reltório de execução fiscal - gov

49
Relatório de Execução Fiscal 2019 MINFIN

Upload: others

Post on 24-Jul-2022

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN

Page 2: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN i

FICHA TÉCNICA

Elaboração

Ministério das Finanças

Direcção Nacional da Contabilidade Pública

Largo da Mutamba, Palácio das Finanças, Caixa Postal 1235

Luanda – Angola

Título

Relatório de Execução Fiscal 2019

Data de Finalização: Abril de 2020

Referências para Citação:

Ministério das Finanças de Angola, Relatório de Execução Fiscal 2019, Abril, 2020.

Equipa Técnica

Departamento de Análise, Verificação e Produção de Informação Contabilística

Direcção Nacional de Contabilidade Pública

Ministério das Finanças

República de Angola

© Ministério das Finanças.

Todos os direitos reservados. Este relatório poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que citada

a referência e exclusiva autoria do Ministério das Finanças de Angola. É proibida a comercialização e tradução

sem autorização prévia por escrito do Ministério das Finanças de Angola.

Page 3: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN ii

ÍNDICE

.. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 1

.. SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................................................................................... 4

. EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO ................................................................................................. 7

SALDO PRIMÁRIO NÃO PETROLÍFERO .....................................................................................................................10

ARRECADAÇÃO DE RECEITA.........................................................................................................................................12

EXECUÇÃO DA DESPESA ................................................................................................................................................19

DESPESAS LIQUIDADAS E PAGAS ...............................................................................................................................27

DÍVIDA PÚBLICA ...............................................................................................................................................................31

STOCK DA DÍVIDA PÚBLICA..........................................................................................................................................31

STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL INTERNA ..................................................................................................32

STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL EXTERNA ..................................................................................................34

STOCK DA DÍVIDA DAS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS .........................................................................36

. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................................................38

ANEXOS .....................................................................................................................................................................................40

Page 4: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN iii

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1 – EXECUÇÃO DO OGE REVISTO ................................................................................................ 8

QUADRO 2 – EXECUÇÃO FISCAL 2019 ....................................................................................................... 11

QUADRO 3 – ARRECADAÇÃO DE RECEITA ................................................................................................ 13

QUADRO 4 – EXECUÇÃO DA DESPESA ....................................................................................................... 20

QUADRO 5 – EXECUÇÃO DA DESPESA LIQUIDADA E PAGA ............................................................... 28

QUADRO 6 – STOCK DA DÍVIDA PÚBLICA ................................................................................................. 32

QUADRO 7 – STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL INTERNA ......................................................... 34

QUADRO 8 – STOCK DA GOVERNAMENTAL DA DÍVIDA EXTERNA .................................................. 36

QUADRO 9 – STOCK DAS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ....................................................... 37

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – RECEITA NÃO PETROLÍFERA................................................................................................. 14

GRÁFICO 2 – IMPOSTOS PETROLÍFEROS ................................................................................................... 15

GRÁFICO 3 – IMPOSTOS SOBRE RENDA, LUCROS E GANHOS DE CAPITAL ................................... 16

GRÁFICO 4 – IMPOSTOS SOBRE PROPRIEDADES ................................................................................... 17

GRÁFICO 5 – IMPOSTOS SOBRE BENS E SERVIÇOS ............................................................................... 18

GRÁFICO 6 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS..................................................................................................... 18

GRÁFICO 7 – REMUNERAÇÃO DOS EMPREGADOS ............................................................................... 21

GRÁFICO 8 – DESPESAS COM BENS E SERVIÇOS .................................................................................... 22

GRÁFICO 9 – DESPESAS COM JUROS.......................................................................................................... 23

GRÁFICO 10 – DESPESAS COM SUBSÍDIOS............................................................................................... 24

GRÁFICO 11 – DESPESAS COM TRANSFERÊNCIAS ................................................................................. 25

GRÁFICO 12 – OUTRAS DESPESAS CORRENTES...................................................................................... 26

GRÁFICO 13 – DESPESAS DE CAPITAL (% PIB) .......................................................................................... 26

GRÁFICO 14 – COMPOSIÇÃO DO STOCK DA DÍVIDA PÚBLIA ............................................................ 31

GRÁFICO 15 – COMPOSIÇÃO DO STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL INTERNA .................. 33

Page 5: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN iv

GRÁFICO 16 – COMPOSIÇÃO DO STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL EXTERNA (%) .......... 35

GRÁFICO 17 – COMPOSIÇÃO DO STOCK DA DÍVIDA DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ................. 37

Page 6: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal 2019

MINFIN v

SIGLAS, ABREVIATURAS e SIMBOLOGIA

AGT .................... Administração Geral Tributária

Bbl ...................... Barril de Petróleo Bruto

BT MN ............... Bilhetes do Tesouro em Moeda Nacional

CD ...................... Critério de Desempenho

CUT .................... Conta Única do Tesouro

DMFAS.............. Sistema de Análise Financeira e Gestão da Dívida

FMI ..................... Fundo Monetário Internacional

GTACE ............... Grupo Técnico de Apoio ao Credor do Estado

IPU ..................... Imposto Predial Urbano

IRT ..................... Imposto sobre Rendimento de Trabalho

Kz........................ Kwanzas

LNG .................... Gás Natural Liquefeito

Mbbl .................. Milhões de Barris

MINFIN ............. Ministério das Finanças

OGE ................... Orçamento Geral do Estado

OGER ................. Orçamento Geral do Estado Revisto

OT – TXC .......... Obrigações do Tesouro – Títulos Indexados

OT MN .............. Obrigação do Tesouro em Moeda Nacional

PDN ................... Plano de Desenvolvimento Nacional

PEM ................... Programa de Estabilização Macroeconómica

PFA .................... Programa de Financiamento Ampliado

PIB ...................... Produto Interno Bruto

REF ..................... Relatório de Execução Fiscal

SIGFE ................. Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado

SIGMA ............... Sistema Integrado de Gestão de Mercados de Activos

SONANGOL .... Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola

SPNP ................. Saldo Primário Não Petrolífero

TAAG ................. Transportes Aéreos de Angola

Page 7: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 1

INTRODUÇÃO

1. O Relatório de Execução Fiscal (REF) é um documento elaborado trimestralmente

com o principal objectivo de apresentar e fundamentar o desempenho do Saldo

Primário Não Petrolífero (SPNP). Assim, o Relatório de Execução Fiscal apresenta

a execução fiscal cumulativa até o final do trimestre de referência.

2. O SPNP resulta da diferença entre a receita e despesa primária não petrolífera.

3. As receitas e despesas primárias correspondem às transacções fiscais que

impactam o património líquido do Estado, ou seja, não são considerados as

receitas de financiamento e as despesas com o serviço da dívida

4. A título de exemplo, destacam-se os impostos, contribuições, vencimentos e usos

de bens e serviços como elementos de receita e despesas primárias. As receitas e

despesas petrolíferas, por sua vez, são definidas de acordo com as naturezas de

receita e despesa.

5. A análise da variável primária não petrolífera é fundamentada por esta ser

composta por rubricas que se encontram, de maneira geral, sob domínio do

Governo.

6. O SPNP é obtido tendo em conta as rubricas da parte “acima da linha” da

estrutura de apresentação das contas fiscais pelo Ministério das Finanças

(MINFIN). Este método parte do apuramento de todos os fluxos de receitas e

despesas primárias não petrolíferas ocorridos no período em análise.

7. Tendo em conta o princípio da prudência, as receitas são apuradas pela óptica de

caixa, isto é, quando a arrecadação se encontra efectivamente reflectida no Saldo

da Conta Única do Tesouro.

8. Relativamente às despesas, estas são apuradas tanto pela óptica de caixa como

pela óptica do compromisso. As duas ópticas são complementares, estando a

Page 8: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 2

primeira relacionada com uma análise de curto prazo de gestão de tesouraria e a

segunda associada à sustentabilidade fiscal de médio/longo prazo.

9. A Despesa na óptica de caixa é apurada a partir da soma das despesas pagas do

exercício corrente e da regularização dos restos a pagar, enquanto que na óptica

de compromisso é calculada a partir da liquidação da despesa realizada no

exercício.

10. Os fluxos e saldos apresentados no documento têm como principal fonte de

informação os lançamentos contabilísticos presentes no Sistema Integrado de

Gestão Financeira do Estado (SIGFE), com excepção dos dados apresentados no

Capítulo 3 referente à Dívida Pública, que têm com fonte de dados o SIGMA

(Sistema Integrado de Gestão de Mercados de Activos) e o DMFAS (Sistema de

Análise Financeira e Gestão da Dívida).

11. Neste relatório, o SPNP é apresentado com o detalhe da Receita e Despesa

segundo a sua natureza orçamental e faz-se a comparação em relação ao período

homólogo, em termos cumulativos do ano. Apresentam-se as variações em

termos correntes e em valores constantes, isto é, não tendo em conta os efeitos

de inflação no período. Entretanto, a informação referente ao desempenho do IV

Trimestre face ao período homólogo é apresentada no Anexo 1.

12. Importa referir que as bases de dados que suportaram as análises apresentadas

no presente Relatório serão publicadas no portal do Ministério das finanças.

13. O presente relatório apresenta a seguinte estrutura:

▪ Capítulo 1 – Introdução.

▪ Capítulo 2 – Sumário Executivo. Este capítulo proporciona uma leitura

rápida do Relatório.

▪ Capítulo 3 - Execução do Orçamento Geral do Estado de 2019. Este capítulo

aborda (i) o desempenho do Saldo Primário Não-Petrolífero no período em

Page 9: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 3

referência e as suas principais componentes, (ii) a arrecadação de receita e

(iii) execução da despesa.

▪ Capítulo 4 - Dívida Pública. Este capítulo aborda o desempenho do stock da

Dívida pública durante o período em análise e as suas principais

componentes.

▪ Capítulo 5 – Considerações Finais. Análise da performance do SPNP à luz

dos objectivos da Estratégia de Consolidação Fiscal, em curso desde 2018.

Page 10: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 4

SUMÁRIO EXECUTIVO

14. O Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2019 estimou receitas totais de Kz 7,4

biliões (21,3% do PIB). Por outro lado, fixou as despesas totais em Kz 6,9 biliões

(19,9% do PIB), implicando um saldo global superavitário de Kz 0,6 biliões (1,5%

PIB). Nesses números, tanto do lado da receita como do lado da despesa, estão

excluídos os financiamentos.

15. Entretanto, em resposta às variações dos principais pressupostos

macroeconómicos, o OGE foi revisto em Abril de 2019.

16. As receitas e as despesas totais (novamente excluindo financiamentos) foram

revistas para Kz 5,9 biliões (19,3% do PIB), implicando um saldo global

equilibrado.

17. Deste modo, excluindo as receitas e despesas petrolíferas, bem como as receitas

e despesas com juros, o SPNP fixado no OGE revisto previa um défice de Kz 1,8

biliões (6,0% do PIB).

18. O saldo global realizado em 2019 foi superavitário em Kz 595 mil milhões (1,9%

do PIB), superior ao estimado no OGE revisto.

19. Por sua vez, em 2019 o SPNP apresentou um défice de Kz 1,8 biliões (5,8% do

PIB), um pouco inferior ao fixado no OGE revisto (6,0 % do PIB).

20. A despesa liquidada total foi 0,8% superior ao fixado no OGE revisto. O equilíbrio

relativo resultou da execução de remunerações de empregados e de despesas de

capital acima do orçamentado, bem como dos usos de bens e serviços, juros e

transferências correntes abaixo do estipulado.

21. A melhoria de 1,8 p.p. no SPNP em relação a 2018 deveu-se principalmente ao

aumento verificado na arrecadação dos impostos não petrolíferos, resultante da

implementação do processo de consolidação fiscal (+13,2% em termos reais) e

das contribuições sociais (+36,8% em termos reais).

Page 11: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 5

22. A despesa, por sua vez, apresentou um aumento de 0,6% em termos reais, face

ao ano anterior. Considerando apenas as despesas não financeiras (excluindo

juros), em termos reais a despesa primária apresentou uma redução de 4,4%.

23. As receitas totais em 2019 apresentaram um aumento em termos reais de 1,0%,

quando comparadas com às registadas em 2018.

24. Entretanto, desconsiderando a arrecadação petrolífera, que apresentou uma

queda real de 5,3%, e as receitas de financiamento e de juros, a receita primária

não petrolífera registou um aumento real de 11,9%.

25. Este aumento deveu-se à implementação do processo de consolidação fiscal, que

tem como um dos eixos prioritários a potenciação das receitas tributárias não

petrolíferas, por via do alargamento da base tributária e do incremento de

alíquotas de diversos tributos.

26. O crescimento de 0,6% em termos reais das despesas totais liquidadas em relação

a 2018 foi fortemente influenciado pelo aumento em cerca de 10,9% do nível de

remuneração dos empregados e das despesas de juros, em 19,2%.

27. Excluindo-se a despesa com juros, a despesa primária apresentou uma redução

de 4,4% em termos reais.

28. O crescimento nas remunerações dos empregados foi compensado pelas

reduções nas despesas de bens e serviços e nas despesas de capital, em cerca de

17,9% e 18,3%, respectivamente.

29. Em 2019, registaram-se despesas liquidadas na ordem dos Kz 6,0 biliões e

despesas efectivamente pagas de Kz 6,4 biliões.

30. É importante referir que, do montante pago, cerca de Kz 5,7 biliões são referentes

às despesas orçamentadas em 2019, enquanto que 663,8 mil milhões dizem

respeito a despesas liquidadas de exercícios anteriores.

Page 12: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 6

31. No final de 2019, o stock da dívida pública situava-se em Kz 34,3 biliões,

equivalente a US$ 71,9 mil milhões. Este stock estava composto por 62,3% de

dívida governamental externa, 31,2% dívida governamental interna e 6,5% de

dívida das Instituições Públicas.

32. Os dados demonstrados ilustram com clarividência o engajamento do Governo

Angolano na implementação da Estratégia de Consolidação Fiscal desde 2018.

Page 13: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 7

EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO

33. Dando sequência ao processo de consolidação fiscal iniciado em 2018, o

Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2019 estimou as receitas totais (excluindo

financiamentos) em Kz 7,4 biliões (21,3% do PIB) e fixou as despesas totais

(excluindo juros) em Kz 6,9 biliões (19,9% do PIB), implicando um saldo global

superavitário de Kz 595,9 mil milhões (1,5% PIB).

34. Entretanto, em Abril de 2019, em resposta às variações dos principais

pressupostos macroeconómicos estimados, o OGE foi revisto. As variações dos

principais pressupostos macroeconómicos em termos orçamentais foram: (i) a

revisão da estimativa de crescimento real do PIB, que passou de 2,8% para 0,3%,

e (ii) as projecções do preço médio de petróleo bruto, que passaram de US$

68,0/bbl para US$ 55,0/bbl.

35. Neste contexto, as receitas e despesas totais (excluindo financiamentos) foram

revistas para Kz 5,9 biliões (19,3% do PIB) implicando um saldo global

equilibrado. Deste modo, excluindo as receitas e despesas petrolíferas bem como

as receitas e despesas com juros, o SPNP fixado no OGE revisto previa um défice

de Kz 1,8 biliões (6,0% do PIB).

36. No entanto, o saldo global realizado em 2019 foi superavitário em Kz 595,9 mil

milhões (1,9% do PIB), superior ao estimado no OGE revisto. O SPNP, por sua vez,

registou um défice de Kz 1,8 biliões (5,8% do PIB), ligeiramente inferior ao fixado

no OGE revisto (6% do PIB), conforme evidenciado no Quadro 1.

37. Em 2019, a arrecadação total de Receita superou em 10,7% a arrecadação prevista

no OGE revisto. Este desempenho é justificado por duas razões:

i. A Arrecadação relativa aos direitos da concessionária do petróleo superou o

previsto em 31%.

ii. As Contribuições Sociais tiveram uma arrecadação de 72,1% acima do

estimado. Este desempenho decorreu da entrada em vigor, em Dezembro de

2018, do Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de Setembro de 2018, que

Page 14: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 8

expandiu a base de incidência sujeita a contribuição à praticamente toda a

remuneração.

38. Os impostos não petrolíferos tiveram execução próxima do estimado no OGE

revisto (99,1%).

39. A despesa liquidada total foi 0,8% superior ao fixado no OGE revisto. O relativo

equilíbrio resultou da execução de remuneração dos empregados e despesas de

capital acima do orçamentado e dos usos de bens e serviços, juros e

transferências correntes abaixo do estipulado, conforme se mostra no quadro 1.

Quadro 1 – Execução do OGE Revisto

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição OGE Revisto (a) 2019 (b) Diferença

(b - a)

Execução %

(b/a)

1 Receita 5 986 104 6 627 088 640 983 110,7%

11 Receitas Correntes 5 986 104 6 624 551 638 447 110,7%

111 Impostos 5 563 877 6 035 928 472 051 108,5%

1111 Petrolíferos 3 567 643 4 056 674 489 030 113,7%

Dos quais: Direitos da concessionária 2 061 216 2 700 342 639 126 131,0%

1112 Não Petrolíferos 1 996 234 1 979 254 (16 980) 99,1%

112 Contribuições sociais 180 939 311 405 130 465 172,1%

113 Doações - - - -

114 Outras receitas 241 288 277 219 35 931 114,9%

114.a. Dos quais: Juros - 72 400 72 400 -

12 Receitas de Capital - 2 536 2 536 -

Fonte: SIGFE.

Page 15: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 9

Quadro 1– Execução do OGE Revisto (Cont.)

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição OGE Revisto (a) 2019 (b) Diferença

(b - a)

Execução %

(b/a)

2 Despesa Liquidada 5 986 210 6 031 179 44 968 100,8%

21 Despesas Correntes 4 949 268 4 909 946 (39 322) 99,2%

211 Remuneração dos Empregados 1 792 881 1 990 246 197 365 111,0%

2111 Vencimentos 1 697 630 1 877 020 179 390 110,6%

2112 Contribuições sociais 95 251 113 226 17 975 118,9%

212 Uso de bens e serviços 840 014 807 304 (32 709) 96,1%

212a Dos quais: taxa de supervisão concessionária 103 061 105 379 2 318 102,2%

213 Juros 1 599 198 1 509 043 (90 155) 94,4%

2131 Internos 857 700 814 693 (43 008) 95,0%

2132 Externos 741 497 694 350 (47 147) 93,6%

214 Transferências correntes 717 176 603 353 (113 822) 84,1%

2141 Subsídios 172 066 78 619 (93 447) 45,7%

2142 Transferências / Doações - 36 895 36 895 -

2143 Prestações Sociais 327 860 420 258 92 398 128,2%

2144 Outras despesas 217 249 67 580 (149 669) 31,1%

22 Despesas de capital 1 036 943 1 121 232 84 290 108,1%

221 Aquisição de activos não financeiros (+) 1 036 943 1 080 895 43 953 104,2%

2211 Activos fixos 1 036 943 1 051 855 14 913 101,4%

2212 Existências - - - -

2213 Activos não produzidos - 29 040 29 040 -

222 Doações - - - -

223 Outras despesas - 40 337 40 337 -

Saldo Global - (1 - 2) (106) 595 909 596 015

Saldo Primário - (1 - 2 + 213) 1 599 092 2 104 952 505 860

Saldo Primário Não Petrolífero - (1 - 1111 - 2 + 212a + 213) (1 865 491) (1 846 343) 19 148

Saldo Primário Não Petrolífero (% PIB) -6,0% -5,8% 0,2%

PIB Nominal (mil milhões de Kz) 30 945 200,00 32 066 985,11

dos quais: não petrolífero 23 204 250,25 22 524 387,74

Fonte: SIGFE.

Page 16: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 10

SALDO PRIMÁRIO NÃO PETROLÍFERO

40. Em 2019, o SPNP resultou num défice de Kz 1,8 biliões, correspondente a 5,8%

do PIB. A melhoria de 1,8 p.p. em relação a 2018 deveu-se, principalmente, ao

aumento verificado na arrecadação dos impostos não petrolíferos (+13,2% em

termos reais) e nas contribuições sociais (+36,8% em termos reais).

41. O aumento na arrecadação dos tributos não petrolíferos resulta da

implementação do processo de consolidação fiscal.

42. A despesa total, por sua vez, apresentou um aumento de 0,6% em termos reais,

face ao ano anterior. No entanto, em termos reais a despesa primária apresentou

uma redução de 4,4%, conforme se demonstra no quadro 4.

Page 17: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 11

Quadro 2 – Execução Fiscal 2019

(Milhões de Kwanzas)

Cod. Descrição

Jan - Dez Variação (2019/2018)

2019 2018 Diferença %

Nominal

% Real

(IPCN)

1 Receita 6 627 088 5 635 658 991 430 17,6% 1,0%

11 Receitas Correntes 6 624 551 5 634 986 989 566 17,6% 1,0%

111 Impostos 6 035 928 5 183 834 852 094 16,4% 0,0%

1111 Petrolíferos 4 056 674 3 687 584 369 090 10,0% -5,3%

1112 Não Petrolíferos 1 979 254 1 496 250 483 004 32,3% 13,2%

112 Contribuições sociais 311 405 193 901 117 504 60,6% 36,8%

113 Doações - - - -

114 Outras receitas 277 219 257 251 19 968 7,8% -7,0%

12 Receitas de Capital 2 536 672 1 864 277,1% 217,8%

121 Redução de activos não financeiros 2 536 672 1 864 277,1% 217,8%

122 Doações - - - -

123 Outras receitas - - - -

2 Despesa Liquidada 6 031 179 5 173 182 857 997 16,6% 0,6%

21 Despesas Correntes 4 909 946 3 994 393 915 554 22,9% 6,1%

211 Remuneração dos Empregados 1 990 246 1 529 734 460 512 30,1% 10,8%

212 Uso de bens e serviços 807 304 858 547 (51 243) -6,0% -17,9%

212a Dos quais: taxa de supervisão concessionária 105 379 110 831 (5 453) -4,9% -18,7%

213 Juros 1 509 043 1 103 126 405 916 36,8% 19,2%

214 Transferências correntes 603 353 502 985 100 368 20,0% 3,3%

2141 Subsídios 78 619 86 428 (7 809) -9,0% -19,7%

2142 Transferências / Doações 36 895 12 451 24 445 196,3% 147,6%

2143 Prestações Sociais 420 258 355 041 65 217 18,4% 1,4%

2144 Outras despesas 67 580 49 065 18 515 37,7% 17,9%

22 Despesa de capital 1 121 232 1 178 789 (57 557) -4,9% -18,3%

221 Aquisição de activos não financeiros (+) 1 080 895 1 174 344 (93 449) -8,0% -21,0%

222 Doações - - -

223 Outras despesas 40 337 4 445 35 892 807,4% 698,6%

Saldo Global - (1 - 2) 595 909 462 476 133 433 28,9% 5,2%

Saldo Primário - (1 - 2 + 213) 2 104 952 1 565 602 539 349 34,4% 13,5%

Saldo Primário Não Petrolífero - (1 - 1111 - 2 + 212a + 213) (1 846 343) (2 011 150) 164 807 -8,2% -19,2%

Saldo Primário Não Petrolífero (% PIB) -5,8% -7,5% 1,8% - -

PIB Nominal (mil milhões de Kz) 32 066 985,11 26 777 674,59

dos quais: não petrolífero 22 524 387,74 19 014 807,95

Fonte: SIGFE.

43. O desempenho positivo deste indicador fiscal em 2019 é fundamentado nos

pontos a seguir apresentados.

Page 18: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 12

ARRECADAÇÃO DE RECEITA

44. Em 2019, as receitas totais apresentaram um aumento de 1%, em termos reais,

quando comparadas às registadas em 2018. Entretanto, desconsiderando a

arrecadação petrolífera, que apresentou queda real de 5,3%, as receitas de

financiamento e de juros, a receita primária não petrolífera registou um aumento

real de 11,9% conforme se demonstra no quadro 3.

Page 19: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 13

Quadro 3 – Arrecadação de Receita

(Milhões de Kwanzas)

Cod. Descrição Nota

Jan - Dez Nominal Real

2019 2018 Kz Milhões Var.

% Kz Milhões Var. %

1 Receita 6 627 088 5 635 658 991 430 17,6% 70 511 1,0%

11 Receitas Correntes 6 624 551 5 634 986 989 566 17,6% 68 581 1,0%

111 Impostos 6 035 928 5 183 834 852 094 16,4% 1 469 0,0%

1111 Petrolíferos 1 4 056 674 3 687 584 369 090 10,0% (246 840) -5,3%

Imposto S/ Rendimento Das Indústrias Petrolíferas 1 072 421 883 431 188 991 21,4% 45 234 4,1%

Imposto S/ Rendimento De Transacção De Petróleo 58 944 126 986 (68 042) -

53,6% (87 219)

-

57,1%

Imposto S/Produção Da Indústria Petrolífera 224 173 260 638 (36 465) -

14,0% (89 011)

-

26,9%

Imposto S/Produção Ind. Petrolíferas Regime Especial - - - - - -

Renda De Superfície (Petróleo) 793 521 271 52,1% 204 29,6%

Dos quais: Direitos da concessionária 2 700 342 2 416 008 284 335 11,8% (116 048) -3,8%

Imposto S/Produção Ind. Petrolíferas Regime Especial - - - - -

Renda De Superfície (Petróleo) 2 700 342 2 416 008 284 335 11,8% (116 048) -3,8%

1112 Não Petrolíferos 1 979 254 1 496 250 483 004 32,3% 248 309 13,2%

Impostos s/ renda, lucros e ganhos de capital 2 1 166 858 836 608 330 250 39,5% 204 473 19,4%

Impostos s/ propriedades 3 49 164 38 788 10 375 26,7% 3 952 8,0%

Impostos s/ bens e serviços 4 406 159 307 954 98 205 31,9% 44 222 11,4%

Impostos s/ transacções e comércio internacional 192 231 152 523 39 707 26,0% 18 179 9,6%

Outros impostos 164 842 160 376 4 466 2,8% (22 517) -

11,1%

112 Contribuições sociais 5 311 405 193 901 117 504 60,6% 90 073 36,8%

114 Outras receitas 277 219 257 251 19 968 7,8% (22 961) -7,0%

114.

a. Dos quais: Juros 72 400 37 524 34 875 92,9% 30 770 64,4%

12 Receitas de Capital 2 536 672 1 864 277,1

% 1 930

217,8

%

121 Redução de activos não financeiros 2 536 672 1 864 277,1

% 1 930

217,8

%

Receitas Primárias Não Petrolíferas 2 498 014 1 910 550 587 464 30,7% 286 581 11,9%

Fonte: SIGFE.

Page 20: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 14

45. O aumento da receita primária não petrolífera resultou da implementação do

processo de consolidação fiscal que tem como um dos eixos prioritários a

potenciação das receitas tributárias não petrolíferas, por via do alargamento da

base tributária e do incremento de alíquotas de diversos tributos.

46. O gráfico 1 demonstra o comportamento da Receita não Petrolífera entre 2015 e

2019, em termos reais (descontado o nível de inflação do período).

Gráfico 1 – Receita Não Petrolífera

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

47. A seguir são apresentadas, de modo detalhado, as notas sobre as principais

variações da Receita:

Nota 1 – Impostos Petrolíferos (- Kz 246,8 mil milhões, em termos reais/ - 5,3%):

48. A redução do nível de arrecadação dos Impostos Petrolíferos está associada ao

efeito conjunto de redução do nível médio de produção petrolífera diária, entre

2018 e 2019, de 1,4 para 1,3 milhões de barris, e da baixa do preço médio das

ramas petrolíferas angolanas nos mercados internacionais, de US$ 70,6 para US$

64,7.

49. Entretanto, por se tratar de impostos afectos à actividade petrolífera, esta

categoria de receita não é considerada no âmbito do cálculo do SPNP.

3 704 608

2 943 638

2 256 3882 406 955

2 693 536

2015 2016 2017 2018 2019

Page 21: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 15

50. O gráfico 2 apresenta o comportamento da Receita de Impostos Petrolíferos

desde 2015 a 2019, em termos reais.

Gráfico 2 – Impostos Petrolíferos

(Mil Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 2 – Impostos sobre renda, lucros e ganhos de capital (+ Kz 204 mil milhões, em

termos reais / +19,4%):

51. O desempenho positivo desta categoria de receita é fundamentado pelas

componentes (i) Imposto sobre Rendimento de Trabalho (IRT), cujo aumento do

nível de arrecadação é explicado, por um lado, pelo ajuste salarial da função

pública, e, por outro lado, pela aprovação da Lei n.º 28/19, de 25 de Setembro,

que altera o Código do IRT1, e (ii) Imposto Industrial, que foi influenciado, de

acordo com a AGT, pela entrega dos valores das empresas que aderiram o

Regime Excepcional de Regularização da Dívida Tributária (RERDT).

52. O gráfico 3 apresenta o comportamento dos impostos sobre renda, lucros e

ganhos de capital entre 2015 e 2019, em termos reais.

1 As gratificações de férias e o subsídio de Natal passaram a ser incluídos integralmente na determinação da matéria

colectável dos rendimentos sujeitos a IRT e deixaram de ser isentos os rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais

com idade superior a 60 (sessenta) anos derivados do trabalho por conta de outrem.

3 003

2 076

2 890

4 6294 383

2015 2016 2017 2018 2019

Page 22: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 16

Gráfico 3 – Impostos sobre renda, lucros e ganhos de capital

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 3 – Impostos sobre Propriedades (+ Kz 3,9 mil milhões, em termos reais / + 8,0%):

53. Em 2019, a arrecadação cumulativa dos Impostos sobre Propriedades registou

um aumento real de 8% face ao período homólogo, influenciada pelo bom

desempenho do nível de arrecadação do Imposto Predial Urbano (IPU) face ao

período homólogo. A componente IPU Património registou, de acordo com a

AGT, um alargamento da base tributária na ordem dos 25,5%, passando de

141 815 contribuintes em 2018 para 178 019 em 2019.

54. O gráfico 4 apresenta a evolução dos impostos sobre propriedades desde 2015 a

2019, em termos reais.

510 126469 664

364 291 366 886

469 033

1 085 997

859 069

496 525552 499

636 399

2015 2016 2017 2018 2019

IRT Imposto Industrial

Page 23: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 17

Gráfico 4 – Impostos sobre propriedades

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 4 – Impostos sobre Bens e Serviços (+ Kz 44,2 mil milhões, em termos reais / +

11,4%):

55. Os Impostos sobre Bens e Serviços registaram uma variação real positiva na

ordem dos 11,4% entre 2018 e 2019. Esta variação é essencialmente

fundamentada pela componente Imposto sobre o Consumo de Serviços de

Energia. O Decreto Presidencial n.º 122/19, de 24 de Maio, alterou o tarifário da

Energia Eléctrica, o que permitiu um aumento da arrecadação de impostos sobre

Bens e Serviços de cerca de 45% face ao período homólogo.

56. O gráfico 5 apresenta o valor de impostos sobre bens e serviços arrecadados

desde 2015 a 2019, em termos reais.

77 516

70 299

58 174

49 432

53 384

2015

2016

2017

2018

2019

Page 24: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 18

Gráfico 5 – Impostos sobre bens e serviços

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 5 – Contribuições Sociais (+ Kz 90,1 mil milhões, em termos reais / + 36,8%):

57. O desempenho positivo das Contribuições Sociais resultou do efeito conjunto do

aumento real da massa salarial e da entrada em vigor, em Dezembro de 2018, do

Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de Setembro de 2018, que expandiu a base

de incidência sujeita a contribuição à praticamente toda a remuneração.

58. O gráfico 6 apresenta o valor arrecadado com contribuições sociais desde 2015 a

2019.

Gráfico 6 – Contribuições Sociais

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

463 971

428 311

389 106 388 556

432 778

2015 2016 2017 2018 2019

391 061

312 824

250 039 244 802

334 875

2015 2016 2017 2018 2019

Page 25: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 19

EXECUÇÃO DA DESPESA

59. O crescimento de 0,6% da despesa total liquidada, em termos reais, em relação a

2018 foi fortemente influenciado pelo aumento do nível de remuneração dos

empregados, em cerca de 10,9%, e das despesas de juros, em 19,2%.

60. Excluindo-se a despesa com juros, a despesa primária apresentou uma redução

de 4,4% em termos reais. O crescimento nas remunerações dos empregados foi

compensado pelas reduções nas despesas de bens e serviços e nas despesas de

capital em cerca de 17,9% e 18,3%, respectivamente, conforme apresentado no

quadro 4.

Page 26: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 20

Quadro 4 – Execução da Despesa

(Milhões de Kwanzas)

Descrição

Jan – Dez Nota

Explicativa

Nominal Real

2019 2018 Kz Var. % Kz

Milhões Var. %

Despesa Liquidada 6 031 179 5 173 182 857 997 16,6% 36 760 0,6%

Despesas Correntes 4 909 946 3 994 393 915 554 22,9% 302 329 6,1%

Remuneração dos Empregados 1 990 246 1 529 734 6 460 512 30,1% 209 754 10,8%

Vencimentos 1 877 020 1 440 603 436 417 30,3% 200 208 11,0%

Despesas com o pessoal civil 985 109 694 596 290 514 41,8% 184 120 21,0%

Despesas com o pessoal militar 422 238 368 834 53 404 14,5% (12 095) -2,6%

Despesas com o pessoal paramilitar 469 673 377 174 92 499 24,5% 28 183 5,9%

Contribuições sociais 113 226 89 131 24 095 27,0% 9 546 8,5%

Uso de bens e serviços 807 304 858 547 7 (51 243) -6,0% (189 942) -17,9%

Bens 283 349 275 927 7 423 2,7% (38 443) -11,2%

Serviços 523 955 582 620 (58 665) -10,1% (151 498) -21,1%

Dos quais: taxa de supervisão concessionária 105 379 110 831 (5 453) -4,9% (24 293) -18,7%

Juros 1 509 043 1 103 126 8 405 916 36,8% 261 938 19,2%

Internos 814 693 534 665 280 028 52,4% 224 358 34,6%

Externos 694 350 568 462 125 888 22,1% 37 580 5,3%

Transferências correntes 603 353 502 985 100 368 20,0% 20 579 3,3%

Subsídios 78 619 86 428 9 (7 809) -9,0% (20 827) -19,7%

Transferências / Doações 36 895 12 451 10 24 445 196,3% 24 051 147,6%

Prestações Sociais 420 258 355 041 65 217 18,4% 6 223 1,4%

Outras despesas 67 580 49 065 11 18 515 37,7% 11 133 17,9%

Despesa de capital 1 121 232 1 178 789 (57 557) -4,9% (265 569) -18,3%

Aquisição de activos não financeiros (+) 1 080 895 1 174 344 (93 449) -8,0% (302 867) -21,0%

Activos fixos 1 051 855 1 171 213 12 (119 358) -10,2% (329 122) -22,9%

Existências - - - - -

Activos não produzidos 29 040 3 131 25 909 827,6% 26 255 698,3%

Doações - - - - - -

Outras despesas 40 337 4 445 35 892 807,4% 37 299 698,6%

Dos quais: taxa de supervisão concessionária - - - - -

Despesas Liquidadas Primárias não Petrolífero 4 522 136 4 070 055 452 080 11,1% (225 178) -4,4%

Fonte: SIGFE.

Page 27: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 21

61. A seguir são apresentados de modo detalhado as notas sobre as principais

variações da Despesa:

Nota 6 – Remuneração dos Empregados (+ Kz 209,8 mil milhões, em termos reais/ +

10,8%):

62. A remuneração dos empregados foi das poucas categorias de despesa que

registou um aumento real acima dos 10%, sendo que o aumento se deveu ao

reajuste salarial das diversas categorias da administração pública ocorrido em

Janeiro de 2019. Tal ajustamento visou eliminar as assimetrias salariais existentes

na Função Pública, promover o equilíbrio e permitir a recuperação do poder de

compra perdido, por força da inflação acumulada nos últimos anos.

63. O gráfico 7 demonstra o comportamento da remuneração dos empregados entre

2015 e 2019, em termos reais.

Gráfico 7 – Remuneração dos Empregados

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 7 – Bens e Serviços (- Kz 189,9 mil milhões, em termos reais / - 17,9%):

64. A redução da despesa primária total resultou de uma maior racionalização dos

recursos públicos.

3 503 858

2 737 104

2 258 858

1 933 2422 142 996

2015 2016 2017 2018 2019

Page 28: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 22

65. A prossecução da melhoria da qualidade da despesa reflectiu-se na diminuição

dos gastos com bens e serviços por parte dos órgãos do Executivo. Registou-se

17,9% de redução nessa rubrica, dois quais 3,6 p.p. concentraram-se na redução

da compra de bens e 14,3 p.p. foram devidos à diminuição da contratação de

serviços.

66. Os serviços que anotaram a maior redução foram: (i) contratação de seguros, (ii)

estudos, fiscalização e consultoria e (iii) manutenção e conservação.

67. O gráfico 8 demonstra a evolução das despesas com bens e serviços de 2015 a

2019, em termos reais.

Gráfico 8 – Despesas com Bens e Serviços

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 8 – Juros (+ Kz 261,9 mil milhões, em termos reais / + 19,2%):

68. O aumento das despesas com juros resulta do efeito conjunto do aumento do

volume de emissões de títulos e do aumento do custo médio da dívida.

Entretanto, tal como previamente mencionado, a definição do SPNP não inclui

esta categoria de despesa.

381 253 352 229

479 919

344 194 305 750

1 208 161

834 421771 199

718 560

567 062

2015 2016 2017 2018 2019

Bens Serviços

Page 29: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 23

69. O gráfico 9 apresenta os valores executados em despesas com juros da dívida

interna e externa de 2015 a 2019, em termos reais.

Gráfico 9 – Despesas com Juros

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 9 – Subsídios (- Kz 20,8 mil milhões, em termos reais / - 17,9%):

70. A categoria da despesa com Subsídios compreende os subsídios a preços e

operacionais. Porém, a redução real de cerca de 18% desta categoria de despesas

resulta, essencialmente, da implementação da política de redução dos subsídios

a preços definida pelo Executivo, no âmbito do Programa de Liberalização dos

Preços da Economia. Neste sentido e conforme mencionado na Nota 4, destaca-

se a aprovação do Decreto Presidencial n.º 122/19, de 24 de Maio, que altera os

tarifários da Energia.

71. O gráfico 10 demonstra, em termos reais, a execução das despesas com subsídios

de 2015 a 2019.

0

200 000

400 000

600 000

800 000

1 000 000

2015 2016 2017 2018 2019

Juros Da Dívida Externa Juros Da Dívida Interna

Page 30: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 24

Gráfico 10 – Despesas com Subsídios

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 10 – Transferências (+ Kz 24,1 mil milhões, em termos reais / + 147,6%):

72. Esta categoria de despesa compreende as transferências aos Fundos e Serviços

Autónomos e as Contribuições aos Organismos Internacionais.

73. O aumento real desta categoria de despesa em 2019 face ao período homólogo

é fundamentado pela variação real positiva (i) das contribuições aos Organismos

Internacionais, na medida em que em 2019 se regularizaram as obrigações do

Governo de anos anteriores junto destas instituições que estavam em dívida e (ii)

da efectivação do processo de transferências aos Fundos e Serviços Autónomos

em 2019.

74. O gráfico 11 demonstra o comportamento das despesas com transferências, em

termos reais, desde 2015 a 2019.

749 888

433 363

252 231

232 735

211 707

2015

2016

2017

2018

2019

Page 31: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 25

Gráfico 11 – Despesas com Transferências

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 11 – Outras Despesas (+ Kz 11,1 mil milhões, em termos reais / + 17,9 %):

75. A categoria das Outras Despesas é composta pelas Transferências para

Instituições Sem Fins Lucrativos, Bolsas de Estudos, Subsídios às Autoridades

Tradicionais e Outras Transferências Correntes para Famílias.

76. Em 2019, as Outras Despesas registaram um aumento real na ordem dos 18%

face ao período homologo. Esta variação foi influenciada, por um lado, pelo

aumento real das despesas relacionadas com as Bolsas de Estudos, estimado em

49%, e, por outro lado, pelo aumento real de 22% das despesas com as Outras

Transferências Correntes para Famílias.

77. O gráfico 12 demonstra a evolução das outras despesas correntes de 2015 a 2019,

em termos reais.

0 0 0 0

13 394

9 989

15 596

9 754

16 297

26 954

2015 2016 2017 2018 2019

Transfências Correntes Para Fundos e Serviços Autonomos

Transf.Correntes P/Governos E Org.Internacionais

Page 32: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 26

Gráfico 12 – Outras Despesas Correntes

(Milhões de Kwanzas/em termos reais)

Fonte: SIGFE.

Nota 12: Despesa de Capital (- Kz 239,1 mil milhões, em termos reais/ - 22,9%):

78. A redução real das Despesas de Capital em 2019 justifica-se pela redução das

seguintes categorias: (i) construção de imóveis, (ii) obras de infra-estrutura e

instalações e (iii) compra de meios e equipamentos de transporte, parcialmente

compensadas pelo aumento nos gastos com equipamentos de processamento

de dados e compra de imóveis.

79. O gráfico 13 demonstra a execução percentual da despesa de capital face ao PIB

desde 2015 a 2019.

Gráfico 13 – Despesas de Capital (% PIB)

Fonte: SIGFE.

140 946

106 755

144 784

62 03273 165

2015 2016 2017 2018 2019

4,2%3,9%

6,5%

4,4%

3,5%

2015 2016 2017 2018 2019

Page 33: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 27

DESPESAS LIQUIDADAS E PAGAS

80. A degradação dos principais indicadores do sector fiscal em função da

desaceleração da economia a partir de 2014 impactou de forma significativa a

capacidade de tesouraria do Estado angolano.

81. Esta situação contribuiu significativamente para o aumento do nível de

discrepâncias entre os diferentes estágios da execução orçamental2,

constituindo, deste modo, um risco de acumulação de restos a pagar e atrasados.

82. Idealmente, a gestão Orçamental e Financeira deve ser orientada pela

harmonização dos três estágios de execução da despesa, tendo como base uma

execução orçamental cada vez mais consolidada com os níveis de tesouraria que

permitam fazer face aos compromissos actuais e a regularização de restos a

pagar.

83. Neste sentido e em conformidade com o Plano de Desenvolvimento Nacional

(PDN), o Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e o PFA com o FMI,

foi aprovada, em 2018, a Estratégia de Regularização dos Atrasados com os

fornecedores.

84. Deste modo, é crucial que se analise a execução da Despesa na vertente dos

montantes liquidados e dos efectivamente pagos, na medida em que se pode

evidenciar a evolução do comportamento do stock de restos a pagar.

85. Assim, em 2019, registaram-se despesas liquidadas na ordem dos Kz 6 biliões e

despesas efectivamente pagas de Kz 6,4 biliões. Entretanto, é importante referir

que, do montante pago, cerca de Kz 5,7 biliões são referentes à despesas

orçamentadas em 2019 e Kz 663,8 mil milhões à despesas liquidadas de

exercícios anteriores.

2 De um modo geral, a execução da despesa pública é categorizada pelos seguintes estágios: (i) Cabimentação:

momento em que a dotação orçamental é reservada; (ii) Liquidação: momento em que o recebimento do bem/serviço

é confirmado por parte da Unidades Orçamentais e se estabelece o compromisso de pagamento e (iii) Pagamento:

momento do pagamento do bem ou serviço adquirido.

Page 34: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 28

86. O Quadro 5 apresenta em perspectiva a Execução da Despesa Liquidada e Paga.

Quadro 5 – Execução da Despesa Liquidada e Paga

(Milhões de Kwanzas)

Cod. Descrição

Despesas

Liquidadas em

2019 (a)

Despesas Pagas em 2019 Despesas

Liquidadas em

2019 a pagar

(a-b)

Despesas

Orçamentadas

em 2019 (b)

Despesas

Liquidadas

em exercícios

anteriores (c)

Total (b+c)

2 Despesa 6 031 179 5 702 580 663 806 6 366 385 328 599

21 Despesas Correntes 4 909 946 4 885 395 134 958 5 020 353 24 551

211 Remuneração dos Empregados 1 990 246 1 984 352 221 1 984 573 5 893

2111 Vencimentos 1 877 020 1 872 036 216 1 872 252 4 984

Despesas com o pessoal civil 985 109 982 705 216 982 921 2.404

Despesas com o pessoal militar 422 238 419 744 - 419 744 2 494

Despesas com o pessoal paramilitar 469 673 469 586 - 469 586 86

2112 Contribuições sociais 113 226 112 316 5 112 321 909

212 Uso de bens e serviços 807 304 792 386 90 764 883 150 14 919

2121 Bens 283 349 279 052 24 409 303 462 4 297

2122 Serviços 523 955 513 333 66 355 579 688 10

622

213 Juros 1 509 043 1 508 427 2 947 1 511 374 616

2131 Internos 814 693 814 077 - 814 077 616

2132 Externos 694 350 694 350 2 947 697 297 -

214 Transferências correntes 603 353 600 230 41 026 641 256 3 123

2141 Subsídios 78 619 78 619 40 756 119 375 0

2142 Transferências / Doações 36 895 36 820 - 36 820 75

2143 Prestações Sociais 420 258 419 951 - 419 951 307

2144 Outras despesas 67 580 64 840 270 65 109 2 741

22 Despesa de capital 1 121 232 817 184 528 848 1 346 032 304 048

221 Aquisição de activos não financeiros (+) 1 080 895 783 774 528 848 1 312 622 297 121

2211 Activos fixos 1 051 855 783 605 528 846 1 312 451

268

250

2212 Existências - - - - -

2213 Activos não produzidos 29 040 170 2 171

28

870

222 Doações - - - - -

223 Outras despesas 40 337 33 410 - 33 410 6 927

Dos quais: taxa de supervisão concessionária - - - - -

Despesas Primárias Ñ Petr. 4 522 136 4 194 153 660 859 4 855 011 327 983

Fonte: SIGFE.

87. Entretanto, os gastos destinados à regularização de restos a pagar retiram espaço

orçamental e financeiro das despesas do orçamento do exercício, na medida em

Page 35: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 29

que toda a despesa liquidada e não paga torna-se, no final do exercício, restos a

pagar. A última coluna da tabela (despesas liquidadas a pagar) indica a inscrição

de Kz 328,6 mil milhões de novos restos a pagar.

88. A inscrição em montantes inferiores ao pagamento de despesas liquidadas em

exercícios anteriores tem como resultado a redução do stock dos restos a pagar.

Deste modo, importa mencionar que em 2019, ocorreram pagamentos de

despesas de exercícios anteriores estimados em Kz 663,8 mil milhões.

89. Assim, os resultados desta análise indicam que as despesas liquidadas foram

superadas pelas despesas pagas, na ordem dos Kz 335,2 mil milhões,

evidenciando, deste modo, ganhos resultantes da execução da Estratégia de

Regularização da Dívida Atrasada com fornecedores, em função da redução do

nível de stock de restos a pagar. O Anexo 1, apresenta o Fluxograma sobre a

variação de atrasados e restos a pagar

90. Resta mencionar que, no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado (PFA)

com o Fundo Monetário Internacional (FMI) está prevista a apresentação do

Saldo Primário Não Petrolífero como um Critério de Desempenho do Programa.

91. Tratando-se de um programa de apoio à tesouraria, o PFA define o SPNP na

óptica de caixa, na medida em que além das componentes da receita e despesa

não petrolífera primária é também considerada a regularização de pagamentos

em atraso externos e domésticos, em dinheiro.

92. Relativamente ao cálculo do SPNP no âmbito do PFA, de modo a capturar o real

esforço da tesouraria do Estado no decorrer do exercício económico, é

adicionado à despesa primária não petrolífera a regularização de atrasados

registados no SIGFE até 2017 feita em cash pelo Grupo Técnico de Apoio ao

Credor do Estado (GTACE).

93. Assim, a diferença de metodologia explicada, nomeadamente com a

incorporação da regularização dos atrasados, implicando, deste modo,

Page 36: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 30

discrepâncias entre a estatística apresentada no âmbito do PFA e os números ora

apresentados.

Page 37: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 31

DÍVIDA PÚBLICA

STOCK DA DÍVIDA PÚBLICA

94. O stock da dívida pública, no final de 2019, situava-se em Kz 34,3 biliões,

equivalente a US$ 71,9 mil milhões. Estava composto por 62,3% de dívida

governamental externa, 31,2% de dívida governamental interna e 6,5% de dívida

das Instituições Públicas.

95. O gráfico 14 demonstra a composição percentual do Stock da Dívida Pública no

final de 2019.

Gráfico 14 – Composição do Stock da Dívida Públia

(Em percentagem)

Fonte: UGD

96. Esta posição corresponde a um aumento real de 27,1% face ao período

homólogo, fundamentado, essencialmente, pelo aumento da dívida

governamental externa de Kz 6 biliões, equivalente a US$ 12,6 mil milhões, e

interna de cerca de Kz 700 mil milhões, equivalente a US$ 1,4 mil milhões.

31,2%

6,5%

62,3%

Governamental Interna Instituições Públicas Governamental Externa

Page 38: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 32

97. De igual modo, a Dívida das Instituições Públicas também registou uma variação

real positiva na ordem dos Kz 600 mil milhões, equivalente a US$ 1,2 mil milhões.

98. O quadro 6 demonstra o stock da Dívida Pública e a variação face o período

homólogo.

Quadro 6 – Stock da Dívida Pública

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição 2019 2018

Variação

Nominal

(%)

Real

(%)

Stock Dívida Pública 34 319 845 23 081 773 48,7% 27,1%

1 Dívida Governamental 32 101 211 21 709 480 47,9% 26,4%

1.1 Dívida Interna 10 721 392 8 589 722 24,8% 6,7%

1.2 Dívida Externa 21 379 819 13 119 758 63,0% 39,3%

2 Dívida das Instituições Públicas 2 218 634 1 372 293 61,7% 38,2%

Fonte: UGD

99. A fundamentação do aumento real da Dívida Pública no período em análise é

apresentada nos pontos seguintes.

STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL INTERNA

100. O Stock da Dívida Governamental Interna compreende a dívida titulada e a dívida

contratual. A dívida titulada é caracterizada por instrumentos titularizados, os

Bilhetes do Tesouro (BT) e as Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional (OT

MN), e em Moeda Externa (OT ME). A dívida contratual é caracterizada por

Contratos de Mútuo que consiste nos financiamentos com a banca local.

101. No final de 2019, o stock da dívida governamental interna situava-se em Kz 10,7

biliões, equivalente a US$ 22,5 mil milhões, e estava composta por 2,1% em

Dívida de curto prazo (até um ano) e 97,9% de médio e longo prazo (mais de um

ano).

102. O gráfico 15 apresenta a composição percentual do stock da dívida

governamental interna no final de 2019.

Page 39: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 33

Gráfico 15 – Composição do Stock da Dívida Governamental Interna

(Em percentagem)

Fonte: UGD

103. O Stock da Dívida Governamental de Curto Prazo e de Contratos de Mútuo,

registou, em termos reais, níveis de redução de 66,9% e 18,4%, respectivamente,

face ao período homólogo.

104. Entretanto, em função da reduzida magnitude destas categorias de dívida sobre

o total da dívida interna, a redução verificada foi compensada pelo aumento do

Stock da Dívida de Médio e Longo Prazo (OT MN e OT ME), resultando, deste

modo num aumento real do nível da dívida Governamental Interna de 6,7% face

ao período homólogo.

105. Porém, não obstante o aumento do stock da dívida interna, o alargamento do

peso da dívida de médio e longo prazo em detrimento da de curto prazo,

evidencia ganhos da implementação da Estratégia de Endividamento de Médio

Prazo (2019-2021). A referida estratégia implica a redução do nível de dispersão

da dívida interna, em termos de períodos de vencimento dos títulos em carteira,

priorizando os que apresentarem períodos mais alargados de maturidade.

106. O quadro 7 apresenta o detalhe do Stock da dívida governamental interna.

14,2%

81,1%

2,2%2,5%

OT ME OT MN BT CM

Page 40: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 34

Quadro 7 – Stock da Dívida Governamental Interna

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição 2019 2018 Variação

Nominal (%) Real (%)

1 Dívida Interna 10 721 392 8 589 722 24,8% 6,7%

1.1 Curto Prazo 225 446 581 549 -61,2% -66,9%

1.1.1 BT 225 446 581 549 -61,2% -66,9%

1.1.1.1 BT (ARO) 84 930 142 484 -40,4% -49,1%

1.1.1.2 BT (Não ARO) 140 516 439 066 -68,0% -72,6%

1.2 Médio e Longo Prazo 10 495 945 8 008 173 31,1% 12,0%

1.2.1 OT´S 10 224 705 7 724 118 32,4% 13,1%

1.2.1.1 OT´S em MN 8 698 016 6 721 166 29,4% 10,6%

1.2.1.2 OT´S em ME 1 526 690 1 002 952 52,2% 30,1%

1.2.2 Contratos de Mútuo 271 240 284 055 -4,5% -18,4%

Fonte: UGD

STOCK DA DÍVIDA GOVERNAMENTAL EXTERNA

107. O stock da dívida governamental externa compreende as dívidas resultantes de

financiamentos Multilaterais, Bilaterais, Comerciais, com Fornecedores e via

emissão de Eurobonds, categorizadas em curto, médio e longo prazo.

108. No final de 2019, o stock da dívida externa situava-se em Kz 21,3 biliões,

equivalente a US$ 44,8 mil milhões.

109. O Gráfico 16 apresenta a composição percentual do Stock da Dívida

Governamental Externa no final de 2019.

Page 41: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 35

Gráfico 16 – Composição do Stock da Dívida Governamental Externa (%)

Fonte: UGD

110. No final de 2019, o stock da dívida governamental externa registou um aumento

real de 39,3% face ao período homólogo.

111. Destaca-se a variação real positiva do stock da dívida resultante da emissão de

obrigações no mercado internacional, Eurobonds, na medida em que esta

categoria de dívida externa registou uma variação real, face ao período

homólogo, de 112,6%, resultante da captação de US$ 3 mil milhões em

Novembro de 2019, nos mercados internacionais.

112. Importa referir que apesar das emissões de Eurobonds aumentarem o stock da

dívida externa, esta modalidade de financiamento está prevista na Estratégia de

Endividamento de Médio Prazo (2019-2021), que relativamente à dívida externa

visa diversificar as suas fontes de financiamento, priorizando as Multilaterais com

o objectivo de reduzir os custos de financiamento e as emissões de Eurobonds

para reduzir o risco de refinanciamento e de taxa de juro.

9,5%

12,9%

49,9%

9,9%

17,9%

Multilateral Bilateral Comercial Fornecedores Eurobonds

Page 42: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 36

Quadro 8 – Stock da Governamental da Dívida Externa

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição 2019 2018 Variação

Nominal (%) Real (%)

1 Dívida Externa 21 379 819 13 119 758 63,0% 39,3%

1.1 Curto Prazo 49 456 31 870 55,2% 32,6%

1.1.1 Multilateral - - - -

1.1.2 Bilateral 81 53 52,1% 30,0%

1.1.3 Comercial 2 416 1 559 55,0% 32,5%

1.1.4 Fornecedores 46 959 30 257 55,2% 32,6%

2.2 Médio e Longo Prazo 21 330 364 13 087 888 63,0% 39,3%

2.2.1 Multilateral 2 024 805 1 007 456 101,0% 71,8%

2.2.2 Bilateral 2 747 811 2 190 063 25,5% 7,2%

2.2.3 Comercial 10 671 438 7 028 237 51,8% 29,8%

2.2.4 Eurobonds 3 818 848 1 535 280 148,7% 112,6%

2.2.5 Fornecedores 2 067 461 1 326 852 55,8% 33,2%

Fonte: UGD

STOCK DA DÍVIDA DAS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

113. No que concerne à dívida das instituições públicas, convencionou-se incluir no

stock da dívida pública apenas a dívida da SONANGOL E.P. e da TAAG E.P., por se

tratar das empresas autónomas com capacidade de captar financiamentos

internos e externos de dimensão considerável.

114. Assim, no final de 2019, o stock da dívida das instituições públicas situava-se em

Kz 2,2 biliões, equivalente a US$ 4,6 mil milhões, e estava composto por 4,2% da

TAAG EP e 95,8% da SONANGOL EP.

115. O Gráfico 17 ilustra a composição percentual do stock da dívida das instituições

públicas no final de 2019.

Page 43: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 37

Gráfico 17 – Composição do Stock da Dívida das Instituições Públicas

(Em percentagem)

Fonte: UGD

116. O stock da dívida das instituições públicas no final de 2019, registou um aumento

real de 38,2% face ao período homólogo. Destaca-se o facto do stock da dívida

da TAAG E.P ter registado um aumento real de 3 373,1%, face ao período

homólogo, conforme se mostra no quadro 10.

117. O aumento do nível de endividamento da TAAG E.P é fundamentado pelo

financiamento obtido para aquisição de seis novas aeronaves para voos internos.

Esta aquisição insere-se no quadro do projecto de renovação e modernização da

frota da companhia aérea nacional.

Quadro 9 – Stock das Principais Instituições Públicas

(Milhões de Kwanzas)

Código Descrição 2019 2018

Variação

Nominal

(%) Real (%)

1 Dívida das Instituições Públicas 2 218 634 1 372 293 61,7% 38,2%

1.1 TAAG 92 555 2 278 3 963,5% 3373,1%

1.2 SONANGOL 2 126 079 1 370 015 55,2% 32,6%

Fonte: UGD

4,2%

95,8%

TAAG SONANGOL

Page 44: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 38

CONSIDERAÇÕES FINAIS

118. A publicação do Relatório Fiscal de 2019 insere-se nas iniciativas do Executivo

para o reforço da transparência a que estão obrigados todos os responsáveis

incumbidos da gestão dos recursos públicos.

119. Desde o momento da decisão sobre a disponibilidade desses recursos, no quadro

da elaboração e aprovação do Orçamento Geral do Estado, até à execução das

despesas, nos seus mais diversos domínios, todas as unidades orçamentais estão

obrigadas ao dever da transparência e do correspondente relato financeiro e

contabilístico tempestivo.

120. Ao iniciar a publicação do Relatório de Execução Fiscal, o Ministério das Finanças,

através da Direcção Nacional de Contabilidade Pública propõe-se apresentar e

fundamentar o desempenho do Saldo Primário Não Petrolífero.

121. Esta informação soma-se, assim, aos instrumentos de prestação de contas já

existentes, em particular a Conta Geral do Estado (CGE), que compreende as

contas anuais de todos os órgãos da Administração Central e Local do Estado e

dos serviços, institutos públicos e fundos autónomos, bem como da Segurança

Social e dos Órgãos de Soberania.

122. Ao incidir especialmente sobre o desempenho do Saldo Primário Não Petrolífero,

o presente Relatório de Execução Fiscal permite uma análise das contas públicas

expurgadas da receita e despesa primária não petrolífera e das receitas de

financiamento e despesas com o serviço da dívida.

123. Esse ângulo de análise é muito importante para aferir a evolução da Estratégia de

Consolidação Fiscal, em curso desde 2018 e os indicadores do desempenho fiscal

de 2019 não poderiam, desse ponto de vista, ser mais animadores.

124. No entanto, no momento em que é concluída a elaboração deste Relatório Fiscal

de 2019, a economia angolana está a ser afectada pela crise mundial provocada

pela pandemia da Covid-19.

Page 45: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 39

125. Contudo, o Relatório de Execução Fiscal de 2019 evidencia que a estratégia de

consolidação fiscal estava a dar os frutos pretendidos.

Page 46: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 40

ANEXOS

Anexo 1 - Fluxograma – Variação de Atrasados e Restos a Pagar (Kz Mil Milhões)

Fonte: MINFIN

Page 47: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 41

Anexo 2 – Execução Fiscal IV Trimestre (Milhões de Kwanzas) – Despesas Liquidadas

Fonte: SIGFE

Cod. Descrição

IV Trimestre Variação (2019/2018)

2018 2019 Diferença % Nominal % Real

(IPCN)

1 Receita 1 620 874 1 888 649 267 775 16,5% 0,0%

11 Receitas Correntes 1 620 825 1 888 433 267 608 16,5% 0,0%

111 Impostos 1 508 890 1 731 127 222 237 14,7% -1,5%

1111 Petrolíferos 1 047 731 1 125 040 77 308 7,4% -7,8%

1112 Não Petrolíferos 461 159 606 088 144 929 31,4% 12,7%

112 Contribuições sociais 54 710 95 629 40 919 74,8% 49,7%

113 Doações - - - - -

114 Outras receitas 57 225 61 676 4 451 7,8% -7,4%

114.a. Dos quais: Juros 4 313 9 212 4 899 113,6% 84,3%

12 Receitas de Capital 49 216 167 338,4% 276,4%

121 Redução de activos não financeiros 49 216 167 338,4% 276,4%

122 Doações - - - -

123 Outras receitas - - - -

2 Despesas Liquidadas 2 116 487 1 848 210 (268 277) -12,7% -24,9%

21 Despesas Correntes 1 522 649 1 400 860 (121 789) -8,0% -20,7%

211 Remuneração dos Empregados 434 307 610 641 176 334 40,6% 20,9%

2111 Vencimentos 406 945 576 663 169 718 41,7% 21,9%

2112 Contribuições sociais 27 363 33 979 6 616 24,2% 6,6%

212 Uso de bens e serviços 401 832 178 909 (222 923) -55,5% -61,8%

212a Dos quais: taxa de supervisão concessionária 9 236 8 782 - - -

213 Juros 508 077 446 412 (61 666) -12,1% -24,2%

214 Transferências correntes 178 433 164 898 (13 534) -7,6% -20,5%

22 Despesas de capital 593 838 447 350 (146 488) -24,7% -35,4%

221 Aquisição de activos não financeiros (+) 589 392 426 284 (163 109) -27,7% -38,0%

2211 Activos fixos 586 270 407 380 (178 890) -30,5% -40,4%

2212 Existências - - -

2213 Activos não produzidos 3 122 18 903 15 781 505,5% 404,3%

222 Doações - - - - -

223 Outras despesas 4 445 21 066 16 621 373,9% 302,1%

Saldo Global - (1 - 2) (495 613) 40 439 536 052 -8% -

Saldo Primário - (1 - 2 + 213) 12 465 486 851 474 386 3906% -

Saldo Primário Não Petrolífero - (1 - 1111 - 2 + 212a + 213) (1 026 031) (629 407) 396 623 61% -

Saldo Primário Não Petrolífero (% PIB) -4% -2% 0 51% -

Page 48: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 42

Anexo 3 – Execução Fiscal IV Trimestre (Milhões de Kwanzas) – Despesas Pagas

Cod. Descrição 4º Trim. Variação (2019/2018)

2018 2019 Diferença % Nominal % Real (IPCN)

1 Receita 1 620 874 1 888 649 267 775 16,5% 0,0%

11 Receitas Correntes 1 620 825 1 888 433 267 608 16,5% 0,0%

111 Impostos 1 508 890 1 731 127 222 237 14,7% -1,5%

1111 Petrolíferos 1 047 731 1 125 040 77 308 7,4% -7,8%

1112 Não Petrolíferos 461 159 606 088 144 929 31,4% 12,7%

112 Contribuições sociais 54 710 95 629 40 919 74,8% 49,7%

113 Doações - - - -

114 Outras receitas 57 225 61 676 4 451 7,8% -7,4%

12 Receitas de Capital 49 216 167 338,4% 276,4%

121 Redução de activos não financeiros 49 216 167 338,4% 276,4%

2 Despesas Liquidadas 2 116 487 1 848 210 (268 277) -12,7% -24,9%

21 Despesas Correntes 1 522 649 1 400 860 (121 789) -8,0% -20,7%

211 Remuneração dos Empregados 434 307 610 641 176 334 40,6% 20,9%

2111 Vencimentos 406 945 576 663 169 718 41,7% 21,9%

2112 Contribuições sociais 27 363 33 979 6 616 24,2% 6,6%

212 Uso de bens e serviços 401 832 178 909 (222 923) -55,5% -61,8%

2121 Bens 97 447 65 149 (32 297) -33,1% -42,5%

2122 Serviços 304 385 113 760 (190 626) -62,6% -68,0%

213 Juros 508 077 446 412 (61 666) -12,1% -24,2%

2131 Internos 314 844 249 296 (65 549) -20,8% -31,5%

2132 Externos 193 233 197 116 3 883 2,0% -12,3%

214 Transferências correntes 178 433 164 898 (13 534) -7,6% -20,5%

2141 Subsídios 52 439 12 537 (39 902) -76,1% -79,4%

2142 Transferências / Doações 2 390 5 327 2 937 122,9% 89,4%

2143 Prestações Sociais 109 484 128 313 18 829 17,2% 0,9%

2144 Outras despesas 14 119 18 720 4 601 32,6% 13,8%

22 Despesas de capital 593 838 447 350 (146 488) -24,7% -35,4%

221 Aquisição de activos não financeiros (+) 589 392 426 284 (163 109) -27,7% -38,0%

223 Outras despesas 4 445 21 066 16 621 373,9% 302,1%

Saldo Global - (1 - 2) (495 613) 40 439 536 052 -108% -106,9%

Saldo Primário - (1 - 114.a. - 2 + 213) 8 152 477 639 469 487 5759% 3670%

Saldo Primário Não Petrolífero - (1 - 1111 - 114.a. - 2 + 213) (1 039 580) (647 401) 392 179 -38% -46%

Saldo Primário Não Petrolífero (% PIB não petrolífero) (0) (0) 0 - -

Page 49: Reltório de Execução Fiscal - Gov

Relatório de Execução Fiscal

2019

MINFIN 43