resenha temática

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POETAS DA CONTEMPORANEIDADE: ADÉLIA PRADO, MANOEL DE BARROS E JOSÉ PAULO PAES Docente: Paulo Kozen Acadêmicas: Letícia Hettwer Ribeiro, Jaqueline Iapp e Patricia Kuns Marechal Cândido Rondon 2017

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Page 1: Resenha temática

POETAS DA CONTEMPORANEIDADE:

ADÉLIA PRADO, MANOEL DE BARROS E JOSÉ PAULO PAES

Docente: Paulo Kozen Acadêmicas: Letícia Hettwer Ribeiro, Jaqueline Iapp

e Patricia Kuns

Marechal Cândido Rondon2017

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Adélia Prado

Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Começou a escrever seus primeiros versos em 1950, após o falecimento de sua mãe. A escritora teve o apoio do importante poeta, também mineiro, Carlos Drummond de Andrade, que adorou os poemas de Adélia e sugeriu que fossem publicados.

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Adélia Prado ficou conhecida na literatura brasileira pelos poemas que valorizavam a mulher e falavam da fé cristã. Sob o olhar feminino, os poemas de Adélia Prado utilizam um vocabulário simples para falar sobre religiosidade, família e cotidiano. A poetisa recebeu o Prêmio Jabuti, na categoria Poesia, por “O Coração Disparado”, lançado em 1978. A poetisa pode ser classificada como uma escritora da literatura contemporânea. Adélia Prado costuma colocar a perspectiva da mulher em seus poemas, colocando sempre o feminino em primeiro plano.

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Estilo

A fé católica sempre se fez presente nos poemas da autora, que costuma tratar de temas ligados a Deus, à família e, principalmente, à mulher. O vocabulário simples e a linguagem coloquial produzem poemas leves e de suavidade marcante. Adélia Prado também coloca o erótico em seus escritos, de forma delicada e leve, características de sua poesia.

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(OLIVIERI, 1995, p.121)

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ObrasPoesia:

Bagagem, Imago - 1976

O coração disparado, Nova Fronteira - 1978

Terra de Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981

O pelicano, Rio de Janeiro - 1987

A faca no peito, Rocco - 1988

Oráculos de maio, Siciliano - 1999

A duração do dia, Record - 2010

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Exemplo de poemas:Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza eora sim, ora não, creio em parto sem dor.Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,já a minha vontade de alegria,sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.Mulher é desdobrável. Eu sou.

PRADO, Adélia. Bagagem

.

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(OLIVIERI,1995, p.126)

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Manoel de Barros

O poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros, mais conhecido como Manoel de Barros, nasceu no Beco da Marinha, em Cuiabá, Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916.  Aos 19 anos, Manoel de Barros escreveu seu primeiro poema, e a partir de então sua veia poética não mais deixou de pulsar. O poeta ganhou prêmios importantes, como o Prêmio Orlando Dantas, em 1960, doado pela Academia Brasileira de Letras, pelo livro Compêndio para Uso dos Pássaros. Sua obra posterior, Gramática Expositiva do Chão, foi contemplada com o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, enquanto Livro Sobre Nada ganhou outra honraria, desta vez de contexto nacional.

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Características

Uso de vocabulário coloquial-rural e de uma sintaxe que remete diretamente à oralidade, ampliando as possibilidades expressivas e comunicativas do seu léxico através da formação de palavras novas (neologismos). Assim, pelo uso que Manoel de Barros faz da língua escrita, seu trabalho tem sido muitas vezes comparado ao de Guimarães Rosa, sendo chamado como "o Guimarães Rosa da poesia”. Manoel de Barros nunca se afasta do "vanguardismo primitivista”, como se pode notar pelo título "Poesia Rupestre" (2004), ganhador de vários prêmios literários de repercussão em todo o Brasil.

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(SILVA, 2009 p.544)

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“Para entrar em estado de árvore é preciso partir deum torpor animal de lagarto às três horas da tarde,

no mês de agosto.Em dois anos a inércia e o mato vão crescer em

nossa boca.Sofreremos alguma decomposição lírica até o mato

sair na voz.

Hoje eu desenho o cheiro das árvores.”

O livro das ignorãças, de Manoel de Barros

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Principais obras

1937 — Poemas concebidos sem pecado 1960 — Compêndio para uso dos pássaros 1966 — Gramática expositiva do chão 1989 — O guardador  das águas 1990 — Poesia quase toda 1991 — Concerto a céu aberto para solos de aves 1993 — O livro das ignorãças 1996 — Livro sobre nada

1999 —Exercícios de ser criança 2001 — O fazedor de amanhecer

2004 — Poemas rupestres

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Exemplo de poemas:

Retrato do artista quando coisa

A maior riqueza do homemé a sua incompletude.

Nesse ponto sou abastado.Palavras que me aceitam como

sou - eu não aceito.Não aguento ser apenas um

sujeito que abreportas, que puxa válvulas,

que olha o relógio, quecompra pão às 6 horas da tarde,

que vai lá fora,que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.Perdoai

Mas eu preciso ser Outros.Eu penso renovar o homem

usando borboletas.

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José Paulo Paes

O poeta nasceu em Taquaritinga - SP, em 22 de julho de 1926. Foi para Curitiba e formou-se em Química Industrial. Fez parte, também, do grupo da livraria Ghignone e escreveu na revista “Joaquim”, fundada por Trevisan (com circulação nos anos 40). Em 1947, José Paulo Paes publicou seu primeiro livro de poemas, “O aluno”. Radicou-se em São Paulo em 1949, exercendo a profissão de químico. Paes tornou-se amigo de Graciliano Ramos, de Jorge Amado e de Oswald de Andrade. Em1952, publicou seu segundo livro. Paes abandonou a profissão de químico e trabalhou durante vinte e cinco anos como tradutor de escritores gregos, dinamarqueses, italianos, norte-americanos e ingleses. Afora os dezessete livros de poesia, publicados de 1947 a 2001, escreveu onze obras ensaísticas. Morreu em 1998.

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Características da poesia de José Paulo Paes

A dedicação à permanente pesquisa estética faz com que se torne, em linhas gerais, o poeta capaz de, a partir da herança modernista, negar o formalismo da denominada “Geração de 45” – à qual estaria ligado cronologicamente –, aproximar-se de vanguardas como a poesia Concreta, e, simultaneamente, partir em busca da construção de linguagem breve e pessoal, caracterizada por concentrar na estrutura poética apenas o que há de mais essencial;

De poética marcadamente irônica e concisa, o escritor também se revela um cidadão permanentemente atento às intenções, ações e condições do homem moderno e urbano;

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Interpretar poeticamente o mundo dos homens e dos livros foi a tarefa a que se dedicou José Paulo Paes. Para tal, lançou mão, em sua poética, de recursos como o epigrama, a ironia e o chiste. Além disso, manteve-se sempre atento à possibilidade de produzir uma literatura em que pudesse concentrar o máximo no mínimo; A comicidade e a ironia da poesia de Paes, justamente, criticar o imediatismo de uma sociedade imersa em interesses financistas e calcada, muitas vezes, em valores pouco solidários.

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Principais obras:

O aluno (1947); Cúmplices (1951); Novas cartas chilenas (1954); Mistério em casa (1961); Resíduo (1973); Calendário perplexo (1983); É isso ali (1984); Gregos e baianos (1985); Prosas seguidas de odes mínimas (1992); A poesia está morta mas juro que não fui eu (1988); De ontem para hoje (1996); Um passarinho me contou (Premio Jabuto 1997); Melhores poemas (1998); Uma letra puxa a outra (1998); Ri melhor quem ri primeiro (1999); O lugar do outro (1999).

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Madrigal

Meu amor é simples, Dora,

Como a água e o pão.

Como o céu refletido

Nas pupilas de um cão.

(De “Cúmplices”, 1951)

Bucólica

O camponês sem terra

Detêm a charrua

E pensa em colheitas

Que nunca serão suas.

(De “Epigramas”, 1958)

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Referências:

OLIVIERI, Rita. Poesia e oralidade na obra de Adélia Prado. Sitientibus, v. 13, p. 121-126, 1995.

SILVA, Célia Sebastiana. Manoel de Barros: sem margens com as palavras. Fragmentos de cultura, v. 19, n. 4, p. 541-550, 2009.

A voz da poesia. Disponível em: <http://www.avozdapoesia.com.br/autores.php?poeta_id=299> Acesso em: 08 Fev. 2017

Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/adelia-prado.html> Acesso em: 08 Fev. 2017

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Intervox. Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm> Acesso em: 12 Fev. 2017

Releituras. Disponível em: <http://www.releituras.com/aprado_bio.asp> Acesso em: 12 Fev. 2017

Revista bula. Disponível em: <http://www.revistabula.com/2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/> Acesso em: 12 Fev. 2017

Info escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/biografias/adelia-prado/> Acesso em: 08 Fev. 2017

Info escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/escritores/manoel-de-barros/> Acesso em: 08 Fev. 2017