

Brincar com os filhos, além de ser didático, é fundamental para fortalecer a união, como explica o professor de Educação Física e personal kids Rogerio Ribeiro, em entrevista ao Instituto Conde: “Ati-vidades recreativas em família for-talecem os laços entre pais e filhos e ajudam no desenvolvimento das crianças, melhorando a coordena-ção motora, o equilíbrio, a noção de espaço, entre muitos outros as-pectos”. Quando uma família tem o hábito de se divertir junta a união da mesma é fortalecida.

Separar tempo para o lazer em família prepara a mesma para o en-frentamento das demais questões que as desafiam, como, por exem-plo, momentos de enfermidades, di-ficuldades financeiras, conflitos nos relacionamentos, decisões difíceis a serem tomadas, etc. Além disso, o ambiente familiar fica mais “doce”, exala um suave perfume de paz e amor. “Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos! É como o azeite perfumado sobre a cabeça de Arão, que desce pelas suas bar-bas e pela gola do seu manto sacer-dotal” (Sl 133.1-2 – NTLH).

2. A diversão em família transmite segurança

A diversão em família também transmite segurança aos seus membros, pois quem tem prazer

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em se divertir junto é porque gos-ta da companhia do outro; e ter a companhia do outro é uma garan-tia de que não estará sozinho nas horas difíceis. Aos filhos, isso dá a ideia de que podem contar com os pais sempre que precisarem, pois os filhos passam por situações de-safiadoras durante seu amadureci-mento, nas quais o apoio e a partici-pação dos pais é fundamental para que consigam vencê-las.

As crianças desenvolvem a ideia de que são muito amadas e dese-jadas por seus pais, e isso faz com que, na medida em que vão cres-cendo, permaneçam por perto dos pais, o que é uma questão de se-gurança para elas. Os pais, por sua vez, sentem a segurança de que na velhice poderá contar com a pre-sença e apoio dos filhos. Enfim, a di-versão em família é fundamental na constituição e vivência da mesma.

Mas é preciso saber que:

A diversão deve ser agradável para todos

Tanto pais quanto filhos devem ter o cuidado para não tentar impor o tipo de lazer que agrada apenas a si mesmo. A diferença de idade, bem como a experiência de vida são fatores que podem dificultar a família a se divertir junta, pois na maioria das vezes, o que diverte uns não diverte outros. É preciso buscar agradar a todos, ainda que, em alguns momentos, alguém te-nha que fazer um esforço para acei-tar participar de um tipo de diversão que não é a sua preferida, mas isso

são eventualidades. Para tanto, não pode haver egoísmo, é preciso que pais aceitem a diversão escolhida pelos filhos e vice versa.

Seria interessante que no plane-jamento do lazer já se combinasse quem vai escolher a próxima diver-são em família, os filhos ou os pais. Além disso, quando a diversão não for aquela escolhida pelos pais, es-tes devem se esforçar para se diver-tirem junto com os filhos. Da mesma forma os filhos, quando seus pais escolherem a diversão, devem se esforçar para se divertir juntos e não ficar sentado num canto, com cara de “poucos amigos”, olhando o celular o tempo todo.

A diversão tem que ter coerência com a fé

Outra questão muito importante é o tipo de lazer que vão escolher. Seja de quem for a vez de escolher, se os pais ou os filhos, ambas as partes devem ter o bom senso de escolherem algo coerente com a fé que professam. Toda a liberdade para escolher a forma de lazer deve estar dentro dos limites definidos pela Bíblia, pois ela é nossa regra de fé e prática. Não apenas de fé, mas também de prática. Não adianta uma família ser cristã, ir à Igreja aos do-mingos e, na folga, escolher um tipo de diversão que fira os princípios da Palavra de Deus. “Por último, meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verda-deiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (Fp 4.8 – NTLH).

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Pessoas crentes que se di-vertem como os ímpios estão ne-gando a fé, ou declarando uma fé morta, pois toda fé só se confirma se seguida de práticas coerentes. “Portanto, a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta” (Tg 2.17 – NTLH).

A diversão tem que ter coerência com o perfil financeiro da família

Finalmente, porém não menos importante, vem a questão finan-ceira da família. Devemos escolher formas de diversão que cabem no nosso bolso. Diversão que endi-vida a família passa a ser “dor de cabeça”, melhor que não tivessem feito. Quem tem pouco, ou nenhum dinheiro para investir no lazer, deve usar a criatividade para se diver-tir. Não precisa ficar sem diversão, mas usar a criatividade para esco-lher maneiras de se divertir, sem necessariamente gastar dinheiro.

Não se esqueça das regrasSeja qual for o tipo de lazer es-

colhido, no planejamento deve en-trar as regras. As regras estabeleci-das, comunicadas e praticadas são a garantia de que tudo vai terminar bem. Os pais se frustram quando gastam dinheiro, investem tempo e energia para ter um dia de lazer com os filhos e estes voltam abor-recidos para casa, porque os pais não concordaram em “esticar” um pouco mais o horário para a volta, ou porque não compraram o lan-che que gostariam de comprar, etc.

Por isso, o planejamento é funda-mental e deve incluir as regras.

Quando todos saem para se divertir seguindo regras pré-esta-belecidas, a garantia de que o dia termine bem é muito maior. Mesmo que a diversão seja dentro de casa, por exemplo, os pais concordam em adaptar a sala para um tipo de brin-cadeira com as crianças, além de desforrar mesas e arrastar cadei-ras, ainda tem os brinquedos que vai se espalhar pelo chão. Antes de começar a operação de adaptação do ambiente deve-se combinar que, na hora em que terminar a brinca-deira, todos vão ajudar a arrumar a sala novamente. Assim não haverá estresse no final de tudo.

Para pensar e agir:- Como é o lazer na sua família?- Todos concordam que ativida-

des de lazer são importantes e bí-blicas para a família?

- Como você coopera para que sua família tenha momentos de la-zer junta?

- Será que não seria este um va-lor a ser resgatado na sua família?

- Que tal começar por você?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Jó 1.4

Terça: Eclesiastes 2.24

Quarta: Mateus 22.2

Quinta: Salmos 133.1-2

Sexta: Filipenses 4.8

Sábado: Tiago 2.17

Domingo: Filipenses 4.8

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Efésios 4.31-32

RESGATANDO A PRÁTICA DO PERDÃO NA FAMÍLIA

A família é uma terra fértil onde brotam com extrema facilidade muitos sentimentos, sensações e percepções. A atmosfera familiar é permeada por pura emoção, por isso, torna-se um espaço muito propício a frustrações de expec-tativas e mágoas. Mesmo assim, muitas pessoas sonham com uma família perfeita. Não existe família perfeita, existe família que sabe perdoar uns aos outros. O perdão é a chave para se ter uma família feliz. O perdão faz parte da vida.

É admirável a maneira como Deus, que é conhecedor da nature-za humana, insiste, na sua Palavra, em ensinar e encorajar a perdoar.

Uma família saudável emo-cionalmente não é aquela cujos membros não cometem erros, mas sim aquela em que a prática do perdão é natural e espontânea.

A família é o lugar onde somos mais exigidos a perdoar, sim, por-

que num convívio tão íntimo e tão carregado de emoções as chan-ces de magoar e ser magoado au-mentam consideravelmente.

A vida em família é uma mon-tanha russa de emoções, ora es-tamos todos muito satisfeitos e contentes, ora decepcionados e tristes. Assim, a prática do per-dão no convívio familiar, se im-põe como elemento indispensável para a preservação dos laços de fraternidade, amor e cumplicidade.

Se não houver perdão, não ha-verá paz para quem foi magoado e nem motivação de recomeço para quem magoou. Por isso a Palavra de Deus insiste: “Não fi-quem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa con-tra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros” (Cl 3.13 – NTLH).

LIÇÃO 6

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1. Falta de perdão adoece as pessoas

Uma pessoa que não perdoa armazena desejos de vingança no coração e este desejo lhe causa doenças emocionais, como depres-são, por exemplo, e também doen-ças físicas originadas nas emo-ções. Há muitas famílias lutando contra doenças de seus membros, gastando dinheiro com remédios e consultas médicas por causa da fal-ta do perdão que cura e liberta.

Mulheres adoecem ao serem magoadas por seus maridos e não conseguirem perdoá-los. Maridos adoecem por conta de esposas que lhes magoam e eles não con-seguem liberar o perdão. Há filhos sofrendo com raiva dos pais e pais sofrendo com raiva dos filhos. Falta cura, falta perdão.

Existe uma categoria de doen-ças que são chamadas de psicos-somáticas – psico, de psique (emo-ções) e soma, de corpo (físico) – a maioria dessas enfermidades são originadas pela falta de perdão, tanto o não recebido quanto o não dado. São doenças no corpo físico causadas pelos desajustes emocio-nais em razão da falta de perdão.

2. Libertando-se a si mesmoO perdão é poderoso para li-

bertar. Ele nos liberta de nós mes-mos, de nosso orgulho e vaidade. O perdão nos faz reconhecer nos-sas imperfeições e nossos limites humanos, mas também revela que

somos capazes de sempre recome-çar. Quem perdoa e pede perdão livra-se de sentimentos capazes de gerar a morte. Perdoar não é fácil, pois nossa natureza humana sem-pre vai requerer a vingança e a jus-tiça, mas quem aprende a praticar o perdão alcança a bênção de liber-tar-se de seu pior sentimento.

A Bíblia diz que Jesus jantou e cantou antes de se dirigir para o lu-gar onde seria traído: “Então eles cantaram canções de louvor e fo-ram para o monte das Oliveiras” (Mt 26.30 – NTLH). Quem teria o prazer de jantar diante de uma trai-ção que sofreria? Que coração teria a alegria de cantar, sabendo que os amigos o trairiam? Somente um co-ração disposto a perdoar. O perdão é libertador! Quem perdoa se liberta.

Quer ser uma pessoa melhor para sua família? Quer ser visto como alguém que leva luz e alegria para o convívio conjugal, na relação com os filhos e com os pais? En-tão perdoe a todos da sua família que lhe magoaram, mantenha seu coração sempre disposto a perdoar e seja este instrumento de luz, paz e alegria. Seja livre!

3. Libertando o outroO perdão também tem o poder de

libertar quem causa a ofensa. Quan-do Davi pecou contra Deus e contra um de seus soldados, ele fez uma oração pedindo a Deus que lhe per-doasse, a fim de que pudesse sentir novamente a alegria em seu cora-ção: “Tira de mim o meu pecado, e

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ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ou-vir outra vez os sons de alegria e de felicidade; e, ainda que tenhas me esmagado e quebrado, eu serei fe-liz de novo” (Sl 51.7-8 – NTLH). Veja que Davi pede perdão, a fim de se sentir livre novamente. Quando per-doamos alguém nós o libertamos.

Como seria bom se todos na fa-mília pudessem praticar o perdão sem medida! Isso faria com que o lar fosse mais alegre, mais saudá-vel e mais acolhedor, pelo fato de todos se sentirem livres.

4. Resgatando a prática do perdão na família

Para que a prática do perdão seja resgatada e/ou preservada na família, é importante saber que:

O perdão não é um senti-mento – Perdoar não é fácil, pois o perdão não é um sentimento es-pontâneo. Algumas pessoas dizem: “Vou perdoar, mas ainda não estou pronto para isso. Ainda não senti o desejo de perdoar”. Na verdade, o que essas pessoas não sabem (ou sabem) é que elas estão esperando um tempo para que aquele que a ofendeu sofra um pouco. Nenhuma pessoa ofendida, magoada ou in-justiçada vai sentir deliberadamen-te o desejo de perdoar. O perdão não é fácil. Assim, para resgatar a prática do perdão na família é preci-so não esperar ter o desejo de per-doar, pois ele nunca virá.

O perdão é uma decisão – O

perdão é uma decisão com base no entendimento de que ele é neces-sário, que faz bem e que é a única maneira de seguir com a vida em paz. Perdoar é uma escolha sobe-rana. Ninguém é obrigado a per-doar, quem perdoa o faz por uma escolha pessoal. A Bíblia diz que Deus resolveu nos perdoar e nos amar. Deus, ao ver o mal e o pe-cado da humanidade, sem ver mé-rito no ser humano, decidiu, sobe-ranamente, perdoar: “Então Jesus disse: Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34 – NTLH).

O perdão é um ato de obediên-cia a Deus – Deus manda perdoar, então o perdão é também um ato de obediência à Palavra do Senhor. Uma família feliz é aquela em que a obediência ao Senhor é praticada. Não adianta tentar ser feliz em famí-lia se não estiver disposto a obede-cer a Deus. Quando perdoamos as pessoas, estamos, na verdade, to-mando a decisão de nos libertarmos, libertar o ofensor e obedecer a Deus.

5. Como perdoar?Perdoar não é um ato simples e

nem pode ser algo da “boca para fora”. O perdão primeiro se processa no coração do perdoador, e só en-tão é externado em direção ao per-doado. Sendo assim, é importante conhecer algumas atitudes que pre-cisamos tomar, a fim de que o per-dão que liberarmos seja um perdão real e libertador.

Identifique sua mágoa – Tente

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se esforçar para identificar a verda-deira razão que te fez se sentir ma-goado. Se você não souber o que te magoou de fato, como vai saber o que deve perdoar?

Reconheça que você tem emo- ções sensíveis e dolorosas – Raiva, tristeza, solidão, culpa, etc. são emoções que podem estar bloqueando o fluir do perdão em você. Saiba que mesmo os filhos de Deus, salvos por Jesus, têm estas emoções.

Perdoe a você mesmo – O per-dão começa de dentro para fora. Às vezes estamos magoados conosco mesmos.

Tenha empatia – Por mais difí-cil que seja este exercício, tente se colocar no lugar do outro e identifi-car o que o levou a magoar você. Isso ajudará a liberar o perdão. Je-sus fez isso na cruz: “Então Jesus disse: Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34 – NTLH).

Perdoe – Perdoar não é esque-cer (isso seria amnésia). Perdoar é não imputar ao ofensor a pena que lhe é devida. O perdão não é uma questão de justiça, quem faz o mal deveria pagar por ele, então quan-do perdoamos não estamos fazen-do justiça, mas um ato maior que a justiça. Perdoar é cortar a corrente da prisão, é seguir e deixar seguir em frente.

Permita-se seguir em fren-te – Olhe para frente e não para trás. Creio que diante de muitas

culpas e mágoas o apóstolo Pau-lo tomou a decisão certa: “Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro di-reto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória” (Fl 3.13-14 – NTLH)

Para pensar e agir:- Será que há alguém preso na

sua família por falta de perdão da sua parte?

- Será que há mágoas no teu co-ração que está lhe impedindo de ser e fazer pessoas da sua família feliz?

- Perdoe e seja feliz, pois a felici-dade está à sua espera, só cabe a você mesmo chegar até ela.

“O que é cristianismo? Não fui eu que o inventei. E ali, bem no meio dele, encontro as palavras: ‘Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores’. Não há a menor insinuação de que exista outra maneira de obtermos o perdão. Está perfeitamente claro que, se não perdoarmos, não sere-mos perdoados. Não há alternativa. O que podemos fazer?” (C.S.Lewis)

Leitu

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Segunda: Efésios 4.31-32

Terça: Colossenses 3.13

Quarta: Mateus 26.30

Quinta: Salmos 51.7-8

Sexta: Lucas 23.34

Sábado: Filipenses 3.13-14

Domingo: Mateus 6.12

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Mateus 7.12

RESGATANDO O RESPEITO ENTRE OS MEMBROS DA FAMÍLIA

O termo respeito pode ser utili-zado em várias situações. Em re-lação à origem do termo, em latim respectus, refere-se a um senti-mento positivo ou algo que me-rece ser “olhado novamente”. Na nossa aplicação, ficaremos com o desdobramento de seu signifi-cado: sentimento que leva alguém a tratar outra pessoa com gran-de atenção, profunda deferência, consideração ou reverência.

O respeito é fundamental nas nossas relações, pois tem o poder de mudar relacionamentos. Res-peitar é conferir valor, dar atenção.

As pessoas são diferentes, ninguém é igual ao outro. Assim, há gostos diferentes, sentimentos

diferentes, pontos de vista diferen-tes, habilidades diferentes, etc. To-dos nós queremos ser respeitados da maneira como somos e diante de nossos limites. A Bíblia diz que se eu quero respeito, então tenho que respeitar.

Os maiores conflitos em família surgem a partir da falta de respeito entre seus membros. É necessá-rio resgatar este valor que está se perdendo em muitos lares.

1. Devemos resgatar o respeito pelo outro

Toda pessoa tem valor. Se le-varmos em consideração o fato de que todas as pessoas existem por-que Deus as criou, então temos

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que respeitar a todos, independente de suas habilidades e falhas.

Uma criança não nasce apenas da vontade dos pais; quem dá a vida é Deus. O tipo de criança que vai nascer também é uma escolha soberana do Criador, isso vai des-de o sexo até a vocação, persona-lidade e habilidades que terá. Tam-bém é verdade que quem escolhe os pais para os filhos é Deus, ou seja, os filhos nascem dos pais que Deus determinou para eles. Assim, os pais devem respeitar seus filhos como herança de Deus; e da mes-ma maneira, os filhos respeitarem seus pais como escolha divina para suas vidas. “Os filhos são um pre-sente do Senhor; eles são uma ver-dadeira bênção” (Sl 127.3 – NTLH).

Cada membro de uma família teve sua formação intrauterina as-sistida e conduzida por Deus: “Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da mi-nha mãe” (Sl 139.13 – NTLH). Por esta razão, cada membro da família deve ser respeitado pelos demais. Lembrando que respeitar é olhar com atenção e valorização. É não desprezar ou tratar com indiferença.

2. O que devemos respeitar nos demais membros da família?

- A liberdade de expressão.O ser humano é dotado de in-

teligência e de liberdade dadas pelo Criador. Assim, não se deve impedir que qualquer pessoa da família emita suas opiniões sobre

quaisquer assuntos para os quais já tenha idade para debater. Além disso, se a harmonia da família é de responsabilidade de todos os seus integrantes, logo, essa responsabi-lidade também dá direito à manifes-tação da opinião pessoal. Por exem-plo: Uma esposa tem o direito de dar opinião sobre a maneira como a família está administrando as fi-nanças, mesmo que não seja ela a provedora direta de tais recursos. Um marido tem o direito de opinar sobre a educação dos filhos, ainda que não seja ele que passe a maior parte do tempo com eles. Os filhos têm o direito de dar sua opinião em diversas questões, como: o lazer da família, a rotina familiar, etc.

A liberdade de se expressar é um valor que, se não for respeitado e praticado, pode levar a família a criar “máscaras” e viver de aparências.

- Os pontos de vista divergentes.Dificilmente duas ou mais pes-

soas têm a mesma visão sobre to-das as coisas. Numa família não é diferente. O problema é quando o ponto de vista de um membro da família é ignorado pelos demais, ou é desmerecido como se não tivesse importância.

Há muitos conflitos familiares causados pela falta de respeito ao ponto de vista do outro. Respeitar o ponto de vista diferente não signi-fica ceder sempre e fazer como o outro quer, mas compreender que o outro pode ver as coisas por outro ângulo e não desmerecer isso.

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- O tempo e a velocidade do outro.

Cada pessoa tem um tempo de reação e realização diferente. Mes-mo irmãos gêmeos univitelinos não reagem ou produzem no mesmo tempo. Na mesma família tem um que dorme mais, enquanto o outro dorme menos; o que dorme menos não deve exigir que o outro durma menos também e vice-versa. Na vida escolar também cada criança tem seu tempo de aprendizado. Não se deve agregar valores diferencia-dos aos que aprendem mais rápido, pois isso cria um ambiente de com-petição entre membros da família, que não é saudável. Há maridos que têm mais habilidade que a es-posa para determinados trabalhos, isso não deve levá-lo a criticá-la por não ser igual a ele. Se uma mulher entende determinadas situações ou explicações mais rápido e me-lhor que o marido também isso não deve levá-la a desdenhar o esposo.

A harmonia familiar exige que todos se respeitem mutuamente no aspecto das reações e habilidades de cada um em particular.

- Os gostos dos outros.Esta é outra área de muito con-

flito entre as famílias: os gostos são diferentes e precisam ser respeita-dos. Não é pelo fato de não enten-der porque o marido gosta tanto de assistir futebol na TV que a esposa vai dizer que seu gosto é ruim. Da mesma maneira, um marido não pode ficar criticando a esposa pelo

fato de ela gostar de sair para pas-sear, mesmo que seja para dar uma volta no shopping sem a intenção de comprar coisa alguma. Filhos gostam de computadores e de ba-ter papo com amigos, dificilmente os pais entendem tais gostos, mas isso não deve levá-lo a fazer críticas o tempo todo ao gosto dos filhos.

Certo dia, questionei a um dos meus filhos porque ele perdera o desejo pelos cultos de oração às quartas-feiras na Igreja da qual eu era pastor. Sua resposta foi rápida e surpreendente: “Porque é chato”. Tive que fazer silêncio e digerir cal-mamente aquela resposta para não entrar num embate com ele. Ao ten-tar me colocar em seu lugar, percebi que talvez tivesse a mesma opinião se tivesse a idade dele. Se em vez disso eu o obrigasse a ir ao culto, mesmo sendo “chato”, talvez tivesse criado nele uma resistência maior aos demais trabalhos da Igreja. Quantos filhos abandonam a Igre-ja porque não são respeitados em suas opiniões acerca das reuniões?

3. Harmonizando as diferenças pela Palavra de Deus

Naturalmente que ser respeitado em suas diferenças não dá ao mem-bro da família o direito de fazer as coisas sempre do seu jeito. Há fa-mílias fragmentadas, sem cumplici-dade e sem comunhão porque cada um resolveu fazer as coisas exata-mente do seu jeito, sem levar em conta os demais membros da casa.

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Vida em família exige renúncia e esforço para se harmonizar com os demais. Isso também é um sinal de respeito! Acima dos direitos de cada um existem também as responsabi-lidades de cada um. Por exemplo: Um marido pode usar o seu direito de ser diferente, desde que não fal-te com o amor devido à sua espo-sa, que deve ser revelado através de gestos de carinho e gentileza. “Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela” (Ef 5.25 – NTLH). Da mesma forma, uma esposa não deve usar seu direito de pensar dife-rente e faltar com o respeito e reco-nhecimento à liderança do marido. “Esposa, obedeça ao seu marido, como você obedece ao Senhor” (Ef 5.22 – NTLH).

Os pais têm a obrigação de educar, disciplinar e formar os fi-lhos e isso, muitas vezes, pode ser confundindo com cerceamento da liberdade deles. “Quem não casti-ga o filho não o ama. Quem ama o filho castiga-o enquanto é tempo” (Pv 13.24 – NTLH). Os filhos podem pensar e se expressarem com suas diferenças, desde que não falte com o respeito, a honra e a obediência aos pais. “Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo” (Ef 6.1 – NTLH).

Ser diferente é um direito, mas esforçar-se para viver em harmonia é um dever de todos os membros da família. Ainda que tal esforço in-clua abrir mão de uma preferência, em favor da união familiar.

Para pensar e agir:- Você consegue viver suas di-

ferenças sem comprometer a har-monia e o bom convívio com os de-mais membros de sua família?

- Você é do tipo que se deixa convencer pelos demais em deter-minados momentos ou faz pirraça, infantilizando sempre seu compor-tamento, quando algo não acontece do seu jeito?

- Você respeita os demais mem-bros de sua família, ou está sempre querendo impor suas preferências?

- Se depender do seu jeito de ser, toda sua família se sentirá feliz e respeitada ou a mesma se senti-rá manipulada a agir sempre dentro de seus gostos?

- Não espere a mudança, seja a mudança! “Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês” (Mt 7.12 – NTLH).

- O lar deve ser o ambiente mais seguro para uma pessoa; um lugar desejado e valorizado. Uma casa se faz com cimento e tijolo; um lar, com pessoas que se amam e se respei-tam. Respeito não se impõe, respei-to se conquista, respeitando.

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ra Di

ária

Segunda: Mateus 7.12

Terça: Salmos 127.3

Quarta: Salmos 139.13

Quinta: Efésios 5.25

Sexta: Efésios 5.22

Sábado: Provérbios 13.24

Domingo: Efésios 6.1

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Salmos 127.3

FIDELIDADE NO CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO DOS PAIS

A relação entre pais e filhos é extremamente delicada, mui-tas vezes tensa e o tempo todo apaixonada. Educar é uma tarefa desafiadora. Filhos não se desen-volvem por si mesmos. Alimento, casa, roupa, médico e escola são meros coadjuvantes na tarefa da educação dos filhos. A presença constante e participativa dos pais é fundamental nesta tão importan-te e sublime missão.

A criança evolui todos os dias. Um filho nunca é o mesmo no dia seguinte. Há fases na vida dos filhos em que esta mudança é mais desafiadora, tanto para eles, quanto para os pais. A adolescên-cia, por exemplo, é uma fase muito instável, pois o próprio adolescen-te, muitas vezes, se vê confuso em relação à sua própria existência.

Deus, em sua imensurável sa-bedoria, deixou orientações claras em sua Palavra que, uma vez obe-

decidas, garantirão o êxito dese-jado na educação dos filhos. Em uma dessas orientações, a Bíblia diz: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disci-plina e os ensinamentos cristãos” (Ef 6.1 – NTLH). Para que possa-mos aplicar essa orientação na educação de nossos filhos, pre-cisamos destacar as ações nela contidas.

1. Não irrite seus filhosSe pararmos para refletir nessa

orientação, ficaremos um pouco confusos com a mesma, pois qual é o pai ou a mãe que teria prazer em provocar seus filhos, a fim de vê-los irritados? Afinal, o texto não se refere a um inimigo, mas aos filhos que amamos. A conclusão lógica a que chegamos é a de que

LIÇÃO 8

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nenhum pai ou mãe vai irritar o fi-lho deliberadamente, mas sim, vai fazê-lo diante dos desafios próprios desta relação.

Em que circunstância um pai/mãe pode provocar a irritação no filho? Bom, se levarmos em conta que os filhos são dependentes dos pais para sobreviver, tanto física como emocionalmente, que devem lhe prestar obediência e respeito e que os filhos não entendem o modo de pensar dos pais e nem os pais entendem o modo de pensar dos filhos, então percebemos aí o espa-ço para a provocação da irritação.

Pais superprotetores irritam os fi-lhos, pois toda criança, adolescente e jovem deseja explorar a vida e suas sensações. Aqueles, porém, que têm pais superprotetores, sentem-se to-lhidos diante dessa fascinante aven-tura, própria da vida. Naturalmente que os pais precisam zelar pela inte-gridade dos filhos, mas muitos exa-geram na dose e não é raro vermos pais de adolescentes, por exemplo, tratando-os com os cuidados com que tratam um bebê recém-nascido. Isso provoca irritação.

Todo ser humano precisa de um mínimo de privacidade, mas tem pais que não respeitam a privacida-de dos filhos. Isso provoca irritação.

Nem sempre os diversos cultos da Igreja, que agradam os pais, serão agradáveis aos filhos, mas muitos pais obrigam seus filhos a participarem de todos e ainda exi-gem que se portem como se esti-vessem adorando a reunião. Isso provoca irritação.

Há pais que se comportam na Igreja de modo carinhoso e aten-cioso com os filhos, mas em casa os ignoram ou tratam com extrema grosseria. Isso provoca irritação.

Reclamações dos vizinhos, te-levisão, internet, celular, shopping, amigos e games constituem um “terreno minado” para desencadear discussões entre pais e filhos. E, muitas vezes, não tendo paciência para o diálogo ou não sabendo dia-logar, os pais partem para o temível “já falei que não e pronto!”. Isso pro-voca irritação.

Perante Deus, ser fiel no cum-primento dos deveres de pais, inclui não provocar a irritação nos filhos.

2. Crie os filhos com a disciplina cristã

O fato de não provocar a irrita-ção nos filhos não é sinônimo de deixá-los sem disciplina. A questão aqui não é se deve corrigir ou não, a questão é: não corrigir com raiva. O Senhor, que disciplina aos que ama, jamais impediria que os pais disciplinassem seus filhos. “Pois o Senhor corrige quem ele ama e castiga quem ele aceita como filho” (Hb 12.6 – NTLH).

Disciplinar não é o mesmo que espancar, punir severamente, gritar ou coisas semelhantes. Disciplinar é impor uma ordem, ou colocar em ordem, pois a vida é feita de regras. Um filho cujo comportamento fuja às regras precisa ser recolocado na ordem certa. Mas a Bíblia fala de disciplina cristã, então há uma disciplina bíblica que precisa ser aplicada nessa correção dos filhos.

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Na Bíblia, disciplina é associada tanto com treinamento, instrução e conhecimento quanto com repreen-são, correção e punição. Para ser bíblica, a disciplina tem que seguir o padrão do próprio Deus. Alguns elementos que não podem faltar nesta disciplina são:

Empatia: Os pais precisam se colocar no lugar dos filhos, para en-tender seus motivos e ações. Nem sempre um erro cometido pelo filho é fruto de pura rebeldia, muitas vezes tem a ver com insegurança, incapa-cidade, inexperiência, solidão, etc.

Atenção: Os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos fi-lhos, não só nos momentos em que estes chamam a atenção, mas em todos os momentos possíveis. Mui-tos atos de indisciplina dos filhos é apenas uma forma de chamar a atenção dos pais.

Firmeza: Filhos precisam ser tratados com ternura, mas também com firmeza. Um comportamento não impede o outro. Ordens devem ser cumpridas, responsabilidades devem ser assumidas e atendidas, o que é errado não pode ser rele-vado, no mínimo deve-se conversar a respeito. As escolhas têm con-sequências e os pais devem zelar para que isso fique claro para os filhos o tempo todo.

Misericórdia: Nem toda culpa deve ser castigada, é preciso exer-cer misericórdia para com os filhos. Muitas vezes, a misericórdia ensina mais do que a punição.

“...vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cris-tãos”. (Ef 6.4 – NTLH) Diz a Palavra.

3. Pai – profeta e sacerdoteDeus definiu o pai como cabe-

ça do lar “Pois o marido tem auto-ridade sobre a esposa, assim como Cristo tem autoridade sobre a Igre-ja” (Ef 5.23 – NTLH). Nesta defini-ção existem duas funções intransfe-ríveis que são: profeta e sacerdote.

Como profeta, o pai precisa ser um fiel e incansável representante de Deus na família. Isso implica, não só em mensagens e conselhos, mas principalmente em modo de vida. A maneira de viver de um pai deve imprimir no coração dos filhos a imagem do próprio Deus. Como profeta, o pai tem a missão de não deixar que seus filhos se esqueçam de Deus e de seus mandamentos. Isso deve ser anunciado principal-mente com o modo de vida do pai.

Como sacerdote, o pai é aquele que leva diante de Deus as necessi-dades de sua família. O sacerdote é o mediador, é quem intercede junto a Deus pelos seus. Jó é um exem-plo de sacerdote de seus filhos, ele sempre sacrificava a Deus em favor dos filhos: “Jó se levantava de ma-drugada e oferecia  sacrifícios  em favor de cada um dos seus filhos, para  purificá-los. Jó sempre fazia isso porque pensava que um dos filhos poderia ter pecado, ofen-dendo a Deus em pensamento” (Jó 1.5 – NTLH).

Os filhos precisam de pais que intercedam por eles, não apenas pedindo proteção, mas colocando suas necessidades e anseios dian-te do Deus Todo Poderoso. O pai

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sacerdote pede perdão pelos peca-dos dos filhos, ele implora a Deus que não castigue seus filhos, mas que os trate com misericórdia. Era isso que Jó fazia.

4. Mãe – Auxílio, ternura e féDeus, quando criou a mulher, a

formou com habilidades fantásticas. Colocou nela uma sensibilidade e uma capacidade de percepção incrí-veis. Por isso, Ele a designou como auxiliadora adequada ao marido, que é o líder. Uma mulher tem muita força interior e uma fé muito firme, apesar de ser meiga e sensível.

À mulher foi conferida tamanha força que a Bíblia diz que se ela for sábia ela edificará seu lar, mas se for tola vai destruí-lo: “A mulher sábia constrói o seu lar, mas a que não tem juízo o destrói com as pró-prias mãos” (Pv 14.1 – NTLH).

Essa combinação de ternura e força, meiguice e fé, fazem da mu-lher uma pessoa capaz de acolher, amar, cuidar, acompanhar e educar seus filhos. Uma mãe precisa ter consciência dessas habilidades, inerentes ao seu gênero, e colocá--las a serviço da nobre missão de criar seus filhos nos ensinamentos do Senhor.

Mãe sempre será sinônimo de ternura. É isso que seus filhos es-peram dela. Quando uma mãe abandona este perfil e tenta se im-por de outra maneira, pode gerar uma carência em seu lar, sentida principalmente pelos seus filhos. Muitos lares estão destruídos por-

que as mulheres desistiram da fé, abriram mão da promessa de Deus sobre suas vidas.

Mãe, não abra mão da promes-sa de Deus sobre sua vida e família! Seja como Sara, cujo nome figura na galeria dos heróis da fé porque se manteve firme na promessa: “Pela fé, até a própria Sara rece-beu a virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho havia prometido” (Hb 11.11- NTLH).

Para pensar e agir:- Filho é, antes de tudo, um dom

e não um peso – agradeça pelos seus!

- A missão prioritária dos pais é cuidar dos filhos – fique perto deles o máximo que puder!

- Quando Deus dá filho às pes-soas, Ele está demonstrando con-fiança de que elas cuidarão bem deles, pois são herança da parte do Senhor – Como você tem cuidado de seus filhos?

- Diante do papel dos pais na vida dos filhos, será que há resgates que precisam ser feitos em sua vida?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Salmos 127.3

Terça: Efésios 6.1

Quarta: Hebreus 12.6

Quinta: Efésios 5.23

Sexta: Jó 1.5

Sábado: Provérbios 14.1

Domingo: Hebreus 11.11

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Efésios 6.1

FIDELIDADE NO CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO DOS FILHOS

LIÇÃO 9

Ser filho é muito bom, mas tem seus enormes desafios também. Muitas vezes os pais, no ensejo de proteger e educar, terminam cer-ceando a liberdade e impedindo que os filhos passem por algumas experiências didáticas na vida. É muito difícil um diálogo franco entre pais e filhos, pois normalmente os pais se sentem “donos de toda ver-dade” e não dão muito ouvido para o que os filhos têm a dizer. Sem falar que para muitos pais, seus filhos são de vidro, ou seja, qual-quer coisinha que aconteça fora dos planos pode quebrá-los. Isso faz com que o relacionamento en-tre pais e filhos muitas vezes fique tenso e até desenvolva mágoas.

Esta é, sem dúvida, uma re-lação cheia de paradoxos, onde amor e ódio, sorrisos e lágrimas,

gratidão e mágoa, aproximação e distanciamento, etc. se alternam com extrema frequência.

Os pais têm muito medo de perderem seus filhos, ou que al-guma coisa não dê certo na vida deles, além de terem uma respon-sabilidade perante a sociedade e, principalmente, perante o Criador na educação dos mesmos. Esses desafios, imersos em um amor incalculável, pode tornar essa re-lação muito doentia, sem prazer e com resultados lastimáveis, para ambos os lados.

Por isso Deus, em sua grande sabedoria e estratégia, deu aos filhos também um mandamento para com seus pais. Se por um lado, os pais têm compromissos na criação dos filhos, por outro, os

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filhos têm compromissos na relação com os pais. Não apenas compro-missos éticos e sociais, mas prin-cipalmente compromisso perante a Palavra do Senhor que diz: “obede-ça seu pai e sua mãe”.

1. A obediência resulta em proteção

Viver é muito bom, mas também é muito perigoso. A obediência co-meça a proteger desde criança. Talvez você já tenha ouvido: “Não mexa no fogão. Está quente!”; “Fi-que só no raso. É perigoso!”; “Olhe para os dois lados antes de atraves-sar a rua!”; “Assopre antes de comer e coma devagar!”. Infelizmente, mui-tas crianças já se feriram, ou até morreram, por não obedecerem a seus pais.

A situação piora quando pensa-mos no mundo, do lado de fora do lar. Dentro de casa, na companhia dos pais, os filhos estão sempre protegidos e bem cuidados. Por mais que haja discussões acalo-radas no convívio do lar, elas não ultrapassarão os limites do respeito e da segurança para os filhos. Não é assim no mundo, ou seja, fora do relacionamento familiar há muito egoísmo, violência, interesses per-versos, etc. Às vezes, é difícil para um filho entender a preocupação de seus pais com a vida em socieda-de, mas a Bíblia diz que o mundo está mergulhado no mal: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está debaixo do poder do Ma-ligno” (1Jo 5.19 – NTLH).

João se refere a uma sociedade sem Deus, dominada pelo diabo, pelo egoísmo e pelo pecado. Isto é uma constatação: nosso mundo, sem Deus, está sob o domínio do mal. Os filhos não nascem prontos para encarar esses desafios e mal-dades. Filhos que não aprendem com seus pais como viver em um mundo tão hostil, ficam vulnerá-veis a ele. Por outro lado, quando um filho é obediente aos seus pais, ele está, dentre outras coisas, con-tando com uma “dose” a mais de proteção. O número de jovens que morre, quer seja por violência, por acidentes automobilísticos, por ví-cios, etc. é muito grande. Muitos desses estariam vivos para conti-nuar suas histórias, se tivessem ou-vido a seus pais.

Obediência gera proteção e vida longa: “Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva mui-to tempo na terra” (Ef 6.3 – NTLH).

2. A obediência gera aprendizadoNossos maiores e melhores pro-

fessores na vida são nossos pais. Com eles, aprendemos tanto com seus acertos, quanto com seus er-ros. Obedecer aos pais, estar ao lado deles e observá-los é uma fonte de aprendizado para os filhos. A escola pode ensinar muitas coi-sas, mas quem ensina a viver são os pais. Mesmo filhos que tenham pais analfabetos aprendem muito com suas experiências. A sabedoria do adulto não pode ser despreza-da, ela vem da vivência, não é uma sabedoria teórica, não é fruto de

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pesquisas, mas fruto da vida. Mãos calejadas, cabelos brancos, pele enrugada, etc. são marcas de que ali tem uma enciclopédia da vida.

Filhos que obedecem, ficam perto dos pais e estes têm prazer em ensiná-los a como tirar melhor proveito da vida. Principalmente no tocante à vida com Deus. O apósto-lo Paulo ressalta o aprendizado que o pastor Timóteo recebeu desse relacionamento familiar: “Lembro da sua fé sincera, a mesma fé que a sua avó Loide e Eunice, a sua mãe, tinham. E tenho a certeza de que é a mesma fé que você tem” (1Tm 1.5 – NTLH).

3. A obediência estimula o afetoCom o passar dos anos, os re-

lacionamentos estão ficando mais frios e distantes. A tecnologia pro-porcionou a criação de milhares de amigos virtuais, mas a mesma tem afastado as pessoas do convívio real. Padecemos pela falta de afeto. O afeto cura e fortalece a pessoa. Quem recebe e dá afeto tem uma melhor autoestima e adoece me-nos. O afeto cria um ambiente de cumplicidade capaz de proteger e dar significado a vida.

Um pai e uma mãe têm muito afeto para dar aos seus filhos, mas como farão isso, se os filhos não fo-rem obedientes? Quando os filhos são bebês, eles recebem muito afe-to de seus pais; na primeira infân-cia, tal afeto os fortalece e lhes dá o sentimento de segurança e perten-cimento. Mas na medida em que o tempo vai passando e os filhos vão

crescendo, os mesmos vão se tor-nando mais independentes e já não obedecem a seus pais como deve-riam. O afeto começa a dar lugar às discussões, desentendimentos e até hostilidades. Nesse momento, o filho começa a perder os benefícios que o afeto pode proporcionar.

Filhos que obedecem a seus pais estimulam o afeto no relacio-namento com eles. Isso lhes será útil no tempo presente e no futuro, inclusive quando seus pais forem idosos, o afeto permanecerá e lhes garantirá uma velhice feliz.

4. A obediência é uma virtudeA obediência não é algo fácil.

Obedecer é submeter-se, e isso é uma ação muito difícil para qual-quer pessoa. Principalmente quan-do os pais estão errados na análise de uma situação e não ouvem os filhos, apenas dão as ordens. Quem é filho já passou por situações como essas. Mas, o que devemos fazer nesses casos? A Bíblia não diz aos pais “seja assim para que seu filho seja assado”. Ela orienta aos pais sobre a maneira como deve educar seus filhos, mas não diz aos filhos que só devem obedecer aos pais se eles fizerem a parte deles. A ques-tão da obediência aos pais não passa obrigatoriamente pelo mere-cimento destes, mas sim, pela virtu-de dos filhos em serem obedientes. Isso é um assunto entre o filho que obedece e o próprio Deus que deu a ordem para obedecer.

Obedecer aos pais é uma vir-tude daqueles que amam a Deus e observam seus mandamentos.

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“Pois amar a Deus é obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer” (1Jo 5.3 – NTLH).

5. A obediência dos filhos aos pais agrada a Deus

Deus criou a família e o padrão a ser praticado no relacionamento entre seus membros. O próprio Je-sus, nosso exemplo maior e absolu-to, foi submisso a seus pais. Ainda que Ele fosse a Divindade em car-ne, ele seguia o plano de Deus para a família. “Então Jesus voltou com os seus pais para Nazaré e conti-nuava a ser obediente a eles. E a sua mãe guardava tudo isso no co-ração” (Lc 2.51 – NTLH).

Creio que o maior desejo de todos os cristãos é ter a consciên-cia de que está agradando a Deus. Ninguém quer desagradá-lo, porém muitos filhos desagradam ao Se-nhor, quando ferem o mandamento de obedecer e honrar seus pais. Tais filhos, além de não observarem os benefícios deste mandamento que a Bíblia diz que é o primeiro man-damento com promessa “Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo. Como dizem as Escrituras: “Respeite o seu pai e a sua mãe.” E esse é o primeiro mandamento que tem uma promessa, a qual é: “Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra.” (Ef 6.1-3 – NTLH), também não atentam para o fato de que esta obediência aos pais é uma obe-diência ao próprio Deus.

Para pensar e agir:- Você é um(a) filho(a) que honra

e obedece a seus pais?- Entenda que este mandamento

não condiciona a obediência ape-nas quando os filhos concordam com os pais.

- Não tente fazer com que seus pais mereçam a sua obediência, pois isso, além de ser uma inversão da ordem dada pelo Senhor, não lhe diz respeito. Apenas honre e obedeça!

- Se os seus pais não são dig-nos de sua obediência pelo caráter que possuem, honre-os pelo fato de serem seus pais. Faça a sua parte!

- Se você quer ser uma pessoa vencedora na vida, não tente alcan-çar isso sem a obediência a seus pais, pois esse mandamento é a condição para que “Te vá bem e viva muito tempo sobre a terra”!

- O dia em que você tiver filhos, você gostaria que eles lhe tratas-sem como você trata seus pais?

- Lembre-se sempre: Colhemos o que plantamos.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Efésios 6.1

Terça: 1João 5.19

Quarta: Efésios 6.3

Quinta: 1Timóteo 1.5

Sexta: 1João 5.3

Sábado: Lucas 2.51

Domingo: Provérbios 23.22

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Mateus 5.13-14

RESGATANDO OS VALORES MORAIS NA FAMÍLIA

A família é chamada de célula--mãe da sociedade. Para que uma sociedade seja saudável, é ne-cessário que suas células (famí-lias) também sejam. Naturalmente que o mesmo princípio se aplica à Igreja, ou seja, famílias saudáveis formam Igrejas saudáveis.

Por essa razão, iniciamos nos-sos estudos bíblicos sobre família abordando a necessidade de se resgatar valores que contribuem com a sociedade como um todo, e com a Igreja em particular.

1. Sobre valores moraisValores morais são os concei-

tos, juízos e pensamentos que são considerados “certos” ou “er- rados” por determinada pessoa na sociedade.

Os valores morais começam a ser ensinados no lar, no seio da família, pois desde os primeiros anos de vida o caráter está sendo formado. A família é fundamental na formação moral das pessoas.

A devoção a Deus e o respeito ao próximo são essenciais para estabelecer a paz e a vida orga-nizada na sociedade. Deus criou o mundo para viver em ordem. Os valores morais são indispensáveis para uma vida organizada, pois mostram qual deve ser o compor-tamento e a forma de interação entre os membros da sociedade.

Todo “bem” ou “mal”, “certo” ou “errado” estão baseados nos en-sinamentos descritos na Palavra de Deus. Ela é a nossa regra de fé e nosso manual prático para a vida, e é no convívio familiar que tais ensinamentos devem ser en-sinados e fortalecidos; quando necessário, resgatados. “Guar-dem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje  e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levanta-rem. Amarrem essas leis nos bra-ços e na testa, para não as esque-

LIÇÃO 10

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cerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões” (Dt 6.6-9 – NTLH).

2. Nossas famílias devem influenciar a sociedade e não o contrário

Nosso Senhor Jesus Cristo es-pera que nossas famílias sejam sal da terra e luz do mundo – “Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam. Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte” (Mt 5.13-14 – NTLH). Se as-sim deseja o nosso Senhor, então é assim que devemos orientar nos-sas famílias, a fim de que a mes-ma exista, antes de qualquer coisa, para glorificar ao seu Criador.

Ao falar de resgate, nos refe-rimos às coisas que se perderam como também as que estão sob o risco de se perder. Neste caso, os valores que têm influência na socie-dade e na Igreja e que estão sob forte ameaça são os valores morais.

Ao zelarmos para que os mem-bros de nossas famílias cumpram seus deveres nestes aspectos, es-tamos nos alinhando com a vonta-de do Senhor: sendo sal e luz.

3. Deus é um ser moralDeus é um ser moralmente per-

feito. O Deus moral exige que o ho-mem seja como Ele.

Por não ser o objetivo principal deste estudo, não vamos entrar em detalhes sobre os atributos morais de Deus, apenas citaremos um que contempla todos os demais: San-tidade. Deus diz em sua Palavra: “Porque as Escrituras Sagradas di-zem: ‘Sejam santos porque eu sou santo’” (1Pe 1.16 – NTLH). Santida-de é pureza. É se manter separado de tudo o que é impuro.

4. Deus nos criou para sermos como Ele é

O relato da criação revela que Deus nos fez à sua imagem e se-melhança: “Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco” (Gn 1.26 – NTLH). Esse texto sa-grado nos mostra que a intenção de Deus ao criar o ser humano era que o mesmo fosse igual a Ele.

O apóstolo Pedro fala desse desejo do Senhor de que sejamos iguais a Ele: “Sejam obedientes a Deus e não deixem que a vida de vocês seja dominada por aqueles desejos que vocês tinham quando ainda eram ignorantes. Pelo contrá-rio, sejam santos em tudo o que fize-rem, assim como Deus, que os cha-mou, é santo” (1Pe 1.14-15 – NTLH).

5. A humanidade está carente de moralidade

Vivemos um momento social ex-tremamente difícil no aspecto moral. A começar pelas autoridades cons-tituídas, o Brasil vive uma crise mo-ral profunda. A imoralidade da socie-

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dade influencia nossas famílias e, consequentemente, nossas Igrejas.

Concordamos que os deveres de cidadania, como o voto, por exem-plo, sejam nossas armas democrá-ticas para fazermos as mudanças necessárias, porém, sabemos que a natureza humana sempre vai se inclinar para o que é imoral em de-trimento do santo. O profano e o per-verso seduzem e modificam para pior o modo de viver da sociedade.

Se tivermos uma carência moral no relacionamento com o próximo não experimentaremos a paz e a li-berdade para a qual fomos criados. Porém, este padrão moral tem sua fonte em Deus e nossa sociedade está carente da moralidade divina: “Todos  pecaram  e estão afasta-dos da presença gloriosa de Deus” (Rm 3.23 – NTLH).

Antropologicamente, o ser huma-no é carente do outro. Espiritualmen-te, do caráter e da moral de Deus. No salmo 42, o salmista declara esta sede de Deus: “Assim como a corça deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua pre-sença, ó Deus! Eu tenho sede de ti, o Deus vivo!” (Sl 42.1-2 – NTLH).

6. Deus opera mudanças através das famílias

Creio que este é um tempo em que Deus está procurando famílias através das quais Ele possa fazer as mudanças necessárias na socie-dade e, porque não dizer, em algu-mas Igrejas. Deus sempre operou através de famílias. Mesmo quando usa um homem ou uma mulher, Ele menciona a sua família. Deus ama

a família! Os sucessos e insuces-sos na Bíblia têm como pano de fundo a família.

Há famílias que deram mau exem-plo e foram uma vergonha, como a família de Adão, por exemplo. Deso-bedeceram a Deus e depois ficaram jogando a culpa um no outro: Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. “O homem disse: A mulher que me deste para ser a minha companhei-ra me deu a fruta, e eu comi. Então o Senhor Deus perguntou à mulher: Por que você fez isso? A mulher res-pondeu: A cobra me enganou, e eu comi” (Gn 3.12-13 – NTLH).

Mas também há relatos de fa-mílias que através de seus atos glorificaram a Deus, como a famí-lia de Noé, por exemplo. Noé foi fiel a Deus em meio a um contex-to de extrema corrupção. Ele levou sua família a se sobressair com um comportamento diferente, e por isso achou graça aos olhos do Senhor: “Quando o Senhor viu que as pes-soas eram muito más e que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas, ficou muito triste por haver feito os seres humanos. O Senhor fi-cou tão triste e com o coração tão pesado, que disse: Vou fazer desa-parecer da terra essa gente, que criei, e também todos os animais, os seres que se arrastam pelo chão e as aves, pois estou muito triste por-que os criei. Mas o  Senhor  Deus aprovava o que Noé fazia. Esta é a história de Noé. Ele foi pai de três filhos: Sem, Cam e Jafé. Noé era um homem direito e sempre obe-decia a Deus. Entre os homens do seu tempo, Noé vivia em comunhão com Deus” (Gn 6.5-10 –NTLH).

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7. Como famílias, precisamos resgatar e preservar os valores morais

Imaginemos uma panela com um delicioso cozido com legumes e carnes zelosamente selecionados. O tempero foi feito de forma espe-cial para acrescentar sabor, o chei-ro faz salivar, a aparência estimula o apetite, mas se o cozinheiro tiver esquecido de colocar sal, o sabor não vai corresponder ao desejado. Vai decepcionar.

Da mesma maneira, uma família não deve ostentar uma aparência piedosa, sem ser piedosa; não deve falar em nome de Deus, sem agir como Ele; não deve consumir coi-sas caras e não pagar suas contas; não deve se banquetear constante-mente, enquanto seu vizinho passa fome; etc.

Como família, devemos lembrar do “sal” nos nossos pequenos ges-tos, como por exemplo: Não falar mentira, não dar calote nos credo-res, não cobiçar o que seja de ou-tros, não enganar as pessoas, ensi-nar uma criança a não pegar o que não lhe pertence, não colar na pro-va, não falsificar atestado médico para faltar ao trabalho, não dirigir de forma desordeira, respeitar as leis (por mais que não concordemos com elas), ser honesto nos negó-cios, não furar fila, não “dar jeitinho” para obter vantagens sobre outros, etc. Lembremos que o nosso Deus espera que sejamos sal e luz num mundo carente de moral.

Para pensar e agir:- Não espere que os demais

membros de sua família mudem o comportamento, seja você a mu-dança no seu lar. Lembre-se sem-pre que o exemplo vale mais do que o “sermão”.

- Pais, ensinem a pureza dos atos aos seus filhos, disciplinando com amor quando necessário, mas principalmente dando exemplo de comportamento.

- Busquem a ajuda de Deus para operar as mudanças necessá-rias em sua família. A Bíblia diz que Deus nos ajuda em tudo, quando o buscamos: “Ponha a sua vida nas mãos do Senhor, confie nele, e ele o ajudará” (Sl 37.5 – NTLH).

- Ao invés de ficarmos reclaman-do da sociedade e dos corruptos imorais, vamos ser a sociedade que devemos ser.

- Não desprezemos o poder de formação e transformação que tem o lar. É na família que o cidadão é formado, é na família que o bom crente é ensinado.

- Não faça nada esperando re-conhecimento ou recompensas dos homens. Viva para a glória de Deus e receba a recompensa dos céus.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Mateus 5.13-14

Terça: Deuteronômio 6.6-9

Quarta: 1Pedro 1.16

Quinta: Gênesis 1.26

Sexta: 1Pedro 1.14-15

Sábado: Romanos 3.23

Domingo: Salmos 42.1-2

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Salmos 127.1

RESGATANDO O INTERESSE PELA PALAVRA DE DEUS

A maior riqueza de uma pes-soa, aquilo que pode lhe conferir felicidade, não é dinheiro, nem poder, nem status, ou coisas se-melhantes. Uma pessoa é feliz quando tem um lar feliz. Continuo insistindo com a frase de David Markey: “Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”.

Toda família pode viver feliz e com harmonia entre seus mem-bros. Porém, apesar das pessoas saberem disso, e desejarem isso, ainda é grande o número de lares que permanecem divididos, onde seus membros não conseguem estabelecer uma comunicação ca-paz de conectá-los, deixando-os isolados uns dos outros. É sempre oportuno lembrar que a constru-

ção de um lar verdadeiramente feliz e seguro só é possível se o mesmo estiver sob os cuidados de Deus para edificá-lo.

Uma casa se faz com material, mas um lar não. A edificação de um lar, dado as suas complexida-des, só é possível se a base sobre a qual o mesmo vai ser erguido for a Palavra do Criador. A aplicação desta Palavra na vida da família é o que garantirá sua sustentação. O rei Salomão fez este alerta em um dos salmos que escreveu: “Se o Senhor Deus não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la” (Sl 127.1a – NTLH). É preciso vencer a teimosia de que podemos resolver tudo sozinhos no que diz respeito a edificar uma

LIÇÃO 11

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família. Deus, que é o Criador da família pode transformar qualquer realidade familiar ruim em uma rea-lidade excelente. Além de poder, Ele quer fazer isso, mas é preciso dar-lhe acesso a este processo. “Se você me chamar, eu responderei e lhe contarei coisas misteriosas e maravilhosas que você não conhe-ce” (Jr 33.3 – NTLH).

Para tanto, é preciso saber que:

1. Não basta ler, é preciso entender

Há algum tempo atrás, passou uma reportagem num programa jornalístico da televisão de um ho-mem, que se dizia pastor, que tinha adulterado porque encontrou na Bíblia uma ordem para isso. Natu-ralmente que isso foi o extremo do exagero na má interpretação do tex-to, em que juntou os elementos da deficiência de leitura com um inte-resse em praticar o ato de adulté-rio. Porém, existem outros absurdos que são praticados por conta da má interpretação do texto sagrado.

É preciso tomar cuidado com a falsa crença de que ler a Bíblia to-dos os dias, ou fazer a leitura de toda a Bíblia uma vez ao ano, é o suficiente para garantir poder na edificação do lar. O simples exame das Escrituras não é suficiente para que o lar seja edificado na Palavra. É necessário ler, entender e prati-car. Ler a Bíblia sem entender cau-sa desânimo e enfado.

2. Não basta entender, é preciso praticar

Quando Jesus fez uma crítica aos judeus, dizendo que eles exami-navam as Escrituras e certamente percebiam que os textos sagrados falavam dEle, mas não o aceitavam como tal, Ele estava dizendo exa-tamente isto: “Vocês leem a Bíblia, entendem que falam de mim, mas me rejeitam”, ou seja, entendem, mas não praticam.

Pior do que ler sem entender, é entender sem praticar. Quem assim procede, está tomando uma deci-são deliberada de viver indepen-dente do que Deus pensa. Isso é o conceito clássico de pecado: viver independente do que Deus diz. Ler a Bíblia, entender o que leu e mes-mo assim não praticar é tão possí-vel, e até comum, que Tiago fez um alerta a esse respeito. “Não se en-ganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática” (Tg 1.22 – NTLH).

Uma família que deseja ser abençoada em tudo o que fizer pre-cisa obedecer a orientação da Pala-vra do Senhor, sendo praticante da mesma. “O evangelho é a lei perfei-ta que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer” (Tg 1.25 – NTLH).

Ler a Bíblia sem praticá-la é pe-cado. Isso gera enfraquecimento do lar e o deixa vulnerável às investi-das do maligno e às demais “tem-pestades” da vida.

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3. Um lar que não pratica a Palavra de Deus fica vulnerável

Lembremos novamente do aler-ta dado pelo senhor Jesus quanto ao alicerce para um lar que deseja ser forte: “Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aque-la casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha. Quem ouve esses meus ensinamen-tos e não vive de acordo com eles é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aque-la casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída.” (Mt 7.24-27 – NTLH).

Deus sempre demonstrou a im-portância da família e o quanto Ele está interessado em fortalecê-la. Nesta parábola, Jesus, mais uma vez, destaca a família como sendo uma prioridade sua e também reve-la o que acontece com aqueles lares que não lhe ouve nem lhe obedece. Ouvir e praticar a Palavra de Deus é a combinação perfeita e única para quem deseja fortalecer as bases de sua família contra as tempestades que a mesma enfrenta.

4. O que fazer?É importante incluir a Bíblia na

rotina da família, ainda que num pri-meiro momento, para quem ainda não tem o hábito de fazê-lo, pareça apenas uma leitura despretensiosa.

Ensinar versículos bíblicos às crianças e pedir que repitam os mesmos é um início interessan-te. Citar trechos bíblicos em várias situações do cotidiano também é uma boa maneira de mostrar o quanto ela guia a vida da família.

Contar histórias bíblicas, ainda que para filhos maiores, também tem uma boa receptividade, pois as histórias bíblicas são bem in-teressantes e, se bem contadas, prendem a atenção até de adul-tos. Aliás, a tradição oral, forma de manter viva a história do povo de Deus, era praticada pelos povos an-tigos, inclusive como mandamento do Senhor: “Escute, povo de Israel! O Senhor, e somente o Senhor, é o nosso Deus. Portanto, amem o Se-nhor, nosso Deus, com todo o cora-ção, com toda a alma e com todas as forças. Guardem sempre no co-ração as leis que eu lhes estou dan-do hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levanta-rem. Amarrem essas leis nos bra-ços e na testa, para não as esque-cerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões” (Dt 6.4-9 – NTLH).

Escrever versículos bíblicos so-bre família, caráter, temor ao Se-nhor, etc. e colar em alguns lugares da casa onde todos tenham acesso com frequência também é uma es-tratégia muito boa.

Criar momentos para a leitura da Bíblia em família seria o ideal, mas é preciso tomar certos cuidados, tais como:

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- Se os filhos são crianças pe-quenas, deve-se ler trechos curtos e objetivos e que tenham aplicação prática imediata, como por exem-plo: “Filhos, o dever cristão de vo-cês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo. Como dizem as  Escrituras: ‘Respeite o seu pai e a sua mãe’. E esse é o primeiro mandamento que tem uma pro-messa, a qual é:  ‘Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra’.” (Ef 6.1-3 – NTLH). É um texto fácil de explicar às crianças e com apli-cação prática na relação da criança com seus pais.

- Se os filhos forem adolescen-tes, deve-se ler trechos curtos e objetivos, de fácil entendimento e que transmitam uma ordem de Deus. Por exemplo: “Meu filho, es-cute o que o seu pai ensina e preste atenção no que a sua mãe diz. Os ensinamentos deles vão aperfei-çoar o seu caráter, assim como um belo turbante ou um colar melhoram a sua aparência” (Pv 1.8-9 – NTLH).

- Para os jovens, uma boa leitura são os textos que os motivem a an-dar com aqueles que temem ao Se-nhor. Por exemplo: “E você, Timóteo, fuja das paixões da mocidade e procure viver uma vida correta, com fé, amor e paz, junto com os que com um coração puro pedem a aju-da do Senhor” (2Tm 2.22 – NTLH).

- Com toda a família reunida, deve-se pensar em textos que também sejam curtos, objetivos e práticos. Por exemplo: “Mas no co-meço, quando foram criadas todas

as coisas, foi dito: Deus os fez ho-mem e mulher. Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa. Assim, já não são duas pessoas, mas uma só. Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu”. (Mc 10.6-9 – NTLH).

Textos muito longos e de difícil interpretação podem desanimar as pessoas em relação à leitura da Bí-blia em família. O mesmo se aplica às orações e as explicações sobre os textos.

Para pensar e agir:- A Bíblia tem sido valorizada na

vida cotidiana de sua família?- Se todos na sua casa valori-

zassem a Bíblia como você, como a Bíblia seria tratada em seu lar?

- Seja você marido, esposa, pai, mãe ou filho, a Bíblia tem orienta-ção para você no que diz respeito à vida em família. Você se orienta pela Bíblia pra cumprir seu papel na família?

- Que tal começar por você o resgate pelo interesse na Palavra de Deus em sua família?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Tiago 1.25

Terça: 7.24-27

Quarta: Deuteronômio 6.4-9

Quinta: Efésios 6.1-3

Sexta: Provérbios 1.8-9

Sábado: 2Timóteo 2.22

Domingo: Marcos 10.6-9

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Josué 24.15

RESGATANDO A DEVOÇÃO A DEUS NA FAMÍLIA

Vivemos dias de esfriamento espiritual. Embora o número de evangélicos esteja aumentando, a influência destes na sociedade não é facilmente percebida. Talvez isso esteja ligado ao tipo de men-sagem e culto que as Igrejas es-tão adotando. A relação do homem com Deus tem se modificado e cada vez mais o teocentrismo vem enfraquecendo, dando lugar ao antropocentrismo. Muitos cultos hoje têm mais cânticos em favor do homem do que de adoração a Deus. Vivemos um tempo em que a influência espiritual bíblica tem dado lugar a um tipo de culto ao deus que tudo tem que nos dar. O homem foi criado para a glória de Deus e não Deus para a glória do homem, embora muitas reuniões evangélicas nos dê essa impres-são. Como pastor, há 25 anos, te-nho essa infeliz sensação ao olhar em redor.

1. Quem influencia quem?Quando Jesus falou sobre os

discípulos serem sal e luz, Ele es-tava se referindo à influência. “Vo-cês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pe-las pessoas que passam. Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade cons-truída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para co-locá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” (Mt 5.13-16 – NTLH). Nossa famí-lia está o tempo todo, ora influen-ciando, ora sendo influenciada.

LIÇÃO 12

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Para que lado essa balança está pesando mais?

O comportamento do mundo que não teme a Deus tem influen-ciado muitas famílias crentes. As próprias festas de aniversário e até casamentos misturam culto com músicas que fazem apologias a coisas que a Bíblia condena. Refi-ro-me à músicas que ferem os prin-cípios sagrados, pois há muitas mú-sicas boas compostas e cantadas por artistas não crentes, que são ótimas. Além disso, algumas Igrejas modificaram tanto sua liturgia que seus cultos são procurados não pela adoração e palavra, mas pelo entretenimento que dá aos fiéis en-quanto estes, sentados ou em pé, são envolvidos numa atmosfera que apela ora à comédia, ora à prospe-ridade material ou às orações des-cabidas, como exigir alguma coisa de Deus, por exemplo.

Creio que este é um tempo em que Deus procura famílias de ado-radores sinceros, que sejam uma voz profética em meio a uma so-ciedade distraída. Famílias que ve-nham com a força transformadora do sal e o brilho forte de uma luz, capaz de lembrar às pessoas que o Senhor é Deus. Jesus tinha esta expectativa quando disse “Vocês são sal e luz”! Uma família que tem devoção ao Senhor é sal e luz para este mundo.

Nossos dias exige um posicio-namento dos cristãos. Nossas famí-lias devem resgatar, no cotidiano do lar, o testemunho cristão, a adora-

ção e o culto ao único Deus. Isso, além de ser bênção para a própria família trará benefícios para tantas outras que nos observam.

Como podemos ser bênção para nossa família e para nossa socieda-de nesses dias de apostasia? Se-jamos como Josué. Ele analisou a situação, indignou-se com o es-friamento do povo, posicionou sua família e falou ao povo. O resultado disso? Promoveu um avivamento espiritual nas famílias de seu tempo.

2. Analisando como JosuéAntes de juntar o povo e procla-

mar sua decisão de servir somente ao Senhor, Josué teve que analisar a situação ao seu redor. Ele e Calebe eram os únicos remanescentes que testemunharam os grandes feitos do Senhor no êxodo. A nova geração vivia um misto de esquecimento de Deus e de expectativas quanto ao que o futuro lhes reservava.

Hoje, vivemos um tempo em que muitos vivem apegados com os investimentos que lhes garantirão dias melhores no futuro, enquanto outros andam apenas distraídos por aí. A internet e as redes sociais têm levado todos os dias a maior parte do tempo das pessoas, princi-palmente dos mais jovens. Precisa-mos, a exemplo do que fez Josué, analisar a postura da sociedade em que vivemos e avaliar até onde nossa família já está envolvida com suas práticas que excluem Deus, a fim de resgatarmos a devoção que é devida a Ele.

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3. Agindo como JosuéAo perceber o perigo que o povo

corria de se afastar de Deus, Josué agiu. Tomou uma decisão em rela-ção à sua família e depois anunciou ao povo. Não podemos ser passi-vos quando o assunto é o risco que nossa família corre de abandonar a devoção a Deus. Os tempos são de apostasia e nossas famílias es-tão correndo o risco de esfriamento espiritual. Aliás, muitas já esfriaram.

Com a democratização da co-municação através das mídias sociais, percebemos muita gente reclamando, demonstrando indig-nação, criticando posturas antibí-blicas, etc., porém, mais do que se indignar, mais do que demons-trar essa indignação é necessário tomar uma atitude em relação à nossa própria família. Josué disse: “eu e a minha família serviremos a Deus, o Senhor” (Js 24.15 – NTLH). A indignação revelada por Josué veio acompanhada de atitudes de mudanças em sua casa. É o que devemos fazer.

4. Falando como JosuéInteressante que Josué, como

líder do povo, não criticou ou recla-mou do comportamento do povo. Ele falou do que estava acontecen-do, mostrou as opções e respon-sabilizou cada um pelos seus atos: “Mas, se vocês não querem ser servos do Senhor, decidam hoje a quem vão servir. Resolvam se vão servir os deuses que os seus an-

tepassados adoravam na terra da Mesopotâmia ou os deuses dos amorreus, na terra de quem vocês estão morando agora” (Js 24.15 – NTLH). Josué foi claro e direto. Ele não perdeu tempo com debates to-los, mas “abriu o jogo” com todos.

Creio que uma das razões que tem levado algumas famílias a não perceberem o perigo da apostasia é o fato de muitos crentes terem abandonado a fala clara e direta, trocando-a por debates tolos. Há muita gente relativizando o que é absoluto e a Igreja não pode entrar neste debate confuso. A democra-cia, o debate, as opiniões diferentes são muito bem vindas nas questões em que cabe discussão, mas quan-do o assunto tem a ver com santi-dade e consagração, não há muito que discutir: ou estamos com Deus ou não.

Servir ao Senhor é uma questão que exige separação de tudo o que pode ferir a imagem santa do Eter-no. “Mas, se vocês não querem ser servos do Senhor, decidam hoje a quem vão servir”. Isso se aplica aos pais em relação aos filhos também. Nós, pais, temos a responsabilidade perante Deus de falar com nossos filhos de forma clara sobre a impor-tância da consagração (separação) ao Senhor e devemos fidelidade no cumprimento de nosso dever. Não se trata de imposição; ser firme não significa ser arrogante. Tam-bém não se trata de ultimato; não vamos abandonar nenhum membro de nossa família, independente das escolhas que fizerem. Mas a fala do

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crente, principalmente em relação às coisas de Deus deve ser clara e objetiva: “Que o “sim” de vocês seja sim, e o “não”, não, pois qualquer coisa a mais que disserem vem do Maligno” (Mt 5.37 – NTLH).

5. Congregando como JosuéFinalmente, percebemos o im-

pacto da fala de Josué no povo. O resultado de sua análise e indigna-ção com o esfriamento espiritual do povo, de seu posicionamento firme em relação à sua família e de sua fala direta diante de todos, foi um mover que congregou o povo, em vez de espalhar. “O povo res-pondeu: Nunca poderíamos pen-sar em abandonar o  Senhor  para servir outros deuses! Foi o Senhor, nosso Deus, quem tirou a nós e aos nossos pais da escravidão na terra do Egito. E vimos as grandes coisas que ele fez. Ele nos guar-dou pelos caminhos por onde an-damos e no meio dos países por onde passamos.  Conforme íamos avançando, o  Senhor  ia expulsan-do todos aqueles povos e até os amorreus que moravam nesta terra. Portanto, nós também serviremos ao Senhor, pois ele é o nosso Deus” (Js 24.16-18 – NTLH). Sempre que uma pessoa de Deus, age de acor-do com a Palavra e fala como Deus quer, o resultado é um movimento que congrega os que são de Deus.

Precisamos resgatar a devoção e o serviço ao Senhor. Esse resga-te, porém, deve ter início na nossa própria casa, ou antes, no nosso próprio coração. Josué primeiro se

indignou, depois se posicionou, só então alertou aos demais. Josué fez o povo congregar e não se espalhar. Famílias que servem e adoram ao Senhor também têm como carac-terística o fato de congregarem as pessoas e não as espalharem.

Para pensar e agir:- Como está o mundo em que

vivemos em relação ao temor ao Senhor?

- Sua família está influenciando o mundo, ou sendo influenciada por ele?

- A devoção a Deus é presente no seu lar?

- Você pode dizer como Josué: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”?

- Como homem, líder da família, você tem sido um Josué?

- Como esposa, você tem apoia-do seu marido a ser um Josué?

- Como filho, você tem apoiado seu pai a ser um Josué?

- Se na sua família o líder não é crente ainda, que tal você orar e se empenhar para que Deus o alcance com sua graça salvadora?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Josué 24.15

Terça: Mateus 5.13-16

Quarta: Mateus 5.37

Quinta: Josué 24.16-18

Sexta: Salmos 103.17-18

Sábado: 1Crônicas 28.9

Domingo: Salmos 119.2

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DATA DO ESTUDO

Texto Bíblico: Salmos 128.1

RESGATANDO O PADRÃO DE DEUS PARA A FAMÍLIA

O salmo 128 é conhecido como o salmo da família, haja vista seu texto revelar uma família feliz, bem alimentada, alegre, frutífera e uni-da. Podemos dizer que a família exposta neste texto é uma família de acordo com o padrão de Deus. Uma família que vive nos padrões de Deus é a maior riqueza que al-guém pode ter na vida.

A família passou por um pro-cesso de mudança rápido e radi-cal. Saímos da família do “papai sabe tudo”, um modelo patriarcal, onde o homem mandava, a mu-lher se dedicava para ser uma mãe e dona de casa zelosa e os filhos obedeciam plenamente aos

pais e chegamos ao modelo que chamamos de “a grande família”, onde o marido é quase que exclu-sivamente um provedor, a mulher dedica-se para ser uma mãe ze-losa e os filhos rejeitam amadure-cer, comportando-se como eter-nos adolescentes.

Quando olhamos para as fa-mílias de hoje, rompidas e recom-postas muitas vezes, observamos que pouco resta do antigo modelo de família. E tem um novo dado cortando todos os laços com os costumes anteriores: pares ho-mossexuais passaram a pleitear a adoção ou a paternidade.

LIÇÃO 13

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Se Deus criou homem e mulher com papéis distintos e fundamen-tais para a segurança e bem estar da família, a pergunta que devemos fazer é: Como ficam, nessa nova realidade, os papéis tradicionais de pai e mãe, de homem e mulher, es-trutura necessária à educação das novas gerações?

1. A família é o nosso maior bemA maior riqueza de alguém é

ter um lar cheio de amor, carinho e felicidade. Deus instituiu a família para o bem estar e a segurança do homem.

É inegável que a família seja o nosso maior bem na terra. Porém, este bem está ameaçado, vivemos dias desafiadores para a família. A geração deste tempo é aponta-da como a mais infeliz de todos os tempos. Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publica-dos em mais de 70 países, disse em uma entrevista à revista Claudia que “nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva”. Além de todo o mal advindo do mau uso das mídias sociais e da internet, ainda enfrentamos outros terríveis ata-ques contra a família.

É urgente observarmos o pa-drão de Deus para a família, com-pararmos com o que temos viven-ciado em nosso lar e fazermos os resgates necessários para que nos-sa família viva de acordo com o pa-drão do Criador.

2. Na família segundo o padrão de Deus, o líder é um homem temente ao Senhor

“Feliz aquele que teme a Deus, o Senhor, e vive de acordo com a sua vontade!” (Sl 128.1 – NTLH).

Ser temente a Deus não é a con-dição de quem tem medo de Deus, pois se Deus é amor ninguém deve ter medo dEle. Temer ao Senhor é reverenciá-lo, respeitá-lo e honrá--lo. Um homem temente a Deus é aquele que reconhece a soberania dEle em tudo, aquele que não toma decisões sem consultar o Senhor, aquele que não deixa Deus fora de nenhum detalhe de sua vida. Um homem temente a Deus é re-conhecido, principalmente, pelos membros de sua família no dia a dia da vida no lar. Consequentemente, este homem será feliz e bem suce-dido em tudo o que fizer: “Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você” (Sl 128.2 – NTLH). Ele terá trabalho, sustento, prosperida-de e felicidade.

Se você é homem e esta não é a realidade da sua vida e do seu lar, então é importante que você reaja a isso e busque a condição de ser um homem segundo o padrão de Deus para sua família. Pois, na fa-mília segundo o padrão de Deus, o chefe dela é um homem temente ao Senhor e, consequentemente, um homem feliz.

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3. Na família segundo o padrão de Deus, a esposa e mãe é uma mulher frutífera

“Em casa, a sua mulher será como uma  parreira que dá muita uva” (Sl 128.3a – NTLH).

Uma parreira que dá uva atende a expectativa de quem a plantou, agora uma parreira que dá muita uva supera a expectativa de seu dono. O texto diz que no padrão de Deus a família tem uma mulher que supera a expectativa do que se es-pera dela, pois ela dá “muita uva”. Podemos comparar essas uvas com alguns frutos que se espera de uma mulher, mãe e esposa:

- Sabedoria: A Bíblia diz que a mulher sábia edifica a sua casa (Pv 14.1a). Essa sabedoria se re-vela, não na formação acadêmica, mas no modo de agir, de falar, de se calar, de orar, etc. O lar que tem uma mulher sábia é uma grande bênção para a família. O contrário é a tola que destrói seu lar por não saber se portar com sabedoria.

- Paciência: Embora seja produ-to da sabedoria, a paciência deve ser destacada, pois o mal de muitos lares hoje é exatamente as mulheres que não conseguem esperar pelas promessas do Senhor. O nome de Sara está na galeria da fé pelo fato de ter ela esperado pacientemente pela promessa do Senhor. “Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa” (Hb 11.11 – ARA). A família segundo o padrão de Deus

tem uma mulher que ora e exerce paciência para com seu esposo, seus filhos e as demais coisas dian-te das quais deve exercitá-la.

- Carinho: Mulher e carinho é uma combinação perfeita. O con-trário é uma tragédia para a família. Como esposa, ela deve ser carinho-sa com seu marido e, como mãe, com os seus filhos. Carinho não é apenas toque, abraço e beijo, cari-nho é o modo de falar, de tratar, a maneira como prepara as refeições para a família, a maneira como conversa com os filhos, a maneira como trata os hóspedes, etc.

- Amor: Deus, que é amor, es-colheu o ventre de uma mulher para vir ao mundo e sujeitou-se aos cui-dados dela para crescer como hu-mano. A mulher é símbolo do amor. Se o homem é sinônimo de força, a mulher é sinônimo de amor. Como é feliz um lar onde reina o amor ins-pirado por uma mulher que o admi-nistra!

- Paz: A paz é a coisa mais im-portante na vida de uma pessoa e de uma família. Um lar onde a mu-lher promove a paz é um lar segun-do o padrão de Deus.

Naturalmente que, de alguma maneira, esses frutos também são esperados nos demais membros da família, mas para nos reportarmos ao texto bíblico em estudo, aplica-mos à mulher, que deve ser como “uma parreira que dá muita uva”.

Se você é mulher e esta não é a realidade da sua vida e do seu lar, então é importante que você reaja a isso e busque a condição de ser

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uma mulher segundo o padrão de Deus para sua família. Pois, na fa-mília segundo o padrão de Deus, a mulher é como uma videira frutífera.

4. Na família segundo o padrão de Deus, os filhos crescem perto dos pais

“Teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa” (Sl 128.3b – NTLH).

Rebentos de oliveira é um bro-to novo que surge de repente da planta. Embora a oliveira precise de muito cuidado até brotar, depois ela se torna uma árvore grande, frondo-sa e muito resistente. Este é o plano de Deus para os filhos: Eles surgem dos pais de repente, ficam por per-to dos pais para serem cuidados “à roda da mesa” e depois crescem com segurança e resistência para produzir seus frutos.

Hoje muitos filhos trocaram os pais pelo celular, pelos games e pe-las festas com os amigos. Vivemos uma época de filhos que se recu-sam a amadurecer. Muitos, como bebês, trocam a noite pelo dia. Vi-ram a noite jogando ou “colados” nas redes sociais e dormem du-rante o dia, como se não tivessem nenhuma responsabilidade com a vida. Consequentemente, vivemos numa geração de adolescentes e jovens ansiosos e deprimidos por conta dos muitos estímulos de en-tretenimento que recebem. Os filhos precisam desacelerar e estabelecer uma velocidade confortável para a vida. Há muita correria, muita infor-mação, muitas possibilidades, mui-to estresse, etc.

Na família segundo o padrão de Deus, os filhos circulam perto dos pais, sentam à mesa com eles para as refeições, prestam atenção aos seus ensinamentos e conselhos, observam seu modo de vida para imitá-los e lhes obedecem. Os filhos precisam parar e observar seus pais, andar com eles, sentarem à mesa com eles e aprenderem a contemplar a beleza da vida, da na-tureza, do diálogo real e não virtual.

Se você é filho(a) e esta não é a realidade da sua vida e do seu lar, então é importante que você reaja a isso e busque a condição de ser um(a) filho(a) segundo o padrão de Deus para sua família. Pois, na fa-mília segundo o padrão de Deus, os filhos crescem perto dos pais.

Para pensar e agir:- Você pode dizer que sua famí-

lia é segundo o padrão de Deus?- Você consegue perceber os

perigos deste tempo que rondam a sua família?

- O que você acha que deve fazer para que sua família seja se-gundo o padrão de Deus?

- Se a sua família não é como você gostaria, que tal você ser como ela precisa?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Salmos 128.1

Terça: Salmos 128.2

Quarta: Hebreus 11.11

Quinta: Salmos 128.3b

Sexta: Provérbios 1.8,9

Sábado: Provérbios 14.1

Domingo: Salmos 127

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Revista da Convenção Batista Fluminense

Ano 15 - n° 57 - Abril / Maio / Junho - 2018

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Presidente: Pr. Vanderlei Batista Marins

Primeira Vice-Presidente: Profª. Esmeralda Oliveira Augusto

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Primeiro Secretário: Pr. Felipe Silva de Oliveira

Segundo Secretário: Pr. Juvenal Gomes da Silva

Terceiro Secretário: Pr. Luciano Cozendey dos Santos

Quarto Secretário: Pr. Ceza Alencar Rodrigues

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Redator: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda

Revisão Bíblico Doutrinária: Pr. Paulo Pancote

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Currículo 2018

Primeiro TrimestreMULTIPLICANDO DISCÍPULOS“Obediência ao Ide de Cristo” Pr. Jozadaque Gomes Nunes

Segundo TrimestreRESGATANDO OS VERDADEIROS VALORES DA FAMÍLIAPr. Nataniel Sabino

Terceiro TrimestreVIVENDO PARA A GLÓRIA DE DEUSFundamentado na Epístola de Paulo aos ColossensesPr. Evaldo Rocha

Quarto TrimestreFruto do Espírito - A Verdadeira Liberdade!Pr. Roberlan Julião

Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais revistas que o número de jovens e adultos

matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção

se for este o seu caso. Queremos investir seu dízimo também em outros projetos.

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