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Ana Teresa Carvalho Rego
2º Ciclo de Estudos em
Tradução e Serviços LinguísticosTradução Especializada
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
2012
Orientadora: Professora Doutora Belinda Maia
“The original is unfaithful to the translation”
Jorge Luís Borges
ii
Agradecimentos
Em primeiro lugar, e acima de tudo, gostaria de agradecer à minha orientadora,
professora e conselheira, a responsável e coordenadora do Mestrado em Tradução e
Serviços Linguísticos Prof. Dr.ª Belinda Maia, pela sua disponibilidade, atenção e claro
incentivo e apoio. A Prof. Dr.ª Belinda Maia ajudou-me a acreditar que este relatório
poderia singrar mesmo que o meu estágio tenha constado de pouco trabalho de tradução,
auxiliando e aconselhando-me em todas as decisões e no seu processo. E finalmente,
gostaria ainda de agradecer à Prof Dr.ª Belinda Maia o apoio que me demonstrou na
primeira fase do estágio, em que tive de lutar para que entendessem o meu papel como
tradutora.
Em seguida, devo agradecer à minha família e amigos, que foram incansáveis
nos momentos de frustração e desânimo.
Por último, tenho ainda um grande agradecimento a fazer a dois membros em
especial da Unidade ROBIS, do INESC Porto onde estagiei, a Dr.ª Helena Leal, que me
acompanhou e apoiou tanto profissionalmente como moralmente durante todo o estágio
e o Eng.º Marcos Ferreira, com o qual trabalhei lado a lado e pude contar sempre com a
ajuda e humor nos momentos mais tensos e difíceis.
iii
Resumo
O presente relatório trata de uma análise do estágio por mim realizado no INESC
Porto, na Unidade ROBIS. Este estágio baseou-se na revisão e edição, e só mais no final
na tradução.
No geral, o trabalho assentava na revisão de artigos científicos e teses, ou
excertos destas, sobre Robótica. E por último uma tradução, de um excerto de uma tese
dentro da mesma área.
Este estágio, um pouco distinto de aquilo que se espera num estágio para
Tradução, fez com que eu aprendesse a lidar com o fato de nem sempre se ter como
função aquilo que se deseja, moldando e adaptando os meus objetivos. E, desta forma
ajudando-me a crescer como profissional e pessoa.
iv
Abstract
This report presents a full analysis of the internship at INESC Porto, in ROBIS.
The revision and edition of texts were the main concern of this internship, and only
towards the end was I required to do a translation.
Most of the work was revising scientific articles, theses, or chapters’ of theses,
on Robotics. The last task was a translation, part of a thesis, also within the context of
Robotics.
This internship, which was different from my conception of an internship for
Translation, taught me to handle the frustration of not working on what you intend, to
adjust and to adapt my goals. This way, I evolved not only as a professional, but also as
a person.
v
ÍndiceAgradecimentos.......................................................................................................................... iii
Resumo........................................................................................................................................ iv
Abstract........................................................................................................................................v
0. Introdução................................................................................................................................1
1. A Empresa INESC PORTO..........................................................................................................2
1.1 Unidade ROBIS – Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes.........................................3
1.2 Apreciação do estágio e ambiente de trabalho..................................................................4
2. A problemática das revisões e da falta de CAT tools................................................................7
2.1 Revisão e as suas características........................................................................................9
2.2 A forte necessidade de um revisor linguístico para Departamentos de Engenharia ou uma aposta na aprendizagem da Língua Inglesa pelos Engenheiros......................................12
2.3 Escrita Académica de Textos Técnicos e Científicos e a sua edição..................................17
3. Análise teórica dos textos revistos e traduzidos.....................................................................21
Análise de Casos Práticos.......................................................................................................22
DOCUMENTO 1...................................................................................................................22
DOCUMENTO 2...................................................................................................................28
DOCUMENTO 3...................................................................................................................31
DOCUMENTO 4...................................................................................................................34
DOCUMENTO 5...................................................................................................................39
DOCUMENTO 6...................................................................................................................43
DOCUMENTO 7...................................................................................................................46
4. Conclusão...............................................................................................................................53
5. Bibliografia e Recursos Online................................................................................................55
ANEXOS......................................................................................................................................56
Anexo I – Excerto da tradução do documento “Optimal Control Apllications and Methods” 57
Anexo II – Certificado de Frequência de Estágio Curricular....................................................64
Anexo III – Protocolo de Estágio Curricular............................................................................65
vi
0. Introdução
O presente relatório visa descrever as atividades desenvolvidas durante o estágio
curricular realizado na empresa INESC PORTO na unidade ROBIS, estágio que
decorreu no período de 7 de fevereiro a 7 de maio de 2012.
Durante este estágio as áreas mais exploradas foram a tradução científica, neste
caso mais específico da Robótica, e a revisão linguística de artigos, teses, e outros
documentos dentro da mesma área. É possível afirmar-se que não logrou de
versatilidade.
Por conseguinte, de forma gradual o relatório analisa todas as envolventes do
estágio, passando pelas mais relevantes como as competências adquiridas; a análise
crítica de casos práticos de revisões e traduções realizadas, e pelas mais triviais, ou seja,
o ambiente de trabalho que se vive na unidade ROBIS, o processo de seleção e uma
abordagem à empresa e ao seu funcionamento e percurso de forma generalizada.
1
1. A Empresa INESC PORTO
A Empresa INESC PORTO – Instituto de Engenharia de Sistemas e
Computadores do Porto, trata-se de uma associação sem fins lucrativos, possui estatuto
de Laboratório Associado (LA) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
(MCTES). O INESC PORTO nasceu em dezembro de 1998 e tem como associados o
INESC, a Universidade do Porto, a Faculdade de Engenharia, a Faculdade de Ciências e
o Instituto Politécnico do Porto. Nesta empresa as principais áreas de trabalho são as
seguintes: Telecomunicações e Multimédia; Sistemas de Energia; Engenharia de
Sistemas de Produção; Sistemas de Informação e Comunicação; Optoelectrónica e
Sistemas Eletrónicos e Inovação e Transferência de Tecnologia. Estas áreas visam,
consequentemente, a Investigação Científica e o Desenvolvimento Tecnológico.
Desta forma, o INESC PORTO, herdou da instituição mãe o INESC (criado em
1980) uma postura invulgar, combinando o ambiente universitário com parcerias em
outros setores de forma estratégica e bastante autónoma. O INESC PORTO apoia
também o lançamento de novas empresas de base tecnológica com orientações para o
mercado global.
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1.1 Unidade ROBIS – Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes
Esta unidade, local onde foram passadas as horas práticas do estágio, aposta no
desenvolvimento de soluções inovadoras nos domínios da robótica terrestre, robótica
aquática, robótica industrial e dos sistemas inteligentes. Desta forma, a investigação
desta unidade está direcionada para o desenvolvimento de projetos relacionados com
navegação autónoma, controlo e decisão aplicados em robôs móveis, os quais
funcionam em ambientes terrestres, aéreos ou marítimos. A ROBIS é reconhecida
nacional e internacionalmente, havendo participado em diversos campeonatos de futebol
robótico.
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1.2 Apreciação do estágio e ambiente de trabalho
Na Unidade da ROBIS, que se encontra num edifício do campus da FEUP,
trabalham mais de 20 engenheiros e uma secretária. As salas são caracterizadas pela
junção de robôs, e os seus respetivos campos de futebol, uma piscina destinada ao teste
de navegação de submarinos, e muitos outros aparelhos típicos da área da Robótica.
Desta forma cria-se um ambiente dinâmico e por vezes até positivamente informal.
Foi concedido um computador portátil, com o Microsoft Office, mas
infelizmente sem nenhum programa dirigido à tradução ou nenhuma CAT tool. De
qualquer forma, todo o apoio necessário seja por questões terminológicas específicas ou
outro tipo de auxílio, foi cedido com toda a atenção e disponibilidade por parte dos
engenheiros que trabalham na ROBIS. Em relação a questões formais e burocráticas a
secretária responsável, Dra. Helena Leal, mostra sempre toda a recetividade desejada,
tratando de qualquer dúvida ou assunto que nos preocupe como a qualquer trabalhador
ou estagiário, na ROBIS. No que diz respeito aos engenheiros, estes recebem qualquer
novo colaborador do INESC PORTO de braços abertos, fazendo o mesmo sentir-se
integrado e sustentado, tendo sido essa a minha situação também. É legítimo afirmar
que o ambiente de trabalho na unidade é de união e apoio, ninguém se sente pressionado
nem observado, sente-se sim apoiado e à vontade.
No que concerne horário, na ROBIS existe uma perfeita combinação entre
trabalho e horas, ou seja deixa-se um pouco ao critério do trabalhador responsável se
este prefere trabalhar por horas fixas ou por tarefas. Por conseguinte, desde que o
trabalho seja realizado atempadamente e com brio, não se lhe exige um horário rígido,
sendo que isto cria um ótimo bem-estar e flexibilidade na nossa vida como funcionário
da ROBIS. É de salientar que o mesmo sucedeu no caso do estágio descrito neste
relatório. Grande parte do trabalho foi realizado em casa, o que contribuiu para uma
diminuição de custos e despesas, fator importante no caso de um estágio curricular não
remunerado como este. Dirigia-me à Unidade ROBIS, duas vezes por semana, horas nas
quais tinha ao dispor toda a ajuda precisa, e em que todas as dúvidas eram esclarecidas e
eliminadas, e depois realizava o resto do trabalho em casa.
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Contudo, e apesar de tantos fatores positivos que envolveram o estágio efetuado
na empresa INESC PORTO, mais especificamente na Unidade ROBIS, algumas
batalhas iniciais foram enfrentadas. É importante que o tradutor, mesmo que tenha uma
formação específica na área de Tradução, saiba abrir horizontes e usar de outras áreas
do seu conhecimento linguístico para satisfazer as necessidades da empresa
empregadora. Porém isso não é assim tão fácil de aceitar quando o estagiário tem
objetivos e ambições definidas como tradutor, o que é o caso. Mona Baker no seu livro
In other words refere este preconceito que o tradutor enfrenta:
“Most translators prefer to think of their work as a profession and would like to see
others treat them as professionals rather than as skilled or semi-skilled workers.”
(Baker, 1992: 4)
No início do estágio foram entregues apenas revisões, fossem estas de teses,
artigos ou outro tipo de documentos na área da Robótica. À partida este trabalho
aparentemente mais acessível revelou-se como um certo conforto, mas rapidamente
tornou-se numa preocupação. Surgia a questão se eventualmente haveria uma tradução
de Inglês-Português para analisar e apresentar no relatório.
Desta forma, esta preocupação foi partilhada com a orientadora responsável na
FLUP, Prof. Dra. Belinda Maia, com a Dra. Helena Leal, a secretária referida
anteriormente, e com o orientador responsável no INESC PORTO, Prof. Dr. António
Paulo Moreira.
Finalmente, após muita insistência foi feito um pedido de tradução, após seis
revisões feitas (uma delas de uma tese na íntegra), de um excerto de uma tese, para
Inglês - Português. Esta tradução ocupou a outra metade do tempo de duração do
estágio, revelou-se bastante complexo, situação a ser analisada mais a frente, e contando
sempre com o apoio incansável do Eng.º. Marcos Ferreira.
Em forma de conclusão, apesar da preocupação inicial com o tipo de trabalho
que iria ter a cargo, é possível afirmar que no final houve satisfação com a parte
académica, pois mesmo a revisão linguística tem muito a ser comentada, como com a
parte de ambiente profissional. O estágio curricular é sem dúvida essencial para o
tradutor, dando-lhe uma noção do mundo do trabalho, e neste caso em específico,
abrindo horizontes sobre como ser um tradutor estagiário numa empresa que não se 5
destina à tradução. Este fator é de extrema relevância, pois o fato de o estágio ter sido
concretizado numa empresa completamente alheia aos contornos do mundo da tradução
atual revelou-se uma batalha muito mais desafiante e nada redutora. E ainda, na qual se
pôde obter alguns conhecimentos no que diz respeito à maneira de pensar dos
engenheiros e sobre a temática da robótica em si.
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2. A problemática das revisões e da falta de CAT tools
A primeira observação é que para um tradutor a sua função não é unicamente
rever, mas sim estar presente em todo o processo de criação de um texto produzido, na
sua passagem de uma das suas línguas B para a sua língua A, ou vice-versa. Caso seja
necessário. E como referido anteriormente essa foi uma das maiores preocupações.
Foram requeridas 6 revisões e uma tradução, todas sobre Robótica, contendo
fórmulas e imensos carateres que o Microsoft Word não reconhece, e aí surgiu o grande
problema do formato em que eram entregues os ficheiros e da inexistência de CAT
tools.
Tendo em conta, que a empresa INESC PORTO não é uma empresa de tradução
é compreensível que não possam disponibilizar algumas ferramentas ao tradutor, ou
sequer abrir orçamentos extra para colmatar essas faltas, nem tão pouco compreender
certas necessidades, contudo é inevitável que o seu trabalho seja afetado por esta
condição.
Porém, é importante refletir sobre a total bajulação e dependência das CAT
tools, em especial das Memórias de Tradução, com que o mundo da tradução se depara
atualmente. É necessário perceber que se pode realizar um bom trabalho de tradução
sem estas ferramentas, e aceitar que sejam essas a condições apresentadas pela empresa
empregadora. E foi sobre este obstáculo e problema que houve aprendizagem, cedência
e aceitação, sendo possível aprender ainda mais com as limitações impostas, percebendo
que no mundo de trabalho real nem sempre vão ser dadas todas as condições mais
modernas e sofisticadas para a realização do trabalho.
Face a tarefa minuciosa da revisão é importante estar ciente de duas funções a de
rever e portanto melhorar o texto, tendo sempre em mente o público-alvo, ou o futuro
cliente, e ainda a função de ajudar o autor do texto, ou seja corrigi-lo e adverti-lo dos
seus erros, tarefa que não foi menosprezada, visto que foi acrescentado sempre um
comentário a cada correção mais relevante ou a qualquer erro mais recorrente, como
aconselha Brian Mossop em Revising and Editing for Translators:
7
“You will always have a business function: preparing the text for the delivery to the
client, and perhaps writing performance appraisals for the personnel department. In
addition, you may have a training function: showing people where their strengths and
weaknesses lie, and advising them on how to improve.” (Mossop, 2001: 174)
Durante todo o estágio foi bem frisado que não era exigida perfeição na revisão
dos textos, mas sim um certo equilíbrio entre qualidade e tempo, visto que alguns textos
eram pedidos para revisão com urgência, para serem rapidamente publicados. Esta
situação foi também difícil de encarar para um tradutor que tem um determinado brio no
seu trabalho, mas a explicação que foi dada era de que na falta de estagiário para rever,
os textos eram publicados na mesma nas suas versões por corrigir. Portanto, de qualquer
forma o trabalho do tradutor era já uma progressão e melhoria. É fácil concluir que este
género de observação diminui sempre a motivação, situação que rapidamente foi
contornada quando surgiu a única e grande tradução, que mais tarde será analisada.
Contudo é importante assinalar e salientar que este tipo de função deve ser esperada de
um nativo de Língua Inglesa, e entender-se que um tradutor que tem Inglês como
Língua B, ou seja uma língua passiva, não tem a capacidade de uma revisão perfeita do
Inglês de outras pessoas. Neste sentido é necessário estar consciente que as correções
efetuadas talvez não estejam sempre melhores que as versões originais, mas fez-se o
melhor possível.
8
2.1 Revisão e as suas características
O trabalho de revisão de um texto escrito num inglês imperfeito e confuso,
criado através da mente e raciocínio de um engenheiro, não é uma tarefa fácil. Por
conseguinte, o ato de recorrer aos colegas engenheiros era constante, fosse para
entender a terminologia como até para entender o que estes queriam dizer em todo o
contexto. As construções frásicas desordenadas ainda agravavam mais o processo de
compreensão. A constante interrogação, sobre como eram anteriormente aqueles textos
publicados sem uma revisão, atormentava.
Desta forma, assumiram-se algumas orientações para realizar eficientemente o
trabalho de revisão, para o qual não havia sido diretamente formada, mas para o qual
havia alguma preparação e capacidade, mas mesmo assim não equivalentes a um nativo.
Antes de tudo, era necessário ler o documento de forma a entender tudo, ver a
informação através dos erros, e consultar alguns recursos para entender terminologia e
ainda falar diretamente com o autor do artigo, nestas situações foram valiosas as horas
passadas na Unidade ROBIS. Porém é também de acrescentar que este tipo de revisão
tão específica deveria ser feito por um revisor ou editor já formado na área, e não um
total leigo.
Após a leitura do documento, é preciso começar a desconstruir o texto, alterando
muitas estruturas e palavras, ou seja alterando a sintaxe e a semântica, dando lógica ao
texto sem afetar a mensagem, neste caso mais precisamente a informação e
conhecimento, que o autor queria transmitir, como refere novamente Mossop:
“Generally speaking one can assume that the author intended something which makes
sense, but poor expression resulted in nonsense or contradiction for the reader”
(Mossop, 2001: 130).
Quando surgiam frases totalmente desprovidas de lógica, assumia que o autor tinha um
objetivo nas mesmas e aí era obrigatório consultá-lo diretamente.
O passo seguinte à alteração básica e primária; da organização gramatical do
texto e da lógica vem a coesão, ou seja a fluência e a naturalidade. É suposto que um
texto que visa ser publicado numa revista técnica sobre robótica tenha de ser 9
compreensível, mesmo que não para leigos mas sim para especialistas ou informados, a
leitura do artigo tem de correr de forma fluente e suave, como salienta Brian Mossop:
“Generally speaking, the meaning should come across to the reader on first Reading at
normal reading speed” (Mossop, 2001: 133)
Outras partes igualmente importantes são a adaptação e adequação, por mais que
o texto pareça estranho e desadequado, é importante relembrar sempre que este tem um
público específico, profissionais da área que entendem as estruturas e conseguem ver
através destas os procedimentos de engenharia robótica por vezes explicados nestes
artigos/teses. Para além de leitores profissionais, existem também amadores, mas visto
que são textos muito técnicos e centralizados num tema, a probabilidade aponta para
que estes amadores sejam amantes da temática e tenham o mesmo nível de compreensão
que os profissionais no que concerne textos publicados em revistas de Robótica.
Portanto, tal como para uma tradução numa revisão tem de se ter sempre em mente o
público-alvo, como refere Mossop sobre o processo de Tailoring em Revising and
Editing for Translator:
“The translation has to be suited to its readers and to the use they will make if of it”
(Mossop, 2001: 134)
Contudo, a terminologia não necessita quase nunca de revisão pois apesar do
desconhecimento de alguns engenheiros sobre a gramática inglesa estes estão quase
sempre seguros da terminologia usada na sua própria área, fato que se reflete nos
estrangeirismos usados na terminologia da robótica em português. Um especialista tem
sempre a terminologia do seu lado, o que lhe dá uma vantagem em relação ao linguista
de linguagem geral, como Teresa Cabré também explica no seu livro Terminology –
Therory, Methods and Applications:
“Terminology is the most important characteristic of specialist communication because
it differentiates special languages from the general language and also the various special
languages from one another. Experts use terminology not only to order thought, but also
to transfer specialized knowledge in one or more languages and to structure the
information contained in specialized texts.” (Cabré, 1999: 45)
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O trabalho de revisão pode requerer uma atenção e minuciosidade exaustiva, ler
o artigo atentamente é o primeiro passo como referido anteriormente, mas a cada
alteração convém ler a frase de forma a comprovar que esta é compreensível à primeira
leitura. Um dos cuidados mais incutidos aos tradutores no Mestrado em Tradução e
Serviços Linguísticos é que se temos de ler uma frase mais que uma vez quer dizer que
esta não está bem escrita, é de almejar que a frase seja compreensível logo no primeiro
contacto com a mesma. Portanto o trabalho de revisão leva o seu tempo e cuidado, e a
verdade é que até mesmo acabar uma leitura final leva a perceber que há sempre um ou
outro detalhe que se pode aperfeiçoar, como salienta novamente Mossop, no seu livro
que tão bem explica o trabalho da revisão:
“If you look hard enough, you will always be able to find more things to change”
(Mossop, 2001: 140)
Apesar de no início do estágio o objetivo ambicionado e esperado não fosse o
trabalho de revisão, este não se revelou tão supérfluo ou fastidioso como ao princípio
aparentava. É possível afirmar que contribuiu para uma boa e nova aquisição de
competências, e o abrir de um novo mundo de conhecimento tão diferente do habitual,
que é sempre uma mais-valia para um tradutor ou qualquer pessoa comum. Mais ainda,
foi dada a possibilidade de conviver num ambiente de trabalho talvez diferente do que é
esperado se seguir carreira como tradutora freelancer ou até mesmo como trabalhadora
numa empresa de tradução. Para todo o trabalho de revisão como da única tradução que
foi solicitada foi dada toda a ajuda e atenção possível, todos os processos técnicos foram
explicados e por vezes até visualmente demonstrados para que houvesse uma melhor
noção e base para realizar o trabalho, e como sempre aprendendo algo novo.
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2.2 A forte necessidade de um revisor linguístico para Departamentos de Engenharia ou uma aposta na aprendizagem da Língua Inglesa pelos Engenheiros
Após três meses de estágio, no qual apenas foi realizada uma tradução de Inglês-
Português, e tudo o resto se trataram de revisões de artigos já originalmente escritos em
Inglês foi possível compreender o estado da escrita académica em Língua Estrangeira na
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Apesar de que os textos revistos
representam uma minúscula amostra foi dado a entender pelos colegas engenheiros que
o problema é geral.
Os engenheiros da ROBIS contam que são aconselhados a escrever diretamente
em Inglês, mesmo que o conhecimento gramatical dos mesmos seja bastante reduzido,
porque os artigos visam a ser publicados e a ser lidos por uma grande variedade de
pessoas, e a Língua Inglesa ainda é a língua mais falada e compreendida em termos
mundiais.
Por conseguinte, estes engenheiros, que trabalham com sistemas de inteligência
artificial, estão bastante conscientes e contextualizados com a terminologia específica
da sua área em Inglês mas não tanto com a sintaxe, como referido anteriormente.
Contudo, é de salientar que para escrever um artigo académico, em especial se este tem
possibilidade de ser publicado em alguma revista de acesso público, convém ser-se
muito preciso.
É impensável publicar artigos que contenham erros gramaticais básicos, tarefa
que não devia ser assim tão complexa visto que Inglês é das línguas com uma das
gramáticas mais simples e com menos regras. Acima de tudo, está a responsabilidade do
autor de um artigo, que tem como objetivo a publicação, em ter como preocupação
primária o brio do seu trabalho, que é de raiz académica e que portanto se espera que
venha perfeitamente bem escrito. Porém, o estigma é que este tipo de perfeição é
esperado apenas dos alunos de Letras, e aos alunos das áreas científicas e de engenharia
é-lhes demonstrado um certo facilitismo, e apenas se focaliza o conteúdo, as ideias
práticas. O problema começa aqui.
12
Uma vez que houve um enfrentamento com alguma variedade de artigos, todos
eles de pobre escrita, pôde-se realmente ver que no geral a terminologia correta está lá e
as ideias também, o único, e muito, que se tem de rever é sintaxe. Mas estando os
próprios engenheiros conscientes desta problemática, qual será então a solução:
Contratar um revisor linguístico formado, a tempo inteiro, para rever todos os
artigos ou apostar de forma séria, intensiva e estruturada na formação dos próprios
engenheiros em Línguas Estrangeiras, em especial na Língua Inglesa pela sua utilidade?
No caso de ser contratado um revisor, este tem de estar bem por dentro dos
temas dos artigos, ou seja, não se pode esperar que um total leigo na matéria tenha a
capacidade de rever com total perfeição um artigo, independentemente dos seus
conhecimentos linguísticos. É necessário que o revisor tenha um conhecimento dos
processos descritos nas teses, artigos e documentos que lhe são requeridos rever, para
que possa usar do seu conhecimento de ligações sintáticas corretamente, não retirando
nunca a lógica do texto. Ou seja é necessário um profissional, um engenheiro da área
que seja também nativo, para rever com total mestria, o que não foi o caso neste estágio,
e nem os responsáveis na ROBIS pareceram incomodados com essa questão.
Outro ponto importante a acrescentar é que o autor tenha a capacidade de
trabalhar junto com o revisor, para que se ajudem mutuamente. Por um lado o autor
possa contextualizar o revisor no tema, e por outro, para que o revisor possa mostrar-lhe
as suas falhas e explicar como o autor pode ultrapassá-las e corrigi-las. É possível
concluir, que se trataria de um trabalho de equipa.
Para além desta ajuda mútua entre autor e revisor, outra questão a ter em mente
no caso de se ter um revisor linguístico a tempo inteiro, é respeitar as necessidades dele
em termos de ferramentas de trabalho. Um dos preconceitos enfrentados por tanto
tradutores como por revisores, e editores, e proof-readers é que os especialistas de
outras áreas não reconhecem a necessidades que estes tem de ter mais ferramentas que o
mero Microsoft Office e os dicionários online.
Por conseguinte se num estágio não se pode esperar nem pedir que se abram
orçamentos para retificar estas faltas, no caso de um revisor ou tradutor a tempo inteiro,
sim. Se da mesma forma o engenheiro espera um trabalho perfeito, e paga para o
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mesmo, o revisor tem de ter acesso a todas as condições uma vez que seja efetivamente
contratado para aquele cargo em específico, e tem brio no seu trabalho.
Existem várias fases para a revisão do trabalho escrito por outro autor, que o
editor ou revisor tem de ter em consideração, como nomeia Brian Mossop no seu livro
Revising and Editing for Translators no Capítulo 2 (Mossop, 2001: 27):
Copyediting – fazer uma revisão geral na gramática, pontuação, erros
ortográficos, coerência na terminologia, coesão nas ligações, verificar se
o texto possui um “estilo publicável”;
Stylistic Editing – Tornar o texto fácil de ler, coeso, alcançado uma boa
“readability”;
Structural Editing – organizar as estruturas para conseguir uma boa
ordem de apresentação da informação;
Content Editing – Sugerir algum acréscimo ou redução de informação
Contudo a secção do “Content Editing”, que faz parte dos tópico ou passos
nomeados por Mossop, não seria um procedimento muito comum para um revisor
linguístico num Departamento de Engenharia, pois assume-se que o autor está mais que
por dentro de todos os procedimento daquilo que descreve, e que o revisor é pouco mais
que um leigo na área.
No entanto, é uma boa sugestão, no caso de um texto ou artigo que visa ser
publicado, que antes de uma revisão linguística, o trabalho seja alvo de um revisão de
conteúdo por alguém especialista na área, como outro colega de trabalho ou estudante,
como sugere o subtema Theses and Dissertations da apresentação online Writing
Guidelines for Engineering and Science Students baseada no livro The Craft of
Scientific Writing de Michael Alley:
“Although much research from theses and dissertations is also communicated in
journal articles, theses and dissertations stand as detailed documents that allow
others to see what the work was and how it was performed. For that reason, theses
and dissertations are often read by other graduate students, especially those
working in the research group of the authoring student.”
(s/a, 2004: http://www.writing.engr.psu.edu/workbooks/theses.html)
14
Embora, a ideia de um revisor linguístico a tempo inteiro seja uma ótima ideia
no sentido de gerar emprego, a outra hipótese é a de apostar fortemente na formação de
engenheiros em Línguas Estrangeiras. Não se pode exigir a um trabalhador que este
explique o seu trabalho numa língua que ele não domine o suficiente para escrever um
bom texto de nível académico e profissional, e muito menos publicável. Para todos os
trabalhos académicos, em todas as Faculdades, deve existir um documento chamado:
“Normas de Escrita”. Estas normas devem abranger tanto a língua nativa (do país da
respetiva Faculdade) como a Língua Inglesa.
As normas escritas definem estilo, layout, espaçamento, tipo de letras, citações,
entre outras. Contudo, enquanto que para outro estudante as questões mais pragmáticas
como o tipo de letra, as citações, o espaçamento sejam as mais conturbadas e confusas,
o que se reflete nos estudantes e profissionais de Engenharia é a dificuldade com o
estilo.
“In a thesis or dissertation, the style is the way in which the author communicates the
research. Most important for style is that the writing be both precise and clear. Clarity
calls for avoiding needless complexity and ambiguities” (s/a, 2004:
http://www.writing.engr.psu.edu/workbooks/theses.html)
Contudo, se a dificuldade começa com a construção geral do texto, com o
desconhecimento da gramática, ou seja as questão mais primárias, a preocupação com
estilo e a formalidade do texto passam a ser esquecidas ou remetidas para um plano
abaixo do secundário.
Pretende-se de um autor que seja claro, preciso, objetivo, que escreva um texto
completo e clarividente na sua passagem de informação, mas ao mesmo tempo simples,
de boa legibilidade, e no entanto sem nunca perder a sua formalidade. Se à partida todas
estas exigências já são difíceis num texto na nossa própria língua nativa, a dificuldade
destas aumenta quando se escreve numa língua que não se domina. Porém isso não pode
servir de indulgência para um texto académico estar mal escrito e pobre, e conter
abreviações e erros gramaticais.
15
É necessário distinguir clareza de fatos com a legibilidade de um texto, tal como
Mossop adverte:
“Readability must be distinguished from clarity. Clarity is a feature of meaning of a
text, rather than its wording. A text may readable in both senses we have discussed – its
language may be smooth-flowing and it may be suited to the intended readers – but it
may still be unclear. A text is unclear if its message contains some slip in logic, for
example it is self-contradictory, or effects precede causes, or future events come before
past ones” (Mossop, 2001: 69)
Todavia, ao ler os artigos e em seguida comunicar diretamente com os autores, é fácil
perceber que estes sabem, entendem e conseguem explicar em Português os
procedimentos, de formas tão lógicas que com escasso entendimento científico
conseguia por vezes entender. Porém o seu conhecimento de Inglês e de ligações e
mecânica entre as frases é tão pobre, que a falta de fluidez e coesão atinge diretamente a
clareza do conteúdo e a coerência do mesmo. Sendo que desta forma o texto é
desprovido de clareza por consequência da falta de legibilidade.
Finalmente pode concluir-se que é fundamental a tomada de uma decisão entre
em que medida apostar, se na formação dos próprios engenheiros, ou se na contratação
de mais revisores e tradutores formados para estes departamentos. Acima de tudo é
necessário preservar-se a formalidade e a exigência na escrita académica,
independentemente das áreas de estudo em causa e do conteúdo dos artigos e
documentos.
16
2.3 Escrita Académica de Textos Técnicos e Científicos e a sua edição
O problema de escrever bem, escrever academicamente, é visível para todos,
mas este dito problema torna-se maior quando se trata de campos como a Engenharia, a
Medicina, entre outros. E, exatamente, porquê? Devido à complexidade e nível elevado
de tecnicidade das próprias áreas em sim. E por isso, se deve ter em atenção em não
subestimar os obstáculos que por exemplo engenheiros têm em compatibilizar a
complexidade do material do conteúdo com a escrita e a sua forma. Michael Alley
relembra-nos desse fato, no seu livro The Craft of Scientific Writing:
“Many people underestimate how difficult scientific writing is. One aspect that makes
scientific writing difficult is the inherent complexity of the subject matter” (Alley,
1996: 1)
No entanto, o que se deve manter é a imposição na qualidade da escrita
académica, sem que isso signifique ignorar ou despreciar a dificuldade de atingir essa
mesma qualidade nas áreas científicas. Porém, se um estudante chegou a altos níveis no
seu estudo superior, níveis que o tornaram apto a escrever um relatório, uma tese ou um
artigo publicável, este tem de saber escrever bem na língua que lhe é imposta escrever.
Se não o sabe voltamos à questão de manter um revisor linguístico sugerida
anteriormente. Porém este capítulo foca-se apenas nos tramites da escrita académica nas
áreas científicas e o trabalho de edição da mesma.
A chave para uma escrita científica bem-sucedida é a estruturação do
documento, o que escrever, que detalhes são necessários ou não, como organizar e
acima de tudo como e onde começar.
Primeiro, dar um título elucidativo e cativante, em seguida nunca introduzir um
tópico novo sem contextualizar o mesmo, equilibrar clareza com precisão. É importante
evitar frases longas e complexas que confundem o leitor, e conseguir transformar ideias
complexas em frases claras e ainda interligar estas ideias, com boas ligações e
conectores.
“Moreover, because scientists and engineers produce so much writing, they have an
obligation to keep their language concise. Every word should count. Although you
should make your language concise, you should also make it fluid. Fluid writing is 17
smooth writing, writing with transition, writing that moves from sentence to sentence,
paragraph to paragraph without tripping or tiring the reader” (Alley, 1996: 12)
Durante a aprendizagem de Línguas Estrangeiras, no que concerne compreensão
escrita, e também na arte de bem escrever na língua nativa, a grande prioridade sempre
foi o uso de conectores. A sua importância não deve de todo ser menosprezada. Um
texto que possua uma boa ligação, um bom conector que inicie uma frase, permite
melhores transições de ideias entre as fases, e se há fator relevante na legibilidade de um
texto, é a forma como flui e se balançam a ideias.
Por conseguinte, existe uma dificuldade muito grande, no caso de se estar a
escrever grandes artigos, em conseguir uma boa variedade de conectores. De forma que
é necessário e muito positivo apostar-se na leitura e na pesquisa de sinonímia, um autor
não tem de saber à partida todo o vocabulário (não importa a língua em causa), o
trabalho de procura e busca não o diminui. Aliás, este processo só lhe atribui mais
dinâmica e conhecimento, conhecimento que vai aumentando e tornando-se natural nos
textos seguintes. A diversidade nos conectores confere ao texto um nível superior de
qualidade, eleva-o.
Continuamente, a pesquisa nunca deve ser eliminada para se escrever bem, se
pretende que o seu trabalho tenha a formalidade e nível exigido a um texto académico o
autor deve procurar ler textos académicos de qualidade reconhecida.
Num contexto mais abrangente do que frase a frase, e no caso de uma tese ou
relatório, é importante o autor lembrar-se das ligações entre temas; subtemas e
capítulos, e não só focar-se na ligação entre ideias num parágrafo ou tema. Este fator é
também de extremo peso na avaliação de uma boa escrita académica, como sugere
novamente Michael Alley:
“You may organize your paper into logical sentences, but if you don’t make transitions
between those sections, you can loser your readers.” (Alley, 1996: 53)
Por outro lado, existem também tempos verbais que podem destruir ou construir
um texto, com o mesmo valor que os conectores e as transições. O uso excessivo de
passivas, por exemplo na língua inglesa, torna a frase desnecessariamente mais larga e 18
complexa, e é um erro muito comum de autores que tem português como língua
materna, em que o uso da passiva em textos mais formais é adequado e aconselhado.
Este erro é referido também por Alley, que no entanto desconhece a problemática de
textos académicos escritos em inglês por nativos de português:
“Much fat in scientific writing arises from needless use of passive voice” (Alley, 1996:
125)
Em suma, a escrita académica tem muitos requisitos e envolventes, mas isto não
poderá jamais ser depreciado, nem pode sequer haver uma maior tolerância com a pobre
escrita destes estudantes ou profissionais das áreas científicas, apenas uma compreensão
sobre a maior dificuldade que estes enfrentam.
Não obstante, não é somente a escrita académica que possui tantos requisitos,
mas também a edição da mesma.
Uma vez que um revisor ou editor se depara com um documento o seu grande
propósito é melhorá-lo. No entanto, há circunstâncias que podem alterar a forma como
enfrentamos o texto, como os prazos e até as expectativas do cliente. Outras condições
que se impõe são duas diferentes perspetivas: a perspetiva do conteúdo, da mensagem; e
a perspetiva do estilo ou como está escrita a mensagem.
Existe, contudo, ainda uma terceira perspetiva, que é a forma:
Gramática
Pontuação
Ortografia
Estas três perspetivas têm, porém, diferentes níveis de relevância. No caso da
edição, se nos deparamos com um mau conteúdo, uma mensagem fraca ou desprovida
de lógica, não há estilo nem forma que salvem o texto.
Desta forma, o editor tem de criar uma ordem de prioridades no seu trabalho, e
este começa na análise da mensagem. Se o revisor ou editor encontra uma mensagem
19
dúbia, tem primeiro que dirigir-se ao autor e entender se a qualidade desta mensagem
está só afetada por um mau uso de estilo ou forma. Se não é este o caso, o texto não tem
à partida salvação, e a correção não compete ao editor ou revisor, pois a edição de
conteúdo requer que o editor esteja consciente da precisão na totalidade da temática
discutida no documento, o que raramente acontece.
“If the message is incorrect, then the document fails, no matter how well the message is
communicated, or what form is it in” (Alley, 2000: 3)
Uma vez que se ultrapasse a prioridade um, com sucesso, e a mensagem não seja
o problema, aí o editor foca-se na correção da forma e do estilo.
No estilo é importante manter a formalidade associada à escrita académica, a
estrutura e organização, as transições, o rigor da linguagem, ou seja, a coerência e
coesão. A coerência e coesão são os conceitos mais importantes na escrita, estes
abordam todos os processos do trabalho de um revisor e editor.
Por sua vez, na ortografia, é preciso estar-se atento e ser-se muito minucioso e
claro, perfecionista. É na ortografia que surgem os pequenos erros e por vezes os mais
difíceis de detetar: vírgulas mal colocadas ou inexistência das mesmas; verbos
incorretamente conjugados; uso excessivo da passiva; confusão com palavras ou
expressões homófonas (situação muito frequente na escrita do inglês, por exemplo:
you’re e your, e situação evitável se os autores não usassem de todo a informal
abreviação “you’re”); entre outros.
Por último, a informação a reter desta secção sobre a escrita académica e a sua
edição, é que as dificuldades não devem ser depreciadas, mas também que os
facilitismos e complacências não podem ser tolerados não importa a área de estudo. E
ainda, que a função de um revisor e editor é de grande valor, e deve ser reconhecida
como tal.
20
3. Análise teórica dos textos revistos e traduzidos
Para realizar uma revisão ou tradução é preciso saber que tipos de texto têm em
mãos, antes de começar a dar mais algum passo.
O tipo de texto vai determinar as estratégias que serão adotadas para a sua
revisão ou tradução, tanto como os requisitos impostos pelo cliente. Os textos podem
ser jornalísticos, literários, instrutivos, técnicos, científicos, sendo que os últimos dois
tipos abrangem uma enormidade de subtipos.
Durante o estágio de três meses na Empresa INESC PORTO na Unidade
ROBIS, foram revistos 6 documentos e foi realizada apenas, infortunadamente, uma
tradução. Destes sete ficheiros, temos:
Documento 1: Tese, texto científico e académico, sobre Robótica Marítima.
Documento 2: Artigo, texto científico, sobre Sistemas de Visionamento e de
captação de movimento.
Documento 3: Artigo, texto científico, sobre Reconhecimento de Objeto
Documento 4: Artigo, texto científico, sobre Sistemas de Localização
Documento 5: Artigo, texto científico, sobre Sistemas de Robótica Marítima
Documento 6: Artigo, texto científico, sobre Robótica.
Documento 7: Excerto de uma tese, texto científico, sobre Robôs
Omnidirecionais
(Do documento 1 ao documento 6, são os textos revisto, o Documento 7, é a
tradução)
21
Análise de Casos Práticos
DOCUMENTO 1
Tipo de Documento: Tese de Doutoramento
Língua: Inglês
Número de Palavras: 29.434
Tema: Robótica Marinha e os veículos usados
Este documento foi o primeiro a ser revisto durante o estágio, este trata-se de
uma tese de 71 páginas, escrita já diretamente em Inglês pelo engenheiro. A revisão
deste documento foi um trabalho moroso, para qual foi necessário o constante auxílio do
autor. A temática da Robótica Marinha, aliás de toda a Robótica no geral, é uma
temática na qual sou total leiga, e portanto as dúvidas eram constantes e recorrentes.
Contudo, apesar do tema não ser do domínio habitual, as questões referidas
anteriormente como importantes no processo de uma revisão, como a formalidade, o
estilo, a gramática, entre outros, são visíveis e facilmente identificáveis. A verdade, é
que era isso que era esperado do trabalho.
A revisão deste ficheiro em específico foi complexa, devido à quantidade de
páginas do mesmo, à repetição constante da mesma tipologia de erro, e pelo estilo de
escrita. Porém, foi dado um determinado prazo que condicionou que pudesse alterar
como almejado o estilo e formalidade do documento. Desta forma, a revisão limitou-se
pela revisão básica e prioritária, que se baseia na revisão gramatical.
Texto Original Texto Revisto
“Current world have been increasingly
demanding for inclusion of robotics
into several domains. Motivated by
such a need, robotics has considerably
“Nowadays, the world demands the
inclusion of robotics in several
domains, a demand that has been
increasing each day. This need has
22
evolved over the last two decades
where intensive and enthusiastic work
have been developed by several
researchers.” 1
made robotics evolve considerably over
the last two decades in which intensive
and enthusiastic works have
been developed by many researchers.”
Este segmento trata-se logo do primeiro parágrafo da “Introdução” da tese. Aqui,
como se pode ver no exemplo foi necessária uma completa reestruturação da primeira
frase, para que esta passasse a ter sentido. E ainda o acréscimo de uma vírgula,
retomando-se o problema da pontuação salientado anteriormente como uma das partes
mais importantes no trabalho de revisão e edição de escrita académica. Na frase
seguinte: foi retirado o artigo indefinido “a”; reposicionado o advérbio “considerably”;
substituído o “where” por “which” pois a referência não era espacial, e não tinha sentido
o pronome “where”; e ainda a alteração de “several” por “many”, não porque se tratasse
de um erro gramatical mas porque dava um tom repetitivo ao texto o uso do pronome
“several” duas vezes num único parágrafo.
Texto Original Texto Revisto
“Such characteristics imply
considerable effort on the design.”
“These characteristics imply
considerable effort on the design.”
Texto Original Texto Revisto
“Such dimensions generally leave free
space for carrying a relatively large
amount of batteries, or fuel, for
propulsion and power for electronics”
“These dimensions generally leave free
space for carrying a relatively large
amount of batteries, or fuel, for
propulsion and power for electronics”
Texto Original Texto Revisto
1 Correção após defesa23
“Such devices are generally grouped
into a single device that possesses three
independent accelerometers along three
orthogonal axes”
“The devices are generally grouped into
a single device that possesses three
independent accelerometers along three
orthogonal axes”
O autor repetia o determinativo “such”, desta forma dando um tom enfático
bastante desnecessário no contexto. Este erro apareceu recorrentemente ao longo da
tese, e em poucas situações se pode manter este uso, pois num texto científico e
académico de engenharia a enfatização não se coaduna.
Texto Original Texto Revisto
Due to their nature, particle filters may
fail to cover the vicinity of relevant
regions be- cause of the finite number of
particle used to approximate the
posterior. Indeed, the impossibility of
having infinite particle due to
computational constraints is a major
drawback of particle filters, which could
lead to lack of representativity of the
posterior in the state space.
Due to their nature, particle filters may
fail to cover the vicinity of relevant
regions. This happens because of the finite
number of particle used to approximate the
posterior. Indeed, the impossibility of
having infinite particle due to
computational constraints is a major
drawback of particle filters. And this could
lead to lack of representability of the
posterior in the state space.
Neste parágrafo houve a necessidade de uma maior segmentação de orações, a
língua inglesa é uma língua muito mais simplificada e fragmentada, as frases longas
tornam-se exaustivas e perdem não só o sentido como o leitor. É ainda de salientar, a
correção de “representativity” para “representability”. Após algumas pesquisas pode-se
concluir que a palavra correta seria “representability”.
24
Texto Original Texto Revisto
“Indeed, when using other control design
tools, the control laws are commonly
derived based on the assumption that
the required actuation effort is
sufficiently small and does not reach
saturation which, in turn, may introduce
undesired effects in the dynamics”
“Indeed, when using other control design
tools, the control laws are commonly
derived from2 the assumption that the
required actuation effort is sufficiently
small and does not reach saturation. This,
in turn, may introduce undesired effects in
the dynamics.”
Aqui novamente deu-se uma divisão da frase em duas. Este é um dos erros mais
comuns em inglês de um escritor que tem como língua nativa o português, frases
excessivamente longas, e que perdem o sentido. Neste caso em especifico, e no caso da maior
parte dos textos revistos, é que não é só a extensão da frase mas como a pobreza de
conectores que as torna desprovidas de sentido.
Texto Original Texto Revisto
“It worth note that other techniques
(…)”
“Worthy of note is that other techniques
(…)”
A frase apresentada está na sua totalidade incorreta gramaticalmente, apresenta
um sujeito mas carece de um verbo, para além de que existe uma expressão-tipo em
inglês algo que é digno de nota, ou de salientar que é: “Worthy of note”, apesar de que
esteja um pouco ultrapassada e a revisão também poderia ter sido “It is worth noting”.
Texto Original Texto Revisto
“Although simple, it provides a powerful
framework for coordination of both
homogeneous and heterogeneous teams.”
“Despite its simplicity, it provides a
powerful framework for the 3coordination of both homogeneous or
heterogeneous teams”
2 Correção após defesa
3 Correção após defesa25
No exemplo anterior, o que sucedeu foi uma tradução literal do Português:
“Embora simples”, e que novamente deu resultado numa frase sem verbo, nem sujeito
sequer. A solução pautou-se pelo uso de um conector diferente e o uso do substantivo
“simplicity”.
Texto Original Texto Revisto
“Besides the works referred above, there
is not yet complete solutions that
systematically addresse the cooperative
localization problem for underwater
robots, to our knowledge.”
“Besides the work mentioned above,
there are not yet any complete solutions
that systematically address the
cooperative localization problem for
underwater robots, at least that we are
aware of4.”
Este excerto é novamente um dos mais problemáticos, logo no início da frase
substituiu-se o verbo “referred” pelo verbo “mentioned”, não que o primeiro esteja
incorreto mas por uma questão de naturalidade a alteração foi necessária. O uso do
verbo “referred” é possível de ser explicado também pela o fato do autor da tese ser
português, e o verbo “referir” ser comummente usado neste género de situações. Em
continuação, existe um problema de concordância entre sujeito e verbo com “there is
not yet complete solutions”, seguido de dois erros ortográficos “sistematically” e o
“addresse”. Este tipo de problemas, considerados básicos, poderiam ser facilmente
evitados caso os engenheiros não usassem um programa sem corretor ortográfico e
dicionário de Inglês. E por fim ainda surge “to our knowledge”, para ser esclarecida a
intenção do autor recorri diretamente ao mesmo, e percebi que a o este queria dizer era
“at least that we are aware about”.
Texto Original Texto Revisto
“Dynamic resource allocation, however, “However, dynamic resource allocation
4 Correção após defesa26
often needs for cooperation among (…)” often needs for cooperation among (…)”
Um dos erros mais recorrentes nesta tese era a má colocação de conectores
adversativos, um erro para o qual é preciso muita atenção para identificar,
principalmente quando se revê um trabalho de tal extensão e exaustão.
Texto Original Texto Revisto
“The method is basically uses formation
constraint functions in order to keep a
well established formation topology.”
“Basically, the method uses formation
constraint functions in order to keep a
well-established formation topology.”
Uma vez mais, o conector, neste caso “basically”, encontrava-se mal
posicionado na frase, retirando-lhe total nexo, e a expressão “well-established” estava
sem o hífen.
Em suma, esta tese foi o primeiro trabalho de que foi requerida a revisão no
estágio no INESC PORTO, e levou algumas semanas a ser editado na totalidade. A
maior parte dos erros eram recorrentes e fizeram com que fosse necessário usar a função
Comentário para advertir o engenheiro sobre a frequência com que cometia certas
falhas. Para além disso, a interação direta com o mesmo contribuiu para uma melhor
compreensão do documento e portanto para uma melhor revisão deste.
DOCUMENTO 2
Tipo de Documento: Artigo científico
Língua: Inglês
27
Número de Palavras: 9.670
Tema: Sistemas de Visionamento e de captação de movimento.
Este artigo sobre sistemas de visionamento e captação de movimento através da
cor, de nome “Vision System for Tracking Handball Players Using Fuzzy Colour
Processing”, está também envolvido com a prática do desporto Andebol.
Contudo, apesar da dificuldade de rever um artigo de um tema tão específico da
robótica, este não foi uns dos que apresentou uma revisão mais complexa, devido ao
bom conhecimento de inglês da engenheira autora do mesmo. No entanto, surgiu um ou
outro detalhe importante a editar.
O artigo tinha como objetivo a publicação numa revista científica e por
conseguinte a exigência para o mesmo era bastante superior.
Texto Original Texto Revisto
“Sports are an important part of nowadays
society”
“Sports play an important role in
today’s society”
No exemplo anterior deu-se uma reestruturação da frase, passando a usar-se
expressões mais comuns e naturais na Língua Inglesa como “play an importante role” e
“today’s society”. Desta forma a frase tem um nível de escrita superior, para além de
que tem um tom muito mais nativo.
Texto Original Texto Revisto
“This information is frequently extracted
manually by operators that (…)”
“Often this information is manually
extracted by operators that (…)”
28
A frase anterior tinha uma sonoridade repetitiva, fator bastante dispensável num
artigo que visa a publicação, devido à repetição de dois advérbios acabados em “ly”
apenas com um verbo de separação: “frequently” e “manually”
Texto Original Texto Revisto
“Although there are two main categories
of technologies used for automatic
detection and tracking: intrusive (where
special tags or sensors are placed on the
targets) and non-intrusive (where there are
no extra objects in the game
environment), this paper only addresses
the second category because one of the
major problems of intrusive systems is
that usually regulations do not allow their
usage on official games which is provide
the most interesting information for game
analysis”
“There are two main categories of
technologies used for automatic
detection and tracking: intrusive (where
special tags or sensors are placed on the
targets) and non- intrusive (where there
are no extra objects in the game
environment). However this paper
only addresses the second category
because one of the major problems of
intrusive systems is that usually
regulations do not allow their usage in5
official games, where the most
interesting information for game
analysis is provided.”
O exemplo anterior tem como problema principal a sua extensão, é uma única
frase de 75 palavras, por conseguinte a primeira edição foi a divisão entre duas frases,
retirando-se conector da primeira frase “although”, que era o causador da
impossibilidade de divisão da frase, e começando a seguinte “however”. Desta forma
ideia de adversatividade mantêm-se e a organização frásica aperfeiçoa-se. O segundo e
último problema é o “which is provide the most interesting information for game
analysis” que não faz de todo sentido e deu lugar a uma diferente organização, a um
diferente tempo verbal e outro pronome relativo: “where the most interesting
information for game analysis is provided”
5 Correção após defesa29
Texto Original Texto Revisto
“Despite the white colour is common to
both uniforms”
“Despite the fact that the white colour is
common to both uniforms”
Por ultimo, neste segmento a preposição “despite” aparece incompleta e tirando
desta forma o sentido da frase, para corrigir o erro usei “despite the fact”, porém a frase
também estaria correta se se usasse a conjunção “although”
Por fim, pode-se concluir que este artigo não se revelou dos mais problemáticos,
poucos exemplos de erros destacáveis foram possíveis de identificar e demonstrar, tendo
sido este um trabalho mais simples e menos moroso.
DOCUMENTO 3
Tipo de Documento: Artigo científico
Língua: Inglês
Número de Palavras: 7.923
30
Tema: Reconhecimento de objeto
Este artigo fala do processo de reconhecimento de objeto através de um
telémetro laser medidor, e foi escrito por dois autores e engenheiros diferentes, situação
bastante percetível no documento, pois encontram-se bastantes erros no início do artigo
e isso tende a diminuir nas últimas páginas.
Texto Original Texto Revisto
“After the creating of the image, the
control system interacts with the
recognition system”
“After creating the image, the control
system interacts with the recognition
system”
Aqui só haveria duas hipóteses possíveis para a correção desta frase “After the
creation of the image” ou “After creating the image”, a opção deu-se pela segunda por
ser mais natural e comum.
Texto Original Texto Revisto
“For this reason, they appear to be the
most promising method and has been used
extensively”
“For this reason, they appear to be the
most promising methods and have been
used extensively”
Nesta frase havia duas faltas de concordância entre sujeito e verbo, tendo em
conta o contexto corrigiu-se tudo de acordo com “they”.
Texto Original Texto Revisto
“To make the training and testing of “To make the training and testing of
31
several classication models possible, an
algorithm to extract all the desirable
features from the gray-scaled images was
created.”
several classification models possible. An
algorithm was created6 to extract all the
desirable features from the gray-scaled
images”
O segmento anterior contém um erro ortográfico, que como referido
anteriormente poderia ser corrigido se instalassem um corretor ortográfico no programa,
normalmente o LaTex, que usam. A frase foi também reconstruída para evitar a passiva
forçada. O grande problema deste tipo de erros básicos é que estes passam e são
publicados com ou sem revisão.
Texto Original Texto Revisto
“Therefore, the application of the Otsu's
segmentation method is performed with a
successful result, however for the rest of
the images this segmentation was
unsuccessfully which forbid the feature
extraction process.”
“Therefore, the application of the
Otsu’s segmentation method is
performed with a successful result.
H7owever for the rest of the images this
segmentation was unsuccessful which
forbad the feature extraction process”
No exemplo anterior utilizou-se um advérbio num lugar em que deveria estar um
adjetivo “unsucessfully” por “unsucessful”, e houve também um erro de coerência de
tempo verbal, “forbid” teve de ser substituído pelo passado “forbad”
.
Texto Original Texto Revisto
“In this case, and due to the lack of
observations, where 2/3 of the full data
belong to the train-data, this advantage is
even more important since it allows the
“In this case, and due to the lack of
observations, where 2/3 of the full data
belong to the train-data, this advantage
is even more important since it allows
6 Correção após defesa
7 Correção após defesa32
train data used to be optimized.” the train data to be used in order for
i t to be optimized.”
Por fim o ultimo erro a assinalar neste revisão foi o “it allows the train data to be
optimized” que perde um pouco o sentido se não houver uma ligação e conexão maior
entre os processos da frase, daí a substituição “it allows the train data to be used in order
for it to be optimized”
DOCUMENTO 4
Tipo de Documento: Artigo Científico
Língua: Inglês
Número de Palavras: 4.201
Tema: Sistemas de Localização
33
Este artigo, um dos primeiros a ser revisto durante o estágio realizado no INESC
Porto, na Unidade ROBIS, reflete sobre uma nova abordagem na área da localização
para robôs em espaços fechados. Este documento ainda exibe alguns erros importantes a
assinalar e demarcar, os quais passa-se a analisar.
Texto Original Texto Revisto
“An Extended Kalman Filter (EKF) is
used, as sensor fusion methodology, to
combine the dead-reckoning and
landmarks information, increasing the
flexibility of the system by
reducing the number of marks
needed in the environment.”
“An Extended Kalman Filter (EKF) is
used, as a sensor fusion methodology, in
order to combine the dead-reckoning and
landmarks information. This increases the
flexibility of the system by reducing the
number of marks needed in the
environment.”
Neste exemplo, surge a divisão de uma longa oração em duas, tornando o Inglês
mais fluente e natural. É necessário haver uma maior fragmentação e divisão da
informação a nível frásico na língua inglesa. Para além dessa mudança, que é a principal
neste segmento, pode-se ver o acréscimo do artigo “a”, que era absolutamente
necessário, antes de “sensor fusion methodology”.
Um dos erros mais recorrentes neste texto é a concordância entre sujeito e verbo,
e a extensão exagerada das frases, típica de um nativo português, fatores que se podem
facilmente comprovar nos próximos exemplos.
Texto Original Texto Revisto
“This method was implemented
and tested in a real autonomous
wheelchair and the experimental
evaluation shows that our system is able
to provide a precise estimation of the
“This method was implemented and tested
in a real autonomous wheelchair. The
experimental evaluation shows that our
system is able to provide a precise
estimation of the robot’s pose. Therefore,
34
robot’s pose, making this method
appropriate for almost every indoors
environment (both non-industrial and
industrial).”
this method is suitable for almost every
environment (both industrial and non-
industrial).”
No segmento anterior, exibe-se outra fragmentação de uma só frase em duas.
Desta forma acrescenta-se um conector mudando a orientação do discurso,
abandonando-se o present continuous, substituindo-o pela presença e significado do
conector “therefore” e o uso do presente, e ainda trocando o “appropriate” para
“suitable”, por uma questão de naturalidade.
Texto Original Texto Revisto
“With technological developments,
service mobile robots (SMR) will
proliferate, becoming an integral part in
our lives. However, to achieve this step
it is necessary to accomplish a practical
and reliable localization method to
make possible the correctly execution of
the assigned tasks by the robot.”
“With technological developments,
service mobile robots (SMR) will
proliferate, becoming an integral part of
our lives. However, to reach this target it
is necessary to accomplish a practical and
reliable localization method. This method
would allow the robot to do a correct
execution of the tasks assigned to it8.”
Novamente, neste exemplo deu-se mais uma divisão, devido à larga extensão da
frase no artigo original. Outra das edições feitas foi substituir o “to achieve this step”
para “to reach this target”, dando mais sentido e naturalidade à frase, o que pode ser
realmente crucial num texto de nível académico.
Texto Original Texto Revisto
8 Correção após defesa35
“Just like ancient navigators which use
the stars to navigate their boats, our
approach creates a constellation into
the ceiling in order to allow a robot
to localize itself”
“Just like ancient navigators, who used the
stars to navigate their boats, our approach
is based on the creation of a constellation
in the ceiling, allowing the robot to
localize itself.”
No exemplo anterior existe dois graves erros logo na primeira linha, o uso do
tempo presente para referir fatos do passado, e o uso do pronome relativo errado,
“which” em vez “who”. As correções seguintes são mínimas e mais a nível de sentido.
Texto Original Texto Revisto
“In particular, the results are obtained
using a real person into the wheelchair,
which represent the worst case in the
localization accuracy, due to the
person movement and weight
distribution. We demonstrate that the
Extended Kalman Filter (EKF) allow a
reliable navigation of the robot, using
dead-reckoning and the artificial
landmarks (when they are available).”
“In particular, the results are obtained
using a real person to experiment the
wheelchair, which represents the worst
case in the localization accuracy, due to
this person movements and weight
distribution. We also demonstrate that the
Extended Kalman Filter (EKF) allows a
reliable navigation of the robot, using
dead-reckoning and artificial landmarks
(when these are available).”
As alterações feitas neste excerto foram no caso de “real person into the
wheelchair” para “a real person to experiment the wheelchair”, pois para além de se
tratar de uma construção errada esta era também um pouco rara e confusa, e que, mais,
não pode ser explicada pela influência da língua do autor. Em seguida, a correção da
conjugação do verbo “represent”, neste artigo o problema da concordância entre verbo e
sujeito era constante. Já no fim do excerto acrescenta-se um “also” na última frase para
que se forme uma relação entre a ação anteriormente descrita e a seguinte, e ainda se faz
uma correção novamente a nível de concordância de sujeito e verbo.
36
Texto Original Texto Revisto
“Focus only on localization systems
based on landmarks we can found two
methodologies: natural and artificial
landmarks”
“Focusing only on localization systems
based on landmarks we find9 two
methodologies: natural and artificial
landmarks”
“Focus” foi corrigido por “focusing”, este é um erro grave e que poderia
distorcer o sentido da frase.
Texto Original Texto Revisto
“We focus our work in some important
features that every indoor localization
method should have: reliable, robust and
accurate (less than 5cm).”
“We focus in 10our work in some
important features that every indoor
localization method should comprise:
reliability, robustness and accuracy (less
than 5cm)”
Uma vez que se vai apresentar características ou seja “features” é importante
saber que para nomeá-las tem de ser com substantivos e não adjetivos, e essa foi a
correção feita neste segmento, de “reliable” para “reliability”, de “robust” para
“robustness” e de “accurate” para “accuracy”.
Texto Original Texto Revisto
“Also discussed is the localization
accuracy achieved by this new
method. For the characterization of
the error obtained by this innovative
“The localization accuracy reached by this
new method is also discussed. We
compare the results with direct measures
in order to characterize the error obtained
9 Correção após defesa
10 Correção após defesa37
localization system we compare their
results with direct measures.”
by this innovative11 localization system.”
O último exemplo a merecer referência tinha um grave problema de
naturalidade, a forma como estava escrito soava forçada, de forma que a edição do
mesmo teve como objetivo uma fluidez e melhor sonoridade, com a simplicidade e
objetividade típica do Inglês.
Em suma, este artigo científico de nome “A Robust Visual Localization
System for Indoor Mobile Robots using Artificial Landmark”, apesar de ser dos
mais curtos para rever foi sem dúvida dos que mais exemplos tinham a
apresentar e dos que se encontrava com mais erros, alguns bastante graves.
DOCUMENTO 5
Tipo de Documento: Artigo Científico
Língua: Inglês
Número de Palavras: 3.993
Tema: Robótica Marinha
Do artigo, de nome “A bottom-following problema approach using an
altimeter”, foi requerida a revisão num prazo muito curto. Este tinha o propósito de vir a
ser publicado, e havia uma certa urgência na revisão. Para além disso, salientaram que a
11 Correção após defesa38
qualidade não seria prioritária visto que este seria publicado houvesse revisão ou não, e
que desta forma o trabalho seria sempre uma vantagem e um melhoramento.
Contudo, este artigo tinha a vantagem de não ser um dos que tinha mais erros e
complexidades, de tudo aquilo que foi revisto.
Texto Original Texto Revisto
Section IV describes the between of the
range measures with the navigation layer
of the software some results, both
simulated and and experimentally taken
during operations in the Douro river are
presented in section
Section IV describes the integration of the
range measures in the navigation layer of
the software and in the following section
some results are also described. We
present the results12 both simulated and
experimentally taken during operations in
the Douro river.
No exemplo anterior houve uma divisão, bastante recorrente em quase
todas as revisões, de uma frase em duas. Porém o maior problema desta frase
não esteve na gramática mas sim no conteúdo, na lógica.
Devido a esta frase foi necessário recorrer diretamente ao engenheiro
responsável pelo artigo de forma que este pudesse explicar em português o que
queria dizer, e junto descobrirmos uma forma melhor, mais clara e correta de
expor a sua ideia.
Texto Original Texto Revisto
In a first approach, the altimeters was
thoroughly tested in a small tank, in
the lab. This tests allowed to
understand the influence of the
different parameters to be calibrated in
In a first approach, the altimeters were
thoroughly tested in a small tank, in the
lab. These tests allowed us13 to
understand the influence of the different
parameters to be calibrated in the 12 Correção após defesa
13 Correção após defesa39
the observed ranges. observed ranges.
Por sua vez este segmento, apresentava dois erros de concordância entre
sujeito e verbo/número: “the altimeters was”; “this tests”. Este género de erro
apresentava-se com alguma frequência durante o artigo.
Uma das características mais curiosas dos artigos escritos pelos
engenheiros é que em alguns tem muito bom vocabulário, culto e erudito, por
vezes fortes conectores de uso formal e até construções complexas e corretas,
mas ao mesmo tempo apresentam erros básicos de concordância, entre outros.
Texto Original Texto Revisto
Even though this was tested in a small
tank in the lab facilities, the parameters
under use in the river are radically
different from those ones, therefore
some unknown still exists.
Even though this was tested in a small
tank in the lab facilities, the parameters
when14 use in the river are radically
different from those ones; therefore some
unknown information is still there to be
revealed.
A frase anterior começa fluente e adequada, no entanto termina de forma
quase rudimentar e desprovida de lógica, requerendo a edição que lhe foi feita:
“(…) therefore some unknown information is still there to be revealed”
Texto Original Texto Revisto
As opposed to the previous figures,
where the profile of the bottom was
more or less stable, here the AUV
clearly correctly follows a descending
profile.
In contrast 15to the previous figures, where
the profile of the bottom was more or less
stable, here the AUV clearly follows a
descending profile correctly.
14 Correção após defesa
15 Correção após defesa40
Neste excerto deu-se um problema com adverbialização, que tornou a
frase incorreta. Foi necessário a separação e a recolocação dos advérbios, visto
que ambos pareciam necessários para o autor.
Texto Original Texto Revisto
Configuring the altimeter in a proper
way and tuning its parameters to
adequate levels was the first
challenge.
The first challenge was to configure the
altimeter in a proper way and tuning its
parameters to adequate levels.
Por ultimo, apesar de o exemplo não se encontrar errado
gramaticalmente, procedeu-se a esta alteração por uma questão de naturalidade
e simplicidade mais associada ao Inglês.
Finalmente é possível afirmar-se que apesar de alguns problemas e
obstáculos bem destacáveis, este artigo não ser revelou dos mais complicados,
acima de tudo pela ajuda e disponibilidade do engenheiro responsável e autor
deste texto em específico.
41
DOCUMENTO 6
Tipo de Documento: Artigo Científico
Língua: Inglês
Número de Palavras: 2.889
Tema: Robótica e Robôs Humanoides
O artigo que se passa a analisar foi dos que apresentou mais problemas e
obstáculos. Por um lado, pela própria temática, foi sem dúvida o artigo com o conteúdo
de mais complexa compreensão, sendo que foi necessário requerer a ajudar do autor
diversas vezes.
Por outro porque o próprio autor escrevia de forma confusa e por vezes abstrata.
Para além disso construía frase longas com muitas ações envolvidas de forma que era
42
um longo processo de desconstrução antes de se poder efetivamente passar à correção
do artigo.
Texto Original Texto Revisto
The foot is chosen taking into account
the distance between the foot and the
ball and the angle between the vector of
the ball relative to the foot and the
vector of the target relative to the ball,
for each foot.
The foot is chosen taking into account the
distance between the foot and the ball;
considering also the angle between the
vector of the ball relative to the foot and
finally, the vector of the target relative to
the ball, all for each foot.
Tal como referido anteriormente foi necessário o constante auxílio do
autor. Esta frase, independentemente do conhecimento em relação ao tema, não
aparentava ter nenhum sentido. Após consultar e falar diretamente com o
engenheiro este explicou o processo que procurava explicar e a solução mais
aceitável é a que se apresenta.
Texto Original Texto Revisto
Stability module was not working as
intended giving not so good results.
The stability module was not working as
intended, therefore it was not providing
good results.16
Este curto exemplo padecia de uma construção pobre, básica. A
alteração consistiu num enriquecimento da construção, através do uso de um
conector como o “therefore”, e uma frase com sentido e adequada como
“therefore it wasn’t providing good results”.
Texto Original Texto Revisto
The results obtained proved that the The results obtained proved that the 16 Correção após defesa
43
behavior perform accurately the motion
desired. The main responsibly for these
satisfactory results is the inverse
kinematics module, being the base of the
behavior and with errors in the order of the
millimeters.
behavior performs accurately the motion
desired. The Inverse kinematics module,
which is the 17base of the behavior and
with errors in the order of millimeters, is
responsible for these satisfactory results.
Este último segmento representa mais uma vez, com bastante impacto, o
nível de confusão tanto de coerência como de coesão do autor.
Na primeira frase denota-se um erro comum, da concordância entre
sujeito e verbo, erros que poderiam facilmente ser evitáveis se os autores
usassem ou instalassem um corretor ortográfico nos programas onde realizam
os trabalhos.
Na segunda e última frase, como é facilmente observável, a confusão e
complexidade da escrita do autor fazem com que a frase tenha uma completa
ausência de nexo. Desta forma, foi necessária não só a explicação do autor
sobre o seu intuito como em seguida uma total reformulação.
Por fim, este artigo, que se tratou do último para revisão e
edição, foi um dos mais complicados. Antes de proceder à parte prática da
edição do texto foi preciso consultar o engenheiro autor recorrentemente para
poder-se entender o conteúdo, e só assim com todas as ferramentas foi possível
desconstruir o artigo e mudar a sua forma.
17 Correção após defesa44
DOCUMENTO 7
Tipo de Documento: Excerto de uma tese
Língua: Inglês
Número de Palavras: 5.348
Tema: Robôs omnidirecionais de quatro rodas
Este documento de nome “A nonlinear model predictive control strategy
for trajectory tracking of a four-wheeled omnidirectional mobile robot”, foi a
primeira e única tradução que foi requerida durante o estágio. 18
Esta tradução de Inglês-Português revelou-se bastante difícil e complexa, não no
sentido lexical, semântico e gramatical no geral, mas sim pela formatação do próprio
documento. O original foi enviado em Pdf e o mesmo vinha carregado de imagens e
18 Consultar o Anexo I.45
fórmulas com carateres que o Word não suportava. Isto sucedeu porque o documento
tinha sido escrito no programa LaTeX e o computador que foi cedido para trabalhar não
comportava este programa, impedindo a realização da tradução no mesmo. Desta forma,
a formatação foi caótica, e encaixar as fórmulas dentro do corpo de texto, e encontrar os
carateres no Word que ficaram alterados com a conversão, foi uma missão impossível.
No entanto, pude contar com o total apoio do Eng.º Marcos Ferreira, que
trabalhava na unidade ROBIS. É importante afirmar que sem o mesmo não teria sido
possível efetuar a tarefa com metade do sucesso. O engenheiro, que não era o autor do
documento, ajudou não só com algumas dificuldades a nível de vocabulário mas como
com todos os outros problemas relacionados com a formatação. Contudo, apesar do
esforço de ambos, até ao último dia de estágio, o texto ficou um pouco desorganizado e
as fórmulas não encaixaram corretamente na sua totalidade. Porém, alertaram que o
importante era mesmo o conteúdo e a parte linguística, ou seja o texto traduzido, e esse
foi finalizado com sucesso.
Esta tradução, apesar de curta, tinha um nível de complexidade tão
elevado, que levou imenso tempo a finalizar. Desta forma, revelou-se um dos
trabalhos mais morosos que foi enfrentado neste breve percurso como tradutora.
Sendo que a robótica é uma área complicada da qual não havia, até à altura do
estágio, nenhuma noção ou base, esta tradução foi feita com muita atenção e
minuciosidade, devido ao quase total desconhecimento do território.
Este documento trata de controladores preditivos, ou seja mecanismos que
possam prever ações e definir as trajetórias dos robôs.
Texto Original Texto Traduzido
KEY WORDS: model-based predictive
controller; nonlinear programming; trajectory
keeping; modeling and simulation;
omnidirectional mobile robot
PALAVRAS-CHAVE: controlador preditivo
baseado em modelo; programação não linear;
seguimento de trajetória; modulação e
simulação; robô omnidirecional
46
O primeiro exemplo é retirado logo da primeira página da tradução, e é um
exemplo que retrata apenas questões lexicais, ou seja de vocabulário. Contudo, e
apesar do hábito de apelar automaticamente aos recursos online, estes primeiros
obstáculos foram ultrapassados apenas com a ajuda dos colegas, em especial do
engenheiro específico já acima mencionado. Quando temos especialistas da área a
trabalhar lado a lado, a utilidade dos recursos digitais diminui. Como é possível
concluir tratam-se quase todos de traduções literais ou decalques.
Texto Original Texto Traduzido
The robot is equipped with four
omnidirectional wheels connected to
geared motors (Figure 1). Connected
to each wheel is an industrial encoder
to measure its speed and a power drive
with limitation of currents. Each group
of wheel–encoder–drive is connected to
a controller board. This board has a
microcontroller that measures the
wheel speed and implements a local
controller.
O robô está equipado com quatro rodas
omnidirecionais ligadas com motores
com caixa redutora (Imagem 1). Um
encoder industrial está ligado a cada
roda para medir a sua velocidade, e o
respetivo motor é controlado por um
controlador de potência com limitação
de corrente. Cada grupo que inclui roda;
encoder e controlador é ligado por uma
placa controladora. Esta placa tem um
microcontrolador que mede a
velocidade da roda e implementa um
controlador local.
Neste segmento, a tradução já não foi tão literal. “Geared motors” são
“motores com caixa redutora” o que não seria à partida a minha primeira hipótese.
Em seguida aparece um estrangeirismo na tradução o “encoder”, foi explicado que
não existe um equivalente em português, situação bastante comum nas áreas mais
científicas, em que existe ainda pouco desenvolvimento em Portugal. Era preciso
também ter em atenção à terminologia, no que diz respeito à diferença entre
Português do Brasil e Português de Portugal, pois existem mais termos no
47
Português do Brasil, os quais por vezes surgiam nas pesquisas, mas que não
aconselhavam a usar.
Em seguida vem uma expressão “whell-encoder-drive” que devido à
constante associação dos três termos foi tornada numa formação só com dois
hífens, porém em português estas formações não são comuns, tendo sido optada a
divisão das palavras por vírgulas, alteração que não afetava de todo o sentido. E
por fim, já a última frase é uma tradução literal.
Este parágrafo deparava-se com várias situações tradutivas diferentes,
revelando-se desafiante, e esta foi uma situação recorrente ao longo da tradução,
pois como já foi mencionado anteriormente, esta foi sem dúvida uma das
traduções mais complexas deste ainda curto percurso na área da tradução.
Texto Original
3.2. Prediction model
The use of the model is determined by the necessity to predict the future positions and orientation angle of the robot at future instants. The model of the mobile robot is developed based on the dynamics, kinematics, DC motors, and the PID controllers. The World frame ( O X Y ), the robot’s body frame, and the geometric parameters are shown in Figure 4. The following symbols, in SI unit system, are used for modeling:
• b (m) → distance between the point P (center of chassis) and robot’s wheels;• M (kg) → mass of the robot;• J (kg m2 ) → inertia moment of the robot;• r1 , r2 , r3 , r4 (m) → radius of the wheels;• l1 , l2 , l3 , l4 → reduction of the motors;• v, vn (m/s) → linear velocities of the robot;• w (rad/s) → angular velocity of the robot;• (rad) → orientation angle of the robot;• Fv , Fvn (N) → traction forces of the robot related to v and vn ;• (N m) → rotation torque of the robot;• FB v , FB vn (N) → viscous friction related to v and vn ;• Bv , Bvn (N/(m/s)) → viscous friction coefficient related to v and vn ;• B w (N m) → viscous friction related to w;• Bw (N/(rad/s)) → viscous friction coefficient related to w;• FC v , FC vn (N) → Coulomb friction related to v and vn ;• Cv , Cvn (N) → Coulomb friction coefficient related to v and vn ;• C w (N m) → Coulomb friction related to w;• Cw (N m) → Coulomb friction coefficient related to w;
48
Texto Traduzido3.2 Modelo de Predição
O uso do modelo é determinado pela necessidade de predizer das posições futuras e o anglo de orientação do robô em instantes futuros. O modelo do robô móvel é desenvolvido baseado nas dinâmicas, cinemáticas, motores DC e nos controladores PID. O Referencial do Mundo (OXY), referencial do robô, e parâmetros geométricos são apresentados na figura 4. Os seguintes símbolos, em unidades SI (sistema internacional), são usados para modelação:
• b (m) →distância entre o ponto P (centro do chassis) e as rodas do robô;• M (kg) →massa do robô; • J (kg m2 ) →momento de inércia do robô;• r1 , r2 , r3 , r4 (m) →raio das rodas;• l1 , l2 , l3 , l4 →redução dos motores;• v, vn (m/s) →velocidades lineares do robô; • w (rad/s) →velocidade angular do robô;• (rad) →anglo da orientação de robô;• Fv , Fvn (N) →forças de tração do robô relacionados com υ e υn;• (N m) →binário de rotação robô• FB v , FB vn (N) →fricção/atrito viscosa relacionada com υ e υn;• Bv , Bvn (N/(m/s)) →coeficiente de fricção/atrito viscosa relacionada com υ e υn ;• B w (N m) →fricção/atrito viscosa relacionado com w;• Bw (N/(rad/s)) →Fricção de Coulomb relacionada com υ e υn;• FC v , FC vn (N) →coeficiente de Fricção de Coulomb relacionado com υ e υn ;• Cv , Cvn (N) →Fricção de Coulomb relacionado com w;•C w (N m) →coeficiente de Fricção de Coulomb relacionado com w;
O segmento anterior foi o que mais tempo levou a ser finalizado por
variadíssimos motivos, mas principalmente pela formatação e a procura e inserção
de carateres. Para conseguir encontrar os carateres danificados com a conversão
do Pdf para Word, passaram-se horas, tarefa que pesa no trabalho do tradutor, que
nem sempre está habituado a lidar com este tipo de texto e layout, mas que mesmo
assim quer manter a maior coerência e coesão possível não só a nível linguístico
como a nível gráfico. E depois no que diz respeito ao léxico, ou seja aquilo que se
tratou de trabalho tradutivo, ainda surgiram alguns obstáculos, apesar de na sua
maioria se tratavam de traduções literais e decalques, contudo é necessário ser-se
muito minucioso nestas questões terminológicas, e para que o trabalho fosse
terminado com sucesso foi preciso muita atenção e esforço.
Texto Orignal
• the method of steepest descent, also known as the gradient method (G);49
• nonlinear conjugate gradient method—Fletcher Reeves (GCFR);• nonlinear conjugate gradient method—Polak Robiere (GCPR).The method of steepest descent is the simplest example of a gradient-based method for
minimizing a function of several variables. It has a simple implementation, but with slow convergence. The conjugate gradient method is slightly more complicated than the steepest descent, but it converges faster than the steepest descent. This methods make a good optimization progress, because it is based on gradients.
Algorithm 1 presents the method of steepest descent for minimizing f (x ). Algorithm 2 presents the Fletcher Reeves and Polak Robiere conjugate gradient methods for minimizing f (x ). These
Algorithm 1 Steepest descent.1. Given x0 , set k = 0.2. Compute dk = −∇ f (xk ),
where ∇ f denotes the gradient of f .3. If dk , stop. Else, find the new point xk+1 = xk + dk , is the size of the step in the direction of the travel;xk and xk+1 are the variables values in the k and k + 1; is the stop criterion.
4. Increment k = k + 1, go to step 2.
Algorithm 2 Conjugate gradient methods—Fletcher Reeves and Polak Robiere.1. Given x0 , compute d0 = −∇ f (xd ), k = 0;
∇ f (x ) is the vector of gradients of the cost function at point f (x );2. Using dk , compute xk+1 = xk + dk ,
where is a small positive constant that minimizes f (xk + dk ).3. Compute ∇ f (xk+1 ), if ∇ f (xk+1 )
Texto Traduzido
Método do gradiente (G); Método do gradiente conjugado não-linear – Fletcher Reeves (GCFR) Método do gradiente conjugado não-linear – Polak Robiere (GCPR)
O método do gradiente é o exemplo mais simples dos métodos usados para minimizar uma função de várias variáveis. Tem uma execução fácil, mas com convergência lenta. O método do gradiente conjugado é um pouco mais complexo que o método do gradiente, mas converge mais rapidamente. Estes métodos tem um bom progresso de otimização, porque são baseados em gradientes
Algoritmo 1 apresenta o método do gradiente para minimizar f (x ). Algoritmo 2 apresenta os métodos do gradiente conjugado para minimização de Fletcher Reeves f (x ). Estes
Algoritmo 1 Método do gradiente.1. Dado x0 , inicializa-se k = 0.2. Calcula-se dk = −∇ f (xk ),
onde ∇ f é o gradiente de f .3. Se dk < ε,para. Se não, encontra-se o novo ponto xk+1 = xk + αdk ,
αé o tamanho do passo na direção do gradiente;xk e xk+1 são os valores das variáveis na k e k + 1;ε.é o critério de paragem
4. Incrementa-se k, k = k + 1, vai-se para opasso 2.
50
Algorithm 2 Métodos do gradiente conjuado – Flecther Reeves e Polak Robiere.1. Davo x0 , calcula-se d0 = −∇ f (xd ), k = 0;
∇ f (x ) é o vetor de gradientes da função custom no ponto f (x );2. Usando dk , calcula-se xk+1 = xk + dk ,
Onde α é uma constante pequena positiva que minimiza f (xk + dk ).3. Calcula-se ∇ f (xk+1 ), if ∇ f (xk+1 ) < ε , para.
Este último exemplo não ficou atrás do exibido no que concerne ao
tempo de execução. Este é um dos exemplos em que foi preciso encaixar
fórmulas e carateres no corpo do texto, o que é um trabalho de formatação
difícil e muito cansativo. Para além desse pormenor, há também algumas
situações a nível linguístico a ser referidas, como é o caso de “the method of
sterpest descent, also known as the gradient method (G)” que foi traduzido
somente para “Método do Gradiente (G)”, pois em Português não existem dois
termos para este método, e portanto só existe equivalente para o segundo termo.
À exceção deste caso, os outros métodos relacionados eram quase todos
exemplos de traduções literais.
Estes foram alguns dos exemplos mais complicados desta tradução.
Em resumo, esta tradução foi laboriosa e demorada, e para que fosse
possível a satisfação com o resultado final foi necessário aceitar que a
formatação não iria ficar perfeita e entender que este trabalho necessitava de
muito apoio exterior, e que sem conhecimento da área e sem auxílio de pessoas
informadas, a tradução não teria resultado tão fiel.
Contudo, é necessário salientar que a ausência de CAT tools, em
especial de Memórias de Tradução, no computador disponibilizado, foi
gravíssima. Um trabalho com tanto vocabulário repetido, o que é comum em
textos científicos e técnicos, beneficia muito de uma memória de tradução, pois
acelera o processo e assegura coerência.51
Por fim, apesar de ter sido a única tradução solicitada esta tradução
valeu por muitas e compensou a luta para realizar algum trabalho de tradução
durante o estágio.
4. Conclusão
O estágio analisado foi a fase final de um percurso de dois anos no
Mestrado em Tradução e Serviços Linguísticos e produto deste relatório. Tendo
em conta a dissemelhança do trabalho praticado ao longo do estágio em relação
ao esperado, este projeto enveredou por trajetos diferentes. Fez-se uma forte
aposta na análise do trabalho de revisão e edição para tradutores, com algumas
referências à vida do tradutor e ao que este enfrenta como também à
problemática da terminologia específica.
Neste trabalho avaliou-se e apreciou-se de forma crítica o estágio,
nomearam-se todas as dificuldades encontradas, os apoios recebidos, e
sugeriram-se novos caminhos para um melhoramento da prática da escrita
académica e formal nos departamentos de engenharia. Para isso descreveu-se a
revisão e os seus contextos, referiu-se a necessidade de apostar em revisores
linguísticos nestes departamentos ou na formação linguística dos próprios
engenheiros e sugeriram-se mudanças a nível de escrita académica. Desta
forma, o relatório pautou-se mais pela teoria da revisão, mas sem contudo 52
descurar completamente da teoria de tradução, em especial na análise prática da
única tradução requerida.
Por fim, na parte final do relatório deu-se lugar à análise prática dos
documentos revistos e traduzidos, como pede qualquer relatório desta área.
Desta forma foram aplicados todos os conhecimentos apreendidos ao longo da
formação como tradutora durante o mestrado. Este estágio foi também uma
grande formação no que concerne a área da Engenharia, foi possível entender-se
melhor a forma de pensar dos engenheiros como também alguns conteúdos da
Robótica, e como qualquer aprendizagem esta só trouxe vantagens. O
conhecimento de áreas, terminologias e línguas especializadas são sempre de
extrema relevância para um tradutor. Porém existe uma total consciencialização
da precariedade que pode representar um trabalho de revisão de um revisor não
nativo, e com as ferramentas fez-se o melhor possível e aproveitaram-se
positivamente os conhecimentos específicos adquiridos.
Em suma, é possível afirmar que este estágio teve um balanço positivo, e
acima de tudo inovador no curso académico, profissional e pessoal, e isso está
refletido no presente relatório.
53
5. Bibliografia e Recursos Online
Alley, M. (2000) The Craft of Editing,
[http://books.google.pt/books?id=uy1c-
6plOFEC&printsec=frontcover&dq=The+Craft+of+Editing+Michael+Alley&hl,
acedido em 20-06-12)
Alley, M. (1996) The Craft of Scientific Writing,
[http://books.google.pt/books?
id=o302kOKFnhYC&printsec=frontcover&dq=The+Craft+of+Scientific+Writing&hl,
acedido em 20-06-12)
Baker, Mona (1992) In Other Words – A Coursebook on Translation, London:
Routledge
Cabré, M. Teresa (1999) Terminology: Theory, Methods and Applications,
Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company
54
Mossop, B. (2001) Revising and Editing for Translators, Manchester: St. Jerome Publishing
Purdue Online Writing Lab, disponível em:
http://owl.english.purdue.edu/owl/resource/678/01/
55
ANEXOS
Anexo I – Excerto da tradução do documento “Optimal Control Apllications and Methods”
56
57
58
59
60
61
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63
Anexo II – Certificado de Frequência de Estágio Curricular
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Anexo III – Protocolo de Estágio Curricular
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