resgatando nossa identidade

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TEXTO : Dt. 10: 12-22 INTRODUÇÃO I - CARACTERÍSTICAS DOS TEMPOS PÓS - MODERNOS A humanidade experimentou, ao longo de sua história, diferentes momentos, com características bastante específicas que contribuíram para distinguir de forma clara uma época da outra. Basicamente, a história humana tem sido dividida em "idades", a saber: a) Idade Antiga ou Antigüidade - que é o período que vai desde a descoberta da escrita até o ano de 476, quando Roma foi invadida e destronado o seu último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augustus. É o período em que se formam grandes impérios mundiais, em que as

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IDENTIDADE

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Page 1: Resgatando Nossa Identidade

TEXTO : Dt. 10: 12-22

INTRODUÇÃO I - CARACTERÍSTICAS DOS TEMPOS

PÓS - MODERNOS A humanidade experimentou, ao longo

de sua história, diferentes momentos, com características bastante específicas que contribuíram para distinguir de forma clara uma época da outra. Basicamente, a história humana tem

sido dividida em "idades", a saber: a) Idade Antiga ou Antigüidade - que é o período que vai desde a descoberta da escrita até o ano de 476, quando Roma foi invadida e destronado o seu

último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augustus. É o período em que se formam grandes impérios mundiais, em que as

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civilizações são, principalmente,

formadas no Oriente Médio (com exceção de Grécia e de Roma), onde prevalece a mão-de-obra escrava e uma forte influência religiosa, religiões que são politeístas, ou seja, têm vários deuses.

A exceção é os hebreus, que

cultuam apenas um Deus, e será um hebreu, Jesus Cristo, que mudará radicalmente este mundo antigo. Com a prevalência do Cristianismo no

Império Romano, o chamado "mundo antigo" deixa de existir. b) Idade Média - que é o período que vai de 476 até 1453, quando os turcos otomanos invadem Constantinopla e

põem fim ao Império Bizantino ou Império Romano do Oriente.

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É o período em que o Cristianismo

domina a Europa, principalmente a Igreja Católica Apostólica Romana, que centraliza toda a concepção de vida ou "cosmovisão" do período. No Oriente, o enfraquecimento do

Império Romano do Oriente faz com que o cristianismo perca espaço para novas crenças, em especial o Islamismo, que surge entre os árabes, que vão formar um grande império.

O contato entre Oriente e Ocidente, a partir das chamadas Cruzadas, expedições em que o Papado tenta reconquistar a Terra Santa, que está nas mãos dos muçulmanos, faz com que haja uma completa transformação

no mundo ocidental, com a perda de domínio do Papado sobre os governos europeus e um distanciamento da atividade científica e tecnológica dos

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princípios religiosos católicos que,

aliás, foram vigorosamente combatidos pelo surgimento da Reforma Protestante. c) Idade Moderna - que é o período que vai de 1453 até 1789, quando

ocorreu a Revolução Francesa. Neste período, cada vez mais a ciência e a filosofia se distanciam dos dogmas religiosos.

Chega-se mesmo a entender que há uma oposição entre ciência e fé. O mundo ocidental começa a perder o seu referencial religioso cristão, o que se denominou de "secularização do mundo".

A verdade passa a ser procurada na ciência. Este movimento alcança com a Revolução Francesa o seu triunfo.

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d) Idade Contemporânea - que é o período que se inicia em 1789. Neste período surgiram os sistemas filosóficos francamente hostis ao cristianismo e a própria ideia de

adoração a Deus. A evolução da ciência e da tecnologia confirmaram esta hostilidade. Entretanto, o homem, ao confiar na razão, é lançado em um grande

número de conflitos e de problemas, inclusive as duas guerras mundiais e a perspectiva de destruição total no período da chamada "guerra fria" (1947-1989).

A partir do fracasso da experiência comunista, explicitamente ateia, há uma total descrença na própria ideia de verdade, o que configura o início do

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movimento considerado como "pós-

moderno", ou seja, não mais se aceita que a verdade venha da razão, mas se duvida até de que exista uma verdade. e) Pós-Modernidade - é o período da História que veio tomar o lugar do

período moderno. É o período em que vivemos atualmente, considerado como

"últimos dias". Esse período da história do homem

teve seu início no final do século 20, quando ocorreu no mundo o avanço de uma mentalidade caracterizada pela demolição dos fundamentos da sociedade ocidental cristã.

A pós-modernidade não é um movimento organizado, mas uma visão que influencia a academia, a religião, a arte, a cultura e a economia.

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Neste período, o conceito de certo e

errado, antes tidos por altamente definidos, hoje têm sido

relativizados, pois o pensamento

vigente é de que "o que é certo para mim pode não ser necessariamente certo para você". Francis Schaeffer (1997, p. 5), em seu

livro “A Morte da Razão”, nos diz que: “ Cada geração defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração.”

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A Igreja é o principal instrumento que

Deus tem neste mundo para unir as coisas. A resposta para a indagação e a inquietude dessa geração Pós-Moderna não está no místico, no pragmatismo, etc., mas sim em Cristo.

Como disse John MacArthur (1995,

p.12): “Encontramos na pessoa de Jesus Cristo provisões suficientes para as nossas necessidades”. 1-A primeira coisa que a Igreja tem

que ter é convicção de sua

identidade (Mt.5:13-14), porque essa identidade gera responsabilidade e estabelece a contracultura (Mt.6:8). As pessoas buscam fama (Mt.5:16),

glória (Mt.6:2), poder, dinheiro e status (Mt.6:19-24), etc. Porém, uma Igreja que tem convicção de sua chamada não vai buscar isso, mas o

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contrário, irá buscar a glória de Deus

(Mt.5:16), e o Reino de Deus (Mt.6:33). 2- Em segundo lugar o mundo Pós-

Moderno só vai ouvir pessoas que têm convicção daquilo que está

proclamando

Sai da esfera teórica (Mt.7:26-27) e desemboca na prática (Mt.7:24-25) e na transparência (Mt.5:9; 5:21-24; 5:37), na celebração da verdade (Mt.5:3-12), na prioridade e no

despojamento de tudo o que não é de Deus (Mt.6:10; 6:31-33). Presb. Rubem Amorese nos mostra quatro pedras fundamentais para

alcançar essa geração: A autenticidade, o cuidado mútuo, a confiança e a transparência.

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Segundo Amorese , para evitarmos a

infiltração Pós-Moderna na Igreja temos que romper com a Hermenêutica dos Sentidos, da Antropocentricidade e da Escatolicidade da Ficção.

Amorese : “ O desafio que a pós-modernidade coloca à nossa geração é um desafio à igreja. Se, por meio dela, o projeto eterno de Deus não se fizer manifesto na nossa geração, terá desaparecido da terra o testemunho do Cordeiro. E estaremos dizendo, com nossas vidas, que tudo não passou de um belo sonho.” 3- Em terceiro lugar, a Igreja não

pode relativizar a Palavra de Deus

por causa do sucesso do

pragmatismo excêntrico e nem

pelas afrontas desse mundo.

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Para John Stott (1997, p.184), no seu

livro “Ouça o Espírito, Ouça o Mundo”, nós não podemos ser como varas sopradas ao vento, não podemos de maneira alguma nos curvar diante dessa sociedade com sua avareza, seu relativismo, sua rejeição ao absoluto. Pelo contrário, temos que ficar fiel à Palavra de Deus. A Palavra de Deus é

absoluta verdade: “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (Jo.17:17, NVI).

O mundo precisa visualizar que a Igreja de Cristo tem sua plena fundamentação não nas riquezas desse mundo, mas em Deus. O mundo tem que notar que a Igreja de Cristo não é opulenta, mas ela encarna um estilo de vida simples, O Supremo Bem, que a Igreja percorre em alcançar como valor, não é temporal, mas eterno. SOTT.

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Essa geração tem que saber que a Igreja de Cristo chamada para ser Sal e Luz deste mundo, não precisa de amuleto ou fetichismo, mas ela desenvolve uma piedade cristã relacional e não utilitária com Deus

Pai, revelado por Cristo no Sermão do Monte. Nesta era Pós-Moderna não podemos esconder a nossa vida por trás de grandes argumentos racionais, porque

agora os mesmos não impressionam mais. Nesta era, mais do que com palavras, evangelizemos com ações, com uma postura de amor pelos

outros, com uma axiologia (tudo aquilo que se refere a um conceito) saturada pela ética e pelos valores do reino, e com uma mensagem encarnada, que saia dos templos e que se misture com a geração desencantada.

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CONCLUSÃO A Igreja não pode se embriagar com a proposta do evangelho humanista de

ser rica, famosa de angariar status da sociedade, mas deve se preocupar exclusivamente com a glória de Deus.